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Adriana X Unibanco
Adriana X Unibanco
Advogado
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do Juizado Especial Cível da Comarca da
Capital/RJ.
PRELIMINARMENTE
Estrada de Jacarepaguá, 7655, sala 227, Freguesia, Rio de Janeiro, RJ.
Telefones: (21) 3899-7893, (21) 9170-1812
E-mail: vincardoso@yahoo.com.br
Vinícius Cardoso
Advogado
DOS FATOS
A Autora, até 16 de julho de 2007, foi usuária dos serviços fornecidos pelo
Réu, uma vez que foi titular da conta corrente n.106381-6, da agência n. 7356, mantida pelo
mesmo.
Ainda no mesmo dia, a Autora entrou em contato com o SAC mantido pelo
Réu a fim de solicitar a microfilmagem dos cheques com envio para seu email, no valor de
R$ 2,50 (dois reais e cinquenta centavos) por cada ato. Foi atendida pelo preposto Fábio, que lhe
informou que o prazo para envio era até o dia 21/06/2007. Este atendimento teve o número de
protocolo 2197220.
No dia 16/06/2007, a Autora decidiu entrar em contato uma vez mais com o
SAC mantido pelo Réu, no intuito de indagar sobre o envio da microfilmagem dos cheques.
Embora o Réu ainda estivesse no prazo, a Autora foi informada pelo preposto Rodrigo Patroni,
que a microfilmagem dos cheques já havia sido enviada no dia anterior.
Contrariada, a Autora informou que não recebeu nenhum email do Réu com
os arquivos solicitados, embora tenha informado dois endereços eletrônicos de email. Desta
forma, a única solução oferecida à Autora pelo referido preposto, era requerer, novamente, o
envio do arquivo eletrônico contendo a microfilmagem dos cheques. No entanto, o prazo seria
dilatado para o dia 26/06/2007, tendo este pedido o número de protocolo 2723420.
Ao fim do prazo informado pelo Réu para solucionar o caso e tendo em vista
que nada fora feito em relação ao cheque de n. 300008, a Autora entrou em contato com o SAC
do Réu, no dia 20/06/2007, com a intenção de solicitar, uma vez mais, a devolução do valor
debitado a maior no cheque de n. 300008 e a CPMF, além de formalizar uma reclamação da
gerência de sua agência, uma vez que até o presente momento ninguém havia entrado em
contato, sequer para dar uma satisfação do ocorrido. Este atendimento for realizado pelo
preposto Antonio Soares e recebeu o número de protocolo 3121930.
No dia seguinte, 21/06/2007, pela primeira vez, a Autora recebe uma ligação
da gerência da agência onde sua conta se encontra e lhe informado que não ocorreu nenhuma
falsificação ou clonagem dos cheques, mas sim, um erro de compensação do Réu.
Ora, tal afirmativa beira ao absurdo! Como pode o mesmo erro grosseiro
ocorrer com a Autora em dois meses consecutivos e distintos? E em valores diferentes?
Assim sendo, é induvidoso que a Autora, embora tenha sido reparada pelos
danos materiais, isto porque percebeu a tempo os ardis do Réu, também foi atingida em seu
íntimo, tendo sua moral abalada, motivo pelo qual se socorre ao Judiciário a fim de ser reparada
pelos danos morais suportados.
DO DIREITO
Sendo assim, emerge como seu direito básico a inversão do ônus da prova,
eis que é parte hipossuficiente nesta relação de consumo. Portanto, mister a aplicação do art. 6 o,
inc. VIII da acima mencionada lei em favor da Autora.
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.
Tanto é verdade que assegura o direito a uma indenização pelo dano moral
decorrente de sua violação.
“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”
“Aquele que, por ato ilícito, (arts. 186 e 187) causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo ”.
Desta forma, mais uma vez é importante salientar que não é necessário o
consumidor demonstrar a culpa do fornecedor ao ser vítima de débitos indevidos em sua conta-
corrente. Atribuir ao consumidor tal ônus seria desprezar o risco da atividade desenvolvida pelo
banco, é dizer que o risco é do próprio consumidor que utiliza a tecnologia, reconhecendo-se o
banco como vulnerável e não ao consumidor. Seria agir contrariamente ao artigo 14 do CDC, bem
como se insurgir contra o texto constitucional, desconsiderando a política pública disposta no art.
5º, XXXII que determina a proteção do consumidor. Tal entendimento é ilegal e inconstitucional.
DO DANO MORAL
Todo este desgaste sofrido pela Autora frente ao Réu, não pode ser
traduzido como um mero aborrecimento. A Autora sentiu-se diminuída, impotente, frente a todo o
descaso com que fora tratada pelo Réu, eis que esta só visa o lucro desmedido, ainda que para
isso seus consumidores sejam sacrificados à exaustão.
E tais danos ainda poderiam ser piores, caso a Autora não fosse uma
pessoa atenta.
Neste mesmo sentido José de Aguiar Dias assevera que o dano moral é
consequência irrecusável do fato danoso, e este o prova per se. (Da responsabilidade civil. p.
226.).
DO VALOR DA INDENIZAÇÃO
DOS PEDIDOS
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Rio de Janeiro, 15 de agosto de 2009.