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CBM UNICBE - Centro Universitário

Curso: Bacharelado em Nutrição

Nutrição Esportiva
Aula 1
Introdução à Nutrição Esportiva

Profa Dra Glauciane Lacerda


Introdução à nutrição esportiva
Definições e conceitos

A Nutrição esportiva é a área que aplica a base de conhecimentos em nutrição,


fisiologia e bioquímica no esporte e atividade física.

Atualmente a nutrição esportiva é considerada por alguns autores como o segundo


fator que mais influencia o desempenho de atletas, sendo o primeiro fator o
treinamento. Obviamente depende-se da modalidade esportiva em questão.
Introdução à nutrição esportiva
Objetivos

Dentre os principais objetivos da


nutrição esportiva estão a promoção da
saúde, melhora do desempenho e
otimização da recuperação pós-
exercício.

Desta forma a nutrição esportiva pode


auxiliar um programa de exercícios com
finalidade específica, seja para melhoria
da saúde, desempenho esportivo,
redução do percentual de gordura ou
aumento de força.
Introdução à nutrição esportiva
RESOLUÇÃO DO CFN 600 de 2018
(Antiga resolução CFN 380)

Dispõe sobre a definição das áreas de atuação do nutricionista e


suas atribuições, indica parâmetros numéricos mínimos de
referência, por área de atuação, para a efetividade dos serviços
prestados à sociedade e dá outras providências.

III. Área de Nutrição em Esportes e Exercício Físico

Assistência Nutricional e Dietoterápica para Atletas e Desportistas

Compete ao Nutricionista, no exercício de suas atribuições na área de nutrição em esportes,


prestar assistência e educação nutricional a coletividades ou indivíduos, sadios ou enfermos,
em instituições públicas e privadas e em consultório de nutrição e dietética, prestar assistência
e treinamento especializado em alimentação e nutrição, prescrever suplementos nutricionais
necessários a complementação da dieta, solicitar exames laboratoriais necessários ao
acompanhamento dietético.

CLUBES ESPORTIVOS, ACADEMIAS E SIMILARES.


Introdução à nutrição esportiva
Competências e habilidades do profissional

Para realizar as atribuições de Nutrição em Esportes e Exercício Físico, o


nutricionista deverá desenvolver as seguintes atividades obrigatórias:

 Perfil antropométrico

Avaliar e acompanhar:
Introdução à nutrição esportiva
Competências e habilidades do profissional

Para realizar as atribuições de Nutrição em Esportes e Exercício Físico, o


nutricionista deverá desenvolver as seguintes atividades obrigatórias:

 Perfil Bioquímico

Avaliar e acompanhar:
Introdução à nutrição esportiva
Competências e habilidades do profissional

Para realizar as atribuições de Nutrição em Esportes e Exercício Físico, o


nutricionista deverá desenvolver as seguintes atividades obrigatórias:

 Composição corporal do atleta ou do desportista (conforme


as fases do treinamento e considerando a perda de peso
antes de competições, o aumento de massa muscular e a
melhora no desempenho).

Avaliar e acompanhar:
Introdução à nutrição esportiva
Competências e habilidades do profissional

Para realizar as atribuições de Nutrição em Esportes e Exercício Físico, o


nutricionista deverá desenvolver as seguintes atividades obrigatórias:

 Identificar o gasto energético do indivíduo.

Avaliar e acompanhar:
Introdução à nutrição esportiva
Competências e habilidades do profissional

Para realizar as atribuições de Nutrição em Esportes e Exercício Físico, o


nutricionista deverá desenvolver as seguintes atividades obrigatórias:

 Elaborar o plano alimentar do indivíduo, adequando-o à


modalidade esportiva ou exercício físico desenvolvido,
considerando as diversas fases (manutenção, competição e
recuperação).

Avaliar e acompanhar:
Introdução à nutrição esportiva
Competências e habilidades do profissional

Para realizar as atribuições de Nutrição em Esportes e Exercício Físico, o


nutricionista deverá desenvolver as seguintes atividades obrigatórias:

 Manter registro evolutivo individualizado de avaliações


nutricionais, composição corporal e prescrições dietéticas e
outras condutas pertinentes.

Avaliar e acompanhar:
Introdução à nutrição esportiva
Competências e habilidades do profissional

Para realizar as atribuições de Nutrição em Esportes e Exercício Físico, o


nutricionista deverá desenvolver as seguintes atividades obrigatórias:

 Promover a educação e orientação nutricional do indivíduo


e, quando pertinente, dos familiares ou responsáveis.

Avaliar e acompanhar:
Introdução à nutrição esportiva
Competências e habilidades do profissional

Para realizar as atribuições de Nutrição em Esportes e Exercício Físico, o


nutricionista deverá desenvolver as seguintes atividades obrigatórias:

 Estabelecer estratégias de reposição hídrica e energética


antes, durante e após a prática de exercícios e participação
em eventos competitivos.

Avaliar e acompanhar:
Introdução à nutrição esportiva
Competências e habilidades do profissional

Para realizar as atribuições de Nutrição em Esportes e Exercício Físico, o


nutricionista deverá desenvolver as seguintes atividades obrigatórias:

 Interagir com a equipe multiprofissional responsável pelo


treinamento/acompanhamento do atleta e desportista.
FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
A fisiologia do exercício consiste no
estudo dos músculos envolvidos nos
movimentos, dos hormônios
liberados, do estado emocional da
pessoa, da ativação neuromuscular e
de uma série de mecanismos que são
ativados no organismo durante a
atividade física, em especial, o gasto
energético, e como ele é reposto, ou
seja, por meio do repouso e da
alimentação correta e equilibrada.

Assim, é preciso considerar que a fisiologia do exercício é o conjunto de transformações


que tem início na conversão e na liberação de energia, para a realização das atividades
musculares que resultam na contração muscular e nas mudanças no mecanismos
reguladores dos órgãos e tecidos visando a garantir a manutenção da capacidade vital
do organismo humano.
Tecido Muscular - Definição

Tecido Muscular

Células Contráteis Nomenclaturas diferenciadas

Unidade funcional
Miócitos ou fibras
musculares

Membrana plasmática
Sarcolema

Citoplasma
Sarcoplasma
Tecido Muscular - Tipos

Célula muscular estriada


cardíaca

Célula muscular lisa

Célula muscular estriada


esquelética
Tecido Muscular
Estriado Esquelético
Tipos de Tecido Muscular – Tecido Muscular Estriado Esquelético

Tecido muscular Estriado


Esquelético

 Especializado em realizar a contração;


 Formado por fibras musculares (ou miócitos);
 Associado ao esqueleto;
 Células cilíndricas e multinucleadas;
 Possui estrias – listras transversais (alinhamento dos
microfilamentos dos filamentos de actina e miosina no
músculo - sarcômeros);
 Contração rápida;
 Se liga aos ossos por tendão (tecido conjuntivo);
 Envoltas pelo endomísio;
 Único dos três tecidos que é voluntário;
 São envolvidos pela fáscia muscular (tec. conjuntivo);

Célula muscular estriada esquelética


Tecido Muscular Estriado Esquelético
Tecido Muscular Estriado Esquelético – Diferenciação miogênica

Células precursoras
mesenquimais Células satélite Mioblastos Miócito

MIOBLASTO

MIOTUBO

Carvalho, 2005
Tecido Muscular Estriado Esquelético - Estrutura

Responsável pela contração –


encurtamento das miofibrilas – são Se organizam em unidades
constituídas por diversos miofilamentos, motoras chamadas
as mais abundantes são ACTINA E SARCÔMEROS
MIOSINA
Tecido Muscular Estriado Esquelético - Estrutura

Cada célula muscular é envolvida por um tecido conjuntivo chamado ENDOMÍSIO


Tecido Muscular Estriado Esquelético - Estrutura

Esse conjunto de fibras celulares se organizam de forma paralela e se agrupam em feixes de


fibras musculares;
Este grupo de feixes celulares é revestido por outra camada de tecido conjuntivo, chamada
PERIMÍSIO
Tecido Muscular Estriado Esquelético - Estrutura

O conjunto de todos os feixes (músculo) é envolvido por mais uma camada de tecido
conjuntivo, denominada EPIMÍSIO
Tecido Muscular Estriado Esquelético – Organização das fibras musculares

SARCÔMERO
Uma fibra muscular (célula muscular) é formada por vários de sarcômeros, dispostos uns ao lado dos outros;
Variação das cores - Cada Sarcômero é formado por diversas miofibrilas, que são formadas por filamentos
(miofilamentos proteicos) – ACTINA (filamento fino – coloração clara) E MIOSINA (filamento espesso –
coloração intermediária) (coloração escura – Actina + miosina)
Sarcômero

Unidade funcional da miofibrila

No centro da banda A, uma região mais


clara, a banda H (do alemão hell, claro), No centro da banda A, há uma
onde somente filamentos de miosina são faixa escura, a linha M (do
encontrados alemão Mitte, meio). Nela há
miomesina, proteína C e outras
proteínas que interligam os
filamentos de miosina,
mantendo seu arranjo em forma
de grade.
Há ainda a creatina quinase,
enzima que catalisa a transferência
de um grupo fosfato da
fosfocreatina para o ADP,
resultando no ATP utilizado nas
contrações musculares.
Tecido Muscular Estriado Esquelético - Organização das fibras musculares

ORGANIZAÇÃO DA FIBRA MUSCULAR Estriações transversais


Tecido Muscular Estriado Esquelético – Unidade motora
A contração das fibras musculares esqueléticas é estimulada por
terminações das fibras nervosas motoras. Próximo à superfície da
célula muscular, o axônio perde a bainha de mielina e dilata-se,
formando a junção neuromuscular (ou placa motora). O impulso
nervoso é transmitido com a liberação de acetilcolina do terminal
axônico. Essa substância difunde-se através da fenda sináptica e
prende-se a receptores na membrana da célula muscular, tornando-a
permeável ao Na+ , o que resulta na despolarização da membrana.
Dendritos
Junção neuromuscular
(mioneural)
Fibra muscular
Axônio
FIBRA MUSCULAR

MIOFIBRILA

SARCÔMERO

A estriação da miofibrila se deve à


repetição de unidades iguais,
chamadas sarcômeros.
Principais proteínas na contração muscular

Miofilamento fino ACTINA


A troponina é uma proteína presente no miócito que participa fisiologicamente na
contratilidade cardíaca e é classificada em três tipos: C, T e I.
Durante a contração miocárdica, há uma sequência de eventos: o cálcio se liga à unidade C da
troponina → há mudança na configuração anatômica das proteínas → deslocamento do
complexo tropomiosina-troponina → interação actina/miosina → contração (encurtamento) do
miócito.
A troponina T é estrutural, ligando o complexo das três troponinas com a tropomiosina e a
actina.
A troponina I é auxiliar à troponina C na interação com o cálcio e a ATPase.
Principais proteínas na contração muscular

Miofilamento espesso MIOSINA


Tecido Muscular Estriado Esquelético – Contração muscular

A contração se inicia na banda A,


na qual os filamentos finos e
grossos se sobrepõem.

Miosina
Actina
Tecido Muscular Estriado Esquelético – Contração muscular
Tecido Muscular Estriado Esquelético – Regeneração miogênica

Células satélites – precursores miogênicos

Células satélites Proliferação das


quiescentes células satélites Ativação de genes
específicos e
direcionamento para a
lesão muscular

DANO CELULAR
Tecido Muscular Estriado Esquelético – Regeneração miogênica

Células satélites – precursores miogênicos

Fotomicrografia de microscopia eletrônica de transmissão do músculo sóleo.


Observe a célula satélite junta com os miofibroblastos da célula estriada
Tecido Muscular Estriado Esquelético – Regeneração miogênica

Células satélites – precursores miogênicos


Como transformar energia em contração (ação)?

O músculo transforma energia QUÍMICA em energia MECÂNICA!

SUBSTRATO
ENERGÉTICO
(CHO, LIPÍDEOS, Converte em ATP para fornecer energia para o corpo!
PTN)

Energia é liberada através da


quebra de um fosfato (P)

Para gerar energia nosso


corpo precisa realizar a
RESSÍNTESE DE ATP
Como transformar energia em contração (ação)?

O músculo transforma energia QUÍMICA em energia MECÂNICA!

SUBSTRATO
ENERGÉTICO
(CHO, LIPÍDEOS, Converte em ATP para fornecer energia para o corpo!
PTN)

Energia é liberada através da


quebra de um fosfato (P)

Para gerar energia nosso


corpo precisa realizar a
RESSÍNTESE DE ATP
FONTES DE ATP

Sistema ATP-CP (ou fosfagênico) – Via anaeróbica alática


Não precisa de oxigênio
Não forma lactato

Queima de glicose: Sistema Glicolítico


Como transformar energia em contração (ação)? – SISTEMA ATP-PCr

SISTEMA ATP-PCr
Ou fosfagênico ou Via Anaeróbia alática

CONTRAÇÃO MUSCULAR Sistema ATP-PCr é limitado –


Rápida e em alta intensidade Creatina fosfato dentro da
célula é pouco! – dura pouco
menos que 15s
ENERGIA

A P P P C

E quando CK
“acabar” o RESSÍNTESE DE ATP!
ATPase
ATP?
CITOSOL DA CÉLULA
Como transformar energia em contração (ação)? – SISTEMA GLICOLÍTICO

Glicólise

SISTEMA GLICOLÍTICO
SUBSTRATO ENERGÉTICO
ANAERÓBICA LÁTICA GLICOSE - GLICOGÊNIO

PIRUVATO (C3)

Fornecer energia para


atividades de alta
intensidade e curta
duração. Ex. Pista de
atletismo.
400m / 1 a 2 minutos para
completar a prova
Como transformar energia em contração (ação)? – SISTEMA GLICOLÍTICO

LACTATO
SISTEMA GLICOLÍTICO

H+
H+
ATP
NADH+ tenta sair da célula
ATP para evitar aumento de
acidez – Mas precisa ter
peso molecular para sair –
PIRUVATO precisa da ajuda do
ATP PIRUVATO

ATP
H+
H+
GLICOSE

Corpo tira os H+ através de


PIRUVATO carregadores - NAD
ATP
ATP
ACÚMULO DE H+: ÁCIDO – impede a
contração muscular - fadiga
Obrigada!

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