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Formação Sem Barreiras: contribuições para uma formação continuada em tempos de

pandemia.

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Resumo

Em tempos de pandemia, professores buscaram se adequar ao novo formato de ensino. A


interação professores e alunos foram mediadas pelas Tecnologias Digitais de Informação e
Comunicação e exigiu conhecimentos tecnológicos, até então não cobrados. O objetivo desse
artigo é apresentar os resultados do curso Plataformas Google na formação de professores em
tempo de pandemia. Coletou-se informações por meio de um questionário estruturado e de
maneira qualitativa, analisou-as. Observou-se que muitos professores não estavam preparados
para a utilização das tecnologias. Os impactos do curso foram positivos e proporcionaram
mudanças de postura do professor. Conclui-se que a formação continuada se destaca como
elemento relevante e que precisa ser considerada na formação tecnológica para efetiva
utilização na sala de aula.

Palavras-chave: Tecnologia. Educação. Formação. Professores.

Training without barriers: constribuitions to continued training in pandemic’s time

Abstract

In times of pandemic, teachers sought to adapt to the new teaching format. The interaction
between teachers and students was mediated by Digital Technologies of Information and
Communication and required technological knowledge, which until then was not charged. The
purpose of this article is to present the results of the Google Platforms course on teacher
training during a pandemic period. Information was collected through a structured
questionnaire and qualitatively analyzed. It was observed that many teachers were not
prepared to use the technologies. The course's impacts were positive and led to changes in the
teacher's attitude. It is concluded that continuing education stands out as a relevant element
and needs to be considered in technological training for effective use in the classroom.

Key words: Technology. Education. Training. Teachers

1 Introdução

Em tempos de pandemia e da ausência das aulas presenciais, professores buscaram cada vez
mais meios para se adequarem e atenderem a demanda de um novo formato de sala de aula. A
interação entre professores e alunos, mais do que nunca, foi mediada pelas Tecnologias
Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) e exigiu que ambos tivessem conhecimento
suficiente para manusear essas ferramentas (UNESCO, 2021).

Ressalta-se que, anteriormente à pandemia, a Base Nacional Curricular Comum (BNCC) já


contempla em suas normativas, a partir de 2018, a utilização e a importância da TDIC,
trazendo os conhecimentos tecnológicos como habilidades essenciais no desenvolvimento
escolar. O principal intuito do documento, quando se fala em TDIC, está na possibilidade de
comunicação, acesso e disseminação de informações e conhecimento com o objetivo de
solucionar problemas cotidianos (BRASIL, 2018).

Dentro de todo esse contexto pandêmico, da suspensão das atividades presenciais também por
parte da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e das diferentes possibilidades que
as instituições de ensino encontraram para mitigar a ausência das aulas neste formato, criou-se
o projeto de pesquisa “Formação Sem Barreiras: o avanço das tecnologias em tempo de
pandemia”, que contempla em um de seus objetivos a preocupação com a formação
continuada de professores e da comunidade acadêmica em tempos de pandemia.

O projeto surgiu após a demanda encontrada no projeto de extensão “Matemática sem


Barreiras”, da UEMG Ibirité, em que professores, alunos e toda a comunidade acadêmica
necessitavam de formação quanto ao uso de TDIC, até então não oferecida, ou quando
oferecida, imatura para atendimento imediato e adotada como obrigatória no formato de
ensino momentâneo: o Ensino Remoto Emergencial.

Vieira e Ribeiro (2021) apontam que a necessidade emergencial com que as instituições de
ensino tiveram que lidar impossibilitou que houvesse tempo para melhor planejamento e
formação dos docentes, o que acabou por exigir que que os mesmos, por conta própria, se
adequassem aos novos formatos de educação disponibilizados por meio das TDIC. Foi então
oferecido pelo projeto Formação sem Barreiras e pelo Matemática sem Barreiras, o curso
“Ferramentas Google para Professores”, que capacitou pessoas, dentre sua grande maioria
professores, para a utilização de recursos tecnológicos da plataforma Google como Google
Drive, Documentos Google, Planilhas Google, Google Meet, Jamboard, entre outros. A
escolha de tais ferramentas se deu pela utilização e gratuidade disponibilizada no momento.

O curso veio com a proposta de auxiliar os participantes a enfrentarem este novo formato de
se ensinar, que reformulou o ensino convencional ao qual já estavam todos acostumados.
Nesse sentido, o objetivo deste artigo está em apresentar os resultados do curso “Ferramentas
Google para Professores” na formação continuada de docentes.

Esse artigo está dividido em 6 seções. A primeira foi composta por essa introdução. Em
sequência, apresentam-se os conceitos principais para compreensão do estudo, nas seções 2 e
3. A quarta seção traz a metodologia utilizada, seguida da quinta seção, que é composta pela
apresentação, análise e discussão dos dados. Ao final, têm-se as considerações finais e as
referências bibliográficas utilizadas nesse artigo (seção 5 e 6, respectivamente).

2 O momento pandêmico e o novo modelo de ensino

Não é de hoje que a sociedade acompanha uma vasta evolução no meio tecnológico digital,
que se faz cada dia mais presente na vida das pessoas e apoia a realização das tarefas do dia a
dia. A TDIC trouxe consigo mudanças, em especial na área da educação, e desta maneira
exigiu que o professor se adaptasse e adotasse novas condutas e maneiras de ensinar.

Perrenoud (2000) explica que a TDIC vem para reforçar e contribuir nos trabalhos didáticos e
pedagógicos por meio de aprendizagens ricas, complexas e diversificadas. Na mesma
perspectiva, a Base Nacional Comum Curricular, responsável pela normatização das redes de
ensino pública e privada traz em seu documento dez competências gerais e habilidades que
devem ser desenvolvidas pelos estudantes durante seu período de formação comum (BRASIL,
2018).

Dentre as competências e Habilidades ofertadas pela BNCC destaca-se aqui a competência de


número cinco, que está ligada promoção da Cultura Digital e se apresenta da seguinte forma:

Competência 5-Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e


comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas
sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar
informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e
autoria na vida pessoal e coletiva (BRASIL, 2018, p. 9)

De maneira geral, o objetivo é que as TDIC façam parte do cotidiano escolar e se apresentem
como um meio de promover a interação, a comunicação efetiva e a disseminação de
informações e conhecimento, de maneira que os alunos sejam estimulados à reflexão e à
crítica para a solução de problemas (BRASIL, 2018). O processo de uso da TDIC, já
contemplado na BNCC, foi acelerado no ano de 2019, após a Organização Mundial da Saúde
(OMS) decretar o fechamento de atividades não essenciais, com o intuito de diminuir a
disseminação da Covid-19.

Diversos países, entre eles o Brasil, interromperam as atividades comerciais, culturais e de


lazer, além de fechar as fronteiras. Não obstante, as atividades escolares presenciais também
foram interrompidas e um novo formato de ensino foi estabelecido: o ensino remoto
emergencial. Porém, muitas escolas ainda estavam acostumadas com o modelo tradicional e
presencial de ensino, em que não se usam ou pouco se usam as TDIC. E como o modelo
tradicional de ensino não era permitido nesse cenário, houve a necessidade de se adaptar e de
conhecê-las.

Para Teixeira e Nascimento (2021) o uso da TDIC se fez muito necessário para promoção do
processo de interação entre os professores e alunos durante o período de pandemia de
COVID-19. Entretanto, as atividades remotas trouxeram consigo desafios que exigiram das
escolas acompanhamento contínuo a fim de aprimorar o processo de ensino e aprendizagem
de acordo com o contexto e a realidade de cada ambiente (FERREIRA; BRANCHI;
SUGAHARA, 2020).

O resultado foi uma demanda na área da educação de uma visão crítica de sua atuação, da
atuação de seus professores e do acompanhamento da inserção e atuação da TDIC nas salas de
aula. Mas para isso, foi imprescindível que professores e alunos possuíssem acesso à tais
tecnologias e estivessem aptos e dispostos a se manterem atualizados para manuseio e
conhecimento das mesmas.

3 A importância da formação continuada de professores ao uso da TDIC

Com toda a demanda de inserção da TDIC no meio educacional, em especial na sala de aula,
Rosa (2020) destaca que, de forma repentina, dentro do contexto pandêmico, os professores
precisaram realizar alterações em seus planos de ensino e pleitear saberes para buscar novas
estratégias e promover todo um sistema de educação obrigatória, remota e emergencial.
Entretanto, deve-se destacar e entender que a adaptação do professor vai muito além do
momento atípico, já que, como citado anteriormente, documentos governamentais já têm
incluído e citado a inserção da TDIC no âmbito educacional, como a própria BNCC, por
exemplo.

A formação continuada, segundo Duarte (2017), é um processo constante de aperfeiçoar os


saberes que são necessários para o desenvolvimento da atividade docente. Mais do que isso, o
autor complementa que se tornou obrigatória para que o professor consiga lidar com gerações
inquietas e tecnológicas. Ademais, é sempre necessário acompanhar as demandas
tecnológicas, que por sua vez estão em constante evolução. Nessa perspectiva, se reconhece a
necessidade de formação continuada, que torne o professor capaz de se adaptar às
necessidades da atualidade e propor aulas que estivessem mais próximas ao aluno.

As experiências com a TDIC se diferem de um professor para o outro, com influências de


condição social, idade, interesse e habilidades e esse aspecto precisa ser levado em
consideração, da mesma forma que se deve reconhecer a influência do “querer” e do apoio
escolar (VIEIRA; RIBEIRO, 2021). Duarte (2017, p. 2) diz que “as atividades de capacitação
docente têm apresentado baixa eficácia porque são desvinculadas da prática; dão excessiva
ênfase a aspectos normativos e não traduzem projetos coletivos e institucionais”.

Essa explicitação pode justificar a dificuldade latente dos professores durante o período do
ensino remoto de relacionar e adaptar seus conteúdos às metodologias que facilitam a
transmissão da informação e o entendimento do aluno ao conteúdo (VIEIRA; RIBEIRO,
2021). Como consequência, os professores passaram a vivenciar “[...] um processo de
formação continuada, instantâneo e colaborativo com seus pares para adaptação aos novos
recursos” (ROSA, 2020, p. 2).

Rodrigues (2020) enfatiza que a dicotomia entre o ensino e a TDIC não se findará em curto
prazo, muito menos com o “fim” da pandemia, haja vista que a intercessão é importante para
a evolução do processo de aprendizagem. Logo, é preciso observar a utilização da TDIC
como ferramenta educacional ao mesmo tempo que a formação dos professores se torna
necessária na ação escolar e do ser professor.
3 Metodologia

Essa é uma pesquisa descritiva e aplicada com abordagem qualitativa, motivada pela
necessidade de soluções de problemas que as autoras identificaram e que expõe características
das pessoas que realizaram o curso Ferramenta Google para Professores (VERGARA, 2016).

Em primeira instância foi realizado um levantamento bibliográfico para compreensão dos


principais conceitos que envolvem o artigo como uma pesquisa descritiva. Em sequência, foi
aplicado um questionário semiestruturado para pessoas que realizaram o curso “Ferramentas
Google para Professores”, que foi oferecido de maneira gratuita pelo projeto Formação sem
Barreiras e Matemática sem Barreiras.

O questionário teve o intuito de analisar os resultados do curso na formação continuada de


professores e era composto de 13 questões abertas e fechadas, que contemplavam perguntas
sobre o curso em si, a satisfação das pessoas com o curso e a contribuição que esse teve na
formação continuada de quem o fez.

Para a disponibilização e captação das respostas utilizou-se o Google Formulários, uma das
ferramentas apresentadas no curso. No total, obteve-se 118 respostas completas, que são
apresentadas nos tópicos adiante.

4 Formação continuada para professores: a oferta do curso Ferramentas Google

O curso “Ferramentas Google para Professores” surge no contexto da pandemia, a partir de


uma demanda levantada pelo projeto de extensão Matemática sem barreiras da UEMG Ibirité,
que deu origem ao grupo de pesquisa “FORMAÇÃO SEM BARREIRAS: O avanço das
tecnologias em tempo de pandemia”.

O objetivo do curso foi trazer possibilidades de formação continuada a professores e


comunidade acadêmica da UEMG Ibirité, que enfrentavam o novo formato de lecionar e
precisavam se adaptar rapidamente e em sua grande maioria, não estavam adaptados ao uso
das TDIC.

O curso formava professores nas ferramentas oferecidas pelo Google, dentre elas o Google
Classroom, Google Meet, Google Forms, Jamboard (quadro branco), O Google Drive e as
inúmeras possibilidades que se encontram dentro do mesmo. Foram escolhidas estas
ferramentas por estarem gratuitas no momento, e por terem sido adotadas pela grande maioria
das instituições de ensino para a oferta do ensino remoto emergencial.

Além das aulas expositivas, o curso contou com a prática do que foi ensinado em cada aula
por meio de atividades. Com a grande demanda de procura pelo curso, teve-se a iniciativa de
realizar uma pesquisa pública acerca dos impactos que este curso causou para formação das
pessoas que o realizaram. É importante salientar que o intuito não é mostrar todos os dados
coletados nesta pesquisa, mas sim, identificar por meio da análise dos dados, os impactos e as
necessidades na formação continuada de professores.

No primeiro instante, buscou-se realizar uma análise descritiva dos participantes, para
compreender a relação que os mesmos poderiam possuir com a TDIC e como essas se
apresentam na vida dos mesmos. Dentre estas pessoas que responderam o questionário, mais
de 60% são pós-graduadas (Gráfico 1).

Gráfico 1- Nível de Escolaridade


Fonte: Dados da Pesquisa (2021)

Apesar de inicialmente o curso ter sido pensado a partir de uma demanda de docentes, houve
a participação de profissionais de outras áreas. No gráfico 2, 81,4% dos respondentes são
professores (Gráfico 2).
Gráfico 2 – Identificação do exercício de professor
Fonte: Dados da Pesquisa (2021)

Questionou-se então, quais seguimentos atuavam como professores. O resultado aponta que
mais de 50% dos professores atuam no ensino fundamental nos anos finais, seguido de
aproximadamente 20% atuando no ensino fundamental anos iniciais, conforme gráfico 3

Gráfico 3– Segmento de atuação do professor


Fonte: Dados da Pesquisa (2021)

Esse resultado pode ser justificado pelo fato de que o público inicial para a oferta do curso ter
sido professores. Da mesma forma, o exercer professor exigiu a preparação em período de
pandemia, o que pode ter motivado os mesmos a realizarem o curso proposto, conforme
citado por Vieira e Ribeiro (2021). Da mesma forma, junto ao fato de serem graduados,
entende-se que há um reconhecimento da TDIC como ferramentas importantes para a sala de
aula, haja vista que a BNCC vem as incluindo nos debates escolares (BNCC, 2018).
Em seguida foi questionado o motivo real das pessoas estarem ali participando do curso.
Mercado (1999, p. 20) diz que

Na formação de professores, é exigido dos professores que saibam incorporar e


utilizar as novas tecnologias no processo de aprendizagem, exigindo-se uma nova
configuração do processo didático e metodológico tradicionalmente usado em nossas
escolas nas quais a função do aluno é a de mero receptor de informações e uma
inserção crítica dos envolvidos, formação adequada e propostas de projetos
inovadores (MERCADO, 1999, p. 20)

As respostas foram condizentes com Mercado (1999). Como resultado, cerca de 70% das
pessoas apontaram estar realizar o curso devido a dificuldades perante as novas tecnologias e
o não conhecimento de sua utilização. Houve respostas também de que estavam alí devido: a
demanda de novas tecnologias, o interesse em aprimorar a prática docente, a possibilidade de
novos conhecimentos e sanar dúvidas; a necessidade de atualização e a necessidade de se ter
conhecimento sobre as plataformas digitais aliadas às novas tecnologias também foram
apontadas como os principais fatores motivadores da realização do curso.

Esses são aspectos que chamam a atenção haja vista que, com a pandemia os professores
tiveram que se adaptar repentinamente e as instituições, junto aos mesmos, se prepararam.
Vê-se que nem escola nem professores estavam tão adaptados como esperava-se, já que
Duarte (2017) aponta essa preparação como obrigatória para o exercer “professor” e a própria
definição de formação continuada já coloca o aperfeiçoamento de saberes como constante.
Acredita- se então, que o curso propiciou o que Mercado (1999) coloca como importante ao
relacionar a TDIC com a educação. Entretanto, foi necessária que uma demanda emergente e
pandêmica criasse o movimento de inclusão efetiva da TDIC na sala de aula. Nesse sentido,

Salienta-se que, por considerar que as experiências se diferenciariam de um professor para o


outro, influindo a condição social, idade, interesse e habilidades (VIEIRA; RIBEIRO, 2021)
foi solicitado que os respondentes apontassem quais as dificuldades e as facilidades
encontraram durante o curso. Como dificuldades, os respondentes citaram a falta de
familiarização com as novas tecnologias, a falta de instruções mediante a informática básica.
Já nas facilidades foram citadas a didática das professoras, a linguagem simples e objetiva,
facilidade e flexibilidade de tempo e espaço, ferramentas de modo simples. Citaram também a
qualidade do material apresentado.

Tais aspectos, inferem de maneira positiva que o curso não se enquadra no que Duarte (2017)
aponta. O autor apresenta que a aderência às atividades de formação correm porque são
desvinculadas da prática e se preocupam com aspectos normativos. Fatores que não ocorrem
no curso Ferramentas Google para professores, haja vista que foi relatado que o curso apesar
de breve foi objetivo e trouxe a teoria aliada à prática, possibilitando que o próprio
participante construísse seu conhecimento.

Nesse sentido, foi questionado o que as pessoas acharam do curso e o que o curso pôde
proporcionar na vida profissional dos mesmos. Por meio das respostas, identificou-se que
muito se apoiou na formação continuada dos professores. Dos dados coletados, 97% das
pessoas disseram que o curso foi excelente, relevante e enriquecedor. Também relataram que
o curso auxiliou na ludicidade e na atuação docente e que (100% dos respondentes) a partir do
que foi oferecido no curso, são capazes de aplicar o conhecimento adquirido e planejar aulas
mais inovadoras que incorporem a TDIC e tragam o aluno como centro do processo.

Os respondentes relataram que com o conhecimento sobre as ferramentas e a possibilidade de


manuseio adequado serão capazes de auxiliar em tarefas diárias e administrativas demandadas
também pelas escolas, como: reuniões com lideranças, reuniões e conversas com os pais de
alunos, contato com outros professores e contato com membros da escola no geral. A partir do
curso, utilizarão as ferramentas em diversas instâncias mediante ao público digital e também
na vida pessoal para otimização da mesma

Essas falas vão ao encontro do que a BNCC (2018) propõe, possibilitando que a TDIC seja
integrada ao cotidiano escolar e se apresente como um meio de promover a interação, a
comunicação efetiva e a disseminação de informações e conhecimento. Da mesma forma que
reforça e contribui para trabalhos didáticos e pedagógicos com aprendizagens ricas,
complexas e diversificadas (PERRENOUD, 2000).

Moran (2009, p. 9) defende que

Nossa vida interliga cada vez mais as situações reais e as digitais, os serviços físicos
e os conectados, o contato físico e o virtual, a aprendizagem presencial e a virtual. O
mundo físico e o virtual não se opõem, mas se complementam, se integram,
combinam numa interação cada vez maior, contínua, inseparável (MORAN, 2009, p.
9)

Nesse sentido, tais respostas são muito importantes para essa pesquisa e para os projetos
envolvidos. Primeiro porque justifica a existência dos mesmos e segundo porque explicita o
que se busca nessa pesquisa: a apresentação da análise do curso com a formação continuada
dos professores. Fica nítida a importância da inserção da TDIC na educação, uma vez que
cada vez mais o meio virtual interliga as relações e atividades da sociedade.

Ao final, perguntou-se quais outros temas e cursos gostariam de participar e que poderia ser
ofertado pelos projetos. O intuito foi levantar, além das informações de posso dos projetos,
quais outras demandas ainda eram latentes e que poderiam, em algum momento, serem
supridas. Assim, os participantes teriam a oportunidade de continuidade e atendimento da
demanda de formação continuada.

Como respostas, destacaram-se:


1- robótica;
2- aprofundamento desses assuntos trazidos pelo curso Ferramentas Google para
Professores trazendo novas ferramentas e se aprofundando em ferramentas como
o Forms;
3- informática básica com enfoque em Power Point, Excel, Word tendo ênfase nas
inúmeras possibilidades que estes trazem para a atuação docente;
4- criação de vídeos e jogos para uma educação lúdica e inclusiva;
5- o uso das redes sociais numa perspectiva docente como o linkedin, Cousera,
telegram entre outros e a matemática aliada a tecnologia.

O interesse de profissionais da educação em conhecer e utilizar mais a área da tecnologia para


seu próprio conhecimento ou pela necessidade de usar a tecnologia em seu dia a dia e na sala
de aula fica evidente mais uma vez. Talvez pelo momento, talvez pelo reconhecimento da
necessidade e até mesmo do amadurecimento da visão que se tem da TDIC e a educação. Esse
é um momento em que a TDIC se tornou essencial para a produção de novos conceitos
educacionais, exigindo com que se adaptem a um modelo.

O uso de quadros brancos e pincéis não se fez essencial como a alguns anos atrás. Estas
ferramentas foram substituídas por louças digitais, programas e softwares cada vez mais
avançados. A postura do professor e suas práticas educacionais precisam acompanhar as
mudanças na sociedade atual e faz-se necessário uma nova forma de conceber o sistema
educacional, de constituir os processos de aprendizagem. O certo é que, conforme defendido
por Rodrigues (2020) essa relação não se findará pós pandemia.
5 Considerações Finais

O objetivo desse artigo foi analisar os resultados do curso Plataformas Google na formação
continuada de professores. Pôde-se observar que os impactos do curso foram positivos e
diversificados. O mesmo auxiliou as novas práticas docentes vinculadas à utilização das TDIC
e trouxe à luz, a realidade atualmente vivida: as tecnologias são ferramentas importantes para
um ensino mais dinâmico e inovador.

Ao mesmo tempo, pôde-se verificar que a partir do motivo que fizeram as pessoas
participarem do curso, professores, alunos e escolas não estavam preparados para a utilização
eficaz da TDIC. Realidade essa, modificada, pelo menos, para os participantes do curso. O
curso oferecido se tornou vantajoso por ser rápido, trazer teoria e prática e ser gratuito.

Nesse sentido, considera-se que os resultados foram satisfatórios e atenderam a demanda de


formação. Observa-se que a formação continuada se destaca como elemento de extrema
relevância, não só para os professores mais para todos que tiverem interesse em se manter
atualizados. Esse é um processo que deve ser contínuo, necessário e desejado.

Reconhece-se os desafios existentes para uma maior abrangência e formações novas e de


qualidade. Mas esses projetos são o início de grandes possibilidades que podem ser
absorvidas e direcionadas pela universidade. Como já citado, o intuito deste artigo não é
extravasar a pesquisa como um todo, mas salientar o que as partes que dizem respeito à
formação continuada de professores, em especial neste momento de pandemia.

Ressalta-se que a pesquisa foi realizada com um grupo de professores que realizaram o curso
sobre a Plataforma Google e o resultado não pode ser tido como único para todos os tipos de
plataformas existentes. Como trabalho futuro, pretende-se mensurar a utilização de outras
TDIC e como essas puderam contribuir para a formação de professores.

Referências

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