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Pós Graduação em Arteterapia – T.

o9 (B)
FUNDAMENTOS DA ARTETERAPIA

MARIA ANGELA GASPARI


angelagaspari@hotmail.com
11 968907894
DEOLINDA FABIETTI
deolinda.fabietti@terra.com.br
#deolinda.fabietti
11 983262005
“Nada posso lhe oferecer que
não “Nada posso lhe oferecer
que não exista em você
mesmo, não posso abrir-lhe
outro mundo além daquele que
há em sua própria alma.
Nada posso lhe dar a não ser a
oportunidade, o impulso, a
chave.
Eu o ajudarei a tornar visível o
seu próprio mundo.”
Herman Hesse
AATA – AMERICAN ART THERAPIE ASSOCIATION

American Art Therapy Association (AATA) é uma organização 501 (c) (3) sem fins

lucrativos, não partidária, profissional e educacional dedicada ao crescimento e

desenvolvimento da profissão de Arteterapia. Fundada em 1969, a American Art

Therapy Association é uma das principais organizações de associação de

Arteterapia do mundo.
“A Arteterapia é uma profissão integrativa de saúde mental e serviços humanos que enriquece a vida

de indivíduos, famílias e comunidades

por meio da produção artística ativa, do processo criativo, da teoria psicológica aplicada e da

experiência humana em um relacionamento psicoterapêutico.” (AATA, 1969)


ARTETERAPIA NO BRASIL
OSÓRIO CESAR
Anatomopatologista, psiquiatra e intelectual brasileiro, notabilizado como um dos pioneiros no uso da
arte como recurso terapêutico em psiquiatria, bem como por sua oposição aos métodos agressivos de
tratamento de alienados então vigentes.

• Comunica-se com Freud durante toda a década de 20.

• 1923 – desenvolve estudos sobre a arte dos alienados enquanto residente do


Hospital do Juqueri, onde funda em 1925, a Escola Livre de Artes Plásticas do
Juqueri.

• Pregava o trabalho espontâneo, acreditando que a arte propiciava a cura por si


mesma, porque veículo de acesso ao mundo interno.

• Valorizava os trabalhos como obras de arte.


Estimula a produção artística dos alienados usando o conceito de espontaneidade.

Promove muitas exposições com suas obras.

Publica “ A Expressão Artística nos Alienados” em 1929.

O conjunto de sua obra faz parte do acervo do MASP .


Usava o desenho, modelagem e artesanato.
NISE DA SILVEIRA

“foi uma médica psiquiatra brasileira. Reconhecida mundialmente por sua contribuição à psiquiatria,
revolucionou o tratamento mental no Brasil. Foi aluna de Carl Jung.[1][2]
Dedicou sua vida ao trabalho com doentes mentais, manifestando-se radicalmente contra as formas que
julgava serem agressivas em tratamentos de sua época, tais como o confinamento em hospitais
psiquiátricos. Nise ainda foi pioneira ao enxergar o valor terapêutico da interação de pacientes com
animais. Por sua discordância com os métodos adotados nas enfermarias, recusando-se a aplicar
eletrochoques em pacientes, Nise da Silveira foi transferida para o trabalho com terapia ocupacional,
atividade então menosprezada pelos médicos. Assim, em 1946 fundou naquela instituição a "Seção de
Terapêutica Ocupacional".
No lugar das tradicionais tarefas de limpeza e manutenção que os pacientes exerciam sob o título de
terapia ocupacional, ela criou ateliês de pintura e modelagem com a intenção de possibilitar aos doentes
reatar seus vínculos com a realidade através da expressão simbólica e da criatividade, revolucionando
• 1946 – Inicia seu trabalho no Centro Psiquiátrico D. Pedro II RJ, onde cria a Seção de Terapêutica

Ocupacional.

• 1952 cria O Museu e Imagens do Inconsciente, onde estão até hoje guardadas as produções

artísticas dos internos dessa instituição.

• Entra em contato com Jung, por ter percebido as formas circulares nas representações de seus

pacientes. E realmente Jung confirma a tendência, em muitas culturas, de simbolizar o caos percebido

pela mente humana em imagens ordenadas e circulares (as mandalas – circulo sagrado). Ele mesmo

em períodos de stress produz essas formas circulares

• Nise percebe a necessidade que seus pacientes tinham de expressar-se criativamente.


Nise - O Coração da Loucura - Trailer Oficial
https://www.youtube.com/watch?v=ir4CAemoKj8
MARIA MARGARIDA DE CARVALHO (Magui)

• Profa. de Psicologia na Faculdade de Filosofia da USP, criada em 1957/58, une seu interesse pela
arte e psicologia, iniciando seu trabalho em Arteterapia.
• Publica uma pesquisa sobre o teste da figura humana para medir inteligência e personalidade em
crianças com déficit de inteligência, quando se dá conta do valor da arte em diagnóstico.
• Faz um curso de Arteterapia familiar que estava sendo aplicado nos EUA.
• Passa então a unir esses dois saberes: psico e arte.
• 1964 faz um curso de extensão universitária na PUC.
• 1980-81 implanta o 1º. Curso de Arteterapia no Sedes Sapientiae, em SP.
• Leva a At para penitenciárias e hospitais.
• Revoluciona o campo de Orientação Profissional.
• Inicia o trabalho na PSICO ONCOLOGIA.
• LIVRO: A ARTE CURA? (1995)
Luiz Duprat por volta 1970, forma-se em AT nos EUA, organizando aqui grupos de estudos e prática.
(RJ)

Angela Philippini em 1982 organiza um curso de 5 semanas no Rio, de orientação Junguiana. – Clínica
Pomar, onde hoje opera uma equipe transdisciplinar.

Selma Ciornai, abre o curso de Arteterapia com abordagem gestáltica no Sedes.

Consultar AATESP e verificar todos os cursos regulamentados pela UBAAT.


OS QUATRO PILARES DA ARTETERAPIA

• POTENCIAL CRIADOR

• SÍMBOLO

• IMAGEM

• MATERIAIS E TÉCNICAS

• Pedi para pegar a folha de papel, amassar e deixar de lado. Retomo no final do módulo.
POTENCIAL CRIADOR

CRIAR é um potencial próprio do homem que se atualiza no fazer, no processo criativo, e está

fortemente vinculado ao VIVER.

A criatividade está presente em qualquer expressão artística, seja ela pintura, escultura,

marcenaria, fotografia. Podendo, inclusive, estar presente no artesanato.

De acordo com Winnicott, quando criamos “tudo aquilo que fazemos fortalece o sentimento de que

estamos vivos, de que somos nós mesmos.” (1970 ,p.34)


Graduado em Cambridge como um dos alunos com menor nota,
ele começou a estudar medicina clínica no hospital "St
Bartholomew" em Londres. Durante este período, ele aprendeu a
arte de escutar cuidadosamente seus pacientes enquanto estivsse
coletando o histórico médico, uma habilidade que posteriormente
ele identificaria como fundamental para sua prática como
psicanalista.
“O potencial criador é inerente ao ser humano, mas esta capacidade muitas vezes encontra barreiras para

se expressar......Quando o indivíduo sofre uma restrição de sua capacidade criativa, suas ações tendem a

se tornar uma mera reprodução de um repertório cristalizado e uma reação condicionada às solicitações

do mundo” (Leite, 1994, pgs.207-208).

A vivência da criatividade, pelo contrário, traz para a pessoa a emoção de um profundo encontro consigo

mesma, como entidade única e com uma forma singular de perceber e sentir a vida e o mundo....

(Leite, 1994, pg. 208).

-
SÍMBOLO

DO GREGO SYN+BOLON=JUNTAR

Para Jung, “O que chamamos símbolo é um termo, um nome ou mesmo uma imagem que nos pode ser

familiar na vida diária, embora possua conotações especiais além de seu significado evidente e

convencional. Implica alguma coisa vaga, desconhecida ou oculta para nós.” (Jung, 1964, pg.20).

“...uma palavra ou imagem é símbolo quando implica alguma coisa além do seu significado manisfesto e

imediato. Esta palavra ou esta imagem tem um significado “inconsciente” mais amplo, que nunca é

precisamente definido ou de todo explicado. Quando a mente explora um símbolo, é conduzida a ideias

que estão fora do alcance da nossa razão.” (Jung, 1964, pg. 20-21)
IMAGEM

SILVANO ARIETI

Psiquiatra considerado uma das maiores autoridades mundiais em esquizofrenia.

É uma representação mental de um objeto ausente que não apenas nos faz evocá-lo como também nos

habilita a manter uma disposição emocional em direção a ele. (Arieti, 1976)

A capacidade para formar imagens aparece na criança por volta do 7 ou 8 anos de vida, sendo um

processo primário. (Arieti,1976)

Elas constituem a base da realidade interior, que na psicologia humana é tão importante quanto a

realidade externa. Tudo que é experenciado em forma de imagens passa a fazer parte do indivíduo.

(Arieti, 1976)
• São experiências subjetivas e só podem ser apreciadas por quem as vivencia. (Arieti,1976)

• O fenômeno do imaginário representa um papel crucial no processo da criatividade pois as pessoas se

diferenciam muito em sua habilidade de produzir imagens. (Arieti, 1967, cap. 3).

• Imagens são difíceis de serem traduzidas em palavras. (Arieti, 1976)


Pós Graduação em Arteterapia – T.o9 (B)
FUNDAMENTOS DA ARTETERAPIA

MARIA ANGELA GASPARI


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DEOLINDA FABIETTI
deolinda.fabietti@terra.com.br
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LINHA DO TEMPO
MATERIAIS E LINGUAGENS

Os materiais e as técnicas escolhidas para o trabalho com determinada pessoa ou grupo tem uma

importância vital no contexto arteterapêutico, pois cada material e técnica tem

propriedades diferentes, servindo a diferentes objetivos no

trabalho com o cliente.


O arteterapeuta precisa conhecer muito bem os diferentes materiais,

experimentá-los antes de usá-los no contexto do trabalho arteterapêutico.


Concreto Celular
Mosaico Colagem
X CONGRESSO BRASILEIRO DE ARTETERAPIA
III JORNADA POTIGUAR DE ARTETERAPIA
A RELAÇÃO TERAPEUTA/PACIENTE
É baseada na teoria de Buber, filósofo que prega que a relação entre as pessoas se dá de duas formas:

EU-TU, na qual precisamos quebrar qualquer barreira que possa alterar a confiança entre os dois,

devendo o terapeuta evitar:

PRECONCEITOS, DE SÓ RECONHECER NO PACIENTE AQUILO QUE EXISTE EM SI MESMO, DE

FICAR AUSENTE NA PRESENÇA DA PESSOA, MAS AO CONTRÁRIO FICAR JUNTO, COM

ABERTURA PARA ESCUTAR O QUE ELE LHE TRÁS, CONFIRMANDO-O,

para assim criar o vínculo curador, que o levará a descobrir suas potencialidades.

EU-ISSO, quando não existe relação, o contato se dá no mundo da lógica, da objetivação.


A relação terapeuta/paciente se dá no aqui e agora,

no momento mesmo do encontro,

devendo o terapeuta cuidar para que a pessoa se desenvolva em direção a autonomia,

a um viver compartilhado, saudável e criativo,

consigo mesma com o outro e o mundo.

O terapeuta deve colocar-se apenas como um facilitador dos processos do cliente na construção desse

existir, desse existir como homem autêntico e livre, e que como tal, participa do mundo como agente de

transformações e não como mero espectador.

O cliente é o único detentor do significado de seu processo e de sua obra final.

O terapeuta não interpreta, mas deixa que o próprio paciente revele o significado, escutando-o

atentamente, mantendo-se presente e envolvido profundamente.


Pétalas que falam da vida
Complementando:

• Ao criar, não vamos nos preocupar com a “beleza” da obra, no sentido estético da mesma;
• Não existe o certo ou o errado;
• Possibilita a reconstrução e re-significação do nosso estar no mundo;
• Amplia as possibilidades de comunicação que não a verbal, entendendo melhor seu interior;
• O trabalho é único.

Com quem fazer e onde?

• É usada com as mais diversas populações, com diferentes características;

• Da criança, ao idoso, do acamado e limitado ao demenciado, do saudável ao paciente em seu


processo de morte.

• Atendimento individual ou em grupo.

• Áreas de trabalho cada vez mais ampliado, em atelier terapêutico, consultórios, hospitais,
instituições, empresas...
Oficinas Criativas®
(Allessandrini, 1996)

Sensibilização Expressão Livre

Elaboração da Expressão

Transposição da Linguagem

Avaliação
sensibilização,

quando o paciente estabelece


o primeiro contato
com o material.
expressão livre,

o paciente explora
a construção
de uma imagem,
dando
movimento,
cor e criando
um sentido.
elaboração da expressão,

o paciente é convidado

a explorar, observar,

mudar, esculpir, pintar...


transposição de
linguagem,
o paciente é convidado a escrever falando
sobre seu processo.

Dialogar com esta imagem pode levar


à transformação e transcendência.

“...na juventude foi o pé forte, que saltava,


dava arranques para as corridas.
Agora eu preciso de você para levar-me mais
adiante e suportar o tremor do meu corpo.”
(L. 2007)
avaliação,

o paciente revê e internaliza


seu processo.

Jovem mulher, onde está você?

Onde seus sonhos se esconderam?

O que fazer?

O tempo passou e você voltou.

O que fazer com você?

(LI.26/07/05
O AMBIENTE ARTETERAPÊUTICO

O atelier como espaço físico para o indivíduo ou grupo

- Deve ser acolhedor;

- Boa luminosidade;

- Ao compor um grupo, o arteterapeuta deve adequar o número de participantes ao espaço disponível;

Alguns terapeutas mantém “arteterapeutas auxiliares” em seu trabalho com crianças e adolescentes,

principalmente quando os grupos são grandes.


• O tempo e duração do atendimento depende da evolução da terapia, tanto quanto das condições e
desejos do paciente.

• O atendimento individual tem duração de 50mn a 1.00h. Em grupo, o ideal é de 1.30hs.

- Deve-se estabelecer um limite de tempo para o trabalho artístico.

Filme do mímico, Jerôme Murat - 2 momentos


1. O que impactou, como vc lê?

2. Passar novamente e agora assistir com a intenção de,


- Coloque-se como terapeuta, quais são os passos?

https://www.youtube.com/watch?v=wkCmmuiDFcg&list=TLPQMTQwMjIwMjGFAdBDG
8PfDg&index=2
O QUE É ARTETERAPIA?
REFERÊNCIAS

ALLESSANDRINI, C. D. Oficina Criativa e Psicopedagogia. São Paulo, Casa do Psicólogo,


2002.
ARANHA, M. L.de Arruda e Martins M.H. P. Filosofando- Introdução à Filosofia.
Moderna: SP, 1986.
ARIETI, SILVANO. La Creatividad. La sintesis mágica. Consejo Nacional de
CiênciaxTecnologia. Fundo de Cultura Economica: México,1993 (Original Americano 1976)
CARL, G. JUNG. O Homem e seus símbolos. Novas Fronteiras: Rio de Janeiro, 13
Edição.
CIORNAI, Selma (org.). Percursos em Arteterapia, vol.62, Summus, SP, 2004.
EDMAR, LEITE. Dinâmica Evolutiva do Processo Criativo, in Virgolim, Angela M.R. e
Alencar, Eunice M.L.S., Criatividade, Expressão e Desenvolvimento, Vozes: Rio de
Janeiro, 1994.
PHILIPPINI, ANGELA. Linguagens e Materiais Expressivos em Arteterapia: uso,
indicações e propriedades. Rio de Janeiro: Wak, 2018.
-
VALLE, E.R.M. (org) O Cuidar de Crianças com Câncer - Visão Fenomenológica. Livro
Pleno: Campinas-SP, 2004.
WINNICOTT, D.W. O Brincar e a Realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975.
https://stringfixer.com/pt/Silvano_Arieti
Obrigada!

Deolinda Fabietti
deolinda.fabietti@terra.com.br
#deolinda.fabietti
11 983262005

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