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AS CARACTERÍSTICAS DO AMOR EM 1 CORÍNTIOS 13

Um senhor de bastante idade chegou a um consultório médico, pra fazer um


curativo em sua mão, na qual havia um profundo corte.
E muito apressado pediu urgência no atendimento, pois tinha um compromisso.
O médico que o atendia, curioso, perguntou o que tinha de tão urgente pra fazer.
O simpático velhinho lhe disse que todas as manhãs ia visitar sua esposa que estava
em tratamento numa clínica, com mal de Alzheimer em fase muito avançada.
O médico, preocupado com o atraso do atendimento, disse:
– Então hoje ela ficará muito preocupada com sua demora?
O velhinho respondeu:
– Não, ela já não sabe quem eu sou. Há quase cinco anos que não me reconhece
mais.
O médico então questionou:
– Mas então para que tanta pressa em vê-la todas as manhãs, se ela já não o
reconhece mais?
O velhinho então deu um sorriso e, batendo de leve no ombro do médico,
respondeu:
– Ela não sabe quem eu sou… Mas eu sei muito bem quem ela é!
O médico teve que segurar suas lágrimas enquanto pensava.
O verdadeiro AMOR não se resume ao físico, nem ao romântico…
O verdadeiro AMOR é a aceitação de tudo que o outro é…
De tudo que foi um dia… Do que será amanhã… e do que já não é mais!

INTRODUÇÃO

A Descrição mais simples da Bíblia Deus, é a descrição que "Deus é amor" (1


João 4:16). O amor é a manifestação mais abençoado do caráter de Deus. João
continua, "e quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele" (v. 16). Portanto,
a descrição mais simples e mais profunda do caráter cristão também é o amor.
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A palavra amor está profundamente desgastada. John Mackay afirma que uma
das principais artimanhas do maligno é esvaziar o conteúdo das palavras. Se existe
uma palavra que foi esvaziada, distorcida, e adulterada em seu significado é a
palavra amor. Amor tornou-se símbolo de paixão, de sexo, sobretudo, de intercurso
sexual fora do casamento. Esse tipo de amor tem trazido ódio, desgraças, divisões,
lares arruinados e enfermidades.
É trágico que em muitas igrejas, como em Corinto, o amor que é fundamental
para o caráter cristão não caracteriza muitos dos irmãos. O amor estava faltando em
Corinto. Os dons espirituais estavam presentes (1:7); doutrina correta para a maior
parte estava presente (11: 2); mas o amor estava ausente. Ao longo da história, parece
que a igreja tem encontrado dificuldades para ser amorosa. É mais fácil ser ortodoxo
do que ser amoroso, e mais fácil de ser ativo no trabalho da igreja do que ser amoroso.
No entanto, a característica suprema que Deus exige de Seu povo é o amor.
O décimo terceiro capítulo de 1 Coríntios pode ser, do ponto de vista literário,
a maior passagem Paulo escreveu. Entre muitas outras coisas, ele tem sido chamado
o hino de amor, uma interpretação lírica do Sermão do Monte e as bem-aventuranças
com música.
Ao contrário do nosso português amor, nunca se refere ao amor romântico ou
sexual. Nem se refere a um mero sentimento, uma sensação agradável sobre algo ou
alguém. Nem Ágape significa caridade, um termo que os tradutores da Bíblia ARC e
que em português tem sido associado apenas com a doação para os necessitados.
Este capítulo é em si mesmo a melhor definição de ÁGAPE .
Os vv.4-7 contrastam o amor com as atitudes egoístas dos coríntios. Eles eram
impacientes, invejosos em relação aos dons e orgulhosos (cf. 4:8; 5:2; 8:1, 2). Os mais
ricos maltratavam os menos favorecidos nas reuniões da Ceia (cf. 11:17-34). Eles eram
injustos e egoístas (por exemplo, ao processarem judicialmente os menos favorecidos
e ao insistirem em participar das festas nos templos, cf. 6:1-8; 8:1-10:33). As divisões
na igreja certamente produziam ira e rancor (cf. 1:10; 3:1-3; 11:17-20). O v.7, “[O amor]
tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”, é um retrato às avessas da igreja de
Corinto.
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AS CARACTERÍSTICAS DO AMOR ÁGAPE (Amor de Deus)

1. O AMOR É PACIENTE
literalmente, “o amor age com paciência”. Significa “ser longânimo, “pensar
longamente antes de dar lugar à ação ou à paixão”; “o espírito permanente que nunca
desiste”, “O homem que possui amor... não vive perdendo sua paciência”. O amor
não faz retaliações. Montague comenta que “este é o tipo de paciência que Jesus
demonstrou em sua paixão. Ela não significa apenas ocultar uma ira interior debaixo de uma
aparência bondosa: ela vem do coração. O amor nunca se torna amargo”. Calvino diz que
esta paciência “promove a paz e a harmonia na igreja”.
O amor paciente pode suportar o mal, a injúria e a provocação, sem estar cheio
de ressentimento, indignação ou vingança. Ele faz a mente estar firme, dá-lhe poder
sobre as paixões furiosas e a supre com paciência perseverante, que espera e deseja
a restauração de um irmão, em vez de romper em ressentimento por causa de sua
conduta. Ele tolerará muito desprezo e negligência da pessoa que ela ama e esperará
por muito tempo para ver os efeitos amáveis de tal paciência sobre ela.
Você é paciente ou se irrita com facilidade? Você domina a ira ou é dominado
por ela? Ser paciente não é deixar de enxergar os próprios erros e os do próximo, mas
passar por cima deles, dando tempo para que haja arrependimento. Quem ama não
faz justiça com as próprias mãos, antes espera que o opressor se arrependa. O amor
se alegra não em punir, mas em perdoar. O amor vence a vingança.

APRENDEMOS A PACIÊNCIA

Um jovem cristão foi visitar outro amigo idoso e lhe pediu: “Você poderia orar
para que eu seja mais paciente?” Então eles se ajoelharam juntos e o homem começou a
orar: “Senhor, manda tribulações a este jovem pela manhã; envie-lhe tribulações à tarde,
envie-lhe…”
Então o jovem deixou escapar as palavras: “Não, tribulação não! Eu pedi
paciência”. O amigo sábio disse: “Eu sei, mas é através da tribulação que aprendemos a
paciência.”
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A natureza humana caída nos faz rápidos para a raiva, nos faz coléricos. Não
precisamos fazer força para nos irarmos, mas para ter paciência é necessária uma
força contrária à nossa própria natureza.
“Há ocasiões em que Deus nada pede de seus filhos, exceto silêncio, paciência e
lágrimas”. Charles Seymour Robinson
Warren Wiersbe disse que: "O amor se eleva acima das coisas insignificantes e é
generoso na forma como trata os outros. É fácil "amar" quando as pessoas são amáveis, mas
como é difícil amar quando elas, de uma forma ou de outra, nos atacam ou ferem. Pense na
paciência de Cristo com Pedro, depois de Pedro por vezes ter pecado contra Ele, e você terá
alguma ideia do que isso significa. O amor não só pacientemente suporta os erros, mas atua
positivamente em atos de bondade".
Assim, prossigamos para a virtude que faz par com a paciência, isto é, a
benignidade. Mas antes, uma pergunta: O Seu Amor é Paciente?

2. O AMOR É BONDOSO
literalmente, “o amor age com bondade”. Significa “ser gentil e gracioso”,
“demonstrar bondade”, “alguém que se oferece para servir outros com graça e
disposição”. Barrett diz que a bondade “é a contrapartida positiva da paciência; o amor
faz o bem para aquele que lhe causa dano”. Ser bondoso é “responder com o mesmo coração
generoso e perdoador que Deus nos mostrou em Cristo (Ef 4:32)”. Orígenes dizia que isto
significa que o amor é "doce para todos". Jerônimo falou do que ele chama "a bondade"
do amor. A bondade dos cristãos do segundo século era tão marcante que Tertuliano
relata que os pagãos os chamavam de (‘feitos de gentileza ou bondade’), em vez de
(‘cristãos’)”.
Não havia nenhum homem mais religioso que Filipe II da Espanha, e,
entretanto, foi o fundador da Inquisição espanhola e pensou que estava servindo a
Deus aniquilando àqueles que pensavam de maneira diferente à sua. O amor é
benigno, amável, generoso; cortês e serviçal. Ela busca ser útil; e não somente
aproveita oportunidades para fazer o bem, mas faz o bem. Essa é a sua qualidade
geral.
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A RECOMPENSA DE FAZER O BEM

Um comerciante rico de Nova York, retornando à casa numa tarde fria,


encontrou na soleira da porta uma criança pobre, descalça e banhada em lágrimas.
Seu coração ficou cheio de compaixão. Tomou-a, alimentou-a e vestiu-a, e,
juntamente com um cesto de alimentos e um cobertor, mandou-a para casa, dizendo-
lhe que viesse a ele sempre que necessitasse de alimento, roupa ou combustível.
A mãe, que era viúva, sentiu-se confortada, e sempre que a pobreza a atingia demais,
a criança ia à casa do comerciante.
Um dia chegou chorando amargamente. Sua mãe havia morrido e ela não tinha
ninguém que lhe valesse senão o bom comerciante. Este fez o enterro da pobre
senhora e levou a filha para casa até que pudesse escrever aos parentes, porque a
mãe se casara contra a vontade dos pais e estava deserdada. Os parentes então a
tomaram do comerciante. Com o correr dos anos, sobreveio um infortúnio ao homem
que havia sido misericordioso. A morte de seus familiares e a quebra financeira
deixaram-no na pobreza e ao desamparo. Finalmente teve de ficar na rua.
Um dia sofreu um acidente e foi levado para o hospital. Isso foi noticiado pelos
jornais, que fizeram um resumo de sua vida e infortúnio. Uma bondosa senhora leu
a notícia e dirigiu-se para o hospital de Nova York, para junto do leito do pobre e
velho homem.
A princípio ele não reconheceu nela a pequena que outrora ele auxiliara. Ela
havia recebido boa educação, casara-se e vivia na abastança. Nunca esquecera seu
primeiro benfeitor, mas não conseguira relembrar os seus traços até o momento em
que leu a notícia no jornal. Levou-o para casa e cuidou dele durante o resto dos dias
de sua vida, como se fosse o seu próprio pai.

A bondade existente no coração sobe até o rosto e imprime ali sua beleza. “A
bondade de Deus é a raiz de toda bondade; e a nossa bondade, se temos alguma, origina-se em
Sua bondade”. William Tyndale
Jesus nos ensina sobre o amor bondoso do Pai: “Amai, pois, a vossos inimigos, e
fazei bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do
Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus.” Lc 6:35
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O homem na sua natureza pecaminosa, prefere o mal ao bem, prefere viver no


pecado do que na santidade, prefere as obras da carne e não o fruto do Espírito, a
morte e não a vida, as trevas e não a luz, ser bondoso para si mesmo e não ao
próximo.

3. O AMOR NÃO INVEJA OU NÃO É CIUMENTO


Invejar é “ferver de inveja” ou de ciúmes.
Aqui é o primeiro de oito descrições negativas do amor. O amor não é
ciumento. Amor e ciúme são mutuamente exclusivos. Onde um está, o outro não
pode estar. Shakespeare chama o ciúme da "doença verde". Ele também tem sido
chamado de "o inimigo de honra" e "a tristeza dos tolos." Jesus se referiu a ele como
"um olho mau" (Mt. 20:15). Já ouviram falar que a inveja MATA?
Em Provérbios 27:4, a inveja é colocada como sendo pior que o furor e a ira;
em Jó 5:2 é descrita como algo que leva à morte.

A COBRA E O VAGA LUME


Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um vagalume que só vivia para
brilhar. Ele fugia rápido com medo da feroz predadora e a cobra nem pensava em
desistir. Fugiu um dia e ela não desistia, dois dias e nada…
No terceiro dia, já sem forças o vagalume parou e disse à cobra:
– Posso fazer três perguntas?
– Não costumo abrir esse precedente para ninguém, mas já que vou te comer mesmo,
pode perguntar…
– Pertenço a sua cadeia alimentar?
– Não.
– Te fiz alguma coisa?
– Não.
– Então por que você quer me comer?
– PORQUE NÃO SUPORTO VER VOCÊ BRILHAR...
A inveja ou ciúmes em Corinto contribuía para a divisão que havia entre eles
(cf. 3:3). Este pecado alimentava a competição entre os membros e entre seus
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partidos. Desse modo, poderíamos traduzir ou parafrasear esta frase como “o amor
não é partidarista” ou “o amor não procura competir com o outro”. Os coríntios usavam
os dons espirituais para competirem entre si, e não como meios de graça para
promover a unidade e a edificação da igreja.
Calvino chama este tipo de inveja ou ciúmes de “a semente de todas as contendas”
e acrescenta que “quando a inveja reina, onde cada um deseja ser o primeiro, ou assim
parecer, não há lugar para o amor”.
“A inveja tortura as afeições, incomoda a mente, inflama o sangue, corrompe o coração,
devasta o espírito; e assim se torna, ao mesmo tempo, torturadora e carrasco do homem”.
Thomas Brooks
Crisóstomo disse: “Assim como a traça corrói a roupa, a inveja consome o homem”.
Já para William Plumer: “Não existe paixão pior do que a inveja”.
Adam Clark diz que a pessoa que tem ágape: “Não é triste porque o outro possui
uma parcela maior de bênçãos terrenas, intelectuais ou espirituais. Aqueles que têm este amor
puro se regozijam tanto na felicidade, quanto na honra e no conforto dos outros, como se
fossem deles mesmos. Eles estão sempre querendo que os outros sejam preferidos antes deles".
O ciúme invejoso é totalmente o contrário disso, como bem exemplifica John
MacArthur: "O ciúme, ou inveja tem duas formas. Uma forma, diz: "Eu quero o que a
outra pessoa tem'. Se eles têm um carro melhor do que o nosso, nós o queremos. Se
eles são elogiados por algo que eles fizeram, queremos o mesmo ou ainda mais para
nós mesmos. Este tipo de inveja já é ruim o suficiente. Mas a pior espécie diz: 'Eu
gostaria que eles não tivessem o que eles têm' (Mt 20:1-16). O segundo tipo de ciúme é
mais egoísta, é desejar o mal para alguém. É o mais profundo, corrupto e destrutivo
nível de ciúme. Este é o ciúme que Salomão descobriu na mulher que fingia ser mãe
de uma criança. Quando seu filho recém-nascido morreu, ela secretamente trocou o
bebê pelo de uma mulher que estava com ela. A verdadeira mãe descobriu a que

4. O AMOR NÃO SE VANGLORIA


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o verbo quer dizer “gabar-se”, “vangloriar-se”; o verbo descreve “alguém que


fala demais e que age de modo presunçoso”. O amor não procura chamar a atenção
para si, não quer ostentar seus dons, capacidades ou realizações.
O amor não se ufana. A palavra “ufanar”, nesse texto, significa cheio de vento.
Tem gente que parece um balão, cheio de vaidades. E como um poço de vaidades.
O verdadeiro amor está sempre mais impressionado por seu próprio pouco
valor que por seu próprio mérito. Winston Churchill disse: “Não conheço nenhum caso
de algum homem que tenha aumentado sua dignidade vangloriando-se dela”. Para
Spurgeon: “A verdadeira conversão dá força e santidade ao homem, mas nunca lhe permite
vangloriar-se”.
A pessoa que tem o ágape não está preocupada em demonstrar conhecimento,
nem chamar a atenção para si mesma, ela anda na contramão dos desígnios e desejos
da natureza humana. John Piper diz: "Todos nós gostamos de ser tidos além daquilo que
somos. Nós gostamos de ser admirados. Nós gostamos quando as pessoas percebem os nossos
sucessos e não veem as nossas falhas. Nós gostamos quando ouvimos as pessoas dizerem coisas
boas sobre nós. Mas não gostamos quando as pessoas zombam, criticam, riem de nós ou nos
humilham”.
Há também formas mais sutis, refinadas, 'aceitáveis' de expressar o nosso
orgulho, como fazer com que a conversa gire em torno de nós e sobre o que nós temos
feito, ou ainda mais sutilmente quando ficamos constantemente falando sobre as
nossas feridas ou tristezas, e sobre como coisas más têm ocorrido conosco. A
autopiedade e a ostentação são as duas formas de orgulho: uma é o orgulho no
coração dos fracos, e a outra é o orgulho no coração do mais forte".
MacArthur diz que: "Quando a pessoa que ama tem sucesso, ela não se vangloria
disso. Ela não se gaba. O amor não faz desfile de suas realizações. A vanglória é o outro lado
do ciúme. A inveja é querer o que a outra pessoa tem. A vanglória é tentar fazer com que os
outros fiquem com inveja do que temos. O ciúme coloca os outros para baixo; a vanglória nos
eleva”.
Você conhece alguém que usa do seu conhecimento, dos seus cursos, da sua
formação, da sua inteligência, da sua profissão, dos seus diplomas, da sua cultura
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para mostrar, claramente, ou veladamente que é melhor que os demais? Você


conhece alguém que se ufana, que se gloria por amar? Alguém que sempre está
falando que ama os outros e que você quase nunca, ou nunca vê os frutos deste amor?
Você conhece alguns desses tipos? Você é um desses? O Seu Amor se Ufana?

5. O AMOR NÃO SE ORGULHA


De acordo com a Organização Mundial da Saúde, as doenças do coração são
as que mais matam no mundo. A OMS afirma que o alto índice de mortes é
decorrente do fato de que as doenças do coração são silenciosas, sendo que a
primeiro sintoma já é a lesão em órgãos alvos, como o coração, o cérebro e o rim.
Assim como as doenças do coração são letais para o corpo humano, o pecado do
orgulho espiritual é letal para o Corpo de Cristo e para o desenvolvimento cristão.
Paulo já havia expressado a mesma ideia em 8:1-3 (cf. 4:6, 19; 5:2). O verbo para
“orgulhar-se” significa literalmente “encher-se de ar”, “inflar-se”. A ideia é a de
alguém que age com arrogância, que se ensoberbece. No caso dos coríntios, essa
arrogância pode ter origem em seu suposto status social ou espiritual, ou no
“conhecimento”.
O orgulho é um mal epidémico. Ele está em todo lugar e se manifesta de
muitas maneiras. Por mais que odiemos admitir todos nós temos orgulho — todos,
sem exceção.
Andrew Murray disse que o orgulho é "a raiz de todo pecado e de todo mal". Ele
estava certo — o orgulho é o começo de todo pecado.
Foi o orgulho que transformou anjos em demônios; é a humildade que faz homens serem
como anjos. Agostinho
O orgulho é o pecado mais antigo do universo e não demonstra sinais de estar enfraquecendo
com a idade. J. Blanchard
Um dos problemas com o orgulho é que o enxergamos facilmente nas outras
pessoas, mas temos dificuldade em ver em nós mesmos. O pior é que nenhum de nós
está livre dos efeitos do orgulho. Embora ele se apresente de formas e em
intensidades diferentes, ele contamina todos.
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C. S. Lewis escreveu sobre a capacidade que o orgulho possui para destruir a


verdadeira comunhão: “O Orgulho é essencialmente competitivo... enquanto outros vícios
são competitivos somente, por assim dizer, por acidente. O Orgulho não se contenta em apenas
possuir uma coisa, mas somente em possuir mais do que a outra pessoa”.
“Há grande perigo quando um coração orgulhoso encontra-se com lábios bajuladores”. John Flavel

O missionário William Carey foi um dos maiores missionários e certamente


um dos maiores linguistas que o mundo conheceu. Traduziu ao menos partes da
Bíblia a não menos de trinta e quatro linguagens índias. Começou sua vida como
sapateiro. Quando chegou à Índia foi olhado com desgosto e desprezo. Uma vez
durante um jantar, um esnobe, com o desejo de humilhá-lo, disse num tom que todos
pudessem ouvir: "Creio, senhor Carey, que uma vez você trabalhou como sapateiro."
"Não, senhor", respondeu Carey, "não como sapateiro, só como remendão." Nem
sequer pretendeu dizer que tinha feito sapatos, só que os remendava. Ninguém gosta
da pessoa "importante". O homem "vestido de uma pequena e breve autoridade"
pode ser um espetáculo lastimoso.
Este pecado do orgulho transformou miríades de anjos de luz em legiões de
demônios sombrios, e, por isso, eles foram lançados para baixo do Céu ao abismo do
Inferno. O orgulho faz com que um membro de Cristo leve sobre si a horrível imagem
do Diabo! Nada dá um tal semblante infernal a um espírito de inclinação celestial
quanto o pecado do orgulho, a semente da antiga serpente, a abominação infernal.
Abominável é ao Senhor todo arrogante de coração; é evidente que não ficará impune.
O orgulho precede a destruição; a arrogância precede a queda. Pv 16.5,18.
Quando vem o orgulho, chega à desgraça, mas a sabedoria está com os humildes. Pv 11.2
Hodge comenta: "a arrogância é a raiz da vanglória. Qualquer pessoa que tenha uma
opinião elevada de si mesmo é apta a ser arrogante e desejar o louvor. O Amor por outro lado
é modesto e humilde, é modesto porque é humilde”.
O orgulho é um pecado tão abominável, que tomemos posição com toda a
nossa força contra ele, ou antes, que nos oponhamos a ele e o destruamos; sejamos
fortes no Senhor e na força do Seu poder.
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Quem somos nós para acharmos que quaisquer dos dons naturais que temos,
nossa aparência, linhagem, nome, sobrenome, recursos, etc. nos fazem melhores do
que os outros? O amor jamais se ensoberbece porque sabe que tudo o que tem, tem
porque vem de Deus; aquele que ama, com o amor de Deus, usa o que tem para o
bem do seu irmão. Aprendamos com Jesus, que nunca inflou o Seu peito para parecer
melhor do que os outros, mas que deixou tudo para se parecer com os que
precisavam e precisam Dele; aprendamos com Ele, que nunca se ensoberbeceu,
Como disse Paulo: "De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em
Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas
esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E,
achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de
cruz" (Fp 2:5-8) . "Pois todo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será exaltado"
(Lc :14:.1) O Seu Amor Se Ensoberbece?

CONCLUSÃO

Como podemos descrever as virtudes do amor? Nesse mais importante texto


sobre o amor, o apóstolo Paulo nos oferece uma completa definição. Primeiro, o amor
é conhecido por aquilo que ele é: o amor é paciente e benigno. Segundo, o amor é
conhecido por aquilo que ele não faz: o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não
se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura seus interesses, não
se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça. Terceiro, o amor
é conhecido por aquilo que ele faz: o amor regozija-se com a verdade. Quarto, o amor,
também, é conhecido por aquilo que ele é capaz de enfrentar na jornada da vida: o
amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Finalmente, o amor é conhecido
pela sua indestrutibilidade: o amor jamais acaba; mas havendo profecias,
desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará. O amor é a
maior das virtudes, o maior dos mandamentos, o cumprimento da lei de Deus. O
amor é a maior evidência de maturidade espiritual, a mais eloquente comprovação
do discipulado e a garantia mais sólida da genuína conversão.

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