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Trabalho Digitado Neurocisticercose
Trabalho Digitado Neurocisticercose
Gabrielli Reis
NEUROCISTICERCOSE
MANAUS
2022
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
Gabrielli Reis
NEUROCISTICERCOSE
Profª.
MANAUS
2022
Introdução
A neurocisticercose (NCC) é uma condição causada pela presença de cisticercos, uma forma
larval do helminto Taenia solium, em qualquer parte do sistema nervoso central (encéfalo,
medula espinhal, retina) do ser humano. A NCC é a parasitose mais comum do SNC.
No porco, esses ovos chegam a seu estômago e sofrem ação da pepsina responsável pela
perda dos embrióforos. No intestino são liberadas as oncosferas, resultantes da ação dos sais
biliares, e ali permanecem por quatro dias. Uma vez ativados, as larvas penetram nos vasos
mesentéricos e conseguem chegar em determinados órgãos e se transformam em metacistos e
depois em cisticercos viáveis (REY, 2011; NEVES, 2011).
Ao se alimentar de carne crua ou mal cozida de suínos com cisticercose, o homem ingere
cisticercos que, no intestino, dará origem ao verme adulto hermafrodito. O verme adulto
produzirá e eliminará proglotes grávidas contendo ovos, fechando, assim, o ciclo de vida
desse parasita (REY, 2011).
Manifestações clinicas
Na NCC, os cisticercos podem ser encontrados na forma ativa provocando aracnoidite,
hidrocefalia por obstrução na comunicação dos ventrículos encefálicos, inflamação meningea,
cistos parenquimatosos, enfarte cerebral; ou na forma inativa com a formação de granulomas
calcificados parênquimatosos ou hidrocefalia secundaria à fibrose subaracnoidea. Os
sinais/sintomas mais comuns da cisticercose na forma encefálica são; epilepsia, cefaleia,
papiledema, vômitos, sinais de comprometimento de funções cognitivas, sensoriais e/ou
motoras. O enfarte cerebral lacunar que é a complicação cerebrovascular mais comum na
NCC é resultado da oclusão arterial secundária a intensa reação inflamatória dentro do espaço
subaracnóide, também já foram descritos casos de grandes enfartes. Aracnoidite pela
cisticercose é associada, em alguns casos, com a hidrocefalia.
Diagnóstico
Tratamento
Farmacológico
1.
2.
3.
4.
4.1.
Neurocirurgia
Protocolo de tratamento
Cinesioterapia passiva
Com a cinesioterapia ativa livre, eram realizados os movimentos: abdução, adução, flexão e
extensão de ombro; abdução e adução de quadril; flexão e extensão de joelho, em duas séries
de dez repetições; após 6 atendimentos fisioterapêuticos o paciente evoluiu para a
cinesioterapia resistida.
Cinesioterapia resistida
Cinesioterapia respiratória
Exercícios de Frenkel
Os exercícios de Frenkel foram aplicados, visando melhorar o controle proprioceptivo dos
membros inferiores. Inicialmente, o paciente realizou as posições 1, 2 e 3 em decúbito dorsal.
Exercício 1 – Flexionar o quadril e o joelho de um membro, deslizando o calcanhar em
contato com a cama. Retornar à posição inicial. Repetir com o outro membro. Exercício 2 –
Flexionar como no exercício 1. Abduzir o quadril fletido. Retornar à posição fletida e à
posição original. Exercício 3 – Flexionar o quadril e joelho somente a meio caminho, e
retornar à posição estendida. Adicionando abdução e adução.
Esta técnica é aplicada para promover a organização das fibras musculares e é realizada nos
membros inferiores.
Treinamento de marcha
O paciente realiza distribuição do peso corporal e deambulação com apoio em barra paralela.
Propriocepção
Com o paciente em posição ortostática, são estimuladas as reações protetoras para frente, para
trás e para os lados, inicialmente com os olhos abertos e depois com os olhos fechados.
Técnica de Rood
Resultados
Após 7 meses do início da aplicação do protocolo de tratamento, foi realizada uma avaliação
pós-tratamento, na qual encontramos ampla recuperação no âmbito funcional do paciente.
Com relação à sensibilidade, ocorreu recuperação parcial da sensibilidade superficial e
profunda, além de melhora na discriminação de dois pontos e cinestesia. Quanto ao equilíbrio,
houve melhora na mudança de decúbito dorsal para sentado, de sentado para posição
ortostática e maior estabilidade na realização da marcha. Em relação aos membros superiores,
ocorreu aumento da força muscular, favorecendo os movimentos de flexão e abdução da
articulação glenoumeral, nos membros inferiores observou-se aumento de trofismo,
facilitando o movimento de abdução da articulação coxo-femural. A coordenação motora
também apresentou recuperação, que pôde ser observada principalmente na realização dos
exercícios de Frenkel. A realização das atividades de vida diária também demonstrou
melhora, o paciente ganhou independência em atividades gerais como: levantar da cama,
levantar da cadeira, pegar e segurar objetos.
Conclusão
Referências
1. LEITE1, O. M. T. A. E. J. P. Neurocisticercose: Neurocisticercose. Revista da
Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 34, n. 3, p. 283-290, maio/junho
2001. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0037-86822001000300010. Acesso
em: 17 jan. 2022.
2. REY L. Parasitologia: parasitos e doenças parasitárias do homem nos trópicos
ocidentais/Luís Rey. – 4.ed.- (Reimpr.). Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
3. SILVA, SILVA, S. S. D. et al. Protocolo de tratamento fisioterapêutico para pacientes
portadores de neurocisticercose: Physical therapy protocol in patient with
neurocysticercosis. Fisioterapia Brasil, v. 6, n. 3, p. 230-233, maio/junho 2005.
Disponível em: portalatlanticaeditora.com.br. Acesso em: 17 jan. 2022.