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TRE ae Z DERE METALLICA LIBRI XII> QVIz He ! ENGEXDuAR RESUMO Este trabalho pretende ser uma introdugéo ao campo de estudos de SISTEMAS MECANICAMENTE AGITADOS, buscando apresentar aos interessados de modo geral, as caracteristicas dos diversos equipamentos aplicados nesta érea, bem como os modelos de fluxos ‘nos vasos € tanques, € também, conceitos fundamentais, teoria de poténcia, cdlculo de capacidade de bombeamento, regime de fluxos, etc... Todos os assuntos relativos a esse campo sero apresentados neste trabalho de maneira sucinta, porém, abrangente. Espera-se que 0 mesmo seja para todos, uma ferramenta para estudos mais profundos. : Eng®. Luiz Carlos de Sousa Botelho ENGENDRAR ENG. ASSOC. LTDA EXGESDmAR a SUMARIO 7 I-RESUMO, i. 11- SUMARIO, ii. rn 1-INTRODUCAO - 1.1 — Agitagao e Mistura i 1.2 ~ Limites de Trabalho 2 - CONCEITUACAO PRELIMINAR, 2.1 - Terminologia, Nomenclatura ¢ Simbologia, 2.2~Definigdo de Fluido " 2.3 - Viscosidade 2.4 — Fluido Newtoniano 2.5 — Fluido Nao Newtoniano 2.5.1 ~ Independentes do Tempo . 2.5.1.1 — Pseudo Plisticos - 25.1.2 —Dilatantes aay 2.5.1.3 — Plisticos de Binghan 2.5.2 — Dependentes do Tempo 2.5.2.1 — Tixstropicos 25.2.2 - Reopéticos - 25.23 — Viscoelasticos : 2.6 — Escoamentos rit 2.7 -Turbuléncia 2.8 - Cavitacdo 2.9 — Dinamica de Particulas 2.10 ~ Velocidade Terminal de Particula 2.11 ~ Operagées Diferenciais com Vetores a 2.12— Continuum 2.13 — Campo de Velocidades 2.14 - Campo de Tensdes 2.15 — Equagses de Navier-Stokes 2.15.1 — Equacao da Continuidade (conservacao de massa) .} 2.15.2 — Equacéo do Movimento (conservagio do momentum) ) 3- TEORIA DE POTENCIA EM SISTEMAS FLUIDOS AGITADOS ) 3.1 Introdugao oy 3.2 — Anélise Dimensional Aplicada a um Sistema Agitado - Equacdes Navier-Stokes . 3.2.1 —Poténcia de Agitagio ~) 3.2.2 ~ Casos Limites i.) 3.2.2.1 — Caso Limite - Elevado NRey io 3.2.2.2 — Caso Limite - Baixo Nrey i) 3.23 — Velocidade e Bombeamento ’ i i- SUMARIO re ENGENDUAR, 3.3 — Andlise Dimensional Aplicada a um Sistema Agitado — Teorema Buckinghan PI 3.4 — Significado Fisico dos Grupos Adimensionais 3.4.1 — Nimero de Reynolds 3.4.2 — Numero de Bombeamento 3.4.3 — Naimero de Poténcia 3.4.4 — Niimero de Froude 3.5 — Relagao Entré os Grupos Adimensionais 3.5.1 ~ Niimero de Poténcia Versus Numero de Reynolds 3.5.2 - Niimero de Bombeamento Versus Numero de Reynolds 4 MODELOS DE FLUXOS EM VASOS/TANQUES AGITADOS 5-RELAGOES GEOMETRICAS 6- EQUIPAMENTO E COMPONENTES 6.1—Tangues e Vasos 6.2 — Forma do Fundo do Tanque 6.3 ~ Rugosidade da Parede 6.4~ Acess6rios 6.5 ~ Draft Tube 6.6 - Impelidores 6.6.1 — Fluxo Axial 6.6.2 ~ Fluxo Radial 6.6.2 — Outtos Tipos 7-AGITACAO EM SISTEMAS MONOFASICOS 8~AGITACAO EM SISTEMAS BIFASICOS 8.1 ~ Sistemas Sdlido-Liquido 8.2 — Sistemas Giis-Liquido 9- TRANSFERENCIA DE CALOR EM YASOS AGITADOS 10 - AGITAGAO DE MATERLAIS VISCOSOS E FLUIDOS NAO NEWTONIANO 11- PROJETO MECANICO DO AGITADOR 11.1 -Forga Hidréulica 11.2-Eixo 11.2.1 — Requisitos de Projeto 11.2.2 - Tensdes/Cargas sobre 0 eixo 11.2.3 ~ Cargas sobre os mancais 11.2.4 — Deflexdes 11.2.5 - Célculos 11.2.6 — Fadiga de materiais e Fraturas Il- SUMARIO ENGENDRAI f= Requisiius de Projeio (1.2. 113.3. Projeto do Cubo do Impelidor 11.4 ~ Estrutura de Sustentago do Agitador ~ 115 —Freqiiéncia Natural de Vibracao 11.6 - Acionador - 11.7 = Sistemas de Transmissio 11.7.1 - Redutores de Engrenagens i 11.7.2 ~Poliase Corteias 11.7.3 ~ Variadores de Velocidade 11.8 ~ Acoplamentos i 11.9 ~ Mancais z 11.9.1 ~ Maneais de Escora-Guia 11.9.2 ~ Mancais de Fundo 11.10 - Sistemas de Vedagao 11.10.1 — Caixa de Gaxetas - 11.10.2—Selo Mecinico - 2 — Projeto das Pay do Impelisior ~! 12 - MATERIAIS DE CONSTRUGAO 13 - APLICACOES 14—SCALE UP 1 al 15 - CUSTOS ' iv 1 INTRODUCAO 11 AGITACAO MECANICA [13] [7] Em muitas industries, a garantia de seus produtos esta diretamente ligada ao sucesso dos seus processos de fabricacdo e produgao. Quando um produto final ou intermedidrio depende de operagdes que envolvam MISTURA E AGITACAO, toma-se fundamental a correta especificagio destes equipamentos e/ou processos. As: técnicas de AGITACAO ¢ MISTURAS sao utilizadas num grande nimero de operac6es fisico-quimicas presentes em todas as industrias de transformacgo de materiais. Observamos a utilizagio das mesmas nas industriais, Quimica, Petroquimica, de Alimentos, Mineracdo, Farmacéutica, Cosméticos, de Tinta, Papel, etc... Estes procedimentos e praticas, so to difundidos que podemos afirmar que raramente a AGITACAO E MISTURAS esto ausentes dos processos industriais. Embora frequentemente confundidos, AGITACAO ¢ MISTURA nao sao sinénimos. Como acontece com as idéias comuns, estes dois termos sao entendidos como sendo a mesma coisa. A palavra MISTURA deve ser aplicada as operagdes onde temos componentes com distribuigao aleatoria, operagdes estas que procuram apenas reduzir ndo uniformidades ou grandes gradientes de composigio, propriedades ou temperatura. A MISTURA vista nestes termos, pode ser alcangada pela simples movimentagio do ‘material. A agio de misturar pode ser realizada de varias formas. Uma melhor compreensio, pode ser dada pelos seguintes exemplos: + Rotaco de um tambor que contenha areia, cimento, cascalho e 4gua, por um determinado tempo, como numa betoneira. + Transporte de dois gases diferentes por um mesmo conduto, objetivando sua completa mistura. Nestes dois exemplos 0 produto final € dito MISTURADO, embora uma amostra dos ‘gases seja mais homogénea que uma amostra de concreto. Ja a AGITACAO, é um modo muito particular de mistura. Este termo é usado para caracterizar uma movimentaco de material liquido que esteja contido num recipiente qualquer. wiz Um material homogéneo como por exemplo um tanque com agua fria, pode ser agitado, mas nao poderd ser misturado até que acrescentemos & ele um outro material com carcteristicas diferentes, tais como: + Agua quente * leo * Um material sélido, ou * Ocorra a dispersio de um gas neste meio Em resumo, MISTURA, € quando procuramos reduzir heterogeneidades entre fases, caracteristicas fisicas ou quimicas. Ja a AGITAGAO, quando queremos produzir movimento numa determinada fase, usualmente liquida, A agitacdo mecénica definidd dentro dos conceitos anteriormente expostos, pode ser encontrada em processos com uma, duas ou mesmo trés fases distintas dos seus componentes. As naturezas destas fases sio aquelas definidas na Tabela I, a saber; slida, liquida ou gasosa, salientando-se que de modo geral, nunca sc utiliza a agitacao mecinica nos processos onde a fase principal é um gés. ‘As tabelas Ie Il agrupa os principais casos de agitacdo mecanica empregados, seus meios, as operacées Fisico-Quimicas envolvidas, os tipos de impelidores recomendados ¢ as relagdes timas entie 0 didmetzo do impelidor e 0 didmetro do recipiente (vaso ou tanque). Embora tais tabelas nao pretendam ser definitivas e categéricas, sua anélise, mesmo que rapida dos diversos casos expostos, permite a classificagao do tipo de agitacio indicada para os mais diversos problemas existentes. Os meios chamados misciveis, siio em geral, a grande maioria dos casos encontrados quando da aplicago da agitagéo mecénica. —Neles, os fenémenos da difusao sio mais eficazes e facilmente obtidos. Sio eles caracterizados por operagdes hidrodinamicas tais como, bombeamento, circulacdo de produtos ¢ homogeneizacéo. —_Ressalva-se € claro, os casos onde os produtos a serem agitados forem de densidades ou viscosidades muito diferentes entre si. Nos meios imisciveis, a agitagio mecinica é caracterizada por operacées tais como; dispersao de liquidos, obtencao de emulsdes grosseiras e estéveis, etc Nos meios onde temos sistemas bifésicos sélido-liquido, a agitacdo mecanica tem como principal varidvel, a velocidade de sedimentagio das particulas da fase sélida, e seréo exigidos niveis de agitagio mais elevados, quanto maiores forem estas velocidades de sedimentagéo e suas concentragdes na fase liquida. 22 1-INTRODUCAO Ne ' 4 4 4 4 , 4 + 4 Js 4 a s 4 I + t Nos meios liquido-gés , a principal operagio hidrodinamica desejada, é a de promover a dispersio da fase gasosa n: a fase liquida. Estas operacées requerem elevado grau de turbuléncia ¢ cisalhamento por parte do Em alguns casos, onde a mistura possui um alto grau de coalescéncia, 0 fenémeno da turbuléncia e cisalhamenio pode ser predominante no sistema de agitagio, chegando a atingir niveis extremamente poderosos e violentos, principalmente nos casos onde se deseja dispersio fina ¢ estével de bolhas de gés num sistema de agitacdo. meio liquido. TABELA I _ PRINCIPAIS OPERACOES FiSICO-QUIMICAS ONDE 08 FENOMENOS DA AGITACAO INTERVEM . ‘Homogeneizacio Bombeamento Circulagao ‘Reagéo em fase homogénea Transferéncia térmica ‘Dispersao liquido-liquido Emulsées estéveis Reagio em fase heterogénea Extracdo liquido-liquido Transferéncia térmica Emulsificacao iniclar suspensio Manter suspensio Dissolugao Cristalizagao Redugio de particula Lavagem de particula Floculacao ‘Transferéncia térmica tamanho de Dispersio de gas em liquido Absorgao de gases em liquids Dispersio de gases. em liquidos Lavagem de gases Transferéncia térmica 3/12 1-INTRODUCAO, & : TABELA II ESCOLHA DE IMPELIDORES i PLICACAO. A ~Homogeneizacao em -Circulagio concentragao e temp. | -Impelidor tipo naval | (salvo oi -Manter em -Impelidor pertilado | entrada oy movimento | lateral ) as -Estocagem -0,3~0,65 (["Transferéncla | -Aquecimento “Impelidor naval | -0,3-0,65 térmica -Resfriamento | i : | -Reagio Quimica -Impelidor perfilado | -0,2~0,65 \ ~Dispesio ~Reagio quimica ~Turbina radial tipo | -0,1-0,5 -Estragio liquido/liq | Flat Blade(FBT) : -Lavagem : “Emulsificagio | -Pré-emulsificagao | “Turbina radial ipo | -0,1-05 ! -Emulsificagio Flat Blade (FBT) ’ grosseira és) -Emulsificagao j estavel | 5 “Reagio quimica ~Turbina radial ipo | 01-05 -Absorcio de gases | Flat Blade (FBT) a -Dispersio de gases | 3 cj -Lavagem de gases 4 -Oxigenacio/Aeragio eh -Hidrogenagio 5 “Iniciar e manter | -Manter suspensio | -Impelidor naval | -0,3-0,65 ' suspensio -Estocagem -Impelidor pas -Cristalizacao ~| planas inclinadas ) -Transporte (PBT) 4 -Impelidor perfilado 4) ~Dissolugao =Impelidor naval | -0,3~0,65 A | -Impelidor PBT x -Impelidor perfilado r “Iniciar e manter | -Manter suspensao | ~Impelidor naval O06 . suspensdes -Estocagem -Impelidor PBT 4 -Transporte -Impelidor perfilado 4 ~Dissolugdes -Impelidor naval | -0,3~0,65 4 -Impelidor PBT 4 -Impelidor perfilado “Incorporar sofidos | -Impelidor denteados | -0,3~0,60 A em meios liquidos _| tipo Cowles ae 42 e 1 EXeExXpmamt 1.2. - LIMITES DESTE TRABALHO [3], [4] Este trabalho abordara tio somente os sistemas onde hd 2 AGITACAO nos termos descritos anteriormente, em recipientes cilindricos verticais, ¢ possuindo como meio de movimentagéo do fluido nele contido, impelidores fixados & cixos verticais. Embora nio sendo abordados a AGITAGAO E MISTURA de fluidos através de sistemas diferentes do anteriormente citado, podemos encontrar em_ literatura especializada, um sem néimero de equipamentos destinados a produzir estes efeitos,todos com concepgao hidrodinamica € mecanicos diferentes do proposto neste trabalho. Apenas para efeito de conhecimento, apresentamos a seguir alguns destes equipamentos considerados neste trabalho, “ndo convencionais”, todos eles utilizados em situagdes bem especificas de processos, que apesar de nfo se enquadrarem nos nossos propésites, merecem 0 conhecimento de suas aplicagées.: * Misturadores de Bragos Duplos (Sigma), para massas extremamente viscosas © pesadas (Fig. 1.1) + Misturadores Estaticos, para meios liquidos (Fig. 1.2) + Misturadores Planetérios, para pastas, tintas, cosméticos, etc (Fig. 1.3) + Misturadores com impelidores tipo ancora e cowles, para fluidos viscosos e incorporacao de s6lidos em meios viscosos. (Fig. 1.4) + Misturadores do tipo Parafuso Vertical (Fig. 1.5) * Agitacdo de meios liquids através de bicos ejetores, bocais injetores, etc... (Fig. 1.6) © Misturadores tipo “V”, para homogeneizagio e mistura de material particulado seco, ou empolpado, ou mesmo incorporagdo de pequenas quantidades de liquidos em sélidos particulado(Fig. 1.7) * Misturadores do tipo “Duplo Cone”, com a mesma fungéo anterior (Fig. 1.8). + Misturador de fitas Ribbon Blender (Fig. 1.9 ¢ 1.10) + Estrutures de parafusos geminados (Fig. 1.11) * Misturador tipo Bambury (Fig. 1-12) S/2 1-INTRODUCAO A ENCEXPRAR, EQUIPAMENTOS NAO CONVENCIONAIS DE AGITACAO E MISTURA Fig. 2 - Misturador Estético __ T=INTRODUCGAO ee rv EQUIPAMENTOS NAO CONVENCIONAIS. DE AGITACAO E MISTURA Fig. 3 - Misturador Planetario com Tanque Removivel 72 1-INTRODUCAO RE ENGENDuAR EQUIPAMENTOS NAO CONVENCIONAIS DE AGITACAO E MISTURA Fig. 1.4 — Misturador com impelidor tipo ancora e cowles ' 8/12 _ 1-INTRODUCAO ee EN IRAE EQUIPAMENTOS NAO CONVENCIONAIS DE AGITACAO E MISTURA <2 atl LOD WY Fig. 1.5 ~ Misturador tipo Parafuso Vertical gn2 *_ ToINFRODUCAO ae ICA EQUIPAMENTOS NAO CONVENCIONAIS DE AGITACAO E MISTURA rivioo PRessunizaco —] goca, Panera soca ‘seeunodarg z) ; : ! } 10/12 1~INTRODUCAO a a EXGESDEAR EQUIPAMENTOS NAO CONVENCIONAIS DE AGITACAO E MISTURA Fig. 1.7 — Misturador tipo “V” Fig, 1.8 — Misturador tipo Duplo Cone ( com chicanas ) 12 _ I-INTRODUCAO z ENGEXDEA EQUIPAMENTOS NAO CONVENCIONAIS DE AGITACAO E MISTURA inininpiningstinrisormisctes 22222292 aeaggaa Fig. 1.11 - Misturador de Fitas Vertical ( Ribbon Blender ) ‘ | 12/12 4 1=INTRODUCAO ExXcexpman 2- CONCEITUACAO PRELIMINAR \ DEFINICOES 2. 4 CONCEITUACAO 2.1 - TERMINOLOGIA, NOMENCLATURA E SIMBOLOGIA [1] Procurou-se neste trabalho, adotar tanto quanto possivel , as recomendacdes do “Grupo de Agitacdo de Fluidos” do The Institution of Chemical Engineers, instituto norte americano que procura recomendar termos padronizados e simbologia para os processos de Agitacéo em que no minimo uma das fases seja um liquido. A adogio destas recomendagSes tem como objetivo reduzir as falhas de interpretacdes encontradas em literatura ¢ nas industrias que empregam processos de agitacao. Esta lista nao é definitiva'e nao pretende cobrir os métodos especializados tais como; os ultra-sénicos, mistura de pés, etc... Objetiva-se desta forma cobrir as mais comuns situagdes nos processos de agitaco. A terminologia relativa a Reologia, parte da Fisica que estuda 0 comportamento mecanico € as propricdades dos corpos que nao so sdlidos nem liquidos, também nao sera coberta nesta parte do trabalho, devendo ser definida & medida que for necessiria, 2.1.1 - TERMOS GERAIS Agitagdo laminar - reducao de escala de segregacio ou espessura de estratificagio (veja abaixo) por deformagio de fluxo laminar (cortagem , dobramento , amassamento, cisalhamento ¢ estiramento) sem turbuléncia ou movimento aleatorio. Agitacdo turbulenta ~ reducio de escala de segregacio através de movimento turbulento. Micro-agitacdo — agitacao em pequena escala por difusdo molecular. Macro-agitacdo — agitagio em grande escala por movimento laminar ou turbulento. Espessura de estratificagdo ~ distancia média entre interfaces adjacentes de materiais a serem misturados por mecanismos laminares. Blending ~ agitacio de liquidos misciveis (de diferentes densidades, viscosidades tC...) Disperséo ~ Uma fase imiscivel (g4s, liquida ou sdlida) distribuida em todo 0 fluido em forma de pequenas bolhas, goticulas ou particulas. Suspensdo ou polpa ~ a dispersio em liquido, de particulas que podem ou nfo sedimentar na auséncia de agitagao ou fluxo. 1164 ENGEXDEAR Pasta ~ uma dispersio ndo Newtoniana, de particulas sélidas em alta concentraggo em liquidos. Emulséo instével — uma dispersio de bolhas de gés em liquidos, que podem separar-se na auséncia de agitacao ou geracéo de bolhas. - Emulsdo estével - uma dispersio de bolhas de gas em liquidos com uma alta fragdo de gas, que permanece estivel por um longo periodo mesmo na auséncia de agitagio ou geracao de bolhas. 2.1.2 -GEOMETRIA Agitador — um elemento rotat6rio de agitagio em um recipiente (normalmente montado em um eixo vertical centrado). Ancora — um agitador com laminas verticais contornando o formato do vaso, com folga pequena entre elas e a parede deste vaso Agitador inclinado — agitador com o exo inclinado em relagéo ao eixo do i recipiente. Defletor — chapa vertical montada no recipiente para prevenir a formagio de vortices. Calandra - maquina para mistura entre rolos Turbina tipo disco ~ turbina com laminas (fetas, inclinadas, etc) montadas em tomo de um disco horizontal, projetando-se acima e abaixo deste disco. 2. 2. Dispersor — disco rotativo de alta rotagdo, normalmente em formato de serra, utilizado para a dispersio de p6s ou formagao de emulsdes. Draft tube — tubo vertical, D < diém. tubo < T , montado concentricamente com 0 agitador, para promover circulacéo. Emulsificador ~ dispositivo de alta energia, que utiliza a energia do fluxo para criar finas dispersées. Extrusor — um ou mais parafusos rotativos, operando com pequena folga entre eles e as paredes. Bombeia e mistura por cisalhamento laminar. Flat blade turbine — impelidotes com laminas verticais retas. Fitas helicoidas ( Helical ribbon ) — fitas helicoidais montadas em eixo que pode ser vertical ou horizontal, para produzir fluxo préximo das paredes do vaso. Pode 2 ter um segundo conjunto de fitas para fluxo oposto proximo ao eixo central. Je ein ie be de de ee 4 2/64 a _7=CONCEITUAGAO EXGEXDnan Parafusos helicoidais — semethante a um transportador de rosca montado em um eixo vertical centralizado, freqiientemente utilizado com draft tube. Impelidor de alto cisalhamento — impelidor de fluxo radial envolvido por um estator com uma folga muito pequena entre eles, produzindo um alto efeito cisalhante, Bambury mixer ~ misturador com um ou dois rotores ¢ folga muito pequenas entre eles ¢ a camara de trabalho, produzindo alto efeito cisalhante para misturar pastas. Misturador estatico - dispositive sem elementos girantes, incorporados em tubulagdes. Jet mixer — dispositivo montado em tanques, composto de distribuidor central ¢ varios ejetores de gés ou Iiquidos, para promover agitacao turbulenta. Pitched blade turbine (impelidor de pas retas inclinadas) - impelidor com laminas em angulo com a vertical. Propeller (impelidor naval) — impelidor com formato de pas navais, produzindo fluxo predominantemente axial. 2.1.2.1 - NOMENCLATURA Simbolo __Descrigéo Unidade __Dimensio A Area m iP B Largura do defletor m L ¢ Folga entre impelidor e a parede do vaso m L ce Folga entre defletor e a parede do vaso m L D ’ametro do impelidor m L De Diametro da bobina m L Dsx Diametro do eixo m L Zz Altura do Iiquido a partir do fundo do tanque m L H Altura total do tanque ou vaso m L Ly Comprimento do eixo m L L Comprimento da pa do impelidor (Laoeixo) — m L 2 ‘Niimero de impelidores * oi Niimero de pas do impelidor - P Passo de rosca, fita ou impelidor m L a Diametro do vaso/tanque m L. eV, Volume de liquido no vaso.tanque m pe v Volume total do tanque/vaso m ye Ww largura da pé do impelidor ( paralela ao eixo ) m L a Angulo da pé do impelidor em relaco a vertical —_graus 3/64 3.1.3 - PROPRIEDADES DOS FLUIDOS 2.1.3.1 - NOMENCLATURA Simbolo __Descrigao Unidade __Dimensio h viscosidade dinamica MILT (FTL) ba viscosidade aparente M/LT (FT/L2) v viscosidade cinematica “7 Ur e densidade MIL? (F/L? ) ie pH densidade da mistura M/L} (F/L?) : y tensdo de escoamento Nim? M/LT? (F/L2) D difusibilidade molecular mis LT Du difusibilidade térmica Ly a temperatura ‘Kou A ——_condutividade térmica 2.1.4—DINAMICA Aglomeracdo - uniio de varias particulas (forte 0 suficiente para se permitir movimentaco manual). Agregacao — unio de varias particulas por forcas relativamente fracas. Coagulacdo — uniao de varias goticulas (ou seja emulsio) por forcas atrativas. Coalescéncia — unido de varies goticulas ou pequenas bolhas para formacdo de outras maiores. Floculagéo — uniéo de particulas suspensas em liquidos para formar estruturas flutuantes (flocos). Umectagdo ~ retirada de um gés ou vapor de uma superficie sélida, por um liquido. elemento fluido por um tempo fixo. : Tempo de mistura — tempo consumido por misturador a partir de um estado ’ inicial até um estado final previsto. Tempo de residéncia — tempo consumido por um elemento de fluido entre a sua 1 ! , ’ ' ’ , , ) ) ) ) ’ y ) ) Tempo de circulagdo — intervalo de tempo entre sucessivas passagens de um ’ 5 , , b ) entrada e a saida de um agitador, vaso , tanque , etc... ' b : 4y64 _ 2 = CONCEITUACAO 2.1.4.1 -NOMENCLATURA Deseri Simbolo Unidade __Dimensao c concentracao kgim® MIL? kgmole/m3 m?/m? Cp coeficiente de arraste - d diametro de particula , bolha ou gotfcula m L F forca N MULT? (F) FD forga de arraste ( drag force ) N MULT? (F) g aceleracdo da gravidade mis” ur Mt torque Nm FL N rotagio do agitador pm Ns rotagio do agitador apenas para suspender as particulas do fundo do tanque Ipm New rotagao do agitador para completa homoge- neizacao da suspensio . Ipm Neo rotagio do agitador para completa dispersio de gis no vaso 1pm Simbolo __Descrigao Unidade __Dimensao P poténcia HP ML?/P°(EL/T) Q razio volumétrica de fluxo m/s LT Op capacidade de bombeamento ms uy t tempo s T fe tempo de circulagao s T tn tempo de mistura s T te tempo de residéncia s T v velocidade liner m/s ur vs velocidade superficial m/s ur vr velocidade terminal de queda m/s Lr 7 tensdo de cisalhamento Nim? MILT? (F/L?) ° tensdo normal de flexao Nim? MILT (F/L’) © velocidade angular rad/s 2.1.5 - ESTATISTICA E MEDICOES NA AGITACAO Intensidade de segregagio — a medida da diferenca em concentracao entre partes de um mesmo componente em uma mistura. Espessura de estratificagdo ~ distincia média entre interfaces adjacentes de materiais a serem misturados por mecanismos laminares. _ 2 CONCEITUACAO 5/64 2.1.5.1 - NOMENCLATURA simbolo __Descrigao Unidade __Dimensao Is intensidade de segregacao : Ls Escala de segregacao m L ~ Sou o — desvio padrao : 4° Sous —_variancia - eB espessura de estratificacaio m L , 2.1.7 - GRUPOS ADIMENSIONAIS 7 : Lego ; NAR Numero de Arquimedes yea ‘: Q 1 NO Niimero de Bombeamento ND 5 wD 4. NEr Numero de Froude ee a Ver nimero 4 Ne Numero de Newton poténcia a a hd 2 Nu Numero de Nusselt ke a P : Npo Numero de Poténcia pNDS 2 Hp y NPr Ntimero de Prandt k A ND’, R Nrey Ntimero de Reynolds 2 2 Hu x Kid | NSh Namero de Sherwood 2 - 5 AG N2D>, p x Nwe Niimero de Weber SCL x x L ¥ 6/64 2 CONCEITUACAO ~ 2.1.8 - SUBSCRITOS E SOBRESCRITOS Subscritos Sobrescritos Bolhas — Valor médio Aparente ~ Valor aproximado Continuo * Equilibrio Circulacao Fase dispersada Final Gasoso Gas Inicial Interface Liquido Mistura Saida Particula Sélido Total desgaseificado FynPe Ene QP wR OS we 2.2 - DEFINICAO DE FLUIDO [2] Um flufdo é uma substincia que se deforma continuamente sob a aplicagéo de uma tensao de cisalhamento (ie. tangencial) por menor que seja esta tensio. De acordo com os estados fisicos da matéria, os fluidos compreendem as fases liquida e gasosa (ou vapor). A distingdo entre um flufdo e os estados remanescentes da matéria (estado sdlido) torna-se clara, se compararmos um fluido segundo a definigio dada acima, com 0 Comportamento de um sélido. Um sélido € uma substincia que se deforma quando a tensdo de cisalhamento é aplicada, ‘mas que no se continua a se deformar. Na fig. 2.1, 0 comportamento de um s6lido ¢ o de um fluido sao contrastados. Na fig. 21a, a forga de cisalhamento é aplicada no sélido através das placas as quais ele foi ligado. Quando a forga de cisalhamento € aplicada ele se deforma conforme mostrado, € desde que 0 limite eléstico do sdlido nao seja excedido, a deformagio € diretamente proporcional & tensio de cisalhamento T aplicada , onde t =F/A, F é a forga aplicada ¢ A 1164 x x = & area da superficie em contato com a placa. Cessada a tensdo de cisalhamento, 0-eorpo volta a apresentar seu aspecto original. Analogamente se entre as placas tivermos um fluido, observemos 0 comportamento deste flufdo. Usamos um marcador a base de corante para delinear um elemento de fluide conforme mostram as linhas sélidas (fig. 2.1.b). Sob a aplicagio da forca F a placa Superior, notamos que o elemento de fluido continua a se deformar durante todo o tempo gue a forca é aplicada. © formato do elemento de fluido, ha instantes sucessivos de fempo te > tr > ty € mostrado através das linhas tracejadas da fig, 2.1.b, a qual representa as posigGes dos marcadores de corante. Notar que 0 flufdo em contato direto com o Contorno sdlido possui a mesma velocidade que o préprio contorno. Como 0 movimento do flufdo continua sob a aplicacdo de uma tenszo de cisalhamento, podemos alternativamente, d s m flufdo como sendo uma substincia que ndo pode er_uma_tensio de cisalhamento sem sofrer deformaco permanente, mesmo em Tepouso. g E Z > & i I t / if Sa/ HA Pe, ty >t >t t if ty / iy iy ly Wa iy TU Ye 2 UH TT TT (a) (o) Fig. 2.1 ~ Comportamento de (a) s6lido ¢ (b) flufdo, ambos sob acdo de uma forca de cisalhamento constante. 2.3 - VISCOSIDADE [3] [4] [5] Podemos definir a viscosidade de um flufdo como sendo a propriedade em virtude da gual os mesmos oferecem uma maior ou menor resisténcia deformacdo, quando sujeitos a esforgos de escorregamento, ou, éncia_de um fluido ao movimento, devido a seu atrito interno. oe Utilizando o modelo de Isac Newton, quem primeiro definiu a viscosidade. Imaginemos duas liminas (dois planos) paralelas (Fig. 2.2) muito proximas uma da outra, entre as quais se encontra um flufdo qualquer. 8164 2- CONCEITUACAO » ENGENDMAI ' a pagi : Vtav Fig. 2.2 — Modelo Newtoniano para definicio de viscosidade As duas laminas se movem na mesma diregao, com velocidades diferentes, V; e V2 . Decorrido um tempo ¢, a distribuigdo de velocidades na distancia dy, serd linear, conforme indicada na Fig. 2.3. Fluide 7 £ TeMSRO DE CISMLHAMENTO @= HA TAXA DE OEFORMAGAO, S= Fig. 2.4 ~ Fluido Newtoniano 10/64 2.5 - VISCOSIDADE - FLUIDO NAO NEWTONIANO Os chamados fluidos nfo Newtonianos sio aqueles onde a viscosidade a uma dada temperatura é dependente da “razdo de deformacéo”, podendo crescer ou decrescer, dependendo do tipo de fluido. Os fluidos no Newtoniano podem ser classificados como : 24 Independentes do tempo Dependentes do tempo Viscoelisticos 1 ~ FLU{DOS NAO NEWTONIANOS INDEPENDENTES DO TEMPO. Um fluido néo Newtoniano é independente do tempo se a tensio de cisalhamento @ qualquer taxa de deformagao, permanece constante em relago ao tempo, ou seja, a8 propricdades do fluido dependem da magnitude das tens6es’ de cisalhamento ¢ nao do seu tempo de duracéo 2.5.1.1 - PSEUDOPLASTICOS A yiscosidade diminui com 0 aumento da taxa de deformacio. Este comportamento € geralmente restrito a uma certa faixa de razio de deformagio. Em faixas mais altas ou mais baixas de deformacao 0 fluxo poderd adquitir comportamento Newtoniano. Exemplos podem ser encontrados em solugdes de polimeros, polimeros semifluidos, suspensdes de polpa de papel ou de pigmentos e algumas graxas (Fig.2.5) ak $ x g g : 3 z & 3 8 8 8 ® z > z TENSAO DE CISALHAMENTO Go P/A TAXA De DEFORWAGRO, _2-CONCEITUACAO Fig. 2.5 - Fluidos nao Newtoniano ~ Pseudo Plasticos 1164 FLUIDOS DILATANTES iscosidade aumenta com 0 aumento da taxa de deformacéo. Exemplos de materiais dilatantes sio as suspensdes de goma de amido, certas polpas de argila, alguns compostos de confeitaria, etc... (Fig.2.5). & TAXA DE DEFORMACKO,s: VISCOSIDADE, at TENSAO DE CISALHAMENTO G=F/A TAKA DE DEFORWAGRO, 6+ dv Fig. 2.6 — Fluidos nao Newtonianos Dilatantes 2.5.1.3- PLASTICOS DE BINGHAN Estes fluidos possuem uma tensio de escoamento definida ¢ uma tensio menor onde nfo ocorre nenhum fluxo (igual aos sélidos). Uma certa forca deve ser aplicada para produzir 0 movimento. Exemplos de fluidos que exibem 0 comportamento de plastico de Binghan io; certas suspens6es de rocha em agua, de graos em agua, ketchup, lodo, esgoto, etc... ¥ | 5 | q | 4 & 3 8 5 ‘TENSRO DE CISALHAMENTOZ= FA TAXA DE DEFORMAGAO, S= Fig. 2.7 — Flufdos no Newtonianos — Plésticos de Binghan 12/64 2.5.2 - FLUIDOS NAO NEWTONIANO DEPENDENTE DO TEMPO Um flufdo nao Newtoniano € chamado de dependente do tempo, se a sua tensio de cisalhamento varia com a durago da deformacio ou seja, a viscosidade em qualquer tempo depende da quantidade de uma previa agitagao ou deformacao do liquido. 2.5.2.1 -TIXOTROPICOS Sao chamados de tixotrépicos os fluidos onde a viscosidade diminui com’o tempo a uma dada taxa de deformacao, exemplos deles sio; + Asfalto + Maiosene + Certas tintas e vernizes * Colas + Melago + Lamas para sondagem e perfurago * 2.5.2.2 - REOPETICOS | Os fluidos onde a viscosidade aumenta com o tempo a uma dada | taxa de deformacio, so chamados de reopéticos . Exemplos; \ * Suspensdes de gésso em égua 2.5.3 - FLUIDOS NAO NEWTONIANO VISCOELASTICOS Estes fluidos exibem uma recuperagio eldstica das deformacées durante o escoamento, podendo mesmo ser dito que os mesmos apresentam caracteristicas dos sélidos. No escoamento deste tipo de flufdo, aparecem além das tenses tangenciais usuais, tens6es normais a diregdo do flux. 13/64 ENcExDmaR 2.6 - ESCOAMENTOS [2] A observagio do movimento dos fluidos mostra a existéncia de dois regimes de escoamento que apresentam caracteristicas notadamente diversas. Estes regimes de escoamentos foram denominados de Regime Laminar e Regime Turbulento. No comportamento das particulas do fluido em escoamento, residem as diferengas que caracterizam um regime do outro. No regime laminar, as particulas de flufdo apresentam trajet6rias individuais bem nitidas, dando a impressio de imobilidade no meio da massa fluida, impressio essa, resultante do deslocamento das particulas em camadas ou laminas que acompanham os contornos fixos que delimitam a corrente de fluxo. No regime laminar, as flutuagdes de velocidade provocadas por obsticulos na corrente, tendem a se amortecer devido ao efeito das tensdes tangenciais adicionais oriundas da propria viscosidade do fluido, podendo inclusive voltar a sua forma laminar original. Na maioria dos casos entretanto, as tensdes tangenciais adicionais criadas pela ‘ desordenacao da corrente néo, séo suficientes para evitar as flutuacdes de velocidade, provocando assim um escoamento turbulento. No regime turbulento a estrutura do escoamento € caracterizada pelo movimento tridimensional aleatério das particulas de fluido, sobrepondo-se ao movimento da corrente. : ‘A experiéncia idealizada por Osborne Reynolds (engenheiro britinico, 1880, quem primeiro estudou 0 comportamento de escoamentos em tubulacées), permite visualizar com facilidade a estrutura do escoamento laminar e turbulento, (Fig. 2.8 ) ‘ Todo 0 conjunto é feito de material transparente tipo plexiglass ou acrilico. Deixando-se a valvula externa de saida, levemente aberta, forma-se um filamento retilineo ‘ de corante que passa pelo tubo interno ao tanque, sem sofrer perturbacées, (fig. 2.8a) t caracterizando 0 movimento laminar. Z Aumentando-se a velocidade do escoamento através de uma abertura gradativa da vélvula, atinge-se um ponto tal que o filamento , antes estavel , comeca a sofrer pertubagdes (fig. 2.8.b e 2.8.c), para a seguir difundir-se com rapidez por toda a massa fluida em conseqiiéncia do movimento das particulas que passa a ser desordenado. Esta maior ou menor estabilidade do escoamento, é definida pelo parimetro adimensional chamado de Nimero de Reynolds , Nrey. > 14/64 _ 2=CONCEITUAGAO Injetor de tinta Sa ee =—>—__ =—_—_— a —_—_ Fig.2.8a Fig. 28 =e Fig. 28. Fig. 28.4 Fig. 2.8 ~ Experiéncia de Osborne Reynolds demonstrando 0 comportamento laminar € turbulento de um escoamento, (a) regime laminar, (b) (c) regime transi¢o/turbulento @ regime francamente turbulento : 15/64 i 2.1-TURBULENCIA [3] [6] [7] Num sistema mecanicamente agitado, o tipo de escoamento que nele ocorre depende de uma série de fatores inerentes a esse mesmo sistema. De qualquer modo, podemos estabelecer que 0 tipo de escoamento que ocorrerd é funcao das caracteristicas do fluido, bem como da geometria do impelidor € sua velocidade de movimentacao dentro do fluido. Do ponto de vista hidrodinamico, uma pa de impelidor em movimento de rotagao dentro de um meio liquido, pode ser considerada como sendo uma pa fixa dentro de um escoamento0, onde a velocidade deste escoamento ¢ igual a velocidade linear da pa. Esta pa se comportaré como um obstéculo no escoamento ¢ a turbuléncia provocada dependeré entre outras coisas; da geometria da mesma e do Numero de Reynolds do escoamento. Para melhor compreender o fenémeno da turbuléncia ¢ suas implicagdes na agitacio mecénica, seré necessdrio recapitular 0 conceito de camada limite e de escoamento viscoso ao redor de um cilindro, Em qualquer escoamento viscoso, 0 flufdo em contato direto com uma superficie limite sélida, possuiraé a mesma velocidade que a propria superficie, ou seja, nfo ocorrera deslizamento de fluido nesta superficis Como a velocidade do fluido numa superficie sélida estaciondria em uma corrente fluida € nula, mas o fluido como um todo esté se movendo, gradientes de velocidade, ¢ conseqiientemente, tenses de cisalhamento, devem estar presentes no escoamento. Imaginemos ume placa lisa, fixa, no meio de um escoamento conforme indicado na Estamos interessados em fornecer uma imagem em varios locais 20 longo da a Bee Camada limite i ME oc c 0 oem A x 2 16/64 ENGrspman Adotemos do cixo X, os pontos x; € x2 para estudo do perfil de velocidades do fluido. Considere-se o primeiro x; na condicao de nao deslizamento da placa. Sabe-se que a velocidade no ponto A € nula, ¢ assim, temos um ponto do perfil de velocidades. Sendo a placa estaciondria, ela exerce portanto, uma forca retardante no escoamento que desacelera o fluido na sua vizinhaca. Em uma posicéo no eixo Y qualquer, suficientemente distante da placa, digamos em B, 0 escoamento nao seré mais influenciado pela presenca da mesma. A velocidade neste ponto B, serd denominada de V. Desta forma podemos imaginar que a velocidade desde 0 ponto A até B, aumente suavemente, nos dando o perfil de velocidade semelhante ao da Fig. 2.9 em x; Das caracteristicas do perfil de velocidades tracado, e a nossa definicio de tensio de cisalhamento, podemos ver que na regido entre 0 = Ys ¥, as tensdes de cisalhamento se fazem prescntcs, ¢ para Y= Yg o gradiente de velocidades € nulo, e portanto nao existe tensio de cisalhamento presente, Desta forma, € possivel observar que o escoamento pode ser dividido em duas regides principais. ‘Uma, a regio adjacente & superficie limite, onde as tensdes cisalhantes se fazem presentes, sendo denominada de camada limite, A outra , a regiao for a da “camada limite”, onde ogradiente de velocidades é zero, e portanto, sem tensdes cisalhantes. Consideremos agora um escoamento incopressivel e viscoso em redor de um cilindro, situagio esta em que as forgas viscosas estio presentes . (Fig. 2.10) . separagao Esteira (de navio) Ponto de Estagnagio Fig. 2.10 - Escoamento viscoso sobre um cilindro Be ) fe ae ; al fee eae ' Le fes ++ foe x 17/64 _2- CONCEITUACAO i ENGENDAR CContorne da canada tininte L Jos ' Ponto de estagnagéo Zona de separagio - Fig. 2.10a - Ampliagio do local onde ocorre a separagio da camada limite. Na zona de separagio ocorre turbuléncia que provoca 0 destacamento Uma vista na fig. 2.10 , indica que a8 linhas de fluxo sao simétricas em relagdo a0 eixo X. O fluido ao longo da linha de fluxo central atinge o cilindro no ponto A, divide-se, ¢ escoa ao redor do cilindro. : ponto A no cilindro é chamado de ponto de estagnagio. 1 ' Como acontece no escoamento sobre uma placa fina, uma camada limite desenvolve-se na ra vizinhaca da superficie s6lida. ) A velocidade ao redor do cilindro aumenta até atingir um méximo no ponto B, com conseqiiente ' decréscimo da pressio. Um elemento de flufdo dentro da camada limite sofre uma forga de a pressio resultante na dirego do escoamento. \ Na regio entre A e B, esta forga de presséo resultante é suficiente para vencer a forga de ) cisalhamento oponente, ¢ 0 movimento do elemento na direcdo do escoamento é mantido. ' ) _ Analisemos um elemento de flufdo dentro da camada limite, no lado de tras do cilindro, além do ponto B. Ee 1 Como a pressio aumenta no sentido do escoamento, 0 elemento de fluido sofre uma forga de + Pressio resultante, oposta ao seu sentido de movimento. ' ~} _ Em um certo ponto ao redor do cilindro, o momentum (quantidade de movimento) do fluido na ) camada limite, nao € mais suficiente para carregar o elemento na regio de pressao crescente , € 0 -| __€scoamento separar-se-a da superficie do cilindro, § Oponto na qual isto acontece, é chamado de ponto de separaciio, na figura 2.10 indicada por C. O destacamento da camada limite pode ser mais bem exemplificado na fig. 2.10a A separacdo da camada limite resulta na formacio de uma regio de relativa baixa pressao atrés do cilindro , a qual chamamos de esteira. 18/64 2-CONCEITUAGAO EXGEXDmAn Assim, para 0 escoamento separado sobre cilindro, haveré um desequilibrio resultante das forcas de pressio no sentido do escoamento, tendo como consequéncia uma forga de arrasto, Fp {sobre 0 corpo. Quanto maior a esteira atrés do corpo, tanto maior serd a forca de arrasto. Podemos adaptar as formas do corpo as linhas de fluxo, reduzindo-se a magnitude do gradiente de pressio desfavoravel, distribuindo uma dada elevacio de pressio sobre uma distancia maior. A Fig, 2.11 mostra a adaptagao do corpo as linhas de fluxo do escoamento. Esta adaptagao procura atrasar o desenrolar da separagio da camada limite, reduzindo-se portanto 0 arrasto. Ponto de Estagaagio Ponto de ae separagao Fig.2.11 - Escoamento sobre um objeto cuja forma foi moldada de acordo com as linhas de fluxo Trazendo estes dois conceitos anteriormente expostos para 0 comportamento de um sistema mecanicamente agitado por um impelidor, podemos agora ver com clareza a influéncia da geometria de um impelidor sobre este mesmo sistema. Na Fig . 2.12 ¢ 2.13, temos representado o escoamento que ocorre ao redor de uma pa, & medida que alteramos 0 Angulo de inclinagdo da mesma em relagdo a corrente flufda. Observar que mesmo pas com perfil aerodinamico, provoca turbuléncia se inclinada em relacdo a0 fluxo. Desta forma, e desde que as necessidades de processo permitam, podemos otimizar a geometria dos impelidores de modo a evitar o destacamento antecipado da camada limite, evitando com isto uma turbuléncia excessiva, que como veremos no desenvolver deste trabalho, € uma das principais causas de uma maior absorcio de poténcia nos sistemas agitados. 19/64 _ 2- CONCEITUACAO EXGESDRAR a Yes Z co —_ ; 2.42 — Arrasto sobre uma pé reta de um impelidor em uma corrente flufda com varios Angulos de ataque Fig. 2.13 — Arrasto sobre pa de um impelidor hidrofoil em corrente fluida i nasty 2.8- CAVITACAO [8] A cavitagio definida de maneira pratica, é a formacao e colapso de bothas de vapor num liquido em escoamento. Estas bolhas se formam em qualquer ponto da corrente liquida onde a pressio total seja reduzida e iguale a pressdo de vapor & temperatura do liquido Em zona de baixa presséo as bolhas podem ser produzidas por um acréscimo local na velocidade da corrente fluida, que no caso de agitadores mecdnicos, pode ser a parte mais externa das pés dos impelidores, mais precisamente a sua borda de ataque , que possue uma maior velocidade periférica. Uma vez formadas, quando as bolhas atingem uma regiao onde a pressio for novamente superior a pressio de vapor do liquido (a temperatura do, mesmo), haverd o colapso das mesmas, com 0 seu retorno & fase liquida. Sendo 0 volume especifico do liquido menor que o volume especifico do vapor, 0 colapso das bolhas implicaré na existéncia de um vazio, que por sua vez produziré uma onda de choque (microjato) conforme ilustrado na figura 2.14, Diregio do Fluxo > Re Botha hemsteen junto ko space" Ae imi ea metilica emia LG) O G g pressio (fluxo em trecho de Formnesttica -«Detormegflonolado Depression crescendo ne atone creed do Srecreseens) com deampraio” —ladodeaiapeaio’ bananas Bota sofrendo colapso © ab ae Erica YU VM, ETT: Depressiio no lado Entrada de Wquido na Formagiio 6o | opost & parade ‘depressfo i Fig. 2.14 — Colapso de bolhas em situagées diferentes na corrente fluida responsaveis pela cavitagio Na realidade, conforme pode ser observado na Fig. 2.14, 0 que ocorre é a penetragio de liquido ha depressao originada pela deformacao da bolha, produzindo um microjato na ocasizo do Glapso. O efeito deste colapso, torna-se mais severo quando ocorre em local préximo a uma superficie _ Solid metilica. Neste caso 0 microjato incide diretamente sobre a superficie. _ Quando o colapso se da na corrente liquida o impacto é transmitido através de ondas de choque. 21/64 (ONCEITUACAO am Os principais incovenientes da cavitugio so; ruides, vibragbes e extensa erosdo ou desguste dos materiais que limitam 0 liquido na regido do colapso. - Pas de impelidores que operam em condigdes que permitam a cavitacdo, principalmente, perdem Z eficiéncia de bombeamento ¢ provocam desbalanceamento devido & perda localizada de material (Fig. 2.15) Fig. 2.15 - Combinacao erosio cavitagio em pé de impelidor Salienta-se que a deterioragdo do material devido a cavitagio nada tem a ver com os desgastes provenientes de erosdo ou cortosio, dois fenémenos muito comuns aos processos da industria de Mineragio ¢ quimica. A erosio decorre da acio de particulas sélidas em suspensio sendo Geslocadas em velocidade, e a corrosio decorre de incompatibilidade do material com o liquido, Propiciando reagio quimica destrutiva. E possivel a coexisténcia dos fenémenos da cavitagdo, erosio e corrosio em um determinado sistema, acelerando o proceso de deterioracao dos materiais. 22/64 2. CONCEITUACAO 4 i: 2.9- DINAMICA DE PARTICULAS [9] [10] [11] ~ Sempre que houver movimento relativo entre uma particula e um fluido circundante, esta ~ __ particula experimenta a aco de uma forca resultante F, devido a aco do fluido. ‘A natureza das forcas que contribuem para a resultante F, sio : Forca de cisalhamento Feg= tA 2 Forga de Pressio Fores =P-A Podemos decompor esta resultante F em duas componentes, sendo uma paralela, Fp ( Forga de Arraste ) e outra, F, ( Forga de Ascensio ), perpendicular a diregao do movimento, conforme indicado na Fig. 2. 16. 1 Viscosidade a 9 deasidade V., Velocidade Fy orca Ascenso 4. idmetro A estore o Fp Forea de Arcaste ~~ Fig. 2.16 — Forgas atuantes numa particula em movimento num fluido Considerando-se uma esfera polida, com diémetro “d”, movendo-se com velocidade “V”, através de um fluido viscoso e incompressivel que possui uma densidade pe viscosidade ys. A forca de arraste, Fy que é a componente em que estamos interessados, pode ser expressa como forma da seguinte funcio : Fy = f(d,V,p,u) (2.1) 23/64 = CONCEITUACGAO - es Aplicando o método da andlise dimensional, através do Teorema de Buckingham PI, teremos : mr J- LISTAR OS PARAMETROS ENVOLVIDOS , n - Fd,V,d,u,p portanto n=§ parametros JI- SELECIONAR CONJUNTO DE DIMENSOES FUNDAMENTAIS ~; — Inicialmente utilizaremos 0 Sistema Absoluto (SI), com as dimens6es fundamentais de M, L, T - (massa, comprimento e terapo), com posterior verificacio através do Sistema Gravitacional com ~, asdimens6es F, L, T, ( forca, comprimento e tempo ) . 1 ' Sistema ‘Sistema ' Quantidade Simbologia Absoluto —_Gravitacional aut MLT FLT ~y Forca de Arrasto Fo MLT™ F ~ Welocidade da particuta Vv Lr ET ~, Diimetro da particula D L L 5 Viscosidade Lb MLU'T™ FL“T a I Densidade 2 ML FLT ' TABELA I - Formulas Dimensionais -) _ Il- LISTAR AS DIMENSOES DOS PARAMETROS EM TERMOS DE DIMENSOES ~,; PRIMARIAS., “r”. O ntimero de dimensées sera designado por “r”, sendo r = 3, conforme Tabela II Fo v d “ 2 M 1 0 0 1 T Lf i 1 5.105 Fig. 2.19 - Escoamento em fungao do Numero de reynolds +. NRey <2 Regime Laminar A O fluxo tem a forma de escoamento teérico, laminar. 4 Nio ocorre formacao de esteira, € as linhas de fluxo se fecham atrés da esfera, A resistencia € predominantemente de atrito devido as forgas viscosas. Este regime € chamado de Regime de Stokes. | 25x 10° Regime Francamente Turbulento Nao se formam mais vértices alternados, mas sim de maneira aleat6ria. a O mimero de Reynolds em que se da esta queda stibita de resisténcia 4 chama-se de nimero de Reynolds critico, nao sendo propriamente um valor tinico , mas uma certa faixa de Nrey. As forgas de pressio predominam. E Chamado também de Regime de Newton. + J6 para 0 caso de formas rombudas angulares, 0 deslocamento ¢ independente do nimero de 2 Reynolds ( exceto para Nrey baixo ). AS esteiras so ainda mais largas que as de forma esférica, com turbuléncia mais acentuada. © coeficiente de arraste CD ou forga de resisténcia ou forca de pressio, varia de acordo com o nimero de Reynolds. a Desta forma temos: * —_ Niimero de Reynolds da Particula NRey, =& 7 v (2.7) 2 ~ Forga de Arraste Fy =Cp Arey" [2.8] 2 2g 2 Onde: P C= Coeficiente de arraste Ae Area projetada da particula = Velocidade a Densidade do fluido 1@ Aceleragao gravidade local Difimetro partfcula Viscosidade do fluido 31/64 | 2.10- VELOCIDADE TERMINAL DE PARTICULAS [11] (12) (13) |= | Uma particula em queda em um fluido estagnado e quiescente, sob a ago da gravidade, acelera~ "se até que a forca de resisténcia Fp se iguale a forga de gravidade local, apés 0 que continuaré a | cair com velocidade constante, que € chamada de Velocidade Terminal da Particula. | McCabe [13] e Carpenter [12] nos dao a seguinte férmula para célculo da Velocidade Terminal em m/s: Ves opt30s7 BE aan =A 29] onde as constantes b! € n dependem do regime do fluxo , conforme abaixo: Lei Faixa bb n Stokes K<33 24,0 10 Intermedia 335Ks436 185 06 Newton Ks 436 0,44 0 Sendo que K é dado por: z Ke vas, [er )P [2.10] =didmetro da particula , mm densidade da flufdo , kg/m? =densidade da particula , kg/m? =viscosidade do fluido , cP =constante tabelada sconstante tabelada =velocidade terminal para particulas esféricas simples , m/s =constante dada pela equacéo [2.10] AS? Er eERY sonnei a ENGENDRAR Onde: Coeficiente de arraste Area projetada da particula Velocidade Densidade do flufdo Aceleragio gravidade local Diametro particula = Viscosidade do flufdo 2.10 - VELOCIDADE TERMINAL DE PARTICULAS (21) (22) (13) ~ Uma particula em queda em um fluido estagnado e quiescente , sob a ago da gravidade , ~— acelera-se até que a forca de resisténcia Fp se iguale a forca de gravidade local , apés o que continuard a cair com velocidade constante , que € chamada de Velocidade Terminal da Particula. McCabe [13] e Carpenter [12] nos dé a seguinte formula para céleulo da Velocidade Terminal: 1 > @ ve 0.013067 22 Lot (an - af) bes [2.9] a bya" pf" é onde as constantes b' e n dependem do regime do fluxo , conforme abaixo: fi Lei Faixa by a 7 Stokes K<33 24,0 1,0 Intermedifria 332K 5436 18,5 0,6 Newton K> 43,6 0,44 0 Sendo que K é dado por: 1 LK- ono, {a= [2.10] onde: DP —-=didmetro Ua particula , mm. pe snsidade da fluido , kg/m* pp Ag selocidade terminal para particulas esférica simples , m/s =constante dada pela equaco [2.10] 33/64 2> CONCHITUACAO. 2.11 - OPERACOES COM VETORES [2] [4] [14] [16] [18] As grandezas fisicas encontradas na mecinica dos fluidos e nos fenémenos de transporte podem ser classificadas nas seguintes categorias: A Grandezas Escalares, aquelas que ficam completamente determinadas por um tinico valor numérico, tais como temperatura, energia, volume, massa, densidade, tempo, etc... Os escalares so representados por letras do alfabeto, tais como a, b, ce assim por diante. Grandezas Vetoriais, sio aquelas quantidades fisicas que exigem, para sua completa 7 especificacio, além do valor numérico, 0 conhecimento de uma direcdo orientada.. A Aceleraco, velocidade, momentum. e forga, séo exemplos de grandezas vetoriais. Tais grandezas so chamadas de vetore: Os vetores so denotados por , 6,7, etc...Eventualmente sua representacao se dé através a de letras em negrito, tais como. a,b, ¢, etc... 21L1 - OPERACGES COM VETORES DO PONTO DE VISTA GEOMETRICO Dois vetores @ ¢ 5 sao iguais quando suas magnitudes sao iguais e quando eles possuem a mesma direcio, ou seja, nio podem ser colineares ¢ nem possuir 0 mesmo ponto de origem. Se dois vetores @ ¢ 5 possuem a mesma magaitude, Ag mesma direcdo, mas sentidos opostos, entéo os denotamos, @ = -b . a t Adicdo e Subtragio de vetores A adic&o de dois vetores € feita levando em consideragao ambas as suas magnitudes , e diregdes (sentidos) , por intermédio da regra do paralelogramo, ver al Fig. 2.208. Fig.2.20 - (a) Construgio de paralelogramo para adicao de vetores, (b) Construcdo para subtracao de vetores 34/64 - CONCEITUAGAO Produto escalar de dois vetores _(*) O produto escalar de dois vetores @ 5 € uma quantidade escalar definida por; (244 a onde 2 € 0 Angulo ( menor que 180°) entre os vetores Ze 5. A O produto escalar € entao a magnitude do vetor 6 multiplicada pela projecao do iB vetor @, ou vice-versa, ver Fig. 2.21. Observar que o produto escalar de um vetor por ele mesmo é 0 quadrado da magnitude do vetor. y ) Fig. 2.21 — Produto escalar (*) de dois vetores 35164 Ke u & x L t ib & be B & we Be & Gl Lo ® a ¥ > CONCEITUACAO a ESXcExpnan a Produto vetorial_de dois vetores_(X ) ' O produto vetorial de dois vetores @ e 6 €0 vetor definido por: axb]= fabsen®,,}i,, [2.12] } onde fy, € um vetor unitério ( de comprimento unitério ) normal ao plano que contém @ e be apontando para a diregio dada pela chamada regra de saca rolha da mio direita ( sentido de giro de @ para 6). O produto vetorial exemplificado na Fig, 2.22. A magnitude do produto vetorial € rea do paralelogramo definido pelos vetores -! @eb O comprimento deste vetor é igual a drea do paralelogramo @ Fig. 2.22 ~Produto vetorial (X ) de dois vetores Jeo oe, De be EXGENDEAM 2.11.2 - OPERACOES COM VETORES DO PONTO DE VISTA ANALITICO. Conforme visto, um vetor @ ¢ definido como sendo uma quantidade de uma dada magnitude e diregéo. A magnitude de um vetor é designada por |a Os vetores unitérios na direcio ( sentido ) das coordenadas x, y ¢ 2 sio dados por 1,3, £, respectivamente. Um vetor € representado em termos de seus componentes como por exemplo; G=a,)+a,j+a,k , representado geometricamente na Fig. 2.20. |a| € 2 magnitude ( médulo ) de @ e pode ser dada pela equacao; (2.11) Fig. 2.20 — Magnitude do vetor em um sistema ortogonal de coordenadas yey ) ») >) ) Seppe iy ee PD: [i it | | | Os vetores unitdrios jé introduzidos, possuem as seguintes propriedades: O produto escalar dos vetores unitarios no sistema de coordenadas xyz sto: fefat i keno i fried ksjeo fek=0 jrk=o keke=1 O produto vetorial dos vetores unitérios no sistema de coordenadas xyz é conforme abaixo, podendo para facilitar utilizar a regra dada pela figura Fig.2.23 > Fig. 2.23 — Regra visual para 0 produto vetorial de vetores unitérios Produto escalar de dois vetores_(* Do ponto de vista analitico, produto escalar de dois vetores é obtido, escrevendo- se cada vetor em termos de seus componentes ¢ procedendo a operacio produto escalar nos seus vetores unitirios . sendo, L Produto vetorial_de dois vetores_(X be produto vetorial de dois vetores @ e 6 ,denotadopor @ x b , consiste num vetor com as seguintes propriedades: + @ x B €umvetor perpendicular a ambos, ¢ b © O sentido de @ x 6 € dado pela regra de mao direita, ou seja , identificando 0 indicador e 0 médio da mio direita com,@ respectivamente, 0 sentido de @ x Bb serd o do polegar direito. Ver Fig. 2.24. axd Rotagio de d para e ab z SPECI errr ry ) i Fig. 2.24 — Produto vetorial entre dois vetores, B O produto vetorial, @ x b , 6 calculado através do determinante. b 7 le é * ax 4, (2-13) ss b, Expandindo y y ax = ia,b, + ja,b, + ka,b, ~ kab, — 7 5 a,b,)+ j(a.b,-4,b,)+ ke,b, a, b,) Bee ee j 39164 4 - CONCEITUACAO 2.11.3 - OPERACOES DIFERENCIAIS COM VETORES A definigao de uma derivada pode ser utilizada para diferenciar um vetor. Considere-se um vetor como fungao do tempo, @ = G(¢), que em coordenadas retangulares pode ser decompostoem a, =a,(t) , a, =4,() ,, a, =4,(). A derivada temporal do vetor @ é dada por: da lim a(t+ar)- ae a() dc At—>0 At (2.14) da tim [alt +A0)-0,(0f +[a,¢+a0)-a,()]j +[a.(+4)-a, 0K dt At 0 i a > da,» i dy Bay, Mag a dt dt att Se agora considerarmos 0 vetor como fungio do espago, 0 que em coordenadas cartesianas € dado por @=4(x,y,z) ou seja, a,=a,(%,y,z) , a,-a,(%,y,z) , a, = a,(x,y,z), 0 que nos da as chamadas derivadas parciais . O vetor em fungao do eixo dos x, nos dé a seguinte derivada parcial: aa lim axed, ax Ar 0 [2.15] similarmente, em relagio as outras coordenadas espaciais, eixos y e 2, 0 vetor serd as seguintes derivadas parciais: aa _ aa, - + ay ay & wee ee ee ee ee 2 - CONCEITUACAO ENGENDEAR 2.11.3.1 - DEFINICAO DE OPERADOR VETORIAL, V Certas operagdes com vetores ocorrem to freqientemente em formulacées matemiticas que se toma necessério a utilizacdo de uma notagao abreviada. No campo que entraremos, Mecénica dos Fluidos, Fenémenos de Transporte Agitagdo Mecanica, a utilizagao de operacdes com vetores como fungées do tempo € do espaco, exige a substituigio das derivadas parciais por estas notagdes simplificadas chamadas de operadores vetoriais. © operador vetorial V (delta invertido), conhecido como “del”, € definido em coordenadas retangulares como. var fe 2 Fe [2.16] ox ay a Onde 7, },& sao os vetorés unitdrios e ax, dy, 8z so as varidveis associadas aos eixos de coordenadas x, y ¢ z. © simbolo V é um “vetor operador”, e possui componentes como um vetor qualquer, e no pode existir sozinho, mas deve operar sobre uma fungio escalar, uma fungio vetorial ou uma funcdo tensorial. ‘Uma vez que V € um operador vetorial, algumas operagdes podem ser realizadas com outras fungdes, como visto a seguir. 2.11.3.2 -O GRADIENTE DE UM CAMPO ESCALAR Quando V opera sobre uma fungio escalar diferencivel (campo ), 0 resultado chamado de gradiente. Desta forma, se uma funcio $=6(x, yz) for um campo escalar, entéo 0 vetor construido a partir das derivadas desta funcao € 0 gradiente do campo escalar $, denotado por: VO = gradientep = gradg = 26; 965, 8 ¢ (2.17) ax ay” az Verificar que enquanto @ é um campo escalar, 0 V é um campo vetorial. © gradiente Vp € um vetor perpendicular a uma superficie de 9, sendo sua magnitude e dirego aquelas de maior taxa de crescimento espacial de 6. Um exemplo muito utilizado em Mecinica dos Fluidos € o gradiente da presséo. A pressio como fungéo das coordenadas espaciais é um campo escalar, P=p(x,y,z), € seu gradiente denotado por Vp representa um vetor decorrente das suas derivadas parciais . 41/64

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