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A certificação não impõe sozinha a qualidade no produto orgânico, mas, sim, a comprovação de
que sua produção seguiu técnicas de cultivo sem agressão à natureza, o que não exclui
automaticamente a responsabilidade do comerciante em arcar com o pagamento dos seus
fornecedores rurais.
30/5/2019
Dando seguimento ao tema da certificação orgânica, vamos tratar das responsabilidades que os
integrantes da cadeia da produção orgânica possuem e as eventuais sanções que podem sofrer.
Segundo a lei 10.831/03, tanto produtores, quanto distribuidores, comerciantes e as próprias
entidades certificadores têm responsabilidade pela qualidade relativa às características
regulamentadas para produtos orgânicos.
Isso significa que esses atores da cadeia de produção devem zelar para que o produto orgânico
atenda aos critérios determinados nos atos regulamentares expedidos pelo Ministério da
Agricultura, de modo que, a princípio, se não houver regulamentação para determinada produção
orgânica específica, a responsabilidade pela qualidade não poderia ser invocada.
Podemos trazer as mais comuns, e que afetam a vida de consumidores e comerciantes. Para
aquele que faça propaganda, publicidade ou apresentação de produto que contenha
denominação, símbolo, desenho, figura ou qualquer indicação que possa induzir a erro ou
equívoco quanto à origem, natureza, qualidade orgânica do produto ou atribuir características ou
qualidades que não possua, poderá haverá advertência, recolhimento do produto e aplicação de
multa. As mesmas sanções são aplicadas para aquele que comercializar produto que se afirme
orgânico sem certificação.
Um último ponto deve ser debatido: a qualidade do produtor orgânico. Já se sabe que o
comerciante que adquiriu o
produto também tem responsabilidade sobre a origem e sobre a qualidade daquilo que vende.
Daí porque se, for comprovada a fraude na certificação ou origem do produto adquirido, o
comerciante tem direito ao ressarcimento
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informativo e danos que sofreu em face do produtor.
Contudo, quando se trata da qualidade de alimentos orgânicos é alta a probabilidade de que o
alimento poderá ter qualidade reduzida em alguns itens, devendo as partes entabularem
contrato de fornecimento dos alimentos orgânicos com porcentagem mínima de qualidade. Para
além disso, se não houver tal tipo de acordo, não poderá o comerciante deixar de pagar o
produto já fornecido tendo por base sua suposta “má-qualidade”, e isso é o que tem entendido a
1ª Turma Recursal do Paraná,2 que já condenou comerciante a arcar com indenização por danos
materiais e danos morais para produtora de orgânicos.
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