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Liberalismo

Gabriel

1- Uma difícil Definição.

Não há um consenso quanto uma definição comum do liberalismo, seja


entre os historiadores ou entre os cientistas políticos, isto ocorre devido
uma tríplice de motivos. Em primeiro lugar a historia do liberalismo se
mistura com a história da democracia tornando difícil diferenciar o que
existe de liberal do que existe de democrático. Além disso, o
liberalismo se manifesta nos diferentes países em tempos históricos
diversos, como exemplo podemos comparar a data da revolução gloriosa
da Inglaterra de 1688 com a revolução russa de 1905. O terceiro fator é
que o Liberalismo enfrentou problemas específicos entre os diferentes
países, de forma que o termo pode ter diversos significados distintos. Ex:
(O liberalismo pode indicar um movimento, ideologia, metapolítica,
estrutura institucional específica ou a reflexão política por ela
estimulada). O Liberalismo é a menos exportável entre as ideologias
nascidas na Europa, e é a única ideologia européia que não consegue
realizar seu potencial cosmopolita.

2- O Adjetivo Liberal

O liberalismo é um conjunto de ações e pensamentos ocorridos num


determinado momento da história, é um fato histórico.
Ao nível historiográfico o liberalismo trata de todos aqueles conteúdos
que carregam a marca de liberal, ou de forma explicativa, como um
critério para entender um período ou uma época. A aceitação acrítica do
termo pode conduzir-nos a perigosas conclusões, focalizando mais
grupos e partidos que se definem liberais ou as idéias que se
autodefinem liberais devido a alguns fatores.

Nem sempre grupos e partidos que se inspiravam nas idéias liberais


tomaram o nome de liberais e nem sempre os partidos liberais
desenvolveram uma política coerente com os princípios liberais, além
disso, nota-se que partidos com nome e idéias liberais tem posições
bastante diversificadas podendo ser conservadores, centristas,
moderados, progressistas. Até hoje a palavra liberal assume diferentes
conotações conforme o país.

É necessário, portanto utilizar uma ótica que focalize não apenas os


grupos, idéias ou a era Liberal, mas sim o Estado Liberal, passando das
partes para o “Todo”. Ou seja, o liberalismo não é apenas uma simples
ideologia política de um partido, mas sim uma idéia encarnada em
instituições políticas e estruturas sociais.
Belissa

LIBERALISMO E CIVILIZAÇÃO MODERNA

O Liberalismo é fenômeno que caracteriza a Europa na Idade Moderna. Para


melhor compreender, ou interpretar este processo, analisa-se este a partir de duas
interpretações. A primeira seria a interpretação temporal, esta procura interpretar o
espírito de uma época, sua gênese. A segunda seria a interpretação estrutural, esta
procura interpretar as estruturas, as instituições, sejam elas institucionais, ou sociais.

A interpretação temporal procura analisar o Liberalismo a partir da nova


concepção do ser humano moderno, caracterizado pela ruptura com a Idade Média.
Este período altamente influenciado pela renascença, posteriormente pela reforma,
tendo seu ápice no racionalismo, representa a mudança na perspectiva do ser
humano, em que se passou de uma idéia teocêntrica, para uma perspectiva
antropocêntrica. As origens do liberalismo coincidem com a própria formação da
civilização européia. Neste modelo de interpretação podem-se identificar dois
enfoques, sendo o primeiro filosófico e segundo político. Enquanto o enfoque filosófico
privilegia-se o desenvolvimento progressista do ser humano, o enfoque político é
apresentado como uma ruptura com sistema Aristocrático, consagrando a sua
liberdade. As duas grandes etapas que caracterizam a maturação do liberalismo são:
o debate a cerca da liberdade religiosa, com necessária separação entre o político e o
religioso. A interpretação temporal do Liberalismo encontrou sua plena verdade e
superação no socialismo, este sendo fruto da modernidade.

Já para interpretação estrutural, o fim do Liberalismo será um fenômeno de


autodestruição, e coincide com a crise da Europa. Assim, o Liberalismo transforma-se
em Fascismo, regime antidemocrático. Neste modelo encontram-se dois aspectos do
capitalismo. O primeiro é caracterizado pelo acumulo de capital pelo indivíduo, o
Estado permanece neutro. Enquanto que no segundo, prevalece o capitalismo de
Estado, eliminando a liberdade, caminhando para sociedade global da pura
dominação.
Renata

As etapas do Estado Liberal:

O liberalismo teve sua origem na passagem do constitucionalismo


medieval para o moderno atingiu seu apogeu no período da revolução
democrática e entrou em crise com o advento dos regimes totalitários ou
dos Estados assistenciais. É possível identificar duas constates na
existência de épocas liberais, uma a nível institucional outra a nível
dos conteúdos ético-político.Do ponto de vista institucional o Liberalismo
se configura como a racionalização, na Inglaterra do constitucionalismo
medieval na América, ou como a tentativa na França de realizar antigas
instituições num primeiro momento de projeta-las de acordo com modelos
racionais num segundo momento ou na Alemanha como tentativa de
racionalização jurídica do Estado absoluto ou como a reinterpretarão da
antiga Estrutura social por categoria no contexto de um Estado
orgânico.Quanto aos conteúdos ético-político, estes foram vivenciados pelo
Liberalismo de maneiras diferentes de acordo com os diversos momentos
culturais que a ele se relacionam cronologicamente./ a Renascença, o
Racionalismo, o Utilitarismo. O Historicismo/.

A concepção liberal é essencialmente competitiva visto estar


orientada a colocar os indivíduos na condição máxima de auto – realização,
de onde adviria um bem para toda a sociedade.O primeiro desafio e
caracterizado pela transformação da monarquia constitucional
medieval em monarquia absoluta e burocrática.O segundo desafio
atinge o liberalismo no poder e coincide com o advento da
democracia.

Na Idade Contemporânea temos duas formas de liberalismo


bastante diferenciadas entre si a ocidental e a oriental. O Liberalismo
ocidental apresenta-se unicamente como meta político e pré-partidario.O
Liberalismo do Leste /ou oriental/ nasceu como tentativa para superar a
solução totalitária que o socialismo teve nestes paises na convicção de que
o socialismo poderá ser concretizado somente pelo reformismo liberal.

O Estado Liberal : Hoje: Entre Neocorporativismo e Mercado.

Para concluir acerca da atualidade do Liberalismo podemos tomar


como ponto de partida uma afirmação de Keynes.
As forças políticas — como a social-democracia — que pretenderam, desde a
segunda guerra mundial, cultivá-lo e embelezá-lo, parecem também elas esgotadas.
O que então escrevia Keynes a propósito do liberalismo histórico aplica-se hoje,
palavra por palavra, a estes socialistas de mercado:

"Os objetivos políticos que mobilizavam os partidos no século XIX


(substituamos por século XX) estão tão mortos como o cordeiro
servido na semana passada, quando equacionamos as perguntas
sobre o futuro, as que não encontraram lugar nos programas dos
partidos cujos velhos programas cavalgaram. (...) As razões
positivas para se ser liberal (substituamos por "social-democrata")
são bastante mais débeis hoje em dia. Por vezes é mais uma
coincidência de acontecimentos ou de recordações históricas, e não
uma divergência política ou um ideal próprio que separa hoje um
jovem conservador progressista do liberal (do socialista) médio. Os
velhos gritos de guerra foram postos em surdina ou reduzidos ao
silêncio"(4). A prova: Kouchner, Besson, Jouyet, Rocard — em
actualização.

A luta contra a pobreza a fim de concretizar a liberdade da


necessidade, nem sempre teve como resultado um crescimento na
participação política: na pratica, o tempo livre dos cidadãos foi favorecido
bem mais que a vivencia concreta de suas liberdades polítias formais, o
lazer prevaleceu sobre o compromisso.

A luta contra a ignorância alcançou em alguns paises sucessos


extraordinários quer pela ampliação das estruturas educacionais quer pela
vastíssima difusão dos mass media. Porém também esta luta não tornou o
homem substancialmente mais livre em suas relações com a sociedade, em
comparação com os tempos em que suas culturas era fundamentalmente
oral.

Enfim, a luta contra a insegurança para concretizar a liberdade


do medo, isto é, para amparar os indigentes e os desempregados, os
doentes e os anciãos, os marginalizados e os discriminados, provocou a
formação de um sem- numero de entidades e agencias burocráticas, que
administram os cidadãos, preocupando-se com a sua segurança e
desempenhando um papel anteriormente atribuído a sociedade civil.

O pensamento político Liberal atualmente tem consciência de que


para responder o desafio do socialismo tem que optar entre o Estado
assistencial e o Estado reduzido.A unica alternativa desta volta a
sociedade civil e ao mercado é o Neocorporativismo ou Estado de
corporações, que se baseia nas organizações dos grandes
interesses privados e na sua colaboração a nível político, nas
decisões estatais. Desse modo, tais organizações se incorporam no
Estado.

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