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Direito Penal
Direito Penal
do Estado, estabelecendo por pressupostos o crime como fato e uma pena como
consequência. É uma norma pertencente ao ramo do Direito Público, onde, a
partir da violação da norma, surge o poder de punir.
Falar de direito penal é necessariamente falar da necessidade de regulação da
vivência em sociedade. Quando se constata que os demais meios de controle se
tornam ineficazes para atingir a paz social, essa missão é atribuída ao direito
penal para, assim, resolver as desarmonias do convívio em sociedade e
estabelecer as sanções aplicáveis a cada violação.
Muitas são as definições doutrinárias para o que seria o termo. Umas mais
amplas, outras mais sucintas, mas o que todas apontam como eixo central para o
conceito de direito penal é que este seria a sistematização das normas que
regulam o poder punitivo do Estado.
As premissas para a existência desse poder seriam a existência de um fato
definido como um crime, que é atribuída uma consequência, e que tal
consequência jurídica seja um direito subjetivo do bem comum, representado
pelo Estado.
Não é difícil imaginar que na vida coletiva os conflitos surgem e, na maior parte
das vezes, é possível encontrar soluções conciliadoras para as situações. No
entanto, em alguns momentos esses conflitos evoluem e de alguma forma
acabam por lesionar bens jurídicos essenciais.
Sob essa perspectiva, os bens jurídicos coletivos (por exemplo, a paz pública ou
a saúde pública) somente serão admitidos como objeto de proteção pelo direito
penal, na medida em que possam ser funcionais ao indivíduo. Dessa forma, o
direito penal abarcaria essencialmente delitos de resultado e delitos de perigo
que representassem uma grave ameaça para a incolumidade de bens jurídicos
individuais,operando como um limite claro e preciso do âmbito de incidência
do poder punitivo do Estado.
Logo, quando se verifica que determinada conduta atinge um desses bens
jurídicos, é necessária a intervenção do direito penal para que, por meio de uma
sanção previamente estabelecida, busque apaziguar e solucionar a questão de
modo a corrigir e desestimular a prática do comportamento indesejado.
Bitencourt acrescenta:
No Brasil, essa sanção criminal pode aparecer de formas distintas. A mais severa
delas é a pena privativa de liberdade, mas existe ainda a pena restritiva de
direitos e a multa (pecuniária) penal.
Princípio da legalidade
Art. 1º – Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal.”
Neste ponto, cabe ressaltar que, como decorrente do princípio da legalidade,
surge ainda o princípio da anterioridade da lei, que observa o direito penal no
tempo e preconiza que a lei penal só retroage em benefício do réu, nunca em seu
prejuízo.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;”
Há, por óbvio, inúmeros outros princípios relacionados ao tema, mas isso é
assunto para uma próxima conversa.
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* Conforme condições do regulamento
Esta é uma questão menor no dia a dia de advogados e advogadas no que diz
respeito a qual nomenclatura utilizar. Em regra, os dois termos são sinônimos e
a aplicação de uma ou de outra não incorreria necessariamente em erro. No
entanto, cotidianamente no direito brasileiro utiliza-se a expressão direito penal
para se referir a matéria.
No entanto, é curioso observar que, embora quanto a matéria seja comum nos
referirmos como direito penal, nos referimos ao profissional do direito que atua
nesta área como advogado criminalista com mais naturalidade. Outras atuações
dentro da área de estudo também adotam a expressão, como é o caso da perícia
criminal.
A doutrina moderna faz essa diferenciação entre direito penal e direito criminal:
A denominação direito penal é mais tradicional no direito contemporâneo, com
larga utilização, especialmente nos países ocidentais. Direito Criminal também
foi uma terminologia de grande aplicação, especialmente no século passado;
hoje se encontra em desuso, com exceção dos anglo-saxões, que preferem a
expressão criminal law. Durante sua evolução foram sugeridas outras
denominações que, contudo, não obtiveram a preferência doutrinária nem
foram adotadas pelos ordenamentos positivos das nações desenvolvidas.
Guilherme Nucci também trata da questão:
Para vários autores, há diferença entre direito penal e direito criminal, sendo
este abrangente daquele, porque daria enfoque ao crime e suas consequências
jurídicas, enquanto aquele seria mais voltado ao estudo da punição. Assim não
nos parece e tudo não passa de uma opção terminológica. Já tivemos, no Brasil,
um Código Criminal (1830), mas depois passamos a denominar o corpo de
normas jurídicas voltados ao combate à criminalidade como Código Penal
(1890 e 1940). O mesmo ocorre em outros países, havendo ora a opção pela
denominação de direito criminal (v.g., Grã-Bretanha), ora de direito penal
(v.g., Itália, França, Espanha).
Há ainda o fato da própria nomenclatura aplicada em nosso Código Penal, que
naturalmente nos remete ao estudo de um direito penal. Assim, temos
habitualmente e por construção doutrinária o uso dessa expressão.