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1 Verificação Da Aprendizagem - Práticas de Oralidade.
1 Verificação Da Aprendizagem - Práticas de Oralidade.
Numa pesquisa realizada por Magalhães e Lacerda (2019) com 35 professores e professoras de várias
disciplinas do Ensino Fundamental e Médio participantes de um curso de extensão intitulado
“Letramentos e práticas escolares”, realizado pela da Universidade Federal de Juiz de Fora durante o
ano de 2017, foram feitas algumas perguntas aos docentes sobre oralidade. A primeira delas
solicitava aos professores que apresentassem sua compreensão acerca das “práticas de oralidade na
escola”. As respostas podem ser visualizadas abaixo em porcentagem:
Fonte: MAGALHÃES, Tânia Guedes; LACERDA, Ana Paula de Oliveira. Concepções e práticas de oralidade
na escola básica na perspectiva dos docentes. Periódico Horizontes – USF – Itatiba, SP – Brasil – 2019.
Por mais que ainda seja predominante essa adesão dicotômica (e arcaica) da relação fala-
escrita, há estudiosos como Marcushi (2007) que não aceitam tal primazia e afirmam que
“[...] não há razão alguma para desprestigiar a oralidade e supervalorizar a escrita.” Pois
“Ambas têm um papel importante a cumprir e não competem.” (p.15), ainda segundo o autor,
ambas as modalidades são consideras pares de um mesmo sistema – a língua. Sendo assim,
não são dois sistemas distinto, mas sim realizações de um mesma sistema linguístico, ou seja,
é incorreto afirmar que a escrita e a fala são fenômenos separados, ao contrário, devem ser
considerados indissociáveis pois estão num continuum de diferenças e semelhanças.
Essa relação intrínseca está presente no sistema linguístico por meio da gradação que faz o
uso dos inúmeros gêneros textuais presentes na língua, é possível ver essa relação – fala-
escrita – evidente através da realização de atividades que contemplem um contínuo de textos
orais e escritos, tais como: a oralização da escrita, retextualização, editoração e etc. Cabe
ressaltar também que as análises não precisam ser de apenas uma categoria de texto, posto
que as práticas sociais – letradas e orais – que englobam a ordem do continuum são diversas,
por exemplo, pode-se ser posto em questão desde os gêneros informais (como: carta(s),
conversação, telefonema, SMS(s) e etc) até os gêneros formais (como: e-mail(s), aula,
seminário, documento(s) e etc).
Em suma, a pesquisa realizada por Magalhães e Lacerda (2019) nos permite refletir o quanto
a supremacia da escrita e os estereótipos atribuídos a fala afetam e estigmatizam até mesmo a
perspectiva daqueles que tem como função perpetuar o ensino e a educação para futuros
cidadãos letrados, visto isso, é notável que o ensino da língua (como já mencionado) ainda se
dá do ponto de vista formal de aprendizagem, onde, infelizmente não há o equilíbrio das
modalidades devido ao grafocentrismo estrutural presente na sociedade.
Por isso, é imprescindível delimitar o real valor da língua e coloca-la em questão como
verdadeiramente se constitui, seja oral ou escrita, o papel da língua é intrinsecamente ligado
as organizações sociais presentes em uma determinada sociedade, posto isso, é importante
concluir que a fala e a escrita possuem valores empíricos iguais (embora não reconhecidos)
que se desenvolvem através de práticas sócio-culturais específicas as quais mesmo que se
realizem com diferentes recursos são concomitantemente frutos de um mesmo sistema
linguístico.
Em uma outra pesquisa, desta vez realizada por Carvalho (2016), a autora traz o relato de um
trabalho de retextualização realizado com estudantes do 7º ano de uma escola pública da cidade de
São Francisco do Maranhão:
Levando em conta que toda produção de texto deve partir do texto para o texto, foi
apresentado à turma um texto motivador do gênero resumo de texto explicativo, intitulado
Construção de estrada, adaptado de slides extraídos de
http://home.furb.br/erwin/estradas/resumo_estradas.pdf, ocasião em que foi feita a leitura oral pela
professora-pesquisadora, leitura silenciosa pelos alunos, discussão coletiva e consulta ao dicionário.
Para cada aluno, utilizamos uma ficha, na qual fizemos o registro (digitado) dos textos
transcritos, bem como dos textos escritos resultantes das retextualizações do oral para o escrito.
(...)
Fonte: CARVALHO, Isabel Maria Soares da Costa. Anais do V COGITE – Colóquio sobre Gêneros & Textos, 2016.
2. Novamente considerando as leituras e discussões realizadas na nossa disciplina, analise a
prática da docente no que se refere, entre outros aspectos, ao trabalho com a retextualização,
destacando os “pontos fortes” dessa prática e, se for o caso, outras ações que poderiam torná-
la mais significativa. Se possível, faça sua análise em 02 (duas) laudas.
Resposta 2º:
Além disso, através da passagem da oralidade para escrita é possível estabelecer propostas
didáticas imprescindíveis para o ensino da língua, dado que, por meio da análise linguística
dos textos sejam orais ou escritos, os alunos terão uma maior absorção do conteúdo e gênero
trabalhado em sala, uma vez que será aprimorada competências (escrita, oral, leitura)
essenciais para o desenvolvimento do letramento e oralidade.
Critérios de avaliação