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Cultivo Da Batata 2021
Cultivo Da Batata 2021
2021
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1-ORIGEM E IMPORTÂNCIA DA BATATA
A cultura sofreu grandes mudanças nas últimas décadas, conforme tabela abaixo.
2-BOTÂNICA E FISIOLOGIA
A batata é uma planta dicotiledônea, pertencente ao gênero Solanum, da família
Solanaceae, o qual contém mais de 2.000 espécies, embora somente cerca de 150 produzam
tubérculos. A batata cultivada no Brasil pertence à espécie tetraplóide Solanum tuberosum. Esta
espécie é dividida em duas subespécies, S. tuberosum subsp. tuberosum e S. tuberosum subsp.
andigena.
A batata é uma planta perene, embora cultivada como planta anual. Sua parte aérea é
herbácea, com altura variável entre 50 e 70 cm. O ciclo vegetativo da cultura pode ser precoce
(<90 dias), médio (90-110 dias) ou longo (>110 dias), dependendo da cultivar. O caule
compreende duas partes distintas: uma aérea e outra subterrânea. O caule aéreo é chamado de
"rama", que pode ou não se ramificar. A parte subterrânea do caule são os estolões e estes, por
sua vez, terminam por uma porção que é o tubérculo. As folhas são compostas, sendo formadas
por um pecíolo com folíolo terminal, por folíolos laterais e, às vezes, por folíolos secundários e
terciários. Dependendo da cultivar, as folhas têm tamanho, pilosidade e tonalidade de verde
diferentes. As flores da batateira apresentam a corola gamopétala com cinco pétalas, em cor que
varia de branca à azulada. São distribuídas em inflorescência do tipo cimeira.
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Na superfície dos tubérculos as estruturas mais evidentes são os olhos, cada um contendo
mais de uma gema, e as lenticelas. Vários fatores, como cultivar, tamanho do tubérculo e
condições de cultivo afetam o número de olhos por tubérculo. Cada olho possui uma gema
principal que também produz brotações laterais ou estolões.
Quando o tubérculo é cortado longitudinalmente, pode-se observar a periderme (pele), o
córtex, o anel vascular, a medula externa e a medula interna, esta mais clara, que se comunica
com os olhos.
Figura 3: Tubérculo de batata, corte transversal. Fonte: Pereira & Daniels (2003)
3-ÉPOCA DE PLANTIO
A batata é uma planta que exige frio, principalmente à noite. A planta exige uma
diferença entre as temperaturas diurnas (amenas) e noturnas (mais baixas) em torno de 10° C, ou
pouco menos – a denominada “termoperiodicidade diária”. Contudo, a alta luminosidade, comum
nos trópicos, compensa as temperaturas diurnas, mais elevadas do que o ideal, além de aumentar
a precocidade. O acúmulo de reservas no tubérculo se dá em função da quantidade de energia que
a planta assimila durante o dia, menos o que ela respira. Quanto mais a planta acumular durante o
dia, como resultado da fotossíntese, e quanto menos ela respirar, maior o acúmulo de reservas. A
temperatura fria à noite colabora para que a planta reduza a respiração e, assim, acumule mais
reservas. As zonas mais frias, portanto, são melhores para a batata. Nos últimos anos, a geografia
da produção da batata está mudando. A mesma vem sendo cultivada em regiões mais quentes, até
a Bahia e em algumas zonas do Nordeste, inclusive, com alto nível tecnológico e produção.
Segundo Filgueira (2008), as exigências climáticas da bataticultura são peculiares e
precisas, ressaltando-se que o fator limitante, nas condições brasileiras, tem sido a temperatura
elevada, mormente a noturna. Quando esta se mantém acima de 20° C, durante 60 noites ou mais,
não ocorre a tuberização. O fotoperíodo também afeta o desenvolvimento, sendo a planta de dia
curto para tuberização e de dia longo para o florescimento. Entretanto a variação fotoperiódica
não constitui um fator limitante no Brasil, como comprova o fato de se plantar e colher nas
quatro estações.
Diante do exposto tem-se as seguintes épocas de plantio:
• Plantio das águas
• Plantio da seca
• Plantio de inverno
4-CULTIVARES
Uma cultivar de batata é uma coleção de plantas idênticas, em termos de genótipo,
originárias de uma única planta matriz, que foi propagada vegetativamente. Portanto, trata-se de
um clone. No Brasil, há cerca de 100 cultivares registradas no Catálogo Nacional de Cultivares,
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), sendo que cerca de 30 são
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protegidas. A relação está disponível no site do MAPA:
http://www.agricultura.gov.br/images/MAPA/cultivares/lst1200.htm.
Atualmente no Brasil as principais variedades plantadas são Ágata (45%), Asterix (15%),
Orchestra (13%), Cúpido (7%), Markies (6%), Atlantic e FL (7%). A variedade Camila da
Embrapa, plantada em cerca de 300 hectares, tem despertado o interesse dos produtores de várias
regiões. Avariedade Ágata representa mais de 50% da produção nacional, chegando a produzir
mais de 50 toneladas por hectare. Isso ocorre pois apresenta melhor relação custo/benefício e
manterá essa importância até que outra variedade possa suplantá-la quanto às exigências do
mercado, o qual valoriza apenas o aspecto externo dos tubérculos exigindo bom formato e pele
lisa e brilhante.
As principais características das cultivares mais plantadas e adaptadas às condições
brasileiras, assim como das principais cultivares desenvolvidas no Brasil são descritas a seguir
(Descrição e fotos: ABBA).
ÁGATA
Origem: Holanda
Plantas - Hastes finas, que se espalham muito e cor verde forte; folhas moderadamente grandes e
de cor verde bastante clara; floração pobre, de inflorescências pequenas e flores brancas.
Tubérculos - Ovais; casca amarela e lisa, polpa de cor amarelo-claro; olhos superficiais.
Resistência a doenças - Suscetível à requeima das folhas, à sarna comum, às podridões; pouco
suscetível ao vírus Yn; imune ao cancro.
Qualidades culinárias –consumo fresco, imprópria para fritura.
ASTERIX
Origem: Holanda
Plantas – Variedade semi-tardia, rápida emergência, número médio de hastes, folhagem bem
desenvolvida.
Tubérculos – grandes, formato oval-alongado, olhos bastante superficiais, película vermelha (no
plantio em épocas quentes a pele clareia ficando rosada), polpa amarela, apresentam alto
rendimento e teor de matéria seca.
Resistência a doenças – resistente ao vírus do enrolamento, à Sarna comum, ao vírus X, à
requeima dos tubérculos, à alternária, ao fusarium e ao nematóide de cisto, suscetível aos vírus A
e Yn e à requeirma das folhas e imune ao cancro. Resistente ao enegrecimento interno e danos
mecânicos.
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Qualidades culinárias – tanto para cozimento quanto para fritas, utilizada na fabricação de French
Fries (Pré-fritas congeladas).
OBS: melhor produtividade nas safras de inverno, com irrigação adequada.
ATLANTIC
Origem: EUA (batata-semente produzida e comercializada pelo Canadá)
Plantas - vigorosas, hastes grossas, eretas, ciclo médio de 95 dias e flores de coloração rosa. As
folhas são grandes e verde-claras.
Tubérculos - formato oval-arredondado, película amarela ligeiramente rendilhada, olhos
medianamente profundos, polpa branca. Dormência média.
Resistência a doenças - moderadamente resistente a requeima e muito resistente ao vírus X..
Suscetível ao coração-oco, ao vírus Y e à murchadeira. Pouco suscetível à sarna comum.
Qualidades culinárias - processamento como palitos fritos, porém palitos curtos (tubérculos
arredondados). Especialmente indicada para produção de “chips, por apresentar alto teor de
matéria seca e pelo formato do tubérculo.
ORCHESTRA
Origem: Holanda
Possui uma dormência mediana e pouca dominância apical o que permite armazenar a semente
por longo período e, uma vez tirada da câmara fria, não tem brotação e esgotamento muito
rápido.
É uma variedade originária do cruzamento de Cupido, mas que não apresenta o mesmo
comportamento em relação à brotação; tem outra fisiologia e é de mais fácil no manejo.
Apresenta tubérculos de formato oval, olhos rasos, pele brilhante de excelente qualidade; tem
maior resistência ao esverdeamento e pós-colheita.
Possui ciclo curto a mediano com ramas que se mantém mais firmes e com coloração verde até as
últimas semanas de cultivo. As exigências nutricionais são similares às demais variedades, mas
ainda são necessárias mais observações e pesquisa neste aspecto.
Com relação a doenças, é medianamente susceptível à Requeima e apresenta boa resistência à
Canela, Pinta Preta, Rizoctoniose e Sarna Comum. Com relação às principais viroses, apresenta
muito boa resistência a degeneração por vírus X, Y e enrolamento. Por outro lado, é ligeiramente
susceptível à Fusariose e, portanto, maiores cuidados devem ser tomados em relação a esta
doença.
Apresenta forte sensibilidade ao herbicida Metribuzim (Sencor) que causa queimaduras e atraso
no desenvolvimento se for aplicado em pós emergência.
Apresenta muito pouca formação de Embonecamento e menos ainda de Rachaduras. Em todos os
campos de ensaios realizados não apresentou nenhum dano fisiológico interno
Fonte: http://www.abbabatatabrasileira.com.br/site/wp-content/uploads/2016/06/Edicao-42.pdf
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BRS CAMILA
Desenvolvida pelo programa de melhoramento da Embrapa em 2015
Possui alto potencial culinário devido à presença significativa de matéria seca.
Tem maior vida útil aos tubérculos depois de colhidos.
Indicada para a cocção e, depois de cozida, apresenta textura firme, sendo adequada para a
cozinha gourmet, na preparação de saladas e pratos finos.
Apresenta elevado potencial produtivo de tubérculos comerciais, alta resistência ao vírus Y da
batata (PVY) e baixa suscetibilidade a desordens fisiológicas nos tubérculos, tem período de
dormência médio e é moderadamente suscetível à requeima e à pinta-preta.
É indicada preferencialmente indicada para as regiões produtoras do Sul do Brasil, enquanto nas
regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste a recomendação é que seu plantio seja limitado às
épocas mais frias.
Foto: EMBRAPA
Fonte:https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/141658/1/Luis-Suita-co-autor-BRS-
Camila.pdf
5-PROPAGAÇÃO
N: 110-140
P2O5: 500-800 ou mais
K2O: 100-200
O N 60% vai no plantio e o restante na amontoa para variedades que podem iniciar
tuberização mais que uma vez como é o caso de Ágata em função da adubação nitrogenada. Para
variedades que não tem este tipo de problema como Atlantic, produtores mais tecnificados fazem
aplicação de uréia uma vez por semana via pivot. Independente do manejo normalmente a
adubação nitrogenada disponibiliza 3 a 3,5 g N/planta
O P vai todo no plantio, mas há produtores que usam duas adubações de cobertura com
MAP, uma aos 35 e outra ao 50 dias, sendo por volta de 20kg/ha por vez. Outra possibilidade é
aplicação de uma pequena quantidade junto ao N e K na amontoa, exemplo por volta de 200 kg
ha-1 da fórmula N-P-K 20-05-20 em cobertura antes da amontoa.
Metade da adubação potássica pode ser aplicada no sulco de plantio e o restante, em
cobertura, juntamente com o N. Esse parcelamento é especialmente favorável em solos arenosos,
nos quais a perda por lixiviação de K é mais acentuada.
Quanto a outros macros e micros é comum a aplicação de sulfato de magnésio + micro
(10kg ha-1de Bórax, Sulfato de cobre e Sulfato de zinco e 250 gha-1de Molibdato de sódio, no
sulco).
O adubo deve ser distribuído no sulco de plantio e misturado ao solo para evitar seu
contato direto com a batata-semente, pois esse contato pode ocasionar a queima dos brotos e
danificar o sistema radicular das plantas, diminuindo sua produtividade.
Na fase de desenvolvimento vegetativo (estágio II), raízes, caule e principalmente folhas
são formadas, acumulando nutrientes. Com a formação dos tubérculos (estágio III), estes passam
a ser o destino principal dos nutrientes absorvidos e ocorre a translocação das outras partes da
planta para eles (estágios IV e V). A partir do meio do ciclo, aproximadamente aos 60 dias, a
planta já está em pleno processo de crescimento dos tubérculos (estágio IV), e os nutrientes
absorvidos são usados predominantemente essa função. Efetivamente, muito pouco é absorvido
do solo no estágio V, o crescimento e a maturação dos tubérculos se completa com o
esgotamento dos nutrientes da planta toda na senescência (DECHEN et al.,2006).
Segundo Fernandes (2010) em trabalho com as variedades Ágata, Asterix, Atlantic,
Markies e Mondial, verificou que a parte aérea, representada pelas hastes e folhas, teve maior
participação na matéri seca (MS) total das plantas até cerca de 34 DAP, quando correspondeu a
70,1%, 79,4%, 78,4%, 72,2% e 66,4% da MS total acumulada nas plantas das cultivares Ágata,
Asterix, Atlantic, Markies e Mondial, respectivamente. Porém, com o início da tuberização,
alterou-se a força de dreno das plantas, aumentando assim a translocação de fotoassimilados das
folhas para os tubérculos, de modo que, com exceção da cultivar Mondial, o acúmulo de MS nos
tubérculos até aos 55 DAP representava mais de 56,1% do total das plantas, contra menos de
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41,2% da parte aérea, nas cultivares Ágata, Asterix, Atlantic e Markies, ou seja, mais da metade
da MS total da planta já era composta por tubérculos e no final do ciclo a MS dos tubérculos
representou 79 a 87% da MS total das cultivares estudadas, enquanto que no sistema radicular
total da planta ficou em torno de 0,2% em todas as cultivares. As hastes representaram de 2,9 a
7,3% da MS total e as folhas representou de 9,8% a 14,6% da MS no final do ciclo.
A relação entre o acúmulo da MS e teores dos nutrientes estão descritas nas tabelas 2 e 3
a seguir.
Tabela 3. Absorção máxima de nutrientes pelas plantas durante o ciclo das cultivares de batata na safra de
inverno.
Cultivares N P K Ca Mg S
_________________________________________ -1 ______________________________________
kg ha
Ágata 90bc 14b 166c 34cd 8d 7b
Asterix 117a 18a 230ab 50ab 12b 8a
Atlantic 88c 14b 184c 33d 9c 8a
Markies 98ab 14b 185bc 38bc 10bc 7b
Mondial 115a 18ª 256a 51a 14a 8a
CV (%) 12,1 17,6 19,1 22,3 11,9 17,8
Cultivares B Cu Fe Mn Zn
____________________________________________
g ha-1 _______________________________________
Ágata 52b 89bc 1.531b 408c 295c
Asterix 68a 156a 1.893ab 603ab 375b
Atlantic 50b 81c 1.960ab 544b 270c
Markies 47b 91b 1.476b 513bc 300c
Mondial 74a 88bc 2.563a 632a 435a
CV (%) 14,5 30,8 67,5 20,7 23,2
Médias seguidas de mesma letra, nas colunas, não diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade
FONTE: (Fernandes & Soratto, 2013)
Segundo Fernandes & Soratto (2013) a maior eficiência de utilização do K e Mg pela cultivar
Ágata pode ser devido ao melhor emprego desses nutrientes no metabolismo e crescimento, já que os
teores desses nutrientes foram menores nos tecidos dessa cultivar (Tabela 3) e os valores de produção de
MS chegaram a 32 e 659 kg de MS para cada kg de K e Mg absorvidos, respectivamente (Tabela 4).
Plantas com maior eficiência de utilização de nutrientes mantêm os processos de divisão e expansão
celular, mesmo com baixas concentrações de nutrientes nos tecidos (CHIERA et al., 2002; KAVANOVA
et al., 2006).
Os autores afirmam que embora a eficiência de utilização de nutrientes para a maioria das
cultivares estudadas não tenha diferido, ou para alguns nutrientes tenha se observado menor eficiência de
utilização na cultivar Mondial, verifica-se que as cultivares Asterix e Mondial produziram as maiores
quantidades de MS. Esses resultados demonstram que estas cultivares possuem maior produção de MS em
função da maior absorção de alguns nutrientes (Tabelas 2 e 3) e não devido a maior eficiência de
utilização desses no metabolismo e, consequentemente, na produção de MS.
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Tabela 4. Eficiência de utilização de nutrientes pelas cultivares de batata, para a produção de matéria seca
total das plantas, aos 97 DAP.
Cultivares N P K Ca Mg S
____________________
kg de MS total kg-1 de nutriente absorvido ___________________
Ágata 59a 376a 32a 155a 659a 753ab
Asterix 60a 392a 31ab 141a 589ab 883ª
Atlantic 57a 361a 28ab 153a 561b 631b
Markies 56a 393a 30ab 145a 551ab 787ab
Mondial 60a 382a 27b 135a 491b 859ab
CV (%) 6,8 15,5 7,5 12,7 12,5 16,3
Cultivares B Cu Fe Mn Zn
_____________________
kg de MS total g-1 de nutriente absorvido ______________________
Ágata 101ab 59a 3a 13a 18ab
Asterix 104ab 45a 4a 12a 19ª
Atlantic 101ab 62a 3a 9a 18ab
Markies 117a 61a 4a 11a 19ª
Mondial 93b 78a 3a 11a 16b
CV (%) 11,4 40,7 27,4 16,9 6,5
Médias seguidas de mesma letra, nas colunas, não diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade
FONTE: (Fernandes & Soratto, 2013)
Com relação à marcha e acúmulo de nutrientes em batata, um dos trabalhos mais recentes e
completos é o de Fernandes (2010) com as variedades Ágata, Asterix, Atlantic, Markies e
Mondial, verificou que os maiores teores de N ocorreram na seguinte ordem: folhas, raízes, hastes,
tubérculos e os maiores acúmulos de N ocorreram nos tubérculos, seguido das folhas, hastes e raízes. O
acúmulo de N em kg/ha na planta variou de 88 a 117 na planta, sendo de 63 a 95 nos tubérculos.
Da mesma forma as maiores quantidades de P foram acumuladas nos tubérculos, seguido das
folhas, hastes e raízes. As cultivares apresentaram pico de maior absorção de P entre os 53 e 60 DAP,
período em que também ocorreram as maiores taxas de absorção de N demonstrando, que a época
preferencial de absorção de ambos os nutrientes ocorre durante a fase de enchimento de tubérculos o P é
absorvido continuamente pela batateira do início ao final do ciclo. O acúmulo de P em kg/ha na planta
variou de 14 a 18 na planta, sendo de 11 a 16 nos tubérculos.
Quanto ao K os maiores teores de K durante todo o ciclo foram encontrados nas hastes e folhas,
enquanto que os menores teores foram observados nos tubérculos. No entanto, os maiores acúmulos de K,
entre os órgãos das plantas, obedeceram a mesma seqüência observada para N e P, sendo as maiores
quantidades encontradas nos tubérculos, seguido das folhas, hastes, tubérculos-semente e raízes. O
acúmulo de K em kg/ha na planta variou de 166 a 256 na planta, sendo de 95 a 130 nos tubérculos.
Diferente do observado para os nutrientes N, P, e K, houve aumento gradativo nos teores de
Ca dos tubérculos-semente, raízes, hastes e folhas, sendo os maiores teores observados nas últimas
avaliações. Os tubérculos acumularam Ca lentamente até próximo aos 69 DAP, sendo que a partir
dos 76 DAP houve aumento gradativo das quantidades acumuladas até o final do ciclo. O acúmulo de
Ca em kg/ha na planta variou de 34 a 51 na planta, sendo de 4 a 8 nos tubérculos. Esse baixo acúmulo de
Ca nos tubérculos ocorreu principalmente pelo fato que esse elemento é pouco móvel no floema.
Considerando as plantas inteiras, os acúmulos de Mg foram pequenos e semelhantes entre as
cultivares nos primeiros 41 DAP, coincidindo com o período de menor acúmulo de MS. Os baixos
acúmulos de Mg nas fases iniciais de desenvolvimento das plantas ocorreram devido às pequenas
absorções desse elemento. O acúmulo de Mg em kg/ha na planta variou de 8 a 14 na planta, sendo de 4 a
8 nos tubérculos.
As quantidades totais acumuladas de S nas plantas inteiras, não diferiram entre as cultivares
desde o plantio até aos 76 DAP, atingindo no final do ciclo as quantidades máximas estimadas de 7,
8, 8, 7 e 8 kg ha-1 nas cultivares Ágata, Asterix, Atlantic, Markies e Mondial, respectivamente. Na
fase de crescimento vegetativo houve baixa absorção em S em todas cultivares. O acúmulo de S em
kg/ha na planta variou de 7 a 8 na planta, sendo de 5 a 6 nos tubérculos.
Quanto à extração de micronutrientes observou-se a seguinte seqüência: Fe>Mn>Zn>Cu>B,
com valores médios de 1.885, 540, 335, 101 e 58 g ha-1, respectivamente. A exportação pelos
tubérculos obedeceu a seguinte ordem nas cultivares Ágata, Asterix e Atlantic: Fe>Zn>Mn>B>Cu,
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respectivamente, com valores médios exportados de 282, 121, 54, 35 e 27 g ha-1. Nas cultivares
Markies e Mondial observou-se alteração na ordem de exportação, e o Cu (67 g ha -1) foi mais
exportado do que B (30 g ha-1).
De maneira geral, aproximadamente 60% do total de B extraído pelas cultivares de batata
foram exportados pelos tubérculos. Os nutrientes Cu e Zn apresentaram valores intermediários com
exportação de 43% (Cu) e 35% (Zn) da extração total. No entanto, as menores proporções foram
observadas para os micronutrientes Fe e Mn, com valores ao redor de 13% e 10%, respectivamente.
De maneira geral, notou-se que a cultivar Mondial que apresentou elevada produtividade,
normalmente, foi mais exigente em termos extração, porém, apresentou baixa exportação, diferente
da cultivar Ágata que apresentou na maioria das vezes extração inferior as observadas na Mondial e
Asterix, mas proporcionou altas exportações. Asterix tevecomportamento diferente dessas cultivares,
apresentando tanto extração como exportaçãorelativamente alta em comparação às demais cultivares.
A seqüência de extração de nutrientes, em todas as cultivares, foi: K >N > Ca > P > Mg > S >
Fe > Mn > Zn > Cu > B.
A seqüência de exportação de nutrientes foi: K > N > P > Mg > S > Ca> Fe > Zn > Mn > B >
Cu. Nas cultivares Markies e Mondial o Cu foi mais exportado que o B.
Das quantidades totais de macronutrientes extraídas pelas plantas das cultivares de batata,
aproximadamente 86%, 66%, 6%, 83%, 62% e 61%, respectivamente do K, N, Ca, P, Mg e S foram
exportados pelos tubérculos.
Para os micronutrientes as quantidades exportadas pelos tubérculos representaram em torno
de 13%, 35%, 10%, 60% e 43% do total extraído dos elementos Fe, Zn, Mn, B e Cu,
respectivamente.
A adubação foliar na cultura da batata é recomendada apenas como suplementação para
correção de um problema nutricional identificado via análise de plantas, de um ou mais
nutrientes.
A adubação foliar ocorre o fenômeno da absorção de solutos pelas superfícies das folhas,
sendo utilizada atualmente para aplicar nutrientes minerais, aminoácidos, hormônios e açúcares.
Apresenta enorme potencial agronômico e econômico para a cultura da batata.
Comparativamente à absorção pelas raízes, o aporte de nutrientes por via foliar é menor, o que
tem direcionado, tradicionalmente, seu uso para suprir aqueles nutrientes exigidos em menores
quantidades pelas culturas, como os micronutrientes. Caso seja possível realizar aplicações em
maior freqüência, pode-se obter respostas positivas também no suprimento de macronutrientes.
Por outro lado, uma vez que a aplicação é direcionada ao principal centro metabólico das
plantas (folhas), a aplicação por via foliar resulta em maior velocidade na resposta e na correção
de deficiências. As inúmeras intervenções realizadas durante o ciclo da batata visando aplicar
defensivos sobre a folhagem permitem que se incluam fertilizantes nas pulverizações, fazendo
com que a nutrição foliar possa ser utilizada como importante ferramenta de suporte à nutrição da
cultura, sem custos adicionais na aplicação.
Diversas características dos tubérculos podem ser influenciadas pelos nutrientes presentes
no solo. Em geral, N e K tendem a aumentar o tamanho do tubérculo, enquanto P tende a
aumentar o seu número. Outras características, como resistência a danos, coloração, conteúdos de
matéria seca, açúcares redutores, lipídeos, fibras, vitaminas, alcalóides dentre outras, podem ser
influenciadas pelos nutrientes. De maneira geral, uma planta bem nutrida apresenta menor
suscetibilidade às doenças (FONTES, 1999). A figura 13 mostra uma lavoura na qual não foi
feita adubação em algumas linhas.
Em geral, para a produção de uma tonelada de tubérculos são necessárias as seguintes
quantidades de nutrientes (Tabela 4).
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▪ Diagnose foliar
A análise do tecido foliar da batateira é feita em laboratórios especializados e pode ser
utilizada para diagnosticar o estado nutricional de uma determinada lavoura. A amostragem deve
ser feita aos 36-40 dias após a emergência, coletando-se ao acaso na área plantada em torno de
50 folhas (4ª folha a partir do ápice da planta) que devem ser imediatamente colocadas para secar
a 70ºC durante 48 horas.
▪ Sintomas de deficiências
A seguir, são apresentados os sintomas de deficiências de vários nutrientes na cultura da
batata, que geralmente são provocados por uma adubação inadequada.
1) Macronutrientes (Fig.10):
b) Fósforo: O fósforo é absorvido da solução do solo e utilizado pela planta como o íon
ortofosfato (H2PO4-). O fósforo também é um elemento muito móvel na planta, devido a
isso, os sintomas de deficiência ocorrem inicialmente nas folhas mais velhas, as quais
apresentam bordas com áreas amareladas. Os folíolos não expandem normalmente, ficam
enrugados, com coloração verde escura, sem brilho e curvados para cima. Em caso de
deficiência severa, pode aparecer cor púrpura na parte abaxial das folhas inferiores. O
sistema radicular e os estolões são reduzidos em número e comprimento e a produção de
tubérculos é pequena. As plantas têm o crescimento reduzido, ocorre redução do ciclo
vegetativo. A correção pode ser feita com aplicação de superfosfato simples e triplo e de
mono-amônio fosfato (MAP).
c) Potássio: O potássio é absorvido na forma iônica (K+) e assim permanece nas plantas,
não formando compostos. O potássio também é muito móvel na planta, as margens e os
ápices das folhas mais velhas, inicialmente amareladas, adquirem coloração amarronzada
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e, finalmente, tornam-se necrosados. É comum o aparecimento de inúmeras manchas
negras pequenas entre as nervuras nas margens dos folíolos. As bordas das folhas
curvam-se para baixo, os internódios tornam-se mais curtos e as plantas têm um
crescimento reduzido.
A fonte mais barata de potássio é o cloreto de potássio, mas, pelo seu alto teor de cloreto,
muitos produtores preferem substituí-lo por sulfato de potássio.
2) Micronutrientes (Fig.11):
a) Boro: O boro é absorvido da solução do solo como ácido bórico [B(OH)3] e não sofre
quelatização, como os micronutrientes catiônicos. O boro é imóvel quanto à
redistribuição na planta e, por isso, os sintomas de deficiência ocorrem nos pontos de
crescimento. Com a morte do broto apical, ocorre a indução das gemas laterais e a
formação de uma planta muito ramificada. . Os internódios ficam curtos e os folíolos
tornam-se quebradiços devido ao acúmulo de amido e também ocorre o enrolamento dos
folíolos para cima em semelhança com o ataque do vírus do enrolamento. Tubérculos
produzidos em condições de deficiência de boro podem ser mal formados, pequenos ou
com falhas de formação no interior podendo apresentar rachaduras internas e coração-oco
com maior freqüência, têm baixa conservação, demoram mais a brotar. Fontes minerais
de boro às plantas são a ulexita, ácido bórico e bórax ou borato de sódio, entretanto, como
é fácil ocorrerem casos de toxidez localizada com a má distribuição a lanço, deve-se dar
preferência às aplicações foliares de produtos que contém o boro, geralmente
acompanhado de cálcio, à fertirrigação ou à utilização de fertilizantes que contenham
boro, como formulados NPK ou termofosfatos.
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Nitrogênio: Clorose pálida das folhas Fósforo: Áreas amareladas nas bordas das
mais velhas, que se estende para a folhas mais velhas. Folhas novas verde escuro e
planta inteira. Plantas pouco vigorosas curvadas para cima. Plantas com crescimento
e tubérculos pequenos. reduzido e redução do ciclo vegetativo.
d) Ferro: O ferro é absorvido da solução do solo tanto na forma bivalente (Fe+2) quanto
trivalente (Fe+3) ou quelato (Fe-quelato). Sua deficiência ocorre quase que apenas se for
induzida por outros fatores, como calagem excessiva ou aplicação exagerada de adubos
fosfatados. Trata-se de um elemento pouco móvel na planta. As folhas novas apresentam
inicialmente clorose internerval, evoluindo para coloração verde-amarelada a amarelo-
esbranquiçada e necrosamento das bordas e pontas das folhas com o desenvolvimento da
planta e a persistência da deficiência.
A aplicação foliar de produto que contenha ferro em forma solúvel ou quelatizada corrige
facilmente problemas de deficiência deste elemento. Sulfato ferroso é fonte de ferro, e
tem efeito acidificante sobre o solo.
Manganês: Clorose
internerval com áreas Zinco: Folhas novas eretas com
necróticas nas margens limbos estreitos e as bordas voltadas
das folhas e curvamento para cima. Internódios curtos.
para baixo dos folíolos.
Figura 11: Sintomas de deficiência de micronutrientes nas folhas da batateira.
Fotos: Stoller do Brasil; Fonte: Revista Batata Show Nº 17, Ano 7 - Abril/2007.
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6. TRATOS CULTURAIS
Irrigação
Necessidade hídrica na safra de inverno = 550 a 600 mm. No verão depende do regime
pluviométrico.
Para Batata indústria, como o objetivo é ter mais sólidos e menos água, o turno de rega entre uma
irrigação e outra é maior, no entanto, em geral tem 20 dias a mais de ciclo no campo, portanto,
iguala a necessidade hídrica da batata-consumo.
Da amontoa até aproximadamente 40 DAP = mais ou menos 10 mm, a cada 2 dias = já ocorreu o
desenvolvimento sistema radicular e com isso a distância entre as raízes e a superfície do solo é
maior além de que a amontoa deixou uma camada a mais de terra sobre a leira. Atingir até15 cm
de profundidade.
Aos 40 DAP a planta e sistema radicular bem desenvolvidos, portanto, é necessário levar
umidade em uma camada mais profunda do solo, daí irrigações mais pesadas 12 mm a cada 3
dias.
Aos 60 DAP os tubérculos já estão desenvolvidos e em crescimento, daí o cuidado para não
haver excesso de água no solo o que leva abertura de lenticelas e é a fase crítica para a bacteriose
canela preta na lavoura, portanto, irrigar 14 mm, mas com intervalo de 3 dias até o período de
dessecação. Da tuberização até a colheita atingir até 20 cm de profundidade. Devido à amontoa
esta profundidade do solo realmente umedecida variará entre 20 e 30 cm.
Após a dessecação na batata consumo, irrigar 6 mm a cada 2 dias, para manter a umidade no solo
e evitar o escurecimento da pele da batata e facilitar a colheita.
A batata para indústria normalmente não é dessecada, portanto, deve ser irrigada normalmente
até o dia da colheita.
Quando a colheita for mecanizada recomenda-se irrigar 8 mm na noite anterior para evitar o
atrito de torrões secos com a batata o que causa danos a pele do tubérculo.
Vale lembrar que a necessidade hídrica depende do tipo de solo e da época de plantio.
A irrigação pode coincidir com outros manejos, exemplo aplicação de defensivos, nesse caso
pode adiantar ou atrasar a irrigação e caso atrase, deve se irrigar com alguns milímetros a mais
para compensar.
Amontoa
A amontoa é um trato cultural imprescindível em bataticultura, pois estimula a
tuberização aumentando a produtividade, já que os tubérculos-filhos se formam acima e ao lado
da batata-mãe, ou seja, dentro da leira formada. Previne o esverdecimento, ocasionado pela
exposição à luz, e protege os tubérculos contra fitopatógenos e insetos-praga. Também melhora a
eficiência da adubação NK, aplicada em cobertura, seguida pela incorporação. Essa prática
também é importante, pois controla plantas infestantes e escarifica o solo permitindo maior
aeração e penetração de água. Efetua-se a amontoa uma única vez, quando as hastes das plantas
estiverem com 25 a 30 cm de altura, aproximadamente aos 25-30 dias após o plantio, no entanto,
está cada vez mais comum a amontoa mais precoce de 15 a 20 dias para diminuir ferimentos nas
hastes e consequentemente diminuir a probabilidade de incidência de doenças principalmente
canela preta (Pectobacterium sp.). A amontoa caracteriza-se pelo “chegamento” de solo, em
ambos os lados da fila de plantas, formando uma leira ou camalhão com cerca de 25-30 cm de
altura de seção trapezoidal, com base estreita na parte superior e larga na inferior (Figura 13).
7. CONTROLE FITOSSANITÁRIO
Doenças Fúngicas
Doenças Bacterianas
8. ANOMALIAS FISIOLÓGICAS
Além dos problemas fitossanitários, a batateira está sujeita a certas anomalias de origem
não-parasitária, que afetam os tubérculos. Deve-se ter cuidado especial para evitar a falta ou o
excesso de água no solo, principalmente no período de tuberização, e fazer adubação balanceada,
utilizando-se espaçamento adequado, de acordo com a cultivar.
Beneficiamento e Classificação
A conservação da batata, após a colheita, dependerá em grande parte da maturidade
fisiológica do tubérculo. Aqueles que apresentam podridões ou defeitos graves são eliminados
ainda no campo e, posteriormente, durante inspeções efetuadas no galpão onde sofre uma
lavagem e secagem. Após é selecionada, classificada manualmente e/ou mecanicamente e
ensacada. Depois de ensacada pode ser armazenada e transportada
A classificação é a separação dos tubérculos de acordo com seu tamanho e aparência ou
tipo, sendo por grupo (variedade ou cultivar), classe (calibre ou diâmetro) e tipo ou categoria
(limites de defeitos).
Classe I: maior ou igual a 85mm
Classe II: maior ou igual a 45 e menor que 85mm
Classe III: maior ou igual a 33 e menor que 45mm
Classe IV: menor que 33mm
Os preços de batata variam bastante ao longo do ano e os preços médios também variam
de um ano para outro, conforme gráficos a seguir elaborados pela ABBA.
9. LITERATURA CONSULTADA
ABBA. 2014. Associação Brasileira da Batata. Disponível em:
<http://www.abbabatatabrasileira.com.br.