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NEE Modulo 2016 EaD
NEE Modulo 2016 EaD
Universidade Pedagógica
Nampula
2016
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As NEE estão relacionadas com as dificuldades de aprendizagem (DA) entendidas como todo
o conjunto de problemas de aprendizagem que se encontram nas nossas escolas, ou seja, todo
um conjunto de situações, de índole temporária ou permanente, que proporciona o risco
educacional ou necessidades educativas especiais.
Educação especial
Educação especial refere-se, apenas e só, a um conjunto de recursos que a escola e as famílias
devem ter ao seu dispor para poderem responder mais eficazmente às necessidades de um
aluno com NEE. No entanto a educação especial não é paralela ao ensino regular é um
conjunto de recursos especializados que constituem condição fundamental para uma boa
prestação de serviços educativos para alunos com NEE.
Os alunos com NEE são aqueles que, por exibirem determinadas condições específicas,
podem necessitar de apoio de serviços da educação especial durante todo ou parte do seu
percurso escolar, de forma a facilitar o seu desenvolvimento académico, pessoal e
socioemocional.
Risco educacional
Os alunos em risco educacional são aqueles que, devido a um conjunto de factores, tal como
álcool, drogas, gravidez na adolescência, negligência, abuso, ambiente económico e
emocional desfavoráveis, entre outros factores, podem vir a experimentar insucesso escolar.
Estes factores, de forma geral, não resultam de imediato numa incapacidade ou problema de
aprendizagem, porém, precisam de uma intervenção adequada para minimizar o risco em
termos académicos e sociais.
Segregação: conceito
II - Educação na diversidade
2.1.A Educação Infantil aberta a diversidade. Diversidade, diferencias e desigualdades
2.2. Da pedagogia dos defeitos à pedagogia das potencialidades. O enfoque clínico
tradicional e o enfoque psicopedagogico.
2.3. As Necessidades Educativas Especiais.
Segundo Ferreira (2006, p.91) “a década de 1990 trouxe um novo conjunto amplo de
reformas estruturais e educacionais, inspiradas e encaminhadas por organismos internacionais
e caracterizadas pelo discurso da Educação para Todos.” (FERREIRA, 2006). Como
resultado desse movimento mundial, a Declaração de Salamanca (BRASIL, 1994) surge no
cenário educacional brasileiro como um dos documentos referenciais no processo de
reflexões, discussões e adoção de politicas públicas de apoio à inclusão das pessoas com
deficiência nas escolas comuns.
De acordo com Ambrosetti (1999, p.92), “trabalhar com a diversidade não é, portanto,
ignorar as diferenças ou impedir o exercício da individualidade”. Pelo contrário, esse
trabalho envolver o favorecimento do diálogo. Neste sentido, constitui imperativo “dar
espaço para a expressão de cada um e para a participação de todos na construção de um
colectivo apoiado no conhecimento mútuo, na cooperação e na solidariedade”.
(AMBROSETTI, 1999, p.92)
É neste contexto que se inscreve a luta e pela construção de uma escola inclusiva e
comprometida com a diversidade, em especial, de pessoas com necessidade educacionais
especiais. Tal luta deve procurar dar vozes aos diferentes actores envolvidos no processo,
tanto os agentes educacionais quanto os beneficiários dessa educação diversa e inclusiva:
alunos com deficiência. Insere-se neste contexto de vocalização e trabalho em prol de uma
escola diversa e inclusiva, os políticos, pais de alunos, sociedade civil como todo. Para tanto
vale considerar o que indica Imbernón:
Neste sentido, a luta pela aceitação a diversidade e inclusão escolar vem cobrar do discurso
educativo respostas pedagógicas na educação, com o intuito de incentivar uma escola que
integre as diferenças, respeitando o conhecimento intercultural, de modo a gerar uma
“sociedade pluralista, democrática e socializante” (RENDO & VEGA, 2009).
Esse desafio na escola perpassa pelo trabalhoso caminho de promover e instalar novas ideias,
assim como estratégias que se distanciem do modelo escolar vigente, ou seja, que seleciona,
classifica, expulsa e exclui, quando avalia os resultados, e não o processo de aprender dos
alunos, contribuindo assim para a manutenção do fracasso escolar e não inclusão dos alunos.
Nota-se deste modo, que a escola que se define como diversa e inclusiva, em especial, de
pessoas com deficiência, é aquela que abraça a diferenças, procura favorecer condições de
aprendizagens a todos, não importando sexo, cor, nível social e econômico, grau de
aprendizagens e, sobretudo, deficiências, seja ela de que ordem for. É uma escola que respeita
a diversidade como chave para um processo de inclusão plena e concreta, como indica
Henriques:
A propósito das políticas públicas educacionais para a construção de uma escola inclusiva e
aberta a diversidade, observa-se que os órgãos governamentais ligados ao sector educacional,
dão amplo apoio a construção de um currículo que atenda as necessidades educacionais
especiais:
Como se vê, em sua política de inclusão dos alunos com necessidade especiais, o governo
brasileiro é bem enfático em sua defensa da reflexão e necessidade adequação do currículo as
necessidades dos alunos com deficiências. Em outro documento do governo mais recente,
editado pelo MEC, se lê as seguintes orientações, em termos da adequação do currículo a
questão da diversidade:
heterogêneo das minorias: como é o caso dos alunos com necessidades educacionais
especiais.
Como se observa, a aceitação da prática inclusiva, por parte do docente, é factor determinante
no desenvolvimento de toda potencialidade do aluno com necessidades educacionais
especiais. Nesta mesma linha de raciocínio, Barbosa e Gomes (2006) apresentam outras
considerações igualmente importantes, a respeito da prática docente inclusiva eficiente junto
a alunos com deficiência, ao afirmarem que:
Apesar de ser algo natural, esperar que os docentes tenham uma formação para a diversidade
e inclusão, nem sempre isso acontece. Neste sentido, diferentes estudiosos do campo
educacional (SACRISTÁN, 2002; BARRETO, 2008; HENRIQUES, 2012; BRIANT;
OLIVER, 2012) tem chamado a atenção para um olhar e/ou melhor atenção a formação do/a
professor/a para actuar em diferentes situações e/ou contextos educacionais, em especial, com
alunos com deficiência.
A necessidade de formação dos professores para educação inclusiva e a falta de preparo para
assumir a responsabilidade de promover a aprendizagem e participação de alunos com
necessidade educacionais especiais, já foi estudada por diversos autores (...) Tais autores,
constataram as dificuldades e falta de preparo dos professores para promover a aprendizagem
de alunos com necessidades educacionais especiais e enfatizaram a necessidade da formação
continuada para atender à diversidade das experiências e demandas dos estudantes em sala de
aula. Na prática, encontramos ainda professores despreparados para essa realidade e com falta
de uma rede de apoio para desenvolver o seu trabalho com qualidade. (BRIANT; OLIVER;
2012, p. 142.).
As considerações de Briant e Oliver (2012) demonstram que muitos são os professores que
não se sentem preparados para o desempenho eficiente da educação inclusiva em sala de aula.
Corroborando com essas discussões, Anjos (2009) indica que os sentimentos desses docentes
que se sentem incapazes de exercer eficientemente a prática inclusa são diversos e, até certo
ponto, chocantes:
Referências Bibliográficas
BORGES, Adriana Costa; OLIVEIRA, Elaine Cristina Batista Borges de; PEREIRA,
Ernesto Flavio Batista Borges & OLIVEIRA, Marcio Divino de. Reflexões sobre
a inclusão, a diversidade, o currículo e a formação de professores. Disponivel
em < www.uel.br<pages.arquivos.anais > Acesso em: 05.08. 2016
A Educação inclusiva tem como fundamento a educação para todos, torna-se fundamental,
então, que a escola seja capaz de reconhecer as diferenças e proporcionar respostas
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A atenção à pessoas com deficiência tem se caracterizado pela segregação, acompanhada pela
consequente e gradativa exclusão, sob diferentes argumentos, dependendo do momento
histórico focalizado. Para conhecer as idéias que norteiam a concepção acerca da deficiência,
recorremos em particular, a autora Maria Salete
Aranha (2000,2001), que se reporta à história para buscar uma melhor compreensão do lugar
que a pessoa com deficiência ocupa na sociedade contemporânea.
Na antiguidade, praticamente não se dispõe de dados objetivos registrados a respeito de como
se caracterizava a relação entre sociedade e deficiência. Entretanto, através da literatura da
época, bem como da Bíblia, certas passagens permitem inferir sobre sua natureza e
procedimentos. Sabe-se que, em Esparta, crianças portadoras de deficiências físicas ou
mentais eram consideradas sub Humanas, o que legitimava sua eliminação ou abandono. Tais
atitudes eram perfeitamente congruentes com os ideais morais da sociedade classista da
época, em que a eugenia e a perfeição do indivíduo eram extremamente valorizados. Já a
Bíblia traz referências ao cego, ao manco e ao leproso – a maioria dos quais sendo pedintes
ou rejeitados pela comunidade, seja pelo medo da doença, seja porque se pensava que eram
amaldiçoados pelos deuses.
Na Idade Média, a economia no mundo ocidental pouco mudou, continuando baseada em
actividades de pecuária, artesanato e agricultura. Por outro lado, houve uma grande mudança
na organização sócio-política com o advento do cristianismo e consequente fortalecimento da
Igreja Católica, o cenário político, antes dominado pela nobreza, passa a ser dominado
principalmente pelo clero, que foi assumindo cada vez mais poder social político e
econômico. A partir da doutrina cristã, as pessoas deficientes não podiam ser mais
exterminadas, já que eram criaturas de Deus. Assim, eram aparentemente abandonadas à
própria sorte, dependendo, para sua sobrevivência, da boa vontade e caridade humana.
A partir do séc. XII, dado o poder adquirido pela Igreja Católica, iniciou-se a prática da
Inquisição, caracterizada pela perseguição, caça e extermínio de seus dissidentes, sob o
argumento de que eram hereges ou “endemoninhados”. Documentos da Igreja que regiam o
processo inquisitorial eram claramente ameaçadores e perigosos para as pessoas com
deficiência, e dentre estas, principalmente para aquelas com deficiência mental. Entretanto,
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não só elas eram alvo de perseguições, qualquer um poderia ser acusado de herege, num
movimento crescente característico de regimes totalitários.
A indignação diante desta situação culminou na cisão ocorrida da própria Igreja, através da
Reforma Protestante, que conduziu a história da deficiência mental ao que Print (apud
Pessoti, 1984, p.12) chamou de “… época dos açoites e das algemas o homem é o próprio
mal, quando lhe faleça a razão ou lhe falte a graça celeste a iluminar-lhe o intelecto: assim,
dementes e amentes são, em essência, seres diabólicos…” A ambivalência caridade-castigo
passou a caracterizar a atitude medieval diante da deficiência mental.
A partir do século XVI, a revolução burguesa trouxe mudanças em termos de estrutura social,
política e econômica. No que se refere à deficiência, começaram a surgir novas idéias,
referentes à sua natureza orgânica, produto de causas naturais.
Assim concebida, passou também a ser tratada pelo meio da alquimia, da magia e da
astrologia, métodos da então iniciante medicina.
O século XVII foi palco de novos avanços no conhecimento produzido na área da medicina, o
que fortaleceu a tese da organicidade, e ampliou a compreensão da deficiência como processo
natural, favorecendo o surgimento de acções de tratamento médico. Já a tese do
desenvolvimento por estimulação encaminhou-se, embora muito lentamente, para acções de
ensino, o que vai se desenvolver definitivamente somente a partir do século XVIII.
Finalmente, a partir da segunda metade do século XX, ocorreram dois factores que
contribuíram para incentivar a luta contra segregação do deficiente. O primeiro foi o próprio
desenvolvimento da educação especial e áreas afins, que tornou disponíveis para os
deficientes os meios de superar, pelo menos em parte, suas desvantagens naturais.
Consequentemente, deixou de haver justificativas “clínico-científicas” para a sua segregação
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social. O outro factor foi o crescimento dos movimentos dos direitos humanos, quando as
diversas minorias e grupos marginalizados começaram a lutar para conquistar seu espaço na
sociedade (Glat, Magalhães e Carneiro, 1998).
Em função desse debate, foi proposto que, além dos serviços de avaliação e tratamento
oferecidos no contexto de suas comunidades, eram necessárias outras providências no sentido
de mobilizar a sociedade para modificar atitudes, espaços físicos e práticas sociais para que
garantisse as pessoas deficientes o acesso a todo e qualquer recurso da comunidade. Surge,
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Cabe mencionar também que o termo pessoa portadora de deficiência, que já foi tão
amplamente utilizado, até como abreviatura – p.p.d. – também tem recebido críticas.
Movimentos de pessoas deficientes têm repudiado a utilização do conceito portador de
deficiência, tal como ele vem sendo proposto pela política educacional contemporânea, por
entenderem que a utilização da palavra “portador” é apenas um eufemismo, que tenta
escamotear os efeitos da deficiência nos sujeitos (Mrech, 1997). Parece-nos, pois, que a
tendência actual é utilizar a expressão pessoa com deficiência, denominação que daremos
preferência nesse estudo.
Nos aspectos materiais e organizativos referem-se ao espaço físico do ambiente escolar (sala
de aula), devem facilitar o desenvolvimento da autonomia. Com relação ao mobiliário, este
deve ser adaptado as necessidades do educando, assim como os recursos pedagógicos
precisam ser diversificados de acordo com o assunto a ser desenvolvido, proporcionando aos
alunos alcançar os objectivos propostos.
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Com relação a metodologia, esta necessita ser utilizada com uma linguagem adaptada ao
nível de compreensão do aluno, e os métodos devem favorecer ao aluno a participação e a
construção do conhecimento, entre outros aspectos. Os instrumentos avaliativos, por sua vez,
devem ser adaptados as características do aluno, recorrendo desta forma um processo de
avaliação formativa.
Tarefa 2:
3. Qual deve ser o processo de ensino e aprendizagem das pessoas com necessidades
educativas especiais?
Referências Bibliográficas
Portanto pode-se afirmar que é um processo no qual analisa-se a situação do aluno com
dificuldades dentro do contexto da escola, da sala de aula, da família; ou seja, é uma
exploração problemática do aluno frente à produção acadêmica.Cada sujeito representa um
caminho próprio, que deve ser descoberto e respeitado pelo terapeuta, por isso, todo
diagnóstico Psicopedagógico é uma investigação, é uma pesquisa do que não vai bem com
osujeito; todo diagnóstico é o esclarecimento de uma queixa, do próprio sujeito, da família, a
escola; e nesta investigação não se pretende rotular o sujeito, mas sim se obter uma
compreensão global da sua forma de aprender e dos desvios neste processo.
Dentro de uma perspectiva psicopedagógica, o trabalho com as famílias pode ser considerado
fundamental e indispensável para modificar as atitudes de alguns alunos, mas, mesmo assim,
esse trabalho somente se constituirá em uma das partes do diagnóstico, já que ele estará
centralizado, principalmente, no conhecimento e na modificação da situação escolar.
Existem sujeitos e sistemas envolvidos no diagnóstico psicopedagógico. Lançar-se-á um
olhar à escola como instituição social, podendo ser considerada de forma ampla, como um
sistema aberto que compartilha funções e que se inter-relaciona com outros sistemas que
integram todo contexto social.
Os alunos com NEE são aqueles que, por exibirem determinadas condições específicas,
podem necessitar de apoio de serviços de educação especial durante todo ou parte do seu
percurso escolar, de forma a facilitar o seu desenvolvimento académico, pessoal e sócio-
emocional.
As NEE Permanentes são problemas que acompanham o indivíduo ao longo de vida escolar
mas com intensidades diferentes. Fazem parte deste grupo a deficiência mental, dificuldade
de aprendizagem especificas, perturbações emocionais, problemas de comunicação,
deficiência auditiva, deficiência visual, superdotados, a Hiperactividade, traumatismo
craniano.
- A deficiência mental constitui o funcionamento mental abaixo da média que ocorre durante
o período de desenvolvimento; envolve problemas cognitivos que se traduzem geralmente em
problemas na aprendizagem, comportamento adaptativo e aptidões sociais.
- Problemas motores: são alunos cuja capacidade motora “e deficiente, mas as aptidões
sensoriais, cognitivas e processológicas mantêm-se saudáveis.
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-Deficiência auditiva: são alunos cuja sensibilidade auditiva é muito baixa ou inexistente,
quando determinada pelo nível médio de percepção de um estímulo sonoro.
-Deficiência visual: são alunos cuja sensibilidade visual é muito baixa ou inexistente, quando
determinada pelo nível médio de percepção de um estímulo visual.
Esta concepção admite um sujeito epistêmico considerado como receptáculo, que a principio
está vazio e que progressivamente vai sendo “enchido” pelos dados fornecidos da realidade.
Logo o processo de diagnostico institucional é de grande valia pois nos indicará parâmetros
de como intervir com eficiência nas escolas, sendo salutar observar quais correntes filosóficas
influenciam nas instituições escolares, bem como embasam as teorias de aprendizagem que
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ora fundamentam a pratica pedagógica da escola, portanto se faz necessário lançar um olhar a
instituição escolar e seus elementos.
Sendo assim trabalhar numa escola faz pressupor que o professor esteja ensinando numa
comunidade determinada com as suas características sócio culturais e econômico particulares.
A ação educativa da escola não pode ser desvinculada das funções educativas dos pais dos
alunos, e, conseqüentemente, o professor também deve manter contato com eles.
(BASSEDAS E COL 1996, p25).
Consideramos o aluno como um sujeito que elabora o seu conhecimento e sua evolução
pessoal a partir da atribuição de um sentido próprio e genuíno às situações que vivem e com
as quais aprende. Neste processo de crescimento, exerce papel primordial a capacidade de
autonomia de reflexão e de interação constante com os outros sujeitos da comunidade.
(BASSEDAS E COL 1996, p32)
Mas se faz necessário também entender por níveis os processos educativos e curriculares, os
aspectos organizacionais, estruturais e funcionais, assim como todos os elementos envolvidos
no processo ensino aprendizagem claro que os elementos fundamentais são os pares
educativos que se constituem dos alunos, professores, familiares e profissionais que
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Desta forma Piaget, através de sua obra, revoluciona as diversas áreas do conhecimento
humano. Segundo Piaget (1970 p.20), “o estudo do sujeito epistêmico se refere à coordenação
geral das ações (reunir, ordenar, etc) constitutivas da lógica, e não ao sujeito individual, que
se refere às ações próprias e diferenciadas de cada indivíduo considerado à parte”.
Por um lado critica as idéias dos empiristas pela pobreza de suas propostas associacionistas,
conexistas e por outro valoriza a importância do externo na construção do conhecimento
coincidindo com isto com os próprios empiristas.
Tal conjectura leva Piaget a apresentar o sujeito cognoscente como aquele que constrói o
conhecimento através de sua ação sobre os objetos, sendo que nesta ação estão contidos os
conhecimentos que organizam e nutrem o mundo interno e externo do sujeito que age.
Por isso a questão do diagnóstico escolar visto sob este prisma vai diferenciar do diagnóstico
tradicional. A diferença vai residir especialmente no processo do aluno, porque à medida que
entendemos quais os esquemas mentais que o aluno utiliza para resolver conflitos no
aprender vamos também poder explicar as fraturas neste processo. O diagnóstico que
pensamos construir é a partir de um sujeito que aprende em interação com o objeto do
conhecimento, e que possui uma dramática própria, original, sua.
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Aqui está o nosso desafio. O diagnóstico escolar tradicional ao contrario oferece segurança,
porque praticamente tem receitas corretivas para o que “não aprende”. Colocamo-nos,
entretanto, no lugar de quem se pergunta buscando as articulações que justifiquem o não
aprender. Nesse sentido, um diagnóstico é sempre uma hipótese diagnóstica.
aprendizagem
A teoria psicogenética é portanto um dos referentes teóricos no qual vamos nos aprofundar
para o nosso estudo, de técnicas de diagnóstico. A idéia de diagnóstico remetemo-nos ao que
significa ensinar e aprender. O diagnóstico deriva da concepção de sujeito que temos: sujeito
da aprendizagem e a aprendizagem do sujeito.
Desta significação os lugares distintos ocupados pelo professor, pelo aluno, em relação ao
conhecimento contextualizado pela escola e sala de aula. O lugar de aprender e o lugar de
ensinar dinamizam a prática educativa.
O professor é autorizado a ensinar e está no lugar daquele que tem o conhecimento, porém
diferenciamos “estar no lugar de” com “ser o conhecimento”. Portanto, o lugar que o
professor ocupa em relação ao conhecimento é de mostrar. Mostra um recorte do
conhecimento aos alunos, através de uma situação-problema que ele mesmo a construiu para
este fim. O professor medializa a ação de aprender, porque ensina. Ensina e aprende.
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No momento de ensinar estrutura o que aprende sob a forma de construção de uma situação
da qual viabiliza representar o conhecimento que quer transmitir. O eixo principal da questão
do diagnóstico sobre o aprender repousa nas dimensões: do aluno, do professor, e dos três
níveis inter-relacionados na ação educativa, ou seja,
1 - Sócio-político,
2 - Pedagógico,
3 - Psicopedagógico.
A intervenção psicopedagógica funciona mais como “ser o outro”, ser mais um, ser, enfim, o
terceiro dos alunos e esses entre si. O psicopedagogo com o trabalho de ensinar a aprender
recorre a critérios de diagnóstico no sentido de compreender a falha (problemas) na
aprendizagem.
... Muitas vezes existem dificuldades no ler, escrever, calcular que não interferem na vida do
sujeito, só transformando em sintoma face a uma exigência ambiental.
Acreditamos numa aprendizagem que possibilita transformar, sair do lugar rígido, construir.
É sob este olhar que pretendemos encaminhar o diagnóstico escolar.
Voltamo-nos para a Escola porque é para ela que diariamente dirigem-se milhares de
crianças. O olhar para a escola implica em termos uma visão integra da: visão de
aprendizagem e visão de mundo.
estão vinculados a uma série de variáveis tais como: correntes filosóficas, as políticas
educacionais governamentais, aspectos morais, culturais e étnicos que influenciam
fortemente a pratica da docência, o modelo didático, a relação dos pares educativos.
Tarefa 3:
1. Apresente os princípios e funções do diagnostico psicopedagógico.
Referências Bibliográficas
BRITO, Dorival Rosa. Práticas Psicopedagógicas na Educação. www.drb-
assessoria.com.aspectosbasicosdiagnostico... Acesso em: 07.08. 2016
Sabemos que as pessoas diferem umas das outras em vários aspectos, uns mais visíveis e
outros nem tanto, como é o caso da aprendizagem. Cada um de nós é um ser único. Por isso,
não podemos compreender como as pessoas aprendem somente baseando-nos em teorias de
educação, a maioria delas, tratando a aprendizagem como um processo vivenciado por todos
da mesma maneira. Elas procuram o que todos temos em comum quando aprendemos. Não se
trata de negar as valiosas contribuições destas teorias para uma compreensão mais geral dos
processos de aprendizagem, mas queremos ir além, procuramos entender no que diferimos
uns dos outros quando aprendemos.
Factores de diversas naturezas, como: físico, ambiental, cognitivo, afectivo, cultural e sócio-
econômico influenciam este processo, algumas vezes positivamente e outras negativamente.
Entender como estes fatores nos afetam, conhecer nossos próprios processos de
aprendizagem e aprendermos como aprender, devem ser nossas principais armas para
conseguirmos a flexibilidade necessária a essa nova realidade, porém o caminho para
atingirmos este objectivo é tão individual quanto o processo de aprendizagem em si.
Outras estudiosas (Moreno, Sastre, Bovet e Leal, 2000) reforçam a necessidade de uma visão
mais individualizada. Consideram que o trabalho de Piaget procura constantes nas estruturas
de pensamento, não se aplicando necessariamente a todos os sujeitos.
Argumentam que isso depende do contexto. Advertem também que ele não considerou o
conteúdo – mudando o conteúdo, muda o estádio e isso não tem nenhuma ligação com idade.
Atribuem ao processo de construção do conhecimento um caráter não linear e individual.
Estas pesquisadoras definem modelo organizador como “[...] uma particular organização que
o sujeito realiza dos dados que seleciona e elabora a partir de uma determinada situação, do
significado que lhes atribui e das implicações que deles se originam [...] (Moreno, Sastre,
Bovet e Leal, 2000, p. 78)” que esses dados procedem de percepções, acções e inferências,
bem como do conhecimento prévio que o sujeito tem da situação e resultam em um sistema
de relações que podem ser ou não de caráter operatório, com coerência interna que produz no
sujeito a idéia de representação do mundo real.
Estes dados passam a fazer parte do modelo em condição de igualdade com aqueles tirados
da realidade, da mesma forma que dados importantes da realidade podem perfeitamente ser
negligenciados, comprometendo o modelo.
Afirmam também, que mesmo essa seleção não sendo necessariamente a melhor para
compreensão da situação, os modelos organizadores são sistemas dinâmicos de representação
da realidade e evoluem com o desenvolvimento cognitivo do sujeito, sendo constantemente
revisados para atender suas novas exigências.
aprendizagem, que ao nosso ver também têm este caráter dinâmico dos modelos
organizadores de Moreno, Sastre, Bovet e Leal (2000). Ela nos parece mais interessante do
que a visão cognitivista que entende esta abordagem individual como sendo umaspecto
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relativamente fixo da pessoa, definido logo nos primeiros anos de sua vida, uma marca
definitiva.
Katherine Cook Briggs e Isabel Briggs Myers, mãe e filha, criaram, na década de 1940, o
MBTI Myers–Briggs Type Indicator1, um instrumento elaborado na forma de
umquestionário, para identificar o “tipo psicológico”, um perfil psicológico baseado na
tipologia de Carl Jung.
Jung constatou a existência de dois pares de abordagens opostas, ligadas à percepção das
coisas - Sensação e Intuição, e ao julgamento de fatos - Pensamento e Sentimento. Estas
quatro abordagens são utilizadas, constantemente, tanto no mundo exterior,quanto no interior.
Para ele, mundo exterior é o mundo das pessoas, coisas eexperiências, ao qual denominou
Extroversão e mundo interior, o das reflexões,denominou Introversão.
Este instrumento parte da definição de quatro dimensões, que combinadas definem diferentes
tipos psicológicos:
Cada um dos dois pólos de uma dimensão recebe uma letra. A definição de um tipo
psicológico é feita a partir da combinação de 4 letras, uma de cada dimensão, resultando em
16 possibilidades. Cada tipo possui uma série de características comportamentais únicas e
valores que oferecem um interessante ponto de partida para o autoconhecimento.
I – Introversão (Introvert): Mais voltado para o seu mundo interior, idéias e impressões.
Prefere atividades individuais, relacionamentos interpessoais não são prioridade. É dotado de
alto poder de concentração e auto-suficiência. Necessita de um tempo para pensar antes de
expressar-se. Comumente não se arrisca.
S – Sensação (Sensing): Mais voltado ao presente e às informações obtidas por meio dos
seus sentidos. Lida com o mundo em termos práticos e factuais. É sistemático, detalhista e
gosta de observar fenômenos bem de perto. Precisa de situações de aprendizagem
estruturadas, com seqüência clara e objetiva.
Riding e Stephen (1998) definem estilo pessoal como sendo a abordagem individual, por
meio da qual as pessoas respondem a situações de aprendizagem. Ele é composto de dois
aspectos fundamentais:
• Holista (wholist) – Analítico (analytic): Esta dimensão mostra a tendência individual para
organizar informações em partes ou como um todo.
• Verbal (Verbal) - Imagético (Imagery).: Esta dimensão mostra a tendência individual para
representar informações enquanto pensam, verbalmente ou por meio de imagens mentais.
Considera-se que, se as informações nos chegam das mais diversas formas, poderemosser
mais eficientes se desenvolvermos essas diferentes habilidades de lidar com asinformações.
Felder entende que se o professor utiliza uma abordagem que privilegia um determinado
estilo de aprendizagem, os alunos que não desenvolveram essa mesma habilidade tenderão a
desinteressar-se e sentirão dificuldade em aprender. Por outro lado, se oprofessor
simplesmente preocupar-se em atender cada aluno de acordo com seu estilo deaprendizagem,
não permitirá que ele desenvolva outras habilidades de lidar com asinformações,
prejudicando seus desempenhos acadêmico e profissional.
• Os racionais gostam de aprender fatos. São mais detalhistas, memorizam fatos com
facilidade, saem-se bem em trabalhos práticos (laboratório, por exemplo). Tendem a ser mais
práticos e cuidadosos do que os intuitivos.
Podemos observar pontos comuns entre os modelos de Felder e Riding, como por exemplo os
estilos Visual e Verbal. Os estilos Global e Seqüencial de Felder são também equivalentes
aos estilos Holista e Analítico de Riding. Porém, os estudos de Felder limitam-se a situações
de aprendizagem em sala de aula, partindo de sua prática pedagógica como professor no
curso de Engenharia Química em uma universidade americana, enquanto Riding extrapola os
limites da aprendizagem, procurando entender a influência do estilo pessoal no
comportamento em situações gerais de resolução deproblemas. Ambos, Felder e Riding,
continuam suas pesquisas nesta área.
Estas são apenas algumas das muitas referências sobre estilos cognitivos e de aprendizagem,
não necessariamente as mais importantes. Porém, estes autores estão entre os mais citados na
maioria dos trabalhos sobre o assunto a que pudemos ter acesso e suas teorias fazem
intersecções interessantes com nosso modo de pensar a aprendizagem. A quase inexistência
de publicações no Brasil certamente dificultou esta seleção.
Entendendo que estilo possa dar a idéia de uma marca definitiva, pensamos ser mais
adequado utilizar o termo preferências de aprendizagem para denominar o conjunto de
preferências, que determina uma abordagem individual para aprender, nem sempre
compatível com as situações de aprendizagem. Estas preferências variam ao longo da vida, de
acordo com a situação de aprendizagem, seu conteúdo e a experiência do aprendiz.
Cada aprendiz tem sua história de vida, experiências de aprendizado bem sucedidas, outras
nem tanto. Este conjunto de experiências serve como pano de fundo para seusaprendizados.
Entendemos ser pela consciência de todos estes aspectos, por uma constante retomada de suas
próprias preferências, das vantagens e limitações das mesmas, que o aprendiz conhece seus
processos de aprendizagem, tornando-se mais eficiente.
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- Cada aprendiz é único na forma como recebe, processa informações, lida com diferentes
situações de aprendizagem e aprende.
- Uma única forma de apresentar informações não vai atingir a todos os aprendizes da
mesma maneira. E aqui não estamos nos referindo somente ao formato dos materiais
didáticos, mas à utilização de diferentes mídias, como impressa e digital.
LPAD (The Learning Potencial Assesment Device) criado por Feuerstein em 1972, é
considerado um teste dinâmico, cujas variáveis mais relevantes são os mecanismos pessoais
que o sujeito articula, na sua interacção com o meio, o que determina o seu potencial
cognitivo.
Segundo Gunzburg(1973) e Case(1972) , uma avaliação bem planejada será aquela que
proporcionará ao aluno o encorajamento para superar as dificuldades apresentadas no
decorrer de seu processo. Assim, as diferentes estratégias utilizadas como recursos pelo aluno
para realizar atividades propostas serão extremamente importantes na identificação e
estimulação do seu potencial cognitivo.
Quanto a este fato, Feuerstein afirma ser possível definir as habilidades cognitivas desse
sujeito examinado e descobrir as suas formas de ação para solucionar problemas. Assim,
poderão definir rotas alternativas de trabalho que poderão enriquecer e até modificar a sua
"inteligência global".
Depois de apresentar a atividade à criança, observar como ela a realiza e realizar a mediação
da atividade, Feuerstein propõe novamente a realização da tarefa para saber se o indivíduo
avaliado poderá obter sucesso na proposta apresentada, demonstrando que ocorreu a
aprendizagem, mas não como um processo acumulativo de informações e conceitos, e sim
como um processo de reconstrução de seus esquemas cognitivos.
Sob esse ponto de vista, Feuerstein argumenta que nenhum instrumento de avaliação da
inteligência pode deixar de considerar os processos individuais do pensamento, com base nos
processos de "input" do sujeito, ou seja, na forma como indivíduo organiza e entra em
contato com as informações; a forma como o indivíduo opera seu pensamento baseando-se
nas informações disponíveis, ou seja, seus processos de elaboração; como o indivíduo
comunica o resultado dos seus processos mentais, ou seja, a maneira como ele faz uso de suas
informações (output), através de seus comportamentos e habilidades.
Afirma RUSSO (1994) que o modelo de processo de pensamento considerado por Feuerstein,
input-elaboração-output, além de proporcionar a identificação das dificuldades potenciais dos
processos mentais do indivíduo, poderá, também, proporcionar através do procedimento de
avaliação, pré-teste-aprendizagem mediada-teste, o desenvolvimento e o exercício das
capacidadescognitivas afetadas no sujeito.
Após a aplicação do LPAD, nas suas diversas modalidades, Feuerstein sugere como
estratégia pedagógica de trabalho o uso do instrumento PEI (Program Instumental
Enrchiment) ou PEI (Programa de Enriquecimento Cognitivo), objetivando proporcionar aos
indivíduos considerados "operadores retardados" um enriquecimento de seu potencial
cognitivo.
Este objetivo geral implica objetivos específicos como corrigir as funções mentais
deficientes; possibilitar a formação de conceitos básicos para a realização dos exercícios do
40
programa; desenvolver um sistema de hábitos a partir das experiências obtidas nos exercícios
realizados; proporcionar ao indivíduos pensamentos reflexivo e insight; contribuir para
mudanças de atitudes.
GARCIA (1991) menciona que a realização dos exercícios requer uma série de processos de
elaboração e transformação onde o estudante contribui ativamente para a organização,
reestruturação, descobrimento e re-aplicação das relações produzidas.
Outras Alternativas
1. Lendo e Escrevendo (1 e 2)
Este material pode ser aplicado para detectar se o estudante possui os requisitos básicos para
o processo de Alfabetização.
Pode ser usado para detectar Maturidade/ Prontidão para Alfabetização na pré-escola e séries
iniciais do Ensino Fundamental.
Pode ser usado para detectar prontidão alfabetização na pré-escola e séries iniciais do Ensino
Fundamental.
41
4. Becasse R-l (F e M)
Este teste pode auxiliar no diagnóstico da maturidade escola. Ele traz atividades envolvendo:
5. Papel de Carta
Este material pode ser utilizado para auxiliar na Avaliação das Dificuldades de
Aprendizagem.
Além dos recursos apresentados pela Editora Vetor, as provas piagetianas e os níveis de
alfabetização são igualmente importantes podendo ser confeccionados pelo próprio
profissional
As Provas Piagetianas
Podem ser usadas para detectar o estágio do raciocínio lógico matemático da criança. O
Conteúdo pode ser montado com o número de provas que se achar necessário. Ernesto Rosa
Neto apresenta uma sequência compostas por tarefas que envolvem a Classificação, Seriação,
Classe- Inclusão; Conservação de Quantidades Contínuas e Quantidades Descontínuas.
Os Níveis de Escrita
Os Níveis de Escrita estudados por Emília Ferreiro, também são recursos excelentes. Eles
podem ser utilizados para identificar o nível de escrita em que a criança se encontra no
42
processo de alfabetização, podendo ser: icônico (a criança representa seu mundo através de
desenhos); não icônico (a criança consegue usar letras para escrever e desenhar representando
sua forma de escrita, porém o uso das letras não está sistematizado, muitas vezes coloca as
letras e faz o desenho, usando ambos para escrever uma mesma palavra); realismo nominal
(faz o uso das letras conforme o tamanho do objeto e não de acordo com a palavra, para ela o
objeto grande deve ter muitas letras e o objeto pequeno poucas letras); nível pré-silábico (a
criança já sabe que precisa de letras para escrever, embora não faça distinção entre letra e
número, também já sabe que precisamos usar muitas letras diferentes para escrever). Deste
modo, a criança usa as letras do próprio nome variando a posição e a ordem em que elas
aparecem no seu nome, para escrever novas palavras); nível pré-silábico em conflito (nesta
fase a criança pode enfrentar um conflito já que conta as letras para escrever, mas no
momento de escrever acha que é necessário muitas letras para escrever, acreditando que com
poucas letras não é possível a escrita, ainda, ao pedir a ela que faça a relação de letras com
sílabas, ela risca as letras que parecem sobrar. Isso pode acontecer com palavras
monossílabas; ao vencer este conflito a criança entrará no nível présilábico); nível pré-
silábico (a criança passa a atribuir valor sonoro a cada uma das letras que compõe a escrita e
descobre que a escrita representa a fala). Deste modo, formula a sílaba – sem valor sonoro -,
cada letra representa um valor som; nível pré-silábico "elaborado" (a criança percebe o valor
silábico, portanto, usa uma letra para significar uma sílaba, assim usa uma letra para escrever
a palavra monossílabo, mas como acredita que uma letras só não dá para ler, coloca outras só
para que possa ler); nível silábico "alfabético" (começa a usar algumas sílabas,
emboraalgumas outras usa só uma letra e se contenta com isso vai descobrindo a sílaba e
começa a usála); nível alfabético (a criança já usa praticamente todas as sílabas simples,
embora com alguns erros, sendo necessário trabalhar a ortografia).
Informática.
Foram mencionados aqui, alguns instrumentos que podem ser usados para o diagnóstico e
intervenção psicopedagógica, enfatizando que se o psicopedagogo não utilizar recursos
exclusivos de outras áreas, não estará ferindo a ética profissional, ainda estará zelando pelo
bom relacionamento com especialistas de outras áreas, conforme menciona o Código de Ética
da Psicopedagogia, (Capítulo II, Das Responsabilidades dos Psicopedagogos, Artigo 6º, letra
b), também, estará garantindo o bem estar das pessoas em atendimento profissional,
conseqüentemente, mantendo a ética profissional.
No que tange ao levantamento realizado nesta pesquisa sobre alguns recursos para
diagnóstico e intervenção psicopedagógica, destaca-se que não se trata de apresentar um quite
de materiais para serem utilizados com todas as crianças e em todas situações, pois tal atitude
colocaria o psicopedagogo na posição de um simples aplicador de testes, não é isto que se
quer para este profissional, também, não é pretensão da pesquisadora fornecer roteiro ou
receita para diagnóstico e intervenção. O propósito aqui foi refletir sobre os recursos que
estão no mercados. Portanto, cabe ao profissional analisar cada situação e decidir por aplicar
o recurso que lhe for conveniente tendo em vista a qualidade de seu trabalho e o
compromisso com o cliente.
- Observação comportamental
- Questionário
- Inquerito
- Testes Psicológicos
Tarefa 4:
1. Deferencie a técnica de entrevista grupal e testes psicológicos no estudo das diferenças
individuais.
Referências Bibliográficas
Se é verdade que, pelo menos desde o século XVIII, diferentes sociedades ocidentais já
recorriam a instituições complementares à família para o cuidado educação das crianças
pequenas – como as denominadas salas de asilo ou creches, o século XX, principalmente no
seu final, trouxe novidades: a tendência à extensão progressiva da educação em contexto
institucional antes da escolaridade compulsória para todos os segmentos sociais e a
concepção de que ela constitui um bem, uma conquista, um direito da criança, mesmo no
caso da creche que, tradicionalmente, era tida como instituição destinada exclusivamente para
o filho da mãe trabalhadora pobre: “Ultimamente tem-se defendido a idéia que a creche,
enquanto agência educativa, seja um direito da criança além de o ser para a mulher e que,
neste sentido, seja potencialmente destinada a todas as crianças...” (Bondioli e Mantovani,
1989, p. 14).
45
No plano das articulações entre expansão da educação infantil e relações de gênero, tem-se
dado destaque à maior participação das mulheres no mercado de trabalho, mesmo as que têm
filhos/as pequenos/as, ao aumento das famílias chefiadas por mulheres e ao controle da
natalidade. Porém, a expansão da procura-oferta de educação extrafamiliar não se explica
apenas pelo trabalho materno, pois um número significativo de crianças pequenas que
frequentam creches-pré-escolas são filhas de mães que não trabalham fora (no Brasil,
principalmente a partir dos 4 anos de idade), sejam elas mais ou menos, ricas, instruídas,
chefes de domicílio ou cônjuges. Isto é, a expansão da educação infantil, principalmente da
pré-escola, também encontra sua razão de ser em nova concepção de pequena infância.
Le Vine (1983) contribuiu para entender essas novas concepções ao destacar as diferenças na
criação do/a filho/a em contextos rurais e urbanos, mediadas por fatores sociais e
demográficos: taxas de mortalidade infantil e de fecundidade.
Com base em ampla observação de diversas culturas, Le Vine (1983) assinalava que nas
sociedades agrícolas, com alta taxa de natalidade, ocorreria um desinvestimento emocional e
econômico por parte dos pais quando a criança atingia os 3 anos, momento em que a energia
parental se voltaria, então, para a nova criança recém-nascida.
46
Instituições de educação infantil passaram, então, a ser consideradas necessárias também para
facilitar interacções sociais entre coetâneos. Tendo um menor número de irmãos (ou nenhum)
e reclusas em bairros-dormitório, as crianças pequenas necessitariam de novos espaços de
sociabilidade oferecidos por creches, escolas maternais, jardins da infância ou pré-escolas
(Bondioli e Mantovani, 1989).
como encargos restritos da esfera privada, passaram a ser objeto de normatização científica,
de regulamentação e controle estatais, de inclusão ou não na agenda de movimentos sociais e,
portanto, um capítulo das políticas públicas, suscitando reivindicações, disputas e
negociações por concepções e recursos entre atores sociais.
Por meio de uma proposta pedagógica bem fundamentada, a instituição de educação infantil
deve propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma
integrada que contribuam para o desenvolvimento das capacidades infantis, das relações
interpessoais, favorecendo uma atitude de aceitação, respeito e confiança no outro. Além
disso, precisa garantir o acesso de todas as crianças a diferentes conhecimentos e a
possibilidade de expressão em linguagens as mais diversas.
Em concepção mais ampla, educar-cuidar vai muito além dos procedimentos físicos, ou de
atividades com propósitos de desenvolvimento cognitivo; envolve o aspecto relacional, de
construção de vínculo e o de compreensão da integralidade do ser humano e o respeito à
diversidade. Assim, educar-cuidar é entendido como ajudar a crescer e se desenvolver de
forma ampla. Nesse sentido, cuidado e educação são faces da mesma moeda, comprometidas
com a transformação do ser humano, com seu desenvolvimento global.
Equívocos a evitar
Na educação infantil há uma prática tradicional que precisa ser combatida: organizam-se as
rotinas buscando separar “os cuidados” do que se considera “o pedagógico”. Nessa
concepção, os cuidados são entendidos a partir de uma visão restrita, em que as necessidades
atendidas são consideradas apenas em seus aspectos físicos – higiene corporal, alimentação,
sono, banho de sol, segurança física. O que se entende por “pedagógico” são atividades que
48
Há em muitos casos hierarquia entre quem cuida e quem educa, com diferenças de salários e
status profissional. Infelizmente, é comum que nos berçários em que os cuidados físicos são
mais aparentes, o/a educador/a responsável tenha menos escolaridade e seja considerado/a
uma babá ou, algumas vezes, seja um profissional da área de saúde. Para as crianças maiores,
com as quais ocorrem o que se consideram atividades educativas, há a preocupação da
presença de um professor com maior especialização. Essa divisão empobrece tanto o cuidado
como as atividades expressivas.
Antes de conhecer sua mãe ou educador pela visão ou pelo nome, o bebê reconhece sua voz,
seu cheiro e seu jeito de segurar. Entre o bebê e as pessoas que cuidam, interagem e brincam
com ele, se estabelece uma forte relação afetiva (a qual envolve sentimentos complexos e
contraditórios como amor, carinho, encantamento, frustração, raiva, culpa, etc.). Sendo
cuidado, o bebê aprende sobre
e socialização.
As crianças de 4 a 5 anos, como todo ser humano, precisam e apreciam ser cuidadas, mas
também podem, com ajuda e orientação do adulto, apren der alguns procedimentos básicos de
autocuidado. Porém, é importante ter claro que esse desenvolvimento não é continuo e
uniforme, podendo haver avanços e retrocessos, conforme os momentos de vida que a criança
esteja enfrentando, tanto na família como na instituição educacional.
promoção à saúde. A qualidade da educação na escola depende ainda de dois aspectos que se
interrelacionam: a infra-estrutura organizacional e a formação dos professores para a
concepção ampla de educação e cuidado.
O educador prepara uma criança para a vida, para tal deve possuir algumas virtudes. O amor
e a firmeza, a paciência, ou seja, o educador é aquele que ao mesmo tempo se faz amar e
temer. A criança ama-o pela sua compreensão, bondade, justiça, autoridade serena e
prestável.
Educar, reeducar, visto que temos de construir e dirigir. Pequenos seres humanos formam-se
e desenvolvem-se, há lugar para uma interpretação da educação baseada não em ideias, mas
em dados práticos. As ideias obscurecem a inteligência em vez de a clarificarem, as ideias
bloqueiam as engrenagens intelectuais.
Não é possível continuar a pensar a educação escolar como um projecto a ser desenvolvido
através de intervenções dissociadas dos contextos e das pessoas que nele se encontram
envolvidas.
O maior envolvimento dos pais facilita a integração escolar dos filhos, contribuindo para
aumentar o seu rendimento escolar e a valorização da escola, aumentando os incentivos e os
apoios dados aos filhos e as perspectivas de escolarização destes, contribuindo igualmente
para o aumento das expectativas dos professores face a esses alunos (Silva, 1993).
Um maior envolvimento dos pais é igualmente benéfico para eles próprios, dado o
reconhecimento e a maior valorização do seu papel, o aumento de sentimentos de auto-
estima, o acesso a uma maior informação sobre os filhos e a escola, o fortalecimento de novas
redes sociais, é benéfico para os professores que veêm o seu trabalho mais facilitado e a sua
imagem mais valorizada face às famílias e também para as escolas que passam a contar com
maiores apoios no desenvolvimento da sua actividade (Davies et al., 1989).
Homem (2002) diz que (…) a família constitui a primeira instância educativa do indivíduo. É
o ambiente onde este desperta para a vida como pessoa, onde interioriza valores, atitudes e
papéis (…).
A família é o primeiro grupo destinado essencialmente ao cuidado da vida, pois é nesse grupo
que os relacionamentos entre pais e filhos permitará ou não uma boa formação de identidade
e auto-estima. Há muito que a família deixou de ser considerada uma instituição que tem
apenas a função de transmitir genes. Espera-se que a criança aprenda a respeitar os direitos e
os sentimentos dos outros através da participação activa da família na sua vida.
No entanto, nos dias de hoje, o conceito de família tem sofrido algumas modificações, a
entrada da mulher no mercado de trabalho, a educação dos filhos ficou cada vez mais ao
cuidado de instituições extrafamiliares, tais como: os berçarios, as creches e os jardins-
deinfância. Com essas modificações, espera-se que a escola assuma, além da função de
desenvolver o potencial da aprendizagem, também a função de educar valores.
Professores:
Freud afirma que, a educação faz parte do grupo das profissões impossíveis. A criança ser
capaz de dominar os seus impulsos é o grande objectivo da educação, para tal o professor tem
de inibir, proibir e reprimir. No entanto, esta repressão acarreta o perigo da doença neurótica.
Deste modo o professor depara-se com um dilema, escolher entre a repressão e a permissão,
estando lúcito que em ambos os casos, afectará negativamente a criança. A única hipótese é o
professor ajudar o aluno a sublimar o maior número possível dos seus desejos e a satisfazer
apenas alguns.
A prática docente depara-se com graves limitações no seu exercício. O professor está
constantemente a ser confrontado com a questão dos limites da sua influência sobre os
alunos. Neste sentido, uma formação profissional adequada não é só por si garantia do
sucesso profissional. Como diz, Philippe Perrenoud o fracasso é constitutivo da profissão
docente, mas o fracasso dos alunos é também o dos professores e do sistema educativo.
Numa profissão técnica, a competência não exclui, nem o erro, nem o sucesso, mas um e
outro são excepcionais. Nas profissões que trabalham com pesssoas é preciso aceitar, como
uma “inevitabilidade”, os semifracassos ou mesmo os fracassos graves.
Freire, afirma que “De nada adianta o discurso competente se a ação pedagógica é
impermeável à mudança”. Para além da redução ao aspecto estritamente pedagógico e
marcado pela natureza política do seu pensamento, Freire, adverte-nos para a necessidade de
assumirmos uma postura vigilante contra todas as práticas de desuminação. Para tal o saber-
fazer da auto reflexão crítica e o saber-ser da sabedoria exercitados, permanentemente,
podem não ajudar a fazer a necessária leitura crítica das verdadeiras causas da degradação
humana e da razão de ser do discurso da globalização.
O professor tem de ter consciência que, quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende
ensina ao aprender, ou seja, ensinar não é só transferir conhecimentos ao outro, não há
docência sem discência, estas explicam-se e apesar de haver dois sujeitos diferentes (aluno-
professor) não se reduzem à condição de objecto, um do outro
Segundo Freire, “É que o processo de aprender, em que historicamente descobrimos que era
possível ensinar como tarefa não apenas embutida no aprender, mas perfilada em si, com
relação a aprender, é um processo que pode deflagrar no aprendiz uma curiosidade crescente,
que pode torná-lo mais e mais criador”. O autor defende que quanto mais criticamente, o
professor, exerça a capacidade de aprender tanto mais se constrói e desenvolve a curiosidade
do aluno. A importância do papel do educador, passa pela tarefa docente não apenas ensinar
os conteúdos mas também ensinar a pensar o certo, por esta razão o professor deve-se tornar
crítico, no sentido de não ser um repetidor cadenciado de frases e de ideias e sim um
desafiador.
53
A actividade do professor, até meados dos anos sessenta, tinha como referência o modelo do
“Bom professor”. Este exercia uma função social transcendente, era um verdadeiro modelo
moral e político, não apenas porque era tomado como um cidadão exemplar, mas também
porque era visto como um sacerdote ao serviço do saber. A sua vida confundia-se com a sua
missão. Ser professor era a manifestação de uma vocação ou missão transcendente, não o
exercício de uma profissão. Esta imagem foi destruída, não apenas pela massificação do
ensino, mas também pelos estudos sociológicos que surgiram no final da década, primeiro em
França, e na década seguinte na Inglaterra e nos EUA. Estes revelaram que os professores
estavam profundamente envolvidos em estratégias de poder, em geral, ao serviço das classes
dominantes.
Nos princípios dos anos 80, a imagem do professor era tudo menos altruísta, os professores
respiravam envolvimento político por todos os poros. As Ciências da Educação não tardaram
em descobrir as lutas internas que percorriam as escolas, onde os ganhos de uns significam
perda para outros. As relações de poder são sempre assimétricas.
É neste contexto, que surge um novo discurso sobre os professores, onde estes são encarados
acima de tudo como profissionais empenhados na defesa do profissionalismo da sua classe. O
profissionalismo passa a ser a solução com a qual se irá resolver a questão do insucesso
escolar, mas para isso é necessário dar aos professores novos direitos e oportunidades para
decidirem sobre o que melhor convém aos seus alunos. Na tentativa de colmatar algum
insucesso escolar os professores baseiam-se no currículo, adaptado ao aluno relacionado com
as suas dificuldades de aprendizagem.
funcionais, linguísticas, éticas, e muito mais. Estas aprendizagens são necessárias para todos
os cidadãos, num determinado tempo e espaço, e que, por isso, vão sendo alteradas à medida
que a sociedade evolui, devem ser garantidas e organizadas pela escola.
Hoje em dia, a diversidade dos alunos com identidades culturais, linguísticas, sociais e de
aprendizagem e participação, muito próprias em meio escolar, obriga a uma abordagem
curricular diferenciada, conceptualizada na acção promotora da escola.
Deste modo, está em causa que as escolas consigam gerir de forma mais flexível o seu
currículo, atendendo às diversidades das crianças e jovens que nela estão inseridos. A
autonomia da escola ou agrupamento facilita o desenvolvimento de medidas de forma
consistente que encaminhem para a construção de uma escola mais inclusiva, visto que, é da
responsabilidade da escola organizar o seu funcionamento com o objectivo de conseguir dar
respostas pedagógicas adequadas às necessidades das aprendizagens dos seus alunos,
garantindo o sucesso escolar de todos. A educação inclusiva pressupõe escolas abertas a
todos, onde todos aprendem juntos, quaisquer que sejam as suas dificuldades, porque o acto
educativo centra-se na diferenciação curricular inclusiva, construída em função dos contextos
de pertença dos alunos, à procura de vias escolares diferentes para dar resposta à diversidade
cultural, implementando uma praxis que contemple diferentes metodologias que tenham em
atenção os ritmos e os estilos de aprendizagem dos alunos (Roldão, 2003).
55
Assim podemos afirmar que a finalidade é que todos os alunos adquirem as aprendizagens
curriculares com uma eficácia que lhes permita assegurar a sobrevivência social e pessoal a
um nível de desempenho sociocultural assegurando a sua autonomia nas actividades do dia-a-
dia, ou seja, a escola e os professores devem poder orientar adequadamente e com sucesso a
construção diferenciada da aprendizagem de cada um, relativamente ao currículo comum,
apontando, na medida do possível, o melhor acesso, de todos à integração plena na sociedade
a que pertencem.
Depressão Infantil:
O termo depressão pode ser um sintoma que faz parte de vários distúrbios emocionais, pode
significar uma sindrome com muitos e variados sintomas somáticos ou significar umadoença
caracterizada por alterações afectivas.
O transtorno depressivo infantil é uma patologia que merece atenção dentro da saúde pública,
devido ao aumento da sua incidência. Esta, tem muitas diversidades e necessita por isso de
ser mais estudada.
nem pode brincar, nem brigar; é uma criança enferma (…). As crianças deprimidas são
tímidas, fogem da companhia dos demais, não jogam, não têm confiança em si mesmas, o
que pode levá-las, inclusive, ao suicídio” (Polaino, 1988).
Desde a década de 1970, quando a DI foi descrita pela primeira vez com critérios e
diagnósticos precisos, há um consenso de que as crianças exibem sintomas depressivos
semelhantes aos dos adultos.
Apenas nos últimos vinte anos surgiram as pesquisas científicas necessárias para
compreender como as crianças passam pela depressão, porque se deprimem e como ajudá-las.
de saúde pública. Segundo esta organização, no ano de 2020, a depressão será a segunda
doença que mais afectará os países desenvolvidos e a primeira nos países em
desenvolvimento. A DI apresenta uma caracterização diferenciada quando é comparada com
a depressão de um adulto, para ser caracterizada é necessário entender o aparecimento dos
sintomas dentro do desenvolvimento da criança. Erik Homburguer Erikson investigou o
desenvolvimento psicossocial das crianças, tinha como objectivo analisar o transtorno
depressivo infantil dentro das fases do desenvolvimento psicossocial. Com este estudo
conclui que quando a criança não passa de maneira satisfatória por cada fase de
desenvolvimento, poderá levar para a vida futura sintomatologias depressivas.
A criança é um ser singular que vai construindo um mundo a partir do seu desenvolvimento
afectivo, directamente relacionado com a interacção que estabelece com os outros indivíduos
e pessoas e do seu desenvolvimento cognitivo, e essas inter-relações ocorrem adequadamente
a partir do instrumental que lhe é fornecido. (Baptista, 1999).
Dessa forma a criança constrói as noções do eu, realidade, espaço e tempo, pilares
fundamentais da existência. Entretanto, somente com o começo do pensamento formal, na
adolescência, é que inicia a construção de projectos existenciais, passíveis de orientar a sua
existência. A dificuldade em estar a desenvolver novas aprendizagens pode ser considerada
um factor importante no desenvolvimento do senso de confiança e auto-estima do
adolescente. Quando o indivíduo não consegue sucesso em diversas áreas da sua vida,
58
A depressão tem muitas denominações que dizem respeito aos seus factores ambientais e
orgânicos. De acordo com a visão orgânica, uma determinada alteração no equilíbrio químico
do cérebro, pode desencadear a depressão. O factor que determina este desequilíbrio no
cérebro, seria uma acção de neurotransmissores, tais como a serotonina, a noradrenalina e a
dopamina, que também são responsáveis pelas emoções e pelos estados de humor.
Segundo Ajuriaguerra (1991) a depressão infantil está associada a uma inibição motora,
ocasionando para a criança uma dificuldade de brincar, executar tarefas ou ocupações. Os
sintomas depressivos também estão presentes nas situações de jogo, no qual a criança usa
expressões como “não sei”, “não consigo”.
Para Andrade (2000) a depressão pode decorrer de vários factores, como um evento
stressante, dificuldades na interacção com outros, no aparecimento de alguma fraqueza, o
acumular de factos desagradáveis ao longo da vida da criança. Esses sintomas apresentam-se
nos factores ambientais da criança.
As crianças sofrem um abalo na auto-estima reforçando a depressão, pois os distúrbios têm
efeito sobre a capacidade cognitiva da criança, diz Castro (2001). O facto de estarem a passar
por problemas como por exemplo brigas, separação, fazem com que os pais, na maioria das
vezes, não atentem para o caminho e a atenção que os seus filhos precisam, não dando conta
que a falta de atenção por parte deles reflectem-se no comportamento da criança através da
agressividade, timidez profunda, isolamento social e baixa auto-estima. Estes
comportamentos podem fazer com que a criança seja descriminada por parte das outras
crianças, e ninguém se apercebe que estes comportamentos podem ser sintomas depressivos.
A mudança de comportamento de uma criança pode estar relacionada com as perdas que ela
poderá sofrer, estando esta mudança, ligada aos sintomas depressivos, já que as situações de
perda podem ser traumáticas para a criança. Principalmente se forem referentes à morte de
um ou ambos os pais, perda de alguém da família que seja muito próximo à criança ou ainda,
a perda de algo que seja muito significativo para ela. A fase mais crítica para a criança sofrer
estes tipos de traumas é a dos 6 meses a 4 -5 anos, onde podem apresentar sintomas de perda
da possibilidade de contacto com o próximo e sentimentos de não mais ser amada.
(Ajuriaguerra, 1991).
59
As crianças, contudo, sentem-se muitas das vezes, magoadas e até inúteis, por algumas
pessoas desprezarem o que estão a sentir e até por muitas vezes, dependendo da situação, não
respeitarem as suas opiniões.
Coimbra de Matos (2001), define a depressão como uma estrutura, situando-se entre a
estrutura neurótica e psicótica. A problemática da depressão, reside mesmo na perda de uma
boa relação com o objecto de amor (mãe ou substituto). Refere ainda como, “o mais lúcido
enunciado da depressão” a carta de Freud a Abraham, em que afirma que a “depressão é a
persistência do investimento inconsciente na representação do objecto”.
Assim como descreve a personalidade depressiva apresentando traços como: baixa auto-
estima; culpabilidade; super-eu severo; vulnerabilidade à perda; tendência à adinamia;
idealização do passado, a economia é depressiva (a criança dá mais amor do que recebe) e
através da identificação imago-imagética, induz a culpa atribuída pelo objecto. A depressão
amorfa caracteriza-se pela queda libidinal, impossibilidade de maturação genital,
dependência afectiva, ou rotura relacional restituída através da somatização e da comunicação
operacional. A depressão narcísia ou de inferioridade vive de sentimentos de inferioridade, da
ruína narcísica, com idealização do outro e desidealização do próprio, presente nas culturas
de êxito. A depressão de culpabilidade ou masoquista reflecte sentimentos de culpa, inflexão
interna da agressividade, com desculpabilização e idealização do objecto, predominando a
projecção das partes boas do Self e introjectando as partes malignas do objecto, presentes em
culturas do pecado.
Existe ainda a depressão psicótica, com perda total do objecto, buraco depressivo, sentimento
de inutilidade do investimento afectivo porque o objecto é sentido como incapaz de se
relacionar, por indiferença, rejeição ou agressividade.
Teresa Ferreira (1993), refere que o núcleo depressivo da criança pressupõe uma
correspondente decepção narcísica da mãe. São características constantes no Eu da criança
em sofrimento depressivo, a esperança libidinal, assim como o desejo de um “encontro”
objectal. A depressão não se manifesta do mesmo modo, de acordo com a idade da criança.
Eduardo Sá (2001), refere que os fetos podem deprimir, devido por exemplo, à ansiedade
maternal na gravidez, pelo atraso no desenvolvimento fetal ou após o nascimento. Clerget
(1999) define que na primeira infância (0 a 2anos) a depressão nos bebés apresenta-se com a
recusa em alimentar-se, atraso no crescimento, no desenvolvimento psicomotor, no atraso da
linguagem e na perturbação do sono. A depressão na idade pré-escolar (2 a 6 anos),
manifesta-se por distúrbios de humor e distúrbio vegetativo. Na idade escolar (6 a 12 anos) a
depressão é manifestada através da tristeza da criança, ansiedade de separação, sintomas
60
Antes dos 6 meses não podemos falar propriamente de depressão, mas de respostas
depressivas. A depressão anaclítica, que se desenvolve a partir do 2.º semestre, é o quadro
mais precoce e mais grave da depressão no bebé pela rotura da relação com o objecto
maternal. A depressão nos bebés não é frequentemente um quadro clínico transitório poderá
traduzir-se mais tarde por uma excessiva dependência de gratificação narcísica exterior e
perda da auto-estima, resultante da necessidade insatisfeita de afecto.
Tarefa 5:
1. Explique como é que o meio físico e afectivo e sua influencia no desenvolvimento das
crianças.
Referências Bibliográficas
COSTA, Sónia Marisa Brandão da. Atitudes dos pais e dos professores face à Depressão
Infantil. Lisboa, 2012. Disponível em www.ht5t5ps://comum.rcaap.pt5>soniacost5a...
Acesso em: 07.08. 2016
A comunicação requer o uso da linguagem, seja qual for a sua forma, verbal ou não verbal,
não existe comunicação sem linguagem mas pode existir linguagem sem comunicação, como
por exemplo, pessoas oriundas de diferentes países que desconhecem a língua uns dos outros.
Quando o código utilizado não é comum ao emissor e ao recetor, seja qual for a linguagem
não há comunicação, no entanto o ser humano que é dotado de inteligência consegue por
vezes captar alguns sinais em situações onde parece impossível comunicar, isto porque é
provido de emoções e sentimentos que se manifestam através de expressões físicas e de
atitudes que podem também funcionar como um código comum.
Temos como exemplo o caso de crianças com paralisia cerebral, as suas capacidades motoras
e de linguagem oral podem estar completamente comprometidas, a comunicação é
extremamente reduzida mas conseguem manifestar o seu bem- estar ou mau- estar, os seu
prazeres, sensações o seu agrado ou desagrado por pessoas, objetos e catividades, que mais
não seja através de um sorriso ou de um olhar.
Como podemos ver em Vygotsky (2007), de acordo com os seus estudos realizados,
compreender as palavras dos outros requer de nós que compreendamos também os seus
pensamentos, o que implica um conhecimento que vai para além do que é dito.
Comunicar é um ato físico, mental, social e emocional. (…) - é coisa digna de nota que não
há ninguém tão embrutecido e tão estúpido… que não seja capaz de combinar diversas
palavras e de compor com elas um discurso, pelo qual exprima os seus pensamentos; isto não
62
acontece com qualquer outro animal, por muito perfeito ou afortunado que tenha sido‖.
(Descartes, s/d).
A Linguagem
A linguagem oral é sem dúvida alguma o que nos caracteriza enquanto grupo dotados de
raciocínio e de emoções, ou seja enquanto humanos, seres únicos no reino animal cuja função
foi referida no ponto anterior, a comunicação.
A linguagem é uma forma de ação sobre o que nos rodeia, uma expressão do
desenvolvimento, uma confirmação da evolução humana ao longo da sua existência, uma
ferramenta de tal maneira importante, capaz de influenciar tomadas de decisão importantes
no rumo da humanidade, através das técnicas de marketing tão importantes hoje em dia na
nossa sociedade.
Numa expressão mais resumida pode dizer-se que a linguagem é a expressão do pensamento
que pode fazer mudar o pensamento.
Uma forma de comportamento usada pelos seres humanos para comunicarem entre si
ideias e emoções (Lavov, 1972) cit. in Lopes, 2008.
O instrumento com qual o homem dá forma ao seu pensamento e aos seus sentimentos, ao
seu estado de ânimo, às suas aspirações, ao seu querer e ao seu atuar, o instrumento mediante
63
o qual exerce e recebe influências, o cimento mais firme da sociedade humana (Hjemslv,
1943) cit. in Lopes, 2008
Depois dos papéis da linguagem, podemos descrever níveis de linguagem e distinguir com
Piaget:
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Estes três níveis não são separáveis na evolução da linguagem da criança, predominando cada
um segundo os momentos, mas é certo que o acesso ao terceiro nível constitui a «finalidade»
da aprendizagem da linguagem.
Fala / Língua
Depois de feita uma abordagem sobre a comunicação e a linguagem, áreas mais abrangentes
far-se-á uma análise sobre duas ferramentas utilizadas para que estas possam existir, a fala e a
língua.
Não é fácil conceber a linguagem sem língua, sendo esta uma característica de cada
comunidade humana, um código dominado por um determinado grupo.
Em todas as sociedades humanas se fala, mas só em algumas se escreve. Este facto diz
respeito ao estado da linguagem ao longo do tempo; por isso o designamos como o da
evolução da linguagem (…).
Todas as crianças aprendem a falar, salvo se portadores de alguma deficiência especial. Mas
só as que vão para a escola é que aprendem a ler e a escrever.
A fala vai sendo adquirida à medida que a criança se desenvolve e interage com o adulto e fá-
lo espontaneamente (…).
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A simples exposição à fala parece ser suficiente para desencadear e sustentar o processo de
aquisição da linguagem falada, ler e escrever, pelo contrário, a mera exposição à escrita não é
suficiente, tem de ser completada por um processo de instrução explícita (…).
A fala tem por objecto o aspecto individual da linguagem. A fala exige, segundo Debrey-
Ritzen e Mattlinger (1979): a utilização dos órgãos fonadores (cavidade bucal, língua, dentes,
lábios, faringe, laringe corda vocais); aparelho respiratório; vias nervosas eferentes motoras
(que levam aos órgãos efectores as ordens necessárias á realização das praxias de fonação; as
áreas corticais e subcorticais motoras e sensoriais relacionadas com a linguagem
(armazenagem de praxias de fonação e gnosias auditivas); as vias nervosas aferentes
sensoriais, sobretudo as auditivas, as visuais e próprioceptivas. Esta é uma abordagem é
psicofísica (…).
A fala, segundo Ajuriaguerra (1983), é o conjunto de sons que tornam a linguagem audível,
confere-lhe a oralidade, pressupões a existência da capacidade de ouvir, um conjunto de
competências: físicas, e até emocionais (em situações de grande stress acontece muitas vezes
a fala ficar afetada).
Para falar é apenas necessário usar e gozar de boa saúde dos aparelhos fonador, aparelho
auditivo e dos processos cognitivos envolvidos, enquanto a língua se torna um processo mais
complexo, é necessário não só dominar a oralidade mas também a escrita e todo conjunto de
normas relacionadas com o léxico e a sintaxe dessa mesma língua.
A língua é uma das características que distingue um país ou uma cultura, mais ou menos
restrita e que geralmente se encontram fundidas estando sempre sujeitas a novas influências,
através da escrita, oralidade ou mesmo da arte.
O Desenvolvimento da Linguagem
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Piaget e Vygotsky, autores que muito contribuíram para o estudo da linguagem, acreditam
que a linguagem ocorre por uma predisposição genética, e actividade cerebral, mas esta
última por si só não basta para justificar um comportamento linguístico, este resulta de um
desenvolvimento cognitivo e de um conteúdo cultural e social em que o sujeito está inserido e
que é decisivo no seu desenvolvimento.
A linguagem é uma competência muito complexa que resulta da articulação entre múltiplos
fatores: processos cognitivos, processo de aprendizagem, hereditariedade, meio socio -
cultural e vivências, é um processo interdependente que favorece a autonomia e evolução do
ser humano.
Adquirir e desenvolver a linguagem significa partir de um ponto onde não existem ainda
conhecimentos linguísticos até ao processo onde estes estão adquiridos e utilizados com
mestria no processo de comunicação e uso da linguagem, oral ou escrita.
O sistema para o desenvolvimento biológico é mais complexo nos primeiros marcos de onde
não podem ser eliminadas etapas, pois cada estágio cria as bases sobre as quais se estruturam
os próximos. Um padrão idêntico de desenvolvimento é sugerido por Piaget para a
inteligência e para o nascimento da linguagem na criança.
determinado pela prática ou exercício, quanto maior for a sua utilização e conhecimento da
mesma maior será a sua mestria, e não pela programação genética. Desta forma, todas as
anomalias relativas a linguagem oral e a sua utilização apenas se explicariam pelo fator
aprendizagem e interação.
No que concerne ao inatismo linguístico, a criança chega a este mundo com uma
predisposição inata o que parece apontar para programações genéticas para determinantes
biológicas da espécie, para adquirir a linguagem. Trás consigo as capacidades que vão
condicionar a aprendizagem e o uso da linguagem, materializada na capacidade para extrair
regras gramaticais do que ouve. A esta capacidade Chomsky chamou dispositivo para
aquisição da linguagem, o qual contempla quer um conjunto de componentes básicas ou
princípios gerais, geneticamente inscritos nos seres humanos, à partida todas as crianças
trazem quando nascem capacidades de desenvolver a linguagem oral.
Ao adquirir a linguagem a criança, num certo sentido, com base na observação, (re) constrói
para si própria a gramática da língua a que é exposta. Tal aquisição é realizada num curto
espaço de tempo, ocorre de modo idêntico com todas as crianças e não está dependente do
nível de inteligência.
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Como é dito por St. Agostinho 1998: - Não foram os mais velhos que me ensinaram a falar…
que, através de um qualquer método, me ensinaram as palavras; mas eu próprio…
memorizando os sons…E assim, ao ouvir constantemente as palavras fui progressivamente
percebendo em que consistiam.
A linguagem escrita é uma função da linguagem que se desenvolve por diferenciação a partir
da linguagem falada (Vygotsky, 1962).
Dado que a linguagem oral emerge não só como uma necessidade de aprendizagem mas
também como uma necessidade social, de comunicar, de informar e ser informado, de
interagir com os pares e com a sociedade.
Relativamente à escrita, Rocha (1999), afirma que, estão envolvidos vários outros sistemas
como: o visual, o auditivo, a motricidade da mão e que a organização funcional para a escrita
é muito variável entre um indivíduo e outro, dependendo de como é realizada a alfabetização.
Relação direta entre os interlocutores; Não pressupõe uma relação direta entre os
Contexto de comunicação conhecido e interlocutores;
partilhado pelos interlocutores;
Contexto de comunicação não partilhado
Regulada pelo desenrolar da dinâmica
entre quem escreve e quem lê.
entre os interlocutores;
A planificação do que se vai dizer não é Não regulada pelo desenrolar da dinâmica
entre os interlocutores;
feita necessariamente à priori;
Sequência de sons produzidos ao longo do Planificação do processo no seu conjunto;
tempo;
Sequência de marcas organizadas no
Transitória, temporal. E utiliza o sistema
espaço;
auditivo.
Permanente, espacial e visual.
desde que o percurso do desenvolvimento da linguagem oral e escrita seja feito sem que
surjam perturbações numa destas áreas.
Dificuldades na Oralidade
Por parte dos encarregados de educação estes problemas são algumas vezes desvalorizados,
achando que serão superados com a entrada na escola, no entanto quando a criança entra na
escola perante situações de novas aprendizagens há uma falta de bases linguísticas que já vão
dificultar estas aprendizagens escolares, daí a importância dos adultos estarem atentos e
serem agentes ativos no desenvolvimento linguístico das crianças.
Sinais de Alerta
d) Quando aos 4 anos produz frases que não se submetem às regras gramaticais;
À medida que cérebro se torna mais estruturado, que o seu pensamento se desenvolve
também a linguagem se vai desenvolvendo, quando isto não acontece e a criança apresenta
dificuldades de linguagem a sua comunicação com os outros torna-se mais difícil, podendo
influenciar as suas relações sociais e comprometer as suas aprendizagens.
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É neste contexto que se pode considerar que uma criança com dificuldades de oralidade é
uma criança com necessidades educativas especiais, provenham de problemas cognitivos,
funcionais, emocionais ou na formação do aparelho fonador.
1. Perturbações de Linguagem/SLI
Tipo Expressivo: em que a rececção da mensagem chega ao ouvinte tal como foi enviada
pelo emissor, não há qualquer problema de audição nem de descodificação da mensagem. O
problema surge quando o detentor desta problemática se transforma em emissor, não
conseguido por vezes estruturar a frase a nível morfológico, lexical ou de sintaxe;
Esta problemática no início tende a confundir-se com atraso de linguagem e estas crianças, tal
como as crianças com atraso de linguagem, necessitam de um maior período de tempo para
realizarem aquisições, são criança que nomeiam menos (Leonard et al., 1982) e que entre os 6
e os 9 anos apresentam um atraso de dois anos em relação a crianças da sua idade
relativamente à utilização de pedidos indiretos (Prinz e Ferrier, 1983).
2. Dificuldades de linguagem
Uma vez que a linguagem se inclui no desenvolvimento global do individuo onde inúmeras
funções se encontram interligadas (físicas, neurológicas, emocionais, cognitivas e sociais),
algumas destas funções acabam por influenciar o desenvolvimento ou o domínio da
linguagem oral.
Neste caso as dificuldades de linguagem podem ser originadas por uma perturbação a outro
nível:
Deficiência mental;
São mais facilmente diagnosticadas por terem origem noutras problemáticas que não são
específicas da linguagem, no entanto o termo dificuldades de linguagem é o mais abrangente
e todos condicionam a comunicação e consequentemente as aprendizagens, são excluídos
apenas os casos de dificuldades de linguagem provenientes de deficiência mental, surdez e
outras deficiências auditivas.
3. Atrasos de Linguagem
O atraso de linguagem diz respeito a um retardamento das várias fases ao longo da dimensão
cultural ou seja ao logo do tempo, verifica-se quando uma criança demora mais tempo a falar
ou tem um vocabulário menos desenvolvido em relação a crianças da sua idade.
Este atraso pode, geralmente, ser recuperado e, por si só não implica que não se venha a
atingir o nível de excelência ao alcance do desenvolvimento normal.
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Estes problemas têm origem, geralmente, na falta de estimulação, como foi dito
anteriormente, ou a doenças infantis ou ao simples fato de cada criança necessitar de um
tempo diferente, sendo umas mais rápida que outras.
O atraso de linguagem pode consistir apenas numa questão de uma personalidade mais
introvertida, ou timidez.
Esta situação acaba por se resolver de forma muito mais simples, quase sempre sem recurso a
terapia da fala, bastando um pouco mais de atenção ou estimulação por parte do adulto ou
fomentar a interação com outras crianças.