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11/03/2022 17:24 Por que o ‘cloud’ está dominando a agenda dos CEOs

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Por que o ‘cloud’ está dominando a agenda


dos CEOs
    

Um conteúdo

19 de Outubro de 2021

Yran Dias e Alessandro Rosa

Se você é CEO de uma empresa e a implementação de cloud ainda não é


uma das suas três prioridades, este artigo pode te ajudar a refletir sobre
isso. A computação por nuvem, ou cloud, pode aumentar
significativamente a agilidade organizacional, a produtividade e a
resiliência dos processos internos de uma empresa, além de abrir
horizontes de negócio totalmente inéditos. Ela é o catalisador do que
chamamos de quarta revolução industrial — a nova realidade moldada por
tecnologias como o uso aplicado de inteligência artificial e robótica,
machine learning, internet das coisas (IoT) e outras que, até pouco tempo
atrás pareciam cenas de filmes de ficção científica mas que já são e serão o
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atrás, pareciam cenas de filmes de ficção científica, mas que já são e serão o
novo normal nos próximos dez anos da nossa sociedade.

Todas essas novas tecnologias exigem uma capacidade de processamento


de dados muito maior. Assim, em vez de fazer um investimento pesado em
servidores, sistema de refrigeração, cabeamento e afins, as empresas
podem pagar por tudo isso como um serviço a ser consumido de acordo
com a necessidade. As equipes de TI e de negócio poderão então
concentrar esforços onde a nuvem permite agregar valor. É por isso que a
computação por nuvem pode aproveitar todo o potencial de analytics,
automação e inovação nos mais variados contextos de negócio e leva o
processo de criação de novos produtos e serviços a novas esferas. Alguns
exemplos bem práticos do que o cloud já possibilita ou fará em um futuro
próximo:

No setor industrial, automatizar processos de produção, otimizar a compra


de insumos; prever necessidade de manutenção de equipamento industrial
e evitar interrupções inesperadas; agilizar o cálculo da pegada de carbono e
orientar trade-offs; realizar autoescalonamento e gestão de desempenho
automatizada; fazer a previsão automatizada para petróleo e gás.Na
agricultura, avaliar temperatura e umidade do solo de forma remota por
meio de sensores e IoT e, assim, controlar com exatidão o uso de água,
energia e insumos; monitorar a saúde de rebanhos; controlar maquinário
autônomo de forma remota; mapear a saúde da lavoura por imagem de
drones.

Na indústria de bens de consumo, analisar o volume gigantesco de


interações do consumidor com as marcas nas redes sociais, identificando
tendências e desejos de novos produtos com agilidade; otimizar o portfólio
e eliminar a complexidade; automatizar o controle de estoque No setor
bancário, aprovar crédito em questão de segundos, aos invés de dias;
otimizar o call center, criar suporte via chatbot.

Com tamanhas novas possibilidades, o potencial de negócio e geração de


valor liberado pela nuvem é gigantesco: uma pesquisa do McKinsey Global
Institute avaliou mais de 700 casos de aplicação de computação por
nuvem, distribuídos por 19 indústrias, e concluiu que, ao utilizar o
potencial total da nuvem, empresas integrantes da Fortune 500 podem
alcançar até cerca de US$1 trilhão de EBITDA adicional em 2030. Todos os
setores podem capturar um valor substancial com a nuvem, mas os de
tecnologia, petróleo e gás, varejo, saúde, seguros e bancário são os com
maiores chances de crescimento. Quase todas as indústrias presentes na
Fortune 500 mostram potencial para um aumento médio de mais de 20%
no EBITDA.

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Onde está o valor?

A captura de valor avaliada em US$1 trilhão tem sua origem a partir de três
dimensões:

1. Rejuvenescimento: descreve a interrupção do uso de abordagens


tradicionais e a adoção da nuvem para reduzir custos e riscos de TI
(paralisações, atualizações de sistema) e das principais operações. Essa
dimensão inicial é o que permitirá diminuir o esforço manual por meio de
modelos baseados em API (Interface de Programação de Aplicação, que
simplifica o desenvolvimento de aplicativos), automação e padronização
(por exemplo via IaC, ou Infraestrutura como Código, onde códigos
padronizados substituem processos manuais de configuração de
infraestrutura);

2. Inovação: envolve a utilização da nuvem para acelerar ou viabilizar a


inovação por meio de tecnologias como advanced analytics, IoT e
automação em escala. Nesta esfera, empresas podem experimentar com
aplicativos e novos modelos de negócio a um custo menor e com maior
velocidade, evitando o desembolso inicial de um grande volume de capital
ao lançar ou expandir negócios. Com a adoção da nuvem, é possível
acelerar drasticamente o design, o desenvolvimento e o ramp-up de um
produto, ajudando as empresas a reduzir substancialmente o time-to-
market. A infraestrutura e a presença global dos provedores de serviços em
nuvem pode funcionar como uma alavanca para escalonar produtos de
forma quase instantânea em um amplo conjunto de segmentos de clientes,
geografias e canais. Além disso, a capacidade de computação e de
armazenamento dos provedores também permite elasticidade instantânea.

3. Pioneirismo: considera o fato de que os primeiros a adotarem a nuvem


poderão capturar uma parcela desproporcional do valor total, e isso ainda
não foi dimensionado. Após ter alcançado um certo nível de maturidade na
nuvem, as empresas terão a capacidade de ampliar o valor da tecnologia
por meio de pesquisas com equipes especializadas, podendo testar
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inovações como blockchain, realidade virtual e aumentada e impressão 3D


para descobrir novas oportunidades de negócio. Para adotar tecnologias
emergentes, as empresas podem estabelecer grupos de ponta para
desenvolvimento de conceitos, com a vantagem adicional de atrair e reter
talentos. Nesta área, a computação quântica pode trazer melhorias de
desempenho significativas, com potencial de provocar uma disrupção nos
modelos de negócio existentes.

Como adotar cloud em escala?

A transição para a nuvem pode ser de alta complexidade de acordo com o


contexto, exigindo uma abordagem coordenada pelas equipes de negócio e
TI para capturar seu pleno valor. O papel do CEO é crucial para orquestrar
os esforços e garantir o apoio necessário a todos os CxOs e partes
envolvidas — sobretudo na hora de desenvolver um novo modelo
operacional de tecnologia de negócios, estabelecer um modelo de
financiamento sustentável para os investimentos na nuvem e criar
políticas para atrair e reter talentos. A seguir estão algumas questões que o
CEO e o Conselho podem levar ao time executivo para refletir sobre o plano
de adoção de cloud:

Qual valor cloud pode gerar para o negócio? E quais são suas aplicações
prioritárias?

Qual a estratégia de arquitetura de cloud ideal para a empresa? Quais os


principais impactos para o negócio que podem surgir a partir dessa
decisão?

Como garantir segurança e compliance dos dados em um modelo de nuvem


– em especial para nuvens públicas? A estratégia e as soluções que
estamos adotando vão garantir a segurança e a proteção dos dados à
medida que capturamos o potencial de cloud?

Como prevenir limitações de dependência tecnológica no futuro? Quais


pontos sensíveis devem ser levados em consideração no momento da
tomada de decisão inicial no processo de adoção de cloud?

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Quais são os modelos de migração? Qual é o mais adequado para nossa


empresa? Quais os riscos envolvidos? Temos expertise dentro da empresa
para realizar essa migração? Se não, podemos treinar os profissionais
internos ou temos que buscar profissionais externos?

Quais as implicações em termos de pessoas, capacidades e cultura para


gerir uma organização com uma arquitetura em cloud?

Como podemos medir nosso progresso e captura de valor ?

Após os esclarecimentos iniciais, é hora de desenvolver um novo modelo


operacional de tecnologia empresarial que explore o poder da nuvem para
aprimorar a velocidade, a agilidade e a escalabilidade, focando em três
pilares principais:

Lastro na geração de valor para o negócio

O processo de adoção de cloud deve seguir, desde o princípio, o valor do


negócio. É necessário concentrar-se na criação de um diferencial,
alavancando os benefícios de cloud para além da redução de custos ou da
melhoria na eficiência. É importante ter como norte um caso de negócio
sólido: este caso deve estar fundamentado em um claro entendimento do
funcionamento econômico da nuvem em termos de economias de custo
(rejuvenescimento) e aceleração do negócio (inovação). Ele deve ser
ajustado de acordo com os riscos da transformação e priorizado por área de
negócio, incluindo as alocações de recursos e o sequenciamento de tarefas
necessárias. Uma abordagem eficaz para desenvolver casos de negócio de
inovação é analisar e articular o valor que pode ser destravado ou acelerado
por cloud.

Abordagem ampla e ágil

É preciso adotar formas de trabalho ágeis nativas da nuvem. O escopo da


mudança necessária exige das empresas uma expertise real: líderes,
funcionários e parceiros com ampla experiência em nuvem e em
transformações de nuvem, profissionais especialistas e um amplo
ecossistema. Além disso, esforços de nuvem bem-sucedidos só são
possíveis se as organizações transformarem suas operações. Isso inclui, por
exemplo, uma abordagem DevSecFinOps com pequenas equipes
multifuncionais trabalhando em uma arquitetura bem definida para
entregar casos de negócio (em vez de aplicativos) em ciclos iterativos
rápidos, políticas que incorporam segurança no desenvolvimento e
automação de processos de ponta a ponta.

Longevidade

Por fim, é importante compreender o espaço de cloud nos planos futuros


da empresa. A adoção de cloud pode ajudar as empresas a se
movimentarem de forma mais ágil e reduzirem os custos de TI, mas
também pode ser uma base para a inovação e a integração de tecnologias
emergentes com imenso poder e capacidade de disrupção. Ao desenvolver
uma visão clara do valor em jogo e das frentes de negócio a serem
priorizadas, muitas empresas poderão capturar sua parcela do prêmio de
um trilhão de dólares.

O que fica claro é que estamos diante de uma revolução ímpar que vai
balizar o sucesso e o fracasso da grande maioria dos negócios que existem
atualmente Cabe aos líderes atuais mobilizarem esforços focarem a
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atualmente. Cabe aos líderes atuais mobilizarem esforços, focarem a
agenda das companhias e compreenderem onde está a alavanca de valor da

nuvem para seus negócios. Ao incentivarem suas equipes a atuarem em


times multifuncionais e ágeis, eles devem puxar a agenda da adoção de
cloud com a celeridade e a minúcia que o tema exige.

Temos um futuro (literalmente) nebuloso pela frente. E isso é uma boa


notícia para os líderes que começarem a agir desde já.

Yran Dias é sócio sênior da McKinsey e líder de "leap", o grupo especializado


na criação de novos negócios e ecossistemas digitais, na América Latina.

Alessandro Rosa é sócio sênior da McKinsey e líder da Prática de Tecnologia


na América Latina.

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