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FACULDADE DE DIREITO

CURSO: PSICOLOGIA-CLÍNICA

REGIME: SEMI-PRESENCIAL TURMA C1, 1º SEMESTRE

CADEIRA: PSICOLOGIA GERAL

Resumo de Trabalhos

Discentes:

Ana José

Amussa Amisse António

Aniceto António de Oliveira

Célia João Munguambe

Cristina António Amadeu

4º grupo, turma C.

Nampula, Setembro de 2021

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Ana José

Amussa Amisse António

Aniceto António de Oliveira

Célia João Munguambe

Cristina António Amadeu

Resumo de Trabalhos

Trabalho de carácter avaliativo da Cadeira


de Psicologia Geral, a ser entregue, Curso
de psicologia clinica , Regime: Semi-
Presencial. Docente:

MA. Afonso Manuel Vaquina

Nampula, Setembro de 2021

1
Índice
Introdução ..................................................................................................................... 3

1.0 A Psicologia Como Ciência .................................................................................... 4

1.1 Ciência e Senso Comum ......................................................................................... 4

1.2 O senso comum: conhecimento da realidade .......................................................... 4

1.3 Importância da Psicologia ....................................................................................... 5

1.4 Evolução Histórica da Psicologia ........................................................................... 6

2.0 Desenvolvimento Psíquico e da Consciência ......................................................... 8

2.1 Factores que influenciam o desenvolvimento humano ........................................... 9

2.2 Aspectos do desenvolvimento humano................................................................. 10

3.1 Pensamento de Linguagem suas Relações e Desenvolvimento ............................ 11

3.2 A aquisição e o desenvolvimento da linguagem .................................................. 12

4.0 Psicologia da Personalidade .................................................................................. 13

4.1 A Estrutura da Personalidade Estabelecida por Freud .......................................... 13

4.2 Os Factores que Influenciam na Personalidade .................................................... 14

4.3 O Factor do Desenvolvimento .............................................................................. 15

5.0 A Teoria da Personalidade .................................................................................... 16

5.1 A Teoria de Erich Fromm ..................................................................................... 16

5.2 Processos Cognitivos ............................................................................................ 18

5.3 Relação entre os processos cognitivos básicos ..................................................... 19

5.4 Perturbação do Desenvolvimento Intelectual ....................................................... 20

5.5 Pensamento, linguagem e desenvolvimento intelectual ....................................... 21

Conclusão.................................................................................................................... 22

Referências bibliográficas........................................................................................... 23

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Introdução

O trabalho é resultado dos trabalhos em grupo, neste caso do primeiro ao quinto grupo.
Frizar que Existe um modo de vida que pode ser entendido como a vida por excelência:
é a vida do quotidiano. É no quotidiano que tudo fluí, que as coisas acontecem, que nos
sentimos vivos, que sentimos a realidade. Quando fazemos ciência baseamo-nos na
realidade quotidiana e pensamos sobre ela. O conhecimento do quotidiano (senso comum)
e o conhecimento científico aproximam-se e afastam-se contemporaneamente.
Aproximam-se enquanto a ciência se refere à realidade e afastam-se enquanto a ciência
abstrai a realidade para compreender melhor, isto é, transforma a realidade em objecto de
investigação permitindo a construção do conhecimento científico sobre o real.

O trabalho esta estruturado da seguinte forma: elementos pre-textuais, o corpo do


trabalho, conclusão e referencia bibliografica.

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1.0 A Psicologia Como Ciência

1.1 Ciência e Senso Comum

Conhecer é incorporar um conceito novo, ou original, sobre um fato ou fenómeno


qualquer. O conhecimento não nasce do vazio e sim das experiências que acumulamos
em nossa vida quotidiana, através de experiências, dos relacionamentos interpessoais, das
leituras de livros e artigos diversos.

Para BOCK (2005 p. 231)

Entre todos os animais, nós, os seres humanos, somos os únicos capazes


de criar e transformar o conhecimento; somos os únicos capazes de
aplicar o que aprendemos, por diversos meios, numa situação de
mudança do conhecimento; somos os únicos capazes de criar um
sistema de símbolos, como a linguagem, e com ele registar nossas
próprias experiências e passar para outros seres humanos.

Essa característica é o que nos permite dizer que somos diferentes dos gatos, dos cães,
dos macacos, dos leões, e outros animais considerados irracionais; precisamente porque
não têm a capacidade pensante, que caracteriza o homem.

Ao criarmos este sistema de símbolos, através da evolução da espécie humana,


permitimo-nos também ao pensar e, por consequência, a ordenação e a previsão dos
fenómenos que nos cerca.

1.2 O senso comum: conhecimento da realidade

Existe um modo de vida que pode ser entendido como a vida por excelência: é a vida do
quotidiano. É no quotidiano que tudo fluí, que as coisas acontecem, que nos sentimos
vivos, que sentimos a realidade.

Quando fazemos ciência baseamo-nos na realidade quotidiana e pensamos sobre ela. O


conhecimento do quotidiano (senso comum) e o conhecimento científico aproximam-se
e afastam-se contemporaneamente. Aproximam-se enquanto a ciência se refere à
realidade e afastam-se enquanto a ciência abstrai a realidade para compreender melhor,
isto é, transforma a realidade em objecto de investigação permitindo a construção do
conhecimento científico sobre o real.

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Sem o conhecimento intuitivo, espontâneo, de tentativa e erros, a nossa vida quotidiana
não teria o devido sentido, de vida.

Para BOCK (2005 p. 221) a esta experiência acumulada no quotidiano chamamos de


senso comum, ou seja, é o conhecimento intuitivo, espontâneo, de tentativas e erros que
facilitam a nossa vida no dia-a-dia. (imaginemos ter que pensar sempre que atirando algo
da janela cai; que o carro em velocidade se aproxima, etc.). Esta experiência torna-se
hábito e passa de geração em geração e assim o senso comum vai construindo suas
«teorias» médicas, físicas, psicológicas (poder de persuasão de um vendedor, um amigo
que escuta bem, etc.).

O conhecimento intuitivo não é suficiente para as exigências do desenvolvimento


humano;

1.3 Importância da Psicologia

Por ser uma ciência multiperspectiva e se aplicar em todas as áreas da vida humana, tais
como no Ensino, na Saúde, na Família, no Comércio, no Desporto, etc., a Psicologia
possui uma vasta importância.

No ensino permite ao professor conhecer as particularidades individuais dos


alunos para melhor planificar e administrar as aulas, identificar e resolver os
problemas de aprendizagem segundo o desenvolvimento dos alunos e fazer uma
avaliação do processo de ensino e aprendizagem.

Na saúde permite ao profissional de saúde estabelecer uma melhor comunicação


com o paciente e vice-versa.

Para os governantes a Psicologia permite uma óptima comunicação com as


massas.

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Também permite ao Homem conhecer-se a si próprio e a natureza de diferenciação dos
outros Homens; ajuda o Homem a resolver os seus problemas do dia-a-dia, conhecer a
forma de agir de cada um, as tendências compartimentais, as atitudes, as motivações dos
outros Homens.

1.4 Evolução Histórica da Psicologia

Muito antes que a psicologia viesse a ser tratada como ciência experimental havia homens
interessados nestes assuntos que hoje seriam chamados de psicológicos. A influência
destes homens sobre as gerações posteriores foi bem grande e não é demais que se deva
abordar a questão de definir a psicologia moderna pela menção de suas opiniões e
descobertas.

‟Os pensamentos acerca do que Keller chama de “assuntos que hoje seriam chamados
psicológicos” são encontrados na análise detalhada das discussões tanto dos filósofos
antigos, quanto dos contemporâneos.” DAVIDOFF (1987)

Filósofos Antigos

São considerados filósofos antigos, os pensadores desde o período pré-socrático, mas


trataremos nesse texto a partir do período socrático, uma vez que, conforme elucida
Andery, Micheleto e Sério:

Sócrates, Platão e Aristóteles contrapunham-se aos pensadores jônicos. Povo helênico


oriundo da antiga Jônia. porque traziam para o centro de suas preocupações o homem, em
lugar da natureza física dos jônicos, e porque viam este homem como capaz de produzir
conhecimento por possuir uma alma – absolutamente diferenciada do corpo, mas
essencial. Essa preocupação em entender o homem é que faz com que tais pensadores
sejam importantes para o desenvolvimento de uma psicologia na Antiguidade.

Sócrates (469-399 a.C.)

Contribui para a psicologia ao voltar seu interesse ao homem, mais especificamente ao


que esse homem abriga: sua alma. Sócrates propôs a distinção entre o conhecimento da
natureza e o conhecimento do homem, valorizando a razão. Para Sócrates, só por meio
do pensamento é que se podia chegar ao conhecimento de si próprio.
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Platão (426-348 a.C.)

Discípulo de Sócrates, mantém a busca do mestre pelo conhecimento verdadeiro, busca a


essência das coisas, o conhecimento proveniente da alma do homem. A coisa mais
indispensável a um homem é reconhecer o uso que deve fazer do seu próprio
conhecimento. Platão Platão acreditava que o homem era formado por um corpo mortal,
mas também por uma alma que não morre e de onde provém todo conhecimento. Define
o mundo das ideias e instaura a preocupação com a localização da alma no corpo do
homem, estabelecendo esse lugar como sendo a cabeça. Para Platão, a medula era o
componente de ligação da alma com o corpo.

Aristóteles (384-322 a.C.),

Discípulo de Platão, é considerado o verdadeiro pai da psicologia. Chegou a estudar as


diferenças entre a razão, percepção e sensação. Diverge de seu mestre, Platão, ao postular
que corpo e alma são elementos indissociáveis.

No homem, como em todo o ser vivo, corpo e alma compunham uma unidade. A alma
garantia a vida, a realização das funções vitais; a alma era a forma, enquanto o corpo a
matéria que precisava dessa forma para tornar-se em ato. Era a forma, a alma, que dava
vida, que emprestava finalidade aos corpos animados. E assim como não se podia pensar
em matéria destituída de forma, também o contrário era sem sentido.

Período Patrístico

O pensamento no período Patrístico, um pensamento tido como filosófico, é formado por


tratados de padres, teólogos, apologetas, exegetas, os quais procuravam compreender as
questões do universo com base em sua doutrina religiosa. Merece destaque aqui Santo
Agostinho e São Tomás de Aquino.

Santo Agostinho (354-430)

Considerado um dos poucos a analisar com profundidade a psicologia, corrobora a visão


de Platão da existência de alma e corpo dissociados. Todavia, complementa a
compreensão de que a alma é a manifestação de Deus no homem e que essa se sobrepõe
ao corpo. A divisão entre corpo e alma, na visão de Santo Agostinho, contempla ainda a

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ideia de que a alma é o elemento mortal que liga o homem a Deus e o corpo é a matéria,
fonte de todos os males. O homem que submete a alma ao corpo, material, afasta-se de
Deus.

São Tomás de Aquino (1225-1274)

Pensador Patrístico anterior a Santo Agostinho, tem como influenciadores o próprio Santo
Agostinho, mas também Platão, Aristóteles e Alberto Magno, esse último seu professor;
além da própria Escritura Sagrada. O período em que Aquino viveu anuncia a ruptura da
Igreja Católica pelo aparecimento do protestantismo, o que provoca questionamento
acerca do conhecimento proferido pela igreja.

Aquino defende a posição da Igreja ao postular um sistema coerente e conciso,


considerando que o governo é de origem divina e, portanto o homem deve se submeter a
esse.

2.0 Desenvolvimento Psíquico e da Consciência

Os teóricos que antecederam Marx já levam em consideração a função do cérebro


humano, que é pensar, extinguindo assim a visão sobrenatural da consciência humana; no
entanto, somente Marx foi capaz de perceber que a consciência humana vai muito além
das condições naturais ou biológicas.

Assim, para compreender a natureza da consciência humana é necessário levar em


consideração o âmbito social, ou seja, a consciência tem um caráter social. Nas palavras
de Spirkinne e Yakhot (1975, p.59):

Os materialistas anteriores a Marx sabia já que o cérebro pensa. Sabiam


igualmente que a consciência apareceu como um processo natural, que
nada tinha de sobrenatural. Foi este o grande mérito do materialismo
pré-marxista. Mas o Marxismo foi bastante mais longe. Falou que não
se podia a explicar a origem nem a natureza da consciência humana
somente pelas condições naturais, biológicas. Pela primeira vez na
história da ciência, o marxismo demonstrou que não se podia
compreender a natureza da consciência se não se tivesse em conta o seu
caráter social.

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Para confirmar o pensamento de que a consciência se desenvolve de acordo com o meio
social, Spirkinne e Yakhot (1995) tomam como exemplo as irmãs Amala e Kamala, que
foram criadas entre lobos e, quando encontradas, tinham atitudes de feras, ou seja,
desenvolveram características de animais. Podemos constatar, portanto, que a consciência
não se desenvolve biologicamente, pois as meninas não desenvolveram uma consciência
humana.

Os processos psicológicos do indivíduo surgem a partir de sua


interiorização de comportamentos vivenciados em seu meio social. [...]
o principal mecanismo do desenvolvimento psíquico no homem é o
mecanismo de apropriação das diferentes espécies e formas sociais de
atividade, historicamente construídas. (LEONTIEV, 1978,
p.166).

Em outras palavras, cada indivíduo se desenvolve a partir de seu convívio social. No caso
das irmãs, elas interiorizaram o comportamento dos lobos e não o de seres humanos; logo,
não desenvolveram a consciência humana porque não tiveram contato com homens.

2.1 Factores que influenciam o desenvolvimento humano

Davidoff (1988), afirma que vários factores indissociáveis e em permanente interacção


afectam todos os aspectos do desenvolvimento a saber:

Hereditariedade

A carga genética estabelece o potencial do indivíduo, que pode ou não se desenvolver.


Como por exemplo, os aspectos genéticos da inteligência. No entanto, a inteligência pode
desenvolver-se aquém ou além do seu potencial, dependendo das condições do meio que
encontra.

Crescimento orgânico

Refere-se ao aspecto físico. O amadurecimento de altura e a estabilização do esqueleto


permite ao indivíduo comportamentos e um domínio do mundo que antes não existiam.

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Maturação neurofisiológica

É o que torna possível determinado padrão de comportamento. A alfabetização das


crianças, por exemplo, depende dessa maturação. Para segurar o lápis e maneja-lo como
nós, é necessário um desenvolvimento neurológico que a criança de 2, 3 ano não tem.

Meio

O conjunto de influências e estimulações ambientais altera os padrões de comportamento


do indivíduo. Por exemplo, se a estimulação verbal for muito intensa, uma criança de 3
anos pode ter um repertório verbal muito maior do que a média das crianças de sua idade,
mas, ao mesmo tempo, pode não subir e descer com uma facilidade uma escada, porque
esta situação pode não ter feito parte de uma experiência de vida.

2.2 Aspectos do desenvolvimento humano

O desenvolvimento humano deve ser entendido com uma globalidade, mas, para efeito
de estudo, tem sido abordado a partir de 4 aspectos básicos CHICOTE, et all.(2000, P.
38).

a) Aspecto físico-motor: refere-se ao crescimento orgânico, a maturação


neurofisiológica, a capacidade de manipulação de objectos e de exercício do
próprio corpo. (ex: a criança aos 7 meses consegue levar a chupeta a boca porque
já tem uma certa concordância no movimento das mãos).
b) Aspecto intelectual: é a capacidade de pensamento, raciocínio. Por exemplo, a
criança de 2 anos, que usa um cabo de vassoura para puxar um brinquedo que está
debaixo de um móvel ou o jovem que planeja seus gastos a partir de sua mesada
ou salário.
c) Aspecto afectivo-emocional: é o modo particular de o indivíduo integrar as suas
experiências. E’ o sentir. A sexualidade faz parte deste aspecto. Exemplos: a
vergonha que sentimos em algumas situações, o medo em outras, a alegria de rever
um amigo querido, etc.
d) Aspecto social: é a maneira como o indivíduo reage diante das situações que
envolvem outras pessoas. Por exemplo, em um grupo de crianças, no parque, é

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possível observar que algumas espontaneamente buscam outras para brincar, e
algumas que permanecem sozinhas.

3.0 Processos Psíquicos/Cognitivos

Processos Psíquicos

No nosso psiquismo sentimos emoções e todos os sentimentos que experimentamos


quando acontece alguma coisa quando nos agrada ou que nos desagrada ꓽ podemos sentir
tristeza ou alegria, amor ou ódio, medo ou coragem, simpatia ou cólera, ansiedade ou
tranquilidade.

Além disso, podemos querer ou não querer alguma coisa podemos agir voluntariamente,
contrariando nossos desejos e conseguimos assim forçar nosso corpo a ir trabalhar quando
o desejo que sentimos é, por exemplo, o de ir ao cinema. Isso quer dizer que além de
emoções e sentimentos, existe em nosso psiquismo uma coisa chamada vontade e uma
coisa chamada desejo. Os processos psíquicos mais conhecidos são:

 Sensação;
 Percepção;
 Memória;
 Pensamento; e
 Imaginação

3.1 Pensamento de Linguagem suas Relações e Desenvolvimento

Com o nome da Psicologia da Linguagem, a psicologia trata do fenómeno da produção


da linguagem humana, do seu comportamento e do seu desenvolvimento.

Quando o termo psicolinguística passou a ser usado pela primeira vez, no inicio da
década 1950, indicava um interesse pelos métodos linguísticos para descrever a produção
dos usuários da linguagem; em especial, a análise estrutural em unidades linguísticas tais
como fonemas, morfemas e frases, as quais pareciam oferecer uma formulação mais
precisa das unidades tão obviamentes psicológicas quanto as letras, frases e sentenças.

"Psicolinguística" é, portanto, um neologismo que surgiu na necessidade de se dominar


essa fase de revolução na linguística e na psicologia, principalmente depois que Chomsky

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publicou nos Estados Unidos um trabalho sobre gramática gerativa denominado Syntactic
Structures.

Jean-Yvon Lanchec, em seu livro Psicolinguística e pedagogia das Línguas, diz que "a
Psicolinguística tem por objetivo estudar as relações entre mensagem pronunciada por
um sujeito A e o modo pelo qual é percebida por um sujeito B, que só retém uma parte
dos elementos dessa mensagem".

3.2 A aquisição e o desenvolvimento da linguagem

Seria muito bom se todos os que militam no magistério primário, e mais ainda, os
especialistas em ensino material, jardim-de-infância e pré-escolares em geral, tivessem
uma noção bastante lúcida deste aspecto do desenvolvimento da criança. Aliás, se os
poucos privilegiados que participam dessas pré-escolas não tiverem a possibilidade de
aproveitarem das vantagens que lhes cabem, de nada adiantaria a existência de tais
estabelecimentos.

J. Budin, em sua obra Metodologia da Linguagem, escreve que "o melhor meio de
acompanhar a formação espiritual e humana da criança consiste em segui-lhe o
desenvolvimento da linguagem", começando pela observação de as suas reacções verbais
mais elementares ,já que , em essência ,o grito da criança contém ,apenas, sons próximos
das vogais ,acrescidos de outros, semelhantes a sopros que se produzem na respiração.

Até hoje, infelizmente ainda não se tem uma explicação suficientemente clara e
incontestável sobre a aquisição da linguagem, mas duas teorias explicam (cada uma
negando a outra) a germinação da linguagem infantil

a) O Nativismo- dá grande importância ao poder inventivo da criança (imaginação).


Assim, muito do que ela diz será produto de uma actividade criadora,
absolutamente espontânea.
b) O E mpirismo - declara que a linguagem infantil se forma pela imitação.
Uma terceira teoria, conciliatoria, (acrescenta Budin) admite uma actividade
congênita, instintiva, involuntária e ancestral (impulso ou instinto de linguagem),
sem a qual não pode haver imitação.

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De facto, o conteúdo das expressões verbais está condicionado à limitação, o que não
diminui o valor da expontaniedade, sem a qual se torna impossível a selecção das
palavras.

4.0 Psicologia da Personalidade

A Psicologia da Personalidade é a área que estuda e procura explicar as particularidades


humanas que influenciam o comportamento. Segundo BALDISSERA (2002), “A
personalidade pode ser definida como o conjunto de características que determinam os
padrões pessoais e sociais de uma pessoa, sua formação é um processo gradual, complexo
e único a cada indivíduo”.

De acordo com ideia de DELISLE (1999). Diz o seguinte:


No senso comum o termo personalidade é usado para descrever características
marcantes de uma pessoa, como “essa pessoa é extrovertida ou aquela menina é
tímida” e etc, porém o conceito de personalidade está relacionado as mudanças
de habilidades, atitudes, crenças, emoções, desejos, e ao modo constante e
particular do indivíduo perceber, pensar, sentir e agir, além da interferência de
factores culturais e sociais nessas características.

4.1 A Estrutura da Personalidade Estabelecida por Freud

O maior explorador da psicanálise, Sigmund Freud, arriscou ordenar três componentes


básicos da vida psíquica humana. Sendo eles: o id, ego e superego.

O Id

É o elemento mais primitivo da personalidade, sendo este o sistema original com o qual
já nascemos. Formado por instintos, composto pelo prazer e impulsos orgânicos. Tudo é
transmitido dos pais. O id é um elemento primordial para a estrutura da personalidade,
pois é a estrutura original e mais essencial da personalidade. A partir dele que são
ampliadas outras estruturas.

O Ego

Começa a ser desenvolvido após o nascimento, quando o bebé começa a se interagir com
o seu ambiente. O ego procura o prazer em contacto com a realidade. É um elemento do
aparelho psíquico que aumenta a partir do id, para inteirar e atender suas exigências. Tem
como desígnio garantir a saúde, sanidade e segurança da personalidade. Procura controlar
ou regular os impulsos presentes do id, de modo que a pessoa busque soluções menos

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imediatas e mais realistas. Tem como função enfrentar a necessidade de diminuir a tensão
e elevar o prazer.

O Superego

Esta terceira parte da estrutura da personalidade, representa o aspecto moral dos seres
humanos. Ele se desenvolve quando os pais ou outros adultos transmitem valores e as
normas da sociedade à criança. Esta é a última parte da personalidade que é desenvolvida
a partir do ego. Trabalha como censor, informando para o ego o que é certo e errado sobre
as actividades mentais e pensamentos presentes no ego. Freud apresenta três funções do
superego: consciência, auto-observação e formação de ideias. É estabelecido a partir do
superego dos pais, sendo este o veículo de todos os julgamentos e valores que são
transmitidos de geração em geração.

Estes três componentes (id, ego e superego) segundo Freud compõem o modelo estrutural
da personalidade que podem representar a impulsividade, racionalidade e a moralidade,
respectivamente, de uma maneira que deve ser entendida como conceito.

Esta divisão constituída por Freud foi um grande passo na história da psicologia. Através
da criação da psicanálise ele colaborou enormemente na medicina para diversos
tratamentos das mais variadas doenças mentais.

4.2 Os Factores que Influenciam na Personalidade

São vários os factores que influenciam na personalidade humana no entanto citaremos os


mais estudados em psicologia.

Principais factores: Genético, ambiental, aprendizagem, parental, desenvolvimento,


consciência e inconsciência.

Estudando as muitas teorias da personalidade desde Freud no início do séc. XX é os


contemporâneos do séc. XXI. Pode-se concluir que não existe a teoria da personalidade
certa ou errada, sabemos que o campo da personalidade é marcado mais pelo caos do que
pela certeza, mais pelas diferenças do que concordâncias. Abaixo segue algumas
concepções de vários protagonistas da teoria da personalidade ou teorias das
personalidades. PINTO (2007).

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O Factor Parental

Freud foi o primeiro a enfatizar a influência dos pais na formação da personalidade dos
filhos e praticamente todos os teóricos aceitam esse ponto de vista. Adler fala das
consequências de uma criança não desejada ou rejeitada pode ter em sua personalidade.
Esta rejeição citada por Adler pode causar a insegurança tornando-a raivosa e deficiente
de auto-estima. Horney diz que a insegurança por falta de afecto pode ocasionar um
sentimento de desampara na criança. Fromm por sua vez argumenta que quanto mais
independente a criança for dos laços primordiais com os pais mais insegura será.

Cattel e Allport também concordam com o factor parental na formação da personalidade.


Allport diz que a relação mãe-bebê é primordialmente de afecto e segurança, condições
básicas para o desenvolvimento. Cattel via a infância como o período de formação mais
importante, pois do comportamento de pai, mãe e irmão trará o carácter.

Maslow trouxe a importância de atender as necessidades básicas (fisiológicas das


crianças) e a necessidade de sentir-se segura diante dos acontecimentos. A partir das
ideias de Maslow, Rogers falou sobre a responsabilidade dos pais em oferecer
consideração positiva incondicional para seus filhos.

Os comportamentos parentais podem determinar aspectos específicos na personalidade


como necessidade de realização, auto- eficácia, autocontrole e o optimismo.

Mesmo com controvérsias a personalidade é formada por pais, colegas, genes ou alguma
combinação factores.

4.3 O Factor do Desenvolvimento

FREUD acreditava que a personalidade era estabelecida até por volta dos cinco anos de
idade e que depois seria muito difícil mudá-la. Os grandes teóricos da personalidade como
Cattel, Allport, Erikson e Murray aceitam que os primeiros anos de vida são cruciais para
o desenvolvimento da personalidade, mas não é determinante e, portanto pode ser
modificado.

E teóricos como Jung, Maslow, Cattel e Erikson observaram que a meia-idade era um
período de importantes mudanças na personalidade. Se fossemos responder a pergunta:
A personalidade muda? Poderíamos dizer que sim, pois algumas características
permanecem estáveis enquanto outras permanecem mudando com o passar do tempo.

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Alguns teóricos que defendem a influência de factores genéticos sugerem que as
mudanças ocorrem independentes do ambiente. Por outro lado outro grupo teórico
acredita que mudamos em função do ambiente e a necessidade de adaptação ao meio
social. Um teórico contemporâneo dividiu as mudanças na personalidade na vida adulta
em três níveis:

 Traços de disposição: São características que permanecem estáveis ou imutáveis


a partir dos 30 anos.
 Preocupações pessoais: São os sentimentos, planos e objectivos conscientes que
mudam frequentemente durante a vida.
 A narrativa da vida: É o desenvolvimento do SELF, a obtenção de identidade e
o encontro com o objectivo da vida. O que somos e como nos encaixamos no
mundo.

5.0 A Teoria da Personalidade

Existem inúmeras teorias da personalidade. Estas teorias enfatizam aspectos diferentes.


A Psicanálise por exemplo, enfatiza os aspectos psicossexuais; a teoria rogeriana (de
psicólogo americano) enfatiza a necessidade fundamental da auto-realização de todo
individuo humano; a teoria behaviorista enfatiza a aprendizagem e, praticamente,
substitui a teoria de personalidade por uma teoria de aprendizagem em que os aspectos
duradouros do comportamento do indivíduo são os hábitos.

5.1 A Teoria de Erich Fromm

Com a apresentação da teoria de personalidade de Erich Fromm, pretendemos fornecer


uma ideia geral de um corpo sistematizado de conhecimentos nesta área, a partir das ideias
principais de um dos estudiosos da personalidade.

Natural da Alemanha, Erich Fromm (1900-1980) concluiu os estudos de Psicologia,


Sociologia e Filosofia em seu país, tendo-seradicado nos Estados Unidos, em 1933. Sua
formaçãoteórica foi em. Psicanálise e é considerado um culturalista, porque defendia
enfaticamente que os aspectos culturais, sociais e políticossão determinantes das
possibilidades de realização humanae, portanto, da estruturação da personalidade.

Este autor postula a existência de cinco necessidades específicas que se originam das
condições da existência humana:

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 A necessidade de relacionamento: o homem sente-seso e isolado porque se
separou da Natureza e dos outroshomens. Ele, ao contrário dos animais, perdeu
suas ligações de interdependência com a Natureza e, portanto,como homem
isolado, não esta instrumentado para enfrentar todas as condições da Natureza.
Nesse sentido,necessita de relações humanas que assegurem o cuidado mútuo, a
compreensão.
 A necessidade de transcendência: refere-se a necessidade humana de superar sua
natureza animal, de poder realizar sua capacidade de raciocinar, imaginar, criar.O
bloqueio dessa necessidade leva o homem a ser destruidor. Nesse sentido, o amor
e o odiosa respostas anecessidade que o homem tem de superar sua
naturezaanimal.
 A necessidade de segurança: diz respeito ao seu desejo de ser parte integrante do
mundo e ter certeza quanto ao pertencimento a algum grupo. Esta necessidade
eplenamente satisfeita, na criança pequena, pela relação gratificante com a mãe.
A satisfação e a felicidade estão relacionadas a solidariedade e fraternidade que
sente dosoutros.
 A necessidade de identidade: o homem deseja ter suaprópria marca, sua
individualidade, ser original e diferente como individuo. A possibilidade de
realizar seu potencial criador leva-o a desenvolver sua própria identidade no
mundo. Quando e impedido disto, acaba por reproduzir o comportamento de outra
pessoa ou grupo.
 A necessidade de orientação: o homem necessita deum quadro de referências para
pautar sua conduta, parater um modo consistente e estável de perceber e
compreender o mundo e a si próprio.

Essas necessidades, constitutivas do homem, são puramentehumanas; não foram criadas


pela sociedade, mas sãocaracterísticas da própria natureza humana. Porem as
manifestaçõesespecíficas dessas necessidades e o modo como o homem as realiza
sãodeterminados pelas condições sociais objectivas em queele vive.

A personalidade de cada um desenvolve-se de acordo comas “oportunidades” e condições


que a sociedade oferece. Se a sociedade faz exigências contrarias a própria natureza
humana, por exemplo, não lhe fornecendo as condições de se desenvolver enquanto
espírito criador ou quanto a sua necessidade de segurança frustra e determina a alienação
de sua condição humana. A intensidade e constância dessas condições adversas de vida
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podem levar o homem a conduta anti-social, a loucura ou a outros processos de auto
destruição.

Neste sentido, ERICH, afirma que a sociedade está doente, se não consegue satisfazer as
necessidades básicas do homem.

Por outro lado, quando o homem se adapta as exigências interiores, podemos falar em
ajustamento do indivíduo. Ajustamento, desta forma, não significa submissão pura e
simples as exigências sociais, mas o exercício dos poderes pessoais que visamos
desenvolvimento do individuo. Portanto ajustamento não significa conformidade.

Além destes aspectos, um dos temas principais abordados por Fromm e o da solidão
humana. A separação do homem de outros homens e da Natureza tem-se intensificado ao
longo dos anos. E o modo de superar isto tem sido o de ligar-se aos outros, através do
amor e cooperação ou submetendo-se e conformando ao outro.

O modo predominante de os homens de uma determinada época e cultura satisfazerem


essa necessidade der elação está intimamente ligado ao sistema social, económico e
político da sociedade. E, neste sentido, Fromm coloca que os sistemas sociais actuam,
capitalistas ou socialistas, não se caracterizam por promover a realização da existência
humana em sua plenitude.

5.2 Processos Cognitivos

Ao realizar ações, tomar decisões ou simplesmente pensar sobre algo, não nos atemos ao
fato de que um intenso processo cognitivo está acontecendo em nossa cabeça. Mas, afinal,
o que é cognitivo?

A cognação é o nome dado a essa atividade cerebral que realizamos


cotidianamente. Em outras palavras, toda a interpretação das
informações armazenadas pelo cérebro é de competência cognitiva.
Esse processo é o que nos permite entender as situações e nos posicionar
em relação a elas de alguma forma; sem ele, seríamos incapazes de
assimilar, interpretar e imaginar coisas (DAVIDOV, 1987).s

Teoria Comportamental

Uma visão muito interessante sobre a cognição são as diferentes teorias que se relacionam
a ela. Um exemplo é a Teoria Cognitiva Comportamental, que parte da análise de como
as emoções influenciam nossa percepção.

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O controle da ação cognitiva na geração de emoções mais positivas é
uma estratégia muito utilizada nas sessões terapêuticas. Ela trabalha a
capacidade de lidar com situações adversas, melhorando a competência
individual em controlar as emoções e tomar decisões melhores com
base nisso. Essa é uma parte importante da teoria cognitiva, porque o
controle emocional é um pilar para várias decisões e atitudes que
precisamos tomar durante a vida (DAVIDOV, 1987).

Sem ele, muitas vezes podemos fazer interpretações equivocadas, agir inadequadamente,
nos colocando em situações complicadas na vida pessoal e profissional!

Aspecto cognitivo da aprendizagem

Quando aprendemos algo, desde tarefas muito simples como uma receita de bolo a uma
fórmula complexa de física, estamos trabalhando o que é chamado de desenvolvimento
cognitivo.

Esse é um processo de aperfeiçoamento de habilidades realizado pelo


cérebro, que nos permite criar autonomia em relação a diversas coisas.
Na aprendizagem escolar, por exemplo, é muito importante observar a
evolução desse desenvolvimento, a fim de mapear
possíveis dificuldades da criança ou jovem em interpretar ou reter as
informações passadas (GLORIA, 1970).

Defasagens escolares podem estar relacionadas a algum problema cognitivo, que precisa
ser detectado e tratado corretamente. Uma alternativa simples que pode ser empregada
para estimular o desenvolvimento infanto-juvenil é o uso de jogos e brincadeiras.

5.3 Relação entre os processos cognitivos básicos

Pode-se dizer que existe uma relação entre a atenção e a memória, pois quando
passamos por alguma situação, podemos analisá-la ou não com mais cuidado,
dependendo da atenção que prestamos a ela. Portanto, podemos concluir que muitos dos
problemas de memória, na realidade, são causados por não prestar atenção às informações
que estão sendo oferecidas para nós.

Pensamento
O pensamento é responsável por processar todos os tipos de imagens, ideias,
experiências, sons, símbolos, etc. graças à estimulação de diversos componentes do
sistema nervoso.
De acordo com o modelo cognitivo da psicologia, através do
pensamento podemos realmente manipular e transformar todas
as informações que armazenamos na memória. O pensamento

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analisa, avalia, classifica, compara, faz julgamentos e sabe como
aplicar adequadamente todos esses conhecimentos guardamos na
mente para resolver problemas e criar coisas novas, aproveitando
todas as informações. As áreas do cérebro responsáveis pelas
funções desempenhadas pelo pensamento são o tálamo, a
formação reticular e o sistema límbico, que por sua vez têm
certas características que determinam o tipo de pensamento que
a pessoa terá (LEONTIEV, 1978).
Os pensamentos podem se tornar positivos, negativos, agradáveis, desagradáveis, etc. e,
dependendo deles, pode experimentar emoções diferentes.
Linguagem
Todos os elementos que fazem parte da linguagem, como as frases, as orações, os sons
das letras, as sílabas, as palavras, se encaixam para oferecer uma informação com seu
próprio significado. O estudo da linguagem refere-se à pesquisa dos elementos que a
representam e constituem uma gramática da linguagem. A linguagem pode ser preservada
ao longo do tempo e foi transmitida de geração em geração na sociedade, pois permite
que possamos expressar nossos pensamentos, ideias, emoções e sentimentos aos outros.

5.4 Perturbação do Desenvolvimento Intelectual

A Perturbação do Desenvolvimento Intelectual – PDI – é uma perturbação do


neurodesenvolvimento que afeta o Sistema Nervoso Central. É caracterizada por uma
eficiência intelectual significativamente inferior à norma considerada para a idade do
indivíduo, associada a limitações no seu funcionamento em atividades do quotidiano,
como sejam a comunicação, autocuidados, socialização e aprendizagem escolar.

A PDI inicia-se no desenvolvimento da criança, do nascimento até aos


18 anos. As causas podem ser variadas e incluem erros congénitos,
como malformações no cérebro ou alterações cromossómicas, infeções,
intoxicações, traumatismos, alterações endocrinológicas, doenças
degenerativas e vasculares e alterações metabólicas. No entanto,
encontrar uma causa do défice cognitivo é difícil, sobretudo nos casos
mais ligeiros (DAVIDOV, 1987).

Os indivíduos com PDI, dependendo do nível de gravidade, podem aprender novas


competências e habilidades, contudo a um ritmo mais lento que as crianças da sua idade.
Em adultos, indivíduos com PDI ligeira tendem a ficar desempregados e dependentes de
outros, devido às suas dificuldades académicas, nomeadamente na leitura, escrita e
cálculo. No geral, apresentam dificuldades na tomada de decisões, bem como na
socialização; podem manifestar isolamento e ingenuidade no julgamento social, que pode
levar a comportamentos inconsequentes.

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5.5 Pensamento, linguagem e desenvolvimento intelectual

“De acordo com Vygotsky, todas as atividades cognitivas básicas do indivíduo ocorrem
de acordo com sua história social e acabam se constituindo no produto do
desenvolvimento histórico-social de sua comunidade” (Luria, 1976). Portanto, as
habilidades cognitivas e as formas de estruturar o pensamento do indivíduo não são
determinadas por fatores congênitos. São, isto sim, resultado das atividades praticadas de
acordo com os hábitos sociais da cultura em que o indivíduo se desenvolve.

Consequentemente, a história da sociedade na qual a criança se


desenvolve e a história pessoal desta criança são fatores cruciais que
vão determinar sua forma de pensar. Neste processo de
desenvolvimento cognitivo, a linguagem tem papel crucial na
determinação de como a criança vai aprender a pensar, uma vez que
formas avançadas de pensamento são transmitidas à criança através de
palavras (Murray Thomas, 1993).

Para Vygotsky, um claro entendimento das relações entre pensamento e língua é


necessário para que se entenda o processo de desenvolvimento intelectual. Linguagem
não é apenas uma expressão do conhecimento adquirido pela criança. Existe uma inter-
relação fundamental entre pensamento e linguagem, um proporcionando recursos ao
outro. Desta forma a linguagem tem um papel essencial na formação do pensamento e do
caráter do indivíduo.

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Conclusão

Tendo-se feito o resumo dos trabalhos concluiu-se que Conhecer é incorporar um


conceito novo, ou original, sobre um fato ou fenómeno qualquer. O conhecimento não
nasce do vazio e sim das experiências que acumulamos em nossa vida quotidiana, através
de experiências, dos relacionamentos interpessoais, das leituras de livros e artigos
diversos. Todavia, entre todos os animais, nós, os seres humanos, somos os únicos
capazes de criar e transformar o conhecimento; somos os únicos capazes de aplicar o que
aprendemos, por diversos meios, numa situação de mudança do conhecimento; somos os
únicos capazes de criar um sistema de símbolos, como a linguagem, e com ele registar
nossas próprias experiências e passar para outros seres humanos. Portanto, Essa
característica é o que nos permite dizer que somos diferentes dos gatos, dos cães, dos
macacos, dos leões, e outros animais considerados irracionais; precisamente porque não
têm a capacidade pensante, que caracteriza o homem. Ao criarmos este sistema de
símbolos, através da evolução da espécie humana, permitimo-nos também ao pensar e,
por consequência, a ordenação e a previsão dos fenómenos que nos cerca.

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Referências bibliográficas

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