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Se de todo existe sentido entre a palavra e a ideia, ou debaixo delas, ou acima, ou de lado, à

frente ou por detrás, não sei. O que sei é que entendo a poesia como um exercício de....
travessia. Atravessar numa casa é como descobrir uma história, perceber uma existência,
desfrutar de uma experiência. Casa e poesia se juntam sem nem sequer procurarem-se
para tanto. Não há um a priori, existe o momento e o esforço do poeta é tentar transformar
esse momento em palavra e com ela sonhar com a reconstrução de uma realidade: etérea,
volátil, inconsútil, inefável. A pretensão existe, tem que existir, caso contrário, não haveria
o percurso da consolidação dos modelos, dos mitos, dos programas, das poéticas que
disseminam o mesmo, sem pecar pela repetição. Ou por outra, se se repetem renovam o
passo que acabam por aportar na mesma orla batida pela maré: o desejo de dizer alguma, o
que quer que seja.

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