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Outubro/Novembro 2021

MANIFESTO CONTRA OS ATAQUES DOS GOVERNOS E


POR UMA NOVA DIREÇÃO PARA O SEPE

GOVERNOS ATACAM A EDUCAÇÃO E O FUNCIONALISMO


A situação das e dos profissionais da educação não está nada fácil. Desde o início da pandemia,
sofremos com a sobrecarga de trabalho imposta a partir do “ensino híbrido” e, com a volta das aulas
presenciais, estamos sujeitas a protocolos sanitários insuficientes, nos expondo ao risco de
contaminação pela Covid-19. Esses problemas se somam, ainda, às perdas salariais que atingem boa
parte da categoria, pois estamos com o salário congelado e somos massacrados com o aumento brutal
do custo de vida. Na rede estadual estamos há 7 anos sem reajuste.

Os principais responsáveis por este cenário que vivemos são os governos: Bolsonaro e Mourão,
Claudio Castro, Eduardo Paes e todos os demais prefeitos, pois são eles que elaboram e aplicam os
planos de ajuste que massacram a nós e a toda a classe trabalhadora.

DIREÇÃO DO SEPE NÃO RESPONDE À ALTURA


Mas entendemos que as direções da nossa classe também possuem responsabilidade por essa
situação que vivemos. A maioria da direção do SEPE, por exemplo, não tem cumprido o seu papel, que
é mobilizar a categoria para enfrentar os ataques dos governos. Passaram mais de um ano, desde o
início da pandemia no Brasil, sem realizar manifestações ou protestos, alegando que a pandemia
impedia tais ações.

Depois, mesmo com o retorno do trabalho presencial nas escolas, não realizaram visitas à base
para saber quais são os reais problemas sentidos pela categoria. Insistiram em uma greve pela vida sem
mobilizações e sem vincular a pauta da greve às demandas econômicas, resultando em um movimento
fragmentado, que sequer paralisava as atividades e desarticulou completamente a categoria. Um
exemplo disso são as assembleias virtuais realizadas pela direção do SEPE, espaços burocratizados e
antidemocráticos, onde a base da categoria não pode se expressar livremente nem fazer suas propostas.
A DITA “OPOSIÇÃO” É CORRESPONSÁVEL PELO AJUSTE
Os ataques que nossa categoria sofreu no último período não param por aí. Recentemente, foi
aprovado o “pacote de maldades” no Rio de Janeiro, um grave ataque aos servidores do estado. Entre
as medidas aprovadas estão a imposição de um teto de gastos, uma reforma da previdência (com
aumento da idade mínima e da contribuição dos trabalhadores) e o fim dos triênios para os novos
servidores. Um ataque que se insere na mesma lógica da reforma administrativa, que, hoje, o governo
Bolsonaro tenta aprovar com o apoio do Congresso Nacional. Aqui no RJ, o ataque aos servidores foi
promovido pelo governador bolsonarista, Claudio Castro, e pelo presidente da ALERJ, André Ceciliano,
do PT, pois este foi o responsável por liderar as negociações e a aprovação do projeto na assembleia.
Da mesma forma, a Prefeitura do Rio, de Eduardo Paes, aprovou um pacote parecido.

PRECISAMOS REERGUER A LUTA DA CATEGORIA


Novamente, a direção do SEPE não esteve à altura. Em vez de apostar no caminho das lutas, com
assembleias presenciais, dialogando e mobilizando a categoria a partir do chão da escola e convocando
paralisações e protestos, essa direção escolheu concentrar as ações na pressão aos parlamentares e em
negociar emendas nos gabinetes. O argumento utilizado é que precisavam “reduzir os danos” do pacote,
porém não impediram que os danos para os servidores fossem enormes. A melhor forma de impedir
danos teria sido dar um giro completo às bases das escolas para organizar fortes protestos. O SEPE é o
sindicato que possui a maior base dentro do funcionalismo do Estado; com uma forte mobilização, a
votação desse pacote poderia ter acabado com um resultado diferente.

O SEPE PRECISA MUDAR!


É urgente que a gente construa uma nova direção, capaz de colocar o sindicato no trilho das lutas
e mobilizações:

- Por um sindicato democrático, construído junto à sua base e no qual a categoria possa expressar
suas demandas sem limitações. Dessa forma, defendemos também a realização de assembleias
presenciais, com todos os protocolos, onde não haja restrição aos debates e às propostas da
categoria.
- Por um sindicato com transparência, para que a base tenha acesso à prestação de contas e que
os recursos sejam utilizados para a luta, como no caso do fundo de greve.
- Por um sindicato com total independência política em relação a todos os governos, que construa
junto à categoria as lutas pelo enfrentamento aos governos e às suas medidas que atacam o
conjunto dos trabalhadores e que esteja distante da conciliação e das negociações de gabinete.

A partir deste manifesto, fazemos um chamado a todas e todos os militantes que queiram se unificar
em torno dessas pautas e batalhar por uma nova direção para o SEPE. Lançamos também um
chamado aos setores políticos que compõe a articulação Povo na Rua e a CSP-Conlutas para darmos
juntos essa batalha contra a burocracia sindical no SEPE e mobilizar a base da categoria para
enfrentar os governos e conquistar Reajuste Salarial.

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