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PARTE I

CÁLCULO DIFERENCIAL VETORIAL

1 – INTRODUÇÃO

Neste capítulo estaremos interessados em estudar funções escalares e vetoriais.


Existem boas razões para se fazer isto: diversos fenômenos físicos são descritos
matematicamente por funções escalares ou vetoriais.
O estudo dessas funções requer o conhecimento de funções de diversas variáveis
e suas derivadas parciais; a parte vetorial não demanda conceitos além daqueles já
estudados na disciplina de Geometria Analítica e Vetores.
Uma função escalar de diversas variáveis define um campo escalar em uma
região ou em uma superfície ou mesmo ao longo de uma curva no espaço. O campo de
temperatura em um corpo, ou em uma sala, é um exemplo de campo escalar. O campo
de pressão atmosférica é outro exemplo deste tipo de campo. Além de ser função da
posição, este campo pode ser dependente do tempo, ou, eventualmente, de outros
parâmetros. As funções escalares são usualmente escritas, em coordenadas cartesianas,
em várias formas:

f ( x , y, z) , φ( x , y, z) , V ( x , y, z) (1)

Por exemplo, o campo de temperatura de uma sala poderia ser expresso por:

T ( x , y, z) = 2 x + y + 3z + 273 (2)

Funções vetoriais definem campos vetoriais, cujos valores são vetores e podem
ser representadas na forma cartesiana por,
2

A( x , y, z) = A x ( x , y, z)ˆi + A y ( x , y, z)ˆj + A z ( x , y, z)kˆ (3)

O campo de velocidades de um disco girando em torno do eixo z pode ser escrito como:

ˆi ˆj kˆ
v ( x , y, z) = ω × r = ωkˆ × ( xˆi + yˆj + zkˆ ) = 0 0 ω = −ωyˆi + ωxˆj (4)
x y z

m1 m 2
O campo gravitacional é um campo vetorial descrito por F (r ) = −G rˆ ou, em
r2
mm xˆi + yˆj + zkˆ
coordenadas cartesianas tem a forma F ( x , y, z) = −G 2 1 2 2 2 .
( x + y + z ) ( x 2 + y 2 + z 2 )1 2

Note que o versor (= vetor unitário) r̂ em coordenadas cartesianas é escrito como:

r xˆi + yˆj + zkˆ


rˆ = = 2 (5)
r ( x + y 2 + z 2 )1 2

2 – DERIVADA DIRECIONAL E O GRADIENTE

Considere um campo escalar no espaço (por exemplo, o potencial eletrostático).


Esse campo pode ser descrito por uma função de posição, f (P) , onde P é um ponto
qualquer. Queremos encontrar a derivada direcional dessa função em P e em certa
direção arbitrária caracterizada pelo vetor b, como mostrado na figura 2.1.

Figura 2.1 – P e Q são pontos que pertencem à reta suporte do vetor b.

Definição: a derivada direcional da função f no ponto P e na direção b é dada


por:

df f ( Q) − f ( P )
D b f (P) = = lim (6)
ds s →0 s

Esta definição supõe que a derivada exista, isto é, seja finita.

Podemos utilizar um sistema de eixos cartesianos para expressar a derivada


direcional (figura 2.2)
3

Figura 2.2 – Os pontos P e Q são dados em coordenadas cartesianas.

O vetor posição r que localiza o ponto genérico Q sobre a reta pode ser expresso através
de um parâmetro s:

r (s) = x (s)ˆi + y(s)ˆj + z(s)kˆ e, à medida que s varia, o ponto Q percorre toda a reta. O
ponto P é mantido fixo e está localizado pelo vetor p 0 . Orientado de P para Q, está o
versor b̂ .
O ponto Q é, então, escrito de duas forma diferentes, porém equivalentes (fig.
2.2):

r (s) = x (s)ˆi + y(s)ˆj + z(s)kˆ e r (s) = p 0 + sbˆ (7)

O campo escalar, em coordenadas cartesianas é dado por: f ( x , y, z) = f [x (s), y(s), z(s)] e


sua derivada total é:

df  ∂f dx   ∂f dy   ∂f dz 
= + +  = derivada direcional de f no ponto P e na
ds  ∂x ds   ∂y ds   ∂z ds 
direção b̂ em coordenadas cartesianas.

Observe que todas as derivadas são calculadas no ponto P.

A expressão da derivada direcional pode ser modificada utilizando-se o vetor r(s):

dr (s) d x (s) ˆ d y(s) ˆ d z(s) ˆ


r (s) = x (s)ˆi + y(s)ˆj + z(s)kˆ ⇒ = i+ j+ k (8)
ds ds ds ds

Mas o vetor r(s) também é expresso por:

dr (s) ˆ
r (s) = p 0 + sbˆ ∴ =b (9)
ds

df
Vamos observar a expressão da derivada direcional . Ela pode ser escrita na forma:
ds
4

df  ∂f ˆ ˆ dx   ∂f ˆ ˆ dy   ∂f ˆ ˆ dz 
=  i ⋅ i  +  j ⋅ j  +  k ⋅ k  ,
ds  ∂x ds   ∂y ds   ∂z ds 

porque ˆi ⋅ ˆi = ˆj ⋅ ˆj = kˆ ⋅ kˆ = 1

Neste ponto, introduzimos o vetor gradiente definido por:

∂f ˆ ∂f ˆ ∂f ˆ
grad f = i+ j+ k (10)
∂x ∂y ∂z

Então, a derivada direcional pode ser reescrita:

df  ∂f ˆ ˆ dx   ∂f ˆ ˆ dy   ∂f ˆ ˆ dz 
=  i ⋅ i  +  j ⋅ j  +  k ⋅ k  ⇒
ds  ∂x ds   ∂y ds   ∂z ds 
df
ds
= grad f
dr
ds
⋅ (11)

dr (s) ˆ
Se usarmos o fato de que = b , então a derivada direcional é dada por:
ds

df
= grad f ⋅ b̂ (12)
ds

A definição do gradiente de uma função escalar permite introduzir o operador del em


coordenadas cartesianas expresso por:

∂ ˆ ∂ ˆ ∂
∇ = ˆi +j +j (13)
∂x ∂y ∂z

Este operador deve, então, ser aplicado a uma função escalar para se obter uma nova
função vetorial que chamamos de gradiente de f:

 ∂ ˆ ∂ ˆ ∂  ∂f ˆ ∂f ˆ ∂f ˆ
grad f = ∇f =  ˆi + j + j  f ( x , y, z) = i+ j + k = vetor (14)
 ∂x ∂y ∂z  ∂x ∂y ∂z

Embora o operador del tenha grande semelhança com um vetor, devido às suas
componentes nas direções ˆi , ˆj e kˆ , e em muitos aspectos, se comportar como vetor, ele
NÃO é um vetor. Por exemplo, não existe o módulo de del, e como se sabe, um vetor
pode ser caracterizado como uma entidade que possui sentido e módulo. Veremos mais
tarde que este operador pode ser aplicado também em funções vetoriais.

EXEMPLO 2.1
Dada a função escalar f ( x , y, z) = 2 x 2 + 3y 2 + z 2 , achar a derivada direcional no
ponto P = (1,2,1) e na direção do vetor b = ˆi + 2kˆ .

SOLUÇÃO
5

Para se calcular a derivada direcional, precisamos do versor b̂ ; isto pode ser obtido a
partir de b:
b b ˆi + 2kˆ ˆi 2kˆ
bˆ = = = ⇒ bˆ = + .
b b 12 + 2 2 5 5

∂f ˆ ∂f ˆ ∂f ˆ
grad f = i+ j+ k∴
∂x ∂y ∂z

∂ ( 2 x 2 + 3y 2 + z 2 ) ˆ ∂ ( 2 x 2 + 3y 2 + z 2 ) ˆ ∂ ( 2 x 2 + 3 y 2 + z 2 ) ˆ
grad f = i+ j+ k⇒
∂x ∂y ∂z

grad f = 4 xˆi + 6 yˆj + 2zkˆ .


No ponto P, o gradiente vale:

grad f (1, 2 ,1)


= 4ˆi + 12ˆj + 2kˆ .

A derivada direcional pode então ser calculada:

ˆi 2kˆ
= grad f ⋅ bˆ = (4ˆi + 12ˆj + 2kˆ ) ⋅ (
df df 4 ˆ ˆ ˆ ˆ 4 ˆ ˆ 8
+ )∴ = i ⋅ i + 0j ⋅ j + k ⋅k = .
ds 5 5 ds 5 5 5

Note que a derivada direcional é um escalar, pois ela é o produto escalar de duas
grandezas vetoriais.

EXEMPLO 2.2
Encontrar a derivada direcional de f ( x , y , z ) = 2 xy + 6 xz − xyz no
ponto P = (1,1,1) e na direção do vetor b = ˆi + ˆj − kˆ .

SOLUÇÃO
Novamente temos que obter o versor na direção indicada:

b ˆi + ˆj − kˆ ˆi ˆj kˆ
bˆ = = = + − .
b 12 + 12 + 12 3 3 3

∂ ∂ ∂
grad f = (2 xy + 6 xz − xyz)ˆi + (2 xy + 6 xz − xyz)ˆj + (2 xy + 6 xz − xyz)kˆ ⇒
∂x ∂y ∂z

grad f = (2 y + 6z − yz)ˆi + (2 x − xz)ˆj + (6 x − xy)kˆ .

No ponto P, este vetor vale:


6

grad f (1,1,1)
= 7ˆi + ˆj + 5kˆ .

Conhecendo-se o versor e o gradiente no ponto, podemos obter a derivada direcional:

 ˆi ˆj kˆ  1
= (7ˆi + ˆj + 5kˆ ) ⋅ 
df 3
D bˆ f P
= + −  = (7 + 1 − 5) = = 3.
ds P  3 3 3 3 3

OBSERVAÇÃO: quando você estudou cálculo de várias variáveis, certamente já


calculou derivadas direcionais. Dada a função z = f ( x , y) , suas derivadas parciais
mostram como varia f quando mudamos de uma variável independente para outra,
enquanto uma delas é mantida constante. Por exemplo, (∂f ∂x )y expressa como a
função varia em um plano perpendicular ao eixo y:

 ∂f  ∂f 
= grad f ⋅ ˆi =  ˆi ⋅ ˆi =
df

dx ˆi  ∂x  ∂x  y =constante

O que desenvolvemos acima é a generalização dessas ideias para funções


escalares de mais de duas variáveis independentes, e para direções arbitrárias denotadas
pelo versor b̂ .

TEOREMA SOBRE O GRADIENTE

Seja uma função escalar f (P) = f ( x , y, z) tendo as primeiras derivadas parciais


contínuas. Então, grad f existe e seu módulo e direção são independentes da escolha
dos eixos cartesianos no espaço. Se em P o gradiente é não nulo, ele tem a direção de
máximo crescimento da função no ponto P.

Uma relação importante sobre o vetor gradiente é fornecida pela Mecânica:


associamos à energia potencial gravitacional uma força conservativa, e a relação
existente entre elas é dada por:

∂V ˆ ∂V ˆ ∂V ˆ
F( x , y, z) = −grad V( x , y, z) = − i− j− k = Fx i + Fy j + Fz k (15)
∂x ∂y ∂z

O sinal negativo expressa o fato físico que o movimento espontâneo de uma partícula
ocorre de tal forma que a energia potencial do sistema tende a diminuir. Por esta razão é
que sempre observamos um fluxo de água descendo a encosta da montanha e nunca
subindo. Portanto, se você esquecer o sinal negativo, poderá induzir alguma catástrofe
no topo da montanha, e não em sua base como usualmente acontece!
De forma geral, a uma força conservativa podemos associar uma energia
potencial e a relação entre ambas é:

Força = −grad V = −∇V (16)


7

INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA DO GRADIENTE E PROPRIEDADE

A definição de derivada direcional,

= grad f ⋅ bˆ ⇒ df = grad f ⋅ bˆ ds .
df
ds

Ora, b̂ ds é simplesmente o deslocamento infinitesimal dr (veja figura 2.2), que em


coordenadas cartesianas é dado por:

dr = dxˆi + dyˆj + dzkˆ (17)


Então, podemos escrever,

∂f ∂f ∂f
df = ∇f ⋅ dr = dx + dy + dz (18)
∂x ∂y ∂z

Esta expressão é variação da função escalar f correspondente a uma variação dr na


posição.
Considere agora os pontos P e Q estando sobre uma superfície na qual f(x, y, z)
seja constante, isto é, f(x, y, z) = constante. Esta superfície é chamada de equisuperfície e
em alguns casos ela se torna familiar: uma equipotencial representa o lugar geométrico
no qual o potencial é constante; uma superfície isotérmica (ou isoterma) caracteriza
pontos para os quais a temperatura é invariante; superfície isobárica envolve pontos que
estão à mesma pressão.

Figura 2.3 – Uma equisuperfície e os pontos P e Q.

Em uma equisuperfície, a variação df é nula e, portanto, temos:

df = 0 ⇒ ∇f .dr = 0 (19)

O produto escalar é nulo para vetores ortogonais e como dr está sobre a superfície,
conclusão é que grad f é perpendicular à superfície. Essa é uma propriedade bastante
importante sobre o vetor gradiente. Quando você realizou o experimento sobre a
determinação das equipotenciais em uma cuba eletrolítica (Física III), deve ter traçado
8

também as linhas de campo elétrico ligando as distribuições de carga. Verificou que


essas linhas de campo são perpendiculares às equipotenciais. Esse é um exemplo
clássico que mostra a ortogonalidade entre o gradiente da função e dr (neste caso, dr
está sobre a curva equipotencial, chamada de curva de nível).
Podemos também indagar sobre a direção na qual df tem a máxima variação.
Vamos permitir que dr possa, nesse caso, passar de uma equisuperfície f1 ( x, y, z) = C1 ,
onde está o ponto P, até outra equisuperfície adjacente f 2 ( x, y, z) = C 2 (> C1 ) na qual
está o ponto Q (figura 2.4). Então,

df = C1 − C 2 = ∇f . dr = ∇f dr cos θ .

Perguntamos, agora, qual o sentido que deveria ser escolhido para dr de tal forma que
df seja máximo. O sentido é aquele para o qual cos θ = 1 ou, θ = 0 , isto é, no sentido do
∇f . Isso identifica o vetor ∇f como aquele possuindo módulo e direção que dá a
máxima variação espacial da função f ( x , y, z) no ponto.

Figura 2.4 – O gradiente

Temos então chegado a duas importantes conclusões: (1) o gradiente é


perpendicular à equisuperfície; (2) a taxa de máximo crescimento da função, no ponto
considerado, ocorre na direção do gradiente.

EXEMPLO 2.3
Suponha que a temperatura de certo ambiente seja dada pela função escalar
T ( x , y, z) = x 2 − y 2 + xyz + 273 (Celsius). Em que direção a função cresce mais
rapidamente no ponto P = (−1,2,3) ? Qual é essa taxa de crescimento?

SOLUÇÃO
A resolução pede simplesmente o cálculo do gradiente da função no ponto P porque a
direção de máximo crescimento se dá na direção do vetor gradiente. A taxa de
crescimento é representada pelo módulo desse vetor.
9

grad T ( x , y, z) = (2 x + yz)ˆi + (−2 y + xz)ˆj + xykˆ .

No ponto P esse vetor vale grad T P =( −1, 2,3) = 4ˆi − 7ˆj − 2kˆ . Este vetor dá o sentido para o
qual a taxa de crescimento da função é máxima no ponto P.

dT
A taxa é dada por = grad T P = (4 2 + 7 2 + 2 2 )1 2 = 69 o
C / m (SI).
ds

EXEMPLO 2.4
Analise a curva de nível dada pela função escalar f ( x , y) = ln(x 2 + y 2 ).

SOLUÇÃO
A função z = f ( x , y) = ln(x 2 + y 2 ) tem o gráfico mostrado na figura E 2.4.1. Para cada
valor de z = constante (isto é, planos perpendiculares ao eixo z), são geradas
circunferências concêntricas de diferentes raios. Suas projeções no plano xy estão
mostradas na figura E 2.4.2. São essas curvas de nível que queremos analisar; mais
especificamente, pede-se calcular o gradiente no ponto P = (2,1).

Figura E 2.4.1 – Superfície z = ln(x 2 + y 2 ) . Figura E 2.4.2 – Curvas de nível.

∂f ∂f 2x 2y
grad f = ˆi + ˆj = ˆi + ˆj ∴
P = ( 2 ,1)
∂x P ∂y P
x + y2
2
P
x + y2
2
P

4 ˆ2
grad f P
= ˆi + j = 0.8ˆi + 0.4ˆj .
5 5
10

Figura E 2.4.3 – O gradiente da curva de nível no ponto P = (2,1) .

EXEMPLO 2.5
Considere a função z 2 = 4 x 2 + 4 y 2 ⇒ f ( x , y, z) = 4 x 2 + 4 y 2 − z 2 . Encontrar o
gradiente de f no ponto P = (1,0,2) .

SOLUÇÃO
Da forma como foi proposto o problema, poderíamos ter mais de uma solução.
Entretanto, o ponto P determina o tipo de superfície quádrica gerada por
4 x 2 + 4 y 2 − z 2 . Relembramos que uma superfície quádrica é da forma
ax 2 + by 2 + cz 2 + dz + f = 0 onde a, b, c, d e f são constantes. Dependendo dos valores
dessas constantes, temos variadas formas de superfícies. Por exemplo,
x 2 y2 z2
+ − = 0 representa um cone elíptico (este é o caso expresso pela função dada
a 2 b2 c2
no enunciado do problema porque o ponto P pertence a essa superfície; verifique esta
x 2 y2 z2
afirmação). Se + − = 1 , temos um hiperbolóide de uma folha e,
a 2 b2 c2
definitivamente, o ponto P não pertence a esta superfície.

grad f P
= 8xˆi + 8 yˆj − 2zkˆ = 8ˆi + 0ˆj − 4kˆ .
P

Note que este vetor, perpendicular à superfície, está no plano xz. A figura E 2.5.1
mostra o vetor gradiente no ponto P.

Figura E 2.5.1 – O vetor gradiente para função dada no ponto P.


11

PROBLEMAS PROPOSTOS - SEÇÃO 2

1 – Encontre as derivadas direcionais para as funções abaixo no ponto P e nas direções


especificadas.
a) f ( x , y) = x 2 + y 2 no ponto P = (1,1) e na direção do vetor b = 2ˆi − 4ˆj .
b) f ( x , y, z) = xyz no ponto P = (−1,1,3) e na direção do vetor b = ˆi − 2ˆj + 2kˆ .
c) f ( x , y) = e x cos y no ponto P = (2, π,0) e na direção do vetor b = 2ˆi + 3ˆj .

2 – O fluxo de calor em um campo escalar de temperatura ocorre na direção de máximo


decréscimo de temperatura. Encontre essa direção na forma geral e depois nos pontos
especificados.
z
a) f ( x , y, z) = 2 . P = (0,1,2) .
x + y2
1
b) f(x,y) = cos x cosh y = cos x. (e y + e − y ). P = ( π 2,1) .
2

3 – Suponha que o potencial eletrostático seja dado por V( x , y, z) = 100 − x 2 − y 2 − z 2 .


Em que direção ele cresce mais rapidamente no ponto P = (3,−4,5) ?

4 – O vetor unitário (versor) normal a uma dada superfície ou a uma dada curva de
nível, pode ser encontrado a partir do gradiente. Encontre-os para as funções abaixo, nos
pontos especificados.
4 2
a) y = x − em P = (2,2) .
3 3
b) x + y = 25 em P = (3,4) .
2 2

c) z = x 2 + y 2 em P = (6,8,10) .

3 – O DIVERGENTE

O operador del pode ser aplicado em funções vetoriais de duas formas


diferentes: uma, efetuando-se um produto escalar; outra, realizando-se um produto
vetorial. Iniciamos com a primeira forma. Se há um produto escalar, deve-se obter um
escalar (um número). Este escalar é chamado de divergente da função vetorial e sua
interpretação física será tratada adiante.

.  ∂ ˆ ∂ ˆ ∂ 
divergenteV = div V = ∇ V =  ˆi
∂ ∂y ∂z 
(
+ j + j  ⋅ Vx ˆi + Vy ˆj + Vz kˆ ) (20)
 x

∂Vx ∂Vy ∂Vz


divV = ∇ V =. ∂x
+
∂y
+
∂z
(21)

Estamos supondo que a função vetorial seja definida em um domínio D e que as


derivadas parciais existam dentro deste domínio.
12

EXEMPLO 3.1
Qual o valor de divr = ∇ ⋅ r ?

SOLUÇÃO
O vetor r em coordenadas cartesianas é dado por r = xˆi + yˆj + zkˆ . Então,

∂x ∂y ∂z
divr = + + = 3.
∂x ∂y ∂z

EXEMPLO 3.2
Queremos generalizar o resultado anterior, considerando uma função vetorial
dada por r f (r ) onde f(r) é uma função escalar. Qual é o valor de div[r f (r )] ?

SOLUÇÃO
r = xˆi + yˆj + zkˆ ⇒ r = x 2 + y 2 + z 2 .

Então, r f (r ) = ˆi x f (r ) + ˆjy f (r ) + kˆ zf (r ) . O divergente desta função vetorial é dado por:

 ∂ ˆ ∂ ˆ ∂  ˆ
.
∇ [r f (r )] =  ˆi

.
+ j + k  [i x f (r ) + ˆjyf (r ) + kˆ zf (r )] .
∂y ∂z 
 x


Considere o primeiro operador, ˆi , aplicado escalarmente sobre o vetor à direita:
∂x

ˆi ⋅ ∂ [ˆi x f (r ) + ˆj y f (r ) + kˆ z f (r )] = ˆi ˆi ∂ [ x f (r )] + ˆi ˆj ∂ [ y f (r )] + ˆi kˆ ∂ [zf (r )] .
. . .
∂x ∂x ∂x ∂x

O único termo que não se anula é o primeiro à direita da igualdade; os outros dois se
anulam devido ao produto escalar de versores ortogonais. Com isto, podemos escrever:

∂ ∂ f (r )
[ x f (r )] = f (r ) + x .
∂x ∂x

∂ f (r )
Mas o que é x ? Observe que f é uma função de r e r é uma função de x, y, z.
∂x
Então, temos:

∂ f (r ) d f (r ) ∂r df (r ) ∂ 2
x
∂x
=x
dr ∂x
=x
dr ∂x
(
x + y2 + z2 )
12
=x
dr 2
(
df (r ) 1 2
x + y2 + z2 )−1 2
2x =
13

df (r ) 1
= x2 .
(
dr x 2 + y 2 + z 2 ) 12

∂ d f (r ) 1
[ x f (r )] = f (r ) + x 2 .
∂x (
dr x + y + z 2
2 2
)12

df (r )
Usamos a derivada total porque f é função somente da variável r.
dr

Poderíamos seguir calculando as outras duas derivadas:

ˆj ⋅ ∂ [ˆi x f (r ) + ˆj y f (r ) + kˆ z f (r )] e kˆ ⋅ ∂ [ˆi x f (r ) + ˆj y f (r ) + kˆ z f (r )] ,
∂y ∂z

mas isso não precisa ser feito de modo explícito: basta observar que a troca cíclica
x → y → z nos dá o resultado de que precisamos.

ˆj ⋅ ∂ [ˆi x f (r ) + ˆj y f (r ) + kˆ z f (r )] = ˆj ⋅ ˆj ∂ [ y f (r )] → f (r ) + y ∂ f (r ) ∴
∂y ∂y ∂y

ˆj ⋅ ∂ [ˆi x f (r ) + ˆj y f (r ) + kˆ z f (r )] = f (r ) + y 2 df (r ) 1
.
∂y dr ( x + y + x 2 )1 2
2 2

∂ d f (r ) 1
E para a última derivada temos: [z f (r )] = f (r ) + z 2 .
∂z (
dr x 2 + y 2 + z 2 )12

Finalmente, podemos escrever:

df (r ) x 2 + y 2 + z 2
.
∇ [r f (r )] = 3f (r ) + .
(
dr x 2 + y 2 + z 2 1 2 )
Mas, r = x 2 + y 2 + z 2 ∴ r 2 = x 2 + y 2 + z 2 o resultado pode ser escrito como:

df (r )
.
∇ [r f (r )] = 3f (r ) + r
dr
.

Quando estudarmos coordenadas esféricas, veremos que essa relação pode ser obtida de
maneira muito mais simples do que fizemos aqui.
14

EXEMPLO 3.3
Considere a função vetorial A(r ) = rˆ r n . Usando o resultado do problema
.
anterior, encontre div A(r ) = ∇ A(r ) .

SOLUÇÃO
Queremos calcular div[rˆ r n ] . Para utilizar o resultado do problema anterior, precisamos
identificar o que é f (r ) na função r̂ r n .
No problema anterior partimos de r f (r ) . Devemos transformar, então, A (r ) = rˆ r n em
uma função do tipo r f (r ) :
r rn
Mas, rˆ r n = rˆ r n ⇒ rˆ r n = r = r r n −1 . Comparando esta forma de A(r) com r f (r ) ,
r r
n −1
identificamos f (r ) = r .

df (r ) d
.
div A(r ) = ∇ A(r ) = 3f (r ) + r
dr
= 3r n −1 + r [r n −1 ] ⇒
dr

div A(r ) = 3r n −1 + (n − 1)r r n − 2 = 3r n −1 + (n − 1)r n −1 = r n −1 (3 + n − 1) ∴

div A(r ) = div[rˆ r n ] = (n + 2)r n −1 .

O caso para n = −2 é especialmente relevante: ele representa um campo vetorial que


decai com r −2 . O campo gravitacional e o campo eletrostático seguem esta lei do
“inverso do quadrado”. Pelo resultado acima, observamos que o divergente para
n = −2 se anula. Isto está correto para valores de r ≠ 0 . Na origem, temos uma
singularidade e a função ∝ r −2 diverge (não está definida) e suas derivadas também não
estão definidas neste ponto.
Este é um ponto delicado e, muitas vezes, pode causar certos embaraços e nos
levar a resultados inconsistentes. Por exemplo, podemos tratar de um caso já estudado
em eletrostática.
Considere uma carga Q localizada na origem. O fluxo elétrico através de uma
superfície Gaussiana envolvendo a carga Q é dado por:

Q
φE = ∫∫ E.ds = ε (lei de Gauss).
sup erficie 0

Em disciplina de cálculo, você aprendeu o teorema de Gauss (ou teorema da


divergência) que estabelece a relação:

∫∫ E.ds = ∫∫∫ (∇.E) dV .


supreficie volume
15

Q
O lado esquerdo da igualdade vale como vimos acima. Entretanto, a integral de
ε0
volume do lado direito se anula porque o divergente é zero. Assim, chegamos a um
resultado tão surpreendente quanto falso:

Q
= 0 , mesmo quando a carga não é nula dentro da superfície!
ε0

Obviamente, existem algumas saídas para esta bobagem: por exemplo, poderíamos
desconfiar da seriedade do teorema de Gauss. Outra seria tentar a possibilidade de
ε 0 → ∞ e o resultado nulo se justificaria. Péssimas escolhas! Antes de seguir buscando
novas alternativas, que tal olhar novamente o enunciado do teorema da divergência?
Você vai encontrar sob que condições ele pode ser aplicado, e, uma delas veta o uso
para funções que apresentam descontinuidade em seu domínio de definição e que não
tenha derivadas parciais definidas. E foi isto que efetivamente fizemos: aplicamos o
teorema, calculando o divergente, em uma região na qual ele não pode ser aplicado.
Quando cursar a disciplina de Eletromagnetismo, certamente seu professor voltará a
comentar este ponto, e vai mostrar que o resultado correto é div E = ρ ε 0 e não zero
como “calculamos” ( ρ é a densidade volumétrica de carga envolvida pela Gaussiana).

INTERPRETAÇÃO FÍSICA DO DIVERGENTE

Para finalizar esta seção, gostaríamos de fornecer a interpretação física do


divergente de um campo vetorial, e veremos que o nome divergente é muito apropriado.
Queremos considerar um fluido em movimento, como, por exemplo, dentro de uma
canalização. Podemos seguir uma partícula deste fluido atribuindo a ela certa velocidade
v, que pode variar de ponto a ponto, e que será sempre tangente às linhas de fluxo. O
fluido será considerado compressível, isto é, sua densidade ρ( x , y, z) não
necessariamente é uniforme no espaço e também não precisa ser constante, mas pode
ser função do tempo. Como iremos considerar um evento por unidade de tempo, não há
necessidade, por ora, de explicitar esta dependência temporal.
O fluxo de matéria é expresso pelo vetor J = ρ( x , y, z) v ( x , y, z) . Construímos,
então, um pequeno cubo (ou paralelepípedo) de volume infinitesimal dV = dxdydz
através do qual o fluido escoa. Dentro desse volume não existem nem fontes e nem
sumidouros de matéria.
O propósito é calcular ∇ ⋅ J = ∇ ⋅ (ρv ) dentro deste volume infinitesimal. Note
que J tem dimensão de [kg / m 3 . m / s = kg / m 2 . s] = massa por área por segundo.

O fluxo do fluido entrando nesse volume, por unidade de tempo, através da face EFGH
pode ser escrito como:
[taxa de fluxo entrando]EFGH = ρv x x =0 dydz .
16

Figura 3.1 – O fluxo de matéria através do elemento de volume dV.

As componentes ρv y e ρv z não contribuem porque são tangenciais a esta face.


A taxa de fluxo saindo deste volume ainda na direção x é:

[taxa de fluxo saindo]ABCD = ρv x x = dx


dydz .

Podemos representar essa expressão em série de MacLaurin, retendo somente o termo


linear (aproximação de primeira ordem):

 ∂ (ρv x ) 
[taxa de fluxo saindo]ABCD = ρv x dydz = → ρv x + dx  dydz .
x = dx

MacLaurin ∂x  x =o

Observe que os termos dentro do colchete são calculados no ponto x = 0 , como deve
ser para uma representação em série de MacLaurin. A derivada é a primeira correção
devido à possibilidade de se ter uma densidade ou velocidade não-uniformes, ou ambas.
O termo de ordem zero, ρ v x x = 0 , corresponde a um fluxo uniforme.

taxa líquida que sai do volume = taxa que sai – taxa que entra.

 ∂ (ρv x ) 
taxa líquida que sai = ρv x + dx  dydz − ρv x dydz .
 ∂x  x =o
x =0

Os termos lineares se cancelam e podemos escrever,


taxa líquida que sai do volume (por unidade de tempo) = (ρv x ) dxdydz .
∂x
17

Temos considerado somente o movimento do fluido na direção x, mas esta


direção não possui qualquer preferência para o fluxo do fluido. Pode-se desenvolver o
mesmo raciocínio para as direções y e z para obtermos:


taxa líquida que sai do volume (por unidade de tempo) = (ρv y ) dxdydz .
∂y


taxa líquida que sai do volume (por unidade de tempo) = (ρv z ) dxdydz .
∂z

A taxa líquida total que deixa o volume através de todas as faces é dada pela soma das
três relações acima:

∂ ∂ ∂ 
fluxo líquido total que sai do volume =  (ρv x ) + (ρv y ) + (ρv z ) dxdydz
 ∂x ∂y ∂z 

.
= ∇ (ρv ) dxdydz

Portanto, o fluxo líquido do fluido compressível que sai desse volume, por volume
.
unitário e por unidade de tempo, é ∇ (ρv ) . Essa é a interpretação física do divergente:
ele mede a taxa líquida (o que sai menos o que entra) de saída de um fluido que passa
através de um volume unitário por unidade de tempo. Esta é a razão da escolha do nome
divergente.
Embora tenhamos considerado um fluxo de matéria (fluido), a interpretação
pode ser estendida para campos vetoriais composto apenas por linhas de campo, para os
quais, aparentemente, não existem fluxos de partículas materiais. Os campos
gravitacionais e os eletrostáticos são os exemplos mais imediatos.

PROBLEMAS PROPOSTOS – SEÇÃO 3

1 – Mostre que div r = 3 .


2 – Encontre div A se:
a) A = xy 2 ˆi + 2 xyzˆj − z x 2 kˆ .
b) A = ( x − cos yz)ˆi + ( y − cos xz)ˆj + (z − cos xy)kˆ .
c) A = e x (ˆi cos y + ˆj sen y) .
d) A = e x ˆi + ye − x ˆj + 2zsenh x kˆ .

. .
3 – Mostre que ∇ (f V ) = (∇f ) V + f (∇ V ) . .
4 – O ROTACIONAL
18

Outra possível aplicação do operador del é multiplicá-lo vetorialmente por um


vetor:

 ∂ ˆ ∂ ˆ ∂ 
∇ × A =  ˆi

(
+ j + j  × A x ˆi + A y ˆj + A z kˆ
∂y ∂z 
) (22)
 x

Este novo vetor é chamado rotacional de A e muitas vezes escrito como rot A . Para que
exista o rotacional, as derivadas parciais devem ser finitas em certo domínio da função
vetorial A.

Considerando o produto vetorial entre os versores cartesianos:

ˆi × ˆi = ˆj × ˆj = kˆ × kˆ = 0 ˆi × ˆj = kˆ ˆj × kˆ = ˆi kˆ × ˆi = ˆj (23)

e lembrando-se de que a troca na ordem de multiplicação implica na troca de sinal para


produtos vetoriais, o rotacional pode ser escrito como:

 ∂A ∂A y  ˆ  ∂A x ∂A z  ˆ  ∂A y ∂A x 
rot A = ∇ × A = ˆi  z −  + j  −  + k  −  (24)
 ∂y ∂z   ∂z ∂x   ∂x ∂y 

Esse resultado pode ser colocado na forma de um determinante:

ˆi ˆj kˆ
rot A = ∇ × A = ∂ ∂x ∂ ∂y ∂ ∂z (25)
Ax Ay Az

Este determinante, para ser o rot A, deve ser desenvolvido pela primeira linha para que
tenhamos as derivadas parciais aplicadas nas componentes do vetor A.

EXEMPLO 4.1
Calcular ∇ × [r f (r )] , onde f(r) é uma função escalar.

SOLUÇÃO
Podemos usar diretamente o determinante para encontrar ∇ × [r f (r )] :

ˆi ˆj kˆ
rot[r f (r )] = ∇ × [r f (r )] = ∂ ∂x ∂ ∂y ∂ ∂z =
xf(r) yf(r) zf(r)

 ∂ (zf ) ∂ ( yf )  ˆ  ∂ (zf ) ∂ ( xf )  ˆ  ∂ ( yf ) ∂ ( xf ) 
∇ × [r f (r )] = ˆi  − −j − + k − ∴
 ∂y ∂z   ∂x ∂z   ∂x ∂y 
19

 ∂f ∂f   ∂f ∂f   ∂f ∂f 
∇ × [r f (r )] = ˆi z − y  − ˆjz − x  + kˆ  y − x .
 ∂y ∂z   ∂x ∂z   ∂x ∂y 

∂f ∂f ∂f
Mas , e já foram calculados no exemplo 3.2. Por exemplo,
∂x ∂y ∂z

∂ df ∂ f (r ) df x
[f (r )] = = . As outras derivadas podem ser obtidas
∂x dr ∂x dr ( x + y + z 2 )1 2
2 2

substituindo-se x por y e por z no numerador da expressão à direita da igualdade.

∇ × [r f (r )] =
(df dr )
{ˆi[zy − yz] − ˆj [zx − xz] + kˆ [yx − xy]}. = 0ˆi + 0ˆj + 0kˆ = 0
x +y +z
2 2 2

O resultado mostra que, independente da forma funcional da função escalar f(r),


∇ × [r f (r )] se anula. Campos vetoriais que apresentam rotacionais nulos são chamados
de irrotacionais, ou como se conhece dentro do contexto da Física, campos
conservativos. Isto não deve causar nenhuma surpresa, porque o campo vetorial [r f (r )]
é um campo central. Na disciplina de Mecânica Clássica você vai estudar esse tipo de
campo vetorial e verá que, associado a ele, está uma das mais importantes leis de
conservação: a da energia mecânica.

INTERPRETAÇÃO FÍSICA DO ROTACIONAL

Para desenvolver um melhor entendimento do significado físico do rotacional,


vamos considerar um disco que gira em torno do eixo z com velocidade angular
ω = ωkˆ . Não necessariamente o módulo da velocidade angular deve ser constante, mas
seu sentido deve ser invariante. A velocidade v de qualquer ponto do disco é dada pela
relação:
v = ω × r ⇒ v = ωkˆ × r .

Figura 4.1 – Um disco girando em torno do eixo z.

O produto vetorial pode ser desenvolvido através do determinante:


20

ˆi ˆj kˆ
v= 0 0 ω = −ωyˆi + ωx ˆj .
x y z
O rotacional de v é:

ˆi ˆj kˆ
∇ × v = ∂ ∂x ∂ ∂y ∂ ∂z = 2ωkˆ .
− ωy ωx 0

Assim, o rotacional da velocidade é duas vezes a velocidade angular do corpo rígido.


Note que a velocidade do ponto localizado pelo vetor r está no plano de rotação,
enquanto o rotacional da velocidade é perpendicular a este plano: isso não
surpreendente porque o rotacional envolve um produto vetorial. O nome rotacional é
plenamente justificado, pois ele está associado, de alguma forma, a um movimento de
rotação.
A figura 4.2 é uma representação pictórica do campo (vetorial) de velocidades
descrito por v = −ωyˆi + ωx ˆj . É fácil perceber que este campo representa um
movimento circulatório em torno do eixo fixo de rotação.

Figura 4.2 – Esboço pictórico do campo de velocidades.

Embora tenhamos usado um corpo em rotação para dar uma visualização física
do rotacional, sua interpretação é mais abrangente. Ele tem papel proeminente no estudo
da dinâmica dos fluidos. Um líquido que em certa região do espaço apresenta vórtex, o
rotacional do campo vetorial que descreve a velocidade das partículas é diferente de
zero. Um exemplo bastante simples e caseiro de vórtex é o escoamento de água pelo
ralo de uma pia. Se uma pequena hélice, que pode girar em torno de um eixo, for
colocada nesta região ela tenderá a executar um movimento de rotação. A velocidade
angular das pás desta hélice permite avaliar o módulo do rotacional no ponto em que ela
é colocada: alta rotação significa grande rotacional no ponto.
21

Figura 4.3 – Um “rotâmetro” elementar para avaliar o rotacional.

PROBLEMAS PROPOSTOS – SEÇÃO 4

1 – Dado o campo vetorial A = ( x 2 − y 2 ) ˆi + 2 xyˆj , encontrar rot A .

2 – Encontre ∇ × A quando A = xy 2 ˆi + 2 xyzˆj − z x 2 kˆ .

3 – Calcule ∇ × A para A = e x (ˆi cos y + ˆj sen y) .

4 – Mostre que se f é uma função escalar, então ∇ × (f A ) = f (∇ × A ) + (∇f ) × A .

5 – Se a densidade de um fluido é constante, o fluxo é chamado incompressível. Neste


caso, div(ρv ) é nulo.
a) Verifique se o fluxo é incompressível quando v = yˆi − xˆj .
b) E para v = 2 xˆi + yˆj − 2zkˆ ?
c) Algum desses fluxos é irrotacional?

6 – A velocidade de um líquido bidimensional é dada por V = u ( x , y)ˆi − v( x , y)ˆj , onde


u(x,y) e v(x,y) são funções escalares. Se o fluido é incompressível e o fluxo é
irrotacional, mostre que:
∂u ∂v ∂u ∂v
= e =− .
∂x ∂y ∂y ∂x

5 – COORDENADAS ESFÉRICAS

O objetivo desta seção é recordar primeiramente as coordenadas esféricas, e


então, expressar o operador del neste sistema de coordenadas a partir da definição de
derivada direcional. Em seguida, obter o gradiente, o divergente e o rotacional em
coordenadas esféricas para funções escalares (gradiente) e vetoriais (divergente e
rotacional).
A figura 5.1 mostra a geometria de coordenadas esféricas. Nesse ponto devemos
alertar o leitor para que fique atento à nomenclatura que usaremos: reservamos a
variável vetorial r para localizar o ponto no espaço; o ângulo θ é determinado pelo eixo
22

z e pelo vetor r; φ é medido a partir do eixo x até a projeção de r no plano xy. A


convenção para se definir essas variáveis não é consensual, e varia de autor para autor.
Por exemplo, alguns autores optam por ρ para localizar o ponto no espaço, e não é raro
encontrar os ângulos θ e φ intercambiados. Entretanto, nossa escolha é a mais difundida
entre os diversos autores.
Um ponto no espaço pode ser caracterizado por uma tripla de números reais
como fizemos em coordenadas cartesianas. Mas, este mesmo ponto pode ser expresso
de forma diferente, mas equivalente, usando-se outro sistema de coordenadas. Aqui
estaremos interessados em estudar as coordenadas esféricas.
A escolha de um conjunto ou de outro depende da situação particular do
problema. Quando ele apresentar simetria esférica, o uso de coordenadas esféricas seria
mais conveniente e vantajoso do que o de coordenadas cartesianas.
Diferentemente dos versores retangulares (cartesianos) ˆi , ˆj,kˆ , que são mantidos
fixos no espaço, os “versores esféricos” rˆ , θˆ , φˆ se movem no espaço, e, à medida que o
vetor posição r varia, essa tripla também muda sua orientação.
Observando a figura 5.1 podemos ver que as coordenadas cartesianas são dadas
por:

x = rsen θ cos ϕ y = rsen θsen ϕ z = r cos θ .

Figura 5.1 – O elemento de volume em coordenadas esféricas e as variáveis usadas.

Isto permite escrever o vetor posição r de duas formas diferentes (mas equivalentes!):

r = xi + yj + zk = (rsen θ cos ϕ)ˆi + (rsen θ senϕ)ˆj + (r cos θ)kˆ (26)

Os intervalos de variação dos parâmetros são: 0 < r < ∞ , 0 ≤ ϕ < 2π e 0 ≤ θ < π .


O versor r̂ pode ser obtido diretamente da expressão acima:

r r r[(senθ cos ϕ)ˆi + (senθsenϕ)ˆj + (cos θ)kˆ ]


rˆ = = = ⇒
r r r 2 (sen 2 θ cos 2 ϕ + sen 2 θ sen 2 ϕ + cos 2 θ)
23

(senθ cos ϕ)ˆi + (senθsenϕ)ˆj + (cos θ)kˆ (senθ cos ϕ)ˆi + (senθsenϕ)ˆj + (cos θ)kˆ
rˆ = = ∴
sen 2 θ (cos 2 ϕ + sen 2 ϕ) + cos 2 θ sen 2 θ + cos 2 θ

rˆ = (senθ cos ϕ)ˆi + (senθsenϕ)ˆj + (cos θ)kˆ (27)

Esta é expressão que relaciona o versor r̂ com os parâmetros θ e φ: rˆ = rˆ (θ, ϕ) .


Para obter os outros dois versores, θˆ , φˆ , usaremos uma propriedade relativa a
vetores de módulos constantes. Se um vetor (não nulo) tem módulo constante, sua
derivada é perpendicular a ele.
Suponha, então, que o vetor A tenha módulo constante e que seja função de alguma
variável s (s poderia ser o tempo, o espaço, uma coordenada...). Então,

A.A = A 2 = constante , porque A é constante. Derivamos ambos os lados da igualdade


para obter:

d ( A.A) dA 2 d (constante)
= = ⇒
dA
⋅ A + A. dA = 0 ∴ 2 dA ⋅ A = 0 .
ds ds ds ds ds ds

Como estamos supondo que A seja não nulo, segue que a derivada do vetor é
perpendicular ao próprio vetor.
Com o resultado acima, podemos agora encontrar os versores θˆ , φˆ . Observe que
r é função de θ e φ. Fixemos, então, o módulo de r: sua única variação só poderá
ocorrer nas direções angulares θ ou φ, mas não na radial. Isto garante que seu módulo
permaneça fixo.

∂r ∂θ r cos θ cos ϕˆi + r cos θsenϕˆj − rsenθkˆ


θˆ = = ⇒
∂r ∂θ r

θˆ = cos θ cos ϕˆi + cos θsenϕˆj − senθkˆ (28)

∂r ∂ϕ − rsen θsenϕˆi + rsen θ cos ϕˆj + 0kˆ


φˆ = = ⇒ φˆ = −senϕˆi + cos ϕˆj (29)
∂r ∂ϕ rsen θ

Estas relações poderiam ser obtidas observando-se a figura 5.1, embora no caso de θ̂ , a
visualização seja tão imediata.
Nosso objetivo é obter o operador del em coordenadas esféricas e o plano é usar
a definição de derivada direcional expressa pelo gradiente da função:

df = grad f .dr (30)

Precisamos da expressão de dr para ser usado na relação acima. É o que faremos em


seguida.

O vetor r pode ser sempre escrito como r = rrˆ. Então, dr = drrˆ + rdrˆ .
24

Da expressão rˆ = (senθ cos ϕ)ˆi + (senθsenϕ)ˆj + (cos θ)kˆ podemos obter dr̂ :

drˆ = (cos θ cos ϕdθ)ˆi − (sen θsen ϕdϕ)ˆi + (cos θsen ϕdθ)ˆj + (sen θ cos ϕdϕ)ˆj − (sen θdθ)kˆ .

Somando-se o primeiro, o terceiro e o quinto termos, temos:

(cos θ cos ϕdθ)î + (cos θsen ϕdθ) ĵ − (sen θdθ)k̂ =

dθ[(cos θ cos ϕ)î + (cos θsen ϕ) ĵ − (sen θ)kˆ ] .

O termo entre colchetes é exatamente a expressão de θ̂ [veja (28)]. Portanto, a soma


desses termos nos fornece o resultado dθθ̂ .

Somando-se o segundo e o quarto termos:

− (sen θ cos ϕdϕ)î + (sen θ cos ϕdϕ)ˆj = senθdϕ[−sen ϕˆi + cos ϕˆj]

O termo entre colchetes vale φ̂ [veja (29)]. Então, a soma desses dois termos nos dá
sen θ dϕ φ̂ .
Finalmente, podemos escrever dr com o auxílio dos dois resultados obtidos:

dr = drrˆ + r[dθθˆ + senθdϕφˆ ] ⇒ dr = drrˆ + rdθθˆ + rsenθdϕφˆ .

Incidentalmente, obtivemos uma expressão que permite escrever a velocidade de uma


partícula em coordenadas esféricas:

dr dr dθ dϕ
v= = rˆ + r θˆ + rsen θ φˆ ∴ v = r&rˆ + rθ& θˆ + rsen θϕ& φˆ , uma relação que será
dt dt dt dt
usada quando você estudar movimento sob forças centrais, na disciplina Mecânica
Clássica.

Retornando ao nosso problema. Considere uma função f (r, θ, ϕ) . Sua diferencial é dada
por:

∂f ∂f ∂f
df = dr + dθ + dϕ (31)
∂r ∂θ ∂ϕ

Mas df pode ser expresso também como o produto escalar do gradiente por dr:

df = grad f .dr = (∇f ).dr

Para aplicar o operador del em coordenadas esféricas, temos que levar em conta a
métrica desse sistema de coordenadas. Por isso, escrevemos a expressão acima na
forma:
25

 ∂f ∂f ∂f 
df = (∇f ).dr =  h r rˆ + h θ θˆ + h ϕ φˆ  . (drrˆ + rdθθˆ + rsenθdϕφˆ ) .
 ∂r ∂θ ∂ϕ 

 ∂f ∂f ˆ ˆ ∂f 
df =  h r (rˆ.rˆ )dr + h θ (θ.θ)rdθ + h ϕ (φˆ .φˆ )rsenθdϕ  .
 ∂r ∂θ ∂ϕ 

 ∂f ∂f ∂f 
df =  h r dr + h θ rdθ + h ϕ rsenθdϕ  .
 ∂r ∂θ ∂ϕ 

Mas esta relação deve ser igual àquela expressa pela diferencial da função f, e, portanto,
comparando ambas, temos os valores dos h ' s :

∂f ∂f ∂f  ∂f ∂f ∂f 
df = dr + dθ + dϕ =  h r dr + h θ rdθ + h ϕ rsenθdϕ ∴
∂r ∂θ ∂ϕ  ∂r ∂θ ∂ϕ 

hr =1 hθ = 1 r h ϕ = 1 rsenθ (32)

Finalmente, podemos escrever o operador del em coordenadas esféricas:

∂ θˆ ∂ φˆ ∂
∇ = rˆ + + (33)
∂r r ∂θ rsenθ ∂ϕ

EXEMPLO 5.1
Encontrar o gradiente de uma função escalar f (r, θ, ϕ) e o divergente de um
campo vetorial A (r, θ, ϕ) .

SOLUÇÃO
O gradiente é calculado facilmente pela aplicação direta do operador del:

 ∂ θˆ ∂ φˆ ∂   ∂f θˆ ∂f φˆ ∂f 
grad f = ∇f =  rˆ + +  f ( r , θ, ϕ) ⇒ ∇ f =  rˆ + +
 ∂r r ∂θ rsenθ ∂ϕ  .
 ∂r r ∂θ rsenθ ∂ϕ   

Para se obter o divergente de um vetor em coordenadas esféricas precisamos de um


pouco de atenção nas derivadas. Lembre-se de que o operador del atua em funções que
estão à sua frente, quase como uma compulsão.
O vetor A é escrito na forma:

A(r, θ, ϕ) = A r (r, θ, ϕ)rˆ + A θ (r, θ, ϕ)θˆ + A ϕ (r, θ, ϕ)φˆ .

Estamos supondo aqui, como fizemos no caso do gradiente, que as derivadas existam e
que a função esteja definida em um domínio simplesmente conexo.
26

 ∂ θˆ ∂ φˆ ∂ 
∇. A =  rˆ +
∂r r ∂θ
+
rsen θ ∂ϕ
.
 [ A r (r, θ, ϕ)r + A θ (r, θ, ϕ)θ + A ϕ (r, θ, ϕ)φ ].
ˆ ˆ ˆ
 

É tentador escrever o resultado acima na forma:

 ∂A 1 ∂A θ 1 ∂A ϕ 
∇.A =  r + +  , mas isto está ERRADO!
 ∂r r ∂θ rsenθ ∂ϕ 

O operador del atua tanto nas componentes do vetor, como também sobre os versores.

Vamos fazer por partes as derivadas:

“1ª derivada”:
∂θˆ ∂A ϕ
rˆ ⋅ ∂∂r (A rˆ + A θˆ + A φˆ ) = rˆ. ∂∂Ar
r θ ϕ
r
rˆ + A r
∂rˆ ∂A θ ˆ
∂r
+
∂r
θ + Aθ
∂r
+
∂r
φˆ + A ϕ
∂φˆ 
∂r 
.

Os versores rˆ , θˆ e φˆ independem de r e, portanto, suas derivadas se anulam. Assim, o


2º, o 4º e o 6º termos dão zero. Os produtos escalares rˆ.θˆ e rˆ.φˆ são nulos pela
ortogonalidade entre os dois versores e somente o primeiro termo contribui para a “1ª
derivada”:

∂A r
1ª derivada ⇒ .
∂r

2ª derivada:

θˆ ∂
r ∂θ
⋅(A r rˆ + A θ θˆ + A ϕ φˆ ) =
θˆ
r
[
⋅ ∂∂Aθ r
rˆ + A r
∂rˆ ∂A θ ˆ
+
∂θ ∂θ
θ + Aθ
∂θˆ ∂A ϕ
∂θ
+
∂θ
φˆ + A ϕ
∂φˆ
∂θ
.]
Os produtos escalares θˆ .rˆ e θˆ .φˆ são nulos e, portanto, o 1º e o 4º termos não
contribuem. Mas precisamos das derivadas dos versores em relação à θ:

∂rˆ ∂rˆ ˆ
= (cos θ cos ϕ)ˆi + (cos θsen ϕ)ˆj − (sen θ)kˆ ∴ = θ.
∂θ ∂θ

∂θˆ ∂θˆ
= (−senθ cos ϕ)ˆi − (senθsenϕ)ˆj − (cos θ)kˆ ∴ = −rˆ .
∂θ ∂θ

∂φˆ
= 0 , porque φ̂ independe de θ.
∂θ

Com estes três resultados, somente o 2º e o 3º termos contribuem para a “2ª derivada”:
27

A r 1 ∂A θ
2ª derivada ⇒ + .
r r ∂θ

Para a 3ª derivada:

φ̂


rsenθ ∂ϕ
[ A r (r, θ, ϕ)rˆ + A θ (r, θ, ϕ)θˆ + A ϕ (r, θ, ϕ)φˆ ] =

φ̂  ∂A r ∂rˆ ∂A θ ˆ ∂θˆ ∂A ϕ ∂φˆ 


= .
rsenθ  ∂ϕ
 ˆ
r + A r +
∂ϕ ∂ϕ
θ + A θ +
∂ϕ ∂ϕ
φˆ + A ϕ
∂ϕ 
.

φˆ .rˆ = φˆ .θˆ = 0 , portanto, o 1º e o 3º termos são nulos e o 6º termos também se anula


∂φ̂
porque a derivada é um vetor perpendicular a φ̂ . Resta calcular as outras derivadas
∂ϕ
dos versores:

∂rˆ
= −(senθsenϕ)ˆi + (senθ cos ϕ)ˆj + 0 kˆ = senθ(−senϕˆi + cos ϕˆj) = senθφˆ .
∂ϕ

∂θˆ
= cos θ(−senϕˆi + cos ϕˆj) = cos θφˆ .
∂ϕ

Então, para a “3ª derivada” temos,

A r A θ cos θ 1 ∂A ϕ
3a derivada ⇒ + + .
r r senθ rsenθ ∂ϕ

Somando-se as contribuições das três derivadas, a expressão do divergente fica:

∂A r 2A r 1 ∂A θ A θ cos θ 1 ∂A ϕ
∇. A = + + + + , que pode ser escrita de forma mais
∂r r r ∂θ r senθ rsenθ ∂ϕ
compacta:

1 ∂ 2 1 ∂ 1 ∂A ϕ
∇. A = ( r A ) + (senθ A θ ) + (35)
r 2 ∂r rsenθ ∂θ rsenθ ∂ϕ
r

EXEMPLO 5.2
Calcular ∇.[r f (r )] usando coordenadas esféricas.

SOLUÇÃO
O resultado já é conhecido, pois foi obtido em coordenadas cartesianas, depois de um
formidável exercício algébrico.
28

Para utilizar a expressão do divergente em coordenadas esféricas, devemos


identificar as componentes do vetor A.
A = r f (r ) ∴ A = rˆ r f (r ) ⇒ A r = r f (r ) . As componentes angulares, A θ e A ϕ , são nulas.

1 ∂ 3 1  d f (r )  1 d f (r )
div[r f (r )] = [r f (r )] = 2 3r 2 f (r ) + r 3  ⇒ div[r f (r )] = 3f (r ) + .
r ∂r
2
r  dr  r dr

O mesmo resultado já obtido, porém, com enorme economia algébrica.

O operador del em coordenadas esféricas pode ser também aplicado a um vetor,


como foi feito em coordenadas cartesianas, formando-se um produto vetorial.
Chamamos o resultado dessa operação de rotacional.

 ∂ θˆ ∂ φˆ ∂ 
∇ × A =  rˆ + +  × [ A r (r, θ, ϕ)r + A θ (r, θ, ϕ)θ + A ϕ (r, θ, ϕ)φ ]
ˆ ˆ ˆ (36)
 ∂r r ∂θ rsenθ ∂ϕ 

Novamente, o operador del atua sobre as componentes e também sobre os versores e,


então, só depois devemos efetuar o produto vetorial. Não iremos reproduzir aqui toda a
álgebra envolvida, mas fornecemos uma forma alternativa para se calcular o rotacional.

rˆ rθˆ rsenθφˆ
1
rot A = ∇ × A = 2 ∂ ∂r ∂ ∂θ ∂ ∂ϕ (37)
r senθ
Ar rA θ rsenθ A ϕ

EXEMPLO 5.3
São dadas uma função (escalar) f ( r ) e uma função (vetorial) r̂ f (r ) . Aplique os
operadores convenientes sobre elas.

SOLUÇÃO
Este problema serve como uma revisão de diversas situações encontradas ao longo do texto.

No caso da função escalar, vamos considerar uma da forma f ( r ) = Kr n . Aqui só podemos


encontrar a gradiente:

 ∂ θˆ ∂ φˆ ∂  n ∂
∇f (r ) =  rˆ + +  Kr = ˆ (Kr n ) = K n r n −1rˆ .
r
 ∂r r ∂θ rsenθ ∂ϕ  ∂r

Para n = −1 ⇒ ∇f (r ) = − K r −2 r̂ . Se f(r) representar o potencial eletrostático, o campo


elétrico é dado por:

Q
E = −grad f (r ) ∴ E = rˆ .
4πε o r 2
29

Vamos considerar agora um campo vetorial da forma Kr n r̂ .

1 ∂ 1 ∂ 1 ∂A ϕ 
div[Kr n rˆ ] = ∇.[Kr n rˆ ] =  2 (r 2 A r ) + (senθ A θ ) +  .[Kr n rˆ ] =
 r ∂r rsenθ ∂θ rsenθ ∂ϕ 

1 ∂ K
= [Kr n + 2 ] = 2 (n + 2) r n +1 ∴ div[Kr n rˆ ] = K (n + 2) r n −1 .
r ∂r
2
r

A outra possibilidade é obter o rotacional de [ Kr n rˆ ] :

rˆ rθˆ rsenθφˆ
1
rot[Kr rˆ ] = ∇ × [Kr rˆ ] = 2
n n
∂ ∂r ∂ ∂θ ∂ ∂ϕ = 0ˆi + 0ˆj + 0kˆ = 0 .
r senθ
Kr n 0 0
O resultado mostra que um campo central é irrotacional.

PROBLEMAS PROPOSTOS – SEÇÃO 5

1 – Os versores rˆ , θˆ , φˆ podem ser expressos em termos dos versores fixos ˆi , ˆj, kˆ :


rˆ (θ, φ) = sen θ cos φ ˆi + sen θ sen φˆj + cos θ kˆ
θˆ (θ, φ) = cos θ cos φ ˆi + cos θsenφ ˆj − senθ kˆ
φˆ (φ) = −sen φ ˆi + cos φ ˆj
a) – Mostre que:

∂rˆ ˆ ∂θˆ ∂rˆ ∂θˆ ∂φˆ


= θ, = −rˆ , = φˆ senθ , = φˆ cos θ , = −rˆsenθ − θˆ cos θ (38)
∂θ ∂θ ∂ϕ ∂ϕ ∂ϕ
∂φˆ
Você pode ter alguma dificuldade com a expressão : tente multiplicar r̂ por sen θ e
∂φ
θ̂ por cos θ e somá-las.
b) – Mostre que ˆi , ˆj, kˆ são dados em termos dos versores rˆ, θˆ , φˆ pelas expressões:

ˆi = rˆ sen θ cos φ + θˆ cos θ cos φ − φˆ sen φ


ˆj = rˆ sen θsen φ + θˆ cos θsen φ + φˆ cos φ
kˆ = rˆ cos θ − θˆ sen θ

2 – Em um problema proposto da seção 4, você mostrou que div r = ∇ ⋅ r = 3 em


coordenadas cartesianas. Em coordenadas esféricas também se obtém o mesmo
resultado? O que isso pode sugerir?
30

3 – Certo vetor A(r, θ, φ) não possui componente radial. Seu rotacional não tem
componentes tangenciais. O que esses dois fatos implicam sobre a dependência radial
das componentes tangenciais A θ (r, θ, φ) e A φ (r, θ, φ) ?

4 – São dados os versores em coordenadas esféricas:

rˆ = senθ cos φ ˆi + senθsen φ ˆj + cos θ kˆ e φˆ = −sen φ ˆi + cos φ ˆj .

a) – qual o valor de kˆ × rˆ ?
µ0m ˆ
b) – considere o vetor A = k × rˆ . Expressar esse campo em função de r e θ.
4 πr 2

µ0m
c) – mostre que rotA = 3
( 2 cos θ rˆ + senθ θˆ ) .
4 πr

6 – COORDENADAS CILÍNDRICAS

As coordenadas cilíndricas se assemelham a uma combinação de coordenadas


cartesianas e esféricas. O vetor posição r é expresso por uma tripla de variáveis
(ρ, ϕ, z) . Na figura 6.1 estão representadas as principais características desse sistema de
coordenadas.

Figura 6.1 – Geometria das coordenadas cilíndricas.

Novamente, usaremos r para localizar um ponto no espaço. Os intervalos de


variações dos parâmetros são:

0 ≤ ρ < ∞, 0 ≤ ϕ < 2π , −∞< z <∞.

As componentes cartesianas são dadas por: x = ρ cos ϕ , y = ρsenϕ , z =z.


31

O vetor r, escrito em coordenadas cilíndricas, tem a forma:

r = ρρˆ + zkˆ e a diferencial desse vetor é dr = dρρˆ + ρdρˆ + dzkˆ (39)

Observe na figura 6.1 que os versores ρˆ e φˆ estão em um plano paralelo ao


plano xy, enquanto k̂ é perpendicular a este plano.

Figura 6.2 – O plano xy contendo os versores ρˆ e φˆ .

Para obter os versores, podemos fazer algo semelhante ao que foi feito em coordenadas
esféricas, porém, aqui é mais imediato analisar a figura 6.2:

ρˆ = ˆi cos ϕ + ˆjsenϕ (40)

φˆ = ˆi cos(π 2 + ϕ) + ˆjsen (π 2 + ϕ) ⇒ φˆ = −ˆisenϕ + ˆj cos ϕ (41)

Podemos calcular dρ̂ usando estas duas expressões:

ρˆ = ˆi cos ϕ + ˆjsenϕ ⇒ dρˆ = (−ˆisenϕ + ˆj cos ϕ)dϕ ∴ dρˆ = φˆ dϕ (42)

Nosso objetivo é determinar o operador del em coordenadas cilíndricas.


Iniciamos com uma função escalar f expressa em termos de ρ, ϕ e z :

∂f ∂f ∂f
f (ρ, ϕ, z) ⇒ df = dρ + dϕ + dz .
∂ρ ∂ϕ ∂z

A definição de derivada direcional nos auxilia, pois podemos escrever:

df = grad f .dr = ∇f .dr .

De maneira semelhante àquela usada em coordenadas esféricas, precisamos estabelecer


a métrica desse sistema de coordenadas para se utilizar o operador del, e por isso
escrevemos:
32

 ∂f ∂f ∂f ˆ 
df =  h ρ ρˆ + h ϕ φˆ + h z k .(ρˆ dρ + φˆ ρdϕ + kˆ dz) .
 ∂ρ ∂ϕ ∂z 

∂f ∂f ∂f
df = h ρ dρ + h ϕ ρ dϕ + h z dz .
∂ρ ∂ϕ ∂z

Esta expressão deve ser igual àquela obtida acima para df, considerando uma função de
ρ, φ e z. Comparando as duas relações, podemos identificar os fatores h’s:

hρ = 1, hϕ = 1 ρ , hz = 1.
Então, o operador del pode ser obtido:

∂ φˆ ∂ ˆ ∂
∇ = ρˆ + +k (43)
∂ρ ρ ∂ϕ ∂z

O gradiente de uma função escalar f (ρ, ϕ, z) é imediato:

∂f φˆ ∂f ˆ ∂f
grad f = ∇ f = ρˆ + +k (44)
∂ρ ρ ∂ϕ ∂z

Para calcular o divergente de um campo vetorial


A(ρ, ϕ, z) = A ρ (ρ, ϕ, z)ρˆ + A ϕ (ρ, ϕ, z)φˆ + A z (ρ, ϕ, z)kˆ , procedemos da mesma forma
que o fizemos para as coordenadas esféricas: o operador del atua nas componentes do
vetor, e também sobre os versores. O resultado é:

∂A ρ Aρ 1 ∂A ϕ ∂A z
divA = ∇. A = + + + . Esta expressão pode ser reescrita de forma
∂ρ ρ ρ ∂ϕ ∂z
mais compacta:

1 ∂ (ρA ρ ) 1 ∂A ϕ ∂A z
divA = ∇. A = + + (45)
ρ ∂ρ ρ ∂ϕ ∂z

A aplicação do operador del formando um produto vetorial nos dá o rotacional desse


campo:

 ∂ φˆ ∂ ˆ ∂ 
rot A = ∇ × A =  ρˆ + + k  × [A ρ (ρ, ϕ, z)ρˆ + A ϕ (ρ, ϕ, z)φˆ + A z (ρ, ϕ, z)kˆ ] .
 ∂ρ ρ ∂ϕ ∂z 

ρˆ ρφˆ kˆ
1
∇ × A = ∂ ∂ρ ∂ ∂ϕ ∂ ∂z (46)
ρ
Aρ ρA ϕ Az
33

EXEMPLO 6.1
(Neste exemplo queremos discutir uma situação na qual parece haver um paradoxo...
adiantamos que um paradoxo só existe quando não entendemos bem a teoria).
y x
É dado um campo vetorial A: A( x , y) = −ˆi 2 + ˆj 2 .
x +y 2
x + y2
a) – Expresse o campo em coordenadas cilíndricas.
b) – Calcule o rotacional deste campo.
c) – Aplique o teorema de Stokes para mostrar que 2π = 0 (!!!).

SOLUÇÃO
a) – Para expressar o campo vetorial em coordenadas cilíndricas, devemos obter os
versores cartesianos em termos de ρˆ e φˆ . A figura E 6.1 pode ajudar a visualizar a
parte algébrica.
As projeções dos versores cartesianos sobre os versores cilíndricos são dadas por:

ˆi = (ˆi.ρˆ )ρˆ + (ˆi.φˆ )φˆ = ρˆ cos ϕ + φˆ cos(ϕ + π 2) ⇒ ˆi = ρˆ cos ϕ − φˆ senϕ .

Sabendo-se que as componentes cartesianas são x = ρ cos ϕ , y = ρsenϕ e também que


ρ 2 = x 2 + y 2 , podemos escrever o campo vetorial em coordenadas cilíndricas:

ρsenϕ ρ cos ϕ
A (ρ, ϕ) = −(ρˆ cos ϕ − φˆ senϕ) + (ρˆ senϕ + φˆ cos ϕ) .
ρ 2
ρ2
ˆj = (ˆj.ρˆ )ρˆ + (ˆj.φˆ )φˆ = ρˆ cos(π 2 − ϕ) + φˆ cos ϕ ⇒ ˆj = ρˆ senϕ + φˆ cos ϕ .

Figura E 6.1 – Os versores ˆi , ˆj, ρˆ e φˆ .

φˆ
Após as simplificações, obtemos: A (ρ, ϕ) = .
ρ

A dependência de A(ρ) é mostrada na figura E 6.2A. Na parte B da figura esboçamos no


plano xy, de forma pictórica, alguns vetores de A.
34

(a) (b)

Figura E 6.1.2 – A dependência de A com ρ e os alguns vetores A(ρ).

b) – O rotacional em coordenadas cilíndricas do campo vetorial.

ρˆ ρφˆ kˆ
1
∇ × A = ∂ ∂ρ ∂ ∂ϕ ∂ ∂z = 0ρˆ + 0(ρφˆ ) + 0kˆ = 0 .
ρ
0 ρ(1 ρ) 0

c) – Para aplicar o teorema de Stokes, vamos escolher um percurso circular de raio ρ e


centrado na origem.

O teorema de Stokes estabelece que: ∫ A.dr = ∫∫ (∇ × A).da .


C área

Como dr = ρˆ dρ + φˆ ρdϕ + kˆ dz , a integral à esquerda é dada por:

2π 2π
1  1

C C

A.dr =  φˆ .(ρˆ dρ + φˆ ρdϕ + kˆ dz) =
ρ  ∫
0
ρ ∫0 C

ρ dϕ = dϕ ∴ A.dr = 2π .

A integral à direita é nula porque, pelo item (b), mostramos que o rotacional se anula.
Chegamos, então, a um resultado surpreendente: 2π = 0 . Tão surpreendente quanto
falso, obviamente. Mas onde, exatamente, está o absurdo no desenvolvimento? Está na
aplicação do teorema de Stokes: para que ele seja válido, o domínio de definição da
função vetorial deve ser simplesmente conexo. A função deve estar definida em todo e
qualquer ponto desse domínio e suas derivadas devem ser contínuas. Se você observar o
domínio escolhido para realizar a integração, perceberá que existe um ponto (a origem)
em que a função não está definida e suas derivadas nem existem. Basta um único ponto
para que o teorema não possa ser aplicado. Em síntese, não fomos cuidadosos o
suficiente para perceber que o teorema de Stokes não pode ser aplicado, mas seguimos
calculando como ele fosse válido! Deu no que deu... Lição a ser aprendida: antes de
aplicar qualquer resultado de um teorema, observe sob que condições ele é válido.
Para qualquer outro domínio que NÃO envolva a origem, o teorema pode ser
utilizado. Na figura abaixo estão algumas curvas que determinam domínios
simplesmente conexos. Para mostrar isso, considere a circunferência de raio b e
centrada no ponto x = a .
35

φˆ
Figura E 6.1.3 – Alguns domínios simplesmente conexos para a função A(ρ, ϕ) = .
ρ
Vamos considerar a circunferência centrada no ponto a e de raio b. Um ponto sobre esta
circunferência é descrito por x (ϕ) = a + b cos ϕ e y(ϕ) = bsenϕ .

dr = dxˆi + dyˆj ⇒ dr = (− bsenϕdϕ)ˆi + (b cos ϕdϕ)ˆj .


 bsenϕˆi (a + b cos ϕ)ˆj 

C 0

A.dr =  − 2 + 2
a + b + 2ab cos ϕ a + b + 2ab cos ϕ 
2 2  .[(−bsenϕdϕ)ˆi + (b cos ϕdϕ)ˆj] .

2π 2π 2π
b 2 + ab cos ϕ 1 cos ϕ
= ∫
0
a + b + 2ab cos ϕ
2 2
dϕ = b 2
0
∫a + b + 2ab cos ϕ
2 2
dϕ + ab 2
0

a + b + 2ab cos ϕ
2
dϕ .

A figura E 6.1.4 mostra o comportamento gráfico dos dois integrandos.

1 cos ϕ
(a) (b)
a + b + 2ab cos ϕ
2 2
a + b + 2ab cos ϕ
2 2

Figura E 6.1.4

O valor desta integral pode ser encontrado em tabelas de integrais e o valor é:

π
  a 2 − b2 ϕ 
∫ A.dr = π − 2arctang 2
 a +b
2
tang   .
2 0 
C 
36

a 2 − b2
Se a circunferência não envolver a origem, a > b ⇒ = K 1 > 0 , então,
a 2 + b2

π π
∫ A.dr → π − 2[arctang(K tang 2 ) = π − 2(arctang∞ ) = π − 2 2  = 0
C
1

a 2 − b2
Se a circunferência envolver a origem, a < b ⇒ = K 2 < 0 , então,
a 2 + b2
π  π
∫ A.dr → π − 2[arctang(K 2 tang ) = π − 2(arctang(-∞ ) = π + 2  = 2π .
C
2 2

EXEMPLO 6.2
Dado o vetor A = 2zˆi − xˆj + ykˆ ,
a) escreva esse vetor em coordenadas cilíndricas;
b) encontre seu divergente em coordenadas cartesianas e cilíndricas.
c) calcule seu rotacional em coordenadas cartesianas e cilíndricas.

SOLUÇÃO
(a) As componentes cartesianas são dadas por: x = ρ cos ϕ ; y = ρsenϕ ; z = z . Então
podemos já substituir esses valores para obter um “vetor híbrido” que serve como uma
etapa intermediária:

"
A" = (2z)ˆi − (ρ cos ϕ)ˆj + (ρsenϕ) kˆ .

Note que este vetor não está expresso em nenhum sistema de coordenadas porque ele
ainda é uma mistura de versores cartesianos com variáveis cilíndricas. Por isso ele foi
escrito entre aspas.
Precisamos converter ˆi e ˆj ( k̂ se mantém inalterado) para coordenadas
cilíndricas. Na figura E 6.2 estão representados os versores em ambos os sistemas.

Figura E 6.2 – Os versores de ambos os sistemas.


37

Dados ρˆ = ˆi cos ϕ + ˆjsenϕ e φˆ = −ˆisenϕ + ˆj cos ϕ , para expressar ˆi e ˆj em termos


desses versores, basta projetá-los nas direções ρˆ e φˆ . Projeção significa produto
escalar.

ˆi = (ˆi.ρˆ )ρˆ + (ˆi.φˆ )φˆ = [ˆi.(ˆi cos ϕ + ˆjsenϕ)]ρˆ + [ˆi.(−ˆisenϕ + ˆj cos ϕ)]φˆ ∴

ˆi = (cos ϕ)ρˆ − (sen ϕ)φˆ .

ˆj = (ˆj.ρˆ )ρˆ + (ˆj.φˆ )φˆ = [ˆj.(ˆi cos ϕ + ˆjsenϕ)]ρˆ + [ˆj.(−ˆisenϕ + ˆj cos ϕ)]φˆ ∴

ˆj = (sen ϕ)ρˆ + (cos ϕ)φˆ .

Substituindo-se os versores cartesianos pelas expressões acima, o vetor A pode, então,


ser escrito:
A = (2z)[(cos ϕ)ρˆ − (sen ϕ)φˆ ] − (ρ cos ϕ)[(sen ϕ)ρˆ + (cos ϕ)φˆ ] + (ρsenϕ) kˆ .

A = (2z cos ϕ − ρsenϕ cos ϕ)ρˆ − (2zsenϕ + ρ cos 2 ϕ)φˆ + ρsenϕkˆ .

(b) Divergente de A em coordenadas cartesianas e cilíndricas:

 ∂ ˆ ∂ ˆ ∂  ∂x ∂y ˆ ˆ ∂ (2z)
div A = ∇. A =  ˆi + j + k .(2zˆi − xˆj + ykˆ ) = −ˆi.ˆj + ˆj.kˆ + k .i ∴
 ∂x ∂y ∂z  ∂x ∂y ∂z

div A = 0 .

É de se esperar que em coordenadas cilíndricas obtenhamos o mesmo valor nulo porque


o divergente de um vetor independe do sistema de coordenadas.
Precisamos identificar as componentes do vetor A.

A = (2z cos φ − senφ cos φ)ρˆ − (2zsenφ + ρ cos 2 φ)φˆ + ρsenφkˆ ⇒

A ρ = (2z cos ϕ − senϕ cos ϕ) ; A φ = −(2zsenϕ + ρ cos 2 ϕ) ; A z = ρsen ϕ .

1 ∂[ρ(2z cos ϕ − senϕ cos ϕ) 1 ∂[−(2zsenϕ + ρ cos 2 ϕ)] ∂ (ρsenϕ)


divA = ∇. A = + + ⇒
ρ ∂ρ ρ ∂ϕ ∂z

2z cos ϕ − ρsenϕ cos ϕ 1


divA = −senϕ cos ϕ + + [2ρ cos ϕsenϕ − 2z cos ϕ] =
ρ ρ

2z cos ϕ 2z cos ϕ
= −senϕ cos ϕ + − senϕ cos ϕ + 2 cos ϕsenϕ − =0.
ρ ρ
O mesmo resultado obtido em coordenadas cartesianas.
38

(c) Rotacional de A em coordenadas cartesianas e cilíndricas.

ˆi ˆj kˆ
rot A = ∂ x ∂y ∂ z = ˆi (1) − ˆj(−2) + kˆ (−1) = ˆi + 2ˆj − kˆ .
2z -x y

Como o rotacional de um vetor independe do sistema de coordenadas, podemos


expressar o resultado acima em coordenadas cilíndricas e obter diretamente o valor do
rotacional nesse sistema de coordenadas.

rot A = ˆi + 2ˆj − kˆ ⇒ rot A = (cos ϕρˆ − senϕφˆ ) + 2(senϕρˆ + cos ϕφˆ ) − kˆ ⇒

rot A = (cos ϕ + 2senϕ)ρˆ + (2 cos ϕ − senϕ)φˆ − kˆ .

Este é o valor do rotacional do vetor A em coordenadas cilíndricas. Se você quiser


verificar se o resultado está correto, desenvolva o determinante para o rotacional em
coordenadas cilíndricas.

Observação. Quando um campo vetorial apresenta divergente nulo, diz-se que esse
campo é solenoidal. Quando o campo vetorial tem rotacional nulo, diz-se que ele é
irrotacional (também chamado de conservativo).

PROBLEMAS PROPOSTOS – SEÇÃO 6

1 – Encontre ∇ ⋅ A e ∇ × A para A = z 2 ρˆ + ρ 2 senϕ φˆ + zρ kˆ .

2 – Determine ∇ ⋅ A e ∇ × A quando o vetor A = ρˆ + cos ϕ kˆ .

3 – Calcule o gradiente de ambas as funções escalares obtidas no 1º e no 2º problemas.

4 – Certa função vetorial é dada em coordenadas cilíndricas por:

V (ρ, ϕ) = ρˆ Vρ (ρ, ϕ) + φˆ Vϕ (ρ, ϕ) .

Mostre que ∇ × V só tem componente na direção z.

5 – Um vetor qualquer pode ser escrito em coordenadas cilíndricas. O vetor posição


pode ser escrito como r = ρρˆ + zkˆ .

Mostrar que ∇.r = 3 e ∇ × r = 0 .


Um pouco de Mecânica: suponha que o vetor r seja função do tempo. Encontrar a
velocidade e a aceleração da partícula em coordenadas cilíndricas.
39

6 – A equação de NAVIER-STOKES da hidrodinâmica contém um termo não-linear,

∇ × [ v × (∇ × v )] onde v é a velocidade do fluido.

Considere um fluido se movendo no sentido de k: v = v(ρ)kˆ .


I – escolha uma função simples para v considerando o escoamento real de um fluido em
um tubo cilíndrico. Esboce um gráfico dessa função escolhida.
II – mostre que para esse caso, [ v = v(ρ)kˆ ], o termo não-linear ∇ × [ v × (∇ × v )] se
anula.

7 – Um fio condutor ao longo do eixo z é percorrido por uma corrente I. O vetor


potencial magnético A é dado por:

µI  1  ˆ
A= ln  k .
2π  ρ 

O campo magnético devido a esta corrente é dado por B = ∇ × A . Mostre que este
µI
campo vale φ̂ . Esta é a lei circuital de Ampère para a magnetostática.
2πρ

7 – APLICAÇÕES SUCESSIVAS DO OPERADOR DEL

Por aplicações sucessivas devemos entender que, sobre uma função escalar ou
vetorial, estaremos limitados a uma dupla operação. Sabemos que o operador del,
aplicado uma única vez, permite obter as grandezas:

Del[escalar] → vetor (gradiente)


Del.[vetor] → escalar (divergente)
Del×[vetor] → vetor (rotacional)

As cinco possibilidades para a dupla operação estão listadas abaixo:

(a) del.[del f ] = div[grad f ] = ∇.[∇ f ] = escalar

(b) del× [del f ] = rot[grad f ] = ∇ ×[∇ f ] = vetor

(c) del [del .A ] = grad[divA ] = ∇ [∇ . A ] = vetor

(d) del .[del ×A ] = div[rotA ] = ∇.[∇×A ] = escalar

(e) del ×[del ×A ] = rot[rotA ] = ∇ ×[∇×A ] = vetor


40

Todos têm sua importância dentro da Física Matemática, entretanto, o primeiro deles
aparece mais frequentemente descrevendo situações que envolvem diversos fenômenos
físicos.

(a) del.[del f ] = div[grad f ] = ∇.[∇ f ] .

Vamos analisar esta relação utilizando coordenadas cartesianas.

 ∂ ˆ ∂ ˆ ∂ 
.
div[grad f ] = ∇ [∇f ] =  ˆi + j + j  .  ˆi ∂∂xf + ˆj ∂∂yf + kˆ ∂∂fz  ⇒
 ∂x ∂y ∂z   

 ∂ 2f ∂ 2f ∂ 2f 
div[grad f ] = ∇.[∇ f ] =  2 + 2 + 2  .
 ∂x ∂y ∂z 

 ∂ 2f ∂ 2f ∂ 2f 
O resultado da aplicação div[grad f ] = ∇. ∇f = ∇ 2
f =  2 + 2 + 2  (48)
 ∂x ∂y ∂z 

é chamado Laplaciano da função f e o operador

 ∂2 ∂2 ∂2 
∇ =  2 + 2 + 2 
2
 (49)
 ∂x ∂y ∂z 

é o operador de Laplace.

Suponha que a função escalar f seja o potencial eletrostático que designaremos


por Φ( x , y, z). O gradiente dessa função está relacionado com o campo eletrostático
E( x , y, z) por:
E = −gradΦ .

Em uma região do espaço no qual não existem cargas elétricas (lembre-se de que o
operador é calculado em determinado ponto do espaço), temos:

divE = ∇.E = 0 ∴ div[−grad Φ ( x , y, z)] = 0 ∴

∇ 2 Φ ( x , y, z) = 0 (Equação de Laplace) (50)

Esta é a equação de Laplace, uma das mais importantes da Física Matemática e


precursora, juntamente com a equação de Poisson, de um novo ramo de análise
chamado Teoria do Potencial.
Se no ponto, no qual se estima o divergente do campo elétrico, existirem cargas,
então:

∇.E = ρ elétrica ε 0 .

Mas como E = −gradΦ ⇒ ∇.[−gradΦ] = −∇.[∇Φ ] = ρ elétrica ε 0 ∴


41

∇ 2 Φ = − ρ elétrica ε 0 (Equação de Poisson) (51)

EXEMPLO 7.1
Encontrar o Laplaciano de uma função escalar, Φ(r ) , que só depende de r.

SOLUÇÃO
Como não conhecemos (ainda) a expressão do Laplaciano em coordenadas esféricas (de
uso recomendável para esse tipo de dependência), devemos partir da definição e de

alguns resultados estabelecidos em seções anteriores. Por exemplo, grad Φ(r ) = rˆ ,
dr
pode ser obtido com auxílio do exemplo 5.1, considerando que a função Φ só tenha
dependência em r. A parte radial do divergente em coordenadas esféricas é dada por:

1 ∂ 2
divA r = [r A r ] .
r 2 ∂r

1 d  2 dΦ  2 dΦ d 2 Φ
Então div[gradΦ] = ∇ 2 Φ ⇒ ∇ 2 Φ = r ∴ ∇ 2
Φ = + 2 .
r 2 dr  dr  r dr dr

Usamos a derivada total ao invés da parcial porque a função Φ só depende de r e,


portanto, não possui dependência com θ ou com φ.

Suponha agora que Φ(r ) = Kr n , e que queremos obter o Laplaciano desta


função.
2
∇ 2 Φ = ∇ 2 [Kr n ] = nr n −1 + n (n − 1)r n − 2 ⇒ ∇ 2 [Kr n ] = 2nr n − 2 + n (n − 1)r n − 2 ∴
r

∇ 2 [Kr n ] = nr n − 2 [2 + n − 1] = n (n + 1)r n −2 .

O resultado indica que o Laplaciano se anula para n = 0 ou n = −1 . O valor nulo para n


significa um potencial constante: Φ(r ) = K ; para n = −1 , o potencial tem a forma
K
analítica Φ(r ) = . Essas duas funções são soluções da equação de Laplace,
r
K
∇ 2 Φ (r ) = 0 . O potencial Φ(r ) = é bem conhecido, e dependendo do valor da
r
constante K, ele representa ou potencial eletrostático ou o gravitacional.

(b) ∇ ×[∇ f ] .
A segunda relação listada no início desta seção, rot[grad f ] = ∇ ×[∇ f ] , pode ser
calculada através da definição:
42

i ˆj kˆ
∇ ×[∇ f ] = ∂ x ∂y ∂z .
∂f ∂x ∂f ∂y ∂f ∂z

Expandindo este determinante pela primeira linha (sempre), temos:

 ∂ ∂f ∂ ∂f  ˆ  ∂ ∂f ∂ ∂f  ˆ  ∂ ∂f ∂ ∂f 
∇ ×[∇ f ] = ˆi  −  − j −  + k  ∂x ∂y − ∂y ∂x  =
 ∂y ∂z ∂z ∂y   ∂x ∂z ∂z ∂x   

 ∂ 2f ∂ 2f  ˆ ∂ 2f ∂ 2f  ˆ  ∂ 2f ∂ 2f 
= i
ˆ −  − j −  + k −  (52)
 ∂y∂z ∂z∂y   ∂x∂z ∂z∂x   ∂x∂y ∂y∂x 

Se a função f possui as segundas derivadas contínuas, a ordem se derivação é irrelevante


e, portanto, o resultado dessa combinação de operadores se anula. Nestas condições,
dizemos que o rotacional de um gradiente é zero, ou, todo gradiente é irrotacional.

Devemos salientar um ponto importante após os resultados de (a) e (b).


.
No primeiro caso div[gradΦ ] = ∇ [∇Φ] = ∇ 2 Φ , pode se anular devido a uma situação
física (ausência de cargas elétricas, por exemplo), enquanto rot[grad f ] = ∇ × (∇f ) pode
se anular devido as características da função escalar (possuir segundas derivadas
contínuas).

A relação (d), div[rotA ] = ∇.[∇×A ] , será nula se o vetor A possuir derivadas contínuas
e, nesse caso, dizemos que o divergente de um rotacional é zero, ou, todo rotacional é
solenoidal.

O LAPLACIANO EM COORDENADAS ESFÉRICAS E CILÍNDRICAS

Em coordenadas esféricas o operador del é dado por:


∂ θˆ ∂ φˆ ∂
∇ = rˆ + + (53)
∂r r ∂θ rsenθ ∂ϕ

 ∂ θˆ ∂ φˆ ∂ 
. rˆ ∂∂fr + θr ∂∂θf + rsen
φˆ ∂f 
ˆ
∇ 2 f = div[grad f ] =  rˆ + +  .
 ∂r r ∂θ rsenθ ∂ϕ   θ ∂ϕ 

O operador del atua escalarmente sobre o vetor derivando tanto as componentes como
também os versores. A mesma situação já foi encontrada anteriormente quando
obtivemos o divergente em coordenadas esféricas. Pode-se aqui repetir o que foi feito
nesse caso e o resultado final é:

1  ∂  2 ∂f  ∂  ∂f  1 ∂ 2f 
∇ f (r, θ, ϕ) = 2
2
sen θ  r  +  senθ  +  (54)
r sen θ  ∂r  ∂r  ∂θ  ∂θ  sen θ ∂ϕ 2 

Essa expressão representa o Laplaciano em coordenadas esféricas.


43

O operador del em coordenadas cilíndricas é:

∂ φˆ ∂ ˆ ∂
∇ = ρˆ + +k .
∂ρ ρ ∂ϕ ∂z

 ∂ φˆ ∂ ˆ ∂ 
∇ 2 f (r, ϕ, z) =  ρˆ + + k  . ρˆ ∂∂ρf + φρˆ ∂∂ϕf + kˆ ∂∂fz  .
 ∂ρ ρ ∂ϕ ∂z   

As mesmas observações feitas acima sobre o efeito do operador del sobre o vetor
também são pertinentes aqui. O resultado final é dado por:

1 ∂  ∂f  1 ∂ 2 f ∂ 2 f
∇ 2 f (r, ϕ, z) = ρ  + + (55)
ρ ∂ρ  ∂ρ  ρ 2 ∂ϕ 2 ∂z 2

Expressão do Laplaciano em coordenadas cilíndricas.

EXEMPLO 7.2
Mostre que a função f (r, θ, ϕ) = rsen θ cos ϕ satisfaz a equação de Laplace.

SOLUÇÃO
Se você perceber que a função dada em coordenadas esféricas nada mais é do que a
variável x, então a solução não vai além de duas linhas: isto porque se uma função é
solução em um sistema de coordenadas, ela será solução em qualquer outro sistema.

∂ 2 (x )
f (r, θ, ϕ) = rsen θ cos ϕ = x ⇒ = 0.
∂x 2

Quando esta identificação não acontece, devemos calcular o Laplaciano no sistema de


coordenadas adequado e verificar se ele se anula. É o que faremos a seguir.

∂f ∂f ∂f ∂ 2f
= senθ cos ϕ ; = r cos θ cos ϕ ; = − rsenθsenϕ ⇒ 2 = − rsenθ cos ϕ .
∂r ∂θ ∂ϕ ∂ϕ

1  ∂ ∂ 1 
∇ 2 f (r, θ, ϕ) = senθ (r 2 senθ cos ϕ) + (rsenθ cos ϕ) + (− rsenθ cos ϕ)
r senθ 
2
∂r ∂θ senθ 

=
1
r senθ
2
[
2rsen 2 θ cos ϕ + r cos 2 ϕ − rsen 2 θ cos ϕ − r cos ϕ ]
2 1 cos 2 θ cos ϕ 1 1 cos ϕ
= senθ cos ϕ + − senθ cos ϕ −
r r senθ r r senθ

1
= [sen 2 θ cos ϕ + cos 2 θ cos ϕ − cos ϕ]
rsenθ
44

1
= [cos ϕ(sen 2 θ + cos 2 θ) − cos ϕ] ∴
rsenθ

∇ 2 f (r, θ, ϕ) = 0 .

PROBLEMAS PROPOSTOS – SEÇÃO 7

1 – No texto suprimimos diversas etapas matemáticas para obter o Laplaciano em


coordenadas esféricas. Efetue as passagens matemáticas para obter o Laplaciano como
dado por (54).

2 – Calcular o Laplaciano para as funções escalares:

(a) ln(x 2 + y 2 ) (b) xy( x 2 + y 2 + z 2 ) (c) ln(x 2 + y 2 + z 2 ) .

2 2
Respostas: (a) zero; (b) 14xy; (c) = 2
x +y +z
2 2 2
r

3 – Esse exercício pretende mostrar como pode, às vezes, ocorrerem pequenos deslizes.
Sabe-se que o valor ∇ 2 f INDEPENDE do sistema de coordenadas, ou seja: se o item
(a) do primeiro exercício se anulou para coordenadas cartesianas, ele deve se anular
para cilíndricas e esféricas. Calcule o Laplaciano de (a) em coordenadas cilíndricas e
esféricas.

4 – Resolva a equação de Laplace em coordenadas cilíndricas para a função Φ = Φ (ρ) .

5 – A equação de Poisson é mais conhecida por suas aplicações em teoria


eletromagnética. Entretanto, ela se aplica igualmente bem para potenciais
gravitacionais. Estabeleça a equação de Poisson para o potencial gravitacional.
Sugestão: consulte um livro de Mecânica Clássica; por exemplo, “Classical dynamics
of particles and systems” de Marion and Thornton.

1
6 – Mostre que f (ρ, z) = é uma solução da equação de Laplace. Estamos
(ρ 2
+ z2 )
12

supondo que ρ 2 + z 2 seja diferente de zero.

7 – Usando a equação de Laplace unidimensional, determine o potencial para qualquer


ponto entre as placas mostradas na figura abaixo. Use seus conhecimentos de
eletrostática.
45
46

RESPOSTAS DOS PROBLEMAS DA PARTE I

SEÇÃO 2
(1) (a) − 2 5 ; (b) 7 3 ; (c) − 2e 2 13
2 xz 2 yz 1
(2) (a) − grad f = 2 ˆi + ˆj − kˆ , − grad f P = 0ˆi + 4ˆj − kˆ ;
(x + y ) 2 2
(x + y )
2 2 2
(x + y 2 )
2

1 1
(b) − grad f = sen x (e y + e − y )ˆi − cos x (e y − e − y )ˆj , − grad f P = (cosh 1 )î
2 2
(3) (− 6ˆi + 8ˆj − 10kˆ ) 200
(4) (a) (4ˆi − 3ˆj) / 5 ; (b) (6ˆi + 8ˆj) / 10 ; (c) (3ˆi + 4ˆj − 5kˆ ) / 50

SEÇÃO 3
(1) 3
(2) (a) y 2 + 2 xz − x 2 ; (b) 3; (c) 2e x cos y ; (d) 2e x

SEÇAO 4
(1) 4 yk̂
(2) − 2 xyˆi + 2 xxzˆj + (2 yz − 2 xy)kˆ
(3) 2e x k̂
(5) (a) incompressível; (b) compressível; (c) − 2k̂ ; 0 (irrotacional)

SEÇÃO 5
(2) Sim; isso pode sugerir (e de fato ocorre) é que o divergente tem o mesmo valor,
independente do sistema de coordenadas.
(3) Ambos variam com 1 / r .
( ) ( ){
(4) (a) senθ φ̂ ; (b) µm 4πr 2 senθ φ̂ ; (c) µm 4πr 3 2 cos θ rˆ + sen θ θˆ }
SEÇÃO 6
(1) divA = z 2 / ρ + ρ cos ϕ + ρ ; rot A = zφˆ + 3ρsen ϕkˆ
(2) divA = 1 / ρ ; rot A = −(sen ϕ / ρ )ρˆ
(3) (1 + cos ϕ − z 2 / ρ 2 )ρˆ − (senϕ / ρ)φˆ + (2z / ρ)kˆ ; (−1 / ρ 2 )ρ̂
 ∂Vϕ ∂Vρ 
(4)  − k̂
 ∂ρ ∂ϕ 
(5) v = ρ& ρˆ + ρϕ& φˆ + z& kˆ
(6) A escolha poderia ser, por exemplo, v (ρ) = A (ρ − ρ o ) 2 kˆ .

SEÇÃO 7
2 2
(2) (a) 0; (b) 14 xy ; (c) = 2
x +y +z2 2 2
r
(4) Φ(ρ) = Φ(ρ o ) + K 1 ln (ρ / ρ o )
47

(5) ∇ 2 φ = 4πGσ (onde G é a constante gravitação universal e σ é a densidade


volumétrica de massa).
x
(7) V( x ) = V1 + (V2 − V1 )
d
48

BIBLIOGRAFIA

[1] BOAS, M. – Mathematical Methods in the Physical Science, 2nd edition, John Wiley
& Sons, 1996.

[2] KAPLAN, W. – Advanced Calculus, 2nd edition, Addison-Wesley, 1973.

[3] SPIEGEL, M. – Cálculo Vetorial – Coleção Schaum, McGraw-Hill do Brasil.

[4] KREYSZIG, E. – Advanced Engineering Mathematics, 6th edition, John Wiley &
Sons, 1988.

[5] McQUARRIE, D. – Mathematical Methods for Scientists and Engineers, university


Science Books, 2003.

[6] ARFKEN, G. B. and WEBER, H. J. – Mathematical Methods for Physicists, 5th


edition, Academic Press, 2001.

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