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19 Semana - 6º Ano
19 Semana - 6º Ano
Todas as fontes da história do território hoje conhecido como Brasil, antes da chegada
dos europeus, são arqueológicas – ou seja, compostas de vestígios materiais deixados
pelos homens e parcialmente preservados dos processos naturais de degradação. Os
ossos humanos informam sobre idade, sexo, características físicas tanto individuais
quanto diagnósticas de tipo de população [...], posturas frequentes e tipos de esforços
mecânicos, doenças e alimentação. Os restos de animais pequenos fornecem dados
sobre o ambiente local (umidade, temperatura); os de animais caçados, sobre as escolhas
e os hábitos de preparo alimentar. Os vegetais (raramente preservados) evidenciam as
técnicas de coleta e/ou de cultivo, e as modifi cações genéticas sob domesticação. Os
instrumentos de pedra (mais facilmente preservados, mas nem por isso os mais comuns
na época pré-histórica), de osso, de cerâmica ou artefatos vegetais informam sobre as
tecnologias conhecidas pelo grupo que os fabricou, mas também as marcas específicas
que diferenciavam a produção de um grupo com referência aos vizinhos (por vezes até se
pode reconhecer o “jeito” de um indivíduo). Os vestígios de uso nos artefatos (estudados
no microscópio ou a partir de análises químicas) podem indicar os produtos fabricados ou
preparados. Os grafismos (pinturas, gravuras) deixados em paredões (a chamada arte
rupestre) ou em pequenos objetos, assim como as esculturas e modelagens, permitem
abor dar a esfera do pensamento simbólico por meio de temas, formas e ritmos
privilegiados pelas populações. Por outro lado, além de vestígios “culturais”, importam os
vestígios “naturais” que informam sobre o paleoambiente: clima, vegetação, fauna e
topografia, que mudam ao longo do tempo, influenciando as coletividades humanas. Além
disso, não é somente a presença de vestígios que deve ser verificada, mas também a
ausência de outros elementos: por exemplo, a exclusão de determinado animal da dieta é
tão significativa quanto a presença de outro; a ausência sistemática de ossos de criança
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num cemitério pode ser tão importante, por exemplo, quanto a presença de esqueletos
adultos. Mas a arqueologia não se faz apenas da coleta de objetos isolados. Somente a
relação dos vestígios contemporâneos entre si permite reconhecer as estruturas
arqueológicas e arriscar uma interpretação da vida quotidiana. [...] Os sítios arqueológicos
não são entidades isoladas, mas elementos dentro da ocupação de um território por uma
população. Alguns deles refletem ocupações sazonais, enquanto outros correspondem a
habitações de longa duração. Alguns mostram apenas atividades precisas e limitadas
(cemitérios, locais de extração de matéria-prima, ateliês de fabri cação de instrumentos,
locais de preservação de alimentos etc.), enquanto outros guardam vestígios de
atividades diversificadas.
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Aula II
Aula III
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