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A Raca Suina Bisara
A Raca Suina Bisara
ISBN 972-669-661-5
Depósito Legal
Trás-os-Montes e Alto Douro sendo uma Província com uma expressão de múltiplas
realidades e algumas fantasias, constitui-se num cenário de uma imensa variedade
paisagística e de uma riqueza humana inexcedível. Aí pulula uma produção animal
variada, entremeada por um vasto coberto vegetal e florestal que a emoldura. Pretendemos
com estes manuais despertar os leitores para o manancial de recursos genéticos animais
aqui existente, para a genuinidade dos produtos, tão apreciados pelos consumidores e
para a beleza desconcertante desta terra.
O Bísaro é uma raça suína autóctone em vias Segundo Janeiro (1944) citado por Reis (1999),
de extinção devendo-se esta situação a factores o porco de raça Bísara é descendente do Sus
como a evolução das técnicas de produção scrofa ferus ou javali europeu, descrevendo-o
animal, ao cruzamento com raças precoces e à como um animal robusto, tardio, pernalteiro, de
alteração dos hábitos alimentares dos corpo estreito e garupa achatada.
consumidores, que preferem carne de porco
com menos gordura. Contudo, o facto do interior O porco Bísaro está associado, desde há séculos,
de Portugal continuar a ser uma zona ao mundo rural, e o seu solar situava-se em todo
desfavorecida, onde ainda se pratica alguma o território a norte do rio Tejo e, apesar de
agricultura tradicional e de subsistência, em que ameaçado de extinção, conseguiu subsistir até
predominam pequenas explorações, permitiu a aos dias de hoje, embora em apenas algumas
sobrevivência desta raça. Esta raça, embora não zonas mais recônditas do interior norte.
apresente grande rusticidade, está perfeitamente
adaptada ao sistema tradicional em que a Crê-se que teve a sua origem no tronco Céltico
alimentação se faz à base de produtos naturais, existindo duas variedades: a Galega, que se
como é o caso da castanha, que associada às caracteriza pela cor branca ou branca com
características da raça, permite obter uma carne malhas pretas e a Beiroa, de cor preta ou preta
pouco atoucinhada e muito entremeada, com malhas brancas. A primeira viu o seu solar
suculenta e de sabor único. estender-se desde o Minho até à Estremadura,
enquanto a segunda se encontrava distribuída
Pode mesmo falar-se num ressurgimento da desde Trás-os-Montes até Castelo Branco.
suinicultura tradicional, aproveitando um recurso Actualmente o efectivo maior distribui-se pela
genético autóctone como é o caso do Porco região de Trás-os-Montes, existindo também
Bísaro. algumas explorações de valor residual no Minho,
Douro Litoral e Beira Litoral.
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A raça suína Bísara
Desde 1994 a Associação Nacional de CriadoresTrás-os-Montes continua ainda hoje a ser uma
Montalegre Vinhais
de Suínos de Raça Bísara (ANCSUB) tem vindo região onde predomina uma agricultura
a desenvolver esforços no sentido de recuperar
tradicional e de subsistência, caracterizada pelas Chaves
esta raça evitando a sua extinção. pequenas explorações e com efectivos reduzidos,
Valpaços Miranda
onde o porco Bísaro, tal como todas as outras do Douro
Em 1999 iniciaram-se as primeiras exposições espécies autóctones, se enquadra e adapta
Alfândega
e o concurso anual. perfeitamente. da Fé Mogadouro
Vila Real
C. de Ansiães
Moncorvo
Lamego
1.2 - Área de dispersão 1.3 - Descrição da raça Rio Douro
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A raça suína Bísara
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A raça suína Bísara
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A raça suína Bísara
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A raça suína Bísara
de Carne de Vinhais”. Desde Dezembro de 1999 ter a indicação de IGP bem como a marca de
que o “Salpicão de Vinhais IGP” e a “Linguiça certificação, colocada pela respectiva entidade
de Vinhais IGP” existem no mercado como certificadora. Como se trata de um produto IGP
produtos certificados. Encontram-se em fase de tem a sua área geográfica de transformação
conclusão as protecções comunitárias dos limitada, no caso está circunscrita aos concelhos
seguintes produtos: Alheira de Vinhais IGP, Butelo de Alfândega da Fé, Bragança, Carrazeda de
de Vinhais IGP, Chouriço Azedo de Vinhais IGP, Ansiães, Macedo de Cavaleiros, Mirandela, Torre
Chouriça Doce de Vinhais IGP, Presunto de de Moncorvo, Vila Flor e Vinhais.
Vinhais IGP e Carne de Bísaro Transmontano
ou Carne de Porco Transmontano DOP.
Salpicão de Vinhais (IGP)
A gestão das marcas é da responsabilidade da
ANCSUB e o organismo responsável pelo Tal como a chouriça, o Salpicão de Vinhais IGP
controlo e certificação é a “Tradição e Qualidade é um enchido fumado, de forma cilíndrica, com
- Associação Interprofisional para Produtos Agro- 15 a 20 cm de comprimento, feito com carne do
Alimentares de Trás-os-Montes”. lombo e do lombinho de porco Bísaro.
Caracteriza-se pelo seu sabor agradável e aroma
fumado. Tratando-se de um produto IGP, tem
Chouriça de carne de Vinhais (IGP) de ser produzido segundo regras que constam
do caderno de especificações, dentro das quais
A Chouriça de Carne de Vinhais IGP é um estão incluídas as condições de produção do
enchido fumado, de formato cilíndrico ou em porco, as condições de abate e desmancha, e
forma de ferradura, com 30 a 35 cm de as regras de transformação, marcação e
comprimento, feito com carne e gordura de porco acondicionamento. No mercado podemos
Bísaro, com um sabor muito agradável, aroma encontrar o Salpicão de Vinhais IGP inteiro, em
fumado muito sui generis. No mercado pode porções ou fatiado, também neste caso já terá
apresentar-se inteira, em porções, ou fatiada e, de vir pré-embalado da origem. A rotulagem
neste caso, deverá ser pré-embalada na origem. deve cumprir a legislação em vigor, bem como
O produto deve estar devidamente rotulado e conter a marca de certificação da respectiva
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A raça suína Bísara
são condimentadas e cozidas em água. As Bísara, criados num sistema de exploração semi-
carnes desfiadas são adicionadas ao pão extensivo, tradicional, à base de produtos e
regional, formando uma massa que é finalmente subprodutos provenientes da agricultura local.
condimentada à qual se adicionam os restantes A carne de Bísaro Transmontano apresenta as
ingredientes. Deve consumir-se cozida. seguintes características, de acordo com a idade
de abate dos animais:
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A raça suína Bísara
3 – Roteiro
Vinhais
Moimenta
Serra de Montezinho
Vilar de Ossos
Serra da Coroa
S. Jomil
Ousilhão
Moimenta
Serra
da Coroa
Serra de
Montezinho
Vilar de
Ossos
Vinhais
Ousilhão
S. Jomil
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4.1 – Actividades
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Bibliografia
Bibliografia
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A linha condutora proposta para a realização > Acção 2.1 - Benefícios recreativos, > Acção 3.3 - "Por este rio acima" - Arte
do conjunto de objectivos deste projecto, culturais e ambientais da Região do e Cultura Duriense
que reconhecemos serem ambiciosos, mas Douro/ Duero
que é fundamental desenvolver nesta região, > Acção 3.4 - Fórum Ibérico "O Teatro
assenta na Valorização dos Recursos, no > Acção 2.2 - Património Geológico na Educação"
seu sentido mais lato, como forma de Transfronteiriço
Valorização e Promoção Turística da região > Acção 3.5 - Valoração do Património
em causa, podendo as acções delineadas, > Acção 2.3 - Efeito dos Fogos Cultural do Douro: Uma perspectiva
para a concretização e efectivação deste Florestais na Qualidade do Ar e Económica
projecto, ser agregadas em 4 grandes grupos Restauração de Ecossistemas
temáticos, a saber: Florestais Degradados 4 > Economia Rural
1 > Valorização dos Produtos Regionais > Acção 2.4 - Estudo de viabilidade >Acção 4.1 - Estratégia de Integração
técnica, económica e ambiental de um e Desenvolvimento do Turismo Rural
> Acção 1.1 - Microproduções Rurais sistema de gestão conjunta de resíduos do Douro/Duero
e Desenvolvimento Local no Douro- biodegradáveis dos Resíduos Sólidos
Duero Urbanos (RSU) > Acção 4.2 - Dinâmicas Organizacio-
nais e Desenvolvimento Local Rural no
> Acção 1.2 - Formas complementares > Acção 2.5 - Exercício Físico e Douro-Duero
de valorização dos produtos Animais Promoção da Saúde - Estudo de
Percursos Pedestres na Região do >Acção 4.3 - Integração do Mercado
> Acção 1.3 - Valorização das cultivares Douro Património Mundial Ibérico, Estratégias Empresariais
tradicionais, da flora e vegetação do Transfronteiriças e Desenvolvimento
Douro/Duero 3 > Cultura, Promoção do Conhecimento e Local: O Caso da(s) Raia(s) Luso-
Valorização -Espanhola(s)
2 > Recursos Naturais, Ambiente e Qualidade
de Vida > Acção 3.1 - Rostos da Região