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Introdugio Quando inicio um curso de metodologia de pesquisa noto, no semblante de meus alunos, uma profunda ma vontade. Costumo perguntar sobre suas experién- cias anteriores com esta disciplina e, com rarissimas excegdes, séo undnimes em afirmar que a matéria foi muito desinteressante na faculdade, Com esta re- cepeao, nao é ficil iniciar um curso de dezenas de horas ou semanas. Ao final do curso, no entanto, sempre encontro alunos: entusiasmados, empolgados com seus projetos, e ndo raro com manifestagies de carinho e agradecimentos, Quero, com este livro, passar um pouco desta expe- riéneia prazerosa em sala de aula e também mostrar, que a pesquisa cientific go de apenas alguns} eleitos, podendo ser exercida em qualquer campo de | estudo, Metodologia cientifica é muito mais do que al- Bo 6 algo de | rumas regras de como fazer uma pesquisa. Ela auslia | a refletr © propicia um “novo” olhar sobre o munds | tum olharcintiir, eurioo, indagadr eerati. | Minha primeira experincia com pesquisa contfica foi em 1978, a0s 21 anos, quando ingressei no Mes- trado de Baveagio da Pontificia Universidade Calica do Rio de Janeiro. Apés dois anos e meio defend! mi- nha dissertacao “O deficiente auditivo no mundo do trabalha: um estudo sobre a satisfagao profisional” Com orientagho da profesora Nicia Bessa que cobrava n relatérios'semanais, fai a primeira da turma a defen- der a dissertagao. E pr dos nossos primeiros orientadores, que nos ensinam.a pensar, ter disciplina e escrever corretamente. ‘A ininha verdadeira formagao como pesquisadora, no entanto, se inieiou dez anos depois, em 1988, quan- do ingressei no Programa de Pés-Graduagio em Antropologia Social, do Museu Nacional, Universida- de Federal do Rio de Janeiro, para fazer meu douto- ramento, Nesse ambiente de intensas e calorosas dis- cusses, de professores e alunos brilhantes, encontrei solo fértil para comegar a fazer pesquisa na érea das assim chamadas Ciéncias Humanas ou Ciéneias So- ciais. Desde entao, contagiada pelo virus do ‘olhar cientifieo", nao consegui parar de pesquisar. 2 (Re)aprendendo a olhar Acciéncia nao corresponde a um mundo a deserever, Ela corresponde a um mundo a eonstruir. Bacieano O OBJETIVO PRINCIPAL DESTE LIVRO 6 ensinar o “olhar | cientifico” © mostrar que a pesquisa nio se | reduz. a certos procedimentos metodologicos. A pes- quisa cientifiea exige criatividade, disciplina, orga-, nizagao € modéstia, baseando-se no confronto per-) manente entre 0 possivel e o impossivel, entre o| conhecimento € a ignordncia. pee Nenhuma pesquisa 6 totalmente controlavel, com infeio, meio e fim previsiveis. A pesquisa 6 um proces- soem que é impossivel prever todas as etapas. O pes- quisador esta sempre em estado de tensto porque sabe que seu conhecimento é parcial e limitado — o, “posstvel” para ele, a No meu entender, nao existe um tinico modelo de pesquisa, Neste livro apresentarei um dos eaminhos possiveis: 0 caminho que tenho buscado seguir. 13 Ce VIAL Y Assim, quando falo de metodologia estou falando de ‘um caminho possivel para a pesquisa cientifica. 0 que determina como trabalhar 6 o_problema.que se quer trabalhar: 5 Ihe o caminho quando se sabe onde se quer chegar ‘Anteriormente as ciéncias se pautavam por um mo- delo quantitativo de pesquisa, em que a veracidade de um estudo era verificada pela quantidade de entrevis- tados. Muitos pesquisadores, no entanto, questiona- ram a representatividade ¢ o cardter de objetividade de que a pesquisa quantitativa se revestia. E preciso ar 0 fato de que, mesmo nas pesquisas quantita- ibjetividade do pesquisador est presente. Na escolha do tema, dos entrevistados, no roteiro de per- guntas, na bibliografia consultada e na andlise do ma~ terial coletado, existe um autor, um sujeito que decide (08 passos a serem dados. Na pesquisa qualitativa a preocupagao do pesquisador no é com a representa- tividade numérica do grupo pesquisado, mas com o aprofundamento da compreensao He um_grupo social, de uma organizagao, de uma instituigao, de uma traje- t6ria ete. Neste livro irei me deter na pesquisa quali- tativa, na qual venho trabalhando desde 1988. F bom lembrar que nés, estudiosos brasileiros, es- tamos pouco acostumados ao verdadeiro debate de ‘deias. Entendemos como ataques pessoais muitas exi- tieas que podem contribuir para o amadurecimento de nosso trabalho. A socializagio do pesquisador exi- ge um exercicio permanente de critica e autocritiea. Espero encontrar leitores-alunos dispostos a viverin- ‘ensariente esta experiéncia decisiva: ade expor seus trabathos a uma critica permanente Este livro 6,na verdade,uin dificil e espero praze- oso) desaffo: um exereicio para aprender pensar cientiffeamente, om eritividade, organizagio, lare- za. acinia de tudo, sabor / Pesquisa qualitativa em ciéncias sociais AA cise sieeve seo ss dove perder sum camino ng danas qu posted so gon da rgenn nce mass fin Para Singers Hersam que, dexcerendo a orn ete a Pera en Orel deo eo ost tants veshnin, amas es brn, on simenares en eiminins ans de prt 6 pons ceoviie uo pretend fare um eamisho 1 logo is pars sar qua da alae de nes ¢ tan utter de pron nas eco eli ent mane xen mais ml, ae dh serimgrtnte ela deat eres ti tvinac eng compensa ce angieire gue evtan score gos tava on ron opem oo pessoa a inde ofc de pease pars fos ‘cin bana ea mols dest das sin natureza. Estes pesquisadores se recusam a legiti- mar seus conhieeimentos por procéssos quantificiveis que veham a se transformar em lois e explicagdes oe che ~ Xn ~“p gerais. Afirmam que as ciéncias sociais tém sua espe- ‘ifcidade, que pressupe uma metodologia prépria Os pesquisadores qualitativistas recusam 0 made- lo positivista aplicado ao estudo da vida social, O fun- dador do positivismo, Augusto Comte (1798-1857) le- fondia a unidade de todas as ciéncias e a aplicagao da abordagem cientifica na realidade social humana. Com base em critérios de abstragdo, complexidade e |" relevancia prética, Comte estabeleceu uma hierar- quia das ciéncias, em que a matemética ocupava 0 primeiro lugar, e a sociologia ou “fisica social", 0 Ultimo, precedida, em ordem decrescente, da astrono- mis, fsiea, quimica e biologia. Para Comte, cada cid cia dependia do desenvolvimento da que a precedeu. Portanto, a sociologia nao poderia existir sem a biolo- sia, que nao poderia existir sem a quimica, ¢ assim por diante, Nesta perspectiva, na qual o objeto das ciéncias so- cialis deve ser estudado tal qual o das eincias fisicas, 8 pesquisa 6 uma atividade neutra e abjetiva, que bus- ca descobrir regularidades ou leis, em que o pesquisa- dor nao pode fazer julgamentos nem permitir que seus preconceitos e erencas cantaminem a pesquisa. Emile Durkheim (1858-1917), preocupado, como Comte, com a ordem na sociedade e com a primazia da sociedade sobre o individuo, também se posicionou a favor da unidade das ciéncias. Tomando “os fatos sociais como coisas”, Durkheim defendia que o social é real e externo ao individuo, ou seja, o fendmeno social, como 0 fendmeno fisico, é independente da consciéni¢ia humana e verificavel através da experién- cia dos sentidos e da observacao. ‘Durkheim acreditava que 0s fatos sociais s6 pode- riam ser explicados por outros fatos sociais, e nao por fatos psicolégicos ou biolégicos, como pretendiam al- guns pensadores de seu tempo. Defendendo a visio da ciéncia social como neutra e objetiva, na qual su- jeito e objeto do conhecimento estao radicalmente se- parados, Durkheim teve uma influéncia decisiva para que as ciéncias sociais tenham adotado 0 método cien- tifico das eiéneias naturais Na segunda metade do século passado, alguns pensadores, influenciados pelo idealismo de Kant, reagiram eriticamente ao modelo positivista de conhe- cimento aplicado As ciéneias sociais, aereditando que o estudo da realidade social por meio de métodos de outras ciéncias poderia destruir a propria esséncia desta realidade, ja que esquecia a dimensao de liber- Gee e individualidade do s ser humano. Als ral que tem suas raises no historicismo alemao, distinguindo “natureza” de “cultu ra, considera necessdrio, para estudar os fenémenos ‘sociais, um procedimento metadoligico diferente daque- le utilizado nas ciéncias fiscas e mateméticas. 0 filéso |B alonao Withelm Dithey 0899-191 fo um dos pi | meiros a critiear 0 u80 da metodologia das ciéncias | naturais pelas cincias sociais, em fungao da diferenca fundamental entre seus objetos de estudo. Nas | 8 primeiras, os cientistas lidam com objetos externos pas- siveis de serem conhecidos de forma objetiva, enquanto nas ciéneias sociais lidam com emogées, valores, subje- tividades. Esta diferenca se traduz em diferencas nos objetivos e nos métodos de pesquisa. Para Dilthey, os fatos sociais nao so suscetiveis de quantificacdo, ja que cada um deles tem um sentido proprio, diferente dos demais, e isso torna necessério que cada caso concreto ‘seja compreendido em sua singularidade, Portanto, as ciéncias sociais devem se preocupar com a compreenséo de casos particulares e no com a formulagao de leis generalizantes, como fazem as ciéncias naturais. Por meio de dois conceitos, Dilthey diferenciou 0 método das ciéncias naturais — erklaren —, que bus- ca generalizacdes ¢ a descoberta de regularidades, do das ciéncias sociais — verstehen —, que visa a com- preensdo interpretativa das experiéncias dos indivi- duos dentro do contexto em que foram vivenciadas. O maior representante da chamada sociologia com- preensiva ¢/Max Weber (1864-1920), que se apropriou da ideia de verstehen proposta por Dilthey. Para Weber, © principal interesse da ciéncia social é 0 comporta- mento significativo dos individuos engajados na agao social, ou seja, 0 comportamento ao qual os individuos agregam significado considerando 0 comportamento de outros individuos. Os cientistas sociais, que pes- quisam os signifieados das agdes sociais de outros in- dividuos e deles préprios, so sujeito e objeto de suas pesquisas, Nesta perspectiva, que se opve & visio Le eg ftieALY positivista de objetividade ¢ de separacao radical en- tre sujeito e objeto da pesquisa, é natural que cientis- tas sociais se interessem por pesquisar aquilo que valorizam, Estes cientistas buscam compreender os valores, crengas, motivagbes e sontimentos humanos, compreensao que s6 pode ocorrer se a ago é colocada dentro de um contexto de significado, Esta discussao filoséfica mais geral, que diferencia das demais ciéncias, contextualiza ‘0 surgimento e o desenvolvimento das téenicas ¢ mé- todos qualitativos de pesquisa social. ~ Rrédérie Le Play, contempordneo de Comte, foi um dos primeiros a estudar a realidade social dentro de ‘uma perspectiva cientifica que considerava a observa- gio direta, controlavel e objetiva da sociedade como o método mais adequado @ pesquisa social. Em La Réforme Sociale en France (1864), Le Play expe 0 método das monografias, que se caracteriza por ser ‘uma técnica, ordenada ¢ metédica, de observacéo di- reta da sociedade. Trouxe de sua experiéneia de mi- neralogista, na qual estava habituado a colher amos- tras de jazidas para serem analisadas, a preocupacdo de observar diretamente e analisar sistematicamente as familias operérias localizadas nos diferentes pai- ses da Europa onde pesquisou, De seus registros nuciosos ¢ ordenados resultou um conjunto de mono- grafias reunidas em Les ouvriers européens (1856). No final do século XIX e inicio do séeulo XX, 08 estados dos antropélogos nas sociedades “primitivas” foram determinantes para o desenvolvimento das tée- ‘nleas de pesquiss que permitem recolher diretamente observacdes e informacées sobre a cultura native, As sociedades estudadas diretamente por esses antrops- logos sao sociedades sem escrita, longinquas, isola- das, de pequenas dimensdes, com reduaida especiali- zacao das atividades sociais, sendo classifcadas como “simples” ou “primitivas” em eontraste com a organi- zacéo “eomplexa’ das sociedades dos pesquisadores, © primeiro antropélogo a conviver com os nativos foi o americano Lewis Henry Morgan, um dos mais expressivos representantes do pensamento evolucio- nista. Jurista de formagao, em 1851 publicou The League of Ho-dé-no-sau-nee, or Iroquois, eonsiderado 0 primeiro tratado cientifico de etnografia. Mas foram os trabalhos de campo de{ Franz Boas, entre 1883 ¢ 1902, e, particularmente, @ expedigo de Bronislaw / |Malinowski as ilhas Trobriand, que consagraram a fdeia de que os antropélogos deveriam passar um lon- 0 periodo de tempo na sociedade que estao estudan- do para encontrar e interpretar seus préprios dados, em vez de depender dos relatos dos vigjantes, como faziam os “antropélogos de gabinete” Nos primeiros trinta anos do séeulo XX, 0 traba- Iho dé tampo-passsi a orientar as pesquisas antropo- légicas Boas, um gedgrafo de formaco,eritco radi- cal dos antropslogos evolucionistas, ensinow que no campo tudo deveria ser anotado meticulosamente © que um costume s6 tem significado se estiver relacio- he dae I nado sa:seu contexto particular, Bnsinou também 0 (Frelativiemo eultual")o posquisador deveria estudar as walturas com ui minimo de preconceitos etnocén- {Ficos, Para Boas, o que constitu o "genio prop ‘um povo repousa sobre as experiéncias individuais e, Portanto,o objetivo do pesquisador 6 compreender a | | vida do individuo dentro da prépria sociedade em que | vive. Boas foi o grande mestre da antropologia ame- | -¥ieana na primeira metadé do século XX. Formiou toda uma geragéo de antropéloges, como Ralph” | Linton, Ruth Benedict e Margaret Mead, considera- || dos representantes da antropologia cultural america || na, que utiliza métodos e téenicas de pesquisa quili- ' tativa somados a modelos conceituais préximos da” | psicologia e da psicandlise.” pee ‘A primeira experiéneia de campo dd Malinowski), foi em 1914, entre os mailu na Melanésia. Impedido de voltar & Inglaterra, no inicio da Primeira Guerra Mundial, ele comegou sua pesquisa nas ilhas ‘Trobriand, de 1915 a 1916, retornando em 1917 para uma estada de mais um ano, Esta longa convivencia com os natives teve uma influéncia decisiva na inova- ‘¢80 do método de pesquisa antropol6gica. Argonauts of the Western Pacific, publicado em 1922, 6 um verda- deiro tratado sobre o trabalho de campo. A convivén cia intima com os nativos passou a ser considerada-o ‘Aexpresio"culuralema’ ou teri cultraliste da persona ‘mptegada pela primeira ves os an 1050 paras refers Porquisns smericanes sobre as relagbes entre cultura e personalidad melhor instrumento de que 0 antropélogo dispoe para compreender “de dentro” o significado das logieas par- ticulares caracteristicas de cada cultura. Malinowski demonstrou que 0 comportamento nativo no 6 irra- conal, mas se expla por uma légica propria que pre cisa ser descoberta pelo pesquisador. Colocou em pre tica a observacao participante, criando um modelo do que deve sero trabalho de campo: o pesquisador, por meio de ume estada de longa duragao, deve mergu- Ihar profundamente na cultura nativa, impregnan- do-se da mentalidade nativa. Deve viver, falar, pen- sar e sentir como os natives, Malinowski, considerado 0 pai do funcionalismo, acreditava que cada cultura tem como fungio a satis- fagdo das necessidades bésieas dos individuos que a compéem, criando instituigdes capazes de responder necessidades. A anélise funcional consiste em analisar todo fato social do ponto de vista das relagdes, de interdependéncia que ele mantém, sineronicamente, com outros fatos sociais no interior de uma totalidade. A conduta de observagio etnogratfica, assim como a apresentagi dos resultados sob a forma monogrétca, abedecem aos pressupostos do método funcional Grande parte da renovagao das ciéncias sociais se deve as influéncias (diretas ou indiretas) dos métodos_ de pesquisa de Malinowski, Argonauts of the Western Pacific provocou uma verdadeira ruptura metodolégi- ca na antropologia, priorizando a observacao direta © a experiéncia pessoal do pesquisador no campo. 28 Malinowski sugeriu trés questies para o trabalho de campo: o que os atv dizem sobre o que fazer? O que realmente fazem? O que pensam a respeito do que fa- zem? Por meio do contato intimo com a vida nativa, ‘exaustivamente registrado no didrio de campo, Malinowski buscou as respostas destas questées preo- ceupando-se em compreender 0 ponto de vista nativo. ‘Para Malinowski, a antropologia era 0 estudo se gundo o qual compreendendo o “primitivo” poderia~ ‘mos chegar a compreender melhor « nés mesmos, A rica experiéneia de campo de Malinowski, assim como ‘suas propostas metodolégieas, influenciaram decis vvamente a aplicagao de téenieas e métodos de pesaui- sa qualitativa em eiéncias sociais Na década de 1970, surge nos EUA, inspirada na ideia weberiana de que a observacio dos fatos sociais deve levar & compreensao Je nao a um conjunto de tin aniropaa erpreaiva Um ds principe agém interpretativa 6 repres [bit Geert, je prope un mela do ana o- ‘tural hermenéutico: 0 antropélogo deve fazer uma descrigéo em profundidade (“descrigao densa”) das culturas como “textos” vividos, como “teins de signif tados” que devem ser interpretados. De acordo com Geertz, 0s “textos” antropolégicos sao interpretagdes sobre as interpretagies nativas, i que os nativos pro- Guzom interpretagoes de sua prépria xperiéacia, ais textos ao iepbes, no sentido de que sto “eons: truidos” (ndo falsos ou inventados). Bstaperspectiva se traduz em um permanente questionamento do an- tropélogo a respeito dos limites de sua capacidade de conhecer o grupo que estuda e na necessidade de ex- por, em seu texto, suas dividas, perplexidades e 08 caminhos que levaram a sua interpretacio, percebida, sempre como parcial e proviséria, Geertz inspirou a tendéncia atual da chamada an- tropologia reflexiva ou pés-interpretativa, que propae uma autorreflexao a respeito do trabalho de campo rnos seus aspectos morais ¢ epistemolégicos. Esta an- tropologia questiona a autoridade do texto antropolé- gico © propde que o resultado da pesquisa nao seja fruto da observagdo pura e simples, mas de um dilo- go e de uma negociagao de pontos de vista entre pes- quisador e pesquisades.

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