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Circ1 Cap4
Circ1 Cap4
INDUTÂNCIA E CAPACITÂNCIA
4.1. Indutores
λ = Nφ (1)
Em um indutor ideal, o enlace de fluxo é diretamente proporcional à corrente que flui pelo dispositivo.
Portanto, pode-se escrever:
λ = Li (2)
Na equação (2), vê-se que um incremento em i provoca um correspondente incremento em λ. Este in-
cremento em λ produz uma tensão na bobina de N espiras. Pela lei de Faraday:
dλ d di
v= = ( Li ) v=L (3)
dt dt dt
O símbolo do indutor e convenção tensão−corrente que satisfaz a equação (3) estão mostrados na figu-
ra a seguir. Com um aumento de i, uma tensão é gerada nos terminais do indutor; a polaridade é tal que
esta tensão se opõe ao crescimento de i (lei de Lenz).
i
v L
Se a corrente i é constante, da equação (3), conclui-se que v = 0. Portanto um indutor comporta-se co-
mo um curto-circuito para uma corrente contínua.
Circ1_Cap4.doc IV-1
4.1.2. Variação de i × Variação de v
Um indutor de 1 H percorrido por esta corrente apresenta em seus terminais uma tensão v dada por:
di di ⎪
v (t ) = L = = ⎪⎨ a para 0 < t < 1 a
dt dt a
⎪
⎪⎩0 para t > 1
a
0 1
t (s)
a
Se a cresce, i varia mais rapidamente e v se torna maior. Se esta relação for levada ao limite, pode-se
dizer que, se a −1 → 0 (a → ∞), a corrente i varia instantaneamente de 0 para 1 A. Em geral, qualquer mu-
dança instantânea na corrente exige que uma tensão infinita seja aplicada aos terminais do indutor. Uma
tensão infinita, por sua vez, exige uma potência infinita nos terminais do indutor, o que é fisicamente im-
possível. Então, mudanças instantâneas de corrente através de um indutor são impossíveis. Portanto:
Para se determinar a corrente i(t) em função da tensão v(t), deve-se integrar a equação (3). Obtém-se:
1 t
L ∫−∞
i(t ) = v (t )dt (5)
i (t ) =
1
L (∫
−∞
t0 t
t0 )
v (t )dt + ∫ v (t )dt =
1 t0
∫
L −∞
1 t 1 t
v (t )dt + ∫ v (t )dt = ∫ v ( t )dt + i (t0 )
L t0 L t0
(6)
−∞ −∞ −∞ dt −∞ 2 2
Circ1_Cap4.doc IV-2
Como i(−∞) = 0, tem-se:
1
ω L = L[i (t )]2 (7)
2
A equação (7) mostra que ωL ≥ 0. Portanto, como a energia é sempre positiva, o indutor é um elemento
passivo.
a) Em série
L1 L2 Ln v = v1 + v2 + … + vn
+ − + − + − di di di
v1 v2 vn
v = L1 + L2 + … + Ln
dt dt dt
i
di
v = ( L1 + L2 + … + Ln ) (8)
+ − dt
v
Leq di
v = Leq (9)
dt
+ −
v
n
Leq = L1 + L2 + … + Ln = ∑ Li (10)
i =1
b) Em paralelo
+ i = i1 + i2 + … + in
1 t 1 t 1 t
i v i1 L1 i2 L2 in Ln i (t ) = ∫ vdt + ∫ vdt + … + ∫ vdt
L1 −∞ L2 −∞ Ln −∞
−
⎛1 1 1 ⎞ t
i (t ) = ⎜ + + … + ⎟ ∫ vdt (11)
⎝ L1 L2 Ln ⎠ −∞
Circ1_Cap4.doc IV-3
Para o circuito equivalente a seguir, tem-se:
1 t
i
+
v Leq
i (t ) =
Leq ∫
−∞
vdt (12)
Exemplo 1: Calcule a corrente em um indutor de 0,5 H, para 0 ≤ t ≤ 2 s, se i(0) = 0 e a tensão nos seus
terminais está mostrada no gráfico a seguir.
v (V)
5
⎧5 V para 0 < t < 1 s
v (t ) = ⎨
⎩ −5 V para 1 s < t < 2 s
0 1 2 3 4
t (s)
−5
0,5 0 0,5 0
i(1) = 10 × 1 = 10 A
0,5 1 0,5 1
⎧10t A para 0 ≤ t ≤ 1 s
i (t ) = ⎨
⎩(20 − 10t ) A para 1 s ≤ t ≤ 2 s
Um capacitor é um dispositivo de dois terminais constituído por dois corpos condutores (placas) sepa-
rados por um material isolante (dielétrico). Por causa do dielétrico, as cargas elétricas não podem se mo-
ver de uma placa para outra, por dentro do dispositivo. Devem, portanto, ser transportadas entre as duas
placas, através de um circuito externo conectado aos terminais do capacitor. Um capacitor de placas para-
lelas está mostrado na figura a seguir.
q = Cv (14)
dq d dv
= (Cv ) i=C (15)
dt dt dt
O símbolo do capacitor e convenção tensão−corrente que satisfaz a equação (15) estão mostrados na
figura a seguir. Evidente que movendo uma carga ∆q da placa inferior para a placa superior, na figura a-
cima, esta se torna positiva em relação à inferior (sentido convencional de corrente).
i
v C
Se a tensão v é constante, da equação (15), conclui-se que i = 0. Portanto um indutor comporta-se co-
mo um circuito aberto para uma tensão contínua.
v (V)
⎧0 para t < 0
⎪
1
v (t ) = ⎪⎨bt para 0 < t < 1
b
⎪
⎪⎩1 para t > b
1
0 1
t (s)
b
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A tensão v é aplicada aos terminais de um capacitor de 1 F. Portanto, ele será percorrido por uma cor-
rente i dada por:
dv dv ⎪⎪
i (t ) = C = = b para 0 < t < 1 b
dt dt ⎨ b
⎪
⎪⎩0 para t > 1
b
0 1
t (s)
b
Se b cresce, v varia mais rapidamente e i se torna maior. Se esta relação for levada ao limite, pode-se
dizer que, se b −1 → 0 (b → ∞), a tensão v varia instantaneamente de 0 para 1 V. Em geral, qualquer mu-
dança instantânea na tensão exige que uma corrente infinita flua pelo capacitor. Uma corrente infinita, por
sua vez, exige uma potência infinita nos terminais do capacitor, o que é fisicamente impossível. Então,
mudanças instantâneas de tensão nos terminais de um capacitor são impossíveis. Portanto:
Para se determinar a tensão v(t) em função da corrente i(t), deve-se integrar a equação (15). Obtém-se:
1 t
C ∫−∞
v (t ) = i (t )dt (17)
v (t ) =
1
C (∫
−∞
t0 t
t0 )
i (t )dt + ∫ i (t )dt =
1 t0
∫
C −∞
1 t 1 t
i (t )dt + ∫ i (t )dt = ∫ i( t )dt + v (t0 )
C t0 C t0
(18)
t t t dv t 1 1
ωC = ∫ p(t )dt = ∫ v (t )i (t )dt = ∫ vC dt = C ∫ vdv = C [v (t )]2 ⎦⎤ −∞ = C{[v (t )]2 − [ v ( −∞ )]2 }
t
−∞ −∞ −∞ dt −∞ 2 2
1
ωC = C [v (t )]2 (19)
2
A equação (19) mostra que ωC ≥ 0. Portanto, como a energia é sempre positiva, o capacitor é um ele-
mento passivo.
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4.2.5. Associação de Capacitores
a) Em série
⎛ 1 1 1 ⎞ t
Cn ⎟⎠ ∫−∞
+ − v (t ) = ⎜ + +…+ idt (20)
v ⎝ C1 C2
+ −
v
b) Em paralelo
Circ1_Cap4.doc IV-7
Comparando as equações (23) e (24), tem-se:
n
Ceq = C1 + C2 + … + Cn = ∑ Ci (25)
i =1
Exemplo 3: Um capacitor de 0,25 F é percorrido pela corrente i(t) mostrada no gráfico. Calcule a tensão
nos instantes:
a) t = −4 s b) t = −1 s c) t = 1 s
i (A)
⎧0 para t < −10 s
⎪
⎪⎪(−1, 25t − 12,5) A para − 10 s < t < −2 s
5
−10 −2 0 2
i (t ) = ⎨5t A para − 2 s < t < 0
t (s)
⎪2,5t A para 0 < t < 2 s
⎪
⎪⎩0 para t > 2 s
−10
1 −10
0, 25 ∫−∞
v(−10) = 0dt v(−10) = 0
Para −10 s ≤ t ≤ −2 s
1 t 5 2 t
∫ ∫ ∫ t ⎤⎦ − 50 t ]−10
t t
v(t ) = − − + − = − − + = −
t
( 1, 25 t 12,5) dt v ( 10) 5 tdt 50 dt 0
0, 25 − 10 − 10 − 10 2 −10
Para −2 s ≤ t ≤ 0
1 t 20 2 t
∫ 5tdt + v(−2) = 20∫ tdt − 160 =
t
v(t ) = t ⎤ − 160
0, 25 −2 −2 2 ⎦ −2
v(t ) = 10[t 2 − (−2) 2 ] − 160 = 10t 2 − 40 − 160
v(t ) = (10t 2 − 200) V
v(0) = 10(0) 2 − 200 v(0) = −200 V
Para 0 ≤ t ≤ 2 s
1 t 10 t
∫ 2,5tdt + v(0) = 10∫ tdt − 200 = t 2 ⎤⎦ − 200
t
v(t ) =
0, 25 0 0 2 0
Circ1_Cap4.doc IV-8
Exemplo 4: Dado v1 (t ) = 3e −2.10 t V , calcule:
4
+
20 mH 30 mH v1 60 nF 80 nF 120 nF
−
v2 v3
+ − + −
25 mH 20 mH 1 kΩ
d
i (t ) = 100.10−9 (3e −2.10 t ) = −6.10−3 e−2.10 t V
4 4
dt
di d
v2 (t ) = −20.10 −3 = −20.10−3 (−6.10−3 e −2.10 t ) = −20.10−3 × 120e −2.10 t
4 4
dt dt
−2.104 t
v2 (t ) = −2, 4e V
v3 (t ) = 6e −2.10 t V
4
− + Leq = 20 + 20 + 40 = 80 mH
i
+ Req = 1, 0 + 0,5 = 1, 5 kΩ
v1 100 nF
−
80 mH 1,5 kΩ
dt
vS (t ) = 3e−2.10 t − 9e −2.10 t + 9, 6e −2.10
4 4 4
t
vS (t ) = 3, 6e −2.10 t V
4
Circ1_Cap4.doc IV-9
4.3. Regime Permanente em CC
Se as únicas fontes independentes em um circuito são de cc, então, transcorrido um tempo, todas as
correntes e tensões estabilizam em valores constantes. Neste caso, se diz que o circuito está em regime
permanente cc.
Evidentemente, num regime permanente cc, os indutores são como curto-circuitos (suas tensões são
nulas) e os capacitores são como circuitos abertos (suas correntes são iguais a zero). Portanto, o problema
de determinar correntes e tensões em regime permanente cc é o de resolver circuitos resistivos com fontes
constantes.
+ − S
vC iL
5Ω i2 4Ω i1 2Ω 3A
i3
Em t = 0 −
+ − 2
vC(0−) iL(0−) iL (0 − ) = 3 iL (0− ) = 1 A
5Ω 4Ω 2Ω 3A
2+4
vC (0 ) = −4iL (0− ) = −4 × 1
−
vC (0 − ) = −4 V
Em t = 0 +
vL(0+)
0,5 F
− 3H + iL (0+ ) = iL (0 − ) iL (0+ ) = 1 A
+ −
vC(0+) iL(0+) vC (0 + ) = vC (0− ) vC (0 + ) = −4 V
5Ω 4Ω 2Ω
i3(0+)
i2(0+) i1(0+)
i1 (0+ ) = −iL (0+ ) i1 (0+ ) = −1 A
S
iR +
iL 1
4A 3H vC F 5A
27
−
Em t = 0 −
30 Ω
iL (0− ) = 5 A
+
iL(0−) vC(0−) 5A vC (0 − ) = 30iL (0 − ) = 30 × 5 vC (0 − ) = 150 V
−
Em t = 0 +
30 Ω
+ iR(0+)
+
iL (0+ ) = iL (0 − ) iL (0+ ) = 5 A
vC (0 + ) = vC (0− ) vC (0 + ) = 150 V
1
4A vL(0+) 3H vC(0+) F 5A
27
−
− iL(0+) iC(0+)
iR (0+ ) = 4 − iL (0 + ) = 4 − 5 iR (0+ ) = −1 A
Dois circuitos são ditos duais se as equações de malha que descrevem um deles tem a mesma forma
matemática das equações nodais que descrevem o outro. Se cada equação de malha de um dos circuitos
for numericamente igual à correspondente equação nodal do outro, os circuitos são ditos duais exatos.
Determina-se as equações de malha (ou nodais) para o circuito. Após, troca-se as variáveis i’s por va-
riáveis v’s (ou v’s por i’s), obtendo-se as equações nodais (ou de malha) do circuito dual exato. A partir
das equações, constrói-se o circuito dual.
Circ1_Cap4.doc IV-11
Exemplo 7: Construa o circuito dual do seguinte circuito.
3Ω 8F Equações de malha:
⎧ di1 di2
⎪⎪3i1 + 4 dt − 4 dt = 2 cos 6t
+
2 cos 6t V i1 4H i2 5Ω
−
⎨
⎪−4 di1 + 4 di2 + 1 t i dt + 5i = 0
⎪⎩ dt dt 8 ∫−∞
2 2
2 cos 6t A 3S 8H 5S
Equações nodais
5Ω 3H 2F 4F Equações de malha:
+
⎧i2 − i1 = 10
5V
−
i1 10 A i2 6H i3 5Ω ⎪
⎪5i1 + 3 di1 + 1 i2 dt + 6 di2 − 6 di3 = 5
t
⎨ dt 2 −∞∫ dt dt
⎪ di di 1
⎪−6 2 + 6 3 + ∫ i3 dt + 5i3 = 0
t
⎩ dt dt 4 −∞
⎧v2 − v1 = 10
⎪
⎪5v1 + 3 dv1 + 1 v2 dt + 6 dv2 − 6 dv3 = 5
t
dt 2 ∫−∞
← Equações nodais
⎨ dt dt
⎪ dv dv 1
⎪−6 2 + 6 3 + ∫ v3 dt + 5v3 = 0
t
⎩ dt dt 4 −∞
Circuito dual:
10 V 6F
v1 v2 v3
− +
5A 3F 5S 2H 4H 5S
Circ1_Cap4.doc IV-12