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Jeferson Artur Vulcanis

Introdução a Redes
de Computadores
e Protocolos de
Comunicação
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
JEFERSON ARTUR VULCANIS
AUTORIA
Jeferson Artur Vulcanis
Olá, sou especialista em redes computacionais, infraestrutura de TI
e sistemas operacionais, com uma vasta experiência com os ambientes
Windows e Linux Server. Amo informática e, mais ainda, passar toda a
minha experiência e know-how aos iniciantes nesta magnífica carreira de
tecnologia da informação.

Vai ser um prazer enorme ajudar você a se tornar um excelente


analista de suporte técnico na área de informática. Conte comigo para lhe
ajudar nessa trajetória rumo ao seu desenvolvimento profissional! Muito
sucesso para você.
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Conceitos sobre Redes de Computadores........................................12
Introdução a rede de computadores ............................................................................... 12

Projeto de Redes.............................................................................................................................. 13

Topologia de Redes....................................................................................................................... 13

Redes Locais (LAN: Local Area Network).................................................... 13

Expansão das Redes.................................................................................................. 14

MAN: Metropolitan Area Network..................................................................... 15

Wireless: Redes Sem Fio......................................................................................... 16

WWAN: Wireless Wide Area Network........................................................... 17

WMAN: Wireless Metropolitan Area Network......................................... 17

WPAN: Wireless Personal Area Network..................................................... 18

Meios de Transmissão................................................................................................................. 20

Visão Geral das Redes.................................................................................................................. 21

Redes Par-a-Par (Ponto a Ponto)....................................................................... 22

Redes Baseados em Servidores........................................................................24

Servidores Especializados......................................................................................25

Sistema Operacional de Rede Baseado em um Servidor...............26

Vantagens da Rede Baseada em Servidor................................................26

Projetando redes de computadores................................................... 28


Projeto de Redes ............................................................................................................................ 30

Objetivos de um projeto de rede ........................................................................................32


Específica (Specific).....................................................................................................32

Mensurável (Measurable)........................................................................................33

Alcançável (Attainable).............................................................................................33

Relevante (Relevant)...................................................................................................34

Temporal (Time-Bound)...........................................................................................34

Ciclo de Vida dos Projetos de Rede...................................................................................35

Identificação das necessidades, restrições e objetivos do cliente....35

Projeto Lógico............................................................................................. 36

Projeto Físico.................................................................................................37

Testes e Documentação...................................................................... 38

Abrangência e Escopo de um Projeto de Redes.................................................... 38

Tipos de projetos de redes...................................................................................................... 39

Principais Documentos para um Projeto de Redes............................................... 40

High Level Design......................................................................................................... 41

Low Level Design ........................................................................................................42

Estudo de Viabilidade de um Projeto de Redes.......................................................42

Diagrama de um projeto de redes......................................................................................43

Diagrama Lógico de Redes...................................................................................43

Diagrama Físico de Redes......................................................................................43

Como Diagramas de Redes são usados?...................................................44

Topologia e Configuração de Redes ...................................................45


Topologia de Redes.......................................................................................................................45

Componentes de Redes de Computadores e suas Classificações......45

Transmissão de Dados............................................................................................. 46

Modos de Transmissão de Dados.................................................................... 46

Full-Duplex.................................................................................................... 49
Padrões de Transmissão......................................................................................... 50

Ethernet............................................................................................................ 50

Redes Ethernet de 10 Mbps.............................................................. 50

Barramento.....................................................................................................52

Estrela.................................................................................................................53

Switches............................................................................................................53

Vantagens e Desvantagens das Topologias de Redes........................................55

Redes Ethernet de 100 Mbps...............................................................................55

Redes Ethernet de 01 Gbps...................................................................................57

Redes Ethernet de 10 Gbps.................................................................................. 58

Token Ring......................................................................................................................... 59

IEEE 802.11 (Wi-Fi)....................................................................................................... 59

Meios de Transmissão................................................................................61
Cabo Coaxial.....................................................................................................................62

Características............................................................................................. 63

Vantagens e Desvantagens............................................................... 63

Classificação................................................................................................. 64

Cabo Coaxial Fino (10Base2)................................................................................ 65

Cabo Coaxial Grosso.................................................................................................. 67

Par Trançado..................................................................................................................... 71

Características..............................................................................................72

Vantagens e Desvantagens................................................................73

Tipos de Cabo Par Trançado.............................................................73

Categorias....................................................................................................... 74

Padrões de Conectorização............................................................... 74
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 9

01
UNIDADE
10 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

INTRODUÇÃO
Você sabia que as redes de computadores fazem parte de nossas
vidas já há bastante tempo? O significado da palavra “rede” representa
fios entrelaçados, como em um tecido, e é devido a ideia de estrutura
de entrelaçamento que o termo rede vem sendo empregado. Hoje, uma
rede de computadores nada mais é do que um sistema capaz de reunir
empresas e usuários em torno de objetivos e ações em comum.

Nesta unidade veremos como poder projetar uma rede de


computadores, a sua topologia e a sua organização. Além disso, veremos
os objetivos para um projeto de rede de computadores (específico,
mensurável, alcançável, relevante e temporal), o ciclo de vida de um projeto
de rede, as necessidades, restrições e os objetivos para o cliente, o Projeto
Lógico e Projeto Físico, Testes e Documentação (High Level Design e Low
Level Design). Além de escopo, tipos de projetos de rede e os diagramas de
rede, lógicos e físicos, e como usar os diagramas de rede.

Estudaremos mais sobre a topologia de redes, sobre os


componentes que formam uma rede de computadores, bem como sobre
sua classificação, os modos e os padrões de transmissão de

Preparado para uma viagem rumo ao conhecimento? Ao longo


desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! Então, aperte os
cintos e boa viagem!
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 11

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar você no
desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término
desta etapa de estudos:

1. Apontar as definições básicas sobre redes de computadores, suas


funcionalidades, tipos, componentes e tamanhos;

2. Projetar uma rede de computadores, aplicando a melhor topologia


de acordo com as necessidades da organização;

3. Discernir sobre as diferenças, vantagens e desvantagens entre as


diversas topologias de rede existentes;

4. Identificar os diferentes tipos de cabos, montando o do tipo Thin


Ethernet (Par Trançado), considerando seus diferentes tipos de
conectorização.

Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?


Ao trabalho!
12 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

Conceitos sobre Redes de Computadores

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo você será capaz de apontar as


definições básicas sobre redes de computadores, suas
funcionalidades, tipos, componentes e tamanhos. Isto será
fundamental para o exercício de sua profissão. E então?
Motivado para desenvolver esta competência? Então
vamos lá. Avante!

Introdução a rede de computadores


Se você olhar atentamente ao redor, verá que as redes fazem
parte de nossas vidas já há bastante tempo. Basta lembrar que a energia
elétrica chega à sua casa através de uma rede de distribuição elétrica,
assim como quando você recebe uma ligação de um amigo, a conversa
acontece graças a uma rede de telefonia pública.

A palavra “rede” é bem antiga e vem do latim “retis”, que significa


entrelaçamento de fios com aberturas regulares que formam uma
espécie de tecido. A partir da noção de entrelaçamento, malha e estrutura
reticulada, que a palavra rede foi ganhando novos significados ao longo
dos tempos, passando a ser empregada em diferentes situações.

Redes são sistemas organizacionais capazes de reunir indivíduos e


instituições, de forma democrática e participativa, em torno de objetivos
e/ou temáticas comuns. Por mais diversas que sejam as organizações e
suas causas, elas têm em comum o propósito de estender suas ações e
ideias a um universo sempre mais amplo de interlocutores: beneficiários,
parceiros, financiadores, voluntários, colaboradores, etc. Para isso,
precisam contar com meios adequados para o desenvolvimento de fluxos
de informação, gerenciamento organizacional e institucional.

Por tratar de um conceito muito abrangente e polêmico, não


estenderemos a discussão, a fim de não nos distanciarmos do nosso
objetivo final que são as redes de computadores.
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 13

Uma rede de computadores representa um sistema montado e


organizado para o uso e o compartilhamento de recursos em torno de
necessidades e objetivos em comum, sejam para pessoas (indivíduos) e/
ou organizações.

Projeto de Redes
Os computadores pessoais são ferramentas de trabalho ótimas
para produzir dados, planilhas, gráficos e outros tipos de informação, mas
não possibilitam que você compartilhe rapidamente os dados que criou.
Sem uma rede, os documentos devem ser impressos para que outras
pessoas possam modificá-los ou utilizá-los. Na melhor das hipóteses,
você entrega os arquivos em disquetes para que outras pessoas copiem
em seus computadores.

Uma Rede Simples

Os computadores que fazem parte de uma rede podem compartilhar:

• Dados;

• Mensagens;

• Gráficos;

• Impressoras;

• Aparelho de FAX;

• Modem;

• Outros recursos de hardware.

Topologia de Redes
Redes Locais (LAN: Local Area Network)
Este tipo de rede deveria estar em um único andar de um prédio ou
em uma empresa pequena. Atualmente, para empresas muito pequenas,
essa configuração ainda é adequada. Esse tipo de rede está dentro de
uma área limitada.
14 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

• LAN: Local Area Network (Rede de Área Local). É um grupo de


computadores e dispositivos associados que dividem uma mesma
linha de comunicação e, normalmente, os recursos de um único
processador ou servidor em uma pequena área geográfica.

O servidor normalmente tem aplicação e armazenamento de dados


compartilhados por vários usuários, em diferentes computadores, ou seja,
é o que chamamos de uma Rede Local (computadores próximos, altas
taxas de transmissão de dados de 10Mbps a 1Gbps, meios de transmissão
privativos).

Um servidor de rede local pode ser, até mesmo, utilizado como


servidor web desde que tomem as medidas adotadas de segurança para
proteger as aplicações internas e os dados de acesso externo. Esse tipo
de rede tem denominação de local por cobrir apenas uma ara de até 100
Km no máximo.
Figura 1 – Visões de ambientes de redes

Fonte: Editora TELESAPIENS.

Expansão das Redes


As primeiras LANs não conseguiam atender adequadamente às
necessidades de uma grande empresa com escritórios em vários locais.
À medida que as vantagens das redes foram se tornando conhecidas e
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 15

mais aplicativos para ambientes de rede foram sendo desenvolvidos,


as empresas perceberam a necessidade de expandir suas redes para
continuarem competitivas.

MAN: Metropolitan Area Network


MAN: Metropolitan Area Network (Rede de Área Metropolitana). É
uma Rede Metropolitana (em uma cidade). Esta interconecta usuários
com os recursos de computadores, com uma área maior de cobertura,
apesar de que ser uma grande rede local, porém menor que a cobertura
por uma WAN. Este aplicativo é usado para interconexão de várias redes
em uma cidade dentro de uma única grande rede.
Figura 2 – Conexão de várias redes dentro de uma cidade

Fonte: Editora TELESAPIENS.

• WAN: Wide Area Network (Rede de Área Longa). É uma Rede


Geográfica com uma estrutura mais ampla de telecomunicação
de uma LAN.
16 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

Figura 3 – Estrutura de uma Rede WAN

Fonte: Editora TELESAPIENS.

Wireless: Redes Sem Fio


• Wireless: Redes Sem Fio. As tecnologias de redes sem fio
abrangem desde redes de dados e voz globais, que permitem que
os usuários constituam conexões sem fio por longas distâncias,
até tecnologias de frequências de rádio e luz infravermelha, que
são otimizadas para conexões sem fio de curta distância.

Entre os dispositivos utilizados com frequência nas redes sem fio


estão computadores portáteis, computadores de mesa, computadores
bolso, assistentes digitais pessoais (PDAs), telefones celulares,
computadores com caneta e pagers.

As tecnologias sem fio atendem a várias demandas práticas,


como por exemplo: os usuários de celulares podem usar seus aparelhos
para acessar e-mails, os viajantes com computadores portáteis podem
conectar-se à Internet através de estações base instaladas em aeroportos,
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 17

estações ferroviárias e outros locais públicos. Outro exemplo é o usuário


através do seu computador de mesa poder conectar dispositivos para
sincronizar dados e transferir arquivos.

WWAN: Wireless Wide Area Network


• WWAN: Rede de Longa Distância Sem Fio. As tecnologias WWAN
permitem que os usuários constituam conexões sem fio em redes
remotas, privadas ou públicas. Estas conexões podem ser mantidas
por meio de grandes extensões geográficas, como cidades ou
países, através do uso de sites com várias antenas ou sistema de
satélites sustentados pelos provedores de serviço sem fio.

As tecnologias WWAN, atualmente, são conhecidas como sistemas


de segunda geração (2G), os principais sistemas 2G incluem o sistema
global para comunicações móveis (GSM), os dados digitais de pacotes de
celular (CDPD) e o acesso múltiplo de divisão de código (CDMA)

Estão sendo analisadas para fazer a transição de redes 2G, algumas


das quais apresentam recursos móveis limitados e incompatíveis entre
si, para as tecnologias de terceira geração (3G) que acompanharão um
padrão global e fornecerão recursos móveis mundiais.

WMAN: Wireless Metropolitan Area Network


• WMAN: Rede Sem Fio Metropolitana. Possibilitam que os usuários
estabeleçam conexões sem fio entre vários locais em uma área
metropolitana, sem custo elevado derivado da instalação de
cabos de cobres ou de fibras, e da concessão de linhas. Além do
mais, as WMANs podem funcionar como backups das redes que
utilizam cabos, caso as principais linhas destinatário dessas redes
não estejam disponíveis. Portanto, as WMANs usam ondas de
rádio ou luz infravermelha para transmitir dados.

• WLAN: Redes Sem Fio Locais. Permitem que os usuários


constituam conexões sem fio em uma área local, esta pode ser
usada em escritórios temporários ou em outros espaços em que
a instalação extensiva de cabos teria um custo mais elevado, ou
18 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

caso contrário para complementar um LAN existente de modo


que os usuários possam trabalhar em diferentes locais e diferentes
horários. Estas podem funcionar de duas maneiras distintas:
estação sem fio conectando-se a pontos de acessos sem fio, que
trabalham como pontes entre as estações e o backbone de rede
existente ou ponto a ponto (ad hoc), na qual vários usuários em uma
área limitada, como uma sala de conferências, podem formar uma
rede temporária sem usar pontos de acesso, se não precisarem de
acesso a recursos de rede.WPAN: Wireless Personal Area Network

• WPAN: Rede de Área Pessoal Sem Fio. Permite que os usuários


estabeleçam comunicações “ad hoc” sem fio, mas para isto é
preciso ter dispositivos (telefone celulares ou laptops) que são
utilizados em um espaço operacional pessoal (POS). Um espaço
POS é o espaço que cerca uma pessoa, até em uma distância de
dez metros.
Figura 4 – Diagrama de uma Rede WLAN

Fonte: Editora TELESAPIENS.

WPAN: Wireless Personal Area Network


• WPAN: Rede de Área Pessoal Sem Fio. Permite que os usuários
estabeleçam comunicações “ad hoc” sem fio, mas para isto é
preciso ter dispositivos (telefone celulares ou laptops) que são
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 19

utilizados em um espaço operacional pessoal (POS). Um espaço


POS é o espaço que cerca uma pessoa, até em uma distância de
dez metros.

Wi-Fi é o nome mais comum para as redes locais wireless, ou


W-LAN 802,11b, esta trabalha em frequência livre, a partir de 2,4GHz,
oferece uma velocidade de acesso muito maior do que a de redes 3G.
Enquanto na 3G a velocidade média de transmissão é de 384 Kbps (pico
de 2Mbps), em Wi-Fi a taxa média varia entre 512 Kbps e 2Mbps (pico de
11 Mbps), dependendo de quantas pessoas estão naquele momento no
raio de alcance do hotspot, como são chamados os pontos de conexão.

Quanto à questão de segurança, se não houver criptografia e


codificação, é possível que alguém com um notebook e cartão de acesso
à rede Wi-Fi penetrar na sua rede. A sequência de codificação é frágil
e nem todos os dispositivos suportam chaves criptográficas de 128 bits.
Outra limitação quanto à questão de segurança é a troca periódica de
senhas, procedimento padrão para a confiabilidade.
Figura 5 – Gráfico de Rede de Área Pessoal Sem Fio

Fonte: Editora TELESAPIENS.

A troca de senhas das máquinas cadastradas no Access Point (AP),


dispositivo para comunicação com os cartões dos notebooks, não pode
20 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

ser feita de forma dinâmica e sim manualmente, validando a nova senha


cadastrada no AP em cada uma das estações de rede sem fio. Além
desses pontos também podemos observar qual o protocolo que o tipo de
rede WAN irá utilizar. Os protocolos disponíveis são os seguintes:

• PPP (Point-to-Point Protocol) - Protocolo usado para acesso


discado;

• Frame Relay - Técnica de comunicação de pacotes;

• ATM (Asynchronous Transfer Mode) - Tecnologia de transmissão e


computação de dados;

• xDSL (Acesso Remoto com Digital Subscriber Line) - Trafego de


alta capacidade com cabo telefônico;

• ADSL (Asymmetric Digital Subscriber Line) - Capacidade


assimétrica;

• HDSL (High-Bit-Rate Digital Subscriber Line) - Capacidade


simétrica 2Mbps usando 3 pares.

Meios de Transmissão
Os meios de comunicação são dos fatores que são definidos
praticamente ao escolher o tipo de rede que será utilizada. Existem vários
meios de comunicação, mas o que vamos aprender é focar no meio de
comunicação utilizado para a rede de computadores.

• Linha Telefônica - Usada para o computador conectar-se à


Internet. Algumas empresas trabalham com LP (linha privada) de
dados para interligar varias LANs.

• Cabos - Podemos encontrar cabos de par trançado, coaxial e fibra


óptica.

• Rádio - A comunicação por ondas eletromagnéticas que o rádio


utiliza é empregada em redes de comunicação em médias
distancias (MAN).
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 21

• Satélite - É um meio de comunicação utilizado para diversas


finalidades, mas ela hoje está cada vez mais crescendo para
utilização e expansão das WANs.

Visão Geral das Redes


Todas as redes de forma geral têm certos componentes, funções e
recursos em comum, ou seja, elementos comuns de rede. Segue abaixo
os elementos:

• Servidores (Servers): São os computadores que fornecem os


recursos compartilhados aos usuários da rede.

• Clientes (Host): São os computadores que acessam os recursos


fornecidos por um Servidor e compartilham na rede.

• Mídia: A maneira como os computadores são compartilhados.


Figura 6 – Roteador Wireless

Fonte: Wikicommons

• Dados Compartilhados: São os arquivos que são fornecidos pelo


Servidor através da rede.

• Impressora e Outros Periféricos Compartilhados: São os outros


recursos fornecidos pelo Servidor, através da rede.

• Recursos: São os arquivos, a impressora e outros itens a serem


utilizados pelos usuários na rede.
22 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

Mesmo com essas semelhanças, as redes podem ser divididas em


duas categorias mais amplas:

• Par-a-Par;

• Baseada em Servidor.

Redes Par-a-Par (Ponto a Ponto)


• TAMANHO: As redes par-a-par também são chamadas de grupos
de trabalho (Workgroup). Em uma rede para-par há, tipicamente,
pouco menos do que 10 computadores na rede.

• CUSTOS: As redes par-a-par são relativamente simples. Uma


vez que cada computador funciona como cliente e servidor, não
há necessidade de um servidor central complexo ou de outros
componentes necessários para uma rede de grande capacidade.
As redes par-a-par podem ser mais baratas do que as redes
baseadas em servidor.

• SISTEMAS OPERACIONAIS: Em uma rede par-a-par, o software de


comunicação de rede não requer o mesmo nível de desempenho
e segurança de um software de comunicação de rede projetado
para servidores dedicados. Os servidores dedicados funcionam
apenas como servidores e não são utilizados como um cliente ou
uma estação de trabalho.

• IMPLEMENTAÇÃO: Em um ambiente par-a-par típico, há várias


questões de rede que possuem soluções padronizadas de
implementação, que são:

• Computadores localizados nas mesas dos usuários;

• Usuários que atuam como seus próprios administradores e


planejam sua própria segurança;

• Utilização de um sistema de cabeamento de fácil visualização,


que conecta computador a computador na rede.

• ONDE A REDE PAR-A-PAR É ADEQUADA: São boa escolha para


ambientes:

• Há menos que 10 usuários;


Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 23

• Todos os usuários estão localizados na mesma área geral;

• A segurança não é uma questão importante;

• A empresa e a rede terão um crescimento limitado em um


futuro previsto.

• CONSIDERAÇÕES SOBRE A REDE PAR-A-PAR: A sua administração


envolve uma gama de tarefas, tais como:

• Gerenciamento de usuários e de segurança;

• Disponibilização de recursos;

• Manutenção de aplicativos e de dados;

• Instalação e atualização de softwares de aplicativos.

Em uma rede par-a-par típica, não existe um gerente de sistemas


que supervisione a administração de toda a rede. Cada usuário administra
seu próprio computador.

• COMPARTILHAMENTO DE RECURSOS: Todos os usuários podem


compartilhar qualquer um de seus recursos da maneira que
escolher. Esses recursos incluem dados em pastas compartilhadas,
impressoras, placas de fax, etc.

• REQUISITOS DO SERVIDOR: Em ambiente par-a-par, cada computador


deve:

• Usar uma grande porcentagem de seus recursos para


suportar o usuário local (o usuário do computador);

• Utilizar recursos adicionais para suportar cada usuário remoto


(o usuário que está acessando o servidor na rede) que estiver
acessando seus recursos.

• SEGURANÇA: A segurança consiste em estabelecer uma senha


em um recurso, como uma pasta que compartilhada na rede. Pelo
fato de todos os usuários de rede par-a-par estabelecem sua
própria segurança e o compartilhamento pode existir em qualquer
computador e não apenas em um servidor centralizado, o controle
centralizado é muito difícil. Isso tem um grande impacto na
segurança da rede, pois alguns usuários podem não implementar
24 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

nenhuma segurança. Se a segurança for uma questão importante,


você deve considerar uma rede baseada em servidor.

• TREINAMENTO: Uma vez que todos os computadores em


um ambiente par-a-par atuam tanto como servidores quanto
clientes, os usuários devem ser treinados para que sejam capazes
de agir adequadamente tanto como usuários quanto como
administradores de seus próprios computadores.

Redes Baseados em Servidores


Em um ambiente com mais de 10 usuários, uma rede par-a-par
com os computadores agindo como servidores e clientes provavelmente
não será adequada. Portanto, a maior parte das redes possui servidores
dedicados. Um servidor dedicado é aquele que funciona apenas como
servidor e não é utilizado como um cliente ou estação de trabalho.

Os servidores são dedicados porque são otimizados para processar


rapidamente as requisições dos clientes da rede e para garantir a
segurança dos arquivos e pastas.
Figura 7 – Servidor para Redes de Computadores

Fonte: Pixabay
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 25

Conforme o tamanho e o tráfego das redes aumentam, mais de


um servidor na rede é necessário. A distribuição de tarefas entre vários
servidores garante que cada tarefa seja desempenhada da maneira mais
eficiente possível.

Servidores Especializados
A diversidade de tarefas que os servidores devem desempenhar
é variada e complexa. Os servidores de grandes redes se tornaram
especializados para acomodar as necessidades crescentes de usuários.
Em uma rede os diferentes tipos de servidores incluem:

• SERVIDORES DE ARQUIVO E IMPRESSÃO: Os servidores de arquivo


e impressão gerenciam o acesso do usuário e a utilização dos
recursos de arquivos e impressora. Os servidores de arquivo e
impressão destinam-se ao armazenamento de arquivos e de dados.

• SERVIDORES DE APLICATIVO: Os servidores de aplicativo


constituem a parte do servidor dos aplicativos clientes/servidor,
assim como os dados, disponíveis para os clientes. Eles são
diferentes de um servidor de arquivos e impressão. Com um
servidor de arquivo e impressão, os dados ou arquivos são
carregados para o computador que fez a requisição. Com um
servidor de aplicativos, o banco de dados fica no servidor e apenas
os resultados requeridos são carregados no computador que fez
a requisição.

• SERVIDORES DE CORREIOS: Os servidores de correio gerenciam


mensagens eletrônicas entre os usuários da rede.

• SERVIDORES DE FAX: Os servidores de fax gerenciam o tráfego de


fax para dentro e para fora da rede, compartilhando uma ou mais
placas de fax modem.

• SERVIDORES DE COMUNICAÇÃO: Os servidores de comunicação


manipulam o fluxo de dados e as mensagens de correio eletrônico
entre a própria rede do servidor e outras redes, computadores
mainframe ou usuários remotos utilizando modems e linhas
telefônicas para discar para o servidor.
26 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

Sistema Operacional de Rede Baseado em um


Servidor
Um servidor de rede e o sistema trabalham juntos como uma
unidade. Independente de quanto o servidor seja potente ou avançado,
ele é inútil sem um sistema operacional que possa se beneficiar de seus
recursos físicos. Alguns sistemas operacionais foram projetados para
aproveitar ao máximo o hardware do servidor mais avançado.

Vantagens da Rede Baseada em Servidor


• COMPARTILHANDO RECURSOS: Um servidor é projetado para
fornecer acesso a muitos arquivos e impressoras, ao mesmo tempo
em que mantém o desempenho e segurança para o usuário.

• SEGURANÇA: A segurança é, na maioria das vezes, o motivo


principal para escolher uma abordagem de rede baseada em
servidor. Em um ambiente baseado em servidor a segurança pode
ser controlada por um administrador, que estabelece e aplica o
plano a cada servidor na rede.

• BACKUP: Como os dados críticos estão centralizados em um ou


em poucos servidores, é mais fácil garantir que seja feito o backup
com agendamento.

• REDUNDÂNCIA: Através de sistemas de redundância, os dados


em qualquer servidor podem ser duplicados e mantidos on-
line para que, mesmo se algo acontecer aos dados na área de
armazenamento de dados principal, uma cópia de backup dos
dados possa ser usada para recuperá-los.

• NÚMERO DE USUÁRIOS: Uma rede baseada em servidor pode dar


suporte a milhares de usuários. Este tipo de rede jamais poderia
ser gerenciado como uma rede par-a-par, mas a monitoração atual
e os utilitários de gerenciamento de rede possibilitam a operação
de uma rede baseada em servidor por um grande número de
usuários.
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 27

• CONSIDERAÇÕES SOBRE HARDWARE: O hardware do computador


cliente pode ser limitado às necessidades do usuário, pois os
clientes não precisam de RAM adicional e armazenamento em
disco para fornecer serviços do servidor.
Figura 8 – Administrador de Sistemas e de Ambiente de Rede

Fonte: techmughal

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
as definições básicas sobre redes de computadores, suas
funcionalidades, tipos, componentes e tamanhos. Isto será
fundamental para o exercício de sua profissão.
28 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

Projetando redes de computadores

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo você será capaz de projetar uma


rede de computadores, aplicando a melhor topologia de
acordo com as necessidades da organização. Isto será
fundamental para o exercício de sua profissão. E então?
Motivado para desenvolver esta competência? Então
vamos lá. Avante!

O termo topologia ou, mais especificamente, topologia de rede,


relaciona-se à organização ou layout físico dos computadores, cabos e
outros componentes da rede.

Uma topologia de rede refere-se, basicamente, à arrumação dos


elementos e dos componentes que formam uma rede de computadores.
A topologia, juntamente com os diagramas, permite descrever e fornecer
os aspectos físicos e lógicos de uma rede de computadores, nutrindo o
conhecimento para a construção de um projeto de rede.

A topologia é o termo padrão que a maior parte de profissionais de


rede utiliza quando se refere ao projeto básico da rede. Além da topologia,
essa organização pode ser classificada como:

• Layout Físico;

• Projeto;

• Diagrama;

• Mapa.
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 29

Figura 9 – Projetando uma Rede de Computadores

Fonte: Pixabay

A topologia de uma rede afeta sua capacidade. A escolha de uma


das topologias pode ter um impacto sobre:

• O tipo de equipamento de que a rede precisa;

• As capacidades do equipamento;

• O crescimento da rede;

• A maneira pela qual a rede é gerenciada.

O desenvolvimento de um sentido de como as diferentes topologias


são utilizadas é uma das chaves para compreender as capacidades dos
diferentes tipos de rede. Os computadores têm que ser conectados
para que compartilhem os recursos ou executem outras tarefas de
comunicação.

A maior parte das redes utilizam cabos para conectar um


computador a outro. Entretanto, não se trata apenas de ligar um
computador a um cabo conectando outros computadores.
30 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

Tipos diferentes de cabos, combinados com diferentes placas de


rede, sistemas operacionais de rede e outros componentes, requerem
tipos diferentes de combinação.

IMPORTANTE:

A topologia de uma rede implica diversas condições. Por


exemplo, uma topologia em particular pode determinar
não só o tipo de cabo utilizado, mas como o cabeamento é
feito através de pisos, tetos e paredes.

A topologia também pode determinar como os computadores se


comunicam na rede. Topologias diferentes exigem métodos diferentes de
comunicação, e estes métodos têm grande influência sobre a rede.

Projeto de Redes
O projeto de uma rede de computadores é um estudo (ou
planejamento) detalhado, destinado a implantação de uma rede de
computadores que possa satisfazer as necessidades de alguém (pessoa
física ou jurídica), sendo o compartilhamento de informações e recursos
o objetivo mais comum.

Dependendo da natureza do projeto, ele deverá atender não só as


expectativas do presente, mas também estar adequado às mudanças no
futuro, isto é, ser “modular” de forma a permitir o crescimento da rede,
conforme o surgimento de novas necessidades, sem prejudicar o atual.
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 31

Figura 10 – Definindo um Projeto de Redes, estado de sua funcionalidade

Fonte: Pixabay

São vários os detalhes envolvidos em um projeto de redes de


computadores. Para se ter uma ideia, podemos destacar alguns exemplos:

• Coleta de Informações: Deve ser feito pelos requisitos do cliente;

• Projeto Lógico da Rede: É o planejamento de todos os detalhes


da rede que será implantada e utilizada. Exemplo: topologia da
rede (estrutura), esquema de endereçamento, protocolos (regras
padronizadas), softwares a serem utilizados, segurança e gerência;

• Projeto Físico da Rede: É a seleção de tecnologias e dispositivos


a serem usados. Exemplo: placas de rede, cabos, hubs, switches,
roteadores, computadores, impressoras, etc.;

• Testes e Análise do Projeto (considerando imprevistos);

• Realização de Ajustes/Melhorias no Projeto;

• Custo do Projeto (de modo a atender o melhor custo-benefício);

• Documentação do Projeto;

• Treinamento de Pessoal.
32 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

O projeto deve seguir o “Sistema de Cabeamento Estruturado” que


é a padronização do cabeamento, envolvendo normas técnicas, de modo
a facilitar o uso e manutenção da rede com seus meios de transmissão
integrados (voz, dados, multimídia, etc.).

Uma das metodologias mais utilizadas na elaboração de projetos


de rede é a “Top-Down”, que apresenta de uma maneira organizada o
desenvolvimento de projetos de rede. Iniciando com uma análise dos
objetivos técnicos e de negócio da empresa a qual o projeto se destina,
as especificações técnicas da rede com uma análise de cada camada do
modelo OSI, iniciando com a Camada 7 (Aplicação) e terminando com a
Camada 1 (Física), daí o nome “Top-Down”.

Objetivos de um projeto de rede


Existem inúmeros objetivos que um Projeto de Rede pode assumir,
eles podem ser pequenos como uma simples expansão ou grandiosos
e complexos projetos como a migração de um Data Center. Sempre que
tivermos dúvidas sobre a necessidade ou não de algum equipamento,
serviço ou processo, devemos verificar se está de acordo com os objetivos,
isso irá balizar as decisões.

IMPORTANTE:

Um objetivo de um projeto de rede tem que ser S.M.A.R.T.

Específica (Specific)
Especificar uma meta significa tirar quaisquer possibilidades de
ambiguidade ou mal entendimento dela, a fim de facilitar a criação de
atividades e a avaliação da meta no futuro.

A equipe responsável por bater essa meta deverá saber: o que é


esperado, o porquê da existência dela (seu propósito, para que ela servirá,
etc), quem são os envolvidos, o lugar e quais são os requisitos e limitações
(ex.: R$50.000 de faturamento vs. aumentar as vendas).
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 33

Mensurável (Measurable)
“O que não se mede não é gerenciável.” Essa frase mostra a
importância de se ter uma meta, não só pelo fato de se ter um critério
para definir se a meta fato foi alcançada, como também desse critério
poder ser medido.

Por exemplo, uma meta ruim nesse caso é “melhorar as nossas


propostas para clientes”, já a versão bacana dela seria “diminuir em 50% o
tempo de atendimento/construção de novas propostas”.

Não custa deduzir que “uma meta que não é mensurável, nunca será
alcançada”.

Alcançável (Attainable)
Nem fácil, nem difícil demais – evite os extremos.

De nada adianta uma meta tão alta que é impossível de ser


alcançada, pois desmotiva a equipe e faz com que a meta se torne inútil.
Em contrapartida, não é nada frutífera uma meta tão baixa que não exigirá
nada da equipe e trará uma falsa sensação de dever cumprido.

Claro, acertar na mosca é muito difícil e, por isso, defendemos


bastante aqui a agressividade nas metas, já que quanto mais importantes
elas são, mais maneiras de torná-las realidade você descobrirá. Ou seja, é
melhor errar atirando um pouco mais pra cima, do que mirando para o chão.
34 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

Figura 11 – Projetando uma Rede de Computadores.

Fonte: Pixabay

Relevante (Relevant)
Uma boa meta é aquela cujo propósito trará progresso à empresa.

Usando o exemplo anterior “diminuir em 50% o tempo de construção


de novas propostas”, essa meta só será relevante caso a demora para
entregar novas propostas esteja segurando novas vendas; ou se ao
diminuir esse tempo você conseguirá economizar consideravelmente os
seus custos sem prejudicar qualidade ou faturamento.

Alguns critérios para avaliar a relevância de uma meta são: impacto


nas métricas principais (faturamento, nº de clientes etc.), momento (timing)
e considerar se ela faz sentido em conjunto com as demais metas.

Temporal (Time-Bound)
É tudo uma questão de prazo. Como metas SMART são passos
intermediários no planejamento, se você não as organizar por tempo, com
certeza o seu plano final será diretamente prejudicado.
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 35

Para ilustrar, coloco um trecho de um artigo chamado “Uma tarefa


sem prazo é uma tarefa que nunca será feita”, escrito por Jeremy
Wright:

Existe uma coisa do mundo dos negócios que é importante ser


aprendida cedo por um empreendedor: “O trabalho se expande para
preencher o tempo disponível para ser concluído”. Isso é conhecido como
a Lei de Parkinson e significa que prazos nos motivam. Sem prazos, o
esforço para completar uma tarefa é ou superestimado ou ignorado. Com
isso, o empreendedor fica enrolando ao invés de sentar, produzir e fazer
com que o projeto seja concretizado.

Quando um prazo razoável é definido, ele cria uma referência


psicológica. No fundo de sua mente, o empreendedor sabe que se deixar
passar aquele prazo será necessário assumir o erro e explicar para os
outros membros da equipe o porquê daquela tarefa não ter sido feita. Isso
é uma experiência vergonhosa e desconfortável.

IMPORTANTE:

Use prazos a seu favor e nunca aceite a mentalidade “Vou


fazer isso quando tiver tempo”. Como Parkinson nos lembra,
uma tarefa sem prazo nunca será feita.

Pensando no progresso da sua empresa, para ser produtivo nas


tarefas que você e sua equipe realizam no dia a dia, garanta que elas
correspondam a metas bem construídas do seu planejamento.

Ciclo de Vida dos Projetos de Rede


Identificação das necessidades, restrições e
objetivos do cliente
Primeira fase do projeto de redes, portanto, uma das mais
importantes, pois se nessa fase as informações forem levantadas de forma
incorreta ou faltarem informações, poderá comprometer o entendimento
correto das necessidades do cliente e projetar uma rede que não cumpra
36 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

os requisitos mínimos e comprometa até mesmo o funcionamento da


empresa.

Dividimos essa fase em duas partes distintas:

• Objetivos e restrições do negócio;

• Objetivos e restrições técnicas.


Tabela 1 – Tabela que mostra as fases para a implementação de um Projeto de Redes

Fonte: O autor

Após essa fase, passamos para o levantamento da situação atual da


rede, sendo necessário reunir dados pertencentes às topologias física e
lógica, tráfego de dados, gerenciamento e segurança.

Projeto Lógico
Consiste em desenvolver:

• As topologias LAN e WAN;

• Projeto de endereçamento, prevendo expansões sem alterar o


desempenho da rede;

• Adotar um modelo de nomeação de equipamentos que os


caracterize de forma clara e objetiva;

• Selecionar protocolos de switching e roteamento;


Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 37

• Desenvolver as estratégias de gerenciamento e segurança da


rede.

IMPORTANTE

Essa é uma etapa muito trabalhosa e que necessita das informações


coletadas na fase anterior.

Projeto Físico
Especificar:

• Cabeamento (padrão escolhido);

• Dispositivos de rede local (LAN): switches, servidores, pontos de


acesso, estações de trabalho;

• Dispositivos para rede de longa distância (WAN): comunicação


com a internet (tipo de conexão), comunicação entre filiais e com
fornecedores, parceiros e clientes, modems e roteadores.
Figura 12 – Exemplos de Projetos Físicos de Rede
38 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

Fonte: O autor

Testes e Documentação
Escrever e implementar um plano de testes, especificando os testes
a serem realizados, definir scripts e ferramentas:

Se possível, implementar uma rede piloto (testes) e verificar se os


testes são conclusivos. Baseados nos resultados, otimizar:

• Diminuição de domínios de broadcast;

• Traffic Shaping (modelagem de tráfego);

• Quality of Service (QoS);

• Documentar o projeto de rede.

Abrangência e Escopo de um Projeto de Redes


Os Projetos de Redes podem ser desde pequenos e simples,
limitados a uma rede local, até grandes e complexos como uma extensa
rede WAN utilizando diversos protocolos de roteamento e diferentes
tecnologias.

A abrangência e o escopo do projeto devem ser muito bem


definidos, informando as localidades, redes, segmentos de redes e até
mesmo equipamentos envolvidos.
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 39

EXEMPLO: ESCOPO MACRO (exemplo básico de uma rede corporativa):

• Análise de Requisitos de Negócio;

• Análise de Requisitos Técnicos;

• Análise da Rede Existente;

• Projeto Lógico:

• Desenho Topologia de Rede Geral;

• Desenho Topologia de Rede LAN;

• Desenho Topologia de Rede WLAN;

• Desenho Topologia de Rede WAN;

• Plano de Endereçamento IP e Nomes;

• Escolha de Protocolos de Switching e Roteamento;

• Dimensionamento dos links internos e externos.

• Projeto Físico:

• Especificação dos Switches;

• Especificação dos Roteadores;

• Especificação do Cabeamento Estruturado.

• Entrega da Documentação do Projeto.

Tipos de projetos de redes


Os Projetos de Redes podem ter diferentes objetivos, abrangências
e escopos, podemos também os classificar por tipos ou por natureza,
vejamos alguns exemplos:

• Projetos de Cabeamento Estruturado:

Contempla a infraestrutura física, não contempla ativos e protocolos.

• Projeto de Redes LAN:

Normalmente vinculado as Camadas 1 e 2 MR-OSI, podendo


também conter elementos de roteamento e forma de acesso à Internet.
40 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

Figura 13 – Elaboração de um Projeto de Redes

Fonte: Freepik

• Projeto de Redes WAN:

Incluem roteadores, protocolos de roteamento, elementos de


segurança, links e operadoras de longa distância.

• Projeto de Expansão de Redes:

Necessidade de expandir a capacidade ou abrangência de uma


rede, tipo constante nas empresas.

• Projeto de Migração de Redes:

Normalmente ocorrem devido a mudanças físicas na empresa


(localidade ou infraestrutura do prédio).

• Projeto de Segurança de Redes:

Projetos exclusivos para tratar da segurança e integridade da rede


de dados do negócio.

Principais Documentos para um Projeto de Redes


Para cada fase é necessário a entrega de um documento, porém
não há uma legislação, existem boas práticas e bom senso:
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 41

• Modelos são baseados no PMBOK - Project Management Body


of Knowledge (PMBOK) é um conjunto de práticas na gestão
de projetos organizado pelo instituto PMI (Project Management
Institute) e é considerado a base do conhecimento sobre gestão
de projetos por profissionais da área;

• Termo de Abertura de Projeto - Formaliza o entendimento e


aceitação das condições que o projeto será desenvolvido. Apresenta
os objetivos, escopo macro, datas importantes, stakeholders
(interessados no sucesso do projeto), premissas, restrições entre
outras informações que forem julgadas importantes;

• Para o projeto de redes propriamente dito, existem dois documentos


básicos que carregam todas as informações técnicas necessárias:

• High Level Design (HLD);

• Low Level Design (LLD).


Figura 14 – Documentos para um Projeto de Redes

Fonte: Freepik

High Level Design


Documento com informações em alto nível, sem muitos detalhes,
deve ter:

• Topologia da rede;

• Plano de endereçamento e nomes;


42 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

• Protocolos de switching e roteamento;

• Definições de segurança da rede;

• Dimensionamento dos links;

• Definição básica de equipamentos.

Low Level Design


Toma como base o HLD com aprofundamento em todos os pontos:

• Detalha como a rede será implantada até as configurações


necessárias para o seu funcionamento;

• Plano de testes.

Estudo de Viabilidade de um Projeto de Redes


Um estudo de viabilidade de projeto de rede deve tomar como
base vários fatores que definirão se os objetivos serão alcançados, no
tempo necessário, com a qualidade requerida e no custo previsto. Alguns
desses fatores são:

• A rede atenderá as demandas do cliente durante todo o tempo


esperado?

• A rede terá a qualidade definida no projeto, atendendo todos


requisitos?

• As pessoas que farão a operação da rede possuem, ou podem


adquirir em curto espaço de tempo, as competências e habilidades
para operá-la?

• A rede projetada possui a capacidade de “crescer” como o cliente


deseja?

• O projeto poderá ser implantado dentro do orçamento previsto?

• Caso seja, a rede trará retorno do investimento dentro do prazo


previsto?
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 43

Diagrama de um projeto de redes


Um diagrama de rede é uma representação visual de uma rede
de computadores ou telecomunicações. Ele mostra os componentes
que constituem uma rede e como eles interagem, incluindo roteadores,
dispositivos, hubs, firewalls etc.

Dependendo de seu escopo e objetivo, um diagrama de rede


pode conter muitos detalhes ou apenas fornecer uma visão geral. Por
exemplo, um diagrama de uma rede LAN pode mostrar os endereços
IP de computadores individuais, enquanto diagramar uma MAN (rede de
área metropolitana) pode representar edifícios ou áreas com um único nó.
Um diagrama de rede pode ser físico ou lógico.

Diagrama Lógico de Redes


Diagrama Lógico de Rede descreve a forma como a informação flui
através de uma rede. Portanto, diagramas lógicos de rede tipicamente
mostram sub redes (incluindo IDs de VLAN, máscaras e endereços),
dispositivos de rede como roteadores e firewalls e protocolos de
roteamento.

No modelo de Interconexão de Sistemas Abertos (OSI), diagramas


lógicos de rede correlacionam-se com as informações contidas na
camada 3 (L3). Também conhecida como a “Camada de Rede”, L3 é uma
camada de abstração que lida com o encaminhamento de pacotes através
de roteadores intermediários. O nível 2 mostra as ligações de dados entre
nós adjacentes, enquanto o nível 1 mostra o layout puramente físico.

Diagrama Físico de Redes


Um Diagrama Físico de Rede mostra a disposição física dos
componentes que constituem a rede, incluindo cabos e hardware.
Normalmente, o diagrama oferece uma visão geral da rede em seu
espaço físico, como uma planta.
44 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

Como Diagramas de Redes são usados?


Com sua capacidade de mostrar como componentes de rede
interagem, diagramas de rede podem ter uma variedade de propósitos,
incluindo:

• Planejar a estrutura de uma rede doméstica ou profissional;

• Coordenar atualizações em uma rede existente;

• Relatar e solucionar problemas da rede;

• Consentir com requisitos PCI ou outros;

• Como documentação para a comunicação externa, integração etc.;

• Monitorar componentes;

• Enviar informações relevantes a um fornecedor para uma RFP


(solicitação de proposta) sem revelar informações confidenciais;

• Vender uma proposta de rede para operadores financeiros;

• Propor mudanças de infraestrutura “syslog”de alto nível.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
projetar uma rede de computadores, aplicando a melhor
topologia de acordo com as necessidades da organização.
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 45

Topologia e Configuração de Redes

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo você será capaz de discernir sobre


as diferenças, vantagens e desvantagens entre as diversas
topologias de rede existentes. Isto será fundamental para
o exercício de sua profissão. As E então? Motivado para
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!

Topologia de Redes
Componentes de Redes de Computadores e suas
Classificações
Sabemos que toda rede é composta por dispositivos que se
comunicam entre si, contudo para que isso ocorra existem diversos tipos
de componentes que formam a rede. Abaixo iremos conhecer alguns
componentes que são encontrados frequentemente em uma rede:

• Servidores: é um micro ou dispositivo capaz de oferecer um


recurso para a rede. Em redes ponto-a-ponto não há a figura
do servidor, nesse tipo de rede os micros ora funcionam como
servidores, ora como clientes.

• Clientes: computadores que podem acessar os recursos oferecidos


pela rede através dos seus servidores.

• Recursos: qualquer serviço que possa ser oferecido e usado pelos


clientes da rede, como impressoras, arquivos, acesso à internet, etc.

• Protocolos: para que todos os dispositivos da rede possam


se comunicar deve existir uma linguagem em comum. Essa
linguagem é genericamente chamada protocolo. Dessa forma os
dados de uma rede são trocados de acordo com um protocolo,
como, por exemplo, o famoso TCP/IP.
46 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

• Cabeamento: os dados são trafegados através de dispositivos


físicos e a definição de cabeamento é o meio em que esses dados
são trafegados como fibra ótica ou redes sem fio.

• Hardware de Rede: eventualmente pode ser necessário o uso


de alguns periféricos para efetuar/efetivar e/ou melhorar a
comunicação na rede.

• Placa de Rede: também chamada de NIC (Network Interface


Card), a placa de rede permite que PCs consigam ser conectados
em uma rede, já que internamente os PCs usam um sistema
de comunicação totalmente deferente do utilizado em uma
rede. Entre outras diferenças que não importam no momento, a
comunicação na placa mãe de um PC é feita no formato paralelo
(onde todos os bits contendo as informações são transmitidos de
uma só vez), enquanto que a comunicação em uma rede é feita no
formado serial (transmitindo um bit por vez, apenas).

Transmissão de Dados
Para a transmissão entre duas máquinas, a comunicação pode
ser realizada de diferentes maneiras. Ela se caracteriza pelo sentido das
trocas, como as trocas são realizadas, pelo modo de transmissão, quanto
ao o número de bits enviados simultaneamente, então ela “ocorrerá” pela
a sincronização entre o emissor e o receptor.

Modos de Transmissão de Dados


Dependendo do sentido das trocas, existem três modos de
transmissão de dados, e são eles: ligação simplex, half-duplex e full-
duplex.

• Simplex: Para esse tipo de transmissão de dados, um dispositivo é


o transmissor (Tx) e o outro é o receptor (Rx), sendo que esse papel
não se inverte, isto é, o dispositivo A é sempre o transmissor e o B
é sempre o receptor. A transmissão de dados Simplex é, portanto,
unidirecional.
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 47

EXEMPLO de transmissão simplex: comunicação entre duas


pessoas com uma lanterna pelo Código Morse, supondo que o receptor
não tenha como responder à mensagem enviada.
Figura 15 – Servidores e Switches de Rede

Fonte: Pixabay

Figura 16 – Exemplo de Transmissão de Dados pelo Modo Simplex

Fonte: Editorial Telesapiens - Freepik


48 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

• Half-Duplex: Esse tipo de transmissão de dados é bidirecional


mas, por compartilharem um mesmo canal de comunicação, não
é possível transmitir e receber os dados ao mesmo tempo. Na
figura abaixo você pode observar que, ou o dispositivo A transmite,
ou então o B transmite; não há como os dois transmitirem dados
simultaneamente.

EXEMPLO de transmissão half-duplex é a comunicação usando em


um walkie-talkie (as duas pessoas podem conversar, mas só uma delas
de cada vez pode falar). Tradicionalmente, a forma de comunicação que é
feita em redes é o tipo half-duplex.
Figura 17 – Exemplo de Transmissão de Dados pelo Modo Half-Duplex

Fonte: Editorial Telesapiens - Freepik

• Full-Duplex: É a verdadeira comunicação bidirecional. A e B


podem transmitir e receber dados ao mesmo tempo. Exemplo
de transmissão Full-Duplex: os aparelhos telefônicos. Tradicional,
redes de comunicação Full-Duplex não são tão usuais, sendo
recomendada para dispositivos que necessitem de alto
desempenho, como servidores de arquivo.
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 49

Como as placas de rede que permitem esse tipo de comunicação


estão ficando cada vez mais baratas, está cada vez mais comum
encontrarmos hoje em dia redes que só usam esse tipo de comunicação,
aumentando o desempenho da rede.

Full-Duplex
A Ethernet tradicional usa half-duplex para a transmissão e a
recepção de quadros, no qual não pode fazer os dois simultâneos, ou
seja, a estação transmite ou recebe um quadro. Com a operação full-
duplex, uma estação pode transmitir e receber simultaneamente. Desta
forma, dobra-se a velocidade de transferência, ou seja, uma rede Ethernet
de 10Mbps torna-se 20Mbps; rede Ethernet de 100 Mbps torna-se 200
Mbps, e assim por diante. Para uma rede Ethernet trabalhar como full-
duplex, algumas mudanças são necessárias. As estações conectadas
precisam ter placas adaptadoras full-duplex. Se o ponto central for um
Switch, cada estação constitui um domínio de colisão separado e, não
existirá colisões, nesse caso, não será mais necessário o uso do algoritmo
CSMA/CD. Entretanto, o mesmo formato de quadro MAC 802.3 é usado, e
as estações conectadas podem continuar a executar o algoritmo CSMA/
CD, porém nenhuma colisão será detectada
Figura 18 – Exemplo de Transmissão de Dados pelo Modo Full-Duplex

Fonte: Editorial Telesapiens - Freepik


50 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

Padrões de Transmissão
Ethernet
A rede Ethernet é um protocolo para redes locais e foi desenvolvida
na década de 1970 nos laboratórios do Xerox Palo Alto Research Center,
posteriormente, foi revisado e melhorado em conjunto pelas empresas
Intel, Xerox e Digital Equipment Corporation (DEC). Em 1985, o IEEE
(Institute of Electrical and Electronics Engineers – Instituto de Engenheiros
Eletricistas e Eletrônicos) publicou o padrão IEEE 802.3 para estes tipos de
redes locais de baixo custo.

A Ethernet foi desenvolvida na década de 1970, porém, a origem


da ideia veio de Norman Abramson (engenheiro estadunidense) quando
desenvolveu a rede denominada “Aloha”, mostrando que múltiplos nós
nem uma rede podem usar o mesmo canal para comunicação e enviar
dados a qualquer momento.

A principal diferença entre a “Aloha” e a Ethernet é que, a primeira


permitia que qualquer nó transmitisse dados a qualquer momento e não
permitia que um nó detectasse que outro nó estava transmitindo dados e
não lidava com as colisões (colisões ocorrem quando dois dados tentam
transmitir dados simultaneamente), exigindo assim, muitas retransmissões.
A segunda, Ethernet, foi projetada com o monitoramento de transporte e
a detecção de possíveis colisões.

IMPORTANTE:

A Ethernet possui várias versões, 10 Mbps, 100 Mbps, 1 Gbps


e 10 Gbps, diferenciadas principalmente pelo comprimento
máximo que o sinal será propagado.

Redes Ethernet de 10 Mbps


Ethernet de 10 Mbps usa a técnica de controle de acesso ao meio
CSMA/CD, essa rede foi muita usada em LANs e possui uma velocidade de
sinalização de 20 MHz. Nestas implementações, os dados são codificados
usando o código de Manchester. As redes Ethernet de 10 Mbps se
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 51

dividem em várias especificações: 10Base2, 10Base5, 10Base-T, 10Base-


FBb, 10Base-FLb e 10Base-FPb, estas especificações são descritas na
tabela abaixo.
Tabela 2 – Tabela de especificações de Rede Ethernet

Fonte: O autor
52 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

Barramento
Nesta topologia, todas as estações se conectam através de um
meio de transmissão linear (barramento). Uma transmissão de qualquer
estação se propaga em ambas as direções no barramento e pode ser
recebida por todas as outras estações.

Quando a transmissão chega nas pontas do barramento, ela é


removida através do terminador (conector especial que deve ser instalado
nas extremidades do barramento para absorver os sinais das transmissões
e evitar que estes sinais retornem na forma de interferência).

Na topologia de Barramentos, existem dois problemas: o primeiro é,


como a transmissão de qualquer estação pode ser recebida por todas as
outras estações, é necessário indicar para qual estação será a transmissão;
e em segundo, será necessário um mecanismo para regular a transmissão,
ou seja, para não haver duas ou mais transmissões simultaneamente e
para evitar que uma estação decida transmitir continuamente por um
longo período, bloqueando o acesso de outros usuários.

Para solucionar o primeiro problema, cada estação ligada ao


barramento, recebe um endereço de destino. As estações transmitem
dados em blocos pequenos, denominados quadros, que é parte de dados
que a estação deseja transmitir com um cabeçalho contendo informações
de controle e o endereço de destino.

Como exemplo podemos citar um esquema com 5 estações: A, B, C,


D e E. A estação D quer transmitir um quadro de dados para a estação A. À
medida que o quadro se propaga pelo barramento em ambas as direções,
passa pela estação E, que observa o endereço e ignora o quadro, passa
pelas estações C e B, que assim como a estação E, observam o endereço
e ignoram o quadro, porém, quando o quadro passar pela estação A,
observa o endereço e copia os dados do quadro enquanto eles passam.

A estrutura de quadro também soluciona o segundo problema, a


regulamentação de acesso. Para isso, as estações se alternam de forma
cooperativa no envio de quadros usando o controle de acesso ao meio
CSMA/CD, ou seja, a estação que deseja transmitir escuta o meio para
verificar se existe outra transmissão em andamento, se o meio estiver
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 53

ocioso, a estação pode transmitir, caso contrário, se o meio estiver


ocupado, a estação deve continuar escutando até que o meio esteja
ocioso e transmitir imediatamente; se for detectada colisão durante a
transmissão, a estação deve transmitir um sinal de colisão para que as
demais estações saibam da colisão e depois, parar de transmitir; após isto
é preciso esperar um tempo aleatório (denominado “back off”), e depois
tentar transmitir novamente.

Estrela
Nesta topologia, cada estação é conectada ao hub (dispositivo
que tem a função de interligar os computadores de uma rede local) por
meio de duas linhas (transmissão e recepção), essa linha normalmente
consiste em dois pares trançados não-blindados. O hub atua como um
repetidor, ou seja, quando uma estação transmite, o hub repete o sinal na
linha de saída para todas as estações. Devido à alta velocidade de dados
e às qualidades de transmissão fracas do par trançado não-blindado, o
comprimento limita-se aproximadamente 100 metros.

Embora esse esquema seja fisicamente uma estrela, na lógica


possui os mesmos conceitos de um barramento, pois uma transmissão
de qualquer estação é recebida por todas as outras estações e, se duas
estações transmitirem ao mesmo tempo, haverá uma colisão.

Switches
Um Switch, também conhecido como Comutador Layer 2, é mais
usada do que o hub e o barramento principalmente em LANs de alta
velocidade. Quando um quadro é transmitido por determinada estação,
esse quadro é direcionado para a linha de saída desejada para ser
entregue ao destino pretendido. Enquanto isso acontece, as demais linhas
que não estão sendo utilizadas podem ser usadas para a comutação de
outro tráfego.
54 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

Figura 19 – Switch de 24 portas com Cabos de Redes

Fonte: Wikicommons

Além disso, um Switch possui alguns recursos, como por exemplo:


cada dispositivo conectado possui uma capacidade dedicada igual à da
LAN original inteira, para isso, o Switch deve ter capacidade suficiente
para acompanhar todos os dispositivos conectados; para usar o Switch
não é necessário mudança no software ou hardware dos dispositivos
conectados; podem ser conectados outros dispositivos ao Switch,
aumentando a capacidade do mesmo.

Um Switch pode ser visto como uma versão full-duplex do


hub, podendo incorporar lógica que lhe permite funcionar como uma
ponte de múltiplas portas. Além disso, o Switch realiza as funções de
reconhecimento, de endereço e de encaminhamento de quadro no
hardware, além de possuir vários caminhos de dados paralelos e podendo
lidar com vários quadros ao mesmo tempo.
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 55

Vantagens e Desvantagens das Topologias


de Redes
Tabela 3 – Vantagens e desvantagens das topologias de redes

Fonte: Elaborada pelo autor, 2021.

Redes Ethernet de 100 Mbps


Com o passar do tempo, muitas instalações precisavam de maior
largura de banda, além da existência de diversas LANs de 10Mbps
conectadas com muitos repetidores, hubs e Switches, parecendo um
labirinto, e a largura de banda máxima de um computador era limitada
pelo cabo que o conectava a Switches, com isso surgiu a necessidade
de uma LAN mais rápida. Em 1992, a IEEE reuniu o comitê do 802.3, com
instruções para produzir uma LAN mais rápida sendo compatível com as
LANs Ethernet existentes, surgindo a 802.3u (também conhecido como
Fast Ethernet) em junho de 1995.
56 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

A Ethernet de 100Mbps permite a interconexão somente por hubs


ou Switches. É usado o algoritmo CSMA/CD para compartilhar o meio.
Por razões de velocidade e distância, surgiram apenas 3 especificações,
que são:

• 100Base-T4: usa o esquema de par trançado sem blindagem (UTP),


da categoria 3, que emprega uma velocidade de sinalização de
25MHz e utiliza a codificação Manchester. Para atingir a largura de
banda necessária, é exigido quatro pares trançados, um sempre é
para o hub, um sempre é do hub e os outros dois são comutáveis
para a direção da transmissão atual. Utiliza um esquema
complicado que envolve envio de dígitos ternários com três níveis
de tensão. Pelo fato de a telefonia padrão usar quatro pares por
cabo, pode-se usar a fiação já existente para esse esquema, não
podendo usar junto com o telefone. Esse esquema pode atingir
uma distância de até 100 metros.

• 100Base-TX: usa o esquema de par trançado sem blindagem


de categoria 5, além do projeto ser mais simples, possui uma
velocidade de sinalização de 125 MHz. São necessários apenas
dois pares trançados por estação: um para o hub e outro a partir
dele. Utiliza a codificação 4B/5B, onde quatro bits de dados são
codificados e enviados a 125 MHz para fornecer 100Mbps. Esse
sistema é full-duplex, ou seja, podem transmitir a 100Mbps em
um par trançado e recebem em 100Mbps em outro par trançado
ao mesmo tempo. Esse esquema pode atingir uma distância de
até 100 metros.

• 100Base-FX: utiliza dois filamentos de fibra multimodo, um para


cada sentido, sendo também full-duplex, com 100Mbps em cada
sentido. Nesse sistema, a distância entre uma estação e o Switch
pode ser de até 2Km.
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 57

Redes Ethernet de 01 Gbps


Após o sucesso da Fast Ethernet, o comitê 802.3 começou a
desenvolver uma Ethernet ainda mais rápida, e em 1999, surgiu o padrão
802.3ab apelidada de Gigabit Ethernet, dez vezes mais rápida do que a
Ethernet anterior e manteve a compatibilidade com os padrões Ethernet
existentes. Essa nova Ethernet ofereceu o serviço de datagrama não
confirmado com unicasting e multicasting, continuou com o mesmo
esquema de endereçamento de 48 bits e manteve o mesmo formato
de quadro. Assim como a Fast Ethernet, a Gigabit Ethernet continuou
utilizando enlaces ponto-a-ponto. Admite os dois modos de operação
(half-duplex e full-duplex), sendo que, o modo normal é o full-duplex,
usado com um Switch central conectado a computadores ou a outros
Switches. O modo half-duplex é usado quando os computadores estão
ligados a um hub.

A Gigabit Ethernet suporta cabeamento de cobre e de fibra, com


diferentes distâncias de segmentos, por isso, foi dividida em quatro
especificações, que são:

• 1000Base-SX: usa o cabeamento de fibra ótica, possui uma


distância máxima do segmento de 550 metros e tem como
vantagem utilizar a fibra multimodo (50, 62 e 5 micras).

• 1000Base-LX: usa o cabeamento de fibra ótica, possui uma


distância máxima do segmento de 5000 metros e tem como
vantagem utilizar o modo único (10 micras) ou multimodo (50, 62
e 5 micras).

• 1000Base-CX: usa o cabeamento com 2 pares de STP, possui


uma distância máxima do segmento de 25 metros e tem como
vantagem utilizar o cabo de par trançado blindado.

• 1000Base-T: usa o cabeamento com 4 pares de UTP, possui uma


distância máxima dos segmentos de 100 metros e tem como
vantagem o cabo UTP padrão na categoria 5.
58 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

Redes Ethernet de 10 Gbps


Após a padronização da Gigabit Ethernet, o comitê começou a
desenvolver a Ethernet de 10 Gigabits, ou seja, mil vezes mais rápida que
a primeira Ethernet desenvolvida, e seguiu os mesmos padrões do que as
Ethernet anteriores.

Nessa Ethernet, foram feitas cinco versões e todas só admitem


operações full-duplex, também deixou de usar o CDMA/CD, e busca
detalhes da camada física que podem trabalhar em velocidades altas, a
compatibilidade entre às Ethernet é considerada importante, por isso, a
Ethernet de 10 gigabits consegue auto negociar e recuar para a velocidade
mais baixa admitida pelas duas extremidades da linha.
Figura 20 – Inspeção de Service Solutions

Fonte: Pixabay

As cinco versões são:

• 10GBase-SR: Usa o cabeamento de fibra ótica, possui a distância


máxima de até 300 metros e tem como vantagem a fibra multimodo
0,85 μ.
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 59

• 10GBase-LR: Usa o cabeamento de fibra ótica, possui a distância


máxima de até 10 quilômetros e tem como vantagem a fibra
multimodo 1,3 μ.

• 10GBase-ER: Usa o cabeamento de fibra ótica, possui a distância


máxima de até 40 quilômetro e tem como vantagem a fibra
multimodo 1,5 μ.

• 10GBase-CX4: Usa o cabeamento de 4 pares de twinax, possui a


distância máxima de até 15 metros e tem como vantagem o cobre
twinaxial.

• 10GBase-T: Usa o cabeamento de 4 pares de UTP, possui a


distância máxima de até 100 metros e tem como vantagem a UTP
padrão da categoria 6a.

Token Ring
O padrão Token Ring (passagem de permissão) trabalha em uma
forma circular para determinar qual estação tem permissão de que todas
as estações da rede tenham a chance de transmitir os dados.

Utilizando esse padrão, o computador monitora a rede até que ele


veja um padrão de bits denominado permissão. Assim, ele envia o pacote
de dados que viaja pelo anel até o destino receber na passagem.

IEEE 802.11 (Wi-Fi)


Esse é o mais novo padrão de transmissão de dados, ele é conhecido
por transmitir os dados utilizando uma rede sem fio. Esse padrão é dividido
em vários formatos. Vejamos os exemplos:

• 802.11a – Opera em uma frequência de 5 GHz e suporta 64


utilizadores por ponto de acesso. Trabalha em velocidade de 54 e
de 72 a 108 Mbps.

• 802.11b - Opera em uma frequência de 2.4 GHz e suporta 32


utilizadores por ponto de acesso. Trabalha em uma velocidade de
11 Mbps e 72 Mbps.
60 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

• 802.11d – Habilita o hardware de 802.11 a operar em vários países


que ele não pode operar.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
discernir sobre as diferenças, vantagens e desvantagens
entre as diversas topologias de rede existentes. Isto será
fundamental para o exercício de sua profissão.
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 61

Meios de Transmissão

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo você será capaz de identificar


os diferentes tipos de cabos, montando o do tipo Thin
Ethernet (Par Trançado), considerando seus diferentes tipos
de conectorização. Isto será fundamental para o exercício
de sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta
competência? Então vamos lá. Avante!

Meios de transmissão são as conexões físicas entre as estações


da rede. Geralmente eles diferem com relação à banda passante, tipo
de conexão (se ponto-a-ponto ou multiponto), limitação geográfica,
atenuação característica do meio, imunidade a ruído, custo, disponibilidade
de componentes e confiabilidade.

A escolha do meio de transmissão adequado às aplicações é


extremamente importante não só pelos motivos mencionados acima,
mas também pelo fato de que ele influencia diretamente no custo das
interfaces com a rede.

Qualquer meio físico capaz de transportar informações


eletromagnéticas é possível de ser usado em redes locais. Os mais
comumente utilizados são o par trançado, o cabo coaxial e a fibra ótica,
que são os chamados meios guiados. Sob circunstâncias especiais,
radiodifusão, infravermelho e microondas, que são os meios não-guiados,
também são escolhas possíveis.

Certas topologias estão ligadas à unidirecionalidade (ou


bidirecionalidade) do meio de transmissão. Fora esse fator, teoricamente,
qualquer meio de transmissão pode ser usado em qualquer topologia.
Mas o estágio atual do desenvolvimento tecnológico só permite que
algumas combinações sejam usadas nas redes locais comercializadas
hoje, pois o custo de outras combinações é proibitivo para o estado atual
das redes (PETERSON, Larry L; DAVIE, Bruce S., 2003).
62 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

O quadro abaixo mostra as combinações que hoje são


economicamente viáveis. Nela também foi levada em conta a uni ou
bidirecionalidade do meio de transmissão, quando requerida.
Tabela 4 – Topologia X Meios de Transmissão

Fonte: Elaborada pelo autor, 2021.

Iremos conhecer um pouco sobre os meios de transmissão mais


comuns utilizados:

• Cabo Coaxial;

• Par Trançado;

• Fibras Óticas;

• Sistema de Rádio Enlace.

Cabo Coaxial
O cabo coaxial foi o primeiro cabo disponível no mercado, e era, até
alguns anos atrás, o meio de transmissão mais moderno que existia em
termos de transporte de bits, embora ainda hoje seja usado para a mesma
finalidade.

Um cabo coaxial consiste em um fio de cobre rígido que forma o


núcleo, envolto por um material isolante que, por sua vez, é envolto em um
condutor cilíndrico, frequentemente na forma de uma malha entrelaçada.
O condutor externo é coberto por uma capa plástica protetora, que evita o
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 63

fenômeno da indução, causada por interferências elétricas ou magnéticas


externas.
Figura 21 – Cabo Coaxial com Conector F

Fonte: Wikicommons

Características
O cabo coaxial mantém uma capacidade constante e baixa,
independente do seu comprimento, o que lhe permite suportar
velocidades da ordem de megabits por segundo, sem a necessidade de
regeneração do sinal e sem distorções ou ecos.

A forma de construção do cabo coaxial lhe oferece uma boa


combinação de alta banda passante e excelente imunidade a ruídos e,
por isso, eram o meio de transmissão mais usado em redes locais.

A figura abaixo mostra os componentes utilizados nas conexões


com cabos Thin Ethernet. Os conectores “T” são acoplados ao conector
BNC da placa de rede, e nele são conectados os cabos que ligam o PC
aos seus vizinhos. O terminador deve ser ligado no último conector “T” da
cadeia.

Vantagens e Desvantagens
Algumas vantagens do cabo coaxial: baixos custos de implementação,
topologia simples de implementar, resistência a ruídos e interferências.
64 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

Algumas desvantagens do cabo coaxial: distâncias limitadas, baixo


nível de segurança, dificuldade em fazer grandes mudanças na topologia
da rede.
Figura 22 – Conector BNC 75 Ohms e Terminador e mais um Adaptador/Conector Tipo T

Fonte: Wikicommons

Classificação
Dois tipos de cabo coaxial são bastante utilizados:

• Coaxial fino (Thin Ethernet - 10Base2);

• Coaxial grosso (Thick Ethernet - 10Base5).

Existem cabos com impedância de 50 Ohms, 93 Ohms, 95 Ohms,


100 Ohms. Descreveremos a seguir as características físicas e dimensionais
de alguns cabos existentes no mercado de acordo com a sua impedância
citadas acima.
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 65

Tabela 5 – Tabela de Referência de Cabos

Fonte: Elaborada pelo autor, 2021.

Cabo Coaxial Fino (10Base2)


O cabo coaxial fino, também conhecido como cabo coaxial banda
base ou 10Base2, é o meio mais utilizado em redes locais. A topologia
mais utilizada é a topologia em barra.

O método de acesso ao meio usado em cabos coaxiais finos é o da


detecção de portadora, com detecção de colisão.
66 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

Sua instalação é facilitada devido ao fato de que o cabo coaxial fino


é mais maleável.

Possui maior imunidade a ruídos eletromagnéticos de baixa


frequência, pois sofre menos reflexões, devido às capacitâncias
introduzidas na ligação das estações do cabo, do que o cabo grosso.
Figura 23 – Cabo Coaxial Fino

Fonte: Wikicommons

Tabela 6 – Característica Técnicas do Cabo Coaxial Fino (10Base2)


Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 67

Fonte: Elaborada pelo autor, 2021.

Cabo Coaxial Grosso


O cabo coaxial grosso, também conhecido como cabo coaxial de
banda larga ou 10Base5 ou “mangueira de jardim amarela”, é utilizado para
transmissão analógica.
Figura 24 – Cabo Coaxial Grosso

Fonte: Wikicommons

Em redes locais, a band2a é dividida em dois canais ou caminhos:


caminho de transmissão (Inbound) e, caminho de recepção (Outbound). É
68 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

muito usado em aplicações de redes locais com integração de dados, voz


e imagens.

Necessita de amplificadores analógicos periódicos, que transmitem


o sinal num único sentido, assim, um computador que envia um pacote
não será capaz de alcançar os computadores a montante dele se houver
um amplificador entre eles. Para solucionar este problema foram criados
os sistemas com cabo único e com cabo duplo. No cabo duplo, toda
transmissão é feita no cabo 1 e toda recepção ocorre no cabo 2. No cabo
único, é alocado bandas diferentes de frequência para comunicação,
entrando e saindo por um único cabo.
Tabela 7 – Características Técnicas do Cabo Coaxial Grosso
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 69

Fonte: Elaborada pelo autor, 2021.

Montagem de cabos Thin Ethernet

Atualmente não se montam redes usando cabos coaxiais, já que


caíram em desuso. Mas é possível que seja necessário fazer manutenção
nessas redes, o que inclui a confecção de cabos. Se esta operação é feita
de forma esporádica, pode-se encomendar cabos sob medida em lojas
especializadas, além disso, esses cabos podem ser montados. O material
necessário e as ferramentas são encontrados em lojas especializadas em
equipamentos e suprimentos para redes.
Figura 25 – Alicate para “Crimpagem”

Fonte: Wikicommons
70 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

IMPORTANTE:

Duas ferramentas são necessárias para a montagem de


cabos coaxiais. A primeira serve para desencapar o cabo, e
a outra é um alicate para a “crimpagem”, usado para fixar o
conector no cabo.

O conector BNC é vendido desmontado, como mostra a figura ao


lado. Um pino central deve ser fixado no condutor mais interno do cabo. A
parte maior do conector fará contato com a blindagem externa. Uma peça
metálica adicional firmará o cabo no conector.

Corte o cabo e introduza-o no anel metálico. A seguir desencape o


cabo como mostra a figura abaixo, usando a ferramenta apropriada. Note que
o Cabo Coaxial RG 58 é formado por quatro camadas, de dentro para fora:

• Condutor interno;

• Isolador plástico;

• Malha condutora externa;

• Capa plástica.
Figura 26 – Conector BNC desmontado

Fonte: Wikicommons

Observe que o tubo metálico externo, a esta altura já posicionado


no cabo, ficará sobre a sua capa plástica externa. Já a extremidade do
conector BNC deverá ficar sob a malha condutora do cabo.
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 71

Corte o excesso da malha externa e junte o tubo metálico ao


conector. Use o alicate crimpador para prender este tubo ao conector.
Figura 27 – Cabo Coaxial RG 58

Fonte: Wikicommons

Nas lojas que vendem o material para a construção desses


cabos, podemos ainda encontrar uma jaqueta plástica externa para o
conector, como no cabo que vemos na próxima figura. Esta jaqueta deve
ser encaixada no cabo antes da montagem do conector. Depois que o
conector está fixado ao cabo, juntamos a jaqueta com o conector, dando
maior rigidez e um acabamento profissional.

Par Trançado
Há alguns anos a rede feita com cabo de par trançado vem
substituindo as redes construídas com cabos coaxiais de 50 Ohms devido
principalmente a facilidade de manutenção, pois com o cabo coaxial é
muito trabalhoso achar um defeito, pois, se houver um mau contato ou
qualquer problema com as conexões em algum ponto da rede o problema
se refletirá em todas as maquinas da rede, o que não acontece em uma
rede de par trançado.
72 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

Figura 28 – Cabo de Par Trançado

Fonte: Wikicommons

VOCÊ SABIA?

O cabo par trançado surgiu com a necessidade de se


ter cabos mais flexíveis e com maior velocidade e de
transmissão.

Características
Este cabo consiste em um par de fios elétricos de cobre ou aço
recoberto de cobre (aumenta a resistência à tração). Os fios são recobertos
de uma camada isolante, geralmente de plástico, e entrelaçados em
forma de trança (de onde surgiu o seu nome). Este entrelaçamento é feito
para se evitar a interferência eletromagnética entre cabos vizinhos e para
aumentar a sua resistência. O conector utilizado é o RJ-45.

Sua transmissão pode ser tanto analógica quanto digital. Na


transmissão analógica, para o qual foi originalmente construído, é
necessário um amplificador a cada 5 ou 6 km. Na transmissão digital, um
repetidor é necessário a cada 2 ou 3 km.

Além do uso em redes de computadores, o cabo par trançado é


muito utilizado em telefonia, ligando aparelhos telefônicos a centrais ou
a um centro de comutação privado (PABX), ele é usado em ligações com
multiplexação de 24 ou 30 canais, com uma banda de passagem de 268
ou 312 kHz.
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 73

Dados digitais são transmitidos usando-se modems de até 9600bps


em PKS e multiplexação, com banda agregada de 230 Kbps. Também
é utilizado em transmissões digitais, como na interligação de centrais
telefônicas com PCM de 24 ou 30 canais e taxa agregada de 1,5 ou 2 Mbps.

Vantagens e Desvantagens
Tem como vantagem atingir maior taxa de transferência podendo
trabalhar não somente a 10 Mbps, mas também a 100 Mbps (Fast Ethernet)
ou até 1000 Mbps (1 Gigabit Ethernet).

Sua desvantagem consiste no fato de ser suscetível à interferência


e ao ruído, inclusive “cross-talk” de fiações adjacentes, mas para se
solucionar estes problemas foram desenvolvidos dois tipos de cabo par
trançado: o par trançado sem blindagem (UTP) e o par trançado com
blindagem (STP).

Tipos de Cabo Par Trançado


Existem dois tipos básicos de cabos par trançado:

• UTP - Unshielded Twisted Pair (Par trançado sem blindagem): Este


é sem dúvida o cabo mais utilizado em redes de computadores,
pois, é de fácil manuseio, instalação e permite maiores taxas de
transmissão em relação aos cabos coaxiais.

• STP - Shielded Twisted Pair (Par trançado com blindagem): O


cabo blindado STP é muito pouco utilizado sendo basicamente
necessários em ambientes com grande nível de interferência
eletromagnética. Podem ser encontrados com blindagem simples
ou com blindagem par a par.

Deve-se dar preferência a sistemas com cabos de fibra ótica em


ambientes com agressivos ruídos eletromagnéticos, pois estas são imune
a qualquer tipo de ruído eletromagnético, ou quando se desejam grandes
distâncias ou altas velocidades de transmissão.
74 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

Categorias
Os UTPs são divididos em 5 categorias, levando em conta o nível
de segurança e a bitola do fio, onde os números maiores indicam fios com
diâmetros menores.

• Categoria 1: Sistema de Telefonia;

• Categoria 2: UTP tipo 3 definido pela IBM, com baixa transmissão;

• Categoria 3: Transmissão de até 16Mhz. Uso típico em até 10 Mbps;

• Categoria 4: Transmissão de até 20Mhz. Uso típico em até 16Mbps;

• Categoria 5: Transmissão de até 100Mhz. Uso típico em até 100Mbps.

Padrões de Conectorização
Conectorização T568A (Strainght Through) para 10BaseT e 100BaseT.
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 75

Este esquema de ligação visto logo acima é o mais usado em todo


o mundo.

Conectorização T568B (Half Cross) para 10BaseT e 100BaseT,


conforme norma da EIA/TIA 568A.
76 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

Conectorização T568A (Strainght Through) para 1000BaseT


(Gigabit Ethernet). Esquema de ligação conforme norma EIA/TIA 568A
para 1000BaseT. A codificação das cores é a mesma, modificando somente
sinais em que esse tipo de ligação se usa todos os pinos de ligação para
os sinais (full-duplex).
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 77

Conectorização Cross Over (Cruzamento Total) T568A para


1000BaseT (Gigabit Ethernet).

Figura 29 – Cabos de Fibra Ótica

Fonte: Pixabay
78 Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido a
identificar os diferentes tipos de cabos, montando o do tipo
Thin Ethernet (Par Trançado), considerando seus diferentes
tipos de conectorização.
Introdução a Redes de Computadores e Protocolos de Comunicação 79

REFERÊNCIAS
BOOKS, E. D. Guia Prática de Redes de Computadores. São Paulo:
Universo dos Livros. 2009.

MENDES, D. R. Redes de computadores -Teoria e Prática (Vol. 2ª


Edição).São Paulo: NOVATEC. 2015.

TANENBAUM, A. S., & WETHERALL, D. Redes de computadores


(Vol. 4ª Edição).(V. D. Souza, Trad.) Rio de Janeiro: ELSEVIER & CAMPUS.
2003.

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