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FAC – FACULDADE CURITIBANA

RIVALDO CABRAL JERÔNIMO

TEORIA GERAL DO PROCESSO PENAL

Curitiba - Paraná
2020
RIVALDO CABRAL JERÔNIMO

TEORIA GERAL DO PROCESSO PENAL

Trabalho acadêmico, apresentado a


Faculdade Curitibana, como parte das
exigências para a obtenção do título de
Graduação em Direito.

Orientador: Prof. Carlos Eduardo Treglia

Curitiba – Paraná
2020
Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do
Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF)

Criado pela lei 12.106, de 2 de dezembro de 2009, o Departamento de


Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de
Medidas Socioeducativas (DMF) é responsável por monitorar e fiscalizar o
cumprimento das resoluções e recomendações do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) referente à prisão provisória e definitiva, bem como medidas de segurança e
internação de adolescentes. Estruturando um trabalho que já era realizado pelo
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) junto aos presídios do país, através dos
mutirões carcerários.
Realizados com o fim de garantir e promover os direitos fundamentais das
pessoas encarceradas, os mutirões carcerários, realizados por juízes de diferentes
unidades da federação, se davam em duas fases: a primeira, na qual são efetuadas
visitas as unidades prisionais com o objetivo de sanar irregularidades e garantir o
cumprimento da Lei de Execuções Penais, e a segunda, em que diversos juízes e
advogados analisavam os processos de todos os integrantes da unidade prisional
com o fim de verificar sua situação processual e aplicar as medidas cabíveis.
Coordenado por um juiz auxiliar nomeado pelo presidente do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) e supervisionado por um conselheiro designado pelo
plenário, o Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e
do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF) completou 10 anos em
2019, ano em que foi realizada não apenas uma cerimônia de comemoração como
também um documentário produzido pela TV Justiça.
Documentário que contou com a participação dos Ministros Gilmar Mendes,
Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski, bem como do Juiz Luís Geraldo Lanfredi,
coordenador do DMF, e Mario Guerreiro, conselheiro supervisor do projeto.
Em entrevista, os Ministros deixaram claro a importância do projeto, que
resultou na análise de mais de 400 mil processos e a concessão de mais de 80 mil
benefícios, como progressão de pena, liberdade provisória, direito a trabalho
externo, entre outros. Estima-se que pelo menos 45 mil presos obtiveram liberdade
após ser constatado que já haviam cumprido suas penas.
Foram apontadas, ainda, as dificuldades de ressocialização encontradas no
sistema carcerário brasileiros que, conforme depoimento do egresso do sistema
prisional e, à época, assessor técnico de gabinete, Adriano de Camargo, acaba
funcionando como uma escola “que te permite fazer contatos e te ensina o que você
não sabia”, propiciando o verdadeiro ingressando na criminalidade.
Daí a importância de programas como o “Começar de novo”, projeto da
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que visa sensibilizar órgãos públicos e da
sociedade civil quanto a necessidade de criação de postos de trabalhos e cursos de
capacitação profissional para presos e egressos do sistema carcerário, de forma a
promover a cidadania e, consequentemente, reduzir a reincidência criminal.
Mostrando cenas registradas em diversos presídios do país o documentário
chama, ainda, atenção a superlotação, da deficiência dos alojamentos e
alimentação, que propiciam a proliferação de diversas doenças, bem como da
extrema necessidade de individualização da pessoa, que são pessoas detentoras de
direitos, as quais devem ser tratadas com dignidade e respeito.
Outrossim, a cerimônia comemorativa dos 10 anos de existência do
Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema
de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF) revelou os planos do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) para mudar o futuro do sistema prisional, a partir da
implementação de diversas medidas na área da execução penal, como a
modernização e unificação do acervo de penas cumpridas no país, a identificação
biométrica da população prisional, além de ações que visam a reinserção dos presos
e egressos na vida em sociedade, são apenas algumas das 19 iniciativas a serem
realizadas pelo Programa Justiça Presente, em parceria com o Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Nova metodologia que será possível a partir da difusão nacional do Sistema
Eletrônico de Execução Unificado (SEEU), ferramenta desenvolvida pelo Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) que centraliza e unifica a execução penal em todo o país,
permitindo que o processo tramite de maneira mais eficiente, proporcionando a
gestão mais confiável dos dados de toda a população carcerária.
Conforme bem afirmado por Renato Marcão1, precisamos nos lembrar que:

1
MARCÃO, Renato. Curso de Execução Penal. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
A execução penal deve objetivar a integração social do condenado ou
do internado, já que adotada a teoria mista ou eclética, segundo o
qual a natureza retributiva da pena não busca apenas a prevenção,
mas também a humanização. Objetiva-se, por meio da execução,
punir e humanizar

É com a dignidade no trato enquanto humano trabalhada em conjunto com


as medidas adotadas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que será possível
mostrar ao mundo, e aos próprios detentos, que eles importam quanto indivíduo e
não estão sozinhos na busca por um recomeço.

REFERÊNCIAS

CNJ. Começar de Novo. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/campanha/comecar-de-


novo-artigo-campanha/. Acesso em: 29/05/2020.

CNJ. Sistema Eletrônico de Execução Unificado (SEEU). Disponível em:


https://www.cnj.jus.br/sistema-carcerario/sistema-eletronico-de-execucao-unificado-
seeu/.Acesso em: 29/05/2020.

MARCÃO, Renato. Curso de Execução Penal. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

NETO, Manoel Valente Figueiredo; MESQUITA, Yasnaya Polyanna Victor Oliveira de;
TEIXEIRA, Renan Pinto; ROSA, Lúcia Cristina dos Santos. A ressocialização do preso na
realidade brasileira: perspectivas para as políticas públicas. Disponível em:
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/a-ressocializacao-do-preso-na-realidade-
brasileira-perspectivas-para-as-politicas-publicas/ Acesso: 30/05/2020.

ROSSINI, Tayla Roberta Dolci. O sistema prisional brasileiro e as dificuldades de


ressocialização do preso. Disponível em:
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/8784/O-sistema-prisional-brasileiro-e-as-
dificuldades-de-ressocializacao-do-preso. Acesso em: 30/05/2020.

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