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Aula 10

Direito Processual Civil p/ TJ-PA (Analista - Direito e Oficial de


Justiça)Com Videoaulas-Pós-Edital
Ricardo Torques
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SUMÁRIO
1 – Considerações Iniciais ..................................................................................................................................... 2
2 - Sentença ......................................................................................................................................................... 2
2.1 - Disposições Gerais ................................................................................................................................................ 2
2.2 - Elementos e Efeitos da Sentença ........................................................................................................................ 12
3 - Remessa Necessária ...................................................................................................................................... 20
4 – Julgamento das Ações Relativas às Prestações de Fazer, de Não Fazer e de Entregar Coisa.............................. 22
5 - Coisa Julgada ................................................................................................................................................. 24
6 - Liquidação de Sentença ................................................................
................................................................. 28
7 - Cumprimento da Sentença............................................................................................................................. 31
7.1 - Disposições Gerais .............................................................................................................................................. 31
7.2 - Título executivos judiciais ................................................................................................................................... 32
7.3 - Competência para o cumprimento de sentença ................................................................................................. 34
7.4 - Protesto............................................................................................................................................................... 35
7.5 - Cumprimento provisório da sentença que reconhece a exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa .... 36
7.6 - Cumprimento definitivo da sentença que reconhece a exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa ..... 38
7.7 - Impugnação ao cumprimento de sentença ........................................................................................................ 41
7.8 - Cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de prestar alimentos ......................... 46
7.9 - Cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa pela Fazenda
Pública......................................................................................................................................................................... 50
7.10 - Cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer, de não fazer ou de entregar
coisa ............................................................................................................................................................................ 53
8 - Questões ....................................................................................................................................................... 55
8.1 – Lista de Questões sem Comentários .................................................................................................................. 55
8.2 – Gabarito ............................................................................................................................................................. 80
8.3 – Lista de Questões com Comentários .................................................................................................................. 81
9 - Destaques da Legislação e Jurisprudência Correlata ...................................................................................... 140
10 - Considerações Finais .................................................................................................................................. 151

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SENTENÇA E COISA JULGADA


LIQUIDAÇÃO E CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Chegamos ao nosso 11º encontro! Na aula de hoje, abordaremos a fase decisória do processo de
conhecimento. Vamos analisar, basicamente, sentença, remessa necessária, coisa julgada,
liquidação e cumprimento de sentença.
Dessa forma, abordaremos os seguintes pontos do edital:
16.9 Sentença e coisa julgada. 16.10 Cumprimento da sentença. 16.11 Disposições Gerais. 16.12 Cumprimento.
16.13 Liquidação.
Trata-se de uma aula relevante para nossos estudos e para a compreensão da disciplina.
Vamos lá?!

2 - SENTENÇA

2.1 - DISPOSIÇÕES GERAIS

2.1.1 - Conceito

A sentença é um conceito que sofreu diversas modificações com o tempo. Inicialmente, no CPC73,
a sentença era vista como a decisão que colocava fim ao processo, encerrando-o. Após reformas
no CPC73, a sentença passou a ser compreendida como a decisão que dava fim à fase de
conhecimento e inaugurava a fase de cumprimento da sentença. Desse modo, na denominada fase
sincrética do Direito Processual Civil, a sentença era conceituada como o ato do juiz que implica o
julgamento da ação, com ou sem resolução do mérito. Note que não se fala mais em pôr fim ao
processo.
No NCPC, o conceito de sentença ficou mais claro. Confira o art. 203, §1º, do NCPC:
§ 1o RESSALVADAS as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por
meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum,
bem como extingue a execução.
Em termos simples, esse dispositivo explica que a sentença pode ser várias coisas:
 Aquilo que os procedimentos especiais entendem por sentença. Assim, cada uma das ações especiais pode
prever regras específicas para o conceito de sentença.
 Sentença é o pronunciamento do juiz que põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, com ou sem
resolução do mérito.
 Sentença é, também, o pronunciamento do juiz que extingue a execução, tal como o cumprimento ou o
pagamento da obrigação.

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Em síntese...

SENTENÇA

aquilo que o procedimento no procedimento comum é o


pronunciamento que extingue a
especial disciplinar como pronunciamento que põe fim à
execução
sentença fase cognitiva

Esse é o conceito de sentença extraído do NCPC. Cumpre registrar, entretanto, que essa decisão
poderá ser proferida por um juiz singular, quando efetivamente é denominada de sentença ou, pelo
tribunal, quando é denominada de acórdão. Ademais, ainda no âmbito do tribunal, temos a
possibilidade de decisões unipessoais por um dos membros dos colegiados (decisões monocráticas),
quando admitido pela lei ou pelo regimento interno.
Para arrematar, vejamos um conceito doutrinário de sentença1:
A sentença é um ato jurídico do qual decorre uma norma jurídica individualizada, ou simplesmente norma
individual, que se diferencia das demais normas jurídicas (leis, por exemplo) em razão da possibilidade de tornar-
se indiscutível pela coisa julgada.
Confira aqui uma questão de concurso:

(TRT1ªR/2013/adaptada) Em relação à sentença e à coisa julgada, julgue a assertiva abaixo:


O juiz decidirá de forma concisa ao extinguir o processo sem resolução do mérito, prescindindo
de fundamentação nessa hipótese.
Comentários
A assertiva está incorreta. No NCPC, não temos a previsão de decisões concisas. A ideia, à luz
do NCPC, é que a decisão seja sempre clara e objetiva. Além disso, o erro mais grave dessa
assertiva é referir que a decisão pode ser sem fundamento quando envolver extinção sem
resolução de mérito, o que é absolutamente inadmissível.
Vejamos mais uma questão

1
JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 2, 18ª edição, rev., atual. e ampl., Bahia: Editora
JusPodvim, 2016, p. 317.

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(TCU/2013) No que diz respeito aos atos judiciais, julgue o item que se segue.
A sentença é a expressão que designa tanto o ato judicial por meio do qual o mérito da causa
é decidido quanto o ato que se limita a extinguir o processo sem julgamento do mérito.
Comentários
Correta a assertiva. Justamente, ao colocar fim à fase de conhecimento do processo, o juiz
poderá analisá-lo com ou sem julgamento de mérito.

2.1.2 - Sentença terminativa e definitiva

A sentença terminativa é aquela que encerra a fase cognitiva sem julgar o mérito e que está descrita
no art. 485, do NCPC.
A sentença definitiva é aquela que encerra a fase cognitiva com o enfrentamento do mérito na forma
do art. 487, do NCPC.
Segundo a doutrina:

SENTENÇA sem análise do


art. 485, do NCPC
TERMINATIVA mérito

com análise do
SENTENÇA DEFINITIVA art. 487, do NCPC
mérito

Sentença terminativa
Veja um conceito doutrinário2:
Sentença terminativa é aquela que não aprecia o fundo do litígio, extinguindo o processo sem resolução de
mérito. Sobre ela se forma apenas a preclusão temporal (também conhecida como coisa julgada formal),
sinalizada com o trânsito em julgado da decisão, que representa a impossibilidade de rediscussão das questões
decididas dentro do processo em que foi proferida.
O art. 485, do NCPC, trata das hipóteses em que o juiz encerrará a fase de conhecimento sem
julgamento do mérito. Leia com a máxima atenção:

2
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 566.

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Vamos analisar cada uma das hipóteses:


(i) INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL.
De acordo com o art. 330, do NCPC, são várias as situações nas quais temos o indeferimento da
petição inicial. Implica o indeferimento da petição inicial:
a) a inépcia, ou seja, quando faltar pedido ou causa de pedir, quando o pedido for indeterminado e não for
hipótese legal de pedido genérico, quando dos fatos narrados pelo autor não decorre logicamente a conclusão
e quando a petição contiver pedidos incompatíveis.
b) a manifesta ilegitimidade da parte.
c) a falta de interesse processual.
d) a não indicação do endereço para a citação do réu e o não cumprimento, pelo autor, da determinação de
emenda à inicial.
(ii) NEGLIGÊNCIA DAS PARTES (AMBAS).
Para caracterização da negligência no processo, basta que este permaneça parado por negligência
das partes por MAIS de 1 ANO, desde que as partes sejam intimadas para que deem andamento ao
processo e não o façam.
Nesse caso, o juiz determinará que ambas as partes paguem proporcionalmente o valor das custas,
segundo o que disciplina o §2º, do art. 485, do NCPC.
(iii) ABANDONO DA CAUSA (PELO AUTOR).
O abandono da causa pela parte autora configura-se quando a parte, de forma deliberada, não
promove os atos e as diligências que lhe incumbir por prazo SUPERIOR a 30 DIAS, desde que as
partes sejam intimadas para que deem andamento ao processo.
Nesse caso, o juiz determinará que a parte autora arque com as custas do processo e com os
honorários do advogado, segundo o que disciplina o §2º, do art. 485, do NCPC.
Tanto na hipótese de negligência como na de abandono da causa as partes devem ser intimadas
PESSOALMENTE para se manifestarem no prazo de CINCO DIAS, antes do decreto judicial de
extinção. É o que estabelece o §1º, do art. 485, do NCPC.
(iv) AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS COMO REQUISITO DE EXISTÊNCIA E VALIDADE DO PROCESSO.
Segundo a doutrina, os “pressupostos processuais são todos os elementos de existência, os requisitos
de validade e as condições de eficácia do procedimento”3.
Assim:

3
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil, 18ª edição, Bahia. Editora Jus Podvim, 2016, 2016, p. 312.

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elementos de existência

PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS requisitos de validade

condições de eficácia do procedimento

Os elementos de existência são chamados, por grande parte da doutrina, de pressupostos


processuais, que serão aqui considerados como pressupostos processuais em sentido estrito (stricto
sensu).
Assim, para que o processo seja constituído com todos os seus pressupostos é importante que os
“elementos de existência” estejam configurados.
Um processo somente existirá se existirem os sujeitos principais do processo – parte autora e parte
ré – e o juiz. Sem eles, não há processo. Esse é um elemento de existência do processo, também
conhecido como pressuposto de existência.
Uma vez existente o processo, podemos discutir a sua validade. Dito de outra forma, para que o
processo transcorra validamente, as partes devem ter capacidade de estarem no processo, com
capacidade processual e com jurisdição.
Assim...

juiz - investido de jurisdição


subjetivos
pressupostos parte - capacidade de ser parte
de existência
objetivos existência de demanda

juiz - competência e
PRESSUPOSTOS imparcialidade
PROCESSUAIS
subjetivos partes - capacidade
processual, capacidade
postulatória e legitimidade "ad
causam"
requisitos de
validade intrínsecos - respeito ao
formalismo processual

extrínsecos: a) negativos -
objetivos inexistência de perempção,
litispendência, coisa julgada
ou convenção de arbitragem;
e b) positivo - interesse de
agir.

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Assim, na hipótese de o juiz do processo não ter jurisdição para julgá-lo, faltar capacidade da parte
ou não existir uma demanda efetivamente para ser julgada, temos a hipótese de extinção da fase de
cognição por faltar pressuposto de existência do processo.
Além disso, quando o juiz for incompetente, faltar capacidade processual ou legitimidade ad
causam, ou ocorrer perempção, litispendência, ou coisa julgada, ou a parte não tiver interesse de
agir, a fase de cognição será encerrada sem julgamento do mérito. O mesmo ocorre quando for
reconhecida a existência da convenção de arbitragem.
Portanto, a falta de pressuposto processual abrange os incs. IV, V e VII, do art. 485, do NCPC.
(v) AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE OU DE INTERESSE PROCESSUAL.
Para postular em juízo é necessário ter legitimidade e interesse. Caso a parte que tenha ingressado
em juízo não tiver legitimidade ou interesse haverá extinção da fase de cognição sem análise do
mérito da causa.
(vi) DESISTÊNCIA DA AÇÃO.
Se as partes desistirem da ação, encerra-se a fase de conhecimento do processo sem a análise do
mérito.
A desistência da ação poderá ocorrer em três momentos distintos:
 antes da contestação: independe de manifestação do réu.
 após a contestação, mas antes da sentença: depende de consentimento do réu (conforme o §4º, do art.
485, do NCPC).
 após a sentença: não será admissível (conforme o §5º, do art. 485, do NCPC), embora seja possível à parte
recorrente desistir do recurso.
Sigamos!
(vii) INTRANSMISSIBILIDADE DA AÇÃO.
Com o falecimento de uma das partes do processo, há, em regra, a sucessão processual. Operada a
sucessão, o processo seguirá o seu rumo. Há, contudo, situações nas quais o direito somente poderá
ser exercido pelos participantes da relação jurídica material discutida em juízo. Nesse caso, a ação
será intransmissível.
A intransmissibilidade da ação ocorre, por exemplo, na ação de divórcio.
(viii) DEMAIS CASOS PRESCRITOS NA LEGISLAÇÃO PROCESSUAL.
Por fim, o inc. X deixa margem para que novas hipóteses de encerramento da fase de cognição sem
julgamento do mérito possam ser estipuladas pela legislação processual.
Vamos, na sequência, analisar os §§.
Vamos começar com os §§ 1º e 2º:
§ 1º Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo
de 5 (cinco) dias.
§ 2º No caso do § 1º, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao inciso III,
o autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado.

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Confira o §3º:
§ 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de
jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado.
De acordo com o dispositivo acima, temos quatro hipóteses que podem ser conhecidas de ofício
pelo magistrado:

faltar pressupostos de constituição e de


desenvolvimento válido e regular do
processo

reconhecer a existência de perempção, de


litispendência ou de coisa julgada
ADMITE-SE A EXTINÇÃO SEM
JULGAMENTO DO MÉRITO
QUANDO
verificar ausência de legitimidade ou de
interesse processual

houver morte da parte e a ação for


considerada intransmissível por disposição
legal

Leia, na sequência, os §§ 4º a 6º, já estudados.


§ 4º Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação.
§ 5º A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença.
§ 6º Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de
requerimento do réu.
Por fim, consigne-se que o pronunciamento judicial com encerramento da fase de conhecimento
sem resolução do mérito enseja à parte a possibilidade de apelar no PRAZO DE 15 DIAS (que é o
prazo padrão para o recurso de apelação) admitindo-se a RETRATAÇÃO do juiz sentenciante NO
PRAZO DE 5 DIAS. Confira:
§ 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (CINCO)
DIAS PARA RETRATAR-SE.
O art. 486, do NCPC, esclarece que a sentença que põe fim à fase de conhecimento sem análise do
mérito não impede que a parte possa novamente propor a mesma demanda. É justamente essa a
grande diferença que temos da decisão sem julgamento de mérito para a decisão com julgamento
de mérito (a ser estudada no art. 487, do NCPC).
Na hipótese do art. 485, do NCPC, temos a formação tão somente da coisa julgada formal, de forma
que a relação jurídica objeto do litígio não foi pacificada definitivamente, o que permite a
repropositura da ação.
Veja:

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Art. 486. O pronunciamento judicial que NÃO resolve o mérito NÃO obsta a que a parte proponha de novo a
ação.
§ 1º No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos dos incisos I, IV, VI e VII do art. 485, a
propositura da nova ação depende da correção do vício que levou à sentença sem resolução do mérito.
§ 2º A petição inicial, todavia, NÃO será despachada sem a prova do pagamento ou do depósito das custas e
dos honorários de advogado.
§ 3º Se o autor der causa, POR 3 (TRÊS) VEZES, a sentença fundada em abandono da causa, NÃO poderá propor
nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em
defesa o seu direito.
Além da regra principal que informa que é possível a repropositura da ação quando a sentença for
sem resolução do mérito, temos duas informações fundamentais:
A primeira delas é o fato de que o ajuizamento de nova ação exige a superação do vício anterior que
levou à extinção; já a segunda é o pagamento ou, pelo menos, o depósito das custas e honorários
do advogado da ação anteriormente extinta. Podemos falar, portanto, em dois condicionantes para
que a ação seja novamente proposta.

PARA REPROPOSITURA DE NOVA AÇÃO EM FACE DE PRONUNCIAMENTO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO

depósito das custas e honorários da sentença


correção do vício que levou à extinção da sentença
resolutiva

Para encerrar, resta analisar com atenção a perempção do direito de ação. O §3º, do art. 486, do
NCPC, informa que, se o autor der causa a três abandonos dos autos (conforme hipótese prescrita
no inc. III), ocorrerá a perempção, ou seja, a impossibilidade de a parte autora repropor a demanda
em face do mesmo réu para discutir o mesmo objeto, a não ser que essa questão seja ventilada pelo
autor como matéria de defesa em processo contra ele proposto.
Para ocorrer a perempção, temos:

três abandonos da causa (deixar de dar andamento ao processo


por mais de 30 dias quando lhe competia dar andamento ou
cumprir diligências determinadas pelo juiz).

Implica a impossibilidade de discutir o mesmo objeto contra as


PEREMPÇÃO
mesmas partes

não impede que o objeto seja utilizado como matéria de defesa

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Sentença definitiva
Segundo entendimento da doutrina4:
A sentença definitiva é aquela que aprecia o fundo do litígio extinguindo o processo com resolução de mérito. A
sentença definitiva transita formal e materialmente em julgado, sobre ela se formando a coisa julgada (art. 502,
CPC). A sentença definitiva tem autoridade endoprocessual extraprocessual: impossibilita a rediscussão das
questões decididas tanto dentro do processo em que foi proferida como fora dele.
Para a doutrina5, a sentença de mérito é aquela em que o juiz acolhe ou rejeita o pedido formulado
pelo autor da ação ou da reconvenção, ditando imperativamente a solução do conflito.
As hipóteses de sentença com resolução do mérito estão explicitamente previstas no art. 487, do
NCPC:
Art. 487. HAVERÁ resolução de mérito quando o juiz:
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;
III - homologar:
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;
b) a transação;
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º do art. 332 [julgamento liminar do pedido por
prescrição/decadência], a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes
oportunidade de manifestar-se.
Vamos analisar, objetivamente, cada um dos incisos.
(i) ACOLHIMENTO OU REJEIÇÃO DO PEDIDO.
Independentemente de o pedido ser formulado na ação inicial ou na contestação, o acolhimento ou
a rejeição do pedido impõe pronunciamento quanto ao mérito, o que é o objetivo principal do
processo judicial.
Nessa hipótese, o juiz valora expressamente os pedidos deduzidos pelas partes no processo.
Além disso, é importante destacar que o reconhecimento ou a rejeição do pedido pode se referir
tanto à ação quanto à eventual reconvenção do réu contra o autor.
(ii) DECIDIR PELA PRESCRIÇÃO OU PELA DECADÊNCIA.
O reconhecimento judicial da prescrição ou da decadência poderá ocorrer de modo liminar, na forma
do art. 332, §1º, do NCPC, ou no momento da sentença, na forma do inc. II, do art. 487, do NCPC,
ora estudado.
É importante registrar que tanto a prescrição como a decadência são temas de direito material, não
de direito processual, o que implica a extinção do processo com resolução do mérito. Para facilitar

4
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 572.
5
WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, vol. 2, 16ª edição, reform. e ampl.
com o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 428.

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a compreensão, basta você lembrar que os prazos de prescrição e de decadência estão descritos no
Código Civil, não no NCPC.
Registre-se que, para o reconhecimento da prescrição ou da decadência, é necessário,
preliminarmente, ouvir as partes, conforme expressa o parágrafo único do art. 487, do NCPC.
Na sequência, vamos analisar a hipótese do inc. III, do art. 487, do NCPC,
que dispõe sobre as sentenças homologatórias. São situações que
englobam atos de disposição das partes relativamente ao objeto do
processo6. São elas:
• Reconhecimento da procedência do pedido;
• Transação; e
• Renúncia à pretensão formulada.
Vamos analisar cada uma delas?!
(iii) RECONHECIMENTO DA PROCEDÊNCIA DO PEDIDO.
Quando há reconhecimento da procedência do pedido pela parte ré, o juiz está vinculado, não
podendo decidir de modo diverso. Nesse caso, julga-se extinta a fase de conhecimento do processo
com julgamento do mérito.
(iv) TRANSAÇÃO.
A transação é um negócio jurídico de direito material, resultando em pronunciamento resolutório
de mérito, em decorrência de concessões mútuas das partes.
(v) RENÚNCIA À PRETENSÃO FORMULADA.
A renúncia à pretensão ocorre quando a parte, contra quem se pede, reconhece a pretensão da
parte contrária como forma de pôr fim à relação processual, caso em que o juiz firmará sentença
homologatória que põe fim ao processo com resolução do mérito.
Para encerrar o tópico, cumpre lembrar que o NCPC se volta para prolação de sentença de mérito,
tal como se extrai do art. 6º, que evidencia o princípio da primazia da decisão de mérito e que
também é constatado no art. 488, do NCPC:
Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a quem
aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485.
Sobre o dispositivo, veja o que nos ensina a doutrina7:
O art. 488 estabelece que, se a despeito de haver um fundamento para negativa de solução do mérito, for
também possível resolver o mérito favoravelmente àquela a quem aproveitaria a sentença meramente
terminativa (normalmente o réu), deve-se proferir a sentença de mérito. Em outras palavras, o juiz constata
haver um fundamento para a extinção da fase cognitiva sem solução de mérito – que seria bom para o réu –,

6
WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, vol. 2, 16ª edição, reform. e ampl.
com o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 428.
7
WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, vol. 2, 16ª edição, reform. e ampl.
com o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 431.

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mas também conclui que é possível julgar o mérito em favor do próprio réu – sempre que possível, deverá adotar
essa segunda alternativa.

2.2 - ELEMENTOS E EFEITOS DA SENTENÇA

A estrutura da sentença é complexa, pois envolve várias decisões a partir do que foi pedido pelas
partes e daquilo que consta do processo. Como forma de organizar o que foi analisado no contexto
do processo, o que será decidido, as razões da decisão e o que foi efetivamente decidido, temos que
a sentença contêm os seguintes elementos essenciais:

ELEMENTOS DA
SENTENÇA

relatório fundamentos dispositivo

Confira:
Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
I - O RELATÓRIO, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da
contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
II - OS FUNDAMENTOS, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
III - O DISPOSITIVO, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem.
O relatório envolve a análise de tudo o que ocorreu no processo. Segundo a doutrina8, no relatório,
o juiz faz como que um resumo do processo, expondo tudo o que foi relevante no desenvolvimento,
como fatos, razões de direito alegadas pelas partes, o pedido, a defesa. Trata-se do histórico do que
houve no processo9.
O relatório é um instrumento que evidencia todas as intercorrências do procedimento até a
sentença. Assim, é no relatório que constarão as informações referentes aos incidentes e às demais
decisões interlocutórias, provas produzidas etc.
De acordo com o inc. I, lembre-se de que:

8
WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, vol. 2, 16ª edição, reform. e ampl.
com o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 433.
9
JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 2, 18ª edição, rev., atual. e ampl., Bahia: Editora
JusPodvim, 2016, p. 319.

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RELATÓRIO

registro das
resumo do
nome das identificação do principais
pedido e da
partes caso ocorrências no
contestação
processo

Registre-se que a intenção do legislador é exigir uma demonstração de que o órgão julgador
efetivamente conhece a história do processo em cujo bojo está proferindo a decisão 10.
A fundamentação é o ponto central da sentença, pois é o local em que o magistrado analisa o
problema jurídico posto pelas partes. Fundamentar significa dar razões – razões que visam a
evidenciar a racionalidade das opções interpretativas constantes da sentença, a viabilizar o seu
controle intersubjetivo e a oferecer o material necessário para formação de procedentes11.
Segundo a doutrina12,
na fundamentação, cabe ao magistrado expor as razões de seu convencimento, de forma clara, completa e
razoável, de modo que todos aqueles que a leiam possam compreender o caminho argumentativo que o levou à
conclusão a que chegou. Trata-se de norma em que se manifesta e se concretiza de forma inequívoca o princípio
do livre convencimento motivado, tal como expresso no art. 371.
É na fundamentação que extraímos os argumentos e a análise dos fatos pelo magistrado.
De acordo com parte importante da doutrina, a fundamentação atua como norma jurídica
individualizada. Dito de outro modo, pela atividade fundamentadora do magistrado, toma-se a
norma legal e abstrata que, cotejada com os fatos e elementos de prova, resulta na norma jurídica
aplicada àquele caso concreto, a norma jurídica individualizada.
A fundamentação constitui exigência da motivação. Conforme estabelece a CF no art. 93, inc. IX,
toda decisão judicial deve ser motivada, pois permite às partes conhecer as razões que formaram o
convencimento no processo (função endoprocessual) e, externamente, permite à sociedade o
controle da atividade jurisdicional (função extraprocessual).
Temos, ainda, o dispositivo, que constitui o fecho da sentença. O dispositivo é o cerne da sentença,
conferindo identidade ao pronunciamento. Segundo a doutrina13, é a parte da decisão em que o

10
JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 2, 18ª edição, rev., atual. e ampl., Bahia: Editora
JusPodvim, 2016, p. 312.
11
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 576.
12
WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, vol. 2, 16ª edição, reform. e
ampl. com o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 434.
13
JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 2, 18ª edição, rev., atual. e ampl., Bahia: Editora
JusPodvim, 2016, 358.

Direito Processual Civil p/ TJ-PA (Analista - Direito e Oficial de Justiça)Com Videoaulas-Pós-Edital 13


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Aula 10

órgão jurisdicional estabelece um preceito normativo, concluindo a análise acerca de um (ou mais
de um) pedido que lhe fora dirigido.
Trata-se do momento em que o juiz resume a decisão rejeitando ou acolhendo os pedidos
formulados na inicial ou na reconvenção e que receberá a proteção da coisa julgada. Assim, dos três
elementos da sentença, apenas o dispositivo transita em julgado, vale dizer, tem o condão de tornar-
se imutável, indiscutível.
O §1º declina hipótese que considerará a sentença não fundamentada. Veja:
§ 1o NÃO se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão,
que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa
ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada
pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes
nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a
existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
Vejamos, objetivamente, cada um dos itens:
 Não se considera fundamentada a sentença que apenas indicar, reproduzir ou parafrasear o ato normativo
sem relacioná-lo com as questões a serem decididas.
Por exemplo, o magistrado não pode simplesmente dizer que a parte tem direito à indenização por danos
materiais e morais por violação da intimidade conforme o art. 5º, X, da CF. Deverá o magistrado debater
analiticamente os danos faticamente demonstrados e que estão de acordo com dispositivo constitucional.
 Não se considera fundamentada a sentença que empregar conceitos jurídicos indeterminados sem explicar
a incidência no caso concreto.
Conceito jurídico indeterminado é uma técnica legislativa, na qual as palavras usadas pelo legislador são vagas
ou imprecisas e devem ser integradas pelo magistrado à luz do caso concreto. A partir dessa atividade
integrativa do juiz é que será possível aplicar as consequências da norma.
Por exemplo, quando a legislação afirma que a atividade desempenhada é de risco para caracterizar a
responsabilidade civil objetiva, a expressão “atividade de risco” exige integração do juiz para, no caso concreto,
avaliar, a partir dos fatos trazidos, que a atividade desempenhada é de risco. Se positivo, decorrerá a
responsabilidade objetiva, caso contrário, é subjetiva.
 Não se considera fundamentada a sentença que invocar motivos genéricos, que possam justificar qualquer
outra decisão no processo.
Entende-se aqui que a fundamentação deve ser específica.
 Não se considera fundamentada a sentença que não enfrentar todos os argumentos apresentados pelas
partes capazes de contrariar a tese adotada pelo julgador.
Dito de forma simples, o magistrado, ao adotar determinada tese, deve refutar todos os argumentos contrários
àquela tese que pautou a decisão.
 Não se considera fundamentada a decisão que apenas fizer referência a determinado precedente ou
súmula, sem demonstrar que o caso concreto se amolda aos fundamentos do julgado ou súmula.

Direito Processual Civil p/ TJ-PA (Analista - Direito e Oficial de Justiça)Com Videoaulas-Pós-Edital 14


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Aula 10

 Não se considera fundamentada a decisão que, pelo contrário, deixar de seguir súmula, jurisprudência ou
precedentes invocados pela parte sem demonstrar a inaplicabilidade ao caso concreto ou a superação do
entendimento anteriormente adotado.
Por fim, leia com atenção os §§ 2º e 3º:
§ 2o No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada,
enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam
a conclusão.
§ 3o A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e em
conformidade com o princípio da boa-fé.
Os dispositivos acima estabelecem parâmetros para a fundamentação da sentença.
Primeiramente, explicita que, no caso de colisão entre normas, o magistrado deverá justificar porque
adota uma norma ao invés da outra, de acordo com as técnicas interpretativas, entre elas a
ponderação de princípios e critérios de aplicação de regras jurídicas. Além disso, ao interpretar as
regras jurídicas, o juiz deve adotar o princípio da boa-fé objetiva, que é intitulado em nossa CF como
norma processual civil fundamental.
Confira aqui uma questão de concurso:

(TCE-BA/2013) Toda sentença, por força de expressa previsão legal, precisa conter elementos
essenciais. A lei os chama de requisitos, a designar algo que deve ser preexistente, existir antes
mesmo da sentença, como um seu pressuposto. A ausência de qualquer um deles vicia a
decisão.
As alternativas a seguir apresentam requisitos ou elementos essenciais das sentenças, à
exceção de uma. Assinale-a.
a) Relatório.
b) Provimento.
c) Fundamentação.
d) Dispositivo.
e) Motivação.
Comentários
Dos requisitos acima previstos, não consta da sentença o “provimento”. Assim, a alternativa B
é o gabarito da questão.
O art. 490, do NCPC, simplesmente estabelece que o magistrado resolve o mérito com análise do
pedido da parte, seja para, de forma integral ou parcial, acolher ou rejeitar o pedido.
Art. 490. O juiz resolverá o mérito acolhendo ou rejeitando, no todo ou em parte, os pedidos formulados pelas
partes.
O art. 491, do NCPC, trata da sentença líquida.

Direito Processual Civil p/ TJ-PA (Analista - Direito e Oficial de Justiça)Com Videoaulas-Pós-Edital 15


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Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, AINDA QUE formulado pedido genérico, a decisão
definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de
ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, SALVO quando:
I - não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido;
II - a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou excessivamente
dispendiosa, assim reconhecida na sentença.
§ 1o Nos casos previstos neste artigo, seguir-se-á a apuração do valor devido por liquidação.
§ 2o O disposto no caput também se aplica quando o acórdão alterar a sentença.
Em regra, o pedido deve ser certo e determinado, o que implicará, em igual medida, uma sentença
certa e determinada. Mais importante que isso é compreender o art. 491, caput, do NCPC, que prevê
que o magistrado tem o dever de sentenciar de forma líquida, mesmo que o pedido seja genérico.
Assim, ao sentenciar, o juiz deverá indicar:
 a extensão da obrigação;
 o índice de correção monetária;
 a taxa de juros; e
 a periodicidade de capitalização dos juros.
A definição da condenação somente não será exigida em duas situações:
1ª SITUAÇÃO: quando não for possível apontar de forma definitiva o montante devido, admite-se
excepcionalmente sentença ilíquida.
2ª SITUAÇÃO: quando o valor devido depender de produção de prova a fim de apurar o valor exato, a ser
realizada na fase de liquidação de sentença.
Em síntese...

a extensão da obrigação

o índice de correção monetária

regra, devendo indicar:

a taxa de juros
SENTENÇA LÍQUIDA

a periodicidade de capitalização dos juros

não for possível definir o montante devido

exceções:
for necessária prova para apurar o
montante devido

Direito Processual Civil p/ TJ-PA (Analista - Direito e Oficial de Justiça)Com Videoaulas-Pós-Edital 16


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Veja, na sequência, o art. 492:


Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em
quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.
Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional.
Prevê o dispositivo que o magistrado deve decidir de acordo com o pedido formulado pelas partes.
Se o juiz julgar em desconformidade com a regra acima, temos a possibilidade de formação de
sentenças ultra, extra ou infra petita.

ocorre quando o juiz não aprecia um dos pedidos


sentença infra petita
formulados

ocorre quando o juiz aprecia pedido fora daquilo que foi


sentença extra petita
demandado

ocorre quando o juiz decide para além daquilo que foi


sentença ultra petita
demandado

Para que você compreenda o assunto sem maiores dificuldades, lembre-se de que:
 Na sentença infra petita o juiz se ESQUECE de analisar parte dos pedidos ou dos fundamentos.
 Na sentença extra petita o juiz INVENTA algo não pedido ou fundamentado no pedido.
 Na sentença ultra petita o magistrado EXAGERA, concedendo em maior extensão aquilo que foi pedido pela
parte.
Nos três casos, a consequência é a mesma: a possibilidade de invalidação da sentença prolatada.
Confira aqui uma questão de concurso:

(TRT17ªR/2013) Considerando que A ajuíze contra B ação postulando os pedidos X, Y e Z, com


base na situação fática F, julgue os itens subsecutivos.
De acordo com o princípio iura novit curia, o juiz pode proferir sentença a favor de A de
natureza diversa dos pedidos X, Y e Z.
Comentários
Está incorreta a assertiva. De acordo com o princípio do iura novit curia, o juiz conhece o
direito, o que não o permite, entretanto, decidir de maneira diversa aos pedidos apostos à
petição inicial.

Direito Processual Civil p/ TJ-PA (Analista - Direito e Oficial de Justiça)Com Videoaulas-Pós-Edital 17


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De acordo com o art. 492, do NCPC, “é vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida,
bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi
demandado”. Além disso, de acordo com o parágrafo único, “a decisão deve ser certa, ainda que
resolva relação jurídica condicional”.
Sigamos!
O art. 493, do NCPC, trata da influência que fatos supervenientes podem impor ao processo e,
especialmente, para a sentença. A regra é que a sentença reflita o contexto litigioso no momento da
concessão da tutela. Assim, deve o magistrado levar em consideração não apenas os fatos trazidos
pelas partes no momento da propositura da demanda.
Segundo a doutrina14:
Trata-se de dispositivo digno de aplauso, porque parte da (correta) premissa de que o processo precisa de algum
tempo para ser resolvido e de que o inexorável passar do tempo pode fazer com que as circunstâncias de fato e
de direito que envolvem o litígio sejam alteradas.
Se houver algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo que possa influenciar na relação de
direito material discutida em juízo e for posterior ao ajuizamento da ação, o magistrado tem o dever
de levá-la em consideração. De toda forma, deverá o magistrado, antes de decidir, ouvir as partes.
Por exemplo, no curso de uma ação de cobrança de determinada quantia, ainda que o réu já tenha
oferecido a contestação e nada tenha dito, poderá apresentar uma petição para requerer a
compensação do crédito, se concedido, como eventual valor que tenha direito em face do autor por
conta de fato superveniente.
Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir
no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no
momento de proferir a decisão.
Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele antes de decidir.
A sentença é preclusiva! É isso que se extrai do art. 494, do NCPC:
Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la:
I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo;
II - por meio de embargos de declaração.
Dito de outro modo, ao lançar a sentença, o magistrado exerce um ato processual que implica a
preclusão de sentenciar. Em face disso, o magistrado não poderá mais alterar a sentença prolatada,
a não ser em duas situações específicas: correção de erro material e embargos de declaração.
De acordo com a doutrina15, “sem ofensa à regra da inalterabilidade da sentença, pode o juiz corrigir
a própria decisão, de ofício ou a requerimento da parte, quando constatar inexatidões materiais ou

14
JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 2, 18ª edição, rev., atual. e ampl., Bahia: Editora
JusPodvim, 2016, p. 428.
15
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 583.

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erros de cálculo”. Sobre os embargos, leciona a doutrina16 que o juiz pode alterar igualmente a
própria decisão em função de acolhimento de embargos de declaração.
Fora essas duas hipóteses, somente teremos alteração da sentença por intermédio de revisão da
decisão por órgão julgador superior (recurso).
Para encerrarmos o conteúdo teórico vamos tratar, objetivamente, do art. 495, do NCPC, que trata
da hipoteca judiciária.
Art. 495. A decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em dinheiro e a que determinar
a conversão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária valerão como título
constitutivo de hipoteca judiciária.
§ 1o A decisão produz a hipoteca judiciária:
I - embora a condenação seja genérica;
II - ainda que o credor possa promover o cumprimento provisório da sentença ou esteja pendente arresto sobre
bem do devedor;
III - mesmo que impugnada por recurso dotado de efeito suspensivo.
§ 2o A hipoteca judiciária poderá ser realizada mediante apresentação de cópia da sentença perante o cartório
de registro imobiliário, independentemente de ordem judicial, de declaração expressa do juiz ou de
demonstração de urgência.
§ 3o No prazo de ATÉ 15 (QUINZE) DIAS da data de realização da hipoteca, a parte informá-la-á ao juízo da
causa, que determinará a intimação da outra parte para que tome ciência do ato.
§ 4o A hipoteca judiciária, uma vez constituída, implicará, para o credor hipotecário, o direito de preferência,
quanto ao pagamento, em relação a outros credores, observada a prioridade no registro.
§ 5o Sobrevindo a reforma ou a invalidação da decisão que impôs o pagamento de quantia, a parte responderá,
independentemente de culpa, pelos danos que a outra parte tiver sofrido em razão da constituição da garantia,
devendo o valor da indenização ser liquidado e executado nos próprios autos.
A eficácia da sentença atinge diretamente a relação jurídica que foi objeto de discussão em juízo.
Esse é o efeito imediato e direto da sentença. Contudo, podemos verificar efeitos anexos, como a
constituição de hipotética judiciária.
Estuda-se, em Direito Civil, que a hipoteca constitui um direito real de garantia. Em termos simples,
temos a possibilidade de o credor gravar um bem do devedor com o ônus de responder pela dívida,
caso não realize o pagamento. Essa hipoteca evita que, após o trâmite processual, a parte devedora
se desfaça dos bens até o efetivo cumprimento da sentença.
Portanto, com o registro da hipoteca judiciária confere-se preferência de pagamento do resultado
fixado em sentença. Uma vez constituída, a parte devedora será cientificada no prazo de até 15
dias.
Confira aqui uma questão de concurso:

(TJ-SP/2013/adaptada) Julgue:

16
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 584.

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Pelo princípio da adstrição, é defeso ao juiz proferir sentença, a favor do autor, de natureza
diversa da pedida.
Comentários
Está correta a assertiva.
O princípio da congruência (ou adstrição) implica a necessidade do magistrado decidir a lide
dentro dos limites pretendido pelas partes, sem a possibilidade de proferir sentença extra,
ultra ou infra petita.

3 - REMESSA NECESSÁRIA
Segundo a doutrina17:
O ordenamento estabelece que a solução judicial de determinada hipóteses de litígios apenas será adaptada a
transitar em julgado depois de ser examinada, obrigatoriamente, por dois graus de jurisdição. Nesses casos, a
sentença proferida em primeiro grau tem de necessariamente ser examinada pelo grau de jurisdição superior,
mesmo não sendo interposta apelação por qualquer das partes. É o que o Código denomina de remessa
necessária.
A remessa necessária constitui eficácia da sentença e um óbice para a formação da coisa julgada.
Não se trata de recurso, uma vez que independe da manifestação de irresignação da parte
prejudicada pela sentença.
De acordo com o art. 496, do NCPC, são duas as situações que ensejam a remessa necessária,
também conhecida como duplo grau de jurisdição obrigatório. Veja:
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, NÃO produzindo efeito senão depois de confirmada pelo
tribunal, a sentença:
I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações de direito público;
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal.
Para a prova...

REMESSA NECESSÁRIA

sentenças proferidas contra a Administração Pública sentenças que julgarem procedentes embargos à
direta, autarquia e fundacional execução fiscal

17
WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, vol. 2, 16ª edição, reform. e
ampl. com o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 453.

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Apenas para esclarecer, a Fazenda Pública, quando possui algum crédito a receber de determinada
pessoa, caso não haja pagamento espontâneo, deve ingressar com a execução fiscal. A forma de
impugnar a execução pelo administrado é a oposição de embargos. Assim, se esses embargos forem
julgados procedentes, a Fazenda deixa de receber valores que lhes seriam devidos. Em face disso,
tal como a sentença contrária aos seus interesses, a procedência dos embargos também se remete
à remessa necessária.
Assim, é dever do magistrado, na hipótese de não haver apelação, efetuar a remessa ao tribunal.
Caso não seja efetivada a remessa, cabe ao Presidente do Tribunal respectivo avocar o processo.
§ 1o Nos casos previstos neste artigo, NÃO interposta a apelação no prazo legal, o juiz ordenará a remessa dos
autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á.
§ 2o Em qualquer dos casos referidos no § 1o, o tribunal julgará a remessa necessária.
Portanto, a regra é a remessa necessária das condenações CONTRÁRIAS à Fazenda Pública. Há,
contudo, exceções! O §3º fixa faixas de condenações que, mesmo contrárias à Administração Pública
direta, autárquica e fundacional, não implicam a remessa necessária. O §4º fixa entendimentos
consolidados que, se observados no caso concreto, também elidem a remessa necessária. Nesse
caso específico, entende-se que não obstante a condenação contrária e independentemente do
valor, o processo não deve ser enviado ao Tribunal para nova análise.

Leia com atenção:


§ 3o NÃO se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for
de valor certo e líquido inferior a:
I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público;
II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações
de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados;
III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito
público.
Note que as faixas de valores são estipuladas em face do ente federado e de suas respectivas
autarquias e fundações.
Leia, na sequência, o §4º:
§ 4o Também NÃO se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
I - súmula de tribunal superior;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de
recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de
competência;
IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente
público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.

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No dispositivo acima, independentemente do valor da condenação, não haverá remessa necessária


sob o argumento de que dificilmente haverá modificação do entendimento e, de fato, a Fazenda
Pública será condenada. Nesse caso, submeter o processo à reapreciação pelo Tribunal é custoso e
pouco efetivo.
Para fins de prova, devemos memorizar:

ESTÃO SUJEITOS À REMESSA NECESSÁRIA

REGRA

•condenações contra a União, DF, Estados e Municípios (+ autarquias e fundações públicas)


•julgamento procedente de embargos à Execução

EXCEÇÕES

•Condenação contrária à União (+ autarquias/fundações) inferior a 1000 salários-mínimos.


•Condenação contrária ao Estado, DF ou município de capital inferior a 500 salários-mínimos.
•Condenação contrária ao município (exceto o de capital) inferior a 100 salários-mínimos.
•Condenação contrária à Fazenda Pública quando fundamentada em súmula de tribunal superior,
acórdão do STF/STJ em julgamento de recursos repetitivos, entendimento firmado em incidente
de resolução de demandas repetitivas ou assunção de competência, entendimento pacificado
administrativamente em parecer ou súmula administrativa.

4 – JULGAMENTO DAS AÇÕES RELATIVAS ÀS PRESTAÇÕES DE FAZER, DE NÃO


FAZER E DE ENTREGAR COISA
Vamos tratar, nesse capítulo, de sentenças que possuem condenação específica. As ações, em regra,
condenam a parte a pagar determinado montante ou valor. Contudo, temos situações em que o
autor busca a condenação da parte contrária em fazer ou não fazer algo, em entregar alguma coisa
ou até mesmo em declarar a vontade. Nessas situações, a parte autora não requer o pagamento em
dinheiro.
A ideia aqui é tornar a técnica processual o mais próximo da necessidade de direito material da
parte. Explicando! A parte ingressa em juízo, ou seja, se vale do processo para tutelar direitos
materiais que entende estarem violados. Se procedente o que foi demandado, o Poder Judiciário
deve propiciar meios para lhe entregar o que foi pedido. Se o pedido da parte foi o de fazer algo, de
não fazer algo ou de entregar determinado objeto pelo réu, essa tutela específica deverá ser
propiciada por intermédio do processo. O processo civil, nesse caso, estará realizado diretamente o
direito material da parte. É uma forma de adequar o processo às necessidades de direito material
das partes.

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Em face dessas especificidades, a sentença deve observar algum regramento específico, que
passamos a estudar.
 NAS PRESTAÇÕES DE FAZER OU DE NÃO FAZER.
Se a demanda tiver por finalidade compelir o réu a fazer determinada coisa ou a não fazê-la, se a
sentença for favorável à parte requerente, o juiz deverá determinar providência específica ou
assegurar o resultado prático pretendido.
Por exemplo, podemos ter uma condenação para que o réu execute os serviços de pintura que foram
pactuados (obrigação de fazer) ou para que não publique imagens ou informações consideradas
ilícitas e violadoras da intimidade do autor nos meios de comunicação (obrigação de não fazer).
Segundo a doutrina18, o art. 497, NCPC, quando fala em tutela específica, deseja dar ao
jurisdicionado a possibilidade de obter a tutela específica do direito material. Veja:
Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o pedido,
concederá a tutela específica ou determinará providências que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado
prático equivalente.
Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou a continuação
de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência de culpa
ou dolo.
Ainda sobre o dispositivo acima, é importante que você compreenda bem o parágrafo único. Além
da possibilidade de tutela específica de fazer ou não fazer (prevista no caput) temos a tutela
inibitória e de remoção de ilícito.
A tutela inibitória tem por finalidade, como o próprio nome indica, inibir determinada prática,
repetição ou continuidade de ilícito.
Por exemplo, a parte autora pode requerer que sejam inibidas práticas poluidoras do meio ambiente
por determinada empresa instalada às margens de algum rio. A tutela visa inibir a poluição, a
repetição de atos de poluição ou a continuidade de atividades poluidoras.
A tutela de remoção de ilícito, por sua vez, tem a finalidade de eliminar eventual situação de ilicitude
ou de remoção dos efeitos concretos que derivam de determinada situação ilícita. Aqui a prática
ilícita implica a produção de efeitos concretos continuados.
Por exemplo, trata-se de tutela de remoção de ilícito a determinação de busca e apreensão de
produtos expostos à venda cujo conteúdo viola normas de proteção à saúde.
A distribuição desses produtos que contêm alguma ilicitude produz concretamente efeitos e
impõem a necessidade de remoção do ilícito para efetivo cumprimento do direito material tutelado
em juízo.
 NAS PRESTAÇÕES DE ENTREGAR COISA.

18
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 588.

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No art. 498, do NCPC, temos a possibilidade de que a condenação seja para entregar coisa. Em tal
situação, a parte requereu a coisa que foi objeto do litígio e lhe fora concedida em sentença. Veja:
Art. 498. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica, fixará o prazo
para o cumprimento da obrigação.
Parágrafo único. Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e pela quantidade, o autor
individualizá-la-á na petição inicial, se lhe couber a escolha, ou, se a escolha couber ao réu, este a entregará
individualizada, no prazo fixado pelo juiz.
Por exemplo, na disputa sobre determinado veículo que está em poder da parte ré, poderá a sentença
condenar a parte, entre outros, a entregar o veículo (a coisa) à parte autora.
Nos casos acima – condenação em obrigação de fazer, não fazer ou entregar coisa – SOMENTE
haverá conversão da tutela específica em perdas e danos em duas hipóteses:
 o autor assim requerer no processo; ou
 a prestação específica ou o resultado prático equivalente se tornar impossível.
Leia:
Art. 499. A obrigação SOMENTE será convertida em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a
tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.
Art. 500. A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa fixada periodicamente para
compelir o réu ao cumprimento específico da obrigação.
Para encerrar o tópico, veja o art. 501, do NCPC:
Art. 501. Na ação que tenha por objeto a emissão de declaração de vontade, a sentença que julgar procedente
o pedido, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida.
O dispositivo reporta-se às situações em que a parte ré é condenada a emitir declaração de vontade,
seja em razão de um contrato ou por força da lei, mas não o faz de forma espontânea. Não se trata,
portanto, de sentença constitutiva, pois não há discussão quando ao direito, mas apenas de
execução do direito já assentado e que se manifestará na declaração da vontade.
Nesse caso, se a parte condenada não cumprir com o determinado em sentença e, portanto, não
declarar a vontade, a própria sentença julgará o pedido formulado pela parte.

5 - COISA JULGADA
A coisa julgada constitui direito fundamental assegurado e protegido constitucionalmente (art. 5º,
XXXVI). Trata-se de instrumento que visa conferir segurança jurídica àquilo que foi decidido no
contexto do processo civil.
A coisa julgada constitui qualidade agregada ao efeito da sentença que transita em julgado.
Doutrinariamente fala-se em coisa julgada formal e material. A coisa julgada formal é aquela que diz
respeito ao processo. A coisa julgada material, por sua vez, é a que torna indiscutível a relação
jurídica que foi decidida na sentença de mérito.
Em face dessa distinção, a doutrina afirma que a coisa julgada formal não é propriamente coisa
julgada, mas preclusão temporal do processo que, uma vez transitado em julgado, não admite mais

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modificação. Assim, se o processo for extinto sem resolução do mérito, ele torna-se indiscutível, mas
a relação jurídica poderá ser novamente discutida em juízo em outro processo, uma vez que não se
formaria coisa julgada material.
Assim...

COISA JULGADA

formal material

qualidade da sentença que torna imutável


preclusão temporal que não permite mais a
e indiscutível a decisão de mérito não mais
discussão daquele processo
sujeita a recurso

Vamos aprofundar um pouco...

De acordo com a doutrina19:


O comando formal é aquele se limita encerrar o processo (ou sua fase cognitiva). Assim, a coisa julgada formal
consiste na proibição de reabertura é redecisão de um processo já encerrado (ou da fase cognitiva processual já
encerrada). Toda sentença, seja de mérito ou não, faz coisa julgada formal, pois sempre veicula comando que
encerra o processo como um todo ou sua fase cognitiva (art. 203, §1º, do CPC/2015). Como seu comando
principal limita-se a isso, a sentença extintiva do processo sem julgamento de mérito não proíbe a repropositura
da ação (art. 486 do CPC/2015; Súmula 304 do Supremo Tribunal Federal).
O conceito de coisa julgada material é fixado no art. 502, do NCPC:
Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão de
mérito não mais sujeita a recurso.
A sentença de mérito tem força de lei nos limites daquilo que foi decidido e em relação às questões
expressamente decididas pelo juiz. Assim, é possível que tenhamos questões que dizem respeito ao
mérito de determinado processo, mas que não foram decididas expressamente e, em razão disso,
não são qualificadas pela coisa julgada material.

19
WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, vol. 2, 16ª edição, reform. e
ampl. com o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 794.

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Essas questões não decididas expressamente relacionadas com a causa, mas não podem ser
discutidas no processo, portanto, são qualificadas pela coisa julgada em sentido formal (no
processo), mas não sofrem coisa julgada material.
É justamente isso que se extrai do caput, do art. 503, do NCPC:
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal
expressamente decidida.
Assim, apenas fará coisa julgada material aquilo que constar do dispositivo da sentença. Desse
modo, eventuais questões incidentais, prejudiciais do mérito da sentença, para que receberam a
qualidade de coisa julgada material, devem constar do dispositivo a sentença. É isso que estabelece
o §1º abaixo:
§ 1o O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentemente no
processo, se:
I - dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, NÃO se aplicando no caso de revelia;
III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal.
§ 2o A hipótese do § 1o NÃO se aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações à cognição
que impeçam o aprofundamento da análise da questão prejudicial.
Como dito, apenas o dispositivo da sentença é imantado pela coisa julgada material. Nesse contexto,
eventuais motivos e a verdade dos fatos fixada ao longo da sentença fundamental pelo juiz a partir
das alegações e provas produzidas nos autos não fazem coisa julgada:
Art. 504. NÃO FAZEM COISA JULGADA:
I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença;
II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença.
Para a prova...

COISA JULGADA

FAZ NÃO FAZEM

o dispositivo, inclusive as questões


prejudiciais, se necessárias para o motivos verdade dos fatos
julgamento do mérito, com efetivo
contraditório e competente o magistrado
(em razão da matéria e da pessoa)

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A coisa julgada vincula às partes em determinado espaço de tempo, desde que permaneça o
contexto fático-jurídico que deu origem à decisão qualificada pela coisa julgada material.
Desse modo, de acordo com o art. 505, do NCPC, questões já decidas não podem ser mais objeto de
análise. Portanto, apenas em duas situações é possível analisar questões emanadas pela coisa
julgada material:
 modificação no estado de fato ou de direito; e
 demais casos previstos em lei.
Veja:
Art. 505. NENHUM juiz decidirá novamente as questões já decididas relativas à mesma lide, SALVO:
I - se, tratando-se de relação jurídica de trato continuado, sobreveio modificação no estado de fato ou de direito,
caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença;
II - nos demais casos prescritos em lei.
Falamos acima que a coisa julgada material vincula as partes envolvidas no processo. Isso mesmo!
Conforme estabelece o art. 506, do NCPC, terceiros não serão prejudicados pela coisa julgada
material decorrente da sentença de mérito de processo do qual não participou. Trata-se, portanto,
de limite subjetivo à coisa julgada material:
Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, NÃO prejudicando terceiros.
O art. 507, do NCPC, explicita a impossibilidade de exercer prerrogativas processuais em face da
preclusão. Uma questão já discutida não pode ser reapreciada.
Art. 507. É VEDADO à parte discutir no curso do processo as questões já decididas a cujo respeito se operou a
preclusão.
De acordo com a doutrina20:
A preclusão consiste na perda, extinção ou consumação de uma faculdade processual em face do decurso do
tempo (preclusão temporal), da prática de ato incompatível (preclusão lógica) e do efetivo exercício de
determinada faculdade processual (preclusão consumativa).
Sistematizando...

PRECLUSÃO

temporal lógica consumativa

perda da prerrogativa de praticar perda da prerrogativa de praticar


perda da prerrogativa de praticar
ato processual pela prática de ato ato processual pelo exercício da
ato processual em face do tempo
incompatível referida faculdade

20
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 606.

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Para encerrar, veja o art. 508, que trata do efeito preclusivo da sentença que, conforme explicitado,
gera a coisa julgada formal, ou melhor, a preclusão de se exercer naquele processual qualquer outro
ato processual.
Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações
e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido.
Confira aqui uma questão de concurso:

(TRT1ªR/2013/adaptada) Em relação à sentença e à coisa julgada, julgue a assertiva abaixo:


A coisa julgada material é imutável, não podendo ser rescindida em nenhuma hipótese prevista
no direito processual pátrio.
Comentários
A assertiva está incorreta, pois embora a regra seja a impossibilidade de alteração da coisa
julgada, há algumas exceções que podem implicar alteração da coisa julgada material, como as
sentenças que envolvem relações continuativas e a ação rescisória.

6 - LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
A liquidação de sentença constitui um incidente processual, que tem por finalidade apurar quantias
ilíquidas fixadas na sentença (apuração do quantum debeatur). Embora com redação diversa do
CPC73, permanecem presentes as três formas tradicionais de liquidação de sentença.

FORMAS DE LIQUIDAÇÃO DE
SENTENÇA

por arbitramento (inc. I do art. por artigos ou procedimento


por cálculo (§2º do art. 509)
509) comum (inc. II do art. 509)

Veja:
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a
requerimento do credor ou do devedor:
I - POR ARBITRAMENTO, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela
natureza do objeto da liquidação;
II - PELO PROCEDIMENTO COMUM, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo.

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§ 1o Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover
simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta.
§ 2o Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, desde logo,
o cumprimento da sentença.
§ 3o O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à disposição dos interessados programa de
atualização financeira.
§ 4o Na liquidação é VEDADO discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou.
Na liquidação por arbitramento há a necessidade de que o valor devido seja apurado por intermédio
de uma perícia. Por exemplo, no caso de um acidente de trânsito, há a necessidade de apurar os
danos causados a partir da avaliação do veículo. Essa avaliação se dá por intermédio de
arbitramento.
Essa forma de liquidação é adotada em duas situações:
 convenção das partes; ou
 exigido pela natureza do objeto da condenação.
Em relação ao procedimento do arbitramento temos a aplicação do art. 510, do NCPC. Se for o caso
de liquidação, o juiz intimará e fixará prazo para que as partes apresentem pareceres e documentos
necessários ao arbitramento. Com a juntada dos documentos, temos:
1º - arbitramento judicial. Quando não for necessária a avaliação por perito, o próprio magistrado poderá
efetuar diretamente o arbitramento.
2º - arbitramento por perito. Quando o magistrado não puder decidir de plano, nomeará perito para
arbitramento do valor devido.
Veja:
Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou
documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso NÃO possa decidir de plano, nomeará perito, observando-
se, no que couber, o procedimento da prova pericial.
Na liquidação pelo procedimento comum (por artigos), a apuração do valor devido depende de
provar fatos novos.
Fala-se em “procedimento comum” justamente porque há todo um procedimento a ser
desenvolvido em contraditório para a apuração do montante concedido na sentença. Nesse
contexto, o art. 511 prevê que haverá intimação (na pessoa do advogado) do requerido, para
contestar o pedido de liquidação no prazo de 15 dias. Após, segue-se o procedimento comum, com
a produção das provas e decisão de liquidação.
Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do requerido, na pessoa de
seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação
no prazo de 15 (QUINZE) DIAS, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial
deste Código.
A outra forma é a liquidação por cálculos, que será utilizada quando for necessário o cálculo
aritmético para apuração do valor devido.
Em síntese:

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LIQUIDAÇÃO POR apuração do valor devido pelo


ARBITRAMENTO arbitramento do juiz ou por perícia

apuração do valor devido com


LIQUIDAÇÃO POR ARTIGOS
procedimento comum

apuração do valor devido por cálculo


LIQUIDAÇÃO POR CÁLCULOS
aritmético

Ainda sobre o art. 509, o §1º prevê a possibilidade de cisão da condenação para que o credor possa,
desde logo, executar a parte líquida da sentença enquanto pender o incidente de liquidação de
sentença.
O art. 512, do NCPC, trata da liquidação de sentença na pendência de recurso.
Vamos compreender o dispositivo com um exemplo: da sentença condenatória ilíquida, a parte ré
poderá recorrer para obter a revisão da sentença ou para minorar a condenação. Não obstante o
recurso, a parte autora poderá promover a liquidação da sentença. Essa liquidação ocorrerá em
autos apartados e tramitará concomitantemente com o recurso.
Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em autos apartados no
juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes.
Veja uma questão de prova:

(TJ-DFT/2016) Julgue o item seguinte, com base no que dispõe o Código de Processo Civil (CPC)
a respeito de competência, intervenção de terceiros, liquidação de sentença e capacidade
postulatória.
Caberá a denominada liquidação por arbitramento, que deve ser realizada em fase autônoma
do processo, com amplo contraditório, nos casos em que seja necessário alegar e provar fato
novo para determinar o valor da condenação genérica.
Comentários
A assertiva está incorreta. A liquidação por arbitramento será feita quando for determinada
em sentença, quando for convencionada pelas partes ou quando for necessária devido à
natureza do objeto. Será utilizado o procedimento comum caso seja necessário alegar e provar
fato novo.

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7 - CUMPRIMENTO DA SENTENÇA

7.1 - DISPOSIÇÕES GERAIS

O cumprimento de sentença é a fase de realização material do que foi previsto na sentença. Trata-
se do procedimento que fará com que a sentença seja aplicada no mundo dos fatos. O cumprimento
da sentença será efetuado por requerimento nos autos feito pelo exequente. Para tanto, o devedor
deverá ser intimado:
 no Diário da Justiça na pessoa do advogado da parte ré;
 por carta com AR quando o réu for representado pela Defensoria Pública ou quando não tiver procurador
constituído no processo, a não ser na hipótese de réu revel, cuja intimação ocorre por edital;
 por meio eletrônico em relação às empresas que são obrigadas a manter cadastro perante os órgãos
judiciários.
Lembre-se de que microempresas e empresas de pequeno porte não são obrigadas a manter cadastro nos
órgãos judiciários.
 por edital, quando o réu for citado por edital (desconhecido ou incerto o citando, quando ignorado, incerto
ou inacessível o lugar em que se encontrar o citando) no processo de conhecimento e permaneceu revel ao
longo do procedimento.
Essas hipóteses de intimação acima estudadas não ocorrerão na pessoa do
advogado quando, entre a sentença condenatória e o requerimento para o
cumprimento da sentença, decorrer mais de 1 ano. Nesse caso, segundo o
que prevê o §4º, do art. 513, a intimação será expedida diretamente à
pessoa do devedor por intermédio de carta registrada, não ao advogado.
Confira:
Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título, observando-se, no que couber
e conforme a natureza da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Código.
§ 1o O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou definitivo, far-se-á a
requerimento do exequente.
§ 2o O devedor será INTIMADO para cumprir a sentença:
I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos;
II - por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou quando não tiver
procurador constituído nos autos, RESSALVADA a hipótese do inciso IV [intimação por edital de réu revel];
III - por meio eletrônico, quando, no caso do § 1o do art. 246 [empresas obrigadas a manter cadastro eletrônico],
não tiver procurador constituído nos autos
IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256, tiver sido revel na fase de conhecimento.
Os §§ 3º a 5º preveem algumas regras específicas.
O §3º prevê que, nas hipóteses de intimação com carta registrada e por meio eletrônico, se,
eventualmente, a parte devedora alterar o endereço e não informar o Poder Judiciário, será

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considerada intimada se a intimação foi enviada ao endereço então cadastrado. Trata-se de uma
presunção de intimação devido à falta de informação que deveria ser prestada pela parte.
O §4º já analisamos acima.
O §5º exige a participação do fiador, do coobrigado ou do corresponsável na fase de conhecimento
do processo para que possa ser promovido o cumprimento de sentença contra ele.
Veja:
§ 3o Na hipótese do § 2o, incisos II e III [carta com AR e meio eletrônico], considera-se realizada a intimação
quando o devedor houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no
parágrafo único do art. 274.
§ 4o Se o requerimento a que alude o § 1o for formulado após 1 (UM) ANO do trânsito em julgado da sentença,
a intimação será feita na pessoa do devedor, por meio de carta com aviso de recebimento encaminhada ao
endereço constante dos autos, observado o disposto no parágrafo único do art. 274 e no § 3o deste artigo.
==12cf25==

§ 5o O cumprimento da sentença NÃO poderá ser promovido em face do fiador, do coobrigado ou do


corresponsável que não tiver participado da fase de conhecimento.
Para compreender o art. 514, do NCPC, devemos estudar, primeiramente, os conceitos de
“condição” e de “termo”. São conceitos estudados no Direito Civil.
A condição constitui a fixação de cláusula que subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro
e incerto. Ou seja, o negócio jurídico está subordinado a um evento que pode, ou não, ocorrer no
futuro.
O termo constitui a fixação de cláusula que subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro,
porém, certo. Ou seja, o negócio jurídico está subordinado a um evento que certamente ocorrerá
no futuro.
Assim, em ambos os casos, quando a relação jurídica envolver uma situação que contemple uma
cláusula com condição ou termo, o cumprimento de sentença dependerá da comprovação de que
ocorreu o termo ou a condição. É o que consta do art. 514, do NCPC:
Art. 514. Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou termo, o cumprimento da sentença
dependerá de demonstração de que se realizou a condição ou de que ocorreu o termo.

7.2 - TÍTULO EXECUTIVOS JUDICIAIS

O art. 515, do NCPC, trata dos títulos executivos judiciais. De acordo com a doutrina21, título
executivo é a representação documental típica do crédito revestida de força executiva. Para fins de
prova, é fundamental conhecer todas as hipóteses do art. 515:
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste
Título:

21
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 617.

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I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de
fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
II - a decisão homologatória de autocomposição judicial;
III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos
sucessores a título singular ou universal;
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por
decisão judicial;
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;
VII - a sentença arbitral;
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal
de Justiça;
X - (VETADO).
Vejamos cada uma delas:
 As decisões judiciais, de um modo geral, são consideradas títulos executivos judiciais. Assim, uma
vez reconhecida a exigibilidade da obrigação, a parte poderá promover o cumprimento.
 As decisões homologatórias de autocomposição são também espécies de título executivo judicial.
Esses acordos de homologação podem ser executados no bojo do processo (autocomposição
judicial) ou independentemente da existência do processo (autocomposição extrajudicial). Desde
que homologados, constituem títulos judiciais. Na homologação, o magistrado irá verificar o
preenchimento dos requisitos formais do acordo.
 O formal e a certidão de partilha também são considerados títulos executivos judiciais, pois
constitui a sentença de inventário. Se nessa sentença específica houver previsão de pagar
determinada quantia, ela será objeto de cumprimento de sentença, por se tratar de título executivo
judicial.
Além disso, é importante destacar que o formal e a certidão de partilha não produzem efeitos em
relação a terceiros. Apenas poderão ser cumpridos em face do inventariante, herdeiros e sucessores.
 O crédito de auxiliar da justiça referente às despesas do processo (custas, emolumentos ou
honorários), concedido na sentença, são títulos executivos judiciais.
Observe-se que a sentença penal condenatória já transitada em julgado, se prever condenação de
pagar quantia, poderá ser cumprida no âmbito da justiça civil.
 Do mesmo modo, a sentença arbitral poderá ser levada ao Poder Judiciário a fim de que seja
efetivada judicialmente. É importante destacar que essa sentença produz título executivo judicial!
 As decisões estrangeiras possuem, também, natureza de título executivo judicial. Tanto as
sentenças como as decisões interlocutórias podem ser consideradas título executivo judicial. A
diferença reside no fato de que a sentença estrangeira depende de homologação pelo STJ, ao passo
que a decisão interlocutória requer a concessão do exequatur pelo STJ.

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Em ambos os casos, temos um autorizamento pelo STJ para que seja executada uma decisão
estrangeira.
Assim:

PARA SER CONSIDERADO COMO


TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL

a sentença deve ser homologada pelo a decisão interlocutória depende de


STJ exequatur pelo STJ

Para encerrar a análise do art. 515, do NCPC, confira os §§ abaixo:


§ 1o Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o cumprimento da sentença ou para
a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2o A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao processo e versar sobre relação jurídica que
não tenha sido deduzida em juízo.
O §1º prevê que, no caso de sentenças oriundas de outros órgãos judiciais (justiça penal, juízo
arbitral ou justiça estrangeira), o devedor será citado para cumprimento da sentença ou liquidação
no prazo de 15 dias. Nesse caso, ao invés de intimação, temos a citação, pois o título executivo
judicial se formou fora do âmbito cível, razão pela qual faz-se necessário integrar o devedor ao
processo, o que ocorre por intermédio da citação.
O §2º, por usa vez, amplia as possibilidades de objeto na autocomposição judicial. Dessa forma,
admite-se que as partes façam acordo sobre pontos não albergados nos pedidos originariamente
efetuados pela parte. Assim, por exemplo, mesmo que o autor faça um pedido referente a um
contrato em face do réu, eles poderão incluir no processo acordo referente a outras relações jurídicas,
tal como um outro contrato, não deduzido originariamente na ação.

7.3 - COMPETÊNCIA PARA O CUMPRIMENTO DE SENTENÇA

O art. 516, do NCPC, fixa as regras de competência para o cumprimento de sentença. Trata-se de
competência funcional, cujo critério é absoluto. Confira:
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária;
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de
sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do
executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva
ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será
solicitada ao juízo de origem.

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São, portanto, três hipóteses de competência para o cumprimento de


sentença e uma regra de flexibilização.
 Caso se trate de processo que esteja tramitando originariamente no
tribunal, será o próprio tribunal o órgão competente para o cumprimento.
 Caso se trate de processo que tramite no primeiro grau de jurisdição, a competência será, em
regra, do órgão que sentenciou o processo.
 Caso se trate de processo cujo título executivo se formou no juízo penal, arbitral, no estrangeiro
ou em tribunal marítimo, o cumprimento de sentença tramitará no juízo competente para analisar
a matéria cível, caso o processo fosse ajuizado diretamente no juízo cível.
Em relação às duas últimas hipóteses, há a possibilidade de que o cumprimento da sentença seja
promovido:
 no domicílio do executado;
 no juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução; ou
 no juízo do local onde deve ser cumprida a obrigação de fazer ou de não fazer.

7.4 - PROTESTO

O protesto é uma técnica extrajudicial adotada para induzir o pagamento de determinada prestação.
Da prolação da sentença transitada em julgado o exequente (credor) poderá requerer ao juiz a
intimação do executado (devedor) para efetuar o cumprimento da sentença no prazo de 15 dias.
Decorrido esse prazo sem o pagamento, temos a possibilidade de utilização do protesto da sentença
judicial.
Assim, a parte exequente poderá averbar o protesto contra o devedor. Para tanto, será necessário
obter certidão dos autos com as seguintes informações:
 nome;
 qualificação;
 número do processo;
 valor da dívida; e
 data do recurso do prazo para pagamento voluntário.
Essa certidão será fornecida no prazo de 3 dias para que o exequente possa providenciar o protesto
da decisão judicial.
Além disso, caso a parte devedora ajuíze ação rescisória em face do protesto apresentado, poderá
ser anotado à margem do protesto originário o ajuizamento da referida ação.
Por fim, uma vez demonstrada a quitação do montante devido, o executado pode requerer o
cancelamento do protesto em cartório, desde que comprovada a satisfação integral da obrigação.
Essas regras constam do art. 517, do NCPC:
Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de
transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523.

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§ 1o Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão de teor da decisão.


§ 2o A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no PRAZO DE 3 (TRÊS) DIAS e indicará o nome e a
qualificação do exequente e do executado, o número do processo, o valor da dívida e a data de decurso do prazo
para pagamento voluntário.
§ 3o O executado que tiver proposto ação rescisória para impugnar a decisão exequenda pode requerer, a suas
expensas e sob sua responsabilidade, a anotação da propositura da ação à margem do título protestado.
§ 4o A requerimento do executado, o protesto será cancelado por determinação do juiz, mediante ofício a ser
expedido ao cartório, no PRAZO DE 3 (TRÊS) DIAS, contado da data de protocolo do requerimento, desde que
comprovada a satisfação integral da obrigação.
Por fim, faça uma rápida leitura dos arts. 518 e 519 do NCPC.
Art. 518. Todas as questões relativas à validade do procedimento de cumprimento da sentença e dos atos
executivos subsequentes poderão ser arguidas pelo executado nos próprios autos e nestes serão decididas pelo
juiz.
Art. 519. Aplicam-se as disposições relativas ao cumprimento da sentença, provisório ou definitivo, e à
liquidação, no que couber, às decisões que concederem tutela provisória.

7.5 - CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DA SENTENÇA QUE RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE


OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA

O art. 520, do NCPC, trata do cumprimento provisório de sentença. Nesses casos, não obstante
existir recurso, permite-se àquele que tem valores a receber que, desde a sentença, inicie o
cumprimento da sentença. Será provisório o cumprimento porque a sentença ainda não transitou
em julgado.
São duas as premissas para o cumprimento provisório:
➢ Sentença condenatória de pagar quantia certa; e
➢ Recurso desprovido de efeito suspensivo.
Importante destacar que os recursos podem ter efeito meramente devolutivo ou efeito devolutivo
e suspensivo. No primeiro caso, quando tiver tão somente efeito devolutivo, a matéria será
encaminhada (devolvida) ao tribunal para análise, contudo, a sentença já produz efeitos. Se produz
efeitos, é possível cumpri-la, ainda que provisoriamente. Por outro lado, caso o recurso seja dotado
de efeitos devolutivo e suspensivo não será possível iniciar o cumprimento da sentença na
pendência de recurso, em face da não produção de efeitos.
Como ainda não temos certeza se o crédito é efetivamente devido, temos a aplicação de algumas
regras específicas ao cumprimento provisório de sentença. Essas regras estão previstas no art. 520,
do NCPC, e são as seguintes:
 A responsabilidade pelo cumprimento provisório de sentença é do exequente, de forma que se reformada
ou anulada a sentença, ainda que parcialmente, será objetivamente responsável por reparar eventuais danos.
 O cumprimento de sentença provisório perde o efeito caso haja decisão posterior que modifique ou anule
a sentença.
 Eventual levantamento de dinheiro, transferência da posse, ou outro direito real sobre bem do executado
em cumprimento provisório de sentença exige caução por parte do exequente.

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Inclusive, se posteriormente à transferência da posse de determinado imóvel, por exemplo, houver anulação
total da sentença, não haverá desfazimento da transferência.
Existem algumas situações em que a caução pode ser dispensada. São 4 hipóteses:
1. Se o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem;
2. Se o credor demonstrar situação de necessidade;
3. Se pender o agravo contra decisão do Presidente do Tribunal que não conhece do RExt (Recurso
Extraordinário) e do REsp (Recurso Especial).
4. Se a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência
do STF ou do STJ ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos.
Por fim, registre-se que a caução será mantida quando da dispensa possa resultar manifesto risco de dano
grave de difícil ou incerta reparação.
 O condenado tem prazo de 15 dias para cumprir espontaneamente a decisão condenatória. Assim, passado
o prazo, incide multa e verba honorária. Essa cominação aplica-se tanto à execução definitiva como ao
cumprimento provisório de sentença.
Feito isso, confira os dispositivos:
Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será
realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime:
I - corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar
os danos que o executado haja sofrido;
II - fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se
as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos;
III - se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em parte, somente
nesta ficará sem efeito a execução;
IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de posse ou
alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado,
dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos.
§ 1o No cumprimento provisório da sentença, o executado poderá apresentar impugnação, se quiser, nos termos
do art. 525.
§ 2o A multa e os honorários a que se refere o § 1o do art. 523 [não cumprimento espontâneo] são devidos no
cumprimento provisório de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa.
§ 3o Se o executado comparecer tempestivamente e depositar o valor, com a finalidade de isentar-se da multa,
o ato não será havido como incompatível com o recurso por ele interposto.
§ 4o A restituição ao estado anterior a que se refere o inciso II NÃO implica o desfazimento da transferência de
posse ou da alienação de propriedade ou de outro direito real eventualmente já realizada, RESSALVADO,
sempre, o direito à reparação dos prejuízos causados ao executado.
§ 5o Ao cumprimento provisório de sentença que reconheça obrigação de fazer, de não fazer ou de dar coisa
aplica-se, no que couber, o disposto neste Capítulo.
Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser DISPENSADA nos casos em que:
I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem;
II - o credor demonstrar situação de necessidade;
III – pender o agravo do art. 1.042 [agravo para destrancar RExt e REsp]; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de
2016)

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IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do


Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no
julgamento de casos repetitivos.
Parágrafo único. A exigência de caução será mantida quando da dispensa possa resultar manifesto risco de
grave dano de difícil ou incerta reparação.
Para encerrar a análise do cumprimento provisório de sentença, vamos tratar brevemente do
procedimento. Temos apenas um único dispositivo para regrar o assunto. De acordo com o art. 522,
do NCPC, o cumprimento provisório depende de requerimento da parte interessada, sendo que
alguns documentos são essenciais quando se tratar de autos físicos.
Leia com atenção:
Art. 522. O cumprimento provisório da sentença será requerido por petição dirigida ao juízo competente.
Parágrafo único. Não sendo eletrônicos os autos, a petição será acompanhada de cópias das seguintes peças
do processo, cuja autenticidade poderá ser certificada pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal:
I - decisão exequenda;
II - certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo;
III - procurações outorgadas pelas partes;
IV - decisão de habilitação, se for o caso;
V - facultativamente, outras peças processuais consideradas necessárias para demonstrar a existência do
crédito.

7.6 - CUMPRIMENTO DEFINITIVO DA SENTENÇA QUE RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE


OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA

No art. 520 tratamos do cumprimento provisório de sentença. No art. 523 vamos falar do
cumprimento definitivo de sentença. Somente se fala em cumprimento definitivo quando a
definição do objeto litigioso estiver imantada pela qualidade da coisa julgada, tornando-se
indiscutível.
Podemos ter o cumprimento definitivo da sentença quando:
 houver condenação em sentença com fixação de quantia certa;
 houver condenação em sentença ilíquida, mas cujo incidente de liquidação já findou; e
 quando, embora não transitado globalmente o processo, houver parcela da condenação incontroversa.
Essa hipótese ocorre quando o condenado recorre apenas de parte dos pedidos contra ele julgados.
Em relação àqueles tópicos que ele não recorrer, temos a possibilidade de cumprimento definitivo
de sentença. Ao passo que em relação àqueles tópicos recorridos, o cumprimento poderá se dar
apenas na forma provisória.
Uma vez requerido o cumprimento da sentença, o juiz irá intimar a parte executada para pagar no
prazo de 15 dias, sob pena de cumprimento forçado. Se a parte efetuar o pagamento do valor devido
em cumprimento definitivo da sentença não incidem multa e honorários do advogado. Caso não

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haja pagamento, prevê o §1º, do art. 523, do NCPC, que o réu sofrerá multa e honorários no importe
de 10%.
Por exemplo, o autor demanda o réu em relação a três pedidos – Pedido A, B e C. Na sentença, o juiz
julga procedente o Pedido A, condenando o réu em R$ 10.000, e o Pedido B, condenando o réu em
outros 10.000,00. Além disso, o Pedido C foi julgado improcedente e, ainda, o réu foi condenado em
R$ 4.000,00 a título de despesas processuais e honorários advocatícios. Publicada a sentença, o autor
não recorre do Pedido C, que foi julgado improcedente, e o réu recorre apenas do Pedido B.
Nesse exemplo, o autor poderá requerer o cumprimento provisório da sentença em relação ao Pedido
B (que foi objeto de recurso) e ao cumprimento definitivo da sentença em relação ao Pedido A (que
restou incontroverso nos autos).
Uma vez intimado, se o réu não pagar no prazo de 15 dias sofrerá na condenação de 10% a título de
honorários do advogado para executar o valor devido e outros 10% a título de multa pelo não
pagamento espontâneo. Portanto, o montante global da condenação em relação ao Pedido A
atingirá R$ 12.000,00. Trata-se, portanto, de forma de compelir o condenado a, voluntariamente,
efetuar o pagamento do valor devido.
Se o réu efetuar o pagamento de apenas R$ 5.000,00 do montante global do Pedido A, a multa
incidirá proporcionalmente àquilo que não foi pago de forma espontânea. Portanto, a multa será de
R$ 500,00 e os honorários no valor de R$ 500,00.
Antes de ler o dispositivo, lembre-se de que, se o condenado não efetuar o pagamento no prazo de
15 dias, o juiz determinará a expedição de mandado de penhora e avaliação dos bens do executado
a fim de quitar o valor devido.
Veja:
Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre
parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o
executado intimado para pagar o débito, no PRAZO DE 15 (QUINZE) DIAS, acrescido de custas, se houver.
§ 1o NÃO ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será ACRESCIDO de multa de dez por
cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento.
§ 2o Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a multa e os honorários previstos no § 1o incidirão
sobre o restante.
§ 3o NÃO efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido, desde logo, mandado de
penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação.
Veja uma questão de prova:

(TRT23ªR/2016) Julgue o item que se segue.


De acordo com o Código de Processo Civil, na fase de cumprimento de sentença, a multa de
quinze por cento, devida na hipótese de o devedor não efetuar o pagamento no prazo de 10
dias, incide apenas sobre o restante do débito, em caso de pagamento parcial.

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Comentários
A assertiva está incorreta. A multa de dez por cento, devida na hipótese de o devedor não
efetuar o pagamento no prazo de 15 dias, incide apenas sobre o restante do débito, em caso
de pagamento parcial. A alternativa indicou o prazo errado. Vejamos o art. 523, do NCPC.
Em frente!
O art. 524, do NCPC, trata do requerimento de cumprimento a ser efetuado pela parte credora no
processo:
Art. 524. O requerimento previsto no art. 523 será instruído com demonstrativo discriminado e atualizado do
crédito, devendo a petição conter:
I - o nome completo, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica do exequente e do executado, observado o disposto no art. 319, §§ 1o a 3o;
II - o índice de correção monetária adotado;
III - os juros aplicados e as respectivas taxas;
IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados;
V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
VI - especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados;
VII - indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível.
§ 1o Quando o valor apontado no demonstrativo aparentemente exceder os limites da condenação, a execução
será iniciada pelo valor pretendido, mas a penhora terá por base a importância que o juiz entender adequada.
§ 2o Para a verificação dos cálculos, o juiz poderá valer-se de contabilista do juízo, que terá o PRAZO MÁXIMO
DE 30 (TRINTA) DIAS PARA EFETUÁ-LA, EXCETO se outro lhe for determinado.
§ 3o Quando a elaboração do demonstrativo depender de dados em poder de terceiros ou do executado, o juiz
poderá requisitá-los, sob cominação do crime de desobediência.
§ 4o Quando a complementação do demonstrativo depender de dados adicionais em poder do executado, o juiz
poderá, a requerimento do exequente, requisitá-los, fixando PRAZO DE ATÉ 30 (TRINTA) DIAS para o
cumprimento da diligência.
§ 5o Se os dados adicionais a que se refere o § 4o não forem apresentados pelo executado, sem justificativa, no
prazo designado, reputar-se-ão corretos os cálculos apresentados pelo exequente apenas com base nos dados
de que dispõe.
Do extenso dispositivo acima você deve saber que o requerente deve apresentar demonstrativo
discriminado e atualizado do crédito, contendo os dados dos incisos descritos acima. Vamos colocar
esses dados em um esquema para reforçar a absorção.

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A PETIÇÃO, COM DEMONSTRATIVO DISCRIMINADO DO DÉBITO, DEVE CONTER:

•o nome completo, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional


da Pessoa Jurídica do exequente e do executado;
•o índice de correção monetária adotado;
•os juros aplicados e as respectivas taxas;
•o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados;
•a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
•especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados;
•indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível.

Como se trata de um demonstrativo elaborado unilateralmente pelo requerente, é possível que seja
apresentado em valor aparentemente acima do valor efetivamente devido nos autos. Nesse caso,
de acordo com o §1º, o juiz determinará que a execução se inicie com o valor pretendido pelo
requerente, mas poderá determinar a realização da penhora em valor inferior, conforme entender
adequado.
De todo modo, apresentado o requerimento e iniciada a execução, o juiz poderá determinar a
intimação do contador do juízo a fim de que, no prazo de 30 dias, faça a apuração do montante
devido.
Se forem necessários documentos para levantamento preciso do valor devido, o magistrado
determinará a intimação do terceiro ou do executado para que junte aos Autos os documentos. Se
esses documentos estiverem em poder do réu e, intimado para juntá-los no prazo de 30 dias, não
forem acostados, o juiz irá definir o valor da condenação com base nos dados que dispõe.

7.7 - IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA

A impugnação ao cumprimento de sentença é disciplinada no art. 525, do NCPC. Trata-se de um


extenso e importante dispositivo.
Primeiramente, vamos ao prazo! Vimos que o condenado será intimado para, no prazo de 15 dias,
efetuar o pagamento espontâneo do valor devido. Caso não efetue o pagamento, sofrerá multa no
valor de 10%, mais honorários também de 10% sobre o valor da condenação. Decorrido esse prazo,
automaticamente inicia-se o prazo para a impugnação ao cumprimento de sentença.
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 [15 dias para pagamento voluntário] sem o pagamento
voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou
nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua IMPUGNAÇÃO.
O §1º trata das matérias que podem ser alegadas em sede de impugnação ao cumprimento de
sentença:
§ 1o Na impugnação, o executado poderá alegar:
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia;
II - ilegitimidade de parte;
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV - penhora incorreta ou avaliação errônea;

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V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;


VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação,
transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença.
Para a prova:

PODEM SER ALEGADOS EM IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE


SENTENÇA

•falta ou nulidade da citação


•ilegitimidade da parte
•inexigibilidade do título ou obrigação
•penhora incorreta ou avaliação errônea
•excesso de execução ou cumulação indevida de execução
•incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução
•causa modificativa ou extintiva da obrigação

Os §§ 2º e 3º trazem dispositivos remissivos:


§ 2o A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto nos arts. 146 e 148.
§ 3o Aplica-se à impugnação o disposto no art. 229.
Algumas observações em relação às hipóteses acima.
No caso de alegação de excesso de execução, deverá o executado, ao impugnar, informar o valor
que entende correto, mediante apresentação de um demonstrativo descriminado e atualizado dos
valores. Caso não informe o valor que entende devido, a impugnação será liminarmente rejeitada.
É o que consta do §§ 4º e 5º:
§ 4o Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à
resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando
demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo.
§ 5o Na hipótese do § 4o, NÃO apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, a impugnação
será liminarmente rejeitada, se o excesso de execução for o seu único fundamento, ou, se houver outro, a
impugnação será processada, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução.
A impugnação não possui, em regra, efeito suspensivo. Isso significa dizer que uma vez protocolada
a petição de impugnação ao cumprimento de sentença, o prosseguirá. Nesse contexto, o §6º prevê
que a apresentação da impugnação não impede a prática de atos executivos, inclusive atos de
expropriação de bens do executado.
Assim, o magistrado poderá, mesmo tendo uma impugnação em curso, determinar a transferência
de dinheiro para o exequente, alienação de bens etc. Logo:

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a regra é que a impugnação não tenha


efeito suspensivo

Contudo, admite-se que, no caso concreto, o magistrado conceda efeito suspensivo à impugnação.
A concessão do efeito suspensivo depende:
1º – requerimento do executado;
2º - oferecimento de garantia por intermédio de penhora, caução ou depósito; e
3º - execução capaz de gerar grave dano de difícil ou incerta reparação.
Se presentes as três condições acima, temos a possibilidade de concessão de efeito suspensivo à
execução. Caso em que atos expropriatórios não podem ser executados.
Contudo, mesmo com a concessão do efeito suspensivo, o exequente poderá dar seguimento à
execução desde que o próprio exequente ofereça caução suficiente para garantir a execução.
Veja os dispositivos correspondentes:
§ 6o A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos, INCLUSIVE os de expropriação,
podendo o juiz, a requerimento do executado e desde que garantido o juízo com penhora, caução ou depósito
suficientes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da
execução for manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação.
§ 7o A concessão de efeito suspensivo a que se refere o § 6o NÃO impedirá a efetivação dos atos de substituição,
de reforço ou de redução da penhora e de avaliação dos bens.
§ 8o Quando o efeito suspensivo atribuído à impugnação disser respeito apenas a parte do objeto da execução,
esta prosseguirá quanto à parte restante.
§ 9o A concessão de efeito suspensivo à impugnação deduzida por um dos executados não suspenderá a
execução contra os que não impugnaram, quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao
impugnante.
§ 10. AINDA QUE atribuído efeito suspensivo à impugnação, É LÍCITO ao exequente requerer o
prosseguimento da execução, oferecendo e prestando, nos próprios autos, caução suficiente e idônea a ser
arbitrada pelo juiz.
Veja uma questão de prova:

(TRT3ªR/2015) De acordo com o cumprimento de sentença, julgue o item subsequente.


Em havendo condenação, transitada em julgado, ao pagamento de quantia certa, requerido o
cumprimento da sentença, o devedor poderá apresentar impugnação, a qual é recebida, em
regra, no efeito suspensivo.
Comentários
A assertiva está incorreta. Segundo o art. 525, §6º, a impugnação ao cumprimento de sentença
não tem efeito suspensivo. Atribui-se efeito suspensivo, somente se seus fundamentos forem

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relevantes e se o prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de causar ao


executado grave dano de difícil ou incerta reparação.
Sigamos!
O §11 trata da ocorrência de fatos supervenientes e de questões referentes à validade e à adequação
da penhora. Esses fatos podem ser arguidos em petição simples, ainda que já tenha decorrido o
prazo para impugnar. Nesses casos, prevê o dispositivo que a parte poderá peticionar informando a
ocorrência desses fatos supervenientes ou para tratar da validade e da adequação da penhora, no
prazo de 15 dias, a contar da ciência do fato ou da intimação da penhora.
§ 11. As questões relativas a fato superveniente ao término do prazo para apresentação da impugnação, assim
como aquelas relativas à validade e à adequação da penhora, da avaliação e dos atos executivos subsequentes,
podem ser arguidas por simples petição, tendo o executado, em qualquer dos casos, o PRAZO DE 15 (QUINZE)
DIAS para formular esta arguição, contado da comprovada ciência do fato ou da intimação do ato.
Para a prova...

fatos supervenientes no prazo de 15


dias a contar da ciência

PODEM SER ALEGADOS APÓS O


PRAZO PARA A IMPUGNAÇÃO

validade e adequação da penhora no


prazo de 15 dias a contar da realização
da penhora

Para finalizar o dispositivo, veja os demais §§, do art. 525, do NCPC:


§ 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1o deste artigo [inelegibilidade do título ou da obrigação],
considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato
normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou
interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com
a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso.
§ 13. No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no tempo, em
atenção à segurança jurídica.
§ 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve ser anterior ao trânsito em julgado da decisão
exequenda.
§ 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, caberá ação
rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.
Poderá ser deduzida na impugnação ao cumprimento de sentença a inexigibilidade do título ou da
obrigação. Em relação a essas situações, temos quatro §§ no art. 525. De acordo com esses
dispositivos, constitui situação de inexigibilidade, caso a obrigação contida em título executivo
judicial esteja fundada em lei ou em ato normativo declarado inconstitucional ou incompatível com
a CF por decisão do STF. Independentemente dessa declaração se dar em controle abstrato ou
difuso, o Código prevê que a obrigação será inexigível.

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Essa impugnação, entretanto, somente poderá ser apresentada até o trânsito em julgado da decisão
exequenda. Após o trânsito, e em razão da imutabilidade da decisão no corpo do processo, a parte
deverá ajuizar uma ação rescisória.
Veja uma questão de prova:

(TRT3ªR/2015) De acordo com o cumprimento de sentença, julgue o item subsequente.


Em havendo condenação, transitada em julgado, ao pagamento de quantia certa, o devedor
suportará multa de 10% sobre a totalidade do débito caso não efetue o pagamento ou o faça
parcialmente.
Comentários
A assertiva está incorreta. De acordo com o art. 523, não sendo efetuado o pagamento no
prazo, o devedor deverá pagar uma multa de 10% sobre o valor devido. Porém, caso o
pagamento realizado por ele seja parcial, a multa recairá somente no restante, ou seja, no valor
do débito que continuar em aberto.
Sigamos!
O art. 526, do NCPC, na sequência, traz uma regra interessante. Nós estudamos, no art. 523, que a
parte será intimada para cumprir espontaneamente a obrigação de pagar quantia certa no prazo de
15 dias, sob pena de incidir multa de 10% e acrescidos de 10% em honorários advocatícios.
A fim de evitar a multa e até mesmo com a finalidade de prontamente realizar o pagamento do
débito, o art. 526, do NCPC, prevê a possibilidade de o devedor efetuar o pagamento antes mesmo
de ser intimado.
Nesse caso, deverá apresentar um resumo do cálculo do montante devido nos autos e efetuar o
pagamento. Em seguida, o magistrado irá intimar a parte credora para que se manifeste no prazo de
cinco dias. Nessa manifestação, o credor poderá:
 levantar os valores e nada opor.
Nesse caso, o juiz declarará satisfeita a obrigação e o processo será definitivamente extinto.
 se opor em relação ao valor apurado pelo devedor.
Nesse caso, o processo prosseguirá em relação à diferença, com possibilidade de aplicação da multa e
majoração dos honorários, caso demonstrada e o juiz decidir pela insuficiência.
Veja:
Art. 526. É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimento da sentença, comparecer em juízo e oferecer
em pagamento o valor que entender devido, apresentando memória discriminada do cálculo.
§ 1o O autor será ouvido no prazo de 5 (CINCO) DIAS, podendo impugnar o valor depositado, sem prejuízo do
levantamento do depósito a título de parcela incontroversa.
§ 2o Concluindo o juiz pela insuficiência do depósito, sobre a diferença incidirão multa de dez por cento e
honorários advocatícios, também fixados em dez por cento, seguindo-se a execução com penhora e atos
subsequentes.

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§ 3o Se o autor não se opuser, o juiz declarará satisfeita a obrigação e extinguirá o processo.


Por fim, leia o art. 527, do NCPC:
Art. 527. Aplicam-se as disposições deste Capítulo ao cumprimento provisório da sentença, no que couber.

7.8 - CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE


PRESTAR ALIMENTOS

Na sequência, vamos abordar os arts. 528 a 535, do NCPC, que tratam de um assunto específico.
Vamos tratar do cumprimento de sentença de alimentos. Trata-se de uma ação específica que tem
por finalidade prover a subsistência de quem a pleiteia no polo ativo da ação, de modo que o
cumprimento assume algumas particularidades, conforme estudaremos a seguir.
Para começar, é relevante saber que a condenação poderá advir da sentença, que é a decisão judicial
que põe fim ao procedimento específico da ação de alimentos, mas pode decorrer também de
decisão interlocutória no curso do processo, antes mesmo da sentença, como uma forma de
antecipação do pedido.
Independentemente da decisão que concede o pedido, é relevante que você saiba que uma vez
determinado pelo juiz o pagamento de verba alimentícia, o réu tem três possibilidades:
1ª – iniciar o pagamento no prazo de 3 dias.
2ª – justificar a impossibilidade de pagamento no prazo de 3 dias.
Nesse caso, o juiz irá avaliar a escusa, deferindo ou não a impossibilidade de pagamento.
3ª – nada fazer.

Veja:
Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão
interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado
pessoalmente para, em 3 (TRÊS) DIAS, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de
efetuá-lo.
§ 1o Caso o executado, no prazo referido no caput, NÃO efetue o pagamento, não prove que o efetuou ou não
apresente justificativa da impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará protestar o pronunciamento judicial,
aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 517.
§ 2o Somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade absoluta de pagar justificará o inadimplemento.
Vamos aprofundar um pouco a 3ª hipótese. Uma vez decorrido o prazo de 3 dias para que o réu
pague o débito, sem qualquer manifestação, o juiz irá determinar o protesto em registro da sentença
não observada.
Registre-se que, ao contrário do que tivemos no art. 517 sobre o protesto judicial, o próprio juiz
determinará o protesto, independentemente de qualquer manifestação do autor alimentando.
Além do protesto, no §3º, do art. 528, temos a possibilidade de prisão civil do réu que não cumprir
com pensão alimentícia. Veja:
§ 3o Se o executado NÃO pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além de mandar protestar
o pronunciamento judicial na forma do § 1o, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses.

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§ 4o A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso ficar separado dos presos comuns.
§ 5o O cumprimento da pena NÃO exime o executado do pagamento das prestações vencidas e vincendas.
Assim...

NÃO CUMPRIU DA ORDEM DE PAGAMENTO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA

protesto prisão civil

A prisão civil será decretada, em regime fechado, pelo prazo de 1 a 3 meses, que não eximirá o
executado do cumprimento da prestação alimentícia.
Se o réu estiver preso e, durante o período recluso, houver o pagamento, será suspensa a prisão
civil.
Além disso, a ordem de prisão será determinada para que haja o pagamento de até três parcelas
atrasadas e as que vencerem no curso do processo.
Confira:
§ 6o Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de prisão.
§ 7o O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende ATÉ AS 3 (TRÊS)
PRESTAÇÕES ANTERIORES ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo.
Veja um exemplo:
O autor da ação de alimentos requer tutela provisória de urgência a partir do atraso no pagamento
das últimas cinco parcelas de alimentos acordadas e devidas. O juiz concede a medida em caráter
antecipado. Intimado, o pai – réu na ação –, não efetua o pagamento nem a justificativa no prazo
de três dias. O magistrado, diante disso, determina o protesto do valor devido e a prisão civil do réu
pelo prazo de dois meses. Vamos supor que entre o ajuizamento e a prisão do réu há o vencimento
de mais uma parcela. Nesse caso, para que o réu seja beneficiado com a suspensão da prisão, deverá
efetuar o pagamento das três parcelas vencidas a contar do ajuizamento da ação e a que venceu no
curso do processo.
O §7º do art. 528 do NCPC internalizou o conteúdo da Súmula STJ 309.
Vamos entender o porquê dessa regra.
O débito de natureza alimentar recebe tratamento específico porque é urgente e essencial ao
sustento, à vida. Diante disso, cria-se regra excepcional para viabilizar a prisão do devedor de
alimentos como forma de coagi-lo. Por isso que, se o devedor não estiver pagando as prestações
alimentares recentes poderá ser preso, pois, o credor necessita do alimento agora.
Em relação aos débitos anteriores, não há mais a urgência, pois, por razões lógicas, o credor já teve
o alimento provido por outros meios. Logo, não haveria sentido coagi-lo a pagar dívidas alimentares
antigas por intermédio da prisão. Para essas dívidas existem outros meios previstos dentro do
Código para execução forçada.

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Nesse contexto, independentemente do número de parcelas devidas, o devedor poderá ser preso
caso esteja inadimplente em relação às últimas três parcelas a contar do ajuizamento da ação e em
relação àquelas que vencerem no curso do processo.
Desse modo, mesmo que haja atraso de uma única parcela, mas que se refira aos últimos três meses
ou tenha vencido no curso da ação, admite-se a prisão civil.
Interessante a regra, não?!
Sigamos!
Não obstante o procedimento específico, os §§ 8º e 9º tratam da possibilidade do réu se valer do
procedimento comum de cumprimento de sentença, caso em que não será admitida a medida de
prisão civil.
§ 8o O exequente pode optar por promover o cumprimento da sentença ou decisão desde logo, nos termos do
disposto neste Livro, Título II, Capítulo III, caso em que NÃO será admissível a prisão do executado, e, recaindo
a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à impugnação não obsta a que o exequente levante
mensalmente a importância da prestação.
§ 9o Além das opções previstas no art. 516, parágrafo único, o exequente pode promover o cumprimento da
sentença ou decisão que condena ao pagamento de prestação alimentícia no juízo de seu domicílio.
Para encerrar a análise do art. 528, consigne-se que constitui faculdade ao autor promover o
cumprimento da ação de alimentos no próprio domicílio, não obstante as regras do art. 516, do
NCPC, que disciplinam expressamente as regras de competência para promover o cumprimento de
sentença.
No art. 529, do NCPC, temos a possibilidade de penhora dos salários do réu para fazer frente aos
valores devidos a título de alimentos. Assim, quando o réu for servidor público, empregado público
ou empregado privado regido pela CLT, poderá ter seu salário retido na fonte.
Nesse caso, o juiz determina expedição de ofício para a autoridade responsável ou empregador do
réu para que faça o desconto em folha na forma determinada sob pena de caracterização de crime
de desobediência. Veja:
Art. 529. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa ou empregado
sujeito à legislação do trabalho, o exequente poderá requerer o desconto em folha de pagamento da
importância da prestação alimentícia.
§ 1o Ao proferir a decisão, o juiz oficiará à autoridade, à empresa ou ao empregador, determinando, sob pena
de crime de desobediência, o desconto a partir da primeira remuneração posterior do executado, a contar do
protocolo do ofício.
§ 2o O ofício conterá o nome e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do exequente e do
executado, a importância a ser descontada mensalmente, o tempo de sua duração e a conta na qual deve ser
feito o depósito.
§ 3o Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o débito objeto de execução pode ser descontado
dos rendimentos ou rendas do executado, de forma parcelada, nos termos do caput deste artigo, contanto que,
somado à parcela devida, NÃO ULTRAPASSE CINQUENTA POR CENTO DE SEUS GANHOS LÍQUIDOS.
Ainda em relação ao art. 529, é importante destacar que, além do valor mensal estipulado, é possível
que o desconto em folha seja efetuado para, de forma parcelada, fazer frente ao montante do débito

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em razão de parcelas vencidas. Esse desconto, entretanto, não poderá superar 50% da remuneração
do réu.
Vamos retornar ao exemplo anterior!
Tínhamos a hipótese de 5 parcelas vencidas e outra que venceu no curso do processo.
Independentemente da determinação de protesto judicial e de prisão civil, o juiz poderá determinar
o desconto em folha de até 50% da remuneração. Se, hipoteticamente, o réu receber R$ 2.000,00 de
remuneração, poderá ter descontado em folha até R$ R$ 1.000,00.
Veja, na sequência os arts. 530 e 531 do NCPC:
Art. 530. Não cumprida a obrigação, observar-se-á o disposto nos arts. 831 e seguintes.
Art. 531. O disposto neste Capítulo aplica-se aos alimentos definitivos ou provisórios.
§ 1o A execução dos alimentos provisórios, bem como a dos alimentos fixados em sentença ainda não transitada
em julgado, se processa em autos apartados.
§ 2o O cumprimento definitivo da obrigação de prestar alimentos será processado nos mesmos autos em que
tenha sido proferida a sentença.
Dos dispositivos acima, temos apenas uma regra de organização do caderno processual.
Como dito no início do conteúdo, a concessão de alimentos pode decorrer da sentença ou de decisão
interlocutória. Temos, portanto, a possibilidade de concessão por decisão definitiva (com trânsito
em julgado) ou por sentença provisória (decisões interlocutórias – antecipação de tutela – e em
sentença passível de recurso sem efeito suspensivo).
Assim, se a concessão dos alimentos se der em decisão provisória, temos os denominados
“alimentos provisórios”, que devem ser cumpridos em autos apartados. Por outro lado, a sentença
concessiva, com trânsito em julgado, a execução se dá nos próprios autos.
Se a irresponsabilidade do genitor ficar patente nos autos, com procrastinação no cumprimento do
dever de sustento da prole, o juiz poderá determinar o encaminhamento dos autos ao Ministério
Público para promover ação criminal de abandono material.
Art. 532. Verificada a conduta procrastinatória do executado, o juiz deverá, se for o caso, dar ciência ao
Ministério Público dos indícios da prática do crime de abandono material.
O art. 533, do NCPC, trata de uma situação especial de concessão de alimentos: a constituição de
capital quando há condenação pela prática de atos ilícitos. Em situações de prática de atos ilícitos,
se na condenação ao pagamento de pensão houver também inclusão de alimentos, é possível a
determinação para constituição de capital.
Vamos com calma! Veja o exemplo abaixo:
Determinado caminhoneiro se acidenta por falha na manutenção do veículo de responsabilidade da
empresa e, nesse acidente, sofre incapacidade temporária que o inabilitará para o desempenho de
suas funções por, pelo menos, 5 anos, podendo ficar nesse estado mais ou menos tempo a depender
da evolução do seu quadro clínico. Esse caminhoneiro ainda pagava, com os rendimentos da
atividade laboral desempenhada, pensão a uma filha que está sob responsabilidade da genitora. No
caso, portanto, estamos diante de uma ação de indenização por ato ilícito que inclui também
prestação alimentar.

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Na sentença, em razão do montante financeiro devido para pagamento das prestações mensais, o
magistrado poderá determinar à empresa, ré na ação, que constitua capital. Dito de outra forma,
poderá determinar à empresa que reserve parte do seu patrimônio para que, com os rendimentos,
possa garantir o pagamento a longo prazos dos valores devidos.
Exemplificativamente é isso que disciplina o art. 533, do NCPC.
Leia:
Art. 533. Quando a indenização por ato ilícito incluir prestação de alimentos, caberá ao executado, a
requerimento do exequente, constituir capital cuja renda assegure o pagamento do valor mensal da pensão.
§ 1o O capital a que se refere o caput, representado por imóveis ou por direitos reais sobre imóveis suscetíveis de
alienação, títulos da dívida pública ou aplicações financeiras em banco oficial, será inalienável e impenhorável
enquanto durar a obrigação do executado, além de constituir-se em patrimônio de afetação.
Uma alternativa à constituição de capital pela empresa é o desconto em folha de pagamento de
pessoa jurídica. Nesse caso, entretanto, há de se verificar se há a “notória capacidade econômica”
da empresa. Vale dizer, é necessário constatar na prática que a empresa possui boas condições
financeiras e que, dificilmente, não terá capacidade de pagamento da pensão cumulada com
prestação alimentícia. Nesse caso, não será necessário constituir capital.
§ 2o O juiz poderá substituir a constituição do capital pela inclusão do exequente em folha de pagamento de
pessoa jurídica de notória capacidade econômica OU, a requerimento do executado, por fiança bancária ou
garantia real, em valor a ser arbitrado de imediato pelo juiz.
§ 3o Se sobrevier modificação nas condições econômicas, poderá a parte requerer, conforme as circunstâncias,
redução ou aumento da prestação.
§ 4o A prestação alimentícia poderá ser fixada tomando por base o salário-mínimo.
§ 5o Finda a obrigação de prestar alimentos, o juiz mandará liberar o capital, cessar o desconto em folha ou
cancelar as garantias prestadas.
Com isso, finalizamos a análise do cumprimento que envolve prestações alimentícias.

7.9 - CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR


QUANTIA CERTA PELA FAZENDA PÚBLICA

Novamente vamos analisar um tópico específico de cumprimento de sentença. Nos arts. 534 e 535,
ambos do NCPC, temos regras aplicáveis ao cumprimento de sentença de pagar quantia certa pela
Fazenda Pública. Ou seja, é o cumprimento de sentença promovido contra a Fazenda Pública.
Vamos começar com o art. 534 que arrola as informações que devem constar do requerimento para
o cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública.
Art. 534. No cumprimento de sentença que impuser à Fazenda Pública o dever de pagar quantia certa, o
exequente apresentará demonstrativo discriminado e atualizado do crédito contendo:
I - o nome completo e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica do exequente;
II - o índice de correção monetária adotado;
III - os juros aplicados e as respectivas taxas;

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IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados;


V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
VI - a especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados.
§ 1o Havendo pluralidade de exequentes, cada um deverá apresentar o seu próprio demonstrativo, aplicando-
se à hipótese, se for o caso, o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 113.
§ 2o A MULTA PREVISTA NO § 1O DO ART. 523 NÃO SE APLICA À FAZENDA PÚBLICA.
Do dispositivo, o mais relevante é o §2º. Ele prevê que às condenações contra a Fazenda Pública não
se aplica a multa de 10% em caso de não pagamento espontâneo no prazo de 15 dias.
É importante destacar que não há nada referente ao não pagamento dos honorários advocatícios,
pelo que devemos concluir que é possível a condenação em honorários advocatícios na fase de
cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública.
Não temos a aplicação da multa porque o procedimento para pagamento da Fazenda Pública é um
pouco diferente da prática. Confira:
Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga, remessa ou meio
eletrônico, para, querendo, no PRAZO DE 30 (TRINTA) DIAS e nos próprios autos, impugnar a execução,
podendo arguir:
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia;
II - ilegitimidade de parte;
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VI - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação
ou prescrição, desde que supervenientes ao trânsito em julgado da sentença.
Portanto, da sentença, a Fazenda Pública será intimada para impugnar a execução no prazo de 30
dias, podendo alegar as mesmas matérias que vimos no art. 525, do NCPC:

PODEM SER ALEGADOS EM IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE


SENTENÇA

•falta ou nulidade da citação


•ilegitimidade da parte
•inexigibilidade do título ou obrigação
•excesso de execução ou cumulação indevida de execução
•incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução
•causa modificativa ou extintiva da obrigação

Veja, na sequência, o §1º:


§ 1o A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto nos arts. 146 e 148.
Em sentido semelhante ao já estudado em relação ao cumprimento de sentença regular, a Fazenda
Pública poderá alegar excesso de execução, hipótese em que deverá informar o valor que entende
correto, mediante apresentação de um demonstrativo descriminado e atualizado dos valores. Veja:

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§ 2o Quando se alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante do título,
cumprirá à executada declarar de imediato o valor que entende correto, sob pena de não conhecimento da
arguição.
Caso não haja impugnação ou se a impugnação for rejeitada, será determinada a expedição de
precatório ou de requisição de pequeno valor. Vamos, primeiramente, ler o dispositivo:
§ 3o Não impugnada a execução ou rejeitadas as arguições da executada:
I - expedir-se-á, por intermédio do presidente do tribunal competente, precatório em favor do exequente,
observando-se o disposto na Constituição Federal;
II - por ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem o ente público foi citado para o processo, o
pagamento de obrigação de pequeno valor será realizado no prazo de 2 (dois) meses contado da entrega da
requisição, mediante depósito na agência de banco oficial mais próxima da residência do exequente.
Em regra, as condenações contra a Fazenda Pública são pagas mediante precatórios, cujo
regramento é estudado em Direito Constitucional, no art. 100. Como o procedimento de pagamento
via precatório é lento, quando o valor a receber for de pequena monta, adota-se o denominado RPV,
Requisição de Pequeno Valor. Para que determinado crédito seja incluído como RPV ele não poderá
ultrapassar o montante de 60 salários-mínimos.
Assim:

PAGAMENTO DE CONDENAÇÃO CONTRA FAZENDA PÚBLICA

se superior a 60 salários mínimos se igual ou inferior a 60 salários mínimos

precatório RPV

O §4º trata da impugnação parcial. Nesse caso, a parte não impugnada poderá ser, desde logo,
executada.
§ 4o Tratando-se de impugnação parcial, a parte não questionada pela executada será, desde logo, objeto de
cumprimento.
Aqui temos a mesma regra que vimos lá no art. 525, do NCPC, sobre a inexigibilidade de título ou de
obrigação. Portanto, a leitura atenta é o suficiente.
§ 5o Para efeito do disposto no inciso III do caput deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação
reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo
Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo
Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade
concentrado ou difuso.
§ 6o No caso do § 5o, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no tempo, de
modo a favorecer a segurança jurídica.
§ 7o A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 5o deve ter sido proferida antes do trânsito em julgado
da decisão exequenda.
§ 8o Se a decisão referida no § 5o for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, caberá ação
rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.

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Finalizamos mais um ponto relevante sobre o cumprimento de sentença.

7.10 - CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE


FAZER, DE NÃO FAZER OU DE ENTREGAR COISA

Nos dispositivos finais sobre cumprimento de sentença vamos estudar os arts. 536 a 538, do NCPC,
para analisar o cumprimento de sentença em relação às obrigações de fazer ou de não fazer e em
relação às obrigações de entregar coisa.

7.10.1 - Cumprimento de Sentença que Reconheça a Exigibilidade de Obrigação de Fazer ou


de Não Fazer

No que diz respeito às obrigações de fazer e de não fazer, vamos iniciar com o art. 536:
Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o
juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo
resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente.
§ 1o Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre outras medidas, a imposição de multa,
a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de atividade
nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força policial.
No caso de obrigações de fazer ou de não fazer a condenação do magistrado será para a prática da
tutela específica (ou seja, fazer ou não fazer) ou obtenção de tutela pelo resultado prático
equivalente.
Por exemplo, em um contrato não executado de prestação de serviços de pintura, o juiz poderá
determinar que o pintor execute (obrigação de fazer) a pintura na forma acordada pelas partes ou,
alternativamente, a determinação de que a pintura seja realizada por terceiro às custas do réu
(resultado prático equivalente).
Se necessário, o juiz poderá determinar a expedição de mandado de busca e apreensão para
cumprimento da obrigação, devendo ser cumprido por dois oficiais de justiça.
Além disso, é fundamental que você saiba que o não atendimento à determinação judicial no
mandado de busca e apreensão implica litigância de má fé.
§ 2o O mandado de busca e apreensão de pessoas e coisas será cumprido por 2 (dois) oficiais de justiça,
observando-se o disposto no art. 846, §§ 1o a 4o, se houver necessidade de arrombamento.
§ 3o O executado incidirá nas penas de litigância de má-fé quando injustificadamente descumprir a ordem
judicial, sem prejuízo de sua responsabilização por crime de desobediência.
§ 4o No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, aplica-
se o art. 525, no que couber.
§ 5o O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cumprimento de sentença que reconheça deveres de
fazer e de não fazer de natureza não obrigacional.
Para encerrar a parte referente ao cumprimento de sentença vamos estudar as astreintes, que é a
multa pecuniária pelo não cumprimento da obrigação de fazer ou de não fazer.

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Essa multa pode ser aplicada em qualquer momento do procedimento (fase de conhecimento ou de
execução). O magistrado deverá fixar a multa em valor compatível, suficiente e por prazo razoável a
fim de compelir o devedor a cumprir a obrigação.
Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada na fase de conhecimento, em
tutela provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde que seja suficiente e compatível com a
obrigação e que se determine prazo razoável para cumprimento do preceito.
O valor da multa poderá ser:
 alterado, com aumento ou redução da multa;
 excluído, caso se torne insuficiente, ou excessivo, ou se houver cumprimento parcial ou
suficiente da obrigação.
Confira o dispositivo:
§ 1o O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o valor ou a periodicidade da multa vincenda ou
excluí-la, caso verifique que:
I - se tornou insuficiente ou excessiva;
II - o obrigado demonstrou cumprimento parcial superveniente da obrigação ou justa causa para o
descumprimento.
§ 2o O valor da multa será devido ao exequente.
§ 3o A decisão que fixa a multa é passível de cumprimento provisório, devendo ser depositada em juízo,
permitido o levantamento do valor após o trânsito em julgado da sentença favorável à parte ou na pendência
do agravo fundado nos incisos II ou III do art. 1.042 [agravo ao STJ/STF para destrancamento de RE/REsp].
§ 3º A decisão que fixa a multa é passível de cumprimento provisório, devendo ser depositada em juízo,
permitido o levantamento do valor após o trânsito em julgado da sentença favorável à parte. (Redação dada
pela Lei nº 13.256, de 2016)
§ 4o A multa será devida desde o dia em que se configurar o descumprimento da decisão e incidirá enquanto
não for cumprida a decisão que a tiver cominado.
§ 5o O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cumprimento de sentença que reconheça deveres de
fazer e de não fazer de natureza não obrigacional.

7.10.2 - Cumprimento de Sentença que Reconheça a Exigibilidade de Obrigação de Entregar


Coisa

Em relação ao cumprimento de obrigação de entregar coisa, devemos distinguir a entrega de coisa


móvel ou imóvel.
Caso não cumprida a determinação de entrega conforme prescrito na sentença, surge a
possibilidade de expedição de mandado de busca e apreensão.
Quando se tratar de bem móvel expede-se o mandado de busca e apreensão para, conforme o
nome já nos indica, apreender o bem móvel e entregá-lo a quem é de direito.
Quando se tratar de bem imóvel, haverá expedição de mandado de imissão na posse do réu a fim
de reparar o esbulho na posse. O esbulho é o ato por meio do qual a pessoa é privada de bem do
qual seja proprietário ou tenha a posse.

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Art. 538. NÃO cumprida a obrigação de entregar coisa no prazo estabelecido na sentença, será expedido
mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse em favor do credor, conforme se tratar de coisa móvel
ou imóvel.
Para encerrar, confira os §§ do art. 538, do NCPC:
§ 1o A existência de benfeitorias deve ser alegada na fase de conhecimento, em contestação, de forma
discriminada e com atribuição, sempre que possível e justificadamente, do respectivo valor.
§ 2o O direito de retenção por benfeitorias deve ser exercido na contestação, na fase de conhecimento.
§ 3o Aplicam-se ao procedimento previsto neste artigo, no que couber, as disposições sobre o cumprimento de
obrigação de fazer ou de não fazer.
Os dispositivos acima tratam das benfeitorias. As benfeitorias são todas as obras realizadas em um
bem, com o intuito de conservação ou de melhora do bem. As benfeitorias podem ser: necessárias,
úteis ou voluptuárias.
Caso no imóvel ocupado contenha alguma benfeitoria, o réu deverá alegar na contestação a
existência da benfeitoria, discriminando o que foi feito e indicando o valor.
Caso o processo esteja na fase de conhecimento, há a possibilidade de retenção do bem a fim de
que seja ressarcido o valor gasto em benfeitorias.
Com isso, finalizamos o conteúdo de cumprimento de sentença!

8 - QUESTÕES

8.1 – LISTA DE QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

CESPE
1. CESPE/PGE-PE/2019
À luz do Código de Processo Civil, julgue o item, relativo às normas fundamentais do processo
civil e aos elementos da sentença, aos honorários advocatícios, à advocacia pública e à
aplicação das normas processuais.
Os elementos essenciais da sentença incluem os fundamentos — que consistem na análise das
questões de fato e de direito pelo juiz — e o dispositivo — no qual o juiz resolve as questões
principais que as partes lhe submeterem —; o relatório, por sua vez, é dispensado, haja vista o
direitodas partes de obter, em prazo razoável, a solução integral do mérito.

2. CESPE/PGE-PE/2019
A respeito de liquidação e cumprimento de sentença, da execução contra a fazenda pública e
dos auxiliares da justiça, julgue o item a seguir, à luz do Código de Processo Civil.
O credor poderá promover imediatamente o cumprimento da sentença, dispensando a fase de
liquidação, quando a apuração do valor a ser executado depender somente de cálculo
aritmético.

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3. CESPE/PGE-PE/2019
A respeito de liquidação e cumprimento de sentença, da execução contra a fazenda pública e
dos auxiliares da justiça, julgue o item a seguir, à luz do Código de Processo Civil.
Situação hipotética: Na fase de cumprimento de sentença que reconheceu a obrigação da
fazenda pública de pagar quantia certa, o procurador responsável, com base na manifestação
técnica da contadoria de seu órgão, embargou parcialmente os valores especificados no
demonstrativo discriminado e atualizado do crédito. Assertiva: Nessa situação, o credor deverá
aguardar o final do processo para receber a quantia total objeto do cumprimento, inclusive a
incontroversa, que será paga por intermédio de expedição de precatório ou requisição de
pequeno valor.

4. CESPE/PGE-PE/2019
À luz das súmulas do STF e do STJ acerca de honorários advocatícios e juros moratórios, julgue
o item seguinte.
Não havendo pedido na petição inicial do processo judicial ou não estando expressa a
obrigação de pagar na sentença condenatória, os juros moratórios não deverão incidir no
cálculo de liquidação do débito.

5. CESPE/TJBA/2019
O juiz proferirá sentença sem resolução de mérito quando
a) acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem.
b) homologar a transação.
c) homologar o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação.
d) homologar a renúncia à pretensão formulada na ação.
e) verificar a impossibilidade jurídica do pedido.

6. CESPE/TJBA/2019
Caso o juiz julgue parcialmente o mérito, reconhecendo a existência de obrigação ilíquida, a
parte vencedora
a) poderá promover de pronto a liquidação, mediante o depósito de caução.
b) poderá promover de pronto a liquidação, ainda que seja interposto recurso pela parte
vencida.
c) deverá aguardar a extinção do processo para promover a liquidação.
d) deverá promover a liquidação nos mesmos autos, em vista do princípio da eficiência.
e) poderá promover a liquidação somente após transcorrido o prazo para interposição de
recurso pela parte vencida.

7. CESPE/MPU/2018

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Com base nas normas que regem o processo civil, julgue os itens seguintes, acerca da função
jurisdicional; do Ministério Público; de nulidades processuais; e de sentença.
A existência da convenção de arbitragem acarreta a extinção do processo sem resolução do
mérito.

8. CESPE/EMAP/2018
Acerca do valor da causa, da tutela provisória, do Ministério Público, da advocacia pública, da
defensoria pública e da coisa julgada, julgue o item subsequente.
A eficácia subjetiva da coisa julgada formada em ação coletiva de rito ordinário, ajuizada por
associação civil na defesa de interesses dos seus associados, somente alcançará os seus filiados
residentes no âmbito da jurisdição do órgão julgador se estes tiverem a condição de filiado até
a data da propositura da demanda.

9. CESPE/EMAP/2018
Julgue o item seguinte, relativo a atos processuais, mandado de segurança e processo de
execução.
Situação hipotética: Ao ser demandado em uma ação de conhecimento de obrigação de pagar,
Pedro foi validamente citado por edital, tendo sido sua defesa patrocinada pela curadoria de
ausentes da defensoria pública local, que apresentou contestação por negativa geral. A
sentença julgou a ação procedente e, após o trânsito desta em julgado, a parte autora iniciou
a fase de cumprimento da sentença. Assertiva: Nessa situação, é desnecessária nova intimação
de Pedro para cumprir a sentença, bastando, para dar continuidade ao processo, a intimação
da curadoria de ausentes.

10. CESPE/DPE-PE/2018
Em um processo civil cooperativo, o exercício do poder jurisdicional exige a consideração da
argumentação de todos os sujeitos processuais. Essa exigência corresponde
a) ao dever de tratar de forma isonômica as partes.
b) ao dever de boa-fé processual.
c) à obrigação de determinar que o autor emende a inicial antes de indeferi-la.
d) à oportunidade conferida pelo juiz ao autor para sanar vício relativo a alguma incapacidade
processual.
e) ao dever de justificar analiticamente as decisões judiciais.

11. CESPE/ABIN/2018
Com base no Código de Processo Civil e no entendimento jurisprudencial e doutrinário acerca
de processo civil, julgue o seguinte item.
Em caso de paralisação do processo por período superior a um ano em razão da negligência de
ambas as partes, as despesas e os honorários serão pagos pela parte que tiver dado causa à
ação.

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12. CESPE/EBSERH/2018
Julgue o item a seguir, considerando as regras do atual Código de Processo Civil acerca das
sentenças e dos recursos.
Em atenção à coisa julgada, a sentença terminativa impede que a parte autora proponha
novamente a ação.

13. CESPE/TCM-BA/2018
Pedro ajuizou demanda contra Renato com pedido único de indenização por danos materiais
e, em sua defesa, o réu alegou a existência de prescrição. Posteriormente, acolhendo o
argumento levantado por Renato, o magistrado pôs termo ao processo por meio de espécie de
pronunciamento classificado como
a) ato meramente ordinatório.
b) despacho.
c) decisão interlocutória.
d) decisão monocrática.
e) sentença.

14. CESPE/STJ/2018
A luz das disposições do Código de Processo Civil (CPC), julgue os próximos itens.
De acordo com os superior Tribunal de Justiça, as regras sobre honorários de sucumbência
estabelecidas no atual CPC Se aplicam somente aos processos judiciais que se iniciaram após a
entrada em vigor desse código.

15. CESPE/DPE-AC/2017
Por determinação legal, o juiz não pode proferir decisão de teor diverso daquele do pedido
feito pelo autor, tampouco condenar em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe
foi demandado. A partir desse entendimento, assinale a opção correta.
a) É licito ao juiz proferir sentença condicional.
b) A sentença extra petita é aquela em que há majoração ilícita de algo requerido na inicial.
c) A sentença ultra petita é aquela em que é conferido direito não requerido na inicial.
d) Sentença fundamentada em razões diversas daquelas presentes no recurso não é
considerada extra petita.
e) Se o pedido de correção monetária não for formulado pelo autor, o juiz não poderá se
pronunciar sobre a questão.

16. CESPE/DPE-AC/2017
Fato modificativo que surja após a propositura de uma ação, influenciando diretamente o
julgamento do mérito,

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a) não permitirá a rediscussão das condições da ação, caso seja verificado no âmbito das ações
civis públicas.
b) não precisa, para que influencie o julgamento da lide, se referir ao mesmo fato jurídico que
constitui o objeto da demanda.
c) será considerado como questão nova, caso implique inclusão de novo fundamento de direito
não presente anteriormente.
d) deverá, para que seja considerado, ser passível de comprovação antes da propositura da
ação, ainda que desconhecido quando do ajuizamento.
e) caso constatado de ofício, obrigará o juiz a instaurar o contraditório para ouvir as partes
antes de proferir decisão sobre ele.

17. CESPE/FUNPRESP-EXE/2016
A respeito de sentença e coisa julgada, julgue o item que se segue.
A sentença é composta basicamente de três partes: relatório, fundamentação e dispositivo,
determinando a lei processual que o juiz, quando considerar adequado, poderá dispensar o
relatório.

18. CESPE/TJ-DFT/2016
No que se refere a formas e princípios da sentença e da coisa julgada, assinale a opção correta.
a) A sentença extra petita caracteriza-se quando o juiz condena o réu em quantidade superior
à pedida na pretensão do autor.
b) Os motivos que serviram para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença, em
regra, integram a coisa julgada material.
c) A sentença que julgar improcedente o pedido é considerada declaratória negativa.
d) A sentença que homologa a transação firmada entre as partes não é considerada como
resolutória de mérito.
e) A decisão terminativa não pode ser fundamentada de forma concisa.

19. CESPE/TCE-RN/2015
Considerando uma demanda hipotética na qual A busque a satisfação de seu crédito
decorrente de uma obrigação por parte de B, julgue o item a seguir.
Na hipótese de B ser o estado do Rio Grande do Norte, a sentença não produzirá efeitos senão
depois de confirmada pelo tribunal de justiça, exceto se já houver orientação vinculante
firmada no âmbito administrativo do próprio estado, consolidada em manifestação, parecer
ou súmula administrativa.

20. CESPE/TCE-PR/2016
A respeito da coisa julgada e da sentença, assinale a opção correta.

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a) Ainda que o autor formule pedido genérico relativo à obrigação de pagar quantia, a extensão
do dano deverá ser fixada na sentença, com os consectários legais de juros e correção
monetária.
b) Para que a decisão seja fundamentada é suficiente que o juiz invoque dispositivo legal ou
súmula em seu julgado.
c) A remessa necessária guarda relação com a pessoa parte ré na ação, não importando o valor
da condenação.
d) Os efeitos da coisa julgada material serão inaplicáveis em caso de decisão que resolva
questão prejudicial.
e) Se, após o réu apresentar a contestação, o autor, imotivadamente, deixar o processo sem
movimento por mais de um ano, o juiz deverá extinguir o processo sem resolução de mérito.

21. CESPE/TRE-MT/2015
Assinale a opção correta no que diz respeito à sentença e à coisa julgada.
a) A possibilidade de o julgador proferir sentença incerta restringe-se às situações em que
decida relação jurídica condicional.
b) A sentença publicada torna-se irretratável, e o juiz somente poderá corrigir erros materiais
dela constantes em caso de requerimento da parte.
c) Proferida sentença de extinção do processo em razão da ilegitimidade passiva para a causa,
a não interposição de recurso, no prazo legal, importará imutabilidade da decisão pela coisa
julgada material.
d) Ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença, os
motivos não são alcançados pela imutabilidade da coisa julgada.
e) Sentenças terminativas são aquelas que resolvem o mérito, dando fim ao processo.

22. CESPE/TJ-SE/2014
No que se refere à execução de ações coletivas, à sentença, à coisa julgada, à revelia e à ação
civil pública, julgue os seguintes itens.
Conforme a jurisprudência sumulada do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o trânsito em
julgado material da sentença ocorre somente no caso de não ser cabível qualquer recurso do
último pronunciamento judicial, razão por que é inadmissível o trânsito em julgado parcial.

23. CESPE/TJ-CE/2014
Acerca de audiência e sentença, assinale a opção correta.
a) São requisitos essenciais da sentença o relatório, os fundamentos e a decisão interlocutória.
b) A verdade dos fatos estabelecida como fundamento da sentença não faz coisa julgada.
c) Se verificar erro na sentença publicada, o escrivão pode alertar o juiz para alterá-la por meio
de embargo de declaração.

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d) A função do juiz é jurisdicional e, portanto, é impróprio afirmar que exerce poder de polícia
na audiência.
e) Como as audiências são públicas, é absolutamente vedada sua realização a portas fechadas.

24. CESPE/TJ-CE/2014/Adaptada ao NCPC


Assinale a opção correta em relação à sentença e à coisa julgada.
a) A sentença proferida na ação de jurisdição graciosa produz a coisa julgada material após o
seu trânsito em julgado.
b) No procedimento comum ordinário, o relatório, os fundamentos e o dispositivo são
requisitos essenciais da sentença.
c) Será definitiva a sentença que resolva o processo por falta de pressuposto processual.
d) A coisa julgada formal consiste no fenômeno da imutabilidade da sentença, que adquire
força de lei para as partes e para todos os juízos.
e) é permitido ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a
parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.

25. CESPE/ TJ-BA/2013/Adaptada ao NCPC


Assinale a opção correta em relação a sentença, cumprimento de sentença e coisa julgada.
a) Em regra, os efeitos da coisa julgada se estendem à verdade dos fatos que foram
estabelecidos como fundamento da sentença.
b) É necessária a garantia do juízo para que o devedor possa apresentar impugnação na fase
de cumprimento de sentença.
c) O magistrado está vinculado aos fundamentos jurídicos apresentados na petição inicial
quando for proferir a sentença.
d) Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do
direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a
requerimento da parte, no momento de proferir a decisão.
e) Em uma ação que vise ao cumprimento de obrigação jurídica condicional, o juiz pode proferir
sentença de natureza diversa da pedida em favor do réu, já que esse tipo de ação é uma
exceção ao princípio da congruência.

26. CESPE/TJ-AC/2012
No que se refere à coisa julgada, julgue os itens subsequentes.
De acordo com o efeito preclusivo da coisa julgada, todas as alegações e defesas que poderiam
ser formuladas para o acolhimento ou rejeição do pedido reputam-se deduzidas e repelidas.

27. CESPE/TRF-1ªR/2017

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A respeito da formação do processo, da penhora e do cumprimento de sentença, julgue o item


que se segue.
Decisão judicial incidente a respeito de parcela incontroversa de dívida observará o rito do
cumprimento provisório da sentença.

28. CESPE/DPU/2017
Tendo em vista que uma das funções primordiais do STJ é a sistematização e uniformização da
jurisprudência relativa à legislação processual, julgue o próximo item à luz do entendimento
desse tribunal.
A requerimento do credor, pode ser determinado prazo judicial para que o executado ou
terceiro apresente documentos que estejam em seu poder, com o objetivo de acerto nos
cálculos dos valores decorrentes da obrigação contida na sentença, para a fase de execução.
Havendo descumprimento injustificado do prazo arbitrado, não fluirá o prazo prescricional
para a execução ou o cumprimento de sentença.

29. CESPE/Prefeitura de Fortaleza – CE/2017


Julgue o item seguinte, com base no que dispõe o CPC sobre atos processuais, deveres das
partes e dos procuradores e tutela provisória.
De acordo com o STJ, a sentença declaratória que reconheça a exigibilidade de obrigação de
pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa constitui título executivo judicial.

30. CESPE/Prefeitura de Fortaleza – CE/2017


No que se refere ao cumprimento de sentença e ao processo de execução, julgue o item
subsequente.
Situação hipotética: Procurador de determinado município foi intimado em cumprimento de
sentença e verificou que, no curso do processo de conhecimento, havia sido pago ao exequente
determinado valor que deveria ser compensado. Assertiva: Nessa situação, o procurador deve,
nos embargos à execução, alegar o direito à compensação como causa modificativa da
obrigação.

31. CESPE/DPE-AC/2017
Um juiz, nos autos da execução de sentença de determinado processo cível, proferiu despacho
determinando que os devedores fossem intimados a efetuar o pagamento do débito, bem
como a adimplir as custas recolhidas pelo credor para essa fase do processo.
Foi dado aos executados o prazo de quinze dias úteis, sob pena de multa de 10% e de
honorários advocatícios de 10% sobre o valor do débito, para que pagassem o débito.
Transcorrido esse prazo, caso não houvesse sido realizado o pagamento voluntário, teria início
o prazo de quinze dias para que, independentemente de penhora ou de nova intimação, os
executados apresentassem, nos próprios autos, sua impugnação, instrumentalizada com o
demonstrativo dos cálculos.

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Considerando-se as informações apresentadas na situação hipotética, conclui-se que a decisão


em questão reconhece a exigibilidade de obrigação de
a) pagar quantia certa pela fazenda pública.
b) entregar coisa.
c) fazer.
d) pagar quantia certa.
e) prestar alimentos.

32. CESPE/TCE-RN/2015
Considerando uma demanda hipotética na qual A busque a satisfação de seu crédito
decorrente de uma obrigação por parte de B, julgue o item a seguir.
Caso os pedidos de A sejam julgados procedentes e a sentença condene B em quantia ilíquida,
a liquidação poderá ocorrer tanto a requerimento de A quanto de B, sendo certo que se dará
pelo procedimento comum quando houver a necessidade de alegar ou provar fato novo.

33. CESPE/SEDF/2017
Julgue o item subsequente, relativo à improcedência liminar do pedido e ao cumprimento de
sentença.
Compete ao juízo cível processar o cumprimento de sentença penal condenatória e de
sentença arbitral que reconheçam a obrigação de pagar quantia. Tais processos sujeitam-se a
distribuição e podem ser impugnados pelos executados nos mesmos moldes das sentenças
condenatórias provenientes do juízo cível.

34. CESPE/TRF-5ªR/2017
Com base na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), julgue os seguintes itens, no
que concerne à tutela provisória, à competência e ao cumprimento de sentença.
I. Mesmo após o comparecimento espontâneo do réu em juízo, é indispensável sua intimação
formal para que se inicie o prazo para a impugnação na fase de cumprimento de sentença.
II. A justiça federal possui competência para julgar demanda proposta por estudante acerca de
credenciamento de instituição privada de ensino superior junto ao Ministério da Educação,
com vistas à expedição de diploma de ensino a distância ao autor.
III. Em demanda previdenciária, os valores recebidos por força de tutela provisória de urgência
antecipada posteriormente revogada serão irrepetíveis, em razão da natureza alimentar e da
boa-fé no seu recebimento.
Assinale a opção correta.
a) Nenhum item está certo.
b) Apenas o item I está certo.
c) Apenas o item II está certo.

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d) Apenas o item III está certo.


e) Todos os itens estão certos.

35. CESPE/TCE-PE/2017
Com relação à jurisdição e ao poder jurisdicional, julgue o próximo item.
A sentença é o produto mais importante da atividade jurisdicional e, assim como a atividade
legislativa, normatiza a conduta de todos.

36. CESPE/TJ-PR/2017
Determinada sociedade empresária ajuizou demanda contra pequeno município localizado no
interior do Paraná e, indicando como causa de pedir o inadimplemento contratual do
município, apresentou dois pedidos de indenização: um por danos emergentes no valor de
trezentos mil reais; outro por lucros cessantes no valor de duzentos mil reais. Apresentada a
defesa pelo ente público e tomadas as providências preliminares, o magistrado julgou
procedente o pedido referente aos danos emergentes em decisão interlocutória. Após a
produção de outras provas, o juiz prolatou sentença em que julgou procedente também o
pedido pertinente aos lucros cessantes, tendo ainda apreciado expressamente questão
prejudicial de mérito relativa à validade do contrato. Nenhuma das decisões foi objeto de
interposição de recurso pelo município.
Nessa situação hipotética,
a) o magistrado não poderia julgar o mérito em decisão interlocutória e, portanto, a decisão
interlocutória deverá ser considerada nula quando o tribunal apreciar o processo em sede de
remessa necessária.
b) a remessa necessária incidirá apenas em relação à sentença, não podendo recair sobre a
decisão interlocutória, mesmo ante o fato de essa decisão ter resolvido o mérito de forma
parcial.
c) a decisão interlocutória que versou sobre o mérito da demanda não faz coisa julgada
material, porque essa é uma situação jurídica exclusiva das sentenças de mérito, quanto às
decisões que são prolatadas em primeiro grau.
d) a coisa julgada sobre a questão prejudicial incidental dependerá de remessa necessária,
observados ainda os demais pressupostos para a incidência do duplo grau obrigatório.

37. CESPE/PGE-AM/2016
A respeito das normas processuais civis pertinentes a jurisdição e ação, julgue o item seguinte.
Segundo as regras contidas no novo CPC, a legitimidade de parte deixou de ser uma condição
da ação e passou a ser analisada como questão prejudicial. Sendo assim, tal legitimidade
provoca decisão de mérito.

38. CESPE/PGE-AM/2016
Ainda com relação ao direito empresarial em sentido amplo, julgue o item que se segue.

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Caso, em decisão com trânsito em julgado, o réu tenha sido condenado ao pagamento de
determinado valor ao autor, a sentença poderá ser objeto de protesto, se, no prazo legal, o réu
não realizar o pagamento.

Outras Bancas

39. NC-UFPR/Prefeitura de Curitiba-PR/2019


O direito ao duplo grau de jurisdição é garantia de que as partes no processo possam buscar a
revisão das decisões judiciais, e, portanto, a parte sucumbente na demanda poderá recorrer,
manifestando o seu inconformismo. Ocorre que a Fazenda Pública recebe um tratamento
diferenciado pelo legislador no tocante ao direito ao duplo grau de jurisdição, pois algumas
sentenças proferidas contra a União, Estados e Municípios estão sujeitas ao chamado reexame
necessário, ou duplo grau de jurisdição obrigatório. A respeito do reexame necessário, assinale
a alternativa correta.
a) As sentenças proferidas contra autarquias e fundações de direito público vinculadas à União,
aos Estados e Municípios não estão sujeitas ao reexame necessário.
b) Haverá reexame necessário quando, no prazo legal, a Fazenda Pública apresentar recurso
contra as sentenças de procedência dos embargos à execução fiscal.
c) Não estão sujeitas ao reexame necessário as sentenças proferidas contra a União que
estiverem fundamentadas em súmula de tribunal superior, mesmo que o valor da condenação
seja superior a 1.000 (mil) salários mínimos.
d) A sentença que julga procedentes os embargos à execução fiscal estará sujeita ao reexame
necessário se os embargos forem totalmente acolhidos, sendo dispensável nas hipóteses de
provimento parcial.
e) A remessa necessária abrangerá a sentença apelada, não se aplicando para as decisões
interlocutórias não agraváveis proferidas ao longo do processo. Para o conhecimento destas,
deverá ser interposto o recurso de apelação pela parte interessada.
40. NC-UFPR/Prefeitura de Curitiba-PR/2019
Entre as características da atividade jurisdicional está a sujeição das partes aos efeitos da coisa
julgada, ou seja, apresentadas as impugnações possíveis às decisões proferidas no processo,
ou preclusa a oportunidade de apresentação de tais medidas pela perda de prazo, caberá às
partes aceitar o conteúdo da decisão. A coisa julgada, portanto, é garantia de segurança
jurídica aos envolvidos no litígio, diante da imutabilidade do pronunciamento judicial. Sobre a
coisa julgada, considere as afirmativas abaixo:
( ) A coisa julgada material é incompatível com a cognição sumária ou provisória do mérito.
( ) A coisa julgada material poderá recair sobre decisões interlocutórias de mérito.
( ) A coisa julgada não incide sobre a resolução das questões prejudiciais no processo, que
demandam, para a sua análise, a propositura de ação declaratória incidental, a fim de que se
possa garantir às partes o efetivo direito ao contraditório.

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( ) Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas as


alegações e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do
pedido, sendo vedada, portanto, pela coisa julgada, a apresentação tardia de argumentos que
teriam sido relevantes para o julgamento da causa.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a) V – F – V – F.
b) F – V – F – V.
c) F – F – V – V.
d) F – V – V – F.
e) V – V – F – V.
41. NC-UFPR/Prefeitura de Curitiba-PR/2019
A respeito do cumprimento de sentença e da execução contra a Fazenda Pública, assinale a
alternativa correta.
a) Nos embargos à execução fundada em título extrajudicial, a Fazenda Pública não poderá
alegar incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução, já que tal matéria deve ser
discutida em exceção de incompetência.
b) No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de pagar quantia
certa pela Fazenda Pública, após intimada, esta terá o prazo de 15 (quinze) dias para o
pagamento da dívida, sob pena de incidência da multa de 10% (dez por cento) do valor
executado.
c) Na execução fundada em título extrajudicial, a Fazenda Pública será citada para opor
embargos em 60 (sessenta) dias.
d) No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de pagar quantia
certa pela Fazenda Pública, considera-se inexigível a obrigação reconhecida em título executivo
judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal
Federal.
e) No cumprimento de sentença para pagamento de quantia certa contra a Fazenda Pública,
caso a executada apresente impugnação parcial, o cumprimento da parte não questionada
ficará suspenso até decisão final da impugnação.

42. FUNRIO /ALE-RR/2018


De acordo com o Código de Processo Civil, sentença é o pronunciamento por meio do qual o
juiz, com fundamento nos Artigos 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum,
bem como extingue a execução.
Então, assinale a alternativa INCORRETA.
a) O juiz, ao prolatar a sentença, deverá obrigatoriamente fazer o relatório, que conterá os
nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro
das principais ocorrências havidas no andamento do processo.

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b) O juiz, antes de prolatar a sentença de improcedência liminar do pedido, com fundamento


na ocorrência de decadência ou prescrição na demanda, deverá dar oportunidade para a parte
se manifestar.
c) A sentença não será considerada fundamentada, quando o juiz na sua decisão, se limitar a
invocar enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem
demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos.
d) O juiz, de oficio, após a sentença ter sido devidamente publicada, pode alterar a sentença
para corrigir-lhe inexatidões materiais.

43. FAFIPA/Fundação Araucária – PR/2017


Acerca dos elementos e efeitos da sentença previstos no Código de Processo Civil vigente (Lei
13.105/2015), assinale a alternativa INCORRETA.
a) Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada
pelo tribunal, a sentença proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios
e suas respectivas autarquias e fundações de direito público e/ou que julgar procedentes, no
todo ou em parte, os embargos à execução fiscal.
b) Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do
direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração a
requerimento da parte, no momento de proferir a decisão, sendo vedado fazê-lo de ofício.
c) Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença
ou acórdão, que se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem
explicar sua relação com a causa ou a questão decidida ou empregar conceitos jurídicos
indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso.
d) Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a
decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de
juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo
quando não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido; ou nos casos em
que a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou
excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença.

44. FMP Concursos/PGE-AC/2017


Considere as seguintes afirmativas sobre o tema da sentença no âmbito do Código de Processo
Civil. Assinale a alternativa CORRETA.
a) O juiz resolverá o mérito quando acolher a alegação de existência de convenção de
arbitragem ou quando o juízo arbitrai reconhecer sua competência.
b) O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de
novo a ação.
c) A decisão deve ser certa, sendo vedado resolver relação jurídica condicional.

Direito Processual Civil p/ TJ-PA (Analista - Direito e Oficial de Justiça)Com Videoaulas-Pós-Edital 67


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d) A hipoteca judiciária não assegurará, para o credor hipotecário, qualquer preferência quanto
ao pagamento em relação a outros credores.
e) Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la por meio de embargos de declaração, sendo
vedado qualquer tipo de correção realizada de ofício.

45. MPT/MPT/2017
Com relação às tutelas inibitória e específica, analise as assertivas a seguir:
I - Nas ações que tenham como objeto a prestação de fazer ou não fazer, caso procedente o
pedido, o juiz concederá a tutela específica, ou indenização equivalente por ele arbitrada,
devendo escolher a que for menos gravosa ao devedor.
II - Nas ações que buscam a tutela inibitória, a remoção da ilicitude ocasionará a perda de
objeto, terminando o processo sem resolução do mérito, conforme expressamente previsto no
Código de Processo Civil.
III - A tutela inibitória consiste na concessão pelo juiz, em ações que tenham por objeto a
prestação de fazer e não fazer, de tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou
a continuação do ilícito, ou a sua remoção.
IV - Para a concessão da tutela inibitória é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano
ou da existência de culpa ou dolo.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) Apenas as assertivas I e II estão incorretas.
b) Apenas a assertiva III está incorreta.
c) Apenas a assertiva IV está incorreta.
d) Todas as assertivas estão corretas.
e) Não respondida.

46. IESES/TJ-RO/2017
Não haverá resolução do mérito pelo juiz quando:
I. O processo ficar parado durante mais de 6 (seis) meses por negligência das partes.
II. Reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada.
III. Decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição.
IV. Ocorrer renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
A sequência correta é:
a) Apenas a assertiva II está correta.
b) Apenas as assertivas I, II, III estão corretas.
c) Apenas as assertivas I e III estão corretas.
d) As assertivas I, II, III e IV estão corretas.

Direito Processual Civil p/ TJ-PA (Analista - Direito e Oficial de Justiça)Com Videoaulas-Pós-Edital 68


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Aula 10

47. CS-UFG/TJ-GO/2017
A sentença de procedência total em ação de rescisão contratual, cumulada com restituição de
importâncias pagas, tem natureza
a) declaratória e constitutiva.
b) constitutiva negativa.
c) constitutiva negativa e condenatória.
d) mandamental.
e) declaratória meramente.

48. CS-UFG/TJ-GO/2017
A coisa julgada material é a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito
não mais sujeita a recurso e
a) engloba a questão prejudicial, desde que instaurada ação declaratória incidental.
b) estende-se às partes entre as quais é dada, podendo, no entanto, prejudicar terceiros,
quando estes poderiam ter intervindo na lide e não o fizeram.
c) permite no curso do processo discussão de questões já decididas anteriormente.
d) engloba os motivos determinantes, para determinar o alcance da parte dispositiva da
sentença.
e) engloba a questão prejudicial decidida, se da sua solução depender o julgamento do mérito,
se tiver havido contraditório efetivo e se o juízo for competente para decidi-la como questão
principal.

49. Serctam/Prefeitura de Quixadá – CE/2016


Marque a alternativa incorreta.
a) No novo regime jurídico elaborado pela Lei n º 13.105/2015, as questões prejudiciais, ainda
que não sejam questões principais, podem fazer coisa julgada.
b) Com o advento da Lei nº 13.105/2015, a decisão acerca da questão prejudicial não pode
fazer coisa julgada material.
c) Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas as
alegações e as defesas que a parte poderia opor, tanto ao acolhimento quanto à rejeição do
pedido.
d) A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, podendo beneficiar terceiros.
e) A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão
principal expressamente decidida.

50. Serctam/Prefeitura de Quixadá – CE/2016


Julgue os itens abaixo. Depois marque a alternativa correta.

Direito Processual Civil p/ TJ-PA (Analista - Direito e Oficial de Justiça)Com Videoaulas-Pós-Edital 69


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I - São elementos essenciais da sentença: o relatório, que conterá os nomes das partes, a
identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais
ocorrências havidas no andamento do processo; os fundamentos, em que o juiz analisará as
questões de fato e de direito e o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que
as partes lhe submeterem.
II - Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença
ou acórdão, que deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado
pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação
do entendimento e que invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão.
III - No caso de colisão entre princípios e regras o juiz deve justificar o objeto e os critérios
gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma
afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão.
IV - Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a
decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de
juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, salvo quando não
for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido ou a apuração do valor devido
depender da produção de prova de realização demorada ou excessivamente dispendiosa,
assim reconhecida na sentença.
V - A sentença deverá distribuir entre os litisconsortes, de forma expressa, a responsabilidade
proporcional pelo pagamento das despesas e honorários.
a) Os itens I e II são falsos.
b) Todas alternativas são corretas.
c) O item III é falso e o item V verdadeiro.
d) Os itens I, III e V estão corretos e os itens II e IV falsos.
e) Os itens I e II estão corretos e os demais falsos.

51. Quadrix/CRO – PR/2016


Nos termos do artigo 487 do Código de Processo Civil de 2015, haverá resolução de mérito
quando o juiz:
a) pronunciar a decadência ou a prescrição.
b) homologar a desistência da ação.
c) reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada.
d) verificar a ausência de legitimidade ou interesse processual.
e) acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem.

52. TRT-4ºR/TRT-4ªR/2016
Considere as assertivas abaixo sobre fundamentos das decisões judiciais.

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I - No caso de colisão entre normas, o Juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da
ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada
e as premissas fá- ticas que fundamentam a conclusão.
II - Não serão consideradas fundamentadas as decisões interlocutórias, caso haja referência
apenas à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação
com a causa ou a questão decidida.
III - É fundamentada a sentença que deixar de seguir o enunciado de súmula, jurisprudência ou
precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em
julgamento ou a superação do entendimento.
Quais são corretas?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e II
e) I, II e III

53. IBF/Câmara de Franca – SP/2016


Faz coisa julgada:
a) a decisão que julgar parcialmente o mérito, passando a ter força de lei nos limites da questão
principal expressamente decidida.
b) os motivos, desde que relevantes para determinar o alcance da parte dispositiva da
sentença.
c) a decisão que se pronunciar sobre a questão prejudicial, no caso de revelia.
d) a decisão que se pronunciar sobre a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da
sentença.

54. FAURGS/TJ-RS/2016
Assinale a alternativa que apresenta a afirmação correta a respeito do instituto da coisa julgada
no Direito Processual Civil.
a) A coisa julgada material é a imutabilidade da decisão judicial dentro do processo em que foi
proferida.
b) A coisa julgada formal é a indiscutibilidade da decisão judicial no processo em que foi
produzida ou em qualquer outro.
c) A coisa julgada ultra partes é aquela que somente vincula aqueles que figuraram no processo
como parte.
d) A coisa julgada torna preclusa a possibilidade de discutir o deduzido e torna irrelevante
suscitar o que poderia ser deduzido

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e) A coisa julgada secundum eventum probationis é aquela que somente é produzida quando
a demanda for julgada procedente.

55. FAURGS/TJ-RS/2016
Na vigência do Novo Código de Processo Civil, instituído pela Lei nº 13.105/2015, Antônio
propõe ação em face de Ovídio, pedindo ordem para cumprimento de obrigação de fazer
cumulada com indenização por danos materiais. Após a regular instrução do feito, passa-se à
fase decisória. Nesse caso, quanto à sentença, assinale a alternativa correta.
a) Se, após contraditório prévio e efetivo, o juiz absolutamente competente fixar na sentença
a liquidação por procedimento comum para os danos materiais, uma vez transitada em julgado
a decisão, a forma de liquidação não poderá ser alterada, por estar protegida pela coisa julgada.
b) Após contraditório prévio e efetivo e uma vez transitada em julgado a decisão do juiz
absolutamente competente, não será possível a Ovídio obter alterações no julgado calcadas
em supostas modificações de fato ou de direito supervenientes, mesmo se a obrigação de fazer
referir-se à relação jurídica de trato continuado.
c) Se, após contraditório prévio e efetivo, o juiz absolutamente competente fixar, na sentença,
a técnica da multa diária para o cumprimento da obrigação de fazer, uma vez transitada em
julgado a decisão, a técnica executiva não poderá ser alterada, por estar protegida pela coisa
julgada.
d) Se, após contraditório prévio e efetivo, o juiz absolutamente competente decidir questão
prejudicial de cuja solução dependa o mérito da causa, uma vez transitada em julgado a
decisão, não será possível a Ovídio rediscutir tal questão em ação futura, por estar protegida
pela coisa julgada.
e) Se, após contraditório prévio e efetivo, o juiz absolutamente competente reconhecer, em
sentença, que o valor da indenização é menor do que 40 salários mínimos nacionais, a
motivação poderá ser feita de maneira sucinta, omitindo-se o relatório.

56. FMP/MPE-AM/2015/Adaptada ao NCPC


Sobre o tema da coisa julgada no Código de Processo Civil vigente, é CORRETO dizer que
a) a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença, faz coisa julgada.
b) não faz coisa julgada a apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente no
processo, em nenhuma hipótese.
c) passada em julgado a sentença de mérito, reputar-se-ão deduzidas e repelidas todas as
alegações e defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento como à rejeição do pedido.
d) está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada
pelo tribunal, a sentença proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal e o Município,
mas não contra as respectivas autarquias e fundações de direito público, que estão
dispensadas do duplo grau de jurisdição.

Direito Processual Civil p/ TJ-PA (Analista - Direito e Oficial de Justiça)Com Videoaulas-Pós-Edital 72


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e) é permitido à parte discutir, no curso do processo, as questões já decididas, mesmo naqueles


casos em que se operou a preclusão.

57. NC-UFPR/COPEL/2015
Acerca da sentença e da coisa julgada no vigente Código de Processo Civil, julgue o item a
seguir.
A verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença, faz coisa julgada material.

58. NC-UFPR/COPEL/2015
Acerca da sentença e da coisa julgada no vigente Código de Processo Civil, julgue o item a
seguir.
É lícito à parte discutir, no curso do processo, as questões já decididas, a cujo respeito se
operou a preclusão.

59. IESES/CEGÁS/2017
Segundo o Novo Código de Processo Civil (lei 13.105/2015), denomina-se coisa julgada material
a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso.
A respeito da coisa julgada, podemos afirmar:
a) Antes do trânsito em julgado da decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas
todas as alegações e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à
rejeição do pedido.
b) A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, mesmo prejudicando terceiros.
c) Não fazem coisa julgada: os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da
parte dispositiva da sentença e a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da
sentença.
d) É permitido à parte discutir no curso do processo as questões já decididas a cujo respeito se
operou a preclusão, desde que se sinta prejudicada.

60. INSTITUTO AOCP/EBSERH/2017


Com relação ao novo CPC, assinale a alternativa correta.
a) O réu poderá oferecer contestação, por petição e através de advogado, no prazo de dez dias.
b) Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as
alegações de fato formuladas pelo autor, inclusive quando houver pluralidade de réus e
somente um deles contestar a demanda.
c) O ônus da prova caberá sempre ao autor da ação, que é quem está pleiteando algo, não
sendo possível a inversão do ônus da prova ao réu.
d) O juiz não resolverá o mérito quando o processo ficar parado mais de um ano por negligência
das partes ou quando reconhecer a existência de perempção, litispendência ou coisa julgada.

Direito Processual Civil p/ TJ-PA (Analista - Direito e Oficial de Justiça)Com Videoaulas-Pós-Edital 73


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e) Transitada em julgado a decisão de mérito, consideram-se resolvidas todas as alegações e


as defesas que a parte poderia opor tão somente em relação ao acolhimento do pedido.

61. Quadrix/SEDF/2017
Julgue o item subsequente em relação ao Direito Processual Civil.
A extinção do processo dar‐se‐á por sentença, conforme normas do novo ordenamento
processual civil. É correto afirmar que a ausência de legitimidade ou de interesse processual
acarreta sentença extintiva sem a apreciação do mérito, sendo que, quando se reconhece a
perempção, a litispendência ou a coisa julgada, a sentença extintiva é proferida com a
apreciação do mérito da demanda.

62. AOCP/TRT-1ª R/2018


Marlene ajuizou ação de indenização por danos morais contra Salete, sendo que seu pedido
foi julgado procedente, condenando a ré em dez mil reais. Transitada em julgado a sentença,
Salete não realizou o pagamento, mesmo diante de intimação solicitada por Marlene para que
viesse a cumprir sua obrigação definida em sentença. Diante da inadimplência, Marlene
requereu a instauração da fase de cumprimento de sentença visando forçar o cumprimento da
obrigação definida pelo título judicial. De acordo com o Código de Processo Civil de 2015,
quanto ao procedimento de Cumprimento de Sentença Por Quantia Certa, assinale a
alternativa correta.
a) Caso Salete realize impugnação ao cumprimento de sentença manejado por Marlene, não
poderá ela se valer de pedido de suspensão do cumprimento de sentença, visto que o Código
de Processo Civil de 2015 veda tal possibilidade.
b) Caso Salete realize impugnação ao cumprimento de sentença manejado por Marlene,
limitando sua alegação a excesso de execução sem apresentar memória de cálculo do valor que
entende devido, sua impugnação sofrerá rejeição liminar.
c) Para que possa Marlene manejar seu cumprimento de sentença, poderá ela realizar a mera
alegação do valor que se entende devido, sendo tal ato suficiente para basear o pedido de
instauração do cumprimento de sentença de pagamento de quantia, cabendo ao alegado
devedor discutir o valor, caso equivocado.
d) Caso Salete verifique a possibilidade e interesse de manejo de impugnação ao cumprimento
de sentença, será ela obrigada a realizar a garantia do juízo, sendo aceitas tanto a caução
quanto eventual penhora já realizada nos autos.
e) Caso Salete verifique a possibilidade e interesse de manejo de impugnação ao cumprimento
de sentença, terá ela o prazo de 15 (quinze) dias para tanto, contados da intimação para
cumprir a sentença.

63. AOCP/TRT-1ª R/2018


Preencha as lacunas e assinale a alternativa correta. Para o Novo Código de Processo Civil, são
exemplos de títulos executivos judiciais _____________________ e

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______________________, não se enquadrando na mesma classificação


____________________ e ______________________.
a) decisão homologatória de autocomposição extrajudicial / sentença arbitral / o crédito
decorrente de foro laudêmio / o contrato de seguro de vida em caso de morte
b) certidão de dívida ativa formal / certidão de partilha / a sentença arbitral / a nota
promissória
c) sentença penal condenatória / instrumento de transação referendado pelo ministério
público / warrant / cheque
d) sentença estrangeira homologada / decisão interlocutória / o acordo referendado pelo MP
/ a sentença arbitral
e) escritura pública / certidão expedida por serventia notarial / a letra de câmbio formal / a
certidão de partilha

64. CEBRASPE/PGM-Manaus/2018
Das disposições do CPC relativas aos procedimentos especiais e ao processo de execução,
julgue os itens a seguir.
A execução de título executivo judicial se da em faze processual posterior à sua formação,
denominada processo de execução.

65. MPE-RS/MPE-RS/2017
Assinale com V (verdadeiro) ou com F (falso) as seguintes afirmações sobre o tema da
liquidação de sentença, segundo o disposto no Código de Processo Civil.
( ) Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua
liquidação, a requerimento do credor ou do devedor: por arbitramento, quando determinado
pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação;
ou pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo.
( ) Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres
ou documentos elucidativos, no prazo máximo de 15 (quinze) dias, e, caso não possa decidir
de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial.
( ) A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em autos
apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças
processuais pertinentes.
( ) Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, não é lícito ao credor
promover simultaneamente a execução daquela e a liquidação desta.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) F – V – F – F.
b) F – V – F – V.
c) V – V – F – F.

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d) F – F – V – V.
e) V – F – V – F.

66. FMP Concursos/PGE-AC/2017


Considere as seguintes afirmativas sobre o tema do cumprimento da sentença no âmbito do
Código de Processo Civil. Assinale a alternativa INCORRETA.
a) Todas as questões relativas à validade do procedimento de cumprimento da sentença e dos
atos executivos subsequentes somente poderão ser arguidas pelo executado em autos
apartados e nestes serão decididas pelo juiz.
b) A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei,
depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário.
c) No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão
sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do
exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias,
acrescido de custas, se houver.
d) No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não
fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a
obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à
satisfação do exequente.
e) Não cumprida a obrigação de entregar coisa no prazo estabelecido na sentença, será
expedido mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse em favor do credor, conforme
se tratar de coisa móvel ou imóvel.

67. IESES/TJ-RO/2017
De acordo com as normas processuais vigentes podemos afirmar que são exemplos de títulos
executivos judiciais:
I. As sentenças estrangeiras homologadas pelo Superior Tribunal de Justiça.
II. As decisões homologatórias de autocomposição judicial.
III. As sentenças penais condenatórias transitadas em julgado.
IV. As decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de
pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa.
A sequência correta é:
a) As assertivas I, II, III e IV estão corretas.
b) Apenas as assertivas I e III estão corretas.
c) Apenas a assertiva II está correta.
d) Apenas as assertivas I, II, III estão corretas.

68. PUC-PR/TJ-MS/2017

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Acerca do cumprimento de sentença, nos termos do Código de Processo Civil, é CORRETO


afirmar:
a) A multa de 10% (dez por cento), bem como os honorários advocatícios de 10% (dez por
cento), previstos para o caso de não ocorrer o pagamento voluntário, também incidem no
cumprimento provisório de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa.
b) A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei,
desde que antes de transcorrido o prazo para pagamento voluntário.
c) No cumprimento definitivo de sentença condenatória, transcorrido o prazo de quinze dias,
sem o pagamento voluntário, procede-se à penhora de tantos bens quanto bastem à garantia
da execução, a partir de quando se inicia o prazo de quinze dias para que o executado,
independentemente de nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação.
d) O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende os
alimentos atuais, ou seja, as prestações alimentares que vencerem no curso do processo.
e) No cumprimento de sentença que reconheça exigibilidade de obrigação de fazer ou de não
fazer, a decisão que fixa a multa (astreintes) não é passível de cumprimento provisório, pois o
levantamento do valor somente pode ser realizado após o trânsito em julgado da sentença
favorável à parte.

69. IBADE/Câmara de Santa Maria Madalena – RJ/2016


No que respeita à liquidação de sentença, é correto afirmar que:
a) é julgada por meio de sentença.
b) quando é realizada por arbitramento, sempre será necessária a perícia.
c) o devedor não possui legitimidade para requerê-la.
d) é cabível para obrigações fungíveis.
e) o seu resultado nunca pode ser zero.

70. Quadrix/CRQ 18° Região – PI/2016


Com relação ao cumprimento de sentença, considerando o disposto no Código de Processo
Civil de 2015, assinale a alternativa incorreta.
a) O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou
definitivo, será feito a requerimento do exequente.
b) Por ocasião da sentença que reconheceu o dever de pagar quantia certa, bem como do
respectivo requerimento do exequente, o devedor será intimado para pagar o débito em 15
dias, sob pena de multa e novos honorários advocatícios.
c) Nos casos de sentença penal condenatória, o cumprimento será realizado perante o juízo
cível competente.

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d) Durante o cumprimento de sentença, reconhecendo o crédito do exequente e comprovado


o depósito de trinta por cento do valor em execução, o devedor poderá requerer o
parcelamento da dívida.
e) A apresentação de impugnação ao cumprimento de sentença não impede a prática dos atos
executivos, inclusive os de expropriação, observados os trâmites previstos no Código de
Processo Civil.

71. INTEGRI/Câmara de Suzano – SP/2016


As assertivas abaixo estão relacionadas ao procedimento de cumprimento de sentença:
I - No cumprimento de sentença que impuser à Fazenda Pública o dever de pagar quantia certa,
o exequente apresentará demonstrativo discriminado e atualizado do crédito contendo, entre
outros requisitos, o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados.
II - A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga, remessa
ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 15 (quinze) dias e nos próprios autos,
impugnar a execução.
III - Quando se alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à
resultante do título, cumprirá à executada, Fazenda Pública, declarar de imediato o valor que
entende correto, sob pena de não conhecimento da arguição.
IV - Não impugnada a execução ou rejeitadas as arguições da executada Fazenda Pública, por
ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem o ente público foi citado para o
processo, o pagamento de obrigação de pequeno valor será realizado no prazo de 2 (dois)
meses contado da entrega da requisição, mediante depósito na agência de banco oficial mais
próxima da residência do exequente.
a) somente as assertivas I, II e III estão corretas.
b) somente as assertivas I, III e IV estão corretas.
c) somente as assertivas II, III e IV estão corretas.
d) somente as assertivas I, II e IV estão corretas.

72. MPE-RS/2016
Assinale com V (verdadeiro) ou com F (falso) as seguintes afirmações sobre o tema do
cumprimento da sentença, segundo o disposto no Código do Processo Civil.
( ) A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei,
antes mesmo de transcorrido o prazo para pagamento voluntário.
( ) No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão
sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do
exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 10 (dez) dias,
acrescido de custas, se houver.
( ) A execução dos alimentos provisórios, bem como a dos alimentos fixados em sentença ainda
não transitada em julgado, se processa em autos apartados.

Direito Processual Civil p/ TJ-PA (Analista - Direito e Oficial de Justiça)Com Videoaulas-Pós-Edital 78


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( ) No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não


fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a
obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à
satisfação do exequente.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) V – F – V – F.
b) F – V – F – V.
c) V – V – F – F.
d) F – F – V – V.
e) F – V – V – V.

73. TRT 2R (SP)/TRT - 2ª REGIÃO (SP)/2016/Adaptada ao NCPC


A respeito da sentença, seus efeitos e liquidação, assinale a alternativa correta:
a) A sentença que condena o réu vale como título constitutivo de hipoteca judiciária, salvo se
o credor puder promover sua execução provisória.
b) O Juiz deve decidir, com efeito de coisa julgada, a questão prejudicial desde que seja
competente e dela não dependa o julgamento do mérito.
c) Na sentença que condena o réu no cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o Juiz
deverá determinar providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do
adimplemento, se inexequível a tutela específica, além de condenar o réu nas perdas e danos.
d) Na fase de liquidação de sentença, operando-se esta por arbitramento, o Juiz intimará as
partes para apresentação de documentos e pareceres o que afasta a necessidade de nomeação
de perito.
e) Compreende-se como fundamento da decisão principal a frase lançada in obiter dictum no
bojo da sentença.

74. FUNECE/UECE/2017
Considerando o cumprimento de sentença, pode-se afirmar corretamente que
a) o cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou
definitivo, far-se-á de ofício.
b) o cumprimento da sentença poderá ser promovido em face do fiador, do coobrigado ou do
corresponsável, ainda que não tenha participado da fase de conhecimento.
c) a autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao processo e versar sobre relação
jurídica que não tenha sido deduzida em juízo.
d) a decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei,
ainda que pendente o prazo para pagamento voluntário.

75. FUNDEP/MPMG/2018

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Assinale a alternativa INCORRETA sobre Cumprimento de Sentença e/ou Processo de Execução:


a) O Código de Processo Civil não dispõe expressamente, nos Títulos e Capítulos destinados à
disciplina do cumprimento de sentença e do processo de execução, se o prazo para pagamento
espontâneo pelo devedor, seja no cumprimento da sentença que reconhece a exigibilidade de
obrigação de pagar quantia certa, seja no processo de execução por quantia certa, deve ser
contado em dias úteis ou corridos.
b) No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de prestar
alimentos, verificada a conduta procrastinatória do executado, o juiz deverá, se for o caso, dar
ciência ao Ministério Público dos indícios da prática do crime de abandono material.
c) A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução quando, ao tempo da
alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação de conhecimento capaz de reduzi-
lo à insolvência.
d) O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá se opor à
execução por meio de embargos à execução. O prazo é de 15 (quinze) dias, e, quando houver
mais de um executado, o prazo para cada um deles embargar conta-se a partir da juntada do
respectivo comprovante da citação, salvo no caso de cônjuges ou de companheiros, quando
será contado a partir da juntada do último. Por fim, se no polo passivo da execução existirem
litisconsortes com diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, o prazo acima
será contado em dobro.

76. MPE-PR/MPE-PR/2019
Sobre a sentença e a coisa julgada, assinale a alternativa correta, nos termos do Código de
Processo Civil de 2015:
a) A perempção ocorre após três sentenças terminativas, independentemente do fundamento
da decisão.
b) A sentença que homologa a desistência da ação resolve o mérito da causa.
c) O cabimento de ação autônoma de impugnação afasta a formação da coisa julgada.
d) Na ação que tenha por objeto a emissão de declaração de vontade, a sentença que julgar
procedente o pedido, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração
não emitida.
e) Os motivos considerados importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da
sentença fazem coisa julgada.

8.2 – GABARITO

1. INCORRETA 5. A 9. INCORRETA
2. CORRETA 6. B 10. E
3. INCORRETA 7. CORRETA 11. INCORRETA
4. INCORRETA 8. CORRETA 12. INCORRETA

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13. E 35. INCORRETA 57. INCORRETA


14. INCORRETA 36. D 58. INCORRETA
15. D 37. INCORRETA 59. C
16. E 38. CORRETA 60. D
17. INCORRETA 39. C 61. INCORRETA
18. C 40. E 62. B
19. CORRETA 41. D 63. A
20. A 42. B 64. INCORRETA
21. D 43. B 65. E
22. CORRETA 44. B 66. A
23. B 45. A 67. A
24. B 46. A 68. A
25. D 47. C 69. D
26. CORRETA 48. E 70. D
27. INCORRETA 49. B 71. B
28. INCORRETA 50. B 72. D
29. CORRETA 51. A 73. C
30. INCORRETA 52. D 74. C
31. D 53. A 75. D
32. CORRETA 54. D 76. D
33. CORRETA 55. D
34. C 56. C

8.3 – LISTA DE QUESTÕES COM COMENTÁRIOS

CESPE

1. CESPE/PGE-PE/2019
À luz do Código de Processo Civil, julgue o item, relativo às normas fundamentais do processo
civil e aos elementos da sentença, aos honorários advocatícios, à advocacia pública e à
aplicação das normas processuais.
Os elementos essenciais da sentença incluem os fundamentos — que consistem na análise das
questões de fato e de direito pelo juiz — e o dispositivo — no qual o juiz resolve as questões
principais que as partes lhe submeterem —; o relatório, por sua vez, é dispensado, haja vista o
direitodas partes de obter, em prazo razoável, a solução integral do mérito.

Comentários
De acordo com o art. 489, do CPC/15, os elementos essenciais da sentença incluem os fundamentos,
o dispositivo e o relatório:
Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação,
e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;

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II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;


III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem.
Conforme se nota, o CPC não dispensa o relatório em nome do direito das partes de obter, em prazo
razoável, a solução integral do mérito. Dessa forma, a assertiva está incorreta.

2. CESPE/PGE-PE/2019
A respeito de liquidação e cumprimento de sentença, da execução contra a fazenda pública e
dos auxiliares da justiça, julgue o item a seguir, à luz do Código de Processo Civil.
O credor poderá promover imediatamente o cumprimento da sentença, dispensando a fase de
liquidação, quando a apuração do valor a ser executado depender somente de cálculo
aritmético.

Comentários
A assertiva está correta, com base no §2º, do art. 509, do CPC/15:
§ 2º Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, desde logo,
o cumprimento da sentença.

3. CESPE/PGE-PE/2019
A respeito de liquidação e cumprimento de sentença, da execução contra a fazenda pública e
dos auxiliares da justiça, julgue o item a seguir, à luz do Código de Processo Civil.
Situação hipotética: Na fase de cumprimento de sentença que reconheceu a obrigação da
fazenda pública de pagar quantia certa, o procurador responsável, com base na manifestação
técnica da contadoria de seu órgão, embargou parcialmente os valores especificados no
demonstrativo discriminado e atualizado do crédito. Assertiva: Nessa situação, o credor deverá
aguardar o final do processo para receber a quantia total objeto do cumprimento, inclusive a
incontroversa, que será paga por intermédio de expedição de precatório ou requisição de
pequeno valor.

Comentários
A assertiva está incorreta. O credor não precisa aguardar o final do processo para receber a quantia
total objeto do cumprimento. De acordo com o art. 535, §4º, do CPC/15, quando a impugnação for
parcial, a parte incontroversa será, desde logo, objeto de cumprimento, expedindo-se o precatório
ou a requisição de pequeno valor.
§ 4º Tratando-se de impugnação parcial, a parte não questionada pela executada será, desde logo, objeto de
cumprimento.

4. CESPE/PGE-PE/2019
À luz das súmulas do STF e do STJ acerca de honorários advocatícios e juros moratórios, julgue
o item seguinte.

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Não havendo pedido na petição inicial do processo judicial ou não estando expressa a
obrigação de pagar na sentença condenatória, os juros moratórios não deverão incidir no
cálculo de liquidação do débito.
Comentários
A assertiva está incorreta. Vejamos o que dispõe a Súmula 254, do STF:
Súmula 254
Incluem-se os juros moratórios na liquidação, embora omisso o pedido inicial ou a condenação.
Portanto, mesmo não havendo pedido na petição inicial do processo judicial ou não estando
expressa a obrigação de pagar na sentença condenatória, os juros moratórios deverão incidir no
cálculo de liquidação do débito.

5. CESPE/TJBA/2019
O juiz proferirá sentença sem resolução de mérito quando
a) acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem.
b) homologar a transação.
c) homologar o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação.
d) homologar a renúncia à pretensão formulada na ação.
e) verificar a impossibilidade jurídica do pedido.
Comentários
De acordo com o art. 485, inciso VII, do CPC, o juiz não resolverá o mérito quando acolher a alegação
de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência.
Deste modo, a alternativa A é a correta e gabarito da questão.
As alternativas B, C e D estão incorretas, pois de acordo com o art. 487, inciso III, alíneas “a”, “b” e
“c”, do CPC haverá a resolução do mérito com a homologação da transação, com o reconhecimento
da procedência do pedido formulado na ação/reconvenção e com a homologação da renúncia à
pretensão formulada na ação/reconvenção. Logo, os itens estão errados.
Por fim, registre-se que a alternativa E também está incorreta, pois com o CPC/2015, o termo
condições da ação foi extirpado da redação do Código e a possibilidade jurídica do pedido deixou de
ser expressamente consagrada em seu texto. Contudo, ainda que não seja mais prevista como
condição da ação, a possibilidade jurídica do pedido não deixará faticamente de existir, cabendo sua
análise, o que poderá gerar a extinção o processo por falta de interesse de agir. Deste modo, a
impossibilidade jurídica do pedido pode levar tanto à uma decisão terminativa do processo, quanto
pode ser resolvida no mérito da ação, a depender da corrente adotada.

6. CESPE/TJBA/2019
Caso o juiz julgue parcialmente o mérito, reconhecendo a existência de obrigação ilíquida, a
parte vencedora

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a) poderá promover de pronto a liquidação, mediante o depósito de caução.


b) poderá promover de pronto a liquidação, ainda que seja interposto recurso pela parte
vencida.
c) deverá aguardar a extinção do processo para promover a liquidação.
d) deverá promover a liquidação nos mesmos autos, em vista do princípio da eficiência.
e) poderá promover a liquidação somente após transcorrido o prazo para interposição de
recurso pela parte vencida.
Comentários
De acordo com os arts. 356 e 512, a parte que possuir a seu favor uma obrigação ilíquida decorrente
de decisão que julgue parcialmente o mérito, poderá liquidá-la, ainda que a parte vencida tenha
interposto recurso. Logo, alternativa B é a correta e gabarito da questão.
Objetivamente, analisemos as demais alternativas:
A incorreção da alternativa A está na exigência de caução para que seja realizada a liquidação (art.
356, §2º, do CPC).
O assertiva C está errada, pois não se exige a extinção do processo para que se viabilize a liquidação,
nos termos do art. 356, §2º, do CPC.
A alternativa D está incorreta, porque não é necessário que se realize a liquidação nos mesmos autos
do processo, como se extrai dos arts. 512 e 356, §4º, do CPC.
Por derradeiro, pelo que consta dos arts. 512 e 356, §2º, do CPC, ainda que pendente recurso, a
decisão que julga parcialmente procedente o mérito, poderá ser liquidada. Logo, a alternativa E está
errada.

7. CESPE/MPU/2018
Com base nas normas que regem o processo civil, julgue os itens seguintes, acerca da função
jurisdicional; do Ministério Público; de nulidades processuais; e de sentença.
A existência da convenção de arbitragem acarreta a extinção do processo sem resolução do
mérito.

Comentários
A assertiva está correta. A existência de convenção de arbitragem firmada pelas partes para a
solução de conflitos relacionada a determinado negócio jurídico, implica no afastamento da
jurisdição estatal. Em razão disso, se ainda assim a parte buscar o Poder Judiciário a outra parte
poderá alegar a existência da convenção, de modo impedir que o juiz analise o mérito do conflito.
Resultado: haverá extinção do processo sem resolução do mérito. O fundamento legal consta do art.
485, VII, do CPC.

8. CESPE/EMAP/2018
Acerca do valor da causa, da tutela provisória, do Ministério Público, da advocacia pública, da
defensoria pública e da coisa julgada, julgue o item subsequente.

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A eficácia subjetiva da coisa julgada formada em ação coletiva de rito ordinário, ajuizada por
associação civil na defesa de interesses dos seus associados, somente alcançará os seus filiados
residentes no âmbito da jurisdição do órgão julgador se estes tiverem a condição de filiado até
a data da propositura da demanda.

Comentários
A assertiva está correta. Para ser beneficiada pela sentença favorável é necessário que a pessoa
esteja filiada no momento da propositura e seja residente no âmbito da jurisdição do órgão julgador.

9. CESPE/EMAP/2018
Julgue o item seguinte, relativo a atos processuais, mandado de segurança e processo de
execução.
Situação hipotética: Ao ser demandado em uma ação de conhecimento de obrigação de pagar,
Pedro foi validamente citado por edital, tendo sido sua defesa patrocinada pela curadoria de
ausentes da defensoria pública local, que apresentou contestação por negativa geral. A
sentença julgou a ação procedente e, após o trânsito desta em julgado, a parte autora iniciou
a fase de cumprimento da sentença. Assertiva: Nessa situação, é desnecessária nova intimação
de Pedro para cumprir a sentença, bastando, para dar continuidade ao processo, a intimação
da curadoria de ausentes.

Comentários
A questão afirma que a parte autora iniciou a fase de cumprimento da sentença, logo o devedor
necessariamente será intimado para cumprimento de sentença. Vejamos o que dispõe o art. 513,
caput e §2º, IV, do NCPC:
Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título, observando-se, no que couber e
conforme a natureza da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Código.
§ 2o O devedor será intimado para cumprir a sentença:
IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256, tiver sido revel na fase de conhecimento.
Assim, a assertiva está incorreta.

10. CESPE/DPE-PE/2018
Em um processo civil cooperativo, o exercício do poder jurisdicional exige a consideração da
argumentação de todos os sujeitos processuais. Essa exigência corresponde
a) ao dever de tratar de forma isonômica as partes.
b) ao dever de boa-fé processual.
c) à obrigação de determinar que o autor emende a inicial antes de indeferi-la.
d) à oportunidade conferida pelo juiz ao autor para sanar vício relativo a alguma incapacidade
processual.
e) ao dever de justificar analiticamente as decisões judiciais.

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Comentários
Analisando as alternativas, a que diz respeito à exigência de que a decisão judicial considere a
argumentação de todos os sujeitos processuais é a que impõe ao juiz o dever de justificar
analiticamente as suas decisões, ou seja, a que exige dele uma fundamentação completa e
adequada.
Portanto, a alternativa E é correta e gabarito da questão.

11. CESPE/ABIN/2018
Com base no Código de Processo Civil e no entendimento jurisprudencial e doutrinário acerca
de processo civil, julgue o seguinte item.
Em caso de paralisação do processo por período superior a um ano em razão da negligência de
ambas as partes, as despesas e os honorários serão pagos pela parte que tiver dado causa à
ação.

Comentários
A assertiva está incorreta, pois ambas as partes irão arcar com as custas. É o que dispõe o art. 485,
II e §2º, do NCPC:
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
§ 2o No caso do § 1o, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao inciso III,
o autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado.

12. CESPE/EBSERH/2018
Julgue o item a seguir, considerando as regras do atual Código de Processo Civil acerca das
sentenças e dos recursos.
Em atenção à coisa julgada, a sentença terminativa impede que a parte autora proponha
novamente a ação.

Comentários
As sentenças terminativas têm por consequência a extinção do processo sem a resolução do mérito
e se operam pelos motivos previstos no art. 485, do NCPC:
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
I - indeferir a petição inicial;
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta)
dias;
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;

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VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua
competência;
VIII - homologar a desistência da ação;
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e
X - nos demais casos prescritos neste Código.
A consequência de uma sentença terminativa é que a distinguirá de uma sentença de mérito, já que
ela não faz coisa julgada material, mas apenas formal.
Assim sendo, caso o demandante tenha seu processo extinto, ele poderá ajuizar nova ação, já que
persiste seu direito em ver a resolução do mérito da causa, prejudicada outrora por questão
meramente processual.
Vejamos o que dispõe o art. 486, do NCPC:
Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de novo a ação.
Portanto, a assertiva está incorreta.

13. CESPE/TCM-BA/2018
Pedro ajuizou demanda contra Renato com pedido único de indenização por danos materiais
e, em sua defesa, o réu alegou a existência de prescrição. Posteriormente, acolhendo o
argumento levantado por Renato, o magistrado pôs termo ao processo por meio de espécie de
pronunciamento classificado como
a) ato meramente ordinatório.
b) despacho.
c) decisão interlocutória.
d) decisão monocrática.
e) sentença.

Comentários
A questão exige o conhecimento dos art. 203, do NCPC:
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
§ 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio
do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como
extingue a execução.
§ 2o Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1o.
§ 3o São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a
requerimento da parte.
§ 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo
ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário.
Já que o magistrado, acolhendo o argumento levantado por Renato, pôs termo ao processo, a
espécie de pronunciamento é a sentença.

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Portanto, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

14. CESPE/STJ/2018
A luz das disposições do Código de Processo Civil (CPC), julgue os próximos itens.
De acordo com os superior Tribunal de Justiça, as regras sobre honorários de sucumbência
estabelecidas no atual CPC Se aplicam somente aos processos judiciais que se iniciaram após a
entrada em vigor desse código.

Comentários
A assertiva está incorreta. O STJ entendeu, no REsp 1.465.535/SP, que a sentença é o marco
temporal para a determinação de aplicação das regras sobre honorários de sucumbência previstas
no NCPC. Vejamos um excerto do julgado:
Observa-se, portanto, que a sentença, como ato processual que qualifica o nascedouro do direito à percepção
dos honorários advocatícios, deve ser considerada o marco temporal para a aplicação das regras fixadas pelo
CPC/15. A hermenêutica ora propugnada pretende cristalizar a seguinte ideia: se o capítulo acessório da
sentença, referente aos honorários sucumbenciais, foi publicado em consonância com o CPC/73, serão aplicadas
as regras do vetusto diploma processual até a ocorrência do trânsito em julgado. Por outro lado, nos casos de
sentença proferida a partir do dia 18.3.2016, as normas do novel CPC cingirão a situação concreta, inclusive no
que tange à fixação dos honorários recursais.

15. CESPE/DPE-AC/2017
Por determinação legal, o juiz não pode proferir decisão de teor diverso daquele do pedido
feito pelo autor, tampouco condenar em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe
foi demandado. A partir desse entendimento, assinale a opção correta.
a) É licito ao juiz proferir sentença condicional.
b) A sentença extra petita é aquela em que há majoração ilícita de algo requerido na inicial.
c) A sentença ultra petita é aquela em que é conferido direito não requerido na inicial.
d) Sentença fundamentada em razões diversas daquelas presentes no recurso não é
considerada extra petita.
e) Se o pedido de correção monetária não for formulado pelo autor, o juiz não poderá se
pronunciar sobre a questão.

Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o parágrafo único, do art. 492, do NCPC, a decisão
deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional.
A alternativa B está incorreta, pois diz respeito a definição da sentença ultra petita.
A alternativa C está incorreta, pois diz respeito a definição da sentença extra petita.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. O juiz sabe o Direito, assim, a fundamentação
jurídica para resolver a questão pode ser diversa daquela apresentada no recurso. O juiz está adstrito
ao pedido da parte, mas não à fundamentação jurídica apresentada.

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A alternativa E está incorreta. A correção monetária é matéria de ordem pública, integrando o


pedido de forma implícita, razão pela qual sua inclusão ex officio, pelo juiz ou tribunal, não
caracteriza julgamento extra ou ultra petita.

16. CESPE/DPE-AC/2017
Fato modificativo que surja após a propositura de uma ação, influenciando diretamente o
julgamento do mérito,
a) não permitirá a rediscussão das condições da ação, caso seja verificado no âmbito das ações
civis públicas.
b) não precisa, para que influencie o julgamento da lide, se referir ao mesmo fato jurídico que
constitui o objeto da demanda.
c) será considerado como questão nova, caso implique inclusão de novo fundamento de direito
não presente anteriormente.
d) deverá, para que seja considerado, ser passível de comprovação antes da propositura da
ação, ainda que desconhecido quando do ajuizamento.
e) caso constatado de ofício, obrigará o juiz a instaurar o contraditório para ouvir as partes
antes de proferir decisão sobre ele.

Comentários
Essa parece uma questão complexa, contudo, é baseada em um dispositivo legal, com o
conhecimento do dispositivo a identificação da resposta correta se torna fácil.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o art. 493, do NCPC:
Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir
no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no
momento de proferir a decisão.
Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele antes de decidir.

17. CESPE/FUNPRESP-EXE/2016
A respeito de sentença e coisa julgada, julgue o item que se segue.
A sentença é composta basicamente de três partes: relatório, fundamentação e dispositivo,
determinando a lei processual que o juiz, quando considerar adequado, poderá dispensar o
relatório.

Comentários
A assertiva está incorreta. A sentença deve ser composta por seus três elementos essenciais: o
relatório, a fundamentação e o dispositivo. Vejamos o art. 489, do NCPC.
Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação,
e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;

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III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem.
O erro da questão está em dizer que o relatório pode ser dispensado. Se é elemento essencial, não
poderá ser dispensado.

18. CESPE/TJ-DFT/2016
No que se refere a formas e princípios da sentença e da coisa julgada, assinale a opção correta.
a) A sentença extra petita caracteriza-se quando o juiz condena o réu em quantidade superior
à pedida na pretensão do autor.
b) Os motivos que serviram para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença, em
regra, integram a coisa julgada material.
c) A sentença que julgar improcedente o pedido é considerada declaratória negativa.
d) A sentença que homologa a transação firmada entre as partes não é considerada como
resolutória de mérito.
e) A decisão terminativa não pode ser fundamentada de forma concisa.

Comentários
A alternativa A está incorreta. Extra petita diz-se da decisão do juiz fora do pedido formulado na
inicial, o que resulta em nulidade do julgamento.
A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 504, I, do NCPC, não fazem coisa julgada os
motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Quando procedente o pedido, a sentença tem
a mesma natureza da ação ajuizada, e quando improcedente o pedido, a sentença é declaratória
negativa.
A alternativa D está incorreta. Com base no art. 487, III, “b”, haverá resolução de mérito quando o
juiz homologar a transação.
A alternativa E está incorreta. Todas as decisões devem ser fundamentadas, ainda mais aquela que
encerra o processo. Como sabemos, a fundamentação é requisito de qualquer decisão judicial. Não
há mais, como tínhamos no CPC73, previsão no sentido de que a sentença poderá ser concisa. Ela
deve ser sempre clara e objetiva.

19. CESPE/TCE-RN/2015
Considerando uma demanda hipotética na qual A busque a satisfação de seu crédito
decorrente de uma obrigação por parte de B, julgue o item a seguir.
Na hipótese de B ser o estado do Rio Grande do Norte, a sentença não produzirá efeitos senão
depois de confirmada pelo tribunal de justiça, exceto se já houver orientação vinculante
firmada no âmbito administrativo do próprio estado, consolidada em manifestação, parecer
ou súmula administrativa.

Comentários

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A assertiva está correta, pois está baseada no art. 496, I c/c, §4º, do NCPC. A sentença proferida
contra o Estado está sujeita ao duplo grau de jurisdição e não produz efeitos até a confirmação pelo
Tribunal.
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo
tribunal, a sentença:
I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações de direito público;
§ 4o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente
público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.

20. CESPE/TCE-PR/2016
A respeito da coisa julgada e da sentença, assinale a opção correta.
a) Ainda que o autor formule pedido genérico relativo à obrigação de pagar quantia, a extensão
do dano deverá ser fixada na sentença, com os consectários legais de juros e correção
monetária.
b) Para que a decisão seja fundamentada é suficiente que o juiz invoque dispositivo legal ou
súmula em seu julgado.
c) A remessa necessária guarda relação com a pessoa parte ré na ação, não importando o valor
da condenação.
d) Os efeitos da coisa julgada material serão inaplicáveis em caso de decisão que resolva
questão prejudicial.
e) Se, após o réu apresentar a contestação, o autor, imotivadamente, deixar o processo sem
movimento por mais de um ano, o juiz deverá extinguir o processo sem resolução de mérito.

Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Você deve lembrar que no NCPC, a regra é
que a formulação de pedidos certos. A formulação de pedidos genéricos constitui a exceção.
Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a decisão
definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de
ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando:
I - não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido;
II - a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou excessivamente
dispendiosa, assim reconhecida na sentença.
Quando, excepcionalmente, o pedido for formulado de forma genérica a sentença deve ser certa.
A alternativa B está incorreta. De acordo com o §1º, V, do art. 489, não se considera fundamentada
qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que se limitar a invocar
precedente ou enunciado de súmula.
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:

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V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes
nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
A alternativa C está incorreta. O valor da condenação é determinante para aferir se será, ou não, o
caso de remessa necessária.
A alternativa D está incorreta. Os efeitos da coisa julgada material serão aplicáveis em caso de
decisão que resolva questão prejudicial. Vejamos o art. 503, §1º.
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal
expressamente decidida.
§ 1o O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentemente no
processo, se:
A alternativa E está incorreta. Segundo o art. 485, §1, antes de extinguir o processo, o magistrado
deve intimar o autor para que em 05 dias se manifeste. Então, só após decorrido o prazo é que o juiz
poderá extinguir o processo sem resolução do mérito.
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta)
dias;
§ 1o Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo
de 5 (cinco) dias.

21. CESPE/TRE-MT/2015
Assinale a opção correta no que diz respeito à sentença e à coisa julgada.
a) A possibilidade de o julgador proferir sentença incerta restringe-se às situações em que
decida relação jurídica condicional.
b) A sentença publicada torna-se irretratável, e o juiz somente poderá corrigir erros materiais
dela constantes em caso de requerimento da parte.
c) Proferida sentença de extinção do processo em razão da ilegitimidade passiva para a causa,
a não interposição de recurso, no prazo legal, importará imutabilidade da decisão pela coisa
julgada material.
d) Ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença, os
motivos não são alcançados pela imutabilidade da coisa julgada.
e) Sentenças terminativas são aquelas que resolvem o mérito, dando fim ao processo.

Comentários
A alternativa A está incorreta. Com base no parágrafo único, do art. 492, do NCPC, a decisão deve
ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional.
A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 494, após publicada a sentença, o juiz só poderá
alterá-la para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais, ou erros de
cálculo, ou por meio de embargos de declaração.

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A alternativa C está incorreta. A decisão que extingue o processo por ausência de legitimidade é
uma sentença que não resolve o mérito. A sentença sem resolução de mérito não faz coisa julgada
material, é por essa razão que a alternativa está incorreta.
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, pois refere-se ao art. 504.
Art. 504. Não fazem coisa julgada:
I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença;
II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença.
A alternativa E está incorreta. Nas sentenças definitivas há resolução de mérito. Sentenças
terminativas são aquelas em que não há resolução de mérito.

22. CESPE/TJ-SE/2014
No que se refere à execução de ações coletivas, à sentença, à coisa julgada, à revelia e à ação
civil pública, julgue os seguintes itens.
Conforme a jurisprudência sumulada do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o trânsito em
julgado material da sentença ocorre somente no caso de não ser cabível qualquer recurso do
último pronunciamento judicial, razão por que é inadmissível o trânsito em julgado parcial.

Comentários
A assertiva está correta, pois está de acordo com a súmula nº 401, do STJ.
Súmula N. 401 O prazo decadencial da ação rescisória só se inicia quando não for cabível qualquer recurso do
último pronunciamento judicial.
O STJ entende que, sendo a ação única e indivisível, não há que se falar em fracionamento de seu
trânsito em julgado, ou em trânsito em julgado parcial.

23. CESPE/TJ-CE/2014
Acerca de audiência e sentença, assinale a opção correta.
a) São requisitos essenciais da sentença o relatório, os fundamentos e a decisão interlocutória.
b) A verdade dos fatos estabelecida como fundamento da sentença não faz coisa julgada.
c) Se verificar erro na sentença publicada, o escrivão pode alertar o juiz para alterá-la por meio
de embargo de declaração.
d) A função do juiz é jurisdicional e, portanto, é impróprio afirmar que exerce poder de polícia
na audiência.
e) Como as audiências são públicas, é absolutamente vedada sua realização a portas fechadas.

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A alternativa A está incorreta. São requisitos essenciais da sentença o relatório, os fundamentos e


o dispositivo. Vejamos o art. 489, do NCPC.
Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação,
e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 504, II.
Art. 504. Não fazem coisa julgada:
II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença.
A alternativa C está incorreta. O art. 494 estabelece em quais hipóteses o juiz poderá alterar a
sentença já publicada.
Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la:
I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo;
II - por meio de embargos de declaração.
A alternativa D está incorreta. Com base no art. 360, o juiz exerce o poder de polícia.
Art. 360. O juiz exerce o poder de polícia, incumbindo-lhe:
A alternativa E está incorreta. Segundo o art. 368, a audiência será pública.
Art. 368. A audiência será pública, ressalvadas as exceções legais.

24. CESPE/TJ-CE/2014/Adaptada ao NCPC


Assinale a opção correta em relação à sentença e à coisa julgada.
a) A sentença proferida na ação de jurisdição graciosa produz a coisa julgada material após o
seu trânsito em julgado.
b) No procedimento comum ordinário, o relatório, os fundamentos e o dispositivo são
requisitos essenciais da sentença.
c) Será definitiva a sentença que resolva o processo por falta de pressuposto processual.
d) A coisa julgada formal consiste no fenômeno da imutabilidade da sentença, que adquire
força de lei para as partes e para todos os juízos.
e) é permitido ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a
parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.

Comentários
A alternativa A está incorreta. Embora o assunto seja controverso na doutrina, para o CESPE a
jurisdição voluntária envolve atividade administrativa de assunto de caráter privado, pelo que não
haveria que se falar em coisa julgada das decisões no âmbito.

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A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Esses são os elementos essenciais da decisão
de acordo com o art. 489, do NCPC.
A alternativa C está incorreta, pois a sentença que julga o processo por falta de pressuposto
processual resolve o processo sem julgamento do mérito e não faz coisa material.
A alternativa D está incorreta, pois apresenta o conceito de coisa julgada material.
A alternativa E está incorreta, pois essa conduta é vedada ao juiz nos termos do art. 492, do NCPC.
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em
quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.

25. CESPE/ TJ-BA/2013/Adaptada ao NCPC


Assinale a opção correta em relação a sentença, cumprimento de sentença e coisa julgada.
a) Em regra, os efeitos da coisa julgada se estendem à verdade dos fatos que foram
estabelecidos como fundamento da sentença.
b) É necessária a garantia do juízo para que o devedor possa apresentar impugnação na fase
de cumprimento de sentença.
c) O magistrado está vinculado aos fundamentos jurídicos apresentados na petição inicial
quando for proferir a sentença.
d) Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do
direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a
requerimento da parte, no momento de proferir a decisão.
e) Em uma ação que vise ao cumprimento de obrigação jurídica condicional, o juiz pode proferir
sentença de natureza diversa da pedida em favor do réu, já que esse tipo de ação é uma
exceção ao princípio da congruência.

Comentários
A alternativa A está incorreta. Ao contrário do que se afirma, a verdade dos fatos não faz coisa
julgada. Vejamos o art. 504, II, do NCPC.
Art. 504. Não fazem coisa julgada:
II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença.
A alternativa B está incorreta. Não é necessária a garantia do Juízo para a apresentação da
impugnação, conforme o caput do art. 525, do NCPC.
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze)
dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos,
sua impugnação.
A alternativa C está incorreta. O magistrado não está vinculado aos fundamentos jurídicos
apresentados na petição inicial quando for proferir a sentença.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, pois reproduz o art. 493, do NCPC.

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Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir
no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no
momento de proferir a decisão.
A alternativa E está incorreta. De acordo com o art. 492, em seu parágrafo único, a decisão deve ser
certa, ainda que resolva relação jurídica condicional.
Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional.

26. CESPE/TJ-AC/2012
No que se refere à coisa julgada, julgue os itens subsequentes.
De acordo com o efeito preclusivo da coisa julgada, todas as alegações e defesas que poderiam
ser formuladas para o acolhimento ou rejeição do pedido reputam-se deduzidas e repelidas.

Comentários
A assertiva está correta e diz respeito ao art. 508, do NCPC.
Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações
e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido.

27. CESPE/TRF-1ªR/2017
A respeito da formação do processo, da penhora e do cumprimento de sentença, julgue o item
que se segue.
Decisão judicial incidente a respeito de parcela incontroversa de dívida observará o rito do
cumprimento provisório da sentença.

Comentários
A assertiva está incorreta. De acordo com o art. 523, caput, do NCPC, nos casos de decisão sobre
parcela incontroversa, pode-se requerer cumprimento definitivo da sentença, e não cumprimento
provisório.
Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre
parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o
executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.

28. CESPE/DPU/2017
Tendo em vista que uma das funções primordiais do STJ é a sistematização e uniformização da
jurisprudência relativa à legislação processual, julgue o próximo item à luz do entendimento
desse tribunal.
A requerimento do credor, pode ser determinado prazo judicial para que o executado ou
terceiro apresente documentos que estejam em seu poder, com o objetivo de acerto nos
cálculos dos valores decorrentes da obrigação contida na sentença, para a fase de execução.
Havendo descumprimento injustificado do prazo arbitrado, não fluirá o prazo prescricional
para a execução ou o cumprimento de sentença.

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A assertiva está incorreta. Nesse caso, se o devedor não apresentar os documentos que estejam em
seu poder, os cálculos apresentados pelo credor serão considerados corretos, fluindo normalmente
o prazo prescricional para a execução ou cumprimento de sentença.
Além disso, segundo o STJ, não é mais imprescindível, para acertamento de cálculos, a juntada de
documentos pela parte executada ou por terceiros, reputando-se correta a conta apresentada pelo
exequente, quando a requisição judicial de tais documentos deixar de ser atendida,
injustificadamente, depois de transcorrido o prazo legal.

29. CESPE/Prefeitura de Fortaleza – CE/2017


Julgue o item seguinte, com base no que dispõe o CPC sobre atos processuais, deveres das
partes e dos procuradores e tutela provisória.
De acordo com o STJ, a sentença declaratória que reconheça a exigibilidade de obrigação de
pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa constitui título executivo judicial.

Comentários
A assertiva está correta. Segundo entendimento do STJ, a sentença, qualquer que seja sua natureza,
de procedência ou improcedência do pedido, constitui título executivo judicial, desde que
estabeleça obrigação de pagar quantia, de fazer, não fazer ou entregar coisa, admitida sua prévia
liquidação e execução nos próprios autos.

30. CESPE/Prefeitura de Fortaleza – CE/2017


No que se refere ao cumprimento de sentença e ao processo de execução, julgue o item
subsequente.
Situação hipotética: Procurador de determinado município foi intimado em cumprimento de
sentença e verificou que, no curso do processo de conhecimento, havia sido pago ao exequente
determinado valor que deveria ser compensado. Assertiva: Nessa situação, o procurador deve,
nos embargos à execução, alegar o direito à compensação como causa modificativa da
obrigação.

Comentários
A assertiva está incorreta. Vejamos o art. 535, do NCPC, acerca do cumprimento de sentença que
reconheça a exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa pela Fazenda Pública:
Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga, remessa ou meio
eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a execução, podendo
arguir:
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia;
II - ilegitimidade de parte;
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;

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VI - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação
ou prescrição, desde que supervenientes ao trânsito em julgado da sentença.
Portanto, nota-se que as matérias passíveis de serem arguidas na impugnação são limitadas. A
compensação somente poderá ser suscitada se tiver ocorrido após o trânsito em julgado da
sentença. Caso ocorrido na fase de conhecimento, o procurador deverá reaver o respectivo valor,
posteriormente, em ação própria.

31. CESPE/DPE-AC/2017
Um juiz, nos autos da execução de sentença de determinado processo cível, proferiu despacho
determinando que os devedores fossem intimados a efetuar o pagamento do débito, bem
como a adimplir as custas recolhidas pelo credor para essa fase do processo.
Foi dado aos executados o prazo de quinze dias úteis, sob pena de multa de 10% e de
honorários advocatícios de 10% sobre o valor do débito, para que pagassem o débito.
Transcorrido esse prazo, caso não houvesse sido realizado o pagamento voluntário, teria início
o prazo de quinze dias para que, independentemente de penhora ou de nova intimação, os
executados apresentassem, nos próprios autos, sua impugnação, instrumentalizada com o
demonstrativo dos cálculos.
Considerando-se as informações apresentadas na situação hipotética, conclui-se que a decisão
em questão reconhece a exigibilidade de obrigação de
a) pagar quantia certa pela fazenda pública.
b) entregar coisa.
c) fazer.
d) pagar quantia certa.
e) prestar alimentos.

Comentários
Aqui temos uma questão mais elaborada.
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 534, §2º, do NCPC, a multa não se aplica à
Fazenda Pública.
As alternativas B e C estão incorretas. Os devedores foram intimados a efetuar o pagamento do
débito.
A alternativa E está incorreta, pois o procedimento para cumprimento de prestação alimentícia é
totalmente distinto. Vejamos o art. 528, do NCPC.
Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão
interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado
pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-
lo.

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A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, conforme o procedimento previsto para


cumprimento definitivo da sentença que reconhece a exigibilidade de obrigação de pagar quantia
certa, no art. 523, do NCPC:
Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre
parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o
executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.
§ 1o Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento
e, também, de honorários de advogado de dez por cento.
§ 2o Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a multa e os honorários previstos no § 1o incidirão
sobre o restante.
§ 3o Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido, desde logo, mandado de penhora
e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação.

32. CESPE/TCE-RN/2015
Considerando uma demanda hipotética na qual A busque a satisfação de seu crédito
decorrente de uma obrigação por parte de B, julgue o item a seguir.
Caso os pedidos de A sejam julgados procedentes e a sentença condene B em quantia ilíquida,
a liquidação poderá ocorrer tanto a requerimento de A quanto de B, sendo certo que se dará
pelo procedimento comum quando houver a necessidade de alegar ou provar fato novo.

Comentários
A assertiva está correta. O art. 509, do NCPC, prevê que, quando a sentença condenar ao pagamento
de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor por
arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela
natureza do objeto da liquidação ou pelo procedimento comum, quando houver necessidade de
alegar e provar fato novo.
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a
requerimento do credor ou do devedor:
I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza
do objeto da liquidação;
II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo.

33. CESPE/SEDF/2017
Julgue o item subsequente, relativo à improcedência liminar do pedido e ao cumprimento de
sentença.
Compete ao juízo cível processar o cumprimento de sentença penal condenatória e de
sentença arbitral que reconheçam a obrigação de pagar quantia. Tais processos sujeitam-se a
distribuição e podem ser impugnados pelos executados nos mesmos moldes das sentenças
condenatórias provenientes do juízo cível.

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A assertiva está correta. De acordo com o art. 515, VI e VII, do NCPC, a sentença penal condenatória
e a sentença arbitral são consideradas títulos executivos judiciais.
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste
Título:
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;
VII - a sentença arbitral;
A elas se aplicam as regras processuais referentes ao cumprimento de sentença.
Por isso, a execução delas sujeita-se à distribuição podendo ser impugnada de acordo com o
procedimento previsto para a impugnação de sentenças condenatórias provenientes do próprio
juízo cível.
Vejamos o que dispõe o art. 516, III, da Lei nº 13.105/15, acerca da competência:
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença
estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo.

34. CESPE/TRF-5ªR/2017
Com base na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), julgue os seguintes itens, no
que concerne à tutela provisória, à competência e ao cumprimento de sentença.
I. Mesmo após o comparecimento espontâneo do réu em juízo, é indispensável sua intimação
formal para que se inicie o prazo para a impugnação na fase de cumprimento de sentença.
II. A justiça federal possui competência para julgar demanda proposta por estudante acerca de
credenciamento de instituição privada de ensino superior junto ao Ministério da Educação,
com vistas à expedição de diploma de ensino a distância ao autor.
III. Em demanda previdenciária, os valores recebidos por força de tutela provisória de urgência
antecipada posteriormente revogada serão irrepetíveis, em razão da natureza alimentar e da
boa-fé no seu recebimento.
Assinale a opção correta.
a) Nenhum item está certo.
b) Apenas o item I está certo.
c) Apenas o item II está certo.
d) Apenas o item III está certo.
e) Todos os itens estão certos.

Comentários
Vamos analisar cada um dos itens.
O item I está incorreto. O comparecimento espontâneo do réu em juízo supre a falta de sua
intimação, tendo início a contagem do prazo para a impugnação ao cumprimento de sentença.

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O item II está correto, conforme entendimento da súmula nº 570, do STJ:


Súmula 570: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento de demanda em que se discute a ausência de
ou o obstáculo ao credenciamento de instituição particular de ensino superior no Ministério da Educação como
condição de expedição de diploma de ensino a distância aos estudantes.
O item III está incorreto. Segundo o STJ, os valores de benefícios previdenciários complementares
recebidos por força de tutela antecipada posteriormente revogada devem ser devolvidos, haja vista
a reversibilidade da medida antecipatória, a ausência de boa-fé objetiva do beneficiário e a vedação
do enriquecimento sem causa.
Assim, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

35. CESPE/TCE-PE/2017
Com relação à jurisdição e ao poder jurisdicional, julgue o próximo item.
A sentença é o produto mais importante da atividade jurisdicional e, assim como a atividade
legislativa, normatiza a conduta de todos.

Comentários
A assertiva está incorreta. De acordo com o art. 506, do NCPC, a sentença faz coisa julgada às partes
entre as quais é dada, não prejudicando terceiros.
Além disso, vejamos o que dispõe o art. 503:
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal
expressamente decidida.

36. CESPE/TJ-PR/2017
Determinada sociedade empresária ajuizou demanda contra pequeno município localizado no
interior do Paraná e, indicando como causa de pedir o inadimplemento contratual do
município, apresentou dois pedidos de indenização: um por danos emergentes no valor de
trezentos mil reais; outro por lucros cessantes no valor de duzentos mil reais. Apresentada a
defesa pelo ente público e tomadas as providências preliminares, o magistrado julgou
procedente o pedido referente aos danos emergentes em decisão interlocutória. Após a
produção de outras provas, o juiz prolatou sentença em que julgou procedente também o
pedido pertinente aos lucros cessantes, tendo ainda apreciado expressamente questão
prejudicial de mérito relativa à validade do contrato. Nenhuma das decisões foi objeto de
interposição de recurso pelo município.
Nessa situação hipotética,
a) o magistrado não poderia julgar o mérito em decisão interlocutória e, portanto, a decisão
interlocutória deverá ser considerada nula quando o tribunal apreciar o processo em sede de
remessa necessária.
b) a remessa necessária incidirá apenas em relação à sentença, não podendo recair sobre a
decisão interlocutória, mesmo ante o fato de essa decisão ter resolvido o mérito de forma
parcial.

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c) a decisão interlocutória que versou sobre o mérito da demanda não faz coisa julgada
material, porque essa é uma situação jurídica exclusiva das sentenças de mérito, quanto às
decisões que são prolatadas em primeiro grau.
d) a coisa julgada sobre a questão prejudicial incidental dependerá de remessa necessária,
observados ainda os demais pressupostos para a incidência do duplo grau obrigatório.

Comentários
A alternativa A está incorreta. O art. 356, do NCPC, admite o julgamento antecipado parcial do
mérito em duas situações:
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles:
I - mostrar-se incontroverso;
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.
Nessas situações a lei processual admite, sim, que parte do mérito seja resolvida em decisão
interlocutória.
A alternativa B está incorreta. A decisão parcial de mérito proferida contra a Fazenda Pública está
sujeita ao regime da remessa necessária.
A alternativa C está incorreta. Com base no art. 503, caput, do NCPC, a decisão parcial de mérito faz,
sim, coisa julgada.
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal
expressamente decidida.
A alternativa D é correta e gabarito da questão. Vejamos:
Enunciado 439 do Fórum Permanente de Processualistas Civil: "Nas causas contra a Fazenda Pública, além do
preenchimento dos pressupostos previstos no art. 503, §§1o e 2o, a coisa julgada sobre a questão prejudicial
incidental depende de remessa necessária, quando for o caso."

37. CESPE/PGE-AM/2016
A respeito das normas processuais civis pertinentes a jurisdição e ação, julgue o item seguinte.
Segundo as regras contidas no novo CPC, a legitimidade de parte deixou de ser uma condição
da ação e passou a ser analisada como questão prejudicial. Sendo assim, tal legitimidade
provoca decisão de mérito.

Comentários
Vejamos o que dispõe o art. 485, VI, do NCPC:
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
Conforme se nota, a legitimidade das partes continua sendo considerada como uma condição da
ação, razão pela qual, estando ausente, leva à extinção do processo sem julgamento do mérito.
Portanto, a assertiva está incorreta.

Direito Processual Civil p/ TJ-PA (Analista - Direito e Oficial de Justiça)Com Videoaulas-Pós-Edital 102
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Aula 10

38. CESPE/PGE-AM/2016
Ainda com relação ao direito empresarial em sentido amplo, julgue o item que se segue.
Caso, em decisão com trânsito em julgado, o réu tenha sido condenado ao pagamento de
determinado valor ao autor, a sentença poderá ser objeto de protesto, se, no prazo legal, o réu
não realizar o pagamento.

Comentários
A assertiva está correta. Acerca do tema, dispõe o art. 517, caput, do NCPC:
Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de
transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523.

Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre
parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o
executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.

Outras Bancas

39. NC-UFPR/Prefeitura de Curitiba-PR/2019


O direito ao duplo grau de jurisdição é garantia de que as partes no processo possam buscar a
revisão das decisões judiciais, e, portanto, a parte sucumbente na demanda poderá recorrer,
manifestando o seu inconformismo. Ocorre que a Fazenda Pública recebe um tratamento
diferenciado pelo legislador no tocante ao direito ao duplo grau de jurisdição, pois algumas
sentenças proferidas contra a União, Estados e Municípios estão sujeitas ao chamado reexame
necessário, ou duplo grau de jurisdição obrigatório. A respeito do reexame necessário, assinale
a alternativa correta.
a) As sentenças proferidas contra autarquias e fundações de direito público vinculadas à União,
aos Estados e Municípios não estão sujeitas ao reexame necessário.
b) Haverá reexame necessário quando, no prazo legal, a Fazenda Pública apresentar recurso
contra as sentenças de procedência dos embargos à execução fiscal.
c) Não estão sujeitas ao reexame necessário as sentenças proferidas contra a União que
estiverem fundamentadas em súmula de tribunal superior, mesmo que o valor da condenação
seja superior a 1.000 (mil) salários mínimos.
d) A sentença que julga procedentes os embargos à execução fiscal estará sujeita ao reexame
necessário se os embargos forem totalmente acolhidos, sendo dispensável nas hipóteses de
provimento parcial.
e) A remessa necessária abrangerá a sentença apelada, não se aplicando para as decisões
interlocutórias não agraváveis proferidas ao longo do processo. Para o conhecimento destas,
deverá ser interposto o recurso de apelação pela parte interessada.
Comentários

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A alternativa A está errada, porque as sentenças proferidas contra autarquias e fundações de direito
público vinculadas à União, aos Estados e Municípios estão sim sujeitas ao reexame necessário. Veja
o CPC:
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo
tribunal, a sentença:
I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações de direito público;
A assertiva B está incorreta, pois se a Fazenda Pública interpuser apelação não haverá remessa
necessária, pois o processo subirá para o julgamento em 2ª instância de qualquer forma. Neste
sentido, o CPC:
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo
tribunal, a sentença:
I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações de direito público;
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal.
§1º Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no prazo legal, o juiz ordenará a remessa dos
autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. O § 4º do art. 496 do CPC dispensa o reexame
necessário em razão de sentença fundamentada em jurisprudência consolidada dos tribunais
superiores. A dispensa nesse caso fundamenta-se na desnecessidade de um controle obrigatório
pelo segundo grau de jurisdição quando o juiz prolator da sentença torna-se um porta-voz avançado
dos tribunais superiores e aplica seu consagrado entendimento como fundamento de sua decisão.
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo
tribunal, a sentença: [...]
§4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
I - súmula de tribunal superior;
A alternativa D está incorreta, pois mesmo a sentença que julga procedentes em parte os embargos
à execução fiscal estará sujeita ao reexame necessário. Veja o CPC:
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo
tribunal, a sentença:
[...]
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal.
A assertiva E está errada, porque a remessa necessária pode sim ser aplicada para decisões
interlocutórias parciais de mérito. Neste sentido:
Enunciado 17 do Fórum Nacional do Poder Público: A decisão parcial de mérito proferida contra a Fazenda
Pública está sujeita ao regime da remessa necessária.
40. NC-UFPR/Prefeitura de Curitiba-PR/2019
Entre as características da atividade jurisdicional está a sujeição das partes aos efeitos da coisa
julgada, ou seja, apresentadas as impugnações possíveis às decisões proferidas no processo,

Direito Processual Civil p/ TJ-PA (Analista - Direito e Oficial de Justiça)Com Videoaulas-Pós-Edital 104
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ou preclusa a oportunidade de apresentação de tais medidas pela perda de prazo, caberá às


partes aceitar o conteúdo da decisão. A coisa julgada, portanto, é garantia de segurança
jurídica aos envolvidos no litígio, diante da imutabilidade do pronunciamento judicial. Sobre a
coisa julgada, considere as afirmativas abaixo:
( ) A coisa julgada material é incompatível com a cognição sumária ou provisória do mérito.
( ) A coisa julgada material poderá recair sobre decisões interlocutórias de mérito.
( ) A coisa julgada não incide sobre a resolução das questões prejudiciais no processo, que
demandam, para a sua análise, a propositura de ação declaratória incidental, a fim de que se
possa garantir às partes o efetivo direito ao contraditório.
( ) Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas as
alegações e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do
pedido, sendo vedada, portanto, pela coisa julgada, a apresentação tardia de argumentos que
teriam sido relevantes para o julgamento da causa.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a) V – F – V – F.
b) F – V – F – V.
c) F – F – V – V.
d) F – V – V – F.
e) V – V – F – V.
Comentários
Vejamos cada um dos itens.
O primeiro item está correto, pois a coisa julgada é incompatível com a cognição sumária ou
provisória, haja vista que o caráter provisório da medida é incompatível com a coisa julgada material.
A exemplo, cite-se a decisão em tutela provisória de urgência ou evidência que, segundo previsão
do próprio CPC, não faz coisa julgada:
Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer tempo, ser
revogada ou modificada.
O segundo item está certo, porque, diante da redação do art. 356 do CPC, o juiz decidirá
parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados (ou parte deles) se mostrar
incontroverso ou estiver em condições de imediato julgamento. Nestas situações, o capítulo que
decide parcela do mérito produzirá coisa julgada material ao transitar em julgado, não sendo
possível o juiz posteriormente modificar a decisão ao resolver a parcela do mérito que demandou a
continuidade, ainda que parcial, do processo. Neste sentido, o CPC:
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles:
I - mostrar-se incontroverso;
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355 .
[...]

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§3º Na hipótese do §2º, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva.
O terceiro item está incorreto, pois nos termos do art. 503, caput, do Novo CPC, a decisão que julgar
total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal expressamente
decidida. Essa é a regra, excepcionada pelo §1º, que permite que a coisa julgada material alcance a
resolução da questão prejudicial, decidida expressa e incidentemente no processo. Veja o CPC:
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal
expressamente decidida.
§1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentemente no
processo, se:
I - dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia;
III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal.
§2º A hipótese do §1º não se aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações à cognição que
impeçam o aprofundamento da análise da questão prejudicial.
O quarto item está certo. O art. 508 do CPC prevê que com o trânsito em julgado considerar-se-ão
deduzidas e repelidas todas as alegações e as defesas que a parte poderia ter levado ao processo
para fundamentar tanto o acolhimento como a rejeição do pedido. Trata-se da eficácia preclusiva
da coisa julgada. Veja o CPC:
Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações
e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido.
Portanto, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão, pois a sequência da correta é V-V-
F-V. Vejamos cada alternativa de modo individual.
41. NC-UFPR/Prefeitura de Curitiba-PR/2019
A respeito do cumprimento de sentença e da execução contra a Fazenda Pública, assinale a
alternativa correta.
a) Nos embargos à execução fundada em título extrajudicial, a Fazenda Pública não poderá
alegar incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução, já que tal matéria deve ser
discutida em exceção de incompetência.
b) No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de pagar quantia
certa pela Fazenda Pública, após intimada, esta terá o prazo de 15 (quinze) dias para o
pagamento da dívida, sob pena de incidência da multa de 10% (dez por cento) do valor
executado.
c) Na execução fundada em título extrajudicial, a Fazenda Pública será citada para opor
embargos em 60 (sessenta) dias.
d) No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de pagar quantia
certa pela Fazenda Pública, considera-se inexigível a obrigação reconhecida em título executivo
judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal
Federal.

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e) No cumprimento de sentença para pagamento de quantia certa contra a Fazenda Pública,


caso a executada apresente impugnação parcial, o cumprimento da parte não questionada
ficará suspenso até decisão final da impugnação.
Comentários
A letra D está correta e é o gabarito da questão. O art. 525, §12, e o art. 535, §5º, ambos do CPC,
trazem consigo a previsão de matérias que podem ser alegadas em sede de defesa típica do
executado no cumprimento de sentença (impugnação) e que afastam a imutabilidade da coisa
julgada material. De idêntica redação, os dispositivos legais permitem ao executado a alegação de
inexigibilidade do título com o fundamento de que a sentença que se executa (justamente o título
executivo judicial) é fundada em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo
Tribunal Federal. Confira o CPC:
Art. 525. [...]
§12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1º deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação
reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo
Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo
Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal , em controle de constitucionalidade
concentrado ou difuso.
Vejamos as demais alternativas.
A alternativa A está incorreta, pois a incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução
poderá ser alegada nos embargos à execução fundada em título extrajudicial. Vejamos a
fundamentação legal conforme o CPC:
Art. 910. Na execução fundada em título extrajudicial, a Fazenda Pública será citada para opor embargos em 30
(trinta) dias.
§ 2º Nos embargos, a Fazenda Pública poderá alegar qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa
no processo de conhecimento.
§ 3º Aplica-se a este Capítulo, no que couber, o disposto nos artigos 534 e 535 .
Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga, remessa ou meio
eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a execução, podendo
arguir:
V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
A assertiva B está errada, no cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação
de pagar quantia certa pela Fazenda Pública, o executado terá o prazo de 30 dias para o pagamento
da dívida. Contudo, em caso de não pagamento não haverá a incidência de multa. Veja o art. 534, §
2º e art. 535, do CPC:
§2º A multa prevista no § 1º do art. 523 não se aplica à Fazenda Pública.
Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga, remessa ou meio
eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a execução, podendo
arguir:
A alternativa C está incorreta, na execução fundada em título extrajudicial, a Fazenda Pública será
citada para opor embargos em 30 dias (art. 910 do CPC).

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A assertiva E está errada, na impugnação parcial, a parte não questionada pode ser logo objeto de
cumprimento, nos termos do art. 535, §4º, do CPC:
§4º Tratando-se de impugnação parcial, a parte não questionada pela executada será, desde logo, objeto de
cumprimento.

42. FUNRIO /ALE-RR/2018


De acordo com o Código de Processo Civil, sentença é o pronunciamento por meio do qual o
juiz, com fundamento nos Artigos 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum,
bem como extingue a execução.
Então, assinale a alternativa INCORRETA.
a) O juiz, ao prolatar a sentença, deverá obrigatoriamente fazer o relatório, que conterá os
nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro
das principais ocorrências havidas no andamento do processo.
b) O juiz, antes de prolatar a sentença de improcedência liminar do pedido, com fundamento
na ocorrência de decadência ou prescrição na demanda, deverá dar oportunidade para a parte
se manifestar.
c) A sentença não será considerada fundamentada, quando o juiz na sua decisão, se limitar a
invocar enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem
demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos.
d) O juiz, de oficio, após a sentença ter sido devidamente publicada, pode alterar a sentença
para corrigir-lhe inexatidões materiais.
Comentários
A questão cobra do candidato conhecimentos sobre o instituto da coisa julgada e pede a alternativa
incorreta. Vejamos:
A alternativa A está correta. O relatório é elemento essencial da sentença e deve conter: os nomes
das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das
principais ocorrências havidas no andamento do processo (art. 489, I, do CPC).
A alternativa B foi a considerada incorreta e, portanto, gabarito da questão. O examinador se baseou
no parágrafo único do art. 487, que diz: “Ressalvada a hipótese do § 1o do art. 332, a prescrição e a
decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-
se”. Ou, de outra forma, ressalvada a hipótese em que o juiz julgar liminarmente improcedente o
pedido, verificando, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição, não haverá o
reconhecimento de decadência ou prescrição sem que antes seja dada às partes oportunidade de
manifestar-se.
A alternativa C está correta. Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja el
interlocutória, sentença ou acórdão, que: (i) se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de
ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; (ii) empregar conceitos
jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; (iii) invocar
motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; (iv) não enfrentar todos os

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argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
(v) se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos
determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; e (vi)
deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento (art.
489, § 1º, do CPC).
E a alternativa D também está correta. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: (i) para
corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo; ou (ii)
por meio de embargos de declaração (art. 494, do CPC).

43. FAFIPA/Fundação Araucária – PR/2017


Acerca dos elementos e efeitos da sentença previstos no Código de Processo Civil vigente (Lei
13.105/2015), assinale a alternativa INCORRETA.
a) Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada
pelo tribunal, a sentença proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios
e suas respectivas autarquias e fundações de direito público e/ou que julgar procedentes, no
todo ou em parte, os embargos à execução fiscal.
b) Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do
direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração a
requerimento da parte, no momento de proferir a decisão, sendo vedado fazê-lo de ofício.
c) Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença
ou acórdão, que se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem
explicar sua relação com a causa ou a questão decidida ou empregar conceitos jurídicos
indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso.
d) Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a
decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de
juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo
quando não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido; ou nos casos em
que a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou
excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença.

Comentários
A alternativa A está correta, pois é o que dispõe o art. 496, do NCPC:
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo
tribunal, a sentença:
I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações de direito público;
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal.
A alternativa B está incorreta e é o gabarito da questão, pois nesse caso não é vedado ao juiz
reconhecer de ofício fato constitutivo, modificativo ou extintivo após a propositura da ação. Vejamos
o art. 493, da Lei nº 13.105/15:

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Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir
no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no
momento de proferir a decisão.
A alternativa C está correta, conforme prevê o art. 489, §1º, II, da referida Lei:
Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão,
que:
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;
A alternativa D está correta, nos termos do art. 491, do NCPC:
Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a decisão
definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de
ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando:
I - não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido;
II - a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou excessivamente
dispendiosa, assim reconhecida na sentença.

44. FMP Concursos/PGE-AC/2017


Considere as seguintes afirmativas sobre o tema da sentença no âmbito do Código de Processo
Civil. Assinale a alternativa CORRETA.
a) O juiz resolverá o mérito quando acolher a alegação de existência de convenção de
arbitragem ou quando o juízo arbitrai reconhecer sua competência.
b) O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de
novo a ação.
c) A decisão deve ser certa, sendo vedado resolver relação jurídica condicional.
d) A hipoteca judiciária não assegurará, para o credor hipotecário, qualquer preferência quanto
ao pagamento em relação a outros credores.
e) Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la por meio de embargos de declaração, sendo
vedado qualquer tipo de correção realizada de ofício.

Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo do o art. 485, VII, do NCPC, o juiz não resolverá o mérito
quando acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitrai
reconhecer sua competência.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Vejamos o art. 486, da Lei nº 13.105/15:
Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de novo a ação.
A alternativa C está incorreta. Com base no art. 492, parágrafo único, da referida Lei, a decisão deve
ser certa, ainda que resolva a relação jurídica condicional.

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A alternativa D está incorreta. Conforme o art. 495, §5º, do NCPC, uma vez que constituída a
hipoteca judiciária, implicará, para o credor hipotecário, o direito de preferência, quanto ao
pagamento, em relação a outros credores, observada a prioridade de registro.
A alternativa E está incorreta. Segundo o art. 494, I, da Lei nº 13.105/15, publicada a sentença o juiz
poderá alterá-la para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou
erros de cálculo.

45. MPT/MPT/2017
Com relação às tutelas inibitória e específica, analise as assertivas a seguir:
I - Nas ações que tenham como objeto a prestação de fazer ou não fazer, caso procedente o
pedido, o juiz concederá a tutela específica, ou indenização equivalente por ele arbitrada,
devendo escolher a que for menos gravosa ao devedor.
II - Nas ações que buscam a tutela inibitória, a remoção da ilicitude ocasionará a perda de
objeto, terminando o processo sem resolução do mérito, conforme expressamente previsto no
Código de Processo Civil.
III - A tutela inibitória consiste na concessão pelo juiz, em ações que tenham por objeto a
prestação de fazer e não fazer, de tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou
a continuação do ilícito, ou a sua remoção.
IV - Para a concessão da tutela inibitória é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano
ou da existência de culpa ou dolo.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) Apenas as assertivas I e II estão incorretas.
b) Apenas a assertiva III está incorreta.
c) Apenas a assertiva IV está incorreta.
d) Todas as assertivas estão corretas.
e) Não respondida.

Comentários
Vamos analisar cada um dos itens.
O item I está incorreto. De acordo com o art. 497, do NCPC, na ação que tenha por objeto a prestação
de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela específica ou
determinará providências que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.
O item II está incorreto. O parágrafo único, do art. 497, da Lei nº 13.105/15, estabelece que para a
concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou a continuação de um
ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência de
culpa ou dolo.
Os itens III e IV estão corretos, com base no parágrafo único, do art. 497, da referida Lei:

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Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou a continuação
de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência de culpa
ou dolo.
Assim, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

46. IESES/TJ-RO/2017
Não haverá resolução do mérito pelo juiz quando:
I. O processo ficar parado durante mais de 6 (seis) meses por negligência das partes.
II. Reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada.
III. Decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição.
IV. Ocorrer renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
A sequência correta é:
a) Apenas a assertiva II está correta.
b) Apenas as assertivas I, II, III estão corretas.
c) Apenas as assertivas I e III estão corretas.
d) As assertivas I, II, III e IV estão corretas.

Comentários
Vamos analisar cada um dos itens.
O item I está incorreto. Conforme os termos do art. 485, II, do NCPC, o juiz não resolverá o mérito
quando o processo ficar parado durante mais de 1 ano por negligência das partes.
O item II está correto. Vejamos o art. 485, V, da Lei nº 13.105/15:
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
O item III está incorreto. De acordo com o art. 487, II, da referida Lei, haverá resolução de mérito
quando o juiz decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência da decadência ou prescrição.
O item IV está incorreto. Conforme os termos do art. 487, III, “c”, do NCPC, haverá resolução de
mérito quando o juiz decidir homologar a renúncia à pretensão formulada na ação ou na
reconvenção.
Portanto, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

47. CS-UFG/TJ-GO/2017
A sentença de procedência total em ação de rescisão contratual, cumulada com restituição de
importâncias pagas, tem natureza
a) declaratória e constitutiva.
b) constitutiva negativa.

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c) constitutiva negativa e condenatória.


d) mandamental.
e) declaratória meramente.

Comentários
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Como se trata de rescisão contratual, há uma
extinção da relação jurídica, ou seja, uma ação de natureza constitutiva negativa. A restituição de
importâncias pagas, por seu turno, traduz-se em sentença condenatória.
Lembre-se:
✓ A sentença declaratória tem por objeto simplesmente a declaração da existência ou inexistência de relação jurídica, ou
da autenticidade ou falsidade de documento.
✓ Na sentença constitutiva, além da declaração do direito, há a constituição de novo estado jurídico, ou a criação ou a
modificação de relação jurídica.
✓ A sentença mandamental é aquela que, além de declaração, contém uma ordem.

48. CS-UFG/TJ-GO/2017
A coisa julgada material é a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito
não mais sujeita a recurso e
a) engloba a questão prejudicial, desde que instaurada ação declaratória incidental.
b) estende-se às partes entre as quais é dada, podendo, no entanto, prejudicar terceiros,
quando estes poderiam ter intervindo na lide e não o fizeram.
c) permite no curso do processo discussão de questões já decididas anteriormente.
d) engloba os motivos determinantes, para determinar o alcance da parte dispositiva da
sentença.
e) engloba a questão prejudicial decidida, se da sua solução depender o julgamento do mérito,
se tiver havido contraditório efetivo e se o juízo for competente para decidi-la como questão
principal.

Comentários
A alternativa A está incorreta. Essa alternativa está incorreta, pois não é necessária a instauração
de ação declaratória incidental para que a coisa julgada material englobe a questão prejudicial. A
doutrina já entendia dessa forma e, agora, há enunciado da Fórum Permanente de Processualistas
Civis nesse sentido:
Enunciado 165: A análise de questão prejudicial incidental, desde que preencha os pressupostos dos parágrafos
do art. 503, está sujeita à coisa julgada, independentemente de provocação específica para o seu
reconhecimento.
A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 506, Lei nº 13.105/15, a sentença faz coisa
julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros.
A alternativa C está incorreta. Com base no art. 507, da referida Lei, é vedado à parte discutir no
curso do processo as questões já decididas a cujo respeito se operou a preclusão.

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A alternativa D está incorreta. O art. 504, I, do NCPC, estabelece que não fazem coisa julgada os
motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 503, caput, combinado
com o §1º, da Lei nº 13.105/15:
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal
expressamente decidida.
§ 1o O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentemente no
processo, se:
I - dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia;
III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal.

49. Serctam/Prefeitura de Quixadá – CE/2016


Marque a alternativa incorreta.
a) No novo regime jurídico elaborado pela Lei n º 13.105/2015, as questões prejudiciais, ainda
que não sejam questões principais, podem fazer coisa julgada.
b) Com o advento da Lei nº 13.105/2015, a decisão acerca da questão prejudicial não pode
fazer coisa julgada material.
c) Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas as
alegações e as defesas que a parte poderia opor, tanto ao acolhimento quanto à rejeição do
pedido.
d) A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, podendo beneficiar terceiros.
e) A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão
principal expressamente decidida.

Comentários
A alternativa A está correta, conforme prevê o art. 503, do NCPC. Há certas restrições à aplicação
da coisa julgada à questão prejudicial, contudo, como diz a alternativa, as questões prejudiciais
PODEM fazer coisa julgada.
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal
expressamente decidida.
§ 1o O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentemente no
processo, se:
I - dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia;
III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal.
§ 2o A hipótese do § 1o não se aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações à cognição que
impeçam o aprofundamento da análise da questão prejudicial.

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A alternativa B está incorreta e é o gabarito da questão. A decisão acerca da questão prejudicial


pode fazer coisa julgada material.
A alternativa C está correta, pois reproduz o art. 508.
Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações
e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido.
A alternativa D está correta, com base no art. 506. Observe que o dispositivo legal proíbe que a coisa
julgada prejudique terceiros, dessa forma, o benefício é permitido.
Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros.
A alternativa E está correta. É o que dispõe o caput, do art. 503, descrito acima.

50. Serctam/Prefeitura de Quixadá – CE/2016


Julgue os itens abaixo. Depois marque a alternativa correta.
I - São elementos essenciais da sentença: o relatório, que conterá os nomes das partes, a
identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais
ocorrências havidas no andamento do processo; os fundamentos, em que o juiz analisará as
questões de fato e de direito e o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que
as partes lhe submeterem.
II - Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença
ou acórdão, que deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado
pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação
do entendimento e que invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão.
III - No caso de colisão entre princípios e regras o juiz deve justificar o objeto e os critérios
gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma
afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão.
IV - Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a
decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de
juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, salvo quando não
for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido ou a apuração do valor devido
depender da produção de prova de realização demorada ou excessivamente dispendiosa,
assim reconhecida na sentença.
V - A sentença deverá distribuir entre os litisconsortes, de forma expressa, a responsabilidade
proporcional pelo pagamento das despesas e honorários.
a) Os itens I e II são falsos.
b) Todas alternativas são corretas.
c) O item III é falso e o item V verdadeiro.
d) Os itens I, III e V estão corretos e os itens II e IV falsos.
e) Os itens I e II estão corretos e os demais falsos.

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Comentários
Vamos analisar cada um dos itens:
O item I está correto, pois reproduz o art. 489, I, II e III, do NCPC. Veja que o item cita esses elementos
da sentença:
Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação,
e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem.
O item II está correto, com base no art. 489, §1º, III e VI.
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a
existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
O item III está correto, conforme prevê o art. 489, §2º.
§ 2o No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada,
enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam
a conclusão.
O item IV está correto, de acordo com o art. 491, I e II.
Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a decisão
definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de
ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando:
I - não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido;
II - a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou excessivamente
dispendiosa, assim reconhecida na sentença.
O item V está correto, segundo o art. 87, §1º.
Art. 87. Concorrendo diversos autores ou diversos réus, os vencidos respondem proporcionalmente pelas
despesas e pelos honorários.
§ 1o A sentença deverá distribuir entre os litisconsortes, de forma expressa, a responsabilidade proporcional pelo
pagamento das verbas previstas no caput.
Portanto, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.
Note que essa foi uma questão absolutamente literal, que cobrou vários dispositivos do NCPC.

51. Quadrix/CRO – PR/2016


Nos termos do artigo 487 do Código de Processo Civil de 2015, haverá resolução de mérito
quando o juiz:
a) pronunciar a decadência ou a prescrição.
b) homologar a desistência da ação.

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c) reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada.


d) verificar a ausência de legitimidade ou interesse processual.
e) acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem.

Comentários
Vejamos, primeiramente, o art. 487, do NCPC.
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;
III - homologar:
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;
b) a transação;
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
Assim, de acordo com os dispositivos acima, haverá resolução de mérito no caso de o juiz decidir
dobre a ocorrência de decadência ou prescrição. Essa decisão poderá ocorrer de ofício ou a partir
de requerimento das partes.
Portanto, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

52. TRT-4ªR/TRT-4ªR/2016
Considere as assertivas abaixo sobre fundamentos das decisões judiciais.
I - No caso de colisão entre normas, o Juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da
ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada
e as premissas fá- ticas que fundamentam a conclusão.
II - Não serão consideradas fundamentadas as decisões interlocutórias, caso haja referência
apenas à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação
com a causa ou a questão decidida.
III - É fundamentada a sentença que deixar de seguir o enunciado de súmula, jurisprudência ou
precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em
julgamento ou a superação do entendimento.
Quais são corretas?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e II
e) I, II e III

Comentários

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Vamos analisar cada um dos itens. Aqui temos mais uma questão literal. Acreditamos que as
questões de prova venham nesse sentido, por isso leia e releia o NCPC.
O item I está correto, conforme estabelece o §2º, do art. 489, do NCPC.
§ 2o No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada,
enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam
a conclusão.
O item II está correto, com base no §1º, I, ainda do art. 489.
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa
ou a questão decidida;
O item III está incorreto. De acordo com o §1º, VI, do art. 489, não se considera fundamentada a
sentença que deixar de seguir o enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela
parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do
entendimento.
Dessa forma, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

53. IBF/Câmara de Franca – SP/2016


Faz coisa julgada:
a) a decisão que julgar parcialmente o mérito, passando a ter força de lei nos limites da questão
principal expressamente decidida.
b) os motivos, desde que relevantes para determinar o alcance da parte dispositiva da
sentença.
c) a decisão que se pronunciar sobre a questão prejudicial, no caso de revelia.
d) a decisão que se pronunciar sobre a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da
sentença.

Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, pois se refere ao caput do art. 503, do NCPC.
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal
expressamente decidida.
A alternativa B está incorreta. Não fazem coisa julgada os motivos, ainda que sejam importantes
para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença. Vejamos o dispositivo legal:
Art. 504. Não fazem coisa julgada:
I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença;
A alternativa C está incorreta. De acordo com o §1º, do art. 503, a decisão que se pronunciar sobre
a questão prejudicial não fará coisa julgada no caso de revelia. Para que o julgamento de questão
prejudicial faça coisa julgada é necessário que tenha havido o contraditório prévio e efetivo sobre
essa questão.

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§ 1o O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentemente no


processo, se:
I - dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia;
III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal.
A alternativa D está incorreta. Segundo o art. 504, II, não fazem coisa julgada a verdade dos fatos,
estabelecida como fundamento da sentença.
Art. 504. Não fazem coisa julgada:
II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença.

54. FAURGS/TJ-RS/2016
Assinale a alternativa que apresenta a afirmação correta a respeito do instituto da coisa julgada
no Direito Processual Civil.
a) A coisa julgada material é a imutabilidade da decisão judicial dentro do processo em que foi
proferida.
b) A coisa julgada formal é a indiscutibilidade da decisão judicial no processo em que foi
produzida ou em qualquer outro.
c) A coisa julgada ultra partes é aquela que somente vincula aqueles que figuraram no processo
como parte.
d) A coisa julgada torna preclusa a possibilidade de discutir o deduzido e torna irrelevante
suscitar o que poderia ser deduzido
e) A coisa julgada secundum eventum probationis é aquela que somente é produzida quando
a demanda for julgada procedente.

Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 502, do NCPC, denomina-se coisa julgada
material a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a
recurso.
O que impede a modificação da decisão apenas dentro do processo em que foi proferida é a coisa
julgada formal.
A alternativa B está incorreta. Conforme já mencionado, o que impede a decisão de ser discutida
em qualquer outro processo, além de no próprio processo em que foi proferida, é a coisa julgada
material.
A alternativa C está incorreta. A coisa julgada que se limita às partes que figuraram no processo
é intra partes. A coisa julgada ultra partes ultrapassa os limites subjetivos do processo.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. O art. 508 faz referência à eficácia preclusiva
da coisa julgada
Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações
e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido.

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A alternativa E está incorreta. A coisa julgada secundum eventum probationis é formada quando o
pedido é julgado improcedente por insuficiência de provas.

55. FAURGS/TJ-RS/2016
Na vigência do Novo Código de Processo Civil, instituído pela Lei nº 13.105/2015, Antônio
propõe ação em face de Ovídio, pedindo ordem para cumprimento de obrigação de fazer
cumulada com indenização por danos materiais. Após a regular instrução do feito, passa-se à
fase decisória. Nesse caso, quanto à sentença, assinale a alternativa correta.
a) Se, após contraditório prévio e efetivo, o juiz absolutamente competente fixar na sentença
a liquidação por procedimento comum para os danos materiais, uma vez transitada em julgado
a decisão, a forma de liquidação não poderá ser alterada, por estar protegida pela coisa julgada.
b) Após contraditório prévio e efetivo e uma vez transitada em julgado a decisão do juiz
absolutamente competente, não será possível a Ovídio obter alterações no julgado calcadas
em supostas modificações de fato ou de direito supervenientes, mesmo se a obrigação de fazer
referir-se à relação jurídica de trato continuado.
c) Se, após contraditório prévio e efetivo, o juiz absolutamente competente fixar, na sentença,
a técnica da multa diária para o cumprimento da obrigação de fazer, uma vez transitada em
julgado a decisão, a técnica executiva não poderá ser alterada, por estar protegida pela coisa
julgada.
d) Se, após contraditório prévio e efetivo, o juiz absolutamente competente decidir questão
prejudicial de cuja solução dependa o mérito da causa, uma vez transitada em julgado a
decisão, não será possível a Ovídio rediscutir tal questão em ação futura, por estar protegida
pela coisa julgada.
e) Se, após contraditório prévio e efetivo, o juiz absolutamente competente reconhecer, em
sentença, que o valor da indenização é menor do que 40 salários mínimos nacionais, a
motivação poderá ser feita de maneira sucinta, omitindo-se o relatório.

Comentários
Essa questão mescla conhecimentos de sentença, coisa julgada e liquidação de sentença. Vejamos
cada uma das alternativas:
A alternativa A está incorreta. A forma de liquidação poderá, sim, ser alterada, caso o juiz julgue
necessário. O art. 509, §4º, do NCPC, prevê que o que é vedado, na liquidação, é que a lide seja
novamente discutida ou que a sentença seja modificada.
§ 4o Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou.
A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 505, I, tratando-se da obrigação à relação
jurídica de trato continuado, possíveis modificações de fato ou de direito supervenientes poderão
refletir na alteração da decisão.
As relações jurídicas continuativas não se acobertam pela coisa julgada material.
Art. 505. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas relativas à mesma lide, salvo:

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I - se, tratando-se de relação jurídica de trato continuado, sobreveio modificação no estado de fato ou de direito,
caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença;
A alternativa C está incorreta. Segundo o art. 537, §1º, o valor da multa poderá ser modificado ou
excluído, a critério do juiz.
§ 1o O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o valor ou a periodicidade da multa vincenda ou excluí-
la, caso verifique que:
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, conforme estabelece o art. 503, §1º, I.
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal
expressamente decidida.
§ 1o O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentemente no
processo, se:
I - dessa resolução depender o julgamento do mérito;
A alternativa E está incorreta. No procedimento comum, o relatório é parte essencial da sentença,
não podendo o juiz dispensá-lo. Vejamos o art. 489, I.
Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação,
e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
Ademais, o fato de o valor da condenação ser inferior a quarenta vezes o salário mínimo não significa
que a ação tenha tramitado segundo o rito dos juizados especiais cíveis.

56. FMP/MPE-AM/2015/Adaptada ao NCPC


Sobre o tema da coisa julgada no Código de Processo Civil vigente, é CORRETO dizer que
a) a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença, faz coisa julgada.
b) não faz coisa julgada a apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente no
processo, em nenhuma hipótese.
c) passada em julgado a sentença de mérito, reputar-se-ão deduzidas e repelidas todas as
alegações e defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento como à rejeição do pedido.
d) está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada
pelo tribunal, a sentença proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal e o Município,
mas não contra as respectivas autarquias e fundações de direito público, que estão
dispensadas do duplo grau de jurisdição.
e) é permitido à parte discutir, no curso do processo, as questões já decididas, mesmo naqueles
casos em que se operou a preclusão.

Comentários
A alternativa A está incorreta. Segundo o art. 504, II, do NCPC, a verdade dos fatos, estabelecida
como fundamento da sentença, não faz coisa julgada.
A alternativa B está incorreta. Se houver ação declaratória incidental, a questão prejudicial fará
coisa julgada.

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A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, com base no art. 508.


Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações
e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido.
A alternativa D está incorreta. Conforme previsto no art. 496, I, está sujeita ao duplo grau de
jurisdição, não produzindo efeito, senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença proferida
contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações de direito público.
A alternativa E está incorreta. De acordo com o art. 507, é vedado à parte discutir, no curso do
processo, as questões já decididas a cujo respeito se operou a preclusão.

57. NC-UFPR/COPEL/2015
Acerca da sentença e da coisa julgada no vigente Código de Processo Civil, julgue o item a
seguir.
A verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença, faz coisa julgada material.

Comentários
A assertiva está incorreta. A verdade dos fatos e os motivos da sentença não fazem coisa julgada de
acordo com o art. 504, do NCPC.
Art. 504. NÃO fazem coisa julgada:
I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença;
II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença.

58. NC-UFPR/COPEL/2015
Acerca da sentença e da coisa julgada no vigente Código de Processo Civil, julgue o item a
seguir.
É lícito à parte discutir, no curso do processo, as questões já decididas, a cujo respeito se
operou a preclusão.

Comentários
A assertiva está incorreta, pois contraria o art. 507. Não é permitido discutir questões já decididas
sobre as quais se operou a preclusão, ou seja, questões cujo prazo para manifestação já se encerrou.
Art. 507. É vedado à parte discutir no curso do processo as questões já decididas a cujo respeito se operou a
preclusão.

59. IESES/CEGÁS/2017
Segundo o Novo Código de Processo Civil (lei 13.105/2015), denomina-se coisa julgada material
a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso.
A respeito da coisa julgada, podemos afirmar:

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a) Antes do trânsito em julgado da decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas


todas as alegações e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à
rejeição do pedido.
b) A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, mesmo prejudicando terceiros.
c) Não fazem coisa julgada: os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da
parte dispositiva da sentença e a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da
sentença.
d) É permitido à parte discutir no curso do processo as questões já decididas a cujo respeito se
operou a preclusão, desde que se sinta prejudicada.

Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 508, do NCPC, considerar-se-ão deduzidas e
repelidas todas as alegações e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à
rejeição do pedido, após transitada em julgado a decisão de mérito.
A alternativa B está incorreta. Com base no art. 506, da Lei nº 13.105/15, a sentença faz coisa julgada
às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros.
A alternativa C é correta e gabarito da questão, conforme prevê o art. 504, da referida Lei:
Art. 504. Não fazem coisa julgada:
I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença;
II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença.
A alternativa D está incorreta. O art. 507, do NCPC, estabelece que é vedado à parte discutir no
curso do processo as questões já decididas a cujo respeito se operou a preclusão.

60. INSTITUTO AOCP/EBSERH/2017


Com relação ao novo CPC, assinale a alternativa correta.
a) O réu poderá oferecer contestação, por petição e através de advogado, no prazo de dez dias.
b) Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as
alegações de fato formuladas pelo autor, inclusive quando houver pluralidade de réus e
somente um deles contestar a demanda.
c) O ônus da prova caberá sempre ao autor da ação, que é quem está pleiteando algo, não
sendo possível a inversão do ônus da prova ao réu.
d) O juiz não resolverá o mérito quando o processo ficar parado mais de um ano por negligência
das partes ou quando reconhecer a existência de perempção, litispendência ou coisa julgada.
e) Transitada em julgado a decisão de mérito, consideram-se resolvidas todas as alegações e
as defesas que a parte poderia opor tão somente em relação ao acolhimento do pedido.

Comentários

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A alternativa A está incorreta. Segundo o art. 335, caput, da Lei nº 13.105/15, o prazo para
oferecimento de contestação é de 15 dias, e não 10.
Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a
data:
A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 345, da referida Lei, havendo pluralidade de
réus, quando um deles contestar a demanda, não haverá incidência dos efeitos da revelia sobre os
demais.
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:
I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
A alternativa C está incorreta. A regra geral, é de que o autor deve provar os fatos constitutivos de
seu direito, e o réu deve provar os fatos extintivos, modificativos e impeditivos do direito do autor.
Portanto, é errado dizer que o ônus da prova caberá sempre ao autor da ação.
A alternativa D é correta e gabarito da questão. Visto que, essas são hipóteses em que o processo
deverá ser extinto sem resolução do mérito. Vejamos o art. 485, II e V, do NCPC:
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
A alternativa E está incorreta. O art. 508, da Lei nº 13.105/15, estabelece que após transitada em
julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações e as defesas
que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido.

61. Quadrix/SEDF/2017
Julgue o item subsequente em relação ao Direito Processual Civil.
A extinção do processo dar‐se‐á por sentença, conforme normas do novo ordenamento
processual civil. É correto afirmar que a ausência de legitimidade ou de interesse processual
acarreta sentença extintiva sem a apreciação do mérito, sendo que, quando se reconhece a
perempção, a litispendência ou a coisa julgada, a sentença extintiva é proferida com a
apreciação do mérito da demanda.

Comentários
De fato, tem natureza de sentença, a decisão judicial que põe fim à fase cognitiva do procedimento
comum ou que extingue a execução. É o que dispõe o §2º, do art. 203, do NCPC:
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
§ 2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1o.
Além disso, de acordo com o art. 485, VI, da Lei nº 13.105/15, a ausência de legitimidade ou de
interesse processual acarreta na extinção do processo sem resolução do mérito.
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;

Direito Processual Civil p/ TJ-PA (Analista - Direito e Oficial de Justiça)Com Videoaulas-Pós-Edital 124
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Porém, o reconhecimento da perempção, litispendência ou coisa julgada levam à prolação de uma


sentença terminativa, ou seja, que não aprecia o mérito da ação. Vejamos o art. 485, V, da referida
Lei:
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
É errado afirmar que o reconhecimento da perempção, litispendência ou coisa julgada levam à
prolação de sentença com apreciação do mérito.
Dessa forma, a assertiva está incorreta.

62. AOCP/TRT-1ª R/2018


Marlene ajuizou ação de indenização por danos morais contra Salete, sendo que seu pedido
foi julgado procedente, condenando a ré em dez mil reais. Transitada em julgado a sentença,
Salete não realizou o pagamento, mesmo diante de intimação solicitada por Marlene para que
viesse a cumprir sua obrigação definida em sentença. Diante da inadimplência, Marlene
requereu a instauração da fase de cumprimento de sentença visando forçar o cumprimento da
obrigação definida pelo título judicial. De acordo com o Código de Processo Civil de 2015,
quanto ao procedimento de Cumprimento de Sentença Por Quantia Certa, assinale a
alternativa correta.
a) Caso Salete realize impugnação ao cumprimento de sentença manejado por Marlene, não
poderá ela se valer de pedido de suspensão do cumprimento de sentença, visto que o Código
de Processo Civil de 2015 veda tal possibilidade.
b) Caso Salete realize impugnação ao cumprimento de sentença manejado por Marlene,
limitando sua alegação a excesso de execução sem apresentar memória de cálculo do valor que
entende devido, sua impugnação sofrerá rejeição liminar.
c) Para que possa Marlene manejar seu cumprimento de sentença, poderá ela realizar a mera
alegação do valor que se entende devido, sendo tal ato suficiente para basear o pedido de
instauração do cumprimento de sentença de pagamento de quantia, cabendo ao alegado
devedor discutir o valor, caso equivocado.
d) Caso Salete verifique a possibilidade e interesse de manejo de impugnação ao cumprimento
de sentença, será ela obrigada a realizar a garantia do juízo, sendo aceitas tanto a caução
quanto eventual penhora já realizada nos autos.
e) Caso Salete verifique a possibilidade e interesse de manejo de impugnação ao cumprimento
de sentença, terá ela o prazo de 15 (quinze) dias para tanto, contados da intimação para
cumprir a sentença.

Comentários
A alternativa A está incorreta. A suspensão é sim possível, com base no art. 525, § 6º, do CPC.
Vejamos:
§ 6o A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos, inclusive os de expropriação,
podendo o juiz, a requerimento do executado e desde que garantido o juízo com penhora, caução ou depósito

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suficientes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da


execução for manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Quando Salete realiza a impugnação ao
cumprimento de sentença manejado por Marlene, limitando sua alegação a excesso de execução
sem apresentar memória de cálculo do valor que entende devido, recai sobre ela a disciplina dos §§
4º e 5º do art. 525, do CPC. Confiram:
§ 4o Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante
da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo
discriminado e atualizado de seu cálculo.
§ 5o Na hipótese do § 4o, não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, a impugnação
será liminarmente rejeitada, se o excesso de execução for o seu único fundamento, ou, se houver outro, a
impugnação será processada, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução.
A alternativa C está incorreta. Não basta apresentar o valor que se entende devido. É preciso que o
requerimento seja instruído com demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, devendo a
petição conter todos os requisitos do art. 524, do CPC.
A alternativa D está incorreta. A impugnação não depende da garantia do juízo. Confiram o que
dispõe o art. 525, caput:
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze)
dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos,
sua impugnação.
E a alternativa E também está incorreta. O termo inicial do para impugnar começa do fim do prazo
de 15 (quinze) dias para o pagamento, previsto no art. 523. Vejam o art. 523 c/c o art. 525:
Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela
incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado
intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.
(...)
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto noart. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze)
dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos,
sua impugnação.

63. AOCP/TRT-1ª R/2018


Preencha as lacunas e assinale a alternativa correta. Para o Novo Código de Processo Civil, são
exemplos de títulos executivos judiciais _____________________ e
______________________, não se enquadrando na mesma classificação
____________________ e ______________________.
a) decisão homologatória de autocomposição extrajudicial / sentença arbitral / o crédito
decorrente de foro laudêmio / o contrato de seguro de vida em caso de morte
b) certidão de dívida ativa formal / certidão de partilha / a sentença arbitral / a nota
promissória
c) sentença penal condenatória / instrumento de transação referendado pelo ministério
público / warrant / cheque

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d) sentença estrangeira homologada / decisão interlocutória / o acordo referendado pelo MP


/ a sentença arbitral
e) escritura pública / certidão expedida por serventia notarial / a letra de câmbio formal / a
certidão de partilha

Comentários
A questão quer que o candidato aponte a alternativa que apresenta dois títulos executivos judiciais
seguidos de dois títulos executivos extrajudiciais.
Vejamos cada uma das alternativas:
Alternativa A:
decisão homologatória de autocomposição extrajudicial → título executivo judicial (art. 515, III)
sentença arbitral → título executivo judicial (art. 515, VII)
o crédito decorrente de foro laudêmio → título executivo extrajudicial (art. 784, VII)
o contrato de seguro de vida em caso de morte → título executivo extrajudicial (art. 784, VI)
Alternativa B:
certidão de dívida ativa formal → título executivo extrajudicial (art. 784, IX)
certidão de partilha → título executivo judicial (art. 515, IV)
a sentença arbitral → título executivo judicial (art. 515, VII)
a nota promissória → título executivo extrajudicial (art. 784, I)
Alternativa C:
sentença penal condenatória → título executivo judicial (art. 515, VI)
instrumento de transação referendado pelo ministério público → título executivo extrajudicial (art.
784, IV)
warrant → título executivo extrajudicial (art. 784, I)
cheque → título executivo extrajudicial (art. 784, I)
Alternativa D:
sentença estrangeira homologada → título executivo judicial (art. 515, VIII)
decisão interlocutória → Não é título
o acordo referendado pelo MP → título executivo extrajudicial (art. 784, IV)
a sentença arbitral → título executivo judicial (art. 515, VII)
Alternativa E:
escritura pública → título executivo extrajudicial (art. 784, II)
certidão expedida por serventia notarial → título executivo extrajudicial (art. 784, IX)

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a letra de câmbio formal → título executivo extrajudicial (art. 784, I)


a certidão de partilha → título executivo judicial (art. 515, IV)
A alternativa A, portanto, é o gabarito da questão.

64. CEBRASPE/PGM-Manaus/2018
Das disposições do CPC relativas aos procedimentos especiais e ao processo de execução,
julgue os itens a seguir.
A execução de título executivo judicial se da em faze processual posterior à sua formação,
denominada processo de execução.

Comentários

A assertiva está incorreta. A execução de título executivo judicial se dá por cumprimento de


sentença, conforme estabelece o art. 515 do NCPC.

65. MPE-RS/MPE-RS/2017
Assinale com V (verdadeiro) ou com F (falso) as seguintes afirmações sobre o tema da
liquidação de sentença, segundo o disposto no Código de Processo Civil.
( ) Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua
liquidação, a requerimento do credor ou do devedor: por arbitramento, quando determinado
pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação;
ou pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo.
( ) Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres
ou documentos elucidativos, no prazo máximo de 15 (quinze) dias, e, caso não possa decidir
de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial.
( ) A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em autos
apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças
processuais pertinentes.
( ) Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, não é lícito ao credor
promover simultaneamente a execução daquela e a liquidação desta.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) F – V – F – F.
b) F – V – F – V.
c) V – V – F – F.
d) F – F – V – V.
e) V – F – V – F.

Comentários
Vamos analisar cada uma das afirmativas.

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A primeira afirmativa é verdadeira, nos termos do art. 509, caput, da Lei nº 13.105/15:
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a
requerimento do credor ou do devedor:
I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza
do objeto da liquidação;
II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo.
A segunda afirmativa é falsa. No caso de liquidação por arbitramento, o prazo não será,
necessariamente, de 15 dias. O juiz deve fixar o prazo que entender necessário e adequado para
referida liquidação. Vejamos o art. 510, da referida Lei:
Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou
documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se,
no que couber, o procedimento da prova pericial.
A terceira afirmativa é verdadeira, pois é o que dispõe o art. 512, do NCPC:
Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em autos apartados no
juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes.
Por fim, a quarta afirmativa é falsa. De acordo com o §1º, do art. 509, da Lei nº 13.105/15, quando
na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente
a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta.
Assim, a alternativa E é correta e gabarito da questão.

66. FMP Concursos/PGE-AC/2017


Considere as seguintes afirmativas sobre o tema do cumprimento da sentença no âmbito do
Código de Processo Civil. Assinale a alternativa INCORRETA.
a) Todas as questões relativas à validade do procedimento de cumprimento da sentença e dos
atos executivos subsequentes somente poderão ser arguidas pelo executado em autos
apartados e nestes serão decididas pelo juiz.
b) A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei,
depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário.
c) No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão
sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do
exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias,
acrescido de custas, se houver.
d) No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não
fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a
obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à
satisfação do exequente.
e) Não cumprida a obrigação de entregar coisa no prazo estabelecido na sentença, será
expedido mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse em favor do credor, conforme
se tratar de coisa móvel ou imóvel.

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Comentários
A alternativa A está incorreta e é o gabarito da questão. Não há que se falar em autos apartados.
Vejamos o art. 518, do NCPC:
Art. 518. Todas as questões relativas à validade do procedimento de cumprimento da sentença e dos atos
executivos subsequentes poderão ser arguidas pelo executado nos próprios autos e nestes serão decididas pelo
juiz.
A alternativa B está correta, pois é o que dispõe o art. 517, caput, do NCPC.
A alternativa C está correta, pois é o que dispõe o art. 523, caput, do NCPC.
A alternativa D está correta, pois é o que dispõe o art. 536, caput, do NCPC.
A alternativa E está correta, pois é o que dispõe o art. 538, caput, do NCPC.

67. IESES/TJ-RO/2017
De acordo com as normas processuais vigentes podemos afirmar que são exemplos de títulos
executivos judiciais:
I. As sentenças estrangeiras homologadas pelo Superior Tribunal de Justiça.
II. As decisões homologatórias de autocomposição judicial.
III. As sentenças penais condenatórias transitadas em julgado.
IV. As decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de
pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa.
A sequência correta é:
a) As assertivas I, II, III e IV estão corretas.
b) Apenas as assertivas I e III estão corretas.
c) Apenas a assertiva II está correta.
d) Apenas as assertivas I, II, III estão corretas.

Comentários
A questão exige o conhecimento do art. 515, do NCPC. Vamos analisar cada um dos itens.
O item I está correto. De acordo com o inc. VIII:
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste
Título:
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
O item II está correto. Conforme o inc. II:
II - a decisão homologatória de autocomposição judicial;
O item III está correto. Nos termos do inc. VI:
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;
O item IV está correto. De acordo com o inc. I:

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I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de
fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
Assim, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

68. PUC-PR/TJ-MS/2017
Acerca do cumprimento de sentença, nos termos do Código de Processo Civil, é CORRETO
afirmar:
a) A multa de 10% (dez por cento), bem como os honorários advocatícios de 10% (dez por
cento), previstos para o caso de não ocorrer o pagamento voluntário, também incidem no
cumprimento provisório de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa.
b) A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei,
desde que antes de transcorrido o prazo para pagamento voluntário.
c) No cumprimento definitivo de sentença condenatória, transcorrido o prazo de quinze dias,
sem o pagamento voluntário, procede-se à penhora de tantos bens quanto bastem à garantia
da execução, a partir de quando se inicia o prazo de quinze dias para que o executado,
independentemente de nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação.
d) O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende os
alimentos atuais, ou seja, as prestações alimentares que vencerem no curso do processo.
e) No cumprimento de sentença que reconheça exigibilidade de obrigação de fazer ou de não
fazer, a decisão que fixa a multa (astreintes) não é passível de cumprimento provisório, pois o
levantamento do valor somente pode ser realizado após o trânsito em julgado da sentença
favorável à parte.

Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, conforme dispõe o §2º, do art. 520,
combinado com o art. 523, §1º, ambos do NCPC:
Art. 520
§ 2o A multa e os honorários a que se refere o § 1o do art. 523 são devidos no cumprimento provisório de
sentença condenatória ao pagamento de quantia certa.
Art. 523.
§ 1o Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento
e, também, de honorários de advogado de dez por cento.
A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 517, caput, da Lei nº 13.105/15, depois de
transcorrido o prazo para pagamento voluntário, a decisão judicial transitada em julgado poderá ser
levada a protesto.
Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de
transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523.
A alternativa C está incorreta. Com base no art. 525, caput, da referida Lei, após transcorrido o prazo
de quinze dias, no cumprimento definitivo de sentença condenatória, inicia-se um novo prazo, para
que o executado apresente sua impugnação.

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Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze)
dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos,
sua impugnação.
A alternativa D está incorreta. Vejamos o §7º, do art. 528, do NCPC:
§ 7o O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as 3 (três) prestações
anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo.
A alternativa E está incorreta. Nos termos do §3º, do art. 537, da Lei nº 13.105/15, no cumprimento
de sentença, a decisão que fixa a multa é passível de cumprimento provisório, permitido o
levantamento do valor após o trânsito em julgado da sentença.
§ 3º A decisão que fixa a multa é passível de cumprimento provisório, devendo ser depositada em juízo,
permitido o levantamento do valor após o trânsito em julgado da sentença favorável à parte.

69. IBADE/Câmara de Santa Maria Madalena – RJ/2016


No que respeita à liquidação de sentença, é correto afirmar que:
a) é julgada por meio de sentença.
b) quando é realizada por arbitramento, sempre será necessária a perícia.
c) o devedor não possui legitimidade para requerê-la.
d) é cabível para obrigações fungíveis.
e) o seu resultado nunca pode ser zero.

Comentários
A alternativa A está incorreta. A sentença e a liquidação são fases diferentes do procedimento. A
liquidação é uma decisão interlocutória e não uma sentença. Trata-se de um incidente processual.
A alternativa B está incorreta. Apenas se não for possível decidir de plano, com os documentos
acostados pelas partes, o juiz nomeará um perito. Vejamos o art. 510, do NCPC.
Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou
documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-
se, no que couber, o procedimento da prova pericial.
A alternativa C está incorreta. A liquidação pode se dar a partir de requerimento do credor ou do
devedor, de acordo com o art. 509, do NCPC.
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a
requerimento do credor ou do devedor:
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. A Liquidação de sentença poderá ocorrer
para determinar obrigações fungíveis, ou seja, uma coisa passível de ser substituída por outra coisa
da mesma espécie, qualidade, quantidade e valor. Por exemplo, o dinheiro.
A alternativa E está incorreta. A liquidação de sentença poderá ter qualquer resultado, inclusive
zero.

70. Quadrix/CRQ 18° Região – PI/2016

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Com relação ao cumprimento de sentença, considerando o disposto no Código de Processo


Civil de 2015, assinale a alternativa incorreta.
a) O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou
definitivo, será feito a requerimento do exequente.
b) Por ocasião da sentença que reconheceu o dever de pagar quantia certa, bem como do
respectivo requerimento do exequente, o devedor será intimado para pagar o débito em 15
dias, sob pena de multa e novos honorários advocatícios.
c) Nos casos de sentença penal condenatória, o cumprimento será realizado perante o juízo
cível competente.
d) Durante o cumprimento de sentença, reconhecendo o crédito do exequente e comprovado
o depósito de trinta por cento do valor em execução, o devedor poderá requerer o
parcelamento da dívida.
e) A apresentação de impugnação ao cumprimento de sentença não impede a prática dos atos
executivos, inclusive os de expropriação, observados os trâmites previstos no Código de
Processo Civil.

Comentários
A alternativa A está correta, pois reproduz o previsto no art. 513, §1º, do NCPC.
§ 1o O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou definitivo, far-se-á a
requerimento do exequente.
A alternativa B está correta, com base no art. 523, §1º. Na condenação por quantia certa, o
cumprimento se dá por requerimento do exequente, ou seja, daquele que solicita a execução a seu
favor, para que o executado seja intimado para pagar no prazo de 15 dias.
Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre
parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o
executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.
§ 1o Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento
e, também, de honorários de advogado de dez por cento.
A alternativa C está correta, conforme prevê o art. 516, III.
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença
estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo.
A alternativa D está incorreta e é o gabarito da questão. Vejamos o art. 916:
Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de trinta
por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executado poderá requerer
que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de
juros de um por cento ao mês.
De acordo com o §7º, o disposto neste artigo não se aplica ao cumprimento de sentença, esse é o
erro da alternativa.
§ 7o O disposto neste artigo NÃO SE APLICA ao cumprimento da sentença.

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A alternativa E está correta, segundo o §6º, do art. 525.


§ 6o A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos, inclusive os de expropriação,
podendo o juiz, a requerimento do executado e desde que garantido o juízo com penhora, caução ou depósito
suficientes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da
execução for manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação.

71. INTEGRI/Câmara de Suzano – SP/2016


As assertivas abaixo estão relacionadas ao procedimento de cumprimento de sentença:
I - No cumprimento de sentença que impuser à Fazenda Pública o dever de pagar quantia certa,
o exequente apresentará demonstrativo discriminado e atualizado do crédito contendo, entre
outros requisitos, o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados.
II - A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga, remessa
ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 15 (quinze) dias e nos próprios autos,
impugnar a execução.
III - Quando se alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à
resultante do título, cumprirá à executada, Fazenda Pública, declarar de imediato o valor que
entende correto, sob pena de não conhecimento da arguição.
IV - Não impugnada a execução ou rejeitadas as arguições da executada Fazenda Pública, por
ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem o ente público foi citado para o
processo, o pagamento de obrigação de pequeno valor será realizado no prazo de 2 (dois)
meses contado da entrega da requisição, mediante depósito na agência de banco oficial mais
próxima da residência do exequente.
a) somente as assertivas I, II e III estão corretas.
b) somente as assertivas I, III e IV estão corretas.
c) somente as assertivas II, III e IV estão corretas.
d) somente as assertivas I, II e IV estão corretas.

Comentários
Vamos analisar cada um dos itens:
O item I está correto, conforme estabelece o art. 534, do NCPC. O dispositivo traz seis requisitos que
devem conter o demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, dentre eles está o disposto no
inciso IV.
Art. 534. No cumprimento de sentença que impuser à Fazenda Pública o dever de pagar quantia certa, o
exequente apresentará demonstrativo discriminado e atualizado do crédito contendo:
IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados;
O item II está incorreto. O prazo para a Fazenda Pública impugnar a execução é de 30 dias e não de
15. Vejamos o caput do art. 535.

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Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga, remessa ou meio
eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a execução, podendo
arguir:
O item III está correto, com base no §2º, do art. 535.
§ 2o Quando se alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante do título,
cumprirá à executada declarar de imediato o valor que entende correto, sob pena de não conhecimento da
arguição.
O item IV está correto, pois se refere ao §3º, II, do art. 535.
§ 3o Não impugnada a execução ou rejeitadas as arguições da executada:
II - por ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem o ente público foi citado para o processo, o
pagamento de obrigação de pequeno valor será realizado no prazo de 2 (dois) meses contado da entrega da
requisição, mediante depósito na agência de banco oficial mais próxima da residência do exequente.
Desse modo, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

72. MPE-RS/2016
Assinale com V (verdadeiro) ou com F (falso) as seguintes afirmações sobre o tema do
cumprimento da sentença, segundo o disposto no Código do Processo Civil.
( ) A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei,
antes mesmo de transcorrido o prazo para pagamento voluntário.
( ) No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão
sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do
exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 10 (dez) dias,
acrescido de custas, se houver.
( ) A execução dos alimentos provisórios, bem como a dos alimentos fixados em sentença ainda
não transitada em julgado, se processa em autos apartados.
( ) No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não
fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a
obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à
satisfação do exequente.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) V – F – V – F.
b) F – V – F – V.
c) V – V – F – F.
d) F – F – V – V.
e) F – V – V – V.

Comentários
Vamos analisar cada uma das afirmativas:

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A primeira afirmativa é falsa. De acordo com o art. 517, do NCPC, a decisão judicial transitada em
julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para
pagamento voluntário.
A segunda afirmativa é falsa. Segundo o art. 523, no caso de condenação em quantia certa, ou já
fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo
da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o
débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.
A terceira afirmativa é verdadeira, conforme prevê o art. 531, §1º.
Art. 531. O disposto neste Capítulo aplica-se aos alimentos definitivos ou provisórios.
§ 1o A execução dos alimentos provisórios, bem como a dos alimentos fixados em sentença ainda não transitada
em julgado, se processa em autos apartados.
A quarta afirmativa é verdadeira, com base no art. 536.
Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o
juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo
resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente.
Portanto, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

73. TRT 2R (SP)/TRT - 2ª REGIÃO (SP)/2016/Adaptada ao NCPC


A respeito da sentença, seus efeitos e liquidação, assinale a alternativa correta:
a) A sentença que condena o réu vale como título constitutivo de hipoteca judiciária, salvo se
o credor puder promover sua execução provisória.
b) O Juiz deve decidir, com efeito de coisa julgada, a questão prejudicial desde que seja
competente e dela não dependa o julgamento do mérito.
c) Na sentença que condena o réu no cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o Juiz
deverá determinar providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do
adimplemento, se inexequível a tutela específica, além de condenar o réu nas perdas e danos.
d) Na fase de liquidação de sentença, operando-se esta por arbitramento, o Juiz intimará as
partes para apresentação de documentos e pareceres o que afasta a necessidade de nomeação
de perito.
e) Compreende-se como fundamento da decisão principal a frase lançada in obiter dictum no
bojo da sentença.

Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 495, §1º, II, do NCPC, a decisão produz a
hipoteca judiciária, ainda que o credor possa promover o cumprimento provisório da sentença ou
esteja pendente arresto sobre bem do devedor.
§ 1o A decisão produz a hipoteca judiciária:
II - ainda que o credor possa promover o cumprimento provisório da sentença ou esteja pendente arresto sobre
bem do devedor;

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A alternativa B está incorreta. Note que, para que a decisão da questão prejudicial faça coisa julgada,
é necessário que dessa resolução dependa o julgamento do mérito. O erro da questão está na
palavra NÃO.
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal
expressamente decidida.
§ 1o O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentemente no
processo, se:
I - dessa resolução depender o julgamento do mérito;
III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 497.
Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o pedido,
concederá a tutela específica ou determinará providências que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado
prático equivalente.
Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou a continuação
de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência de culpa
ou dolo.
A alternativa D está incorreta. Mesmo com a apresentação de documentos elucidativos e pareceres
das partes, caso o juiz não possa decidir de plano, será nomeado o perito. Vejamos o art. 510, do
NCPC.
Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou
documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se,
no que couber, o procedimento da prova pericial.
A alternativa E está incorreta. A expressão obiter dictum significa a parte da decisão que se considera
dispensável, ao contrário do que foi dito na alternativa.

74. FUNECE/UECE/2017
Considerando o cumprimento de sentença, pode-se afirmar corretamente que
a) o cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou
definitivo, far-se-á de ofício.
b) o cumprimento da sentença poderá ser promovido em face do fiador, do coobrigado ou do
corresponsável, ainda que não tenha participado da fase de conhecimento.
c) a autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao processo e versar sobre relação
jurídica que não tenha sido deduzida em juízo.
d) a decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei,
ainda que pendente o prazo para pagamento voluntário.

Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o §1º, do art. 513, do NCPC, o cumprimento de
sentença que reconhece o dever de pagar quantia exige requerimento do exequente.

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§ 1o O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou definitivo, far-se-á a
requerimento do exequente.
O que não exige é o cumprimento de sentença que reconhece a exigibilidade de uma obrigação de
fazer ou de não fazer, podendo ter início tanto a requerimento do exequente, quanto de ofício, pelo
juiz. Vejamos o art. 536, caput:
Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o
juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo
resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente.
A alternativa B está incorreta. Com base no §5º, do art. 513, da Lei nº 13.105/15, o cumprimento da
sentença não poderá ser promovido em face do fiador, do coobrigado ou do corresponsável que não
tiver participado da fase de conhecimento.
A alternativa C é correta e gabarito da questão, pois é o que dispõe o art. 515, §2º, da referida Lei:
§ 2o A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao processo e versar sobre relação jurídica que
não tenha sido deduzida em juízo.
A alternativa D está incorreta. Segundo o art. 517, do NCPC, a decisão judicial transitada em julgado
poderá ser levada a protesto depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário.

75. FUNDEP/MPMG/2018
Assinale a alternativa INCORRETA sobre Cumprimento de Sentença e/ou Processo de Execução:
a) O Código de Processo Civil não dispõe expressamente, nos Títulos e Capítulos destinados à
disciplina do cumprimento de sentença e do processo de execução, se o prazo para pagamento
espontâneo pelo devedor, seja no cumprimento da sentença que reconhece a exigibilidade de
obrigação de pagar quantia certa, seja no processo de execução por quantia certa, deve ser
contado em dias úteis ou corridos.
b) No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de prestar
alimentos, verificada a conduta procrastinatória do executado, o juiz deverá, se for o caso, dar
ciência ao Ministério Público dos indícios da prática do crime de abandono material.
c) A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução quando, ao tempo da
alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação de conhecimento capaz de reduzi-
lo à insolvência.
d) O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá se opor à
execução por meio de embargos à execução. O prazo é de 15 (quinze) dias, e, quando houver
mais de um executado, o prazo para cada um deles embargar conta-se a partir da juntada do
respectivo comprovante da citação, salvo no caso de cônjuges ou de companheiros, quando
será contado a partir da juntada do último. Por fim, se no polo passivo da execução existirem
litisconsortes com diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, o prazo acima
será contado em dobro.

Comentários

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A alternativa A está correta. De fato, o Código é omisso em relação a essa questão. Apesar disso,
sabemos que esse é um prazo contado em dias ocorridos, não é mesmo? Trata-se de prazo material.
A alternativa B, também, está correta, uma vez que traz cópia fiel da disposição do art. 532, do CPC.
Vamos dar uma olhada:
“Art. 532. Verificada a conduta procrastinatória do executado, o juiz deverá, se for o caso, dar ciência ao
Ministério Público dos indícios da prática do crime de abandono material”.
Na mesma linha, a alternativa C está correta, uma vez que traz a disposição do art. 792, IV. Confiram:
“Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução:
(...)
IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação capaz de reduzi-lo à
insolvência”
A alternativa D, por fim, está incorreta, e é o gabarito da questão. Vejam, a disposição do art. 229
(“Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão
prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal,
independentemente de requerimento”), só faz sentido se o prazo para contestar for o mesmo, para
todos os litisconsortes. Sendo, na execução, o prazo contado individualmente para cada executado,
a partir da juntada do respectivo comprovante de citação (art. 915, § 1º), perde a lógica a dobra do
prazo a que a questão se refere na parte final.

76. MPE-PR/MPE-PR/2019
Sobre a sentença e a coisa julgada, assinale a alternativa correta, nos termos do Código de
Processo Civil de 2015:
a) A perempção ocorre após três sentenças terminativas, independentemente do fundamento
da decisão.
b) A sentença que homologa a desistência da ação resolve o mérito da causa.
c) O cabimento de ação autônoma de impugnação afasta a formação da coisa julgada.
d) Na ação que tenha por objeto a emissão de declaração de vontade, a sentença que julgar
procedente o pedido, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração
não emitida.
e) Os motivos considerados importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da
sentença fazem coisa julgada.
Comentários
Confira a redação do CPC:
Art. 501. Na ação que tenha por objeto a emissão de declaração de vontade, a sentença que julgar procedente
o pedido, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida.
Deste modo, o gabarito da questão é a alternativa D.
Vejamos as demais alternativas objetivamente.

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A alternativa A está incorreta, pois a perempção ocorre após 3 sentenças terminativas em razão do
abandono do processo. Em outras palavras: segundo o art. 486, §3º, do CPC, se o autor der causa,
por 3 vezes, à extinção do processo em razão de seu abandono, não poderá intentar nova ação
contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em
defesa o seu direito.
A sentença fundada em desistência é terminativa, pois não resolve o mérito (art. 485, VIII, do CPC),
de modo que a alternativa B está incorreta.
Por oportuno, anote-se que a sentença que homologa a renúncia é definitiva, resolvendo o mérito
da demanda e fazendo coisa julgada material (art. 485, III, c, do CPC). Pode-se memorizar esta regra
com o seguinte mnemônico:
RenúnCia = Com resolução do mérito
DeSistência= Sem resolução do mérito

A alternativa C está incorreta, pois, a interposição de ação autônoma de impugnação não tem o
condão de afastar a formação de coisa julgada, mas, apenas, a interposição de recurso, em tempo
hábil.
Estão excluídos da coisa julgada, os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da
parte dispositiva da sentença (art. 504, I, do CPC), de modo que a alternativa E está errada.

9 - DESTAQUES DA LEGISLAÇÃO E JURISPRUDÊNCIA CORRELATA

 art. 485, do NCPC: sentença sem resolução de mérito


Art. 485. O juiz NÃO resolverá o mérito quando:
I - indeferir a petição inicial;
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (UM) ANO por negligência das partes;
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30
(TRINTA) DIAS;
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua
competência;
VIII - homologar a desistência da ação;
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e
X - nos demais casos prescritos neste Código.
 art. 487, do NCPC: sentença sem resolução de mérito
Art. 487. HAVERÁ resolução de mérito quando o juiz:
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;

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II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;


III - homologar:
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;
b) a transação;
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º do art. 332 [julgamento liminar do pedido por
prescrição/decadência], a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes
oportunidade de manifestar-se.
 art. 489, do NCPC (incisos): elementos essenciais da sentença
Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
I - O RELATÓRIO, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da
contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
II - OS FUNDAMENTOS, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
III - O DISPOSITIVO, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem.
 art. 489, §1º, do NCPC: sentença não fundamentada
§ 1o NÃO se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão,
que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa
ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada
pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes
nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a
existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
 art. 493, do NCPC: consideração a fato constitutivo, modificativo ou extintivo
Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir
no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no
momento de proferir a decisão.
Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele antes de decidir.
 art. 492, do NCPC: caráter preclusivo da sentença
Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la:
I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo;
II - por meio de embargos de declaração.
 art. 495, do NCPC: hipoteca judiciária

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Art. 495. A decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em dinheiro e a que determinar
a conversão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária valerão como título
constitutivo de hipoteca judiciária.
§ 1o A decisão produz a hipoteca judiciária:
I - embora a condenação seja genérica;
II - ainda que o credor possa promover o cumprimento provisório da sentença ou esteja pendente arresto sobre
bem do devedor;
III - mesmo que impugnada por recurso dotado de efeito suspensivo.
§ 2o A hipoteca judiciária poderá ser realizada mediante apresentação de cópia da sentença perante o cartório
de registro imobiliário, independentemente de ordem judicial, de declaração expressa do juiz ou de
demonstração de urgência.
§ 3o No prazo de ATÉ 15 (QUINZE) DIAS da data de realização da hipoteca, a parte informá-la-á ao juízo da
causa, que determinará a intimação da outra parte para que tome ciência do ato.
§ 4o A hipoteca judiciária, uma vez constituída, implicará, para o credor hipotecário, o direito de preferência,
quanto ao pagamento, em relação a outros credores, observada a prioridade no registro.
§ 5o Sobrevindo a reforma ou a invalidação da decisão que impôs o pagamento de quantia, a parte responderá,
independentemente de culpa, pelos danos que a outra parte tiver sofrido em razão da constituição da garantia,
devendo o valor da indenização ser liquidado e executado nos próprios autos.
 art. 496, do NCPC (hipóteses): remessa necessária
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, NÃO produzindo efeito senão depois de confirmada pelo
tribunal, a sentença:
I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações de direito público;
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal.
 art. 496, §§3º e 4º, do NCPC: não se aplica a remessa necessária
§ 3o NÃO se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for
de valor certo e líquido inferior a:
I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público;
II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações
de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados;
III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito
público.
§ 4o Também NÃO se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
I - súmula de tribunal superior;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de
recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de
competência;
IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente
público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.
 art. 502, do NCPC: coisa julgada material

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Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão de
mérito não mais sujeita a recurso.
 art. 503, do NCPC (caput): coisa julgada formal
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal
expressamente decidida.
 art. 504, do NCPC: não faz coisa julgada
Art. 504. NÃO FAZEM COISA JULGADA:
I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença;
II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença.
 art. 509, do NCPC: liquidação de sentença
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a
requerimento do credor ou do devedor:
I - POR ARBITRAMENTO, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela
natureza do objeto da liquidação;
II - PELO PROCEDIMENTO COMUM, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo.
§ 1o Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover
simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta.
§ 2o Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, desde logo,
o cumprimento da sentença.
§ 3o O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à disposição dos interessados programa de
atualização financeira.
§ 4o Na liquidação é VEDADO discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou.
 art. 511, do NCPC: prazo para contestação da liquidação de sentença.
Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do requerido, na pessoa de
seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação
no prazo de 15 (QUINZE) DIAS, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial
deste Código.
 art. 513, do NCPC: cumprimento de sentença.
Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título, observando-se, no que couber
e conforme a natureza da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Código.
§ 1o O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou definitivo, far-se-á a
requerimento do exequente.
§ 2o O devedor será INTIMADO para cumprir a sentença:
I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos;
II - por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou quando não tiver
procurador constituído nos autos, RESSALVADA a hipótese do inciso IV [intimação por edital de réu revel];
III - por meio eletrônico, quando, no caso do § 1o do art. 246 [empresas obrigadas a manter cadastro eletrônico],
não tiver procurador constituído nos autos
IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256, tiver sido revel na fase de conhecimento.

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 art. 515, do NCPC: rol dos títulos executivos judiciais.


Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste
Título:
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de
fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
II - a decisão homologatória de autocomposição judicial;
III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos
sucessores a título singular ou universal;
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por
decisão judicial;
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;
VII - a sentença arbitral;
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal
de Justiça;
X - (VETADO).
 art. 516, do NCPC: competência para o cumprimento de sentença.
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária;
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de
sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do
executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva
ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será
solicitada ao juízo de origem.
 art. 520, do NCPC: o cumprimento de sentença provisório.
Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será
realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime:
I - corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar
os danos que o executado haja sofrido;
II - fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se
as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos;
III - se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em parte, somente
nesta ficará sem efeito a execução;
IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de posse ou
alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado,
dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos.

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§ 1o No cumprimento provisório da sentença, o executado poderá apresentar impugnação, se quiser, nos termos
do art. 525.
§ 2o A multa e os honorários a que se refere o § 1o do art. 523 [não cumprimento espontâneo] são devidos no
cumprimento provisório de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa.
§ 3o Se o executado comparecer tempestivamente e depositar o valor, com a finalidade de isentar-se da multa,
o ato não será havido como incompatível com o recurso por ele interposto.
§ 4o A restituição ao estado anterior a que se refere o inciso II NÃO implica o desfazimento da transferência de
posse ou da alienação de propriedade ou de outro direito real eventualmente já realizada, RESSALVADO,
sempre, o direito à reparação dos prejuízos causados ao executado.
§ 5o Ao cumprimento provisório de sentença que reconheça obrigação de fazer, de não fazer ou de dar coisa
aplica-se, no que couber, o disposto neste Capítulo.
 art. 520, do NCPC: cumprimento de sentença definitivo.
Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre
parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o
executado intimado para pagar o débito, no PRAZO DE 15 (QUINZE) DIAS, acrescido de custas, se houver.
§ 1o NÃO ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será ACRESCIDO de multa de dez por
cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento.
§ 2o Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a multa e os honorários previstos no § 1o incidirão
sobre o restante.
§ 3o NÃO efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido, desde logo, mandado de
penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação.
 art. 525, do NCPC: impugnação ao cumprimento de sentença.
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 [15 dias para pagamento voluntário] sem o pagamento
voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou
nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua IMPUGNAÇÃO.
§ 1o Na impugnação, o executado poderá alegar:
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia;
II - ilegitimidade de parte;
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV - penhora incorreta ou avaliação errônea;
V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação,
transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença.
§ 2o A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto nos arts. 146 e 148.
§ 3o Aplica-se à impugnação o disposto no art. 229.
§ 4o Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à
resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando
demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo.

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§ 5o Na hipótese do § 4o, NÃO apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, a impugnação
será liminarmente rejeitada, se o excesso de execução for o seu único fundamento, ou, se houver outro, a
impugnação será processada, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução.
§ 6o A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos, INCLUSIVE os de expropriação,
podendo o juiz, a requerimento do executado e desde que garantido o juízo com penhora, caução ou depósito
suficientes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da
execução for manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação.
§ 7o A concessão de efeito suspensivo a que se refere o § 6o NÃO impedirá a efetivação dos atos de substituição,
de reforço ou de redução da penhora e de avaliação dos bens.
§ 8o Quando o efeito suspensivo atribuído à impugnação disser respeito apenas a parte do objeto da execução,
esta prosseguirá quanto à parte restante.
§ 9o A concessão de efeito suspensivo à impugnação deduzida por um dos executados não suspenderá a
execução contra os que não impugnaram, quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao
impugnante.
§ 10. AINDA QUE atribuído efeito suspensivo à impugnação, É LÍCITO ao exequente requerer o
prosseguimento da execução, oferecendo e prestando, nos próprios autos, caução suficiente e idônea a ser
arbitrada pelo juiz.
 MS 32.435 AgR22: sentenças em relações jurídicas de trato continuado
A força vinculativa das sentenças sobre relações jurídicas de trato continuado atua rebus sic stantibus: sua
eficácia permanece enquanto se mantiverem inalterados os pressupostos fáticos e jurídicos adotados para o
juízo de certeza estabelecido pelo provimento sentencial. A superveniente alteração de qualquer desses
pressupostos determina a imediata cessação da eficácia executiva do julgado, independentemente de ação
rescisória ou, salvo em estritas hipóteses previstas em lei, de ação revisional. No caso, após o trânsito em julgado
da sentença que reconheceu o direito à diferença de 28,86% nos vencimentos do servidor, sobreveio, além da
sua aposentadoria, substancial alteração no estado de direito, consistente na edição da MP 1.704/1998, que
estendeu o aumento inicialmente concedido aos servidores militares aos servidores civis, e de leis posteriores
reestruturadoras da Carreira de Magistério Superior (...). Por força dessa superveniente mudança do quadro
fático e normativo que dera suporte à condenação, deixou de subsistir a eficácia da sentença condenatória.
 RE 589.513 ED-EDv-AgR23: coisa julgada e declaração de inconstitucionalidade
A sentença de mérito transitada em julgado só pode ser desconstituída mediante ajuizamento de específica ação
autônoma de impugnação (ação rescisória) que haja sido proposta na fluência do prazo decadencial previsto em
lei, pois, com o exaurimento de referido lapso temporal, estar-se-á diante da coisa soberanamente julgada,
insuscetível de ulterior modificação, ainda que o ato sentencial encontre fundamento em legislação que, em
momento posterior, tenha sido declarada inconstitucional pelo STF, quer em sede de controle abstrato, quer no
âmbito de fiscalização incidental de constitucionalidade. A superveniência de decisão do STF, declaratória de
inconstitucionalidade de diploma normativo utilizado como fundamento do título judicial questionado, ainda que
impregnada de eficácia ex tunc – como sucede, ordinariamente, com os julgamentos proferidos em sede de
fiscalização concentrada (RTJ 87/758 – RTJ 164/506-509 – RTJ 201/765) –, não se revela apta, só por si, a
desconstituir a autoridade da coisa julgada, que traduz, em nosso sistema jurídico, limite insuperável à força
retroativa resultante dos pronunciamentos que emanam, in abstracto, da Suprema Corte.

22
MS 32.435 AgR, rel. p/ o ac. min. Teori Zavascki, j. 4-8-2015, 2ª T, DJE de 15-10-2015.
23
RE 589.513 ED-EDv-AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 7-5-2015, P, DJE de 13-8-2015.

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 AR 2.125 AgR24: impossibilidade de concessão de tutela antecipada em ação rescisória por


violação à coisa julgada.
Descabe, em mitigação precária e efêmera da coisa julgada, de envergadura constitucional, implementar, na
rescisória, tutela antecipada.
 AgInt no REsp 1225173/RS25: astreinte
AGRAVO INTERNO EM RECURSO ESPECIAL - AUTOS DE AGRAVO DE INSTRUMENTO NA ORIGEM - DECISÃO
MONOCRÁTICA QUE NEGOU PROVIMENTO AO RECLAMO. INSURGÊNCIA RECURSAL DO AGRAVANTE.
1. As questões trazidas à discussão foram dirimidas pelo Tribunal de origem de forma suficientemente ampla,
fundamentada e sem omissões, devendo ser afastada a alegada violação ao artigo 535 do Código de Processo
Civil de 1973.
2. Nos termos da jurisprudência desta Corte, admite-se a aplicação de multa diária como medida garantidora da
efetividade da determinação judicial em ações revisionais de contrato bancário.
Súmula 83 do STJ.
3. A alteração do valor fixado a título de astreinte pelo descumprimento de determinação judicial somente é
possível, em recurso especial, nas hipóteses em que a quantia estipulada pelo Tribunal de origem revela-se
irrisória ou exagerada, o que não ocorreu no caso dos autos.
4. Agravo interno desprovido.
 AgInt no REsp 1155302/PB: relativização da coisa julgada em ações em que se discute a
paternidade ou a guarda de menor
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL - AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE - AUSÊNCIA DE EXAME
DE DNA - COISA JULGADA - MITIGAÇÃO - POSSIBILIDADE. DECISÃO MONOCRÁTICA QUE DEU PARCIAL
PROVIMENTO AO RECLAMO.
INSURGÊNCIA DO DEMANDADO.
1. Configura inovação recursal a matéria que não foi objeto de análise anteriormente e é suscitada apenas
no agravo regimental/interno. Inviabilidade de exame diretamente por esta Corte, mesmo em se tratando de
tema de ordem pública. Precedentes.
2. Nas ações de estado, como as de filiação, deve-se dar prevalência ao princípio da verdade real, admitindo-se
a relativização ou flexibilização da coisa julgada.
3. Agravo interno desprovido.
(AgInt no REsp 1155302/PB, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 25/10/2016, DJe
03/11/2016)
 Súmula STF 423: a remessa necessária é condição para o trânsito em julgado da decisão.
Súmula STF 423
Não transita em julgado a sentença por haver omitido o recurso ex officio, que se considera interposto ex lege.
 Súmula STJ 325: a remessa necessária implica o envio de todas as parcelas da condenação.
Súmula STJ 325

24
AR 2.125 AgR, rel. min. Marco Aurélio, j. 14-5-2014, P, DJE de 7-8-2014.
25
AgInt no REsp 1225173/RS, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 17/11/2016, DJe 25/11/2016.

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A remessa oficial devolve ao Tribunal o reexame de todas as parcelas da condenação suportadas pela Fazenda
Pública, inclusive dos honorários de advogado.
 Súmula STJ 45: o Tribunal agrava a condenação imposta à Fazenda Pública.
Súmula STJ 45
No reexame necessário é defeso, ao Tribunal, agravar a condenação imposta à Fazenda Pública.
 AgInt no REsp 1225173/RS26: possibilidade de revisão do valor arbitrado para multa cominatória
AGRAVO INTERNO EM RECURSO ESPECIAL - AUTOS DE AGRAVO DE INSTRUMENTO NA ORIGEM - DECISÃO
MONOCRÁTICA QUE NEGOU PROVIMENTO AO RECLAMO.
INSURGÊNCIA RECURSAL DO AGRAVANTE.
1. As questões trazidas à discussão foram dirimidas pelo Tribunal de origem de forma suficientemente ampla,
fundamentada e sem omissões, devendo ser afastada a alegada violação ao artigo 535 do Código de Processo
Civil de 1973.
2. Nos termos da jurisprudência desta Corte, admite-se a aplicação de multa diária como medida garantidora da
efetividade da determinação judicial em ações revisionais de contrato bancário.
Súmula 83 do STJ.
3. A alteração do valor fixado a título de astreinte pelo descumprimento de determinação judicial somente é
possível, em recurso especial, nas hipóteses em que a quantia estipulada pelo Tribunal de origem revela-se
irrisória ou exagerada, o que não ocorreu no caso dos autos.
4. Agravo interno desprovido.
 REsp 1.531.095-SP27:
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. INEXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO FUNDADA EM LEI NÃO RECEPCIONADA PELA
CONSTITUIÇÃO.
Ainda que tenha havido o trânsito em julgado, é inexigível a obrigação reconhecida em sentença com base
exclusivamente em lei não recepcionada pela Constituição. Fundado o título judicial exclusivamente na aplicação
ou interpretação da lei ou ato normativo tidas pelo STF como incompatíveis com a CF, é perfeitamente permitido
o reconhecimento da inexigibilidade da obrigação na própria fase de execução. Por outro lado, fundada a
sentença em preceitos outros, decorrentes, por exemplo, da interpretação da legislação civil ou das disposições
constitucionais vigentes, a obrigação é perfeitamente exigível, só podendo ser suprimida a partir da rescisão do
título pelas vias ordinárias, sob pena de restar configurada grave ofensa à eficácia preclusiva da coisa julgada
material. Isso porque, a partir da entrada em vigor da Lei n. 11.232/2005, que incluiu, no CPC/1973, o art. 475-
L, passou a existir disposição expressa e cogente assegurando ao executado arguir, em impugnação ao
cumprimento de sentença, a inexigibilidade do título judicial. Essa norma, diga-se de passagem, foi reproduzida,
com pequeno ajuste técnico na terminologia empregada, no art. 525 do CPC/2015.
O caso em tela envolve a discussão quanto à exigibilidade de obrigação que foi reconhecida unicamente em lei posteriormente
não recepcionada pela Constituição por entendimento do STF.
À época da sentença, não havia parecer definitivo sobre a lei pela Corte Suprema. Contudo, já na fase de execução, há
manifestação expressa pelo STF no sentido de que a lei que embasou a condenação não foi recepcionada pela Constituição de
1988.
Questiona-se, portanto, a exigibilidade dessa sentença, já transitada em julgado.

26
AgInt no REsp 1225173/RS, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 17/11/2016, DJe 25/11/2016.
27
REsp 1.531.095-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 9/8/2016, DJe 16/8/2016.

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A discussão ganha importância porque o art. 525, §1º, do NCPC (correspondente ao art. 475-L, do CPC73), prevê, nos seus incisos,
quais são as alegações admitidas na fase de impugnação. Confira:
§ 1o Na impugnação, o executado poderá alegar:
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia;
II - ilegitimidade de parte;
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV - penhora incorreta ou avaliação errônea;
V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação,
transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença.
Atente-se para o inc. III, que fala em “inexigibilidade da obrigação”. Sustenta-se que o título, ainda que transitado em julgado, mas fundado
exclusivamente em lei não recepcionada pelo STF, seria inexigível.
O STJ pacificou entendimento no sentido de que, se a obrigação for fundada exclusivamente em lei não recepcionada pelo STF – ou seja, em
norma materialmente incompatível com a Ordem Constitucional –, o título será inexigível, o que justifica a impugnação.
Importante registrar que somente restará inexigível a obrigação caso a lei não recepcionada seja o fundamento exclusivo. Destacou o STJ que,
se a sentença possuir outros fundamentos, mantém-se hígida a obrigação.
Confira a seguinte assertiva:
À luz do NCPC e conforme entendimento do STJ é inexigível a obrigação, entre outros fundamentos, pautada em lei não recepcionada
materialmente pelo STF.
Incorreta a assertiva, pois, nesse caso, há outros fundamentos, para além da norma não recebida pela Ordem Constitucional.

 REsp 1.410.815-SC28:
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. TRANSFERÊNCIA DE GUARDA NO CURSO DE AÇÃO DE EXECUÇÃO DE DÉBITOS
ALIMENTARES.
A genitora que, ao tempo em que exercia a guarda judicial dos filhos, representou-os em ação de execução de
débitos alimentares possui legitimidade para prosseguir no processo executivo com intuito de ser ressarcida,
ainda que, no curso da cobrança judicial, a guarda tenha sido transferida ao genitor (executado).
O STJ entendeu que, mesmo havendo modificação da guarda no curso do processo, a genitora tem legitimidade para prosseguir
com a execução, não na qualidade de representante da criança ou assistente do adolescente, mas para se sub-rogar nos direitos
decorrentes da ação a fim de ser ressarcida.
O mais complexo neste julgado é compreender o contexto fático.
A genitora, detentora da guarda da criança, ajuíza ação de alimentos. Na fase executória há a modificação da guarda para o genitor,
contra quem contendia. A ação de alimentos é extinta, pois, a partir desse momento, o sustento é provido diretamente pelo
genitor.
Contudo, houve período anterior à modificação da guarda, no qual o sustento da criança foi provido tão somente pelos recursos
financeiros da genitora, que não poderá, nesse caso, sofrer a perda financeira em razão da modificação da guarda. Contudo, a
genitora não mais detém a capacidade de representar a criança em juízo.
Em face disso, o STJ admitiu a sub-rogação da genitora nos direitos da ação ajuizada em nome da criança com fundamento no art.
857, §2º, do NCPC, a fim de ser ressarcida dos valores que sozinha despendeu para sustentar o filho do casal.

28
REsp 1.410.815-SC, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 9/8/2016, DJe 23/9/2016.

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Segundo o STJ, um entendimento contrário prestigiaria o inadimplemento alimentar, prejudicando os interesses da criança e,
possivelmente, implicaria o ajuizamento de nova demanda pela genitora de caráter ressarcitório, contrariando princípios da
celeridade e economia processuais.
Em prova, podemos vislumbrar a seguinte cobrança:
Admite-se a sub-rogação da genitora nos créditos da criança exequente quando há, no curso da demanda,
modificação da guarda em favor do réu na ação de alimentos, com a finalidade de ressarcir os valores
despendidos exclusivamente pela genitora para o sustento do filho.
À luz do que foi analisado acima, está correta a assertiva.

 REsp 1.549.467-SP29:
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. POSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DE DEDUÇÕES E PRESUNÇÕES NA APURAÇÃO DE
LUCROS CESSANTES.
É possível ao julgador, na fase de liquidação de sentença por arbitramento, acolher as conclusões periciais
fundadas em presunções e deduções para a quantificação do prejuízo sofrido pelo credor a título de lucros
cessantes.
O STJ tratou da liquidação de sentença para apurar o valor referente a lucros cessantes e, ao arbitrar o valor, admitiu a utilização
de presunções e deduções para quantificar o valor devido.
b) Conteúdo teórico pertinente
A liquidação por arbitramento, de acordo com o art. 509, I, do NCPC, poderá ser utilizada em três hipóteses:
 determinação na sentença;
 acordo entre as partes; e
 quando exigida em razão da natureza do objeto a ser liquidado.

Não obstante as hipóteses acima, a doutrina menciona que a liquidação por arbitramento é utilizada sempre que for necessária a
realização de perícia para obtenção do valor devido (quantum debeatur).
Em uma ação que vise à reparação de danos, podemos ter, de forma sintetizada, a condenação para reparar danos materiais e
danos morais. No que se refere aos danos materiais, a indenização visa cobrar danos emergentes e lucros cessantes.
Os danos emergentes são aqueles que decorrem (que emergem) dos prejuízos materiais decorrentes da inexecução pelo devedor,
vale dizer, é o que o credor perdeu.
A parcela atinente aos lucros cessantes, por sua vez, envolve tudo aquilo que o credor deixou de ganhar em face do dano. Assim,
devem ser apurados os valores que, de forma direta e imediata, deixaram de ser auferidos pelo autor.
Assim, para apurar os valores relativos a lucros cessantes, vale-se, na fase de liquidação, do arbitramento. Em regra, contrata-se
perícia a fim de quantificar a atividade habitualmente desempenhada e o resultado natural decorrente.
No caso sob a análise, o STF entendeu que, em determinadas situações, não é possível aferir exata e objetivamente o valor devido
a título de lucros cessantes. Entendeu a Corte que, em tais casos, a prova é diabólica e impossível. Desse modo, deve-se socorrer
a deduções e presunções a fim de facilitar a realização da prova e efetivar a prestação da tutela jurisdicional.
c) Questão de prova
Veja como o assunto pode ser explorado em provas objetivas:
De acordo com o STJ, é admissível em fase de liquidação de sentença apurar o quantum debeatur a título de lucros cessantes por intermédio de deduções
e presunções, quando a prova pericial se demonstrar faticamente impraticável.

De acordo com o analisado, está correta a assertiva.

29
REsp 1.549.467-SP:, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 13/9/2016, DJe 19/9/2016.

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10 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Encerramos mais uma aula do nosso curso. Foi um conteúdo longo e cheio de detalhes. Caso
entendam necessário, revisem o resumo de aula uma vez mais.
Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou
disponível no fórum do Curso e por e-mail.
Ricardo Torques

rst.estrategia@gmail.com

www.fb.com/dpcparaconcursos

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