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Centro Espírita Nova Era completa 90 anos de sua fundação

Entre palestras, músicas, homenagens e muita festa, o Centro Espírita Nova Era (CENE) comemorou seus
90 anos de fundação. Com uma programação extensa, as comemorações iniciaram no sábado a noite, dia 14 de
maio, com a apresentação musical de Fernando Arrobas, de Jaboticabal. Em seguida, a comunidade espírita foi
agraciada com a palestra de Margareth Sbrana da Silveira, de São Paulo, que expôs o tema: A jornada da
felicidade.
Já no domingo, dia 15, as palestras começaram logo pela manhã. Lincoln Tavares, residente em
Muzambinho e filho do casal João Romão e Antonieta Arruda, pioneiros do Espiritismo em Guaxupé, deliciou a
todos os presentes com a história do CENE. Na sequência, foi à vez de Edson Assunção, e antes do almoço de
confraternização, todos puderam ouvir novamente as belas canções de Fernando Arrobas. As 15h, André
Guilherme Jorge encerrou o ciclo de palestras do dia.
Dariê Silva Pasqua, presidente do CENE, finalizou as festividades expressando sua gratidão e
responsabilidade por estar à frente dessa casa de orações e acolhimento e na direção das obras sociais da
entidade, que conta com muitos colaboradores. “Estamos muito empenhados em comemorar ativamente esses
noventa anos do Nova Era, já que é um marco para o movimento espírita, tanto no Brasil como em Guaxupé, haja
vista que nossa cidade completa dia 1º de junho 104 anos [...]. Então, fundar um Centro Espírita em uma cidade
com apenas 13 anos e sede de bispado, foi um ato heroico e muito corajoso, mas sabemos que nada é por acaso.
Veja bem, os dois casais, na época, simpatizantes da Doutrina Espírita, vão morar no mesmo lugar (hoje Palácio
das Águias), um casal na casa da frente e o outro nos fundos? E juntos, iniciam esta linda história...”, comentou
Dariê.
A história do CENE começou em 1925 quando o Capitão Antônio Quirino Peixoto, reformado da Polícia
Militar de São Paulo, sua esposa Guilherminda e seus filhos João e Oswaldo Peixoto foram transferidos para
Guaxupé pela Companhia Mogiana de Estrada de Ferro. Na ocasião, todos moravam em Casa Branca, interior de
São Paulo.
A primeira residência do casal foi na Rua Pereira do Nascimento, numa casa de fundos, onde hoje se
encontro o Palácio das Águias. Residiam nesse local o casal João Viera Romão e sua esposa Antonieta, pais de
Lincoln Tavares, e, ali, iniciaram as primeiras reuniões espíritas em terras guaxupeanas. Posteriormente, o casal
Peixoto mudou-se para as proximidades do antigo prédio da Polenghi, na Av. Conde Ribeiro do Valle.
No dia 24 de junho de 1926 foi assentada a pedra fundamental para a construção da primeira sede do
CENE. O local escolhido ficava distante do centro da cidade, na ocasião conhecido como “pasto dos Ribeiros”, nas
imediações de onde hoje se encontra a Nova Guaxupé.
A entidade, oficialmente foi fundada em 9 de maio de 1926, e teve se Estatuto registrado no Cartório de
2º Oficio da Comarca de Guaxupé, pelo Sr. Horácio Ferreira Lopes. Compôs a primeira diretoria o Capitão Antônio
Quirino Peixoto (presidente), Rodrigo Agnello Antunes (vice-presidente), Miguel Sarraf (1º secretário), Pedro Zitti
(2º secretário), José Ferraz de Araújo (tesoureiro), João Vieira Romão (procurador), Braulindo Olegário de Oliveira
(bibliotecário), Dolor Amâncio Carvalho (orador) e os demais participantes: José Ignácio, Lauro Ferreira
Magalhães, João Coragem, Oswaldo e João Peixoto, Arthur Ferraz de Araújo, José e Joaquim Arruda de Souza,
Joaquim Prado, Dona Guilherminda e Dona Antonieta (médiuns), dentre outros, conforme os documentos da
época.
Tão logo que começaram as reuniões e estudos espíritas em Guaxupé, também iniciaram as ações de
caridades, prática constante nestes 90 anos de muito trabalho e amor aos menos favorecidos. O primeiro e
tradicional “Natal da Solidariedade”, aconteceu em 1926. No dia 22 de maio de 1927, a construção da sede foi
transferida para a Rua Tiradentes, nº 620, local onde permanece até hoje, e, no dia 15 de agosto do mesmo ano a
sede foi finalmente inaugurada.
O CENE mantém sua fachada original, mas, nestes noventa anos precisou ser ampliado e, hoje, conta com
amplo refeitório e um prédio de três andares na Rua São João, o Educandário Allan Kardec, que teve suas obras
iniciadas em 1960. O Educandário Allan Kardec foi idealizado pelos seus “tarefeiros” para ser uma escola que
levasse aos menos favorecidos, educação e conhecimento para a vida.
Em 1969 iniciou-se, através de Ana de Oliveira, a “semana da Criança”, comemoração realizada no mês de
outubro, que acontece todos os anos. No mesmo ano, o Educandário abrigou a Escola de Corte e Costura “Maria
Miqueri”, que até hoje confecciona roupas infantis que são distribuídas, estando a frente desse trabalho Myrthes
de Oliveira Massici. Em 1979, foi a vez da Escola de Datilografia e Escritório de Engenharia.
O que a história não conta é que muitos dos pioneiros foram perseguidos pelo preconceito e reprovação
daqueles que eram contrários às ideias espíritas. Alguns profissionais, como o Sr. Braulindo, tiveram que mudar
de cidade porque não conseguiram emprego em Guaxupé por serem espíritas. Outros foram recebidos muitas
vezes com tiros por causa da ignorância religiosa da época.
Ester Jorge comenta que nasceu Espírita e cresceu dentro do CENE: “o Nova Era, sempre foi minha
segunda casa. Participei de festivais, de concentrações, de muitos natais. Em datas específicas fazíamos
apresentações teatrais. O tempo é curto para escrever sobre tantas atividades que realizamos no Nova Era. Na
construção do Educandário fizemos coquetéis, festa junina, para arrecadar fundos. Nos conclaves recebíamos
caravanas de outras cidades. Os participantes ficavam nas nossas casas. Fazíamos tantas amizades!”.
São muitas as histórias que marcaram a trajetória do CENE. “O Centro Espírita Nova Era atua de uma
maneira muito intensa em nossas vidas ele é onde vamos buscar o aconchego em todas as horas, são noventa
anos de conhecimentos, amor, solidariedade e luz. Meus agradecimentos a essa casa, aos seus fundadores e
trabalhadores incansáveis, entre eles, nosso querido Seu Raimundo e Dona Euzápia. A todos nossas vibrações de
muito amor e Luz. SALVE O NOVA ERA!”, exclamou Giomar Silva, frequentadora assídua do CENE.
Dentre as comemorações, homenagens foram feitas aos parentes, familiares e representantes daqueles
que foram os pioneiros do Espiritismo em Guaxupé: Lincoln e Arlete (representando o casal João Romão e
Antonieta Arruda), Virginia e Elizabeth (representando Raimundo Macedo e Euzápia), Lourdes, Myrthes e Yvonne
(representando o casal Braulindo e Ana), Palmira Pasqua (representando Silvério e Haideê Pasqua), Dr. Aulício
(representando Nenzinho e Alíssia), Darci Celani (representando Sr. Dufo, Alice Silveira e filhos), Maira Silveira
(representando José Olegário e Sebastiana Silveira), Ismael Batista (representando Nenê e Dina), Dona Nega
(representando Carmo e Maria), Guiomar Silva (representando Manoel Messias), Maria Ivone, Stefânia e Heloisa
(representando Gescelda Bueno), Bebete e Arlete (representando Geraldo e Delmira), Sílvia Espósito
(representando Giridol), Francisco Neto (representando Sr. Francisquinho e Dona Maria) e Anésia (representando
o Sr. Napolião, que mora hoje em Brasília). Também foram lembrado o Sr. Geraldo Emídio e Adelaide, Deda,
Milton e Maria Pacheco.
Compõe a diretoria atual do CENE, eleita no dia 23 de abril, do presente ano, para o biênio 2016/2018,
Dariê Silva Pasqua (presidente), Wilma Maria dos Santos Rossi (vice-Presidente), Ana Cristina Costanzo Borges de
Souza (1ª secretária:), João Carlos Pasqua (2º secretário), Edson José Dias Leite (1º tesoureiro), Daniela Cunha
Mascarenhas Affini (2º tesoureiro), Maria Virgínia de Macedo, Antônio Luiz de Souza e Cláudia Elaine Rodrigues
Smargiassi (conselho fiscal), . Marcelo Pasqua, Patrícia Flauzino e André Guilherme Jorge (suplentes).
“Para nós é um privilégio poder participar dessas comemorações. Quiçá, daqui a 90 anos, possamos ser
lembrados por deixar alguma contribuição ao Movimento Espírita de nossa cidade! Não que a Doutrina Espírita
precise de nós, mas o Movimento Espírita sim. Então fazemos um apelo aos espíritas e simpatizantes: participem
de sua Casa Espírita, ajude a escrever uma história de trabalho no bem e de consolo levando e vivenciando o
Evangelho de Jesus”, comentou Dariê Silva Pasqua.
Hoje a casa mantém as reuniões públicas, de estudos e mediúnicas durante a semana, Atendimento
Fraterno às 2ª feiras, às 19h 30min, Visita Fraterna, estudo de obras Espíritas, Curso de Aprofundamento da
Doutrina Espírita e de Mediunidade, Corte e Costura, Assistência aos Necessitados, Café com Fé, Evangelização e
Sopa Fraterna. Também, mantém o Programa “Estrada de Damasco na TV” (TV Sul – canal 4 – 4ª feira às 19h 30
min), Programa “Estrada de Damasco” (aos domingos, às 10h 30 min, na Rádio Clube de Guaxupé), Crepúsculo de
Luz, Feira da Pechincha, Feira do Livro Espírita, Natal da Solidariedade, Festa das Crianças, colaborando ainda com
os eventos espíritas que acontecem na cidade, dentre outras atividades.
“O Nova Era tem uma turma muito animada. Sempre fazendo visitas aos aniversariantes e com muitas
brincadeiras. Participávamos de semanas espíritas em outras cidades. Lembro de uma vez que fomos para Passos
de trem, que tempo bom!”, relembra Ester Jorge.
São 90 anos de luta, história, amparo, confiança fraternal e cristã, fé e caridade. Hoje a comunidade
espírita guaxupeana conquistou confiança e respeito, se ampliou na cidade e região, e tem sido exemplo de
caridade e amor ao próximo.

Renato Tadeu Veroneze

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