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YE Fxercicios Basicos Para O Canto Uma Abordagem Fonoaudiolégica FRANCO PIERRE METODO PRATICQO seteVirtudes Prefacio O canto é uma forma de expressao artistica que independe de qualquer material ou instrumento para sua realizacao, no entanto, nestes elementos basicos que desenvolvemos um método com o objetivo de auxiliar o cantor a obter maior desempenho durante a atividade vocal. 0 método acompanha um CD de exercicios com som de piano, possibilitando assim que o cantor adquira 0 habito do estudo em casa. Mas o presente livro nao substitui de forma alguma as orientacdes de um professor _de canto efou de um fonoaudidlogo, contudo, para estes profissionais, o método pode ser uma ferramenta interessante na atuacao com cantores. Se Tan FRANCO PIERRE ree Lae | eee WAreones t Os .....Orientacdes Preliminares Coordenacdo Respiratoria | Faixe 1 Coordenagao Pneumofénica | Faixs 2 ...Coordenacdo Pneumofonoarticulatéria | raixe 3 .Ressonancia Vocal | Faixa4 -Emissao de Vogais | Faix 5 .-Semitom | raixa 6 Extensao Vocal (Agudos) | Fixe 7 Extensao Vocal (Graves) | Faixa8 Intervalos | Faixa 9 ..Desaquecimento Vocal | raixa 10 .-Resultados -Referéncias Bibliograficas Orientacdes Preliminares Antes de iniciar os estudos deste livro é imprescindivel que o cantor adquira conhecimentos basicos sobre anatomia e fisiologia do aparelho fonador. O cantor deverd preparar-se para praticar os exercicios mantendo-se na postura correta, com o corpo relaxado, livre de tensdes musculares e deverd fazer uso da respiracao costodiafragmatica abdominal. Estas orientagées sao feitas por um fonoaudislogo eJou por um professor de canto. E importante ressaltar que seria impossivel editar os exercicios para as diferentes classificagdes e extensdes vocais. Dessa forma, o cantor devera respeitar seus limites e poderé explorar os exercicios vocalizando-os oitava acima e/ou oitava abaixo. Coordenacao Respiratéria Faixa 1 A respiragao é certamente a base para o canto. Quando o cantor atinge a fase de controle respiratério ocorre uma organizacao do som emitido, permitindo assim, maior controle da frequéncia fundamental (afina¢do), da intensidade \ vocal e do tempo de fonacao. 10 Objetivo do Exercicio Desenvolver habilidades respiratérias que poss controle da emissdo exigido na musica. Y 12 Pratica do Exercicio No exercicio 01 podemos ouvir um som de piano emitindo notas agudas. 0 cantor deve realizar uma expiragao (soltar 0 ar) simultanea coma nota aguda emitida pelo piano e sustenté-la. Para imelir controle da expiracgdo deve-se direcionar o fluxo aéreo emitindo um “S”. Ao longo do exercicio ouviremos notas emitidas em menor e maior espaco de tempo. E importante que a expiragao seja sustentada (emisséo do “S") mesmo durante o siléncio até a preparacao para a proxima expiracao. Durante o exercicio ouviremos uma nota diferente das demais (“plim”*) indicando que iniciaré uma nova série, diferente da anterior. Cada série tem um espaco de tempo de expiracao diferenciado que aumentaré ao longo do exercicio. Quando as séries de longo tempo de expiracao forem atingidas, deve-se controlar a expiracao para que a mesma seja realizada de forma homogénea, sem oscilacdes. Nesta etapa ouviremos duas notas curtas (“blim blom"**) indicando o momento em que devemos inspirar (encher os pulmées de ar) para iniciar a préxima série. O cantor poderd aumentar e diminuir a pressao do ar expirado gradativamente e vice-versa, a fim de exercitar 0 controle dos sons fortes e fracos que sero trabalhados posteriormente durante a vocalizacao no exercicio 02. Exemplo Primeira série S...S...S...S...SSSS...SSSS -4 vezes - “p Segunda série S...S...S...S..SSSSSSSSSS -4 vezes - “plim” Terceira série SSSSSSSSS...SSSSSSSSSS - 4 vezes Quarta série em diante SSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS “ blim blom” SSSSSSSSSSSS *“plim’- Sinal indicando mudanca de série **"blim blom” - Sinal indicando momento de inspiracao. 13 14 Coordenacao Pneumofénica Faixa 2 A coordenagao pneumofénica consiste no equilibrio entre as for¢as que atuam na respiragao e na fonacao. Objetivo do Exercicio Promover a estabilidade de frequéncia (afinacao) e 0 controle de intensidade durante o canto. 15 16 Pratica do Exercicio No exercicio 02 podemos ouvir arpejos de piano emitinds uma série harménica. O cantor deverd realizar a emissao vocal sustentada até o término da série harménica e inspirar somente durante a modulacao preparatéria para a préxima série. A emissao sustentada deverd ser da mesma altura, ou seja, estar no mesmo tom que iniciar a série harménica. Para realizar este exercicio pode-se utilizar a vibracdo de labios (brrr...) ou de lingua (trrr...) sonorizados, emissao de fricativos sonoros ( /v/, /z/ ou /j/ ) € emissdo de vogais _ Ual,/el,1é! lil, lo//6/, ou ful). : : O cantor podera aumentar e diminuir a intensidade da emissao (forte e fraco) ou vice-versa, visando trabalhar o controle da dinamica na musica. Uma pratica interessante durante o treinamento diario de coordena¢ao pneumofénica é utilizar uma vibragao, um fricativo e uma vogal diferente a cada dia com objetivo de trabalhar 0 controle de diferentes emissées. Exercicios de vibracao e fricativos sonorizados proporcionam maior mobilidade da mucosa das pregas vocais e ativam a circulac¢éo sanguinea das mesmas, portanto, s40 indicados para 0 inicio do treinamento de coordenacao pneumofénica. 17 Coordenacao Pneumofonoarticulatoria Faixa 3 A coordenacéo pneumofonoarticulatoria é o resultado do io entre as forcas que atuam na respiracao, fonacao e articulagao. 18 Objetivo do Exercicio Harmonizar a acao dos érgaos fonoarticulatérios visando maior qualidade do som e economia de ar durante a emissdo das palavras em tonalidades diversas. 19 20 Pratica do Exercicio No exercicio 03 podemos ouvir um som de piano emitindo sequéncias de trés notas iguais. 0 cantor devera pronunciar FASSAXA em uma Unica expiragéo até terminar as sequéncias daquela tonalidade, podendo inspirar somente durante a modulacao preparatéria para a préxima sequéncia. Posteriormente, em uma nova execucao do exercicio 03, 0 cantor podera pronunciar VAZAJA, PATACA, BADAGA, MANANHA e LARARRA, utilizando outras vogais. Assim trabalhara a coordenacao das diferentes emissies. SE ES id { 3g 21 22 Ressonancia Vocal Faixa 4 A ressonancia vocal consiste na modificacéo e projecdo do som. Objetivo do Exercicio Trabalhar a ressonancia em busca de maior economia e projecao vocal; suavizar a emissao evitando o ataque vocal brusco; adequar a ressonancia ao estilo musical. 23 24 Pratica do Exercicio No exercicio 04 podemos ouvir um som de piano alternando duas notas em um intervalo de segunda maior. Inicialmente o cantor devera alternar a emissao das vogais /a/ e /a/ de acordo coma melodia do piano, para sentir as diferentes qualidades ressonantais. Posteriormente, em uma nova execugao do exercicio 04, o cantor devera utilizar os sons nasais /ml, /n/ ou /nh/ acompanhados por vogais para auxiliar a condu¢ao do som na “mascara”, ou seja, em cavidades de ressonancia localizadas na face que proporcionam maior projeco do som chamadas de seios paranasais. Exemplo f. Vor =e SS 4 ve ve e v e v v _ [a Lja a a a/ fap eae ae a/| 2.mum num mum num = mum num nhum num nhum 3.nan nan nan nan nan nan han nan nan le. = i: EE SS ew eat ee oan |g Oe ee eee ae PIANO | | \ (>= = * t ——= SS 25 26 Emissao de Vogais Faixa 5 As vogais sao fonemas sonoros que apresentam qualidades acisticas distintas entre si devido a posicao e a forma adotada pelo aparelho fonador. Objetivo do Exercicio Trabalhar a qualidade ressonantal e homogeneidade de projecdo durante a emissao das vogais. 27 28 Pratica do Exercicio No exercicio 05 podemos ouvir inicialmente uma escala ascendente e posteriormente descendente, emitidas por um piano. 0 cantor deverd emitir uma sequéncia de vogais utilizando os sons nasais (ml, [n/ ou [nh] como apoio. Assim ira obter homogeneidade de ressonancia e projecdo entre as vogais. Posteriormente, em uma nova execucdo do exercicio 05, o cantor devera emitir somente a sequéncia de vogais e manter 0 mesmo padrao de ressonancia e projecao adotada anteriormente. | 1.mi me mé ma mé mo mu... 2/i e € a 6 © U/.. 29 Semitom Faixa 6 Semitom é o menor intervalo existente entre duas Notas na musica ocidental. Para vocalizar uma série de semitons é necessdrio que o cantar obtenha coordenacao motora fina dos misculos da laringe para realizar movimentos curtos com maior precisao. Objetivo do Exercicio Trabalhar a coordenagdo motora fina dos musculos da laringe mediante vocalizagdes de semitons e obter maior precisdo dos sons emitidos. 31 Pratica do Exercicio No exercicio 06 podemos ouvir uma escaia cromatica (semitons) ascendente e descendente, emitida por um piano. Inicialmente o cantor devera alternar a emissao do m/e ni de acordo com a escala cromatica. Posteriormente, em uma nova execucao do exercicio 05, o cantor devera vocalizar uma vogal ligando todas as notas (Legato). Exemplo | L.mi ni mi ni mi ni mi ni | 2./a/ —= — = ots ofe eats Sas mini mini mini mini mi 33 Extensao Vocal (Agudos) xa 7 Extensdéo vocal consiste no nimero de notas que um individuo consegue emitir, a partir da mais grave até a mais aguda. Para vocalizar uma nota aguda é necessario que as pregas vocais se alonguem, reduzindo assim sua massa e elevando sua tensdo. Esta acao resultaré no aumento do numero de vibracées por segundo, ou seja, uma frequéncia fundamental mais alta. Objetivo do Exercicio Ampliar a extensao vocal dos sons agudos e possibilitar ao cantor maior dominio das passagens agudas da musica. 35 36 Pratica do Exercicio No exercicio 07 podemos ouvir uma escala : natura a por um piano. O cantor devera vocalizar uma ascendente, emi vogal ligando todas as notas (Legato) e i podera inspirar en tre a quarta e quinta nota para preparar-se para regido mais aguda da i escala. 37 38 Extensao Vocal (Graves) Faixa 8 Ao contrario das notas agudas, para vocalizar uma nota grave é necessario que as pregas vocais se encurtem, aumentando assim sua massa e reduzindo sua tensao. Esta acdo resultara na reducao do numero de vibragées por segundo, ou seja, uma frequéncia fundamental mais baixa. Objetivo do Exercicio Ampli a 7 pliar a extensao vocal dos sons graves e possibilitar ao cantor maior dominio das passagens gr: aves da musica. 39 Pratica do Exercicio No exercicio 08 podemos ouvir uma série de interval emitida de forma descendente por um piano. O cantor de vera vocalizar uma vogal ligando todas as notas (Legato) em uma tni nica expiracao. 41 Intervalos Faixa 9 Intervalo é a diferenca de altura entre dois sons. No canto a vocalizacao de intervalos é obtida através de movimentos da laringe, que podem ser curtos ou longos dependendo do intervalo. 42 Objetivo do Exercicio Trabalhar a flexibilidade da laringe visando maior precisao na emissao dos intervalos presentes na misica. 43 Pratica do Exercicio No exercicio 09 podemos ouvir uma série de intervalos emitida por um piano, inicialmente de forma ascendente @ posteriormente descendente. A série é Composta por intervalos de segunda @ oitava. O cantor devera emitir uma Vogal utilizando, inicialmente, os sons nasais Imi, [n] ou Inhl como apoio. Posteriormente, o cantor deverd emitir somente a Vogal ligando todas as notas (Legato). Os intervalos deverao ser vocalizados em uma Unica expiragao. O cantor poderd inspirar na passagem entre os intervalos ascendentes e descendentes. Exemplo - voz 4 1.na nana... 2./a/ —a A f _ eee = St =e SEs os (= See eee ee ees PIANO ; ap | — { Re FF = FS Et 5 oo =f : E 4 = ae eae os a o 45 46 Desaquecimento Vocal Faixa 10 Os exercicios propostos anteriormente fazem parte do processo de aquecimento vocal e proporcionam maior flexibilidade muscular, aumento da irrigagao sanguinea e projecao vocal, maior controle respiratério, dentre outros aspectos necessarios para a dade do canto. O desaquecimento vocal é o inverso do aquecimento, pois consiste no reajuste do aparelho fonador, preparando-o para a atividade de fala habitual. Objetivo do Exercicio Retornar o aparelho fonador ao estado relaxado de fala habitual, evitando assim, o desgaste vocal decorrente dos ajustes prolongados para o canto. 47 48 Pratica do Exercicio No exercicio 10 podemos ouvir uma escala natural descendente, emitida por um piano. O cantor deverd vocalizar uma vogal ligando todas as notas (Legato) e podera inspirar entre a quarta equinta nota. A medida que a escala vai decrescendo, o cantor deverd reduzir gradativamente a intensidade da emissao, passando da voz de cabeca para a voz de peito, até chegar ao padrao de emissao habitual de fala. Posteriormente, em uma nova execucao do exercicio 10, 0 cantor devera fazer 0 mesmo procedimento utilizando sons vibrantes (brr...trr...) e finalizar 0 desaquecimento com bocejos, massagem digital na laringe e movimentos cervicais. 49 50 Resultados ica didria e correta dos exercicios, 0 cantor amador podera observar 0 inicio dos resultados a partir do contribui para a melhora do desempenho vocal nos seguintes aspectos: tempo de fonacdo, controle da intensidade, afinacao, equilibrio ressonantal, flexibilidade da laringe, extensdo e projecao vocal e relaxamento da musculatura que compée o aparelho fonador. A melhora destes aspectos resulta em maior qualidade sonora, menor esforco e principalmente na preservacao da sade vocal. Cantores profissionais que possuem conhecimento e dominio de técnica vocal podem utilizar o método como uma forma de organizar a prdtica didria de exercicios para a Manutengao na qualidade vocal. Com a prat (sem preparo vocal) de quinze dias. 0 meéto ; } i j 5 t CO CO MET Pantone otmmDtmDe ul | CO On TIO Tae ee CLT CSTE O decidi escrever este livro como i OLE NT FACS COI CEA ‘sempre acompanhel. a dificul, 8 = CEP OC TDM a ETE a) OMIT IENTS Qanizar 8 realizar diariamenta exercicios vocals de_ma j EMO | | CIM | | Moen | AE | Ba VOlvimento do Cantor, ; f i. Ey. €y UTE ‘ re > ep e "tess omisii (Om Lxercicios Basicos (MNT UE ET Ene fol idealizado como Ar PeiorntaT SSSI TS CD TEED Damar Deiat CEIEIStEN is UTE EMT ETE objetivo e a forma de EET cibauntn amp amis Ontith ammeter exercicios permitindo ao cantor CSIC hy diario de ‘orma sistematizada on

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