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Curso d e Pó s-Gra d ua ç ã o La to Se nsu a Distâ nc ia

Métodos e
Técnicas
de Pesquisa

Auto r: Jo sé Ma nfro i

EAD – Ed uc a ç ã o a Distâ nc ia
Pa rc e ria Unive rsid a d e Ca tó lic a Do m Bo sc o e Po rta l Ed uc a ç ã o

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SUMÁRIO

UNIDADE 1 – OS CAMINHOS DA PESQUISA CIENTÍFICA .............................. 03

1.1 Processo de produção do conhecimento ........................................................ 03

1.2 Etapas necessárias na produção do conhecimento ....................................... 04

UNIDADE 2 – PESQUISA CIENTÍFICA .............................................................. 07

2.1 Em busca de um conceito de Pesquisa .......................................................... 07

2.2 Princípios da Pesquisa Científica ................................................................... 08

2.3 Modalidades de Pesquisa ............................................................................... 10

2.4 Modalidades mais utilizadas em Pesquisa ..................................................... 14

2.5 Técnicas para a coleta de dados e informações............................................. 16

UNIDADE 3 – PROJETO DE PESQUISA ............................................................ 30

3.1 Conceito ......................................................................................................... 30

3.2 Escolha do tema ............................................................................................ 31

3.3 Estrutura do Projeto de Pesquisa .................................................................. 31

UNIDADE 4 – ORIENTAÇÕES E NORMATIZAÇÕES PARA PRODUÇÃO DE


TEXTOS CIENTÍFICOS ........................................................................................ 45

4.1 Forma de apresentação gráfica do texto científico ........................................ 45

4.2 As normas da ABNT ...................................................................................... 49

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UNIDADE 1 – OS CAMINHOS DA PESQUISA CIENTÍFICA

1.1 Processo de produção do conhecimento

A universidade fundamenta-se no tripé ensino, pesquisa e extensão. Portanto,


pesquisar faz parte de sua formação tanto em nível de graduação como em nível de
pós-graduação. É preciso entender o que
é pesquisar, como pesquisar e por que
pesquisar. É importante você perceber
que pesquisar exige estudo, seriedade,
persistência, organização, ética,
compromisso social e político,
intencionalidade, criatividade. Além disso,
pesquisar deve ser uma ação prazerosa,
pois é você que escolhe a área de
conhecimento, o tema e o grupo a ser
pesquisado.

Fonte: http://migre.me/2RYdD

Por intermédio da pesquisa científica, você poderá encontrar respostas para


suas dúvidas e de muitas outras pessoas e, numa ação dinâmica e cheia de movimento
como a própria vida, irá se deparar com novas questões e novas dúvidas que vão,
sucessivamente, instigar sua curiosidade e sua vontade de estudar e pesquisar cada vez
mais.
O ato de pesquisar deve nos tornar mais humildes, pois há muito a estudar e
descobrir; mais solidários, pois as maiores descobertas são fruto do trabalho de
muitos/as pesquisadores/as; mais comprometidos social e politicamente, pois não
pesquisamos para nós, os resultados das pesquisas científicas devem ser de domínio
público e de fácil acesso à população em geral.
Minayo (1997), professora e pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública
da Fundação Oswaldo Cruz/RJ, adverte:

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Diferentemente da arte e da poesia que se concebem na
inspiração, a pesquisa é um labor artesanal, que se não prescinde
da criatividade, se realiza fundamentalmente por uma linguagem
fundada em conceitos, proposições, métodos e técnicas,
linguagem esta que se constrói com um ritmo próprio e particular.
A esse ritmo denominamos ciclo de pesquisa, ou seja, um
processo de trabalho em espiral que começa com um problema
ou uma pergunta e termina com um produto provisório capaz de
dar origem a novas interrogações (1996, p. 25-26)

1.2 Etapas necessárias no processo de produção do conhecimento

Para que você entenda melhor a trajetória de uma pesquisa, apresentamos


logo a seguir, um quadro, no qual você identificará as diversas etapas e as diferentes
atividades em cada etapa de uma pesquisa.

Quadro 1 – Etapas da Pesquisa

ETAPAS ATIVIDADES
1.1 Seleção do tema e formulação do problema.
1.2 Pesquisa exploratória (É isso mesmo? É
viável? É relevante social, acadêmica e
pessoalmente? Existe bibliografia disponível?
Professor/a orientador/a?).
1. Definição do tema e 1.3 Definições sobre a pesquisa/delimitação do
elaboração do Projeto de tema: caracterização minuciosa do grupo a ser
Pesquisa pesquisado / instituição / espaço geográfico, etc.
1.4 Levantamento da(s) hipótese(s) que levem
à solução/ explicação do problema.
1.5 Revisão bibliográfica inicial que garanta
suporte teórico para o desenvolvimento do tema.
1.6 Indicação dos recursos metodológicos.
2.1 Escolha do/a professor/a orientador/a.
2.2 Discussão do tema escolhido com o/a
orientador/a. Verificar a viabilidade e a relevância
da pesquisa.
2. Definição do/a 2.3 Revisão do Projeto de Pesquisa.
orientador/a e redefinição 2.4 Reescrita do Projeto (se exigido pelo/a
do tema (sendo necessário) orientador/a).
2.5 Definição do cronograma de orientação e
de atividades a desenvolver (datas de
orientação e pesquisa; prazos de entrega de
material escrito).
2.6 Elaboração do plano de trabalho (sumário

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provisório / capítulos ou partes).
3.1 Recursos metodológicos: (escolher um ou
mais de acordo com a pesquisa a ser realizada)
3.1.1 Pesquisa experimental.
3.1.2 Pesquisa bibliográfica.
3. Definição do tipo de 3.1.3 Pesquisa documental.
pesquisa, seleção, 3.1.4 Entrevistas.
construção e aplicação 3.1.5 Questionários e formulários.
dos instrumentos de 3.1.6 Observação sistemática.
coleta de dados 3.1.7 Estudo de caso.
3.1.8 Dinâmicas, intervenções.
3.1.9 Material iconográfico/imagético.
3.2 Pesquisa propriamente dita.

4.1 Classificação e organização das


informações coletadas.
4.2 Tratamento estatístico dos dados (quando for
necessário).
4.3 Estabelecimento das relações existentes
4. A análise dos dados entre os dados: análise qualitativa e análise
quantitativa.
4.4 Análise dos dados tendo como referência a
teoria escolhida. Discussão dos achados com a
teoria.

5.1 Estrutura provisória do relatório de


pesquisa.
5.2 Apresentação ao/a orientador/a.
5.3 Qualificação (quando exigida).
5.4 Redefinição do trabalho com o/a
orientador/a.
5.5 Redação provisória.
5. A elaboração escrita 5.6 Revisão de português e de normas técnicas.
5.7 Redação final.
5.8 Preparação da defesa (quando exigida).
5.9 Defesa oral (quando exigida).
5.10 Redação definitiva a partir das sugestões/
exigências (obrigatório) da Banca.
5.11 Entrega final e revisada do trabalho de
pesquisa.

Fonte: Adaptado de Pádua (1989)

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Procure fixar bem em sua mente a estrutura do quadro acima, pois ele serve de
guia no processo de organização e produção do seu trabalho de conclusão de curso
(TCC).

Exercício 1

1. A função da Universidade é a pesquisa, pois é com a pesquisa que damos


suporte ao ensino e à extensão.
a) Verdadeiro
b) Falso

2. A pesquisa é uma atividade acadêmica para a pós-graduação, pois a função


da graduação é o ensino e a formação básica do aluno.
a) Verdadeiro
b) Falso

3. Segundo o texto da professora Minayo, o ciclo da pesquisa é um trabalho em


espiral que inicia com uma pergunta e termina com um produto provisório capaz
de desencadear novas interrogações.
a) Verdadeiro
b) Falso

4. As etapas do processo de produção do conhecimento, segundo Pádua, na


ordem lógica são: Definição do tema e elaboração do projeto; escolha do
orientador; seleção do tipo de pesquisa, escolha dos instrumentos e coleta de
dados; elaboração escrita; análise dos dados.
a) Verdadeiro
b) Falso

5. O orientador tem toda a autoridade para mudar o projeto de orientando - e o


orientando deve sempre acatar as determinações do orientador.
a) Verdadeiro
b) Falso

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UNIDADE 2 - PESQUISA CIENTÍFICA

2.1 Em busca de um conceito de pesquisa

Para que você entenda melhor o que é pesquisar, buscamos definições em


diferentes autores/as:
Para Minayo (1996, p. 17-18):
Entendemos por pesquisa a atividade básica da Ciência na sua
indagação e construção da realidade. É a pesquisa que alimenta
a atividade de ensino e a atualiza frente à realidade do mundo.
Portanto, embora seja uma prática teórica, a pesquisa vincula
pensamento e ação. Ou seja, nada pode ser intelectualmente um
problema, se não tiver sido, em primeiro lugar, um problema da
vida prática. As questões da investigação estão, portanto,
relacionadas a interesses e circunstâncias socialmente
condicionadas. São frutos de determinada inserção no real, nele
encontrando suas razões e seus objetivos.

Para Barros & Lehfeld (1986, p. 87-89):

[...] para que a pesquisa receba a qualificação de Pesquisa


Científica, deve caracterizar-se através da efetivação de um
processo que, mediante a aplicação da Metodologia Científica e
de técnicas adequadas, procura obter dados fiéis, objetivos,
relevantes para se conhecer e compreender um dado fenômeno.
[...]
A pesquisa é um processo reflexivo, sistemático, controlado e
crítico que nos conduz à descoberta de novos fatos e das
relações entre as leis que regem o aparecimento ou ausência dos
mesmos.
O espírito científico não é inato. A sua edificação e o seu
aprimoramento são conquistas que o universitário vai obtendo ao
longo de seus estudos, da elaboração de trabalhos acadêmicos e
pesquisas científicas.
Sabe-se que todo trabalho de pesquisa requer imaginação
criadora, iniciativa, persistência, originalidade e dedicação do
pesquisador. Porém, todo estudante que vá aos poucos criando
hábitos sistematizados de estudo, de montagem de
documentação, percorrerá as fases do método de pesquisa sem
grandes dificuldades.
Na verdade, a Pesquisa Científica não pode ser fruto da intuição
do indivíduo, exigindo a admissão de procedimentos
metodológicos e de técnicas, como já foi dito. O método deve ser
visto como orientador e indicador de um caminho e não como
roteiro formal que conduz a resultados automáticos.
Para Santos (2000, p.15), “A pesquisa científica pode ser caracterizada como
atividade intelectual que visa responder às necessidades humanas”.

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2.2 Princípios da Pesquisa Científica

Podem se destacar como princípios da Pesquisa Científica, os seguintes:

a) Precisão: O autor deve ser preciso em suas pesquisas, tanto para ganhar
tempo em seu trabalho, quanto para que seu texto seja útil. Evitar a dispersão muito
comum quando o aluno faz os primeiros resumos bibliográficos e é atraído por variadas
obras e enfoques temáticos. O pesquisador não deve alargar, mas restringir e
aprofundar o tema, evitando desdobramentos que são interessantes, mas não são
essenciais.
b) Exaustão: refere-se ao esgotamento não do autor, mas da pesquisa. Todas
as obras consultadas devem ser revisadas em sua totalidade, não apenas num item do
sumário que se consagra precisamente ao tema do TCC. Outros títulos e subtítulos
podem conter preciosas informações e reflexões sobre o tema de pesquisa. c) Clareza:
O aluno não pode escrever para si mesmo, nem para o orientador. Sua obra será
acessível ao público na Biblioteca da Universidade, ou talvez, será parcial ou
totalmente publicada. Portanto o texto
deve ser inteligível para todo o leitor
que reúna um mínimo de
conhecimentos ligados ao tema. A
clareza dependerá também do plano de
trabalho. O texto não fluirá quando o
plano de trabalho não for bem feito.
Como dizia Câmara Júnior (1970),
“Ninguém escreve bem se não sabe
bem o que vai escrever”.
Fonte: http://migre.me/2S0IF
d) Exterioridade: Cabe ao aluno guardar certa distância em relação ao objeto
escolhido como tema da pesquisa. Guardar um recuo confortável, em relação aos
atores principais da situação em tela, aumenta o grau de objetividade. Buscar a
imparcialidade (melhor dizendo, independência), mas nunca o isolamento ou a

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alienação. O pesquisador deve tomar em consideração os pontos de vista e juízos de
valor com os quais será confrontado ao longo do trabalho.
Outros princípios muito importantes:
 Contextualizar a informação coletada. Perceber a escola, ou corrente
de pensamento a que se filia o autor consultado, conhecer propostas que
ele eventualmente apresente. Toda fonte deve ser explorada ao máximo.
Mesmo que esse procedimento pareça trabalhoso, muito mais
desgastante será retornar à fonte quando, durante a redação do texto
final, percebe-se a falta de consistência nas informações ou subsídios
coletados.
 Anotar sempre as referências bibliográficas, inteiramente, inclusive o
número da página onde se encontra dada informação ou comentário;
todos os dados que merecem uma citação, com o cuidado de copiá-la
rigorosamente da forma como foram escritas. Tais anotações mostrar-se-
ão preciosas no momento da redação do TCC.
 O trabalho científico dispensa floreios e exige austeridade. As frases não
devem ser longas, primando pela objetividade. Na dúvida entre um termo
rebuscado e uma expressão clara, a escolha deve repousar sobre a
segunda, sem remorsos. Por outro lado, todo termo técnico deve ser
acompanhado de uma definição, apoiada por uma referência bibliográfica
fidedigna.
 Espírito científico, não distorce os fatos e respeita escrupulosamente a
verdade, cultivando a honestidade e evitando o plágio. Aproveitando o
acúmulo de informações e o privilégio de, na condição de pesquisador, ter
acesso a opiniões variadas, o aluno deve abordar a realidade da forma
mais isenta possível. Ele deve construir as suas próprias opiniões e, se
for o caso, afirmá-las na conclusão depois de ter demonstrado os
respectivos fundamentos ao longo do trabalho. Para Cervo e Bravian
(1996 p.17):

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O aluno deve dotar-se de um 'espírito científico', que se traduz no
senso de observação, no gosto pela precisão e pelas ideias
claras, na imaginação ousada, mas regida pela necessidade da
prova, na curiosidade que leva a aprofundar os problemas, na
sagacidade e o poder de discernimento.

2.3 Modalidades de Pesquisa

O quadro que segue nos ajuda a entender melhor este universo:

Quadro 2 – Modalidades de Pesquisa


Exploratória: quando você se aproxima do tema
pela primeira vez.
Tipos de pesquisa atendendo Descritiva: quando você apenas descreve os
ao objetivo fatos.
Explicativas: quando você procura explicar as
causas, os porquês dos fatos.

Experimental: quando a situação de


investigação é controlada externamente e
Tipo de pesquisa atendendo ao
intencionalmente; levantamento, que coleta
procedimento da coleta
informações/opiniões diretas de um grupo sobre
determinado assunto.

De campo, quando você pesquisa no local onde


o fenômeno/fato ocorre.
De laboratório, onde você pesquisa com
Tipos de pesquisa atendendo
interferência artificial e controlada.
às fontes de informação
Bibliográfica, busca de informações já
organizadas oriundas de estudos e pesquisas
anteriores.
Fonte: Elaboração própria

Para que você compreenda melhor, vamos detalhar um pouco mais as


diferentes formas de pesquisa.

2.3.1 Pesquisa bibliográfica


Procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em
documentos. Pode apresentar-se como trabalho científico original. Neste sentido temos
as monografias, dissertações e teses ou resumos de assuntos, que é o primeiro passo
da investigação.

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Pela sua característica eminentemente bibliográfica, o pesquisador deverá
assumir uma atitude crítica durante a leitura dos documentos ou livros, buscando
delinear com clareza o referencial teórico a ser adotado, seja na elaboração do plano
de trabalho, seja na seleção dos autores.
Para desenvolver uma pesquisa puramente bibliográfica, você precisa ser um/a
leitor/a atento/a e capaz de identificar as ideias defendidas por um/a autor/a;
estabelecer semelhanças e diferenças entre as ideias de diferentes autores/as sobre
um mesmo tema; ter uma boa capacidade de redação textual.
No entanto, é importante saber que a revisão bibliográfica deve fazer parte de
qualquer trabalho científico para que você desenvolva seu trabalho a partir do que
existe de mais recente na área de conhecimento na qual seu tema de pesquisa se
insere.

2.3.2 Pesquisa de campo


Neste tipo de pesquisa não se manipulam variáveis, isto é, toma os dados como
eles se apresentam na natureza, procurando descobrir, com a precisão possível, a
frequência com que o fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros fenômenos,
sua natureza e características.
A pesquisa de campo trabalha
sobre dados ou fatos colhidos da própria
realidade. Neste tipo de pesquisa é
essencial a utilização do caderno ou
diário de campo no qual você irá anotar
todos os detalhes observados, suas
dúvidas, seus sentimentos em relação ao
que viu e vivenciou, indicações de leituras
necessárias, correlação com outros fatos,
etc.
Fonte: http://migre.me/2S1Lh

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Pode fundamentar-se em qualquer tipo de fonte que registre a presença de
indivíduos ou grupos (monumentos, fotografias, pinturas, arquivos institucionais ou
pessoais, cartas, etc.).

Algumas modalidades de pesquisa de campo:

 Estudo de caso: pesquisa sobre um determinado indivíduo, família,


grupo ou comunidade para examinar aspectos variados de sua vida. Deve
buscar detalhes, particularidades.
 Pesquisa de opinião: procura saber atitudes, pontos de vista e
preferências que as pessoas têm a respeito de algum assunto;
 Levantamentos: recolhem dados de um número relativamente grande de
casos num momento dado;
 Estudo documental: estudo de documentos para comparar usos e
costumes, tendências ou diferenças.

2.3.3 Pesquisa experimental


Quando utilizada com seres humanos e animais deve ter autorização do Comitê
de Ética em Pesquisa da Universidade. Segundo Baruffi, (1998, p. 39-41)

Caracteriza-se por manipular, isto é, mexer, controlar variáveis


relacionadas com o objeto de estudo, buscando normalmente
estabelecer relações de causalidade entre
as variáveis. O enfoque da pesquisa dirige-
se para as relações de causa e efeito; as
variáveis são manipuladas cuidadosamente
pelo pesquisador com o propósito de
determinar sua influência. A busca dessas
relações se dá através da criação de
situações artificiais de controle,
denominadas experimentação. Procura dizer
de que modo ou por que causas o fenômeno
é produzido. Tem uma metodologia própria e
seu ponto de partida é sempre uma hipótese.

Fonte: http://migre.me/2S2zM

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Barros (1986, p.94) explica de forma mais detalhada os elementos
diferenciadores da pesquisa experimental:
A investigação experimental - conhecida também por
experimentação - adota o critério de manipulação de uma ou mais
variáveis independentes (causas), sob adequado controle, a fim
de observar e interpretar as modificações e reações ocorridas
no objeto de pesquisa (efeito-variável dependente). Assim sendo
na pesquisa experimental o investigador interfere na realidade,
fato ou situação estudada através da manipulação direta das
variáveis. Nos estudos experimentais clássicos era costume
estudar a relação de uma única variável com o objeto enfocado
(causa-efeito). Hoje é frequente estudar a relação de uma ou mais
variáveis nos limites de um único experimento, observando-se as
inter-relações e graus de intensidade, de influência das variáveis
entre si.

Estes são, então, os elementos necessários para o desenvolvimento da


pesquisa experimental.

2.3.4 Pesquisa-ação
O/a pesquisador/a desempenha papel ativo no equacionamento dos problemas
encontrados, não só faz a investigação, mas procura desencadear ações e avaliá-las
com a participação da população envolvida.
Thiollent (1980, p.10) explica com mais detalhes esta modalidade:

É um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida


e realizada em estreita associação com uma ação ou com a
resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e
os participantes da situação ou do problema estão envolvidos de
modo cooperativo ou participativo.

Esta forma de pesquisa é aconselhável para os pesquisadores que estão com


um bom grau de engajamento com o grupo envolvido no processo da pesquisa.

2.3.5 Pesquisa de intervenção


É uma pesquisa onde coexistem a investigação e o desenvolvimento de ações
que visam minimizar os problemas existentes ou a aplicação de atividades que exigem
uma avaliação inicial (pré-teste) e uma avaliação final (pós-teste) para averiguar qual a
influência das mesmas sobre a população pesquisada. Difere da pesquisa-acão, pois

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não exige que os participantes tenham uma ação consciente durante a intervenção ou
que participem das decisões.

2.4 Modalidades mais utilizadas em pesquisa


Apesar destas modalidades acima descritas, em grande parte das áreas de
conhecimento, a pesquisa acomoda-se dentro destas modalidades, adquirindo uma
caracterização própria. Vejamos:

2.4.1 Compilação ou “estado da questão”


Escolhido um tema, o aluno parte em busca de toda a literatura e produção
científica sobre a referida temática, tanto em nível nacional como internacional.
Embora útil, porque a pesquisa revela o estágio em que
se encontra a compreensão ou o debate sobre o tema em
determinado momento e lugar, esta modalidade oferece
vários riscos:
a) Transformar o trabalho numa colagem.
b) Negligenciar os últimos estudos, pois exige do
pesquisador, a busca em artigos de revistas e sites
especializados na área do conhecimento que tragam as
últimas publicações sobre a temática escolhida.

Fonte: http://migre.me/2S3aN

2.4.2 Análise de texto


A obra de um autor em seu conjunto ou apenas numa de suas partes, enseja
uma investigação, seja por sua originalidade, seja pela contribuição que traz à
elucidação de um tema, ou para discutir uso de seus conceitos, etc.

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2.4.3 Estudo comparativo

A expressão “estudo comparativo” está ligada ao “estudo comparado”, devendo


ser reservada à confrontação de fenômenos que se passam de um lado e de outro
entre duas experiências ou concepções bem diferenciadas.
O pesquisador age como um intérprete que procura tornar inteligível uma outra
realidade e uma outra forma de conceber um determinado fenômeno.

2.4.4 Estudo histórico


Aqui, os conhecimentos estão indissociavelmente associados aos históricos,
numa construção interdisciplinar de grande valia para a área de conhecimento em foco.
Conhecer a história mostra-se essencial para a compreensão do problema da pesquisa
em questão. Quando o objeto escolhido é local, o aluno deve revelar especial vocação
para pesquisa em arquivos ou para colher depoimentos.
Deve reforçar sua base de história geral, regional e local para bem contextualizar
os elementos da pesquisa.

2.4.5 Pesquisas de campo


De acordo com o pensamento de Cruz Neto (apud. Ventura, 2000, p. 34):

Permitem o melhor conhecimento de incontáveis situações que


interessam ao estudo: são fruto de um momento relacional e
prático, pois o que atrai o pesquisador é a existência do
desconhecido, o sentido da novidade e o confronto com o que nos
é estranho (grifo nosso).
O trabalho de campo traz excelentes contribuições para a pesquisa, pois pode
produzir estatísticas importantes que permitam a avaliação dos efeitos de ações já
desenvolvidas ou em desenvolvimento.
Pode também complementar uma dada abordagem teórica com informações
originais, devidamente referendadas pelos dados “fenomênicos” apresentados e
recolhidos da realidade.
A pesquisa de campo é empírica por natureza e se funda na observação que o
aluno faz diretamente dos fatos ou na indagação concreta das pessoas envolvidas ou
interessadas no tema. A vida profissional, se prestarmos atenção, é um grande

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laboratório que abre inúmeras oportunidades para a pesquisa de campo.
Quando os dados necessários nao se encontram em arquivos, mas devem ser
produzidos, é necessária a elaboração de instrumentos de investigação. Há diversas
formas de coleta de dados, sendo mais comuns as entrevistas, os questionários e
formulários, a história de vida, o depoimento, o relato vida, a observação, etc. (que
veremos logo adiante).

2.5 Técnicas para a coleta de dados e informações


São aplicadas após delimitar o tema da pesquisa, o grupo ou instituição a ser
estudado, o tipo de pesquisa que será desenvolvida, e, dependendo do tempo e dos
recursos financeiros que você possui, é o momento de decidir quais técnicas serão
utilizadas para coletar os dados e as informações necessários ao desenvolvimento de
seu trabalho.
Se você possui pouco tempo e o grupo a ser investigado é letrado, você poderá
optar pelo questionário. No entanto, se você quiser obter dados e informações mais
detalhados, talvez a entrevista e a observação possam ser mais indicadas.
Portanto, para ter clareza na escolha de uma ou mais técnicas de coleta de
dados e informações, é preciso saber que não existe uma técnica melhor do que a
outra, o importante é você conhecer o grupo a ser pesquisado através de uma
pesquisa exploratória, saber os objetivos e as perguntas que pretende responder com a
pesquisa, bem como o tempo e as condições materiais que possui para efetivá-la.

2.5.1 Questionário ou formulário


O questionário e o formulário são
instrumentos muito usados para o levantamento
de informações. Diferenciam-se apenas no que
se refere à sua aplicação.
O questionário é preenchido pelo próprio
entrevistado e o formulário é preenchido
indiretamente, isto é, pelo entrevistador.
Fonte: http://migre.me/2S4dr
O pesquisador, ao elaborar os seus questionários, deve ter a preocupação de
determinar o tamanho, o conteúdo, a organização e clareza de apresentação das

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questões a fim de estimular o informante a responder.
É aconselhável que o questionário não exija muito mais de 10 a 20 minutos para
ser respondido. Um questionário muito extenso é desmotivador e pode condicionar
respostas rápidas e superficiais do informante.
Os questionários remetidos pelo correio devem trazer todas as instruções ao
pesquisador que motivem o informante a expressar-se com clareza e profundidade
demonstrando em si um apelo ao leitor.
Nelas o pesquisador deve esclarecer o que é a pesquisa, seus objetivos e
destino final. Ela deve ser breve, porém conter todas as instruções necessárias para o
preenchimento do questionário, garantindo o anonimato. A linguagem utilizada no
questionário deve ser simples e direta para que o respondente compreenda com
clareza o que está sendo perguntado.
Não é recomendado o uso de gírias, a não ser que se faça necessário por causa
das características de linguagem do grupo (grupo de surfistas, grupos de usuários de
drogas, por exemplo).
Todo questionário deve passar por uma etapa de pré-teste, num universo
reduzido, para que se possam corrigir eventuais erros de formulação.

a) Estrutura Textual do Questionário:


O questionário deve ter uma carta de apresentação (quando for enviado pelo
correio) ou um parágrafo inicial (quando entregue em mãos) que contenha: a
identificação da instituição e do pesquisador; a proposta da pesquisa; as instruções de
preenchimento; as instruções para devolução; um incentivo para o preenchimento; um
agradecimento pela colaboração. Sempre que possível deve-se evitar a identificação
do nome do respondente para não inibir determinadas respostas. Outros tipos de
identificação: tipo idade, escolaridade, gênero, etc... podem e devem ser solicitados.
Outro fator que pode colaborar para a escolha pela aplicação de questionários
diz respeito ao custo. O questionário custa menos para o pesquisador do que as
entrevistas.
Barros (1998) afirma que o questionário apresenta, como todo instrumento de
pesquisa, suas vantagens e limitações. A vantagem maior diz respeito à possibilidade
de se abranger um grande número de pessoas. Segundo o autor:

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É um instrumento muito útil para certas pesquisas em que se
procuram informações de pessoas que estão geograficamente
muito dispersas. [...] Por exemplo, posso distribuir questionários,
de uma só vez, para todos os elementos que participam de uma
reunião num congresso ou numa sala de aula (BARROS, 1998, p.
50 e 51).

O questionário é um dos instrumentos mais universal e mais democrático. No


entanto o segredo está na estruturação e no direcionamento que é dado ao construí-lo.
Veremos a seguir.

b) Tipos de perguntas (de acordo com o tipo de respostas que suscitam):


O questionário pode possuir perguntas fechadas (mais fáceis de mensurar),
perguntas abertas ou a combinação dos dois tipos:
 Questões fechadas: apresentam categorias ou alternativas de respostas
fixas tipo: sim ou não, certo e errado.
Exemplo: Após concluir o curso você pretende atuar na área?
( )sim ( )não ( )talvez

Múltipla escolha:
Exemplo: Renda familiar:
( ) menos de 1 salário mínimo
( ) 1 a 3 salários mínimos
( ) 4 a 6 salários mínimos
( ) 7 a 11 salários mínimos
( ) mais de 11 salários mínimos

 Questões abertas: permitem ao informante responder livremente com


frases ou orações.
Exemplo: a) Bairro onde mora:
b) Qual a sua opinião sobre a UCDB?
Obs.: Devem-se evitar questões que suscitam duas ou mais respostas
para não confundir-se na análise dos dados coletados. Exemplo: Você é
contra, a favor ou indiferente ao aborto e à prevenção da gravidez?
 Questões mistas:
Exemplo: Você é favorável ao esporte de rendimento nas escolas?
( ) sim ( ) não ( ) em parte Justifique:

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c) Vantagens no uso do questionário:
De acordo com Barros (1986, p.109 e 110), existem várias vantagens no uso do
questionário:
 o questionário possibilita ao pesquisador abranger um maior número de
pessoas e de informações em espaço de tempo mais curto do que outras
técnicas de pesquisa;
 facilita a tabulação e tratamento dos dados obtidos, principalmente se o
questionário for elaborado com maior número de perguntas fechadas e de
múltipla escolha;
 o pesquisado tem o tempo suficiente para refletir sobre as questões e
respondê-las mais adequadamente;
 pode garantir o anonimato, consequentemente maior liberdade nas
respostas, com menor risco de influência do pesquisador sobre as
mesmas;
 economiza tempo e recursos tanto financeiros como humanos na sua
aplicação.

d) Desvantagens no uso questionário


No entanto existem também algumas limitações do uso do questionário. A
principal limitação do questionário está relacionada com a sua devolução, além do que
o grau de confiabilidade das respostas obtidas pode diminuir em razão de que nem
sempre é possível confiar na veracidade das informações. Outra limitação ocorre pelo
fato de ter-se de elaborar questionários específicos para segmentos da população a fim
de se ter maior compreensão das perguntas. Também não pode ser aplicado a
pessoas analfabetas (BARROS, 1986, p.110).

19
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2.5.2 Entrevista
A entrevista é uma técnica que permite o relacionamento estreito entre
entrevistado e entrevistador.
As entrevistas, segundo sua forma de operacionalização, podem ser
classificadas em estruturadas e não-estruturadas.
São estruturadas quando possuem as questões previamente formuladas, isto é,
o entrevistador estabelece um roteiro prévio de perguntas, não há liberdade de
alteração dos tópicos ou para fazer inclusão de
questões frente às situações.
Nas entrevistas não estruturadas, o
pesquisador busca conseguir, através da
conversação, dados que possam ser utilizados em
análise qualitativa, ou seja, os aspectos
considerados mais relevantes de um problema de
pesquisa.

Fonte: http://migre.me/2S5ju

Para que a entrevista tenha êxito, é necessário tomar alguns cuidados:


 Preparar o informante para entrevista: é a fase do contato inicial entre
entrevistador e entrevistado. Deve-se motivar e preparar o entrevistado antes
de iniciar a indagar as questões. Explicações sobre o objetivo da entrevista
devem ser dadas, assegurando o sigilo das respostas, bem como valorizar as
informações que o entrevistado possa fornecer.
 Elaboração das questões: as questões devem ser elaboradas de acordo
com o tipo de entrevista a ser desenvolvida (estruturada ou não-estruturada).
 Registro da entrevista: uma vez realizada a entrevista, o pesquisador deve
transcrever e analisar as informações imediatamente após a sua efetivação.
Registrar os dados ao mesmo tempo em que se realiza a entrevista pode trazer
inibições. Para o uso de gravador é necessário solicitar a autorização do
entrevistado.
 Prestar atenção aos itens que o entrevistado deseja esclarecer sem

20
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manifestar as suas opiniões (do entrevistador). Nao apressar o entrevistado
dando- lhe tempo para expor suas conclusões.
 Assegurar as condições favoráveis ao bom desenvolvimento da pesquisa.
Procurar evitar desencontros e perda de tempo.

Vantagens da utilização da entrevista:


Maior flexibilidade para o pesquisador. A entrevista pode ser aplicada em
qualquer segmento da população, isto é, o entrevistador pode formular e reformular as
questões para melhor entendimento do entrevistado.
O entrevistador tem oportunidade de observar atitudes, reações e condutas
durante a entrevista.
Há oportunidade de se obter dados relevantes e mais precisos sobre o objeto de
estudo.

Limitações da utilização da entrevista:


Barros afirma que:

Entre as limitações quanto ao uso da entrevista é necessário


ressaltar que, para o uso desta técnica, no estudo, o pesquisador
despenderá mais tempo. O custo operacional será mais alto,
precisando-se treinar e habilitar o entrevistador para tal função
(1986, p. 110 - 111).

Recomendações importantes:
 Procure selecionar pessoas que realmente têm o conhecimento
necessário para satisfazer suas necessidades de informação.
 Procure realizar uma entrevista com alguém que poderá fazer uma crítica
de sua postura antes de se encontrar com o entrevistado de sua escolha.
 Prepare com antecedência as perguntas a serem feitas e a ordem em que
elas devem acontecer (estruturada) ou faça um pequeno roteiro das
informações essenciais a serem obtidas (não-estruturada).

Diante do/a entrevistado/a:


 Estabeleça uma relação amistosa e não trave um debate de ideias.

21
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 Não demonstre insegurança ou admiração excessiva diante do/a
entrevistado/a para que isso não venha a prejudicar a relação entre
entrevistador/a e entrevistado/a.
 Deixe que as questões surjam mais naturalmente, mesmo que você
possua um roteiro, evitando que a entrevista assuma um caráter de uma
inquisição ou de um interrogatório policial, ou ainda que a entrevista se torne
um “questionário oral”.
 Seja objetivo, já que entrevistas muito longas podem tornar-se cansativas.
 Procure incentivar o/a entrevistado/a para as respostas, evitando que
ele/a se sinta falando sozinho/a.
 Vá anotando tópicos centrais da fala do/a entrevistado/a evitando que
ele/a fique esperando sua próxima indagação.
 Caso use o gravador ou a filmadora, não deixe de pedir permissão para
tal. Às vezes, o uso do gravador ou da filmadora pode inibir o/a depoente e
frustrar o/a entrevistador/a. Recomenda-se que esses equipamentos sejam
utilizados após os primeiros encontros quando já deve ter sido estabelecida
uma cumplicidade entre pesquisador/a e pesquisados/as.

Relatório da entrevista
Mesmo tendo gravado, procure fazer o relatório o mais cedo possível. Anote as
respostas e as reações que você conseguiu observar durante a entrevista. É essencial
a utilização de uma caderno/diário de campo.

2.5.3 Observação com método científico


Há uma grande diferença entre uma observação não dirigida, superficial e uma
observação dirigida ou científica. Barros (1990, p.54) nos introduz nesta importante
técnica de coleta de dados:
A observação é uma das técnicas de coleta de dados
imprescindível em toda pesquisa cientifica. 0bservar significa
aplicar atentamente os sentidos a um objeto para dele adquirir um
conhecimento claro e preciso.[...] A observação é uma técnica que
pode ajudar muito o pesquisador nas suas pesquisas. O
pesquisador iniciante pode ir aos poucos observando e
registrando os fenômenos que aparecem na
realidade.Posteriormente recomenda-se que o observador se

22
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prepare adequadamente com cuidados especiais para cada
estudo realizado.[...] A maior vantagem do uso da observação em
pesquisa está relacionada com a possibilidade de se obter a
informação na ocorrência espontânea do fato. A observação é
uma técnica que pode ser usada por todo o pesquisador, além de
que, existem certos fenômenos que não poderiam ser estudados
de outra maneira.

Sugestões para uma observação satisfatória:


 Antes de iniciar o processo de observação, procure examinar o local.
 Determine que tipo de fenômenos merecerão registro.
 Crie, com antecedência, uma espécie de lista ou mapa de registro de
fenômenos.
 Procure estipular algumas categorias dignas de observação.
 Esteja preparado/a para o registro de fenômenos que surjam durante a
observação, que não eram esperados no seu planejamento.
 Para realizar registros iconográficos (fotografias, filmes, vídeos, etc.), caso o
objeto de sua observação sejam indivíduos ou grupos de pessoas, prepare-os
para tal ação. Eles não devem ser pegos de surpresa, têm o direito de dizerem
não. No entanto, ao consultar e avisar, é importante deixar claro que não
devem se preparar artificialmente, mascarando a realidade.
 Porém, se isso ocorrer, anote os detalhes, pois todos são importantes.
 Procure fazer o relatório o mais cedo possível.

23
www.e una p o s.c o m.b r
Quadro 3 – Classificação da observação

a) Observação assistemática ou não


estruturada: não tem controle e nem instrumental
apropriado.
1. Quanto à estruturação
b) Observação sistemática ou planejada: é
realizada em condições controladas. Utiliza
instrumental adequado.

a) Observação não participante: o pesquisador


permanece de fora da realidade a estudar. Não
2. Quanto à participação do há envolvimento do observador.
observador b) Observação participante: o observador se
incorpora natural ou artificialmente ao grupo ou
comunidade pesquisados.
a) Observação individual: realizada por um só
pesquisador.
3. Quanto ao número de
observadores b) Observação em equipe: quando há o
trabalho integrado de uma equipe de
observadores.
a) Observação em campo: observação feita
4. Quanto ao local de dos fenômenos na realidade social.
observação b) Observação em laboratório: quando as
situações são criadas em laboratórios.
Fonte: Elaboração própria

Além destas quatro formas, ainda temos a observação enquanto técnica de


atuação na realidade. Também denominada de observação militante. No entanto, esta
técnica pode estar permeada por concepções ideológicas ou políticas as quais visam à
estimulação da mudança dos grupos e comunidades envolvidas.

2.5.4 História Oral


A história oral é uma técnica de coleta de dados que vem sendo utilizada cada
vez mais em ciências humanas e sociais devido ao alcance junto aos pesquisados. Se
subdivide em:

24
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a) História de vida
A história de vida é uma técnica de coleta de dados utilizada na história oral
quando o/a depoente é o informante fidedigno de um determinado momento histórico,
de um grupo social, de uma instituição ou quando sua vida, de alguma forma, merece
ser recontada para fazer parte da memória coletiva.
E importante que o/a pesquisador/a tenha clareza de que a memória muda pelo
esquecimento de detalhes, pela diferente leitura de um mesmo acontecimento de
acordo com as influências do contexto, pela presença do/a pesquisador/a e a
percepção do lugar social e da ideologia que representa.
Portanto, a história de vida não é indicada para investigar fenômenos porque
reflete a visão muito particular de uma pessoa, não cabendo ao/a pesquisador/a
interferir ou corrigir o relato. Fundamenta-se na fala de um/a só informante.

Denzin, (1973, p.220 apud MINAYO, 1999, p. 126), afirma que:


A História de Vida apresenta as experiências e as definições
vividas por uma pessoa, um grupo, uma organização, como esta
pessoa, esta organização ou este grupo interpretam sua
experiência. O/a depoente deve estar totalmente livre para
falar/relatar os fatos como quiser, na ordem cronológica ou de
importância que escolher. Esses detalhes devem ser observados
pelo/a pesquisador/a que deve ter ouvido e olhos atentos.

b) Depoimento Oral

O depoimento oral também é uma técnica de coleta de dados utilizada na


história oral quando o objetivo da pesquisa é recontar a trajetória de um determinado
grupo social ou desvelar um determinado fenômeno.
Para optar por esse tipo de investigação o/a pesquisador/a precisa se constituir
em um/a “interlocutor válido”, isto é, conhecer o assunto para poder analisar os
discursos, interferir quando necessário para reenfocar o tema, evitando que o/a
depoente fuja muito do assunto.
Por isso afirmamos anteriormente que toda pesquisa exige uma revisão
bibliográfica e um bom conhecimento teórico sobre o tema a ser investigado. Por
exemplo, se você vai ouvir depoimento de presos, é essencial que você conheça sobre
o sistema carcerário, sobre as características desses grupos (psicológicas, de

25
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sobrevivência, religiosas, etc.), sobre processos, sobre injustiça social, para ter
parâmetros de análise (sem julgar como certo ou errado).
É importante que a cada depoimento o/a pesquisador/a tenha clareza: De quem
fala? De onde fala? Do que fala?

Devemos transitar no equilíbrio, não sendo ingênuos/as a ponto de pensarmos


que o/a depoente é neutro na sua fala ou juízes, mantendo uma constante
desconfiança.

A natureza desse tipo de coleta de dados é recolher os depoimentos e depois de


transcrevê-los, efetivar uma análise comparativa, apontando contradições e
convergências sobre um mesmo fato ou conceito.

Exige um número de informantes que seja capaz de representar o universo


pesquisado (ler quadro sobre amostragem).

c) Relato de vida (Tranche de vie = Pedaço de vida)

O relato de vida é uma técnica de coleta de dados utilizada na história oral


quando o objetivo da pesquisa é recontar um determinado momento histórico.
O/a informante fica menos livre porque o papel do/a pesquisador/a, com maior
domínio da situação, é focalizar o depoimento no tema que investiga procurando trazer
o/a depoente de volta quando este começar a divagar ou a relatar outros episódios.
Esta técnica é indicada para recompor um determinado período da história geral
ou de uma instituição ou fenômeno.
Por exemplo, colher relatos de pessoas que participaram da Coluna Prestes; de
uma determinada empresa; da fundação de uma instituição ou grupo.
Neste tipo de coleta de informações é essencial que o/a pesquisador saiba:
Quem fala? De onde fala? Do que fala? Pois, sobre um mesmo fato podem existir
relatos antagônicos dependendo de quem fala (Ex: Golpe militar relatado por um militar
que foi a favor do golpe e um preso político).

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Importante: Quando você optar pela História Oral deve seguir alguns passos
metodológicos ao transcrever o que ouviu (e gravou, quando obteve permissão para
isto). As anotações devem ser organizadas e constantes (nossa memória é muito
seletiva e corremos o risco de esquecer ou desconsiderar falas importantes). Para
tanto, é importante que sejam utilizados:
 Diário de campo: onde serão registradas as falas, as observações, os
detalhes. Anotar risos, choros, silêncios, má interpretação da pergunta,
vacilações, expressões corporais, etc. Também deve conter as percepções e
sentimentos do/a pesquisador/a: nojos, indignações, conflitos, desânimo,
esperança, alegria, etc.
 Ficha do informante: onde constarão todos os dados necessários para
identificá-lo no grupo social e frente ao fenômeno investigado (lembre-se que é
bastante significativo você saber: quem fala? de onde fala? do que fala?)

Estrategicamente é importante que você preencha esta ficha após o


depoimento para não inibir ou censurar a fala do/a depoente, mesmo que
depois, se assim for solicitado ou exigido, no relatório final não seja identificado
o nome do/a depoente, usando-se um pseudônimo.

 Acervo visual: filmagens, fotografias que auxiliam na estruturação do texto.

 Depois do material coletado, devemos fazer a transcrição suja, fidedigna


ao oral, que passa a ser a transposição para uma outra linguagem, a escrita,
onde se perde muito da riqueza do oral e do visual.

 Só limpamos (corrigimos) o que vamos utilizar, evitando transcrever o


caricato da fala do/a informante. O ideal, nessas pesquisas seria o relatório
através de multimídia (que as academias ainda não aceitam como científico,
exigindo o texto escrito).

 Ao organizar o material para ser transcrito, recomenda-se que sejam


organizados fichamentos temáticos de acordo com o tema do roteiro.

 É recomendado analisar os grandes temas de forma comparativa por blocos


de informantes (mulheres, homens, jovens, crianças, velhos; negros/brancos/
índios/ocidentais; autoridades/ detentos, etc.). Explicar o porquê de cada grupo

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ter construído de uma maneira o seu relato.

Exercício 2

1. Analise os enunciados a seguir:


I. As etapas do processo de produção do conhecimento são quatro: Definição do tema;
definição do orientador; Coleta de dados; análise dos dados e elaboração escrita.
II. Dentre os conceitos de pesquisa está o seguinte: “Pesquisa é um processo
reflexivo, sistemático, controlado e crítico, que nos conduz a novas descobertas [...].”
III. Os princípios que fundamentam a pesquisa científica são: Contextualização, bom
referencial bibliográfico, austeridade, espírito científico e acúmulo de informações.
IV. A função da pesquisa bibliográfica na produção do conhecimento é explicar um
problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos.
a) Apenas o enunciado II está correto.
b) Apenas os enunciados II e IV estão corretos.
c) Apenas os enunciados I e IV estão corretos.
d) Apenas os enunciados I, II e III estão corretos.
e) Todos os enunciados estão corretos.

2. Analise os enunciados a seguir:


I. O objetivo da pesquisa de campo é trabalhar sobre dados ou fatos colhidos na
própria realidade. No entanto ela manipula variáveis de acordo com o interesse do
pesquisador.
II. A diferença essencial entre pesquisa-ação e pesquisa de intervenção é o papel do
pesquisador e dos participantes.
III. A pesquisa experimental pode ser usada em qualquer área do conhecimento, no
entanto que se construam corretamente as variáveis a serem observadas.
a) Apenas os enunciados II e III estão corretos.
b) Apenas o enunciado I está correto.
c) Apenas o enunciado II está correto.
d) Apenas o enunciado III está correto.
e) Nenhum enunciado está correto.

3. Analise os enunciados a seguir:


I. As modalidades de pesquisa mais utilizadas são: pesquisa bibliográfica, pesquisa de
campo, pesquisa experimental.

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II. É sempre melhor aplicar um questionário do que uma entrevista.
III. As técnicas de pesquisa mais utilizadas são: questionário, formulário, entrevista,
observação, história oral.
a) Apenas os enunciados II e III estão corretos.
b) Apenas o enunciado I está correto.
c) Apenas o enunciado II está correto.
d) Apenas o enunciado III está correto.
e) Nenhum enunciado está correto.

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UNIDADE 3 - PROJETO DE PESQUISA

3.1 Conceito

Sem um projeto de pesquisa, os pesquisadores lançam-se a um trabalho


inseguro, desorientado, redundando em desperdício de esforços e recursos (BARROS,
1986, p.97).
O Projeto de Pesquisa é um projeto e, portanto, é redigido antes de realizar a
pesquisa. Os verbos, em geral, devem estar conjugados no presente e no futuro. Exige
do/a pesquisador/a um conhecimento prévio, obtido através da pesquisa exploratória,
sobre a viabilidade/relevância do tema, da instituição ou grupo a serem pesquisados.
Escreve-se um projeto para:
 Mapear um caminho a ser seguido durante a investigação.
 Esclarecer para o próprio investigador os rumos do estudo.
 Comunicar seus propósitos para a comunidade científica.
Segundo Rudio (1986), a escolha de um tema de pesquisa exige um
conhecimento prévio do tema (pesquisa exploratória) e merece que o pesquisador faça
sérias indagações:
 Trata-se de um problema
original?
 O problema é relevante?
 Ainda que seja “interessante”,
é adequado para mim?
 Tenho hoje possibilidades
reais para executar tal estudo?
 Existem recursos financeiros
para a investigação deste tema?
 Terei tempo suficiente para
investigar tal questão?
Fonte: http://migre.me/2XvkM

30
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3.2 Escolha do tema
Existem dois fatores principais que interferem na escolha de um tema para o
trabalho de pesquisa:
 Fatores internos: afetividade em relação a um tema ou alto grau de
interesse pessoal; tempo disponível para a realização do trabalho de
pesquisa; o limite das capacidades do/a pesquisador/a em relação ao
tema pretendido.
 Fatores externos: o significado do tema escolhido, sua novidade, sua
oportunidade e seus valores acadêmicos e sociais; o limite de tempo
disponível para a conclusão do trabalho; material de consulta e dados
necessários ao/a pesquisador/a.
Segundo Leite (1997, p.82), a escolha do tema “reveste-se de grande
importância e merece uma reflexão séria”, pois o prazer de pesquisar e a qualidade da
pesquisa a ser realizada são determinados pela escolha do tema. Por isso, segundo o
autor, deve-se levar em consideração:
 A vocação: “cada pessoa, no decorrer dos estudos, já demonstra
inclinação especial por uma determinada área do conhecimento” (LEITE,
1977, p.83). A preferência pessoal se revela como expressão concreta da
vocação.
 Qualificação: “a real apreciação da competência pessoal ou da
qualificação intelectual [...] é bom ajuizar-se das reais aptidões e limites dos
conhecimentos básicos e complementares exigidos em tarefa de tal
envergadura” (LEITE, 1977, p. 83).
 Objetivo Profissional: “o objetivo primordial é a aquisição de
experiência, de domínio sobre a área escolhida [...] A vantagem é dupla, e
as possibilidades de desenvolver o processo cognitivo, absolutas”. (LEITE,
1977, p.85).

3.3 Estrutura do projeto de pesquisa


É imprescindível que você tenha a Unidade 4, Orientações e normatizações para
a redação de textos, como base referencial para a elaboração do projeto de pesquisa e
do TCC. Na unidade constam as normas da ABNT, assim como orientações

31
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necessárias para que você não encontre nenhuma dificuldade na produção textual.

3.3.1 Inicia-se com a capa e com a folha de rosto


Veja na figura a seguir a localização dos elementos necessários para a
constituição de uma Capa em um trabalho científico:

Figura 1 – Modelo de capa de Trabalho Científico


Fonte: http://migre.me/2Xw7l

32
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Veja a seguir um modelo de localização dos elementos necessários para a
constituição da Folha de Rosto:

Figura 2 – Modelo de Folha de Rosto


Fonte: http://migre.me/2XwB4

3.3.2 Elementos essenciais do Projeto de Pesquisa


Os elementos essenciais para a elaboração de um Projeto de Pesquisa são os
seguintes:

33
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1. Titulo (o que pesquisar?): apresenta a área de interesse a ser pesquisada, já
delimitada em alguns aspectos: assunto, população, instituição, período, etc. Pode ter
uma conotação criativa e singular. Aparece na capa e folha de rosto sem constar a
palavra “título”.
2. Justificativa (por que pesquisar?): É o momento do/a pesquisador/a
convencer de que o projeto é importante, que possui relevância científica, que vai
trazer contribuições. É o convencimento de que o trabalho de pesquisa é fundamental e
deve ser efetivado, de que o tema/título escolhido é de suma importância, para a
sociedade ou para algum grupo específico de indivíduos. Devemos tomar cuidado, na
elaboração da justificativa, de não justificar a hipótese levantada, ou seja: tentar
responder ou concluir o que vai ser buscado no trabalho de pesquisa. Não tentar
antecipar os resultados da pesquisa. A justificativa exalta a importância do tema a ser
estudado, ou justifica a necessidade imperiosa de se levar a efeito tal empreendimento.
Também, nessa etapa, devem ser colocadas as motivações pessoais que levaram o/a
pesquisador/a a escolher o tema. Pode ser colocada, resumidamente e de forma
objetiva, a trajetória de vida do/a pesquisador/a que o/a qualifica para o trabalho de
pesquisa.
Sobre a justificativa num projeto de pesquisa, afirma Bittar (2000,p.14), que se
trata de “convencer sobre a relevância científica do problema; contextualizá-lo
historicamente; explicar quais os motivos que levaram a pesquisar o tema e qual a
contribuição que tal estudo trará para a sociedade”.
3. Definição do problema (quais as perguntas/dúvidas que quero responder
com essa pesquisa?): Recorte na realidade, delimitação do tema. Nos primeiros
projetos é mais fácil formular de forma interrogativa, pois facilita a redação e
compreensão. Se não há problema, se não há dívida, não há motivo para realizar a
pesquisa.
Severino (1996, p.75) dá uma dica muito importante para compreender este
passo do projeto: “[...] antes da elaboração do trabalho, é preciso ter ideia clara do
problema a ser resolvido. Exige-se consciência da problemática específica relacionada
com o tema abordado de determinada perspectiva, cuja natureza especificará o tipo e o
método de pesquisa e de reflexão a serem utilizados no decorrer do trabalho”.
De acordo com Barral (2003, p. 68), “não basta delimitar o tema, mas deve-se

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identificar um problema específico que será analisado no trabalho. [...] A
problematização se relaciona com o foco do trabalho, no que se refere àquele tema. É
a pergunta que pretende ser respondida ao final do trabalho científico”.
Alguns exemplos de problemas/questões de pesquisa:
 O alcoolista em tratamento tem o comportamento de mentir compulsivo?
 Quais as características/estilo de vida das crianças obesas?
 Quais os elementos da ansiedade?
 Existe relação entre pressão familiar e iniciação esportiva precoce?
Partindo de um projeto de pesquisa concreto, vejamos a formulação do
problema.
Qual o tratamento que a Constituição Federal e as normas
infraconstitucionais vêm dando aos trabalhadores considerados
escravos? Quais os principais direitos dos trabalhadores em
condições análogas à de escravo? Quais os deveres dos
empregadores que mantêm trabalhadores escravos em seus
estabelecimentos? As decisões judiciais atuais estão em
consonância com a Constituição Federal, a CLT e o Código Penal?
(PIROSKI, 2009).

É importante lembrar que cada tipo de questão exige um tipo de investigação, a


escolha adequada de técnicas de coleta de dados/informações e análise adequada dos
achados.
4. Objetivo(s) (para que pesquisar?): “Uma vez estipulado o que será estudado
no trabalho, deve-se ainda esclarecer no projeto o
objetivo do trabalho, ou seja, o que se pretende com a
proposta apresentada” (BARRAL, 2003, p.73). Quais as
metas que pretendemos alcançar ao final da pesquisa?
A definição do(s) objetivo(s) determina o que o/a
pesquisador/a quer atingir com a realização do trabalho
de pesquisa. Objetivo é sinônimo de meta, fim. Iniciamos
a formulação de um objetivo com um verbo no infinitivo.
Fonte: http://migre.me/2XzHo
Os verbos, no infinitivo, mais utilizados na formulação de objetivos são:
Demonstrar, avaliar, caracterizar, comparar, correlacionar,
descrever, diagnosticar, diferenciar, identificar, classificar,

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conceituar, categorizar, desenvolver, dimensionar, enumerar,
formular, listar, organizar, operacionalizar, propor, relacionar,
selecionar, verificar (MARQUES; MANFROI; CASTILHO; NOAL,
2009, p.100).

Podemos ter vários objetivos estipulando diversas metas com o trabalho


científico, ou optarmos por definir objetivo geral (O quê? Para quê?) e outros objetivos
específicos (detalhamento do objetivo geral em ações mais imediatas e menos amplas
que, efetivadas, leva ao alcance do objetivo geral).
Exemplo:1
Objetivo Geral:
Demonstrar, por meio da análise das legislações pertinentes e
decisões jurisprudenciais os reflexos jurídicos do trabalho escravo
após a Constituição Federal de 1988, tanto para o empregador
quanto para o empregado.

Objetivos Específicos:
a) Dimensionar as principais características do trabalho escravo
no Brasil, pós-promulgação da Constituição Cidadã.
b) Identificar os direitos e deveres dos empregadores e
empregados na relação configuradora do trabalho escravo.
(PIORSCKI, 2009)

É importante observar que os objetivos devem ser frases curtas e diretas,


indicando as metas a serem alcançadas com o trabalho acadêmico-científico.
5. Formulação de hipótese(s) (quais suposições?):
A palavra hipótese vem de hipo=antes, anterior + tese =
afirmação, verdade. Logo, hipótese é uma afirmação (mesmo que
na expressão negativa) tida provisoriamente como verdade, ou
seja, é algo que precisa ser confirmado ou refutado pela pesquisa.
Diz-se pedagógica e didaticamente que a hipótese é uma
resposta ao problema formulado, e como tal deve ser redigida
(MARQUES et al. 2009, p.96).

Deve estar fundamentada em uma teoria, observação, resultados de outras


pesquisas, ou mesmo intuição, A hipótese é sinônimo de suposição. Neste sentido,
hipótese é uma afirmação categórica (uma suposição), que tenta responder ao
problema levantado no tema escolhido para a pesquisa. O trabalho de pesquisa, então,

1
Extraídos do projeto de TCC de Carlos Alberto Ricci Piorscki, cujo tema era: O trabalho escravo no Brasil após
1988, e as consequências jurídicas aos empregados e empregadores. 2009. Este projeto está no portal
UCDB/MARCATO, Curso Direito do Trabalho 2009B.

36
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irá confirmar ou negar a hipótese (ou suposição) levantada.

É preciso não confundir hipótese com pressuposto, com evidência


prévia. Hipótese é o que se pretende demonstrar e não o que já
se tem demonstrado evidente, desde o ponto de partida. Muitas
vezes, ocorre esta confusão, ao se tomar como hipóteses
proposições já evidentes no âmbito do referencial teórico ou da
metodologia adotados. E, nesses casos, não há mais nada a
demonstrar, e não se chegará a nenhuma conquista e o
conhecimento não avança (SEVERINO, 1996, p. 129).

As hipóteses podem ser utilizadas em qualquer área do conhecimento, no


entanto, são mais apropriadas ao universo das ciências exatas e da natureza. As
hipóteses ao serem formuladas devem ser consistentes, compreensíveis, explicativas,
ligadas ao problema formulado, tentando criar uma suposição plausível de solução
àquele problema (MARQUES et al. 2009, p.96-98).
Partindo da questão acima colocada no projeto já citado, vejamos as hipóteses:

[...] a incidência do trabalho escravo ocorre, principalmente, nas


regiões economicamente mais pobres do Brasil, nas quais o baixo
grau de conhecimento da população resulta na inobservância da
legislação pertinente, via de consequência na não aplicação das
medidas protetivas aos trabalhadores (PIORSKI, 2009).

Percebe-se na afirmação acima, que a hipótese tenta construir um caminho de


solução para a questão central da pesquisa. No entanto, ainda não é uma resposta, é
apenas uma suposição de resposta que irá ser confirmada ou negada pela pesquisa.
6. Referencial teórico (quais os pressupostos teóricos?): Um passo sempre
exigido num projeto de pesquisa. Este item não deve ser uma
lista de autores e livros que abordaram o tema, mas sim a
descrição preliminar do “estado-da-arte”, ou seja, do
conhecimento atual sobre o problema. O autor do projeto
demonstrará de forma sintética, no referencial teórico, o que
sabe antes de começar a pesquisa. A descrição dos conceitos
fundamentais relacionados ao tema proposto.
Fonte: http://migre.me/2XKTi
Para um TCC, é preciso fazer uma explicitação dos principais conceitos e

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categorias que serão utilizados na pesquisa buscando, num percurso teórico rápido,
compreender como três ou quatro autores, reconhecidos na área da pesquisa,
conceituam a questão. Devemos ser sintéticos e objetivos, estabelecendo um diálogo
entre a teoria e o problema a ser investigado. É a etapa em que o/a pesquisador/a
demonstra em quais pressupostos está fundamentado/a para realizar a pesquisa.
De acordo com Bittar (2000,p.14), a função do referencial teórico é “explicar
qual a base teórico-metodológica que embasa o problema; qual a perspectiva filosófica
e ideológica do pesquisador; citar autores que já estudaram sobre o mesmo tema”.
Vejamos no exemplo que estamos acompanhando, como o autor do projeto
iniciou a sua descrição do referencial teórico para a pesquisa:
É inconteste a proporcionalidade entre a incidência de
empregadores que se utilizam da mão de obra escrava, a
legislação pertinente e as medidas judiciais para proteger o
empregado que presta trabalho na condição de escravo e punir o
empregador que pratica o crime previsto no artigo 149 do Código
Penal.
Todavia, o número de trabalhadores escravos tende a aumentar,
pois segundo Abreu e Zimmerman a forma escravagista de
trabalho subsiste ainda nos dias atuais como efeito da ignorância,
da má distribuição de renda, da concentração fundiária nas mãos
de poucos e do desrespeito à legislação trabalhista, sendo que
este ocorre tanto na zona rural quanto urbana.
Não se pode olvidar que são muitos os esforços no sentido de
erradicar com problema tão sério na sociedade contemporânea – o
trabalho escravo, que nos dias atuais não pode ser mais ignorado.
Sendo assim, várias são as normas protetivas, tanto no âmbito
nacional quanto internacional, aos trabalhadores que se encontram
na condição análoga a de escravo.
Em conformidade com dados da Organização Internacional do
Trabalho – OIT, as Convenções nºs. 29 e 105 são, dentre os
instrumentos fundamentais, os que mais obtiveram ratificações
pelos Estados-membros, pois somente dez países deixaram de
ratificar referidas Convenções.
Com o objetivo de atribuir um tratamento diferenciado e eficaz à
questão do trabalho escravo no Brasil, a Lei nº 10.803/2003 alterou
o sentido de trabalho escravo, indicando as hipóteses em que se
configura condição análoga à de escravo, sendo esta o gênero e
dentre suas espécies estão o trabalho forçado e o trabalho
degradante, conforme entendimentos doutrinários sedimentados
Ademais, o aludido texto veio corroborar com o disposto na
Convenção n° 29 da OIT, que preconi za em seu artigo 2º que o
trabalho forçado é o "trabalho ou serviço exigido de um indivíduo

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sob a ameaça de alguma punição e para o qual o dito indivíduo não
se apresentou voluntariamente”.
De acordo com a doutrina de Delmanto “para a tipificação não se
exige que haja verdadeira escravidão nos moldes antigos.
Contenta-se a lei com a completa submissão do ofendido ao
agente”.
Baseando-se neste contexto e visando apresentar um estudo sobre
a supressão da liberdade individual do trabalhador e a garantia da
sua dignidade, optou-se pelo tema o trabalho escravo no Brasil pós
1998 e as consequências jurídicas aos empregadores e
empregados (PIORSKI, 2009).

Como é possível perceber, o autor do projeto, dá um direcionamento teórico ao


trabalho indicando algumas fontes que serão ponto de partida para a pesquisa. Por
isso nós chamamos referencial. No decorrer da pesquisa, o pesquisador, com certeza,
irá encontrar outras fontes para completar o “estado-da-arte” e fazer a revisão
bibliográfica que sustentará a fundamentação teórica.
7. Metodologia (como pesquisar?): A Metodologia é a explicação minuciosa,
detalhada, rigorosa e exata de toda ação desenvolvida no método (caminho) do
trabalho de pesquisa.
É a explicação do tipo de pesquisa (uma ou a combinação de duas ou mais
formas de pesquisa: bibliográfica, de campo, experimental, quantitativa, qualitativa,
documental, de observação, etc.), do instrumental utilizado (questionário, entrevista,
observação, diário de campo, filmagem,
fotos, pré-testes, pós-testes, etc.), do
tempo previsto, da equipe de
pesquisadores e da divisão do trabalho,
das formas de tabulação e tratamento
dos dados, enfim, de tudo aquilo que se
utilizará no trabalho de pesquisa.
Fonte: http://migre.me/2XAyc
Num projeto de pesquisa é função da metodologia, descrever o universo a ser
pesquisado, delimitando-o; o tipo de amostragem a ser utilizada (como serão
selecionados os indivíduos), dependendo se a pesquisa será qualitativa ou quantitativa
(amostragem representativa). Organização e análise dos dados coletados em relação à
teoria escolhida.

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Vejamos como o projeto de pesquisa que estamos acompanhando descreveu a
proposta metodológica:
A presente pesquisa tem a característica de demonstrar no regime
jurídico pátrio da proteção ao trabalho, identificando os direitos e
deveres dos trabalhadores e empregadores envolvidos nas
relações do trabalho escravo.
Registre-se que sua abordagem é qualitativa porque pretende
analisar as conquistas jurídicas dos trabalhadores em condições
análogas à de escravo e avaliar a efetivação das normas
reguladoras e de combate ao trabalho degradante e forçado.
Do ponto de vista do método a pesquisa proposta seguirá a lógica
dedutiva, pois fará deduções a partir da evolução das legislações
protetivas ao trabalho e trabalhadores para identificar as reais
consequências jurídicas dos trabalhadores escravos.
No que concerne à revisão bibliográfica a pesquisa não tem uma
área específica, todavia, demonstrará que os Estados do Maranhão
e Pará são os principais mantenedores do trabalho escravo.
Considera alvo da pesquisa os trabalhadores e empregadores que
estejam envolvidos com o trabalho escravo, especialmente nos
Estados do Maranhão e Pará, bem como dos operadores do Direito
em geral e das Varas Trabalhistas.
A pesquisa será executada exclusivamente pelos acadêmicos
proponentes da presente pesquisa. (PIORSKI, 2009).

Vemos na definição metodológica acima, a caracterização da pesquisa, a


abrangência da pesquisa, a área geográfica em foco, a clientela e os recursos
humanos que serão utilizados para levar a efeito o projeto.
8. Cronograma de execução (quando pesquisar?): Traçar o tempo que será
necessário para a realização de cada etapa, sendo que muitas podem acontecer
concomitantemente.

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2011
ATIVIDADES
FevMarAbrMaiJunJulAgo SetOutNovDez
Elaboração do projeto X X
Revisão bibliográfica X X X X X X X X X X
Estudos exploratórios X X
Elaboração dos instrumentos de
coleta de dados X X
Pré-teste dos instrumentos de coleta
de dados X X

Coleta de dados X X X X X X
Organização, tabulação, análise e
interpretação dos dados X X X X X X X

Redação preliminar X X
Qualificação X
Redação final X X X
Defesa X
Versão final X
A elaboração do Cronograma de Execução visa apresentar um mapeamento
operacional e cronológico. Tal procedimento corresponde à necessidade de
estabelecer prazos para as distintas fases da pesquisa. No entanto, o Cronograma não
deve funcionar como uma “camisa de força”, mas tão somente um referencial temporal,
para que ele saiba coordenar o tempo disponível e cumprir as atividades sem maiores
traumas (MARQUES et al. 2009, p.103).
9. Orçamento (com que recursos): Planilha de custos. É muito importante
quando se trata de pesquisas ligadas a instituições ou órgãos de apoio. Quando será
custeada pelo/a próprio/a autor/a do trabalho, o orçamento inicial possibilita planejar os
gastos e decidir sobre a extensão da pesquisa e a utilização ou não, da coleta de
dados de questionários, entrevistas, fotos, filmagens, etc.
Exemplo:
DESCRIÇÃO QUANTIDADE PREÇO TOTAL
Livros 3 R$ 30,00 R$ 90,00
CD 10 R$ 2,00 R$ 20,00
Impressão 200 R$ 0,15 R$ 30,00
TOTAL R$140,00

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A previsão serve também para saber das reais possibilidades de se levar avante
a pesquisa proposta. Em outros termos, é fazer previsão de recursos materiais e
financeiros.
Ávila (1996, p. 24) destaca que:
[...] recursos são todos os meios que tornam possível a
concretização do com quê, genericamente descrito em relação a
cada procedimento [...]. Detalhar recursos, aqui significa, portanto,
especificar, em listagem com discriminação própria [...] todos os
suportes logísticos ou com quê, senão todos pelo menos os
essencialmente básicos, necessários à ativação de todos e de
cada procedimento previstos para a demonstração da hipótese,
para a conquista do objetivo ou para o seguro norteamento do
processo de pesquisa, de acordo com a questão norteadora.

Ao fazer o projeto de pesquisa, temos a tentação de não estruturarmos o


programa orçamentário. No entanto, dependendo do comprometimento da pesquisa, a
previsão de recursos materiais e financeiros é determinante para a continuidade ou não
da proposta. É melhor gastar um pouco a mais de tempo e desenvolver o orçamento do
que correr o risco de parar no meio da pesquisa por falta de recursos.

10. Referências: Relacionar as referências básicas que foram utilizadas, textos


fundamentais onde se aborda a problemática em
questão. Estas referências serão enriquecidas no
decorrer da execução da pesquisa Todas as
citações feitas no projeto devem constar como
referências bibliográficas no final. Observar as
Normas da ABNT.

Fonte: http://migre.me/2XBMP

Exercício 3

1. Fazemos um projeto de pesquisa para:


I. Mapear um caminho a ser seguido durante a investigação.

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II. Esclarecer para o próprio investigador os rumos do estudo.
III. Comunicar seus propósitos para a comunidade científica.
IV. Facilitar o processo de produção do conhecimento.
a) Apenas o enunciado II está correto.
b) Apenas os enunciados I e III estão corretos.
c) Apenas os enunciados I e II estão corretos.
d) Apenas os enunciados I, II e IV estão corretos.
e) Todos os enunciados estão corretos.

2. No que tange à escolha do tema, é INCORRETO afirmar que depende:


a) De fatores externos.
b) De fatores internos.
c) Da vocação.
d) Dos recursos financeiros.
e) Da qualificação e objetivo profissional.

3. A estruturação do projeto de pesquisa segue os seguintes passos:


a) Capa, folha de rosto, título, justificativa, definição do problema, formulação da
hipótese, objetivos, referencial teórico, metodologia, cronograma, orçamento,
referências.
b) Capa, folha de rosto, título, definição do problema, justificativa, formulação da
hipótese, objetivos, referencial teórico, metodologia, orçamento, cronograma,
referências.
c) Capa, folha de rosto, título, objetivos, justificativa, definição do problema,
formulação da hipótese, referencial teórico, metodologia, orçamento, cronograma,
referências.
d) Capa, folha de rosto, título, justificativa, definição do problema, objetivos,
formulação da hipótese, referencial teórico, metodologia, cronograma, orçamento,
referências.
e) Título, justificativa, definição do problema, objetivos, formulação das hipóteses,
referencial teórico, metodologia, cronograma, orçamento, referências.

4. Um projeto de pesquisa utiliza o cronograma para:


I. Organizar as ações futuras.
II. Otimizar melhor o tempo disponível.

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III. Ter um compromisso consigo mesmo e com o orientador.
IV. Não pular etapas.
a) Apenas o enunciado II está correto.
b) Apenas os enunciados I e III estão corretos.
c) Apenas os enunciados I e II estão corretos.
d) Apenas os enunciados I, II e IV estão corretos.
e) Todos os enunciados estão corretos.

5. Marque a alternativa INCORRETA:


a) No projeto de pesquisa, a hipótese tem a função de criar uma possível resposta à
pergunta central da pesquisa.
b) O referencial teórico tem a função de indicar a base teórico-metodológica que
embasa o problema e a perspectiva filosófica e ideológica do pesquisador.
c) A metodologia, num projeto de pesquisa, é a explicação minuciosa, detalhada, e
rigorosa de toda a ação que será desenvolvida na pesquisa.
d) O cronograma, num projeto de pesquisa, tem a função de traçar o tempo que será
necessário para a realização de cada etapa.
e) O orçamento é utilizado somente para recursos financeiros e não materiais.

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UNIDADE 4 – ORIENTAÇÕES E NORMATIZAÇÕES PARA REDAÇÃO DE TEXTOS
CIENTÍFICOS.

4.1 Forma de apresentação gráfica do texto científico

Para a elaboração de um texto científico, seguem-se as normas técnicas da


ABNT, NBR 14724, ago 2002.

Fonte: http://migre.me/2XDDB

4.1.1 Papel e Margens


Os trabalhos são digitados em folhas de papel branco, A4 (21cm x 29,7cm), de
um lado só, respeitando-se as seguintes margens: margem superior: 3 cm; margem
inferior: 2 cm; margem esquerda: 3 cm; margem direita: 2 cm.

4.1.2 Numeração das Páginas.


As páginas são contadas sequencialmente a partir da folha de rosto, sendo os
números (algarismos arábicos), inseridos a partir da introdução, no canto direito
superior, sempre a 2 cm da borda superior e da primeira linha do texto e 2cm da borda
direita da folha.

4.1.3 Fontes (letras), Espaçamento, Parágrafos.


O espaço usado entrelinhas é de 1,5; o tipo de letra Times New Roman.
O tamanho recomendado é 12 para o texto, 11 para citações longas e 10 para
notas de rodapé.
Os parágrafos iniciam com 2cm de recuo na margem esquerda do texto.

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Um novo parágrafo no final da página deve ter, no mínimo, duas linhas. Se a
página não comportar, iniciar o parágrafo na página seguinte.
As citações ou transcrições de texto com mais de três linhas, de acordo com a
ABNT, NBR 10520/2002 “[...] devem ser destacadas com recuo de 4 cm da margem
esquerda do texto, com letra menor que a do texto utilizado e sem as aspas” . Deve ser
separada do texto que os precede ou que os sucede por espaçamento 1,5 .

4.1.4 Títulos, Subtítulos, Alíneas.


O título do artigo deverá estar centralizado, em caixa alta, fonte 12 e negrito.
Os subtítulos são escritos de maneira homogênea, de forma a serem realçados
no texto. Os espaços que os separam do texto são maiores e proporcionais, sendo
numerados de acordo com a ordem arábica.
Podem-se utilizar algarismos ou letras, fechados em meio-parêntese para
especificar tópicos no interior destas subdivisões {1) , a) }.
As alíneas são assinaladas por letras minúsculas ou números, fechados em
meio-parêntese para especificar tópicos no interior dos subtítulos. Ex.: 1) ou a).
As orações que precedem as alíneas devem ser terminadas com dois pontos.
Após a letra de ordenamento, inicia-se com letra minúscula e termina-se com dois
pontos.
Veja num quadro esquemático as informações acima:

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Quadro 4 – Formatação do Trabalho Científico

Folhas de papel branco, A4 (21cm x 29,7cm), de um


lado só. Margens:
 margem superior: 3 cm;
 margem inferior: 2 cm;
PAPEL E MARGENS

 margem esquerda: 3 cm;


 margem direita: 2 cm.
Páginas contadas sequencialmente a partir da página de
rosto, sendo os números (algarismos arábicos), inseridos
NUMERAÇÃO DAS
a partir da introdução, no canto direito superior, sempre a
PÁGINAS
2 cm da borda superior e da primeira linha do texto e 2
cm da borda direita da folha.
Espaçamento entre linhas: 1,5.
Tipo de Letra: Times New Roman.
Tamanho recomendado:
 Texto: 12
 Citações: 11
FONTES (LETRAS),  Notas de Rodapé: 10
ESPAÇAMENTO,
Parágrafos iniciam com 2 cm de recuo da margem
PARÁGRAFOS
esquerda do texto.
Um novo parágrafo no final da página deve ter, no
mínimo, duas linhas.
As citações com mais de três linhas (ABNT, NBR
10520/2002) devem ter recuo de 4 cm da margem
esquerda do texto e sem aspas.
Título do artigo: centralizado, caixa alta, fonte 12 e
negrito.
Subtítulos: escritos de maneira homogênea, sendo
TÍTULOS E SUBTÍTULOS realçados no texto. Os espaços que os separam do texto
são maiores e proporcionais, numerados com ordem
arábica.

Fonte: Elaboração própria.

É muito importante o princípio da uniformidade.


Ao folhear o trabalho, o leitor deverá ter uma ideia da organização que o autor
fez, bem como da hierarquia e subordinado de títulos, subtítulos, alíneas e incisos.
Uma distribuição adequada pode ser esta: titulo em letra maiúscula e em negrito;

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subtítulo em letra maiúscula sem negrito; outros subtítulos em letra minúscula, em
negrito e itálico. É o princípio da uniformidade na estruturação do trabalho científico.
Exemplo de página padrão:

2cm
3 cm livres

MARGEM SUPERIOR

2 cm
3 cm
livres
livres
MARGEM
MARGEM DIREITA
ESQUERDA
2cm

MARGEM
DE INÍCIO
DO
PARÁ- 4cm
GRAFO
MARGEM
DE
CITAÇÃO
LONGA

MARGEM INFERIOR
2 cm livres

Figura 3 – Página padrão


Fonte: Elaboração própria

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4.2 As normas da ABNT

4.2.1 Citações diretas (textuais) e indiretas (livres) colocadas no corpo do texto e


notas de rodapé
As citações são os elementos retirados dos documentos pesquisados durante a
leitura de documentação e que se revelam úteis para corroborar as ideias
desenvolvidas pelo autor no decorrer do seu raciocínio (SEVERINO, 1998, p. 89).
São transcrições exatamente iguais ao que algum autor já publicou ou uma
síntese do trecho que se quer citar.
Elas podem ser colocadas no interior do texto com a finalidade de reforçar ou
questionar dados encontrados pela pesquisa ou para que o/a autor/a do trabalho
critique e/ou refute a ideia/teoria explicitada.
As citações são mencionadas no texto com a finalidade de esclarecer ou
completar as ideias do/a autor/a, ilustrando e sustentando afirmações. Não devem
substituir a exposição e discussão do tema pelo/a autor/a da pesquisa. Jamais se deve
copiar a ideia de outro sem fazer a devida referência.
De acordo com a ABNT, NBR 10520, ago de 2002, encontramos algumas
definições básicas:
 Citação: Menção, no texto, de uma informação extraída de outra fonte.
 Citação de citação: Citado direta ou indireta de um texto em que não se
teve acesso ao original.
 Citação direta: Transcrição textual dos conceitos do autor consultado.
 Citação indireta: Transcrição livre do texto do autor consultado.
 Notas de referência: Notas que indicam fontes consultadas ou remetem
a outras partes da obra onde o assunto foi abordado.
 Notas de rodapé: Indicações, observações ou aditamentos ao texto feitos
pelo autor, tradutor ou editor, podendo também aparecer na margem
esquerda ou direita da mancha gráfica.
 Notas explicativas: Notas usadas para comentários, esclarecimentos ou
explanações, que não possam ser incluídos no texto. (ABNT, NBR 10520,
2002, p. 1 e 2).

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4.2.2 Algumas orientações básicas
a) Quando é feita uma citado direta, o texto do autor deve ser copiado ao pé da
letra e colocado entre aspas quando contém
até três linhas. No caso de citações longas,
com mais de três linhas, não usar aspas,
separando do texto por dois espaços duplos,
recuo de 4 cm da margem esquerda e letra
tamanho 10 ou 11.
Fonte: http://migre.me/2XEZl
b) Caso haja no texto algum tipo de erro de português ou alguma ideia
estranha, não podemos modificar. Nestes casos, coloca-se logo em seguida da
palavra um (sic), entre parênteses, para indicar que estava assim mesmo no texto
original e não foi erro nosso de digitação.
c) Quando não é necessário colocar todo o texto podemos usar supressões: [...]
Ex.: Segundo Pereira de Sá (1995, p. 27): “[...] por meio da mesma 'arte de
conversação' que abrange tão extensa e significativa parte de nossa existência
cotidiana” (ABNT, NBR 10520, 2002, p. 2).
d) Quando ocorrem interpolações, acréscimos ou comentários, também
utilizamos colchetes: [ ] (ABNT, NBR 10520,2002, p.2).
e) Quando queremos destacar ou dar ênfase para alguma passagem de uma
citação literal, costuma-se grifá-la, sublinhá-la ou utilizar o itálico, colocando a seguir,
entre parênteses, no próprio texto, a expressão (grifo nosso). Exemplo: [...] para que
não tenha lugar a produção de degenerados, quer physicos (SIC) quer Moraes (SIC),
misérias, verdadeiras ameaças à sociedade (SOUTO, 1916, p.46, grifo nosso).
f) Se o destaque for do autor, usa-se, após os dados de identificação da
citação, grifo do autor. Exemplo: (CANDIDO, 1993, v.2, p.12, grifo do autor).
g) Quando a citação for direta, é essencial citar, após a data, o número da
página precedido por uma vírgula e a letra “p” seguida de ponto (PEREIRA, 1999, p.
21). O número da página possibilita ao leitor uma consulta mais rápida e precisa. As
citações indiretas dispensam a indicação da/s página/s. Quando houver coincidência
de sobrenomes de autores, acrescentar as iniciais de seus prenomes. Ex.: Carvalho,
C. (1985, p.27) e Carvalho, B. (1985, p.34). Se, mesmo assim houver coincidência,

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colocar os prenomes por extenso. Ex.: Carvalho, Carlos (1965) e Carvalho, Cláudio
(1965).
h) Quando se tratar de vários trabalhos de um/a mesmo/a autor/a, escritos
em datas diferentes, cita-se o sobrenome do autor, seguido das datas entre
parênteses. Ex.: Farias (1978, p.23); Farias (1985, p.56); Farias (1990, p.67).
i) Para a citação de vários trabalhos de um/a mesmo/a autor/a, com a mesma
data, usam-se letras minúsculas acompanhando a data. Exemplo: Silva (1975a, p.45);
Silva (1975b, p.47); Silva (1975c, p34).
j) Documentos sem data, citar a expressão s.d., entre parênteses. Exemplo: AS
(s.d.).
4.2.2 Tipos de Citações
a) Citação direta/textual curta: (com menos de 3 linhas) deve ser feita na
continuidade do texto, entre aspas, sem itálico.

Exemplo de citação direta curta:


Ora se existe uma ideia de devir no conceito de cientificidade, não se pode
trabalhar, nas ciências sociais, com a norma da cientificidade já construída. A
pesquisa social é sempre tateante, mas, ao progredir, elabora critérios de orientação
cada vez mais precisos. Conforme lembram Bruyne e colaboradores (1991), “na
realidade histórica de seu devir, o procedimento científico é ao mesmo tempo
aquisição de um saber, aperfeiçoamento de uma metodologia, elaboração de uma
norma” (p. 16). Obviamente isto se faz dentro da especificidade que as ciências
sociais representam no campo do conhecimento. Por isso, para falarmos de Ciências
Sociais, dentro de sua distinção, retomaremos critérios gerais que se distinguem e que
se encontram em autores como Demo (1981) e Minayo (1920), sem, contudo,
desvinculá-la dos princípios da cientificidade. (MINAY0, 1993, p. 13)

Outra forma de identificar a fonte é colocar o nome do autor, o ano de publicação


da obra e a página onde consta a citação. Exemplo: (P0NCE, 1994, p.54)
P0NCE= último sobrenome do autor; 1994= ano de publicação; 54 =número da
página em que a citação está contida.

51
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b) Citação direta/textual longa: (com mais de 3 linhas)
 Utilizar espaço simples e tamanho de letra 10 ou 11. Lembre que o texto é
digitado em espaçamento 1,5 e letra tamanho 12. A citação deve ser
precedida de dois pontos (:) e aparecerem em bioco, recuadas a 4 cm da
margem esquerda. Não utilizar aspas duplas neste caso.
 Terminada a citação, tanto incluída no parágrafo ou fora deste, coloca-se
o nome do autor, ano de publicação da obra e o número da página e cita-
se a obra nas Referências. Outra opção é utilizar o número de chamada,
indicativo da nota de referência do rodapé.
 O número de chamada virá após os sinais de pontuação, acima da
metade da linha. Os números de chamada seguem ordem crescente. No
entanto, há uma forte tendência de colocarmos as citações no corpo do
trabalho, deixando as notas de rodapé para outras explicações (de termos
com possibilidade de dupla interpretação, breve histórico de uma
instituição ou caracterização de um determinado fenômeno).

A citação direta longa não deve fechar um item temático. Após a citação, o autor
do trabalho deve fazer-se presente, continuando ou fechando o raciocínio em debate.

c) Citação de citação:
 É a citado que já foi utilizada por outro pesquisador. Segundo Santos
(2000, p. 50), só devemos recorrer a esta forma quando não existe a
possibilidade de consultarmos os originais de documentos citados em outras
fontes, reproduzimos a informação coletada utilizando-se do seguinte recurso:
 No texto, citar o sobrenome do autor do documento não
consultado, seguido das expressões citado por, conforme ou
segundo, e o sobrenome do autor do documento efetivamente
consultado, seguido da data. Em nota de rodapé, mencionaremos
os dados do documento original.
 Na listagem bibliográfica, devem-se incluir os dados completos
do documento efetivamente consultado.

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 Você também poderá encontrar a expressão latina, “apud”
(citado por).

Santos (2000) apresenta exemplos de citação:


 Com utilização de notas de rodapé:
Ponce citado por Silva (1982) declara que instrução, no sentido moderno
do termo, quase não existia entre os espartanos.
 Sem utilizar notas de rodapé:
Incluir duas entradas na listagem das Referências, uma relacionando o
documento não consultado, seguido da expressão apud (citado por) e os
dados do documento efetivamente consultado. A outra entrada será feita
relacionando apenas os dados da fonte consultada.
Veja na nota de rodapé, um exemplo de citação2.

d) Citação indireta/livre
 Ao fazer uma síntese das ideias, a transcrição é livre desde que citada a
fonte e mantido o sentido do texto original.
 Nestes casos utiliza-se a expressão Cf. que significa confira. Exemplo: Cf.
Silva, Pedro A. A descoberta científica, p. 15.
 Também podemos citar o nome do/a autor/a e explicar, com nossas
palavras o que afirma. Exemplo: Ponce (1994) leva-nos a compreender o
exato alcance das ideias pedagógicas de Lutero, ressaltando que não
devemos perder de vista dados anteriores. Afirma ainda que a instrução
elementar era o primeiro dever da caridade, e que, mesmo no fanatismo
de Lutero, se não sobrasse muito lugar para o saber profano,
aconselhava os pais que enviassem seus filhos à escola.
.

2
PONCE, Anibal. Educação e luta de classes. São Paulo: Cortez, 1980, apud SILVA, John. Classes
sociais e cultura no Brasil. São Paulo: SIARTE, 1982.

SILVA, John. Classes sociais e cultura no Brasil. São Paulo: SIARTE, 1982. “É evidente, em primeiro
lugar, que a mais estreita relação de parentesco é aquela que também admite a mais generalizada forma
de reciprocidade.” (SERVICE apud SEVERINO, 1998, p.94)

53
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e) Dados obtidos por informação oral
Quando se tratar de dados obtidos por informação oral (palestras, debates,
comunicações, etc.), indicar entre parênteses a expressão 'informação verbal',
mencionando-se os dados disponíveis, somente em nota de rodapé.
Exemplo:
Tricart constatou que na bacia do Resende, no Vale do Paraíba, há indícios de
cones de dejeção (informação verbal). (ABNT, NBR 10520, 2002, p.3)

f) Trabalhos em fase de elaboração


Na citação de trabalhos em fase de elaboração, deve ser mencionado o fato,
indicando-se os dados disponíveis, somente em nota de rodapé.
Exemplo:
Poetas Rio-grandenses, de autoria de Eivo Clemente, a ser editado pela
EDIPUCRS, 2001 (em fase de elaboração). (ABNT, NBR 10520, 2001, p.2).

4.2.3 Localização das citações


a) No texto: a citação vem logo após o texto, (MANACORDA, 1989, p. 162); ou
antecede a citação, segundo Manacorda (1989, p.62). Deve-se separar o ano de
publicação para o número da página com vírgula, colocando a letra p. de página antes
do número da página. Quando o(s) nome(s) do(s) autor (es) estiver entre parênteses,
utilizam-se letras maiúsculas, quando estiver fora do parêntese, utiliza-se letra
maiúscula para a inicial e depois letras minúsculas. Ex.: Segundo Moreira (1999, p.49)
ou (MOREIRA, 1999, p.49).

b) Em nota de rodapé: Ficam com a mesma margem à esquerda e à direita do


texto. Apenas o número adentra-se 1 cm. Devem ficar separadas do texto por um traço
que avança até 1/3 da página, ficando este traço a 1 cm da última linha . Coloca- se o
número de chamada que deve corresponder ao número da nota de rodapé. Alguns
autores consideram suficiente constar na nota de rodapé o nome do autor, o nome do
livro, e o número da página, pois consideram que os demais dados encontram-se na
bibliografia.

54
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c) Outros autores preferem colocar todos os dados do livro como consta na
bibliografia seguido do número da página onde está localizado o texto citado. Autores
como Severino (1998, p. 94) optam por fazer a entrada da nota pelo nome e não pelo
sobrenome do autor, separando por vírgula os vários elementos. Quando várias notas
de rodapé se referem a uma mesma obra de um mesmo autor, variando-se apenas a
página, usa-se a expressão latina: ibid.
Veja os exemplos na nota de rodapé3;4:
No entanto, se outro autor for citado entre uma citação e outra, do mesmo autor,
a citação deve ser completa, da mesma forma se cair em outra página:

4.2.4 As notas de rodapé


a) Inserem no trabalho considerações complementares que, por extenso,
ocupariam desnecessariamente o desenvolvimento do texto, mas que podem ser úteis
ao leitor, caso queira aprofundar no assunto.
b) Trazem a versão original de alguma citação traduzida no texto quando se fizer
necessária e importante a comparação dos textos.
c) Explicam ou conceituam determinados termos utilizados na pesquisa que
podem ter compreensão dúbia ou que necessitam ser explicitados pelo(s) autor(es).
Exemplo:
“Optamos pela utilização do termo “menina” tendo em vista as seguintes
questões: a inexistência de um termo que abrangesse a grande variedade entre idade
cronológica...”

4.2.5 Normas para elaboração de referências


A referência é constituída de elementos essenciais e, quando necessário,
acrescida de elementos complementares. (ABNT, NBR 6023/2002, p.2).
Regras gerais de apresentação das referências (bibliográficas e virtuais):
Em geral são apresentadas por ordem alfabética crescente (pode-se apresentar
por ordem cronológica ou por assunto). Se o número de obras citadas for extenso, as
referências bibliográficas poderão ser divididas por tipo de obra: livros, periódicos, etc.

3
GOLDMANN, Lucien. Ciências humanas e filosofia. São Paulo: Cortez, 1999, p. 10.
4
Ibid. p. 16.

55
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Quadro 5 - Configuração textual

Segundo a NBR 6023/2002: “As referências são


alinhadas somente à margem esquerda e de
forma a se identificar individualmente cada
documento.” Portanto, você não deve justificar as
margens, deixando a margem direita irregular,
ALINHAMENTO não alterando, assim, os espaços entre os
elementos da referência.
Exemplo: DINIZ, Maria Helena; FERRAZ JUNIOR,
Tércio Sampaio: GEÓRGAKILAS, R. A. Steveson.
Constituição de 1988: legitimidade, vigência e
eficácia, supremacia. São Paulo: Atlas, 1989.
Até agosto de 2000, a NBR 6023 que orientava as
referências bibliográficas era a de agosto de 1989.
No entanto, em agosto de 2000, a ABNT divulgou a
NBR 6023 alterando alguns itens da antiga norma.
A ENTRADA DA SEGUNDA Uma das mudanças ocorridas é que, até então,
LINHA iniciava-se a segunda linha da referência abaixo da
terceira letra da primeira linha, com a nova
Norma, inicia-se a segunda linha imediatamente
abaixo da primeira. A NBR 6023, de agosto de
2002, manteve as determinações da NBR de 2000.
Fonte: Elaboração própria

Exemplos diversos e mais usados de como proceder na construção das


referências.

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Capítulo de livro do mesmo autor. Exemplo:

HABERMAS, Jurgen. Derecho natural y revolución. In: _________ Teoría Y praxis:


estúdios de filosofía social. Tradução de Salvador Má Torres e Carlos Moya.
Espanha/Madrid: Tecnos, 1990. cap. 2, p. 87-162.

Parte de uma obra, coletânea. Exemplo:

PILATI, José Isaac. Direitos autorais e internet. In: ROVER, Aires José (org.). Direito,
sociedade e informática: limites e perspectivas da vida digital. Florianópolis:
Fundação Voiteux, 2000. p. 127-134.

Revista como um todo:

REVISTA SEQUÊNCIA. Florianópolis: Curso de Pós-Graduação em Direito da


Universidade Federal de Santa Catarina, Jan. fev. mar./2001. n. 27, Trimestral.

Número Especial de revistas:

ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2000. Florianópolis: TRE, v.2, n.1, nov. de 2001. 635 p.
Edição Especial.

Suplemento de periódico:

A JUSTIÇA FEDERAL ATRAVÉS DE DOCUMENTOS. Brasília, DF: Conselho da


Justiça Federal, v. 1, 1994. Suplemento.

Artigo de revista institucional:

SALES, Gabriela Bezerra. Psicanálise e Poder. Revista Roteiro, Universidade do


Oeste de Santa Catarina, Joaçaba, v. XVIII, n. 33, p. 88-96, jan./jun. 1995.

Artigo de revista:

ZAVERUCHA, Jorge. O Congresso, o presidente e a justiça militar. Justiça e


Democracia. São Paulo, n. 3, p. 141-152, 1997.

Artigos de jornal diário:

MARCELO, Cláudia. Crescem os lares sob chefia da mulher. Diário Catarinense.


Florianópolis, p.34, 12 de maio de 2002.

Artigo de jornal assinado pelo autor do artigo:

MARCELO, Cláudia. Crescem os lares sob chefia da mulher. Diário Catarinense.


Florianópolis, p.34, 12 de maio de 2002.

57
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Anais de Congressos:

CONGRESSO JURÍDICO BRASIL-ALEMANHA,7.,1996, Belo Horizonte. Anais do VII


Congresso Jurídico Brasil-Alemanha. Belo Horizonte: Sociedade de Estudos Jurídicos
Brasil-Alemanha, 1996. 305 p.

Resumos de encontros/eventos:

SIMPOSIO BRASIL-ALEMANHA, 4., 1998, Bonn, Alemanha. A projeção do Brasil face


ao século XXI: livro de resumos. São Paulo: Fundação Konrad-Adenauer, 1998.

Trabalhos publicados em congressos:

LAMOUNIER, Bolívar. Assegurar a governabilidade: perspectivas do futuro político e


social do Brasil. In: SIMPÓSIO BRASIL-ALEMANHA,4., 1998, Bonn, Alemanha. A
Projeção do Brasil face ao século XXI. São Paulo: Fundação Konrad-Adenauer, 1998,
p. 83-90.

Constituições:

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal,


1988.

MATO GROSSO DO SUL. Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul. Campo


Grande: Imprensa Oficial, 1979.

Emendas Constitucionais:

BRASIL. Constituição (1988). Emenda constitucional n. 8, de 15 de agosto de 1995.


Altera o inciso XI e a alínea “a” do inciso XII do art. 21 da Constituição Federal.
Constituição da República Federativa do Brasil. 24. ed. São Paulo: Saraiva, 2000, p.
180-181.

Medidas Provisórias:

BRASIL. Medida Provisória n. 2.214, de 31 de agosto de 2001. Altera o art. 1º da Lei n.


10261, de 12 de julho de 2001, que desvincula, parcialmente, no exercício de 2001, a
aplicação dos recursos de que tratam os arts. 48, 49 e 50 da Lei n. 9.478, de 6 de
agosto de 1997, pertencentes à União. Diário Oficial [da] República Federativa do
Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 1º de setembro de 2001. Seção I-E, Edição Extra,
p. 01.

Decretos:

BRASIL. Decreto n. 2.173, de 5 de março de 1997. Aprova o regulamento da


organização e do custeio da Seguridade Social. Consolidação da Legislação
Previdenciária. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1999, p. 43-101.

Consolidação de leis:

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BRASIL. Consolidação da legislação previdenciária: regulamento e legislação
complementar. Organizador Aristeu de Oliveira. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1997.

Jurisprudências:

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Agravo regimental em agravo de instrumento.


Taxa de limpeza pública e IPTU. Identidade de base de cálculo. Impossibilidade.
Agravo Regimental em Agravo de Instrumento n. 194.063-3. Agravante Município de
São Paulo e Agravado Denise Carmona Fernandes. Relator Ministro Maurício Corrêa.
29 de abril de 1997. JANCZENSKI, Célio Armando. Taxas: doutrina e jurisprudência.
Curitiba: Juruá, 1999, p. 332-333.

Súmulas:

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula n. 241. A contribuição previdenciária


incide sobre o abono incorporado ao salário. Previdência social. São Paulo: Saraiva,
1997. p. 395.

Monografrias, dissertações e teses:

BAEZ, Narciso Leandro Xavier. Execução de quantia certa contra a fazenda pública
a partir da Constituição Federal de 1988. 58 f. Monografia (Especialização) - Curso
de Direito Processual Civil, Universidade do Oeste de Santa Catarina, Chapecó, 2002.

MONTEIRO, Cláudia Servilha. Em busca de uma racionalidade prática para o


direito: a teoria da argumentação jurídica da nova retórica. 251 f. Dissertação
(Mestrado em Direito) - Coordenação de Pós-Graduação em Direito da Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1999.

MEZZAROBA, Orides. Da representação política liberal ao desafio de uma


democracia partidária: o impasse constitucional da democracia representativa
brasileira. 2000. 545 f. Tese (Doutorado em Direito) - Curso de Pós-Graduação em
Direito, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2000.

Meios Eletrônicos - Artigo de revista e jornal assinado pelo autor:

VELOSO SOBRINHO, Manoel Lopes. Execução do pequeno valor contra a fazenda


pública: questão de sobrevivência e a lei de responsabilidade fiscal Jus Navegandi, n.
50. Disponível em: <http://www1.jus.com.Br/doutrina/texto.asp?> Acesso em: 12 mai.
2002.

Meios Eletrônicos - Artigo de revista e jornal não assinado pelo autor:

A DECISÃO do STF sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal. Agência Estado, São


Paulo, 12 maio 2002. Disponível em: <http://www.estadao.com.br> Acesso em: 12 mai.
2002.

Meios Eletrônicos - Congresso Científico:

59
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CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA, 6., 1999. Rio de
Janeiro. Anais eletrônicos... Rio de Janeiro, 1999. Disponível em:
<http://www.abed.org.br>. Acesso em: 15 dez. 1999.

Meios Eletrônicos - Citação de trabalhos de congressos científicos:

PEDROSA, Fernanda. Juristas declaram que a dívida externa é ilegítima e opressiva.


In: FÓRUM SOCIAL MUNDIAL, 1, 2001, Porto Alegre. Anais eletrônicos... Porto Alegre,
2001. Disponível em: <http://www.forumsocialmundial.org.br> Acesso em: 21 jan.
2002.

(Incluir a partícula <in>: antes do evento)

Meios Eletrônicos - Legislações - Sempre iniciar pela jurisdição do órgão: Brasil,


Mato Grosso do Sul, Dourados:

BRASIL. Lei n. 9.279, de 14 de maio de 1996. Regula direitos e obrigações relativos à


propriedade industrial. Disponível em:< http://www.met.gov.br/conjur/lei/lei>. Acesso
em: 24 nov. 2000.

Meios Eletrônicos - Súmulas em home-page:

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula n. 608. No crime de estupro, praticado


mediante violência real, a ação penal é pública incondicionada. Disponível em:
<http://www.stf.gov.br>. Acesso em: 12 mai. 2002.

Meios Eletrônicos - e-mail:

ROVER, Aires José. Grupos de pesquisa do CNPq. [mensagem pessoal]. Mensagem


recebida por oridesmezza@aol.com. em 10 mar. 2002.

Meios eletrônicos - CD-ROM:

ORDEM DOS ADVOGADOS O BRASIL A OAB e o controle de constitucionalidade.


Brasília: ArqDigital, [2000].1 CD-ROM.

Meios eletrônicos - Banco de Dados:

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL: Banco de dados.


Disponível em:< http://www.planalto.gov.br> Acesso em: 23 abr. 2002.

Meios eletrônicos - Homepage Institucional:

INFOJUR. Coordenação Aires José Rover. Desenvolvido pelo Centro de Ciências


Jurídicas da Universidade Federal de Santa Catarina. Apresenta textos sobre
informática jurídica. Disponível em: http://www.infojur.ccj.ufsc.br . Acesso em: 21 abr.
2002.

Entrevistas gravadas - Gravador convencional - Fita Cassete:

60
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PEIXOTO, Luiz. A pena de morte: depoimento (jan.1977) Entrevistadores: Julio Matos
e André Castro. Florianópolis: Comitê de Direitos Humanos, 1977. 1 fita cassete (60
min.), estéreo. Entrevista concedida ao Comitê de Direitos Humanos.

Exercício 4

1. Organize as referências de acordo com as normas da ABNT:


Dados de referência:
Título: O prazer da produção científica
Autor: Israel Belo de Azevedo
Editora: UNIMEP Local/Cidade: Piracicaba Ano: 1996 Edição: 6ª

a) AZEVEDO, Israel Belo de. O prazer da produção científica. 6. ed. Piracicaba:


Editora UNIMEP. 1996.
b) AZEVEDO, Israel Belo de. O prazer da produção científica. 6.ed. Piracicaba:
UNIMEP, 1996.
c) Azevedo, Israel Belo de. O prazer da produção científica. 6.ed. Piracicaba:
UNIMEP, 1996.
d) Azevedo, Israel Belo de. O prazer da produção científica. Piracicaba: Editora
UNIMEP, 6.ed. , 1996.
e) AZEVEDO, Israel Belo de. O prazer da produção científica. 6.ed. Piracicaba:
UNIMEP, 1996.

2. Organize as referências de acordo com as normas da ABNT:


Dados de referência:
Título: Fazer universidade Subtítulo: uma proposta metodológica
Autores: Cipriano Luckesi, Elói Barreto, José Cosma, Naidison Baptista
Editora: Cortez Local/Cidade: São Paulo Ano: 1998 Edição: 10ª

a) LUCKESI, Cipriano; BARRETO, Elói; COSMA, José; BAPTISTA, Naidison. Fazer


universidade: uma proposta metodológica. 10.ed. São Paulo: Cortez, 1998.
b) LUCHESI, Cipriano et al. Fazer universidade: uma proposta metodológica. 10. ed.
São Paulo: Cortez, 1998.
c) Luchesi, Cipriano et al. Fazer universidade: uma proposta metodológica. 10. ed.
São Paulo: Cortez, 1998.
d) Luchesi, Cipriano et al. FAZER UNIVERSIDADE: UMA PROPOSTA
METODOLÓGICA. 10. ed. São Paulo: Cortez, 1998.
e) LUCHESI, Cipriano et al. Fazer universidade: uma proposta metodológica. Ed. 10.
São Paulo: Cortez, 1998.

3. Organize as referências de acordo com as normas da ABNT:

61
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Dados de referência:
Título: Metodologia do trabalho científico
Autoras: Eva Maria Lakatos e Marina de Andrade Marconi
Editora: Atlas Local/Cidade: São Paulo Ano: 1994 Edição: 4ª Revista e Ampliada

a) LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho


científico. São Paulo: Atlas, 4.ed. rev.. amp., 1994.
b) Lakatos, Eva Maria; Marconi, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho
científico. 4. ed. rev. amp. São Paulo: Atlas, 1994.
c) LAKATOS E MARCONI. Metodologia do trabalho científico. 4.e. rev. amp. São
Paulo: Atlas, 1994.
d) LAKATOS, Eva Maria et. al. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 4.
ed. 1994.
e) LAKATOS E MARCONI. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 4. ed.
1994.

4. Organize as referências de acordo com as normas da ABNT:


Dados de referência:
Título do artigo: A liturgia olímpica Autor: Milton José de Almeida
Livro: Corpo e história Autora: Carmem Lúcia Soares (organizadora)
Local/Cidade: Campinas, SP Editora: Autores Associados Ano: 2001
Páginas: de 79 a 108 Edição: 1ª

a) ALMEIDA, Milton José de. A liturgia olímpica. In: Corpo e história de Carmen
Lúcia Soares. (org.) Campinas: Autores Associados, 2001, p.79-109.
b) ALMEIDA, Milton José de. A liturgia olímpica. In: SOARES, Carmen Lúcia (org.)
Corpo e história. Campinas: Autores Associados, 2001, p. 79-108.
c) Almeida, Milton José de. A liturgia Olímpica. In: Carmen Lúcia Soares (org.) Corpo e
história. Campinas: Autores Associados, 2001.
d) SOARES, Carmen Lúcia de (Org.) Corpo e história. In: ALMEIDA, Milton José de. A
liturgia olímpica. Campinas: Autores Associados, 2001.
e) ALMEIDA, Milton José de. A LITURGIA OLÍMPICA. In: SOARES, Carmen Lúcia
(org.). Corpo e história. Campinas: Autores Associados. 2001, p. 79-1008.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. 10520; 6023; 6025;


1079.

AZEVEDO, Israel Belo de. O prazer da produção científica. 6. ed. Piracicaba: Editora
UNIMEP. 1996.

BARRAL, Welber. Metodologia da Pesquisa Jurídica. Florianópolis: Fundação


Boiteaux, 2003.

KOCHE, José Carlos. Fundamentos de Metodologia Científica – Teoria da ciência e


da prática de pesquisa. 14. ed. Petrópolis: Vozes, 1997.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho


científico. São Paulo: Atlas, 4.ed. rev.. amp., 1994.

LUCHESI, Cipriano et al. Fazer universidade: uma proposta metodológica. 10. ed.
São Paulo: Cortez, 1998.

MARQUES, Heitor Romero et. al. Metodologia da pesquisa e do trabalho científico.


4.ed. Campo Grande, 20009.

MANFROI, José. Métodos e técnicas de pesquisa – conteúdos básicos. Campo


Grande: UCDB, 2010 (apostilado – 37 p.)

OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de Metodologia Científica. São Paulo: Pioneira,
1998.

PÁDUA, Elisabete Matallo Marchesini de. O trabalho monográfico como iniciação à


pesquisa científica. In: CARVALHO, Maria Cecília M. de (Org.). Construindo o saber.
2. ed. São Paulo: Papirus, 1989, p.170.

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