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Ritos
Ritos
Quelimane
2022
Deolinda Manuel
Quelimane
2022
Índice
Capitulo I .................................................................................................................................... 4
1. Introdução ........................................................................................................................... 4
Capítulo I
1. Introdução
Este trabalho busca reflectir sobre o rito de iniciação em Moçambique em particular, de saber
que o rito de iniciação é um conjunto de cerimónias religiosas diferentemente regulados,
segundo as diversas comunhões ou em diversas sociedades. Ritos de iniciação são cerimónias
de carácter tradicional e cultural praticado nas sociedades africanas que visa preparar o
adolescente para encarar a outra fase da vida, isto é, a fase adulta
Deolinda Manuel; Firosa Emilia Candrinho; Lesley Isabel Const; Rosa da Graça Aidão Artur
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1.1. Objectivo
1.3. Metodologia
Para a realização do presente trabalho, usou-se a pesquisa bibliográfica que consistiu na leitura
de diversos manuais sobre o tema em alusao.
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Capítulo II
2. Revisão de Literatura
No dia marcado, o jovem em companhia do seu padrinho partem para a mata, segurando uma
perna de galinha com uma shima de mapira ou milho que lhe é dado pela mãe.
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Quando já se aproximam do local escolhido pelo chefe tradicional no meio de uma floresta o
padrinho tapa-lhes os olhos e os tambores e apitos rufam para que lhe não oiça os gritos dos
outros circuncidados.
Neste intervalo de tempo, até que a ferida cure o jovem é proibido de comer alimentos salgados,
segundo a tradição, infectária a ferida. Neste periodo não pode, tomar banho e nem tocar na
água. É raro que alguem morra por infecção mas quando alguem morre não se comunica a
família até acabar o período de incubação todo o grupo regressa a casa.
Uma rapariga só é reconhecida como ser completo depois de ter passado pelos ritos de iniciação,
estes tem como objectivo a formação de mulheres para enfrentar as múltiplas tarefas do lar nos
aspectos de uma futura esposa mãe e produtora de bens materiais em benefício do marido e dos
filhos. As mestras ensinam que a menstruação nada tem de anormal, antes pelo ao contrário de
que em breve pode procriar.
A educação tradicional é uma educação não formal. Ela é dada a criança não lhe permitindo
individualizar-se do grupo, visava a formação da personalidade no sentido de dependência no
grupo através do desenvolvimento da sua consciência. Entre os 7 e os 10 anos inicia-se a
separação de sexos, o rapaz vive ao lado do pai, enquanto a rapariga ao lado da mãe. É neste
período que a criança começa progressivamente a participar nas actividades produtivas da
família. A medida que a criança, a separação conforme sexos torna-se cada vez mais nítida, o
rapaz começa a ser integrado na intimidade dos homens, enquanto a rapariga, se mergulha no
misterioso mundo das mulheres.
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Os ritos de iniciação têm lugar por volta dos 10/15 anos e são marcados por acções educativas
mais conscientes. É nessa altura que a educação dos jovens é confiada a alguns membros
designados pela comunidade, compreendendo os fundamentos da vida social, os valores
culturais, costumes e tradições.
Numa estreita ligação com os adultos, os adolescentes aprendem um ofício, são lhes
comunicado os principais segredos da família e da tribo. Assim, o adolescente forjado na
iniciação é um homem completo, ele tem da sua vida e da sua comunidade uma ideia clara e
corrente, sabre o que ou outros esperam e o que deles pode esperar. A educação tradicional dá
ao jovem, um conjunto de conhecimentos utilitários que lhe permitem enfrentar com eficácia e
sem frustrações as dificuldades da vida futura.
Actualmente em Moçambique, a educação tradicional não existe no seu no seu estado puro,
apesar de continuar presente na comunidade. Ao nível das escolas, particularmente nas zonas
rurais a sua presença é notória nas crianças, nas quais se verificam os valores tradicionais
veiculados e defendidos pela família.
Por outro lado que se observa actualmente em grande parte dos jovens nas cidades ou vilas, são
inúmeros casos casos, de má conduta nas escolas, centros internatos e lares, falta de ética, a
aderência a atitudes imorais, o consumo de álcool e drogas, a prática de criminalidade, as
infidelidades conjugais, os divórcios ou ainda as insatisfações sexuais dos casais devido a uma
educação sexual deficiente, podem ser reflexo da decadência da educação tradicional pura.
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Educação cívica moral (respeito aos mais velhos, aos lugares sagrados, aos mortos);
O matrimónio conjugal entre uma pessoa que passou pelos ritos de iniciação com outra
que não passou pelo rito;
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3. Étnia
Um grupo étnico é um grupo de indivíduos que têm uma certa uniformidade cultural, que
partilham as mesmas tradições, conhecimentos, técnicas, habilidades, língua e comportamento.
A sociologia Africana, considera que uma etnia ou um grupo étnico é grupo de pessoas que
têm uma herança sociocultural comum, como uma língua e tradições comuns.
Encontramos uma diferença enorme entre Etnia, Tribo, Clã e Linhagem. A sua diferença com
a Tribo, surge no facto de que a Tribo referir-se a um conjunto humano que reúne várias famílias
sob a autoridade de um mesmo chefe e num espaço territorial dado. A Etnia difere do Clã, visto
que este último refere-se a um grupo de pessoas que têm um ancestral comum. Finalmente
difere de linhagem, uma vez que esta é uma descendência.
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A norte daquele rio localizam-se os povos matrilineares: Makonde, Yao, Makhuwa, Nyanja e
outros localizados no Zambeze superior, como os Nsenga e os Pimbwe, por exemplo. A sul,
encontram-se os povos patrilineares congregados nos seguintes grupos: Shona, Tsonga, Chope
e Bitonga. Entre os povos patrilineares figura também o grupo Nguni, cujos núcleos se
encontram espalhados pelo País.
No Vale do Zambeze, uma zona de transição, situam-se povos de simbiose das influências
matrilinear e patrilinear, dos quais se destacam: Chuwabo, Sena e Nyungwe. Para além dos
grupos identificados, existem outros localizados na costa norte, cuja característica particular é
a influência patriarcal islâmica que apresentam: são os Mwani.
Os makondes
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de Libertação Nacional, 47 anos depois que essa mesma região se constituiu no último foco da
submissão à ocupação militar portuguesa.
Os Yaos
Os Yao, também conhecidos por Ajaua, ocupam a região junto ao lago Niassa e o norte da
província com o mesmo nome. Os Yao também se encontram no Malawi e no sul da Tanzânia.
Fontes históricas revelam que os Yao eram bastante activos o comércio à longa distância,
ligando as regiões do interior com a costa do Índico: Quílua, na Tanzânia, e Ilha de
Moçambique. Antes dos finais do século XVIII eram os principais fornecedores de marfim.
Segundo Rita-Ferreira (1982:124) os Ajaua transitaram para as formas de comércio
internacional com Quílua e Ilha de Moçambique de uma forma gradual, a partir de trocas
regionais restritas e regionais de peles, produtos agrícolas e utensílios de ferro até atingir o nível
de uma florescente e bem organizada exportação de marfim, nos finais do século XVIII. Rita-
Ferreira diz ainda que no primeiro quartel do século XIX os Ajaua tinham-se transformado nos
maiores fornecedores de escravos exportados para Mossuril (ibid.:285). Dado o seu contacto
regular com a costa de influência muçulmana, os Ajaua islamizaram-se mais cedo que os outros
povos do interior. Entretanto, uma islamização significativa viria a acontecer depois de 1890,
em resposta à pressões trazidas pela ocupação colonial (Cf. Ibid.:289).
Makuwa
Os Makhuwa, por vezes considerados como duas entidades diferentes, constituem a etnia de
Moçambique dispersa por um vasto território que no passado se estendia, do rio Zambeze ao
rio Messalo, a Sul e Norte, respectivamente, do Oceano Índico, a Este, até à actual fronteira
com o Malawi, a Oeste;
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Maraves
Shonas
Os Shona ocupam os territórios entre os rios Save e Zambeze, subdividindo-se em três grupos
distintos: Ndau, Manyka e Tewe. De uma forma geral, surgem espalhados pelas províncias de
Manica, Tete e Sofala e, ainda, por algumas províncias do Zimbabwe. Esta etnia está associada
às ruínas do grande Zimbabwe, entre outros amuralhados de pedra da região.
Shonas ou Xonas são um grupo de povos de línguas bantu que habitam o Zimbábue, a norte do
rio Lundi, e no sul de Moçambique. Foram notáveis por suas peças de ferro, cerâmica e música,
dentre os quais podem ser destacados os zezuru, karanga, manyika, tonga-korekore e ndau.
Com numeração cerca de nove milhões de pessoas, que falam uma série de dialetos
relacionados cuja forma normalizada é também conhecida como Shona (Bantu). Um pequeno
grupo de imigrantes falando Shona dos anos 1800 também vivem na Zâmbia, no vale do rio
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Os ndaus são um grupo étnico que habita o vale do rio Zambezi, do centro de Moçambique até
o seu litoral, e o leste do Zimbábue, ao sul de Mutare. Os ancestrais dos ndaus eram guerreiros
da Suazilândia que se misturaram com a população local, constituída etnicamente por manikas,
barwes, tewes, nas províncias moçambicanas de Manica e Sofala. A população local do
Zimbábue, antes da chegada dos Gaza Nguni, descenderia primordialmente de Mbire, próxima
à actual Hwedza. Os ndaus falam um idioma que pertence à família linguística xona, o ndau.
Bitonga e Chope
Os Bitonga e os Chope concentram-se no sul do país, junto à costa, e nos arredores da cidade
de Inhambane, os primeiros, e numa faixa que vai para mais a sul, os segundos que também
povoam parte de Gaza, mantiveram ao longo dos séculos uma proximidade cultural com os
Tsonga.
Os chopes são dos distritos de Zavala e Inharrime, na província de Inhambane. Este povo viveu
tradicionalmente da agricultura de subsistência. Historicamente, alguns chopes foram
escravizados e outros tornaram-se trabalhadores migrantes na África do Sul. Os chopes são
conhecidos internacionalmente pelo instrumento musical mbila e dança associada, uma
manifestação cultural conhecida desde o tempo de Gungunhana, que foi considerada pela
Unesco, como Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade. Os chopes identificam-se
culturalmente, como povo, com o elefante.
Os Tsongas
Os Tsongas subdividem-se em três grupos particulares: os Ronga (do extremo Sul até ao rio
Limpopo), os Changane (junto ao rio Limpopo) e os Tswa (a norte do rio Limpopo e até ao rio
Save). Possuem uma organização patrilinear. Os Tsonga constituem o grupo que, durante os
três últimos quartéis do século XIX estiveram sob influência directa do império nguni de Gaza.
Landins ou Vátuas, era o nome genérico dado aos indígenas de Moçambique, a sul do rio Save.
Tinham tradições guerreiras sendo o seu último grande imperador, Gungunhana o Leão de
Gaza, sido destronado pelos portugueses depois de grandes combates entre 1894 e 1895.
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Capítulo III
4. Conclusão
Em gesto de de conclusão, frisar que os ritos de iniciação têm lugar por volta dos 10/15 anos e
são marcados por acções educativas mais conscientes. É nessa altura que a educação dos jovens
é confiada a alguns membros designados pela comunidade, compreendendo os fundamentos da
vida social, os valores culturais, costumes e tradições.
Numa estreita ligação com os adultos, os adolescentes aprendem um ofício, são lhes
comunicado os principais segredos da família e da tribo. Assim, o adolescente forjado na
iniciação é um homem completo, ele tem da sua vida e da sua comunidade uma ideia clara e
corrente, sabre o que ou outros esperam e o que deles pode esperar. A educação tradicional dá
ao jovem, um conjunto de conhecimentos utilitários que lhe permitem enfrentar com eficácia e
sem frustrações as dificuldades da vida futura.
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5. Referência bibliográfica
ARTHUR, Maria José. O casamento como violação dos direitos Humanos. Um Exemplo Que
Vem Da Goronsa, Agostos – Novembro, 2010
BERGER, Peter & LUKMANN, Thomas. A construção social da realidade. 2a Edição. Lisboa:
Dinalivro Editora, 2004
BONNET, João Alberto de Sá. Ethos Local e Currículo Oficial: A Educação Autóctone
Tradicional Macua e o Ensino Básico em Moçambique. Tese de Doutoramento Em Educação,
Pontifícia Universidade Católica. São Paulo, 2002
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COLONNA, Elena. “Eu É Que Fico Com A minha Irmã”. Vida Quotidiana Das Crianças Na
Periferia De Maputo, tese de Doutoramento, Janeiro 2012
CHRISTENSEN, P. & PROUT, A.Wrking with ethical symmetry in social reserch with
children.Childhood, 2002
DA SILVA, Eugénio Aves. Educação em Meio Rural em Angola: Tradição, ( dês) igualdades
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LOFORTE, Ana Maria e tal. Família em contexto de Mudança. Maputo: UEM, 2998
MARTINEZ, F. O Povo Macua e a Sua Cultura: Analise dos Valores Culturais do Povo Macua
no Ciclo Vital. Maúa, Moçambique 1971-1985, EdiPaulinas, Ministério da Educação, Maputo,
1989
MADEIRA, Sofia Pereira. Ritual de iniciação no Alto Xingo: a reclusão feminina Kumair- In:
revista de Ciências Humanas nº 40. Florianopolis. 2006;
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