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Caderno de Gestão
Pedagógica
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Alan Resende Porto


Secretário de Estado de Educação

Amauri Monge Fernandes


Secretário Executivo

Valdelice de Oliveira Holanda


Secretária Adjunta de Gestão Educacional

Lúcia Aparecida dos Santos


Superintendente de Diversidade

Isaltino Alves Barbosa


Coordenador de Avaliação

Maria Lecy David de Oliveira


Coordenadora de Educação do Campo e Quilombola

Lucas Albuquerque
Coordenador de Educação Indígena

Elaine Cristina da Silva


Coordenadora de Educação Especial

José Antônio Moreira


Coordenador de Educação de Jovens e Adultos

Fabiula Torres Costa Lopes


Coordenadora de Ensino Médio

Joabson Pena
Coordenador de Ensino Fundamental

Capa
Marco Antonio Cardoso Tobias Junior

Sistematização e Organização
Kátia Aparecida da Silva Nunes Miranda e
Gino Francisco Buzato

Revisão Textual e Gráfica


Ângela Fontana e
Leandro Rodolfo Resende
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Sumário
APRESENTAÇÃO...................................................................................................................8
1 ORGANIZAÇÃO PEDAGÓGICA DAS UNIDADES ESCOLARES ................................................ 10
1.1 Coordenação Pedagógica .................................................................................................. 10
1.2 Planejamento Pedagógico ................................................................................................. 11
1.3 Semana Pedagógica........................................................................................................... 14
1.4 Acolhimento dos estudantes............................................................................................. 15
1.4 Reunião com a comunidade escolar ................................................................................. 16
2 SISTEMA ESTRUTURADO DE ENSINO................................................................................ 16
3 TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS .................................................................... 18
4 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO BÁSICA .................................................. 23
4.1 As atribuições da Equipe Gestora no Avalia MT ............................................................. 25
4.2 As atribuições do Professor no Avalia MT ..................................................................... 26
4.3 Processo Avaliativo – 2022 ........................................................................................... 26
4.4 Alfabetiza MT .............................................................................................................. 27
5 PROGRAMA CERTIFICA MAIS MT ..................................................................................... 30
6 FORMAÇÃO CONTINUADA .............................................................................................. 31
7 PROTAGONISMO ESTUDANTIL ........................................................................................ 32
7.1 Grêmio estudantil.............................................................................................................. 33
8 SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA .................................................................... 33
8.1 Ensino Fundamental .......................................................................................................... 33
8.1.1 Laboratório de Aprendizagem.................................................................................... 33
8.1.2 Materiais de Inglês (Pearson) - O Ensino da Língua Inglesa e os Materiais Didáticos e
Paradidáticos ....................................................................................................................... 35
8.1.3 Educação Socioemocional (Nuvem9Brasil) ................................................................ 36
8.1.4 Consciência Fonológica (Percepsom) ......................................................................... 38
8.1.5 Educação Financeira (BEĨ Educação) .......................................................................... 38
8.2 ENSINO MÉDIO .................................................................................................................. 42
8.2.1 Novo Ensino Médio no Estado de Mato Grosso ........................................................ 43
8.2.2 Eletivas e projeto na prática da sala de aula .............................................................. 46
8.2.3 Especificidades da Organização Curricular nas Escolas-Piloto, nas Escolas Integrais e
nas Escolas que ofertarão Trilha de Aprofundamento em Educação Profissional
Tecnológica – EPT ................................................................................................................ 46
8.2.4 Ações da Coordenadoria de Ensino Médio – COEM 2021/2022 ................................ 49
8.3 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – EJA ......................................................................... 51
5

8.3.1 ESTRUTURA DO CURSO DA EJA .................................................................................. 53


8.3.2 OFERTA DA EJA NO FORMATO CARGA HORÁRIA ETAPA-PROFICIÊNCIA ................... 53
8.3.3 AGENDA DO ESTUDANTE ........................................................................................... 54
8.3.4 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DESCRITIVA .................................................................... 54
8.3.5 EJA No Sistema Penitenciário ..................................................................................... 55
8.3.6 A Educação Básica No Sistema Socioeducativo ......................................................... 56
8.4 Características e Orientações Sobre as Matrizes Curriculares da EJA Para o Ano de 2022
................................................................................................................................................. 57
8.5 Outros Produtos no Âmbito da COEJA .............................................................................. 59
8.5.1 Educação para imigrantes .......................................................................................... 59
8.5.2 Programa Mais MT MUXIRUM ................................................................................... 59
9 SUPERINTENDÊNCIA DE DIVERSIDADES ........................................................................... 61
EDUCAÇÃO ESPECIAL ......................................................................................................... 61
9.1 PÚBLICO-ALVO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL (PAED).............................................................. 63
9.2 OFERTA DE SERVIÇOS ........................................................................................................ 64
9.2.1 Atendimento Educacional Especializado – AEE em Sala de Recursos Multifuncional 64
9.2.2 - Professor/TAE - Intérprete De Língua Brasileira de Sinais – Libras .......................... 67
9.2.3 Professor/Instrutor Surdo .......................................................................................... 69
9.2.4 O Professor de Classe Hospitalar ............................................................................... 70
9.2.5 O Professor em Atendimento Domiciliar ................................................................... 72
9.2.6 O Cuidador Educacional ............................................................................................. 73
9.2.7 A Equipe Multiprofissional ......................................................................................... 75
9.3 Orientativo de Solicitação de serviços da Educação Especial para o ano letivo de 2022 . 76
9.4 Educação Escolar Indígena ................................................................................................ 81
9.5 Educação do Campo e Quilombola ................................................................................... 89
10 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 97
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A Educação, qualquer que seja ela, é sempre uma teoria do


conhecimento posta em prática.

Paulo Freire
7

Olá, educador e educadora!


Apresentamos o Caderno de Gestão Pedagógica, idealizado pela Secretaria de Estado de
Educação de Mato Grosso para o ano letivo de 2022. Nosso engajamento com os estudantes da rede
estadual de ensino é reafirmado com ações que propiciam oportunidades àqueles que mais necessitam.
Nós, da educação, estamos investindo em ações informativas e formativas, desenvolvidas com o
objetivo de melhorar a qualidade de vida dos nossos estudantes. Para tanto, temos discutido estratégias
de intervenções pedagógicas para a elevação dos indicadores educacionais, entendendo que, para
alcançarmos bons resultados, é fundamental investir no diálogo, na orientação e na formação de toda
comunidade escolar.
Nessa perspectiva, a Secretaria Adjunta de Gestão Educacional encaminha às unidades escolares
este Caderno de Gestão Pedagógica, para o aperfeiçoamento das práticas escolares junto aos estudantes
do nosso estado.
A Equipe Gestora deve socializar, nas unidades de ensino, as diretrizes contidas neste caderno
para que, de fato, elas se constituam em instrumento de cooperação e integração entre as unidades de
ensino da Rede Estadual de Educação.
Este caderno foi elaborado para servir de referência e estímulo na grande tarefa de conduzir os
estudantes ao conhecimento e à formação cidadã.
Desejamos excelentes resultados com a utilização deste material didático em sua escola.

Alan Resende Porto


Secretário de Educação do Estado de Mato Grosso
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APRESENTAÇÃO

A Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso – SEDUC/MT, por meio da


Secretaria Adjunta de Gestão Educacional, em face dos índices de escolaridade da sociedade
mato-grossense, das demandas educacionais e dos objetivos e metas da política estadual, propõe
neste caderno orientativo as ações pedagógicas e implementações para a educação básica do
estado. Com a homologação da BNCC – Base Nacional Comum Curricular para todas as etapas
da Educação Básica, estabeleceu-se as referências necessárias à elaboração e desenvolvimento
dos currículos nas esferas federais, estaduais e municipais. Com efeito, Mato Grosso
homologou o seu DRC – Documento de Referência Curricular para o Ensino Fundamental e
para o Ensino Médio.
Na Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso, a Educação Básica está estruturada para
desenvolver e ofertar as etapas do Ensino Fundamental e do Ensino Médio nas modalidades de
Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial, Educação Escolar Indígena e Educação
Escolar Quilombola, Educação do Campo e Escolas Militares, em suas diversas formas de
oferta.
Conforme o estabelecido pelo DRC – MT, assim como pelo que constitui a Política
Estadual para a Educação Básica, tem-se reafirmado o compromisso com a promoção e o
desenvolvimento da educação integral, independentemente da duração da jornada escolar. Essa
concepção de educação busca a construção rigorosa de processos educativos que oportunizem
aprendizagens sintonizadas às necessidades e aos interesses dos nossos estudantes – tendo em
vista os desafios da sociedade contemporânea. Para isto, é necessário considerar as diferentes
infâncias e juventudes, as culturas diversas e as capacidades para criar e recriar formas de
existir; observando que é finalidade da Educação Básica a busca da formação e do
desenvolvimento integral dos estudantes.
A concepção de desenvolvimento humano integral, empregada para a organização e o
desenvolvimento do currículo, compreende “a complexidade e a não linearidade desse
desenvolvimento, rompendo com visões reducionistas que privilegiam ou a dimensão
intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva” (BNCC, 2018, p.14). Para tanto, implica assumir
uma visão plural, ao mesmo tempo que singular e integral da criança, do adolescente, do jovem
e do adulto como sujeitos de aprendizagens, fomentando, por conseguinte, uma educação capaz
de afirmar e valorizar suas singularidades e diversidades.
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A partir das Leis Complementares que regulamentam a Lei nº 9394/96, Mato Grosso
adotou a concepção e instituiu procedimentos pedagógicos e administrativos que tratam todos
os profissionais da Educação Básica, no desenvolvimento das suas atividades educacional-
escolares como educadores. Por conseguinte, são educadores: os professores, os gestores
escolares, os técnicos e os apoios administrativos educacionais nas diversas funções que
ocupam. Nesta perspectiva, todos os ambientes escolares devem ser organizados de modo a
contribuir com a formação integral dos estudantes.
Assim, a atribuição desses educadores deve respeitar a formação inicial e os respectivos
percursos formativos, realizados mediante a formação continuada e qualificação profissional,
de modo a atender e afirmar as especificidades das etapas e modalidades da educação básica,
garantindo a qualidade do trabalho pedagógico e, consequentemente, da educação.
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1 ORGANIZAÇÃO PEDAGÓGICA DAS UNIDADES ESCOLARES

1.1 Coordenação Pedagógica


O coordenador pedagógico precisa refletir e priorizar as atribuições relacionadas à sua
função, além de auxiliar a formação continuada dos professores no âmbito da unidade escolar,
fomentando leituras e vivências práticas que promovam o diálogo e o compartilhamento de
experiências entre os docentes. A melhor forma de disseminar essas práticas é socializá-las em
encontros periódicos, como reuniões pedagógicas planejadas pela escola durante o ano letivo e
durante a realização da hora-atividade.
Orientamos que o coordenador pedagógico esteja atento ao cumprimento do plano de
trabalho apresentado no processo de seleção para a função, conforme estabelece a LEI
COMPLEMENTAR Nº 50, DE 1º DE OUTUBRO DE 1998 e a Portaria nº
676/2021/GS/SEDUC/MT, acompanhando os professores para o desenvolvimento de planos
de trabalho que possam elevar a proficiência dos estudantes, reduzir as aprovações parciais
(dependências), reprovação, infrequência e evasão escolar.
Para nortear o trabalho efetivo junto aos professores, a coordenação pedagógica deve
atentar-se para:

 A entrega do planejamento semestral, estabelecido para a Educação Infantil e Ensino


Fundamental elaborado pelos professores, pautado nas metas do Projeto Político Pedagógico
da Escola, que deverá ser validado pelo coordenador pedagógico;
 A entrega do planejamento, no caso do Ensino Médio, elaborado pelos professores,
pautado nas metas do Projeto Político Pedagógico da Escola, que deverá ser validado pelo
coordenador pedagógico;
 O acompanhamento das ações propostas pelos professores a partir do planejamento e
das intervenções pedagógicas;
 Articular ações e metas junto aos professores dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental,
para que os estudantes consolidem as aprendizagens referentes à leitura, à oralidade, ao Sistema
de Escrita Alfabética e à Matemática na finalização do ciclo de alfabetização;
 Acompanhar e registrar as ações desenvolvidas pelo professor quanto às atividades
propostas, tais como: aulas de revisão, trabalhos e exercícios extras, atividades que retomam
objetos de conhecimento (conteúdos) que já foram abordados anteriormente e não foram
compreendidos pelo estudante;
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 Orientar que a avaliação deve envolver a participação do estudante, garantindo


momentos de análise e autoavaliação a partir dos objetivos de aprendizagem;
 Ter registros de convocação dos pais ou responsáveis, na colaboração e
acompanhamento das atividades interventivas, realização de tarefas pelos estudantes e presença
na divulgação dos resultados;
 Acompanhar as atividades, registrando e realizando apontamentos, emitindo relatório
circunstanciado para que, a partir dele, em um processo dialógico, sejam realizadas as
intervenções com vistas à melhoria do processo de ensino e aprendizagem ou socialização das
práticas observadas com os outros professores da Unidade Escolar.

1.2 Planejamento Pedagógico


O planejamento pedagógico organiza toda a rotina escolar: aulas, calendário, formação
continuada, reuniões e eventos. Planejar as ações escolares com antecedência permite um maior
controle sobre o trabalho a ser realizado e contribui para a melhoria do processo de ensino e
aprendizagem, evitando possíveis problemas que poderiam surgir ao longo do ano ou até
mesmo preparando a equipe para enfrentá-los. Ele serve como uma forma de organizar as
atividades da instituição de ensino e os conteúdos que serão trabalhados ao longo do ano letivo,
descrevendo os objetivos de cada aula e a maneira como cada uma será ministrada. Portanto, o
planejamento tem como base a revisão do trabalho realizado no ano anterior e a avaliação dos
resultados obtidos, de modo a identificar o que foi assertivo e o que precisa melhorar. Desse
modo, a cada ano é refeito para se adequar à realidade da instituição, estabelecer estratégias
para alcançar os objetivos e se desenvolver, aprimorando o processo de ensino e aprendizagem.
A comunidade escolar pode contribuir com ideias e informações externas e internas no
planejamento que necessita ser melhorado. Observar as dificuldades que enfrentam e o que os
alunos precisam, permite à instituição evoluir, ao passo que a cada ano se propõe a melhorar os
resultados, oferecer um trabalho mais positivo e tornar o processo de ensino e aprendizagem
mais eficaz. Com isso, contribui para o desenvolvimento dos alunos que receberão uma
formação integral e de maior qualidade, visando cumprir o objetivo de educar nossa sociedade
e formar cidadãos responsáveis e aptos para o mercado de trabalho.
O Planejamento Pedagógico, isto é, o planejamento norteador da escola envolve o
processo de reflexão, de decisões sobre a organização, o funcionamento e a proposta
pedagógica da instituição. "É um processo de racionalização, organização e coordenação da
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ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social".1 Desse


modo, a elaboração do Projeto Político-Pedagógico (PPP) da escola faz parte do planejamento
escolar, que deve ter como referencial o planejamento curricular. Nesse sentido, é preciso
descrever detalhadamente os itens que compõem o planejamento pedagógico, para guiar a ação
dos professores a cada aula e dessa forma alcançar os objetivos.

Entre os itens que devem constar no planejamento pedagógico estão:

 direcionamentos acerca da organização e administração escolar;


 normas gerais de funcionamento, direitos e deveres de cada membro da comunidade escolar;
 atividades coletivas dos professores;
 calendário de atividades;
 grade de horários;
 períodos de avaliações e sistema de notas;
 atividades extraclasse, oficinas e projetos adjacentes;
 trabalho psicopedagógico, relações interpessoais e parcerias com as famílias;
 metas para o ano letivo e estratégias de ação para atingi-las;
 avaliação dos projetos realizados no ano anterior;
 definição de novos projetos para o presente ano letivo;
 temas transversais a serem trabalhados juntamente com o currículo básico;
 atividades a partir dos materiais didáticos do Sistema Estruturado de Ensino;
 revisão do PPP.

Para tanto, tomar como premissa o fato de que a educação atende a uma necessidade
inerente ao ser humano, que é a capacidade reflexiva, leva-nos a crer que refletir é uma ação
ainda mais necessária quando tratamos dos rumos da formação das novas gerações. É com este
enfoque que iniciamos este trabalho, buscando subsídios e referenciais para a inserção do
sistema estruturado de ensino em escolas da rede pública estadual, visando um trabalho efetivo
e de qualidade.
Sendo assim, a seguir, apresentamos um roteiro de atividades que deverá ser instituído
e executado nas escolas durante o ano letivo de 2022:

1
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1990. P. 222.
13

MODELO DE ROTEIRO FEITO PELO PROFESSOR E DISPONIBILIZADO PARA O COORDENADOR PEDAGÓGICO

Escola

Cidade

Componente(s) Curricular(es)/Área

Ano

Docente

SEMANA _____: DE _______ A _______ DE _________________ DE__________

TEMA/ Página do material

Habilidades a serem trabalhadas

PASSO A PASSO: ROTINA PARA ORGANIZAR A SEMANA

Conteúdo/objetos Como fazer e onde Duração


Dia Atividade(s) Avaliação
do conhecimento pesquisar? Aproximada
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1.3 Semana Pedagógica

Com finalidade de orientar as


unidades escolares quanto às atividades
pedagógicas a serem realizadas junto aos
professores no início do ano letivo,
propomos, a partir da sugestão do roteiro
abaixo, uma programação com orientações
e temas pertinentes ao contexto escolar, que
podem subsidiar as atividades da semana
pedagógica de 2022.

SEMANA PEDAGÓGICA
DIA DA AÇÕES A SEREM REALIZADAS RESPONSÁVEL
SEMANA
01/02/2022 Atribuição de professores DREs e unidades
Acolhimento na unidade escolar escolares
Atividades de organização interna da escola
02/02/2022 Atribuição de professores DREs e unidades
Acolhimento na unidade escolar escolares
Atividades de organização interna da escola
03/02/2022 Avaliação das metas e ações do PPP Secretaria Adjunta de
Revisitar, avaliar a proposta pedagógica de cada unidade Gestão Educacional e
escolar unidades escolares
Estudo do caderno de Gestão Pedagógica
04/02/2022 Período Matutino Seduc
Aula Inaugural – sistema estruturado de ensino – DREs
Presencial nos municípios de Cuiabá e Várzea Grande, Unidades Escolares
com transmissão ao vivo canal SEDUC/ You Tube para
todo o estado de Mato Grosso FGV
Período Vespertino
Oficina para Produção e organização de roteiros de DREs
atividades – Presencial Cuiabá e Várzea Grande
Organização das DREs.

Vale salientar que a Semana Pedagógica é um evento que demanda bastante esforço de
toda a escola, mas é uma prática fundamental para que a escola alcance seus objetivos e
permaneça em constante desenvolvimento.
15

1.4 Acolhimento dos estudantes

Ações de acolhimento são uma prática comum no início do ano letivo. Mas elas não
servem apenas como um referencial para o primeiro dia de aula, podendo inclusive ocorrer
durante todo o ano, à medida que a escola admite novos estudantes. O acolhimento é uma ação
pedagógica que fortalece os vínculos dos alunos com a escola, e ela tem autonomia para planejar
e desenvolver essa ação. No entanto, toda acolhida precisa ser pautada em três princípios
básicos: escuta ativa, cuidado e equidade. O acolhimento tem como objetivo:

 Promover atividades de integração dos alunos;


 Desenvolver o sentimento de pertencimento e promover o desejo de participação dos
estudantes na escola;
 Promover ações de protagonismo infantil e juvenil na escola;
 Proporcionar uma vivência mais democrática no cotidiano escolar;
 Resgatar a importância da escola na vida do estudante;
 Trabalhar os valores fundamentais de convivência;
 Desenvolver habilidades socioemocionais (aprender, ter empatia, lidar com as emoções e
resolver problemas);
 Promover a reflexão sobre o papel da Educação no processo formativo.

Não sabe que dinâmica promover na sua escola?


Confira a seguir alguns sites com ideias!

 Instituto Ayrton Senna


https://institutoayrtonsenna.org.br/content/dam/institutoayrtonsenna/hub-
socioemocional/instituto-ayrton-senna-fichas-de-acolhimento.pdf

 Via Carreira
https://viacarreira.com/dinamicas-para-sala-de-aula/

 SEDUC – SP
https://inova.educacao.sp.gov.br/wp-ontent/uploads/2019/12/Apostila_Acolhimento_Alunos.pdf
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1.4 Reunião com a comunidade escolar

As reuniões devem ocorrer bimestralmente e têm como objetivo a integração entre as


famílias e a equipe escolar, com vistas ao estabelecimento do diálogo sobre o desempenho dos
estudantes em cada bimestre, e de metas e compromissos coletivos que garantam a
aprendizagem significativa dos estudantes. Antes de cada reunião bimestral, a gestão escolar e
os professores devem estar atentos aos seguintes pontos:
 Organizar o acolhimento às famílias;
 Preparar a programação da reunião com antecedência;
 Preparar o ambiente no qual ocorrerá a reunião, de modo que ele seja acolhedor e
propositivo;
 Preparar os recursos didáticos a serem utilizados na reunião;
 Planejar como orientar as famílias acerca do apoio ao estudo dos estudantes em casa;
 Organizar a memória de cada encontro.

Para o bom acompanhamento dos estudantes, as famílias devem ter acesso a todas as
informações necessárias, tais como: formas e períodos de avaliações, eventos, conteúdos
bimestrais, horário de aulas e horário de atendimento pela equipe gestora.

2 SISTEMA ESTRUTURADO DE ENSINO

O Consórcio FGV e DIAN assumiu, junto à Secretaria de Estado de Educação de Mato


Grosso, o desafio de implementar um Sistema Estruturado de Ensino com o objetivo de
melhorar a aprendizagem da Educação Básica.
O Sistema Estruturado de Ensino compreende ações articuladas entre a Gestão da
Aprendizagem, a Avaliação e a Formação de professores, bem como um material didático
diferenciado. A experiência e toda produção já acumuladas por essa rede são o ponto de partida
para que as mudanças propostas tenham êxito, além de serem referência para o Sistema
Estruturado em implantação. Dessa forma, a história da educação de Mato Grosso constitui-se
na fundamentação para esta nova etapa que se apresenta como promissora.
17

O material didático é composto de livros didáticos baseados nas habilidades previstas


na BNCC e adaptado ao DRC. Com uma metodologia inovadora, o material é organizado de
modo a facilitar o planejamento do professor, ampliando as possibilidades de enriquecimento
pedagógico das aulas.
Uma importante característica do material didático é a preocupação com a formação
integral do estudante, fundamentando sua organização na pedagogia afetiva, na qual as
competências relacionais são consideradas no processo de aprendizagem.
Complementando o material didático, está disponível uma plataforma digital de
aprendizagem: www.educar.tech.com.br. Essa plataforma oferta o acesso aos conteúdos
didáticos de todas as áreas do conhecimento, com possibilidade de pesquisa e aprimoramento
do aprendizado.
A plataforma deve ser acessada via web por estudantes e professores, com
disponibilidade de acompanhamento pelo coordenador pedagógico e diretor escolar. O acesso
também será disponibilizado por aplicativo através de download grátis (para estudantes,
professores e famílias) com senhas e orientações específicas para o uso dos recursos digitais
articulados ao material estruturado de ensino como apoio para fortalecer o processo de ensino,
aprendizagem e a formação continuada. Além disso, também é possível, na plataforma, elaborar
“roteiros de atividade” que poderão ser disponibilizados para toda a rede estadual.
18

Associada à plataforma, estará acessível a Encyclopaedia Britannica, para uso do


produto Britannica ImageQuest e Britannica Educar com um vasto conteúdo digital de imagens
e vídeos licenciados, incluídas, inclusive, fotos do estado de Mato Grosso em toda a sua
diversidade.
A expectativa, a médio prazo, é estabelecer uma rede pedagógica de troca de
experiências interativas, como valorização do trabalho do professor em cada escola.
A formação em serviço dos professores será um momento fundamental de estudos,
aprofundamento e conhecimento de novas metodologias de ensino e aprendizagem que
dinamizam e repensam a prática pedagógica no cotidiano, diante das múltiplas realidades em
que vivem os alunos das escolas públicas estaduais de Mato Grosso.
A estrutura de suporte e integração em rede será o Circuito de Gestão da Aprendizagem,
onde as Diretorias Regionais de Educação (DREs) desempenham a gestão local de todo o
projeto e se integram na busca da melhoria dos resultados das escolas. Portanto, uma gestão
integrada e bem monitorada será o equilíbrio entre o material e a formação de professores.
Intensificando esse trabalho, o Sistema Estruturado de Ensino compõe o Programa
Avalia MT que é um arcabouço de avaliações de várias naturezas e finalidades que buscam
conhecer a fundo os resultados de aprendizagem da escola. Essas ações viabilizam o
fortalecimento do trabalho pedagógico e oportunizam identificar as demandas para a formação
de professores no atendimento às suas reais necessidades.

3 TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), implementados pelo MEC na década de


90 trazem no bojo de sua proposta a orientação de uma prática educativa voltada para seis temas
transversais: Saúde, Ética, Orientação Sexual, Pluralidade Cultural, Meio Ambiente e Trabalho
e Consumo.
Ao longo de duas décadas, a essa proposição dos Temas foram incorporados os debates
sobre questões sociais visando a aplicabilidade de uma educação voltada para a cidadania. Com
a homologação da Base Nacional Comum Curricular – BNCC no currículo do Ensino Infantil,
do Ensino Fundamental e do Ensino Médio nos anos de 2017 e 2018, respectivamente, os
alcances foram ainda mais alargados em vista dos contextos das realidades contemporâneas e
os Temas Transversais passaram a ser denominados de Temas Contemporâneos Transversais
(TCTs), constituindo-se referência obrigatória para a elaboração dos documentos curriculares.
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Temas de natureza diversa e de relevância social passam então a ser articulados com os
demais conteúdos dos componentes curriculares de forma contextualizada e dentro das áreas
do conhecimento, de modo a fomentar a participação e o engajamento dos sujeitos nas questões
sociais.
Os Temas Contemporâneos Transversais contidos na BNCC e no DRC-MT fazem parte
do currículo e estão diretamente relacionados a uma proposta de educação que concebe o
conteúdo escolar fundamentalmente associado com à realidade vivida no dia-a-dia dos
estudantes, o que fará com que os objetos do conhecimento se transformem em aprendizagens
significativas. Nessa direção, a escola tem o papel de fomentar a realização de projetos
interdisciplinares e transdisciplinares e promover a inserção desses temas no currículo, a fim de
possibilitar que as habilidades e competências elencadas nessas normativas dialoguem com os
conhecimentos oriundos do cotidiano desses sujeitos, facilitando assim a aprendizagem.
Todavia, a realização dessa desafiadora tarefa requer extrema dedicação e compromisso
de toda a comunidade escolar que deverá se apropriar do Projeto Político Pedagógico (PPP)
para intervir democraticamente nas ações e contribuir com as demandas da instituição, visando
o bem coletivo. Incentivar e promover essa participação é de fundamental importância, pois
desperta o senso de pertencimento de todos os envolvidos e fortalece o vínculo família e escola.
Em suma, o Planejamento Pedagógico, o PPP e a Formação Docente compõem a tríade
basilar para que a educação atinja seus objetivos e finalidades; para tanto o Planejamento e o
PPP devem estar alinhados aos Temas Contemporâneos Transversais, conforme prevê a BNCC,
o DRC-MT e todos os marcos legais descritos nos Quadros 1 e 2.

Quadro 1. Base Legal Federal dos Temas Contemporâneos Transversais

Temas
Contemporâneos Marcos Legais – Âmbito Nacional
Transversais
Ciência e Leis Nº 9.394/1996 (2ª edição, atualizada em 2018. Art. 32, Inciso II e Art.
Tecnologia 39), Parecer CNE/CEB Nº 11/2010, Resolução CNE/CEB Nº 7/2010.
CF/88, Art. 23 e 24, Resolução CNE/CP Nº 02/2017 (Art. 8, § 1º) e
Resolução CNE/CEB Nº 03/2018 (Art. 11, § 6º - Ensino Médio).
Direitos da Criança Leis Nº 9.394/1996 (2ª edição, atualizada em 2018. Art. 32, § 5º) e Nº
e do Adolescente 8.069/1990. Parecer CNE/CEB Nº 11/2010, Resolução CNE/CEB Nº
07/2010 (Art. 16 - Ensino Fundamental), e Resolução CNE/CEB Nº 03/2018
(Art. 11, § 6º - Ensino Médio).
Diversidade Lei Nº 9.394/1996 (2ª edição, atualizada em 2018. Art. 26, § 4º e Art. 33),
Cultural Parecer CNE/CEB Nº 11/2010 e Resolução CNE/CEB Nº 7/2010.
20

Educação Lei Nº 11.947/2009. Portaria Interministerial Nº 1.010 de 2006 entre o


Alimentar e Ministério da Saúde e Ministério da Educação. Lei Nº 12.982/2014. Parecer
Nutricional CNE/CEB Nº 11/2010 e Resolução CNE/CEB Nº 07/2010 (Art. 16 - Ensino
Fundamental). Parecer CNE/CEB Nº 05/2011, Resolução CNE/CEB Nº
02/2012 (Art. 10 e 16 - Ensino Médio), Resolução CNE/CP Nº 02/2017 (Art.
8, § 1º) e Resolução CNE/CEB Nº 03/2018 (Art. 11, § 6º - Ensino Médio).
Educação Leis Nº 9.394/1996 (2ª edição, atualizada em 2018. Art. 32, Inciso II), Lei Nº
Ambiental 9.795/1999, Parecer CNE/CP Nº 14/2012 e Resolução CNE/CP Nº 2/2012.
CF/88 (Art. 23, 24 e 225). Lei Nº 6.938/1981 (Art. 2). Decreto Nº 4.281/2002.
Lei Nº 12.305/2010 (Art. 8). Lei Nº 9.394/1996 (Art. 26, 32 e 43). Lei Nº
12.187/2009 (Art. 5 e 6). Decreto Nº 2.652/1998 (Art. 4 e 6). Lei Nº
12.852/2013 (Art. 35). Tratado de Educação Ambiental para Sociedades
Sustentáveis e Responsabilidade Global. Carta da Terra. Resolução
CONAMA Nº 422/2010. Parecer CNE/CEB Nº 7/2010. Resolução
CNE/CEB Nº 04/2010 (Diretrizes Gerais Ed. Básica). Parecer CNE/CEB Nº
05/2011 e Resolução CNE/CEB Nº 02/2012 (Art. 10 e 16 - Ensino Médio).
Parecer CEN/CP Nº 08/2012. Parecer CNE/CEB Nº 11/2010, Resolução
CNE/CEB Nº 07/2010 (Art. 16 - Ensino Fundamental), Resolução CNE/CP
Nº 02/2017 (Art. 8, § 1º) e Resolução CNE/CEB Nº 03/2018 (Art. 11, § 6º -
Ensino Médio).
Educação em Lei Nº 9.394/1996 (2ª edição, atualizada em 2018. Art. 12, Incisos IX e X;
Direitos Humanos Art. 26, § 9º), Decreto Nº 7.037/2009, Parecer CNE/CP Nº 8/2012 e
Resolução CNE/CP Nº 1/2012. Parecer CNE/CEB Nº 05/2011, Resolução
CNE/CEB Nº 02/2012 (Art. 10 e 16 - Ensino Médio, Resolução CNE/CP Nº
02/2017 (Art. 8, § 1º) e Resolução CNE/CEB Nº 03/2018 (Art. 11, § 6º -
Ensino Médio).
Educação Parecer CNE/CEB Nº 11/2010 e Resolução CNE/CEB Nº 7/2010. Decreto
Financeira Nº 7.397/2010
Educação Fiscal Parecer CNE/CEB Nº 11/2010 e Resolução CNE/CEB Nº 7/2010. Portaria
Conjunta do Ministério da Fazenda e da Educação, Nº 413, de 31/12/2002
Educação para Artigos 210, 215 (Inciso V) e 2016, Constituição Federal de 1988. Leis Nº
valorização do 9.394/1996 (2ª edição, atualizada em 2018. Art. 3, Inciso XII; Art. 26, § 4º,
multiculturalismo Art. 26-A e Art. 79-B), Nº 10.639/2003, Nº 11.645/2008 e Nº 12.796/2013,
nas matrizes Parecer CNE/CP Nº 3/2004, Resolução CNE/CP Nº 1/2004 e Parecer
históricas e CNE/CEB nº 7/20106.
culturais brasileiras
Educação para o Parecer CNE/CEB Nº 11/2010 e Resolução CNE/CEB Nº 7/2010. Lei Nº
Consumo 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Proteção do consumidor). Lei Nº
13.186/2015 (Política de Educação para o Consumo Sustentável).
Educação para o Nº 9.503/1997. Parecer CNE/CEB Nº 11/2010, Resolução CNE/CEB Nº
Trânsito 07/2010 (Art. 16 - Ensino Fundamental), Resolução CNE/CP Nº 02/2017
(Art. 8, § 1º) e Resolução CNE/CEB Nº 03/2018 (Art. 11, § 6º - Ensino
Médio). Decreto Presidencial de 19/09/2007.
Processo de Lei Nº 10.741/2003. Parecer CNE/CEB Nº 11/2010 e Resolução CNE/CEB
Envelhecimento, Nº 07/2010 (Art. 16 - Ensino Fundamental). Parecer CNE/CEB Nº 05/2011,
respeito e Resolução CNE/CEB Nº 02/2012 (Art. 10 e 16 - Ensino Médio), Resolução
valorização do CNE/CP Nº 02/2017 (Art. 8, § 1º) e Resolução CNE/CEB Nº 03/2018 (Art.
Idoso 11, § 6º - Ensino Médio).
21

Saúde Parecer CNE/CEB Nº 11/2010 e Resolução CNE/CEB Nº 7/2010. Decreto


Nº 6.286/2007
Trabalho Lei Nº 9.394/1996 (2ª edição, atualizada em 2018. Art. 3, Inciso VI; Art. 27,
Inciso III; Art. 28, Inciso III; Art. 35 e 36 – Ensino Médio), Parecer
CNE/CEB Nº 11/2010 e Resolução CNE/CEB Nº 7/2010
Vida Familiar e Lei Nº 9.394/1996 (2ª edição, atualizada em 2018. Art. 12, Inciso XI; Art. 13,
Social Inciso VI; Art. 32, Inciso IV e § 6º), Parecer CNE/CEB Nº 11/2010 e
Resolução CNE/CEB Nº 7/2010

Quadro 2. Base Legal Estadual dos Temas Contemporâneos Transversais

Temas
Contemporâneos Marcos Legais – Âmbito Estadual
Transversais
Geral Lei Ordinária - 10111/2014 - Dispõe sobre a revisão e alteração do Plano
Estadual de Educação.
Ciência e Lei Ordinária - 8948/2008 - Institui a Semana Estadual de Ciência e
Tecnologia Tecnologia no âmbito do Estado de Mato Grosso.
Direitos da Lei Ordinária - 8991/2008- Institui o Dia Estadual do Estatuto da Criança
Criança e do e do Adolescente - ECA.
Adolescente Lei Ordinária - 9775/2012 - Cria a política de saúde do adolescente e dá
outras providências.
Lei Ordinária - 10474/2016 - dispõe sobre a obrigatoriedade de
comunicação, pelos estabelecimentos de tratamento de saúde, públicos e
privados do estado de mato grosso, aos órgãos de proteção à criança e ao
adolescente, dos atendimentos envolvendo embriaguez ou consumo de
drogas por crianças e adolescentes.
Lei Ordinária - 10509/2017 - Dispõe sobre a obrigatoriedade de as escolas
públicas e particulares do estado de mato grosso que ofertam a educação
básica informar aos pais e/ou responsáveis sobre a ausência de discentes
em sala de aula imediatamente após constatação.
Lei Ordinária - 10907/2019 - Dispõe sobre a obrigatoriedade de os
estabelecimentos estaduais e particulares de ensino comunicarem aos
órgãos de proteção à criança e ao adolescente casos de automutilação que
surgirem em suas dependências escolares e dá outras providências.
Educação Lei Ordinária - 10157/2014 - Institui a semana estadual de segurança
Alimentar e alimentar e nutricional.
Nutricional Lei Ordinária - 10688/2018 - Dispõe sobre a instituição do programa
banco alimentar contra a fome e dá outras providências.
Educação Lei Ordinária - 9960/2013 - Institui o “Dia Estadual da Educação
Ambiental Ambiental”.
Lei Ordinária - 10903/2019 - dispõe sobre a política estadual de educação
ambiental e revoga a lei nº 7.888, de 09 de janeiro de 2003.
Educação em Lei Ordinária - 10473/2016 - Institui a política de prevenção à violência
Direitos contra profissionais da educação da rede de ensino do estado de mato
Humanos grosso.
22

Lei Ordinária - 10808/2019 - Dispõe sobre a criação da semana para


sensibilização e defesa da educação inclusiva de estudantes com
necessidades educacionais especiais no ensino público e privado do estado
de mato grosso.
Lei Ordinária - 9487/2010 - Institui, no Calendário Oficial de Mato
Grosso, o Dia Estadual dos Direitos Humanos.
Lei Ordinária - 9236/2009 - Institui a Semana de Combate à Violência e
Incentivo à Educação.
Lei Ordinária - 10792/2018 - Institui o programa Maria da Penha vai à
Escola, visando sensibilizar o público escolar sobre a violência doméstica
e familiar contra a mulher e divulgar a Lei Maria da Penha.
Educação para o Lei Ordinária - 8994/2008 - Dispõe sobre a educação de trânsito, a Política
Trânsito Estadual de Educação para o Trânsito e dá outras providências.
Processo de Lei Ordinária - 7934/2003 - Institui o Dia Estadual do Idoso.
Envelhecimento, Lei Complementar - 131/2003 - Institui o Estatuto da Pessoa Idosa no
respeito e Estado de Mato Grosso e dá outras providências.
valorização do Lei Complementar - 563/2015 - Acresce dispositivo à lei complementar
Idoso nº 131, de 17 de julho de 2003, que trata do estatuto do idoso.
Lei Ordinária - 10597/2017 - Institui a política estadual para o sistema
integrado de informações de violência contra o idoso no estado de mato
grosso, denominado Observatório Estadual da Violência Contra o Idoso.
Saúde Lei Complementar - 22/1992 - Institui o Código Estadual de Saúde.
Lei Ordinária - 8014/2003 - Autoriza o Poder Executivo a criar o
Programa Estadual de Saúde Vocal ao professor da rede estadual de ensino
e dá outras providências.
Lei Ordinária - 9573/2011 - Institui o Programa Estadual de Saúde Visual
e Auditiva no Estado de Mato Grosso.
Lei Complementar - 465/2012 - Dispõe sobre a criação da Lei estadual de
Atenção Integral à Saúde Mental e dá outras providências.
Lei Ordinária - 9775/2012 - Cria a política de saúde do adolescente e dá
outras providências.
Lei Complementar - 502/2013 - Dispõe sobre as políticas de Saúde e
Segurança no Trabalho e normas gerais para concessão de adicional de
insalubridade no âmbito do Poder Executivo do Estado de Mato Grosso.
Lei Ordinária - 10532/2017 - Dispõe sobre a criação da semana estadual
da saúde do professor e dá outras providências.
Trabalho Lei Ordinária - 9818/2012 - Cria a Comissão Estadual de Erradicação do
Trabalho Escravo - COETRAE, a Secretaria Executiva da COETRAE e
dá outras providências.
Lei Ordinária - 9818/2012 - Cria a Comissão Estadual de Erradicação do
Trabalho Escravo - COETRAE, a Secretaria Executiva da COETRAE e
dá outras providências.
Lei Ordinária - 8924/2008 - Institui a Campanha Estadual de Combate à
Exploração de Trabalho de Crianças e Adolescentes.

Abordar os temas contemporâneos transversais no planejamento escolar é sinônimo de


currículo integrado, de uma educação escolar que tem responsabilidade de transformar a
realidade, trabalhando além dos conteúdos considerados clássicos também aqueles que tenham
uma finalidade crítica social.
23

O processo de Formação Docente deve ser promovido sempre que possível e é


imprescindível que as competências gerais a serem desenvolvidas ao longo da Educação Básica
se diluam em ações pedagógicas que primem pelos valores: educação para direitos humanos,
mediações de conflitos e práticas restaurativas, respeito às diversidades, questões ligadas ao
meio ambiente, inclusão social, vivências e convivências escolares. O trabalho com estas
temáticas, para maior eficiência, pode e deve ser realizado em parceria com diversas
instituições: Ministério Público, Defensoria Pública, Conselho Tutelar, Secretaria de Estado de
Segurança Pública, Secretaria de Assistência Social e Cidadania, Secretaria de Saúde (CRAS e
CREAS), União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, Ordem dos Advogados do
Brasil, Assembleia Legislativa, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente,
Universidades Privadas, Universidade Federal de Mato Grosso, Universidade do Estado de
Mato Grosso e Instituto Federal de Educação.

4 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Em 2022, o processo de ensino e aprendizagem contará com o subsídio dos resultados


das avaliações decorrentes do Sistema de Avaliação Educacional de Mato Grosso – Avalia MT,
ocorridas no ano de 2021. O Avalia MT consiste na consolidação da política de avaliação da
educação básica.
Neste sentido, a Seduc/MT organizou o processo avaliativo em larga escala na rede
estadual e em colaboração com os municípios. O Avalia MT contempla as avaliações formativa,
somativa e fluência, conforme descrito a seguir:
24

Figura 1 – AvaliaMT

As unidades escolares devem utilizar os indicadores educacionais elaborados a partir


dos resultados das avaliações realizadas durante o ano letivo de 2021. Para tanto, devem
consultar o endereço eletrônico: http://www3.seduc.mt.gov.br/web/seduc/-/16428390-avalia-
mt?ciclo=

Neste link é possível acessar:

1. Resultado da Avaliação Somativa.


2. Resultado da Avaliação em Fluência Leitora – Programa Alfabetiza.
3. Live – SAEB 2021: Perspectivas e desafios frente ao cenário pandêmico.
4. Gabarito e Itens comentados da Avaliação Diagnóstica 2021.
5. Caderno de Atividades Pedagógicas Avaliativas.
25

Assim, o ano letivo de


2022 deverá ser planejado a partir
dos resultados dos processos
avaliativos que subsidiarão as
intervenções pedagógicas, e não
devem ser atos isolados, como
mera ação de cumprimento
burocrático. Ao contrário, devem
ser um ato conjunto para o
planejamento e execução do
processo de gestão da
aprendizagem em todas as instâncias educacionais, a saber: Seduc, Diretorias Regionais de
Educação, Assessorias Pedagógicas, Escolas e as famílias envolvidas na educação dos
estudantes.

4.1 As atribuições da Equipe Gestora no Avalia MT

A equipe gestora, sob a liderança da coordenação pedagógica, deverá analisar os resultados


obtidos por cada turma e planejar reuniões com a equipe de professores para apresentação dos
dados. Após a apresentação dos dados, à equipe gestora cabe:
 Elaborar ações interventivas junto com os professores, com o objetivo de potencializar as
aprendizagens dos estudantes, sendo inseridas e articuladas no Plano de Intervenção
Pedagógica.
 Solicitar contribuição das DREs para orientação em relação à elaboração das ações
interventivas pedagógicas, caso necessário.
 Registrar no portfólio escolar o acompanhamento dos resultados e o planejamento das
ações interventivas, tendo em vista o desenvolvimento das aprendizagens dos estudantes.
 Organizar a apresentação dos resultados obtidos pela escola à comunidade escolar, e com
ela socializar as ações que estão sendo realizadas para o desenvolvimento das
aprendizagens dos estudantes.
26

4.2 As atribuições do Professor no Avalia MT

O professor é o responsável pela análise dos resultados em cada turma, de acordo com
a organização planejada junto ao Coordenador Pedagógico, colocando-se à disposição para
contribuir, de acordo com sua jornada de trabalho. Ainda lhe cabe:
 Contemplar ações interventivas inseridas e articuladas ao Plano de Intervenção Pedagógica
para os estudantes que apresentarem dificuldades de aprendizagem ou necessidade de
potencializar as aprendizagens.
 Elaborar ações interventivas pedagógicas com atividades individuais ou para grupos
específicos de estudantes com vistas à melhoria da aprendizagem.

4.3 Processo Avaliativo – 2022

Avaliações Externas

O quadro abaixo apresenta uma síntese da intencionalidade pedagógica dos processos


avaliativos instituídos pela Seduc/MT para o ano letivo de 2022, assim como aponta também a
relação orgânica entre os processos.
27

Avaliações Internas
A equipe gestora de cada unidade escolar deverá orientar o corpo docente quanto à
necessidade de contemplar, no planejamento, os mecanismos de avaliação para as
aprendizagens, que deverão estar articulados ao Projeto Político Pedagógico e aos resultados
das avaliações externas ocorridas na rede estadual. Para tanto, o corpo docente contará com a
estrutura de um banco de itens e avaliações disponibilizadas na plataforma do sistema
estruturado adotado pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso.
O processo avaliativo (externo e interno), desencadeado na rede estadual de ensino,
requer ações de planejamento e replanejamento contínuo com o viés pedagógico de racionalizar
os resultados das avaliações articuladas pela Seduc-MT no “fazer pedagógico” dos professores.
E, ainda, o engajamento nos processos avaliativos para que todos os estudantes realizem as
avaliações, potencializando a cultura avaliativa para as aprendizagens no estado de Mato
Grosso.

4.4 Alfabetiza MT

O Programa Alfabetiza MT tem por objetivo principal a alfabetização dos estudantes


das escolas públicas do Estado de Mato Grosso, por meio de Regime de Colaboração com os
municípios que fizeram adesão ao programa, buscando alfabetizar todas as crianças até o final
do 2° ano do Ensino Fundamental.
O Documento de Referência Curricular para Mato Grosso (DRC – MT) ressalta que “as
aprendizagens essenciais devem ser asseguradas aos estudantes nos diferentes contextos
escolares”, e destaca que o processo de alfabetização seja assumido como um compromisso
social a ser realizado até o 2º ano do Ensino Fundamental I. Sendo assim, é imprescindível
fortalecer o Regime de Colaboração entre o Estado de Mato Grosso e os 141 municípios mato-
grossenses, por meio do Termo de Cooperação Técnica, para melhoria dos resultados na
alfabetização.
28

O programa Alfabetiza MT está estruturado em 8 componentes:

Os beneficiários diretos do Programa são: os estudantes da Educação Infantil,


estudantes dos 1° e 2° anos do Ensino Fundamental, professores da Educação Infantil,
professores dos 1° e 2° anos do Ensino Fundamental, Coordenadores Pedagógicos e Gestores
Escolares.
A gestão do Programa se estabelece por meio de uma estrutura organizada em três
níveis: Estadual, Regional e Municipal.
As ações de implementação do Programa Alfabetiza MT incluem:

Concessão de bolsas para coordenadores municipais e formadores municipais e regionais

Apoio pedagógico e financeiro para as escolas com resultados desafiadores na aprendizagem

Formação para profissionais: professores da Educação Infantil e alfabetizadores e gestores


escolares

Prêmio para as escolas com bons resultados de desempenho na aprendizagem dos estudantes

A assessoria, o acompanhamento das ações, o monitoramento dos resultados e a


construção de uma dinâmica permanente de relação e engajamento dos municípios é o que vai
permitir que o Programa e a agenda da alfabetização das crianças se mantenham em constante
evolução.
As equipes dos municípios contarão com apoio das equipes regionais e estadual, a fim
de que possam realizar as ações de acompanhamento pedagógico e monitoramento dos
resultados das formações continuadas.
29

Ações do Programa Alfabetiza MT em 2022

2º Seminário de Integração: Prêmio Educa Mais MT


O evento2 tem como objetivo ser um marco das
atividades do Programa Alfabetiza MT em 2022, com a
presença de representantes das escolas públicas do
estado de Mato Grosso, entrega do Prêmio Educa Mais
MT para as 100 escolas com melhor performance dos estudantes do 2° ano do ensino
fundamental na avaliação somativa realizada durante o ano letivo de 2021.

Entrega do Material Didático Complementar (MDC)


O Material Didático Complementar será entregue para todos os professores e estudantes
das turmas dos 1º e 2º anos do Ensino Fundamental contempladas no Programa Alfabetiza MT,
ainda no 1º semestre/2022. Sendo 293.752 livros para o 1º ano e 191.629 livros para o 2º ano,
totalizando a entrega de 485.381 exemplares.

Formação Para Professores e Gestores Escolares.


A Formação ocorrerá bimestralmente com as equipes regionais. Sendo assim, esses
profissionais replicarão à equipe municipal a formação que receberem. A equipe municipal fará
a formação com seus professores, inspirada no encontro que participou com a equipe regional
(Diretoria Regional de Educação).

2
Divulgação prevista para 16 de fevereiro de 2022.
30

5 PROGRAMA CERTIFICA MAIS MT

O Programa Certifica Mais MT é um instrumento educacional que possibilita aos


cidadãos mato-grossenses, e a outros, a conclusão da Educação Básica, mediante a realização
do exame certificador em todas as áreas do conhecimento e/ou componente curricular nas suas
etapas de ensino da Educação Básica.
O Programa deve atender especificamente os jovens e adultos em conformidade com o
estabelecido na legislação que institui e regulamenta a modalidade, ofertando o suporte
pedagógico para que tenham o melhor desempenho possível nas referidas avaliações. O suporte
pedagógico consiste em material didático de apoio ao candidato (disponível online) e vídeo
aulas. O Programa Certifica Mais MT objetiva levar em consideração e valorizar os
conhecimentos desses jovens e adultos, adquiridos ao longo de suas vivências, conhecimentos
desenvolvidos empiricamente e de maneira autodidata, dentro e fora do ambiente escolar.
A Educação Básica é instituída como instrumento de singular importância para a
qualificação intelectual e moral dos cidadãos e cidadãs, para os seus diversos protagonismos na
sociedade. A Constituição Federal (1998) determina em seu Art. 6° a educação como um dos
direitos sociais do cidadão, ratificado pelo Art.205 como direito de todos e dever do Estado e
da Família, em função ou na perspectiva da realização do projeto societário que a Constituição
indica.
Compreende-se, é claro, que a escola não é o único local em que a educação acontece,
tampouco o lugar exclusivo do desenvolvimento do conhecimento, a organização e a oferta da
certificação demonstram que não existe uma faixa etária ou um tempo específico para o
aprendizado (e o ensino) do indivíduo, porquanto o aprender e o ensinar, como atividades
próprias do homem, imprescindíveis à sua humanização, desenvolvem-se por toda sua vida.
É nesse sentido que o Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria
Estadual de Educação, propõe-se a organizar, desenvolver e ofertar o Programa Certifica Mais
MT aos jovens e adultos mato-grossenses que não puderam concluir seus estudos em idade
regular. Assim, nos termos deste programa, disponibilizará os exames em 39 unidades escolares
públicas estaduais, definidas de acordo com a demanda e localização estratégica dentro do
estado. Portanto, tem-se uma política de ampliação da cobertura de atendimento educacional
que irá contribuir para a melhoria dos níveis de escolaridade da população estadual.
Visando alcançar públicos oriundos de outras localidades, do interior do estado ou
aqueles que por razões trabalhistas ou de outras naturezas não possuem disponibilidade para
31

frequentar a escola, o Programa Certifica Mais MT oportuniza exames em formato online,


garantindo, assim, a certificação escolar do Ensino Fundamental e do Ensino Médio e o usufruto
desse direito que lhe dará mais chances de inserção no mercado de trabalho.

6 FORMAÇÃO CONTINUADA
As ações de formação continuada ofertadas pela Seduc/MT, para o ano de 2022, por
meio da Secretaria Adjunta de Gestão Educacional/Coordenação de Formação Continuada, têm
como finalidade promover o bom desempenho docente para atender às necessidades de
melhoria de aprendizagens dos estudantes das redes municipal e estadual, identificadas a partir
da análise diagnóstica dos resultados das avaliações internas e externas e no desempenho
estudantil na rotina escolar. Essas ações se organizam estrategicamente em três eixos:

Eixo I – Prática de Ensino e Instrumentalização das Aprendizagens


Eixo II – Currículo e Gestão Educacional
Eixo III – Demandas Formativas Contextuais-Circunstanciadas

Eixo I - Prática de Ensino e Instrumentalização das Aprendizagens

Neste eixo, reúnem-se as ações formativas referentes à rotina didático-pedagógica das


escolas. Destinado ao desenvolvimento profissional dos professores e demais profissionais
envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, o eixo tem como finalidade desenvolver
conhecimento, habilidades e estratégias para o trabalho com o sistema estruturado educativo -
uso de seus materiais impressos e a operacionalização das ferramentas digitais, metodologias
de ensino e avaliação, além de outros temas pertinentes à prática pedagógica e o
desenvolvimento integral dos estudantes. Estão programadas no Eixo I duas reuniões semestrais
de 04 horas para realização de Workshop; quatro reuniões bimestrais de 04 horas com gestores
e/ou professores, para o monitoramento das ações implementares do sistema estruturado de
ensino e rotina das atividades pedagógicas escolares e outras 120 horas de formação continuada,
distribuídas no ano letivo, com temáticas voltadas à melhoria do nível de aprendizagem. Essas
ações serão organizadas em um orientativo específico para as ações semanais de formação em
serviço.
32

Eixo II - Currículo e Gestão Educacional

As necessidades formativas dos professores formadores, coordenadores pedagógicos e


de formação das DREs, professores, articuladores e coordenadores escolares, referentes às
ações docentes e de aprendizagens serão objetos de formação reunidos neste eixo e organizados
nas seguintes pautas formativas: currículo, gestão pedagógica da aprendizagem, áreas do
conhecimento, alfabetização e letramento, tecnologia educacional, progressão de habilidades,
além de outras temáticas consoantes ao Documento de Referência Curricular de Mato Grosso
(DRC/MT), e aos segmentos escolares específicos: educação especial, educação de jovens e
adultos, educação indígena e educação quilombola. Assim como no Eixo I, as ações formativas
referentes ao Eixo II poderão compor as ações semanais de formação em serviço.

Eixo III - Demandas Formativas Contextuais-Circunstanciadas

Ao longo do percurso letivo podem surgir situações que não foram previstas no início
do ano. Essas situações necessitam de atenção especial, pois podem interferir ou significar
novas possibilidades à prática do professor e aprendizagem dos estudantes. Devido à
diversidade existente em Mato Grosso, diferentes regionais podem apresentar novas e
específicas situações que necessitam ser refletidas de forma sistemática para serem
incorporadas à rotina docente. Desse modo, constituem em potenciais temas para formação
continuada, podendo ser trabalhados separadamente ou vinculados às ações de formação do
Eixo I e Eixo II.

7 PROTAGONISMO ESTUDANTIL
A Seduc/MT reconhece que a participação dos estudantes pode gerar mudanças nos
aspectos: social, ambiental, cultural e político em que estão inseridos. Desse modo, a Secretaria
de Educação empenha esforços de participação nos diversos processos escolares, visando,
através do desenvolvimento do estudante na solução de problemas reais, desenvolver o
potencial criativo.
33

7.1 Grêmio estudantil


O principal objetivo do Grêmio Estudantil é estimular o desempenho dos jovens e
capacitá-los a se tornarem agentes de mudança positiva na escola. Ademais, também visa
prepará-los para ações importantes na comunidade, estimular seu
desenvolvimento pessoal e social, investir na liderança juvenil, fortalecer conexões
comunitárias, garantir espaços autônomos e avaliar questões éticas, étnicas, de gênero, sexo,
direitos à saúde, cultura, comunicação, liberdade de expressão, etc.
O Grêmio Estudantil desempenha um papel fundamental na escola, possibilitando que
os estudantes se desenvolvam como protagonistas juvenis, que tenham liderança e capacidade
de tomada de decisão. Os jovens têm a oportunidade de discutir seus direitos e deveres e exercer
seus direitos de cidadania na prática.
Para tanto, a SEDUC disponibiliza o manual de como organizar o Grêmio Estudantil na sua
escola, disponível no link:
http://www3.seduc.mt.gov.br/documents/8125245/0/Ebook+Gr%C3%AAmio+Estudantil/b8e
0782b-2e1a-f0ac-226b-f03f3dd33611

8 SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA

8.1 Ensino Fundamental

8.1.1 Laboratório de
Aprendizagem
O que é? O Laboratório de
Aprendizagem se constitui em um
ambiente de intervenção
pedagógica de suma importância
para a escola que oferta as etapas
da Educação Básica. Por meio do
Laboratório de Aprendizagem,
estudantes com defasagens de
aprendizagem elaboram,
organizam, constroem e produzem, individual e coletivamente, diversos conhecimentos sobre
34

a leitura, escrita e matemática. Assim como no ano letivo 2020/2021, as ações realizadas pelo
Laboratório no ano de 2022 possuem a finalidade de assegurar aos estudantes o direto de
alfabetização, de letramento e de resgate das aprendizagens afetadas pela pandemia.

Quais são os componentes curriculares contemplados?

Os componentes curriculares contemplados são os de Língua Portuguesa e de


Matemática.

Como vai funcionar?

Cada professor articulador terá uma carga horária de 30 horas, sendo que 20 horas
correspondem à regência e as outras 10 a horas-atividade, em que, dentro da sua jornada de
trabalho, poderá realizar atividades extraclasse, tais como: planejamento, organização e
avaliação das atividades pedagógicas etc., de modo a atender todos os turnos de funcionamento.
Com o intuito de garantir espaço físico para atendimento do Articulador de
Aprendizagem, as escolas deverão disponibilizar:
I. 01 (uma) sala, se possui apenas estudantes de anos iniciais;
II. 01 (uma) sala, se possui apenas estudantes de anos finais e/ou Ensino Médio;
III. 02 (duas) salas, se possui estudantes de anos iniciais, anos finais e/ou Ensino Médio.

Os grupos poderão ser formados, considerando:


I. Mesma etapa. Exemplo: estudantes do 6º e do 7º ano no mesmo grupo.
II. Mesma necessidade de aprendizagem mantendo equivalente etapa.
Exemplo: estudantes que necessitam de intervenção nas mesmas habilidades.

Para estudantes do Ensino Fundamental - Anos Finais e Ensino Médio, serão ofertadas
semanalmente em cada grupo: 02 (duas) horas de atividades em Língua Portuguesa e 02 (duas)
horas de atividades em matemática, totalizando 04h semanais.
Para os estudantes dos anos iniciais, serão desenvolvidas 01 (uma) hora de atividades
em Língua Portuguesa e 01 (uma) hora de atividades em matemática, totalizando 2h horas
semanais para cada grupo.
Caso a unidade escolar não disponha de espaço físico para o atendimento no Laboratório
de Aprendizagem, propomos que realizem as atividades pedagógicas com os estudantes de
forma online no contraturno, ou atendimento presencial, utilizando os horários após o término
das aulas regulares, como exemplo:
Matutino - das 11h às 12h; Vespertino - das 17h às 18h.
35

8.1.2 Materiais de Inglês (Pearson) - O Ensino da Língua Inglesa e os Materiais


Didáticos e Paradidáticos

O que é?

A partir de 2022, a língua inglesa passará a ser ofertada também nos anos iniciais do
ensino fundamental (1º ao 5º). Além disso, os estudantes e professores da rede pública de ensino
do estado de Mato Grosso terão à sua disposição uma série de materiais didáticos, paradidáticos
e pedagógicos da Pearson English, que vão contribuir para um aprendizado efetivo, resultando
em aulas proveitosas e estimulantes de inglês no ensino fundamental e ensino médio.

Como vai funcionar?

Nos Anos Iniciais (1º ao 5º), os


estudantes terão acesso ao material
didático Dream Kids 2.0, que foi
elaborado especificamente para o
ensino de inglês para crianças
brasileiras.
A coleção a ser entregue ao
estudante conta com um Student Book
com Workbook integrado, Parent Guide, Multi Room com atividades interativas, áudios e
canções do material, além de acesso à plataforma Blinklearning com livro digital, atividades
interativas e áudios integrados. Espera-se que esse material complementar enriqueça o processo
de aprendizagem do estudante em sala de aula, com diferentes mecanismos de interatividade e
gerenciamento do desempenho, podendo a plataforma ser acessada por computadores, assim
como por smartphones e tablets. Todo esse material também poderá ser acessado e trabalhado
offline.
Os livros paradidáticos Pearson English poderão ser utilizados por qualquer estudante
da rede, pois são classificados por diferentes níveis de habilidade, do iniciante ao avançado,
atendendo crianças, jovens e adultos com oportunidades de avançar no aprendizado do inglês,
ao expandir o vocabulário para melhorar a fluência da leitura. Em cada nível, os textos são
escritos e editados para garantir a linguagem, vocabulário e gramática acessíveis ao
conhecimento de língua dos estudantes de cada ano. Certamente, os estudantes encontrarão a
satisfação de uma boa leitura, além de se desafiar e ampliar suas habilidades no idioma. Os
livros foram escritos para serem utilizados em leitura intensiva ou leitura extensiva. Apesar das
36

diferentes finalidades, as leituras podem ser usadas de forma complementar para auxiliar no
aprendizado da língua inglesa, bem como da nossa própria língua materna, o português. Na
leitura extensiva, os estudantes leem por diversão, sem o foco no vocabulário desconhecido ou
na estrutura gramatical das frases e parágrafos. Quanto mais histórias forem lidas, melhor para
a fluência geral da leitura no segundo idioma, no caso, a língua inglesa.
Já na leitura intensiva, é hora de prestar atenção nos detalhes, concentrar-se nas palavras
desconhecidas e na estrutura do texto. Além disso, é nesse momento que entram as tarefas
complementares para ajudar na compreensão, na interpretação de texto e no desenvolvimento
das habilidades de linguagem, principalmente da leitura. É possível, inclusive, pensar em
projetos de leitura conjuntos de língua portuguesa, inglesa e espanhola
Professores: Visando a compreensão das possibilidades metodológicas de uso do
material didático, paradidático e da plataforma digital, os professores da língua inglesa terão
acesso à formação continuada para compreensão das possibilidades metodológicas de uso dos
materiais de inglês. Vale destacar que a metodologia de ensino será definida pelos professores,
os quais terão autonomia para trabalhar com os estudantes de forma individual ou coletiva.

8.1.3 Educação Socioemocional (Nuvem9Brasil)


O que é?

O aprendizado socioemocional permite que crianças, adolescentes e adultos nomeiem


sentimentos e emoções, bem como aprendam e pratiquem ações apropriadas com o objetivo de
construírem relacionamentos saudáveis e terem um olhar mais equilibrado de si.
Com intuito de contribuir
para o desenvolvimento das
competências socioemocionais dos
nossos estudantes, foi elaborado o
Livro paradidático para o
atendimento da educação
socioemocional nas escolas da Rede
do Estado de Mato Grosso. Neste
projeto, os três temas (valores)
foram eleitos, levando em
consideração valores que se
37

intensificaram no período de pandemia e que também estão diretamente ligadas a 6 das 10


competências gerais da BNCC (2018).

Quais são os componentes curriculares contemplados?

Os componentes curriculares contemplados são os de Língua Portuguesa, Matemática,


Arte, História, Geografia e Ensino Religioso.

Como vai funcionar?

Será disponibilizado um calendário socioemocional para cada valor.


O Calendário Socioemocional apresenta, para cada dia do mês, uma proposta de
reflexão para ser trabalhada em uma roda de conversa ou uma outra sugestão de atividade para
ser feita com os alunos sobre o tema. A intenção é que, ao iniciar a aula do dia, o professor
tenha a oportunidade de trabalhar o valor de uma forma original e criativa.

O papel de cada agente no programa

Os estudantes participam e interagem ativamente nas ações propostas. O professor


regente é o responsável por planejar e executar as atividades, bem como realizar análises e
relatórios a fim de sistematizar suas práticas. Poderá também trazer elementos novos para a
aula, como músicas, cartazes, dinâmicas, vídeos etc.
O Técnico Administrativo Educacional (TAE) da Biblioteca deverá planejar seu
projeto no qual se incluirá como colaborador nas atividades dos anos iniciais, no que diz
respeito ao programa socioemocional. Na prática, este profissional irá preparar o espaço, de
acordo com o valor do mês. Uma dica é confeccionar um banner para cada valor (personagem),
decorar o espaço com as cores do livro, trazer curiosidades sobre os animais que aparecem na
história em forma de cartazes etc.
O Coordenador Pedagógico também tem um papel importante em todo esse processo,
pois é ele quem fará o acompanhamento das ações dos professores, para garantir a boa e
contínua aplicabilidade do programa. Uma dica é a utilização de ferramentas e instrumentos de
registro por turma. Por fim, encaminhará, quando solicitado, à Coordenadoria de Ensino
Fundamental um relatório da realização dessas atividades.
38

8.1.4 Consciência Fonológica (Percepsom)


O que é?

É um programa de
atividades lúdicas para
estimulação da consciência
fonológica nomeado como PercepSom. Com o programa PercepSom, os estudantes terão a
oportunidade de conhecer uma série de atividades lúdicas, com jogos e brincadeiras, para
estimular a consciência fonológica. No material do estudante são abordadas as habilidades de
rima, aliteração, consciência de palavras, de sílabas, e consciência fonêmica. A consciência
fonológica não é um método de alfabetização, e sim um “facilitador” da aprendizagem da leitura
e da escrita, sendo importante antes, durante e depois da Alfabetização.

Quais são os componentes curriculares contemplados?


São os componentes curriculares contemplados no processo de alfabetização, aplicados
em turmas do 1º ao 3º ano do Ensino Fundamental.

Como vai funcionar?


O programa PercepSom traz uma série de atividades e exercícios para desenvolver as
habilidades de consciência fonológica. Estas abordam as habilidades de rima, aliteração,
consciência de palavras, consciência de sílabas e consciência fonêmica, delimitam um caminho
para o desenvolvimento da consciência fonológica e, consequentemente, auxiliam no processo
de alfabetização. Todas as atividades poderão ser trabalhadas com crianças dos anos iniciais do
Ensino Fundamental. As instruções para o desenvolvimento de cada habilidade terão como base
o livro de atividades PercepSom.

8.1.5 Educação Financeira (BEĨ Educação)

O que é?

A Secretaria de Estado de Educação do


Governo do Mato Grosso – SEDUC-MT, em
parceria com a BEĨ EDUCAÇÃO, continuará
realizando a implementação do Projeto de
Educação Financeira para os estudantes do 6º
39

ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio. A proposta pedagógica deste projeto
consiste em potencializar o processo ensino-aprendizagem para proporcionar conscientização
financeira e, ao mesmo tempo, contribuir com a construção do conhecimento matemático e com
o exercício da cidadania.
O projeto será conduzido através da Coleção “Aprendendo a Lidar com Dinheiro”, que
tem uma sequência didática estruturada e está vinculada à área de conhecimento da Matemática.
Assim como no ano letivo de 2021, em 2022 o Projeto fornecerá formação para os
professores de Matemática através de um conteúdo orientador e metodológico para
compreensão, planejamento e execução do projeto nas escolas.

Quais são os componentes curriculares contemplados?


O componente curricular contemplado será o de Matemática.

Como vai funcionar?


A primeira etapa consistirá em ciclos formativos mensais com estudos prévios, onde a
equipe de formação da editora fornecerá textos para os professores adiantarem suas leituras
antes dos encontros síncronos que serão realizados através da Plataforma Google Classroom.
Para a assessoria formativa, serão utilizadas as metodologias ativas (aula invertida,
estações de aprendizagem etc.), trazendo o educador para uma experiência similar à do
estudante. Dessa forma, promoverá o entendimento da aplicação do projeto na prática, bem
como os temas de matemática presentes no material.
O objetivo da formação é instrumentalizar os gestores e educadores das Unidades
Escolares para aplicação do projeto de forma satisfatória, bem como desenvolver habilidades
que permitam o uso de novas metodologias e ferramentas digitais no processo de ensino-
aprendizagem.
Após e durante a formação, os professores aplicarão o conteúdo em sala de aula com os
estudantes. O método adotado sugerido é o ensino por projetos, que propõe o protagonismo dos
jovens na construção do conhecimento, conforme previsto pela BNCC. O Ciclo de Projeto é
uma forma interessante de visualizar uma atividade humana que precisa ser bem planejada –
com começo, meio e fim – para alcançar os objetivos almejados, conforme imagem abaixo.
40

Fonte: Beĩ Editora

Nessa perspectiva, a sugestão acima possui as etapas de como os professores poderão


aplicar a Educação Financeira através de projetos.
A seguir, temos um exemplo de Projeto para trabalhar com os estudantes:

1ª Etapa: Conhecer e Planejar


A professora Jussara, após o diagnóstico do que seria relevante para a turma, decidiu,
junto com os estudantes, buscar melhorias para a quadra da escola, beneficiando também a
comunidade que utiliza o espaço nos finais de semana. Visitaram a quadra para tomar medidas
e levantar ideias: orçar material, economizar, contar com a ajuda de pais, arrecadar doações do
comércio local, etc. Após o levantamento de preços dos materiais, ela ajudou os estudantes a
organizarem uma tabela e um gráfico, tornando práticos os conceitos matemáticos e buscando
os melhores preços.
41

2ª Etapa: Primeiros Passos


Na continuidade, ela retomou o orçamento discutindo conceitos como porcentagem,
juros simples, taxa de acréscimo e desconto para melhorar as compras. A turma conseguiu ajuda
da comunidade e da prefeitura após uma reunião da qual fizeram parte estudantes, a vice-
diretora, a professora Jussara e dois pais. Esse envolvimento das famílias aumentou o
engajamento da turma. Ela também aproveitou para desenvolver atividades de confecção de
cartazes sobre o orçamento e os juros, bem como ilustrações de como os estudantes queriam
que a quadra ficasse já pensando na culminância do projeto.

3ª Etapa: Mais Conquistas


Conforme as aulas prosseguiam, Jussara discutia juros compostos e funções
exponenciais com os estudantes, enfatizando a importância do uso consciente do cartão de
crédito e da busca de formas de poupar, utilizando esses juros a seu favor. Na sequência, a
turma desenvolveu mais registros fotográficos e entrevistas com os estudantes, familiares e
funcionários da escola para preparar a culminância.

4ª Etapa: Apresentar e Celebrar


Na culminância, o processo foi relatado em um evento na própria quadra, com a reforma
ainda em andamento. Os envolvidos agradeceram os apoios recebidos e todos puderam se
divertir assistindo a um pequeno vídeo com os percalços e as conquistas do Projeto. Além disso,
expuseram painéis com fotos, gráficos, tabelas e maquetes. A professora também aproveitou
para concluir os temas do livro, discutindo salários, moedas e a relação da economia com sua
qualidade de vida, bem como seus sonhos de futuro.
O exemplo apresentado é uma sugestão que apresentamos como contribuição para o
despertar de ideias, como, outra proposta, fazer o monitoramento das contas de energia elétrica.
Todavia, devemos ressaltar que toda ação deve estar relacionada diretamente à realidade de
cada escola e de sua comunidade e, na proposição de práticas dessa natureza, cada professor
deverá avaliar vários aspectos que devem ser considerados para o alcance dos objetivos
traçados.
42

8.2 ENSINO MÉDIO

O desenvolvimento e a oferta do Ensino Médio em Mato Grosso têm se caracterizado


por objetivar a preparação dos estudantes para o mundo do trabalho e para que tenham sucesso
em suas trajetórias acadêmicas. Nesta perspectiva, as propostas curriculares para o Ensino
Médio devem contemplar as dimensões ciência, cultura, trabalho e tecnologia, com vistas à
formação integral do estudante, coerentes com as dez competências gerais, definidas pela Base
Nacional Comum Curricular, que descrevem o tipo de estudante que se deseja formar.
Assim, promover situações que ajudam o estudante a se desenvolver como indivíduo
inserido em sociedade, consciente de si mesmo, de seu corpo e sentimentos, torna-o capaz de
interagir de maneira significativa na realidade a sua volta. Com isso, é fundamental estabelecer
relação constante entre o currículo e as expectativas dos estudantes do Ensino Médio, em
relação à escola, de maneira a proporcionar uma educação cujas aprendizagens se efetivem
progressivamente, conforme também preconiza o Documento de Referência Curricular de Mato
Grosso.3

3
Para orientação e organização do Ensino Médio, na rede pública de ensino de Mato Grosso foi elaborado, e já
homologado, o Documento de Referência Curricular – DRC/MT, etapa Ensino Médio, disponível para consulta
em: https://sites.google.com/view/novo-ensino-medio-mt/vers%C3%A3o-preliminar-drc-mt-em.
43

8.2.1 Novo Ensino Médio no Estado de Mato Grosso

Nessa perspectiva, para o ano letivo de 2022, temos o desafio da implementação do


Novo Ensino Médio nas 525 escolas da rede pública estadual de ensino, como está previsto nas
metas 3 e 6 do Plano Nacional de Educação de 2014. O Novo Ensino Médio surgiu a partir de
mudanças nos Artigos 24, § 1º e 36, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), das
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM) e da elaboração da Base
Nacional Comum Curricular (BNCC), etapa Ensino Médio.
Para as escolas de Mato Grosso, o processo de implementação acontecerá de forma
gradativa, começando neste ano letivo de 2022 com as turmas do 1º ano do Ensino Médio em
todas as unidades da rede. Para as turmas de 2º e 3º ano da rede estadual, em 2022, será garantida
a terminalidade e mantida a mesma organização curricular anterior. E, progressivamente em
2023 e 2024, as turmas de 2º e 3º ano, respectivamente, serão alcançadas com as mudanças
trazidas com o Novo Ensino Médio.
Mas, o que muda nesse processo de implementação do Novo Ensino Médio nas nossas
escolas? Veja na Figura 1 as principais mudanças:

Figura 1 – Principais mudanças no novo Ensino Médio, SEDUC, 2021

A ampliação da carga horária nas unidades escolares que ofertam Ensino Médio para as
turmas de 1º ano significa que os estudantes terão o acréscimo de 1h/aula na sua carga horária
}
de estudos por dia. Já na organização curricular, além das 13 disciplinas – Formação Geral
Básica/FGB - que já fazem parte do currículo do Ensino Médio, os estudantes terão a
oportunidade de cursar o Itinerário Formativo, com os componentes curriculares Eletivas,
Projeto de Vida e Trilhas de Aprofundamento.
44

Figura 2 – Estrutura da Organização Curricular para o Novo Ensino Médio, SEDUC-MT, 2021.

Para melhor entendimento da proposição do Itinerário Formativo, observe a figura


Proposta Pedagógica do Itinerário Formativo, com a síntese do que constitui a proposta dos
componentes curriculares dessa área da formação integral do estudante.

• Arranjo curricular que possibilita ao estudante se preparar para o prosseguimento de


estudos ou para o mundo do trabalho, de forma a contribuir com a construção de
soluções para problemas específicos da sociedade
• Para organizar a proposta da Trilha de Aprofundamento 4 eixos estruturantes são
Trilha de fundamentais: Investigação Científica, Mediação e Intervenção sociocultural, Processos
Aprofundamento Criativos e Empreendedorismo.

• Experimentação de diferentes temas, vivências e aprendizagens;


• Elaboradas pelos professores, a partir de sugestões dos próprios estudantes;
• Intencionalidade pedagógica com foco nas necessidades formativas dos estudantes;
Eletivas • Fomentar o protagonismo dos estudantes.

Trata-se de um componente curricular e, portanto, deve ter um trabalho intencional e


estruturado, com planejamento para apoiar o estudante para conquistar objetivos
estáveis, carregados de sentido pessoal e orientados por valores éticos
• Tem como objetivo preparar o estudante para tomar decisões, com um trabalho que
Projeto de Vida envolve 3 dimensões: pessoal (atitudes, relações e hábitos), profissional (estudos,
trabalho e carreira) e cidadão (causas, participação, contribuição).

Figura 3 – Proposta pedagógica do Itinerário Formativo, SEDUC/MT, 2022.

Na perspectiva de adequação do processo de implementação do Novo Ensino Médio às


condições e realidade da rede pública de ensino, no estado de Mato Grosso, no ano de 2022, as
45

escolas adotarão a chamada Matriz de Transição para a maioria das escolas da rede. Assim, a
organização curricular na parte do Itinerário Formativo para o 1º ano do Ensino Médio terá os
componentes de Projeto de Vida e Eletivas, conforme detalhamento na Figura Matriz de
Transição nas Escolas de Tempo Parcial.

Figura 4 – Matriz de Transição nas Escolas de Tempo Parcial, SEDUC-MT, 2021.

Para um maior detalhamento da distribuição da carga horária dos componentes de


Eletivas e Projeto de Vida, nessa Matriz de Transição em 2022, observe a Figura 5 Distribuição
da Carga Horária das Aulas Semanais das Eletivas. Nela se pode observar que os estudantes
cursarão, obrigatoriamente, para cumprimento da carga horária da matriz de transição, em 2022,
a quantidade de seis (6) eletivas, sendo: 1 da área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias,
1 de Matemática e suas Tecnologias, 1 da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, 1 da
Área de Linguagens e suas Tecnologias, 1 de Língua Portuguesa e 1 de Arte.

COMPONENTES AULAS SEMANAIS


Eletiva CNT 2
Eletiva MAT 1
ITINERÁRIO Eletiva CHSA 2
FORMATIVO Eletiva LGG 1
Eletiva LP 1
Eletiva - Arte 1

Figura 5: Distribuição da Carga Horária das Aulas Semanais das Eletivas, SEDUC, 2021.
46

8.2.2 Eletivas e projeto na prática da sala de aula

O professor atribuído em Eletivas, no ano letivo de 2022, terá como material didático
para as vivências pedagógicas com os estudantes as Eletivas elaboradas pela Coordenadoria do
Ensino Médio, contemplando as 4 áreas do conhecimento.

AREA DO CONHECIMENTO ELETIVA -2022


Ciências da Natureza e suas Tecnologias - CNT Alô Verah?
Matemática e suas Tecnologias - MAT Explorando o mundo da TEC-MAT
Ciências Humanas e suas Tecnologias - CHSA Juventude Conectada em Ação
Linguagens e suas Tecnologias - LGG Mercado Digital e Comunicação

Figura 6: Eletivas que serão desenvolvidas pelas escolas em 2022, SEDUC-MT, 2021.

As Eletivas para serem desenvolvidas em 2022 podem ser encontradas no link:


https://sites.google.com/view/novo-ensino-medio-mt/vers%C3%A3o-preliminar-drc-mt-em .
Nelas o professor encontrará o planejamento das aulas com as habilidades a serem
desenvolvidas, os objetos do conhecimento, as práticas sugeridas para o desenvolvimento das
aulas, recursos e proposta de culminância, podendo, dessa forma, realizar as adaptações
necessárias à realidade da turma e da escola em que está atribuído.
As Eletivas de Língua Portuguesa – “Leitura e produção de textos: o diário de leituras”
e Arte – “Extra! Extra! Não fique de fora dessa! Garanta seu ingresso pro futuro, bora nessa!
Na-na-na-na...” serão disponibilizadas na Semana Pedagógica para as unidades escolares.
Para os professores atribuídos em Projeto de Vida, o material didático para o trabalho
com os estudantes será o livro didático (Objeto 1, escolhido em 2021) que será utilizado pela
rede já neste ano letivo de 2022. Há, além de lives sobre Projeto de Vida nos canais do Youtube
da Secretaria de Educação e das Escolas Integrais do estado de Mato Grosso, material de apoio
no link: https://sites.google.com/view/novo-ensino-medio-mt/materiais-de-apoio

8.2.3 Especificidades da Organização Curricular nas Escolas-Piloto, nas Escolas


Integrais e nas Escolas que ofertarão Trilha de Aprofundamento em Educação
Profissional Tecnológica – EPT
Ainda para o ano de 2022, as Escolas-piloto de tempo parcial e as Escolas de Tempo
Integral da rede estadual de Mato Grosso terão organização curricular diferenciada da matriz
em relação à organização detalhada na Figura 4, pois já vivenciam na sua organização
47

curricular a proposta do Novo Ensino Médio, como podemos verificar nas figuras 5 e 6 que
apresentam a Arquitetura Curricular.4

Figura 5 – Arquitetura Curricular das Escolas de Tempo Parcial, SEDUC/MT, 2021.

Figura 6 – Arquitetura Curricular das Escolas de Tempo Integral, SEDUC/MT, 2021.

Pensando na possiblidade de escolha do estudante no que diz respeito à Educação


Profissional Tecnológica - EPT, está previsto, para o ano de 2022, em 22 escolas da rede a

4
As escolas-piloto vivenciam, desde 2019, a flexibilização curricular para a implementação do Novo Ensino
Médio. Já as Escolas de Tempo Integral, instituídas na rede pública do estado de Mato Grosso pela Portaria nº
1.145/2016/MEC, no ano de 2017, sendo, atualmente, 38 escolas estaduais da rede (26 escolas que atendem o
Ensino Médio e o Ensino Fundamental, 05 ofertam exclusivamente o Ensino Fundamental e 07 ofertam
exclusivamente o Ensino Médio). A organização curricular do modelo pedagógico dessas escolas já contempla os
componentes de Eletivas e Projeto de Vida, o que possibilita e referência no estado a implementação do Novo
Ensino Médio, já no ano letivo de 2022.
48

oferta da Trilha de Aprofundamento em EPT. 5 Assim, a matriz para essas unidades escolares
está arquitetada para oferta de cursos técnicos profissionalizantes, conforme Figura 7 e 8,
considerando os turnos diurno e noturno. Sendo, no mínimo, dois (2) cursos profissionalizantes
por unidade escolar, para proporcionar aos estudantes a possibilidade de escolha, de acordo
com a demanda de atendimento da instituição, em parceria com a Seduc/MT.

Figura 7: Arquitetura Curricular para as Escolas de Tempo Parcial com Educação Profissional
Tecnológica – Turno Diurno, SEDUC/MT, 2021.

Figura 8: Arquitetura Curricular para as Escolas de Tempo Parcial com Educação Profissional
Tecnológica – Turno Noturno, SEDUC/MT, 2021.

Considerando as especificidades de atendimento para os estudantes do 1º ano do Ensino


Médio Noturno, para adequação da carga horária de 1000h, a escola seguirá o que está proposto
a seguir na Distribuição da Carga Horária no Ensino Médio Noturno.

5
A escolha das escolas que ofertarão a Trilha de Aprofundamento em Educação Profissional Tecnológica foi
definida por critérios como o histórico pedagógico da unidade que já ofertou o Ensino Médio Profissionalizante
e as possibilidades de parceria com instituições que atuam nos municípios em que estão localizadas as unidades
escolares.
49

Assim, para potencializar as ações planejadas para os momentos de estudo não-


presenciais, os estudantes terão um encontro presencial para se apropriarem dos componentes
curriculares apontados acima e desenvolverão as atividades propostas pelos professores nos
momentos de aula não-presencial, de forma autônoma, fortalecendo o princípio do
protagonismo juvenil, bastante evidenciado na Base Nacional Comum Curricular.
Entre as atividades que podem ser desenvolvidas pelos estudantes para as aulas não
presenciais, a exemplo do que já foi vivenciado no ensino remoto e no formato híbrido de aulas,
considerando o contexto da escola e a realidade dos estudantes, recomenda-se: aulas via Google
Sala de Aula, atividades impressas, estudo dirigido/roteiros de estudo e, ainda, o plantão tira-
dúvidas.

8.2.4 Ações da Coordenadoria de Ensino Médio – COEM 2021/2022


A Coordenadoria do Ensino Médio, pensando na preparação dos professores atribuídos
com os componentes curriculares do Novo Ensino Médio como ponto fundamental do processo
de implementação, desenvolveu, ainda em 2021, metodologias e estratégias para apoiar as ações
pedagógicas das unidades escolares. Foram elas:

Evento FOCO NO NOVO ENSINO MÉDIO

Material de Apoio: NOVO ENSINO MÉDIO EM MATO GROSSO

Curso: Conhecendo o Novo Ensino Médio

Figura 10: Ações da Coordenadoria para Implementação do Novo Ensino Médio no estado de Mato
Grosso em 2021, SEDUC-MT, 2022.
50

O Evento de Formação Foco no Novo Ensino Médio foi realizado no formato


presencial, com a participação de representantes das DREs, das equipes gestoras e professores
representantes das unidades escolares que ofertam o Ensino Médio. A Seduc/MT foi até os
municípios polos para realização da formação, nos meses de novembro e dezembro de 2021.

A equipe da Coordenadoria do Ensino Médio compilou Material de Apoio Novo


Ensino Médio em Mato Grosso sobre Projeto de Vida, Eletivas e Trilha de Aprofundamento.
O material de Apoio encontra-se disponível no link:
https://sites.google.com/view/novo-ensino-medio-mt/materiais-de-apoio.

Vale lembrar que em 2022, para a maioria das escolas da rede, haverá o Itinerário
Formativo, o Projeto de Vida e as Eletivas. Como podemos observar na Figura 4, Matriz de
Transição nas Escolas de Tempo Parcial, o referido material de apoio contempla a proposição
das eletivas que serão desenvolvidas pelos professores atribuídos em 2022. A partir de 2023, as
escolas poderão organizar suas propostas de Eletivas.
O curso “Conhecendo o Novo Ensino Médio” está disponível para a Turma 1, na
plataforma COS/Seduc, no link: http://ead.seduc.mt.gov.br/login/index.php.
Para o ano letivo de 2022, a abertura da turma 2 está prevista para o mês de fevereiro.
Em ação conjunta de trabalho com DREs, as ações da Coordenadoria de Ensino Médio,
previstas para o ano de 2022, envolvendo todas as escolas que ofertam Ensino Médio,

Figura 11: Macro ações da Coordenadoria de Ensino Médio em parceria com as DREs,
SEDUC/MT, 2022
51

alcançando as turmas do 1º ao 3º ano, desdobram-se em três eixos de assessoramento: técnico


e pedagógico, formativo e práticas pedagógicas, como apresentado na figura Macro, as ações
da Coordenadoria de Ensino.
No Eixo Técnico-Pedagógico, a COEM, em conjunto com as demais subdivisões da
SAGE, tem como ação a elaboração de orientações quanto ao processo de Tramitação de
Matrizes e, também, de Diretrizes Pedagógicas para orientar a análise e atualização dos Projetos
Político-Pedagógicos das unidades escolares.
Já no eixo Formativo, as ações são voltadas para os profissionais das unidades escolares,
nas atividades de acompanhamento das escolas de tempo integral, em conjunto com outras
coordenadorias das DREs e nas ações de orientação e acompanhamento do Laboratório de
Aprendizagem. Para o ano letivo de 2022, as ações formativas acerca da implementação da
Base Nacional Comum Curricular e do Novo Ensino Médio serão constantes e em alinhamento
com as equipes de formação, seja dentro do órgão central ou das DREs.
No eixo de Práticas Pedagógicas, pensando em potencializar as diferentes ações
educativas que evidenciam o bom trabalho realizado nas escolas, promovendo a replicabilidade
das boas práticas entre as diferentes unidades escolares da rede, as ações se concentram em
quatro práticas de êxito nessa coordenadoria, nos dois últimos anos, conforme figura 12,
Práticas de êxito da Coordenadoria do Ensino Médio, a seguir:

Lives de Boas Práticas,

Concurso de Redação,

Publicação do catálogo de Eletivas elaboradas pelas escolas;

Ações da abordagem interdisciplinar STEAM – acrônimo em


inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia, Arte e Matemática.

8.3 EDUCAÇÃO DE12:JOVENS


Figura Práticas deEêxito
ADULTOS – EJA do Ensino Médio, SEDUC-MT, 2022.
da Coordenadoria
52

No âmbito da Coordenadoria
de Educação de jovens e Adultos
(COEJA) se desenvolve a
coordenação da oferta da EJA
Urbana, da EJA para os espaços de
privação de liberdade, Educação para
o Sistema Socioeducativo, Programa
de Alfabetização Mais MT
MUXIRUM e a Educação para
Imigrante.

A Educação de Jovens e Adultos – EJA, como modalidade da educação básica, é


destinada às pessoas que não tiveram acesso ou continuidade dos seus estudos no Ensino
Fundamental e Médio na idade própria. A organização, o desenvolvimento e oferta da EJA pela
Seduc/MT em todo o estado de Mato Grosso tem a finalidade de assegurar oportunidades
educacionais apropriadas, consideradas as características dos estudantes, suas necessidades e
interesses, condições de vida e de trabalho.
Conforme estabelecido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n°
9.394/1996), é dever do Estado efetivar a educação escolar pública, mediante a oferta de
educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas às
suas necessidades e disponibilidades, garantindo as condições específicas para o acesso e a
permanência na escola. (Lei n° 9.394/1996, art. 4° e 37)
Destaca-se, então, que as especificidades pedagógicas e administrativas que
caracterizam a Modalidade EJA foram estabelecidas e são desenvolvidas em razão da
diversidade de perfis dos sujeitos sociais que a demandam, como estudantes; notadamente as
faixas etárias, os interesses, as condições de vida e trabalho – de modo a contemplar os diversos
segmentos ou grupos sociais: trabalhadores e trabalhadoras, donas de casa, migrantes,
aposentados, privados de liberdade, etc.
À vista de que a EJA deve ser desenvolvida, respeitando as identidades culturais e as
condições socioeconômicas e educacionais dos estudantes, as conexões entre estas e currículo
precisam expressar e oportunizar aprendizagens significativas, conforme estabelecidas na
BNCC e DRC-MT e nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica – com
efeito, desenvolvê-las mediante metodologias e formas avaliativas adequadas às finalidades e
especificidades da modalidade, considerando os diferentes tempos de aprendizagem. Assim, a
53

unidade escolar que ofertar a EJA deve elaborar o seu Projeto Político Pedagógico em
conformidade com o art. 13 da Resolução Normativa n° 003/2019- CEE/MT.

8.3.1 ESTRUTURA DO CURSO DA EJA


Os cursos da EJA estão organizados de acordo com as exigências da Resolução
Normativa n° 003/2019- CEE/MT, de modo que sua estrutura cumpre com a carga horária e
idade mínima exigidas para as etapas do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, sendo:

ESTRUTURA DO CURSO DA EJA


De acordo com a Resolução Normativa n° 003/2019- CEE/MT
CH
Série/Ano CH
Etapa de Segmento/A Mínima Idade de Atribuição /
Corresponden Mínima
Ensino no por ingresso Cargo
te Anual
Segmento
I Segmento /
1º, 2º e 3 º anos
1º Ano 1600
Pedagogo(a)
I Segmento / Horas
4º e 5 º anos
2º Ano
Ensino 800 15 anos
II Segmento / Professor por
Fundamental 6º e 7 º anos Horas completos
1º Ano componente
1600
curricular /
II Segmento / Horas
8º e 9 º anos área de
2º Ano
conhecimento
1º Ano EJA 1º ano Professor por
componente
Ensino 1200 600 18 anos
curricular /
Médio 2º Ano EJA 2º e 3º anos Horas Horas completos
área de
conhecimento

8.3.2 OFERTA DA EJA NO FORMATO CARGA HORÁRIA ETAPA-PROFICIÊNCIA


Com vistas a enfrentar o desafio do acesso, permanência e conclusão da educação básica
na modalidade EJA, a SEDUC/SAGE/SUEB/COEJA implementou - desde o início do ano
letivo de 2021 - em todas as unidades escolares urbanas que ofertam a EJA, o modelo de Carga
Horária Etapa-Proficiência.
O modelo de oferta Carga Horária Etapa-Proficiência respeita o tempo de
desenvolvimento e disponibilidade do estudante em cursar a educação básica, ou seja, o
estudante não terá prejuízos do tempo/carga horária dos componentes curriculares cursados,
bem como das avaliações do seu desempenho registradas em sua vida escolar; assim, o
estudante poderá reativar sua matrícula no momento que lhe for possível retomar os estudos e
o curso de sua escolaridade.
54

Pela organização e oferta dos Cursos de EJA, Ensino Fundamental e Ensino Médio, na
forma da Carga Horária Etapa-Proficiência, o estudante tem a obrigação e o compromisso de
cumprir as horas estabelecidas legalmente para o respectivo curso, de acordo com a carga
horária prevista na Matriz Curricular – sem relação direta com dias letivos. Com efeito, garante-
se a flexibilidade no atendimento, de maneira que o estudante cursa e conclui o Componente
ou Componentes curriculares que lhe são necessários, independentemente do Ano Letivo.
Essa oferta mensura a carga horária cursada, ou seja, a situação Retenção por falta não
se aplica, pois, a perspectiva desse formato de atendimento é garantir o nível de proficiência
dos estudantes.

8.3.3 AGENDA DO ESTUDANTE

Na oferta Carga Horária Etapa-Proficiência, o instrumento de registros da vida escolar


não é o Diário de classe Eletrônico, e sim a funcionalidade Agenda do Estudante. Nesta deverá
ser inserida data, carga horária, conteúdo e relatório de desempenho avaliativo das atividades
desenvolvidas.
Os registros na Agenda são de responsabilidade do professor e devem ocorrer
semanalmente, para não implicar em prejuízos maiores na vida escolar dos estudantes e/ou para
a sua conclusão da educação básica. Esses registros devem estar sob acompanhamento e
supervisão do coordenador pedagógico e da secretaria escolar, uma vez que subsidiará as
orientações pedagógicas e os serviços de escrituração escolar.

8.3.4 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DESCRITIVA

A avaliação deverá ser inserida pelo professor no Relatório de Avaliação Descritiva. O


lançamento da Avaliação deverá anteceder a finalização do ano letivo do estudante,
independentemente da conclusão da Carga Horária Cursada (CHC), e considerará seu percurso
educacional e nível de proficiência. Segue na tabela abaixo os conceitos possíveis.

EJA – CARGA HORÁRIA ETAPA-PROFICIÊNCIA


Matrícula Ocorre ao longo de todo ano letivo.
55

Registros Agenda do Estudante – registra a carga horária cursada e as informações


acadêmicas desenvolvidas junto aos estudantes da EJA.
Avaliação Aprovado - Para estudantes que concluíram a carga horária prevista no
(conceitos) componente curricular.

Em Construção - Para estudantes que não concluíram a carga horária


mínima prevista nos componentes curriculares.

Conteúdo Não Trabalhado – Para os estudantes que não apresentarem


nenhuma inserção na Agenda no ano letivo.

O estudante só será matriculado na Matriz Curricular subsequente quando concluir a


Carga Horária Prevista (CHP) de todos os componentes curriculares. Os ajustes de matrícula:
Afastar por Abandono e por Desistência, bem como, as Transferências de Turma e de Escola,
não serão aplicadas para a Modalidade EJA.
O estudante só será matriculado na Matriz Curricular subsequente quando tiver obtido
êxito em todos os componentes curriculares, ou seja, cumprir a carga horária prevista dos
componentes curriculares neste atendimento ou apresentar resultados satisfatórios em exames
como o EXAME CERTIFICADOR e o ENCCEJA.
Os ajustes de matrícula: Afastar por Abandono e por Desistência, bem como as
Transferências de Turma e de Escola não serão aplicadas nessa modalidade de ensino.

8.3.5 EJA No Sistema Penitenciário


O Núcleo de Educação Prisional - NEP, em cooperação com a Secretaria de Segurança
Pública (SESP), oferta a EJA nos espaços do Sistema Prisional Estadual, conforme legislação
educacional, a Lei de Execução Penal referenciada nos tratados internacionais firmados pelo
Brasil. Daí que a oferta da EJA aos privados de liberdade efetiva-se de modo a garantir as
condições pedagógicas e administrativas facilitadoras da sua reintegração social, o que requer
das unidades escolares que os atendem, organizarem-se de forma a respeitar as suas
singularidades quanto ao tempo, espaço e rotatividade.
Desse modo, as unidades escolares que ofertam a EJA, por meio de salas anexas nas
unidades prisionais de seus respectivos municípios, devem se organizar de modo que a oferta
educacional atenda às especificidades que este tipo de atendimento requer.
56

 Sobre os Registros na Agenda

Os lançamentos escolares dos estudantes privados de liberdade deverão ser feitos com
o máximo de rigor e atualizados periodicamente, pois os estudos conferirão ao estudante o
direito à remição de pena, ou seja, o direito de abreviar parte do tempo de execução de sua pena,
conforme o art. 126 da Lei N° 7.210/1984 (Lei de Execução Penal).

 Sobre as matrículas

A solicitação das matrículas das pessoas privadas de liberdade deverá ser feita pela
Unidade Prisional em que a pessoa privada de liberdade se encontra custodiada. A Unidade
Prisional deverá preencher a ficha de matrícula com informações pessoais e de escolaridade do
estudante e encaminhar para a Unidade Escolar responsável pela oferta da EJA.
No caso de documentação incompleta, a matrícula não poderá ser negada, entretanto a
expedição de Histórico Escolar e Certificado está condicionada à entrega dos documentos
pessoais.

8.3.6 A Educação Básica No Sistema Socioeducativo

A oferta da Educação Básica para adolescentes e jovens que se encontram em


cumprimento de medida socioeducativa de internação provisória e internação nos Centros de
Atendimento Socioeducativo (CASE) de Mato Grosso se efetiva mediante parceria entre
SEDUC e SESP, conforme as Diretrizes Estaduais para o Atendimento Escolar de Adolescente
e Jovens em Cumprimento de Medidas Socioeducativas do Estado de Mato Grosso.
A oferta educacional aos adolescentes e jovens internos no sistema socioeducativo é
estruturada por meio do Ensino Regular e somente os lançamentos avaliativos e o controle de
frequência serão semelhantes à oferta da EJA, por Carga Horária Etapa; o formato dessa oferta
é presencial e atende àqueles que estão na faixa etária entre 12 e 18 anos, excepcionalmente,
até 21 anos de idade, conforme prevê o Estatuto da Criança e Adolescente. Durante todo o
período de internação, que varia de 45 dias (internação provisória) a 3 anos, os estudantes
deverão estar matriculados e estudando.

 Matrícula

O CASE deve encaminhar à secretaria da unidade escolar responsável pela sala anexa –
utilizando-se dos meios eletrônicos, a ficha própria individual do adolescente, para que o
57

Técnico Administrativo Educacional (TAE) efetue a matrícula, obedecendo à legislação


vigente.
Para atender a essas especificidades, de ampla faixa etária, distorção entre idade,
série/ano e tempos de estudos distintos, foram implementadas três matrizes curriculares
multisseriadas. As matrizes curriculares do atendimento educacional no Sistema
Socioeducativo visam garantir que as habilidades e competências trabalhadas sejam
equivalentes à idade/fase/ano/série, permitindo que os educandos possam progredir sem
prejudicar o andamento do ano letivo. Dessa forma, a Secretaria de Estado de Educação atua
em harmonia com os planos e políticas dispostos no Sistema Nacional de Atendimento
Socioeducativo – SINASE.

8.4 Características e Orientações Sobre as Matrizes Curriculares da EJA Para o


Ano de 2022

a) Igualdade na carga horária anual do estudante por componente curricular


Para garantir o atendimento das especificidades da oferta da modalidade EJA, a carga
horária semanal dos professores foi padronizada; dessa forma, cada componente curricular
contido nas matrizes curriculares do 2º Segmento e do Ensino Médio EJA terá a mesma carga
horária anual nas respectivas Etapas de Ensino. Com isso, o tempo do desenvolvimento das
habilidades por componente curricular serão iguais: 3 horas semanais para o 2º Segmento e 2
horas semanais para o Ensino Médio EJA, exceto os componentes curriculares optativos
contidos nessas matrizes curriculares. São elas: ensino religioso no 2º segmento e espanhol no
Ensino Médio EJA-urbano – estas terão apenas uma hora semanal.
A Matriz Curricular para a EJA, referente ao 2° Segmento do Ensino Fundamental,
incluído o componente curricular optativo e considerando os 200 dias letivos, tem a carga
horária anual prevista de 1000h. Contudo, o parâmetro estabelecido para o cumprimento
mínimo obrigatório do estudante é de 800h anuais, conforme previsão da Resolução 003/2019
CEE-MT. No Ensino Médio, ocorreu algo semelhante, houve um acréscimo na carga horária
prevista, preservando a carga horária mínima legalmente exigida, que é de 600h anuais.
As horas adicionais, tanto do 2° Segmento como do Ensino Médio, deverão ser
organizadas de modo a garantir a flexibilidade da oferta, conforme descrito adiante no item b
(Propostas para cumprimento das horas semanais adicionais).
58

As Matrizes Curriculares do 2° Segmento e do Ensino Médio são de transição. Para o


ano de 2023, serão pensadas matrizes que estejam alinhadas à recente Resolução
CNE/CEB nº 1, de 28 de maio de 2021, que Institui Diretrizes Operacionais para a Educação
de Jovens e Adultos nos aspectos relativos ao seu alinhamento à Política Nacional de
Alfabetização (PNA) e à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e, para a Educação de
Jovens e Adultos a Distância serão pensadas possibilidades.

b) Propostas para cumprimento das horas semanais adicionais


De modo a propor alternativas para que as unidades escolares possam cumprir as horas
adicionais da Matriz Curricular de 2022 da EJA, amparando-se na previsão da flexibilidade da
oferta, apresenta-se duas alternativas:

1) Em uma delas a unidade escolar poderia organizar seus horários de forma unificada,
tanto para o Ensino Fundamental quanto para o Ensino Médio da EJA, cujo cumprimento com
os estudantes em sala de aula seria de 20h semanais, e as horas adicionais seriam previstas para
que o professor estivesse à disposição do estudante para orientação, plantão tira-dúvidas ou
atividades orientadas, tendo em vista o aperfeiçoamento do processo de ensino aprendizagem.

2) A outra opção seria a unidade escolar manter as aulas presenciais no modo como havia
disposto em 2021 e organizar as horas adicionais, a fim de atender os estudantes através de
atividades pedagógicas em outros espaços e tempos que não a sala de aula – sempre com
orientação docente.
Em um cenário ou outro, a unidade escolar poderá desenvolver essa flexibilização,
amparada na previsão do Art. 17 da Resolução Normativa n° 003/2019 – que estabelece uma
Carga Horária mínima de 50% para a mediação presencial dos conhecimentos, conteúdos e
experiências significativas; e 50% para execução de atividades pedagógicas em outros espaços
e tempos– sempre sob a orientação docente. Importante frisar que os registros de ambas as
formas deverão ser caracterizados na Agenda do Estudante e se destinam ao controle,
acompanhamento e avaliação do seu desempenho.
Em suma, valendo-se do dispositivo anterior, as horas adicionais - ou parte delas -
poderão ser cumpridas em outros espaços pedagógicos da unidade escolar e possibilitam:
agendar plantões tira-dúvidas, aplicar e corrigir atividades extracurriculares, estruturar oficinas
e eventos voltados às temáticas relacionadas às habilidades dos componentes curriculares e/ou
áreas de conhecimento e antecipar o atendimento individual e/ou coletivo de estudantes que
estão com a Carga Horária Cursada-CHC em proximidade com a Carga Horária Prevista-CHP
59

disposta na matriz curricular. Entretanto, cabe salientar que a unidade escolar que optar pela
flexibilização deverá assegurar essa previsão na proposta pedagógica, ou seja, ela deverá
constar no Projeto Político Pedagógico (PPP).

8.5 Outros Produtos no Âmbito da COEJA

8.5.1 Educação para imigrantes


Desenvolvida no sentido de garantir e afirmar o direito à cidadania, a educação para
imigrantes busca atender às exigências das legislações nacionais e internacionais, promovendo
o acesso à língua e cultura brasileira, além de contribuir para a inserção desses indivíduos no
mercado de trabalho formal.
De acordo com a Resolução 02/2019 do CEE-MT, que estabelece as diretrizes para a
oferta da educação para imigrantes no Estado, o trabalho pedagógico nas turmas de imigrantes
deve ser desenvolvido por profissionais com formação em Letras e intérpretes que auxiliem e
facilitem a compreensão dos conceitos trabalhados.
Neste sentido, como meio de garantir o primeiro atendimento aos imigrantes jovens e
adultos, e atendendo à ordem de demanda dos municípios, a COEJA disponibiliza uma matriz
de projeto com foco no desenvolvimento da Língua Portuguesa como língua estrangeira,
integrando essa oferta ao conjunto dos atendimentos educacionais ordinários prestados pela
Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso.

8.5.2 Programa Mais MT MUXIRUM


Tendo em vista os índices de
analfabetismo em nosso estado, bem como
das garantias constitucionais e
infraconstitucionais à Educação para todos,
independentemente de idade, no âmbito da
COEJA também se situa o Programa Mais MT MUXIRUM que tem como finalidade assegurar
o direito à alfabetização aos cidadãos e cidadãs com 15 anos ou mais de idade.
Muxirum é um termo de origem indígena, Tupi-Guarani, que significa mutirão – isto é,
a realização de trabalhos ou atividades em grupo. O Programa Mais MT MUXIRUM é
concebido em vista do desenvolvimento integral dos sujeitos sociais que demandam a
Alfabetização. Estes sujeitos – mulheres e homens, negros, indígenas, campesinos, ribeirinhos,
60

quilombolas etc. – são trabalhadores e vivenciam os diversos espaços da vida social, do que
decorre a necessidade do desenvolvimento da consciência da singular importância dos seus
protagonismos para o processo econômico-social. Assim, o programa tem um currículo
contextualizado que se desenvolve por atividades e procedimentos teórico-metodológicos que
valorizam a realidade dos jovens e adultos e suas experiências de vida6.
Instituído pela SEDUC/MT em 2017, o programa tornou-se política de Estado através do
Decreto Nº. 1.107, de 15 de setembro de 2021 e vem sendo desenvolvido em parceria com os
municípios, igrejas, sindicatos, clubes de serviços e outras organizações da sociedade mato-
grossense. Para participar do Programa Mais MT MUXIRUM, o Município deve assinar o
Termo de Adesão.

6
Este tópico não se aplica à oferta de EJA no Sistema Penitenciário e de Educação Básica para adolescentes e
Jovens no Sistema Socioeducativo, pois cada uma dessas ofertas possui matrizes específicas.
61

9 SUPERINTENDÊNCIA DE DIVERSIDADES
EDUCAÇÃO ESPECIAL

A educação é um
direito humano
inalienável, irrenunciável e
inviolável. Ela não apenas
se caracteriza como um
direito da pessoa, mas
fundamentalmente é seu
elemento constitutivo,
cabendo ao Governo do
Estado de Mato Grosso,
por meio da Secretaria de
Estado de Educação, a
fomentação de práticas
pedagógicas que garantam
o acesso, a permanência, o
desenvolvimento e o
sucesso escolar.
Nessa perspectiva,
propõe-se uma educação
baseada em direitos
humanos, em que os
princípios de igualdade de
oportunidade e valorização
da diferença são
combinados para que todos
os estudantes possam estar
incluídos no sistema educacional, aprendendo e participando, sem qualquer tipo de
discriminação.
Para tanto, o direito de acesso à escola deve estar garantido, inclusive com consideração
às diferenças e singularidades dos alunos no processo de desenvolvimento e escolarização.
62

Cabe à Seduc/MT a oferta de orientações técnico-pedagógicas, formações continuadas e


disponibilização dos serviços necessários à permanência dos alunos, e à escola uma ação
pedagógica que contemple as necessidades e os ritmos de aprendizagem de seus alunos,
propiciando desenvolvimento humano e a construção de conhecimentos escolares.
Neste contexto, a Educação Especial, na perspectiva da Educação Inclusiva, entende
como oportuna a construção de um espaço reflexivo, de modo a dar visibilidade ao trabalho
com as diferenças, valorizando a diversidade, sustentada em princípios éticos, políticos e
estéticos, traçados pela BNCC e DRC/MT, avançando de forma sistemática na direção da
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
É necessário identificar na escola, o mais cedo possível, cada estudante que demanda
recursos da Educação Especial, por meio de processos avaliativos que apontem com precisão
as barreiras que obstruem a inclusão escolar e o desenvolvimento humano do aluno. Essas
avaliações são recursos necessários para criar estratégias que visem à eliminação ou
minimização de barreiras à aprendizagem, ao desenvolvimento e à participação do estudante,
possibilitando medidas preventivas com objetivo de garantir igualdade nas condições de acesso,
permanência e aprendizado ao longo da vida.
Nesse sentido, precisamos que cada professor, sabendo da existência de alunos com
deficiência, transtornos ou altas habilidades/superdotação planejem suas aulas considerando a
organização curricular necessária e a execução das ações contemple todos que estejam
matriculados na turma.
Para além do desenvolvimento do currículo na sala de aula regular, os estudantes,
público-alvo da Educação Especial têm o direito ao Atendimento Educacional Especializado
(AEE), cuja função é identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade
que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades
específicas. O AEE é um direito garantido pela Constituição Federal, necessário ao processo
inclusivo do aluno e não poderá ser negado.
As atividades desenvolvidas no AEE diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula
comum, não sendo substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou
suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e independência e, principalmente,
à eliminação das barreiras que impedem a inclusão do aluno no processo escolar.
Sendo uma modalidade transversal da Educação Básica, a Educação Especial deve
constituir-se como parte integrante da educação regular, visando favorecer o processo de
63

escolarização dos alunos com deficiência, com transtornos globais de desenvolvimento e com
altas habilidades ou superdotação.
Assim sendo, a SEDUC/MT apresenta o orientativo da Educação Especial,
posicionando-se sobre a oferta dos serviços dessa modalidade, com o compromisso de subsidiar
as escolas da rede estadual na edificação de um sistema público de ensino inclusivo.

9.1 PÚBLICO-ALVO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL (PAED)


Conforme Lei de Diretrizes e Bases da Educação (1996), são considerados público-alvo
da Educação Especial (PAED) os estudantes com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Cabe ao Poder Público a garantia de
matrícula e a disponibilização de recursos e serviços diferentes de atendimento educacional
especializado, próprios da educação especial, o fomento da igualdade de condições para acesso,
permanência e êxito na aprendizagem de todos os educandos, atendendo a demandas e
peculiaridades desse público-alvo e considerando, ainda, que toda intervenção pedagógica
contribui para a aprendizagem significativa e para o desenvolvimento dos educandos, seja por
meio do currículo formal, seja por meio de atividades específicas da educação especial.
Embora reconheçamos as necessidades educativas especiais dos alunos com Transtorno
de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtornos de Aprendizagem (dislexia,
disgrafia, discalculia, entre outros), Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) e
com Dificuldades Acentuadas de Aprendizagem, essas identidades não compõem o público-
alvo da educação especial. Portanto, não gozam dos direitos específicos deste público. Cabe
informar ainda que doenças e transtornos mentais (esquizofrenia, depressão, síndrome do
pânico, transtorno obsessivo-compulsivo, paranoia, entre outros) também não compõem o
público-alvo da educação Especial.
Há situações em que os estudantes apresentam características identitárias associadas,
como, por exemplo, Autismo e TDAH, deficiência intelectual e transtornos de aprendizagem,
doença mental com alienação das faculdades mentais, entre outras. Nestes casos, a pessoa é
considerada público-alvo da Educação Especial. O professor de AEE dispõe de conhecimentos
específicos para aplicação dos procedimentos necessários ao reconhecimento desse aluno. Caso
a escola tenha dificuldade para aplicar os procedimentos de identificação das características do
público-alvo da Educação Especial, deverá solicitar auxílio à equipe especializada do Centro
de Apoio e Suporte à Inclusão da Educação Especial do Estado de Mato Grosso (CASIES).
64

9.2 OFERTA DE SERVIÇOS


O público-alvo da educação especial poderá requerer serviços específicos de acordo
com suas características identitárias. A fim de primar pela qualidade no atendimento, as
especificidades identitárias e as exigências legais, a educação especial dispõe dos seguintes
serviços:

9.2.1 Atendimento Educacional Especializado – AEE em Sala de Recursos


Multifuncional

O Art. 1º do Decreto nº 6571/2008, a Resolução CNE/CEB nº 004/2009, e a Resolução


001/2012 do CEE/MT estabelecem que os sistemas de ensino devem matricular os alunos,
público-alvo da educação especial, nas classes comuns do ensino regular e no atendimento
educacional especializado, ofertado em salas de recursos multifuncionais. O ato normativo
citado define o público-alvo do AEE como:
I- Alunos com deficiência: aqueles que têm impedimentos de longo prazo de natureza física,
intelectual, mental ou sensorial;

II- Alunos com transtornos globais de desenvolvimento: aqueles que apresentam um quadro de
alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na
comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa definição alunos com autismo;

III- Alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles que apresentam um potencial elevado
e grande envolvimento com as áreas de conhecimento humano, isoladas ou combinadas:
intelectual, liderança, psicomotora, artes e criatividade.

Conforme a Portaria nº 676/2021/GS/SEDUC/MT, para condução do trabalho


pedagógico na Sala de Recursos Multifuncionais, o professor deverá ter curso de graduação e
pós-graduação que o habilite a atuar na Educação Especial. A função desse profissional é
identificar barreiras no processo de ensino-aprendizagem e garantir o pleno acesso, participação
e aprendizagem do público-alvo da educação especial na escola. O AEE é um serviço
desenvolvido por um professor capaz de identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos
e de acessibilidade com foco na eliminação das barreiras para a plena participação dos
estudantes. O trabalho do professor de AEE não pode se resumir no atendimento ao aluno, é
necessário estar atento a todo contexto escolar, inclusive estabelecendo o trabalho colaborativo
com todos os profissionais da escola, com ênfase nos professores da sala regular.
65

O atendimento a esse público será realizado em conformidade com o disposto no art. 5º


da Resolução CNE/CEB nº 004/2009 e no art. 6º da Resolução 001/2012 do CEE/MT que
estabelecem que o AEE deve acontecer, prioritariamente, na sala de recursos multifuncionais
da própria escola ou de outra escola, no contraturno da escolarização, não sendo substitutivo às
classes comuns. Nas escolas em que o quantitativo mínimo de alunos com deficiência não for
suficiente para abertura de turma, estes serão encaminhados a uma unidade escolar onde o
serviço esteja autorizado e ativo.
Importa informar que o laudo médico não é critério a ser considerado como obrigatório
para acesso dos alunos à Sala de Recurso Multifuncional (Atendimento Educacional
Especializado), pois é considerado suficiente para tal a AVALIAÇÃO PEDAGÓGICA, que é
o único critério de acesso ao serviço de Sala de Recursos Multifuncional, e deverá ser realizada
pelo Professor com lotação atribuída para esse espaço, pelo professor do ensino regular e pelo
coordenador pedagógico da unidade escolar, com a colaboração da família. Vale ressaltar que
alunos considerados foco de atendimento no AEE já foram descritos anteriormente neste
documento e que alunos que não se enquadrem nos critérios, por mais que apresentem desafios
de aprendizagem/dificuldade, não são alunos elegíveis para o Atendimento Educacional
Especializado.

O Professor da Sala de Recursos Multifuncional terá as seguintes atribuições:

I - Articular com gestores e professores a elaboração do PPP, numa perspectiva inclusiva, na


qual a escola deve prever a oferta dos serviços da educação especial em cumprimento ao que
determina a Lei Federal nº 10. 172/2001 que assegura aos estudantes com deficiência a
acessibilidade e a permanência na escola;

II - Identificar, elaborar, e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as


barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas
(SEESP/MEC, 2008);

III - Produzir, bem como orientar a produção de materiais, tais como textos transcritos,
materiais didático-pedagógicos adequados, textos ampliados, gravados, como também poderá
indicar a utilização de softwares e outros recursos tecnológicos disponíveis (MEC/SEESP,
2010);
66

IV - Elaborar e executar o Plano do Atendimento Educacional Especializado – AEE, conforme


a necessidade e a especificidade de cada aluno, avaliando a funcionalidade e a aplicabilidade
dos recursos educacionais e de acessibilidade, apontando mecanismos para eliminação ou
minimização das barreiras à inclusão;

V - Orientar a elaboração do Planejamento Educacional Individualizado (PEI) pelo(s) professor


(es) regente(s) e acompanhar a execução do planejamento junto aos alunos.

VI - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de


acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular, bem como em outros ambientes da
escola (MEC/ SEESP, 2009);

VII - Ensinar e usar recursos de Tecnologia Assistiva, tais como: as tecnologias da informação
e comunicação, a comunicação alternativa e aumentativa, a informática acessível, os recursos
ópticos e não ópticos, os softwares específicos, os códigos e linguagens, as atividades de
orientação e mobilidade (MEC/SEESP, 2009);

VIII - Estabelecer canal de diálogo permanente com os professores da sala de aula comum,
visando a disponibilização dos serviços, dos recursos pedagógicos e de acessibilidade e das
estratégias que promovem a participação dos alunos nas atividades escolares;

IX - Orientar os demais professores e as famílias sobre os recursos pedagógicos e quanto à


acessibilidade aos espaços utilizáveis pelo aluno;

X - Orientar as famílias para o seu envolvimento e participação no processo educativo;

XI - Indicar e orientar o uso de equipamentos específicos e de outros recursos existentes no


contexto familiar e na comunidade;

XII - Articular, juntamente com a Equipe Gestora, ações sincronizadas com a Saúde,
Assistência Social, Esporte, Cultura e demais segmentos, sem perder o foco do AEE, na medida
em que a participação de outros atores amplia o caráter interdisciplinar do serviço.

XIII - Manter atualizados os Planos de aula e caderno de campo contendo:

a) Orientações/procedimentos, competências/habilidades e aspectos a serem trabalhados com


cada aluno;

b) Fazer registro de todas as intervenções pedagógicas realizadas com os alunos, isto facilitará
a elaboração do portfólio no sistema SIGEDUCA;
67

XIV - Colaborar, juntamente com os outros profissionais da unidade escolar, para que as
demandas da Educação Especial sejam incorporadas ao PPP da escola.

XV - Organizar, em conjunto com o Coordenador Pedagógico, o cronograma de atendimento


dos alunos, de forma que a carga horária de atendimento seja no mínimo 04 (quatro) horas
semanais, considerando o número de alunos de cada turma e a complexidade da deficiência de
cada um.

XVI - Elaborar o planejamento conforme a deficiência que os alunos apresentam de forma


colaborativa com o professor do Ensino Regular que atenda o aluno para definição de
estratégias pedagógicas que favoreçam o acesso do estudante público-alvo da educação especial
ao currículo e sua interação e inclusão no processo ensino aprendizagem;

XVII - Efetivar a interlocução (visita in lócus) com os professores do Ensino Regular em que
o aluno esteja incluído, conforme cronograma de atendimento, numa periodicidade, no mínimo
quinzenal.

XVIII - Realizar avaliação diagnóstica inicial e final, descrevendo o processo mediante o qual
o estudante constrói seus conhecimentos, habilidades, atitudes, valores, analisando a inter-
relação biopsicossocial com o contexto escolar e familiar.

O desempenho das atribuições do professor de Sala de Recursos Multifuncionais será


acompanhado pelo coordenador pedagógico.

9.2.2 - Professor/TAE - Intérprete De Língua Brasileira de Sinais – Libras

Nas unidades escolares que têm alunos surdos inclusos nas turmas regulares poderá ser
garantido o intérprete de libras, comprovada a necessidade do estudante, analisada pela
Coordenadoria de Educação Especial e desde que tenha disponibilidade deste profissional no
município.
O profissional Intérprete é aquele que tem a fluência na Língua Brasileira de Sinais
(LIBRAS) e na Língua Portuguesa, capaz de fazer interpretação simultânea e consecutiva da
LIBRAS para a Língua Portuguesa ou vice-versa.
As unidades educacionais comuns que tenham alunos surdos matriculados terão direito
a profissionais Tradutores e Intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras) e a Instrutores
ou Professores Surdos.
68

a) Ao Tradutor e Intérprete de Língua Brasileira de Sinais e ao Instrutor Surdo ou Professor


Surdo, prioritariamente efetivo e/ou contratado temporário, será atribuída jornada de 30 (trinta)
horas semanais, ou seja, 20 (vinte) horas aulas em sala de aula e 10 (dez) para horas-atividades.

b) Na falta de Intérprete de Língua Brasileira de Sinais para atender à demanda da unidade


educacional, excepcionalmente poderá, através da anuência da Assessoria Pedagógica e SUDI/
Coordenadoria de Educação Especial, em sendo professor, a atribuição de uma jornada
excedente de até 20 (vinte) horas aulas semanais.

O Tradutor e Intérprete da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) terá as


seguintes atribuições:
I - Efetuar comunicação entre surdos e ouvintes, surdos e surdos, por meio da Língua Brasileira
de Sinais - Libras para a língua oral e vice-versa;
II - Propor atividades educacionais no âmbito específico de sua atuação;
III - Participar da elaboração do Projeto Político-Pedagógico;
IV - Conhecer o planejamento de aulas dos professores;
V - Pesquisar sinais e preparar a tradução e interpretação das aulas, de acordo com os temas
trabalhados pelo professor em cada aula;
VI - Traduzir e interpretar a linguagem, quando solicitado, em reuniões pedagógicas, reuniões
de professores, Conselhos de Classe, em reuniões com pais, atos cívicos escolares, datas
comemorativas, Assembleias Gerais e em outros eventos quando houver a presença da pessoa
surda;
VII - Traduzir e interpretar anúncios públicos e informativos internos de interesse da escola;
VIII - Participar de reunião de trabalho;
IX - Buscar formação continuada que priorize a pesquisa científica de forma a promover
reflexões e produções na área de atuação do profissional Tradutor e Intérprete da Língua
Brasileira de Sinais- Libras;
X - Planejar, com antecedência, a tradução e interpretação de vídeos, músicas, mapas, fórmulas,
gráficos, tabelas, imagens, fotos trabalhadas nas aulas;
XI - Traduzir e interpretar todas as aulas ministradas em sala de aula ou em outros espaços
extraclasse;
XII - Traduzir e interpretar todos os instrumentos de avaliação, se o aluno surdo assim o desejar;
XIII - Gravar instrumentos de avaliação em vídeo/libras quando essa for a opção do aluno
surdo;
69

XIV - Realizar todas as atividades de sua responsabilidade dentro da ética que a profissão exige;
XV - Interagir com os alunos em sala de aula, sem interferir na autonomia do professor regente;
XVI - Traduzir e interpretar comportando-se sem preconceito de origem, raça, credo religioso,
idade, sexo ou orientação sexual ou gênero, de forma imparcial e fiel ao conteúdo.

Ao Profissional Tradutor e Intérprete de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) não deve


ser delegada a responsabilidade de elaborar planejamento de conteúdos ao (s) aluno (s) com
deficiência auditiva e/ou surdez, sendo esta uma atividade exclusiva do professor regente.

9.2.3 Professor/Instrutor Surdo

Nas unidades escolares que têm alunos surdos inclusos nas turmas regulares, poderá ser
garantido o apoio do profissional instrutor surdo ou professor surdo, comprovada a demanda,
analisada pela Coordenadoria de Educação Especial e a disponibilidade deste profissional no
município.

O Professor/Instrutor Surdo terá as seguintes atribuições:

I - Desenvolver cursos para toda a comunidade educacional, a saber:


a) Curso de libras, no contraturno, para alunos surdos, não coincidindo com os atendimentos
da Sala de Recursos Multifuncional;
b) Curso de libras para familiares de alunos surdos;
c) Curso de libras para profissionais da escola;
d) Curso de libras para a comunidade.

II - Contribuir com o professor da Sala Recursos Multifuncional e com os professores das salas
comuns nos momentos de planejamento;

III - Contribuir para a inclusão dos alunos com surdez na rede regular de ensino;

IV - Incentivar o contato do(s) aluno(s) surdo(s) com a Comunidade Surda.


70

9.2.4 O Professor de Classe Hospitalar

A classe hospitalar é caracterizada pelo atendimento pedagógico-educacional que ocorre


em ambiente de tratamento de saúde por ocasião de internação que requeiram a permanência
ou frequência do paciente na Unidade Hospitalar. Para atendimento hospitalar, observa-se o
tempo de internação ou a frequência de atendimento e as dificuldades em acompanhar as
atividades curriculares por condições de limitações específicas de saúde.
Esse serviço tem por objetivo propiciar o acompanhamento curricular do aluno quando
este estiver hospitalizado, garantindo a manutenção do vínculo com as escolas, por meio de um
currículo flexibilizado. Alunos que, por problemas de saúde, estiverem impossibilitados de
frequentar a escola poderão ser atendidos pelo Serviço de Classe Hospitalar, visando a
continuidade do processo de ensino aprendizagem.
Será realizado por um técnico da Coordenadoria de Educação Especial o levantamento
da demanda da Classe Hospitalar em quatro (04) unidades de atendimento da capital,
considerando nome, idade, ano/ciclo, escola e município, para a disponibilização da função;
A Classe Hospitalar será ofertada para o aluno a partir de 06 (seis) anos devidamente
matriculados na rede estadual de ensino que se encontra em tratamento de saúde.
A lotação do professor será feita na EEEE Livre Aprender (Cuiabá):

a) com jornada de 30h, sendo 20 horas com alunos e 10 horas atividade na referida unidade
escolar, se professor efetivo, prioritariamente.
b) com jornada de 20h, sendo 14 horas com alunos e 06 horas atividade na referida unidade
escolar, se professor com contrato temporário.

No decorrer do ano letivo, na falta da demanda em uma instituição, esse profissional


poderá ser direcionado para outra instituição e/ou na falta da demanda, se servidor efetivo
retornará à vaga de origem, se profissional com contrato temporário será rescindido o contrato.

O professor de Classe hospitalar terá as seguintes atribuições:


I - Estar apto para trabalhar com a diversidade humana e diferentes vivências culturais,
identificando as necessidades educacionais especiais dos educandos impedidos de frequentar a
escola, definindo e implantando estratégias curriculares de flexibilização e adaptação.
71

II - Propiciar a continuidade do processo de ensino-aprendizagem considerando o planejamento


do professor regente e os componentes curriculares de cada etapa de ensino, articulando e
mantendo interlocução constante para que haja contribuição significativa ao retorno das
atividades no ambiente escolar.

III - Registrar as atividades desenvolvidas com os estudantes da classe hospitalar no portfólio,


com o acompanhamento da Coordenadoria de Educação Especial e da EEEE Livre Aprender
(escola vinculadora), podendo ainda esse registro ser acompanhado pela escola de origem do
estudante.

IV - Identificar, elaborar, e organizar recursos pedagógicos que garantam a continuidade de


construção de conhecimentos articulados ao contexto da escola de origem;

V - Produzir materiais didático-pedagógicos adequados às condições e necessidades educativas


dos estudantes;

VI - Orientar a família para o seu envolvimento e participação no processo educativo;

VIII - Manter atualizados os planos de aula e caderno de campo contendo:

a) Orientações/procedimentos, competências/habilidades e aspectos a serem trabalhados com


cada aluno;

b) Registros de todas as intervenções pedagógicas realizadas com os alunos, pois isto facilitará
a elaboração do portfólio;

IX - Organizar o cronograma de atendimento, considerando o número de alunos e a


complexidade de cada um.

X - Elaborar o planejamento, conforme os saberes e necessidades educativas de forma


colaborativa com o professor da escola regular de origem, que atenda o aluno para definição de
estratégias pedagógicas que favoreçam o retorno do mesmo à escola após o reestabelecimento
da saúde;

XI - Garantir a interlocução com os professores da escola em que o estudante esteja


matriculado;

XII - Realizar avaliação diagnóstica inicial e final, descrevendo o processo de construção de


conhecimentos pelos estudantes.
72

9.2.5 O Professor em Atendimento Domiciliar

No Atendimento Domiciliar, o professor atende a alunos que, por avaliação médica,


estejam impedidos de frequentar a escola por período superior a seis meses e que permanecem
em ambiente domiciliar.
Considerando o Decreto Estadual nº 407 de 20 de março de 2020, que dispõe sobre as
medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional
decorrente da corona vírus (2019-nCoV), a demanda presencial, apenas acontecerá com a
liberação dos médicos que fazem o acompanhamento do estudante e autorização da família.
A lotação do professor será feita na EEEE Livre Aprender (Cuiabá), demais municípios
na escola de origem do estudante, com jornada de 30h, sendo 20 horas com alunos e 10 horas-
atividade na referida unidade escolar.

O professor em atendimento domiciliar terá as seguintes atribuições:

I - Estar apto para trabalhar com a diversidade humana e diferentes vivências culturais,
identificando as necessidades educacionais especiais dos educandos impedidos de frequentar a
escola, definindo e implantando estratégias de flexibilização e adaptação curriculares.

II - Propiciar continuidade ao processo de desenvolvimento e de aprendizagem de discentes


impossibilitados da regular frequência às salas de aula, considerando o planejamento dos
conteúdos, a articulação e interlocução deste atendimento com o professor regente de sala de
aula a qual o aluno está matriculado, com intuito de contribuir sobremaneira para o seu retorno
ao ambiente escolar.

III - Estabelecer relações de cordialidade com a família e respeito à inviolabilidade do lar,


comportando-se de forma profissional e discreta, visto que o docente participará de espaços
íntimos dos estudantes assistidos.

IV - Registrar as atividades desenvolvidas com os estudantes no portfólio, com o


acompanhamento da Coordenadoria de Educação Especial e da EEEE Livre Aprender (escola
vinculadora) quando os mesmos forem de Cuiabá e, em caso de unidade escolar do interior, o
atendimento será na escola de origem do estudante.

V - Identificar, elaborar, e organizar recursos pedagógicos que garantam a continuidade de


construção de conhecimentos articulados ao contexto da escola de origem;
73

VI - Produzir materiais didático-pedagógicos adequados às condições e necessidades


educativas dos estudantes;

VII - Orientar as famílias para o seu envolvimento e participação no processo educativo;

VIII - Manter atualizados os Planos de aula e o caderno de campo contendo:

a) Orientações/procedimentos, competências/habilidades e aspectos a serem trabalhados com


cada aluno;

b) Registros de todas as intervenções pedagógicas realizadas com os alunos, o que facilitará a


elaboração do portfólio;

IX - Organizar o cronograma de atendimento, considerando o número de alunos e a


complexidade de cada um;

X - Elaborar o planejamento conforme os saberes e necessidades educativas de forma


colaborativa com o professor da escola regular de origem que atenda o aluno, para definição de
estratégias pedagógicas que favoreçam o retorno do aluno à escola após o reestabelecimento da
saúde;

XI - Garantir a interlocução com os professores da escola em que o estudante esteja


matriculado;

XII- Realizar avaliação diagnóstica inicial e final, descrevendo o processo de construção de


conhecimentos pelos estudantes.

9.2.6 O Cuidador Educacional

Para as unidades escolares que atendem alunos com deficiência com graves transtornos
neuro-motores (crianças que em decorrência da deficiência apresentem mobilidade reduzida ao
ponto de comprometer sua autonomia de ir ao banheiro e se alimentar, sendo, portanto,
dependente de apoio externo) e alunos com autismo (comprovada a necessidade) inclusos nas
turmas regulares, será garantido 01 (um) Cuidador, de modo a auxiliar na promoção da
autonomia ao aluno.
A disponibilidade ou contratação de Cuidador, com regime de trabalho de 30 (trinta)
horas semanais, apenas se justifica quando comprovada a necessidade através de laudo médico
74

do estudante e está condicionada à análise da Coordenadoria da Educação Especial/SUDI,


podendo o profissional auxiliar mais de uma turma por turno.
O processo de prestação de serviço para função de Cuidador será através da empresa
Liderança Limpeza e Conservação LTDA, contudo o acompanhamento do desempenho do
Cuidador junto à escola deverá ser realizado pela equipe gestora.

Ao Cuidador não compete:

a) Desempenhar atividades de ensino dos conteúdos escolares, sendo esta uma atividade
exclusiva do professor regente;
b) Ministrar medicamentos de espécie nenhuma.

Fica vedada a disponibilização de Cuidador para atender nas seguintes situações:

I - Alunos com ou sem deficiência que apresentam crises convulsivas, mas não apresentem
necessidades ligadas à higiene, locomoção e alimentação;

II - Alunos com deficiência visual ou com surdez;

III - Alunos com deficiência intelectual, somente sob alegação de dificuldades na


aprendizagem;

IV - Alunos com autismo sem comprometimento em sua funcionalidade motora e com


autonomia de higienização e alimentação;

V - Alunos com deficiência física que não apresentam dependências na locomoção, alimentação
e cuidados pessoais;

VI - Alunos que apresentam problemas comportamentais, transtornos mentais ou psíquicos;

O Cuidador terá as seguintes atribuições:


I - Estar presente no momento de chegada do aluno à unidade escolar, conduzindo-o até à sala
de aula, e no momento de saída, conduzindo-o da sala de aula ao portão, onde permanecerá com
ele até à chegada de familiares ou responsáveis pelo aluno;

II - Atuar junto ao aluno auxiliando-o nas atividades de vida autônoma (refeições, higienização,
locomoção, troca de vestuário, entre outros), visando a autonomia desses, atendendo à várias
turmas quando houver demanda;
75

III - Acompanhar o aluno, junto aos professores e demais funcionários em atividades


extraclasse;

IV - Participar de formação continuada;

V - Atender ao aluno respeitando sua dificuldade de locomoção, permanente ou transitória;

VI - Participar ativamente do processo de adaptação e de permanência do aluno na unidade


escolar, atendendo suas necessidades;

VII - Incentivar o aluno a conviver com seus pares;

VIII - Participar das formações propostas pela Coordenadoria de Educação Especial/CASIES;

IX - Conhecer a Proposta Política Pedagógica da Escola;

X - Buscar formação continuada relacionada a temas da Educação Especial.

9.2.7 A Equipe Multiprofissional

A Seduc/MT disponibiliza equipe multiprofissional para contribuir na avaliação e


diagnóstico dos estudantes público-alvo da educação especial, e conta com psicólogo, assistente
social, fisioterapeuta, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional. O Centro de Apoio e Suporte à
Inclusão da Educação Especial do Estado de Mato Grosso (CASIES) é uma unidade
administrativa da Secretaria de Estado de Educação, sendo considerado um Centro de
Referência da Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva, tendo, portanto, a
competência de ofertar apoio e suporte à inclusão da educação especial, a partir dos seguintes
eixos operacionais:

I. Atendimento, orientação e avaliação pedagógica;

II. Suporte técnico e produção de material didático adaptado;

III. Formação continuada para os professores e profissionais da educação;

IV. Apoio e orientação aos usuários e às famílias;

V. Promoção da interação e convivência.

As ações desenvolvidas pelo CASIES visam oportunizar a elaboração e divulgação de


conhecimentos relativos ao processo de ensino e aprendizagem, com vistas ao fortalecimento
76

da inclusão escolar das pessoas com deficiência, transtorno global do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação, com foco no atendimento e apoio pedagógico aos professores e
alunos e orientação às famílias, bem como garantir suporte técnico e pedagógico aos sistemas
de ensino. O CASIES está à disposição das escolas para orientações, sugestões, informações e
suporte para incluir o público-alvo da Educação Especial na escola comum.

9.3 Orientativo de Solicitação de serviços da Educação Especial para o ano


letivo de 2022
As matrículas dos estudantes público-alvo da educação especial se darão em salas
comuns nas unidades da rede estadual. Consideradas as demandas, as unidades escolares
poderão realizar a solicitação de serviços e recursos complementares e/ou suplementares para
os estudantes da educação especial.
Constituem público-alvo da educação especial os estudantes com deficiência, com
transtorno do espectro autista e com altas habilidades/superdotação.

Solicitação de Sala de Recursos Multifuncional


Para a continuidade do serviço de Sala de Recursos Multifuncional no ano letivo de
2022, as unidades escolares deverão solicitar a liberação por processo via e-mail. O atendimento
educacional especializado deverá ser ofertado no contraturno da matrícula da sala comum, com
no mínimo 5 e no máximo 15 estudantes público-alvo da educação especial.

O processo deve conter:


- Comunicação Interna (CI) solicitando a continuidade do serviço (Sala de Recursos
Multifuncional);
- Identificação da unidade escolar;
- Identificação do ambiente/sala de aula cadastrado;
- Projeto com objetivos: Geral e Específicos;
- Metas;
- Justificativa;
- Relatório avaliativo (pedagógico) dos estudantes;
- Deficiências dos estudantes - plano elaborado pelo professor de AEE, avaliação
biopsicossocial da deficiência, plano educacional individualizado ou laudo médico;
77

- Cronograma com horário de atendimento na Sala de Recursos Multifuncional (No


contraturno conforme PORTARIA Nº 676/2021/GS/SEDUC/MT), contendo o Nome
Completo dos Estudantes e ano em que está matriculado na sala regular;

- Parecer Técnico do Conselho Deliberativo, do(a) Assessor(a) Pedagógico(a) e da DRE;

Nos casos em que a escola necessite de mais de uma função de professor AEE para
atribuição em Sala de Recursos Multifuncional, a solicitação se dará também a partir de
processo via e-mail, sustentado nas justificativas, consoante orientações abaixo:

O processo deve conter:


- CI solicitando a abertura do segundo serviço (Sala de Recursos Multifuncional);

- Identificação da unidade escolar;

- Relatório avaliativo (pedagógico) de todos os estudantes;

- Deficiências dos estudantes - plano elaborado pelo professor de AEE, avaliação


biopsicossocial da deficiência, plano educacional individualizado ou laudo médico;

- Cronograma com horário de atendimento na Sala de Recursos Multifuncional (No


contraturno, conforme PORTARIA Nº 676/2021/GS/SEDUC/MT), contendo o nome
completo dos estudantes e ano em que está matriculado na sala regular;

- Parecer técnico do Conselho Deliberativo, do(a) assessor(a) pedagógico(a) e da DRE.

Em caso de abertura de novo serviço


A unidade escolar deverá solicitar à Superintendência de Infraestrutura Escolar
Seduc/MT, a liberação de ambiente para a implantação da Sala de Recursos Multifuncional e,
tão logo liberado, o gestor da unidade deverá encaminhar à Coordenadoria de Educação
Especial o projeto instruído, solicitando a criação do serviço (Sala de Recursos Multifuncional),
tramitação de matriz e abertura de turmas. Caso autorizada, será tramitada à matriz e
encaminhado e-mail para a o setor responsável criar as turmas (matutino e vespertino) para que
a unidade efetue as matrículas dos estudantes no contraturno. Após as matrículas, haverá
deliberação de uma função pela Coordenadoria de Educação Especial.

O processo deve conter:


- CI Solicitando a abertura do novo serviço (Sala de Recursos Multifuncional);

- Projeto de Sala de Recursos Multifuncionais;


78

- Identificação da Unidade Escolar;

- Identificação do ambiente/sala de aula cadastrado;

- Deficiências do aluno;

- Plano elaborado pelo professor de AEE de anos anteriores, avaliação biopsicossocial da


deficiência, plano educacional individualizado, laudo médico, avaliação da unidade que
identifique a deficiência.

- Horário de atendimento na Sala de Recursos Multifuncional (no contraturno, conforme


PORTARIA Nº 676/2021/GS/SEDUC/MT;

- Cronograma de atendimento: contendo o nome completo dos estudantes e ano em que está
matriculado na sala regular;

- Parecer técnico do Conselho Deliberativo, da assessoria pedagógica/DRE.

Importa observar que somente após a tramitação da matriz, criação de turmas (1 no


matutino e outra no vespertino), cadastro das 11 atividades, matrícula dos estudantes nas
atividades relacionadas ao atendimento, parecer favorável da Coordenadoria de Educação
Especial e inserção da função pela gestão de pessoas, o secretário da unidade escolar procederá
a atribuição do professor na função.
As turmas de AEE /Sala de Recurso não têm nota/ conceito ou frequência. É realizado
lançamento bimestral no Portfólio. Após os lançamentos e conferência, a escola no final do
ano realiza apenas agendamento da turma para finalizar o ano letivo. Não há transferência de
aluno, apenas fechamento do ano letivo, impressão de portfólio para ser encaminhado junto
com a transferência da sala comum.

Solicitação de Cuidador Educacional


O processo para solicitação do serviço de Cuidador deverá levar em consideração a
necessidade de o estudante receber auxílio para alimentação, mobilidade e higiene e deve
conter:

- Identificação da unidade escolar;

- CI de solicitação;

- Relatório avaliativo individualizado (avaliação pedagógica) realizado pela escola;


79

- Parecer técnico do(a) assessor (a) pedagógico(a) e da DRE;

- Ficha de matrícula do (s) aluno (s);

- Laudo médico.

A escola poderá enviar em um único processo (via e-mail) com a identificação de todos os
alunos matriculados que necessitam desse atendimento.

Solicitação de Atendimento Domiciliar


Têm direito a esse atendimento: alunos regularmente matriculados na rede estadual de
Ensino que fazem uso constante de respiração mecânica, que comprovem ter doenças
degenerativas em fase avançada, que estejam impossibilitados de se deslocarem até a unidade
escolar por motivo de doença, que comprovem impossibilidade de frequentar a escola por
tempo superior a seis meses ou mais. Esses casos, devido a tratamento que podem demandar
processo para Atendimento Domiciliar poderão realizar a solicitação que deverá conter:

- Identificação da unidade escolar;


- CI de solicitação;
- Parecer técnico do(a) assessor(a) pedagógico(a) e da DRE;
- Ficha de matrícula do(s) aluno(s);
- Laudo médico que comprove a necessidade de atendimento domiciliar pela impossibilidade
de frequentar a escola por mais de seis meses.

Solicitação de Intérprete de Libras

A unidade que receber matrículas de estudantes surdos ou com deficiência auditiva


que utilizem libras para comunicação, interação e aprendizagem poderá solicitar intérprete de
libras para atender ao estudante em sala de aula regular, e demandar processo para solicitação
de intérprete que deverá conter:

- Identificação da unidade escolar;


- CI de solicitação;
- Parecer técnico da assessoria pedagógica/DRE;
- Ficha de matrícula do(s) aluno(s);
- Ficha contendo o código da escola, nome completo da escola, matrícula do estudante, nome
completo do estudante, ano/série/turno;
80

- Laudo/avaliação.

Em caso de:
Solicitação - SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS
E-mail- recursos.multifuncionais@educacao.mt.gov.br

Solicitação de CUIDADOR EDUCACIONAL


E- mail- auxiliardeturma@educacao.mt.gov.br

Solicitação de INTÉRPRETE de LIBRAS/ INSTRUTOR SURDO


E- mail- interpretedelibras@educacao.mt.gov.br
Solicitação de ATENDIMENTO DOMICILIAR

E- mail- educacao.especial@educacao.mt.gov.br

Demais atendimentos e dúvidas encaminhar para o e-mail:


educacao.especial@educacao.mt.gov.br
81

9.4 Educação Escolar Indígena

Viva aceso, olhando e conhecendo o mundo que o rodeia,


aprendendo como um índio (...) seja um índio na sabedoria.

Darcy Ribeiro

A Superintendência de Diversidades – SUDI/SAGE/SEDUC-MT – tem como filosofia


promover a equidade em todos os campos da diversidade assegurando o direito à educação,
principalmente aos estudantes que se encontram nos lugares mais distantes dos centros urbanos,
82

bem como garantir, dentro do processo educacional, o respeito e a valorização dos sujeitos que
frequentam as Modalidades Especializadas.
A Modalidade Educação Escolar Indígena é normatizada pela Resolução N° 04/2019 -
CEE/MT, fundamentada nos princípios da igualdade social, da diferença, da especificidade, do
bilinguismo, do multilinguísmo e da interculturalidade. Ela é caracterizada pela afirmação das
identidades étnicas, pela recuperação das memórias históricas, pela valorização das línguas e
conhecimentos dos povos indígenas.
A atividade docente na Escola Indígena deve ser exercida prioritariamente por
professores indígenas, de preferência bilíngues, oriundos das respectivas etnias. A Escola
Indígena deve considerar a participação efetiva da comunidade na definição da forma, da
organização e da gestão de sua proposta pedagógica, das diferentes etapas e modalidades da
Educação Básica, levando em consideração:
I. as estruturas sociais de cada povo;

II. as práticas socioculturais e religiosas;

III. as formas de produção de conhecimento e os processos e métodos próprios de ensino-


aprendizagem;

IV. as atividades econômicas;

V. a construção e adequação da estrutura física das escolas, de maneira a atender aos interesses
das comunidades indígenas;

VI. o material didático-pedagógico produzido pelos estudantes e professores, de acordo com o


contexto sociocultural de cada povo indígena;

VII. a forma de gerenciamento e administração escolar, de acordo com sua realidade


sociocultural.

Neste sentido a Coordenadoria de Educação Escolar Indígena tem como missão


fortalecer a política da educação escolar indígena em consonância com as políticas
educacionais. Assim, este documento tem como finalidade orientar as Escolas Estaduais
Indígenas no que se refere às práticas pedagógicas desta modalidade com a intencionalidade de
contribuir com o trabalho da equipe gestora e o fazer pedagógico dos/as docentes. Estas
especificidades devem ser observadas em todas as fases da Educação Básica, a partir da análise,
compreensão dos documentos e temas abaixo descritos.
83

Referenciais Curriculares e PPP


O Projeto Político Pedagógico é a identidade institucional da escola e deve ser
elaborado com base na BNCC e no Documento de Referência Curricular para o Estado de Mato
Grosso (DRC/MT), nas Diretrizes Curriculares Nacionais para as Escolas Indígenas, nas
Orientações Curriculares de Mato Grosso e nos dispositivos legais estaduais. O PPP deve
compreender objetivos e metas qualitativas e quantitativas para cada etapa da Educação Básica,
respeitando as características próprias, especificidades étnico-culturais, a realidade
sociolinguística, os conteúdos curriculares indígenas e os modos próprios de constituição do
saber e da cultura indígena, com a participação da comunidade ou do povo indígena. A
avaliação do Projeto Político Pedagógico deve ocorrer no início do ano letivo devendo ser
inserido no Sistema SigEduca – Módulo GPO, quando for solicitado pela Seduc-MT, devendo
estar concatenado à legislação e aprovado perante a comunidade indígena.
O Regimento Escolar precisa expressar as necessidades da escola em relação aos
direitos e deveres, não só dos/as estudantes, mas de todos os/as integrantes do processo
educativo, com bases na legislação atual. É um documento que deve fazer parte do
planejamento, do conteúdo das aulas, deve ser estudado e ao mesmo tempo discutido, debatido
com toda a comunidade escolar.
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena, BNCC, o
Documento de Referência para o Estado de Mato Grosso e as Orientações Curriculares
do Estado de Mato Grosso para a Educação Escolar Indígena são documentos específicos
que norteiam a elaboração e reelaboração do PPP da Escola, principalmente no que concerne à
organização curricular.
A escola indígena partilha de diferentes espaços pedagógicos para além da sala de aula,
como a biblioteca, o laboratório de informática, a sala de leitura, a quadra de esporte, a horta, a
roça, o refeitório, o pátio da aldeia, os espaços de socialização da cultura, dentre outros,
escolares e étnicos que precisam ser legitimados como espaços de aprendizagem, e integrados
ao conhecimento escolar.

Matriz Curricular Indígena


As matrizes curriculares das escolas estaduais indígenas são diferenciadas, pois são
compostas pela Base Nacional Comum Curricular e uma Parte Diversificada, intitulada
Área de Ciências e Saberes Indígenas. O atendimento da COEI/SUDI às especificidades da
84

Educação Escolar Indígena se dá na prática pedagógica da Área de Conhecimento Ciências e


Saberes Indígenas e na Língua Materna, para toda Educação Básica, bem como nas estratégias
didáticas interculturais que coadunem com a aprendizagem nas demais áreas de conhecimento.
Neste documento, trataremos das especificidades da Modalidade Educação Escolar
Indígena no que tange à Parte Diversificada do currículo, com o intuito de valorizar os saberes
indígenas, o ensino nas línguas maternas, a identidade das comunidades atendidas e o
desenvolvimento das Habilidades e Competências dos estudantes, conforme o DRC/MT.

Calendário Escolar
É importante ressaltar que as escolas indígenas gozam de prerrogativas especiais na
organização de suas atividades escolares com calendários próprios, independentes do ano civil,
que respeitem as atividades econômicas, sociais, culturais e religiosas de cada comunidade e a
especificidade étnico-cultural de cada povo. Conforme a Resolução N° 04/2019 CEE/MT e a
Resolução N° 05/2012 CEB/CNE, entende-se que essas atividades poderão ser consideradas
letivas e de caráter presencial quando incluídas no PPP, e também inseridas no sistema
SigEduca, módulo GPE - calendário.

Avaliação
As avaliações devem considerar, além dos conhecimentos escolares, os saberes e
conhecimentos tradicionais, processos próprios de ensino e aprendizagem. Assim, a avaliação
busca valorizar as habilidades cognitivas, socioculturais e socioemocionais, tais como a
oralidade, as habilidades práticas, os valores culturais e de sustentabilidade, bem como o
envolvimento e o desempenho qualitativo nos diferentes ambientes educativos.
A unidade escolar deve prever em seu Regimento e no PPP os critérios utilizados na
avaliação, dando conhecimento à comunidade. Os Espaços e Tempos Pedagógicos devem ser
potencializados através da cultura do povo para que favoreçam a aprendizagem dos estudantes.
Diversificar as atividades pedagógicas requer mudanças nas práticas tradicionais de ensino e
muitas vezes reorganização dos espaços e horários. A Coordenação Pedagógica precisa ser o
agente articulador das ações e práticas desenvolvidas nos espaços da escola. Os Conselhos de
Classe são momentos para suscitar decisões a respeito do processo de ensino-aprendizagem;
estabelecer as necessidades e as propostas de intervenção pedagógica, com ações capazes de
garantir a proficiência do estudante.
85

Ciências e Saberes Indígenas


A inclusão da parte diversificada no currículo das escolas indígenas na Educação Básica
se delineia a partir das discussões em torno da realidade social e cultural dos povos indígenas,
com vistas ao reconhecimento, valorização da diversidade sociocultural e linguística,
garantindo autonomia e protagonismo dos conhecimentos ancestrais. A área denominada de
Ciências e Saberes Indígenas é constituída pelos Componentes Curriculares: Práticas
Culturais e Sustentabilidade, Praticas Agroecológicas e Tecnologias Indígenas.
A parte diversificada visa a potencialização da aprendizagem dos estudantes indígenas
a partir dos conhecimentos ancestrais das comunidades, somando às abordagens as outras áreas
do conhecimento (Linguagens, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Matemática). Nesse
sentido, esta parte do currículo visa colaborar com ações significativas que contribuam em
práticas de cidadania na inferência da realidade social. Esta forma de abordagem e ensino está
alicerçada na articulação dos conhecimentos acadêmicos e tradicionais (educação escolar e
educação indígena).
O conteúdo da Parte Diversificada e os da BNCC podem ser integrados a partir de temas
e objetos de conhecimento definidos em conjunto pelo corpo docente/comunidade.
A parte diversificada está presente em toda a Educação Básica. Esclarecemos ainda que
a cada PPP diferenciado e aprovado pelo Conselho Estadual de Educação e Conselho Indígena,
são inseridas no sistema SigEduca, módulo GER, novas matrizes, nas quais garantem esse
atendimento. A Língua Estrangeira Moderna (inglês) e Educação Física são componentes
curriculares obrigatórios.
As escolas urbanas ou campo que atendem Salas Anexas Indígenas também podem
trabalhar através das matrizes específicas indígenas com a devida autorização da SEDUC/MT.
86

Língua Materna Indígena

Na modalidade Educação Escolar Indígena, o ensino da Língua Materna Indígena


compõe o currículo das escolas como fundamento da educação específica e diferenciada. É um
componente curricular da área de Linguagens que deve ser ensinado por docente com
conhecimento e fluência da língua materna. Além disso, o trabalho com este componente deve
desenvolver o ensino e a aprendizagem na perspectiva interdisciplinar.
O contexto do ensino da língua materna compreende uma dinâmica dos processos de
contato. Portanto, temos uma grande diversidade situacional: povos que têm a língua indígena
como primeira língua; povos que têm a língua portuguesa dominante, mas que estão em
processo de retomada linguística; povos bilíngues e multilíngues. Têm-se ainda povos onde não
houve a finalização de convenção linguística, portanto, escreve de maneira variada. Sendo
assim, a Escola Indígena se torna lócus importante dos estudos, ensino e aprendizagem,
produção e reprodução das línguas indígenas.
87

A língua indígena neste componente curricular deverá ser a língua de instrução oral do
currículo. Chama-se de “língua de instrução” a língua utilizada na sala de aula para introduzir
conceitos, dar esclarecimentos e explicações. A língua indígena será, nesse caso, a língua
através da qual os docentes e os estudantes discutem os componentes curriculares. Esse tipo de
procedimento permite que os estudantes que têm pouco domínio do português possam aprender
melhor e mais rapidamente os novos conhecimentos (BRASIL, 1998).
Em 2022, inicia-se a Década Internacional das Línguas Indígenas (IDIL 2022-2032),
proclamada pela Unesco. A escola estadual indígena deverá promover através da hora-atividade
dos profissionais da educação discussões acerca da situação do ensino de língua materna.
Nestes encontros, a escola poderá elencar ações necessárias para melhoria do ensino e
aprendizagem da língua indígena, e que podem ser colocadas em prática no componente
curricular.

Educação de Jovens e Adultos nas Escolas Estaduais Indígenas (CARGA HORÁRIA


ETAPA)

A partir deste ano, as Escolas Estaduais Indígenas irão atender os estudantes da


modalidade EJA com a Carga Horária Etapa/Proficiência por componentes curriculares. Este
atendimento valoriza a presença, a frequência e a proficiência dos jovens e adultos indígenas,
minimizando os efeitos de eventuais ausências ou interrupções na trajetória educacional.
Na oferta do Atendimento por Carga Horária Etapa, o estudante indígena cursa as horas
definidas em conformidade com a carga horária prevista na matriz curricular. A oferta garante
flexibilidade de atendimento, possibilitando aos estudantes a conclusão dos componentes
curriculares/áreas de conhecimento previstos nas matrizes curriculares, independentemente do
ano letivo ou civil.
Na escola indígena, a EJA deve valorizar as atividades socioculturais, econômicas e
políticas nos contextos pedagógicos das áreas de conhecimento escolar, promover o
entrosamento entre os estudantes da Educação Básica com os estudantes da modalidade EJA,
no tocante à valorização dos ensinamentos da tradição, dos conhecimentos e da cultura
indígena, oportunizar a realização de atividades e vivências socializadoras, culturais,
recreativas e esportivas que promovam o desenvolvimento formativo.
O registro da frequência (presenças) dos estudantes, diferentes dos outros anos, passará
a ser inserido na Agenda, onde constará a data, o objeto de conhecimento e o tempo utilizado
88

para o desenvolvimento da aula. Os registros da avaliação pedagógica devem ser inseridos no


Relatório de Avaliação Descritiva, no SigEduca/GED e deve ser realizado pelo professor,
que, obrigatoriamente, detalhará as habilidades trabalhadas e os avanços de aprendizagem dos
estudantes. Outras observações deverão ser acompanhadas neste orientativo que trata da
Educação de Jovens e Adultos.

Ações de Fomento para produção de material didático e práticas pedagógicas específicas


e diferenciadas
As ações de fomento da Educação Escolar Indígena ocorrem através de seletivos e/ou
editais para fomento às práticas pedagógicas das Escolas Estaduais Indígenas, com foco na
produção de material didático específico e revitalização linguística.
Os editais têm por objeto selecionar projetos que busquem o fortalecimento da língua
materna e manutenção dos saberes tradicionais, de forma a refletir, não apenas sobre a
importância desses conhecimentos, mas, essencialmente, de como se inserem no contexto
escolar, sobretudo a partir da interculturalidade.

Laboratório de Aprendizagem Indígena


O Projeto “Articulador da Aprendizagem Indígena” é um caminho para superação das
dificuldades de aprendizagem. O público-alvo são os estudantes indígenas com dificuldades de
aprendizagem do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Os principais objetivos são:
promover a superação das dificuldades apresentadas pelos estudantes nas áreas de Linguagens
e Matemática; superar a Barreira Linguística e desenvolver habilidades e competências
conforme DRC/MT.

Novo Ensino Médio Indígena


Neste ano de 2022, o Novo Ensino Médio começa a ser ofertado em uma escola piloto,
com a ampliação para 1000 horas anuais, os componentes curriculares eletivos e o projeto de
vida. Em 2023, haverá a ampliação para demais escolas, conforme a Resolução N° 008/2021 -
CEE/MT. O conjunto da escola deve realizar estudos do DRC/MT em relação ao novo ensino
médio. Nesse sentido, é importante refletir sobre as mudanças e encontrar caminhos para que a
oferta esteja alinhada às especificidades da modalidade e necessidades formativas do povo.
89

9.5 Educação do Campo e Quilombola

MISSÃO DA COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO DO CAMPO/QUILOMBOLA:


A Coordenadoria de Educação do
Campo e Quilombola (COCQ), que compõe
a Superintendência de Diversidades (SUDI),
tem como missão coordenar a execução das
Políticas referentes à Educação do Campo e
Quilombola competindo-lhe:
I - Coordenar a implementação das
Diretrizes Curriculares para Educação do
Campo e Quilombola;

II - Orientar a elaboração do PPP nas


unidades escolares de Educação do Campo e Quilombola;

III - Elaborar intervenções pedagógicas a partir dos resultados das avaliações e fluxo escolar;

IV - Acompanhar a formação continuada para a educação do Campo e Quilombola;

V - Desenvolver e implementar as ações dos programas e projetos educacionais relacionados à


Educação do Campo e Quilombola;

VI - Coordenar a produção de material pedagógico para a Educação Escolar do Campo e


Quilombola.

Atendimento do público-alvo pela Coordenadoria


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Atendimento das Escolas do Campo/Quilombola

Parte Diversificada do Currículo: “Ciências e Saberes do Campo” e “Ciências e Saberes


Quilombola”

A Parte Diversificada no currículo é composta pelos componentes curriculares


“Ciências e Saberes do Campo” e “Ciências e Saberes Quilombola”, e vem justamente
complementar e enriquecer a Base Comum Curricular (BNCC), respeitando as características
regionais e locais de nossa sociedade. Isso não significa alterar o que já está previsto na BNCC
e sim inserir novos objetos de conhecimentos integrados a ela, que estejam de acordo com as
competências e habilidades já estabelecidas.
A parte diversificada é uma oportunidade para adequação dos currículos e práticas das
escolas do campo, permitindo que as Unidades do Ensino Público apresentem temas de
relevância social e cultural, contextualizados com a realidade dos seus estudantes e da
comunidade escolar como um todo.

Novo Ensino Médio nas Escolas do Campo e Quilombola:

A Superintendência de Diversidades, por meio da Coordenadoria do Campo e


Quilombola, seguirá a ofertar o atendimento do Estado no que se refere à implementação do
Novo Ensino Médio. O atendimento terá uma organização em dois eixos: Formação Geral
Básica e Itinerários Formativos (Projeto de Vida, Eletivas e Trilhas de Aprofundamento).
Para contribuir com a nova dinâmica desse modelo de aprendizagem, a coordenadoria
disponibilizará uma formação na plataforma COS, onde os professores poderão acessar
apresentações contextualizadas para a modalidade campo e quilombola.

CURSOS TÉCNICOS PROFISSIONALIZANTES

EPT - Educação Profissional e Tecnológica

- E.E Terra nova (município Terra Nova do Norte – técnico em Agroecologia)


- E.E Jaraguá (município de Água Boa – técnico em Agroecologia)
- E.E Dep. Oscar Soares (município de Alto Garças – técnico em Agropecuária)
As unidades escolares acima funcionam em regime integral por alternância e internato
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Educação Profissional e Tecnológica em tempo parcial


- E.E Djalma Carneiro (município de Comodoro – técnico em Agricultura/Senar)
- E.E Patriarca da Independência (município de Tangará da Serra – técnico em
Agricultura/UNEMAT)
A unidade escolar funcionará em regime de cooperação com instituições parceiras (SENAR -
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), (UNEMAT- Universidade do Estado de Mato
Grosso – Novo Ensino Médio)

Ensino Médio Integral


- EE Ministro Petrônio Portela Nunes
A unidade escolar funcionará em regime integral com carga horária de 1400 horas – atenderá o
Ensino Fundamental e Médio.

Educação de Jovens e Adultos - EJA


Superintendência de Diversidades, por meio da COCQ, ofertará a modalidade Educação
de Jovens e Adultos – EJA, em formato de Carga Horária Etapa – proficiência.
A principal mudança será em termos de registro de atividades, o qual será por agenda e
não diário eletrônico, via (SigEduca). Os registros inseridos na agenda computarão as horas
cursadas pelos estudantes. Outras orientações estão descritas no orientativo da Educação de
Jovens e Adultos, neste caderno de gestão.

Avaliação na Educação Escolar Campo/Quilombola

Na Educação do Campo/Quilombola, a avaliação seguirá a orientação proposta pela


Seduc/MT, acrescidas de práticas de avaliação que possibilitem o aprimoramento das ações
pedagógicas dos projetos educativos, da relação com a comunidade, da relação
professor/estudante e da gestão.
A avaliação do processo de ensino e aprendizagem na Educação do Campo / Quilombola
deve considerar também a oralidade como um dos instrumentos avaliativos, uma vez que a
história oral e a memória contribuem decisivamente para a formação e valorização da
identidade de um povo, por trazerem uma carga de culturas, crenças e valores éticos e morais
que servirão de sustentáculo para a construção da identidade que está em constante
transformação.
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Cadernos Pedagógicos da Educação do Campo e Quilombola

Os Cadernos Pedagógicos do Campo e Quilombola foram produzidos pela


Coordenadoria da Educação do Campo e Quilombola, da Superintendência de Diversidades
Educacionais. Considerando que a educação do campo e a educação quilombola possuem
especificidades pedagógicas, garantidas por leis federais e estaduais, é fundamental que o
trabalho desenvolvido pelos profissionais inseridos nesses espaços considere as realidades das
comunidades dos estudantes. Ambos são disponibilizados no site da SEDUC/MT e/ou por e-
mail, de acordo com a solicitação da unidade escolar

Produtos da Coordenadoria do Campo e Quilombola

A Coordenadoria de Educação do Campo e Quilombola desenvolve os seguintes


produtos para o fortalecimento das escolas que atendem essa modalidade de ensino.

Projeto Horta e Educação Ambiental e Sustentabilidade:

A implementação de hortas escolares


e o projeto ambiental e sustentabilidade tem
como objetivos serem ferramentas
pedagógicas para consolidar e aprofundar a
formação integral dos estudantes, ampliando
habilidades e competências que favorecem a
autonomia, a cidadania, a construção do
projeto de vida e a qualificação para o
mercado de trabalho.
Para um bom desenvolvimento dos projetos, todos os componentes curriculares devem
estar inseridos na proposta pedagógica.
O projeto horta está sendo desenvolvido com o financiamento da Cooperação técnica entre
a SEDUC/MT e Secretaria Estadual de Agricultura Familiar – SEAF/MT, contemplando 151
escolas da rede pública de ensino do estado de Mato Grosso, nas modalidades campo / quilombola/
indígena / urbanas / baixada cuiabana/ unidades escolares, no ano de 2021/2022. E o projeto
educação Ambiental com o financiamento da Seduc/MT que comtempla 40 escolas do Campo.
Contatos: projetohorta@educacao.mt.gov.br / projetosambientais@educacao.mt.gov.br
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Caderno Horta Pedagógica

O caderno horta pedagógica foi produzido pela Coordenadoria de Educação do Campo/


Quilombola com o objetivo de contribuir com múltiplas abordagens no que tange à horta escolar
como eixo integrador de unidade, confiança, estímulo, cooperação e harmonia.
Como instrumento pedagógico, tem a proposta de favorecer a formação integral dos
estudantes nos componentes curriculares da Base Nacional Comum Curricular e a Parte
Diversificada à medida que subsidia a organização pedagógica, de modo a atender aos anseios
e singularidades locais e regionais das comunidades do campo e quilombolas, ressignificando
e fortalecendo a aprendizagem e, por consequência, os saberes próprios dessas comunidades
que, em muitos casos, dependem do solo como prática agrícola.

WEBFORMAÇÃO DA EDUCAÇÃO DO CAMPO E QUILOMBOLA

A Webformação da educação do campo e quilombola foi realizada de forma online em


2021 e está disponível na plataforma COS para todos os profissionais da educação. Todos os
profissionais do campo e quilombola devem refletir sobre a Parte Diversificada no currículo e
contribuir para efetivá-la no cotidiano da escola.
Diante da necessidade de aprofundar essa reflexão, a Coordenadoria elaborou uma
formação via web sobre a Parte Diversificada no currículo das escolas do campo e quilombola
e além dessa discussão, temas como o racismo, as salas multi, o novo ensino médio fizeram
parte da formação que, além disso, abordou os projetos que estão sendo desenvolvidos pelas
unidades escolares.
Webformação: http://ead.seduc.mt.gov.br/login/index.php
Contato: formacaocampoquilombola@educacao.mt.gov.br

Escola da Terra – MT 2020/2021


O Programa de Formação continuada Escola da Terra foi instituído conforme Portaria
nº 579 de 02 de julho de 2013, pelo Ministério de Estado de Educação, considerando o Decreto
nº 7.352 de 04 de novembro de 2010, que dispõe sobre a Política de Educação do Campo, e
tendo em vista a Portaria MEC nº 86 de 1º de fevereiro de 2013, que instituiu o Programa
Nacional de Educação do Campo – PRONACAMPO.
Os principais objetivos do Programa Escola da Terra são: promover a formação
continuada de professores, oferecer recursos didáticos e pedagógicos que atendam às
especificidades formativas das populações do campo.
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Contatos: luzineia.alencar@educacao.mt.gov.br / marcelo.junior@educacao.mt.gov.br

Fortalecimento da Base Técnica das escolas agrícolas

O projeto de Fortalecimento da base técnica das Escolas Agrícolas e EE Jaraguá e E.E.


Terra Nova, tem como objetivos dar suporte para atividades agroecológicas, práticas
necessárias para manutenção das unidades escolares, de modo a auxiliar o processo de ensino-
aprendizagem dos estudantes e problematizar conhecimentos teóricos que fundamentam os
princípios da Agroecologia.
As propostas das unidades escolares possibilitarão o Protagonismo Juvenil e o
Empreendedorismo por parte dos estudantes, ofertando uma proposta pedagógica que desafia a
prática constante de ação-reflexão-ação.

Agropec 4.0
O objetivo do projeto é implementar e implantar 15 Escolas Estaduais do Campo
Agropec 4.0, uma por polo de Diretoria Regional Educacional e fortalecer as atividades
econômicas predominantes de cada região que corresponda às escolas do campo.

Nucleação
O processo de nucleação escolar, ou criação de escolas-polo, consiste num
reordenamento de turmas em salas anexas dispersas e o redirecionamento dos estudantes e
professores para escolas maiores do próprio meio rural em outras comunidades, através da
adoção do método unisseriado de organização das turmas.
Os objetivos do projeto consistem em oferecer condições mais propícias a uma prática
pedagógica, na qual favoreça o intercâmbio, as interações de experiências e os conhecimentos
dos estudantes, bem como a garantia do acesso e a permanência deles em turmas
unisseriadas/anos.

Rendimento de Aplicação Financeira (RAF) do EMIEP


O projeto visa equipar a Escola Estadual Terra Nova – Município de Terra Nova do
Norte – e a Escola Estadual Jaraguá – Município de Água Boa – que são Escolas de Ensino
Médio Integrado à Educação Profissional de Agroecologia.
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Projeto de valorização dos Saberes Quilombolas


A educação Escolar Quilombola fundamenta-se nos documentos oficiais de referência,
e se baseia em um fazer pedagógico que considera os elementos da cultura negra africana, as
reminiscências, o saber e o fazer das comunidades quilombolas, pautada nas Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola, na lei 10.639/03 e nas Orientações
Curriculares para a Educação das Relações Étnico Raciais e para o ensino da história e cultura
africana e afro-brasileira, nas escolas dos territórios quilombolas.
Visando garantir as especificidades próprias para a educação escolar quilombola e
assegurar os direitos de aprendizagens dos estudantes desta modalidade de ensino, as escolas
quilombolas receberam um recurso financeiro no ano de 2021, para implementação e compra
de materiais que subsidiarão os projetos e atividades das escolas que ofertam essa modalidade.

Projeto de valorização dos Saberes Quilombolas - Quintal Agroecológico


O Projeto Quintal Agroecológico da E. E. Cafenorte, município de Colíder, é uma
iniciativa que envolve toda a equipe escolar e comunidade, e visa oferecer aos estudantes
oportunidades de reflexão pedagógica, contribuindo para que eles desenvolvam a capacidade
de compreensão dos ramos científicos e tecnológicos, e atuem com êxito no mundo em que
vivem.
Dentre os objetivos estão: incentivo à agricultura familiar através de parceria entre
escola, comunidade local, Secretaria de Agricultura e instituições parceiras; Articulação teoria
e prática por meio da disciplina Ciências e Saberes do Campo, buscando o engajamento no
projeto de todos os profissionais da escola, alunos e comunidade escolar e ampliando o papel
educativo nos processos de desenvolvimento rural sustentável; Fomento da produção
sustentável com participação da comunidade, de modo que todos possam se beneficiar desta
produção.

Laboratório de Aprendizagem
O Laboratório de Aprendizagem, implantado nas Unidades Escolares da Rede Estadual
de ensino, visa contribuir com o avanço no processo de aprendizagem do estudante,
assegurando às crianças e adolescentes a oportunidade de efetivarem seus estudos com êxito.
Assim, é parte integrante da comunidade escolar, não sendo caracterizado como uma
“sala de reforço”, mas um espaço para alcançar significativas transformações na ação
pedagógica e no efetivo aprendizado do estudante. Constitui-se em um local singular que
96

proporciona aos estudantes distintas possibilidades para desenvolver atividades que envolvam
o processo de alfabetização.
Todos os anos é publicada a portaria para a efetivação do Laboratório de Aprendizagem
no Diário Oficial, pontuando os documentos e os processos necessários para que a escola tenha
o Laboratório e o Articulador de Aprendizagem nas escolas do campo e quilombola.

Contato: educampo@educacao.mt.gov.br

Biblioteca Integradora /Laboratório de Ciências da Natureza e Matemática

A Portaria Nº 676/2021/GS/SEDUC/MT, que dispõe sobre o processo de atribuição de


cargos e funções dos Profissionais e Unidades Especializadas, trata da disponibilidade de
contratação de 01(um) profissional de 30 horas para o atendimento da Biblioteca Integradora /
Laboratório de Ciências da Natureza e Matemática. Para tanto, seguindo a portaria, as unidades
escolares enviaram os projetos, juntamente com os pareceres do CDCE / Assessoria
Pedagógica, comprovando a presença do espaço físico. Os projetos, quando aprovados, foram
encaminhados para a posterior liberação de vagas e efetivação da contratação do profissional
para atender à demanda.

Contatos da Coordenadoria de Educação a do Campo e Quilombola

Telefone: 3613 /2514

E-mail: educampo@educacao.mt.gov.br
97

10 REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação, Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, MEC/SE,


1997.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.

BRASIL. Temas Contemporâneos Transversais na BNCC: Contexto Histórico e Pressupostos


Pedagógicos,2019.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB 9394/96).

MATO GROSSO. Documento de Referência Curricular para o Estado de Mato Grosso –


DRC/MT, 2018.
MATO GROSSO. Lei complementar nº 50, de 1º de outubro de 1998.

MATO GROSSO. Portaria nº 676/2021/GS/SEDUC/MT.

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