You are on page 1of 7

Frequências e Segurança de Redes Wi-Fi

Nessa aula vamos entender como a frequência de operação, largura do


canal de transmissão ou até mesmo o padrão de segurança e criptografia
podem interferir na qualidade e performance da rede wi-fi do cliente.

FREQUÊNCIAS 2.4 E 5.8GHZ


Como já vimos nos capítulos anteriores, as redes Wi-Fi funcionam por meio de ondas de
rádio e trabalham nas frequências de 2.4GHz e 5.8GHz. A seguir, vamos conhecer a
diferença entre elas e suas características.

CARACTERÍSTICAS
A primeira diferença entre essas frequências está
relacionada ao alcance, já que as redes 2.4GHz
são capazes de chegar mais longe do que as de
5.8GHz.

Isso acontece por conta de uma característica


básica das ondas, que se dispersam mais nas
frequências altas.

A segunda diferença é a capacidade de


transmissão. Apesar da frequência de 5.8GHz ter
alcance menor do que a de 2.4GHz, ela é capaz de
transmitir mais dados por segundo porque é livre
de interferências.

Isso ocorre por dois motivos: primeiro porque os


padrões 802.11b/g utilizam apenas a frequência
de 2.4GHz, e esse ainda é o padrão mais utilizado
em grande escala.
O segundo motivo é que muitos outros aparelhos
disputam essa faixa de frequência, como os
fornos micro-ondas e telefones sem fio.

A terceira e última diferença se refere à


quantidade de canais e interferências. Vamos lá!
Vamos começar pela frequência de 2.4GHz. Ela é compatível com os padrões 802.11b,
802.11g e 802.11n e tem um total de onze canais, no range de 2.4 à 2.474GHz. Cada um
deles tem uma largura de 20MHz e sobrepõe parcialmente 3 canais adjacentes para cada
lado.

Veja o exemplo do canal 6, no diagrama abaixo, para a esquerda ele sobrepõe (bastante) o
canal 5 e (pouco) o canal 4; para a direita, o mesmo acontece com os canais 7 e 8. Esse
congestionamento pode influenciar na qualidade do sinal, causando lentidão.
Canal
Frequência

Largura do Canal

FIQUE ATENTO!
Note que os únicos canais que não se sobrepõem são 1, 6 e 11. Deixando o eMTA em
modo de canal automático, a alocação se concentrará nesses 3 canais, para o melhor
rendimento e interferência mínima.
O uso do canal não é o único elemento do congestionamento, é necessário considerar a
intensidade do sinal de cada rede, cuja unidade é expressa em dBm. Para a escala de
potências aceitas para redes WiFi , o sinal ideal deve estar entre -10dBm e −70 dBm.

Já a banda de 5.8GHz, trabalha de 5.170 a 5.835GHz e é compatível com os padrões


802.11a, 802.11n e 802.11ac, além de disponibilizar 23 canais de 20MHz que não são
sobrepostos.

Alguns dos canais 5.8GHz (52 a 144) só estão disponíveis em equipamentos mais
sofisticados, que possuem a chamada função DFS (Dynamic Frequency Selection) ou
Seleção Dinâmica de Frequência. Ela permite que equipamentos Wi-Fi compartilhem a
mesma frequência utilizada por radares meteorológicos. Seu uso e potência também
variam de acordo com regulamentações em cada país.
eMTA E ONT DUAL BAND
Os novos eMTA’s Wi-Fi e ONT são dual band, ou seja, operam nas duas faixas de
frequência simultaneamente.

Com isso, o cliente terá sempre as duas redes WiFi à sua disposição e poderá alternar
sempre que precisar. Sempre realize a configuração das frequências 2.4GHz e 5.8GHz nos
eMTA’s com essa característica.

Ah, vale lembrar que nem todos os dispositivos WiFi do cliente possuem suporte a
frequência de 5.8GHz.

LARGURA DE CANAL
Como vimos no capitulo anterior, a largura do canal de
transmissão, ou a bandwidth, como também é conhecida,
pode ser de 20 MHz, 40 MHz ou 80MHz.

A configuração depende de algumas especificações e dos


dispositivos conectados, e reflete diretamente na capacidade
de transmissão do sinal wi-fi.

Que Largura Escolher?


Na frequência de 2.4GHz, deixe o bandwidth em 20MHz. Isso
porque essa banda já sofre muita interferência e a
compatibilidade com os dispositivos é um motivo importante.
Nem todo aparelho suporta canais de 40 MHz.

Já para as frequências de 5.8GHz, configure o bandwidth do


canal em 80MHz ou 40MHz. Como quase nenhum dispositivo
trabalha na mesma banda, a interferência será quase nula e
você dobrará a capacidade do fluxo de dados.
ATENÇÃO:
Se o cliente tem um tablet que só opera em 20 MHz e o terminal está configurado
como 40 MHz, o aparelho não conseguirá receber o sinal Wi-Fi.
MIMO
Os nossos eMTA’s que trabalham com padrão de transmissão 802.11ac, já possuem a
tecnologia MIMO que é a sigla em inglês para “Multiple Input Multiple Output” que, em
uma tradução literal, significa “Múltiplas Entradas Múltiplas Saídas”. Trata-se de um
sistema que visa alcançar maiores taxas de transmissão em redes sem fios. A tecnologia
usa várias antenas para transmitir o sinal e os dados em uma rede, assim, quanto mais
antenas, mais rápida e eficiente será a transmissão e recepção dos dados aos diversos
aparelhos conectados.

Em uma rede wi-fi tradicional, o eMTA dá atenção apenas a um dispositivo por vez. Então,
imagine que você tenha um notebook, um tablet e um smartphone ligados à essa rede
Wi-Fi. O notebook está fazendo um download, o tablet está rodando um filme através
do Now Online e o smartphone navegando na internet.

O eMTA primeiro transmite e recebe alguns dados do arquivo que está sendo baixado,
depois para de dar atenção ao download e recebe alguns pacotes de dados do nowonline
e depois do navegador. Embora o cliente não perceba essas paradas, é assim que o
terminal atua.

Em um sistema MIMO de três antenas, por exemplo, cada uma das antenas transmitem
um tipo diferente de dados.

Assim, voltando para a situação apresentada, uma antena ficaria dedicada para o
notebook, a segunda para o tablet e a terceira para o smartphone, não havendo
diminuição de velocidade.
UM POUCO MAIS SOBRE O MIMO!
O sistema MIMO possui três funções distintas. A STTD, a SM e a transmissão colaborativa.
STTD é a sigla para (Space Time Transmit Diversity). Neste modo, todas as antenas
transmitem exatamente o mesmo sinal. Isso serve para aumentar a potência da rede,
porém a velocidade continua a mesma.

Já na função SM (Spatial Multiplexing), cada antena transmite dados diferentes. Isso


aumenta a taxa de transferência da rede, ou seja, a sua velocidade. Porém, o alcance
continua o mesmo.

O sistema MIMO pode ser classificado no formato: "axb:c". A letra A indica o número de
antenas de transmissão, a letra B o número de antenas de recepção e a letra C o número de
fluxos espaciais. Vamos aos exemplos:

Um sistema MIMO-OFDM 2x2 indica que há duas antenas transmissoras e duas antenas
receptoras atuando no modo OFDM (ou SM), ou seja, cada uma transmite dados diferentes,
aumentando a velocidade. Assim, ele poderia ser descrito como 2x2:2.

A tecnologia MIMO ainda pode ser dividida em SU-MIMO e MU-MIMO, onde SU significa
Single User (usuário único) e MU significa Multiple User (usuários múltiplos). A tecnologia
MU-MIMO é a que pode transmitir diferentes tipos de dados simultaneamente.

BEAMFORMING
A tecnologia beamforming também está presente nesses terminais. Essa técnica permite
que a rede Wi-Fi se adapte dinamicamente ao ambiente e à quantidade de usuários
conectados, assim as antenas irradiam o sinal de forma direcional e inteligente, reforçando
o sinal nos locais onde há dispositivos conectados, selecionando o caminho até ele, com
melhor desempenho e contornando interferências.

Rede Wi-Fi comum Rede Wi-Fi com beamforming

A princípio, para usufruir da máxima capacidade do beamforming é necessário que o


aparelho do cliente (smartphone, TV, notebook etc.) também seja compatível. Vale lembrar
que mesmo sem ser compatível eles se conectarão normalmente à rede.
SEGURANÇA
Esse tópico é muito importante e escolher a opção errada pode
resultar em uma rede mais lenta e menos segura.

O primeiro passo é configurar o SSID, ou (Service Set IDentifier). Na


prática, o SSID é o nome que identifica a rede do cliente. Em seguida
insira a senha. Com isso, o cliente se autentica e acessa a sua rede
através de seus dispositivos. Para saber mais sobre o padrão de
configuração de SSID e senha, consulte o Treinamento de 1 ponto
referente ao terminal que você está configurando.

Mas não para por aí, ainda temos que configurar o protocolo de segurança e a chave de
criptografia. Essa configuração é fundamental e deve ser escolhida com calma e, claro, com
seus conhecimentos das tecnologias envolvidas. Vamos lá:

Os principais protocolos de segurança que você verá ao configurar uma rede sem fio são:
- WEP (Wired Equivalent Privacy), WPA (Wi-Fi Protected Access) e WPA2 (Wi-Fi Protected
Access II).

• WEP

O WEP (Segurança equivalente ao fio) foi desenvolvido para redes sem fio e aprovado
como padrão de segurança Wi-Fi em setembro de 1999. O WEP era destinado a oferecer o
mesmo nível de segurança das redes cabeadas, no entanto, existem diversos problemas de
segurança conhecidos no WEP, e além disso, ele é fácil de ser quebrado o que o tornou
obsoleto.

• WPA

Um ano antes do WEP ser abandonado oficialmente, o WPA (Wi-Fi de Acesso Protegido) foi
formalmente adotado. O WPA foi uma melhoria significativa sobre o WEP, mas como os
principais componentes foram feitos para que eles pudessem ser implementados através
de atualizações de firmware em dispositivos habilitados para WEP, ele ainda se baseava em
elementos vulneráveis. O WPA, assim como WEP, depois de sido submetido a uma prova de
conceito e aplicado a demonstrações públicas acabou, por sua vez, sendo muito vulnerável
a invasões.

• WPA2

O WPA2 (Wi-Fi de Acesso Protegido II), criado em 2003, é o protocolo que veio em
substituição à WPA. Atualmente o WPA2 é o protocolo considerado o mais seguro e
eficiente para configurar a rede Wi-Fi do cliente!
CRIPTOGRAFIA
O TKIP (Temporal Key Integrity Protocol) e AES (Advanced Encryptation Standard) são dois
tipos diferentes de criptografia que podem ser usados ao configurar a rede Wi-Fi.

O TKIP é um padrão de criptografia mais antigo usado pelo padrão WPA. Já o AES é um
protocolo de criptografia mais seguro introduzido com o WPA2.

Embora o WPA2 com AES forneça a rede Wi-Fi do cliente a segurança ideal, ele também
pode usar o TKIP, onde a compatibilidade com os dispositivos mais dispositivos antigos é
necessária.

IMPORTANTE:
Portanto, você deve configurar a rede do cliente com o protocolo de segurança WPA2
com chave de criptografia TKIP+AES, assim você garante compatibilidade máxima com
quaisquer dispositivos do cliente.

You might also like