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Coleccao Diagnéstico Psicolégico Série - Aptiddes Intelectuais Colecedo dirigida por ANTONIO MENEZES ROCHA d2 TESTE DE ATENCAO Rolf Brickenkamp Manual Técnico (1° Edicao) Dy i] — orererorer CEGOC-TEA, Lda. - Investigagao e Publicacées Psicolégicas ‘Ay. Anténio Augusto de Aguiar, 21 - 2° - 1050-012 Lisboa Titulo Original: 2, Aufinerksamkeits-Belastungs-Test (Test d2). Hogrefe, Géttingen, Germany. Adaptacio Portuguesa: Carla Ferreira e Anténio Menezes Rocha Manual técnico redigido por Carla Ferreira. Capa: Concepcao e design by Andreas Rocha © 2006. Titulo: d2, Teste de Atencio Autor: Rolf Brickenkamp, Copyright © 2002 by Hogrefe Verlag GmbH & Co. KG, Gottingen (Alemanha). Copyright da edicéo portuguesa © 2007 by CEGOC-TEA. Adaptacdo Portuguesa: Carla Ferreira e Anténio Menezes Rocha. Edigéo CEGOC-TEA: Av. Antonio Augusto Aguiar, 21-2° 1050-012 Lisboa. ‘Todos os direitos reservados. Proibida a reprodugio total ou parcial, sob qualquer forma ou meio, nomeadamente fotocopia. As infraecBes serio penalizadas nos termos da legislacdo em vigor. ISBN: 978-972-8817-37-4 Depésito Legal: 263369/07 NAO FOTOCOPIE TESTES. RESPEITE OS DIREITOS DE AUTOR E APOIE A INVESTIGACAO EM PSICOLOGIA. INDICE Prefacio da Edigao Portuguesa ... Prefacio da Edigio Alema Prefacio da Edigao Norte-Americana 1. Caracteristicas Gerais do Teste de Atengao d2 ... LA Fiche técnica oo... cece eee eee e eee eect e eee eee e teeter e eee ene eee did) Miahertalvereea1sisessot};eamesed iomuiiia) sem ui}rapemieti een ress entre 13 IntrodugtO 22... cece 2 1.4 Desenvolvimento do instrumento ...... ee ceca 1.5 Prevaléncia de utilizagio ... AAS 1.6 Principais dreas de wtilizagio 1.7 Descrigiio do d2 L8 Significado dos parimetros avaliados pelo d2 1.9 Qualificagio dos utilizadares eeu pose nn en eee 2. Procedimentos de Administragéo. 21 Procedimentos germs «ccissmucts:rimmss 119 mAneattananeraeameriiirmnes tien 2.2 Procedimentos de administragio para criangas ......600.00ccceeeeeeseeeeeseeees 23 2.3 Procedimentos de administragao para adultos 2.4 Modificacdes aos procedimentos de administragio ..........0ceeeeeeeeeee cece ee 29 2.4.1 Versio A .... 2.4.2 Versio B 2.5 Resumo dos procedimentos de administragio 3. Correcco e Célculo das Pontuagdes do Teste de Atengao d2 3.1 Procedimentos para correccio e cfleulo das pontuagées do d2 3. Estudos Originais 3.1 Intercorrelagées entre as medidas .... 01.6.0 0sc0ee eset eteeeeeee nese eee neon 34 3.2 Estudos de Fidelidade . .. 35 3.2.1 Consisténcia interna . 35 3.2.2 Estabilidade temporal 37 (CEGOC-TEA.- Invesizacto « Pubesetes Pleaipieas 3.3 Estudos de Validade ...... 3.3.1 Validade de constructo . 38 3.3.2 Validade de constructo - Estudos com amostras norte-americanas . 3.4 Estudos realizados com o teste d2 em populacies especiais ........ 06... eee 48 3.4.1 Psicologia Clinica, Psiquiatria e Neuropsicologia .........06.00.000002264 49 3.4.2 Psicofarmacologia ... 3.4.3 Outras investigagSes 66.2.6... eseeeeeeeeeeeeeeeeeerttsteeeeeerereeeed 62 5. Adaptacao Portuguesa 5.1 Descrigao da amostra 5.2 Andlise diferencial . 5.2.1 Diferencas entre grupos etarios e género . 5.3 Intercorrelagées entre as medidas ..... 66660045 5.4 Estudos de Fidelidade .. 5.4.1 Consisténcia interna - 5.4.2 Estabilidade temporal ...........-- : acest sett 5.5 Estudos de Validade . 5.5.1 Estudos comparativos 5.6 Estudos realizados com o d2 em populacdes especiais . .. 5.6.1 Distimia . 5. 2 Esquizofrenia 6. Interpretacao 6.1 Ulilizagio das tabelas de mormas ....... 0.000 ceeeeeeeeeeeevtetretenerees 6.2 Elaboragio e interpretagito de um perfil - dois exemplos sts 988) 6.2.1 Exemplo A .. 6.2.2 Exemplo B...... Bibliografia . - 88 Anexo A m1 Tabelas de normas 11 Dados suplementares 120 Anexo B... Anilise diferencial - resultados por pardmetro segundo o grupo etdrioe 0 género .........123 Matrizes de intercorrelagbes por grupo etirio (amostra de criancas/adolescentes) .........127 4 ‘CEGOC-TEA.- Investigazdo © Publiazios Palcogicas Proficios PREFACIO DA EDIGAO PORTUGUESA O 2 possui, entre varias outras, duas caracteristicas muito apreciadas num instrumento de avaliacao psicologica: + As suas excelentes qualidades métricas, que dao confianga aos utilizadores da prova, pela informacao rigorosa, consistente e adequada, quando pretendem fazer a avali- aco dos miiltiplos aspectos da atengiio. Ao longo do Manual so apresentados 08 varios estudos de fidelidade e de validade, realizados com a versdo original alema, com a versao norte-americana e com a versio portuguesa, assim como as tabelas de normas desta dltima verso, que foram construidas com duas amostras: uma de 864 criancas e adolescentes e outra de 504 adultos, de ambos 0 sexos ¢ integrando varios grupos etarios. + © vasto campo de aplicagies que se estende das areas clinica, neuropsicolégica ¢ farmacol6gica as areas escolar e organizacional. Desde a sua aparicao em 1962, muitos autores realizaram estudos com grupos das mais diversas condigdes em contexto escolar, clinico ou profissional. Sao estes estudos que enriquecem a prova e que a dotaram de um potencial extraordindrio nas maos de psicélogos experientes e empenhados em tirar partido de bons instrumentos, como o d2, na avaliagao psicolégica. Em termos praticos, 0 d2 tem ainda outras duas qualidades muito apreciadas pelos especialistas de avaliagao psicol6gica, a saber, 0 material de teste extremamente simples e 0 tempo de aplicagaio da prova que nao vai além dos 10 minutos. A adaptacao portuguesa, apesar de ter sido realizada com amostras relativamente pequenas, apresenta valores, ao nivel dos padrdes da validade, muito semelhantes aos da versao original alema, tanto quando se trata de populacdes normais, como de alguma populacdo especial, como foi o caso de um grupo de esquizofrénicos. Nao ser, portanto, inadequado utilizar muitos dos estudos e respectivos valores e conclusdes, sobretudo os que foram realizados com populagdes especiais alemas, ¢ torné-los extensivos, com as devidas cautelas, a idénticas populacdes portuguesas. O d2 reveste-se de tanta maior importancia quanto aquilo que pretende medir, a atencdo, 6 uma faculdade com uma enorme repercusséo no funcionamento intelectual, emocional ¢ social do ser humano e que nos ajuda a compreender muitos comportamentos normais e deficitarios ou patoldgicos. S40 os muiiltiplos estudos realizados sobre a atencao e sobre as suas estreitas relagdes com a meméria que dao validade cientifica a esta afirmacio Grande parte destes estudos ¢ resumida em vérios capftulos do Manual. Por outro lado, na vasta bibliografia referenciada neste mesmo Manual, as pessoas interessadas em aprofundar na avaliacao psicolégica da atencao e de aspectos correlacionados com a mesma, poderdo encontrar intimeras publicacdes. ‘CEGOC-TEA Investigapio « Publeatos Picoliseas 5 Manual Técnico No dominio dos comportamentos que tém a ver com o desenvolvimento pessoal, encontramos varias situagdes onde o d2 pode ser uma ferramenta de grande utilidade. Tanto a nivel escolar como a nivel das organizacées existem inumeraveis tarefas que, para © seu bom desempenho, requerem capacidades como concentragao, atencdo selectiva, planificacéo de actividades, flexibilidade mental, produtividade, eficdcia na resolucao de problemas, etc. O d2, a partir da anéllise de varias categorias de pontuagoes e de varios indices, fornece-nos uma informacdo muito detalhada sobre aquelas capacidades em sujeitos, tanto em contexto escolar como profissional. No dominio dos comportamentos deficitarios ou patolégicos, 0 d2 tem-se revelado, igualmente, um instrumento de grande utilidade. S40 varios os indicadores fornecidos por este teste que nos permitem identificar pistas em varias categorias de pacientes, com Jesdes cerebrais, esquizofrénicos, com deméncia senil, etc. Na area clinica, é igualmente de assinalar a utilidade da prova na monitorizagao dos progressos em pacientes que esto em tratamento. A adaptacao do d2 a populacdo portuguesa é 0 resultado de um trabalho cientifico realizado por uma equipa de colaboradores. E justo destacar o trabalho central de Carla Ferreira, Responsével de Projectos no Departamento de Investigacdo e Publicacdes Psicolégicas da CEGOC-TEA, na tradugio e na afericdo da prova. As outras pessoas que colaboraram neste projecto e as quais queremos agradecer a sua participagao foram: Isabel da Silva Campos que recolheu todos os casos que constituem a amostra de criancas e adolescentes; Henrique Barreto que recolheu as amostras que integram os estudos com populacdes com distimia e ezquizofrenia; Rita Almeida que fez a recolha da amostra de adultos; e, finalmente, Leonor Ramalho que fez a introdugo de todos os dados para tratamento estatistico. Uma ultima palavra de agradecimento as escolas que nos permitiram fazer as aplicagSes que serviram para elaborar varios estudos estatisticos e as normas para a populacdo de criancas e adolescentes. Foram elas: a Escola Secundaria Ega de Queiroz de Lisboa, a Escola EB 2, 3 Luis de Camées de Lisboa; 0 Externato Europa de Cascais ¢ a Escola Secundaria Julio Dantas de Lagos. Lisboa, 20 de Agosto de 2007 Anténio Menezes Rocha Director de CEGOC ~ Investigagiio e Publicacdes Psicolégicas 6 (CEGOG-TEA.-nvestoscao @ Pubcscoes Pstcacgcas Proficios PREFAGIO DA EDIGAO ALEMA Nas diltimas décadas do Século XX nés, Psicélogos europeus, temos vindo a aprender bastante com os nossos colegas Norte-Americanos, especialmente no que diz respeito & psicometria € a avaliacao psicologica e esta é, seguramente, uma colaboraciio que dese- jamos manter no futuro. Ao longo de todos estes anos temos adquirido familiaridade com varios testes psicolégicos desenvolvides nos EUA e utilizamo-los, frequentemente, na nossa vida profissional, tendo traduzido e adaptado alguns destes instrumentos para as nossas populagdes. No entanto, so poucos os testes que, tendo sido desenvolvidos na Europa, sio amplamente conhecidos no mercado Americano. Um exemplo desta situagao corresponde ao teste Rorschach que, de acordo com Wade e Baker (1977), € 0 teste mais utilizado nos EUA, no ambito da psicologia clinica. Através da edicdo inglesa do teste d2, disponibilizamos para o mercado Americano um instrumento com raizes claramente europeias. Uma répida anélise da bibliografia revela- -nos que a maioria dos contributos foram feitos por investigadores da comunidade europeia. Este facto, que poderia criar alguma resistencia nos utilizadores Americanos acabou por ser contornado uma vez que o contacto com o instrumento permitiu aos varios profissionais aperceber-se do leque variado de utilizagdes do mesmo. Os 35 anos de intensa investigacdo com o teste d2 acabam por ser uma prova da sua flexibilidade. Para além disso, apés um breve perfodo de treino, torna-se claro que o teste d2.é mais facil de mani- pular do que ao inicio os utilizadores créem. © tempo de aplicagao, excepcionalmente curto, 6 um outro factor que abona a favor do aspecto econémico que esté subjacente a qualquer teste. Pelas razdes referidas anteriormente, que foram abordadas de forma mais detalhada por Steck (1997), justifica-se a atribuigdo do primeiro lugar ao teste d2, na listagem de testes mais utilizados na Alemanha. O manual em inglés corresponde a uma versao ligeiramente modificada e um pouco menos extensa do que a versdo alema. Foram omitidos alguns dos aspectos que s6 sao relevantes para os utilizadores alemaes ou que se encontravam desactualizados. Algumas das seccdes do manual foram ampliadas ou modificadas de forma a torna-lo mais titil para os utili- zadores norte-americanos. Foi introduzida uma nova seccao (Descriciio do d2) que ter como fungao fornecer uma breve descricao das caracteristicas do d2. (CEGOC-TEA- Investigate Publesgtes Palcologieas 7 Manual Técnico Nesta ocasiao, em que tornamos disponivel a versao em inglés do 42, gostaria de expressar 0 meu agradecimento a todos aqueles que contribuiram para a concretizacdo deste projecto. Assim, gostaria de agradecer, em primeiro lugar, aos meus editores, Dr.* Christine Hogrefe = em Seattle e Dr. G-JUlergen Hogrefe em Gattingen, assim como aos Directores da empresa Dr. Michael Vogtmeier, Dr. Thomas T. Karston e Robert Dimbleby. Gostaria, também, de expressar 0 meu agradecimento a David Emmans pela tradugao do manual. Finalmente, = —~ todo 0 meu reconhecimento ao Professor Eric A. Zillmer pela sua revisdo critica e pelas numerosas Uteis sugestdes; como co-autor teve um papel extremamente importante na edicaio americana do teste d2. - R. Brickenkamp Professor de Psicologia Universidade de Colonia, Alemanha 8 (GEGOC-TEA- investiga e Pubiagies Pecchigios Proficios PREFACIO Sao varias as formas utilizadas para verificar a qualidade de um teste psicolégico, nomeadamente através de métodos empiricos e clinicos. Como critérios para a avaliaco da qualidade do teste incluem-se a fundamentacao psicométrica, a amplitude de utilizacdo do teste, 0 seu cardcter pratico, a sua longevidade, o progressivo 'apuramento' da medida © a sua contribuicio para 0 conhecimento basico na psicologia e noutras ciéncias relacionadas. O teste d2 recebeu ‘nota maxima! em todos estes critérios. Originalmente desenvolvido para medir a eficiéncia na conducdo, 0 d2 acabou por ocupar uma posicao de destaque na Europa, como medida da capacidade de atengao. Ao longo dos tiltimos 35 anos 0 teste sofreu oito revisdes, que reflectiram um esforco continuado no sentido de assegurar a sua aplicabilidade empirica e clinica. Esta primeira tradugéo para inglés permitira estender 0 seu campo de aplicabilidade a uma maior amostra de utilizadores, que incluiré certamente neuropsiclogos, investigadores e clinicos. Quanto aos estudos de fidelidade e de validade, o d2 tem sido alvo de uma extensa inves- tigacdo. Estudos de grande pertinéncia para a confirmacio da fidelidade do instrumento tem mostrado que o d2 tem uma consisténcia interna elevada e excelentes niveis de estabi- lidade temporal. A atenco, tal como é medida pelo d2, tem apresentado, de forma consis- tente, correlacdes elevadas com outras medidas estandardizados da atencao e correlaces baixas com medidas da inteligéncia, Os estudos de validade de critério tem contribuido para salientar o facto das pontuacées do d2 serem preditoras da eficiéncia na conducao, das aptidoes ocupacionais, dos resultados escolares ¢ do rendimento atlético. Por outro lado, entre as varias tematicas de investigagao, que incluiram o teste, encontramos os efeitos das condigées ambientais, das varidveis da personalidade, da situacdo médica, psiquidtrica © neurolégica, da intervencdo terapéutica médica e ndo médica e dos efeitos de determi- nadas substéncias farmacolégicas nos resultados do d2. A partir destes estudos tornou-se claro que o teste tem bons resultados em termos de fidelidade e de validade, tanto de contetido como de critério e de constructo. Devido ao seu desenvolvimento e as constantes melhorias, a aplicabilidade do d2 estendeu-se a outras areas de intervengao psicolégica como a neuropsicologia, a psicofarmacologia € as psicologias clinica, experimental, organiza- cional ¢ educacional. O manual do d2 fornece uma revisio compreensivel do teste em relacdo a sua evolucdo e aplicacdes e inclui as instrugdes para a sua administracdo, cotacdo e interpretacao dos resultados. Sio também apresentados e discutidos os dados psicométricos acerca da fidelidade, da validade e da elaboracdo das tabelas de normas. Embora a maioria das publicacdes referidas corresponda a investigacdes desenvolvidas na Europa, tém sido feitos varios esforgos para estudar a aplicabilidade do d2 na populacao norte-americana. A comparacao entre os dados alemies e norte-americanos tem mostrado que o d2 é uma medida robusta e fundamentada (CEGOC-TEA - Invesigactoe Pubicactes Pscoonicas a Manual Técnico Em resumo, 0 d2 € um instrumento de facil utilizacao, fidvel e véli¢o para medir a atencao selectiva. E, também, sensivel a rapidez de execugdo e a qualidade do desempenho do sujeito, oferecendo uma medida patognoménica da desinibigéo na forma de erros de tipo 2 (E2). 0 a2 fara, certamente, parte do repertério de testes de qualquer investigador ou profissional clinico, especialmente daqueles que pretendam equilibrar a avaliacao da capacidade de atencao com a relacao custo-eficdcia da medida. Para terminar, gostaria de salientar a minha satisfacdo por ter podido contribuir para este projecto e expressar 0 meu agradecimento ao Dr. Rolf Brickenkamp que me concedeu a oportunidade de trabalhar na versao norte-americana do d2. Um agradecimento especial ao Dr. G-Jtiergen Hogrefe, ao Dr. Thomas Karston e a Robert Dimbleby, da editora Hogrefé & Huber pela confianca e pelo apoio incondicional. Uma apreciacao especial a David Zillmer, pela ajuda nos aspectos mais técnicos da traducdo, ao meu colega Dr. Bill Culbertson pelo encorajamento e aos meus assistentes Barbara Holda, Daniel Rosenberg e Yoonie Hong;Lint pela ajuda nos estudos que deram origem as tabelas de normas Norte-Americanas. Gostaria, ainda, de referir que me encontro dispontvel para responder a quaisquer questoes relacionadas com o d2 assim como a discutir outras ideias para projectos de investigacao. Daividas e sugestoes podersio ser enviadas para o meu endereco electrnico Zillmer@drexel.edu, Eric A. Zillmer Professor de Psicologia Universidade de Drexel, Filadélfia, PA 10 (CEGOC-TEA -Invostigngoe Pubicaptes Picldgene Caracteristicas Gerais do Teste de Atencéo d2 1. CARACTERISTICAS GERAIS DO TESTE DE ATENGAO d2 1.1 FICHA TECNICA ee Nome Autor Proprietaria dos direitos da edicao original Adaptacao portuguesa Editora e proprietaria da edigao portuguesa Administracao Tempo de aplicacio Populacao Objectivo Tipificacao portuguesa d2-Teste de Atencao. Rolf Brickenkamp. Hogrefe & Huber Publishers, Gottingen, Alemanha. Carla Ferreira e Antonio Menezes Rocha CEGOC-TEA, Lisboa, Portugal. Individual ou colectiva. Aproximadamente 10 minutos. Criancas, Adolescente e Adultos (a partir dos 8 anos). Avaliacao dos varios aspectos da atencao selectiva e da capacidade de concentragao. Notas percentilicas e eneatipos. 1,2 MATERIAL ‘* Manual técnico (que inclui fundamentacao teérica, procedimentos de administraco e de cotacdo, estudos estatisticos, tabelas de normas e elaboracao e interpretacao de dois perfis); + Folhas de Resposta (auto-corrigiveis); * Cronometro; + 2 Lapis (sem borracha) ou caneta. (CEGOC-TEA.- Investigapo« PubicapSae Prcoinias " Manual Técnico As Folhas de Respostas auto-corrigiveis sao formadas por duas folhas: numa das folhas esto as 14 linhas para a realizagao da tarefa e na outra constam os dados de identificacao, as instrucées (frente) e a grelha de correccéo (verso). No final da administracao, as folhas devem ser separadas pelo picotado, a fim de se proceder ao céleulo das pontuagdes directas nos diversos parametros assim como dos varios indices proporcionados pela prova. 1.3 INTRODUCGAO No Ambito da avaliacdo psicolégica ¢ de grande utilidade, nao apenas, a aplicacio de testes, que avaliam a capacidade cognitiva geral (p.,, inteligéncia geral, conhecimentos técnicos, etc.) como, também, a utilizacao de instrumentos de medida que possibilitem a avaliacio dos processos basicos, considerados como fundamentais para a obtencao de éxito em tarefas complexas; estes processos basicos so, frequentemente, definides como atengiio, concen- tracao mental, esforco ow controlo da atengao (cf. Bartenwerfer, 1983, p. 482). O teste d2 pertence a categoria de instrumentos que permite avaliar estes processos basicos. Enquanto que na Alemanha este tipo de testes é denominado de testes de concentracdo ou de atencao selectivat, nos EUA recebem a designacao de testes de amplitude atencional, de atencdo sustentada? ou de atencdo selectiva (Lezak, 1995). Este altimo tipo tem sido amplamente estudado no contexto da neuropsicologia. Frequentemente referida como concentracao, a atengao selectiva podera ser definida como a capacidade do sujeito para se concentrar em um ou dois estimulos relevantes, ignorando deliberadamente outros estimulos distractores (Zillmer & Spiers, 1998). Por outro lado, o constructo de atencao sus- tentada, com o qual a atengao selectiva esta relacionada, refere-se a capacidade do sujeito para manter a actividade atencional durante um determinado perfodo de tempo. Em resumo, o a2 permite medir duas facetas da atencio: a atengio concentrada (com cariicter selectivo e intensivo) e a atengao sustentada (relacionada com a manutengao da atencao). © constructo de atengio e concentragio, tal como é referido neste Manual, 6 abordado na perspectiva de realizacdo de uma tarefa orientada de forme continua e focalizada na seleccao de estimulos. Essencial a este proceso ¢ a capacidade do sujeito para atender selectivamente a determinados aspectos relevantes de uma tarefa, enquanto ignora os mais irrelevantes, realizando esta tarefa de forma rapida e precisa. De acordo com esta definicao, 0 teste d2 pressupée uma actividade de concentracao focalizada em estimulos visuais. Uma boa capacidade de concentragdo requer um funcionamento adequado de aspectos como a motivagao e 0 controlo da atengdo. Tais aspectos, quando aplicados @ execugao do d2, poderiio ser determinados através de trés componentes do comportamento: 1_NT: Atencio Seletiva-capacidade para dreccionar a atengso para uma determinada érea do campo visual, ignorando os restantes estimulos 2 NT: Atencio Sustentada -capacidade para manter 0 focoatencional durante un determinado periodo de tempo. 2 (CEGOC-TEA -Investigagaoe Pubtcacoes Pscléceas Caracteristicas Gorals do Tosto de Atoncéo 42 a velocidade ou quantidade de trabalho, que corresponde ao total de estimulos processados durante um determinado perfodo de tempo (avalia a motivacao); + a qualidade do trabalho, que coresponde ao grau de precisao na tarefa e que esta inversamente relacionado com a percentagem de erros (avalia o controlo da atencao ); + a relagdo entre velocidade e precisito no desempenho, que permite retirar con- clusdes acerca do comportamento em contexto laboral, referindo-se a aspectos como a estabilidade, a consisténcia, a fadiga e a eficdcia da inibicao atencional. ‘A primeira versio do teste d2 data de 1962. Desde entao, o teste tem passado por varias revisbes tendo sido, até ao momento, publicadas na Alemanha 8 edic6es. Para além da edic&o portuguesa 0 d2 esté também disponivel em espanhol, francés e dinamarqués. ‘A primeira adaptacio em inglés baseou-se num modelo conceptual que se fundamentou em 35 anos de investigacao empirica e clinica. O teste d2 tem-se revelado bastante atil neste tipo de investigacbes, embora nunca tenha perdido o caracter pratico que lhe ¢ atribuido, devido a ampla aplicabilidade em contextos clinico, educacional e organizacional. Ao longo deste Manual foram incluidas informacoes acerca da fidelidade e da validade do teste, bem como sobre os procedimentos de administracao, cotacao e interpretacao. Adicionalmente, foram inseridos dados clinicos sobre investigacdes que utilizaram 0 d2, assim como sobre Areas de investigacao a desenvolver no futuro. 1.4 DESENVOLVIMENTO DO INSTRUMENTO 0 a2 foi desenvolvido no Instituto de Seguranca de Minas, Industria e Transportes perten- cente a Comissao Técnica de Controlo (Essen, na Alemanha). O objectivo inicial deste insti- tuto visava a elaboracdio de um teste que permitisse a avaliacao da eficacia dos condutores. Varidveis como atenco, concentracao e velocidade perceptiva foram identificadas como sendo essenciais para a distinggo entre ‘bons! ¢ ‘maus' condutores (Lauer, 1955; Jenkins, 1956, 1961), Nesta altura, existiam duas categorias de testes de atencao e concentragio. A primeira, denominada de testes de concentragao, tinha tido origem em estudos desen- volvidos por Oehrn (1889, 1896); os instrumentos que pertenciam a esta categoria consis- tam em tarefas, mais ou menos simples, de calculo mental. A segunda categoria (a qual pertence o d2) era constituida por testes de cancelamento; nestes instrumentos a realizacao da tarefa implicaria atencao visual e velocidade perceptiva. Inicialmente, 0 psicélogo francés Bourdon (1895, 1902) realizou alguns estudos curiosos, recorrendo a excertos de um livro sobre mamiferos. Nesses estudos era pedido ao sujeito que procurasse determinadas letras (por exemplo, A, I, R eS) e as assinalasse com um traco. Em termos de resultados, 0 investigador encontrou diferencas notaveis ao nivel do desem- penho dos sujeitos. Nos anos que se seguiram foram varios os investigadores que adoptaram e modificaram este procedimento, O manual de testes mentais de Whipple (1910) resume parte desses estudos, Alguns desses investigadores, como € 0 caso de Toulouse ¢ Piéron (1911) em ver de utilizarem letras, mais ou menos reconheciveis, recorreram a estimulos novos e desconhecidos, com 0 objectivo de sujeitar os participantes a in put idénticos; ‘CEGOC-TEA - Investigacto « PublicerBos Picolégcas 13 Manual Técnico todavia, nao ficou demonstrado que este objectivo se cumpria. Tal facto contribuiu para que se difundisse a ideia de que os testes de cancelamento deveriam recorrer a letras, ow a simbolos tradicionais, como os que constavam nas maquinas de escrever. O Teste de Cancelamento sem modelo de Meili (1956) é um dos exemplos desse tipo de teste, tendo sido utilizado com bastante frequéncia nos anos 60 na seleceo de condutores. Nessa altura, o Teste de Cancelamento de Meili, tal como outros instrumentos de avaliagéo, apresentavam varias limitacdes. Por exemplo, tratava-se de um teste de administracao indi- vidual, com instrugdes complexas (principalmente para sujeitos com baixas capacidades cognitivas), nao existia uma grelha de correccao (facto que tornava a correccéo demorada ¢ propensa a erros) nem tabelas de normas fiaveis. Estas limitagdes incentivaram os investigadores a desenvolver testes de cancelamento que contornassem estas situacdes. Como tal, os novos testes passaram a ter em consideracio 0s seguintes aspectos: 1. As instrugdes para a realizado da tarefa deveriam ser simples e perfeitamente compreensiveis; 2. Apés a leitura das instrucdes os sujeitos deveriam ser capazes de realizar, facilmente, o exemplo; 3. A tarefa deveria ser facilmente compreensivel sem que fosse necesséria uma pratica excessiva de exemplos; 4, A administracdo deveria poder fazer-se individual ou colectivamente; 5. O teste deveria incluir um conjunto uniforme de segmentos, que permitisse ao sujeito demonstrar a velocidade com que realiza a tarefa e aos aplicadores monitorizar © progresso do desempenho do sujeito; 6. O teste deveria apresentar boas qualidades psicométricas (i. e,, objectividade, fidelidade e validade); 7. Os critérios econémicos, tais como o tempo ¢ o material necessario A administracio e cotacao, deveriam ser minimos; 8. As tabelas de normas deveriam basear-se em amostras extensas e diferenciadas. ‘Ao longo dos trés anos de desenvolvimento do teste d2, foi possivel, de um modo geral, respeitar estes requisitos e publicar a primeira edicdo em 1962, Na segunda edicao, em 1967, a amostra foi ampliada. Desde entéo, foram acrescentados varios estudos que colocaram em evidéncia a aplicabilidade e os limites do teste d2. Nas seccdes Estudos de Validade € possivel encontrar alguns dos estudos originais (pp. 38-48) assim como estudos portugueses (pp. 76-79). “ (CEGOC-TEA - Investig © Pubcartes Pacldgess Caracteristicas Gerais do Teste de Atencio d2 1.5 PREVALENCIA DE UTILIZACAO © 2 tem sido amplamente utilizado na Europa, principalmente, nos pafses de lingua alema, dando um contributo bastante relevante no campo da investigacéo: Republica Federal Alema (57%), Austria (17.6%), antiga Repiblica Democratica da Alemanha (14.5%) e Suica (8.4%). A Figura 1 nao inclui dados sobre publicacdes nao europeias, como € 0 caso do Brasil que editou este teste em 1990. Figura 1: Percentagem de publicagées cientificas, por pais, onde 0 d2 tem sido utilizado como um dos instrumentos de avaliagao. Suiga Outros roa 8% 18% REA Austria 57% 18% Varios estudos tém demonstrado que 0 d2 é um dos testes mais utilizados na avaliacdo psicoldgica, ao nivel dos paises europeus. Por exemplo, Brambring (1983) estudou a frequéncia com que os testes e outros instrumentos psicolégicos eram utilizados em processos de selecgao, realizados ao longo do ano de 1977. Este estudo revelou que 54.4%, ou seja 37 das 68 organizacoes privadas incluidas neste estudo, utilizavam o d2. Considerando um total de 41115 sessdes de testes, Brambring estimou que a frequencia de utilizacao do d2 seria 31.2%, superior a de qualquer outro teste, Brambring obteve resultados similares num estudo realizado em Centros de Emprego do Departamento Federal. Mais uma vez, este investigador verificou que, num total de 177000 testes administrados em 1977, 56000 aplicac6es eram do teste d2, obtendo uma frequéncia relativa de 31.6%. Hi, todavia, a salientar que o estudo de Brambring considerou apenas uma 4rea de aplicacio - seleccaio em contexto industrial. (CEGOC-TEA.-Invectizario © Publesrdes Plclégcas 5 Manual Técnico Por outro lado, Schorr (1995) realizou uma série de entrevistas a uma amostra aleatéria de membros da Associacdo Alema de PsicSlogos. Esta amostra era representativa do grupo de profissionais cuja fungao incidia, principalmente, no diagndstico psicolégico. Dos 613 entrevistados 98 referiu 0 d2 como um dos cinco testes comercializados, que mais se utilizavam em avaliacdo psicolégica. Na listagem de preferéncias 0 d2 ocupou © terceiro lugar, logo a seguir ao Inventério de Personalidade de Freiburg e a Escala de Inteligencia de Wechsler-Bellevue para Adultos (adaptacdo alema). De destacar, que © d2 foi o tinico teste de atencdo mencionado neste estudo. Em resumo, o teste d2 foi considerado na Alemanha como um instrumento standard para a avaliagéo da atencéo e da concentragao. 1.6 PRINCIPAIS AREAS DE UTILIZACAO De acordo com o objectivo inicial do d2, uma das suas principais areas de utilizacdo incide sobre a avaliacéo de condutores. Neste ambito, o d2 foi frequentemente utilizado pelos servicos médicos e de avaliacao psicolégica das comissdes técnicas de control na Alemanha e na Suica (Gubser & Spoerli, 1967, 1970; Spoerli, 1973). Todavia, © desenvolvimento do teste e os vérios estudos realizados comprovaram a sua aplica- bilidade noutras dreas. Na Figura 2 estao representadas algumas dessas areas. Figura 2: Percentagem de utilizagao do d2, nas varias areas, como instrumento de avaliagao. Organizacional 15% Educacional Tp Clinica 13% ‘ 46% Farmacologia 12% Psicomettia 12% 16 CEGOG-TEA.-Invecigazio 0 Publcaraes Pslessgeas Carsctoristicas Gerais do Teste de Atencso 42 Com base em dados recolhidos, entre 1984 e 1994, a Clinica mostrou ser a area onde 0 d2 6 mais utilizado (45,8%). Estes estudos incidiram, essencialmente, no diagnéstico diferen- cial e na eficdcia de certas terapias ou de programas de reabilitacao. As amostras clinicas incluiam varias sub-amostras: neuréticos, esquizofrénicos, deprimidos, epilépticos, porta- dores de disfungdes corticais, sujeitos com lesdes cerebrais, seropositivos, alcodlicos, sujeitos com deméncia pré-senil e senil (tipo Alzheimer) e criangas com comportamentos desviantes ou hiperactivas (com défice de atencao - PHDA). A segunda maior area de incidéncia do d2 corresponde a Organizacional (15.3%). Nesta 4rea estariam incluidas as mais variadas tematicas, especialmente as que diziam respeito &s organizacdes, aos transportes e ao desporto. Relativamente as areas Educacional, Psicometria e Farmacologia, a percentagem de referéncias de utilizag4o foi semelhante (entre 12 a 13%). No caso da Psicometria as publicagdes referiam-se a estudos relacionados com a teoria dos testes, abordando temiticas como a validade de critério, as correlacies com outras medidas em amostras ‘normais! ou apreciacées criticas do instrumento. A percentagem mais reduzida (2%) refere-se a estudos realizados nas 4reas Forense e Ambiental. No entanto, estas classificagdes poderao apresentar alguma arbitrariedade, sendo uma forma excessivamente simplificada de listar os varios contextos em que se podem utilizar os resultados deste teste. 1.7 DESCRICAO DO a2 O d2é um este com tempo limite, que permite avaliar a atengao selectiva ea capacidade de concentracao. O tipo de tarefa realizada, que exige ao sujeito que assinale um estimulo especifico, faz com que seja considerado como um teste de cancelamento ou de barragem. O teste d2 mede, igualmente, a velocidade de processamento da informagao, a preciséo nesse processamento e aspectos qualitativos relacionados com o desempenho. ‘Apenas existe uma forma do teste, que podera ser administrada individualmente ou colectivamente a sujeitos a partir dos 8 anos. O tempo de aplicacdo varia entre os 8 ¢ os 10 minutos, se considerarmos o tempo necessario para a leitura das instrugdes ¢ a realizacao do exemplo. A Folha de Respostas € auto-corrigivel. De um dos lados apresenta o espago destinado aos dados de identificagao, instrucées especificas, item de exemplo e item para treino. No verso encontram-se 14 linhas, cada uma delas com 47 caracteres (0 que perfaz um total de 658 caracteres), Cada caracter corresponde a uma letra ('d' ou 'p’) que, por sua vez, apresenta um, dois, trés ou quatro tragos em cima e/ou em baixo, ‘A tarefa do sujeito consiste em procurar em cada linha, da esquerda para a direita, as letras ‘a! com dois tracos (p. e., dois tragos em cima, dois tracos em baixo ou um trago em cima e um outro em baixo) e assinala-las com um traco (/). E necessério que o sujeito tenha em atencao que existem letras 'd' com mais ou menos de dois tragos, assim como letras 'p' (também com um ou mais tracos); em ambos os casos estas letras nao devem ser assinaladas. Uma vez que se trata de um teste cronometrado, 0 sujeito dispée de 20 segundos por linha (CEGOG-TEA - Ivosigacto e Puotcagses Pscoligeas 7 Manual Técnico Para corrigir ¢ cotar 0 d2 é necessario que o utilizador separe as dues folhas que constituem, a Folha de Resposta. No verso da pagina que contém as instrugdes o utilizador encontrara registadas as respostas do sujeito. Estas esto assinaladas sobre um fundo que corresponde a grelha de correccao. Tanto a administracao como a cotacao do d2 poderao ser realizadas por profissionais sem conhecimentos na area da avaliagao psicolégica, mas a interpretacao devera ser da responsabilidad de profissionais com experiéncia na andlise e interpretacao de testes psicol6gicos. Através da cotacao do d2 é possivel obter os seguintes resultados: > Total de Caracteres (TC) - ntimero de caracteres processados nas 14 linhas; permite avaliar a velocidade com que o sujeito processa a informacio assim como a quanti- dade de trabalho que é capaz. de realizar. > Total de Acertos (TA) - ntimero de caracteres assinalados correctamente nas 14 linhas; permite avaliar a precisdo/eficdcia do sujeito na realizacao da tarefa. > Total de Eficdcia (TC-E) - total de caracteres processados menos 0 total de erros; corresponde a uma medida do desempenho global. » indice de Concentragao (IC) - Total de acertos menos o total de erros de tipo 2; corresponde a uma medida da capacidade de concentracao. > Indice de Variabilidade (IV) - Diferenca entre 0 ntimero maximo e o ntimero minimo de caracteres processados; permite avaliar a estabilidade e a consisténcia do desem- penho do sujeito ao longo da tarefa. > Percentagem de Erros (E%) - percentagem de erros cometidos ao longo do teste; existem dois tipos de erros: por omissao dos caracteres relevantes (E1) e por mar cacao dos caracteres considerados como irrelevantes (E:). Permite avaliar aspectos qualitativos do desempenho, tais como a precisao e a meticulosidade. Os procedimentos de administracio e correccio encontram-se descritos de forma detalhada nas respectivas seccbes. No que diz respeitu as qualidades psicométricas do teste, os resultados encontrados reflectem uma consisténcia interna elevada, com coeficientes ce fidelidade (Alpha de Cronbach) superiores a 0.94 para as varidveis Total de Caracteres (TC), Total de Acertos (TA), Total de Eficacia (TC-E) e Indice de concentragao (IC). Até o parametro E%, que obteve valores muito baixos em estudos realizados por Brickenkamp, alcancou excelentes coeficientes nas amostras portuguesas. Adicionalmente, uma amostra de criancas realizou © teste em dois momentos distintos (intervalo de 3 meses) contribuindo para o estudo de estabilidade temporal da prova. Observaram-se coeficientes de estabilidade significativos (superiores a 0.79) para as varidveis Total de Caracteres (TC), Total de Acertos (TA), Total de Eficacia (TC-E) e Indice de concentracio (IC). Relativamente aos estudos de validade, foram realizados estudos comparativos com 0 Indice Velocidade de Processamento da WISC-III, com medidas de inteligencia e de aptidées e com classificagdes escolares. Foram ainda inclufdos dois estudos com popu- lagdes especiais (distimicos e esquizofrénicos). Todos estes estudos demonstraram que 0 d2.é uma prova capaz de reflectir com clareza o constructo que pretende avaliar. 18 (CEGOC-TEA - Investig e PubicarSos Psicaénicas Caracteristicas Gerais do Teste de Atonctio d2 As tabelas de normas portuguesas foram construidas a partir dos resultados de 1358 sujeitos (864 crianeas e adolescentes e 494 adultos). 1.8 SIGNIFICADO DOS PARAMETROS AVALIADOS PELO d2 Te=LTc © parametro TC corresponde ao Total de Caracteres Processados. O TC 6 uma medida quantitativa do desempenho, que tem em consideragao 0 ntimero de caracteres (relevantes e irrelevantes) processados nas 14 linhas. Trata-se de uma variavel muito fidvel, que apresenta uma distribuicao normal dos resultados. Permite avaliar duas facetas da atencito (concen- trada/selectiva e sustentada) assim como a velocidade com que o sujeito processa a informagao (rapidez de execugdo), a quantidade de trabalho realizado (produtividade) ea motivagio. TASDTA O parametro TA corresponde ao Total de Acertos. O TA é uma medida qualitativa do desem- penho, que tem em consideracao 0 ntimero de caracteres assinalados correctamente nas 14 linhas, Permite avaliar a precisio/eficacia do sujeito na realizagio da tarefa. E=D(Gi+B) O parametro E corresponde ao Total de Erros. Tem em consideragao todos os erros cometi- dos pelo sujeito. Inclui os erros por omissdo (E1) assim como os erros por marcacao de caracteres irrelevantes (F2). Os erros por omissio verificam-se quando 0 sujeito nao assinala os caracteres relevantes (ou seja, os d com dois tragos). O resultado que deriva das omissdes tem sido referenciado como apresentando correlacées moderadas e significativas com as avaliacdes realizadas por professores, quanto ao grau de desatencao em sala de aula (Halperin et al., 1988; Prinz et al., 1984). O E1 6 relativamente frequente, estando relacionado com a capacidade de controlo da atengao? , com o cumprimento das instrugdes, com a precisiio visual e com a qualidade do desempenho. Os erros por marcagiio de caracteres irrelevantes ocorrem quando o sujeito assinala as letras d com mais ou menos de dois tragos assim como as letras p. Este tipo de erros tem sido referenciado como apresentando correlacoes moderadas e significativas com as medidas de impulsividade e de hiperactividade (Halperin et al., 1988; Klee e Garfinkel, 1983). O E2 é menos frequente do que o Ex e esta relacionado com a inibig&io de comportamentos inadequados (como ¢ 0 caso de estilos impulsivos de resposta), com o respeito pelas regras, com a preciso visual, com a meticu- losidade e com a flexibilidade cognitiva. 3 NT: Controlo da stengo-esforco realizado pelo sujeito para manter a atonsio. (CEGOG-TEA. invastzasto s Publeacdos Picadas 19 Monwal Técnico TC-E=L1cC-¥ (h+B) O parametro TC-E corresponde ao Total de Efictcia. A pontuacao de TC-E é obtida através da diferenca entre o total de caracteres processados (IC) e 0 total de erros cometidos (E1 + E2). Trata-se de uma medida quantitativa do trabalho realizado (produtividade eficiente). A pontuagao de TC-E segue uma distribuicaio normal, sendo considerada como uma medida bastante fidvel. Permite avaliar 0 controlo da atengdo e a inibigio de comportamentos desadequados, assim como a relagio entre a velocidade ¢ a meticulosidade no desemperho. Este parametro tem sido utilizado como um dos critérios mais relevantes nos estudos de validacao do teste e em avaliacées psicoldgicas em contexto orgenizacional. No entanto, o TC-E é uma medida que incide mais sobre os aspectos quantitativos do desempenho do que nos aspectos qualitativos. Em situagSes extremas, em que os resultados do total de respostas e dos erros sao extremamente elevados (IC e E%) (ver sindrome de omissao), © resultado obtido em TC-E tende a ser uma sobrevalorizacao do desempenho do sujeitot. Tais sobrevalorizacoes poderao ser contornadas, caso se tenha em consideracéo a pontua- cdo que © sujeito obteve nos diferentes tipos de erros ou, em alternativa, se optar pela analise do parametro [ndice de Concentracao. Ic=DTA-LE O parmetro IC corresponde ao Indice de Concentracio. A pontuacao de IC é calculada através da diferenca entre o total de caracteres assinalados correctamente (TA) ¢ 0 total de erros por marcacao de caracteres irrelevantes (E:). Trata-se de uma medida do desempenho global do sujeito. Ao contrario do que acontece com 0 parametro TC-E, 0 IC é suficiente- mente resistente para que o seu resultado nao seja manipulado em situagées em que © sujeito comete muitos erros de omissGes ou assinala de forma indiscriminada os caracteres. Assim, quando se recorre ao IC nao existe o perigo de um desempenho pouco empenhado resultar numa sobrevalorizacdo da capacidade de concentracao do sujeito. A pontuacao do parametro IC segue a distribuicao normal, sendo considerado como bastante fidvel. O seu resultado, para além de ser uma excelente medida da capacidade de concentrag&o do sujeito permite, ainda, avaliar a combinacdo entre velocidade e preciso num desempenho. 4 Para informasoes detalhadas consulta Berg eErlwein (1991) Leitner (1991b); Oehlschligel e Mossbrugger (19912, 19914). 5 Para informagées detalhadas consulta Brickenkamp (19912, 1991b, 1991, 1990) Leitner (1995), 20 (CEGOC-TEA -InvostigacSo« Pubtcapies Prcalégione Carsctoristieas Gerais do Teste de Atencao d2 IV = TCmix - TCmin O parametro IV corresponde ao Indice de Variabilidade, A pontuacao de IV é obtida através da diferenca entre 0 némero méximo e o mémero minimo de caracteres processados. Os resultados obtidos com o parametro IV nao seguem a distribuicao normal. Pontuages excessivamente elevadas em IV sugerem inconsisténcia na velocidade de desempenho; tal facto podera estar relacionado com fraca motivacdo. Este pardmetro permite avaliar a estabilidade e a consisténcia de desempenho do sujeito ao longo das 14 linhas (ou seja, a persisténcia temporal). 100% (E1+E2) E% PSIG O parametro E% corresponde a Percentagem de Erros. Trata-se de uma medida que permite avaliar aspectos qualitativos do desempenho. Representa a proporcao de erros cometidos no universo de caracteres processados. Quanto menor a proporgio de erros maior a precisio, a meticulosidade ea qualidade do desempenko do sujeito. Na maior parte dos casos a percentagem de erros € bastante pequena. A pontuacao do parametro E% nao segue a curva normal, apresentando uma distribuicao assimétrica positiva. A baixa estabilidade que Ihe esta associada podera ser superada através da repeticio do teste. Sindrome de Omisso (SO) A sindrome de omissao caracteriza-se pela obtengao de resultados excessivamente elevados em velocidade e quantidade de trabalho realizado (IC), acompanhados de valores elevados em E% (especialmente em erros de omissao - E1). Em sujeitos normais, a presenca de SO sugere pouco empenho na tarefa eo nito cumprimento das instrucdes do teste. Curva de Trabalho ‘Acurva de trabalho corresponde a representacao grafica do parametro TC. A sua visualizacdo permite analisar a produtividade do sujeito, no que diz respeito a quantidade de trabalho realizado, assim como a estabilidade e a consisténcia do seu desempenho. Em termos da andlise da Curva de Trabalho, se graficamente a linha se prolonga mais para a direita nas tltimas linhas isto significa que 0 sujeito evoluiu em termos do niémero de caracteres processados, revelando um aumento de produtividade na fase final do teste. Se a linha apresentar um decréscimo nas tiltimas linhas isto significa que, talvez devido ao cansaco ou a falta de concentracao, se verificou uma diminuiggo da produtividade a0 longo do teste. Tal como é referido na secgao Procedimentos para correccito ¢ cflculo das pontuagées do d2 (p. 33), para além da analise da Curva de Trabalho também podem ser elaborados outros perfis: de precisiio (TA), de concentragao (IC) e de eficacia (TC-E). (CEGOC-TEA.- Investig o Pubeardos Pscoincas 2 Manual Técnico 1.9 QUALIFICACAO DOS UTILIZADORES O d2 poderé ser administrado individual ou colectivamente. Embora a administracéo e cotacao do teste possam ser feitas por um técnico sem formacao especifica em avaliacdo psicoldgica, a interpretagdo dos resultados devera ser realizada por profissionais com conhecimentos ao nivel da psicometria (ie, fidelidade, validade, utilizacao de tabelas de normas, interpretagao de um perfil, etc.) assim como experiéncia na anélise integrada de resultados de testes. Os profissionais das areas de clinica, organizacional, educacional e de aconselhamento poderao utilizar 0 d2 como um excelente instrumento auxiliar nas tomadas de decises. 22 (CEGOC-TEA -Investiga;So e PubcarSes Pecaldgcas Provedimentos de Administracso 2. PROCEDIMENTOS DE ADMINISTRAGAO 2.1 PROCEDIMENTOS GERAIS Os procedimentos gerais de administracdo, que devem ser considerados em qualquer aplicacaio de testes psicolégicos, também sao aplicaveis ao teste d2, Sao eles: * Olocal deverd estar livre de quaisquer distracc6es ou possiveis interrupsoes. * A ssala devera ser calma, com boa iluminagao, bem ventilada e com temperatura agradavel. + A superficie da mesa deverd ser lisa e ampla. * Os sujeitos deverdo desligar os telemoveis. * Os sujeitos que usam éculos para ler deverao trazé-los para a sesso de avaliagao. O d2 nao deverd ser aplicado a sujeitos com falta de acuidade visual ou analfabetos, 2.2 PROCEDIMENTOS DE ADMINISTRACAO PARA CRIANCAS Antes de dar inicio a realizagao da prova é conveniente falar um pouco com as criancas no sentido de criar uma atmosfera acolhedora. A leitura das instrugdes deverd ser feita de forma clara. Caso seja necessario, o examinador podera recorrer ao quadro da sala de aula para facilitar a compreensao da tarefa. Pedir aos sujeitos que deixem sobre a mesa, apenas, os lapis (um para utilizar e outro de reserva) ou a caneta que irao utilizar na realizagao do teste. Dizer: "Gostaria de saber até que ponto cada um de vocés é capaz: de se concentrar numa determinada tarefi, Vou entregar-vos uma folha igual a esta (MOSTRAR). Devent preencher os vossos datos: nome, idade, sexo, turma (em substituicio de Habilitacdes Literdrias) e daia (INDICAR). Quando terminarem deixem o(a) lapis/caneta em cima da mesa e prestem atenciio porque irei explicar-vos o que terio de fazer". Distribuir as folhas de resposta e aguardar que os sujeitos preencham os dados de identifi- cacio. No caso de criancas pequenas é importante que o examinador acompanhe, passo a passo, o preenchimento destes dados. Depois de todos os sujeitos terem preenchido os dados, dizer: “Alguns de vocés ja devem ter comegado a ler as instrucdes e, provavelmente, estio curiosos para saber o que significa d2. Vado ver que é bastante simples. Ire ler as instrugdes em voz alta para que todos compreendam o que tent de fazer e, em seguida, terdo a oportunidade de treinar wm pouco." (CEGOC-TEA.- Invesigac « Pubteaptes Pacologias 23 Manual Técnico Comeear a ler as instrugdes que constam na folha de respostas. "Este teste avalia a vossa eapacidade de atengiio numa determinada tarefa. Nesta pégina, femos um exemplo e um Item para Treino (INDICAR). Reparem no exemplo (APONTAR). O exemplo é constituido por irés letras d, cada uma delas acompanhada por dois tragos. O primeiro d tem dois tragos em sima, o segundo d tem dois tracos em baixo e o tiltimo d tem um traco em cima e outro em baivo. Reparem, todos os d tém dois tracos." "A vossa tarefit consiste em procurar as letras d iguais ds do exemplo, ou seja com dois tracos, e assinalé-las com um traco (/). Caso se enganem, facam wma cruz (X) sobre a letra que assi~ nalaram incorrectamente. Atencio, existem letras d com mais de dois tracos e com menos de dois tracos, assim como letras p - estas letras nizo devem ser assinaladas. Tém alguma ditvida?" Esclarecer possiveis diividas que possam surgir. "Nao se esquecamt que devem assinalar, apenas, as letras d com dois tragos. Pratiquem agora no Item para Treino (APONTAR). O examinador podera utilizar 0 quadro da sala de aula para explicar os exemplos e indicar como deveré ser registada a resposta (i.e., com um traco /). Devera ser dado aos sujeitos tempo suficiente para realizar o Item para Treino. No momento da correccao, dizer: "Vantos entiio verificar se assinalaram as letras certas. Cada letra desta linha tem por cima um miimero (APONTAR). Irei dizer os miimeros das letras que devem ter riscado: a primeira letra (porque tent dois tracos em cima), a terceira letra (porque tem um trago em cima e outro em baixo, 0 que faz um total de dois tragos), a quinta letra, a sexta letra (porque tem dois tracos em baixo) ¢, a seguir, as letras com os miimeros 9, 12, 13, 17, 19 @ 22." E importante, para a compreensao da tarefa, que as criancas se envolvam na correcgao. Para tal, 0 examinador podera solicitar-Ihes 0 ntimero das letras que assinalaram. No final da correccao 0 examinador poder dizer: "Todos assinalaram estas letras? (PAUSA) Lembrem-se que, caso se enganem fagam uma cruz (X) sobre a letra errada, para eu saber que corrigiram essa resposta. Tém alguma ditvida?" Depois de esclarecer quaisquer diividas, pedir aos sujeitos para pousar o(a) lépis/caneta e prestar atengao as restantes instrugdes. Dizer: " Quando voltarem a follha (NAO DEIXAR QUE OS SUJEITOS VOLTEM A FOLHA) info encontrar 14 linhas, idénticas d linha em que estiveram a praticar (MOSTRAR). A vossa tarefa consiste emt assinalar todos os d com dois tragos. Ir comegar na linha 1 {APONTAR); passados 20 segundos, quando eu disser MUDAR, terdo de passar para a linha 2; apés mais 20 segundos, quando eu disser novamente MUDAR, terdo de passar para a linha 3 e assim sucessivamente. Tenham atengio para ndo saltar nenliuma linha. Lembrem-se, sempre que eu disser 'MUDAR' devem passar imediatamente para a linha seguinte, mesmo que nao tenham chegado ao fim da linha em que estavam a trabalhar." 24 (CEGOC-TEA -Invostigartee Publcagtos Paeclicias Procedimontos de Administracéo "Trabalhem o mais rapidamente possivel sem cometerem erros. Lembrem-se, devem assinalar com um traco (), apenas, as letras d que tentam dois tracos e, caso se enganem, devem fazer uma cruz (X) sobre a letra errada. Podem voltar a folha (PAUSA). Dever comegar na linha 1 INDICAR). Estiio preparados? (PAUSA) PODEM COMEGAR." Nota: Caso 0 examinador considere pertinente, poder pedir aos sujeitos que exergam alguma pressao no(a) lépis/caneta quando assinalarem as letras d, para que as suas respostas fiquem ‘bem assinaladas na folha de correccao. Ligar 0 ctonémetro e, quando marcar 20 segundos, dizer: "MUDAR para a linha 2." Repetir esta instrucdo em todas as linhas, indicando, sempre, 0 nimero da mesma. O cronémetro nao devera ser parado no final de cada linha, uma vez que a paragem e 0 recomeco da cronometragem acrescentariam mais tempo de realizacdo ao teste e introdu- ziriam algum erro-padrao da medida. Assim, 0 cronémetro devera manter-se ligado, o que significa que 0 sujeito tera 4 minutos e 40 segundos de tempo de realizacao da tarefa. Na linha 14, no final dos 20 segundos, dizer: "TERMINOU. Deixem o (a) ldpis/caneta em cima da mesa e voltem a folha." Recolher as folhas de respostas e, caso nao se apliquem mais testes, dar por terminada a sessao de avaliagao. No caso de criancas pequenas, a tarefa deverd ser apresentada de uma forma mais clara © pormenorizada, Assim, seguem-se as instrugdes que deverao ser apresentadas apés © preenchimento dos dados de identificagao. "Alguns de vocés jd devem ter reparado na letra de no miimero 2 e, provavelmente, esto curiosos para saber 0 que quer dizer d2. Vao ver que é bastante simples." "Reparem neste exemplo (APONTAR). Como podem ver, temos trés letras d, de Dado, € cada uma desias letras tem dois tragos: 0 primeiro d tem dois tracos em cima, © segundo d tem dois tragos em baixo e o tiltimo d tem um trago em cima e outro em baixo. Todos os d tém dois tracos e, por essa razio, chamamos estas letras de d2." "Vou agora explicar-vos 0 que vao ter de fazer: sempre que encontrarem um d com dois tracos (podem ser dois tragos em cima, dois tragos emt baixo ou um trago em cima e outro em baixo) devem {fazer um risco por cima. Assim (DEMONSTRAR)." Nota: © examinador poder utilizar 0 quadro da sala de aula para explicar os exemplos e indicar como deverd ser registada a resposta (i.e., com um trago /). "Reparem nesta linha aqui em baixo (APONTAR PARA O ITEM PARA TREINO). Temos cdfrias letras d e p misturadas. Procurem nesta linha todos os d com dois tragos e fagam wm risco por cima, Atencio, néo devemt riscar as letras d que tenham, apenas, unt trago ou as letras d com ‘mais de dois tragos (também existem letras d com trés e quatro tragos). Também no devem riscar as letras p, de Pato, qualquer que seja o ntimero de tracos que tenham. Lembrem-se, s6 devem riscar as letras d com dois tracos. No caso de se enganarem e assinalarem uma letra errada fagam una cruz (X) sobre essa letra. Assim (DEMONSTRAR NO QUADRO). Tém alguma dtivida?" (CEGOC-TEA.- Investig « Fubcordes Paleainicas 25 Manual Técnico "Vamos entiéo experimentar. Cada um de vocés ind olhar para esta linha (APONTAR) e riscar todos os d, com dois tracos, que encontrar. Quando terminarem deixem o lapis em cima da mesa e NAO VIREM A FOLHA. Quando todos tiverem terminado, iremos verificar se riscaram as mesmas letras, PODEM COMECAR." Dar algum tempo para que as criangas facam o Item para Treino. No final dizer: "Vamos entiio verificar se assinalaram as letras certas. Cada letra desta linha (APONTAR) tem por cima um mimero. Irei dizer os niimeros das letras que devem ter riscado: a primeira letra (porque tem dois tracos em cima), a terceira letra (porque tem um traco em cima e outro em baixo, 0 que faz um total de dois tracos), a quinta letra, a sexta letra (porque tem dois tracos em baixo) ¢, a seguir, as letras com os mtimeros 9, 12, 13, 17, 19 € 22." £ importante, para a compreensao da tarefa, que as criancas se envolvam na correccao. Para tal, o examinador podera solicitar-Ihes 0 nmero das letras que assinalaram. No final dizer: “Todos assinalaram estas letras? (PAUSA) Lembrem-se que, caso se enganem fagam uma cruz (X) sobre a letra errada, Tém alguma diivida?" Depois de esclarecer quaisquer déividas que possam surgir, pedir aos sujeitos para voltarem a pousar o lapis e prestarem atencao as restantes instrucdes. Dizer: "Quando voltarem a folka (NAO DEIXAR QUE AS CRIANGAS VOLTEM A FOLHA) indo encontrar 14 linhas, iguais a esta (MOSTRAR O ITEM PARA TREINO). Deven fazer nestas 14 linhas (MOSTRAR) 0 mesmo que estiveram a fazer nesta linha aqui em baixo (APONTAR), ow seja, fazer um risco em cima de todas as letras d com dois tracos. Quando eu disser 'PODEM COMECAR' irdo comecar na linha 1 (MOSTRAR). Passados 20 segundos, quando eu disser 'MUDAR, terdo de passar imediatamente para a linka 2 e, a partir do inicio da linha (APONTAR), assinalar todas as letras d com dois tracos que encontrarem. Lemibrem-se, sempre que eu disser ‘MUDAR’ devem passar imediatamente para a linha seguinte, mesmo que nao tenham chegado ao fim da linha em que estavam a trabalhar. Tém alguma diiwida?" Faclarecer possiveis diividas que possam surgir. Em seguida, dizer: "Podem virar a folha mas ainda niio peguem nos lapis. No lado esquerdo da folha esta uma seta, que aponta para a linha 1; a seta indica a linha em que devem comecar. Reparem, cada linha tem um naimero no inicio (APONTAR). Tenham atengiio para nao saltar nenhuma linha quando tiverem de mudar. Tentem trabalhar 0 mais rapidamente possivel e sem cometerem erros, Estiio preparados? (PAUSA) PODEM COMEGAR." Nota: Caso o examinador considere pertinente, poderé pedir s criangas que exercam alguma pressio no lapis quando assinalarem as letras d, para que as suas respostas fiquem bem assinaladas na folha de correccao. Ligar o cronémetro e, quando marcar 20 segundos, dizer: "MUDAR para a linha 2." 28 (CEGOC-TEA. Investig « Pubicaptes Prcoigias Procedimentos de Administracdo Repetir esta instrucdo em todas as linhas indicando, sempre, nimero da mesma. Mais uma vez se salienta que se devera manter o cronémetro ligado durante a administracdo do teste. Na linha 14, no final dos 20 segundos, dizer: "TERMINOU. Deixem o lépis em cima da mesa e voltem a folha." Recolher as folhas de respostas e, caso nao se apliquem mais testes, dar por terminada a sesso de avaliacao. 2.3 PROCEDIMENTOS DE ADMINISTRACAO PARA ADULTOS Distribuir as folhas de resposta e pedir aos sujeitos que preencham os dados de identificacao. No momento da distribuicio das folhas 0 examinador poder apresentar a tarefa da seguinte forma: "A tarefa que iio realizar tem como objective avaliar a vossa capacidade de atengio e de concentracii." Depois de todos os sujeitos terem preenchido os dados, dizer: "Nesta pagina, temos um Exemplo e unt Item para Treino (INDICAR). "Reparem no exemplo (APONTAR). O exemplo é constituido por trés letras d, cada uma delas acompanhada por dois tracos. O primeiro d tem dois tracos em cia, 0 segundo d tem dois tracos em baixo e 0 siltimo d tem um traco em cima e outro em baixo. Reparem, todos 0s d tém dois tracos." "A vossa tarefitconsiste em procurar as letras d iguais ao exemplo, ou seja, com dois tragos e assi- nalé-las com um traco (). Caso se enganem, facam uma cruz (X) sobre a letra que assinalarant incorrectamente. Atencio, existem letras d com mais de dois tragos e com menos de dois tracos, assim como letras p - estas letras niio devem ser assinaladas. Tém alguma diivida?" Esclarecer possiveis dtividas que possam surgir. "Nao se esquecam que devem assinalar, apenas, as letras d com dois tragos. Pratiquem agora no Item para Treino. (APONTAR)." Estas instrugdes poderao ser dadas de uma forma mais abreviada ou detalhada (de acordo com 0 nivel de compreensao dos sujeitos) desde que a ideia geral nelas contida se mantenha. Os sujeitos que apresentam um nivel intelectual inferior 4 média poderao sentir alguma dificuldade na compreensao da tarefa, necessitando de explicagdes adicionais. Caso © examinador opte por fornecer instruges mais detalhadas sugere-se que recorra a apresen- tacao do Exemplo e do Item para Treino num quadro e que realize este ultimo com os sujeitos. Se 0 examinador optar por ler as instrugGes, tal como estao referidas neste manual e na folha de respostas, devera fazé-lo de forma pausada e audivel. Devido as diferencas individuais relacionadas com a compreensdo das instrugées, sugere-se que o ntimero de sujeitos por grupo no seja muito elevado, para que se possam criar grupos homogéneos evitando, assim, que se criem situacdes de ritmos diferentes de compreensio, frequentes em administragdes a grandes grupos. (CEGOC-TEA.-nvssigacdo e Pubcajdos Picligicas 27 ‘Manual Técnico Quando todos os sujeitos tiverem terminado o Item para Treino, dizer: "Vamos agora verificar se assinalaram as letras correctas. Cada letra do Item para Treino encontra-se numerada. Irei dizer 0s ntimeros das letras que devem ter essinalado: 1, 3, 5, 6, 9, 12, 13, 17, 19 e 22." "Todos assinalaram estas letras? (PAUSA) Lembrem-se que, caso se enganem facam uma cruz (X) sobre a letra assinalada incorrectamente. Tém alguma ditvida?” Esclarecer possiveis dividas que possam surgir. Em seguida, pedir aos sujeitos para pousarem o(a) lépis/caneta e prestarem atencio as restantes instrucdes. Dizer: " Quando voltarem a folha (NAO DEIXAR QUE OS SUJEITOS VOLTEM A FOLHA) iro encontrar 14 linhas, idénticas @ linha em que estiveram a praticar Em cada uma das 14 linhas devern comecar no lado esquerdo (APONTAR) e avangar para o lado direito, fazendo um trago em: cima de todas as letras d que tiverem dois tracos. Irdo comecar na linha 1 (MOSTRAR). Passados 20 segundos, quando eu disser ‘MUDAR', terfo de passar imediatamente para a linha 2 ¢, a partir do inicio da linha (APONTAR), assinalar todas as letras d com dois tracos gue encontrarem. Apés 20 segundos, quando eu disser novamente ‘MUDAR', teriio de passar imediatamente para a linha 3 ¢ assim sucessivamente. Lembremt-se, sempre que eu disser "MUDAR' devem passar imediatamente para a linha seguinte, mesmo que ndo tenham chegado ao fin da linha em que esiavam a trabalhar. Tém alguma diivida?" "Trabalhem o mais rapidamente posstvel sem cometerem erros. Podem voltar a folla (PAUSA). Dever comecar na linha 1 (INDICAR). Estio preparados? (PAUSA) PODEM COMECAR." Devera ser dada énfase & frase "Traballiem 0 mais rapidamente possfvel sent cometerem erros." para que a velocidade na realizacao da tarefa (¢ consequentemente a quantidade de trabalho) assim como a meticulosidade (i.e., preciso) sejam valorizadas. Nota: Caso 0 examinador considere pertinente, poderé pedir aos sujeitos que exercam alguma pressao no(a) lapis/caneta, para que as suas respostas fiquem bem assinaladas na folha de correccao. Ligar 0 cronémetro e, quando marcar 20 segundos, dizer: "MUDAR para a linha 2." Repetir esta instrucao em todas as linhas, indicando, sempre, 0 niimero da mesma. Mais ‘uma vez se salienta que nao se deverd parar o cronémetro no final de cada linha, uma vez que a paragem e o recomeco da cronometragem acrescentariam mais tempo de realizacao ao teste e introduziriam um erro-padrao da medida significativo. Assim, 0 cronémetro deveré manter-se ligado, o que significa que 0 sujeito tera 4 minutos e 40 segundos de tempo de realizacao da tarefa. Na linha 14, no final dos 20 segundos, dizer: "TERMINOU. Deixent o (a) lépis/caneta em cima da mesa e voliem a folla." Recolher as folhas de respostas e, caso nao se apliquem mais testes, dar por terminada a sesso de avaliagao. 28 (GEGOG-TEA.- Investoscto ¢ Pubcardes Plclécleas

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