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Índice

Resumo..............................................................................................................................2
Introdução..........................................................................................................................2
Metodologia...................................................................................................................3
Revisão bibliográfica.....................................................................................................3
Conceitos...........................................................................................................................4
Tipo de pobreza..................................................................................................................4
Características da pobreza..................................................................................................5
Prevalência da pobreza.......................................................................................................5
Consequências da pobreza.................................................................................................8
Causas................................................................................................................................8
Formas e propostas de combate a pobreza.........................................................................9
Discussão e a visão grupo sobre as diferentes formas de intervenção..............................10
Relação entre pobreza e inadaptação social (reflexão).....................................................11
Plano de intervenção........................................................................................................12
Tabela:.............................................................................................................................12
Conclusão........................................................................................................................14
Referência bibliográfica...................................................................................................15
Anexo 1 – depoimento de superação de pobreza..............................................................17
Anexo 2- PBL- Ensino Baseado em Problemas...............................................................18

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Resumo

O presente trabalho tem como objectivo compreender o fenómeno pobreza e suas


implicações no processo de adaptação social. Para se compreender este fenómeno
recorreu-se a uma revisão bibliográfica na qual pode se compreender que a
pobreza é a ausência de recursos para a satisfação das necessidades básicas ou o
não acesso a serviços de assistência social. Tem como causas a situação político-
económica associada a distribuição desigual dos recursos resultando na falta de
estabilidade emocional e social do individuo. As principais formas de ultrapassar
este fenómeno é melhorar as políticas públicas e capacitar os indivíduos no
sentido destes por si possam encontrar soluções para os problemas existentes.
Palavra-chave: Pobreza.

Introdução

Moçambique é considerado como um dos países mais pobres e menos


desenvolvidos, situando-se no lugar 197 de 210 no “ranking” de países por nível
de renda“ per capita” (World Bank, 2010).
A pobreza é uma das principais características de países que se encontram em via
de desenvolvimento, podendo afectar cerca de 70% da população rural
Moçambicana. Ela pode ser vista sob várias formas e dependendo do tipo e causa,
trazem consequências bastante fortes para quem vive nessa situação, podendo
afectar o individuo quer a seu nível individual, quer a seu nível social.
Neste sentido, surge o presente trabalho de disciplina de Psicologia das
Inadaptações Sociais com o tema “Pobreza” que visa compreender o impacto da
pobreza em relação a adaptação do sujeito ao meio social.
O trabalho apresenta uma breve introdução, onde faz-se a contextualização do
fenómeno pobreza, em seguida o desenvolvimento, no qual traz-se o conceito de
pobreza, os tipos e as suas respectivas características e consequências, as formas
de combate e a proposta de intervenção. Mais adiante, faz-se uma análise no que

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se refere a relação existente entre a pobreza e a disciplina de inadaptação sociais e
as perspectivas e formas de intervenção no fenómeno e por fim apresenta-se as
considerações finais e as referências bibliográficas.

Metodologia

Para a realização deste trabalho que tem como tema central a pobreza, ouve a
necessidade de recorrer a algumas fontes tais como manuais no formato físico e
electrónico que abordassem aspectos ligados a pobreza, contou com a reflexão do
grupo sobre vários aspectos e por fim por meio de uma entrevista tivemos acesso
a importante história de superação da pobreza.

Revisão bibliográfica

Existem várias abordagens em volta da temática pobreza, na tentativa de dar a


compreender melhor sobre o fenómeno.
A pobreza pode ser definida como uma condição humana caracterizada por
privação sustentada ou crónica de recursos, capacidades, escolhas, segurança e
poder necessários para o gozo de um adequado padrão de vida e outros direitos
civis, culturais, económicos, políticos e sociais” ONU, (2001) citado por Pereira,
(2013: 3).
A pobreza representa uma privação do direito básico de cada indivíduo
participar plenamente na vida social, económica, cultural e política da
comunidade em que se insere, Alves (2009) citado por Lucas (2012, p. 4).
Contudo a pobreza pode ser vista como sendo, a privação do acesso aos recursos
básicos de sobrevivência e de assistência.

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Conceitos

A pobreza pode ser definida como uma condição humana caracterizada por
privação sustentada ou crónica de recursos, capacidades, escolhas, segurança e
poder necessários para o gozo de um adequado padrão de vida e outros direitos
civis, culturais, económicos, políticos e sociais” ONU, (2001) citado por Pereira,
(2013: 3).
A pobreza representa uma privação do direito básico de cada indivíduo
participar plenamente na vida social, económica, cultural e política da
comunidade em que se insere, Alves (2009) citado por Lucas (2012, p. 4).

De acordo com Pereirinha et al (2008) citado por Pereira (2013: 26), a pobreza
é um fenómeno pluridimensional, visto que apresenta formas diferenciadas
conforme o contexto económico-social, assumindo especificidades próprias de
acordo também com as especificidades dos grupos populacionais. O conceito de
pobreza reveste-se de diversas matrizes, pois enquanto nos países mais pobres tem
essencialmente um carácter absoluto, que se traduz na incapacidade de satisfação
das necessidades básicas (noção de subsistência) e “é universalmente aplicável”,
nos países mais desenvolvidos, a pobreza manifesta-se sobretudo de forma
relativa, isto é, na dificuldade em viver de acordo com o padrão de vida
dominante. No conceito de pobreza relativa o critério decisivo e o da
desigualdade, ou seja, os indivíduos “encontram-se excluídos dos padrões de vida
e dos mecanismos de participação social tidos como minimamente aceitáveis em
cada sociedade concreta”.

Tipo de pobreza

Na visão de Pereira (2014: 31) existem três tipos de pobreza: Absoluta, relativa e
humana, cada uma distinta da outra.

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Pobreza Absoluta- falta de rendimentos necessários para a satisfação das
necessidades básicas.
Pobreza Relativa- falta de rendimento suficiente para satisfação das necessidades
essenciais, de acordo com as normas de sociedade.

Pobreza Humana- refere-se a falta de condições humanas básicas, como o


analfabetismo, má nutrição, esperança de vida reduzida, saúde materna fraca e
incidência de doenças previsíveis. Esta definição relaciona-se com as medidas
indirectas da pobreza tais como acesso a bens, serviços e infra-estruturas
necessárias para atingir condições humanas básicas, saneamento, água potável,
educação, comunicações, energia, etc.

Características da pobreza

Uma das características da pobreza é a escassez dos recursos básicos para que haja
uma vida saudável. Os pobres são inerentemente vulneráveis porque lhes faltam
capacidades básicas suficientes para o exercício da sua exigência humana. Sofrem
muitas privações. Não só carecem de bens materiais adequados, como também
tendem a ter uma educação e uma saúde insuficientes e a sofrer deficiências
noutras áreas. Da mesma forma, o seu acesso aos sistemas de justiça pode ser
limitado, tendem a ser intrinsecamente vulneráveis, PNUD (2014: 42).

Freitas (2010, p.3), afirma que a figura de pobre está carregada de um conjunto de
sensações aliadas à solidão, desespero, vazio, que muitas vezes cria repulsa
naqueles que não compreendem nem vivem esta realidade

Prevalência da pobreza

Qualquer pessoa carente do essencial para viver uma vida minimamente aceitável
é verdadeiramente vulnerável. Quase 2,2 mil milhões de pessoas são vulneráveis à
pobreza multidimensional. PNUD (2014: 31).

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Para Macuácuá in Zimba e Castiano, (2005: 139), estima-se que cerca de 70% da
população da África sub-Sahariana é rural e predominantemente pobre.
Quem é mais vulnerável a pobreza?

De acordo com Pereira (2013, p. 7) citando Pereirinha et al (2008) o risco de


pobreza não e homogéneo, já que em termos de idade, as crianças e os idosos
constituem os grupos mais expostos a pobreza.
No que concerne as tipologias familiares quem corre maior risco de pobreza, são
os agregados monoparentais, as famílias numerosas e as famílias de idosos.
Quanto a perspectiva de género, são as mulheres as mais atingidas, visto que
registam maior incidência de pobreza em relação aos homens.
A Nova Parceria para o Desenvolvimento em África (NEPAD) e outras
iniciativas a nível regional e nacional lutam com o objectivo de garantir um futuro
promissor no continente no sentido de combater a pobreza.

Em Moçambique

Na perspectiva de Macuácuá in Zimba e Castiano (2005: 139), a pobreza em


Moçambique é vista em termos de privação de alimentos, em quantidade e
qualidade, inadequado acesso à educação, serviços de saúde, nutrição, habitação
condigna, energia, água potável e saneamento.
Na verdade, ainda hoje Moçambique é considerado como um dos países mais
pobres e menos desenvolvidos. Isso reflecte-se no facto de Moçambique se
encontrar situado nos últimos lugares em várias listas de países classificados de
acordo com o seu nível de desenvolvimento. Por exemplo, Moçambique é número
197 de 210 no “ranking” de países por nível de renda“ per capita” (World Bank,
2010). Da mesma forma, numa lista do Banco Mundial de países que foram
classificados em termos de riqueza “per capita”, Moçambique ocupa a posição
139 de um total de 152. Enquanto sua posição é nº 177 de entre os 195 países na
lista das Nações Unidas, Boom (2011: 6).

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Consequências da pobreza

Uma das consequências da pobreza é de que alguns grupos, considerados pobres,


podem não dispor de grandes poupanças ou bens a que recorrer. Quando a
adversidade bate à porta, têm de recorrer a estratégias de resposta perniciosas,
como, por exemplo: Cortar na alimentação ou reduzir os gastos com a saúde e a
educação das crianças, PNUD (2014:17-18).

Também tem como consequência o abandono e em alguns casos o insucesso


escolar que inevitavelmente conduz a precariedade no trabalho ou, na pior das
hipóteses a incapacidade de inserção no mercado de trabalho. A degradação do
meio habitacional é outra das consequências da pobreza, assim como a
precariedade da saúde. No entanto, a pobreza leva a um processo cumulativo de
factores que conduzem a desintegração social dificultando a adaptação. (Pereira,
2013: 7).

Causas

Silva (s.d) citado por Pereira (2013: 7) afirma que o fenómeno do


empobrecimento tem sempre a sua origem em bases estruturais e institucionais,
está relacionado com as políticas sociais e económicas do país. Por outro lado
Capucha (2005) citado pelo mesmo autor, refere que sendo a pobreza um
fenómeno multidimensional as suas causas resultam da acção conjugada de
determinados factores, dos quais se destacam o mercado de emprego, pelos seus
efeitos estruturantes, e os sistemas de redistribuição dos rendimentos e dos
recursos materiais. Contudo, os factores de pobreza são também objectivos: há
pessoas que não tem acesso a empregos de qualidade aceitável, devido a
insuficiência de habilitações, ou estas estão ultrapassadas e obsoletas, e não
desenvolveram aptidões para se adaptarem as mutações rápidas de ordem

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tecnológica e organizacional. Por outro lado, são também estas pessoas que
tiveram insucesso escolar devido ao sistema de ensino que segrega desigualdades.
Stanlake (1993: 203), aponta alguns elementos a serem considerados na temática
economia-pobreza, fazendo uma ligação com o crescimento populacional,
enfatizando a questão do crescimento rápido da população, principalmente o
aumento de número de jovens dependentes, como sendo um elemento que pode
constituir uma barreira para desafiar a pobreza.
Freitas (2013: 34) aponta alguns variáveis que podem ser consideradas com
elementos que condicionam a pobreza.
 Desemprego ou ter um trabalho mal remunerado;
 Impossibilidade de adquirir bens de consumo;
 Carência de recursos para a sobrevivência.
 Guerras e desastres naturais.

Formas e propostas de combate a pobreza

No que diz respeito formas pelas quais podem ser adoptadas para o combate a
pobreza torna-se importante falar de uma abordagem de desenvolvimento
humano, que aponta para um leque mais alargado de políticas destinadas a
reforçar a capacidade dos indivíduos e das sociedades e sugere princípios
fundamentais a seguir e incorporar em políticas específicas com vista à redução da
vulnerabilidade e ao reforço da resiliência, PNUD (2014:17-19).

Uma das propostas com vista a solucionar este problema é criação das
associações, e que estas devem assentar-se na vontade dos indivíduos, e
promovendo a integração social, a aprendizagem permanente, a formação dos
indivíduos, e a prática da partilha e solidariedade. Para muitas pessoas a
associação constitui uma forma de aceder aos recursos, bens e a serviços sociais,
Instituto de Ecologia (2007) citado em CEA (2014: 21).

As associações são muitas vezes uma resposta a extrema pobreza e


vulnerabilidade sendo possível detectar a sua génese nos grupos culturais de ajuda

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mútua e religioso, onde se encontram os elementos de identidade e coesão (Sogge
1994 e Negrão 2003) citados em CEA (2014: 21).
As principais formas de combate a pobreza propostas por Macuácuá variam entre:
 Estratégia de segurança alimentar- disponibilidade e acesso a alimentos
adequados em todos membros e agregados familiares durante o ano
inteiro e proporcionar uma vida activa e saudável, ou seja,
implementação de medidas que assegurem o aumento e estabilização de
recursos na família.
 Nutrição – disponibilizar as famílias alimentos que forneçam ao
organismo nutrientes em quantidades suficiente para o seu
funcionamento.
 Promoção da saúde
 Educação- a redução do analfabetismo eleva o grau de participação dos
cidadãos nos programas de desenvolvimento. A educação num país
torna-se um grande contributo para o desenvolvimento económico e
constituindo uma estratégia de combate a pobreza.
 Descentralização e desenvolvimento rural- criação de mecanismos
apropriados ou disponibilização de recursos por parte dos governos nas
zonas rurais para que os indivíduos se governem por si próprios.

Discussão e a visão grupo sobre as diferentes formas de intervenção

Baró (1998) citado em Ansara, (2010: 97), apresentam uma matriz de análise da
pobreza na arena social e comunitária, pois na visão de Baró sugere que se pense
na pobreza de uma forma multidimensional na qual ele enuncia um importante
conceito "o fatalismo" no qual analisou-se com profundidade, tendo-se
considerado o responsável pela resignação e desmobilização das maiorias
populares. Baró contesta a tese de que o fatalismo é um traço do psiquismo ou
uma característica própria da cultura da pobreza, independente das condições
sociais. Fez objecção à ideia de que o comportamento fatalista é um traço de
carácter, que não tem relação alguma com o funcionamento das estruturas
económicas, políticas e sociais. Essas teses atribuem às camadas marginalizadas a

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responsabilidade por sua própria exclusão, uma vez que adoptam condutas
passivas e submissas.

A questão da pobreza, pode ser bem estuda, por alguns modelos de intervenção
com enfoque na redução de pobreza. Em alguns casos estes podem acabar por
piorar a situação. O modelo assistencialista, tem sido usado em vários contextos,
este modelo de alguma forma pode acentuar mais a pobreza, o assistencialismo
torna os indivíduos mais dependes da ajuda externa, é importante que se encontre
uma forma de se poder enquadrar os indivíduos, oferecendo capacitação para que
este por se possa gerar rendimento, próprio. Outras abordagens viradas ao
combate a pobreza no contexto moçambicano, enfatizam ainda a questão da
produção, não que seja condenável, bem que podia-se pensar ainda na
industrialização do país. Outro aspecto importante tem a ver com os programas
que possam envolver os jovens, as políticas públicas, chegamos a pensar que
alguns jovens no nosso contexto vivem um futuro incerto, estando esta camada
numa posição de estrema vulnerabilidade, outra questão tem haver coma forma
como são devidos os recursos no nosso contexto, colocando alguns numa posição
vantajosa em relação aos autos.

Relação entre pobreza e inadaptação social (reflexão)

É possível reduzir a vulnerabilidade diminuindo a incidência de choques e


ameaças, mas a resiliência da sociedade pode permanecer inalterada, a menos que
sejam igualmente tomadas outras medidas.
A inadaptação pode se relacionar com a pobreza, na medida em que os indivíduos
que vivem situação de pobreza, experimentam vários tipos de crises, estas crises
vão de alguma maneira contribuir para o sucesso ou insucesso neste processo. É
sabido que a esfera social sempre acompanha várias dinâmicas a um determinado
ritmo, estas dinâmicas podem acarretar alguns custos. Outro factor se refere as
politicas vigentes num determinado contexto, olhando para o contexto
moçambicano a situação político-militar, em contra partida, pensar-se também na
situação de pobreza na qual o país esta mergulhado. Desta forma as pessoas
afectadas directamente por estes ataques, de alguma forma foram obrigadas a

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abandonar suas zonas em busca de novas zonas. Nestes novos locais estes podem
ter dificuldades em se adaptarem, isto porque, quando se começa uma vida nova
vários factores devem ser observados, nova vida implica novo material, navas
condições, acima de tudo uma nova forma de encarrar a realidade quer a nível
psicológico assim como social. Sabemos nós que uma das características da
pobreza é a falta de recursos básicos, pois uma nova vida implica novos recursos,
eis aqui um dos factores que pode servir de análise no que concerne a pobreza e a
inadaptação.
A mesma situação podia se associar ao que acontece quando por exemplo uma
determinada área é afectada pelas calamidades naturais, nesta perspectiva salientar
que todos somos vulneráveis as calamidades naturais, ou fenómenos provocados
pelo homem tais como as guerras e algumas doenças. Quer seja em contextos com
uma economia estável (não pobres) ou em contextos com economias instáveis,
(pobres), nestas duas situações, pode se notar que os países estáveis facilmente
conseguem a adaptação e podem de alguma forma restabelecer a vida normal, mas
nos contextos de estrema pobreza estes fenómenos vem fustigar, mergulhar ainda
mais a pobreza que os mesmos já se encontravam dificultando a adaptação do
sujeito ao meio.

Plano de intervenção

Tabela:

Tempo
Destinatário Família da Randziwa
Estado inicial Pobreza absoluta: falta de condições básicas de
habitação, vestuário, alimentação, educação,
desemprego.
Objectivos Gerar mudanças na família e trazer melhoria na
qualidade de vida.
Mudanças que se -Renda própria para os pais

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pretendem -Educação para os filhos
-Melhoria nas condições habitacionais
Metodologias- -Assistencialismo numa primeira fase dado que a
abordagens família se encontra sem nenhum recurso;
-Empowerment- capacitar a família;
- Avaliação participativa sobre a pobreza (App)
consiste em ouvir as opiniões dos desfavorecidos a
respeito da sua situação
Actividades -Benefeciar a família de programas governamentais
que visam a redução da pobreza,
-Capacitar os pais em actividades como o
empreendedorismo ou prestação de serviços.
Avaliação

"…Nós temos de ter a certeza que somos capazes de deixar de ser pobres.
Podemos, merecemos e somos capazes de ser ricos. Temos de cultivar a auto-
estima. Os recursos são todos nossos. A mentalidade miserabilista de continuar a
ser pobre e de que é honesto aquele que é pobre, é uma mentalidade a combater.
Deve ser varrida das nossas cabeças. Quando se fala de honestidade, há por aí
quem pense que qualquer acto tendente a construir riqueza é por esse mesmo
facto, desonesto. É profundamente errado. Se nós questionamos a seriedade
daqueles que, trabalhando, conseguem ter alguma riqueza, estamos a castrar à
partida, a possibilidade de combater a pobreza", (Guebuza, 28 de Novembro de
(2004) citado em chichava (s/d: 70)

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Conclusão

Chegado ao fim do trabalho, que tem como tema a pobreza, com o objectivo principal de
trazer um entendimento, e clarificar melhor este fenómeno, foi possível colher uma série
de aspectos relevantes em volta do tema, dos quais enfatiza-se que a pobreza coloca os
sujeitos que nela se encontram numa posição de vulnerabilidade, foi possível contatar que
existem vários tipos de pobreza, mas dentro do mesmo abordamos os três tipos principais,
nomeadamente a pobreza absoluta, relativa e humana. Aprimoramos que para se
combater a pobreza deve se olhar para o fenómeno de uma forma multidimensional,
porque enfrentar este fenómeno é envolve varias intancias, desde a governamental, social
e individual

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Referência bibliográfica

Ansara, S., (2010). Intervenções psicossociais na comunidade: desafios e práticas,


disponível em http://www.scielo.br/pdf/psoc/v22n1/v22n1a12.pdf .

Centro de estudos africanos C.E.A (2014). Estudos moçambicanos. CIEDIMA,


LDA- biblioteca Brazão Mazula

Chichava, S., (2009). Por que moçambique e pobre?” Uma analise do discurso de
Armando Guebuza sobre a pobreza por que Moçambique e pobre?” Disponível
em http://www.iese.ac.mz/lib/publication/II_conf/CP19_2009_Chichava. pdf
visitado em 0/08/2015

Crespo, A.P.A., Gurovitz, E., (2002). A pobreza como um fenómeno


multidimensional. Fundação Getulio Vargas. São Paulo. Disponível em
www.rae.com.br/eletronica

Freitas, M., (2010). Pobreza e Exclusão social. Universidade da Coimbra.


Disponível em https://www.4.fc.vc.pt/fontes/.../2009011.pdf. Acesso em
03/08/2015.

Lucas, C.S.F.S., (2012). Resiliência familiar em contexto de pobreza urbana: a


percepção das famílias sobre forças familiares, resiliência individual e stress
percebido. Portugal.
http://repositorio.ucp.pt/bitstream/10400.14/14064/1/Tese_final.pd. Visitado aos
03/08/2015

Ministério da planificação e desenvolvimento direcção nacional de estudos e


análise de políticas (2010). Pobreza e bem-estar em moçambique: terceira
avaliação nacional. Disponível em
http://www.mpd.gov.mz/index.php/documentos/estudos/outros/551--45/file
%3Fforce_download%3D1

14
Pereira, M.L.S., (2013). A pobreza. Disponível em
http://www.miluzinha.com/wp-content/uploads/2011/12/Pobreza.pd. Aos 29-07-
2015

Stanlake, G.F., (1993). Introdução a economia. 5ᵅ Edição. Lisboa. ed. Fundão


Calouste Gulbenkian- biblioteca Brazão Mazula

Zimba, B., Castiano, J.P., (2005). As ciências sociais na luta contra a pobreza em
Moçambique. s/l. s/e.- Disponível na biblioteca central Brazão Mazula.

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Anexo 1 – depoimento de superação de pobreza
Depoimento de um sujeito que superou a pobreza

Meu nome é Mateus Novela (nome fictício), tenho 29anos de idade e sou
Professor de Inglês e Técnico Superior das Relações de Diplomacia. Moro no
Bairro de Inhagoia B, onde convivo com a minha esposa, meu irmão de 26 anos,
minha irmã de 23anos e minha filha de 10anos de idade. Minha infância foi
marcada por uma pobreza absoluta, caracterizada por necessidades básicas
(carência de alimento, falta de dinheiro entre outras coisas). Quando eu ia à
escola, saía de casa sem matabichar e meus pais não tinham dinheiro de chapa,
então a ideia era caminhar de Inhagoia até à Escola Heróis Moçambicanos
localizada no Bairro de Bagamoyo. Pior que não ter dinheiro de lanche, era voltar
pra casa sem saber se ia encontrar comida ou não. A pobreza sempre esteve
connosco. Mas depois conclui os estudos e em 2008 comecei a trabalhar como
professor da Escola Primária. Em 2009, ingressei no Ensino Superior no período
Pós-laboral. As dificuldades sempre estavam lá patentes. Quando eu recebia, a
primeira coisa que fazia era pagar a Faculdade, onde gastava 50% com
mensalidades e a outra parte era para a renda familiar. Eu sustentava a casa, e
pagava os estudos dos meus irmãos também, para evitar que eles passassem pela
mesma situação. Nesse contexto, era uma ʺginásticaʺ em termos de contas, onde
tinha que se procurar ajeitar o pouco que nós tínhamos pra conseguir ser
abrangente pra tudo, estou a falar de questões básicas (mantimento, dinheiro de
fichas, transporte) e então as coisas foram andando. Em 2011, consegui fazer o
nível de Bacharelato em Relações de Diplomacia, tive a oportunidade de mudar de
categoria no serviço, e subi efectivamente. Fui estudando e até 2012 fiz minha
Licenciatura, fiquei dois anos a organizar minha tese para defesa e depois disso se
seguiu a minha graduação. Consegui juntar dinheiro, comprei meu terreno e no
ano que vem penso em começar a construir minha casa. A pobreza como tal, não
se elimina. Nós ainda somos pobres, só que agora já estamos numa pobreza
relativa, onde procuramos mudar o estilo de vida gradualmente, e aumentar o
nível do status.

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Anexo 2- PBL- Ensino Baseado em Problemas
Caso 7

Dzatika

A Ranziwe vive com a família no bairro de Maxaquene na cidade de Maputo. A


sua casa é uma palhota, com portas e janelas de plástico. Tanto ela como os
irmãos não estudam, por falta de condições. O pai é desempregado e a mãe faz
biscate de lavar roupa nas casas. As vezes dormem sem comer por falta de
condições para obter alimentos. Ela anda de roupa velha, rasgada e sobrevive do
que as crianças vizinhas a oferecem ou deitam fora.

1. Termos claros
Dzatika- é pesado
2. Definição de problemas

Problema central- Pobreza

Outros problemas:

a. Falta de educação
b. Falta de emprego
c. Falta de condições de alimentação e vestuário
d. Condições precárias habitacionais

3. Chuva de ideias
a. Falta de recursos de sobrevivência;
b. Impacto psicológico;
c. Baixo auto-estima, depressa, futuro incerto, vulnerabilidade;
d. Baixo desempenho nas actividades quotidianas;

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e. Vulnerabilidade emocional e social;
f. Emprego e educação para pais e filhos respectivamente;
g. Beneficiar as pessoas de programas governamentais;
h. O emprego, formação educacional, profissional, capacitação
empreendedorismo, oportunidades, palestras de orientação;
i. Relação entre a família pobre e a comunidade;
j. Tipo de ajuda que recebem;
k. Causa do desemprego;
l. O que é realmente pobreza/tipos/consequências/causas;
m. Como é encarada a pobreza.
n. Seria a pobreza somente a falta de recursos
o. Que acompanhamento pode se dar aos adultos e crianças?

4. Organização de ideias

Definição: a pobreza de recursos para a sobrevivência/satisfação das necessidades


básicas

Consequências:

a. Baixo auto-estima, futuro incerto, vulnerabilidade, depressão


b. Baixo desempenho nas actividades do quotidiano
c. Desestabilidade emocional e social

Características:

a. Falta de comida, vestuário, condições de habitação desfavoráveis


b. Vulnerabilidade

Causas

a. Falta de emprego e educação

5. Objectivos de aprendizagem

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a. Aprofundar o conceito de pobreza
b. Identificar os tipos de pobreza
c. Descrever as características e causas
d. Analisar as implicações da pobreza a nível social e individual
e. Aprofundar sobre as formas de intervenção em adultos e crianças
f. Fazer a relação entre a pobreza e a disciplina de inadaptações sociais.

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