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I – Contexto histórico das Constituições analisadas

Para facilitar esta análise comparativa é importante referir o percurso histórico


que levou à origem destas duas constituições.
Em Portugal o constitucionalismo começa com a revolução de 1820 onde o
monarca foi obrigado a jurar um decreto em que se encontravam as bases da
nova Lei Fundamental, inspiradas principalmente pelas constituições de Cádis e
Francesa, tendo o exercício do poder constituinte sido concluído com a
aprovação do documento final pelas Cortes de 1822.
Contudo este documento vigorou por pouco tempo, o rei D. João VI dissolve as
cortes e é nomeada uma Junta que se ocuparia de elaborar a Carta
Constitucional5. Carta essa que limitava os poderes do monarca.
Com a revolução Setembrista em 1836, a Carta Constitucional anteriormente
aprovada é abolida e substituída em 1838 por uma constituição inspirada na
Constituição Francesa Orleanista.
Em 1910, após a instauração da República, surge uma nova Constituição6. Uma
Constituição Republicana sem qualquer tipo de caráter democrático ou
representativo.
Em 1933 com a ditadura chega uma nova Lei Fundamental que teve a sua
vigência até à chamada Revolução dos Cravos ocorrida a 25 de abril de 1974.
Em 1976 entra em vigor a Constituição da República Portuguesa que se mantém
em vigor até aos dias de hoje tendo sofrido até ao momento 7 revisões
constitucionais.
Tal como foi aprendido em sede de aulas e de acordo com a definição família
jurídica consiste num conjunto de sistemas jurídicos dotados de afinidade
técnico-jurídica, ideológica e cultural representativo de determinado conceito de

5 A Carta Constitucional é outorgada em 1826 e tem como inspiração a Carta Constitucional Brasileira de 1824
6 1911
3
Direito.
Assim sendo uma constituição que consagra os direitos e liberdades
fundamentais recebendo influencias do modelo francês7 e alemão8como a
Constituição Portuguesa pertence à família jurídica romano-germânica.

No que diz respeito à Constituição Americana tem o seu início com a


Declaração de Independência em 1776 onde 13 colónias britânicas se proclamam
como Estados livres e independentes por considerarem excessiva a tributação
imposta pelo monarca inglês sem o consentimento dos colonos9. Com a referida
Declaração é constituída em 1777 uma Confederação desprovida de poderes
executivo e judiciário centrais bem como sem autoridade para cobrar impostos.
Com a crise causada pela guerra e pelas limitações aprovadas pela Confederação
leva a que 12 delegados de Estados se reunissem numa convenção em Filadélfia
de onde surgiu a Constituição dos Estados Unidos da América em 178710.
Tendo em conta a definição dada anteriormente do conceito de família jurídica
podemos dizer que por se tratar de uma antiga colónia britânica e devido aos
colonos serem maioritariamente de origem inglesa o que levava a que a cultura, o
direito e a língua inglesa se encontrarem bastante enraizadas os Estados Unidos
da América adotaram a família jurídica de Common Law, como é referido pelo
Professor Dário Moura Vicente “há uma maior afinidade entre os Direitos inglês e dos
Estados Unidos”11

7 Destaca-se o Regime de eleição e competências do Presidente da República


8 Destaco no Direitos Liberdades e Garantias e no sistema de fiscalização de constitucionalidade.
9 Violação do princípio no taxation whithout representation
10 Para entrar em vigor foi exigida a ratificação de pelo menos 9 Estados. Tendo-se verificado essa ratificação em

1788
11 Dário Moura Vicente, Direito Comparado, volume I, 2020, página 287

4
II – Análise das Constituições

Após este breve contexto histórico julgo estarem reunidas as condições para se
estabelecer uma análise comparativa entre a Constituição da República
Portuguesa e a Constituição dos Estados Unidos da América.
Para esta análise irei usar a grelha comparativa descrita no quadro 1.

Classificação
Instrumental ou
Constituições a atendendo ao Classificação
Não
analisar processo de Ontológica
Instrumental
alteração

Constituição
Instrumental Hiper-rígida Normativa
Portuguesa

Constituição dos
Estados Unidos da Instrumental Rígida Normativa
América

Quadro 1

Tal como o quadro 1 ilustra a Constituição da República Portuguesa é uma


constituição instrumental. Tendo como base o conceito de que uma constituição
instrumental é uma constituição onde estão reunidos os princípios e normas
constitucionais num único texto.
No que diz respeito ao critério utilizado para análise do processo de alteração
das normas a nossa Constituição é uma constituição muito rígida porque para
além do procedimento especial e agravado para a alteração das normas existem
ainda limites temporais (expresso no artigo 284 nº 1 da CRP) e materiais
5
acrescidos (expressos no artigo 288 da CRP).
Analisando agora a última classificação definida na tabela comparativa, a
Constituição Portuguesa é uma constituição normativa. As suas normas regulam
o processo político e o processo político ajusta-se a essas normas, garantindo
desta forma os direitos fundamentais dos cidadãos e limitando o poder político.
Existe uma relação de concordância entre o conteúdo das normas e a realidade
que é regulada.

Quanto à Constituição dos Estados Unidos da América, tal como a tabela


comparativa ilustra é uma constituição instrumental. Embora seja uma
constituição com apenas 7 artigos e existam emendas12a sua essência esta
expressa essencialmente num único documento.
Estas emendas começaram a surgir logo em 1789 porque inicialmente esta
Constituição não previa direitos individuais. Com as primeiras 10 emendas13
passaram a constar na Constituição direitos tão importantes como:
1ªEmenda: liberdade de culto, de palavra, de imprensa, de reunião e de
associação;
2ªEmenda: direito de uso e porte de arma;
3ªEmenda: proibição de aboletamento de soldados em tempo de paz sem o
consentimento do proprietário;
4ªEmenda: inviolabilidade do domicílio;
5ªEmenda:
6ªEmenda: garantias do processo penal;
7ªEmenda:
8ªEmenda: limites às penas criminais;
9ªEmenda: clausula aberta14;
10ªEmenda: os cidadãos gozam de todos os direitos que não lhes sejam

12 Na versão inicial a Constituição Americana não previa direitos individuais


13
Conhecidos por Bill of Rights onde estão definidos os direitos básicos do cidadão
14 Ideia de que o governo federal está limitado aos poderes conferidos na constituição

6
expressamente vedados.
Posteriormente ainda foram criadas mais 17Emendas adicionais, que podem, em
alguns casos, ter correspondência com Artigos presentes na Constituição
Portuguesa como por exemplo a 13ª Emenda que veio proibir a escravatura ou a
15ª Emenda que garante o direito de voto independentemente da cor e da raça,
mas como nada tem a ver com a Bill of Rights, neste trabalho optei por não as
considerar.
Assim em relação ainda às 10 Emendas referentes à Bill of Rights e tratando-se
esta disciplina de uma disciplina comparativa irei tentar estabelecer um
paralelismo com os artigos que constam na Constituição da República
Portuguesa através do quadro 2:

Emendas – Constituição dos Artigos correspondentes na CRP


EUA
Artigo 37 - Direitos Liberdade e Garantias
no que diz respeito à Liberdade de
expressão e informação;
Artigo 38 - Direitos Liberdade e Garantias
no que diz respeito à Liberdade de
imprensa e meios de comunicação social;
1ªEmenda - liberdade de culto,
Artigo 41 - Direitos Liberdade e Garantias
de palavra, de imprensa, de
no que diz respeito à Liberdade de
reunião e de associação
consciência, de religião e de culto;
Artigo 45 - Direitos Liberdade e Garantias
no que diz respeito ao Direito de reunião e
manifestação;
Artigo 46 - Direitos Liberdade e Garantias
no que diz respeito à Liberdade de

7
associação;
Sendo que em Portugal existe uma doutrina
muito forte no que diz respeito aos direitos
2ªEmenda - direito de uso e de personalidade principalmente no que diz
porte de arma respeito ao Direito à vida conforme consta
dos artigos 24 da CRP15, este aditamento
não dispõe de correspondência
3ª Emenda - proibição de Após análise exaustiva não encontrei
aboletamento de soldados em nenhuma correspondência na nossa lei para
tempo de paz sem o este aditamento
consentimento do proprietário
Artigo 34 - Direitos Liberdade e Garantias
4ªEmenda - inviolabilidade do
no que diz respeito à Inviolabilidade do
domicílio
domicílio e da correspondência
5ªEmenda Embora julgue que não exista uma
6ªEmenda garantias do correspondência direta com este
7ªEmenda processo penal aditamento, analisando a nossa
Constituição enumero os artigos que penso
serem os que mais se aproximam:

Artigo 27 - Direitos Liberdade e Garantias


no que diz respeito ao Direito à liberdade e
segurança;
Artigo 28 - Direitos Liberdade e Garantias
no que diz respeito à Prisão preventiva;
Artigo 29 - Direitos Liberdade e Garantias
no que diz respeito à Aplicação da lei

15
Embora esta análise seja apenas às constituições Portuguesa e Americana, no nosso ordenamento jurídico no
que diz respeito ao Direito à Vida não posso deixar de referir o artigo 70 nº 1 do CC
8
criminal;
Artigo 30 - Direitos Liberdade e Garantias
no que diz respeito aos Limites das penas e
das medidas de segurança;
Artigo 31 - Direitos Liberdade e Garantias
no que diz respeito ao Habeas corpus;
Artigo 32 - Direitos Liberdade e Garantias
no que diz respeito às Garantias de
processo criminal;
Julgo que este Aditamento não tem uma
correspondência direta com nenhum artigo
sendo que o artigo abaixo indicado é o mais
8ª Emenda - limites às penas aproximado:
criminais Artigo 25 nº 2 - Direitos Liberdade e
Garantias no que diz respeito ao Direito à
integridade pessoal (proibição de tortura,
penas cruéis e desumanas)
Por Portugal não ser um estado federado
9ª Emenda - clausula aberta não considero que exista alguma
correspondência com a nossa CRP
Artigo 12 – Princípios Gerais no que diz
10ª Emenda - os cidadãos gozam
respeito ao Princípio da universalidade;
de todos os direitos que não lhes
Artigo 13 - Princípios Gerais no que diz
sejam expressamente vedados
respeito ao Princípio da igualdade;
Quadro 2

No que diz respeito ao seu carater rígido a revisão ou alteração das normas na
Constituição Americana esta dependente de um procedimento especial e
agravado de revisão não dispondo o Presidente da República de direito de veto
9
sobre as emendas que forem aprovadas (só pode ser alterada através de um
processo especial que exige a maioria de 2/3 dos votos dos membros de cada
uma das Câmaras do Congresso e a ratificação de 3/4 dos estados federados
sendo que em certas matérias não é sequer possível a revisão).
Este processo de revisão ou alteração das normas torna-se muito difícil e
complexo e leva à exigência de um consenso bipartidário.
Por último e tendo por base a nossa tabela comparativa, a Constituição Norte-
americana é uma constituição normativa onde se incluem normas sobre
organização e funcionamento das instituições políticas (através do princípio da
separação de poderes). É um documento que visa repartir as funções pelos
órgãos do Estado procurando através dos checks and balances garantir a separação
de poderes. Incluem-se ainda normas que permitem assegurar os direitos
fundamentais dos cidadãos através das emendas que já foram referidas
anteriormente.

10
III – Análise dos Sistemas de Governo

Não fazendo parte da tabela comparativa presente no quadro 1, ao longo da


realização deste trabalho deparei-me com a necessidade de falar sobre os
sistemas políticos existentes nestas Constituições, uma vez que são as
Constituições que determinam o sistema de governo existente em cada país.
Assim tentarei neste breve capítulo fazer uma comparação entre os dois sistemas
de governo constantes das duas Constituições.

Sistema de Governo Português


Após o 25 de abril e com Portugal a assentar num Estado Social de democracia
representativa com a Constituição da República Portuguesa de 1976 veio o
sistema de governo semipresidencialista embora alguns autores considerem ser
um sistema de governo de base parlamentar16.
Este Sistema de governo caracteriza-se por: o presidente ser o Chefe de Estado,
eleito por sufrágio universal e poder exercer alguns poderes significativos como
por exemplo o poder de declarar o estado de emergência, previsto no artigo nº
134 da CRP, de nomear o primeiro-ministro (artigo 133/f CRP) ou de proceder
à demissão do governo (artigo 133/g CRP), de promulgar atos legislativos e
ratificar convenções internacionais (artigo 134/b CRP), de chefia militar e
comando das Forças Armadas (artigo 134/a CRP) entre outros.
O Governo, que tem no Primeiro-ministro o Chefe de Governo, é duplamente
responsável perante a Assembleia da República17e perante o Presidente da
República18 que o pode demitir quando esteja em causa o regular funcionamento
das instituições, conforme se encontra previsto no artigo 195/2 da CRP.

16 Referimo-nos ao professor José de Melo Alexandrino, Lições de Direito Constitucional, volume II, 2018,
página 193.
17Além de poder aprovar uma moção de censura ao Governo, conforme previsto no artigo 194/1 da CRP, a

Assembleia da República pode fazer cessar as funções do governo caso reprove o Programa do Governo.
18 Além de poder demitir o governo o Presidente pode ainda dissolver a Assembleia da República de acordo com

o artigo 133/e da CRP


11
Em Portugal os poderes separam-se por19: Poder Legislativo pertencente à
Assembleia da República, Poder Executivo que se encontra nas mãos do
Governo e Poder Judicial está atribuído aos tribunais, em questões de
constitucionalidade os tribunais portugueses tem competência para conhecer e
decidir, mas as suas decisões podem ser alvo de recurso para o Tribunal
Constitucional.

Sistema de Governo Norte-americano


No sistema de governo Norte-americano, encontra-se muito vincado a
tripartição de poderes defendida por Montesquieu20. Os poderes dividem-se em
legislativo, executivo e judicial produzindo atos referentes à sua função, mas
podendo interferir nos atos dos outros órgãos21impedindo a concentração do
poder.
O sistema de governo é um sistema presidencialista e define-se por: o presidente
deter o poder executivo. É eleito por quatro anos por um colégio eleitoral
constituído por senadores e representantes de cada estado no congresso.
Neste sistema não existe a figura de Primeiro-ministro, sendo o presidente
simultaneamente o chefe de estado e chefe de governo.
O Presidente tem poderes significativos tais como, não depender da confiança
do congresso para que possa exercer as suas funções, mas também não dispõe de
poder de dissolver o congresso (existe uma independência entre os dois órgãos
obrigando-os, embora possam existir divergências entre eles, a governar em
comum).
O poder legislativo nos EUA está atribuído a duas Câmaras do Congresso22.

19 Existem autores que referem ainda um poder moderador pertencente ao Presidente da República, mas ao qual
não irei fazer referência.
20 Para Montesquieu só o poder poderia limitar o poder sendo que no estado deveria existir a separação de

poderes em três para que cada um tivesse a faculdade de estatuir sobre matérias da sua competência, mas também
impedir atos praticados pelos outros poderes.
21 Mecanismo de checks and balances referido no final do capítulo anterior
22Câmara dos senadores onde cada estado tem igual representação. Cada estado encontra-se representado por

dois senadores e dos representantes que representa o povo e onde os seus membros se encontram distribuídos
proporcionalmente pelo número de população de cada estado.
12
Tanto o poder Legislativo como o poder executivo têm o poder de nomear os
juízes federais.
O poder judicial encontra-se atribuído aos tribunais23 que dispõem de amplos
poderes de controlo da atividade legislativa e administrativa.

23 Supremo tribunal e tribunais inferiores definidos pelo congresso. Os juízes são investidos nas suas funções
vitaliciamente.
13
Conclusão

Com base na análise efetuada nos capítulos anteriores estamos agora aptos a
estabelecer uma comparação entre estas duas constituições.
Desde já é conveniente frisar que estamos perante um estudo comparativo de
duas leis fundamentais de países com sociedades distintas em bastantes aspectos
reflectindo-se por exemplo na forma como os tribunais são chamados a intervir
para solucionar determinados tipos de casos.

Após esta breve explicação passaremos então à conclusão chegada após o estudo
destas duas constituições.

No que diz respeito ao contexto histórico tanto a constituição americana como a


portuguesa partem de revoluções. Enquanto a constituição portuguesa de 1976
surge com a queda de uma ditadura e a criação de uma constituição influenciada
pela constituição francesa e alemã a constituição americana surge-nos de uma
declaração de independência exprimida por treze antigas colónias britânicas que
reivindicaram a sua independência por considerarem excessiva a tributação
imposta pelo monarca britânico. No entanto, mesmo com a independência
optaram por manter as influências do modelo de Common Law presente no
direito Inglês derivado aos colonos serem maioritariamente ingleses e devido ao
uso do idioma Inglês.
Ambas são constituições escritas e encontram-se no topo da hierarquia das
fontes de direito. São também constituições instrumentais, embora no caso da
constituição americana existirem diversas emendas a sua essência encontra-se
num único documento24.
As primeiras emendas que surgem na constituição americana surgem com a ideia

24 Enquanto a constituição portuguesa encontra-se num único texto com 296 artigos a constituição americana
resume-se a 7 artigos tendo posteriormente sido criadas emendas.
14
de garantir os direitos fundamentais25 que contrariamente à constituição
portuguesa não se encontram no texto da constituição.
No que diz respeito ao processo de alteração das normas podemos dizer que
ambas as constituições têm regras que as tornam bastante rígidas. Já no que diz
respeito à revisão das constituições e tal como foi explanado na análise elaborada
neste trabalho a constituição portuguesa limita temporalmente e materialmente a
sua revisão, não sendo possível através de uma revisão constitucional modificar
toda a constituição, já a constituição americana exige no processo de alteração
um consenso partidário difícil de alcançar exigindo uma maioria de 2/3 dos
votos dos membros de cada Câmara e a ratificação por 3/4 dos estados
federados tornando difícil essa revisão.
Ambas as constituições são normativas, regulam e limitam o poder político.

Como até agora foi concluído embora com pequenas diferenças as duas
constituições são muito similares.

A maior diferença surge nos sistemas políticos destes países. O sistema de


governo português assenta num governo de base parlamentar onde existe um
presidente que é o chefe de estado com poderes significativos, um primeiro-
ministro que é o chefe de governo (o Primeiro-ministro é duplamente
responsável perante a Assembleia da Republica e o Presidente) e uma
Assembleia da República. Já no caso americano assenta num sistema de governo
presidencialista em que o presidente é simultaneamente o chefe de estado e de
governo não existindo a figura de primeiro-ministro, existem ainda duas Câmaras
(a dos senadores e a dos representantes).
Tal como o presidente português o presidente norte-americano goza de poderes
significativos mas mais amplos.

25 Os direitos consagrados na Bill of Rights estão mais sujeitos à interpretação que os tribunais fazem do
documento (tornando esses direitos mais incertos – como a pena de morte ainda continuar a existir) do que os
direitos consagrados na Constituição da República Portuguesa.
15
No que diz respeito à separação de poderes tanto a Constituição Portuguesa
como a Americana tiveram em conta a necessidade da existência dessa separação
encontrando-se dividida por poder executivo26, legislativo27 e judicial28.
Os tribunais portugueses tem competências para conhecer e decidir, mas as suas
decisões podem ser alvo de recurso para Tribunal Constitucional enquanto os
tribunais americanos em que os juízes são investidos vitaliciamente dispõem de
controlo da atividade legislativa e administrativa.

Após esta breve conclusão julgo não ser possível estabelecer uma analise de qual
a constituição mais completa, uma vez que em cada uma delas existem pontos
fortes e fracos em relação à outra o que tornaria muito difícil e até ingrato
designar nesta conclusão qual seria a “melhor” constituição visto que uma é a lei
fundamental de um país e outra a lei fundamental de um conjunto de estados.

26 Em Portugal esta concentrado nas mãos do governo. Nos Estados Unidos encontra-se nas mãos do Presidente
27 Em Portugal é da competência da Assembleia da República. Nos Estados Unidos esta nas mãos de uma
câmara bicamaral (Câmara dos Senadores e dos Representantes)
28 Nas mãos dos tribunais

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Bibliografia

Alexandrino, José de Melo, Lições de Direito Constitucional, volume I,

3ª edição, Lisboa, AAFDL, 2017.

Alexandrino, José de Melo, Lições de Direito Constitucional, volume II,

3ª edição, Lisboa, AAFDL, 2018.

Vicente, Dário Moura, Direito Comparado, volume I, 4ª edição, Lisboa,

AAFDL, 2020.

Almeida, Carlos Ferreira e Carvalho, Jorge Morais, Introdução ao Direito

Comparado, 3ª edição, Coimbra, Almedina, 2019.

Morais, Carlos Blanco, O Sistema Político no contexto da erosão da

democracia representativa, Coimbra, Almedina, 2017

Portugal, Constituição da República Portuguesa, 6ª edição, Almedina,

2019.

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