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Critérios Mínimos a 

Observar para a Compra de
decibelímetro e Dosímetro
UNIDADE DE QUANTIFICAÇÃO

O ruído é avaliado em decibéis ou decibel quando a gente fala de ruído continuo a


gente fala de dB(A) é decibéis na curva A, apenas por efeito de curiosidade lembramos
que em dB o “b” é maiúsculo. E porque o “b” é maiúsculo?

É maiúsculo homenagem ao descobridor da telefonia o nosso caro Graham Bell, ele que
inventou o telefone e através dele que a gente tem essa possibilidade de estar
trabalhando com a unidade de medida decibel.

ENTRANDO NO LIMITE DE TOLERÂNCIA

Então dB(a) ruído continuo e dB(a) ruído de impacto, a NR 15 é que determina o limite
de tolerância para o ruído ocupacional tanto ele ruído contínuo dB(a), quanto o ruído de
impacto dB(c).

A NR 15 também determina o nível em que a exposição ao ruído ocupacional deixa de


ser aceitável passa a ser insalubre. A gente tem lá na tabela do anexo 1 que a partir de
85 dB(a) o ruído passa a ser insalubre e o trabalhador pode ter direito de insalubridade
por exposição a ruído (se o mesmo não estiver protegido de forma eficiente).

Leitura sugerida Fornecimento de EPI elimina o pagamento de insalubridade?

Porque ele passa a ter direito a insalubridade? Existe todo um conceito por trás, mas
simplificando o trabalhador recebe insalubridade por estar exposto algum agente nocivo
a sua saúde. E quando essa exposição está acima do limite de tolerância descrito na NR
15.

Entende-se que o ruído ocupacional a partir de 85 decibéis passa a ser nocivo para a
saúde do trabalhador e aí o trabalhador passa ter direito a insalubridade.

Aqui ocorre uma relação interessante. Quanto maior o nível de ruído no ambiente de
trabalho menos tempo trabalhador pode ficar sem proteção nesse mesmo ambiente.

QUEM É O DOSÍMETRO? QUEM É O DECIBELÍMETRO?

Em se tratando de equipamento de avaliação de ruído existe o decibelímetro e


o dosímetro.

Quem é o decibelímetro? É um equipamento que faz avaliações pontuais de ruído, ou


seja, equipamento que faz avaliações pontuais de determinado trabalhador a exposição
ao ruído em sua jornada de trabalho.

Existe também o dosímetro. Com ele fazemos avaliações de toda jornada de trabalho do


trabalhador. Consegue-se fazer de menos também (nesse caso, o equipamento faz a
média para 8 horas)…
Isso nos possibilita ter uma avaliação mais precisa da real exposição desse trabalhador
porque com o dosímetro conseguimos cobrir toda jornada de trabalho.

Com o decibelímetro existe a possibilidade de tentar avaliar toda jornada só que no caso
devemos fazer avaliações pontuais e usar uma fórmula matemática que está na NR 15
em seu anexo 1 para fazer uma média da exposição do ruído.

Outra diferença importante entre o decibelímetro e dosímetro de ruído é na forma


de uso:

 Decibelímetro: Com ele fazemos avaliação de ruído com equipamento em


nossa mão. Na altura da orelha do  trabalhador.
 Dosímetro: O equipamento fica conectado ao trabalhador. Onde o trabalhador
vai o equipamento vai com ele. Fica também na altura da orelha do trabalhador.

A DIFERENÇA NO RESULTADO FINAL DAS AVALIAÇÕES

Aí que vem a grande diferença, pois o dosímetro avalia toda a jornada e o decibelímetro
avaliações pontuais que você com uma fórmula pode determinar a média de exposição
ao ruído.

O grande problema é que uma média ponderada é que sempre uma média, pois você
avaliou alguns pontos da jornada de trabalho mais não avaliou toda ela, não é verdade?

Preciso falar para você sobre a diferença nas avaliações ambientais para poder, de fato,
entrar nos critérios importantes para adquirir os equipamentos de avaliações ambientais
de ruído.

O TIPO DE AVALIAÇÃO PARA O TIPO DE AÇÃO

Na segurança do trabalho trabalhamos com três ações importantes que vão demandar
avaliações de ruídos bem específicas. Temos o PPRA (Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais), o Laudo de Insalubridade que remete a NR 15 e o LTCAT (Laudo
Técnico das Condições Ambientais de Trabalho) que remete a Previdência Social.

 No PPRA: Podemos utilizar o decibelímetro ou o dosímetro para elaborar o


PPRA, ou seja, utilizá-lo para avaliar o ruído e colocar o resultado no PPRA,
isso sem problemas.
 No Laudo de Insalubridade: Do ponto de vista legal podemos utilizar o
decibelímetro para avaliar o ruído para a avaliação que será inserida no laudo de
insalubridade. A NR 15 me á possibilidade de fazer avaliações pontuais e
utilizar fórmula no anexo 1 da NR 15 para determinar uma média de exposição
do meu trabalhador.

Podemos usar também o dosímetro. A vantagem é que ele já dá a dose de ruído (média
da exposição durante toda jornada de trabalho.)

 No LTCAT : Do ponto de vista legal podemos utilizar o decibelímetro para


avaliar o ruído para a avaliação que será inserida no LTCAT. A NR 15 e a NHO
1 da Fundacentro me dão essa possibilidade de fazer avaliações pontuais e
utilizar fórmula no anexo 1 da NR 15 e a NHO 1 da Fundacentro para
determinar uma média de exposição do meu trabalhador. 

Podemos usar também o dosímetro. A vantagem é que ele já dá a dose de ruído (média
da exposição durante toda jornada de trabalho.)

Como já dissemos antes a avaliação com decibelímetro é pontual, então quando


usamos o decibelímetro para fazer um laudo de insalubridade, quanto LTCAT ele pode
ser questionado. Esse que é o problema.

O PROBLEMA EM UM CASO PRÁTICO


Utilizando o decibelímetro nos laudos de insalubridade ou LTCAT mesmo tendo
previsão legal o juiz pode questionar!

Supondo que o trabalhador leve a empresa na justiça alegando estar perdendo a audição
e, por isso, solicita também  o adicional de insalubridade…

Então o juiz pede, por exemplo, o PPRA pede o LTCAT e vê que a exposição está
abaixo do limite de tolerância, o que o perito vai observar? Lembrando que o perito é o
especialista (sem sempre é, mas, deveria ser).

O perito vai observar “qual equipamento você usou para fazer avaliação de ruído!”.

Supondo que o perito descobre que você utilizou um decibelímetro, está armada a
confusão… Não é verdade?

O perito pode questionar que com decibelímetro você faz avaliações pontuais, e isso não
trás a precisão necessária para a questão de aposentadoria especial e insalubridade…

Por isso é importante que quando for laborar LTCAT (Laudo Técnico das Condições
Ambientais de Trabalho) e Laudo de Insalubridade para evitar questionamentos na
justiça, utilizar logo o dosímetro de ruído. Utilizar o decibelímetro apenas para a
elaboração do PPRA que não tem fim de documentar insalubridade ou aposentadoria
especial.

A função do PPRA (Programa de Proteção de Riscos Ambientais) é tão somente


observar a questão da segurança do trabalho. Com ele vou levantar os riscos que o meu
trabalhador está exposto e indicar medidas preventivas!

PRECISÃO DO EQUIPAMENTO

Tenho que observar também outros critérios. Já entrando na questão de adquirir


equipamentos eu preciso observar o nível de precisão do meu equipamento. Existem
equipamentos que tem nível de precisão baixa. Encontramos no mercado decibelímetros
que tem nível de precisão de mais ou menos 3,5 decibéis (A).

Observando aquela avaliação ambiental que você fez, note que  se deu 82 decibéis, mas,
na verdade com 3,5 dB(A) ela pode ter sido 85,5! Ou seja, a atividade passou de não
insalubre para insalubre! 

Pense num setor aí com 10 trabalhadores aí você adquiri um equipamento desses que
tem uma taxa de precisão de mais ou menos 3,5 decibéis, você avaliou 82 dB(A) e, por
isso, não paga insalubridade para ninguém.

Lá na frente o trabalhador resolve questionar na justiça e quando o promotor pede seus


dos seus programas ele vê que o equipamento que você utilizou é um equipamento
desses que tem nível de precisão de mais ou menos 3,5 decibéis.

Com isso o juiz pode dar ganho de causa ao  trabalhador já que a precisão é baixo o
ruído pode ter sido até 85,5.
Agora temos um trabalhador que acabou de ganhar direito a insalubridade só porque o
equipamento que nós usamos tem nível de precisão baixo, lembrando que o nosso setor
tem 10 trabalhadores e que pode acontecer ou ocorrer o “efeito cascata”.

Por exemplo, um trabalhador entrou ganhou. Os outros 10 trabalhadores também vão se


sentir tentados a entrar também! Com isso a nossa empresa tem um prejuízo grande com
o pagamento desses adicionais insalubridade “inesperados”. O setor de segurança do
trabalho, infelizmente, vai ser totalmente desacreditado.

Com base no que dissemos acima reforço que quando for comprar equipamento nunca
deixe de observar nível de precisão do equipamento.

TIPO DE EQUIPAMENTO

Por exemplo, se for falar de avaliação de ruído nunca deixe de observar também o tipo
de equipamento que a NHO 1 da Fundacentro que é uma Norma de Higiene
Ocupacional sugere.

Mesmo não sendo obrigatória ela determina uma série de parâmetros técnicos para os
equipamentos de avaliações ambientais. Vale lembrar que a NHO da Fundacentro não é
obrigatória para o PPRA e para o laudo de insalubridade, mas é obrigatória para o
LTCAT (Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho) por força do Decreto
nº 4.882/2003.

Esse decreto obriga as empresas a seguir os critérios das NHOs da Fundacentro e


observar o limites de tolerância da NR 15 para fins de LTCAT.

Ouso dizer que é importante você observar o que a NHO determina que mesmo não seja
obrigatória no PPRA e laudo de insalubridade. Ela é vista como uma boa prática, e torna
o seu programa ou laudo à prova de balas (juridicamente perfeito).

Indico que mesmo dentro do PPRA você observe os parâmetros da NHO porque isso
vai proporcionar fazer um programa mais coerente e mais consistente. Afinal, dentro do
PPRA, nós temos a nobre missão de promover saúde e segurança no trabalho.

O que a NHO 1 da Fundacentro nos orienta com relação aos medidores de pressão
sonora (decibelímetro e dosímetro de ruído)? Ela determina o equipamento deve ser no
máximo tipo 2. No mercado você encontra equipamentos tipo do 0 ao 3.

Equipamentos tipo 0 são equipamentos de referência padrão ao uso em laboratórios


onde a precisão tem que ser alta.

Equipamentos tipo 1 são instrumentos precisão para uso em laboratório e também no


campo de trabalho e onde as condições ambientais possam ser controladas.

Equipamentos tipo 2: São instrumentos destinados às medições, as avaliações em


campos de trabalho.

Então meu amigo e minha amiga para avaliar o ruído no seu ambiente trabalho deve
sempre comprar equipamentos no máximo do tipo 2.
Equipamentos tipo 3: No mercado ainda existe os equipamentos tipo 3. Esses são os
instrumentos de simples avaliação apenas utilizados para ter uma ideia aproximada do
nível de ruído. Não devem ser usados na Segurança do Trabalho (Higiene Ocupacional).

ONDE ENCONTRAR OS CRITÉRIOS

E onde a informação do tipo do equipamento. Tipo 0 ao tipo 3?

Na própria descrição do equipamento você pode encontrar essa informação. Se estiver


comprando o equipamento pela internet você consegue ver esse tipo de informação na
página de vendas. Se você tiver comprando de forma presencial solicite essa informação
ao vendedor.

Até agora já comentamos dois critérios, o de precisão do equipamento e o tipo.

MULTIFUNCIONAIS

Vamos agora para um terceiro item muito importante, não é normativo, mas se trata de
um bom costume. Vamos falar sobre os equipamentos multifuncionais.

Nós temos equipamentos no mercado que avaliam até cinco tipos de agentes ambientais
e quando você olha para preço, normalmente é bem atraente… Afinal, se você fosse
comprar equipamentos para avaliar aqueles 5 agentes ambientais de forma separada
sairia mais caro.

Vou dar exemplo, pois tenho um aqui. O que tenho é termo-higro-decibelímetro-


luxímetro.

O que ele avalia Nestor?

Ele é luxímetro (avalia iluminação), termômetro (temperatura), higrômetro para calcular


a umidade relativa do ar e decibelímetro (avalia ruído).

Esse 4 em 1 me custou na época 400 e poucos reais, um ótimo preço, só que ele é um
equipamento multifuncional. Porque você comprou esse equipamento então Nestor?

Eu comprei esse equipamento quando não conhecia os parâmetro que estou mostrando
para você agora. Posso dizer que sofri na pele. Hehehehehe

MULTIFUNCIONAIS – MANUTENÇÃO

Os equipamentos multifuncionais tem algumas coisas ruins, por exemplo, manutenção.

Normalmente esses equipamentos multifuncionais usam o mesmo circuito. Então se


você tem um equipamento como esse que descrevi, e se, ele estragar apenas o
decibelímetro as outras três funções, normalmente vão ser prejudicadas também, afinal
eles usam o mesmo circuito.

Por conta de usar o mesmo circuito além de se estragar uma função pode comprometer
as outras. Ainda tem o problema do preço, pois normalmente o conserto de um
equipamento desses é caro. Quando o técnico foi consertar equipamento ele não vai
mexer apenas uma função e vai mexer em 4 funções por isso o conserto de equipamento
sai caro.

Normalmente quando o equipamento estraga acaba saindo mais em conta jogar fora e
comprar um novo do que pagar para consertá-lo.

Nós temos outro fator também que é calibração. Normalmente a calibração dos
equipamentos multifuncionais é mais cara! O equipamento que descrevi, por exemplo,
vamos supor que o comprei por 440 reais a calibração dele sairia por 480 reais.

Ou seja, sai mais barato comprar um equipamento novo do que calibrar.

Nestor, e se eu tivesse individuais e fosse calibrar um por vez?

Vou citar o exemplo do decibelímetro. Se eu fosse calibrar, a calibração ia sair por 200
e poucos reais. Ou seja, o multifuncional, nesse caso, a calibração sai o dobro do preço!

VALORES

Os equipamentos de avaliação ambiental tem uma variação muito grande de preço aqui
avaliei apenas o decibelímetro.

O valor que encontrei por ele no mercado pesquisando na internet foi o mais barato 197
reais e o mais caro 4.980 reais.

– Nestor que variação maluca é essa?

Sim ocorre que esse de 4.800 reais só falta falar! Ele é o top dos tops.  Tem gráfico no
display, tem tipos de classe, tem microfone Elektro condensado destacado pré-
polarizado (nem sei o que é isso), a escala dele é maior do que as outras, tem varredura,
tem resposta lenta, rápida, pico, impulso de oitava.

Enfim meu amigo e minha amiga, você não avaliar no momento da compra desde esse
de 197 até o de 4.980 reais.

– Qual devo comprar Nestor?

Depende… A menos que tenha muita grana não precisa comprar um equipamento
desses de 4.000 reais. Observando os critérios mencionados acima você encontra hoje
decibelímetro de até de 380 reais. Esse é tipo 2, têm uma taxa de precisão boa e não
é multifuncional. Você não precisa pagar caro por equipamento (decibelímetro) a menos
que queira  um equipamento top.

BANDA DE FREQUÊNCIA

Outro item bacana a ser observado na compra é banda de frequência. Sim, meu caro, no
ruído o importante não é só dB(A) e dB(C), temos também a banda de frequência.
A frequência caracteriza o tipo de som. Temos sons de frequência aguda, média e baixa.
O tipo de equipamento a ser adquirido deve também observar esse item.

VEJA ABAIXO COMPARAÇÃO DE NÍVEL DE RUÍDO,


FREQUÊNCIA E PROTEÇÃO AUDITIVA

Se a frequência do ruído não for observada no momento da avaliação podemos até, por
desconhecimento, fornecer uma proteção ineficiente ao trabalhador. E até mesmo, fazer
um enclausuramento ineficiente…

Clique no link para ver a explicação completa do autor do slide (são 4 minutos):
Clique aqui
QUAL MARCA DEVO COMPRAR?

Não aponto nenhuma negativa ou positiva aqui!

O que posso dizer é que quando for comprar observe os critérios e boas práticas
mencionados. Marca é preocupação secundária.
Existem equipamentos para todos os gostos e bolsos! Observe os padrões que eu
encomendei e faça uma boa compra.

CONCLUSÃO

No hora de adquirir seus equipamentos de avaliação de ruído você deve observar:

– Qual tipo de avaliação ambiental irá fazer: Como mostramos acima uma avaliação
para o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) do ponto de vista legal
tem exigências bem diferentes do que uma feita para o LTCAT (Laudo Técnico das
Condições Ambientais de Trabalho).

– Precisão do equipamento: Um equipamento com baixa precisão pode trazer muita


dor de cabeça para a empresa e consequentemente para o SESMT.

– Tipo de equipamento: Seguir os critérios definidos pela NHO 1 da Fundacentro é


obrigatório para o LTCAT e indicado como boas práticas para o PPRA e Laudo de
Insalubridade.

– Se ele informa a frequência do ruído: A frequência de ruído é importante para


entender o tipo de proteção adequada.

– Marca do equipamento: Não tem muita importância. Desde que observe os outros
critérios a marca vira item secundário e de preferências pessoais.

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