Vocação = Identidade, Natureza e Propósito da Igreja
Fundação = esforço repetitivo, em que você tem que bater em
uma estaca no mesmo lugar várias vezes até que não haja mais recalque, até que ela chega em um ponto em que ela não avança mais é sinal que ela encontrou terreno sólido. A carta de efésios é o evangelho da Igreja no aspecto daquilo que fundamenta a identidade, a natureza e o propósito. Paulo quando chama de vocação ele diz que somos vocacionados, predestinados por Deus a cumprir uma vocação. Esse tema predestinação é um tema que acabou indo por um viés dogmático. A igreja foi tratar do assunto predestinação para fazer juízo de quem vai para o céu e quem não vai, e não tem nada mais fora do caráter de um predestino. Então nada do que Deus fez foi para resolver em juízo quem merecia o céu e quem não merecia. Deus não fez nada para no fim ter um tribunal de quem era merecedor do céu ou não. Tudo que Deus fez foi conforme um propósito eterno. Então o nosso predestino é cumprir esse propósito na terra. Então a predestinação não tem a ver com quem vai para o céu. A predestinação tem a ver em cumprir o propósito de Deus na terra. Nós temos um destino a cumprir na terra. Céu não é destino... Terra é Destino. Ninguém vai para o céu. Porque céu não é lugar para ir. Céu é lugar para onde a gente volta depois de ter cumprido o destino. Então céu é de onde nós viemos e é isso que Paulo explica na carta aos efésios: “Nós fomos gerados na eternidade como Filhos de Deus, viemos a terra cumprir um destino como Jesus cumpre seu destino e volta para o Pai. Assim como ninguém vai para o inferno... Porque inferno também não é destino... Porque a Bíblia diz que até o inferno vai ser lançado no lago de fogo. Então existe a casa de Deus que é para onde os filhos voltam depois de terem cumprido o destino na terra e no quintal da casa tem um lago de fogo, onde vão ser julgados o inferno e as almas desobedientes, os demônios, aí o lago de fogo é destino. Então o inferno não é o lugar para onde as pessoas vão. O inferno é onde elas estão por não conhecer a verdade... E o destino da Igreja é entrar no inferno e libertar aqueles que estão no inferno porque não conhecem a verdade e só estão no inferno porque não sabem que são filhos. Então inferno é a vida que todo ser humano vive na ignorância do seu destino. Então quem não conhece o seu destino na terra já está no inferno. As portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja. Por isso inferno é o lugar para onde a igreja vai e de onde ela sai. Então a porta do inferno é um entra e sai da igreja. E os demônios ficam tudo doido porque eles não têm controle da porta do inferno porque a Igreja entra e sai a hora que ela quiser. Então a igreja tem a responsabilidade entrar no inferno libertar àqueles que só estão no inferno por ignorância e libertá-los dessa ignorância cumprindo seu destino na terra. Aí quem se rebela contra isso e quiser continuar no inferno o dia que o inferno for lançado no lago de fogo, todo mundo que não quis sair do inferno, vai para o lago de fogo junto com o inferno. Então não é uma questão de juízo é uma questão de consciência de justiça. O destino da Igreja não é fazer juízo é fazer justiça. Nós não estamos aqui para resolver quem vai quem não vai. Nós estamos aqui para revelar “quem é”. É uma missão de consciência! No texto de efésios Paulo ora pela primeira vez, ele fala da Igreja ela fala: “Eu sei do amor que vocês já têm da fé que vocês têm”. Então há um determinado nível de fé na igreja e há um determinado nível de amor, mas Paulo continua orando por essa igreja que não está sem fé e nem amor, mas ele diz essa igreja precisa ser iluminada no seu entendimento. Então nosso empenho aqui é em oração, à luz da Palavra de Deus termo iluminado nosso entendimento. Então a Igreja está padecendo de maturidade, na plena consciência da sua vocação. Então Paulo diz eu oro para que sejam iluminados no vosso entendimento para que vocês possam receber espírito de sabedoria e de revelação. Então não é simplesmente a informação, mas é a informação carregada de revelação e revelação acerca das riquezas da nossa vocação. Então muitas vezes a Igreja não conhece o que ela já é e nem o que ela já tem para cumprir a sua vocação. E muitas vezes a igreja que não tem essa consciência de quem ela já é e por ser quem ela é e já tem para cumprir a sua vocação ela ainda é uma igreja infantilizada se esforçando para ser quem ela não é e ter o que ela ainda não tem. Então há um risco de a Igreja por falta de revelação ser uma Igreja que mesmo sendo filha como Paulo diz lá em gálatas, ela ainda pensa como servo. Aí ela pensa a partir da sua necessidade a sua carência e não à partir da sua identidade e vocação. E aí quando não entendo minha vocação mesmo eu tendo algum amor e alguma fé, esse amor ainda está atrelado ao que é necessário e ao que é importante e não relacionado ao que é essencial. E quem vive do que é necessário e importante vive ainda de uma conveniência. Porque quem trabalha pelo que é necessário e pelo que é importante trabalha por interesse e quem trabalha por interesse não trabalha por amor. Então nós não estamos aqui para fazer nem o que é necessário e nem o que é importante. Nós estamos aqui para comunicar a nossa consciência que nós temos da essência de Deus que nós representamos. Então a fé não é para eu ter aquilo que não tenho e nem para me tornar aquilo que não sou. A fé é para conseguir entregar o que eu sou ofertando tudo o que eu tenho. Então a fé não é para eu receber, a fé é para sacrificar. A fé é a consciência daquilo que nós já recebemos e que nos dá a condição de ser Cristo, Aquele que oferta, aquele que entrega. De modo que essa é a nossa identidade, portanto a nossa natureza e esse é o nosso propósito. Então quando estamos falando de vocação, estamos falando de Identidade, Natureza e Propósito. Paulo depois repete essa oração só que de modo mais subjetivo: Portanto estou orando agora para que vocês sejam fortalecidos no seu homem interior. Então a nossa maturidade vem da nossa consciência de homem interior que é a nossa essência. Uma convicção de interioridade, uma convicção de identidade absoluta em Deus. Paulo continua dizendo que vocês estejam arraigados em amor, ele não diz apoiado, ele diz enraizados. De modo que amor não é aquilo que eu conto da parte de Deus porque é necessário e importante, amor é a substância da qual eu sou feito. Por isso eu posso apresentar defeitos, mas eu sou perfeito. Eu só vou conseguir lidar com os meus defeitos se eu tiver uma consciência de ser perfeito... porque eu estou enraizado em amor. Então as minhas crises vão ser enfrentadas com convicção de quem eu já sou e não com a expectativa de quem eu gostaria de ser. De modo que eu posso ter 66defeitos, mas eu sou cheio de convicção porque eu sou enraizado em amor. E Paulo diz que quando eu fosse feito de amor esse conhecimento vai fazer com que eu possa ser cheio da inteira plenitude de Deus. Então meu senso de interioridade é um senso de plenitude, de perfeita identidade com Deus. Por isso não é Deus “com”, é Deus “em”. Eu não sou um devoto de Deus fora, sou um conhecedor de Deus “em”. Nós não viemos aqui para fazer culto, nós só viemos aqui para ter comunhão. O culto pode ser um coletivo de “eu”, cultuando a divindade, mas a comunhão é uma comunidade de nós. Então nessa consciência de interioridade, identidade natureza e propósito, nós vamos poder compreender a altura, a largura, o comprimento e aí tem o quarto elemento, quem estudou um pouco de geometria, física, nós temos o R4. O R3 é o universo das coisas mensuráveis, visíveis, altura, largura e comprimento, mas aí Paulo fala de uma quarta medida que é a profundidade. E profundidade é a interioridade, não é a medida mensurável é a medida da intensidade. Então no meu homem interior eu vou conhecer Deus intensamente como Ele é e não apenas como Ele pode... Não é o conhecimento das medidas mensuráveis de Deus, não o reconhecimento do seu poder da sua capacidade, mas é o conhecimento da sua natureza. Com a queda do homem, ele deixou de perceber o subjetivo absoluto e passou a perceber só o aparente relativo... Então nós temos uma tendência de avaliar pelo objetivo pelo que é aparente, mas o aparente é relativo... O que é absoluto é o subjetivo. É a interioridade. Por isso que Deus é Espírito e importa que aqueles que o conhecem, conheçam em espírito e verdade. Por isso que somos fortalecidos no homem interior. Mas nós temos uma dificuldade de entender isso. Por exemplo: Essa mesa aqui é concreta ou abstrato? Concreto. Por que que é concreta? Porque ela tem altura, largura e comprimento, ela é tangível e mensurável. Quanto tempo você daria para essa mesa? 1000, 500 anos... 100 anos ... então como é que eu chamo algo concreto uma coisa que não vai durar nem 100 anos. Uma das características dessa mesa é que ela é efêmera, passageira. Como é que o concreto pode ser passageiro? Então se a mesa é concreta, espírito é o que? Então porque que temos dificuldade com espiritualidade? Porque no fundo ela é para nós abstrato. E ela é abstrato porque ela não é tangível a partir dos nossos instrumentos de medida aparente, mas a palavra de Deus diz que a fé não se fundamenta naquilo que é visível, mas no que é invisível, porque o visível se desfaz e o invisível permanece. Então para nós os que cremos o subjetivo que é absoluto e o objetivo é relativo. Então a mesa é relativa, cadeira é relativo, sentar é absoluto. Deus está sentado, no entanto ninguém sabe o modelo da cadeira, e também não interessa, interessa saber que Ele está sentado. Mas nós temos a tendência de idolatrar o aparente o sensível e aí vamos absolutizando o objetivo e vamos relativizando o subjetivo. Por exemplo: Que tipo de música Deus gosta? Quando Ele quer ser louvado que tipo de música Deus gosta? Já que dizemos que fazemos culto para Ele.? A nossa! Porque Deus gosta da família cantando, não interessa qual música. Estamos mais associados a venerar a divindade do que conhecer a Paternidade. E se a gente conseguisse imaginar uma música que Deus gosta, não conseguiríamos precisar. Tipo eu posso descobrir uma música que Deus gosta no domingo a tarde, mas não saberia qual música que Ele gosta na segunda de manhã quando Ele sai para trabalhar. Ou sexta à noite quando Ele está terminando o expediente. Que tipo de música Deus estava cantando, quando seu Filho estava morrendo? Que tipo de música Ele estava cantando quando Jesus estava nascendo? Sabe do que Deus gosta? De ver os filhos reunidos em comunhão. A gente vai ficando tão obtuso nisso que a gente consegue definir culto bom e culto ruim. Define para mim um culto bom. O que é um culto bom? É um culto de tão ruim você teve que exercer a paciência? Talvez esse seja um culto bom. Porque foi tão ruim que você teve que exercer virtude. Longanimidade, paciência, perseverança. Geralmente a gente está dizendo que Deus gosta e o culto foi bom porque nós gostamos, porque é o nosso objetivo o absoluto e não porque é o nosso subjetivo o absoluto. Não porque desenvolveu nosso espírito, mas porque satisfez a nossa alma. Então vamos criando essas formas de relativizar o absoluto e tratar o absoluto como relativo. Isso é tão forte que gente costuma por exemplo, a gente começa um culto para Deus chegar depois... A gente vai cantando, cantando até Deus chegar.... A impressão que dá é que a única parte que não é convertido no culto é Deus... Aí de tanto a gente cantar, dar dinheiro fazer tudo que Ele gosta no final do culto Ele acaba se convertendo e se comportando como um Deus de verdade deveria se comportar. A gente chama o Espírito para chegar ao invés de dizer que já chegamos. A gente ora para ver se Deus entra na conversa, ao invés de orar para mostrar que nós que entramos na conversa. A oração não é para ver se Deus conversa com a gente de tanto a gente falar com Ele, a oração é para mostrar para Deus que nós entramos na conversa. Oração não é para ver se Deus presta atenção na gente. Oração é para dizer que nós estamos prestando atenção nele. (Gênesis 1:26-31)