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PEDAGOGIA 3° SEMESTRE

LITERATURA, LÚDICO E MUSICALIZAÇÃO

PROFESSORA PATRÍCIA JEREMIAS


MÓDULO 1
Conceituando a ludicidade e o brincar
UA 1
A ludicidade está presente no cotidiano
escolar e é uma ferramenta importante no
processo de desenvolvimento do sujeito em
seus aspectos físico, cognitivo e social. Além
de estimular a imaginação e a criatividade, a
ludicidade é prazerosa no processo de ensino
e aprendizagem.
De acordo com Luckesi (2000), ludicidade foca
na experiência lúdica como uma experiência
interna do sujeito que a vivencia. No entanto, as
buscas sobre um conceito definitivo não é
encontrada nos dicionários. Além disso, não
está focada apenas na experiência motora, de
alfabetização ou na experiência interna do
sujeito que a vivencia.
Sobre os jogos que envolvem a socialização é
correto afirmar que esses tipos de jogos fazem
relação com a aprendizagem, sobre o viver e o
conviver em sociedade. Ou seja, não têm
relação com saber ganhar ou perder, com o
pensamento criativo, o gosto pela busca ou
interação entre sujeito e objeto da
aprendizagem.
Sobre os jogos desportivos é correto afirmar que
são aqueles relacionados ao mundo dos esportes
e são de grande importância para o
desenvolvimento físico, motor e emocional. Ou
seja, não têm como base mediadores reais ou
imaginários, nem educação ocidental, não
contemplam competências artísticas ou são
relacionados à expressão corporal.
Brincar deriva de brinco, possuindo vários
significados, por exemplo: foliar, divertir-se,
entreter-se, gracejar, jogar, etc. Ou seja, não
deriva de jogo.
É no brincar, e somente no brincar, que o
indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e
utilizar sua personalidade integral (WINNICOTT,
1975, p. 80).
O brincar relaciona-se ao objeto e ao
imaginário.
Brincadeiras tradicionais: são ligadas ao folclore,
costumes e valores culturais. Como por exemplo,
as festas juninas.
Brincadeiras de faz de conta: são simbólicas e
têm como papel a representação de sonhos e
fantasias.
Jogos de construção: estão relacionados com a
experiência sensorial, estimulam a criatividade e
desenvolvem habilidades.
O brincar ocorre tanto individual como
coletivamente e ambas as formas têm função
social e cognitiva. A mediação deste brincar é
papel fundamental do professor. Mas,
atualmente, não basta que o professor conheça
a respeito do desenvolvimento infantil, para tal
mediação. É preciso conhecer os brinquedos
eletrônicos, os jogos e brincadeiras virtuais, pois
essa é uma realidade da criança na
contemporaneidade.​​
As brinquedotecas são espaços organizados
com diversos brinquedos, jogos e materiais
selecionados de acordo com a faixa etária do
público visitante. O objetivo desses locais
é ajudar no desenvolvimento das crianças.
Cantinhos lúdicos ou cantinhos temáticos para
o brincar são espaços onde as crianças se
deslocam e escolhem com autonomia o que e,
com quem querem brincar. Nesse sentido,
devem ser organizados com materiais e
brinquedos diversificados e em número
suficiente, que proporcionem variados
repertórios para que as brincadeiras aconteçam.
MÓDULO 1 O brincar: um direito assegurado às
UA 2 crianças
A concepção do brincar como um direito das
crianças é essencial para o entendimento da
ludicidade e da pedagogia do brincar.
Observando a história e a atualidade, é possível
afirmar que nem sempre ser criança significou
ter infância. O direito à infância é garantido em
leis e acordos internacionais, entretanto, não
é assegurado a todas as crianças. É necessário
que o brincar seja fortalecido para que as
crianças possam viver essa fase da vida em sua
plenitude.
O processo de consolidação da criança como
sujeito de direitos, e do brincar como um direito
fundamental à infância, é relativamente recente
na história da humanidade. Por isso, é
necessário elaborar e implementar políticas
para a garantia do brincar.
Há formas diferenciadas de tratar o brincar na
escola, e a mediação do adulto depende de
fatores que refletem na importância dada à
brincadeira pela instituição, dependendo,
também, dos materiais, dos espaços disponíveis
e da divisão de tempo para cada atividade.
De que forma o professor têm influência na
qualidade do brincar das
crianças na escola através
da sua mediação?
A compreensão da criança como um sujeito de
direito implica a sua proteção integral, a sua
condição cidadã de direitos e deveres e a
oportunidade de discutir e decidir sobre os
rumos das políticas públicas que envolvem a
infância, conforme garantido na Constituição
Federal Brasileira, no Estatuto da Criança e do
Adolescente e em diversos acordos
internacionais.
A compreensão da infância anteriormente à
modernidade era caracterizada, simplesmente,
como um período transitório para a vida adulta.
Na Idade Média, as crianças não tinham função
social antes de trabalharem. Além disso, eram
altas as taxas de mortalidade infantil.
Por que brincar é um direito da criança?

Porque é essencial nas suas vidas, ou seja, é


vital para o seu bem-estar e desenvolvimento.
As crianças precisam de oportunidades para
brincar e descansar, para viverem ao máximo
a infância e desenvolverem as
dimensões física, emocional, social,
intelectual e estética.​​
A promulgação do Estatuto da Criança e do
Adolescente possibilitou que crianças e
adolescentes adquirissem status de sujeitos de
direitos porque apresentou uma profunda
alteração em termos legislativos, culturais e
conceituais para as diretrizes, políticas públicas
e demais serviços de atendimento da criança e
do adolescente no Brasil.
As políticas públicas devem se ocupar do
brincar da criança porque este é um dos
direitos especiais desses
indivíduos, justificados por estes possuírem
condição de pessoa em desenvolvimento.
Para as crianças, brincar não é opcional, mas
uma condição para a vivência da infância e
para o seu desenvolvimento.
As brinquedotecas (ou ludotecas) têm como
objetivo o desenvolvimento de atividades
lúdicas e o empréstimo de brinquedos e
materiais de jogo. Esses espaços buscam
resgatar o brincar espontâneo como elemento
essencial para o desenvolvimento integral da
criança. Além disso, uma brinquedoteca deve
sempre estar adequada aos objetivos da
instituição que a oferece e ao contexto onde está
situada.
MÓDULO 1 A brincadeira como uma das mais
UA 3 potentes linguagens na/da infância
A infância é marcada fortemente pelo brincar.
A brincadeira está presente na vida das
crianças em diferentes culturas e tem um papel
fundamental em seu desenvolvimento. O
brincar constitui-se em um instrumento de
linguagem das crianças, pois, no jogo
simbólico, elas podem reviver situações
cotidianas e, assim, melhor compreendê-las e
reorganizá-las.
A linguagem é adquirida e desenvolvida por meio
da relação entre as características individuais da
criança e as características do ambiente onde ela
se desenvolve. A disponibilidade de brinquedos, a
presença e a qualidade da interação dos adultos
que vivem no ambiente familiar ou que estão no
seu ambiente escolar são fatores fundamentais
para o desenvolvimento da linguagem da criança.
A brincadeira é uma potente linguagem infantil,
pois se configura como um meio que as crianças
pequenas utilizam para expressar suas ideias,
demonstrar e assimilar sentimentos, estabelecer
contatos sociais, desenvolver habilidades e
criatividade. No entanto, muitos profissionais se
questionam sobre se as características da
brincadeira permanecem quando o brincar ocorre
por meio de jogos eletrônicos.
Existem brincadeiras e jogos típicos de cada fase
da criança, conforme o seu desenvolvimento
psíquico, cognitivo e motor. Os bebês realizam
exercícios com os órgãos do sentido; a partir dos
dois anos passam a realizar jogos simbólicos e,
por volta dos seis anos até o início da
adolescência, brincam com jogos de regras.
É preciso compreender o brincar como uma
linguagem infantil, uma forma que as crianças
utilizam para expressar suas ideias, demonstrar
seus sentimentos e suas vontades, assimilar
sensações e emoções, estabelecer contatos
sociais, expressar suas inquietudes, desenvolver
habilidades e sua criatividade. É brincando que a
criança aprende, amplia suas relações
interpessoais e expande seu mundo.
O maior efeito da atividade lúdica é indireto, pois
desenvolve mecanismos indispensáveis às
aprendizagens em geral, como o raciocínio, o
pensamento, a discussão de pontos de vista, a
representação e a ação.
Pela brincadeira, a criança, mesmo que sem a
intencionalidade, é estimulada em muitos
aspectos do desenvolvimento individual, social,
físico, motor, psíquico e cognitivo.
Independentemente do tipo ou das
características do brinquedo, pelo brincar, o
desenvolvimento infantil está sendo estimulado.
Por meio da atividade lúdica a criança descobre
as relações existentes entre as pessoas,
consegue avaliar suas habilidades e compará-las
com as das outras crianças, assim como permite
apropriar-se de códigos culturais e de papéis
sociais.
Para propiciar o estabelecimento de novas relações
interpessoais, os espaços onde brincam as
crianças precisam ser idealizados da melhor forma possível.
Para que isso aconteça, não é necessário esperar a entrada
de uma criança com necessidades visuais especiais na
escola, por exemplo, para produzir jogos que, a partir de
pequenas modificações na textura ou na cor, incluam a
todos. Não é preciso aguardar a chegada de uma criança
surda na turma para aprender a comunicação com a Língua
Brasileira de Sinais. Diante desse cenário, muito
profissionais começaram a se questionar e a pensar nas
possíveis soluções para garantir a premissa de que "brincar é
para todos".
MÓDULO 1 As inúmeras representações do brincar
UA 4
O brincar pode se manifestar de diversas
maneiras de acordo com as representações
culturais de cada lugar. No entanto, é importante
destacar que, indiferentemente da forma como é
representado, contribui fundamentalmente para
o desenvolvimento e para a aprendizagem das
crianças.
As propostas curriculares da Educação Infantil
devem garantir que as crianças tenham
experiências variadas com as diversas linguagens,
reconhecendo o mundo no qual estão inseridas
por força da própria cultura, marcada por imagens,
sons, falas, escritas, valorização do lúdico, das
brincadeiras e da cultura infantil.
Segundo G. Brougére, o brinquedo, a brincadeira,
o espaço e o tempo de brincar, bem como as
experiências anteriores dessa criança formam
um todo determinado como cultura lúdica,
que está isolada da cultura geral. Essa influência
é multiforme e começa com o ambiente e as
condições materiais para o ato do brincar.
O brincar livre conceitua-se pelo lúdico informal,
geralmente no espaço familiar: de passeios, de
comunicação, de informação, de descobertas, de
assistir televisão, enfim, brincadeiras que, apesar
de serem de iniciativa da criança, sem pretensões
educativas, assumem características de
aprendizagens consideráveis para ela, que, se
utilizando de conhecimentos pré-adquiridos,
possibilitam a apreensão de novos
conhecimento, a fim de apropriar-se de seu
entorno, desenvolvendo sua cultura lúdica.
A criança deve ter a possibilidade de se deslocar e fazer
movimentos amplos nos espaços internos e externos às
salas de referência das turmas e à instituição, envolver-se
em explorações e brincadeiras com objetos e materiais
diversificados que contemplem as particularidades das
diferentes idades, de modo a proporcionar diferentes
experiências de interações, que lhe possibilite fazer
amigos, construir saberes, aprender a cuidar de si.
Deve possibilitar que as crianças participem de diversas
formas de agrupamento (grupos da mesma idade e
grupos de diferentes idades).
Brincadeiras e vivências éticas e estéticas com
outras crianças e grupos culturais favorecem a
identidade e a diversidade de modo que as
vivências éticas utilizem ações como respeitar o
espaço de brincar do outro, guardar, emprestar e
esperar a sua vez de usar os brinquedos, ações de
responsabilidade e democracia. As vivências
estéticas se referem ao uso do objeto de acordo
com a cultura estética de sua família e da
comunidade, e ao modo individual que a criança
utiliza os objetos.​​
Ao proporcionar brincadeiras com representações
que possibilitem o despertar das experiências e
vivências sensoriais, você está alimentando a
criatividade das crianças por meio das sensações
do próprio corpo e do contato deste com o mundo.
Além disso, planejar ambientes em que as crianças
possam criar suas brincadeiras a partir de objetos
e materiais variados ajuda a desenvolver a
criatividade.
A professora Ana Maria está atuando em
uma turma de Pré-escola e percebeu que as
crianças possuem poucos brinquedos e
materiais disponíveis em sala de aula para
os momentos de brincadeiras.

DESAFIO:
DESAFIO:

Você é desafiado a ajudar a professora, sugerindo


como ela poderá organizar um espaço contendo
brinquedos e materiais, que serão fundamentais
às inúmeras representações do brincar entre as
crianças da sua turma.
“Sucesso não é um evento. É o
FRASE DA resultado da dedicação diária aos
SEMANA: estudos”
Prof. Leandro Piccini

PROFESSORA PATRÍCIA JEREMIAS

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