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MARINHA DO BRASIL DIRETORIA DE ENSINO DA MARINHA Concurso Publico para Professor do Magistério Superior CP-PMS/2017 ESTA AUTORIZADA A UTILIZACAO DE CALCULADORA PADRAO NAO CIENTIFICA TEXTO 1 (Questées 01 a 12) Perto e longe do poeta Conheci Drummond aos 18 anos, ali no seu gabinete to Ministério da Educagao. Havia ihe enviado uma cartinha interiorana e alguns poemas, e agora subia 0 elevador para vé-lo de perto. Naquele tempo, Manuel Bandeira € que era 0 mais ‘celebrado poeta do pals. Drummond mesmo o louvava em prosa e verso. E eu, achando-me destemido e justiceiro, ha conversa comuniquel ao poeta que eu o achava melhor @ mais importante que Bandeira. Era uma maneira adolescente e estouvada de declarar amor. Ful taxativo. E estava certo, Ele sorriu desconversando porque nunca soube 0 que fazer quando Ihe mostravam o afeto a fior da pele. Do que se falou ali durante uns 40 minutos no me lembro muito. Estava to encantado de poder ouvi-lo, que me lembro vagamente de algumas frases e sugesties. E 0 fato é que @ partir dal julguel-me com permissao pera incomodé-fo, Diseretamente. De quando em quando. 0 minimo possivel. Praticando aquilo que ele recomendava - ‘um distanciamento e uma proximidade relativos. Isto exlice uma cena quase absurda acontecida entre nés. Uma cena sé justificavel entre dois mineiros e entre um mestre e um discfpulo, que tem também suas crises de timidez. Uma outta feita, vinha eu de Minas. E lé ia em diregao a0 seu gabinete, Vir 20 Rio e visitar certos escritores era um ritual, Um ritual que s6 pode fazer quem mora no interior, pois quem vive aqui nao tem tempo para isto. Entdo, ld ia eu para o MEC. Desci ali no centro, caminhei sob as colunas do prédio de Niemeyer, passel pelos azulejos de Portinarie ful na diregao do efevador. Néo havia ninguém na fila Eu sozinho. Chegou o elevador, entrei. ‘Quando estou [a no fundo do elevador, vejo vir a figura do posta. Também sozinho. Vern e entra naquela angustiante caixa de madeira, Mas ele vinha como sempre vinha: com os olhos no chéo, cabisbaixo, meditative, voltado para suas montanhas interiores. Vinha com 0 seu tetno, seus éculos, sua gravata, sua mitologia, mas colhando para o chao. E ali estamos 0s dois. Em siléncio total. Eu, um adolescente acuado num angulo do elevador, como se ele = 0 poeta - fosse o domador. De sua parte, ele é que estava acuado no Angulo oposto; e olhando para 0 chao de si mesmo sabia que do outro lado havia uma presenga humana qualquer. Eo elevador subia. Subia e nenhum dos dois denunciava a presenga do outro, Ele com 0 olho fixo no cho. E eu pensando: néo me viu. Ou melhor (como mineiro, julgando): ele néo me reconheceu, no quer me ver, meu Deus, que é que eu vim fazer aqui? © homem esté ocupado e eu subindo para chated-lo, E 0 elevador subia, Nao parava em nenhum andar. Nao aparecie nenhum passageiro para nos socorrer. Se entrasse alguém talvez ele levantasse 0 olho do chao, quem sabe me reconheceria, Mas nao entrava ninguém. o elevador subindo. ‘A mim parecia que 0 prédio do MEC tinha ficado da altura do Empire State Building, em Nova York. Mas-eis- Prova: Amarela Letras com habilitagao em Lingua Portuguesa sendo-quando a porta se abre @ o elevador chega a0 andar em que o poeta trabalhava, Que fazer? Saio junto com ele? Vou andando por “acaso" no corredor @ o encontro por “acaso"? Espero que ele chegue a sua sala e depois aparego ld como que por encanto -"Oh, que surpresa! Ha quanto tempo..." Resultado: o elevador parou. O poeta saiu. Eu fiquel, fiquel com 0 elevador subindo outra vez até o fim, até onde pode subir uma pessoa confusa e equivocada. Subi @ desci. Desci sem dirigit uma s6 palavra ao poeta que fora visitar. Tomel 0 énibus para Minas sem falar com ele. Aconteceu 6 essa vez? Nao. Muitas outras. Uma vez ficamos vendo livros, uns 15 minutos, na vitrina da Leonardo da Vinci, sem nos olharmos © nos cumprimentarmos. A mesma sindrome. O mesmo respeito. E olha que nessa altura eu ja era um homem Viglado, j& havia morado no exterior, visitado sua casa, levado para a minha o seu arquivo e escrito minha tese sobre ele. Mas néo tinha jeito. De repente, dava aquele respeito no mexia um dedo. Ele construla uma tal atmosfera de individualidade, que aS vezes era impenetravel. No entanto, outra vez nos encontramos ne rua, © como eu Vinha sofrendo como um co danado do mal de amor, me fez enormes confidéncias sobre sua juventude amorosa... Outra vez apereceu em casa com um presente, me assustando e encantando a mim ¢ a Marina. Era um homem imprevisto, Respeitava e se fazia respeitar, até mesmo pelos seus poucos inimigos. Agora se fol. Ele que vivia com aquele ar de quem estava mal alojado e sempre se despedindo. Na verdade, Drummond nao morreu. Apenas nos deixou a sés com os seus textos. Textos com os quais temos uma intimidade total, que nada pode inibir, (SANT'ANNA, Affonso Romano de. Perto e longe do posta. In Fizemos bem em resistir: cronicas selecionadas, Rio de Janeiro: Rocco, 2001. p. 80-82.) QUESTAO 1 Em qual opgo o tempo verbal empregado realga um fato do passado, que € desorito como se estivesse ocorrendo no momento em que se fala? (A) “Uma cena sé justificdvel entre dois mineiros e entre um mestre e um discipulo, que tem também suas crises de timidez," (4° §) (@) “Um ritual que s6 pode fazer quem mora no intertor, pois quem vive aqui no tem tempo para isto.” (5° §) (C) “Quando estou 1a no fundo do elevador, vejo vir a figura do poeta." (7° §) (0) "No entanto, outra vez nos encontramos na rua, como eu vinha sofrendo I..." (16° §) (€) “Textos com os quais temios uma intimidade total, que nada pode inibir.” (18° §) CP-PMS/2017 Pagina: 213 QUESTAO 2 Em que op¢go a relagdo estabelecida pelos vocabulos sublinhados NAO esta corretamente indicada? (A) @) (Cc) (D) () [.] pois quem vive aqui nao tem tempo para isto.” (5° §)~ explicacao. “Quando estou lé no fundo do elevador, velo vir a figura do poeta.” (7° §) - temporalidade. “Se entrasse alguém talvez ele levantasse [.." (11° §)- condicionalidade. “Mas néo entrava ninguém.” (11° 6) - contrajungao. “[-] outra vez nos encontramos na rua, e como eu vinha sofrendo [..." (16° §) - comparacéo. QUESTAO 3 Analise 0 seguinte fragmento: “Era uma maneira adolescente e estouvada de declarar amor.” (2°§) Assinale a opg3o em que @ pelavra apresentada é anténima do adjetivo “estowvada’. @ (8) ( (2) (E) Seria Oportuna, Cuidadosa. Conveniente. Embaragada, QUESTIO 4 ‘Analise os seguintes fragmentos: “E eu pensando: ndo me viu. Qu melhor (como mineito, julgando): ele néo me reconheoeu (..J." (10°§) “Respeltava ¢ se fazia respeitar, até mesmo pelos ‘seus poucos inimigos.” (1795) Quanto 0 significado discursive dos termos destacados acima, é correto afirmar que: a (8) «© (2) (e) a8 expressées so usadas para_marcar, respectivamente, relagdes de contradicao e de esciarecimento. as relagdes fiimadas pelas das _locugées, Tespectivamente, sdo de esclarecimento. & exemplficagéo. as expresses em destaque _estabelecem, respectivemente, as relecées de retiicegdo © incluséo. as express6es © destacadas-—_—possuem, respectivamente, o significado de gradagao © complementacao. as relagBes estabelecides pelas locugdes séo, respectivamente, de acréscimo e concesséo. Prova: Amarela Letras com habiltago em Lingua Portuguesa QUESTAO 5 Na lingua padréo, ha diversos casos em que o emprego do acento incicativo de crase é obrigatorio, como em “Ele construia ume tal atmosfera de individualidade, que as vezes era impenetrével” (16° §). Em que opcao 0 femprego do acento indicativo de crase também é obrigatorio? (A) Ficaram nos observando & distancia, (@) Refiro-me a esta proposta € nao a dele. (C) Cheguei 4 casa muito tarde apds 0 evento, (0) Demos um livre de crbnicas & Maria ontem, (€) Caminherem até & montanha para espairecer. QUESTAO 6 Quanto as caracteristicas tipolégicas, 0 texto “Perto e longe do poeta" & predominantemente: (A) narrative e injuntivo. (6) injuntivo e expositivo. (C) desctitivo e expositivo. (D) ‘injuntivo e argumentative. (E) narrativo e argumentativo. cP-PMS/2017 Pagina: 3/13, QuesTAo 7 Analise os fragmentos abaixo. ve “Estava to encaniado de poder ouvi-lo, que me lembro vagamente de algumas frases © sugestées.” 8) “Eo fato é que a partir dai julguet-me com permisséio para incomodé-lo." (3° §) “LJ olhando para 0 cho de si mesmo sabia que do outro lado havia uma presenga humana qualquer.” (6° § “A mim parecia que o prédio do MEC tinh ficado da altura do Empire State Building, em Nova York.” (12° 2 “Textos com os quais temos uma intimidede total, que nada pode inibir." (18° §) Assinale a opso que apresenta a classificagao correta das oragdes subordinadas introduzidas pelo vocabulo *que’, respectivamente, (A) (8) © o «) adverbial consecutiva / substantiva predicativa / Substantiva objetiva direta / substantiva subjetiva / adjetiva explicativa adverbial comparativa / substantiva epositiva / substantiva objetiva direta / substantiva predicativa / acietiva explicativa adverbial comparativa / substantiva apositiva / substantiva predicativa / substantiva objetiva direta / adjetiva restrtiva adverbial _consecutiva / substantiva apositiva / substantiva objetiva direta / substantiva subjetiva / adjetiva explicativa adverbial comparativa / substantiva predicativa / substantive sujetiva / substantiva objetive direta / adjetiva restritive Prova: Amarela Letras com habilitago em Lingua Portuguesa QuEstio 8 Em que opgao a andlise feita esté coreta? a) 6) © (0) «E) Em “[...] achando-me destemido ¢ justiceiro [...." (2° §) e “Era uma maneira adolescenle © estowvada de declarar amor.” (2° §), 08 termos sublinhados sé0 adjetivos ligados por conjungao e desempenham a mesma fungéo sintatica. Em "E estava ceria." (2° §) e “Vir a0 Rio e visiter gertos escritores era um ritual.” (5° §), 08 termos sublinhados desempenham a funcéo sintética de predicativo do sujetto © adjunto adnominal, Tespectivamente, Em "Naquele tempo, Manvel Bandeira & que era 0 mais celebrado posta do pais.” (2* §) e "Desci sem dirigir uma s6 palavra 20 poeta gue fora visitar.” (14° §), 0s vocabulos sublinhados pertencem & mesma classe gramatical e tém a mesma funcdo sintatica, Em ‘[..] porque nunca soube o que fazer [.1- (2” §) € *Néo havia ninguém na fila." (6° §), os vocdbulos sublinhados pertencem & classe gramatical dos advérbios. Em "[..] sofrendo como um co danado do mal de amor {..." (16° §) @ “[.] aquele ar de quem estava mal alojado (...” (17" §), 08 vocabulos sublinhados periencem mesma ' classe gramatical, mas desempenham fungées sintéticas distntas. QUESTAO 9 Marque a opgo em que autor uscu 0 recurso do paralelismo. A) ®) (c) (Do) (E) “Mas nd tinha jet. De repente, dava aquele respeto endo mexia um dedo.” (16%) *E [a ia om direcao ao seu gabinete. Vir 20 Rio e visitar certos escrtores era um ritual.” (5°) “Vinha com 0 seu temo, seus éculos, sua gravata, sua mitoiogia, mas clhando para o chav." (7°§) “Armim parecia que o prédio do MEC tinha ficado da altura do Empire State Building, em Nova York.” (12°8) "Ele sorriu desconversando porque nunca soube que fazer quando Ihe mostravam o afeto a flor da pele.” (2°6) QuESTAO 10 Em “Estava to encantado de poder ouvielo, que me embro vagamente de elgumas frases @ sugestdes.” (3°), ‘a preposigéo sublinhada pode ser substituida, sem alterer a significagdio e de acordo com a regéncia culta, pela preposigéo: @ (8) © ©) «) por. em. ante. até. pera. cp-pMsi2017 Pagina: 4/13, QUESTAO 11 Em *Havia Ihe enviado uma cartinha interiorana e alguns poemas, © agora subia o elevador para vé-lo de perto.” (1° §), ha dois exempios de colocagéo pronominal. Em qual ‘op¢80 0 pronome oblique NAO esta empregado de acordo com a norma culta? (A) Os colegas nao 0 haviam ajudado. (B) Tenho visto-a com pouca frequéncia, (C) Nunca pretendo contar-ine um segredo! (0) Estou-me esforgando muito para melhorar. (©) Como se vinha trabalhando mat naquele lugar! QUESTAO 12 Considerando 0 emprego do acento indicative de crase, ‘em que op¢do a reesoritura do trecho destacado esté de acordo com a norma culta e mantém o sentido original do texto? (A) “Ble sorriu desconversando porque nunca soube 0 ‘que fazer quando the mostravam 0 afeto @ flor da pele." (2° §) - Ele sorriu desconversando porque hunca soube o que fazer quando Ihe mostravam 0 afeto a flor da pele. (B) "Eo fato é que a partir dal julguei-me com permisséo para incomodé-lo," (3° §) - E 0 fato € que a partir dal Julguei-me com permisséo para incomodé-l. "Quando estou [a no fundo ¢o elevador, vojo vir a figura do poeta.” (7° §) - Quando estou Ia no fundo do elevadar, vejo vir a figura do posta. “Espero que ele chegue a sua sala e depois apareco 14 como que por encanto [...)." (13° §) - Espero que ele chegue a sua sala e depois apareco lé como que por encanto |... (€) “[..] me assustando e encantando a mim e a Marina," (16° §) - [...] me assustando e encantando a mim e & Marina, (o) (0) TEXTO 2 (Questées 13 a 32) $6 0 homem entediado teré chance de salvagdo num futuro de smartphones Assisto a conferéncias e a moda néo engana: metade da sala (no minimo) esta com a cabega enfiada em smartphones. Como setiam as conferéncias antigamente? © ‘que ‘fazia a audiéncia enquanto alguém falava no palanque? Provavelmente, escutava. Ou dormia, Ou conmia @ ‘escutave, em intervalos saudaveis. Hoje, ninguém dorme. Duvido que alguem escute. O smartphone & 0 inimigo do tédio, ou da reflexéo, roporcionanco uma festa permanente, Este seria o momento ideal para eu vestir a toga do moralista vulgar, langando raios homéricos sobre nefasta tecnologia. A data, aliés, seria a mais apropriada: 0 iPhone nasceu dez anos atras € 0 dilivio comegou. Infelizmente, n2o posso pregar. Eu também fago parte do clube que prefere o smartphone 2o velho e bom cochilo. Especialistas diversos gostam de expiicar a compulséo. E como uma droga, dizem eles: quando espreitamos as mensagens, 0 e-mail, as redes socials, procuramos uma Prova: Amarela Letras com habilitagao em Lingua Portuguesa espécie de recompensa neurobioligica muito semelhante a um viciado. © problema se agrava quando somos privados da nossa dose - ¢ eu sei, 0 leitor sabe, todos sabemos dessa miseravel privago, “Tempos atrés, esquectme do celular em casa € part fem viagem. Quando dei conta do estrago, uma inquietude foi crescendo com o passar das horas. ‘Ainda pensel em pedir 20 companhelro do lado para me emprestar 0 smartphone dele. SO para eu ler as minhas mensagens. Ou até, sei I, as mensagens dele, Qualquer coisa servia, Eu era como alguns alcodlatras que, na auséncia de bebidas legals, comecam a despejar perfume pela goela. Controlel-me. Telefonel para casa - de um teletone fixo, entenda - e pedi, com um tiltimo folego, que me lesser as novidades do bicho. Nenhuma deias era urgente, sequer interessante. Mas 0 corpo sossegou e mergulhou naquele ‘estranho torpor que Thomas de Quincey relatou nas suas “Confissdes de um Comedor de Opio". Como se chegou até ui? Verda: 0 téclo sempre flo grande tertor dos homens modemos, Ter no bolso um aparelho que garante distragéo permanente é a melhor forma de afastar 0 fantasma, ‘Acontece que o tédio tem as suas vantagens. O fiésofo Mark Kingwell tem escrito sobre a matéria e em artigo primoroso para a ‘Literary Review of Canada", sintomaticamente intitulado “In Praise of Boredom’, 0 autor socorte-se de pensadores canénicos - como Schopenhauer ‘ou Heidegger - para relembrar a importancia do dito-cujo. $6 0 tédio, escreve ele, é capaz de sinalizar a existéncia de um problema entre nés e 0 mundo, O tédio ¢ a “suspenséo da suspenséo" em que viverios - uma forma terapéutica, e até brutal, de olarmos para a realidade sem fugas. E de agimos em conformidade. ‘Quando abolimos 0 tédio, e o “dom da escuta’ que sé ele oferece, desaparece uma parte da nossa humanidade - ‘aquela parte que refiete, imagina ou cria. E que problematiza, critica, propée. No futuro, no serd apenas a audiéncia que estard mergulnada nos ecras dos smartphones. Também suspelto ‘que os préprios conferencistas, privados de pensar e sem ‘nada para dizer, terdo o mesmo comportamento, Imagino um enconiro de silincios, onde todos os presentes estardo ausentes - e so 0 homem entediado terd chance de salvagao, (COUTINHO, Jodo Pereira. S6.0 homem entediado terd chance de salvagao num futuro de smartphones, Disponivel em: , Acessado em: 40 jul 2017.) CP-PMS/2017 Pagina: 5/13 QuesTAo 13 Leia o trecho abaixo. 'S6 0 tédio, escreve ele, 6 capaz de sinalizar a existéncia de um problema entre nés © 0 mundo. O tédio é a ‘suspensao da suspensao' em que mos = uma forma terapéutica, e até brutal, de olharmos para a realidade sem fugas.” (13° §) Assinale @ opgao em que o comentario sobre a composig8o da textualidede no fragmento acima NAO esta corret, (Ay (8) © Oy © A explicitagéio do autor do texto-fonte no trecho tem fungéo argumentativa. ‘Ocorre, no segundo periodo do fragmento acima, ‘que se chama de recorréncia, Na segunda frase, ha elementos que contribuem para manter a coeréncia sintatica. No fragmento, o autor langa m&o do recurso da intertextualidade implicit H& elementos coesivos utiizados acima que favorecem a continuidade tépica, QUESTAO 14 Lela o trecho a seguir “Como seriam as conferéncias antigamente?" (1°§) Assinale 2 opcéo em que o comentario sobre 0 emprego da forma verbal que se encontra no trecho acima esta correo. (A) © verbo poderia estar no pretérito imperfeito do indicativo, denotando um fato que seria consequéncia cotta ¢ imediata de outro. (8) © autor usa o tempo verbal como forma polida de presents, implitamente denotando expectativa de ossuir algo. {C) Oemprego do tempo verbal ratica uma determinada impresséo do autor que sugere indignagéo com fatos indicados anteriormente. (0) A forma verbal empregada denota que um fato se dara, agora ou no futuro, dependendo de uma determinada condi¢ao. (E) © tempo verbal empregado na frase _exprime incerteza (probabilidade, duvide, suposieao) sobre um fato pasado. Prova: Amarela Letras com habilitago em Lingua Portuguesa QUESTAO 15 Em "LJ 0 iPhone nasceu dez anos atrés © o diltvio comegou.” (4° §) , 0 aspecto verbal em destaque €: a 8) () (0) € Voligao. Resultado, Conagao. Incoagéo. Iminéncia. QUESTAO 16 A respeito da progressao textual, é correto afirmar que: a 8) © (0) © nos pardgrafos 6 a 10, 0 autor enalisa a compulséo pelo uso de smartphones, usando o recurso argumentative da analogia - @ narrativa de sua experiéncia de privacdo. 0.5" pardgrafo marca uma mudanga de ponto de vista am relagdo ao tema, ja que o autor faz uma revelagao importante: prefere 0 smartphone ao velho € bor coshilo. 0s nomes dos filésofos sao usados, no 12° paragrato, para reafirmar o poder dos smartphones em ativat ‘nossa reflexo, imaginagao, criatvidade e capacidade critica concluséo do texto, nos dois uitimos paragrafos, & de que no haveré salvacéo para ninguém - ja que 03, conferencistas também mergulhardo nos ectés dos smartphones. do 1° 20 4° pardgrafo, o autor se concentra no pessado para imaginar como seriam 2s conferéncias antigamente; falando sobre o presente @ partir do 6° pardgrafo, QUESTAO 17 Em "[.] 0 tédio sempre foi o grande terror dos homens ‘modernos,” (11° §), 0 verbo "ser" promove a construgao de predicado nominal, sem, no entanto, haver oulra possibilidade de concordéncia. Em qual opeao também 83 pode haver uma Unica construgao possivel para o verbo “ser? a) 8) () ©) © ‘Tudo eram smartphones em seus sonhos. Nao sei quem so 08 usuérios de smartphones. Eram perto de duas horas quando desligou o iPhone. Conexiio @ tudo, conexao ¢ as alegrias dos jovens. Foram nessas pesquisas que tivemos esses dados. cP-PMS/2017 Pagina: 6/13 QUESTAO 18 Considerando aspectos de coeréncia e coesto textuais, fem qual opedo 08 recursos utlizados estéo corretemente explicados? (A) No 4° pardgrafo, os déiticos “este” e “atrés” situam 2 ‘elocugao no temipo e apontam uma motivaggo para @ pprodugdo do texto. (8) No tiltime paragrafo do texto, em conformidade com 0 ‘que prescreve © padiéo culto do Brasil, o pronome relativo se refere 2 “encontro” (©) No. 12° parégrafo, 2 expresso “pensadores ‘canOnicos" remete, por retomada, @ "Schopenhauer ou Heidegger’. Os termos “toga” e “diltvio’, do 4° pardgrafo, ¢ 0 verbo “pregar” e 0 termo "clube", do 5° paragrato, Pertencem 2o mesmo campo seméntico, (©) No 10° pardgrafo, o pronome "me" ocorre duas vezes, “controlei-me" e “que me lessem’, com a mesma fungao sintética (0) QuESTAO 19 Marque a opgao em que o termo em destaque aparece coma posverbio. (A) “Eu também fago parte do clube que prefere [1 (5°8) (8) “Tempos atrés, esquecime do celular [..1.” (8°) (C) “{..] pedir 20 companheiro do lado para me emprestar Ll” (9°§) (0) ‘E de agitmos em conformidade.” (13°S) (€) “Lol prvados de pensar e sem nada para dizer [..]” (15°) questiio 20 Analise o fragmento a seguir. *O smartphone 6 0 Inimigo do tédio, ou da reflexéo, proporcionando uma festa permanente.” (3°§) A orago sublinhada no trecho acima é uma subordinada (A) adietiva explicativa reduzida de gertindio. (8) adjetiva restrtiva reduzide de gerindo. (C) adverbial causal reduzida de gertincio. (0) adverbial temporal reduzida de geriindi. (E) adverbial consecutiva reduzida de gerincio. Prova: Amarela Letras com habiltago em Lingua Portuguesa QUESTAO 21 Em relagdo ao Texto 2, marque a opgo correta. (A) Para defender sua tese, o autor nao emprega 0 recurso do argumento de autoridade. (8) 0 fenémeno da intertextualidade intergéneros ocorre no texto, que é uma narrativa produzida em forma de artigo. (C) Como o autor nao dialoga diretamente com o leitor, 1ndo ha verbos na segunda pessoa no texto. (D) A fim de garantir 0 carater impessoal do texto, situeges vivenciadas pelo autor. no sao mencionades. (E) © autor utiliza vocabulos de diferentes campos lexicais, como o campo da religiéo e o da ciéncia. QUESTAO 22 Em qual opgao hé um exemplo de silepse? (A) “Ou dormia @ escutava, em intervalos saudaveis.” (2° 9 (©) ‘1.10 letor sabe, todos sabemos dessa miserével privagso." (7° §) (C) “Telefonei para casa - de um telefone fixo, entenda - [.}" (10°§) (D) “Quando abolimos o tédio, e o “dom da escuta’ que 36 ole oferece [..)"(14°§) (E) “[..] a audiéncia que estar mergulhada nos ecris dos smariphones.” (15° §) QUESTAO 23 Lela o fragmento a seguir. “Imagino um encontro de siléncios, onde todos os presentes estardo ausentes - e 86 0 homem entediado tera chance de salvagao.” (16°) Marque a opgio em que o comentario acerca do fragmento acima esté correto. (A) 0 uso do travesséo se deve ao emprego de uma Crago coordenada aditiva depois de um adjetivo. (®) O ‘trecho possui duas figuras de linuagem: metonimia ¢ paradoxo, respectivamente, (©) Quanto aos aspectos coesives, © emprego dos Conectivos ocorreu somente por motivo de énfase. (0) A palavra “onde” assume cardter temporal, devido ao ‘seu relacionamento com 0 termo “um encontro” (©) A virguia e 0 travesséo podem ser dispensados do trecho, sem alteragées seménticas e sintaticas. cP-PMS/2017 Pagina: 7/13 QuEsTiio 24 Marque a opgdo em que 0 recurso de coeso empregado no trecho “Como seriam as conferéncias antigamente? O que fazia 2 audiéneia enquanto alguém falava no ‘Balanque?" (1°§) esta indicadio corretamente, (A) Retomada. (@) Ativago nao ancorada, (C) Substituigdo. (0) Sinonimia. (©) Ativagéo ancorada. QUESTAO 25 Em que opg8o 0 exemplo retirado do texto ilustra corretamente o comentario feito? (A) A conjungéo “e* pode estabelecer uma relagao de contraste: “Assisto a conferéncies e a moda nao ‘engana:[...}.” {1° §). A preposigao pode reger pronome pessoal: “Este seria 0 momento ideal para eu vestir a toga do moralista [..J." (4° §). © pronome ‘me" pode ser empregado como objeto direto: “Tempos atrés, esqueci-me do celular.” (8° §), @) © (0) © infinitivo pode constituir oragao reduzida: "Ter no bolso um aperelho que garante distragao [..1.” (11° §). (©) O sufeito de verbos intranstivos pode ser ume oragéo: ‘Acontece que o tédio tem as sues vantagens.” (12° §) QUESTAO 26 Em que opgo 0 comentério faito esté correto? (A) Em "A data, aliés, seria [...." (4° §), 0 termo entre virgulas 6 empregado para introduzir uma retificagao. (B) A frase “L..] 0 iPhone nasceu dez anos atras [...." (4° §) no esté de acordo com @ norma culta, visto que 0 verbo *haver" foi omitide antes do numeral, Em ‘Infelizmente, ndo posso pregar.” (5° §), 0 advérbio "Infelizmente” 8 utllizado em referéncia ao verbo da oracéo. A preposipao "sobre" tem o mesmo valor semantico em ‘[..] sobre 2 nefasta tecnologia.” (4° §) e "[..] sobre a matéria [..1” (12° §). O emprego do artigo definide obrigaterio em “[.. ‘onde todos os presentes estardo ausentes.” (16” §) © (@) © Prova: Amarela Letras com habilitago em Lingua Portuguesa QUESTAO 27 Em relago ao poder de persuasao do texto, marque a ‘opgéio em que o comentario corresponde corretamente a0 trecho destacado. (A) ‘Assisto a conferéncias © @ moda ndo engane: metade da sala (no minimo) esté com @ cabeca enfiada em smertohones." (1° §) - fundementagdo \6gica, *O problema se agrava quando somos privados da nossa dose - ¢ eu sei, 0 leitor sabe, todos sabemos dessa miserdvel privagdo.” (7° §) - apoio na consensualidade. “Verdade: 0 tédio sempre foi o grende terror dos. homens modemos. Ter no bolso um aparelho que garante distragao € @ melhor forma de afastar 0 fantasma." (11° §) - raciocinio circular, "86.0 tédio, escreve ele, ¢ cepaz de sinalzar a existéncia de um problema entre nos e o mundo, tédio € a ‘suspensdo da suspensdo' [..” (19° §) - comprovacdo pela experiencia, “Imagine um enoontro de siléncios, onde todos 08 presentes estarao ausentes - e s6 0. homem entediado teré chance de salvagto.” (16° §) - prospecgao de realidade, (8) © oO (e) QUESTAO 28 Leia otrecho @ seguir. |] lengando raios homéricos sobre a nefasta tecnologia.” (48) Assinale a opgo em que os termos substituem, respectivaments, as palavras sublinhadas no trecho cima, sem prejuizo de sentido. ay 8) ©) (0) © fantasticos / danosa prosaicos /irrelevante ‘caprichosos / sinistra poéticos / extraordingria incomuns / estupefaciente QUESTAO 29 Em que opeo hé prediominio da linguagem denctativa? a ®) © 0) «€) *O smartphone é 0 inimigo do tédio, ou da reflexo, proporcionando uma festa permanente [..)” (3° §) “Este seria o momento ideal para eu vestir a toga do moralista vulgar [.J.” (4° §) “Quando dei conta do estrago, uma inquictude foi crescendo com o passar das horas.” (8° §) “ainda pensei em pedir 20 companheiro ao lado para me emprestar o smartphone dele.” (9° §) “No futuro, nao sera apenas a auciéncia que estara merguihada nos ecras dos smartohones.” (15° §) cP-psi2017 Pagina: 6/13 QUESTAO 30 Todas as opgdes tem o mesmo referente no texto, EXCETO: (A) “o fantasma” (11° §) (B) “suas” (12° §) {C) “dito-cujo" (12° §) (D) “ele” (13° §) (E) “uma forma terapéutica® (13° §) QUESTAO 31 Em qual_opgéo hd um adjetivo empregado com valor adverbial? ay i dormia e escutava, em intervalos saudaveis." (2° ) "Este seria o momento ideal para eu vestir a toga do moralista vulgar [..." (4° §) "L.] uma espécie de recompensa neurobiolégica muito semelhante a um viciado.” (6° §) “[.] na auséncia de bebidas legais, comegam a despejar perfume pela goela,” (9° §) (E) ‘Nenhuma delas era urgente, sequer interessante.” (10° §) 8) ) (D) QUESTAO 32 Tendo em vista as regras de emprego da virgula, qual ‘opgao esta correta? (A) Pode haver virgula entre as oragées coordenadas em “Assisto a conferénoias e a moda néo engana: metade da sala..." (1° §). Em "Hoje, ninguém dorme." (3° §), a presenga da virgula dé'um cardter informal ao texto, visto que nao € recomendada pela norma cult. E obrigatério 0 uso da virgula para separar oragdo adverbial, antecipada ou néo, como em “Quando dei conta do estrago, uma inquietude foi crescendo com 0 passar das horas.” (8° §). ‘A inclusdo de uma virgula apés a oracéo principal no causa alteragdes _sintatico-semanticas. em "EU também fago parte do clube que prefere o ‘smartphone ao velho e bom cachito.” (5° §). Em “Telefonel para casa - de um telefone fixo, entenda - ¢ pedi, com um iiltimo folego, que me lessem as novidades do bicho.", a virgula apés o verbo pode ser omitida. (10° §) (B) (©) (D) (e) TEXTO 3 (Quest6es 33 a 47) Diciondrios Um dicionatio @ como uma constituigéo. Ao mesmo tempo um guia pratico do que pode e do que néo pode, um livro de instrugées para o entendimento social e a solenizagdo da experiéncia comum de uma nagso, no caso a experiencia da mesma lingua. Portanto, além da impresséo de completude (que tem no “Houaiss" mas nao tem no "Aurelio", que ter “completitude"), um dicionério precisa dar Prova: Amarela Letras com habilitagéo em Lingua Portuguesa uma impress8o de monumentalidade. Mesmo que, como a Constituigo, ele também saia em versbes de bolso e em CDs, precisa ter uma versto oficial com peso, durabilidade e grandiosidade - nada, enfim, para se ler na cama sem o risco de afundar 0 estero. E tanto o "Houaiss” quanto 0 “Aureliao’ tam este aspecto solene de algo que chegou para ficar - a0 contrério das constituigdes brasileiras, que tem a solenidade mas nao tém a permanénola, Discute-se 0 que deve estar na Constituigao e 0 que deve ser regulado por fora, e é a mesma discussto sobre que palavras merecem ser “ofcializadas” num dicionario, ou sobre quando um estrangelrismo, um neologismo ou uma giria podem sair da clandestinidade e ser enquatrados nas leis da lingua. A gltia, principalmente, @ um problema. Encontrar uma girla que caiu em desuso e continua no dicionario (como “brasa” usado como elogio) provoca 0 mesmo sentimento mais ou menos melancdlico de encontrar artigos na Consttuigo brasileira como os que estabelecem 0 limite dos juros e 0 que um salério minimo deve valer - aquele seritimento de brasiitude (palavra que néo tem nem no "Houalss" nem no “Aurelido" e que se existisse significeria, “prasilidade” mas no mau sentido). Nos dicionarios, como nas constituigées, hd coisas que a gente nem imagina que existam. E 0s dois estdo cheios de regras inaplicaveis © palavras dificeis significando nada. A primeira definigo do “Housiss" pera “saudade’, a palavra de que o Portugues mals se orgulha, & "sentimento mais ou menos melancdico de incompletude” - 0 que nos leva, claro, a uma busca frenética sob 0 ‘I’, na secreta e maldosa esperanga de que 1ndo conste “incompletude”. Consta, Mas 0 "Aurelio" nao tem “incompletiude’. Sei que j& houve reclamagdes, mas ‘incompletude" € um sentimento que ninguém pode ter depois de folneer 0 “Houaiss" (cuja prondncia certa, segundo ‘0 Joaquim Ferreira dos Santos, deve lembrar varios mineiros ‘se espantando ao mesmo tempo), ou apenas, como eu fiz, pular, criicamente, de "a" @ "zzz". 86 pelo peso dé para ver ‘que nao falta nada, Sim, de “a® a "zzz". O timo verbete do "Houaiss” é "zzz", “interjetivo, p. ex, em legendas de histérias em ‘quactinhos”. O ruldo que as pessoas e os animais fazem nos quadrinhos quando esto dormindo, O que me fez proourar “argh’, ruldo de initagdo, "bleargh* ruldo de vémito, “cof, cof” ruldo de tosse, “grr’, ruido de raiva, "pat ou "pat" ou “po, ruidos de soco, também cos quadrinhos. Sem sucesso. "Bang’, tuido de tio ou exploséo, tem, e 0 seu abrasileiramento “bangue’, e "bangue-bangue” como sinénimo de "faroeste’. Mas por que outras convengées terjetivas no tiveram a mesma consideragso de ‘zz2"? Desconfio que os trés zs entraram no fim de improviso e por charme, um pouco como garis sambando atrés da escola luxuosa que pessou, @ que acabam sendo a coisa mais memorével do desfile. Ou um toque final de simpética frivolidade para mostrar que os autores também tm senso de humor, € que pode haver mais riso num dicionério do que ‘0 "qua-qué-qua’ entre “quapoia’ e “quéquer’, Ou apenas uma provocagéo do “Houalss’ com o principal concorrente, que Jomais se lembraria de listar "zzz" como palavra, Uma brihatura pera deixar o ‘Aurelido" fazendo "gm. (VERISSIMO, Luis Fernando. Dicionérios. In: COELHO NETO, Aristides. Além da revisdo: criterios para revisdo textual. 3. ed. DF: Senac, 2013. p. 84-85.) CP-PMSI2017 a: 913 QUESTAO 33 Observe os trechos abaixo, retirados do 1°6. [+ "LJ (que tem no ‘Houaiss’ mas no tem no ‘Aureliéo” Ll IL "E tanto © ‘Housiss’ quanto o ‘Aurelio’ tem esse aspecto solene [..1.” As formas verbais “tem” © "tem" tiveram suas grafias anteriores mantidas pelo Acordo Ortogréfico da Lingua Portuguesa, assinado em 1990 e promulgado, no Brasil, fem 2008, Em relaco a esse acordo, marque a opg30 corrata. (A) Os vocabulos derivados eruditamente de nomes proprios estrangeiros alterem sues combinagdes graticas ou sinais diacriticos no pecullares & nossa esorita (8) Os verbos em "OAR" distinguer-se praticamente dos verbos em "-UAR" pela sua conjugagso nas formas rizot6nicas, que tém sempre *O” na sllaba acentuada. (C) Néo se acentuam graficamente os _ditengos representados por "EI" e “Ol” da silaba tonica, dado que existe oscilagéo de fechamento e abertura na articulagao. (0) As vogais ténicas grafadas “I' e *U" das palavras oxitonas e peroxitonas sempre levam acento agudo quando antecedidas de uma vogal. (E) Emprega-se 0 hifen nas formagées em que o prefixo termina em vogal e o segundo elemento comega por 'R' ou “S", pratica generalizada nos campos cientifico e técnico. QUESTRO 34 Quanto aos processos de formagao de palavras do texto, assinale a op¢do correta. (A) © sufixo nominal -tude, que forma “completude" “completitude” (1° §), tem conotagao negativa. (8) 0 neologismo “brasiltude” (2° §), criado pelo autor do texto, opde-se a termo ja existente da lingua. (©) 0 substantivo “monumental” une-se 20 sufixo -idade para formar ‘monumentalidade" (1° §). (0) © sufixo -c20 adiciona-se @ verbos da segunda conjugagéo, formando —substantivos. como *solenizacao" (1*8) {E) Assim como “desuso" (2° §), ‘incompletude” (2° §) é formada por parassintese. Prova: Amarela Letras com habilitag3o em Lingua Portuguesa QUESTAO 35 Ani o fragmento abaixo. “[..] um livre de Instrug6es para o entendimento social ¢ a solenizagso da experiéncia comum de uma naeso.” (1°§) Assinale 2 po em que as fungdes sintaticas dos termos destecados no fragmento acima estéo corretamente indicadas, respeotivamente, (A) Aposio especificativo / complemento nominal (8) Complemento nominal / adjunto adnominal (C) Adjunto adnominal / aposto especificativo, (O) Adjunto adverbial / complemento relativo. €) Agjunto adnominal / aposto especificativo. QUESTAO 36 Lela os fragmentos abaixo, retirados do 2°§. + ‘'Nos dicionarios, como nas consttuigdes, ha coisas que 2 genie nem imagina que exisiam. E os dois estdo cheios de regras inaplicavels e palavras dificeis significando nada.” Il. “A primeira definize do ‘Houalss’ para ‘saudade’, a palava de que o Portugués mais se orguiha, & ‘sentimento mais ou menos melancdlico de incompletude’ - 0 que nos leva, claro, a uma busca frenética sob o '’, na secrete e mallosa esperanga de que no conste ‘incompletude’. Consta." Quanto aos processos de encadeamento, que relagdas so eslabelecidas entre os periodos de cada fragmento ‘cima, respectivamente? (A) Generalizacdo e interpretagao diagnéstica (8) Conjungao de argumentos e contrasts adversativo. (©) Exemplificagao e agrupamento metalinguistico. (0) Modalizagao da forga llocuciondria e comentario, (€) Disjungao argumentativa e especificacéo, cP-PMS/2017 Pagina: 10/13 QUESTAO 37 No trecho abaixo, hé um exemplo de emprego do hifen. “ ‘Bang, ruido de tito ou explosao, tem, e 0 sou abrasileiramento ‘bangue’, ‘banque-banaue’, como sindnimo de faroeste’." (3° §) Marque @ opgdo em que todas as palavras estéo corretamente grafadas quanto ao uso ou & auséncia do hifen (A) pote-avbes / aftdescendente / makizer / quéo / Roteviograndense (B) primeiro-ministro / zum-zum / Cabo Verde / eletro-actistico / autodata (C)_afro-asiético / zunzunar (verbo) / Guina Bissau / interracial / autossuficiente (0) vaga-lume / lenga-lenga / eurodeputado / mal-de-Alzheimer / pseudoteagso (©) mesaredtda / paraquedas 1 bem-szer (vette) | ‘supraesofgico / antiidade QUESTAO 38 Marque @ opgo em que 0 comentario sobre o techo “E tanto 0 ‘Houaiss’ quanto o ‘Aurelio’ tém este aspecto solene de algo que chegou para ficar - a0 contrario das constituigSes brasileiras, que tém a solenidade mas nao tém @ permanéneia.” (1°8) esta correto. (A) 0 autor iguala dicionérios € constituigbes quanto & perenidade. (8) A comparagéo entre dicionérios © constituigSes & implicta (C) 0 autor subentende uma critica as consttuigses brasileiras. (0) As informagdes explicitas no trecho sintetizam a tese do autor (E) As palavras empregadas no trecho subentendem um vis sentimental QUESTAO 39 Assinale a op¢&o em que o sufixo da palavra apresentada possui valor igual 2o da palavra “brilhatura" (3°6). (A) Dentista. (3) Livan. (C) Folhagem. (©) Lagada (E) Beleza. Prova: Amarela Letras com habiltagao em Lingua Portuguesa QUESTAO 40 Lota 0s trechos abaixo, retirados do 3°§, | ‘Uma_brilhatura para deixar o ‘Aureligo’ fazendo ‘orrr.” Ne ‘Sim, de ‘a’ a ‘zzz’. O ultimo verbete do 'Houaiss' € "zzz, ‘interjetivo, p. ex., em legendas de histérias em quadrinhos’.” Que recursos expressivos estéo presentes nos trechos citados, respectivamente? (A) Catacrese / Sinestesia, (B) Zeugma / Catacrese. (C) Metonimia / Sinestesia. (0) Prosopopaia / Onomatopeia, (€) Metéfora ! Onomatopeia, QUESTAO 41 Que tipo textual 6 predominante em um verbete de diciondrio? (A) Narrativo. (8) Descritvo (C) Argumentativo. (©) Exposiivo. () Injuntivo. QUESTAO 42 Leta 0 trecho abaixo. ‘Mesmo aue, como a Constitui¢éo, ele também saia em vers6es de bolso e em CDs, [..." (1° §) Em qual opeio a substituigao dos conectivos destacados acima manteria 08 sentides estabelecidos palo texto? (A). Embora / segundo. (8) Ainda que / consoante. {G) Conquanto / tal qual. (0) Porquanto / tanto quanto. (€) Portanto/ assim como. cp-pMs/2017 Pagina: 11/13, QUESTAO 43 Lela 0s excertos abaixo. *[.-[ nada, enfim, para se ler na cama...) (18) “[..] que jamais se lembratia de listar ‘222’ [1° (3°) Marque @ opgiio em que a afirmagso sobre a colocagéo dos pronomes étonos nos fragmentos acima esta correta, (A) @) () © © Em |, licito usar indistintamente; em Il, colocagao senéo a préclise. Tanto em I quanto em Il, a colocago pronominal nao 6 fixa, podendo-se optar pela proclise, pela énclise ou pela meséciise ‘Somente em I ¢ obrigatéria a préclise: em Il, € correto usar tanto a préclse quanto a meséciise, igualmente, E obrigatéria a préclise em | por causa des palavras que antecedem 0 verbo; em Il, aceita a préciise ou amesécise. Em | e ll, 2 colocagao pronominal & fixa, ocorrendo por isso, no contexte, o emprego da proclise. a proclise ou a énclise no esta correta outra QUESTAO 44 Em “Desconfio que os trés z8s entraram no fim de improviso e por charme, um pouco como garis sambando atrés da escola lueuosa que passou [..." (3° §), 0 autor langa mao de que estratégia para aumentar sua eficacia argumentativa? “a (8) © (2) «) Desfocalizagao. ‘Simplificacao. Lexicalizagao. ‘Sumarizagao. Analogia. QUESTAO 45 Em que opg8o 0 verbo “haver" NAO admite a forma plural, come em ‘Nos dicionérics, como nas constituigées, hé colsas que a gente nem imagina que existam.” (25)? (A) (B) (c) (2) © Os dicionérios um dia haverio de inclir todas as palavias criadas pelos usuarios. ‘As palavras antigas houveram-se com sucesso antes dd serem cicionarizadas, Os autores dos dicionérios houveram-se com os usuérios ao incluir novas palavras. No passado, houveram varios grandes escritores da lingua que eram intuitivos. Os usuarios ho de apropriar novas palavras antes de 0s autores as reconhecerem. Prova: Amarela Letras com habilitagao em Lingua Portuguesa QUESTAO 46 ‘Observe 0 uso da pontuacao no trecho a seguir. “[-J ‘interjetivo, p.ex,, em legendas de histérias em quacrinhos’.” (3°§) ‘Quanto a0 emprego das aspas, que regra 0 autor usou esse trecho? (A) As aspas foram usadas para acentuar 0 valor significativo de uma palavra ou expresséo. (B) As espas dao ao trecho um sentido particular, que na fala receberia entonago especial (©) As aspes servem, no trecho acima, para realcar ironicamente uma palavra ou expressao. (0) As aspas fazem sobressair termos nao peculiares & linguagern normal do autor do texto. (€) As aspas foram usadas no inicio € no fim de uma citago pare distingui-le do resto do contexto. QUESTAO 47 Assinale 2 opcao que apresenta a afirmativa correta sobre 08 verbos empregados no texto. (A) "Discute-se o que deve estar na Constituigdo [..]” (2° §)- 0 verbo “estar” funciona como auxilia. (B) “Ao mesmo tempo um guia pratico do que pode e do que nao pode [...." (1 §) - 0 verbo "poder" funciona como transitive relatvo. (©) "L..J para mostrar que os autores também tém senso de humor [..1.” ( 3° §) - 0 verbo “ter” é intransitive como em otras ocorrénolas do texto. (©) “Lile que pode haver mais riso num dicionéro {..1.” (3° §) - 0 verbo ‘poder’ é o principal, sendo possivel sua flexdo, (E) “LJ completude (que tem no ‘Houaiss’ mas nao tem no ‘Aurelio’ [.." (1° §) - 0 verbo “ter” marca Interferéncia da coloquialidade no texto. cp-pMs/2017 Pagina: 12/13, QUESTAO 48 Considerando 0 fendmeno da variacao linguistica, assinale 2 opgdo que completa corretamente, na ordem em que se apresentam, as lacunas das frases ababeo. I AS vatiagSes de uma regio para outra séo denominades veriantes le AS veriagdes de um grupo social para outro S80 chamadas variantes lil As variagées em telagdo a diferentes situagdes de comunicagao so. denominadas—_variantes Iv. A Tingua também muda ao longo do tempo. As variagées de uma época para outta s8o chamadas vavientes (A) diatépicas / diastraticas / diafésicas / diacrénicas (B) diastraticas / diatopicas / diafésicas / diacrénicas (©) diatépicas / diastraticas / diacrénicas /ciafasicas, (D) diastraticas /diatépicas / diacronicas /diafésicas, (©) diafasicas / diacrénicas / diatopicas /ciastraticas, QUESTAO 49 “Quando se defende 0 ponto de vista de que 0 homem deve buscar o amor e a amizade, néo se pode dizer em seguida que nao se deve confiar em ninguém @ que por isso € melhor viver isolado.” (FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Plato. Para entender o texto: leitura & redagao. 17° ed, SAo Paulo: Atica, 2007. p. 264) ‘A que tipo de coeréncia se refere o trecho citado? (A) Narrativa (B) Seméantica, (©) Figuratva (0) Pragmatic. (E) Argumentativa, QUESTAO 50 Em relagao a forma que assumem os pronomes obliquos, qual op¢ao apresenta uma substituigéo correta? (A) E melhor um emante sem paixéo, pois isso vai possibiltar uma amizade duradoura/ melhor um ‘amante sem paixéo, pois isso vai possibiltar-a (8) Chamarem os sentimentos sobre os quais onversavam de amor/ Chamaram-os de amor. (©) Fizeram a conversa girar sobre os textos escritos por Drummond./ Fizeram a conversa girar-Ines. (0) A estrada val levar Fedro e Sécrates 20s campos. / A estrada vai leva-los aos campos. (E) 0 apaixonado € um doente que quer o amado como joguete/ O apaixonado é um doente que quero como joguete. Prova: Amarela Letras com habiltagao em Lingua Portuguesa cP-PMS/2017 Pagina: 13/13, 3. e 10. INSTRUGOES GERAIS AO CANDIDATO Veriique se prova recebida e a folha de resposlas sé da mesma cor (consta no rodapé de cada fla a cor corespondente) e se ndo faltam questées ou paginas, Escreva eassine coretamente 0 seu nome, cologue o seu nimero de insciglo eo digo verticador (OV) apenas nos locas inccados; temgo para a realzardo da prova seré de 4 (quatro) horas, incundo o tempo necessrio & mercapéo des respostas na folha de rospostas, e no sera porrogedor So nice a prova ands ser autorizado pelo Fiscal, nteompendo @ sua execugto quando deterninado; Iniciada @ prova, no haveré mais esclereciments. O cancidato somente podera deixar o seu lugar, devidamenteautorizado pel SupenisosFiscal, para se ‘elias deinivamente do recinto de prova ou, nos casos abziro especticedos, devidamenteacompanhado por mila designado para esse in - alendienio médco por pessoal designado pela NB; “fazer uso de barheit; © = casos da orga maior, comprovades pela supenisio do certame, sem que aconlegsaida da érea crcunscria para arelizacBo da prova. Em nenhum dos casos haveré prorogaga do tempo destino @ realizado da prova, em caso de reliada defntva do recnto de prova, esta sed corigida até onde foi soluconada; Use caneta esterogrfca preta ou aul para preencher a fclha de respostes; Confira nas fohes de questGes as resposlas que voce assinaiou como coretas anles de marcéles na foha de resposas. Culdado para no marca duas pies para uma mesma questo na fola de resposias (a quest ser pena, Pera rescunho, use 0s spaces disponiveis nas folhas de questées, mas sé sero corldas as respostes marcadas na fla de respostas, (tempo mnie de permanéncia dos candids no recinto de eplicarso de rovas 6 de 120 minuos. ‘Seréciminada sumariamente da processo slefvolconcurso e 2s suas provas nao sero levadas em consieragéo, 0 candidate que: 2) dar ou receberauxio para 2 execugéo de qualquer prova; 0) ullizerse de qualquer material ndo autorizedo; }__ destespeitar qualquer prescigaoreaiva& execurao das proves; 4) escrevero nome ow invoduair marcas identiicadorasnoutro ugar que ndo determinedo para esse fm; 9} comeler ato grave de ncscpling; © 4) comparecer ao local de reaizagzo de prova aps 0 horéro prevsto para ofechamento ds pores InstugSes para 0 preencrimento da fla de respostas: 2}, use canetaesterograia azul ou pra; b}_escreva seu nome em letra de forma ne loca indcado; c}_assineo seu name no lea indiad; 4} no campo inscrigao DY, eserava o seu nimero de insorigao nos retangules, da esquetda pare a diet, um digto em cada retinguo. Escova o digo ‘correspondente do DV no dtm reténauo, Apés, cube tod 0 ciculo coraspondente a cada nimero. Nao amasee, dobre ou rasquea folha de respostas sob pena de ser eelada pelo equipamento della aca; e 8} _ Sb sor parmitida a roca de fla de repostas a 0 inicio da prava, por motivo de erro no preenchimento nos campes nome, assinatura © némero de insorgo,sendo da intra responsatiidace do candidalo qualquer ero cu resura na eferida fala de resposts, apts nici da prov. “14 - Procure preencher a folna com atengé de acordo crn o exemple abaixo! 6 Wore ROBERTO SILVA Fa | 12 Néo seré peimitd levar a prova apds sua tealzaySo. O candldato esta auorizedo a ranscrever as suas respostes, dir do horério destinado & solugdo da prov uflizendo 0 modelo imgresso no fim destasinstrugbes para posterorconferéncia com o gabatito que sera dvugado. E proba a ullzeeao de qualquer ‘outro too de papel para anotazao do gabart, ‘ANOTE SEU GABARITO PROVA DE COR, T[2[sT eset 7 [sl slo Tale eee Tl ele alae Bla es Ba |s| S| H|H| 2S M|S) w/a] BS O|N| S| S| 4) S| S| 7 S| wl w

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