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Visite nossos sifes na Internet www,jurua.con. bre www.editorialjurua.com e-mail: editora@jurua.com.br ISBN: 978-85-362-4709-0 ZJURU! J Brasil — Ay, Munhoz da Rocha, 143 — Juvevé — Fone: (41) 4009-3900 EDTORA: Fax: (41) 3252-1311 — CEP: 80.030-475 — Curitiba — Parana — Brasil Europa —Rua General Torres, 1.220 — Lojas 15 e 16 — Fone: (351) 223 710 600 - Centro Comercial D’Ouro — 4400-096 — Vila Nova de Gaia/Porto — Portugal. Editor: José Emani de Carvalho Pacheco Madeira, Dhenis Cruz. Argumentagao juridica (in)compatibilidades entre a t6pica e 0 processo,/ Dheni i itiba: Turiée 2014" enis Cruz Madeira./ Curitiba: 580p. M181 1. Est: fee ie ise, : Teneratica de direito. 2. Tépica. 3. Pro- CDD 340.1 (22.ed.) 900168 Argumentagao Juridica 72 OPROCESSO ConstTiTucI DELIMITAGAO TEORICA ONAL: EM BUSCA DE UMA / Diferentemente do due costuma ocorrer em trabalhos do género, este item” nao tem por objetivo passar por todas as teorias do processo existentes na historia do Direito””, mas 0 que se quer, aqui, é apenas apre- sentar algumas contribuigGes tedricas que mais diretamente influenciaram a presente pesquisa, notadamente, na compreensao do que hoje se compreende por Direito Processual Constitucional, Seria simplista dizer, neste trabalho, que somente um autor ou uma obra seria capaz de abranger por completo 0 marco teérico desta investiga- do. Em contrapartida, seria um relativismo reprovavel e uma auséncia de cientificidade metodoldgica dizer que se esta de acordo com o que todos os processualistas, de ontem e de hoje, ja escreveram sobre o tema. Em realidade, espera-se que, ao final deste item e, mais ainda, ao final deste capitulo, 0 marco teérico desta pesquisa seja explicitado, melhor dizendo, é preciso conhecer 0 caminho teérico empreendido na formulagao do Processo Constitucional para que, nesta obra, possa se defender um dis- curso processual adequado ao Estado Democratico de Direito. Alias, se um dos objetivos desta pesquisa é apresentar um esboco do discurso processual democratico, rumo 4 formulagao de uma Teoria Pro- cessual da Argumentagdo Juridica, mostra-se necessario, pelo menos, apre- sentar as ideias e os autores que mais influenciaram € estimularam a empreen- der essa investigagdo, assim como uma indicagao dos processualistas e cons- titucionalistas que construiram os alicerces teéricos que permitiram, atual- Mente, a vinculagao entre Processo e Constitui¢ao. A ligagao acima referida — Processo, Constituigo ¢ pads pa critico de Direito — passa, necessariamente, pela formulagao do que hoj Costuma chamar de Processo Constitucional. , O processualista uruguaio Eduardo Juan Couture Etcheverry, mais i 1956), foi quem, em plena Se- ne ea ae e 1944, um curso em algumas sunda Guerra, mini os de | i F , ministrou, nos an' s rantias cons- Universidades americanas sobre 0 (entdo) inovador tema ais Be > at Pane das ideias contidas neste item as em: MADEIRA, Dhenis Cruz. O foram publicadas ARES, Carlos Henrique: DI- hascimento do Processo Constitucional na América. Im: SU io cricana, Belo AS. Ronaldo Brétas de Carvalho. (Org:) ju vm SOrzonte: Arraes, 2013. p. 28-53. ou Se faz alusio as teorias do processo © vaca Direito process! contrato, quase-contrato, relagao juridica, mo » si & Dhenis Cruz Madeira titucionales del proceso civil™. Trata-se de curso que deu origem a.um texto publicado em 1946 e que marcou, nas palavras de Fix-Zamudio™, 0 inicio dos estudos do Direito Constitucional Processual, muito embora © proces. sualista uruguaio so tenha feito mengao expressa 4 disciplina num texto pu- blicado em 1948, intitulado Casos de derecho procesal constitucional™®, A liberdade””, a natureza juridica da agao, a interpretagao juridi- ca’, a hermenéutica e outros temas afetos 4 Teoria do Direito, a Filosofia do Direito e, sobretudo, ao Direito Constitucional eram recorrentes dentro da extensa obra processual de Couture. Sua mais famosa obra foi intitulada Fundamentos del Derecho Procesal Civil, cuja primeira edigdo é de 1942, tendo recebido, no ano de 1946, uma edicdo brasileira com tradugdo para a lingua portuguesa, sendo realizados, nesta ultima, alguns pequenos acréscimos, o principal deles,@ : ee AS aon 989 ‘ (una forma tipica del derecho constitucional de peticién)”, repetindo as ligdes gue antes havia proferido em solo americano. Contudo, para fins edi- toriais””, considera-se como segunda edigao a publicada, em lingua espa- nhola, no ano de 1951, e nao a brasileira acima referida. ° Cf. MELENDO, Santiago Sentis. Prélogo. Derecho Procesal Civil, p. XII. COUTURE, Eduardo J. Las garantias constitucionales del proceso civil. sn; Estudios de derecho procesal en honor de Hugo Alsina. Buenos Aires: Ediar, 1946. p. 158-173. ° FIX-ZAMUDIO, Héctor. E! pensamiento de Eduardo J. Couture y el Derecho Constitucional Procesal. Boletin Mexicano de Derecho Comparado, México, v. 10, 1. 30, p. 315, sept./die. 1977. O referido artigo, considerado cléssico para quem se propde @ estudar 0 Processo Constitucional, também foi publicado em: Revista de la Facultad de Derecho y Ciencias Sociales. Montevideo, Uruguay. Enero-Junio de 1980, t. I, p. 51-69 (Estudios em honor de Eduardo J. Couture, Revista de Derecho Procesal, de Uruguay): O trabalho foi republicado em obra de 1988 que reuniu varias artigos do constitucionalista mexicano, que, para facilitar a localizago ¢ consulta, servird de referéncia bibliogritica nas proximas notas de rodapé (inclusive, quanto as paginas): FIX-ZAMUDIO, Héctor. El pentariceo é Eduardo J. Couture y el Derecho Constitucional Procesal. Jn: FIX- ZAMUDIO, Hector. Latinoamérica: constituicién, proceso {éxico- DF. Miguel Angel Porria, 1988. p. 187-219. Ba al Texto que pode ser encontrado em: COUTURE, Eduardo J. Estudios de derecho prace- say 21 ivil, tomo 1, Buenos Aires: Depalma, 1998, A edieao original é de 1948 Vg, COUTURE, Eduardo J. © principio da liberdade no sistema do processo civ Lisboa: Jornal do Foro, 1948. ons 7 Cf. COUTURE, Eduardo J. Interpretacdo das leis processuais. Tradugdo de Gilda Maciel Corréa Meyer Russomano. 4. ed, Rio de Janeiro: Forense, 2001. COUTURE, Eduardo J. Fundamentos del Derecho Procesal Civil. p. 74. Neste sentido: Cf. MELENDO, Santiago Sentis. Prologo, p. XI. , COUTURE, Eduardo J. Fundamentos del oes 986 ono 307 Aqui vale um destaque: ante: 1943-44, Couture, que também era um glo-saxdo, ja havia pronunciado varias América — EUA, sobre as Sarantias co, 1946, na edigao brasileira de seu Fundamemtos, com base no que havia dito em tais conferéncias, enxergou a acao petigdo. Como dito, sé em Processual Constitucional, mas, mesmo antes desta data, tratamento do tema em si, Ss da Segunda Guerra Mundial, em Profiindo conhecedor do direito an- conferéncias nos Estados Unidos da nistitucionais do processo civil e, em | Todas essas datas seraio importantes para a compreensdo do que sera dito nas linhas seguintes, Chama atengio o fato de que Couture, na primeira edigao ( 1942) de seu Fundamentos, deixou fora a Jurisdigdo, compreendendo, inicialmente, que este tema seria afeto ao Direito Constitucional ¢ nao ao Direito Proces- sual. Isso ocorreu porque o Processualista uruguaio compreendia que a juris- digdo deveria ser tratada dentro do Direito Publico, como uma fungao estatal, €, portanto, dentro do Direito Constitucional. Tal posigao de Couture nao era comum na década de 40, pois o processo e a propria jurisdigao, segundo grande parte dos processualistas da época”", eram tratados como assuntos de direito privado. Naquele tempo, a jurisdigdo ainda era um tema muito distante do Direito Constitucional. Para citar somente um nome de peso, basta lembrar que Lodovico Mortara (1855-1937) — considerado o Ultimo representante da Escola Exegética e que foi um famoso opositor do entao jovem Giuseppe Chiovenda (1872-1937) — tratava da jurisdi¢ao no primeiro volume de seu Commentario, ou seja, inseria 0 tema no Direito Processual, e nao no Cons- titucional, como planejou Couture. ee ” ; balho apés Couture, em 1952, afirmando que Jo, publicou um trabalho apés Cout : inn una excessive Higielo entre ¢ dreto civil e 0 direito processual, Cf, LIEBMAN, Enrico Tullio. Dirito Costituzionale e Processo Civile. Rivista di Diritto Processuale, Padova: Cedam, v. 2, p. 329, 1952 / intucia boon am énci jurisdigdo em Mortara e sua influéncia & época de cee mia rar siaea ig van tele nns iniklal ents Morura © Chigveoda, conec: DINAMARCO, Cinddo Range Polemicas ivil, In: Revi ‘Tribunais, n, 424 ~ fevereiro , Sio Paulo: ap cee niet oe Se31; MADEIRA, Dhenis Cruz, O nove CPC e Iitara ia também cE eel Fema eae Ris (Og) 0 fr do proce Ca acer il uma andlise critica a0 Projeto do Novo CPC. Belo sso ch Forum, 2011, p. 129-142. Dhenis Cruz Madeira ‘A posigaio do processualista uruguaio, portanto, causou estranheza, . OSI . ja grande dificuldade de se enxergar os especialmente porque, como dito, havia gt i institutos processuais no ambito constitucional. oo _ Para justificar este alinhamento entre jurisdigao e Constituigao, jurisdi¢do era tratada como um Couture ressaltou que, entre os alemaes 2 J nae tema que integrava a administragaio publica. Passados sane panels traba- Ihos e a primeira edigdo de seu Fundamentos, © processua ista uruguaio inse- riu um capitulo sobre a jurisdi¢ao, alinhavando-o a Constituigao, tentando superar as dificuldades conceituais que, segundo ele”, existiam entre os processualistas de seu tempo". Somente para se ter uma ideia do avango gerado pela reflexiio couturiana, é possivel transcrever 0 trecho em que 0 processualista uruguaio trata do alcance do conceito de jurisdig&o: “La jurisdiccion, ante todo, es una funcién, Las definiciones que la conciben como una potestad, sdlo sefialan uno de los aspectos de la jurisdiccion. No se trata solamente de un conjunto de poderes o facultades sino también de un conjunto de deberes de los organos del poder publico”™". Mais a frente afirmou: “Una garantia minima de la jurisdicién consiste en poder alejar, mediante recusacion, al juez inidéneo. Los ciudadanos no tienen un derecho adquirido a la sabiduria del juez; pero tienen un derecho adquirido a la independencia, a la autoridad y a la responsabilidad del juez”””. Repare-se que Couture viu a jurisdigao nado somente como um po- der do Estado - como ainda hoje é comum encontrar em livros de Diteito Constitucional e Processual —, mas como uma fung&o e, do mesmo modo, como um dever do Estado. Além disto, em postura pouco comum entre os pooeeaialiae seu tempo, iniciou uma tentativa de desmistificagio da ura éi Sai ag 5 do juiz Peer ee one 0s cidados nao tinham direito a sabedoria NZ, ‘pendente, que exercia ‘i Tes- ponsdvel por seus atos, arautoridade.¢ queers ee ° COUTURE, Eduardo J. Fundamentos °* Cf. MELENDO, Santiago Sentis, Prt Como lembrou José Alfredo de Oli hoje) dificuldade para se saber onde reito Constitucional, sendo este o m diosos das duas disciplinas. Cf, BA tucional, p. 5. del Derecho Procesal Civil, p. 32. logo, p. XIII. veira Baracho, havia, neste tempo (e, talvez, aind oti utisdigao, se no Direito Processual ou no Di- RA pele Qual a a jurisdigao seja estudada pelos est" 10, José Alfredo de Oliveira. Processo Const 995 . Talvez um dos maiores métitos de C compilar € expor, com clareza de redagdo e fala” cientificas do direito processual de seu tempo”, outure seja o de conseguir » a8 principais novidades oO talento de Couture foi reconhecido ainda em vida, tendo minis- trado conferéncias em todo mundo, desde a América Latina, passando pelos Estados Unidos e diversos paises da Europa. Além disto, manteve contato préximo com grandes nomes do Direito Processual de sua época, tais como Calamandrei, Goldschmidt, Camelutti, Alealé-Zamora y Castillo"™ somente para citar alguns poucos nomes europeus que o reverenciavam. Em 1952, Liebman'™” publicou trabalho em que exaltou o nome de Couture e seu esforgo de aproximagio entre o Direito Constitucional e o Processual. No Uruguai, para se ter uma ideia do prestigio que Couture angari: va entre seus pares, recebeu 0 alemao James Goldschmidt (1940) — que, in- clusive, faleceu em Montevidéu'”, fugindo da perseguigao nazista — ¢ Fran- cesco Carnelutti, numa época em que as viagens da Europa a América do Sul eram tormentosas. De fato, Couture alcangou o grau maximo de reconhecimento e docéncia em Direito Processual, algo pouco comum para juristas latino- -americanos de seu tempo e, como se sabe, infelizmente, ainda hoje. A jungao entre Direito Processual e Constitucional proposta por Couture teve forte influéncia do Direito norte-americano & inglés, j4 que 0 processualista uruguaio, além de conhecedor da cultura juridica romano- -germanica, era um profundo estudioso do direito anglo-saxao, tendo proferi- ee: 8 Algumas conferéncias pronunciadas por € possivel ouvi-las. Numa delas, em q Eduardo J, Couture foram gravadas ¢, ainda hoje, ue recebe Francesco Camelutti, Couture, assim itali snostas de como dominava a oratoria e expunha seu pensa- ovate de forms i ee dizer, elegante, Sobre a limpidez. de redacdo, uma simples leitura de seus textos da mostras de sua capacidade de compilar as palace vests Py rae ese seu tempo, isto tudo, de forma simples ¢ objetiva, sm Hes de pedantisne ou vaidade académica. Seus textos ‘so claros, com sumarios ¢ temas bem. divi i lem de mostrar, ainda, a humildade de reconhecer erros © desir de suas conviegoes, tl como fer fhente j teoria do proceso como instituigZo, ‘abandonada em prol da teoria do proc: z frente & teoria do pr insti omiantsem Se empe. ‘jo juridica, esta tiltima. 5 como rela, juridical re gogo. p. XIV a Ilo, referindo-se a sxico em 1947, Alcalé-Zamora y Castillo, te realmente fiatemal”. Cf. COUTURE, Eduardo J. In- °° Neste sentido: MELENDO. S 0 Xjuma conferéncia realizada n Couture, manifestow “uma fe a terpretag das Pie SP ctituzionale e Processo Civile, p. 332. LIEBMAN, Enric it 2 CE COUTURE, Eduardo J. Prologo. del derecho, p. VII-IX- llio. Diritto co OLDSCHMIDT, ‘James. Problemas generales 310 Dhenis Cruz Madeira tri i i sos sobre 0 que denomi do, em territério americana, como dito, a ni fe: “on minoU de go. rantias constitucionais do pracesso civ ias, Liel > tempos depois, valorizou o esforgo do jurista urugualo, afirmando que ele conseguiu, em seus estudos, mesclar os avangos: constitucionais do direito anglo-saxio com 0 di. reito romano-germinico. Realmente, como proprio Couture __ Teconhecey no preficio da terceira edigdo de seu Fundamentos, sua obra é recheadas de referencias a common law, algo nem um pouco comum sua €poca. Sem divida, Couture foi, entre os processualistas de matriz roma. no-germanica, um dos primeiros a propor, de forma clara € direta, uma revi. sitagdo completa do direito processual sob um viés constitucional, assimilan- do parte da tradigdo da conimon faw, rumo a uma compreensao democritica do processo, 0 que ainda esta em curso em pesquisas de todo o mundo, Note-se que, ainda hoje, ha quem diga que 0 direito norte-ameri- cano nao possui um Direito Processual Constitucional, mas apenas cursos universitarios em que se estuda o Direito Constitucional, a supremacia da Constituigao, seu valor juridico e como o texto constitucional se faz efetivo. Nao haveria, propriamente, um estudo dos procedimentos constitucionais ¢ nem uma Corte Constitucional, tal como o direito romano-germanico a co- nhece. E 0 que afirma Domingo Garcia Belaunde: Y por tanto, en el sistema juridico norteamericano no existe algo que pueda Ilamarse proceso constitucional, y en consecuencia, nadie se ha preocupado de estudiarlo, Lo que se hace es estudiar, en los cursos universitarios de Derecho Constitucional, y en los manuales al uso, él problema de la supremacia de la Constitucion, su valor juridico y cémo ella se hace efectiva en un proceso cualquiera, a pedido de parte. Por la misma razén, no existe un Derecho Procesal Constitucional y 0? creo que vaya a existir. Y esto por cuanto los problemas son resueltos en cualquier juzgado, en cualquier proceso, susceptibles eventualmente de ir a la Suprema Corte de Justicia, por lo que tampoco puede decirse 1 ésta sea un Tribunal Constitucional, ya que si bien su labor trata estos temas mayoritariamente, la mayoria de las cuestiones se deciden en !08 cortes de los Estados miembros, las que actian en iiltima instancia, 4 Po ruciira propia, sea por seguir los principios que e” algun orprtant lad senié la Suprema Corte, y que son vinculantes, Aun mas, 0 Jurisprudencia aumenta con el transcurso del tiempo Y siempre i ic A i siempre de inmediato. ¥ ella misma es en realidad disereta. pues“! pasan de un centenar los casos que resuelve. ee 1003 LIEBMAN, Enrico Tullio. Diri ituzi 1 COUTURE, mas . Diritto Costituzionate e Processo Civile, p. 332. Prefaci 5g rardo J Fundamentos del Derecho Prosaat Gein ee tsi. I COUTURE, Fé | Argumenta: 80 Juridica Hi ¥ ast hay qui hacerlo para hablar e Unidos no hay Tribunal Constimehog ere ete M0 es, en los Estados ‘ istitucional, ni : . ‘ fampoco existe un Derecho P, ‘ona’, ni procesos constitucionales ni races tue z munca lo haya’, ‘esal Constitucional, ¥ es probable que Couture, portanto, Conseguiu a proeza de gdo norte-americana e inglesa na Protegio d; assim como no reconhecimento da inaplicabili tradigGo essa que nao existia na Europa e na América Latina de seu tempo -, para formar as bases tedricas do Processo Constitucional, algo que ‘nem mesmo no sistema da common law existia satisfatoriamente. Foi ele quem, de forma clara e como se disse, tentou realizar a jungao entre Processo e Constituigao pela primeira vez, aproveitar a longa tradi- ‘4 supremacia da Constituigdo, dade de leis inconstitucionais — O pioneirismo de Couture ea ligagdo entre seus estudos e 0 direito norte-americano foram ressaltados por Adolfo Gelsi Bidart numa homena- gem ao processualista uruguaio, pronunciada na Facultad de Derecho, Uni- versidad de la Repiiblica, Uruguay, em ocasitio de 20 anos do falecimento do homenageado: En este roturar constante sobre el proceso, Couture fue uno de los primarios propulsores de lo que bien podria denominar-se el ‘procesalismo constitucional’, vale decir, el que procurd entroncar clara y nitidamente al proceso con la Constitucién, para mostrarlo, segiin tesis ‘de alguma doctrina constitucional y de la jurisprudencia de la Corre Suprema de E. E. U. U., como garantia fundamental de los derechos. De ahi, como dijimos, su enfoque de la accidn como espécie de dere constitucional de peticion y el estudio de las garantias consttuiona les en el proceso civil, ademds de por el proceso civil, — rebinilicande, nara ia aplicacién del proceso en este otro sector del derecho, lo que més proceso penal. yertic el claramente se advertia para . . R impulsando también la renovacién yes fios, Couture fué impulsanc ; eccirii eines " del proceso, entonces (como tadavia hoy oir 4 1006 via al : vis) separadas en compartimentos poco comunicados)'”, para algu wee 105 Garcia, El wine A BELAUNDE, Domingo ji wnstitucional en el siglo ee ho y la justicia cor ey Problematico, Jn: Estado oe er Constitucional. Cochabamba: Grupo Eeitoral Kips Congreso Boliviano de Deethe Co gucabelnde.c 004, p, 198, Tam i em: 31 jan. 2012 Serre ConceptoProblematico.pdl>. Accs 1 Couture veinte afos despues. Montevideo, “BIDART, Adolfo Gelsi. Ante Fanart tue eduuy/contenido/archivo-hstoico/ 11.05.1976, p. 7-8. Disponive’ emt ‘ iginal. a Dispomive ec pdf>. Avess0 em: 26 jan. 2012, Sublinhado do origin locumentos/homenaje-a Derecho Procesal Constitucional: un_concepto 312 Dhenis Cruz Madeira Destaca-se que Couture jniciou tal aproximacao entre os institutos do direito processual com os do direito constitucional antes, durante e um pouco apés a Segunda Guerra, s6 interrompendo suas pesquisas em decor. réncia de sua morte prematura, ocorrida no ano de 1956, quando estava pré- ximo de completar (apenas) 52 anos de idade. De todo modo, como se disse, Couture, antes mesmo da Segunda Guerra, defendeu ideias que estavam a frente de seu tempo. Somente para citar alguns exemplos, Couture: a) ligou a agao ao direito constitucional e abstrato de peticao'””, ao direito (que chamava de poder juridico)" de provocar a jurisdigao, vendo-o como direito 4 jurisdigao, destacando igual direito do réu de se defender e fazendo um paralelo entre aco € excecao’; b) escreveu sobre a futela’"” constitucional del proceso'®''; c) enxergou 0 processo como garantia constitucional'®? e o ligou aos direitos da pessoa humana'’"’; d) compreendeu que toda parte tinha o direito de ser escutada e, caso nao o fosse, essa nao audiéncia seria uma violagao da tutela constitucio- '*°? Fundamentos del Derecho Procesal 3°°8 Thidem, p. 57-61 p. 74-79. '™ Vale lembrar que a palavra excegdo foi aqui usada como sinénimo de resposta, de defesa. Num paralelo entre aeao ¢ excegdo, afirmou Couture: “El reme de la excepcion es, dentro de uma concepeién sistematica del proceso, virtualmente paralelo al de la accién. La acctén, como derecho a atacar, tiene una especie de réplica en el derecho det demandado a defenderse. Toda demanda es una forma de ataque; la excepcién es la defensa comra ese ataque, par parte del demandado. Si la accién es, como deciamos, el sustitutivo eivilizado de la venganza, la excepeién es el sustinut ”. ; s Is in ensa”. (Fun- damentos del Derecho Procesal Civil, p.90-91) eacis ‘1 Aqui, recordo-me de uma aula da Profa. Dra. Flaviane de Magalhaes Barros, ocorrida entre os anos de 2004 e 2005, no curso de mestrado em Direito Process da PUC/Minas, ‘ngdo, manifestou ineémodo. quando utilizei a expresso utela base estatais e fiscal da atuagao dos agentes publi- pressbes entéo utilizadas por Couture nae nrantida para seguir, mais de perto, 88 ¢* sualista uruguaio era vivo, a ce e Serer OS BO tear ee . a cons fe 2 ee so Stal da Sus primcitos patos, Stusdo democritica do Direito Constitucional ¢ Proees isse que “la tuela Constuconles”. Ce Fandamente te ert POF imperio. de tas_previsos CE COUT ae mentos del Derecho Py Chip. : COUTURE, Eduardo J. Fundamene CoP EP Eduardo J. Las garantias meee c i Trecho Proc i ; COUTURE: "* Fundamentos del Derecho Pons onales del proceso civ ne di em forma escrita, tudo isso so;!°"* f) compreendeu que a inconstitucional;'""® g) disse q er presses externas, tanto poli- 8 s (no caso, Couture nio uis defender o autoritarismo, mas, simplesmente, que as decisées dos jutes deveriam ser efetivadas, nao se reduzindo a simples pecas académicas) e, por fim, ser responsabilizados por seus atos, ici ‘ gio, 0 juiz nao se convertesse num déspota'”"”, __ Percebe-se que, Eduardo J. Couture, diferentemente de seus con- temporaneos europeus'”'*, mesmo com as limitagdes do Direito Constitucio- nal de seu tempo, realizou uma revisitacao de todos os institutos que compu- nham o Direito Processual, procurando, ainda, alinhavar Processo e Consti- tuigao de forma didatica, Numa mesa-redonda realizada no ano de 1947, formada logo apés algumas conferéncias realizadas no México e que contou com a presidéncia de Niceto Alcalé-Zamora y Castillo, ao tratar do projeto de um novo Cédigo de Processo Civil uruguaio, assunto que era intensamente debatido na Amé- rica Latina, Eduardo J. Couture foi bem direto ao dizer: “Se me perguntas- sem de onde extraio toda a sua estrutura normativa processual, eu respon- deria que seu primeira grau se encontra no texto da Constituigao (...) Num trecho da conferéncia que pronunciou antes da mencionada mesa-redonda, ainda afirmou: A Constituigdo nos oferece, pois, uma primeira estrutura basilar da or- ‘en erocenual Ocarre, apenas, que, em virtude da caracteristica das le} M = horniin constitucionais, consistente na sua generalidade, veremos apare diante de nds o maior campo possivel no ordenamento normativo, 0 cer dian a e ri mais vast panorama de aplicacao de um preceito adjetivo Gye. ons Lee razonable oportunidad de ser escuchado, toe ai ivacién de una razonable of ese ements ae ‘constitucional del proceso”. Fundamentos del Derecho Procesal Civil, p. 156. sat onset me Fundamentos del Derecho Procesal Civil, p. 15! s thidem, p. 158. " thidem, p. 161. \ ica aos provessualists europeus, que, como dit Ole - uma criti direito privado. Cf. ac entre 0 proceso € 0 re Processo Civile, p. 329. p. 145. ui depois, faz ; mae ees cama rsa i LIEBMAN, Enrico Tullio. Diritto Costituz! COUTURE, Eduardo J. Interpretaga i ‘0 das leis processua 3 Dhenis Cruz Madeira Talvez pudéssemos denominar essas normas, uti indo uma antinomia, 6 direito substancial do processo, @ parte basica, a@ que institui direitos processuais que deverdo, no fuluro, ser desenvolvidos pelo legislador, Quando, anteriormente, Nos referimos as ‘garantias constitucionais do vil! es: oria de direitos processo civil’, fizemo-lo pensando nessa categoria pracesiy. ais fiundamentais, assegurados pela Constituigao Sua morte prematura, 0 apego do Direito Constitucional de seu tempo ao Estado Social e sua adesdo 4 Teoria do Processo como Relacao Juridica’, talvez tenham impedido que Couture realizasse um aprofunda- mento maior nesse estudo. No entanto e ainda assim, 0 esforgo do processua- lista uruguaio rendeu excelentes frutos. Um exemplo foi Liebman'™”, que, em 1952, além de fazer men¢ao ao trabalho de Couture, reconheceu que 0 ‘eito Processual deveria se afastar do Direito Civil e, diferentemente, aproximar-se do Direito Constitu- cional. Afirmou ainda que os outros ramos do Direito, incluindo o Direito Processual, deveriam partir do Direito Constitucional. Outro exemplo foi Héctor Fix-Zamudio, constitucional-processua- lista mexicano e discipulo direto de Aleala-Zamora y Castillo". Como 0 proprio Fix-Zamudio reconheceu num artigo publicado em 1977'*, Couture exerceu sobre ele, juntamente com seu mestre espanhol, fortissima influén- cia. Foi apoiado, sobretudo, em Couture e Alcalé-Zamora y Castillo, que '©2° COUTURE, Eduardo J, Interpretagao das leis processuais, p. 37-38. 1021 Que, ja se sabe, apesar do prestigio que ainda possui entre os processualistas, a Teoria do Processo como Relagdo Juridica ~ que foi abragada por Couture apés um period em que aderiu a Teoria do Processo como Instituigao (Sociolégica) — é uma teoria in- compativel com o Estado Democratico de Direito. Neste sentido, cite-se, dentre ou ttos: GONCALVES, Aroldo Plinio. Técnica processual e teoria do. proceso; LEAL, André Cordeiro, Instrumentalidade do processo em erise: LEAL, Rosemit® Pereira, Teoria Processual da Decis&o Juridica; MADEIRA, Dhenis Cruz. Process? je conhecimento & cognigo; NUNES, Dierle José Coelho. jurisdicionsl demo ritico; STRECK, Lenio Luiz. O que ¢ isto — lau areca ‘minha cons 12 Diritto Costituzionale e Processo Civile, p. 328. Bg. '®5 ROMERO, Roberto Negrete. Niceto Jieatistie oe memoria de Niceto Alcal vox unam.mx/libros/2/639/2, FIX-ZAMUDIO, Héct : or. EI i Constitucional Procesal, p ee de Eduardo J. Couture y ¢l D’ la-Zamora y Castilla” Pdf>. Acesso em: 29 jan, 2012. 7 erect? Ja se disse que, ay » Apesar de toda oe a fez meres ao termo Direito Processual ‘Coe de Couture, ele so 48. les j sow cional numa 5 1026 e ee ae, _ticia algumas ideias e conceitos, mas aA Tee ete Cl | ix-Zamudio, logo no titulo de seu artigo'™”, usa a ex Ss . sao Direito ‘onstitucional Processual, referindo-se, ainda, a : pres uruguaio. , , a0 processualista ’ Pe se faz mengiio ao Direito Processual Constitucional en- quanto ix-Zamudio ao Direito Constitucional Processual. Existe alguma diferenga entre as expressdes? No primeiro paragrafo do referido artigo, Fix-Zamudio advertiu que a nova disciplina que estava nascendo ainda tinha contornos imprecisos e que a mesma seria resultado de uma unido entre o direito constitucional e 0 direito processual. Transcreve-se: Pretendemos abordar en este breve estudio, el problema relativo al nacimiento reciente de una disciplina juridica, todavia de contornos imprecisos, que podemos calificar como derecho constitucional procesal, y que ha surgido como resultado de Ia confluencia de otros Pos ramas de la_ciencia juridica: el derecho constitucional y ef 28 derecho procesal'™. No entanto, € preciso esclarecer que, diferentemente de Fix- Zamudio'™, Couture nao tomou como objeto central de pesquisa a distin- go entre o Direito Constitucional Processual — que comumente € visto como 0 estudo dos principios constitucionais do processo ou das norte cenit: cionais do processo — ¢ 0 Direito Processual Constitucional — que, segundo ae W825 Para Fix-Zamnudio, o Direito Constitucions processual (EI pensamiento de Eduardo J. Couture y el Derecho ‘Constitucional Procesal, p. 188) seria uma nova disciplina juni é5-Graduagao em Direito da Pontificia Univer- juridica, Saliente-se que me PSC a Poe Ochna), sto nos esas de poe sidade Catélica de Minas Ger ‘da — IEC), assim como nos cursos i iucagdo Continua m como No: ie mestrado ¢ douto _ como disciplina curricular. , cho process civil "% Cf. COUTURE, Eduardo J. Estudlet de derecne Pr yo Constitucional Procesal 1 Derect "Ft pensamiento de Eduardo J Contre aera cy Gouture y el Derecto 1 ENC ZAMUDIO, Héctor. EL pensamien’? Constitucional Procesal. P. '"* 1¢ se pod "Zamudio realiza a distingdOs COMME cecah p, 192. » tonal! J. Couture y el Derecho Constitucional ie ver em: El pensamiento de Eduardo 1029) 346 Dhenis Cruz Madeira, alguns, trata das chamadas ag6es constitucionais'”®, tais como 0 mandado de seguranca, habeas data, mandado de i \juncao, acao popular, habeas Corpus, agio direta de inconstitucionalidade etc. Alguns juristas, inclusive, observam que tal divisio nao tealiza, propriamente, a criagao de novos ramos do Direito Processual, mas apenas se justifica, quando muito, para fins didaticos "™. Em realidade, tanto Couture quanto Fix-Zamudio se preocuparam, mais do que realizar a mencionada distingao, em compreender a relagao en. tre Processo e Constituigdo. Havia, em ambos, uma preocupac¢do de se rela- cionar 0 Processo com os direitos fundamentais, com 0 acesso A jurisdigao, com o papel do Judicidrio, com o controle de constitucionalidade das leis ete, Talvez por isto, José Alfredo de Oliveira Baracho'”?, um dos pio- neiros desse estudo no Brasil, tenha dito que Fix-Zamudio € um continuador da obra iniciada por Couture. Ademais, parece que a distingao sobredita 6, no plano cientifico, ir- relevante, porquanto mesmo as agées constitucionais estudadas no Direito Processual Constitucional devem se submeter e ser regidas pelos principios constitucionais do processo, objeto do Direito Constitucional Processual. Para ser mais direto: a tentativa de se criar dois ramos distintos, um, para se estudar os principios, outro, para se estudar os procedimentos previstos no texto constitucional, ¢, do ponto de vista epistemoldgico, injustificavel. Por isso, seguindo as orientagdes de varios autores, a presente pesquisa utilizara a expresso Direito Processual Constitucional ou sim- "93 além de Fix-Zamudio, sobre a mencionada divis%o entre Direito Constitucional Proces- sual € Direito Processual Constitucional, dentre outros, conferir; CANOTILHO, José Joa- quim Gomes. Direito constitucional e teoria da constituigio, p. 965-967; MEDINA, ze Reha de Gouvéa. Direito processual constitucional. Rio de Janeiro: Forense, ps 4-5. 'S! Varios juristas tentam distinguir Direito Constitucional Processual € Direito Processus! Constitucional. Ha, nessa linha, grandes nomes, tais como, por todos: CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria da constituigao, p. 965-966. Em 104° caso, 0s autores que assumem tal divisio parecem concordar com o fato de que a jurisd ¢40 constitucional c as chamadas agdes constitucionns das. pelos lo'con hale § lucionais ve idas pe principios constitucionais do processo. também devem ser 18 1032 ‘y Como disseram, dentre outros: ARAUIO, i sional. Belo Horizonte: Mandamento, 2003.6 19 coe oe Pre SN 200 NER’ JUNIOR, Nelson. Prineipios do prow 3. p. 100 (em sua nota de rodapé n. 8): NI e550 ci : a aval S40 Paulo: Revista dos Tribunals, 2002 20-26 see Federal: 7 6 ‘> Cf. Proceso Constitucional, p.4. toss " arama ag importante obra, José Alfredo de Oliveira Baracho (Proces*? > P. 125) relativiza as diferengas entre os dois termos: “A aproximacd? 317 Para ester, » a distingZo proposta se Alias, Paulo Roberto de Gouvéa Medina essa tiltima afirmagao: Parece concordar com O desmembramento de que assim se cogita, embora abonado por emi- nentes autores, nao se funda em base metodologica segura nem apre- senta qualquer interesse Pratico. A duplicidade de meios para 0 estu- do de assuntos da mesma natureza incide numa superfetagdo que sé viria prejudicar, no caso, 0 advento de uma disciplina que deles se ocupasse"”. Rosemiro Pereira Leal também é direto: A dicotomia de um direito processual constitucional e constitucional /pro- cessual desserve a necesstiria clareza para o exato apomamento da ori- gem desses supostos ramos juridicos, porquanto ambas as expressdes in- duzem 0 leitor a uma possivel existéncia de um direito processual dentro ou a partir da constituigao diverso de um direito processual infraconsti- tucional””*. Repare-se que mesmo os juristas que, para fins didaticos, fazem a distingao entre Direito Constitucional Processual e Direito Processual Cons- titucional, admitem que os procedimentos previstos no texto constitucional (vg, habeas corpus, mandado de seguranga, habeas data etc.), que seriam objeto do Direito Processual Constitucional, também devem ser regidos pe- tre Constituigdéo e Processo gera 0 surgimento do Direito Constitucional Processual ou Direito Processuat Constitucional, como preferem outros: ‘A condensacito metodolégica ¢ sistemédtica dos principios constitucionais do processo toma o nome de wa Proces- sual Constitucional,’ Nao se trata de um ramo auténomo do Direito essa, at Sn de uma colocacéo cientifica, de um ponto de vista metodolégico e fees lo qual se pode examinar 0 processo em suas relagbes com a Constinuigad™. Ouigos autores, neste Ponto especifico, caminham em sentido quase idéntico, exergando o Proces . 0 E Ca. de forma mais ampla, abrangendo os dois termos mencionades na So coxpe. vf, CEN TRA .C gel on i VER, Ada Pellegrini; c Toe ne Hare reve atual. So Paulo: Malheiros, 2002. p. 79-80; : i ;cesso Constitucional e Estado Democratico DIAS, Ronaldo Bets de Caran Do reco, Proce contuconal ede iso Bastos, 1999. p. 17; LEAL, Rosemiro Pereira. Teoria Ge tieteae: 5 . a EDINA, Paulo Roberto de Gouvéa. Direito processual cons- ttucional, Rio de Janeiro: Forense, 2005. PS 1 do Processo, p- 49. tos ing Direito processual constitucional, p EAL, Rosemiro Pereira. Teoria Gera S18 Dhenis Cruz Madeira los principios constitucionais do processo, que, por sua vez, Sao objeto go Direito Constitucional Processual. Por sua vez, as ligdes de José Joaquim Gomes Canotilho so unis. sonas: O direito constitucional processual conforma também o direito proces. sual constitucional. A pluralidade de processos jurisdictonais (penais, civis, administrativos, fiscais) ndo perturba a existéncia de um para. digma constitucional processual informado pelos principios que se acabam de referir. A existencia de um paradigina processual na Cons. titui¢do portuguesa obriga a estudar e a analisar os diferentes proces- Sos ndo apenas na sua configuracao concreta dada pela lei ordinévig (os eédigos processuais ordindrios), mas também sob o dngulo da sua conformidade com as normas constitucionais respeitantes as dimen- ses processuais das varias jurisdigdes. O direito processual constitu. cional estard também, nesta medida, vinculado ao paradigma constitu- cional do processo'™’. Assim, como ja insistentemente dito, parece que a referida divisio s6 costuma ser usada para fins didaticos, mas, em realidade, na pratica e até na teoria, nao encontra justificativa robusta. Alias, pode-se dizer que a dico- tomia, no atual estagio das Teorias do Processo e da Constitui¢ao, mais atra- alham do que ajudam a compreender o Processo Constitucional. Sendo assim, na presente pesquisa, a expresso Processo Constiti- cional (ou Direito Processual Constitucional) serd usada em seu sentido mais amplo Possivel, ou seja, como a necessdria inter-relagao entre o Proces- soea Constituigao, sob todos os seus aspectos. O Processo Constitucional, como disciplina académica, objetiva justamente revisitar todos os institutos que compdem a Teoria do Processo ~ jurisdicio, procedimento, ago et frente as normas constitucionais — v.g., direitos fundamentais princi Constitucionais, legitimidade, competéncia etc, , k Vale lembrar que as expresses Estado Democratico de Direito € stado de Direito Democratico também podem ser usadas como expressoes re 1037 CANOTILHO, é e a seni, p. 967, » José Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria da constituicl” 1038 Cf. Fundamentos del Derecho Procesal Civil, p. 74-79, Argumentagao Juridica 319 sindnimas, pois, na atualidade, todo Estado é de Direito'””, porquanto nao existe Estado fora da normatividade juridica. Por isso, hoje, seria impensavel aceitar um Estado da Natureza'™’, a nao ser que o termo Estado na tiltima Jocugao seja utilizado com outro significado que nao o atual, previsto nas Constituigdes. Esse Estado da Natureza reside no espago nu'*', motivo pelo qual ndo pode ser considerado, diante das conquistas do Direito Constitucio- nal apés a Segunda Guerra, um Estado. Em contrapartida, nao se pode dizer que Estado de Direito e Estado Democratico sdo express6es sinénimas e nem que possuem uma correlagao necessdria. O Estado Democratico sé existe com a instauragdo de um Estado de Direito, mas o contrario no se pode afirmar. Diz-se isso porque o Direito, como quase tudo que é fruto da ativi- dade humana, pode ser usado tanto para o bem quanto para o mal, tanto para a garantia de liberdade quanto para a opressdo. Neste prisma, o Direito ou 0 Estado nao sao, em si, democraticos, ja que podem ser usados tanto nas de- mocracias quanto nas ditaduras. Nao é outra coisa o que diz Leonel Severo Rocha, quando afirma que 0 “poder politico, seja de origem democratica, seja totalitdrio, é sempre 7?!" Destarte, nao é raro encontrar exemplos de presente na génese da lei Estados de Direito de cunho totalitario, nos quais o Direito é usado como * Trata-se de uma afirmagdo proxima, mas nao idéntica, a de Hans Kelsen (Teoria pura do direito, p, 353), pois, para ele, nao havia motivo para 0 dualismo Estado e Direito, pois, Para ele, “a rentativa de legitimar o Estado como Estado ‘de Direito’ revela-se inteira- mente infrutifera, porque — como jd foi acentuado — todo Estado tem de ser um Estado de ‘twp Diteito no sentido de que todo Estado & uma ordlem juridica’”. Aqui é possivel recordar de Kant, pois. para o filésofo prussiano, havia dois tipos basicos de Estado, quais sejam, o Estado da Natureza e 0 Estado Civil. No primeiro, que sequer Poderia ser chamado de Estado na concep¢do atual, néo ha, diante de um conflito, um jui- 20 competente para prolatar a sentenea. O Estado da Natureza, portanto, incita a autotute- la, pois os direitos nfo sao juridicamente protegidos ¢ os conflitos resolviam-se pelos costumes e uso da forca — haveria uma sitvagéo fatica, e ndo propriamente uma situacdo Juridica, Ja © Estado Civil seria aquele que garante, pelo Direito, a vida, 0 livre uso do Compo e a propriedade, triade que esbogaria as condigdes basicas para a liberdade. O Esta- | nesse sentido, seria o tinico capaz de assegurar o desenvolvimento da Direito, do Cj Pois s6 nele se teria a criagdo de normas ditadas pelos legisladores piblicos. A filosofia de Immanuel Kant costuma ser vista como a grande fundamentadora do Estado Liberal, So- GALUPPO, Marcelo Campos. Igualdade e dife- Te o tema, conferir passagem da obra: Fenea: Estado Democratic de Direito a partir do pensamento de Habermas. Belo Horizonte: ve, Mandamentos, 2002. p. 77-99. ; CE AGAMBEN, Giorgio. Homo Sacer: 0 poder soberano ¢ a vida nua, p. 90-1; WOLFF, ion F€ncis. Nascimento da razao, origem da crise, p. 75. ; “HA, Leonel Severo. Epistemologia juridica ¢ democracia. Sto Leopoldo: Unisinos, 1998, p. 103. Dhenis Cruz Madeira 320 instrumento de dominagao, contra a liberdade, para suprimir o direito 4 digg. instru agao, " renga, em desfavor da individualidade etc. . / Por isso é que, mesmo atualmente, nao € raro ver ditadores justig,. arem seus atos apoiados no Direito, numa lei e mesmo num determinado § . ae dispositivo constitucional. Alias, para comprovar esta hipétese, basta recor. dar dos dezessete Atos Institucionais’” que restringiram a liberdade dos brasileiros entre os anos de 1964 e 1969. Nao é de hoje que se admite a possibilidade de existéncia de nor. mas constitucionais inconstitucionais'”. Do mesmo modo, aiveita-se a pos. sibilidade de uma desconstitucionalizagao da Constituigdo ™, assim como, tratando de um paradoxo aparente, de um Direito Constitucional nao Cons- titucional'™*, A tépica juridica, inclusive, dependendo de como for usada'™”, pode servir como uma ferramenta argumentativa de desconstitucionalizacao do discurso juridico, uma forma de se fugir da aplicagdo da norma juridica prevista no texto constitucional e infraconstitucional'”#*, A topica pode ser usada como uma técnica de desconstitucionalizacao'”” do discurso proces- sual, uma forga contraria, portanto, ao movimento de constitucionalizagio'” do direito. _— O discurso processual, contudo, nao admite a desconstitucionaliza- Gao, justamente, pelo fato de esta ir contra o Estado Democratico de Direito, algando o discurso para o espago nu, agérico, no procedimental e, por con sequencia Um discurso desconstitucionalizado fomenta 0 surg mento do espago do soberano, de um espago sem regras, onde tudo pode, ee 108 Sop, ‘obre o tema, sugere-se trecho especifi \ouy 29 Juridica e demoeracia, p. 108-118, Cf. BACHOF, Otto, Normas Constitucionais i ~ i Costa (Trad.). Reimp. Coimb; Cf. SAGUES, Nés : i ote Uae ae a concepto de desconstitucionalizacion. Revista 4 n. 2, p. 181-195, 2007, 4 del Uruguay. Montevideo: Fundacién Konrad-Adenauet ico da obra de Leonel Severo Rocha: Epistemolo- A constitucionali tos tuo i I tinettn'—~ reit ieulares, Sto Paget te do direito — 08 di lo: Malheirns. 2005. Argumentagao Juridica 321 onde nao ha fiscalizagao e onde o destinatario isd ora ds quetn a prota, da decisdo se torna um mero / aoe 0 debate feito até aqui constitui objeto do Direito Processual Constitucional, que, como dito, procura estudar a relag&o entre o Processo e a Constitui¢4o, em todos os seus aspectos, E possivel perceber, Portanto, que a compreensdo do discurso pro- cessual nao constitui uma tarefa simples, trivial, mas exige um aprofunda- mento jusfiloséfico. Alias, nas sociedades complexas contemporéneas, nada no Direito € trivial. Por isso é que, quanto ao ensino juridico, a cultura dos manuais e da didatica a todo custo — a tentativa de simplificar algo que nao pode ser, em sua esséncia, simplificado — é uma ilusio, Com razdo, portanto, Lenio Streck: (...) @ cultura calcada em manuais, muitos de duvidosa cientificida- de, ainda predomina na maioria das faculdades de Direito. Forma-se, assim, um imagindrio que “simplifica” 0 ensino juridico, a partir da construcdo de standards e lugares comuns, repetidos nas salas de aula € posteriormente nos cursos de preparagdo para concursos, bem como nos foruns e tribunais, Essa cultura alicerga-se em casuismos didéticos'™'. Assim, nao é possivel tratar 0 Processo Constitucional e o Estado Democratico de Direito como algo simplério. A relagao entre Processo e Constituigao exige de quem estuda o tema cogitagdes de todo tipo sendo a mais complexa delas, talvez, o esclarecimento da relagao entre cidadao Estado. Garcia Belaunde afirma que, ainda hoje, o significado do termo Di- Teito Processual Constitucional nio esta claro, considerando-o problematico. Em artigo especifico sobre tal questao, afirmou logo no primeiro pardgrafo: “Hace algunas décadas que circula en América Latina el vocablo ‘Derecho Procesal Constitucional’, el cual esta vinculado, como es obvio, al proceso Constitucional. Pero lo ha hecho sin mayores pares Se ey el término &n forma recurrente, pero aun esta lejos de haber sido fijado en forma clarg?'052 ; e o Direito Processual Constitucional ainda é uma erto, pois, desde Couture até os processua- \da maior do tema. disejy,, POde-Se dizer au ‘Sciplina em construgao, em aber 'stas atuais, houve uma abertura ain! ee juridi rise, p. 82-3. us STRECK, Lenio Luiz. Hermenéutica juridiea e(m) crise, P ELAUNDE, Domingo Gareia. El Deree! ho Procesal Constitucional, p. 195-202. Cruz Madeira 302 Dhenis pontam Niceto Alcala-Zamora y Castily jas, alguns autores 4| : a ve Allis, alg cessual Constitucional, ja outros Parecen como 0 fundador do Direito Pro atribuir o pioneirismo a Couture, Um exemplo desta divergéncia pode ser apresentado. Apés passar pela influéncia do direito norte-americano, Belaunde trata da autoria do vocdbulo Direito Processual Constitucional. Para cle, trata. -se de uma locugdo usada pela primeira vez por Alcala-Zamora y Castillo, em 1944, quando publicou obra, ainda na Argentina, com 0 titulo Ensayos' ge Derecho Procesal Civil, Penal y Constitucional: Precisamente, este ambiente de cardcter constitucional y procesal, puede explicar que en 1944, Niceto Alcali-Zamora y Castillo, utilizase por vee primera el término Derecho Procesal Constitucional, en la Argentina, al publicar su libro Ensavos de Derecho Procesal Civil, Penal y Constitucional (Buenos Aires 1944) y luego lo reiterase y ampliase en comentarios bibliogréficos publicados en la “Revista de Derecho Procesal” editada en Buenos Aires y que dirigia Hugo Alsina (aito III, 2% Parte, 1945, pig. 77)" Ja Fix-Zamudio parece caminhar em diregao aparentemente dis- tinta, especialmente quando aponta como um dos pioneiros — do Direito Constitucional Processual — o processualista uruguaio: Todavia mas reciente es la disciplina que hemos llamado derecho constitucional procesal, como aquella rama del derecho constitucional que se ocupa del estudio sistemdtico de los conceptos, categorias ¢ institueiones procesales consagradas por las disposiciones de Ia le fundamental, y en cuya creacién debemos destacar, como lo hemos sostenido a lo largo de este trabajo, el pensamiento del ilusire Procesalista uruguayo Eduardo J. Couture, quien fue uno de los primer®s Jurisias no $60 latinoamericano, sino en el dmbiio mundial, que advil a necesidad de analizar cientificamente las normas constitucionales 4 regulan las instituciones procesales!"5 teat men? echo procesal eonstitucional como fet’ THEODORO JUNIOR, Humberto; CALE Ag Tocesso e Constituicio: os dilemas do ie 010. essuais constituciona ee 108) Eduardo Ferrer Mac-Gregor (CE histérico social y como sear te Petrdnio; NUNES, Dierle, (Coords,). Py constitucional e dos principios proc echo Pracesal Ci ional, p. 201- , Héctor, . sal Constitucional, P. srech? Constitucional Procesal piopemsamiento de Eduardo J. Couture y # P* aU JurIdi — 8 323 José Alfredo de Oj; iveira Baracho!% -Zamudio do que de Garcia Bel oY Diante deste impasse, neiro nesse estudo? Quem criou so Constitucional? quem entdo pode ser apontado como © pio- a base do que hoje conhecemos por Proces- As questdes podem ser respondidas pelos detalhes. Nos anos de 1944 e 1945, periodo em que Alcala-Zamora y Cas- tillo esteve exilado na Argentina, assim como no ano seguinte ao que che- gou ao México (ou seja, 1947, j4 que chegou ao México em 1946), 0 pro- cessualista espanhol fez remissdo a um novo ramo processual, 0 derecho procesal constitucional'**’. Destaque-se que, diferentemente da maioria dos exilados, Alcala-Zamora y Castillo nao retornou imediatamente ao seu pais de origem'***, mas, ao revés, viveu cerca de 30 anos no México (até 0 ano de 1976, quando retornou a Espanha, onde faleceu, em 1 985) e, neste periodo, exerceu forte influéncia em Héctor Fix-Zamudio'™, de quem foi professor. Segundo Garcia Belaunde'™, varios processualistas € constitucio- nalistas aderiram ao conceito langado por Alcalé-Zamora y Castillo ¢ se dis- Puseram, ent&o, a estudar o tema, a comegar por Couture, espalhando-se pela América Latina e Europa. Contudo, como ja dito, é dificil dizer, dentre o jurista wma e8 espanhol, a quem cabe o pioneirismo, apesar de, pelos motives ja pane Parecer ser mais correto inclinar em prol de Couture e pelos tos nas linhas seguintes. = . “5BARACHO, José Alfredo de Oliveira. Teoria Geral do ‘da Faculdade Mineira de Direito, Belo Horizonte: PY 1998; BARACHO, José Alfredo de Oliveira. roce’ oe = Rio de Janeiro: Forense, v. 337, p. 105, Jee ne WI de Dresho Pres ci CE ALCALA-ZAMORA ¥ CASTILLO, Niceto. Ensayos de Dereetl Brus): pci y racine a Buenos Aires: Revista de Jurisprudencia Argentina, 1 ALCALA- ZAMORA ¥ CASTILLO, Niceto. Proceso, autocompos 10s México; UNAM, 1970 (primeira ediga0 ue ‘ ae airy Col tes Cf! ROMERO, Roberto Negrete. Niceto AE, ia ovale: Bi ‘Onforme dados biograficos extraidos de: EL amadmaestros/ io. Disponivel em: 0U, quando nada, questionavel. io I. ants Pelo fato de que Fix-Zamudio'™” fembrot © em tal construgao tedrica, justamente P°! Couture como um dos primeiros juristas a tratar do Process: um “iniciador de los estudios sistematicos”!® es el fundador del derecho Procesal constituci ma linha, também costumava s Alcala-Zamora y Castillo. Aqui hd um detalhe sutil: Fix-Zamudio"™ adotou a divisio entre Direito Processual Constitucional e Direito Constitucional Processual e, pelo que se extrai das conclusdes de seu famoso artigo, reconheceu a autoria de Kelsen quanto A criagao do Direito Processual Constitucional, atribuindo ao mesmo 0 estudo das agdes (instrumentos procesales) constitucionais, en- quanto que, para Couture, atribuiu a criagdo do Direito Constitucional Pro- cessual, responsabilizando-o pelos estudos iniciais das garantias constitucio- nais processuais no sistema romano-germanico. ‘0 Constitucional, também diz que “Hans Kelsen onal”, Baracho!, na mes- € recordar dos trés juristas: Kelsen, Couture e Mas afinal, qual o caminho teérico empreendido pelo Direito Pro- cessual Constitucional e qual a participagao de nomes como Kelsen, Couture, Alcalé-Zamora, Calamandrei, Cappelletti, Liebman, Comoglio ete.? E qual o papel dos constitucional-processualistas atuais? Por que 0 conceito e o trata- mento dado ao Direito Processual Constitucional, apesar de sua ampla divul- gagao, ainda nao sao uniformes entre os processualistas e constitucionalistas? Para esclarecer estas diividas, é preciso dizer que a mencao inicial a Kelsen, Alcald-Zamora y Castillo e Eduardo J. Couture nfo ocorre a esmo. Trata-se, ao que tudo indica, dos trés precursores do Processo Constitucional. 1087 Tentando solucionar o impassse, Eduardo Ferrer Mac-Gregor'®*’, seguindo alguns passos dados por Fix-Zamudio e Garcia Belaunde, _assinala quatro etapas para que o referido tema seja tratado como disciplina auténoma. A primeira, chamada de Etapa Precursora, teria durado de 1928 a io de Hans Kelsen que 194; arcada, sobretudo, pela contribuigio de s Kel ft ome as ‘a famosa polémica com Carl Schmitt'®**, j4 exilado nos © Ibidem, p. 201 ties 2 05: F] nenarmiento de Eduardo J. Couture y el Derecho Constitucional Procesal, p. 192. Si itucional, 2-5; 23. be i tre outras passagens: Process Constitucional, p. 2-5; We ree ones Couture y el Derecho Constitucional Procesal, p, 218-219, We A OREGON El derecho procesal constitucional como fenémeno ” MAC-GREGOR, Eduardo Ferrer. Ao histérico social y como ciencia, p. 83-85. CE MAC-GREGOR, Eduardo Ferrer feng ist6rico social y como ci sen Selenite MACEDO JUNIOR, Ronaldo Porto, Ca direito; SCHMITT, Carl. O guardiao da Constituig El derecho procesal constitucional como p. 82-83. Ainda, sobre a polémica entre Kel- to. Carl Schmitt e a fundamentagao do is Cruz Madeira ie Dhenis C! EUA, publica, em 1942! um texto comparativo eines sistemas america, no e austriaco, acerca do controle de constitucionalidade das leis. Tal text, ainda hoje é¢ considerado 0 primeiro sobre o tema. Este estudo, Segundo Mac-Gregor, nao teve grande repercussao no meio juridico-cientifico e, ape. sar de ser um assunto que interessaria futuramente ao Direito Processyal Constitucional, néio faz mengdo expressa ao tema. Advirta-se que Kelsen, segundo Garcia Belaunde!””, nao tinha nem sequer um conhecimento rudimentar sobre o Direito Processual =a critica talvez seja mais dura do que 0 merecido — e © processualista alemao mais importante de seu tempo, James Goldschmidt, foi obrigado a, diante da ascensao do nazismo, fugir para Montevidéu, onde acabou morrendo. Talvez por essas limitagdes, Kelsen nao tenha desenvolvido melhor 0 tema no plano processual. Nessa etapa, pela auséncia de maior desenvolvimento do tema, ainda nao se pode falar em Processo Constitucional propriamente dito. A segunda etapa foi nomeada por Mac-Gregor como Etapa de Des- cobrimento Processual, estando compreendida entre os anos de 1944 e 1947. ‘Trata-se do periodo em que Alcala-Zamora y Castillo esteve exilado na Argen- tina entre os anos de 44 e 45, e, no México, a partir de 1947. E 0 mencionado processualista espanhol que, nesse periodo, faz remisséio a um novo ramo pro- cessual que chama de derecho procesal constitucional, Mas antes de tal data, em 1933, ainda em Madrid, Alcala-Zamora y Castillo'’’' publicou um folheto, fruto de uma conferéncia em que analisou a jurisdi¢4o constitucional kelseniana e fez referéncia a um processo constitucional, mas sem ainda atribuir 0 nome a disciplina. Trata-se de uma remissao muito superficial ao tema. 1072 a FR he Em 1944", Alcalé-Zamora y Castillo se refere a legislacién pro- ee constitucional, sendo que a mengio ao Direito Processual Constitucio” nal aparece no titulo do trabalho, sem tratamento mais profundo no texto. $$ 1069 - RELSEN, Hans. Judicial review of legislation. A Comparative Study of the Austrian 2m MACLORLCOR nena: de: The journal of polities. v. 4, n. 2. p. 183-200, mae! a +» Eduardo: fay omen? se blstOrico social y como ciencia p83. rn” Procesal constitueional como fenems Cf. BEI E i " SEOL Ee jarcia. Derecho procesal constitucional, Bogot®: Tee pracesal, eanstitieion peeaes ae Dos cuestiones disputadas sobre él dere son aunde.comvarticulos/Doscuestionesdisputadse wane eevel em: . Acesso em: 31 jan. 2012.

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