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SCAFF. Orcamento Republicano e Liberdade Igual
SCAFF. Orcamento Republicano e Liberdade Igual
USP
J a n e ir o dc 2017
Denise,
Importa que daqui por diante sejais mais repúblicos e zelosos do bem
comum, e que este prevaleça contra o apetite particular de cada um,
para que não suceda que assim como hoje vemos a muitos de vós tão
diminuídos, vos venhais a consumir de todo.
Padre Antônio Vieira.* *
A G R A D E C IM E N T O S ........................................................................................ 7
A B R E V IA T U R A S ............................................................................................... 15
IN T R O D U Ç Ã O .................................................................................................... 19
C A P ÍT U L O 1 - A PO N T A M E N T O S SO B R E A C O R R ELA Ç Ã O H IS
T Ó R IC A E N T R E D IR E IT O FIN A N C EIR O , ESTA D O E D IR E I
T O S F U N D A M E N T A IS ................................................................... 41
C A P ÍT U L O 2 - 0 SIG N IF IC A D O JU R ÍD IC O D E R E P Ú B L IC A N A
A T U A L ID A D E E N O B R A S IL .............................................................. 103
3.4. A liberdade d o legislador orçam entário e seus lim ites implícitos .. 389
3.4.1. R eserva do possível e escolhas públicas (trág icas).............. 390
3.4.2. A progressividade dos direitos e a proibição de retrocesso 406
3.4.3. O m ínim o existencial, a dignidade da pessoa hum ana so
cialm ente considerada e a sustentabilidade orçam entária... 418
3.5. A liberdade do legislador orçam entário e seus lim ites explícitos .. 427
3.5.1. O s fatores reais de poder e as cláusulas pétreas orçam entá-
C A P ÍT U L O 4 - 0 S IS T E M A F IN A N C E IR O D E V IG IA R E PU N IR :
O C O N T R O L E E A R E S P O N S A B IL ID A D E ....................................... 563
4.3. Ó rgãos incum bidos do controle financeiro público não ju d icial ... 596
4.3.1. Q uando pode ser exercido o controle....................................... 596
4.3.2. Â m bitos do c o n tro le ..................................................................... 597
4.3.3. Q uem está obrigado a p restar contas e o toque de M idas ... 599
4.3.4. C ontrole interno e externo e os Tribunais de C o n ta s ........... 601
4.3.5. Q uem com põe os Tribunais de C o n ta s .................................... 608
R E F E R Ê N C IA S ....................................................................................................
ABREVIATURAS
1 Apenas exemplificando. verifica-se que tanto Hobbes, quanto Maquiavel, não descre
vem o mundo como devería ser, mas como, na realidade, o viam, ou seja, como-é o
mundo para eles. Isso os diferencia fortemente dos gregos clássicos, como Platão e
Aristóteles. Nesse sentido, ver: G iannuto, Eduardo Vícios privados, benefícios públi
c o s - A ética na riqueza das nações. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. p. 34.
m OW,'AMi NIO MI PUDI.irANO E UBERDADE IGUAL
5 M atteuccj, Nicola. Verbete República. In: B obbio , Norberto; M atteucci, Nicola; P as- |
quino, Gianfranco. Dicionário de política. Tradução e coordenação de João Ferreira. 4. |
ed. Brasília: UnB. v. 2, p. 1107.
L ima , Martonio Monl’Alvcme Barreto. República. In: C anotilho, José Joaquim Go- \
mes; M endes, Gilmar Ferreira; S arlet, Ingo Wolfgang; S treck, Lenio Luiz. Comentá- \
rios à Constituição do Brasil. 2a tin São Paulo: Saraiva/Almedina, 2014. p. 108.
INTRODUÇÃO 23
11 S ófocles. Antígona. A trilogia tebana, tradução do grego por Mario da Gama Kury. 9.
cd. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. p. 208-209.
12 Idem, p. 219.
in t r o d u ç ã o 25
ii tn desfecho vastam ente trágico, no qual declara que “é m elhor chegar ao fim
da vida obedecendo às leis inabaláveis” 13.
S érgio B uarque de H olanda registra que o conflito exposto nessa peça é de
lodos os tem pos e chega aos nossos dias, pois “em todas as culturas o processo
pelo q u al a lei geral suplanta a lei particular faz-se acom panhar de crises m ais
ou m enos graves e prolongadas, que podem afetar profundam ente a estrutura
da sociedade” 14. Isso d em onstra que deve haver um necessário equilíbrio en-
irc direito s qu e p reservam o bem comum e os direitos individuais. E isso tem
dc ser m ediado pelo D ireito em nom e d a inexorável convivência hum ana em
sociedade. E se p o tencializa nos dias atuais, em que é necessário arrecadar de
lodos p a ra su sten tar o E stado.
D a í a im p o rtâ n c ia d e e stu d a r esse tem a d e form a conectada ao direito
financeiro, pois, com o S áin z d e B ujanda registra, é im portante d estacar a ori
gem e o desenvolvim ento das instituições fundam entais dessa etapa, na m edida
cm q u e o pro cesso histórico é útil p ara ilu strar a gênese e a configuração dos
grandes ordenam entos financeiros de nosso tem po” 15.
4. A C onstituição b rasileira d e 1988 estabelece desde seu preâm bulo16que:
" S ófocles. Antígona. A trilogia tebana, tradução do grego por Mario da Gama Kury. 9.
ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. p. 249.
" H olanda, Sérgio Buarque dc. Raízes do Brasil - Edição comemorativa dos 70 anos.
São Paulo: Companhia das Letras, 2006. p. 154.
•» sáinz de B ujanda, Fernando. Ordenamiento financiem de la antigua Grécia y elperío
do helenístico. Madrid: Dykinson, 2012. p. 15. Trata-se de obra póstuma desse autor
que, segundo o prólogo escrito por seu filho, Javier Sáinz Morena, deveria compor o
planejado volume III, tomo I, de sua obra Sistema de direito financeiro (p. XIII), mas
que acabou sendo publicado como livro específico,
i* Sobre a força jurídica dos preâmbulos das Constituições ver. T orres del M oral, Antô
nio; T ajadura T ejada, Javier (Dirs.). Los preâmbulos constitucionales en Iberoamêri-
ca. Madrid: Centro de Estúdios Políticos y Constitucionales, 2001.
20 ÜHÇAMCNTO REPUBLICANO t LIBERDADE IGUAL
Wolfgang; S treck, Lenio Luiz. Comentários à Constituição do Brasil. 2a tir. São Paulo:
Saraiva/Almedina, 2014. p. 106.
!i Decreto n. 1, de 15-11-1889: “Aft. 1“ Fica proclamada provisoriamente e decretada
como a forma de governo da Nação brasileira - a República Federativa”. Sobre os des
dobramentos desse decreto e a dissolução do Congresso Nacional, que havia sido eleito
com poderes constituintes, ver: C avalcanti, Amaro. Regime federativo e a República
brasileira. Brasília: UnB, 1983. p. 307 e ss.
” Decreto n. 1, de 15-11-1889: "Art. 7a Sendo a República Federativa brasileira a forma
de governo proclamada, o Governo Provisório não reconhece nem reconhecerá nenhum
Governo local contrário à forma republicana, aguardando, como lhe cumpre, o pronun
ciamento definitivo do voto da Nação, livremente expressado pelo sufrágio popular".
C arreira, Liberato de Castro. História financeira e orçamentária do Império do Brasil.
Brasília: Senado Federal, 1980. t. II, p. 843-844. Embasado na ausência de participação
popular no evento é que foi proposto um projeto de lei para que o dia 15 de novembro
deixe de ser feriado nacional (PL 6757/2013).
” Idcm, p. 846.
1,1 Pelo menos duas obras devem ser referidas para esta análise, ambas do historiador
José Murilo de Carvalho, Os bestializados (São Paulo: Companhia das Letras, 1987)
e A formação das almas (São Paulo: Companhia das Letras, 1990). Uma versão mais
jornalística do assunto pode ser encontrada em 1889: Como um imperador cansado, um
marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram para o fim da Monarquia e a
Proclamação da República no Brasil, de Laurentino Gomes (São Paulo: Globo, 2013).
Para análise do contexto histórico em um específico Estado da Federação ver O alvo
recer da República no Pará (1886-1897), de William Gaia Farias, Belém: Açaí, 2008.
Existe outra obra que relata fatos anteriores, mas também correlacionados ao ideal
republicano, A quebra da mola real das sociedades —A crise política do antigo regime
português na Província do Grão-Pará (1821-1825), de André Roberto Machado, São
28 ühçamento m 1' uuucano e uberdade igual
Paulo: Hucitec, 2010, sendo interessante ler o trecho em que menciona a importação de
constituições da República Colombiana para que fossem adaptadas ao Brasil (p. 214).
17 B itar, Orlando. Obras completas. Brasília: Conselho Federal de Cultura 1978 v 3
p. 55. ' ’ ’
28 M eira, Silvio. Federalismo e centralização. Revista de Direito Público, São Paulo: RT,
n. 32, p. 70-72, nov.-dez. 1974. É interessante a análise desenvolvida por este autor
acerca da história do federalismo: “Observa-se, dessa forma, que a federação não cons
titui fórmula mágica oferecida ao mundo pelos americanos, que apesar de sua origem
anglo-saxônica, foram buscar, para o seu Direito Público, muitas riquezas do tesouro
romano. [...] Muito do que hoje existe, ou do que se faz, ou do que se pensa, já foi vivido,
feito e pensado pela civilização romana” (p. 73). Existem estudos sobre federalismo na
Grécia clássica, como se pode ver, dentre outros, em: B earzot, Cinzia. II Federalismo
Greco. Bologna: II Mulino, 2 0 14. Também: S áinz de B ujanda, Fernando. Ordenamien-
to financiem de la antigua Grécia y el período helenístico. Madrid: Dykinson, 2012.
p. 109 menciona o desenvolvimento de uma espécie de unidade pan helénica, refletido
em diversas formas de federalismo. No mesmo sentido: C oulanges, Fustel de. A cidade
antiga. Tradução de Fernando de Aguiar, São Paulo: Martins Fontes, 2004. p. 231 e ss.
No mesmo sentido: M ontesquieu. O espírito das leis. Tradução de Fernando Henrique
Cardoso e Leôncio Martins Rodrigues. Brasília: UnB, 1982. p. 164-165, ao tratar das
constituições federais na Suíça e na Holanda. Divergência: Fábio Konder Comparato:
“Como todos sabem, o estabelecimento do regime federativo nos EUA foi uma grande
criação política. Até aquele momento não havia federações, havia confederações. Não
havia, portento, um poder central interno na confederação. E quando as 13 colônias se
tomaram independentes na América do Norte, sutgiu este alternativa de confederação
:
in t r o d u ç ã o 29
ou federação, e o debate tomou conta de todo o século XIX norte-americano e até hoje
é um problema grave” (Educação, Estado e poder. São Paulo: Brasiliense, 1987. p. 47).
w C arvalho, José Murilo de. D. Pedro II. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. p. 204.
Idem, p. 206.
" Idem, p. 10.
h idem, p. 224. No mesmo sentido: G omes. Laurentino. 1889. Como um imperador can
sado. um marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram para o fim da Mo
narquia e a Proclamação da República no Brasil. São Paulo: Globo, 2013. p. 128-129.
,s C arvalho, José Murilo de. D. Pedro lt. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. p. 210.
QHÇAMÍNIO HfPUBltCANO £ I IBtnDADE IGUAL
*' O percurso do trabalho envolve aspectos de administração pública, sob a ótica da gover
nança corporativa, e o direito financeiro: C amargo, Guilherme Bueno de. Governança
republicana como vetor para a interpretação das normas de direito financeiro. Tese
de doutorado defendida perante banca na Faculdade de Direito da Universidade de
São Paulo, 2010. Disponível em: <hltp://www.teses.usp.br/tescs/disponiveis/2/2133/
ldc-19112010-080857/pt-br.php#rcfcrencias>.
«• Encanta ver que n’A Política, Aristóteles comenta sobre pessoas, povos e hábitos que
remontam há mais de 1.800 anos antes de Cristo, tal como o faz com Sesóstris, rei do
Egito, que ele menciona ser “o mais antigo de todos os povos, e sempre eles tiveram leis
e organização política” (Política, Livro VII, Capítulo IX, §§ Ia e 5a).
ORÇAMENTO REPUBLICANO E LIBERDADE IGUAL
e aprol undam ento dos valores republicanos, os valores dem ocráticos poderão
vir a ser usados apenas de fo rm a retórica47, e, a p artir d e certo m om ento, não
servirão para alcançar grande parte d a população que necessita de prestações
ciyilizatórias que só podem ser obtidas através do sistema orçamentário, pela
distribuição mais republicanada imposição arrecadatória, porm eiode gastos
públicos dirigidos àquela parcela que mais os necessita, com adequado sistema
de endividamento público, em prol da sociedade e com os olhos voltados para
a intergeracionalidade desse sistema de crédito, U m sistem a em que tudo isso
seja organizado e fiscalizado co m os olhos voltados ao bem com um , e não de
m aneira form al e burocrática, de tal m odo a perm itir a obtenção de privilégios
para estam entos da sociedade ou p ara m anutenção do status quo.
E m países com o o Brasil, co m grandes desigualdades socioeconôm icas, é
necessário d irigir o direito financeiro para suplantar estas desigualdades, sem o
que a dem ocracia j á alcançada não se expandirá e pessoas perm anecerão com o
reféns em ilhas de igualdade criadas em condom ínios, escolas particulares,
planos de saúde privados e shopping centers, tudo sob os olhos d a segurança
privada. E preciso redirigir os estudos sobre a arrecadação e os gastos públicos
para redução das desigualdades soei ais a fim de que seja possível im plem entar
efetivam ente a república e, só assim , conseguir am pliar a dem ocracia. S ó através
do exercício d cfunções republicanas na im plem entação das receitas, gastos e
endividam ento públicos é que se rá possível recuperar os espaços perdidos da
dem ocracia. Sem isso, as pessoas continuarão confinadas, gozando de uma
democracia entre iguais, quando, por definição, a democracia é o sistema
de convivência entre desiguais, igualados pelo real tratamento isonômico
concedido pelo Direito. O direito financeiro deve cum prir este papel, de ser
o im p lem en tad o r de m ais república em nosso país, p o r m eio da adequada
utilização d e seus instrum entos em prol da sociedade.
Registra-se que a palavra retórica neste trabalho é usada no sentido dominante, de ma-
nipulação ou ocultamento das ideias, e não no padrão estabelecido pela obra filosófica -
de João Maurício Adeodato, para quem “a perspectiva retórica, que combate a verdade I
no conhecimento e prega a tolerância na ética, contraria dois adversários poderosos, i
quais sejam, a religião e a ciência, instituições monoteístas, a serviço de uma ‘verdade i
certa* contra ‘inverdades erradas’.” A deodato, João Maurício. Conceito e função da 1
norma jurídica segundo uma concepção retórica In: H orvath, Estevão; C onti, Jo sé ;
Maurício; S caff, Fernando Facury (orgs.). Direito financeiro, econômico e tributário —
Homenagem a Regis Fernandes de Oliveira. São Paulo: Quartier Latin, 2014. p. 385.
in t r o d u ç ã o 35
'* Texto sobre os espaços públicos e privados pode ser encontrado em: Saldanha, Nelson.
O jardim e a praça - Ensaio sobre o lado privado e o lado público da vida social c his
tórica. Porto Alegre: Sérgio Fabris, 1986. Em homenagem a Nelson Saldanha foi publi
cado: Scaff, Fernando Facury. O jardim e a praça ou a dignidade da pessoa humana e
o direito tributário e financeiro. In: T orres, Heleno Taveira (Org.). Direito e poder: nas
instituições do público e do privado contemporâneos - Estudos em homenagem a Nel
son Saldanha. São Paulo: Manole, 2005. v. 1, p. 543-557.
« Sobre o direito financeiro e as paixões, em especial no que tange aos gastos públicos,
ver: O liveira, Rcgis Fernandes dc. Gastos públicos, São Paulo: RT, 2012.
brandeis. Louis D. What Publicity Can Do. Harper’s Weekly. 20 de dezembro de 1913.
p. 10. No original: “Sunlight is said to be the best of disinfectants; electric light the most
efficient policeman”.
m L eal, Victor Nunes. Coronelismo, enxada e volo. SSo Paulo: Alfa Omega, 1986.
36 ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
para a era m idiática em que vivem os. A despeito de o poder estar em todos os!
lugares5152, m uitas vezes encontra-se eclipsado po r um a força m aior, adosdonos!
do poder53, m encionados p o r Raymundo Faoro, e que perm anecem presentes!
em face do capitalismo de laçosr54, conform e a feliz expressão d e L azzarini,
que dem onstrou estarem presentes no B rasil atual as m esm as pessoas paraj
onde quer que se olhe no sistem a econôm ico - em bora isso tam bém ocorra
em outras latitudes55.
O cam inho traçad o p o r esses versos, contudo, leva a c rer que se esteja
explorando um a trilha ainda virgem , e q u e não se deva levar em consideração
o c o n h e cim e n to d o s q u e p rec e d e ra m , p o rq u e “ nenhum resp o n d e ” ao que
"busco saber” .
A despeito da beleza dos versos, o cam inho trilhado nesta obra é com ple-
lam ente diverso. S em os passos que nos trouxeram até aqui não será possível
ultrapassar as barreiras que se verificam pelo cam inho.
M ais adequado e prudente é seguir o conselho de C ari G ustav Jung, para
quem : “C ada qual carrega a tocha do conhecim ento por um certo trecho do
percurso, só até entregá-la a outro”57.
T rilhando o cam inho dos autores precedentes é que foram estabelecidas
as questões b ásicas, as hipóteses deste trabalho , que serão respondidas ao
longo do texto:
«■ R égio, José. Cântigo negro. Antologia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985. p. 50.
" J ung, Cari Gustav. A prática da psicoterapia. 12. ed. São Paulo: Vozes, 2009. p. 66. Esta
frase pode ser encontrada também no Prefácio à edição brasileira, elaborado por Léon
Bonaventure, ao livro Memórias, sonhos e reflexões (Cari Gustav Jung, Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, p. 8) com outras palavras, entre aspas, como sendo uma citação do pró
prio autor: “Nós não somos os criadores de nossas ideias, mas apenas seus porta vozes;
são elas que nos dão forma... c cada um de nós carrega a tocha que no fim do caminho
; outro levará”. Ocorre que o prefaciante não indicou a obra da qual retirou essa frase,
1 que só foi encontrada no livro A prática da psicoterapia, na qual foi citada entre aspas
no trecho suprairanscrilo.
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
Tradução livre do seguinte texto “the idea of a ‘linished’ picture is a fiction. I think a
man spends his whole lifetime painting one picture or working on one piece of sculp
ture. The question of slopping is really a decision of moral considerations" (O’N eill,
John P. Barnett Newman - Selected Writings and Interviews. Berkeley: University of
California Press, 1990. p. 240).
w Aliás, a lógica racionalista encontra-se sob ataque em vários campos do conhecimento,
tal como se pode ver no âmbito das artes plásticas, como afirma Robert Morris: “Under
attack is the rationalist notion that art is a form of work that results in a finished product
l...] The notion that work is an irreversible processing ending in a static icon-object
no longer has much relevance” (B ryan-W ilson, Julia. Robert Morris. Massachusetts:
Massachusetts Institute of Technology, 2013. p. 162).
«• Langworth, Richard (org.). A sutileza bem-humorada de Winston Churchill. Rio de
Janeiro: Odisseia, 2012. p. 113. Essa frase foi utilizada como epígrafe no livro: Scaff,
Fernando Facury. Royalties do petróleo, mineração e energia - Aspectos constitucio
nais, financeiros e tributários. São Paulo: RT, 2014.
40 ORÇAMtNTo nri'unncANo e ubekdade igual
S umário:
1.1. A regulação financeira desde priscas eras
1.2. A afirmação da Uberdade contra o Estado. O foco na arrecadação e a
limitação do Estado Absolutista
1.2.1. A Magna Carta de 1215 e a consagração do Feudalismo
1.2.2. PetitionofRights,de 1628: ocasodoFeudalismoeaconsolidação
do Absolutismo
1.2.3. BillofRighis.de 1689
1.2.4. A Declaração de D ireitos da Virgínia e a Declaração de
Independência dos Estados Unidos, ambas de 1776
1.3. A preocupação com as despesas públicas e o Estado Liberal
1.3.1. A C onstituição norte-am ericana, de 1787 e o início das
preocupações com a despesa e a prestação de contas das verbas
públicas
1.3.2. A Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789
1.3.3. As Constituições francesasde 1791 ede 1793 e os primórdios do
constitucionalismo social
1.3.4. A Declaração de Direitos da Constituição Francesa, de 1848
1.3.5. O conflito orçamentário prussiano c o conceito dc orçamento
como leiformal
1.4. O Direito como implementador de políticas públicas sociais e a pressão
no orçamento
1.4.1. Constituição mexicana, de 1917, solidariedade social, o novo
nome dafraternidade
1.4.2. Constituição de Weimar.de 1919
1.4.3. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, dc 1948 e os
Pactos Internacionais dc Direitos Humanos - PIDCP e PIDESC,
de 1966
1.5. A definição dc direito financeiro
1.6. O direito financeiro como instrumento de estudo sobre república
42 ORÇAMENTO REIHJRUCANO E LIBERDADE IGUAL
1. Q u alq u er que seja a teoria q u e se adote para co n fig u rar o surgim ento dera
E stado , pode-se afirm ur que <5co ncom itante ao nascim en to de sua atividadJj
financeira. Para essa finalidade não im porta adotar-se a co n cepção de que è f
E stado só surgiu durante a consolidação dos reinos feudais durante o A b s o lu l
tism o, q u e seria o E stado M oderno, ou considerar te r ex istid o E stado sem pre
que tiver havido a conjugação de alguns critérios; é im pensável, de qualqueik
m odo, a ex istên cia de um E stado sem a correspondente atividade financeirJa
que lhe é p ró p ria e sem o D ireito que a regule. E ste c ap ítu lo correlaciona as
linhas gerais d as finanças públicas com o E stado, considerado, p ara os efeitos
d este trabalho, independente do conceito de E stado M oderno, que é algo m aisj
recen te, histo ricam en te datado, segundo Jo sep h S trayer2 e G eorg Jellinek3|
Será efetu ad a essa correlação n a antiguidade, p assando-se após, a d e m o n s tra i
as m utações d o s direitos fundam entais em correlação co m o direito financeiro!
através dos principais textos históricos do direito constitucional, finalizando!
p o r apresen tar o debate em to m o d a conceituação daquele ram o do D ireito.
seguinte trecho que dem o n stra as condições oferecidas pelos atenienses aosj
m élios para evitar a invasão d e sua cidade: “E vitareis essa desgraça se delibe
rardes sabiam ente, e n ão considerardes hum ilhante reconhecer-vos inferioresi
à c id a d e m ais poderosa, q u e vos oferece condições m oderadas - tom ar-vos|
seus aliados, conservando o vosso território, embora sujeitos ao pagamentói
de tributos - e, quando vos é dado escolher entre a guerra e a salvação, não v o s
apegardes obstinadam ente à alternativa pior” . !
O s m élios não co ncordaram co m a proposta de aliança e com a im posição!
da ob rig ação de p agam ento d e tributos de guerra e enfrentaram os atenienses«;
os q uais “m ataram todos os m élios em idade m ilita r q u e capturaram , e reduzi-S
ram as crianças e as m ulheres à escravidão” .8 P o steriorm ente aquela á re a fo i
c o lo n izad a p o r povos aliados, que aceitaram p ag ar tributos à A tenas. j
E sse episódio dem o n stra a form a pela qual as cidades obtinham receitas!
p úblicas n aquela época, através da guerra e d a d o m inação sobre outros povos,í
obrigando-os ao pagam ento d e tributos (no sentido antigo do term o), seja em |
b ens ou em dinheiro. E q u em se insurgisse co n tra e sta dom inação acabarias
m o rren d o ou sendo transform ado em escravo. i
3. Fernando Sáinz de B ujanda9divide e m o período helenístico em seis fases,|
sem pre co m os olhos voltados p ara A tenas, e em todas se verifica a predom i-;
n ância desse m odelo de arrecadação pública em razão dos despojos de guerra. I
S egundo Tlicídides, esse tam b ém era o pad rão e m E sparta, c u ja C onsti-!
tuição, segundo o autor, foi um a das causas d e seu po d erio e de sua in flu ên cia|
sobre as cidades de seu en to rn o 10. E ram as g u e rra s11e as lábeis alianças entre i
I iis cidades e povos que determ inavam a questão da arrecadação e dos gastos
j públicos daquela época12.
í Isso é b e m refletido n a afirm ação d e P éricles de que “são as riquezas acu
m uladas, e n ão os im postos arrecadados sob pressão, que sustentam as guerras
| ... | pois a arrecadação lenta pro v o ca d em oras e na guerra as oportunidades
não esp eram ” 13.
E ssa a rre c ad a ç ã o p e la g u e rra e p e la co n q u ista de povos e territórios, da
qual o d iá lo g o acim a ap en as é um ex em p lo , perm itiu a e ssa cidade celebrar
ritos fú n eb res às expensas de se u teso u ro , p a ra os prim eiros cidadãos atenien
ses q u e su c u m b ira m n a G u e rra do P e lo p o n e so 14, e cu stear até a adolescência
a ed u cação d o s filhos desses co m b aten tes m ortos, pois “onde as recom pensas
pela v irtu d e sã o m aio res, ali se en c o n tram m elhores cidadãos” .15
O século d e P éricles, quan d o foi construído o Parthenon e outras grandes
obras p ú b licas, foi custeado e m d ecorrência dessas receitas de guerra e através
ilas receitas patrim oniais das m inas de p rata de Laurio, sendo que a decadência
de A tenas coincidiu co m o esg o tam en to d a m ina, bem com o com os gastos
para c u stear a G uerra do P elo p o n eso 16, perd id a pelos atenienses.
4. A regulação das finanças públicas daquela época é tam bém com entada
por A ristóteles, na obra Constituição de Atenas* 11, considerada aquela vigente
após a G u erra do P eloponeso, p o r volta do século 403 antes de Cristo.
covardia dissimulada; a moderação passa a ser uma máscara para a fraqueza covarde e
agir inteligentemente equivale à inércia total”, e por aí segue o texto. T ucídides. Histó
ria da guerra do Peloponeso. Brasília: UnB, 1982. Livro 3, número 82, p. 166-167.
11 Deve-se destacar a importância das guerras e das crises para a mudança de paradigmas
ao longo da história. Fábio Konder Comparato faz esse tipo de correlação relativamente
à Ia Grande Guerra como um aspecto fundamental para o surgimento do Direito Eco
nômico (C omparato, Fábio Konder. O indispensável direito econômico. Revista dos
Tribunais, São Paulo: RT, v. 353, n. 14,1965).
11 T ucIdides. História da guerra do Peloponeso. Brasília: UnB, 1982. Livro 1, números
141-142, p. 79.
" Idem, Livro 2, número 34, p. 96
1' Idem, Livro 2, número 46, p. 102. Essa valorização da virtude durante a vida, ou, pelo me
nos, a certeza de seu reconhecimento após a morte faz recordar a frase de Sigmund Freud,
rclaüvamente à religião, milênios após; "acho que, enquanto a virtude não compensar já
nesta vida, a ética pregará em vão" (F reud, Sigmund. O mal-estar na civilização. Tradu
ção de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Leiras, 2011. p. 91).
1,1 SAinz de B uianda, Fernando. Ordenamiento financiem de la antigua Grécia y el perío
do helenístico. Madrid: Dykinson, 2012. p. 65.
” Descoberto, tal como várias de suas obras, no final do século XIX, no Egito. Partes
dessa obra, como das demais, se perdeu.
46 ÔNÇAMtiNTO REPUBLICANO E LIBERDADE IGUAL
18
A ristóteles. Constituição de Atenas. Tradução e notas de Nelson Bini. São Paulo: Edi-:
pro, 2012. p. 93. í
19
Ident, p. 95. :
20
Idem, p. 96.
21 Idem, p. 99. \
22
No mesmo sentido: U ckmar, Victor. El principio de la equidade tributaria y et vinculo,
de solidariedad social: La rclación entre las necesidades linancieras dei Estado y la|
justicia económica. Madrid: Instituto de Estúdios Fiscales, 2002. p. 14.
CORRELAÇÃO HISTÚRICA ENTRE DIREITO FINANCEIRO. ESTADO E DIREITOS FUNDAMENTAIS 47
S egundo Sáinz d e B ujanda, devem -se com preender estas liturgias a partir
de tluas ideias ilustrativas. P o r um lado, o sentimento honorífico , que, para os
gregos, se traduzia e m u m a atitude de serviço em favor d a com unidade, que
lhe levava a entregar parte do que tinham e m bens, serviços e ideias em favor
da cidade, e, em alguns casos, até m esm o su a própria vida. E sta entrega digni-
llcava o cidadão, pois co m ela contribuía para o bem comum. Todavia, “se essa
entrega é coativa - se vem im posta - o grego sente erodida sua liberdade”23.
As liturgias su rg em n a co n fluência do sentimento de honra com esta relação
peculiar de servir ao bem comum d a polis. A outra ideia que am para e estim u-
la as liturgias (prestações voluntárias) é o estímulo aos deveres inseridos no
âmbito da dignidade pessoal. D esse m odo, as liturgias não são im postas pelo
listado, porém h a v ia certo estím ulo coletivo ao seu pagam ento, cujo piso era
sugerido a o s cidadãos rico s d a polis. “E m sum a, cabe situar a nota de volun-
l nriedade co m esse plus q u e os cidadãos entregavam à cidade-E stado além do
lim ite exigido”24*.
E ste tipo de encargo aparece em um diálogo socrático escrito por X eno-
íonte, q u e co loca o filósofo a conversar co m Critóbulo sobre critérios p ara a
definição d e riq u e za e pobreza. Sócrates reconhece que Critóbulo é m uitas vezes
m ais rico que ele próprio, m as, m esm o assim , não o inveja, pois, os m ais ricos
"lem a n ecessidade d e oferecer m uitas vezes m ais sacrifícios, sem o que, julgo,
não resistirias n em a hom ens, nem a deuses; depois, receber m uitos estrangei
ros e fazê-lo com m agnificência; depois, oferecer banquetes aos concidadãos
c prestar-lhes favores ou ficar sem aliados. P ercebo ainda que a cidade exige
que pagues grandes tributos: m anutenção d e cavalos, subvenção aos coros e às
com petições ginásticas, e o exercício d a presidência; e, se ocorrer um a guerra,
sei bem que te im porão a trierarquia23e tantas contribuições que não te será fácil
I suportá-las. Se ach arem que cum pres alguns desses encargos não a contento,
; sei que os atenienses te punirão com o se te apanhassem roubando seus bens” 26,
l isse diálogo bem dem onstra a im portância e o peso social que essas liturgias
6 . N ã o havia na G récia tributos pessoais sobre hom ens livres, exceto durante;
as tiranias ou em épocas de guerra. O s im postos pessoais eram regularm enttf
cobrados d o s estrangeiros que habitavam a cidade (os metecos, que só eram
recebidos co m o residentes em poucas cidades gregas) e dos escravos libertos.^
P ara e sta finalidade, equiparava-se a impostos pessoais to d a tributação sobré
a riq u eza ou sobre a renda obtida em decorrência de seu trabalho, o q u e e r |
incom patível co m seu caráter de hom em livre. “O s únicos im postos c o m p a í
tíveis com a id eia de lib erd ad e e ra m os cham ados im p o sto s in diretos, q u é
com preend iam todo tipo de gravam e sobre a circ u la ç ã o —in terio r e ex terio r—ejj
sobre o consum o”27.
O cidadão grego pensava q u e v iv ia e m u m reg im e tirânico quando lhe erãi
cobrado um im posto pessoal em tem pos de paz, devendo o E stado ser custeado!
po r tributos pagos pelos vencidos, pelo s povos liberados d o ju g o estrangeiro^
pelas cidades confederadas e pelas rendas m inerárias e ou tras advindas dosi
dom ínios p ú b lico s28. E ra um a d eso n ra a co b ran ça de tributos dos cidadãos!
gregos em tem pos de paz.
D urante as guerras, ou em casos d e calam idade pública, havia a cobrança de
um tributo extraordinário, denom inado eísfora, cuja incidência era progressiva:
e sobre a renda29. E a cobrança e ra realizada pelo sistema de arrendamentol
através do qual o Estado estipulava quanto queria receber e atribuía a um a pessoa!
ou conjunto d e pessoas a incum bência arrecadatória, sendo estes remunerados.!
pelo que conseguissem cobrar a m aior30. 1
11 Estima-se que este texto tenha sido escrito nos últimos anos do século XX, por volta de
1997-1998.
S ãinz de B ujanda, Fernando. Ordenantiento financiem de la antigua Greda y e\perío
do helenfstico. Madrid: Dykinson, 2012. p. 43.
" Idem, p. 77.
» Política, Livro II, Capítulo VI, § 23,2. cd. Bauru: Edipro, 2009, p. 68, São Paulo: Sarai
va, 2011, p. 78-79, São Paulo: ícone, 2007, p. 63.
•> Política, Livro II, Capítulo VI, § 23,2. cd. Bauru: Edipro, 2009, p. 68, São Paulo: Sarai
va, 2011, p. 78-79, São Paulo: ícone, 2007, p. 62.
fõ
Ollt, AMIMO R|;f*U0l,ICAN() I! LIOfiHDAOE IC.UAL
n,’iK ii°COrrf qUC’ qU^ ° m ais intensas e frequentes as guerras, m aior o gastó
pubhco, pela necessidade de aum entar o exército, arm á-lo, contratar m ercenário^
e outras despesas correlatas37. C laro que os gastos públicos daquela época n ã |
incluíam pesados itens de despesas atuais, com o educação e saúde públicasí
e outros sem elhantes. Todavia, não se pode deixar d e m encionar a existência
de alguns gastos que eram realizados naquela época, e que hoje cham aríam os
de socioeconom icos, tais com o a distribuição gratuita de grãos, em face de su á
eventual escassez naÁ tica, ou m esm o ações para a baixa artificial de seus preços.
N o m esm o sentido, o auxílio a órfãos de guerra, m utilados e inválidos, que erá
pontual e eventual -c o m o pode ser visto na oração fúnebre de Péricles38- , passou j
com o tem po, a se tom ar um gasto usual para os cofres públicos. ’ ’
Lr,ÍV7« 70 Cc f ‘ D° Y*’ 1 23 ’2' ^ Baun,: EdiPro- 2009’ P• 68, São Paulo: Sarai
va, 2011, p. 78-79, São Paulo: ícone, 2007, p. 60 e ss.
3?
É interessante notar que esta mesma preocupação com a manutenção de um exérci-
to permanente como um sorvedouro de recursos públicos reaparece em Adam Smith.f
séculos após. Ver: S mith , Adam. Uma investigação sobre a natureza e as causas dai
riqueza das nações. 3. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1999. Livro II em!
V’ f PftU!° partC- Dcstaca-se: ‘Tal « m o só através de um exército«
'T l T v . Um pai S c,v,hzad0 P°de se defender, também só através dele é que umí
país bárbaro se poderá civilizar rápida e razoavelmente. [...] Os homens de princípios!
republicanos tem considerado um exército regular como um perigo para a liberdade.
E isso acontecerá sempre que os interesses dos generais c dos principais oficiais nãóí
concmram com a defesa da Constituição de um Estado. [...1 Assim, o primeiro dever!
do soberano, o de defender a sociedade da violência e injustiça de outras sociedades!
S E a r* * ,K *•* - " • * *medida 1“ * «van» emj
Registra-se que na época de Péricles a democracia era de fundamental importância parai
a polis, tendo sido sua posterior decadência objeto da análise de Platão e de Aristóteles
DcníreD af f >yersas riquíssimas descrições realizadas porTúcídides, constam três discur
sos de Péricles, em três diferentes momentos cruciais da Guerra do Peloponeso. O pri
meiro, ao incitar os habitantes de Atenas a ir à guerra; após, quando proferiu a famosa
CORRELAÇÃO HISTÓRICA ENTRE DIREITO FINANCEIRO. ESTADO E DIREITOS FUNDAMENTAIS 51
C om o paulatino increm ento dos gastos públicos, foi necessário que Atenas
exercesse um a p ressão abusiva sobre seus aliados, que deixaram de sentir-se
oração fúnebre, saudando as famflias dos atenienses mortos nas primeiras batalhas; e
o terceiro, quando, vendo as sucessivas derrotas e a epidemias que grassavam em Ate
nas, seus habitantes buscavam um acordo com Esparta. Nesses discursos se verifica a
exaltação feita por Péricles à democracia ateniense e ao modo de viver naquela cidade.
Da oração fúnebre destaca-se: “Vivemos sob uma forma de governo que não se baseia
nas instituições de nossos vizinhos; ao contrário, servimos de modelo a alguns, ao in
vés de imitar outros. Seu nome, como tudo depende não de poucos, mas da maioria,
é democracia. Nela [...], quando se trata de escolher, não é o fato de pertencer a uma
classe, mas o mérito, que dá acesso aos postos mais honrosos; inversamente, a pobreza
não é razão para que alguém, sendo capaz de prestar serviços à cidade, seja impedido de
fazê-lo pela obscuridade de sua condição. Mantemos nossa cidade aberta a todo mundo
e nunca, por atos discriminatórios, impedimos alguém de conhecer c ver qualquer coisa
que, não estando oculta, possa ser vista por um inimigo e ser-lhe útil. [...] Entre nós, não
há vergonha na pobreza, mas a maior vergonha é não fazer o possível para evitá-la.
Ver-se-á em uma mesma pessoa, ao mesmo tempo, o interesse em atividades privadas
c públicas, e em outros entre nós que dão atenção principalmente aos negócios, não
se verá falta de discernimento cm assuntos políticos, pois olhamos o homem alheio às
atividades públicas não como alguém que cuida de seus próprios interesses, mas como
um inútil', nós, cidadãos atenienses, decidimos as questões públicas por nós mesmos,
ou, pelo menos, nos esforçamos por compreendê-las claramente, na crença de que não
ê o debate que é empecilho à ação, e sim o fato de não se estar esclarecido pelo debate
antes de chegar a hora da ação. Não é possível, com efeito, participar das deliberações
na assembleia em pé de igualdade e ponderadamenle quando não se arriscam filhos nos
decisões a tomar”.E do terceiro discurso, incitando o povo a resistir e a pensar coletiva-
mente na cidade e não em seus infortúnios pessoais, podem-se destacar estes trechos:
“Uma cidade proporciona maiores benefícios aos seus habitantes quando é bem sucedi
da como um todo, do que quando eles prosperam individualmente, mas fracassam como
uma comunidade. De fato, mesmo quando um homem éfeliz em seus negócios privados,
se a sua cidade se arruina ele perece com ela; se, todavia, ele se encontra em má si
tuação, mas sua cidade está próspera, é mais provável que ele se saia bem. Não vos é
lícito, tampouco, pensar que estais simplesmente diante da escolha entre escravidão e
liberdade; também está em jogo a perda do império, com os perigos do ódio inerente ao
mando; é muito tarde para abrirdes mãos deste império, se qualquer de vós na presente
crise pretende, por medo ou omissão, praticar este ato de altruísmo; na realidade, este
império é como a tirania, cuja imposição é injusta, mas cujo abandono é perigoso. A
lembrança desta grandeza, apesar de agora mostrarmos alguma fraqueza (tudo está na
turalmente sujeito a declínio), sobreviverá para sempre". Estas palavras bem demons
tram a democracia ateniense c o louvor ao modo de vida que existiu naquela cidade
cerca de 400 anos antes de Cristo, em meio a uma guerra que veio marcar o declínio de
sua democracia c que levou os filósofos gregos a ver o ciclo das formas de governo, das
ideais ãs decrépitas, como um ciclo infindo ao longo da história (T ucIdides. História da
guerra do Peloponeso. Brasília: UnB, 1982. Livro 2, número 37, p. 98-145).
U2 ORÇAMUNtU HIIHJUUC ANO E UBERDADE IGUAL
com o tal», pura ter consciência de sua subm issão, e sobre os ricos d a cidade, potó
era sobre eles que recaíam m ais pesadam ente os custos de q u alq u er g uerra39.]
N o m esm o sentido, a d espeito do ex ercício g ratuito d e v árias funçõeá
públicas, algum as dessas atividades passaram a ser rem uneradas, em especial
a p artir da época de P éricles, im pactando diretam ente os recursos públicos. O á
grupos beneficiados eram os senadores, os ju íz e s e o s m em bros da assem bleia!
" A ristóteles. Constituição de Atenas. Tradução e notas de Nelson Bini. São Paulo: Edi-
pro, 2012. p. 100.
12 A ristóteles. Política. Para a Edipro trata-se do Livro V, Capítulo VII, § 11 (2. ed. Bau
ru: Edipro, 2009, p. 185). Para a Saraiva trata-se do Livro VIII, Capítulo VII, § 11° (São
Paulo: Saraiva, 2011, p. 292). A ícone adota a mesma organização da Saraiva, sem
indicar o § (São Paulo: ícone, 2007, p. 249).
° A ristóteles. Constituição de Atenas. Tradução c notas de Nelson Bini. São Paulo: Edi
pro. 2012. p. 101.
S4 ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
“ Menç3o feita por Wemcr Jacgcr, Paidéia - A formação do homem grego, 4. ed. São]
Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 947. |
45 A ristóteles. Econômicos. São Paulo: Martins Fontes, 2011. p. 21. I
46 Denota o valor simbólico do cargo o fato de que Carlos Magno foi coroado pelo Papá
Leão III com o título de “Imperador Romano do Ocidente” no dia de Natal de 800. 1
47 Existe ainda uma subdivisão no período Imperial Romano entre Principado, também;
chamado de Alto Império, entre 27 a.C. até o ano de 284, em que Dioclcciano assumiu]
o governo; a partir de então até a queda do Império do Ocidente em 476, havería um]
período denominado de Dominato, ou baixo Império. A diferença entre ambos fica porjj
conta do modo de governar, pois no Principado, os governantes eram uma espécie d e i
primus interpores, enquanto que no Dominato eles se caracterizavam como déspotas,!
aqueles que possuem o domínio sobre tudo e todos. 1
CORRELAÇÃO HISTÓRICA ENTRE DIREITO FINANCEIRO, ESTADO E DIREITOS FUNDAMENTAIS 55
12. P ouco p o d e ser d ito sobre o p eríodo d a R ealeza rom ana devido à falta de
Ibntes e à su aa n c ia n id a d e. Pode-se afirm ar, contudo, que “todas as coisas eram
controladas pelas m ãos dos reis” , com o consta d o D igesto, o que, seguram ente,
Inclui a gestão das receitas e despesas públicas49.
13. R egistra S ilv io M eira que, durante a R epública, “era grande a sobrecarga
que o patriciado lançava sobre a classe m enos venturosa e que deu m otivo a
tnntas convulsões sociais. S ustentavam assim , o s plebeus, com seus recursos,
m uitos exageros e caprichos d a p o lítica avassaladora dos rom anos”50. R egis
tra ain d a o autor que os tributos eram cobrados apenas d a plebe, pois quem
fosse ao m enos “decurião” j á estava isento desses pagam entos. O s decuriões
integravam as cúrias m unicipais, sendo que, p ara obter esse status dentro do
Im pério rom ano, era necessário p o ssu ir ao m enos 25 jeiras de terra51, além das
graças im periais. O s decuriões fim cionavam , sob um a ótica m ais atual, com o
um a espécie de prefeito nomeado, e a m ais ríg id a de suas atribuições era a de
cobrar os im postos52.
D urante o Im pério, a depender do Im perador, essa política era alterada,
m odificando o padrão d a arrecadação de rendas e das isenções. P o r exem plo,
durante D iocleciano (244-311), os plebeus d a cidade passaram a receber isen
ção, porém os rurais perm aneceram onerados.53
A lógica d a d o m inação e d a guerra estava presente nesse sistem a, que
durante certa ép o ca até privilegiava o pagam ento de tributos “in natura” (co-
n hecidos por anonna), com entrega direta aos exércitos nas regiões fortificadas
ou de expansão de fronteiras.
M eira, Silvio. Direito tributário romano. 2. cd. Belém: Universidade Federal do ParáJ
2013. p. 36. s
55
Idem, p. 95.
36
Idem, p. 66.
37 Idem, p. 83.
CORRELAÇÃO h is t ó r ic a en tr e d ir eit o f in a n c e ir o , esta d o e d ir eit o s fu n d a m en ta is
57
Miura, Silvio. Direito tributário romano. 2. ed. Belém: Universidade Federal do Pará,
2013. p. 84.
Klein, p. 86-87.
Idein, p. 90.
Klein, p. 90-91.
ldem, p. 40-41.
(s imeressante a análise desenvolvida por este autor acerca do federalismo em Roma,
iirrcmatando com a seguinte consideração: “Observa-se, dessa forma, que a federação
nilo constitui fórmula mágica oferecida ao mundo pelos americanos, que apesar de sua
oriucrn anglo-saxônica, foram buscar, para o seu Direito Público, muitas nquezas do
tesouro romano. [...] Muito do que hoje existe, ou do que se faz, ou do que se pensa, já
foi vivido, feito e pensado pela civilização romana” (M eira, Silvio. Federalismo e cen
tralização. Revista de Direito Público, São Paulo: RT. n. 32. p. 70-72, nov.-dez. 1974,
especialmente p. 73).
J*
(IHÇAM LNttJ lint'UIIUt ANO I; LllltlllBADÊ IGUAL
64
J ustiniano. Institutos. Tradução direta do latim por A. Coelho Rodrigues. Recife- T vdoJ
graphia Mercantil, 1879. p. 3. ^
69
Ver item 2.2.4. capítulo 2.
CORRELAÇÃO HISTÓRICA en tr e d ir eit o fin a n c e ir o , esta d o e d ir eit o s FUNDAMENTAIS 59
f
I Mv “Parece que a igualdade seja justiça, e o é, com efeito; mas não para todos, e sim so
mente entre os iguais". A ristóteles. A Política, Livro III, Capítulo V, § 8°(2.ed. Bauru:
I Edipro, 2009, p. 94, São Paulo: Saraiva, 2011, p. 107, São Paulo: ícone, 2007, p. 8).
Ul Sobre o conceito de Estado ver: D allari, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral
do Estado. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 1986; J ellinek, Gcorg. Teoria general dei Er-
I tado. Tradução da 2. ed. alemã realizada por Fernando de los Rios Urruti. Granada:
Cornares, 2000. p. 282 e ss.
fdt Ver: S caff, Fernando Facury. Responsabilidade civil do Estado intervencionista. 2. ed.
Rio de Janeiro: Renovar, 2001. capítulo 1.
Aliomar Baleeiro faz breve análise dessa trajetória em sua obra Uma introdução à ciên
cia das finanças. 15. ed. atualizada por Dejalmn de Campos. Rio de Janeiro: Forense,
í 2000. p. 80.
ÔO (Jlt(,'AMI:NrO IIWljliucANO I; (KUiiDADt igual
21. O docum ento m ais afam ado d essa fase histórica é, sem dúvida, a M agna
j t 'aria, im posta a João Sem -Terra, que a firm ou em 15 d e ju n h o de 1215.
! Pode-se perceber, contudo, q u e a situação n a E spanha no ano de 1091 foi
I diferente d a enfrentada n a ln g la te rra em 12 1 5 .N o caso esp an h o l,aau to rização
I pura a cobrança dos tributos extraordinários decorria d a necessidade de en-
í ítentam ento de um inim igo com um a todos os envolvidos—os alm orávidas. O
raso i nglês foi diferente, p o is h av ia um a lu ta interna entre a nobreza, enquanto
estam ento social, e o Rei.
! H isto rica m en te e ste d o c u m e n to d e co rreu das lu ta s e n tre os senhores
| feudais e o R ei, em um a é p o ca e m que aqueles ainda possuíam m uita força
| c podiam im p o r exigências à realeza, que em etap a fu tu ra deixaram de ser
| cum pridas. O utro elem ento central n o sistem a e ra a Igreja, com suas preten
d e s universalistas72. C om parato73 relata que u m a das causas do surgim ento
da M agna C a rta foi que João Sem -Terra se recusou a aceitar a designação do
C ardeal de C anterbury, indicado p elo P apa Inocêncio ID, po r quem acabou
excom ungado; o que foi revertido pelo m esm o Papa um ano após a firm atura
da M agna C arta, que em sua cláusula prim eira trata da liberdade eclesiástica.
A M agna C arta foi confirm ada várias vezes por 7 dos sucessores de João
Sem -Terra74. E m realidade, alguns de seus preceitos foram estabelecidos para
ler um a d u raç ã o d e apenas 3 m eses, e receb eram sucessivas prorrogações
«través das várias confirm ações, até que se tom ou legislação perm anente em
1225 e perm anece na legislação inglesa atual75.
Para se com preender o docum ento é necessário recordar que existiam 3
estam entos sociais naquela época feudal: a nobreza, a Igreja e o povo, o qual
11 Para melhor compreensão desse período histórico ver: S weezy, Paul et alli. Do feuda
lismo ao capitalismo. Tradução de Manuel Vitorino Dias Duarte. Lisboa: Publicações
Dom Quixote, 1978; P ogoi, Oianfranco. A evolução do Estado moderno. Tradução de
Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar, 1981; e as seguintes obras de: B raudel, Femand.
O mediterrâneo e o mundo mediterrâneo. São Paulo: Martins Fontes, 1984; A dinâmica
do capitalismo. Tradução de Carlos da Veiga Ferreira. 2. ed. Lisboa: Teorema. 1986; e
Civilização material, economia e capitalismo. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
>' C omparato, Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos. São Paulo:
Saraiva, 1999. p. 59-60.
’‘ Para o número ver: C omparato, Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos huma
nos. São Paulo: Saraiva, 1999. p. 57. Para os nomes e as vezes em que cada qual jurou:
M iranda Jorge (org. e trad.). Textos históricos do direito constitucional. Lisboa: Casa
da Moeda, 1980. p. 13.
» para este dado ver: C omparato, Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos huma
nos. São Paulo: Saraiva, 1999. p. 64.
ÉWÇAMIINTO HflfUUMCANO I; UIILHDAOE IGUAL
era form ado p o r exclusão das dem ais c lasses74*76. E ste d o cum ento acarretou^
pela prim eira vez na história, o reconhecim ento de que o R ei teria seu podei
lim itado p e lo c o n ju n to d o c le ro e d a nobreza, d e q u em era o primus interpores'.
E ntende C om parato q u e nesse m om ento encontra-se a “p ed ra angulai
p ara a c o n stru ção d a dem o cracia m oderna: o p o d e r dos governantes p a s s |
a se r lim itado, não apenas p o r norm as superiores, fundadas no costum e ou
na re lig iã o , m as tam b é m p o r d ire ito s su b je tiv o s d o s g o v e rn a d o s”77. Esta1
afirm ativa entusiasm ada de C om parato tem sua razão a p artir de um a visão1
retrospectiva da história, pois tudo indica que n a época o alcance do texto nãq
tenha tido a dim ensão pretendida, um a vez q u e se tratava de u m a composição)
entre a nobreza e o clero, não sendo sequer conhecido pelo povo. B asta d iz e |
que a M agna C arta foi redigida em latim antigo, língua conhecida apenas pelos
estam entos dom inantes n a Inglaterra do século X m . A lim itação do p o d er real
não se deu pelo povo, m as de form a estam ental. *
D e todo m odo, este é o prim eiro docum ento p ara a consagração do statusÀ
libertatis, e m que os governados delim itam o p o d er do soberano. A linguagem!
utilizada assem elha-se a um a declaração de direitos, m as, na verdade, foi um á
im posição ao rei feita p e la nobreza, que inclusive teve de sitiar L ondres para
obtê-la. !
Tal consagração se deu tam bém em face d a lim itação financeira da are
recadação, tendo sido c riad a um a norm a através d a qual as receitas do Rei
deveriam ser autorizadas pelo “C onselho G eral do R eino” , que equivaleria,)
na contem poraneidade, ao Parlam ento78. T rata-se do em brião do Princípio daj
L egalidade, assim redigido: |
74 Tal como se viu linhas atrás com referência ao Corpus Juris Civilis, de Justiniano (Cor-
pus Juris Civilis, Livro I, Título II, § 4a). Para melhor compreensão sobre o conceito de?
povo naquela época, ven S ibyès, Emmanuel Joseph. A Constituinte burguesa. O que 4
o terceiro Estado? 4. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2001. Para uma concepção atual,)
ver M uller, Friedrich. Quem é o povo? - A questão fundamental da democracia. São
Paulo: Max Limonad, 1988.
77 C omparato, Fábio Konden A afirmação histórica dos direitos humanos. São Paulo:!
Saraiva, 1999. p. 65.
78 É claro que no século XII, em plena sociedade estamental europeia, é outro o funda
mento de legitimidade desse “Parlamento”.
CORRELAÇÃO HISTÓRICA ENTRE DIREITO FINANCEIRO. ESTADO E DIREITOS FUNDAMENTAIS 63
Foi usada a tradução efetuada p o r M iranda, Jorge (org. e trad.). Textos históricos do
direito constitucional. Lisboa: Casa da Moeda, 1980. p. 14.
*" M iranda, Jorge (org. e trad.). Textos históricos do direito constitucional. Lisboa: Casa
da Moeda, 1980. p. 14; C omparato, Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos
humanos. São Paulo: Saraiva, 1999. p. 69.
■’ O que poderia ser necessário em caso de sua apreensão pelo inimigo, durante as Cruza
das ou em caso de alguma outra guerra.
64 ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
82
A expressão 6 de: S áinz de B uianda, Fernando. Hacienda y derecho. Madrid: Instituto
de Estúdios Políticos, 1975. v. I, p. 261.
83 »
Para isso ver: S caff, Fernando Facury Responsabilidade civil do Estado intervencio i
nista. 2. cd. Rio de Janeiro: Renovar, 2001. Capítulo I. I
84
Ver item 1.3.5, neste capítulo.
CORRELAÇÃO HISTÓRICA ENTRE DIREITO FINANCEIRO. ESTADO E DIREITOS FUNDAMENTAIS 65
lU A JU lfJUUXWHA&JUJIJE aU lg g tftL
naquela época.
*> S âinz pe B ujanda, Fernando. Hacienda y derecho. Madrid: Instituto de Estúdios Políti
cos, 1975. v. I, p. 273-274.
91 O liveira, Regis Fernandes de. Curso de direito financeiro. 6. ed. São Paulo: RT, 2014,
capítulo 17.
68 ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
Uma cunosa e valiosa análise das causas dessa revolta do chá pode ser encontrada no
Standage> inlitulado A história do mundo em seis copos (Rio de Janeiro-
paliar, 2005), em que o autor analisa a importância do chá na sociedade americana da
época. Outra obra interessante sobre o tema é A corporação que mudou o mundo - Como
fo; 0 DPa.nhl͑.^af Indias Ocdcntais moldou a moderna multinacional, de Nick Robins
(Sao Paulo: Dtfel, 2012) na qual se verifica a conexão entre os problemas ocorridos com
acolomzaçao inglesa na índia e seus reflexos no fornecimento de chá nos Estados Unidos.
A Companhia das índias Ocidentais, “multinacional inglesa” fundada em 1600, estava no
centro dessa operação mercantil, levando o chá de um ponto ao outro.
Esse texto deu o tom das declarações de direitos que se seguiram, a francesa de 1789 e
a da instalação da ONU, em 1948.
Miranda, Joige (oig. e trad.). Textos históricos do direito constitucional. Lisboa: Casa
da Moeda, 1980. p. 31.
correlação histórica entre direito financeiro, estado e direitos fundamentais 69
Comparato faz notar que a expressão magistrado utilizada no texto no sentido romano,
de ocupante de uma função pública, e não no sentido moderno de ocupante de uma
funçãode juiz (Comparato. Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos.
São Paulo: Saraiva, 1999. p. 101. nota de rodapé 21.
Miranda, Jorge (org. e trad.). Textos históricos do direito constitucional. Lisboa: Casa
da Moeda, 1980. p. 31.
97 Idem, p. 32.
70 ORÇAMENTO REPUBUCANO E UBERDADE IGUAL Hl
1.3. A PREOCUPAÇÃO COM AS DESPESAS PÚBLICAS E O ESTADO U-
BERAL
98 C omparato, Fábio Kondcr. A afirmação histórica dos direitos humanos. São Paulo'
Saraiva, 1999. p. 94.
99 Ver item 2.2.3, capítulo 2.
100 Uma obra de referência para a conexão entre guerras e direito financeiro é The Great Tax
Wars, de Steven R. Wcisman (New York: Simon & Schuster Paperbacks, 2004). A obra
tem o foco voltado para as disputas políticas norte-americanas, e parte historicamente
da Guerra da Secessão em diante, o que extrapola o objetivo deste trabalho. Registram-
se, contudo, três frases de personalidades daquele país que são muito relevantes para a
compreensão da matéria: Nothing in this world is certain, but death and taxes (Benja
min Franklin, 1789); The power to tax involves the power to destroy (Chief Justice John
Marshall, em McCullugh v. Maryland, 1819); e Taxes are what we pay for civilized
society (Associate Supreme Court Justice Oliver Wendell Holmes Jr., 1904). (p. 2-3).
E igualmente interessante a observação de Victor Uckmar, sobre o tema: “Através dos
séculos, o fato fiscal assume relevância determinante para os grandes acontecimentos.
O embrião da democracia pode encontrar-se na Magna Carta, segundo a qual ‘não há
tributação sem representação’; a revolução americana se inicia com a revolta contra a
aplicação dos direitos aduaneiros’ pretendidos pela Coroa; a revolução francesa tem
como base a luta contra os privilégios fiscais do clero e da nobreza; o governo da Sra.
Margareth Thatcher caiu por protestos contra o ‘imposto de capitação*; se verificaram
revoltas na Califórnia para se contrapor ao ’imposto sobre a propriedade’. Na atuali
dade, não existe disputa eleitoral que tenha majoritaridtnente em disputa argumentos
fiscais em contraposição” (El principio de la equidade tributaria y el vinculo de soli-
CORRELAÇÃO HISTÓRICA ENTRE DIREITO FINANCEIRO. ESTADO E DIREITOS FUNDAMENTAIS 71
dariedad social: La relación emre las necesidades financieras dei Eslado y la justicia
económica. Madrid: Instituto de Estúdios Fiscales, 2002. R 15).
,01 Secção VIII, item 1. Miranda. Jorge (org. e trad.). Textos históricos do direito constitu
cional. Lisboa: Casa da Moeda, 1980. p. 41.
«“ Secção IX, item 7. Miranda, Jorge (org. e trad.). Textos históricos do direito constitu
cional. Lisboa: Casa da Moeda, 1980. p. 43.
72 ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
Art 14. Todos os cidadãos têm o direito de verificar, por si ou pelos seus
representantes, a necessidade da contribuição pública, d e consenti-la
livremente, de observar o seu emprego e de lhe fixar a repartição, a coleta,
a cobrança e a duração.
Art. 15. A sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público
pela sua adm inistração"0.
1
correlação histórica entre direto financeiro,estado e diretos fundamentais
75
2a- Que todos os tributos sejam repartidos entre todos os cidadãos de modo
igual, na proporção de seus recursos."1
E ainda m ais, a D eclaração de D ireitos da Constituição francesa de 1791
estabeleceu a suprem acia da Constituição sobre as leis ao determ inar que: O
Poder L egislativo não p o d e r á f a z e r lei algum a que prejudique ou im peça o
exercício d o s d ireito s n aturais e civis, consign ados no presente título e garan
tidos p ela C on stituição” 114.
Com parato recorda que o sistem a de controle de constitucionalidade nor
te-americano não é fruto d a Constituição, m as de um a construção pretonana
no caso M arbury v s M adison , julgado pela Suprema Corte daquele país em
1803 e indica ser a norm a francesa de 1791 a primeira m enção a controle de
constitucionalidade das leis em texto constitucional"5.
Nocorpo da Constituição,além de sua Declaraçãode Direitos,foi atribuído
ao Corpo Legislativo o poder de “fixar as despesas públicas” e estabelecer
as contribuições públicas, determ inar a sua natureza, repartição, duraçao e
modo de percepção” " 6.
33 Foi tam bém a Constituição francesa de 1791 que introduziu as primeiras
obrigações sociais do Estado. Dispôs sobre educação pública: será cnada e
organizada um a instrução pública, com um a todos os cidadaos, gratuita
que respeita aos períodos de ensino indispensáveis a todos os hom ens em
estabelecim entos que serão distribuídos de acordo com a divisão do Reino .
Observa-se na norm a vários direitos sociais consagrados postenorm ente, ta
Comparato. Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos. Sào Paulo:
Saraiva, 1999. p. 141.
Idem,p. 141.
Idem, p. 134. ....,„
Secção I, art. Ia, incisos 3 e 4. M irakda, Jorge (org. e trad.). Textos históricos do direito
constitucional. Lisboa: Casa da Moeda, 1980. p. 68.
P eres de A yauv. José Luis. Los origenes dei constitucionalismo social. Una aproxima
ção desde una perspectiva histórico-comparativa. In: G aroa H errera. M'fiuel Ang
(org!) £/ consrLcionatfsmo *„ la crisis dei Estado social. Univers,dade de. País Bas
co, 1997. p. 337.
76 ORÇAMENTO REPUBUCANO E LIBERDADE IGUAL
34. Outta Constituição foi aprovada em 1793, mas que também não teve vi
gência efetiva. Introduziu preocupações sociais em seu bojo, como no art. 10ao
declarar que o fim da sociedade é a felicidade comum. O governo é instituído
para garantir ao homem o gozo destes direitos naturais e imprescritíveis”.
O s aspectos financeiros ficam bem delineados no art. 20 ao declarar “o
com as dasmM mas!” ” d^OS3 Velar*lel0 empreê ° verbas públicas e a prestar
35. A Constituição francesa de 1795 retirou vários dos direitos sociais conti-
os nas anteriores e colocou-os nas “disposições gerais”, tal com o o direito ao
trabalho e aos socorros públicos. Inclusive transform ou o lema da Revolução
m senndo no texto, ao lado da liberdade e da igualdade, a propriedade: “Todo
cidadao deve prestar seus serviços à pátria e à m anutenção, da liberdade, da
igualdade e da propriedade toda vez que a lei os cham e a defendê-las” 120.
118
Peres de Ayala, José Luís. Los ongenes dei constitucionalismo social. Una aproxima-
° una PersPccllva histórico-comparativa. In: Garcia Herrera. Miguel Angel
{°of\991 . p° 3 3 8 0 " f,/' í m 0 m la crisis del Estado social- Universidade dei País B a
119
ldem, p. 339.
120
Idem, p. 340.
i
CORRELAÇÃO HISTÛRICA ENTRE DIREITO FINANCEIRO. ESTADO E DIREITOS FUNDAMENTAIS
77
Foi com o um refluxo nas transform ações e expectativas vividas até então,
in stitu in d o -se em um a vitória d a burguesia e o encerram ento da fase tipica-
««■nteDOpular revolucionária daquela revolução. N essa fase histórica se insere
o análise dos direitos fundam entais com o direitos burgueses elevados a um
grau jurídico superior, a fim de afastá-los do assem bleísm o popular, própno
da dem ocracia roussoneana121.
, A I 1 R epública francesa teve vida efêm era, pois logo em 1851 foisucedida
o“ P ’ qUe Cm SUa C0nStÍtUÍçã0 rcverteu conquistas anteriorm ente
37. É neste desvão histórico que aparecem de maneira m ais nítida alguns pro-
b e m a sq u e influenciaram todo o direito financeiro do século XIX e início do
século X X , e q u e se referem prim ordialm ente a saber a quem corresponde, no
seio do Estado, a suprema posição decisória em m atéria financeira: imposição
de receitas e ordenação de despesas. Durante o absolutism o, era a monarquia
a titular exclusiva desse p o d er.126 H
C o m o passou a ser efetuado esse desenho financeiro n a época do cons
titu cio n alism o m onárquico? C om o advento das m onarquias constitucionais
a q u em co m p etia o exercício desse p o d e r financeiro? E m alguns países foi
123
A ^ aÇt ° í e, DÍrí Í,OS de 1789: “Art- I# 0 s homens nascem e sã0 livres e iguais em
direitos. As distinções sociais só podem fundar-se na utilidade comum”. Declaração de
Direitos de 1791: A Assembleia Nacional, querendo estabelecer a Constituição france
sa sobre os princípios que acaba de reconhecer e de declarar, extingue irrevogavelmente
as instituições que vulneravam a liberdade e a igualdade dos direitos”. Declaração de
‘Z de ?93:. Art ,n- ' - O f i m d a sociedade é a felicidade comum. 2 - 0 Governo
existe para garantir ao homem o gozo dos seus direitos naturais e imprescritíveis. Art. 2
ses direitos são a igualdade, a liberdade, a segurança c a propriedade”. Declaração
ípuÍ i hh
igualdade, a dC ,795' An'
segurança 1# ° S dÍrcÍtOS do homcm em sociedadt-“ são a liberdade' a
e a propriedade".
124
Sobre a posterior inclusão da fraternidade no seio da Revolução Francesa, ver dentre
r— T - ° n ar' .Rep“blicanismo*dcrechòs humanos y deberes tributários’. Revis-
jan.-jul 2 0 1 2 ^ Dmtt0‘ Humanos Fundamentais, ano 12, n. 1, p. 115-135, Osasco.
125
P eres de A yala, José Luis. Los origenes dei constitucionalismo social. Una aproxima-
L n l í í / 6 “na Perspec“,va histórico-comparativa. In: G arcia H errera, Miguel Angel
*2™ w i T w mo en la crisis del Estad0 sociai Universidade del A *
Sáin2 d®B wanda, Fernando. Hacienda y derecho. Madrid: Instituto de Estúdios Políti-
cos, 1975. v. I, p. 262.
r»
L
CORRELAÇÃO HISTÓRICA ENTRE DIRETO FINANCEIRO. ESTADO E DIRETOS FUNDAMENTAIS
79
R odricuéz B ereijo, Á lvaro. L aband y en d erech o prcssupuestario dei Im p ério A lem an,
escrito h gu isa d e Introdução. In: L aband. P aul. E l derecho p r e s s u p u e s tá n o . M a d n d .
Instituto de E stú d io s F iscales, 1979. p. XXX.
80 1
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
O orçam ento não foi estabelecido; este estado de coisas é sem dúvida
irregular, mas a Constituição não indica uma solução. Na eventualidade do
12*
R odriguéz B ereuo. Álvaro. Laband y en derccho prcssupucstario dei Império Alcman,
escnto a guisa de Introdução. In: L aband. Paul. E l derecho pressupuesiário. Madrid-
Instituto de Estúdios Fiscales, 1979. p. XXXI.
'» Idem, p. XXXII-XXXIII.
CORRELAÇÃO h ist ó r ic a en tre d ir et o fin a n c eir o , esta d o e d ir et o s fu n d a m en tais 81
conflito que hoje divide o Governo e as Câmaras não tenha sido previsto,
somente podemos nos colocar de acordo com os meios de terminar com
essa diferença. Muitas teorias foram formuladas para preencher esta
lacuna: segundo uns, oorçsftnento anterior estaria vigente de pleno direito;
segundo outros, seria preciso referir-se aos princípios do antigo direito,
que consagravam a autoridade absoluta do Rei. Mas, o que importa a
teoria quando a necessidade manda? O Estado existe, portanto é necessário
assegurar a marcha regular dos serviços públicos.130
150 Rodriguéz B ereijo, Álvaro. Laband y cn derecho pressupucsiario dei Império Aleman,
escrito à guisa de Introdução. In: L aband, Paul. El derecho pressupuesiáno. Madnd:
Instituto de Estúdios Fiscales, 1979. p. XXXV.
131 Idem,p. XXXVII.
m Lassale, Ferdinand. O que é uma Constituição? Tradução de Walter Stônner. São Pau
lo: Edições e Publicações Brasil, 1933.
133 Ver item 3.5.1, capítulo 3
I; WA
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
Segundo Ottmar Bühler, muitos tratadistas alemães, dentre eles o próprio Laband, não
reconheciam o Reich como um Império, sob o argumento de que a figura determinante
nao era o Imperador, mas “a totalidade dos governos confederados, de tal modo que o
Reich era um tipo especial de aristocracia". B ühler, Ottmar. La Constitución Alemana
lraduçaoda3. ed. alema por José RoviraArmengol. Barcelona: Editorial Labor, 1931.
1
CORRELAÇÃO h ist ó r ic a en tr e d ireito fin a n c eir o , esta d o e d ir et o s fu n d a m en tais 83
40. Fez escola em vários países essa concepção sobre a natureza jurídica da
lei orçam entária de Paul Laband, entre lei form al e m aterial, e sobre a relati-
vamente nenhum a im portância da participação popular e do Parlam ento em
sua concepção e votação'41.*2014
D uarte, Tiago. 4 lei por detrás do orçamento - A questão constitucional Ua lei do or
çamento. Coimbra: Almcdina, 2007. p. 25 e ss.
Rodríguez B ereuo, Álvaro. Laband y en derecho pressupuestario dei Império Aleman. •
escrito à guisa de Introdução. In: L aband, Paul. El derecho pressupuestáno. Madnd.
Instituto de Estúdios Fiscales, 1979. p. XXXIX.
Ver item 3.1, capítulo 3.
Conjuntamente com essa ascensão dos direitos sociais e a redução das desigualdades
ao proscênio dos debates constitucionais e normativos suige o conceito de ^rm aspro-
gramáticas, como direitos que são concedidos apenas de fortna retdnca^em eficác a
exceto como indicativos de programas a serem construídos “
de normas programáticas, ver: Silva, José Afonso da. Aplicabilidade das normas cons
titucionais. 8. ed. São Paulo: Malheiros, 2012. p. 132 e ss.
86 ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL H
M éxico a Constituição de 1917, que foi a prim eira a consagrar um e x te n j
leque de direitos sociais aos cidadãos, colocando-os em um patam ar de direitos1
fundam entais. Esta C arta também trouxe a previdência social para o âmbito
constitucional, estabelecendo os parâm etros de sua organização e os direitos
que deveria alcançar, protegendo os hipossuficientes. Seu foco primordial
contudo, era a im plem entação de uma grande m odificação na propriedade
im obiliária naquele p aís149.
149
P eres de A vala, José Luis. Los origenes dei constitucionalismo social. Una aproxi
mação desde una perspectiva histórico-comparativa. In: G arcia H errera, Miguel An-
gel (org.). El constitucionalismo en la crísis dei Estado social. Universidade dei País
Basco. 1997. p. 342e ss, que deve ser consultado também sobre os interessantíssimos
aspectos da repartição da terta determinados por esta Constituição.
150
Uma interessantíssima fotobiografia das revoluções, iniciando na Comuna de Paris
<J_87 3!é » RevoluÇão Cubana (1953-1967), é a de: L ôwy, Michael (org.). Revoluções
São Paulo: Boitempo. 2009. 1
151
Para Jorge Carpizo não houve uma revolução, pois “revolução quer dizer câmbio da es
sência da estrutura econômica. Revolução é a infância de uma vida velha que se renova
6 ^ L r<VCUI em d,rt ç3° a novos rumos”- E segue comentando que não se poderia falar
no México em revolução quando, passados tantos anos, em 1960,17% da população era
analfabeta e 24% não tinham alimentação adequada (p. 49). Para uma análise do con
texto e comentários sobre a referida Constituição, ver: Carpizo. Jorge. La Constitución
Mexicana de 1917. 2. ed. México: UNAM, 1973.
CORRELAÇÃO HISTÓRICA ENTRE DIREITO FINANCEIRO, ESTADO E DIREITOS FUNDAMENTAIS 87
43. Após o encerram ento da I G rande Guerra foi criada a Liga das Nações,
organismo internacional com o objetivo de m anter a paz no mundo, evitando
novas guerras fratricidas com o aquela, Foi constituída no bojo do Tratado de
Versalhes (arts. 1 a 26), assinado em 28 de junho de 1919, que redefiniu as
fronteiras m undiais após aquele conflito. Foram divididos os impérios austro
húngaro e otom ano, estabelecendo um neocolonialism o sobre certas áreas
geográficas, tal com o a Palestina e aÁ frica do Sul, que se tom aram protetorados
do Reino U nido, e assim por diante.
À A lem anha foram im postas pesadas reparações de guerra, equivalentes
ao “custo total de todos os exércitos dos governos aliados e associados (arts.
249) incluindo ressarcim entos ao B rasil e ao Estado de São Paulo (art. 263)152,
além da perda de áreas de influência econôm ica em vários países, como se vê
no art. 158, em que o país europeu é obrigado a ceder ao Japão áreas, bens e
interesses que possuía na China.
Verifica-se que a estrutura da Liga das Nações foi desde logo identificada
como a “liga dos vencedores” , e, com a perda de sua credibilidade em razão dos
problemas econôm icos alem ães, especialm ente para o pagam ento das dívidas
de guerra, deu ensejo ao desejo de vingança, ao surgim ento do nazismo. Dentre
outros fatores, foi um a das causas da II Grande G uerra m undial, que eclodiu
em 1939 e durou até 1945.
Registra-se, contudo, que a Liga das Nações foi a prim eira iniciativa de
solução de conflitos de form a internacional, e não bilateral.
44. Escrita logo após o térm ino da I G rande Guerra e após.a Revolução so
viética em 1917, a Constituição de W eim ar de 1919 foi fruto da Constituinte
de 1918, eleita em condições m uito adversas para todo o povo alemão.
os titulares dos direitos sociais eram sempre aqueles que pertenciam a certos
setores sociais, ou que desempenhavam certas funções em uma coletividade.
Não estamos na presença de uma situação de universalidade - como no
caso dos direitos individuais, mas diante a setorizações funcionais, em
virtude das quais os novos direitos - os chamados direitos sociais - eram
direitos com nomee sobrenome; os direitos do trabalhador, [...], os direitos
da família, os direitos das crianças, etc. [...]. Ou seja, havíamos passado da
46. N o que se refere ao orçam ento, foi previsto que as despesas seriam auto
rizadas po r um ano, porém , em casos especiais, poderiam sê-lo por um período
mais longo (art. 85). C ertam ente a lem brança da crise orçam entária do I Reich,
quando a C âm ara dos D eputados não quis aprovar, por longos 6 anos, o projeto
de lei orçam entária enviado pelo Im perador, estava presente no momento em
que esta disposição foi redigida. M anteve-se a exigência de aprovação por
lei, vedando ao Parlam ento aum entar os gastos previstos no projeto de lei, ou
mesmo criar novos gastos. Registra-se queB ühler, ao com entar esse artigo, faz
referência à necessidade de aprovação do orçam ento através de “lei formal” , o
que bem dem onstra a aceitação das teses de Laband pela doutrina da época157.
Foram tam bém criadas norm as sobre a prestação de contas da execução
orçamentária, que tam bém deveria ser aprovada pelo Parlam ento (art. 86).
47. A pressão pelo aum ento das despesas públicas crescia, juntam ente com o
conceito de E stado Social de D ireito, em face dos necessários dispêndios que
os novos direitos acarretaram aos cofres públicos para sua implementação.
É um docum ento digno de adm iração, apesar de sua curta duração, pois
foi eclipsada pela ascensão do nazism o em 1933, que acarretou, na sequência,
a II G rande Guerra.
É interessante notar que a ascensão eleitoral do partido nacional socialista
alemão foi registrada na obra de Ottm ar B ühler, datada de 1931, porém de forma
meramente burocrática, em um a tabela sem qualquer com entário específico.
Lê-se que o partido, fundado em 1920, elegeu 32 deputados em m aio/1924; 14
deputados, nas eleições de dezem bro/1924; 12 deputados em m aio/1928e 107
deputados, em setem bro/1930, tom ando-se a m aior bancada do Parlamento
alemão, então com posto por 577 c a d eira s.158
i* P eres de A yala, José Luis. Los origenes dei constitucionalismo social. Una aproxima
ção desde una perspectiva histórico-comparativa. In: G arcia H errera, Miguel Angel
(org.). El constitucionalismo en la crisis dei Estado social. Universidade dei País Bas
co, 1997. p. 353.
157 Bühler, Ottmar. La Constitución Alemana. Tradução da 3. cd. alemã por José Rovira
Armengol. Barcelona: Editorial Labor, 1931. p. 99.
158 Idem, p. 170. Registre-se, contudo, que o mesmo autor revela a existência de tentativas
de aprovação de leis destinadas a prescindir do Legislativo, tal como um projeto de lex
denominada de “lei do estrangulamento”, o que é bastante criticado, mas sem descer a
detalhes acerca de seu conteúdo (p. 157-159).
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
4 8 . A pós o térm ino da II G rande Guerra foi organizada sob os escom bros da
L iga das Nações outro organism o internacional, a O N U - Organização das
N ações Unidas, com a m esm a intenção de preservar a paz, porém em um a di-
m ensão mais am plae universal, fundada oficialmente em 24 de outubro de 1945.
l Em 16 de fevereiro de 1946, foi incumbido à Comissão de Direitos Huma
nos, formada no âmbito da ONU, desenvolver seus trabalhos em três etapas159.
N a p r im e ir a , concluída em 18 de junho de 1948, foi subm etida ao Ple
nário a proposta de D eclaração Universal dos Direitos do Homem, aprovada
em 10 de dezem bro do m esm o ano, proclam ando diversos âmbitos do direito
de lib e r d a d e , tanto individuais (arts. VII a X III e X V I a XX) como p o lític o s
(art. XX I, que consagra o direito à democracia); e tam bém um a dim ensão de
i s o lid a r ie d a d e (arts. XX II a XXVI) que alcança o direito ao trabalho e à pro
teção contra o desem prego, o direito à seguridade social, direito à educação, e
diversos outros direitos que passaram a ser inseridos em diversas Constituições ^
ao redor do mundo.
Sob o impacto do fim da II Grande G uerra e da revelação paulatina de
suas atrocidades - m uito em bora a Guerra Fria estivesse em curso, com dife
5 rentes arm as e estratégias - , a Declaração foi aprovada por unanimidade dos
Estados-Parte da ONU, com algumas abstenções160.
Sob um a ótica form alista do Direito, pode-se afirm ar que a Declaração
não tem força jurídica im ediata e direta nos Estados-Parte da ONU, exata
m ente por se constituírem um a declaração, com baixa força cogente.Afinal,
na época da Guerra Fria, com muitos países vivendo sob o regime totalitário
stalinista, seria muito difícil tornar cogente norm a com o as que se vê no art.
XX I, 3a alínea, consagrando a d em ocracia: “A vontade do povo será a base da
autoridade do governo; esta vontade será expressa em eleições periódicas e
legítim as, porsufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que
; assegure a liberdade do voto” . Ou aindaa que consta do art. XXIX, alínea 2, na
qual se pode vislumbrar o p r in c íp io republicano: “No exercício de seus direi tos
e liberdades, todo hom em estará sujeito apenas às limitações determinadas
pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e
159 C omparato, Fábio Kondcr. A afirmação histórica dos direitos humanos. Sáo Pauto1
Saraiva, 1999. p. 208. ' :
160 Idem, p. 209.
E. 3S5) i
c o r r e la ç ã o h ist ó r ic a en tr e d ir eito fin a n c eir o , esta d o e d ir eito s fun dam en tais 91
161 Ambos ratificados pelo Brasil através do Decreto Legislativo 226/91 c promulgados
pelo Decreto 592/92.
C omparato, Fábio Konder. A afirmação histArica dos direitos humanos. São Paulo:
Saraiva, 1999. p. 251.
Vi ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
A lém disso, os Pactos, para ter valor jurídico interno a cada país, devem
ser ratificados po r eles, intem alizando suas disposições jurídicas, de acordo
com o quedispuser cada ordenam ento jurídico nacional. Logo, diferentemente
d a D eclaração de 1948, os Pactos podem vir a ter m uito mais valor jurídico-
form al intem am ente a cada país.
O PIDCP, com o o nome indica, reconhece diversos direitos: à autodeter
m inação dos povos, à vida, à liberdade, à segurança de sua pessoa, àintimidade
etc. P o r outro lado, proíbe a escravidão, a tortura e os m aus tratos, os trabalhos
forçados, a prisão civil por dívida, veda a discrim inação em razão de sexo, raça,
cor, língua, religião, dentre outras disposições.
O PID ESC , por sua vez, consagra o direito ao trabalho em condições
ju stas e favoráveis, estabelecendo alguns parâm etros para sua caracterização
incluindo regras sobre saúde e segurança no trabalho; assegura também a livre
sindicalização, direito de greve, previdência e seguro social, proteção à família
direito à saúde e direito à educação, dentre outros.
O bserva-se que dentre os direitos assegurados pelo PIDESC consta a
garantia de progressividade desses direitos, como se vê no art. 11, alínea 1:
“o direito de toda pessoa a um nível de vida adequado para si próprio e sua
família, inclusive à alimentação, vestimenta e m oradia adequadas, assim como
a uma melhoria continua de suas condições de vida". O mesmo se vê no art.
14, quando trata da educação primária, considerando que, nos Estados-Parte
em que isso ainda não existisse, esses deveriam se com prom eter “a elaborar
e a adotar, dentro de um prazo de dois anos, um plano de ação detalhado des
tinado à implementação progressiva, dentro de um núm ero razoável de anos
estabelecidos no próprio plano, do princípio da educação prim ária obrigatória
e gratuita para todos”.
50. E a terceira etapa incum bida à Com issão de Direitos Humanos, que seria
aprovar um a engrenagem que permitisse assegurar o respeito a esses direitos
e tratar os casos de sua violação, começou a ser construída também em 1966
através de um Protocolo Facultativo ao PIDPC, que criou o Com itê de Direitos*
A
CORRELAÇÃO HISTÓRICA ENTRE DIREITO FINANCEIRO, ESTADO E OIREITOS FUNDAMENTAIS 93
oois todas essas prestações civilizatórias, grande parte delas afetas ao Estado,
passaram a exigir um enorm e gasto público, que correspondeu ao aumento
equivalente da arrecadação pública.
Assim , o E stad o Social que foi sendo paulatinam ente im plantado em
cada Estado nacional, im pactou fortem ente o orçam ento década país, gerando
problemas e dilem as que serão vistos adiante, e que se constituem em um dos
aspectos centrais do estudo do direito financeiro.
144 C omparato, Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos. S5o Paulo:
Saraiva, 1999. p. 209. O Tribunal Penal Internacional -T PI, criado através do Tratado
de Roma, embora não faça parte da ONU, com ela mantém relações de cooperação.
Trata-se de uma instituição independente, cuja jurisdição foi reconhecida pelo Brasil
através do Decreto 4.388/02.
'1W Ver item 1.2, neste capítulo.
m Ver item 1.3, neste capítulo.
94 ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
Posteriorm ente, no Estado Social, o direito financeiro passa a cum prir umI
papel de financiador das políticas públicas de saúde, educação, cultura e todaci
as dem ais políticas civilizatórias estabelecidas pelo m odelo então adotado n f
im pacto nas finanças públicas foi brutal, não só para assegurar esses “novoJ
direitos , m as também em razão da necessidade de m anutenção dos “velhos di.
reitos , igualm entecustosos.167Aqui se apontaoutrapossibilidade dedefinicão
atual para o direitofinanceiro, com o o direito que regula o aspectofinanclm I
daspolíticas publicas voltadas ao cumprimento dos objetivos constitucionais.
É nessa linha que, na contem poraneidade, surge a teoria da Constituição
Financeira, que, nas palavras deH eleno Torres: “não é, de nenhum modo, uma
teoria do poder financeiro estatal, mas um a teoria da subm issão desse poderá
Constituição e a todas as limitações que desta decorrem” 168.
É claro que existem marchas e contram archas no relato efetuado a partir
dos docum entos históricos supraindicados, com o se pode ver na recente voea
neoliberal pela qual passa o mundo, com m aior restrição de direitos sociais
e encolhim ento de orçam entos - sem que tenha havido algum a substancial
m udança nas grandes declarações de direitos até hoje vigentes.
O direito financeiro é tão antigo quanto o Estado. Para quem entende q
o Estado surgiu apenas na modernidade, com o advento do Estado Moderno
ele terá essa m esm a idade. Para quem vê o Estado como algo ancestral què
pode ser identificado desde a civilização egípcia, milhares de anos antes de
Cristo, terá o direito financeiro a m esm a idade.
É claro que esse conceito poderá ser útil ou inútil, a depender das finalidades
pretendidas, tal com o ocorre com as classificações em geral, conform e aponta
GenaroCarrió169.
E xatam ente por esse m otivo, é necessário analisar outras definições
doutrinárias de direito Financeiro que são de sum a im portância para a perfeita
compreensão dos lim ites e finalidades dessa matéria.
ca H eleno Torres faz precisa distinção entre direito financeiro e finanças pú-
hlicas inclusive no que tange à autonom ia didática e científica desse ramo do
direito. E classifica segundo a doutrina do direito financeiro em três diferentes
escolas: a subjetiva, a objetiva e a funcional” 0:
,M C arriò, Genaro. Notas sobre derecho y lenguage. 3. cd. Buenos Aires: Abeledo-Perrot,
1986. p. 99.
T orres, Heleno Taveira. Direito constitucional financeiro - Tcona da Constituição
nanccira. São Paulo: RT, 2014. p. 55.
1,1 Idem, p. 56.
96
ORÇAMENTO REPUBLICANO E LIBERDADE IGUAL
„todo país” , arrem atando: “o ordenam ento normativo traçaos fins; odireito
^ c e i r o busca os m eios para dar condições a que eles sejam satisfeitos .
São tam bém substancialistas as definições de Ricardo Lobo Torres175,
vtnrcus Abraham 176e de R oberto W agner L im a N ogueira117. E nem se diga que
W um a tendência m oderna, pois autores dos anos 20 do século passado,
‘como Dídimo A gapito d a Veiga 178e João Pedro da Veiga Filho179, já adotavam
essa linha de análise na definição do direito financeiro.
Fernandes de. Curso de direito financeiro. 6. ed. São Paulo: RT, 2014.
157
* ! 0 direito financeiro, como sistema objetivo, é o conjunto de normas e p r i n ^ « ^
moiilnm a atividade financeira. Incumbe-lhe disciplinar a consütu.çao e gestão da Fa-
as regras e procedimentos para a obtenção de nree.ta
'Mica e a realização dos gastos necessários à consecução dos objetivos do Estado
^ * direito financeiro e tributário. 19. ed. R » de Jane.ro:
SSSg£S=S5 g 5 g g
tributária. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2004. p. 11)• .
m “Ouando o Estado objectiva a sua vontade na regência de sua economia, ctnitte regras.
„ S « o to ítto T m a matéria do direto ftaaaceto. Como admiltr earn ççw g »
preceito q 0 de desagregação dos conceitos que dominam a Economia,
as condiçocs de uma boa organisação financeira. O direito financeiro tem por obiclivo
aphcaçao d csscspnncipios, a parle pratica da sciencia, os direitos e deveres que nas
“ ? d“ relaçoes creadas Pf,a “ tividnde financeira. O Direito financeiro comprehendé
todttó as regras, por que se deve dirigir a administração geral da fazenda nacional no oue
t S r Í T ' rfCe,Ia’ orÇamento e credito publico; à arrecadação, f.sc a liza L
e distnbuiçüo das rendas publicas; ao desempenho das attribuiçõcs dos encarregados
de L r ap i « Ç3° d°S d,nhe,ros nacionaes; á tomada de suas contas; e á maneira
de se lhes farereffectivaa responsabilidade" (V eioa F ilho, João Pedro d i M aZa/da
sciencia das finanças. São Paulo: Monteiro Lobato & C, 1928. p. 21).
ISO
* “ * " * * ■ ‘“ ^ M m c e i r o ,
181
V idigal, Geraldo. Fundamentos do direito financeiro. São Paulo: RT, 1 9 7 3 . p. 59
182
"A atividade financeira pode ser estudada sob dois aspectos: material c técnico formal
* d S COfiN° Pnme,r° aSpCCt° ’ C° nStkuÍ objcto da ciência das finanças, enquanto que
o direito financeiro se incumbe do estudo dos fenômenos econômicos pdblicoslh
aspeto formal e jurídico. A ciência das finanças faz as investigações sobre o fenômeno
econômico como fonte de recursos destinados a solver as despesas públicas. Baseado
em tais investigações, o direito financeiro constrói as normas das atividades da adminis
tração dc modo que sejam apurados recursos suficientes para as despesas públicas que
são previamente estabelecidas, orientando-se as exigências 5s fontes de tais ecmsoT
no sentido dc ev,lar perturbações às atividades particulares, as quais constituem a bare
d , nquea, pnvudm Todavia, hd momemo, cm que ,
Biuaças d afaslada cm bcnefTcio do inccreac social. Direito financeire. ou farendário (
o conjunto de normas que presidem a formação, desenvolvimento e aplicação da receita
e a d esp esa^ Estado” (O liveira, João Martins de. Dimitofiscal (E sL o s d o u t f S
e anotaçoes ao Decreto-le, n. 960/1938). Rio de Janeiro: Livraria Jacinto, 1943 p 14)
•Todos os fatos observados pela Ciência das Finanças e por ela estudados se concreti
zam na vida do Estado cm atos, leis. decretos, regulamentos, portaria, normas " o r
ou menor amplitude, emanadas do poder competente. Todas essas normas constituem o
que se chama de direito financeiro, Direito Fiscal ou Direito Tributário. É o tratado sis-
m
c o r r ela ç ã o HISTÓRICA en tre d ir eito FINANCEIRO, estado E DIREITOS fu n dam en tais 99
" ° UV“ " - ReglS F" " a n t e * ■ direi» frum eei». 6. ed. Süo Paulo: RT, 2014
t e K E ? “ !’'m “ t e í ' ' ”* * “faoJtóre“ '« '« * o f d o 4 ’«.£.lddo.SaoPau.
c o r r e la ç ã o h istó r ica en tr e d ir eito fin a n ceir o , esta d o e d ir eito s fun dam en tais
101
i» to rres .
Heleno Taveira. Direito constitucional financeiro - Teoria da Constituição fi
nanceira. São Paulo: RT, 2014.
1.4 Ver item 3.6, no capítulo 3.
1.5 Conforme exposto no item 2.1.1, capítulo 2.
102 ORÇAMENTO REPUBLICANO E LIBERDADE IGUAL
S umário:
2.1. O poder das ideias
2.1.1. República enquanto sistema de governo
2.1.1.1. Platão e Aristóteles
2.1.1.2. Cícero e a República Romana
2.1.2. República como sinônimo de Estado ou de sistema de goveme
oposto à monarquia
2.1.3. As monarquias republicanas
2.1.4. República enquanto sinônimo de soberania, de Constituição, dt
democracia ou de regime presidencialista
2.1.5. República enquanto democracia indireta
2.1.6. República enquanto ideal ético da humanidade
2.1.7. República na plataforma de partidos políticos
2.1.8. Outros sentidos de república
2.2. Definição de república na atualidade
2.2.1. Bem comum, interesse público e interesse social
2.2.2. Coisa pública, função e políticas públicas
2.2.3. O que são direitos fundamentais
2.2.4. Separação de poderes, legalidadeedircitos fundamentais. Abuse
da liberdade igual
2.3. República não é democracia. O necessário Estado Republicano ■
Democrático de Direito
2.4. ARepúblicaenquantoprincípiojurídiconaConsiiiuiçãobrasileiraatua
2.4.1. Osfundamentos constitucionais e o princípio republicano
2A2. Os. objetivos fundamentais na Constituição e o princípi
republicano
2.4.3. A projeção da isonomia na Constituição
2.4.4. A projeção da liberdade na Constituição
2.4.5. A coisa pública na Constituição
2.4.6. A legalidade entre a isonomia e as liberdades republicanas
IU 4
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
a « vK>io peia analise das diversas form as criadas pelo hom em para se c o v i l
em sociedade. Isso im pactou o conhecim ento havido a partir dPe então tom0*11
E gito quando da morte de seu pai, e, secretam ente, m andou m atar seu irmã?
com receio de que este assum isse o trono em um golpe de Estado f k a c / 0’
sinos, que tinham poderes m ágicos, segundo o relato de Heródoto, p a s s a rá
o ^ T fS ts fo b e ío ^ 6
H eródoto. História . Livro III, j 80 a 82. Lisboa: Ed. 70, s/d. p. 131 - 1 3 3 .
.Idem, §§ 67 a 79, p. 123-131.
O SIGNIFICADO JURlDICO DE REPÚBLICA NA ATUAUOAPE E NO BRASIL
" H eródoto. História. Livro III, § 80.2 a 80.6.. Lisboa: Ed. 70, s/d. p. »31-132.
11 Idem, §§81.1 a 81.3, p. 132.
u Idem, §§ 82.1 a 82.5, p. 132-133.
108
ORÇAMENTO REPUBLICANO E LIBERDADE IGUAL
Idem, §§ 83.1 e 83.2, p. 133. Hannah Areadt usa esse diálogo para afirmar sua lese de
que ser livre, na antiguidade clássica, era não estar sujeito ao comando de outro e tam
bém n3o comandar. Nem governar e nem ser governado (A condição humana 11 ed.
Rio de Janeiro: Forense, 2014. p. 38. nota de rodapé 22). -ea
Ahistória relatada por Heródoto é deveras interessante e merece registro. Os sete coniu.
rados persas, após retomarem o poder e concederem “imunidade de governo" a Otanes.
decidiram que sena sagrado Rei da Pérsia "aquele cujo cavalo primeiro relinchasse ao
nascer do sol, quando todos eles estivessem montados, nos arredores da cidade” Dario
comentou com seu cavalariço, Ebanes, a fórmula adotada para a escolha do novo rei
o qua planejou e executou o seguinte estratagema para a vitória de seu amo- ainda de
noite levou o cavalo de Dano e sua égua preferida para o local onde seria a disputa dei
xando-o cobn-la. Na manha seguinte, quando chegaram os seis disputantes ao m«mo
local, o cavalo de Dano correu e relinchou, fazendo-o tomar-se Rei da Péreia Heiódoto
relata ainda outra versão em que o cavalariço emplastra seu braço com os eflúvios amo
rosos ocorndos na noite anterior e passa no focinho do cavalo na hora aprazada com o
mesmo desfecho positivo para Dario. É também relatada a ocorrência de relâmoaeose
S
§§ S84-a £87. TLisboa:
^ k 30, Ed.
nHU -fnre5
70, s/d.rf0U O C0nsagraça° real (HERdooro. História. Livro 111,
p. 134-135).
' -..m é que os gregos se tom aram conhecidos com o neienos, naDiianies o
H^lade H om ero, grande historiador da Guerra de Tróia, raramente descrevi
c novos que habitavam a H élade pelo nome de gregos:, cham ando-os pel
«Ame dos habitantes daquelas terras: aqueus, argivos, dânaos, lacedemonic
” AG uerra de Tróia(que se presum e tenha ocorrido entre 1300e 1200a.C
fni a prim eira iniciativa conjunta de todos os habitantes daquela região . <
nome Grécia, que é latino, adveio da dom inação por Roma, o que ocorreu pc
voltado ano 146.
Um dos m ais renom ados filósofos gregos foi Platão (427-347 a.C .)1’, qu
utiliza a palavra república no sentido de forma de governo, escrita ou não, d
umacidade ou de um Estado, conform e se verificaem suaobra do mesmo nomt
surgida entre 375 ou 374 a.C., quando sua Academ ia (local onde mimstrav
aulas) já tinha m ais de dez anos e Platão era um quinquagenário .
N essa obra são estabelecidas form as de convivência na pólis (cidade
cuios habitantes form avam a polites 11. Politeia, por sua vez, designava o ei
paço de convivência delim itado pela autoridade das leis, o preliminar direito d
cidadania” . Este espaço form ava o dom ínio público, separado do domínio d
família - o da oikía72, da casa, da propriedade e da produção, compreendend
É interessante notar que desde aquela época se observa uma disputa entre alguma e.
nécie de governo central c os entes subnacionais, aqui representados pelas polis. L
vicendc dei koina dela Grécia centro-seuenlionalle e dei Peloponneso mostrano che
svmpoliteia tende a indebolirsi, in età clássica, in raporto com lo sviluppo delia cm
Nella-ambito degli stati federali. il rapporto ira polis e to/n«« apparc spesso conH
tualle" (B earzot, Cinzia. H Federalismo Greco. Bologna: II Mulino, 2014. p. 8 ).
também: S áinz de Bujanda, Fernando. Ordenamiento financiem de la antigua Grecta
el período helenístico. Madrid: Dykinson, 2012. p. 109.
TucIdides. História da guerra do Peloponeso. Brasília: UnB. 1982. Livro 1, numero
p.20
19 Cronologia exposta nô preâmbulo do livro A Política, de Aristóteles (Bauru, >Pr'
2009). . .
Platão. A República . 3. ed. Belém: Ed. Universidade Federal do Pruá.
diretamente do grego por Carlos Alberto Nunes. A informação advém do Prefácio à
ediçáo, reproduzida na 3* edição, da lavra de Benedito Nunes, p. 3.
Nunes, Benedito. Prefácio à 1* edição, reproduzida na 3» edição. In: PuvrÃo. A Republ
ca. 3. ed. Belém: Ed. Universidade Federal do Pará, 2000. p. 5.
Alguns autores fazem distinção entre os termos oikía e otkos, mencionando que o pr
d i v e r a t S S s ^ S h ? ;
eretos do E sra d o -a obra nãoaé"oca]fzat^em ^enhum 0Fsradnndam r r tOS Con‘ I
o autor apenas de um ideal de saciedade». O s ÜÍre™ “ k K
c r c i p s r & ^ z s succderiam d~ !
Platão classifica como os seguintes: * issimos imperfeitos, que J
1) Aristocracia ou realeza;
2 ) Timocracia;
3) Oligarquia;
4) Democracia; e
5) Tirania.21
26
A prim eira seria a m elhor form a de governo e as dem ais sua corruptela.
4, W em er Jaeger registra que “cada form a de Estado im plica a formação
de um tipo de hom em definido”29, sendo que o valor do hom em m edia-se
exclusivamente pelo bem ou pelo m al que sua ação acarretava à cidade, o que
demonstra a incessante busca da igualdade pelos gregos antigos30, e sua exas-
peradora procura por educação de qualidade, às expensas do Estado. É ainda
jaeger quem afirma: “A educação pública dosjovens é, porém , uma exigência
que afilosofia do século IV (a.C.)fo i a primeira aformular"31. N aquela épo
ca, informa W arburton, “os filhos dos nobres eram enviados a estudar com os
sofistas, professores sagazes que treinavam os estudantes na arte da retórica
e cobravam m uito caro por isso”32. A dam Smith, séculos depois, analisando
aquele período, asseverou que “não consta que o Estado tenha algum a vez
assumido qualquer tipo de inspeção ou direção em relação a eles. [...] Essas
escolas não eram sustentadas pelo público”33.
ÍSnM Sen'íd° ^ US° da Pala m "re,<5rica” se identifica com o que analisa Adeodato
João Maurício (Conceito e função da norma jurídica segundo uma concepção retórica
Fn. Horvath, Estevão; Conti, José Maurício; Scaff, Fernando Facury (ores ) Direito
39
40
Idem, p. 264. Item 474.d.
O SIGNIFICADO JURlDICO DE REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIL
homens quanto por mulheres41, sendo que estas “devem pertencer em comui
todos os hom ens, sem que nenhum a venha a form ar com ninguém um cas.
8articular. O s filhos, ta m ^ m , serão comuns, e nem o pai reconhecerão filh<
Sem o filho, seu pai”42.
Na verdade, antes de Platão outros autores helénicos também imagin;
mm form as ideais de organização política, com o expôs Aristóteles, na s t
ohra Política43, m encionando Faleas de Calcedônia44, que propôs a adoção c
um regime ideal de governo em que seria abolida a propriedade privada , o
46
í, í qU“ le Jnven,ou “ de traçar diferentes quarteirões em uma cida
de para lhe marcar as divisões e que cortou o Pireu em diversas direções” c que “nroat
uma lei para conceder prêmios aos autores de quaisquer descobertas úteis ao Estado”
2011, ?p. !677 nd0’
e ss.,Co-PftD° Y (fícone,
Sao Paulo: • ed‘ BaUm: Edipro'
2007, p. 2009' P-58 c ss- São Paulo: Saraiva
54 e ss.). ^
dirctamente d0 grego Por Carlos Alberto Nunes
n n ^ R ^ K Un,VCrS Fed.eral d° Pará’ 2000' P- 361- Itcm 545.c. Registre-se que se"
gundo Bobbio, timocracia sena o governo dos honrados", pois "time ” significa "honra ■
emgrego (A teoria dasformas de governo. Tradução de Sérgio Bath. 8. ed. Brasília- UnB
IW5. p. 47). Optamos por seguir a tradução direta do grego efetuada por Carlos Alberto
Num», que registra a «mocraeia como o "governo da ambição”, até mesmo pomue Bob-
bio nao faz uma traduzo d A Republica, mas apenas comenta passagens da obra e essa
divcrgenca não mvahda sua análise. Ademais, seguindo a tradução, vê-se na paisagem
548.b(op. cit., P. 365) um trecho onde a lógica da “ambição” suplanta a da "honra”, quan-
do Sócrates expõe as características dos homens timocratas: ‘Tais indivíduos, continuei
serão tão cobiçosos de nquezas como os membros das oligarquias; encobertamente serão
teníveis adoradores do ouro e da prata, visto possuírem celeiros e tesouros particulares,
em que os esconderão da vtsta dos demais, além de proverem de cercas suas casas - outros
tantos ninhos nominativos - dentro das quais despenderão somas vultosas com mulheres
ou com o que bem lhes parecer”. O mesmo sentido de “governo da ambição” pode ser vis-
to em drçerMs passagens de Wemcr Jaeger (Paidéia- A formação do homenigKgo. 4. ed.
S o Paulo: Martins Fontes, 2001), das quais é indicativa a página 942, em que descreve a
passagem do tipo de homem timocrático para o oligárquico.
Traduçãodiretamente do grego por Carlos Alberto Nunes.
Belém. Ed. Universidade Federal do Pará, 2000. p. 362. Item 545.d.
49
Idem, p. 364. Item 547.C.
30 Idem, p. 365. Item 548.C.
31 Idem, p. 365. Item 548.d.
O SIGNIFICADO JURÍDICO DE REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIL
«•em poder de espécie algum a”52, sendo que a transiçãoda timocracia pari
Vvarauia ocorre quando a classe dom inante inventa diversas m aneiras dt
8 cifro tesouro que acum ulou para uso próprio, “ torcendo nesse particular ai
í^c a aue não obedecem , nem eles nem suas m ulheres”53*,olhando cada un
arà seu vizinho e procurando imitá-lo, e em penhando-se cada vez m ais en
vmiular riquezas, concedendo menos im portância à virtude, o que é maléfi
noois “não é certo que a riqueza e a virtude se com portam reciprocamenfe
L m o se estivessem colocadas nos dois pratos da balança, movimentando-s<
" s e n t i d o contrário? [...] Q uando a riqueza e os cidadãos opulentos são tido:
em alta conta, a virtude e os hom ens de bem decaem da consideração geral
Nesse passo, Platão coloca n ab o ca de Sócrates um a m etáfora que viria t
ser reproduzida, sob diferentes prism as, ao longo dos séculos55:
Platão. A República. 3. ed. Tradução dirctamente do grego por Carlos Alberto Nunes
Belém: Ed. Universidade Federal do Pará, 2000. p. 368. Item 550.d.
Idem, p. 368. Item 550.e.
Idem, p. 368-369, itens 550.e e 551.a.
Cerca de 300 anos após, no ano 50 a.C., data presumida em que Marco Túlio Cíccrc
escreveu Da República, vcrifica-se o seguinte trecho: "O Estado que escolhe ao acasc
seus guias é como o barco cujo leme se entrega àquele dentre os passageiros que a sorte
designa, cuja perda não se faz esperar”, cujo sentido é o mesmo da metáfora platônica
(Cícero. Da República. 2. ed. Bauru: Edipro, 2011. Tradução de Amador Cisneiros.
Livro I, XXTV, p. 35). A mesma metáfora retoma no diálogo romano em outro trecnc
(Livro i, XXXIX e XL, p. 40-41).
P latão A República. 3. ed. Tradução diretamente do grego por Carlos Alberto Nunes Be-
lé í: EiLUniversidade Federal do Pará, 2000. p. 370. Item 55 l.c. Regis Fernandes de Oh-
veira aponta que esse tipo de diálogo aparece em outras partes da obra patônica, como nc
Teages, cm que Sócrates aconselha Dcmódoco, pai de Teagcs, a instroí-lo com um sofistó
(Filosofia na Antiguidade: Sócrates e Platão. São PaulojRT, 2012. p. »riN om esm o
tido comenta Avertóis. cerca de mil e quinhentos anos após: É como se alguém pre'ens«
que o piloto do navio fosse o mais rico de todos os que estão presentes no navio e desOTnsi-
derasse um piloto que fosse um verdadeiro piloto e marinheiro para ser o senhor do navio,
porque é pobre” (Comentário sobre A República. São Paulo: Perspective, 2015. p. )•
P latão. A República. 3. ed. Tradução diretamente do grego por Carlos Alberto Nunes
Belém: Ed. Universidade Federal do Pará, 2000. p. 370. Item 551.d.
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
x ruPlaí nf ° era um entusiasta da dem ocracia, pois via que esse excesso
de liberdade levaria a um individualism o e ao declínio da poiiteia, do domí
nio publico, e, por consequência, úapólis com o um todo, pois ninguém seria
obrigado a assumir um cargo de direção na com unidade, ainda que se tratasse
da pessoa mais indicada para isso, nem tomar parte em expedições militares
quando houvesse guerra, ou aceitar apaz, seesta n ã o lhe conviesse61. 0 homem
democrático de que falava Platão era individualista, e se constituía em um
perigo especial para o governo da cidade, pois a lógica individual não privile
giava o pensamento em prol da convivência em sociedade.
Observa-se que a crítica de Platão à dem ocracia parte de um sistem a em
que os cargos eram providos por sorteio dentre as diversas tribos existentes
Platão. A República. 3. ed. Tradução direlamenle do grego por Carlos Alberto Nunes
Belém: Ed. Universidade Federal do Pará, 2000. p. 378. liem 557.a.
59
Idem, p. 379. Item 557.d.
60
Idem, p. 377. Cap. VIII, número 556.c-d-e.
Idem, p. 379. Item S58.a.
62 Idem, p. 948.
OSIGNIFICADOJURlDICODEREPÚBUCANAATUALIDADEENOBRASIL
Jaeger, Wemer. Paidéia - A formação do homem grego. 4. ed. Sao Paulo: Martins Foi
tes, 2001. p. 946.
67
N unes, Benedito. Prefácio à 1* edição, reproduzida na 3* edição. In: Platão A Reoú-
Bobbio ' No S f niAEd' Univf sidadc Federal do Pará. 2000. p. 31. No mesmo sentido,
I S i à : UnB ?9°95 p . T * *™ n * ' ** Scrgi° Ba,h‘ 8‘ eA
P latão. A República. 3. ed. Tradução diretamente do grego por Carlos Alberto Nunes
Belém: Ed. Universidade Federal do Pará, 2000. p. 402. Item 573.C.
Cronologia exposta no preâmbulo do livro A Política, de Anstóteles (Bauru: Edipro.
2009, p. 9/10).
Laêrtios, Diógenes. Vida e doutrinas dosfilósofos ilustres. Brasília: UnB, 1988. p. 129.
Aristóteles. Econômicos. São Paulo: Martins Fontes, 2011. p. 6-7.
Política, Livro I, Capítulo I, § 7“ (2. ed. Bauru: Edipro. 2009, p. 15, São Paulo: ?araiva,
2011 p 20-21 São Paulo: ícone, 2007, p. 15). Sócrates, no diálogo platônico d A Re
pública demonstra a mesma linha: “Segundo meu modo de pensar, principiei, forma-se
a cidade quando nenhum de nós se basta a si mesmo c necessita de muitas coisas. I...J
Assim, quando um indivíduo chama outro para ajudá-lo n’algum empreendimento, e
mais uin terceiro para outra precisão, desse modo, por serem múltiplas as necessidades
de cada um. vários indivíduos se reúnem no mesmo local, para rccipr^amentcseauxi-
liarem Damos o nome de cidade a semelhante ajuntamento, não é verdade?’ (369, 6
e “c”)
Política, Livro I. Capítulo I. § 9» (2. ed. Bauru: Edipro. 2009, p. ló. São Pautoj Saraiva,
2011. p. 21, São Paulo: ícone. 2007, p. 16). Esta ideia é reafirmada no Livro III, Capi-
120
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
80
85 Política, Livro I, Capítulo II, § Ia (2. ed. Bauru: Edipro, 2009, p. 17, São Paulo: Saraiva
2011, p. 23, São Paulo: ícone, 2007, p. 17)
“ Política, Livro III, Capítulo V, § 1Ia (2. ed. Bauru: Edipro, 2009, p. 95, São Paulo: Sa
raiva, 2011, p. 109, São Paulo: ícone, 2007, p. 89)
87 Livro terceiro, capítulo X, § 2a (2. ed. Bauru: Edipro, 2009, p. 110, São Paulo: Saraivr
2011, p. 1125, São Paulo: ícone, 2007, p. 103)
88 Política, Livro III, Capítulo V, § 13a (2. ed. Bauru: Edipro, 2009, p. 96, São Paulo: Sr
raiva, 2011, p. 109, São Paulo: ícone, 2007, p. 90)
89 Observa-se que essa busca dafelicidade retomará a ser discutida na formação do Estad
norte-americano, e, inclusive, consta da Declaração de Independência daquele paí:
“Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens sã
criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estâ
a vida, a liberdade e a procura da felicidade”.
122 ORÇAMENTO REPUBLICANO E LIBERDADE IGUAL
3
dc, em que cada pessoa buscava se diferenciar dos demais, apontando W
qualidades em benefício de todos, enquanto que na reserva do lar a bu<^
era para suprir as necessidades pessoais e da família90. “A liberdade s itu a i
exclusivamente na esfera política; que a necessidade é primordialmente
fenomenopré-políUco,característico daorganizaçãodolarprivado. [...lRcS
liberdade é a condição essencial daquiloque os gregos chamam de felicidade :
eudaimoma, que era um estado objetivo dependente, em primeiro lugar ^
nquezae saude . Todavia, não se pode perder de vista o alerta efetuado d»
Canotilho, para quem “a polis não era uma sociedade democrática, mas um
clube de homens adultos”92. Utn
11. A despeito de ter sido discípulo de Platão, Aristóteles critica em suaobra
A P olítica a concepção de cidade ideal exposta por aquele n 'A R epú blica
exemplo, quanto à existência de mulheres, filhos e propriedades em comum
?-“?!?? qi** “é me,hor ser 0 último dos Primos Que o filho na República
de Platao [...] porque há duas coisas que inspiram no homem o interesse5
e o amor: a propriedade e a afabilidade; ora, uma e outra são impossíveis na
R epu blica de Platao [...] “a desigualdade dos trabalhos e dos prazeres virá'
despertar, naturalmente, o descontentamento por parte dos que trabalham'
muito e recebem pouco, contra aqueles que mal trabalham e recebem muito”«.
E arremata Aristóteles seu raciocínio crítico: “o egoísmo, eis o que se
censura com razão; mas ele não consiste em amar a si mesmo, mas em amar-
se mais do que se deve. Da mesma forma se censura a avareza...”96 Enfim,
criticando os diálogos de Sócrates descritos n’A República", “tamanha multidão ;
precisaria dos planos da Babilônia ou outro imenso território para alimentar1
na ociosidade cinco mil homens, sem contar esse bando de mulheres97e de l
Arendt, Hannah. A condição humana. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense. 2014. p. 50.
Idem, p 36-37. Em irecho posterior da obra. a autora alarga o conceito de eudaimonia
iver p. 241 e ss.)
ff L,V^ IIQSCaDftU,,° f § 11#(2' Cd‘Bauru: “ ’P70- 2009, p. 42, Süo Paulo: Sarai-
• va, 2011. p. 50, São Paulo: ícone, 2007, p. 40)
fva,f ín T í L,V£
2011, p. 52,nc-CaD
PÍU!10 !’
Sao Paulo: § ,6"2007,
ícone, (2, cd-Bauni:
p. 41) ^ 'P ™ **2009' P- 44. São Paulo: Sarai
ff p. 55,Io
va, 2011,L,V« -Ca^í“!1
Sao Paulo:0?’§682007,p.
ícone, (2,“*•B43)
auru:^ ' P 70- 2009-P- 46>São Paulo: Sarai
Ao tratar das mulheres em Esparta (Lacedemônia) na época em que esta foi dominada
pelos tebanos, Aristóteles nos deixa entrever sua opinião sobre elas: “Dc resto, que di-
O SIGNIFICADO JURÍDICO DE REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO 8BASIL 123
criados que form am um núm ero não sei quantas vezes maior. Sem dúvida tudo
se pode imaginara vontade, exceto o impossível".98
Essa relação entre a busça da felicidade e a fuga da m iséria foi retom ada
milhares de anos após por Sigm und Freud, quando desenvolveu sua teo n a do
principio do prazer."
19 Na Política Aristóteles iguala as palavras constituição e governo, que
tpria a "autoridade suprema nos Estados" e apresenta sua classificaçao das
formas de governo, que apenas aparentem ente se baseiam no governo de um
só ou de vários, ou de uma multidão. N a verdade, a diferença se dá em razao
do telos, isto é, do objetivo do governo.
Se o uso dessa autoridade fo r "com vistas ao interesse geral, a consti
tuição é pura e sã, forçosamente-; ao contrário, se se governa com vistas ao
interesse particular, isto é, ao interesse de um só, ou de vários, ou da multidão,
a constituição é viciada e corrompida"'00.
Assim, prossegue o autor, as form as puras e sãs seriam:
1) Realeza,
2) Aristocracia e
3) Democracia.
d o interesse g e r a r 10*.
tOl
53” 2007, p. 87) ' “ * * W » . P- 92. S t . Paulo: S M .
va, zoi l, p. 105, São Paulo: ícone,
102
PoUticc Livro ffl. Capítulo V. §4«. Registre-se a divergência existente entre as três edi
ções, a despeito de mencionarem se utilizar do mesmo tradutor. A Edioro Í2 ed l
Edipro, 2009, p. 92) utiliza a palavra ‘‘democracia”. o que é,
pois no sentido exposto no texto a palavra adequada para expressar a ideia seria “dema-’
'
f
105 e d a í T * p“t, ,Zafda naS tradüÇÕCS da Saraiva <S3o Paulo: Saraiva, 2011 p |
105) e da ícone (São Paulo: ícone, 2007, p. 87). P' *
103
» ' m m L„iV^ " ! í aPc'-” u * . !1■ T tZl* Edipro.2009.p .92.S SoP uulo:S*.
'ü ? ' ° 2001' P- 81>-A m“ '“ iduia é exposta em «ura
p rte da obra, que é registrada de forma diferente entre as editoras que vêm sendo men
cionadas,que utilizam o mesmo tradutor Nestor Silveira Chaves. Para a Edipro trata-se
o Li vro IV, Capítulo II, § 1“ (2. ed. Bauru: Edipro, 2009, p. 121). Para a Saraiva trata-se
do Livro VI, Capítulo II, § 1° (São Paulo: Saraiva, 2011, p. 203). A ícone adota a mesma
oigamzação da Saraiva, sem mdicaro § (São Paulo: ícone, 2007, p. 171). Norberto Bo-
T 05 lT Up7 dC in,ercsses perseguidos na sociedade grega daquela época:
m t Z dl n ^ í , SenhOKSéeXeKtdOn0 SeUpr6prio '•«>«***: o paterno, no interessados
filhos, o político, no mteresse comum de governantes e governados" (Bobb.o, Norberto.
A teona dasformas de governo. Tradução de Seigio Bath. 8. ed. Brasília: UnB 1995
p. 38).
O SIGNIFICADO JURÍDICO DE REPPBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIL
125
J „lie inicialm ente as cidades possuíam u m núm ero m uito red u zid o de
f i t e s m as quando “ se encontrou um grande núm ero de cidadaos que
f «sem elhavam e m virtude, não se pode perm anecer por m ais tem po nes-
f S ã o ; procurou-se algo que fosse com um a todos, e estabeleceu-se o
governo dem ocrático” .,os
Observe-se que essa compreensão apenas numérica não esgota a definição
^A ristóteles, sendo im portantíssim o, parasua perfeita compreensão, que nao
f considere a diversidade dos tipos de governo apenas em razao da quantidade
t Dess0as a governar, m as tam bém o extrato social dos que governam . Essa
passagem é exem plar para a perfeita com preensão de seu raciocínio.
Itt Mica, Livro III, Capítulo X, § 7“ (2. cd. Bauru: Edipro, 2009, p. 112. São Paulo: Sa
liva, 2011, p. 127, São Paulo: ícone, 2007, p. 105).
106 ofrt.cn, Livro III, Capítulo V, § 7“ (2. ed. Bauru: Edipro, 2009, p. 93-94.
107 'omparato Fábio Konder. Para viver a democracia. São Paulo: Brasihense, 1989. p.
9-70. Scgúc o autor afirmando que: "Na teoria democrática modcra“’
enhuma^opçilo preferencial pelo, pobres’. Sobereao í o P°v°.
omplexa, composu de indivíduos perfeilareente iguais emre s,. Dentto
oictiva cuia delimitação concreta varia notavelmente segundo a defin ç .
Ä l n t Toreo acabei de ledibre,. a voa,ade d . maiorfa £ » * >J » £ £
odo. É dogma político que o povo quer. quando a nuuorpaj» dos
ifetivamenfc; da eleição popular pronunciou-se em
ssa maior parte seja uma minoria, em relação ao numertf de eleito
to número de votantes”.
ORÇAMENTO REPUBLICANO E U B E R D A D E IGUAL
pressão aqui entendida como não escravos, o que vai diferir do conceito atirf
mais amplo, conectado com o magistério de Amartya Sen, e que dará en<3
ao conceito de liberdade igual™. 4 ensej0
va, 2011,Lp.
nVí107,
o fSao
^ afPaulo:
‘U!° )ícone,
’ § 8“ (Í2007,
^ d' p. 8) ^ ' P ™'2009- P- 94>S3° Paulo: Sarai
BaUn):
PoM ca ParneEdipro trata-scdoLivro VI,CapítuloI.§ 10(2.cd.Bauru: Edipro,2009.
o 2501 Aa?rnn,aX!lVf ‘h “3' “ do CaPíluI° l § l^(S ão Paulo: Saraiva, 2011, ■
ícone 2W7, p 2l2) * mCSma ° reaniZaçã° da Saraiva- sem indicar ° § (São Paulo:
i
‘
1
O SIGNIFICADO JURÍDICO DÊ REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIL
tal governo demoórático não é governo algum; porque não existe república11‘
onde as leis não reinem. [...] se a democracia deve sercontadaentre as formai
de governo, é claro que um tal estado de coisas, no qual tudo se regula poi
decreto nãoé mesmo, parabém dizer, uma democracia. Porque um decrete
jamais pode ter uma forma geral como a lei"5*7.
Na verdade, Aristóteles olhava para Esparta quando imaginava as formas
nerfeitas de governar um a cidade116, em especial para a constituição elaborada
norL icurgopara aquela cidade, que nela vigorou durante aproximadamente
400 anos, tendo sido elaborada por volta de 800 anos antes de Cristo .
15 ArremataAristóteles que, além das quatro principais formas de governo,
monarquia, aristocracia, oligarquia e democracia, “existe um a quinta à qual se
dá o nome de república, nom e que tam bém é com um a todas as outras. M as,
existindo m uito raram ente, escapa àqueles que em preendem a tarefa de enu-
113
PMüica Para a Edipro trata-sc do Livro IV, Capítulo IV. § 4a (2. ed. Bauru: Edipro,
2009 p. 120-130). Para a Saraiva trata-se do Livro VI, Capítulo IV, § 4a (Sao Paulo.
Saraiva, 2 0 1 1 , p. 212). A ícone adota a mesma organização da Saraiva, sem indicar o §
(São Paulo: ícone, 2007, p. 178).
114 Norberto Bobbio se utiliza da palavra politia para designar o quenas traduções brasilei
ras da obra de Aristóteles é consignado por repúblicae é considerado para o Mtorito
liano como “uma mistura de oligarquia e democracia” {A teoria dasformas de governo.
Bath. 8. eth Brasília: UnB. 1995. p. 60). Todavia.
Bobbio se utiliza da palavra politia para designar democracia, quando compara ^ for-
mas de governo de Aristóteles com as de Políbio, o que revela imprecisão tcnnmo óg ca
(idem p 66). Prossegue o autor italiano alegando que o enténo usado por Aristóteles
paradistinguir a oligarquia e a democracia “não é o critério nun^nco, de c^tM ^eral,
mas um critério bem mais concreto: a diferença entre ncos e pobres (.dem, p. 60-61).
IIS Registre-se a divergência existente entre as três edições, a despeito de-nencionaremse
utilizar do mesmo tradutor. Para a Edipro trata-se do Livro IV. Capitulo J
Bauru: Edipro, 2009. p. 130) esta palavra é “constituição . Para as de^ is e^ ° ras
sultadas esta palavra é “república" - para a Saraiva trata-se do L^ro Vl Cap. ulo IV §
7a (São Paulo: Saraiva, 2011, p. 213) e para a ícone, que adota a mesma organização da
Saraiva, sem indicar o § (São Paulo: ícone, 2007, p. 179).
116 Norberto Bobbio menciona que a “idealização de uma forma históric^ é uma das d.-
ferentes formas de se elaborar modelos de Atados idea.s, sendo Esparta um dos ícones
mais utilizados (A teoria das formas de governo. Tradução de Sérgio Bath. .
sília: UnB, 1995. p. 35). . . .
117 TucIdides. História da guerra do Peloponeso. Brasília: UnB, 1982. Livro 1, numero! 8,
p.26.
ORÇAMENTO REPUBLICANO E LIBERDADE IGUAL
Eis o motivo pelo qual redireciona suas atenções a partir dessas duas forma»
de governo para a republica: “M as com um ente se dá o nome de repúblicaaÜ
governos que tem certa tendência para a democracia, e o nome de aristocracfo
aos que m ais se inclinam para a oligarquia” '“ [...], “por conseguinte, convirá
à aristocracia e àrepublica adotar uma parte das instituições oligárquicas e das
instituições democráticas”123, tal como ocorre em Esparta(Lacedemônia)onde*201
"8 lrata' se do Livro IV’ CaPftu,° V. § 9» (2. ed. Bauru: Edipro 2009
20 n o i i 6 f ? L n ? T í ra,a'se d° Livro VI> Capftu,° v’ § 99 (Sao s« 5
” 8" ,zaça0 * S™ ,a- * m l n d t o » 5 »
119
120
S i C T O Í r . s t i t . r “ "“ da sa n i“ - « ■ ®
121
n°i atT p *313 a ^ i p 110tra,a‘se do Livro V, Capítulo í, § 8a (2. ed. Bauru: Edipro 2009
o 27 n a ? 2 SaíÜVa ***** d° LÍVro VIIIa CaPftul° *• § 8" (São Paulo: Sanüva! 2011 i
Ícone! 2OT7fcp.n2 3 Í 3 meSma 0rBanÍ2aÇat> da Saraiva’ scm indicar 0 § (SSo Paulo! ]
122
2 í C! ' , w tra,a' se d0 Livro IV- CaPft«'o VI, § 2« (2. ed. Bauru: Edipro *
2 0 n ’ o 218Í ^ aSara.v atra,a-sedoLivroVI-CapftuloIV, § 2«(S ã o P a u lo :S a i,'
123
Registre-se a divergência existente entre as três edições brasileiras, a despeito de men
cionarem se utilizar do mesmo tradutor. Para a Edipro trata-se do L i v r o i Capítulo
O SIGNIFICADO JURfDICO DE REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIL 12$
•ciem m uitos elem entos dem ocráticos, tal como na “educação das crianças,
! s fuhos dos ricos são criados com o o dos pobres, e a instrução é tal que
cmo os filhos dos pobres podem recebê-la. O mesmo acontece com a época
m^iinte da vida, e quando os jovens se tom am homens nada distingue sensivel-
te o rico do pobre” 124. E segue m encionando características democráticas
ffl2 á r a u i c a s do governo daquela cidade. Em outra p assagem da obra, já
Lvia caracterizado a constituição de Atenas como com posta por instituições
oügárquicas, aristocráticas e dem ocráticas, mas que havia descam bado para
uma dem agogia125.
Seeundo o autor, existem três m aneiras de fazer esta com posição de ele
mentos de cada sistema, preconizando, de certa forma, o que posteriorm ente
será destacado em Políbio, que é a teoria das constituições mistas .
a) Pela administração dajustiça, pois nas oligarquias se aplica uma multa aos
ricos quando eles descuram de exercer a função de juiz, e nas democracias
nenhuma remuneração é dada aos pobres quando a exercem.
b) Outra maneira é pela forma deliberativa de governo, pois na oligarquia
poucos deliberam e nas democracias todos, ou quase todos, deliberam.
cl E a terceira é pela distribuição das funções de governo exercidas pelos
cidadãos, que nas oligarquias é incumbida a alguns de forma remunerada
e nas democracias a qualquer um, sem remuneração.
VII § 3 “ (2. cd. Bauru: Edipro, 2009. p. 137) e esta palavra é ••democráticas": Para as
demais editoras consultadas esta palavra ^republicanas'' - SaraivaOra ^ d
Livro VI. Capítulo VII, § 3“ (São Paulo: Saraiva. 2011, p. „ "85m 6 )
mesma organização da Saraiva, sem indicar o § (São Paulo: ícone, 2007. p.
124 Política. Para a Edipro trata-se do Livro IV, Capítulo VIL » 5“ f
2009 o. 138). Para a Saraiva trata-se do Livro VI. Capítulo VII, § 5 (S •
va, 2011, p. 221). A ícone adota a mesma organização da Saraiva, sem indicar o § (
Paulo: ícone, 2007, p. 186).
Política, Livro II. Capítulo IX. §§ 2« a 4« (2 ed. Bauru: Edipro. 2009. p. 75 c ss„ Sao
Paulo: Saraiva, 201 l,p. 86 ess., São Paulo: ícone, 2007, p. 69 ess.)
Diogo Freitas do Amaral (História das ideias políticas. Co^ bra\ ^ ^ * ^ de:
p. 125) considera que este trecho do texto de Aristóteles o c° ^ a j* J * . ri £ lo
L legislativo, executivo e judicial que a Constituição dos EUAnd'sbn/ e^ 0ti„ h L
XVIII”, afirmativa que se constitui em certo exagero. Claro 9 UÇ0 adcauado
em mente também uma espécie de constituição mista, mas nao nos parece adeq
recuar tonto no tempo a ponto de ver esta identidade tão próxima.
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
UI Norbcrto Bobbio aponta que, para os gregos, o caráter distintivo entre as fom ascor-
m ntas e ideais de governo era o bem comum; contudo, prossegue Bobbio, para
a dislincãorcsidiria em dois "critérios velados": 1) o governo baseado na força em vez
d e n r e o n s e T s o ; " 2) governo arbitrário e governo legal (B obbio, Norbcrto. A teona
i m 5 61 » «<• «a u ra : Edipm
“ ■* * a ed. Baura: a ^ .
201 . P. 226). A (cm » adora“ m S m â ^ T n ^ T e “ ' 8 SvZ .
- j s r ^ r ^ « s ü £ r a ^ r * 4 £ 2
2009. p. ,82). 8 2- (2. ed. B e e „ : E d ip „.
- o-'
O SIGNIFICADO JURÍDICO DE REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIL 131
1,1 Norberto Bobbio aponta que, para os gregos, o caráter distintivo entre as formas cor
ruptas e ideais de governo era o bem comum; contudo, prossegue Bobbio, para Políbio,
a distinção residiria em dois “critérios velados": 1) o governo baseado na força em vez
de no consenso; e 2) governo arbitrário e governo legal (B obbio, Norberto. A teoria
das formas de governo. Tradução de Sérgio Bath. 8. ed. Brasília: UnB, 1995. p. 67).
Lendo o texto de Políbio não foi encontrado amparo na afirmação de Bobbio, sendo su
ficiente ler o Livro VI, Capítulo II, item 7 (P olíbio. Historias. Traduzido do grego para
oespanhol por Cristóbal Rodríguez Alonso. Madrid: Akal, 1986. p. 161 a 164), que se
encontrará diversas passagens em que o critério do bem comum é descrito como o foco
distintivo entre as formas puras e corruptas de governo.
,K Lembra Jaeger que Roma, posteriormente, tentando quebrar este círculo vicioso, che
gou a implantar com relativo êxito, enfrentando épocas difíceis, converter a instituição
democrática no império de um único indivíduo, durante um período limitado - esse era
o cargo de ditador. Nesse sentido, se transitou da democracia a uma espécie de monar
quia (ditadura), embora por prazo certo e decorrente do próprio regime democrático,
em situações de perigo iminente, tais como guerras ou grandes fomes, o que sobressai
o roteiro cíclico assinalado pelos autores helénicos mencionados. (J aeger, Wemer. Pai-
déia —A formação do homem grego. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes; 2001. p. 953.)
c o m p o ^ tT ^ ío ^ m ís T o b Íe T 3^ 0 ° f ™ ™ ^ maÍOria’ ^ ue sempre Sei
g ovem od osp obres>em p ro ld o w r u m ° Ciedade' L° g ° ' dem ocracia (5
133
S í o * * r r f ( » * .:
niaüva usual de oue a finífío •j ’ . • P- ^7 ^8. Nelson Saldanha relaliviza a afir -
helénico, d° ^
desdobrou, de dentro da éiir■!!. “I,V0S 30 Pensar e 30 ser. à beleza e à acão nío
' « o ’, embora d l s p o ^ ^ T í S T õ ' Í“ "“ T “ " ' “ <la“ l“ 'l“e e l > ™ i n « i
com terminologia específica Òs romann« * cxPenenc,aJundlca intensa e exemplar,
criaram, no tocante aü^pensamento PÜ" r ' Í?UC ma'S [cccbcram c mantiveram do que ;
pendores) no concernente à problemltiS H ^ ^ “ T a'S necessidades (ou mais
son. Da teologia à m e i o d W r S Í S i v , ^ “ ^ * ° rdem’' (Saldan"''. Nd-
Belo Horizonte: Del Rey, 2005. p. 58-59) * “ * d<>P6"53"1“ 10J^dico. 2. ed.
tu
r í o d o h e l e n í s f a M a , ^ a™C‘em de la m tiSua Grec‘a y elpe-
Saínzde ^ P^ W™ mhém P->6ess. Com efeho
dzes muito diferentes, além d o g re ^ d o r o T T ™ (£ ' ° 7 CSS) Es,ados de ™'’
egípcio e o seljúcida, o que pode iusfificaíTcrft° * ° cdôn,co- * * c°mo o império
esta extensão conceituai ni S 3 " ft,ca P°r clc mesmo apontada referente a
ele ^ l l ^ à « l S “ e C " t t t o X / ’ Ü * * * * ^
tes dois povos parece bastnméS , a helen(sUca mmana- P°r englobar apenas es-
133
l e u x M . m, fcm „ i r r r 1 :
Mario da Gama Kury, t r a d u t o f l ^ b r a ^ .V e t ^ T T 0’ * Tucídides>elaborado por1
445. nota de rodapé 17 ™ ° bra d,re,amente do grego (Brasília: UnB, 1982^.
O SIGNIFICADOJURÍDICODEREPÚBLICANA ATUALIDAOE ENOBRASIL 12
geográfico, sobre a rom ana, então não hegem ônica.136A dam Sm ith, séculos
após, registra que “apesar das leis das doze tábuas serem grande parte delas
copiadas de leis de algum as repúblicas gregas antigas, o direito parece nunca
se ter constituído em ciência em qualquer das repúblicas da antiga G récia”137
Pode-se com provar esta afirm ação sobre a cultura helenística romana ao
I jer a obra História, de Políbio (cerca de 200 a 127 a.C.), grego que a escreveu
em quarenta volum es, dos quais apenas chegaram aos dias atuais os cinco pri
meiros livros'38, e, ainda assim , incom pletos. Sua narrativa alcança o período
í que vai de 220 a 168 a.C. e com preende as guerras púnicas , envolvendo Roma
e Cartago, e dem onstra com o Rom a dom inou o então decadente im pério ma-
cedônico, expandindo seu dom ínio po r toda a G récia e além, o que reforçou
sua tendência universalista. Políbio passou cerca de dezessete anos exilado em
Roma(de 167 a 150 a.C .) por conta de sua participação em um a dessas guerras
ao lado dos gregos, m as, por ter se tom ado protegido de Cipião, o Africano,
general rom ano, tom o u -se um espectador privilegiado de todo esse período,
tendo passado os últim os vinte anos de sua vida redigindo essa obra, para o
que visitou o Egito e o O riente139.
Lendo a obra d e Políbio, tem -se o exato sentido de transição entre a ci
vilização grega e a rom ana, esta se sobrepondo àquela, que fenecia, m as que
deitava raízes sobre o futuro140.
156 Silvio Meira relata que esta comissão romana à Grécia foi composta por Postúmio,
Mânlio e Sulpício que, tendo regressado com fano material, foi organizada por um
decenvirato, magistratura especial, auxiliada pelo sábio grego Hermodoro, de Éfeso,
exilado em Roma àquela época, que, inclusive, teve uma estátua em seu louvor erigida
nesta cidade. Após citar vários trechos de Cfcero, em A República, que corroboram a
intersccção entre as duas culturas, inclusive no que tange às origens das leis romanas,
Silvio Meira arremata para comprovar a veracidade desta relação: “São retalhos da
verdade que, reunidos, restauram a fisionomia do conjunto". M eira, Silvio. Curso de
direito romano - História e fontes. São Paulo: LTr, 1996. p. 75 e ss.
157 S mith, Adam. Uma investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações. 3.
ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1999. Livro II, p. 4Í2.
,M R odríguez A lonso, Cristóbal. Introdução. P olIbio. Historias. Madrid: Akal, 1986. p.
15.
119 Idem, p. 14.
140 No que diz respeito às cidades gregas [...], resulta fácil a exposição de seu passado e a
previsão de seu futuro, porque o anunciar o que sucedeu é coisa fácil e prever o futuro,
com vista do que já se passou, é coisa cômoda. Por outro lado, no que se refere aos
.fomanos, não é, èm absoluto, fácil expor seu presente, dada a complexidade de sua
constituição, nem prever seu futuro, dado o desconhecimento das peculiaridades de seu
passado, desde o ponto de vista privado como público. P olíbio. Historias. Traduzido do
ORÇAMENTO REPUBLICANOEUBERDADE IGUAL
W AbaCm da, Verd.ade’ 0 P^Pri0 Políbio- antes de analisar a constituição de Roma como
VHI a°C Pa° m,Sta' ,raCeJa 3 dC Esparta’ e,aborada Por Licurgo por volta do século
«« Políbio . Historias . Traduzido do grego para o espanhol por Cristóbal Rodríguez Alon-
so. Madrid: Akal. 1 9 8 6 . Livro V I. cap. Iü , item 11,p. 167.
I44. Idcm, Livro VI, cap. III, item 15, p. 171.
i47 Rcla,a que 0 Cônsui, quando sai com o exército, dá a impressüo de ter p enos poderes,
c do povo. pois d evidente que devem s e ^ t iv ^ r a conmait-
temente orovisões às tropas e sem o acordo do Senado não se lhe pode enviar nem tn
go^nem vesfimemtas, nem coisa nenhuma, de tal sorte que «todo..o»
que mandam ficam paralisados, se o Senado se prop c ® “ j à frente ôas tropas
colocar obstáculos". Além disso, a troca ou manutenção do general à fm ^ d a s P
também é prerrogativa do Senado, bem como a u t o r i z a r m o T t í l
sos para os triunfos, quando os generais v.tonosos adentram as c.dad« e «noS
as vitórias realizadas. Por outro lado, é importante aos Cônsules que olhem povo.
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se n a ao mesmo tem po m onárquica a m n v , ' e da constituição romana, q„,
váriosdeseusinstitutos.Naveidade A r is t ^ i Ca,e.democrática' emrazão d-
desse tipo de caracletística na constítuicão T sJá ta v i a i ” di“ d oaexistf,K£
precisão de Polibio. que trouxe os conce' “ * * * " “ • P « * » «en. a m es»,
constituição de R o m a '". O bserve-se que e s t T ?P K0“ " a análise *
mistas, destacada p o r Polibio1*3 vai infí, • conceP íõ ° das constituir^,
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rec3of^ U,ada P " Po,íbio- “"5o deva ser c o ín d irf" 1 3 d° govenK> "»»«o,
O SIGNIFICADOJURlDICODE REPÚBLICA NAATUALIDADEENO BRASIL
145 Políbio. Historias. Traduzido do grego para o espanhol por Cristóbal Rodríguez Alc
so. Madrid: Akal, 1986. Livro VI, cap. III, item 11, p. 167.
144 Idem, Livro VI, cap. III, item 15, p. 171.
Relata que o Cônsul, quando sai com o exército, dá a impressão de ter plenos poden
porém precisa do Senado e do povo, pois é evidente que devem ser enviadas consta
temente provisões às tropas e sem o acordo do Senado não se lhe pode enviar nem t
go, nem vestimentas, nem coisa nenhuma, de tal sorte que “todos os movimentos d
que mandam ficam paralisados, se o Senado se propõe a trabalhar de má vontade <
colocar obstáculos”. Além disso, a troca ou manutenção do general à frente das trop
também *é prerrogativa do Senado, bem como autorizar a realização e liberar rcci
sos para os triunfos, quando os generais vitoriosos adentram as cidades e mostri
as vitórias realizadas. Por outro lado, é importante aos Cônsules que olhem ò po\
-üttÇAMÉNTü Kt^USLICANOEUBERDADE IGUAL
J g . JB stat itoüin
a o tn a^
a iao n e x a oa en
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if e gregos e
gn»gngerom ãn o sn o q iiê te n a « ^ d r/m in i.
fnAm/N*< ^-- - —J . ____ __
=.--•- •--— — f i 6 ' ° r~ ? ir m^ e^ GVCrnuí>ül a ós Homens en isõciedade volta ao debate cm,
arco lto C ícero (106 a.C. a 43 a.C.) que foi filósofo, advogado e politic
tendo exercido, dentre outros cargos, o de C ônsul no ano 63 a.C .150 qJ J
constituía no m ais alto cargo público de R om a daquela época. Foi assassin»^
a m ando d o Im perador M arco A ntonio, a quem fazia acfrrada oposição. '
Foi autor de várias obras, sendo a m ais destacada Da República eserii*
p o r voita do ano 50 a.C .1S1 sob a form a de diálogo socrático, ao estilodosgre*
gos, com o visto em Platão e em X enofonte. Através desse m ecanism o,
pois incumbe a este autorizar armistícios e tratados, que possuem direta reiars«
148 Por outro lado, o poderoso Senado deveria ficar atento à vontade do povo pois è
cnmo r-Cm C sUt0riXar ° Senado a investigar os crimes contra o Estado, que tenham
mo consequência a morte. Também incumbe ao povo instituir uma proposta que re
duza os recursos auibuídos ao Senado, ou abolir seus postos dc p r S E eho„m
u ainda pnvar o Senado das atribuições que tradicionalmente possuía. Nesses cas<J
com a oposição de um umco tribuno do povo, as decisões do Senado não podem J
m SÍTa e , Cr -meSm° POdCm 08 Scnadores sc rcunir- Assim, "o SenadÍ teme"
maiona e presta atenção ao povo". PoUbio. Historias. Traduzido do grego para o
p °72°r StÓba‘ Rodrfguez A,onso- Madrid=Akal, 1986. Livro VI cap. Ill, item 16,
^ C a W a r d a t e p d b U c a '“ .
T >«a definindo que é "q república coisa do povo, considerando tal, não
, ‘ hom ens de qualquer m odo congregados, mas a reunião que tem seu
t0dH$ mento no consentim ento jurídico e na utilidade comum«53” . [...] “toda
^ j o q u e é o m esm o, toda constituição particular de um povo.tarfa coisa
ctZ t e'por isso entendo toda coisa do povo, necessita, para ser duradoura,
\*oida por um a autoridade i nteligente que sempre se apoie sobre o pnncipio
SCr^ S u a form ação do Estado” ««. E prossegue com o relato das fornias
f X m o , à sem elhança de Aristóteles, inclusive louvando as constituições
mistas'*, na linha de Políbio.
Cícero a certa altura do diálogo, dá a entender que a m elhor forma de
onvemo é a democracia, ao afirm ar que “quando o povo sabe m anter suas
R e a t i v a s não é possível a esses encontrar mais glóna, prosperidade e
Uberdade! porque então o p o v o perm anece árbitro das leis, dos juízes, da paz,
í f e a e m dos Balados, d a vida e da fortuna de todos e cada um ; e n u o , e só
^ ò fiT é a coisa pública a co isa do povo"1* , pois é nesse regim e que cada um se
^ ^ f i c a o e l o bem geral epelaliberdade comum . Segue o diálogo fazendouma
anM sedaigualdade,m encionandoquenãoexisteigualdade“na fortuna “ o
“i ^ s tr io r m e n tc va, ser enfatizado por M aqutavel' , Cícero d e s t a que a
g S L da inteligínciarí um mito”, e que, portanto, “a igualdade de dtrettos
narece ao m enos obrigatória e n u e os m em bros de um a mesm a republica . B
teforçandoocaráterjurídico daanálisc, arremata: "Q ueé, pois, oEstado, senão
uma sociedade para o D ireito? «S9.
“ ^ ã r ã u m a sociedade, bem a o e stilo platônico-aristotélico, C ícero ataca a d j Epicuro (340 a.C . a 2 7 0 a.C .), líder de um a das Correntes, pregava que
m ocracia, pois “chegar, em nom e d a igualdade, à desigualdade m ais injustaf todos buscam os o p raz e r e afastam os a dor, pois elim inar o sofrim ento e au
colocar n o m esm o nível o gênio e a m ultidão q u e com põem um povo, é suntf mentar a felicidade to m a rá a vida m elhor166*,sendo este o verdadeiro principio
iniquidade a q u e nunca chegará um povo em que governem os melhores, isto* doprazerw . O bserve-se q u e essa filosofia não tem nenhum a correlação com
é, num a aristocracia” 160, gênero ao qual, p o r fim, filia-se com o o m elhor161. ! o uso com um que atu alm en te se faz da palavra epicurista, que, em sentido
P erg u n tad o p o r L élio, n a se q u ên c ia dialogai, q u a l a m elhor das três; dicionarizado, q u er d iz e r “pesso a d ada às delícias da m esa e do am or” 168.
form as d e governo, C ícero, p e la b o c a d e C ipião, resum e o s pontos fortes' O foco era outro, q u e não tem nenhum a relação com com idas refinadas,
d e cad a um a: “a m onarquia nos so lic ita pela afeição; a aristocracia, pela" luxo ou luxúria. S er e p icu rista é “ter um estilo d e vida bastante sim ples, ser
sabedoria; o g o v ern o popular, p e la liberdade, e, nessas condições, a escolha gentil com o próxim o e cercar-se de am igos. D esse modo, serem os capazes
se torna m u ito d ifíc il”. 162A p a rtir daí, C íc e ro d iscorre so b re as vantagense de satisfazer a m aior p a rte de nossos desejos. N ão é nada bom ter a ânsia
desvantagens d e c ad a form a d e governo, no m esm o to m u tiliz a d o nas obras 'i desesperada por um a m ansão quando não tem os o dinheiro para com prá-la.
gregas, em g ran d e p arte localizando o te m a n a história rom ana, p ara enfim 4 Não podem os p erder a v id a inteira trabalhando para conseguir aquilo que
ch e g ar ao co n c eito de constituição mista em que a m elh o r p a rte de cada 4 provavelmente está além do nosso alcance” 169. Ou seja, o estilo de vida de
q u a l das três fo rm a s d e governo fo ssem m escladas, tal q u a l na constituição 1 “querer sem pre m ais” deveria ser evitado e deveríam os ter um a vida m ais
d e R o m a 163, e q u e, “sem um a su p rem a ju stiç a , não se p o d e reg er de modo *
algum a c o isa p ú b lic a ” 164. simples e introspectiva, alim entando-nos de pão e água, ao invés de com i
das exóticas. U m a frase atribuída a E picuro ilustra seu pensam ento: “Não
P o r fim , segue ainda os passos d o s autores gregos e reforça a tese da é pobre aquele que possui pouco, m as aquele que, possuindo m uito, deseja
educação republicana, ao dizer q u e a s pessoas que desejassem g u iar os des possuir ainda m ais” 170. O s epicuristas, portanto, defendiam o afastam ento
tinos d a república rom ana deveriam “estu d ar sem descanso; trabalhar sem do cidadão em relação à vida política, sob dois argum entos: pois isso não era
trégua p e lo seu aperfeiçoam ento; p ro c u ra r q u e os o u tro s o im item ; e ser, bom para a vida individual de cada qual, e que não valia a pena fazê-lo, pois
com o esplendor de su a alm a e d e sua vida, p ara seus concidadãos, com o um
espelho aberto” . “o cidadão virtuoso ou filósofo não poderá nunca influenciar positivam ente
a política de seu país” 171.
2 0 . É im portante ressaltar que os diálogos d e Cícero se inserem em uma época Os estoicos, po r sua vez, adotavam filosofia m ais participativa, pois as
histórica em que as ideias filosóficas eram dom inadas pelas correntes estoica pessoas deveriam se im portar com as coisas que pudessem mudar, caso isso
e epicurista, conform e aponta D iogo Freitas do A m aral165.
Warburton, Nigel. Uma breve história da filosofia. Porto Alegre: L&PM, 2012. p. 23.
160 “Não há no mundo espetáculo mais triste do que uma sociedade na qual o valor dos Teoria que, muitos séculos depois, e com outro enfoque, veio a ser desenvolvida por
homens é medido pelas riquezas que possuem. Ao contrário, o que pode haver de mais Sigmund Freud. Ver: Freud, Sigmund. O mal-estar na civilização. Tradução de Paulo
beto e preclaro do que a virtude governando a república?” C íc e r o . Da República. 2. ed. César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
161 Bauru: Edipro, 2011. Tradução de Amador Cisneiros, Livro I, XXiV, p. 36. IM Dicionário de Português Michaelis on Une, verbete epicurista. Disponível em: <http://
Idem, Livro III, XXV, p. 91.
,a Idem ,Livrai,XXV,p .37. michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/definicao/epicurisia%20_955463.himl, con
sultado em 20/09/2014>.
,M Idem, Livro n, XXXIX, p. 74.
W arburton, Nigel. Uma breve história da filosofia. Porto Alegre: L&PM, 2012. p. 23.
,M Idem, Livro II, XLI, p. 76. 170 Kehl, Renato. Meu guia - Trezentos e sessenta e cinco pensamentos escolhidos de
Ap. Diogo Freitas do. História das ideiaspolíticas. Coimbra: Almcdina, 2009. autores diversos. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1939. p. 39.
I, 138,ess.
maral
A maral, Diogo Freitas do. História das ideias políticas. Coimbra: Almedina, 2009. v.
I, p. 139.
atr^= ORÇAMENTOREPUBLICANOE UBERDADE IGUAL
172 W arburton, Nigcl. Uma breve história da filosofia. Porto Alegre: L&PM, 2012. p. 28
e ss; Paul Veyne, Sêtteca e o estoicismo. São Paulo: Três Estrelas, 2015.
172 C ícero. Da República. 2. ed. Bauru: Edipro, 2011. Tradução de Amador Cisneiros,
Livro I, II, p. 10.
174 Matteucci, Nicola. Verbete República. In: Bobbio, Norberte; Matteucci, Nicola; Pas
quino, Gianfranco. Dicionário de política. Tradução e coordenação de João Ferreira. 4.
ed. Brasilia: UnB. v. 2, p. 1108.
pois a vontade é essencialmenie livre afii(isofiadakl^de
*^ lnn „ ên c m d e « n » i n » ^ ^
D a ía m fl s natrísticos debatendo a qu ^ e s p ir itu a l,
,w Maquiavel, Nicolau. O príncipe. Tradução de Pietro Nassetti. São Paulo: Manim Cla
ret, 20007. p. 15.
,í0 Observação efetuada pon Alves, Pedro Delgado. O princípio republicano. Revista da
Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Coimbra: Coimbra Ed., XLVII1, ns.
1 e 2, p. 170,2007.
M aquiavel. Comentários sobre a primeira década de Tito Lívio. 4. ed. Brasília: UnB,
2000. p. 25.
,K Idem, p. 26.
,M Idem, p. 26.
- p — -~~ini1~ de certâlfonna, confunde ainda mais õ uso
p l i c a s aristocráticas, o que, de c e n a ^
^ p re s s ã o .“4
^ e p ü b U c a o o ^ d o » ^ „ e f o iio s ü tu íd o p a ™ » ,
artificial. ^ mf “' X ^ d e s d e logo que Hobbes equ.pam o concerto de
E stado, sem d is tín ç to ....................
■i ...!A»At¥inonfltiirczân
competição, desconfiança eglón ^ de ^ ^ 0, temos a condição do
capaz de m anter os hom ens em “ ™ d e *odos c0^ a todos” 1" , sendo que as
que denominamos guerra:
duas principais virtudes na 8“ ®**?* outros homens, só tendo prazer no que
encontra felicidade na c °
--------------*m P ^- a° . ürá aos
nprmitira nome»»vencer 0 medo da
aos homens —
é iminente" l89- É aa busca
.b usc“ da
^ S r o t a r dascoi sas qu6
coisas quelhe
lhedão
d íopraze^confoito,
prazer e conforto,
morte vioienia
violenta e o desejo de desirutar ^ „„rtnoshomensentrarememacotdo
()0e g e t a r â o f l m d a g u e r a , ^ 6 « ^ q )eisq u e ^ M ^ 0 ^ mpdr.
designarem um a pess p P UrtVlhM auanio àlei e ao direito, sendo “o
Interessanreadistinçãofcit^orHobbe^quanloà^^^^^^^^^^^
É interessante que Hobbes leva essa com paração do Estado com o sei
hum an o ao m aisalto g rau aolo n g o d esu ao b ra, inclusive no âmbitofinanceim
revelando-se bastante elucidativo o seguinte trecho, dentre outros:
^ condutos e canais por meio dos quais o dinheiro circula para uso público
sao de duas espécies: uma das vias conduz aos cofres públicos, e a outia
o faz sair dos cofres para o pagamento das dívidas públicas. [...] Também
■« Hobbes. T h o m a s. Leviatã. Tradução Rosina D’Angina. 2. ed. São Paulo, artim are.
2012. p. 203.
196 Idem, p. 140.
197 Idem. p. 136.
~
coisasw , visando
st t dem
r s onstrar
reiaçõesseu
qne * * ieis
intuito depodem teroreanizarõn
tratar da c° m « « u f c is•
E stado a partir da análise com parada obtida pelo estudo â diversos paístó
e pelas viagens que realizou. diversos pafse?
o u a r t o « r i , n SUaClaSSÍnCaÇSOen‘re re p 'ibliCa(<!UePoderiasCT™<>n^quia
v e r n o ^ ^ ^ ^
201
Idem, p. 37.
202
147
o SIGNIFICADO JURÍDICO DE REPÚBLICA NA ATUALIPAOE E NO BRASIL
nas203 -
* S S ± S 8 3 SK S bss3 B W ^ :
instaurar H<*ntrpplas a u e a constituição civil de cada Estado seja
^ u b li c a a ^ o u seja]fundada consoante os princípios, “prim eiro, da liberdade
[cpubhC i J sociedade (enquanto hom ens); em segundo lugar, em
d°s m em bm s d e unm s « . e o t J, dê„cia de todos em relaçao a um a
r„ r X = S u a n to sü lito s); e, e m p o e i r o iugar, segundo a
, i da igualdade dos m esm os (enquanto cidadaos) . .
npnois de expor a form a de governar o povo, que é semelhante à teoria
P ________ _ íArm* H ^ccíra ereco-rom ana, Kant sugere outra
1 *ftt+arãn haseada <4na form a com o oE sladousa seupoucr , 4 ,
dassificaç ’ ... u reDUj>ijcanas “O republicanism o é o princípio da
“ "“ ' " T i S o Po S e r “ e X o o X g i s la ü v o ; o despotism o d o principio
E 5 £ 5 S S S í S S - d . de 4 que d . a si - s m o d ^ p o r . a n .0
a vontade pública é m anejada pelo governante com o sua vontade pnvada .
Kant assegura que a dem ocracia é, “no sentido próprio da palavra, neces-
ssriam enteum despotism o, porque
S £ £ K S S S s s a s = 3
hlicàna sob a m onarquia do que sob a aristocracia ou n a democracia.
S £
a u e T s s a ^ s s T g e m n ã o é das m ais felizes de K ant, pois é pouco preciso no
2 í o c o S d e vontode g ero /, identificando-a com o voo,ode ononim e,
admitindo, contudo, a existência de monarquias republicanas.
: 'S Z Z Z Z ? * * - - - s “ r
Covilhã: Universidade da Beira Intenor, 20U8. P -1 •
^ * Anur Morto
205 Idem, p. 14-15.
ORÇAMENTOREPUBLICANOEUBERDADE tGUAl
207
m t o , ' p.' M.' A'Ífc ° ** PÚMÍC“ ' " ,0lVC ,0d° ° " da obra.
209
Idem.p. 199.
” » — ■* 2. « « .
t 1Z t * í 1“”“ renon,od“ * « » * « ™
a s s r í s i
paolo B isc are u i dl RufBa, q u an d o , ap ó s fazer a d»uinçao
„/amo um sistem a de eoverno não m onárquico, passa a distinguir as
_'
dvidade (“
a república são a e ||
fidelidade aos mandatos e possibilita a a b i *a p en o d icid ad e (que “assegurai
lidade (que é “o penhor da i ^ n d d a d e ^ a i t T 30013 n° p o d e r^ e a resPow áb|
passo im ediatamente seguinte invade P° pU,ar”) ' Porém, „<
de dem ocracia representativa- ‘TodonnH defíniçao com 0 conceito cíássicc
exercido. Como o povo ^o^ódT ^repreM ntor^e03 fi°^ °V° e em seu n°nieserá
escolhidos o representam. G o v e rn a i em seu nom* fÜnÇa° f governo’os seus
sua vontade”220221, conceito que e s tá T a is n r d x ^ n h n° Seul,Ugar*g e s s a n d o
cracia representativa do que de repúblicaP ^ ^ defin,«âo de demo-
«o ã s s iz s z z s z z z d* ^
populares para a chefia do Poder Execimv d‘{a° ncMssária « eleiçde
U g is la tiv o m ,o q u e se E*“ ““ vo e p ara a composiçSo do P ^ e
qoe republicanos - a despeito de n ^ r ^ . n lén o sd e m o crf* o s d t
dos m andatos eletivos, esta sim c a r a c t e n S “ s? j! lência’ a 'emporariedad,
com precislo, que república "se 005« ^ ^ áC araA iém disso’afim.a,
o s lâ o tira n o na o Só < v ic ioS a a n renL J ° a f ° ™ a d a » ra" ia.P°stoqueonde
nao existe espécie algum a de república'“ ' ,am bém M Podeafirmarqae
220
221
2014. p. 667. “* rCOnfl « " * * « " " » constitucional. S3o Paulo: Ma.hcin*
2'J Idem.p.666.
O SIGNIFICADOJURfDICODE REPÚBUCA NA ATUALIDADEENOBRASIL 151
S S 0 d'°
■•i
Uma republica, que defino como um governo no qual o esouema Â
representação tem lugar, abre uma perspectiva diferente e nmmL 3 ^1*
que estamos buscando. Examinemos í p o ^ o ^ ^ T È
= í s ^ ^ ^ = = í ' . ' r =
229
230
S
Madison.
í ^ " ^ ^ ° paPelf ederalista "úmero 10 é de autoria exclusiva de James
23J
Idemt p. 81.
0 SIGNIFICADO JURlDICO DE REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIL
15:
i
k ■ a rftoresentatividade da população: se a população vota diretam ente nas
entíetf i^ d e governo, seria um a democracia ; se a populaçao vota em quem a
S s e n t e , haveria um a república..
Dentro dessa opção, decidiu-se naquele país pela eleição dos representan-
Hmioder legislativo e executivo, e de parte do poder j udiciáno, com mandatos
teS' Í L o s - o que foi descartado para os m em bros da Suprem a Corte, cujos
são vitalícios. Diverso do modelo bicameral parlamentar vislumbrado
”“ í ™ t L o u i e u na Inglaterra, no qual havia um a casa para representação da
a C âm ara dos Lordes), nos E stados U nidos foi criada um a casa que
"°b^ n u s w a federação, o Senado, com m em bros eleitos e m andatos tem -
^ 1 . 1 1 ! . determ inados. R epdblica, nesse sentido, equivaleria ao conceito
de dem ocracia representativa. '
AfonsoArinosdeMelo Franco registra queessaconfiguraçãode eleiçoes
«riddicas com m andato fixado inclusive para a chefia do Poder Bxecim ,
’ , , dois votos de diferença um a proposta do convencional
M ^luríT que^rivogíiva a tese d e um presidente vitalício. G eorge M ason, que
Merou a posição oposta, sustentou que “a presidência vitalícia « > 0
quelevaria fatalm ente à M onarquia hereditária, e em seguida, à revolução
2U
233
= - ^ " « r â a s s r ^
«*
242
244
15 7
o SIGNIFICADO JURÍDICO DE REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIL
e m q a e T q u d e p ^ sa d o to u a ^ o n n a ^ u b U c a n a de governo, dividindo-o
VA
XXII. p. 62).
• ww
- OHÇAMENTDrepublicano e uberdade ,
b o 7 ^ ^ a ™ r UT Í<,emrameSma^
c. boca]ondeimnerâanf 6 sa oca*lza a "república de estudantes"
e \ ^ : r ^ p e K o a s 4 u e ; i= ™ ~
■ ste mesmo um pássaro naÁfricadoSulcomonomederap«b//COTO:
Z £ Z * iL ! S i » ? S £ 3 M *
A. S ‘ S c i ^ ° XS . p e673hD tó0n^ , 2 r t l
O SIGNIFICADO JURlDICO DE REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIL
44, Abbagnano 250 afirma que u m conceito não se refere necessariam ente;
coisas ou fatos reais, já que pode haver conceitos de coisas inexistentes oi
passadas cuja existência não é verificável nem tem um sentido específico. /
função do conceito é traduzir sua com unicabilidade d e signo linguístico, ist<
é, permitir a m elhor com unicação entre as pessoas.
Pelo exposto nos tópicos anteriores, constata-se que o grau de polissemi;
e indeterminação da palavra república é imenso, seja no âm bito acadêmico
seja no âm bito do im aginário popular, motivo pelo qual se tom a imprescindíve
apresentar o significado nos dias atuais, o qual será utilizado para sua com
preensão no contexto deste trabalho. N ão se quer afirm ar com isso, que a:
significações expostas anteriorm ente estejam erradas, m as que, usadas fora d<
seu contexto original, pode ocasionar m ás interpretações, o que é inadequado
República tem a ver com o sentido em que se utiliza o poder político 251
Pode-se usar o poder para diversas funções: para m anutenção dos interesse;
pessoais dos governantes de plantão, ou para am pliação das liberdades indi
viduais das pessoas em sociedade, ou visando tom ar a sociedade mais justa e
equânime entre diferentes outras possibilidades. Diversos interesses se entre
chocam nessa luta pela conquista e m anutenção do poder.
45. Não se pretende tratar de república enquanto sistem a oposto à monarquia,
o que afasta o debate do centro das questões de vitaliciedade ou da alternân
cia na ocupação de cargos. Fosse trilhado esse cam inho poder-se-ia chegar z
um paradoxo, no qual a vitaliciedade dos membros da Suprem a Corte esta
dunidense seria incom patível com o princípio republicano - observe-se que
naquele país a vitaliciedade não é lim itada aos 75 anos, m as até o falecimento
ou renúncia, diferentem ente do que ocorre no Brasil, até m esm o no Supremc
Tribuna] Federal. N ão é este o cam inho que se pretende trilhar, de república
enquanto sistem a oposto à monarquia , em bora, no contexto em que foi usada
pelos autores m encionados no capítulo anterior, esteja plenam ente adequado.801
80 Abbagnano, Nicola. Dicionário de filosofia. 2. ed. Sâo Paulo: Martins Fontes, 1998.
verbete conceito, p. 164.
81 Com um pouco de humor, Andrés Rosler afirma: “se você é contrário à dominação, não
tolera a corrupção, desconfia da unanimidade e da apatia cívicas, pensa que a lei deve
prevalecer inclusive para quem ocupa os mais altos cargos, se preocupa com sua pátria,
mas não suporta o chauvinismo, e crê, por conseguinte, que o cesarismo é o inimigo
natural da república, então você é republicano, ainda que não saiba”. Razones públicas
—Seis conceptos básicos sobre la república. Madrid: Katz Editores, 2016. p. 9.
utyWENTO REPUBLICANO EUBERDADE IGUAL
s ia ^ m o ^ e S a ^ S 0 "S° de" * * » « ,
Io: RT, 2016mx 25 ™3ndeS dC' ,ndaSaçao sobre os limites da ação do Estado. São Pau
O S1GNIFICA00 JURÍDICO DE REPÚBLICA NA ATUAUDAOE E NO BRASIL
---
‘ !í | : ExUtero quatro conceitos-chave p a ta a com preensão do significado de
lp ú b lica supraindicado:
■‘ D Bem com um ;
2) Coisa pública e função;
3) Direitos fundam entais; e
4) Juridicidade (na form ulação e na aplicação da lei).
S E E s K 3 S S S S S 3 3 = K
- - & S S T -
- e œ s r - — ■
natureza,
reza, na qual
qu«u se
ac integra ------------
a hum anidade. ,
Segundo C om parato, “ a essência do regim e político republ.canoencon-
Marcos D o ^ o c s d n A m - J " S S
■4
Ribeiro, Renato Janine, A República. 2. ed. S&o Paulo: Publifolha, 2008. p. 42-43.
! í r C,Se.mid° ’ DarcyAzambuJa: “° Estado portanto, é uma sociedade, pois se constitu
r(,„f"^ia mcn‘c df um gruP° de indivíduos unidos e organizados pemiaiíememcnte nan
p 2J “m objCt,vo comum" te o ria Geral do Estado, Porto A ljre : Ed. Globo, 1998
MJ
Idem, p. 60-61.
165
O SIGNIFICADO JURlDlCO DE REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIL
S £ s £ S = 3 S £ í s
266
B a n d eir a d e M e l l o , Celso Antonio. Curso de direito administrativo. 29. ed. Sao Paulo.
Malheiros, 2011. p. 62.
267
26S
c n Í ™ FÍ H e X ; e « ^ " S ° f ' S im b m :
Coimbra Ed., 2014, p. 1130, p. 1115-1144.
%r:
271
O SIGNIFICADO JUBlDICO DE REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIL_____________
* Í“ M ^ a S y^vÍzanella DL O £
s o c ie S e ™ !? ^
mais ao conceito de v o n ta d e g e r a l de Rousseau279 mUlt0;
» l7 “ ' Sâ<.P»ul„:RT,20l3.p, I5 M »
crítica. São Paulo: RT. Cons" lu,Cão de 1988 - Interpretação e
m Ver item 2.2.4, capítulo 2.
280
?“nternTporâneo- os direitos fundamentais
-v m p ü E v J ^ T r l í t PÚbl,CO' InÍ SaRMENTO- Daniel (org.). tme-
do <c,cr a sc publico. R io r S T ^ S S P° U Z S g f s *
169
o SIGNIFICADO JURlDICO DE REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIL
- nificilm ente se pode discordar desta últim a afirm ativa de B arroso, tal
^ S ^ e m t e n n o s genéricos, m as terá efetivam ente um a abrangência
001110ral com o se pretende? O bserve-se que o texto de B arroso trata de um a
conceito n itid am en ti Vinculado ao coletivo, em contraposição a um
individual - em suas palavras: “violação da dignidade hum ana de
uma o-Posicionando o debate: será que a busca do bem comum (que, no texto
oode-se identificar como o interesse público primário) versus a
* n K de fe ito s fundamentais individuais, trazcomo corolário a predomi
nada desses interesses individuais, mesmo sendo de uma só pessoa.
Coloquemos alguns exemplos para ser possível contextualizar o tema.
_ n Actabelecida uma política de segurança pública, o que deve
C inegavelm ente expressar um interesse público prim ário, e, para
S perm ite que haja escuta telefônica sem ordem judicial.
Aqui haverá um conflito de interesses que deve respeitar o direito
individual, consoante Barroso.
Caso 2) É estabelecida um a política póblica energética para o pais. q «
’ necessita d e farta energia lim pa e barata para seu nresc'm en ,o ^
nara tanto será necessária a construção de diversas hidrelétricas
que desalojarão de suas casas algum as centenas de p e sso a sq
habitam nas proxim idades dos rios e vales que serão inundados.
N essecaso o interesse público primário (bem com um , no exem
pio) de to io um país, deve cessar em prol do interesse i n d ^
dual de algum as centenas de pessoas, m esm o que am parado em
um a análise individualista do princípio da dignidade da pess
hum ana 9 M aiores dúvidas florescem , pois resguardara o bem
comum o im pedim ento criad o por um único indivíduo, com o
expõe Barroso?
erâ u m S > t e
. S s s : - * * ? » - embora— -
S ™ í eve!X! w brepori1 0 1 ^
f o » . porém,no‘‘casol”,nãoserápossívelarestítuiçãododireUo violado,
. âgam ento não terá caráter in d e n iza tó rio , mas p u n itiv o .
Tumemos a análise ainda mais difícil, para permitir verifica a adequação
'^ la s u p r a e x p o s r a . Imagine-se que haja um confluo entreo dtretro a
^raeõ h cin comum, tomando-se com oexem plo um deslizam ento d e.^ rraq u e
Whaocasionado o soterramento de vários imóveis e que uma utuca
viva, sob escombros, mas completamente sã e com viveis pam
remanesce ’ . O resgate do indivíduo soterrado podeiiemorar
^ ^ s z ^ ^ * * * * a " e2,si6<hup://
wwwaadorocincma.com/filines/filme-227206/>, último acesso em: 19nov,2016^
® “O caráter único e insubstituível de cada ser humano, portador de ^ valor própno
s ^ ^ S S b S s b s s b s
fundamento jurídico é diverso (p. 131).
Ver item 3.4.1, capítulo 3.
ORÇAMENTOREPUBLICANO ELIBERDADE IGUAL
287
■PauloSchicr293. / # ,,
N esse sentido, d e v e -se considerar que m esm o os direitos individuais
a nílamentais ou não, devem ser observados pelo seu caráter social R udolf
^Cringarrematacomprecisãoestaprofundaimbncaçaoquetemosenüdo
r i S t o na vida do indivíduo e da sociedade: ‘T od os os institutos de direito
privado, ainda que tenham por fim o interesse primacial o indivíduo, sao influen-
meter a ’ele, na linha do que acima foi exposto por Barroso: "A Lei Maior éonentada
pelo princípio da dignidade da pessoa humana, do que defiui a necessidade des
K de alguma medida, proteção ao interesse do indivíduo quando ameaçado frenre
E X S m S » promovidos pelo Estado. Dessa forma, verifica-se não ser possível
ex trairá princípio da supremacia do interesse público’ da análise do conjunto nomui-
tivo constitucional, haja íista a ampla proteção dispensada aos
de tal maneira que, aceitá-lo como norma-pnncípio é deixar substst r
sistêmica aue rcDresenla c afrontar a constante busca pela unidade constituciona . m
« m Z X S a su p re m « ^
nm ^ paradigma para , direito admiaislradvo. 1»; SAgM.Nra.Paa,a y j w »
ses públicos veraus interesses privados: desconstruindo o pnncípio da supremacia
interesse público. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005. p. 141.
Schier. Paulo. Ensaio sobre a supremacia do interesse público sobre o p n v a d o e o re g -
me jurídico dos direitos fundamentais. In: S armento. Daniel (orß0- inte£ sse pú-
versus interesses privados: desconstruindo o p n n cp io da supremacia do interesse p
blico. Rio de Janeiro: Lumen Juris. 2005. p. 234.
ORÇAMENTOREPUBLICANO£ UBERDADE IGUAL
294
295
A afirmaçao histórica dos direitos humanos. 7. ed. São Paulo: Saraiva 2010 d 76 Tn.
296
17 7
0 SIGNIFICADO JURÍDICO DE REPÚBLICA NA ATUALIDADE £ NO BRASIL
de
-
ORÇAMENTO REPUBLICANOEUBEROADE IGUAL
6 0 . O utro aspecto que deve ser destacado diz respeito a uma rcrnnfi 3
c Z d o “' ^ co b a <’m c a - N S o^ u B c ie m e e x p lic i.a rq " e c o “ « f f l
coisa do povo, que são os bens públicos. É necessário » S í o P b,Icl
aplicando-lhe umafunção. Para isso, não basta a dim ensão estáticad ^
buinHod fh maS T bém aplicar a dimensa0 dinâmica da p ro p ried ad íü Ü
bum do-lhe umafunção social , conform e m encionado pelo Pana Joãn p í
II. sobre toda propriedade pesa uma hipoteca sociaP™ Ou com o r e S
c õ í s r i m 1I? a HCei C • da SÍntétÍCa e precisa fórm ula a d o ta d a ^ 1 9 ^ 1
C onsütm çao de W eim ar (art. 153, segunda alínea): “A propritdade
Seu uso deve, adem ais, servir ao bem com um ”. Isso significa dnr l í ^
dim ensão dinâm ica, de exercício para alcançar um a finalfdadp * - Um*
preservar a coisa pública dentro da e s f e r a p S ^
u m a fu n bl- CaTlh r ^
C T ™ * Ser púbIica>m as servir para o exerlíciode
a função publica, isto é, alcançar um objetivo de Estado. A cofra n ú h ft
■ S S X cS Z S S a io
z z z z : t p r Z é : i br a cois° p m c a ^ ^ «■“ » s
' E “ 3 S s = r i: i: ^ - - - S S £
302
Discurso do Papa João Paulo II cm Puebla, 28-1-1979.
0 significado jurIoico de república na atuaudade e no brasil_________ 171
^
.. _er vantajoso ou conveniente que ele diz tudo o que diz e faz o que
é form a, indica o filósofo, o chefe não deve trabalhar pensando
nroveito próprio,.m as no de seus subordinados, aos quais devem ser
M K J o J b e n e f íc io s de sua gestão. O chefe fala e obra em nom e de quem
i s e n t a , e em proveito deles.
jg v N b r e ve C onstituição francesa de 1793, consta no art. X X X que as fan-
cs« ftssencialmente tem porárias; elas não podem ser consideradas
W^ í r á a pessoa
s s snela
s sinvestida,
s ^ ^m as no interesse e em função da sociedade - um
S p a r a c o m a sociedade.
: De form a sintética, Bandeira de M ello define: “existe funçãoquando al-
' lémestá investido no dever de satisfazerdadas finahdades em prol do interesse
I t e t u S m necessitando, para tanto, m anejar os poderes requendos para supn
d.e Tnk noderes são instrum entais ao alcance das sobreditas finalidades .
Ou seia onde háfunção existe plena vinculação a um a finalidade previamente
Ou seja, on j fr casQ reLblicano, é a busca do bem comum. Havendo
^ito^stabeleddopelo ordenamento ju ríd ic o um co riju n to d efin alid ad esaser
alcançado pela atuação do poder público, através do m anejo da coisa pwídica,
afunção a ela aplicada obrigará a atuaçao governam ental.
Função é um critério jurídico imposto a uma pessoa ou instituto, para
t^ te exerça o poder em proveito de outrem, e não em proveito próprio.
É nesse sentido a ideia de função pública na qual o indivíduo no ex er
cício do cargo público, deve serv ir à sociedade, e nao se servir dela. Função
pública pode ser conceituada como a imposição efetuada pela ordemjurídica
^paraqu^toda ação governamental seja desenvolvida em prol da sociedade.
Observe-se que a noção de função é tam bém atinente às relações tipica
mente privadas, com o se verifica n a U i das Sociedades A nônim as brasileiras
( U i 6.404/76), que em seu art. 116, parágrafo
trolador a obrigação de a em presa cum prir sua função social . O m esm o *50
j u r S ^
demais: acionistas da empresa, os que nela trabalham e para com a comunidade em aue
^ atua, cujos d,retos e interesses deve lealmente respeitar e atender. q
^ econômica e ^envolvim ento. São Paulo: Malheiros,
J mP' 4í Eábio Konder Comparato mdica outro caminho, sem maior detalhamentí
de São o ^ COnferenc,as ^ue Proferiu na Faculdade de Educação da UniversidaÊ
foram transformada^
&Jén,excrceumarunÇão*issosignifica quede exerce ua.
Em-, P J P ^ P "0' mas em P«>ve.to alheio. Por exemplo, o pátrio poderíj
uma função, mas o direito de propriedade não é uma função, segundo eu entendoe no1
entanto fala-se muito em função social da p ro p r ie d a d e ^ é L a maneTrâ , m J 3
S u S S ^ 0 q "C“ ^ f a " ^ « L t S ã o W „ ;^
S§ ^ 32« esse tipo de ação governam ental nem se caracteriza como pró-
:^ um tipo de E stado contem porâneo, podendo ser encontrado ao longo
í ^ i - c t ó r i a “vários exem plos-de Estados D irigentes de cunho m ercantilista,
C alista ou belicista”327. O u seja, não mudou o Direito, mudou a com -
jurídica sobre as form as de ação governamental.
& ! : é interessante recordar que, para M ontesquieu, todos os Estados têm um
ob'etiv° comum, que é o de se preservar. Todavia, cada Estado tem um objetivo
í . : è í ^ co ,com orelata:
A expansão era o objetivo de Roma; a guerra, o da Lacedemônia, a religião,
odas leis judaicas; ocomércio, odeMarselhâ; a tranquilidade, o das leis da
-v China; a navegação, o das leis dos ródios; a liberdade natural é o objetivo
do modo de vida dos selvagens; as delícias dos príncipes, o dos Estados
> despóticos; sua glória e a do Estado o das monarquias; a independência
de cada indivíduo é o objetivo das leis da Polônia, e o que disso resulta é a
opressão de todos32*.
Essa análise é deveras interessante, pois coloca em xeque a tese de que
a Constituição D irigente, tão cara aos constitucionalistas contem porâneos,
somente surgiu nos dias atuais, com o um a norm a que estabelece a direção que
devem tom ar os Estados na condução dos negócios públicos . Parece m ais
adequado m encionar que nas C onstituições contem porâneas sao m scntos
direitos fundam entais para nortear a condução d e cada Estado, p o ^ m e le s
sempre tiveram objetivos específicos, com o dem onstra M ontesquieu , e
direito financeiro ajudou cada qual a concretizá-lo - a correlação entre o Es-
6 4 . Conclui-se este tópico afirmando que não basta à coisa pública ser pública. ^
m as que deve ter umafunção, que é a de servir de instrum ento à sociedade p S ■
a consecução do bem comum, oq u al será alcançado pela dinâm ica aplicacfcjJ
fidactenersp políticas públicas, que efetivamente implementem a fina
lidade perseguida . N ao basta proclam ar o Direito, é necessário concretizá-lo. \
2.2.3. O q u e sã o direitos fu n d am e n ta is 1
331
Com° se viu da trajetória supraexposta no capítulo 1. Aliás, essa é uma observação
corriqueira efetuada por Regis de Oliveira cm suas aulas. Ç
332
S^um do outra k m analítica Guilherme Bueno de Camargo utiliza a expressão p n »
nança republicana para regular essas relações entre os indivíduos e o poder público de'
forma republicana (Camargo, Guilherme Bueno de. Governança republicana como ve-
S T b lT c lT a f S Í T n " “ def reil°fif,anceim- T «e de doutorado defendida
perante banca na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, 2010. p. 70e ss).
O SIGNIFICADO JURfDICODE REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIL
18
Logo, é necessário fazer esta ressalta, pois, podem -se encontrar n„, 1
nao enquadrem os direitos sociais no conceito de direitos fnnria U Oresl
em bora isso esteja em processo de superação338. atnentai
Destaca-se que, para os fins deste trabalho será utili^H-» * '«S
^direitosfundamentais, incluindo os direitos sociais £ ° ncePÉ
i .ty
tes últimos sequer na sua dimensão mínima”. T o r r e s R i c a r d o I o h « a . 1
dos direitos sociais em mínimo existencial i„- 7, A metamorfbsel
fundamentais sociais - E s Z o s d T S S re T o c o ^ * T W° ,fgang (or8>- Di™ ° 4
rn J. .C “ f i« K * de cada pafc * |
Oxford University Press 2005 rw T " B d ú S°C'a ng ’ls in EumPe- New Y o rfcí
« * ,* . o ta 0 * = « * •
m
- b» . I
» t^ .n . dOSd,"'m t 7 - « d - S a » P a u lo :S a r a i« ,.2 0 l0 .p .
P a X c o m ^ n h T d f ! u i 7 f 2 0 ,|L 3 - « d . SUO i
189
o SIGNIFICADO JURÍDICO P E REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIL
— — —
como um a im unidade344.
66. Existem diversas denom inações correlatas para essa espécie de direitos,
ST ^— ^ T o a t r e s , Ricardo D R » — ‘ { S Í Í Í S Í
.riJ d rrè - Os direitos hmrereos e a tnW açao. R » de t o e i » . R ç » ^
» Ver. por todos. C arvalho. PaUlo de Barros. Curso de d,re,to tn b u iá n .
Paulo: Saraiva, 2007.
144 Ver item 3.5.4, capftulo 3.
190 ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
345 Ingo Sarlet menciona a expressão PIDESCA, acrescendo à sigla também os direitos ao
meio-ambientc. Prefácio ao livro de Elida Grazianc Pinto, Financiamento dos direitos
à Saúde e à Educação - Uma perspectiva constitucional. Belo Horizonte, Fórum, 2015.
Esse entendimento é consentâneo com o que Bresser-Pereira classifica como direitos
republicanos fundamentais: patrimônio ambiental, patrimônio cultural e patrimônio
econômico público (Bresser-P ereira, Luiz Carlos. Construindo o Estado Republicam
- Democracia e reforma da gestão pública. Rio de Janeiro: FG V editora, 2009. p. 130).
346 A razão dessa distinção foi apresentada no item l .4.3, capítulo 1.
347 C arrió, Genaro. Notas sobre derecho y lenguaje. 3. ed. Buenos Aires: Abeledo-PcrroL
1986. p. 99.
348 Bonavides, Paulo. Curso de direito constitucional. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 2001.
Capítulo 16.
O SIGNIFICADO JURÍDICO DE REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIL 191
*» Paulo. Curso de direito constitucional. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 2001.
B j Sn a v id e s ,
p. 515. No mesmo sentido, Jos<5 Carlos Vieira de Andrade, Os direitosfundamentais na
Constituição Portuguesa de 1976,5. ed., Coimbra: Almedina, 2012, p. 51 e ss.
192 ORÇAMENTOREPUBLICANO£ UBERDADE IGUAL
MO
B onav,des, Paulo. Curso de direito constitucional. 12. cd. São Paulo: Malheiros, 2001.
Wem. p. 522-524.
Wem, p. 524-525.
o SIGNIFICADO JURÍDICO DE REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIL 193
sSfjj) Promover.
'. nbrigações de respeitar visam im pedir que o Estado obstaculize ou
? t VA n acesso ou o go zo tlas direitos fundam entais. As rfeproíeger consistem
mie terceiros obstaculizem ou im peçam o acesso ou gozo a esses
cmiinp j e „a rm tirvisàm assegurarque o titular de um direito tenha acesso
•S mesmo quando não puder fazê-lo p o r si m esmo. E as de promover se
80 friz am «elo dever de im plem entar condições para que os titulares dos
l e i t o s acessem tais bens. _
Nenhuma dessas obrigações pode ser assegurada apenas através de açoes
-ifivas ou negativas. Só através de um conjunto delas é que essas obngaçoes
jS e rã o ser im plem entadas, o que se coaduna com a ideia de políticas publicas
exnosta. Indicam os autores que esses direitos só poderão ser concreti-
S hos através de (1) algum tipo de regulação por parte do Estado, com o, por
Sem olo o estabelecim ento de todo o aparato necessário para a cnaçao e fun
cionamento de sindicatos ou associações. O bserve-se que isso nao im plica a
concessão de fundos financeiros estatais, ou ações ou abstenções de algum a
natureza mas um conjunto delas - em um a espécie de regulaçao da matéria.
S E p o d e ser necessário (2) que o E stado, ao regular, restrinja ou lim ite
algumas atividades privadas e lhes im ponha obngaçoes, com o é usual na área
do direito do trabalho, do direito do consum idor e no direito am biental. O
estabelecimento de um salário m ínim o, ou o im pedim ento do desm atam ento
das margens dos rios são exem plos dessa natureza. E ainda, (3) o E stado pode
cumprir essas obrigações através da prestação de serviços à populaçao, seja
de forma exclusiva, ou de form a com partilhada com a sociedade. Isso ocorre
como estabelecim ento de tribunais ou de defensonas publicas, pelos quais s
permite o direito fundam ental de acesso à justiça, ou ainda por m eio cto sistema
educacional, através do qual se garante o acesso de todos à educaçao .
69. Existem duas ordens de princípios nos direitos humanos, se p n d o C o m p a -
rato. Os princípios axiológicos supremos, que dizem respeito à liberdade,
dade efraternidade, para a qual o autor usa com o nom e de solidariedade .
E existem os princípios estruturais dos direitos humanos, quais sejam a
irm ocabilidadeeucom plem entaridadesolidária™ .^
implica dizer que “é juridicam ente inválido supnm ir direitos fundam entais,
“ Abramovich, Victor; Courtis, Christian. Los derechos sociales como derechos exigibi-
les. 2. ed. Madri; Editorial Trotta, 2604. p. 33-37.
155 A afirmação histórica dos direitos humanos. 7. cd. São Paulo: Saraiva, 2010. p. e ss.
Idem, p. 78.
194 ORÇAMENTO REPUBLICANO E LIBERDADE IGUAL
Uma terceira função dos direitos fundam entais, de que fala Canotilho3®^
diz respeito à função de proteção perantè terceiros, o que é deveras relevante
357 A afirmação histórica dos direitos humanos. 7. cd. São Paulo: Saraiva 2010 o 79
358 ldem, p. 80.
339 N unes, Àvelãs^ScAFF, Pemando. Os tribunais e o direito à saúde. Porto Alegre: U vraril
do Advogado, 2011. 5 ^
340 C anotilho, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria da Constituição. 7. ed|
Coimbra: Almedina, 2003. p. 409. -
o SIGNIFICADO JURfDICO DE REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIL
v" >« Canotilho. José Joaquim Gomes. Estudos sobre direitos fundamentais. Coimbra:
V Coimbra Ed., 2004. p. 14.
í- /$* Idem, p. 17.
Idem, p. 34.
15*0 ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
° pod" * • ^ • ° ° u,ro’
36 4
Pr.?PK ? aut0l‘ quem define 0 qi»e seria cada qual desses direitos: “considerados'
c mo habitantes de um planeta tão grande, a ponto de ser necessária a existência des
diferentes povos, existem leis nas relações que esses povos mantêm entre si; é o direito!
das gentes. Considerados como vivendo em uma sociedade que deve ser m a n tid a .^
naS relaçõf s cntre 05 que governam c os que são governados; c é o direito
S ’ G r o s ^ ' ^ a naS relT SqUC'0d0S 05 CÍdada°S mantêm emre si=é 0 <“ °J
nriv9HnGM ^!L ° rrCSp0ndcm 20 d,reito internacional, direito público e direito!
36 5
w eSpírÍ'° das leis- TraduÇa° de Fernando Henrique Caidosoel
Lconcio Martins Rodngues. Brasília: UnB, 1982. p. 44. H J
umSae?nnoa? S * ™ m“8Ístrado no con,« '° * *P<>ca é o de pessoa encarregada J
uma função publica, e não propriamente a de um ju iz.
desses escravos. Sobram , pois, poucas pessoas para com por o terceiro esi
que deve form ar os operários e os com erciantes”379.
Esse bloqueioera tanto m aior porque o poder legislativo nãoerapermai
te, m as era reunido periodicam ente pela m onarquia, o m esm o ocorrendo co
as funções judiciárias380, o que deixava m uito poder nas m ãos do executivo o' 1
rem anescería com o trono, porém m uito m enos do que nos Estados despótico!
M artins K riele alerta, com precisão, q u e “a divisão de poderes e i J
legislativo e executivo não é, por si, garantia de direitos hum anos, mas 3
prim eiro pressuposto: com outras palavras, ela não é condição suficiente m J
necessária ”.381 ’
eque consiste na
" ^ P - R o u - U i a C S ^ “ ^ )
dnça^o q ^ f^ c o m q ^0'^ h adapcla Pfo p ri^ ^ ™ n e m d efxa^d 51' 01^ ^ ^ P^pria '
357
J&g
C ranston, Maurice. Introducãn i„. d ^ ■
3 « » * cn(r
39 5
39 6
São Paulo;
Wem. Livro n , Cap. II, p. , 4 9 . ’ 201K'ÜVn>11- CaP- »• P- 81.
O SIGNIFICADOJURÍDICODEREPÚBUCA NA ATUALIDADE ENOBRASIL 20!
197 Rousseau, Jcan-Jacques. Do contrato social. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo:
Penguins Classics Companhia das Letras, 2011. Livro II, Cap. III, p. 80-81,
** Warburton, Nigel. Unta breve história da filosofia. Porto Alegre: L&PM, 2012. p. 106.
*” Observe-se que esta afirmação pode gerar vários outros debates na sequência, por
exemplo: que tipo de tributo deve ser usado? De quem se deve arrecadar mais? Qual o
nível de tributação seria mais adequado?, dentre outros questionamentos cujo debate
foge à análise que está sendo desenvolvida neste tópico, mas que será abordada em
outra parte da obra. Ver item 3,3, capítulo 3.
4VO
ORÇAMENTO REPUBLICANOE LIBERDADE IGUAL
que é de interesse da com unidade. Quem não agisse dessa form a seria
do a cum prir as leis, ou seja, obrigado “a se r livre”, forçado a obedec
norm as, pois a liberdade só seria identificada com sua^bediência^6^ 65!
r la Z T S S Z i S S ! * ! .* l- s* * . * * » «se r um ;
P o r !MO, para Rousseau: C ham o, pois. de R epública, todo & iad o r e S ^
le s, sob qualquer form a que seja de adm inistração, porque então 2 í
interesse publico governa, e a coisa pública é um a realidade Todo
legitim o e republicano”400. lo a o 80Vem<j
rom peu com suas precursoras em aspectos essenciais e que é precisam eíl ?
a u to r a f tUI~ dC ° ndeSCCXtraÍ a té h °^e S u a Persisten‘e a tra ç ã o ”405. Apontaol
autor alem ao que, antes, as liberdades eram estam entais, pois se r e f S m I
certos t a m e n s .M to que na G récia e em Roma exisü a a e s c L id ã o , o t e l ’
ssencia, traz diferenças entre os hom ens quanto à qualificação da liherrinH* I
pretendida nasociedade. Contudo, a partir da Declaração francesa dos Direitos 1
atributo d " C d°,C idadao’ de I789>Passou-se a designar a liberdade como um -
atnbuto da raça hum ana, e nao de form a estam ental, que seguiu a linha do BUI $
o f Rights norte-am ericano, de 1776.406 6 aao m |
'É
Sobre esse estado de coisas e a compreensão dos humores da época vale a lein.r,
relato de um aristocrata francês na América entre os anos de 1M i T S I i T t *
Alt«« dc.A iemocncU, m A m irica.
lo: Ed. Universidade de São Paulo. 1977. b 2‘ edS âo Pau‘
G rimm. Dieter. Constitucionalimo y derechos fundamentales. Tradução de Ra,íi
Burgos. Madn: Ed. Trotta, 2006. p. 77-78. raauçao de Raul Sanz
Em sentido oposto, identificando os direitos humanos como fmtn tt, j
despotismo dos governantes, fundada'“na
li erdade que é fundamento de todas as outras liberdades” (p. 19 4 ) Ver Kriele. Martin
SIGNIFICADO JURÍOICO OE REPÚBUCA NA ATUALIDADE E NO BRASIL____________ ___
« í * ivssaconcepçloíque.naFrança.surgemosdireitosfundamMtaiscomo
I m Z S L a , o assem bleísm o radical am parado em concepções iemrpaáas
™ L e < e ro /d c Rousseuu, para quem só haveria um direito fundam ental,
'Tleoue fosseo resultado da vontade popular. Logo, os direitos fundamentais
gq l com o direitos burgueses de nível superior, para evitar , u e d e c so e s
’“ L iiír ia s d as assem bleias populares, adotadas ao sabor das emoçoes, attn-
" ^ « m c e rto núcleo de direitos, que se tom aram intocáveis4®1. Houve m esm o
pretendesse, naquela época, aplicar a pena de m orte para todo aquele
'* * „usasse propor a reform a da C onstituição, onde eslan am consagrados
^ direitos to d a m e n ta is , conform e relata Paulo Bonavides«». C oustaque
Robespierre chegou aproporqueaC onvenção francesa adotasse, na Declaraçao
Direitos, a seguinte norma: “toda instituição que não supoe o povo bom , e
omagistrado corruptível, é viciosa"409.
Grim m aponta diferentes fases desses direitos, todas sob o forte influxo
hureuês. E m um prim eiro grupo tem os as liberdades da pessoa e as da esfera
nrívada, com o as que determ inaram “a abolição de todas as relações pnvadas
dedomínio e a liberdade frente a detenções e castigos arbitranos, assiimcomo
a garantia de espaço vital privado». O segundo grupo se refere ao âm bito da
comunicação, e assegura “as liberdades de consciência. d c | m p r e " » e d e
nninião as de associação ede se reunir em assem bleias . E um terceiro gru
j ; : ' s e r e f e , e à vida econôm ica, e garante, sobretudo, “as libeniades de
contratação e de iniciativa econôm ica, e, ademais, o direito tte peopnedade
M por últim o. no quarto grupo, aponta-se para o prm cípto da .gua de
sendo que "seu conteúdo resulta da reação contra a sociedade esmmental e
r io se entende com o igualdade social, m as apenas jurídica: igualdade na ti-
403 RnNAVinRS Paulo Curso de direito constitucional. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 2001.
f | T £ a «"> comentário jocoso dc Anlonio Mcads, com o q -d « c
- í E i S d imasiuar a quantidade de guilhotinas q u c s c n m o c c ^ ^
caso essa regra valesse no Brasil de nossos dias” ( M a u é s . Antonio ,
Constituição, dez anos de reforma constitucional. rodap S )!
Constituição e democracia. São Paulo: Max imo , ^qninniizado- seguramente as
Observe-se que esse comentário do autor paraense está desatualizado, seguram
guilhotinas se ampliariam para os dias de hoje.
Comparato, Fábio Konder. Prefácio. In: MOller, Fnednch. Quem é o povo.
Max Limonad, 1998. p. 25.
A IU
ORÇAMENTOREPUBLICANOE UBERDADE IGUAL
berdade”410. É n essa m edida que se dá o rom pim ento com a ordem anterior
coloca a liberdade com o um novo paradigm a oriundo dos direitos b u re,? i
que consagram os direitos e a liberdade individuais com o um novo p 2 ?
inflexão em face do passado. _, — "
411
Idcm, p. 80.
412
Ver item 2.2.1, capítulo 2.
4 IJ
£ £ !£ £ * * * *»;
414
Idcm, p. 93.
415
Idcm, p. 1 0 1 .
o SIGNIFICADOJURlOICODEREPÚBLICANA ATUALIDADEENOBRASIL_________ 211
D enis. Henri. História do pensamento econômico. Lisboa: Editorial Gleba, s/d. p. 96.
Deve-se registrar que os fisiocratas foram, de alguma forma, precursores dos liberais,
pois defendiam que o governo nada fizesse, devendo cobrar apenas um só imposto
men? ,v S propnelanos dc terras‘ "A regra do ‘deixai fazer, deixai passar’, que se £ fa -
mentava à primeira vista, no exame da realidade, tomou-sc agora, entre os fisiocratas,
como para seu inventor, o intendente Vicent de Goumay, um primèiro nrincíoio oue^
oosiíãod á dlSCU,,n f dÚV'da’ °S fisiocra,as n5° recusariam subscrever esto pro-:
posição de seu contemporâneo Lmguet: ‘Um só Deus, um só príncipe, uma só lei ums6
imposto, uma só medida’”, segundo-D enis Henri Histnrin „„„ .
Lisboa: Editorial Gleba, s/d., p. ísO -lsT do pensamento economco.
421
dAonre T aí : l A: : ’f r N,ineS’COm COneção' intr°dua entre eles o fisiocratismo. indican-
nif “ de UrV fase em <luc a clência econômica se inicia e que dá ensejo ao libe-
•— — i.— =
o SIGNIFICADO JURÍDICO DE REPÚBUCA NA ATUALIDADE E NO BRASIL
213
S mith, Adarn^ Uma investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações. 3.
ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1999. Livro II, p. 284.
Idem, Livro II, p. 311.
ÊkSi-
^14 ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
427 Interessante análise sobre a tributação nos autores antecedentes a Adam Smith pode st
encontrada em: Andrade, Fernando Rocha. A tributação do rendimento no pensament
o SIGNIFICADO JURlDICO DE REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIL 21
---
« ------------- ÍT ■
Constant, Benjamm. Pnticip v r * * * * « 05 R1° ^
Janeiro: Topbooks, 2007. p. 596.
« 7 Idem, p. 600.
«» Idem , p - 604.
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
vttcám,s ° * * * « «» <
442
Idem, p. 637.
o SIGNIFICADO JURÍDICO DE REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIL
21S
• fíg
exigiram d ele proteção para o acúm ulo de m ais riqueza’*447. A o tratar a %
m a individualizada a obtenção d e m ais riquezas, o governo dos proDr "
m et
deixou de lado a busca do bem com um . F ^
78. Essaorigemhistóricadosdireitosfundamentais,comodireitosburgueses
contra o Estado, nao im pede que sua análise e seu desenvolvim ento sejam
importantes e extremamente relevantes para a contemporaneidade451.
■Sj
447 A rendt, Hannah. A condição humana. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014 p.83
f V * luta deixou de ser travada nos cam pos abertos das relações diretas entre
- ' > f jvM uos m as dentro de um sistem a dem ocrático, cujobastiao é o princípio
f f í S d a d e , pois ninguéjn ?çrá obrigado afazer ou deixar de fazer alguma
) '^ f s e n ã o em virtude de lei. Porém , m esm o aqui, existem v án o s obum os^
V enfrentados, dentre eles o de identificar “quem pode votar e ser votado ^
^ I Ima pista para o desvelam ento desse abismo, indicada por Com parato4«,
• «*rverificada mAssembleia dos Estados Gerais, convocadapor LuísXVI,
^°lntessala da eclosão da Revolução Francesa. Quando, em 10 de junho de
'J J S a N obreza e o C lero abandonaram as discussões com o Terceiro Estado,
1L «havia sido deliberado que o voto não seria y x estamento, m as por cabeça,
P n Terceiro Estado possuía maior número de votantes, esse se declarou em
i S e m m i e n t e . Porém, não haveria m ais uma A ssem bleia -dos Estados
S / pois dois deles haviam abandonado as discussões. Postenorm ente,
S ib e r o u -se que o sentído deveria ser o da “assem bleia de representantes do
«ovo francês”, porém , em que sentido deveria ser adotada a palavra povo .
Observe-se que o Terceiro Estado era um conceito form ado por exclusão, pois
composto por todos aqueles que não eram nobres ou clérigos, o que incluía
tanto os sans-culottes quanto aqueles que eram m em bros da burguesia.
É contem porâneo a esse debate o opúsculo do abade Sieyès denom inado
Oque é o terceiro Estado, e propugna por um a fórm ula representativa de todos
oslnteresses da Nação, conceito sim bólico, quase sagrado, que Pairava*c l™
do povo e de todos os dem ais estam entos, que não poderia ser contestado, sob
pena de antipatriotism o - e, por conseguinte, da guilhoüna.
M erquior afirm a que Sieyès havia lido Adam Smith, e que daí havia sur
gido sua “defesa da representação com fundam ento na propriedade, e nao ^
status f 1 Sieyès, alegando que cada deputado ‘representa a naçao inteira
não apenas sua circunscrição, reconcilia a instituição repre 5enm nvu c o m o
universalismo da vontade geral”™. Deve-se recordar que a F W ^ e la
época, já e r a um p a ísc o m 2 5 m ilhões de habitantes, com pletam ente diferente
das pequenas cidades-Estado gregas, berço da dem ocracia direta, e dos pe-
455 l 0^ Í ! I Tl F ePÚblÍCa’DP; 8? ?; In: FURET> Franf ° is: OatuF. Mona. Dicionário crítico í
^Â evo/«fa o Francesa. Rto de Janeiro: Nova Fronteira, 1989. A imprecisão das cifras I
pode ser refletida na indicação de Thomas Pikeuy de que a França, naquela énoca.
^ ssu fa com cerca de trinta milhões de habitantes. Apenas a título ilu s ti3 v o ,.in S |
esse autor que os Estados Unidos tinham pouco mais de três milhões de habitantes na I
I"d£f endôncia ( ° <*PU*I ™ século XX!, tradução de M o rE f
«6 “ aum®arten de ^ lo de Janeiro: Intrínseca, 2014. p. 35). j|
456 Merquior, José Guilherme. Prefácio. O «pensamento da Revolução p. LX. In- Flret 1
. 989' McT ,or a,nda aP°nta oue. da Revolução Francesa, ficaram!
b e r a n í ó o o u l ^ CSSf nc,ais ^ ° Pensamento ocidental: os direitos humanose a s M
,ei™ * F° P .lar** ?“als * Prendem a igualdade civil, as liberdades públicas e o estadol
E l « ? Ch ,: M *” rcpub,icana- fcíxe dcsses valores, é o superego da democracial
liberal - o tnbunal de sua eticidade*’ (p. LV-LVI). 6 |j
O SIGNIFICADO JURÍDICO DE REPÚBLICA NA ATUAUDADE E NO BRASIL
223
■sÇ'
I despossuída, sans-culottes, desvirtuando o conceito roussoneano de
‘Vontade geral”457-
ír pege m ecanism o políticoírepresentativo excludente, que gera a necessária
• »«mediação d e um grupo de agentes p olíticos selecionados por classe ou
‘“T a c a b o u por ocasionar uma dinâm ica própria, em razão dos interesses
2 s o ’ais d esse próprio grupo, além do interesse de seus financiadores.
Daí a im portância do sistem a eleitoral, que passou a ser fortemente am-
píiado ao longo do tem po, passando a incluir am plos seguimentos que estavam
forado sistema.
70 É neste passo que a questão dos direitos fundam entais teve seu foco am-
I L o da proteção dos direitos burgueses, controlados p elosistem a de voto
«nsítário, p arao direito de todos, alargado pelo voto universal. M uda o enfoque.
O oueanteseraum direitode determ inado seguimento da sociedade, usufruive
de modo particularizado, passou a se constituir com o um direito efetivamente
universal!de todos os hom ens. A revolução burguesa que os instituiu teve seu
espectro am pliado, a partir do alargam ento da possibilidade de participaçao
política na condução dos governos.
Porém o risco de perda do dom ínio político, em face da am pliação do
direito de voto, fez com que outros fatores entrassem em jogo, dentre eles a
dominação através dos m eios de com unicação de massa, cujo c o n d e nem
sem preéfeitoem prolda sociedade, m as dos interesses do capital e do Estado.
A luta passou a ser para am pliar as liberdades p a ra todos. D aí a busca pela
bonomia, característica dos direitos sociais, que visam reduzir as desigualdades
existentes na sociedade. N ão aquelas próprias que decorrem de aspectos/forcos
ou naturais, que se relevam com o diferenças, m as as socioeconom icas. Bus
ca-se o cam inho para a afirm ação de Uberdades iguais, que naci sejam apenas
liberdades n a a p lic a ç ã o i o direito, mas lam bém liberdades do
direito, com o aponta R oberto Alexy, com base na jurisprudência do Tribunal
Constitucional alem ão«8. Aliás, desde 1944 PieroC alam andrei ja havia feito
o alerta de que é necessária igualdade também na formulação das norm as,
439
46Q
461
I
o SIGNIFICADO JURlDICO DE REPÚBUCA NA ATUALIDADE E NO BRASIL 225
%tzszzEzsz. D~
-... caminhos. 2. cd. São Paulo. Saraiva, 1979. p.
,
,
.-- -
3 «d
CUueuwm, Fábio Konder. Ética - Direito, nrora!. . * * > « . 3' *
' São Paulo: Companhia das Leiras. 2011. p* 553.
226 ORÇAMENTO REPUBLICANO E LIBERDADE IGUAL
46?
Robert J ?bn!f Sa° / Cf^ Cla Para 3 comPreensâo desse princípio: Alexi
Robert Teoria de los,derechosfundamentales. Madri: Centro de Estúdios Políticosi
ConstitucionaJes 2001; e Bandeira de M ello, Celso Antonio. O conteúdo jurídico à
pnnctpio da igualdade. 3. ed. 21. tir. São Paulo: Malhciros, 2012.
468
A lexyJtobeit. Teoria de los derechosfundamentales. Madri: Centro de Estúdios Polí
ticos e Constitucionalcs, 2001. p. 416.
O SIGNIFICAOO JURÍDICO OE REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIL 227
" s ï t s * Tnuiu'äo dc *— * * -• »
Sherratt. Yvonne. Losfilosofas de Hitler. Madrid: Edições Cátedra, 2013. p. 136.
o SIGNIFICAOO JURÍDICO DE REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIL
229
493
2 “ !®'r 'gnlUní ' ° ma' es,arna civilização. Tradução de Paulo César de Souza, s l
Paulo. Companhia das Letras, 2011. p. 19. ^
Idem, p. 20.
495
Como referência literala a essa decrepitude do corpo humano, sugere-se a leitura i
romance de: O liveira. Regis Fernandes de. Somos todos órfãos: /dram a da co "
^ T ana- SaoPaulo: Novo sécu'o. 201Z Embora em outro sentido, igualmenü
a pnme,ra frase d0 romance de Machado de Assis Memóré
Póstumas de Brás Cubas, que tem a seguinte dedicatória “Ao verme que primeiro i 5
O SIGNIFICADO JURlDICO DE REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIL 237
iíS c seres hum anos, que o autor denom ina de “fonte social do sofrim ento ,
a qual se debruça m ais intensam ente em suas análises.
: u çpoundo Freud, g ran d e p a rte da m iséria hum ana vem do que é cham ado
civilização ; sTríaríros bem m ais felizes se> .abandonássem os e
f e d ê s s e m o s a condições prim itivas”« 6. Por civilização, entende Freud
.* * * “a soma das realizações e instituições que afastam a nossa vida daquela
f o s s o s antepassados anim ais, e que servem para dois fins: a proteção do
homem contra a natureza e a regulam entação dos hom ens entre si .
Analisando as relações entre os seres humanos, Freud aponta o surgi
mento do Direito, que ocorre em oposição ao poder individual da força bruta
« k l substituição do poder do indivíduo p elo da com unidade é o passo cultural
Hecisivo. r...] Portanto, a exigên cia cultural seguinte é a da justiça, isto , a
garantia de que a ordem legal que uma v ez se colocou não será violada em prol
aiviauu J.E
de um indivíduo”498. E conclui:
Boa parte da peleja da humanidade se concentra em tomo da tarefa de achar
um equilíbrio adequado, isso é, que traga felicidade, entre as exigências
individuaiseaquelasdo grupo,culturais;éum dos problemas queconcernem
a seu próprio destino, a questão de se este equilíbrio é alcançável mediante
uma determinada configuração cultural ou se o conflito é insolúvel .
Tenhoa maus pacífica disposição. Meus desejos são: uma modesta cabana-
teto de palha, mas uma boa cama, boa comida, leite e manteiga bem
flores diante da janela, em frente à porta algumas belas árvores e s e n i
Deus quiser me tomar inteiramente feliz, me concederá a alegria de ver'
ou setede meus inimigos seremenforcados nessas árvores. De coracãoi—
eu lhes perdoarei, em sua morte, todo o mal que na vida me fizeram—*£
devemos perdoar nossos inimigos, mas não antes de serem executados*5*« /
convivência hum ana m uito difícil, pois nada será bastante e suficiente
0ara aten d er aos desejos d aq u ela pessoa, que buscará sem pre mais
atenção e priorizaçãQ de seus desejos e necessidades. Trata-se de um
enfoque individualista;
Tratar o Outro como você gostaria de ser por ele tratado, reconhecen
c) do a identidade recíproca e respeitando as diferenças. Aqui haverá
reciprocidade de tratam ento, diverso das duas hipóteses acima. Aqui
se encontra a m elhor form a de convivência hum ana, isonôntuca, que
possibilita conviver com os outros como se fossem seus iguais, de tal
m odo que, o que você deseja que venha a ocorrer com ele, também
possa tam bém vir a ocorrer com você. As pessoas reconhecem e com
partilham traços identitários, e, por isso, acolhem suas diferenças.
M Caetano Veloso compôs uma música intitulada Ungua, onde essa ideia &«posta cm
^ u c Í p a í a v r S “A «íngua é minha pátria/ E eu não tenho ^
Equerofrátria”. Disco Vel.Polygram 1984.0 mesmosenudc'£ £ I S S ! Z i* ése-
Antunes Rocha: “Minha pátria é minha língua. d.sse o poeta-E a c , < l a ^ o q
não o pouso próprio do homem que fala e faz da su®voz o mstromento to enco
hum anor (Cidadania múltipla e múltiplos da cidadania -
no Brasil, no Mercosul e na comunidade de língua ™
texto preparado para apresentação no Congresso Portugal-Bras.I ano zuuu, reau
em Coimbra, em 1999).
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
toutm com o gostaria de ser por ele tratado é que os indivíduos poderão ser
iguais, e receber tratam entos iguais perante quem detém o poder organizado
na forma jurídica.
É o D ireito que interm ediará essas relações isonôm icas, h m itandoaina
agressividade hum ana. D aí a suprem a im portância da lei em nosso sistem a
jurídico, em especial suas conform ações entre Constituição e le g a h ^ d e qu
limitam e conform am o poder político e econôm ico existente na sociedade.
Êo instinto de sobrevivência da raça humana que gera a a /«•
^ esse sentido de sobrevivência que determ inará a um ao de todos em prol
do bem comum.
89 Observa-se ttue essa com preensão freudiana já havia sido objeto depreo-
c u p a ^ T p o r p T r^ d e ^ la tã o m a isd c d o is mil anos antes. Relatando um diálogo
eutte Sócrates e Glauco. P la lío contenta que, se derm os a “ ^ ho™ ^ US“ bos
um injusto o poder de fazer o que bem lhes aprouver,
cederão às suas paixões, sendo q u e ó “apenas a força da lei (que) os obrtga
Regis de Oliveira aponta que, “se os hom ens não tivessem a certeza
serem descobertos os com portam entos seriam diferentes. A invisibilida-
faria com que os honestos praticassem atos injustos e estes piorariam suas
condutas 5,2. E o direito que exerce a função de instrum ento de coação em
busca da isonom ia de tratam ento entre os seres humanos, regulando suas con
dutas. D aí a im portância das normas jurídicas assecuratórias da publicidade
e da transparência.513
Platão. A República. Tradução de Carlos Alberto Nunes. 3. ed. Belénr EDUFPA 1976
p. 85-87 (Livro II, 359-360).
510 Jdem, p. 87 (Livro II, 360-d).
511
Idem, p. 87 (Livro II, 360-d).
Reg,s Fernandes dc- M agação sobre os limites da ação do Estado. São Pau
lo:RT, 2016. p. 2 8 . *
50
Ver item 4.2, capítulo 4.
O SIGNIFICADO JURÍDICO DE REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIL 242
f r a ç ã o de Poderes
^ ! para Com parato é a ética que conduzirá a hum anidade a um a fase supe-
de existência digna. É tica, no sentido adotado pelo autor, é o conjunto dos
" ° L n a s de dever-ser que form am os cam pos distintos da religião, da m oral e
W Comparato, Fábio Konder. Ética - Direito, moral c religião no mundo modcmo. 3. ed.
São Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 18.
w Idem, p. 249.
m Idem, p. 699.
sn Sen, Amartya; Kuksbero, Bemardo. A s p e s s o a s e m p r im e ir o lu g a r -
do desen
volvimento e os problemas do mundo civilizado. Tradução de Bernardo Ajzemberg
Carlos Eduardo Lins da Silva. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. &z.
244
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
1,8 SaoM
aao praau io
^ b. Companhia
o m l l Kh“nídas
r‘ fLetras,
tica " 2011.
S í í ,0>
p. moral c reliÊi3° «o mundo moderno. 3. d
691-692.
o SIGNIFICADO JURlDICO DE REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIL
245
O capital não tem, por isso, a menor consideração pela saúde e durí
da vida do trabalhador, a não ser quando é coagido pela sociedad?
consideração. [...]. De modo geral, porém, isso também não depend*
boa ou má vontade do capitalista individual. A livre concorrência ^
a cada capitalista individualmente, como leis externas inexoráveis
imanentes da produção capitalista523524. ,as®
523 Marx, Karl. O Capital. Tradução de Régis Barbosa e Flávio Kothe. 2. cd. São Pautei
Nova Cultural, 1985. v. I, p. 190-191. |
524 Alexy, Robert. Teoria de los derechosfundameniales. Madri: Centro de Estúdios Políl
Ucos e Consütucionales, 2001. p. 383. ,|
2A
0 SIGNIFICADO JURÍDICO DE REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIL______________
a Germinal, de Émile Zola, é uma obra literária de destaque para se compreender esta
fase do capitalismo industrial, aqui denominada de selvagem.
248 ORÇAMENTO REPUBLICANO E LIBERDADE IGUAL
93. Renato Janine Ribeiro alerta para a distinção entre democracia e repúblm.-
com o atinentes à distinção entre desejo e vontade. “A república funciona pelai
vontade e a democracia, pelo desejo. A dem ocracia expressa o desejo por mais. 1
B em onentado, esse desejo se converte em direito à igualdade, de bens d e i
oportunidades ou perante a lei. Já a república consiste na necessidade ou o b ri-P
gaçao de refrear o próprio desejo, a fim de respeitar um bem com um que nãoé I
o patnm onio de um a sociedade por ações, mas o cerne do convívio social”.
O desejo é algo m ais instintivo, ao passo que a vontade é m elhor identificada!516
na na expressão força de vontade, que expressa exatam ente o quanto se devei
lutar para conter o desejo?7*
incide precisamente aí. Ela é o filtro que separa o desejado do desejável (G iannctti.
Eduardo. Vícios privados, benefícios públicos - A ética na riqueza das nações. S3o
Paulo: Companhia das Letras, 2007. p. 140). Deve-se acrescer que além da opmiao
encontra-se o direito, que não foi objeto de análise do refendo autor.
Ribeiro, Renato Janine. Democracia versus República-- a questão do
sociais. B ignotto, Newton (org.). Pensar a República. Belo Honzonte: Editora UFMG,
2000. p. 19-20.
Idem, p. 22.
Ribeiro, Renato Janine. A República. 2. ed. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 57.
Bresser-Pereira, Luiz Carlos. Construindo o Estado Republicano - Democracia e re
forma da gestão pública. Rio de Janeiro: FGV, 2009. p. 129. Em outra obra, Bresser-
-Pereira afirma: “Em um século em que esta res publica tornou-se muito
sentando entre um terço e a metade de toda a renda das nações, a cobiça de indivíduos
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
95. K arl Doehring tam bém acentua a diferença entre essas duas instituições^
r e p ú b lic a e d e m o c r a c ia , supondo que a identidade presente em vários autores
La do fato de que “o princípio do dom ínio do povo por ele m esm o” é co-
L aam bas535, sendo que tal equiparação é por ele desaconselhada536, pois
M mP^crácipàe term ina “ de-que form a e por m eio de qual processo p povo
J ^ S á n o ã ò m í n i o aobnsaà m esm o” ; e íre p ú b lic a “que a c o isa fú b lic a se
^ í f c f e r e a o p o v o . O estado pertence ao povo que com isso não é só titular de
& S S L com o tam bém assum e com prom issos” 537*,pois, na república, todo
§ Lrfadãoé responsável pelo bem comum . D aí surgem diversos deveres para com
l ^ % t a d o , com o a prestação do serviço m ilitar, a de ser m em bro do tribunal do
f e r i , dentre outros exem plos.
jpM* “Uma ênfase excessiva dos direi tos de liberdade individual, istoé, direitos
P i defesa contra o poder estatal, pode destruir a substância de um a república,
f e r i d a que esse E stado seja constituído de form a ‘dem ocrática’” . Segue
Doehringer m encionando que a transferência do poder a A dolf Hitler se deu
deforma dem ocrática, através da lei de plenos poderes de 1933, por 400 vo
tos dentre 500 parlam entares, porém isso não ocorreu de form a republicana,
- pois, com isso, “o parlam ento, tal com o o povo, dispensava assim seu dever
de responsabilidade” 539
96. Na trajetória hum ana, o sistem a de governo m ais antigo e estável foi o da
monarquia, seguida pelaaristocraciae, porfim, pela democracia, que floresceu
M Grécia entre os séculos VI e IV a.C. desaparecendo por m uitos séculos até
ij ‘ressurgir no final do século X V III, durante os debates sobre a m dependencia
idos Estados U nidos da A m érica540.
Amartya Sen faz breve e interessante análise sobre a influência dem ocrá
tica grega nos países asiáticos, dem onstrando sua aceitação na antiga índia e
Irã. Com enta ironicam ente que deveria ser m ais interessante aos gregos clás
sicos dialogar com seus contem porâneos egípcios, hindus ou iranianos do que
com os godos e visigodos que habitavam partes da Europa de então. Registra
5» DÓehring, Karl. Teoria do Estado. Belo Horizonte: Del Rcy, 2008. p. 237.
5 36
Idem, p. 238-239.
ST Idem, p. 239.
ss Idem, p. 240.
5 39 Idem, p. 241. Ver também: Kriele, Martin. Introdução à teoria do Estado - Os funda
mentos históricos da legitimidade do Estado Constitucional Democrático. Traduç3o de
Urbano Carvelli. Porto Alegre: Fabris, 2009. p. 436 e ss.
Sen, Amartya; Kuksberg. Bernardo. As pessoas ^
volvimento e os problemas do mundo civilizado. Tradução de Bcrnarfo Ajzembcrg
Carlos Eduardo Lins da Silva. S3o Paulo: Companhia das Leiras, 2010. p. 52-63.
cr
43Z
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
S lS S llS
ed. São Paúlo: Companíia d Í L ^ r a s ^ o n T ™ ^ E m '30 "rt T " d° modcrno-i
Kriele, para quem “dentro rfn Pcnsi r>' " P' senl,do diverso ver Marti
Vpbsição
posição de m ando àa eleição
eieiçau popular’
FuFuma .
É total a crença d e C om parato n a sabedoria do povo ®a
Disse ele-
» KATto! ARepública. Tradução de Carlos Alberto Nunes. 3. ed. Belém: EDUFPA, 1976.
•- c I £ Í ™ É t o -D t ó . o , "» — * 3' *
São Paulo: Companhia das Letras, 2011. p.
.,545 Idem, p. 660.
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
** 2 )MpARATO- Fábio Konder. Prefácio. In: Müller, Friedrich. Quem é o povo? São Paulo;
Max Limonad, 1998. p. 27. ^ 1
Comparato Fábio Konder. Ética - Direito, moral e religião no mundo moderno. 3. S
Sao Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 637. -j
A.eXf r“ sa° P?deria scr melhor compreendida se fosse denominada de “institutos”, e]
nao de instituições”, mas foi esse último vocábulo o utilizado pelo autor (p. 623). i
\ Jv çâ0 da igualdade social; (4) apublicidade integral dos atos oficiais549.
^^^■ g p ú b lica que se encontra o objetivo a ser perseguido pela sociedade.
a soberania do povo,-essência da democracia, deve perseguir objetivos re-
|:*-,._1nos, sem os quais se to m a m ero assem bleísm o qualificado. A soberania
\ lor deve ser um desiderato e tam bém um limite a seu exercício, qual seja,
í ^ c a n e l a concretização dos direitos fundam entais, com isonom ia (abolição
■ P r iv ilé g io s e prom oção d a igualdade social são aspectos da isonom ia) e
I f j l d e (a publicidade integral é um dos aspectos dos direitos de liberdade),
I napreservação do caráter com unitário dos bens e serviços públicos.
í - ; Constata-se o caráter procedim ental da democracia e o substancial da
; g ó tic a - dois conceitos inafastáveis para a existência de um Estado con
temporâneo. .
:v; Embora siga outros canúnhos, Pontes de M iranda assevera que dem o-
- rfiiciaé form a”530, caracterizada com o a existência de regras que assegurem
aooovo o direito de atuar na form ação da vontade estatal551. João M aurício
„ ^jeotado, em texto de ocasião, adota o m esm o sentido procedim ental para a
democracia552.
■ 99. O conceito adotado por C om parato para república não é idêntico ao que
seutiliza nesta obra, em bora tenha pontos de contato.
Comparato entende ser impossível a existência de uma república em uma
■ sociedade capitalista, o que desde logo aponta para um a substancial distinção
: õómoconceitoutilizado neste trabalho.Adota-seaposiçãodeque,mesmoem
v sistemas capitalistas, é possível se fundar um a sociedade que tenha por base
princípios e valores republicanos. É possível ser buscado o bem com um em
mnasociedade capitalista, dentro dos lim ites estabelecidos pelo ordenam ento
„ « » > sentido. O g ran d e debate existente, m as que foge ao âm bito
I
\
í
fl
s s . r s í s a 5 - i — c s r s i s
353
Ver item 3.2, capítulo 3.
554
T ^ ^ m p m r o q rK rm .le r ^
balho de propaganda axiológtca faz se, pn a televisão, o cinema ou a inter-
vcfculos de comunicação coletiva: a ,mP/® ’ sistema global (multimídia). Por isso,
net, todos eles, hoje. ligados ‘ecnicam n™mente ^ „ a c i o n a i , são controladas,
essas redes de comunicação, de am onin0c emoresariais que formam a clas-
na sociedade capitalista contemporânea, Pe*®* organizações
ORÇAMENTO REPUBLICANO 6 UBERDADE IGUAL
558
339
Essa equiparação da dilapidação democrática nos dois países é feita uor Pmn™,
560
mÍ T raduçâod. Ai l ct el b»
. fcaTrotta, 2016. p. 49. Trata-se de obra escrita em 1944 no calor dnc « w
cimentos. publicada postumamente. no calor dos acon
561
Berum, Isaiah. Estudos sobre a humanidade: uma antologia de ensaios Tradução
Rosaura Eichembeig. São Paulo: Companhia das Letras. 2002. P 265 ^
o SIGNIFICADO JURlDlCO DE REPÚBUCA NA ATUALIDADE E NO BRASIL 259
“já está evidente que eles defendem seus privilégios, os cargos que po*
(por herança ou com pra), a posição de interlocutores destacados do re|
representantes não eleitos da sociedade. À m edida que aum enta a liben
de expressão e a organização, a sociedade passa a falar por si, a organiza*!
e não quer m ais a casta de juízes com o seu porta-voz e tutor. Para que sac
a tutela do rei e cair na do judiciário? A república, com o coisa pública, só t
adequadam ente resultar de eleições. E la necessita de dem ocracia”.564
102. Será republicano o Estado que for juridicam ente estruturado de modo a |
perm itir que o governo aja em prol do bem com um , aplicando à coisa pública,j
uma função social, em busca da efetivação dos direitos fundamentais, com í
respeito à lei.
564 R ibeiro, Renato Janine. A República. 2. ed. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 65-66. No Jj
mesmo entido, Brasscr-Pereira, Cidadania c res publica: A emergência dos direitos
republicanos, Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Departamento ,
de Filosofia, Revista de Filosofia Política - Nova Série, v. 1.1997, p. 139.
261
^O^Humberto Ávila d i s ü n g u e p r i n ^ p i o s ^ f i ^ J ^ ^ ^ ^ ^ ^ p ^ p ^ Q s ^
s S ~ Z 2 £ S 2 ^ ' * * - - ~ ~
• r z i s r ° Tot oí 5° T ! 1
conteúdo
se d e o ncom
constituem lo tóo gnormas
íc o te njurídicas573. axiológico e rã11
q u a n to ^ ra /o rc í° ê m tcomeddoMi(^ógiTOSS,I 730'
de « m m v J S S c T ™ p e i d e s peta p ie d a d e , e o o » c é i
Eros Roberto Grau mencionava a e r°!a ™U’ n° ^ na dos anos ^o século passado!
pécie normativa denominada de "°S ordenamen'os jurfdicos, de umaes;
uma norma de conduta nem c o m o ™ ! IT ™ ’ !|UC " 30 S®carac,erizava nem como
se confundem tais norma« /,« ^ a . .rmf de organização. Disse Grau: “N&
normas de conduta c normas d T T * ^* f? m as an,erioi™ente considerada^
263
n SIGNIFICADO JURÍDICO DE REPÚBUCA NA ATUALIDADE E NO BRASIL
;|
íiSódica (postulado)”576.
in teressan te en co n tra-se a isonom ia, na a n álise do referido
tem p 0r , J
P o d e -* m elhor configurar o a L S £ t £ £ £ £ “ ■'™ fa ce < h < t 3
104 Helí»nrtT« . aaa esp écie norm ativa. 1
t x r r asir em proi
Princ< P i o ^ S ò M ^ S o ^ ^ q ,X i^ 6? ^ ° Í K l>rincíP>‘
de acordo com seus preceitos vin/». i a namentoJundico seja interpret
m Pa“lo: «T. 2011. p” “ " ' ° " " " C° " " ““ri0” ' "itniíric , „sunnça juriám
iggistra-se que tal entendim ento está alinhado com o que Heleno T ones
a sobre a república ser um princípio, quando assevera que a legalidade é
exigência do princípio republjçano e fundam ento do agir admínistratí-
í Também Ávila afirm ou: “É o princípio republicano que estrutura o bem
líjiico, a ser constatado no direito positivo.”582
§ J ^ 0 princípio republicano é a estrutura jurídica criada pela sociedade de
téljibào a perm itir que o governo aja em prol do bem comum, aplicando à coisa
Í0M blica umafunção social, em busca da efetivação dos direitosfundamentais,
respeito à lei.
J;S T . Observe-se que o conceito supra d á dois diferentes âm bitos ao princípio,
^•p p rim eiro , que diz respeito à estrutura ju ríd ic a criada pela sociedade, através
f; ijjasuaprincipal criatura jurídica, o Estado ; e o segundo, que diz respeito à sua
.dinâm ica, ao seu funcionam ento, que incum be ao governo, conform e exposto
íf^férR egis de O liveira583.
h Observe-se que um governo q u e aja d e m odo a respeitar o princípio
% Jçpublicano, terá necessariam ente que trabalhar em prol do instinto de sobre-
r iivência da espécie humana, no sentido de que nos fala Freud584, pois deverá
implementar o bem comum e não apenas os interesses individuais, a despeito
de ser obrigado a respeitar os direitosfundam entais, inclusive os individuais.
\ Esses limites, segundo Regis de Oliveira, “devem ser encontrados nos governos,
. e não nos Estados. Estes constituem declarações de direitos, form a estruturada
. de exercício do poder. O poder é delim itado exatam ente pelos direitos que o
r,d istad o garante respeitar.”585
Ocorre que é im possível haver um governo republicano sem que haja
estruturas jurídicas estabelecidas no Estado d e tal m odo a perm itir seu funcio
namento dessa form a. Por outro lado, pode existir uma estrutura republicana
estabelecida no aparato jurídico, e o governo não agir de acordo com o princí- *
5,1 Torres, Heleno Taveira. Direito constitucional financeiro - Teoria da Constituição fi
nanceira. São Paulo: RT, 2014. p. 98.
® Ávila, Humberto. Repensando o “princípio da supremacia do interesse público sobre o
particular”. In: S armento, Daniel (org.). Interesses públicos versus interesses privados:
desconstruindo o Princípio da Supremacia do Interesse Público. Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2005. p. 201.
50 O liveira, Regis Fernandes dé. Indagação sobre os limites da ação do Estado. São Pau-
; lo: RT, 2016. p. 251.
** Freud, Sigmund. O mal-estar na civilização. Tradução de Paulo César de Souza. São
Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 19.
Oliveira, Regis Fernandes de. Indagação sobre os limites da ação do Estado, São Pau
lo: RT. 2016. p. 252.
266
orçamentorepublicano euberdade igual
- 2 ^ a s r » S 3 3 E 2 5 l S ' l
p r in tí i r deé ^ í m b é m O r e / l ° , f c ^ a n d l
{ jc s ia a u uiaaiiwiiv,
I; Todavia, quais sã o o s f u n d a m e n to s v e r d a t o m ^ r n e ^ P « ^ ' de diversas
:V-
ir- tantes do aart.
uuiurd uv iu 1B r ictu ocuh, que
. ?í Constata-se,
m ---- . existem ele
£ naturezas jurídicas na com posição desse a igo.
268
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
. g s t s s s s ;
í .
C onstituições de 196759S, de 1946596, de 1934597e 1891598.
as constituições republicanas, de declarar a república como
ceçaodentr c o n stitu ic ã o d e 1937, que já nasceu e vigorou sob
I ^ d e e ^ t ^ n d a ” consignado nela própria5* , o que dava ao Presidente
- f S í b l i c a enorm es poderes ditatoriais*
ltr0 aspecto do caput 6 claram ente federativo, quando d ^ e m ú n a q u e a
f J S Í g ! S d e r a ü v a do B rasil” será “form ada pela união indissolúvel dos
i ns e M unicípios e do D istrito Federal .
$ M r xt oaSSO pão se trata d e questões relativas à república, mas dcfe-
E l " pétrea constitucional etn 1988. E stabelece as um dades
K o . 0 « . de
Tram a, narahm w eim gear nossa h istò ria co n stitu cio n ai, registra-se a a ltctm d ira ^ o tn d n
da ^ humana" '« -
-s,° * » - * J
“ “ F dem^ l
pretendidos a partir de cada um P ’ m fa c e da am PÜtude dos e f e l
a- »(03
" 7 I „ rn rm a não b asta o voto e seus direitos correlatos, com o o de par-
::
^ ^ r /u n d a m m U ld e p a r tíc ip a ç ta p o m ic a n a ^ d fd a s ^ Z ^
s S 5 ; c “ s - s é :
P o d e r e s ^ - S t m , i cargos que ocupavam am erioim eM e. em qualquer c
foi um a transição dem ocrática p o r consenso609.
” • * * “ *» ver SC « Fbn.
ceiros e tributórios. S3o Paulo: K T^lQ lT p. 21%%° ~ Aspcc,os cons,itucionais- f,IM
> altura da análise, pode-se afirm ar que ter direitos em face da so-
^U isuficiente para caracterizar o exercício da cid ad atu até necessário
l ^ t i c u t n p r i m e n t o d e deveres n a .p a ra e p era n te a so c e d a d e para qiie o
‘^ u iá e io da cidadania seja com pleto.
, t '; £ " „Sn quer dizer que o indivíduo que n5o participa dos tnbunats d o ju ri
^ ^ Í T ^ v o c a d o , ou que não paga seus tributos em dia, deuce de ser cidadao-
v ^ - p n m e n t o desses deveres gera sanções, a im posição de responsabih-
S S Ê mas nd° acarreta a perda da cidadania610.
HW- n ão se pode esquecer que o preenchim ento da noção de cida-
variações ao longo d o tem po, no<**ua*m “ s ou m enos direitos
> S Vetes são atribuídos aos indivíduos .
y $ £ Prtrtant0 cid ad an ia é ter direitos fundam entais assegurados e poder
* ^ I t V e m todas suas dimensões, como também cumprir os àneresfirn-
% £ * que a sociedade impõe. E ste é o sentido republicano do m ciso
dÕàrt. 1« da C onstituição.
■ 3 S ^ S S s s s s s = s = = t
~ » ^ s s a s s r - ^ - M ,
quer « - ^
s s S r r ^ i a ^ - . ^
^ T z ^ S ^ ^ | ^ ^ n « h d „ |)o rR ^ í< |e 0 |í
614
6lj
616
iKucionaJ do cidadão /fevma r P daclania e Constituição; as cores da
6!7
lo:RT,20l«.p. „ , •— * , « , '^ 2
iaem.p. li.
O SIGNIFICADO JURÍDICO DE REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIL 275
’ií*' AwstOteles. A Política, São Paulo: Edlpro, 2009. p. 16 (I, §9). Alguns trechos csclare-
çem melhor as ideias de Aristóteles, analisadas em capítulo específico: “Assim, natu-
íralm cntc, a sociedade constituída para prover as necessidades quotidianas é a família,
formada daqueles que Carondas chama de homos pyrens (tirando o pão da mesma arca),
' e que Epimenides, de Creta, denomina homocapiens (comendo na mesma manjedou-
' ra)." (I, §6) “A primeira sociedade formada por muitas famílias tendo em vista a utili
dade comum, mas não quotidiana, é o pequeno povoado: esta parece ser naturalmente
uma espécie de colônia da família. Chamam alguns de homogalactiens (alimentados
com o mesmo leite) aos filhos da primeira família, c aos filhos desses filhos.” (I, §7).
“A sociedade constituída por diversos pequenos povoados forma uma cidade completa.
Nascida principalmentc da necessidade de viver, ela subsiste para uma vida feliz.”
(I, §8). É evidente, pois, que a cidade faz parte das coisas da natureza, que o homem é
naturalmente um animal político, destinado a viver em sociedade, e que, aquele que, por
instinto, e não por qualquer circunstância o inibe, deixa de fazer parte de uma cidade, é
um ser vil ou superior ao homem.” (I, §9). “Na ordem da natureza, o Estado se coloca
antes da família e antes de cada indivíduo, pois que o todo deve, forçosamente, ser co
locado antes da parte. Erguei o todo: dele não ficará mais nem pé nem mão, a não ser no
nome, como se poderá dizer, por exemplo, uma mão se parada do corpo não mais será
mão além do nome. Todas as coisas se definem pelas suas funções; e desde o momento
em que elas percam os seus característicos, já não se poderá dizer que sejam as mesmas;
apenas ficam compreendidas sob a mesma denominação. Evidentemente o Estado está
na ordem da natureza c antes do indivíduo; porque, se cada indivíduo isolado não se
basta a si mesmo, assim também se dará com as panes em relação ao todo. Ora, aquele
que não pode viver em sociedade, ou que nada precisa por bastar-se a si próprio, não faz
pane do Estado; é um bruto ou é um deus. A natureza compele assim todos os homens
a se associarem. Àquele que primeiro estabeleceu isso se deve maior bem; porque se o
homem, tendo atingido a sua perfeição, é o mais excelente de todos os animais, também
é o pior quando vive isolado, sem leis e sem justiça. Terrível calamidade é a injustiça
que tem armas na mão. As armas que a natureza dá ao homem são a prudência e a vir
tude. Sem vinude ele é o mais ímpio e o mais feroz.de todos os seres vivos; mais não
sabe, por sua vergonha, o que amar e comer. A justiça é a base da sociedade. Chama-se
julgamento a aplicação do que é justo.” (I, §11).
4/0
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
entende-se hw w |
ideia de nm adim ensaoapenas in ír id u a l c J ^ r t ^ h“ r a a n a .'.P0,selaafa!á
possibilitando see m a i o f a l T c r ^ . a " ^ f aJ peSSOa ' n o “," dirtd»'
v id u a le c o l« im m . „ a ° a ; " Ce' 1°?.* d 'g " ldalle deve ser considerada “
S S S È ^ S S S S
recursos públicos, escassos por definição«“ ’ PeC,a qUand° envolv«
113. Com o se define dignidade hum ana?
«19
no Brasil buscando r e S o ? " trata ^ m o sln d f 7 ^ aç?®s j udiciais 9ue «ram'«®
cias de políticas públicas de saúde Ver nesse senddo-M^ amParados nas car&
620
62!
Ver item 2.2.4. capítulo 2.
277
o SIGNIFICADO JURÍDICO DH REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIl_
^ jsonôm ica na form ulação e na aplicação das norm as, o que levará à
624
A ristóteles. A Política. São Paulo: Edipro, 2009. p. 16 <1, §11).
279
o SIGNIFICADO JURlDICO DE REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIL
- tMgeàs a ç i s governam entais, isso deve ocorrer não apenas na aphcaçao das
normas, mas larnocm
aas, mas tam bém uo/u»nafortnulação das norm as.
-----------
■ Observe-se que esut norm a dialoga diretam ente com a do m ^ o I V .q u e
'»Veicula
-Veicula um a norm a de não n io discrim inação ao afastar
««»u u todas as difere ç A
S m r « a « x. o. . cor,
__ «idade
niifvicmic.r outras form
e quaisquer as form
outras de discnm m açao.m
as de discnm Aaçao.A
b u L de prom oção do "bem d e todos “» 4 deve ocorrer com respeito o s d./e-
627
O que 6 analisado no capítulo 3.
628
Wr. i s a s s s s
■ftiinwreve-se um trecho do poema de modo a melhor ser
« d » e pedinte nüo d ser vadio « pedime: IÉ estar “ h d » d ^ . J « « U b
de a u a ç | o ^ M o C es f m S írfarfetóm ^ r e s r o Po a l^ a r o s Í
inclusiva, para que as pessoas nSe ' aum entando as m argens de -
norao disse Fernand<>PPe*<»*, n u ? “ “ 1" " eslar “a ° lado da
“ V«,V„s' 2,2.4 e 2^ “; j ^
0 SIGNIFICADO JURlDICO DE REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIL 28
63 6
c fó s a n e a m é h tó b á ^ ^
cadados nessa cidade. Isso vale para todas as riiétas públicas estabef a'* *1
„g cessán o que haja a imposição;de ^ j u s t í ^ è ^ b u t i v a ' f m a i ^ ^
S!Jam aIcanÇadâs,na medida da ampliação das l i T ^
iguais. E m parsesd eàcen íu aítsíítí»e{rtiít«i^«j~__i' • lber>
ticas;
e q u e is s o in T p ^ ^ ^ ^ ^ 640
M2 Boleiimde CiênciasEconôÂ
C o im b ra Ed’., 2014, p. 1 c V c t m e n f e T í n S t ^ '^
NO BRASIL 287
o SIGNIFCADO JU RÍDCO DE REPÚBUCA NA ATUALIDADE E N(
-a . 1 . j __LUfUi/vcfiitiHQmpntíilS
2000. p. 18.
40 U tiliza d o no item 3 .7 , cap ítu lo 3.
288
o r ç a m e n t o r e p u b lic a n o e l ib e r d a d e ig u a l
O ser humano deve estar no foco das atenções das ações governam» i
em especial visando a redução das desigualdades sociais, a fim de o.,»Dl
pulaçao brasileira s e to m e m ais igual para poder exercer as liberdade J
Constituição lhe assegura. C om o afirma Gõran Therbonr: “A desiguala
um a violaçao da dignidade humana, uma negação da possibilidade de a
volvim ento das capacidades humanas.”644 de de
^ 8>'éd ,'síò lp^rt|° N unes j 0nior, Vidal Scnano. Curso de direito constitt
nal. 18. ed. São Paulo: Ed. Verbatim. 2014. p. 144-145.
O SIGNIFICADO JURlDICO DE REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIL
289
s s ã S S E S S S E F S
que devem ser lidos englobadamente eom os
a compreensão d» alcance da isonomia, mesmo nas relações privadas Pf
S S S S S l S S i
"“ J *5nar aponta para o fato de que o critério populacional é necessário, porém
frcUf J Pntenara a^rodução de resultados isonômicos, pois pode ocorrer que
‘míreeião seja mais populosa, e também mais rica - o que afasui o real alcance
^ dida uelo princípio repubUcano. Dirigir mais recursos para
(jaisonomí P ^ ém t^ b é m mais ricas, por si só, não gera efeitos
í S X Õ s síntese do efdto isonômico pretendido e da justiça distributiva
f e s t ã o dos recursos públicos, o que é essencial na implementação de uma
república. São necessários outros mecanismos financeiros para essa análise.
127 A universalidade do alcance âa.seguridade social é preceito
^ando assegurar os direitos de todos relativamente à saúde, à previdência e à
visando assegurai m v la 0 ideai isonôm ico pretendido,
F - - P o p u l a r u^ana e ru o .
AawisténdíTsocial, em especial, deve ser concedida a quem dela necessitar,
independente pagamento ao sistema contnbutivo (art. 203).
128.As p e sso a s p o r ta d o ra s d e deficiên cias, tonbdm são ob^ “ de " “ ™ “
m.e huscam incluí-las na sociedade, através de programas de prevenção e
que buscam inciui ia s» Luiz Alberto David Araújo apon-
atendimento especializado (art. 227,11). luizaidcuu „ J ,
ta que a definição de pessoa com deficiência nao ecorr _
membro nem a visão ou audição reduzidas. O que de
deficiência é a dificuldade de se relacionar, de se integrar n é
esto incluído socialmenle. O grao de dificuldade p a ra »
que definirá quem é ou não pessoa com deficiência. O
- « <*
S ^ s s g p s s
para que sua plena validade M o m °’ S? S.tamb<ím " e c e s J L u ^ c r e ^ d o
s z z z s z t t z r
654
í i s F ? t Z £ T ? Consukor Juríd™ * i
br/2016-ja n T 2 / S Wv T disponívcf< ^ gamnl
O SIGNIFICADO JURÍDICO DE REPÚBLICA NA ATUALIDADE E NO BRASIL 293
lente é um bem de uso comum do povo (art. 22S), o que assegura isonomia
àtamento a esses b e n s com uns.
JoÍGmsuma, as normas constitucionais buscam que as pessoas tenham trata-
llBto desigual em função de suas diferenças, visando tomá-las mais iguais e
tlÊ o distingui-las. As desigualdades devem ser combatidas, mas as diferenças
f i n q u e ser respeitadas, sejam elas decorrentes de opção sexual, cor, origem
^%çial ou geográfica, dentre várias outras.
"tíT Um aspecto relevante para o principio republicano é o tratamento iso-
v^jgico que devem ter as pessoas, mesmo que exercentes de cargos públicos.
Hão é o cargo público, qualquer que seja, que vai distinguir essa pessoa das
■demais - para melhor ou para pior. Tratamentos diferenciados em razão do
cargo não são isonômicos.
Embora se constitua em uma situação isolada, que foge à regra padrão
^Comportamental do conjunto de servidores públicos, é emblemático o caso do
^magistrado que queria obrigar o porteiro de seu prédio a chamá-lo de doutor.
Notícias653*655dão conta que “Antonio Maneiros da Silva Melo Neto, juiz titular
da 6aVara Cível de São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, pediu ajuda
=a um funcionário do prédio para conter um vazamento em seu apartamento.
Por não ter permissão da síndica, o empregado negou o socorro. Os dois dis
cutiram e, segundo o juiz, o homem passou a chamá-lo de ‘cara’e ‘você’, com
ointuito de desrespeitá-lo. Maneiros pediu para ser tratado como ‘senhor’ou
‘doutor’. ‘Fala sério’ foi a resposta que obteve. Maneiros, então, entrou com
uma ação na Justiça e, em setembro do mesmo ano, obteve liminar favorável do
desembargador Gilberto Dutra Moreira, da 9aCâmara Cível doTJ-RJ. Moreira
criticou o juízo de primeiro grau, que não proveu a antecipação de tutela ao
colega de profissão, classificando a recusa de ‘teratológica’. ‘Tratando-se de
magistrado, cuja preservação da dignidade e do decoro da função que exerce,
e antes de ser direito do agravante, mas um dever e, verificando-se dos autos
que o mesmo vem sofrendo, não somente um enorme desrespeito por parte de
empregados subalternos do condomínio onde reside, mas também verdadei
ros desacatos, mostra-se, data vénia, teratológica a decisão do juízo a qu o ao
653 Reportagem de Bruno Lee para a revista eletrônica Consultor Jurídico em 19/04/2014,
intitulada STF decidirá se juiz deve ser chamado de “doutor”, disponível em: <http://
www.conjur.com.br/2014-abr-19/stf-julgara-acao-juiz-chamado-doutor>. O caso tam
bém foi noticiado pelo site G1 em 22/04/2014, em reportagem de Mariana Oliveira,
disponível em: <hltp://g 1.globo.com/polilica/noticia/2014/04/ministro-do-sif-nega-
-pedido-de-juiz-que-quer-ser-chamado-de-doutor.html>, o último acesso a ambos os
sites ocorreu em 7 de janeiro de 2017.
■ZV4 ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
Art. 336.0 princípio da igualdade deve ser aplicado pelo Poder PúblicoJ
levando em conta a necessidade de tratar, desigualmente, os desiguais,!
na medida em que foram ou sejam injustamente desigualados, visando ú
compensar pessoas vítimas de discriminação. .|
Parágrafo único. Dentre outras medidas compensatórias, tomadas parai
superar desigualdades de fato, incluem-se as que estabelecem preferências1
a pessoas discriminadas a fim de lhes garantir participação igualitária no'
mercado de trabalho, na educação, na saúde e nos demais direitos sociais."
657
Sobre aspectos d e sse “jogo político na enc0nirado em: Scafp, Fernando
656
G. GiappichelU, 2005. P- 87 1
296
P e R e , ^ I Cit° 1 r ind° e “ 0
fLV. LVI,
^ LVíI
S L v frí , v r, ,y ?'aSamP,aSEWntia
s dordevido
? nt ?í * dl
' C,"lre
140. Daí ser correta a afirmação de Geraldo Ataliba, para quem há uma «fn, l
dàm 1SiS° a f •eIaÇã0 entre legalidade e isonomia. Esta se assegura por J
daquela. A lei é instrumento da isonomia.”671E segue o autor- ‘vtf
a legalidade se não fosse marcada pela igualdade.”672E acresce-se- é n a t/
st r rdo pnncipio
síntese mo isonôm,“ por pm e da «<■ “= - aica
republicano. e ,ga
S umário:
3.1. O orçamento enquanto lei e as leis do orçamento
3.2. Quem é o legislador orçamentário e o direito financeiro eleitoral
3.3. Justiça distributivae orçamento republicano, ascapacidades financeiras:
contributiva e receptiva
3.3.1. Justiça distributiva e orçamento
3.3.2. As capacidades financeiras: contributiva e receptiva
3.3.3. Em que consiste um orçamento republicano
3.4. A liberdade do legislador orçamentário e seus limites implícitos
3.4.1. Reserva do possível e escolhas públicas (trágicas)
3.4.2. A progressividade dos direitos e a proibição de retrocesso
3.4.3. O mínimoexistencial.adignidade da pessoahumana socialmente
considerada e a sustentabilidade orçamentária
3.5. A liberdade do legislador orçamentário e seus limites explícitos
3.5.1. Os fatores reais de poder e as cláusulas pétreas orçamentárias
3.5.1.1. Breve nota sobre a origem constituinte dessas cláusu
las pétreas orçamentárias
3.5.2. As dotações para pessoal e seus encargos
3.5.3. A blindagem do serviço da dívida financeira
3.5.4. As imunidades tributárias
3.5.5. Vinculaçõesdereceitascomogarantiadosdireitosfundamentais
eaD R U
3.5.6. O sistema de precatórios
3.6. A forçanormalivadaConslituiçãoeolegisladororçamcntáriobrasileiro
em busca da liberdade igual
3.6.1. De quem se arrecada no Brasil
3.6.2. A difícil mensuração das renúncias fiscais
3.6.3. Com quem é gasto o dinheiro público no Brasil
3.6.4 A alternativa da dívida pública
3.7. Em síntese: A Constituição Financeira brasileira possui bloqueios que
não permitem a elaboração e execução de um orçamento que seja mais
republicano.
306
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
| S Í ^ S k S h 3 ís S
s s s s s i
doutnna do duplo eonceito de lei era filha de sua época”’. Ferreiro Lapaí*3
J o s é Jn a n . C n rx o d e d i r e i » . « * * * “ *•M a d r i í :
D ire ito d a U n i v e r s i d a d e d e S ã o P a u l o , 2 0 1 4 . p . 1 1 6 .
S 3 K « i S S £ £ £ ã
P a r ú ,2 0 0 6 . .„ .„ m i A l b e r to D a v i d . O c o n tr o l e c o n c e n tr a d o d e n o r m a s
J a n e ir o : L u m e n J u r i s , 2 0 1 6 . . „ n t r o i_
' F u x , L u iz . Orçamento público n a jnrisprodöncia do S 1 ^ : ^ p o s s i b d r à a * ^ e « , n l r o l e j u ^
dicial, a autonom ia c o n s t i t u c . o n a l o r ç a m e n i ^ a e a p r o ^ c m á ^ ^ ^ r ç ^ ( c o 0 r d s .) .
^ b llc a eSCUmPriment0enSe^areSp0nSabÍ1ÍdadedoPresidemedaí
6) Tem conteúdo específico, que é repetido ao longo dos anos.
furai t dCS!Sh0 dessas características, trata-se de uma “lei imperativa
tural e periódica, que prevê receitas e fixa despesas, servindo
de decisão do Estado para o atendimento das necessidades públicT^S
arremata, de forma enfática: PUNicas”.-!
q eimportaeárelevantesaberéqueoorçamentosedestinaaestahpí
^ e.r’ Êu,ar*Pro teger, am parar e garantir os direitosfu n d a m e n ta i
sentido, n ão é um a lei anódina, fraca, débil ou puram ente fo rm a /
1«
estrutural e viabilizadora d e todos os denom inados direitos fundametiui
f i s s S K S r c “ " c ia s * ,o d a * - ^ o v S r :
23
n ^ r i Z f r hmet0d0lÓfiÍC0 P3ra ^ " " a r q u e o uso da palavra p m e /p io p a n ití
r r z US0 COmqUT da w análise técnicíjurídica dÜ
mesma, pois prescindível nesse passo da exposição. :
I n „rincípio d a a n u a lid a d e tribu tária foi criado pelo art 141, §34, da
^ m i c ã o de 1946, segundo o qual nenhum tributo s e n a cobrado em cada
W ^ s e m p r é v ia a u to riza çã o orçam en tária *. Esse mesmo p m t o f t »
^ d o n o art. 150, §29, da Constituição de 1967, a despeito de aEC 7/64 ter
^ ndido sua vigência especificamente para o ano de 1964.
í ^ n „rincípio d a a n u a lidade tributária foi transformado em an terioridade
° f l Co m a vasta reforma efetuada pela EC 1/69, que muitos autores
lid e r a m uma Constituição outorgada em 1969. Pelo art. 153, §29 , foi
^ a» a necessidade de prévia inclusão orçamentária para validar a arre-
^acão e admitido que a exigência ou a m ajoração de tributo obedecesse
** jL ^anterioridade, isto é, o p révio exercício financeiro27. Com isso, passou
^ suficiente respeitar a singela “virada do exercício financeiro , entre os
* * 3i de dezembro e Ia de janeiro de cada ano, para que fossem cnadas ou
Majoradas incidências tributárias, sem ser necessário que tal receita constasse
do orçamento anual.
A Constituição de 1988 manteve a lógica da anterioridade tribu tária no
150 III “b”,“ com várias nuances, tais como an terioridade m itigada p a ra
m ntribuicões2». E, pela EC 42/2003, foi ampliada a anterioridade para 90
ias antes dípublicação da lei, respeitado o exercício financeiro30. Tudo isso
foi referendado pelo STF.31
a A l t 150, D l, " b ” .
'* A rt 149, caput, c / c o a r t . 1 9 5 , § 6 ° .
• “ A r t 1 5 0 ,1 1 1 . “ c ” .
V ide Súm u la 66 9 e Sú m u la V in cu lan le 50.
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
5. O mesmo se pode afirmar no que se refere aos gastos, pois existe .,-JÍ
-numero de gastos obrigatórios que se configuram como despesas co ^ M
^ gOVem0^ UetêmporbaseamanutenÇã° e o d L n v o S Í
(*0 -S*g°vernamentais. Essas decorrem diretamente da lei e obri J l
alizaçao de seu pagamento de forma direta, mesmo que não haia a anrotói
orçamentária. Ve-se isso de forma bastante clara nos g a sto s o b ríg a tá rijM
se referem a pessoal e encargos, dentre outros itens. 8
o,'„r.A^ ‘o ' p0? e ‘s,? con cl“ 'r l 1* a lei orçamentária é um a lei com o qualooí
Í T Todavia'.a im ponância e a relevância que éttafol
de,erm i„rqí s l j S p ^ T * d°
„ va ToÍ Afonsoda.
• J°se m Z ^ Z T ; cd' São Paulo:
Orçamento-programa RT’2014-p-615
no Brasil. São Paulo:cRT,
«*•e também
1973. em
p. 297 t ;ia'
imitara da data d a, leis orçamentárias de 1992«
f l S s S . l M ,áde IPPâ (Lei 8.694, de 12 de agosto de 19»3)ead.l9!
L t m r d ^ p S S : ^ ^
O ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBERDADE IGUAL 313
f e — í— s r s s s s s s r :
R e g is tr a - s e u m a i m p r e c i s ã o d e J o s é S e r r a , q u e i n d i c a l e r o P P A “ v i g ê n c ia d c 5 a n e s - l
(Orçamento no Bnxsü. 2 . e d . S ã o P a u l o : A t u a l, 1 9 9 4 . p . 3 ) . 8 ^
3 15
O ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBERDADE IGUAL
' “ ■k i ™ I— « « —
Paulo: RT. 1978. ^ PlaneJam e"‘° econôm ico c regra ju rídica. São
317
o ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA OA UBERDADE IGUAL
despesas
^ n o B r a s , l s e . m m a e m l a t é 3 ide agosto de cada
sessão^egislaliva, em 22 de dexembro
41
14. N orm a relevante, para fins federativos, é a que determ ina aue esse,
S dl Plr jam e n t0 orçam en tário - terá entre suas funções a de redu
esigualdíides m ter-regionais, segundo critério populacional (art 165 §
£ V v m °uqUe,ta' Preceit0 está conectado os objetivos fundamen.
da republica brasileira, dentre eles o previsto no art 3° III mas aue frwe
escopo deste trabalho45. ’ ’ mas que fo8e
45
Para essa análise federativa ver: Bercovici, Gilberto. Desigualdades reeionais Este
e Consutuiçao.Sao Paulo: Max Limonad, 2003; cArretchb, Marta Quem taxáeqt*
C u S b a n.
v-uniioa. na?24.
4 p.oa 669-85, jun. ^2005,
? 8 ? ,ÍVa 7 dentre
^ ° vários
brasi,eira- Revis,a de Sociologia e Pollti
outros.
o ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBERDADE IGUAL
321
„ m nUe tais norm as eram consideradas apenas leis form ais ficou no
%n e deve se r analisada apenas com o um a construção teó n c a datada, uü
d período das monarquias constitucionais, am parada na teoria de Paul
* *a lei orçam entária46.
Jurisdição constitucional e decisão jurídica. 4. ed. Sao Paulo. RT, 2014. capuu
dentre outras obras desse autor. . . p r t 2014
Ver ALME.DA Neto, Manoel Carlos de. Direito eleitoral regulador. Sao Paulo. RT,
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
zssxsssssszsssí
SSS2S2
d o P o d e rJu d ic id rio b ra s iV tíre 7 „ fe to ó „ e ‘^ ' ld a sc a d e ira s">tòalli
s r ^ - 3 s = S
£ uSa°ivo"eCóui.0 l a'rEal'dÕdeq“e,odas“ leis s3«bradas peloPiJ
~ i' a * « s i = 7 s a a
49
Ver item 3.5, Capítulo 3.
50
2 S Ä S Ä X - Teoria da Consd.oi,»
53
Ver item 2.1.1, capítulo 1.
54
Acórdão da ADI 4650, p. 170-17 1.
323
O ORÇAMENTO REPUBLICANO £ A BUSCA DA LIBERDADE IGUAl
Competência do
.... 1 ^ = ^ ^
^ ^ i ^ ^ ^ ^ ^ ^ y J i ^ ^ J ^ j ^ i ^ a a p ^ í n i i t í r o n í ^ s a m p l o acesso de todOT
- — or ?■R r ^ x :
* L V
u c a s O , Pablo. La Constitución en la Encrucijada (pal.ngenes.a .uns pohuc.).
e r d
por pr,viie'gios
será' muito provave,mewc' um ■ « s i
í r : dos * “ « * • « « * >
64
71
f t ^ ° st ó d o ^ U a ^ a ^ T ^ S é VS S q » e t e v e
^ =
t '
= S £ 5 ?
% Z S 2 S 2 S S ttS S X S S S S X .
” Havíaiambém a acusação dc ocultação de bens de soo patrimônio, que nâo foi compro-
- na form a dalgi;,e
fcW È -' ta j n vsiloré dividido na proporção dos votos obtidos naultim aelei-
r - S S p a r a a C â m a r a d o s Deputados, sendo desconsideradas as mudanças
J f .•'••' V.' de filiação partidárias ocorridas postenorm ente.
r v tríhn;cão dessa verba ocorre de form a interna corporis a cada partido
I ^ Ã I ^ q u e seÇconstitui em um a pessoa jurídica de direito privado (art. 7 ,
p o lític o , q g regulada por lei especifica (art. 44, V I, CC),
a u L o r n ia para definir sua esrrurura
| ^ “ r funcioniÍ e n fo e para adourr os criiénos de escolha e
g | ? | ^ i e de suas coligações eleitorais (art. 17, § 1 , C ).
A^„cneito de ser suficiente o registro no cartório civil para a cn açao d e um
*: n l i c o para ter acesso aos recursos do fundo partidánoé necessário
f ^ r i s t t o n o Tribunal Superior Eleitoral, sendo requisito para obte-locom -
r ^ ^ ^ c a r á t e r n a c io n a l assim estabelecido: com provação, no período de
^asssstesassssssrl
( a n .5 2 ,p a r f g ^ f o ta “ r U ? S “ 9 9 5 ? r e S V? dT n ^ ,,^ Wí
de “ ■ “ « * ao ««*W —
inclusive por meio de DublicidadpX i dlnheIr° ouestimávelemdiiiheii
re,a °u e ind
náno ou permissionário de serviço ptíblico; IV - eniídadrde d^tóio priv^<Tqt«n|^^<
333
o ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBERDAPE IGUAL
J S v a da L ei 13.165/2015.
, orBW financiam ento por pessoas físicas só pode ocorrer
A terce ^ rendim entos bnJt0S auferidos pelo doador no ano ante-
íÉmitadoa 10 504/1997), além de doações e contribuições
eleição à uüüzação de bens m óveis ou imóveis de -
I *
igualmenie reconhecida a tómino da gestão subsequente, celebrar
S : £ £ ~ J S 2 £ « — li T « — **"'
S « d hS i S S ^ ^ W 0 " . " c 6 o i a o d a A D 1 4 6 5 0 . p . 1 « .
Mensagem 2*20.5, dispon.vel ^ ^ S o í S S S Z
proposicOcsV/cb/prop_mostrarinlegra?codteor=l384509&nie l S S S ^
-PL+5735/2013>- Última consulta em: 29 nov. 20lo.
336
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
= S S ~ = 5S F 4
muitas vezes, desprovidos de espíritorcpublicano ? & ’emN |
^ p ^ r „ ís S c t^ T „ as S r d “ teH .p
*
p. 63 ^65da ADI 465° ’ VO,° Lu,z Fux- P-51 • No mesmo sentido, voto Joaquim Barbo
337
o ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBEROAOE IGUAL
I
republicano, ^ '« a d i ç ã o de um modelo de Estado que não
re; r r a"
distinguia adequadamente o público do privado.
I ^ C S S S S S S S S O S A
anlinepublicanism o e d e com ip 5 *o no pais.
4650. voto Luiz Fm. P 53. No „<*««> s=»do ° »•»<>dc Robnno Bar-
roso,p. 128. qc Qg ii3 No mesmo sentido Roberto
« Acórdão da ADI 4650, voto D.as Toffoh, P-85, 98
^ n d Í ^ Z ™ : ° t r e ^ t : ^ r ro ® M “ * * aiacan j
em presas privadas já havia existido no B r a s il C q ú e “ sim rte s° P°,rP^
pessoas jurídicas não solucionará o* n m h iJ J? a sim ples exclusão*
peia Justiça Eleitoral’'« . C oncluiu a firm an d o “ ° nCame,Ue “ « * « *
aAu
demonstrar ,a e d a d l a h T “ P*501" ““ - ">eu voio bas.
d e p a n i d o s ° P™
democrático, republicano e da igualdade ” ° me" a8ea'ior dos p™rfP'
[•••]
*“ rfd° r r
fe% àonDallí d L rt8 173 §4° CF que determina que a lei reprimirá o abuso
0“ « * * * * • » e" ° da
»E á« j oo r*r t*n 1^d a n0'm “ ^ "ento
e a o aum ' tr Sa i,t ii tttário
t m o ados
o s .lucros",. ao^afirm ar q0 e "em statese,
^
I tJÍW entor «los m eios « P ” “ • podendo não som enle decidir de form a
\ jurídica apresentada.
100 Acórdão da ADI 4650, voto Gilmar McndeS’ |?n^ ^ OAB, aos
Ministro Gilmar Mendes foi um ataJJ*c v^ Barroso (p. 249 e ss), chegando
subscritores da petição imcal e ao conspira*" (P-268). Tais
mesmo a afirmar que buscavam deste na sessão posterior
considerações foram objeto de exPress“ c“ " ^ X a c ó r d ã o (p. 352 e ss). O Ministro
à conclusão do julgamento, mas inserida‘" onUária a eSsa acusação do Ministro Gilmar
LuizFux também se manifestou de fo™ “ • ^ Gilmar> quando descobre a pólvora,
Mendes (p. 273 e ss). declarando que o Ministro uumar, q
faz uma bomba atômica (p. 278).
(01
Acórdão da ADI 4650, voio Rosa Weber. p. 298.
UKÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
341
O ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBERDADE IGUAL
JBSi—i -
do legislador orçam entário por parte do grande eleitor, ou seja, daquèl j l os eleitos se tom am m ais fiéis aos financiadores d e suas campanhas
financia os candidatos. 1
gfeljjos eleitores.
A análise efetuada pelo ST F foi riquíssim a, m as a decisão final foi f j l gg|É;so Se to m a potencialm ente m ais problem ático quando se observa a
lista, pois vedou a doação de pessoas jurídicas, porém m anteve duas difer| f i l t e opacidade existente no financiam ento das cam panhas para o Poder
possibilidades de distorção econômica: 1n
fjljâativ0»atrav^s de coligações proporcionais. O foco de atenção é quase
------ « financiam ento das cam panhas para o Poder
a) A do financiam ento ad valorem por parte de pessoas físicas;
^mp awt i““
v o—, deixando
, . pouca atençao para as cam panhas a o L egisiauvu-uigaw
b) E a do autofm anciam ento sem qualquer lim itação individual
i l f c o c e n t r a l d o legislador orçamentário. As centenas d e m ilhares decandi-
A fórm ula financeira atualm ente vig en te no B rasil seguramente Jf i p ò s ao Poder Legislativo são de m uito m ais difícil controle d o que as poucas
im plem enta o princípio republicano, pois v io la fortem ente a isonotniaf ||f Centenas de candidatos ao P oder Executivo - seja qual fo r o nível federativo
processo eleitoral, privilegiando os m ais ricos e violando a paridade de ariã ÊlnVolvído na disputa eleitoral1“ .
necessária para a devida com petição, pois quem tem m ais dinheiro para gáfl ifS t; Tudo isso som ado ao aum ento exponencial de custos d e cam panha - que
tem m ais chances de vitória - n ã o haverá certeza d e vitória, porém segurameJl passou do uso d e cam isetas, bonés e chaveiros para o uso intensivo e qualifi-
haverá m ais chances d e vitória, em razão da m aior possibilidade de exposíjl p f ||Í o dos m eios d e com unicação e das redes sociais104- tendem a tom ar cada
a o eleitor101. Certam ente outros fatores devem se r levados em c o n s id e r a ^
mais c a ra a disputa. A cam panha negativa pelas redes sociais com eça
com o a questão referente ao tem po do horário eleitoral destinado à coligaçli
i: efetivamente m uito antes do horário eleitoral, sem nenhum controle, porém
partidária, ou o sistem a eleitoral adotado - se distrital ou não - , dentre diverstf!
P- com custos exponenciais. É necessário que suijam regras que igualem finan-
outros fatores que refogem à preocupação financeira. J|
*l ceiramente a disputa.
O fato é que o sistem a de direitofinanceiro eleitoral atualmente adotaüÉ
" Como afirm a Zavascki: “a eq uidade na com petição é , com efeito, um
no Brasil, e utilizado pela prim eira vez nas eleições municipais de 2016, té§
I iprincfpio fundam ental da dem ocracia m ultipartidária” l05. E afirm a que aC ons-
vela-se oligárquico, pois privilegia quem tem m ais dinheiro, em detrimentffl
í fituição censura “o clientelism o, ao assegurar que a dem ocracia representativa
de quem tem menos. A norm a eleitoral, em vez de igualar os candidatos, q|L
desiguala, perm itindo que a desigualdade de renda e patrim ônio desequilibref§ seja exercida d e m aneira invariavelm ente republicana” 106.
a disputa pelo voto do eleitor.
® Ver, denire outras, a reportagem de Silvia Amorim, no jorna) O Globo, em 25 de outu
O desafio é pulverizar os doadores. E com limite de doação que seja no-J bro de 2016, intitulada Vitória de prefeitos que bancaram a própria campanha cresce
ninai e não ad valorem, com o hoje; afinal, quem ganha m ais pode doar mais. §s 50%. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/brasil/vitoria-de-prefcitos-que-banca-
5, seguram ente, candidatos ricos podem contar com apoios financeiramente | ram-propria-campanha-cresce-50-20343805>. Observe-se que mesmo para a imprensa
n ais vultosos do que um candidato pobre - que m uitas vezes não possui o$ passa despercebida a análise desse fenômeno financeiro para a composição do Poder
uficicnte para enfrentar seus gastos correntes m ensais. -1 Legislativo.
w Reportagem do jornal Financial Times, reproduzida pelo jornal Folha de S. Paulo
O legislador orçam entário que advier dessas regras, que violaram o p n n - |||i em 04/11/2016, de autoria de Anjana Ahuja, Com “manipulação digital”, Google e
ípio republicano, dificilm ente im plem entará um orçamento republicano, isto l j j | Facebook podem interferir em pleito. Disponível em: <hWp://m.folha.uoI.com.br/
, dificilm ente utilizará o s recursos públicos em prol do bem comum, visando J | | mundo/2016/11/1829317-com-manipulacao-digital-google-e-faccbook-podem-inter-
m pliar a isonom ia, em busca da liberdade igual. C om o referido, com o atual | ferir-em-plcito.shtml#>.
“ Z a v a s c k i, Teori. Financiamento empresarial de partidos políticos: a questão constitu
cional. In: N oronha, João Otávio de; K im , Richard Pae (coord.). Sistema político e
Sobre o tema, com indicações bibliográficas, ver: C anotilho, José Joaquim Gomes. | direito eleitoral brasileiros - Estudos em homenagem ao Ministro Dias Tofibli. São
Direito constitucional e teoria da Constituição. 7. ed. Coimbra: Almcdina, 2003. p. 319 ’Paulo: Atlas, 2016. p. 750.
ess.
ns Idem, p. 755.
342
orçamento republicano e uberdade igual
1,05 ob,,vessem ° — — s a ;
d e s o S ^ r ^
do direito com parado. Sem mnrinnm ° sufic,ente aPcnas orecurso acadêr
dentre o u tra s -, visando am pliar a isonom h*5 de financ,am ent<>eleito
não haverá renovação nniíf£!l .d dlsputa’c o m Paridadedear
d aí advindos apenas manterão6^ . « ^ S° Pa‘S' ^ ° S<le8Ísladores °rçamenk
ln ° ingrCSS° ” POlí,iCa' “ B“ “ ;
a A D ? t e 'r a s t ó o E r o |S
dezem bro de 2013 e encerrado e m i n a 6 2 0 1 !; ° J ulg am ento foi iniciac
do período de v i s t a E S ^ r r ? ^ d= «> em br o d e 2 0 I5 ( a p d s o s 17»
2014 a 16 de setem bro 2015) " " Men<tes’ que <>""» & 2 de ab
I
* t a m a ra dos Dcputados cm l d Projeto de U i 5.735,
p f,cr .éna = ^
í&ãoptes,denc,.a ‘^ ’.f ct„„= p s cobre esse específico assunto foram
§ f julgamento, diversa^ I" aai Ç • a limitaçüo nominal de valores que
P^feridas ^ a ™ ^ p e s s ^ físicas^é um cam inho que se afigura fortemente
& dem serdoadosporpessodsi» . haverá o tratam ento ísononuco
^ jb lic a n o parao f in a n c ia m ^ o ^ te itt^ 1>P - s e ja m essas pessoas físicas ou
ftrepessoasem situaçao fm an ce.m d ^ ig u m sej £m ent0 através de
econômicos?108E prosseguiu.
Háde se reconhecer, também, que o e s t a t ^ l c c ^
baseado na renda do doador e a aittctKi ^ a*decisiva influenciado poder
ananceirosdosprópnoscandidatos^tuamaaec eades.guaidade
econômico sobre o pleito eleitoral, j q oreoonderante para o sucesso
de recursos entre os concorrentes seja fator preponderante pa
na disputa.1”
1/5
. í- * : = s ," ; r 5 ? =
ss&sszzsF^^ - S Ä t T S * * * * —
ciamcnto das campanhas eleitorais em 2016 ultrapassaram esse específico caso, como
noticiado pelo TSE, com amparo em dados do TCU (http://www.tse.jus.br/imprensa/
noticias-tse/2016/Outubro/indicios-de-irTegularidades-em-doacoes-de-campanha-ul-
trapassam-r-1-bilhão), última consulta em: 21 nov. 2016.
1.6 Acórdão da ADI 4650, voto Gilmar Mendes, p. 239.
1.7 Acórdão da ADI 4650, voto Gilmar Mendes, p. 242.
orçamento republicano e liberdade igual
IS
p- ea legitimidade do processo eleitoral.
rrr
tese em que a igualação entre ricos e po
ie
critério ou o nível de permissão de
proibição universal « ^ d e s i g u a ld a d e no plano material. Sempre haverá
doações não eliminará, jamais, es S sociedade - que estarao em
pessoas - e talvez elas fornem a grande qualquer doaçio a
situação de desvantagem, l»rque desprovi pemitido. Assim, o declarado
partidos ou campanhas eleitorais, seja q J bres 0 direito defazer contri-
propósito da presente demanda - de assegura m i{idos às pessoas mais
ORÇAMENTO REPUBLICANO E LIBERDADE IGUAL
-TSSSSr^SSÈCffiS^
j á fb n n d u s i^ é p ro iL ^ T a iite rio m e ^ e
0 n ! r ? f d0 P
rfP
0
St°d
e ^ ue ° doador tenha obtido renda suf,™ I
potencial doador no processo eleitoral ^ao
« - * • ~ em: ^
-Renda>, última consulta em: 28 nov. 2016. bras,le,ros-dcclaram-Imposto-de-
345
o ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA LIBERDADE IGUAt
S ^ m l V e s ^ ^
físicas ou jurídicas, g ^ d ld a to s de preferência, seja para
rea,i2^ ° - e le iç ô J
população consultada. É necessário q u e m rid e S d T è m r e CrfÍ1
representados seja buscada cada veymaic enrt M ade ent,re rePresentant|
- « K í S S S t e - ‘« - ■ ' . h« J
modernidade132. L T c e L t i o t m . r n ' t e n t a t i v a , surgid^
que ele nos tratasse133, “sem preconceitos d e o r í Z C° m° gostaría®«
quaisquer outras formas de discriminação” raça’ .s.exo.’ cor>ida«le
decorrência de seus haveres de sua ’ clusive sem discriminaçãoe
objetivos fundamentais de nossa república ( a r t T l V C R -^ dC Umd'
a redução das desigualdades sociais (art 3» Ili C F ^ r P ’qUe^busca també
dades sociais se o I e e i s l a r W ' , , . ’ Como reduzirdesigua
e m u m s i s . e m a q u e a S S S u Z ' f°™>oHgirquic
poder econômico, gerando a flgum do
% poder,
S r ^ iS S S S S S
:. sibilidade de um a pe ^ p noderá efetivam ente exercer essa função
bem como as condiçoes em que ela pode olieárauica tudo indica
Í i c , Se a form a de f m a n c i a m ^
de a m p l i o de direitos, maa
chave
3'3' JUSTIÇÃ DISTRIBUTIVA E ORÇAMENTO REPUBLICANO j í . rani Fonrouge recon hece tal importância ao orçamento que o coloca
PACIDADES FINANCEIRAS: CONTRIBUTIVA E RECEPTIVA^ ^ d ed esw q o c n o estud o do direito financeiro, d e tal m odo q u e o insere
* o autônom o, denom inando-o de direito orçam ent n o .
3.3.1. Justiça distributiva e o rça m en to Ifl
rmasociedade será tanto m ais republicana quantom ais ^ n ô m i c a f o t j
28 . O orçam ento é uma esp écie de sin tese do direito financeiro W ■ J h £ a a rreca d a çã o e o g a sto p ú blico, visando a concreção da Uber-
Ipitecisao s para tod os A gregue-se a isso a deliberação democrática
(receita publica), o gasto (despesa pública) e o crédito (dívida D Ú h i ; , t í l l ^ terem os um efetivo E sta d o D em o crá tico e R epublicano
l6 p .c o o enfoque será nn análise da a p lic a ç ã o d o p r n t í p t Z l ^ W
orçam en to, aqui denom inado d e o rçam en to republicano c o r is iii^ A C ( tÍm
! C 0 I t o central d o o rça m en to repu blican o, co m o
' a . direito financeiro, é identificar de quem se arrecada, com quem se
prol do bem comum, aplican do á c o isa p ú b lic a um a função socint
^ ^ M u e t n d e c i d e so b re essa m a téria no govern o. De tal análise surgirá um
d a efetivação d o s d ireito s fu n dam en tais, com re sp e ifõ à le i. ’
^ d d o f iu a n c e ir o , decorrente d o conjunto p olítico da sociedade, observando
Introduzido pouco a pouco nos países ocidentais como ,,m, r M
eTglobadamente a arrecadação e o gasto.
ímitaçao do poder do soberano, ao longo do tempo o orçamento
n m asoecto acerca d e “ quem decide” fo i analisado no item anterior, acerca
características de singelo limite à atuação estatal, tomando-se I»
:* , legislador orçam entário e o direito financeiro eleitoral. Outros aspecto
serão abordados adiante.
Em sentido m eram ente didático, na tentativa d e tomar a exposição dessas
„ . l i i f 0der'S?. Verin“ r' Pe|o s docum entos históricos do direito convim .- | j ideias mais clara, retoma-seaexposiçSojáefetuada para direr,na linha q
^A ristóteles paro o s tip osp u ros d e governo e os
m e d ia n te a s p o h -tic a s p r b ^ S r d ^ o “ ^ 0" 1“ " ^ financeiro e orçam entário. São Paulo: Quartier Latm. 2010.
13? ,M Ver item 2.3, capítulo 2. .'
Ver capítulo 1.
'« Ver item 2.1.1, capítulo 2.
354
ORÇAMENTO REPUBLICANO E LIBERDADE IGUAL
riquezas' estaremos ^
2) Sob a ótica do g asto: ^
Z ~ tendenCÍalmenle maÍSOlÍ^ o -
“ ^ r ; r s
; não possuem nenhum Estado para lhes garantir qualquer diretto, o que toma q
ainda mais tormentosa. ___ _~s:c3r)
lu Sobre o tema, envolvendo o debate sobre o direito subjctivo em Método
ven Lopes. José Reinaldo Lima. D ireitos socia.s - Teona e prática, bao rauio
í. 2006. em especial p. 155 e ss.
356
orçamento republicano e liberdade igual
cerca
ã l= § £ = = = = t
modelo viciado, o lig d rq u ic o ^ * 5 nCOS’ ^uando enta0 estaremos diante de
" 5 E ^ . ^ 5 £ r S S .T ? 1“ v - “ '* * — —
usboa: cenuoue ^ ^ 2 ^ ! I^ S T o s t —
Para essa análise federativa ver B e r c o v ic i G ilforin n ■ .
‘ C o „ a ,u ^ . SíoPauio, Mox y ^ i o o j
o ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA PA UBERDADE IGUAL^
357
<(code reduzi
i o S-^«nftmica
^ de atuação, pois podena visar também a
M S 5S=
^tamanho d T d e s i^ a l^ d e e ^ tó i« e ,^ B ) da velocidade em que se pretende
gãsiãrãbãrgãnha fedeniüva na f e d e r o * * * * * * * ** “ *
Curitiba, n. 24. p. 69-85. jun. 2005. dentre vános outros.
'*» Ver item 2.4, capítulo 2.
3S8 ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
M usgrave, Richard; M usgrave, Peggy. Hacienda publica teórica y aplicada. 5. ed. Tra-J
dução Jüan Francisco Ramon et al. Madrid: Mcóraw-Hill/Interamcricana de Espaüa,|
1999. p. 7. 1
Idem, p. 10. • A
Idem, p. 12 e 92. ä
359
OOftÇAW®
f c esquema ^
„ 0 ?2 or renda, para subsidiar r,nítnc;ar a prestação de serviços
iS s^^ssssssa sí
jíhos voltados P ^ ^ ^ e r e d is tn b u i ç ã o de renda na^ * eJ ^ , p 0r0ry A ssis-
auxílios, « m o o T è »
t & & B Z S ^ g s 2Z
. . ^ r t S n r i a SO<
t £ £ S £
S s w S S s
^ í^ s s r s s r w
„« a aThomas Pilcettv «se
3 ? a ii
3 Q° í a r a m e n t 0 - q
zssarmas ~
159 •r ^ i i .
59 Ide(n.p.430. ......
S j S , t g a > * - » - i : í 5 l
poitancia dese saber quem é o leg isla d o r o r ç a m e n t á ^ O p f Z ^ M
sistema de governo. in c u m w V d ^ S X d f o ^ q
^
antes ^ Cristo.
de S ^ S S comaco,
a “ tratava do
já S 'ÍMCOTOOSS&“^
assunto no séculoiv
166
1 67
a ^ R ^ R n r n m m d . í W f f i i ^ S t o P t a t e C T . 2 0 1 2 p 111
« " 4 s s s s a s í ^ -“ é * ? ■ * * • »
H, w í T ^ t n SoS°U riflH .7 I f Ç ^
para uma avaliação da Justiça brasileira, p. 94-1 \ 2. ' hum anos ‘ sociais: Notas
1 68
^ P ^ ^ ^ ^ ^ â a d e ^ ^ ^ M t i ç a c ^ n u t a t i v a existe para d a r a ca d a um o
S ^ S r s s s s s s « - “
Renovar, 2001. P -J5 1 e M ^ o Eii.abetc seus
í mKiad™ entt ^ 4
considerado a b s o L Z I S mat“'" ‘ "a° fiCar Mm «“ « ”»"» «o 4 |
t e ^ s i r ^ 5 s t r um HumMo * - 4
®* - ^ í S S ! í í S ? S S 2 3 S 3 £ 3 S ^
arrecada-se de todos e disrrihni <£ u ° atua?ao*pois, idealmeni
defonnadesigu^narnedlda^dà^ne^ossiH1^ 10^6 todos' o tlue deveocom
exercfciodesuasl berd^des ronSfn™eSSádadeS’,Cntand0‘®ualara,0^0sPara
37. Quanto mais desigual for uma sociedade, maior deve sem om.. a
aiaisS p S íS H S
184
Ver item 3.2, capítulo 3.
r« 5
r » í 3 a a » tw , £ B E S
367
o ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBERDAOE IGUAL
m ^ S s s s s s s s s s s í is s íi =
I ^ S ^ T ^ ic a n o o o ^ e n to .r .u a n .o m a is c e n tn ^ o e d io g id o
Ija a a re d u ç ã o das desigualdades sociais ele for.
Bis«olfiR^Hnó^\ln^he,Tlpografic^^ifrice^ri89<(^p^928^'0r'n0 GÍ0Vai
Idem, p. 929. ' '
i
:
Paulo: RT, 2011. ^ 5 8 ™ Dtre,,° cons" “<cional tributário e segurança jurídica. SI
369
O ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA PA UBERPAOE IGUAL
H
teoriado sacrifícioHproporcional ou relativo,
H I proporcional
uma tnbutaçao p .
* B
da regulação da o t M d ^ S ^ n c e i m ^ ^ ^ 0^ ^ ^ ’ C° m° ‘’ “4
que d eve ser a n c c a d a d o d a fo c ie d a d ee g a flo com ^“ T f o ^ a Om0n^
dctórminaçõesdoorteimmentoiurídico'» m a u t o d ^ « L f “ “ PM
de de dinheiro que fica nas mãos dos namv.,1 d ’d forma>aQuantíd
que são próprias do setor n n v S 7 P ^ u l a r e s para executar as finalidl
denom inam deJunção alocativa. * eCOnoima-E 0 que M usgrave e Musgráp
I -
d a r e X ^ m S ^ ^ ^ ^ ^ p r i n c i p J
tmbm a m a ,« a no texto consümcioLTal“ ^ q u fo T r i b ^ ' ^
S „ “ » ,e r a to im ^ ra a ~ — - o e x p íX d ^ S l
ES5S= - “ = ^3
205
constitucional. Um es,ddiod|
,u Ver item 2.4, capítulo 2 .
373
o ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBERDADE IGUAL
& ® s s = s 3 3 s s s s s s s a ^
P:'
»■ C t l l m t s E d u a M o . O r ^
» Amor. Humberto. Teorv. da iRualdada .riba,iria. 2. «d. Sdo Paulo. M alta«». 2009. p
v, ê o r o u b J i
relu r a l c 3 sobre a movimentação financeira bancária que viesse a !
realizada. Fossem movimentados R$ 1 milhão, ou R$ 10 milhões a alie J
permanecia a mesma, incidindo sobre a mesma base de cálculo qualauerao
obarão224que:
81 os planos
m
Mises Brasil, 2012. p. 25.
to
a«
final da rcfcnda conferencia. Tal obscrvaçao cokjc-j cavam
que os membros da adstof ^ ' “ *a° 3 o AsTerdadeiras aristocracias jamais gozaram
si uma grande porção dos bens do mundo. . _vininno é inadequado: as
da condição aristocrática porque são fortes - esse 0O" .. lo quc entende
tr s s s s s z ü * . - —
Brasil. 2012. p. 77-78.
"376"
orçam ento repu blican o e u berdade ig u al
igualpL U a b a l h o l ^ S “"
nzam os serviços de uma pessoa I n jJ L
r ^ .õnto q
Uaí haVerW
ma,s os consumidores va
■ ^ s a a s s is a ;
228
10 S S u c S s “ 1m .
377
o ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBERDADE tGVJAL^
■ i ^ í r r r s s r s s s . - - - -
229
butária^onío ““ ^ * > 4
quando apurada a f d Z t a T Z j * ' t,ficaça0 da caPacidade contribui
239
A l e g r e : S c r g i o A n i ó n r e â b ^ . ^ ^ v n ^ T l . I » “íâ ° “ “ “ D6tiaFonl"im- Pm
Idem, p. 273-279, além das já mencionadas p. 211-229
240
2000. pHm aU,° dC Barr0S‘ C uno de direi,° tributário. 13. ed. Sâo Paulo: Saraiva,
379
) ORÇAMENTO repu blican o e a busca d a liberdade ig u a l ^
I- « T f ^ Siqrro^difc«"®.<=mtu“í a° da de SUaT ^
" *“ 0
Imposto sobre TransmissSoCauraMoniseOTçao _ |mposto de transmissão de imd-
» Ver RE 234.105, relator Ministro Carlos Mán . uj o Federa| n3o autoriza
pri”cípi0 * « * « *
c id a d e receptiva <fc“ Bm° e d a ' sur& ° Princfpb da
cÄÄSSTÄ
de seu caráter real ou pessoal, devêm g u a r d a r á ° ® ,mpos,os: independentement|
sujeito passivo e. tratando-se de imnnunc d- Ça°e °m a capacidade contributivadoj
d: Ä * * *> *“ >“ ■
para o imposto sobre a propriedade temmrini ü r tema Progressivo de alíquotas
248 Agravo regimental a queTnega J r o S n ^ meSm° da E C 42/2003-
A lg u n s p a iu v ,^ « .^ ^ -- - .mtalveZiainelhorpolltlcaaseguir
os impostos, na distribuição d de maneira neutral, por exemplo,
sos públicos com quem mais P £ ' 1S“’ a „crmitirqUc efetivamente goze
sen nivelam ento w c ‘° ‘ co" ° m . ’ lf !incar as Uberdades e se tomarem aptos
da isonomia pretendida visando f ser nvre e nâo ter o que
a gozar de iguai Uberdades. ^ . ^ ^ ^ ã ^ Por o '™lado, de que vaie
comer - haverá efetiva liberdadenessa suuaçao e ^ 8 hajacondiçõcs
T anzi, Vito. Informe dei relator general. Madrid: Instituto de Estúdios Fiscales, 2
p.314.
Ver item 2.4, capítulo 2. „.„im 6 ed São Paulo: RT, 2014.
Oliveira, Regis Fernandes de. Curso de d ,m to fin a n c e d 6. ed.
382
ORÇAMENTO REPUBLICANO E LIBERDADE IGUAL
capítulo 10, p S ffa revoluCao dos bichos. São Paulo, Companhia das Leiras, 200Í
253 Ver item 2.4.2, capítulo 2
254 Ver item 3.3.2, capítulo 3
383
o ORÇAMENTO BFP11BUCANO E A BUSCA DA UBERDADE IGUAL
^ m e sm o m odo ^ ue
0 0 difíceis de separa , .. de justiça", como afirma Rodríguez
W o í o » v«™ “ « ™ ^ im p e r a ü v o d e jm a ^ d is -
â »
m r r í à i c o ta m b é m s e re a lize d e f o r m a iso n o m ica .
r fv nue o anlicação da ison onüa na c a p a c id a d e r e c e p tiv a deve
llP ip Observa-se que a aplt Ç c a v a c id a d e c o n trib u tiv a , isto é, nao
: f í e T s l ° d f ps t s c” ^
r „ t h c T „ t » d e , o d i . Q uem
identificado co m o um a exceção à regra, o que demonstra sua rand
RT.2011. p. 1087-1110.
o ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBERDADE IGUAt^
- G allo , Franco. Las razoncs deifisco - Ética ejusticia em los tributos. Madnd: Marc.al
Pons, 2011. p. 93-94.
m Ver hem 2.4. capítulo 2.
cons “ T ename"‘OJUrídi,:ol,r“ i'eta><ie fonnaestllic1
o p a n m ó n i o i m Z r i m “ 'a lrlbaárla advém da «buração sob,
opatnmomo imob.l.áno, urbano e rural, pois os proprietários são ripetliv,
261
Ver item 3.5, capítulo 3.
387
o ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBERDADE IGUAL
8 " S : r ^ = S “ . 5 s s s ;
^ P ^ f ^ f ^ d ^ o r r ê n c i a de norm as preexistentes, que seco n stitu em em
: ® r s s s — s r “ - s í s i “ s s
I ^ ^ ^ ^ H ^ ^ o s e ^ o d T e t q u e ^ e r d ^ q u e os direitos sociais, dentre eles
^ t S E = 5 5 = S »
• Ís b b s s S ssS £ S
‘m m Ê êm sf-
A C o n s litu iç ã o b ra s ile ira v e d a q u e s e ^ a m re ^ a d a s o ^ ^ ç o e ^ d e c rtíd i^ o
b r a s iS r o pode
orasiieiro Z e Sdispor
n r dde
e recursos
? ” * * °para
m° ntam e qUC
gastar, 0 lcS is“ os° princínios
respeitados r orçamentár
im
f n S a lm nefn teS^ , capacidadesfile ir a s ,c o n tr ib u tiv a e receptiva deve-
inictalm ente analrsar estas lim itações impUctus e explkitas ^ lib e i
ciirãnH n fat0 re- atUam direlam ente na tarefa política de construção e exe- i
d!s™ b°tiZ Çament0 republÍCan° e delim itam sua íooção de busca da justiça |
ia d o Tribunal C onstitucional
251 ' Jurgen (org.). C inquenta a n o s d e ju risp ru d ên c . Montevideo: Fundação Kon-
h w a b e ,
r h iM d sm> “ son «- ~
d a í c e n te n a T d f r . - l,lKrou de ,m ed,al° scu fornecim ento. A pai«
t m anece! „ „ “Ç° K sem elham ' s foram propostas, m as a e s c L e
para . X s Llém d , ^ m edicam en,° P ™ l“ zido em escala saficient
e s c L s e z o u dL ” sa" ,lánas v o l v i d a s . Trata-se de um caso d
se r c u m m 7 7 7 ° ‘ecmcameme P °SSÍ™1- A s lim inares n lo pudetaa
r7 éZ ese„„™ ^ ° em .‘0da “ * “ tóns50' P ° is soraeo“ » « t o 'emp
e S & “ r p^ uç3odem ^
268
Sen, Atnartya. Identità e violenza. Roma: Laterza, 2006. p. 7-8.
O ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA LIBERDADE IGUAL
393
W ÊÊm m m
jlhas públicas {trágicosj.
E n qu an to a re serva d o fin a n c e ir a m e n te p o s s ív e l c u m c o n c e ito q u e p e n e
| » Silva. JoséÃíonso a». Teoria do eooketimemo eonslim ionaí SSo Pado: Matteiro».
2014. p. 584 ess.
á94
ORÇAMENTOREPUBLICANOELIBERDADE IGUAL
se anui, com os ° ^ o s
S ^ ^ ^ ^ S S S S S S S i
I
” 2014.' p“ 8 M 87!° * • Tearia » « t o r t » * Süo Pau,o: MaiCh»,
271
272
Idem, p. 56.
273
395
O ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBERDADE IGUAL
s s ^ ^ s s s s
^ 0lE M ^ ^ ^ m ^ o Send^vW am m twocom eum a troca interg«aci<Mi^,
Sss.
realização de gastos correntes (art. 1 6 7 ,1U, j.
« Conectando os dois conceitos, de reserva do financeiramente possível!e
=ss=àS==ss=3B g
• wiiwwooauupnui
os parâm etros constitucionais
276
Ver item 2.4.1. e 2.4.2, capítulo 2.
397
o ORÇAMENTO REPUBUCANO E A BUSCA DA UBERDADE IGUAl
S S S S c U de poder, —
modificadas ^ n o d te a m e n te ,g e ra n d o marcha^ Existem
dermaiorsegorançajarrd.c^-connaessas
279
Fernando Faemy. O w m n a n p M * *
280
D™ ° * * * • • M
Sociais e Justiça, José Eduardo Faria fnra \ In’ Direitos Humanos. Diivito
143. Também: F ^ S “ o f r M n f ; ,‘ p ? * * * Malheiros- «"*• * * • * » '
à saúde no Judiciário do Brasil e da á f ^ a usurPa95° e a abdicação? O dircit
Constituição T p M H c a n a T l Z t ■ ? d° Suh In: Wanc>Danie>Wei Liang
São Paulo: Marcial Pons 2013 p 7r5 i 4 9 ^ ,maÇ^ Sen^ dÍrcÍ,0eríên^ po,í,k^
irada na questão da sTúde noliv J m . assunto foi tratado de maneira cet
' r í t e n a h e o Z t o Z Z ^ ^ H ? * ; JoséAve,Ss’ Sc^ P e a n d o Facury. d
°a Porto Alegre: Ltvraria do Advogado. 2011.135p.
o ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBERDADE IGUAL
399
quando Tribunal
^2 S 5 S = sssíasf“
s s a s ^ -s a s S E S
de essencial fundamentalidade.
28t
d» direito à sadde ao Brasil. Ia: Sou,;
- I Jornada n ° m ° U' R° bertaA. e^ ácia dos direitos sociais
Quarticr Latin 2010 d 265 9 6 6 ç ° <' 0nstl,uci0nal Brasil/Espanha/Itália. São Paulo:
Ricim C é ^ C ^ l h o d o ^ F -266 ,Sobre 0 tema d° direito à saúde, ver também: Santos
Fórum , 2 0 * ! M o Í L ° b t T Ã Z T c S^ epública no B™ [L Horizou*
dicamentos Rio de Pineim i ¥ 9 ° Uvea ^ os,a‘ Direito à saúde e acesso a mè
401
O ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA LIBERDADE IGUAL
“ p S e S — L V , a p o s e m a d o rta
l í W dtvaU dez, aposenm doria rural e benefícios de prestação continuada.
. • ainHo dessa form a o Poder Judiciário brasileiro tomou-se um fator de
a
«SSSsSãSSSsPaé
n e ssa sT re ^ ™ ? ^ C° m ÍSS° ’ qUe ° Poder Judiciário não possa atn
^ „ d o w s l d , assim la n ç a d a :,
Í : : É lícito ao Judiciário
consistentenapromoçao efetividade ao postulado da
« « * estabelecimentos pns,onais para dar « ■ « #^ „ sua
i' Hienidade da pessoa humana e assegurar a „ yt tx da
m Z S Z tX L ,q u e 2 - » .
“ I f e S K S
te adequado, o orçamento não poderá ser alieradno! ,Log0, estando judicialmen
que haja direito fundamental em debate Relemhr^ ! por dccis5° judicial, aindi
se dar pelas vias legais e não i m m ^ Í T ? 3 3,tCraç3° do o ^ m en to precia
gado. 20! I. p. 177) E m ^ ^ S d T n o l á ? T f (Pt>l10 A> ^ : Livraria do Advo-
de políticas públicas de saúde- Faim Filmo <
LCn,dc"d o ° Judiciário como um conslrutot
e seus reflexos o r ç a m e n ^ ^ ^
çamentos públicos. São Paulo: RT, 2oT7.’p. 1009-1044°’ SCAFF’ Femando Facury- 0r‘
405
^^r.MPMTnREPUBUCANOEABUSCADAUBERDADElGU^
guando o ^ fm ^ m e n to n d o ’p o l í t í ^ p ú -
e S s s s s a s a a s s s s :
■ prol de indivíduos287.
,aboraem
. »> É bastante reveladora desse entendimento é afitmado
tal do Estado dc Sío Paul® pela re»'s“ c' “ 6"“ om RoK„ Hood ao conlrfrio".
t "c r i udS S ! i » £ * £
406
ORÇAMENTO REPUBLICANO E LIBERDADE IGUAL
fS s r r r js r A
o u ^ r r 0" - 3 qualquer rctrocesso, esse entendido com o redução s u o r e S
d e n o m in a d L e p ^ ^ ciai|
S, ~tudo,uesboçaraumardiferença
4 =entren esses
s idoisCinstitutos
E S £ r dI
^ ~ £ í c s í £ s a s = r ; - ^ a (
290
m ^ “ O . M a S t o * s S ° r ^ . ^ M « ^ mtoEatorNel“ ” Anl6"ioMoi,tó“
" Í X i^ 2 0 n .p " « r " * * < * <■V ,n,a Juridic*. Si,
293
0 o rçam ento repu blican o e a bu sca d a uberdade igual__________________
409
nalM5.
65 O utro aspecto a scr considerado no âm bito
■;.» Sarlet, Ingo. A e fic á c ia d o s d ir e ito s fu n d a m e n ta is. 10. ed. 2. Ur. Porto Alegre. L.vrana
do Advogado, 2010. p. 445-447. Min luíz F ux.
; » Ver, por todos, com indicação jurisprudência!. a ADI 4350, rei. Mm.
nu
ORÇAMENTO REPUBLICANO E LIBERDADE IGUAL
j
“ “ C om ple,ude• " d " « W * /n i^
h 0 ,M c v bran8e" te’
mesmo tempoe na mesmain^nsidal A q r i s e S T '' Z !eja .reaM
camentepossível e a necessidade de - cwa a reserva do econé
algumas sejam p r i m o r S e n t ^ f CíW: demodoaP enni^
políticas publicas dcsenvolvidi pllos d i ^ f *“ de ««■».n» âmbitoí
q u e 0 p ro_blem adafaltaderccuR o rb íd n ^ s s ,ia ,® “ T l l A!S™ ;pode“
nteemalg
i contraparti
m esm o „esse c a s o - - j í S r S
e m p to lie p ro ib tç a o d e K m e e sm fç ^ h; q id a d e e que,portanto,
retrocesso social a redução do pra V egaveimente se trata de
não haverá possibilidade de reduç ^ Rde os efeitosfuturos de tal
a " 'U™
i mÊÈÈÊÊm
" t COnS,i' ÜCÍOnal de Pon^ ' » - ^ b r u ç o u sobre o ,e n ,a « J
M o r S ^ S ^ ^ f 984^ d o p o r re |a to ro C o „selh = im V iu |
à existência do Serviço N acional d 7 sa ú d e ° n T “ n° rm a qUC d3Va ampan?!
V ac,onal de Saude- D entre outros argumentos, foi|
" w
Í 5w w? .,cad
S , cm
X ia..d
S S^ 79757
I T L , *^ dC' “vf T í »do
* g ™ « a o . DispoaM
i»«*>
em;«< -^ J1
quando_t%C3%ADnhamoc mp.ir. u „ J A/%C3%A3o_do_Retrocesso_melhor_,i
gumenu», último acesso em' 27 nov. 2(^ r0p0S,a--Jara-um.uso.conlrolado.dojir. J
413
O ORÇAMENTO repu blican o e a bu sca d a liberdade igual
2 SSS £ Í 3 2
; .353/2012,q u e t m h a m a n a h s a d o a l e . ^ ^ confiança, o
-debatendo sob diversos prism as, eu leeítim astais m edi das restritivas,
Tribunal Constitucional português P a n o tilh o e Vital Moreira, com a
embasado, dentre
transcriçãodoseguintetrecho. A u o n su w ‘ V auaiaUer uma das suas
que 0 financiam entodasegurança P m edida à disposição do Estado
fontes, sendo que essa matéria « t a e m g , , , . leeislaliva"” “. Em certo
no âmbito da su® d e t ó n t ü M ç ã o T e g a l d o conieddo de
: Z S S S S Z I S Z ' . ^ s s s s s
VI:?:.
■üs».
414
o rçam en to repu blican o e l /bero aoe ig u al
esj
sobreonerar os servidores públicos e n n f íc a P° t C^.^ . olhas P«íblicJ
A lexandre Sousa Pinheiro a afiim arque: "nposlos. lssof
inco“s,íiup » S d ' m
a “^Sd^srs,deraç3°na°^
sobre eles). P Ca ^aum entando as incidências tribután|
! i~ s a aas= :
com o lim i,a ç £ de i n u M S c h H ^ r ? m m cess0’ d ^ ^ e r r e a l ir a í
de recursos for m J S ^ e Z l , Ü ^ i a i d»ando a pravisi
leira mona. Isso pode se caracterizar ^ aOda<!“ele<"reÍ‘o’t0n,an')'H
a) Pela insuficiente pnmsdo de recursos orçamentários, ou
A lguns exem plos podem .ornar m ais ciara a ideia aqui preseme.
^ ------- ~----------------
f e S E S £ s = ? 5K = s =
J??0jeto de C o m iísã o M ista d e Planos, O rçam entos Públicos e
«Srio ?ueraP ?CM O) do C ongresso N acional, declarou expressam ente que a
& Rsealizaçao (C M ü ) 8 . do j udiciário não era a realida-
lí
,proposta de corte no orçam en q n ecessidade de que aquele ramo
de financeira e econ ôm ica da U m ao m ^ a n e^ ssioao^ ^ d^seslimular
da justiça especializada re™ s e s e u p ^ de iment0 foi o cerne da ação
ajudicialização de causas ««.-’„Ho utilizado o orçamento para sufocar
judicial, pois d em o n stra v a q u ^ sta v a sen ^ u ü liM d o o o ^ ç pfo-traba-
^ T a a á « ta * . • d » Z Z Z
, J , «aem am en« hlpre-
t o a l graduado e ^ -g ra d u a d rrc ^ ^ to c 0 „t e b K u s direitoseet»cx-
icicnic na Justiça do Trabaiuo. roac 4,WS«“ h OIimas medidas são essenciais
rado e a Justiça tende a aceitar sua argume ç - j ( justiça gratuita .só
a modernizar essa relação, tms como: sucam tónc.apropo^ ^ Atu-
m a assistência sindical; e limite e m ? letamentc desproporcionais, l - l
nente as causas são apresentadas com val P^ ^ que se-a dado jnfcio a
is medidas implicam alterações na le8‘^ * . gmprcsas e ao nosso desenvol-
se debate imediatamente. A situação atu 1 _morCEados também- Nesse sentido,
mento econômico, o que acarreta prcju zos MCjra substancial, como forma de
tamos proiwndo ^ e t o e ^ p B d ia de tóis mudanças. O objetivo
timular uma reflexão sobre anecessutaaee g onerosa e mais eficiente, jusia
tal <5melhorar a justiça do trabalho, toman cortc mddio ficou em 15%
^ ^ s . « í s ! í ^ j " j a a s
416
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
Ju.ga S ^ Sa ^ ^
° o o d ^ T T ' E,mbT ? debate teórico tenha ficado circunscrito ao a l m ^
sido mais atingidos pulo cone orçaTeftínÔ” 0 a,n‘|a ■!““ alguns dígitos tenham
so” não tenha sido utiüzada nem uma vez na petiçao imcial nem na
’ »açãoda Procuradoria da República, e muito menos na decisão do STF,
*?5 S S Í o caso analisado sob a ótica do princípio da proporcionahdade
^ rfa d te de conformação do legislador orçamentário versus o abuso do
508 Em
./*/Uc«mPr ^ é USada 3 denominaÇao de mínimo vital para significar mínimo exis-
tencial,
lal, sem a diferenciação aqui efetuada, entre o conceito biológico e o jundico.
O ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA LIBERDADE IGUAL 419
existencial é m ais am plo que o mínimo vital, pois inclui certa quanti-
. bens e serv iço s públicos que devem permitir ao indivíduo existência
u' o aue n os leva ao con ceito d e dignidade da pessoa humana no âmbito
i n s t it u iç ã o brasileira d e'1988309. Para Ingo Sarlet, a noção de mínimo
S S t t c /f l/ com preende “um conjunto de prestações materiais que asseguram
indivíduo um a vida co m dignidade, que necessariam ente só poderá ser
l í v i d a saudável, que corresponda a padrões qualitativos m ínim os
Nas palavras d e H elenoTorres: “O m ínim o existencial vê-se consagrado
8« como um a norm a programática, m as com o um dever a ser assegurado
Estado e efetivado em suas m áxim as possibilidades (otim ização). [...],
tsLeurado o direito subjetivo fundamental em favor de quem se sinta lesado
S e x i g i r as prestações positivas ou negativas devidas pelo Estado, conforme
$ 2,cn»tju
Por ser um co n ceito jurídico, o mínimo existencial varia de acordo com as
lUMinas existentes em cada ordenam ento jurídico, e deve buscar identificação
v^míurealidade local, não existindo um a única delim itação concreta desse con
s t o , mas tantas quanto forem as prestações civilizatón as que o ordenamento
in d ico de cada país determinar, seja para toda a populaçao de seu tem tón o,
E p a r a as d ivisões internas estabelecidas, sob uma ótica subnacional - o que
ébastante m ais facilitado p elo sistem a federativo d e governo. Afinal, nao se
«ode considerar co m o iguais as necessidades sociais e os desejos individuais
deuma pessoa que v iv e nos confins da A m azônia e as de um indivíduo na zona
S d a do N ordeste brasileiro. L ogo, a identificação do que seja o mínimo exis-
úncial, m esm o dentro das diversas regiões de um país, é algo sobremaneira
difícil, e encerra um a com plexidade extrema.
A alternativa, para situações com p lexas com o a exem plificada anterior-
mente é a de buscar um mínimo minimontm, um mínimo denominadorcomum,
necessariamente acim a do mínimo vital, que corresponda ao mímmo existencial
aser normativamente estabelecido, respeitada a dignidade da pessoa humana.
Como ressalta Cristina Q ueiroz, co m o s olh os voltados à Constituição portu
guesa, ao m encionar que tais direitos sociais devem garantir uma igualda
de oportunidades” .312
” p°4 J165 ^ ÍCan*° ^obo' 0 t^ K íto no mínimo existencial. Rio de Janeiro: Renovar, 2WS
2014. p. 59 f r° nS° da' Teona 1/0 cl>nhectmenlo constitucional. SSo Paulo: Malhciius
421
o ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBERDADE IGUAL^
&.25 ,litteris:
»ramaircito aum n ível de vida suficiente para lhe assegurar e a
v e s n .á r io ,a o a lo ja m .n t c ^ 7 ^ 80 .» » doença.
? ^ S S -S e S u ^ c a s o s d e p e m a d e m e io s d e
subsistência por circunstâncias independentes da sua vonta e.
Noám bitoda Constituição b r a sile ir a ii^ ^ m -^ e m d iv c r e a sn o m ^ .^ n tr e
e la so a r t.^ .q u e r e c o n h e c e e d e c la m c o m o te ito sso c tn sa V idê„_
t ^ s a i i a s s i s a K « "
*» Ver item 2.4.1. e 2.4.2. capítulo 2.
o rçam en to repu blican o e u berd a d e igual
todososinlegranlesOsoladaeroletiranientéconsideiidTO)^,^114^
cípio r Z lb T c a n T n ã T * ^ deco* e * 1
da dignidade da pessoa humana, mas tJ ü tfn dlm ensf aP ^as
* ^ 2 ? r i S í s s s r - ,ir » ,‘ - ^ i
auxn10s públicos são uma dívida sa c a d a A s S 0^ “ 83 de 179^ Í
cidadãos infelizes,quersejaprocuran^)-lhesu^a^^^eVe * suks‘st®nc iá ||
" " “r *9
humana no " p!Jdo art Ts 1 d Íco n T /f ' - " 'f " * ' ^ ‘“s ^ e d a ^ i
nização da vida e c o X i c a deva X X o X ^ * ,M * ’* 3
c o m o objetivo a garantia de uma e S l Pnncípios da justiça e *
““ i r r ,3
s s K 5 ^ - ~ - f f i í S i : 3 S a s
s s s a ts p ^ E ^ s JS ís :
S ? * 3 £ ! K I 5 S S :
Z —
424
orçamento republicano e uberdade igual
™ í^
S S S S ^ S S S j
que concedeu“ p=n“ e ^ e c L f Z f “ P'° ' “ W ,3 I« i
(quinhentos reafe) dividido è m r a ™ ° '? ta l,c,a ’ ™ lor de R$ 500
A lencar Lim a, q u e fo i v i d r a d T ^ T , mm™ ' r“ J hefdeiros * H « i W
ciais, prom ovidos por m oüvações oolíd cas r Sf t írtd° Sa m dePen<)êndaspo
de agosto de 1974322 M esm o h ^ n H • f S 6 f°- evado 30 suicídio no dg
pode deixar d e ^ í s t r a ^ M ° o ! r ü t ó r a ^ v n T 0t,Va^ 0’-COm0 no cas0' ^
acarretará im ediatam ente a redução Ho ,°S co™unicantes orçamentí.
outra rubrica possivelm ente n a ^ m °utante de dinheiro disponível«
pagam ento dê aposentadori^ e ° rçamentária destinada
constou da n w ^ T S ^ 1* “ 0 “ em ,geraI- Re^ t r a - s e que, no «
herdeiros dos beneficiários o oue” p1ersona^lssi|na- e não se transmitia
percussão orçamentária desse gasto** ° m en° S' ,imÍt° U temPora,mente a
ro r tViricte. aos 6 ^ ^
rra do Peloponeso, mencionada no item 1.1, capítulo 1.
425
0 ORÇAMENTO HPPUBUCANO E A BUSCA OA LIBERDADE IGUAL
nada, com o carros ou im/s, ,n ecessário com prom eter alpunc k 3 fan,d*'
ser vendidos mnc k m dveis>que deixam de ser nd« ns bens nessa
exem p lo,serôn erJL S !?!3 d eed u caçãopara osfiIh™ °,Unecessij
Í2J
J26
Pare maiores d e r e , ^ ' ^ ^ P‘ 361 à" *
FernandoFaCUOr Rocha F ° ° SUstemabil^a d e orçamemári
(^ - Haverá erro, segundo o referido autor, a partir do tipo de uso desses recur-
J . -sbs, pois é necessário que haja “uma eficiên cia geral na administração pública
^inteligência na avaliação das funções públicas”317. Ou seja, é necessário que
li ^escolhas públicas sejam realizadas de m odo inteligente, de tal m odo que as
te faturas gerações possam aproveitar o gasto realizado pela atual, e não apenas
f e iéjam responsáveis pelo pagam ento da conta, tampouco sejam beneficiários
f; $em arcar com o custo.
Esse é o sentido de sustentabilidade orçamentária, que é um dos aspectos
da intergeracionalidade aplicada ao direito financeiro328.
Registra-se que não se há de confundir o conceito de sustentabilidade
orçamentária, voltado para o equilíbrio intergeracional, com o de orçamento
■FKVnv;^;
Galbraith, John Kenneth. A sociedade justa. Uma perspectiva humana. Rio de Janeiro:
Campus, 1996. p. 61-63.
Para o tema, sob ótica específica, ver: Silveira, Alexandre Coutinho da. Governança
pública de royalties — federalismo fiscal e futuras gerações. Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2016.
428 ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
329
Lassale, Ferdinand. O que ê uma C onstituição? Tradução de Walter Stönner. São Pao-
Io: Edições e Publicações Brasil, 1933. I
330
f;íí|
Para a situação histórica dessas fases constitucionais alemãs, v e r Kriele, Martin. /«- ,
tradução à teoria do E stado —O s fundamentos históricos da legitimidade do Estado J
Constitucional Democrático. Tradução de Urbano Carvelli, Porto Alegre: Sergio Fa*
bris, 2009. p. 426 e ss. ä
O ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBERDADE IGUAL 429
S * ^ * ^ d a n o c i ^ d e q i i e “a i « ^ <t e ^ ^ p ()fc 1
caso de plena hom ogeneidade de todos o s votantes” o q u e d Z í í
ntdptea»*. Para ele, -quando a m aioria n í o « outra e o i s a q i L o Z W
uma adiçao dos votos em itidos por m eio do sufrágio secreto doH ? ^
tamente d ^ e r que ‘o maioria não decide"'. Conclui seu r a c i o c í n i o '
d e w T dem 0crac,as Parlamentares existem certos interesses e coni,
devem perm anecer em estado latente e não serem levados à d e c i s ã o ^
se firm a r, com base n esse raciocínio, que Schm itt foi um defensor d«, ’/ s
espécie de cláusulas pétreas, que afastassem certos assuntos do em h*^
maiorias parlamentares. s ao en»batej
s s s s *■- w
Trad,,çS° * F ra n cisco A yala. Madrid: Alim
Meral359-
' ^ Para Sandoval S ilv a são quatro as cláusulas pétreas orçamentárias: dota-
^Éõespara pessoal e seus encargos, serviço da
/ S u c i m a i s para estados. M unicípios e D istn to Federal e precatónos .
! - ■ Não se adota integralm ente e sse rol, consid erand o-se cin co clausulas
Orçamentárias com o pétreas, quais sejam.
^ s : : í : 2 r h c n ,e “ b* c ite p c io p * &« «
o orçamento da Umao nao poderia dispor sobre uma receita que não é sua
1 nroieto enviado p elo Poder Executivo em face do que tiver sido deliberado
í l o Parlamento. Trata-se d e disposição que não condiz com a precomzad
dèmocracia parlamentar inscrita na C onsütuiçao brasileira.
„ Existe uma terceira cláusula pétrea orçamentária que são as vinculaçoes
87. Existe umarereei ^ estabelecidaspelaConsütuiçaonoart.
S S S S E S i s apenas - ‘» * 3
S S S S S S r r ^ 5^
im unldades S á r i a s nua f ^ T '° prCCat6rios- **> as (!
arrecadação d e im p o s ta sobre o de 1 ual 1 “er “ P * “ <
cen a s atividades constitucionalm ente d eteim irad as°U Serv,ços vincu,ad°s
5 S S S s s a s s s a s s s s s
- s s s s s s ^ s i
“ Vero Relatório da Comissão úe S',M'™aú“ ' ^ ,. ^ “S s ° aí v^ c ife la c ^ o n o to i-
I -
y de à Constituição, datado de agosto de 2006. po Referidos autores
I:
fato. o que não pode ser com provado pela análise efetu -
ORÇAMENTO REPUBLICANO E LIBERDADE IGUAL
S i
r i “ s ^ r s s s " s s r , » - |
: s r r J L r ^ ^ r » ^ a s i
cláusulas pdtreas orçamentárias foi acrescida indevidamente e n t r e ^ í
fases pelas quats passou a Assem bleia Nacional Constituinte d e N ) ^ {g Í|j
” ^ r ^ S f T ^ J
. - * * ~ - - u J 5 Í3 S S ^
348
43/
O ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBERDADE IGUAl^
EL
g p —---------
votações, o a r t 195, q u e tratava dessa matéria
flrtiieio à deliberação parlamentar, que se vê no art. 1 6 6 ,8 3 , 11, do texto
in s titu iç ã o de 1988. .
K T ^ m esm o auando o Projeto A fo i reimpresso349, em fevereiro de 1988,
f c S n t e r v e n ç ã o realizada pelo Cenírão. nada e x istia a r e s^ ito d fô sa
Iria com o pode ser com provado p elo quadro comparativo entre as duas
g g l L s do Projeto .350
£ # 2 havia sid o renom eado para art, 166, eom a r e 5 data itlicia, 0 dia 5 de
lin k :
n,
. r < " —
vol-314.pdf>, último acesso em: 27 dez. 2016. Nacionat Consti-
w O liveira , Mauro Márcio. Fontes demformaçoes so^ ° ^ ^ naáo federal. Sub-
ruiníe de 1987: quais são, onde busc. ' “ ^ ^ ^ n í v e l em: <http://www.senado.leg.br/
; secretaria dc Edições Técnicas, etn; 28 dez. 2016.
publicacoes/anais/constituint on p^*J^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ entos^vujsos/
»> Ver <http://www.camara.gov.br/internet/consuiui
vol-316.pdf>, último acesso em: 27 dez. 2016.
438
Orçam ento repu blican o e liberd ad e igual
BA«»« ? nStata Se’ P0.1*30*0 »que durante a fase em que surgiram essas
péíKds orçamentárias nos Projetos de Constituição
3 ' de OfíH° RegÍmei\ to Interao com as alterações estabelecidas p eT ft
“Í Janeir0dC I 988-N e ssa norma era perm itida S o T -
nf constata-«
à v c a ç ã o -a fL o d e iiS f d e m S
ao an . 171 e seguintes do Proje.o B , cntão em S SS5o c
referiam a questões orçamentárias ^ ’ ern
apom ou 0 “ g u i"“= -
Freire), PSB
r X f PL(JOSéLu iz d= S O ,P S D B Í ) S ? ? S
f a v o.r ^ ~ ntrários,
t S ^ 1_Íabstenções,
^ - deri,í l apr° Vada
alcançando um3 pr° p0Sta
total de 4 2por 408 votos
5 presentes.
356
357
358
deias se refere à in clu são ou à supressão dos dispositivos ora sob
í g , pode ser conferido d e form a m ais precisa no quadro que indica as
i ^ S a s apresentadas por n o rm a 359
S E L t a n t o a despeito d e ter sid ó bòlocada em votação a norma referente
^ ■ ' • ^ S á u s i l a s pétreas orçam entárias no dia 2 8 d e agosto d e 1988 e ter
^ ^ aSm^ada não fo i localizada no curso do processo constituinte, qualquer
É g S S e S e s s e o texto q u e fo i subm etido à ap^açãa A r ^ ç a o d
^ i t ó 83° tal qual subm etido à votação e aprovado, surgiu sem ^ ü v e s s
• .#• JLiflm pntaroaraserdebatida.Nenhum aem endafoiencontrada
í^ y id o e n » ” P cerc;1 dl, ln n ta destaques e em endas” levadas à v o ta çío em
í f í ^ o d e 1988 pelo Presidente da Assembleia N acional Constituinte.
- * » ■ * — * -
análise dos historiadores do direito. - -------- -
361
Reportagem da revista eletrônica Consultor Jurídico, 01/03/2016, intitulada CHJ%
V6rba eX! ra para o S T J e autoriza criação d e vaga em TRT , disponível em:f|
^ P' www.conjur.com.br/2016-mar-01/cnj-concedc-vcrba-stj-autoriza-criacao-va-M
ga*trt?impnmir=l>, último acesso em: 6 jan. 2016. 'm
Nesse sentido, ven H araua, Kiyoshi. Despesas de pessoal na lei de rcsponsabilitW,
fscal. In; S caff, Fernando Facury; C onti, Josú Maurício. L ei d e Responsabilidade Fit-f
. aL , , “nOS de v,8ência“ Questões atuais. Florianópolis: Conceito Editorial, 2010.p f
C
147-168. ^
O ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA OA UBERDAOE IGUAL 441
cornen,etf^rVirfeoaceitoestabekcidoeraMuaS ^T
a cada Poder. José Maurício Conti364aponta a existônrii P°deráseratnbuíd(
lidade neste art. 20 pois não veirnin ^ ex*ftencia de mconstituciona
com isso invade a autonomia dos entes federativos íl^ c Z m Z T ^ ' *
r d“ r ^
a inconstitucionalidade da norma. “ a de Pensament0 e nao afirnrJ
364
2006. p 0,Sp7Maurícl0- A autonon»a financeira do Poder Judiciário. São Paulo: Ed. Mp
365
&Í 2S S 2Í 5S K = 5s r = s
iade cada ente federado; , y .
W Para o Poder Judiciário federal: 6,0%;
5 b) Para o Poder Legislativo da União, incluindo o Tribunal de Contas:
8 2,5%;
W c) Para o Ministério Público Federal: 0,6%,
f ai Para o Poder Judiciário de cada Estado: 6,0%;
ci p a r a o Poder Legislativo de cada Estado e respectivos Tribunats de
á, Contas: 3,0%;
2 n Para o Ministério Público de cada Estado: 2,0%;
g) Para o Poder Legislativo de cada Município e respectivo Tnbunal
Contas, onde houver. 6,0%.
ou a ^ ^(^rgã o poMkcfcomo^0^
impostos pela Lei de Responsabilidade Assim akfm ST
fica sem sanção efetiva. ’ a ln^ra9ao financepl
dos S l i ^ ^ S ^ ^ ^ ^ ^ P ^ o p e l a e x l r a p o ! ^
S S S 5^ " » « s s r «
ofensa ao Prinr-ínir. h i ^a° r®tens>ao cau,elar fundada nas alegações de
M edida C a u trlfr ^ ^ "^ ^ "^ " c ia d a s M e d iiJa s R e s tritiv -a s d e D ire ito s.
d° Rda,M ref- " d^ *■*
M l í e m i a t o r o M in is « ,
& A « r f l i o . cuja tese ficou desta form a assentada:
S S S S ã ^ ^ È E
S r K - » ir V 'V ? ^ d ^ is o ^ o v O T o d o E s S o n ã o t e m c o m p M ê n e
dec
direta correlação co m o s gastos com p essoal e encargo •
orçam ento repu blican o e u berdade igu al
^ n Jte 5
5K2S ^
prevalecer o limite da I RF rwio 600 . asc*cj>Por unanimidade, fez
levida pela lei esladual ' ° '»“ “ btucional a majoração estab^
cn o a u m ,« o l ^
? ' Can,arad? f? cP“b>d0s.PEc n.55/Senad0Fedeml),q11í
pessoal e os demais ’
f e S S s
;fnto tal mserça f t tni ;ncinsão pois isso sobreonerana os
ca, que adiante será an^ ls^ ° - R “ Sa °e ao fim e ao cabo, exerce a função de
t o a , b rasneiro, amparada no am 160,
r “ c ^ sT ô S s
fcnsoria Pública da União.
448
- « o s . o lim ite
c\ 0 ^ 1 P, . Ca: e s sa s reiteradas d e c is íw o™ . .
** Para o tema ver: Prado, Mariana Mola. Institutional Bypass: An Altemative for
Deveíopment Reform, April 19, 2011. Available at SSRN: http://ssm.com/abs-
tract=1815442 or http://dx.doi.org/10.2139/ssm.1815442, última consulta em: 6 dez.
2016, e Athias, Daniel Tobias. Institucional bypass - O exemplo do Regime Diferen
ciado de Contratações - RDC. Revista Fórum de Direito Financeiro e Econômico -
RFDFE, v. 3, p. 253-268, mar./ago. 2013.
m Passadore, Bruno de Almeida. Autonomia da Defensoria — inconsistência da Súmula
421 do STJ. Revista eletrônica Consultor Jurídico, <http://www.conjur.com.br/2016-
-set-20/tribuna-defensoria-autonomia-defensoria-inconsistencia-sumula-421-stj>, úl
tima consulta em: 29 nov. 2016.
m STJ, Súmula 421: “os honorários advocatícios não são devidos à Defensoria Pública
quando ela atua contra a pessoa jurídica de direito público à qual pertença".
450
s p ís s s s s t^ ^ s s s s s s s S
a S 2 S ^ “ « S ! ! 3 S ^
* ^ S 2 = S K ^ " S S S E
e A D PF 339/Piauí. a s A D I5286/A m apá, 5287/Paraíba, 5 3 8 1 ? ®
3) ™ Orgânica , o ,
corporação o recebim ento de “auxflin ^ Ufa aos m embros de
local cujas condições de m o r a d if s d aT rad!-, T Casode,otaÇão
onerosas, assim definido em ato do C^ U7neníe diffce«
o que era regularm ente pago P a r a d o r - G e r a l da Repúblic
b) Todavia, o art 65 n Ho i • *->
M agiatram n, - Í S i S S o ^ T ' 35/79 (Lei ^
m em bros dessa outra com oracão «6 f »VCesse m esmo direito i
jam ais foi editada; T Ç ’ só que nos termos da lei” «~
c)
°pr * » * ■ »nminém.a«
O ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBERDADE IGUAL
451
O
|j) Logo, tom ou-se desnecessária a lei ordinária exigida p e l a L O M A N
: para a concessão d o auxílio moradia, o qual deve ser p a g o a t o d o s os
magistrados, o que foi determ inado por lim inar m o n o crática c o n c e d id a
pelo M inistro Fux na A O \ l 1 i , com amplo apoio do M in is té r io P ú b lic o
Federal, a qual não foi subm etida ao Plenário do ST F m e s m o p a s s a d o s
ílfe': mais de dois anos de sua prolação individual.
3 ^ '; a análise acim a exposta deixa de revelar alguns trechos e x tr e m a m e n te
|||tfle ss a n te s do Parecer do Procurador Geral da R epública, e d o D e s p a c h o
inar do M inistro Fux, que devem ser destacados. E m certo t r e c h o d o P are-
ministerial, é afirm ada a relevância e o destaque que o P o d e r J u d ic i á r i o e
í)Ministério público possuem no conjunto dos dem ais serv id o re s p ú b lic o s , o
revela um a postura pouco isonôm ica, pouco republicana:
Exccrto do Parecer do PGR(p. 13 e 14), nos autos da AO 1773, e disponível em: <http://
www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?incidente=43952l4>, jj|-
ORÇAMENTOREPUBLICANO£ LIBERDADEIGUAL
dos Estados ^ 10^ ™ <0tlos' ' ndepeiK*ente dos lim ites de autono miafij,
J?. P ?!>
i P0reX.emp 0' 0SJUÍZes/ e‘lera‘snã0 recebem adicionalnlhin.
nos Z t f eF G K h >dadZ ' aÍiCT a' ‘‘‘ P i l o s i d a d e , panic, S
i tonordnosadeoca,teias, bônus p a r p ^ h a i d O .
^ * 3 K fe S S = 5 S £ S S '
t^ & s s ts s s s s s s i
para exercício de atividade específica.
■
■r=í«3s3£ 3 3 S=s:
,ts s s s s s s s it.
sobre a renda. .
• c r i í r „ i r 0" e T o ^ at i e£ z f ò z A
resida com o agente público n3o i-*C c®mPa*1*ie'ro*ou qualquer outra pessoa que!;
para moradia -em receba a j u T d e c i l
não seja ou tenha sido Dmnriciárin ®. nte Pu^ lco ou scu cônjuge ou companheiro
cessionário de imóvel no MunicímnP™lT ern,e COmprador’ cessionário ou promitente
lote edificado s e T a v c í h n ^ ^ T ! ^ CXerCCr ° carS°- incluída a hipótese*
mudança de lotação- IV - o aceniTl-w^0’ Ü°S <1°ze meses 4ue antecederem a sua ^
atribuições em localidade div * a pu^ ,co deve encoritrar-se no exercício de sua»
-se-á e S s iv ^ m e n í l dC “ ! '0,aça° Qri^ V - a indenização destinar-
aluguel de moradia ou c o ím tó n T I '0 dc despesas comprovadamente realizadas ccin.
VI-natureza temporária cnm -C ospedagem administrado por empresa hoteleira;e;
dc ação específica/^03’caractenzada Pd® exercício de mandato ou pelo desempenho
455
O ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBERDADE IGUAL^
f c f f i S S S E S S =
^aUnião, no que diz respeito à concessSo do auxílio-m oradia. .
O fato é que vem sendo reguiarmeme pago o auxílio morad.a ha ma.s de
^^arenda.Comovcm^ndoconsideradajomoverbainden^Mtórm.e^con-
entes subnacionais).
S ^ ap o m m ^ q u e v a lo m T ^ rc e b id o ^ m ^ x c L ^ ^ lo s ^ W o rp ú b lic o , c d e
de fo™ » -
S ^ ^ ^ PÚb,ÍCOS' ^ S e ^ t S S S Í
especial
m uito distantes dessa luta pelo a u m e n fn ltíd S “ todas’ seê uramentei
servidores remUneração dessas categorias^
fim tSopAblica, maS labtím ndo em im fcess ? ^ ™ ' ^ CmUn,low^
383
* - « - m m . «■ n n l
Emenda Constitucional n. 41/2003 a título ° ”* pcncblrlo:: onlerionnenle à vigência è
dispensada a «sdtuiçao t a X s ' ■ ■ ^ pelo servido, p M w
384
novembro de 2015." Ver também MS 31.244, rei. Mbdstro Lutz Ftut"^ 0 dia "de
M i não idêntico. . ^
5 ^ E s = s 2 = ^ s r s s :
Z s s s s s s s s s s s s s s s r
:
®> Relatório Quem são os conselheiros " "
úl,im0
agens'
v c d a ^ A ^ c ^ a ç ã o ^ ^ e q u ip ^ i^ o ^ e q u a i^ q u e r M ^ ^ ie s r w n u n e r a tó r i^ '^
SE]-;
" t c ã o de regim es de previdência com plem entar para os servidores públicos
Executivo, e desde que tal sistem a fosse com posto por entidades fechad
a*««»vidência com plem entar, de natureza publica (art. 40, § 15, C F), sen
obri^rório a p e n a ^ a r a o , futuros ingressantes no sistema, e facultativo para
os demais (art. 40, §16, CF).
M esmo assim , só em 2012 é que foi aprovada a L e i 1? 6 ^ ^ l ^ i d í T r e s
oretexto de regular esse sistem a de aposentadorias e pensões dos servidores
ptolicos federais.criou três diferentes Fundaç^sparag^oroststema^aF -
dação de Previdência C om plem entar do Servidor Publico
Executivo - Funpresp-Exe, e suascorrelatas do Poder U p l a t i v o P _
» Lei 8.213/1991.
460
ORÇAMENTOREPUBLICANOEUBERDADEIGUAL
” S í i S í S Í Í * * * ~ •»— .^ ,* *
federados. Cra se se8ult*o ou objeto de adesão pelos demais entes
461
O ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBERDADE IGUAL
400
^ t™ ^ n d a S ;^
L>r outro lado, cada m agistrado brasileiro recebe 1.707 novos processos
C o o au e é igualm ente despropositado em face dos dem ais países ana-
■Éiltos pois excessivo. Esse vajpr é relativizado quando se analisaaquanü-
' S f t processos em correlação com a quantidade de funcionários do Poder
quando então o brasileiro volta a se destacar negativamente, com
.^ c a s o s por ano.
iJclaro que, com o toda m édia, esses valores escondem algumas realidades,
í s i ^ q u e refoge ao escopo deste trabalho, pois, “em bora os magistrado
í f m individualmente responsáveis por mais casos novos por ano no Brasil
S m e em outras partes do m undo, o fato é que eles recebem o auxího de uma
í ç a de trabalho significativam ente m aior para tanto]’ . Isso devena levar
X c u s s ã o sobre seu papel enquanto gestores de equipes - afinal, é notón
C e nem todas as decisões proferidas são da direta lavra dos magistrados,
constituindo-se em um verdadeiro trabalho de equipe.
Ocorre que a autonom ia financeira do Poder Judiciário amparado j*la
S M ó O a m o r S e g o u a e s s a c o n c lu s ã o . m e s m o c o m » in c o m p le tu d e » o
S h i L m o d o s d a d o s d a R A IS p e lo se to r p ó b to «
dos números alcançados: Uma limnação encon muitos municípios
questão do registro dos vínculos pú ic o s esta “a's reportava p o u c o ou nenhum
de médio porteelocalizadosnafronte.ra d o p a i s ^ wnculos
v Ver capítulo 4.
466
orçamentorepublicano e liberdade igual
para J
m d is : s “ r : ^ ^ i : ^ d o s r ? m e,ros ■— *
é Z S L p ” 6 im p te sc ia á w e rv e n fte a r se
S ^ ^ r ^ ^ M ^ > o P o é 'r m K U Ü v o m Pr ^
lé io rç a m e n ia n o u -^ - ^ daC onstítuiçã0.
^ d is p o s to n o a r tltS : % ' - ^ ' x t f l u m m l e m c o ^ oUd^ , a M m
êS S S S S S S S S s
- a s s .s k s s
de soberania ou um coMjram p M W a c ^ e a ^ P u([| contrato público
S S L I i í ^
como um dos polos do relacionam ento .
,1 5 . N em todo endividam ento é roim . M M » * <" “ X T .
= fS = = S i-5Hs
e n d ^ v id aim èm o ^ s^ d iv èrso ^ ^ tsumantiatats adSSOC'h 'S ^ Pf|r^ ' ^ 8aS,0’et^
por N orberto Rnhhí« >trata-seda conhecidadistinçãoefetuadí
a“ ais p r e ( ^ p a d a c o r T i ^ ó ^ 7 Í * ,^ ÍCaS ^ « “ *
nomia4,5 A n n i c in c I L a^ ° / n a herdade, e a esquerda mais centrada na iso
• A<1U1se tnsere o debate sobre o orçam ento republicano e a liberdach*41
p. 918*^ PCSIS Femaniies de t- urs<>de direito financeiro. 6. ed. São Paulo: RT. 2014
414 Idem, p. 920.
i
., S tr e e c k *420421 a p o n ta q u e e s s e s is te m a d e e n d iv id a m e n to o u e »mn. Hl
id en tifica d o c o m o indolor, s ó será rev elad o quando ocorrer a 'a n u r u -i^ 3 S
“ r dC Paga"‘?nt0 d a dtvida. <!«*»*> e u tf o s e evid en ciará a bâixa S i
h e r w t * ^ 0rrem e 4 3 ren(*a e d o p atrim ônio - p o ssu íd o e circu lad o sob a ftm iP
hereditária - , o q u e revelará a elev a d a taxa de p oup ança acum ulada n J 0^
extrato s o c ia l. A fórm ula en tão será a d e m udar o p erfil da dívida a l o n E ^
e au m en tan d o su a rem uneração, e m prol da poupança acum ulada desse
d e s ! ^ ? Ue parciaIm ente a re«ttvestirá n o refinanciam ento d o E stado C r i S ^
esta form a, um a no v a d in âm ica para a rem uneração d o capital am plam eS^
segura, p o is ancorada n o próprio E sta d o - e a dívid a p ú b lica é um re« 3 P
^ a ^ m s q u e e x iste m se a e c o n o m ia f i n a n c e i r o setor p  £ g l
d í í d j 8 C P° er d em o crá tico *c o m o só i a co n tecer nos países c o n s f
derad os seg u ro s para o s in vestim en tos. H ns| |
“ ■í s í í E S S s í í
ír- '
^ ° X r s 5 S K í . i = r “ s ;J 4
i ^ ^ r s K i z S i S i s i X “ t !
acrescido, no caso brasileiro, daques^o das renúncias fiscakSl ^ m
S 3 S S S t a í “ ampla<” seja a,rav& da «*■ ■ * r ^ S S S J
ll^ s s s i
entes da Federação com o operação de crédito (art. 29 5 V«i o
,u e da “ 4
a s s s s s s s - s *427
Ver item 4.5.3, capítulo 4.
<U ^ er *tem 3.6.2, capítulo 3.
4M Ver item 3.5.4, capítulo 3.
427 Ver itens 3.5.2., 3.5.5. e 3.5.6, capítulo 3.
Ver item 3.6.3, capítulo 3.
473
o ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA OA UBERDADE IGUAL
»f.
§ &niif* se concretiza a noção do bom governante ou do governante
Í C0^*ímhíYra e^se nem sem pre haja em prol da população - quando então
f
5eS ^ S safasrísss
^ d T ^ m u lg a ç ã o d a Constituição. Tal com issão jam ais foi instaurada.
• O C o n s e lh o F e d e r a ld a O A B e m d e z e m b r o d e 2 ( K M in g re s s o u c o m a A D ^ F
Ouveira , Regis Fernandes de. Curso de d ir e ito financeiro. 6- ed. São Paulo: RT. 2014.
m r .-p-921-
- a teq u e r ^
2,7 b ilh õ es de
p agam en tos e m atraso. R elata q u e is s o ocorreu através d e ^ fP
parla(iicmar-de0nnuerim^7l|lW'd|l1CCe,S,a<1Va/COmiiSOÜS/cOmíssoes’tcmP0faf'“ ^
G aspari, Elio. A ditadura acabada. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2016. v. 5,p. 137,176-177J
475
O ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA OA UBERDADE IGUAL
j g ; s - ^ . ! £ S 2 s 5 s a 5 a r ■
. ,21 É adequado realizar a referida auditoria nos dias que correm , passados
aenrc
cerca de 30 anos da prom ulgação da C onstituição.
‘• É necessário fazê-lo para respeitar a norm a constitucional, q u e jaz com o
B S H S i S i S E S S o S a ^
S s á r io delim itar isso no tem po, pois a d M d a pubhca brasileir ^
como expõe Regis de O liveira«8, que a analisa desde a época do B
' «4 Gasparj, m o . A ditadura acabada. R iode Janeiro: Intrínseca, 2016. v.5,p. 137,179.
«6
' «7 Para^esse ^^nito^rèconw nd^M o site da A u d ito ria já d a ^ ^ d ív ito ,^ isp o n ív e l Cm'
<http://www.audUoriacidada.org.br/>, úllima consulta cm. 21 «ov„ 2° _ RT ^
■« Oliveira, Regis Fernandes de. Curso de dtretto financeiro. 6. e .
476
a S fS S S S S S S
, um ano aP6s sua prom ulgação, o resultado podería ser outro- noa
tantos anos e eventos ap& , sua e flc íc ia jurídica é b L „ " e duvido'“ ' *
44!
Relatório Anual da Dívida Pública Federal - 2015, Tabela 4. p. 3 5 .
em??"nov. 201 ^ hUp://WWwfazenda Sovbr/noíicias/1998/r981113>, última con
477
O ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA LIBERDADE IGUAL
$ W c ia lm e n te é n e c c s s á n o fix a r q u e s íp o ^ ^ S tS S
jsrem ovim entaçãofinanceira .c a s o a r o e it a p u . . para o pagam ento
de em penho e m ovim entação
E n ^ r e ír ^ ’uU U zadanocarm nioarl. 9a serve para designaroquedeom um ente
H/a
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
c o n tírç e L T a T m " ^ ^ ^ ^
^ ' S S S S f S S S S S - s á
J Í J f ° llnhas ac,m a>a jurisprudência do STF sobre a i n t r a n s c S I
das m edidas restritivas de direitos acatreta que nada possa ser f S o S S
E x e c u rrv o a c e te a d o n in a p a s s a m e n ro d o s g lro s p o r^ s d ^ S â
n„P n t §?°,d° art- 9<t’ São Previstos três tipos diferentes grupos de d e srx J
q e nao podem ser contm genciadas, sendo que dois deles não D o d e iS íS
Oliveira, Regis Fernandes de. Curso de direito financeiro. 6. ed. São Paulo: RT, 20ljj
44J
Ver item 3.4.1, capítulo 3.
479
O ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBERDADE IGUAL__________________
m m m ÊÊm
pelo program a d e go v ern o .
R esta a o en a s a terceira e ú ltim a alternativa prevista na norm a, que e o
• W a S n t ô d o “ « i ç o d a d ivid a". A qui é o ce rn e d o debate, p o is s e trata da
V- afeava b lin d a g e m d e v a lo r e s n o o rç a m e n to para p agam en to d o s cred o res
ções de crédito”, sendo que tal operação será firm ada com o
financeiro. Ou seja, quem autoriza, se beneficia. P Pn° s | |
C o m tal norm a (art. 10, L e i C o m p lem en ta r 14 8 /1 4 ) o nnH -ÍÉ
c r Z T ZOU a fisc a h za ç ã o d as co n d iç õ es para q u em vai realizada ^
c o m o ^ m h ^ ’ P° r um Jado’ ref o rÇa a captura d o sistem a p ú b lico p e K f
c o m o tam bém prenuncia u m problem a finan ceiro n essa s o p c ^ Pn|
126. N em toda dívida é financeira, pois, com o adverte A taliba ^
de crédito o levantam ento direto de um em préstim o em dinh!’ é 0pe1
aquisição de bens e serviços para pagam ento a m édio e l o n g o T r à ^ í i
dm am ica exposta pode ocorrer em razão de dívidas financeiras^ r í ? ^
ras estas entendidas com o atrasos no pagam ento d c d csv csn T n T ° fina
inadim phdos são um a dívida não financeira decorrente dé d e s D e s a f ^ 3^
conform e estabelece aX e i de R e s p o n s a b i l i d a S ^
preve expressam ente que os precatórios não pagos durante o exerciV§? ‘
qual foram program ados, tom am -se dívida confolidada do ente p ú b f i c n ^
fins de aphcaçao dos lim ites correspondentes D a m esm a fn rm f bllC0- P ®
a rubrica de i « * » « * * * pela q u d se
despesas com prom etidas e não pagas no exereício de c o n d i a %
is s s S S S S iR B H r1'® ^
e^réstimosefinanaamentDsfeitosjuntoaosistemabancário d e i x S l
BACENmconhP,a8ar 'nSCnt0S " ° PaSSÍV° financeiro- Em outras p a la v i |
« T C men-SUra ° atÍV° dC CUrt° Prazo-**« “ c o n te k
q eotamanhodadividaésubdimensionadoemfacedessaassimetria(p.206^
A auba . Geraldo. Empréstimos públicos e seu regime jurídico. S3o Paulò: RT, 187j|
483
O ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBERDADE IGUAL^
f e r .o i ? e "
sE sassss
o p fe
'0M:'
s s w = ^ 4 j = » j = r u r s s
Is s s ^ s
f
;.
S ! do T « o n o m l'a . Sepamda da constituição Bnanceira, a « M J »
econômica de 1988 foi transformada em mera "norma program ic .
gemdaConstítuiçãofmanceiracaagoma^ConsUW içaowonom^
\conômicasXLK, p. 2/23, Coimbra: Universidade de Coimbra, 2006. p.
Idem, p. 19.
484
ORÇAMENTO REPUBLICANO e UBERDADE IGUAL
-am encana448, porém isso não pode ser algo que su foou e o
esp ecial em sociedades tão desigu ais com o a b r íu e iT n l * f 0nu
s o c o e c o n ô im c a aponta um arco enorm e d e discrep ân cias 3 PÍJ
socioeconôm icas,
S s * £ 3S E = S 5S
credores da dívida pública brasileira. ^
Dispôs o relatório da C PI na D ívida Pública realizada na C antara
Deputados entre 2009/2010450'.
j r â b l í c o s r e m u n e r a d o s t e ^ e ^ u t r o W o l ^ r a r a d o n e s ^ ^ t u l M ^ r á k 8^
S M * —
w S ~ 3 f us-a i r
n o B X ^ = ^ I ^ S S S ^ S'> n ta S ''d a W a o f in “ “ í
em prestam a taxas altíssim a« <•«h • pa®arn taxas altas, os banqueir
Idinheiro era e m p a d o ^
|or à inflação, e tal diferença era
P devolvido. D e todo modo, tal
i s em préstim os • « £ ■ * ,S e percepçáo de favore-
«ca âòs campeões nacionais gero _ sg beneficiavam desse
% . As im unidades
|Ü s , além de serem de tributos
M inistro Sydney
e g - ,
ou tras espalhadas « “ Se a f e r e m a
envolvendooutrasespécies t r i b ~ 0nal * " C° nSa^
c a r d o I ^ b o T o t ^ e x S ° ^ BatTOSCarvaIhoPossuiunicontraDo , 1
consagrarão imunidades' Itíbutórias ^ aUt0r> se^ uind° um a Unhajusnah
direitos hum anos, e m £ 2 í í h t T ™ aquelas «onnas ^ e ex " ^
S a 7 7 atuais--c o 7 fig~ r m7 ° - da « - w « í S 3 a
É n ftid a a d ifX * !“ 2 ~ Í
R * Pps,Çao exposta por Ricardo I nh~ -r ça de P ospec
45?
Paia uma anáfisc da m c r p ^ Z ^ * * " ? * ,9" ' * S p - S f "
p £ io? ^
458 -------«.4WP, r '''"*w <K*norma tributárii
Torres. R.VnrHr, i ~ '
S S ^ t r c S ^ « * ; ;
459
*■ * 1 ~ * b da sao
O ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBERDADE IGUAL 489
m Wem,p.484.
470 Schoueri. Luís Eduardo. Direito tributário. 5. ed. São Paulo: Saraiva. 2015. p. 423.
491
O ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBERDADE IGUAL
serviços prestados a de
i sr bs r „ : t r ,im i'a^ ; ao ^ —
da Constituição ^ refendas im unidades como cláusulas pétreas
art 60 §4« IV P 3 CSSaS desoneraÇões * rigidez constitucional d
O ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBERDADE IGUAL
493
JC75/2013.
ndamentais.
jndamentais. .
Vincular é criar um liame entre receita e despesa, a fim de garantir certa
,nte de financiamento para aquele determ inado dispêndio.
A C onstituição b rasileiraestabeleceii n o a i tJ 6 7
l^ ^ p u b U c a d a n o J o rn a .
Templos e igrejas de São Paulo, dos rep . . t5diano/2016/08/1800103-isencao-
— — ■
orçamento republicano e uberdade igual
« ? aií CIltàÍO,qUedeveteràsuadisPosiÇãotodoomontanteaue fn
para fazcr freMe * « " “ » " ' w » i K h S
'= = £ =
I iã s s x x
Fundo de C om bate à Pobreza.
i^ S S Z iS S S S Z ^ ^
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
í ÍÇ ^ ain(^em
* ^ í idade
a ^ tardia.
ale)’“ Como
ns,i“ i” d0-s eLemo
afirma e m !,TStreck4
s' ’S . T. s“ s
I:
i í S T S Í Â Â para o - * * » « — F -
* » ' a p e - a s a e s . ™™
s:rJi^
^ ^ i T v i o . introdução ä ,eoria doscus'os dos direi.os - Direitos não nascem cm
árvores. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005.
=zssaszss£=g&i
f ^ m í m m a d i f as a p ^ x v c a J o ( a ns . n ^ A ^ c ^ ^ f ^
r.-sr-H
norm as q u e^ tab elecem 0^ / ° C,aráter de cláusulaP&rea constitucionaldsÊ
i s E í s s i a s ' “ “
T-- c- ricm ntrastada em razão d a profunda alteração efetuada pela
» ! r ^ ^ S ^ ^ p a r a a Ú n i S o , i n c l u i ndooar<. 1 1 0 no
tC & }6' q? lm T o alcance das vinculações para custeio dos direitos sócia,s
J» ™ “ X d f ^ e S r s d t n c i o J , pois, além de se c a ra e te m a r
Cláusula pétra orçamentária, é, na v e ria d e ju m a clausula pétrea
I ffrtitucional, conform e dem onstrado neste apartado.
^ T rata-sedeum debatejusfinanceiroverdadeiram enterelevante.com ten-
c tS ls T n a n c e ir a s e os
gastos obrigatórios.
140. ^ e s s a r e l a ç ã o d e t e ^ o e ^ d e ^ v m c u l a ç ^ e j i i ^ j d a d ^ d o ^ c g ^ s l a d o r
1 í - É Í i ^ I c r t t o de SenpoWuMT
mo da promulgação da refenda Emenda desPcrdício tanto nos investimentos
com saúde e educação: “Mesmo havendo imae;nar qUe o saneamento estrutural
quanto na área de educação, não °at^ j ^ oniexto de crise.
E m e ^ Ç ^ : S ir ^ : ^ d ° E m = ^ ^ Und° Sl
R evisão n. 1, durante a presidência de Itam ar Franco. 0" stiluci«!|
Com perfil semelhante, esse mecanismo foi DrorroPfldn c k '•
Fiindo de E stabilização Fiscal - FEF, aprovado nela F r i? /!S » 0 n°®
presidência d e Fernando H enrique C ardoso A inda soh ™ l7/1997,ját
ano 2000, através da E C 27.
m e n tS f s o T d o is ^ S tS ^ a do f a d a r a j
% lnerabilidade. , .
nJS3 C K S ^ : S s f c a £ S ^
percentual constitucionalm ente estabelecido.
»P t   S í
a ís a s T Ã :?
s c ü n c lu íd n ^ 0 !Cmnerl^ u m ad 'scrícionariedadesobretais vaiorés^òtiedev"
^ n ^ i . b e t d t e O o i - ^ ^ e à s
t s a g s s ^ r ^ s s s s s s x
IjJèfem ado reiato m in u cio so ^ çsse respeito.
i ^ ^ ^ s s r i i s s a s :
feS = ~ S S » s= =
s s - a s ^ x a a s s s s - ^ i . o - -
lentre outros entes federados.
p e f a t o , f o . a c r e ^ o ^ ^ t “ ^ ™ g’ m ; „ ,o n a d L d e p r o m u lgaçao
ropr^:—
“ sc
26, p. 842 e ss.
3U<f
ORÇAMENTOREPUBLICANOEUBERDADEIGUAL
439
Sobre o tema. ver Scaff. Fernando Facury; Andrade, Cesar Augusto Seiias de A dívida
ca lo /eo ^a^p ^b llc^ln 3^ 5 10 anos daLI^ ou c°mo a Reso!ução 40/2001 do Senado
’ Feraando FacUfy: Conh, José Maurício. U i de Ra-
2010. p S7-76F‘SCa ~ ° an° SdC Vigência- Questõesatua«. Florianópolis:Conceito,
490
Pequeno RPV f “/ * SpcCt?s ° ^ m^ os e constitucionais da Requisição de
scAfp' Fen," id° *«— ■
O ORÇAMENTO repu blican o s a busca d a uberdade igual
505
I ainda teve que esperar m uito m ais tem po para receber seus créditos,
lotavam judicialm ente reconhecidos, teria que conceder descontos para
& s , em um sistem a de lejljão invertido, que privilegiava o pagamento
!!tes que m ais reduzissem seus créditos.
Intervenção federal.
2 Precatórios judiciais. _ .
3. Não configuração de atuação dolosae deliberada do Estado de Sao Paulo
com finalidade de não pagamento.
506 507
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL O ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBERDADE IGUAL
sr
4 . Estado siyeito a quadro de múltiplas obrigações de idêntica h;J B B ssim. pelas características supradelineadas, identifica-se o sistem a
N ecessidade de garantir eficácia a outras normas constitucinn -atórios com o um a espécie de cláusula pétrea orçam entária form al, a
por exem plo, a continuidade da prestação de serviços público «deliberação do P o d er L egislativo sobre parte do orçam ento, porém ,
5. A in terven ção c o m o m ed id a extrem a, d ev e atender 4 S'W Ê É ^ tic a através d e vários m ecanism os d e flexibilização orçam entária,
proporcionalidade. ra ^ v a l o r e s são rem anejados para outras finalidades no curso da execução
6. A d o çã o da cham ada relação de p reced ên cia condicionado 5 S I
S m e n tá ria . „ . . „ .
princípios constitucionais concorrentes. ®
^ a l m anobra é realizada pelo Poder Executivo, com a anuencia do Poder
7. Pedido de intervenção indeferido. ;m m ^ 'd a t i v o - o que é necessário, pois se trata de flexibilização orçam entaria-, e
A decisão supramencionada foi prudente, a despeito de terdesm oniJil » s i l ê n c i o obsequioso do P oder Judiciário, que não garante o recebim ento
sistema de proteção cnado para garantir o pagamento de precatórios aS Í I 'P & éditos de seus jurisdicionados contra o P oder Público.
nao se tratava apenas de efetuar o pagamento daquele específico n r n f S l í O sistema de precatórios é idealmente um sistem a seguro (pois ampa-
que estava em discussão, mas de permitir que todos os demais q u e ^ t S l I l io n o tesouro público), isonôm ico (um a vez que seus beneficiários nao sao
pendentes de pagamento utilizassem o mesmo meio, em detrimemo ÍL n en tariam en te identificados e recebem pela ordem de sua apresentaçao)
S b e l e c e diferenças entre situações e pessoas com a devida adequaçao (ída-
f doença e pequenos valores), porém não funcionou a contento ao longo do
^ O problem a estava, e perm anece, no acúm ulo de créditos em atraso'J H o que é com provado pelas sucessivas prorrogações constitucionalmente
vem sendo continuam ente adiados pelos sucessivos parcelam entos m u iS S e c i d a s para seu pagam ento. Trata-se de um a estrutura constitucional
dos quais descum pndos. Trata-se de algo que possui origem remota, e S P pmceira republicana, que vem sendo reiteradam ente descum pnda pelos
pode ser resolvido através de um a única penada. q ^ sucessivos governos.
j ° J Stema adotado originalm ente pela C onstituição brasileira é muitff Tudo indica que, em algum momento nessa trajetória histórica ocor-
adequado e inteligente - desde que seja obedecido, pois gera uma garantíÉ ;|u um atraso em seus pagamentos, e isso gerou um“efeito cascata quese
orçam entária de pagam ento, fundada na arrecadação e garantida podei l i | fròpalou para o futuro inviabilizando o sistema. Pode ter ocorrido - é uma
^ v m , um a vez descum prido em algum m om ento histórico, gera acúmulosq J S e ita , pois não há como comprovar- alguma espécie de escolha publica
im plicam m aior oneraçao m teigeracional, pois se trata de dívida não fin an cd iH &margem da lei”, na qual o gestor orçamentário atual decidiu nao pagar as
adiada para pagam ento futuro. E, a partir daí, todo o sistem a de garantias seÜ conto decorrentes de irregularidades praticadas por seus antecessores, a
despedaça, nao sendo factível utilizá-las para pagam ento dos v a lo r« em atrasáfjí despeito de os valores estarem incluídos na lei orçamentária. Exemplo cari
„ . on^ Xf ta m en le em razã° da d esm oralização d o sistem a d e precatórios é que ■:
catopode ajudar a expor a hipótese aqui apresentada. Imagine-se um prefeito
se g m m u o s e m p r e s a n a is b u scam garantias financeiras para a c o n t r a t a ç ã o * # que tenha feito muitas obras viárias, tais como túneis e elevados portodaa
certas atividades c o m o poder p ú b lico, c o m o se v ê na L ei 1 1 .0 7 9 /2 0 0 4 quetiala cidade, algumas das quais sob forte suspeita de superfaturamento. Ao final
S paralicitação e c°ntratação de parceria público-privada n o t
domandato, deixa para seu(s) sucessor(es) um número infindo de processos
âm bito da adm im straçao pública. Em seu art. 8“é previsto um rol degarantiasa í judiciais contra o Município contestando o valor das desapropriações que se
rem prestadas pela Adm inistração Pública quando firm ar esse tipo de contrato fizeramnecessárias, ou de faturas pendentes de pagamento com as empresas
com particulares inclusive através d sjundos garantidores, buscando afastar : de engenharia - ou ambas as coisas. Esses litigantes se e quando vencerem
qualquer possibilidade de utilização do sistem a de precatórios.491 as lides judiciais, obterão um precatório contra aquele Munrcípiopararece-
bimento de seus créditos. A despeito de os credores não serem itentrâca .
osucessor daquele prefeito, a quem for apresentada a conta jundrca (p
” h ,hC r aCerCa dCSSe tema> ver: ScAFF- demando Facury. Controle pdbli-'
catório) - devidamente orçamentada - pode vir a pensar ser
f In: Bercovici. Gilberto; V a u m . Rafael. Elementos «fel
aquele recurro financeiro v isO T d o O T n ^ s^ o a l^ e le iro ra d o , <^^P_ 6^
atreito da tnfraestrutura. São Paulo: Contracorrente, 2015. p. 277-304. j
508
ORÇAMENTO REPUBLICANO E LIBERDADE IGUAL
d a c ^ t £ ; ^
.»w » u u i^ u v u t uuim i
152. H averá alternativa-legal possível para coibir essas c o n d u ta ? d« • L
m ente através do bloqueio eleitoral de candidaturas de quem deixar f f 1* ®
eletivo sem que ocorra o efetivo pagam ento dos precatórios ou tenha adm ^iírl
i r aa ,ei orçam entária em detrim ento de seu pagamento. P o S
p poderá ser aplicada quando o estoque de precatórios for e n c e r r a i
caso contrário os atuais m andatários serão penalizados em razão dos e r U S -
3 ‘6 ‘ r aF2 c S 5 aN O R M A T ,V A d a c o n s t it u iç ã o e o l e g is l a d o r orI
ç a m e n t á r io b r a s il e ir o em b u s c a d a l ib e r d a d e igual
" 2 3 3 S S
O ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBERDADE IGUAL
si.uaS„bZ f o S S r „ :“ p^
' ) r M w t “ da rff « t ã o cotnpletamente fora do espaçodí
deliberação parlamentar o montante orçamentado para gastos coníl
^ e não um teto.
T o. N o âm bito da receita pública, estão completamente fora do espaço
f ’ d= denbé“ ç Ío parlam entar as incidências pertinentes às m um iodes
ocasiões ao longo do tem po, o P oder Executivo não cum priu o orçam
com a cum plicidade do Legislativo e a om issão do Judiciário, r e n m L ^
os pagam entos para outras finalidades, esvaziando o sistem a dè p recató^
N o caso dos gastos com o serviço da dívida pública e com pessoni ^
encargos, o legislador orçam entário transm uda-se do P oder Lernslai»,
o Poder Executivo, pois este é quem estabelecerá o m ontante a ser o Z Z
razao dos bloqueios orçam entários existentes. O Poder Executivo n J r W
o gestor orçamentário, transform a-se em legislador orçamentário c Z S l
rência a esses itens. °m* p l
N o caso das imunidades tributárias, o legislador orçam entário foi I
queado pela C onstituição, não sendo possível sequer discutir através dor ~
constituinte derivado sua alteração, o que j á foi confirm ado pelo STF. ^
E no caso das vinculações orçamentárias, perm anece o PoderLeeicl J
c°m ° legislador orçamentário, porém com fonte de receita específica. d J i l
nada às finalidades.estabelecidas norm ativam ente.
156. Constata-se que as cláusulas pétreas orçam entárias aqui expostas possuePS
diferentes perfis, sendo que algum as têm nítido caráter corporativo o u d eav S ll
financeiro do tesouro público, enquanto outras revelam clara adaptação S I
princípio republicano. P a| p
. i.iiFo! ^ Sumi^ o <lue será republicano o Estado que íox juridicamente M
truturado de m odo a perm itir que o governo aja em prol do bem comum, aplÊ
CíWúto a coisa publica umafunção social, em busca da efetivação dos direitM.
E ° orÇan*ento republicano visa a ju stiça distributiva, s ó i
a tutela das capacidades financeiras, receptiva e contributiva. J
C om os olhos voltados a essa definição, constata-se que o gasto públidl
com pessoal e seus encargos, com o regra, não se referem diretamente à e fM
tivaçao dos direitos fundamentais em prol do bem comum, m as no inteiessÊ
dessas categorias de servidores. Diz-se “com o regra” pois o governo necessitai
gastar com pessoas e encargos, para executar os serviços e as políticas públi-íf
cas que lhe incum bem , porém a petrificação do preceito afasta a deliberação!
parlam entar sobre a matéria. Logo, aqui não se trata diretamente de uma clám
sula pétrea em prol de um gasto republicano, m as de um obrigatório gasiÊ
corporativo. Com essa afirm ação não se procura reduzir a importância d(É
servidores públicos na busca da efetivação dos direitos fundamentais através doí
Estado, todavia se pretende dem onstrar que o bloqueio efetuado ao legisladoÊ
orçamentário não obriga a realização de u m gasto público em prol do interesá!
social, m as em prol dos interesses corporativos dos servidores públicos, conS
especial relevância para os servidores públicos dos órgãos políticos - Podei
Judiciário, P oder Legislativo, M inistério Público, Tribunal de Contas e, m a #
recentem ente, a D efensoria Pública.
O ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA LIBERDADE IGUAL 513
w ^ m e n t^ o ^ a m d o g a ^ & 7 o n te ^ n ím a d e ^ m o s p a ^ a r^ z ^ ^
m e n S e “ n M ^ n e m ! ? r ,e ” , 0 e ” CO" “ a m ‘s e b l^ u e a d asa o d e b « l ^
e sc const,tuem em vantagens pessoais desses grupos ou cateeoná«
da S L ar r « T dÍre,am ente dessas vantagSTs em d e « S
a p S n d a * Ho C ,a'S reCUrSOS de forma republicana, reduzintk
possibilidade dos sucessivos governos de agir em prol do bem comur
O ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBERDADE IGUAL
515
^ ^ ^ o c s d iie r c n tc s d c g m o s .V m a c o is ^ o o s g m o s c o m s à S w
ou com saneam ento, outra coisa são os gastos com a c o n s S de í ebl
ou com m edicina estética. Tudo isso pode se r considerado g L to Co^
e a utilização dos recursos em um a ou outra dessas finalidarW a ° m ^
arrecadação havida e das políticas públicas estabelecidas O me«**01* * !
2 “ ^ mo ao.“ si»». <1« p o * i r básico J ^ S S J t a S S T “ ' »
pnvilegiaro ensino superior ou o fundamental. Isso para não tratar doca“ *
locacm nais, que perm item atender diferentes grupos de pressão a u ^
Estad^do bai™ - p c c i f i c ^ u r e g i ^ S !
Itlj “ín a lem sldo obj eto de análise pelo Suprem o Tribunal F edenií
! v c : den“* ou“M - n a A D I5 5 6 4 ,de re to o ria d a M in is tra R o sa W e te * *13
Donto cen trai ^ « iw . T 0806 ae lei do Estado de M ato Grosso. 0
P é
se r utilizada para ] n f SC 3 decorrente de m ultas de trânsito podei
pagam ento da dívida pública estadual, despesas de pessoáP
502
r#=-
fi.S''
'MK do Brasil, setembro de 2016. p. 20. . . . . . c a,mnpln/Receita
Boletim Cursa Tributária do Brasil em 2015. Brasília: M.msténo da Fazenda/Rece.ta
Federal do Brasil, setembro de 2016. p. 26.
522
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
Seletivos
Combustíveis
Automóveis
Telecomunicações
Energia elétrica
Bebidas
Tabaco
Comérdo exterior
Taxas diversas
Contribuições prevldenciárias
Outras contribuições sociais e econômicas
8.44%
Pessoa física
Pessoajurfdica
Retenções não alocáveis
[ Outros tributos
[ 0.01% I -0,01%
d o is m íZ b
2 0 1 5 n a ra fa rith n ’Pa ssa ~s ? a a n a lisa r a p en a s o s d a d o s m ais recentes, d
■* - ä ä ä s H ä S
imposição orientada para o consumo).
!&'2015. .
-164. A base im positiva mate ° p r e d ^ O f ó . ^ c o r e ^ u e tel
stens e serviços, correspondendo a 16,22 * do p m oe " ^
base im positiva, em b o ra obtenha am pla ,atw ò doprincípto da
qaeseregulea
bonomia no âm bito m b u lán o . E xalam entep „ ,,,m a m e n lc d ifíc il.T ip k e
critériodaisonomia nessa base .m p o s .u v a s e to m a M tr e iM m e n te d ^ ^ ^ p _ ^
in t »*ke . K lãüs^L ano. Joachim. Direito mbuláno. Tradução Lu iz Dória Furquim. Porto
S S o C ó n io Fabris. 2008. v. 1. p. 211. Uáhcos do ong.nai.
S24
_ORÇAMEN7P republicano e m a m n c ,gual
514 P iketty, Thomas. O capital no século XXL Tradução Monica Baumgarten de Bolle. Rio
de Janeiro: Intrínseca, 2014.
526 ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
O Imposto tínico seria de apenas 2,81 % para quem paga e 2,81 % nara m
recebe em todas as transações financeiras, tais como cheques o rd « L ^
pagamento, DOCs, TEDs, transferências eletrônicas etc. Veja um e x e m JI
Se voce emite um cheque de R$ 100,00para umapessoa haveria um d<^or!Í
em sua conta-corrente de R$ 102,81. A pessoa para quem você p Z S
cheque receberia um crédito em sua conta-corrente de R$ 97 19 port1nJ
nessa transação o governo arrecadaria R$ 5,6 l s,s. ’ ‘ &
pM
Trata-se de um aigum ento extrem am ente contestável, pois não se
to b u tar o que nao é uma operação econôm ica, m as um a operação física c S
dinheiro, talqualaacim adescrita. N a verdade, em busca de um a simplificado $
do sistem a, cna-se um a ilusãofiscal. A com plexidade do sistem a tr ib u tá r io « !
Brasil e no mundo, decorre da com plexidade das relações sociais e econômica!!
existentes e am plia as possibilidades de um a tributação m ais equânime. T lpSif
e Lang defendem um sistem a em que existam diversas bases impositivas trib u ^
tan as, que eles denominampluritributário e atacam a ideia de uma única base: |
O imposto único não é uma utopia somente por que a receita tributária de !
um Estado tributário não pode ser adquirida com um único imposto, maspor!
que a ideia de que existiria um bem tributário mais qualificado já é, desde 1
a teona, falsa. [...] A justiça dos impostos diretos é complementada pela i
ímperceptibilidade dos impostos de consumo indiretos516.
' não existiriam tributos sobre o com ércio internacional, no qual a tri-
~o possui forte papel extrafiscal de proteção e de incentivo econôm ico.
Ühéin seriam descartadas as^bases im positivas sobre a propriedade. E a
Inmia na tributação se tom aria'inexistente, pois pautada apenas p elovo-
& físico de transações b ancárias que ocorressem , com proporcionalidade
JÊo progressividade517. C om o dito supra, trata-se de m ais um a das tantas
I p jg j fiscais que p eriodicam ente assolam os sistem as ineficientes, com o
itóasileiro-
I f Registra-se, contudo, que nos dias atuais, a arrecadação com essa base
p o s itiv a é m uito baixa, com o ocorreu no ano de 2015.
Í o políticas públicas não são utilizadas apenas para a realização do gasto
i b ic o m as tam bém no âm bito da receita pública, e, em especial, nas escolhas -
Z lic à s (trágicas) que devem ser realizadas pelo legislador orçam entano,
l a e m razão das opções para as bases im positivas, seja na delim itação de seu
gpecto quantitativo (base de cálculo e alíquota).
Em suma:
a) As duas bases tributárias de incidência m ais relevantes no Brasil, sobre
a.produção e circulação de bens e serviços e sobre a follm de salários,
ou (a) não perm item a adequada calibragem da capacidade contn u-
tiva, signo da isonom ia, ou (b) dificultam a criação e a m anutenção de
vi postos de trabalho. A m bas, portanto, são usadas de form a m eram ente
i arrecadatória, sem levar em consideração que é possível buscar a im
plem entação dos princípios republicanos pelo lado da receita publica,
e não apenas no âm bito das despesas públicas. Não tem sido esse o
enfoaue do legislador orçam entário brasileiro, pois 24,66% provem
d aairccadação sobre essas bases, de um total de 32,66% do PIB, que
foi a carga tributária de 2015. E sse com portam ento, com pequenas
variações, ocorreu em 2013 e 2014 e deve se rep etirem 2016.
b) D uas outras bases im positivas, sobre a renda e sobre a propriedade,
representam percentuais m enores da arrecadação, apenas 7,42% do
PIB , em bora sejam m ais aptas a captar e aplicar a capacidade contn-
butiva, o que perm itiria a adoção de aspectos m ais condizentes com a
noção de orçam ento republicano que se expõe nesta obra.
c) A incidência m enos representativa, sobre transaçõesfinanceiras com
apenas 0,59% doPIB, também poderia ser m elhor explorada, em bora
:-#rgg»
R tó ia « » • H t u , , fcro * t a t í s a r i i
O ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBEROAOE IGUAL 529
519 RelatórioCargaTributáriadoBrasil2015(análiseportributoebasedeincidência).
Receita Federal do Brasil, 2016. Disponível em: <http://idg.receita.fazenda.gpv.br/da-
dos/receitadata/esludos-c-tributarios-e-aduaneiros/estudos-e-cstatisticas/carga-tribu-
taria-no-brasil/clb-201S.pdf>. p. 15.
m Relatório CargaTributáriadoBrasil2015(análiseportributoebasedeincidência).
Receita Federal do Brasil, 2016. Disponível em: <http://idg.rcceita.fazenda.gov.br/da-
S30 ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
5cá5coG5 *C orço ínoutario tebre ofottiodeSalórioi(lfK H à Prevldèncio). £rosi2 1 P<m m doO C C f "
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dos/rcceitadata/estudos-e-lributarios-e-aduaneiros/estudos-e-eslatislicas/carga-tribu^|
taria-no-brasil/ctb-2015.pdf>. p. 15.
«i Relatório Carga Tributária do Brasil 2015 (análise por tributo e base de incidência)|
Receita Federal do Brasil, 2016. Disponível em: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/dalj
dos/receitadata/estudos-e-tributarios-e-aduaneiros/estudos-e-estatisticas/carga-tríb
taria-no-brasil/clb-201S.pdf>. p. 16.
551
n f\pram eNTOREPUBLICANO E A BUSCAQAUBERD^P£*£^j^_
532
-------- -------- - ~ - _ ^ANO E uberdade m i M l 1J
_______ 1
M S è* $**éÍ<npoi
l;2ÇMem ênipontos /. *wiiiaae èmpontos r'-‘a 'cvÜ3
| %do PIB v Salários' L f rod«çióí
I •'•' V£>; . percentuais em pontos
; percentuais
I bense$erri
percénttiáis^ ^ponfi
S0,90%
_0,4Q _P£rcenti
32,60%
6,10
32,42%
8,41
32,40%
0,00
19,80%
1,40
d e “ f “ o s p â f e a V a íi í d o 7 T c x c Ui - a p ™ cip a l f° " lc a r r e c a d a « ,
“ P iketty, Thomas. O capital no século XXI. Tradução Monica Baumgarten de Bolle. Rio
de Janeiro: Intrínseca, 2014. p. 36.
04 Sobre esse tema, ver, dentre outros: S caff, Fernando Facury. Guerra fiscal c súmula
vinculante: entre o formalismo e o realismo, ln: R ocha, Valdir de Oliveira. Grandes
questões atuais do direito tributário. São Paulo: Dialética, 2014. v. 18, p. 90-115.
534
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBEROAOE IGUAL
P - iS p r ^ lS f o n d ^
responsável ou a terceiros; concessão de crtd itis p re s u m W o S
dtrett^ou indirem^danCe*r0"^SCa*S’ doS^ua'sresu ^Ç^ro4®llnúiwtíi^
527 Idem!p! 155 ° CC,S° ^ Bam>S' ° aVe*S° d° tríbuto- S2° Pa“l°: Almedina, 2014. p. 153.
528 Idem.p. 161.
535
O ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBERDADE IGUAL
If a Esse sistem a de
^ B to s financeiros de contxok ao longo do p aís. A despeito
l l^ n s u r a r to d a sa s r instm m entos e d e suj eitos responsáveis por seu
^ W1S mCnão é possível mensurá-las quantitativamente no âmbito da unidade
W ê Ê Ê Ê Ê Ê Ê m
Observe-se que a m ensuração global dessa renúncia é dificílim a,
seiem com o identificar c o m de form aptecisa
apenas algum as estim ativas, po c|dade de opções disponibilizadas
tal montante, tam bém em face P Pode ser concedido um crédito
a .P a a lo t Q .m i.r la a m .M O ^ n T - >•
» Para esses aspectos, ver: C orreia neto . l-ciso oc «
loíAlmedina, 2014. p. 213 ess. 2014 Disoo-
- r : : , r r r D
“ j Ei *. z s & s s i
bem-estar. In: H orvath, Estevão; C onti, José Mauncio, scaff, t-erna
536
ORÇAMENTO REPUBLICANO E LIBERDADE IGUAL
um padrao que nao perm ite identificar o efetivo m ontante de tributo renunciada^
a na Franca de M
anaus'as
533
Idem, p. 453.
bÍ,id^ S ^ ^ ^ » f ' - » c e d o m a 4 d a U id eR í
?£de Ser/ eriíícado em W ederde 0 « v d S atraçSOdenovosinv« S e
~ S S ^ £ » fS K ^ s s s s
quer controle global efetivo a despeito H° ^ ^ encontra bastado de qual
realização542. despe,t0 da prevtsão constitucional para“*
O liveira, Weder de C u r™ a
s f s s s P s
f 14 da Lei dc Responsabilidade F
» » w j w l s f * * opin“ ° ic8‘"- » ^ " s s s s ï ;* £ ?
;|j5 .0 próprio Tribunal de Contas da U nião relata tal dificuldade, sendo sua
inação apenas no âm bito federal. N o acórdão 1205/2014, de relatoria do
^í&iistro R aim undo Carreiro, quando afirma:
'•V*.
45. Portanto, nem todo ato do Poder Público que acarrete diminuição
da arrecadação tributária incorre em renúncia de receita, conforme o
significado dessa expressão no âmbito das Finanças Públicas. Muitas das
regulamentações promovidas pelo Estado, envolvendo perda de receita,
representam apenas o manejo dos elementos constituintes dos tributos, com
o objetivo de atenderaos princípios constitucionais supracitados, aexemplo
da gradação de alíquotas do imposto de renda e da imunidade conferida aos
entes públicos, quanto aos impostos em geral.544
21
p da m á9 “ i n a % w S ! c “ m“ ? Í X r a t ^ ' “ " ^ » " d e m a o c u s ^
> ^ ^ ^ ^ ^ '- o m p a n i c i p a ç a o d , ; , ; ^ .1
1) Benefícios da Previdência:
7,4%
a) Urbanos: 5 J%
b) Rurais: ] J%
l w n T c l Se8Ur0DeSemprCEO: °.8 ®
3) LOAS/Renda Mensal Vitalícia: 0 7%
4) Bolsa Família: ’
0,4%
- Uma análise p « Í
1) Despesas obrigatóriasSSI: 2 ,6 %
2) Custeio com saúde: 114 %
3) Custeio com educação: 0,5%
“- 4 ) Custeio cò m ciên cia e tecnologiaf 0 , 1% '
^ « r r sr e tó o r ™ e n f o d o SC " r b S ^
, \ ° ^ Ue ^ ccíu conhecido com o “quitação das Dedaladn« r ^ . ^ l
C o n ^ " 0 hOJOd° pr0cesso de impeachmentáa R esidente Dilma R0! í á
Considerando a retração do Pffi em 3,8% em termos reais o im
pagam em o da passivos foi da efaiivos 1,8 pom os percen.uais d o P I B » '
179. O s gastos com pessoal e encargos aparecem em terceim i»„„ M
os gastos da União. C onsta que os gastos com pessoal foram reduzidos
2006, quando representavam 4,4% do PIB para 4,0 em 2015 d °Ü L
„ f f " . ' e “ "™n,os' " " ’‘™ » i'a > E - c on1a d e DeSen,olvima„,„E 1, a S . r í
* * * * “ 1 * * ° * * f c n * - Uma anílise p m ,á
? CreUr,a " • ^onóm ica, maio * 20| Í kS
S, dltíma consulta em: 2 , 3 . » T a í ' nS'd“ ^ ™ ™ “ M ' ,* S^ a' P' e',Í'ta 'dl> - K
35 3
2 , 1%
| 1) Ativos:
1,7%
J 2) Inativos:
0 ,1 %
. •3) precatórios:
■ 4) Transferências para DF e ex-Territórios: 0,1%
Tais gastos federais com uma das cláu su las p étrea s orçam en tárias , não
A saramaram de 4,0% ao
de 4,ü% do PIB
r io eem n u2015.
uu.
-F r Observado tal. .dispêndio
. . . .
a ótica do teto Ao.
, .
sob orrctn«: « 'c ta n e le c id o D elo
de gastos estabelecido pelo
1 *da U i de Responsabilidade Fiscal, que é de 5 0 # . R e c g r r e r t e
'f f , „•j . - g n . federal, oue. em2015 foi Je pouco mais de M !■"»»> • ”
se que o gasto com p e sso a l e en cargos correspondeu a R$ 235 bilhões,
f “ peroite uma folga normativa nos gaslos ccm esse item orçamentário ,
imis correspondeu a cerca de 23% da RCL.
f Analisado o subteto estabelecido pelo art. 20 da Lei d.e £ eSP °nsa‘
biÜdade Fiscal,°constata-se o seguinte, em bilhões de r e a i s - (valores
358
j “ ma
consulta em: 21 nov. 2016.
546 ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
R$321 bilhões
a) P esso a l. RS 173 bilhões
b) Outras despesas corrente .
dunidenses.
548 O R ÇA M EN TO REPUBLICANO E LIBERDADE IGUAL
18 6 . Pode-se afirmar, sob essa ótica, que, tal com o ocorre no âmbito da
publica, tam bém âm bito da despesa pública, não vem sendo e x e c u ta n ^
orçam ento republicano no Brasil, pois fortem ente centrado em S ? " *
pessoaí e seus encargos (o que inclui os benefícios p re v id e n c iá rio id o ,?
dores públicos), com destaque para fortes gastos com certos segmento?
funcionalism o público que possuem m ais poderp o lítico na s o c i e S
p ú b S ° U ro N a C ÍO n a M ^
341 5 * ^ ' Anuí do T f? " ™ Nacional 2015. p. 56-57, disponível em: < h tlp ^ w w iÍ
Í ^ nua; 8^ Vbr" OCUraen^ 10,80/24^ 9/RATN+Vers%C3%A3o+Finalf
W)9e66-57ab-4a33-aef3-62d84dd606b9>, última consulta em: 2 1 nov. 2 0 1 6 . ®
0 ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA OA UBERDADE IGUAL
549
^ ^ q = W o foi„egafivo,c0mesemTOgastósfi„a„ceira|
m esm o fazer um a anal.se com parada com outros países, mas isso só
'■ 'i ^ s s s s s c s s s p s ^ ^
V in d o usada u p e n a sp a r a fin a n c m rd e s p e s a sd e c a p u a í^ u m em co
i i— r n d e p n m / c n m n n e r d J j ^
§Í Z S T Í 2 — «R e p a r a a .
;í- da máquina pública.
334»
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
havida pelo setor privado, e não com putada pelo sistem a publico.
Sem tal fiscalização e controle, não sc pode sequer analisar a efetividade
doorçam ento republicano acerca da renúncia d e receitas.
das sanções estabelecidas pela legislação aplicável, sem pre com bons ejustoslgf
m otivos, mas criando um a desestabilização no sistem a federativo e no de ffcJjÉ
calização e controle dos gastos com pessoal e encargos dos entes subnacionais. f S l
Verifica-se m esm o que, em 2015, o Poder Judiciário e o M inistério Público dajtfl
União, descum priram tal limitação. vlMi
D eve-se registrar que o com portam ento de gastos do governo federaif|§
em 2015, que teve com o principal item de dispêndio a transferência de renâaf | | |
(9% ). Trata-se de um forte indicador dos gastos públicos republicanos, poisJ|f|
centrados na redução das desigualdades sociais, elegendo com o prioritários tiêsj p
itens de dispêndio: saúde, educação e m oradia. Deve-se, contudo, olhar com f § |
atenção para os gastos previdenciários, pois podem representar concentração J § |
de renda, e não distribuição. " i § ||
A dívida está sendo feita para pagam ento de gastos superdimensionadosfg
para pessoal e seus encargos e no que tange à renúncias fiscais, em todos osf
entes federados. Registra-se, contudo, que o problem a referente à pessoal é |
encargos (um a das cláusulas pétreas orçam entárias) é m ais intenso em alguns^
poderes políticos da União, e m uito m ais problem ático nos dem ais entes sub-1
nacionais. E, por um a corrente de transmissãofinanceirafederativa, a dívidgj
pública e o pagam ento de seu serviço (outra cláusula pétrea orçamentária)
SbalU
2
“ * & xss& r~ ~
^ternacionalmente P ^ X m = l H u n , a n o - IDH.
id ic e de G im e o índice de D esenvoi _ 1PEA define o índice
O Instituto de P esq u isa sfro n o m ica s d P ^ . gualdade na distribuição da
dcGini com o o indicador que m ede S ^ valor pode variar teonca*
mnte dom iciliar p er capim (as rendas de todos os indivíduos
mente desde 0, quando nao ^ ^ j Q ^ esjgUai(jade é m áxim a (apenas m di-
vtíuo^eté^^ da a p re ^ n ta os ra u lta d o s d e um a
1990: 0,614
1998: 0,600
2009: 0,543
2011: 0,531
2012: 0,530
2013: 0,527
2014: 0,518
371
P iketty , Thomas. O ca p ita l n o sécu lo XXL Tradução Monica Baumgarten de Bolle. fóo|gp
de Janeiro: Intrínseca, 2014.
S1J
Para quem conhece a cidade de São Paulo, uma imagem que pode refletir essa ideia éaj
do p ic o do Jaraguá, na zona norte paulistana. Não muito alto (embora seja o pontogeO;|!
gráfico mais alto da cidade), com ampla base, e repleto de antenas de TV em seu cumifj|
Os muito ricos estariam concentrados “nas antenas de TV”, a classe média estariamais'
próxima do cume, e os pobres na base do mesmo.
573
Para uma análise filosófica sobre a redução da pobreza sem redução das desigualdades!
econômicas, ven F rankfurt, Harry. G. Sobre la desigualdad. Barcelona: Paidós, 2016^|
“Paramediro desenvolvimento humanode forma mais abrangente, o Relatóriode Desen^|
volvimento Humano também apresenta outros quatro índices compostos. O IDHAjusíg
tado à Desigualdade (IDHAD) ajusta o IDH de acordo com o grau de desigualdade. 0 |
índice de desenvolvimento humano por gênero (IDHG) compara valores de IDH fenu-J
557
0
s :> y
O ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBERDADE IGUAL
antidemocráticas. . . . .
Sm m Ê Ê Ê :
giupooligárquico, dificilmente haveracomo modincaresseesiaa
Enecessário um novo olhar para lais regras a fim de perm itir a ascensao
novos polos de poder.
195. U m a hipótese fácil para tentar alterar esse “estado decoisas a n d r ^ u b l i -
cano e antidemocrático” sen a u ^ a Emenda C ^ s t i t u c i o n m q u ^ ^ ^ ^ ^ sobre
as cláusulas pétreas orçam entárias afastadas: a q u e determ ina
certos gastos. N a situaçao atual duas pod • dívida pública
o bloqueio parlam entar sobre (1) os gastos com o s ^ . ç o d a d m o a p
brasileira e (2) sobre os gastos com pessoal e encargos. Isso perm itm a q
560
o r ç a m e n t o r e p u b l ic a n o e UBERDADE IGUAL
Parlam ento pudesse dispor com m aior amplitude sobre parcelas rio „ 1
co, sem que o m esm o estivesse de antem ão estabelecido pelo PoderE8*0^
Tal sugestão não é adequada para a questão das (3) im u n id ad e
^ d ^ ^ ° COnSÍderí f SCláUSUlaSpétreaSCOnstitucionaisPelajuS!Ilt4
m in ° q “5 1.n v,ab,liza a alternativa da E m enda C o n s t i m c i o n d T ^
que p o d e n a ser feito, era reduzir o âm bito das im unidades t r i b u X AqUf l
àquelas que efetivam ente consagrassem direitos fundam entais c o n l " Ç J S l
dade de religião, ou o da liberdade de imprensa. Essa é a alternativa J *
entro de um quadro de alteração jurispnidencial do STF. Todas
isenções constitucionalm ente estabelecidas poderiam ser “d e s i m u n t r ^
alteradas posteriorm ente, pelo legislador orçam entário
. P^ r ®m ’ se” a ^ ecessàriorespeitaro siste m a d e (4 )precatórios atuai«, H
m uito desm oralizado, bem com o cum prindo o que estabelecem as (
laçoes orçam entárias para o custeio dos direitos sociais, que se c o n s t í m ^ S
um piso de gastos para custeio de alguns desses d ire ito sq u e visam a ? ! 1" * !
Isso teria que ser acom panhado d e um sistem a de controle das remW* *
^ s r nttaabso,uBmentódBc“ -^ -» -v S |
infindo A b S da//A ! /SCJ ° bngado a com eÇar tud° novam ente, de modo T
lg ' Cm Um SÍStema financeiro republicano, I
â iv c S ^ e S h ^ ^ f ° r? m ent0 rePubIicano no Brasil, é um trabalhoque %
repetitivos' e muitas vezes condenados ao
casso, m as que nao podem deixar de se r buscados, pois ao longo da traje- í
561
O ORÇAMENTO REPUBLICANO E A BUSCA DA UBERDADE IGUAL
sm sssssssss
pétreas orçamentárias. , . ,
Desse modo pode-se afirmar que o orçamento brasileiro é
SSÈSSES^gÊ
“ r ! r „ " s r v r „ çaai p ,i a ç ã ; l
dentre outros fatores.
E no âmbito infraconstitucional, diversas renúncias de receitas sem
nenhumcomrole^itmnceiro e orçamentário, vem sendo concedidas de forma
lü
562
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
Ho nrramento republicano
304
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
L . ^ a^ toteCaptaloédemo"s,rar“ft>™apelaquajsec„ „ J
epunemaquelas pessoas ou instituições que violamas norma«Í ntro!<
S t o f i n nanCeÍr° 6 ° rÇ,a mentárÍO brasBeiro. É o âm bito do vigiar
direito financeiro, correlato ao poder de controlar a« m m « „ Á \ Cpunir
emd,vemosânJos,
petdeapodei3.Al^gicaexpTOfâ^«^d^puní^oremanèscea^s diasat*'5'8^
poremcomamperfil mais "benevolente", potóbusca“ S S e “*!
pessoas ,enaoapenaspunidas deformapessoal. E, alémdisso bas^âTSÍ
VII, CF), prom ovendo o inquérito civil e a ação civil pública nara • „ i
do patnm om o publico c social, do m eio am biente e de outró£ i n ^ H
fusos e colenvos (art. 129, ffl, CF), e prom ovendo e defendendo» bT® *
das populações indígenas (art. 129, V), dentro vários outros, q u e ^ ? “ *
exercidos no âm bito judicial e extrajudicial. q P°dem *
trâs . o m aior castigo para quem se furta à obrigação de governar é vir a ser í
governado por alguém pior do q u e ele” " . « u e governar e vir a se r 10
Silva, José Afonso ia . Curso de dlreUo corsliloclom l positivo. 33. ed. Soo Pauto. Mo
lheiros, 2010. p. 749.
3 /U
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
D ias, José de Aguiar. Da responsabilidade civil 4. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1960. p . f c l
^ rctella J únior, José. O Estado e a obrigação de indenizar. São Paulo: Saraiva.
fofoimas estabelece que com pete à A ssem bleia Geral dos acionistas eleger
•Diretoria da em presa.
n ..tra dim ensão da responsabilidade diz respeito aos atos de conduta,
: Lúcia.
% 0
?as públicas.Belo H o r i z o n t ^ Í ^ ^ orçamento e fin aji||
i o s t ^ r ^ ^
v FMI na crise co«oMamm ,u e ..
Rio dc Janeiro*. Record, 2002). Keiaia o H dcfender a nova
v ■ partir de sexta-feira, 13 de janeiro, p naaucle dia (Pedro) Malan (então
s a fairadecllinbio - deixando o real an RnnnrTcentnill viaja-
Ministro da Fazenda) e (Francisc ) . <.einanaHe conversações, com a inten-
C . ram para Washington a fim de manter u m \ recorda um
S íT d .r S L f .
4.2.
PRESSUPO STOS: PU BLICIDADE E TRANSPARÊNCIA
30
31
Wem. p. XXI-XXII.
577
O SISTEMA FINANCEIRO DE VIGIAR E PUNIR: O CO N TRO E E A RESPONSABILIDADE
Esse alerta cai como uma luva no debate sobre as cláusulas pétreasorça-
mentárias16 demonstrandoojogode poder que subjaznaelaboraçaoorçamen-
tária^tw claro-escuro que envolve esse debate, sendo preciosa a afirmaçao
ü F ^ ü m X ^ Ê d s o n . A promoção da transparência
de Gilraaf Mendes e Celso de B arro C om ia Neto, ao tratar da » „ ‘ «orábulo p u b licid a d e diz respeito ao que é público, que está em con-
bruta mensal dos servidores públicos em gerai”, no sentido ? ■ com o que é “do povo”. Como o governo age em nome do povo, todo
ser tomado público, isto é, deve ter publicidade. Esse sentido
lo p u b lic id a d e tenfcoáeláção com a vu lgarização de uma ideia ou
Armação isto é, levá-la ao vulgo, tomá-la vulgar.
r í — Í o ^ S a p r a f e r ú n e ia a o s e o n s u m id o r e s - .a p n b iie i^ e
debate público”38 P S1ve1, qUe costuma passar ao laigo do /I
" tr & iz r ts x s s z * * - - — *■
« A Enciclopédia Intereom ««««»•■■“ ''f ^ J J ^ S d à S S ln r iw D Í S o S S ^ ta S w ie im »
dade é vulgarizar, tomar público. Registra , * Raphael Bluteau
BT «**■ >»: M«ma francesa em 1694 e no Vocabulário p p u b l i c i d a d e
38
(Coimbra, n a v . l - p - S n K o i e n n o ü n t a ^ t o J ^ ^ sécul()PXIX com a
de audifincia e debate, antes de assumir u ^ de de consumo” (São Paulo:
* * « - — » Ia: COntt, industrialização e o desenvolvimento do romunicacão 201 0 . Disponível
883 ’ o Facury. Orçamentos públicos. S3o Paulo: RT, 201 l.p
39 Sociedade Brasileira de Estudos Interdiscip br/f,|cs/0 thers/Ènciclopedia.pdf>,
Ver item 3.6.2, capítulo 3.
40
« .» d a u
— - —
Facury (orgs.). Orçamentos públicos. São Paiilo. R . P-
S r « a J U c i a cm omma parrns da CnRÜmiçao. com» o . a « . 2 . 6 .1 2 . c
no inciso II do § 3a do art. 37.
582 ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
y
acesso aos documentos e informações que estão na posse do ^
simples curiosidade deve permitir o livre acesso, independente
no sentido do direito processual, que diz respeito ao i n t e r e s s e
12 . Embora o princípio da publicidade, na Constituição de 1988 ^
~ dial" lente voltádo para a administração pública (art. 37 caput) o ? fejaprift
naoésó a elaatinente, alcançando também os atos processuais
intimidade ou o interesse social o exigirem e me«mrt o^ . andoac
presença de advogados (art. 93, DC, CF)46. * * sim. assej
m m â W M
transforma em um “mecanismo de seletividade política”49. ° ’ ° qUC
46
de,. « . » ;
47
opinilo divulgado d J sM u t T T ^ S l Ô S í D ™
'jttclusão na l ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ g ^ ^ ^ a ^ e m i n c u m b e farar^ p â u m ^ fo r-
III do Regimento Interno do STF*1. De certa feita, o Ministro
jdcardo^wàndòwski.noexercícioda Presidência, mencionou que a escolha
da pauta é uma verdadeira e s c o lh a d e S o fia .
Aqui há forte opacidade, o que é contrário ás delerminaçóes constitu-
cionais.
especial o capítulo 4.
Sobre esse tema, vero item 3.5.2, capítulo 3. p
A r e ^ n c i . a essa c o m p e t i a
sidente “dingir os trabalhos e Prcs* ir J5 n-Qlrala especificamcnte do tema,
novo Código de Processo Civil, Lei 13. . • Kgm como o prazo
f . w i s s s à í r " ' “
14. EimpensáveUoestágioatualdasociedadebrasileira.quevoltemasuá
D ec re ta s R eservados como no tempo da ditadura militar55, que eram ap ro v l
E S S ^ ^ ^ d^ ed o ^ tado56•,
^ o . de modo a imprf
liminar.
| . A lutaem ptoldapublicidadeetransparêncianosetorpúblrcoéenorme
>:k ^ 2£ í=£:;--isss
inconcluso, segundo informai a T ê cia que divulga um ranking
s s s r s
campanhas eleitorais não
. „ 1S _
- ■
nov. 2016.
> lí! i:
588 589
o r ç a m e n t o r e p u b l ic a n o e u b e r d a d e ig u a l FINANCEIRO DE VIGIAR E PUNIR: O CONTROLE E A RESPONSABIUDADE
O SISTEMA
poderiamser efetuadas “sem individualização dos doadores”*7 on • de fiscalização social,qualquer que sejaoãmbitoinstitucionallbegislativo.
ífí;' que essas doações pudessem ser feitas de forma “oculta”. que,n>PU Executivo ou Judiciário) em que eles atuem ou tenham atuado.
Outro caso foi relatado pelo Ministro Celso de Mello n o M s r , ,
fe^iznçãoederesponsabiUdade^^mnmembrodmiual^ãti^hUuçíro
emqueosenadorArthurVirgflioNetoalegavadesresDeitonnMS27' l4l/í«
de ^oder^ecutivo» “ao art. 49, inciso X, da Constituição dé^ ■M
i:' '
de co m portam en to que, segundo alegado pelo senador toriJr ,decon«ntè9
iI: ou do aícancc do conuole^iscàfizador da coletividade e dos órgãos estatais
dele incumbidos, (grifos excluídos)
.scontraosdele^tán‘
dos contra os e ^ a ^Lg ên
ênciaNacionaldeTransportesAqua-
d a ^ a c ^ n al deTrausportes Aqua-
despacho, de font^cíarae qlT: ^eC,arouenisc“ o L a t o r d 0 Ministro Roberto Barroso,
e aguarda apreciação do pedido liminar.
- já®
bro/15, também com 238 nápimc /h.,o // P na. folha de pagamento de dezera-f
« isp a rc n ie p a r a Y s ^ T c * “ “ rara
Ver item 4.7, neste capítulo. -i
74
>"•> H — d . j a t e d. m u J
Frederico. 0 ~ . d e
ímioistcrio-public^nao-trai^areM^iiwe^acoe^ritumoac^re^^ J
» Dados disponíveis em: <https7 /relaionos.cgu.gu
Paulo, em 01/06/2016.
orçamento republicano e liberdade igual
<0 ,teman dC? S,giI° nas °PeraÇões envolvendo o BNDES é obiem Hi»■ ^
cuiooíie.n Par,amento e 0 Poder Executivo. A° sancionar a Lei í j 2 ^ 0
^ ^ : r ^ t s r ay"iãoaoBNDEs-ai>- S S !
Congresso 1 ^ '^ ° “ f l
1= = = s d l
i^foOnaiS-A^m^so.oBfTOE^á^idgaamtrmspM-êncSati^idW^^S
mesma legislatura.
. . Esse embate contra o injustificado sigilo de dados não “ °rre apenas no
etes se referem , p o r força da consagração do direito à infar». divulgação seja n o q u e diz respeito ao com prom etim ento da validade da
5 , inciso XXXIII, da C arta M agna, que traz com o única 4 p ro ^ c o lb ítk ^ s e ja até m esm o quanto a eventuais consequências no plano
im prescindível à segurança d a sociedade e do E stado o qS ? Va ° ! da responsabilidade civil, disciplinar o u c n m in al.
n o caso sub examine. ’ ^ Ue,,3osej
« nefato a publicização realizada pelo magistrado aqtto ocorreu no dialó
.T^v,~Qutra frente dessa relação entre o claro/escuro aue nemi»! 1 ^ de 2016 e a suspensão de sua divulgação foi determinada no dia 22
entre transparência e sigilo encontra-se na obrigação de preservai M Im S o quando todos os meios de comunicação de massa já haviam divu -
interceptados pelo Poder Judiciário, na forma d l art 5» x i l 2 ° Sre^ fido seu conteúdo.
É inegável ser possível ao Poder Judiciário realizar nar» ** í
8 1 ueb™ do sigilo telefônico,'íelentól^je de ro n rap o n d ê ^® ^
indivíduos, tratando-se anui H*»..mo * currcspondenciasdn
direito fundamental ao sigilo! P ls 0 “ Presra para a realizaç^ j | ^ sa0 em 2 4/ 02/ 20. P tendo sido fixada a tese da seguinte forma:
' não ofende o direito ao sigilo
* s realiza a igualdade em relação aos cidadaòs, por meio do pn
u m aío ^ esü gàç^ cn ^in Tu e^nrrrT13 ° ^ode^ udíc'ário. dcntroil. S ^ a ^ c i d a d e confribmiva, bem como estabclece teqmsuos obje.tvos e
U n n re Ç A re fp L m S ™ ^
^transladodo dever de sigilo da esfera bancária para a fiscal .
~Ó: observa-se que com tal entendimento, a esfera de sigilo do contnbuinte foi
(arts. 8“e 9°). e tomar publica e, após seu uso, deverá ser inutilizadÉ tttts/a ^ d n p ^o ^s e, na prática, o que era um direito ao sigilo, amparado
nelo art. 5°, X II, C F, tomou-se um dever de transparência.
d o q ^ S ^ ^ Í ^ J ^ ^ ^ - e a s i n v e s t i g a J ^ Tal decisão segue uma linha de transparência fiscal internacional, como
o juiz condutor do caso, Sérgio Moro daTs» Vara F e í i T n ^ quanM • Tf ã ^ n o T o re e s86 mas que está sendo implementada sem maior análise
publicizou g ra m p o telèfônico e n v ^ e n d n H ^ Cuntiba- ^ r M ^ ^ i t o cw B Ü tu cio n aH n tetn o acada país, como apontam Luís Eduardo
sj
» Torres. Heleno Tavcira Brasil j"rf5 co°1 SSow S^D irpoaf '* 1em:
te W rn S é Õôfl T ? ? "a0 “ adiaMa ^ 0» ^ r juízo sobte . I Ftseo Global. KeW«
'"'eiwptação telefónica em s i mesma, tema aue S <http://www.conjur.rom.br/201 i J Tavdra A fisCalização tributária ganha
Ín ° ™ , ° q"e ” l nf i r , na é a d iv u lg a ç ã o p ú b lic a d a s c o n r e n l g - ticas-sistema-fisco-global>. T orres, H jurídico, cm 14/10/2015. Dispo-
anu e T n r n v la ^ n / 0 rif la C 0 ,T 1 0 0 C 0 rrC U ' ' rn c tl'a ,a ’ se m le v a re m c o n sid e ra ç ã o força no Fisco global. Revista eletront 14 /consultor-tributario-fiscalizacao-
S S S ” ’i r * •* SU a Ú n ic a fla a li< la d e < = o n sü tu c io ^ jf
«M em: <h,tp7/*tvw.eo=
-tributaria-ganha-forca-fisco-global>, .’ rism 0 Revista eletrônica Consultor
^ ^ s ^ in s e ^ n ^ d r ^ ito do ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ j ^ m è ^ a i n o r f l u n ^
f a S S S “ S e c ^ o ie a p e n a a p e ia d d c a d o
qtíbunaideContas.nãornaisseencontraafun^odetis ^ Ç qu^ ^
prévio permanece.
4 3 .2 . Â m bitos do controle
24. Quanto ao âmbito do controle, observando o que determina o art. 70 da
Constituição, pode-se distinguir .
' <=1
p. 677."*'ReílS Fcraa" d':s de- Curs° de direito Jinmeeiro. 6. ed. São Paulo: RT. 2 0 R 3
599
Q SISTEMA f INANCEIRO DE VIGIAR E PUNIR: O COKTROU: E A RESPONSABILIDADE^
dosquaiss5oproemmen.es
r^rtilhlico.
| O p a râ g ra to ü n ic o d o ^ e ^ q ^ ^ P ^ ^
Veicula uma regra ^ melí ' ^ C3m ™cefuls ou renúncia de receitas públicas,
íjessoa que tenha tido relaç dinheiro recebido ou renunciado. É mais
Observe-se que não se trata ® sua guardai administraçãoou gerência.
S ^^£ 3 Z Z S S & S Z S
í i 7: ^ .o. r t
projetos de infraesirutura. In. B ercxivici. o u o c n , ^ ^ ? 2 7 7 _3 0 4 .
nistração.”
600 ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
f e S — —
l ° * * £ S * ^ ^ ' * » * * * * ~ í
^ “controle externo“ ’. essa incumbência é atribuMaà
^ - ^ S » - o m r o , a . r i a - O e r .
2 ^ í:r £ S S |
• za,ã 0 to * * * £ £ Z S E r í c i o ; Scafp,
orçamento. ln -.Ç o t^ J o s , 209-l .234; e lam^ ™ ^ ç ^ n t r o l c interno, contro-
blicos. São Paulo. CT.2D1
^ ^ o dos T ribunais de C o n u ^ C Fernando
financeim eorçam cnlánaea^ CoKTi.José M “ £ m 2 7 4 .
le externo e c° n^ S^ públicos. São Paulo: RT, • • {cs iIrtcrnos. In:
:' Facury (orgS.) .O r ç f l m e n .^
“ FoNSKA' Fr^ 0% ^ m í n / . o ^ a t r a » « p flrencm .C a p
S peck, Bruno W- torg-i-
602
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
107
Para esta afirmativa, basta comparar o art 73, § 1«. com o art. 101, ambos da CF. =
d iv m o f debatLTrisnn?Hé ^ maSfeS,a é 3 comPreens5o aceita atualmente, apdà;
Tribunais de Conta* dn R relata F ernandes, Jorge Ulisses Jacoby.'
2003. p. 593 e ss mH ■*unsdl^ao c competência. Belo Horizonte: Ed. Fónim,
O SISTEMA FINANCEIRO D E VIGIAR E PUNIR: O CONTROLE E A RESPONSABIUDAOE
603
Para análiscdos processos no âmbilo do TCU. ver: B l.acher.ene, Ana Carla. R ibe.ro,
Renato Jorge Brown. Direito financeiro atual. Rio de Jane.ro. Elsev.er, 20 .
Súmula 6 - “A revogação ou anulação, pelo Poder Executivo, de aposentadoria, ou qual
quer outro ato aprovado pelo Tribunal de Contas, não f teS dC °P V
por aquele Tribunal, ressalvada a competência revisora do Jud.cáno .
Súmula Vinculante 3 : ' ^'decisão p u ^
S££5=^?S=SS=ÍS:a OptuwMtt&nicoelaboradopeloTribuMideCOTl^lOT^urt^mei^^®
opinativa, comp^i^o«tdmivamOTteàCfcnara<^^e^^ .
Cr^ri «(inciso ^ II^ ‘a ^ual terâ eficácia ^ ftu to ™ x ^ tb m (art **
p^airc^o^cto d^contas por decurso de prazo (R E 729.744).
Tribunal d e C o n t S é s t a b e L c í r p r a z r p a r a q u e o T C O m i ) e t ê n c i a 0 a ■1
providências necessária«; an »»vt.fr. P ™ qUe ° drgao ou ent,dade adote as
dade, e. se * “ • « verificada ilegali- O debate se circunscreveu a «lue
mencionado na letra “g , inciso I, art. 1 , da U ? 135/2010,
a decisão à Câmara dos beputados e ao S e n ^ e S ^ “ 10'
improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão com Lística - IBGE, que apura periodicamente a quantidade de habitantesem
fctfeuca . q ^ M^r|ic£pj0 brasileiro e, combase nessas informações,
salvoseestabouyersidosuspensa
eleições °u anulada
que «se realizarem nos 8 (oUo)7
foiml aos ^ pelo Poder
ar,™ __Judiciá n P<
?lár,0-F I, o tributária federal com esses entes federados.
datada decisao, aplicando-se o disposto no inciso II doart. 71 daCon1partir.
? hvia como refoge ao âmbito de sua atividade central, de controle financeiro
Federal, a todos os ordenadores de despesa sem exclncãn a 0nstlt Ementário, aponta-se esta atividade como u m a fu n ça o anôm ala que lhe
que houverem agido nessa condição ’ de mandai
ntfgfocumbida pela Constituição.
A dúvida que se punha era se o “órgão competente” era n t u ■
J i^ % içnecto interessante na análise desta matéria diz respeito a qual órgão
Contas ou o Poder Legislativo de cada M unicípia Tal dúvida e^ nbunaI# í
s i S f i i illlg lli
hzada em razao de constar na norma o «w—— . . a P°tenda,í.s
pois quem deveria julgá-las seria o Poder Legislativo T s t f o T P<^!íücas" l ftem a de cada Estado federado; no âmbito de sua autono .
Existem as seguintes situações
distem as SegUHllca aiiuuywo para a análise
------- das contas municipais
é d e ? ^ ^
municipal9 . 167 / 80 ) ePestavam^mTSm° ^ deCnaÇã° doTCM S P ^
^ s s r s c s s r *
™ a ^ ^ ^ ^ 2 c ^ T O t o M ^ o n t o ^ '" iSlrOSdOSTFI''rcVcla^
seu controle pelas forças políticas locai* h» Su^nac,onais>dem°nstrandòÍ
729 .744 , ocorridoem lT d e Z S ^ O fi 1 ? " '! , ° debale dos RE 826e#>
d o s % ^ orespara„j„,garae„,„dospn; S ^ S " Ía<teCâ,,,anl
a 2:07:30. ^ üw^-4aU m Y >. ulumo acesso em: 21 nov. 2016. posição 2-07:16
flH “ ,<~glnr> n c U1<’IAR E PUNIfc O CONTROLE E A RESPONSABILIDADE________ —
o SISTEMA
## Observe-se, cnntiido
contudo, aue
que oo temor
temor do Ministro
p f Gilmar Mendes
uosobre também
a Câmara dos
, „ e»iirpvés Havendo o predomínio do Ereieito soore
Manifestação do ^^ 0 °tratam da c ò m ^ tô n d a ^ ra lu lg a m e n to
to conjunto dos RE 848.826 e 72 . .q . y outubc: <https://www.youiu-
a 2:09:00.
121 Ver item 3.2 do capítulo 3. . . pnui„ em 13/11/2016. Dis-
122 ^Mre°Se ^ ° S <http"/n^icIa^ol°com.br/uKim^-noticias/agencia-estado/20l6/ll/13/
123
S S « 0Í H Ú u n t X «
2016.
' v u u u v ra j c LiutKUAÜE IGUAL
( c S d S r f 0^ ' 6“™5!
secretário estadual, por exemplo); 23% sofrem processos' " " “ » f l
^ S !rst:raisdeconi-“3'*^
Primos ou irmãos eovem Id„4 “ S tZ ll? H
« te deles estáo aSstados daH ortó ^ £ f ’ ^ ? orde™j««Ji|
envolvimemo em esquemas de corrupção1“ . ' p K '"M n o - susPetlJ|
123
* ? “« * * * " - * C m J
0 SISTEMA FINANCEIRO DE VIGIAR E PUNIU: u L u n i nv».ii —
Ei—•—rss=s=s2s=3=i
la
■ P„r ou,ro lado. sete Conselheiros estio
j Justiça devido aindíciosde en™ '™ “ “ ' £ TCE-ES e ura do TCE-SP.
tro deles são do T C E -A P, um ’ excecão de Robson Marinho, do
Todos têm processo na esfera cn n u n a, g Dois QUtr0S conselheiros que
: ^W M n^aslridw dO Tca^M d«de2014,doTCE-D FedoTCE-MT, acabaram
v— s s a s r s s i :
S n ^ S T a ; p— N».M- » - ~
ss%U"^
2016, p. 3
15nov'
I N m Idem, p. 4.
m Idem, p. 6
lN Idem, p. 6-7.
613
políticos; outros tentando encaixar quadros da promotoria e do corpo téí -,w ^ m e n o r “ ^pos i ção, comr el açáode65%;
de auditores”130. m S*o P a u l o e n c 2#^ s« 0j çom |elaç5o de 3 6 *. ^ _
Há relatos até de pagamento de propina, para acelerar a vacância é cm P .o P a r á e n c q n ttl^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ó ^ m e n to :
sibilitar a indicação deum cjorreUgiqnâriojj.1. - - -- - 3 -----:
_ Enfim, o relatório édernoiidor, e airídã aponta diversas outras irregu s
dades, como nomeação de parentes e o roJLde infrações identificadas por
Ministro e Conselheiro no exercício do càrgo.- o é o de Roraima, consumindo o
Financeiramente, devem ser feitqs tjpis destaques a partir do referi
Relatório. -- " ' f r - ;
O p rim eiro , quanto aos aspectos tèMmeratórios dos cargos e_de
político, quando as autoras afirmam qifêf- - .. —- ' ^ ^r^m entoUd a d ^ lef^ ' ^ <|^ ’ta£jo ^ 2 5o p aulo está em penúltimo lugar,
139
^Presidente da R epública)143-
Jt Lorenzo Córdova V ianello aponta para a posição ocupada pelo povo em
S la uma dessas visões:
; w m m
l Bercovici esclarece
-------------
ViANEixo, rLorenzo
* r/irHnva Derecho
« Córdova. y Poder .- Kelsen e Schmiu frente a frente. Mé-
uerecno yruut.
• . 1Inivcrsidad Nacional Autónoma de México, 2009. p. 261. _ . _
Bescovici, Gilberto. Cari Schmitt, o Estado total e “ rn ^ n : Berco-
Recorde-_.
e-se^ contudo, como faz Bercovici, que o Estado total h M
foi uma forma i descartar o liberalismo nnlít;™ m o, _totaIdeScjl
---------»«»«nade
econômico”, pois o modelo econômico precon^do^oTelt ° ,ibe* |
capital, liberando-o do Estado Social •era uma te^rin Ü Z J b- SCavarefo |
<íuo político-jurídico, mas a favor do'su u u sq u o e e o o ô t S “ " " “30! !
| | Adotados dois
fc o c o n sü tu c io n a l.e a q u e se c o n stitu P ^ ^ redobrada cauteia
g is la ç ã o o r d i n á j ^ P ^ ^ ^ ^ Qde forma equilibrada.
a datae local, ver p. 118; para os debates, ver P*311' 3 Gilmar Ferreira.
» Para esse assunto, dentre váriasouteas^obras ^e qu^i ^ ^ com foco espe-
Jurisdição constitucional 4. e . ' p m aUés, Antonio Moreira. Justiça
d f ic o c m m .tó r ix u ita tín a .S c ^ .f t^ d o F * « ^ • ScA„ , Fernando
constitucional c tribulação. Sao Paulo. Dndfuca. „„ Brasil: .«»aiauáado
e n ao co m o ura produto imposto, o u t o r g a d o ^ M c i S a d ! ! '^ 5'1“ 0' ' ' ' 1«“
se afastam dessa condição textos constim donnic ú d í É SSe sentid o |
fe ã s s s s s s a s s r “
I r a l í ^ t . 1 0 2 , copuOu em b ora ta m b é m s q a d e c o m p afastadas
£ * ■ > • o dever d e z ela r p or su a
s^ordenamentojurtdicoas normas jurfdtcasel^toradase ^^^^ ^^
urarogiraenutor i ^ o r a i l i t a r d e s d e i a d d t ^ q u e g o u r n ^ é S g ^
ilom os d itam es c o n s u w c io n a is, o u q u e ^ c a r ^ o t y ^ ^ ^ norm as,
S á o le g iü m a d o s p a ra s e u e x e m í^ r^ ^ ^ ^ ^ ;
i essa ação .-íi| aicasqueseafirmamOtulOTS r a ^ r c i • 0 poder, o órgão ou a
--------------- wuca FUÜllcos flescentraliVartoc rados’ suas *u- #
Wã A injunção coletiva deverá ser im p eu a^ em jirold e^ q u ^ ^ ^ rteaçíu
jgggjgj
626 627
o r ç a m e n t o r e p u b lic a n o e l ib e r d a d e ig u a l O SISTEMA FINANCEIRO OEV1GIAR E PUNIR: O CONTROLE E A RESPONSABILIDADE^
4‘4'3’ Contas
? r cu,iar papel d° Minístérío Público e do Ministério Púhi-co dl Ihitare o o M inistério Público do D istrito Federal eTerritórios. Já aos Estados
nesse contexto ° Publi(
jffrmbe organizar o M inistério Público estadual.
51;. A Constituição, no an. 127, estabelece que o Ministério P,íhr l l & e x a ç ã o peculiar é a do M inistério Público junto aos Tribunais deContas,
nstituiçaoperm anente,essencialàfunçãoiurisdicionaldó- IC° 4 unQá is í
lhe a defesa da otdernjurfdica, do ^ im e d ^ e S o “ mcumbi« ^ ' i
e individuais indisponíveis '« " » • • ■ » e rftiw e tio .™ e « w e .s o e i* j
X s s S S s S S S S S S ^ ^
158
jurídicas.” 1“
J S S Gandra!1R ^ kS cI Í o^ 11? r * * * ^ <: onsli,ui«ãode 1988-1":Mar-V
buições e modoficações rio omcesro lt ^ Federal - avanços, contri- 1
Tribunais , CEU - Centn> d . B s « * , Ú n S S i S s p m * * * * * * * 1 Plenário. Consulta n. °.°0.(M)0.00084^20D-39, Estado do Pa-
159
Ver item 2.2.1, capítulo 2 . P‘
funções i n s t i t u c b n S S ^ S S ^ ^ T Í0 * Stt* ^
I
efeitos daquela norma, em razão de téciM ^fr^taçãole^siaírva^a mat^iT 8
163
l°í?!n d í art 130 da C onstituição Federal, que não prevê a autonom ia finan-
imbito do a . . . nnrtaiito noderiam os entes subnacionais
je ssjí ^ S S m S :
s s s s s s s s ? :
Mário. Ministério
Í£ S Z £ Z hE Z &
üba: M in istério Público de C o n tas do Paraná. m aio/nov.-20 .
V e r ca p ítu lo 1.
630
o rçam en to repu blican o e u berd ao e ig u a l o SISTEMA FINANCEIRO DE VIGIAR E PUNIR: O CONTROLE E A RESPONSABILIDADE
S eparação de Poderes de M o n te sq u ieu '« , ainda hoie v iaente . I 1 -cerd e o M u n ic íp io te ru m T V ib u n a l de Contas próprio, com o ocorre no
m itig açõ es. J VISen te>com diVci |
^í, 9Denas em dois entes federados: os M unicípios de Sao Paulo e do Ri
O órgão político de controle externo da atividade f i n a n d o ^ % g [fc n e iro 170 E m qualquer dos casos a m anifestação do Tribunal de Contas
c í S n Ü T ' q “e ? ? ZJ COm ° auxni0 Tribunal de C o n t e Iss^ ° , 0@ l i «§Írainente Poder Legislativo o pooer
i e n K opinativa, tendo o PoderLegislanvo poder oe
de u
deersão.
e e » -.
W o u t r a peculiaridade d iz respeito à organização mterna , f °
de julgar as contas apresentadas pelos C hefesd o P o d e r E x e S r ° incumb« l f i l
* ^ S S . com pe,en,es «
~' -SiSS
5 6 . ° controle financeiro e orçam entário pelo P oder Legislativo „ iífij
ocorre desde a fase de aprovação das leis o rcam en tária^ » r . ç ^ i n i c i a r ^ t e l a constatação de ,u e o P oder Legislativo federal ébtcam eral,
para sua validade (ar 1. 166 CF). Ç tán3S ’ requiSlt0 f° n n à l®
H = 5S = ã = S S l
quele EsfnHn nn Legislativa e das C âm aras de Vereadores da- sfrtl-
que,e E stado, com o ocorre, p o r exemplo, no Estado de São Paulo. i S #
>v*167 tados, a referida C om issão solrcrlará ao Tribunal de C o ^ P ^
164 Ver item 2.2.4, capítulo 2. conclusivo sobre a m atéria n° F 32 contas no exercício de sua função
despesa com o irregular pelo T n una rnnf,,’ao Congresso N acional sua
167 Ver item 4.3, capitulo 4. auxUiar, a C om issão de O rçam ento pode propor ao C ongresso r .
is» *°brc ° COnceito dc ,cis orçamentárias, ver item 3.1, capítulo 3
Mlre"S- C““ >* R io de Janeiro: H lsevier, 2 0 1 0 . p. 260.,
Ver item 4.4, capítulo 4.
OSi.
_ORÇAMENto REPUBLICANO E UBFRn&nc 1GlML
O SISTEMA FINANCEIRO DE VIGIAR E PUNIR- O CONTROLE E A RESPONSABILIDADE 633
~ a pública w .
íáadora por parte do P oder Legislativo, m as apenas por um a de suas Casas -
[pela que representa a federação - e de form a privativa. Tam bém esse controle
íata a um j u I g ^ e ^ ^ ^ f â ^ e n T d a l e r ^ ^ ^ "c0” ^ ,le Político” não é c - ílL [|j{tico tem balizas jurídicas, procedim entais e finalísticas, conform e aponta
l ^ i s de Oliveira, ao afirm ar qtíe'tal ato é de “controle”, pois, não havendo
Jl^rização ou ocorrendo o extrapolam ento dos lim ites estabelecidos, descabe
{financiamento pretendido172.
Plena justificação e fu n d a m e n ta s • - í ’ bem com o deye haver tamh?P^ O Senado tem o poder d e autorizar, e, po r conseguinte, o de não autorizar,
lítico seja exercido b s o ^U° dlCa ^ w^ ,í7 para que o commii^111^ I^operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados,
político, é necessário que s L a m n l T ^ ^ * despeit0 de ser um j U| / í ^ J^D istrito Federal, dos Territórios e dos M unicípios (inciso V). Tam bém lhe
procedim entais e m a te ria is / P mente am Parado em aspect 0Sj5 ^ yinpete fixar, nos term os de proposta a ser encam inhada pelo Presidente da
gepública, os lim ites globais para o m ontante da dívida consolidada da União,
l;.;i ; D ito isso, o que Kstadepoltiico nessejulgam em opelo Poder L e e i, ■ ^ (íosEstados, do D istrito Federal e dos M unicípios (inciso IV). O bserve-se que
Em pnm eiro lugar, o órsão oaerL egislativ0? '
ijoinciso V é regulada a questão relativa ao endividam ento externo, enquanto
que no inciso VI é identificada a lim itação global de endividam ento, interno e
Iertemo, dos entes federados.
C om pete ain d a ao S enado, de fo rm a privativa, d isp o r so b re lim ites
!globais e condições para as operações de cré d ito externo e interno d a U nião,
e m ateriais. e “ m ju Sam entopo/í,,«,. com baIÍ2asy/,rtí/COJ, procedimen,*; dos E stados, d o D istrito F ed eral e d o s M u n icíp io s, de suas autarquias e
demais entidades controladas pelo P oder P úblico federal (inciso V II), bem
como d isp o r so b re lim ite s e co n d içõ es p a ra a co n cessão d e g a ra n tia da
possa K t- a n u la d o ^ o W e rT u d ic íi 831” ' 1110 p0lític0 Pe,° P oder UgislaUm União em operações de créd ito externo e interno (inciso V III). A despeito
seja violada171. P ' » P o ^ J o t e á n o , caso algum a dessas b a l i t a s j í S | de autoexplicativos, os do is incisos c o m p letam o sistem a d e c o n tro le do
endividam ento n acio n al, po is o in ciso V II atribui ao Senado o p o d e r de
regular tanto o lim ite qu an to as condições p a ra o endividam ento do s entes
*
federados e das autarquias e dem ais entidades controladas pela U nião, e o
existe um papel específico atribuído ao S e n ^ p / T 5' ‘ IndePendente disso, inciso V III trata das condições p ara a co n cessão de g arantias pela União
endividam ento público. Senado Federal acerca do controle do
nessas operações de crédito.
Por fim , no inciso IX, é atribuído ao S enado o poder de estabelecer li
4.S.2. O Senado Federal e o controle prévio da divida pública mites globais e condições para o m ontante da dívida m obiliária dos Estados,
do D istrito Federal e d os M unicípios, o que se caracteriza com o um a regra
de controle do endividam ento acerca desse específico tipo de financiam ento,
sobre o ^ Z l ^ Z 7 Z T c m l s k d T r a Z ^ Cr1 0 P0'^ « mais dinâm ico que os dem ais, pois se refere à dívida m obiliária, que é a dívida
Constituição. Inegavelmente, aqu, *
representada pela em issão de títulos públicos de curto prazo.
Todas essas operações dem onstram que existe um controle prévio das
Mc ! q o £ £ ÍJs21JM . - . J""> r ri8l’ciad° STF. p. es„ „„ Ms 2 , operações referentes ao endividam ento público pelo Senado Federal, Casa
do MS 21.689. rei. Ministre Carlos V f e l t o r e - ° ? / í S *° *cdnao do MS 21.62] e que com põe o Poder Legislativo brasileiro.
originário o Ministro Edson Fachin e rei. para o ã r í í f F 7 ? MC- <JUC teve como rei.
rei. para o acórdão o Ministro Roberto Barroso.
O liveira, Regts de. Curso de direito financeiro. 6. ed. São Paulo: RT, 2014. p. 973-974.
634 635
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL O SISTEMA FINANCEIRO DE VIGIAR E PUNIR: O CONTROLE E A RESPONSABILIDADE
Resoluções.d.aSenado Federal(em especial a40/2001 eads/onn-, ü „ ntffl n presidente F ernando C ollor de M ello, que tram itou em 1992 e
lam essas operações financeiras, sendo que o a c o m p S i enl ™ 7^
d w se endividamento fica a cargo de um órgão/ederaT enão J ^ ^
a Secretaria do Tesouro N a c io n a l-S T N . ' - ’ Cl°nal, qU£
| | j e constatar da petição inicial171. ■
Panln B rossard seguidor d e R aul Pilla, em obra de referência sobre a
4.5.3. Lei orçamentária e impeachment presidencial •jír
r : f. . ro n stitu ic ã o de 1946, inform a sobre a existência de outros
^aténari„ J imoeachment que tram itaram nas diversas unidades da Federa-
62. O /m pencA m em doalo político em anado do Senado Federal m i. c In í^ E x istem tam bém referências acerca de pedidos de /mpeac/iffwçif contra
exercício de suas funções as pessoas que, exercendocàrin^niv fasta
f ° , Presidentes da R epública, porém com escassa ínform açaojusbibltogrí
Ic ^ is p o n iv c l. cettam ente p elo fato d e que tais pedidos nao prosperaram .
e S s s s a s s s s s a s s s
» r iS iS S S S S S "iii, "Alt 8a SSo crimes contra a segurança tntema do P ^ j ç j , 7 f 6" 1“1* 'dc
otessaon tácita, a infração de lei federal de ordem publica.
» 9- São crimes de msponsabUidade eomrn » ^ ^ ^ ™ d ô ^ 3 o : "
In Dis^onívc* mru °<htqu/rimagèm^nmaragov!br/lmageiu/d/pdf/DCD03SET1992SUP.
S S S ^ K S S r 31? 5»
Presidente Dilma R ousseff em 2016 ’n l f f aPro/! ado*e outrocontraa
um a rcoussett, em 2016, que for exitoso. O pedido de impeach-
ainda ocorreu o assassinato de umjomalista, Nestor Moreira *n - 3 H a segunda acusação, referente à matéria financeira, envolveu o
nas dependências do 2aDistrito Policial noRio de Janeiro'®^^^';?,11!,3^ ^ | t^oCapanemapdoblocodamaioria,queapoiava^^,e,pelaoposiç ,
foi rcqüendo opedid° de impeachment, apresentado por Leite Pa«*1* '! ? ^ leputadosA liom ar Baleeiro eBilac Pinto, dentre outro .
estudanteuniversitário que havia presidido o M ovim entoSnc^? D° ’eni A i v , íela ta a o in b ^ e b 'a te f!e rm ite m -çonçliuirgü& V a rg ^ ha>na^u o^ •-
Eduardo Gomes, que havia perdido as eleições paráVargas! ^ ‘P0pülarÍ
AmQ nní$ltCAriâln -
do D tstnto Federal, então na cidade d o Rio dõdaneiro p abastecimento.-?. ■ A oposição contra-argum enta
foco linaneeirododebate pois hôuvea n & tó .s,í®“nd° item é » ’í J o C ongresso concordando com o pagam ento ue « * > £
aprovaçãolegisla tívaIM,e 4 ÍOIS*10U V earea,-“a^ 4e ®a 5to *>“ ^ ' cosen,p té v ia ,^ P r e v ° lia e s e m o r ê n e x a m e ,p o r n m < S r g ã o d o E x e e u ttv o
66 . N o acórdão 825/15 - TC U - Plenário '91 datarin L. 1 is 1 Exercendo o contraditório, a Presidente da R epública aPresentou as /n-
cujo relator foi o M inistro José M tício M onteiro, foram r e q u e r i S í ^ IK rõ c íq u e e n te n d e u a d e q u a d a s ^ .e ta m b é m in te rp o s u m R e p re s e n to ç a o
£ s r S = S T S S SS=& - 3 3 5
(■ S , S —
T T_^uu_^z.pat>.
a S ^ ^ Ultimo
^ acesso
“•80vb,ycr “ l'«s«>'ds/DT
em: 9 maio 2016. OS«:oNSES/r c u" i
, d i M « IA d e 2 0 1 4 - C N , e m tra m ita çã o nO
re su lta n te d a a p ro v a ç ã o d o P L N n. 3 6 . d e V l*
l ^ o
Ws*
I ^ U ^ e
Ê5E. dias. se .r a n s f o ^ a n d o d a ^ ^ ^ ^
alterou o art. 3° da LDO/2U1 , tudo que houvesse
| r$ 67 b i t h õ e s o r i g i n M m ^ n t e p r c v ^ ^ ^ J a s p „desse ser abaüdo
âdo gasto com obras do PAC . de m eta de su p erá vit pnm áno. N ao
jp m ontante orçam entanam en P com 0 PAc e as renúncias fiscais, na
iespeito203.
■* È S = ^ S E S S £ S é
S r e n tè m e n te do que alguns insistem um lad0) a meta serve para co-
imutável ou rígida. ? uas fuuç^s visão Cj ^ ^ e " e t
ordenar as cxP f ^ U^ J públicas e de sua trajetória, especialmente em
do estado geral das finanças p
044
ORÇAMENTO REPUBLICANO E LIBERDADE IGUAL O SISTEMA FINANCEIRO DE VIGIAR E PUNIR: O CONTROLE E A RESPONSABILIDADE
64!
A Lei 13.053 foi aprovada em 15 de dezem bro de 2014 A o u ..,. não sedeve cogitarem responsabilidadedosdemaisPoderesedoMinistério
fica é: a aprovação da Lei am pliando a m eta de gastos conva/idoTo 0
Público,porquanto cabiaaoPoderExecutivoFederalaatribuiçãodeindicar
de gastos que o PoderExecutivo vinha re a liz a n d o - e que se encontrav aos demais Poderes a necessidade de contenção de despesas.
da nova m eta? •«'wuuav,
C óm issõ, na p rá tic * d e ix o u de existir meta de superávit prim ário. Aliás,
rico o m ie havia sido um a meta passou a ser um ajuste ae
o m° a " t^nl?
h • ^- , T L resultado prim p n m ário
a n o estabelecida pm
paraa o exenScitf/*12^
exercício”. "’.f^L ^^^ ^e c^ emm ccom
^ o ow conta
w r o dae A íg a d m»^*o, *™o^®
e ccnegaau, - . . .1. ---------- ---------- •
A dectsaodo Tribunal de Contas da U nião foi implacável com esse am . !?L .ar é aiustada a contabilidade para alcançar esse núm ero. V enficar-se-á
d i m e n lo f a I e r a n d ^ o u e c ^ r i^ ° ”! ^ a H ^ c ^ - K ! ? ^ ! ^ y eí com esseProcê-- ^ <«M *» * para alcançar
" A r r e n r n u o a c 6 ^ o 2 .4 6 1 d o T C U a c e r c a d e s s e tú p ic o - ^ tm ^
Poderes, bem c o m o d .™ n " " ^ D-” S d° P^ erE ? ecutlv° e d ° s ^ m a i, j j He.,-se a custa da infrinacncia, pelo governo, dos p n n c p io s const -
de crédito ilegais os adiantam entos concedidos Dela C aivn R Com a dem ora na tram itação legislativa, e a deterioraçãonlascontos £
ra^ para despesas dos program as B olsa F a m flia ^ e g u ro - d e s ^ n 0^ * *
salarial, bem como os adiantamentos concedidos pe1oFGT<? n P^ ê° eaí
T C U ^ ^ n r ^ In!rr C asa M inba ^*da*Consta ^am b ^ <d ^ ^ í^ is ^ rgi^fs^®s^
T C U que procedim entos semelhantes ocoireram junto ao fíTn / ? adal
W or deficitário de R $ 48,9 bilhões.
porém* #
r e la ç a o a o a n o d e 2014. 4 u navja exarado apenas com S ;
a arrecadação vem respondend , medidas fiscais propostas e seus efeitos
mica. porque houve e háoposiç | ^ porque a deterioração das condições de
foram atenuados na tramitaça P j ’ - j}0 jacjo das despesas, a rigidez
mercado dificulta a realização de algumas P ç • _ q Governo tem utili-
• de mais de 90% dos gastos reduz realizou
zado de todos os mecanismos a sua dKP“ Wj^P de dcspesas discricionárias; propôs
contingenciamento recorde de R$ 79,9 aleumnssfinda cm tramitação no Con-
uma série de medidas de reforço de “rec^ adaÇã°’ 0utro lado. atento
d e ra p e n íW rp rira á n o ^ R Í^ ^ 2 • pro^ n d o a re d “í 5 o d “ ">® | gresso Nacional, e outras de redução osi gas mcsmo diante da restrição
^ . j V ! às recomendações da Corte de Contas, o bilhões de subsídios e subven-
I-.,
.-í
PHÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
2015 dos valores que estavam em débito para com os bancosofi ? 30 aindH
com o irregularidade ocorrida no ano de 20 Í 4 p e b A c ^ ã ^ 2 . 4 6
c r L o k ^ ^ pr0cesso’ deve'*e o b s e r v Í |
2 4 /,2 /2 0 I3 :
02/01/2015: ^
K^s^:endidopeiopK
!ie,odeuie"^i
‘•çàodaLD O /IS.U i 13.080, com mete d e ^ n w j
de R$ 28 6 b S s h80S> 6 P05* 1^ de »1»«"«"» |
15/04/2015: A p ^ a ç ã o pelo TCU do acértào S25, ral. M inistra José !
en t r e ! n ! - - rand° 3 “ 1Stência de operações de crédito ^
ano de 2014° ° 3gentes ^inance’ros P ° r ela controlados no
um déficit p rim á rio no valor de R $ 48,9 bilhões ri? 11/04/ 2016 : A com issão especial da C âm ara dos Deputados aprova o
uma diferença de R $ 57,6 bilhões entre os dois m o n lk parecer do deputado Jovair A rantes pela adm issibilidade
29/10/2015: do processo de im peachm ent d a Presidente da República.
dt epUla,d 0 Hug0 U a l ' re la to rd “ P c D je ia S
05/2015, a favor de sua aprovação, com -arf’^ ' ^ * Ç âm arArlosPepOiados admite a abertura do
posta. - —
processo de im peachm ent por 367 votos contra 137, sendo
02/12/2015: O Presidente da Câm ara dos Deputados, deputado Ed que bastavam 342 votos para atingir o quórum necessário.
Cunha, perde a m aioria parlam entar no C onselhodeÜ P n- 05/05/2016' O STF referen d a d e c isã o d o M in istro T eoriZ avasck i, pro-
e constata que será processado por quebra do decoro^l I ’ ferid a n a Ação C autelar (A C ) 4.070, e su sp en d e Eduardo
lamentar. Isso ocorreu em razão da declaração de v o t ü p | c u n h a do exercício do m andato de deputado federal e,
três deputados que com punham o partido da P residentJlfc por consequência, da função d e Presidente da Câm ara dos
Republica a favor da abertura do processo de cassação*®
| D eputados.
02/12/2015: R ecebim ento d o p e d id o de im peachm ent contrp a Pry ^
4 06/05/2016: A com issão especial do Senado Federal aprova o P ^ f ^ r d o
dente da R epública, pelo Presidente da Câmara, d e o u tS f 4 Relator, senador A ntonio A nastasia, pela admissibilidade
Eduardo Cunha.
do processo de im peachm ent.
03/12/2015: Aprovação da Lei 13.199, com a redução da meta fiscafSI
: 12/05/2016: O S enado Federal aprova a abertura do processo de im-
pretendida desde 22/07/2015, e que havia sido transfomriMl
í: p ea ch m en t contra a Presidente da República por 55 votos
da para déficit p rim á rio em 27/10/2015. líg g
a favor e 22 contrários, sendo que bastavam 42 para atingir
15/12/2015: Adm itida a abertura do processo de cassação do Presidente^ o quórum necessário.
da Câmara dos D eputados, Eduardo Cunha, no Conselho#]
de Etica, por quebra de decoro parlam entar218. ■'*St i 31/0 8 /2 0 16: O Senado Federal aprova o pedido de im peachm ent da Pre
sidente D ilm a R ousseff por 61 votos a favor e 20 contrários.
Aimprensa noticiou o fato de que, no dia 02/12/2015, o Partido dos Trabalhadores ^ 12/09/2016: O P lenário da C âm ara dos D eputados cassa o m andato
J T h.avia fechado questão” pela admissibilidade do pedido investigatório, e que« de E duardo Cunha, por 450 votos a favor, 10 contra, e 9
três deputados do Partido na Comissão de Etica iriam votar nesse sentido (Zé Geiaí ^
abstenções.
U0ribeen°adv B™° * Prascide,,i>- Ver reportagem de Ranier Bragon c c S Ó S f
S ,bu,rH l dOJOrnal Folha de S Paul° d0 dia 02/12/2014, caderno Podei; 72. M uito em bora as contas da Presidente da República referente ao ano de
mtuulada PT decide votar contra Cunha, que pode deflagrar impeachment de Dil-
2015 não tivessem sido prestadas, e o Parecer pela rejeição das contas de2014
a . Disponível em: <http://wwwl.folha.uol.com.br/podcr/2015/12/17l39l8-ban-
não tenha sequer sido apreciado pelo Congresso N acional, a Presidente da Re-
m«a™«et,S!?*deCld“*VOlar' C0.nlra' CUnha' no‘consclho' de*etica-da-camara sh«ml>. 0 #
de Ranh^ei n*er VIS.t0 "ÍL #^50 on' line do jornal Valor Econômico em reportagem
de Raphael Di Cunto e Thiago Resende, no dia 02/12/2015. intitulada “Deputados 7
do Eduardo Cunha. Encerrada a votação pelo sistema elctromco, o Parecer PreUmin
do PT decidem votar contra Cunha no Conselho de Ética”. Disponível em: < h ttp M
nela admissibilidade foi aprovado com onze votos favoráveis e nove votos contrário .
^ ' V a m!°!T POlÍtÍC^ 339578/depu,ados-do-Pt-d^ idem-vota^ontra-cunL -Í| Vbtaram favoravelmente os Deputados Arnaldo Faria de Sá, Fausto Pinato, Paulo Azi,
o ^ / ^ tlCa>; Pode’SC tambdm conferiresse fato nas NotasTaquigráficasâ Prascidelli, Zé Geraldo, Júlio Delgado, Nelson M a r c h - ^ u
íelo R i° |25h 15, rea ada dia 01/12/20I5. p. 54, através de referência efetuadaH nior Sandro Alex Marcos Rogério e Rossoni. Votaram contranamente ao Parecer
pelo Relator do processo, deputado Fausto Pinato, mencionando entrevistas concedi- 51
os D e p ld ^ s S S o . Erivelton Santana, Paulo Pereira da Silva. Ricardo Barros,
jhispelos depumdos Zé Geraldo e Vinícius Gurgel em favor da abertura do processo P
Washineton Reis Vinícius Gurgel, Wellington Roberto, Manoel Junior e João Carlos
ínvestigiitóri0. Disponível cm: <http://www2.camara.Ieg.br/a-camara/eticaedccoroi/ Bacelar” (Disponível em: <http://www2 .camara.leg.br/a-camara/eUMedecor^a
notas-taquigraficas/notas-taquigraficas-2 0 15>. -V atas-de-reunioes-2015/ata-15-de-dezembro-de-2015 -votacao-do-parecer-prelimmar
Ata de 15/12/2015: “Deu-se início à votação do Parecer Preliminar do Deputado Mar -do-dep-marcos-rogerio-relator-do-processo-no-Ol-15-refercnle-a-represe
cos Rogério pela admissibilidade da Representação n. 01/15, em desfavor do Deputa- -no-01-15 -em-desfavor-do-dcp-eduardo-cunha>. Acesso em. 21 nov. 201b).
652 653
o rçam en to repu blican o e lib er d a d e ig u a l ^.^w..AnMANrSIHODEVlGIAREPtJNia:OCOnmOtEtARESPONSteiLIDADE
meta de S E E T S S S S Í S
t Ss s s = r ^ 4
ponderar alguns aspectos de ordem iusfinanrZ- d a q u eIPer*odo, devejl
de sua publicação, no final do e^
metas posteriormente fixad .
para demonstrar que se trat
neccssárÍ0s argumentos mais densos
está em desacordo com
. fisc{d ão sendo admissível que
deixados de lado paraqueocorresseo/m nrr e f <^ StltUC,onal-que f ^ a |«
pelo Crime de responsabilidade contra oorçamemo idCn,<: da Re p ú b ||j
Muiíns^romriAnt^n íU .. .
Sem nenhum a intenção de espnfnr^!r.!,^SafaVOrec 0 ntraoreferidoPK.«
e vozes jusfinanceiras expostas na época
J3K|§f
dfljí/
ssr—“íísskss.“1—“
de ser enganado. -__,iaT r»Oe da lei orçamentária e
Importa em anular por comP'et° n(fordenainentojurídico, paradar
2.461/15). P 1 srrr* -
J lçao das contas de 2014 (A c ó rd & l
S i S S S r T a S T d . ^anejam ento orçamentário da « .
o « a o à le io tv a m e a « !
anuiu a esm agadora m aioria das duas Casas do Ctfngresso *’ 1686 C° m 3 qUat
ser^ço^prestàdos paguemTs
públicos”220.
m
| | C p r o c c d , m en.o do C ongresso
f e n d í à infração c o m e u d a g e r a n o n a a n á | ise das contas dos
Joratos que haviam sido apenas J contas e às de seus antecessores
r s r . - . * * . *■■ * * ^ 2 .3 s r a f t :
nu picM aente de um ba Cumprimento d e norm as orçam ent - aprovadas no curso do ano
exemplificativo.
í a) A L ei O rçam entária A nual de 1992 foi aprovada em 21 de julho de
bancárias p r i v a t o * “ * * V' " 0 d o exem P '° * ? « « « « » . o p e r ^ «
b) A ^ i O r ^ n t á r i a A nual d e 1993 foi aprovada cm 12 dc agosto de
ocorrer por meio de tinos fprhnd sanc‘onador, sua interpretação deve * $ ; c) A I c H ^ a i n e n t á r i a A nual de 1994 foi aprovada em 22 dc setem bro
•« * » * » *
orçam entária, isto é, à LOA. F 85, VI*CF’ é de v,oIaÇão à lei J p í d) M esrno^OOpM a2015,Lei 13.080,oCongressoaprovoucomretardo
e foi publicada em 02/01/2015.
c o n t r ^ ~ »*> a t e n t a v a j
tarias - LDO/14, lei que veicula oA n ex o de ^ Diretnzes Orçanten■W 77. V e r i f l c a ^ a i n d a q u e a s c o n t a s p r e s i t o m a f c í O M n a o t o ^ ^ ^ . ^
a questão do superávit primário- e F ,sca,% n° qual se insere $ $ d asp elo C o n g resso N acio n al.q u etem co m p ap P vadas
bilidade Fiscal - LR F em farv» ítâc F - ° !?do’ contra a Lei de Responsa- Sí í
bancos públicos “ operaçoes « ■ " » * " » realizadas junto m | g
- « - i - í s t s s s s n s r - i s s s i
z r i _ ---------
^ 0 RAET foi instituído peto Decreto-lei 2 3 2 I/R7 „ . J tadas pelos Presidentes da R epu /O8/2015 as contas presidenciais
anterior ao Programa de Estfmntn \ d '• e>dc certa forma, foi uma etapa g
Financeiro Nacional - PROER, instituído E° Forta,ccimento do Sistema vf
rias reedições. ^ msütuído pela Mcd.da Provisória 1.179/95. com vá- g " ^ ^ ~ = " anos' " aabrir
225 lífe
M a c h a d < S !S Ito 1 rtl!I2 ^ ,^ ^ ^ d i.rci,° tribu,ário- ver D erzi. Misabei de Abreu - A<to|^ S . ° - * fazerem panado
íiS m a n o e i r e . conforme „p o v o no nem 3.1. capíndo 3.
veira, Yonnc DoX&c o Z T u n ^ T j ^ S? ° PaU'° : RT’ ' 988; e também Ou- “
«acio üe. A tipicidade no direito tributário. São Pauto; Saraiva, 1980.
658 659
o rçam en to repu blican o e lib er d a d e ig u a l O SISTEMA FINANCEIRO DE VIGIAR E PUNIR: O CONTROLE E A RESPONSABILIDADE
apenas p ara a * ” « é
cesso d&w w p e a c ^ ^ í em razãodecHnwH!InCe,r0’ *)t?'?’.Para -talag rar o pro- realidade econôm ica e financeira do pais.
orçarneruo, é ^ c e s s ^ i o q u e ^ c o t u ^ s H ^ ^ e ^ n v 0^3^1 ^ at^e Por v'°^aÇão ao
ao m andato cassado<2015-2018) n ío h av ia m sido «L p« « ^ ^ * ^ > » ~ - s í ü í S S Í S ^ ? S Ü ^ S S S
esse tipo de procedim ento, c®Jac*“ “ .. . d m m os emPsuas decisões. Pode-
2.461 d o T C U com o um a a 2013 haviam
7o c ó r r l Z ^ Z Z Z Z l Z i l Z eUm ‘ T " ° Sen,Íd° dC í - « fe-» se ver que as contas da P res.d en ted a com ressalvas pelo
presid en cial (art. 86 §4 ° C F 1 Tendnn«vtP° erlam 8e rar responsabilidade
recebido do TC U Parecer n 0-20/14 de 28 de m aio de 2014, tendo
p m s i d e n c i a l p a m o ^ ^ Õ l ^ H ,n a T rad!> “ m " °™ ntandato
em 201 4, não poderia t e r h a v W n i ^ í f ’ e? l dccorrencla de «‘eições realizadas p o o d ta to r o M inistro R aim undo C ^ ^ ^ ^ ^ ^ m f c o n f o m e se^vê no
=rS s ã r « B K S H S S
br/2016-abr-05/contas-vista-agrcssoes-direito-nnancetro-a
Acesso cm: 21 nov. 2016. „„„/nnrtal/TCU/comunidades/con-
230
Disponível em: <hUp^/portal3 tcu.gov.brf c ^ t d p o ^ ü M
conjumo dos RE 848.826 e 7 M ^ equM rate^d° ^ **“ *0/08/2016’ "«julgamento tas/contas_govemo/Conias2013/index.html>. Acesso e^ _ idades/con.
contas de Prefeitos. Disponível nela TV n?cr da c° mpelência para julgamento das Disponível em: <http://portal3.tcu.gov.br/po^l/pag e / p o ^ U / c o t o u n l
231
? X n L_govcrno/Cont^20l2Andex.html>. Acesso em: 21 nov. 2016.
660
ORÇAMENTO REPUBLICANO e u b e r d a d e ig u a l
KTaPOA J _ T_/V< _
. N esse sentido, Jefferso n C an ís e Thiaeo A eu iar ri,,
devena ter havido u m prospective overruliL PádUa ap0ntam qu|
juríd ica em face da m udança jurisprudencial. *
---- w '"«ya Preservar a seguran^
seÊURüiçá
n4An/\a<s«»>___
m
Presidente s c a v a m r lm u d a n í a ’? j 15estereIato
residente em 2014, que iindicavam J eIat0rdascontasda
rd asco n 5 a
pelo Tribunal de C o i t L ™ danÇa de P°SI& ° <** seda a d ^ ;
pelo jornal O
s í“ ““ -S S iS S S S S S Z Z S
232
resultado fiscal, uma vez que os passivos arados Produz,“ <luaIquer imPacto sobre o
gistrados nas estatísticas fiscais pelo Denartnm™ r raZf ° dc refendos atrasos são re-
ca dizer que as respecüvas varialões D r i í S l “ E^onôm.lco d« Bacen, o que signifi-
quando da apuração do «^uhado^scar T^noucn*? t^r,ífi S^° ade^uadan,ente captadas
da equipe de auditoria, caracterizaia r e Z S S - ' T P™ '" ° en,cndimcn>°
as instituições financeiras." realizaçaode operaçao de crédito entre a União e
s s s a s s a r “-“ ''-“““*
233
234
geral,scra-muito-dificil-justificar-disinrp<^*c P'//ec.0"orn,aestadao-c°ni.br/noticias/
Acesso em: 17 nov. 2016). ' d,slorcocs" d,2-m'nistro-do-tcu~imp-, 1718369>.
0 SISTEMAFINANCEmODEV>GlAREPUNIR:OCONTROLEEARESPONSA6.UOAOE 661
f
'! isso? Penso que não é possível chegar a essa conclusão.
' CarúsePádua arrematam:
A o co n trd rio d o q u efo iflti^ eiK en te-w iiK ^ istei^ ap en a^ n ^ asu an o s
m 07&^PaginaInicial=l&seqPagtnaFmal-566>.
739
240
£ias/*uiu/n»
3 ^ v n-v»v m ^ ^
w im ------- A“ sso ‘ m-
17 nov. 2016.
241 S ^ s r s s s r * “
662 os^F.N A acrBontvtcM .eruN .aocom aouE.ttH sronSA sa«« 663
ORÇAMENTOREPUBLICANO£ LIBERDADEIGUAL
j o c o r r id o s e m 2 0 1 4 .
: r ançade , d
e n c e m v a , através d a quitação dos em préstim os havidos.
.í d a s p e l a C ^ S ^ S t p S S ^ " ? ^
as con tas prestadas anualm ente p e lo Presidente da R em thr ^ prévi° sob“
S K S S r»
Porém , tal ,u a l realizado, o TCU m udou “ 7 ° t“ c ^ d ô s em
v=r, ex em p lin ca ttea m en te. n o a i o £ £ £ 7 S t ^ d é
S r ô rd tS .u m a v ^ u e o a c d n lé o
ça a b °^ d 0e“ "eç7o7unSZ lc r ? ^
a p recia çõ es d e
P o d er E x ecu tiv o :
u™ — a.-
M u ^ ^ f e t u a ^ ^ e l ^ r c i J s n h 3^3’ denlre 38 rottne>ras
aS p e lo T C U sobre as con tas d o Chefe do j » S
no período:
S 3!S=£ 3a==
É p r e c is o r e c o n h e c e r q u e , e n t c o n d i ç õ w n o r ^ ^ ^ ^ s ^ e te m p e r a tu r a ,
ta l “ tr a p a lh a d a ” s e r ia ig n o r a d a o u p u n id a c o m m e r a a d v e r te n c
n g . a e c o iw m i a é u m c o n h e c i m e n lo q u e n á o o b e d e c e a o s n o s s o s j
3S s s £ S S 3r & :
p r o c e d im e n t o s .
^ S a s s a s s
oSum o“ . com o afirma João M aurício Adeodaío sobre
^ = S = S iS 3i F ‘
-------------------7 ---------- • h r / 2 0 1 6-set- 1 6/joao-adeodato-crise-impeachment-deixam-h-
<hup://www.conjur.com.br/2016 sei wjoao- também foi publicado
244
DiípOTfrerim ” < 10^ / °ww vfl "roíh JOk"“ 1f°"m* S' Pa“h -22/05n°l6.
0 5 /1 7 7 3 7 7 0 - a ^ )u In i-su cM sa o .sh ,m I> !A ccM o en n 2 8 rn o v ^ 0 ^ d ^ a,' ' tH*C^rC' ,aS^ ^ ^
^m<hup*7/wwwl2.senado.leg.bi7nouci^animw^016/^WlV^P_^3^
ci' c“1»“ r» * > « ■ '* * . * Í./Wfe, d. 23 *
em pacto para deteravanço da Lava .a ent<=.>niilulada Em diálogos gravados. Jucáfala
br/poder/2016/05/J774044-em-r ° ° • ,spo^ veíem:<http://www 1.folha.uol.com.
-operacao.shtml>. Acesso em: 2 8 ° n o S l6 Ca^-afirma-quc-caiu-a-ficha-do-psdb-sobre- ;
2016: “O Tribunal de Contas da Um3o é depareojrq “ ^ Prcsidcntc da República,
9™? C imPeach">ent deixam lições sobre Eslado Demo- I
ta eletixmica Consultor Jurídico, 16/09/2016. Disponível era: | efeitos d « aehados de eudi.on. retemnu»
8 2 . P o r fim, ainda sobre a questão do controle financeiro e n r « '1
deve-se regislrar um caso bastante rum oroso ocorrido no M u n i c ^ 6? ^ 0*
Paulo, no início da década de 90 do século passado, que embora í ' ° de Sâo ^
vnpeachmenl, refere-se à rejeição de contas por T r i b u i a í í Com ° ‘ratede ■"
a n o rd ^ fá ^ o c o i^ d ^ 6' ' 350 ^ e r Judiciário, passados m aisde
^ r ^ j s i 5s s « t " s s r s ? í
p o r ter havido desvio de finalidade e v i o l a i *««„ J r • P° der Leê ,slativo
e da am pla defesa249. vm laçao aos princípios do contraditório
4
o SISTEMA FINANCEIRO DE VIGIAR E PUNIR: O CONTROLE E A RESPONSABILIDADE^
Estado”252. ,
E ssa tem sido a luta da hum anidade desde os antigos persas, conform e
relatou H eródoto253.
*■ E ^ lo B m s s a m r & g o ^ ^
PlNTO, Paulo Brossard de Souza. O impeachmenl: aspectos darespons
doPresídcnte da República. 3. ed. Sâo Paulo: Sara,va. 1992. p. IX.
Idcm, p. 2.
£■ ’ Bi Ver item 2 .2 . capftulo 2.
ORÇAMENTO-REPUBLICANOe liberdade igual
'— —
\xmcontrole social,quc, ao lado do controle público, visasubsidiá i 1
vezes, su p n -lo, podendo m esm o funcionar contra ele. ' 0 e ’ muitaí
Por controle so cia l d eve-se entender o controle exercídn ~ '
por toda a sociedade, e não por m eio do Estado. Um a d essas
p a inserção de p essoas representativas da socied ad e nos órgãos d ^ Se dá
= „ povo esteja inserido nessas d eiib em ções e
para junsias-decreio-de-dilma-poe-pais-na-rota-do-bolivarianismo/i».
669
o SISTEMA FINANCEIRO DE VIGIAR E P U N IR . O CONTROLE E A RESPONSABILIDADE
i ^ S x s s s x s s s s s s s
ddaridades ou ilegalidades perante o Tribunal d e Contas da U niao.
^ s è s s s s s
se pode afirmar que se trata de um a forma de controle social.
n art 7 1 A da LRF am plia o s legitim ados a exercer esse direito de pet»-
de petição é reducionismo.
256
2$t
„ n»c^f ,SS- Pe !^ssuascaracterfcticas, pois suas noim asdisnãem “ . '%
a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas itírfrr" SObie -
aolícada e“I ° S C0-n ^ a j adaiinistração pública, nacional^u e s ^ n g e fra ’^ ^ '
aplicadas às sociedades em presárias e às sociedades sim ples D eL niR ^ 0
ou nao, independentem ente da form a de organização ou modelo
^ ÍT ° a^ “« t a d a ç ô e s , L o c ia ç a e s d ^ d a d ^ 0
soas, ou sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial ou represem» *pe*'
te m tó n o brasileiro, constituídas de fato ou de direito ainda que tem Ça0n°
um sistem a de 0101
urrfsisrenfáde rV0 / 5e^°^Uf
controle social 1Se a^
em rm aqueessa
nosso país. norm a efetivamente instaura
%
6 ,e o Estado terceirizou um a parte do sistem a de controle para as empresas,
E -d e v e m se autofiscalizar, caracterizando-se com o um dos aspectos contem
porâneos do controle social.
o7 A Lei 12 846/2013 não estabelece as condutas que devem ser adotadas,
t indica a s q u e não devem ser adotadas e se constituirão em atos estvos à
Administração pública (art. 5a), cabendo às em presas estabelecer as form as e
i método que devem utilizar para im pedir que esses atos ocorram . Essa Lei
tóÕ se configura com o um m anual de procedim entos, m as com o um a norm a
sancionatória civil e adm inistrativa, das condutas adotadas pelas em presas
privadas que sejam lesivas à adm inistração pública.
É com o se o E stado dissesse às empresas, em especial aos acionistas: pre-
vine o^eupessoal nas relações como meu pessoal, a fim de evitar que caiam na
tentação da corrupção, de lado a lado” . D aí por que se afirm a que as em presas
Hevem se autorregular, ou seja, criar as norm as internas para evitar o efeito
danoso com batido pela Lei. E o foco da autorregulação é a autocontençao,
ou seja conter os agentes privados da tentação de burlar os procedim entos
normativos, de tal form a a dificultar a obtenção de vantagens indevidas.
Isso se torna aindamaisclaroquandoseverificamaspenalidadesimpostas
pela Lei! independente da obrigação de reparar o dano, o qoe sera analisado
no tópico referente ao direito financeiro sancionador.
R enato Silveira e Eduardo Saad-D iniz apontam o viés econom icista a d £
tado p o resta lèi, que, em bora tenha sido criada Par^ c om^ ^ ^
trata de aspectos penais, apenas estipulando sanções administrativas e civis
mas au e em novo estágio evolutivo, poderá advir, “com o reconhecim ento da
responsabilidade penal em presarial” , sendo, contudo, esse "vaticínio arnda
incerto”260.
88. Comosolhosvoltadosàquesaodapubliddade ^ i l M ^ 0 1 3 e » b ^
leceuum C adasdo Nacional de Empresas P unidas-C N E P (art. 22), semeinti
a outros que existem no âm bito federal, com o o “Cadastro de Em pregado
que tenham M antidoTrabalhadores em Condições Análogas à d e Escravo
o “C adastro Nacional de Em presas Inidôneas e Suspensas - CEIS .
Trata se de um a m edida bastante contestável, que Silveira e Saad-D im z
denominamde“moralismoadministrativista”.apontandoque “seriajusmnente
a em presa envolvida no contexto de corrupção a m erecer maror eurdado na
z fu n ç à T s o Z ^ “ “ ddr „ ^ 1 V° 1 ° ajUda a
subm etidos, obedecido o M * p í S S t a J T b “ a g e n te d'™ m £ ^npresas, como pelo lado da admimsu^ça P ativjdade, e menor for o risco
a em presa desta form a s e r í faze^com a u e que ^ "a liz a r pda e complexa for a q aventurarão a criar dificuldades, quanto
condenado", o que é um direito fundam ental ( a t í 5« LX V C r ' é PeSSM d° t ^ S S S ^ « . i d !,es.E ssard açSo é
que se tenha extrem a cautela nesses nmreH.m««» ’ .v* r 1^ ' E necessário
mediada pelo risco da sanção264. .
afeta diretam ente um a cadeia econôjrica que S d te s* ',mpresas
o s consum idores, passando pelas o p e ra ç fe! d e c r e d k o e ^ l . ! ? 1“ ' ' “ "*
^^T^moassiméperiinenteaobseniaçãorc^izadajior^ilvciraeSíCidjDiniz
de condPu to scrim in o sar s ^ r í n h u m ^ ^ Í T ” ^ Um Véu para a rea>ização quando apontam para o nsco e qua “ a j ^ 0mPe indicam um grande risco,
de ocultação de malfeitos M esm n 3 3 Ividade em Preendedora, mas apenas
da em presa S S “ ^ ^ * * de ^ rencialmentc aos órgãos ou entidades publicas lesadas ( . } .
prevê a Lei 12.846/2013 (art. 19 f f l e « iT a i Mc * * * * * eXtÍnÇão’ c°mo
de falar em extinção da empresa c n n c J ^ A1,ás’ nesse cas<>. sequer se há
econôm icos voltados para a consecução d ^ u m T r 0 H T jUnt° de fatorcs
a rigor, jam ais houve empresa apenas w™ - - finalidade produtiva, pois, ^ g ra n d e s^ q u e ^ n w ™ 6^ ^ ^ 0111^ 101116^ 38 — 0^ rcP" *
extinção da pessoa jurídica. * p aren aa; haverá tão somente a adotar procedimentos éticos em suas relações no mercado.
90. Esse sistema de c o m p lia n c e ]lossui ds‘va” “ “ ^ ‘^ “afastando van-
si s ó . ^ n d w i ^ de compliance não gerará, por d eles o de preservar a concorren i delas> pode vir a ter em face
risco em presarial e será levada e m e ? “ ram ente>acarretará minoração do
i tagens espúrias que uma empre^ J1 ando a is’onomia concorrencial,
f a ^ « 1 ,1 1 - que m " d c oportunidades que rege
esse tipo de ajuste.
aOCrime^de insiden
ífi
orçamento republicano e uberdade igual
P «n / _. .
O art. 220, § 1°, é explícito acercado assunto: “nenhuma lei conter* h •
que possa constituir embaraço à olena liberdade h*. nterádisposj,
em qualquer veículo de co m u n icacãoT ^r^rdadedeinfw m açaojom alísticí
m itígadoquandoopaísestíverS S S ^ , i í , ^ r “ " p 0dee<,CTe '«
conform e prevê o art. 139,, —,
II, da C onstituição.10
wviw uiuiyau, ^eVte^am entef un^amentadol
H filpnn T aitap «*■<***_._. A.i iM .
Acombinaçãoe^reocontmledaotividadefinanceiradoEstadn^nr,
ntifira-çf» ............... *
s s s s a s ^ ^ E S s
•í
eSSC ApontaRegisdeOHveiraqi^afigurad^orçnmcníoparímipnnvo^urgiu
ü.Z
£ Í S S S Í S J S S S unta forma inovadora de deseentraiizaçdo das
J
271
i
í
I
272
B ^ - ^ l c a d o s áCr ^ ° ^ \ T r m° - " >
* ‘ K'
forma da geslão pública. Rio de Jane.ro: FGV, 2009. p. H l ■
a
273
274
p ................................. ..
Marcus; Torres, Heleno Tavein / - J L r \ In‘ Gomes- Marcus Li vio; Abraham,
Supremo Tribunal Federal Homin ^ e<ío Financeim na jurisprudência do
2016. p. 169- W3). ~ H° menagCm 30 Ministro Marco Aurélio. Curitiba: Juruá,
677
o SISTEMA FINANCEIRO DE VIGIAR E PUNIR: O CONTROLE E A RESPONSABILIDADE^
M au.
mjestões orçam entais, possuem alta P vinculante das
& S S 2 = S S = ~ Z Z
=p a ro das
£ receitas = das;guerras
í j decorria = ou = S om a.?. ; ‘ ' '
eram patnm
É necessário que haja efetivo
4.6.5. O m b u d sm an e Ouvidorias
I®. Tjm em brião nesse sentido foi previsto pelo art. 27 da E m enda Consti-
tricm al 19 de 04 de ju n h o de , estabeleceu que o Congresso N a c io n al
1 9 9 8
28$
286
despesa. Seria adequado trilhar o cam inho daqueles países e criar W *» - foram considerados pelo STF com o órgãos de controle interno a cada
sem elhantes, com autonom ia e m andatos, que possam servir para a df!fU,ÇÕes
Poder. .... i
cidadao e d a sociedade, não apenas pela ótica da receita ou da d e s t ! ^ 0
£ b) Ôrgõos qüé controlam os órgãos de
em seu relacionam ento com o poder público em geral.pòdendo s ê - E r '• * Aqui se insere o P oder Legislativo, que c o n ^ la o T n b u n d de Ç o n t^ ,
e ü debate acerca do C onselho N acional dos Tribunais de Contas
r = ^ s r a , ^ r c e iro te o ^ — J- CNTC.
i cl Ouem controla o Poder Legislativo, órgão político de controle finan
ceiro, o que deve ocorrer pelo voto e pela liberdade de im prens .
S » s sr o“ 0' alémdo I d) Q uem controla o controle social, ocasionando, em especial, o debate
sobre o controle da m ídia.
" eCCSSari0 e Sem f' m « “ í » “ ‘^ e l c c c quem co„,n k . ó nne O sistem a acim a esboçado é meramente esquem ático, pois a
i d e J n gUÍnd0 ° parâm etro acim a efetuado, consoante o órgão de controle a) Seis do Poder Judiciário;
identifica-se a seguinte classificação: comroie,
b) Três da advocacia privada, escolhidos pela OAB;
r o d e í £ S
com p osição, p ois apenas três membros seriam oriundos dá a d v ^ “ “ "
p orm ltoria“ ^ o t e Sm X o ^ S
o t— : r P^
d e m í r o „ ,„ c o m d o e m l 4 d e a ; s f „ T e r ,9 T á o fr a T e á á r m f e r iágame"“
E S S S S s S s »
S iS c e T s ^ S e U o P S
E ssa busca p o r algum a espécie de controle externo à m agistratura de-
S r l "
que é um a exigência constitucional (art. 93).
O bserva-se que, dentre as com petSncias e s l a M e ^
291 Comt, José Maurício. A autonomia financeira do Poder Judiciário.. São Paulo: MP
Editora, 2006. p. 124.
2.2 Idem, p. 119.
2.3 Ver item 4.7.5, capítulo 4.
685
<a" B 0 ’A '
e disciplinar.
A-7 X
98. QuemfiscaltzaoTnbuna^Co^las ^Umao^<^Cwigr^|SoNacioMÍ^a
th V er item 4 .7 .5 , ca p ítu lo 4 .
686 ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
2,5 Oliveira, Regis de. Curso de Direito Financeitb. 6. ed. São Paulo: RT, 2014. p. 837.
296 Informações obtidas junto ao site da Câmara dos Deputados c do Senado Federal, em
15 de novembro de 2016.
687
o SISTEMA FINANCEIRO DE VIGIAR E PUNIR: 0
17____________
n r^ lã ___
-TrêsdoTCUlum
(g n ^ Ministro, um Auditor
e um membro do
l e um membro do 1 do MPC1 Ministério Público de
I Ministério Público de Contas-MPC)
I Contas -MPC) |________________ -Três membros
-Dois advogados
f-TrêsdoTCDF (um indicados pela OAB doTCDF(um
I conselheiro, um Conselheiro, um
j Auditor e um do Auditor e um do
I MPC) MPC)________
| -Doiscontadores -Três membros
I -Três dos TCM's dosTCE's (um
I (um Conselheiro, indicados peloCFC Conselheiro, um
1 um Auditor e um do Auditor e um do
I mpq MPC)_______
-Três membros
I -Doiscidadãos dosTCM’s(um
f-Três dosTCE’s (um I indicados pela
Conselheiro, um Conselheiro, um
Auditor e um do I câmara dos Auditor e um do
l Deputados e pelo
MPC) I Senado Federal MPQ
^ i n d e p e n d e n t e da andfise
jção. A iniciativa é louvável pois, se identifica m uita assim etria entre esses
| Tribunais ao lo n g o d o país.
áft p-oictrn-se Dor fim, a existência d e um a rrupuau. u». ------ -- ----- -
na pesquisa realizada por Da Ros300. esse0rgao *conform emencionado “ 1° ,.. 463/2010 da -a pC âm
u ,™
ara ri™
dos rv
D eputados,
m ita d o s. visando instituir
instim ir um Conselho
jiaciomd d^M inistério Público de Contas, que ainda secncontra em iramnaçao
Enfim , da form a com o está sendo conduzido o debate Dariam,» . ^
diversos projetos de lei, o C N T C p o d e vir a se caracterizar , 1 « nos ■ legislativa.
m uito grande para exercer o controle sobre um núm ero pequeno deaestnitUra 7 j | 7 3. Q uem c o n tro la o P o d er Legislativo: v o to e liberdade d e im prensa
órgãos. É necessáriobuscar um a alternativa de pessoas e ä
a se r enfrentada, e m enos t a t T i r à *
passos dos outros dois óigãos paradigm áticos. - P e seguir os
^ 'o rre ta ^ s e T e M rc ^ d o ^ e u c o n u o ire m u m E stad ô de Direito q u e se propõe
s s s - - - w s s í s s s x s i s s a r
298
20™T.Br«!ma‘c N f 20Í 6°„ní2ÓmD O ' T ? " em N í" " " » 2»I& " U m . d o M in .L u iz F u x 30*. ' .
Çohre O tem a vem a calh ar a an álise bem -hum orada do psicanalista
299
:r^ fnntardo C alligaris psicanalista então recém-chegado ao Brasil, sobre a gun
s lo g ^ s e k U o r a is b r ^ le ir o s do início d a década de 90 do século passado:
CNMKúlüíarâSiTTO 15 d e n m lb n J ím líf p n>° “ a“ " * siK d»
tido no site da Ouvidoria do C N M n o r àc2016- Fo‘ efetuada consulta nesse sen-
subm iuick. . . p h p > , ^ ^ : A proposta de um candidato conhecido como
et e poderia ser seu pai”. Outro candidato deixa circular o mote. Rouba,
possui o Ministério Público bra^LiroT^ qUC “ preSUmc s,mP,es: <lua" tos membros vÒ
'
f||
300
Ver item 3.5.2, capitulo 3. »' Ver item 3.2, capítulo 3.
“ Ver item 4.9. capítulo 4.
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
2 5 ST
a m p ^ d o n o p r i m ^ í o erepròíicw roUmCerceamellt0 ^ em 0cr^t' coam P*atnenle
11 00 22 .. A
A oo lado Hn processo „1
Indn do , existe a lilwHr>riA
eleitoral, •
sistem a de controle social visando coibir os excessos e da^tra "53 C°™° “m
atividade dos eleitos, com o afirma Heleno Torres “ transParencia à
^ r i é r j s s s í s ^
i^ ■ ' í » a = 3 a a s B S i
1 ^ n t r a ^ ^ t a d o ^ e que são iguadmente relevantes para o efetivo controle finan-
cciro por p a n e d a sociedade. assevera que a ordem
- ^ ' ^ ^ ^ ^ Q g g ^ ^ t ó a ^ e d i ç ã o d e k ^ e c o T t r o l e da m L . e relata
S ^ £ - a |s
, S l MUdo que o prazo de concessão é de 10 anos para as rádios e de 15
anos jQ ^ a U ^ ic a e ^ ra d l^ if u s S o T o n o ra e ^ è sons e
S e r r p ^ b L ^ o u ^ —
p a í s ( ^ S22^ ,J^ p u í ) ^ ^ e ^ r e g u í ^ o [ « l a ^ ^ - b ' 0^ ^ 2 J ^ v e ra a sn o rm K
‘s s^sssssssssssssr^
S - Tomus. Heiêno T.veira. D -iuto C onsO m icm t Fi»a*c«n> - Teona da Cousd.uição
Financeira. São Paulo: RT, 2014. p. 458.
304 Ver item 4.6.3, capítulo 4.
3tn voto do Ministro Gilmar Mendes na ADPF 130. p. 235.
692
313
Voto do Ministro Gilmar Mendes na ADPF 130, p. 256 e ss.
Volodo Ministro Gilmar Mendes na ADPF 130, p. 258.
315
Barbero, Heródoto. Midia e investigação. In: Speck, Bruno W. (org.). Caminhos da
ampinas.Ed. Unicamp, 2002. p. 4 II -422, em especial quando men-
Smnnq ™.c amblc"‘c de impunidade geral, outra tradição brasileira que é, ao mesmo j
aI- ’ a e c ei o a corrupção, proporciona à imprensa gozar a liberdade de ser .
íltaU nn o h ^ P° nSáVe - so.brctu.do quaildo a divulgação de um falo sem compro-;;;
n o íp n n ft m - * ° P I ? C I 0 S 'ieSajs e antiéticos, é de interesse de um ou outro gru-
3 17 Ver reportagem da revista eletrônica Consultor Jurídico, por Pedro Canário, na datade
07/06/2016, intitulada “Magistratura do Paraná se articula
ks n o s t r ib u n a i s ” . D i s p o n í v e l e m : < h t t p : / / w w w .c o n j u r .c o m .b r / 2 0 1 6 - j u n ^ 7 / m a g .s t r a
tu ra -p a ra n a -a rtic u la -a ta c a r-jo m a l-trib u n a is > . Ú ltim o a c e s s o e m . 2 0 n o v . 2 •
318 Despacho concessivo da suspensão das ações de indenização, proferido pela Ministra
Rosa Weber, no Agravo Regimental na Reclamaçao 23.899, p .l .
119 ver reportagem da revista eletrônica Consultor Jurídico, na data de 04/1 /2016. mU-
ludada^Jomalista é processado por informar supersalário de servidor mumc.pal . D.s-
696
cnta pela Consumição no art. 220, §5", e que ficou assente na A D P F1 30 como ? 3
*-------------------- '.%víS
^supersaiano-servidon».
^ r e a t ^ o ^ e ^ i d o r i TUltimo
í r n^Ur"acesso
COm’br^^*^*n° V'0^^on,a*'sla'Processa<l0*i,,lorn,ar'
em: 20 nov. 2016. 9 É|
âS
697
o SISTEMA FINANCEIRO DE VIGIAR E PUNIR: O CONTROLE E ARESPONSABILIDADE
» J “ = S = S :
o que envolve tam bém o dinheiro arrecadado e gasto.
z - ^ s s s s s s ^ í -í s s ^ í :
ezzsiXxzssz—J—— * - ■
704
Sob ou tro pnsma: C atarino, J o So Ricardo; V ictorino , Nuno. Regim e sancionatório das
infrações às leisfiscais. Coimbra: Altnedina, 2012. p. 469-508.
O SISTEMA FINANCEIRO DE VIGIAR E PUNIR: O CONTROLE E A RESPONSABILIDADE
705
p e la r e s p o n s a b i l i d a d e o b j e t i v a , to m a -se u m a b u sc a p e la r e s p o n s a h n *
340
Scaflf^aue dental na lese de doutoramento de Fernando Facury
O SISTEMA FINANCEIRO DE VIGIAR E PUNIR: O CONTROLE E A RESPONSABILIDADE
707
tf;
l i o s , em p réstim o s o u recu rso s d e q u a lq u e r natureza, e m d e sa c o rd o co m os
danos o u p ro g ram as a q u e se d estin am (art. 1°, IV ).
I E x istem ta m b é m as in fra çõ es p o lítico -ad m in istra tiv a s, q u e su jeitam o
A fe ito à c a ssa ç ã o p ela C âm ara d o s V ereadores, e co n sta m d o art. 4 0 , des-
£ a n d o - s e , n 0 âm b ito fin an ceiro , o fa to d e “ d eix ar d e a p resen tar à Câm ara^
* devido tem p o , e e m fo rm a regular, a p ro p o sta o rç am en tária 0 nc^ o V ) o u
.«•descumprir o orçamento aprovado para o exercício financeiro (m cs VI).
341
Ver item 3.5.2, capítulo 3.
342
(ilícita), todas as demais também fazem isso» (entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.
edição de 11 de março de 2016, p. A18).
3M A lei concorrencial silenciou quanto à análise por parte do Tribunal de Contiai.^ue ev.-
dentcmente não poderia afastaf, em face de ser um mandamento constitucional. E
“ p = foi n , lei concorrencial.
acerca de dinheiro ou bens públicos, a competênc.a do Tnbunal de Contas deve ser
preservada.
D iversos projetos de lei encontram -se em trâm ite no C o n ere« « m W
cional visando regular essa questão, dentre os quais destacam -sf o
f e l f ^ 2/?8/2016, proposío pe,° deputado Raul Jungm ann5« 0 Pm i ? Jet0
™ ^ 016’ propost1° peI° deputado Efraim Filho546, e o fto je to d f l í
3.636/2015, proposto pelo Senador Ricardo Ferraço. ° ^
346
Jiy »W1*W>»4vlU<
Falcão. Márcio Innnt- U P ___ :______. ......................
d n ™ ’nMá^ Í0' í an0t: Mp nã0 prccisa seSuir acordo de leniência se não participou
info/ianrn'mn n ' Rcv,slaeletrônica Jota>« n »1/11/2016. Disponível em: <hUp://jS
#
Iversas condutas consideradas irregulares, determ inando penas pecuniárias e
fstritivas de direitos, independente das sanções penais, civis e administrativas
■jgtabelecidas em outras legislações. E lá é aplicável às pessoas físicas, agentes
públicos ou não (arts. Ia a 3a).
Existe um conjunto de atos de improbidade administrativa que importam
enriquecimento ilícito, e que estão tipificados no art. 9a. A P ^ p a r a s u a m -
frineência é a perda dos bens ou valores acrescidos ilicitam ente ao patrimônio,
í é m de ressarcim ento integral do dano e perda da função pública, quando for
cabível. É ainda possível haver a suspensão dos direitos políticos de oito a dez
S o s o pagam ento de m ulta de até três vezes o valor do acréscim o patrimonial
ca proibição de contratar co m o Poder Público ou receber benefícios ou mcen-
rivos fiscais ou creditfcios, direta ou indiretam ente, ainda que por interm édio
de pessoa jurídica da qual seja sócio m ajoritário, pelo prazo de dez anos.
O utro conjunto de atos são aqueles considerados com o improbidade ad
ministrativa e causam prejuízo ao Erário , e que estão arrolados no art. 10 A
f j S =
de m ulta de até cem vezes o valor da rem uneração percebida pelo agente e
ptoibiçãodecontratarcomoPoderPúblicoedemais restrições m encionadas,
pelo prazo de três anos.
- D essebreve relato, infere-sequeháum a gradação onerosa na improbidade
administrativa, em face do próprio teor da pena, sendo mais graves aqueles atos
que importam enriquecimento ilícito, posteriorm ente os que causam P™ ^™
ao Erário, e, por fim , os que atentam contra os princípios da admmistraçao
pública.
1 22.N orm as sancionadoras financeiras tam b ém são en cont^ !
Anticorrupção, tam bém cham ada de L ei da Compltance (L ei12.846/2013),
acim a analisada sob a ótica áo controle sociaP50. N ela sao estabelecidas norm
ja’
L r a dos D eputados recebendo o n. PLP 518/2009, e subscrito form alm ente
«elo D ep u tad o A ntonio C arlo s B iscaia353. M esm o após sua aprovação foi
submetida ao controle de constitúcioriálidade perante o STF, que a declarou
constitucional e delim itou o início de sua eficácia para aseleições de 2012 (ver
l «£63 3 .7 0 3 , com repercussão geral, relatada pelo M inistro Gilm ar M endes,
I e as A D C 29, A D C 30 e A D I 4.578, todas da relatoria do M inistro Luiz Fux e
julgadas em conjunto).
N o direitojinanceiro sancionador, identificam -se algum as condutas que,
apenadas no âmbito financeiro, acarretarão a pena de inelegibilidade como outra
vertente punitiva. As principais irregularidades financeiras que acarretarao a
pena d e inelegibilidade são a seguir relacionadas.
plom ados, bem com o para as que se realizarem nos oito anos sei
(art. 1°, letra “h”,L C 64/90) guintes
124.E xistem diversas normas pararegular crim inalm ente aconduta financeira
ilícita de servidores públicos.
N o Código Penal, dentre diversas outras norm as, pode-se constatar o
art. 312, que tipifica o crim e de “peculato”; o a rt;3 15, que trata de “empreeo
irregular de verbas públicas” ; o art. 316, que trata do crim e de “concussão”*o
m esm o art. 316, mas em seu § Ia, que trata do crim e de “excesso de exação”; o
art. p 17, que trata da “corrupção passiva”, e seu correlato, o art. 333, que trata
da corrupção ativa” (quer parecer que um não existe sem o outro)* dentre
vários outros.
125. Em bora não tenha direta pertinência com a questão do direito financeiro
sancionador, registra-se que vem sendo travado aceso debate acerca da alte-
M azzilu, Hugo Nigro. O Ministério Público depois da Constituição de 1988. In: Mar
tins, Ives Gandra; R ezek, Francisco (org.). Constituição Federal - avanços, contri
buições e modoficações no processo democrático brasileiro. São Paulo: Revista dos
Tribunais e CEU - Centro de Extensão Universitária, 2008. p. 425, grifo do original.
OSISTEMAFINANCEIRODEVIGIAREPUNIR:OCONTROLEEARESPONSABILIDADE 717
128.Adespeitodetodoosistemadecontroleeresponsabilizaçãosupradescrito
cn ad o sob velada identidade com o sistem a de vigiar e punir foucaultianò
em 2015 o Brasil ocupava a inglória 76“ posição no ranking internacional da
percepção da corrupção ” elaborado pela organização Transparência Inter
nacional, ao lado de Bósnia e Herzegovina, Burkina Fasso, índia, Tailândia
Tunísia e Zâm bia. N o últim o lugar desse rol está a Som ália, na 167a posição
sendo que o 1° lugar é ocupado pela D inam arca362.
Será que são as falhas no sistem a de controle financeiro e orçamentário
que acarretam a corrupção?
362
Os dados referentes a 2015 encontram-se disponíveis em planilha no site <https://view.
^ /lo cclio o o f/c? °P^v*ew,asPx?src=htlp://files.transparency.org/content/downlo-
ad/1956/l 2836/fiIe/2015_CPI_data.xlsx>. Último acesso em: 15 nov. 2016.
363
Excelente mapa iterativo é também disponibilizado pela International Transparency
em <http://www.transparency.org/cpi2015>. Último acesso em: 15 nov. 2016.
O SISTEMA FINANCEIRO DE VIGIAR E PUNIR: O CONTROLE E A RESPONSABILIDADE
719
A O
r i s t . Política. Para a Edipro, trata-sc do Livro V, Capítulo V II, §9° (2. ed. Bau
t e l e s
ru- Edipro, 2009, p. 184). Para a Saraiva, trata-se do Livro V III, Capítulo V II, §9 (Sã
Paulo: Saraiva, 2011. p. 291-292). A ícone adota a mesma organização da Saraiva, sem
indicar o § (São Paulo: ícone, 2007. p. 248-249).
36$ P o l í b i o . Historias. Madrid: A kal, 1986, traduzido do grego para o espanhol por Cristó-
bal Rodriguez Alonso, Livro V I, cap. III. item 17, p. 172-173.
S m i t h , Adam. Uma investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações. 3.
ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1999. Livro II, P- 339.
367 G a s p a r i , Elio. A Ditadura acabada (Rio de Janeiro: Intrínseca, 2016, p. 137), 5 volume,
p. 66-67. Sobre suspeitas de conupção, nunca apuradas, ver, na mesma obra, p.
720 ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL 721
O SISTEMA FINANCEIRO DE VIGIAR E PUNIR: O CONTROLE E A RESPONSABIUDADE
do E xército estranhou o sum iço da palavra “corrupção”, com o terial. [...] A s outras práticas poderão ser aéticas, m as não envolvem
ensejadoralfj
instauração do “estado de sítio”, pelo qual GeiselI retrucou: corrupção”369.
A questão, no meu modo de ver, não tem grande relevância. A corm i Regis de O liveira adota posição m ais rigorosa, extrapolando o conceito
existe na França, na Alemanha, nos Estados Unidos, como existe no B s retribuição material apontado p o r Ferreira Filho, ao afirm ar que: “O favor
Brasil. jo precisa ser necessariam ente o benefício pecuniário. Pode ser um presente
Creio que é um fenômeno próprio da natureza humana [...] A c o m i n a i
não vai ter, nunca terá, um quadro tão geral que implique a decreta ^ qualquer ordem , ou m enos, u m encontro sexual. O induzim ento do parti-
estado de sítio. % Jar não tem lim ites. Favores p ara a fam ília, por exem plo, um a internação em
T íj iospital, um a consulta com renom ado especialista”370371.
„. ? deSSa M usa percepção de corrupção que se trata. N ada tão grave n u P
! l .A legislação brasileira sobre o te m a é vasta, porém nenhum a delas define
im plique na decretação do estado de sítio”, porém sem pre presente em todo n '
;que seja corrupção, exceto para fins penais, tratados no art. 317 (corrupção
m undo, em diversas escalas, e desde sempre. Parece m esm o ser um fenômpnA -
próprio da natureza hum ana. --------— - — • isiva) e no art. 333 (corrupção ativa), am bos do Código Penal.
P O D ecreto 3.678/90 prom ulgou a Convenção sobre o Combate à Cor-
13 0.E stabelecer o conceito de corrupção é extrem am ente difícil, pois envolve ^ Wupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais
diversos elem entos que devem ser considerados. Uitemacionais, firm ada em Paris, em 17 de dezem bro de 1997 . Essa Con-
M anoel Gonçalves Ferreira Filho inform a que corruptio, em latim, quer Í lirenção decorre de R ecom endação adotada pela Organização para o Com ér
dizer a explosão do âm ago de um fruto, em razão de sua podridão interna, e ' c io e D esenvolvim ento E conôm ico - O C D E em m aio de 1997, e, lendo seus
rem onta à m ais rem ota antiguidade 368e m enciona diferentes possibilidades de I considerando, observa-se a nítida preocupação com os aspectos anticoncor-
■51 Irenciais
| que a corrupção gera no com ércio internacional, pois “desperta sérias
caracterização da corrupção, tais como:
jSpreocupações m orais e políticas, abala a boa governança e o desenvol vim ento
1) 0 recebim ento de vantagens financeiras para fazer o que seria seu dever P Ç conôm ico, e distorce as condições internacionais de com petitividade . Esta
realizar; r lorma não define o que deva ser entendido por corrupção372.
2) O recebimento de vantagens indevidas, porém não monetárias, como | O D ecreto4.410/2002prom ulga a Convenção Interam ericana de Combate
o abuso de poder econômico eleitoral, no qual, embora não haja o re- | m Corrupção, adotada em C aracas, em 1996, e tam bém não define o que seja
cebimento de uma propina por parte dos eleitores, haverá corrupção, ; |co rru p ção , porém delim ita em seu objeto (art. V I) quais atos devam ser objeto
desvirtuando a apuração da vontade dos eleitores. Registra o autor ainda ff 1f le com bate por aquela norm a:
■■i
-3 ru
a possibilidade de ocorrer esse desvirtuam ento pela manipulação dos 1
1 | “1 Esta Convenção é aplicável aos seguintes atos de corrupção:
m eios de com unicação de massa; .-~M
1 I
•3) P ode haver ainda corrupção no exercício do poder, quando a ação de íu «e;■
f l2
3» Idem, p. 217.
um governante decorre de um estím ulo ou um presente que recebe.- £:| j
S37o oliveira, Regis Fernandes de. Curso de direito financeiro. 6. ed. São Paulo: RT, 2014.
Porém , a situação se tom a am bígua quando o “governante levaiuma ^
obra. ou
OU umum investim
i n v e s ento r a ao sua base
t i Mpara . 1. : . __ i r[...]i rv____
kooo eleitoral p.406.
obra, D a mesma 371 Sobre os esforços internacionais acerca do combale à corrupção, ver: S peck, Bruno W.
form a, o parlam entar que insere num projeto disposição que beneficia O controle da corrupção como desafio transnacional. In: Speck, Bruno . (org.). anu
o grupo que o prestigia ou o apoia” . E arrem ata: “a corrupção que se31 nhos da transparência. Campinas: Ed. Unicamp, 2002. p. 445-478.
há de com bater na dem ocracia é aquela que envolve retribuição ma-; ;íg 372 A mesma conclusão chega José M aurício ConÜ, no texlo Combate à corrupção marca
uma nova república em construção, veiculado pela revista eletrônica Consultor Ju (-
™ 1 “ - ' "lV j
dica, de 15 de novembro de 2016, disponível em: < http://www.conjur.com.br/2016-
F bireira F ilho, Manoel Gonçalves. Corrupção e democracia. Revista de Direito Admi- H -nov-15 /contas-vista-combate-comipcao-marca-republica-construcao> , ultima co -
ntstrativo, 226, p. 213-218, Rio de Janeiro: FGV, out.-dez. 2001, p. 213. S
sulta em: 26 nov. 2016.
a. a solicitação ou a aceitação, direta ou indiretam ente, por um funcion
público ou pessoa que exerça funções públicas, de qualquer obietn
valor pecuniário ou de outros benefícios com o dádivas, favores n :
m essas ou vantagens para si m esm õou para outra pessoa ou e n tid a r
em troca darealização ou om issãbde qualquer ato no exercícioidáttól
funções públicas;
b. a oferta ou outorga, direta ou indiretam ente, a um funcionário públiU
ou pessoa que exerça funções públicas, de qualquer objeto de vaío^
pecuniário ou de outros benefícios com o dádivas, favores, prom essa!
ou vantagens a esse funcionário público ou outra pessoa ou entidade;
em troca da realização ou om issão de qualquer ato no exercício de sii&V
funções públicas;
c. a realização, po r parte de um funcionário público ou pessoa que ex er!
ça funções públicas, de qualquer ato ou om issão no exercício de sua£
funções, a fim de obter ilicitam ente benefícios para si mesmo ou nara l
um terceiro; K •“ •;?
’' -1
d. o aproveitam ento doloso ou a ocultação de bens provenientes de qual- I
quer dos atos a que se refere este artigo; ç |
e. a participação, com o autor, coautor, instigador, cúmplice, acoberta - 1
do r ou m ediante qualquer outro m odo na perpetração, na tentativa de 1
perpetração ou na associação ou confabulação para perpetrarqualquer í
dos atos a que se refere este artigo.” |
F"UKIAUUt
uctado. Lucas Rocha.
iwvii». Raízes da Corrupção no Brasil - Estudo de casos e lições pa
o futuro. Belo Horizonte: Ed.
Ed Fórum, 2015.
l 574 Idem. p. 233 e ss.
I *» Idem, p. 247 e ss.
724 ORÇAMENTO REPUBLICANO E LIBERDADE IGUAL O SISTEMA FINANCEIRO DE VIGIAR E PUNIR: O CONTROLE E A RESPONSABILIDADE 725
"’P
equipam entos m édico-hospitalares e am bulâncias. N ão houve condi para financiar os precatórios que estavam com seu pagam ento atrasado
nação crim inal e nem o dinheiro foi recuperado376. 7$ na data d a prom ulgação da C onstituição. O escândalo se tornou conhe
4) C orrupção na Superintendência para -0 D esenvolvim ento da A m í cido pela im prensa noanó2009: O s principais im plicados foram Celso
zônia - SU DA M , descoberta pela im prensa no final d o s anos 199Q , < Pitta, E duardo C am pos, Paulo.M aluf, D ivaldo Suruagy, entre outros.
Foram diversas ás fraudes constatadas. H avia em presários que su-?| N ão se tem notícia sobre a recuperação dos valores desviados381.
per valorizavam a contrapartida que deveriam dar para a composiçld% 9) E scândalo d a construção do fórum trabalhista de São Paulo, envol
do capital dos projetos econôm icos aprovados pelo órgão, bem con&M | vendo o m agistrado N icolau dos Santos N eto, que foi preso, e o então
existiam diversos “corretores de incentivos fiscais” atuando em todo-il sen ad o r p e lo D istrito F ederal L u iz Estevão, que teve seu m andato
o país. N inguém foi condenado e nem houve devolução do dinheiro P cassado e tam bém foi preso. A descoberta do escândalo ocorreu por
desviado377. ; ^ m eio d e fiscalização do Tribunal de Contas da U nião e foi divulgado
5) C orrupção e impeachment: o caso C ollor, envolvendo “sobras d e íf l pela im prensa em 1998. A despeito das condenações para a devolução
cam panha” , que foi descoberto pela im prensa no início dos anos 1990 :íl do dinheiro desviado, o autor inform a que nada adentrou aos cofres
O casionou o impeachment do Presidente Fernando Collor, tendo seu .£3 públicos até 2 0 15382.
tesoureiro de cam panha sido preso po r dois anos. N enhum dinheim fl 10) E scândalo do mensalão (A ção P en al470, STF), que apontava conexão
foi recuperado378. ^ entre indicação política partidária para ocupação de cargos públicos
6) O peração curupira, descoberta por óigãos governam entais (Ministério em c o m issão e d e sv io de d in h eiro para enriquecim ento privado e
Público Federal, IB AM A e Polícia Federal) em 2004, e que envolvia a finánciam ento d e cam panhas, envolvendo principalm ente agências
venda de A utorização para Transporte de Produtos Florestais -ATPFs, de publicidade. O escândalo foi descoberto pela im prensa em 2005.
cuja finalidade era arrecadar fundos para.cam panhas eleitorais, per N enhum dinheiro retom ou aos cofres públicos. D iversos políticos e
m itindo a extração e o transporte ilegal de m adeira em M ato Grosso. em presários foram presos383.
N enhum dinheiro foi recuperado e ninguém foi preso379. ~^
, Filgueiras e Avritzer apontam outros casos além dos acim a relatados, tais
7) E scân d alo dos bancos M arka e F onteC indam . A operação de so como o caso Magri, o caso Sérgio Naya e o caso Jader Barbalho (Sudam )384,
corro á esses dois bancos ocorreu em 1999, tendo o B anco Central que envolvia o financiam ento de um ranário com verbas públicas.
efetuado a com pra de contratos d e câm bio e m valor superior àquele
Para os escândalos contem porâneos, pode-se analisar o debate judicial
praticado no m ercado, gerando um prejuízo aos cofres públicos no
J |a c e r c a do que ficou conhecido com o “escândalo da Petrobras” , acerca de des-
v alo r de R $ 1,5 bilhão, em valores da época. H ouve prisões de vários
ifvios em seu setor de com pras para financiam ento político e proveito pessoal385.
envolvidos, sendo a principal referência a do ex-Presidente do banco
M arka, Salvatore C acciola, há 13 anos de prisão. N enhum centavo
foi recuperado380. 3,1 F urtado ,Lucas Rocha. Raízes da Corrupção no Brasil - Estudo de casos e lições para
o futuro. Belo Horizonte: Ed. Fórum, 2015. p. 315 e ss.
8) Escândalo dos precatórios, que consistia na venda de títulos públicos
Idem, p. 326 e ss.
em valores superiores ao perm itido pela C onstituição (art. 33, ADCT)
Idem, p. 351 ess.
f 334 F ilg u eira s , Fernando; A v ritzer , Leonardo. Corrupção e controles democráticos no
F urtado , Lucas Rocha. Raízes da Corrupção no Brasil - Estudo de casos e lições para m Brasil. In: C a r d o so J r ., José Celso; B ercovíci, Gilberto (orgs.). República, democracia
o futuro. Belo Horizonte: Ed. Fórum, 2015. p. 256 e ss. e desenvolvimento - contribuições ao Estado brasileiro contemporâneo. Brasília: IPEA,
sn Idcm, p. 268 e ss. 2013. p. 228 ess.
m Idem, p. 276 e ss. Para acesso ao conjunto de sentenças proferidas referentes a esse escândalo, ainda em
m Idem, p. 290 e ss. fase de apuração judicial, ver <http://www.conjur.com.br/2016-mar-09/veja-moro-
xo -condenou-67-rcus-17-sentencas-lava-jato#n%C3%BAcleo%20clube%20de%20em-
Idem, p. 304 e ss.
prei!eiras>. Último acesso em: 29 mar. 2016.
Aliás, esses escândalos não ocorrem apenas no âm bito federal; para ficar ^
nível estadual, pode-se ver no Estado de São Paulo o escândalo do desvi0! &
m erenda escolar ou das obras e com pras do metrô386. .... -
O grande artífice na identificação dos casos acima foi a imprensa387 nii ^
hoje goza de ampla liberdade no Brasil, assegurada pela Constituição. Porénl I
de certa forma, isso demonstra a precariedade funcional dos mecanismos esta ^
m is de publicidade, transparência e controle, restando apenas o mecanismo <íe ^
responsabilização, e, mesmo esse, sem grande eficácia na atividade repressiva 1
e de recuperação de valores, como se pode ver pelo rol supradescrito. Regfc J
tre-se, contudo, que vários dos casos supramencionados ainda estão em seu 1
regular trâmite processual. • ~|
1 3 4 .0 fato é que o rol acim a não é exaustivo dos escândalos identificados pela f
im prensa. O utros m ais antigos ainda se desenrolaram sob o olhar estupefato j
dos habitantes desse país, que a tudo assiste “atônito e bestializado ”, como 1
m encionado por Castro Carreira 388acerca da população que assistia à procla- 1
m ação da república brasileira em 1889. I
39° Assis, José Carlos de. Os mandarins da república: anatomia dos escândalos da admi-
| nistração pública - 1968-84. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1984.
I »» S ant’A nna, Carlos. Resposta a "Os mandarins da república". Sem local: Interbrás,
f 1984.
I 3« j^esse sentido: Ribeiro, Renato Janine. A sociedade contra o social - o alto custo da
I vida pública no Brasil. Sâo Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 179 e s s ..
| J,J Ribeiro, Renato Janine. A República. 2. ed. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 38-39.
728
ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
O SISTEMA FINANCEIRO DE VIGIAR E PUNIR: O CONTROLE E A RESPONSABILIDADE 729
mas todas expondo, de uma fotma ou <te outra?essa O fortalecimento do poder público não tem sido, pois, acompanhado de
correspondente enfraquecimento do “coronelismo”; tem, ao contrário,
do patnmomo e dos espaços públicos pelo privado Ça° no . contribuído para consolidar o sistema, garantindo aos condutores da
máquina oficial do Estado quinhão mais substancioso na barganha que
o configura. Os próprios instrumentos do poder constituído é que são
utilizados, paradoxalmente, para rejuvenescer, segundo linhas partidárias,
malismo brasileiro e desenvolve o conceito do fo m fJ T r d M ™ d0palrim<>:
o poder privado residual dos “coronéis”.
vezes é mal-entendido, pois parece exaltar o caráter cordial dn h ’ ^ 6 mUlt^
letm. quando, na verdade, apenas demonstm nossa d f f l S a d e e m ? ” Tam bém sob essa ótica, com forte em basam ento histórico, pode-se en-
mstancras publicas paraasoluçüo dos conflitos’” . Esse t t ^ h o í r e v ^ f òntrar a obra do advogado e ex-Presidente do C onselho Federal da OAB,
sua compreensão desse fenômeno: revelador d aym undoFaoro, Os Donos do Poder, lançada em 1958, na qual trata daquilo
ue se convencionou cham ar de “herança ibérica” nas relações socioeconô-
No Brasil, pode-se dizer que só excepcionalmente tivemos um si« §hicas, com o a origem do patrim onialism o existente no Brasil399. E ste trecho
administrativo e um coipo de funcionários puram ent^d^kados |é revelador de seu pensam ento e com bastante atualidade:
objetivos e fundados nesses interesses. Ao contrário, é poss^veUcom^anh^ 5
ao longo de nossa história, o predomínio constante d ^ vom ^es n ^ c u la 1^ ' Nas intervenções estatais, outrora abominadas pelos empresários apenas
se contrárias a seus manifestos interesses, crescem e proliferam atividades
econômicas incentivadas pelos lucros rápidos, maisjogodeazarqueempresa
racional. Para que medre essa camada, ontem comercial, hoje industrial e
amanhã financeira, o governo há de estar presente, atuante, armado.
Dentre as classes, predomina a lucrativa, especuladora nos seus tentáculos,
apta menos a produzir do que a enriquecer, em consórcio indissolúvel
ao estamento burocrático, este também especializado em comissões e
conselhos, alheios à sociedade, desta tutor, ou, emmomentosdenormalidade,
no exercício de discreta curatela.
O tubaronato floresce e engorda, ensejando a suspeita de que sua fortuna se
o s'm os-P’íl‘ « ^ ^ , ara sücied ^eem n o m ^a m -pa„ic,,l„d,,a,.
deve ao favor, quando, na realidade, se expande como autêntica expressão
do sistema.
m FT r G,l‘r n<í: ^ » - « i E, em outro trecho, arrem ata com precisão:
Campinas: Ed. ünicamp, 2002. p. 1 3 3 . ’ W' ÍOrg)' Caminhos da transparência.:
Economicamente, a regulação não só delimita o leito onde as águas
correm, senão as dirige, encaminha e filtra. O óleo canforado - acentua o
39« deputado Aliomar Baleeiro, não toldado pela euforia liberal de 1946- dos
m m L eal, Victor Nunes. Coronelismo, enxada e voto. São Paulo: Alfa Ôntega, 1986. p. 255.
fia SSo Paute U vb.m Í 5 ''“ ] 7™“ ” ' Helois”' *** F aoro, Raymundo. Os donos do poderformação do patronato politico brasileiro. 6 .ed.
Porto Alegre: Globo, 1984.
730 ORÇAMENTOREPUBLICANOELIBERDADEIGUAL O SISTEMA FINANCEIRO DE VIGIAR E PUNIR: O CONTROLE E A RESPONSABILIDADE 731
“estancos, monopólios, muletas bancárias oficiais, tarifas protecionistá B grande livro de Faoro) sempre esteve presente, e, ultimamente, em escala
reajustamentos, equilíbrio estatístico, valorizações artificiais” não ODeíÁ! extrema, na vida brasileira.
como remédio, mas será o sólido, o nutritivo, o ordinário alimento de muito í i
séculos. "Saia do negócio o Estado” - conclui - “e todo o Brasil ficaJ % I ínha sem elhante se vê no sociólogo Roberto daM atta403, em várias de suas
desempregado e em desespero”400. “r ^ bras, em que analisou, dentre outros fatos, o faimgemào jeitinho brasileiro,
ue ele identificou com o sendo fruto do dilem a brasileiro que reside “em uma
É de Faoro, aliás, a afirm ação de que ninguém se deu conta do “formidável ^
scilação entre u m esqueleto nacional feito de leis universais cujo sujeito era o
em buste privatista que a proclamação de 15 de novem bro (de 1899) comportava!
divíduo, e situações onde cada qual se salvava e se despachava como podia,
e que iria se consolidar desde logo em todo o país. A verdade é que a autêntica
ideia republicana nunca m edrou entre nós”401. tilizando p ara isso seu sistem a de relações pessoais”404, e buscou demonstrar
i principais características culturais da sociedade brasileira405.
Nelson Saldanha, sob a lente da sociologia jurídica, traça um perfil entre os
espaços políticos do público e do privado em opúsculo denom inado O Jardim N esse sentido, João M aurício Adeodato aponta a existência de mecanismos
e a Praça, e trata do personalism o brasileiro, que contam ina essas relações 402 originais que as regiões subdesenvolvidas contemporâneas vêm desenvolvendo
N este trecho o autor faz um paralelo entre privatism o e e o uso do espaço pú om a função de “consertar e neutralizar, aqui e ali, de m odo assistem ático, a
blico na vida política brasileira: crescente crise de legitim idade que se m ostra m ais aguda quando os países se
/orara foros dem ocráticos”, e aponta para o cham ado jeitinho , inclusive
O predomínio do sentido privado, no Brasil, há de ter sido em grande medida
predomínio do personalismo, inclusive pela larga presença feudal em nossa
No livro A casa & a rua, Roberto da Malta expõe essas relações entre a esfera pública
história social. Personalismo nas alianças políticas e nas adesões partidárias:
e a privada no Brasil. Relata ele que: “não há dúvida de que fica cada vez mais compli
personalismo também na secular tendência a confundir instituições com cado viver numa sociedade onde se tem uma cidadania em casa, uma outra no centro
pessoas. Problema, este, afim ao mal-cntcndido muito frequente de usar religioso e outra ainda - essa tremendamente negativa - na roa. Do mesmo modo, pa
credos e regimes pelo que refletem ou parecem refletir na ordem privada rece impossível continuar operando com um sistema político onde os acordos pessoais
(por exemplo, descrer no comunismo de Fulano pelo fato de vestir bem, ultrapassam sempre (e no momento mais preciso) as lealdades ideológicas e o sistema
ou desacreditar no regime representativo porque o deputado Beltrano é econômico funciona com duas lógicas. Há, na realidade, vários 'mercados'que ope
incompetente). Este pendor se revela na imagem geral dos sistemas, vigente ram simultaneamente. Alguns são financiados pelo Estado e seus empresários desfru
entre certos estratos ou setores: muita genteparecepensar que a democracia tam todos os lucros e nenhum risco. Outros operam na dura base da lei da oferta e da
significa a igualitarização no plano privado, quando no plano público é procura. E há, ainda, aquela esfera dominada letrados, tecnocratas ou, para usarmos a
que a igualdade democrática se situa basicamente (alguns parecem chegar expressão definitiva de Raymundo Faoro, os ‘donos do poder , esses que vivem num
universo sem competição, pagos pelo Estado e sustentados pelos misteriosos laços de
a crer que a igualdade "democrática” significa todo mundo de calças
simpatia e lealdades pessoais” (M atta, Roberto da. A casa & a rua. 5. ed. Rio de Janei
jeans e sandálias de borracha, e de preferência os homens com barba para
ro: Rocco, 1997. p. 20).
ninguém parecer diferente). O clássico ideal iluminista da conversão do
404 M atta, Roberto da. O que fa z do brasil. Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1986. p. 97. É
súdito no cidadão, através da qual se tem em cada indivíduo uma dimensão
extremamente interessante a análise feita por esse autor acerca dessa característica bra
pública (ideal, sem dúvida, nuclearmente urbano), esbarrou no Brasil com : sileira, e que merece acurado debate, que não tem espaço neste trabalho. Rara melhor
o tradicional privatismo, mais com o personalismo e com concepções compreensão do que esse autor explicita, sugere-se a leitura do capítulo 7 dessa obra,
feudais arraigadas. E, entretanto, temos tido no Brasil uma experiência bem como o livro de Lívia Barbosa (O jeitinho brasileiro - a arte de ser mais igual que
estatal constante. O Estado (com seu estamento burocrático, para evocar o os outros. Rio de Janeiro: Elsevier, 1992) e o livro de Mériti de Souza (A experiência da
lei e a lei da experiência - ensaios sobre práticas sociais e subjetividades no Brasil. Rio
de Janeiro: Revan e Fapesp, 1999).
400 F aoro, Raymundo. Os donos do poderformação do patronato político brasileiro. 6. ed.
Porto Alegre: Globo, 1984. p. 724. Escreve Roberto da Matta na obra O que fa z do brasil, Brasil? (Rio de Janeiro: Rocco,
1986): “O que faz o brasil. Brasil, é uma imensa, uma inesgotável, criatividade acasa-
401 Idem, p. 12.0 parêntesis foi aposto.
<02 ladora” (p. 20), caracterizada, dentre outros fatores, “porque sei que não existe jamais
S aldanha, Nelson. Ojardim e a praça - ensaio sobre o lado privado e o lado público da um ‘não’ diante de situações formais e que todas admitem um ‘jeitinho’ pela relação
vida social e histórica. Porto Alegre: Sérgio Fabris Editor, 1986. p. 28-29. pessoal e pela amizade” (p. 17).
732 ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
O SISTEMA FINANCEIRO DE VIGIAR E PUNIR: O CONTROLE E A RESPONSABIUDADE________ 7 3 3
no que diz respeito à aplicação de verbas públicas; o “em preguism o polític^P ^ O utra análise m uito interessante é efetu ad a po r C ontárdo C alligaris,
o “fazer vista grossa diante da ‘pequena corrupção’” e o “paternalism o”
licanalista então recém -chegado ap Erasil, sobre as relações sociopolíticas
subestim a a capacidade popular de decid ir sobre o que deve ser feito
úui desenvolvidas409. E stes trechos são m uito reveladores do olhar estrangeiro
m elhorar a estrutura interna do Estado406. pa§ | i
ibre a sociedade brasileira:
A depender do sentido que se aplique à corrupção pode-se identificaram
outras latitudes na m atéria. N essa linha é m uito peculiar é a observação d Um cargo, uma função pretensamente simbólica parecem poder se sustentar
H ugo N igro M azzilli, Procurador de Justiça aposentado do Estado de q s l r tanto melhor quanto mais quem os exerce, gastando, exibe a medida da
Paulo, que destaca407*: oao ; riqueza da qual dispõe. Isso abre necessariamente a porta do clientelismo
e da corrupção: se o cargo que ocupo vale na medida em que posso dar
É bem de ver que, enquanto alguns membros do Ministério Público sé ^ prova patente do meu poder e da minha disponibilidade de recursos, só
dedicamao extremo,outros não são nadáãfeitoíao trabáiho. Esses deixam ^ posso sustentá-lo numa indefinida demonstração; o exercício do cargo
habitualmente serviços acumulados para os colegas, especialmente parà se confunde com o gasto que comprova o seu valor. [...] Por exemplo, o
os substitutos, passam como gatos sobre brasa em cima dos processos é clientelismo local e familiar, ou seja, o fato esperado que um homem político
procuram desviar-se de todo e qualquer caso mais complexo. Podemos dirèr ou um funcionário no poder devolva riqueza para a sua cidade natal e para
que, ainda que hoje, uns trabalham muito enquanto outros trabalham pouco o seu círculo familiar, não é tanto uma retribuição dos votos que lhe foram
ou quase nada - o que aliás, não é problema só do Ministério Público, e sim eventualmente acordados, nem o signo de seu amor para a terra natal e a
também da Magistratura, e, mais amplamente, é um defeito de caráternada ■ família. O problema é que, nesses lugares, onde, mais do que em outros, o
raro na natureza humana. nossopolítico oufuncionário gostaria de encontrarojusto reconhecimento
da dignidade de seupercurso e do seu cargo, ele descobre que essa dignidade
R enato Janine Ribeiro aponta com pertinácia que i só será conhecida à medida que ele a ilustre com uma prodigalidade que
demonstre os seus recursos.
a corrupção ameaça a república, mas não se resume no furto do dinheiro'
público. O corrupto impede que esse dinheiro vá para a saúde, a educação o  Christian Ingo Lenz Dunker parte da “lógica do condomínio” e faz
transporte, e assim produz morte, ignorância, crimes em cascata. Mais que í interessante análise relacionando a vida nos condomínios habitacionais das
tudo, perturba o elo social básico que é a confiança no outro. Quem anda ; Igrandes cidades brasileiras, partindo do exemplo paulista de Alphaville,
por nossas ruas, com medo até de crianças pequenas, e depois se espanta i[ oonde
n o e ltudo
uuü éc pp rovido
iu v m u d
uwe m aneira
« iiu iv iiM satisfató
w—ria ----------------
através de recursos privados
com a descontração das pessoas em outros países, pode servir o preço que |(s e g u ra n ç a , reg u lação do espaço, trâ n sito e tc .) e correlacionando co m a
pagamos por não vivermos em uma república - por termos um regime que ; vid a nas cidades e nos rin cõ es m ais afastad o s do país, e ap o n ta q u e os
é republicano só no nome403.
p ró p rio s sin to m as n a c io n a is, com o a p reo c u p a ç ão com a id e n tid a d e , a
»edreira Cam pos414. Trata-se de obra que m erece redobrada atenção nos dias
jue correm , pois dem onstra a gênese do que vem sendo revelado no âm bito da
'Operação Lava Jato ”, ainda inconclusa, sobre as relações financeiras entre
poder político e as em presas d e engenharia pesada no Brasil.
U m a análise interessante, sob a ótica da ciência da adm inistração, en-
>lvendo o relacionam ento entre as pessoas que ocupam o poder, alternando
mções públicas e privadas, e suas conexões, foi realizada por Sérgio Lazzarini,
iobra O Capitalismo de Laços, na qual se revelam as estratégias e as alianças
juolíticas e suas consequências para a econom ia brasileira, em especial o papel
ido Banco N acional de D esenvolvim ento Econôm ico e Social - BN DES, im-
Iportantíssimo no período de privatizações no Brasil (final dos anos 1990)4ls. O
iàutor analisou a presença das m esm as pessoas e instituições em vários pontos
É o sistem a público e privado, em conúbio com os usos e aproveitam ento das
lyantagens creditícias d a época. U m indivíduo que estava no BNDES ou no
|Banco Central, logo após passava a ocupar cargo de relevo em um a empresa
Jprivada que se beneficiava da rede de laços construída p o r aquela pessoa -
tendo ocorrido tam bém o m ovim ento inverso, da em presa privada para o setor
i público. E m obra posterior, analisa a atuação dos governos brasileiros na
[natividade econôm ica, através de em presas controladas por fundos de pensão
e tam bém através de em préstim os do B N D ES, criando o sistem a das campeãs
I nacionais.416
pelo bem comum”, embora afirmem que “há virtude republicana entre nós”4»
Todavia, ao final da análise, concluem afirmando que a concretização do ideal I
republicano ainda^está por vir.417418.- - _ . - jf
— E interessante ler na obra de Scwarcz e Starling o marcante registro da '
escravidão em nossa história e em nossas relações culturais projetadas até os ^
dias atuais, o que também se vê nas análises de Gilberto Freyre419, embora este '
se encontre sob fogo de outras correntes de pensamento420. Jessé Souza, no ^
livro A Tolice da Inteligência Brasileira, no qual contesta autores consagrados,
alguns dos quais supramencionados, ataca fortemente a análise de Freyre, pois: |
417 S chwarcz , Lilia; S ta rling , Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das
Letras, 2015. p. 17.
4.8 Estes trechos são emblemáticos do pensamento das autoras a respeito do tema: “Se a
democracia se consolida e caminha para a frente, a República ainda lembra um esboço
que não alcançou forma, República não é apenas um regime determinado de governo;
ela remete à significação de “coisa pública”. O que pertence ao povo, o que se refere ao í
domínio público, o que é de interesse comum e se opõe ao mundo dos assuntos priva- =
dos. Sua principal virtude é a afirmação do valor da liberdade política, da igualdade dos :'í
cidadãos e do direito deles de participar da vida pública. Seu grande inimigo é a cor- j
rupção. I...] Enfrentar a corrupção exige controle público, transparência das ações dos
governantes e um processo de formação - no sentido do aprendizado - de uma cultura §
republicana que seja exercida cotidianamente pelo brasileiro comum em sua relação í
com o país. Precisamos praticar em nosso cotidiano a definição do que é público e a lin- S
guagem pública dos direitos, e isso quer dizer garantir o respeito ao outro - a qualquer \
outro.” (Idcm, p. 504-505). “Os desafios para que se altere o imperfeito republicanismo i
do Brasil são muitos: a sua persistente fragilidade institucional, a corrupção renitente, 1
o bem público pensado como coisa privada. A grande utopia, quem sabe ainda seja
acolhermos os valores que têm como direção a construção do que é público, do que 6 j
comum. Talvez comece nesse desafio mais um capítulo na história do Brasil. Afinal, ;i
feita a opção democrática, também a República pode recomeçar” (Idem, p. 507-508.). |
4.9 Da vastíssima obra de Gilberto Freyre destacam-se nesse sentido o Casa Grande &
Senzala, de 1933, em especial o capítulo IV (F reyre, Gilberto. Obra escolhida. Rio de 1
Janeiro: Ed. Nova Aguilar, 1977. p. 287 e ss.), e também o Novo Mundo nos Trópicos, |J
originalmentc publicado em inglês, em 1945, sob o título Brazil: an interpretation, em ; S
especial o capítulo VII, que trata das relações entre o Brasil e os Estados Unidos da
América, em especial no que tange à escravidão e a peculiaridade da monarquia brasi*‘’{jjj
leira (F reyre, Gilberto. Obra escolhida. Rio de Janeiro: Ed. Nova Aguilar, 1977. p. 904
e ss.). ; v|j|j
470 S o u za , Jessé. A tolice da inteligência brasileira, ou como o país se deixa manipular : |j |
pela elite. São Paulo: Le Ya, 2015. p. 41. MB
O SISTEMA FINANCEIRO DE VIGIAR E PUNIR- O CONTROLE E A RESPONSABILIDADE 737
S
l
I
§?,
' tropicais. Afinal, a instituição mais importante do Brasil colonial desde
seus inícios, a escravidão, não existia em Portugal, salvo em casos muito
passageiros e tópicos. E faz toda a diferença a vida em uma sociedade
escravocrata e em uma sociedade não escravocrata. [...] Assim, dizer que
o Brasil é uma continuação de Portugal, quando aqui, ao contrário de lá, a
I, escravidãoeraumainstituiçãototalquecomandavaavidadetodos, inclusive
I dos homens livres, os quais não eram nem senhores, nem escravos, é um
1 absurdo científico.
I Verifica-se que a ideia de que nossa herança ibérica é a causa de nossos
problemas está assente até mesmo no seio do STF, como se pode ver no voto
l o Ministro Barroso na ADI 4650, retrotranscrito.421
I De fato, a escravidão no Brasil não tem o devido relevo nas análises juridi-
|cas brasileiras, que se centra nos aspectos meramente formais e historiográficos
.daquela fase, como se a escravidão tivesse se encerrado com a abolição da
Icscravatura em 1888, sem nenhum efeito prospectivo aos nossos dias, o que é
Impreciso e necessita de maior aprofundamento422.
Como afirmou Cláudio Lembo: “nenhum ato conferiu plena cidadania
os libertos. A miséria plena foi concedida junto com a liberdade”423.
Seguramente esse é um dos fatores históricos que nos tomou mais desi
guais, o que, em decorrência de aspectos econômicos, culturais e jurídicos, se
iprojeta para os dias atuais e se reflete na ausência de elaboração e execução
|de um orçamento republicano, que possibilite nos tomarmos mais iguais,
itendo, assim, a possibilidade de podermos exercer nossas liberdades. Se não
Iformos iguais, não seremos livres - uns serão mais livres que os outros, isto
lé, desiguais424.
í nhc«»rvft-se que essa projeção daquele passado escravocrata se projeta
>ara os dias atuais, em uma difusa percepção de corrupção de
S chwarcz, Lilia; Starling, Heloísa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia d
Letras, 2015. p. 500-501.
S ouza, Jessé. A tolice da inteligência brasileira, ou como o pais se deixa manipul
pela elite. São Paulo: LeYa, 2015. p. 10-11.
O SISTEMA FINANCEIRO DE VIGIAR E PUNIR: O CONTROLE E A RESPONSABILIDADE 739
Advogados do Brasil, n. 50, p. 71-88, São Paulo: Brasiliense, verão 1988-1989, o trecho
transcrito está na p. 81.
740 . ORÇAMENTO REPUBLICANO E UBERDADE IGUAL
-----------------------------------------------------------------------------------------------
430 A deodato, João Maurício. Sobre um direito subdesenvolvido. Revista da Ordem dos
Advogados do Brasil, n. 50, p. 71-88, São Paulo: Brasiliense, verão 1988-1989, o trecho
transcrito está na p. 88.
431
S alvador, (Frei) Vicente do. História do Brasil. São Paulo, DCL, 2013, capítulo II, p. 13.
O SISTEMA FINANCEIRO DE VIGIAR E PUNIR: O CONTROLE E A RESPONSABILIDADE 741
Outros itens poderiam ser acrescidos, mas os que estão acima listados são
suficientes para demonstrar que o sistema de controle financeiro no Brasil é
falho e pouco serve ao efetivo controle republicano. Claro que, sem ele, tudo
poderia ficar muito pior. Ele cumpre um papel impjortante e relevante, embora
insuficiente para a busca de um orçamento republicano, em que se busca pra
ticar justiça distributiva. O sistema deve ser aperfeiçoado, visando preservar
o princípio republicano no âmbito financeiro, em especial na elaboração e na
execução de um orçamento que seja republicano.
É claro que o sistema de controle de contas atualmente vigente é importante
e relevante, mas deve ser aperfeiçoado. Porém, mesmo bastante melhorado,
será insuficiente para corrigir o problema central de nosso país, que decorre
da falta de obediência ao p rin cíp io republicano, que, no âmbito financeiro,
se apresenta na elaboração e efetivação de um orçam en to republicano, por
meio do.qual a receita publica possa ser melhor haurida, e a despesa pública
ser melhor realizada, com respeito às capacidades financeiras, receptiva e
contributiva, e em busca da ampliação da isonomia, a fi m de que todos tenham
uma lib erdade igual414.
Falta quem controle o sistema visando a busca de um Estado Republi-
cano e Democrático de Direito, no qual a questão do orçam en to republicano ij
é um dos itens mais relevantes, pois está no cerne da justiça distributiva. í J
Essa função seguramente não cabe ao Tribunal de Contas e nem ao sistema
4 )4
Ver item 2.2.4, capítulo 2.
0 SISTEMA FINANCEIRO DE VIGIAR E PUNIR: O CONTROLE E A RESPONSABILIDADE 743
brmal de controle de contas. Trata-se de uma função política, que deve ser
Issumida primordialmente pelQS. órgãos sujeitos a voto em nosso sistema
ikolítico, o Poder Legislativo e o Executivo. Os demais cargos políticos não
^letivos —Poder Judiciário, Ministério Publico, Tribunal de Contas —são
Igualmente importantes e relevantes nesse processo. O sistema de controle
'social permanece importantíssimo, porém ainda é incipiente no Brasil e
Incapaz de promover um efetivo controle dessa natureza. Eis o motivo pelo
íqual se deve ter sempre em vista a forma de eleição do le g isla d o r o rça m en tá
r io , em especial com as questões envolvendo õ direito financeiro eleitoral, a
;$im de que haja efetiva paridade de armas na disputa desses cargos políticos
«letivos em nosso país. ' - .
ÍV Pressupõe-se que, quanto mais eqúâriime for o direitofin an ceiro eleitoral
jia disputa pela função de legislador o rça m en tá rio , e quanto mais este laborar
em busca do orçam ento republicano, menor uso será feito do direitofin anceiro
sancionador.
É necessário que haja quem se preocupe com o interesse so cia l, e não só o
interesse individual, o interesse público, o interesse corporativo, ou o interesse
em presarial. O interesse so c ia l anda meio abandonado em nosso país, sendo
; utilizado de forma apenas retórica, para esconder outra gama de interesses.
I Não é em um sistema individualista, onde cada um busca obter maiores
^vantagens para si ou para seu grupo, que o interesse social prosperará. É ne-
r cessário haver um sistema de controle dos desvios financeiros republicanos
, no Brasil, o que só ocorrerá por meio do voto, pela soberania popular - não o
governo do povo, para o povo e pelo povo, pois o povo não governa. O povo é
soberano, como ensina Comparato, e deve ser ouvido para decidir as questões
sobre os grandes temas de governo435.
Democracia não é apenas voto popular, pois pode haver sistemas eleitorais
que apenas sufraguem quem quer manter seus privilégios. É necessário que
haja controle para superar os individualismos no uso da co isa p ú b lic a - só
com mais república teremos uma democracia de qualidade. Nesse contexto
se sobressai a questão do direito financeiro eleitoral436.
E para termos democracia de qualidade é necessário que a desigualdade
social seja reduzida a níveis aceitáveis - o que está muito longe de ocorrer
no Brasil.
O dinheiro público, em sociedades extremamente desiguais, deve ser - jpo de servidores públicos, teremos desvios na isonomia, que deve presidir
usado primordialmente para tomar mais iguais os indivíduos, assegurando- Í i relações de quem serve ao público, e não se serve dos recursos públicos.
lhes lib e rd a d e s ig u a is para todos - tal como prescrito como o b jetiv o funda- A manifestação do Procurador Geral da República na AO’1773vrelatádá
m en ta l na Constituição brasileira de 1988, porém não perseguido a contento
rpfjp
Tudo pode estar sendo feito dentro da lei, mas viola a regra da isonomia
republicana, inclusive do que tange ao uso dos recursos públicos.
141.0 mesmo sentido de privilégio vê-se na dominação exercida pelos de
tentores de capital que, embora não exerçam funções públicas, encontram-se
próximos dos centros de poder, usando-o em proveito próprio, violando até
mesmo a isonomia concorrencial com outros partícipes de mercado, pois usam i
sua influência para se beneficiar de créditos facilitados e renúncias fiscais.
Repete-se: tudo pode estar sendo feito dentro da lei, mas seguramente
viola a regra básica de convivência em uma república, que é a do tratamento
igual entre as pessoas, identitário - inclusive no que tange ao uso dos recursos
públicos.
142.0 aumento de custo do Estado acaba por gerar dívida, inclusive para gastos
correntes, o que viola o art 167, III, da Constituição, que veicula a regra de
ouro d a d ívid a pú blica. Ocorre que a dívida é paga por todos, em decorrência
do proveito de alguns.
Isso até poderia ser considerado isonômico, se fosse para tomaras pessoas
mais iguais, ou seja, para reduzir as desigualdades sociais, meta estabelecida ;
como fundamental pela Constituição de 1988. Todavia, como se vê, não é o
que ocorre, pois os gastos sociais se caracterizam como percentuais pequenos ;
em face do todo arrecadado e gasto.
O SISTEMA FINANCEIRO DE VIGIAR E PUNIR: O CONTROLE E A RESPONSABILIDADE 747
Isso também é algo que fere a isonomia no trato dos recursos públicos,
láaculando o orçamento republicano.
43.Enfim, sem tratamento isonômico não haverá liberdade que possa ser
íozada por todos, e as promessas civilizatórias da Constituição de 1988, ao
invés de terem a força normativa apregoada por Konrad Hesse, se transformam
|m folhas de papel ao sabor das teorias de Ferdinand Lassalle.
O orçamento brasileiro está dominado, seja pelo direcionamento dos
gastos, seja pela blindagem da arrecadação, e a dívida que esse desequilíbrio
|èera é paga por todos, e não só por alguns - pelos beneficiários da mesma. E
gsequer é permitido ao Poder Legislativo deliberar sobre seu pagamento, pois
pScláusula pétrea orçamentária na Constituição brasileira.
Temos um orçamento predominantemente oligárquico, pois arrecada de
|muitos e gasta com poucos.
Aqui se encontra um fator de corrupção, que nenhum sistema formal de
Ibontrole financeiro e orçamentário vai resolver.
A solução é política, com claras interseções jurídicas. Sendo mais justo
| o sistema eleitoral, nele inserido o direito financeiro eleitoral, será menos
gutilizado o sistema de vigiar e punir, no qual se insere o direito financeiro san-
&cionador. Quanto mais amplo e eficaz for o Estado de Bem-Estar social para
Itodos, menor será o Estado punitivo.
Comparato resume o problema:
‘0 .Reza a mitologia grega que em Tebas, na Grécia, havia uma Esfinge, ani-
|n al cujo corpo misturava partes de fera e feições humanas, que apresentava
I
:um enigma aos viajantes, e, caso eles errassem, eram por ela estrangulados e
|devorados. O enigma clássico era: que cria tu ra p e la m anhã tem qu atro p é s, a o
{meio-dia tem dois, e à ta rd e tem três? Édipo, confrontado com essa pergunta,
respondeu que era o homem, pois no início da vida engatinha, na idade adulta
(anda sobre dois pés, e na velhice usa uma bengala. Tendo acertado a resposta,
Ja Esfinge se matou, jogando-se de um precipício e Édipo seguiu seu destino.
P Essa lenda é representativa para a conclusão desse trabalho. Quem fosse
f confrontado com a questão, p o r que o o rça m en to no B rasil não é u sado de
iform a republicana, em bu sca d a redução d a s desig u a ld a d es so cia is ?, podería
£responder ao enigma de diversas formas, e correría o risco de ser devorado pela
Esfinge. Uma das formas possíveis de ser poupado da fome da Esfinge seria
a resposta: porque existem forças políticas que se apropriam do orçamento
i em proveito próprio, utilizando-se privadamente dos recursos públicos, que
são valores pagos por toda a sociedade, e isso pode se dar de diversas formas.
No Brasil essa ca p tu ra de recursos públicos foi inserida até mesmo no
' âmbito constitucional, através do que se denominou de cláu su las p é tre a s or-
' çam entárias, que afastam algumas atividades privadas da incidência tributária,
; ou carreiam b o c a d o s do orçamento para remuneração de certas corporações
públicas, que influenciam fortemente os núcleos de poder político. Isso ocorre
em todas as esferas federativas brasileiras, e pode-se afirmar que não se trata
I de uma iniciativa individual ou de má-fé de uma pessoa ou de um grupo delas,
visando assaltar de forma sorrateira os cofres públicos - não se trata disso.
' O problema é sistêmico, e envolve ainda outros setores da sociedade, que
buscam renúncias fiscais e outras vantagens individuais para si e suas empresas,
e, quando as obtém, lutam para que seus concorrentes não alcancem semelhante
750 ORÇAMENTO REPUBLICANO E LIBERDADE IGUAL
Exatamentc no sentido exposto por Karl Marx e mencionado no item 2.2.4.: “De modo
geral, porém, isso também não depende da boa ou má vontade do capitalista individual.
A livre concorrência impõe a cada capitalista individualmente, como leis externas ine
xoráveis, as leis imanentes dapm duçõo capitalista”. Marx, Karl. O Capital. Tradução
de Régis Barbosa e Flávio Kothc. 2. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1985. v. I, p. 190-191.
1 Ver item 2.2, capítulo 2.
1 Ver item 3.5, capítulo 3.
4 Ver item 3.6.1, capítulo 3.
5 Ver item 3.3, capítulo 3.
4 Ver item 3.6.3, capítulo 3.
7
Ver item 3.6.2, capítulo 3.
CONCLUSÕES 751
á0”, o que é insuficiente para uma análise mais detalhada, pois no Brasil
íe inserem as corporações públicas, algumas das quais estão seguramente
|}os extratos socioeconômicos mais altos, porém não podem ser consideradas
mas componentes do que se denomina de cla sse m édia a lta . E, ainda
;ã «nais importante, tais corporações não são detentoras dos meios de produção
p n em são trabalhadores assalariados pelo setor privado da economia, o que
|fa sta a análise marxista do assunto, como a realizada por Wolfgang Streeclc8.
É necessário considerar que osfa to r e s reais d e p o d e r vêm influenciando
I fde forma mais intensa a obtenção de privilégios financeiros em nosso país, e
preservando para si nacos do orçamento, seja pelo âmbito da receita,^seja pelo
fda despesa, e, que dentre tais fatores reais de poder encontram-se não apenas
Sos ricos, mas também as corporações públicas9.
lí Essa busca desenfreada pela captura de recursos públicos e renúncias fis-
1 leais vem acarretando menor quantidade de dinheiro disponível para enfrentar
i lo grande desafio colocado pela Constituição de 1988 como um dos objetivos
ffundamentais de nosso país, que é a busca da redução das desigualdades so-
; leiais10. É pequeno o saldo de recursos públicos liberados paraque tal meta seja
': jfalcançada pelos diversos governos.
Í I Isso leva a outro aspecto, o da dívida pública, pois, com tantos gastos cor-
; rentes engessados e tantas renúncias fiscais, só resta a alternativa de financiar
í I o desenvolvimento socioeconômico do país através do endividamento. Porém,
I os credores da dívida pública conseguiram garantias sólidas para receber
f seus créditos, o que levou à inserção de outra cláusula pétrea orçamentária na
: Constituição, que proíbe a decisão parlamentar acerca do montante a ser pago
. a título de serviço da dívida pública11, tema que passou a reger a vida financeira
l do país, levando até mesmo à deposição de uma Presidente da República por
não cumprir a meta de superávit primário12.
i O Brasil endivida-se por três motivos: (1) porque os gastos públicos são
| altos; porém não os gastos sociais ou conforme a capacidade receptiva dos
I grupos vulneráveis, mas os destinados a pessoal e seus encargos - em espe-
| ciai de certas categorias organizadas de servidores públicos, denominados de
• agentes políticos, o que ocorre com mais ênfase nos entes subnacionais; (2)
a receita pública não pode ser redirecionada para ser arrecadada: forças econôm icas, p ú b lic a s e priva d a s, que im pedem seu uso predom inante
impositivas mais adequadas à capacidade contributiva das pessoas, quaissilll gm bu sca d essa fin a lid a d e.
j am, patrimônio e renda, gerando a necessidade de arrecadar sobre a produção fl No Brasil se está muito longe de efetivar o verdadeiro Estado Social de
e a comercialização de bens e serviços, e sobre a folha de salários; e (3) ás 1 lem-Estar. O Estado brasileiro ainda se encontra enfeudado pelas corporações
renúncias fiscais são concedidas sem qualquer efetivo controle, o que afasta o Htúblicas e privadas que dominam sua estrutura e impedem que os recursos
imprescindível controle finalístico sobre as mesmas. 4íúblicos sejam arrecadados e gastos de forma republicana, visando ampliar a
Daí que a dívida pública brasileira não decorre da busca pela reduçãó 11 lisonomia entre as pessoas, a fim de que todas tenham o direito efetivo de gozar
das desigualdades sociais, mas porque se gasta muito com alguns grupos dè liberdades asseguradas pelo ordenamento jurídico. Não háliberdade igual
servidores públicos e com renuncias fiscais, e arrecada-se muito de bases iara todos e o âmbitojusfinanceiro nãoé utilizado para conseguir esse objetivo.
impositivas que não revelam a capacidade contributiva das pessoas, além de Afastado o enigma da Esfinge financeira brasileira, constata-se que o
se conceder renúncias fiscais sem nenhum controle. minho a ser trilhado para a concretização de um orçamento republicano é
Logo, além de não ser financeiramente sustentável, a fórmula do endivida |ongo e árduo.
mento revela-se ainda mais injusta, pois não visa o financiamento do país para Precisa-se de mais república na democracia brasileira15, que se encontra
tomar cada brasileiro socioeconomicamente mais igual aos demais, mas para idominada por grupos públicos e privados que reservam para seus próprios
sustentar um modelo de manutenção de privilégios corporativos, públicos e pri jnteresses nacos orçamentários sob diversos ângulos: na receita, na despesa
vados. Todos pagam pela dívida, porém poucos se aproveitam dela. A injustiça !e nas renúncias fiscais. E isso se reflete no sistema eleitoral, em especial nas
desse modelo de financiamento é dúplice, pois, (a) por um lado, a dívida é feita yquestões relacionadas ao d ireito fin a n ceiro e le ito ra l l6, pois hoje só ascende
por gastos exacerbados em prol de setores específicos, que consomem de forma |ao poder político quem está amparado pelo poder econômico, e isso gera uma
desequilibrada os recursos hauridos; e (b) por outro lado, só quem tem dinheiro base de trocas lícitas ou ilícitas, que reforçam a manutenção do statu s quo.
é que pode ganhar com essa dívida, como prestamista aos governos, com juros Para tomar o orçamento brasileiro republicano é necessário reduzir a
altos e fortemente garantidos pelo sistema orçamentário brasileiro. Trata-se de ^influência oligárquica nas eleições, de modo a permitir que haja mais justiça
uma injustiça flagrante, pois o endividamento público decorre de um desequilí ^distributiva em sua feição17. 0 respeito ao princípio da legalidade, inclusive
brio nos gastos em prol de poucos, e são poucos os que podem se beneficiar dos ,da legalidade orçamentária, implica na necessária análise substancial de quem
juros altos e garantidos pelo ordenamentojusfinanceiro. Nesse sentido, embora ? é o legislador orçamentário e como ele ascende a essa função. De um sistema
em outro contexto, demonstra-se correta a avaliação do ex-Presidente Fernando . oligárquico só se pode esperar leis oligárquicas; a exceção será uma surpresa
Henrique Cardoso de que o Brasil não é um país pobre, mas um país injusto.13 muito benvinda.
Aliás, Joseph Stiglitz diz o mesmo dos Estados Unidos14. República acarreta alternância do poder, em razão da isonomia, o que deve
Aqui se pode encontrar a resposta ao enigma colocado pela Esfinge fi | ocorrer de forma democrática, motivo pelo qual deve-se atentar cada vez mais
nanceira brasileira. Confrontado com a qúestão p o rq u e o orçam en to no Brasil às formas de acesso aós cargos políticos em nossa sociedade - eletivos e não
não é usado d e fo rm a republicana, p a ra redução das desigu aldades sociais?, « üt. eletivos1
--------- 8.. A
. . ~república
r ----- diz respeito ao conteúdo e à igualdade de oportunidades
a resposta seria: po rq u e o sistem a ju sfin an ceiro brasileiro e stá dom inado por f e ^ amP^a liberdade.
pegadinhas para afastar os candidatos, e onde os que são aprovados nem sempre são os
que mais qualificados, mas os que são treinados nas repetidas fórmulas para ultrapassar
a barreira dos concursos, e, com isso, ganham um cargo, posição social e muito poder,
de forma vitalícia - além de estabilidade funcional e remuneração acima da média do
mercado. Para uma análise sobre o tema, ver Streck, Lenio. Jurisdição constitucional
e decisão jurídica. 4. ed. São Paulo: RT, 2014, em especial no capítulo 1, dentre várias
outras obras desse autor.
19
Ver item 2.2.4, capítulo 2.
20
No sistema de ensino superior ainda existem ilhas de qualidade, como se verifica nas
Universidades Federais e Estaduais, dentre as quais a Universidade de São Paulo possui
destaque.
21 Ver item 3.4, capítulo 3.
CONCLUSÕES 755
CONCLUSÕES 759
j 4. Assimconcluídootrabalho.eullrapassadooenigmadaEsfingefinanceira
• brasileira, pois desvendada a charada e identificado o problema apontado na
I Introdução, é necessário gastar ainda mais dois dedos de prosa para discutir
1 o que se p o d e f a z e r p a r a a lte ra r esse e sta d o d e c o isa s e in serir m ais repúbli-
Porém isso seria uma poesia, e não uma solução, como bem apontou
Carlos Drummond de Andrade em outro poema4*..
6. Outra alternativa seria optar pela via jurídica para solucionar o problema
exposto neste trabalho, através da revogação das cláusulas pétreas orçamen
tárias, como apontado*44. Porém, mesmo revogadas tais normas, haveria efe
tivamente mudança comportamental? Ou a corrupção permaneceria, em seu
sentido lato, e não meramente financeiro?45
Observa-se que desde 1627 frei Vicente do Salvador já apontava para o
perfil pouco republicano dos habitantes do Brasil, e tais análises chegam intactas
até os dias presentes, passando pela lente de muitos autores contemporâneos,
de diversas áreas do conhecimento.46
41 A ndrade, Carlos Drummond de. Poema de Sete Faces (excerto): “Mundo mundo vasto
mundo/se eu me chamasse Raimundo/ seria uma rima, não seria uma solução”.
44 Ver item 3.7, capítulo 3.
45 Nesse sentido, Galuppo, Marcelo Campos. A Constituição pode fundar uma república?
Revista Brasileira de Direito Constitucional, n. 10, p. 47, jul.-dez. 2007: “a conclusão
inevitável, e um tanto quanto desesperadora, para alguns, é que a Constituição não pode
fundar a República, pois a Constituição (republicana) pressupõe que já exista uma Re
pública (entendida como comunidade de interesses e leis regidas pelo bem comum)”.
46 Ver item 4.9, capítulo 4.
CONCLUSÕES 761
51 P latão. Leis. Tradução diretamente do grego por Carlos Alberto Nunes. Belém: Ed.
Universidade Federal do Pará, 1980, p. 39. Item 641 .c. A informação consta do Prefácio
elaborado por Hidelberto Bitar, que localiza o início da obra em 360 a.C., tendo Platão
falecido em 347 a.C.
51 Idem, p. 233. Item 813.d.
SJ P latão. Leis. Tradução diretamente do grego por Carlos Alberto Nunes. Belém: Ed.
Universidade Federal do Pará, 1980, p. 180. Item 765.e.
54 P latão. A República. 3. ed. Tradução direlamente do grego por Carlos Alberto Nunes. ;
Belém: Ed. Universidade Federal do Pará, 2000. p. 303. Item 502.C.
55 Verbete república, escrito por Louis Jaucourt, na Enciclopédia, ou Dicionário razoado
das ciências, das artes e dos oficios, de Denis Diderot e Jean D’Alembert. São Paulo,
Ed. Unesp, 2015, v. 4 (Política), p. 275.
56
A verróis. Comentário sobre A República. São Paulo: Perspective, 2015. p. 37.
CONCLUSÕES 763
57 J aeger, Wemer. Paidéia - A form ação do homem grego. 4. ed. São Paulo: Martins Fon
tes. 2001. p- 757.
58 Ver item 2.2.1, capítulo 2.
» Ver itens 2.1.1.1 e 2.1.1.2, capítulo 2.
» P latAo. A República. 3. ed. (-544, V ’). Tradução diretamente do grego por Carlos Al
berto Nunes Belém: Ed. Universidade Federal do Pará, 2000. p. 360-361.
61 R ibeiro, Renato Janine. A República. 2. ed. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 69.
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