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Oab Tributário Ceisc
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E-book Direito
Tributário
Prof. Guilherme Pedrozo da Silva
2ª FASE TRIBUTÁRIO | XXXIV EXAME
Direito Tributário
Prof. Guilherme Pedrozo da Silva
1. Abertura e Petição Inicial ................................................................................... 4
2. Petição Inicial .................................................................................................. 13
3. Mandado de Segurança .................................................................................. 20
4. Ação Declaratória e Anulatória ........................................................................ 28
5. Ação de Consignação em Pagamento ............................................................ 38
6. Ação de Repetição de Indébito Tributário........................................................ 42
7. Ação de Embargos à Execução Fiscal e Redirecionamento da Execução Fiscal
............................................................................................................................ 47
8. Petição de Exceção de Pré-executividade ...................................................... 52
9. Teoria Geral dos Recursos .............................................................................. 56
10. Recurso de Agravo de Instrumento, Interno e Apelação ............................... 58
11. Recurso de Agravo Interno e Ordinário Constitucional .................................. 68
12. Recurso Especial e Recurso Extraordinário .................................................. 77
13. Tributo ........................................................................................................... 85
14. Competência Tributária ................................................................................. 87
15. Limitações ao Poder de Tributar - Princípios ................................................. 94
16. Limitações ao Poder de Tributar - Imunidades ............................................ 103
17. Legislação Tributária ................................................................................... 112
18. Obrigação Tributária e Constituição do Crédito Tributário ........................... 113
19. Da suspensão da exigibilidade do crédito ................................................... 117
20. Da extinção do crédito tributário .................................................................. 122
21. Da exclusão do crédito tributário ................................................................. 127
22. Da responsabilidade tributária ..................................................................... 131
23. Da denúncia espontânea, garantias e privilégios do crédito tributário ......... 134
24. Da Administração Pública............................................................................ 137
25. Dos Impostos em Espécie ........................................................................... 138
26. Taxas ........................................................................................................... 163
27. Contribuição de melhoria ............................................................................. 166
28. Empréstimos Compulsórios ......................................................................... 167
29. Contribuição Especial .................................................................................. 168
Iniciaremos o nosso curso apontando alguns tópicos interessantes sobre a prova, como a
indicação de marcação no Vade Mecum, bem como os demais tópicos interessantes e
necessários para o bom desenrolar da preparação de vocês.
Caro estudante, futuro advogado, a primeira tarefa para começar o estudo para a 2ª fase
do Exame da Ordem dos Advogados do Brasil, inclui, necessariamente, a análise do edital, pois
nele estão “as regras do jogo”, ou seja, nele encontramos as informações necessárias sobre o
que PODE e o que NÃO PODE no Exame da Ordem. Também, encontramos nele os prazos e,
notadamente, os conteúdos que precisamos dominar para GARANTIR A APROVAÇÃO.
A prova terá duração de 5 (cinco) horas, das 13h às 18h, no horário oficial de Brasília/DF.
A prova prático-profissional valerá 10,00 (dez) pontos e será composta de duas partes:
Você não pode escrever fora das linhas de demarcação, sob pena de não ter corrigido tudo
o que estiver fora da área delimitada e se você errar alguma palavra, faça apenas um traço
simples e siga escrevendo ao lado. Confira o exemplo:
*Para todos verem: acima temos uma imagem que demonstra que rabiscar a
folha de prova é errado, o correto seria o examinando fazer um traço simples.
a. Ter calma;
b. Redação clara e objetiva;
c. Dados importantes – vamos ver em cada peça;
d. Sempre procurar a fundamentação(ou seja, o artigo, súmula ou OJ);
e. NÃO ESQUEÇA DE INDICAR OS INCISOS E §§ CORRETAMENTE.
Caro estudante, uma questão crucial para a sua aprovação diz respeito à organização do
seu material e do seu tempo de estudo. Por isso, adquira a legislação que pretende utilizar para
a prova, e comece a utilizá-la o mais rápido possível. Conhecer a legislação e ter agilidade em
localizar os fundamentos legais é importantíssimo.
Também, defina qual horário dedicará para o estudo. Não há um tempo mínimo e máximo,
pois isso depende de cada pessoa e de sua rotina, mas você precisa entender que, nesse
período, precisará abdicar de outras atividades e ter FOCO na prova que se aproxima.
• Mandado de Segurança
• Ação Declaratória
• Ação Anulatória
Processo • Ação de Consignação em Pagamento
Subjetivo • Ação de Repetição de Indébito Tributário
• Ação de Embargos à Execução Fiscal
• Petição de Exceção de Pré Executividade
• Agravo de Instrumento
• Apelação
• Agravo Interno
Recursos • Recurso Especial
Processuais • Recurso Extraordinário
• Recurso Ordinário Constitucional
1) Endereçamento.
2) Qualificação do Requerente.
3) Fundamento do Requerente.
4) Nome da Peça do Requerente.
5) Qualificação do Requerido.
6) Cabimento da Demanda.
7) Descrição dos Fatos.
8) Descrição dos Direitos.
9) Pedidos.
10) Valor da Causa.
11) Local e Data.
12) Advogado e OAB.
Basicamente são estes os passos de uma peça inicial. Em sala de aula, falaremos sobre
cada um, sua importância e forma de utilização.
2. Petição Inicial
Endereçamento
Mas o que é o endereçamento? Endereçamento será o destinatário da demanda, ou seja,
será o juízo responsável pelo julgamento do litígio, da causa controversa em que o contribuinte
buscará a solução para os seus problemas. Tal previsão encontra-se disposta no artigo 319, I,
do Código de Processo Civil.
Normalmente a grande regra no direito tributário é de que as causas serão ajuizadas em
1º Grau (quem julga será um juiz singular), na Justiça Federal (Subseção) se houver interesse
da União, Autarquia Federal ou Empresa Pública Federal, na forma do artigo 109, I, da
Constituição Federal, ou como critério residual na Justiça Estadual (Comarca) caso não haja a
incidência da regra do artigo supra referido.
Assim, como primeiro critério de endereçamento faz-se necessário estabelecer se o seu
processo será dirigido para a Justiça Federal ou Estadual. Após analisado o presente critério,
deverá ser analisado pelo representante do contribuinte se não existe a possibilidade da petição
inicial ser dirigida aos Juizados Especiais.
Mas existe possibilidade de endereçamento para os Juizados Especiais? Sim, tanto a
Justiça Federal, quanto a Justiça Estadual apresentam seus próprios juizados especiais. Na
Justiça Federal teremos os Juizados Especiais Federais e na Justiça Estadual os Juizados
Especiais da Fazenda Pública.
E qual é o critério para que tais petições iniciais sejam dirigidas para os juizados? Trata-
se de critério cumulativo onde deverá o autor da demanda ser pessoa física, micro empresa ou
empresa de pequeno porte e a demanda a ser ajuizada ter valor igual ou inferior a 60 Salários
Mínimos Nacionais. Caso estejam presentes estes dois requisitos de forma cumulativa, o
procedimento deverá ser dirigido para os Juizados Especiais Federais (observando-se o critério
do artigo 109, I, da CF) ou para os Juizados Especiais da Fazenda Pública.
Lembrando, ainda, que jamais poderão ser dirigidos para os Juizados: Mandado de
Segurança, Embargos à Execução Fiscal e Exceção de Pré Executividade, em face de previsão
expressa na norma.
Lei 10.259/2001
Art. 3º. Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e julgar causas de
competência da Justiça Federal até o valor de sessenta salários-mínimos, bem como
executar as suas sentenças.
§ 1º. Não se incluem na competência do Juizado Especial Cível as causas:
I - referidas no art. 109, incisos II, III e XI, da Constituição Federal, as ações de mandado
de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação, populares, execuções fiscais
(...)
Art. 6º Podem ser partes no Juizado Especial Federal Cível:
I – Como autores, as pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno porte,
assim definidas na Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996;
Lei 12.153/2009
Art. 2º. É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar
e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários-mínimos.
§ 1º. Não se incluem na competência do Juizado Especial da Fazenda Pública:
I – As ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação,
populares, por improbidade administrativa, execuções fiscais (...)
Art. 5º. Podem ser partes no Juizado Especial da Fazenda Pública:
I – Como autores, as pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno porte,
assim definidas na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.
Diante disso, como terceiro critério para o endereçamento, a demanda será distribuída,
via de regra, no local do domicílio do requerente da demanda. Mas cuidado: caso trate-se de
embargos à execução fiscal ou exceção de pré executividade, tais peças deverão ser
endereçadas para o local onde tramita a execução fiscal.
Findas as exposições sobre endereçamento, os mesmos se apresentarão da seguinte
forma:
Qualificação do Requerente
A qualificação do requerente deverá observar estritamente o que disposto no artigo 319,
II, do Código de Processo Civil. Diante disso, deverá constar na qualificação obrigatoriamente os
seguintes itens: “os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a
profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da
Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu”.
Para efeitos de 2ª Fase do Exame de Ordem, questiona-se: se não houver a presença de
tais itens acima expostos no enunciado, poderão ser criados? A resposta é negativa. Lembrando
que nada poderá ser criado ou imaginado no Exame de Ordem, sob pena do examinador
considerar como identificação de peça e o examinando vir a reprovar.
Lembrando, antes de citar alguns exemplos, que no momento de elaborar tal qualificação,
deverá o examinando fazer a indicação do advogado (procurador) e endereço para intimação,
visto que somente este último detém capacidade postulatória para representação em juízo.
•Nome, prenome, estado civil ..., profissão ..., inscrito no CPF sob o nº ..., endereço
eletrônico ..., residente e domiciliado ..., neste ato representado por seu procurador
(procuração em anexo), estabelecido ..., local onde receberá intimações.
•Nome da Empresa, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº ...,
estabelecida ..., endereço eletrônico ..., neste ato representada por seu procurador
(procuração anexa), estabelecido ..., local onde receberá intimações.
Qualificação do Requerido
Para qualificar em face de quem será realizado o processo, ou seja, o réu da ação judicial,
deverá observar-se o que disposto igualmente no artigo 319, II, do CPC. Entretanto, como em
nosso direito tributário, o requerido normalmente é uma pessoa jurídica de direito público,
compreende-se necessário acrescer em tal qualificação a representação processual do mesmo
exposta no artigo 75 do CPC.
Importante ainda ressaltar que tal qualificação, para efeitos de 2ª Fase de Exame da
Ordem, é genérica, ou seja, a ação será ajuizada em face da União, Estado, Distrito Federal ou
Município. Somente será diferenciada quando tratar-se de Mandado de Segurança.
Cabimento
Após realizada a fase preambular da petição inicial, ou seja, informei quem irá julgar e
apreciar meus pedidos (Endereçamento), quem está propondo a demanda (Requerente),
fundamentos e nome da peça (Ação Escolhida) e em face de quem estarei ajuizando
(Requerido), iniciaremos as fases dos tópicos processuais.
Inaugura os presentes tópicos aquele que denomino de cabimento, ou seja, o que justifica
a opção pela ação escolhida pelo requerente e seu procurador. O presente tópico trata-se da
justificativa do porquê da ação escolhida pelo examinando ou requerente.
I - Do Cabimento
•Reza o artigo 38 da LEF que poderá a parte desconstituir, via Ação Anulatória,
lançamento realizado equivocamente ou ilegalmente. No presente caso,
compreende-se pela ilegalidade do presente lançamento, portanto, sendo cabível a
utilização da presente ação anulatória.
Dos Fatos
Após à realização do cabimento, caberá ao examinando descrever os fatos que levaram
a ocorrência do litígio (problema), ou seja, o que ocorreu de fato para seu cliente requerer a
prestação jurisdicional.
Para efeitos de Exame da Ordem caberá ao examinando informar/descrever, sempre
observando suas próprias palavras (cópia não será considerada), os fatos conforme descritos no
enunciado, desde que não traga nenhuma inovação.
Dos Direitos
Descritos os fatos que levaram o contribuinte a desejar a prestação jurisdicional faz-se
necessário elaborar o ponto mais importante e pontuado da peça processual no Exame da
Ordem: os direitos (direito material) do seu cliente.
Lembre-se: nenhum problema apresentado, para efeitos de Exame da Ordem, será livre
de vícios, ilegalidades ou inconstitucionalidades. Portanto, na análise do caso, o candidato
deverá extrair do enunciado as informações necessárias para identificar tais lesões ao direito
material.
Por fim, é importante acrescer que neste item da peça processual, o candidato poderá
igualmente falar sobre o cabimento de eventual liminar ou tutela provisória. Entretanto, para
efeitos de Exame da Ordem, recomenda-se abrir um tópico novo abaixo do presente item.
Dos Pedidos
Finalizando a peça processual deverá ser elaborado o resumo das intenções com a peça
vestibular, isto é, o candidato irá citar de forma breve e objetiva os seus pedidos. Tais itens irão
variar a depender da peça processual que será redigida. Portanto, recomenda-se a análise de
cada peça para verificar a lista dos pedidos.
Valor da Causa
O valor da causa representa a expressão financeira do objeto da demanda que está sendo
ajuizada. Lembrando que para efeitos do Exame da Ordem somente deverá ser mencionado o
valor da ação se houver expresso no enunciado tal número correspondente.
O fundamento legal básico da presente demanda encontra-se esculpido no artigo 5º, LXIX,
da CF, combinado com o artigo 1º da Lei 12.016/2009. Importante dizer que tal demanda desfruta
de status de remédio constitucional, onde para aqueles que o utilizam fundamenta-se sempre na
seguinte premissa: “direito líquido e certo”.
Mas esse direito líquido e certo seria de quem? Daquele que venha sofrer uma ilegalidade
ou abuso de poder, ou que até mesmo tenha medo de sofrer.
Mas quem cometerá tais atos? Esses atos são realizados pela autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica. Mas atenção: sempre no exercício de poder dado pelo Poder Público.
Ademais, onde encaixa-se o Mandado de Segurança dentro do processo fiscal? Lembre-
se que, conforme o artigo 3º do CTN, o ato de cobrar tributo está vinculado à lei. Logo, se houver
cobrança sem respaldo legal, poderemos estar frente à utilização da presente demanda.
Lembre-se que o Mandado de Segurança poderá ser repressivo ou preventivo. Assim,
usa-se o repressivo para fatos que sucedem o lançamento. Já o preventivo, quando houver uma
lei, mas que ainda não produziu efeitos sobre determinado contribuinte.
Outrossim, no que tange ao direito líquido e certo, quer dizer aquela norma que está
devidamente postada e poderá ser de pleno comprovada pelo ínclito julgador. Lembre-se e não
esqueça: uma das grandes diferenças no Mandado de Segurança é que não existirá dilação
probatória, logo, as provas deverão ser anexadas e provadas de pleno (pré-constituída).
SE LIGA NA DICA
Queridos alunos, vocês não entrarão com MS contra Ente Público, mas sim contra aquele
representante do ente que cometeu o ato ilegal ou abusivo.
Ademais, nunca é demais salientar que o prazo para a propositura da demanda será de
120 dias (art. 23 da Lei 12.016/09), contados da ciência do ato a ser impugnado por parte do
prejudicado. Cuidado na hora da prova também: tal prazo jamais se interromperá ou suspenderá
(uma vez iniciado, vai até o fim).
Mas e no que tange ao Mandado Preventivo? A doutrina majoritária compreende que não
existe prazo decadencial, pois a cada dia que passa, a ameaça se prospera. Importante salientar,
ainda, conforme Lei própria do Mandado de Segurança, que não caberá o presente remédio
constitucional quando:
CUIDADO
- Mandado de Segurança é para proteção de direito líquido e certo. Logo, não caberá no Mandado
de Segurança dilação probatória. As provas documentais deverão ser juntadas junto com a inicial,
assim, admite-se prova documental, mas jamais no curso do processo.
- Súmula 271 do STF - não posso cumular MS com Repetição de Indébito.
O MS é um rito mais célere (rápido) e tem prioridade de andamento. O MS não permite condenação
de honorários sucumbenciais. Mas o que são honorários sucumbenciais? São aqueles honorários
devidos para o advogado da parte contrária.
- A FGV tem dito também sobre MS: ingresse com a ação menos custosa para o cliente. Considere
que só precise comprovar através de prova documental.
- E se for para o Rito Ordinário? A prova te dará pistas, do tipo: precisa provar através de prova
pericial. Não bastam somente os documentos para comprovação. Logo, se a prova mencionar
quaisquer destas expressões: advogado quer honorários ou preciso de provas (periciais,
testemunhas), não posso entrar com MS.
Considerando que repassamos por alguns dos principais tópicos sobre o Mandado de
Segurança, vamos agora vislumbrar um modelo de peça-prática da presente ação tratada neste
capítulo. É importante dizer que o presente material deverá ser complementado com as aulas ao
vivo que serão realizadas conforme grade de horários.
Enunciado da Peça
Zeta é uma sociedade empresária cujo objeto social é a compra, venda e montagem de peças
metálicas utilizadas em estruturas de shows e demais eventos. Para o regular exercício de sua
atividade, usualmente necessita transferir tais bens entre seus estabelecimentos, localizados entre
diferentes municípios do Estado de São Paulo. Apesar de nessas operações não haver
transferência da propriedade dos bens, mas apenas seu deslocamento físico entre diferentes filiais
de Zeta, o fisco do Estado de São Paulo entende que há incidência de Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Prestação de Serviços – ICMS nesse remanejamento. Diante da falta de
recolhimento do imposto, o fisco já reteve por mais de uma vez, por seus Auditores Fiscais,
algumas mercadorias que estavam sendo deslocadas entre as filiais, buscando, assim, forçar o
pagamento do imposto pela sociedade empresária. Considere que, entre a primeira retenção e a
sua constituição como advogado, passaram-se menos de dois meses. Considere, ainda, que todas
as provas necessárias já estão disponíveis e que o efetivo pagamento do tributo, ou o depósito
integral deste, obstaria a continuidade das operações da empresa que, ademais, não quer se expor
ao risco de eventual condenação em honorários, no caso de insucesso na medida judicial a ser
proposta. Com receio de sofrer outras cobranças do ICMS e novas retenções, e também
pretendendo a rápida liberação das mercadorias já apreendidas, uma vez que elas são essenciais
para a continuidade de suas atividades, a sociedade empresária Zeta o procura para, na qualidade
de advogado, elaborar a petição cabível, ciente de que, entre a retenção e a constituição do
advogado, há período inferior a 120 (cento e vinte) dias, e que, para a demonstração dos fatos, há
a necessidade, apenas, de prova documental que lhe foi entregue. (Valor: 5,00 pontos)
Resolução da Peça
Douto Juízo de Direito da ... Vara (Cível/Fazenda Pública) da Comarca ... do Estado de São Paulo.
Zeta, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº ..., atos constitutivos em anexo,
endereço eletrônico ..., estabelecida ..., vem respeitosamente, por intermédio de seu procurador
(procuração em anexo), este estabelecido ..., local onde receberá intimações, à presença de
Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 5º, LXIX, da CF e Art. 1º e Seguintes da Lei 12.016/09,
impetrar:
Em face de ato do Delegado da Receita Estadual, integrante dos quadros dos servidores do
Estado de São Paulo, pessoa jurídica de direito público, inscrito no CNPJ sob o nº ..., estabelecido
..., neste ato onde poderá ser representado pelo Procurador do Estado, na forma do artigo 75, II,
do CPC, pelos fatos e fundamentos abaixo aduzidos.
I – Cabimento
No presente caso existe lesão à direito líquido e certo da parte impetrante, uma vez que está
sendo cobrado da mesma imposto não devido e, consequentemente, a retenção indevida das
suas mercadorias.
Diante disso, leciona o artigo 5º, LXIX, da Constituição Federal que caberá para toda lesão à
direito líquido e certo a possibilidade de reparação via instrumento mandamental. Igualmente,
leciona o artigo 1º e seguintes da Lei 12.016/09 sobre a possibilidade de reparação à lesão, como
no presente caso ocorre, via Mandado de Segurança.
Logo, frente ao que exposto, compreende-se possível a impetração do presente Mandado de
Segurança, eis que presentes os requisitos para a sua interposição, visto que: existe necessidade
de rápida reparação, a demanda a ser ajuizada não possibilita a condenação em honorários, bem
como estão presentes todos os documentos para a comprovação do direito da parte.
II – Tempestividade
Leciona o artigo 23 da Lei 12.016/09 que a parte lesada terá prazo decadencial de 120 dias para
impetrar Mandado de Segurança quando da ocorrência de lesão a direito líquido e certo. Tal prazo
tem seu cômputo inicial a partir da ciência do ato.
No presente caso, conforme expresso no enunciado, existe prazo inferior à 2 meses da ciência
do ato.
Diante disso, compreende-se possível e tempestiva a utilização do Mandado de Segurança, a fim
de reparar a lesão da parte impetrante.
IV – Dos Direitos
Leciona o artigo 155, II, da Constituição Federal, que teremos a incidência de ICMS toda vez que
ocorrer operações relativas à circulação de mercadorias.
No presente caso, não existe a presente circulação, tendo em vista que a titularidade da
propriedade não é alterada pelo simples fato de haver transferência dos bens da impetrante entre
seus estabelecidos.
Diante disso, tendo em vista a não modificação de titularidade de propriedade dos bens da
empresa impetrante, compreende-se pela não possibilidade e não ocorrência do fato gerador de
ICMS. Outrossim, tal fundamento corresponde ao que disposto na Súmula 166 do STJ.
Leciona a Súmula 323 do STF que é vedada a conduta de apreender mercadorias ou retê-las
com o intuito de obrigar contribuinte a pagar tributo. No presente caso, houve retenção de
mercadorias da parte impetrante, eis que compreendeu o fisco estadual sobre a incidência de
ICMS nas operações de transferência dos bens pertencentes a empresa.
Sendo assim, além de não existir tal incidência de imposto, torna-se ilegal a retenção/apreensão
de mercadorias para obrigar o pagamento de impostos, conforme leciona a Súmula 323 do STF.
V – Da Liminar
Leciona o artigo 7º, III, da Lei 12.016/09 que poderá o magistrado, através de solicitação da parte,
conceder medida liminar, uma vez presentes os requisitos de
fumaça do bom direito e perigo de demora.
No presente caso, resta comprovada a fumaça do bom direito, eis que, conforme acima
explicitado, não existe a incidência de ICMS na presente operação realizada pela empresa, frente
ao que disposto na Súmula 166 do STJ e compreende-se, igualmente, pela impossibilidade de
retenção de mercadoria, na forma da Súmula 323 do STF.
Igualmente, o perigo de demora está claramente demonstrado, eis que se porventura continuar a
ocorrer a retenção de mercadorias da parte impetrante, assim como mantiver a decisão de não
liberar aquelas apreendidas, a parte não poderá dar continuidade aos seus serviços, colocando
em risco a sua empresa.
Diante do que exposto, compreende-se possível a concessão da medida liminar, uma vez
presentes os requisitos dispostos no artigo 7º, III, da Lei 12.016/09.
Por fim, deseja a parte que tal medida liminar seja deferida sem solicitação de caução, eis que a
empresa não apresenta suporte para contemplar tal pedido, caso seja solicitada.
VI – Dos Pedidos
Ante o exposto, requer:
a) A concessão da medida liminar, uma vez presentes os requisitos do artigo 7º, III, da Lei
12.016/09, a fim de que exista a liberação das mercadorias retidas, assim como seja
impossibilitada a cobrança de imposto e que o fisco não realize mais retenções de mercadorias
da parte impetrante.
b) Que a parte impetrada seja notificada, para que, desejando, preste esclarecimentos na forma
do artigo 7º, I, da Lei 12.016/09.
c) Que seja cientificado o representante legal da autoridade coatora, para que tome ciência da
presente ação, assim como do ato realizado pela autoridade, e que lhe seja enviada cópia da
inicial. Tudo isso na forma do art. 7º, II, da Lei 12.016/09.
d) Que seja intimado o Membro do Ministério Público, fiscal da lei, a fim de tomar ciência da
presente demanda, na forma do artigo 12, da Lei 12.016/09.
e) Que seja confirmada a presente liminar e mantida até a sentença, e que ao final seja concedida
a segurança, a fim de: liberar as mercadorias apreendidas e que novas não sejam retidas, na
forma da Súmula 323 do STF, bem como implique na impossibilidade de lançamento de ICMS,
eis que não existe fato gerador para tanto, na forma do artigo 155, II, da CF.
f) Que seja condenado o representante da autoridade impetrada nos ônus sucumbenciais, mais
notadamente as custas processuais.
Após vista a nossa primeira demanda e peça sempre possível de cair em nossa OAB,
vamos falar um pouco sobre a Ação Declaratória. Vale ressaltar que tal demanda confunde-se
muito com o Mandado de Segurança Preventivo, visto que ambos servem para afastar a ameaça
concreta de lesão.
A presente Ação Declaratória apresenta como fundamento legal básico o que lecionado
no artigo 19 do NCPC. Outrossim, quando do ajuizamento igualmente o requerente deverá
vislumbrar os requisitos do artigo 319 do NCPC.
A ação declaratória apresenta como finalidade a declaração de existência ou inexistência
de relação jurídica tributária, e as suas devidas consequências jurídicas.
Lembre-se e não esqueça: em exame da OAB, via de regra, você utilizará a presente
demanda quando inexistir a constituição do crédito tributário (inexistir lançamento). Porém,
deverá haver algum ato concreto que sinalize a incerteza jurídica no que tange ao ato de ser
cobrado ou não.
Agora, se já houver lançamento tributário, você, estimado aluno, já poderá começar a
pensar em demanda Anulatória de Débito Fiscal.
Mas tenha atenção: se você, contribuinte, deseja afastar possível cobrança futura, e na
mesma demanda repetir aquele tributo pago indevidamente, é totalmente pleno e cabível uma
Ação Declaratória de Inexistência de Relação Jurídica-Tributária cumulada com Repetição de
Indébito Tributário. Se, caso for este seu pedido, não esqueça do artigo 165 do CTN e do pedido
de repetição.
Ressalta-se, ainda, que a presente Ação Declaratória poderá ser utilizada para todo e
qualquer tipo de tributo, inclusive no que tange a declaração de inexistência de cumprimento-
dever das obrigações acessórias. Para isto, vide o artigo 113, §1 e 2º do CTN.
Aonde vou entrar com a presente ação: no local de domicílio do contribuinte.
Ademais, não esqueça, portanto, quando caberá ação declaratória:
• Declarar existência ou inexistência de relação jurídica-tributária.
• Declarar autenticidade ou falsidade de documento tributário.
E você poderá ficar com dúvidas, como optar pela Ação Declaratória ou Mandado de
Segurança Preventivo? Buenas, sugiro ir para o rito especial, ou seja, analisar a possibilidade
de cabimento de Mandado de Segurança Preventivo quando estiverem presentes algumas
condições descritas no próprio enunciado:
• Enunciado falar na possibilidade de adoção de procedimento mais célere.
• Enunciado falar na possibilidade de procedimento menos custoso.
• Enunciado falar na impossibilidade de dilação probatória.
Considerando que repassamos por alguns dos principais tópicos sobre a presente
demanda, vamos agora vislumbrar um modelo de peça-prática da presente ação tratada neste
capítulo. É importante dizer que o presente material deverá ser complementado com as aulas ao
vivo que serão realizadas conforme grade de horários.
Enunciado da Peça
A Igreja Guigui Faz Passar, com sede na cidade de Santa Cruz do Sul – RS resolve, aos finais de
semana, vender bolos e negrinhos a fim de obter renda para a manutenção da igreja. Ocorre que,
através de notícia veiculada em vários portais da internet, o Secretário da Fazenda do Estado do
Rio Grande do Sul informa que passará a cobrar ICMS pelas comercializações realizadas pela
Igreja Guigui Faz Passar, conforme lei que entrará em vigor no ano de 2017. Temendo, assim, ser
tributada, a Igreja Guigui Faz Passar resolve lhe procurar para que seja garantido o seu direito de
não pagar tributo. Você, como procurador da Igreja Guigui Faz Passar, deverá, portanto, utilizar o
procedimento judicial adequado a fim de defender os interesses da mesma.
Obs: para este enunciado também caberá M. de Segurança Preventivo.
Resolução da Peça
Douto Juízo de Direito da ... Vara (Cível/Fazenda Pública) da Comarca de Santa Cruz do Sul do
Estado do Rio Grande do Sul
Igreja Guigui Faz Passar, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº ..., atos
constitutivos em anexo, estabelecida ..., endereço eletrônico ..., na cidade de Santa Cruz do Sul
– RS, vem respeitosamente, por intermédio de seu advogado (com procuração em anexo),
estabelecido ..., local onde receberá intimações, perante Vossa Excelência, com fulcro nos artigos
19, I do CPC e art. 165, I, do CTN, ajuizar a presente:
Em face do Estado do Rio Grande do Sul, pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ sob
o nº ..., estabelecido ..., endereço eletrônico ..., neste ato representado por seu procurador, nos
termos do artigo 75, II, do CPC, pelos fatos e fundamentos abaixo aduzidos.
I – Cabimento
Reza o artigo 19, I, do CPC que caberá ação declaratória a fim de declarar a inexistência da
relação jurídica. Ocorre no presente caso, tendo em vista a possibilidade concreta de
ser a parte requerente tributada. Assim, deseja que seja declarada a impossibilidade de pagar o
referido imposto de ICMS. Diante disso, compreende-se possível o presente ajuizamento, a fim
de afastar a ameaça concreta frente a possibilidade do fisco continuar a cobrar indevidamente o
ICMS, diante da realização de comercialização de bolos e negrinhos.
II – Dos Fatos
A Igreja Guigui Faz passar resolveu, aos finais de semana, a fim de implementar novas rendas
para manter a igreja e sua finalidade, comercializar bolos e negrinhos. Ocorre que, após notícia
veiculada em vários portais de internet, soube a parte requerente da legislação que poderá
implicar em efeitos futuros de tributação nas presentes comercializações. E, considerando a
chegada do ano de 2017, a Igreja foi tributada nos meses de janeiro até abril de 2017, no montante
de R$ 100.000,00. Logo, compreendendo pela não possibilidade legal de tais atos, deseja a Igreja
buscar seus direitos, a fim de ser declarada a impossibilidade de ser tributada pelo fato de
comercializar negrinhos e bolos, a fim de obter renda para manter suas finalidades, bem como
restituir aqueles tributos pagos indevidamente.
V – Da Repetição de Indébito
Reza o artigo 168, I do CTN que a parte terá prazo de 5 anos, contados do recolhimento indevido,
para restituir o tributo. Considerando, no presente caso, que os tributos foram recolhidos entre os
meses de Janeiro até Abril de 2017, compreende-se tempestiva a presente repetição. Por fim, e
não menos importante, torna-se necessário salientar que, conforme comprovação em anexo,
junta-se a guia de pagamento do tributo indevido, comprovando-se, assim, a condição para a
ação.
Outrossim, diante do que exposto acima sobre a inconstitucionalidade da referida cobrança, resta
dizer que reza o art. 165, I, do CTN que caberá ao contribuinte, independentemente de recurso
administrativo, buscar a repetição de tributo pago indevidamente. Assim, considerando o que
acima exposto, em face da inconstitucionalidade exposta, deseja a parte requerente buscar a
restituição do ICMS satisfeito indevidamente no montante de R$ 100.000,00.
Reza a Súmula 162 do STJ que o valor do tributo pago indevidamente ou à maior deverá ser
corrigido monetariamente a partir do pagamento indevido. Igualmente, reza a Súmula 188 do STJ
e o artigo 167, §º único do CTN que os juros moratórios deverão incidir a partir do trânsito em
julgado da demanda. Considerando que se trata de tributo de competência estadual, deseja a
parte requerente que o valor pago indevidamente seja corrigido a partir do pagamento indevido e
os juros moratórios incidam a partir do trânsito em julgado da demanda.
VI – Dos Pedidos
Ante o exposto, requer:
a) O deferimento da tutela provisória, na forma do artigo 294 do CPC, mais notadamente da tutela
de urgência, na forma do artigo 300 do CPC, uma vez presentes os requisitos da probabilidade
do direito e do perigo de dano, para que sejam antecipados os efeitos da tutela, a fim da parte
requerente não poder ser cobrada do ICMS. Tudo isso, igualmente, a fim de suspender a
exigibilidade do crédito, na forma do artigo 151, V do CTN.
b) A citação da parte requerida, para que, desejando, venha contestar a presente ação no prazo
legal.
c) Seja julgada procedente a demanda, a fim de ser declarada a inexistência da relação jurídica
tributária, reconhecendo o direito da parte requerente de não continuar a ser tributada, frente a
ameaça concreta, considerando a inconstitucionalidade do ICMS, conforme reza o artigo 150, VI,
B, da CF.
d) Igualmente, que seja julgada procedente a demanda para fins de condenar a parte requerida,
a fim de restituir os tributos pagos mensalmente entre os meses de Janeiro até
a partir do pagamento indevido, na forma da súmula 162 do STJ, e com juros moratórios a partir
do trânsito em julgado, conforme Súmula 188 do STJ e art. 167, § único do CTN.
e) Seja possível a produção de todas as provas admitidas em direito, principalmente testemunhal,
documental e pericial, na forma do artigo 319, VI, do CPC.
f) A parte requerente vem informar que não deseja a audiência de conciliação e/ou mediação, na
forma do artigo 319, VII, do CPC.
g) Que seja condenada a parte requerida nos ônus sucumbenciais, notadamente as custas
processuais, na forma do artigo 82, §2º do CPC e dos honorários advocatícios, na forma do artigo
85 do CPC.
LEMBRE-SE
Ação Anulatória -> rito ordinário comum. Logo, a única dúvida que você poderá ter é se é MS
Repressivo ou ação Anulatória. E aí o que você fará, primeiro descarte se não é mandado de
segurança:
• Rito mais célere.
• Rito menos custoso.
• Preferência no julgamento.
• Não tem honorários sucumbenciais.
• Não tem dilação probatória.
Considerando que repassamos por alguns dos principais tópicos sobre a presente
demanda, vamos agora vislumbrar um modelo de peça-prática da presente ação tratada neste
capítulo. É importante dizer que o presente material deverá ser complementado com as aulas ao
vivo que serão realizadas conforme grade de horários.
Enunciado da Peça
Equipamentos (partes e peças) que estavam sendo transportados para a empresa Micro Informática
Ltda. e que seriam utilizados em sua produção foram apreendidos, sob a alegação da Secretaria
de Arrecadação Estadual de que a nota fiscal que os acompanhava não registrava uma diferença
de alíquota devida ao Fisco e não teria havido, portanto, o recolhimento do imposto. Na ocasião,
houve o auto de infração e foi realizado o respectivo lançamento. A empresa, que tem uma
encomenda para entregar, procura você, na condição de advogado, para a defesa de seus
interesses. Na qualidade de advogado da empresa Micro Informática, apresente a peça processual
cabível para a defesa dos interesses da empresa, empregando todos os argumentos e fundamentos
jurídicos cabíveis.
Obs: para esta peça caberá também M. Segurança.
Resolução da Peça
Douto Juízo de Direito da ... Vara (Cível/Fazenda Pública) da Comarca ... do Estado ...
Micro Informática Ltda., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº ..., com atos
constitutivos em anexo, endereço eletrônico ..., estabelecida ..., vem por meio de seu procurador
(procuração em anexo), este devidamente estabelecido ..., local onde receberá intimações,
perante Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 38 da Lei 6.830/80, propor a presente:
Em face do Estado ..., pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ sob o nº ..., endereço
eletrônico ..., estabelecido ..., neste ato representado por seu procurador, nos termos do artigo
75, II, do CPC, pelos fatos e fundamentos abaixo aduzidos.
I – Cabimento
Reza o artigo 38 da LEF que é possível o ajuizamento de ação anulatória para questionar
legalidade de ato, lançamento ou penalidade que seja realizada de maneira equivocada, ou seja,
para fins de discussão judicial.
Ocorre, no presente caso, que houve apreensão das mercadorias e a consequente realização do
lançamento por tributo compreendido como não satisfeito por parte da Secretaria Estadual de
Arrecadação.
Sendo assim, diante da ilegalidade da apreensão da mercadoria (equipamentos = partes e peças),
torna-se possível o ajuizamento da presente ação anulatória a fim de liberar a mercadoria
apreendida.
Por fim, torna-se igualmente possível o ajuizamento, diante do preenchimento dos requisitos
dispostos no artigo 319 do CPC.
II – Dos Fatos
Ocorre que a empresa requerente teve apreensão de suas mercadorias (equipamentos = partes
e peças) com o intuito de fazer pagar tributo. Assim, procedeu a Secretaria de Arrecadação
Estadual, diante do alegado não recolhimento da diferença de alíquota de imposto, com a
retenção das mercadorias pertencentes à empresa. Considerando a necessidade de entrega dos
equipamentos elaborados pela empresa requerente, não restou outra alternativa senão procurar
o Poder Judiciário a fim de realizar a prestação jurisdicional e resolver a celeuma criada.
Lembre-se, antes de mais nada, que também teremos previsão legal de consignação nos
artigos 539 e seguintes do CPC. Temos artigos importantes nele, como por exemplo:
• Artigo 540 do CPC = consignação do lugar do pagamento.
• Artigo 542 do CPC = relatório dos nossos pedidos.
Enunciado da Peça
Xisto da Silva, brasileiro, administrador, solteiro, portador da carteira de identidade nº. xxx e CPF
nº. xxx, residente e domiciliado na Rua X, nº. xxx, bairro Z, Município Y, Estado F, recebeu cobrança
simultânea, por meio de uma mesma guia de documento fiscal, de dois tributos: IPTU e Taxa de
Conservação das Vias e Logradouros Públicos (TCVLP). No caso da referida taxa, certo é que o
contribuinte não concorda com sua cobrança, o que o levou, por meio de seu advogado, a ajuizar
ação judicial a fim de declarar sua inconstitucionalidade, havendo pedido liminar, ainda não
apreciado para afastar a obrigatoriedade do recolhimento da referida exação fiscal. Por outro lado,
em relação à cobrança do IPTU, pretende o contribuinte efetuar o seu pagamento. No entanto, a
guia de pagamento é única e contém o valor global dos referidos tributos, tendo o banco rejeitado
o pagamento parcial relativo somente ao IPTU. Nesse caso, considerando que o IPTU ainda não
está vencido, bem como o contribuinte não obteve êxito para solucionar seu problema na esfera
administrativa, elabore a peça adequada para efetuar o pagamento do imposto municipal, com
base no direito material e processual pertinente. Utilize todos os argumentos e fundamentos
pertinentes à melhor resposta.
Resolução da Peça
Douto Juízo de Direito da ... Vara (Cível/Fazenda Pública da Comarca ... do Estado ...
Xisto da Silva, brasileiro, solteiro, administrador, portador da identidade nº XXX, inscrito no CPF sob
o nº XXX, endereço eletrônico ..., residente e domiciliado na Rua X, nº XXX, Bairro Z, Município Y,
Estado F, vem por meio de seu procurador (procuração em anexo), estabelecido ..., local onde
receberá suas intimações, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 164, I, do
CTN, art. 539 e seguintes do CPC, ingressar com a presente:
Em face do Município ..., pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ sob o nº ...,
estabelecido ..., endereço eletrônico ..., neste ato representado pelo seu procurador, na forma do
artigo 75, I, do CPC, pelos fatos e fundamentos abaixo aduzidos.
I – Do Cabimento
Tendo em vista a necessidade e possibilidade do requerente de satisfazer somente o tributo que
de fato é devido, torna-se necessário o ajuizamento da presente consignação em pagamento,
com fulcro no artigo 164, I, do CTN.
Justifica-se a presente demanda, eis que é direito do requerente o pagamento do tributo sem a
exigência de outro, por se tratar de obrigações autônomas, sendo assim, plenamente possível a
consignação do valor devido daquele tributo que de fato pode ser cobrado pela Fazenda Pública
Municipal.
II – Do Depósito
Considerando o que disposto no artigo 542, I, do CPC, deseja a parte solicitar que seja expedida
guia para depósito do valor que está sendo tributado, a fim de cumprir com o que disposto na
norma.
IV – Do Direito
Considerando que a parte requerente não obteve êxito no pagamento do tributo que realmente é
devido, tornou-se necessário o presente ajuizamento da demanda. Ocorre que não poderá a
Fazenda Pública Municipal exigir dois tributos de maneira simultânea, ou seja, cobrar na mesma
guia a satisfação do IPTU e da taxa em conjunto, com fulcro no artigo 164, I, do CTN.
Ademais, conforme expresso no enunciado, além de não poder cobrar em conjunto o pagamento
de dois tributos, a presente taxa cobrada é de fato inconstitucional, eis que é cediço no direito
brasileiro que taxa somente poderá ser exigida quando for específica e divisível, ou seja, que
possa ser vista por aquele que recebe, in casu contribuinte, e detalhada por parte daquele que
presta o serviço, in casu, o município.
Outrossim, com fundamento no art. 145, da CF, não se pode compreender como possível a
exigência da presente taxa, eis que é inconstitucional e está sendo discutida em ação autônoma.
Sendo assim, exigir dois tributos na mesma guia torna-se exigência ilegal, eis que cada tributo
tem sua constituição de maneira autônoma.
V – Da Suspensão da Exigibilidade
O requerente encontra-se totalmente respaldado no que tange a possibilidade de consignar o
valor que de fato é devido, na forma do art. 164, I, do CTN. Considerando que, caso não ocorra
a suspensão da exigibilidade do crédito, poderá o requerente sofrer execução fiscal, vindo a lhe
prejudicar em seus negócios e sua vida pessoal. Deseja o requerente, com fundamento no art.
151, II, do CTN, que seja deferida a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, considerando
a realização do depósito integral do IPTU devido. Igualmente, foi observado o depósito integral
em dinheiro, conforme leciona a Súmula 112 do STJ.
VI – Dos Pedidos
Ante o exposto, requer:
a) Que seja deferida por Vossa Excelência a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, na
forma do art. 151, II, do CTN, uma vez ter realizado o depósito de forma integral e em dinheiro,
conforme leciona a Súmula 112 do STJ.
b) Que seja deferida a possibilidade de realização do depósito integral em dinheiro até como
forma de suprimento da condição da ação de consignação em pagamento, na forma do artigo
542, I do CTN.
c) Que seja julgada procedente a presente demanda, com a consequente extinção do crédito
tributário, com fundamento no art. 156, VI e VIII, do CTN combinado com o art. 164, §2º do CTN.
d) Seja possível a produção de todas as provas admitidas em direito, principalmente: documental,
testemunhal e pericial, na forma do artigo 319, VI, do CPC.
e) Seja a parte contrária citada para que, caso queira, no prazo hábil, venha oferecer contestação
da presente demanda.
f) A parte não deseja que seja designada audiência de conciliação ou mediação, nos termos do
6. Ação de Repetição de Indébito Tributário
ANTENÇÃO
Para tributos federais: aplico a taxa SELIC. Correção e juros embutidos na mesma taxa,
na forma do artigo 39, §4º da Lei 9.250/95. MAS CUIDADO: têm Estados e Municípios que já
aplicam a taxa SELIC, portanto, se na prova nada falar vai para a regra geral.
Considerando que repassamos por alguns dos principais tópicos sobre a presente
demanda, vamos agora vislumbrar um modelo de peça-prática da presente ação tratada neste
capítulo. É importante dizer que o presente material deverá ser complementado com as aulas ao
vivo que serão realizadas conforme grade de horários.
Enunciado da Peça
Douto Juízo de Direito da ... Vara (Cível/Fazenda Pública) da Comarca ... do Estado ...
Lavagem Fausto Silva, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº ..., com atos
constitutivos em anexo, endereço eletrônico ..., estabelecida ..., vem por meio de seu procurador
(procuração em anexo), este devidamente estabelecido ..., local onde receberá intimações,
perante Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 165, I, 166 do CTN propor a presente:
Em face do Município ..., pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ sob o nº ..., endereço
eletrônico ..., estabelecido ..., neste ato representada por seu procurador nos termos do artigo 75,
III, do CPC, pelos fatos e fundamentos abaixo aduzidos.
V – Dos Pedidos
Ante o exposto, requer:
a) Seja a parte contrária citada para que, caso queira, no prazo hábil, venha oferecer contestação
da presente demanda.
b) A parte não deseja que seja designada audiência de conciliação ou mediação, nos termos do
artigo 319, VII, do CPC.
c) A produção de todas as provas admitidas em direito, principalmente a juntada das guias de
pagamento dos tributos, assim como prova documental e pericial, na forma do art. 319, VI, do
CPC.
d) A procedência da presente demanda, a fim de condenar a parte requerida, para que restitua os
tributos pagos mensalmente entre os meses de março até dezembro de 2015, no valor de R$
100.000,00. Tais valores deverão ser corrigidos através da correção monetária a partir do
pagamento indevido, na forma da súmula 162 do STJ, e com juros moratórios a partir do trânsito
em julgado, conforme súmula 188 do STJ e art. 167, § único do CTN.
e) Que seja condenada a parte requerida nos ônus sucumbenciais, notadamente as custas
processuais, na forma do artigo 82, §2º do CPC e dos honorários advocatícios, na forma do artigo
85, §3º do CPC.
Enunciado da Peça
Douto Juízo de Direito da ... Vara (Cível/Fazenda Pública) da Comarca de Rancho Queimado do
Estado ...
Livina Maria Andrade, brasileira, estado civil ..., agricultora, inscrita no CPF sob o nº ..., endereço
eletrônico ..., residente e domiciliada ..., por meio de seu advogado (com procuração anexa),
estabelecido ..., local onde receberá intimações, com fulcro no art. 16 da Lei 6.830/80, vem à
presença de Vossa Excelência, opor:
Em face do Município de Rancho Queimado, pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ
sob o nº ..., estabelecida ..., neste ato representada por seu prefeito ou procurador, nos termos
do art. 75, III do CPC, em face dos fatos e fundamentos abaixo aduzidos.
I – Cabimento
Nos termos do art. 16 da lei de execução fiscal, poderá a parte executada apresentar embargos
à execução fiscal se existir garantia do juízo e a observância do prazo de 30 dias.
No presente caso houve penhora dos bens de Livina, ocorrendo, assim, a garantia do juízo.
Ademais, a presente embargante fora intimada da penhora no dia 10/07/2010 e procurou seu
procurador no dia 20/07/2010, ou seja, estando observado o prazo legal de 30 dias (art. 16, III,
LEF).
Sendo assim, compreende-se possível o ajuizamento do presente embargos à execução fiscal.
II – Dos Fatos
Conforme presente caso, houve ajuizamento de execução fiscal contra a Livina, tendo em vista,
segundo o ente público, o não pagamento do ITBI sobre o valor da avaliação do bem, que foi
arrematado pela embargante. Assim, não houve pagamento do IPTU referente aos anos de
2007/2008 e 2009.
Diante do possível débito, e mediante a inscrição em dívida ativa, possibilitou ao embargado o
ajuizamento de execução fiscal para a cobrança do possível débito da embargante.
III – Dos Direitos
Lembrar aqui que os direitos poderão ser: preliminar e mérito principal. Lembrando que preliminar,
por exemplo, poderá ser eventual nulidade de CDA, conforme o que previsto no art. 202 do CTN.
Conforme reza o art. 15 do decreto lei 57/66, não será objeto de cobrança de IPTU imóvel situado
em zona urbana, cuja utilização seja realizado para fins rurais.
Ocorre, no presente caso, que Livina utiliza o imóvel arrematado para fins de produção rural, tal
seja, agricultura e pecuária. Diante disso, compreende-se que torna-se, mesmo com a presença
dos elementos do IPTU (art. 32, §1º do CTN), impossível cobrar IPTU da embargante,
considerando a previsão do art. 15 do decreto lei 57/66.
Ainda, conforme reza o art. 38 do CTN, o ITBI será satisfeito com base no valor venal do bem que
fora transmitido. Ocorre no presente caso que Livina satisfez o valor do ITBI com base no valor
da arrematação. Sendo assim, ilegal a cobrança do ITBI com base no valor da avaliação judicial.
Posto isso, compreende-se ilegal a cobrança do ente público com base no valor da avaliação
judicial do bem arrematado, uma vez observado o que disposto no art. 38 do CTN.
IV – Do Efeito Suspensivo
Nos termos do art. 919, §1º do CPC o magistrado poderá deferir o efeito suspensivo da execução
fiscal, mediante requerimento do embargante, e presentes os requisitos da tutela provisória.
No presente caso, estão presentes os requisitos da tutela provisória, conforme artigo 294 do CPC.
Ademais, restam configurados, igualmente, os requisitos do art. 300 do CPC, uma vez presente
a probabilidade do direito e o perigo de dano.
Ocorre a probabilidade do direito, eis que observou a embargante o que disposto no art. 38 do
CTN (pagamento do ITBI com base no valor da arrematação), assim como não deverá satisfazer
o IPTU, uma vez que o imóvel tem exploração notadamente rural, conforme reza o art. 15 do
decreto lei 57/66.
Também ocorre o perigo de dano, eis que, caso tenha que satisfazer o valor cobrado, poderá
posteriormente a embargante ajuizar ação de repetição de indébito, tendo que possivelmente
receber tais valores através de precatória, conforme reza o art. 100 da constituição federal.
Ademais, se fizesse tal pagamento poderia acarretar danos a sua pessoa e família. Diante disso,
além de estar garantida a execução fiscal, restam presentes os requisitos do art. 919, §1º,
cumulados com os artigos 294 e 300 do CPC.
V – Dos Pedidos
Ante o exposto, requer:
a) a concessão do efeito suspensivo dos embargos para suspender a execução fiscal, eis que
presentes os requisitos da probabilidade do direito e perigo de dano. Tudo isso, conforme art.
919, §1º, cumulado com os artigos 294 e 300 do CPC.
b) A intimação do município para que, caso queira, venha impugnar os embargos no prazo de 30
dias, designando, igualmente, audiência de instrução e julgamento, nos termos do art. 17 da LEF.
c) A procedência dos embargos à execução fiscal, para extinção da execução, e o respectivo
cancelamento das dívidas ativas referente ao ITBI e IPTU lançados, contrariando o que disposto,
respectivamente, nos artigos 38 do CTN e 15 do decreto lei 57/66.
d) A produção de prova admitida em direito, assim como a juntada de documento e do rol de
testemunhas, conforme reza o art. 16, §2º da LEF.
e) A condenação da parte embargada nos ônus sucumbenciais. Notadamente em custas judiciais,
conforme reza o art. 82, §2º do CPC e dos honorários sucumbenciais, conforme reza o art. 85, §3º
do CPC.
Tal petição (peça processual) não apresenta fundamento legal próprio. Mas não esqueça de
colocar a Súmula 393 do STJ.
Outrossim, para o seu ingresso não será necessária a garantia do juízo, conforme ocorre
nos Embargos à Execução Fiscal. Ademais, seu processamento será realizado mediante simples
petição, sem quaisquer autos apartados, dentro da Execução Fiscal.
Assim, vale dizer: poderão ser suscitadas via Exceção de Pré-Executividade matérias de
ordem pública e nulidades absolutas. E vamos mais longe: dentro da Exceção não poderá existir
produção probatória (tudo é pré constituído).
Tem-se admitido, inclusive, Exceção para questionar nulidade flagrante (totalmente
visível) quando houver nulidade de título ou ainda no processo. Outrossim, é exemplo de opção
para utilização da Exceção:
• Ilegitimidade de Parte.
• Falta de Condição ou Pressuposto de Ação.
• Inépcia da Inicial.
• Falta de citação regular.
• Falta de capacidade postulatória.
• Vícios de processo administrativo.
• Coisa Julgada.
• Causa Extintiva da Obrigação (Prescrição, Pagamento, Compensação).
Considerando que repassamos por alguns dos principais tópicos sobre a presente
demanda, vamos agora vislumbrar um modelo de peça prática tratada neste capítulo. É
importante dizer que o presente material deverá ser complementado com as aulas ao vivo que
serão realizadas conforme grade de horários.
Enunciado da Peça
A União Federal ajuizou, em janeiro de 2016, Execução Fiscal contra a empresa Peppa Pig
Indústria de Brinquedos Ltda. e seus sócios Guigui e Nini. Antes da exigência de IPI, constituído
em janeiro de 2015, a Fazenda Pública Nacional inscreveu em dívida ativa a empresa devedora. A
presente execução fiscal foi ajuizada na 1ª Vara da Fazenda Pública da Seção Judiciária do Rio
Grande do Sul. Outrossim, é importante ressaltar que no contrato social da empresa consta como
sócio administrador somente o sócio Nini de forma exclusiva. Devidamente citadas as partes, sem
haver oferecimento de bens à penhora, o pagamento da dívida ou a penhora propriamente dita de
eventuais bens em nome dos executados, foi efetuada penhora em uma Lambreta 1969 de
propriedade de Guigui. Diante da penhora realizada no bem móvel de Guigui, o mesmo foi intimado
de sua realização em 20 de dezembro de 2016. Na qualidade de advogado de Guigui redija a peça
processual cabível para a defesa do mesmo nos próprios autos da Execução Fiscal, considerando,
ainda, que o cliente teve penhora nos autos.
Resolução da Peça
Douto Juízo Federal da 1ª Vara da Fazenda Pública da Seção Judiciária do Estado do Rio Grande
do Sul
Guigui, estado civil ..., profissão ..., inscrito no CPF sob o nº ..., com endereço eletrônico ...,
residente e domiciliado ..., vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por meio de seu
advogado (procuração anexa), este com endereço profissional ..., local onde receberá intimações,
nos termos dos artigos 5º, XXXV e LV da Constituição Federal e Súmula 393 do STJ, propor a
presente:
EXCEÇÃO DE PRÉ EXECUTIVIDADE
Em face da Execução Fiscal ajuizada pela União Federal, pessoa jurídica de direito público,
inscrita no CNPJ sob o nº ..., endereço eletrônico ..., estabelecida ..., neste ato representada por
seu procurador, na forma do artigo 75, I, do CPC, pelos fatos e fundamentos abaixo aduzidos.
I – Do Cabimento da EPE
Reza a Súmula 393 do STJ que existirá possibilidade de cabimento de Exceção de Pré
Executividade em sede de defesa em Execução Fiscal, desde que a matéria seja de ordem
pública e seja desnecessária a produção/dilação probatória.
No presente caso, existe a possibilidade de Exceção de Pré Executividade, uma vez que a matéria
a ser arguida não carece de dilação probatória e, conforme o próprio enunciado, a defesa deverá
ser realizada nos autos da Execução Fiscal. Outrossim, a matéria a ser arguida independe de
ampla produção probatória, ou seja, podendo, assim, o juiz apreciá-la de ofício e decidir pela
causa impeditiva de realização da Execução Fiscal.
Diante disso, compreende-se possível o ajuizamento da presente Exceção de Pré Executividade,
uma vez atendidos os requisitos da Súmula 393 do STJ e o que igualmente expresso no
enunciado da questão.
Por fim, vale ressaltar que a parte excipiente anexa à presente petição todos os documentos
necessários, a fim de comprovar seu direito, mais uma vez justificando a desnecessidade de
dilação probatória, uma vez que, igualmente, todas as provas necessárias são pré constituídas.
II – Dos Fatos
O presente caso trata-se de Execução Fiscal movida pela União Federal contra a empresa Peppa
Pig Indústria de Brinquedos Ltda. e seus sócios, referente ao possível IPI devido e não satisfeito.
Ocorre que, após tentativas sem sucesso de efetuar a penhora de bens da empresa e/ou a
satisfação do crédito pelas partes, a União Federal obteve êxito na penhora de uma lambreta
registrada em nome do sócio Guigui. Considerando que o mesmo fora intimado da penhora em
20/12/16, procurou um advogado a fim de efetuar sua defesa.
IV – Dos Pedidos
Ante o exposto, requer:
a) o recebimento da presente Exceção de Pré Executividade.
b) A intimação da parte contrária para manifestar-se e ter ciência da presente petição, na forma
do artigo 7º do CPC e artigo 5º, LV, da CF.
c) Que seja acolhida a presente Exceção de Pré Executividade e dado provimento ao pedido, para
que seja extinta a presente Execução Fiscal, extinguindo, igualmente, o crédito tributário, nos
termos do artigo 156, X, do CTN. Igualmente, deseja que seja declarada nula a dívida cobrada e
a CDA lançada, ordenando o cancelamento da inscrição em dívida ativa.
d) A inversão da condenação em custas e honorários advocatícios sucumbenciais na forma do
artigo 82, §2º e 85, §3º do CPC.
O que é recurso? Uma ferramenta processual que pode ser questionada dentro do
processo. Um ato de caráter decisório do órgão jurisdicional que está julgando minha causa.
Poderei, portanto, me manifestar sobre uma discordância e modificar a decisão em razão do
fundamento cujo mesmo não concordo com a decisão.
Vale ressaltar que o recurso é questão de livre arbítrio daquele que recorre. Não existe
obrigação para tanto, fora aquelas condições impostas na lei, como por exemplo, reexame
necessário.
INTRÍNSECOS
EXTRÍNSECOS
•Tempestividade
•Preparo
•Regularidade Formal
O presente recurso apresenta como fundamento legal o artigo 1.015 do NCPC. Tal medida
será utilizada pelo contribuinte quando, dentro de um processo judicial, houver decisão
interlocutória.
Outrossim, via de regra, tal medida é realizada especialmente quando:
• O juiz indeferir pedido liminar ou tutela de urgência.
• O juiz indeferir ou extinguir a petição de Exceção de Pré-Executividade.
• O juiz indeferir pedido de efeito suspensivo da Execução Fiscal.
Lembre-se que o presente recurso será utilizado SEMPRE para desafiar decisão
interlocutória proferida em sede de 1º Grau, ou seja, pelo JUIZ.
Considerando que repassamos sobre o presente recurso, vamos agora vislumbrar uma
estruturação da presente peça tratada neste capítulo. É importante dizer que o presente material
deverá ser complementado com as aulas ao vivo que serão realizadas conforme grade de
horários.
Enunciado da Peça
Priscila e Márcia são sócias cotistas da Melati Indústria e Comércio Ltda., que responde por dívida
previdenciária no valor de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). Foi proposta execução em face
da pessoa jurídica e das sócias, que tramita na 2ª Vara Federal da Seção Judiciária de Mato Grosso,
em Cuiabá. As sócias apresentaram exceção de pré-executividade, sob o argumento de que não
poderiam responder pelas dívidas da empresa. O juiz não acolheu os argumentos das sócias da
empresa, mantendo os seus nomes no polo passivo da demanda, com fundamento no art. 13 da
Lei nº 8.620/1993 combinado com o art. 124, inciso II, do Código Tributário Nacional. A decisão foi
publicada em 26 de janeiro de 2006. Como advogado (a) das sócias, tome as medidas judiciais
cabíveis, e considere que a ação é contemporânea à época visualizada no problema.
Resolução da Peça
Processo de nº ...
Agravante: Priscila e Márcia
Agravada: União
Priscila, estado civil ..., profissão ..., inscrita no CPF sob o nº ..., residente e domiciliada ...,
endereço eletrônico ..., e Márcia, estado civil ..., profissão ..., inscrita no CPF sob o nº ..., residente
e domiciliada ..., endereço eletrônico ..., vem por meio de seu procurador (procuração anexa),
estabelecido ..., local onde receberá intimações, perante Vossa Excelência, nos termos do artigo
Art. 1.015, §º único do CPC, interpor o presente:
Em face de decisão interlocutória que negou acolhimento da Exceção de Pré Executividade, nas
folhas ..., dos autos do processo de nº ..., que litiga contra a União, pessoa jurídica de direito
público, inscrita no CNPJ sob o nº ..., endereço eletrônico ..., estabelecida ..., neste ato
representada por seu representante, na forma do artigo 75, I, do CPC, pelos fatos e razões de
direito abaixo aduzidas.
II – Da Tempestividade e do Preparo
Reza o artigo 1.003, §5º do CPC que poderá ser interposto o presente recurso no prazo de 15
dias. Ocorre no presente caso que a decisão foi publicada em 26 de janeiro de 2006.
Considerando a contemporaneidade da elaboração do presente recurso, compreende-se
tempestiva a interposição do presente agravo de instrumento.
Rezam os artigos 1.017, §1º e 1.007 do CPC que para a interposição do presente recurso deverá
a parte efetuar o pagamento do preparo. Diante desta necessidade, solicitam as partes
agravantes a juntada do comprovante do pagamento das custas de preparo, requisito este
indispensável para a realização do presente recurso.
VI – Dos Fatos
As partes agravantes peticionaram nos autos da Execução Fiscal desejando as suas exclusões
do polo passivo, visto que compreendem não serem devedoras da quantia tributária devida à título
de contribuição previdenciária.
No presente caso, houve decisão interlocutória proferida pelo magistrado não acolhendo o pedido
realizado pelas partes, fundamentando sua decisão com fulcro em lei ordinária.
Diante disso, não restou outra alternativa às agravantes, a não ser de interpor o presente recurso.
IX – Dos Pedidos
Ante o exposto, requer:
Considerando que repassamos por alguns dos principais tópicos sobre o recurso, vamos
agora vislumbrar um modelo de peça-prática do presente recurso tratado neste capítulo. É
importante dizer que o presente material deverá ser complementado com as aulas ao vivo que
serão realizadas conforme grade de horários.
Enunciado da Peça
Em janeiro de 2007, a Fazenda Nacional lavrou auto de infração em face da pessoa jurídica ABC,
visando a cobrança de contribuições previdenciárias dos anos de 2005 e 2006. Não houve
impugnação administrativa por parte do contribuinte. Em janeiro de 2014, a Fazenda Nacional
ajuizou execução fiscal em face da pessoa jurídica ABC visando a cobrança do referido tributo.
Antes mesmo da citação da contribuinte, a Fazenda Nacional requereu a inclusão, no polo passivo
da execução fiscal, de Carlos, gerente da pessoa jurídica ABC, por entender que o não
recolhimento da contribuição é motivo para o redirecionamento da execução, o que foi acolhido
pelo Juízo da 2ª Vara de Execuções Fiscais da Seção Judiciária do Estado X. Após garantia do
Juízo, Carlos opôs embargos de execução alegando a prescrição do crédito tributário, a ausência
de responsabilidade tributária e, por fim, a nulidade da certidão de dívida ativa, uma vez que não
constava na Certidão de Dívida Ativa (CDA) o número do auto de infração que originou o crédito
tributário. No entanto, ao proferir a sentença nos embargos à execução, o juiz julgou improcedente
o pedido, determinando o prosseguimento da execução fiscal, por entender que:
(i) Inexiste prescrição dos créditos tributários, uma vez que às contribuições previdenciárias se
aplicam os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/91;
(ii) O mero inadimplemento gera responsabilidade tributária; e
(iii) A inexistência do número do auto de infração na CDA não gera a referida nulidade.
Diante do exposto, elabore, como advogado (a) de Carlos, a medida judicial cabível contra a
decisão publicada na quarta-feira, dia 21/09/2016, dia útil, para a defesa dos interesses de seu
cliente, abordando as teses, o prazo recursal, todos os fundamentos legais que poderiam ser
usados em favor do autor, ciente de que inexiste qualquer omissão, contradição e/ou obscuridade
na decisão. (Valor: 5,00)
Resolução da Peça
Douto Juízo Federal da 2ª Vara das Execuções Fiscais da Seção Judiciária do Estado...
Carlos, nacionalidade, estado civil, inscrito no CPF sob o nº ..., com endereço eletrônico ...,
residente e estabelecido ..., vem por intermédio de seu procurador (procuração em anexo),
estabelecido este ..., local onde receberá intimações, apresentar, com fundamento no artigo 1.009
do CPC:
APELAÇÃO
Em face da sentença proferida por Vossa Excelência nos autos do processo nº ..., folhas ..., onde
litiga com a União, pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ sob o nº ..., endereço
eletrônico ..., estabelecida ..., pelos fatos e fundamentos abaixo aduzidos.
I – Pedidos
Ante o exposto, requer:
a) que o presente recurso seja recebido e admitido, uma vez presentes todos os requisitos de
admissibilidade.
b) Que a parte contrária seja intimada para que, caso queira, manifeste-se e apresente suas
contrarrazões recursais, no prazo de 15 dias, na forma do artigo 1,010, §1º do CPC.
c) Caso Vossa Excelência compreenda pela não observância dos requisitos de admissibilidade,
que seja observado o que disposto no artigo 1.010, §3º do CPC.
d) O presente recurso seja recebido em seu efeito suspensivo e devolutivo, na forma dos artigos
1.012 e 1.013 do CPC.
e) Que o presente recurso seja remetido para o Tribunal Regional Federal.
I – Cabimento
Reza o artigo 1.009 do CPC que da decisão de 1º grau onde fora proferida sentença, caberá a
interposição de recurso de apelação.
Diante disso, considerando que da sentença dos embargos não existe omissão, obscuridade ou
contradição, compreende-se possível a interposição do presente recurso para fazer reformar a
decisão proferida pelo juízo de 1º grau.
Outrossim, resta salientar que estão presentes todos os requisitos de admissibilidade, seja
aqueles extrínsecos ou intrínsecos para a interposição do presente recurso de apelação. Mais
notadamente se fazem presentes os requisitos de legitimidade, na forma do artigo 996 do CPC.
Além disso, não existe causa impeditiva ou extintiva de direito, na forma dos artigos 998 até 1000,
todos do CPC. E cumpre ainda à parte apelante o requisito de forma, exposto no artigo 1.010 do
CPC.
II – Tempestividade e preparo
Reza o artigo 1.003, §5º do CPC que o presente recurso de apelação deverá ser interposto no
prazo de 15 dias úteis, igualmente, observando o que leciona o artigo 212 do CPC. Diante da
ocorrência da intimação, no dia 21/09/2016, contando o prazo em dias úteis, compreende-se
totalmente possível a interposição do presente recurso, uma vez que tempestiva a sua realização.
Igualmente, leciona o artigo 1007 do CPC que deverá a parte apelante realizar o preparo (custas
judiciais) para que seja interposto o recurso de apelação.
Doutos Desembargadores. Os presentes embargos à execução fiscal têm origem na Execução
Fiscal promovida pela União, em razão do possível inadimplemento da Pessoa Jurídica ABC, no
que tange à contribuições previdenciárias devidas e não satisfeitas.
Inobstante o ajuizamento da Execução Fiscal, ocorre que a União, não satisfeita em ingressar
contra a Pessoa Jurídica ABC, acabou por solicitar o redirecionamento, antes mesmo da citação
da executada, ao apelante, então sócio gerente da empresa Carlos.
Diante da não concordância de Carlos e da existência da garantia do juízo, o mesmo optou em
ingressar com Embargos à Execução Fiscal pedindo a sua procedência, tendo em vista que:
existe prescrição, não houve observância dos requisitos da CDA e não existe responsabilidade.
Assim, diante dos Embargos interpostos, ocorre que houve sentença improcedente. Sendo assim,
diante da inexistência de obscuridade, contradição ou omissão, resolveu a parte apelante interpor
o presente recurso.
IV – Direitos
Considerando o que disposto na Súmula Vinculante nº 08 do STF compreende-se inconstitucional
a previsão legal disposta nos artigos 45 e 46 da Lei 8.21291. Além disso, os presentes artigos
são inconstitucionais em razão da não observância da necessidade de lei complementar legislar
sobre normais gerais de direito tributário, na forma do artigo 146, III, “b”, da CF.
Diante disso, considerando a inconstitucionalidade dos artigos da lei ordinária acima referida,
compreende-se que houve prescrição das contribuições cobradas, uma vez que o auto de
infração fora lavrado em 2007 e a Execução Fiscal interposta apenas em 2014, logo, decorridos
o prazo superior a 5 anos, ocorrendo, portanto, a prescrição, na forma do artigo 174 do CTN.
Leciona, igualmente, o artigo 135 do CTN que somente poderá existir responsabilidade do sócio
gerente se houver desvio de finalidade ou excesso de poderes. Considerando a sua inexistência,
compreende-se não ser possível o redirecionamento da Execução Fiscal contra o Sócio Gerente
Carlos. Outrossim, tal fundamento também guarda relação total com o que disposto na Súmula
430 do STJ, eis que, segundo a mesma, o mero inadimplemento de tributo pela pessoa jurídica
não gera responsabilidade automática do sócio gerente.
Leciona o artigo 202, inciso V, do CTN, que a Certidão de Dívida Ativa deverá cumprir requisitos,
e um destes é a referência ao nº do auto de infração, cujo qual o débito fora originado.
Considerando a inexistência de tal consideração na CDA, compreende-se nula a mesma.
Outrossim, tal fundamento é respaldado pela Lei 6.830/80 no seu artigo 2º, §5º, eis que a nulidade
de tal CDA acabou por deixar de lado o princípio básico de violação ao devido processo legal.
V – Pedidos
Ante o exposto, requer:
a) que o presente recurso seja recebido e admitido, eis que presentes todos os requisitos de
admissibilidade, sejam os intrínsecos e os extrínsecos. Mais notadamente, estão presentes os
requisitos do preparo, na forma do artigo 1.007 do CPC e da tempestividade, na forma do artigo
1.003, §5º do CPC.
b) Requer a possibilidade de que o relator dê provimento ao presente recurso de forma
monocrática, uma vez que a decisão viola as súmulas do STF e do STJ, conforme acima exposto
nas razões recursais, nos termos do artigo 932, V, alínea “a”, do CPC. (Nem sempre terá – somente
conforme possibilidade aventada pelo CPC).
c) Entretanto, caso Vossa Excelência compreenda não ser possível julgar monocraticamente, que
a sentença seja totalmente reformada, sendo assim, provido o presente recurso, eis que existe
prescrição, ausência de responsabilidade do sócio e nulidade de CDA.
d) Que sejam invertidos os ônus sucumbenciais fixados na sentença, condenando, assim, a parte
apelada nas custas processuais e nos honorários advocatícios.
O presente recurso trata-se do grande bicho papão do Exame de Tributário que fora objeto
de cobrança até os dias de hoje. Ele servirá basicamente para questionar as decisões proferidas
por Desembargador Relator, em sede de 2º Grau (Tribunal).
O Agravo Interno apresenta como fundamento básico o art. 1.021 do CPC e deverá ser
endereçado observando o disposto no regimento interno do tribunal = decidir quem vai julgar.
Ainda, é importante ressaltar que o recurso será de duas petições: folha de rosto para
relator (admissão + contrarrazões) e folha das razões para o órgão colegiado, conforme
regimento interno.
O recurso de agravo de interno deverá ser utilizado quando o contribuinte/examinando
desejar desafiar decisão proferida de forma monocrática pelo desembargador (quando for
Tribunal), ou ministro (quando for Tribunal Superior) em seu respectivo tribunal.
Logo, o examinando deverá lembrar que nos tribunais vige o princípio do colegiado, ou
seja, o recurso uma vez interposto deverá ser julgado por um conjunto de desembargadores ou
ministros que componham determinada câmara ou turma do respectivo tribunal. Entretanto,
determinados recursos e excepcionalmente, a lei autoriza que sejam julgados de forma
monocrática pelo relator. E para estas decisões monocráticas é que caberá o recurso de agravo
interno.
O fundamento base do recurso de agravo interno é o art. 1.021 do CPC. Trata-se de
petição também realizada sobre duas vertentes: a folha de rosto dirigida ao relator que julgou
monocraticamente e a folha das razões que deverá ser dirigida para o colegiado.
Este recurso de agravo interno deverá ser interposto no prazo de 15 (quinze) dias úteis
da intimação da decisão monocrática, mas, entretanto, não terá a exigência de custas recursais
para que seja realizado e admitido. Neste recurso, terá a parte contrária possibilidade igualmente
de contra-arrazoar atendendo ao contraditório e ampla defesa, bem como o magistrado que
proferiu decisão monocrática o direito de retratar-se.
As regras de processamento do agravo interno estarão dispostas junto ao Regimento
Interno de cada Tribunal, portanto não sendo possível a sua exigência dos examinandos do
Exame da Ordem.
Enunciado da Peça
O Município Beta instituiu por meio de lei complementar, publicada em 28 de dezembro de 2012,
Taxa de Iluminação Pública (TIP). A lei complementar previa que os proprietários de
imóveis em áreas do Município Beta, que contassem com iluminação pública, seriam os
contribuintes do tributo. O novo tributo incidiria uma única vez ao ano, em janeiro, à alíquota
de 0,5%, e a base de cálculo seria o valor venal do imóvel, utilizado para o cálculo do Imposto
sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) lançado no exercício anterior. Fulano de
Tal, proprietário de imóvel servido por iluminação pública no Município Beta, recebeu em sua
residência, no início de janeiro de 2013, o boleto de cobrança da TIP relativo àquele exercício
(2013), no valor de 0,5% do valor venal do imóvel, utilizado como base de cálculo do IPTU lançado
no exercício de 2012 – tudo em conformidade com o previsto na lei complementar municipal
instituidora da TIP. O tributo não foi recolhido e Fulano de Tal contratou advogado para ajuizar
ação anulatória do débito fiscal. A despeito dos bons fundamentos em favor de Fulano de Tal, sua
ação anulatória foi julgada improcedente. A apelação interposta foi admitida na primeira instância
e regularmente processada, sendo os autos encaminhados ao Tribunal de Justiça após a
apresentação da resposta ao apelo por parte da Procuradoria Municipal. No Tribunal, os autos
foram distribuídos ao Desembargador Relator, que negou seguimento à apelação sob o
equivocado fundamento de que o recurso era manifestamente improcedente. Não há, na decisão
monocrática do Desembargador Relator, qualquer obscuridade, contradição ou omissão que
justifique a interposição de Embargos de Declaração. Elabore a peça processual adequada ao
reexame da matéria no âmbito do próprio Tribunal de Justiça, indicando o prazo legal para a
interposição do recurso e os fundamentos que revelam a(s) inconstitucionalidade(s) da TIP.
Resolução da Peça
I – Dos Pedidos
Ante o exposto, requer:
a) Que o relator possa se retratar da presente decisão, na forma do art. 1.021, § 2o, combinado
com o art. 932, V, “a”, do CPC, dando, assim, provimento ao recurso, uma vez que existe decisão
que contraria a Súmula Vinculante no 41 do STF.
b) Que a parte contrária seja intimada para que, caso queira, venha produzir contrarrazões do
presente recurso, na forma do art. 1.021, § 2o, do CPC.
Razões de Recurso
Recurso de nº ...
Agravante: Fulano de Tal
Agravado: Município Beta
II – Da Tempestividade
O agravante informa que o presente agravo é tempestivo, pois fora observado o prazo legal de
15 dias, conforme o que dispõe o art. 1.003, § 5o, combinado com o art. 212/219, todos do CPC.
Reza o art. 145, § 2º, da Constituição Federal que a taxa não poderá ter base de cálculo igual a
de outro imposto. No presente caso, o Município Beta resolveu instituir cobrança da referida taxa,
observando a base de cálculo de IPTU. Portanto, igualmente, resta salientar que tal cobrança é
inconstitucional, visto que não se observa a base de cálculo adequada para a cobrança da referida
taxa.
Por fim, reza o art. 150, III, “c”, da Constituição Federal que o tributo, uma vez criado, deverá
aguardar 90 dias para ser exigido do contribuinte, ou seja, deverá aguardar a anterioridade
nonagesimal a fim de exigir o tributo. No presente caso, considerando que o tributo foi criado em
dezembro de 2012 e já exigido em janeiro de 2013, compreende-se por sua inconstitucionalidade,
visto que não aguardou o período adequado de 90 dias para a sua perfeita exigência.
V – Dos Pedidos
Ante o exposto, requer:
a) Que o presente recurso seja conhecido e admitido, vez que estão presentes todos os requisitos
de admissibilidade, mais precisamente a tempestividade observando-se o que leciona os arts.
1.003, § 5o, combinado com o art. 212/219 do CPC.
b) Caso não seja realizada a retratação e/ou o julgamento monocrático, na forma do art. 932, V,
“a”, do CPC, que seja conhecido o agravo para que seja remetido à Câmara/Turma para
julgamento, na forma do art. 1.021, § 2º, do CPC, para que enfim seja provido o presente recurso,
a fim de reformar tal decisão, dando-se provimento ao recurso de apelação.
A sociedade empresária Sigma S/A, concessionária de serviço público de telefonia, foi autuada
pelo Fisco do Estado X, em 31/07/2017, por não recolher ICMS sobre operações de habilitação de
telefone celular ocorridas de janeiro a junho de 2010, sendo-lhe dado prazo de trinta dias para
pagamento do débito tributário. Inconformada com a exigência, a sociedade resolve primeiro tentar
desconstituir tal autuação na via administrativa, recorrendo ao Conselho de Contribuintes do
Estado X. Nesse órgão colegiado administrativo, o recurso da sociedade tem seu provimento
negado. Irresignada, a sociedade empresária interpõe recurso hierárquico ao Secretário Estadual
de Fazenda, conforme permitia a legislação do Estado X. O Secretário de Fazenda nega
provimento ao recurso, mantendo a exigência de cobrança do tributo. Esgotada a via
administrativa, a empresa imediatamente ingressa em juízo com mandado de segurança de
competência originária do Tribunal de Justiça local contra o ato do Secretário Estadual, nos termos
do estabelecido pela Constituição do Estado X. Julgado o mandamus pelo Tribunal de Justiça local,
a ordem é denegada e a empresa é condenada em honorários sucumbenciais em favor da Fazenda
Pública estadual. Diante desse cenário, sete dias úteis após a intimação dessa decisão, como
advogado(a) da sociedade empresária Sigma S/A, redija a medida judicial adequada para tutela
dos interesses do contribuinte no bojo desse mesmo processo.
Resolução da Peça
Sigma S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº ..., com atos constitutivos
em anexo, endereço eletrônico ..., estabelecida ..., neste ato representada por seu procurador
(procuração em anexo), este estabelecido ..., local onde receberá intimações, vem
respeitosamente perante Vossa Excelência, com fundamento no artigo 105, II, B da Constituição
Federal e artigos 1.027 e 1.028 do CPC, interpor o presente:
Em face do acórdão proferido nos autos do processo nº ..., em que denegou a segurança
requerida, do processo que move em face do Estado X, pessoa jurídica de direito público, inscrita
no CNPJ sob o nº ..., endereço eletrônico ..., estabelecida ..., neste ato representada por seu
representante, na forma do artigo 75, II do CPC, pelos fatos e fundamentos abaixo aduzidos.
I – Dos Pedidos
Ante o exposto requer:
a) a intimação da parte recorrida, para que desejando, venha apresentar contrarrazões nos termos
do artigo 1.028, §2º combinado com o artigo 183 do CPC.
12. Recurso Especial e Recurso Extraordinário
CABIMENTO: terá como objeto reformar decisão de TJ ou TRF, nos casos previstos no
art. 105, III, da CF. Poderá ocorrer de decisão que contrarie lei federal (lei complementar, CTN),
e interpretação divergente entre tribunais.
Lembrar dos requisitos de admissibilidade: total de 9 (Pré questionamento + Esgotamento
das vias recursais ordinárias).
Considerando que repassamos por alguns tópicos sobre a presente demanda, vamos
agora vislumbrar uma estrutura do presente recurso tratado neste capítulo. É importante dizer
que o presente material deverá ser complementado com as aulas ao vivo que serão realizadas
conforme grade de horários.
Resolução da Peça
Qualificação do Recorrente (artigo 319, II, do CPC), vem por intermédio de seu advogado
(procuração em anexo), estabelecido ..., local onde receberá intimações, respeitosamente
perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 105, III, ..., da CF e dos artigos 994, VI, e 1.029
até 1.041, todos do CPC, interpor o presente:
RECURSO ESPECIAL
Em face da decisão prolatada por Vossas Excelências, por intermédio do acórdão motivado pelo
recurso de apelação, nas folhas ..., nos autos do processo supra indicado, em que litiga com a
qualificação do recorrido (art. 319, II, do CPC), pelos fundamentos abaixo aduzidos.
I – Dos Pedidos
Ante o exposto, requer:
a) que o presente recurso seja admitido por Vossa Excelência, uma vez presentes todos os
requisitos de admissibilidade, sejam os intrínsecos e os extrínsecos. Além disso, resta
demonstrado que a matéria estava pré questionada anteriormente e não existe outra possibilidade
de interposição de recurso nas vias ordinárias. Por fim, resta ainda dizer que foram preenchidos
os requisitos da tempestividade e do preparo.
b) Que seja intimada a parte recorrida para que, desejando, apresente no prazo legal suas
contrarrazões, conforme o que disposto no artigo 1.030 do CPC.
c) Por fim, que seja dado prosseguimento no presente recurso, atendendo ao que exposto no
artigo 1.030, II, V, do CPC, e nos termos do inciso V seja encaminhado os autos processuais por
completo ao Superior Tribunal de Justiça. Por fim, que Vossa Excelência atribua ao presente
recurso efeito suspensivo, nos termos do artigo 995, §º único e artigo 1.029, §5º, ambos do CPC.
RAZÕES DE RECURSO
Processo nº ...
Recorrente ...
Recorrido ...
I – Dos Fatos
Lembrar do que está exposto no enunciado.
Lembrar da motivação da decisão e dos recursos.
V – Do Efeito Suspensivo
A parte recorrente deseja que Vossa Excelência atribua efeito suspensivo ao acórdão que está
sendo recorrido, impedindo, assim, .... Tudo isso conforme o que disposto no artigo 995, §º único
do CPC, combinado com o artigo 1.029, §5º do CPC. Tudo isso serve para que se evite grande
dano à parte recorrente, eis que está claro o fundamento relevante que alberga seu recurso.
VI – Dos Pedidos
Ante o exposto, requer:
a) que Vossa Excelência novamente conheça do recurso e o admita, uma vez observados todos
os requisitos de admissibilidade, além disso, foi realizado o pré questionamento e o esgotamento
das vias ordinárias recursais. Por fim, vale ressaltar, ainda, que o presente recurso deve ser
admitido, uma vez tempestivo e realizado o pagamento das custas, na forma dos artigos 1.003,
§5º e art. 1.007, todos do CPC.
b) Que Vossa Excelência dê provimento ao presente recurso para a finalidade de modificar o
acórdão, reformando a mesma de maneira integral, reconhecendo, portanto, o direito da parte
recorrente.
c) Que Vossa Excelência, por fim, inverta os ônus sucumbenciais, notadamente as custas
processuais e os honorários advocatícios, para que seja atribuída a sua responsabilidade à parte
recorrida.
Art. 3º do CTN
Art. 3º. Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Mas questiona-se: será sempre possível realizar a extinção do crédito tributário, ou seja,
o pagamento mediante dação em pagamento de bem imóvel? A resposta é negativa. Somente
poderá ser assim realizada mediante a existência de alguns requisitos e observações: a)
Necessidade de lei específica e b) do respectivo ente competente.
Ainda, além do ponto acima exposto, pergunta-se: poderão os entes competentes criar
norma infraconstitucional que estabeleça novas formas de extinção do crédito tributário, como
por exemplo, dação em pagamento de bem móvel?
Mediante análise legalista e constitucionalista, compreende-se que não, visto que a
Constituição Federal, no seu artigo 146, é bastante clara ao afirmar que as normas gerais de
direito tributário somente poderão ser realizadas pela União, mediante lei complementar.
Ainda, sobre o conceito de tributo, leciona o artigo 3º do CTN que nenhum tributo poderá
ter caráter sancionatório, ou seja, ser forma de punição a qualquer pessoa. Por esta razão,
compreende-se que, se alguém vende drogas, pratica o jogo do bicho ou realiza crime ambiental,
para este jamais poderá ser criado um tributo como espécie de sanção ou punição pelo ato
realizado.
Mas, importante dizer que os frutos oriundos da atividade ilícita poderão ser tributados,
visto que na forma do artigo 118, I do Código Tributário Nacional abstrai-se a validade dos fatos
jurídicos praticados pelo contribuinte. Logo, para o direito tributário, aplicamos o princípio da
pecunia non olet, ou seja, o dinheiro não tem cheiro.
Por fim, vale ressaltar que nenhum tributo será pago, sem lei que o estabeleça, atendendo
ao princípio máximo da legalidade estrita, na forma do artigo 150, I da Constituição Federal, bem
como o administrador público deverá analisar objetivamente o que contido na norma (vinculação
total) para tributar o contribuinte, não podendo, assim, realizar nenhum ato discricionário para a
cobrança do mesmo.
14. Competência Tributária
Mas, afinal de contas, quem poderá criar o que compreendemos de tributo? Lembre-se
que a Constituição Federal não criará nenhum tributo ou fará sua exigência, mas tão somente a
nossa Carta Mãe entregará poderes para que os respectivos entes competentes (União,
Estados, Distrito Federal e Municípios) venham a criar as espécies de tributo.
Antes de citar quais tipos de tributos os entes poderão criar, importante dizer sobre as
características da competência tributária.
a) Indelegável: nenhum ente poderá transferir a sua competência de criar e/ou majorar
tributo para outro ente competente na forma do artigo 7º do CTN.
Entretanto, muito embora indelegável a competência tributária, a capacidade ativa
tributária poderá ser delegada para outra pessoa jurídica de direito público. Mas do que trata-se
a capacidade ativa tributária? Exercer a capacidade ativa tributária não compreende o exercício
da competência de criar e/ou majorar, mas sim o exercício administrativo de fiscalizar, executar
as normas e arrecadar tributo em nome do ente competente. Leia-se os clássicos exemplos do
ITR e IR Retido na Fonte.
b) Facultativa: o ente competente, assim compreendido na forma do texto constitucional,
somente criará o tributo de sua competência se assim desejar. Veja o que diz o artigo 145 da
Constituição:
c) Irrenunciável: nenhum ente poderá abrir mão e/ou renunciar a competência tributária
para qualquer outro ente ou pessoa jurídica, seja pública ou privada.
d) Inalterável: a competência tributária não poderá ser alterada mediante norma
infraconstitucional, podendo sim ser alterada mediante emenda constitucional.
Imposto de Exportação
Imposto de Renda
Imposto Residual
Contribuição Previdenciária de
Servidor
Contribuição de Intervenção no
Domínio Econômico
Empréstimo
Compulsório
Contribuição de Categoria
Profissional
Vale dizer que, na forma do artigo 147 e 155 da Constituição Federal, o Distrito Federal
terá competência cumulativa dos Estados e dos Municípios.
Já os Estados poderão criar os seguintes tributos na forma do artigo 155 da Constituição
Federal:
Imposto sobre Propriedade Veicular
Contribuições
Contribuição Previdenciária de Servidor
Especiais
Por fim, os Municípios, na forma do artigo 156 da Constituição Federal, poderão criar os
seguintes tributos:
Ainda, no que tange a competência para os mais variados tributos, faço-me uso da tabela
retirada do livro Direito Tributário Esquematizado, do Professor Ricardo Alexandre2:
Para que o ente público, através dos seus poderes constituídos, exerça a sua competência
tributária, será necessário balizar suas atividades nas limitações ao exercício do poder de tributar
dispostos na Constituição Federal.
Art. 150, I da CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
Logo, conforme acima exposto, nenhum tributo poderá ser criado ou majorado sem lei que
o estabeleça. Portanto, via de regra, somente o Poder Legislativo poderá criar ou majorar tributo,
sempre mediante observação do devido processo legislativo.
E o Poder Executivo não poderá atuar na criação ou majoração de tributos? Obviamente
que a Constituição Federal lhe reservou possibilidades, até como forma de controlar a economia
e o mercado. Diante disso, podemos afirmar que houve mitigação ao princípio da legalidade.
a) 1ª Exceção ao Princípio da Legalidade: poderá o Poder Executivo da União, mediante
decreto, portaria ou resolução, alterar as alíquotas dos impostos (II, IE, IOF e IPI) abaixo
descritos.
Outro fato que pode-se questionar é o do porquê é mitigado aqui o princípio da legalidade:
tais impostos são extrafiscais, ou seja, servem para regular o mercado econômico.
Por fim, cabe dizer que tal possibilidade encontra-se respaldada em nosso texto
constitucional, em seu artigo 153, §1º da Constituição Federal:
Art. 97 do CTN
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe
em torná-lo mais oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo,
a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.
Art. 62 da CF
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar
medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso
Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os
previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro
seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.
Art. 150, II da CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação
equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por
eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou
direitos.
Diante do que compreendido pelo inciso supra citado todos terão tratamento igualitário
perante a norma tributária, carecendo somente de um trato desigual aqueles que se apresentam
em uma situação de desigualdade.
Art. 150 da CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou; (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Diante disto, na forma do artigo 150, III, B, da Constituição Federal, todo tributo criado ou
majorado somente poderá ser exigido no primeiro dia do exercício seguinte, ou seja, uma vez
publicado, por exemplo, no ano de 2017, somente poderá ser exigido no primeiro dia do ano de
2018.
E para evitar esta surpresa, houve uma alteração no texto constitucional, vindo a criar o
princípio da anterioridade nonagesimal. Assim, na forma do artigo 150, III, C, da Constituição
Federal, todo tributo criado ou majorado, somente poderá ser exigido após 90 (noventa) dias da
publicação, justamente para evitar as surpresas acima citadas.
Assim, via de regra, todos os tributos criados ou majorados deverão aguardar as duas
anterioridades (requisitos cumulativos), ou seja, somente poderão ser exigidos no exercício
seguinte ao de sua publicação, somado a 90 (noventa) dias, igualmente da publicação.
Entretanto, compreendeu por bem o constituinte reservar à alguns tributos uma
possibilidade de exigência mitigada, justamente para enfrentar o mercado econômico (política
econômica e social) ou a necessidade de exigência do tributo. Assim, positivou o constituinte,
mitigando, portanto, os princípios da anterioridade:
Por fim, outra questão de grande valia sobre o princípio da anterioridade é de que a
modificação de prazo para pagamento, mesmo que venha a antecipar a
arrecadação/pagamento, não estará sujeita a anterioridade, na forma da Súmula Vinculante nº
50 do STF.
Súmula Vinculante 50
Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao
princípio da anterioridade.
Em face do que disposto na presente alínea, a norma tributária não poderá retroagir, ou
seja, não poderá atingir fatos geradores que ocorreram antes de sua vigência. Sendo assim,
aplica-se a lei vigente, alíquota e base de cálculo que estiverem em vigor quando da ocorrência
do fato gerador. Logo, conclui-se: a norma tributária, via de regra, não poderá retroagir
justamente para preservar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a proporcionar para todos
uma segurança jurídica.
E vale dizer, ainda, que a Constituição Federal não traz nenhuma mitigação ou exceção.
Entretanto, o Código Tributário Nacional nos apresenta 3 exceções a este princípio:
a) 1ª Exceção ao Princípio da Irretroatividade: a norma nova que tenha caráter
interpretativo da norma antiga, que venha solucionar pontos obscuros, portanto, da norma antiga,
desde que não cause penalidade ao contribuinte, poderá retroagir. Assim, a lei nova de caráter
interpretativo poderá retroagir, desde que não cause onerosidade ao contribuinte.
Art. 106, I do CTN
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de
penalidade à infração dos dispositivos interpretados;
c) 3ª Exceção ao Princípio da Irretroatividade: por fim, poderá retroagir norma nova que
venha instituir ou estabelecer novos critérios de fiscalização e/ou proporcionar ao crédito
tributário nova classificação.
Art. 150, IV da CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
Conforme acima exposto, nenhum ente público poderá estabelecer ou exigir tributo com
caráter confiscatório, ou seja, que impeça o uso adequado da propriedade ou não possibilite o
livre exercício da atividade privada.
Logo, o contribuinte não precisará vender seus bens em face da exigência de tributos que
o impeçam de fazer o livre exercício do direito fundamental da propriedade. Importante, ainda,
ressaltar que o STF passou a aplicar o presente dispositivo para as multas, ou seja, nenhuma
multa (penalidade) poderá ser exigida com o caráter confiscatório, como, por exemplo, multa
moratória (por atraso no pagamento) não poderá ter percentual superior a 20% (vinte por cento).
Sobre a matéria, importante colacionar 3 súmulas que tem trato recorrente no Exame da
Ordem, inclusive como teses para peças processuais.
Súmulas do STF
Súmula 70 - É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para
cobrança de tributo.
Súmula 323 - É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para
pagamento de tributos.
Súmula 547 - Não é lícito à autoridade proibir que o contribuinte em débito adquira
estampilhas, despache mercadorias nas alfândegas e exerça suas atividades
profissionais.
Art. 150, V da CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos
interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de
vias conservadas pelo Poder Público.
Nenhum tributo poderá impedir o livre exercício do direito de ir e vir, salvo a própria
mitigação exposta no inciso mencionado no que tange à cobrança de pedágios. Lembrando que,
salvo melhor juízo, quem cobra pedágio não cobra tributo, mas sim tarifas ou preço público em
que o contribuinte pagará para permissionários e/ou concessionárias do serviço público.
Tal princípio tem força coercitiva diretamente para a União. Assim, o presente ente
federativo, em razão do texto constitucional, não poderá tratar os demais entes federativos e
seus contribuintes de forma desigual. Exemplo: a incidência sobre o Imposto de Renda que será
considerado no Rio Grande do Sul, igualmente deverá ser no Rio de Janeiro, não podendo haver
tratamento diferenciado. A justificativa para a presente norma cogente é: respeito à isonomia e
ao pacto federativo.
Entretanto, o mesmo inciso I trabalha com uma mitigação onde faculta a União conceder
tratamento diferenciado na tributação de sua competência, a fim de proporcionar
desenvolvimento socioeconômico de determinada região. Aqui encontra-se o clássico exemplo
da Zona Franca de Manaus.
Na forma do inciso II do artigo supra indicado, a União também não poderá conceder
tratamento diferenciado para seus servidores, bem como as obrigações de dívidas públicas.
Logo, se um Magistrado Federal tem retenção de 27,5% de seu ordenado, o mesmo deverá valer
para o Magistrado Estadual, não podendo, portanto, a União conceder tratamento diferenciado
para o federal em face deste pertencer aos quadros federais.
Na forma do presente inciso, a União não poderá intrometer-se no que tange a benefícios
fiscais nos tributos que não são de sua competência. Assim, não caberá isenções heterônomas,
ou seja, a União não poderá conceder isenção de tributos que são de competência dos demais
entes.
Entretanto, algumas mitigações compreendidas na realidade como imunidades por
estarem expressas na Constituição Federal, poderemos visualizar:
a) 1ª Exceção: Imunidade de ISSQN para serviços destinados ao Exterior.
Art. 156 da CF
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei
complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei
complementar: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
Art. 155 da CF
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as
prestações se iniciem no exterior; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de
1993)
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)
X - não incidirá:
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços
prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do
montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Art. 98 do CTN
Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação
tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.
16. Limitações ao Poder de Tributar - Imunidades
Sobre a presente espécie de imunidade genérica vale ressaltar que elas são extensivas
às autarquias e fundações públicas, na forma do artigo 150, §2º da Constituição Federal, desde
que a renda, patrimônio e serviços sejam destinados e/ou utilizados para o cumprimento da
finalidade essencial das referidas entidades públicas citadas.
REQUISITOS
Também cabe ressaltar a posição do Supremo Tribunal Federal, muito embora a omissão
da Constituição Federal, de que as Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista também
terão direito a gozar desta espécie de imunidade genérica, desde que explorem atividade
essencial pública em caráter de monopólio e não visem lucro. Neste condão, foram deferidas as
imunidades para os Correios (Agência e não Franquia), Infraero, Casa da Moeda, entre outros.
Art. 14 do CTN
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos
seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer
título; (Redação dada pela Lcp nº 104, de 2001)
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos
institucionais;
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de
formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
Vale ressaltar nesta imunidade, que as entidades de assistência social sem fins lucrativos,
na forma do artigo 195, §7º da Constituição Federal também terão imunidade no que tange as
contribuições sociais, tratando-se aqui de clássico exemplo de imunidade específica.
E, caso estas pessoas venham a locar um imóvel seu e reverter os valores locatícios para
o cumprimento da finalidade essencial, gozarão desta imunidade? Sim, na forma da Súmula
Vinculante 52 e Súmula 724 do STF, continuarão a gozar desta imunidade genérica.
Súmula Vinculante 52
Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a
qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição Federal, desde que
o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram
constituídas.
d) 4ª Espécie – Art. 150, VI, D e E, CF – Imunidade Objetiva: por fim, a presente imunidade
diz respeito a espécie de imunidade genérica no tocante a alguns objetos. Portanto, os livros,
periódicos, jornais e papéis destinados a sua impressão, bem como CD´S e DVD´s
confeccionados por artistas ou intérpretes brasileiros não pagarão impostos.
Por fim, segue importante e recente julgado, que faz contemplar a presente imunidade
dos livros eletrônicos, decisão esta realizada pelo STF e reconhecida em sede de repercussão
geral.
RE nº 330817-RJ
EMENTA - Recurso extraordinário. Repercussão geral. Tributário. Imunidade objetiva
constante do art. 150, VI, d, da CF/88. Teleologia multifacetada. Aplicabilidade. Livro
eletrônico ou digital. Suportes. Interpretação evolutiva. Avanços tecnológicos, sociais e
culturais. Projeção. Aparelhos leitores de livros eletrônicos (ou e-readers). 1. A teleologia
da imunidade contida no art. 150, VI, d, da Constituição, aponta para a proteção de valores,
princípios e ideias de elevada importância, tais como a liberdade de expressão, voltada à
democratização e à difusão da cultura; a formação cultural do povo indene de
manipulações; a neutralidade, de modo a não fazer distinção entre grupos
economicamente fortes e fracos, entre grupos políticos etc; a liberdade de informar e de
ser informado; o barateamento do custo de produção dos livros, jornais e periódicos, de
modo a facilitar e estimular a divulgação de ideias, conhecimentos e informações etc. Ao
se invocar a interpretação finalística, se o livro não constituir veículo de ideias, de
transmissão de pensamentos, ainda que formalmente possa ser considerado como tal,
será descabida a aplicação da imunidade. 2. A imunidade dos livros, jornais e periódicos
e do papel destinado a sua impressão não deve ser interpretada em seus extremos, sob
pena de se subtrair da salvaguarda toda a racionalidade que inspira seu alcance prático,
ou de transformar a imunidade em subjetiva, na medida em que acabaria por desonerar
de todo a pessoa do contribuinte, numa imunidade a que a Constituição atribui
desenganada feição objetiva. A delimitação negativa da competência tributária apenas
abrange os impostos incidentes sobre materialidades próprias das operações com livros,
jornais, periódicos e com o papel destinado a sua impressão. 3. A interpretação das
imunidades tributárias deve se projetar no futuro e levar em conta os novos fenômenos
sociais, culturais e tecnológicos. Com isso, evita-se o esvaziamento das normas
imunizantes por mero lapso temporal, além de se propiciar a constante atualização do
alcance de seus preceitos. 4. O art. 150, VI, d, da Constituição não se refere apenas ao
método gutenberguiano de produção de livros, jornais e periódicos. O vocábulo “papel”
não é, do mesmo modo, essencial ao conceito desses bens finais. O suporte das
publicações é apenas o continente (corpus mechanicum) que abrange o conteúdo (corpus
misticum) das obras. O corpo mecânico não é o essencial ou o condicionante para o gozo
da imunidade, pois a variedade de tipos de suporte (tangível ou intangível) que um livro
pode ter aponta para a direção de que ele só pode ser considerado como elemento
acidental no conceito de livro. A imunidade de que trata o art. 150, VI, d, da Constituição,
portanto, alcança o livro digital (e-book). 5. É dispensável para o enquadramento do livro
na imunidade em questão que seu destinatário (consumidor) tenha necessariamente que
passar sua visão pelo texto e decifrar os signos da escrita. Quero dizer que a imunidade
alcança o denominado “audio book”, ou audiolivro (livros gravados em áudio, seja no
suporte CD-Rom, seja em qualquer outro). 6. A teleologia da regra de imunidade
igualmente alcança os aparelhos leitores de livros eletrônicos (ou e-readers)
confeccionados exclusivamente para esse fim, ainda que, eventualmente, estejam
equipados com funcionalidades acessórias ou rudimentares que auxiliam a leitura digital,
tais como dicionário de sinônimos, marcadores, escolha do tipo e do tamanho da fonte etc.
Esse entendimento não é aplicável aos aparelhos multifuncionais, como tablets,
smartphone e laptops, os quais vão muito além de meros equipamentos utilizados para a
leitura de livros digitais. 7. O CD-Rom é apenas um corpo mecânico ou suporte. Aquilo
que está nele fixado (seu conteúdo textual) é o livro. Tanto o suporte (o CD-Rom) quanto
o livro (conteúdo) estão abarcados pela imunidade da alínea d do inciso VI do art. 150 da
Constituição Federal. 8. Recurso extraordinário a que se nega provimento. TESE DA
REPERCUSSÃO GERAL: 9. Em relação ao tema nº 593 da Gestão por Temas da
Repercussão Geral do portal do STF na internet, foi aprovada a seguinte tese: “A
imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, da CF/88 aplica-se ao livro eletrônico (e-
book), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo.” RE 330817-RJ
e) Por fim, segue um quadro retirado da obra do Professor Ricardo Alexandre que trabalha
as demais formas de imunidades previstas no texto constitucional3:
Tributos cuja
Fundamento
Objeto/Pessoa/Operação imunizadas incidência é
constitucional
impedida
- Obtenção de certidões, exercício do direito de
Art. 5.º, XXXIV Taxas em geral
petição
Custas judiciais
Art. 5.º, LXXIII - Ação popular, salvo comprovada má-fé (consideradas
taxas pelo STF)
Emolumentos
- Registro civil de nascimento e certidão de óbito,
Art. 5.º, LXXVI (considerados
para os reconhecidamente pobres
taxas pelo STF)
Custas judiciais e
- Habeas corpus, habeas data e, na forma da lei, atos emolumentos
Art. 5.º, LXXVII
necessários ao exercício da cidadania (considerados
taxas pelo STF)
Contribuições
sociais e de
Art. 149, § 2.º, I - Receitas decorrentes de exportação intervenção no
domínio
econômico
Art. 153, § 3.º, III - Exportação de produtos industrializados IPI
- Pequenas glebas rurais, definidas em lei,
Art. 153, § 4.º, II exploradas por proprietário que não possua outro ITR
imóvel
Art. 153, § 5.º
- Ouro definido em lei como ativo financeiro ou Tributos em geral,
c/c ADCT, art.
instrumento cambial salvo CPMF e IOF
74, § 2.º
- Exportações de mercadorias e serviços;
- Operações que destinem a outros Estados petróleo,
inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e
Art. 155, § 2.º, X gasosos dele derivados, e energia elétrica; ICMS
- Prestações de serviço de comunicação nas
modalidades de radiodifusão sonora e de sons e
imagens de recepção livre e gratuita
- Operações relativas a energia elétrica, serviços de Impostos em geral,
Art. 155, § 3.º telecomunicações, derivados de petróleo, exceto II, IE e
combustíveis e minerais do País ICMS
- Transmissão de bens ou direitos incorporados ao
Art. 156, § 2.º, I patrimônio de pessoa jurídica em realização de ITBI
capital;
- Transmissão de bens ou direitos decorrente de
fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa
jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade
preponderante do adquirente for a compra e venda
desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou
arrendamento mercantil
- Operações de transferência de imóveis
Art. 184, § 5.º Impostos em geral
desapropriados para fins de reforma agrária
- Rendimentos de aposentadoria e pensão Contribuição
Art. 195, II
concedidas pelo regime geral de previdência social previdenciária
Contribuições para
- Entidades beneficentes de assistência social que
Art. 195, § 7.º financiamento da
atendam às exigências estabelecidas em lei
seguridade social
Art. 226, § 1.º - Celebração do casamento civil Taxas em geral
- Contas-correntes de depósito especialmente
abertas e exclusivamente utilizadas para operações
de:
a) câmaras e prestadoras de serviços de
compensação e de liquidação de que trata o
parágrafo único do art. 2.º da Lei 10.214, de 27 de
março de 2001;
b) companhias securitizadoras de que trata a Lei
Art. 85 do ADCT 9.514, de 20 de novembro de 1997; CPMF
c) sociedades anônimas que tenham por objeto
exclusivo a aquisição de créditos oriundos de
operações praticadas no mercado financeiro;
- Contas-correntes de depósito, relativos a:
a) operações de compra e venda de ações,
realizadas em recintos ou sistemas de negociação de
bolsas de valores e no mercado de balcão
organizado;
b) contratos referenciados em ações ou índices de
ações, em suas diversas modalidades, negociados
em bolsas de valores, de mercadorias e de futuros;
- Contas de investidores estrangeiros, relativos a
entradas no País e a remessas para o exterior de
recursos financeiros empregados, exclusivamente,
em operações e contratos referidos nas letras “a” e
“b” do item anterior.
17. Legislação Tributária
A legislação tributária, muito embora ignorada por grande parte dos “oabzeiros fiscais” tem
relevante importância para a resolução de questões do Exame da Ordem em Direito Tributário.
Outrossim, tal temática também enseja inúmeras dúvidas, o que tentarei dirimir através de um
texto sistematizado.
E a primeira grande questão que é recorrente é: qual tipo normativo poderá criar e/ou
majorar tributo? Via de regra, será mediante lei ordinária, possível a criação ou majoração.
Entretanto, existem 4 (quatro) espécies tributárias que somente poderão ser criadas ou
majoradas mediante lei complementar: Imposto Residual (art. 154, I, CF), Contribuição Social
Residual (art. 195, §4º, CF), Imposto sobre Grandes Fortunas (art. 153, VII, CF) e Empréstimos
Compulsórios (art. 148, CF).
Para que sejam criados esses tributos, seja por meio de lei ordinária ou complementar, o
legislador terá que ater-se a uma série de requisitos e imposições legais descritas em lei
complementar. Portanto, via de regra, normas gerais de direito tributário somente poderão ser
realizadas mediante lei complementar, na forma do artigo 146 da Constituição Federal.
E onde estão estas normas gerais de direito tributário? Estão no Código Tributário
Nacional, visto que este foi recepcionado como lei complementar pela Constituição Federal de
1988.
Importante ainda referir que tal temática tem vínculo com o princípio da legalidade.
Portanto, muito embora acima cita-se a possibilidade de criação ou majoração de tributo
mediante lei ordinária, não podemos esquecer que Medida Provisória também assim poderá
fazer, uma vez obedecidos os requisitos do artigo 62, §2º da Constituição Federal.
18. Obrigação Tributária e Constituição do Crédito Tributário
Teremos a ocorrência da obrigação tributária toda vez que o contribuinte praticar um fato
(fato gerador) que está descrito em uma lei (hipótese de incidência). Assim, a obrigação nada
mais é do que o resultado da realização do fato gerador no mundo exterior. Sobre a obrigação
tributária leciona o CTN:
21.4 Da Solidariedade
Reza o artigo 124 do CTN que os sujeitos passivos poderão ser solidariamente obrigados,
caso exista interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal.
Lembrando, ainda, que tal solidariedade não comportará benefício de ordem, ou seja, quem
pagará primeiro ou não.
Ademais, o tema mais recorrente sobre solidariedade é o que disposto no artigo
125 do CTN sobre os efeitos da solidariedade. Cito aqui o campeão de cobrança em prova, que
é o inciso II, onde leciona que eventual isenção concedida em razão de caráter pessoal não será
estendida para os demais, mantendo-se o saldo devido pelos demais sujeitos passivos (logo,
desconta-se a cota parte do sujeito isento).
Impedem propositura
de execução fiscal
Por fim, é importante colacionar que, via de regra, a moratória é concedida por lei do ente
competente. Entretanto, mitigando tal informação, na forma do art. 152, I, B, da CF, a União
poderá conceder moratória de tributos que não são de sua competência (Estados, DF e
Municípios) desde que faça o mesmo com seus tributos.
Sobre moratória, trago importante esquema de Ricardo Alexandre5
Súmulas
Súmula 112 do STJ - O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se
for integral e em dinheiro.
Súmula Vinculante nº 21 do STF - É inconstitucional a exigência de depósito ou
arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.
Súmula Vinculante nº 28 do STF - É inconstitucional a exigência de depósito prévio como
requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de
crédito tributário.
Por fim, finalizando o presente capítulo, cumpre informar que, ocorrendo qualquer uma
das hipóteses de suspensão, suspenderá apenas a obrigação principal (de pagar), devendo o
contribuinte continuar a efetuar o cumprimento das obrigações acessórias (de fazer ou não
fazer).
20. Da extinção do crédito tributário
Prescrição
Já opera-se a prescrição quando a Fazenda Pública não propõe, no prazo legalmente
estipulado, a ação de execução fiscal para obter a satisfação coativa do crédito tributário.
Conforme o artigo 174 do CTN o prazo de prescrição é de cinco anos, iniciando sua
contagem da data da constituição definitiva do crédito tributário.
Art. 174 do CTN
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados
da data da sua constituição definitiva.
Parágrafo único. A prescrição se interrompe:
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; (Redação dada pela
Lcp nº 118, de 2005)
II - pelo protesto judicial;
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento
do débito pelo devedor.
Mas cuidado: não será com a notificação que o crédito estará definitivamente constituído,
mas sim, não havendo pagamento ou impugnação (ou após o processo administrativo), e
ultrapassado o prazo para pagamento do crédito tributário sem pagamento, é que começará a
fluir o prazo prescricional.
Lembre-se que a prescrição se interromperá quando: houver despacho do juiz ordenando
citação em execução, qualquer protesto judicial ou ato judicial que constitua o devedor em mora
e por qualquer ato inequívoco (mesmo que seja extrajudicial) que importe reconhecimento do
débito pelo devedor.
A sexta forma de extinção é a conversão de depósito em renda. Tal modalidade irá ocorrer
quando da realização de depósito ou penhora de dinheiro em processo judicial e em caso de
vitória (decisão favorável de mérito ao fisco) o dinheiro irá para a fazenda pública. Tal ato é
nominado de conversão de depósito em renda.
A sétima forma de extinção é a consignação em pagamento. A presente forma irá ocorrer
quando do ajuizamento de Ação de Consignação em Pagamento pelo contribuinte nas
possibilidades ofertadas do artigo 164 do CTN. Lembrando que tal demanda judicial busca
justamente a satisfação do crédito tributário não recebido pela fazenda pública. Assim, julgando-
se procedente a presente ação, o dinheiro que fora depositado, na forma do artigo 542, I, do
CPC, será convertido em renda, vindo a extinguir o crédito tributário pela consignação.
21. Da exclusão do crédito tributário
As formas de exclusão do crédito, que estão dispostas no artigo 175 do Código Tributário
Nacional, sempre serão realizadas mediante lei própria do ente competente, bem como vão
impedir a fazenda pública de constituir o crédito. Logo, como consequência disso, o contribuinte
está livre do cumprimento da obrigação principal.
Diante do referido no artigo supra copiado, serão formas de exclusão do crédito a isenção
e a anistia. Reforçando-se, assim, que são institutos desonerativos, que o Poder Executivo não
poderá realizar (somente mediante lei) e que não dispensa a obrigação acessória.
24.1 Isenção
A isenção trata-se de um instituto desonerativo que visa dispensar, mediante lei, o dever
de pagar tributo. Veja que trata-se de um instituto diferente da imunidade, visto que esta última
trata-se de dispensa constitucional do dever de pagar tributo. Ainda, sobre a isenção é importante
ressaltar:
Ainda, sobre isenções, cabe dizer que a sua concessão, em razão de tratar-se de um
benefício para o contribuinte, não observará a anterioridade, bem como na forma do artigo 177
do CTN, via de regra, não se estenderá a taxas e contribuições de melhoria, salvo previsão
expressa em norma.
Importante referir que as isenções poderão ter caráter individual ou geral. A de caráter
individual só alcançará determinadas pessoas, que preenchem requisitos, mediante análise da
autoridade administrativa competente. Ainda, ela não gerará direito adquirido, justamente em
face da necessidade da análise dos requisitos para sua concessão.
24.2 Anistia
A anistia também trata-se de medida desonerativa que, entretanto, visa retirar (perdoar)
do contribuinte o aspecto, a denominação de infrator. Logo, o legislador, mediante lei própria
(específica do ente competente), poderá excluir e dispensar o contribuinte do pagamento da
multa tributária.
Tal anistia poderia ser realizada, inclusive, sobre determinado território e/ou região, sendo
possível, portanto, a delimitação da extensão do referido instituto.
E, por fim, o referido instituto político poderá ser concedido em caráter geral e individual,
obedecendo os mesmos critérios da isenção.
Via de regra, todo tributo será satisfeito pela pessoa que realiza o fato gerador, ou seja,
aquele que tem vínculo direto com a realização da hipótese descrita em norma legal. Entretanto,
o artigo 121 do CTN afirma que será também sujeito passivo da relação tributária, além do
contribuinte, o responsável.
Mas afinal de contas quem é o responsável? É aquele que não tem vínculo direto com à
realização (fato) da hipótese prevista na norma, entretanto, a lei lhe atribuí responsabilidade para
satisfazer o crédito tributário.
Outrossim, antes de iniciarmos os tipos de responsabilidade, é importante referir que o
próprio CTN afirma e entrega a possibilidade ao legislador ordinário de estabelecer hipóteses
específicas de responsabilidade tributária, conforme leciona o artigo 128.
Como a presente obra não tem o condão de exaurir qualquer matéria exposta, vamos
trabalhar especificamente a responsabilidade por transferência (sucessão e terceiros), que está
disciplinada entre os artigos 130 até 135 do CTN.
Reza o artigo 130 do CTN que:
b. Inciso II e III:
a. Responsável é o Espólio.
b. Responsável é o Cônjuge Meeiro.
c. Responsável Sucessor à Qualquer Título
i. Só ocorrerá após a sentença de partilha.
A denúncia espontânea é o famoso instituto que imita a delação premiada no direito penal.
Ela ocorrerá quando o contribuinte e/ou responsável realizar um fato gerador e, posteriormente
a sua ocorrência, o realizador do fato gerador vem realizar tal comunicação junto a autoridade
fazendária.
E qual benefício gozará o contribuinte/responsável que delatar-se para o fisco? Ele, na
forma do artigo 138 do CTN, estará livre do pagamento da multa, devendo pagar apenas o tributo
devido, este acrescido de multa e juros.
Mas lembre-se da condição disposta na norma: tal fato gerador deverá ser totalmente
desconhecido da autoridade fazendária, sob pena de ser impossível utilizar-se do referido
instituto.
Por fim, e não menos importante: aplica-se o instituto da denúncia espontânea aos tributos
sujeitos ao lançamento por homologação, desde que estes não venham a ser declarados. Acaso
declarados, por mais que não sejam pagos e/ou cobrados, não poderá mais o sujeito passivo
utilizar-se de tal benefício na forma da súmula 360 do STJ.
Reza o artigo 184 do CTN:
Na forma do artigo supra citado, o crédito tributário poderá servir-se, via de regra, de
quaisquer bens do devedor para a satisfação do crédito, inclusive aquelas gravadas com cláusula
de inalienabilidade ou impenhorabilidade. Entretanto, os bens descritos no artigo 833 do CPC e
na lei 8.009/90 (único bem imóvel – família) serão impenhoráveis.
Mas tenha cuidado, visto que na própria lei 8.009/90 (art. 3º) temos uma exceção à
impenhorabilidade por dívida fiscal, visto que quando o crédito tributário for oriundo do bem
imóvel, ele poderá ser penhorado para pagamento destes débitos (exemplo: IPTU, Taxa,
Contribuição de Melhoria).
Ainda, quanto as disposições legais sobre a garantia, é importante referir o artigo
185 do CTN:
Reza o artigo acima que será presumida fraude toda vez que ocorrer alienação (venda)
de bens com a finalidade de não pagar tributo. O lapso temporal para definição da referida fraude
é a inscrição em dívida ativa. Ainda, afirma o parágrafo único do referido artigo que apenas não
será considerado fraude se o devedor conservar bens suficientes para à satisfação do crédito
tributário.
Sobre o artigo, ainda é importante lecionar que não aplicamos para efeitos de Execução
Fiscal a Súmula 375 do STJ, visto que aqui trata-se de norma especial.
Já sobre preferências do crédito tributário, leciona o artigo 186 do CTN:
Logo, no entendimento do caput do artigo supra citado, o crédito tributário tem preferência,
via de regra, sobre qualquer outro, independente da natureza do crédito. Na forma do caput e da
regra geral, o crédito tributário apenas perde na preferência para os créditos de natureza
trabalhista e de acidente de trabalho.
Entretanto, conforme dispositivo do parágrafo único do referido artigo, combinado com o
artigo 83 da Lei 11.101/05, em processo de falência, o crédito tributário será satisfeito em 4º
lugar, desde que tenha ocorrido o fato gerador antes da falência (se for após a decretação da
falência, será extraconcursal – art. 188 do CTN). Assim, na prática, o crédito tributário no
processo de falência perderá para: extraconcursal, trabalho (limitado em 150 SM) e acidente de
trabalho, crédito com garantia real no limite do valor do bem gravado.
24. Da Administração Pública
COMPETÊNCIA
• União;
• Artigos 153, IV, da CF;
• Artigo 29 e seguintes do CTN;
• Decreto 4.382/2002.
SUJEITO PASSIVO:
• Proprietário;
• Titular de domínio útil (usufrutuário);
• Possuidor (ad usucapionem);
• Se houver propriedade e possuidor ao mesmo tempo: será cobrado do proprietário (é sobre
propriedade);
• Importante salientar que não existirá sobre acessão física;
• Fato gerador sobre acessão física (construções não);
• Somente imóveis por natureza;
• Vide artigo 79, §1º do Código Civil.
FATO GERADOR
• Propriedade;
• Domínio útil;
• Posse de imóvel;
• Por natureza: o solo com a sua superfície;
• Fora da zona urbana do município (cuidado) – art.15 dl 57/66;
• Imóvel com destinação econômica e exploração natural;
ELEMENTO TEMPORAL
• 1º de janeiro de cada ano;
• Será por anualidade.
ELEMENTO ESPACIAL
• Propriedades que estejam fora da zona urbana.
BASE DE CÁLCULO
• É o valor fundiário do imóvel;
• É o valor da terra nua.
• Terra nua = preço de mercado: Excluídas construções, instalações e benfeitorias.
• Mas compreendendo árvores, frutos pendentes, subsolo e espaço aéreo.
ALÍQUOTAS
• Serão proporcionais;
• Serão progressivas;
• Conforme grau de utilização da área rural;
✓ Caráter extrafiscal;
✓ Visa desestimular propriedades improdutivas.
COMPETÊNCIA
• União;
• Artigos 153, V, da CF;
• Artigo 63 e seguintes do CTN;
• Decretos 6.306/07 e 6.339/08.
SUJEITO PASSIVO
• Art. 66 do CTN = qualquer das partes na operação.
✓ Ficará a critério do legislador ordinário.
• Decreto 6.306/07:
a. PF e PJ tomadoras de crédito;
b. Compradores e vendedores de moeda estrangeira;
c. PF e PJ seguradas;
d. Adquirentes de títulos ou valores imobiliários;
e. Instituições autorizadas = primeira aquisição de ouro.
FATO GERADOR
• Operação de crédito = entrega total/parcial do dinheiro;
✓ Até mesmo colocação à disposição.
• Operações de seguro = emissão da apólice;
• Operações de títulos e valores mobiliários;
✓ A emissão, transmissão ou pagamento.
BASE DE CÁLCULO
• Previsão legal: artigo 64 do CTN e Decreto 6.306/07;
• Operação de crédito = valor + juros (art. 7º do Decreto);
• Operações de câmbio = valor recebido (art. 14º do Decreto);
• Operação de seguro = montante do prêmio (art. 21 do Decreto).
ALÍQUOTAS
• Serão proporcionais (vide decreto 6.306/07);
• Terão variação conforme natureza das operações:
a. Operação de crédito: máximo de 1,5% ao dia (art. 6º);
b. Operação de câmbio: máximo de 25% (art. 15);
c. Operação de seguro: máximo de 25% (art. 22).
• Nos depósitos judiciais não haverá incidência de IOF.
✓ Súmula 185 do STJ.
• Ouro destinado à fabricação de joias e ouro destinado à fabricação de peças para odontologia,
não considera-se ativo financeiro.
✓ Terá incidência de ICMS.
• Teremos incidência de IOF nas operações de FACTORING.
COMPETÊNCIA
• União;
• Artigos 153, I, da CF;
• Artigo 19 e seguintes do CTN;
• Decretos 6.306/07 e 6.339/08.
SUJEITO PASSIVO
• Importador (qualquer PF ou PJ que entre com mercadoria);
• Arrematante de produtos apreendidos ou abandonados;
• Destinatário de remessa postal com remetente.
✓ Previsão no artigo 22 do CTN;
✓ Previsão no artigo 31 do dl 37/66.
FATO GERADOR
• Entrada real ou ficta de produto estrangeiro;
• Início do despacho aduaneiro;
• Momento da apresentação;
• Momento do registro da declaração de importação.
✓ Salvo hipóteses do instrumento normativo 680/06 – art. 17.
✓ Poderão ser registrados antes da entrada: plantas, animais vivos, papel para impressão.
CUIDADO!
• Imposto de Importação somente em casos de permanência em definitivo.
• Não englobará mercadorias estrangeiras, que permaneçam temporariamente, a fim de cumprir
finalidades esporádicas.
✓ Circuito da fórmula 1;
✓ Feiras e exposições.
BASE DE CÁLCULO
• Quantidade de mercadorias;
✓ Tantos reais por tonelada.
• Valor do produto importado;
• Valor do preço da arrematação do bem em licitação.
ALÍQUOTAS
• ESPECÍFICA
✓ Valor em dinheiro sobre unidade de medida.
• AD VALOREM
✓ Aplicação de alíquota sobre determinado valor.
QUESTÕES DE PROVA
• Zona franca de Manaus;
• Emenda constitucional nº 83;
✓ Prorrogou os benefícios até 2073.
• Drawback;
• Proteção produto nacional: exporta produto pronto;
• É ressarcido do Imposto de Importação sobre insumos importados.
COMPETÊNCIA
• União;
• Artigos 153, II, da CF;
• Artigo 23 e seguintes do CTN.
SUJEITO PASSIVO
O exportador: qualquer pessoa que promova a saída de produtos nacionais ou
nacionalizados do nosso território.
FATO GERADOR
• Momento da liberação pela autoridade aduaneira; ou
• Data do embarque ou saída conforme declaração.
CUIDADO: A guia poderá ser exigida pela Receita Federal antes mesmo da saída do
produto.
BASE DE CÁLCULO
• Preço normal da mercadoria ao tempo da exportação, podendo ser:
✓ Pela quantidade de mercadoria;
✓ Preço da arrematação do produto adquirido;
✓ Pelo valor monetário do produto exportado.
OBS: O fisco não está vinculado ao valor da fatura.
ALÍQUOTAS
• Estão previstas na tarifa aduaneira do brasil e poderão ser:
✓ Específicas (valor sobre a unidade de medida);
✓ Ad valorem (alíquota sobre determinado valor).
• Atualmente é de 30%.
• Poderá o executivo aumentar 150%.
• Vide artigo 3º do Decreto lei 1.578/77.
• REGRAS DE DESONERAÇÃO
ARTIGO 156, §3º, II, DA CF – EXPORTAÇÃO ISS – ISENÇÃO.
ARTIGO 155, §2º, X, DA CF – IMUNIDADE PARA ICMS.
ARTIGO 153, §3º, III, DA CF – IMUNIDADE PARA IPI.
SUJEITO PASSIVO:
• Importador;
• Industrial;
• Comerciante de produtos para indústria;
• Arrematante de produtos apreendidos.
FATO GERADOR:
• Importação;
• Saída do estabelecimento industrial = produto;
• Aquisição em leilão;
• Primeira saída por revenda de produtos importados.
CUIDADO: O STJ entende que não incide IPI de veículo importado para uso próprio.
• Recentemente o STF disse que incide (RE 723.651).
✓ Mesmo que não desempenhe atividade empresarial.
✓ E faça importação para uso próprio.
CONCEITO DE INDUSTRIALIZAÇÃO
• O produto foi submetido a qualquer operação que modifique sua natureza, finalidade ou
o aperfeiçoe para consumo.
✓ Transformação, beneficiamento, montagem, renovação.
BASE DE CÁLCULO
• Valor da operação da saída do produto;
• Preço normal, acrescido do Imposto de Importação;
✓ + encargos cambiais.
✓ + tarifas aduaneiras.
• Preço da arrematação.
ALÍQUOTAS
• Proporcional;
• Será conforme grandeza econômica tributada;
• Variam de 0% até 365,63% (cigarros).
COMPETÊNCIA
• União;
• Artigos 153, III, da CF;
• Artigo 43 e seguintes do CTN.
SUJEITO PASSIVO
• Pessoa física ou jurídica;
• Titular de renda ou provento de qualquer natureza;
• A lei poderá exigir retenção da fonte pagadora:
✓ Empregado = contribuinte.
✓ Empregador = responsável.
• Em caso de omissão na retenção a fonte pagadora irá arcar com a multa.
✓ Mesmo sendo responsável = não precisará pagar o IR.
FATO GERADOR
• Aquisição de disponibilidade econômica/jurídica de renda:
✓ Decorrente de capital (aplicações, bonificações);
✓ Do trabalho (salário, comissões);
✓ Dos dois (lucro);
✓ Provento de qualquer natureza (aposentadorias, doações).
BASE DE CÁLCULO
• Soma dos fatores que se agregam ao patrimônio:
✓ Positivos (rendas, acréscimos);
✓ Negativos (deduções, dependentes, saúde).
BASE DE CÁLCULO (ART. 44, DO CTN), SERÁ O MONTANTE:
• Real (cálculo do lucro, abatendo do faturamento as despesas permitidas)
• Arbitrado (não é possível apurar lucro real, em razão da omissão).
✓ Ocorre também quando o sujeito passivo não cumpre obrigação acessória.
• Presumida (percentual legal sobre o valor da receita bruta).
ALÍQUOTAS
• Generalidade: todos os contribuintes que pratiquem o fato;
• Universalidade: quaisquer rendas e proventos;
• Progressividade: variação de acordo com a base de cálculo.
• Súmula 125, STJ – Não incide IR sobre renda auferida por férias não gozadas.
• Súmula 215, STJ – Não incide sobre indenização – programa de demissão voluntária.
• Súmula 498, STJ – Não incide sobre dano moral.
• Súmula 463, STJ – Incide sobre horas extraordinárias recebidas.
• Súmula 556, STJ – Não incide IR no valor da complementação de previdência privada = anos de
89/95.
• Súmula 447, STJ – Entes que fazem retenção serão partes nas ações.
28.2 Impostos Municipais
COMPETÊNCIA
• Municípios e DF;
• Artigos156, I, da CF;
• Artigo 32 e seguintes do CTN.
FATO GERADOR
• Propriedade;
• Domínio útil;
• Posse de bem imóvel.
✓ - Por natureza ou acessão física.
✓ - Localizado em zona urbana.
• O que é zona urbana?
✓ - Vide artigo 32, §1º do CTN;
✓ - Será definida em lei municipal
✓ - Deverá ter a presença de dois requisitos do 32, §1º, do CTN.
CUIDADO:
Imóvel situado em zona urbana, mas que explore atividade de zona rural, como plantação, criação
de galinha, será cobrado ITR, com fundamento no artigo 15, dl 57/66.
ALÍQUOTAS DO IPTU
• Será progressiva;
✓ - Lei municipal deverá prever progressividade;
• É extrafiscal (função social – único imóvel);
• É fiscal (em razão de localização e uso do imóvel).
REGRA
• O ISSQN será pago no local do estabelecimento do prestador do serviço.
FATO GERADOR
• É a prestação do serviço;
• Pela empresa ou profissional autônomo;
• Com ou sem estabelecimento fixo;
• De serviços constantes na lista anexa da LC 16/03.
BASE DE CÁLCULO
•Preço bruto do serviço.
✓ - Serviços gratuitos não poderão ser cobrados.
• Atenção: eventuais descontos deverão ser computados.
✓ - Juros, multas e indenização = não entram para cálculo.
ALÍQUOTAS
• Será fixa (profissional liberal) ou proporcional (serviço);
• A depender do sujeito passivo;
✓ - Alíquota mínima = 2% - artigo 88 da ADCT;
✓ - Alíquota máxima = 5% - artigo 8º da LC 16/03.
ATENÇÃO:
• É inconstitucional a cobrança de ISSQN sobre locação de bens móveis.
✓ - Súmula vinculante nº 31 do STF.
• ISSQN sobre software de computador:
✓ - Software produzido em escala = ICMS;
✓ - Software sobre encomenda = ISSQN.
A QUALQUER TÍTULO
COMPETÊNCIA
• Município e DF;
• Artigos 34 até 42 do CTN;
• Lei Ordinária.
SUJEITO PASSIVO
• Qualquer uma das partes da operação de transmissão.
• Poderá ser:
✓ - Transmitente;
✓ - Adquirente (a regra é este).
ELEMENTO ESPACIAL
• Situação (localização) do bem.
ELEMENTO TEMPORAL
• É o momento da transmissão ou da cessão.
FATO GERADOR
• Ocorrerá mediante registro no registro de imóvel;
• Não posso cobrar o ITBI antes do registro (cuidado).
• Mero contrato de gaveta não enseja pagamento de ITBI.
• O ITBI não ocorrerá sobre direitos reais de garantia:
✓ - Anticrese: entrega de bem imóvel para outro usar até quitar.
✓ - Hipoteca: devedor oferece bem em garantia.
✓ - Penhor: recai sobre bens móveis alheios.
BASE DE CÁLCULO
• Valor venal do imóvel:
✓ - Que está sendo transmitido;
✓ - Que está sendo cedido.
ALÍQUOTAS
• Serão proporcionais, conforme lei municipal;
• Jamais poderão ser progressivas (Súmula 656 do STF);
• Progressiva somente: IR, IPTU, ITR E ITCMD.
ATENÇÃO:
Não incidirá ITBI sobre transmissão de bens imóveis incorporados a pessoa jurídica para realização
de capital, nem sobre operações societárias, salvo se as empresas tiverem finalidade de compra e
venda de imóveis, locação e arrendamento de imóveis. Artigo 156, §2º, da CF.
ATENÇÃO
No inventário por morte presumida, que você não sabe o fato gerador, terá incidência desse imposto
– Súmula 331 do STF.
COMPETÊNCIA
• Bens imóveis e respectivos direitos.
✓ - No Estado ou DF – situação do bem.
• Bens móveis, títulos e créditos:
✓ - No estado onde se processar o inventário.
✓ - No estado do domicílio do doador.
• Doação por pessoa que resida no exterior.
• Bens deixados por alguém que mora no exterior.
• Bens deixados por alguém que teve inventário no exterior.
✓ - Dependerá de lei complementar. (Que não existe até hoje).
QUEM PAGARÁ O ITCMD
• Nas doações ( Donatário dos bens;
• Nas transmissões por morte ( Herdeiro;
• Nas cessões ( O cedente.
BASE DE CÁLCULO
• Valor venal dos bens.
ATENÇÃO
ALÍQUOTAS
• Será definida pelo Senado Federal;
• Atualmente a alíquota máxima é de 8% - resolução 9/92;
• No imposto causa mortis é devido a alíquota – da morte;
• O STF disse que as alíquotas são progressivas (caráter pessoal).
COMPETÊNCIA
• Estados e DF.
SUJEITO PASSIVO
• Proprietário;
• Adquirente;
• Titular de domínio útil;
• Possuidor com animus domini.
ATENÇÃO:
BASE DE CÁLCULO
- Valor venal dos veículos;
- Poderá variar conforme o tipo;
- Poderá variar se novo ou usado.
E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS:
- Transporte intermunicipal e interestadual;
✓ - Comunicação.
COMPETÊNCIA
• Estados e DF;
• Vide artigo 155, II, da CF;
• Vide lei complementar 87 de 1996.
SUJEITO PASSIVO
• Artigo 4º da lei complementar 87;
• Pessoas que pratiquem circulação de mercadorias;
• Importadores de qualquer natureza (PF ou PJ);
• Transporte intermunicipal e interestadual;
• Serviços de comunicação.
CONCEITO DE CIRCULAÇÃO
Quando ocorrer mudança de titularidade do bem. O bem sai de uma titularidade e passa
para outra.
CONCEITO DE MERCADORIA
• Coisa que constitua objeto de venda.
• São aquelas mercadorias que serão comercializadas.
• ASSIM CUIDADO, NÃO TEREMOS ICMS: Sobre mercadorias que sejam para consumo
próprio empresário.
Empresa do setor fumageiro decide vender seus carros para adquirir novos veículos. Assim cuidado,
não teremos ICMS: O objeto da empresa não é venda de carros. Logo, se vender ativo fixo, não terá
de pagar ICMS.
ALÍQUOTA DO ICMS
• Teremos internas (cada Estado fixará livremente).
✓ - A depender do produto.
• Teremos Interestaduais (Resolução 22 do Senado Federal).
✓ - Que não tem nos Vades.
✓ - Trata-se da Emenda Constitucional 87 de 2015.
ALÍQUOTA INTERESTADUAL
• Foi fixada pelo Senado Federal - Resolução 22/89.
• Previsão legal: Art. 155, §2º, VII, VIII, da CF.
• A partir de 1990:
✓ - Será de 7% ou 12% (Conforme Estado de destino).
ALÍQUOTA INTERESTADUAL
• Se o Estado de destino for:
✓ - Norte, Nordeste, Centro Oeste e Espírito Santos = pago 7%.
• Mas se o Estado de destino for:
✓ - Sul ou Sudeste = pago 12%.
• Tais alíquotas vão ocorrer independentemente do produto.
• Chamamos de alíquotas genéricas.
✓ Assim, se a empresa Nini machão, situada em POA-RS, vender para o Sul ou Sudeste
pagará 12% de ICMS. Já se vender para o Norte, Nordeste, Centro Oeste ou Espírito
Santos pagará 7% de ICMS.
MAS ATENÇÃO: Se a empresa estiver situada em Natal – RN, sempre pagará 12% de
ICMS, eis que estará na região Norte, Nordeste, Centro Oeste, ES. Assim, não interessa para
onde venderá.
RESUMINDO
Operação de mercadoria interestadual e prestação de serviço interestadual:
Regra = pagará 12%.
Exceção = Se origem for do Sul, Sudeste ( para Norte, Nordeste, Centro Oeste e Espírito
Santos = pagará 7%.
Foi por essa razão que a Emenda Constitucional nº 87 também inseriu o art. 99 da ADCT,
alterando as regras de repartições.
Criou-se uma regra de transição para que os Estados de origem não sintam tanto esta
mudança até 2018.
As taxas são 1 (uma) das 5 (cinco) espécies de tributos existentes em nosso ordenamento
jurídico. Na forma do artigo 145, II, do texto constitucional, a competência é comum, ou seja,
todos os entes poderão criar, mediante a edição de lei ordinária. Por fim, vale ressaltar que tal
tributo é vinculado à prestação de um serviço público.
Art. 145, II da CF
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os
seguintes tributos:
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial,
de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua
disposição;
Art. 77 do CTN
Art. 77 do CTN - As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o
exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que
correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas. (Vide Ato
Complementar nº 34, de 1967)
Observando, ainda, o referido artigo, que dá competência aos entes para criação de taxas,
verifica-se a existência de duas espécies de taxas:
a. Em decorrência do exercício do poder de polícia;
b. Pela utilização efetiva ou potencial de serviço público específico e divisível.
A primeira espécie de taxa é aquela que decorre do serviço de fiscalização, a fim de
regular as atividades exercidas pelos contribuintes, visando não prejudicar, por exemplo, a
coletividade. Aqui elencamos como exemplo o alvará sanitário. Também cabe ressaltar que,
conforme o Supremo Tribunal Federal, basta a existência de um órgão fiscalizatório e em
atividade para que torne-se possível a cobrança da referida taxa.
Súmula Vinculante 41
O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.
Súmula Vinculante 19
A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e
tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo
145, II, da Constituição Federal.
Passada a análise do artigo 145, II, da Constituição Federal, faz-se necessário analisar o
§2º do referido artigo. O mesmo leciona que as taxas não poderão ter base de cálculo própria de
impostos.
Súmula Vinculante 29
É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base
de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre
uma base e outra.
Por fim, vale ressaltar que as custas judiciais são espécies de taxa, podendo, assim, ser
criadas somente mediante lei ordinária do ente competente. Ademais, sofrem limitações e
deverão observar todos os demais princípios e limitações impostas ao poder de tributar.
Art. 81 – CTN - A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para
fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como
limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra
resultar para cada imóvel beneficiado.
Por fim, a título ilustrativo e exemplificativo, cabe ressaltar que a contribuição de melhoria
poderá ser cobrada quando da realização do primeiro asfalto, mas não quando for retificado o
mesmo, ou seja, quando for feito mero recapeamento.
28. Empréstimos Compulsórios
Art. 148 da CF
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra
externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional,
observado o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será
vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
Na forma do artigo supra demonstrado, teremos 3 hipóteses que justificam a criação deste
empréstimo aos contribuintes: guerra externa ou sua iminência, calamidade e investimento
público de caráter urgente e relevante interesse nacional.
Lembre-se, ainda, que, na forma do artigo 150, §1º da Constituição Federal, os
empréstimos compulsórios para guerra externa ou sua iminência, bem como o de calamidade,
uma vez criados, terão exigência imediata. Entretanto, o empréstimo de investimento público
deverá respeitar as duas anterioridades (exercício e nonagesimal) para ser exigido.
Por fim, é importante ressaltar sobre a presente espécie tributária, que trata-se de tributo
vinculado, ou seja, a arrecadação deverá ir diretamente para o caixa que gerou sua criação, bem
como será temporário e restituível. Tal restituição, conforme o STF, deverá ser em dinheiro,
observando a regra do artigo 3º do CTN e não em títulos de dívida pública.
29. Contribuição Especial
32.3 Contribuição Social para Regime Próprio de Previdência para Servidor Público
A presente contribuição social, cuidado, terá competência comum. Assim, todos os entes
poderão criar esta contribuição a fim de financiar a previdência de seus respectivos servidores.
Entretanto, cuidado: para elas, aplico as duas anterioridades.
Outrossim, outro fato importante sobre a presente contribuição é que, na forma do artigo
40, §18º da Constituição Federal, o servidor público aposentado pelo regime próprio, ou seja,
albergado pela presente contribuição, estará imune somente até o teto do regime geral, em razão
do princípio da isonomia (art. 195, II, da CF).