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Belo Oriente
2018
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ESCOLA ESTADUAL JOÃO HEMETRIO DE MENEZES
Ensino Médio – Sociologia 3º ano EJA-2018
Professor Saimo Brandão Batista
1º Bimestre
CONCEPÇÕES DE ESTADO, PODER E PODER POLÍTICO. DESVENDANDO O
ESTADO DE DIREITO
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A palavra política tem origem nos tempos em que os gregos que indicava todos os
procedimentos relativos à pólis ou Cidade-Estado chamadas. Na Grécia havia duas formas
(duplicidade) de se usar a política: “politiké” (política em geral) e “politikós” (dos cidadãos,
pertencente aos cidadãos), que se estenderam ao latim “politicus” e chegaram as línguas
europeias modernas através do francês “politique” que definida nesse idioma como “ciência
do governo do Estado”.
O termo política, que se expandiu graças à influência de Aristóteles, para este filósofo,
política significava funções e divisão do Estado e as várias formas de governo, com a
significação mais comum de arte ou ciência do Governo; desde a origem ocorreu uma
transposição de significado das qualificadas como político, para a forma de saber mais
ou menos organizado sobre esse mesmo conjunto de coisas.
Na época moderna, o termo política perdeu seu significado original, substituído pouco a
pouco por outras expressões como ciência do Estado, doutrina do Estado, ciência política,
filosofia política, passando a ser comumente usados para indicar a atividade ou conjunto de
atividades que, de alguma maneira, têm como termo de referência a pólis, ou seja, o Estado.
O termo “Ciência Política” foi cunhado (criado) em 1880 por Herbert Baxter Adams,
professor de história da Universidade Johns Hopkins.
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Devemos ter cuidado, pois existem duas fomas de se conceituar Ciência Política:
1- Em uma concepção ampla, política é o estudo do poder, por que a tomada de decisões
de interesses da coletividade (comum) é sempre um ato de poder. Nesta concepção
consideram-se as relações de dominação seja através da política, da economia ou da
ideologia, como relações de dominação de uma pessoa sobre a outra.
Poder é a habilidade de impor a sua vontade sobre os outros, e existem diversos tipos de
poder: o poder social, o poder econômico, o poder militar, o poder político, poder ideológico
entre outros. Alguns autores importantes que estudaram a questão de poder foram Michel
Foucault, Max Weber, Pierre Bourdieu.
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Quando falamos de poder e autoridade costumamos confundir o significado das duas palavras,
mas quando olhamos mais atentamente, a diferença fica fácil de ser percebida. Quando somos
forçados a fazer algo em função da força ou posição que alguém ocupa, estamos submetidos ao
poder. Quando fazemos algo movido pelo exemplo, pela influência pessoal, pelo caráter,
estamos submetidos à autoridade.
O líder pautado pelo poder, exige ser servido, ao contrário do líder pela autoridade. Ele se
preocupa em servir. Ele serve gerando nos seus colaboradores a confiança, pois sabe que sem
a confiança é impossível conservar bons relacionamentos. A confiança é a cola que gruda os
relacionamentos, seja com os colaboradores ou com os clientes. Sem confiança as famílias se
dissolvem, as organizações tombam, os países desmoronam.
A resposta é: as pessoas aceitam tais condições porque, na maioria das vezes, não tem escolha,
precisam pagar as contas no fim do mês, porque acreditam que os tempos estão difíceis, mas
principalmente porque estão exercendo sua autoridade. Isso mesmo, ninguém as obriga a se
manter em um emprego insatisfatório, mas a autoridade as leva a colocar o coração a serviço
do compromisso assumido, a serviço da sua sobrevivência e daqueles que dependem delas.
Estão assim, colocando sua autoridade a serviço de alguém e isso requer uma escolha e muito
esforço.
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1- Teoria dos Jogos: é um dos modelos de decisão que potencializa seu pensamento
estratégico. Ela é chamada como a Ciência da Estratégia. Em poucas palavras, é sobre
antecipar como os outros vão responder ao que você fará, quando simultaneamente eles estão
pensando o mesmo sobre você. Teoria dos Jogos é um estudo sobre as tomadas de decisões
estratégicas e a lógica das interações humanas. Ela é um grande framework - uma caixa de
ferramentas com modelos que organizam o seu raciocínio - para que, junto com outros
tradicionais conceitos, você decida melhor nos ambientes estratégicos.
2- Feminismo: é um movimento social, filosófico e político que tem como meta direitos iguais
e uma vivência humana, por meio do “empoderamento” feminino e da libertação de padrões
opressores baseados em normas de gênero. Envolve diversos movimentos, teorias e filosofias,
advogando pela igualdade entre homens e mulheres, além de envolver a campanha pelos
direitos das mulheres e seus interesses. De acordo com Maggie Humm e Rebecca Walker, a
história do feminismo pode ser dividida em três "ondas". A primeira teria ocorrido no século
XIX e início do século XX, a segunda nas décadas de 1960 e 1970 e a terceira na década de
1990 até a atualidade.
OS TIPOS DE PODER
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O termo Estado parece ter origem nas antigas Cidades-Estados que se desenvolveram
na antiguidade, e em várias regiões do mundo; atualmente podemos conceituar Estado como o
conjunto das instituições que formam a organização político-administrativa de uma sociedade,
com um governo próprio e uma população em um território determinado, o Estado é formado
pelo governo, força policial, forças armadas, escola públicas, prisões, tribunais, hospitais
públicos, bem como todos aqueles que fazem parte dessas instituições que são chamados de
funcionários públicos – desde um gari ao presidente da República – exercem atividades estatais,
pois servidores do Estado, ou melhor, servidores da sociedade.
A palavra estado, em si, advém do latim status, us: modo de estar, situação, condição,
entretanto, somente no século XIII, segundo o Dicionário Houaiss, se pode conhceituar o
Estado (País) significando "conjunto das instituições (governo, forças armadas, funcionalismo
público etc.) que controlam e administram uma nação"; "país soberano, com estrutura
própria e politicamente organizado".
Para Kant, o Estado tanto é designado por coisa pública (res publica), quando tem por liame o
interesse que todos têm em viver no estado jurídico, como por potentia, quando se pensa em
relação com outros povos, ou por gens, por causa da união que se pretende hereditária. Entende
o Estado como comunidade, soberania e nação, se utilizadas categorias de hoje, dado que o
Estado é ao mesmo tempo Estado-comunidade, ou república, Estado-aparelho, ou principado,
e comunidade de gerações, ou nação.
Para Norberto Bobbio, a palavra foi utilizada pela primeira vez, com o seu sentido
contemporâneo, no livro Arte da Guerra, do imperador e general que fundou a dinastia dos Sun
Tzu e posteriormente no livro denominado O Príncipe, do diplomata e militar Nicolau
Maquiavel. É organizado politicamente, socialmente e juridicamente, ocupando
um território definido e onde normalmente a lei máxima é uma constituição escrita, e dirigida
por um governo que possui soberania reconhecida tanto interna como externamente. Um
Estado soberano é sintetizado pela máxima "Um governo, um povo, um território".
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O GOVERNO é cúpula, a parte dominante do Estado. Por isso, muitas vezes confundimos
Estado com governo, pois se trata de termos relacionados. A diferença é que o governo – mesmo
sendo decisivo, o que comanda – é somente uma parte do Estado, este é mais amplo e, como
vimos, engloba outros setores, além de compreender todos os níveis de governo – Federal,
Estadual e Municipal – e todas as atividades a eles ligadas.
Assim, o mar territorial e o espaço aéreo, compreendem como: o espaço do mar onde o
Estado costeiro exerce sua soberania. Tal soberania é estendida ao espaço aéreo subjacente ao
Mar Territorial, bem como ao leito e local entendido como subsolo deste mar. Todos os Estados
dispõem de espaço aéreo, contudo, nem todos os Estados dispõem de Mar Territorial. O espaço
aéreo de um país é a porção da atmosfera que se sobrepõe ao território desse país, incluindo o
território marítimo, indo do nível do solo, ou do mar, até 100 quilômetros de altitude, onde o
país detém o controle sobre a movimentação de aeronaves.
Dentro do mar territorial, o Estado costeiro dispõe de direitos soberanos idênticos aos de que
goza em seu território e suas águas interiores, para exercer e aplicar as suas leis e regulamentar
o uso e a exploração dos recursos. Entretanto, as embarcações estrangeiras civis e militares têm
o "direito de passagem inocente" pelo mar territorial, desde que não violem as leis do Estado
costeiro nem constituam ameaça à segurança.
Águas interiores
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Sobre suas águas interiores, além de jurisdição idêntica à do mar territorial, o Estado costeiro
pode até mesmo impedir a passagem inocente. Consideram-se águas interiores os mares
completamente fechados, os lagos e os rios, bem como as águas no interior da linha de base do
mar territorial. As águas arquipelágicas no interior das ilhas mais exteriores de um Estado
arquipelágico (como a Indonésia ou as Filipinas) também são consideradas águas interiores.
Zona contígua
O Estado costeiro mantem sob seu controle uma área de até doze milhas náuticas,
(adicionalmente às doze milhas do mar territorial), para o propósito de evitar ou reprimir as
infrações às suas leis e regulamentos aduaneiros, fiscais, de imigração, sanitários ou de outra
natureza no seu território ou mar territorial. A Zona Contigua alcança 12 milhas
náuticas (22 quilômetros) se divide em duas extensões.
A ZEE é uma faixa de água que começa no limite exterior do mar territorial de um Estado
costeiro e termina a uma distância de 200 milhas náuticas (370 quilômetros) do litoral (exceto
se o limite exterior for mais próximo de outro Estado) na qual o Estado costeiro dispõe de
direitos especiais sobre a exploração e uso de recursos marinhos.
Objetivos ou finalidades: também denominadas por funções do estado para que serve
o Estado? Para que, e por que, em determinado momento histórico, nós abrimos mãos de parcela
de nossos direitos e os colocamos sob a responsabilidade dessa realidade denominada de
Estado? O Estado tem determinados objetivos; o Estado é dotado de algumas finalidades; nós
podemos reduzir essas finalidades, esses objetivos do Estado em uma única expressão: o
objetivo de atingir o bem comum; a ordem pública e a garantir a soberania. Esse é o objetivo
da criação dessa entidade chamada Estado. Todo e qualquer Estado possui obrigações para com
os cidadãos, no que lhe dá o sentido e a importância de existir, assim as principais funções de
um Estado moderno são:
Garantir a soberania, ou seja, o direto que cada Estado tem de manter seu próprio
governo, elaborar suas próprias leis e de administrar os negócios públicos sem a interferência
de outros Estados, manter a ordem interna e a segurança externa (defender o território das
ameaças externas), integridade territorial e poder de decisão. Embora o poder e a autoridade
possam ser encontrados nas funções e relações sociais, em diferentes campos da vida social,
centralizam no Estado. Dado o seu legitimo monopólio da força, o governo, evidentemente,
detém o poder supremo na sociedade. O reconhecimento da independência de um Estado em
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relação aos outros, permitindo ao primeiro firmar acordos internacionais, é uma condição
fundamental para o estabelecimento da soberania.
Manter a ordem, o Estado se diferencia das demais instituições por ser o único que se
encontra investido de poder coercitivo, proibindo uma série de atos ou obrigando os cidadãos a
agir de uma ou de outra maneira adequando-se às leis, ou serão usados o poder coercitivo do
uso da força física. A coerção tem como objetivo propiciar um ambiente de ordem, preservando
os direitos individuais e coletivos. As leis estabelecem, portanto, o que deve ou não ser feito, o
que pode ser feito, e prescrevem as punições por sua violação. O Estado é, pois, a instituição
autorizada a decretar, impor, administrar e interpretar as leis na sociedade moderna. É por tudo
isso que o estado exerce um grande controle sobre a vida das pessoas.
ESTADO E DEMOCRACIA
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Tipos de democracia
Plebiscito e referendo
No plebiscito, a população é convocada para opinar sobre o assunto em debate antes que
qualquer medida tenha sido adotada, fazendo com que a opinião popular seja base para
elaboração de lei posterior.
No caso do referendo, o Congresso discute e aprova inicialmente uma lei e então os
cidadãos são convocados a dizer se são contra ou favoráveis à nova legislação.
Um exemplo de Referendo realizado no Brasil foi o de 2005, quando a população foi às
urnas opinar sobre o Estatuto do Desarmamento, que proibia a venda de armas e munições no
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ESTADO E GLOBALIZAÇÃO
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grupos econômicos. Fato que vem generalizando a descredibilidade nos políticos, no sistema
político estatal.
Esses dois fatores vêm gerando uma situação de crise moral no sistema político, cuja
solução se apresenta através da politização, da ética e do exercício da cidadania plena, no qual
destacaremos dois pontos principais:
Precisa-se aplicar uma força corretiva que ocorre através dos vários
movimentos sociais que movidos por imperativos éticos, atuam no sentido de criticar, fiscalizar
e reverter as prioridades dos governos. Assim a participação política não deve se resumir
apenas em ato de votar, mas também na participação da sociedade civil organizada.
ESTADOS HISTÓRICOS
ESTADO ABSOLUTISTA
Foi a primeira forma de Estado moderno historicamente definido, nesta forma de Estado
a realeza centralizava todas as decisões políticas e assumiam diretamente a administração
econômica (política mercantilista), a justiça e o poder militar; por isso, é também conhecido
como Absolutismo Monárquico, foi nesse momento que se iniciou uma estrutura
administrativa burocrática e a separação entre o público e o privado. Esse Estado intervinha
fortemente na vida econômica, sendo em algumas nações o principal responsável pela
construção de uma base manufatureira, chegou a necessitar de um amplo quadro administrativo
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para dar conta dessa tarefa. O controle da economia lhe impunha funções complexas e
especializadas para época, como o estabelecimento de normas rígidas sobre os métodos de
fabricação, os critérios para inspecionar a qualidade da matéria-prima empregada na produção,
a fixação dos preços, etc. foi neste Estado que o poder político se centralizou fortemente no
interior de um domínio territorial-nacional.
ESTADO LIBERAL
É uma forma histórica de Estado, ele foi implantado através das diversas revoluções
burguesas ou revoluções liberais que ocorreram na Europa Ocidental a partir do século XVII, a
expressão “liberal” representava uns dos principais ideais da burguesia. Por isso a burguesia
criticava o absolutismo e defendia os valores iluministas da “Liberdade” e da “Igualdade”; mas
a liberdade econômica sem intervenção do Estado, como defendia os teóricos do liberalismo
econômico da época (Adam Smith): “laissez-fare, laissez-passer” (deixai fazer, deixai passar);
e igualdade de decisão política e jurídica nos negócios. Este Estado era puramente burguês, pois
além das decisões econômicas em favor da burguesia, as eleições de representação política eram
censitárias.
ESTADO LIBERAL-DEMOCRÁTICO
É a consolidação definitiva da tomada do poder político pela burguesia, mas para isso a
burguesia foi obrigada a buscar apoio entre os operários e os camponeses, assim é que a
democracia foi possível. Por isso, a burguesia teve de adaptar seu programa revolucionário para
atender aos interesses da maioria da população. Esse foi o único caminho que encontrou para
assumir o poder se autoproclamando representante dos interesses da sociedade em geral. E
depois, com muitas reivindicações, os trabalhadores do campo e da cidade foram ampliando
seus direitos e conquistando seu espaço no Estado Liberal-democrático como: o surgimento dos
partidos políticos, a partir do século XIX (com alguns movimentos operários como o ludismo
e o cartismo), os partidos políticos passaram a ser instrumentos de representação capazes de
abrigar a enorme pluralidade de princípios políticos, ideais e valores que constituem a sociedade
moderna dos Parlamentos ou Assembleias Legislativas os ideais e direitos para suas classes.
O Estado Liberal-democrático é composto de três poderes independentes, cujo objetivo é
garantir o equilíbrio social dentro de uma sociedade de conflitos individuais e sociais: Poder
Legislativo – responsável em criar leis, Poder Judiciário – responsável com que as leis sejam
cumpridas e o Poder Executivo – responsável em cumprir as leis.
ESTADO TOTALITÁRIO
Isso aconteceu em muitos governos ditatoriais na América Latina como o caso do golpe militar
no Brasil em 1964. Os Estados Totalitários sejam de direita (conservadores) como o caso do
nazismo e do fascismo, o de esquerda (revolucionários) como os de orientação comunistas.
Mobilizam a massa através de uma ideologia ou doutrina que prega a construção de uma nova
sociedade melhor para todos, neste sentido o Estado justifica toda a repressão, espionagem,
prisão, suspende direitos individuais e políticos, evita-se a dissidência política, centraliza as
decisões governamentais.
No século XIX, logo após a 2ª guerra mundial o mundo vivia uma que precisava de
soluções, neste contexto surgiu a teoria econômica do inglês Keynes, que indicou a importância
do Estado no controle da economia e na superação das dificuldades econômicas e sociais, neste
contexto surgiu os partidos da social-democracia que mesclaram as teorias keynesianas e os
ideais marxistas, eles diziam que ser “socialista” não significava acabar com o capitalismo, mas
fazer com que o Estado democrático tenha um programa forte de assistência social e
distribuição de renda, assim criou-se o Estado social-democrático ou de bem-estar social
(Welfare State) que se caracteriza basicamente: Intervenção do Estado na regulação da
economia, Desenvolvimento econômico a partir da distribuição de renda, Aumento de impostos
para as classes ricas, Investimento em educação, Construção de obras públicas e moradias,
Políticas assistenciais eficazes, Estatização e modernização de empresas, Melhorias em
serviços públicos, Verticalização na produção de riquezas naturais.
Ao final dos anos 70, o Estado do bem-estar social (Welfare state), já não conseguia dá
respostas às demandas sociais sempre crescentes (e ao inevitável aumento de custos decorrentes
da expansão de serviços oferecidos) e, por outro lado, enfrentava um estrangulamento em suas
receitas, dependentes da arrecadação de impostos. A crise do Welfare State estabeleceu então
as condições para que forças políticas que propunha redução da intervenção estatal na economia
chegassem ao poder em diversos países, com destaque para as administrações de Regan, nos
E.U.A (1980-1988) e Thatcher, no Reino Unido (1979-1990). A expressão neoliberal
representa o neoliberalismo, isto é, o novo liberalismo inspirado nos ideais do liberalismo
econômico clássico do século XVII, do “laissez-faire”.
Entre as principais características do atual neoliberalismo podemos destacar: Redução
do papel regulador do Estado na economia, Cortes nos investimentos públicos, Privatizações
de empresas estatais, Terceirização de serviços públicos, Redução ou reformulação de
programas assistenciais, Desarticulação dos movimentos sociais e sindicais.
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As concepções que destacaremos aqui se referem às várias ideias que alguns pensadores
têm sobre o Estado, bem como, sua origem e suas características:
Tais teorias surgem para tentar explicar como se fundam o Estado. Cindindo com o surgimento
do Estado Moderno, o contratualismo refere-se a toda teoria política que veem a origem da
sociedade e o fundamento do poder político num CONTRATO.
Segundo Hobbes: “o homem é lobo do próprio homem” e para coexistir com os outros
precisa da paz e da organização dentro de um Estado forte e absoluto.
Estado é visto como organizador, controlador e defensor das leis e dos direitos individuais
dos cidadãos.
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de forma diferente em cada teoria contratualistas), contrário a esse Estado de natureza seria o
Estado de civilização, ou seja, com a fundação do Estado.
As teorias contratualistas de Hobbes e Locke explicitam em comum a interpretação
individualista, dado o contrato ser um ato firmado entre indivíduos conscientes e deliberados
que abrem mão em parte ou em todo de seu arbítrio para que outrem o exerça. Esse é o exercício
estatal, ao prescrever condutas que devem ser observadas e seguidas de forma heterônoma e
externa pelos indivíduos sob a sua tutela. O contrato, ou o consentimento, é a base do governo
e da fixação dos seus limites.
De fato, a sociedade civil nasce quando, para uma melhor administração da justiça, os
habitantes acordam entre si delegar esta função a determinados funcionários. Assim o governo
é instituído por meio de um contrato social, sendo os seus poderes limitados, envolvendo
obrigações recíprocas, sendo que estas obrigações podem ser modificadas ou revogadas pela
autoridade que as conferiu.
A principal diferença entre esses teóricos é que, enquanto para Hobbes, o pacto concede
o poder absoluto e indivisível ao soberano, para Locke o poder legislativo é poder
supremo, ao qual deve se subordinar tanto o executivo (soberano) quanto o federativo
(encarregado das relações exteriores) e, segundo Rousseau o poder supremo emana do
povo através das leis por ele proposta e sancionada, e todo governante deve segui-la, se
não substituído pelo próprio povo.
Segundo essas teorias, o Estado desde o princípio das primeiras civilizações está relacionado
com as necessidades de cada sociedade, essa instituição política surgiu em muitos contextos
históricos diferentes e por muitas razões: as necessidades da guerra, de administração das obras
públicas, o aumento do tamanho e da diversidade da população, novos problemas que exigiam
uma ação organizada da sociedade como um todo. O Estado tomava forma à maneira que
grupos e indivíduos dentro da sociedade entendiam ser de seu interesse centralizar a
autoridade, estabelecer métodos para solucionar disputas e empregar a força para a
conformidade a algumas normas sociais.
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4º Bimestre
VALORES E NORMAS SOCIAIS
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CIDADANIA OU NACIONALIDADE?
O conceito de cidadania tem origem na Grécia clássica, sendo usado então para
designar os direitos relativos ao cidadão, ou seja, o indivíduo que vivia na cidade e ali
participava ativamente dos negócios e das decisões políticas. Cidadania, pressupunha, portanto,
todas as implicações decorrentes de uma vida em sociedade.
A etimologia da palavra cidadania vem do latim civitas, cidade, tal como cidadão. Neste
sentido, a palavra-raiz, cidade, diz muito sobre o verbete. O habitante da cidade no
cumprimento dos seus deveres é um sujeito da ação, em contraposição ao sujeito de
contemplação, omisso e absorvido por si e para si mesmo, ou seja, não basta estar na cidade,
mas agir na cidade. A cidadania, neste contexto, refere-se à qualidade de cidadão, indivíduo de
ação estabelecido na cidade moderna. A rigor, cidadania não combina com individualismo e
com omissões individuais frente aos problemas da cidade; a cidade e os problemas da cidade
dizem respeito a todos os cidadãos.
Em assim sendo, é a cidadania o conjunto de direitos civis e políticos de que dispõe essa mesma
pessoa física, podendo, em conseqüência, desempenhar funções públicas, atividade
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profissional, comercia empresarial, votar, ser votado para qualquer cargo da trindade estatal,
pertencer a partidos políticos, enfim, exercer os atos da vida civil em toda a plenitude.
Podemos, além do mais, afirmar inexistir cidadania sem nacionalidade, pois a perda da última
implicará a perda nos direitos civis e políticos que lhe são inerentes. Isto porque o ato de
exercitá-los corres ponde justamente ao exercício da cidadania.
Exercer a cidadania é ter consciência de seus direitos e obrigações e lutar para que sejam
colocados em prática. Exercer a cidadania é estar em pleno gozo das disposições
constitucionais. Preparar o cidadão para o exercício da cidadania é um dos objetivos da
educação de um país.
O conceito de cidadania também está relacionado com o país onde a pessoa exerce os
seus direitos e deveres. Assim, a cidadania brasileira está relacionada com o indivíduo que
está ligado aos direitos e deveres que estão definidos na Constituição.
A cidadania é o conjunto de direitos e deveres que nos garante o acesso de maneira igual
a todos recursos materiais e imateriais necessários para viver com dignidade e igualdade de
condições junto a todos os membros da sociedade.
A cidadania é um processo que está relacionado aos direitos e aos movimentos sociais
que buscam a consolidação definitiva de uma sociedade justa e igualitária.
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O historiador José Murilo de Carvalho define cidadania como o exercício pleno dos
direitos políticos, civis e sociais, uma liberdade completa que combina igualdade e participação
numa sociedade ideal, talvez inatingível.
Esta cidadania naturalizada é a liberdade dos modernos, como estabelece o artigo III da
Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada na Assembleia Geral das Nações
Unidas, em 1948: "toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal”. A origem
desta carta remonta das revoluções burguesas no final do século XVIII, sobretudo na França e
nas colônias inglesas na América do Norte; o termo cidadão designa, nesta circunstância e
contexto, o habitante da cidade "no cumprimento de seus simples deveres, em oposição a
parasitas ou a pretensos parasitas sociais”.
No Brasil, nos léxicos da língua portuguesa que circularam no início do século XIX,
observa-se bem a distinção entre os termos cidadão (em português arcaico, cidadam) e o fidalgo,
prevalecendo o segundo para designar aquele indivíduo detentor dos privilégios da cidade na
sociedade de corte. Neste contexto, o fidalgo é o detentor dos deveres e obrigações na cidade
portuguesa; o cidadão é uma maneira genérica de designar a origem e o trânsito dos vassalos
do rei nas cidades do vasto império português. Com a reconfiguração do Estado a partir de
1822, vários conceitos políticos passaram por um processo de ressignificação; cidadão e
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cidadania entram no vocabulário dos discursos políticos, assim como os termos Brasil,
brasileiros, em oposição a brasílicos. Por exemplo: povo, povos, nação, história, opinião
pública, América, americanos, entre outros.
A partir disso, o termo cidadania pode ser compreendido racionalmente pelas lutas,
conquistas e derrotas do cidadão brasileiro ao longo da história nacional, a começar da história
republicana, na medida em que esta ideia moderna, a relação indivídua cidade ou indivíduo
Estado
"expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar
ativamente da vida e do governo de seu povo (...)”.
O longo caminho inferido por José Murilo de Carvalho refere-se a isto: uma cidadania
no papel e outra cidadania cotidiana. É o caso da cidadania dos brasileiros negros: a recente
Lei nº 7.716 de 5 de janeiro de 1989 é um prolongamento da luta pela cidadania dos "homens
de cor", cujo marco histórico formal é a Lei Áurea de 1888; ou seja, um século para garantir,
através de uma lei, a cidadania civil de metade da população brasileira, se os números do último
censo demográfico estão corretos; portanto, há uma cidadania no papel e outra cidadania
cotidiana, conquistada no dia-a-dia, no exercício da vida prática; tal é que ainda hoje discute-
se nas altas esferas da jurisprudência brasileira se o cidadão negro é ou não é injustiçado pela
história da nação. Considere-se que na perspectiva de uma cidadania plena, equilibrada e
consciente, não haveria de persistir por tanto tempo tal dúvida.
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Neste contexto, a lei torna-se o último recurso da cidadania, aquela cidadania desejada,
praticada no cotidiano, físicos, deficientes mentais, homossexuais, crianças, adolescentes,
idosos, aposentados, etc. Um caso prático para ilustrar esta realidade cotidiana é a superlotação
dos presídios e casas de custódia; a rigor, os direitos humanos contemplam também os
infratores, uma vez que, conforme mencionamos, “toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e
à segurança pessoal”.
Embora existam leis que visam reparar injustiças, existe também uma longa história de
lutas cotidianas para conquistar estes direitos: o direito à liberdade de expressão, o direito de
organizar e participar de associações comunitárias, sindicatos trabalhistas e partidos políticos,
o direito a um salário justo, a uma renda mínima e a condições para sobreviver, o direito a um
pedaço de terra para plantar e colher, o direito de votar e ser votado talvez o mais elementar da
democracia moderna, negado a sociedade, na já longa história da cidadania brasileira. É esta
luta cotidiana por direitos elementares que define a cidadania brasileira e não os apelos ao
pertencimento, ao nacionalismo, a democracia e ao patriotismo do cidadão-comum.
ESPÉCIES DE CIDADANIA
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I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que
estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles
esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados
em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
II - naturalizados:
A cidadania, por sua vez, é o gozo do conjunto de direitos políticos concedido à pessoa
natural, ou seja, é a participação econômica, social e política do cidadão de um Estado. Contudo,
é necessária a condição de nacional para o exercício da cidadania, mas não é primordial ser
cidadão para ser nacional.
Cada Estado, possui regras próprias, para obtenção da nacionalidade. No Brasil, ela
pode ser adquirida de dois modos: o primário e o secundário.
A Constituição Federal (Art. 12) também prevê ocasiões em que os nascidos no exterior,
filhos de pais brasileiros, também serão considerados brasileiros pela regra do jus sanguinis.
Nestes casos, existem algumas exigências:
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1- A criança deve ser filha de pai ou mãe brasileira e estes estejam a serviço do país;
2- Os nascidos no estrangeiro de pai ou mãe brasileira e façam o registro em repartição
brasileira competente, e;
3- Os nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira, que venham a residir no país e, a
qualquer tempo após a maioridade, optem pela nacionalidade brasileira.
Para os portugueses, basta que tenham residência permanente no Brasil e, desde que
haja reciprocidade em favor de brasileiros, eles terão os mesmos direitos, salvo em alguns casos
previstos na Constituição.
Para os estrangeiros originários de outros países, ainda há mais uma opção para a
obtenção da nacionalidade brasileira; a chamada naturalização extraordinária, prevista na
Constituição Federal e que exige apenas três requisitos: residência no país por mais de quinze
anos ininterruptos, inexistência de condenação penal e mediante requerimento.
O brasileiro perderá a sua nacionalidade caso se naturalize em outro país, mas há duas
ocasiões em que isto não acontece: se o brasileiro obtiver a chamada ‘dupla cidadania’, em que
é reconhecido com nacional de outro país, ou se morar em território estrangeiro e for obrigado
a se naturalizar como condição para permanecer em seu território. Esta última é chamada de
aquisição involuntária de nacionalidade e, portanto, não poderia ocasionar a perda da
nacionalidade brasileira.
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nacionalidade após o trânsito em julgado da sentença, só pode ser readquirida mediante Ação
Rescisória. Logicamente, a ação deve ser fundamentada em virtude de atividade nociva ao
interesse nacional praticada pelo naturalizado.
A importância deste tema se revela óbvia: tanto o brasileiro nato quanto o naturalizado
possuem direitos e deveres do País ao qual se vinculam. E é a nacionalidade que vai determinar
a qual Estado caberá a proteção diplomática do indivíduo.
Obrigação de fazer;
Ex.: Fazer uma reforma em parede divisória entre terrenos.
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Direito à saúde, educação, moradia, trabalho, previdência social, lazer, entre outros;
O cidadão é livre para escrever e dizer o que pensa, mas precisa assinar o que disse e
escreveu;
Todos são respeitados na sua fé, no seu pensamento e na sua ação na cidade;
O cidadão é livre para praticar qualquer trabalho, ofício ou profissão, mas a lei pode
pedir estudo e diploma para isso;
Só o autor de uma obra tem o direito de usá-la, publicá-la e tirar cópia, e esse direito
passa para os seus herdeiros;
Os bens de uma pessoa, quando ela morrer, passam para seus herdeiros;
Em tempo de paz, qualquer pessoa pode ir de uma cidade para outra, ficar ou sair do
país, obedecendo a lei feita para isso.
Direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade;
Proteção à maternidade e à infância;
Não ser tratado de forma desumana ou degradante. Não ser submetido a atos de tortura
física, psicológica ou de qualquer outra natureza.
TIPOS DE DIREITOS
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Direitos civis
Esse grupo de direitos tem por objetivo garantir que o relacionamento entre as pessoas
seja baseado na liberdade de escolha dos rumos de sua própria vida - por exemplo, definir a
profissão, o local de moradia, a religião, a escola dos filhos, as viagens - e de ser respeitado. É
preciso ressaltar que liberdade de cada um não pode comprometer a liberdade do outro.
Ter os direitos civis garantidos, portanto, deveria significar que todos fossem tratados
em igualdade de condições perante as leis, o Estado e em qualquer situação social,
independentemente de raça, condição econômica, religião, filiação, origem cultural, sexo, ou
de opiniões e escolhas relativas à vida privada.
Esse grupo de direitos tem por objetivo garantir que o relacionamento entre as pessoas
seja baseado na liberdade de escolha dos rumos de sua própria vida - por exemplo, definir a
profissão, o local de moradia, a religião, a escola dos filhos, as viagens - e de ser respeitado. É
preciso ressaltar que liberdade de cada um não pode comprometer a liberdade do outro.
Ter os direitos civis garantidos, portanto, deveria significar que todos fossem tratados
em igualdade de condições perante as leis, o Estado e em qualquer situação social,
independentemente de raça, condição econômica, religião, filiação, origem cultural, sexo, ou
de opiniões e escolhas relativas à vida privada.
Dessa forma, o exercício e a garantia dos direitos civis não existem sem a tolerância e o
convívio com os diferentes modos de ser, sentir e agir. Se reivindicamos o direito às nossas
liberdades individuais, assumimos ao mesmo tempo o compromisso e a responsabilidade de
zelar para que essas liberdades existam para todos. Preocupar-se com a garantia dos direitos
significa tanto exercitá-los em nossa vida quanto construir no cotidiano condições que permitam
a sua ampla realização.
Direitos políticos
Direitos sociais
Depois dos direitos civis e os direitos políticos temos a promoção dos direitos sociais:
direito à moradia, educação básica, saúde pública, transporte coletivo, lazer, trabalho e
salário, seguro-desemprego, enfim, um mínimo de bem-estar econômico e social. E isso se
fez como investimentos maciços por parte do Estado, redimensionado as suas prioridades, para
atender à maior parte da população, a fim de que ela pudesse ter trabalho e algum rendimento,
tornando-se consumidora e, assim, mantendo a produção sempre elevada. É o que alguns
chamam de “cidadania do consumidor”, ou seja, a cidadania entendia de mercado.
Hoje temos ainda outros tipos de direitos, relacionados à modernidade, surgidos no final
do século XX e início do século XXI, como o direito dos consumidores, dos idosos, dos
adolescentes, das crianças, dos deficientes, das minorias étnicas, dos animais, do meio
ambiente e etc.
Direitos Humanos
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As normas são regras sociais que estabelecem o que as pessoas podem ou não podem
fazer em determinadas situações que implicam o seu cumprimento.
Os valores englobam as ideias que definem o que é bom ou mau, belo ou feio,
etc., comuns a um determinado grupo ou sociedade e consubstanciando-se em normas →
conjunto de regras de conduta.
A interação entre os indivíduos não obedece ao acaso; é nas normas sociais que se
encontra a base necessária à interação e à ação social humana geral. Todos os grupos humanos
seguem normas definidas, que são sempre reforçadas por sanções de vária ordem, de sentido
positivo ou negativo, indo desde a recompensa até à desaprovação informal e à punição formal.
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O conceito de norma social tem sido vastamente utilizado na Sociologia, que assume
que o que dá coerência e significado aos comportamentos humanos é a sua referência a um
sistema de normas coletivas. Esse significado surge tanto aos olhos do próprio indivíduo como
dos outros com quem ele age e do coletivo em geral. Obviamente, a pluralidade de modelos
culturais existente no mundo limita a coerência e a significância dos comportamentos aos
contextos para os quais elas são válidas. O conceito de norma social é um conceito central nas
correntes sociológicas que dão relevo às questões da ordem social.
Você sabe o que é bom e o que é mal na sociedade? Se você não respeita a norma ou
você não se conforma, você vai receber uma sanção (uma punição). Então, uma norma social
é uma regra explícita ou implícita que propõe um comportamento que a sociedade
valoriza.
Vejamos os Exemplos:
1- Quando você está numa aula, existem códigos a serem respeitados. Você tem que escutar o
professor, você não pode cantar, falar, fumar ou escutar música enquanto o professor está
falando. Porém, você pode escutar, escrever o que ele disser, etc.
2- Quando você está dirigindo… Você tem que respeitar as velocidades, você tem que respeitar
as regras.
3- Quando é o aniversário do seu amigo, você vai desejar a ele um feliz aniversário.
Estes exemplos são normas sociais que você sabe desde criança e que você faz sem pensar (no
automático).
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Com certeza, não. Um francês, por exemplo, na aula não se pode se referir a um
professor com “você”, como ocorre frequentemente no Brasil. A gente usa o “vous” ou, em
português: “vós”.
No Japão, quando uma pessoa entra numa casa ou num apartamento, ela tem de deixar
os sapatos na entrada do lugar.
Tanto os valores como as normas não possuem um caráter universal, isto é, variam
no tempo e no espaço.
Quando uma norma social varia no tempo, significa dizer que elas podem ser alteradas ao
passar dos tempos. Dessa forma mediante a evolução da sociedade com o passar dos anos, seus
valores tendem a alterar, seja pela extinção, modificação ou criação.
Dessa mesma forma a variação de uma norma ou valor social no espaço referimos a questão
territorial de um Estado (país) ou até mesmo de uma sociedade (que não se limita a questões
territoriais). O que pode ser considerado como regra para um determinado local pode ser
considerado algo inócuo ou até mesmo inaceitável para outros.
Vários são os sociólogos que buscaram explicar o conceito de norma social, dentre eles
destacam-se, Émile Durkheim e Erving Goffmam,
Segundo Émile Durkheim, a norma social é um fato social que é exterior aos indivíduos e
que se impõe a eles.
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Segundo Erving Goffman, a norma social se constrói durante a interação social. Se você é
estudante, tem um papel de estudante, então precisa respeitar as normas relativas a este
contexto e atuar no papel de estudante. Para Goffmam cada indivíduo na sociedade possui
um papel que se destacará pela interação entre suas finalidades e comportamento do
indivíduo diante de seu papel.
As pessoas que não respeitam as normas sociais podem receber sanções com diversos
graus de importância. Se você não respeita a velocidade quando você dirige, você tende
a pagar uma multa. Se você não cede o seu assento no ônibus a uma pessoa idosa, pode
ser que as pessoas presentes no veículo irão olhar com cara feia para você. Muitos
sociólogos falam do carácter instável da norma social. Por exemplo, Émile Durkheim trata do
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conceito “anomia” que é um estado de falta de coesão social entre os indivíduos, culpa de uma
ausência de normas. Depois, tem Howard S. Becker que é o autor do conceito “outsiders”, este
corresponde aos indivíduos que não respeitam as normas sociais.
A sua manutenção implica que esses mesmos valores, normas e comportamentos sejam
interiorizados e aceites pelos indivíduos. Neste sentido, e para evitar os comportamentos
desviantes, a sociedade exerce um controlo social sobre os seus membros, recorrendo a
mecanismos próprios:
SANÇÕES SOCIAIS
Sanções sociais são medidas que se destinam a garantir o cumprimento de regras, numa
sociedade ou Estado.
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