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ENEPEX ENCONTRO DF ENSINO, PESQUISA E EXTINSAO 8° ENEPE UFGD * 5° EPEX UEMS O FORMALISMO INTEGRAL PARA UM VOLUME DE CONTROLE, Gean H. Sabino Freitas’; Flavio S. Michels*; Wilson E. Passos* “Académico do curso de Engenharia Civil (UNIGRAN). *Doutorando em Cigneias e Tecnologia (UFGD) *Docente do Curso de Engenharia Civil, (UNIGRAN). RESUMO © presente trabalho consiste em uma revisio bibliogréfica da formulagao integral para a dindmica de um fiuido considerando um volume de controle. Esta formulagiio pode ser representada de forma geral pelo teorema do transporte de Reynolds. Foi feita uma demonstragio detalhada do teorema do transporte obtendo uma expresso genérica que desereve todas as propriedades da dindmica de um fluido. Em seguida, esse teorema foi aplicado as leis bisieas da fisiea, onde foi possivel obter expresses matemiticas para cada uma destas leis. Essas formulagdes permitem caleular diversas propriedades do fluido. Pode-se, existir diversas utilizagées, das quais dependem fundamentalmente do teorema do transporte de Reynolds, sendo por isso, essencial o conhecimento da origem das formulagdes, provocando um desencadeamento de ideias e auxiliando na incorporagao de importantes conceitos da dinamica dos fluidos em geral, fomecendo recursos para novos aprendizados embasados nos tépicos a serem expostos, Palavras-Chave: Teorema do Transporte de Reynolds, Fendmenos de Transportes, Mecanica dos Fluidos. INTRODUCAO As implicagdes para obter o entendimento do real conceito do teorema do transporte decorrem da interpretagio de alguns conceitos fisicos sobre as propriedades dos fluidos, como quantidade de movimento linear, quantidade de movimento angular, termodinémica e conservagio da massa. Dependendo das condigdes em anélise do fluido, cada propriedade é aplicada de acordo com o contexto (OLIVEIRA, 2013). Dessa maneira, a finalidade desse trabalho ¢ aplicar algumas leis fisicas de conservagao na situagao em que um fluido sofie um dado deslocamento considerando um volume de controle, através de uma demonstracio explicativa de cada lei fisica aplicada ao teorema de Reynolds. MATERIAL E METODOS Foram utilizados livros de abrangéncia ampla e especifica, tratando da mecénica dos fluidos, onde 0 teorema do transporte de Reynolds & comumente aplicado, e dos fendmenos dos transportes em geral. As observagdes e consideragdes realizadas tornam- se pertinentes para um trabalho de revisdo, Além de livros, artigos também serviram de instrumento, pois por meio deles, foram encontradas aplicagdes gerais da mecanica dos fluidos, @ implicitamente relacionados com teorema, servindo de base a efetiva organizagao do trabalho (VERTCHENKO; DICKMAN; FERREIRA, 2009). Comegando por uma analise cautelosa da parte tedriea, sendo relevante importincia recursos graficos na visualizaglo do escoamento e determinagio do volume de controle © as superficies de controle, foi feita uma dedugdo do teorema, para compreender a origem da formula, e suas implicagdes fisicas: A conservacao da massa, a segunda lei de Newton e as leis da termodinamica foram aplicadas, com o fim de demonstrat a real utilizagao da dedugao em alguns conceitos fisicos cléssicos. RESULTADOS E DISCUSSAO © teorema do transporte de Reynolds, dado um volume de controle em um intervalo de tempo definido, é uma das maneiras de caleular a variagao total da massa, do momento linear, do momento angular, da energia intema ou da entropia. Por meio da adogio de um N arbitrario para quaisquer das leis da fisica, e um 1) dependente, isto é uum termo relacionado a propriedade do sistema e proporcional a uma pequena variagio de massa ou volume, 0 N correspondente é: Noise = Sugg, OM = Sosge MPAY Eq. 1 A definigao de diferencial pelo limite permite a visualizagao do movimento do sistema conforme o fluxo. Lembrando que o volume de controle é tratado aqui como oreo fixa. Portanto, adotando como estado inicial (to) o de coincidéneia entre 0 volume de controle eo sistema, ¢ tp + At como o estado sem coineidéneia, encontra-se a variagiio da propriedade extensiva em diferentes instantes, da entrada e saida do a volume com 0 deslocamento do sistema em relagao a0 vohime de controle (FOX; MCDONALD, 1998). Veja a figura 1. Figura 1, Em (a - b) O volume de controle e o sistema coincidem no instante tp. Com fy +At, o sistema varia devido ao escoamento do fluido e 0 volume de controle imovel, independente do fluido. ~Neceg Nilegtae agsat ea — fin gyag EO + Lge an ae > limye0 ea ae 2 Soc nod = Limp MB =f, np |7|cos e|dal . Naleo+ae 7 Al > — limgeo G2 = Soo, 2? |V|cos ala] or IN ” Figura 2. No primeiro caso (a), para a superficie de controle 1, @ maior que 7/2, na entrada do volume de controle. Em (b) di é perpendicular & superficie de controle /J1, em que a & 0 Angulo entre o vetor velocidade de uma particula também qualquer e o vetor dA. a © que 0 teorema propés ¢ uma maneira viével, com termos reais em dadas condigdes de escoamento uniforme ter uma nova visio para o sistema, Entio para uma projeco maxima de dd em V, | |cosa|dA| € 0 produto escalar V. dA (figura 2): ai a cas ae =F fh cnodv + f,-upi.dd Eq.2 ae Apesar de um teorema aparentemente intrincado, é na realidade simples. O lado esquerdo da equacdo representa um parimetro, e a sua variagao nfo necessariamente coincide com o volume de controle, podendo ter uma variagao de massa, momentos ou de energia, Cada um dos casos é visualizado adiante. No lado direito, 1 é a propriedade N em massa, com dA positivo no momento de saida, ¢ negativo no momento de entrada do fluido na poredo considerada, de forma que para o volume, o liquido esta sem vazio, mas o sistema varia (MUNSON; YOUNG; OKIISHI, 2004) © TEOREMA DO TRANSPORTE APLICADO A CONSERVACAO DA MASSA A chamada equagio da continuidade é aplicdvel, por exemplo, ao determinar 0 tempo necessério para encher um tanque de liquido, a taxa de vazio. No teorema do transporte de Reynolds, a propriedade extensiva em questo é a massa, por conseguinte, a propriedade intensiva 7 tem o valor 1, para que a variagaio com o tempo de Mgise 10 volume de controle seja coerente, Visto que a igualdade é zero, pois em um regime permanente as propriedades sio constantes (MUNSON; YOUNG; OKIISHI, 2004) aya Tay 7% 5 FSicedv + fopV.dd=0 Bg 3 Do arranjo, se obtém que a variagdo nula da massa é a soma da mesma no Sycedv + f,.pV¥.da volume de controle ao seu fluxo na superficie de controle © TEOREMA DO TRANSPORTE APLICADO A SEGUNDA LEI DE NEWTON No teorema do transporte de Reynolds, denota-se que N é a propriedade extensiva onde € locada a lei em questio, ¢ a sua variagao é a somatoria das forgas resultantes, sendo entGo interligada com 0 momento linear. A somatéria das forgas sobre o sistema € em definicao, pelo teorema, igual a sobre o volume de controle, pois so considerados no tempo coincidente. Para ) = V (LIVI, 2004): a ang ee ae LP == Zhe V ody + f,.Ve(V.dd) Eq.4 A substituigio no teorema (Eq. 4) mostra a forga no sistema igual ao momento linear no volume de controle somado ao presente na superficie de controle. © TEOREMA DO TRANSPORTE APLICADO AO MOMENTO ANGULAR A segunda lei de Newton é deserita em relagio a0 momento linear, mas em mnuitas situagdes, como em turbinas ou bombas, onde hi eixos, é utilizado 0 conceito de torque (JM) que é basicamente a tendéncia de rotagao em relacdo a um eixo onde ha a aplicagdo da forga com # designando o vetor posi¢ao. Logo, da propriedade extensiva N =f ea propriedade intensiva (lembrando da correspondéncia implicita para a massa dentro do proprio teorema) se torna somente = 7 X V (FOX; MCDONALD, 1998). 0 processo é 0 seguinte: a xP)=“ 5M S,cl# XV) paw + f,(F X V)o(¥.dd) Eq. Entio, 0 torque no sistema, é igual (como o esperado) ao momento angular no 2% volume considerado e a sua agio na superficie do mesmo, © TEOREMA DO TRANSPORTE APLICADO A PRIMEIRA LEI DA TERMODINAMICA A variagao diferencial da energia no sistema € dada pela soma da ener entrada ou saida e 0 trabalho do sistema sobre a vizinhanga ou da vizinhanga sobre o sistema, convertendo © sinal de acordo com as situacSes. Convencionando para uma energia de entrada, e para um trabalho do sistema sobre a vizinhanea e N = Eyise € 1 = ¢ (LIVI, 2004) Hogg = Ta aro AY + og #07.) Fa. 6 Isto é, a energia dentro do sistema corresponde a presente no volume de controle ea passando pela superficie de controle, © TEOREMA DO TRANSPORTE APLICADO A SEGUNDA LEI DA TERMODINAMICA A quantidade de calor transferida a um sistema com temperatura T & maior ou igual a0 grau de desorganizagio do sistema (entropia AS): a Com © teorema do transporte de Reynolds, N =S e 7 =. Apresenta-se, respectivamente, a entropia na massa do fluxo na superficie de controle e a presente no volume de controle em dado instante (FOX; MCDONALD, 1998). Assim, definindo or para a superficie de controle ¢ =", sendo 0 fluxo calor/temperatura sobre uma determinada area’ as} a — Fl. Re | sodve | solV.ta) ~ oa a Sead <> fs pdv + f,-sp(¥.dA) Eq.7 E obtido como resultado, que a entropia no sistema ¢ maior ou igual ao calor transferido a superficie de controle, com temperatura T, CONCLUSAO O trabalhou apresentou de forma detalhada todas as dedugdes para a dinimica de um fluido em um volume de controle, ele se mostra de grande valia para auxiliar estudantes de engenharia (ZINANT; FREY, 2007), REFERENCIAS FOX, R. W.; MCDONALD, A. T. Introducéto 4 mecanica dos flidos. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Cientificos, 1998. p. 64-69. LIVI, C. P. Fundamentos de Fenémenos de Transporte. Rio de Janeiro: LTC — Livros Técnicos e Cientificos, 2004. p. 66-68. MUNSON, B. R.; YOUNG, D. F.; OKIISHI, Theodore H.; Fundamentos da Mecénica dos Fiuidos. 4Ed, Sao Paulo: Editora Edgard Bliicher Ltda, 2004. p. 163-171. VERTCHENKO, L.; DICKMAN, A. G.; FERREIRA, J. RF, Transferéneia de fuido por meio de um siffo vs. Aplicagao da equacao de Bernoulli. Revista Brasileira de Ensino de Fisica, Belo Horizonte, v. 31, 0. 3, p. 1-2, 2009. ZINANI, F.; FREY, S. Galerkin Least-Squares Solutions for Purely Viscous Flows of Shear-Thinning Fluids and Regularized Yield Stress Fluids. J. of the Braz. Soc. Of Mech. Sci. & Eng. Porto Alegre, v. XIX, n. 4, p. 443, 2007. OLIVEIRA, V. F. Um estudo sobre a expansio da formaco em engenharia no Brasil. Revista de Ensino de Engenharia, v. 32, 0.3, p. 37-39, 2013. a

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