GOLLIGIDAS

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DR. J. A. T E IX E IR A DE MELl.O
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ct^ -«r O ^ U B L IC A D A S
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NA e K j~ y

J eZA-^ f hv~p

GAZETA DE iW ilCIAS
 Pcra espertar engenhos curiosos.
Pera pôrem as cousas em memória.
Que merecerem ter eterna gloria !
L usíadas , canto VII, cst. L X X X II.
He a lição da Historia um fecundo wSeminario
de Heroes.
A . DH G usmão, Disc. na Ac. R. dc llist.
Port.

Nao ambicionam estas paginas as honras de um tratado de

historia patria: são apenas um punhado de subsidies para ella.
Concebe-se que para a apreciação de muitos factos basta conhecer-so
o século em que elles se deram; para muitos outros, porém, é in­
dispensável que se tenha em lembrança o anno e até o mez e o dia.
Sob esse ponto de vista presta o presente trabalho seguramente
algum serviço.
Publicadas pela primeira vez no M o n it o r C a m p is t a no cor-
ler do anno de 18 f8, passaram estas Epheinedides para as columnas
da G a z e t a d e N o t ic ia s acrescentadas de muitos factos que naquellas
escaparam. Corrigiram-se muitos erros de data, deslocaram-se
algumas que se verificou depois não estarem no logar proprio»
desenvolveram-se muitas, quasi todas, que pareceram mal esbo­
çadas; augmentaram-se as referencias para facilitar a procura do
proseguimento do facto dado. Ainda assim muitissimos aconteci­
mentos importantes da historia nacional não foram aqui incluidos,
 ir

quer por iiào terem occorrido ao auctor iia occasiao, qner por iiào
lhes ter podido marcar uma data precisa: todavia, verá o leitor
*
que se chefiou a incluir iiáo poucos nestas condições.
Náo foi um simples compillador de datas, que se limita a
reproduzir o que j<á achou feito ; si hem que em composições d’este
genero ó esse seguramente um escolho difíicil, quasi impossivel, de
se evitar. Verdade c que teve muitissinias vezes o auctor de repetir
0 encontrou em trabalhos congeneres e similhantes; mas, sempre
que lhe foi possivel, assegurou-se primeiro da veracidade do allegado
antes de o adoptar por seu. Mesmo assim, muita cousa passou menos
depurada, que o leitor benevolo levará á conta dos erros de intel-
ligencia, que náo aos da vontade.
Notarào poiAxmtura alguma irregularidade na exposição dos
siiccessos: umas vezes o auctor apenas deu o facto nu, descarnado,
sem commentario, som explanações; algumas vezes aceusou a fonte
onde 0 bebèra, náo o tendo feito sempre, ou por não tornar o
seu trabalho demasiado indigesto e ingrato ao sabor do commum
dos leitores, ou por náo ostejitar uma erudiçáo histórica que não
possuo, ou porque as origens a citar não sahiam do circulo das já
indicadas em outros pontos do alludido trabalho.
Apesar do escrupulo do auctor em apurar as datas, sem o
que lhe parece que a historia não merece os qualificativos que
lhe deu o grande orador romano; apesar do cuidado .que teve na
sua redacção e na revisão das provas, escapou muito erro historico
0 resente-so de muita incongruência o estylo, Com a longa errata
que ora so ofFerece, pi'Ocurou-se obviar á mais importante d’essas
duas faltas.
'Sem um indice minucioso e fiel os escriptos da indole d ’este
perdem grande parte do valor a que possam aspirar : o que acom-
panha este volume, c que será melhor ajuntar ao fim do segundo,
parece ao auctor que preenche o seu fim.
Apresenta esta obra a singularidade do ter sido publicado
0 2® volume antes do 1°. Deu isto oceasião de verem-se corrigidos
no 1° Olios quo so hciviuni introduzido no 2^. Si incroccroni ostâs
paginas nova ediçào algum dia, tem o auctor confiança que desap-
parecerão taes maculas.
Convirá o leitor de voto na materia que um trabalho da
natuioza deste, que requer muita paciência e vigilância e os la­
zeres do beiiedictino, náo é para ser feito por um só individuo,
ou, a tei de o ser, exigiria que se nào distrahissi^i com outros en­
cargos e misteres,
A Bibliotheca Nacional deve o auctor a elucidação de muita
data, quando poude aproveitar-se de tão farto manancial de con­
sulta'sem prejuizo do publico serviço que lhe qstá aftecto. Julga o
auctor caso do dosencargo de consciência consignar aqui esta cir-
cumstancia.
O auctor conclue fazendo suas as palavras do eminente his­
toriador maranhense :

« hntretanto, qual é o mérito real destes trabalhos histo-

lic o s ... a que nos temos dedicado? Eis ahi uma pergunta que não
faltará quem nos faça e que a nós mesmo nos tem oceorrido mais
de uma vez.
Que sabemos nós? Quem. assim procura subtrahir-se aos in­
teresses do presente e ás preoccupações do futuro, para entregar-se
ás investigações do passado — tarefa que a poucos tenta entre nós
— parece-nos pelo menos digno de indulgência (J oão F r a n c is c o
L i s b o a , Obras, volume III). »

Podem agora correr mundo as Epheiuerides Nacionaes !

Rio de Janeiro, 30 de junho do 1881

T. DE M.
 EPHEMERIDES NACIONAES
Os annos não foram sempre contados
como actualmente. No tempo dos pri­
meiros reis de Roma o anno era lunar e
(jorneçava nomez de março.Tinha 4 mezes
de 31 dias,e 6 mezes de 30, ao todo 304 dias.
Numa juntou dois mezes e um dia ao
anno lunar, ficando este composto de 4
mezes de 31 dias, sete de 29 e 1 [Furrino)
de 28, ao todo 355 dias. Devia estabele­
cer-se 0 equilíbrio entre o anno civil e o
anno lunar por meio de intercalações.
No tempo de Julio Cesar os erros da
intercalação tinham produzido a diflfe-
rença de 67 dias. Um decreto publicado
em 45, antes de Jesus Christo, substituiu
0 anno lunar pelo anno solar e fixou ern
365 0 numero dos dias do anno ; mas
como 0 anno solar ê, pouco mais ou
menos, de 365 dias e um quarto, ordenou
que a todos os quatro annos se accrescen-
tasse mais um dia. Para pôr o kalendario
novo em vigor foi necessário juntar
90 dias ao anno que estava correndo.
Os romanos datavam os seus documen­
tos de um modo especial. Designavam
por kalendas o dia 1 de cada mez ; por
nonas o dia 7 dos mezes de março, maio»
julho e outubro, e o 5 de cada um dos
outros mezes, e por iclus o dia 15 de
março, maio, julho e outubro, e o 13 de
cada um dos outros mezes. Não expri­
miam 0 dia de qualquer acto, mas sim
0 numero dos dias que precediam qual­
quer d’aquellas designações mais pró­
ximas.
A era denominada de Cesar vigorou
em Portugalaté 1460. Esse anno passou
a ser de 1422, por se substituir a era de
Christo á de Cesar. A diflferença é de
38 annos, a qual se deve ter em conta
quando se trata de factos e documentos
relativos áquellas épocas.
O anno solar não tem exactamente
365 dias c ura quarto; ha difíerença de
onze minutos c uma fracção. Esta diffe-
rença, accumulada durante séculos, pro­
duziu um erro de dez dms em 1582.
Uma bulla de Gregorio cortou dez x n t
P-y.i--,. - / •K V '= .
EPIIEMERIDES NACIONAES
(lias no anno de 1582 (de 5 a 15 de
outubro). Para quo o eiTO nao toinasse
a reproduzii’-se, a mesma bulla ordenou
que, no espaço de quatro séculos, tres
annos que deveriam ser bissextos não
0 fossem, a saber: os annos de 1700,
' 1800 e 1900. Por este meio poz-se quasi
completamente de accordo o anno civil
com 0 anno astronomico. Serão neces­
sários muitos milhares de annos para
produzirem a differença de um dia.
Nem todos os povos adoptaram a cor-
recção Gregoriana. Na Russia ainda se
usa 0 kalendario Juliano, e por isso ha
uma diíferença de doze dias entre as
nossas datas e as d’aquelle povo (dez
dias da correcção feita em 1582, e dois
dos bissextos 1700 e 1800\ Si até 1900 a
Russia não adherir á reforma, a diffe­
rença augmentará de um dia.
A revolução franceza do flm do século
passado modificou também o kalenlario,
mas a reforma nelle introduzida foi de
curta duração. O anno devia começar á
meia noite de 21 de setembro. Os mezes
eram de trinta dias, e dividiam-se em
I'res ãecadas^ de dez dias cada uma.
A differença de cinco dias, e de mais
um dos annos bissextos, era accrescen-
tada no ultimo mez do anno.
Os cinco dias assim accrescent ados no
fim de cada anno denominavam-se Scms
eulottides e eram consagrados á Virtude,
ao Gênio, ao Trabalho, á Opinião e ás
Recompensas.
O 6° dia sans culoUide, accrescentado
de 4 em 4 annos, chamava-se da Revo­
lução, e 0 periodo de quatro anno®
denominava-se Franciade, em memória
dos quatro annos que tinham sido ne­
cessários para se constituir a republica.
Os mezes denominavam-se do modo
seguinte:
Vendémiaire (mez da vindima), de 22
de setembro a 21 de outubro.
Brum aire (mez de nevoeiro), de 22
de outubro até 20 de .novembro.
'J-- \
•%
•' ' ' Í•'
Frimaire (mez de chuva e neve), de 21
de novembro até 20 de dezembro.
Fiwose (mez de neve e gelo), desde 21
de dezembro até 19 de janeiro.
Pluviose (mez de chuvas), desde 20 de
janeiro até 18 de fevereiro.
Ventose (mez ventoso), desde 19 de
fevereiro até 20 de março.
Germinal (mez da germinação), desde
21 de março até 19 de abril.
Floréal (mez das flores), desde 20 de
abril até 19 de maio.
Rrairial (mez dos prados), désde 20 de
maio até 18 de junho.
Messidor (mez das colhetas), desde 19
de junho até 18 de julho. •
Thermidor (mez do calor), desde 19
de julho até 17 de agosto.
Fruetidor (mez das fruetas), desde 18
de agosto até 16 de setembro.
O Império annullou a reforma, e vol­
tou-se em França ao kalendario que está
em vigor.
Esta noticia foi-nos ministrada pelo
Progresso, jornal do partido progressista
em Portugal: aproveitamol-a pela sua
opportunidade.
•lANEIRO — 1
] 502—Descobrimento da bahia do Rio
m
de Janeiro pelo navegador portuguez •
encari’cgado por D. Manuel de exploi ai
a costa da Terra de Santa C ru z; este
tomou-a por um rio, dando-lhe por isso
0 nome, que ainda hoje tem, de Rio de
Janeiro. Os naturaes do paiz chamavam-
na Ganábara. segundo João de Léry e
outros chronistas, e Niterog, segundo
Brito Freire e outros ainda.
A expedição pouco se demorou nella»
seguindo logo para o sul na derrota
que trazia.
A proposito do chefe d’esta e das
outras duas primeiras viagens de reco­
nhecimento ao paiz pouco antes desco-
 EPHEMERIDES NACIONAES
berto por Cabral, publicou ultimamente
O sr. João Capistrano de Abreu, illus-
trado official da Bibliotheca Nacional,
que se tem dado a profundos estudos da
\A/T patria, uma detida apreciação
A v J que denominou O B razil no seculo 3^
I—A armada de B. Nuno Manuel; em
que trata de dissipar as nebulosidades
que a esse respeito se encontram nos
nossos historiadores de melhor nota.
Depois do trabalho que a respeito dos
mesmos factos publicára na revista do
Instituto Historiqo o erudito sr. senador
Cândido Mendes de Almeida, d o do nosso
collega de repartição o que melhor elu
cida a questão e, si não conseguiu para
muitos espíritos resolver todas as duvi-
das, que o proprio visconde de Porto
Seguro deixara de pd, removeu do tei
reno muitas das obscuridades que o
eriçavam.
1578—Lourenço da Veiga,5' governador
geral do Brazil, toma posse do seu cargo
na cidade de S, Salvador, capital da
coloniaportuguezada America. Succedia
a Luiz de Brito de Almeida.
Lourenço da Veiga falleceu em junho
de 1581, no dia 17. segundo diz ter veri­
ficado em um manuscripto Josd de Mi-
ralles na sua Historia militar do Brazil.
. Sentindo-se velho e doente havia em
tempo passado o governo ao senado d»
camara e ao ouvidor geral Cosme Ran­
gel de Macedo, fdrma collectiva então
nova de governo, confirmada depois pelo
rei, que a esse tempo era Felippe II; este
governo aturou quasi dous annos.
Termina,segundo o auctor sujrra-
citado, o governo de Gaspar de Souza,
decimo governador geral do Brazil. Co­
meçara a exercer o cargo, segundo Var-
nhagen, Accioli e Abreu e Lima, em
dezembro de 1613.
Assume-o na presente data D. Luiz de
Souza, filho do sétimo governador geral
D. Francisco de Souza. Esta data que
está de accôrdo com Miralles, Abreu e
Lima e Acòioli, nao o está todavia com
0 visconde de Porto-Seguro, que apenas
indica o anno, e este mesmo do 1616,
para a sua posse. ’
D. Luiz de Souza governou o Estado até
12 de outubro de 1622 ou de 1621 (Vids
essa data), como escreve Miralles.
1680—Dá fundo em uma enseada fron­
teira ás ilhas de S. Gabriel, no Rio da
Prata, a expedição em que ia por com­
mandante D. Manuel Lobo, governador
do Rio de Janeiro, e alli começam os ex­
pedicionários a fundação de uma forta­
leza. origem da famosa Colonia do Sa­
cramento. que tanto que fazer deu de­
pois á Portugal e á Hespanha.
1688—Morre em Lisboa, na edade de 94
annos. Salvador Corrêa de Sá e Benevi-
des. illustre tronco da familia de Asseca,.
e sobrinho do grande Mem de Sá, ter­
ceiro governador gerai do Brazil. Sal­
vador Corrêa morreu— «depois de uma
vida vigorosa e longa, sem as fraquezas
da decrepitude (Visconde de Porto Se­
guro).y> Estão seus ossos ao lado dos de
outro brazileiro illustre, Alexandre de
Gusmão, no convento, hoje extincto, dos
Carmelitas Descalços, em Lisboa,
Como que assim quiz o destino reunir
sob 0 mesmo tecto dous homens illustres
e egualmente pouco afortunados no der­
radeiro quartel da vida.
1763—Depois de um trabalhoso e fe­
cundo governo de quasi trinta annos de
auração, fallece no Rio de Janeiro o
conde de Bobadella, Gomes Freire do
Andrada.
Muito concorrem para a sua morte a
entrega da praça da Colonia do Sacra­
mento pelo respectivo governador Vi­
cente da Silva Fonseca e uma carta ano-
nyma que lhe puzeram por debaixo da
)orta ’em palacio, acompanhada de duas
jalas: nessa carta accusavam o conde
de cúmplice na capitulação d’aquella
31’aça.
Gomes Freire deixou de si a reputação
de desinteressado, casto e zeloso do pu­
blico serviço.
 EPHEMEI^IDES NACIONAES

1831—Publica-sc o primeiro periodico

Um dia antes de fallecer declarara que
que houve na cidade de Campos, então
estava depositada no convento do Carmo
villa: 0 Correio Constitucional Camjpista
a via de successão. Em virtude d’ella são
Era seu proprietário o sr. Antonio José
chamados para o governo interino das
da Silva Arcos, hoje capitalista, residente
tres capitanias do Rio de Janeiro, Minas
na cidade do Rio de Janeiro. A typo-
e S. Paulo, que estava reunido nas mãos
graphia estabelecera-se na rua da .Qui­
de Gomes Freire, o bispo D. frei Antonio
tanda n. 5. Trouxera-a de França um
do Desteil’0, o brigadeiro José Fernandes
Pinto Alpoim e o chanceller da Relação professor mandado contractai’ pelos im­
portantes fazendeiros Manuel Pinto Netto
João Alberto Castello-Branco. Governou
Cruz, que foi posteriormente barão de
este triumvirato até 10 de outubro do
Muriahé, e Gregorio Francisco de Mi­
mesmo anno de 1763 {Vide essa data),
Í7G3—João Pedro da Gamara, 2° gover­ randa, que foi depois barao da Abbadia,
nador da capitania de Matto-Grosso in­ para ensinar a lingua fi’anceza a suas
fllhas: comprou-a o sr. Arcos. A folha,
dependente, toma posse do seu cargo.
que tinha 26 centimetres de comprimento
Exerceu-o por 4 annos e 2 dias, sendo
na parte impressa sobre 16 de largura, a
rendido a 3 de janeiro de 1769 por Luiz
Pinto^de Souza Coutinho, posteriormente duas columnas e 4 paginas, sahia ás
quartas-feiras e sabbados. Temos á vista
visconde de Balsemão.
1799—Data do anno anterior o estabe­ 0 anno completo.
Em 1834, a 4 de Janeiro, começou a
lecimento do correio de Campos dos Goy-
publicar-se O Campista, das mesmas di­
tacazes para o Rio de Janeiro, o qual
partiu d’aquella então villa a 5 de dezem­ mensões que 0 precedente e nos mesmos
bro. No 1° de Janeiro de 1799 sahiu dias. Redigiam-o o cidaaão dr. Francisco
também outro para o Espirito-Santo, en­ José Alypio e osr. commendador dr. José
tão . cabeça do goveino da capitania, a Gomes da Fonseca Parahyba. Temos o
que fora a comarca de Campos annexada anno completo., Este periodico passou no
anno seguinte a denominar-se JíecopiZaíZoj’
em 1711 (Yeja-se a erudita Memória do
visconde de Araruama sobre Campos dos Campista. O dr. Alypio tinha sido as­
sassinado: 0 numero do Campista de 31
Goytacazes).
1821—Em consequência do pronuncia­ de dezembro traz a sua necrologia. Antes
mento da cidade de Belém na presente de 0 redigir com o sr. dr. Parahyba,
data a favor da revolução do Porto, crea­ fundára só o Goytacaz, que foi substi­
se no mesmo dia nesta cidade a primeira tuido por aquelle.
junta provisória de governo do Grão- A morte de Alypio, oceorrida a 21,
Pará e Rio Negro. São eleitos presi­ interrompera a publicação do Campista
dente da junta o vigário capitular Ro- de 24 a 27 de Dezembro.
mualdo Antonio de Seixas, posterior­ Já desde 1831 havia em Campos uma
mente arcebispo da Bahia, e vice-presi­ decidida predilecção pelos jornalecos.me-
dente 0 juiz de* fóra Joaquim Pereira de xeriqueiros e tasquinliadores da vida
Macedo. A 12 de março de 1822 foi este particular, como se ve das referencias
governo substituido por outra junta,no­ contidas nestes dous.
meada por força do decreto das cortes —Installa-se o tribunal do Commercio
portuguezas de 29 de setembro do anno da cidade do Rio de Janeiro, no paço da
anterior. dita cidade.
1824— Pronunciamento do Pará em — Installa-se também no Recife o de
favor da revolução constitucional de Por­ Pei*nambuco. . ,
tugal, O da Bahia foi inaugurado no dia 13.
 EPHEMERIDBS NACIONAES

1871—Inaugura se o c’abo telegraphico determinasse; para isso confere-se-lhe

submarino entre o Rio de Janeiro, Bahia, mais ampla auctoridade que a dos ca-
Pernambuco e Pará (Vide junho 22). pitães-méres governadores.
1878—Começa a publicar-se na còrte o Morreu este governador na villa de
Cruzeiro, á rua dos Ourives n. 51. Hoje S. Paulo antes de acabado o séu tempo
possue este jornal casa propria, expres­ de governo, a 10 de junho de 1611.
samente edificada, á rua do Ouvidor Nesse mesmo anno de 1608 toma
n. 63, contigua ás officinas do Jornal do D. Diogo de Menezes posse na Bahia do
Commercio e quasi fronteira ao escripto- governo geral do Estado (em fevereiro),
rio de redacção da Gazeta de Noticias. exercendo-o já em Pirnambuco desde
Tinha o Cruzeiro em começo 8 pagi­ fins do anno anterior. Em dezembro
nas de impressão in-folio pequeno; ado- de 1613 succede-lhe Gaspar de Souza, a
ptou, porém, de 15 de março em diante, quem por sua vez succcde em 1617
0 formato grande dos outros jornaes. D. Luiz de Souza.
O primeiro folhetijn que publicou foi 1617 — Tentativa de André Vidal de
0 romance nacional Yayá Garcia do fes­ Negreiros para atacar os hollandezes no
tejado romancista e poeta Machado de forte da B a r r e t a . Soccorridòs elles
Assis, tirado depois em volume. porém a tempo pelos que occupavam o
1880—Motim popular denominado do Recife, teve André Vidal que se recolher
vintém, que tomou sérias proporções e á fortaleza do A rraial N ovo do B om
chegou a tornar-se sanguinolento, pro­ J esus , de onde fizera a sortida, não
movido no Rio de Japeiro ao pôr-se em sem ter todavia empregado todos o
execução a odiosa taxa de 20 rs. por esforços para lograr o seu patriótico
pessoa que cransitasse a toda hora nos intento.
bonds, quer pagasse 100 rs., quer 200 ou 1666—Carta regia creando no Rio de
mais de passagem. Janeiro uma fabrica de galões, sob, a
Vexatorio, desproporcional e singular, direcção de Sebastião Lamberto.
pois se limitava a esta cidade, depois de 1775—Tomam posse do governo da
quatro dias fie luta e resistência da po­ capitania do Piauhy, declarada indepen­
pulação para se não submetter a elle» dente da do Maranhão por carta regia
posto ainda assim em pratica, si bem que de 29 de julho de 1750, Antonio José de
de modo irregular, está este tributo de Moraes Durão, João do Rego Castello-
ha mezessupprimido com geral applauso. Branco e Domingos Barreira de Macedo,
em virtude do alvará de successão per­
JANEIRO — 2
petua de 12 de dezembro de 1770.
Í » 1608—Provisão regia constituindo as 1826—As Províncias Unidas do Rio da
capitanias de S. Vicente, Rio de Janeiro Prata declaram guerra ao imperador
e Espirito Santo em governo separado do Brazil, estabelecendo ellas a aggressão
do governo geral do Brazil. Passa o marítima ao Império por meio de cor­
náesmo rei (Felippe III) em INIadrid pa­ sários.
tente de capitão-general a D. Francisco 1843—Tomam assento no senado, como
de Souza, o proprio que governára o representante das Alagoas Aureliano de
Estg,do de outubro de 1591 a maio de 1602, Souza e Oliveira Coutinho, depois vis­
para administrar aquelias capitanias reu­ conde de Sepetiba, e como representante
nidas, com a principal incumbência de da de Minas-Geraes Ilonorio Hermeto
superintender as minas de ouro e pedras Carneiro Leão, mais tarde marquez de
preciosas d’aqufelles logares por cinco Paraná.
annos ou pelo tempo que o rei depois 1865—Depois de 52 horas de combate.
 EPHEMERIDES NAGIONAES
é tomada á viva força pelas tropas Ijra-
zileiras a cidade de Paysandû (Campanha
DO U ruguay ).
Leandro Gomes, seu commandante,
com l,0ü0 homens bem fortificados e
resolutos, succumbe ao ataque de 5,711
brazileiros e 500 orientaes. A praça era
servida por 10 boccas de fogo, que cahem
em nosso poder com 700 prisioneiros ;
custando-nos esse brilhante feito d’armas
4 ofliciaes e 75 soldados mortos e 350 fe­
ridos. ü marechal João Propicio Menna
Barreto, posteriormente barão de S. Ga­
briel. commandante das forças bra-
zileiras, de accordo com o sr. vice-
almirante visconde de Tamandard e o
general D. Venancio lUores,commandante
dos orientaes, marcha sobre Montevidéo.
Da nossa força que atacou Paysandú
só 2,000 liomens entraram em fogo,
1870—Tomada da Trincheira do Rio
Verde (Paraguay) pelo coronel, hoje brr
gadeiro, João Nunes da Silva Tavares,
barão de lu qu y .
1876—Inaugura-se a linha telegraphica
d^ Passo de Camaragibe, na provincia
das Alagoas, a Maceió, na mesma pro­
vincia, com a extensão de 61,73-1 kilo­
metros .
Daremos successivamente a inaugu­
ração de todas as linhas telegraphicas
do Império, de que possuimos a tabella
oílicial.
JANEIRO — 3
1531—Faz-se de vela do porto da Pú-
beira Grande, na ilha de Santiago (Cabo
Verde), onde se demorára 5 dias, conti­
nuando na viagem para o sul, Martim
Aífonso de Souza, nomeado em 20 de
novembro de 1530 por D. João III gover ­
nador DA N ova L uzit a n ia , e que partira
de Lisboa a 3 de dezembro com a sua
esquadra, composta de 5 velas e 400 ho­
mens, para vir guardar as costas do
Brazil. Doterminára o rei de Portugal a
enviar esta urmada a noticia que tivera
das explorações de Sebastião Caboto e
Diogo Garcia no Rio da Prata e as pre-
tenções dos francezes de se estabelecerem
em Pernambuco e na Bahia de Todos
os Santos.
1558—Apresta-se a partir do Rio de
Janeiro para a França, e com effeito
parte, o navio francez Jacques carregado
de pau brazil e outros productos db paiz,
levando quarenta e cinco calvinistas que
Villegaignon havia ' expellido do forte
que occupava nesta bahia.
Soffreram horrorosa fome durante a
longa viagem que tiveram, vendo-se obri­
gados á comer os ratos da embarcação;
já se dispunham a fazer o mesmo uns
aos outros, quando chegaram a um porto
da Baixa Bretanha, onde foram dei­
tados em liberdade, apezar de ter Vil­
legaignon recommendado ás auctoridades
de França que os queimassem vivos
como hereges.
1611 — Regulamento estatuindo que
devem usar do tratamento de dom os
bispos e condes e as mulheres e filhas
dos fidalgos e dos desembargadores,
incorrendo em multa e degredo qüem
usar d’eile seflu lhe competir.
1631—Estavam-se os hollandezes for­
tificando na ilha de Antonio Vaz ,ou de
Santo Antonio (Pernambuco) e já em
parte senhores d’ella, quando, ao estarem
na pi-esente data entretido^ a cortar
niadtira para a construcção dos seus
fortes, arma-lhes a nossa gente uma em­
boscada; 0 inesperado do ataque põe-nos
em debandada, morrendo quarenta e
tres d’elles, deixando os mais a fachina
que já haviam feito e que os nossos
deitam ao Capiberibe.
1643—Antonio Teixeira de Mello toma
posse, como capitão-mór, do governo do
Maranhão, succedendo a Antonio i\Jyniz
Barreiros, primeiro promotor da ex­
pulsão dos francezes d'aquelle torritorio.
1759_]q.ovisão ei>iscopal, confirmada
em 1808, pela qual é elei^ada á categoria
de parocaia a aldeia de indios*Guaru-
 Ihos, situada na margem septentrional e
esquerda do rio Parahyba, muuicipio de
Campos dos Goytacazes.
Ate' ao anno de ISTd serviu de matriz
a capella, hoje abar.donada e em ruinas,
construida pelo padre Angelo Peçanlia.
Neste ultimo anno, a 6, 7 e 8 de setem­
bro. foi inaugurado e entregue ao. culto
um novo templo ediflcado na dita mar­
gem do rio, quasi em frente á cidade de
Campos.
17(34: — Fallece o primeiro bispo de
Marianna (Minas-Geraes) D. frei Manuel
da Cruz, que tomara posse do seu cargo,
por procurador, a 27 de janeiro de 1748,
e-fizera a sua entrada publica na diocese
a 28 de novembro d’esse mesmo anno
! V
(Vide 15 de dezembro dè 1^45),
1769—Toma posse do governo da capi­
tania de Matto-Grosso Luiz Pinto de
Souza Coutinho, depois visconde de Bal-
semão, que succede a João Pedro da
Camara. E’ o 3° na respectiva serie e
governou a capitania 3 annos, 11 mezes
e IQ dias (Yifie 13 de dezembro de 1772).
1772—Toma posse da sua diocese, por
procuradoi', o segundo bispo de Marianna
D. Joaquim Borges de Figueirôa, clérigo
secular, natural de Portugal, formado
em ambos os direitos.
Eleito no reinado de D. José I, con­
firmado pelo summo pontifice Cle­
mente XIV a 17 de janeiro de 1771, to­
mou apenas posse da sua diocese (O A l­
manack B iíazileiro. do sr. bacharel An­
tonio Manuel dos Reis diz a 3 de Feve­
reiro), mas nunca veio a ella, porque foi
logo depois nomeado arcebispo da Bahia,
onde occupou o 10° iogar na ordem chro-
nologica. tendo alli chegado em outubro
de 1773 e cujo cargo depois renunciou.
Fez parte da junta de 3 de abril de 17J4,
que governou a Bahia pela retirada do
CO. de de Pavolide.
Fora confirmado primaz do Brazil aos
^ d i a s de março de 1773 e tomára posse
da sédo meti*opolita a 24 de dezembro do
mesmo anno, segundo refere um curioso
manuscripto, que nos confiou o sr. dr.
Mello Moraes, no capitulo «Copia do li­
vro 2.° Assentamento ecelesiastico.y^
1774—Acção do Camacuan {Rio Grande
do Sul}, em que o capitão Raphael Pinto
Bandeira, com 120homens de cavallaria,
põe em debandada e derrota uma
força de 600 correntinos, santafecinos,
portenhos e guaranis, commandados
pelo capitão hespanhol D. Antonio Go­
mez, que ia reunir-se ao exercito do
general V e r t i z ^ i ^ c ^ ^ X - i » ^ ^ * ^ ^ « - — <7
1814—Expira na Bahia u seu 13° arce­
bispo D. frei José de Santa Escolástica,
que é sepultado na capella de S. José do
mosteiro de S. Bento, da sua ordem (V.
março 28 de 1804).
A 19 de setembro (Videessa data) chega
0 seu successor D. frei Francisco de S.
Damaso, que serviu a principio como vi­
gário capitular.
1817—Acção da Calera de Santa Lucia,
na Banda Oriental, entre o general Ber­
nardo da Silveira Pinto e Fructuoso Ri­
vera. Dava-se em Ao^apehy outro encon­
tro entre José de Abreu e Artigas.
1820—A colonia suissa do Morro Quei­
mado, fundada na provinda do Rio de
Janeiro pelo decreto de 16 de maio de
1818, é erecta em villa sob a denomina­
ção, que tem hoje, de Nova-Friburgo.
JANEIRO — 4
1615—Parte do Maranhão para Lisboa
0 sargento-mór Diogo de Campos Mo­
reno, em companhia do capitão Matheus
Maillart, encarregados ambos, em vir­
tude do armisticio celebrado entre La
Ravardière e Jeronymo de Albuquerque
a 27 de novembro de 1614, de apresentar
ao rei de Ilespanha e Portugal copia do
accordo, que seria também apresentado
ao rei de França. Compraram os nossos
para essa viagerh uma caravella que os
francezes lhes haviam tomado na bahia
de Guaxanduba, por 500 cruzados, por
não haver outra em estado de fazer a
travessia para Europa. Esse navio chegou
 8 KPHEMERIDES NACIONAËS
ao seu destino a 5 de março. A côrte
desapprovou o armistício celebrado e as
cousas seguiram rumo diverso, como a
tempo verá o leitor (Vide as ephemeriães
de 5 de outubro e de 2 de novembro).
La Ravardiére teve de capitular e evacuar
0 território de que se apossára no Ma­
ranhão .
1650—Toma posse do governo da ca­
pitania da Bahia o conde de Gastello
Melhor, João Rodrigues de Vasconcellos
e Souza, que foi o seu 21° governador e
capitão-general e administrou-a até 4
de janeiro de 1654.
José de Miralles na sua. Hist, militar do
Brazil, que se conserva inédita, diz que
Gastello Melhor começára o seu governo
a 10 de março.
Neste mesmo anno funda írei Maceu
de S. Francisco o convento franciscano
da villa de S. Sebastião (S. Paulo), que
porém sé ficou concluido em 1659, a
esforços e por doações de Antonio Goelho
de Abreu e sua mulher Luiza Alves,
sendo custodio frei Pantaleão Baptista.
E’ no mesmo anno fundado o mosteiro'
de S. Bento na villa de Santos, em terras
doadas por Bartholomeu Fernandes
Mourão.
1654—Succede ao conde de Gastello-
Melhor no governo do Estado do Brazil o
capitão-general D. Jeronymo de Athayde,
conde de Atouguia. Governou 3 annos,
5 mezes e 14 dias, até 18 de julho
de 1657.
Era 0 22° na ordem chronologica.
Durante 0 seu governo enviou contra os
selvagens que infestavam as povoações
do Rcconcavo da Bahia/o capitão Gaspar
Dias Adorno, que os reduziu á obe­
diência. Foi bemquisto do povo.
J. de Miralles diz que este governador
tomára posse do seu cargo no dia 6.
Mas Abreu e Lima e Varnhagen, este
no seu catalogo dos chefes da adminis­
tração, appenso á sua Historia Geral do
Brazil, dão a data que consignamos.
1766—Eínbaream em Santos, indo em
soccorro do Rio Grande do Sul, quatro
companhias de aventureiros organisadas
pelo governador d’aquella praça Ale­
xandre Luiz da Silva Menezes, sob o
commando do sargento-mór José da
Silva Santos.
1817—D. João VI, regente dê Portugal,
estabelecido no Rio de Janeiro, resolvera,
segundo os escriptores hespanhóes, con­
quistar a banda Oriental, mandando vir
do reino uma divisão de 4,800 homens
aguerridos, a que se aggregaram tropas
brazileiras e cujo commando foi confiado
a Carlos Frederico Lecór, depois barão
e mais tarde visconde da Laguna, ge­
neral portuguez recommendavel pelo
talentõ militar e valor, tropas essas que
foram auxiliadas j or alguns vasos de
guerra e que deviam reunir-se com a
cavallaria e artilharia da m*esma divisão
que estavam em Santa Catíiarina, Se­
gundo porém os escriptores nacionaes^
dera causa a este movimento o receio
que tinha o governo pela segurança dos
limites meridionaes do Brazil, á vista
do triumpho obtido em 1814 pela junta
de Buenos Ayres, sob cujos esofríjos suc-
cumbira Montevideo, alentando esse
triumpho a guerra civil que devorava
as novas republicas do Rio da Prata.
1
Depois das victorias alcançadas pelo
Brazil em S. Borja (3 de outubro de 1816),
em Chafalote (24 de setembro do mesmo
anno), em Ynhanduy e Paepaes (19 de
outubro), no forte de Sarda Thereza e
em índia Morta (19 de novembro), avan-
çaya I^ecér sobre Montevidéo. As nossas
forças penetram resolutamante no terri­
tório oriental, vencendo a i^esistencia
heróica e desesperada que lhes oppunham
as guerrilhas de José Artigas. O exercito
invasor subia a 10,000 homens, que a
revolução argentina não tinha recursos
 EPHEMERIDES NACIONAES
para rechaçar. Odirector-supremo D. Juan
M. Piiirredon despacha commissaries á
Banda Oriental, aflm de pòr-se de accordo
com Artigas para repellir a invasão.
Achava-se a esse tempo a legião de
S. Paulo, ao mando do brigadeiro Joa­
quim de Oliveira Alvares, acampada em
Catalan, quando na pi’esente data a
vieram sorprehender os tres caudilhos
La Torre, Verdun e Mondragon com tres
mil gaúchos. 0 combate durou até ao
cahir da noite, sustentado com denodo
pelo brigadeiro Oliveira, até que so-
breveiu o tenente-coronel Jesé de Abreu
(depois bai’ão de Serro Largo) com o
seu corpo, e os uruguayos viram-se
obrigados a retirar-se com bandeiras
despregadas e salvando os feridos, mas
deixando no campo cerca de 1,000 ca­
dáveres.
Esta brilhante AÚctoria abriu-nos o
caminho de Montevidéo, onde Lecór
entrou triumphante a 20 de janeiro
Vide essa data).
1825—Faz-se de vela do porto do Ma­
ranhão, com destino ao Rio de Janeiro,
a galera George, conduzindo o presidente
Miguel Bruce e outros individuos que se
achavam mais ou menos envolvidos nas
dissensões e revoltas que tinham havido
na provincia ; eram elles os alferes de
caçadores Carlos Felippe Gomes, Ray-
mundo Emygdio Mendes, Antonio José
Campello, os capitães da segunda linha
Joaquim de Seixas Correio, Francisco
das Chagas Gamboa, Raymundo João
Pereira de Caceres e Albuquerque, os
tenentes Antonio José de Lemos e Va-
lentim Antonio Borges e os alferes
Joaquim Antonio de Leu.os e Fernando
Antonio Gamboa. Deixou de -seguir
viagem por achar-se foragido o capitão
da segunda linha Norberío João Dou­
rado.
1837—Masce o melodioso poeta, tão pre­
maturamente roubado ás hiureas que o
esperavam e a que tinha incontestável
direito, Casimiro José Marques de Abreu,
mais conhecido pelo seu nome de bap­
tismo e ultimo appellido, que elle soube
fazer immortaes.
Nasceu esse nosso infortunado poeta
na villa da Barra de S. João, municipio
de Macahé, provincia do Rio de Janeiro.
O nome d’esta villa tem sido muitas vezes
confundido com o de S. João da Barra,
cidade da mesma provincia.
No acreditado collegio de Nova-Fri-
burgo, dirigido pelo benemerito insti­
tuidor da mocidade brazileira o illustrado
inglez John Henrique Freese, onde com­
pletava Casimiro os seus estudos de
humanidades, compoz o menino predes­
tinado para a gloria os seus primeiros
versos, que denominou A v e -M aria ! in­
spirados de súbito pela sombria mages-
tade da S erra dos Órgãos , casada á
saudade do lar materno e á tristeza
agri-doce que produz nas naturezas
impressionáveis o cahir da tarde em céu
americano: tinha então quinze annos de
edade. Seu pae, porém, homem pratico,
avesso a essas nugacidades da poesia e
filigranas do sentimentalismo, que não
podia comprehender e que não têm des­
conto nem cotação na praça, retirou-o
do collegio no íiin de dous annos, e, depois
de 0 ter por alguns mezes em sua casa
commercial no Rio de Janeiro, mandou-o,
em novembro de 1853, para Portugal,
sempre com a ideia de fazer d’elle um
negociante.
O menino poeta comprimiu o mais que
poude a sua vocação para as lettras ;
mas a força da natureza venceu o respej-
to, sobrepujou o temor da cólera pater­
na, e lá compoz clle uma scena drama-
tica, tendo por objecto e titulo Camões
E 0 Ja u , que foi rejiresentada a 18 de ja-
i;ieiro de 1856 no theatro D. Fernando, e
a sua Canção do exílio e outras. D’ahi
datam os seus triumphos. Alli começou
também a se desenvolver nelle o ger­
me da fatal moléstia pulmonar, que o
devia arrebatar tão moço da scena do
mundo. Foi de novo chamado (em 1857)
 para o Brazil e de novo lançado no com- Antes, porém, de lá chegar encontra
niercio. Nas horas que podia furtar ás uma tropa inimiga, qué o fere e prende
suas obrigações e á vigilância paterna, e a seus companheiros. Levado á pre­
‘ escreveu elle a reaior parte das compo­ sença do general Segismundo, que se
sições poéticas que constituem o volum^ achava n’aquella villa, ordena este que o
a que denominou PuniAVERAS, que íbi acabem de matar. Posto que seguramente
publicado em 1859, ainda em vida do o consideraram espião, esta acção em
poeta, e que tem tido depois tantas edi­ nada abona o caracter do general hol-
ções successivas, tal e'tão rapida foi a landez.
reputação que elle lhe grangeara. 1651—Parte da fortaleza Arraial Novo
Emfim, depois de um viver atribulado 0 sargento-mór Antonio Dias Cardoso
e todo travado de contrariedades, suc- com 500 homens, que vai, por ordem do
cumbiu o harmonioso poeta na fazenda general Francisco Barreto de Menezes,
paterna a 18 de outubro de 1860, com previnir aos moradores do Rio de
pouco mais de 23 annos de edade, dei­ S. Francisco de que iria contra elles uma
xando suas desconsoladas mãe e irmã frota hollandeza sahida do Recife. A
orphãs do seu amor. Seu pae tinha fal- marcha d’esta força não poude ser tão
^ecido antes, inteiramente reconciliado occulta que não fosse presentida pelo
com 0 filho e em seus braços. inimigo, de sorte que a frota teve logo
Casimiro de Abreu é uma das nossas aviso dïsso e retrocedeu sem ter posto
mais puras glorias litterarias. E' o poeta em pratica o seu intento, que era obter
mais popular da geração .contemporâ­ viveres para os seus, que estavam sitia­
nea : conquistou o logar de honra que dos. Cardoso voltou também para o A r­
occupa sem ruido, sem estrepito, sem raial, trazendo quanto lhe jmreceu pro­
jutas, pelo j)ldno suave da mansidão e veitoso ao exercito.
da meiguice. Pela espontaneidade e natu­ 164,8—Henrique Dias, o famoso mestre
ralidade dos seus cantos vè-se que tinha de campo do terço dos homens pretos
diante de si um grande futuro como poeta de Pernambuco, ataca durante a noite os
lyrico: o seu livro denuncia uma decidida hollandezes na casa-forte que estes oc-
vocação para esse genei‘0 de poesia. cujíavam na ilha denominadaG ua ra ir as ,
Repousa na localidade em que nascêra, no centro de uma grande lagòa, na ca­
/ ao lado da sepultura de seu pae (Vide pitania do Rio Grande do Norte. (
ysetembro de 1877). Depois de uma luta encarniçada, que
f 1869—Inauguram-se os trabalhos da aturou até ao romper do dia seguinte,
' via ferrea qué tem de ligar o municipio como costumavam ser os combates titâ­
de Valença (Rio de Janeiro) á estrada de nicos d’esse tempo memorável, os inimi­
ferro D. Pedro II. gos abandonam o jiosto que oceupavam,
1870—Tomada da T'>'incheira de Cam- fugindo os què puderam escapar ao ferro
hacefjuá (Paraguajq jiolo general Ga­ dos nossos valentes soldados.
mara, hoje visconde de Pelotas. 1651—A esquadra portugueza, com­
mand ida pelo almirante Pedro Jacques
JANEIKO-
de Magalhães, que vinha em soccorro
1637—Manda 0-conde de Bagnuolo de Pernambuco, aproxima-se do RioDoce,
capitão de emboscada Manuel Viegas, ao norti de Olinda, e começa a desem­
com um alferes e quatro soldados, tira^ barcar a infantaria e munições que trazia;
informações dos moradores da villa For­ indo depois postar-se de modo que inter­
mosa sobre a próxima chegada do soc" ceptou todo 0 auxilio que pudesse vir do
corro que esperavam os hollandezes. lado do mar á praça do Recife, oceupada
pelos hollandezes, e a esse tempo também
sitiada dos nossos por terra.
1711—Morre na Bahia, onde nascera
em 163Õ, o poeta Manuel Botelho de Oli­
veira, auctor da Musica do Parnaso,
collecção de poesias portuguezas, caste­
lhanas, italianas e latinas.
173G—Ultimo dia do sitio e bombardeio
da praça da Colonia do Sacramento,
posto pelo governador de Buenos-Ayrcs
1). Miguel de Salcedo, e que aturava
desde 28 de n ivembro do anno anterior.
Defendia a praça o brigadeiro Antonio
Pedro de Vasconcellos.
1774—0 general hespanhol Vertiz in­
vade 0 Rio Grande do Sul com 1,914 ho­
mens.
1785 — Alvará miandando fechar no
Brazil, sob graves penas, todas as fa­
bricas, manufacturas e teares de algodão,
de bordados de ouro, prata, seda, linho,
lã ou algodão, exceptuando-se sómente
a fazenda grossa de algodão para uso
dos negros, dos indios e familias pobres.
E’ egualmente prohibida a veada de
navios de coramercio para o Brazil.
Allegava-se que estas fabricas des­
viavam braços da agricultura e da ex­
ploração das minas, que era, esta ultima,
a principal preoceupação dos governos
daquelle tempo.
Este alvará foi revogado por outro de
1 de abril de 1808, que permitti.i está-
beleC3r-se toda e qualquer industria ou
fabrica ho Brazil.
1811—0 conde dos Arcos, governador
da Bahia, concede ao arcebispo (D. frei
José de Santa Escolástica) a faculdade
de escolher censores entre as pessoas
illustradas da capitania para a gazeta
denominada E dade de O uro do Br a z il ,
primeira que veio a publicar-se na Bahia
e cujo 1* numero appareceu neste anuo
de 1811; sahia duas vezes por semana
(Paru o 1° periodico que se publicou no
Brazil veja-se a E phemeride de lü de
Setembro de 1808).
Só depois da revolução de 24 de agosto
de 1820 em Portugal é que em maior co­
pia appareceram no Brazil os periódicos
politicos, ascendendo já em 1821 a um
grande numero. Quanto aos seientifleos e
litterarios, produziu logo o estabeleci­
mento da I mprensa R egia bastantes fru-
ctos, de que é uma valiosa amostra o
P atriota (1813 á 1814), redigido pelo
douto mathematico bahiense Manuel Fer­
reira de Ai’aujo Guimarães, além das
OBSERVAÇÕES sobre assumptos commer-
ciaes e economicos do sabio visconde de
Cayrú (1808 a -1810), do U raguay de
José Basilio da Gama (1811), dos En­
saios SOBRE AS SEPULTURAS DENTRO DAS
CIDADES E NOS SEUS CONTORNOS, por J, C.
P. (Du, José Correa P icanço— 1812), do
P lano de organização de uma escola
MEDico-ciRURGiCA pelo dl’. Yicente Na­
varro de Andrade (1812), das Prelec’çües
PlIILOSOPUICAS SOBRE A THEORIA DO DIS­
CURSO E DA LINGUAGEM pOI’ tilvestre l’ Í-
nheiro Ferreira(1813), da’ Chorograpiiia
B razilica por Ayres do Cisal (1817), da
A ssumpção da V irgem de frei Francisco
de S. Carlos (1819) e das Memórias his ­
tóricas DO Rio DE Janeiro de monse­
nhor Pi/.arro (1820).—Vide a data 13 de
MAIO DE 1808, quanto ás primeiras im­
pressões que S3 ü/eram no Rio de Ja­
neiro, anteriores ainda a estas.
1868—Morre em Lisboa, onde exercia
0 cargo de ministro plenipotenciário do
Brazil, 0 dr. Antonio Peregrino Maciel
Monteiro,ybarão de Itamaracá, fllho do
bacharel em c inones pela universidade
de Coimbra Manuel Francisco Maciel
Monteiro. O dr. Maciel Monteiro nascera
em Pernambuco a 30 de abril de 1804.
Concluidos no Brazil os seus estudos pre­
liminares, partira para a França em maio
de 1823, e de lá vo^ára a 29 de setembro
de 1829 doutor em medicina pela univer­
sidade de Paris. E’ um primoroso poeta
lyrico; mas, infelizmente para a littera-
tiira nacional, não deixou colleccionadas
as suas composições poéticas, das quaes
conhecemos algumas que são sem exa-
 geração um primor no seu genero, como
por exemplo, o seu celebrado soneto que
começa
—Formosa qual pincel em tela flna—
e as suas fidelíssimas traducçoes do Lago,
da poesia dedicada A’ Mlle.MicHATOwslcA,
do RAMO DA AMENDOEIRA G da INVOCAÇÃO,
que 0 benemerito eolleccionador das L a -
MARTiNiANAS (o si’ . dr. A. J. de Macedo
Soares) i^oz na frente do bello volume
que, çom esse titulo, nos deu em 1869, e
que é na verdade um valioso monumento
erguido pelo talento brazileiro ao cantor
melodioso das Meditações , ao poeta pre-
dilecto das almas sensíveis e puras.
IV.--. Pela Gazeta de Noticias de 10 de
janeiro de 1881 soubemos que o sr.
João Walfrido de Medeiros, proprietá­
rio da Livraria Industrial, em Pernam­
buco, ia tomar a nobre incumbência de
editar as poesias esparsas de Maciel
Monteiro, tendo já o sr. dr. João Bap-
tista Rigueira Costa escripto a respec­
tiva biographia do poeta, para o vo­
lume.
E’ uma idda patriótica, aldm de mere­
cida glorificação do poeta, que não po­
demos deixar de applaudir.
Mv- 1869—Entrada triumphal do general
marquez de Caxias em Assumpção, com
0 grosso do exei’cito do seu commando
{Guerra do Paraguay).
1873—Inaugura-se, depois de bento
pelo sr. bispo diocesano d. Pedro de La­
cerda, 0 ediflcio levantado ao largo de
Moura, no Rio de Janeiro, denominado
Necrotério, para deposito dos cadaveres
encontrados nas ruas, praias, etc., da
(.idade e verificação da identidade de
pessoa e causa da morte.
JANEIRO — 6
1573—O governador do Brazil, Luiz de
Brito de Almeida, e o do Rio de Janeiro,
Antonio Salema, tomam na Bahia um
ficcordo com o ouvidor geral Ferrão da
.Ü ^ í
SU •
Silva, acerca da liberdade ou, antes, es­
cravidão dos indígenas.
Neste anno chegou á Olinda Jorge de
Albuquerque Coelho, vindo de Lisboa a
administrar, como substituto de sua mãe
D. Brites de Albuquerque, a capitania
de Pernambuco.
1626-P roxim o ao alagadiço da Juçara,
junto ao mar, em terras para esse fim
doadas pelo capitão-mdr Bento Maciel
Parente, fundam os carmelitas descalços
do Maranhão o convento da sua ordem
gm Bele'm do Pará. Estes religiosos
tinham em vista formar uma vigaraina
provincial sujeita ao capitulo de Lisboa
com este novo convento e com o que já
pos'^uiam no Maranhão.
1631—Um troço de soldados nossos,
sob as ordens dos capitães Pedro Tei­
xeira Franco, Mathias de Albuquerque
Maranhão e outros, sorprehendem no
sitio denominado hoje Santa, chamado
então das Olarias, uma legua distante de
Olinda, a quatrocentos hollandezes que
andavam colhendo cajús, uns trepados
nas arvores, outros em baixo d’ellas 0
todos sem as armas que haviam largado,
e matam-lhes 160, entre elles a um
capitão inglez, e aprisionam dois; os mais
escapam-se como melhor puderam.
Este successo irritou o inimigo, sobre­
tudo por ter sido o unico prejudicado
nelle, e por isso voltaram de outras
Vezes, com forças mais numerosas,contra
a nossa gente, que mesmo assim nunca
deixou de lhes armar as emboscadas
que poude.
1631 — Antonio Cavalcanti de Albu­
querque, 13° capitão-mõr do Pará, toma
de novamente conta do governo da ca­
pitania, succedenJo a Luiz do Rego
Barros, por condescender com as in­
stancias de seu sobrinho Feliciano Coelho
e de todos os moradores, que desejavam
a tranquillidade na publica adminis*
 traçSo e o socego dos administrados,
cousas estas que se achavam então sen­
sivelmente alteradas.
A Cavalcanti tornou a render dois
annos depois o mesmo Rego Barros.
1636—0 mestre dc campo D. Luiz de
Roxas y Borja, que succedera a Mathias
de Albuquerque no commando geral das
forças de Portugal e Hespanha contra os
hollandezes no Brazil, move o seu exer­
cito, composto de 1,400 homens, sem
contar os indios de Camarão, para quem
trouxera o titulo de dom e o habito de
Christo, e deixa a povoação das Lagunas
(Alagoas), onde flca o‘ conde deBagniiolo
com 700 homens para guardar o porto,
e marcha ao encontro do inimigo, tendo
dias de transpor, além de muitos pân­
tanos, outeiros tão Íngremes que foi
obrigado a deixar cavallos no sopé d’elles,
por não os poderem estes subir (Vide a
ephemeride de 7).
1648—líemnque Dias repelle os hollan­
dezes da ilha de Guarairas.
1683—Duarte Teixeira Chaves, gover­
nador da capitania do Rio de Janeiro,
parte para a colonia do Sacramento,
que ia receber e restaurar. Fica durante
a sua ausência no governo da capitania
0 senado da camara, por força da C. R.
de 17 de janeiro do anno anterior. Este
^é governo interino prolongou-se até 13 de
junho, em que estava de volta o effective,
que continuou no exercício do cargo
até 1686. A 22 de Abril d’esse anno tomava
as redeas da administração o seu succes­
sor João Furtado de Mendonça.
1685—Fallece em Lisboa D. frei Manuel
Pereira, bispo resignatàrio do Rio de
Janeiro e primeiro nomeado para essa
diocese.
Era natural de Lisboa e da ordem dos
pregadores. Consta do Roteiro dos his-
Vãdos que, achando-se uma vez em Roma,
fôra provido no cai’go de provincial
titular da Terra Santa e voltando á
patria exercera o de provincial da pro-
vincia lisbonense em 1667 e o de inqui­
sidor da Meza grande.
Nomeou-o bispo o principe D. Pedro,
então regente do reino, e confirmou-o na
dignidade o papa Innocencio XI a 16 de
novembro de 1676. Depois, porém, de re­
ceber a sagração renunciou o cargo (em
]680). Exerceu então diversos logares im­
portantes, como 0 de secretario de estado,^
de deputado dá junta dos tres estados e
de vigário geral da ordem dominicana.
Como secretaino e um dos plenipoten­
ciários da corôa de Portugal assignou o
tratado de 7 de maio de 1681, celebrado
com Castella sobre a nova Colonia do
Sacramento.
« Era um varão illustre por sua
sciencia e virtudes, distinguindo-se com
muito louvor no ministério do púlpito.»
Jaz em uma capellinha toda de már­
more de diversas cores, que elle proprio
mandára edificar em Bemfica e dedicára
a S. Gonçalo de Amaranto.
1736—Sitio da Colonia do Sacramento.
Chegam i*eforços do Rio de Janeiro para
os nossos, e os hespanhoes levantam o
cerco.
1761—Nasce na cidade de S. Salvador
da Bahia o nosso illustre compatriota
Balthazar da Silva Lisboa, de quem não
sabemos do que lhe virá maio)- gloria,—
si de ter escripto a importante obra
A nnaes da P rovíncia do rio de Janeiro ,
si a de ser irmão do publicista José da
Silva Lisboa, visconde de Cayrú.
Era Balthazar Lisboa formado in utro-
que jure pela Universidade de Coimbra,
desembargador da Relação do Rio de
Janeiro, conselheiro aposentado da fa­
zenda, do conselho do 1° imperador,
membro da Academia Real das Sciencias
de Lisboa e socio honorário do Instituto
Historico do Brazil, ao qual presenteara
(diz 0 sr. dr. J. M. de Macedo) com um
preciosissimo manuscripto, obra sua, in­
titulado—Bosquejo historico de littera-
tura portugueza, servindo de introducção
a um corpo biographico dos mais dis-
 tinctos brazileiros e de mui os varões
celebres pelos seus serviços ao Brazil.
Era flllio do arcliitecto portuguez Hen­
rique da Silva Lisboa e de D. Helena de
Jesus e Silva, natural da Bahia. Em 1775
partiu para Portugal a reunir-se em
Coimbra a seu irmão mais velho, depois
Visconde de Cayn'i, e alli, na Universi­
dade, obteve duas vezes prêmios só con­
cedidos aos que mais se distinguiam
pela intelligencia e applicação. Em todos
os elevados cargos que preencheu depois
no Brazil foi se mi're, como o attestam
todos os seus biographos, honrado, bene­
ficente, amigo do povo, habil magis­
trado, cidadão honesto, qualidades que
tornam recommendavel a sua memória.
Mereceu por ellas a estima do vice-rei
Luiz de Vasconcellos e o despeito do
suspeitoso e sombrio conde de Rezende,
de cujas injustas e infundadas accusações
se justificou plenamente em tribunal
competente, e, o que mais ó, na opinião
dos seus concidadãos, e, hoje, na impar­
cialidade da Historia.
Por occasião de se crearem em 1827
os cursos jurídicos do Império foi, ape-
zar de adiantado em annos, nomeado
lente para o de S. Paulo, em que regeu
por dous annos a 2’- cadeira do 2° anno.
Depois d’isso foi que publicou os seus
ANNAES, vindo a fallecer aos 14 de
agosto de 1840 na cidade do Rio de
Janeiro.
1765—Carta régia restaurando a capi­
tania de S. Paulo em governo indepen­
dente da do Rio de Janeiro, a que estava
unida desde 1738, por occasião do falleci-
mento do conde de Sarzedas, seu gover­
nador, oceorrido a 29 de agosto de
1737 { Azevedo Marques, Apontamentos
■ da prooincia de S. Paulo).
1806—D. Francisco de Mello Manuel da
[Camara succede a d. Antonio de Saldanha
da Gama no governo do Maranhão, e é o
45° na respectiva serie.
1S19 — Francisco de Paula Magessi
Tavares de Carvalho, que foi depois
barão de Villa-Bella, toma posse do go­
verno da capitania de Matto-Grosso, de
que foi o 9° governador (Tomo XX da
Revista do Inst. pag. 285).
Nomeado por carta régia de 7 de julho
de 1817, governou a capitania um anno,
7 mezes e 14 dias, isto é, até 20 de
agosto de 1820. Substituiu-o uma junta
proviíioria em 1821. Até essa data quem
governaria a capitania ?
1869—Fallece na cidade de Assum­
pção, capital do Paraguay, José Joaquim
de Andrade Neves, barão do Triumpho,
brigadeiro honorário do exercito, cuja
bravura o sr, coijse-lheiro' José Boni­
facio immortalisou na sua bellissima
ode O REDIVIVO.
Fora elle desde a marcha do exercito
brazileiro para Tuyú-Cué o seu primeiro
campeão: a sua coragem e audacia. de
mãos dadas com a fortuna, pareciam
guial-o em todas as entreprezas que eíTe-
ctuou nesta ardua campanha. Ao lado
do nome de Osorio, o de Andrade Neves
Se tornará legendário em não remoto
futuro.
KDepois de servir á sua patria 34 annos
com as armas na mão, ferido em com­
bate mais de uma vez, e levantando-se
duas ou mais vezes do leito de enfermi­
dade para voltar aos campos de batalha,
0 barão do Triumpho morreu cercado
de gloriosa fama, que a historia reco­
lherá para transmittir aos vindouros
(Almanack Laemmert para 1869).
Andrade Neves nascera na então villa
do Rio Pardo, provincia do Rio-Grande
do Sul, a 22 de janeiro de 1807.
1880—Inaugura-se a estação telegra-
phica de Laranghiras a Aracajú,
«L/CtJ na
I l c i pro­
U*
vincia yiffecy M a-gò^
JANEIRO — 7
1519—E’ creado por carta regia d’el-rei
D. João III um governo geral no Brazil,
a que ficavam sujeitas todas as capi­
tanias, tendo por séde a cidade deS. Sal­
vador da Bahia, cuja fundação a mesma
 EPHEMERIDES NACIONAES
carta regia ordenava. 0 1° em quern re-
cuhiu a escollia do rei para governador
foi Thome de Souza, de quern se tratará
nas ephemerides correspondentes a 2 de
FEVEREIRO e a 28 DE MARÇO, e que estava
na altura do elevado cargo pela sua pro­
vada prudência, sisudez e valor.
Neste mez e anno naufraga pela se­
gunda vez, na costa de Itanhaen (a pri­
meira fôra em Paranaguá', o allemão
Ilans . Stade, é conduzido pelos indios a
S. Vicente e entregue a seu patricio
Heleodoro Ewban, a cujo cargo estava
uma das fabricas de assucar que existiam
na colonia. E’ mais tarde encarregado
da defeza do forte da Bertioga contra os
Tamoyos: perde a acçãó e é feito pri­
sioneiro por aquelles, soíTrendo tormentos
incriveis no meio d’elles, por muitos
mezes, até escapar do seu poder em 1552
( Vide novembro 2 4 ).
1619—Os Tupinambás^ guiados pelo
seu principal, a quem davam na sua
lingua 0 nome de Cabello de velha,
cahem inesperadamente sobre a fortaleza
da cidade de Belém, chamada hoje forte
do Gastello; posio que numerosos, são
rechaçados victoriosamente pela guar­
nição da fortaleza, deixando o campo
circumvisinho esteirado de cadaveres e
de feridos, d’entre os primeiros dos quaçs
Cabello ãe Velha.
1636—Faz alto em uma planicie cer­
cada por mattas e cortada por um rio o
exercito de D. Luiz de Roxas y Borja,
que se dirigia para Porto Calvo, onde
se achavam os hollandezes, sob o com­
mando do general Segismundo (Vide a
ephemer^^ . ^ W ) . • expostos ao escarneo da populaça (Vide
1648^Henrique Dias derrota os hollan­
dezes no Engenho Cunhaú.
1676—Chegam á Belém do Pará cin-
coenta casaes de colonos açorianos, com-
prehcndendo 234 pessoas, entre homens,
mulheres e crianças.
Foram todos elles caridosamente rece­
15
bidos e ngazalhados pelos habitantes da
cidade, condoídos da fome e nudez a
que os lançara a explosão vulcanica que
no anno anterior rebentára na ilha do
F’ayal e lhes devorára quanto possuiam.
A população de Belém alojou-os em suas
casas, fornecendo-lhes alimento e ves­
tidos, até que pudessem, pelo seu tra­
balho, .construir habitações próprias e
supprir-se do necessário,
1794 — Decreta-se uma pharmacopéa
para uso geral das boticas dd reino e
colonias de Portugal.
1823— Os portuguezes commandados
pelo general Madeira atacam Itaparica,
na Bahia.
1830—Fallece em Lisboa de uma hy-
dropisia a rainha D. Carlota Joaquina
de Bourbon, viuva desde 10 de março
de 1826 de D. João VI, com.quem esti­
vera casada 40 annos. Tinha 54 de edade,
pois nascera a 25 de abril de 1775.
No dia 10 ('era um domingo', das 6
para ás 7 horas da tarde, sai o cadaver
da imperatriz-rainha de Queluz para a
freguezia de S, Pedro de Penaferrim,
em Cintra, acompanhado de numeroso
cortejo e força militar. Foram seus me-
'licos assistentes o barão de Sande e o
dr. João Henriques de Paiva. Desde 24
de dezembro até ao dia em que expirou
quiz D. Carlota Joaquina por tres vezes
que lhe administrassem os sacramentos:
a ultima foi meia hora antes de expirar.
1835—Rebellião na capital da provinda
do Pará e assassinato do respectivo pre­
sidente Bernardo Lobo de Souza e do
commandante das armas Joaquim José
da Silva Santiago, cujos cadaveres com­
pletamente nús fleam por todo o dia
a ephemeride de 26 de fevereiro).
Lobo de Souza, deputado, fôra nomeado
para substituir na presidência ao tenente-
coronel José Joaquim Machado de Oli­
veira c 0 major Santiago para substituir
no commando das armas a Antonio
Corrêa Seára: tomaram posse dos seus
 EPHEMERIDES NACIONAES

cargos; ajjorém, diz o general Abreu e 1780—Parte de Lisboa, como membro

Lima na sua Synopsis da historia do da commissão de demarcação de limites
Brazil^ so o man fado d’aquella pro- das possessões portuguezas na America,
vincia teria concorrido para semelhantes odr, Francisco José de Lacerda e Almeida.
nomeações. Envolvidas estas duas aucto- Chegando á capital do Pará om 26 de
ridades nos manejos das facções, que fevereiro, d’alli proseguiu no desempenho
dilaceravam o Pará, foram ambas assas­ da sua commissão em 2 de agosto. A 1 de
sinadas na manhã do dia 7 de janeiro setembro de 1781 embarcou na villa de
de 1835, etc.» Barcellos para Matto-Grosso, á cuja
Depois de expostos por um dia aos capital checou a 28 de fevereiro do anno
insultos da gentalha, só á tarde foram seguinte.
seus corj)os levados ao cemiterio e enter­ Executada grande parte dos trabalhos
rados na mesma cova. de que estava encarregado, partiu de
1838—Fallece o padre José Custodio Villa Bella, capital d’aquella capitania,
Dias, senador pela provincia de Minas- a 15 de outubro de 1788 com direcção a
Geraes, escolhido a 7 de agosto de 1835 S. Paulo, fazendo a viagem pelos rios
pela regencia permanente, A 18 de se­ Pardo, Paraná e Tietê. Chegou aS. Paulo
tembro tomara elle posse da sua cadeira a 10 de janeiro de 1789, tendo feito 648
no senado. léguas desde Villa Bella, Sahindo de
S. Paulo a 13 de maio de 1790, embarcou
em Santos a 10 de junho para Lisboa,
JANEIRO — 8 onde chegou a 21 de setembro, tendo
gasto 10 annos e 8 mezes no desempenho
1519 — Carta regia de D. João III, da.
da sua commissão. Ejcreveu um in­
tada de Almeirim, confirmando a doação teressante itinerário da sua viagem de
que a Duarte de Lemos fizera Vasco Fer­
reconhecimento dos riosTaquary.Poxim,
nandes Coutinho da ilha de SantoyéíMn^
Camapuan, Sanguesuga, Pardo, Paraná
na bahia da sua capitania do Espirito-
e Tieté. Esse importante trabalho fo^
Santo. impresso em 1811 em S. Paulo, porordem
1632 — O capitão Cosme do Couto Bar­ expressa da respectiva Assembléa Pro­
bosa, que fòra commandante do galeão vincial,com 0 titulo de Diário da viagem
portuguez S. JoÃo B aptista e ficara do... de Cuiabá a S.Paulo, e até hoje, diz
prisioneiro dos hollandezes na batalha Azevedo Marques, é consultado pelos
naval de 12 de setembro do anno ante­ que desejam conhecer aquelles rios.
rior, foge do poder dos inimigos. Apezar Este disíincto astronomo paulista era
da precaução com que o retinham a filho do licenciado José Antonio de La­
bordo de um dos seus vasos de guerra, cerda, natural de Portugal, e de D, Fran-
0 denodado capitão lança-se a nado de cisca de ÀlmeidaPaes,naturaldeS. Paulo,
uma distancia de meia legua de terra e formara-se em Coimbra em sciencias
(a ilha de Santo Aleixo, ao sul do cabo naturaes e astronômicas.
de Santo Agostinho) e á favor da escuri­ Encarregado depois, no mesmo caracter
dão da nôite alcança a terra sem ser de astronomo, da demarcação de limites
presentido e a salvamento. Dois dias da capitania de Moçambique, atravessou
depois chega á fortaleza do Arraial, onde a Africa Meridional de léste a oeste, com
é recebido com grandes demonstrações a partida portugueza que commandava,
de alegria. Embarcou depois, com li- e alli falleceu, já coronel de engenheiros,
cénça, para a Hespanlia, no porto da na cidade de Sena, tendo feito as deter­
Parahyba. minações astronômicas de muitos pontos
 d aquelle torritorio, quando se occnpava
janeiuo — 9
em aproveitar os dados que recolhera,
liara organisar a carta da capitania. 10 <1—Morre em Beauvais, perto de Ne-
mours, com CO annos pouco mais ou me­
16’O i- G ljr:gadeiro Francisco João Ros-
nos de edade, Nicolau Dur mdde Villeo-ai.
cio íipa interinamente no governo da ca-
]iitania do Rio Grande do Sul durante a. fu C'^Iebre nas nossas chronfcas
. bailarei, Ilütoirc du Bresi'français
ansenoiado goveçnadorSebastião Xa\ier pag 340).
da ^ eiga Cabral da Gamara; por sua
moi te, a 5 de novembro, continua no 61ò-Alexandre de Moura faz-se de
^ela do Maranhão para Pernambuco,
govcimo até i>assal-o ac cífectivo (^'ide
outubro 10 de 1805), levando comsigo Daniel de La Touche
.senhor de La Ravardière, que assignárà
O imperador D. Pedro I convoca
a ~ e no\embro do anno anterior (Vide
todos os biaiziieiros e chama-os jiara o
Inaizil, declarando que seriam conside­ data) a capitulação em que desistia
rados portuguezes os que, no ])razo de dajiorçao do território do Maranhão
que com os seus oceupava.
seis mezes. não se recolhessem á jjatria.
1829— Julga ])e:a primeira vez o jury 1C25-A mui Cauidade , capitaneada
por Lancerote da França c que fazia
em S.Paulo sobi’e abuso de liberdade de
impiensa: foi considerado sem crimina­ p m e da esquadra portugueza que fora
lidade um artigo do P/iarol Paulistano. mandada em soccorro da Bahia contra
os liollandezes, encalha junto á barra da
halleco na côrte o conselheiro
1 arahyba. Essa nau desgarrara da frota
Joaquim José Rodrigues Torres, viscon­
de üc Itaborali}’, senador pela provincia em uma noite de escuridão, por ter
do Rio de Janeiro, eleito a 22 de feve­ errado o rumo o respectivo piloto. Ma­
reiro de 1811. A 4 de maio do mesmo thias de Albuquerque, governador de
anuo tomára assento no senado. lernambuco. avisado d’esse successo,
Jaz no eemiterio de S. João Bantista deu tão acertadas e promptas provi­
da Lagóa. dencias que se salvou não só toda a
triimluçao, como toda a artilharia e a
Era nm, consummado financeiro e um
maior parte das munições e do abasteci­
dos chefes de mais prestigio do partido
mento que nella vinham. Seguiu a gente
conservador. Fora deputado á assem-
por terra paraPernambuco,e a nau,depoig
b.éa geral, conselheiro de Estado, sena-
de desencalhada na maré cheia e repa­
or c ministro dos ncgocios da m irinha
rada das avarias, tomou para o porto
e dos da fazmda, piistas que occupou por do Recife.
mais ue uma vez e em circurnstancias
melindrosas e diííiceis para o paiz. 1G31-J"artsm de Texel, na Hollanda,
o dos IG navios mandados pela companhia
Rodrigues Tqrres nascóra a 13 de de-
DAS iNDiAS em soccorro á sua colonia
! zembro de 1802 na Ireguezia de S. João
em Pernambuco. Tinham partido os
de Itaborahy, provincia do Rio de Ja­
outros 11 no auno anterior. Nestes úl­
neiro; estudára humanidades no semi­
timos cinco vinham muitas familias hol-
nário de S. José da còrte e formara-se
landezas e judeus ricos para se estabele­
era malhematica em 1825 na universidade
de Coimbra. cei em em Pernambuco. Commandava
toda a esquadra o general Adriaan
« Era 42 an nos de vida publica e de
Jan^zon Pator e tinha por almirante
uctas imliticas nunca se ouviu uma voz
Marten Thyszoon, constando de 1270
de adversário que puzesse cm duvida a
marinheiros e 860 soldados. Estes cinco
^ sua i.robidade (Dr. J. M. ue Macedo) « -
e é es^e o seu maior elogio. navios chegaram ao Recife a 14 de abril
do mesmo anno de 1631.

,S J
 EPHEMERIDES NACIONAES
18
1635—Duarte Gomes da,Silveira e mais
oito dos principaes moradores da Para-
hyba, receiitemente conquistada pelos
liollandezes, prestim juramento de üde-
]idade á causa da Ilollanda nas mãos
dos membros do conselho politico na-
quella cidade, renunciando ao rei de
Ilespanha e'seu governo e aceitando as
condições oííerecidas pelos conquista­
dores.
Este exemplo foi seguido por muitos
moradores da capitania, que foram ate
ao Pdo Grande para o mesmo íim.
1610-João Pedro Caceres, comman­
dante da fortaleza de Gurupá, toma por
abordagem em canoas um patacho hol-
landez, que subia o Amazonas carregado
de quinquilharias apropriadas para atra-
hir os indigenas.
Os objectes apprehendidos foram re­
partidos pela guarnição da fortaleza.
l(316_Combate no Atierro dos A/íoç/a-
dos, em Pernambuco (Pv.ecife).
1822—*Decide-se o principe regente
D. Pedro (depois 1° imperador) a ficai-
no Brazil, a despeito das ordens das
i cortes portuguezas, facto conhecido pela
designação histórica de Fico.
«O principe regente D. Pedro resolve-Se
a FICAR no Brazil (9 de janeiro), an-
nuindo: 1° a seus proprios desejos, mo­
tivados por causas diversas; 2“, aos de­
sejos dos brazileiros, revelados em re­
presentação da camara municipal do Rio
de Janeiro, orgão do povo fluminense, e
®m representação da junta provincial de
Minas e da junta provincial, camara
municipal, bispo, cabido, clero e gover­
nador, tudo de S. Paulo; 3°, ao desejo
do3 portuguezes residentes no Brazil,
gm grande parte sectários do absolutis­
mo, e que temiam a independencia do
Brazil, SEM elles e contra elles.
a Bem averiguados, porém, os factos,
segundo as datas,que são irrespondíveis ,
o F ico foi obra exclusiva do Rio de
Janeiro.» —0 primeiro treinado estudado
á lu.s da sciencia pelo sr. dr. Luiz b ran-
cisco da Veiga. ^ '
Tendo,pois, vindo ^ordem das cortes de
Lisboa, pela qual se exigia o immediate
regresso do principe para o reino, este,
a ^pedido de oito mil pessoas que se
reuniram no largo do Paço, resistiu a
essa ordem. A historia archiva a resposta
de ,D. Pedro nas seguintes palavras,
transmittidas ao povo por José Clemente
Pereira, presidente da camara municipal.
Como é para bem de todos e felicidade
geral da nação, digo ao povo que fico.
Dizendo— iVeo—declarou-se o principe
regente em franca dtsobediencia ao rei,
e ficando no Brazil abraçou a causa sus­
tentada nas representações de S. Paulo
e Rio de Janeiro, e tornou-se chefe
ostensivo da revolução que separava a
colonia da sua antiga luetropolc.
1823— Decreto dando á camara muni­
cipal do Rio de Janeiro o tratamento de
illustrissima. •
Jã a provisão de 11 de março de 174
lhe fizera a mereô de se denominar se­
nado, declarando ao mesmo tempo as
formalidades dos seus despachos e os loga-
res em que os devia lançar, abaixo dos
requerimentos, a exemplo da de Lisboa,
evitando assim que se dessem queixas
similhantes ás da camara da Bahia con­
tra os desembargadores da Relação d’a-
quella cidade,' por havcl-a reprcheiidido
em um aecórdão no uso de pòr despaciios
no alto das petições, cuja prerogativa só
competia a Sua Magostade ou aos tri-
bunaes que despachassem em seu nome.
Por despacho de 6 de fevereiro de 1818
tivera ella o tratamento de senhoria,
A carta régia de 22 de maio de 1734
mandara observar o estylo de darem os
parodies ou seus coadjutores agua benta
ao senado da camara.
1852—Fallece o senador pela provincia
de Matto-Grosso José Saturnino da C^sta
Pereira, escolhido a 29 de novembro
do 1827. Tomára assento no senado a 18
de agosto do anno seguinte .{Vide essa
 EPHEMERIDES NACIONAES

data e a ephemeride úe 22 úq no\em]n'o

de 1773). ordens para expellir os francezes que se
lavianr estabelecido na bahia do Rio de
1S57 Promovido pelo architecto o
.janeiro sob a direcção de Villegaignon
si> pl‘ofe.';.sor Francisco .Toaquim Bit­
que ja então tinha voltado para a França.’
tencourt dá Silva. niaug'ura-se na pre­
embarca na presente data na Bahia'
sente data 0 Lyceu ile -Artes e Oiíicios
com a expedição que melhor poudepara
no consistorio da ògreja matriz do Sa­
esse fim aprestar, composta de duas
cramento da còrte. Passou-se depois para
naus de alto bordo, que havia trazido
^ abandonada de S. Joaquim,
do remo o capitao-mdr Bartholomeu de
onde funccionou por espaço de 19annos
(Vide a ephe.neride dc novembro 23 Vasconcellos (Vide a ephçmeride de 30
de 185Ô). ce novembro de 1559), e de oito ou nove
navios bem surtidos, e com es.sa armada
Além dos cursos públicos e gratuitos
parte para^ o seu destino.
de sciencias applicadas, mantidos com a
a Eu ipe fiz logo prestes, diz Men de
maior regularidade, preparam se no edi-
8a a rainha regente D. Catharina, o
flcio da rua da Guarda-Velha, para onde
melhor que pude., que foi o peior que
se mudouío Lyceu em setemljro de 1878,
um governador podia (Vide 21 de fe­
oílicinas de artes mechanicas para o vereiro) . » 1
ensipo pratico dos alumnos.
^ 162o — Chega a Pernambuco a naiv
No anno de 1880 matricularam-se nas
N ossa Senhora oa Boa V iagem , da
suas diversas aulas 937 pessoas, das quaes
qual era capitão Bento do Rego Barbosa
/52 brazileiras, e acliam-se em effective
e fazia parte da esquadra mandada de
exercido 49 professores. Estes e o incan­
1 ortugal a soccorrer a Bahia em poder
sável director zião recebem a menor re­
dos hollandezes: desgarrou-se da armada
tribuição monetaria pelo ensino que
como acontecera com a nau Caridade ,
prestam, e fazern-no com uma perseve­
naufragando cm dezembro do anno an­
rança e patriotismo superiores a todo o
encomio. terior a nau N ossa Senhora da Con­
ceição junto á ILHA de M aio .
1862—Fallece em S. Paulo o lente ju­
163o — O conselho politico hollandez,
bilado da Faculdade de Direito d’aquella
que se estabelecera na Parahyba, resolve
cidade conselheiro Prudencio Giraldes
mandar o coronel Arcizewski e o con­
Tavares da Veiga Cabral, nomeado a 8
selheiro Stachouwer a Goyannas com o
de abril de 1829 e que exerceu o magis­
lim de induzirem os seus moradores a
tério üté 22 de janeiro de 1861, data do
decreto que o jubilou. obedecer-lhe^ Partem elles na presente
data com 750 homens e acampam duas
Para poder legalmente ser lente tinha-
léguas distante d’aquella cidade, onde
sc-ltie', como a outros, conferido o grau
chegam no dia 12, sendo bem recebidos
de doutor, pelo decreto n. 34 de 16 de
dos moradores da povoação.e visinhanççs,
^etembro de 1834 (Vide agosto 11 de 1827
in fine).' que, sem meios de Ihc^ resistir, se dão
como vassallos dos Estados Geraes e da
1876— Inauguração da linha telegra- companhia das índias.
phica de Canavieiras a Porto Seguro,
Mathias de Albuquerque, porém, logo
naprovincia da Bahia, com a extensão
de 95.200 kilometros. que soube da sua chegada mandou pri­
meiro Martim Soares Moreno e depois
JANEIRO— 10 Luiz Barbalho, sinão para lhes fazer
face, para irem pelo menos retirando-se
1560—0 governador geral Men de Sá,
pouco a pouco com os indios, destruindo
que havia recebido de Lisboa novas’
quanto não pudessem transportar. Con-
 EPHEMERIDES NACIONAES
20
SGguii’âm ellGS api’Gsentar-lhss resistên­
cia, posto que fraca, o primeiro em Mus-
surepe e o segundo em S. Lourenço e
depois na I^foribeca, retirando-se por flm
!'-li para junto de Mathias de Albuquerque.
1(539— Surge em frente do R.ecife a
poderosa esquadra liispano-portugue/a,
que vinha restaurar as capitanias oceu-
padas pelos hollandezes : commandava-a
o conde da Torre, D. Fernando de i\ías-
caronhas, novo governador do estado do
Brazil. Não produziu, porém, ella os re­
sultados que devia e se suppunha, apezar
de formidável, por ter ido esperar pela
hespanhola em Cabo \ ertle, o que deu
causa a que fosse largamente dizimada
a marinhagem por uma febre endemica
■ I. d’aquella ilha, fallecendo egualmente
D. Francisco de Mello e Castro, que
devia commandai’ as forças de terra.
O seu apparecimento causa extraordi­
nário terror aos hollandezes; mas o
general, em vez de desembarcar e cahir
sobre os inimigos com a gente valida de
que podia ainda dispor, passa adiante e
segue para a Bahia, por ter os navios
cheios de doentes. A 20 chegam áquella
cidade, onde 1). Fernando toma posse do
seu cargo.
1681—Fallece na cidade de Olinda João
Fernandes Vieira, um dos famosos cabos
de guerra e um dos herdes na porflada
lueta que poz termo ao diuturno do-
minio dos hollandezes em Pernambuco,
tendo elle e Vidal de Negreiros vivido
ainda depois d’isso mais 27 annos (Vis­
conde de Porto Seguro, IIisto via das
luetas com os hollandezes).
'Vieira nascera na ilha da Madeira
e.ii 1613 (Vide a ephemeride de 2 de
agosto de 1866).
1683—Reune-se o povo da villa de
S. Paulo no largo da casa do conselho
clamando em altas vozes:— Viva o povo
e morra o mau governo'.—D’alli parte
armado em busca dos oíliciaes da camar.
e os traz á sala do conselho, onde requei
que se lhe tome por termo que elle.
povo. «não queria que viessem mais
ouvidores e corregedores de comarca,
por serem muito prejudiciaes á terra e
contra os privilégios dos donatários da
capitania.» Como declarassem os oíliciaes
da camara que não podiam tomar esse
requerimento, são ameaçados de moi te
immedi ita e cedem á pressão popular.
Foi sempre este um povo que soube
querer!
1685—Edital da camara da villa de
S. Paulo mandando restituir os indios
que os particulares haviam tirado das
aldeias. _e prohibindo sob penas severas
a continuação d’este abuso.
16S6—F.illece no convento da Madre
de Deus. estabelecido na então villa do
Recife em Pernambuco, D. João Duarte
do Sacramento, 2° bispo nomeado para
aquclla diocese. Fôra eleito e confir­
mado no anno anterior, reinado de
D. Pedro II e pontificado de Inno-
cencio XI: quando porém chegaram a^
bullas da sua confirmação, eâtiva-se-lhg
dizendo a missa de corpo presente na
egreja do referida convento. Alguns Mos
nossos historiadores não o collocam por
esse motivo no catalogo dos bispos per­
nambucanos, dando 0 2° logar ao seu
successor D. Mathias de Figueiredo e
Mello.
1(397—Carta regia dirigida á camara
do Pará, indeferindo a sua representação
ácerca da miséria do Estado por causa
da mortandade dos escravos e indios
produzida pela epidemia de variola, pe­
dindo á coroa a administração das aldeias
e que os moradores^lesce^sem do sertão.
Articulava a carta' regia que as leis em
vigor eram as melhores e sem ellas não
se conseguiriam os fins das missões, em
razão do rigor com que os ditos mora­
dores tratavam os indios, sendo esta a
causa de se liaverem consumido a mdr
parte das povoaçoes de que se com­ ,.r
punham os sertões circumvisinhos.
1730_Ca.rta regia prohibindo que hou­
vesse mais de um caminho para as minas
 EPIIEMERIDES NACIONAES
cleGoy jz e Cuj'abd (Vide a ephemer'ule de
27 de outubro de 1733).
181-1—Toma posse do governo da ca­
pitania do Piauhy Balthazar de Souza
Botelho de Vasconcenos, que é o primei­
ro a occupar esse cai'go depois de inde­
pendente da capitania do Maranhão,
cm virtude da carta régia de 10 de Ou­
tubro de 1811.
Amaro Joaquim Pviiposo de Albuquer­
que, nomeado antes, não chegara a assu­
mir 0 governo (Vide agosto 27 de 1812).
1817—Fallece no Pvio de Janeiro o car­
deal conde Lourenço Caleppi, primeiro
nuncio apostolico que vero ao Brazil.
Sepultou-se no convento de Santo An­
tonio.
Nascera em Cervia, nos estados ponti­
fícios, a 29 de abril de 1711 (Vide setem­
bro 8 de 1808).
— Começa o bloqueio de Montevideo
pela esquadrilha portugueza As ordens
do conde de Vianna.
1820—Decreto mandando crear no Es­
pirito Santo uma alfandega provisória e
um registro na foz do Rio Doce.
1823—Posse do governo provisorio de
S. Paulo, creado por carta de lei das
cortes de Lisboa c nomeado pelos eleitores
da parochia. Presidia-o o mareclial Cân­
dido Xavier de Almeida e Souza.
1835—Decreto creando ,na capital do
Império o Monte pio de economia dos
servidores do Estado, util instituição que
ainda perdura.
1847—Regressam ao Rio de Janeiro o
giiarda-marinlia José Ricardo da Costa
Aguiar de Andrada e mais 5 companhei­
ros da longa e interei^sante viagem que
fizeiam aos mares da. China á bordo da
nau americana Col^inibus.
1850—Falicce na Imperial Fazenda de
Santa Cruz, onde a familia imperial ten­
cionava passar parte do verão, o principe
D. Pedro Affonso, 2° filho va: ão do im­
perador actual, nascido no Rio de Ja­
neiro a 19 de julho de 1848.
O seu cadaver, transportado para a
21
Corte no dia 11, é depositado solemne-
mente no dia 12 no convento de Santo
Antonio, onde jaz ao lado do de seu irmão,
D. AlTonso, íallecido em 1847.
Succumbira a um ataque de convulsões.
1854-Ouve-se pelas 7 horas, na villa
de Touros, no Rio Grande do Norte, um
estrondo que parecia vir do ar. d i ])arte
de léste, e logo em seguida um tremor
de terra, que aturou ura minuto, fazendo
cscilarem as paredes das casas, cahirem
aS telhas das mesmas e as mobilias, sem
que causasse entretanto mal algum a
nenhum vivente. Percebe-se o mesmo
efíeito na distancia de duas léguas em
gircumferencia.
1869—B’ sagrado em Minas-Geraes.
na cathedral de Marianna, o actual bispo
do Rio dp Janeiro, sr. D. Pedro Maria
de liacerda. Apresentado em 1 de fev(|j-
reiro de 1868, tomou posse do seu cargo
a 31 de janeiro de 1869, por seu procu­
rador 0 sr. monsenhor Felix Maria de
Freitas e Albuquerque. A 8 de março do
mesmo anno fez a sua entrada, ponti-
%1 na diocese.
Assistiu, com outros bispos do Bra­
sil e 0 arcebispo I). Manuel Joaquim da
feilveira, ao concilio romano, em que se
tratou d.i infallibilidade do papa, ficando
na sua ausência como governador do
bispado o monsenhor acima nomeado.
Em 1877 foi de novo á Roma, em pe­
regrinação ad limina apostolorum, che­
gando de volta á sua diocese no dia 10
de dezembre do mesmo anno.
O sr. bispo visita actualmente (1881) a
provincia do Espirito Santo.
JANEIRO—11
Fyíippe III promulga as orde- "A
1603-F:
NAÇÕES d)ü
Í reino, chamadas P iiilíppinas .
1608—E’ barbaramente assassinado o
jesuita padre Francisco Pinto pelos indios
Tapivyas dos sertões do Ceará, quando,
cm caminho para o Maranhão, andava, >
em companhia de diversos indios chids-
tãos e do padre Luiz A - "Figueirocl^
 ■ >0 EPIIEMERIDES NACIONAES

oateoliisando os selvagens d’aquclles ser­ que elles denominavam áVacrdenburdi.

tões. 0 padre sea companhe ro pondc com o intento de fazer íaçhina na margem
escapar da morle. esquerda do rio Capiberibe. O capitão
Tendo abortado a empreza tentada em Luiz Barbalho, dos nossos, sahiu a em­
16Ü3 por Pedro Coelho de Souza para a baraçar-lhes 0 intento, conseguindo,
conquista do Maranhão, já por duas depois de algum tiroteio, fazer prisio­
vezes emprehendida também sem resul­ neiros a dois dos inimigos. Essa captura
tado pelos portiigiiezes no século an­ foi de bastante valor para os pernambu­
terior. mbditarani logo outra os jcsuitas canos. que vieram a saber por elles que os
de Pernambuco, persuadidos que so clles seus jireparavam uma grande expedição,
a -podiam levar ao cabo. como pessoas cujo ponto objectivo ignoravam; mas
dedicadas ao amparo dos indios e mais poz essa revelação aos nossos de sobre­
aptas para chamal-os á verdadeira dou­ aviso, prevenindo-se d'isso ao governador
trina. Pediram portanto licença para da Paraliyba, para onde se desconfiava
irem dois padres e quarenta indios ate' que’ se dirigia'aquella expedição. Com
á serra de Ibiapaba e d’alli ao Maranhão, efieito. 13 dias depois sahiu para esse
ou, pelo menos, ás partes mais visinhas, ponto uma esquadra hollandeza.
porque entendiam que os indios os iriam 163G—O exercito de D. Luiz de Roxas
I
receber e ter com clles, e Borja, que a G partira da Laguna
Essa nova empreza teve o íim qpe •(Alagoas), aproxima-se das -fortificações
a rcrerim.os em começo, que os hollandezês tinham cm Peripueira
IG21—Os camaristas de S. Vicente dão (Vide a epJiemeride de 12).
poíiSe ao capitão-mõr Manuel Rodrigues
1610—A esquadra hispano-portugueza.
de Moraes, loco-tencnte do conde dg
que 0 conde da Torre, governador geral
Monsanto. fazendo o mesmo os .de
do estado. a])restára na Bahia com des­
S. Paulo. Santos e Itanhaen.
tino agora a Pernambuco, onde domi­
D’ahi (hit I 0 longo e renhido pleito
navam os hollandezes, desalojados d'a-
entre a condessa de Vímieiro e aquelle
'quella cidade, apparece á vista de terra»
conde sobre a legitimidade dé successão
entre Itamaracá e parahyba; foi pore'm 'li
na doação feita a Martim Affonso de
levada pelo vento , que reinava, para
Souza. D. J.Iarianna de Souza Guerra,
ale'm da costa de Pernambuco.
condessa de Vimieiro. juIgava-se com
diièito á capitania por cessão feit? por As atalaias holiandezas avisam do seu
Lopes de Souza, bisneto bastardo do apparecimento ao principe àlauricio de
primitivo donatario,confirmada por carta Nassau no Recife, e este ordena asahida
regia de 22 de outubro d’este anno immediata da sua frota para ir-lhe ao
de 1G21. O conde de Monsanto, lii.sneto encontro, embaraçar-lhe. a ccimmuni-
qe Pero Lopes de Souza, intruso por caçào com a terra e o desembarque
erro de demarcação da capitania feita de tropa.
nesse mesmo anno, conseguiu expcllir No dia seguinte dá-se o combate naval
a condessa em 1621. Essa lueta resulfára de Itamaracá, um dos quatro empe­
de - terem confundido os territórios das nhados neste rnez e anno entre as forças
duas capitanias, a doada a Martim Af­ navaes'portuguezas e liollandezas.
Ü: fonso e a doada a seu irmão Pero Lopes. 1699—Carta regia determinando que.
1B32—N.0 tempo do dominio hollmdez visto haver engenlieiro no (’ stado do
gm Pernambuco, salie na manliã d’este Brazil, se abrisse uma atila de fortifica­
dia uma* partida de llamengos do forte ção, em que se admitli-ssem até tres
que occupavam na ponta da. Asseca e discípulos, com o vencimento diário de
 EPIIEMERIDES NACIONAES

FíO ráis, além do soldo, si fossem nas tropas portuguezas. as quaes, em

dados. numero de 2.000, sob o commando do ge-
1721— Fallece o 22° governador de Per­nernl .Torge de Avilez, sahiram dos quar­
nambuco, Manuel de Souza Tavares, téis e foram occupar o morro do Castello,
cujo governo começara a 23 de julho de para obrigarem o príncipe a deixar o
1718. Brazil, obedecendo ás ordens das cortes
Por sua morte passou o bistão do de Lisboa. No dia seguinte reuniu-se o
man Io ao mestre de campo (coronel) povo armado no campo de Santa Anna,
P. Francisco de Souza, que o conservou e não só essa attitude popular como a
como interino até passa!-o ao governa­ faltad’agua no mencionado morro, fize­
dor eíTectivo D. Manuel Rolim. ram 0 general portuguez receiar-se de
1722— D. Manuel Rolim de Moura, vi-'assumir a responsabilidade de um acto
gesi'mo terceiro governador de Pernam­ tão serio, passando-se para o outro
buco, começa o exercido do seu cargo, lado da Bahia e estabelecendo o seu
<^omo se verifica de um registro manu- quartel na Praia Grande. Alli rece­
s ” •
"cripto de cartas do governo geral da beu Avilez intimação de D. Pedro para
Rabia, existente na Bibliotheca Nacional. retirar-se com as suas tropas para Por­
F/Ste governador serviu até G de no- tugal, intimação a que elle obedeceu,
açembro de 1727, em que o rende Duarte embarcando-se e partindo no dia 15 de
\
Sudré Pereira Tibliu, cujo governo se fevereiro.
prolongou por maif; de 9 an nos (Vide 1827— Fallece o marquez da Pràia-
agosto 21 de 1737). Grande, Caetano Pinto de Miranda Mon­
1801—Carta regia prohibindo os enter- tenegro, senador pela provincia de Matto
^ramentos dentro das egrejas e capellas e Grosso, escolhido pelo 1° imperador a
ordenando aos governadori s das capi­ 22 de janeiro de 1826, na primitiva or-
tanias que se entendam com os bispos, ganisação do senado. O marquez, então
para o fim de mandarem construir cemi­ visconde, tomou assento naquella ca-
térios, onde se sepultem todos os mortos mara a 4 de maio do mesmo anno,
sem distineção de pessoa. segundo o Mappa necrologlco dos sena~
Não foi porém possivel executar-se dores publicado no tomo NXIX da re­
nunca esta ordem; porque á população, vista do Instituto Historico, onde todavia
costumada a ver sepultarem-se os corpos apparece érrada a data da sua nomea­
nos templos, repugnou de tal modo con- ção.
f rniar-se com essa idéa, que em certas Montenegro fora governador das capi­
localidades. chegou até a levantar-se tanias de Matto-Grosso e de Pernam­
contra as auetoridades e se entregou a buco no tempo colonial, e era desembar­
excessos funestos (diz Thébrrge na suk gador da Relação do Rio de Janeiro.
obra sobre o Ce irá). Prevaleceu pois 1828— Acção de Caballada (Guerra do
ainda por largos annos tão perniciosa Rio da Prata). Uma força brazileira que
pratica, radicada no anitno popular: sahira da praça da Colonia do Sacra­
nãn foi estranho a esta reluctancia o mento ás ordens do coronel Vasco An­
acanhado das crenças religiosas que vi­ tunes, é atacada pelo inimigo e o põe em
goravam então. Só em 1850, como se fuga depois de um curto combate.
gabe c em seu logar diremos, foi esta 1860-Chegam a Sergipe, procedentes
medida, altamente hygienica, definitiva­ das Alagoas, o imperador e a impera­
mente adoptada. triz, proseguindo na excursão que em-
,1822—Os acontecimentos do dia 9 ti- prehendiam desde o anno anterior (Vide
nlfam causado gér.il satisfação, excepto outubro 2) pelo norte do Império.
t! . ‘''i .

21 EPIIEMERIDES NACIONAES

1870—Combate de Lomaruguá (Guerra chegar ao porto afundou-sc, batendo em

do Paraguay), em que o general Camara um banco: salvaram-se comtudo a gente
derrota a columna do coronel Ignacio e algumas mitnições. que chegaram très
Genes, cahindo em nosso pocher muito mezes depois ao Arraial do Bom Jesus,
armamento e 15é prisioneiros, entre os centro de operações dos nossos em Per­
quaes o proprio coronel ipimigo. nambuco. Tinha perdido 8 homens, além
1874 — Inaugura-se a bibliotheca dade 17 feridos no combate acim.i men­
Sociedade Brazileira de Benefloencia em cionado. ' ‘
Campos, com 3,014 volumes, que passam 1636—Ia 0 exercito de D. Luiz de
hoje (1881) de seis mil. Er.i então pre­ Pv.oxas y Borja em sua marcha sobre
sidente dessa associação o sr. dr. Fran­ Porto Calvo, occupado pelos hollandezes.
cisco Portella, que soube por uma sabia Os mantimentos' eram conduzidos ás
administração eleval-a a um lisongeiro costas, por não permittir o caminho que
grau de prosperidade, a que não attin- fossem levados do ouíro modo : um
gira antes nem conservou depois. indio -d( s que faziam esse serviço pedira
■iS' E,’ de justiça acre^eentar-se que mui- perm'issâo para ir a u:u roçado, e de­
tissimo deveu então a sociedade ao seu mora-se; manda o general fazer alto e
Secretario nessa época, o philantropo e gsperar por elle, que apenas chega e é
incansável iSr. .lose' Pitit'o Cambucá, di­ arcabusado !
gno auxiliar do Sr. Dr. Portella. E’ 0 primeiro castigo d’e te genero que
1880—Fallece na cidade de Francfort se dá no exercito desde o começo d i
sobre o Meno E/Juardo von Eaeiumcrt, jueta e por sua demasiada severidade
nascido no Grão Ducado de Baden a espantou a todos.
10 de agosto de 1806. socio da casa Continuou o exercito a sua marciia.
Eduardo Henrique Laemmert. do Rio de Cinco leguas antes do termo a que se
Janeiro, livreiros-impressores, que com­ destinava sabe o general que o inimigo,
petem com 0 sr. B. L. Garnier em ser­ e com elle o coronel Segismimdo, havia
viços prestados nessa especialidade ao abandonado durante a noite Porto Calvo,
Brazil (V. Innocencio daSilva). reíirando-se para a Ban*a Grande, onde
estavam os navios da .sua esquadra.
JANEIRO- 12
Antes de partirem acenderam os ho'lan-
1633— 0 navio em que vinha da ilhadezes fogueiras em differentes pontos,
da Madeira o capitão Francisco de Bit­ para que suppuzessem os nossos que ainda
tencourt e Sá com 70 homens da sua alli acampavam.
companhia, chega ao porío chamado nos 1637 — O capitão Díartim 'S'oarrs Mo-
FRANCEZEs, ti’cs leguas ao sul da barra 1’eno, que oecupava o posto do rio üna.
das Alagoas, então L agunas. Era a .se­ manda o seu ajudante José' Castthlio
gunda companhia das mandadas levantar com oitenta sold.ulos e cincoenta índios
pelo governo da llespaiiha naquelia ilha, até Rio Formoso, a irubigar do que se
com 0 íim de l'cforçar a falta de gente passava no campo inimigo. Encontram
que sentiam os nossos p ira oppor aos elles num engenho, que por alli h ’.via.
hollandezes. Dois dias antes de chegar cincqenta soldados /lãmengos e trinta
áquelle porto, um cruzeiro hollande/, de Índios seus alliados e travam com elles
alto bordo dá caça á pequena embar­ uma renhida peleja, da q-.uil resultou a
cação de Bittencourt, que comb to co­ morte de vime e dons dos coni r u'ios,
rajosamente o inimigo, mas fugindo solvaudo-se os mais. sem que se ti-vesse
sempre, e consegue esc ipar-lhe. tendo-se podido fazer nenhum prisioneiro, lim
damniílcado tanto o seu navio, que ao principal que levavam os nossosem vista.
 1640 — Combate naval dc Itamaracá.
Ataca a froía Iioliandoza a nossa arma-
(ba. Cjue SC liavi i nm t nío dispersado c
que encontra entre a ilha do Itamaracá
e Goyanna ás 3 horas da tarde. O almi­
rante liodandez áV. -Cornelissen Loos,
como fizera o mallogrado Patcr contra
Oqnendo, vai cm busca da almirant i do
conde da 'forte, e com ella e mais qua­
tro galeões peleja durante tres horas ;
^endü porém tido uma insignificante
P“rda de combatentes, tem a infelicidade
de ser do nu.uero dos mortos. O navio
A afunda-se, por causa das ava­
lias que recebera. l5a nossa parte popeo
se, soíIVeu.
« Esta ])rimeira acção, qne cessou pela
noite, teve logar um pouco ao norte da
ilha de Itamaracá, defronte da Ponta de
Pedras, paragem mais oriental de todo o
B.azil (Visconde de Porto Seguro. IIU-
to)'ia das laias cnm os iiolla u d cie^ . »
1660 —- A c.imarct da cidade de Belém,
capital do Pará, convida a camai'a da
cidade de S. Luiz.- capital do Maranhão
e residência do governador do estado do
áíarardiao e' Grao Pará. a unirem-se e
tornarem communs os interesses de
ambas as cajntanias, esíabelecèndo-se
para esse fim ent!‘e as duascamaras'
uma correspon lencia epistolar assidna
desdiiada a pedir e oliter dos po.dei’os
do Estado as proviiiencias exigidas |elo
b..,m estar dOs moradores da cada uma
d cilas. A camara do Maran ao aceode
ao convite.
^ 1664—ü givornador do estado do Ma-
1..nnão 6 Grao Pará. Ruy \ az de Siqueira,
parte por tei ra de Belém juira o Ma-
ranhào, depois de uma estada, de quatrò
niezes no Pai'á, providenciando acerca
da pu. lica aummistiviçao e dando piatu s
A^ara a guerra que se ia fazer aos jndh s
do rio Lrubti. pelo assassinato por olles
praticado na pe-'Soa do s irgent i-mór
Antoiiio Arnaud áiileia. que 1'oiai alli
commandar uma escolta encarregadh de
acautelar a missão d’aquelle rio. Uma
(Ias medidas tomadas pelo govermulor
foi a mudança da povoação do Gurupy
para o Caheté. no sitio em que está
hoje 0 Yimioso, mudança etTectuada em
fins d’este mez.
1707—Assume o capitão general Chris-
tovão i'a Costa Freire, senhor de P incas.
0 governo do estado do Maranhão; é o
22“ na ord m chronologica c rcoebo o
gpvorno das mãos de D. Manuel Rohm
cie Moura.
1733—Alvará regio clçclarando que se
approva a deliberação tomada no governo
geral do esiaclo do Brazil de alistar sem
distineção de c )r os brancos e pardos
nos corpos de infantaria dc ordenanças,
supprimidos os corpos separados, que
havia de pardos, dos quaes confia Sua
Magestade que. a conta d’este favor, o
sirvam com o'mesmo zelo e fidelidade
qiie os' brancos, continuando porém a
subsisdr as avulsas dos
1809 — 'fornada da Guayana franceza
pelas tropas portugúez/is sob o com_
mando do biigadeiro Manuel Marques
d’Elva's Portugal, e capitulação do go­
vernador francez dc Gayesmíi Victor
Ilugii -s, assignada no sitio denominado
Borda . agosto 28 de 181/).
Com a capitudação de Caveima fiça cm
poder dos jurtuguezes toda a Guyanna
franceza. Govornou-a aíé novembro de
ISIT João Scveiiaao M aciel d i Cosia,
que depois loi marquez deQue u i e se­
nador do ímpcric.
1811—No Diaido Mercantil (>u Xoro
Jornal do Cominercio, d’esta data, folha
d--( capital do Império, redigida por Eva-
i-isto Fcricira da Veiga. Ic-sè o se-
gninte:
« As luzes se vão propagando rapi-
daiuente por todo o Brazil. graças ao
heriefico imliixo de uma Co. stituição
li])crall A villa do Carni/os possue hoje
um periodico. o Correio Ccimitisia, es_
cripfo r.o sentido nacion il, e que appa-
recerá duas vezes poi' semana. Vimos o
 2G EPIIEMEPJDES NACIONAES

i" :j. fl’esta folha, que conte'm algutis miram-se de voz, sem que ninguém lhes
artigos mai ' em escriptos.» lamentasse a morte (Vide a ephemeride
De então até hoje(1881) quantos jornaes de 1 de janeiro).
não tem tido Campos! Actualmente se 1876—Inauguração da estrada de ferro
publicam naqnella localidade não menos do Santa iMaria Magdalena ao porto da
de 3, a saber: o Monitor Campista, Concha (em Macahé). seu ponto terminal.
decano d’elles e o 3° em antiguidade dos
.7AXEIR0—-13
que existem no Brazil, o Diário Popular
c a Gtí.seta do Commercio. 1561—Estabelece-se a povoação. depots
I Longe iriamos si fossemos a enumerar villa, de Itanhaen, sendo eleito juiz
todos os que já desappareceram da scena pedaneo Christovàò Gonçalves. Em abrif
jornalistica dc Campos nestes últimos do mesmo anno Braz Eanes apresenta
tempos; baste-nos mencionar os mais im­ provisão do capitão-mdr Francisco de
portantes d’elles : a Rerjaneração, redi­ 'Moraes, nomeando-o alcaide da mesma
gida pelo dr. Eduardo Manuel Francisco povoação, já eptão villa de Nossa Se­
(]a Silva ; a Alvorada Campista, re­ nhora da Conceição de Itanhaen.
digida pelo dr. Miguçl Antonio He­ A povoação fora começada por Chris-
redia de Sá. que passou depois a redigir tovão Gonçalves e João Rodrigues Cas­
a Gazela de Campos; o Diário d,e Cam­ telhanos, natr.raes de Portugal, em 1549.
pos, orgão do partido conservador ; o ILi nas suas visinhanças, no dizer de
Independente, de que ora’ redactor Pru- A’iajantes com]7e\;entes, uma mina de
dencio .Joaquim de Bessa, que redigira mármore branco.
antes miiitos outros jornaes e entre elles 1640—Batalh i naval do C.xbo Branco
a Ordem ; o Commercio de Campos, entre a armada hispano-portugueza de
S. Fidelis e S. João da Barra, redigido D. Fernando de Mascarenhas, conde da
pelo sr. dr. Domingos Mari.i Gonçalves t Torre, governador geral do Brazil, e a
0 Futuro, orgão do partido liberal, re­ frota hollande/.a. que na vespera haviam
digido princip.dn^ente pelo sr. dr. Ma­ combatido em Jtamaracá, dando então
nuel Roíirigues Peixoto, e o Jornal da em resultado a morte do almirante
Provincia, de que era ultimamente re­ batavo Cornelissen.
dactor e proprietário o commendador Na manhã da prc.sente data arvora o
GuilliermeKlerk/ecuja publicação cessou pavilhão da Hollanda o vice-almirante
em novembro de 1880. Jacob Huyghens. o qual, observa.ndo que
Houve, porém, além d’estes, sobretudo a nossa esquadra evitava o combate,
de ISJl) a 1880, uma alluvião do p'e- para cila se dirige e encontra-a ás 10
quenos jornaes. que tiveram uma vida horas da manhã, entre Goyanna e o
çphemera e não deixaram de si reputação Cabo Branco. Trava-sc uma acção mais
e memória que mereçim registrar-.se. renhida que a antejeedente, que dura até
Si. como as Vespas de Alphonse Karr, á noite. Uma dus naus inimigas, a
zunibissem na colmcia social sem toca­ Ceele tion, so^sobra, afogando-se o seu
rem na vida particular, teidam com 'a , commandante e 44 soldados.
L !■ sua existência condgido os costumes lo- ,á.inda d‘esta vez por nenhum dos dois
caes e elevado de nivel a moralidade pu­ lados se decide ai victoria.
blica; mas a missão que desempenharam 1646 — Os heroicos chefes dos insur­
parece que não tinha tão elevrido intuito; gentes pernambucanos, João Fernandes
])or isso. depois de haverem agitado por Vieira e André V"idal de Negreiros,
^Igum tempo a couácicncia publica, sa- chegam ao A rraial novo do Boini Jesus,
isfnzondo a paixões menos nobres, su­ de volta da excursão, que tinham feito a
 ■^ ' 7*'
EPIÎEM EPJDES NACIONA ES
Nazareth do Cabo, tendo deixado no
governo do Arraial, c do exercito, o sar-
gento-niór M irtim Soares Moreno. Sa­
bendo da ansencia dos chefes,suppnzeram
os bollandezes achar os nossos desap-
percebidos, contando qué não haveria
no nosso acampamento a mesma vigi­
lância que dantes. Tentaram uma sor-
prcza. As sontinellas avançadas d i ks-
TANciA dc Henrique Dias deram, pore'm.
signal da appróxlmaçao do inimigo, e
]ogo sahiu este chefe a campo. Depois
de uma renhida escaramuça, em que
tomou também parte um reforço man­
dado por Moreno, tornaram os hcllan-
dezes a voltar para a cidade, s.ern nada
haverem conseguida. Foi a noticia d’esse
feito 0 que obrigou os dois chefes, Vieira
e André Vidai, a voltarem mais depressa.
Tinham ido a Nazareth com o fim de
receberem munições e gente, que espe­
ravam, e um barco que Vieira mandára
ã Pallia com um car: egamento de as-
sucar.com cujo importe se devia comprar
roúpas para os seus soldados, que já
sentiam grande falta d’elles.
1724—Lei proliibiiido, sob pena de nul-
lidade e confl.sco, o exegeerem o com-
rnercio pessoas constituirias em auctori-
dade, taes como governadores, capitães
nnires, ofíiciaes de justiça, fazenda e
guerra e de capitães para cima, não
comprehendidos todavia os de orde­
nanças.
1750 — Tratado de -limites das con­
quistas lie Poi'tugal e Hespanha, cele­
brado cm M I tdrid, entre D. João V e
I). Fernando VIeassignadopelovisconde
'[’homaz da Silva Telles e I). Joseph de
Uarvajal y Lancaster. O seu principal fim
eraa troca de algumas povoações do Para­
guay pela colonia dò Sacramentu. Nunca
teve eífeito. por causa das diíEculdades
locaes, com que não se havia contado
na Europa.
« Gomes Freire, encarregado da sua
execução pela parte do sul, achou tantos
obstáculos no odio que os indios çonsa.
gravam aos portuguezes o hespanhóes,
por instigação ilos jesuitas. que foi mis­
ter aimar contra elles exercitos para os
■abater e subjugar (.4. e Lima.) »
José Basilio da Gama immort-ilisou no
seu poema Uruguay essa guerr:i,movi­
da pelos jesuitasá demarcação delimites
que esse tratado oi’denava.
, Para cumprimento d’este tratado no­
meara Portugal a Gomes Freire, que
todavia conservaria o governo das capi­
tanias, que administrava, de Minas e
Rio de Janeiro e suas dependências, e a ' w
Hespanha nomeara o marquez do Vai de
Li rios. A.ssentam ambos estes commis-
sarios, a 9 de outubro de 1752, em Cas-
^tilhos Grandes. Jogar aprazado para as
primeiras conferencias, o primeiro marco
de mármore co:ii as competentes ins-
cripções e arnus (Vide 1 de setembro'
de 1752).
A este tratado está ligado o nome do
grande santista Alexandre de Gusmão,
que foi 0 seu verdadeiro auctbr.
1759—-P or accardão e conselho do
rei D. José I. e deferindo á supplica do
juiz do povo e da casa dos Vinte e qua­
tro, são declarados peregrinos, vagabun­
dos e desnaturalisados 0 duque de Aveiro
(José Mascarenhas), os marquezes de
Tavora (Francisco de Assis, Leonor Tho-
masia,Luiz Bejmardo) e o condqde Athou-
guia e seus fâmulos, auctores e cúm­
plices do attentado de 3 para 4 de se­
tembro de 1758 contra a vida do rei.
A sentença, dada pela Junta da incon­
fidência. foi executada logo em Belém,
sendo degolada a marqueza e quanto ao
duque e marquezes. depois de lhes que­
brarem as canas dos braços, as pernas
e'peitos com uma grossa massa de ferro,
foram garroteados e seus corpos e o da
marqueza queimados.
Houve outros.condemnados, menores
em categoria,' que solTi eram apenas o
garrote e o guarda-roupa do duque foi
simplesmente queimado v iv o ... I
O conde de Athouguia, Luiz Pedro Pe-
 29, EPIIEMERIDES NACIONAES

rogl’ino (le C:ii'vaiho Mene/.c'S e Atliayt’e. íissumo 0 marquez de Caxias o com­

tinlia side governador geral da Bahia ,e mando dos exercãtos alliados [Guerra do
vice-rei do Brazil, de 16 de dezembro Paraguay).
de 1749 {Vide ^ssa data) ate 7 de agosto 1879.—O visconde de SantaThcreza, Po-
de 1754, e aqui fizera uma boa admi­ lydoro da Fonseca Quintanilha Jordão,
nistração. tenente-gener'al do exercito, fallcce no
1773 — 0 coronel i'edro Antonio da ^Rio de .Janeiro, apds longa e glorio.sa
Gama e Freitas governa intarinamonte carreii-a militar, incluida a parte que to­
a capitania de Minas-Geraes desdc a mara na campanha do Paraguay. Exercia
presente data aid 29 de in tio de 1775 ultimamente o cargo de commandante
'i'l ' (Vide a ephemeride de 16 de julho de 1763 da escola militar da Praia Vermelha no
Rio de Janeiro e de conselheiro de gperra.
in fine).
1811 — Toma posse da sua prelazia Rigiuo e inflexível no cumprimento dos
D. Antonio Rodrigues de Aguiar, bispo seus deveres como militar, foi sempre o
iP"'
Jjf' ;/ titular de Azoto, prelado dc Gpyaz (Vide general Polydoro espelho vivo do official
a ephenieride de 29 de setembro de 1816). brioso e disciplinado.
1825—Morre fuzilado em Pernambucoi Nascerá n’esta côrte a 2 deno\embro
atado a um poste da forca, por não haver de 1800.
carrasco^ que se prestasse a ènforcal-o, Os seus restos mortaes foram sepul­
/■Í o réu politico frei .Joaquim do Amor tados na tarde dc 16, no cemiterio de
Divino Reboilo Ganeca. uma das victimas S. João Baptista da Lagòa, freguezia de
da rea^luçãc pernambucana d i Confede­ sua residência.
ração do Equador.
A certidão da sua -execução, curioso .lAXEIRO—11
documento hisiorico. é dq, teor seguinte:
« Certifico que 0 réu Fr. .Joaquim do 1625—A esquadra hospanhola que, de
Amor Divino Caneca foi condirzido ao aceordo com a portugueza, vinha acudir
^ogar da forca das Cinco Pontas, e ahi a Bahia, assenhoreada pelos hollandezes.
]ielas 9 horas da »manhã, padeceu morte só na presente data é que larga de Cadix.
natural em cumprimento d;i sentença da A portugueza partira a 22 de novembro
commissão militar, que o jn gou, depois do aniío anterior, a 20 de dezembro che­
de s?r despútorado das ordens na igreja gara ájlh á de Santiago, archipelago de
do Terço, pá fúrma dos Sagrados Cânones; Cabo-Verde,' e alli esperara j^ela liespa-
sendh atado a urna das hasf,es da forca, nholi. que s6 a 4 dc fevereiro d’este anno
foi fuzihiíio de ordem do excellentissirno [V. essa data) é que chega ao mesmo
general e m lis rnem.bros da di-a com- ponto, a fim de partirem encorporadas
mis.são, visto não poder ser enforcado para o Brazil.
pela desobediência dos carrascos. ,do que Compunha-se a armada de C istella de
tudo dou fé, sendo éste acto presidido 16 vasos de guerra, dos q u acsll da cha­
pelo vereador m.aís velho do senado desta mada armada do Oceano, 5 da do Es-
cidade, o Dr. Antonio José Alves Fer­ treitoAá'à dc Biscaya, 6dasQitoí7,ro Villas
reira. arvorado em juiz de íóra. Recife ,e 4 de Nápoles, sem contar os traosi^aortes.
de Pernambucof 13 de janeiro de 1825.— Na sua totalidade a gente de guerra,
O escrivão do crime da Relação, Miguel que n.is duas armadas vinha, consistia
Archanjo Posihnmo do Nascimento. » em 12.563 homens, dos quacs uns pOOp
18^1 —[nsta!Ia-se o tribunal do com- coi'respondiam ao contingente portu-
inercio da ciilade da Bahia. guez.
1868—1'ela retii-ada do general Mitre, A hespanhola, de que ora tratamos.
 EPHE'Î.IERIDES NACIONAES
estava sob as ordens do almirante D. João
Fajardo de Guevara, 1° substituto de
D. Fradique de Toledo'no commando ge­
ral de toda a armada.
1630—Em dezembro anterior sabira do
Recife uma pequena expedição mandada
por Mathias de Albuquerque á ilha de
Fernando de Noronha, que se soube estar
occupada pelos liollandezes; comman-
dava os expedicionários o capitão Ruy
Cala'a Borges, tendo por immediate o
capitão Pedro Teixeira Franco.
Conforme as ordens que levavam, abor­
daram a ilha pela parte de L S., em que
ella fórma um i pequena enseada, e d’ahi
partir im á noite e a pe' para o lado do
i-:-' porto principal, onde só encontraram
fundeada uma embarcação. Armaram-
lhe uma emboscada e quando do navio
vieram á terra fazer aguada, cahem os
nossos sobre elles, que eram onze, ma­
tam-lhes quatro e capturam os mais,
dando liberdade a sete prisioneiros por-
tuguezes. que elle^ empregavam no ser­
viço de marinhagem.
Tentaram ainda incendi ir o navio ini­
migo, que no dia seguinte se fez de vela.
Tiatou então a nossa gente de des-
truir tudo 0 que elles haviam, feito na
ilha. a saber: uma bateria para oito pe­
ças, que ainda não tinha, e quatro
povoaçòes. duas eni que se recolhiam
quando estavam em terra e duas de ne­
gros, que’ tinham capturado em um barco
de Angola e que já haviam plantado
muita mandioca: havia também grande
plantação de legumes o fumo.
Na presente data estava esta expedi­
ção de volta ao Recife.
1635—Chega a Goj^anna a expedição
hollandeza de que era commandante o
-coronel Arcizewski e conselheiro politico
Stachouwer, que havia sahido dois dias
antes da Parahyba.
Assim que o general pernambucano
Mathias de Albuquerque (que desde 18
de outubro de 1629 governava a capita-
pia de Pernambuco) soube da
dos inimigos, enviou a tropa que poude
retirar do quartel do Cabo de Santo
Agostinho. pa:'a lhes embaraçar a mar­
cha, 0 que não se chegou a c )nseguir por
ser numerosa a forca hollandeza. mas
fizeram-lhe perder não pouca gente, e
Prejudicaram a expedição no mais que
pudera.m. embaraçando os indios de se
lhe reunir, incendiando os cannaviacs e
arrancando as plantações, que podiam
ser-lhes proveitosas.
1G'I9—Batalha naval da Parahyba.
Continuando, o vento a irapellir para
0 norte as duas armadas combatentes,
que, como vimos, já tinham trayado pe­
leja junto á i ha de Itamaracá no dia 12
e na altura do Cabo Branco no dia 13.
encontram-be de novo diante da bahia da
Traição, a. duas milhas de distancia do
forte do Cabedelo na Parahyba, tão perto
portanto de terra, que os habitantes pre­
senciaram a peleja, mais encarniçada que
a dos dias anteriores, posto que ainda
ficasse indecisa a victoiáa. A almifanta
hollandeza começara por pôr-se entre as
^Irairantas de Castella e de Portugal, que
*he fizeram vivissimo fo g o ,. do qual só
lhe resultou estragos á mastreação e ve­
xame.
O mais importante cFcsta acção ó re­
ferido pelo auctor da Historia das lutas
com os hollandeze& do modo seguinte :
K Entretanto a nau Sicaen do vice-
almiranto hollandez Alderiksen. vendo-se
desmastreada, teve que lançar ^erro.
Accommeteram-a logo vários de nossos
navios, quatro dos quaes conseguiram
dar-lhe abordagem, e dentro d’clla se
achavam duzentos ou tresentos dos nos-
Sos ; quando o chefe inimigo se lembrou
de mandar picar as amarras para es-,
correr com as aguas e dar á costa.
'« Apenas o notaram os atacantes, se
foram desatracando. Só não fez outro
tanto Antomo da Cunha de Andrada. do
saeporro das Ilhas e commandaiuc da
nau Chayas, de 21 canhões ; pois não ha­
vendo notado que a Sicaen já havia’ en-
'■'T

30 EPHEMERlfJES NACIÜNAES

calhado, encalhou também e vein a scr Niger, que cruzava nas aguas do Brazil.
levado i)iisioneiro para terra com 200 1801—E’ apresentado bispo do Mara­
homens,,incluindo,quatro trades e qua­ nhão D. frei luiiz da Conceição Saraiva,
tro oíliciaes. Na Chagas encontraram os na vaga deixada pela exaltação do bispo
inimigos bastantes valores.» d essa diocese D. Manuel Joaquim d i
Andrada, enviado prisioneiro para Hol- Silveira, depois conde de S. Salvador, ao
landa; foi (em-agosto d'este mesmo anno) arcebispado da Bahia.
solto sob a condição de>nào tornar pa;-a D. frei Luiz Saraiva, 10“ bi.spo do
Portugal nem para a Ilespanha. Máranhão. da ordem dos benedictinos,
nTd—Combate de Tabatingahy, perto natural da provincia da Bahia, era pela
fjo itio Pardo (Rio Grande do 6ul), entre segunda xey. abbade da sua religião no
Rajihael Pinto Bandeira, com cerca de mosteiro do Rio de Janeiro, quando foi
20ü homens, eo general hespanhol Veitiz nesta d ita chamado pelo actual impe­
com 1,900 homens. rador ao episcopado, tendo apenas 37
Íletiríivam-se os nossos, mas tendo-se annos de edade.Confirmado pehr pontiíice
adiantado a perseguil-os lOCi correntinos, Pio IX em 23 de jullio do mesmo anno
volta rapidamente Pinto Bandeira e os de 1801.sagrado a 20 de outubro no mos­
põe em completa fuga, matando-lhes 4 teiro de S. Bento da corte por monse­
oíliciaes e 14 soldados. nhor Mariauno Falcineli Antoniacci,
Depois d’esta façanha seguiu o valente arcebispo de Athenas. internnncio e le­
cabo rio-grandense para o Rio Pardo. gado apostolico no Brazil, chegou á sua
1775 — Lè-.se o seguinte topico nas diocese a 11 de m irço do anno seguinte,
instrucçoes\]adas a Martim Lopes Lobo >mas só fez a sua entrada pontifical
de Saldanha para governar a capitania nella a 21 d’esse mez, por se ter sujei­
de S. Paulo e crear nclla corpos regu-,' tado á quarentena que a epidemia de
lares : cholera-morbus, que então grassava no
« § ID. E para outros postos, isto e', de Rio de Janeiro, impunha aos que apor­
capitães, tenentes e alferes, nomeará su­ tavam á provincia do Maranhão. Este
jeitos que lhe pareçam mais idoneos, e prelado, (listincto por suas lettras e vir­
capazes dos referidos postos, preferindo tudes, de um trato ameno e sympatliico,
sempre em iguaes circum.stancias os pau­ falleceu na cidade da Bahia a 2G de
listas aos que não o forem. » de abril de ,187G. Èra ii'mao do sr. con­
1784—Morre em Olinda D. Thomaz da selheiro Jose Antonio Saraiva, senador
Encarnação, 10“ bispo d'essa diocese do Império e actual presidente do con-
(V. setembro 8 de 1774). seliio.
1809—Entra solemnemente na praça O bispo nascera a 24 de setembro de
conquistada de Cayenna a coKnrna bra- 1823, na freguezia do Bom Jardim, termo
zileira commandada pelo tenente-coronel de Santo Amaro. Jaz no mosteiro da sua
Manuel Marques d’Elvas Portugal,.sendo ordem na Bahia.
alli arvorado o pavilhão nacional, que Para completar a noticia, que damos
era então o portuguez, com uma salva aqui, d’este illustre prelado lèam-se os
de 21 tiros (Vide a ephemerid» de 12). numeros do Cloho de 21 de maio de 1875
1823—Decreto sobre a condição dos c de 13 de egual mez do anno seguinte.
portugiiezes,que vierem re.sidirno Brazil. 1873—Inaugura-se a linha telegra-
1828—Combate naval.na altura de San­ phica de Itabapoana ■a S. Francisco de
tos, entre a corveta brazileira Maria Paula, municipio de S. João da Barra,
Isabel^ commandada pelocaihtão de mar provincia do Rio de Janeiro, na extensão
e guerra J. 1, Maia, e o brigue argentino de 23.5Ü k.
 EPHEMERIDES NACIONAES
— Installasse na capital do Espirito
Santo 0 Lyceu União e Urogresso,ovao.áo
e mantido pela loja maponica do mesmo
nome. Por essa occasião o presidente da
província entrega a très escravos as
cartas cm que a maçonaria victorieuse
lhes concede a liberdade.
1880—Fallece em Cuyabá, capital de^
Matto-Grosso, o beneiperito cidadão Au­
gusto Leverger, barão de Melgaço. Nas­
cido em França a 30 de janeiro de ISO?,
adoptára o Brazil por patria ; servira
desde a independencia na marinha brazi-
leira e exercera j)or diversas vezes os
cargos do^ presidente e commandante das
armas da província de Matto-Grosso, em
que residira, além de outras incumbên­
cias importantes, que desempenliara ca­
balmente como engenheiro.
Lêa-se 0 que a seu respeito escreveu o
Liberal de Cuyabá e foi reproduzido no
Jornal do Cômmercio (Rip de jjineiro)
de 25 de fevereiro de 1880.
JANEIRO— 15
— Estabelece-se o papel-moeda,
Para correr no Brazil de um para outro
aiino, em consequência das prestações
^eitas pelas differentes capita^uas para
o dote da infanta D. Catharina, casada
com 0 rei Carlos de Inglaterra.
1630 — Bmquanto o general D. Luiz
de Rojas ' y Borja marcha com o seu
exercito na direcção de Porto Calvo, o
capitão Rebello, a quem os inimigos illu-
diram escapando se para a Barra Grande,
corre ainda no encalço d’elles e alcança
uma companhia de, cavallaria, da qual
matou vinte e oito soldados, fugindo-lhe
qS mais, que andavam por quarenta.
A’ tarde chega o exercito, cpie occupa
a praça abandonada, onde encontra muita
munição e abastecimento.
1643—Parte do porto do Recife, com
destino á conquista do Chile, uma esqua­
drilha hollandeza composta de quatro
navios grandes e um hiate, sob o com­
mando do almirante Hendrik Brouwer.
31
1647 — O povo do S. Paulo resolve
trancar o caminho para o mar, pòr
causa dos vexames que dizia estar sof- .
frendo dos jesuítas e do vigário Pedro
Homem de Albornaz, que lhes in_t^er-
ceptavam as queixas e reclamações, para
que não chegassem aos pés do thróno.
E’ também d’este anno e mez a carta
que a camaia e os homens bons da
mesma villa dirigiram áquelle prelaçlo,
6m resposta á excommunhão que liavia
elle lahçado aos moradores da vida.
Está assignada por mais de 50 mora­
dores da villa de S. Paulo, e são nolla
feitas ao prelado /ormidaveis accusaçôes.
O major Azevedo Marques transcreve-a
nos sens Apo}2laine?itos historicos e ter­
mina: « Esta representação tem no fim
a nota de--5'cn2 eff'eilQ (Archico dei ca-
mara de S. Paulo, cic).»
1661—O senado da camara da cidade
de Belém, capital dq Grão Pará, dirige
um memorial ao padre Antonio Vieira,
superior e vîsitador geral das missões do
®stado do Maranhão, mostrando a pe-
nuria e miseria do povo por faltq de
braços, devida -á interfere^cia dos je-
suitas no governo temporal das missões
e ao monopolio que faziam dos indios
para. o seu serviço particular e o da
Companhia, concluindo a mimicipalidade
pòr pedir-ilhe que provesse, de remedio
taes males e por preannuuciar-lhe a^ ' < »,
calamidades de que estava ameaçada a
cidade ( Vide 'a ephemeride que se segue) .
1670—Francisco Dias Deiré e Antonio\
Rodrigues, procuradores do povo- do
Maranhão, repre.sentam ao respectivo
senado da camãra, expondo a miseria
que cahira aquelle povo, proveniente da
falta e carestia dos escravos indios, que
se vendiam a sessenta, setenta e oitenta
mil réis, negocio este monopolisado por
homens poderosos, ,que abusavam doS
seus cargos ou riqueza.
Conclue-se do memorial de 1661 e da
presente representação se deduz que no
estado do Maranhão c Grão-Pará a paixão
l
 32 EPJIE.MERIDES NACIONAES
r

dominanic nos colon( s era a cscravicião f almirante argentino Brown, que tentava
JO niisero, gentio, explorada pela ga- sahir d ; Bueuos-Avre.^, a rerolher-se
nancia immoral dos i>oderosos por ior- áquelle poiTo.
tiina e por ar.ctoridade, interessadamente 18-lG—Fallcce o se: ailor por Pernam­
combaiida polos regnlares de Jesus, qu3 buco José Carlos Mayrink da Silva Ferrão,
nos. indjgenas iireparavain elementos de escolhid.o a 22 de janeiro de 1826 e que
ib'r^a para o sou poder temporal, como tomár.i assento no senado a 4 de maio
peuco nienos de nm seculo depois, em do mesmo anno, com muitos outros
1750 (Vide a ephemeride de 13), dei­ senadores nomcailbs no mesmo tempo.
xaram patente. sei‘v'ndo-se d’ edes pai'a 1850—Fallece na Bahia o senador por
TTnpeJir a execução do tratado de Ma- aquella [irovincia 5I.inuel Ignacio da
dritl. Cunha Menezes, visconde do Rio Vèr-
« Mas para o miserg - gentio ,o jesui'a mellio, escolhido pelo primeiro impe-
i
'Çom toda a sua arnbição er i mil vezes mador a 3 dé novembro de 1827 e que
])!'eierivel an co’ono e aos cliamados tomára assento a' 4 de maio de 1829.
:'adminisiradores no estado Maranhão. O Almanah Laemmert para 1851 e o
« O escravo afiãcano facilitou a eman­ Mappa, necronòloglco dos senadores pu-
cipação do indio escravo. lilicado na revista do Instituto liistorico
« Agoi’ct impõe-se questão e pi'oblemas 0 dão fallccido a 16.
•semeliiantes e já em principio demesoiti­ R7G — Fallece na cidade do Rio de
ção, que só se dilíiculta, porque não lia Janeiro o conego dr. Joaquim Caetano
oiUro esGravo par i. supprir o africano Fernandes Pinheiro, nascido na mesma
{O Conservador, de C nfíigallo). » cidade a 17 de junho de 1825. Presiou
V'; —Morre com mais de'C2 annos de valiosos serviços ás lettras patrias e ao
edide a rainha D. Marianna Victoria, mA'-iste.i’io superior, publicando muitas
viuva de D. José I. ' obras didaticas c históricas. Era l “.ise-
Manda-se por essa razão deitar lueto cretario do Instituto liistorico e Geogra-
de seis mezes, metade jtezado e metade i phico do Brazil e lente de rhetorica do
alliviado, sob pena de pagar se a multa collegio de “Pedro IL Leccionára pqr
do 2b por p-ssda. ^ algun-s annos rlietorica, poética e liis-
1310 —Failece n poeta brazij^iro Ijar-, tori'i no scmiinaHo de S. José da córre
tholomeu Aii^otuo CordoAul, ci^ãs nuinè- no aiiS|)iciosü reitorado de monsenhor
rosas composições poéticas se jierderam 1\Ianuel Joaquim da Silveira,depois bispo
pel.'i mór p^rte, restando-nos apenas .ás dó Marinhão e mais tarde arcebispo da
que publicou'no seu P arnaso, lioje raro, Bahia.
0 con eg o‘ Januario da Cunha Birbosa. Suc'-umbe ;i,uma congestão de fígado,
O visconde de Porto Seguro, no seu Flo­ terminada por hypersecreçãó de bilis.
rilégio, 0 dá vagamente como n-.scido na
cS^iitania de Goyaz. .lANEIRO —16
1827—0 imperador J). Pedro I re­ 1560—Men de Sá jiarte de S. Salvador,
ri gressa da província do Rio Grande do com .Bartholomeu de Vasconcellos, na
Sul, onde tencionava pòr-se á frente do armad I que apresrára, em dèmanda do
exei'cito brazíleiro na campanha cispla- Rio de Janeiro.
lina, c chega á c.idade do Rio de Janeiro, O auctor das Falas celebres e factos
33 di ts depois do. fallccimonfo da R im­ notareis da llisloria cio ]irax:il dá a
peratriz', sua esposa.
partida d’o.M i expedição como ellectuada
ti1. _ 182S-:^Os brigues McirariMo e Caboclo na ])i'esente data. quando achamos al­
e 0 brigue-escuna Consiança obrigam o gures que 0 embarque do governador se
 EPHEMERIDES NACIONAES
fizera no clia 10 {Vide essa data), o que
leva a suppor-se que Men de Sá em­
barcara a 10, mas s(3 partira da Bahia
a 10 (Vide novembro 30 de 1559).
1030—Qoando D. Luiz de Rojas y Borja,
que marchava com o sen exercito para
Porto Calvo, sòubo que o inimigo estava
na Barra Grande, encaminhou-se logo
para alii, deixando cm ditierentes pontos
algumas companhias c na povoação de
Porto Calvo, para guardar as munições.
Teve, porém, noticia em caminho que o
coronel Arcizewski deixára as suas forti­
ficações da Peripucira para vir em au­
xilio de áegismundó Sclikoppe, que sup-
punha ainda em Porto Calvo. I). Luiz
volta á povoação, e, apezar de fatigado,
^om como a sua infantaria, depois de
disposições prévias, sabe a atacar o ge­
neral hollandez (polaco de nação era
elle), levando comsigo uns oitocentos
homens, além do troço do capitão-mor
D. Antonio Felippe Camarão, deixando
na povoação o seu tenente-general
Manuel Dias de Andrada (Vide as ephe-
merides de 17, 18 e 19).
1613—Tendo recebido reforços no dia 15,
sahem de S, Luiz do Maranhão oshollan-
dezes ao mando do coronel Henderson,
eaiacam os sitiantes patriotas e tomam-
lhes 0 posto do Carmo. Indo, porém,
acommeíter outra posição que estes
cecupavam, são repellidos com grande
pei’da.
Morre heroicamente neste combate o
capitão-mór Antonio Muniz Barreiros;
succede-lhe no posto Antonio Teixeira
de Mello.
1618—Toma pela segunda vez posse
do gôverno do Rio de Janeiro Salvador
Corrêa de Sá e Benevides. Foi d’essa
vez 0 vigésimo primeiro governador e
exerceu o cargo apenas quatro mezes
menos quatro dias, até 12 de maio do
mencionado anno dc 1618, em que tomou
interinamente conta do governo Duarte
Corrêa Vasqueanes.
1651—Rendição do foi'tc das Salinas ou
de Francisco do Rego, em Pernambuco,
que estava em poder dos hollandezes.
Este forte foi o primeiro que o general
Barreto mandou atacar, depois de se
resolverem os nossos a apossar-se do
Recife, dominado pelos hollandezes.
1691—Morre na então villa da Ca-
choeira,naBahia,D.frei Manuel da Resur-
reição, 3° arcebispo do Brazil, que an­
dava visitando as egrejas da parte sul da
sua diocese. Foi sepultado na capella-
mór do antigo seminário de Belém da
Cachoeira (Vide 13 de maio de 1688).
1726—Carta régia encorporando a villa
dc Paraty á capitania do Rio de Janeiro,
a que ficou pertencendo; fazia parte da
de S. Paulo. ■
1767 — O coronel Affonso Botelho de
Sampaio e Souza depara com os padrões
de pedra com as armas de Portugal, que
Martim Affonso de Souza mandára lançar
no pontal da barra de Cananéa a 12 de
agosto de 1531. Também o visconde
de Porto Seguro os encontrou depois,
em 1841.
. 1822 — Do Brazil Ilisíbrico do sr. dr.
!Mello Moraes colhemos a seguinte noti­
cia, que Julgamos dever consignar resu­
midamente aqui.
O piãmeiro barco de vapor que houve
no Brazil foi construido na cidade da
Bahia por ordem de Felisberto Gomes
Caldeira Brant Pontes, depois marquez
de Barbacena, em 1819; navegou por al­
gum tempo para a villa, hoje cidade da
Cachoeira.
Em 1822 já havia no Rio do Ja­
neiro uma barca movida a vapor,
chamada Bragança; foi ella que con­
duziu a Santos José Bonifacio e a de­
putação que 0 acompanhava, da qual
fazia parte o desembargador João Evan­
gelista de Faria Souza Lobato. Chegaram
ao seu destino a 16 de janeiko d’esse
anno.
O decreto de 15 de novembro de 1831
supprimiu a despeza que se fazia com
 EPIIEMERIDES NACIONAES
ella e ordenou que fosse arrendada ou
vendida.
O primeiro engenho a vapor que exis­
tiu no Brazil foi estabelecido na ilha de
Itaparica (Vide a ephemeride de 3 de
agosto de 1818). Pertenceu ao coronel
Pedro Antonio Cardoso. Assistiram á
inauguração d’esse engenho o condò dos
Arcos e outras pessoas importantes da
provincia.
— E’ nomeado pelo principe regente
D. Pedro ministro do reino e dos ne­
A gócios estrangeiros o dr. José Bonifacio
de Andrada e Silva, que desde então
predomina nos conselhos do principe.
Sobravam á revolução que rompia bra-
zileiros de intelligencia esclarecida e ener*
gia de acção; faltavam-lhe, entretanto,
nomes já famosos e de reputação indis­
putável. José Bonifacio preencliia essas
condições: era o homem da época. Im-
pellido pelas aspirações politicas de
S. Paulo e já de si revolucionário, apro­
veitou-se D. Pedro do immenso prestigio
do paulista para levar avante a idéa, que
desde o dia 9 patenteára, rompendo aber­
m procurador ; tinha também ura escrivão^
tamente contra'o dominio de Portugal,
que as côrtes de Lisboa representavam.
Faltava á sua direita o sabio de nomeada
européa, cujo coração batesse ao impulso
do i^atriotismo: as grandes revoluções
sociaes têm o privilegio da revelação
dos homens do seu tamanho. A historia
de todos os povos o demonstra. Si a sua
L-1
obra foi o que devia ser, pois collaborava
com um principe, uma férma deflnitiva
de governo e a mais perfeita, em relação
com as idéas do tempo, ou si o grande
2)atriota a encarava como uma fòimia
transitória entre o despotismo ferret)ho
do passado e o ideal das sociedades fu­
turas, que a geração actual representa,
isto é,como 0 que .se podia conseguir então,
á semelhança de uma ponté solida que con­
duzisse os povos de uma margem á outra,
do bom para o m elhor... as suas memó­
rias partiçulares, si as houvesse, seriam
0 unico documento que noi-o revelaria,
completando á luz da historia moderna
a sua individualidade politica.
Temos visto aceusar-se o grande ho­
mem por ter collaborado na independên­
cia patria com o principe e, si bem que
em favor dos povo.s, em favor também
d’este, dando-nos a monarchia consti­
tucional .caiando devia dar-nos a
hlica. A'^ninguem, porém, é permittido ir
adiante do seu tempo e é essa a sua
maior desculpa.
1830—Pondo-se era execução a lei do
1* de outubro de 1828, que reformou o
antigo senado da camara, installa-se na
presente data a primeira camara muni­
cipal eleita por aquella lei, que elevava
o numero de vereadores a 9, servindo
todos por quatro annos, e lhe concedia
extensas attribuições, cerceadas depois,
pouco a pouco, pelo governo, na maxima
parte das vezes por culpa da propria
(.amara, por não ter sabido ella zelar os
seus direitos, nem cumprir com muitos
dos seus deveres.
Primitivamente o senado da camara se
compunha de tres vereadores e de um
diversos oíliciaes e dous juizes almo-
tacéis, que serviam tres mezes. Oju iz de
fóra era o seu presidente.
Os vej’eadores e alrnotacéis usavam de
calç.ão e meias jjretas, de colléte preto e
volta. Nos grandes actos públicos tra-
j.ivam meias e collete branco e traziam
chapéu meio abado, com plumas brancas:
levavam uma vara branca os vereadores
e os alrnotacéis vermelha.
Serviam j3or um anuo.
Para a sua eleição reuniam-se de 3
eiii 3 annos, conjunctamente com os que
já 0 haviam sido e os homens bons, sob
a pi’esidencia do ouvidor da comarca, e
formavam uma lista dos cidadãos aptos
para o cargo. D’esta lista tiravam-se 12
nomes e com esses formavam-se tres
listas de 4: chamava-se a este processo
limpar a'pauta.
Estas tres listas, designando cada uma
 EPIIEMERIDES NAClONAES

tres vei'cadores « uni procurador, eram 'M

neiro ate o seminário de S. Joaquim, de­
enviadas lacradas á camará eni exer­
pois convertido no actiial- collegio de
cício. Esta collccava-as em uma iirna,no
Pedro II, estava sob a sua alçada. Com-
niez.de dezembro, e uma criança tirava á
petia-lhes a todos dar annualmente, ou
■sorte a dos que tinham de servir no anno
quando o julgaésem opportuno, denuncia
seguinte: chamava-se a esta operação
de qualquer infracção da constituição e
teller 2'x^ll-ouro. Copliecidos os novos ve-
das prevaricações e negligencias dos em­
leadoros participava-lhes a caniara que
pregados públicos. Competia-lhes flnal-
viessem tomar posse a 7 de janeiro,
meute tudo quanto entendia com a policia
como se pratica ainda hoje.
e economia das povoações e seus termos.
No 2 anno fazia-se o mesmo processo Só por ahi se deprehende da amplitude
0 serviam os que a sorte designasse das
da sua jurisdicção, que passou quasi'
duas restantes listas. No 3° serviam os toda hoje jiura as mãos do poder geral,
da lista que tinlia ficado por ultimo.
especialmente na còrte, pelo paternal
El am classificados pelas respectivas systema de centralisação governamental
edades, sendo o mais velho o primeiro que nos rege e desidia das camaras.
vereador. Era esse quem substituia o Juiz 1833—Fallece a princeza D. Paula,
de fora nos seus impedimentos : tinha fllha de D. Pedro I. nascida a 17 de
então a denominação de jui;z clefòra i^ela fevereiro de 1823. Foi sepultada no
lei.
convento da Ajuda, no Rio de Janeiro.
Quando vagava algum logar de verea­ 1 8 1 3 -Fallece D. Nuno Eugenio de
dor, era chamado para preenchel-o al- Lossio e Seilbtz, senador pela pi'ovincia
Snm cidadão que já houvesse occupado das Alagoas, escolhido a 22 de janeiro
0 cargo, esse substituto era designado quando se constituiu o senado :■
pelo nome de xiereaãor de barrete, e de junho do mesmo anno tomára
ainda que fosse mais moço, substituia posse da sua cadeira naquella camara.
o mais velho, si era o logar d’este o que
1818— São escolhidos senadores : por
Pernambuco os srs. Antonio Pinto Chi-
Os juizes almotace'is tinham jurisdicção chorro da Gama e dr. Ernesto Ferreira
contenciosa em causas de pouca monta, França, e por S. Paulo o sr. Francisco
nos embargos de obra nova e nas condeni- Antonio de Souza Queiroz, hoje barão do
naçõesporinfracções de posturas ; saiam ^ouza Queiroz (Vide m aio/).
para esse flni em correcção com o arre­
O 1° d’aquelles senhores é hoje sena­
matante das rendas da câmara, que fazia
dor ]mla provineia do Rio de Janeiro e"
as funeçOes dos modernos liscaes. Eram 0 2° /i.vQ.i rotirado. da^mlRw/ I i
tarribem elles os que superintendiam na
O 3% depois deter passado m u i t o s '^ - ''^ '^
matança do gado e tinham como pro­ nos em S. Paulo, fora do parlamento,
pinas certa quantidade de línguas das
tomou parte nos trabalhos legislativos^
rezes que se. abatiam aossabbados.
em 1880, por oceasião de se discutir a
A alludida lei do 1“ de outubro, pela eleição directa.
qual as camaras munici- 1860 — Fallece em Nova Fribui’go' o
paes, modificou essa antiga praxe, como
conselheiro Jeronymo Francisco Coelho,
dissemos, dando-lhes, com um novo pro­ ministro dos negocios da guerra desde
cesso de eleição, que devia exprimir me­ 1 de maio de 1837.
lhor o voto dos munteipes, a inspecrão
Nascera na citlade da Laguna, proyin-
directa das cadeias e cárceres civis e
cia de Santa Catha'ina, a 30 de setem­
ecclesiasticos, a distribuição da instruc- bro de 1806.
cao primaria, e na cidade do Rio de Ja-
Começára a sua vida publica asseu-
5(«.-
 KPHEMERIDES NACIONAES
33

'perio deJUle 2 drf outubiv

tando praça de 1° cadete no Ceará, onde
•ior. A vi^ am Su^s
seu pae era inspector das tropas. Gon-
ermidgt da I^nha, ^ide
quistára depois, na Academia Militar do ue mm’reu
Rio de Janeiro, as «cartas de bacharel em fni /isita d q / odo,
mathematica e engenhaiáa. Aos 18 an-
____ , ide fevereiro 11).
nos de edade era capitão. Tendo sido de­
Ig71_l«^allece na capital do Maranhão
putado á assembléa da sua provincia
0 douto philologo e professor emerito
natal desde 183,5 até is /i , enviou-o esta
Francisco Sotero dos Reis, nascido na
também á assembléa geral desde 1838 até
mesma cidade a 22 de abril de 1800. ^
1817. Exerceu pela primeira vez o cargo
Trafando do mérito das obi’as que nos
de ministro da guerra cm 1814, e teve a
deixa o sabio grammatico e latinista
gloria de vêr pacificada a provincia do
nacional, diz o conceituoso auctor da sua
Rio Grande do Sul no tempo da sua
administração. biographia no Fantheon Maranhense
De 1848 a 1850 presidira á provincia (vol. II):
do Pará, e de voita á capital do Impé­ « Não procureis nas obras de Fran­
rio, preenchida aquella commissão, occu- cisco Sotero dos Reis as imagens e flores
pou durante seis annos diversos e im­ de uma phantasia rica das galas da pri­
portantes cargos militares, sendo em mavera, nem essas figuras de eloquência
1850 nomeado presidente e commandante arrebatadora que inflamma e embriaga
das armas da provincia do Rio Grande os sentidos, c menos ainda os arabescos
\lo Sul. e filigranas que, sob color de alindarem e
Depois de um esquecimento de oito opulentarcm o cstylo, escondem as mais
anuos. mandou-o a sua provincia natal das vezes a pobreza das ideas e falta de
gm 1837 por seu representante á camara conhecimentos no vasio e deslumbra­
temperaria: foi então chamado de novo mento da forma. Ponderae no proposito
aos conselhos da corôaeenncarregado da por que escreveu, que descobrireis o mé­
mesma pasta em que servira. Abatido rito e virtudes d’ellas. »
por dolorosa enfermidade, ainda prestou 1878— Inaugura-se a linha telegra-
relevantes serviços ao paiz e sé se reti­ phica da Barra de S. IMatheus (ramal) a
rou para Nova Friburgo, deixando o S. Matheus, provincia do Es[)irito Santo,
ministério e passando a pasta ao seu col na extensão de 11,000 kilometros.
lega da marinha, quando de todo^ n ã o JANEIRO—17
/p ou d e mais dirigir.
^ « Bom amigo, filho extremoso, pae 1557_D. João III, por carta regia d'esta
desolado, moderado c prudente, sem se data. f;vz doação a D. Alvaro da Costa
mostrar duvidoso em seu posto, decidido do território da comarca de Paraguassú,
■%
propugnador da opinião liberal, de elo­ compuehendido entre o rio do mesmo
cução facil, clara c gi'aciosa, tão sereno nome e o de Jaguaribe, até a serra Gua-
nas horas de triumpho como nos dias da raraú (Bahia).
adversidade, morreu pobre como tinha 1G12—Carta regia prohibindo aos go­
nascido, legando a seus filhos sua mãCí vernadores das capitanias do Brazil aug-
nobre velhinha, testamento digno de um mentarem os ordenados de quaesquer
dos lieroicos vultos d i Greda (Pereira empregados.
de Vasconcellos, Selccta U>'asiliense).y> 1(330—0 exercito de D. Luiz de Rojas
18G0—Ch^am á cidade yía Victoria, y Boi'ja, depois de ouvir missa, marcha
provincia/o Espirito-Santy; o imperador na direcção da Peripueira, onde D. Luiz
e a jmpgnitriz, na cxcu r^ o que faziam esperava encontrar o inimigo ; ao anoi-

■
 EPIIEMERIDES NACIONAES
tecer estava o exercito a duas léguas do
Porto Calvo e na entrada de um desfila­
deiro por onde continuava a estrada. Ahi
lembra o capitão Mui tim Soares Moreno
a cautela de se mandarem uns indios
práticos d’aquelles logarcs explorar o
caminho, medida acertada, porque,
quando a força exploradora ia penetrar
no desfiladeiro, d’elle sahiam os liollan-
dezes.
Fez-se logo alto de ambos os lados e
travou-se um vigoroso tiroteio, de que
resultou caliir.em de um e outro vários
mortos, feridos e prisioneiros, tendo
nisso o inimigo a peior parte, não só
pelo vivo fogo que solTreu dos nossos,
como pela confusão que entre elles se
estabeleceu por causa da escuridão da
noite. Este encontro e o seu resultado
deixou porém patente ao general lies-
panliol que a guerra nas mattas do
Brazil era muito diversa da guerra scien-
tiflea que aprendera na Europa e. Jul­
gando que menos mal lhe acarretaria
arriscar urna acção do que elfectuar uma
^etirada, deliberou dar um ataque no
dia seguinte, embora dispuzesse de fo r­
ças inferiores ás do inimigo.
Os oíTiciaes que reunira em conselho
eram de voto contrario c todos lhe pe­
diram que não se empenhasse com tão
pouca gente, não costumada, como toda
a que trouxera de Hespanha, a pelejar
d’aquella fórma ; D. Luiz, embora reco­
nhecesse 0 alcance do conselho, já não
podia recuar e, si bem que mandasse a
Manuel Dias de Andrada, em Porto Calvo,
que lhe enviasse a maior força de gente
que pudesse dispensar, tratou de haver-
sc com a que tinha, porque aquella não
chegaria a tempo (Vide a ephemeridc
de 18).
16i0 — Batdha naval de Potenguy
(Rio Grande do Norte), entre as esqua­
dras portugueza e hollandeza.
Aos très coml)ates de que demos no­
ticia, empenhados nos dias 12, 13 c M,
seguiram-se dois dias sem hostilidades,
impedidas as esquadras contrarias de se
approximarcm uma da outra pela calma
podre que succédera ao vento impetuoso
que até então reinára. Na presente data
0 vice-almirante Huyghens ataca a es­
quadra do conde da Torre, que aceom-
irettido violentamente, se vô obrigado a
retirar-sc da acção e a fazer-se ao largo,
sendo substituído por outros dos seus
galeões, que trataram de oppòr vigo­
rosa resistência ás duas vice-alrairantas
inimigas.
Os hollandezes alcançaram afinal a
palma da victoria ciue lhes escapára mos
très combates anteriores, tendo uma per-
da, não incluido p navio f[uefôra a picfue,
quasi insensível em comparação da nossa,
pois tiveram apenas 22 mortos e 82 fe­
ridos, A nossa perda foi immensa, sobre­
tudo pelas suas consequências : não se
restaurou Pernambuco, como pudera ter
sido. se desembarcassem conveniente­
mente as tropas que vinham para esse
fim : toda a esquadra desmantelou-se
sem nenhuma gloria para nós, estando
quasi todos os navios com falta de vi­
veres e aguada ; uns foram por seu pro-
prio arbitrio par i as Antilhas ; outros
com doentes e feridos para o Maranhão c
houve um em que succumbiu a-guarnição
toda. « D’este modo foi vergonhosa-
mente destroçada uma poderosa esqua­
dra e um regular corpo de exercito cpie,
melhor dirigido, houvera acabado com
todo 0 poder hollandez no Brazil {Batas
celebres).y>
O pintor hollandez Francisco Post de­
senhou annos depois estas quatro ba­
talhas navacs, e as gravuras, com a sua
assignatura, que as representam, podem
ver-sc na magnifica edição in-folio da
obra de Barleus, do que ha na Biblio­
theca Nacional/um bom exemplar.
« O grande almirante e generalissimo
conde da Torre só com um bergantim
que montava dez peças, se atreveu, fa­
zendo-se ao largo, a refugiar-se á Bahia,
onde já se achava em fins de abril.
 EPIIIÍMERIDES NACIONAES

quando ahi se apresentou de novo o in- buja, nomeado por C. R . de 22 de se­

nimigo com a sua esquadra, levando tembro de 1718 governador e capitão
tropas de tlesembarque, como veremos. general da capitania de Matto-Grosso.
Outros navios mais, com tropas, puderam declarad^ independente,toma na presente
ainda entrar na Bahia, e depois d’ahi data posse dó seu cargo e cxerce-o por
passaram á Europa (Historia das luclas 13 annos. 11 mezes e 11 dias.
com os hollandezes, Lisboa, 1871) ». No seu Cit dorjo dos chefes da admi­
Esta victoria foi perpetuada pela llol- nistração do Brazil, appenso á sua His-
landa cm uma medalíia, na qual se ló cm toria (,e>'al, dá Yarnhagen a posse d’esto
liollandez: « Deus abateu o orgulho do governador a 17 de março. No Catalogo
inimigo aos 12, 13, 11 e 17 de janeiro.» chronologico dos governadores e capi-
'M 1671—Fallece o governador e capifão- tães-generaes d’aquella capitania, olTeré-
general de Pernambuco Fernando de cido ao Instituto Ilistorico pelo conse­
Souza Coutinho, que a 28 de outubro de lheiro Drummond e publicado na Revista
1670 succedera naquelle cargo a Ber­ irimensal (tomo XX, 1857), se diz quo
nardo de Miranda Henriques. Rolim de Moura, nomeado por patente
D. Pedro de Almeidu, seu successor, de 2 5 de sete.libro de 1718, tomára posse
tomou conta da administração a 0 de fe­ a 17 de j meiro de 1731, data que vemos
vereiro do mesmo anno, como se vè do reproduzida em outros escriptos cpie tra­
Oatalogo do visconde de Porto Seguro o tam da mesma capitania e ciue preferi­
do manuscripto de Luiz dos Santos Vi- mos (\ide a ephemeride de 19 de marco
r. f; hena, possuido pelo sr. dr. Mello Moraes. de 1752).
1691—Carta régia declarando que em 1771—0 general hespanhol Vertiz, g o ­
caso nenhum poderiam os indios do Bra­ vernador de Buenos Ayres, que avançara
zil ser conservados em captiveiro (Col- até ao nosso forte cío Rio Pardo com
lecção das leis do reino). cerca de 2,200 homens, retin-se á noite,
1697—Carta régia determinando que desistindo do intento de atacar essa po­
logo á chegada da frota a Peniambuco sição fCwerr.i com os hespnnhóes no Su').
os lavradores e homens de negocio, ven­ 1791—Termina o governo do sargento-
dedores e compradores, escolhessem de mór de artilharia José Pereira Pinto, rm-
cada lado dois louvados para taxarem os meado governador interino de SantaCa-
preços dos assacares, segundo a sua qua­ tharina pelo vice-rei do Estado. Entra
lidade. Não chegando a um aceordo os a exercei o o coronel Manuel Soares
louvados, deviam taxal-os o governa­ Coimbra, cujo governo cessou a S (se­
dor, 0 bispo e 0 ouvidor, e si ainda estes gundo Almeida Coelho, na sua idomoria
discordassem, sommar-se-iam os ti-es histórica da provincia de Santa Catha-
preços e a terça parte da somma total rina) ou a 7 (segundo Varnhagen) de ju ­
dos preços taxados seria o preço defini­ lho de 1793, em que partiu para o Rio de
tivo da mercadoria. Janeiro a cli.amado do vice-rei, ficando
1609— Carta régia estranhando variasinterinamente no exercício do cargo o
laltas aos comniissarios das Mercês c Ca­ tenente-coronel João.llberfo de Miranda
puchos e ao provincial do Carmo, da ca- 'Ribeiro.
jjitania do Pará ; e ao superior das M s- 1808—Chega ao Rio de Janeiro a nau
soes as usurpações do jurisdicção pra­ Rainha, seguida de outras em que
ticadas contra o donatario da capitania vinham a princeza do Brazil, viuva,
de Cametá.
1), Maria Francisca Benediéta, ea infanta
1751 — D. Antonio Pv.olim de Moura D. Marianna, ir.nã da rainlia D. .Maria I,
Tavares, po.Heriorrnente conde de Azam- trazendo era sua companhia as infantas
 EPIIEMERIDE3 NAOIONAES
D. j'Mai'ia Erancisca e D. Izabel Maria,
lillias do principe regente, depois
D. João VI. Não quizeram. desembarcar,
aguardando a chegada do resto da es­
quadra real (Vide a ephemeride de 7 de
março).
1814— O governador da capitania do
Espirito Santo e auctorisado a conceder
terrenos de sesmarias.
Todos os sesmeiros poderiam commer­
cial’ sobre todas e quaesquer madeiras,
á excepção do pau-brazil, peroba c ta-
piniioan, que só poderiam cortar com
licença do governador. ' t
Aos casaes de illiéus c outros colonos
se fariam as demarcações e limites de
terras, sem despéza por parte dos colo­
nos reconhecidamente pobres.
— Carta regia determinando que fi­
cassem isemptosdo pagamento do dizimo
os cultores de linho e trigo na capitania
do Espirito-Santo.
1817—0 conde de Vianna, que comman-
dava a ílotilha que cruzava nas aguas
do Rio da Prata, do combinação com o
exercito com mandado pelo general Lecór,
appareee á vista de Montevideo e fica
inteirado das disposições do cabildo
d’aquella cidade.
1862—Observa-se ao sul da cidade da
Campanha, em Minas-Geraes, um bello
arco-iris lunar: eram 9 horas da noite,
liste phenomeno ê bastante raro, porqu^
é pouco ou nada commum que a chuva
appareçaem noites clar.ss. Assemelhava-
sc ao que produz o sol, mas de facha in­
teiramente branca e não de côres cam­
biantes, como nos solares.
1869—Fdllece o general Ililario Ma-
ximiano Antunes Gurjão, por ferimentos
recebidos no glorioso combate de Itororó
(Campanha ão Pa.raguay), onde profe­
riu as memoráveis palavras :
Vejam co,no morre um general bra­
sileiro !
Nascera em Belém, capital do Pará, a
21 de fevereiro de 1820.
Por leis provindaes de 2 de setembro
d 1870 e 21 de fevereiro de 1880, er-
gueu-se-lhe uma estatua naquella ca­
pital em 1880, sendo presidente da pro-
vincia 0 sr. dr. José Coelho da Gama e
Abreu.
JANEIRO —18
1537—Provisão regia fazendo mereô a
Antonio de Oliveira, cavalleiro íidalgò,
da feitoria e almoxarifado da fazenda
i-eal da capitania de 3. Vicente.
Neste anno de 1537 Ruy Moschera q
outros castelhanos que, batidos no Rio
da Prata, se haviam refugiado em
Iguape, atacam a villa de S. Vicente
(S. Paulo), de onde são repellidos. depois
de lhe terem causado estragos e depre­
dações, retirando-se em seguida para o
Rio da Prata (A . Marques, Aponta­
mentos ).
1567—Chega Men de Sá com a sua
armada á barra do Rio de Janeiro, vindo
em auxilio de seu sobrinho Estacio
de Sá.
1621—Alvará ordenando aos governa­
dores do Brazil que não mandem presos
para o reino, com culpas formadas, sem
permissão expressa d’el-rei, por causa
das grandes vexações que d'ahi vôm aos
mesmos presos.
1631—Chega ao arraial do Bom Jesus
vindo da Parahyba, o capitão-mór Fran­
cisco de Vasconçellos, trazendo 180 ho­
mens dos 600 cora que sahira de Lisboa:
tendo morrido uns, adoecido outros e
tendo-se evadido muitos e ficando 200
de guarnição naquella capitania por
ordem de Mathias de Albuquerque. Com
a chegada d’esse reforço augmentou-se
a escassez de viveres, pois recebia cada
soldado a ração mais exigua possivel ;
entretanto, nunca em todos elles se des­
mentiram a constância nas privações e
 il';
i',
40 EPHEMERÏDES NAC10NAE3
campo D. Luiz de Rojas y Borja, perto
de Porto Calvo, e o coroiiel flamengo
Arcizewsky, no seguimentp da lucta
que já durava cinco annos entre os
nossos e os liollandezes. D. Luiz cahe
morto por uma bala no peito; com esse
lamentável successo .a debandada da
nossa gente torna-se completa e a Vic­
toria declara-se pelos inimigos. Nesse
‘ f! I
combate tomára parte o flel e intrépido
Camarão, que apenas poude guardai’ a
retirada da nossa gente, e tão bem se
houve nisso que o inimigo só conseguiu
fazer dez prisioneiros. A pouca expe­
riência que tinha o general hespanhol
D. Luiz da guerra nas mattas do Brazil,
tão outra da que se fazia na Europa, foi,
como já tivemos oceasião de dizer, a
principal causa d’este desastre, que elle
podia ter evitado.
« A derrota dos nossos foi tão grande,
diz 0 visconde de Porto Seguro {obra
citada], que muitos só deveram o es­
capar-se a* um precipício, pelo qual se
arrojaram, sem por elle.quererem igual-
mente precipitar-se os vencedores.»
Suppoem muitos que Rojas y Borja
fora morto por seus proprios soldados e
alguns que por algum dos indios, em
vingança do demasiado rigor com que
seis dias antes (Vide íi ephemeride áe 12)
mandara por uma pequena falta arca-
busar um d’elles. Essa supposição não‘
tem consistência, segundo as ponde­
rações que adduz para combatel-a o
supracitado auctor. O sr. Josó de Vas-
concellos, nas suas Datas celebres, é
também avesso a essa versão e conclue
que a morte de D. Luiz fôr.i devida ao
seu inconsiderado procedimento e dema­
siado orgulho, por suppor sempre, desde
que tomára o commando das nossas
forças, que as ultimas derrotas soffridas
eram devidas, não ao vigor e habilidade
dos adversários, mas á incapacidade do
seu predecessor.
Nesta acção, que se chamou da Mata
Redonda, perderam os nossos trinta e
'i;__
tantos homens e tiveram egual numero
de feridos, e entre estes os capitães João
de Magalhães e João Lopes B:u’balho; o
sargento-mór dos italianos Heitor de La
Calce cahiu prisioneiro. Arcizewski fleou
senhor do campo e os nossos se retiraram
á povoação.
Pelas vias de successão, que no dia,
segu/nte se abriram, o mando do exercito
tocava ao conde de Bagnuolo, que, im-
mediatamente avisado nas Lagun is, se
poz em marcha, mas só chegou a Porto
Calvo a 19 de março.
1637-Tinham em deposito os religiosos
descalços de S. Fi’ancisco na povoação
de Ipojuca, no seu convento d’alli, as
relíquias, vasos sagrados e alfaias tra­
zidos das outras suas casas, além das
que pertenciam áquella, e desejavam
pòl-as em logar mais seguro e a abrigo
da cobiça hollandeza, Para esse fim
partem de Porto C ilvo (villa do Bom-
Successo) os capitães Estevão de Tavora
e Ascenso da Silva com Henrique Dia-
e 0 seu terço, para aquella povoação e
executam a incumbência se.n perda/de
um só homem. O que levavam perten­
cente ao culto Divino foi logo mandado
para o convento dos mesmos religiosos
na Bahia,
1691—Carta regia prohibindo a extrac-
ção do sal em Cibo-Fi’io, por ser c o n ­
traria ao contracto estabelecido np Brazil,
c orrlenando ao governador geral do
Estado que não consentisse no consumo
de outro sal que não fosse o v i n d o do
reino. Ape/ar. porém, d’osta prohibição
formal, continuou a extracção d’aquelle
produeto em Cabo-Frio até que, a reque­
rimento düscontractadoresdo Rio de Ja­
neiro, se procedeu a sequestro tanto do
sal, como dos bens dos que negociavam
neste genero,
1710—O governador e capitão-general
da nova capitania de S. Paulo separada
da do Rio de Janeiro, Antonio do Albu­
querque Coelho de Carvalho, toma posse
em Santos d’aquelle governo. A 18 de
 EPHEMERIDES NACI0NAE3
junho ratifica o seu juramento perante a
cainara da ainda villa de S. Paulo.
1728—Domingos de Mor, es Navarro,
governador da capitania do Rio Grande
do Norte, succédé a Jose Pereira da
Fonseca no exercício do cargo.
1811—Fallece na cidade do Rio do Ja­
neiro. naedade de 57 annos, o condo das
Galvèas, D. João de Almeida do Mello e
Castro, ministro da marinha. Ja/. na
egreja de S. Francisco de Paula, da
corte.
1827—Combate naval dos Cerros do
S. Juan {Guerra do Rio da Prata).—
Ordenara o almirante Rodrigo Pinto
Guedes ao capitão de fragata Frederico
Mariath (que foi depois almirante) que,
com a corveta Macej/ó. os brigues
Caboclo. Rio da Prata e Real João, as
escunas Maria Theresa, Conceição^
Providencia, Itaparica (y Dons de De­
zembro, procurasse fazer junc(,‘ão, por
iMartin Gaia ia. com a esquadrilha do
Uruguay, do commando de Jacintho
Roque de Sena Pereira. Na madrugada
de IS de janeiro estava a Maceyó enca­
lhada no camil de IMartin Garcia, em
frente aos Cerros do S'. Juan, quando
cae sobre cila cpiasi toda a esquadrilha
argentina do almirante Brown, de 1^>
vasos. A Ma.eeyò, em que estava Mariath.
e a Dous de D-^zembro, pequena esc'una
de dous rodizios. commandada pelo 1° te­
nente José Narciso de Brum. Não podiam
os outros navios nos.sos. por estarem
muito. distantes e por causa do vento,
acudir aos dons atacados. Os dons,
pore'm, resistiram valentemento a iodo o
poder inimigo e conseguiram rcpellir o
almirante argentino, que íoi pouco de­
pois atacado por toda n nossa esquadrilha
reuniría, a que Brown dirigira segundo
.ataque. Tivemos entre cs mortos nesses
dous combates o joven guarda-marinha
mineiro Thome Justiniano Gonçalves,'
a quem uma bala arranca ambas as
pernas, e entre os feridos o 2° tenente
Joaquim Manuel de Oliveira Figueiredo,
41
actualmente oílicial general da armada e
membro do conselho naval.
Um oílicial argentino deu a descripção
d’esses dons combates no Mensnç/ero
Argentino de Buenos-Ayrcs de 20 do
janeiro do mesmo anno.
O notável pintor De Martino repro-
vduziu em um bello quadro a oleo o
episodio do primeirooiombate. em que
a Maccyó e a Dous de Dezembro resis­
tiram S(3s a 16 navios inimigos. Esse
quadro está guardado na secretaria rio
marinha no Rio de Janeiro.
1868—Reunião popular na casa da ca-
m aradeS. Paulo, para se tratar de uma
subscripção geral destinada a auxiliar o
governo nas despezas de fortificação dos
portos do Império contra gualquer
aggressão por parte do governo britan-
nico. Derá causa a este assomo de pa­
triotismo, que nada produziu, a questão
levant ala na edrte pelo ministro inglez
Christie.
1867 — Fallece na cidade do Petro-
polis, com At annos do edade, o conse­
lheiro Angelo Muniz da Silva Ferraz,
barão de Uruguayana, natural da cidade
de Yalença, provincia d i Bahia, senador
por aqiudla provincia, escolhido pelo im­
perador actual a 1 <le maio de 1836 e que
tomára assento noseaadono dia 8,
Jazem os seus despojos mortaos no
cemiterio de S. Fi-andsco Xavier, para
onde foram transladados de Petropolis.
JANEIRO ■ ■19
1686—Depois do desbarato do exercito
de D. Tmiz dc Rojas y Borja nos des­
filadeiros da Matfa Redonda no dia an­
terior, 0 tenente general Manuel Dias de
Andrada, que flcára ile gmarnição em
Porto Calvo, tratou de se fortiOcar nessa
posição, embora o inimigo, depois da
victoria, tivesse voltado para a Peri-
pueira.
Dias de Andrada. reunindo os seus
oíliciaes e os moradores mais impor­
tantes da povoação, abre diante d’esta
 -e/ ,V-<E.
^ ^ ^ ^ ^ a ^ a^aa:aQ>>3gaei

EPIIE^^ERIDI<IS NACIONAES

nsscmblda uns papeis que o general começa:—O cuidado de todas as igrejas

D. Luiz Ihe deixara lacrados e entre confiado á nossa humildade.—Assignado.
elles aclia uma cedula real, datada de — Cay'deal Prodato/rio. Cardeal Braschi.
Madrid a 30 de janeiro de 1635 e assi- Temos entretanto noticia de uma carta
gnada ] elo secretario de estado Diogo régia de 21 de julho do mesmo anno
Soares, na qual era nomeado o eonde de 1759, ordenando a prisão e banimento
de Bagnuolo para succedor áquelle ge­ d’aquelles padres.
neral na tenencia das forças em ope­ 1800—Succede ao governador de Santa
rações conti’a os hollandezes. Catharina tenente-coronel João Alberto
Ao nomeado enviou logo Andrada a de Miranda Ribeiro (Vide 7 de julho
cedilla on via de successão para os fins de 17J3'. fallecido na vespera, segundo
convenientes. Jádissemos que estesóalO Paulo José Miguel de Brito na sua
de março é que poude estar em Porto Memória sobre esta capitania, um go­
Calvo. verno interino collectivo, composto do
1651—Entrega-se aos nossos o forte tenente coronel José da Gama Lobo
A ltexar , occupado jielos hollandezes Coelho d’Eça. do ouvidor Aleixo Maria
na margem direita do rio Beberibe, Caetano e vereador José Pereira da
defronte^do Recife, tenazmente atacado Cunha, governo que cessou com a posse
desde o dia 17 pel i nossa gente. Todos do coronel Joaquim Xavier Curado a 8
os inimigos emljarcai'am na esquadra de dezembro.
de Pedro .Jacques, posteriormente 1“ vis". 1817—ComlJate de Aguapehy {Guerra
conde de Fonte Arcada, o qual desde o do Sul), em que o general Chagas Santos,
dia 5. como flccu dito, bloqueava o porto que s iliira de S. Borjano dia 14, com 554
do Recife. homens e 5 peças, para invadir as ãlissues
bta noite de 15 capitulara o forte do Correntinas e afugentar d’alli o coVonel
Rego (ou das Salinas), como dissemos André Artigas, é atacado pela vanguarda
na data de 16. d’este caudilho quando s- nossa gente
São os prodromes da capitulação final atravessava o Uruguay : commandava a
das forças hollandozas q.ue occupavam vanguarda inimiga o capitão Vicente
Pernambuco (Vide a ephemeride de 26) 'Çiraparé, e a nossa, que fóra a atacada,
® da cessição do seu domínio no Brazil. era commandada (oelo t nente Luiz de
1685—Creaçâo do corpo capitular da Carvalho. Chagas Santos faz logo avan­
se' do Rio de Janeiro pelo respectivo çar 0 major (que foi depois
prelado D. José de Barros Alarcão. gadairo e barão fle Saican) e o inimigo r
—Alvará declarando os jesuitas fica dçrrotado.
expulsos de Portugal e seus domínios. André Artigas, que se achava na po­
Foram desnaturalisados por outro de 3 vo ição de La Cruz, poz-se immediata-
de setembro. Os que assistiam no collegio mente em l etirada.
ie do Rio de Janeiro embarcaram a 16 de 1821—O dr. Francisco Vicente Vianna,
j março do mesmo anuo. Dos seus bens nomeado presidente da província da
os não consagrados ao culto divino foram B ihia, toma posse <\o seu cargo. Foi o
incorporad s ao fisco por alvará de 25 primeiro dos seus pi'esidentes na ordem
de fevereiro de 1761. chronologica.
No Patriota de setembro e outubro O dr. F. Vicente Viann i foi posterior­
de 1811, publicado na cid ide do Rio de mente 1° barão do Rio de Contas.
Janeiro, vem atraducção portugueza da Succedeu-lhe na presidência, a 4 de
bulla de 7 de agosto d'esse anno, que julho do 1825, o visconde de Queluz.
1’estabeloce a companhia de Jesus e que 1831—Representação do conselho geral
 EPHEMERIDES NACIONAES
da província de S. Paulo, pedindo ao
governo dispensa do celibato para o clero.
0 cabido da diocese, a quem foi rernot-
tida a representação, deu a seu respeito
a informação seguinte : «Que o cabido,
empregando toda a circumspecção que o
assumpto merece, responde que. corn-
quanto julgue a dita representação basea­
da cm justiça e ramo, comtudo julgava
que só 0 Exm. prelado, que mellioi’ que
ninguém conhece o estado do bispado,
podia informar convenientemente.»
186i— Fallece no Pará, com 70 an nos
de edade, João Baptista de Figueiredo
Tenreiro Aranha. 1° presidente que teve
a província do Alto Amazonas ^Vide a
ephemeride de 5 de setembro de ISõO).
renreiro Aranha, que fora deputado
á assembléa geral e presidente do Ama­
zonas. exercia ultimamente o logar de
lente de geometria ho Lyceu Parmensé. e
morreu em completa miséria, sem ter se­
quer meios para ser enterrado.
JANEIRO —20
1551—Nasce D. Sebastião, o desejado.
Vindo ao mundo depois da morte do
pae, herdou o throno do avo. que mori'ou
a 11 de junho de 1557. Foi acclamado
rei, confiada a rogencia do reino á rainha
viuva 1). Citharina, contra a Vvintade
do cardeal infante D. Henriqup, o qual
tanto desgostou a rainha, que esta, eon-
voc°ando cortes em 8 de qutubro de 1562.
resignou perante cilas a regencia, que
passou a ser exercida pelo cardeal.
Em 15)8 [Vide adiante) tomou 1). Se­
bastião posse do governo e. excitado
})elos exemplos e levado pelo proprio
valor, passou Africa, onde obteve
resultados vantajosos. Não contente com
a primeira expedição, resolveu fazer
segutuia e de novo partiu para a Africa
com um pequeno exercito. Empenhan­
do-se então na tristemente famosa ba­
talha de Alcacerquibir, em 4 de agosto
de 1578, teve de ceder perante fo.ças
muito numerosas, e,’ ou succumbiu na
i ‘A
peleja ou cahiu prisioneiro. O que é
certo é que naquelle dia cessou o seu
reinado.
No seu tempo de governo foi crearlo
0 conselho de estado (em 1569); tomou-se
Damão (no mesmo anuo), Jafananatão
(em 1560) e falleceram, entro outros de
menor nomeada, os notáveis escriptores
Francisco de Sá de Miranda, Fernão
Lopes de Castanlieda, Antonio Ferreira,
João de Barros, Francisco do Moraes,
Damião de Góes, André de Rezende,
Biogo de Paiva de Andrade e o mathe-
matico Pedro Nunes,
Luiz de Camões, havia G annos que
publicára pela primeira vez (1572) o seu
admiravel poema.
1556—Provisão do governador geral do
estado D. Duarte da Costa ao capitão
mór e ao ouvidor de S. Vicente, orde-^
nando que ninguém vá ao c impo de
Piratin'nga a resgatar com os indios
sem sua licença, que so dará a poucos
de cada vez, não entrando nessa con­
cessão os moços, aos quaes era ella intei­
ramente vedada. A mesma jirovisão pro-
hibe a fundição de quaesquer metaes que
por lá se encontrem.
15G6—Estado de Sá, que sahira um
anno antes de S. Salvador (Bahia) com
uma frota, para vir atacar os francezes
do Rio de Janeiro e seguira paraS. Vi­
cente, afim de obter mais combatentes
e embarcações de remos, só na presente
data parte de Buriquioca (iioje Ber-
tioga), trazendo comsigo 300 naturaes
da terra, conunandados por ileleodoro
Ewban, acompanhados do padre José
de Anchieta e de Gonçalo de Oliveira.
Nessa expedição também*tomaram parte
José Adorno e Pedro Martins Namorado,
iporadores de Santos.
F.stacio do ^á achára a capitania de
Vicente em muita falta de viveres
gente ; por isso por lá se demorou
 ' .t; 44 EPHEMERIDES NACIONAES
15G7—Mon tie Sá, terceiro írovernador
do Brazil, succedcra a I). Duarte da Costa
em 1578 e exerce esse diificd e importan­
;■’ ,til '■/
li- tíssimo cargo ate 1572. « NesiC continuo,
aspero e tremendo labor do quasi tros
i|'i' "■
' ' l l ■;'
ilif
lustros, avulta o bellico empenho que
Mem de Sá iniciou e quo teve a gloria de
rematar brilhantemonte no dia 20 de ja­
N, »k neiro de l567(o da expulsão dos fuakce-
rj Zlts DA DAIIIA DO R i O DE JANEIRO). D l ' . .T.
■ M. de Macodo. A nno B ioorapiiico.»
0 governador tinha, como fleou dito,
■'iv‘
■::!.. V
■ À'I.t- • chegado ti barra do Rio de Janeiro no
dia 18, com uma solírivel armada que
trazia cm soccorro de seu sobrinho Es-
tacio de Sá, para expellir os francezes
',-*■f,.r'.■*,I■i’•;: deixados na Bahia de G anadara ]>or
Nicolau Durand de Villegaignon, os quaes
III: oecupavam a pequena ilha do interior da
l"' bahia conhecida ainda hoje polo seu
■'I'i-;,' nome, e nella se tinham fortificado. Che­
gando, dá i\Ien do Sá combate aos fran­
cezes, auxiliados pelos Tamoyos, no dia
de S. Sebastião, por ser esse o dia do
santo do nome do joven rei de Portugal
e 0 do padroeiro da cidade, então muito
em principio: desbarata os francezes,
toma a ilha de Ãulleg.iignon e alguns
outros ponto^ fortificados por elles. Xesse
porfiado combate morre, entre outros, o
bravo capitão Gaspar Barbosa e sai gra­
vemente ferido na face por uma flecha
hervada o denodado capitão-mór Estacio
de Sá, que veio a morrer d’essa ferida
d’ahi a um mez, dia por dia. Depois
d’este feito d’armas estupendo mudou o
governador geral o assento da cidade,
das immediações do PÃo de A ssucar,
onde Estacio de Sá a collocára, para o
morro do Gastello, chamado nesse tempo
MONTE DE S. Ja NUARIO.
Men de S l era irmão do conhecido
poetaiFrancisco de Sá de Miranda.
1568—D. Sebastião, que completa 14
.4 >
an nos de edade, é declarado maior e
toma as redeas do governo do reino e
seus dominios.
<■ <
1639—D. Fernando de Mascarenhas,
c5nde da Torre, capitão general e go­
vernador do Estido do Brazil, a que
chegára com a formidável esquadra man­
dada contra os holiandezes, toma posse
do seu cargo na cidade de S. Salvador
da Bahia de Todos os Santos,
• E’ 0 17° na ordem chronologica e sub-
gtit :c-o, a 3 .de junho de 1640. D. Jorge
de Mascarenhas, marquez de Montalvão,
1° vife-rei do Brazil.
1654—Occupa a nossa gente as forta­
lezas dos Affoffados {Pnüci\:)e Willelim),
do Tirum e do Buraco, abandonadas
pelos hollandezes durante a noite, para
se concentrarem no Recife,
A unica fortilicação exterior que res­
tava ao inimigo era a fortaleza das Cinco
Pontas; na tarde d'este mesmo dia avança
Vidal de Negreiros para batel-a çom as
forças do seu commando. Só na noite
d o ’ 21, depois de esperar que vasasse a
maré. foi que este chefe se apoderou do
antigo redueto denominado Amelia, si­
tuado a umas duzentas braças d’aquella
fortaleza, no sitio hoje denominado
Cabanrja.
169:)_Carta regia creando os cargos
de capitães-móres nas freguezias do
sertão do Brazil.
1780 _ Resolve a ermandade da Cruz
dos Ãíilitares do Rio de Janeiro construir
um novo templo, para substituir a defi­
ciente capella que havia no logar.
Existira primitivamente naquello pon­
to um pequeno forte, mandado levantar
pelo governador do Rio do Janeiro Mar-
tim de Sá, em 1605, no tempo do seu pri­
meiro governo.
Em 1623, como estivesse em ruinas o
forte, os militares que compunham a
guarnição da cidade, auxiliados peio
mesmo governador, que então exercia
pela segunda vez o cargo, resolveram
construir em seu logar uma capella, onde
fossem sepultados.
Em 1628 estava efia concluida ; deram-
lhe 0 nome do forte, para lhe perpetuar
a memória.
«•V ' 'V,' . •

EPHEMERIDES NAGIONAES 45

Em 1734 começou esse templo, posto geiros, conselheiro José Antonio da Silva
cjue mesquinho, a servir de Sé cathedral, Maiacom a do imperio, conselheiro José
sendo para elle ti’ansferida a imagem de joaciuim Pv.)drigues Torres, mais tardc
S. Sebastião, padroeiro da cidade. visconde de Itaborahy. com a da mari­
Arruinando-sc com o andar do tempo, nha, marechal Salvador José Maciel com .
foi preciso ediíicar-se outro, e a isso se ^da guerra, e conselheiro B'ran-^yi-if**
resolve a irmandade na presente data. cisco Vianna com a da fazenda. ^ y '
No 1“ de setembro d’este mesmo anno de 1863 — ÜS ossos de Fsfacio dc Sá, que
1780 lançou-se a sua pedra fundamental tinham sido tirados do seu antigo jazigo
e em 1811 estava elle concluido, assis­ á vista do Imperador c de membros
tindo D. João VI em 23 de outubro á pri­ do Instituto llistorico, em 16 do novem­
meira missa solemne que alli se celebrou. bro de 1862, são na presente data encer­
Construído sob o risco e direcção do ' rados solemnemente em uma urna de
brigadeiro José Custodio de Sá e Faria, )au-brazil e esta em um cofre de chum­
tendo-se confiado a obra de talha que bo, e collocado tudo em um cranciro dc
a adorna ao afamado entalhador nacional alvenaria para esse fim construido, e
Valentim da Fonseca e Silva, assim como conjunctamente o auto da exhumação,
as estatuas que ornam a sua fachada, as gazetas do dia, moedas do ouro c
esse templo, de estylo barroco, é um dos prata e medalhas. B^echou-se' a abertura
mais regulares da cidade do Rio de Ja­ com uma lapida tendo a seguinte ins­
neiro. eri pção:
1817 — O general Lecór, que depois da — Restos mortaes de Estado de Sá —
derrota dos caudilhos oiáentaes em Cata­ Exhumados d’esta sepultura em 16 de
lan e do encontro dc Bento Manuel Ri­ novembro de 1862 — A’ ella restituidos
beiro com José Verdun na povoação de em 20 de janeiro de 1863. —
•Belém^avançara sobre Montevideo {Vide Estão na egreja de S. Sebastião do ;
4 de janeiro), aníra. triumpluxnte nesta morro do Castello, para onde os fizera
praça na presente data, recebido por uma trasladar em 1583 seu primo, o gover­
deputação da municipalidade, que lhe nador e capitão-mór do Rio de Janeiro
entrega as chaves da cidade, abandonada Salvador Corrêa de Sá, do arraial do
pelo chefe oriental D. Manuel Barreiros, S, João ou áJlla Velha, nas proximi­
seu commandante em nome de Artigas. dades do Pão de Assuc.ir.
A.esse tempo já se havia declarado em 1877 — Fallece em Cami)Os dos Goy-
favor dos po tuguezes a colonia do Sa­ tacazes, sua terra natal, o dr. João José
cramento, que 0 coronel Manuel Jorge Martins Leão, um dos mais conceituados
’ Rodrigues, de ordem de Lecór, oceupa clinicos de seu tempo. B‘’ormado pela an­
• com dous batalhões. Uma brigada por- tiga escola medico-cirurgica do Rio de
tugueza assenh(Avára-se do Serro Largo. Janeiro, esteve depois em B'rança, onde
1834— B’allece*o-senador pela provin­ fez um curso de chimica c se aperfei­
d a de Minas Geraes Jacintlio Furtado de çoou nos seus estudos medicos,
Mendonça, escolhido pelo primeiro impe­ JANEIRO—21
rador a 22 de janeiro de 1826. A 4 de
maio tomára assento no senado. 1535-Conflrma D. João III a doação
1843 — O senador Honorio Ilerineto feita a Pero Lopes de Souza de 80 léguas
Carneiro Leão, posteriormente marquez de terra, das quaes 40 na costa da ca­
de Paraná, é chamado para organi pitania de S. Vicente, sendo 10 do rio
novo ministério, que fica composto dc Cunipacc (hoje Juqucri-querô) ao rio
Honorio com a pasta da justiça c estran de S. Vicente, 40 ao sul, entre u illia de
 »tü?j • l . / . r i >r

.'H 'JL-.

4Ú EPMEMKRIDES NACÍONAES

Can^anéa e a terra de Sant’Amia, e 30 em 0 segundo governo I André Vidal de

Separado, que começariam no rio de Santa Negreiros, e governou tres an nos, tres
Cruz, que circula a ilha de Itamaracá, mezes e vinte e dois dias, terminando
e acabariam na bahia da Traição, a 13 de maio de 1685.
A carta de doação foi-lhe outorgada 1723- Tendo anteriormente o gover­
em data do l" de setembro e o foral na nador do estado do Maranhão Bernardo
de 6 de outubro ( f^ide essa data) de Pereira de Berredo enviado uma tropa
153i. A carta que \em inserida no seu ^0 descobrimento de ouro no rio To­
Diário de nategaqão, é um specimen cantins, mandai'a arcabusar um soldado
das passadas aos outros donatários. e malti’atar outro. Sabendo-o a corte,
1636 — Reassume a administração da ordena ao ouvidor geral do Pará que
capitania do Pará Luiz,do Bego Barros, informe si houve processo e do mais
seu 14° capitão-mór. Dez mezes antes o •occori'ido a esse respeito.
sCnado da camara e o povo da-capital 1806 Governava interinamente a ca­
(Belem) se tinham recusado investil-o pitania do Piauhy Luiz Antonio Sarmento
do governo, não sÒ por causa do abuso da Maia desde julho do anno anterior.^
j que pelo seu genio violento fazia do Na 2)resente data toma jtossedo governo
poder, como por ter elle abandonado o 0 capitão de infantaria das tropas li­
cargo sem licença da auctoridade superior geiras da legião Carlos Cesar Burla-
competente. Fez, com o seu procedi­ rncic|U6, noiiicucU) b, 28 dô fôvcrôiro
mento ulterior, apagarem-se os odios e de 1805. ■
paixões accendidos contra si e admi­ Em prineipio de outubro de 1810 io^
nistrou a capitania com tão singular este governador suspenso e preso. A 20
zelo e tal acerto que causou a admi­ 6’esse mez e anno entavr nncco
ração geral, sendo estimado depois e bem
visto pela população inteira.
No anno de 1031 fora Luiz do Rego
expedido por seu primo, o governador Matto Grosso, Ricardo Franco de A l­
do estado do Maranhão Francisco Coelho meida berra, coronel do- corpo de enge­
de Carvalho, para a fronteira do Cabo nheiros. Seus restos mortaes'repousam
do Norte, com uma companhia dos na cai^ella de Santo Antonio dos Mili­
melhores soldados da guarnição da ci­ tares, junto á capella mór. Na ‘sua
dade de S. í.uiz, aílm de observar o campa lê-se o seguinte epitaphio :
movimento dos inglezes intrusos em íK:.

diliei entes ilhas da grande bocca do rio R F A S

Amazonas e intrincheirados em um novo
íbrte denominado Camaú.
1666—Antonio Pinto da Gaya, capitão-
QUE
C«' DO R C DE ENG°“
GLORIOSAMENTE DEEENDEU
E NELLA EAI.LECEU
f
mór do Pará' por patente regia, começa
a exercer o cargo. AQU. .7.1Z ' lí
•I
Occupava-o anteriormente Feliciano O sr. IMoutinho, na sua obra Noticia da
Corrêa e excrce-o depois Manuel Guedes provinda de Matto Grosso, o dá errada­
Aranha.
mente sepultado na egreja matriz.
ò

I';
'7
!
1682 D. João de Souza rende a Avres 1839—Fallece na cidade de Cabo Frio
de Souza Castro no governo da cajiitania o major de engenheiros Henrique Luiz
de Pernambuco. de Niemcycr Bellegarde, nascido em
Foi 0 10° na serie dos seus capitães Lisboa a 12 de outubro de 1802 c
generaes, sem levar em linha de conta que veio para o Brazil na mesma

.1
 EPHEMERIDES
frota que transportava a familia real.
Era ii'mâo do conselheiro Pedro de
Alcatuara Bellegai-de, nascido durante a
viagem.
« A elle se devem a construcção do
pharol de Cabo-Frio, que se avista a
15 léguas de distancia; o mo^ioramento
da barra do mesmo Cabo; os argclões
de espia collocados no focinho da rocha
e na barra mencionada, as pontes da
cidade <de Campos, e de Itajurú, os
canacs de Cacimbas, do Ururahy, e de
Maricá.
« A elle se deve também o estabeleci­
mento de uma casa de caridade cm
Cabo-Frio, e de uma confraria que tem
a seu cargo a cura dos enfermos, e a
Consolação da humanidade afflicta (J. M.
P.de Vasconcellos, Selecta Brasili€nse).i>
O sr. dr. J. M. de Macedo consagra-lhe
uma succinta, mas substancial noticia
no seu Anno BiograpMco (vol. I, s. d.).
JAXEIKO—22
1502—Chega André Gonçalves, primeiro
explorador da costã do Brazil, á embo­
cadura de um rio da dita costa, onde
penetra com suas naus e dá fundo entre
a terra firme e uma ilha, pondo a esse
porto 0 nome de S. V icente. Ahi deixou
elle um condem nado portuguez que com-
sigo trazia, que ficou conhecido nas nos­
sas chz’onicas pela denominação de ba ­
charel de Cananea .
André Gonçalves demorou-se nesse lo-
gar vinte e quatro dias, abastecendo de
agua e viveres a sua frota.
1532—Fundação da primeira colonia
I portugueza no Brazil, a qual tom ui o
nome de S. V icente, do santo venerado
nesse dia pela egreja. Fundou-a Mar­
tini Aflfonso de Souza, mandado por
T). João III na primeira expedição impor­
tante que de Portugal partira para esse
fim. Fundou depois o mesmo Martim
Affonso a colonia de Piratininíra.
João Ramalho auxiliou-o eílicazmente
neste proposito.
primeiro engenho
houve no Brazil foi estabelecido por Mar­
tim Affonso, neste anno ou no seguinte,
perto d l villa de S. ^hcente e chamou-
se >S. Jorge. Da ilha da Madeira mandou
elle vir mudas de canna para ser alli
cultivada.
155G—Reunem-se os oíliciaes da câ­
mara de Santo André com o alcaidc-mér
João Ramalho, para ouvirem a repre­
sentação dos moradores contra o preço
de 100 réis estabelecido pela camai-a para
0 alqueire de farinha, pedindo que o ele­
vassem a 120 rs., porque ninguém queria
fazer farinha para vendel-a por aquelle
preço.
A representação foi attendida, taxando-
se o genero pelo preço indicado.
1023 ~ Carta régia determinando que
os governadores das capitanias do Brazil
nao podem suspender aos respectivos
ouvidores.
1616—Tentam de novo os hollandezcs
levantar um redueto nos A eeogados (Pei‘-
nambuco); tendo entretanto já sido re-
chassados pelos nossos na primeira ten­
tativa que fizeram para se apoderar do
Recife. Levariam porém d’esta vez a
melhor, apezar de acudir com a força
que commandava o valente cabo dos ho­
mens jiretos, Henrique Dias, si no fim de
uma renhida peleja de quatro horas, não
corresse em soccorro dos nossos João
Fernandes Vieira; com este reforço avan­
çam os pernambucanos com tal de-
nodo sobre os invasores, que estes des­
animam e «desistem da entrenreza.
I ^
1619—Fallece no collegio da compa­
nhia de Jesus no Rio de Janeiro, na edade
de 76 annos, o notável paulista padre
André de Almeida, nascido em Santos
em 1573. Tomara a roupeta de jesuita
em 1589, com 16 annos de edade, e fóra
religioso sessenta: tinha aprendido a
lingua latina no collegio de S. Paulo de
Piratininga.
Seus ossos jazem no collegio em que
fallccôra.
 EPHEMERIDES NACIONAES

Diz d’elle o padre SimSo de Vascon- pp. 295 e 297, acrescentando que as pes­
cellos, no cap. IV do L. 11 da sua Vido, do soas reaes desembarcaram no dia se­
'padre João de Al'meida : guinte (23), aitre alas de toda a tropa
« B’oi extremado em todas as virtudes, de (juar')%\çxo da cidade.
mas entre ellas floresceu nelle princi" 1812—Sebastião Francisco de Mello c
palmente iima caridade e zelo entra- Povoas assume o governo da capitania
nhavel da conversão e salvação dos Ín­ do Rio Grande do Norte. A 16 de dezem­
dios, com 0 (jual sessenta annos que bro de 1816 succede-lhe no cargo José
^steve na companhia, quasi todos gastou Ignacio Borges.
entre elles, c d’estes mais de virile nas Quando, por decreto de 16 dc setembro
aldeias do Espirito-Santo. Gastava mui­ de 1817, se desmembrou da capitania
tas horas do dia e da noite em contem­ geral dc Pernambuco a comarca das
plação com Deus. Ei-a notavelmente Alagôas, como governo separado e inde­
austero para comsigo mesmo, e sobre­ pendente, foi rebastião Francisco de
maneira afíãvel com os outros; d’elle se Mello c Povoas nomeado seu gover­
contam muitos sentimentos de Deus o nador.
casos propheticos. » 1820—Fere-sc abatalha deTaquarembó
LSOS—Paide da esquadra, que transpor­ ( Ca'm'panlia da Cisplatina), na qual é
tava a familia real portugueza paia o derrotado o famos.') caudilho José Artigas.
Brazil, e uma nau ingleza que a acom­ Eis como relata o facto um cscriptor
panhava, entram inesperadamente a contemporâneo:
Bahia de Todos os Santos. O principe i-e- cc A campanha iniciada em 1816 fòra
gente, depois D. João VI, é recebido pela marcada por consecutivas victorias das
população com dcmonstraçiães de alegria, armits portuguezas. Nos tres annos se­
pelo capitão gener<il conde da Ponte, guintes a fortuna não abandonou os gc-
governador, 1). frei José de Santa Esco- neraes dc D, João VI, de modo que no
.lastica, arcebispo primaz, c mais aucto- fim de 1S19 todo o território áquem do
ridades, saudado pela artilharia de todas Prata estava dominado pelos vencedores-
as fortalezas do porto e navios que nelle Mas havia um governador obstinado,
se achavam, repiques de sinos, etc. No valente e prestigioso chefe, a cuja voz
dia 23 poz pé em terra brazileira o prin­ acudiam gaúchos e se levantavam belli-
cipe D. João com a sua comitiva. A 26 cosas columnas em auxilio de populações
de fevereiro embarcou-se de novo, con­ vizinhas, esse chefe era o general Arti­
tinuando a sua derrota para o Rio do gas que, embora já por vezes batido,
Janeiro (Vide 7 de março'. teimava furente na guerra.
E’ esta a verdadeira data do desembar­ Artigas, reunindo numerosas forças,
que do rei na Bahia, segundo o oílicio do atacou a 13. 17 e 27 de'dezembro de 1819
governador conde da Ponte ao ministro 0 brigadeiro José de Abreu, que com
visconde de Anadia, existente \\o Arcliivo 400 homens íicára cm Santa Martha
Publico do Rio de Janeiro. A nota que ííuarnecendo a fronteira.
ácerca d'este facto poz o sr. dr. Rozendo O copde da Figueira, capitão general
Muniz Barreto na sua these de concurso do Rio-Grande, acudindo com as tropas
(abril de 1879) para a cadeira de Historia que pôde reunir, l'ez juneção com o bri­
e chororjraphia do Brasil do collcgio gadeiro Abreu, c marchando logo no en­
Pedro II, é ba.stante explicita. calço de Artigís encontrou-o em Ta-
Ignacio .4lCCÍo1í confirma a datx men­ rjiiarcrnhó, onde foi dada, no dia 22 de
cionada nas suas Hernovias históricas e janeiro, a batalha que tomou este nome.
polUicas da província da Uahia^ vol. 1°, .Urtigas, posto em derrota e em doban-
 EPHEMERIDES NACIONAES
dada todo o seu exercito, fugiu para o
Paraguay, oiido o respectivo dictador, o
Br. Francia, fel-o internar na aldea do
Curuguaty e ahi o reteve debaixo de
cautelosa vigia.
A victoria de Tacj[uaremb(5 pôz termo
á guerra, e a Banda Oriental ílcou occu-
pada pelas tropas portuguezas até julho
de 1821, em cpie ella entrou como pro­
víncia cisplatina do reino do Brazil,
ainda portuguez.»
Distinguiram-se nesse combate os bri­
gadeiros Jose de Abreu e Bento Corrêa
da Camara.
Diz-se que Artigas vira apenas o co-
me(,'o d l peleja, e se retirara logo para
Mataojo.
■Lia ro)'re. commandante do exercito
oriental, conseguiu a custo escapar-se á
geiupa de um indio. Dos generaes ini­
migos C{ue tomaram pai’te na acção,
succumbiu Pantaloon Sotello : j\Ianue|
Cahiré foi mais feliz. O inimigo perdeu
oitocentos homens, entre os quaes qua­
tro oíliciaes superiores. Fizemos 490
prisioneiros.
^1826—0 prinieiro imperador escolho os
cidadaos que deviam constituir o senado
do Império. A seguinte relação consta
do decreto, publicado no Diário Flumi­
nense do dia 2.3:
Brovincia Cisplatina—D. Damaso An-
mnio Larra/aga.
S. Pedro - Luiz Corrêa Teixeira de
Bragança.
Santa Catharina-—Lourenço Pv.odrio-ues
de Andrade.
S. Paulo Bispo capellão-mór; mar­
quez de S. João dalhahna; barão do Con­
gonhas do Canipo e José Feliciano Fer­
nandes Pinheiro.
Rio de Janeiro—Visconde de Maricá;
^usconde de Paranaguá; visconde de
Santo Amaroe José Caetano Ferreira de
Aguiar.
Matto-Grosso-Visconde de Villa Real
da Praia Grande.
49
Goyaz — Barão de Paty do Alferes
(foi visconde de Lorena depois e jioste-
riormente marquez de Jacarépaguá).
Minas-Geraes — Visconde de Bae-
pendy; visconde do, Fanado (marc|uez
de Sahara, depois); barão de Valença ;
barão de Cahité; Sebastião Luiz Tinoco
da Silva; Manuel Ferreira da Camara ;
Jacintho Furtado de Mendonça; João
Evangelista de Faria Lobato; Antonio
Gonçalves Gomide e Marcos Antonio
Monteiro de Barros (padre).
Espirito-Santo — Francisco dos San­
tos Pinto (padre).
Bahia — Visconde de Caravellas; vis­
conde da Cachoeira; visconde de Naza­
reth ; barão de Cayrú; barão da Pedra
Branca e Francisco Carneiro de Campos.
Sergipe — José Teixeira da Matta
Bacellar.
Alagoas "Visconde de Barbacena e
D. Nuno Eugenio de Locio.
Pernambuco—Visconde, de Inhambupe
de Cima; José CarlosMarink daSilva Fer­
rão, Antonio José Duarte de Araújo
Gondim; Bento Barroso Pereira; José
Ignacio Borges ; e o dr. José Joaquim de
Carvalho.
^Parahyba—Visconde de Queluz e Este­
vão José Carneiro da Cunha.
Rio Grande do Norte — Affònso de Al­
buquerque Maranhão. '
Ceará—Visconde de Aracaty; João An­
tonio Rodrigues de Carvalho; Pedro José
da Costa Barros c Domingos da Motta
Teixeira.
Piauhy— Luiz José de Oliveira (Foi
depois barão de Monte-Santo).
Maranhão—Barão de Alcantara ; e Pa­
tricio José de Almeida e Silva.
1 ará José Joaquim Nabuco<>de Araujo
(barão de Itapoan depois).
D’esses 50 senador , s o que attingiu
maior existência senatorial íbi o marquez
de Valença (então barão), fallecido a 8 de
setembro de 1850, com mais de 30 anno^
c meio de vida de senador.
4
 ËPfiËMÉRlDES NACIONAÈS
jÀxEiuo—23
15S8_Alvav;i sobreestando no estabele­
cimento da Relação da Bahia para sen­
tenciar nas causas do Brazil e cuja
'i creação fora decretada no anno anterior
(Vide 25 de setembro de 1587 e 12 de
setembro de 1652).
!I '■
1630—Entra no exercicio do cargo de
proviso!’ da prelazia do Rio de Janeiro
i - J.;
Pedro llomem de Albernaz.
1637—Chega a Pernambuco o principe
João Mauricio de Nassau, primo do .-tadt-
houder da llollanda, e aloja-se na ilha
i;f / de Santo Antonio ou de Antonio Vaz.
Partira do Texel a 25 de outubro do
anno anterior, e vinha dirigir como
governador capitão general e almirante
de terra e mar, a parte do Brazil occu-
pada pela Hollanda. Seria auxiliado com
as luzes de très conselheiros supremos
Íntimos, cujas reuniões presidiria com
voto de qualidade em casos de empate :
além d’esse conselho, teria por auxiliar
um conselho politico, composto de nove
membros, que seriam empregados tam­
bém em vários ramos da administração
da conquista.
1618—Chega ao A rraial Novo do Bom
Jesus, acampamento da nossa gente em
Pernambuco o general portuguez Fran­
cisco Barreto de Menezes, fugindo do
L*i poder dos hollandezes (no Recife), que o
consei'varam sob a maior vigilância por
quasi nove mezes. Conseguira Barreto
peitar Francisco de Bra, filho do carce­
reiro, com quem se evadiu, auxiliado
pelo francez João Voltrin, atravessando
0 rio em uma canoa. Barreto fora man­
dado clandestinamente de Portugal pelo
rei D. João IV.apenas com o sou ajudante
Felippe Bandeira de Mello e pouc >s sol­
dados, e foram todos feitos prisioneiros
na altura da Parahyba por um cruzeiro
hollandez. Chegando ao nosso acampa­
mento, André Vidal e João Fernandes
Vieira entregaram-lhe logo o commando
geral dos independentes, com rara abne­
gação e uma grandeza d’alma sem exem.
pio. Varnhagen dá este íãcto como
oceorri Io na presente data.
1651—Vigorosamente batidos e rigoro­
samente sitiados no Recife pelos nossos,
(jelibcram os hollandezes capitular e
pedem uma suspensão d’armas par.i
mandarem um parlamentario ao nosso
campo (Vide as cphemerides 20 e 21).
1677—B.egimento em 61 artigos, dado
a Roque da Costa Barreto, governador
geral do Brazil (Veja-se o seu resumo
no tomo III das obras de João Francisco
Lisboa).
1607—Determina-se que haja também
cunho no Pão de Janeiro, afim de que o
antigo dinheiro de ouro e prata seja
convertido em nova moeda provincial,
como se fizera na Bahia, devendo-se de­
pois fazer o mesmo em Pernambuco.
1782-0 bispado de Cuyabá, que fòra a
principio uma prelazia, creada no reinado
de D. João V e sob o pontificado de Be-
nedicto XIV, pela bulla—Candor lucis, —
só 35 annos depois foi que se proveu
de prelado, isto é, em janeiro de 1782. O
bispado instituiu-o D. Pedro 1 do Brazil^
no pontificado de Leão X ll, pela bulla
—SoLLiciTA Catiiolicae Gregis—de 15
de julho de 1826.
Foi seu primeiro prelado o padre José
Nicolau de Azevedo Coutinho Gentil,
natural de Portugal, nomeado na data de
hoje. Conferiu-lhe a bulla de 11 de Se­
tembro de 1783 0 titulo de bispo de Zoára.
Conservou-se porém em Lisl)oa até que,
fallccendo no anno de 1788 o prelado
eleito para Goyaz (D. frei Vicente do
Espirito-Santo), foi o bispo titular de
Zoára. prelado de Cuyabá, nomeado para
aquelle logar a 7 ue Março d’esse mesmo
anno. Vagando depois ainda o decanato
da Real Capella de Villa Viçosa, em Por­
tugal, foi 0 mesmo bispo de Zoára, então
prelado de Goyaz, provido neste ultimo
beneficio por decreto de 22 dc Março de
1791, ficando d'esse modo vagas as duas
:à-
 EPHEMERIDES NACIOXAES
pielazias e sob a jurisdict^ão do bispo do
Rio dc Janeiz‘0.
—Goyaz — Também o bispado de Goyaz
fC'i a principio uma prelazia, creada na
uzesma data e pela mesma bulia que
creou a precedente. Só lambem decorri­
dos 3ü annos é que se nomeou para ella o
primeiro prelado.
Boi este o padre Vicente do Espirito-
Santo, natural de Portugal e já bispo das
Ilhas de S. Thomé e Principe; mas por
suas moléstias naopoude elle vir reger a
sua egreja e fulieceu na Bluropa em 178S,
sendo nomeado para substituil-o o bispo
dc Zoára, de quem acima se tratou [Vide
Março 7 de 1788).
1806—Provisão do governador de S.
Paulo, Antonio Jose da França e Horta,
concedendo o predicamento do villa á
povoação da ilha de S. Sebastião com o
üome^de Villa Bella da Princeza.
1823—Entra na capital do Ceará e toma
posse da administração da provinda, o
governo temporário, quesehavia formado
na \iUa do Crato, tendo por presidente o
capitão-mor d’aquella mesma villa, José
Pereira Filgueiras, por secretario o vi-
gaiio Antonio Manuel de Souza e como
membros o padre José Joaquim Xavier
«obreira, Joaquim Pinto de A l­
meida e Castro e Francisco B^ernandés
"Vieira^ ^ Ó^c^o“J ,
1875—Moire no Rio de Janeiro o se­
nador por Minas-Geraes Cândido José
de Araujo Vianna, marquez de Sapucahy.
Na^çera em Congonhas do Sahara, na
então capitania de Minas, a 15 de setem­
bro de 1793. Fora escolhido senador a
29 de outubro de 1839 pelo regente
Araújo Lima c a 13 de abril do anno
seguinte tomara assento no senado. Oc-
cupou a sua cadeira senatorial por
quasi 35 annos.
^^^SS6i’3‘‘lamente timido e de uma mo­
í". déstia extraordinária, mal deu provas
em sua vida dos profundos conhecimentos
que adquirira e do não vulgar talento
de que era dotado. Formara-se em d i­
5Í
rei to na Universidade de Coimbra, onde
deixou solidamente firmada excellente
reputação acadêmica, e,exerceu depois
no Brazil os mais elevados cargos da
magistratura, preponderando napolitica,
na administração, nas lettras patrias :
foi ministro do Supremo Tribunal de
Justiça, deputado geral, presidente de
provinda, ministro c conselheiro de es­
tado elíectivo, presidente da camara dos
deputados, mestz'e de litteratura e de
sciencias positivas do imperador D. Pe­
dro II e de suas filhas depois. Era bom
latinista, conhecia bem o grego e fòi-a
poeta de nomeada, si a .sua excessiva
modéstia e natural acanhamento o nàot
chamassem constantemente para a sombra
e 0 silencio. Foi um dos sustentáculos
do Instituto Hist, e geogr. do B razil, c
seu presidente por mais de 30 annos.
O seu busto, talhado ein mármore, orna
a sala das sessões do Instituto, como era
do justiça.
JANEIRO — 24
1504 Faz el-rei D. Manuel doação a
D. B"ernão de Noronha, cavalleiro da
sua casa, da ilha de S. João, que esse fi-
dalgo descobrira um anno antes cincoenta
léguas ao mar da terra de Santa Cruz,
BI a que tem hoje o seu nome. Não
estão todavia os*chronistas de aceordo
em ter sido ella descoberta por B’ernão,
como se diz na doação que d’ella lhe
fizera o rei, pois sabe-se, pelo relatorio
da segunda viagem de Vespucio, que
fora alli ter primeiro a armada de Chris-
tovão Jacques, a qual largára de Lisboa
em junho de 1503, e em que também
vinha Américo Vespucio. B’oi, entretanto,
essa a primeira doação de 'terras que Og
z-eis de Portugal fizeram nesta parte da
America.
1506—Bulla do papa Julio II z-econhe-
(.endo e approvando o tratado de Torde-
s'illas acerca dos limites das possessões
hespanholas e portuguezas na Ameiãca,
concedendo á coroa dc Portugal a posse
 EPIIEMERIDES NACIONAES

das terras descobcrfàs até ao meridiano sob 0 commando do almirante Thyszoon,

da demarcação fixada a 3 í0 léguas ao com cerca de 1,500 homens de des­
occidente das illias de Cabo \erde; embarque.
d’aqueUe ponto para o occidente ía/, o Levava o destino de at icar o'porto
p:ipa analoga concessão á coroa de chamado Pontal de Nazareth no cabo
de Santo Agostinho, para onde se trans­
Castella.
ferira todo 0 nosso commercio depois
da oceupação do Recife pelos hollandezes;
Neste niesnio anno Tristao da Cunha, mas, para encobrir esse proposito aos
indo para a Indiaj costeou a terra de nossos, a armada ao sahir toma o rumo
Pernambuco, passando tão perto d ella do norte e vai fundear em frente á barra
que descobriu e reconheceu o rio de da ilha de Itamaracá.
S. vSebastião, hoje desconhecido, por não 1051—Está a expirar o dominio hol-
se llie ter determinado a latitude. landez no Brazil.
Tambern neste mesmo anno visitaram Na vespera haviam pedido suspensão
o sul da costa do Brazil os exploradores d’armas os llollandezes que ainda se
*portuguezes Vasco Callego de Carvalho mantinham no Recife. Na presente data
e João de Lisboa. O primeiro subiu o começam as conferencias entre André
rio da Prata, ainda então conhecido Vidal de Negreiros, o capitão de ca-
pelo nome de Paranaguassú, até á dis­ vallos Affonso de Albuquerque, o capitão
tancia de trezentas léguas; o segundo, secretario Manuel Gonçalves Corrôa e o
dobrando o cabo de Santa Maria, no seu ouvidor-auditor Francisco Alvares Mo­
lado oriental, costeou-o até aembocadura reira, pela nossa parte, e Gisbert de
do Rio Uruguy. With, membro do supremo conselho do
O que aqui fica dito dc João de Lisboa Recife, 0 capitão Waulter vau Loo,
e Vasco Gallego, vem, aliás dc um m )do Iluybrecht Brest, presidente dos Esca-
■vago, de uma nota de Varnhagen na sua binos e director das barcas pichelingues
edição (183'J, Lisboa) do Diário da do porto, e o tenente-coronel Villclm
navegação de Pero Lopes de Souza. Diz van de Wall para os assumptos de
0 douto edictor: milicia,
c< O celebre brazileiro, ministro de A conferencia foi celebrada em duas
D. João V, Alexandre de Gusmão, cm tendas levantadas na ^campina fronteira
um Resumo historico, chronologico e ao fortç das Cinco Pontas, então cha­
liolitico do descobrimento da America, mada do Taborda, por ter alli morado
Mss. feito em maio de 1751, diz que ^m pescador d’esse nome, e hoje deno­
em 150G foràm mandados a este rio [da minada Cabanga (Vide as ephemerides
Prata) os pilotos João de'Lisboa e Vasco de 25 c 20).
Gallego de Carvalho, o que parece acha 1007—André Vidal de Negreiros entra
confirrnacão no que diz Herrera (Dec. 2“ segunda ve'z a governar a capitania de
Lib. y. Cap. 10. » Pernambuco. Exerce esse cargo por
quasi seis mezes, até 13 de junho do
mesmo anno. Fora nomeado pelo gover­
1559—Carta desesmaria da ilha Grande nador geral do estado conde de Óbidos,

!
de Angra dos Reis, passada ao dr. Vi­ depois da tumultuaria deposição de Je_
cente da Fonseca, que a obtivera em ponymo de IMendonça Furtado, enviado
doa.ão. preso pelo povo j:)ara Lisboa. Vj incon­
/
1032—Sahe do porto do Recife uma testável esse facto, referido por Fer­
esquadra liollatideza de quatorze vellas, nandes Gama nas suas Memórias histo-
 EPHEÍMEÍIIDES NACIONAES
ricas (la r)vooincia, dc Pernambuco
(tomo IV) e por Abreu o Lima na sua
“f u í e se enganou quanto
/ mez e anno. O mss. de Luiz dos Santos
^: ' Yilhena, possuido pelo sr. dr. j\Iello
Moraes, também o assegura, assim corno
documentos que temos á vista na Bi­
bliotheca Nacional. O visconde de Porto
Seguro o nega terminantemente na
!*■ edição da sua Historia Geral e na
I 2* supprimiu a nota em que fazia essa
denegação e nada mais accrescentou a
:j favor ou centra.
1ÒS7—Provisão regia mandando cobrar
os dizimos das fazendcts que possuissem
os frades no Brazil.
1775—Instrucção do ministro do ul-
(^ramar ao governador da capitania de
Minas-Geraes, abolindo muitos privi­
légios, que embaraçavam que se levan­
tasse exercito por meio do recrutamento.
1784—Fallece o epico brazileiro frei
José de Santa Rita ,Durão, auctor do
poema Caramuuu. O benemerito Inno-
I cencio da Silva poude apurar a epoca do
i fallecimento d’esse nosso poeta e veri-
' ficou que se dera elle na presente rlata
no collegio de Santo Agostinho em Lisboa,
onde Durão professara a regra d’aquelle
santo no convento da Graça, da mesma
cidade, a 12 de outubro de 1738. Não se
1 poude até boje, que nos conste, verificar
I a época exacta do seú nascimento, que
(■; ^ parece ter sido pelos annos de 1718 a 1720.
Santa Rita Durão era natural de Cata'
Preta, arraial dc Nossa Senhora de Na-
zareth do Infíccionado, quatro léguas ao
norte da cidade episcopal de Mariann^^
’^''•■'fllho do capitão-mér Paulo Rodrigues
firão e de D. Anua Garcez de Moraes,
também nascidos naquella capitania.
Fizera os estudos preliminares nas aulas
dos jesuitas na cidade do Rio de Janeiro:
}>assou-se depois para Portugal,' onde
recebeu da Universidade de Coimbra o
grau de doutor em theologia a 24 de
dezembro de I75(^ ^ •pnrfegsuu ao 'a n i^
5.‘í
17U9—Nasce Manuel Odorico Mendes,
0 Virgilio brazileiro (Vide agosto 17 de
1864), e uma das glorias da provincia
do Maranhão.
1804—E’ abolido o %>apel sellado^ pelos
embaraços que causava ao commercio.
Para occorrer. ao desfalque da receita
augmenta-se o direito da importação
de papel e outros objectos e mandam-se
sellar na chancellaria mór todos os alva­
rás de mercês, cartas, etc.
1817—Fallece no Rio de Janeiro o 1°
marquez de .Aguiar, D. Fernando José de
Portugal, ministro dos negocios do reino
e encarregado dos da guerra e estran­
geiros. Succumbe a uma anasarca, aos
64 annos, 1 mez e 19 dias de cdade. Exer­
cera 0 cargo de vice-rei do estado no
Rio de Janeiro desde 14 de outubro de
1801 até 21 de agosto de 1806. Retirando-
se para Lisboa, foi alli presidente d) con­
selho ultramarino em 1807 e voltou para,
0 Brazil quando para aqui se transpor­
tou afamilia real. Aqui exerceu os car­
gos de ministro dos negocios do reino,
de presidente do real erário e do conse­
lho da fazenda (Vide a Ga:eta do Rio
de Janeiro de 1817 e o Brasil Historico
do sr. dr. Mello Moraes).
1823—Adhere a provincia do Piauhy á
independencia do Brazil.
1839—O governo republicano do Rio
Grande do Sul chega á cidade de Caça- *
pava, onde se installa.
1811—Combate entre as forças parti-
darias das faniilias Militão e Guerreiro,
no municipio de Pilão Arcado,nos sertões
da Bahia, familias que, por odio reci­
proco, como as dos Pires e Camargos dc
S. Paulo, haviam empunhado as armas.
Mais de du>entos moitosde uma e outra
jiarcialidade ficam no campo e não é
menor o numero dos feridos.
1843—'Poma assento no senado como
representante da provincia do Pará o
conselheiro José Clemente Pereira,

íí';
54 EPHEMERIDES NACIONAES
hr % '
‘f ■
,iii :
jaxeiro —?5
1500—Vicente Yanez Pinson ou Pinzon •
um (l,os irmãos de egual appellido cjUg
? davam, ficaram desde então conhecidos
acompanharam a Cliristovão Colombo na
®ua aventiirosa expedição para achar o
9 -i,. : Novo Mundo, descobre o Cabo de Santo
J i l -•'■ Agostinho, a que dá, segundo alguns
chronistas, o nome de S a n ta M a r ia de
RA CoNSOLACroN, OU R osxro I I ermoso ,
segundo outros.
Em 1501 a esquadrilha, mandada po'^'
D. Manuel a explorar a terra da Vera
Cruz, impoz-lhe o nome que predominon
W . ■■ 'Î'
e hoje tem.
m - Pinzon sahira de Paios, na Ilespanha.
Mi / X ^ 18 de novembro de 1499 com quatro
caravellas, e foi o primeiro europeu que
-Í. ':•
■J' pisou terras do Brazil.
1532—Quando no dia22 Martim AíTonsn!
»f*
r 9: de volta do Rio da Prata, desembarcara
no porto de <8. Vice ite, João Ramalho e
Antonio Rodrigues, portuguezes, que
havia muitos annos residiam, o pri­
meiro em Piratininr/a e o segundo em
S. Vicente, sabendo da sua chegada c do
intento que tinham os naturaes de hosti-
lisal-o, conseguem dos chefes Teheriçá e
Cayuhy. com cujas filhas se achavam
aíliados, que fossem Martim Affonsò e
os mais da sua esquadra bem recebidos,
indo ao logar do desembarque para llies
i l ' assegurar pazes e amisad'.
1554:—Em .principios de janeiro hqvi im
^chegado ,á 'capitania de S. Vicente trez®
jesuitas, em cujo numero entrava o fa­
moso José de Anchieta, e celebram na prp-
^ente data a primeira missa nupaa pasa de
palha que então fupdaram para collegio;
por ser esse dia, como é ainda, o da con­
versão do apostolo S. Paulo, derain á
casa a invocação d'esse santo, nome que
se applicou á villa que alli depoi.s se for­
mou e que é hoje a culta e florescente
cidade de S. Paulo: esse nome estendeu-se
também logo a toda a provincia. uma das
mais prosperas e adiantadas do Brazil,
graças ap espirito de iniciativa e á energia
Í !:.
■w
de caracter de seus emprehendedores o
laboriosos filhos.
O collegio e-a povoação que assim fun­
pelo nome de S. Paulo de Piratininga.
Do supeiMor d'essa turma de missioná­
rios, 0 padre Manuel de Paiva,, e de seus
12 companheiros já tratámos nestas
paginas.
Do padre Leonardo Nunes, um d’esses
desbravadores de terreno para a civili-
saçãodo Novo-Mundo, diremos que. man­
dado em junho d’estC| mesmo anho de
1551 a Roma, para informar ao geral da
ordem, Jgnacio de Loyola, santificado
depois, do estado d is mis.sões brazilicas,
naufragara dois ou très dias após o seu
embarque em Santos; perecendo nas ondas
com muitos da sua companha.
Estava desde 1549 em'S. Vicente, onde
p re sto re le v a n te s serviços á catechese,
^egundo o valioso testemunho de An­
chieta. Alludindo á alacridade com que
Leonardo Nunes acudia a toda a parte,
a prestar os olílcios do seu ministério
aos imligenas. chamavam-n’o estes Aha,-
ré-bêbê pas>aro que voa, ou. segundo a
]ição do sr. dr. Baptista Caetano no seu
opulento Vocahulo.raeio d,as ]3nlavras
guaranis, etc., recentemente publicado
nos Annies da Bibliotheca Xacipnai
(yol. 5'II), 'padre que vôa.
1634— Fazem os hollandezes (ly ilha
de Itamaracá uma sovti.di contr.v Igup-
raçú, onde estava o capitão Martim
Soares i\íoreno com 50 homens e Ca­
marão. já então capitão-mór dos indios.
com alguns d'elles, não só da tribu pitn-
guar. (jue, segundo Duarte <lc Albu­
querque. era n sua, como de outras re­
sidentes em varias aldeias.
Os assaltantes são repellidos com
perdas.
1640 — Chegam a S. Paulo frei Fran­
cisco dos Santos, prelado fundador, com
mais quatro franciseanos e dois leigos, e
dão começo á edificação do convento de
S. Francisco, aiictoi’isados polo alvará de
2Ü de.novembro de 1621.
Este convento, começado em outro lo-
gar. foi então mudado para o em que
lioje se aclia, depois de .examinados pelo
custodio frei ]\Ianuel de Santa Maria o
local 0 os recursos que para a sua con-
strucção olTereciamos moradores.
O vigário da então villa de S. Paulo,
padre Manuel Nunes, muito concorreu
para isso, promovendo uma finta para
as despezas de viagem dos frades, para­
mentos, sinos, livros, panno para bu-
rel, etc.
E’ nesse edifleio que funcciona a-Facul-
dade de Direito desde afundaçãn das nos­
sas academias juridicas. evacuando-o
em 1828, por exigencia do governo, os
religiosos que o occupavam.
1613—Os independentes do Maranhão,
capitaneados pelo sargento-mór Antonio
Teixeira de Mello, levantam o cerco que
haviam posto a S. T-uiz e retiram-se para
0 interior (Vide a ephemeride de 26).
1649—Toma posse do governo da capi­
tania do Pdo de Janeiro o capitão-mór
Salvador de Brito Pereira, que a admi­
nistrou dois annos. cinco mczes e vinte
dias. ate 20 de, julho de 1651, dia em que
íallcccu. Era o vigésimo terceiro gover­
nador d’esse estado pela ordem chrono-
logica.
1651—Continúa a conferência, come­
çada na vespara, para a entrega da ci­
dade do Recife, derradeiro baluarte do
poder holl indez no Brazil. Prolonga-se
a confcrenc a até tarde da noite, por não
quererem os commissarios hollandezes
incluir na capitulação a restituição da
Paraliyba. Itamaracá e outros pontos que
ainda os seus oceapavam cederam,
porém, afinal tudo (Vide Si ephemeride
de 26).
1709—Decreto prohibindo que •emigrem
para o Bra/il as pessoas de Portugal que
não sejam empi'cgados públicos e os res­
pectivos fâmulos, segundo a sua quali­
dade.
Outro decreto, de 19 de fevereiro de
1711, contém egual prohibição (Vide of^
Annaes do Rio de Janeiro, tom.
pags. 292 e 293).
1716—D. Marcos de Noronha, conde
dos Arcos, 26° capitão general da Bahia,
^om,a posse do seu cargo, que exerce
até 5 de maio de 1749.
1821—Reunem-se as tropas européas dq
Pará e propõem a dissolução do governo.
1853—Tratado de limites e navegação
fluvial, celebrado entre o Brazil e Vene­
zuela, que não teve depois ratificação
por parte d’esta ultima nação.
1865—Proclamação do sr. dr, João
Crispiniano Soares, presidente da pro­
vinda de S. Paulo, convidando os pau­
listas a alistarem-se como voluntario.s,
])or causa da guerra em que estava o
Brazil empenhado contra o dictador dq
Paraguay.
1873—Decreto n, 5204. creando a al-
^andega de Serpa (Itacoatiára) e a meza
de rendas de Santo Antonio do Rio Ma­
deira.
1875—Fundeia no porto de Manáus o
"''apor inglez Amazonas, da Liverpool
and Amazon Royal Mail Steam Ship
company limited, que fazia a sua, pri­
meira viagem entre aquelle porto e o de
Liverpool, conduzindo, além de diver­
sas mercadorias para o commercio, uma
bomba para a extineção de incêndios,
primeira que a provincia do Amazonas
ia possuir, e oito sinos para as.duas
torres da nova matriz.
JAXISIRO—26
1533—Morre na Bahia a legendária Pa-
RAGUASSu’, viuva de Diogo Alvares, o
Caramuru’. a sua pretendida viagem á
França é absolutamente inexacta : Diogo
Alvares e sua mulher nunca se ausenta­
ram da Bahia, onde Diogo morreu a 5 de
outubro de 1557.
A desccndencia d’este casal é das mais
nobres d’aquella provincia e data, como
se vè, do primeiro sepido do descobrj-
 EPHEMERIDES NACIONAES
mento do Bi-azil. Na Baliia a família da
T orre de Garcia d’A vila , uma das mais
opulentas e conhecidas por serviços cí­
vicos. é oriunda d’esse casal.
1618—Carta regia nomeando pela se­
gunda vez Martim de Sá governador da
capitania do Rio de Janeiro (J. de Vas-
concellos, Datas celebres da historia do
Brazil).
Não podemos conciliar essa data com ,
0 que a este respeito dizem outros dos
I'f'i. nossos chronistas: o Almanac historico
de Antonio Duarte Nunes (Rev. do Inst.
Hist» tom. XXI, 1858) diz o seguinte :
«N’este segundo governo tomou posse
iMartinho de Sá) 11 de Junho de 1623,
® por outra provisão passada em 27 de
Junho de 1626 mandou Sua Magestade
que continua.sse no governo (D. Marcos).
Em 1630 ainda governava, porque no
dito anno fundou a Aldeia de S. Pedro de
Cabo Frio.
A^axmhagen, no seu catalogo appenso á
Historia geral, diz:
cc Martim de Sá, provido em 11 de ju­
lho de 1623. »
Abreu e Lima dá:
a Em 11 de Junho de 1623 voltou Mar-
'. % í l . ■(;im de Sá ao seu posto. etc. »
Nas Memórias Históricas de monse­
nhor Pizarro. tomo II, pag. 211, vem
consignada a data fornecida pelo sr. Vas •
concílios.
■íi
Quanta divergência em facto de tão
pouca monta!
1643—Combate do Outeiro dei Criíz, no
, .t Maranhão.
Antonio Teixeira de Mello, successor de
Antonio Muniz Barreiros na causa da ex­
purgação do Maranhão do domínio hol-
landez, e que, como se disse, levantara
no dia 25 o sitio ])osto a S. Luiz, é na
liresente data atacado pelo capitão hol-
landez Jacob Evers,
São repel li dos os inimigos o Evers fica
morto no campo da acção.
1653—Alcança o padre jesuíta João de
Souto Maior permissão para fundar um
collegio da sua ordem cidade
Belém do Grão Pará, sob a invocaçao de
egreja de Santo Alexandre, o que sereali-
soLi depois.
Esse templo é hoje um dos melhores
edifícios que possue aquclla cidade e
serve de paço episcopal e de seminário.
Para poder effectuar o seu intento teve
Souto Maior de assignar um termo pe­
rante a camara municipal, no qual se
obrigava por si e seus successores no
reitorado da egreja a não contender com
os escravos da população, nem com a
administração dos indios liberto.s, o que
j^evela o receio que já tinljam os povos
das tendências dos regulares de Jesus
para o predomínio temporal por meio
do indígena e do escravo.
,1651 — Assignatura e ratifleação da
capitulação c entrega pelos hollandezes
da cidade do Recife, terminadas já á noite
as conferencias que para tal flm dura­
vam havia très dias entre os commissa­
ries de ambas as partes contractantes,
isto é, Portugal e os Estados Geraes das
Provindas Unidas e da Companhia Occi­
dental.
A capitulação constava de 15 capítulos
e as condições relativas á milicia de 13,
mencionadas umas e outras pelo barão,
depois visconde de Porta Seguro, na sua
importante monographia ácerea das
luetas com os hollandezes no Brazil :
foram no mesmo armo de 1651 impres­
sas em Lisboa.
Assignaram-nas os oito commissiona-
dos para as concertarem, além de. por
parte dos hollandezes, o jiresiderite
Schonenborch, o tenente general Sigmund
van Schkoppe e o secretario do governo
Hendrick Ilaecx. nomes que se acliam
coui])letamente desfigurados pelos nossos
nos impressos contcrniioraneos.
A entrega da cidade e dos seus fortes
exteriores ficou assentada para o dia se­
guinte. '
1661—Toma posse do governo da capi­
tania dc Pernambuco o capitão-general
 EPHEMERIDES NACIONAES

Francisco de Brito Freire, qiie foi o 4° nascida no Brazil e nascera em/4s?hTy^a

na ordem chronologica, e o exerceu até 4 de agosto de 1755. Veja-se o retrato ^
13 de junho de 166 moi al que d'este homem d'estado íáz o
1663—0 correio, que já h ivia sido de­ sr. conselheiro João Manuel Pereira da
cretado hl muitos aimos para o Brazil, Silva na sua H istoria da rund.\ç.\o do
só na presente data começa a funccionar. IMPÉRIO, RRAZII.EIRO, tOIUO 2°, pD. 30
1696—Carta régia concedendo aos mo­ e 31.
radores das capitanias do Brazil, sob D. Rodrigo jaz na egrej i de Santo An­
certas condições, a administração dos tonio dos Franciscauos no Rio de Ja­
indigenas. neiro.
A carta régia de 12 de fevereiro do 1818—Toma posse do governo da capi­
mesmo anno versa sobre idêntico assum­ tania da Bahia D. Francisco de Assis
pto (Vide abril 20 de 1708). Mascarenhas, primeiro conde de Palma,
—Carta régia ao gos'ernador do Mara. que foi seu quinquagésimo quarto capi­
nhão, ordenando-lhe que não consinta tão general e a governou até 1821.
n.em tolere as prisões ordenadas pelo go­ Foi mais tarde marquez de S. João da
vernador e provisor do bispado com Palma e senador do Império pela pro­
usurpação da auctoridade real. vinda de S. Paulo na organisação inicial
1765—Carta régia a í). Luiz Antonio de do senado.
Souza Botelho, governador e capitão-
Como curiosidade histórica accrescen-
genertil nomeado para S. Paulo, aucto-
taremos que era padrinho do indefesso
risando-o a crear villas e freguezias nos
visconde de Porto Seguro.
logares da capitania em que as julgasse
convenientes. 1822—Os deputados, acamara e o povo
1811— Alvará de D. João Ví erigindo a de S. Paulo representam ao prindpe-
fregue/.ia do Bananal, do bispado de S. regente D. Pedro ácerca da necessidade
Paulo. Passado no Rio de Janeiro, re­ da creação de uma junta de procuradores
gistrou-o 0 vigário da vara d’aquella geraes eleitos pelas provincias, para o
freguezia, Diniz Hilário Nogueira, no fim de, reunidos ao governo geral, advo­
seu livro de tombo, provimentos, pas­ garem os interesses das respectivas pro­
to raes, etc. vincias. Chamado aos conselhos do prin-
Nogueira, que fura o primeiro e iiriico cipe (Vide acp/icm. de 16), foi opiãmeiro
vigário collido que teve a referida fre­ Cuidado de José Bonifacio promover a
guezia, falleceu septuagenário a 1 de união das provincias, convocando, por
dezembro de 1862 tendo exei’dido o cargo decreto de 26 de fevereiro, as juntas de
51 annos. procuradores suggeridas pela camara de
1812— Succumbe na cidade do Rio de8. Paulo.
Janeiro a um i violenta febre maligna o 1826—Fallece o senador, pela provinda
notável estadista poiáuguez D. Rodrigo de 8. Pedro do Rio Grande do Sul, Luiz
de Souza Coutinho, conde de Linhares, Corrôa Teixeira de .Bragança. Escolhido
ministro (ios negocies da iq,arinha e da a 22 de janeiro do mesmo anno de 1826,
fazenda na c.trte regencial de7D. João VI nao chegou a tomar posse da sua cadeira
no Rio de Janeiro. 18ra um dós poucos senatorial.
fidalgos (raquelle tempo apontados como 1860—Chegam á cidade da Victoria,
iliustrados c int.e';ligentos. Era dotado de capital do Kspir to-Santo, o imperador
muita penetração e agudeza de espirito e a inúieratriz, na visita que faziam ás
D. Rodrigo e protector e amigo dos provincias do norte do Império.
brazileiros. Descendiii de uma senhora A 28 visitaram 8uas Magestades a
 W;
I'- 58 EPHEMERIDES NACIONAES
; Ife ■
ÍÍ|f.^- famosa ermida da Penha, e nella ouvi­
ram missa.
A gruta em que morou Pedro Pala­
cios, antes de erguer aquella ermida, foi
I .'tV’i'i'--
visitada pelo impci-ador.
;'-$i it" '.'. Demoraram-se os visitantes na pro-
vincia. percorrendo os seus sitios e po­
voações mais importantes, até 9 de fe­
vereiro, dia cm que embarcaram de
regresso para a capital do Império.
.'-ii' i.■t'í'
1873—Fallece em Eisl)oa, np Palacio
das Janellas Verdes, onde residia, a im­
peratriz viuva D. Amelia de Lsuchten-
i’-' *•! berg, segunda esposa do imperador
■K
D. Pedrq I e madrasta do imperador
actual, nascida em Munich a 31 de julho
de 1812.
JANEIRO — 27
1625— Pfillece na Bahia, em uma casa
I i - fóra da cidade, onde se haviam recolhido
"iff os regulares da companhia de Jesus, o
:5‘ | f
■■f, *«■•. ■'
padre Fernão Cardim, celebre jesuita,
',■■''’‘ J
' '-W reitor do collegia d’aquella cidade. Era
um escriptor de bastante mérito, cotrio
Tê ■ f # ' ' se verifica da sua Narrativa epistolar
ãs uma viagem e müsão jesuítica pela
llahia, etc., publicada pela primeira vez
em 1847. em Lisbo i, por diligencias do
visconde de Po to Seguro; o sr. dr.
Mello Moraes reproduziu-a em 1860 na
sua Corngraphiahistorica.tomo IV. Esta
sua obra, ]iosto que inferior a certos res­
peitos á de Gabriel Soares, rccommea'^a-
se pelo estylo natural e fluente e pela
verdade das pinturas. Teve a gloria de s m
mestre do famoso padre Antonio Vieira,
que entrára para a Companhia por con­
selho seu.
Cardim nascera em Vianna do Alvito,
no Alemtejo, no anno de 1540, e entnra
para a Companhia de Jesus aos 15 annos
■' I -
deedade. Em 1582. sendo ministro docol-
legio de Évora, fòra designado para.acom-
panharo padre Christovão deGouvéa.que
■<'!(■; vinlia por visitador Brazil : seguiu-o
:m
nas suas viagens por diíferontes capita­
(. ; á' ■,
■Í-ÜF- nias, e quando o visitador regressou ao
reino, aqui ficou e exerceu depois o cargo
de reitor no collegio do Rio de Janeiro.
Eleito posteriormente procurador, foi
a Roma, de onde tornava com a nomea­
ção de provincial, quando foi feito
prisioneiro por corsai’ios inglezes (a 25
de setembro de 1601). Resgatado, embar"
cou aflnfil (em 1601) para o Brazil-
Foi no seu provincialato, que durou
pelo menos de 1604 a 1608. que se deur
não só a ordenação do afamado padre
João de Almeida, como a exhumação de
José de Anchieta.
Continuou ainda no Brazil, onde, se­
gundo 0 padre Vieira, na sua ArUnua da
provincia do Brazil de 1624 a 1625,
foi reitor c provincial por mais de vinte
annos. Occupava este cargo quando a
Bahia foi invadida pelos hollandezes:
diz-se que este successo, reunido ao peso
dos annos, apressara-lhe am ort'’ .
O sr. João Capistrano de Abreu pre­
para os elvmentos para uma minuciosa)
biographia d’este notável jesuita, de cuja
vida as datas e factos capitaes podem
resumir-se no seguinte :
a 1540—nascimento ; 1555—noviciado :
ministério ; 1583—partida para o
Brazil; 1.599—volta á Europa; 1601—cap-
tiveiro; 1602—libertação ; 1604 — provin­
cialato ; 1625—morte.»
1638—Bento Maciel Parente, perpetuo
senhor e donatario do Cabo do Norte,
toma posse do governo do estado do
Maranhão e^-Grão-Pará. Foi o 2.° gover­
nador de nomeação regia e o 3° que
occupou 0 cargo, sem contar o governo
do iniruso Jacome Raymundo de Noro­
nha. cujo procedimento fòra Bento Ma­
ciel encarregado de sujeitar a exame
e syndicancia.
Encarcerado depois, pelos proprios a
quem favorecera na invasão do Maranhão
(Vide a ephrmeride de 25 de novembro
de 1641), falleceu a 1 de fevereiro de 1642
na fortaleza dos lieis Magos, no Rio
Grande do Norte.
1654—.V invasão e dominio hollandez;
 EPHEMERIDES NACIONAES
no Brazil, que aturaram por 2i annos,
eessam neste (lia corn a entrera (la ci­
dade do Recii'e' e fortaleza das C inco
P o n ta s , pelos hollandezes. ao pequeno
mas denodado exercito pernambucano,
de principio levantado e commandado
pelos mestres de campo João Fernandes
Vieira e Andre Vidal de Negreiros.
A fortaleza foi logo occupada por duas
companhiasdo regimento de Vieira e uma
do (le Henrique Dias. Tomou em seguida
A^ieira posse da cidade, emquanto os
mestres de campo A^idal de Xegreiros e
FigueinJa occupavam as fortalezas Er­
nesto ou Santo Antonio, S. Jorge, do
Brnm e do Mar. Os vencidos foram desar
mados sem violência, sem reluctancia.
pelo sargento-mór Antonio Dias Cardoso.
O valente chefi indio Felippe Cimarão
tinha fillecido cinco anms antes d’este
memorável e glorioso desenlace, que elle
ajudára a preparar com o seu vai'onil
esfor(^o.
Ficára estipulado, ale'm do esqueci­
mento do passado, que os vencidos sé re­
tirariam com os seus bens m(3veis e, os
que fossem casados, com suas esposas.
Termina assim, unicimente pelo valow e
constante denodo dos natni*aes.o domínio
dos invasores do nosso solo. sem que os
poderes goyernamentaes tivessem para
tal íim feito gran(jes esforços.
Ficou marcada para o dia seguinte
(Vide essa data) a entrada solemne do
general Barreto de Menezes, comman­
dante do exercito vencpdqr, na cidade
do Recife.
1668 — Presta jupam-^nto perante as
cortes, como principe regente e herdeiro
da coròa de Portugal, o infante D. Pedro^
que dirigia o governo supre;no do reino
pm virtude da prisão de seu ir.mão
D. Affonso VI.
1671—Provisão dispondo que os go­
vernadores do Brazil e m.i7zi$tros da fa­
zenda e guerra não possam commerciar
corn loms abertas em suas casas, nem
ati'avessar fazenda algpma, nem pòr
\
59
nellas c em fructos da terra estanque,
nem se intrometterem nos lanços dos
contractos da fazenda real e donativos
da camara, nem desencaminhareni os
direitos, lançarem nos bens que forem á
praça e porem preço aos fretes dos na­
vios, que devi.am ficar livres, ao arbítrio
das partes,
1696—Carta régia ordenando ao go­
vernador ;geral do Brazil qne prometta
prêmios e honras da real casa, hábitos
das très ordens militares do reino e ou­
tras graças, aos que se occuparem (iin
trabalhos de mineração.
17S9—Crôa-se na capitania do Espirito
Santo um regimento de inf<{?itaria de
nailicias, a que se devem aggrcgar duas
companhias de cavallaria.
Ignacio João Monjurdim, capitão mór
governador da capitania, é nomeado c o ­
ronel commandante d’esse regimento,
1828 - Guerra (lo Rio da Prata.—O al­
mirante argentino Brown tenta saiiir
de Buenos Ayres com 4 navios da sua
esquadra, mas embargam-!he o intento
os brigues brazileiros Mararf.hão^ Cabo­
clo e Gonstança, e obriga n-no a voltar
para o ancoradouro, depois de mais de
uma hora de tirot'uo, em que é ferido o
commandante áo Maranhão. Conseguem
sahir durante o combate òs corsários
Qezxeral Mnucüla e Federal Argentino.,
mas, perseguidos, encalham entre Bqc-
nos-Ayres e Barragan, o são incendiados.
1833—Fqilccc D. José Caetano da Bilva
Coutinho, 8“ bispo do Rio do Janeiro,
senador pela provincia de S. Paulo, es­
colhido a 22 de Janeiro de 1826 pelo 1°
imperador. Namèra na villa das Caldas
da Rainha (em Portugal), bacharela­
ra-se em cânones na Universidade de
Coimbra, e era arcebispo de Cranganor
(na índia Portugueza), quando foi eleito
bispo do Rio de Janeiro a 4 de novem­
bro de 18Û5. Confirmado em 1SQ6 pelo
papa Pio ATI, sagrado em Lisboa a 15
de março de 1807, não jioude acompanhar
afamilia real quando se trasladou para
 GO EPHEMERIDES NACIONAES
0 Brazil, e S(5 clicgou á sua diocese a
2G de abril de 1808, tomando posse de
sea cargo, por procurador, a 28 do
mesmo rnez e anno.
Tomara assento no senado a 29 de
‘■I'r maio do anno de sua nomearão, segundo
0 mappa necrologico dos senadores pu­
If blicado no tomo XXIX, parte 2*. da re-
rista do Instituto ííistorico do Brazil.
1865—Desembarcam em Santa Luzia
as forças brazileiras ao mando do general
João Propicio Menna Barreto, que, de
accordo com o sr. visconde de Taman
dare, vice almirante, e o general Venan-
cio Floi’es^ chefe dos orientaes, marcha­
vam sobre Montevideo.
— Os orientaes atacam Jaguarão e são
j.epellidos.
1879—Fallece no Rio de Janeiro o pre­
sidente do Supremo Tribun:il de Justiça
con&elheiro Joaquim Marcellino de Brito
nascido na Bahia a 2 de junho de 1799.
Fora ministro dos negocios do Im­
pério desde 2 de maio de 1816 até 22 de
maio de 1817.
Foi um magistrado integerrimo.
JANEIRO—23
1536—Passa el rei D. João III carta
de doação de trinta léguas de terra na
costa do Brazil a Pero de Góes da sil­
veira. irmão do celebre clironista Da-
mião de Góes^—Constituiram essas terras
a capitania /4^.,,P.,,icajiL>dja—do— cuJo
íbral se ji^sou a 29 de feveraro do
mesmo anno.
Pero de Góes tinha vindo na armada
de Martim Affon.so, acompanhara Pero
Lopes ao Rio da Prata e com elle
naufragára.
i518—Chegam a Pernambuco, depois
de uma viagem de 88 dias, e procedentes
de Lisboa, dois navios conduzindo de­
gradados e pctrechos bellicos. Vinha
j-essa expedição o allemão Ilans Stade.
que escreveu a nariMção do que occor-
rèra na defeza de Iguaiaçú. em que
tomára parte ; essa sua relação é a pri ,
mcira historia da guerra dos nossos in-
digcnas com os portuguezes; d’elle tere­
mos occasião de mais demoradamente
tratar (Vide a ephemeride de novembro
21 de 1519).
1616—João de Brito Corrêa. 6° gover­
nador da capitania daParahyba (do Nor­
te) por expressa nomeação régia da pre­
sente data. succede naquelle cargo a
João Rebello de Lima não sabemos em
que tempo.
O C talo go dos governadores e presi­
dentes d’aquvdla capitania, hoje provin-
cia, organisado pelo tenente-coronel Fre­
derico de Campos {llevista do Instituto
ííistorico, tomo VIII), começa de Anto­
nio da Silva Barbosa, que a governou de
agosto de 1681 a setembro de 1687.
1621—Chega á ilha de S. Vicente parte
da esquadra hollandeza que havia par­
tido do Texel a 21 de dezembro anterior
p.ara se apossar da Bahia. Ahi espera
esta quasi dous mezes pelos outros navios
de que se compunha a ai-mada, que foram
successivamente chegando.
1631—Expedição de Jacome Raymundo
dc'^’ oronha, sahidá da cidade de Belém
no Pará, com 35 canôas bem tripol idas e '
guarnecidas, para expuls ir os inglezes
que se tinh im apossado de algumas
ilhas na embocadura do Amazonas,
tendo-se fortificado na de T ucuju’s . O
cllicial inglez. capitão Thomás, fugiu
durante a noite, entregando á discrição
a Noronlia o forte que haviam os seus
construído. Foram os despojos de guerra
1‘epartidos pelos soldados d’esta heróica
empreza, á excepção do commandante
d’ella, que se contentou com a gloria do
feito.
1631—Atacam os hollandezes o porto
de Santo Amaro, perto do Recife, e con­
tinuam nos tres dias seguintes, procu­
rando desforrar-se dos revezes sotfridos
dias antes perto de Olinda por parte dos
capitães Pedro Teixeira Franco e Mathias
de Albuquerque Maranhão. São, porém,
 EPIIEMERIDES NACI0NAE3
ainda repellidos em todas essas esca­
ramuças.
165d—Entrada solemne das forças per­
nambucanas, sob 0 commando do general
Francisco Barreto de Menezes, na cidade
do Recife, acabando d’este modo a do­
minação hollandeza no nosso território.
Pela manhã d’esse dia sahiu o genera^
do seu acampamento, montado a cavallo,
á frente de um numeroso estado-maior,
gCguido de uma guarda de cavallaria, e
dirigiu-se p.ira a porta da cidade Mau-
RioiA (hoje freguezia de Santo Antonio),
onde 0 esperava, a pé, o general fla­
mengo Segismundo van Schkoppe. Bar­
reto apeiou-se logo que o viu e, tendo-o
á sua direita, encaminharam-se juntos
para o Recife, acompanhados, cgualmen-
te a pe', por todos os officiaes da comi­
tiva.
Passara-se antes a ceremonia do rece­
bimento das chaves da cidade, ao som da
artilharia e fuzilaria: «quadro, por certo,
diz 0 visconde de Porto Seguro, digno
de immortalisai', para o futuro o pincel
de algum artista brazileiro, como o da
rendição de Breda, a Spinola, immorta-
lisou a Velasquez». Junto á ponte o ge­
neral portuguez, que levara o hollandez
á sua direita e o tratara com a deferencia
peculiar aos valentes, entrou jior corte-
zia na casa do mesmo cabo hollandez.
Os do conselho vieram-no receber na
ponte. Os soldados, que eram mais de
mil, foram aquartelados em Olinda e re­
ceberam uma pataca de 480 rs. cada um.
Os Índios e pretos, que tinham estado
ao serviço dos hollandezcs, foram encor-
porados ás fileiras dos nossos.
Eram de grande valor os effeitos e
munições entregues pelos vencidos: con­
stavam de 464 moradas de casas, in-
cluido 0 palacio do governador hollan­
dez, cerca de 300 canhões, 38,000 balas,
mais de cinco mil espingardas, quasi
duas mil arrobas de polvora, etc.
André Vidal de Negreiros foi o en-
carregauo de levar á còrte de Portugal
Cl
a noticia d’este importante aconteci­
mento (Vide 19 de março de 1654'.
De todas as obras que durante a
oceupação dos hollandezcs fizeram elles
em .Pernambuco, só restam as fortalezas
do Bruin, das Cinco Pontas, Buraco,
Itamaracá e na ilha de Fernando de
Noronha a fortaleza dos Remedios.
16S1 — Pedro Gomes, mestre de campo, •
nomeado governador do Rio de Janeiro
a 19 de outubro de 1680, toma posse do
cargo, que serviu por um anno, cinco
mezes e seis dias, sendo rendido a 3 de
junho de 168'2 pelo mestre de campo
Duarte Teixeira Chaves,
1683-Provisão concedendo, sem em­
bargo do contracto do estanco, que deze-
seis religiosos de Santo Antonio, exis­
tentes no Estado do Maranhão, gosem
do privilegio de tirar das alfandegas e
casas, de despacho tudo o que seja de
seu sustento e da vestiaria e culto di­
vino de suas egrejas, bem assim o que
lhes vier das suas lavras e drogas do
sertão, para do seu produeto lhes serem
remettidos os mencionados proventos,
1691—Carta régia pela qual el-rei,
depois de louvar o zelo dos pMdres da
companhia de Jesus e da congregação do
Oratorio na conversão dos indios feito^
prisioneiros, decide que sejam elles con­
siderados prisioneiros quando tomados
em guerra, mas não captivos, ordenando
que sejam logo postos em liberdade,
restituindo-se aos compradores o valor
que houvessem por elles dado.
Dera motivo á expedição d’esta carta
réííia 0 ter a Junta das Missões de Per-
nambuco todos os indigenas aprisionados
no Rio-Grande do Norte c Ceará, o resol­
vido que, depois de baptisados, fossem
vendidos, como com eíTeito se fizera.
1800—Fallece em Sahtos frei Gaspar da
Madre de Deus, monge benedictino, nas­
cido em 1714y^na fazenda de Sant’An'na,
da antiquissima villa de S. Vicente, perto
de Santos. Era 3° neto pela parte paterna
do celebre Amador Bueno. Professou aos
 02 EPHEMERliDES NAClüNAES

l7 annos no mosteiro da Bahia, cm 14 de vento, na direcção da Tijuca,'em terrenos

agosto de 1731, e foi o 56° abbade da sua da fabrica de papel.
ordem. Fora socio supranumerário da 1873— E’ nomeado ministro da agricul­
Academia R. das Sciencias de Lisboa. tura, commercio e obras publicas o sr.
Compoz as memórias para a historia da conselheiro José Fernandes da Costa Pe­
CAPITANIA DE S. VICENTE, e OUtrOS estu- reira Junior, que occupa esse cargo até
dos Iiistoricos. Jaz na capella-rnor da 23 de junho do 1875. Dois dias depois é
Ggrcja do mosteiro de S. B e n to ^ o lado substituido pelo sr. conselheiro Thomaz
epistola. ^ /
José Coelho de Almeida. Assim,' succes-
Jr 1808—Carta regia li anqueando os por­ sivamente, dous campistas illustres são
tos do Brazil a todas as nações amigas chamados aos conselhos da coroa.
e alliadas da coroa de Portugal. Este 1871— \ictima do beri-beri^ íaliacc na
rescripto memorável, verdadeira carta cidade da Bahia o intelligente joven
deadeorria , fora alcançada do principe
Guilherme de Castro Alves, filho d’a-
regente D. João VI por instancias e atu. quella província e irmão do inspirado e
rada insistência de José da Silva Lisboa, laureado poeta das espumas flu ­
depois visconde de Cayrú, o qual, apro- ctuantes, do poema dos escravos, da
j veitando-se das relações de amisade que Cachoeira de Paulo A ffonso, do drama
tinha com D. Fernando José de Portu­ Gonzaga, etc.
gal, depois marquez de Aguiar, obteve
Era também poeta e contava apenas
deste fídalgo que insinuasse a proficui- 24 annos de cdade.
dade d’essa medida no animo do principe
Publicara, sob o pseudonymo Alberto
regente, pondo-se assim em contacto di­
Krass, uma traducção das poesias de
recto com 0 resto do mundo civilisado
lord Byron— Napoleão, e, sob o de
a colonia portugueza da America, até D'Alva Xavier^ um volume de poesias
então circumscripta ás relações que en­ intitulado Raios sem luz.
tretinha com a métropole (Vide a ephe- 1880—Fallece o senador por Pernam­
meride de 16 de julho de 1756).-Inno-
buco visconde de Suassuna, Francisco
cencio da Silva, no artigo que consagra
de Paula Cavalcanti de Albuquerque,
ao visconde de Cayrú, dá inadvertida­ escolhido a 29 de outubro de 1839 pelo
mente para esta carta a data de 24 de
regente Pedro de Araujo Lima, na vaga
janeiro.
deixada pelo marechal de campo José
1813- E’ apresentado ao senado o pro­ Ignacio Borges, e que tomára assento
cesso que pronuncia ho crime de rebel-
no senado a 11 de abril do anuo seguinte.
hão os senadores Nicolau Vergueiro, Era, portanto, o mais antigo membro
Biogo Feijó e Paula e Souza. Feijé fòra
d’aqnella casa do parlamento, em que
preso em Sorocaba a 23 de junho ante­
serviu por mais de 40 annos. Nenhum
rior e depois deportado para o Espirito
dos 148 senadores occupou até então por
Santo com o senador Vergueiro, de onde tanto tempo a cadeira. Desde que tomára
voltam para a côrte em dezembro, a
assento viu o visconde de Suassuna des-
tomarem assento no senado.
apparecerem 114 companheiros, isto é,
Paula e Souza ficara em S. Paulo, por
doente. viu 0 senado reformar-se por duas vezes.
Exercera o cargo de ministro dos ne­
1869— Ascenção aerostatica effectuada gócios da guerra de 24 de julho de 1810
na cidade do Rio de Janeiro por Mr Ba- a 23 de março de 1841.
raille.
Nascido na cidade do Recife, no memo­
O balão, que partira do campo da
rável anno de 1793, tinha mais de 86
Acclamação, foi cahir, impellido pelo annos quando falleceu.
 EPHEMERIDES NACIONAES
JANEIRO—29
ICÜD- -Longo iora. e talvez fastidiosoj
memorar aqiu todos os actos da gigan­
tesca lucta que sustentámos com os liol-
landezes nas diversas partes do nosso
territorio, om quo dominaram por tanto
tempo ; nào o poderiamos fazer sinão
de um modo incompleto e imperfeito,
pela natureza especial d’estas paginas,
destinadas a referir factos isolados. Re-
mettemos pois o leitor para as obras que
tratam desenvolvidamente d’este inte­
ressante assumpto, especialmente a que
nos deixou o visconde de Porto-Seguro,
que poz em discreta contribuição tudo
quanto se escrevera antes.
Commemoraremos entretanto agora o
encontro que os nossos tiveram com os
invasores na aldêa de S. Migael, e no
engenho Mussurepe, dos monges bene-
dictinos, encontro em que o valente ca­
pitão Francisco Rebello recebeu dois fe­
rimentos.
Tomada a capital da Paraliyba, man­
dara 0 conselho politico hollandez o co­
ronel Ai'cizewski submetter Goyana ;
levantára elle o seu acampamento d’esse
ponto, em que se demorára 15 dias, e
marchára para S. Miguel (em Pernam­
buco), onde. estava a nossa gente intrin-
cheirada sob as ordens de Rebello ; este,
não podendo resistir ao inimigo, que
avançava sempre, retira-se do povoado e
embosca-se num desfiladeiro, a seis ho­
ras de viagem do ponto abandonado,
S. Miguel, que incendiara.
Ainda d’ahi se retira Rebello, que, não
podendo disputar a marcha ao inimigo em
campo aberto, se refugia nas mattas, No
engenho Mussurepe, ultimo lugar onde
estivera, acampam os hollandezes por
muitos dias. Nas mattas d’este engenho
viera o tenente Mettingh com oitenta
mosqueteiros verificar si Rebello ainda
lá estava ; quando este os apanha dentro
da matta, cahe sobre elles, mas nada
consegue fazer e fica ferido. J
CL!
1613 — Alvará regio determinando aos
governadores do Brazil que, conforme o
disposto nas ordenações e nos seus pró­
prios regimentos, não se intromettam
nas eleições das camaras.
1698—Carta régia ordenando ao gover­
nador do estado do Maranhão e Grão
Pará que não consinta que os lavrado­
res levantem o preço do tabaco e que,
pêlo contrario, os obrigue a vendel-o
pelo preço do costume, conforme a qua­
lidade do gencro.
1739—Decreto do rei D. João V, esta­
belecendo os tratamentos de excellencia,
illustrissima, sénhoria, reversndissima,
Qpaternidade, segundo as hierarchias e
os cargos das pessoas.
1820—Creação das villas de S. Ber­
nardo da Parnahyba e de Pastos Bons
(Provincia do Maranhão).
Esta ultima villa, posto que I). Pedro I
tivesse sido acclamado imperador no Rio
de Janeiro em 12 de outubro de 1822, não
deu a sua adhesão a este acto sinão em
principios de abril do anno seguinte.
1839—Combate do Rio Pardo (Guo
civil do Rio Grande do Sul).
í 85’6—Fallece no Recife o rnallogrado
poeta Antonio Joaquim Franco de Sá,
filho do senador pelo Maranhão Joaquim
BVanco de Sá. Nascera a 16 de julho de
1836 na cidade de Alcantara.
Apenas nos deixou o joven poeta ma­
ranhense, como um rastilho luminoso da
Sua rapida passagem na vida, um volu­
me de XVI—147 {)aginas, publicado em
S. Luiz do Maranhão em 1867, pi-ecedido
de uma noticia biographica, por seu
irmão o sr. dr. Filippe Franco de Sá.
Essas poesias mereceram os gabos de
um juiz competente e insuspeito, o can­
tor do D. Jayme, em uma carta que em
março de 1870 dirigiu ao irmão e editor
do poeta. |i
O douto cscriptor contemporâneo, cuja
adextrada penna sabe tão bem traçar
um romance, um drama, um artigo de
 e p h e m e r id e s n a c io n a e s
critica, como remonlar-se á gravidade
da historia, diz também a seu resjj^ito o
seguinte: ^ capitão general, por oceasião de 1er elle
« . . . quem ha que nãotenlia respirado
nasjíoesias posthumas deA.J.Franco dc
Sá os perfumes singelos d’aquella alma
graciosa de adolescente e de poeta? »
O benemerito auctor do Pantheon ma­
ranhense dá no II volume a biographia
:v^ do delicado poeta seu conterrâneo; pelas
citações que faz de suas poesias, póde-se
ter idea da gentileza d’esta musa quasi
infantil.
1861—Falleoc em S. Gonçalo de Ni-
teroy o conselheiro .José Bernardino
Baptista Pereira de Almeida nas­
cido em Campos dos Goytacazes a 20 de
maio de 1783 [Vide essa data).
JANEIRO—30
^f'ri'' Louronço da A’^ciga , nomeado
capitao-mor loco-tenente dos donatários
•da capitania de S. A icentc, s.iiccessorcs
de Pero Lopes de Souza, substabelece
a procuração dos ditos donatários na
pessoa de S tlvador Coi‘rèa de Sá e vai
tomar posse do governo geral do estado
do Brazil, na Bahia, em cujo cargo falle-
ceu em junho de 1580, a 17, diz^José de
Miralles.
Como conciliar esta noticia,que nos vem
dos Apontamentos históricos de M. E. de
Azevedo Marques, com a data, posto que
incompleta íjaneiro de 1578), que temos
no Catalogo dos chefes da administra­
ção do Brazil ministrado por Varnlia-
gen ?
1619—Alvará dando regimento para as
minas da capitania de S. Vicente.
l726--I’rovisão régia ao governador da
capitania^ de Pernambuco, prohibindo a
exportaçao da moeda provincial feita
pelos negociantes.
1752—Celebra umases.são nopalaciodo
governador e .capitão-general Gomes
Freire de Andrada, no Rio de Janeiro, a
A cademia dos S electos, associação dos
homens eruditos da relerida cidade, os
quaes concordaram entre si cm endere­
çar applausos em pi-osa e verso áqueüe
sido promovido ao posto de mestre de
campo general e ao emi)rego de primeiro
commissurio da medição e demarcação
dos limites meridionaes do Brazil.
Teve duração ephemera esta A cademia.
D’essa associação nasceu a ideia dc se
estabelecer no Rio de Janeiro uma typo-
graphia, que foi a jirimeira que aqui
existiu ; foi seu fundador e proprietário
Antonio Izidoro da Fonseca. Pouco
porém, durou ella: a corte momdou-a
abolir e q u e im a r p a r a não propagar
idéias, que podiam ser contrarias ao in ­
teresse do Estado.
1803—0 chefe de esquadra Paulo José
da Silva Gama (que foi depois, em 1821.
barão de Bagé), toma posse do governo
da capitania do Rio-Grande do Sul, como
seu commandante militar, e exerceu esse
cargo até a posse de D. Diogo de Souza,
nomeado capitão general (V. a ephém.
de 9 de outubro de 1809).
No tempo do governo de Silva Gama
creou se a junta de fazenda, ficando cx-
tincta a antiga provedoria.
1808—0 capitão de mar eguerra D. Ma­
nuel dc Menezes, commandante da nau
Martim de F reitas , que fazia parte da
esquadra que.chegára ao Rio dc Janeiro
com alguns membros da familia real por-
tugueza, passando-se á noite da nau
R ainha para o escaler que o devia levar
para o seu navio, cai desastradamente
ao mar, e apezar das diligencias empre­
gadas não foi possivel salval-o, O seu
cadaver appareceu dias depois e está
sepultado na egreja da Misericórdia. Era
irmão de I). Gregorio Ferreira d’Eça e
Meneze.5, conde de Cavalleiros, que tam­
bém teve uma morte desastrosa. Tendo
a.ompanhado a familia real em um pas­
seio áTijuca, aproximou-se demasiado de.
uma borda limosa da cascata, escorregou
e despenhüu-se pelas pedras abaixo, eu-
 EPHEMERIDES NACIONAES

contrando-^e depois o seu cadavei’ des­ 26 dias antes e aportara a 3 de dezembro

pedaçado. d’aquelle anno de 1530 á Ribeira Grande,
1819 — Convenção celebrada com o na ilha de Santiago (Cabo Verde) e a 3
cabildo de Montevideo, flxando os limi­ de janeiro de 1531 continuára d’aquelle
tes entre o Rio-Grandj do Sul e a Banda porto a sua derrrota para o Brazil — no
Oirental do Uruguay, ailm de se i)reve~ quarto d’alva de 31 de Janeiro avistou
nirem contestações futuras. terra. Estavam as naus da sua expe­
A guerra começada em 181G tinha che­ dição em frente á costa de Pernambuco,
gado ao seu termo com a occupação de onde dão caça a uma nau franceza que
Montevide'o, que estendia ao Rio da encontram vindo para o norte. Conse­
Prata o limite meridional da possessão guem aprisional-a defronte da ponta de
portugueza na America. Olinda, chamada nesse tempo cabo de
O cabildo nomeara a D. Prudencio P ercaauri. Capturam depois, a 17 de
Morguiondo, como seu plenipotenciario, fevereiro, ainda outra da mesma nação,
para tratar com o do Bra il.o coronel de que encontram fundeada ale'm do cabo
engcnlieiros João Baptista Alves Porto, Santo Agostinho.
da alludida demarcação. Alinha divisó­ Pero Lopes, irmão de Martim AíTonso,
ria fixada foi modificada depois. vinha em sua companhia.
1822 — Ordena a Junta Provisoria de 1556— Andre' Thevet, que embarcára
Pernambuco que embarquem p ira Por­ no Havre de Grace a 6 de maio do anno
tugal as tropas portuguezas que tinham anterior, tocára em Cabo-Frio, onde
ficado na provincia e que viviam em con­ apenas se demorára tres dias, e a 10 de
tinuas rixas e conílictos com o povo, que novembro entrara na bahia do Rio de
não as tolerava. Janeiro ou Ganabava, deixa na presen­
1827—0 general Duarte Corrêa de Mello, te da'.a esta bahia de regresso para a
que commaudava a linlnf exterior de Europa: toca ainda .em Cabo-Frio, onde
Montevideo, desaloja do Pantanoso e está oito dias, partindo d'alli no dia 9.
Magarinos as forças argentinas e orien- 1580— Morre com 68 annos exactos de
taes que bloqueiavam aquella praça. edade, no^sitio de Almeirim, em que nas­
1867—Fallece no Rio de Janeiro o se­ cera, 0 cardeal-rei D. Henrique, sem dei­
nador pela provincia do Rio Grande do xar ventilada a successão da corôa.
Norte D. Manuel deAshis Mascarenhas, Ficam tres governadores incumbidos
escolhido por carta imperial de 12 de da regencia do reino.
Junhq dc 1850 e que tomara assento no D. Henrique era o 7" filho do 2’ ma­
senado cinco fiias depois (Vide a epheme- trimonio do rei D. Manuel.
ride de 28 de Agosto de 1805p Succedendo na corôa de Portugál, em
JANEIRO — 31 28 de agosto de 1578, a seu sobrinho
D. Sebastião, desapparecido na Africa,
1531 D. João 111 tinha nomeado foi de curta duração o seu reinado.
(a 20 de novembro de 1530) Martim Aqui damos a rapida noticia da sua vida
Affonso de Souza capitão-mór da ar­ de rei, aproveitada de uma folha portu-
mada que devia guardar as costas do gueza contemporânea.
Brazil, por causa da noticia que tivera, D. Antonio, prior do Crato, que pre­
aquelle rei das explorações de Cabot e tendia ser filho legitimo do infante D.Luiz
Diogo Garcia no Rio da Prata, e das e de Violante G om es,^ a duqueza dé
tentativas dos francezes para se estabe­ Bragança, dentro do paiz, e, fóra d’elle,
lecerem em Pernambuco e na Bahia. a rainha de França, o duque de Saboya,
Martim AíTonso, que partira de Lisboa 0 príncipe de Parma, c Filippe de Hes-
 vrv-v
k' !’
M-
r.vi.
66 EPHEMERIDES NACIONAES
panha, allegavam direitos á corôa de
Portugal.
D. Henrique, mais proprio para os ne­
gócios da egreja do que para os da polí­
tica, via-se perplexo, e convocando cortes
em Almeirim, pronunciaram-se alli os
partidos. O cardeal-rei fez sahir para
trinta léguas da còrte o prior do Crato e
0 duque de Bragança. Ao mesmo tempo
f t '; Christovão de Moura recrutava adhesões
para Felippe II de Castella. Nomeio
■fMúv'' '■ d’estas perturbações, e sem haver suc-
cessão ao throno, D. Henrique adoeceu
gravemente, e morreu no dia indicado,
«quando a lua padecia um grande ecly-
pse», conforme diz um sisudo historiador.
Conta-se que o cardeal, no dia imme­
diate ao da perda da batalha de Alca-
cer-quibir, tivera uma visão em que lhe
apparecera D, Manuel de Menezes, bispo
de Coimbra, com muitas feridas, e lhe
dissera: «Para o mundo tudo está per­
dido ; para Deus os mais somos ga­
I
nhados».
No reinado de D. Henrique morreram
Luiz de Camões, Jeronymo Osorio e Af-
fonso de Albuquerque, escriptores mais
notáveis entre outros.
O cardeal-rei passa por santo para al­
guns historiadores, fundando-se estes
em que fôra achado o seu cadaver in­
corrupto e as vestes cardinalícias in­
tactas, quando, por ordem de D. Pedro II,
o transferiram para um sumptuoso mau­
t ,'-w.. soléu, mandado fazer pelo dito mo-
narcha.
Fora inquisidor-geral do reino e jaz
em Belém.
« A sua perda, diz L, A . Rebello da
Silva na sua Historia de Portugal (tomo
I, pag, 534) não foi sentida, nem chorada.
Sacerdote fanatico, pouco esclarecido e
vingativo, príncipe devorado de insa­
ciável, mas esteril ambição, no throno
confirmou todos os seus defeitos sem os
remir por um sd rasgo de virtude, ou de
capacidade.»
II' «Teve, como actor ou cúmplice,o fatal
m
destino de assistir a todos os passos da
rapida e dolorosa declinação do glorioso
império de seu pai».
Desejavamos passarem revista os actos
do seu reinado que tenham relação com
0 Brazil ; que o faça penna mais com­
petente, no caso de que se tivesse dado
cousa digna de nota na remota colonia,
emquanto na metropole andavam os âni­
mos tão preoccupados com o seu proprio
destino, enredados em intrigas de todo o
genero e combatidos por tão oppostos
interesses.
1701— Carta régia ordenando que os
senhores no Brazil dêm o sabbado livre
a seus escravos, para poderem estes
procurar o seu sustento.
1702— Carta régia ordenando a trans­
ferencia para o Rio de Janeiro da casa do
cunho da moeda, até então estabelecida
em Pernambuco.
1817-0 tenente-general Francisco das
Chagas Santos entra em S. Thomé. de­
pois de ter destruído as povoações de La
Cruz e Yapeyú nas Missões Correntinas,
e de haver posto em fuga o coronel An­
dré Artigas (Guerra do Sul).
1823—Decreto concedendo uma meda­
lha de distincção ao exercito e armada,
qUe haviam servido desde 1817 em Mon-
tevidéo sob as ordens do general Lecór,
barão da Laguna, á similhança da que
fòra concedida ao exercito pacificador.
Em férraa de cruz, de ouro para os olU-
ciaes generaes, de prata para os oííl-
ciaes superiores e subalternos, e de metal
branco ou estanho fino para todas as
outras praças.
1826—Fallece o senador por Pernam­
buco Antonio José Duarte de Araújo,
Gondim, escolhido pelo primeiro impe­
rador a 22 do presente mez e anno. O
mappa necrologico dos senadores, pu­
blicado na Revista do Instituto Historico,
0 dá entretanto como tendo tomado posse
da sua cadeira a 4 de maio e fallecido em
1827, sem maior individuação.
1839—Os revoltosos do Rio Grande do
 EPHEMERIDES NACIONAES
Sul tomam cluas canhoneiras imperiaes,
no passo do Contracto (Guerra do Rio
Grande do aSiíí ). Essa perda e a retirada
precipitada do mareehal Antonio Eli-
siario, chamada do Cahy, a 2 de fevereiro,
fizeram desvanecer toda a esperança de
vantagem para a causa da legalidade
nesta campanha e dal-a por terminada
em favor dos rebeldes.
1859—E’ nomeado bispo do Ceará o
Sr. conego Dr. Luiz Antonio dos Santos
(Vide a epliemeride <de 14 de abril de
1861).
1866—No dia 29, pela manhã, 400 pa-
raguayos, commandados pelo coronel
Dias, tinham atravessado o Paraná, em
frente a Currales, e guerrilhado os ar­
gentinos. Simujam retirar-se, mas em­
boscam-se, e na presente data cahem
sobre o corpo de exercito do general
Paunero, forte de 6,000 homens, e des­
troçam-no. a Desde cerca de meio-dia,
diz uma testemunha que nos merece
plena confiança,—que entravam no nosso
acampamento esses hravos, contando que
Lopes, con todos sus exercitos. havia
cercado los leones del Plata, y se habia
Txerido una gran hatalla, pero ellos ha-
hiam sucumbido al numero. »
Lopez creou por essa oceasião uma
medalha de campanha para premiar aos
vencedores de Currales: era a segunda
que elle decretava para idêntico fim.
Esta era uma cruz de bronze: o decreto
que a institue declara que foram 450 os
atacantes.
A primeira fôra concedida ao 2“ regi­
mento de artilharia a cavallo, por ocea­
sião da batalha naval do Riaciiuelo
(Vide 11 de junho de 1865).
Affastamo-nos neste ponto da narrativa
que escreveu o sr. tenente Emilio Carlos
Jourdan acerca da cruenta guerra a que
nos arrastou o déspota do Paraguay, e
também do que nos offerece uma ephc-
meride que vimos já publicada a respeito
d’este facto. Jourdan nos merece todavia
o maior conceito e tcmol-o seguido passo
67
a passo em quasi tudo que havemos com-
memorado sobre a guerra do Paraguay.
1864 — ^Em dias d’este mez inaugu­
ra-se a linha telegraphica da fortaleza
de Santa-Cruz, na bahia do Rio de Ja­
neiro, á linha de Nicteroj', com a ex­
tensão de 13,000 kilometros.
1866— Em dias de janeiro d’este mez
faz-se a inauguração da linha telegra­
phica central (corte) á de Nicteroy,
tendo 40,000 kilometros de extensão. \
1867— Inaugura-Se a linha telegi'aphica
da cidade do Desterro, capital da provin-
cia de Santa Catharina, a Itajahy, na
mesma provincia, com a extensão de
82,517 kilometros.
1868— Inaugura-se neste mez e anno
a linha telegraphica da cidade de Porto
Alegre a Camaquan, provincia do Rio
Grande do Sul, na distancia de 131,200
kilometros .
~ Idem a de Torres á Conceição do
Arroio, na mesma provincia, com a ex­
tensão de 90,000 kilometros
— Idem a da Laguna, provincia de
Santa Catharina, á de Torres, provincia
do Rio Grande, com 140,174 kilometros
de extensão.
1877 — Inaugura-se neste mez, não
sabemos em que dia, a estação tele­
graphica do Estreito, em Santa Catha­
rina,
FEVEREIRO— 1
•
1531—Ao romper do dia, Pero Lopes de
Souza, que estava com a sua armada fun­
deada na ilha de Santo Aleixo,avista uma
nau que ia para o norte, e sahe a dar-lhe
caça. Na altura do cabo Santo Agostinho
vem seu irmão Martim Affonso em seu au­
xilio, mas os ventos contrários não Iheé
permittem alcançar a nau que perse­
guiam. Só 0 consegue Pero Lopes na sua
caravella Rosa pouco antes do cahir da
noite, e começam então um combate que
 atura até ao dia seguinte, o que faziam
caminhando sempre.
1519—Larga de Lisboa Thomé de Souza,
primeiro governador que teve o Brazil.
Com elle veiu Nobrega e a primeira par­
tida de missionários, que tinham deevan-
gelisar e catechisar os nossos indios.
El-rei D. João III resolvera organisar
a sua colonia da America, para o que
revogara os poderes que dera aos capi­
tães privilegiados e assentara em reunir
em um só toda a auctoridade civile cri­
minal. Escolhera Thomé de Souza, que
tinha militado com gloria na Africa e na
índia, para esse importante cargo, com
a incumbência de fundar na Bahia uma
cidade, apta não só para capital da pos­
sessão portuguezana America, mas tam­
bém para conter os ataques dos selva­
gens e as aggressões dos europeus (Vide
^ ephemeride de^9 de março do mesmo
/ anno).
A data que damos para a partida de
Thomé de Souza está conforme Varnha-
gen, José de Miralles e Ignacio Accioli.
1608—D. Diogo de Menezes, 9* gover­
nador geral do Brazil, que arribara á Pa-
rahyba, por ter aberto agua a nau em
que vinha, e d’alli partira por terra
para a Bahia, chega a esta cidade em
1608. Um manuscripto, digno de credito
para José de Miralles, dá que chegara a
1 de fevereiro e tomara posse no dia se­
guinte. D. Diogo governou até 21 de
dezembro de 1612, diz ainda Miralles. Vi­
sitou pessoalmente todas as cairitanias
do Brazil, examinando o que poderia ser
util ao augmento da real fazenda e de
beneficio para os povos.
1610—Volta ao porto do Recife a es­
quadra hollandeza quo tinha sabido a
combater as armadas portugueza e hes-
panliola, tendo ao mesmo tempo conse­
guido, ajudada dos ventos, impedir o des­
embarque d’aquellas esquadras.
Cunhou-se mais tarde em llollanda
uma medalha coramemorativa d’este facto
com um distiCQ em hollandez quo signi-
iicava—Deus abateu o orgulho do in i ­
migo A 12, 13, 14 e 17 DE JANEIRO DE
1640 (Vide a ephemeride d’esta ultima
data).
1654 — Restituidas pelos hollandezes
todas as posições fortificadas que occu-
pavam ao norto do Brazil, em virtude
da solemne capitulação assignada a 26
de janeiro, parte do Recife, por ordem
do capitão general Francisco Barreto, o
mestre de campo Francisco de Figueiròa
com o seu corpo de 850 soldados e o
regimento de João Fernandes Vieira,
para ir tomar possédas capitanias e fo r ­
tes da Parahyba e Rio Grande.
Na ilha de Itamaracá renderam-se ao
capitão Manuel de Azevedo 330 soldados
hollandezes e acharam-se na fortaleza
33 boceas de fogo, pela mor parte de
bronze : com mandava-a o coronel Lob-
brechet,
Na Parahyba achou Figueiròa já em
poder dos nossos os fortes do Cabedelo
e dc Santo Antonio, mas sem a compe­
tente artilharia, por a ter retirado e
embarcado o coronel Ilautijn, que a
abandonara levando comsigo os soldados
que a guarneciam : o tenente coronel
Claes, fugido do Recife em uma jan­
gada, emquanto se negociava a capitu­
lação, chegando á Parahyba disfarçado
em pescador, levara-lhe a noticia da
cessação do dominio liollandez, antes que
alli se recebesse a circular de Sclionem-
borch, Schkoppe e Ilaecx, do dia 31, or­
denando aos commandantes a entrega
das respectivas praças e de tudo, na
lettra da capitulação.
« Cumpre acrescentar, em lionra do
coronel Ilautijn, que antes de partir
soltou os prisioneiros nossos que retinha
e lhes entregou a fortaleza, para que se
defendessem contra qualquer acto de
barbaria (Porto Seguro, Historia das
lutas, etc). »
A guarnição do Rio Grande embar­
cara-se tainbcm antes do lhes chegar a
 EPHEMERIDES NACIüNAES 69

intimação (Vicio a ephemeride de 20 de 1879—Toma assento no senado o sr.

maio). Pedro Leão Velloso como representante
1695—Toma posse da diocese de Olinda da provincia da Bahia, escolhido por
D. frei Francisco de Lima, cjue já con­ carta imperial de 19 de outubro do anno
tava mais de 60 annos de edade: foi o anterior.
4° na ordem chronologica. Era ante­
FEVEUEIltO—2
riormente bispo do Maranlião.
Entre os edificantes actos do governo 1531—O combate entre a nau franceza
da sua nova diocese aponta-se a creação e a caravela de Pero Lopes, que começára
de trinta missões de indios em remotis- na vespera, como referimos, tornou-se
simos pontos do interior da capitania e com 0 romper do dia mais encarniçado e
ás quaes elle dispensou sempre os maio­ só terminou á noite pela rendição do
res cuidados. Na edade de 70 annos navio inimigo. Pouco depois chegou
ainda visitou essas missões, internando- Martim Affonso de Souza com a sua nau
se para esse fim pelos sertões, percor­ D. Affonso e galeão N. Vicente, e abor­
rendo seguramente duzentas léguas. daram de um e de outro lado a nau
Além de seus filhos ixdios , como cha­ franceza, que vinha carregada de pau-
mava aos missionados, tinha também brazil, com muita artilharia e balas,
outros filhos, os pobres, que nunca a faltando-lhe porém polvora; por isso
elle recorriam em vão. cessára de combater e se rendera.
O sou modo de viver era tão simples e 1618—Martim de Sá, pae de Salvador
humilde, que pouco despendia comsigo Corrôa de Sá e Benevides, é nomeado
mesmo. capitão-mór governador da capitania de
Tendo fallecido a 29 de Abril de 1704 S. Vicente.
{V. essa data), após nove annos de epis­
Na serie dos capitães-mores loco-tenen-
copado, nada deixou para as despezas
tes aos donatários é oste o 22°, contando
do seu enterro. Em seus cofres de bispo
alguns que o foram mais de uma vez,
apenas se encontrou uma moeda de co­
como Antonio de Oliveira, Braz Cubas,
bre de 40 réis ! Jorge Ferreira, etc. *
Este virtuoso prelado repousa no con­
De 1708 em diante, depois que a coroa
vento do Carmo de Olinda.
comprou ao derradeiro donatário o di­
1828— Uma divisão da esquadra bra-
reito que tinha este ao território, cessou
zileira, composta da corveta Liberal,
essa especie de capitães-mores, meros
brigues Caboclo e Rio da Prata, escunas
delegados dos donatários, ecomeça a dos
Greenfell, VdePezem bro q Paula, apro­
que eram providos no cargo por no­
veitam a enchente do rio, approximam-se
meação régia ou pelo governador geral
de Buenos-Ayres e acommettem a es­
do estado. Prepostos do absolutismo,
quadra argentina, que larga precipita­
instrumentos da tyrapnia da metropole,
damente do seu fundeadouro e vai col-
representam esses funccionarios papel
locar-se sobre os bancos situados á
importante nas localidades que juris-
margem do rio, fóra portanto do al­
diccionavam, quando não eram verdadei­
cance das pecas dos nossos vasos [Guerra
ras nullidades.
do Rio da Prata).
1868— O sr. dr. Pedro Maria de La­ 1739—0 bispo de Olinda D. frei José
cerda é apresentado bispo do Rio de Ja­ Fialho, nomeado arcebispo da Bahia,
neiro, em substituição do conde de Irajá. parte para aquella cidade [Vide a e'phc-
de piedosa memória (Yide a data de 10 meride de 5).
de janeU’Qj? J743~Tjoãp de Teive Barreto e
 70 EPHEMERIDBS NACIONAES

governador do Ceai’a, toma j^osse do seu vador, ou saquarema, como então se

cargo. denominava.
1749—Ao brigadeiro Jose da Silva Paes, 1848— Principio da revolução de Per­
que se recolhera á Lisboa, succede no nambuco, chamada dos praieiros.
governo da ilhade Santa Catharina o co­ 1849— Atacam os revoltosos 'praieiros
ronel de infantaria Manuel Escudeiro a cidade do Recife e são derrotados, de­
Ferreira de Souza, nomeado por patente pois de muitas horas de mortífero com­
regia de 15 de setembro de 1748, e exer­ bate. Cahe atravessado por uma bala o
ceu 0 cargo até 25 de outubro de 1753 desembargador deputado Joaquim Nu­
(Vide essas datas), em que o rende D. nes Machado, alma d’essa revolução. G
José de Mello Manuel. valeroso cajaitao Pedro Ivo, que o poeta
O coronel Escudeiro foi o 3° na res­ Alvares de Azevedo immortalisou em
pectiva serie. uma ode admiravel, esconde-se nas mat-
1822— 0 dr. Francisco VicenteVianna tas. Entregando-se depois, foi recolhido
c 0 brigadeiro Manuel Pedro de Freitas á fortaleza da L tge, na bahia do Rio de
Guimarães tomam posse, o primeiro da Janeiro, d’onde diz-se que logrou fugir
presidência da segunda junta provisória para a ilha da Marambaia; d’ahi embar-
do governo da Bahia com a alludida ^^ou em um navio de véla. Dizem que
junta, e o segundo do commando das morrôra em viagem e que o seu cadaver
armas da mesma provincia, em virtude íbra lançado ao mar. Tumulo digno de
do decreto das cortes do 1“ de outubro um heróe como elle!
do anno anterior ( Vide a ephemeride
Voltando -ao com bate: a morte de
de 17).
Nunes Machado, a cabeça e o verbo d’esta
1835 — Installação da jndmeira assem-
revolução, quando entrava as linhas da
bléa provincial de S. Paulo, em execu­
cidade, foi o primeiro signal da derrota.
ção do Acto Addicional de 12 de agosto
Pedro Ivo, o braço e a espada d’aquella
de 1834, e em substituição do conselho
tremenda lucta, vô-se obrigado a refu­
geral da provincia, creado pela Consti­
giar-se nas mattas da Agua-Preta, de
tuição. *
onde só 0 arranca mais tarde o respeito
Azevedo Marques nos seus Aponta­
de filho. « llludiram o velho pai do ba-
mentos acerca da provincia de S. Paulo
talhador liberal, e a jnedade fili il al­
dá a relação nominal dos que a presidi­
cançou de Pedro Ivo a entrega da espada,
ram na 1" e 2" legislaturas.
que á força nunca lhe teriam tomado ! »
1841 — Desce do poder o )>artido mo-
narchista ou saquarema, e sóbe o libe­ Para muitos é problemática a sua eva­
ral ou Santa Luzia. O gabinete são d.e uma fortaleza da qual se não p o ­
r
comjfe^-se dos ministros seguintes: Im- dia fugir (V. as ephem. de 19 de abril
perfo, José Antonio da Silva Maia; Jus­ e de 11 de dezembro de 1851).
tiça, Honorio Ilermeto Carneiro Leão (de­ As palavras que deixamos aspadas ex-
pois m. de Paraná); Estrangeiros, Pau­ trahimol-us de um eloquente discurso
lino José Soares de Souza (depois v. de pronunciado pelo dr. Api-igio Guimarães
Lruguay); Marinha, Joaq.uim José Ro­ em 1878, num espectáculo que se dera
drigues .Torres (depois V. de Itaborahy); em Pernambuco em favor da viuva e fi­
Guerra, Salvador José Maciel; Fazenda, lha de Pedro Ivo.
Joaquim Francisco Vianna (depois,sena-' No combate que commemoramos é fe ­
dor pelo Piauhy), ^^^^.^situação politica rido o tenente da armada Manuel Anto­
perdura até 29 de setembro de 1848, em nio Vital de Oliveira, que devia morrer
que se oi'ganisaj,novo ministério conser­ dezoito annos depois, dia por dia, ba-

■*> ^
 EPHEMERIDES NACIONAES 71

tendo-se contra as baterias de Curu- que mais haviam feito nessa porfiada
l^aity {Vide adiante 1867). lucta contra os invasores, apenas cuida
1865—E’ notificado o bloqueio da praça de representar e tornar bem patente o
de Montevideo (Vide a ephemeride de 20). juz que os outros tinham ás recompen­
1867—Morre gloriosamente a bordo do sas e não pede cousa alguma para si I
couraçado Silvado, que com mandava, o Foi, porém,remunerado com o fôro grande
bravo capitão de fragata Manuel Anto­ de fidalgo, as commendas de S. Pedro
nio Vital de Oliveira. Fulminou-o a arti­ do Sul e as alcadarias-mores de Marialva
lharia inimiga no bombardeamento que e Moreira.
fazia 0 almirante visconde de Inhaúma Vidal foi, além d’isso, confirmado ca­
sobre Curupaity, na memorável guerra pitão general do Maranhão.
do Paraguay. Barreto, que já tinha o fôro de fidalgo,
Vital de Oliveira nascera na cidade do teve uma commenda lucrativa na ordem
Recife a 28 de setembro de 1829. de Christo e foi nomeado capitão general
1875— Eífectua-se na cidade de Petro-de Pernambuco ; vindo depois, a 12 de
polis, por iniciativa e sob os auspicios agosto de 1656, a ser provido no governo
da princeza imperial a sra. D. Izabel, geral da Bahia.
eílicazmente auxiliada pela sra. condes­ Fernandes Vieira teve também o fôro
sa do Barrai e Pedra Branca, a 1‘ expo­ de fidalgo, uma commenda rendosa e foi
sição hortícola e agriçola do paiz. nomeado governador general de Angola,
O local, para esse fim escolhido, foi o governando a Parahyba até que vagasse
jardim publico d.i cidade. Essa bella aquelle posto (Vide fevereiro 12 de 1655).
festa da industria agricola nacional du­ Vidal de Negreiros foi depois provido
rou oito dias. no governo de Pernambuco e no de An­
1876— Inauguração da linha telegra-gola, depois de Vieira.
phica de Porto Seguro á do Prado, pro­ A viagem d’este fez-se sem accidente e
vinda da Bahia, com a extensão de chegou a Lisboa a 19 de março.
H3,6Ü1 kilometros. O seu retrato figura entre os dos outros
governadbres do reino de Angola e o de
FEVEREIRO—3
Fernandes Vieira na obra panegyrica de
1615—Carta régia em que se declara frei Raphael de Jesus (Castrioto Lusi­
que os ministros lettrados (magistrados) tano) .
que forem servir no Brazil levem com- Henrique Dias teve o augmento de dois
sigo suas mulheres, pois a viagem é fá­ escudos mensaes no soldo, fóra osvenci-
cil e muito accommodada a terra para mentos que já percebia,e recebeu em pi'o-
se nella viver (J. F. Lisboa, 05ms, priedade as casas e terrenos, onde, du­
tom. III). rante 0 sitio do Recife, tivera a sua es­
1654—Parte do Pv,ecife para Lisboa o tancia,
mestre de campo André Vidal de Negrei­ 16S1—Fallece AndréVidal de Negreiros,
ros, encarregado de levar á corte a no- no Engenho-Novo de Goyana, vinte e
t-icia oííicial da cessação do dominio hol- quatro dias depois do seu.companheiro
.andez nas capitanias por ellesoccupadas. deluctas, Fernandes Vieira; tendo ambos
Esta noticia foi recebida e festejada com como se vê, sobrevivido ainda mais de
repetidas acções de graças,‘no meio do pu­ 27 annos á terminação d’aquellas pelejas
blico regosijo, sendo por essa occasião gigantescas, em que se póde medir a
premiados os que pelos seus longos ser­ grandeza do vencedor pela grandeza do
viços haviam bem merecido da munifi­ vencido.
cência real. André de Negreiros, um dos Veja-se o que diz d’este heroico bata-*
 Tá EPMEMERIDES NACIONAES

lliador, além ãã. Historia das Zuíííí pelo 1852—Derrota do general D. Juan Ma­
visconde de Porto Seguro, o tomo II, pag. nuel Rosas, dictador da Confederação
181, das liiographias de alguns homens Argentina, em Monte Cxseros.fioçüo cuja
illustres de Pernarnhuoo^ do commenda- gloria cabe á divisão brazileira, que ata­
dor Antonio Joaquim de Mello (Recife, cou 0 centro inimigo e se apoderou, á
1838).
bayoneta da chacara de Caseros, onde se
1Ô93—Fallece no convento da sua achava Rosas, tomando só por si 24 boc-
ordem, em Lisboa, o illustre pernambu­ cas de fogo e uma bandeira, que foram,
cano frei Paulo de Santa Catharina,
terminada a guerra, entregues á republica
D. Paulo de Moura no século (Vide 6 de Argentina.
maio de 1662).
Commandava a vanguarda do exercito
1/39 D. frei Antonio da G-uadelupe,
alliado que alcançou essa victoria o ge­
4° bispo do Rio de Janeiro, funda na ci­
neral D. Justo José de Urquiza: com­
dade d’esse nome, na vertente austral do
punha-se de 20,000 entrerianos, correm
morro do Castello, o seminário episcopal
linos e emigrados das outras províncias,
de S. José, consagrado especialmente aos
4.000 braz'Ieiros, ás ordens do bidgadeiro
que se destinassem ao estado ecclesias-
Manuel Marques de Souza ( nltimamente
tico, mas onde beberam as luzes elemen­
^onde de Porto-Alegre) e 2,000 orientaes,
tares do ensino, muitos dos nossos ho­
commandados pelo general Cesar Dias.
mens eminentes em outros ramos dos co­
O dictador apresentou em linha mais de
nhecimentos humanos, e que não foram 22.000 homens.
sacerdotes.
Nessa batalha toma parte o general
1TT2—D. Joaquim Borges de Figueiròa,
Osorio, posteriormente marquez do
2° bispo de Marianna, toma posse da
Ilerval, que era então tenente-coronel e
sua diocese, por procurador (segundo
commandava o 2* regimento de caval-
Varnhagen). O Roteiro dos Bispados
laria da divisão brazileira,
assigna o mez de janeiro para este facto.
A batalha de Monte Caseros poz termo
D. Joaquim regeu essa diocese mesmo de
á feroz dictadura de Rosas, Alcançado
Lisboa, até ser nomeado arcebispo (Vide
esse brilliante resultado, o exercito do
a ephemeride de 3 de abril do mesmo
anno). general Caxias, entãof^conde, que se
achava na Colonia do Sacramento, prom-
1790—Segundo interrogatório, feito na pto para encorpOrar-se á vanguarda dos
fortaleza da ilha das Cobras, ao desem-
alliados, regressa ás nossas fronteiras.
b a rp d or e afamado poeta Thomaz An­
18(10—Sepulta-se no cemiterio deS. João
tonio Gonzaga,pela sua com participação
Baptista da Lagòa o celebre oculista
na celebre conjuração de Minas Geraes
Carlos Frederico Carron du Villards,
denominada a iNcoxFiDEXcrA (Vide a
medico piem mtez, que residira alguns
ephemeride de 2 de setembro de 1741). an nos entre nós.
1842—Chegam á cOrte o senador Ver­
1871—Installa-se aRelação de S. Paulo,
gueiro, o brigadeiro Gavião Peixoto e o
creada pelo decreto n. 2,312 de 6 de
coronel Souza Queiroz, vindos em com- agosto do anno a n te rio ;^ regulamen- ^
>. ' fi ' ' 1 missão apresentar ao imperador uma .tada pelos decretos de 5 e (1 de novembro
1epresentação da assembléa provincial d’esse anno e de 2 de maio de 1871.
^e S. Paulo, pedindo a suspensão das leis Os primeiros desembargadores que
de reforma do codigo do processo e do nell i funccionaram foram os drs. Tris-
'í íí^ííí ■
conselho de estado, commissão que não é tão de Alenc ip Araripe, presidente; José
■ à'Aií:
rocebicl!» por S, M, (Yide a ephemeritis

ii Cie u), Norberto dos Santos,que também a pre­

sidiu; João José de AnUrfide Pinto, prO"

- 'I -
k -fi»
5-íí|

IP II
'■-'^ f'I ' \ -. '■

EPHEMERIDES xN
’ ACIONAES 73

curador da coroa ; Frederico Augusto repellido violentamente no dia 4, como

Xavjei' de Brito ; Ole^irio Herculano de fica dito, pelos nossos, ainda assim con­
Aquino e Castro, que ||tambem foi seu segue entrar de novo na posse das terras
presidente ; Antomo de Cerqueira Lima fronteiras á Itamaracá.
(hoje fallecido); e Agostinho Luiz da 1694—Carta regia determinando que
Gama, nomeado de novo e depois presi­ todo 0 clérigo estrangeiro que for ás
dente. conquistas seja recambiado na jipimeira
1879—Toma assento no senado o sr. frota que partir 2>ara o reino.
conselheiro Manuel Pinto de Souza 1<25—Celebra a ultima sessão a A ca­
Dantas,, como representante da pro­ demia BRAziLiCA nos Esquecidos, dei-
víncia da Bahia, esc dhido por carta im ' xando recordações dos seus trabalhos em
perial de 19 de outubro anterior. tres grossos volumes, que estão recolhi­
FEVEREIRO—4 dos na bibliotheca do Instituto Ilistorico
(Rio de Janeiro'.
1625—A frota hespanhola que, de com­
Cread i na cidade da Bahia, no governo
binação com a I ortugueza, partira de
e sob os auspicios do vice-rei Vasco Fer­
Cadiz em janeiro em soccorro da Bahia,
nandes Cczar de Menezes, depois conde
occupada polos hollandezes, chega sem
deSabugosa, em 1724, pouco viveu, como
accidente algum á Ilha de Santiago. Só
aconteceu a mais de uma das suas con-
no dia 11 foi que se encorporaram as
generes d’esse tempo, em que mui pouca
duas esquadras, compostas ao todo de 52
attenção mereciam em nossa terra o cul­
velas, com» 1,015 peças de artilharia e
tivo do espirito e o culto das .lettras.
12,563 homens entre marinheiros o sol­
Assim viveram e definharam as genero­
dados. sob 0 commando geral do valente
sas tentativas litterarias e scientificas»
D. Fadrique de Toledo Osorio, marquez
de que nos falia a historia e que se de­
de Valdueza ; levantam ancora nesse
nominaram A cademia dos F euzes , A ca­
dia e seguem derrota juntas para o Bra­
demia DOS S electos, Sociedade brazi -
zil. Vinham nessa expedição fidalgos
LICA DOS ACADÊMICOS RENASCIDOS e a
hespanhoes em grande numero e alguns
A rcadia Ultramarina , de problemática
italianos, que, estimulailos pelo compor­ existência.
tamento dos portuguezes, quizeram tam­
1765—E’ nomeado D. Luiz Antonio de
bém vir travar combate com o ma's
Souza Botelho Mourão, morgado de Ma-
ousado inimigo que podiam ter, e al­
theus, governador e capitão-general da
cançar assim honras e nomeada.
capitania de S. Paulo, desmembrada, a
Era a expedição, segundo o testemu­
pedido do vice-rei conde da Cunha, da
nho unanime dos escriptores, mais luzida
do Rio de.Janeiro (O A lmanack da P. de
de que havia exemplo, 'desde as de
S. P aulo para 1873, dá essa nomeação
D. João I ’a Ceuta e do D. Sebastião a
como feita a 7 de abril de 1766).
Tanger.
1820 — Decreto creando as classes dos
Í631—O general Matliias de Albuquer­
2°* cadetes e soldados particulareS'; a
que tenta imjiedir que os hollandezes primeira para os filhos de ofiiciaes de
levantem uma fortificação no Pontal de patente das tropas de linha do exercito
Asseca ; mas, depois de ura encarniçado do Brazil, ou de pessoas condecoradas
combate,fitam osinirnigosscnl^oresd’essa com 0 habito de alguma das ordens, e a
posição. .segunda para os filhos de outras pessoqs,
16-48—Combate de Tapecima. Na vés­ que tivessem alguma consideração civil,
pera desembarcara Sohkoppe á força, ou pelos seus empregos ou pelos seus ca^
com novecentos homens,naquelle ponto; bedí^es,
 74 EPHEMERIDES NACIONAES

1840 — Chega á capital do Maranhão havia Fernando fechado a casa da ca­

0 coronel Luiz Alves de Lima, posteiior- mará, levando comsigo as chaves.
menti duque de Caxias, nomeado presi­ Reunem-se os vereadores e pedem auxilio
dente da província. Teve a gloria de pa- ao capitão-mór, que residia em Santos.
cifical-a, libertando-a da devastadora re- No dia 7 entra José Ortiz na villa, seguido
bellião denominada Balaiaãa. de homens armados, e apresenta em
1851-;A rainha Victoria,abrindo opar- camara a provisão que o nomeava ou­
laipento da Grã Bretanha, annuncia que vidor: nega-llie a camara a investidura
0 Brazil toinára novas e se'rias medidas e afixa editaes d’essa resolução.
para repressão do trafico de africanos. Por fim, no dia 9, reunem-se na casa
1853 — Fallece na ilha da Madeira a da camara os respectivos oííiciaes, o
princeza brazileira D. Maria Amelia, (.apitão-mór, os homens bons da terra, o
unica fllha do 2° consorcio do 1° Impe­ visitador da Companhia .de Jesus, padre
rador, nascida .em Paris a 1 de dezem­ Simâu de Vasconcellos, o abbade de
bro de 1831. S. Bento, o prior do Carmo e o guardião '
Nunca veio ao Brazil. de S. Francisco, e accordam em nada
A carta de lei de 5 de julho de 1841 alterar-se no governo da terra, quanto
reconhecera-a princeza brazileira. á eleição dos officiaes públicos, conser­
1836 — De sua excursão pelo rio Ama­vando-se Ortiz no cargo de ouvidor, com
zonas chega a Belém o professor Agassiz, tanto que não execute papel ou ordem
com sua consorte e o dr. João Martins que houvesse trazido da Bahia, ou de lá
da Silva Coutinho. lhe viesse ainda, até á chegada do ouvi­
Agassiz obtivera perto de duas mil dor syndicante.
u^ especies de peixe*s, das quaes apenas mii Este accordo foi approvado por provi­
eram conhecidas, tornando-se réalmente são regia de 3 de outubro do mesmo
gxtraordinaria tão rica collecção, quando anno. Todos os actos que praticára como
as especies co'hhecidas em todo o globo ouvidor foram declarados nullos.
não excediam de cinco mil. Veio depois uma ordem do governador
FEVEREIllO—5 geral do Estado, determinando que en­
trassem sempre para vereadores da ca­
1634—A caravella, qu3 vinha de Lisboa mara tanto pessoas da familia Camargo
sob 0 Commando de Pedro de Almeida como da familia Vires (Vide a Epheme-
,Cabral, em soccorro da nossa geite ás ride de 23 de novembro de 1655).
' > voltas com os hollandezes,cliega ao Cabo 1667—Decreto regio ordenando que os
Santo Agostinho. Outras duas, sob o criminosos que merecerem pena de de­
mesmo commando, aportam á Parahyba. gredo sejam sentenciados para o Mara­
O reforço queellas nos traziam era apenas nhão e Pará, afim de povoarem aquellas
de 120 homens, quando se sabia que os capitanias e servirem nellas como sol­
inimigos havi im recebido um de mais de dados.
tres mil homens para acabarem de se 1739—D. frei José Fialho, anterior­
assenhorear da sua conquista. Com mente bispo de Olinda, elevado á digni­
eífeito, dois dias depois entram no porto dade de metropolita do Brazil, chega á
do Recife cinco Vellas hollandezas com Bahia no dia 2,; segundo o Roteiro ..dos
500 homens de guerra. Bispados, conforme nisso com *os aponta­
1654—José Ortiz de Camargos e seu mentos do archive archiepiscopal, e toma
irmão Fernando, '^reunid js aos seus na presente data ( Varnhagen) posse do
sequazes, tentam entrar na villa de seu novo báculo.
S. Paulo, onde no anno anterior (maio) Acerca il’este prelafio julgarnos oppor"
'T-f
EPIIEMERIDES NACIONAES
tuno transcrever i\^sis verbis todo o
artigo que lhe d relativo no manuscripto,
por vezes aqui citado, que possue o sr.
dr. Mello Moraes:
«1738---Este foi o 7“ Arcebispo que foi
eleito sendo Bispo de Pernambuco,
donde por carta sua mandou tomar
posse do Arcebispado ; ou para melhor
dizer, por carta sua de 14 de dezembro
de 1738 participou ao Rvdm. Cabido da-
Bahia que estava eleito Arcebispo desta
Diocese, para onde veio no principio do
anno de 1739,e chegou aos 5 de Fevereiro.
« A 14 de Julho pela frotarecebeoaviso
da secretai-ia de Estado, que Sua Mages-
tade ordenava, se recolhesse á Còrte, a
esperar asBullas para o Bispado da Guar­
da, dbnde estava nomeado Bispo, e aos
31 de outubro do mesmo anno, se em­
barcou na Náo Nossa Senhora do Pilar
para Lisboa, aonde chegou a 2 de Feve­
reiro de 1740, e no mez de Maio, lhe or­
denou Sua Magestade o Sr. D. João V.
fosse a Coimbra á certos negocios ao que
promptamente obedeceo, no que gastou
todo 0 Maio e parte do mez de Junho, e
com a exaltarão de Benedicto XIV ao Pon­
tificado depois do dilatado espaço de 6
mezes de Conclave, a 17 de Agosto dê
1740 chegarão as Bullas dos Bispos élei-
tos, e entre ellas a do Sr. D. Jozé Fialho
para Bispo da Guarda, a qual logo lhe
foi entregue, e cuidando logo em man­
dar tomar posse do Bispado pelo seu
Provisor emquanto se preparava, reco-
mendando-lhe, que nada immutasse nas
determinaçoens doExm. Sr. D. João de
Mendonça fazendo que se observassem.
a Entrou o anno de 1741, e no prinepio
de Março estando em vésperas de se reti­
rar para o seu Bispado o atacou uma
rigoroza deliuxão, acompanhada de um i
febre violenta, da qu d faíeceo no Con­
vento do Desterro em Lisboa'entre seus
Irmaons religiozos munido com todos os
Sacramentos, pellas 11 horas e tres quar­
tos, e tres minutos do dia 18 de Março
de 1741 {Vid.e essa daia)^ tendo de idade
08 annos, ti'es mezes e cinco dias, e foi
sepultado na Igreja do mesmo Convento.
« Foio quinto bispo na Igreja Episcopal
de Pernambuco, que regeo pelo espaço
delO u/h annose tantos mezesenalgrej \
Archf^(iscopal da Bahia foi o sétimo dos
seus Metropolitanos, que regeo pelo curto
espaço de 9 mezes. Na Igreja Episcopal
da Guarda encheo o numero de 51, sem
chegar a ir para o seu Bispado. Na sua
1‘etirada da Bahia para Portugal entregou
0 Governo do Arcebispado aos Dezembar-
gadores da Relação Metropolitana. »
1741 — São sagrados cm Portugal
D. José Botelho de Mattos, 8" arcebispo
da Bahia (Vide novembro 22 de 1767),
e D. irei João da Cruz, 5' bispo do Rio
de Janeiro (Vide a epheyneride de 3 de
maio).
1811— Por instancias do 'conde dos
Arcos, governador e capitão-general da
Bahia, concede a carta régia d’eda data
0 1° estabelecimento typographico d’a-
quella capitania. Dos prelos d’essa ty-
pographiasahiram a Gaseta &o Almanak.
No seu governo concluiu-se o theatre
novo que se havia começado a edificar
/durante a administração do conde da
Ponte ó se inaugurou depois, a 13 de
maio de 1812, anniversario do principe
regente D. João. O douto e infatigável
visconde de Porto-Seguro, referindo-se
ao conde dos Arcos, diz: «Ao seu go­
verno deveu a Bahia a sua |rimeira of-
fleina typographic!, o primeiro jornal e
a primeira bibliotheca, além de muitas
obras, com que se enobreceu a cidade.»
O conde dos Arcos desvelou-se na
construcção da bolsa ou praça do com-
mercio dâ mesma cidade, concorrendo
com donativos pecuniários do seu pro-
prio bolsinho para tal fim. Foi inaugu'
rado solemnémente esse edifleio no dia
28 de janeiro de 1817, tendo-se lançado
a primeira pedra para elle em 11^ de de-
z.unbro de 1814. 0 corpo do commercio,
penhorado de gratidão para com o
beneracrito conde por isso, oílerece-lhe
 7Õ EPHEMERIDES NACIONAES
uma rica espada de lionra, primorosa­
mente fabricada em Londres, e manda
collocar o seu retrato na sala principal
d’aquelle ediíicio, lionra a pouco í con­
cedida.
Manda a verdade histórica que consi­
gnemos, reverso da medalha aos olhos
da posteridade, que também foi o conde
dos Arcos o pri.neii’o que creou com-
missões militares no Brazil. Quatro das
execuções que se fizeram na Bahia, cm
patriotas do movimento de 1817. foram
por elle ordenadas. « As de 1821 em
Pernambuco e no Ceará, accrescenta
Abreu e Lima. foram filhas posthumas
do conde dos Arcos. »
1812—A’ deputação enviada pela as'
semble'a provincial de S. Paulo (Vide a
ephemeride de 3) communica nesta data
0 ministro do Império C indido José de
Araujo Vianna (posteriormente marquez
de SapucahjO, qoe o imperador não se
digna recebel-a. por ser ella « portailora
de uma representação oíTensiva á con­
stituição, bem como á lei das reíonnas:
accroscendo que ainda mesmo na ausên­
cia d’estes defeitos radicaes de que a re­
presentação abunda, bastariam a lin­
guagem descommeãida em que é conce­
bida e a maneira descomposta e crim i­
nosa com que ahi são tratados os poderes
supremos, para que elai não fosse digna
de subir á presença do mesmo augusto
senhor. »
— Elevada á categoria de comarca,
3“- creada na capitania de S. Paulo por
alvará de 2 de dezembro de 1811, tivera
Itü 0 titulo de fidelíssima por decreto de
17de Março de 1823 e a lei provincial da
presente data dá-lhe foros de cidade.
1872—Inaugura-se a linha telegraphica
de Porto das Caixas a Nictheroy, pro­
víncia do Rio de .Janeiro, com 38,000 kilo­
metros de extensão.
FEVBHEIKO-
1621—Alvaro Luiz do Valle, nomeado
capitão-mdr IpcQ-tegente (jo supposto
donatario da .capitania de S. Vicente,
conde de Monsanto, é investido pelos
camaristas ■da villa d’aquelle nome na
pos.se do cargo. Desde então a villa de
Itanhaen é elevada á categoria de ca­
beça da sua capitania.
Em opposição, a condessa de Vimieiro,
legitima donataria da capitania, no-
meára João de Moura Fogaça seu ioco-
tenente.
1633—A esquadrilha hollandeza, que
sahira do Recife no dia 1 com o flm de
assaltar o Rio Formoso, fundeia uma
legua ao sul da barra d’aquelle rio e
desembarca parte da gente que levava
em sitio que, para aquelle fim. Calabar,
Já capitão, designára (Vide a epheme­
ride de 7).
1611—Morre em Belém do Pará, e jaz
sepultado na capella-mór da magestosa
igreja do Carmo d’aquella cidade, Pedro
de Albuquerque, natural de Pernambuco,
um dos filhos do grande capitão Jero-
nymo de Albuquerque e um dos heroes
da longa e renhida lucla que tivemos,
havia já 11 annos, de sustentar contra
os hollandezes. Celebrisára-se especial­
mente pela heroica defeza do forte do
rio Formoso em 1633. Governador e
capitão-general do estado do Maranhão e
Grão Pará, logar que apenas oceupou
por seis mezes e 24 dias, succumhe ás
feridas e enfermidades que adquirira na
guerra com os invasores, em que mere­
cera até a admiração dos proprios
inimigos, conquistando no curto espaço
do tempo do seu governo a geral estima
c amisade pelos seus grandes dotes
pessoaes. O seu funeral foi o mais pom­
poso e concorrido que jáinais se fizera
naquella cidade.
Por occasiào da famosa revolução de
Lisboa de 1 de de embro de 1640. que
acclamou rei ao duque de Bragança,
combatera Pedro de Albuquerque pela
causa do duque.
Nomeado governador Maranhão
pop carta regia de 4 de setemhro de 1042,
 EPHEMERIDBS NACIONAES

partira no anno seguinte para o seu 'Em applauso ao acto da regia coroa­
ciestino, desembarcando no Pará, por se ção püblica-se o deci'eto que creava a.
achar o Maranhão em poder dos hollan- ordem honorífica da .Conceição de Villa
de/es. Viçosa, que é hoje puramente portugueza
\eja-se no A nno BroGUAPiiico dp sr. e á qual se deram estatutos pelo alvará
dr. J. M. de Macedo, sob esta data, a com força de lei de 19 de setembro do
relação de um dos mais estupendos leitos anno seguinte de 1819. ■
dos nossos nesses heroicos tempos do 1821 —Por alvará d’esta data é creada
um batalliar sem tréguas, em que a Relação de Pernambuco, tendo por sede
Pedro de Albuquerque representou o a então villa do Recife e por districtosos
principal papel. O mesmo facto nos é territórios da provincia de Pernambuco,
narrado pelo sr. J. de, Vasconcellos, sob Olinda e Sertão, as províncias da Para-
a data de 7 de fevereiro de 1633, nas hyba. Rio Grande do Norte e Ceará, com
suas Datas Celebres . A. J. de Mello a mesma alçada e graduação que a do
traçou-lhe a biographia no 1° vol. das Maranhão. Devia ser presidida pelo go­
suas Biographias de alguns... homens vernador e capitão-general da provinòia
iIlustres da província de Pernambuco (Vide a ephemeride de 13 de agosto de
(3 vols). 1822).
16i9- -Funda-se em Portugal a Com­ 1822—0 povo do Rio Grande do Norte
panhia Geral do Commercio do Brazil.^ dissolve a juntado governo.
que tinha por fim proteger com o seu
FEVEEEIRO — 7
capital e credito a navegação mercantil
entre a meti’opole e a sua colonia da 1615 — Concluidos os trabalhos prin-
America. cipaes da nova casa conventua dos
1674—D. Pedro de Almeida, 8° gover­ padres capuchos na provincia da Con­
nador e capitão-general de Pernambuco, ceição do Rio de Janeiro, sob o titulo
começa a exercer o seu cargo (Vide 17 de Santo Antonio, passam se os padres
de janeiro), por fallecimento de Fer­ neste dia para ella. Celebram a pri­
nando de Souza Coutinho, que o oceu- meira missa no dia seguinte (Vide essa
pava. data e também ade 4 de junho de 1608).
1710 — .Assume o governo da sua dio- 1633—Assalto e tomada do redueto do
ce.se 0 5° bispo de Pernambuco I). Ma­ Rio Formoso pelos hollandezes, guiados
nuel Alvares da Costa (Vide agosto 12 ]ior Domingos Fernandes Calabar, sob o
de 1715). commando de Schkoppe.
1818 - Coroação e acclamação de Sahidos no dia 4 do Recife e,chegados
D. João VI, que desde 1799 ("Vide 10 de á barra do rio no dia 6, atacam por mar
fevereiro de 1792) governava a mo- e por terra aquella acanhada forti­
narchia como principe regente, em ficação, apenas defendida por duas pe­
consequência da incurável moléstia de quenas peças de ferro e uma guarnição
sua mãe, a rainha D. Maria Î. de 20 homens, commandados pelocapitão
Essô acto,eíTectuado com toda a pompa Pedro de Albuquerque, que vendo se
e solemnidade, fóra demorado por causa inopinadamente atacado por um numero
revolução Pernambuco. Nessa tão desproporcionado de inimigos, pois
data, attendendo ás representações do eram 500, resolve morrer na defeza do
senado da camara do Recite ; do gene­ posto que lhe estava confiado.
ral Luiz do Rego Barreto, concede o rei Começa o ataque pela madrugada:
amnistia aos implicados na dita re­ quatro assaltos succcssivos são repellidos
volução . por aquellesA icides, que se votam a
 78 ÉPHEMERIDES Ni^CÍONAES
uma morte certa; por fim, aqnelle passo
'das Termopylas, como a denomina o
auctor da^,^historia d’estas luctas, não
teve mais quem repellisse o ataque for­
midável: dos vinte, dezenove tinham ca­
bido mortos, 0 que restava. Jeronymo
de Albuquerque, parente do capitão,
com tres feridas, lança-se a nado e
consegue escapar, emquanto Pedro de
Albuquerque estendido no meio dos
mortos, ferido por bala de ffizil, e por
uma chuçada, cahia semi-morto pri­
sioneiro. O inimigo respeitou tanto
valor: Netscher, historiador hollandez^
diz que nunca liouvc soldados que cum­
prissem mais á risca o seu dever. Esse
punhado de bravos mataram, nos quatro
assaltos, 80 dos inimigos.
Pedro -de Albuquerque voltou á vida
e,em homenagem á sua heroicidade,é tra­
tado com 0 maior desvellono Recife, para
onde 0 conduziram; restabelecido das
gloriosas feridas, nvindaram-no soltar
nas Antilhas, sob palavra de não pegar
em armas contra a Jlollanda, e d’alli
passou á Ilespanha, onde permaneceu,
at(5 ser, em 1643 (Vide 13 de jiílho d’esse
anno), nomeado governador geral do
Maranhão, de cujo conquistador era neto
natural.
Veiu a lãllecer no Pará em 1641 (Vide
a ejiheraeriãe de 6 de fevereiro d’este
ultimo anno).
1691—Carta regia passada por D. Pe­
dro II, auctorisando o governador geral
do estado do Brazil a dividir os portos
Í-"
de mar do Ceará cm capitanias, distri-
buidaspor particulares, que as quizessem
povoar e fortifica:*.
1711—Creação da cidade de Marianna,
então villa de Nossa Senhora do Carmo,
instituida villa pelo governador da ca­
pitania Antonio de Albuquerque Coelho
■I 't f de Carvalho a 8 de abril do mesmo
'. í('r anno.
j.; r , ■
1762—Em Villa Viçosa de Santa Cruz
de Cametá, da capitania do Pará, nasce
i1; W
l-jslí,-I' D. Romualdo de Souza Coelho, oitavo
l | : '.
ÍÊ:
-... /
bispo d’essa diocese. Ei*a filho legitimo
de Alberto de Souza Coelho, lavrador,
e de D. Maria de Gusmão, ambos na-
turaes d’aquella mesma capitania.
Dedicou-se cedo e em boa hora á car­
reira sacerdotal, recebendo ordens de
prCsbytero em 1785, e mostrando já,
pela sua applicação aos estudos e seve­
ridade de costumes, que seria um dia
uma das glorias da cadeira episcopal no
Brazil. No anno seguinte ao da sua or­
denação era vigário interino dafreguezia
de S. Josá do Araxá: em 1789 era lente de
latim no seminário; cm 1791 secretario
do bispo D. Manuel de Almeida de Car­
valho e<vice-reitor do seminário, depois
examinador synodal, lente de theologia,
arcypreste da cathedral, flnalmente bispo
do Parà, sendo como tal sagrado pelo
bispo do Rio de Janeiro no dia 1” de
abril de 1821. Foi eleito nesse mesmo
anno deputado pela sua provinda ás
còrtôs constituintes portuguezas, a cujas
sessões concorreu. O bispo sou antecessor^
que conhecia de perto as suas virtudes o
g6 aproveitára muitas vezes do seu saber,
quando o mandou em 1817 ao Rio de
Janeiro, acomprimentar o rei D. João VI
pela sua successão ao throno de Portugal,
disse-lhe:—Vá; quero que o conheçam,
porque ha de ser o meu successor no
bispado.—Esta prophecia rcalisou-se dois
annos depois, sendo D, Romualdo apre­
sentado em 1819 por morte do referido
bispo D. Manuel de Almeida, que oc-
correu a 30 de junho de 1818.
Depois de exercer o seu apostolado
com evangélica abnegação c humildade,
sempre corp o maior zelo e como um
modelo de virtudes christans, e de mo­
desta mas solida sabedoria, tanto pro­
fana com*o sagrada, falleceu no Pará a
15 de fevereiro de 1841, com 79 annos
de edade.
1787—Por notável coincidência nasce
neste mesmo dia, na mesma villa de
Cametá, um outro pharol da ogreja bra-
zileira, D. Romualdo Antonio de Seixas,
 EPHEMERIDES n a c io n a e s 79

0 17° arcebispo da Bahia e sobrinho do Jazna Sé cathedral, â porta da capella

bispo precedente. do Santíssimo Sacramento.
D. Romualdo de Seixas, foi apresen­ 1824—São demittidos no Pará todos o^
tado arcebispo aos 39 an nos de edade (a oíTicí les de 1' e 2° linha.

y- .2(3 de outubro de 1826), confirmado por

Leão XII a 20 de maio do anno seguinte
e sagrado no Rio de Janeiro a 28 de
1827 — Publica-se o Pharol Paulis­
tano,, primeiro periodico que se imprime
em S. Paulo. Era seu redactor principal o
outubro do dito anuo; conde e depois dr. José da Costa Carvalho, posterior­
marquez de Santa Cruz; foi eleito depu­ mente marquez de Monte-Alegre.
tado á assembléa geral nas legislaturas 1871—Fallece em Vienna d’Austria a
de 1826 a 18-11, e ministro do Império princeza D. Leopoldina, duquezade Saxe,
em 1838, cargo este que não aceitou. cujo cadaver foi transportado para a ci­
D. R,omualdo era membro do Instituto dade de Coburgo, na Allemanha, onde
Historico do Brazil, da Academia Real jaz.
das Sciencias de Munich, da sociedade FEVEREIRO—8
dos Antiquaries do Norte,da Dinamarca^
e de muitas outras associações scienti- 1552—0 governador geral Thomé de
fleas. Tomára posse do seu baculo a 31 Souza, que sahira da Bahia nos últimos
de janeiro de 1828. por seu procurador dias do mez anterior, chega a S. Vi­
ÍS conego José Cardoso^de Mello, e fez a cente.
/ entrada do ritipl na diocese a 26 de E’ também d’esta data o acto pelo qual
novembro do mencionado anno. approva Thomé de Souza o foral dado
por Braz Cubas á villa de Santos.
Começara a sua educação litteraria no
1615—Celebra-se a primeira missa na
Pará, sob a esclarecida direcção de seu
incompleta egreja de Santo Antonio do
tio, depois bispo d’aquella diocese, e toi
Rio de Janeiro (Vide a ephemeride de 7),
concluil-a em Lisboa nas aulas da Con­
no convento dos padres capuchos da pro­
gregação do Oratorio, onde teve pormes-
víncia da Conceição.
tre, entre outros, o celebrado l adre Theo­
Esse convento de franciscanos. ((ue nos
dore de Almeida, auctor da R ecreação
dera as glorias da tribuna sagrada que
PitiLosoPiiicA. Aos 19 annos de edade era
se chamaram S. Carlos, Sampaio, Ro­
professor no seminário episcopal do Pará»
dovalho, Montc-Alverne, é hoje apenas
de grammatica latina, rhetorica e phi-
uma melancólica c muda memória de
losophia.
pedra e cal do passado.
Tendo administrado com geral applau- 1629— Morre, com pronunciados sym-
so a sua vasta e importante archidioocse ptomas de envenenamento, 0 dr. Matheus
por mais de 32 annos, conciliando a af- da Costa Aborim, prelado do Rio de Ja­
^eição è estima das siy^ovelhas com o res- neiro desde 2 de outubro de 1607 (Vide
/ peito ás altas funeções que exercera, fal- essa data).
leceu na cidade da Bahia a 29 de dezem­ Não obstante ter-se havido muito bem
bro, de 1860. na administração da sua prelazia e ter
Veja-se no D iccionario de Innocen- feito obras pias e caridosas, era mal­
cio F. da Silva a relação das nu­ quisto do povo pelos excessos a que o
merosas obras que escreveu e publicou levára o seu mal entendido zelo. Era na­
®ste luminar da Bgreja brazileira, o pri­ tural de Ponte de Lima, em Portugal
meiro seguram'ente dos nossos bispos em (Vide a ephem. de julho 3, no 7° | ).
illustração nas sagradas lettras e pro- 1635—Chegam ao Recife as companhias
fanas. de infantaria e cavallaria hollandezas.
 80 EPIIBMERIDES NACIONÁES
commandaclas pelo coronel Segismiindo
von Schkoppc, o conselheiro politico
Schotte, e os majores Picard Mansueld e
João Ilyk, que tinham sahido a 26 de
Janeiro da Parahyba, por terra. Haviam
combinado atacar a fortaleza de Nazareth
do Cabo, onde sc achavam os cliefes Ma­
thias de Albuquerque e Bagnuolo ; mas
por falta dos materiaes indispensáveis
para isso, assentaram cm apertar os
nossos, interceptando-lhes as communi-
cações, e partiram alguns dos chefes
para o Recife a aprestar-se do necessário
para uma nova campanha, ficando para
proteger e guardar aquelle districto ou­
tros, isto é, 0 conselheiro politico Sta.
chouAver e o coronel ArcizcAvsky, com a
sua gente.
1661—Depõe a camara do Rio de Ja­
neiro a Thomé Corrêa de Alvarenga,
que Salvador Corrêa deixara como seu
delegado no governo d’essa capitania,
quando partira para S. Vicente, com o
fim de inspeccionar as minas situadas
nos districtos de Iguape, Canane'a, Pa­
ranaguá e villas de serra acima, con­
forme as ordens que trouxera da còrte.
Thomé Corrêa já havia anteriormente
governado a capitania com geral satis­
fação,
Não se tinham passado muitos dias
quando soube Salvador Corrêa, em San­
tos, que 0 povo do Rio do Janeiro se
amotinára, movido por alguns morado­
res da freguezia de S. Gonçalo, e se le­
vantara contra o mesmo Salvador Cor­
rêa de Sá e seus consanguíneos, e reque­
rera que fossem todos depostos dos seus
I -fir empregos, prendendo ao sargento-mor
do Terço, ao provedor da real fazenda,
ao governador substituto e outros. Ao
mesmo passo determinam que governem
a capitafiia Agostinho Barbalho Bezerra
f i 'i 'l : com os' ofiiciaes da camara. O eleito
pelos povos homisiara-se no convento de
Santo Antonio; d’alli o tiram por vio_
ill-' lencia, e com ameaças de morto o obr i
gam a acceitar o bastão do mando.
Tal é o facto que commemoramos.
como vem relatado no tomo II (1810) da
revista do Instituto Ilistírico.
1827—Combate naval do June d, co­
meçado nesta data {Guerra da Cispla-
tina) e terminado no dia 9 ( Vide a ephe.
meride correspondente).
1837—Fallece o senador pela provinda
de Pernambuco conselheiro Bento B ir-
roso Pereira, escolhido pelo primeiro
imperador a 22 de janeiro de 1826 (lTf<?
essa data) e que tomára assento no se­
nado a 4 de maio do mesmo anno.
1814—Morre assassinado em Pouso-
Alegre 0 senador por Minas Geraes pa­
dre José Bento Leite Feri eira de Mello,
que, escolhido pela regcncia permanente
a 8 de agosto de 1831, tomára posse da
sua cadeira no senado cinco dias depois.
Do Anno Biographico do sr. dr. J.
M.’ de Maeedo transcrevemos o trecho
final, que oaracterisa o senador Ferreira
dé Mello:
K . . . foi, principalmentc nos últimos
dez annos da sua vida, não a intelligen'
cia grande, mas a alma grande do par­
tido liberal do Brazil. »
Ainda : « José Bento Leite Ferreira de
Mello era homem de instrucção limitada,
e nas camaras temperaria e vitalici'^'
nunca se distinguio como orador de me­
recimento : fallava com simplicidade»
franqueza, coragem e ardor ; mas nem
tinha a eloquência que arrebata, nem a
lógica habil que convence. E todavia era
no parlamento uma das forças mais pel
tentes do seu partido ! »
Nascera na então villa da Campanha
em Minas-Geraes, a G de janeiro de 178c.
1816—Fallece em Angra dos Reis Josè
Leandro de Carvalho, natural e bapti-
sado na freguezia da Sé da cidade do
Rio de Janeiro, morador á rua do Piolho
(hoje da Carioca), casa de seus paes.
Taes são as indicações finaes que pu­
demos colher da secretoíiáa da Ofidem
Terceira de S. Francisco de Paula d’esta
còrte, acerca do notável artistçi nesso.
 EPHEMERIDES NAClONAES
que se chamou/use Lmudro.Na sala prin­
cipal (pavimento superior) do hospital
d’aquella ordem vè-se um retrato de
corpo inteiro, do capitão-mór Leandro
José Marques Franco de Carvalho, cor­
rector jubilado da V, O. 3* de S. Fran­
cisco de Paula,que faleceu a 24 de setem­
bro de 1838. No assentamento de obito
d’esse personagem, que foi sepultado na
respectiva egreja, se declara que fora
carregado em uma rede.
Por estes dados se veriflca, ao que nos
parece, que todos os escriptores nacio-
naes que têm tratado d’este nosso afa­
mado pintor, têm confundido particula­
ridades que lhe são relativas quanto aos
últimos tempos da sua vida e quanto ao
seu íallecimento, com as relativas a seu
filho de egual nome e ao capitão Lean­
dro José Marques (Vide a ephemeride
de 9 de novembro de 1834).
Soubemos ultimamente em Campos,
para onde diz o sr. dr. Moreira de Aze­
vedo (Pequeno Panorama, 1‘ edição,
A'ol. II, pag. 100 e anteriores; Ensaios
BiographicoSyXII, 1861),que José Leandro
se retirara desgostoso, que com effeito lá
estivera o artista residindo, que casara
uma filha com um inglez, e fallecendo
se sepultara cm uma capellinha filial á
freguezia de S. Gonçalo (fora da cidade),
que fica na direcção da fazenda da viuva,
de José Ferreira Armond.
Damos estas indicações com a maior
reserva, não só porque quem noi-as for­
neceu á ultima hora não podia asseverar
a sua veracidade, como porque não nos
chegaram ainda as informações que
depois pedimos.
K EVE IU RO — 9
1630—Chega ao Recife em uma pinaça,
enviada pelo governador das ilhas de
Cabo Verde, a noticia de que a esquadra
hollandeza, destinada á conquista de
Pernambuco, já havia d'alli partido.
Apczar da geral incredulidade com que
81
foi esta noticia recebida, Mathias de
Albuquerque tomou as medidas que lhe
pareceram convenientes para a defesa,
entre outras, de que ninguém se ausen­
tasse da villa nem retirasse cousa per­
tencente á sua fazenda, publicando nesse
sentido uma ordem em nome do rei.
Proveu os fortes e os mais pontos que
se estavam fortificando, dos recursos pre­
cisos, e ordenou ao sargento-mór do Es­
tado Pedro Corrêa da Gama que fizesse
sahir do porto para seus destinos os
navios carregados. Ficavam ainda 38;
nesses examinou a artilharia e gente de
que dispunham, e deuas mais ordens que
® caso pedia.
Por bandos, que mandou publicar, de­
terminou que os réus homisiados, por
crimes ou dividas, podiam livremente
aCudir ás armas, e que, conforme o pro­
cedimento que tivessem na guerra, se­
riam perdoados. Nomeou para coronel
dos moradores a Ambrosio Machado de
Carvalho, que já havia sido capitão-mór
do Rio Grande, e para seu sargento a
Ruy Calaza; deu emflm as providencias
que o aperto das circumstaneias per-
mittia.
1749—Chega á cidade de Belém, capi-
al da capitania do Pará, o seu 3° bispo
D. frei Miguel de Bulhões e Souza, natu­
ral de Portugal, da ordem dos prégado-
res. Erajá bispo de Maláca, sagrado pelo
mesmo D. Thomaz de Almeida, primeiro
patriarcha de Lisboa, que sagrara os
.seus dois predecessores no bispado do
Pará : foi eleito para essa diocese a 18
de maio de 1748, soh o pontificado de
Benedicto XIV, reinado de D. João V.
Chegando ao Pará, toma posse do seu
cargo no dia 14, e faz a sua entrada pon­
tifical na diocese no dia 15.
Transferido mais tarde para o bispado
de Leiria, partiu para Lisboa a 12 de Se­
tembro de 1760.
Foi este bispo quem abriu a nova ca­
thedral do Pará, a 24 de dezembro do
a
175", obra que todavia só ficou acabada
 82 EPHEMERIDES NACIONAES
no tempo do 5° bispo, D. frei João Evan­
gelista Pereira da Silva.
0 visconde de Porto Seguro dá inad-
vertidamente a este prelado o nome de
Guilherme, por visivel confusão com o
seu antecessor, e fal-o empossado da
mitra de Belém em 1746.
1826 — Combate naval de Corales.
A esquadra brazileira, ao mando do
vice-almirante Rodrigo Lobo, põe em
fuga, depois de dous combates, a esqua­
dra argentina do almirante Brown.
A esquadra argentina compunha-se da
coverta Vinte e cinco ãe Maio, brigues
Belgrano, Congresso, Republica e Bal-
carce, escunas Sarancli e Bepa, e 12 ca­
nhoneiras; ao todo 19 velas.—A esqua­
dra brazileira compunha-se das corvetas
Liberal (com a insignia do vice-alrni.rante
Rodrigo Lobo), Itaparica (com a insi­
gnia do chefe de divisão Diogo Jorge de
Brito) e Maceió, dos brigues Vinte Noce ãe
Agosto, Caboclo, Real Fedro, Rio da
iil.
Prata, do brigue-escunaPard, da canho­
neira Leal PauUsla, das escunas Liber­
dade do Sul 'e Conceição-, ao todo 11
embarcações.
A maior parte dos navios argentinos
fugiram, abandonando o seu almirante.’
A corveta Vinte e Cinco de Maio e as
12 canhoneiras puderam salvar-se, graças
á impericia de alguns dos nossos com­
mandantes. O capitão-tenente Glidders,
que commandava o brigue Vinte Nove
-lif
de Agosto foi morto, e o chefe de divisão
Brito ferido.
O vice-almirante Lobo perseguiu os
fugitivos até Buenos-Ayres, parando á
noite junto aos baixos d’essa cidade.
1827—Combato naval do Juncal, em
que ílca completamente destruída pelo
almirante argentino Brown a S’" divifeão
da esquadra imperial no Rio da Prata,
chamada flotilha do Uruguay.
Com man dava-a o capitão de fragata
Jacintho Roque deiían^P ereirá (depois
Chefe de divisão). ^ / recção do capitão Sheppcrd, cahiu toda
De 19 embarcações que a compunham,
11 cahiram em poder do inimigo, 3
'> foram incendiadas pelos seus comman­
dantes, e apenas puderam salvar-se 2
(a escuna 1). Paula e a canhoneira Vic­
toria da Colonia) e uma lancha.
A flotilha brazileira tinha-se batido
em 30 de dezembro, na bocca do Jaguary
com a esquadra argentina ; conseguindo
repellir a Brown, desceu o Uruguay, for­
tificou Martin Garcia para impedir que
subissem soccorros a Sena Pereira, e vol­
tou a atacal-o em fevereiro.
No dia 8 d’esse mez travou-se o pri­
meiro combate, interrompido por um for­
tissimo pampeiro. Uma escuna mercan­
te, em que estava um officiai argentiho
prisioneiro, foi parar no meio da esqua­
dra argentina. Chamava-se esse official
Coelho. Deu a Brown informações sobre
todos os vasos brazileiros e animou-o a
recomeçar o combate.-
Na manhã de 9 a nossa flotilha estava
toda dispersa. A esquadra argentina for­
mada em linha adiantou-sc, favorecida
pelo vento. O resultado do combate foi
a completa derrota dos nossos. Sena Pe­
reira na escuna Oriental e o tenente
Jorge Broen na escuna Bertioga, cerca­
dos por quasi toda a esquadra inimiga,
fizeram prodigies de valor e mereceram
os louvores do feliz almirante argen­
tino.
A’ excepção d’esses dous navios e do
brigue escuna Januaria, commandado
pelo 1“ tenente Antonio Pedro de Car­
valho, tendo por immédiate o guarda-
marinha Francisco Manuel Barroso (hoje
barão do Amazõnas), todos os outros
vasos que formavam a (lotilha.eram pe­
quenos iiiatcs do Rio Grande,ou saveiros
da alfandega do Rio de Janeiro, conde­
corados com 0 pomposo nome de canho­
neiras.
Para cumulo de infelicidade, uma ex­
pedição mandada á Patagonia, sob a di­
em poder do inimigo, Como uma des-
 EPHEMERIDES NACIONAES
graca nunca vemsd,tivemos depois 0 de­
sastre de Ttuzaingo.
1853—Eallece na cidade de Ouro Preto,
a decautada V il l a R ica , capital de Minas-
Geraes, D. Maria Joaquina Dorothea de
Seixas,que as afamadas lyras de Gonzaga
tornaram immortal sob 0 anagrarama
poético de M a^r ilia dè D ir c e u . Conser­
vou-se solteira toda a vida. Era fllha de
Balthazar João Mayrink c de sua mulher
D. Maria Dorothea Joaquina de Seixas.
Nascera a 8 de Novembro de 1767; tinha
Portanto mais de 85 annos de edade
quando morreu. Está sepultada na ma­
triz da freguezia de Antonio Dias,' da sua
província natal.
1861—Decreto dando nova organisação
ao Instituto Commercial do Rio de Ja-
neiro.
1867-Morre na cidade de S. Gabriel
7 / 0 general João Propicio Menna Barreto,
barão de S. Gabriel. Servira durante a
guerra civil do Rio-Grande de Sul
como oílicial da guarda nacional. Em
1816 entiára pariji 0 quadro do exer­
cito no posto de coronel. Em 1861,
Como marechal de campo, invadiu 0
Estado Oriental á frente do exercito
brazileiro e apoderou-se da praça de
Paysandú,depois de um assalto que durou
52 horas. Marchara depois sobre Mon-
W idéo, acampando na villa da União,
onde, no dia §0, recebeu a noticia da sua
capitulação pelo almirànte visconde de
Tamandaré, quando levantava 0 acam­
pamento para entrar com as forças do
seu commando na cidade.
FEVEREIRO—10
1642—São concedidos á camara e aos
cidadaos do Rio de Janeiro os mesmos
privilégios e honras de que gozavam a
camara e os cidadãos da cidade do Porto.
Concederam-se eguaes privilégios aos
habitantes do Pará, Bahia, Maranhão e
S. Paíulo.
1T^21 Doação, feita ])elo paulista Simão
da Cunha Gago ao collegio dos jesuítas
83
de S. Paulo de duas sortes de terras de
1,500 braças de testada, que possuia nos
termos das villas de Mogy das Cruzes.
Foi este mesmo paulista quem depois,
em 1744, descobriu as serras e mattas de
Ayuruoca, andando ao descobrimento de
minas pela serra da Mantiqueira. Alli
assentou morada com os da sua comitiva
á beira de um lago, e erigiram uma ca-
pella dedicada a Nossa Senhora da Con­
ceição, que deu origem á povoação
(I’aquelle nome na província de Minas,
elevada á categoria de cidade pela lei
le 20 de julho de 1868.
17^/Í^Batalha de Caybaté (Rio Grande
'do Sul), em que o conde de Bobadella,
Gomes Freire, unido aos hespanhóes,
destroça as forças guaranis, organisadas
pelos jesuítas das Missões ecommandadas
por Nicolau Nenguirú.
A 14 de novembro do mesmo anno
celebrava 0 conde-governador no campo
do rio Jacuhy uma convenção c^e sus­
pensão d’armas com os caciques rebel-
lados das Missões (do Uruguay).
1756 — Os Índios são derrotados pelos
portuguezes em Santa Tecla. Em 1753
era esta povoação do Rio-Grande do Sul
um posto avançado dos indios Ta'pes,
que, sob a direcção dos padres da Com­
panhia de Jesus, se oppuzeram á demar­
cação de limites a que procediam os com-
missarios portuguezes e hespanhóes. A
povoação de Santa Tecla achava-se a
esse tempo comprehendida no districto
da Missão de S. Miguel. . .
1792 — O príncipe D. João, depois
D. João VI, assumearegenciado reino de
Portugal por moléstia incurável da rainha
sua mãe. Viu-se D. João obrigado por
eSsa causa a tomar a governação su­
prema do Estado, que lhe cabia pelo fal-
lecimento prematuro de seu irmão mais
velho 0 príncipe D. José, mancebo das
mais hollas esperanças; educado procid
a negotiis, tendo portanto seguido li­
vremente as suas inclinações pacificas e
religiosas, era isso de certo uma violência
 84 EPHEMERIDES NACIONAES
ao seu caracter e educação, como o de­
monstram mais de um acto, mais de um
passo diilicil do seu reinado.
A principio governou D. João apenas
com 0,titulo de herdeiro presumptivo da
coroa; depois, como as circumstuncias
s6 tornassem mais diíliceis para Por­
tugal, tomou 0 titulo de regente do reino
por decreto datado do paço dc Queluz
a 16 de julho de 1799.
Na Bibliotheca Brazileira (tomo I e
unico do 2° anno, 18ò3), redigida pelo
sr. Quintino Bocayuva, póde ver-se, sob
0 titulo Cu 'iosidades históricas, o do­
cumento relativo á moléstia da rainha
e ao deferimento da administração do
reino a D. João. Está assignado por 17
medicos, entre elles Francisco de Mello
Franco, e pelo ministro dos negocios do
reino José de Seabra da Silva,
1811 — Chovêra extraordinariamente :
com a grande força das aguas desaba
parte do Morro do Gastello sobre algu­
mas casas do beceo do Cotovello, fa­
zendo muitas victimas, que ficaram se­
pultadas sob as ruinas das casas abati­
das pelo desmoronamento. Para evitar
novas e maiores desgraças, manda o
principe regente D. João VI arrasar as
muralhas do antigo castello de S. Sebas­
tião, que ameaçavam imminente ruina.
18M—Proclamação da Constituição na
Bahia.
I, t’ Pronunciam-se naquella cidade o povo
e a tropa no sentido da revolução con­
stitucional de Lisboa de 15 de setembro
de 1820 e crêa-se a primeira Junta pro­
visoria,que toma 0 governo da província.
Esta junta, que tinha por presidente ao
de.sembargador Luiz Manuel de Moura
Cabral e por vice presidente Paulo José
de Mello de Azevedo e Brito (que foi
depois senador do Império), compu­
nha-se do conego José Fernandes da
Silva Freire , tenente-coronel Fran­
cisco dc Paula e Oliveira , tenente-coro­
nel Franci.sco José Pereira, Francisco'
Antonio Filguciras, jQsé Antonio Rodri­
gues Vianna, desembargador José Cae­
tano de Paiva Pereira, bacharel José Lino
Coutinho e tenente-coronel Manuel Pedro
de Freitas Guimarães, foi depois substi-
tuida por um governo provisorio, em
virtude de aceordo tomado cm 6 de se­
tembro de 1822 ( V. e%sa data).
Os annos de 1821 e 22 marcam a época
das juntas gocernativas no Brazil e o
pronunciamento da presente data é o se­
gundo no sentido constitucional que se
eífectua entre nós.
1838— Fallece o senador por Minas-Ge-
raes José Teixeira da Fonseca Vascon-
cellos, visconde de Caethé, escolhido na
organisação inicial do senado (V. 22 dc
janeiro de 1826) e que tomára assento na
camara vitalicia a 6 de junho do mesmo
anno da sua nomeação.
1839— E’ apresentado bispo do Rio de
Janeiro D. Manuel do Monte Rodrigues
de Araujo pelo regente Pedro de Araujo
Lima. Confirmada essa escolha por bull^
de 23 de dezembro d’esse mesmo anno do
Santo Padre Gregorio ^VI, que não con­
firmara a anteriormente feita do padre
Antonio Maria de Moura para esse cargo ;
íoi sagrado e tomou D. Manuel posse do
seu bispado a 24 de maio de 1840 (V.
essa dataj.
Em 5 de outubro de 1815 partiu em
visita para a provincia de Santa Catha-
rina,que pertencia á sua jurisdicção epis­
copal, passando depois ao Rio Grande do
Sul. que fazia ainda parte do seu bis­
pado (Vide 27 de agosto de 1847), e deí>ois
de uma curta residência na de S. Paulo,
Voltou ao Rio de Janeiro, de onde estivera
ausente seis mczes e vinte dias. Visitou
também esta ultima provincia.
Foi elle quem abençoou o casamento
do actual imperador, casou as princezas
brazileiras D. Januaria e D. Francisca e
baptisou os dois filhos e as duas filhas
do ''imperador, tendo por esses motivos
sido nomeado conde de Irajá. Em 1814
foi eleito deputado á assembléa geral
pela provincia do Rio de Janeiro. Na
 EPHEMERIDES NACIONAES
Cpiclemia de fcbre amarella que em 1850,
e na de cho’.era-morbiis que, em 1855.
as'iolaram a população da capital do Im­
pério, 0 bispo não se retirou do foco da
epidemia e sempre se prestou como bom
pastor a animar com a sua presença
todos os actos públicos de penitencia
que então se fizeram.
Falleceu na sua residência da Concei­
ção na manhã de 11 de junho (diz o
conego Dr. Fernandes Pinheiro na bio-
graphia que d’elle nns deixou) de 1863,
tendo nascido na cidade do Recife a 17
de março de 1796 (ainda esta ultima data
nos vem da mesma fonte).
Pelo seu fallecimento tomou o cabido
conta do bispado, nomeando governador
d’elle ao conego, hoje monsenhor Felix
Maria de Freitas e Albuquerque.
O bispo conde de Irajá tinha tanto de
modesto, piedoso e esmoler, quanto de
versado nas sagradas lettras.
Compoz as seguintes obras, que correm
impressas:
— Ccmpen lio de Theologia moral para
uso do seminário de Olinda, de que se
íizeram tres edições no Brazil e duas em
Portugal, em 3 volumes.
— Elementos de dii’eito ecclesiastico
publico e particular, etc., 3 volumes.
— Opusculo sobre a questão que tivera
com 0 arcebispo da Bahia D, Romualdo,
acerca da benção e sagração do Impe-
1'ador do Brazil ;
Além de P astoraes e do Mandamento
em reparação do desacato feito á imagem
do Senhor ,Jesus morto na egreja da
Cruz dos Militares da còrte em 1845.
FEVEREIRO—11
1544 — Como procuradora de Martim
Affonso de Souza, seu marido, expede
D. Anna Pimentel, em Lisboa, um alvará
revogando a prohibição que havia de se
coramunicarem e commerciarem os euro­
peus de S. Vicente com os indigenas de
serra-acima.
1601 — O governador e capitão-general
85
do Estado do Brazil D. Francisco de
Souza, nomeado em 1559 para examinar
em S. Paulo as minas descobertas em
Sorocaba por Attbnso Sardinha e seu - I
filho, desenganado de que não acertaria
com a jazida das minas de p r a t a , que-
Pi,oberio Dias fôra offerecer a Felippe II,
deixa a villa de S. Paulo, onde chegara
em novembro de 1599, e parte com um
grande pessoal para as minas de Nossa
Senliora do iMonserrat, depois de declarar
em bando que, do ouro que se encon­
trasse, só pagariam o quinto á fazenda
real, fundindo-se o metal e entregando-o
depois em barra a quem de direito per­
tencesse.
1618—Morre em S. Luiz do Maranhão
Jeronymo de Albuquerque, seu fundador
e primeiro capitão-mór, figura homerica
na historia do Brazil colonial.
Ainda hoje usam os seus descendentes
do apellido—Maranhão,—que o valente
capitão adoptára depois da conquista da
ilha d’esse nome do poder dos francezes
capitaneados por Daniel La R avardière ,
que, além dc mais conhedor do terreno,
dispunha de forças mais consideráveis.
A narração d’esse tremendo choque con­
stitue uma das nossas paginas históri­
cas mais gloriosas.
Jeronymo de Albuquerque Maranhão
era filho natural do grande Jeronymo
de Albuquerque, cunhado do primeiro
donatario de Pernambuco,Duarte Çoelho,
e de uma india, Maria do Espirito Santo,
filha do MORUBixADA A rco V eede, chefe
de uma aldeia de indigenas das proxi­
midades de Olinda ; nascera naquella
capitania em 1548 : tinha pois 70 annos
quando falleceu.
Expulsos os invasores, Alexandre de
Moura, governador de Pernambuco, em
virtude dos poderes que trazia do reino,
nomeara Jeronymo de .álbuquerque ca­
pitão-mór da nova capitania do Mara­
nhão a 19 de novembro de 1615. A im­
portância e elevação do cargo naquelles
 ■ iFf'-'*')'
„ .wl-'-f:
S6 EPHEMERIDES NACIONAES
tempos dao a medida do merecimento
do nomeado.
I^ ■
Com dous annos e tres mezes de exer­
R I' V .'■ t " ■ cício falleceu, como' fica dito, deixando
U K\. seu filho Antonio de Albuquerque encar­
I ,•/?; f-. regado do governo da capitania.
Abreu e Lima dá Jeronymo de Albu­
L?'i, »i,f. ;•
, t;.V
querque fallecido no dia 17.
1660—0 padre Antonio Vieira dá conta
á rainha regente da sua viagem á ilha
-fi: ■. Marajó ou de Joannes, para onde fòra
com seis mosqueteiros dos principaes das
aldeias mais visinhas á cidade e com um
official superior, e de como assentara
pazes com os cabildas ou chefes dos ín­
dios Nheengahibas no t rmo de 15 dias,
com todos os requesitos e os apparatos
precisos em actos tacs.
I Í i i 'i - 1719—Carta de lei creando casa da
•. Vt.f.
^ ’. • ' ' moeda para fundição de ouro em Minas
.. h Geraes. Essa lei foi publicada a 18 de
julho do mesmo anno.
|T.;|»
w ' :■■■
Neste mesmo anno funda o commissa-
rio frei João Baptista de Jesus o con­
vento do Carmo de Itii, em S. Paulo,
com auctorisação de D. João V e a pedido
^ ■ 'J‘ ■ das camaras de Itú e Sorocaba.
1736— Aviso ordenando a erecção da
^ ^Í . ’ capital da capitania de Goyaz. D, Luiz
de Masearenhas, governador de S. Paulo,
t :t - encarregado da execusào d’essa ordem,
r ■§• dá á villa o nome de b o a , em memoria
de Bartholomen B ueno da Silva, seu
descobridor.
O aviso 1‘egio ordenava ao governador
que creásse uma villa na povoação que
maior desenvolvimento offerecesse, onde
pudesse reprimir pessoalmente os abusos
e excessos, punir os perturbadores d^
ordem e, flnalmente, estabelecer os ne­
gócios públicos no pé de regularidade
que convinha para se levar a effeito a
creação da capitania como resolução
final (Alencastre, 27° lí, pag. 59 a 61).
Ila de 12 de março do mesmo anno
outro aviso relativo a esteassumpto.
1751—Creação do tribunal da Relação
do Rio de Janeiro. Sem embergo da
carta régia de 10 de novembro de 1734
(’Vide essa data), jjarticipando ao ouvidor
da Bahia José dos Santos Varjão haver-
se creado a dita relação pela resolução
de’]3 de julho do mesmo anno, esta só
foi creada pela resolução de conselho da
presente data.
A esta Rei içáo, segunda do Brazil,
deu-se a 13 de outubro d’este mesmo
anno o competente regimento ou lei or­
gânica. Deram causa a esta creação as
representações dos habitantes de Villa
Rica e Ribeirão do Carmo, queixando-se
de que deixaram de seguir os seus re­
cursos judiciaes, pela grande distancia a
que ficavam da Bahia.
A 25 de março de 1752 vieram os des­
embargadores d’aquella Relaçãò Agosti­
nho Telles dos Santos Capello e Manuel
da Fonseca Brandão, regularisar a do Rio
de Janeiro, a cujo governador se re-
metteu uma cópia do Livro dourado da
Relação da Bahia, para o seguirem nos
arestos, como determinava o secretario
de Estado em carta de 17 de dezembro do
referido anno de 1751 (Vide 10 de maio
de 1808).
1811-A t a q u e do presidio de Santa
Maria de Araguaya, na capitania de
Goyaz, pelos indígenas selvagens das
tribus cherentes, chavantes e carajás, que
para esse fim se haviam colligado.
O commandante do presidio, Francisco
Xavier de Barros, dispondo apenas de 12
praças, teve o arrojo, na verdade heroico,
de dar combate á nuvem de selvagens que
0 accommette, ao som da sua grita do
cOstume, armados de lanças, flexas e por-
etes, empunhando alguns d’elies fachos
para incendiar a povoação.
Depois de um combate desesperado de
muitas horas e de quatro tentativas que
fizeram os atacantes para entrar no
dresidio, ferido tres vezes o comman-
 EPHEMERIDE3 NACIONAES

(lante Barros, rctiraram-sc aquelles, não Angelo (M. do Araujq Porto Alegre) ;
sein terem réel nzi do a cad avérés cinco mas aquelle que funda a sua gloria é o
soldados que tinham sahido de manhã á painel que representa a imagem do Sal­
caça ; resolvera o commandante retirar-se vador, collocado no altar da bella sa­
durante a noite, na certeza de ser no 'dia cristia do mosteiro. Muito além de
dia seguinte atacado por nm numero Giotto e Cimabue, aquella imagem pro­
mais considerável de indios. Ao anoite­ duz em nossa alma a mais elevada in­
cer embarcaram-se nas canoas e jangadas spiração religiosa ; ha n’ella uma magia
que acharam e se entregaram á mereô incomprchensivel de expressão e harmo­
da corrente do rio. Eram 38 os que com­ nia : sé a sublimidade da poesia mystica
punham 0 pessoal do presidio, contan­ e a crença bodem produzir semelhantes
do se com mulheres e crianças. maravilhas.»
1860—Chegam SS. MM. á côrte, de ^ Carta régia auctorisando os ouvi­
volta da sua expedição ás províncias do dores do Brazil a tirarem devassa em
norte do Império (Vide outubro 2 de casos de morte.
1617— Decreto nomeando Francisco
1878—Fallece na sua residência do Barreto de Menezes mestre de campo
morro de Santa Thereza, na cidade do general, para dirigir como chefe as tropas
R,io de Janeiro, o conselheiro., José Feli­ de Pernambuco contra os holhmdezes.
ciano de Castilho Barreto e Noronha, B.irreto conhecia já a guerra do Brazil,
bacharel e doutor era direito, medicina pois havia sido um dos cabos que em 1639
e philosophia pelas universidades de aco npanhára Luiz Barbalho, oppondo-se
Coimbra, Pariz e Rostock, e membro de depois aos hollandezes no Rio Real,
muitas associações scientificas e littera. quando alli se quizeram a primeira vez
rias, além da Academia Real das Scien- estabelecer; passando depois a adquirir
cias de Lisboa e do Instituto llistorico novas glorias e experiencia nas campa­
do Brazil. nhas do Alemtejo.
Nascera em Lisboa a 4 de março de 1655—João Fernandes Vieira assume
1812 e desde 1847 vivia comnoseo. a administração da capitania da Pa-
Innocencio da Silva- dá no seu Diccio- rahyba (do Norte), como seu governa­
nario a resenha, si não completa, a dor, c governou-a até agosto do 1657.
mais ampla que poude organisar,dos es- Mathias de Albuquerque Maranhão go­
criptos scientificos, litterarios e politicos verna-a como capitão-mór desde 21 de
què publicara o douto e eloquente po- agosto dc 1636. Um foi o 12° e o outro
lygrapho e polyglotta José Feliciano de 0 13”.
Castilho. Succederam-lhes depois ■como capitães
mores, Antonio Dias Cardoso, interino,
FEVEREIRO—12
em 1657, Luiz Nunes de Carvalho, Ale­
Morre na sua cella, no mosteiro xandre de Souza de Azevedo, Ignacio
dé S.^Bento da cidade do Rio de Janeiro, Coelho da Silva (este de 1673 a 1677), Ma­
frei.Ricardo do Pilar, natural de Colonia nuel Pereira de Lacerda (que todavia
emFlandres.Artista celebre e consuma­ exercia o cargo ém 1674). Sebastião
do, conípoz muitos painéis, que estão es­ de Castro Caldas, André de Barros Rego.
palhados por alguns templos da mesma Simão Moreira de Souza, Theodosio de
cidade. Foi elle quem pintou os quadros Oliveira Ledo, Antonio da Silva Barbosa,
do tecto e paredes da egreja dos Bene_ posto que interino, que tomou posse do
dictinos,-^cca única igreja em regra do cargo em agosto de 1684. D’este gover­
Rio de Janeiro, diz o barão de Santo nador em diante trata o Catalogo orga-
 88 EPHEMERIDES NACIONAES

nisado pelo coronel Frederico Carneiro Guadelupe, 4° bispo do Rio de Janeiro

de Campos e publicado na Revista do (Vide agosto Id o mesmo anno).
Instituto Historico, tomo VIII (1816). 1864—Fallece no Rio de Janeiro o con­
1663—Dos capitães do Rio Grande do selheiro Pedro d’Alcantara Bellegarde,
Norte desdeManuel Mascarenhas Homem, doiUor em sciencias mathematicas, ma­
que governára por largo tempo Pernam­ rechal de campo, lente jubilado das an­
■ - Í V
buco como loco-tenente de Jorge de A l­ tigas Escola Militar e Escola Central do
buquerque, seu 3° donatario. até Antonio Rio de Janeiro e director e professor da
Fernandes Furna (de 1596 a 1651), não Escola de Architectos medidores em Ni-
constam as datas das posses por falta theroy, por elle organisada em 1836.
de archivos nessa capitania ; sabe-se Fòra ministro da guerra de 6 de setem­
apenas das respectivas nomeações pelas bro de 1853 a 14 de Julho de 1855, no
chancellarias dos reis que os nomearam gabinete presidido pelo marquez de Pa­
e que existem na Torre do Tombo. raná, e de agricultura, cnmmercio e
Tem-se, porém, por certo que na pre obras publicas em 1863. no de que era
sente data tomara posse do governi presidente o marquez de Olinda, que se
d’essa capitania Valentim Tavares Cabral retirou do governo a 15 de Janeiro de
e nelle permaneceu por quasi sete-annos. 1864. vinte e oito dias antes da morte de
até flns de 1669, em que entrou a gover­ Bellegarde,
nar Antonio de Barros Rego e Catanho. Em 1848 h ivia exercido o cargo de en­
No Catalogo dos cajjitãefi moves, etc., carregado de negocios do Brazil junto á
d essa capitania, que temos no tomo republicado Paraguay.
X\ II (1851), n, 13, da revista do Insti­
Pedro de Alcantara Bellegarde nascei’a
tuto Historico, eque começaexactamente a 3 de dezembro de 1807 a boivlo da nau
por \ alentim, se diz que fóra nomeado Principe R ea l que conduzia D. João VI
na presente data; mas não se declara
e sua familiaparao Brazil. Era filho do
quando assumiu o exercício do cargo. capitão, depojs major Cândido Norberto
Quanto a Antonio de Barros Rego e Ca­ George de Bellegarde, commandante do
tanho, seu successor, dá-se por incei'ta destacamento de artilh iria da referida
a data da sua posse, mas accrescenta o
n, e de D. Maria^^Trmrj/de Niemeyer ^
auctor que as primeiras provisões pas
Ilegarde; « senhora de espirito varo­
sadas por este capitão mór são de 9 de
nil, diz Innocencio da Silva, que quizera
dezembro de 1669. Em documentos i-ela- acompanhar o consorte, apezar do es­
tivos a Valentim, o n se lè \ alentim
tado melindroso em que se achava.»
lavares, ora Valentim 7'avares da Costa Como se sabe. a esquadra em que vinha
e outras ve/es Valentim Tavares Cabral, a íãmilia real portugueza soíTieu um
como achamos no .que acompa­ medonho temporal na travessia; em
nha a Historia Geral do visconde de
consequência düsso nasceu antes de
Porto Seguro.
tempo 0 menino Pedro d’Alcantara, que
1739-—'! oma posse da administração lecebeu esses dois nomes do principe
■i , da capitania de S. Paulo o seu 8 ’ capi­
D. Pedro, que foi seu padiinho de bap-
tão-general I). Luiz de Mascarenhas nismo.
que foi depois conde d’Alva. Retirando- Por mais de dous annos estivera elle
se^para Lisboa no dia 1“ de março de
(de^de 1828) em Campos dos Goytacazes,
l/oO, ficou essa caiãtania sujeita ao
occupado em trabalhos dc engenharia,
governo do Rio de Janeiro.
como major que então era do corpo de
1710-E’ removido para 'o bispado de engenheiros.
Viseu, em Portugal, D. frei Anionio de
Com seu tio, o coronel Conrado Jacob
 EPHEMERIDES NACIONAES
cle Niemeyer, apresentara á assembléa
geral legislativa lun plano cle arr.isa-
mento do morro do Gastello da capital
do Império, e levantou, com o mesmo
companheiro de trabalho, a carta topo-
graphica da província do Rio de Ja­
neiro.
Alem de muitas outras commissões e
cargos importantes que desempenhou e
occupou dignamente, cumpre memorar
que 0 marechal Pedro Rellegarde foi um
dos fundadores do Instituto Historico do
Brazil e publicou varias obras scientificas,
que abonam a sua intelligencia.
Pedro d’Alcantara Rellegarde foi, além
de tudo, um homem de bem.
I-'EVEREIRO— 13
1G30—A esquadra hollandeza, que vi­
nha atacar Pernambuco, chega á pltura
da então villa de Olinda, onde decidem
os hollandezes cahir sobre esta villa do
modo seguinte: —durante o conflicto e
ciuando menos pudesse ser presentido dos
nossos, 0 coronel ^Vaerdenburch, com 16
navios. 2,200 soldados e 700 marinheiros
deixaria o grosso da armada e etíectuaria
um desembarque em um ponto proximo
da villa, emquanto o resto da frota ata­
caria os dous fortes do Recife, tentando
entrar no porto. Ei-am 7Tos naviosinimi-
gos. Só nos dias 15 e 16, como depois se
dirá. é que teve execuc;ão este plano.
1015 ■— Carta do S upremo Conselho
hollandez do Recife, dirigida á A ssem -
BLEA DOS Dezanove , dando conta do es­
pado da coloni I (Yem transcripta nas
Datas Celebres do sr. J. de Yascon-
cellos).
1068—Tratado de paz entre Portugal e
a Hes| anha, tendo por mediadora a In­
glaterra.
O pr incipe D. Pedro, depois D. Pedro II.
9ue o fizei*a, tinha pouco antes, em 27
de,janeiro, sido reconhecido regente do
reino depois da reclusão do seu irmão
Alfonso YI. Com esse tratado terminava
elle as desinteiligencias que havia 28 an-
89
nos dividiam os dous paizes cm conse­
quência da revolução que dera á familia
de Bi*agança a coróa portugueza. A
Ilesrranha reconheceu porelle a indepen­
dência de Portugal,dando para sempre
de mão ao direito que pretendia ter
áquella coróa.
Começou assim o principe portuguez
de um modo auspicioso o seu reinado e
poude, graças á paz estabelecida, dar
toda a attenção ás necessidades não só
do reino como da sua vasta colonia na
America.
1731—Leonel de Abreu Lima, 27" go­
vernador do Ceará, toma posse do seu
cargo ( Yide 11 de março de 1735).
1753—E’ confirmado bispo coadjutor de
Pernanímeo D. Francisco Xavier Aranha
(Vide a ephemerkle de 29 de setembro
de 1754).
1784-0 capitão general do Maranhão
José Telles da Silva assume o governo
d’esse Estado e é o 40° na ordem chro-
nologica dos que o exerceram.
Succede a D. Antonio de Salles e No­
ronha (Vide a e'phcmeride de 0 de no­
vembro de 1779).
1811—Fallece.^reduzido á pobreza, o
tenente-general João Baptista Vieira Go-
dinho, natural da cidade de Marianna,
em Minas Ger les. Nascera em 1742.
Fòra lente do repimento de artilharia
de Goa. mamlado ás Molucas como go­
vernador e capitão general das ilhas Ti-
moreSolor. Como artilheiro e engenheiro
exercera depois o posto de tenente coro­
nel no regimento de artilharia da Bahia.
Amigo intimo do grandee infeliz mathe-
matico e poeta José Anastácio da Cunha,
ficára depositário de valiosos manuscri­
tos seus. que entregou dejiôis ao conde
de Linhares, I). Rodrigo de .-ouza Cou-
tinho.
Na noticia que Innocencio da Silva
consagra no seu Diccionarlo^i José Anas­
tácio, dá Godinho como tendo fallecido
no dia 11, nuetorisado por uma das notas
queo dr. Emilio Joaquim daSilva Maia
 90 EPtîEMERIDES NACIONAES
ajuntou á l)iograpliia que a revista do
Instituto Jlistorico (tomo 1811) ro-
j)roduïiu da Minerva Brasilïense (n. 14).
Na alludida biographia diz se que Go-
dinho fallecera na presente data ; mas
]‘CCorrendo-se á nota do dr. Emilio Maia
Citada por Innocencio, se conclue que
realmente fallecera a l l .
Godinlio fez parte do triumvirato que
por morte do condo da Ponte, governou
Cm 1809 a Bahia (Vide 24 de maio d’esse
anno).
Para mais amplo conhecimento dos
Cargos que desempenhou e dos serviços
que prestara este notavel mineiro, podem
ministrar subsidies as fontes indicadas.
1846—A 12 de outubro de 1845,||áezoito
annos e onze dias depois de seu pae,visita
O imperador D. Pedro II. por sua vez, a
provincia de Santa Catharina, levando
em sua.companlu'a S. M. a Imperatriz.
Era presidente então d’aqüella provincia
0 general' Antero José Fei'reira de
, ')'i V :
' ÍÍ Í
Brito.
A 8 de novembro partiram Suas Ma-
vr
y|i ti
gestades para o Rio Grande do Sul ; na
volta d’e.ssa provincia aportaram de novo
á de Santa Catharina na presente data
'ÍV e alli se demoraram até o dia 17.
1855—Fallece no Riacho e é sepultado
na villa de Santa Cruz, provincia do
Espirito Santo, o celebre naturalista
francez dr. João Theodoro Descour-
tilz, subvencionado pelo governo do
Brazil para colleccionar objectos de histo.
ria natural. Desconfia-se que a sua morte-
fora oceasionada por preparações arse-
nicaes, que elle, empregava imprudente-
mente nas suas vivisecções no proprio
gabinete em que dormia.
Descourtilz enviára ao Museu Nacional
do Rio de Janeiro diverso’s objectos co­
lhidos naquella provincia cm desem­
penho da sua cornmissão. o pubiicára
em 1852, em Londres, na imprensa de
Joseph Masters & ,C., in folio, sob o
titulo Ornüolofjie Brésilienne, 4 partos
■f R/aS' •
' do seu ultimo trabalho, das quaes da 1‘
e 2“ partes fora editor no Rio de Janeiro
Thomas Reeves, e da 3' e 4' Eduardo
Rensburg.
Ilavia já, em 1832, publicado em Paris,
apud Callier, um in folio menor, sob o
titulo Oiseaux brillants du Brésil, com
bellas estampas litographadas, magnifi-
camente coloridas á mão.
FEVEREIRO— 14
Î630—Avista-se de Olinda a esquadra
hollandeza que vinha atacar Pernambuco.
Só assim se desvanece a incredulidade
de muitos, que se tinham obstinado em
não acreditar na sua vinda, apezar de
avisos recebidos nesse sentido, especial­
mente dos nossos do cabo de Santo Agos­
tinho. Então, diante da evidencia, a
consternação se derrama por todos e
toca se a rebate. Mathias de Albuquer­
que tranquillisa os ânimos atterradós,
ordena que peguem em armas todos os
que estavam no caso de o fazer, e dá as
mais proyidencias que as circumstancias
exigiam. Emquanto se tomavam em terra
estas medidas, os inimigos na sua for­
midável esquadra imploram com preces
geraes o favor do céu para que trium-
Phem as suas armas.
1636—Manda neste dia o capitão Fran­
cisco Rebello ari-asar a fortaleza que os
hollindezes tinham em Barra-Grande,
Capitania das Alagoas, e que haviam
abandonado nesse mesmo dia ao sabe­
rem da aproximação de Rebello com a
sua gente, vindos do Porto Calvo para
os atacar e desalojar d’alli. Dos navios
inimigos, que estavam á vista, matam
com uma bala o unico soldado que a
nossa expedição perdeu nesse feito.
1675 — O destimido sertanejo parna-
hybaoo Francisco Pedroso Xavier, fliho
do notavel paulista João Pedroso de
aíoraes, chamado o terror dos indios,
sahe de S. Paulo á frente de numerosa
bandeira, e em 1676 ataca c aÜu-asa a
povoação conhecida pelo nome de Villa
Rica do Espirito Santo, que jesuítas hes-
 EPHEMERIDES NACIONAES
panhoes haviam fandado no territorio
interposto aos Rios Paraná e Uruguay,
voltando carregado de riquíssimos des­
pojos e de grande porção de indios que
aprisionara,
Francisco Pedroso falleceu na Parna-
hyba era 1679.
1767—Antes de D, frei Antonio Corrêa
fôra chamado á sede archiepiscopal do
Brazil D. frei Antonio de S. Josd, da
Ordem de Santo Agostinho dos Calçados,
natural de Portugal e 6° bispo do Mara­
nhão, (do onde se retirara para o con­
vento da sua ordem em Leiria (Portugal)^
por ter sustentado tenazmente um ponto
capital da immunidade da Egreja, e
onde vivera 10 annos recluso.
Havia 10 annos que regia a sua pri­
meira diocese quando foi chamado á
côrte, para onde embarcou na pre­
sente data. Morto o rei D. José-I,
a rainha D. Maria transferiu-o para a
Bahia, levantando-o do desagrado em
que incorrera e do seu longo ostracismo.
Não podendo, porém, pelos seus acha­
ques, vir tomar posse da sua nova digni­
dade, ficou em Lisboa, no convento de
Nossa Senhora da Graça, alli falleceu e
enterrou-se em 1779.
O manuscripto do sr. Cajueiro, já por
nós citado, diz que D. frei Antonio de
S. José fôra nomeado arcebispo a 2 de
maio de 1778 e confirmado a 20 de julho
do mesmo anno. E, quanto ao seu falle-
cimento, assevera que occorrera a 3 de
agosto de 1779 e que jaz, como dissemos,
no convento da Graça.
Apezar de não ter entrado no effectivo
exercício do seu cargo, todos os escripto-
i'es 0 collocam no decimo primeiro logar
da serie dos primazes do Brazil.
1822—0 príncipe D. Pedro, depois pri­
meiro imperador do Brazil, dirige a se­
guinte carta a seu pae, o rei D. João VI:
«Rio de Janeiro, 14 de fevereiro de.1822.
Meu pai e meu senhor.—Tomo a penna
para dar a Vossa Magestade a mais
triste noticia do successo que' tem dilace-
91
rado o meu coração. O principe D. João
Carlos, meu filho muito amado, já não
existe. Uma violenta constipação cortou
0 fio de seus dias. Este.infortúnio é o
fructo da insubordinação edos crimes da
divisão auxiliadora.
« O principe já estava incommodado
quando esta soldadesca rebelde tomou as
armas contra os cidadãos pacificos desta
cidade ; a prudência exigiu que eu fi­
zesse partir im mediatamente a princeza
e as crianças para a fazenda de Santa
Cruz, afim de as pôr ao abrigo dos suc­
cesses funestos de que esta capital podia
vir a ser o theatro.
« Esta viagem violenta, sem as com-
modidadts necessárias, o tempo que era
mui húmido depois de grande calor do
dia, tudo, emfim, se reuniu para alterar
a saude de meu caro filho, e seguiu-se-
lhe a morte. A divisão auxiliadora,
pois, foi a que assassinou meu filho, o
neto de Vossa Magestade. Em conse­
quência é coirtra elia que levanto a mi­
nha voz. Ella é responsável na presença
de Deus e ante Vossa Magestade deste
successo que tanto me tem afflictoe que
igualmente afíligirá o coração de Vossa
Magestade.
« Os habitantes desta cidade me teem
dado as provas as mais decisivas do
aferro á minha pessoa. Elles* me teem tes­
temunhado a dôr mais profunda pela
morte do principe. Cresceu o seu odio
contra a divisão auxiliadora e jámais
soffrerão a entrada de alguma outra
iropa portugueza.
- « O espirito publico se purifica de dia
em diae se desenvolve com maior energia
e prudência. O povo inteiro é verdadei-
mente constitucional, o que aprecio mais
do que posso expressar, porque não que- é. b o»!
reiua governar um povo que não amasse
sinceramente a constituição. ’ ‘ 'ff
« Creio que uma constituição faz a íeli-
(jid ide do povo; mas creio ainda mais
que ella faz a fortuna do rei e do go­
verno. Se 0 povo é infeliz onde não h^'-
I
92 EPHEMERIDES NACIONAES
constituição, o rei e o governo ainda são
mais infelizes. Só velhacos acham seu
proveito cm governo sem constituição.
« Supplico a Amssa Magestade que dè
ordem para que esta carta seja apre­
sentada ás cortes, afim de que saibam
ainda melhor quaes são os serviços da
divisão auxiliadora.
« Deus guarde, etc. »
183i—Fallece no Rio de Janeiro o con­
selheiro de estado visconde de Alcan­
tara, João Ignacio da Cunha, senador
pela provincia do Maranhão, escolhido
na creação do senado, por carta impe­
rial de 22 de janeiro de lS26, e que to­
mara assento a 7 de maio.
P"oi duas vezes ministro dos negocios
do Império e uma dos da justiça: esta
ultima no memorável gabinete organi-
sado a 5 de abril de 1831 pelo primeiro
imperador.
Um dos fundadores da Sociedade A u­
xiliadora da Industria Nacional, foi
seu presidente honorário emquanto viveu.
Tinha, aò morrer, 53 annos de edade,
pois nascera, em S. Luiz do Maranhão, a
23 de junho de 1781.
Jazem seus restos mortaes na egreja
de S. Francisco de Paula, no Rio de
Janeiro.
Quando a córte portugueza estava
nesta cidade fòra aqui assassinada a
viuva de Fernando Carneiro Leão, conde
de S. Jose, e a voz publica indigitou logo
como mand.itariado homicidio á propria
rainha D. Carlota .Joaquina. Nomearam-
se diversos juizes para tirarem devassa
do crime, mas nenhum quiz aceitar a
espinhosa incumbência, como bem se
comprehende.
Tocou por fim ao visconde de .-Alcan­
tara. então desembargador João Ignacio
da Cunha, conhecer da causa. Não se
excusou, e procedeu 'com tanta activi-
dade ás indagações judic-arias que, em
breve, deu cs autos conclusos, ficando á
plena evidencia provado que era com
eíTeito a rainha a verdadeira criminosa.
Apresentou-se então com todas as peças
do processo a D. João YI, dizendo-lhe :
— Senhor, a ré merecia uma pena cor­
respondente ao crime de homicidio;
porém, como está tão altamente, collo-
cada, entrego a Vossa Magestade todos
os papéis para deliberar como a justiça o
Pede e approuver melhor a Vossa Ma­
gestade.—
Este processo foi abafado, como era de
esperar, e consumido : outros de crimi­
nosos de mais modesto Vulto tèm tido
egual terminação ; que admira, pois, que
puzessem uma pedra em cima dAste?
Este facto, que comprova a hombri­
dade de caracter do visconde de Alcan­
tara, vem relatado no Vantheon Mara­
nhense (vol, II), de onde o extractamos
fiuasi litteralmente. O sr. dr. Macedo
não o reproduziu no seu Anno Biogra-
phico, mas vemol-o aproveitado na bio-
graphia que, moldada pela do Pantheon,
escreveu no Diccionario Popular(iotno II)
0 sr. Pinheiro Chagas.
O visconde de Alcantara foi um dos
mais fervidos adherentes da causa da
independencia e amigo dedicado do 1°
Imperador, a quem pouco tempo prece­
deu no tumulo.
cc Magistrado integro, ministro avisado
e prudente, amigo fiel- e dedicadissimo,
0 Visconde de Alcantara é considerado
como uma das glorias de sua patria pelos
maranhenses, seus conterrâneos (Pinheiro
Chagas). »
Acerca do caso da rainha temos uma
rectificação fornecida pelo sr. dr. Mello
Moraes, que daremos em addenda.
1865—Fallece na cidade do Rio de Ja­
neiro, na edade de 61 annos, o conde de
S, Si mão, Paulo Fernandes Carneiro
Vianna.
FEVEREIRO—15
1502 — As naus de André Gonçalves,
depois de ter elle descoberto em 1 de
janeiro a bahia do Rio de Janeiro, pas­
sado no dia 6 a i ha que denominou

fy
EPHEHERIDES NAClONAES
dos Reis Magos, costeado no dia 20
outra ilha a que de'ra o nome de S. Se­
bastião, e fundeado a 22 no porto de
S. Vicente, suspendem ferro na presente
data, e fazem, ajudadas do vento, um
trajecto de 500 léguas, indo parar aos
52 graus de latitude meridional. D’alii
voltam a pròa para o Equador, entre
norte e nordeste, e chegam á Serra Leóa,
na costa d’Africa, onde, depois de uma
demora de 15 dias, partem para Lisboa
(Vide as ephemerides de 1 de novembro
de 1501 e de seteihbro 7 de 1502).
1561—João Ramalho declara á camara
da villa de S. Paulo de Piratininga que
não pode aceeitar o logar de vereador,
para que fòra eleito, por ser homem velho
que passava de 70 annos (Livro de re­
gistro de vereanças da camara deS. Paulo
do anno de 1561, citado por Azevedo
Marques nos seus Apontamentos acerca
da provincial.
1630 — A armada hollandeza, de que
temos fallado, apresenta-se visivelmente,
ao amanhecer d’este dia,diante do Recife,
toda embandeirada e galharda: fundeam
alguns dos navios a tiro de canhão em
frente do forte da barra. Mandam um
parlamentar á terra, provavelmente com
a intimação para que se rendam; mas os
nossos 0 recebem com uma descarga de
^uzilaria. Empenha-se então o combate
entre uns e outros. No fervor da peleja,
e gi’aça.s á escuridão produzida pelo fumo
das descargas, o coronel Theodoro Weer-
denburgh aparta-se sorrateiramente com
16 navios e eífectua um desembarque de
3,000 homens em Páu Amarello, 1 leguas
ao norte de Olinda, emquanto no i‘esto
da frota e do lado do Recife se comba­
tia até á noite, não tendo entretanto po­
dido 0 inimigo penetrar ainda no porto,
e tendo-nos feito muito pouco mal. A’
noite foi que soube o general Mathias
de Albuquerque do desembarque de
Weerdenburgh: a confusão, o terror c o
desanimo de parte da população, sobre-
tuiio a feminina, foram indescriptiveis;
c«
93
fugiram muitas famílias de Olinda para
0 matto ; muitos escravos aproveitaram
confusão geral para se libertarem. Sé
Mathias de Albuquerque não se deixou
dominar pelo terror pânico geral, embora
reconhecesse que não poderia lutar com
vantagem contra tão poderosa força de
inimigos.
1635 — Sahe do forte de Williams
(Afogados) o general holiandez Segis-
mundo, com o conselheiro politico
Schotte, commandando um corpo de
1,2Ö0 homens, e occupa as povoações de
Moribeca e outras, no intuito de dis-
trahir as forças de Mathias de Albu­
querque e apoiar ao mesmo tempo a
marcha de Arcizewsky, interceptando a
communicação dos nossos entre os fortes
^0 Arrayal e de Nazareth do Cabo.
1648—Assume o goveino do Pará o
capitão-mór Ayres de Souza Chichorro,
que já o exercera dez annos antes. E’
d’esta vez o 27° na ordem chronologica
e governa a capitania um anno, cinco
mezes e dois dias, até 17 de julho do
anno seguinte, em que o rende Ignacio
do Rego Barreto, que já também oceu-
pára 0 cargo antes.
Depois d’este e de Pedro Corrêa, ainda
Chichorro voltou ao governo duas vezes,
uma em 1650 e outra em 1654.
1801—Nasce na cidade de Porto-Ale­
gre, provinda do Rio-Grande do Sul, o
conselheiro Cândido Baptista de Oliveira.
Estudando mathematica e philosophia
de 1820 a 1823 na Universidade de Coim­
bra, fel-o com tal brilhantismo de intel-
ligencia que foi premiado em todos os
annos do curso, e mereceu que a congre­
gação dos lentes propuzesse ao governo
que 0 mandasse graduar gratuitamente.
Com cffeito, formou-se em mathematica
em 1824.
Falleceu a26 de maio de 1865,a bordo do
paquete francez Péluse, em que sahi^ do
Rio a procurar na Europa remedio para
a cruel enfermidade que padecia, segundo
oque nos deixou dito Inuocencio da Silva
 9i EPHÉMERIDES NACIONAES

no Sup]). do seu D iccionario bio - biulio - Geraes, escolhido a 22 de janeiro de 1826,

GKAPIIICO PORTUGUEZ e veriflcámos em tendo tomado assento a 4 de maio do
publicações do tempo, e não a 15 de ou­ mesmo.anno. Era um dos redactores da
tubro no Rio de Janeiro, como diz Constituição e dos primitivos membros
o sr. dr. J. M. de Macedo no seu A nno do senado.
B iographico .
ívascido a 8 de setembro de 1765 em
Recommendamos a leitura de sua bio- S. João d’El-Rei, procurou antes dos 19
grapliia, tanto em um como em outro annos a universidade de Coimbra, onde
11 d’esses escriptores, assim como a que frequentou as faculdades de philosophia,
vem nB. Galeria cios Brazileiros lllustres mathematica e medicina, sendo-lhe pre­
t fase. V.
ciso para subsistir copiar musica. A sua
Cândido Baptista de Oliveira foi lente vida é um bello exemplo de constância
de mechanicii racional da Escola Militar e força de vontade na adversidade, que
da corte, deputado pela sua província á merece ser lida como exemplo.
assembléa geral, mais dc uma vez minis­
•Os limites reservados a este t^-abalho
tro e secretario de Estado, senador jDela
nos privam de transportarmos para elle
provincia do Ceará, representante pres­ os grandes ensinamentos que ella nos
tigioso do Brazil nas cortês de Turim,
subministra: traçaram-a com todas as
■íi S. Petersburgo e Vienna d’Austria, di­
suas peripécias oprovectoauctordo Anwo
rector do Banco do Brazil, conselheiro
Biographico e a habil penna de Justi-
de , Estado, inspector do Jardim Botâ­
niano José da Rocha na biographia que
nico, etc.
publicou do marquez, em 1851, na typo-
F õia escolhido sen^Ior a 23 de dezem­ phia dos srs. E. & II. Laemmert.
bro de 1848 e a 29^omára assento no
senado. ^ Recordaremos comtudo que o marquez
de Baependy, pessoalmente dedicado a
Deixou publicados em avulso e em va­
D. Pedro T, occupava a pasta dos ne­
rias revistas trabalhos sobre finanças,
gócios da fazenda no ministério que, em
mathematica e questões econômicas de
desespero de causa, o imperador orga-
real merecimento, sendo a principal das
nisára na noite de 5 de abril de 1831,
suas obras a. que, sob o titulo Systema
e que durou apenas até á madrugada
Financial do Brazil, publicou em J842
do memorável dia 7, em que D. Pedro,
cm S. Petersburgo. ’
não querendo acceder ao povo e tropa
1823—0 brigadeiro I.abatut, depois* do
que exigiam a reintegração do ministério
ataque geral que levára á linha inimiga
a que este .succedèra, abdicou a corôa.
a 29 de dezembro do anno anterior, nada
1869 Começa a Caixa da Amortisação,
intentou contra a praça (da Bahia) até a
em virtude do aviso do mihisterio da
presente data. Neste dia, porém, deu-se
fazenda do dia 10, o troco da nova moeda
um combate parcial entre as forças bra-
Subsidiaria de bronze, cunhada na fôrma
zileiras da Conceição e de Itapoan e as
do art. 3° da lei n. 1,083 de 22 de agosto
forças portuguezas do brigadeiro Ma­
de 1800 e art. «8 da de n. 1,507 dc 26 de
deira, que, por sua vez, haviam atacado
Jtaparica no dia 7 de Janeiro. Setembro de 1867 — por notas do the-
souro de Ig, 2g e 5g000.
1847—Fallece na cidade do R io de Ja­
O provedor da Casa da Moeda verifi­
neiro, e é (no dia 16) sepultado em uma
cou que 44 moedas de 20 réis e 55 de
das catacumbas de S. Francisco de PauLi
10 réis, do novo bronze monetário, pos­
0 niarquez de Baependy, Manuel Jacin-
tas em linha, perfazem uma vara, c l l
tho Rogueira da Gama, conselheiro de
moedas de 10 réis um palmo.
i-stado, senador pela provincia de Minas
Chega ao Rio de Janeiro o general
 : )■V.'
EPHEMÉRÍDES NACIONAES
marquez de Caxias, dc volta do Para­
guay", onde por muitas vezes mais, na
sua gloriosa carreira militar, a sua es­
pada se desembainhou victoriosa.
1S70—P'allece no R o de Jíineiro o se­
nador pela provinda da Bahia visconde
de Jequitinhonha, F'rancisco Gè Acayaba
de Montezuma, escolhido a i de maio
de 1851 e empossado da sua cadeira no
dia 6.
O senador Montezuma, que se chamava
na sua primeira mocidad í Francisco
Gomes Brandão, nascera na cidade da
da Bahia a 23 do março de 179A. Tendo
^requentado por tres annos a Es­
cola de Medicina d’aquella cidade, fóra
em 1816 para Portugal, e alli obtivera o
gráu de bacharel em leis em 1821 na Uni­
versidade de Coimbra, sendo premiado
no 3° anno do curso. De vOlta ao Bra­
zil, fôra a principio um ardente liberal ;
de 1841 pore'm em diante, ora apoiou a
escola a que pertencera, ora a conserva­
dora. I^ra um orador parlamentar con-
summado.
FEVERKIK O — 16
j 556—Descobre Villegaignon a con­
spiração que contra a sua pessoa se tra­
mava. Em carta que escrevera a Calvino
a 31 de março do anno seguinte (Vide
Revista do Instituto Ilistorico, tomo XXII
pags. 30 a 31), diz Villegaignon:
« Aconteceu comtudoque alguns vinte
e seis dos nossos mercenários, estimu­
lados pelos appetites sensuaes, conspira­
ram para matar-me---- »
E referindo o modo como descobrira o
trama e castigára os delinquentes, conta
que prendera a quatro dos principaes,
dos quaes mandára soltar um no dia se­
guinte, pam gu^ pudesse em liberdade
pleitear a sua causa, mas que elle, pondo-
se a correr.lançou-se ao mar e afogou-se.
Os restantes, conduzidos amarrados á
sua presença, confessaram o crime, isto
e', que um d’elles, castigado por Anlle-
gaignon por entreter relações illicitas
T '— ^
95'
com uma mulher de má vida, captara
com presentes o pae d’esta. paça que o
livrasse do seu poder, no caso de obsti-
n.ar-se Villegaignon a perturbar-lhe
aquellas relações.
« Fil-o enfoi'car e çstrapgular por si-
milhante crime. Coinmuteia dous outros
a pena de morte na de prisão com tra­
balho ; e quanto aos mais, não quiz tomar
conhecimento do seu delicto, para que
não fosse obrigado a punil-os, o que im­
portaria em um grande desfolque para
as obras que tenho empreliendido (I)r.
Fernandes Pinheiro, A França Antar­
ctica, no citado vol. da Revista do Insti­
tuto).»
1630—Na madrugada d’este dia o ge­
neral Theodore Weerdenburgh marcha
com mais de très mil -homens sobre a
villa de Olinda, tendo antes feito afasta­
rem-se da costa os navios em que viera,
tirando assim á sua gente a esperança
de fuga. llostilisados em sua marciia
pelos nossos, que eram insignificantes
em humpro, e . /abrigados pelos mattos,
não poude comtudo Mathias de Albu­
querque embargar-lhes os passos, até
que chegaram a Olinda e a atacaram por
diversos pontos. Os nossos obraram pro­
dígios de valor nessa memorável jor­
nada ; mas nada puderam contra a su­
perioridade numérica dos invasores, fi­
cando estes afinal senliores do campo.
Alcançiida a victoria, entregou-se a
soldadesca flamenga a toda a sorte de
lôucura e desenfreamento, comráettendo
os maipres desacatos, vestindo os para­
mentos sacerdotaes que acharam nas
egrejas, saqueando estas e as casas. O
capitão'dc linha André Pereira Temüdo.
presenciando indignado a profanação que
um grande troço d’elles estava fazendo
na egreja da Misericórdia (Olinda),aceom-
mette-os de espada em punho e mata um
grahdeViumero d’elles, até que por sua
vez cahiu morto.
1639—ü capitão-mor Pedro Teixeira,
acompanhado dos padres Ghristovao da.
■r;‘l
 i?3 / / RPHP.MF,
EPHEMERÎDES NACIONAES
Cunlia e André de Artiedn, jesuitas, e
mais outros quatro religiosos, salie de
Quito, no Peru, descendo pelo grande rio
Amazonas para Belem. Tinham ido cm
Aiagem de exploração, por ordem do
CTvernador do Estado do Maranhãoy^
Sd chegaram á capital do Pará a
12 cle dezembro do mesmo anno [_Vide
essa data).
1756—Luiz Diogo Lobo da Silva succede
a Luiz José Cori‘êa de Sá no governo da
capitania de Pernambuco e é 28° dos
seus capitães generaes. O seu governo
^terminou a 8 de setembro de 1763, dia era
■que começa o do conde de Villa-Flor,
D. Antonio de Menezes.
Luiz Diogo passou então a governar a
capitania de Minas Geraes (Vide dezem­
bro 28 de 1763).
1816—Lei creando na cidade da Bahia,
e successivamente em outras cidades e
villas, caixas de desconto íiliaes do Banco
do Brazil.
1822—Cartado principeregente D.Pedro
ao governo provisorio de S. Paulo, pe­
dindo auxilio de tropa para opppr á di­
visão portugueza do Rio de Janeiro,
commandadu pelo general Jorge de
Avilez.
O primeii’0 acto de José Bonifacio.ao
ser chamado para organisar o primeiro
ministério que teve o principe regente
do Brazil, foi convocar um conselho de
procuradores geraes das provindas, e o
fez por decreto d’esta data.
1821—Depois que, pela provisão de 11
de agosto de 1738 ( Vide essa data),
fòra^o território da ilha de Santa Ca-
tharina separado da jurisdicção dos go-
I veinadores de S. Paulo, formando um
governo distincto, mas sujeito ao do Rio
de Janeiro, e que se poz á testa da sua
administração o brigadeiro José daSilva
Paes ( Vide a ephem. de 7 de Março de
1739), fora seu ultimo governador, pelas
leis coloniaes, o coronel Thomaz Joaquim
Pereira ^ alente, posteriormente conde
do Rio Pardo (Vide 20 de maio de 1822).
m
Vein em seguida a Junta do governo
provisorio, que presidiu á publica admi-
nisti-ação da província de 20 de maio de
1822 á presente data. ' ■
A este governo succederam os presi­
dentes de provincia, nomeados em vir­
tude da carta de lei de 20 de outubro do
anno antecedente.
O iDrimeiro que exerce esse cargo é o
desembargador João Antonio Rodrigues
de Carvalho, que o occupa desde a pre­
sente data até 12 de março de 1825.
Na oi ganisação do senado em 1826 foi
João Antonio Rodrigues de Carvalho es­
colhido senador pela provincia do Ceará.
1861—Fallece em Itú o 7° bispo de
S. Paulo, I). Antonio Joaquim de Mello.
Apresentado pelo actual imperador a 5
de maio de 1851, confirmado pelo papa
PiO IX a 17 do março do 1852, sagrado a
6 de de junho d’esse mesmo anno, tomou
il
posse do bispado, por procurador, a 14
de junho, e fez a sua entrada pontificai
na diocese a 3 de agosto do referido anno.
Pio IX fizei a-o conde romano e seu
prelado domestico, assistente ao solio
pontifício.
D. Antonio Joaquim de Mello nascera
na mesma cidade de Itú a 29 de setem­
bro de 1791.
Seus restos mortaes foram transporta­
dos do logar do fallecimento, pela via
ferrea ingleza, no dia 1 dc outubro de
1879, para a cidade de S. Paulo, onde es­
tão depositados no cemiterio episcopal.
1861—Toma assento no senado, como
ropiesentante da Bahia, sua provincia
natal, o conselheiro Zacharias de Góes e
Vasconcellos (Vide dezembro 28 de 1877),
fevereiro —17
1531 Martim Alfonso de Souza surge
no porto de Pernambuco, onde sabe que
um galeão francez saqueara e destruira
a feitoria que annos antes estabelecera
Christovam Jacques.
D’ahi envia elle a Portugal uma das
uaus que aprezara ( LíVfe Janeiro 3 J)'

EPHEMERIDES NACIONAES
sob 0 commando de João de Souza, a dar
parte do acontecido, e manda queimar
outra. Maiuja outrosim Diogo Leite, com
duas caravellas, aexplorare tomai-posse
do rio do Maranhão, no dia 18 (Vide a
cphemeride dc 13 de março).
1630—Vendo Mathias de Albuquerque
que não podia oppor-se á entrada dos
iiollandezes no Recife, manda pôr fogo
aos armazéns da povoação e aos navios
nacionaes surtos no porto, para que taes
despojos não fossem enriquecer o ini­
migo, e ao mesmo passo, para castigo dos
seus donos, que haviam covardomcnte
fugido, destruindo assim, com grande
magua dos invasores, duas mil caixas de
assucar e inimcnsa quantidade de mer­
cadorias diversas.
No mesmo tempo fazem o general e o
almirante hollandezes a sua entrada
triumphal em Olinda, tendo vindo na
manhã de 16, pela costa, em ü’es co-
lumnas, seguido ao longo da costa por
barcaças armadas e tendo por guia a An­
tonio Dias Papa-robalos, judeu que esti­
vera annos antes commerciando em Per­
nambuco e passara á Hollanda.
Pode ler-se na Historia cias lutas coni
os hollandezes a parte oílicial que d’este
successo dá o general inimigo Weer-
denburgh.
® •
Perdida a villa dc Olinda, Mathias de
Albuquerque recolheu-se ao Recife,
acompanhado apenas de vinte homens e
desamparado de todos os mais. Também
do Recife, diz Yarnhagen na citada obra
(livro segundo), todos fugiam c só á força
de rigor foi possível por algum cobro a
essa tendencia. Tomou então a resolu­
ção de queimar os armazéns e os navios
carregados, como deixámos dito em prin.
cipio. G valor dos objectos consumidos
pelas chámmas foi orçado em quatro mi­
lhões ; mas ainda assim apoderaram -se
os hollandezes de mil c quinhentas cai­
xas de assucar e de tres mil pipas de
.vinho.
1637—0 exercito hollandez ás ordens
t>V:Á'--’:*C’^i' ■
97
qo principe Maurício, que se puzera em
marcha do Recife, no dia 5, para Porto
Caivo, aflm de bater a nossa gente alli
fortificada, e atravessara na vespera o
rio Una, secundado pelas tropas de desem­
barque do coronel Arcizewski, que então
gC ajuntam ás do principe, levanta acam­
pamento do ponto em que se achava.
cinco léguas do seu objectivo, e alli
chega a sua vanguarda pela madrugada.
A força de que dispunha Bagnuolo em
Porto Calvo não andava por quinhentos
homens, pois sabendo da aproximação
do inimigo, destacara ao seu encontro o
seu immédiate AíTonso Ximenes de Almi-
ron com mais de oito centos homens,
incluindo 300indios de Camarão e 80 pre­
tos de Henrique Dias.
A’ margem do Comeudatuba levanta
Almiron uma estacada, com que espe-*
rava conter o inimigo, que ao anoitecer
apparece coroando as alturas, e ahi
também se fortifica.
No dia seguinte, ao amanhecer, depois
de bem observar todo o acampamento,
dispoz-se ao ataque (Vide a epheme-
ride de 18).
1649—Toma posse,na cidade deS. Luiz,
do governo do estado do Maranhão e
Grão-Pará o seu 3° governador e capitão
general Luiz de Magalhães, fidalgo da
casa real, capitão de infantaria do exer­
cito, etc. Succédé a Feliciano Coelho de
Carvalho, e governa très annos e nove
mezes, até 17 dc novemvro de 165?.' Era
governador da capitania do Mara­
nhão separada da do Pará.
1678—Toma posse do governo do es­
tado do Maranhão e Grão-Pará Ignacio
Coelho da Silva, fidalgo da casa real q
(.apitão-mór da Parahyba. Recebe as
redeas do governo das mãos
 Ü8 EPHEMEUIDES NAClONAES

conselho, e eni alfas vozes reclama contra petiu de uma das jnnellas do paço a de­
a execução da oídeia rdgia que reduzia claração do D. Pedro 1, conhecida na
0 valor da moeda corrente. Insistem os nossa historia politica pela designação
oiliciaes da cama-a n:i sua execução e de Fico (9 de janeiro de 1822).
prorompe o povo em ameaças de morte. Depois deter tomadoactivissima parte
Convocam-se então os superiores das re­ nos principaes acontecimentos d’ esta
ligiões eaceordam com os camaristas em nos.sa memoi’anda época embryonaria
se sobre-estar na execução d’aquella or- como nação independente, e tendo-so
dem regia. cons£igrado mais tarde a obras de piedade,
José Antonio Fieire de Andrada, levado de profundo amor humanitário
tenente-coronel de cavallaria, irmão de pelos infelizes que perdiam a saude ou a
Gomes Freire, conde deEobadella, e que razão, deixando-nos os dous magnificos
teve depois o mesmo titulo, jura home­ poemas de.pedra e cal—o hospital da Mi­
nagem nas mãos d’aquelle seu irmão, go­ sericórdia da praia de Santa Luzia o o
vernador da capitania de Minas-Geraes Ilospicio de Pedro II (para alienados) cia
como governador interino da mesma Praia \ ermelha—, tendo sido intendente
capitania, em virtude da carta de nomea- geral da policia, deputado, ministro de
çao de 22 de.setembro do anno anterior. Eítado por mais de uma vez, senador do
Durou 0 seu governo desde este dia até Império pela provincia do Pará e prove­
0 anno de 1761 (Rev. do Inst. X V n . 7). dor da Santa Casa da edrte desde 25 de
Blste governador estabeleceu na capi­ julho de 1838 até o dia do seu falleci-
tania 0 subsidio voluntaião para a reedi- mento, succumbiu a uma congestão ce­
fleação de Lisboa pelo tempo de dez an- rebral na cidade do Rio de Janeiro na
nos, que principiaram a contar-.se do 1° noite de 10 de março de 1854 [Vide essa
de agosto de 1756. data), com mais de 67 annos de edade.
Emquanto não veiu o que o devia Sua viuva foi logo no dia 13, em ga­
render e por morte de Gomes BYeire, lardão dos valiosissimos serviços que
governou a capitania o bispo do Rio de elle prestara á sua patria adoptiva e á
Janeiro D. frei Antonio do Desterro humanidade soíTredora, nomeada con­
com seus companheiros de junta. dessa da Piedade, A estatua do conse­
—Na.sce José Clemente Pereira no lheiro José Clemente, de jbellissimo már­
logar de Adem, villa de Gastello Mendo, more branco, lá está na sala de honra
em Portugal. B’onnou-se em direito na do hospício de Pedro II, fronteira á do
Universidade de Coimbra. Por oceasião imperador, talhadas ambas por Fernando
^ .V, !; da invasão dos francezes na peninsula Petrich. A Santa Casa da Misericórdia
ibérica fez parte do corpo acadêmico, de ergueu-lhe no cemiterio de S. P’rancisco
que era commandante .Tosé Bonifacio de Xavier, no Gajü, um bello mausoléu de
Andrada e Silva, e combateu como ca­ mármore, coroado, como eia de razão,
pitão os invasores da sua terra natal. pela estatua da Caridade.
Militou no exercito anglo-luso que, sob 1795— D. Joaquim Ferreira de Car­
o commando de lord AVellington, invadiu valho, 10° bispo do Maranhão, toma
a lle.spanlia. Embarcou depois, em 1815, posse do bispado pelo seu procurador o
para o Brazil e exerceu a sua profissão arcypreste José Maciel Aranha, mas so
de advogado no Rio de Janeiro até 1819. vem occupar a sua .séde a 8 de junho
/B'oio V ju iz de fora da villa da Praia de 1799, fazendo a entrada publica na
Grande, hoje cidade de Nicterohy. diocese a 29 do mesmo mez e anno, con­
Foi José Clemente quem, por parte do forme se lè na sua sepultura.
senado da camara do Rio de Janeiro, re­ Era natural da cidade de Coimbra,
:ií>'.
EPHEMERIDES NAGIONAES
clérigo secular do habito de S. Pedro,
oppositor ás cadeiras de theoL gia da
universidade portugueza e abbade de
S. Roque do Coronado, do bispado do
Porto.
Segundo o Roteiro dos Bispados, 1'ôra
nomeado bispo a 13 de maio de 1794
pela rainha D. Maria 1, e confirmado por
Pio VII em junho do anho seguinte j
sagrou-se a 13 de setembro d’esse ultimo
anno, como também se vê do letreiro
da sua campa.
D. Joaquim Ferreira de Carvalho fal-
^eceu na respectiva diocese a 26 de abril
de 1801.
1821— Suicida-se com um tiro de pis­
tola Fernando Delgado Freire de Casti­
lho, conselheiro do tribunal da Fazenda
do Brazil, governador que havia sido da
Parahyba e capitão-general da capitania
de Goyaz (Vide novembro 26 de 1809E
1822— Elege-se uma nova Junta go­
vernativa no Ceará, que fica composta
dos seguintes membros: desembargador
José Raymundo dos Passos Porbem Bar­
bosa (como escreve o dr. P. Théberge no
seu Esboço Ilistorico da provincia ; Var-
nhagen escreve do Paço Borbun, etc.),
padre Francisco Gonçalves Ferreira Ma­
galhães, Mariano Gomes da Silva, José
Agrella Jardim, José de Castro e Silva e
o commandante das armas Francisco
Xavier Torres.
Os mesmos eleitores haviam anterior­
mente eleito para deputados ás côrtesde
Lisboa aos seguintes cidadãos: padre
Antonio José Moreira, sargento-mdr Pe­
dro José da Costa Barros, Manuel do
Nascimento Castro e Silva, padre Ma­
nuel Felippe Gonçalves e José Ignacio
Gomes Parente.
Este ultimo recusou o mandato e foi
e^cpedido diploma ao padre José Marti-
niano de Alencar, que em supplente, a 29
de dezembro de 1821.
Havia tomado posse do governo da
. Bahia a segunda junta, de que era presi­
dente 0 dr. Francisco Vicente Vianna,
9ü
no dia 2, e 0 brigadeiro Manuel Pedro
de Freitas Guimarães assumira o com­
mando das armas. Tendo porém, no dia
lo, chegado á capital da provincia a ■í.'
carta régia que nomeava para este ulti­
mo cargo ao brigadeiro Ignacio Luiz Ma­
deira de Mello, este gíliciou logoáquelle,
pedindo-lhe a entrega do commando;
mas Manuel PeJro, apoiado pelo povo
e tropas recusou entregar-lh’o : d’ahi
se originaram, como era de prever,
conílrctos e rixas em diíTerentes pontos
da cidade nos dias 17, 18 e 19. Repellidos
os brazileiros com perdas, acolheram-se
ao forte de S. Pedro, de onde tiveram
de se retirar no dia 21 para irem acam­
par no interior, deixando o brigadeiro
Madeira senhor da cidade, onde reinou
por algumas semanas a mais completa
anarcliia. A reacção contra esse trium-
pho pouco duradouro 'da tropa portu­
gueza só começou a 24 de junho na villa
da Cachoeira, como em tempo se dirá.
1827—Abre-se ao transito j^ublico a
estrada de Santos ao Cubatão, cujo tra-
jecto se fazia anteriormente por agua.
Deve-se este melhoramento a trabalho
de longos annos, feito sob administrações
divei'sas, entre as quaes se destaca a do
primeiro presidente da provincia Lucas
Antonio Monteiro de Barros, em cujo
tempo se concluiu.
1878—Inaugura-se a linha telegraphica
do Aracaty (na provincia do Ceará) a
Mossoró (na do Rio Grande do Norte) na
extensão de 81,800 kilometros.
Inaugura-se no mesmo dia a da cidade
da Fortaleza a Aracaty, na extensão
de 141,270 kilometros.
Como já dissemos, estes dados rela­
tivos aos telegraphos do Império são
officiaes.
FEVKREIRO—18
1531—Martim Aífonso de Souza expede
para Lisboa, sob o commando de João de
Souza, uma das naus que aprisionára
na altura do cabo de Santo Agostinho
 EPHEMERIDES NACIONAES

nos dias 31 de janeiro e 2 de fevereiro P'oi'rudeo encontro, posto que pouco

( iam nglla trinta e tantos prisioneii'os e duradouro: praticaram-se de lado a lado
sCtenta toneladas de pau-brazil) e nesta actos de bravura a toda a prova ; mas
mesma presente data manda ex])lorar íorçoso foi ceder ao numero. Começaram
por duas caravellas o rio Maranhão. os nossos a fugir pelos montes que. fica­
1591—O padre Jorge Moreira, vigário vam pela retaguarda e que conduziam á
•da vara da villa de S. Paulo, havia orde­ povoação ou ás Alagoas, para onde al­
nado qu^ todos os moradores que tives­ guns logo tomaram. Fuzilados pelo ini­
sem questões ou negocios da sua j uris- migo quando corriam pelo monte acima,
dicção fossem ter com elle em Santos, o tiveram os nossos nessa infeliz joimada
que era de certo vexatorio. Reunem-se perdas muito sensiveis; Cosme Vianna,
os camaristas da villa de S. Paulo na 0 ultimo de cinco irmãos ,que haviam
presente data e iDrotestarn contra essa pegado em armas quando os hollandezes
exigencia do vigário. invadiram o território, siu^cumbe nella.
1609—Trasladação solemne dos ossos Os pretos de Henrique Dias portaram-
de frei Pedro Palacios para,a Victoria, se com muito brio e denodo ; o mesmo
no Espirito-Santo : são depositados no não se póde dizer dos indios de Camarão,
altar mór do convento dos Jesuitas, dis­ apezar dos esforços do seu chefe. Almi-
tribuindo-se parte d’elles por enfermos ron, immediato de Bagnuolo, deveu o
e pessoas diversas, que ávida e religiosa­ se não perder á bravura de Henrique
mente os pediam. Dias, de FranciscoRebello e outros chefes
P’rei Pedro Palacios foi o fundador da subalternos.
capclla de N. Senhora da Pen na (hoje Nesta acção foi pela 6" vez ferido
Penha). Religioso leigo, natural de Me­ nesta campanha o bravo cabo dos
dina do Rio Seceo, perto de Salamanca, homens pretos ; uma bala acertara-lhe
na Ilespanha, veiu para o Brazil em 1558, no punho esquerdo, oceasionando-lhe a
^ahindo deLisboa, e falleceu a 2 de Maio perda da mão, que veio a ser amputada.
de 1575. Diz a lenda poiaular, conservada Francisco Post, pintor que acompa-
Bela tradição local, que, na oceasião em nhára de Ilollanda o conde de Nassau,
que este piedoso varão expirou, os sinos da perpetuou ’csta Victoria dos seus num
capella dobraram por si mesmos e que bel!o quadro, que foi gravado em 1615
se encontrou abeida já a sepultura que (c não 1611, como diz Varnhagen) c se
devia i’ecebel-o. Viveu 17 annos na villa acha na obra de Barleus.
do Espirito-Santo. Depois d’esta derrota o conde Bagnuolo
A imagem da Virgem que se venera fica tão acovardado que se retira nessa
naquella ermida foi mandada vir de mesma noite para as Alagoas, abando­
Lisboa por frei Pedro Palacios. nando um dos reduetos que occupava
1637—Batalha de Porto Calvo. em Porto Calvo e de que tomou posse
Começam logo cedo a mover-se as 0 general vencedor, depois de mandar
tropas hollandezas, divididas em tres perseguir o fugitivo até duas léguas,
columnas, uma sob o commando de Se- fazendo-lhe ainda alguns prisioneiros.
gismundo von Schkoppe, outra de Ar- Depois da noticia rigorosamente histó­
cizevvski e a terceira commandada pelo rica, a tradição, a lenda, que consola o
proprio Mauricio de Nassau, que tinha orgulho nacional.
ás suas ordens toda a cavallaria. Commemoremos, pois, as valorosas ac­
Ao descerem a collina deu o conde o ções guerreiras de uma heroina ameri­
exemplo, atravessando e rio que o sepa­ cana nestas nossas encarniçadas lutas
rava dos nossos. cora os hollandezes. Fallciiios de D. Clara

__
 EPHEMERIDES NACIONAES

Camarão, india do norte do Brazil, mu- > de Janeiro, no palacio do vice-rei mar­
Hier do famigerado Poty, mais conhecido quez do Lavradio, na presença d’este e
na nossa historia d'esse tempo pelò nome ; de muitas pessoas gradas da cidade.
de D. Antonio Felippe Camarão, que Em dezembro anterior o dr. .Lose Hen­
adoptou depois de recebido o baptismo, j riques de Paiva, medico do vice-rei, pro-
ecujo appellido—Camarão— não e' mais : puzera-lhe fundar uma academia, em
do que a traducção de Poty, seu nome que se tratasse do desenvolvimento das
sciencias naturaes e medicas e da agri­
indigena.
E’ provável que Clara acompanhasse cultura. O marquez abraçara a idéa e
gCU marido, como era costume entre os fundou-se a academia, que prestou gran­
Índios, em todas as expedições arriscadas des serviços á colonia, fazendo mais co­
em que elle entrou, que tomasse mesmo nhecidas na Europa as suas plantas e
parte em algumas em que visse que a contribuindo para o cultivo do anil,
sua vida e liberdade corriam mais pe­ do cacau, da cochonilha e outros pro-
rigo: a acção, porem, em que ella se ductos nossos.
mostrou verdadeira heroina foi a que O licenciado José Henriques de Paiva,
deixamos recordada, denominada batalha promotor da idéa, foi o seu primeiro
de Porto Calvo (Alagoas), na qual o fa­ presidente e Luiz Borges Salgado pri­
moso mestre de campo dos pretos, Hen­ meiro secretario.
rique Dias, teve, como vimos, a mao es­ 1846_Chegam a Santos, procedentes
querda esmigalhada por uma bala ini­ de Santa Catharina. o imperador e a
miga e continua a combater como si nada imperatriz, que visitam a provincia de
lhe houvesse acontecido! S. Paulo (Vide fevereiro 26).
Quando os indios do fiel e denodado 1S75—Falleceem Nictheroy o inspirado
Camarão começavam a desanimar e a e inditoso poeta fluminense Luiz Nicolau
debandar-se, surge de repente I), Clara Fagundes Yarella, que tantas e tão bel-
de espada em punho, acompanhada de las provas nos deixou do seu immenso
outras senhoras, em quem excitara a talento. (Vide a ephemeride de 17 de
coragem e o brio do patriotismo: reanima agosto de 1841),
com 0 seu exemplo o animo abalado dos Varella foi sepultado no dia 19 no ce­
soldados de seu marido e desenvolve mitério de Maruhy em Nictheroy.
uma inexcedivel bravura. Quando sobre­ FEVEREIRO— 19
vem* a noite e os nossos começam a re­
tirar-se do combate, D. Clara Carnai'âo 1609 — Chega a Pernambuco D. Fran­
presta relevante serviço, guiando e es­ cisco de Souza (Carta de Diogo de Me­
coltando pelo resto da noite, com as suas nezes a el-rei, de 22 de abril do mesmo
aguerridas companheiras, as familias dos anno).
nossos, sem mostrar o menor signal de Por provisão régia de 2 de janeiro do
anno anterior, tinham-se constituído as
fadiga.
Frei Raphael de Jesus, referindo-se no feapitanias de S. Vicente, Rio de Janeiro
seu Castrioto Lusitano a D. Clara Ca­ e Espirito Santo em um governo sepa­
marão , diz delia: — montada em um rado do governo geral do Brazil, e
cavallo, e tão clara nesta gentileza que fôra D. Francisco nomeado para admi-
deixou escurecida a memória das Ze- nistral-a, com o titulo de governador
nobias e Semiramis, com que tanto se geral.
illustrou a antiguidade. Foi 0 9* da respectiva serie e o seu
1772 — Celebra a sua primeira sessão j^ome vem em alguns dos catalogos dos
publica a Academia scientifica do Rio governadores da capitania (Jo Rio de
 102 EPHEMERIDES NACIONAES
Janeiro, logo depois do de Francisco de
Mendonça e Vasconcellos. Ofim principal
da sua nomeação era promover o desco­
brimento de minas de metaes preciosos.
Que D. Francisco de Souza fôra gover­
nador do Rio de Janeiro nâo deve haver
duvida, não só porque vem o seu nome
assignado em cartas de sesmarias que
fjeu duiante a sua estada nessa cidade
Uiev. do Inst. Hist. t. 1, pag. .310
da 2^ edição), como por o affirmar frei
Vicente do Salvador « testemunha maior
de toda a excepção, diz Antonio Duarte
Nunes no seu Almanac Historico (Rev.
do Ingt. t. XXí, 1858), porque ale'm de
ser religioso grave, douto e virtuoso,
assistiu nesta cidade com D. Francisco
de Souza, em cuja companhia viajou. »
Martim de Sá e Affonso do Albu­
querque, que vóm no catalogo do vis­
conde de Porto Seguro entre Vascon-
ce os e D. Francisco, foram provavel­
mente simples capitães ou capitães-móres
governadores.
.. ’ i,
1616-Carta régia provendo o padre
Antomo Teixeira Cabral, natural de
Portugal, na prelazia de Pernambuco
IV Ide lo de julho de 1614). Foi o pri-
meiro_ e quiçá o unico que exerceu taes
uncçoes,^ pelo menos depois d’elle até
' Í< 1). ivstevao Brioso de Figueiredo, i,ri­
me,ro bispo, qu mdo creada a diocese
nao se faz em parte alguma mensão de
outro.
I. ■ 1619_ Segunda batalha dos Gu-.ra-
rapes fenda entre as nossas forças ao
mando do general Francisco Barreto de
Menezes e as hollandezas, commandadas
pelo coronel Brinck.
> 'h Os dous pequenos exercitos tinham^
tomado de ante-vospera as alturas dos
montes Guararapes, separados um do
outro apenas poruin valle. Até ao meio
dia nenhuma quer deixar a respectiva
posição, que tem por mais vantajosa.
Is inimigos contavam 3,310 praças
(Varnhagcn) ou c'nco mil homens de
guerra, todos soldados escolhidos por
>' .
valorosos e práticos (segundo o auctor do
Custrioto Lusitano) e os pernambucanos
dous mil e seiscentos, entre portúguezes,
minas, e indios.. O hollandez occupou o
sitio onde hoje é a egreja de Nossa
Senhora dos Prazeres.
Fatigado de esperar, ao rigor do sol,
0 coronel Brinck resolve-se pelas 3 horas
da tarde a retirar-se : abandona as po­
sições que occupava., que são logo apro­
veitadas pelas forças do general Barreto.
Brinck apercebe-se d’este movimento já
tarde, quer emendar a mão, tenta retro­
ceder ; OS nossos, porém, levados por
João Fernandes Vieira e André Vidal de
Negreiros, atacam-os com tal irapeto, e
a cavalleiro dos contrários, que, depois
de um como torneio, em que se peleja
corpo a corpo, e tendo cahido mortos
Brinck e o seu immediato, as tropas
flamengas começaram a fugir em tal
(jonfusão que, nem pior palavras, nem
pela força (diz um insuspeito documento
hollandez, citado pelo sr. .1. de Vascon­
cellos e visconde de Porto Seguro)
puderam ser contidos cs que fugiam,
concorrendo para ainda mais augmentar
a desordem os terços dos coronéis van
den Brande e van Elts, que, baixando
das eminências que occupavam para
acudir aos seus, lhes foram causa de
estorvo.
cc O inimigo ficou de todo destroçado,
diz o visconde de Porto Seguro, e a
victoria foi, para os nossos, ainda mais
completa que a do anno antecedente. »
Foi ainda ferido nesta mortifera acção
0 bravo régulo dos homens negros, Hen­
rique Dias, que, « pela ultima vez, diz o
sr. J. Vasconcellos nas suas Datas cele­
bres, derramou nesta campanha o seu
sangue pela patria. »
Perderam os hollandezes nesta batalha
1,045 homens, dos quaes 163 ofliciaes e ,
oillciaes inferiores, e deixaram no campo
5 peças de campanha e 5 bandeiras.
Com esta esplendida victoria cobrou a
metropole novo alento o desvaneceram-se
 EPIIEMERIDE3 NÀOIONAES
p.iraa üollandaas esperanças que ainda
nutria de conservar a sua tão cubiçada
colonia n i America portugueza.
Mais tarde, acabada a guerra, o ge­
neral Barreto, em acgão de graças por
este triumph , mandou ediíicar á sua
Custa, no proprio local, em 1653, uma
capellaque, confiada aos benedictinos de
Pernambuco, foi por estes convertida,
em 1782, na magnífica egreja que hoje
campeia no cimo d’aquelles montes
históricos.
Varnhagen, que em 1861 visitou aquel-
les logares cm companhia do senador Sá
e Albuquerque, filho do 1° barão de
Guararapes, dd-nos na sua Historia das
jutas, etc., a inscripção commemorativa
que se conserva na ailudida egreja.
1737—Entra a birra do llio Grande do
Sul obrigadeiro .lose da Silva Paes, com
os navies do seu transporte, g deras Leão
Dourado e Bonita, bergantim Bichaca-
della e balandra El-rei, levando muni-
ç()Cs e petrechos bellicos, officiaes e
soldados, ao todo 25-1 homens. Começa
nessa data o seu governo como comman­
dante militar d’ aquella capitania (Vide 15
de março de 1738).
1788—Nasce Francisco Gomes de Cam­
pos, que falleceu no Rio de Janeiro, a 17
e se sepultou a 18 de janeiro de 1865,
barão de G impo Grande e ministro do
Supremo Tribunal de Justiça, logar de
que apenas tomára posse alguns dias
antes de fallecer.
1803-Assume D. João de Amorim
Pereira o governo da capitania do Piauhy,
em cujo cai’go succédé ao governador
interino^coronel Francisco D.o^o de
Moraes, que loi preso, porque se recusara
a dar-lhe posse.
1811—Alvará creando a comarca d®
Paranaguá e Coritiba, da capitania de
S. /l^aulo, hoje provincia do Paraná.
A carta régia de 17 de junho de 1723
creái-a a comarc i de Paranaguá, que
comprehendia as povoações limitrophes
de planta Cath irina, Laguna, S. Francisco
103
do Sul e os territórios de S. Pedro do
Rio Grande; mas, com a separação d este
c do de Santa C.tlmrina, deixou de pre­
valecer aquella cieaçào. o por isso é
renovada na presente data.
1868—Assalto e tomada do redueto
Cierva ou Estabelecimento e passagem
da divisão cour içada brazileira sob as
formidáveis baíerias de ílumaytá. Esta
brilhante façanha naval é uma das quo
mais gloria deram ao nome brazileiro
na luta titanica, chamada Guerra do
Paraguay.
a A opinião unanime, até da Europa,
da sua impraticabilidade, pondera um
e.scriptor contemporâneo, os obstáculos
devidos á impetuosidade da agua, á forte
curva do rio, á sinuosidade do*canal,
ás correntes de forro que o atravessavam,
aos torpedos, aos Camalotes, tudo era
pouco, era nada, comparado com as ba­
terias assestadas em suas ameias c dis­
postas de modo a dominar o rio aguas
abaixo, para acima e em toda a linha do
confrontação... A passageni de ílumaytá
pela esquadra brazileira em 19 de fex'>e-
reiro de 1808 seria uma pagin i de
transcendente gloria do Brazil, se não 4■ I
fosse antes o prodigio da grandeza hu'
mana r.a mais assombrosa manifestação
das scenas horrorosas da guerra nava
{Globo de 19 de fevereiro de 1875). »
Principiada ás 3 horas da m.idiugada,
ao clarão de centenares de bocas de fogo
que vomitam a morte e allumiam o ho­
rizonte em toda a nossa linha, ao .écho
immenso e tcridvel de tiros que se suc-
cedem com tal rapidez que parecem um
só, e.-tava vencida ás 4 horas e meia da
tarde a terrível barreira qiie nos oppunha
0 inimigo. Os encouraçados Bat ) oso.
Tamandarè e Bahia, os monitoi'es Pará,
Rio Gravide e Alagôas, sob o commando
do capitão de mar e guerra Delphim
Carlos de Carvalho, hoje barão da Pas­
sagem, conquistaram es.se glonoso tro­
phée )) 'ra a historia da nossa marinha
de guerra-
 EPHEMERIDES NACIONAES

Em terra, Andrade Neves, barão do

meroio e outros periódicos do Império,
Trinn)i)ho, inscrevia o sen nome nas
ficou imcompleto. por se ferem aggra-
ti inclieii’as do Estahelecimcnfo, enas-
vado osincomiuodos que padecia o poeta,
|fando do louros, mais uma vez, a sua
que se entregou a outras, producções
fronte marcial e o pavilhão da j atria.
egu dinente digmis de ler-se. entre as
1S78—Fallece no Rio de Janeiro o
quaes se conta uma bella collecção de
conselheiro de estado dr. José Antonio
poe.sias, a que denominara Tardes de
Pimenta Bueno, marquez^ de S. Vicente
Primavera, cuja publicação postliiima
senador pela provincia de S. Paulo, es-
estava o Monitor fazendo em marco
comido a 19 de abril de 1853. tomando de 1879. ^
a / de maio assento no senado. Nascera
-iS»ia»too' om Diz acerca d’aquelle seu illustre con­
terrâneo a alludida folha: « Joaquim
Formara-s^^m sciencias sociaes e ju-
.idicas na Faculdade de S. Paulo, onde Theophilopossuia um esplendido talento,
i>ecebera em mas era paupérrimo e desprotegido, a
o grau de doutor, e
ponto de ser forçado a trabalhos muito
oceupou sempre eminente lugar entre os
abaixo do seu grande merecimento, afim
jurisconsultos brazileiros. quer como
de ter meios de prover á sua modesta
m.agisti%do. quer como publicista, le­ subsistência.»
gando ao paiz obras de, subido valor na
sciencia do direito. Talento e p ob rezi... títulos que des­
afiam 0 nos-m respeito e a nossa magua.
Exerceu Pimenta Bueno os cãrgos de
Deixem passar esta sombra illustre !
presidente do conselho de ministros, mi­
nistro dos negocios da justiça e de es­ fevereiro —20
trangeiros, deputado á assembléa geral
legislativa, enviado extraordinário e mi­ 1619 - Os restos do exercito hollandez,
batido na vespera pelos nossos, reco-
nistro plenipotenciário junto á republica
do Paraguay, presidente da provincia do Ihem-se ao Recife, emquanto o exercito
Rio Grande do Sul e desembai-gador da pernambucano volta triumphante ao seu
Relaçaoda corte, aposentado com honras acampamento do Arraial Novo do Bom
de ministro do Supremo Tribunal de Jesus, ao som das salvas de artilharia a
Justiça: posições que conquistara pela de repetidas acclamaçoes do povo e tropa,
linha recta do merecimento. trazendo os despojos alcançados do ini­
migo na jornada que a historia deno­
« No parlamento e no conselho de
estado deixou o seu nome ligado a dis- minou - Segunda Batalha dos Guara-
rapes.
tmetos e mui apreciados traballios; na
tiibuna, sua palavra íbi sempre ouvida Parecia que esse successo traria como
com^ toda a consideração e respeito, e consequência a immediata desoccupação
no foro as suas obras serão consultadas do território pernambneano de que es­
como pioveitosas lições de um mestre tavam senhores os hollandezes. A hora,
porém, da sua final expulsão sé veio a
provecto e abalisado (Alm anak Laem-
niert para 1878). ' soar quasi cinco annos depois (Vide
a ephemeride cie 27 de janeiro de 16.51).
1879—Fallece em Santo Antonio do
173,3-Por fallecimento de Luiz Vahia
Machado, em Mioas Geraes, Joaquim
Monteiro (V. maio 10 de 1725), cm cujo
Theopli.lo .da Trindade, distincto poeta'
nuneiro, na edade de 3.3 an nos. governo se construiu a í, rtifleação da
Ilha da.s Cobras, entra a governar inte­
O seu poema A virgem, começado e
publicar pelo Monitor Sul Mineiro e que rinamente 0 Rio dé Janeiro 0 mestre de
campo Manuel de Freitas da Fonseca,
merecgm transcripção no Jornal do Com-
por ser a patente piais antiga da capita-
 EPHEMERIDES NACIONAES 105

nin. T^nnra-sc a data ein qiie assumira o de hoje cncontraram-sc os dois exercitos.
exoi'cicio do cargo ; apenas se sabe que e em tãomáhora para o nosso, que logo
já iia presenteooccupava. Das suas maos em principio o heroico José de .Abreu,
pas-:aram as redeas da governação da barão doSerroLarge,queiniciar.i a peleja
capitania ao capitão general Gomes á frente da cavallariario-grandense, a vio
Freire de Andrada a 26 de junho do em debandada por força muito superior
mesmo anno. de. gaúchos, e pagou com a vida a sua
. 1780—D. Rodrigo José de Menezes, que bravuiM, e, o que é mais para se la­
foi depois conde de Cavalleiros, decimo mentar, at)-avessaclapor balas arrojadas
governador da capitania de ]\Iinas Ge- pelo exercito ãa patria (Vide o Anno
raes, succede a D. Antonio de Noronha Biographico do sr. dr. Macedo na data
e exerce o cargo até 10 de outubro de de 3 de outubro).
1783 [Veja-se essa data), em que o rende Tudo nesta desastrosa jornada con­
Luiz da Cunha e Menezes. correu para o insuccesso das nossas armas.
Yarnhagen apenas indica este mez e Ponderam entretanto os nossos chronis-
anno para a posse de D. Rodrigo. Abreu tas que, si o general Barbacena não Ibsse
G Lima é quem nos fornece a presente tão apressado em ordenar a retirada,tudo
data, ciue encontrámos também no Bic- induz a crer que a sorte das armas nos
cionarão Geographico de Milliet de Saint seria favoravel. O mareclial Brown, pelo
Adolphe, na resenlia que faz dos gover­ menos, que. já ferido, eiitrára nesse dia
nadores de Minas Geraes. em combate, assegurou que a victoria
1821— A-S de julho de 1820 fóra de­seria nossa si tivéssemos continuado a
clarada independente a capitania de Ser­ batalha. As bandeiras que os argentinos
gipe d’El-Rei. até então sujeita aos ca­ guardam como gloriosos trophéos d’essa
pitães generaes da Bahia. Para governar acção, não nos foram por elles tomadas
a nova capitania, ou antes provinda, em combate. O exercito brazileiro dei-,
íòra nomeado o tenente coronel Carlos xára na retaguarda as suas bagagens,
Cesar (c não Augusto) Burlamaque, que com 0 indispensável pessoal para as con­
tomou posse do cargo na presente data. duzir: cahe sobre cilas, logo em começo
Em consequência da revolução da Bahia, da acção, um forte destacamento da ca-
que também convulsionou Sergipe, por vallaria inimiga, toma-lhc por surpreza
pouco tempo exerceu aquelle governador algumas caixas e nellas algumas bandei­
0 seu mandato. ras e estandartes nossos: do sorte que
1822— Decreto prohibiudo que se cum­elles, os argen'inos, tiveram trophéos de
pram no Brazil leis emanadas das cortes victoria antes de começada a peleja!
de Lisboa. Nessa desastrosa acção, o general bra­
1827—B italha de Ituzaingo [Guerra ãa zileiro dispunha, d’entre 6,72J com­
independa da Repnhlica Cisplatina). batentes, de 2,189 infantes; mas o gene­
Apoiada pelas Republicas Unidas do ral Alvear tinha ás suas ordens 10,557
Prata, que pretendiam encor[>orar no seu homens de combate, e si contava apenas
tori'itorio o da Cisplatina, a guerra não 1.576 praças de infantaria, dispunha de ,
corria f ivoravol ao Brazil, apesar de dobrada força dccavallaria e de artilha­
dispormos de mais recursos que os nossos ria mais considerável ainda. Alem d’esta
adversários. Neste anno (1827) tomára vantagem numérica, deve-se metter em
marquez de Barbacemi (Felisberto Cal­ linha de conta o conhecimento prévio
deira Brant Pontes) o commando das que elle teve oceasião de adquirir do
forças brazileiras; os argentinos eram campo em que ia fazer manobrar o seu
com mandados por Carlos Alvear. No dia exercito, '
 EPHEMERIDES NACIONAES
Do oilicio que o general Barbacetia
dirigiu cinco dias depois ao governo
imperial, reproduzido no patriótico ar­
tigo que acerca d-’esta bataliia publicou
0 Cruzeiro de 20 de fevereiro de 1880,
se reconhece que não foi elle o culpado
do desastre. Esse officio termina: . ,sup-
posto tivéssemos de abandonar o campo
de batalha, os herdes que tanto se il-
lustraram durante 5nze horas de com­
bate, vinte e quatro de marchas sem
de.scanso e quarenta e oito sem comer,
são, na minha opinião, tão dignos das
bo:.s graças de Sua Magestade Impe­
rial, como se aos seu esforços tivesse
acompanhado a victoria,
« Deus guarde a V. Ex. — Vacacahy,
25 de fevereiro de 1827.— Ilim. e Exm.
Sr. conde de Lages.— Marquez ãe Bar-
bacena».
Do boletim do exercito inimigo, que
em extrados publica em seguida o arti­
culista do Cruzeiro, fica provado, pri­
meiro, que 0 exercito brazileiro se por-
tpu com bravura ; depois, que o marquez
não foi derrotado, mas que, inspirado pela
prudência, se retirara com as suas forças
em boa ordem.
1813 — E’ nomeado presidente da pro­
víncia do Rio de Janeiro o dr. João
Caldas Vianna.
1856—Fallece em Oeiras, no Piauhy,
na edade de annos, Manuel de Souza
Martins, visconde de Parnahyba.
« Tornou-se, diz a Revista Popular,
que nos fornece esta noticia, de simples
I tropeiro um dos primeiros homens da
provincia. já pela sua làqueza, já pela
• f
sua posição de pi'csidente durante quasi
vinte annos ! »
■ S i. 1865—Rendição da cidade de Monte­
video ás forças brazileiras, em numero
de 8,498 homens, dos quaes 4,498 de in­
fantaria. No dia 2 tinha-se notificado o
r
bloqueio á praça ; na presente data a
praça capitula.
E celebrado ])clo ministro do Brazil, con­
selheiro José Maria da Silva Pai'anhos,
■jîir^^
■■imir
s
posteriormente visconde do Rio Branco,
com 0 presidente Yillalba, um convênio
que j)OZ termo á intervenção brazileira no
Estado Oiiental e fez do governo de
Montevidéo. até então nosso inimigo,
ura alliado na guerra do Paraguay.
FEVEREIRO—21
1560—Chegam á barra do Rio de Ja­
neiro Men de Sá e Bartholomeu de Yas-
concellos, encarregados ambos de expellir
d’essa bahia os francezes que nella se
haviam estabelecido (Yide as epheme-
riães de 30 de novembro do 1559 e de
16 de janeiro de 1560).
1619—Manda o general hollandez o ca­
pitão Yandick como parlamentario ao
Arraial Novo do Bom-Jesus, acampa­
mento dos nossos, afi.m de obter uma
suspensão d’armas para se enterrarem
os seus mortos na batalha de 19, de
Guararapes. Da nossa parte nomea-se o
sargento-mór Antonio Dias Cardoso.
Com a força de infantaria necessária
assistiu elle, como era de uso nas guerras
d’aquelles tempos, ao enterro dos mortos.
1725—Confirmação da apresentação do
franciscano D. frei Antonio da Guada­
lupe, bacharel em cânones, para bispo
do Rio de Janeiro (Yide 4 de agosto de
1740), e de D. írei José Fialho para
bispo de Olinda (Yide woycmòro 17).
1155—D. Yicente da Gama Leal, no­
meado antes de D. José Joaq^iim Justi-
niano, bispo coadjutor e futuro succes-
spr do bispo da diocese fluminense, D.
Antonio do Desterro Malheiro, foi como
tal sagrado cm Lisboa e tomou posse do
cargo na presente data, mas nunca vein
ao bispado, ficando em Portugal nos di­
versos e importantes logares que alli
occupava (Yide a ephemeriãe de 6 de
dezembro de 1773, § 8°).
1795—Nasce no Rio de Janeiro Fran­
cisco Manuel da Silva, notável musico
nacional, discipulo aproveitado do grande
José Maurício,
 Fallcccu no Rio prisão de Cypriano José Barata de Al­
dezembro de 1805. meida (Vide 2 4 de ju lh o), dando ocea-
Recommen damos a leitura dos actos sião a fazer-se a sessão extraordinária
principaes da vida d’este distincte artista de 13 de dezembro anterior, em que se
no artigo que no seu Anno Biographico elegera o actual presidente como uma
lhe consagra o sr. dr. MaeSdo. das pessoas que melhor podiam defender
1810—0 capitão de engenheiros Fre­ os direitos da provincia.
derico Guilherme Varnhagen é incum­ Nomeou-se uma commissão de tres
bido, com 0 inspector das minas e bos­ membros que fosse dar parte do c^ue se
ques coronel Martim Francisco Ribeiro deliberara a Manuel de Carvalho Paes
de Andrada. de ir examinar a fabrica de Andrade, que não assistira á sessão.
àe ferro de Ypanema e proporem ambos Este é um dos quadros da reacç.ão
os melhoramentos de que ella carecesse. que arrebentou logo depois na provincia
Foi em virtude d’esse exame que a cartS com a prisão de Paes de Andrade (Vide
régia de 4 de maio d’ este anno deu nova a ephemeride de março 20).
organisação áquelle estabelecimento, que 1853—Chega á cidade do Rio de Janeiro
começou a funcionar a 4 de dezembro 0 famoso diamante achado na Bagagem,
(Vide essa data). em IMinas Geraes, ao qual se deu o nome
Varnhagen era pae do visconde de de estrella do sul. Pertencia a Casimiro
Porto Seguro. José de Moraes; foi depositado no Banco.
1824— Reunem-se no palacio da pre­ Commercial e avaliado cm cerca de dois ‘
sidência da provincia de Pernambuco mil contos da nossa moeda (Vide maio
os representantes das camaras munici- 11 de 1862).
paes do Recife, Olinda, Iguarassru Paii 1861—Fallece na cidade da Conceição
d’Alho, Cabo e Limoeiro, afim de conhe­ do Serro, em Minas-Ger. es, o poeta mi­
cerem do estado politico da provincia. neiro Aureliano José Lessa, nascido em
Dera causa á reunião o não querer acei­ 1828 na cidade Diamantina.
tar a provincia a nomeação que fizei’a o Formara-se em sciencias sociaes e
governo imperial do capitão mór Fran­ juridicas na Academia de Olinda cm 1851.
cisco Paes Bari'eto, que foi depois mar­ No Diccionavio de Innocencio F. da
quez do Recife, para presidente,em logar Silva, aliás sempre bem informado, vêm
de Manuel de Carvalho Paes de Andrade, menos êxactas estas indicações.
que occupava aquelle cargo. As que aqui consignamos extrahimol-as
Temos á vista a acta que d’essa sessão das breves linhas postas por seu amigo
se lavrou, publicada no Jornal do Eecife e conterrâneo,0 dr. Bernardo J.da Silva
e que não reproduzimos por demasiado Guimarães, em frente ao volume dasPoe-
extensa. sias poslhumas de Aureliano, publicada«,
Fôra eleito á pluralidade de votos pre­ no Rio de Janeiro em 1873 por seu irmão
sidente da sessão João Pires Ferreira e 0 sr. Francisco José Pedro Lessa.
secretario Antonio Elias de Moraes. De- Com Aureliano e Bernardo Guimarães
liberou-se que continuasse Paes de An­ foi que Alvares de Azevedo tencionou
drade a presidir a provincia, tendo-se em S. Paulo publicar um volume de
affecto a questão ao governo imperial, poesias dos tres, sob o titulo tres
cuja solução se decidiu aguardar. lyras, 0 que se não realisou, vindo de­
Allegavam para este seu proceder que pois a estampar-se isoladamente e suc­
Paes Barreto havia no seu anterior go­ cess! vamente as de cada um, obtendo
verno desgostado os homens probos da todavia as de Azevedo maior successo
provincia , principalmente depois da pelo byronismo que d’ellas resumbrava
 108 EPIIEMERIDES NACIONAES

fim cada vei’so e que tauto eclio acliava pelo intruso governador das armas da
nas iniaginaçOos da geração que exta­ provincia. capitão de artilharia Pedro
siada as ouvia.
da Silva Pedroso, que no dia antecedente,
I8ÜÕ—Kallcce no Rio Grande do Sul á frente d’aquelle corpo, ameaçara o go­
Fciix Xavier da Cuaha, alli nascido a IG verno e o coagira a fazer o que elle
de setemljro de 1833.
queria (Vide a epheraerüle de 23).
Formára-se em sciencias sociaes e 18.39 Decreto dando nova organisação
juridicas na Academia de S. Paulo,
ao exercito. Por decreto e tabella annexa»
em 1851. ’
de 28 do mesmo mez e anno, marca-se a
Do que escrevera, só se publicou em numeração que devem ter os corpos de
®ua vida o di’ama Victor, alémde poesias linha que formam o quadro do exercito.
avulsas, que lhe mereceram os applausos 18-lG—Morie o conego Januario da
dos sens contemporâneos.
Cunha Barbosa, cjue fora, com o mare­
Posthumas, temos d’elle um .volume chal Raymundo Jo.sé da Cunha Mattos
de poesias publicadas em Porto Alegre e 0 visconde de S. Leopoldo, fundador
em 187-1, por seu irmão Francisco Cunha. do Instituto Ilistorico e geographico do
FEVEREIRO—22 Brazil em 1838.
Januario da Cunha Barbosa nasceu na
169G Chega á sua nova diocese o 4° cidade do Rio de Janeiro a 10 de julho
pispo de Olindi D. frei Francisco de de 1<80. Orphão de pae e mãe aos 9 para
Lmia, que tomara posse do seu cargo a 10 annos de edade, foi educado por um
1 de fevereiro do anno anterior ( Vide tio paterno, abraçando a carreira eccle-
essa data e a de 29 de abril de 1701).
siastica em 1803. No anno seguinte fcy.
1801 loma posse do seu novo bispado duas viagens a Lisboa e voltando em
D. Luiz de Brito Homem, que passa da 1805, entregou-se ao ministério do púl­
diocese de Angola loara a do Maranhão, pito, em que se tornou eximio, sendo
onde é 0 11° na ordem chronologica honrado em 1808 com a carta de prega­
( Vide dezembro 17 de 1801). dor regio. Não pretendemos traçar a sua
1822 Installa-se em Poi’ to Alegre a biographia: para isso o leitor consultará
junta governativa da provincia de S. Pe­ com todo 0 proveito o temo IV da se­
dro do Rio Grande do Sul. acclamadfj gunda serie ãíi Revista do Instituto ou a
•l'i . pela tropa e povo. Era seu presidente o biographia que na Galleria dos B ra si­
brigadeiro capitão general .João Carlos leiros illustres acompanlia o seu retrato:
I /
de Saldanha Oliveira e Daun e vice-pre­ basta-nos lembrar aqui que elle tomou
sidente 0 marechal de campo João de parte muito activa nos acontecimentos
Deus Menna Barreto; tinha um secreta­ da nossa emancipação politica, tendo
rio dos negocios politicos, oucro dos de sido perseguido pelo ministério Andrada
guerra e mais cinco membros. (jepois de realisada a independencia, e
1823 De ordem do governo provisorio que muito lhe devem as lettras patrias
de Pernambuco, o tenente Santiago as­ de que foi um fervoroso cultor e cujo
salta pela madrugada o quartel de arti­ desenvijlvimento promoveu e animou com
lharia na cidade do Itecife. á frente de todo 0 zelo e dedicação, concorrendo,
uma força de soldados do 1° batalhão de além da socied :de Auxiliadora da Indus­
caçadoi'es, e apodera-se d’elle sem a me­ tria Nacional e do Instituto Ilistorico,
nor opposição pela presteza com que para o estabelecimento de muitas outras
executa essa diligencia.
associações litterarias e scientiíicas do
Fóra este acto ordenado em virtude Império.
do prpeedimeuto tido no dia anterior Entre outras composições poetaças da

EPHEMERIDES NACIONAES
sua lavra, temos um poema em versos
soltos intitulado—ÎS'ictheroy —, impresso
em Londres em 1822, e um poema heroi-
comico —Os Garimpeiros.— Escreveu ar-
t_igos importantes, não só litterarios
como de controvérsia política ; redigiu
com Joaquim Gonçalves Ledo o Bever-
bero c collaborou na Minerva Brasi-
liense. Foi deputado por diversas ve/.es
e por mais de uma província á asscm-
ble'a geral legislativa. Foi, na ordem
clironologica, o 3" bibliothecario da Bi­
bliotheca Publica da corte e director da
Imprensa re'gia. Não devemos deixar em
silencio que o coriego Januario ensinou
por 27 annos philosophia com patriótico
desvello. Pouco lhe sobreviveu o seu
companheiro de creação do Instituto
Historico, 0 visconde de S. Leopoldo ;
0 marechal Cunha Mattos já tinha pe­
gado no eterno somno a 2 de março de
1830 (Vide essa data). Os bustos de már­
more do marechal e do conego, que
j^dornam a sala das sessões do Instituto,
foram feitos, o de Cunha Mattos pelo ar­
tista Honorato, o de Januario pelo cava­
lheiro Fernando Petrich, c se inaugu­
raram solemnemente a 6 de abril de 1848.
— Neste mesmo dia e mesmo anno,
morre na mesma cidade do Rio de Ja­
neiro, na ílòr da edade, outro illustre flu­
minense, Antonio Francisco Dutra e
Mello, nascido a 8 de agosto de 1823.
Alem de vários escriptos de incontes­
tável merecimento,estampados na Miner­
va Bvasiliense, de um Curso liractico da
lingua ingleza e de dous pequenos vo­
lumes de poesias, deixou composições
inéditas, que nos c o n s ta ^ / ser dadas á
lume pelo sr. dr. Luiz Francisco da
Veiga, que já tem brindado as lettras
patrias com producções do seu proprio
engenho, O 'primeiro reinado estudado
á luz da scfenem, por exemplo, e a quem
já devemos a inais completa edição das
famosas Cartas chilenas.
O sr. dr. Veiga, em carta que escre­
veu ao sr. Joaquim Serra e está publicada
''V'' -J' <:■■''■ ' fl
109
na Reforma de 24 de abril de 1875, faz
um apanhado geral das composições do
poeta fluminense e assegura-nos que o
sr. dr. João Antonio Alves de Carvalho,
bibliophilo brazileiro, enthusiasta e pa­
triota, possue todas as producções d’a-
quelle peregrino engenho.
A Bibliotheca Nacional conta entre seus
manuscriptos dois cadernos de charadas
(cm verso) de Dutra e Mello, dadiva gra­
ciosa do mesmo sr. dr. Veiga.
« Elle lia, diz de Dutra e Mello o barão
de Santo Angelo, elle lia Virgílio como
um romano, Milton como um filho do
Tamisa e Chateaubriand como o espiri­
tuoso habitante das margens do Senna.
No centro do seu modesto gabinete, nas
horas de repouso de um pesado magis­
tério, conversava com Eschylo e llero-
doto, balbuciava os threnos épicos de
Klopstock, os hymnos de Goethe ; abria
as suas azas para voar por cima do Li-
bano com a Biblia na mão, com a har­
monia do Hebraico, para ir sentar-se no
meio d’essa Asia sanscrita, no centro
d’esse delta talhado pelo Indo e pelo
Ganges, p: las alturas do llymalaya, pe­
las ondas do mar luso e ahi co templar
0 berço da humanidade.»
Dutra c IMello, de quem possuímos
um bello exemplar do r trato desenhado
por Mafra e esculpido em Paris por
llopwood, foi sepultado no convento de
Santo Antonio, na capella de Nossa Se­
nhora da Consolação, sepultura n.6.
I860—Entram os alHados em Monte­
video.
1868—Fallece o senador pqr Pernam­
buco Antonio Coelho de Sá e Albuquer­
que, escolhido a 13^ u - I ^ de outubro de
1864 e que tomára assento no senado a
^ de maio do anno seguinte. <
FEVEREIRO-23
1662— Em consequência das demissões
dadas pelo senado da cam ara de Belein
do Pará ao juiz do povo Diogo Pinto e
ao procurador Manuel Lopes, era obscr-
 .v*- ' '
no EPHEMERIDES NACIONAES
■; 1
vanoia de ordens do ouvidor geral, le­
vanta-se tal rumor e descontentamento
entre os moradores da cidade, que o se­
nado os restitue a seus cargos, o que se
az entre vivas de applauses geraes da
população.
1 .
1823 Proseguindo no que se disse na
^phemeride de 22 acerca dos aconteci­
mentos de Pernambuco d’este anno, acres­
centaremos que 0 capitão Pedroso, go­
vernador das armas intruso, que na
vespera se refugiára nos Afogados, em
revolta contra a junta do governo pro-
visorio da provincia, entra na cidade do
Recife burlescameute montado em uma
peça de artilharia, acompanhado de sol­
dados indisciplinados, que haviam aban­
donado os seus corpos para seguil-o, com
' i a gentalha de cujo partido era elle o di-
lector, afagando-lhe os maus senti­
mentos.
Refere um escriptor contemporâneo
que a peça estava engrinaldada por fo­
Vi f
m lhas de mangue e puchava-lhe os tiran­
tes a populaça desenfreiada, nomeio de
gritos de alegria.
A vista de um tal espectáculo, a junta
governativa toma a deliberação de se
^‘etirar para a villa do Cabo, onde tra­
tou de juntar os elementos precisos para
combater o estado de cousas que simi-
^hante homem creára. A’quella villa fo­
ram ter os corpos de linha, com os quaes
regressaram os membros da junta para
0 Recife, sendo a consequência de todo
este movimento a deposição e prisão de
Pedroso (Vide a ephemeride de 30 de
abril),
— O brigadeiro Ignacio Luiz Madeira
de Mello dirige a D. João VI um oílicio,
dando-lhe minuciosa conta dos aconteci­
mentos passados na Rahia desde que alli
chegara a noticia de estar elle nomeado
commandante das armas da provincia.
Esta peça, que é longa, termina pelo
seguinte :
« Se Vossa Magestade quer conservar
esta parte da monarchia, precisam-se
mais tropas, devendo vir, além de um
grande reforço de infantaria, 50 homens
de cavallaria e outros tantos de arti­
lharia.
A nossa situação nos logares donde
Podem encommodar-nos faz ser de pi*i-
meira necessidade que existam aqui
Sempre algumas embarcações de guerra,
commandadas por olllciaes constitucio-
naes e hábeis.
Mediante taes providencias eu teria a
felicidade de conseiu^ar a esta parte do
mundo a indivisibilidade da monarchia
portugueza.
Deus guarde a Vossa M agestade....»
1844— Faremos nestas paginas o re­
sumo biographico dos très irmãos Andra-
das, dos très gigantes paulistas, honra
e gloria da patria nos tempos tempes­
tuosos da sua emancipação politica ; —
de José Bonifácio, o patriarcha, de
Antonio Carlos, a personificação da elo­
quência parlamentar, de Martim Fran­ fí:i
cisco, a probidade privada em intimo
consorcio com a probidade politica. Cabe
a sorte ao mais moço, Martim Francisco
Ribeiro de Antrada, pela sua preceden-
nia no tumulo, quanto ao mez em que a
contingência humana da morte pcs'ou so­
bre elle, pois falleceu a 23 de fevereiro de
1844, em íSantos, onde havia nascido em
e onde fôra baptisado a 27 de junho
d’esse mesmo anno.
Não nos é possivel, nas poucas. linhas
que consagramos cada dia a este volun­
tário labor de apresentar á mocidade um
exemplo digno de se imitar, colhido nas
nossas proprias lendas e chronicas, na
nossa historia politica e litteraria, não
nos épossivelcompendiarcondignamente
a vida de um varão tão illustre pela sua
solida illustração, rigidez de caracter e
preponderância nos movimentos organo-
genicos da nossa vida social como nação
independente. Contentar-nos-hemos com
traçar aqui os contornos mais salienteá da
sua physionomia moral. Seria preciso es­
crever um livro para narrar por miudo
 Et»lIEMERIDES NACIONAES
a sua vida, toda cheia de serviços á
patria.
O conselheiro Martini Francisco for-
mara-seem mathematica na universidade
de Coimbra. Voltando ao Brazil como
INSPECTOR DAS MINAS E MATTAS DA CAPI­
TANIA DE S. P aulo , viveu 20 annos entre­
gue aos estudos de sua predilecção,—«ac-
cumulando,dizo sr. conselheiro barão Ho­
mem de Mello, esse cabedal de erudição
e saber, que devia mais tarde engrande-
cel-o tanto no theatro da vida publica. »
Em 1821 foi nomeado secretario do
governo provisorio de S. Paulo, de que
era vice-presidente seu irmão Jcsé Bo­
nifacio, e presidente,por eleição popular,
0 ultimo capitão-general João Carlos Au­
gusto de Oj'enhausen Grevenburg, que
foi depois marquez de Aracaty. D’ahi
começa a activa comparticipação do dr.
Martim Francisco nos importantes siic-
cessos da epoca, q'ue já passou para os
dominios da historia. Roubado á paz das
sciencias para a vertigem da politica,
muito tinha elle de sotfrer pela causa
publica : 0 seu caracter pore'm soube
conservar-se intacto c o seu nome é hoje
venerado como o symbolo do patriotismo,
do desinteresse, da abnegação; como o
de um devotado apostolo das nossas li­
berdades e um dos incansáveis obreiros
da patria independencia. Chamado o dr.
José Bonifacio á gerencia dos públicos
négocies e começando a sua tarefa de
OKÜANISAK o PAIZ NO SENTIDO DA SUA IN-
dependenCia , Martim Francisco aceita a
pasta dos négocies da fazenda no minis­
tério que sou irmão, que era ministro
do reino e de estrangeiros, organisara.
Proclamada a independencia, é Martim
Francisco eleito pela província do Rio
de Janeiro deputado á constituinte bra-
zileira, tão impoliticamente dissolvida á
força ^armada p e l o i m p e r a d o r
a 12 de novembro de 1823. Martim
Francisco e seus dois irmãos José Boni­
fácio e Antonio Carles, e os deputados
Montezuma e Rocha são arrojados ao
lli
çxilio na Europa, por aceusações de que
elles mesmos depois se defendem e sahem
triumphantes. Martim Francisco, preso
a 4 de julho de 1828 na ilha das Cobras,
sahe da prisão eleito deputado pela pro­
víncia de Minas Geraes, á 2*’ legislatura
do paizl Eleito de novo, em 1838, para
a 4“ legislatura, por S. Paulo, mas já
profundamente desgostoso, fez todavia
ainda a ma s proeminente figura nos
négociés públicos d’esses agitadíssimos
tempos. No 1° ministério formado pelo
actual imperador, Martim Francisco é
chamado ainda, com Antonio Carlos, para
os conselhos da corôa. No m.eio de todos Si ‘i
estes trabalhos c lutas de cada dia, de
alternativas de triumpíios e derrotas,
tão naturaes em épocas de organisação
social, em que entretanto a sua inexce-
divel probidade e conhecida severidade
de costumes sobrenadam e transluzem,
sempre incólumes e puras, baixou ao
tumulo, pobre dos bens da fortuna, sem
mais condecoração a ornar-lhe o peito
senão o habito de cuuisto do temi>o
COLONIAL, sem titulo algum a mascarar
lhe o nome ; porcjue, para sua gloria
tinha títulos seus nas acções suas
como disse elle de si mesmo em um dos
Seus demosthenicos rasgos de eloquência
parlamentar; e seria para nós esse o
lemma que gravariamoá no tumulo, em
que dorme, sobre os louros colhidos no
serviço da nação, o conselheiro Martim
Francisco Ribeiro de Andrada.
1865— 0 insulto feito á bandeira bra-
zileira a 7 de fevereiro, pelo ministro da
guerra do governo de Aguirre, que a
arrastou pelas ruas de Montevidéo, foi
objecto de uma satisfação ofíicial e es­
pecial, dada na presente data pelo gene-
i«al D. Venancio Flores, governador pro­
visorio da Republica Oriental.
A ’s 9 horas da manhã foi içada, no
forte de S. Jose', a bandeira brazileira c
saudada com uma salva dc 21 tiros.
O mesmo general declarou sem efleito

112 EPÍÍEx
MERIDES n a c io n a e s
os decretos expedidos pelo governo an­
terior, que suspendiam aos agentes con­
sulares do Brazil o exequatur e nulliíi-
cavam os tratados existentes entre as
(luas nações.
1870—Entrada triumphal do primeiro
contingente de Volunlarios da Patria na
capital do Império depois da guerra do
fi-' Paraguay.
Voltam dizimados pela metralha ini­
miga. tostados pelo fumo das batalhas,
mas cobertos de louros.
FEVKREIKO—24
1630—Mathiás de Albuquerque Mar i-
nhão, irmão de Antonio de Albuquerque,
governador da Parahyba, chega ao Re­
cife, vindo d’aquella capitania com um
contingente de cem homens, dos quaes
alguns Índios, para ajudar os pernam­
bucanos a baterem os hollandezes,
A Mathias foi dado o mando superior
da Estancia de, Santo Amaro.
Das aldeias dos indios tinham corrido
muitos com o ])adre Manuel de Moraes ;
deu-se-lhe o posto de Santo Amaro para
defender. A’ freguezia de Ipojuca foi
buscar gente Antonio Ribeiro de La­
cerda, que era alli querido e respeitado.
Da Villa Formosa veiu o seu valente
capitão Pedro de Albuquerque, com cin-
coenta homens. Eram soccorros que
chegavam ao general Mathias de Albu­
querque, depois da perda de Olinda e do
mallogro do ataqie que fizera a 20 de
fevereiro o inimigo para tomar aos nos­
sos 0 forte de S. Jorge que, dos que
defendiam o Recife, era o principal. A
noticia d’esse iiftuccesso, levada aos dis-
trictos visinhos, alentara o animo dos
nossos e apressou seguramente a mar­
cha dos que se prepuiatvam para acudir
aos nossos em apuros.
O inimigo que, tomada Olinda, onde se
^01'tiiicára na parte alta, estava sendo
Sitiado por terra e se via já qua.si
bloqueado por m ar, tentou assenho-
rear-se do Recife. Reconhecendo que lhe
'"■'«‘I’"'
era impossivel fazei-o pelo porto, atu­
lhado de barcos que os nossos metteram
a pique, e pelas baterias que lhe defen­
diam a entrada, resolvera começar por
apossar-se do forte princii al, comman-
dado por Antonio de Lima, com ai:enas
37 homens de guarnição. Atacado na
noite de 19 para 20 pelo tenente-coronel
Stein Callenfels. perdendo os hollandezes
2O mortos e tendo 40 feridos, depois de
duas horas de um vigoroso assalto, tendo
oS nossos apenas 5 mortos c 8 feridos,
viu-se obrigado a desistir d ’esse intento.
Ainda na presente data faz 0 inimigo
um reconhecimento, ate' perto .da casa
Onde residiu 0 general Albuquerque, em
Asseca, defronte do forte anteriormente
atacado, mas foi obrigado a retirar-se,
deixando muitos mortos (Vide a ephe-
meride de 2 de março),
1649 — Por deliberação do capitulo da
Bahia, presidido pelo primeiro custodio
independente, frei João Baptista, assen­
ta-se na deliberação tomada de se fundar
um convento na freguezia de Para-
guaçú, como pediam os moradores do
logar.
1764—Tendo fallecido 0 governador da
capitania do R.io Grande do Sul, coronel
ignacio Eloy de Madureira, b vice-rei
conde da Cunha nomeia para succeder-
Ihe como governador interino ao coronel
José Custodio de Sá e Faria (Vide 16 de
junho).
1775—Nasce na quinta da Olaia, termo
da Aulla de Ourem, em Portugal, Fran­
cisco Cordeiro da Silt'a Torres e Alvim,
que veio a fallecer no Brazil a 8 de maio
de 1S56, depois de importantes serviços
feitos á sua nova patria, com 0 titulo de
visconde de Jerumerim e marechal de
campo.
1(77—Pelas 4 horas da madrugada 0
exercito hespanh^ol. commandado pelo
vicc-almirante D. Pedro Cevallos Cortez
y Calderon, que desembarcara em Santa
Catliarina durante a noite, marcha em
columnas pela praia das Canna'oieiras e
 e p h e m e r id e s
aloja-sG perto da fortaleza da Ponta
Grossa. Os nossos, que a occupavam,
abandonam-n’a arriando ao amanhecer a
bandeira, que ë á tarde substituida pelo
pavilhão hespanhol. A’ noite recebem os
navios liëspanhôes ordem para se pos­
tarem defronte da fortaie'za de Santa
Cru~. D. Ventura Caro, em um escaler
protegido pela divisão naval, intima ao
governador da fortaleza que se renda e
se constitua prisioneiro de guerra, para
evitar que a sua guarnição seja passada
a fio de espada . Esto respondo que trans-
mittirá a intimação ao seu generale* que
dará a solução ás 10 horas da manhã do
dia seguinte.
Referindo este vergonhoso successo, diz
Abreu e Lima. na sua Syno2>sis ou de-
ãucção chronolof/ica : « Chegando a es­
quadra hespanhola á ilha de Santa Ca-
tharina, onde commandava o general
Antonio Carlos Furtado de Mendonça,
foi tal 0 terror pânico que se apoderou
dos principaes cabos de guerra portu-
guezes á vista do inimigo, que se ren­
deram vergonhosamente á discrição
no dia 21 de fevereiro {Vide esta data),
apezaf de estar a ilha bem provida de
gente e munições em estado de resistir
por muito tempo.
E’ este um dos factos inai.s tristes da
nossa historia: não devemos porêm en-
cobril-o, cumpre-nos antes poLo patente
aos olhos da mocidade, para se evitar a
sua repi’oducçâo no futuro, como uma co-
bardia que terá de se refletir eterna­
mente nas paginas da historia (Vide 25
de fevereiro).
— Fallece em Lisboa, aos 62 annos de
edade, o rei D. José I, e sóbe ao throno
sua filha D. Maria. T, casada com seu tio
D, Pedr'0 III. Os primeiros dias d’este
reinado se assignalarn pela desgraça do
marquez de Pombal, Sebastião José de
Carvalho e Mello, cuja sabia e energjca
administraçao tanto esplendor derrama
no reinado que ora termina.
Longo fora enumerar todas as sabias
n a c io n a e s il3
medidas do governo de D. José em Por­
tugal e no Brazil.
Foi melhorado o ensino publico, crean-
do-se escolas geraes menores, para cuja
manutenção se impoz o subsidio littera-
rio. Fundou-se o collegio dos nobres ;
reformou-se a universidade ; melhorou-
se 0 exercito ; crearam-se as companhias
do Grão Pará e dos vinhos do Alto Douro,
para destruir o monopolio dos negocian­
tes; estabeleceu-se o conselho de estado;
creou se o Erário 72<?5ffo,para melhor arre­
cadação da fazenda publica ; reedificou-
se Lisboa abatida pelo terremoto de 1755;
foram expulsos os jesuitas de Portugal;
animou-se o commercid, desenvolveu-se
a industria e elevou-se o paiz ao maior
grau de brilhantismo, riqueza, poder, im­
portância e prosperidade, tanto no reino
como fora d’elle.
Taes são os principaes factos devidos
á alta administração d’este reinado, um
dos mais florescentes da nação portu-
gueza.
1823—Decreto do primeiro imperador
elevando á categoria de cidade todas as
villas, que eram capitaes de pro-
vinciají.
1860—Installação do Instituto Ilisto-
rico e Geographico Rio-Grandense, sob a
presidência do tenente-general barão de
Porto-Alegre.
1868—Tres vasos da marinha brazi-
leira approximam-se de Assumpção, de­
pois de terem num trajecto de 65 léguas
vencido todos os obstáculos que encon­
traram. Esta expedição, que se compunha
dos couraçados Bahia e Barroso e do mo­
nitor Rio Grande, vinha ao mando do in­
trépido barão da Passagem.
Feito 0 reconhecimento do rio Para­
guay e da capital da republica, que era a
sua mis.são, volta a esquadrilha no dia 26
Para Tayi.
pevkreiro—25
1512 - Morre em Sevilha (outrosdizem,
mas erradamente, que na ilha Terceira)
8
 114 EPIIEMERIDES NACIONAES
o illustre navegador Américo Vespucio,
que teve a gloria de dar o seu nome ao
nosso continente. Viajára ao Brazil em
1501, 1502, 1503 e 1501.
1652 — O governo geral do estado do
Maranhão é dividido em duas capitanias,
do Maranhão e do Pará, independentes
uma da outra.
1680 — Carta do governador D. Ma­
nuel Lobo, participando á camara da
villa de S. Paulo que chegara sem contra­
tempos á colonia do Sacramento, agra­
decendo aos paulistas o auxilio que lhe
haviam prestado e pedindo mantimentos.
Funda-se neste anno na villa de
S. Paulo o recolhimento de Santa The-
reza, por concessão do bispo D. José de
Barros Alarcão, quando de visita na
villa. Auxiliam eíTicazmente a edificação
com donativos consideráveis, os paulis­
tas Lourenço Castanho Taques, e seu ir­
mão 0 capitão mór Pedro Taques de A l­
I meida, Manuel Vieira de Barros c
outros.
O 1° bispo de S. Paulo D. Bernardo
Rodrtgnes Nogueira foi quem lhe deu os
estatutos por que ainda hoje, com poucas
' ■I?]" V modiflaações, se rege aquelle pio estabe­
't \ lecimento.
Neste mesmo anno o paulista Salvador
José Velho descobre minas de ouro no
ribeirão de Coritiba.
i'M E’ ainda d’este anno a excursão e
exame do morro de Araçoiaba (antiga-
monte se dizia Biraçoiaha) ou morro de
ferro de Ipanema, por frei Pedro de
tHl Souza, acompanhado dos paulistas al-
caide-mór Jacintho Moreira Cabral e seu
irmão o coronel Pascoal Moreira Cabral.
1680—Por força da carta regia que
i'iîv creara o estado do Maranhão, reuniu-se-
Ihe o território da capitania do Ceará,
mas.nunca cessou esta de se dirigir ao
governo de Pernambuco quando as ocea-
ioes do publico serviço pediam. Para
vitar conflictos de jurisdicção e compe­
tência, D. Pedro II separou, por carta
regia de 1680, esta capitania- d’aquelle
estado e annexou-a á de Pernambuco
como capitania subalterna.
Foi por essa oceasião que veio tomar
conta do commando da Fortaleza, por
parte e nomeação do capitão general de
Pernambuco, o capitão-mor Sebastião de
Sá, que foi o 13“ 'dos governadores d’essa
capitania, cargo que, ao que parece, por
pouco tempo exerceu, pois a 14 de junho
de 1681 foi nomeado, por carta regia,
para servir por tres annos, como capitão-
mdr governador do Ceará, o capitão
Bento de Macedo de Faria. Ignora-se to­
davia si este chegou a tomar posse do
emprego e por quanto tempo nelle per­
maneceu, não se tendo mesmo noticia,
como nos diz o dr. Thébergc {Esboço
historico sobre a provinda do Ceará) ^
de outro governador até ao anno de
1690, cc Pedro Lelou [Lelni o chama Var-
nhagen na 1“ edição da Historia Ge­
ral), succedeu a este e conservou-se na
capitania, suppõe-se que por espaço de
dez annos, pois até o anno de 1700 não
se íaz menção de outro governador (r/te-
berge, obra citada). » Varnhagen porém
nos dá (na 1‘ edição da sua Historia)
entre Bento de Macedo e Pedro Lelni,
João de Mello Quimão (ou Gusmãol),
como tendo tomado posse do governo
em 1797.
1684—Durante a noite de 24 para 25 os
habitantes da cidade de S. Luiz do iMara-
nhão, dirigidos por Manuel Beckman,
de palavra fasdnadora para o povo,
e seu irmão Thomaz, poeta satyrico e
àdvogado por inclinação, revoltam-se,
prendem ao capitão-mór Balthazar Fer­
nandes (Francisco de Sá e Menezes, fòra
do Maranhão a pôr em execução no Pará.
 EPHEMERIDES NAOIONAES 115

0 estanco),obrigam-no a resignar o cargo 1800—Toma posse do governo da capi­

e entregam o governo a uma junta cle tania deGoyaz o capitão-general D. João
tres membros, com a condição de expulsar Manuel de Menezes.
esta aos jesuitas e abolir o privilegio da Foi o 8“ na ordem chronologica depois t|
Companhia do Commercio^ causas eiiici- que a capitania íôra creada capitaniageral
entes do descontentamento e levante poralvará de 8 denovembrodel744,e go­
popular. Tres dias depois fazia com vernou-a até ser rendido em 26 de feve­
ciTeito a junta embarcar em dous navios reiro de 1804 por D. Francisco de Assis
os jesuitas existentes na cidade e bs Mascarenhas (conde de Palma depois).
remettia para Portugal (Vide a ephem. 1807—D. Diogo de Souza é nomeado
de 2 de novembro de 1685). governador e capitão-general dg, capi­
1711—Carta regia louvando o zelo do tania do Rio Grande do Sul, sujeita só­
governador de S. Paulo, Antonio ’ de mente ao vice-rei do Estado/í;í^-í>»<.ílííi^ ^
Albuquerque Coelho de Carvalho, por — Decreto elevando o território do Rio *
ter conseguido, não só a reconciliação Grande do Sul á categoria de càpitania,
entre os paulistas e forasteiros, como pela primeira vez desde o descobrimento
que trabalhassem em commum na ex­ bo Brazil, tendo Porto Alegre por ca­
ploração das minas. pital.
1761—Carta régia confiscando e encor- Berço natal do legendário Osorio,depois
porando á coròa os bens dos regulares marquez do Hervai e senador do Império,
da companhia de Jesus, á excepção dos do sr. general Camara, 2° visconde dePe-
applicados ao culto divino e sujeitos a lotas, vencedor de Solano Lopes em Aqui-
encargos pios (Vide 19 dejaneiro de 1759). daban, do general Bento Martins de Me­
1777— D, Ventura Caro (Vide a e p h e - nezes, depois barão de Ijuhy, do general
RiERiDE de 24) vai á fortaleza de Santa Menna Barreto, de José Joaquim de An­
Cruz, em Santa Catharina, e exige uma drade Neves, barão do Triumpho, de Ma­
entrevista íCom o governador. Encontra nuel de Araujo Porto Alegre, posterior­
porém na fortaleza apenas o governador, mente barão de Santo Angelo, do dr. Joa- ^
2 soldados o cinco negj’os. Caro declara- quim Caetano da Silva, do conselheiro
os prisioneiros, á excepção do official; Canilido Baptista de Oliveira, do conde de
guarnece com pessoal seu a fortaleza e P orto. Alegre, das poetisas D. Dclphina
arvora nella a bandeira castelhana. Di­ Benigha da Cunha e D. Amelia Figueirôa,
rige-se depois á fortaleza da ilha de Pv.a- é a provincia do Brazil cujo clima mais
tones, que defendia o porto, e acha-a se aproxima do da Europa, por ser a mais
também abandonada ! Ainda ahi o pa­ meridional d’ellas.
vilhão portuguez cahe ante o general h,es- 1814—Alvará creando a villa de S. João
panhol! Deixa-a também guarnecida com da Palma, na capitania de Matto Grosso.
gente sua e vê todos os mais fortes en- 1819—Decreto isentando os indigenas
entregarem-se-lhe sem resistência. de Pernambuco, Ceará e Parahyba de
1778— Carta regia extinguindo a socie­ pagarem d’ahi em diante o subsidio mi­
dade commercial Companhia Geral do litar, estabelecido por carta régia de
Grão Pará e Maranhão, organisada em 16 de maio de 1654 e regulado pela de
1756 •e confirmada por alvará de 7 de 3 de agosto dé 1805; outrosim ficavam
junho de 1755. Crèa-se então uma junta isentos de pagarem as quotas partes de
de administração encarregada de liqui­ seis poi' cento, ou outras similhantes,
dar as contas d’aquella companhia. aos seus directores, aos quaes manda
Quasi um século depois ainda essa li­ el-rei estabelecer ordenado correspon­
quidação perduravaI dente, pela sua real fazenda.
 116 EPHEMERÍDÉS NACIÒNAES

1823—Proclamação do intruso gover- 1629—Fallece Francisco Lopes Pinto,

nador das armas de Pernambuco, c ipitao um dos co-proprietarios e fundadores do
Pedro da Silva Pedroso. engenho para fundição de ferro de Bira-
»V 5 í l t í | ' :

E’ do teor seguinte: çoxjaha {fabrica de ferro de Ipanema).

i:-« fí.w ■
<.' Azevedo Marques dá a integra do seu
a Cidadãos, o governo militar se está
entendendo com o Exm. governo civil, testamento na sua Chronologia.
que respeito, e quero que seja respei­ 16P0—Chega ao Recife um reforço aos
tado ; eu vos prometto que farei todos hollandezes, constando de 28 navios com-
os sacriflcios para que se restitua a mandados pelos vice-almirantes Lichtardt
r J ' ■'• * ^ '!l'íT -'* i I
ordem e tranquilidade, cuja falta me e Cornelio Jol, com 2,500 nomens de equi­
tem maguado tanto, quanto não sei ex­ pagem. O conde Mauricio de Nassau
plicar. mandou jiouco depois essa gente em 20
« Cidadãos, o Exm. governo civil vai navios, sob o commando do primeiro,
,'-^í ,■
•
, entrar para exercer as suas funcções e ás ordens do coronel Carlos Tourlon,
■,fí }'■.? á Bahia, com instrucções para levarem
i . '; na sala das sessões, conforme o costume,
c lia de acha!’, em logar de resistência, tudo a ferro e fogo, o quo com effeito
l i t ; -''i
que pessoas mal intencionadas presu­ executaram em Itaparica eno Reconcavo.
miam haver, os braços e corações dos 1676—Fallece em Lisboa Diogo Gomes
amantes da causa do Brazil, que elle e Carneiro, que parece ter sido lormado
eu adoramos. em direito, secretario do marquez de
« Viva a nossa religião. Aguiar D. Affonso José de Portugal,
« Viva 0 nosso imperador. e nomeado chronista geral dos estados
a Vivam os cidadãos amantes da caus^ do Brazil com 300g de ordenado. Era na­
■i'i-,- do Brazil. tural do Rio de Janeiro.
« Viva 0 governo civil. Innocencio da Silva, de quem temos
« Secretaria do detalhe, 25 de feve­ estas indicações, publica a relação das
reiro de 1823.—Pedro da Silva Pedroso, suas obras, e o sr. dr. J. M» de Macedo
governador das armas. » [Anno liiographico, em data de 9 de fe­
vereiro), informa-nos que, dos aponta­
F E V E R E IR O — 26
mentos manuscriptos doados ao Instituto
l557_Chega á altura da capitania do Ilistorico por Balthasar da Silva Lisboa
Espirito-Santo a expedição franceza ca­ se colhe que Diogo Carneiro nascera a 9
pitaneada por Bois-le-Comte, sobrinho de fevereiro de 1628.
de Villegaignon, e que vinha em auxilio Nada mais sabemos da vida d’este flu­
(1’este no Rio de Janeiro. Tinha ella par­ minense, que naturalmente não teria
tido de Ilonfleur a 19 de novembro an­ sido um homem mediocre, de intelligen-
terior e compunha-se de tres béllos na­ cia commum, pela nafureza dos cargos
vios, armados de 18 peças de bronze e que desempenhou.
(Equipados á custa da corôa de França. 1801—1). Francisco de Assis Mascare-
Chegados a este ponto da costa do Brazil, nhas, 1° conde de Palma e depois mar­
dão fundo em distancia conveniente e dis­ quez de S. João da Palma, succédé a
param alguns tiros de peça, para atrahir D. João Manuel de Menezes no governo
á praia o gentio. Com efíeito, estes logo da capitania de Goyaz (Vide março 6 de
apparecem um escaler se dirige á terra, 1813',
^om 0 fim de obter viveres frescos, que lt08—A esquadra poriugueza, trazendo
trocam por espelhos, facas e bugigangas, a seu bordo parte da familia real e em
tanto da predilecção dos indigeiiás (1'ide que vinha el rei, então regente, 1). João \ I,
março i6). deixa, em demanda do Rio dc Janeiro, a

\
 r ;( j f £ r i ,A J i i V . EPHEMERIDES NACIONAES
J U J â ^ J iÆ S ^ r <L ^ iU K i f P c j o ^ 9 y à cjU < 3 f . ^ 4 ^ i Z -
Eahia de Todos os santos, onde o rei
])ermariccera desde 23 de janeiro. Os ba-
liianos tinham empregado os maiores
esforços para que o I'egente e.stabelecesse
ase'de do governo na sua capital,offere-
cendo-se para construirem á sua ensta
não só um palacio para sua residência e
dos mais membros da familia real, como
os edifícios necessários para a accommo-
dação das repartições publicas exigidas
pelas conveniências da administração.
Nada pore'm demove o regente do seu
proposifo de fixar no Rio de Janeiro o as­
sento temporário damonr.rchia foragida,
pelos motivos politicos que determinaram
0 conselho de estado em Lisboa a pre­
ferir para sua residência o Rio de Ja­
neiro a outra qualquer cidade dos seus
domínios na America. Deixa entretanto
a Bahia com' pezar e saudade, pelo bri­
lhante e affectüoso acolhimento que en­
contrara da parte dos seus habitantes.
l^lô—Chega ao Rio de Janeiro, a bordo
do navio americano Calphe, procedente
do Havre, Joaquim Le Breton,secretario
perpetuo da classe das bellas-artes do
Instituto real de Pariz, á frente de uma
colonia artística franceza, mandada vir
de França com o fim de implantar no
Brazil 0 gosto pelas bellas-artes ; vôm
na mesma expedição muitas familias
francezas para residirem entre nos.
0 sr. Jose' Silvestre Ribeiro, na sua
bella obra Historia dos Estabelecimen­
tos Scienlificos, Litterarios e Artisticos
de Portugal, vol. 4“ pag. 240. dá a che­
gada d’esses artistas no dia G de abril.
Com Le Breton, cavaileiro da. Legião
de Honra c secretario perpetuo da classe
das bellas-artes do Instituto de França,
vieram—João Baptista Debret, pintor de
historia e de ornatos; Nicolau Antonio
Taunay, pintoia membro do Instituto;
Augusto Taunay, esculptor ; Augusto
Henrique Victorio Grandjean de Mon-
tigny, architecto ; Simão Pi’adier, gra­
vador; Francisco Ovide, machinista ;
.João Baptista Levei, empi’eiteiro de
S í- y u
^ ^ .7 ^ 1 7
obras de ferraria ; Nicolau jMagliori
Enout, serralheiro ; Pilite, surrador de
pelles e curtidor; Fabre, também curti­
dor ; Luiz Jose' Roy e seu filho Hyppo-
lito, carpinteiros de carros : Francisco
/onrepos, esculptor, ajudante de Au-
'=’us(o Taunay, e outros.
O Investigador Português em Ingla-
terra dá também este facto como acon-
tecido a G de abril.
Montigny fallecdu a 2 de março de 1850
[Vide essa data), victima da febre ama-
rella que assolou nesse anno a cidade do
Rio de Janeiro: jaz no claustro do con­
vento de Santo Antonio, onde jazia já
sua esposa.
1821— Os corpos de guarnição da cidade
do Rio de Janeiro pronunciam-se no sen­
tido da revolução de Portugal de 1820,
reunindo-se no largo do Rocio, hoje praça
da Constituição, ematti ude tal.que con­
seguem que 0 rei D. João VI jure a fu­
tura constituição que as còrtes portu-
guezas promulgassem^
1822— Decreto de D. Pedro I. referen­
dado por José Bonifacio, convocando um
conselho geral de procuradores das pro­
víncias. que devia reunir-se na còrte,
para aconselhar ao príncipe regente em
todos os negocios de Estado. Deviam ser
escolhidos por maioria de votos dos elei­
tores de parochia. Plsse conselho foi
extincto por decreto de 20 de outubro
de 1823.
Em S. Paulo foram eleitos a 2G de
Junho, como procuradores geraes da pro­
víncia, 0 tenente general Manuel Martins
do Conto Reis e o desembargador Anto“
nio Rodrigues de Oliveira.
182G — Ü exercito argentino entra em
8. Gabriel.
183Õ—E’,assassinado em um motim po­
pular no Pará o tenente-coronel de mi­
lícias Felix Antonio Clemente Malcher,
que substituira na presidência d’aquella
província a Bernardo Lobo de Souza, as­
sassinado a 7 de janeiro [Vide essa data).
Eqvolvido nas facções qu< tUlascera-
/íT .
 na EPHEMERIDES NACIONAES
vam 0 Pará, fora Malcher, que se achava
preso na fortaleza da Barra, collocado
na ])residencia, e no commando das ar­
mas fóra posto um tro.ficanie de serin-
gas, Francisco Pedro Vinagre , que
adquiriu depois liorrivelcelebridade. La­
vra-se por occasião da eleição de Malcher
uma acia geral, assignada por duzentas
e tantas pessoas das mais gradas da ca­
pital, i‘econhecendo-o como presidente,
independ'cnte do govCrno da Regência,
_ até que o imperador fosse maior.
^ Não se passaram porém muitos dias
quando o novo presidente se deshouve com
0 intitulado commandante das armas,
dando «essa desharmonia em resultado o
assassinato do primeiro na presente data,
ficando assim Vinagre em plena posse da
auctoridade civil e militar \lo Pará, até
á chegada do marechal Manuel Jorge
Rodrigues, posteriormente barão de Ta-
X quary, em julho do mesmo anno, para
pacificar a proviiicia.
— Fallece o senador pela provincia de
Minas Geraes Antonio Gonçalves Go-
I mide, medico,' escolhido a 22 de janeiro
de 1826, quando se organisou o senado.
A 8 de maio tomara elle posse de sua ca­
deira senatorial.
1845—Fallece o padre Francisco de
f Brito Guerra, senador pela provincia do
Rio Grande do Norte, escolhido pelo re-
rente B’eijé a 10 de julho de 1837, e que
no dia 12 do mesmo mez e anno entrara
para o senado.
1846—Entrada solemne do imperador
i e imiieratriz, com a sua comitiva, na
cidade de S. Paulo, por baixo de arcos
triumphaes, preparados com grande
pompa, diante da tropa em fojunatura e
de um extraordinário concurso de povo.
Uma lei' da assernbléa provincial de­
clarou de festividade provincial este dia.
Percorridos os pontos principaes da
provincia pelo imperador, embarcam
.li.
öS. MM. em Santos, de volta para a
cùi'te, a 14 de abril.
185Û-í ’all«ce em Campos dos Goyta-
' ' ‘. -á
cazes o coronel commandante superior
da guarda nacional- d’aquelle districto,
Gregorio BVancisco de Miranda, barão
d’Abbadia,
1860—Descobre o sr. dr. Emmanuel
Liais, então director do Observatório
astronomico de Pernambuco, um cometa
formado de duas pequenas nebulosidades
muito próximas uma da outra, uma
maior, tendo um ponto branco no centro»
outra menor e inteiramente nebulosa.
E’ o primeiro astro que se descobre no
Brazil.
Mais tarde, á 5 de julho, a commis.são
astronômica e hydrographica, em viagem
da Bahia pai’a o Rio de Janeiro, observa
ao oeste, pouco depois do oceaso do sol,
um cometa brilhante na altura de 30° de
declinação norte. O núcleo do astro tinha
0 brilho de uma estrella de segunda
grandeza e a sua c.iuda oceupava uma
extensão de 15°.
1874— Inaugura-se a linha telegraphica
da cidade da Victoria á Solidão, pro­
vincia do Espirito Santo, na extensão
de 72,743 kilometros.
1875— Fallece o senador pela provincia
do Rio Grande do Sul, Antonio Rodri­
gues î ’ernandes Braga, que tomara as­
sento no senado a 1 de junho de 1870,
tendo sido escolhido a 27 de abril do
mesmo anno.
FEVEREIRO—27
1777— ò marechal de campo Antonio
Carlos Furtado de Mendonça, ouvindo
os conselhos de genepaes cobardes, que
esmorecem ante a força numérica dos
inimigos, adopta o plano de se transfe­
rir pata 0 continente, afim de poder
commuuicar-se com o exercito estacio­
nado no-Rio Grande do Sul, e abandona r>
a ilha, de Santa Catharina, sem se ter
disparado um tiro ! O general hespanhol
D. Pedro Cevallos apodera-se immedia-
mente de toda a ilha (Vide a 1' ephem.
de 25).
1801— Manifesto em que a Ilespanha

declara guerra a Portugal. Chega ao
Brazil em junho.
Para repellir algum accomme^timento
e por ordem de 4 de junho,o governador
da capitania do Rio Grande do Sul, Se­
bastião Xavier da Veiga Cabral da Ca­
mara, recommenda a seus subordinados
que se limitem á defeza, no caso de ag-
gressão da nação vizinha, e chama para
a fronteira as forças disponíveis, para
qualquer eventualidade.
Logo que os hespanhóes as avistaram,
abandonam as guardas avançadas de
S. Jose', de Santo Antonio, da Lagoa e de
Santa Rosa e, reunindo-se em Serro
Largo, desamparam todas as vertentes
da Lagòa Mirim até ao x'io Jaguarão.
Aceita a guerra de Portugal e chegada
a ordem de ruptura, o governo mandou
atacar o forte de Serro Largo por uma
divisão de SOO homens e um parque de
artilharia, ao mando do coronel Manuel
Marques de Souza. O forte capitula a
30 de outubro.
Sobre a fronteira do Rio Pardo mar­
chava uma divisão hespanhola, comman-
qada pelo coronel D. Ignacio Quintana,
com vistas de passar o rio Santa Maria.
Patricio José Corrôa da Camara,
acudindo áquelle ponto com forças infe­
riores ás do inimigo, formou os esqua­
drões com a cavallaria ao centro, de
uma tal lórma, que ao longe parecia um
exercito formidável. Quintana approxi-
mou-se do passo da Lagòa com seis es­
quadrões e um troço de artilharia, e não
podendo computar, nem o grosso das
jorças oppostas nem o mesmo destaca­
mento que embaraçava a passagem do
passo, limitou-se a varias nionobras e
acampou ao flm da tarde no cei’ro fron­
teiro. Ao raiar da manhã, Quintana
batia em retirada, deixando os cavallos
cançados.
Abandonam também os hespanhóes as
guardas de Batovy, Taquarembó e o
forte de Santa Tecla, que os nossos ar­
rasaram.
119
1814 — E’ nomeado o então major Fre-
dericolGuilherme Varnhagen director da
fabrica de ferro de^panema, cargo de
que tomou posse a 21 de fevereiro do
anno seguinte (V. a ephemeride de 21
de fevereiro de 1810).
1825— 0 immortal José Bonifacio de
Andrada e Silva, desterrado em Bordéos,
publica naquella cidade as suas poesias
sob 0 titulo de Poesias avulsas de Amé­
rico Ehjsio, dando-lhes por epigraphe
os seguintes versos, que foram reprodu­
zidos na edição brazileira Laemmert
de 1861:
< Se üão ino ó dado remontar seguro
Ao alcá.ar sublime da memória.
Ao mouos não submergo o csquocimonto
O meu nome de todo, c venturoso,
Pelas gentis Camenas bafejado.
Sobre as ondas do tempo irá boiando. »
1826—Chega ^ji^opoimulamaoí ^ o impe- ^
rador D. Pedro I á Bahia, onde se des- '
envolvia e alastrava na população o odio
contra os portuguezes. A visita imperial
tinha por fito apaziguar o animo po­
pular e acalmar a agitação publica da
grande cidade e de toda a província;
bastaram com effeito a sua presença e .
seguranças pessoaes para o desejado fim.
Ao voltar no dia 1° de abril para o
Rio de Janeiro foi o imperador surpre-
hendido pela noticia da morte de seu ■
pae, occorrida a 10 de março em Lisboa,
e da sua acclamação como rei de Por­
tugal, feita pela regencía d’aquelle
reino.
Aceitando a herança paterna, abdicou
immediatamente D. Pedro a coroa por-
tugueza em sua filha primogênita a prin-
ceza D. Maria da Gloria, que apenas
contava 7 annos de edade e que reinou
depois sob o nome de D. Maria II.
1829—Decreto imperial creando uma
cominissãa militar em Pernambuco, para
julgar summariamente as pessoas com­
plicadas na rebellíão que se havia ma­
nifestado na província, e que fôra sulTo
cada logo era começo.
 _____

120 EPHEMERIDES NACIONAES '* ^ ^

E‘ do teor seguinte: sos, era a ultima posição conservada pe­

«Tendo mandado por decreto d’esta data los paraguayos entro Humaytá e Jacaré.
suspender em ^ernambuoo as formali­ 1873—Fallece na cidade de Nictheroy
dades, que garantam a liberdade indi­ 0 erudito dr. Joaquim Caetano da Silva,
vidual, para obstar a rebellião que se nascido a 2 de sgj^mljj^o de 1810 na ]>o-
acha desgraçadamente ateada n’aquella voação da Guarda do Serrito, freguezia
provinda. Hei por bem, tendo ouvido o do Espirito-Santo de Jaguarão, provinda
Meu Conselho de Estado, Crear uma Com- do Rio Grande do Sul.
I : missão Militar, cm a qual serão verbal e P’ ormara-se em medicina na Faculdade
summariamente processados os cabeças de Montpellier, em França, para onde
e os que forem apanhados com armas fòra aos dezeseis annos do edarie com­
na mão ; composta dos brigadeiros go­ pletar os seus estudos preparatórios, e
vernador das armas Antero Jose' Ferreira onde fez a mais brilhante figura como
de Brito, como Presidente, e na sua falta estudante. De volta para o Brazil exer­
do official de maior patente na primeira ceu 0 professorado no collegio de Pedro II
linha ; de très vogaes que elle nomear no Rio de Janeiro, leccioi.ando grainma-
'■ e de um relator, que será o ouvidor do tica portugueza, que sabia a fundo, rhe-
crime. torica e grego. Succedeu em 1839 ao
« As auctoridades a quem o conheci­ bispo de Anemuria no cargo de reitor
mento d’este pertencer o tenham assim d’aquelle collegio. Em 1851 foi nomeado
entendido e o façam executar. Paço, em encarregado de négociés do Brazil na
27 de fevereiro de 1829, oitavo da Inde­ côrte dos Paizes Baixos.
pendência e do Império. Em Paris publicou elle no anno de ISGl
« Com a rubrica de S. M. o Imperador. a sua importantissima ohvà—IJOijapoc
—Joaquim de Oliveira Alvares.:» et VA m a z o n e Q u e s tio n brésilienne et
As providencias tomadas por essa com- française,—em dois volumes, obra que
missão militar produziram grande irri­ por si SÓ seria suiïiciente para decidir
tação entre os liberaes da província. Foi em nosso favor a secular questão de li­
sob esses tristes auspícios que se abriu mites do Imperio corn a França, pelo
extraordinariamente a assembléa geral lado das Guyanas, si muitas vezes o in­
no dia 2 de abril. A 3 de setembro o im­ teresse não obscurecesse a razão e o di­
perador encerra a sessão com o laconis­ reito nos mais illustrados governos do
mo que ella desaflára, não só pela sua mundo, e a força não supplantasse mui­
esterilidade quanto aos públicos nego­ tas vezes a justiça. Quanto a nós, o dr.
M''- cies, como pelos desgostos que os diver­ Joaquim Caetano pronunciou a ultima
I. :i0\ sos incidentes nella oceorridos causaram palavra nesta melindrosa çontrovei'sia
ao imperador.

■ili'
i f ': '
1868—
intei nacional que assoberbara o talento
Reconhecimento, assalto e to­ de um dos nossos mais intelligentes ho­
mada de Laurelles [Guerra do Paraguay) mens d ’Estado.
por uma força decavallaria commandada
b|?j . ' « Como JiistoricM, geographica e di- ^
pelo general Victorino José Carneiro plomatica, essa o ora bastaria para a
Monteiro, coadjuvado pela divisão da gloria do Dr. Silva; mas exalta-se ainda
passagem de Humaytá. Essa operação é n’ella o alto merecimento do sabio bra“
valentemente executada pelos tenentes- zileiro,que a escreveu em francez. como
li! ;■.' coroneis commandantes Vasco Antonio se ufanaria de a ter escripto o mais
da Fontoura Cliananeco e Antonio Ti- provecto litterato da França (Dr. J. M.
burcio Fei-reira de Souza. de Macedo, Anno biogruphico brazi-

ill1 ■ :
Es»c forte, qug 4 oceupado pelos nos­ leiro), 3)

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EPHE]\IERIDES NACIONAES
Da sua obra Mecha)%inmo , da lingua
f\rega, na qual era fama qae se mostrava
um hellenista profundo, nunc.i mais
houve noticia.
FEVEREIRO—28
1640—Pedro Teixeira, o intrépido ex­
plorador do Amazonas, toma posse do
governo da capitania do Pará como seu
capitão mór, rendendo o senado da ca-
mara, quegovernavainterinamente.Con­
tando com esse governo, que aturou
apenas 17 dias, pois datava do dia 11,
l-’edro Teixeira é o 21“ da ordem chro-
nologica dos capitães e capitães mores
do Pará, e exerceu o cargo até 26 de
maio do anno seguinte.
—- São decapitados no Recife os capi-
■fães hollandezes Rycke e Tolch, com­
mandantes de navios que tomaram parte
nas batalhas navaes de Itamaracá, Cabo
Branco, Parahyba e Rio Grande, e se
haviam portado covardemente. O prin­
cipe de Nassau manda-os submetter a
conselho de guerra, que os condemna á
pena que sofírem na presente data. pas­
sando-se-lhes antes uma espada por cima
da cabeça, depois de despojados das su is
divisas.
1644—Os hollandezes evacuam a ilha
® fortaleza do Maranhão, que em 1641
IVide outubro 30 eno-vembro 22) tinham
^ão facilmente oceupado. graças á covar­
dia de Bento Maciel Parente, seu gover­
nador. Tão glorioso successo é devido
ao valor do sargento-mér Antonio Tei­
xeira de Mello. Osr. dr. ,J. M. de Mace­
do narra do seguinte modo este facto
nas suas A’'oçõcs de corographia do Brazil:
cc lím 1641 o capitão hnllandcz Koen
conquista (a 25 de novembro) e facilmente
a illia do Maranhão, por ordem de Mau­
rício de Nassau e por escandalosa fra­
queza e cmnivencia do capitão-general
Bento Maciel Parente, que nem se ani-
m' u a resistii‘ ! Estendeu-se a conquista
ao Ceará : mas em agosto de 1642 Anto­
nio Muniz Barreiros salvou a honra ma-
121
ranhense, alçando o grito da restaura­
ção á frente de limitada cohorte do bra­
vos; morrendo porém antes do fin. da
guerra, herdou-lhe a gloria de herde o
sargento-mdr Antonio Teixeira de Mello.
que,co.mmandando os patriotas, fulgurou
expedindo os hollandezes em fevereiro de
1645.»
Quanto ao millesimoem que este facto
se deu, cremos que se equivocou o illus­
tre professor. Baste-nos para restabele­
cer a verdadeira data o seguinte trecho
da Historia Geral do Brasil, do visconde
de Porto Seguro (P edição), quando se
refere o auctor ás recompensas tardias,
insullicientes ou negativas que tiveram
muitos dos a quem mais a patria deve
de bons e leaes serviços ; e, no caso ver­
tente, ao Conquistador do Maranhão :
tí Pelo mesmo tempo, e bem tarde em
verdade, foram attendidos os serviços
(je Antonio Teixeira de Mello, na recupe­
ração do Maranhão, effectuada em prin-
cijdos de 1644, A recompensa limitou-se
á capitania do Pará. »
« Talvez, repete o douto historiador (na
sua Historia das luetas com os hollan­
dezes), talvez como tenue indemnisação
de tan1;a injustiça, o rei. depois de res­
taurado Pernambuco, vendo Antonio
Teixeira de Mello reduzido á pobreza,
lhe fez mercê, por carta de 1 dezembro
de 1654, da capitania do Pará» o aceres-
centa em nota: «Portanto não havia {Tei­
xeira de Mello) fallecido em 1646, como
julga Berredo (n. 929).»
Voltemos, porém, ao facto que a pre­
sente data recorda.
Teixeira de Mello foi de victoria em
victoria até conseguir que o hollandez,
enfadado de tanto so/frer, como se ex­
prime Varnhagen, e de esperar por
Süccorros que lhe não chegavam, dis­
pondo de escassos recursos d.e mantimen­
tos e munições, se decidiu a etfectuar a
retirada, aproveitando tos poucos que
aind i lhe restavam.
A 28 de fevereiro do 1644 encravam os
1,.i
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^*>
V EPHEMERIDES NACIONAES
/
hollandezes a artilharia do forte que oc-
cupavam e partem em dous chavecos
velhos que estavam no porto, e vão des-
mbarcar no Ceará, e onde deixam uma
diminuta guarnigão ás ordens de Gideon
Morrtz, seguindo por terra para o Rio-
Grande. A guarnição deixada no Ceará
foi toda, pouco tempo depois, victimada
por uma invasão de barbaros revoltadosí
que também arrasaram as obras feitas
nas próximas salinas de Upanema.
xVssim a restauração do Maranhão para
0 dominio portuguez foi obra exclusiva
do patriotismo do povo maranhense, sem
grande auxilio, pelo menos directo, da
metropole.
1692—Assume Sebastião Pimentel o
governo da capitania do Rio Grande do
Norte, como seu capitão-mór. Succedia
a Agostinho Cesar de Andrade, que, no­
meado capitão-mór por seis mezes ou
mais, emquanto lhe não viesse successor,
'V fe- /jirolongou de 16S8 a 1692 no governo.
Pimentel falleceu no cargo a 3 de ou­
tubro de 1693, como consta do livro de
vereança de 1 de novembro d’esse anno,
ficaudo 0 governo da capitania á conta
I ! do senado / da camara, a que succedeu
Agostinho^ Cesar de Andrade. Rende-o
Bernardo Vieira de Mello, em 1691,
e que teve, por C. R. de 18 de novem­
bro de 1697, prorogação do governo por
mais tres annos, em paga dos assigna-
lados serviços que prestára, especialmente
0 de ter conseguido chamar a uma paz
geral osindigenas, cujas correrias muito
haviam inquietado os governos preceden­
tes, 0 que deu aberta a fundarem-se
muitos núcleos depovoação na capitania.
Sujeita até então á Bahia, a carta
li régia de 11 de janeiro de 1701 sujeitou-a
ao governo de Pernambuco.
Ao governador precedente succedera
x\ntonio de Carvaüio e Almeida, cuja
patente foi registrada a 15 de agosto de
1701. A Almeida succede no cargo ,Sebas­
tião Nunes Collares a 10 de dezembro
de 1705, Seguindo o catalogo do v. de
m .
Porto Seguro, não designámos o dia da
sua posse em outra parte d’este nosso
trabalho { Addenda de dezembro, anno
de 1705 ). A data positiva que aqui da­
mos lè-se no Catalogo dos capitães-
rnóres do Rio Grande do Norte, publicado
na revista do lis t. Hist. t. XVII, n. 13.
1796 — Depois de um governo de seis
annos, dez mezes e oito dias, fallece o
5“ capitão general do Matto Grosso, João
de Albuquerque de Mello Pereira e Ca-
ceres, que nolle succedêra a sou irmão
Luiz de Albuquerque. Governa desde en-
^ão a capitania uma junta constituida
pelo ouvidor Antonio da Silva do Ama­
ral, tenente-coronel do corpo de enge­
nheiros Ricardo Fianco de Almeida
Serra e vereador mais velho Marcellino
Ribeiro, junta cujo governo aturou oito
mezes e seis dias, isto é, até 6 de no­
vembro do mesmo anno.
1828—Fallece na villa de Caeté, em
Minas Geraes, José de Sá Bittencourt e
Accioli, nascido na mesma villa em 1752.
Tinha o grau de bacharel em sciencias
naturaes pela universidade de Coimbra.
Fallando dos progressos feitos pelo
Brazil no governo de D. João VI e sob
0 beneíico influxo do conde de Linhares,
diz Varnhagen no tomo 2° da sua His­
toria Geral (pag. 284 da ! ”• edição ou
1,044 da 2’') :
« No Brazil tratavam, entretanto, de
immortalisar-se por valiosos serviços
quatro illustres varões, nelle nascidos,
qúe haviam cursado distinctamente em
Coimbra os estudos philosophicos ou das
sciencias naturaes e physicas. —Manuel
d’Arruda da Camara, entranhando-se nas
matas de Pernambuco, estudava e des_
crevia magistralmente mais de cem
plantas uteis, e talvez disputa a Velloso
a palma de nosso primeiro botânico.—
J osé de Sá B ettencourt , percorrendo
os bosques, agrestes e catandubas dos
^ertoes da Bahi.i, escrevia acerca da
plantação dos algodões, checava até á
Resaca e passava aos Montes Altos, no
termo do Urubú, a examinar e descrever convexidade se voltava para o Nordeste
as suas celebres nitreiras naturaes. — Foi visivel por mais de um mez.»
José Vieira Couto percorria ao mesmo 1845—Terminação da guerra civil do
tenipo, como mineralogista, mais Rio Grande do Sul, capitaneada pelo ge­
^onginquos sertões de Minas, deixan- neral dissidente David Canavarro, e que
^o-nos trabalhos preciosissimos, dos durava havia mais de 9 annos.
quaes alguns correm impressos.— Bal­ Era presidente d’aquella provincia e
thazar da Silva Lisboa, que de.juiz de commandante das armas o barão, ul-
fó; a no Rio, passara a ouvidor nos Ilhéos, teriormente duque de Caxias ( Vido
justa mente quando o governo empre- Março 1).
hendia, para bem da marinha, coutar e Depõem os sediciosos as armas, pe­
systhematisar as matas do littoral bra- dindo 0 esquecimento do passado e pro­
zilico, dedicou-se a alguns estudos íiores- testando viver em paz â sombra das in­
taes e deixou-nos a tal respeito impor­ stituições monarchicas.
tantes escriptos, além de outros de que Antes d’este dia reunira Canavarro
adiante daremos noticia. » em torno de si, no sitio denominado
Envolvido na famosa inconfidência de Ponche Verde, todos os ofíiciaese o resto
í-linas, Accioli foi absolvido da imputa­ do exercito rebelde e declara-lhes que
ção, e depois empregado pelo governo está resolvido a aceitar a amnistia e vol­
em explorações mineralógicas. ver á paz. Assentem os oíliciaes nesta
1830 — Assassinato do visconde de Ca- resolução do chefe e effoctua-se a submis­
mamú, presidente e commandante das são das forças revoltosas. David Cana­
r-rmas da provincia da Bahia (Vide as varro dirige-lhes no mesmo dia uma pro­
Memórias Históricas de Ignacio Accioli, clamação adequada e o barão de Caxias
vol. IV, pag. 114). outra no dia seguinte, 1“ de março (Vide
1843—Observa-se no Rio de Janeiro, esta data).
O decreto de amnistia é datado de 18
em pleno dia, a alguns graus a leste do
de dezembro de 1844.
sol, a olho nú, um bello cometa, que
Havia dois annosque o chefe das íorça^
ainda foi visto na noite de 5 de março
imperiaes encetara em S. Lourenço a
com um brilho e dimensões verdadeira­
campanha contra as dos rebeldes. Caxias
mente extraordinários. Continuou depois
fòra nomeado presidente e commandante
a ser visto por todo o mez nas noites
das armas da provincia por carta impe
claras.■m* rial de 28 de setembro de 1842 e tomár^
Na Minerva Brasiliense vem calcu­ posse d ’esses cargos a 9 de novembro.
lada a sua orbita. 1854—E’ pela primeira vez substituido
Referindo-se a esse phenomeno meteo- na córte o velho entrudo dos tempos co-
rologico, diz 0 general Abreu eLima: .oniaes, por carros e cavalgatas de mas­
« . . . porém não foi mais visto de dia, caras, pomposa e biilhantemente traja­
até que no dia 5 de março, em que sa- dos, como 0 exigia a civilisação do
hiu a divisão naval, que foi buscar a século.
futura imperatriz do Brazil, tornou a 18'77_0 sr. conselheiro João Alfredo
apparecer logo á noite com sua mages- Corrêa dè Oliveira, eleifo senador, como
tosa cauda, apresentando uma columna representante da provincia de Pernam­
juminosa de 4á gráus, quasi metade do buco, por carta imperial de 4 de janeiro,
quadrante. Esta cauda dirigia-se de O. toma assento no senado.
SO. a E. NE., e apresentava na sua par
te superior uma curva mui sensivel, cu)
 EPHEMERIDES NACIONAES
I'EVKIIEIRO—29
153G — Foral passado a Pedro Góes da
donataria da^^^rrahy)^, de qiie Ihc fizei\.
doação D. João IJI a 28 de janeiro d’esse
anno.
179G— Data dada por alguns escrip-
tores para o fallecimento do gover­
nador de Matto Grosso João de Albu­
querque de Mello Pereira e Caceres
(Vide 28 de fevereiro d’esse anno).
18G5—Quando os paraguayos. inva­
dindo Matto Grosso, tornado o forte de
Coimbra, e continuando na sua correria
pela província, chegaram a Albuquerque,
acharam neste ponto apenas 18 homens,
commandados pelo tenente Antonio João
Ribeii’0. Intimado para render-se, recusa
Antonio João hizel-o e responde ao ini­
migo que dispunha de forças suilicientes
/ Í. para defender-se: succumbe o bravo
gloriosamente com quasi todos os seus
valentes companheiros. Quando, algum
tempo depois, o sr. dr. Couto de Maga-
Ihaes comprou ] ara o Estado á Compa­
nhia Fluvial de Matto Grosso o vapor
Conselheiro Pãranhos, deu-lhe o nome
de Antonw João^ em honra d’este heróe.
No mesmo dia 29 a cavallaria inimiga,
que marcha sobre Nioac, saqueando tudo
'1^!
e tudo devastando na sua passagem,
persegue cento c tantos dos nossos, que
commandados pelo coronel Dias da Silva,
resistem a foiças muito superiores e
fazem uma bella retirada.
A 28 tinham-se os paraguayos apode­
rado de Dourados.
1880—Inaugura-se a linha telegraphica
de Belmonte a Porto-Seguro, na provinda
da B ihia.
18G7 Em dias d’este mez e anno inau-
gura-sc a linha telegraphiea de S. Fran­
cisco a Itajahy, província de Santa Ca
tharina. ramai, com a extensão de 39,400
kilometros.
— Tnaugura-se em dias d’este mez e
do mosmo anno de 18G7 a de Paranaguá
a .Morretcs, provincia do Paraná, com
37;200 kilometros de extensão.
18GS—Neste mez e anno (não temos co­
nhecimento do dia', inaugura-se a linha
telegraphica da Conceição do Arroio a
Porto-Alegre, no Rio Grande do Sul, na
ex ensão de 120.000 kilometros.
1869—Inaugura-se nas mesmas condi­
ções de data alinha de S. V ic e n t e -^
Rio Bonito, na provincia do Pvio de ia -
neiro, com 40,205 kilometx’os de extensão.
/
MARÇO—1
1544—Pedro Martins Namorado toma
posse do cargo de juiz pedaneo da po­
voação de Santos. Mais tarde, em 15G7,
foi 0 mesmo Namorado o primeiro juiz
pedaneo da cidade do Rio de Janeiro,
recentemente fundada. ^
1555—Por bulia d’esta data, do papa
Julio III, Super specu'a mUitantis Ec-
clesiae, passada a instancias d’-. 1-rei
D.João III, é creado o primeiro bispado
no Brazil, tendo por sede a cidade da
Bahia. E’ para se notar a singularidade
de ter sido eleito o respectivo bispo 4
annos antes e confirmado no seguinte,
em 1551, quando só na data do hoje e
expedida a bulla de creação do bispado.
Assim, o arcebispado da Bahia foi em
começo urn bispado, exercendo o bis^ o /
a sua auctoridade sobre todo o Brazil e
illins adjacentes, atdseinstituírem outras
sddes episcopaes. Por ser o da Bahia o
primeiro que se creóu, teve o titulo
de PRIMAZ do Brazil. Cento e vinte e um
annos, o to mezes e quinze dias depois,
isto e', em 16 de novembro de 1676, é que
foi a sede bahiana elevada á categoria de
arcebispado, por bulia do papa Innoceni '
cio XI d’essa data, reinando em Portuga-
D. Pedro II. Tinha tido os dez bispos
seguintes:
D. Pedro Fernandes Sardinha, D. Pedro
Leitão, D. -Antonio Barreiros, D. Con­
stantino Barradas, D. Marcos Teixeira,
D, irei Miguel Pereira, D. Pedro da Silva
 EPHEMERÎDES NAClONAES
e Sampaio, D. Alvaro Soares de Castro,
I). Estevão dos Santos, D. frei Constan­
tino de Sampaio. Ee todos ellesse tratará
resumidamente nestas paginas, nas re­
spectivas datas.
16.Í7—Apresenta-se de novo o almi­
rante liollandez Piet Ilein nas aguas da
Bahia de Todos os Santos com uma es­
quadra de 14 vasos, dos quaes oito
grandes, com o intento de se apoderar da
cidade.
Logo que em terra se soube que elle
andava na costa, tomaram-se medidas
de prevenção, que todavia não podiam
competir com a grandeza da sua auda-
cia. Assim, entre outras, collocaram-se
os vinte e seis navios que estavam no
porto, dos quaes quatro armados em
guerra, a abrigo das novas baterias,
guarnecidas de mais de 40 canhões (Vide
a ephemeride de 2 .
1679—Installa-se solemnemente a villa
maritima de Guaraparj', na capitania do
Espirito Santo, elevada a ess i categoria
por provisão de Francisco Gil de Araujo,
donatario da referida capitania, passada
a 1 de janeiro. Guarapary era antes uma
aldeia de indios, fundada pelo famoso
missionário jesuita José de Ancldeta no
decurso do anno de 1587.
Williet de Saint-Adolphe diz no .seu
Diccionario geographico que^ essa ceri­
monia se' efiectuára em 1 de março de
1689, o que nos não parece exacto, por­
que Francisco Gil de Araujo fallccera em
1685, a 24 de dezembro (Vide essa do,ta).
1828—Dos dois cursos juridicos creados
no Brazil pela carta de lei de 11 de agosto
de 1827, por influencia de José Feliciano
Fernandes Pinheiro, ulteriormente vis­
conde de S. Leopoldo, que então geria a
pasta dos negocios do Império, o de
S. Paulo é solemnemente aberto e instal-
lado na presente data, em .presença do a
esse tempo presidente da provinda con­
selheiro Thomaz Xavier Garcia de A l­
meida, do bispo diocesano I). Manuel
Joaquim Gonçalves de Andrade, de muj-
tos funccionarios civis, ecclesiasticos e
militares e grande concurso de povo.
O de Olinda (hoje estabelecido no Re­
cife) íoi aberto a 15 de maio d’esse mesmo
anno.
1845-Pacificação da provincia do Rio
Grande do Sul. O general barão de Ca­
xias. commandante chefe do exercito
imperial, proclam ou-a oílicialmcnte no
fluartel do seu commando no campo de
Alexandre Simões, á margem direita de
ganta Maria, em nome do actual impe­
rador, com amnistia completa para os
implicados na revolução (Vide feve­
reiro S8).
1865—Assume o general Osorio o com­
mando do exercito brazileiro em opera­
ções conti'a 0 governo do Paraguay, e
procura exercitar, nos seus acampa­
mentos de S. Francisco e Dayman, as
levas de voluntários que iam successi-
yamente chegando c com os quaes poude
gm breve apresentar um bello exercito
de 20 000 homens aptos para enfrentar
com vantagem 0 in im ig o .
1870—Terminação da guerra do Para­
guay pela morte do dictador Francisco
Solano Lopez ás margens do aquidauan.
Ogeneral José Antonio Corrêa da Camara,
^ogo depois visconde de Pelotas, liga o
gou nome a este memorável aconteci­
mento, epilogo da longa epopeia escripta
com 0 sangue de tantos bravos que
souberam cumprir o seu dever, glorifi­
cando a patria.
Esta lenta e rude campanha, que se
prolongou por mais de cinco annos e na
qual tivemos que combater inimigos em­
brutecidos por diuturna servidão, mas
em quem o fanatismo religioso duplicava
a natural valentia, pôz em relevo scenas
de inexcedivel heroísmo, que muito lus­
tre deram ao nome brazileiro.
Dando conta das derradeiras oceor-
rencias que terminaram por este gran­
dioso successo e de mais perto se segui­
ram, diz 0 general Camara :
« O coronel ííilva Tavares não lhe dei-
 126 EPtíEMERIDES NACIONAES
xou mais tempo para respirar. Carre­
gando sobre elle, dizimando seus defen­
sores, mutilando seu piquete de oflGiciaes,
ceifando com o gladio da victoria aquel-
Ias vidas, que como anjos do mal se op-
punham á paz e á regeneração de um
povo, levou-o de envolta no pó e no
fumo, de’ encontro ao matto que mar­
geia o Aquidabanigui.
A tão encarniçada perseguição não
pôde 0 tyranno fazer face.
Abandonando-se áfuga, lançou-se para
o interior do matto, onde de perto o se­
guiram um punhado de bravos que lhe
juraram extermínio , e até que ferido,
desanimado, exhausto, apeando-se do
seu cavallo, dirigiu-se para aquelle ar-
roio que tentou transpor, cahindo de
joelhos na barranca opposta.
Foi n’esta posição que, tendo-me apeiado
e seguido em seu encalço, o encontrei.
Intimei-lhe que se rendesse e entregasse
a espada, que o general que comman-
davaaquellas forças lhe garantia os res­
tos de vida.
Respondeu-me atirando ura golpe de
espada. , ver, que foi transportado em uma padiola
Ordenei então a um soldado que o
desarmasse, ac(o que foi executado no
tempo em que exhalava elle o ultimo sus-
piio, livrando a terra de um monstro,
0 Paraguay de seu tyranno e o Brazil do
flagello da guerra.
A perda do inimigo foi completa: as
picadas onde se deram os primeiros en­
contros, os passos dos rios, o campo de
combate, o espaço que percorreram na
^uga, 0 mato e arroio a que se lançaram,
ficaram juncados de cadaveres.
O numero de prisioneiros feitos sóbe
a 244, entre os quaes acham-se os gene-
^aes Resquin eDelgado, quatro coronéis,
oito tenentes-coroneis, dez majores, tres
medicos, oito padres e um escrivão.
Mm. Linch e quatro filhos entraram
no numero dos prisioneiros, e são tro-
pheus preciosos d’este íriumpho.
Ao lado do carro em que ella pre­
tendia fugir foi dispersa a escolta que a
guardava e morto o coronel Lopez, filho
do ex-dictador, que não quiz render-se.
Cahiram em nosso poder 16 boceas
de fogo e estandartes, muito armamento
e munições que mandei inufilisar.
Ficaram mortos no campo de com­
bate 0 general Rôas e vice-presidente
Sanches, o ministro Caminos, o coronel
Del-Valle e muitos ofíiciaes superiores e
Subalternos.
A mãi e irmãs do tyranno, que se
achavam presas, cuja sentença de morte
lhes havia sido intimada, foram postas
em liberdade.»
Custa a crer na crueldade que este ul­
timo trecho revelia ; mas não podemos
recusar 0 testemunho insuspeito, deonde
essa noticia nos vem com a uniformidade
da verdade !
Da HistO'^'ia da guerroj do Varaguay
do capitão Theodoro Fix, reproduzimos
0 final de um artigo que o Monitor Uni­
versal, de 3 de março de 1870, consagra
ámorte do dictador:
» Reconheceu-se a identidade do cada­
improvisada para o logar oceupado pelo
acampamento paraguayo. Abriu-se uma
cova, e alli foi elle enterrado, i^ondo-se
depois sobre a sepultura uma. grande
cruz de nyideira.”^
« Segundo refere um jornai, a mãi de
Lopez, ao avistar o cadaver do filho,
lançou-se sobre elle debulhada em lagri­
mas : então uma das irmãs do dictador,
D. Raphaela, bradou-lhe indignada:
a Senhora, não chore um homem que não
foi filho, uem irmão I »
« A Sra. Lynch, que fugia em um
carro, escoltada por seu filho mais velío,
Sancho, foi aprisionada pelo official bra-
zileiro Cypriano. Não querendo render-se
e tendo ferido o ofiicial, o íllho moi'reu,
como o pai, traspassado pela lança de
um soldade.
a A Sra. Lynch foi levada á presença
do general brazileiro. Recommendou este
que não se fizesse o menor insulto á ce­
lebre aventureira, que todos vimos aqui
em Pariz e que se conservou tão triste­
mente fiel ao amor e aos crimes de Lopez;
proliibiu 4oe lhe tomassem as numerosas
e valiosas joias, que ella trazia comsigo,
e confiou a sua p^rotecção a uma guarda
brazil eira.
a Assim acabou miseravelmente esse
dictador, que tratava, ha cinco annos, de
potência a potência com a Europa e
ameaçava a America do Sul com a sua
ambição e os seus exercitos. »
1879—Sente-se na cidadcde Cuyabá um
pequeno terremoto, que fez cahirem pa­
redes e muros de algumas casas da rua
da Boa Morte.
MARÇO—2
1572—Fallece na Bahia o famoso go­
vernador geral do Brazil Men de Sá, que
governara a capitania e o estado por
espaço do quasi M annos, dèsde maio
de 1558 até fallecer. José de Mirales as-
signa a presente data para esse aconte­
cimento.
Men de Sá foi enterrado no cruzeiro
da egreja do collegio de Jesus, onde
ainda se ve (?) a sua campa com a com­
petente inscripção.
Velho c cançãdo de servir, e de ser
mal attendido da côrte^ pelo pouco fu n ­
damento queda terra se fazia, e da longa
ausência da sua familia, ha muito que
instava para que lhe dessem successor.
Já em 1560 dizia elle: «Peço a Vossa Al­
teza que, em paga de meus serviços, me
mande ir para o Reino, e mande vir ou­
tro governador; porque afianço a Vossa
Alteza que não sou para esta terra. Eu
nella gasto muito mais do que tenho de
ordenado : o que me pagam é em mer­
cadorias, que me não servem. Eu fui
sempre ter guerra e trabalhos onde hei
de dar de comer aos homens que vão
pelejar e morrer, sem soldo, nem man­
timentos, porque o não ha paralh’o dar.
-S ou velho, tenho filhos que andam
desagasalhados : uma filha que estava
no mosteiro de Santa Catliarina de Évora,
mandou frei Luiz de Granada que se
sahisse. Não sei quanto serviço de
Deus nem de Vossa Alteza foi deitar
uma moça de um mosteiro na rua, sendo
filha de quem o anda servindo no Bra­
zil. »
Só em 1573 se lhe concedia o suspirado
regresso á patria, mas o grande servidor
descansava já da rude batalha da vida.
ÍG27— Parte da esquadra hollandeza
que no dia 1, como ficou então dito,
appai'ecéra nas costas da Bahia, entra
pouco depois do meio-dia no porto ; o
resto ficára atraz, em conveniente po­
sição para secundar o ataque. Collo-
cara-se de tal modo que de terra não
lhe podiam fazer fogo sem oíTender os
seus proprios navios. Conservando-se
assim Piet Heyn entre .os dois principaes
vasos da nossa frota, consegue metter a
pique a sota capitanea e inspirar tal
terror, que todos os navios portuguezes
se lhe rendem, á excepção de tres me­
nores que conseguiram escapar. Ficou
a almiranta hollandeza de tal modo mal­
tratada que se afundou até dar em seceo,
sendo incendiada então por ordem de
Piet Heyn, que se deu por bem compen­
sado da perda com a victoria alcançada
e com os demais navios nossos carre­
gados de assucar. Segundo Jaboatão.
dezeseis d’elles tinham em si tres mil
caixas. Essa victoria foi conseguida em
menos de tres horas e custou aos hol-
landezes de quarenta a cincoenta homens
mortos, sem Contar a tripolação de um
que voára por explosão. O almirante
recebeu duas feridas nesse combate
(Vide a ephemeride de 3).
1630 — Capitula o forte de S. Jorge,
que guardava pelo isthmo a entrada da
povoação do Recife, rendendo-se aos hol-
landezes, depois de resistir a um assedio
e tenaz bombardeio de 4 dias e já redu­
zido a um montão de ruinas ; comman-
dava-o o bravo capitão Antonio de T.iraa»
 128 ÈPIIEMËRIDÉS NACIONAËS
tcnclo apenas comsigo 37 homens. Neste
mesmo dia se lavrou da capitulação um
termo ou assento, assignado pelo almi­
rante Loncq e o commandante 'Weer-
(lenburgh pelos hollandezes, e pela nossa
l-iarte por Manuel Pacheco de Aguiar,
commandante do forte do Mar, que tam­
bém se rendera, Antonio de Lima e Pedro
Barbosa.
Com essa occupação ficou o hollandez
senhor do Recife e do Porto, que logo
tratou de desempedir dos navios sub­
mergidos que o obstruiam.
Em 1808 foi esse forte reconstruído
pelo capitão general C .etano Pinto de
Miranda Montenegro, governador de Per­
nambuco. Hoje está de novo desarmado
e em ruinas, não tanto pela acção do
tempo, mas pela mão do homem (Vide
fevereiro 28).
1759 — Manuel Bernardo de Mello
Castro, capitão general do Maranhão,
assume o governo d’aquelle estado e
i'-r 3' exerce o cargo até 16 de julho de 1761
¥^ (Vide essa data).
»• I
1809—Ofiicio do governador do Rio
Grande do Sul Paulo José da Silva Gama
ao ministro conde de Aguiar (foi depois
marquez), informando-o de haver encar­
regado a um ofiicial miliciano de pro­
ceder ao reconhecimento das minas de
ouro e outros metaes preciosos, que se
dizia existirem com abundanbiana capi­
tania.
1814—Fallece na cidade do Rio de Ja­
neiro, onde havia nascido a 24 de novem­
bro de 1762, 0 padre Antonio Pereira de
Souza Caldas, traductor dos psalmos de
David, auctor de poesias sacras e profa­
nas de incontestável mérito, que foram
publicadas posthumas em Lisboa em 1820
e 1821. Essas suas composições o collo-
t : cam no numero dos nossos melhores
poetas lyricos a contar do meiado do
século passado; Caldas foi, além disso,
ouvido no púlpito no seu tempo com
admiração e applauso. Era bacharel em
(jireilo pela Universidade de Coimbra e
recebera depois ordens sacras em Roma.
Recusou 0 bispado do Rio de Janeiro e
a laingue abbadia de Lobrigos, da apre­
sentação do duque de Lafoes, seu intimo
amigo.
Para darmos uma idea approximada
da sua grande caridade transcrevemos
da sua biographia. publicada pelosr. dr_
Joaquim Manuel de IMacedo no Anno
Biograpliico, o trecho seguinte :
« Pouco ou nada dispendia comsigo:
morava em companhia de sua mãi, que
era de fortuna abastada : cuidava-lhe da
roupa uma velha antiga escrava, que
tinha sido sua ama secca; a excellcnte
mãi, conhecendo que por seu desinteresse
e apuro de sentimento religioso, o filho
nunca se achava endinheirado, mandava
pela velha criada por-lhé no bolso uma
moeda de prata cíe tres patacas antes
eque elle sahisse para dizer missa; no­
tando, porém, que o padre voltava sem­
pre sem a moeda, um dia, simulando
esquecimento, deixou-o sahir sem aquelle
recurso.
c£ O padre não deu pela falta; foi para
a igreja, e acabada a missa, procurou
debalde a moeda, e perturbou-se vendo
aporta da sacristia os pobres que o es­
peravam : então curvou-se, tirou dos
sapatos as fivellas de ouro, e entre­
gando-as aos pobres, disse-lhes : -V e n -
dam-n’as e repartam entre si o pro-
ducto.
« Este facto é positivo, e prova até
que ponto levava o sabio padre a virtude
da caridade,
O conego Januario, referindo no tomo II
da Revista do Instituto este facto por
outro modo, em nada lhe diminue o valor
historico e confirma plenamente o con­
ceito de humanitailo de que gosou o
padre Caldas,
Foi sepultado na casa do capitulo do
(onvento do Rio de Janeiro.
Qiuinto ao destino final que tiveram
os seus ossos, procurados dèbalde pelo
sr. Joaquim Norberto, recorra-se ao
 ^ M , «'^^^^«^PPJEI^XERIDES NACIONAES
Jornal ão Commercio de 4 de ou-
tubi‘0 de 1859.
1839—Fcülece o marechal de campo
Rij-muiido José da Cunha Mattos, vogal
do supremo conselho militar, socio cor­
respondente do Instituto de França, da
Sociedade Real Bourhonica e da Academia
fi Real das Sciencias de Nápoles, secretario
perpetuo da Sociedade Auxiliadora da
Industria Nacional, e que fòra deputado
cm duas legislaturas á assembléa geral
do Império, e um dos socios fundadores
do I n s t i t u t ü I í i s t o k i c o d o B r a z i l , a
cuja fundação apenas sobreviveu -tres
y mezes.!
Nascera na cidade de Faro, no reino do
Algarve, a 2 de novembro de 1776 : alli
fez os seus primeiros estudos, e assentou
praça voluntariaincnfe, aos 1-4 annos de
edade, na companhia 'de artifices do re­
gimento de artilharia do reino. Entrou
como cabo de esquadra na famosa cam­
panha do Rou.ssillpn,onde se distinguiu,
merecendo que o seu nome fosse citado
em ordem do dia.
Para os mais factos importantes da
sua vida, que recommendam o seu nome
á veneração dos brazileiroscomo o de um
militar» brioso, insíruido e activissimo,
severo cumpridor dos seus deveres e ao
mesmo tempo um escriptor erudito e
honrado cidadão, recorra-se ao volume
1° da revista trim, do I n s t i t u t o H i s t ó ­
r i c o . onde vem a sua biographia, de
cujos dados pri cipáes aqui nos apro-
Amitámos.
1811—Acaba victima de um assassino,
cujo nome jamais se descobriu, o briga­
deiro reformado, José Eloy Pessoa, nas­
cido na Bahia a 27 de julho de 1792.
Formara-se em Coimbra no curso de
mathematica e recebera o grau de ba­
charel em philosophia naquella universi­
dade, regressando 4 terra natal em 1821,
já no posto de major.
Tomára activa' parte no movimento
quelle anno para depor a junta proviso-
ria do governo, installada a 10 de feve-
reirn, mas foi preso e remettido cora
outros'para Lisboa.
Voltando, logo que se viu solto, emi­
grou para o reconcavo da Bahia, onde
cooperou paf'a a organisação das forças
que se destinavam a repellir as do gene­
ral Madeira, que oceupavam a capital;
forças que, engrossando, formaram o
exercito i>acificador commandado por La-
batut, por quem foi José Eloy encarre­
gado de com missões importantes, entre
as quaes a do governo civil e militar de
Sergipe, de onde foi ainda, em 1837, pre­
sidente ao, tempo da cri.se revolucionaria
manifestada esse anno na Bahia ; pelo
desempenho d’essa ultima inçumbencia
foi elogiado pela assembléa provincial e - •
recebeu do governo a graduação de bri­
gadeiro.
Em dezembro de 1825 partira' para a
campanha do Sul. Desembaraçado da^
missão que o loAmra a primeira A'ez a
Sergipe c desoccupada a Bahia da divisão
portugueza do general Madeira, José Eloy
fora mandado em commissão pelo fun­
dador do Império a Cainpos dos Goy-
tacazes. '
São obras delineadas e dirigidas por
elle a rúa Nova do Commercio e a grande
muralhade appoio da parte da montanha
que íbrm.a a ladeira da Conceição, na ci­
dade da Bahia.
Comquanto pofisuisse bastante illus-
tração, nada deixou escripto.
1868 —Na madrugada d’este’ dia um pu-
nhado de bravos marinheiros, guiados
por alguns jovens e valorosos oíliciaes
da armada brazileira em operações con­
tra 0 dictador do Paraguay, repelle a
abordagem dirigida aos nossos encou-
vaçíxãos Lima Barros e Ca&m/, fundeados
abaixo de Humaytá, por mais de 1,500
paraguayos. A principio entregues a
seus proprios recursos, desenvolvem ar-
rojos de coragem que só a consciência
Silvado c a do Uervat auxiliam depois
 EPHEMBKIDES NACIONAES ; '

V V:-
eílicazmente aos seus valentes compa­ S. Ph^anciscQi^" a primeira não era mais
Î' : nheiros d’armas, conquistando todavia o que um montão de ruinas.
Siloaclo, sob 0 commando do bravo Je- Reconhecendo os nossos que, cei'cados
ronymo Gonçalves, o logar de honra no como estavam de todos os lados pelo
episodio bellico que commemoramos inimigo, seria inútil toda a resistência,
hoje. e que mais convinha então salvar as
Morrem nesta brilhante acção, além de vidas para empregal-as depois em melhor
alguns marinheiros, o capitão de mar c Qccasião e com mais proveito, cessaram
lí-:,:' guerra Costa, commandante da divisão, 0 fogo e arvoraram bandeira parla­
e 0 1° tenente João Wandenkolk, da mentar no dia 2 de março, Festejaraõi
guarnição do Silvado, escrevendo com o pois os hollandezes esse triumpho no
seu sangue todo.s elles mais uma pagina dia 3 e nesse mesmo dia entrou a sua
de gloria nos nossos fastos militares. armada triumphaute no Recife, apode-*
MARÇO — 3 rando-se o tenente-coronel Steyn Cal-
Içnféls da ilha de Antonio Vaz ou de

Mi ^ 1600—E’ nomeado Francisco de Souza ti^anto Antonio, hoje freguezias de Santo

Pereira para servir o eai’go de gover- Antonio e de S, José.
, nador da capitania^depois que o tivesse Aproveitamos o ensejo para rectificar
exercido por 9 annos Feliciano Coelho uma asserção menos exacta que vem na
de Carvalho, nomeado a 2 de abril lUustração Brazileira de 15 de feve­
de 1592. reiro de 1877 ácerca dos que construiram
1623—Bernardo da Motta é nomeado um d’esses fortes, forte do Mar, da
capitão do Rio Grande do Norte. Lagem, do Picão ou de S. Francisco,
Depois da victoria alcançada na denominações por que foi em diversos
vesper.i, o almirante hollandez Piet Heyn tempos conhecido. Diz-se naquella re­
passa revista ás prezas que fizera e acha vista que fóra elle construido pelos hol­
como dcspojos cerca de très mil caixas landezes; vai nisso equivoco: estes o
de assucar, muito fumo e muito algodão destruiram na data que commemoramos,
e couros, com que carregou quatro dos O forte do Mar ou do Picão foi con­
maiores navios, que despachou para a struido em principiosdo XVII século, no
Ilollanda, queimando os que Julgou governo do terceiro donatario da capi­
menos aproveitáveis e reforçando com tania de Pernambuco Jorge de Albu­
outros quatro a sua esquadra. Demora-se querque Coelho. Fôra delineado pelo
no reconcavo vinte e quatro dias, du­ engenheiro do Estado do Brazil Fran­
rante os quaes ainda capturou diversos cisco de Faria ou de Frias (por ambos
navios negreiros, que, ignorando a sua os modos tem,os visto escripto ' o seu
presença naquelle porto, o tinham de­ nome), que com grande loucor o acabou
mandado. No fim d’esse tempo segue (Vide a epheme.- ide de agosto 23 de 1614).
para o sul até avistar Cabo Frio e, ha­ Também levantara elle no Maranhão .'1
vendo feito aguad I em um porto visinho uma fortaleza na villa velha do Icatú,
(Espirito Santo), entrou de novo na Bahia que foi denominada forte de Santa Maria,
(\ide dia 10 de junho). e se assemelhava ao de Pernambuco.
1630 — Os hollandezes da cidade de Ministra-nos os dados para esta recti-
Olinda celebram com ffstas religiosas e ficaçào a puljfiicada pelo sr. F. Augusto
di\ ertimentos a vicíoida que tinham P. da Costa a tal respeito a 2 de março
alcançado contia os nossos na vespera, de 1877 no Recife, em nome do Instituto
conseguindo que lhes entregássemos as Archeologico e Geographico Pernam­
fprtalezas de S, Jorge e do Mar ou de bucano.

[m ■■ .
 EPIIEMERÍDES NAGIONAES I'll

1661 -O povo e oííiciaes da camnra de anno, e reeleito sempre até ser escolliido
S. Paulo accordam em convidar Salvador senadcfr, occupou a pysta d i justiça no
Corrêa de Sá e Benevides, governador gabinete organisado a 4 de maio de 1857
geral da repartição do sal, a vir a pelo marquez de Olinda, para substituir
S. Paulo, reconhecendo publicamente os ao que, depois do fallecimento do marquez
seus grandes serviços e zelo pelo bem pu­ de Parhná, reorganisára o marquez de
blico e dando-lhe satisfação pela offensa Caxias.
que lhe haviam feito no anno anterior. Deixando o ministério a 12 de dezembro
1712—Carta re'gia á camara da cidade do anno seguinte, abatido pela moléstia
de S. Paulo, mandando-lhe que faça re­ quqo devia levar ao lumulo, foi ainda
stituir aos Índios aldeiados as terras que assiip 0 conselheiro Francisco Diogo
se lhes tiverem usurpado, fazeiido-as presidir á sua provincia ealli succumbiu.
despejar,dos intrusos. Foi um varão distincto pela sua illus-
1718—0 governador de Minas e S. Paulo, tração e pela reputação de magistrado,
conde de Assumar,estabelece, de accordo modelo de justiça e de incorrui-tibili-
com os moradores da villa do Ribeirão dade ; tolerante e raoderaclo pelo que:
do Carmo, a íórma de pagamento do toca á politica. A sua nfodestia e a par­
quinto do ouro á fazenda real. Já em 13 ticularidade de ser irmão de Bernardo
de março de Yllõ(Vide essa data) D. Braz Pereira de Vasconcellos, primeiro esta­
Balthazar da Silveira ajustára com os dista do Brazil, cuja gloria oflCuscava a
moradores da mesma villa num accordo dos seus contemporâneos, essa.s duas
a esse I’espeito (Vide uma e outra data circumstancias, repetimos, prejudicaram
nos> Apontamentos de Azevedo Marques). até certo po.ito os grandes e reaes me­
1817—Prisão de vários europeus, por se recimentos de Francisco Diogo Pereira
havereip conjurado contra à causa da de Vasconcellos.
liberdade pernambucana, por lhes terem 1865-Os paraguayos, que sem prévia
oíTerecido 32:0008 pela fortaleza das Cinco declaração de guerra haviam invadido a
Pontas e liberdade dos oíliciaes' nella, provincia de .Ma‘ to Grosso, depois de
prisioneiros. Volta fugitiva do coronel tomarem, apôs heróica resistência, o forte'
Luiz Francisco de Paula é partida de de Coirnljru e de o guarnecerem com
Manuel Corrêa de Araujo, levando por gente sua, continuam na sua devasta­
capellão e espião a frei João Loureiro. dora derrota e apossam-se de Miranda,
1863 — Fallece na capital de Minas- Corumbá e Albuquerque. O segundo
Geraes o conselheiro Francisco 1 iogo d’esses pontos foi abandonado pelos nos­
Pereira de Vasconcellos, senador por sos na presente data (Vide a epheme-
aquell^ provincia, escolhido a 4 de no­ riãe de 2J de fevereiro).
vembro de 1857equeal de maio do anno
seguinte toinára assento no senado. MARÇO —4
Nascido na antiga Villa Rica, hoje 1568—Registro da provisão nomeando
Ouro Preto, capital da provincia dc Salvador Corrêa de Sá para capitão-mér
Minas, a 28 de dezembro de 1812, seguira e governador da capitania do Rio de
na sua provincia e na de S. Paulo o Janeiro, passada por seu tio Men de Sá,
curso de humanidades, e nesta ultima governador geral do Brazi’. Ignora-se
se formára em direito civil em 1835. em que dia tomou posse do seu cargo,
Depois de servir na carreira da magis­ mas provavelmente foi no am o de 1567,
tratura até 1812, fôra escolhido deputadp logo depois da morte de seu primo, o pri-
á assernbléa gei'al a principio como sup- mçiro governador Estácio de Sá. O vis­
plente pela provincia natal nesse ultimo conde de Porto Seguro assigna com
 BPIIEMERIDES NAC10NAB3

efleito este anno como o da sna posse poles Tello de Menezes toma posse do
nesta primeira vez que occupoú esse governo da capitania do Pará e Rio
cargo. Negro, como successor de João Pereira
1630—M-ítliias de Albuquerque dá prin­ Caldas (Vide a, ephemeride de.25 de ou­
cipio á fortaleza do Arraial. tubro de 1783). ;
■■}Mf: ■ Vendo que estavam os hollandezes de' Eui honra (le José de Nápoles ergueu-se
i yi posso de Olinda e do Recife e que a única ein 1782 hm obelisco na estrada de Na­
cousa que podia fazer era impedir que se zareth; derruido esse monumento em
elles internassem pelo paiz, escolheu o 1823, por falta de cuidado em conserval-o,
general o ponto em que construiu a foi, em 1840, restaurado por ordem do
fortaleza, a que iam ter todos os ca- presidente da provincia. João Antonio
minlios, collocando emboscadas cm todos de Miranda.
elles para nunca deixar tranquil os os 1823—Posse do governo tçmporçirio da
inimigos e embaraçar que se relacio­ provincia do Ceará, eleito no dia an­
nassem com os habitantes do c impo e terior. Compunha-se do seguinte pessoal:
com elles comnierciassem. Começou a presidente, o padre Francisco Pinheiro
edificação nesta data, e em pouco tempo Landim ; secretario. Miguel .\ntonio da
a'^.sentou nas trinclieiras que lev intára Rocha Lima; membros, Tristão de Alencar '
4 peças de ferro, que o capitão Nuim de Araripc.^Felicio Pinto de A’ meida y
Mello e Albuquerque conseguira retirar Castro e o padre Vicente José Pereira. / '
do navio que commandára e que os hol­ 1852—Entra na Bahia dò Todos os
landezes tinham mettido a pique junto Sanlos.para refrescar, o vapor de guerra
á ilha do Nogueira. A esta fortific ição inglez Conflict, que levava a seu bordo
deu o general Mathias de Albuquerque 0 ex-dictador Rosas *e D. Dlanuela (M a-
0 nome de Forte real do Bom Jesus, e nuelita), sua filha, que não quizeram ir
ao acampamento,que em pnuco se formou á terra.
sob 0 abrigo d'ella, o de povosção do 1855 — Installa-se em Porío-Alcgre o ,j
Arraiiil, nome que esse logar ainda hoje seminário fundado por D. Feliciano^
conserva. Prates, 1° bispo do Rio Grande
1693—Representação da camara e j ovo do Sul.
de S. Paulo pedindo ao governo da corte,
MAUÇO — o
a creação de um governo independente
do do Rio de Janeiro (Vide 9 de novem­ 1037—Vigorosamente atacada a forta­
* bro de 1709). leza de Porto Calvo por Mauricio de
1719—Pela bulia de Clemente XI, d’esta Nassau depois da batalha de 18 de feve­
data, Copiosns in Misericórdia, creá-se reiro [Vide essa data), vendo aquelle
0 bispado do Grão Pará, desmembrado chefe que Miguel Giberton, 'comman­
do Maranhão. Comprehendia o nòvo dante da praça, se mantinha firme de­
bispado a Goyana franceza e as capi­ fend ndo-n, apezar do descalabro em que
tanias de Goyaz c Dl itto Grosso. Reinava ella ficára com os treze dias de sitio
em Portug.il 1). João o 5“ do nome. Teve que soffrera e que a demora em se render
j'.i
por primeiro bispo’’ I). frei Bartholomeu augmenta va as diíUculdades em que elle
- 0
' .1'Ò<>' do Pilar (Vide agosto 29 de 172!)'. proprio se via, manda a Giberton iim
iih.::- 1779—Nasce em Vianna do,Minho, em parlamentario com este bilhete em fran-
Portugal, d. João da Purificicão Mar- cez: Senhor: por saber que sois tão
/ i f . V ques Perd’g ã o ,y ^ hippo de Ounda (Vide grande soldado, não vos quiz render
a ephem. de 18 de outubro de 1829, 2‘ ). sem assestar primeiro baterias contra
1780 — O capitão-general José de Na- v ó s ... Bem conheceis que vos não podeis
 EPHEMERIDES NACIONAES
sustentar.,, Vosso muito aííbiçoado João
Mauricioy>.
Reílectindo o commamlante com os
seus capitães, resolveram pedir ao conde
um adiamento de 25 dias para se enten­
derem com Bíiijnuolo sobre a capitu­
lação jnoposta; e nesse sentido res-
]>ondeu por escripto á carta de Nassau.
Isso SC passava no dia 4. No dia 5.
pordm. intima-lhe o cbeíe sitiante que
se renda nas ' 4 horas, que flndo esse
prazo at maria a praça de.assalto e ne­
nhuma concessào faria aos sitiados.
Giberton julgou dever submetter-se e
entrega-se na piesente data com as
honras da guerra, juntamente com oito
'ca],itães, trezentos soldados hespanhóes
e cento e dez italianos, sem contar os
doentes e feridos, os quaes foram lodos
transport ulos para ,a illia Terceira.
feguimos a lição dada por Varnhagen
na sua IlistoHa cias. lutas. O sr. J. de
Vasconcellos pore'm, nas suas Batas
Celebres.^ refere que a capitulação se
etfccíuára no dia (5. > nomeado para substituil-o ao dr. Fran­
Í664—Jeronymo de Mendonça Furtado,
por antonomasia Uxumberçja, succede
no governo da capitania de Pernambuco
a Francisco de. Brito Freiie (Vide 26 de
março de 1657 e 26 de janeiro de IGGl),
auctor da Nova L uzitania , lãstoria cia
cjucrra brasílica.
Jei'onymo Mendonça foi o quinto go­
vernador e capitão-general de Pernam­
buco, que governou até 31 de juihcf de
IGGG.dia om que foi preso e deposto pelo
povo.
Declarou-se naquella capitania no
tempo do seu governo uma tal epidemia
de variqla e foi tanta a mortandade que
ella causou, que o parocho só não bas­
tara para administrar aos enfermos os
sacramentos da penitencia e da extre-
nm-unção: foi necessário no anno de
IGCG que os religiosos o coadjuvassem
nesse piedoso mister.
lij(33 _ Tentativa de morte contra o
prelado do Rio de Janeiro, o dr< Manuel
de Souza e .-Umeida ou Alinad;,. Tinha
elle sido eleito por D. AíTonso VI pior
provisão de 12 dc dezembro de 1658 e
tomado p.)0ssc no anno seguinte. Foi o
14° na ordem chronologica (^'ide outubro
8 de 1G4.3). Apczar de atfavel e pru­
dente. não conseguiu abrandar a má
indole dos seus diocesanos, que o guer-
ream até na sua propria casa, contra a
qual na noite d’este dia assestaram uma
peça de artilharia cari'egada de bala e
puzeram-lhe um murrão aceso proximo
da cscorva, de maneira a sò disparar
quando estivessem longe os auctores do
at,tentado. Com eífeito assim succedeu.
Felizmcnto. porém, não solTreu cousa
alguma o preladcV quando se disparou
a peça. cuja bala foi enterrar-se na
parede da casa. onde se conservou por
muito ten'po o signal. Depois d’este atten-
tado que íicou impune, pela parcialidade
do cle.sembargador da relação da Bahia,
encarregado de syndical' do facto, re­
tirou-se elle para Portugal, tendo antes
cisco da Silveira Dias, que foi confir­
mado no cargo aos 7 de março de 1G71,
quando já se tratava da creação do
l)ispado. ,
1099 _ D. Fernamlo Martins Masca-
renhas de Dencastre toma posse do go­
verno geral da capitania de Pernam­
buco como successor de Caetano de
Mello e Castro.
D. Fernando foi o 16° n i orde-n chro­
nologica dos governadores d'aquella ca-
pitiuia e governou-a até 3 de novembro
de 17Ü3.
nOP—Bi'cve de Benedicto XIV con­
cedendo ao convento da Lapa, na Bahia,
permissão para admittir mais IScoristas
e 4 con vertidiis, além das 20 Iroiras que
se Ihé concedera por previsão de 25^ de
outubro de 1733.
O convento da Lapa começou a lun-
dar-se nesse Ultimo anuo por João de
Mirmda Ribeiro, (jue. tendo kvantado
uma capella com a mesma invocação,
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131 EPHEMERIDES NACIONAES' '.'•■li
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pedira a graça de poder edificar no com 300 soldados, por ordefíi do general
inesmo logar urn convento dé' freiras á Barreto, nos mattos que ficavam ao pé
sua custa e dos niais que, ficgundo o das fortiíicaçoes occupadas,pelos hollau-
espirito contemplativo d’aquelles tempos’, dezes, afim de hostiiisar as partidas ini­
' quizessem nolle recolher suas filhas. migas quando viessem prover de viveres
Concedida a licença coraeçou-se a con- as respectivas guarnições. EmbdscaJa'
strucçãodo edifício, cujo estabelecimento a gente de Bezerra, descobrem as vede­
foi approvado por breve pontifício de 15 tas uma embarcação de remo, que sahira
de al)ril de 1731. Prompte o recolhi­ do Recife e aproava para a ilha do Cheira-
mento foram óccupal-o, a 7 de dezembro dinheiro, hoje do Nogueira. Doze solda­
de 1714, duas religiöses do convento do dos de Bezerra têm >ordem de atacar a
Desterro, uma como abbadeça e outra embarcação; 1 mçam-se n’agua cora as ■
como vigaria e mestra da ordem. Logo esjjadas entre os dentes, nadam assim,
no dia seguinte receberam estas 15 no­ apoderam-se dos remos e, acto continuo,
viças, das quaes 5 fílhas do fundador. da propria embarcação, matam seis dos

% 1813—Larga do porto do Rio de Ja­ remeiros, aprisionam os restantes, e con­

neiro, a divisão naval destinada a ir duzem tudo cm t)‘iumpho pára a praia, no
buscar em Nápoles a desposada do actual meio dos applausos des seus camaradas.
imperador, a sra. D. Thereza Christina O commandante hollandez da fortifica­
Maria de Bourbon. ção da Barreta sae das suas linhas, paro
A 21 de maio chega a esquadra a acudir com a guarnição e surprender os
seu destino. Compunha-se da fragata nossos bravos quando saltavam em terra;
Constituição e das corvetas Euterpe e mas 0 major Bezerra deixa a emboscada,
Bois de JuHw, sob o commando do chefe faz-lhe frente einutilisa os seus esforços,
de di visão Theodore de Beaurepaire, Amndo-se obrigado o hollandez a retirar-
levando como embaixador extraordi­ se, sem combater a força formidável que i
I# i i nário 0 commendador José Alexandre lhe apresentara Bezerra, tanto mais en­
Carneiro Leão, ulteriormente visconde vergonhado quanto sua propria esposa
de S. Salvador de Campos (Vide 30 de também era levada como prisioneira.
maio}.- 1817—Revolução de Pernambuco, nas-
1860— Sepulta-se no Rio de Janeiro cifla principalmente do antigo odio que
o esperançoso poeta rio-grandense José separava em dois campos oppostos os
•Joaquim
lU ílq U lIT l Cândido
L /a ,[ lü l ü O de
Ü 6 Macedo
lU. Junior, fal- nascidos no reino e os filhos do paiz, an­
lecido no^dia de febre amarelhi. tagonismo que chegara ao mais alto grau,
Contava apenas 18 ánnos ann de edudè, pois es ccialmente nos corpos militares c
nascera a 10 de marco de 1842. entre os offlciaes.
■iía O governador da provincia (todas as -
MAKÇO — 6
capitanias foram denominadas provin-
1565—Chega ao Rio de Janeiro Estacio cias em 1815), o governador de Permm-
1'.';' de Sá. seu fundador e primeiro capitão- 1 uco, Caetano Pinto do Miranda Monte-
mér e governador (Vide as ephemerides negio, tentara debalde, com o espirito
de 20 de janeiro de 1567 e 1863). conciliador e animo cordato de que era
1651—0 major J come Bezerra toma, dotado.harpionisar os dissidentes,quando
com doze liomens,uma lancha hollandeza, teve denuncia, fundada ou não. de que se
que navegava do Recife para o forte da urdia uma conspiração de-tinadaa mudar
Barreta, e faz prisioneira a mulher do 0 systema de governo é adòptar -se a forma
commandante d ’aquelle fo^te. republicana ; davam como seus pro-
O major Bezei*r i tinha-se' emboscado pugnadores a Domingos José Martins e
 EPIíEMEBlDEá NACIONAES
ontrcs,.appoiados pelos oíRciaes. pernam -
bu can os.
Téndo as cousas cliegado'a este ponto,
Montenegro convoca no dia 5 uma re­
união clos oíTiciaes reincies c com elles
resol' e apoderar-se dos militares e piai-
zanos de quem mais se fallava como
perturbadores da ordem estabelecida : o
marechal José Roberto flcou incumbido
de prendcv no dia seguinte os pâiznnos,
Q brigadeiro Salazar, commandante do
regimento de infantaria, ao seirajudante
IManuel de Souza Teixeira, e o brigadeiro
de artilharia Manuel, Joaquim Barbosa
de Castro a très capitães e ao secretario
do corpo do seu commando. Tudo se
teria realisado sem maiores consequên­
cias no mesmo dia 6 da março, si Bar­
bosa de Castro, mais arrogante e asso­
mado, não tivesse dado ao acto um
a]-parato inconveniente e provocador.
reunindo toda a oflicicialidade na re­
spectiva secretaria e insultando ao capi­
tão indiciado Domingos Theotonio Jorge
antes de lhe intimar a ordem de prisão,
e começava a fazer o mesmo ao capitão
José de Barros Lima, por alcunha o leão
coroado, quando este arranca i espada
7 = ff e atravessa-o de um. golpe. ^
Sabendo do facto, manda ao quartel o
cajàtão general governador a Alexandre
Tliomaz, seu ajudante de ordens, que
aliás não gosava das sympatinas publicas,
para reunir a tropa e prender os amoti­
nados : ao chegar a seu destino, o capi­
tão Pedroso, que já havia municioiiado
alguns soldados, manda atirar sobre elle
e Alexandre Thomaz cae por terra Ija-
nhado em sangue. Ao ter noticia d’est i
nova e grave occurrenci i, o governador
intimida-se. abandona o palacio e re-
fngia-se com sua familia na fortaleza
do Brum, onde capitula côm os revol­
tosos no dia seguinte e embarca para o
Rio de J neiro. Rebentara a revolução:
0 povo rcune-se á tropa, abrem-se as
]irisõe.-! e soltam-se os presos.
No dia 7 organisa-se um -governo pro-
135
visorio, nomeundo-se governador da prol
vinda ao padre João Ribeiro Pessoa,
tendo por membros do governo o dr. j !
José Luiz de Mendonça, Domingos José
Martins e Manuel José Corrêa de Araujo
e ao capitão de artilharia Domingos Theo­
tonio, elevado além d’isso a governador
das armas. Instituiu-se egualnaente um
conselho decinco membros, entre os quaes
se contavam, embora constrangidamen-
te, 0 ouvidor e corregedor de Olinda An­
tonio Carlos de AndradaMachado ebilva,
depois tão afamado como orador parla­
mentar, 0 estimado lexicographo nacional
Antonio de Moraes e Silva e Gervasio Pi­
res Ferreira. O padre Miguel Joaquim de
Almeida/foi feito secretario do interior. /
O conhecido piloto e hydrographo flu­
minense José Fernandes Portugal, que
então se achava em Pernambuco, foi no­
meado intendente da marinha e major.
Tomou esse governo medidas para a
defeza; augmentou os soldos e fez pro­
moções no exercito, ob' liu diversos im­
postos e os tratamentos senhor, se­
nhoria, excellencia, estabelecendo-se o
tratamento úevós, e adoptou a bandeira
branca como symbolo da paz.
Sobravam aos revolfosos espirites es­
clarecidos e enthusiasmo, apezar de que
ao chefe do movimento. Domingos Mar­
tins,faltavam muitos dos predicados para
fazer vingar uma idéa que não tinha ainda
cm seu favoraadliesãodas outras provín­
cias: faltava á revolução pernambucana
não só esse elemento de vula, o concurso
de suas visinhas e irmãs, coirio a oppor-
tunidade, que é filha dos desgostos e
1'esentimentos profundos da maioria da
nação, que aproveita a v dvula que se
a,bre para respiran desassombrada e sa­
cudir de si 0 pesadelo que a opprime.
In xperientes na arte de governar, com-
metteram desatinos.
Não obstante isso o movimento da ca­
pital communicou-se ás outras povoações
da provinda e ás da Parahyba,P.lo Grande
e Alagoas. Logo, porém, que se annim-
 136 EPHEMBRIDES NACIONAES
ciaram próximas as primeiras foroa's le-
gaes encarregadas de o (febelJar, esmo­
receram esses satellites do foco revolu­
cionário, e a conspiração, qiie contami­
nara a Bahia e se irradiara até ao Ceará
^ I
nem ousou pronuncinr-se. A reacção
começou então com tanta violência como
encarniçamento. Ao er^o da revolução
intempestiva, de momento e de nenhum
modo preparada, so excedeu o phrencsi
da auctoridade legal quando conseguiu
í; I dominal-a e dar-lhe garrote...
Estavam as prisões atulhadas de pa­
triotas vencido.s, quando chegou ao Re­
cife 0 novo governador Luiz doRego Bar­
, 'I reto (Vide a cp,heme)id'í de 29 de junho};
estabeleceu-se então o tremendo tribu­
nal de sangue que levou ao patibulo mais
nove cidadãos, aliás distinctos por muitas
ciuulidades pessoaese que, perdo:idos. ex­
patriados. poderiam mais tarde, amorte­
cida a paixão pai tidaria. prestar .serviços
á patria e, o que é mais para o perdão,
!'
á propria monarchia. como temos mais
de um exemplo registrado na,nossa his­
toria (Vide 29 de março e 12 de junho).
A bandeira republicana dc 1817 foi
pintada por Antonio A lv^es. que se en­
carregou também de íirar os retratos
dos membros do governo revolucionário.
Rodrigo .José Ferreira Lobo, ciiefe de
divisão encarregado do bloqueio do Re­
cife, logo que se apoderou da cidade c
soube do oceorrido com o misero pintor,
determinou mandal-o atar ás grades da
' Vi' cadêa e açoutai-o, como fez com outros
indivíduos de côr, quer livres, quer es­
cravos; mas apadrinhando-se o arti.sta
com um retrato de D. João VI. que pos­
suía, conseguiu escapar á infamante
pena.
Caetano Pinto de Miranda ãíontenc.ero,
ao chegar ao Rio de .Janeiro, foi reco­
lhido preso á fort ile:'a da iiba das Co­
bras; defendeu-se depois da grave im­
i'i;; putação que sobre elle pesava e foi mais'
tarde, no tempo do primeiro império,
ministro, senador o duas vezes titular.
‘(. if.íí.
"4a■•V \
' 'ííCí.
'iid
:'í'&
Já agora m.ais duas linjias acerca do
paradeiro final d'estes utopistas politi­
cos, que não fizeram entrar nos seus
cálculos a probabilidade quasi certa do
açamo legal do patibulo:
Domingos Theotonio, r/overnador civil
e militar do partido da independência,
que fugii’a disfarçado, foi justiçado : o
padre ,'oão Ribeiro 1’cssoa tentou enve-
nenar-se e suicidou-se por estrangula­
mento ; 0 dr. Mendonça c o secrebirio
padre Miguel de Castro (o Miguelinho\
transportados para a Bahia, foram alli
entregues ao executor da alta justiça ;
Jo.sé de Barre,s Lima, descoberto no seu
escondinjo, como Domingos Theotonio,
teve idêntico fim; o tenente Antonio
José Ilcnriques e o padre 1’ edro de Souza
Tenoi’io soífre)'am a mesma pena. O co­
ronel Amai'0 Gomes Coutinho. Ignacio
I.,eo; oldo, de Albirquerquc Maranhão, o
]).idre Antonio Pereira e os íenentes-
coroneis Silveira e José l^cregrino de
Carvalho, seguiram o mesmo lugubrc
caminho. Domingos José Martins o o
padre Jioma (Abreu eLima ) os haviam
precedido: já tinham sido fuzilados por
ordem do conde dos Arcos.
18b3—Morre na cidade do Ri ode Ja­
neiro 0 marquez de S. João'da Palma, D.
Francisco dc Assis Masc renhas, que aos
2õ aniK S de edaJe, delSOl a l'':08, fura go­
vernador da capitania de Goyaz, de 1808
a 1814 da de Minas, da de S. Paulo
nesse ultimo anno e da Bahia,em 1818.
Na eleição dos primeiros .seoadoies do
Império, a 22 dc janeiro de 1826, foi’cl.dto
por quatro províncias, c D. Podro I o
escolheu pola de S. Paulo. Nascèra em
Lisboa a 30 de setembro de 1779.
0 marquez de Palma tom ar posse, da
sua cadeira no senado a 1- de m.ãio, a
darmos credito ao Mappa nccrologico
dos senadores, tantas vezes achado em K-
faltas, l^arecc-nos todavia que seria no
dia C. pois foi nesse dia que se abriu a
primeira assembléa legislativa do Brazil
1876—Decreto assignado pelo ministro
~0<-
 á
EPHEMERIDES NAOIONAES 13T

do Império, o sr. conselheiro José Eento ro, c toma posse do cargo de seu gover­
da Cunha e Plgneiredo. reformandòaBi- nador 0 brigadeiro José' da Silva Paes,
Itliotheca publica (’ o' Rio de Janeiro e recebondo-o do còmmandante Antonio
dando-lhe regulamento. de Oliveira.
A ilha de'Santa Catharina. onde está
♦MAIÍÇO —7
a bell i cidade do Desterro, sua capital,
( 1009—F^djipe III manda fazer eíTectiva foi chamada Juriré-mit-im pelos indios
a resolução d’csta data creando o tribu­ Carijós^ que a habitavam. Depois de João
nal d l Relaç-ão da Balda, primeiro cpie Dias de Solis, em 1'0'h foi cila visitada
houve no Brazil |Vide abril 5 'de lOfO). pelos navegadores hespanhóes Sebastião
1650—Toma posso do governo do Es­ Caboto em 1525, e Diqgo Garcia em 1526;
tado do Brazil ra eid uJe da Bahia o ambos nella desembarcaram e se demo­
capitão general conde de Castedlo ^lelhor. raram por algum tempo. Em 1532desea -
João Rodrigues
'- (le Va'^concellos
I è Souza, barcou também nessa ilh i Poro Lppes
que substitue^ a Antonio Telles de Me­ do Souza, .irmão de Martim AtTonso,
nezes, conde de Yilla-Pouca de Aguiar. dando-lhe provavelmente então o nome
PMi 0 vigésimo pidmeiro na ordem de ilha dos patos. Em 1650 estabeleceu-se
chronologica e exerceu essè cargo até ^ nella /Francisco Dias Velho Monteiro
de Janeiro de 1651. com quatro filhos e erigiu uma capella
1671—Carta régia confirpiando o Revd. sob a invocação de Nossa Senhora do
dr. Francisco da Silveira Dias no cargo Desterro.
de prelado administrador ecclesiastico da A Laguifa foi a primeira das povoações
capitania do Rio de Janeiro,'que já exer­ continentaes d’aqnella província e Lages
cia havi i ma s de um anuo por nomea- a segunda elevadas á categoria de villas,
(jão do prelado Manuel de Souza Almada, cm 177-1 (Vide agosto U de 1738).
que se retirara para Portugal (Vide ; 1762—Toma posse do governo da ilha
cpliem. ÚQ'/). j / de Santa Catliarina o coronel Francisco
1721—Fallece na oidacfe do Rio de Ja­ Antonio Cardoso de Menezes, que a gover­
neiro com 83 annOs do edade c perto de nou até 12 de julho do 1765'(Vide essa
19 de episcopado, o 3“ bispo d’essa dio­ data)', (lia em que foi rendido. A ilha de
cese D. frei Francisco de S. Jeronymo. Santa Catharira resentiu-se por muito
natural de Lisboa, doutor pela univer­ tempo do seu arbitrário e duro governo,
sidade de Coimbra. Tinha regeitado em a ponto dó chegarem a faltar na capita­
1685 a mitra de i\íacáu. nia» os generös de primeira necessidade,
■Foi no seu tempo do episcopado que se diz Ab:-eu e Lima.
(leu a malograda invasão de Du Clerc Antes do corónelCardoso fóra nomeado,
no Rio de Janeiro, íendp-se o bispo re­ em 1.760, João de Souza Falcão, que não
fugiado na serra da Tijuca em urra gruta chegou a tomar posse do cargo,por morrer
formada por enormes pedras, que por em caminho.
muitos annos se clsamarain imantas. Este 1788—0 bispo titular de Zoara, prelado
prelado illus'rou-se por muitos actes de de Cuyabá, é eleito'para o mesmo cargo
caridade e j or uma vida exemplarís­ em (loyaz (Vide 23 de janeiro de 1182).
sima. Jaz na capella do palacio epis^^o- 1802—Ohegmá bahia do Rio de Janeiro
pal da Coneei(^ão, que e’,le|fundára (Vide 0 resto da e^quadr.i re 1 portugueza.
Sl ephemeride ^úc junho 11 de 1702). ' tendo a seu bordo o ])rincipe regente,
1739—Ao rerritorio de Santa C itharina depois rei I). João VI. que não des­
foi dada nesta data a categoria de capi­ embarca nesse dia. E’ coinprimentado
tania, mas subalterna á do Rio de Janei­ pelo conde dos .hrcos, ultimo vice-rei.
 ’ '**J
138 EPHEMERIDES NACIONAES
pelo senudo da camara, cabido, m ;gis-
trados, militares e ecclesiasticos, etc.
A cidade illumina-.se por nove noites
consecutivas para festejar a chegada da
corte.
Deixáraas aguasdoTejo a 29 de novem­
bro do anno anterior a esquadra que tra­
zia a familia real e sob o commando do
vice-almirante Manuel da Cunha Souto
Maior, tendo por ajudante-general ao
chefe de divisão Joaquim José Monteiro
Torres, compunha-se de8 náus de linha. 8
fragatas, 2 brigues, 1 escuna e 1 charrua.
! 'W Eram commandantes das naus: Francisco
José do Canto e Castro da Principe Real,
Francisco Manuel de Souto Maior da
líflí Rainha de Portugal, Francisco de Rorja
Salema ádi. Principe do lirazil, llem\q\\Q
da Fonseca Prego da Medusa, José Maria
de Almeida da Conde D. Henr (/we, D, Ma­
nuel de Menezes da Martim de Freitas,
y'fi Ignacio da Costa Quint'dla da Affonso
\“Ifr !Í í
de Albuquerque, D. Manuel João Lossio
da D. João de Castro ; com mandavam as
fragatas Rodrigo José Ferreira Lobo
a Mineroa, Luiz da Cunha Moreira
a Golfinho e D. João Manuel a Vra-
nia ; commandavam os brigues Diogo
Nicolau Keating (o yinga')%ça),Yvo,wc\&c.o
Maximiano de Souza (o Voador); Isi­
ri." doro Francisco Guimarães vmha comman-
dando a escuna (Curiosa) e Paulo José
Miguel a charrua (ThetP).
Na R das naus vinham a rainha
IV"t; i^S D. Marial, o principe regente 1). João VI,
0 principe d-.i Beira, os infantes D. Miguel
'■'íÍ l-Í- e D. Pedro Carlos, acompanhados dos
marqnezes de Aguiar, de Vagos e de
Torres e do conselheiro de Estado I). Fer­
nando José de Portugal;
Na 2’’ d’esta relação vinham a princeza
do Brazil, viuva,com as infantas D. Izabel
m í.laria, D. Maria Francisca e D. Mariann i,
acompanhadas pelo marquez de Lavradio;
A 7'" (Affonso de Alluquerque) trazia
a seu bordo a princeza regente (D. Car-
lota Joaquina) com a princeza da Beira
c as infantas D. Maria Izabel, D. Maria
da Assumpção e D. Anna de Jesus Maria,
acompanhadas dos condes de Caparica e
Cavalleiros.
Nas outras embarcações vieram os ti­
tulares seguintes:— Anadia, Belmonte,
Bellas, Cadaval, Penalva filho. Pombal,
Pombeiros e Redondo, e os conselheiros
de Estado Antonio de Araujo de Aze­
vedo, D. João de Almeida, D. Rodrigo
de .Souza Coutinho, o general João For­
bes Skellater, o desembargador do Paço
Thomaz Antonio de Villa-Nova e mon­
senhor suhdiacono Joaquim da Nobrega
Cão ,de Aboim.
Uma das escunas (a Curiosa) tornara
a entrar no Tejo, de onde tinha sahido
antes o bérgantin Condessa de Re-
jsíenãe; achava-se no Rio de Janeiro o
bergantim Balão e a escuna Ferrão em
Pernambuco.
(Esta noticia acerca da frota real nos
vem de um manuscripto da Bibliotheca
Nacional da còrte .
1825—Decreto concedendo amnistia aos
que tomaram p:irte, na provincia das
Alagoas, na revolução da republica do
Equador. ‘
1818—0 ministério 2 2 de maioáo anno
anterior, que é o 6'^ organisado no pleno
reinado do sr. D. Pedro II, e que já
havia passado por diíTerentes recompo­
sições, pede exoneração na presente data,
e é chamado o visconde de Macahé para
constituir autro sob a spa presidência
(Vide a ephemeride de 8).
1870— Embarcam no Rio de Janeiro
para a Bahia os voluntários da patria
d’aquella provincia de volta do Pa­
raguay .
MARÇO — 8
1633-0 gener.d AVeerdenburgh, go­
vernador hollandez de Pernambuco-, que
solidtára licença da Ilollanda, em con­
sequência do íalleciinento de seu pae,
para regressar á Europa, parte para a
patria acompanhado do conselheiro po­
litico Van Walbeck, do tenente-coronel
 f

1^1
EPHEMERIDES NACI0NAE3

Schulte e de mais outros ofliciacs c sol- a fé, e que só seria permittido trazer
dados que haviani .completado os seus os indios que voluntariamente quizes-
tres annos de sePViqo. Fica em sea logar, sem vir.
como governador da conquista hollan- 1722—Luiz Ferreira Freire, capitão-
deza, 0 velho major Lourenço Renbach, mor do Rio Grande do Norte, é ferido
seu oompanheiro na arriscada tentativa na noite de 22 de fevereiro por um tiro,
de Iguaraçú, da qual sahira ferido. de que veio a morrer ao 7' di i. NesSe
Chegando áHollanda apresentou Weer- mesmo dia (2 de março) assume o senado
denburgh â companhia das índias (em da camara o governo da capitania), como
11 de julho) um relatorio âcerca da co- já se h ivia feito por fallecimento de dois
lonia, indicando a conveniência de se outros capitâes-mores Francisco Pereira
mandar para ella mais;tres a quatro mil Guimarães e Sebastião Pimentel. Abri­
Kn
homens adestrados, atim de occuparem ram-se devassas pelo assassinato do ca-
todos a ilha de Itaraaracá. pitão-mór. mps não se descobriu o assas­
1694—Carta de lei mandando estabe­ sino. Freire tinha-se indisposto com o
lecer na Bahia uma casa da moeda, em senado e muitos dos moradores da capi­
virtude de requerimento do senado da tania e fòra acoimado de violências e
cam ara. -abusos de auctoridade e até de roubos.
Foi extincta em 1697, tendo cunhado: Depois de 7 dias d este governo in­
Em ouro para a Bahia....... 102:0005000 terino, toma na presente data posse do
» para Pernambuco. 8:0005000 governo José Pereira da Fonseca, por
‘li
Em prata para a Bahia___ 818:0005000 patente de 17 de março de 1721, regis-
» para Pernambueo. 428:000g00Ó ti’ada a 9 do mesmo mez do seguinte
1685—Tendo corrido rumores que o anuo de 1722. Este governou a capitania
povo tencionava outra vez expulsar os até 18 de janeiro de 1728 (Vide I’cvista
jesui as, reunem-se os homens bons da do Instituto, tomo XVII, n. 13, 1854'..
villa de H. Paulo na casa do conselho 1772—D. Bartholomeu Manuel Mendes
e elegem o bispo D. José de Barros dos Reis, natural de Portugal, 3” bispo
Alarcão e o capitão-mór Pedro Taques de iMíirianna. é confirmado nesta data,
de Almeida para tratarem com o padre no reinado de D. José I, pelo pontifice
Alexandre de Gusmão, provincial da com- Clemente XIV. Tomou, por procurador,
j)anhia, o meio de se concertarem as posse d:i diocese de Mariann i a 17 de
^cousas. Dirigem-se ambos ao collegio dezembro de 1773; nunca porém veio ao
concordam os tres em que « o .pro- seu bispado e renunciou-o depois, como
'èurador da companhia, que estava para 0 havia feito o seu antecessor.
ir a Roma, se encarregaria de sollicitar D. Birtholomeu fora antes bispo de
e alcançar permissão para se poder ir Macáu, na China, onde residira, exercerá
ao sertão trazer indios ao grêmio da actos pontiílcaes, dera ordens, chrismára
egreja e educal-os na fé, podendo d'es!e e visPára a dita diocese. Tendo renun­
modo os moradores possuil-os e tel-os ciado ao seu novo bispado, como fica
em seu poder. »’ Applaude o povo este dilo, foi um dos'bispos assistentes á
accòrdo e agradece o provincial o seu ceremonia da sagrarão do seu successor.
benigno acolhimento. Escreveu bastantes pastoraes, singellas,
A carta régia de 9 de novembro de 1690 mas de muita uneção religiosa, como nos
ratificou esta concordata, com a res- parece que deviam ser todos os actos
tricção de que não eram permittidas en­ d’esta natureza e emanados'd’essa fonte
tradas no sertão com bandeiras, sinão (Vide 18 de dezembro de 1773).
em auxilio dos padres que fossem pregar 1808 — O resto da familia real, que
 r--'
no EPIIEMERIDES NACIONAES
tinha chegado ga vespera á hahia do
Rio de Janeiro, desembarca neste dia
pelas 4 lieras da tarde. « A ceremqnia.
diz O chronista da Bevista Pbpulav, que
nos fornece estes dados., é brilhante,
pomposa e ardentemente applaudida pela
S' constante acclamaçâo do p'ovo. Sobre a
i ; ' i t ' s' ' rampa ergue-se uin altar, e em torno
d’elle ,està o cabido da cathedral para­
mentado de pluviaes de seda branca
bordada de ouro. O principe regente
oscula a santa cruz nas rnãos do chantre
Eelippe Pinto da Cunha e Souza, que
antes havia feito a aspersão da agua
benta e dado as thurificações do cstylo
(O Irisi 0 eleito do Rio de Janeiro. D. José
Caetano de Souza Coutinho. heára sa-
n il"' gi'ado em Lisboa, mas só dois mozes
depois é que poude vir'. O prestito é o
mais brilhante que então se viu, e per­
corre as ruas Direita e do Rosario,
brilhantemente ornadas e atopctadas de
povo. ao som da musica, das aeda-
i | 'î | mações, dos rejiiqucs de sinos, das salvas,
:!|i| . e por sob uma chuva continua de ílòres
c entre alas de so’ dados dirige-se ao
templo do Rosario, então cathedral da
I'-Vn
.. »'■!' . '!■ capital brazileira, e ahi entoa-se o ,i:rande
. I I ’' I , hymno 2'e-Deum Laudnmus. A vqlta é
•r ;*U' feita cm |coches pelas mesmas ruas. e a
,■ :| iii familia real acolhe-se ao paço da cidade,
a qual illumina-se por nove noites .suc-
cessivas (F i.uviano , Ephemerid s).y^
0 desembarque eííectuara-se no arsenal
de marinha. A rainha mãe, D. Maria I,
ficara ain,da a bordo poi‘ causa do seu
estado de saude, e só desembarcou no
dia 10.
1 11—Carta regia do principe regente
D, João (depois 0? rei d’esse nome', diri­
gida aos governadores interinos da ca­
pitania do Maranhão acerca do proce-
dimenta reprovado que praticái-a o ca­
pitão general do Maranhão D. José
Thomaz de Menezes com o governador
do Piauh}’ Cítrios Cesar Rur'araaqui.
suspenso do cargo, preso e com os bens
sequestrados, por excesso cie jurisdicção
%
emero arhürio d'aquelle capitão-general.
D. José Thornaz nomeara. a’ém disso,
Francisco da Costa Rebello governador
interino, sem ter competei.cia para tanto,
desprezando a lei de successão estabele­
cida por lei para o caso de faltarem cs
governadores legitimamente nomeados.
A carta regia ordenava aos ditos go­
vernadores interinos que mandassem
soltar e restituir á sua inteira liber­
dade a Burlamaqui, p tgai--lhe todos os
soidos vencidos e entregar-lhe todos os
bens e moveis do seu uso, « menos o
dinheiro, joias e trastes de ouro e prata,
que não forem do seu ordinário, que ^
conservarão em deposito, até nova de­
terminação minha (palavras textuaes).
etc.»
1S23—Carta de lei elevando a villa das
Alagôas á categoria de cidade.
1848—0 visconde de Macahé, encarre­
gado de organisar novo gabinete, com-
] Õe-n’o do seguinte modo:
Visconde de Macahé com aprêsidencia
do conselho e a pa.-ta dos negoc'os do
Império; o sr. senador Antonio Paulino
Limpo cie Abreu (hoje visconde de Abaeté)
com a pasta dos négocies estrangeiros
e interinaincnte a d a fazenda; dr. José
Antonio Pimenta Bueno (depois vis­
conde e ulteriormente marquez.de S. Vi­
cente e senadorl com a da justiça ; Ma­
nuel Felizardo de Souza e Mello com a
a da marinha e provisoriamente a da
guerra. ;
Esse gabinete só se completou' a 14
de maio, entrando para o ministério da
fazenda o sr. José Pedro Dias de Carva'-
Iho (hoje senador)-e para a da marinha
0 sr. Joaquim Antão Fernandes Leão
(deputado e hoje senador).
Poucos dias esteve este gabinete á
testa da alta administração publica, or-
ganisando outro no dia 31 o conselheiro
Francisco de Paula rouza e Mello.
1866—Morre nohospital de Corrientes,
de enfermidades adquiridas ou aggrava-
das pela guerra do Paraguay, em cujo
 EPHEMERIDES NACIONAES
exercito de operações exercia o com-,
mando geral da artilharia, o bencmerito
paulista Antonio Manuel de Mello.
Nascera na cidade de S. Paulo a 2 de
outubro de 1802.
Era conselheiro, commendador das
ordens de ?. Bento de Aviz e da Rosa,
brigadeiro do exercito e doutor em ma-
thematica pela .■Academia Militar do Rio
de Janeiro. Fora lente da mesma acade­
»■
w mia, vogal do Supremo Conselho Militar
de Justiça, directordoObservatorio astro-
nomico, e por duas vezes exercíra o
cargo de ministro da guerra, em 184",
no gabinete 22 de maio, e no organisado
pelo marquez de Olinda a 30 ule maio
de 1862, para o qual entrou a 12 de maio
dó anno seguinte.
1869—Morre no Rio de Janeiro o almi­
rante Joaquim José Ignacio, visconde de
Inhaúma, um dos proliomens da campa­
nha do Paraguay.
Nascido em Lisboa a ^ de
1808, viera aos dous annos de edade com
soa familia para o Brazil. Aqui estudou
as linguas portugueza, latina e franceza,
e seguindo o curso de mathematicas na
Academia de Marinha, assentou praça de
aspirante a guarda-marinha em 1822.
Proseguiu depois na carreira em que
acaliou almirante e grande do 'Impeião,
prestando afesi'gnalados serviços á sua
patria adoptiva. Mais um bello exemplo
a fijivor da generosa idea da grande na-
turalisação.
Joaquim José Ignacio foi ministro dos
negocios da marinha desde 2 de março
de 1861 até 24 de maio do anno seguinte.
Como ministro da agricultura, commer-
cio e obras publicas, cargo que exerceu
desde 2 de março até 21 de abiól de 1861,
íoi 0 organisador da secretai ia d’essa
repartição, .
— Fallece na cidade,do Recife O gene­
ral José Ignacio de Abreu e Lima, nas­
cido a 6 de abril de 1796 {Vide essa
dat'j).
— Elfectua-so á tarde a e ntrada so-
lemne do sr. D. Pedro Maria de Lacerda,
10° e actual bispo da diocese do Rio de
Janeiro, na egreja catl.edral e capella
imperial. Assistem aò acte a camera mu­
nicipal e todas as irmandadçs. confra­
rias e oi’dens terceiras da corte e o ca­
indo, que acompanham a procissão do
estylo, a camara com o>scu estandarte'e
as confrarias e irmandades de cruz al­
çada (Vide a exjhemer.de de 10 de ja­
neiro).
MARÇO —9 ■, ,
1600 — Tendo-se recolhido da India
D. Vasco da Gama em 10 de.julho de 1199,
com a certeza de haver descoberto a
navegação para aquella parfe do mundo,
resolvera el-rei D. Manuel mandar no
anno seguinte uma nova armada afirmai*
amizade e commercio com o régulo de
Calecut e estabelecer naquolla região'
uma feitoria portugueza. Com esse des­
tino apparelhou-se uma esquadra de 13 11
embarcações, entre caravellas c navios
redondos, a qual teria por capitão-mér
a Pédro Alvares Cabral, fidalgo de grande
conceito na còrte. Essa esquadra era
tripolàda por 1,200 pessoas, gente toda
escolhida e bem árrnada, além de oito
capellães: tinha cada navio por comman­
dante a ura homem pratico na navega­
ção de longo curso e, entre outros, a
Bartholomen Dias, o descobridor do Caho
da Boa Esperança. ' Iom nelles de pas­
sagem sete frades, franciscános, tendo
por guardião a frei Henrique, que foi
depois bisiio de Ceuta. Essa frota, que
era a mais biilh.mte e poderosa que até
então se tinha visto em Portugal, sahe
na presente dataido pòrto de Lisboa.
« A partida, diz um escriptor nacional,
é honrada com todo o esplendor e pompa
de uma festa. Era um bello dia de do­
mingo. O sino da cathedral batia grave
e solemne: cm suas modulações festivas
pared i annunciar de antemao as s cenas
altamente dramaticas, que dentro era
breve se deviam passar, além do Atlan-
 ' Iht

1 ;^ ■ 112 EPHEMER IDES NACIONAES

fcv’l
tico, nas ferteis regiõas do Novo- Ilisiorla d ) B ra sil, traduzida pelo
Mundo.» sr. ^r, L. J. de Oliveira e Castro.
D. Manuel, o Afortun ido, tinh x reunido .A esquadra expedicionária compu-
;'/l ^t no domingo, 8 de marro, no começado nha-se de dez caraveilas e très navios
mosteiro de Bele'm, todos os grandes da redondos, tripolados por mil e duzentos
i"' ' sua cüi'te, coin o fim de invocar o au­ hemens, entre marinheiros e soldados;
..
i'"
;
hw
>V;
/ ■ xilio do cdu para esta importante ex­ trazia oito capellães, além de sete frades
pedição. Conserva o rei ao pé de si, na franciscanos subordinados, como já ficou
il ,/**'•Í' 1^'- sua tribuna, o illustre almiaante, du­ dito, a um guardião, e um vigário
11 rante a missa, que é dita corn toda a, para a íeToria que se ia fundar em
solemnidadc. Pendente do altar via-se C.lecut.
0 estandarte real da ordem de Christo. E.ssa armada não tendo podido sahir
■•■■,,U
■iy.'i-V-’-t;'.:.--iL--. Prega D. Diogo Ortiz, bispo de Ceuta, do Tejo no dia 8, como se pretendia,
que depois o foi de A^izeu, o qual acende, P'Or achar ventos ponteiros, só ponde
nos ayiimos os desejos de partilhar dos fazer-se de vela no dia seguinte (Vide a
■ Ii.'t if grandes perigos a que se iam expor ephemeride de 21 de abril).
>f' 4 ,
esses cfirevidos navegantes. Terminada a 1817—Depreto do governo provisorio
-'i; -, ceremonia religiosa benze-se o chape'u, republicano de Pernambuco abolindo
V.tfe 'íMÍi ' que 0 papa mandára a Cabral, e que é tributos . que existiam na provincia
. posto em sua cabeça peias mãos do pro- creados pelo alvará de 20 de outubro
prio rei, que entrega também ao illustre de 1812, sobre lojas, de fázendas, mo­
%
^?i,i■' ' ‘>i'■' capitão 0 estandarte da cruz da ordem lhados, embarcações, canoas, etc. (A'ide a
rjff-
de Christo. Dirigem-se depois todos, ephemeride de 6).
processionalmente, com cruzes alçadas e 1819—Fallece em Nictheroy o conde
relíquias, para as margens do Tejo. das Galveas D. Francisco de-Almeida de
Lisboa apresenta então um espectáculo Mello e Castro, ministro de João AT no
faustoso, que raras vezes ofíerccem os Brazil, com 58 annos, 11 mezes e3 dias
! iîil-i*'i - povòs, em que as 1jgrimas e soluços da de edade.
. .bV /' saudade se misturam com os risos e Püi 0 seu cadavei' transportado no dia
■'■•/I'l'. vivas que retumbam nos ares em accla- seguinte para u corte e sepultado na
maçOes. a Assim diz o historiador João egreja de S. Francisco de Paula,
de Barres, que foi segundo todas as pro­ Esta noticia foi por nós verificada na
babilidades testemunha ocular d’esta Gazeta do Rio de Jo.neiro., folha con­
t )
scena, se viam tod s com as suas libre's temporânea do facto.
e bandeiras de cores diversas, que não 1822—Chega ao Rio de Janeiro a es­
parecia mar, mas um campo de flores, quadra portugueza, que devia conduzir
com a frol d’aquella mancebia juvenil para Lisboa o prir.cipe regente do Brazil
que emb ircciva. E o que mais levantava D. Pédro, depois 1° imperador (ATde a
o espirito d’estas cousas, eram as trom­ ephemeride de 21).
betas, atabaques, sestros, tambores, Capitaneada pelo chefe de divisão
Irautas, pandeiros, e até gaitas, cuja Francisco Maximiano de Souza, com­
i‘ ‘
vèntura foi andar em os campos no apas­ mandante da nau D. João V I, compu-
centar do.s gados, n’aquelle dia tomaram nln-se d’este vaso e de mais seis, as
posse de ir sobre as aguas sr'lgadas do charruas Conde de Peniche, Orestes e
mar n’estas e outras armadas, que depois Frinceza Real e os transportes Phénix
a seguiram, porque para viagem de tanto e Sete de Março. Trazia um regimento
tempo, tudo os homens buscavam para provisorio, commandado pelo coronel
tirar a tristeza do mar (R. Southey, Antonio Joaquim Rosado, além dc uma
 EPHEMERIDES NACIONAES
brigada de artilharia e uma companliia
de conductores, contando ao todo perto
de 1,200 homens.
D. Pedro manda-liie ao encontro o
coronel Luiz Pereira da Nidjrega-de
Azeredo Coutinlio ( oin uina portaria do
ministro da guerra (Joaquim de Oliveira
Alvares), intimando ao respectivo com­
mandante que dessem fundo os navios
debaixo das baterias das fortalezas da
barra, e que o commandante viesse ter
com elle ; ordens que aquelle oílicial
cumpriu promptamente.
Apresentados ao principe, o comman­
dante da esquadra e o coronel Rosado
fizeram e assignaram o seguinte pro­
testo ;
cc Nds abaixo assignados protestamos
obedecer em tudo ás ordens que nos
forem dirigidas por S. A. Real, pois
tal é 0 nosso dever, assim como de nada
nos embaraçarmos e nem tomarmos parte
nas disposições do governo, salvo sendo-
nos ordenado pelo mesmo augusto
senhor.
KPaço do Rio de Janeiro, 9 de março
de 1822. — Francisco Maocimiano cie
Souza, chefe de divisão commandante da
esquadra. — Antonio Joaquim Rosado,
coronel do regimento provisorio. »
^ 1812—Decreto approvando, em virtudg
do art. 15 | 2° da lei de 15 de novembro
de 1831, os novos estatutos para a Aca­
demia’ Militar do Rio de Janeiro, pelos
quaes se mandou crear nella uma Fa­
culdade de Mathematica e de philosophia,
e uma cadeira de direito militar, das
gentes e civil.
1860—Trocam-se as ratificações da con­
venção consular entre o Brazil e Portu­
gal de 10 de dezembro do anno anterior.
1873—D. Lino Deodato Rodrigues de
Carvalho, 9° e actual bispo de S. Paulo,
é sagrado na cathedral do Ceará (Vale
Maio 21 de 1871, í '’ ’parte).
MARÇO—10
1631—Francisco Coelho de Carvalho,
113
governador do Maranhão, reassume o
exercício do seu cargo, interrompido
i
pelo governo illegal do intruso Jacome
Raymundo de Noronha desde ^ d e ou­
tubro de 1626.
1719—Fallece com sign les de predesti­
nado José Borges de Barros, nascido na
Bahia a 18 de Março de 1657. Alistára-se
pa companhia de Jesus c na qualidade
de membro d’esse instituto exei'cera
muitos logares religioso,s na sua patriá
e em Portugal. Foi insigneem theologia
e philosophia, consumado orador evan­
gélico. exeellente canonista.
a Teve tão portentosa memória, diz o
aiictor da sellecta hrasiliexse, de
onde colhemos estes apontamentas,-*-
que ouvindo proferir mil vocábulos, os
repetia fielmente, ou pela sua ordem, ofi
retrogradamente. Oceasiões houve em
que, sendo ouvinte de um sermão, re- ,
colhido á casa o mandava escripto a’
quem o tinha reciiado, sem lhe faltar
uma palavra. Na arte (ie tsci'ever foi
espantoso, pois além de formar os carac­
teres com summa perfeição, escrevia
com duas pennas em uma mão, fazendo
ao mesmo temi o duas regras differentes,
dissimilhantes u na d i outra e até com
0 pé formava caracteres tão perfeitos
como 0 fazia com a mão. Imitava com
tal similhança as lettras, ainda das
peiores, que se assombravam de as
verem tão idênticas aquelles que as
tinham escripto. Da poesia vulgar pra­
ticou os preceitos com facilidade e feli­
cidade. Foi de estatura mediana,'gentil
presença, e genio jovial. >j
Tivemos pois também o nosso Pico
DE LA M iUANDQLA. (
1732—Ordem régia prohibindo que das
capitanias do Brazil passem mulheres a
Portugal sem permissão prévia do g o ­
verno.
1760 — Sahem presos, com destino á
cidade da Bahia, os padres jesuítas da
capitania do Piauhy.
1806—Começa a exercer o cargo de
H1
B 'i Vi''""'T lU EPHEMÉRIDES NACIONAES
■
1 1
3 ir' governador da capitania do Pará e Rio
Ib f í' ' ■■■: Negro 0 capit<ão general José Narciso
il'
■
- 1■ .
de Magalhães de Jtlenci'es. c;ne succede
ao 8° conde dos Ãrcos D. Marcos de
Noronha e Brito e occupa o cargo até
... 'j, 20 de dezembro" de 1810, dia em que
fallcceu.
Governa desde então a capitania um
triumvirato presidido pelo bispo diocc'-
sano D. ãíanuel de Almeida de Carvalho,
na fórma do alvará de successão de 12
de dezembro de 1770, até ser a 10 de
oiitubro rendido pelo conde.de A'illaFlor.
1806—Desembarca na cidade do. Rio
de Janeiro a rainha D. Maria I, mãe do
rei I). João A’ I. Enferma e ná avançada
òdade de 74 annos, não pudera desem­
barcar no dia 8, com o printipe reg^ente
e mais pessoas du sua familia. A rainha
é levada em cadeirinha de braçcs ou
p.-lanquim pelos criados, da casa real,
'■^irí! i‘i desde a rampa do caes até o paço da
cidade, no meio de um luzido acompa­
nhamento. Foi hospedada na sala em
( r ' que antecedentemeute fuimcionára o tri­
i ' bunal da Relação.
1817—0 primeiro impresso que se fez
em Pernambuco foi o f imoso Pj-eciso dos
successQS, escripto pelo magistrado José
Luiz de Mendonça, um dos membros do
governo jirovisorio da capitania, na re­
volução de 6 de marro ; foi impresso na
‘ ,r‘S‘ ' presente data.
1826—Nascido em Lisboa a 1.3 de maio
de 1767, fallece nesta data na mesma
cidade D. Joao A I, rei de Portugal e im­
perador nomin il do Brazil.
Era filho segundo de D. Maria I e de
seu tio e marido D. Pedro III. Declarada
'ij' sua mãe incapaz de reinar, tomára
em 1792, a 10 de fevereiro, o governo
M‘l" do reino como herdeiro presum2)tivo da
coróa, tomando o titulo de regente cm
.iulho de 1799. De 20 de março de 1816,
em dian'e, pelo fallecimen 0 da rainha,
tomou 0 titulo de rei, .sendo como tal
acclamado no Rio de Janeiro a 6 de
fevereiro de 1818,
A'
.4 - i
Quando,em 1807, o exercito deNapoleão
Bonaparte invadiu Portugal, D. João
entregando a l egencfã do reino ao mar­
que/ de Abrantes, embarcou para o
Brazil, arribando á Bahia a 22 de janeiro
de 1808 e a 7 de março chegou ao Rio
de Janeiro, onde estabeleceu a séde da
monarchia.
Durante todas as perturba oes que
oceasionou a invasão dos fr.incezcs em
Portugal, conservou-se o principe i'8-
gente nas terras de Santa Cruz.
- Em 1816 efiectuou-se a óccupação de
Montevidéu, que deu causa á longa e
•renhida contenda; rebentou a revolução
republicana de Pernambuco e a de Lisboa,
onde loi victima o infeliz Freire de
Andrada e outros oííiciaes descontentes
do marechal Beresfo. d. Em 1820 rebeptou
i:o Porto a revolução que estabeleceu
cm Portugal o sj'stema constitucional,
sendo osté movimento seguido no Brazil,
onde 0 rhonarcha .jurou aceitar a cons­
tituição. A'oltou D. João A’I a Portugal
cm 1821, e alli ratificou esse juramento.
Em 1822 fez-se a independencia do
Brazil, acto esse reconhecido a 29 de
agosto de 1825.
Em 1823 deu-se a malograda revolução
do conde de Amarante; e os aconteci­
mentos de Afilia Franca e a revolução
de abril de 1824 obrigaram D. João a
mandar seu filho I). Miguel para A^ienna,
onde residiu até 1827.
A 4 de março de 1826, recolhendo-se
de um jantar em Belém com os frades
Jeronymos, sentiu se aceomettido de.vo-
mitos, convulsões e diliquios, sympto-
mas de envenenamento; aggravaram se
estos incommodes a tal ponto que fal-
leceu seis dias depois i\o meio de lior-
riveis agonias.
1854—Fallece o conselhmro José Cle­
mente Pereira, senador pelo Pai-á, esco­
lhido a 31 de dezembro de 1842, tendo
tomado assento no .senado no anno se­
guinte, a 24 de janeiro (Aide a epheme^
ride de 17 de fevereiro de 1787),
i
 1871—Fallece o senador ]'ela província
de S. Paulo José Manuel da Fonseca,
escolhido a 28 de junho de 1854, Tomára
assento naquella camara a 3 de agosto
do mesmo anno [Vide essa data).
1873 — Escolhido senador pela pro­
víncia do Rio dç Janeiro por carta impe­
rial de 22 de fevereiro d’esse anno, toma
0 sr. conselheiro Jeronjuiio José Teixeira
Junior posse da sua cadeira no senado
na presente data.
— Fallece na sua residência naGavea,
no município neutro, o notável natura­
lista maranhense dr. frei Custodio Alves
Serrão. ^ dade para o Império (diz o seu biographe
Alves Senão Ãdu Ixu^yKK'peqiiena e
^ tranqu illa cidade., ainda então villa, de
Alcantara.no Maranhão. Foi aos 12annos
de edade filiado na Ordem d o ‘'Carmo, e
preenchido o tempo de noviciado, tomou
0 respectivo habito no convento da villa
natal, de onde se transferiu para o da
capital depois. A ’ custa do convento foi
mandado procurar em Coimbra a Facul­
dade de theologia, estudando antes no
Collegio das Artes, philosophia racional e
grego; mas o moço carmelita, cujas na­
tivas inclinações o impelliam de prefe­
rencia para as sciencias naturaes, depois
de vencidos a repugnância e os embargos
que a seus desejos oppuzeram o reitor e
professores do convento de Coimbra,
matriculou-se nessa faculdade, e nella
continuou depois, já desajudado dos. da
sua ordem, que não deram de mão aos
seus preconceitos e se mostraram bem
do seu tempo pelo atrazo das idéas que
professavam.
Em 1823 voltou ao Brazil com a sua
carta de bacharel, conquistada á custa
de innumeros sacrifícios, que teriam
sido insuperáveis para qualquer outro
de vontade menos tenaz. Veio para o
convento da sua ordem no Rio de Ja­
neiro.
Foi cm 1826 nomeado lente de ^ o l o -
^ gia e botanica da Academia Militar e
dois annos depois director do Museu
Nacional, no Rio de Janeiro.
Em 1834 nomeou-o a regencia perma­
nente membro do conselho de melhora­
mentos da casa da moeda da corte e
«n’esse estabelecimento estabeleceu uteis
reformas e processos de analj^se e refi­
nação de metaes, que eram então no­
vidades.»
Nunca interrompeu o exercício de suas
funeçoes publicas sinão em 1835, em que
voltou á terra do berço, a rever os que
lhe restavam dos mais achegados pa­
rentes. Mesmo assim não foi sem utili­
no Panthéon Maranhense^ vol. IV) esta
sua viagem, porque explorou a serra de
Itabaiana, na provincia de Sergipe, afa­
mada pela existência de minas de ouro e
de salitre, e descobriu nas praias de Ca-
maragibe, na provincia das Alagoas,
formação bituminosa, de que remetteu
amostras ao governo.
Obteve em 1840 breve de secularisação,
por nunca ter passado de ordens me­
nores de prima tonsura ; conservou-se
porém celibatário o resto da vida, isto é,
por mais de 30 annos.
Embora não lograsse ver realisadosno
Museu os melhoramentos que planejara,
sob a sua direcção começou aquelle esta­
belecimento a ser mais frequentado e a
merecer a attenção dos homens dascien-
cia, apezar de mesquinhamente dotado.
Diz de Alves Serrão/o proficiente dr.^.^
Sigaud na sua bella obra Du climat et ^ ..
des maladies du Brésil : « a rivalisé de
zèle pour soutenir cet établissement avec '
une si faible subyention annuelle (pag.
187). »
Por fim, descrente, triste, magnado,
cat^ado de lutar com a má vontade e o
desdem dos governos, que não attendiam
ás ^uas justas l’epresentaçôes para col-
locar em melhoi pé aquelle estabeleci­
mento, resignou O logar de seu director e
conseguiu jubilação no de lente (1847),
10
 I:;'
14ij EPMÉMËRÏDËS NACiONAËS
' ‘'ê' ft'
l'etirandO'Se para um sitlo que possuia
na \Ao,\
liât Gávea.
' Lima, que o exercia desde 13 de feve­
annos depois (em 1859) aceitou
/// ainda o cargo de director do Jardim Bo­
tânico da LagOa de Rodrigo de Freitas,
que aliás occupou por pouco tempo, vol­
tando de novo á alludida sua proprie­
dade rural, que elle afeiçoára aos seus
pensamentos e gosto pela vida rustiOa.
î f : í" Offertou por esse tempo ao Museu as suas
collecçoes de historia natural, com a sua
copiosa e escolhida livraria.
Mm.
Foi ainda nomeado, em 1862, membro
i-'' ,ïr do conselho fiscal do Instituto fluminense
de agricultura e commendador da ordem
de Christo.
No seu retiro ficou completamente
cego, pelo uso constante de observações
microscópicas, até que, na presente data,
o colheu a morte.
MAllÇO—-11
1635—Os hollandezes, que sitiavam a
fortaleza do Cabo de Santo Agostinho,
assaltam durante a noite a trincheira
exterior do forte de Nazareth, oceupado
pela nossa gente o de que era um dos
commandantes adjuntos o sargento-mdr
do terço de Portugal Luiz Barbalho;
mas os assaltantes são repellidos, dei­
xando trinta mortos.
Í .<•:' Na seguinte noite voltam á carga,
■1, ' i'^
.1 5 "f
t*,-f
mas são segunda vez rechaçados com
perda ainda maior, deixando 40 mortos.
1647—Pela terceira vez Antonio Telles
da Silva, capitão-general da Bahia, re­
clama dos ofliciaes da camara de S. Paulo
algum reforço de homens para ajudal-o
contra o poder da llollanda em Per­
nambuco.
A primeira vez que nesse sentido lhes
•■'t '<
escrevera tora a 8 de novembro de 1646
e da 2 '., a 21 do rfiesmo mez e anno,
pedira-lhes mais 2,000 indios, alean dos
200 que tinham ido pelo rio S. Fran­
cisco.
1733—Domingos Simões Jordão, 28° go­
vernador do Ceará, recebe o governo da i
I' 'fii',.
Capitania das mãos de Leonel de Abreu
reiro de 1731.
Jordão passou-o a Francisco Ximenes
de Aragão, que o exerceu até setembro
(dia 7, segundo alguns) de 1739.
1778 — Com 0 fallecimento do rei
D. José I cessaram as rivalidades que
dividiam as duas coroas nas suas pos­
sessões da America, posto que não se
hostilisassem na Europa; provinha a
rixa da intrincada questão de limites
nas respectivas colonias, Para terminar
tal pendenciQ, assignaram as duas po­
tências rivaes em Santo Ildefonso, a 1
de outubro cíe 1777, um tratado preli­
minar do paz, fixando as fronteiras de ^
ambas as colonias pelo sul e pelo norte.
Na presente data assigna-se no Pardo
um tratado de amizade, garantia e
commercio entre aquellas potências,
ratificando o preliminar de S. Ildefonso,
que pelo art. 13 mandava restituir a
Portugal a ilha de Santa Catharina,
tomada no anno anterior por D. Pedro
Ceballos Cortez y Calderon (Vide 27 do
fevereiro de 1777 e 30 de julho de 1778).
1784—Os coinmissarios portuguezes e
hespanhdes da demarcação de limites
meridionaes entre as possessões de uma
e outra coroa na America, pai’a a exe­
cução do tratado de 1° de outubro
de 1777, reunem-se na guarda do Chuy
nodia 5 e, dando começo aos respectivos
trabalhos, assentam na presente data o
primeiro marco hespantiol na margem
septentrional do arroio Chuy. Eram com-
missarios nessa fronteira, que se r e ­
talhou em cinco divisões, por parte de
Portugal 0 brigadeiro Sebastião Xavier
da Veiga Cabral da Camara, o coronel
de engenheiros Francisco João Roscio,
os mathematicos Alexandre Elo}’' Por-
telly e o ajudante Francisco das Chagas
Santos, e os astronomos Joaquim Felix
da Fonseca Manso e o dr. José de Sal­
danha, e por parto de Castella D. José
Varella y Ulloa. O marco portuguez íoi
ftssontaclo na foz do Tgbim ou Itahim,
ficando neutral o terreno intermédio.
1808—Nomeação do primeiro minis­
tério do principe regente D. João VI no
Rio de Janeiro. Compunha se de- tres
ministros: o dos negogios do reino e
fazenda. I). Fernando José de Portugal,
depois conde de Aguiar; dos negocios
estrangeiros e da guerra—I). Rodrigo
de Souza Coutinho,- que foi depois conde
de Linhares, e dos negocios ultramarinos
e da marinha— 0 conde de Anadia (João
Rodrigues de Sá e Menezes).
1822—Nasce no Rio de Janeiro a prin-
ceza D. Januaria. irmã mais velha do
imperador D. Pedro II.
Foi jurada princeza imperial a 31 de
maio de 1836. A 28 de abril de ISIJ
casou com D. Luiz, conde d’Aqiiila, irmão
do rei D. Fernando de Nápoles e de S. M.
a imperatriz. A 24 de outubro do mesmo
anno partiu para Europa com seu ma­
rido e nunca mais voltou ao Brazil.
Deixara de ser considerada princeza
imperial desde 6 de maio de 1843, cm
que foi reconhecido, herdeiro presum-
ptivo do throno o principe D. Aífonso,
primeiro filho do imperador, nascido a 23
de fevereiro d’aquellc anno.
1827—Fallece o marquez de Nazareth,
Clemente Ferreira França, senador pela
província da Bahia,' escolhido a 22 de
•janeiro de 1826, quando se instituiu
o senado, onde tomou assento a 4 de
maio do mesmo anno,
Foi um dos dez redactores da Consti­
tuição Política do Império, nomeados pelo
primeiro imperador a 26 de novembro
de 1823 [Vide essa data).
1831—O imperador D. Pedro I e a
imperatriz D. Amelia recolhem-se da
viagem que fizeram á provincia de Minas,
Geraes.
Em caminho, a mais de um dos seus
Íntimos, que o acompanhtfvam, diz-se
que D. Pedro fallára na possibilidade,
sinão probabilidade, de abdicar a coroa.
1598—Francisco de Mendonça e Vas-
concellos é nomeado governador do Rio
de Janeiro na pre.sente data. segundo o
catalogo provisorio do visconde de Porto
Seguro (Vide 7 de julho do mesmo anno
e 17 de setembro de 1599).
Veja-se comtudo o Catalogo dos ca-
pitães-móres. etc., copiado de um ma-
nuscripto que existe na bibliotheca epis­
copal fluminense c publicado no vol. I
(1839) da revista do Instituto Historico.
1619 — Provisão I’egia approvando a
pesca ria de tainhas e guri jubas, proposta
pelo governador do Maranhão Antonio
de Albuquerque e que se estabeleceu
em junho do anno seguinte na costa
oriental da ilha grande de Joannes, junto
á foz do rio Cajuna.
1649 — Teve nesta data estatutos a
Companhia geral do commercio doBrazíl,
resolvida em Portugal por alvará de 6
de fevereiro do mesmo anno, e estabe­
lecida com 0 fim de proteger pelo seu
capital e credito a navegação mercantil
entre a métropole e a colonia. Pelos
arts. 43° e 45° obrigava-so a companhia
a concorrer para a recuperação dos
portos quG estavam em poder dos hol-
landezes; com eíTeito, apezar dos pre­
juízos que depois causou ao Brazil,
inhérentes a todo o monopolio, vein
auxiliar a restauração de Pernambuco
ao dominio portuguez, começando logo
a trazer aos combatentes alguns soc-
corros na primeira frota qae mandara é
partiu de Lisboa a 4 de novembro.
1686 — «A civilisação, embora morosa,
da colonia portugueza na America, deveu
muito a essas communidades religiosas,
que foram suas fontes de luz, e entre
ellas não foi a menos civilisadora # dos
franciscanos. A provincia religiosa de
Santo Antonio do Brazil produziu desde
0 século décimo sétimo grandes oradores
sagrados, poetas, e homens de profundo
saber. Entuc elles deve ser lembrado
 148 EPHEMERIDES NACIONAES
frei Francisco Xavier de Santa Tliereza,
que nascera na cidade da Bahia a 12
de março de 1686 (Dr. J. M. de Macedo,
r - > ! A nno bioguaphico ) .»
1
.1FÍSÍ' Frei Francisco Xavier foi leitor de
theologia, penitenciário geral da ordem
Scrapliica, socio da Academia Real de
llfl :
r ÉSii'!' I^
Historia, da Arcadia de Roma, e pre­
gador distincto; deixou-nos alguns ser­
mões, panegyricos e praticas, de que
: t)’ata Innocencio da Silva no seu valioso
D iccionakio. Viajou por varias partes
da Europa e embarcou na armada que
D. João V mandou de soccorro ao papa
Clemente XI, para resgatar a ilha de
»i#’P Corfú do poder dosJ;urcos. Em 1717, na
batalha naval dePassavá, foi gravemente
ferido, do que resultou amputar-se-lhe a
■ ■ perna esquerda. Não se sabe a e'poca .da
sua morte.
'M ÿ ; . Aproveitamos o ensejo para ajuntar
S'il, sf as seguintes indicações, ignoradas de
Innocencio da Silva, acerca de outro
,.|IS
h;|f religioso notável da ordem seraphica no
Brazil, frei Francisco Xavier de Santa
Rita Bastos.
Pertencia áprovincia de Santo Antonio
do Brazil e falleceu na Bahia, no con­
vento da sua religião, em 1846.
— E’ d’esta mesma data a bulla do
-pîî;':, U S. S. padre Innocencio XI confirmando a
' Î:|h? ■* nomeação de D. Mathias de Figueiredo e
Mello, doutor em direito canonico, para
bispo de Pernambuco, onde foi o 3°
(Vide maio 25 de 1 # ').
1689—Fallece emS. Luiz do Maranhão,
no dia do santo do seu nome, e jaz
na capella-mõr da cathedral, junto
á sé episcopal, o 1° bispo d'aquella
diocese D. Gregorio dos Anjos (Vide
julho 31 de 1 6 8 0 ] A
'?' t; 1799—Ordem do governo da métropole
ao jievernador do Ceará para que, de
accorde com o do Pará, examinasse os
rios que, correndo da primeira d’aquellas
capitanias, levassem as siias aguas ao
Amazonas !
1806—A capitania de S. José do Rio
Negro, creada em 11 de junho de 1757,
tivera até 1806 os seguintes governa­
dores: Joaquim de Mello o Povoas,
Gabriel de Souza Filgueiras (interino),
Nunp da Cunha de Andrade Varona
(idem), Valerio Corrêa Botelho de An­
drade (idem), Joaquim Tinoco Valente
(1772), Manuel da Gama Lobo de Almada
(Vide outubro 27 de 1799), José Antonio
Salgado (interino) e, na presente data,
assume o exercido do cargo o capitão
de mar e guerra José Joaquim Victorio
da Costa, a quem succedeu, em 1818,
Manuel Joaquim do Paço.
1822—Refere um çscriptor contempo­
râneo: a Estava acampado no logar cha­
mado Estanhado, provinda do Piauhy,
0 coronel Alecrim, um dos chefes das
tropas brazileiras, com o fira de facilitar
a passagem da gente de Caxias, no Ma-
i’anhão, para o campo dos independentes,
quando na manhã d’este dia se lhe apre­
senta Salvador Corrêa de Oliveira, a
cujo nome se acham ligados os primeiros
successos das armas brazileiras nalucta
pela independeuda do Império nas pro- .
►
vincias de Piauhy e Maranhão.
Vinha com elle seu irmão Pedro Fran- /
cisco Martins e cerca de 'oitenta volun- /
tarios a cavallo, que havia reunido.
Este homem , que tantos serviços
prestou ao seu paiz na gloriosa luta
em que se achou, nasceu na villa da
Barra do Rio Grande, um dos conílu(^tes
do S. Francisco, na provinda da Bahia,^
e descendia de uma familia grada d’a-
quelle sertão.
Dedicando-se ao commercio, tinha ido
.^estabelecer a sua residência em Caxias,
mas não sendo alli feliz mudou-se para I
a Cachoeira Grande, onde continuou no
seu negocio de gado. Em uma das viagens
que fez áquella villa soube dos aconte­
cimentos politicos do sul do Brazil e da
proclamação da independencia na villa
de S. João da Parnahyba c resolveu-sc a
pôr-se em marcha para o Piauhy a
reunir-se ás tropas dos independentes.
 EPHEMERIDES NAC1ÜNAES
Esqueccndo-se da mulher e dos filhos,
e so ouvindo a voz do patriotismo que
lhe abrazava o coração, Salvador, com o
dinheiro que tinha levado para o seu ne­
gocio, comprou algum armamento e mu­
nições, e pôde conseguir desde logo
fazer-se acompanhar por oito ou dez
homens resolutos como elle.
Desceu até as margens doParnahyba,
de onde illudindo a vigilância dos desta­
camentos portuguezes, que tinham ordem
de impedir toda a communicação com a
margem direita, passou para o Piauhy
com a gente que já tinha, e uma vez
aqui tratou de ajantar mais e foi jun-
lar-sè ao coronel Alecrim neste dia.»
1826—Chega a Montevidéu, a bordo da
fragata IHranga, o velho almirante
Pinto Guedes, depois barão do Rio da
Prata, e rende no commando da esqua­
dra imperial em operações no estuário
do Prata ao vice-almirante Rodrigo Lobo,
que 0 exercia do anno anterior.
A’ excepção da escuna Oriental, de 12
pequenas barcas canhoneiras e 3 lanchas,
que se achavam na Colonia, sob o com­
mando do capitão de fragata Jacintho
'Roque de Senna Pereira, toda a esqua­
dra brazileira estava alli reunida.
B^oi 0 primeiro cuidado do novo almi­
rante dispôr a esquadrapura^ornar effec­
tive 0 bloqueio : substituiu vários offi-
ciaes [)or outros mais da sua confiança e
distribuiu os navios em très divisões :
a primeira, sob as suas iuimediatas or­
dens. compunha-se das fragatas Piranga,
Impero.triz e /). Paula, da corveta Ca­
rioca e dos brigues Rio da Ph'aia e Real
João. A segunda, ás ordens do capitão
de mar e guerra Jayme Norton, compu­
nha-se da fragata Nictherog (comman­
dante Norton; 38 boccas de fogo), cor-
vetas Marda da Gloria (Theodoro de
Beaurepaire, 30). Z.z6emZ(B. Hayden, 32),
Itaparica (G. Eyre, 20). e Macegó (Fre­
derico Mariath, 18), brigues Pirajà (E.
C. Clewley, 18), Caboclo (João Pascoe
Greenfell, 18), Independencia ou Morte
149
(J; B\ Regis, 14) c Vinte Nove de Agosto
(J. E. Pitada, 18), brigue escuna
ria (A. dos Santos Lopes, 12) e escunas
Providencia (Wenceslau Lisboa, 3), Ita­
par ca (.T, Leal B'erreira. 1), Conceição
( T. Thompson, 1). e Sete de Março {F.
de Paula Osorio, 1). A esta segunda di­
visão foi particularmente confiado o
bloqueio do porto de Buenos Ayres.
Commandou-a até o fim da guerra o chefe
Norton, sendo, entretanto, substituído
por vezes, quando o almirante o encax’-
regava. de outras commissõcs, por Prytz,
Máia ou Oliveii’d Botas. A terceira di­
visão, ás ordens do capitão de fragata
Senna Pereira, ficou composta das escu­
nas Oriental, Bertioga, I). Paula, Liber­
dade do Sul e Itapoan, e dos hiates Nove
de janeiro. Sete de Setembro, Doze de
Outubro e Primeiro de Dezembro.
1863—E’ apresentado bispo da Dia­
mantina 0 sr. D. João Antonio dos San­
tos, natural de Minas-Geraes, e doutor
em cânones pela universidade de Roma.
Escolhido pelo actual imperador nesta
data,confirmado pelo pontífice Pio IX (*)
a 30 de setembro do mesmo anno, to­
mou posse do seu cargo a 2 de fevereiro
do anno seguinte. Só depois, a 1 de maio
d’esse anno de 1864, é que recebeu a sa­
gração na cidade Diamantina, séde do
seu bispado, sendo sagrante o bispo de
Marianna, que era então D. AntonioB^er-
reira Viçoso, conde da Conceição,
O bispado Diamantino, que compre-
hende a parte septentrional da vasta pro­
víncia de Minas Geraes, fora desmem­
brado do de IMarianna na mesma data
cm que se erigiu o do Ceará, pela lei
n O papa Pio IX falleceu em Roma a
7 de fevereiro de 1878, na edade de 85
an nos, 8 me/es e 24 dias, pois nascera
a 13 de maio de 1792. tendo occupado a
cadeira de S, Pedro 31 annos, 7 inozes e
9dias,por ter sido eleito a 16 de junho de
1846. — Apenas sobreviveu alguns dias
a Victor Manuel, rei de Italia, fallecido
a 9 de jaqeiro d’esse mesmo anno, tam­
bém em Roma.
 'A
150 EPHEMKRIDES NAC10NAE3
11, G93,de 10 de agosto do 1853, da Assem-
blea geral, e confirmado jiela bulla do
papa Pio IX — ÜRAVISSIMUM sollici u -
D i N i s — de 6 de'juiiho de 1851.
0 sr. D. João Antonio, bispo actual,
é 0 primeiro que tem essa diocese. An­
tes d’elle, a 15 de fevereiro de 1856, fora
apresentado o padre Marcos Cardoso de
Paiva, vigário collado da freguezia da
Gloiia, na cidade do Rio de Janeiro, o
qual depois da cinco annos renunciou o
cargo.
1867 — Fallece no Rio de Janeiro o
rir. Joaquim Pinto Netto dos Reis. 1“
barão do Carapebús, corn grandeza jior
decreto de .30 de novembro de 1866.
Formara-se em direito civil na Univer­
sidade de Coimbra c foi o priniciro pro­
motor publico de Campos dos Goyta-
cazes, do onde era natural.
MARÇO— 13' « dador da provincia de Santo Antonio no
1531 — Chega á Balda de Todos os
Santos Martim Afibnso de Souza com a
sua esquadra. Por carta patente deel-rei
D. João III (Vide 20 de novembro de 1530)"
tinha elle sido nomeado cãpitão-mor da
ai’mada incumbida de guardar as costas
do Brazil e governador da N ova L uzita -
NiA. Partindo de Lisboa a 3 de dezem­
bro d’aquelle anno de 153J, encontra na
'i t - ' Bahia o celebrado Diogo Alvares, o Ca-
I' ^Mi
ram urú, que em 1510 naufragara nos
baixios da costa da ilha de Itaparica,
não só, como commummente se suppõe,
mas com oito companheiros.
Para melhor elucidação d’este facto
lea-se—O Caramuru ’ peran te a historia
f —do visconde de Porto Seguro,no tomo X
da Uevista do Instituto, 1818.
Pero Lopes de Souza, irmão dc Mar­
\l.';■' r 'n. tim Affonso e seu companheiro nesta
expedição, Linça na presente data no
seu DIÁRIO as linhas seguintes:
« N’esta Bahia (de Todos os Santos)
achamos um homem portuguez,que havia
22 annos que estava n’esta terra; e deu
15 '
razão larga do que n’ella hayicf.«
'Í''. f
^6
f f l l v|- .
rJ/i
u i
.f /
Í;?»"
Esto homem, que a chronica e a poesia
tornaram um ])ersonagem romanesco, e
Diogo Alvares. « C aramuru ’», diz o sr.
José de Vasconcellos, é o nome indígena
de uma especie de moreia grande-, de
dez e mais palmos de comprido, que se
encontra dentro das tocas de pedrá á
beira mar.» O visconde de Porto Seguro
explica ‘de modo idêntico o alludido
appellido.
1581—Lettras do geral ' dos francis-
canos nomeando frei Melchior de Santa
Catharina primeiro custodio e com-
missario da custodia que ia fundar-se
no Brazil, podendo levantar conventos
e receber noviços.
0 sr. Amaral Tavares, em um curioso
artigo que publicou no Cruzeiro dc 20
de março de 1880, dá-nos uma minuciosa
noticia d’este distincto religioso, fun­
Brazil.
A 12 de abril de 1585 foi que aportaram
a Pernambuco frei Melchior e seus com­
panheiros, tendo partido de Portugal a 1
de janeiro (Vide as ephem. de 12 de abril
de 1585 e de 27 de novembro de 1586), ^
1635—Parte qalmirante hollandez Li-
chthardt, em companhia dc Calabar, le­
vando ás suas ordens duzentos e oitenta
homens, com o fim de atacar Porto
Calvo, que Calabar conhecia bem, e onde
estava o general conde de Bagnuolo.
■1696—O capitão general de Pernam­
buco Caetano de Mello e Castro lança a
pedra fundamental da.egreja da ordem
velha dos 3,'erceiros de S. Francisco do
Recife.
1715—D. Braz Balthazar da Silveira,
governador das capitanias de S. Paulo
e de Minas Geraes, congrega os mora­
dores da villa doRibenrão do Carmo para
combinarem no modo pratico’ de se rea-
lisar 0 pagamento do quinto, por não
ter 0 governo da metropolc approvado
um (tssento ou aceordo tomado antes.
Resolve-se que se pagasse 21 arrobas
 e p iie m e r id e s n a c io n a e s 151

de üuro, ücaiulo livres para o fisco os do Piauliy, em que o major João José da
direi!os das cargas, gados e escrayos. Cunha Fidié, á frentô dc tropas portu-
Très íamos depois (em 8 de março), o guezas, derrota as forças que seguem o
coade de Assinnai obteve dos mesmos estandarte da independencia nacional.
povos 25 arrobas, ficando livres para a 0 commandante das armas Joaquim de
real fazenda o imposto das entradas nas Souza Martins marcha contni aquelle
minas, isto é. 1/8 por cabeça de gaJo, major, commandaiido tropas patriotas.
1 1/2 por carga secea. 1/2 por carga de 1838—Representa-se pela primeira voz
molhados, 2/8 por escravo, 1/8 por loja no theairo da praça da Constituição, no
ou venda. Rio de Janeiro, a tragatUa nacional Jn-
1736—Combate dado pelos indigenas tonio José ou o Poeta e a JnguisiçãQ,
Fayaguás, no logar chamado Carandá^ brilhante estréa dramatica do sr. dr. Do­
no rio Paraguay, a Pedro de Moraes de mingos José Gonçalves de Magalhães,
Siqueira e seu irmão BartUolomeu Bueno hoje visconde de Ai'aguaya e ministro do
de biqueira, destemidos bandeirantes Bi-azil em Roma, junto á Santa Se'. O
ituanos, que haviam saliido de Cuyabá vapcl de protogonista foi desempenhado
comm alidando uma ílotilha, acompanha­ pelo nosso primeiro actor João Caetano
dos do íranciscano frei Antonio de Nas­ dos Sauto.s, verdadeiro genio dramatico,
centes. denominado o tigre pela sua força a quem apenas faltavam escola o o exem­
muscular, e de outros paulistas. plo dos bons mestres du arte. de que
O combate aturou encarniçado por tinha olle entretanto a mais admit a-
muitas horas, deixando vencedores os vel intuição. Estella Sezefreda, sua mu­
sertanistas, mas perdendo a vida o com­ lher e digna d’elle pelo talento drama­
mandante e 0 intrépido frade. tico, encarregou-se do papel de Ma ­
1810—Alvará com força de lei desli­ rianna .
gando as comarcas do Grão Pará e do PV essa tragédia a primeira cscripta
Bio Negro da Casa da Supplicação de por brazileiro e dc assumpto nosso. A
Lisboa e snjeitando-as á Relação do Bibliotheca Nacional possue o manu-
M iranhão, a cpie o mesmo alvará dava scripto original d’esse drama, em cuja
ultima pagina se lè a seguinte declara­
regimento.
1816—Carta de lei de cl rei D. João VI, ção autographa, oomo é todo o volume :
mandando que sejam encorporadas num —Acabei este drama em 31 de dezembro
só escudo as armas dos reinos-unidos d í de 1836 ás 11 horas da tioito, em Bru-
Portugal. Brazil e Algarves, marcando xe Ias.—
para armas do Brazil uma esphcra ar- ISq )~Obs rvd-se na cidade da Bahia
mi-llar de ouro em campo azul; o escudo um d’osses magnificos meteóros conhe­
real portuguez ins<;ripto nesta es()hera, cidos em geral por estrellas cadentes.
com uma corôa sobreposta, ficou sendo Surgira perto du crejmsculo da tardo,
d ’alli cm diante as armas do Reino Unido apresentando na sua rapida carreira, do
ptira todos os eíleitos e usus do pragina- oiieate para o oceidente, um brilhantia-
tica. simo clarao. '
1817—Revolução na Parahyba e Rio 18.53—Fallece na cidade do Rio do Ja­
ne,ro monsenhor José Antonio Marinho,
Grande do None.
18'^l_Baiido publicado na capital de 0 patriota mineiro da rebelliao de 1812,
S. Paulo, declarando a adopção do sys- cuja historia escreveu. Nascera Marinho
tema constitucional re[>resentativo no a 7 de outubio de 18(3 no jiorto do Sal­
gado, hoje mesquinha povoação, outrora
Brazil..
1823-A cçã o dc Gcuipapo, na província ílorescente c pi’ospcra, quasi á mar-
\
 do rio de S. Francisco. Tomou 1851—D. Engracia Maria da Costa'Ri-
ordens sacras em 1829; foi proTessor pu­
beiro Pereira é agraciada com o titulo
blico de philosophia nas cidades de Ouro de condessa da Piedade, em Icmbran-'a e
Preto e S. João d’El-rei, i^regador da lemuneração dos I'elevantes serviços
capella imperial, conego e em 1817 ca­ prestados ao Estado e á humanidade por
marista secreto supranumerário do papa seu fallecido marido, o conselheiro José
Pio IX, com honras de monsenhor. Clemente Pereira (Vide a ephemeride de
Tomou parte em 1835 na primeira as- 17 de fevereiro de 1787). estatua de
sembléa provincial de Minas Geraes e
José Clemente, collocada no salão de honra
em 1837 foi eleito deputado á assembléa
do líospicio de Pedro II, tem esta data.
geral, onde logo se revelou orador dis-
MARÇO—11
if tincto e inspirado. Foi reeleito em 1815,
depois de vencida a revolta em que, com

m Í;
m m 1., a legislatura de 1819, que foi dissolvida.
1500—A esquadra de Pedro Alvares
Theophilo Ottoni, representou tão im­ Cabral, que sahira do 7’ejo, como dei­
portante papel, e o foi egualmente para
xámos dito, no dia 9 do corrente, chega
na presente data tres ou quatro leuuas
De 1845 em diante retirou-se da vida
á vista\ das ilhas Canarias e fica todo
i;1 agitada da poliiica e creou na capital este dia ern calmaria.

if
ë'■?2W/‘ Í
i'
do Império o collegio a que deu o seu

annos ainda depois da sua morte, con­

1630—Na longa e porfiada luta que
nome e que o conservou por muitos teve a no.ssa gente de sustentar contra
os hollandezes e de que nos temos por
.,■■l'Jf'!-'-
4.'II ' ■’ sagrando-se dui*ante os últimos nove vezes occupado nestas paginas, des-
'' “ tPÎ' li? ■' annos da sua vida ao magistério su­
tacam-se episodios dignos de particular
perior, que exerceu com a maior abne­
menção, por pintarem com cores vivis-
gação e desinteresse. Muitas das nossaS
.simas a valentia d’esses destemidos ba-
'i?,u K modernas illustrações devem-lhe o que talhadores, grandes como os heróes de
i'f §'. É r sabem e conservam por monsenhor Ma­
!I '\vr.,.
-'1i'?‘'Í t1
ili. I?*J» rinho maior veneração e saudade.
Homero, que se chamavam Camarão,
5 idal de Negreiros, Fernandes Vieira,
1 ara a sua biograpliia podem apro­
Henrique Dias, Mathias de Albuquerque,
veitar-se as particularidades mencio­
® fs Pedro de Albuquerque. O facto que
nadas por José Marceliino Pereira de
vam s hoje narrar é continuação do que
I lifts S Vasconcellos no P volume da sua S eleta

Ét .' B rasiliense que não vôm referidas no

A xno Diographico do sr. dr. J. M. de
Macedo, nem no Diccioxario de Inwo-
fica exposto na ephemeride do dia 4.
«Os hollandezes, vendo que Mathias
de Albuquerque tomára posição muito
próxima d’elles e que tratava de forti­
cencio da Silva. Este ultimo benemerito
ficar-se, resolveram estorval-o, e para
escriptor diz á pag. 464 do tomo 1° do
esse fim sahe de (.Uinda uma forte co-
seu referido Diccionauio que monsenhor
lumna de tropa, ;i que servia de gui i
Marinho nascera emlSOle indicaalgumas um seu compatriota por nome Adrian
fontes de consulta. O yinno Inof/rapMco
Fr Ulk, que promettou eonduzil-os por
dá erradamente a d ita de 3 parí o f.dlu-
caminhos não vigi.,dos dos nossos. O
cimento de monsenhor Marinho e vem
resultado foi-darem tacs voltas que,
alli desci'ipto com tal aceento de ver­
tendo saliiilo pela madrugada, ao alvo-
I V dade, que nos induziu a acompanlial o
algures no erro, que ora emcíulamos,
1 ecer achavam-se apenas cm Agua-Fria.
onde os no.ssos os accommetteram, indo
’■life ' tendo verificado as datas ,do seu nasci­
ao mesmo tempo dar parte d’isso ao
mento e morte no seu ju-oprio tumulo no
general, que não confiando nas muralhas
cemiterio de S. João Baptista da Lagóa.
do forte, ainda não acabado, julgou
melhor sahir ao encontro do inimigo e
sorprçliendel-o, com o que andou acer-
tadamcnte, pois conseguiu tomal-o de
sorpreza e batel-o (J. de Vaseoacellos).»
A força atacante fora commandada
pelo tenente-coronel Van der Elst.
Com esta victoria cobraram novos brios
os nossos e começ irarn, diz o nosso si­
sudo historiador d’estas luctas, e come­
çaram a emprehend; r ataques de sor-
prezajndo rnesmo hostilisar formalmente
o inimigo nos intrincheiramentos que
fazãam na ilha de Santo Antonio.
lü il—Toma a roupeta da companhia
de Jesus Euzebio de Mattos, nascido na
Bahia em lü20ie irmão do famigerado
poeta satyricb Gregorio de Mattos Guerra
e poeta lambem agudo engenho.
Professando de quarto voto vinte annos
depois, leccionoií philosophia très annos
c humanidades cerca de dez.
Barbosa Machado na sua Biblioíheca
lusitana recommeiula-lhe o nome como
«insigne pregador assim em a substancia
dos discui'sos como na vehemencia dos
atlectos; .poeta vulgar e latino, cujos
versos eram tão discretos como elegantes;
musico por arte e natureza, compondo
as iettras que acommod;tva aos,preceitos
da solfa: arithmetico grande, sendo sem­
pre eleito para arbitro das maiores
contas; jiiator engenhoso do qual se
conservam com estimação particular
muitos debuxos: discreto, joviül na con^
versação; e. ultimamento tão consum-
mado em todas as partes que constituem
um homem pei feiro,- q.ue aílirmava d’elle
0 padre Antonio Vieira que Vens se
apostára cm o fa ser em tudo f/rande, e
não fóra niais poi- não querer. »
Euzebio de Mattos morreu cm 1692 na
mesma cidade da Bahia. « sem jamais ter
visitado outra tern {Varnhagen, Flori­
légio da poesia bra~ilei-ra).^^
Comtudo não morreu jesuita: pas-
sara-se depois do alguns annos pai-a a
ordem do Carmo,' não se sabe ao certo
em que anno, mas quando o padre
Vieira voltou á Bahia em 1681, já o
achou carmelita com o nome de frei Eu­
zebio da Soledade.
« Era Euzebio de Mattos, *como os.
outros seus irmãos, grande musico e
tocava bem harpa e viola. Consta que
também desenhava primorosamente, e
que fazia estampas tão perfeitas que
pareciam gravadas {Florüegio).y>
1731—Ordem regia conferindo a Bar-
tholomeu Bueno da Silva a pafente de
capitão-mdr e o governo das terras por
ellc descobertas, nas expedições que este
ousado sertanejo emprehendera com a
mira de descobrir jazidas de ouro pelo
território de Goyaz. Nesta capitania
falleceu Bueno em 1776.
1822—Nasce em Nápoles a princeza
D. Therezd Christina Maria, actual im­
peratriz do Brazil e 3^ na ordem chro-
nologica. Digna por sua natural bondade
e virtudes da veneração de um povo
inteiro, é Sua Magestadeo modelo da mãe
de familia. Atravessa um longo reinado
sem ter suscitado uma queixa, sem ter
•provocado uma lagrima.
— Carta do principe regente I). Pedro,
d pois ])rimeiro imperador do Brazil, a
seu pae, o imi D. João VI.
Pelo ,«eu valor historico reproduzi-
mol-a. E’ do teor seguinte:
« Rio de Janeiro, 11 de março de 1822.
« Meu pai e meu senhor. —Desde que
a divisão auxiliadora sahio, tudo ficou
tranquillo. seguro e perfeitamente adher
rente a Portugal, mas sempre conser­
vando em si um grande rancor a essas
curtes, que tanto tem. segundo parece,
buscado aterrar o Brazil, arrazar Por­
tugal e entregar a nação á Providenci.i.
Os braziteiros c eu somos constitu-
cionaes, mas constitucionaes que bus­
camos honrar o soberano por obrigação
de súbditos e para nos honrarmos a nós;
porcanto a I’aiva é só a essas—facciosas
córtes—e não ao systema de cortes deli­
berativas, que—es30 systema nasce cona
 ■:l r ’
134 EPHEMERIDES NACIONAES
(> lioinem que não tem alma de sfervir, e
que abon-eco o tlespoüsnio.
])üu i)arte a Vossa Magestade que
Montevide'o se quiz voluntariamente unir
ao Brazil, de quem já se conta parte
componente d’cste vasto reino, segundo
diz e aílirma o Dr. D. Duras José Übes,
(|ue é deputado da provincia. Esíe
D. Lucas era mandado ás cortes, levando
estas instrucções:
« Yá representar nas coides a pro­
vincia de Montevideo, e saiba o que
:r querem lá delia; mas em primeiro
logar vá ao Rio de Janeiro e faça tudo
o que 0 principe regente do reino do
Brazil, de quem esta provincia é j)arte
componente, lhe mandar: se o mandar
h'tô;'. -Í'
ílcaiq fique; se continuar, execute.»
« Eu inandei-o Hear no conselho, por
elle me dizer que antes querqi os remé­
dios do Rio de Janeiro do que de 2,000
legua.s,,que era a razão de' se terem se-
l)arado da llespanha ; deu-me a enten­
der qiie Entre-Rios também se queria
unire Buenos'Ayrcs confederar, poi' co­
nhecer que nós somos os alliados que lhe
fumos dados pela Providencia, assim
como elles para nos.
O barão da Laguna tem feito grandes
serviços á nação, e mui j;arcicular á
parte mais intei'essante da monaichia.
í.áíí^:i | . Mo dia Ü do corrente appareceu a es­
quadra ; mandei fundear fó; a da barra
m
)iOr 0 povo estar mui desconfiado de
tropa que não seja brazileira ; e tem ra­
zão, porque, uma vez que os chefes hão
de obedecer ás cortes actuaes, temem a
.ÍÍ-: ' sua 1’Liina.
M^aquella mesma noite vieram os com­
mandantes á terra e se portaram bem ;
esei'ever.un um protesto, que remetto
I
,, If incluso, impresso ; no outro dia entra­
ram para o pé da fortaleza de Santa
Cimz, para se municiarem de vi\jeres e
voltarem, o mais tardar, até 2o deste.
Se desembarcasse a tropa imniediata-
monte o Brazil se desuniria do Poidugal
. >’A .{ c a independência se faria ajipurecer, bem
'■I* '
■i’i*' Í'
' f'Bt'
contra a minha vontade por ver a sepa­
ração ; rnas, sem embargo disso, con­
tente por salvar aqiiella ])arte da nação
—honra o gloria de quem a libertou j)ela
elevação do Brazil a reino, donde nunca
mais descerá.
A obediência dos commandantes fez
com que os laços que uniam o Brazil a
Portugal, que ei-am de fio do retroz
podre, se reforçassem com amor cordial
á rnãi patria—que tão ingrata tem sido
a um filho, de quem ella tem tirado as
riquezas que possuio.
Peço a Vossa Magestade mando apre­
sentar esta ás cortes, para que saibam
que 0 Brazil—tem honra e é genei’oso
com quem lhe busca o mal.
Sempre direi nestam seguinte, porque
conto que o or;ginal Será ai>resentado ao
soberano congresso:—que honrem as
côrtes ao Rei se quizerem ser honradas e
estimadas pela nação que lhes dou o
poder legislativo sómente.
Deus guarde, etc.—P rincipe R egente.»
1826—0 almii'ante argentino Jorge Gui­
lherme Brown, que desde o dia 26 de
fevereiro atacava inutilmente com a sua
esquadrilha a Colonia do Sacramento,
occupada pela nossa trojia ao mando do
brigadeiro Manuel Joi'go Rodrigues, faz-
se de vela pda madrugada para Buenos-
Ayres, tendo perdido 500 homens e
soffrido grande esavigo em todas as em­
barcações. Nos dezescis dias que durou
0 ataque perdeu a praça sómente
um major e22 homens, entre marinheiros
e soldados. Ficaram feridos dois olliciaes
e 50 praças.
1811,— Decreto imperial concedendo
amnistia aos implicados na revolução do
S. Paulo e Minas-Geraes.
1355—Decreto creando uma medalha
para ] remiar serviços extraordinários
prestados á humanidade: de ouro e de
prata com fita verde-mar, cor de fogo
ou amarella, pura symbolisai' a quali­
dade do serviço prestado.
1868—Decpoto creapdo uma medalha
 commemórativa do forçamento do passo
de Ihimaylá ‘ no memorável dia tk
19 de
íevGi'eii'0 d’osse anno.
1870—D. Joaquim Gonçalves de Aze­
vedo, 3° l3Íspo de Goyaz, é nomeado jmr
decreto d’esta data arceOisi^o da Bahia,
ondechegou a 14de maiodo anno seguinte.
Era conego da cathedral do Pará e vi­
gário geral d’aquelle bispado, quando
Ibi apresentado para Goyaz. Foi como
tal sagrado no Pará a 1 de julho de
1806 (Vide a ephemeride de 6 de novem­
bro de 1879).
l(pra 0 bispado vago fôra eleito a 11
de março de 1876 o padr^^a«^4+s^Julio
■ y /d e Almeida, que desistiu do baculo,
sendo acceita a sua desistência por de­
creto de 7 de janeiro‘de 1881, o na mes­
ma data apresentado o padre Claudio
Josd Gonçalves Ponce de Leão.
Na mesma data (7 de janeiro de 1881 )
foi api'esentado o monsenhor José Pei'eira
da Silva Barros, parocho collado da fre-
guezia de S. Francisco das Chagas* de
Taubaté, em S. Paulo, para a sede de
Olinda, vaga desde o fallecimeiito de
1). frei Vital.
1880—Inauguração official das estaçOes
do Baliu, Cannaflstula e Canòa, no pro­
longamento da via-ferrea de B iturité,
jirovincia do Cear i, rcalisado em menos
de 22 mezes.
A*liiiha total, que tem de. extensão
mais de 99 kilometros, e começa na ca­
pital da provincia, e é a primeira que se
estabelece nella, destina-se a prevenir de
futuro muitos .dos males resultantes da
terrivel calamidade da falta da chuvas,
que i)eriodicamonte, e de ha seculo-s
■costuma fla<^ellar aquella parte do Im­
pério, desde 1583, segundo refere Fernam
Cardim.
MARÇO—15
1560—Men de Sá ataca com as forças
de que dispunha a fortaleza do Ville-
gaignon e pelcia todo o dia, A’ noite
continua de parte a ]>arte o combate
(Vide a ephemeride de 16).
1678—Toma posse do governo do Es­
tado na cidade de S. Salvador da Bahia
Roque da Costa Barreto, que fora no­
meado mestre de campo e capitão general
do Brazil por carta patente de 3 de fe^
vereiro de 1677.
Costa Barreto exercia anteriormente o
pdsto de sargento-mor de batalha na
provincia da Estremadura, em Portugal,
Foi o27° governador da Bahia, na ordem
chronologica, e exerceu esse cargo 4
annos, 1 mez e 18 dias, acabando a 3 do
maio de 1682. No seu tempo de governo
odiíicou-se a Casa ha polvoua no t’ampo
do Desterro, na Bahia, e fizei-am-se di­
versas outras obra.s e fortificações.
1725—Embarca para Lisboa, com li­
cença regia, o capitão general Ayres
de Saldanha de Albuquerque Coutinho
Mattos e Noronha, governador da capi­
tania do Rio de Janeiro desde 18 de maio
de 1719 (segundo Varnhagen c o mss.
da Bibliothecí episcopal imblicadó pelo
Insti nto líistorico).
Levantou-se no seu tempo de governo
a fonte da Carioca^ junto á ladeira de
Santo Antonio, que, começada em 1719,
se concluiu em 1723, distribuindo-se por
16 bocas de bronze agua sutliciente para
o abastecimento da cidade.
O seu successor, Luiz Vahia Monteiro,
só assumiu o exercicio do cargo a 10 de
maio de 1725.
1738—Chega ao Rio Grande do Sul,
procedente d i Colonia do Sacramento,
0 coronel Diogo Osorio Cardoso, que rende
ao brigadeiro José da Silva Paes no com­
mando militar da capitania.
1',72 — Bulia confirmando bispo de
Olinda a D. Francisco de Assum[ição o
Brito (Vide dezembro 5 de 1773 2‘ parte).
1800—Fallece Caetano da Silva Sanches,
que governára, a principio como capitão
mór interino, a capitania ^o Rio Grande
do Norte e que, por patente da 27 de
 156 EPHEMERIDES NACIONAES
março de 1797, a governara depois como
effectivo.
Succedem-lhe no cargo o comman­
p-J:
dante Antonio de Bari’os Passos e o
vereador Luiz Antonio Ferreira.
1817—Leva um brigue inglez á Bahia
a noticia da revolução que rebentára no
Recife no dia 6.
1836— Uma força do governo legal
ataca os rebeldes do Pará no engenho
da viuva Valle, que era no rio Cr.jusuba,
em frente á villade Abaete', e os destro­
ça, tomando-lhes as quatro peças e dois
morteiros de que estavam armados,
assim como oito granadeiras, cinco cla-
vinas. um batelão, uma lancha e todas as
igaritds, que traziam, matando-lhes de-
zeseis homens. Esta victoria custou á
'<1 gente do governo dois mortos e seis
feridos.
1860—Fallece no Rio de Janeiro o padre
José Martiniano de Alencar, senador
pela provincia do Ceará era o mais
h antigo membro d ’aquella corporação e
um dos très que restavam dos senadores
I ' escolhidos pela regencia permanente,
i que governou o Estado de 1831 a 1835:
foi 0 primeiro nomeado por ella. Esco­
lhido á 10 de abril de ISSijtowou posse
da sua cadeira a 2 de maio do mesmo
anno. dia 16
O seu cadaver foi sepultado no
H ífí no cemiterio de S. Francisco Xavier,
e é, essa a data inscripta no seu tu­
rn ulo. ' tario da P rocura , que tomara o joven
— Succumbe a uma pneumonia.na noite
de 15 para 16, no logar denominado
Rumo daLage, Parahyba do Sul. quando
seguia da corte para a sua fazenda em
jMinas-Geraes. o conselheiro Luiz Antonio
Barbosa, escolhido senador jior essa pro­
vincia a 15 de novembro de 1859, mas
que não tinha ainda tomado assento no
senado.
1868—E’ sagrado em Roma. na Ciiiksa
N uova , d . h^r’ancisco Cardoso Ayres, 18°
T
bispo de Olinda, tendo pouco antes emit-
tido os votos do seu Instituto/*Foi
)' lá
sagrante o cardeal principe de Hohenloe,
assistido do arcebispo de Iconio e de
monsenhor Franchi. arcebispo de Thessa-
lonica.
Depois do se haver despedido dos séus
condiscipulos de noviciado na Italia, em
França e na Inglaterra, de saudar de,
passagem os monumentos religiosos de
Portugal, acompanhado por dous sacer­
dotes, aportou D. Francisco Cardoso ao
Recife no dia 28 de junho d’esse anno.
A 2 de agosto fez a entrada pontiflcial
na diocese, começando a exercer o seu
cargo. A sua carta pastoral tem a d/ita
de 28 de abril de 1869.
D. Francisco C irdoso Ayres nasceu no
Recife a 18 de dezembro de 1821, e alli
percorreu, diz o seu douto biographoío
sr. D. Antonio, actual bispo do Pará),
com rara distineção o primeiro estádio
dos estudos litterarios. Aos21annosde
edade foi prefazer na cidade eterna os
seus estudos theologicos, em que logo
fez consideráveis progressos, attrahindo.
não só por isso, como pela doçura da
sua índole e pureza de costumes, aatten-
ção geral e a geral estima. Teve por
companheiros nesses estudos os actuaes
bispos do Ceará e do Rio de Janeiro e o
COnego F. N. Rocha, da Bahia, que são
testemunhas das suas raras virtudes e
constante applicação. O insigne capu-
cliinho monsenhor Luiz Passavalli, de­
pois arcebispo de Iconio e então secre­
Cardoso debaixo da sua espiritual direc­
ção, dizia que—«não duvidava asseverar
que aos 23 annos de idade, rico e no
meio do mundo, coiiservára elle intacta
a graça do seu baptismo.»
Já em 1860 o actual imperador o havia
chamado á cadeira do episcopado, digni­
dade que não quiz então aceit ir pelo
seu elevado sentimento de humildade,
Ein 1867 porém, á nova insistência do
imperador, o papa Pio IX não aceitou
as escusas do modestissimo eleito, á
cujas lagrimas e ás instancias que em-
m
 EPHEMERIDES NACI0NAE3
pregou para ser dispensado do cargo, o
S. Padre replicava que «aceitasse a
missão què a providencia lhe destinava
no Brazil.» Só por obediência a uma tal
ordem concordou elle em empunhar o
pesado baculo de pastor d’almas.
Tomou parte no Concilio ecumenico
de 1869 (8 de dezembro), onde foi «admi­
rado como um bispo santo, sabio e ex­
tremamente prudente», Alli, a 8 de maio
de 1870. foi elle accommettido de uma
violenta febre, que très dias depois to­
mou o caracter de perniciosa, e na sexta-
feira 13, á hora e meia da tarde, expirou
na casa dos Philippines, onde estava lios-
pedado. Completára 48 annos de edade,
dos quaes 27 de vida religiosa, 18 de sa­
cerdócio e apenas 2 de episcopado. ,Xo
dia 16 foram-lhe rendidas as ultimas
honras na E greja N ova dos Philippines,
com grande concurrencia de prelados,
entre ms quaes se destinguiam o então
arcebispo da Bahia (monsenhor Silveira),
e os bispos da America, officiando na
ceremonia o actual do Pai’á e dando a
derradeira benção ao feretro o cardeal
Corsi, arcebispo e primaz de Pisa. Na
noite d’esse mesmo dia foi o seu corpo
trasladado para a capella dos padres da
Caridade na rua Alexandrina e na ma­
nhã seguinte (17) foi encerrado no tu-
mulo subterrâneo que flea por traz do
altar, «onde permanecerá até a final re-
surreição dos pastores fiéis, si acaso a
diocese de Pernambuco não reclamar
esses despojos sagrados, como uma re­
líquia preciosa que por tantos titulos lhe
pertence».
O sr. D. Antonio de Macedo Costa,
bispo do Pará, na biographiade D. Fran­
cisco Cardoso, que escreveu e publicou
em Roma em 1876, e de onde colhemos
estes dados, diz que aquelle bispo falle-
côra em um sabbado ; mas paimce que
ha equivoco neste ponto do seu es-
cripto, pois se verifica que o dia 13 de
maio de 1870 cahiu em uma sexta-feira.
Não sabemos que fundamento ha para
157
a noticia que chegou vagamente até r.ós
de ter este virtuoso prelado fallecido
victima de envenenamento.
M^^RÇO—16
1557—Dá fundo na bahia do Rio de
Janeiro, junto ao forte Coligny, hoje
fortaleza de Villegaignon, a expedição
franceza capitaneada por Bois-le-Conte
(Vide a ephemeride de 26 de fevereiro)
E’ recebida por Villegaignon com ta­
manha alegria quanto fora a impaciência
com que a esperára. Os recem-chegados
são acommodados em uma cabana co­
berta de palha. Villegaignon estabelece <
desde logo uma j)olicia ecclesiastica,
pede aos padres da expedição que
preguem duas vezes aos domingos e uma
nos outros dias, e que façam preces
todas as noites.
Havia Nicoláu Durand de Villegaignon,
cavalleiro de Malta e vice-almirante da *
Bretanha, concebido o desígnio de crear
no Brazil, de cujas riqueXas naturaes se
diziam maravilhas em França, uma es-
pecie de soberania independente e que
pudesse servir de asylo aos sectários de
Oalvino, cujas maximas professava. Con­
seguindo que lhe confiassem d ds navios
bem armados, veiu com elles para a
bahia de Nicteroy, onde entrára a 10
de novembro de 1555.
Para auxilial-o no seu intento e asso­
ciar-se á sua empreza, partira a 19 de
novembro do anno seguinte a expedição
que, a instancias suas, se armára em
Ilonfleur, commandada por seu sobrinho
Bois-le-Conte, e de que tratámos acima.
Segundo refere Lery, que vinha na
expedição, deixaram Cabo Frio no dia
1° e na presente data entraram pela bahia
do Rio de Janeiro. Blis aqui as próprias
palavras da sua narrativa nos topicos
relativos:
« . . . não fizemos tão demorada estada
emCaboFriOjComo desejáramos. Por isso,
depois de apparelhados e de termos dado
á vela, singrámos tão bem que no domingo
Wi
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 *^.SJ^i •/-'■ 'JÍ••■s™-a ^
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158 ËPIIEMEUIDËS NACIONAES

' V^PÎÎ'; ‘ r. Í • 1° de março de 1557, deixnndo á esquerda agua, capitulam em numero de 74 e

É l 'i s . 0 alto oceano, entrámos no braço de mar alguns- escravos. O hnmerq de indios

r»i* e rio d’agim salgada, chamado Gana- (tamoyos) que eram em favor dos fran-
hara pelos selvagens e pelos portuguezes cezes orçava por mais de mil. Os por­
Janeiro, porque, segundo se diz. o desco­ tuguezes não passavam de 120, auxi­
briram no primeiro do mez d’esse nom e... liados por 140 indios. Villegaignon havia

I «V;| '
Depois que se viram os nossos navios na partido para França oito ou novemezes
enseada do rio de Ganabara o muito antés. Nunca mais voltou ao Brazil.
perto da terra firme..', descemos á ilha « Se esta victoria me não tocára tanto,
e forte de C olignj'... a primeira coisa diz d’ella o illustre guerreiro Men de Sá,
que fizemos foi dar graças a Deus. Pomos pudera afíirmar que ha muitos annos se
depois d’isto ao encontro de Villegaignon. não fez outra igual entre christãos.»
que nos esperava em uma praça. » Des­ 1568—Concede-se nesta data uma ses­ fí
creve então 0 auctor o acolhimento que maria de terras, de uma legüa ao longo
• tiveram os de Dois-le-Conte da parte do do'^iar e ditas para o sertão, ao famoso
almirante bretão e conclue: indio Martim AfTonso de Souza, o Ara-
« -“íiis ahi as primeiras fallas que nos rigboia, na bahia do Rio de Janeiro,
fez A illegaignon por oceasião da nossa districto de Nicteroy. Em recompensa
a chégada, que foi em uma quarta-feira dos serviços prestados á coroa, auxi­
16 de março de 1557 (Lery, fim do cap. V liando os portuguezes na expulsão dos
«rtV e começo do V I).» francezes da mencionada bahia, para o '
Não fica na verdade muito liquido em que viera do Espirito Santo com uma
% ' l i i îi que tlia aportaram os expedicionários cohcrte dos da sua tribu, fizera-lhe
ao ilhéo da bahia do Rio de Janeiro, aquella doação Men de Sá, governador
tão pomposamente denominado depois geral do Estado. Diz-se que as terras
Fra^iça antarctica-, por isso aqui con­ doadas iam da ponta do Gragoatá até a
^ iffte : signamos os proprios termos em que o de Sant’Anna. Nessa sesmaria funda­
:^î!i ' abstruso relator da expedirão narra a ram-se as aldeias de S. Lourehço e
ifci 'ï ^' 1' ■ Sua chegada. Icarahy.
■ :4 | p 1560 Apezar do nutrido fogo que do 1681—Comparece Mathias Cardoso de
forte de Villegaignon se faz sobre as Almeida perante a camara da villa de
suas embarcações, consegue o 'heroico S. Paulo e representa contra a demora
Í i! Men de Sá tomar pé na ilha pelo lado de D, Rodrigo Castello Branco, admi­
' 1,1 do morro das Palmeiras, que já hoje nistrador geral das minas, em partir
não existe, e toma-a á viva força. para o sertão no desempenho da sua in­
«A ilha, diz o visconde de Porto Seguro cumbência, propondo-sc a fazer á sua
m na sua H istoría geral do Rrazil , tinha custa conduzir em rede e a sustentar
de natureza aos extremos dois pequenos pelo tempo ne(;iessario ao mineiro .João
morros, e em cada um d’elles haviam os Alves Coutinho, s i ’era esta a causa da
defensores construidb grandes rancha- demora. ^
rias, e sobre o meio, em cima do rochedo

tfe Com eíleito, no dia 19 jiarte para o

que se *clevava uns cincoenta ou sessenta descobrimento de minas D, Rodrigo,
pés, ficava a casa abaluartada do g o ­ levando em sua companhia Mathias Car­
vernador. » doso, 240 indios e muitos homens brancos
'l;Æ' ,i';,- O combate aturou dois dias e duas e importantes, como o capitão-mdr Braz
' '?: >•' noites, commcttendo-se mil actos de Rodrigues de Arzão e os sargentos-mdres
bravura de um lado e do outro; os fran- Antonio Aífonso Vidal e Estevão Sanches ,
cezes, flnahnente, já sem polvora nem dc Pontes.

-íJ,
 EPHËMËRÎBÈS NxVCIONAES
toiÉ: 1737— no JCiMall- Q pu-Ul-i^ i ^ o
•mMty armisticio/eelebrado entre as
cortes de Portugal c Ilespanlia, pelo
qual se suspendiam as hostilidades que
havia entre ambas, levantando-se o
cerco da Colonia do Sacramento, que
resistira por vinte e doismezes a D. Mi­
guel de Salcedo, governador de Buenos-
1768—0 senado Ma cam ará/do Rio
Grande do Sul reduz o peso do pao a 5/1
e obriga os lavradores a declararem o
numero de alqueires de trigo que tives­
sem colhido, sob pena de lhes ser con­
fiscado o genero. Já a 13 de janeiro a
cimara em vereança d’esse dia ordenara
que, pela abundancia de trigo, vendes­
sem os padeiros o pão de 1 1 /2 .libra
a áO rs. e o de 3/4 a 20 r s . ; e prohibira,
em vereança de 23 d’esse mesmo mez, a
exportação de trigo sem despacho, sob
pena de condemnação a arbitrio do se­
nado.
1782— Francisco da Cunha Menezes
succcde no governo da capitania de
S. Paulo a Martim Lopes Lobo de S d -
danha e govcrna-a atd 1786, em q^ie,
nomeado governador do estado da índia,
assumo interinamente o coverno da ca­
pitania 0 brigadeiro José
Raymundo Chichorro da Gama Lobo.
nomeado pelo vice-rei Luiz de Vascon-
cellos.
Deve-se a Cunha Menezes, aldm de
outros melhoramentos, o começo do cal­
çamento das ruas da cidade de S. Paulo.
Quanto ao millesirno da data da sua
posse, Azevedo Marques, nos seus À2w n-
tamentos, dá o de 1781; mas temos de
muitas outras fontes o que aqui damos.
1819—Nasce na Bahia José Maria da
Silva Paranhos, que veio a fallecer no
Rio de JaneiroTvisconde dp Rio Branco,
conselheiro de^Estado, senador pela pro­
vinda de Matto-Grosso, escolhido por
carta imperial de 26 de novembro de
1862, tomando assento no senado a 5 de
maio do anuo seguinte :
151)
Completando os seus estudos prelimi­
nares na cidade natal, veio em 1835 par i
0 Pio de Janeiro e aqui se matriculou
na Academia de Marinha ; cursou depois
a Escola Militar com o geral applauso,
que a sua brilhante intelligencia des­
pertava. c formou-se em mathematica.
Em 18-45 foi nomeado lente substituto
da primeira d’aqucllas academias e no
seguinte foi chamado em egual caracter
para a segunda, sendo très anhos depois
elevado a lente cathedratico.
Regeu por muitos annos a aula de
artilharia e fortificação permanente; pas­
sou em 1836 para a de mechanica e eml863
para a de economia politica, estatistica
e direito administrativo da Escola ãlilitar,
convertida em Polytechnica. Por esta
simples enumeração se vè quantos e quão
variados eram os seus conhecimentos e
como a sua intelligencia privilegiada tudo
abraçava c comprehendia !
Dotado além d’isso de elocução f.icil,
linguagem correcta e amena, eram as
suas liçcjes, fosse qual fosse o seu thema,
ouvidas com prazer: assim aconteceu
depois na tribuna parlamentar. Come­
çando a sua carreira politica em 1844,
fez as primeiras armas na imprensa,
adquerlndo logo os foros de cscriptordis-
tincto e culto.
Em seguida foi eleito deputado, pri­
meiro á assembléa provincial do Rio do
Janeiro e mais tarde á geral, onde reve­
lou cedo os mais valiosos dotes de ora­
dor. D’ahi em diante a sua ascenção no
conceito publico foirapida. Quandoo mar­
quez de Paraná teve de ir como diplomata
aos estados do Prata, foi o dr. Paranhos
0 escolhido pelo illustre ^estadista para
seu secretario : d’ahi começa também a
manifestar-se ainda uma face mais do
seu multiforme talento: revellou-se
nelle o diplomata distincto, que tão se­
nhor havia de ficar depois nas intrincadas
questões d’aquelles estados em relação
com 0 Império.
Presidiu ao Montepio dos Servidores
 'W
160
do Estado. Na cadeira de economia e
direito administrativo, que leu até 1876.
se aposentou, sendo então nomeado di­
rector da escola Polytechnica. Era grão-
mestre da Oriente do Lavradio.
Não nos é ' possivel acompanhal-o em
todos os passos da sua brilliante carreira
como politico, estadista e diplomata,- le-
var-nos-hia isso muito além dos términos
que nos imiuuernos, e tão detidamente
os narraram os jornaes de todos os ma­
tizes por oceasião do seu passamento,
que merecemos excus.a.
O
- conselheiroV/ Paranhos
J. cKi < x i i n y j í ^ é.
k :, Ícomo
A / < f / ^in X Jornal ão Commercio de 2 de novem br^
/ «0 brazileiro de quem mais copiosamente
se ha escripto no Brazil e no exterior.
Os seus traços biographicos andam es­
parsos em numerosas publicações, mais
ou menos completas, de todas as quaes
se destaca a magestade do seu enorme
vulto. »
Depois de secretario de legação no Rio
da Prata, ministro residente, deputado
á assembléa geral, ministro dos negó­
cios da marinha, primeiro, e depois
dos negocios do estrangeiros no gabi­
1".
nete de conciliação organisado a 6«de
setembro de 1853 pelo marquez de Pa­
raná, cargo para que o chamavam na-
■■■7, turalmente os seus últimos serviços
■>I prestados como diplomata, teve,na qua-
lidadte de ministro de estrangeiros,
ensejo de tratar questões importantes,
nas quaes mais uma vez se manifestou o
i í ií ji- ^ seu esplendido talento. Em 12 de dezembro
de 1858 fez parte do gabinete presidido
1J 'ill'
L .
pelo sr. visconde de Abaeté, No que o
■'V■: marquez de Caxias organisára a 2 de
7 ' :. 4 março de 1861 occupou pela terceira vez
0 conselheiro Paranhos a pasta de es­
trangeiros, si bem que como interino,
dirigindo depois a da fazenda como eííé-
ctivo. A secretaria dos'negocios estran­
geiros ainda o teve por chefe no gabinete
16 de'julho de 1868, de que era presi­
dente 0 viséonde de Itaborahy. A 7 de
março de 1871 tocou-lhe o alto encargo
EPHEMERIDES NACIONAES
de organisar um ministério çm que occu­
pou a pasta da fazenda.
Eoi esse o gabinete que, na ausência
do imperador, então em viagem na Eu­
ropa, levou a eíTeito a resolução da
embaraçosa questão do elemento ser­
vil, fazendo adoptár a famosa lei de
28 de setembro de 1871, que, si não re­
solveu definitivamente a dillicul lade so­
cial da transformação desde logo do tra­
balho, 0 que seria de certo a l)ancarrota
geral do paiz, dispoz sabiamente os ele­
mentos para sua resolução com aextinc-
J U IIIU diz
U IZ o
U
ção gradual, unica possivel, da escravi­
dão no Brazil. E’ esse o seu maior titulo
de gloria, o mais brilhante fiorão da sua
corôa de estadista; o traço que mais fun­
damente ha de caracterisar na historia
0 nome do conselheiro José Maria da
Silva Paranhos, visconde do Rio Branco;
a luz vividoura que lhe ha de illuminai'
o busto varonil e nolire.
1838—Entrada das tropas legaes na
cidade da Bahia, vencidos e expellidos
os partidários da revolta que se deno­
minou Sabinada, depois dos combates
tráyados entre umas e outras forças e
em que houve até um começo de incên­
dio. ateado na cidade pelos, revoltosos.
O presidente da provincia, ao entrar na
cidade, proclama nos seguintes termos,
aos seus habitantes e aos soldados da
legalidade :
cc Bahianos ! A , capital d’esta impor­
tante provincia está arrancada ás garras
da demagogia ; o denodo com que tantos,
e tão bravos heroes da patria se distin­
guiram neste successo, etérnisará seus
nomes, e encherá de espanto a poste­
ridade.
a 0 campo da gloria; esse Pirajá, ou-
tr’ora assignalado com os trophéus da
independencia, acaba de radicar a con­
stituição, 0 throno e o altar,tão igliomi-
niosíímente ultrajados por esse bando de
perversos, que vindes de dcbellar.
« Bahianos! Valentes pernambucanos,
honrados sergipanos, distincte corpo da
 EPHEMERIDES NACIONAES 161

armada, que com as vossas vidas, e á padre Jose' Martiniano de Alencar (Vide
custa do vosso sangue, esmagastes a a ephemeride de 15).
hydra da anarchia ; vossos, feitos são
MARÇO—17
outras tantas columnas, em que acabaes
de firmar o throno augusto do nosso 1531—A esquadra de Martim Aífonso,
joven Monarcha, e com elle a existcncia Ique entrára no dia 13 na Bahia, levanta
e ju’osperidade de vossas províncias. ancora d’esse porto e continúa a sua der­
« Vós acabais de testemunhar o in­ rota no rumo do sul, em demanda de
cêndio, 0 roubo e horrores de toda a S. Vicente, hoje S. Paulo.
casta, de que foi victima esta cidade ; 1637—Ayres de Souza Chichorro, ca-
certificai-vos por ahi quanto perigam pitão-mór do Pará. succédé a Francisco
nossas vidas e nossas fortunas com o de Azevedo no governo da capitania,
bello ideal d’essas republicas, que nos nomeado por Jacome Raymundo de No­
inculcain os inimigos de toda a ordem. ronha, governador intruso do Maranhão,
<c O sempre memorável dia 16 de março eleito pelo povo.
de 1838, que trouxe a paz á Bahia e ao — O conde de Bagnuolo, general dos
Brazil, será escampado na historia em exercitos portuguezes, logo que soube
caracteres de ouro; seja elle, para os da entrega da fortaleza de Porto Calvo
nossos vindouros, dia sempre de gloria ao conde Mauricio de Nassau, o que se
e de estimulo. cffectuára definitivamente no dia 7 (Vide
a ephemeride de 5', antes que tivesse
« Eia pois, voltai aos vossos lares, a
mais noticias do que tencionava fazer o
gozar da paz, de que ha tanto estaes pri­
inimigo, enche-se de receio c emigra,
vados: esse resto de bandidos, que ainda
infesta o interior da provincia, prestes a
com o seu exercito da Laguna do Norte,
onde estava, para a villa de S. Francisco,
I
ser esmagado pelos nossos bravos, que
logar que julgou mais apropriado, por
marcham sobre elle, acabará de sellar
lhe ser d’ahi mais facil receber soccorros
nossa gloria, nosso triumpho; rendamos,

%
da Bahia.
pois, as devidas graças ao Altíssimo, que
Começára a marcha da columna emi­
tanto vela sobre os destinos da nossa
grante no dia 10 e na presente data
pátria, e entoemos vivas á Nossa Santa
chega ao ponto do seu destino, isto é,
Religião, á Constituição, ao nosso Au­
a margem esquerda do rio de S. Fran­
gusto e Joven Monarcha o Sr. D. Pedro II,
cisco. villa d’esse nome, hoje cidade do
ao Regente interino e aos bravos defen­
Penedo. Fugia assim o general de Hes-
sores da integridade do Império.
panha ao exercito hollandez victorioso.
« Palacio do governo da Bahia, 16 de No dia seguinte ordena Bagnuolo ao
março de 1838. —Emwcfsco Pereirà Bar­ tenente general Affonso Ximenes de Al-
reto Pedroso. miron que atravesse o rio com os terços
Esta revolta, encabeçada pelo dr. P’ran- castelhano e napolitano e acampe no
cisco Sabino Alvares da Rocha Vieira, território da capitunia^de Sergipe (Vide
começara a 7 dd novembro do anno an­ a ephemeride de 27).
terior (Vide essa data e a addenda cor- 1751 — D. Antonio Rohm de Moura
respohdente). Tavares, 1° capitão general de Matto
Foi debcllada completamente na pré­ Grosso, declarada capitania independente,
sente data, capitulando de manhã ante toma posse do seu cargo (^'ide a ephe­
as forças legaes, a ultima fortaleza que meride de 25 de setembro de 1748), e
se conservava em poder dos revoltosos. governa por 13 annos, 11 mezes e
1860—Sepulta-se o senador pelo Ceará 14 dias.'
11
 ‘■.r:.
i. • *
V.
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■‘ /. -I •

EPIIEMIÍRIDES NACIONAES

I t ' l ’' I- i:
Na meinoria sobre Matto Grosso oife- cente c pela causa do Brazil e da hu­
recida pelo conselheiro Drumond ao manidade: possa 0 meu sangue ser util
1' ^ ^
Instituto llistorico e publicada no XX a ambas.—Oratorio, 17 de março de 1825.
m ' i y tomo da sua revista, diz-se que Rolim No PoPL'LAR do 1° de junho de 1825,
íitfê Í" de Moura eomeçára a 17 de janeiro o citado pelo sr. dr. INIello Moraes, vein
sen governo, do qual tomára posse em dpulilicada uma correspondência assi­
|tÍ:Í! Cuyabá.
nada Sararaense , na qual se diz que
D. Antonio Rolim, ulteriormente conde Ractelif morrera com toda a coragem,
r de Azambuja, foi dci)ois governador da tendo na véspera recusado veneno, que
r • :« ,: Raliia, vice-rei do Esfado do Brazil no seus amigos s e 'pi’opuzeram subminis-
Rio de Janeiro, presidente do conselho trar-lhe i >ara lhe pouparem o transe
■' ' da fazenda em IJsboa, conselheiro de INFAME, o distico latiiio e a respectiva
guerra e governador das armas da Es­ traducção, acima citados, elle ós escreveu

■ 'iVÍP <'"
tremadura. na parede do oratorio, no Rio de .Ja­
1790 — Nasce na cidade do Recife neiro. Subiu intrepidamente os degráus
PI ' t I). Manual do Monte Rodrigues de Araujo, da escada do patíbulo; ao chegar ao
i ■ ivMf•
■*•■- ■• condo do Irajá, 9° bispo do Rio de Ja­ sétimo voltou-se para o povo e disse: —
i iíV-':í neiro. Apresentado a 10 de fevereiro Brazileiros! Eu morro innocente; morro
de 1839, confirmado pelo summo pontí­ pela causa da razão, da justiça o da li­
, i f ,ll V. fice Gregorio XVI a 23 de dezembro do berdade. Praza ao ce'u que o meu
mesmo anno, tomou posse da sua diocese sangue seja o ultimo que se derrame
■ ■.' ' a 24 de maio de 1840 e falleceu a 11 de no Brazil e no mundo por motivos
junho de 1863. Jaz na capella do palacio politicos.
^ lÚ ''
Ibí ‘ -Hf,
'^i%* i'1 episcopal da Conceição (Vide a e}-)he-
O padre que o acompanhava até ás
meride de 10 de fevereiro de 1839).
portas da Eternidade fez-lhe signal que
as» ' ■-’t f .;:■'.; lS23VReune-^ na cidi^'c do Richie
►i ' .Nt Ij ■ ■ não proseguisse, e elle apenas acres­
Janei^ a A^^emblea (iônstituinte/ do
centou .estas palavras:—Eu me resigno
fJ e morro pela liberdade.
182o—João Guilherme Ractclif, Joaquim
da Silva Loureiro e João Metrowich, Ractelif era portuguez e João Metro­
entrados na rebellião promovida em wich natural da ilha de'Malta.
f ’ernambuco por Manuel de Carvalho 1826—Decreto de D. Pedro I mandando
Paes de Andrade, sÃo conduzidos ao cessar a commissão militar que havia
nOGAR DA FORCA E AlII PADECEM MORTE sido incumbida na província do Ceará
a. , ,
NATURAL PARA SEMPRE, COIUO TCZa a de julgar os implicados na revolução
i '■ certidão ]3assada por .Jose Joaquim de de 1824 denominada Confederação do
Gouvéa. e publicada, com outras peças Equador. Dos julgados pelas commissoes
do respectivo processo, pelo sr. dr. Mello militares que funccionavam por esse
Moraes no seu B r a z il IIisTORico(tomo I, motivo em Pernambuco e no Ceará, per­
I860, pag. 238). deram doze a vida nos patibulos.
Vem no mesma obra autographos de 1853—Fallece em Nicteroy, o dr. José
Ractelif, que era eximio em calligraphia, de Assis Alves Branco Moniz Barreto,

m
Li'PiVi '
e a seguinte declaração ?.\xd^: — Quidmihi que fora o 4“ director da Bibliotheca
mors nocuit^— Virtus post facta virescit. publica da còrte. «N a tribuna parla­
—Nec soeve gladio peril ilia tyranni.— mentar e no jornalismo patenteou não
H 'y - ■
Que mal me faz m orrer?— A virtude vulgar talento e distinguiu-se como um
m :■ :■ reverdece depois da morte:—não a mata dos mais intrépidos propugnadores das
a e.spada de um tyranuo.—Morro inno- idéas lilieracs. Jaz na capella de Nossa

Jiá
 ■«V/-
ËPHEMERIDES NACIONAES
Sciihoni da Conceição d’aqnclla cidade
(F ouviano , II kvista P opular ). »
Nascera na .Bahia a 27 de setembro
de 1819.
Dcpois da nossa emancipação política
tem tido a Bibliotheca Nacional do itio
de Janeiro os seguintes bibliothecarios:
—D. Frei Antonio da Arral)ida (bispo de
Anemuria) , conego Francisco Vieira
Goulart, conego Januario da Cunha Bar­
bosa, dr. José de Assis, frei Camillo de
]\Io*nserrat e o sr. dr. Benjamin Fi‘an-
klin Pv.amiz Galvão, bibliothecario actual.
1S7.’!—Toma assento no senado, como
representante da proviiicia da Bahia, o
sr. conselheiro .João José do Oliveira
Junqueira, escolhido por carta imperial
do I ” do mesmo mez de março c anno
de 1873. ■
MARÇO— 18
1020—São condemnados á morte pelo
capitão-mór governador do Pará vinte c
quatro trlpolantes tupinambás, por ha­
verem, em estado de embriaguez e no
delirio de uma festa gentilica, alardeado
valentia e murmurado dos portuguezes:
foram todos executados a ferro, num
sü dia, por outros indios seus inimigos.
Com esta barbara carnificina, que pro­
duziu geral sensação de desgosto, tor-
nou-sc ainda mais odiado o governador.
Bento Maciel Parente, já mal visto^ da
população. Foi este o ultimo acto da sua
administração, classipicada com razão de
nefasta pelos nossos chronistas e «que
qualifica bem a perversidade do caracter,
sombrio da alma e dureza d e coração «
(reste régulo colonial.
U 1G32—Parte do Arraial do Bom-Jesus
o mestre de campo conde de Bagiiuolo
com um tei‘ço de 300 napolitanos, e' di-
rije-so ao Cabo de Santo Agostiniio. para
construir á entrada da sua barra um
forte quo a defendesse dos hollandezes
Mathias de Albuquerque tinha delibera­
do fortificar aquelle ponto, emporio então
do commercio de Pernambuco, que o
inimigo já havia tentado occupai' e cuja
perda, seria de grande damno para os
no.ssos. Assim que chegou, começou o
condo a ediíicar um forte prolongado,
com ciuatro baluartes, incluindo nellc
uma ermida, que alli havia, de Nossa Se-
nnora de Nazareth, da qual conservou o
nome. Não tinh i porém escolhido bom
terreno, que sendo todo de areia, fez com
que se gastasse muito tempo no traba­
lho de construcção e não ficasse solida a
obra; a sua posição não era também a
mais apropriada para defender a entrada
da barra e o pontal, onde já havia uma
grande povoação.
163.) — Atacam os hollandezes, coin-
mandados pelo coronel I.ourenço Ptcm-
bach, e tomam de assalto o posto c(ue os
nossos tinham no passo dos Afogados,
paragem importante, que se tinham os
no'isos, descuidado de fortificar devida­
mente. Apezar de um pequeno reforço
mandado do Arrayal por Mathias do
Albuquerque, ataca-o o inimigo com tão
grande força e impeto que consegue
occupal-o: a perda d’e'sa posição foi de
péssima-consequência para os nossos. O
inimigo construiu um forte abaluartado.
de quatro faces, artilhado com doze pe­
ças, e a que deu depois o nome de Prin-
cipe Guilherme, ficando desde, logo o
Arrayal exposto a ser llanqucado c pri­
vado dos recursos que lhe vinham dos
moradores da Varzea.
1075— Doação regia da capitania do
Espirito Santo ao coronel Francisco Gil
do Araujo, que vem residir nelia, tra­
zendo da Bahia muitos colonos, a (]uem
dòa (erras, imprimindo assim um talou
qual incremento ásua colonia.
1090— Curta regia ordenando ao go­
vernador do estado do Maranhão e Grã(>
Pará que faça apartar para a primeira
(Tessas capitanias ou para outro qual­
quer logar remoto o súbdito francez
Porte Felice, que do Pará tinha commu-
I
nicações com os missionários do Cayen.na
da mesma nação, lãzcndo-lhe sentir o.s
 motivos (I’aquella providencia e tolhendo
por todos 03 meios taes communicaçoos.
1711—Vencido o capitão Duclerc, fora
conduzido, com 13 ou 14 dos seus oíli-
ciaes, para o collegio dos padres da com­
panhia de Jesus; algum tempo depois
obteve licença do governador para residir
em uma casa na cidade. « Ahi, na noite
de 18 de março de 1711, foi assassinado
por dois sujeitos rebuçados, sem que a
semelhante crime se oppuzessem os sol­
dados que 0 guardavam, nem diligencia
alguma se flzesse para descobrir *os mal­
feitores. Copiamos a sua certidão d’obito
extrahida por Pizarro dos assentos da
fregueziada Sé (Conego J. C. Fernandes
Pinheiro, A Ft'ança Antarctica, tomo
XXII da Rev. do Inst.) »
A alludida certidão relata que dons
il .
rebuçados, que lhe entraram pela porta
a dentro, o mataram na propria cama,
tendo ficado outros dous a guardarem a
•' ,v iff ! . porta da escada... «Chamava-se João
Francisco, que era o nome cia pia, e o
nome de guerra Moçu de Cré; está enter­
rado na capella de S, Pedro na igreja
de Xossa Senhora da Candelaria (Vide a
epliemeride de 5 de setembro de 1710,
onde damos erradamente ao capitão
francez o nome de Carlos). »
1741 — Fallece em Lisboa D. frei José
Fialho, da ordem de S. Bernardo de
Alcobaça, natural de Braga, 7° arce­
:M :- -
I 'M ■ ; ■•-■ bispo da Bahia.
Fôra antes bispo de Pernambuco, cuja
sede occupara por treze annos e em cuja
. ■'
serie lhe toca o 6° logar. Nomeado ar­
''|i:'-- ■;
cebispo, chega á Bahia em 2 de fevereiro
de 1739 e exerce a dignidade arclii-epis-
w '■
copal até 30 de outubro do mesmo anno,
■I;íií
1-Li, ■■Í por ter sido transferido para o bispado
da Guarda, em Portugal (Vide 5 de fe­
vereiro de 1739).
1740—0 mestre de campo Pedro de
Azambuja Ribeiro, que desde 20 de maio
de 1744 goverrjava a ilha de Santa Ca-
tharina interinamente,em logar do eíTec-
jiil/ tivo, o brigadeiro José da Silva Paes,
■ill
:| i
y *
entrega na presente data o governoa este,
que voltava da sua missão fóra da ca­
pitania.
1767—Carta régia mandando estabele­
cer no Rio de Janeiro o Real Erário, para
0 que vieram de L.sboaum guarda-livros
e dois escripturarios com as instrucções
necessárias para a creação e estabeleci­
mento do novo methodo que devia haver
na administração e arrecadação da Real
Fazenda. I
1823—Carta de lei elevando á catego­
ria de cidade a villa da Victoria, capi­
tal da provincia do Espirito Santo (Sena­
dor Pompeu, Geographia. 5' edição).
1850—Fallcce no Rio do Janeiro o
senador pelo Espirito Santo José Thomaz
Nabuco de Araujo, escolhido a 16 de
março de 1837 pelo regente Feijó e que
a 8 de maio do mesmo anno tomára
posse da sua cadeira no senado. Era pae
do conselheiro do mesmo nome, senador
pela Bahia, que veio a fallecer quasi 28
annos depois, dia por dia,
— Fallece também na côrte o depu­
tado por Minas Geraes Antonio Gomes
Cândido, irmão do eximio professor
da Faculdade de Medicina, conselheiro
Francisco de Paula Cândido, egualmente
deputado pela mesma provincia.
1878—Fallece, ainda na côrte. o pro­
fessor Carlos Frederico Ilartt, victimada
febre amarella.
Nascera em 1840 no Canadá, na cidade
de Frederictown, em N o v a Brunswich.
Da bella Biographia que do professor
llartt escreveu em 1878 o dr. Carlos
Alberto de Menezes, então estudante da
escola Polytcchnica, aproveitaremos, por -í“'iS
estreiteza de espaço, apenas o seguinte
juizo summario :
« Morreu (o pr 'fesso^' llarti) como
morrem todos os homens do trabalho e da
sciencia, pobre e desanimado, deixando
ao desamparo uma esposa dedicada, e
naorphandadç dous innocentes filhinhos,
as mais doces esperanças de sua vida,
cc Seja-nos licito dizer :
ím
I I pí
’n c ' ■-
i.
EPHEMERIDES NAGÍONAES
cc Que 0 professoi' viveu para o tra­
balho, para o estudo e para a sciencia.
As qualidades que revelou em criança,
não se desmentiram no homem : o joven
e applicado estudante da universidade
de Howard, o auxiliar do dr. Dawson, o
companheiro de Agassiz no Museu de
Zoologia comparada e na expedição ao
Brazil, o professor da universidade de
Cornell, o director da Morgan Expedition
e 0 chefe da Commissão geologica do
Brazil,—foi sempre o mesmo, intelli-
gente, activo, desinteressado, honesto. »
MAUÇO— 19
1612—Larga do porto de Cancale, na
Bretanha, uma armada franceza de tres
grandes navios , tripolados por qui­
nhentos homens, com o flm de conquistar
o Maranhão.
Para essa expedição dera a propria
rainha regente de França uma bandeira,
tendo as armas reaes em campo azul e
um navio, sobre o qual estava ella re­
presentada á popa e seu filho á proa
com um ramo de oliveira na mão. e a
seguinte divisa: Tanti dux foemina facti
{Vide a ephemeride de 26 de.julho).
1(514 _ Carta re'gia estatuindo que os
governadores geraes do Brazil nao po­
dem ir ás diversas capitanias sem licença
do rei, e devem seihpre residir na cidade
de vS. Salvador.
1612—Duarte Corrêa Vasqueanes fica
encarregado do governo da capitania do
Rio de Janeiro durante a ausência de
seu sobrinho Salvadoí Corrôa de Sá e
Benovides, que sahira a visitar as minas
como seu administrador geral que era.
Foi Duarte Corrêa o 17“ capitão-general
do Rio de Janeiro na ordem chronologica
e governou-a cerca de um anno.
lQ,;4_André Vidal de Negreiros, en­
carregado de levar a Portugal a noticia
(la recuperação de Pernambuco do podêr
dos hollandezes, chega a Lisboa a 19
de março, dia de S. José, acrescenta o
visconde de Porto Seguro, pai’a mais
165
firmar a data. Partira do Recife em
uma caravclla a 2 de fevereiro {Vide
a ephemeride d’esse dia e anno).
ccA boa nova foi grandemente festejada.
Na manhã seguinte fez el-rei cantar na
capella real, diante dos oito tribunaes da
corte, um T e -D eum, que se repetiu
depois nas demais igrejas da capital.
O mesmo rei deu novas acções de graças,
indo no dia seguinte a cavallo á sé, e
assistindo em procissão com toda acòrte.
Logo se occupou das recompensas dos
que, por tantos e tão aturados trabalhos,
as haviam merecido (Historia das lutas
com os hollandezes).
1695—Carta regia avisando ao gover­
nador do estado do Maranhão e Grão
Pará que a companhia de Cacheu man­
dava este anno, como fizera no passado,
segundo o seu ajuste, 145 negros e i
negras a 55$ cada um.
1731—João de Barros Braga, capitão-
mór do Rio Grande do Norte, toma
posse do cargo, posto que alcançára por
33 annos de serviços ao paiz, e exerce-o
até oceupal-o João de Teive Barreto em
22 de outubro de 1734.
1752— Funda D. Antonio Rolim de
Moura Tavares, no sitio denominado
Foicso Alegre, a villa capital da capi­
tania de Matto Grosso, de que era
governador, e dá-lhe o nome de Villa
Bella. Nesse sitio haviam-se estabelecido
em 1734 Fernando Paes de Barros e seu
irmão Arthur, sertanejos sorocabanos.
A fundação da villa capital fez-se neste
dia êyn honra de el-rei D. Josè I, diz
Milliet de Saint-Adolphe; entretanto Luiz
d’Alincourt, na sua memoria ácerca de
Matto Grosso dada á estampa nos Annaes
m
da Bibliotheca Nacional, assigna a data
de 13 para esse facto.
1763— Sabe D. Pedro Cevallos da Colonia
do Sacramento, com seis mil homens,
para conquistar o Rio Grande do Sul.
1764— Fallece em S, Paulo o 2“ bispo
d’essa diocese, D. frei Antonio da Madre
de Deus Galrão, natural de Portugal,
j

16G EPIIEMERIDES NAC10NAE3
(jiie iiella fizera entrada soleinne a 2S
de junho de 1751. Fòra confirmado pelo
papa Benedicto XIV por bulia de 17 de
março de 1750 e tomara posse do seu
bispado, por procurador, o arcediago
dr. Matheus Lourenço de Carvalho, a 18
de outubro do mesmo anuo. Jaz na
capella-mór da Sé de S. Paulo,
1771—Entra solem nem ente na cidade
de S. Paulo o seu 3° bispo, 1). frei Manuel
da Resurreição. Confirmado por bulia
do j>apa Clemente XIV de 17 de junho
de 1771, tomou j)osse do seu cargo (por
])rocuradoij a 17 do maio do aiino se­
guinte. Este prelado íhllcceu a 21 de
LV/''
oufubro de 1789 e jaz na capella-mór
da Sé. Succedeu lhe D. frei Miguel da
Madre de Deus, que não tomou posse e
fflfi ■/ ;,JPv que morreu no arcebispado de Braga,
:” j ;;■'! ■.,
para que fora chamado a 17 de dezembro
de 1813.
1775—Sessão acadêmica celebrada em
Pernambuco pelos amigos do governador
'/.ÇJ.
.Tosé' Cesar de Menezes, dia do seu anni-
1,,x; •, versario natalicio. Nesta festa litteraria
i » í j - - ■. tomam parte as pessoas mais notáveis
lic ite d’esta província, recitando peças lauda-
■Mê
:<’ji
loiias as seguintes: padre dr. Manuel
pMachado Portella, dr. ouvidor Francis'O
José de Salles, dr. José Antonio de
fp . Alvarenga Birros Freire, fr. F ancisco
?i í; i. Xavier Feio. {jadre Antonio Gomes Pa­
íí ;V checo, Jose Antonio da Silva Guei'reiro,
Éri' 'U sargeiUo-mór João Carneiro da Ciinh i.
I ‘M
padre José Gomes da Costa Gadeliia,
' í!f.
.Toao B.iptista de Souza. [)ádre Manuel
Bebei lo Pereira, padre Belchior do Campos
Camcll), e P. M. doutorado fr. João
„1
WI
, -i . da Rosa, oílicial da do Cruzeiro . c coro­
Baptista de Sant’ Anna.
Todas estas peças foram colleccionadas
em um riquissimo album pelo padre
Antonio Gomes Pacheco, que o olfereceu
' 1 :1 ■■
IfitL a José Cesar de Menezes.
. 179o-'Poma posso do bispado de S.
Paulo, por prucurador, D. Matlmus de
Abreu P'ereira, que foi portiAito o seu
Í 4 | ‘ .'r - 4° bisj)o, j)or toi'. como fica dito acima.
V lí'.'
I ' 3 ■
y '\r /¥ jlP Ç <
mif^]
• / W T ^ T S R
renunciado esse cargo I). Miguel da Ma­
dre de Deus.
D. Alatlieus foi apresentado no dia 1°
de junho de 1794, confhmiado pelo^Mdre
Pio AM em 17 de junho do anuo seguinte,
fez a sua enti’ada pontifical na diocese a
31 de maio de 1797, e nella falleceu a 5
de maio de 1S?4, tendo nascido na ilha
da Madeira a 8 de agosto de 1712. Jaz
na capella-mór da Sé cathedral de S.
Paulo. G bispo D. Matheus fez parte do
triumvirato encarregado do governo da
]n-ovinci:i em 1822.
1870—Recusa o imperador D.- Pedro II
a proposta de se lhe erguei’ uma es­
tatua.
1875—Fallece na edade de 93 annos
João da Silva M aduro, barão de Auto- _
nina. Nascera em ITjfôna então capitania /
do Rio-Grande do Sul.
O barão de Antonina começou a sua
vida como conductor de gado muar c ca-
vallar, que ia vender á provinda de,^,
S. Paulo, e chegou, pelo seu labor e eco-^^
nomia, ligados á maior probidade, a ser
um benemerito da patria, por causa dos
relevantes serviços que lhe prestou com
0 bem entendido emprego da conside­
rável fortuna que adquerira, abrindo ex­
tensas estradas, exjilorando sertões in­
cultos, fundando aldeias de indios, etc.
Foi por muitas vezes deputado áassem-
bléa pi'ovincial de S. Paulo e á assom-
bléa geral do Império. Subindo da hu­
milde posição-social em que nascera a
senador (escolhidoa 13 de julho de 1851)
c grande do Império, veador de S. M. a
imperatriz, grande dignatario da ordem
nel commandantc superior da guarda na­
cional, foi o creador da sua propria pre­
eminência entre os seus concidadãos.
« Tinha em alto grau o thesouro do bom
senso, » diz d’elle o sr. dr. J. M. de
Macedo, a quem devemos estas indicações
biographicas. E’ uma pagina mais para
se acrescentar, numa edição brazileira, á
bella c moi-alisadora obra de fSamuel
 ErilEM ERIDES N ACION AES
Smiles — 0 PODER PA VONTAPE — a quG
mais de iima vez nos teuios referido.
0 que, tendo nascido nos mais altos de­
graus da escala social, sabe merecer o
logar elevado em que o acaso do nasci­
mento 0 collocára e manter-se nelle, faz
juz á nossa admiração e respeitosa es­
tima; mas 0 que sabe, pelo seu proprio
mérito e força de vontade, sem auxilio
estranho, lutando como capricho do des­
tino e dorninando-o, erguer-se ás mais
altas regiões sociaes, esse não merece só
a hossa admiração e estima, merece tam­
bém a nossa inveja.
1876—Assenta-se a pedra fundamental
do novo matadouro, no campo de S. José,
na imperial fazenda de Santa Cruz.
1878—Fallece o conselheiro de Estado
José Thomaz Nabuco de Araujo, senador
pela provinda da Bahia c alli nascido a
14 de agosto de 1813.
Recebendo o grau de bacharel em
sciencias sociaes e j uri dicas pela Aca­
demia de Olinda a 1 de dezembro de 1833,
seguiu por algum tempo a carreira da
magistratura, tendo-se já antes distin­
guido no jornalismo politico desde os
18 annosde edade. Deputado em diversas
legislaturas á assembléa geral, presidente
da provincia de S. Paulo em 1851, tendo
oceupado pela primeira vez em 1853 a
pasta da justiça no ministério do então
visconde de Paraná, lugar que exerceu
depois mais duas vezes, tornou-se o con­
selheiro Nabuco, pelo seu saber e conhe­
cimentos especiaes e profund-os cm juris­
prudência e administração publica, um
vulto pi'oeminente nessas sciencias c um
dos politicos do mais prestigio d’entre
os maiores do Império. Entrou para o
senado em 1858 (Vide junho 1), e alli era
sua voz auctorisada ouvida sempre com
0 mais profundo acatamento, como a do
mais competente para decidir as mais
intrincadas questões de direito. Si não
bastassem para perpetuar o seu nome os
tantos e tantos regulamentos que confec­
cionou e queahi ficam como outras tantas
provas do seu alto mérito profissional,
lega ao paiz o Vrojecto de codigo civil,
cuja elaboração .singular lhe fóra pela
nação (por acto legislativo) confiada e
que, na opinião ^e juizes competentes e
insuspeitos, seria um verdadeiro monu­
mento para a jurisprudência patria, si
elle tivesse podido leval-o a cabo.
O cadaver do conselheiro José Thomaz
Nabuco de Araujo foi dado á terra a 20
de março no cemiterio de S. João Bap-
tista da Lagoa na sepultura n. 200.
MARÇO—20
1570—Lei feita em Evora, declarando
livres todos os indigenas do Brazil, cx-
ceptü os que fossem tomados em justa
guerra, os quaes seriam inscriptos nos
livros das provedorias, para que a todo
0 tempo se soubesse quaes eram ds le­
gitim amente captivos.
1610—Tem principio no Rio de Janeiro
a Ordem Terceira de S. Francisco da
Penitencia, professando Luiz de Figuei­
redo 0 sua mulher I). Anna Carneiro,
que tinham para esse fim recebido em Lis­
boa 0 habito de conlrades da Ordem Fran­
cis cana,
No anno de 1621 ou no seguinte pro­
cederam os fundadores á eleição cano-
nica dos cargos da nova Ordem, sendo
eleito primeiro ministro o mesmo Fi­
gueiredo.
1674—Carta regia instituindo a fre-
guezia, hoje cidade, de S. João da Barra,
capitania da Parahyba do Sul,no Rio de
Janeiro, pelas condições exaradas na dita
carta regia, que concedia aquella capi­
tania ao visconde de Asseca, Diogo.
A esse tempo coínpunha-se a povoa­
ção apenas de pouco mais de trinta ca­
sas, edificadas sem ordem, ao poente da
])Vquena ermida de S, João Baptista, co­
bertas de palha, com raras excepções.
O numero total dos seus habitantes não
excedia de 600, incluidos.os do recôn­
cavo. Só a 18 de junho de 1677 (Vide
esscf. data) ó que foi a freguezia insti-
 I|V
1G8 EPHEMERIDES NACIONAES
tuida em villa pclo juiz ordinário de
Cabo-Frio e o procurador do donatario,
il i procedendo ambos á eleição dos primei­
ífS iií ros officiaes da respectiva camara.
A 23 de novembro de 1674 (Vide fssa
1 'i data) tivera o visconde de Asseca, Sal­
Í, AÎ
álfêP
u. I vador, confirmação régia da doação da
capitania feita ao visconde Diogo Corrêa
,, l|s i
II 111
de Sá, seu pae.
O padre Francisco Gomes Sardinha foi
o primeiro vigário (encommendado) que
w:l- teve essa villa.
Por decreto de 18 de junho de 1776,
um século depois de fundada a freguezia,
I I^’ t ^ < . •
'M i î l l 'i '' foi a povoação elevada á categoria de
t i.W’ villa. Como Campos de Goytacazes, per-
3 ■; |l; ' } ' tencêra S. João da Barra á capitania do
Ü Espirito-Santo por decreto do 1° de junho
de 1753, e, como aquella. voltou de novo
a encorporar-se á provinda do Rio de
Janeiro pela lei de 31 de agosto de 1832.
; !i.r' Por lei provincial de 17 de junho de
1850 teve a villa de S. João da Barra o
predicamento de cidade. Próspera pelo'
■'v .1 '■i'.if i grande movimento maritimo e commer­
cial que entretinha com o porto do Rio
de Janeiro, como intermediaria que era
do movimento commercial de Campos,
além do seu proprio: pena é que tenha
decahido ultimamente com o estabele«
:■ á
cimento da linha ferrea de Campos a
Macahé, que lhe desvia todos os pro-
ductos d ’aquella grande fonte, que lhe
jjassavam até então pela barra.
1736—Data da prohibição de se intro­
duzir no Brazil e mais colonias do reino
todo e qualquer tabaco estrangeiro.
1761— Notável ou antes singular pela
sua mais do que humana caridade, pelo
amor do proximo levado ao mais alto
grau, pela sua nunca desmentida abne­
gação e desprendimento das vaidades
% ■ humanas... nasce na villa do Desterro,
hoje cidade, capital da província de
Santa Catharina, Joaquim Ph'ancisco do
Livramento, cujo nome se tornou po­
pular transmudado no de irm ão Joaquim.
Nasce em uma sexta-feira maior.
1 .
Foram seus paes o sargcnto-mór Tho-
maz Francisco da Costa e D. Marianna
Jacintha da Victoria, naturaes ambos
das ilhas dos Açores. Diz-se que fòra
mudo até aos 7 annos de edade. Come­
çou cedo a dçsenvolver-se nelle o entra­
nhado gosto para os actos religiosos, a
sua decidida vocação para o serviço da
humanidade como um serviço feito a
Deus. O pae tentou encaminhal-o para
a vida co.mmei’cial ; mas aos 18 annos
foi-lhe forçoso deixal-o entregue á sua
inclinação: não quiz nunca tentar meios
de se ordenar, julgando-se indigno de
iniciar-se nas ordens sacras.
Foi sua idéa capital fundar um asylo
em que a pobreza recebesse os precisos
soccorros corporaes e espirituaes. Para
esse fim vestiu um saial de lã pardo, t
cm giu-se com um grosseira corda ,
guarnecendo o peito do habito com a
figura de um calix e hóstia, percorreu
todos os recantos da sua província com
0 bordão de peregrino, e depois a do
Rio-Grande do Sul, pedindo de porta em
porta esmolas para a realisação doÍ5 seus
sonhos humanitários.
Depois de fadigas que se não referem,
por aturadas e dolorosas, sinão nos mar-
tyrologios, viu o irmão Joaquim cum­
prida a sua ardente aspiração, iraduzida
em um vasto e magestoso edificio corq a
capacidade e disposições necessárias para
abrigar um grande numero de enfermos,
conte.:do também uma roda para ex­
postos (Como elle attendia a todas as
misérias e debilidades da humanidade,
0 bom do irmão Joaquim havia ora­
torio, botica, gabinete de receita e um
sobrado independente para residência do
capellào.
E lle.. .foi ser o enfermeiro: distribuia
as dietas, consolava os doentes em suas
dores, curava-os com as suas proprias
mãos, sem temor do contagio, assistia
aos moribundos, muitas vezes noites
seguidas, sem sc descuidar de ornar o
 EPHEMERÍDES NACIONAES 160

seu oratorio com riquíssimas imagens SoíTria o irmão Joaquim do epilepsia,

e estas com flores peregrinas. i a ponto de, nos últimos tempos, ter
Ao seu engenh) se deve o aperfeiçoa­ accessos de loucura, em que entretanto
mento das flores de panno, industria da a não proferia sinão o de que seu cora­
sua província, que nisso tanto se avan­ ção estava cheio. » Tinha alem d’isso
taja ás outras. uma edemacia nas peruas, que não o pri­
Foi á Lisboa e obteve da rainha D. Ma­ vava todavia de andar por toda a parte
ria I a prestação annual de 300S para as ás esmolas para os seus pobres c os seus
despezas do seu hospital. orphãos,
Não satisfeito com ter fundado tão util Quando morreu, os despojos que lhe
edifício na t rra natal, parte para a acharam foram registros de santos, livri-
Baliia pelos annos de 1796 a 1800, e alli nhos devotos, alguns apnus Dei e a sua
edifica o seminário de orphãos de S. .Joa­ modesta roupa, que foi remettido tudo
quim, onde lia um retrato seu, tirado no anno seguinte ao seminário de .Jacuc-'
sem que elle o soubesse. Foi segunda vez canga, como reliquias veneráveis de
á Lisboa, de onde volta em 1803 com um santo.
uma prestação também para este seu De quatro biographias que consultá­
novo instituto. mos, relativas a este servo de Deus,
Na Rahia sabe que lhe morrera o pae tres 0 fazem nascido no dia 22. Uma, a
e desiste da sua legitima em favor da publicada na Revista Popular (tomo X I\ )
mais pobre de suas irmãs. Deixando pelo conegn dr. Fernandes Pinheiro,
tamitem esta creação sua confiada a um fal-o nascido na presente data, e assim
reifOr idoneo, jiartiu o irmão Joaquim foi com cflcito, como se„poude verificar ..
parao Rio de Janeiro, onde D. João VI pelo Missau í Monasticum VENKTnsyíTC.yT
lhe conllou a educação de alguns orphãos cpie marca para o dia 22 o domingo de
e teve oce.isião de apreciar a alma ange­ Paschoa d’aquelle anno, cahindo por­
lica d’este apostolo do bem. Mas o seu tanto a sexta-feira maior a 20.
(I- espirito candosantente inquieto não lhe 1788—Consome um violento incêndio a
consentia immobilisar-se em um ponto capella e casa do consistorio da ordem
da terra: partiu d’-U|(|ui em 1.S09 para S. terceira do convento do Carmo da Bahia.
Paulo e em Itú deixou padrões da sua Ignacio Accioli refero estesuccesso nos 'áíl
acendrada caridade. seguintes termos nas su ;s Memórias his­
De lá voltou para Jacuecanga. em An­ tóricas :
gra dos Reis. onde, em sua passagem « Celebrava n’este dia a igreja o mys-
para S. Paulo, lançara os alicerces para terio de quinta-feira maior, e achava-se
um seminário do orphãos: foi a seu pe­ a mesma capella soberbamente ornada,
dido, que em 1822 se nomeou reiior parao que não haviam poupado despezas
d’aquelle cstabelcciniento ao virtuoso a ordem e o prior, que então era An­
padre Antonio Ferreira Viçoso, bispo de­ tonio Teixeira Barbosa, quando, pouco
pois de Mariana c conde da Oonceiç.ão. depois das 11 horas da noite, communi-
' A 21 de maio de l‘^26 embarcou ainda cando-se a luz de uma das vellas do
para Lisboa, com o fim de obter auxilio throno á fazenda que o ornava,nccasionou
para a sua I'.ova creação c d’,iilli partiu tão rapida confl-gração, que apenas foi
para Roma talvez com o mcsriio intuito; possível tirar do deposito a sagrada
mas sentindo aggravarem-se os seus ma­ formula, que n’elle se achava. Compa­
les jiliysicos. voltava a morrer na terra receu immediatamente no logar do in-
natal quando a morte o surprendeu em ceiidio D governador D. Rodrigo José
Marsellia em 1829 aos 68 annos de edade. de Menezes, animando c dirigindo os

^4
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m c--
'.p,: ■:
170 EPIIBMERIDES NACIONAES

trabalhos da extincção do fogo ; mas, a guarnição se revolta em seu favor, sendo

desj)eito de todas as diligencias e meios dentro de poucas horas reintegrado na
pai-a isso empregados, foi sómente pos- jiresidencia. A parte da tropa que tomara
sivel livrar o convento do estrago das parte na prisão de Manuel de Carvalho,
chammas, cortando-se e demolindo-se a retira-se com seus chefes e oíílciaes, le­
parte, que o conimunicava ao referido vando com.sig'0 0 presidente Rarreto, e
consistorio. » vai acampar na Rari'a Grande, limite da
ISIG — Expira na cidade do Rio de provincia.
Janeiro, pel.is 11 1/2 horas da manhã, a Começa assim a i-evolução denomina­
rainha I).Maria J, hiãe do rei 1). João A I, da da Confederação do Equador ( Vide
na edade de 81 annos, .‘5 mezes e .‘1 dias. julho 2 .
« Já por esse tempo, diz um chronista 1831 — O imperadoi' D. Pedro I modi­
da epoca, o bispo capcllão-mór D. José fica 0 ministério no sentido das idéas
Caetano da Silva Coutinho, o nuncio liberaes. Não chama, porém, pa-a o go­
apostolico cardeal Caleppi e o padre verno homens que pela sua real influen­
Joaquim Daniaso (director da real bi­ cia no partido pudessem contel-o no
bliotheca) haviam resudo o oílicio. de movimento que deu em resultado o suc-
agonia, os psalinos penitenciaes e ou­ cesso de 7 de abril.
tras preces, jj Teve a 5 de abril de organisar outro,
« A morte da rainha, acrescenta o 0 ultimo, denominado dos medalhões, por
mosmo escriptor, nenhuma alteração traz se compor todo de velhos titulares, que
aos negocios públicos, visto como o tinham outr’ora prestado muitos servi­
principe regente já é rei desde 1790.» ços ao paiz, mas que na oceasião dispu­
í). Maria nascera a 17 de dezembro de nham apenas do titulo e da velhice.
1734 ( Vide essa data). 1847 — iS lhe o imperador 1), Pedro II
■$ I : 1820 — ]). Frei José da S intissimada córte no vapor S. Salvador a visitar
Trindade, 6“ bispo de Marianna, reli­ a provincia do Rio de Janeiro. Tinha
gioso fianciscano da Rabia, natural de já, cm 1845 e 184G, percorrido as do Rio
Portugal, eleito por D. João T I, toma Grande do Sul, Santa Catharina e S. Paulo.
nesta data (segundo o Roteiro dos Bis­ Na presente excursão chega Sua Ma-
pados) posse da sua diocese por seu pro­ gestade a Macahé no dia 21 e ahi per­
curador, o dr. Marcos Antonio Mon­ noita (Vide a cphemeride de 22).
.- 'j;«ç teiro de Rurros (Vide as ephemerides 1855—Fallece na capital da Rahia o
t) ■*;!v
de 19 de abril de 1820 c de 28 de setem­ senador do Império Domingos Rorges de
. y■ n bro de 1835). Rarros, visconde da Pedra-Rranca. Nas­
; :|[;5 '7. \ arnliagen dá todavia para este íãcto cera no engenho S. Pedro (Rahia) a 10
a data de 9 de ubril de 1820, que não de outubro de 1780.
m Ak '
''P - vemos confirmada em outras fontes. Rorges de Rarros formara-se em phi-
1823— Carla de lei elevando á catego­losophia (e não em d i u e i t o , como dizem
*v'Ív • ria de cidade a villa do Desterro, capital Innoconoio da Silva no seu grande mc-
da provi.ncia de Santa Cathurina. c i o N A R i o c 0 sr. dr. Macedo no seu
1824— Os majores Seara e l.amenliaANNO B i o o R A i u i i c o , eui quc também não
]>readem ao ex-presidente da provincia vem exacta a data da sua morte) na Pni-
do Pernambuco, Manuel de Carvalho Paes versidadc de Coimbra,onde f o i com justiça
i P J: de Andrade, que se conservava na pre­ considerado um dos mais brilhantes ta­
lál;? sidência, apezar de substituido* pelo g o ­ lentos acadêmicos do seu tempo e um
verno ])or l-'ranciscQ Paes Rarreto. Preso bello e generoso coração. Percorreu,
mandaram-no para o forte do Rrimi, enjá depois dc lormado, diversc>s Estados da

W
 EPIIEMERIDES NACIONAES
Europa, tendo occasião de, em Lisboa,
frequentai- as suminidades das lotaras
portugiiezas da epoca e do contrahir, em
Paris, a mais esti-eita amizade com Fi-
linto Elysio, |,)ara quem estiveram sempre
francos a sua bolsa e o seu magnanimo
coração de poefa,
E’ menos veridico o que diz o sr. di‘.
J. M. (le Macedo na sua citada obra
acerca do encarceramento de Eorges de
I) irros por causa das suas relações de
amizade com Filinto e Hyppolito (o re­
dactor do Correi) ílrasitiensc) e j)Or
cans i do seu euthusiasmo jielas ideas li-
bei-cves : sabcmol o de fonte fidedigna e
insus])Citi.
Domingos Borges de Barros cultivou
com geral applauso a poesia lyrica, fa­
zendo conhecido o seu nome na littera-
tura nacional pelas suas Poesias o/fere-
cidas ás senhoras hi‘a):ileiras por v.m
bnhiano. publicadas em 182Õ em Paris,
quando desempenhava o cargo de minis­
tro diplomático do Império, encarregado
de obter do governo de Fi-ança (reinatlo
de Carlos X, ministério de Chateaubriand)
0 reconhecimento da nossa ia iependencia.
Publicou além dhsso uma traducção do
-j^ jioerna de Legou vé O mereci
mento das miUheres^ em 1813, e o poema
philos qiliico Os tumulos, impresso na
Bahia em 1850. com algumas notas, pelo
sr. dr. Mello íiloraes. Sabemos Ja loute a
(jue acima nos referimos que é com cíícito
(rdle 0 D iccionakio poi-talil Poktuuuiíz-
i-UASCKZ e F kanchz -poktuüükz , dado á
lume em 1812, em Pans, e de que falia
dubitativameute innoccncio F. da Silva.
Dei)utado pela provincia natal ás cortes
constituintes de Lisboa, nellas advogou
u cmancip içào politica d is mulheres,
Quando falleceu era o penúltimo se­
nador dos da instalhiçào do senado.
Acerca da sua morte diz o Almanack
Laemmert para 1 8 õ6 :
« Falleceu em 20 de março de 1855.
com 70 annos de idade, na Bahia: ainda
, possuía aquella .vivacidade de espirito.
171
aquelle sal attico, lão raro nos tempos
presentes, agradando o instruindo com a
sua conversação iovial e variada. »
Já linha o titulo de barão de Pedra
Branca quando houve occasião de obter,
extra-oíllcialmente, a mão da princeza
da Baviera Amelia de L-uchtenberg para
0 imperador D. Pedro I ; foi por este mo­
tivo, ou pelo menos depois d’isso, elevado
á categoria de visconde. /
Poiteifccu a muitas asso:-iações .scienli-
íicas e litterarias d t Europa e ao Insti­
tuto llístorico e Geograpbico do Brazil.
O visconde de Pedra Branca íôra es­
colhido sen u!or jiela Bdiiana organisa-
ção do senado (22 de j ineiro de 1823),
mas s(3 vein occupar a sua cadeira sete
annos depois, a 18 de jullio (ie 1833.
A data que aqui damos para o faileci-
mento do illustre visconde anda errada
em algumas das suas biographias. I)’a-
qui agradecemos a quem nos ministrou
os meios de corrigirmos nãosõ essa como
as outras inexactidões que correm por
sua conta e a que nos rTsferimos no pre­
sente cscripto.
18Ô9-—Fallece era Liverpool o almirante
João Pascoe CTreeníell, consul geral do
Brazil naquella cidade.
Foi um dos lierdes da nossa indepen-
dencii o ainda depois d’essa época pre­
stou serviços (le guerra ao Império,
com mandando de 1850 a 1852 a esquadra
nacional no Rio da Prata.
O corpo do almirante foi transportado
[) ira Paris c sepultado no cemiterio do
Père Luchaise, no mesmo jazigo que
encerra os restos mortaes de sua tmilhei-,
e onde já havia o almirante deiiositado
0 braço direito, perdido .nas guerras do
Brazil.
1S78—Inaugura-se, com a assistência
do imperador e imjieratriz, o Fórum ou
casa da camara da cidade do Juiz de Fora,
provincia de Minas Qeraes. magnifico
edifício devido á energira iniciativa e
actividade do sr. dr. Joaquim Barbosa
Lima, juiz de direito da comarca, que
 ■ i f ® '- '"
Ihte ' 'i’.'T

,r
i f e,'.^1 V J íí>:
„ ,.? m :
172 EPHEMERIDES NACIONAES
í m :|:
^<il?;li promoveu a sua construcção mediante procedimento e que os pronunciados e o
I f i . i 'i i ' uma .sub>cripçào aberta por elle Cíntre os respectivo processo sejam remettidos
•% f to h abitantes do termo. E’ no seu genero l^ara Lisboa.
0 2‘>i‘imeiro ediflcio da provincia. 1823—Lord Cockrane. convidado para
prestar serviços á causa da indepen­
iMARÇO— 21
t i ^ dência, chega ao Rio de Janeiro e arvora
1635—O coronel liollandez Arcizewski, o seu pavilhão de almirante do Brazil
I I p ' ■'''r- que sitiava o forte do A r r a i a l , começa na nau Pedro I, de que era comman­
l i 'f e ' •' • durante a noite a fortificai' um outeiro dante o sr, Joaquim Raymundo de La-
denominado no c o n d e d e B a o n u o l o e rnare, almirante, tomando o c o m -'^
4 '| l® /.íí-i’' '
que não se sabe hoje ao certo onde era, mando da^esquadra do rece te Império.^
111 :
0 que sendo presentido pelos nossos ao Lord Cockrane, conde de Dundonald e

ÉI If amanhecer, ordenou logo André Marim.

commandante do forte, que uma força
mais tarde marquez do Maranhão, aca­
bava de prestar 0 relevante concurso do
de 230 homens fosse embaraçar o inimigo seu braço á causado Chile, que Ih’os pagou

'ill} It em seu intento; empenha-se por isso

entre uns e outros um combate durante
seis jioras, no fim das quaes se vém os
hollandezes obrigidos a abandonar a
; f | :i posição e a entrepreza. Os nossos destroem
tudo quanto já haviam elles feito.
1637--Para atacar a cidade do S. S d-
vador. embarcam no Recife, em quarenta
navios, 7,800 soldados, commandados [lelo
l‘ |\ f:i ll;. - î '
com honras, dinheiro e uma estatua.
O governo do Brazil, receiando que
Portugal quizesse oppor-se á sua inde­
pendência, resolvera preparar-se para
a luta.
Na Bahia,, no Maranhão, no Pará as
guarnições portuguezas mantinham-se
fieis ao governo de Lisboa. Na primema
(fessas provincias já a guerra estava

Jm- principe de Nassau, emquanto outra di­

visão, ao mando do general Segismundo
Schkoppe, vai assaltar S.Christovão, em
Sergipe, que foi incendiada depois de
' -ük-?' 5 . horroroso saque.
;• -íflL -iv. ât'f tf 1736—-Intonio Duarte Barros, capitão-
■ i t t 'i mérdo Pará. assume o governo do estado
■| ip ti 't: '• do Maranhão por f .llecimento do capitão
it ,,
general d’aquelle estado, o chefe de es­
quadra José da Serra. occorrido na ves-
pera na cidade de Belém, onde flxara
residência.
A 18 de setembro do mesmo anrio passa
i S ’vrt Barros as rede-is do governo do estado '
a João de Abreu Gastello Branco, nomeado
■
•••. capitão general com ordem expressa de
residir no Pará.
ti 1777—Chegam ao Rio de Janeiro o
general e oíílciaes da.ilha de Santa Ca-
I j’ PrVi tharina. que se haviam rendido á dis­
crição ao general hespanhol D. Pedro
'l i '
lié Cevallos, c são recolhido-s. á-prisão em
diversas fortalezas. O vice-rei do Estado
>àí ordena uma devaça a respeito do seu
*' ilC'!
travada entre as tropas luzitanas do bri­
gadeiro Madeira e as brazileiras de
Labatut. Nessas condições e perspectiva
convidou-se o bravo almirante chil mo
(inglez de m iscimento) e elle accédera ao
convite, trazendo como auxiliares alguns
ofiiciaes de marinha de sua confla:;ça.
A 3 de abril a sua esquadra, composta
de oito vasos, fez-se de vela para a
Bahia, e a 4 de maio estava com eila em
fi'ente da portugueza, muito mais'nu-
merosa.
A 22 de dezembro de 1874, pelo decreto
n. 5,828, abriu o governo imperial um
creéito de 358:2068999, para pagamento
de uma reclamação pelos serviços do
almirante.
Veja-se o que a esse respeito diz a
Nação (Rio de Janeiro) de 12 de j ineiro
de 1875.
1842—Decreto nomeando o brigadeiro ]:
barão de Caxias commandante das armas
da corte.
1850—Fallece no Rio de Janeiro o se-
\ íÇ-,4J1;w

'f .
:;fe.íi I',
 EPHEMERIDES NACIONAES

nador pela BahiaManiiel Antonio Galvão, essa data), tomára posse da sua diocese,
que succumbe á febre amarella. Esco­ por procurador, em 10 de junho d'esse
lhido senador a 22 de fevereiro tomára mesmo anno, e nella falleceu a 30 de
assento na camara vitalícia a 6 de maio abril de 1868.
do mesmo anno. Teve por successor o diocesano actual
O senador Galvão tinha, na phrase de D. Lino Deodato Rodrigues de Carvalho
nm seu biographo, «a sagacidade do (Vide maio 21 dc 1871).
diplomata, a razão do philosopho e a 1879—0 dr. Caetano Furquim de A l­
tenacidade do estadista. Cabeça pen­ meida. que se achava em tratamento
sante, linha 0 seu livro no homem, a sua nas aguas mineraes de Cachambii (Bae-
bibliotheca no mundo.» pendy), alli succumbe de hypertrophia
Nr.scera na cidade da Bahia a 3 de de coração.
janeiro de 1791, e depois de ter prati­ A'cerca d'esse notável membro da cor­
cado como caixeiro em Lisboa, e depois poração commercial da cqrte publicou
em Londres, foi para Coimbra em 1813 e 0 Cruzeiro de 28 de março de 1879 um
na respectiva universidade tomou em primoroso artigo biographico da ames­
1819 0 grau de doutor em leis. Serviu trada penna do sr. commendador Rei-
de 1835 a 1839 o cargo de ministro ple­ nahlo Carlos Montéro e na Ga:;eta de
nipotenciário do Brazil na corte de Saint Noticias do mesmo dia dá-se uma rose- ^
James, e no Império, depois de impor­ nha mais individuatísada da sua vida.
tantes cargos de magistratura, tez parte Por ambas vemos que o dr. Caetano
do gabinete de 1° ãe setemhro de 1839, Furquim de Almeida nascera na então
e em 1841,' no de 2 ãe fevereiro, oceupou villa da Camanducaia, depois cidade de
a pasta da justiça, sendo então um dos Jaguary, Minas Geraes, a l l dc novem­
principaes promotores da pacificação da bro -de 1816. Orphão, com outros irmãos
provinda do Rio Grande do Sul. mais, de pae e mãe, ücarám entre­
Falleceu em honradíssima pobreza gues aos cuidados do irmão mais velho
(Veja-se a noticia que lhe consagra o Baptista Caetano de Almeida, que foi
sr. dr. Macedo, no seu Anno Mogra- para todos ellcs um verdadeiro pae,
sendo Como tal estimado e obedecido.
1-831—Fallece na cidade do Rio de Ja­ Formou-se em novembro de 1838 em
neiro o barão de Monte Santo, senador scicncias sociaos e jurídicas na Faculdade
pela província do Piauhy, que presidira de S. Paulo, tendo feito parto dos seus
por quatro annos seguidos, desde 1827. estudos preparatórios na província natal.
as sessões da camai'a vitalícia (Vide 4 de Fixou residência em Vassouras, onde
-Aim
maio de 1813). SC entregou ao ‘commercio, adquirindo ■ í '« '
Luiz José de Oliveira (Mendes?), barão nessa carreira a maior preponderância
do Monte Santo, era desembargador e e bem merecidos créditos, sendo sempre
membro aposentado do Supremo Tribunal lembrado pela sua corporação para cargos
de Justiça. Nascera na Bahia a 21 de de representaç^p e confiança.
junho de 1779 e fòr i escolhido senador Formara-se o dr. Furquim ao mesmo
a 22 de janeiro do 1826, tomando assento tempo que seu cstimavel irmão o' sr. dr.
no senado a 7 de maio do mesmo anno. Francisco de Assis e Almeida, a quem o
1863—Paz a sua entrada, solemne n i ligou sempre uma amizade^’" tão estreita
t / UlUUtíse
diocese de
u c S.
o . Paulo
LCiuiw o
J V seu
OV^LI bispo D. Se que póde servir de modelo.
bãstião Pinto do Rego, n/tural de Angra ■ Uma de -Suas irmãs casou-se com o
coronel^iãtom X iÍelisbeijg)Nogueira, o
dos Reis, da província do Rio de Janeiro.
Sagrado a 18 de maio de 1862 {Vide mesmo cidadão a ciuem o dr. Bernardo
 w f\\, I
I ‘fe^ííí .-f

II■<5' ;\,J
'i.l;f‘ l ii '
V. ■■< 171 EPÍIEMERÍDES NACIONAES

«'iiP
1« t V iI);■! Guimarães dedicou as primícias da sua
musa privilegiada : d’esse consorcio pro-
vein 0 sr. dr. Baptisía Caetano de A l­
meida Nogueira, vice-director geral -dos
telegraphos do Império c um dos espí­
ritos mais seriamente cultos que o Brazil
Sabe-se que André Vidal morreu
em 1681 (Vide a ephem. de 3 de fevereiro),
entretanto, em 1775 José Cesar de Me­
nezes, então governado*!' e capitão ge­
neral da mesma capitania, participava á

.
còrte de Lisboa que esse famoso cabo de
destaca do numero de seus filhos di- guerra ainda vivia na villa do Cearei cm
1 ill'll lectos. seu perfeito juizo, apezar dos seus 121
annos deedade; que servira de juiz
MARÇO—22
M i l :k
ordinário em 1773 e exercia ainda o
' f l ‘ii‘ i'- 1657—O mostre de campo Andre' de cargo de capitão mér. Tivera 30 filhos,
Negreiros, nomeado governador e capitão 5 filhas, 33 netos. 52 bisnetos. 43 tor­
general de Perhambuco em lugar de neios e 21 quarto netos; compunha-se a
Francisco Ban’eto de Menezes, promo­ sua familia, sem contar os escravos,
^ f l P
vido a governador geral do Estado, toma de 119 pessoas, que conserva tudo em rxisa

liilhi
M ô jiíí;: posse do seu cargo, tendo vindo por de portas a dentro, com boa educação.
terra do Maranhão, de onde partira a 2d 1711— Entra á barra de Lisboa a nau

'ill ^I'ly' . Í*-*#r

de setembro do anno-anterior e onde ti­
nha a mesma patente.
O visconde de Porto Seguro c o sr.
portugueza Nossa Senhora do Carmo e
Santo Elias, que sustentara nos dous dias
anteriores um poríiado combate com
'4 José do Vasconcellos dão^este facto como tres navios corsários argelinos, dos que
oceorrido no dia 26 ( por esse tempo infestavam os mares,
Abreu e Lima o consi^ma na d ta pre­ aprisionando naus christãs c captivando
■ 'l l r sente. os que nellas vinham.
Negreiros foi o 3° governador da ca­ Em dezembro de 1713 embarcara na
pitania de Pernambuco na ordem chro- referida nau. na Bahia, a intrépida pau­
t I?‘Iw*'
! -'^’ 1 11^ nologica, e administrou-a até 26 de ja­ lista D. Rosa I\Iaria de Siqueira, em
i’ll' neiro de 1661. Acostumado á rudeza da
■ companhia de seu marido o desembar­
.W
iy.i '••/»-!■
/ !-
disciplina e vida militar, a principio íoi gador Antonio da Cunha Souto Maior,

ii|f|:
ll o seu governo um despotismo militar,
que 0 indispoz com todas as classes da
sociedade, levando alguns queixas contra
com destino ao reino.
Tocavam quasi o termo da viagem
quando, na madrugada de 20 de março
ellc ao governador B’rancisco Barreto. de 17U. avistam ao largo, na costa de
' Í'• Este foi obrigado a empregar medidas, Lisboa, quinze léguas ao mar das Berlcn-

^P Í
' ;i'Hr*?' Íi
||M< ti]'
de rigor contra o seu antigo compa­
nheiro de armas na lutá com os hollan-
dezes, chegando mesmo ao extremo de o
1m '' suspender, por um alvará, do governo
da capitania e a mandar contra elle um
regimento de tropas da Bahia. Vendo
estas disposições decisivas e pouco lison-
geiraspara si, reconsiderou Negreiros o
caso e pelo «seu regular procedimento
[' ' ulterior alcahçou a revogação do alvará
de suspensão do cargo e desempenhou-o
V- d’ahi em diante a contento .geral, ter­
m 4-:
minando o seu tempo de governo a 26
f ■'*■' do janeiro de 1661, como se disse.
i f |)K
gas, tres velas; eram os piratas! Tra­
va-se combate, no qual I). Rosa se as-
signala pelo maior heroísmo, animando
os combatentes, ministrando armas a
uns, levando polvora a outros, repetindo
sempre —Fú-a a fé de Christo
tando perigos de todaaespecie e apromp-
tando cartuchame dui'ante duas noites
para o combate dos dias seguintes, com
varonil intrepidez.
Ignora-se o destino que teve depois
esta nossa heroina.
1753—Posto que residindo em Minas-
Geraes como sou governador, por no-
 tW'
EPIlEiMERIDES NACIONAES
mcação tic seu irmão Gomes Freire, fura
José Antonio Freire de Andrada no­
meado, por decreto regio, governftdor da
capitania do Rio de Janeiro, cuja admi­
nistração ficou, todavia, interinamente a
cargo do brigadeiro Mathias Coelho de
Souza; enfermando este gravemente, en­
tregou, na presente data, o governo a
Patricio Manuel de Figueiredo, que era
o ollicial de patente mais elevada c
antiga que então Ijavia na séde da ca­
pitania.
Com 0 fallecimento de Mathias Coelho
veio José Antonio de Minas e esteve á
testa do governo no Rio de Janeiro de
setembro de 1751 a janeiro do anuo se­
guinte, em que tornou para Minas, dei­
xando 0 governo do Rio de Janeiro ao
mencionado Figueiredo, que o exerceu
até á volta definitiva do conde de Boba-
dela, governador e capitão general das
tres capitanias de Minas, P»,io de Janeiro
c S. Paulo, a2S de abril de 1759, segundo
o visconde de Porto ."eguro no seu Ca­
talogo, ou de 1.758, segundo o da biblio­
theca episcopal fiuminense, dado a lume
pelo Instituto IIistorico(/{em5ía, tom oll).
176()—Carta régia em virtude da qual
deu 0 conde da Cunha, vice-rei da repar­
tição ,do sul, começo ao alistamento dos
habitantes da capitania do Rio de Ja­
neiro, para formar quatro terços novos
de infantaria auxiliar.
1767— Officio do ministro do reino, di­
rigido ao conde da Cunha, governador e
capitão-general do Rio de Janeiro, pro­
videnciando a respeito de qualquer vio­
lência que os castelhanos intentem fazer
para surprender alguma parte dos
nossos dominios e recommendando um
continuo e exacto cuidado com os je-
suitas, por serem homens notoriamente
suspeitos.
1812—Nasce naprovinciado Maranhão
João Francisco Lisboa, o Timon brazi-
leiro.
Por causa dasuadebil constituição sé
tarde começou este eximio escriptor
ns
nosso 0 seu tirocinio escolar : em breve
porém a sua não vulgar intelligencia re­
cuperou 0 tempo que seus paes entende­
ram acertadamente dever consagrar em
proveito do seu desenvolvimento phy-
sico. Aos 20 an nos de edade era já um
notável jornalista, labor a que se votára
levado pelos acontecimentos politicos de
1831, De 1832 a 1811 foi redactor do
Brazüeiro, do Pharol, do Echo do Norte,
da ( hronica. O trabalho porém em que
firmou a reputação que ha de passar o
seu nome á posteridade, como um dos
mais notáveis talentos da republica das
lotiras no Brazil, é o seu Jornal de
Timon. no qual. investigando os archi-
vos do passado e pondo em intelligente
contribuição valiosos documentos, escre­
veu com mão de mestre a historia .civil,
economica e administrativa da sua pro-
vincia.
Encarregado pelo governo imperial do
colligir na Europa novos subsidies para
a nossa historia, João Francisco Lisboa
partiu para Portugal em 1855, Cumpria I
essa honrosa incumbência, ao mesmo
passo que compunha a Vida do padre
Antonio Vieira, que foi publicada pos-
thuma,quando,depois de aturados sotVri-
mentos, falleceu a 26 de abril de 1863,
em Lisboa.
1833—Revolução militarem Ouro Preto
contra o presidente da provincia Manuel
Ignacio de Mello e Souza, que afinal foi
deposto.
— E’ eleito bispo da diocese do Rio
de Janeiro, na vaga deixada por D, José
Caetano, o padre Antonio Maria de . ✓ ^ A *
Moura, natural d e ^ - l^attl/; mas o ^\
Gregorio XVI recusou-o. '
1847 — O imperador e a imperatriz,
que na vespera haviam chegado a Ma-
cahé na visita que faziam á provincia do
Rio de Janeiro, seguem na pi’esente data
pela I‘ linha do canal até o porto do
Barreto e d’ahi tomam por terra a 2*
linha, pela qual se dirigem á Quissamã,
fazenda do barão (depois visconde) de
 ]76 EPIIEMEPJDES NACIONAES

Araruama ; ahi pernoitam e passam o processo e torturas, chamadas desde, en-

dia 23 [Vide a cpliemericle de 24). tão inquisiioriaes. Da Hespai.ha pv,ra
if: 13G8 — Tomada das linhas de Rojas Portugal era um passo, Aiii estabelece­
(Guerra do Paraguay) pelo general Ar- ram-se (luaírotribunacs, emEvora. Coim­
gollo, depois visconde deltaparica, obri bra, Lisboa e Gôa.
gando 0 inimigo a concentrar-sc na for­ Si 0 Brazil, por longe, poude c.scapar
taleza dellum ayti. ao terrivcl tribunal, não lhe escaparam
\mUÍ
1869— O sr. conde d’Eu é nomeado das garras alguns de seus filhos. Como
commandante chefe das forças brazileiras SC sabe, foi Antonio José da Silva uma
cm campanha contra o governo do Pa­ das suas mais illustres victimas pelo que
raguay'. de mais perto nos toca.
1702—Carta regia mandando dar terras
MARÇO—23
isentas de dizimos por cinco annos aos
1335—Vasco Fernandes Coutinho, do­ paulistas pacificadores dos 1’almares, na
hir, natário da capitania do Espirito Santo villa de Ánadia, fundada no sertão das
por carta de doação de D. JoãoIÍT, pas­ Alagoas pelos meamos paulistas.
sada a 1 de junho do anno anterior, des­ ^727—Por fa llecim cn to do v is c o n d e de
embarca com sessenta pessoas, pouco Asseca. Salvador Corrêa de Sá e Bene-
mais ou menos, em uma enseada, com- vides, obtem seu irmão Diogo Corrêa a
prehendida nas terras que lhe haviam donataria de Csqnpos dos Goytacazes, que
sido doadas : vinham em sua companhia lhe é concedida nesta data « com limita­

lá dois fidalgos degradados, 1). Jorge de ção em alguns dos privilégios de que
Menezes c Simão de Castello-Branco. haviam gosado os seus predecessores.3>
Vasco Fernandes toma a enseada por 1773—O capitão João Alves Ferreira,
um rio e d -lhe o nome de Espirito- commandante da praça de Iguatemy,
! iiKI 1‘ ,
Santo, por, ser o domingo d’essa fes­ offleia ao capitão general de S. Paulo
tividade 0 em que chegara áquelle ponto: participando-lhe que descobrira os fun­
a povoaçíio que elle alli fundou conserva damentos de uma grande povoação. que
ainda essa denominação, que se esten­ se presume ser a antiga cidade real de
deu depois a toda a capitania, hoje pro- Cuahyra, entre o rio Pequery e um ri­
vincia do Impei'io. Os selvagens, na- beirão [Secretaria do gow m od e S. Paulo,
turaes do paiz,. procuram nessa occas.ão livro de registro de officios y)ara o minis­
embaraçar o desembarque do donatario, tério, citado por Azevedo Marques nos
mas são repellidos pelas armas. seus Apentamentos).
' 1536—Bulla de Paulo Jll. passada com Fundada pelos hespanhóes na margem
annuencia de el-rei D. João III, esta­ esquerda do Pai’ana, aos 24°,35’ de lati­
belecendo em Portugal o tribunal da tude, com 0 nome de Ciudad-Eeal, fúra
inquisição : foi inçjuisidor geral D. Diogo demolida em 1631 pelos paulistas.
IJ da Silveira. 119S-0 governador da capitania da
Gerada,em França cm 1221, lá não Parahyba (do Norte) Fernando Delgado
ponde medrar e estendeu-se pela Italia e Freire de Castilho assume o exercido do
Allcmanha; onde porém |tomou mais de­ seu cargo.
senvolvimento e creou vigorosas raizes T'06—José Francisco dé Paula Caval­
foi no solo afeiçoado da Ilospanha, em que canti de Albuquerque toma posse do go­
Torquemada, seu primeiro inquisidor, verno da capitania do Rio Grande dO/
r\ tão tristemente celebre, fez queimar, du­ Norte e exerce-o até 22 de janeiro
rante os 18 annos do seu ministério, de 1812.
8,800 pessoas de 105,294 que mettera em Em 2 de janeiro de 1811 fòra nomeado

^S.
 EPIIEMERIDES NACIONAES 177

governador (le S, idignel. Foi seu suc­ para explorar 160 léguas íluviaes, que
cessor na capitania do Rio tirande Se- tèm de ser sulcadas pelo vapor. A popu­
basti O Francisco de Mello Povoas, lação da cidade de Sabará, por onde [«ï
esta succed.e José Ignacio Borges a passa aquelle rio. sauda-o com o maior
16 de dezembro de 1816, durante c m O jubilo e enthusiasmo. O pavilhão nacio­
governo se deu a revolu<jâo de 1817; Bor­ nal ondula na barca exploradora ao som
ges foi rendido por uma junta de sete de salvas de artilharia e de frenéticos
membros, estabelecida a 12 de dezembro vivas.
de 1821, por ordem das cortes de Lisboa. Segundo o que nos refere Milliet de
Começja depois a serie dos presidentes Saint-Adolphe no seu D i c c i o n a r i o G s o -
de provinda do . regimen constitucional, G R ' A P H i c o DO I m p é r i o d o _ B r a z i l , eram
e 0 primeiro que exerceu esse cargo 1'oi as margens do Rio d a s A^e u i a s habita­
Tiiomaz de Araujo Pereira a datar de 5 das no fim do XA^II século por indios
de maio de 1821, dia em que tomou posse. Carijós, que se refugiar.im nas serras
Seguimos nesta relação o Catalogo quando viram apparecer os primeiros
oi‘ganisado por Antonio Gonçalves Dias paulistas, que iam em demanda de minas
e publicado na. Revúta do Insiituio His­ de ôuro,e conta-se que estes, não achando
tórico, tomo XVII, n. 13. nas aldeias senão algumas indias velhas,
— Ofilcio do conde da Ponte, gover­ puzeram áquellc rio o nome que actual-
nador e capitão-general da Bahia, diri­ mente tem e que era então G u a i c u h i .
gido ao, conde de Anadia, minist;o do Já em 1834, segundo o mesmo auctor,
reino, dando-lhe conta da estada naquíílle 0 inglez Guilherme Kopk havia impe­
porto da esquadra franceza do commando trado db governo imperial um privilegio
do capitão de mar e guerra L’ Umunitte, para naveg.,ir com barcos de vapor o
do irregular comportamento que este rio das Velhas e o de S. Francisco; pa­
oílicial tivera e do seu procedimento para rece, porém, que foram taes as diílicul-
com 0 dito ciiefe francez. Não reprodu­ dades que encontrou de mais de um
zimos esse documento por demasiado gonero, que renunciou á sua empreza, O
extenso. A esquadra franceza. que en­ brazileiro José Peixoto de Souza alcançou
trara, o porto da Bahia a 28 de abril, depois para o mesmo íim um privilegio
constava de uma nau de 71, duas fra­ por dez annos, no qual, entretanto, não
gatas de 41 0 très corvetas; sahira de se estipulou o praso dentro do qual co­
L’Orient em outubro e cruzara na Costa meçariam a navegar os barcos de vapor
d’Africa, fazendo importantes prezas nos mencionados rios: como ciuer que ■f7i I
(A^ide a ephemeride de 14 de dezembro seja, 0 certo é que em 1S4J ainda se não ■M.
de 1805;. tinha daplo começo aos trabalhos prepa­
1837—Defecção do brigadeiro' Bento ratórios .
Manuel Ribeiro, commandante das ar­ Da exploração a que nos referimos no
mas da provinda do Rio Grande do Sul, l^rincipio^ d’esta noticia, não sabemos a
que começou por prender no passo de solução que teve, nem dos seus ulterio­
Tapevÿ ao. presidente da mesma pro­ res resultados.
vinda, brigadeiro Antero José B'errdra 1863—Decreto nomeando o marquez de
de Brito, nomeado pelo regente do Im­ Caxias duque do mesmo titulo, em re­
pério para substituir a Joso de Araujo muneração dos serviços que prestara o
Ribeiro. Por esse acto, abraça de novo velho general na do Paraguay.
Bento Manuel a causa da rebellião. L’ O primeiro cidadão que recebe esse
•1851 — 0 engenheiro La Alartinière titulo depois(^íilhynaturayie D. Pedro I,
desce o Rio das Velhas (Minas-Geraes), ^ du qu e^ de Goy marqueza de
12
 178 EPHEMERIDES NACIONAES
Santos ( Vide, quanto ao duque, a e'phe-
!' .
meride de 7 de maio de 1880 e, quanto á
duqueza de Gojaz, a de 15 de abril
de 1843).
1874—Fallece na cidade de Nicteroy.
em extrema pobreza, a insigne actriz
Estella Sczefreda dos Santos, viuva do
(>i‘ grande artista nacional João Caetano dos
Santos.
Nascera na província do Rio Grande
'' r M i ' do Sul a 14 de janeiro de 1810, e viera
'■feijir: • ■ para o Rio de Janeiro aos doze annos de
' çrv - '*:-
edade. Fizera a sua estréa na scen i em
1833, no papel de protogonista da comedia
('i J’ Camilla ou o subterrâneo.
1880—Fallece no Rio de Janeiro o ge­
neral Francisco Antonio Raposo, barão
Í 'V'' de Caruaru, nascido em Pernambuco a
■iiii s'• '>
;v 24 de novembro de 1817.
MAUÇO—24
103$-0 coronel liollandez Lourenço
Rembach, á frente de 1,500 homens de
infantaria, ataca ás 11 horas do dia a
'( ■ i l - : - fortaleza do arrrial do Bom Jesus, acon­
; f,; ,:
I -iv '^ 1 selhado por Domingos Fernandes Ca­
labar. Era uma quinta-feira santa, e elles
esperavam, por causa d’essa circum-
' !■ stancia, achar os nossos entretidos na
m ' egreja com a celebração das ceremonias
religiosas da Paixão do Redemptor e
portanto, descuidados. Enganaram-se,
porém, nessa supposição e na da força
numérica de que dispunha Mathias de
'Albuquerque, o qual, só com 350 sol­
dados, resiste aô ataque com tanta bra­
vura,, que Rembach ó mortalmeute fe­
rido na acção e fleam mortos no campo
mais de 400 dos seus, e 15 prisioneiros.
Achavam-se com o nosso general seu
irmão Duarte de Albuquerque e o mestre
de campo conde de Bagnuolo.
A derrota do inimigo seria completa,
si 0 conde não tivesse moderado o ardor
bellico da nossa gente, tendo por des­
culpa a gotta, de que costumava soffrer
e que então o opprimia.
O combate aturára desde as 11 horas
. !Í!i<' ií
da manhã até ás 3 da tarde. Os nossos
só tiveram 25 mortos e 40 feridos, entre
estes os capitães Martim Soares e Este­
vão de J’avora.
Depois d’esta acção flzeram os nossos
duas aequisições de valor para a causa
por que combatiam: a do bravo capitão
Francisco Rebello, que, depois de ter
estado quatro mezes preso a bordo de
uma nau hollandeza.conseguira escapar,
atiranao-se ao mar e nadando, para a
terra. A segunda e valiosa aequisição
então feita foi a de um terço de valentes
pretos, capitaneados pelo corajoso llen-
que Dias, da mesma cor, que dentro em
pouco (a 15 de julho) começam a derra­
mar 0 seu sangue pela causa que abra­
çaram .
1667—Patente régia nomeando João Ta­
vares de Almeida governador da capi-,
tania do Ceará.
1654—Morre subitamente o capitão-
mór governador do Grão-Pará, Ignacio
do Rego Barreto, sem ter tido tempo de
nomear quem lhe succedesse na admi­
nistração publica da capitania, como
era de estylo antes de haver o que se
chamou via de successão.
Barreto, como o cliama Varnhagen e
Timon, e Barv'os. como o chama Baena,
começára a governar a capitania a 5 de
dezembro de 1652 ( Vide essa data) e íóra
o primeiro que tivera o titulo de capi-
tão-mór.
1822—Torna para Portugal a esquadra
que viera de Lisboa buscar o principe
D. Pedro, e que chegara ao porto do Rio
de Janeiro no dia 5. Leva a noticia da
provável independencia do Brazil. No
dia seguinte parte o principe para Minas,
onde era necessaida a sua presença.
1847—Proseguindo na excursão que
fazia á província do Rio de Janeiro, sahe
0 imperador pela manhã da fazenda de
Quissamã e vai, pelo canal de Campos a
Macahé, pernoitar ás portas da cidade
de Campos, na fazenda do Qiceimado,
então pertencente ao capitão-mór Ma-
 EPHEiMERIDES NACIONAES
nuel Antonio Ilí)3eiro de Castro, poste­
riormente 1° barão de Santa Rita (Vide
o dia 25).
láCO—Inaugura-se a estrada de ferro
do Joazeiro até a Olaria, na província
. /d a Bahia.
1 8 ^ ^ 0 terceiro corpo do exercito,
organisadí^om os guardas nacionaes da
província uo Rio Grande do Sul, sob o
commando do bVavo general Osorio,
então barão do Ilerval, passa o rio Uru­
guay para o estado de Corrientes.
1876—Decreto reorganisando o .\rchivo
publico do I n i p e r i o j ^ ^ ; ^ , , , ^ )
— Inauguração da linlia tclegrapíiica
de Santa Cruz á villa da Seri’a, provin­
d a do Espirito Santo, na extensão de
26,236 kilometros.
MARÇO—25
1590—Diogo de Brito Lacerda dôa por
escriptura publica aos monges Benedic­
tines, vindos da Bahia, o terreno que
actualmente possuem na cidade do Rio
de Janeiro.
. 1693—Antonio Paes de Sande toma
posse do governo da capitania do Rio
de Janeiro, em substituição de Luiz
Cesar do Menezes. Foi o quadragésimo
terceiro na ordem chronologica. O seu
governo terminou a 7 de outubro de 1691,
por causa dos seus achaques, de que
veiu a fallecer a 22 de fevereiro de 1695,
sendo sepultado na egreja do collegio
dos jesuítas no morro do Castello.
1694—Carta régia, mandando dar exe­
cução á lei de 8 d’este mez e anno, que
permitte a creação da casa da moeda
da Bahia.
IT'IS—Fallece o j^^'di’e Prudencio do
Amaral, notável jesuíta, nascido no Rio
de Janeiro em 1675. Entrára para a com­
panhia cie Jesus em 1690. Leu humani­
dades no seminário de Belém com geral
applauso.
Escreveu um poema em latim sob o
titulo De Saccari opificio Carmen, em
que trata do fabrico do assucar, e o
17Ü
Catalogo ãos bispos que teve o Brazil
até 0 anno de 1676, publicado pela
primeira vez nas Constituições primeiras
do arcebispado da Bahia, ordenadas por
D. Sebastião Monteiro da Vide, 5° arce­
bispo; foi reproduzido na reimpressão
que das Constituições fez em 1853 em
S. Paulo 0 conego Ildefonso Xavier Fer­
reira.
1763—0 conde de Azambuja, D. Antonio
Rolim de Moura Tavares, que acabava
de governar a capitania de Matto-Grosso,
que creára, toma na presente data posse
do governo da Bahia, reduzida á capi­
tania geral depois de mudada a séde
do vice-reinado para o Rio de Janeiro.
Foi 0 44“ dos governadores da Bahia
e exerceu o cargo até 31 de outubro
de 1767, em que o deixou para ir como
vice-rei governar do Rio de Janeiro o
estado do Bx’azil. Ficou interinamente
á frente do governo que deixava o arce­
bispo D. frei Manuel de Santa Ignez.
1769—Inaugura-^e a fortaleza da Se­
nhora dos Prazeres da barra de Para­
naguá (hoje província do Paraná), man­
dada construir pelo capitão general de
S. Paulo D. Luiz Antonio de Souza
Botelho Mourão,sob a direcção do tenente
coronel Aííonso Botelho de Sampaio e
Souza.
1795—Grande transbordamento do mav
em Cananéa, causando esse como cata-
clisma muitos estragos na localidade.
1817—Chega á cidade do Rio de Janeiro
a noticia da rebellião de Pernambuco.
O rei D. João VI, que havia marcado o
dia 7 de abril para a sua coroação, adia
esse acto pela consternação que causou
na còrte esta noticia, trazida pelo go­
vernador d’aquella capitania Caetano
Pinto de Miranda Montenegro, que foi
depois visconde e ulteriormente marquez
da Praia Grande, o qual é encerrado
incoramunicavel em uma das prisões da
ilha das Cobras.
1822 — Çarte para Minas-Geraes o
príncipe D. Pedro, que vai áquella pro-
 180 EPHEMERIDES NACIONAES
vincia com o fim de chamar á ohediencia
a' respectiva junta governativa (Vide
Ü-
a e.phrnn. do abril 9).
1824;—luramento da Constituição do
Império, na cidade do Rio de Janeiro.
— O tlieatro S. Pedro de Alcantara,
então denominado Ilcal theatro deS. João,
é devorado pelas chaminas, na oceasião
em que se representava o drama sacro
Vida de Santo HermenerjilcLo pelo jura­
ui mento da Constituição do Império.
♦Edificado sob o plano do de S. Carlos
de Lisboa, depois da chegada da familia
real ao Rio de Janeiro, na face septen­
trional da bella praça denominada hoje
da Constituição, adornada de um elegante
jardim, em cujo centro se vê a estatua
equestre em bronze do fundador do Im­
pério; foi aberto pela primeira vez a 12
de outubro de 1813, anniversario nata-
lacio do l ’ imperador, apezar de não
estar ainda concluído. Representou-se
nessa noite o drama lyrico Juramento
dos Numes e a peça O combate de Vi­
m.
^■ryM meiro.
Depois d’este incêndio o theatro se
reabriu a 22 de janeiro de 1826, anni­
versario natalicio da princezal). Leopol-
dina, depois P imperatriz, represen­
tando-se a opera Tancredo.
1833—Inaugura-se na còrte o imperial
collegio de Pedro II, instituido pelo de­
m ‘M
.JS- creto de 2 de dezembro de 1837. Pelo
m '.lr' de 24 de oqtubro de 1857 foi dividido cm
® ^ i " . :,!i dois estabelecimentos, externato, na ci­
'■ ii H Æ dade, no antigo collegio S. Joaquim, e
internato, no Engenho Velho, rua de
<■f ?'*>/. •-;
S. Francisco Xavier.
Mi?- ■ 1847—Vai o irnperador pela primeira
vez á cidade de Campos dos Goytacazes,
na sua excursão pela provincia do Rio
de Janeiro começada no dia 20 d’este
mez e anno.
!' K’' ,•
', "ü,r>
;;, -■ :.■.■ Nessa cidade permanece Sua iMagestade
até 0 dia 7 de abril, tendo percorrido
também algumas das mais iuiport.an.es
fazendas de assucar do municipio.
rfy'ér-
t. >•■'Í ■r. 1852—Inauguração do theatro lyrico
''.r
do Rio de Janeiro, denominado Provi-
sorio: canta-se a opera dc Verdi Macbeth.
Foi um provisovio que atur m vinte
annos, até que 0 sr. BartholomeuJ7fro>nd^
com 0 espirito emprehencledor de que
deu provas,ergueu templo mais condigno
da divina arte que immortalisou Rossini, »
Meyerbeer, Verdi, Carlos Gomes, com o
seu imperial theab’o Pedro II, da rua da
Guarda Velha. Pena é que o emprezario
não lhe tivesse até hoje (1881) dado a ^
apparencia das edificações d’esse genero
em outras partes do mundo. Quem lhe
observa a tris tis s ;^ fachada, não augu-
rará de'certo »umo bem do bom gosto
lyrico da capital do Império. Não lhe
poderemos comtudo atirar a primeira pe-
dr i : somos mais culjiados do que elle.
1854— Começa a illnminarse a ga z a
cidade do R.io de Janeiro: limita-se nesta
data a algumas ruas a iiluminação.
1855— O governo da republica do Pa­
raguay declara olficialmente ao do Im­
pério que nunca tivera intenção de nos
offender, dando passaportes ao nosso
encarregado dc négocies Felippe J. P.
Leal e cpie estav i disposto a receber esse
ou outro agente diploniatico do Brazil.
O chefe da esquadrilha brazileira Pedro
h'erreira do Oliveira acceita a satisfação
dada c os fortes da republica saudam o
pavilhão brazileiro com vinte e um tiros.
1879—Inauguração da via ferrea do
Limoeiro, cm Pernambuco.
MAUÇO—26
1630—D. Antonio p/lippe Camarão sur-
prehende com o seu terço de indios o ge­
neral hollandez Loncq, que ia do Recife
para Olinda acompanhado de uma escolta
de 300 homens; Camarão mata 36 d’elles,
fere a 6. aprisiona alguns e dispersa o
resto. Entre os mortos conta-se«o minis­
tro protestante Jacob Martini. O gene­
ral Loncq escapa, graças á velocidade do
seu cavallo, que dispara em desenfreada
carreira, levando de rojo a todos quan­
tos SC lhe oppGem e só pára ás portas da
 V
“:
ÉPHEMERIDES NACIÜNAES
villa (Ic Olirula, salvando assim o general
liollandcz, qne já ia banhado eni sangue
d’uma fei'jda que recebera em um
liombro.
1(3G2—Ruy Yaz de Sequeira toma posso
do governo do estado do Maranhão e
Grão Pará, em substituição a D. Pedro
de Mello. Foi o 13° governador d’esse
estado e termieou a sua administração
a 22 de junho de 1G67.
1687—Toma posse do governo do su­
pra mencionado estado o capitão gene­
ral Arthur de Sá de Menezes, substi­
tuindo a Gomes Freire de Andrada. Foi
o 19° e exerceu esse cargo ate' 17 de maio
de 1690.
1726—A ilha de Santa Catharina, de­
pois de creacla na pi'os nte data a villa,
hoje cidade do Desterro, foi sempre go­
vernada por algum official militar man­
dado periodicamente pelos capitães ge­
ne-aos de S. Paulo, cuja^ jurisdicção se
efÁo:c;dia até ao extremo''meridional do
Brazil. Nessa , conformidade o conde de
Sarzedas mandou para alli o capitão
Antonio de Oliveira Bastos, com alguma
tropa dc Unha da villa de Santos, o qual
governou a ilha (diz ji^aulo José Miguel
de Brito na sua Memória Política âcevea.
da mencionada capitania) até 7do março
de 1739. Ha, em Cjue tomou posse o pri­
meiro gocerna ior nomepido pelo sobe­
rano. Esse governador foi 0 brigadeiro
José da Silva Paes.
1735—Gomes Freire de Andr.ida, g o ­
vernador e capitão-general do llio de
Janeiro, auctorisado pela carta régia de
4 de janeiro ^dmsse anno, para substituir
0 conde das Galveas na capitania de
Minas-Ger les, toma posse d’este governo
e 0 conserva, conjunctamenie com o do
llio de Janeiro, até o primeiro do anno
de 1763, dia cm que morreu. Durante as
ausências, que por motivo dos outros
governos e C 'mmissGes a seu cargo teve
de fazer, governaram interinamente a ca­
pitania de Minas Martinho de Mendonça
Pina e Proenoa, José Antonio Freire de
181
Andrada, irmão de Gomes Freire, e uma
junta presidida pelo bispo D. frei An­
tonio do Desterro (1761).
177(3_0 forte de Santa Tecla rende-so
ao major Raphael Pinto Bandeira, depois
de 27 dias de bloqueio, em que a guar­
nição hespanhola é obrffiad i a capitular
por falta de viveres (v4 l»iw •(gjRi.fíyim.r
1S17_IT preso na ’ barra de Itapoan
(Bahia), na oceasião em que alli aportava
a jangada que o levava, o padre José
Ignacio Ribeiro de Abreu e Lima, mais
conhecido por Padre Roma, Cfue, como
emissário secreto do governo provisorio
de Pernambuco, para lá ia na esperança
de tratar com os patriotas que traba­
lhavam na regeneração do paiz (\ide a
ephemeride de 29).
1876—Partem o imperador e a impe­
ratriz, no paquete inglez //euéGTíS, para
os Estados-Unidos, onde vão assistir á
exposição de Philadelphia (áide a ephe­
meride de 5 de abril).
MARÇO—27
1531—Martim Aftbnso de Souza deixa
de novo o porto da Bahia, a que arri-
bára por causa dos ventos contrários, e
prosegue na sua derrota para o sul (Vide
í
março 13).
1587—Manuel Telles Barreto. 6* go­
vernador geral do estado na Bahia, ejue
a 9 de maio de 1583 assumira as redea.s
d’aquelle governo, fallece na presente
data. Succede-lhe interinamente no cargo
uma junta presidida pelo bispoD. Antonio
Barreiros, a ’ qual só toma posse d’elle
a 10 de agosto fl ide essa data).
Abreu e Lima dá como tendo come­
çado 0 gov^'rno de Telles Barreto a 11
de junho.
1535—0 eoronel hollandez Arcizewski,
que no dia 21, como fleou dito, tentai a
debalde apoderar-se do outeiro chamado
do conde Bagnuolo, volta á carga com
maior força de gente e consegue o seu
intento, apezar da seria opposição que
 182 EPHEMERIDES NACIONAES
os nossos llie fazem, Apoderando-se
dessa posição, que era muito importante
pelo damno que d’ahi podia facilmente
causar ao nosso forte do Real, collocou
logo nella o coronel hollandez très meios
canhões, que cruzavam fogo com outros
très assestados já no Passo do Fidalgo,
fazendo assim immenso mal á praça
occupada pelos nossos.
1637—O principe Mauricio chega com
0 grosso do exercito que commandava,
á villa de S. Francisco, hoje cidade do
Penedo - conhecendo as vantagens d’essa
j)Osição, ahi pára e manda levantar no
morro que domina a povoação um forte
de quatro baluartes, para defender a
liassagem e assenhorear-se do gado que
pelas immediações havi v em abundancia.
Essa fortaleza, a que denominou Mau­
ricio, foi artilhada com sete peças de
bronze e foi guarnecida com 1,600 ho­
mens sob as ordens do general Segis-
mundo Schkoppe.
Entretanto, o conde Bagnuolo fugia
(Vide a ephemeriãe de 17, 2°): a 31
chegava elle a S. Ohristovão de Sergipe,
onde talvez não pararia, si o general
hollandez não se tivesse fixado naquelle
ponto do rio S. Francisco, que deter-
minára tomar por fronteira das suas
conquistas e ideiára colonisar em grande.
16Í5—Duarte Corrêa Vasqueanes toma
P6la vez posse do governo da
^ capitania do Rio de Janeiro, e exerce
esse cargo até janeii-o de 1648, em que
foi substituído por Salvador Corrêa de
Sá e Benevides, Durante esta sua admi­
nistração concedeu el-rei o titulo dc leal
á camara respectjva e que, por ausência
do governador ou do alcaide mór da
praça, tivesse ella as chaves da cidade
e fizesse oílicios de capitão mór da mesma
praça. Duarte Corrêa ainda exerceu esse
cargo pela vez em 1648 (Vide 12
de maio).
ii' * . 1657—Carta régia nomeando Lourenço
de Brito Corrêa governador da capitania
do Rio de Janeiro, devendo, no caso de
se demorar ou fallecer, tomar interina­
mente 0 governo Thomé Correa de A l­
varenga. Entretanto, Lourenço de Brito
Corrêa, que fizera parte em 1641 da
junta que substituiu o marquez de Mon-
talvão na Bahia, não figura em nenhum
rol dos governadores do Rio de Janeiro.
1705—Nasce em S. Paulo o dr. Mathias
Ayres Ramos da Silva d’Eça, cavalleiro
da ordem de Christo, provedor da casa
da moeda de Lisboa, emprego em que
succedêra aseu pae José Ramos daSilva.
Foi mestre em artes pela universidade
de Coimbra e formára-se em Franca em
direito civil e canonico. Ignora-se a data
certa do seu fallecimento, sabendo-se
comtudo que já não vivia em 1770.
Deixou impressas obras de que falia
Innocencio da Silva e das qiiaes uma,
no dizer d’csse tão competente juiz, «é
escripta com notável erudição e que
ainda póde sob alguns respeitos servir
de materia para çstudos, quando menos
philologicos. »
1715—Pastoral do bispo do Rio de
Janeiro fulminando excommunhão contra
os que em S. Paulo tirassem das aldeias
os Índios carihocas e mamelucos, para
os levar ás minas e os seduzissem para
os ter em suas casas, sem licença do
padre superior.
E’ d’esteanno a ordem régia determi­
nando que nos cargos públicos da capi­
tania de S. Paulo tenham preferencia
os ])aulistas aos nascidos em Portugal,
e outorgando á respectiva camara as
mesmas prerogativas de que gosavam
as mais privilegiadas do reino.
1731—Moi’re Gabriel Antunes Maciel,
paulista, que acompanhára a seu tio
Manuel de Campos Bicudo na excursão
que fizera este bandeirante ao sertão
de Caãrapaguassú, acima de Assumpção,
em cuja cadeia ficaram Gabriel e mais
 EPHEMERIDES NACIONAES 183

oito paulistas presos, soffrenclo durante pedido de S. Ex. espontaneamente obe­

nove aunos cruéis privações e castigos. deceram para nos ajudarem a fortificar a
Gabriel Antunes descobriu o rio Pa­ grande causa nacional da nossa união á
raguay diamantino em 1728 e deu co­ Metropoli, excedeu á nossa expecta­
meço á povoação conhecida pelo nome ção : 0 jubilo e alegria, que em todos
de Alto Paraguay Diamantino, por se se patenteava pelos infinitos vivas, pelo
terem alli achado alguns diamantes. grande numero de pessoas, que acompa­
1731 — Carta régia, e alvará datado nharam a tropa com archotes accesos,
de 26, determinando que os magistrados illuminando-se algumas casas, caracté­
não casem no Bçazil sem licença de risa bem 0 esi>irito publico de grande
el-rei, sob pena de serem riscados do parte dos habitantes d’esta cidade, e
serviço, suspensos e logo remettidos para fazem um perfeito contraste com o que
0 reino pelos governadores. praticaram Pernambuco e Rio, que não
1797—Caetano da Silva Sanches, que querem tropas europeas, quando a Bahia
governava interinamente a capitania do as recebe com cordial amizade.»
Rio Grande do Norte desde 12 de agosto 1813—Chega ao Rio de Janeiro, na
de 1791, torna-se eíTectivo por patente fragata franceza Belle Poule, o principe
da presente data e ratifica a 7 de feve­ de Joinville (Vide maio 1).
reiro de 1798 a posse do antigo governo." 1866—Continua o combate do Passo da
Este capitão-mór falleceu a 15 de março Patria [Guerra do Paraguay), começado
de 1800. na vespera.
1821 — Decreto pelo qual annuncia Neste dia trazem os paraguayos outra
D. João VI a intenção de voltar para chata e fazendo fogo contra o Apa, con­
Portugal e de deixar o governo do reino seguem metter-lhe très balas, das quaes
do Brazil encarregado ao principe real apenas resulta o ferimento de uma praça.
D, Pedro, até ao estabelecimento final da MARÇO—28
constituição da monarcliia portugueza.
1822—Desembarca na cidade da Bahia 1700—O bispo da diocese do Rio de
parte da tropa portugueza da chamada Janeiro, José de Barros Alarcão, chega
divisão Auxiliador i, que em virtude dos de Lisboa, para onde tinha sido chamado
successes do Rio de Janeiro e por ordem por ordem d’el-rei, que lhe permitte o
do principe regente seguira d’este ultimo regresso. * I

porto para Portugal. O primeiro prelado nomeado para esta

Tendo arribido á Bahia um dos na­ diocese fôra frei Manuel Pereira, na­
vios que a levava, o brigue S'. José Ame­ tural de Lisboa, da ordem dos pregado­
ricano; 0 coronel Madeira, commandante res ; depois, porém, dé confirmado pelo
(las armas, officia ao brigadeiro Carreli, papa (16 de novembro de 1676) e de sa­
commandante da tropa, pedindo o seu grado, renunciou ao cargo, cm 1680, por
desembarque em virtude de uma repre­ e itender que era superior ás suas forças
sentação do corpo do commercio. exercer esse diftlcil ministério. O sr.
A Idade de Ouro, gazeta da epoca, na dr. Ferreira Vianna o dá como tendo
sua beatifica parcialidade pelo statu entretanto tomado posse do cargo a
quo colonial, com que muitos ainda so­ i de junho de 1682. Frei Manuel P^^"
nhavam, escreveu a esse proposito : reira falleceu em Lisboa a 6 de janeiro de
« Desembarcaram á noite, porque a 1685, e jaz em Bemfica, na cupglla que
maré foi mais tarde; a multidão do povo, edificára e consagrara a S, Gonçalo de
que concorreu para assistir ao desem­ Amarante, na egrejade S. Domingos.
barque d’estes nossos guerreiros, que ao Para o substituir, sede vaceante, é
 I u r-t '
184 EPHEMERIDES NACIOXAE'S
'iJl
ÉS
ilSfi
Í jt !r .
quo foi aju’esentado poi- D, Pedro II,
então jn-ihcipc regente, o jjadre Alarcão,
natural de Leiria e ibrmado em canones
pela universidade de Coimbra, que vem
assim a scr o primeiro bispo/do Rio de
If' KV’r:
'V
Janeiro. CJiiilrmado pelo masmo ponti-
iice (Innocencio XI), por bulla de R) de
agosto de 16S0, tornou posse do seu cargo,
P5: por procurador, em i.'ezembro d’essc
' íMé Hiesmo anno e lez a sua entrada ponti-
;fical na diocese a 13 de junho de 1682.
Monsenhor Pizarro diz nas soas J\Ie-
morias que o bispo fora, não se sabe
poivque,chamado á còrte em 1689 e que sd
voltara para o seu bispado a 28 de março
de 1700, e logo fallecera a 6 de abril do
mesmo anno, com 66 annos, 4 mezes e9
dias de edaxle c pouco menos do 18 de
^ :'|!i;' K ÍÍ governo da sua .se'de episcopal: o', cssa a
r1-.' '. ili
1 ííi.bi i! ( ; lição que seguimos.
Sepultou-se no mosteiro de S. Bento
mm do Rio de .Janeir o, como pedira em tes­
tamento, mas seus ossos foram transpor­
tados em 31 de agosto de 1702 p a n a
egreja de Santa Iiia em Sucavem, termo
de Lisboa.
5 ' ' è I'f:'-
0 bispo Alarcão vem todavia mencio­
j '.'if il' i f
nado em alguns catalogos como o se­
ff. gundo bispo da diocese fluminense.
Durante a sua ausência regeu a diocese
0 padre Thome' de Freitas da Fonseca,
vigário da Candobiria.
If!:;
1709—Carta regia recommendafTdo que
sejam presos e re.metti os para Portugal
todos os religiosos de qualquer ordem,
•!M
:fJf f ' que venham ao Brazil sem liccnç.i.
1804—E’ preconisado em Roma arce­
bispo da Bahia e primaz do Brazil D. índ
José de Santa Escolástica, monge bene-
'■ « f t . - '
k : dictino e lente oppositor da unjycrsldade
!f4 ' de Coimbra. Era natural do Porto. Tinha
sido eleito cm 1S02 bispo de Pernambuco
para succeder « ao respeitável e .sabio
D. José Joaquim de Azeredo Coutinho,
que havia sido chamado á corte para
l>yii coadjuvar o bispo de Bragança D. An­
tonio Luiz da\eiga, » diz o Roteiro doi>
Bispados. Não chegou, porém. a ir a
K- *
Pernambuco; passou a servir no bispado
d’Elvas. até que foi nome'ado a 2õ de
outub: 0 de LS03 arcebispo da Bahia. Fid
romo tal sagrado na egreja dos Bene­
dictines, em Lisboa, a 17 de junho do
anno seguinte, éf a 12 do mesmo mez
tomára posse da sua diocese, por procu­
rador, e nessa categoria foi o 13°. Nâo
se dizem que tempo chegou áBahia. Por
fallecimento do conde da Ponte, gover­
nador da capitania, presidiu o arcebispo
ao governo civil, o que fez com reconhe­
cido tino administrativo. Falleceu a 3 de
janeir de 1814 e jaz na capella do S. José
da egreja do mosteiro da sua ordem.
Como divergem as datas que lhe dizem
respeito nos auetores que temos á mão,
transcreveremos as que adiámos no mss.
do sr. Cajueiro, já citado :
« . . . nomeado arcebispo d’esta diocese
(Bahia) no dia 17 de junho de 1804, e ,
sagrado na igreja de S. Bento de Lisboa
aos 11 de julho de 1805, chegou a esta
cidade, rccolhendo-se ao mosteiro da sua
mesma ordem, de onde no dia Seguinte,
12, mandou tomar posse por seu procu­
rador oR evd. deão Manuel de. Almeida
Maciel, e no dia 17, anniversario da sua
sagração, fez a sua entrada cora as cos­
tumadas ceremonias e a maior pompa.
Governou o secular junto com o chan­
cellor Antonio Irú-. (Pereira d t Cunh.a)
c 0 tenente general João Paptista A ieira
God nho, pelo fallecimento do governa­
dor 0 coiidc da Ponte, jior um anao e
quatro mezes,'menos tres dias. Assistiu
ao jirincipc regente I). João e íarnilia
real por um meze dous dias, na passa­
gem que fizeram por esta cidade para
0 Rio de Janeiro no anno do 1808. Fal-
leceu a 3 dèjaneir.a de 1814 e jaz na ca-
pell 1 deS. José do Mosteiro de S. Bento
na Bahia. » '
183.J—E’ a villa de Campos dos Goyta-
cazes, i)el.a lei n. 6, elevada á categoria
do cidade (Vide a ípftehio. ide de - 1 de
junho de 1753).
1858—Distúrbio na cidade da flahia
contra o presidenta da província c as
irmãs de carid nie das ensas de Miseri­
córdia eProvidencia:-
1S59— ''onclusão da demarcação de li­
mites entre a republica oriental do Uru­
guay c o Brazil.
1864—Fallece no Rio de Janeiro o con­
selheiro Francisco Xavier Paes Barreto,
senador pela província de Pernambuco,
escoliiido nesse mesmo anno de ISGl,
a 2i de, fevereiro; tomára assento no
senado a 27 d’este ultimom.iez.
Deputado á assembléa geral, desempe­
nhava no gabinete 15 de janeiro ^presi­
dido pelo conselheiro Zacarias, o cargo
de ministro dos negneios estrangeiros.
Dias antes do seu fallecimento, 0'*cupa
interiname ite a sua pasta o conselheiro
João Pedro Dias Vieira, que passa á
effectividade do cargo no di i 31, sendo
também nomeado o dr. Francisco Carlos
de Araujo Brusque para a pasta da ma­
rinha. até então oceupada pelo conse­
lheiro Dias.Vieira.
1866—Morre a bordo do vapor Onze
de Junho, que servia de hospital da es-
qv.adra nacional o bravo e estoico com­
mandante do encouraçado Tamendaré
1"'tenente Antonio Carlos de M a r i/e
Barros. em consequência da amputação
de uma perna, esmigalhada por umít
bomba que do forte de Itapirú. no Passo
da Patria, penetrara no dia anterior na
casamata do navio do seu commando.
Nascera na cidade do Rio de Janeiro a
7 de março de 1835 e era lillio do bravo
chefe de esquadra, depois almirant »Joa­
quim José lenacio, vise nde de Inhaiima.
Fadado a grandes destinos na carreira
que abraçára, foi uma das vict rnasglo-
r.osas d’esse tcrrivel minotauro. a guerra
do Varaguay, que tantas vidas jire-
ciosas nos devorou.
l'^68— Deci-eto. concedendo a medalha
« A^bravura m liiar » (oval), jiaraos que
se distinguirem em quabjuer aeç.ão de
guerra. O deorclo <ie õ de abril foi-a
extensiva á armada nacional.
\
1873—Fallece na cidade do Rio de Ja­
neiro 0 pv/eta e escriptor dramatico Joa­
quim Garcia Pires de Almeida, nascido
a 7 de d..‘i;enibro de 1844 na mesma cida­
de. Foi uma perda sensivol para as let-
tras patrias, especialmente pelo que diz
respeito á litteratura dramatica.
1876—Inaugura-se a linha telegraphica
dos Ilhéos a Cannavieiras, na província
da Bahia, com. a extensão de 101.100 ki­
lometros.
18S0—Organisa-se novo gabinete libe­
ral presidido pelo sr. senador José An­
tonio Saraiva, que substitue o de 5 de j a ­
neiro, organisado pelo sr, senador Can-
sansãó de Sinimbú.
MARÇO—29
1549— Aporta á Bahia de Todos os
Santos, com a sua frota, composta de
seis velas e mil pessoas, entre gente de
serviço, colonos e degradados,—Thomé
de Sou/.a. primeiro governador geral que
teve 0 Brazil, nomeado por D. João III
a 7 de janeiro d’esseanno c que.partira
de Lisboa a 1 de fevereiro. Attendiam-se
com esta expedição a todos os fins que
cila tinha em vista: vinham vários of-
ílciacs de artilharia e engenheiros, sem
se pòrom de parte os interesses da
religião. ^
Vem cm sua companhia a primeira
leva de jesuitas mandados ao Brazil
para catechisar os indígenas: eram seis,
e linliam por prepositu o famoso padre
Manuel da Nobrega, u'in dos mais ins­
truídos da sua ordem e ura dos apostolos
do Nb)vo Mundo:-vinham I'cvestidos dc
grandes privilégios e graças apostólicas.
Na carta de NolDrcga, escripta ao pro­
vincial ern Lisboa, padre mestre Simão
Rodrigues, [mblicada no tomo V (1843)
n. 20 da revista do Instituto, diz elle:
cc Chegámos a esta B diia a 29 dias do
mez de, março de 1549. Andámos na
viagem oito semanas. Achámos a terra
de paz, e quarmita ou cincoeata mora-
 186 EPHEMERIDES NACIONAES
dores na j:)Ovoação que antes era. Rece-
beram-nos com gi'ande alegria.»
'i .ni - I.ogo que desembarcam Thome de
i í í , i 'i , Souza e a sua gente, Diogo Alvares
' î f ; ■?. Corrêa, o Caramuru ’, que ainda vivia,
posto que adiantado em annos, vem
If ' ■ prestar obediência ao governador; os
TupiNAMnÁs.que o acompanham, deitam
por terra os seus arcos em signal de paz
e de submissão ao novo chefe. Thomé
de Souza cuida para logo em lançar os
fundamentos da íutura cidade, que devia
ser a capital do estado do Brazil. Escolhe
porém um ponto menos conveniente
para esse fim, em uma^altura alcantilada
pouco distante da praia: e dá-lhe o
r ■i-f'i■ nome de S. S ai.vador . Dentro de quati’o
‘i mezes construiram-se cem casas com
cercas e plantações; os primeiros edi­
fícios que se levantam são a cathedral,
a alfandega e a residência governa­
J r ' • Cl« ' .
mental. Os missionários jesuitas edificam
logo do seu lado uma egreja e um ma­
gnifico collegio, para o qual a coi'oa
assigna depois rendimentos. Os Tupi-
d5i .}u,*i rf. ■ ■■ namhÁ s , levados pslos conselhos do
Caramuru’ e pôlo caracter circumspecto
do governador, ajudam os colonos na
edificação da cidade.
,*■ .
O visconde de Porto Seguro, no cata­
ii' logo provisorio dos governadores com
l í que fecha a sua Ilis oria Geral, diz por
w inadvertência que Thomé de Souza che­
lí'.
gara ou tomára posse do seu cargo de
f . . ^'o i•
governador a 29 de maio, pelo monos é
ï) esse 0 mez que se vè cm seguida ao seu
,
nome no alludido catalogo; entretanto,
no corpo d’aquelle seu monumental tra­
‘■ ii;:; /
W balho 0 illustre historiador, cpnhecedor
como era da materia, consigna a data
que damos.
180(3—Depois, da compra que fizera a
Im' coroa da capitania do Espirito-Santo
4'oi ella governada 82 annos por capitãeg
móres tirados dos principaes da terra.
lit;:
Ao ultimo d’elles, Manuel Fernande^
da Silveira, succédé, com patente de go­
//
vernador subalterno da Bahia, o
dr. Antonio Pires \da Silva Pontes Leme,
cujo governo se estendeu até 17 de de­
zembro de ISOl, em que o rende Manuel
Vieira da Silva e Tovar de Albuquerque
ou de Albuquerque Tovar, cujo nome
achamos escripto de mais de um modo.
Antonio Pires da Silva Pontes fez uma
boa administração. Nascido na freguezia
de Nossa Senliora do Rosario, na co­
marca de Mari.iima, da enfão capitania
de Minas-Geraes, doutorára se em ma-
thematica na universidade de Coimbra
a 24 de de/embro de 1777. Em 1791, a
13 de abril, fòra nomeado lente da Aca­
demia da companhia dos guardas ma­
rinhas ; fôra encari-egado de exploi'ar
com 0 dr. Lacerda e Almeida os centros
do Paraguay até a Bahia Negra, per­
correndo em commissão os rios Verde,
Capivary, Sarare', Juruena, Guaporé e
Jaurú, sendo depois, por influencia de
D. Rodrigo de Souza Coutinlio, conde de
Linhares, de quem era protegido e
amigo, nomeado governador da capitania
do Espirito-Santo.
Falleceu capitão de fragata da ar­
mada real a 21 de abril de 1805. Era pae
do desembargador Rodrigo de Souza da
Silva Pontes, que exerceu com distincção
cargos importantes no Império.
1817 — E’ fuzilado, na cidade da Bahia,
por crime de rebellião e por ordem de
uma commissão militar nomeada pelo
conde dos Arcos, o padre José Ignacio
Ribeiro de Abreu e Lima, mais conhe­
cido pela denominação de P adre R oma
e pae do general Abreu e Lima tVide as
ephemerides de 6 de abril de 1796 e de
26 de março de 1817).
— O senado da camara de Porto Ale­
gre dirige ao rei uma representação pe­
dindo que continue no governo da capi­
tania do Rio Grande do Sul o nsarquez
de Alegrete, que o exercia desde 13 de
novembro de 1814 (Vide essa data).
1824 — A Junta Provisoria Governa­
tiva da provincia do Maranhão reune
um consellio militar e resolve,com o voto
 EPIIEMERIDES NACIONAES 18*

d’elle, tomar providencias energicas a MARÇO—80

bem da tranquillidade publica, fazendo
1625—Conforme ficou dito {Vide j a ­
expulsar da provincia aos portuguezes
neiro i4), a poderosa esquadra hespa-
solteiros.
nhola, que partira de Cadix sob o com­
Esta impolitica medida foi tomada em
virtude de denuncias que appareciam mando de D. Fradique {Fadrique, escreve
sempre o visconde de Porto Seguro)
todos os dias, dizendo que os portugue­
zes não cessavam de tramar pela sujei­ em soccorro da Bahia, oceupada pelos
ção da provincia a Portugal, e tomaram hollandezes, apparece no dia 22 de março
(outros dizem que a 27) fora da barra,
ellas tal vulto, pela exaltadaimaginação
já encorporada com a portugueza, e a
de uns e malvadeza de outros, que o go­
29 avança para a bahia em ordem de
verno foi obrigado a lançar mão da me­
dida a que se allude acima. batalha, procurando com o apparato
com que se apresenta inspirar térror
1831 — Começa a organisar-se em
aos inimigos e alento aos amigos.
S. Paulo a sociedade Defensora da Con­
stituição e das leis, que tinha por fim Fundeada a frota ao nordeste da barra,
fazer oi^posição ao governo de D. Pedro I. reune D. Fradique nesse mesmo dia um
Os associados, em numero de 500, per­ conselho de guerra a bordo da almiranta,
correm as ruas da cidade,dando vivas á a que logo fôra o capitão general do
constituição, á liberdade e aos patriotas, estado D. Francisco de Moura, e no con­
dcscomedindo-se alguns em manifes­ selho se assenta em desembarcarem pri­
tações contra o com mandante das armas. meiro quatro mil homens, a saber: mil
e quinhentos portuguezes, dous mil hes-
1850—Morre no Pará, de febre amarella,
panhóes e quatrocentos napolitanos. Na
Antonio Ladislau Monteiro Baena, te­
p!-esente data avançam os navios para
nente-coronel de artilharia, antigo pro­
dentro do porto, tomando a barra de
fessor da Aula militar d’aquella provincia,
noroeste a sueste, para evitar que escape
membro do Instituto Ilistorico.
a frota hollandeza, que constava de
Das obras que escrevára e publicara, vinte e cinco navios; esta limita-se a
sobresaem, apezar dos seus não poucos collocar-se sob o amparo das baterias
defeitos, o seu Compêndio das eras da da praça (Vide a ephemeride de 31).
'jprooincia do Pará e o seu Ensaio Coro-
1633 — Dos hollandezes , que estavam
graphico sobre a mesma provincia,
construindo nos Afogados, em Pernam­
Fallece c.^m 09 annos de edade. buco, o forte P rincire G uilherme^ sahe
1858—Inaugura-se o trafego da estrada uma partida e calie sobre o engenho de
de ferro D. Pedro II, no meio das m liores Henrique Alonso, cm que o dono não se
demonstrações de júbilo da população achava na oceasião e onde estava de
da córte. Era presidente da directoria observação Pedro Teixeira, que os recebe
da estrada o sr. conselheiro Christiano galhardamente, obrigando-os a retirar-se
Benedicto Ottoni. OÍIicia nesse acto e por fim sem nada conseguirem.
benze as locomotivas o bispo diocesano 1654—Toma posse do governo da capi­
D.Manuel do Monte Rodrigues de Araujo, tania do Pará 0 capitão-mór Pedro Corrêa,
conde de Irajá, capellão-mór. cm substituição de Ignacio do Rego Har­
O espaço aberto ao transito publico ros, ou Barreto, fallecido repentinamente
comprehende 8 léguas ou aproximada­ a 24 do mesmo mez e anuo, Corróa íbra
mente 44 kilometros e vai da praça da nomeado pelo senado da camara, por ser
Acclamação,antigo campo de Saat’Anna, 0 official militar de maior patente que
a Queimados. nesse tempo havia n i capital do Pará.

iss EPIIEMERIDES NACIONAES
l^''- ,■
. ? ^1-
Apemis exerceu o cargo urn mez e oitq
(lias , por fallecer a 8 de maio d’osse
mesiuo anno de 1654. Era sobrinho do
celebre capitão Pedro Teixeira.
17-12 — Morro o bandeirante paulis'a
). Roílrigp Bicudo Chassiin, que, por oc-
casião da invasão franceza do Rio de
Janeiro em 1711, armáraem Minas cerca
de duzentos homens para vir soccorrel-a.
Era capitão-mor, servira de ouvidor
geral em Cuyabá e fundou a cgreja de
.V Nossa Senhora da Penha de Ai-açari-
giiama, cuja fundação vemos algures
attribuida ao capitão-mór Guilherme
Pompeu de Almeida, seu filho, o padre
do mesmo nome, e Francisco Rodrigues
Penteado, paulistas egualmente notáveis.
181G—Chega ao Rio de Janeiro a di­
visão que depois se denominou Volun-
larios reaes, mandada vir de Portugal
por D. João VI, por d.esconfiar da segu­
rança dos limites meridionaes do Brazil.
Commandava-a o general Carlos Frede­
rico Lecor, que foi depois primeiraiíiente
Ill ÍjhliSiji'' barão e mais tarde visconde da Laguna.
S ilfe Encorporada a tropas brazileiras ,■ do
I '•'!>< commando, do general Joaquim Xavier
m í'íus.í Curado, foi maiidada para o sul, a
•occupai' a banda oriental do Rio da
■"''W'"' l'-' Prata, para onde partiu no dia 12
de junho.
— Chega a Pern?.mbuco a sumaca Es­
Í!Í:Í|s t u e i ,i , a , com a noticA da elevação
do Brazil á categoria de reino unido aos
de Portugal e Algarves. Esta novJ é ali
recebida cora enthusiasmo, ao soin das
' ÿ " lív í.v ' salvas e ao embandeiramento dos navios
e fortalezas. A enião villa do Recife e
5|L^, a cidade de Olinda illuminam-se .por très
1: ij I i| noites' consecutivas, Deixava '^or esse
facto 0 Brazil dé ser uma simples colo-
nia e equipaiava-se á mãe patria: era um
N W i.t '--- passo dado no caminho da sua emanci­
Uí-íit-b,'».-' <
pação futura.
! » ■ / 1818—Alvará com força de lei fulmi­
1= f 1^"
nando não sd a maçonaria e todas as
sociQclades secretas, como os livros, ca­
p]fe téchismes o quaesquer outras iastrucções
i - irb'.
m
impressas ou manuscriptãs relativas ás
dibis sociedades. •
Essa lei, promulgada por D. João VI
no Rio de Janeiro, da fazenda de Santa
Cruz, e que não foi derogada. vem tran-
scriptapor Innocencio Francisco da Silva
r.o seu Dice. Bibliogr.. no artigo con­
sagrado a Thomaz Antonio de Villa
Nova Portugal, a quem 6 ella attribuida
e que. a referendou como ministro que
era dos negocios do reino. As razões
que levar.ira o bibliognosta portuguez a
dal-a na sua integra, isto é, como um
documento que interessa á historia do
tempo, e, além d’isso, pouco conhecido,
induzem-nos a passal-a para este nossO’
trabalho, apezar da sua extensão.
E’ do teor seguinte :
a Eu El-Rei faço saber aos que este
alvará com força de lei virem : que teh-
do-se verificado pelos acontecimentos
que são bem notorios, o excesso de abuso
a que toem chegado as sociedades secre­
tas, que com diversos nomes de Ordens,
ou Associações se teem convertido em
conventiculos ou conspirações contra o
Estado; não sendo bastantes os meios cor-
reccionaes, com que se teem até agora
procedido segundo as leis do reino, que
prohibein qualquer sociedade, congrega­
ção ou associação de pessoas com alguns
estatutos, sem que sejam primeiramente
por mim autorisadas, e os seus estatutos
ajtprovados: e exi,giado por isso a tran-
qúillidade dos povos, e a segurança que
lhes devo procurar e manter, que se evite
a oceasião e a causa de se precipitarem
muitos vassallos, que antes podiam ser
uteis a si e ao Estado, se forem separados
d’ollas, e castigados os perversos como as
suas culpas merecem; E tendo sobre esta
matéria ouvido b parecer de muitas
pessoas doutas, e zelosas do bem do Es­
tado, e da felicidade dos seus conci­
dadãos; e de outras do meu conselho, e
constituídas em grandes empregos, tanto
civis como militares, com as quaes me
conformei: Sou servido declarar por
.j):
 ■V
EPIIEMERIDES NACIONAES
criminosiis e prohibidas todasequaesquo.r
sociedades secretas, de qualquer deno­
minação que ellas sejam; ou com' os
nomes e formas já conhecidas, .ou de­
baixo de qualquer nome, ou forma que
de novo se disponha ou imagine: pois
que todas e quaesquer deverão ser con­
sideradas de ora em diante como feitas
para conselho e coníederação contra o
rei e contra o Estado.
« Pelo que oialeno que todos aquelles
que *'orem comprehendidos em ir assistir
em lojas, clubs, çomités, ou qualquer’
outro ajuntamento de sociedade: aquelles
que para as ditas lojas, ou clubs, ou
ajuntamentos convocarem a outros; e
aquelles que assistirem á entrada ou
recepção de algum socio, ou ella seja
com juramento ou sem elle, flquem in­
cursos nas penas da Ordenação, livro V,
tit. YI, |§ 5 e 9; as quaes penas lhes
serão impostas pelos juizes, e pelas formas
e processo estabelecidos nas leis para
punir os réos de lesa-magestade.
« Nas mesmas penas incorrerão os que
forem chefes ou membros das mesmas
sociedades, qualquer que seja a deno­
minação que tiverem, em se provando
que flzeram qualquer acto,. persuasão ou
convite, de palavra, ou por escripto,
para estabelecer de novo, ou para re­
novar, ou para fazer permanecer qual­
quer das ditas sociedades, lojas, clubs,
ou comitês dentro dos meus reinos e
seus dominios; ou para a correspon­
dência com outras fora d’ell.is, ainda
que sejam, factos praticados individual­
mente, e não em associação de lojas,
clubs, ou comitês.
«Nos outros casos serão as penas mo­
deradas a arbitrio dos juizes na forma
adiante declarada. As casas êm que se
congregarem serão confiscadas; salvo
provando os seus proprietários que não
souberam, nem podiam saber que,a esse
fim se destinavam. As medalhas, scllos,
symbolos, estampas, livros, catechismos,
ou instrueçoes impressas ou manu-
189
scriptas, não poderão mais publicar-se.
nem íazer-se delles uso algum; despacha-
rem-se uas'alf mdegas,venderem-sc, da­
rem-se, emprestarem se, ou de qualquer
maneira passarem de uma a outra pessoa,
não vsendo para immediata entrega ao
magistrado : debaixo da pena do degredo
para um presidio de quatro até dez
annos de tempo, confoimie a gravidade
da culpa e circumstancias delia.
«Ordeno outrosim, que n’este crime,
como excepto, não se admitta privilegio,
isenção, ou concessão alguma, ou seja
de fòro ou de pessoa, ainda que sejam
dos privilégios encorporados em direito,
ou os réos sejam nacionaes ou estran-
■geiros habitantes no meu reino e domi­
nios, e que assim abusarem da hospi­
talidade que recebem ; nem possa haver
seguro, fiança, homenagem, ou fieis Cai'-
cereiros sem minha especial autoridade.
E os ouvidores, coiTegedores e justiças
ordinárias todos os annos devassarão
deste crime na devassa geral: e cons­
tando-lhes -que se fez loja, se convidam
ou congregam taes sociedades, proce­
derão logo' á devassa especial, e á appre-
hensão c confisco, remettendo os que
forem réos e a culpa á Relação do dis-
tricto, ou ao. tiãbunal competente: e a
copia dos auctos será também remettida
á minha real presença.
«E este se cumprirá tão inteiramente
com\o n’elle se contem, sem embargo de
quaesquer leis ou ordens em contrario,
que para este etTeito hei por derrogadas,
como se d’ellas se fizesse expressa
men são, etc. »
Passados annos, aj.6 de maio de 1839,
W.
morria em Lisboa, qdasi na miséria, o
alludido ministro, e quem nos seus últi­ I
mos annos o amparára e soccorrcrá fora
um maçooi brazileiro, José Antonio da,
Gamara! Verdade é.que pagava Gamara
assim a protecção pessoal, que noutro
tempo d’elle recebera, «dando com esse
procedimento, accrescenta lanoceucio da
 190 e p S e m e r id e s
Silva, um exemplo,de generosidade, que
nem sempre terá tido imitadores.?>
1822—Por ordem da .Junta Provisoria
do Governo do Ceará parte d’aquella pro­
víncia, com destino a Piauhy, o gover­
nador das armas -José Pereira Filgueiras,
acompanhado do membro mais votado
da mesma junta, Tristão Gonçalves Pe­
reira de Alencar, para que, juntos ou
cada um de per si, auxiliassem os inde­
pendentes d’aquella província a promo­
verem 0 bom exito da causa que susten­
tavam com as armas na mão.
Não permittindo os cofres da província,
que se achavam exhauridos, dar-se-lhes
auxilio algum pecuniário, foram estes
chefes convidando os habitantes das
villas por onde passavam, como Icd e
Crato, a concorrerem com donativos ou
empréstimos, ao que generosamente elles
accederam.
1843—Realisa-se em Nápoles, na ca-
pella Palatina, o casamento do imperador
. i l il
I do Brazil, o sr. D. Pedro II, com a prin-
: Í'
/ ceza D. Tliereza Christina Maria de Bour-
bon, actual imperatriz, irmã do rei D.
i i'
I Fernando das Duas Sicilias ; foi procura-
1 dor do imperador o conde de Syracusa,
I irmão da noiva.
,r I No dia 1 de julho eííectua-se, na mesma
'i
cidade de Napcles, no palacio Chiara-
monti, a entrega solemne da pessoa da
imperatriz, pelo principe de Scilla, mi­
nistro e secretario de estado dos négociés
estrangeiros, na qualidade de delegado
do rei das Duas Sicilias, ao commen-
dador José Alexandre Carneiro Leão (foi
depois visconde de S. Salvador de Cam­
pos), embaixador extraordinário do im­
perador.
Realisada a entrega com todas as ce-
remonias e usos de estylo, embarca a
imperatriz num escaler brazileiro e di­
rige-se para bordo da fragata Consti­
.V
-
tuição, onde foi despedir-se d’ella o rei
seu irmão, e todôs os membros de sua
‘If familia.
A ’s 2 horas da manhã do dia 2 de julho
i V
Vi'.'
J ' ‘"1
n a c io n a e s
deram á vella as duas divisões, napoli­
tana e brazileira, para o Rio de Janeiro,
onde chegaram a 3 de setembro {Vide
essa data) .
1849—Combate de Iguarassú, em que é
vencido o ultimo bando dos revoltosos
de Pernambuco e preso Antonio Borges
da Fonseca.
—Decreto concedendo á Ordem Terceira
de S. Francisco de Paula, do Rio de Ja­
neiro, licença para estabelecer extra-
muros um cemiterio.
Quando ainda nenhuma confraria, ir­
mandade ou empreza particular se lem-
brára de satisfazer uma tal necessidade,
reclamada pela civilisação do século e
pelos ])receitos da hygiene, propuzera o
ex-corrector d’aquella Ordem Terceira,
Manuel Pinto da Fonseca, que para o al-
ludido flm se comprasse a chacara que
em Catumby-Grande n. 22 possuia o ne­
gociante hespanhol Dionysio Oriost. Ef-
fectuou-se a compra por 42:100g000.
Para ella e para tal destino é que o
governo, ouvida a Academia de Medicina,
concede a licença pedida.
Approvada a compra, obteve-se a quan­
tia precisa por meio de uma subscripção
que se preencheu em dois dias, concor­
rendo 0 auctor da idea, Pinto da Fon­
seca, com 5:000g000.
Foi a esse cemiterio que a policia e o
governo recorreram em 1850, quando já
os jazigos das egrejas regorgitavam de
victimas da febre amarella.
De 26 de março d’esse ultimo anno em
diante foi que começaram as inhumações
a ser feitas exclusivamente em cemi­
térios fora do povoado; féra, naquelle
tempo, porque hoje (1881) tôm-se as edi­
ficações alargado de tal modo que en­
volvem de todos os lados os jazigos, em
que a terra não recebe sdsinha os resul­
tados da decomposição cadavérica, que
vão, pelo ar, contaminar os vivos.
A ’ irmandade da Santa Casa de Mise­
ricórdia da còrte, desde 18 de outubro
 EPHEMERIDES NACIONAES 191

de 1851, foi commettida ,por 50 annos a MARÇO—31

fundação e administração dos cemité­
1560—Cliega Men de Sá a S. Vicente,
rios públicos e 0 fornecimento de tudo
indo do Rio de Janeiro, de onde expellira
quanto diz respeito ao serviço dos en­
os invasores que occupavam a ilha das
terramentos; mas, em virtude de repre­
Palmas, posteriormente denominada de
sentação da Ordem Terceira dos Mininíos,
Villegaignon (Vide as ephemerides de 15
á assemble'a geral, continuou o de
e 16).
S. Francisco de Paula sob a admi­
nistração e governo da propria Ordem.
E’ 0 unico da corte que gosa d’essa Neste mesmo anno começa o capitão-
isenção. mórBraz Cubas a edificação do forte da
18(32— Inaugura-se na corte, na praça villa de Santos.
da Constituição, antiga do Rocio, a esta­
tua equestre do imperador D. Pedro I.
1595—Os corsários inglezes James Lan­
fundida em bronze pelo artista francez
caster e João Venner tomam de assalto a
Luiz Rochet, que é condecorado por
villa, hoje cidade de Olinda (Vide a
esse motivo com a commenda da ordem
ephemeride de 30 de novembro de 159P.
de Christo.
Luiz Rochet, qhe fôra duas vezes
nosso hospede, falleceu em Pariz a 22 1621—Morre em Madrid I^ippe III de
de janeiro de 1878, com 65 annos de Castella e II de Portugal, succedendo-lhe
idade. Foi discipulo do famoso David no throno seu filho F^lippe IV, que com­
d’Angers e deixa varias estatuas cele­ pleta a usurpação da corôa portugueza.
bres. Alem de esculptor, era Rochet um Nascera na mesma cidade de Madrid
distincto philologo, havendo como tal a 14 de abril de 1578 e subira ao tlirono
publicado um Manual da língua ciii- a 13 de setembro de 1598, por morte de
NEZA VULGAR, Em 1869 professara um seu pae.
curso de anthropologia applicadaao en­ Diz d’elle Larousse no seu Grande^
sino artistico na escola das Bellas Artes Diccionario:
de Paris. « Recusara-lhe a natureza todos os
Foi elle também o encarregado de energicos vícios de seu terrível proge­
fazer a eS'tatua de José Bonifacio,—« in­ nitor, 0 que não o impediu de commetter
cumbência de que se desempenhou, se­ grandes erros e de apressar a decadência
gundo consta, aproveitando um trabalho da sua patria. De um caracter fraco,
já feito. Ainda assim, a estatua do pa- apathico e irresoluto, apenas viveu do-,
triarcha de nossa independencia em nada minad > por dous ou tres favoritos, as­
compromette o nome distincto do ar­ tutos, intrigantes, hábeis mesmo, no
tista » diz a esse proposito o Cruzeiro mau sentido do termo, mas incapazes de
de 18 de fevereiro de 1878. supportar a pesada herança de Carlos V,
que cahira nas mãos de um rei mais
1872— Chega á corte, no paquete in-
inepto que Luiz XIII, e cujos validos
glez Boi/ne, o imperador, de volta de
bem longe estavam de possuir o genio de
sua primeira viagem á Europa, para
Richelieu, »
onde havia partido a 25 de maio de
1625 — Desembarca sem resistência
1871 com S. M, a imperatriz. Desem­
junto ao forte de Santo Antonio, na Ba­
barcam no dia seguinte.
hia, no mesmo logar em que, no anno
anterior, haviam desembarcado os hol-
 ÏF-;
Pi
192 DPHEMERIDES NACIONAES
landezes, a força de 2,000 homens hes-
panhóes, l,n00 portuguezes e 500 italia­
nos, em virtude da deliberação tomada
na vespera por D. Eradique de Toledo
Osorio, commandante da esquadra liis-
pano-portugueza, que viera ern soccorro
da Bahia. Esta gente avança sem perda
de tempo, apodera-se logo de dois ba­
luartes e trata de se fortificar nelles.
ffciK. ■•iKλ^ Os hollandezes, <[ue sahiram a impedir-
lhe 0 trabalbo, fsão repellidos, conse­
guindo os nossos estabelecer-se nessa
vantajosa posição, artilhaudo-ai logo
<;om 37 boccas do fogo.
Com os primeiros que desembarcam
vem D. Francisco de Moura, governador
do Estado.
O chefe da expedição aloja-se no
Carmo, com um terço de portuguezes e
outro de castelhanos ( Vide abril 5 ).
1822—Proclamação da junta provisoria
do governo da Baiiia aos habitantes da
província.
1861—E’ nomea,do ministro da marinha
do gabinete 15 de janeiro, presidido pelo
' ÿj Í;' '■
conselheiro Zacharias de Góes de Vascon-
cellos, 0 sr. conselheiro Francisco O rios
de Araujo Brusque, deputado pelo
^ a n d & '-dO“' V.\^.
1866—Marcham os voluntários paPlis-
tas para a margem do Paraná (Guerra
do Paraguay).
'm | i Î : I I ' 1870—Os voluntaiâos cearenses fazem a
sua entrada triumphal no Rio de Janei­
ro, de volta da guerra do Paraguay.
f i ; . 1880—São escolhidos senadores pela
provincia do Rio Grande do Sul os srs,
liill ' visconde de Pelotas, actual ministro da
guerra, e conselheiro Gaspar da Silveira
Martins, representante da mesma pro­
;iï i ’ vincia na camara temporária.
1729—Francisco Pedro de Mendonça
Gurjão succédé em dias d’este mez e
anno a João de Abreu Castello Branco
no governo da capitania da Parahyba e
exerce o cargo até junho de 1734, em
Vá í - p.i
m. fví '
\*' Í
*
que é rendido por Pedro Monteiro dé
Macedo.
1869—Em dias deste mez inaugura-so
a linha telegraphica da B irra de S. 'oao
a S. Vicente, provincia do Rio de Janei­
ro, com a extensão de 33.000 kilometro^.
1873—Inangura-se em dias de març(^
d’este anno a linha telegraphica d > R o­
sario a S. Gabriel, provincia do Rio
Grande do Sul,, com 59.972 kilometros
de extensão.
— Idem idem a da Venda das Pedras
ao Porto das Caix iTs, na provincia do Rio
de Janeiro, com a extensão de 6.500 k i­
lometros.
— Idem idem a de Alcobaça a Cara-
vellas, na provincia d i Bahia, com ki­
lometros 31.450 de extensão.
ADDEXDA
M arço — 3
1741—Alvará com força de lei, deter­
minando que aos negros canhemhoras
que forem encontrados em quilombos,
estando nelles voluntariamente, se ponha
com ferro em braza uma marca em uma
das espaduascom a lettra F., e sendo
achados com essa marca, se lhes córte
uma orelha, sem mais processo que
a notoriedade do facto.
M arço—10
1534—José Bernardo Fernandes Gama
diz nas suas Memórias Jiistoricas da,
provincia de Pernambuco (tomo 1) que
a carta de doação que D. João III fizera
da capitania de Pernambuco a Duarte
Coelho, fora passada na presente data,
e que se passara o respectivo foral a 21
de setembro do mesmo anno (Vide a
ephemeride de 10 de abril).
Março—17 m
1693—Carta régia ordenando que o g o ­
vernador do Maranhão dô providencias

EPIIEMERIDES NACIONAES
para que os senhores não deixem morrer
seus escravos sem os últimos sacra­
mentos, como tantas vezes acontecia—
ou por d'csliumanidade dos mesmos se­
nhores, ou po)’ avareza dos parochos, que
exigiam, para os administrar, conhecenças
exorbitantes.
Março — 20
1688—Carta regia determinando que
nas devassas que se tirarem na capitania
de Pernambuco, se pergunte pelos se­
nhores que com crueldade castigam aos
seus escravos, e que aquellesque o fizerem
sejam obrigados a vendel-os á pessoa
que lhes dê bom tratamento ; e que ha­
vendo quem denuncie, perante a justiça,
dos senhores, que. na forma referida,
castiguem cruelmente a seus escravos,
se lhes tome a denuncia e ainda as que
derem os mesmos escravos ca^igados,
e no caso que se não provem as ditas
denuncias ou querellas, sejam pela jus­
tiça notificados os senhores de taes es­
cravos para que por essa causa ,lhes não
façam damno algum.
1880—Victima de um accesso perni­
cioso, que violentamente o acommetterá
tres a quatro dias antes, fallece na ci­
dade do Rio de Janeiro, tendo apenas
32 annos de edade, o insigne flautista
nacional Joaquim Antonio da Silva Cal-
lado.
Era professor no Conservatorio de
Musica c no Lyceú de Artes e Oflicios e
cavalleiro da ordem da Rosa. .
Compoz* diversas peças dansantes, que
se tornaram populares e que, ao lado de
outras composições de caracter mais
sério, hão de fazer sempre lembrado o
seu nome.
Callado possuia notáveis qualidades de
concertista,que o faziam sobresahir todas
as vezes que se deixava ouvir no seu
mstrumento.
-T . ' 's . •_ «
\-
193
O seu cadaver foi dado á terra a 21 no
cemiterio de S. João Baptista daLagôa.
Março—23
1680—Carta regia, tratando do mesmo
assumpto da de 20 de março de 1688.
Ordena que sejam submettidos a pro­
cesso aquelles que castiguem cruelmente
a seus escravos, obrigando-os a ven­
del-os.
AURln— 1
1535—Carta de doação feita pelo rei
Dj João III a Jorge de Figueiredo Corrêa,
fidalgo da casa real, que exercia na
côrte 0 cargo de escrivão da fazenda, da
capitania dos Illiéos, com 50 léguas de
costa, limitada ao sul pela de Porto
Seguro,doada a Pero do Campo Tourinho,
e que terminava ao norte na barra da
Bahia de Todos os Santos.
16-11-Acclama o povo de S. Paulo por
seu rei a Amador Bueno da Ribeira,
notabillissimo paulista, filho do sevilhano
Bartiiolomeu Bueno da Ribeira e de
D. Maria Pires, natural de S. Paulo.
« Era Amador Bueno distincto por
suas qualidades pessoaes e por isso em
documentos de seu tempo o encontramos
occ.upando cargos honrosos da republica.
A sua acclamação pelo povo para rei de
S. Paulo e rejeição formal da corôa teve
logar a 1° de Abril dc 1641, diz nos
seus Apo?itamm(os Azevedo Marques,
que passa em seguida a descrever o
movimento historico ou lendário a que \
allude. Diz-se que foram chefes d’esta
coiijuração os hespanhoes D. Francisco
Matheus Rendou e D. João Matheus
Rendon, genros de Amador Bueno,
I). Francisco de Lemos e.seus dois filhos
Balthazar e Jerofiymo de Lemos, pau­
listas, D. -Gabriel Ponce de Leão, D. Bar-
tholomeu de Torales e seus filhos
D. André de Zunega, D. Bartholomeu
de Contreras e D. João Espinola, hes-
panhòes.
13
a
 ill
191 EPHEMERIDES NACIONAES
Recusada por Bueno a corôa, D. João IV,
que já haviam reconhecido rei em Santos
em di-iS do mez de março, por iniciativa
» 1 do paulista Luiz Dias Leme, foi como tal
também acclamado na villa de S. Paulo
a -* -.irv
a 3 de abi'il.
Ila porém quem ponha em duvida a
ííi.Clf veracidade do facto. Além do testemuniio
i!;'0 ':k''
de frei Gaspar da Madre de Deus, que é
o primeiro que d’elle trata nas suas
Memories para a historia ãa capit inia
W¥
■ líp íí?:-
I. Í --V'.
de S. Vicente (Lisboa 1797), o unico
documento que o attesta, si este tsmbeni
existe, é a patente de caiiitão e gover­
' ,H'h
ti iv
'\,|- nador (ia companhia dos ' oíliciaes de
í|| ií giurra reformados, juizes e vereadores
que tivessem servido na camara de
S. Paulo, passada a 3 de março de 1700
por Arthur de Sá e Menezes, capitão
general da repartição do Sul, a Manuel
Bueno da Fonseca, na qual se refere o
I ‘111 í ;
general áquelle facto, attribuido a Bar-
tholomeu Bueno, de quem Fonseca era
I v: neto. Esta patente vem mencionada nas
referidas Menxorias.
Verdade é que tanto o chronista como
o governador da capitania viveram mais
I .■iv'ifHi"
de um século depois da epoca da lenda
de Amador Bueno e não ha documento
nenhum contemporâneo que se relira a
este facto, aliás tão estrondoso. Posta a
duvida, que a resolvam os que têm voto
na materia (Vide entretanto a epheme-
ride de 22 de setembro de 1613. Essa
carta régia também existe?).
.-vi/ 1668—Entra na pcs.se do governo da
capitania do Pará o capitão m(3r Paulo
Martins Garro, que substitue a Manuel
11 1 1 ' Guedes Aranha. Foi Garro o quadra­
gésimo governador d’es'a capitania pela
ordem chronologica, e exerceu o cargo
até 9 de junho de 1669.
1670—Toma posse do governo da men­
tí * cionada capitania Antonio Pinto da Gaia,
que já a tinlia anteriormente governado.
!ÍÍ;. D'esta vez substitue a Feliciano Corrêa
e é 0 seu 42° governador. Exerceu esse
íÉ|'í cargo até 30 de julho de 1674.
1680—Carta de lei abolindo a escra­
vidão dos indigenas e aucíorisando o
ouvidor a prender os infractores d’essa
lei e a remettel-os para Lisboa, afim de
serem processados.
Ordena-sc pela mesma carta de lei que
os Índios, já considerados livres, sejam
distribuidos sómcnte pelas aldeias dos
missionários da comp uiliia de Jesm’,
«porque sc mostram os mais zelosos
n’ esse ministério.»
1709 —0 povo da villa de S. Paulo
reune-se nos pagos do conselho e aedama
a Amador Bueno da Veiga porcapi:ão-
m(3r da leva de gente que . ia para as
minas do Rio das Mortes.
1761— João do Rego Castello Br.uico
emprehende guerra de (ixterminio contra
('S Índios G.Lçguez da margem do Guru-
gueia, na capitania do Piauhy.
"^^0 — O senado da camara de Porto
Alegre, já então cajntal do Rio Grande
do Sul, reclama contra a prisão do se i
piocurador Manuel Jos'é Pereira Car­
dinal, ordenada pelo governador d.i ca­
pitania, por haver aquelle funccionario
declarado ao mestre da obra da fonte,
mandada fazer pelo senado, que a fizesse
como a havia. arrematado e não como
queria o governador, que era José Mar-
cellino de Figueiredo.
O dílicio que a camara dirigira ao
governador era do teor seguinte :
« Precisa este magistrado da Camara.
Senhor Governador, que V. S. se sirva
mand r soltar o i'rocurador do mesmo
magis‘ rado, e pi ecisamos delle para o
serviço de S. M.— Deus guarde a V. S.
Porto Alegre em Camara do 1° de Abril
de 17àU.—Braz de Freitas Guimarães,
Roberto André Ferreira de Souza Alvim,
Bento Fernandes Vieira, José Estacio
Brandão.
Este ofncio, entregue em mão pelo
escrivão, teve vocalmente a seguinte res­
posta : « Que 0 procurador se achava
preso pelos seus justos cabaes, "por ser
assim preciso ao serviço de S. M. e que
 EPHËMERIDES NACIONAES

tratassem de eleger outro, porque áquello pelo piincipe ingente de explorar varias
0 pretendia mandar para mais longe, minas de ferro na capitania de Minas
c não quizesse o senado principar a in- Geraes.
quietal-o. » /
1802— Por dccre'o passado nesta data %
em Quelufz (Portugal) crea-se a Biblio­ 1822- Proclamação da Junta Adminis­
theca DE Marinha ent Lisboa, a qual, trativa interina de Goyaz, dando conta V> « I
transplantada para o Brazil com a famí­ aos habitantes da provincia dos aconte­
lia real, foi aberta no Rio de Janeiro a cimentos poliliicos occorridos nacôrteem
16 de dezembro de 1809 {Vide essa da'.a). janeiro e fevereiro deste mesmo anno :
1808 — Alvará do principe regente, « Tendo sido nesta provincia mani­
depois rei D. João VI, nermittindo aos festada a sabia deliberação que tomou
brazileiros o exercicio do toda e qual­ S. A. Real 0 principe regente do Brazil
n ft
quer qualidade de industria, ficando re­ de suspender a sua sabida para Por­
vogadas as celeberrimas prohibições do tugal, demorando 0 prazer de voltar á
alvara ’ de õ de janeiro de 1785. sua cara pátria e an seio de sua augusta
— Alvará creando um Conselho Su­ familia, só para realisar a felicidade dos
premo militar e de justiça no Rio de povos que tem a dita de se reconhecei'em
Janeiro. Esse conselho deveria entender seus súbditos ; cumpre-nos também não
em todas as matérias que pertenciam ao deixar em silencio os sentimentos de gra­
Conselho de guerra e do Ultramar. tidão de que estamos possuidos.
« A Junta Administrativa interina do
1809 — Alvará creando o jDresidio de
governo em vosso nome vai agradecer
Guarapuava e dando providencias acerca
ao mesmo augusto senhor tão heroico
da catechese dos indígenas d’aquella saci iflcio, e protestar que os goyanos
parte da capitania de S. Paulo, üm dé-
constitucionaes nao sao menos briosos
creto da as^embléa provincial de 9 de
que os seus irmãos, e que nunca per­
novembro de 1830, cjue lhe conferiu o derão occasião de dar decididas provas
titulo de parochia, concedeu-lhe a quan­ de amor, adhesão, respeito, obediência,
tia de 253 por anno « para ser empre­ á sua sagrada pessoa, reconhecendo a
gada n’ um genero de commercio que
imperiosa necessidade da sua residência
pudesse iníluir no animo dos iudios no Brazil, como garantia dos direitos dos
bravos e trazel os á civilisação.»
brazileiros, como primeiro defensor da
1813—Decreto approvando o plano de sagrada Constituição, e finalmente como
estudos do curso de cirurgia, que láz vinculo indissolúvel que prende um a
parte do de medicina, que 0 'príncipe re­ outro hemispherio portuguez.
gente se propiínha a estabelecer no Bra­ « \ivam as cortes da nação portu-
zil, mandado pòr em execução no hos­ gueza, viva a nossa s mta Constituição,
pital de Misericórdia do Rio de Janeiro viva el-rei constitucional 0 Sr. I). João VI,
pov aviso de 18 de março d’este mesmo viva S. A. Real jo principe regente do
anno de 1813. Brazil, que se sacrifica pela felicidade da
Além das escolas da corte e Bahia, nação, viva a união do reino unido.
creaya-se uma na capital do Maranhão, « Goyaz,' 1° de Abril de 1822.—Fran­
cuja abertura nunca se chegou a realisar. cisco Xavier dos Guimarães Brito e
Costa.— Antonio Pedro de Alencastro.—
Luiz da Costa Freire de Freitas.—João
N’este mesmo anno foi 0 habil en­ José do Couto Guimarães.—Ignacio Soares
genheiro barão de Eschwegc encarregado I de Bulhões. »
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Iv. 196 EPHEMERIDES NACIONAES
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‘; Í : '
1826—Publica-se o 1° numero do Jornal imprensa brazjleira chamado Jornal do
DO CoMMERCio, do Rîo de Janeiro, edi­ Commercío \Vide a addenda'.
HÍ 1829 — ïom a assento no senado, como
tado por Emilio Seignot Plancher, pobre
e obscuro emigrante francez que funda representante da provincia do Ceará, João
assim, sem consciência düsso segura­ Vieira de Carvalho, conde e depois mar­
mente, 0 maior, mais bem organisado e quez de Lages (Vide adiante 1847).
um dos mais generalisados organs de pu­ 1847 — Fallece o senador pelo Ceará
blicidade do Império do Brazil. Yeja-se João Vieira de Carvalho, marquez de
'-% a minuciosa noticia que dá d’esse facto Lages, escolhido pelo primeiro impera­
0 A nno B iograpiiico do sr. dr. J. M. dor a 21 de fevereiro de 1829 e que, como
;..i.
de Macedo. se diz acima, tomára posse da sua ca­
"m û rV' deira no senado a 1 de abril d’esse
Tornando-se diario. corn quatro pa­
mesmo anno. Preenchia a vaga deixada
, '--^ïi V W / ginas de impressão e já com um bom
pelo padre Domingos da Motta Teixeira,
numero de assignantes, vendeu-o Seignot
que, escolhido a 22 de janeiro de 1825,
Plancher em 9 üe junho de 1832 a Junius

iiflf Constando Villeneuve <k Mangenol por

52:6643, deixando em seis annos ao seu
primitivo proprietário e creador esse co­
i â p i W'
.:i: ir- losso da imprensa hoje, fortuna que sa­
tisfez a sua ambição, pois retirou-se
' '. Í' ' ' '4'>'
para a França, onde foi gosar d’clla. A
. >■'' ', ■-:■^
data da venda do Jornal do Commercío,
iiiî
acima referida, solïre entretanto contes­
. Í -f :i'
l ■’ ■ tação, póis temos á vista um opusculo
editado por Pedro de Alcantara Bcllegar-
;■'%;, .
de, intitulado—Noticia Historica,Politica,
! 'iÿ’fPI-:
Civil e Natural do Império do Brazil, em
1833 —r, que foi impresso, como nelle se
declara na — Typ. Imp. e Const, de
Seignot Plancher e C., rua do Ouvidor
n. 95.— O logar em que devia vir a
data da impressão falta no nosso exem­
plar ; mas quanto á typographia, é essa
a indicação que elle traz, o que parece
significar que a esse tempo ainda perten­
cia ella a Seignot Plancher.
Com effeito, ainda em 30 de dezembro
de 1835 era ella de Seignot Plancher & C.
Já, porém, no 1° de julho de 1836 traz
a declaração de pertencer a Junius
Villeneuve & C., successores de P .
{Pedro) Seignot Plancher. Ainda mais :
A Bibliotheca Nacional possue o 2° nu­
mero do Jornal em questão e esse tem a
data de Terça-feira 2 de outubro de Í8 2 7 .
Não foi, pois, nem emu&jnV, üemem 1826,
(-A que surgiu á rida esse Mathusalcm da
i'
não tomára assento e pedira dispensa do
cargo.
1857 — Morre na cidade do Rio de Ja­
neiro 0 marechal de exercito João Chi*}-
sostomo Callado, nascido na cidade d’EI-
vas, em Portugal, a 24 de março de
1780. Jaz no cemiterio de S. João Bap-
tista da Lagoa, onde verificámos pes­
soalmente estas datas.
Recommendamosaleituiadasuabiogra-
phia, traçada pelo sr. dr. Joaquim Ma­
nuel de Macedo no seu Anno Biographico
na data de 24 de março.
1875 — Inauguração da linha telegra-
phica da Cachoeira a Maragogipe, pro­
vincia da Bahia, com a extenção de
23,926 kilometros.
Inaugura-se no mesmo dia, mez e
anno a de Santo Amaro á Cachoeira, na
mesma provincia, com 37,759 Lilornetros
de extensão.
abril —2
1551—0 rei D. João III confirma em
Almeirim o estabelecimento da santa
casa de Misericórdia da villa de Santos,
concedendo-lhe os privilégios concedidos
por seu pae ás casas de misericórdia do
reino. Esta de Santos fora fundada no
anno de 1543 pelo capitão Braz Cubas,
e é a primeira que possuiu o Brazil.
Os restos mortaes d’esse bemfeitor da
humanidade jazem na capella-mór da
\.t'
BPHEMEEtIDES NACIONAES
matriz cle Santos. Braz Cubas falleceu
em 1592, conforme o seguinte epitaphio
gravado na lapida que existe no pres-
byterio da referida matriz:
a Sepultura de Braz Cubas, cavalleiro
fidalgo da casa de el-rei. Fundou e fez
esta villa, sendo capitão, e casa de mise­
ricórdia, anno de 1543: descobri o ouro
e m.etaes no anno de 560: fez fortaleza
por mandado de el-rei D. João III.
Falleceo no anno de 1592».
Braz Cubas edificár.i uma egreja com
a invocação de Nossa Senhora ãa
sericordia e junto á egreja o hospital
com o nome de Santos, á imitação de
um de Lisboa que tinha esse nome.
O titulo do hospital passou ao porto e á
povoação, 0 conservou-se á villa, hoje
cidade.
Funda neste anno Vasco Fernandes
Coutinho a povoação da Victoria na sua
donataria do Espirito Santo. Começara
a edificação nas visinhanças do pequeno
seminário que alli erguera AíTonso Braz,
jesuita para alli mandado neste mesmo
anno pelo provincial Manuel da Nobrega.
Chamou-se a principio á povoíição Villa
Nova, por contraposição á do Espirito
Santo, a que, por mais antiga, chamavam
Villa Velha, nome não official que ainda
se conserva. Tendo sido aquella atacada
pelos indigenas a 8 de setembro e con­
seguindo os povoaclores repelil-os de vez,
após renhido combate, deu-se á povoação
0 nome que ainda hoje tern. O decreto
de 18 de março dè 1823, que deu á villa
da Victoria os fóros de cidade, por ser
a capital da provincia, confinnou-lhe
0 nome.
1592—Feliciano Coelho de Carvalho é
nomeado por patente regia governador
da capitania da Farahyba e, depois de
servir o cargo noveannos. é substituído
por Francisco de Souza Pereira, nomeado
•
<
xJ de março de 1600.
197
1656—Reune-se o povo da villa de
S. Paulo na casa do conselho e requer
que os camaristas peçam a quem com­
petir que não consinta na volta do
vigário Domingos Gomes Albernaz, por
ser um sacerdote sem consciência, de
má vida e porque pode a sua volta occa­
sional- tumultos e mortes.
Todavia, vem a 28 de maio o vigário
acompanhado de gente armada e crimi­
nosos, entra pela villa em meio de as-
suada e toma á força conta da egreja. O
povo expõe de novo aos vereadores estes
factos e requer que se cliame o vigário
e se lhe exija que apresente as provisões
que tiver. Comparece o padre com as
provisões exigidas, mas o povo e camara
resolvem não consentir que elle exerça
as suas funeções ate' á decisão do go­
verno, ao qual representam.
1697 — Toma conta do governo da ca­
pitania do Rio de Janeiro Arthur de Sá
e Menezes, que foi o quadragésimo sexto
na ordem chronologica e apenas oceupou
d’essa primeira vez o cargo por 6mezes
e 13 dias, até 15 de outubro d’este anno.
Foi o primeiro governador d’essa capi­
tania que teve a patente de capitão ge­
neral ; os seus antecessores tinham
somente a de capitão-mór governador.
Arthur de Menezes substituiu a Sebas­
tião de Castro Caldas, e foi na data su-
jira indicada rendido pelo mestre de
campo Martim Oorrèa Vasques, gover­
nador interino, que exerce o cargo na
ausência do capitão general, o qual, se­
gundo ordens que tinha, partira para
S. Paulo a inspeccionar pessoalmente as
minas d’aquella capitania. Concluindo
Artliur de Sá a sua com missão, veio de
novo oceupar o cargo, no qual já estava
a 17 de julho de 1699, e continuou .no
exercício d’elle até o anno seguinte, em
que partiu para Minas Geraes, a exa­
minar os riquíssimos thesouros, qiíepro­
ximamente se tinham descoberto em vá­
rios logares cTaquella vasta região.
D’esta vez ficou encarregado do go-
 mm
198 EPHEMERIDES NACIONAES
>.U ,. ; 'i verno ad interim o mestre de campo
UÂ' Francisco de Castro Moraes. Em julho
V '<i • >'■'
-,i‘-, i<>; de 1702 estava o capitão general de novo
■f .lyJvï'' , ' ' de volta e no dia 15 entrega definiti­
• .Vï‘
vamente 0 governo da capitania a D. Al-
" 'tii-' 'I vai'0 da Silveira e Albuquerque, seu
f-uccessor.
1/35—E' remettido para lasboa, com a
,i P; respectiva devassa, um pretendido P rin ­
cipe do Bra:;il, que apparecera em 1733
pela comarca das Alagoas, na capitaniíi
de Pernambuco, acompanhado de um
padre de vida desregrada de nome Eu-
zebio Dias Lassos, que lhe servia ao
mesmo tempo de valido e secretario.
i'! ' Haviam ambos agi-aciado com titulos
de condes e marquezes aos que maiorés
despezas com elles faziam. Em virtude de
ordem do vice-rei conde deSabugosa ao
governador de Pernambuco,para prender
os dois imjíostores, sd se ponde capturar
0 príncipe em setembro d’aquelle anno.
O conselho ultramarino, por provisão
m
de 8 de julho de 1731, mandara devassar
do caso e por foi'ça d’esse acto foi preso
0 pretenso principe, como se disse. Não
: -p-':•C consta cjual fosse o seu ulterior destino.
1776—0 general João Henrique Bohen
reconquista dos hespanhdes a villa de
S. Pedro do Rio Grande e ,seu continente,
que os hespanhoes occupavam desde
1763.
No tempo do vice-reinado do 2° mar­
quez de Lavradio, no Rio de Janeiro, foi
que se deu este facto. Dirigira o vice-rei
com muita prudência a expedição a esse
fim mandada. Em 1774 embarcaram no
Rio de Janeiro, João Henrique, Bohen,
como general, o brigadeiro de enge-
■ i nhar;a Jacques Funkis. o regimento
de Moura, commandado pelo sargento-
mór ,Jüsá da Nobrega Botelho, o de Es-
tremoz pelo brigadeiro José Raymtmdo
Chichorro, o de Bragança pelo coronel
Sebastião Xavier da Amiga Cabral, o re­
gimento Velho pelo tenente-ceronel Ma­
nuel Leite Mexi », algumas companhias
do regimento ISIovo, o esquadrão da
guarda do vice-rei c um parque de arti­
lharia. A estas tropas reuniram-se duas
companhias de cavallaria de voluntários
da cidade de y. Paulo e varias compa­
nhias de dragões do Rio Grande « o que
tudo produziu um feliz resultado », como
fica di 0 em principio, isto é, a resti­
tuição da villa a seu antigo do ninio.
—Parte do porto do Rio de Janeiro
a esquadra, commandada pelo chefe de
divisão Rodrigo José Feriaira I.obo, des­
tinada ao l)loqueio do porto do R,ecife,
por causa da revolução de Pernambuco
capitaneada p o r E m -
qnanto essa esquadra dá á vela, fica-se
apromptando no Rio de Janeiro uma di­
visão militar com o mesmo destino,
sob 0 commando do tenente general i
Luiz do Rego Barre.o, nomeado gover­
nador de Pernambuco.
1835—Proclamação do presidente do
Maranhão Antonio Pedro da Costa Fer­
reira aos habitantes da provincia, com
0 firn de trapquillisar o animo publico
amotinado por falta do rnoedi subsi­
diaria para troco.
Depois de protestar plena confiança
no, povo maranhense, fiado nos seus
sentimentos de justiça, de ordem e de
legalidade, diz o presidente:
« A escassez de moeda de troco vos
opprimia ; mas foi o governo indifierente
a este vosso soíTrimento ? Não. conci­
dadãos ; 0 governo curou em fazer emit-
tir quanto antes cédulas mais íraccio-
nadas, lançando inão até das que se
remetticim para o desgraçado Par..', e só
SC esperava o resu’tado d’estc pinmeiro
remedio para recorrer a outros, quando
a necessidade publica ainda os reclamasse,
0 que de fJ^ctó fez. ordenand.» o ppneça-
mento e emls.são do mais 200:0003 em
cobre pela metade do seu valor antigo.»
Costa Ferreira foi depois barão de
Pindaré e senador.
1854—Eomeça o novo c actual Banco
do Brazil (Rio de Jarieir'O) as suas ope­
rações.
 EPHEMERIDES NAOIONAES

Ü banco primitivo, sob o titulo de . 1G52—Toma posse do governo da ca­

Binco Nacional, lOi’a creado por carta pitania do Rio de Janeiro D. Luiz de
regia de l í de outubro de 1808 [Vide Almeida, que foi o seu 25“ governador,
essa data). A sua administração terminou a 12 de
1870 — Inaugura-se a linha telegra- abril de 1G77,
phira da cidade dc Campos dos Goytaca- ' D. Luiz de Almeida fòra nomeado por
zcsá de S. João da Barra (Rio de Janeiro) patente de 7 de março de 1651.
conn a extensão de 37.000 kilom. 1713—Carta re'gia dirigida á prove­
1S71—Inaugura-se a de Antonina (ra­ doria da real fazenda em Villa Rica.
mal) a Coi'itiba, provincia do Paraná, caiiitani i de Minas Geraes, mandando
com 4.000 kilometros de extensão. ass'stir ao contracto dos diamantes com
— Inaugura-se no mesmo dia a de quantia que não excedesse de 200,000
Santos a Iguape, provincia de S. Paulo, cruzados aimuaes. A assistência feita foi
com a extensão dc 172.810 kilometros. de 150.000.
1874 — Inauguração da linha telegra- 1772—E’ nomeado arcebispo da Bahia
phica de Alegrete ao Rosario. lU’ovincia D. Joaquim Borges de Figueirôa, que
do Rio Grande do Sul, na extensão de era bis])0 de Marianna, onde foi o 2* na
kilometros 10o.20 ’ . ordem chronologica (Vide a ephemeride
de 3 dc janeiro e de 3 de fevereiro).
AßUIL—3
Sendo bispo d’essa diocese, que regeu
1500—Belchior de A/eredo Coutinho é de Lisboa, communicou ao cabido me»
provido pelo governador Men de Sá em tropoli'ano (segundo o mss. Cajueiro,
capitão do navio S. J okge, cargo em que hoje do sr. dr. Mello Moraes), em carta
prestou valiosos serviços na conquista cie 10 do abril de 1772, que, por graça
da bahia do Rio de Janeiro do poder ,régia de 3 d’este mez e anno, fora no­
dos francezes de Yillegaignon, colligados meado arcebispo.
aos Tamoyos (Veja-se a ephemeride de « Logo depois de recebidas as lettras
agosto 3 de 15G0). de sua conflnnação, diz o citado manu-
1G37—Toma pi sse do governo da ca­ scripto. se transferio para esta cidade
pitania do Rio de Janeiro Salvador Corrêa (da Bahia) e tomou posse do arcebispado,
de Sá e Benevides, cuja patente continlia e obrigou aos regulares a irem com cruz
ordem do rei para governar por mais alçada ao seu desembarque e acompanha­
tres annos, si no primeiro triennio so mento até á sé.» Não diz todavia em
comportasse bem. que dia esse facto se deu: os mais au-
Nomeado pelo ultimo Felippe.foi depois c-ores, que estamos consultando para
confirmada a sua jiatente por D. João IV. estas rectiílcações de datas, dizem apenas:
quando de pos-e da coroa. 0 visconde de Porto Seguro que tomára
Ausent.'indo-se para S. VicentpiS. Paulo) posse em dezembro de 1773; Abreu e
a visitar as minas, como administrador Lima que o fizera nos últimos dias de
geral que er..i d’ellas, deixou Salvador dezembro do dito anno, Ignacio Accioli.
Coi'rêa interinamente encarregado do go­ 0 Boteiro dos bispados c O conego dr. 11-
verno do Rio de Janeiro a Duarte Corrêa defonso que em tins de outubro do
Vasqneancs, a datar de 19 dc março mesmo anuo.
de 1G42. Renunciou depois este seu cargo. Tam­
Era fdho de Martim de Sá e pae do bém a tal respeito não são aceordes e
1’ visconde de Asseca, tronco d’essa explícitos os auctores mencionados, llde-
lami.i I illustrc de que é descendente o fonso. Accioli eoi?o/<íiro dizem que oceu-
act'1 il sr. bisDO de Marianna D. Antonio. pára a sede até 1780; Abreu eU m a que a
 ■ '-Í.-V-;!
áuo EPÍÍEMERIDES NACIONAES
renunciara em 1778; Porto Seguro nada
diz sobre este ponto. 0 mss. citado diz:
'u' « Foi doutor na faculdade das leis, foi
■'î'Iÿy 0 1‘ bispo de Marianna (aliás seg'indo:
' V• V Í''--r,
h . J
W
primeiro occupou essasédc d. frei Manuel
da Cruz). Governou o secular, junto com
4
0 chancelier Miguel Serrão Diniz e o co­
ronel Alia, cinco mezes e cinco dias, pela
'I ' i l retirada para Lisboa do governador o
conde de Pafvolide. No anno de 1777
enviou ■para'Portugal a sua demissão,
È .'.;av.v ‘ • posto que continuasse a governar, ate'
que constando ao rcvm. cabido que, em
consequência da sua renuncia, tinha sido
I! '<•
eleito outro arcebispo, deu a sé por vaga
e procedeu na eleição de vigário capi­
. j i i ' ■'.:
lEífir tular, achando-se ainda o dito prelado
r íy,'|i ■’ 'rj.'i n’esta cidade : d’onde resultou recorrer
’V, elle para o tribunal da coroa, como se
fôra deposto, do qual não obteve provi­
mento e se vio na precisão de se reco­
lher para a corte de Lisboa, e falleceo
na cidade de Lisboa a 23 de setembro de
; h" 1788, com idade de 7i annos,4 mezes e 18
dias, e foi sepultado na igreja de Noss i
Senhora do Carmo de Lisboa. »
E’ esta a noticia mais minuciosa que
temos visto d’este prelado, e apresent i
todos'os visos de veridica.
1774 —- Embarca para Lisboa o conde
de P/volide, governador c capitão gene­
I I jI? - :4: ral da Bahia, deixando o governo con­
fiado a um triumvirato composto do ar­
cebispo Borges de Figueiroa, do ch.u;-
celler Serrão Diniz e do coronel do 2“ re­
gimento Manuel Xavier Alia, conforme á
lettra do alvará de successão de 12 de
dezembro do 1770 (Vide a 2‘ ephcmericle
de 8 lie setembro do 1774).
1832 Vencida pela energia de Diogo
C) Antonio Feijó. então minis/;ro da justiça
da menoridade, a sediçao militar,da ilha
das Cobras, que rebentara a 7 de outu­
bro de 1831, no Rio de Janeiro, parecia a
capital do Império completamente paci­
*■ 1Éi? •' ficada. As facções não estavam, pore'm,
'f e l de todo extinctas. Assim, na presente
data manifesta-se um movimento rcvolu-
*;|||» %
Î(1
cion'ario.que o governo derrota no campo
de Sant’Anna e em Mattaporcos. Esse
movimento sedicioso se prolongou até
ao dia 17.
1833—A regcncia em nome do impera-
jo r publica a seguinte proclamação, di­
tada pela revolução da capital da pro­
vinda de Minas Geraes de 22 de março:
KBrazileiros ! —üm horrivel attentado
teve logar na cidade do Ouro-Preto,
na noite de 22 do passado. Uma sedição
militar, com o mais baixo povo, procla­
mou a deposição do presidente da provin-
cia c a expulsão de alguns conselheiros
do governo, fazendo recahir a presidên­
cia em um supplente.
« Quando isto acontecia, estava o bene-
merito presidente na cidade de Marianna.
no excrcicio de eleitor: as guardas
nacionaes desta cidade logo se reuniram
cm torno d’elle para vingar a affronta:
os povos áquem do Ouro-Preto, de que
ha noticia por oílicios dc camaras muni-
cipaes, se declaram, com a mais patrió­
tica indignação,em favor da ordem e da le-
galidade.protestando não reconhecer go­
verno, nem autoridade, que não seja
legitima: por toda a parte as guardas
nacionaes, fieis ao seu dever, estão em
armas; a aucíoridade do intruso não se
estende fóra da cidade.
« A sedição não pode ter outro resul­
tado que não seja o castigo dos seus
autores. Talvez os ambiciosos, qu"’ as­
piram a elevar-se sobre as ruinas da
patria, transformem estes factos, fazen­
do-os servir a seus planos anarchicos e
destruidores ; estai alerta contra suas
artimanhas ; o governo, vigilante sobre
suas jK'ssoas e ajudado dos bons brazi­
leiros, não consentirá que a patria seja
entregue aos horrores da anarchia.
« O deposito sagrado da Constituição e
(lo íinono imperial do Sm D. Pedro II
se con orvarão illeso.-, ai)czar da sanha
dos ambiciosos e turbulentos, que pre­
tendem sacrificar a seus interesses e
 EPHEMERIDES NACIONAES 201

caprichos a prosperidade e a honra da^ briosos Mineiros, defensores da legali­

nação. dade !
a Viva a Constituição do Imperio! « Palacio do Rio de Janeiro, em 3 de
Viva 0 Imperador o Sr. D. Pedro I I ! abril de 1833, duodecimo da indepen­
Vivam os que idolatram estes dous charos dência e do Imperio. —Francisco de Lima
objectos ! e Silva.—José da, Cosia Carvalho.—João
« Palacio do Rio de Janeiro, ein 3 de .Braulio Muniz.—Honorio llermcto Car­
abril de 1833, duodecimo da independen- neiro Leão. »
cia e do Imperio. - - Francisco de Lima O marechal Pinto Peixoto, enviado
e Silva.—José da Costa CarvaLio.—João para conter a sedição, collocou-se á frente
Brmilio Muniz. — Nicoldu Pereira de da guai da nacional, reunida nas imme-
Campos Vergueiro. diaçpes de Ouro-Preto: um pequeno as­
— Pj’oclamação da regencia, dirigida sedio aos sediciüsos fel-os abandonar a
aos habitantes de ãlinas pelo mesmo 19 de maio a cidade, que foi logo oceu-
motivo : pada pelo iharechal. Os que foram presos
Começa : por motivo da sedição c os que puderam
escapar e se occultaram á reacção legal,
« Mineiros ! — O attentado perpetrado
foram amnistiados todos no anno se­
na capital da vossa provincia contra a
guinte.
auctoridade do legitimo presidente d’ella,
183o — F'allece o padre Francisco dos
0 desembargador Manuel Ignacio de
Santos Pinto, primeiro senador que teve
Mello e Souza, encheu de magua o co­
a provincia do Espirito-Santo, nomeado
ração da Regencia.
a 22 do janeiro de 1826 c que tomara
E acaba : assento a 4 de maio do mesmo anno.
« Para vos coadjuvar nos esforços A este succedeu o senador Nabuco;
que tendes a fazer para este ílm, a Re­ 0 3° foi 0 senador Jobim; é o 4“ e actual
gencia, cm nom’o do Imperador o Sr. 0 sr. conselheiro Christiano Ottoni.
D. Pedro II, tem encarregado do com­ 1850—Fallcce na cidade do Recife, de
mando superior das guardas nacionacs onde era natural, I). Frei Carlos de
do municipio do Barbacena, e do com­ S. José e Souza, 14' bispo do Maranhão
mando geral de todas as forças, que hou­ e irmão do bispo de Clirysopoljs, D. Frei
verem de marchar sobre quaesiquer pon­ Pedro de Santa M ariann^
tos da vossa provincia, que estiverem Recolhendo-se com o mencionado seu
dominados pelo.-; facciosos, ao marechal irmão á ordem Carmelitana a 3 de de­
de campo Jor-é Maria Pinto Peixoto, bem zembro de 179G, nella professara a 4 de
conhecido de vós pela sua bravura e dezembro do anno seguinte. Matricu­
patriotismo. lou-se depois nas aulas de philosophia e
oc Elle deverá obrar sob as ordens do mais tarde na de mathematica no Se­
vo.sso legitimo presidente. minário episcopal d'3Olinda, «inaugurado
a Mineiros ! A Regencia, em nome do a 16 de fevereiro de ISOU pelo saudosis-
Imperador o Sr. D. Pedro II, espera ver simo bispo de Pernambuco I). José Joar
agora j'erJisadas as vossas promessas, e quim da Cunha do Azeredo Coutinho,
que 0 successo corresponda á confiança sendo 0 seu primeiro reitor o conego
que elia em vós tem posto. José de Almeida Nobre (Dr. Carlos Ho-
« Viva a Religião! Viva a Constituição norio de Figueiredo, R evista do insti­
Politica do Imperio! Viva o Sr. D. Pe­ tuto ).» Nessas sciencias tornou-se notá­
dro II, Imperador Constitucional do Bra­ vel 0 frade c.irmelitano. Pelas suas luzes
zil ! Viva a assembléa geral! Vivam os e zelo, pelo ensino e solicitude nas cousas
 202 EPHEMERIDES NAOIONAES

da religião, foi escolliido bispo da dio­ t caboclos, ou outros similhantes. que se

cese do S. Luiz por decreto de 13 de possam reputar injuriosos.
maio de 1843, conilrmado por bulla do O vice-rei do Brazil, por portaria de
Papa Pio IX de 24 de janeiro de 1841, 6 de agosto de 1771, manda dar baixa
ill-:'
sagrado em Pernambuco a 2 de jtmho do posto de capitão-mór a um indio,
do mesmo anno e chegou ao seu bispado porque, sem attenção ás distinctas mer­
a 25 do mesmo mez e anno, fazendo a cês com que, pelo alvará acima citado,
sua entrada no dia 28. 0 havia honrado el-r- i, se mostrara de
Coagido por cruel enfermidade, ausen- tão baixos sentimentos, que casára com
tou-se depois do seu rebanho e foi pedir uma preta, manchando o seu sangue com
aos «res pátrios o restabelecimento da esta alliança' e tornando-se assim indi­
'■rí;í..:
sua deteriorada saude, mas alli deu a gno de exercer o referido posto.
alma ao Creador, no conyjiito da sua Alguns dão para o alvará mencionado
ordem, na presente data. a data de 3 de abril de 1774.
Foi orador sagrado digno de nota,ad­ 1819—Nasce no Rio de Janeiro, em
|,M!' , 0' quirindo a fama de um dos primeiros um domingo de Ramos, a rainha de Por­
do seu tempo: sabia, na tribuna evangé­ tugal D. Maria II, que veio a fallecer
lica, por uma eloquência suave efluente, em Lisboa a 15 de novembro de 1853.
/
verbo arrebatador e fe'rvido, inflammar 182/—Recebe José Bonifacio de An-
0 auditorio, inflammando-se primeiro a drada e Silva o titulo de conselheiro.
si mesmo. — E’ nesse mesmo dia e anno no­
Quando seu antecessor, o bispo D.Mar­ meado bispo de Pernambuco o padre-
cos, veio assistir á coroação do actual mestre frei Gregorio José Viega^, natu­
imperador em 1841, foi elle um dos tres ral de Portugal, da terceira ordem da
m - clérigos que ficaram regendo a diocese. Penitencia, e que. com o padre Joaquim
\ r '. Fallece com 73 annos de edade, dos Damaso, era o que se encairegara do
quaes 47 passados no calustro e seis de arranjo e conservação da bibliotheca
episcopado. que 0 principe regente trouxera de Por­
O chroni.sta das folhinhas Laeinmert tugal, e que é hoje a Bibliotheca Nacio­
0 dá como fallecido no dia 7. nal do Rio de Janeiro.
I860—Decreto reorganisando o Ar- Frei Gregorio é contado como o 16°
I chivo Publico do Império. bispo d’aquella diocese: mas não to­
mou posse do seu cargo, por se ter
ABRIL—4
retirado para o reino a26 de abril de 1821
1755— Alvará em que, com o fim de com a familia real, não tendo até en­
promover os casamentos e allianças dos tão chegado as bulias para a sua sa-
brancos com os indigeaas, ha cl-rei por gi'ação.
be.n que os vassallos naturaesda Europa E’ eleito em seu logar D. frei Thomaz
ou da America, que os contrahirem, não de Noronha e Brito, dominicano (Vide
fiquem por isso com infamia alguma, julho 9 de 1847).
antes sejam .'’cput ulos muito hábeis para 1824—Grande assuada feita pelo povo
os cargos dos legares onde resiílirem, durante a noite nas ruas da cidade de
não menos que seus filhos e descenden­ S. Luiz, capital do Maranhão, em vir­
tes, os quaes terão até preferencia para tude dos bandos da Junta Provisória e
qualquer emprego, honra ou dignidade, Administrativa do governo da provincia,
sem dei)eridencia de dispensa alguma ; ]>elos quaes se ordenava a immediata
ficando ouirosim prohibido, sob pena de dispersão para o interior da provincia
procedimento, dar-se-lhes o nome de de todos os europeus solteiros que re-
sidiam na capital. Estes bandos foram
expedidos por deliberação de um con- tro de provedor-mór dos defuntos e au-
selho militar, que previamente se tinha zentes (Vide a de 7 de março
reunido, e do qual já tratámos. de 1609).
1831—Sedição militar na Bahia. 1655 — Provisão nomeando para vigá­
1845—.Acha se no Paragnassú Diaman- rio de Paranaguá o padre Dionysio de
tino, na provínciayi^HNlinag G ora ^ por Mello Cabral, o qual, tendo acabado o seu
um negro, um diamante de 7 1^2 oitavas tempo de serviço, foi de novo contrac-
de peso, que foi avaliado em 400 contos tado pela camara sob as seguintes con­
de réis. dições—que se lhe daria um ordenado de
1852—0 exercito brasileiro, comman­ 60g annuaes, 24 alqueires de farinha e
dado pelo conde de Caxias, regressa de um pescador.
Montevidéu á provincia do Rio Grande 1702 — Carta patente nomeando D. Al­
do Sul. varo da Silveira e Albuquerque gover­
nador da capitania do Rio de Janeiro.
ABRIL—5
Recebe o governo das mãos do capitão
1534 — Faz D. João III doação da ca­ gener .1 Arthur de Sá e Menezes a 15 de
pitania da Bahia de Todos os Santos, jullio do mesmo anno (Vide essa data).
com 5D léguas de costa, a Francisco Pe­ 1762 — Decreto determinando que os
reira Coutinho, fidalgo da sua cas i. que mestres de campo generaes se denomi­
havia servido em Gôa, em Malaca e na nem d’ora em diante tenentes-r/eneraes,
China, ás ordens de Aflbnso de Albu­ e que os sargentos-mores de batalha- se
querque. e que, tendo fijuntado uma pe­ denominem marechaes de campo. Quanto
quena fortuna, se havia retirado para aos chamados simplesmente mestres de
Alemquer, villa a algumas léguas de campo, depois da carta régia de 2Ò de
Lisboa, onde desfructava o que ajnntára outubro de 1749 ficar im denominando-se
e a moradia ou tença que recebia do coronéis.
Estado. A sua capitania começava onde A antiga denominação de ícrçofoi mu­
acabava a de Pero de Góes e terminava, dada para a de regim'ento no> corpos de
para o sul, no rio Mucury. Coutinho teve milícias, conservando-se porém para os
foral passado a 26 de agosto do mesmo de ordenanças, cujos commandante? ti­
anno, confirmando-lhe a doação. nham 0 titulo de capitães móres, posto
1625— Durante a noite tentam os hol-equivalente ao de tenente-coronel (Co­
landezes senhores da Bahia incendiar ruja, Resumo da Historia do Bsazil).
com brulotes a esquadra hispano-por- 1779 — Toma posse do governo do Es­
tugueza que bloqueava o porto (Vide a tado do Brazil o 13° vice-rei
ephem,. de 31 de março) ; tentando ao Vasconcellos e Souz i. oriundo da illustre
mesmo tempo, na confusão que este casa dos condes de Castello-mellior.
facto produz, escaparem-se dous dos Luiz de V:isconcellos fòra nomeado a
seus navios. Ambas estas tentativas 25 de setembro de 1778, tendo apenas 34
abortam pela vigilância do almirante annos de edade, para succeder ao mar-
Fajardo (Vide a ephem. de 6). quez de Lavradio, e chegou ao Rio de
1626— Alvará extinguindo a RelaçãoJaneiro a 23 de março do anno seguinte.
da Bahia e applicando os ordenados dos Apezar de ter tido por antecessor áquelle
respectivos desembargadores á susten­ habilissimo estadista, foi Vasconcellos
tação do presidio militar. Os desem­ um bom e incansável administrador.
bargadores foram chamados á Lisboa, Muito deve a ambos a colonia portugueza
excepto unicamente dous, dos quaes fi- da America, ü que este ultimo fez de arbi-
 ' Ir. » , '• 1
I-'
204 EPHEMERIDES NACIONAES
-i :V trario e despotico deveer levado sem
conta das ideas acanhadas do tempo
’î ' i ' ï ï ' em que exerceu o governo e das ieis por
it que tinha de regular os seus actos;
inspirou-o porém em todos elles o desejo
de acertar e de fazer o bein. Governou
Ht ' até 9 de Julho de 17J0, em que começou
1 0 governo de D. José de ,Castro, conde
i de Rezende, de sombria memória.
’:'V‘ » No tempo do governo de Luiz de Vas-
concellos fez-se o passeio publico do Rio
de Janeiro, construiu-se o chafariz das
Marrecas, classificou-se uma grande
quantidade da plantas do paiz, até então
1:
desconhecidas, restaurou-se o Recolhi­
,( ■'tí^í"; / , mento do Parto, quasi todo consurnmido
por um incêndio, etc. O sou retrato'
1
existe naquella egreja.
1802 — Francisco da Cunha e Menezes,
i: -*
51° governador da Bahia, toma posse do
seu cargo, que exerceu até 14 de De­
zembro de 1803, em que começa o do
conde da Ponte, João de Saldanha da
Gama.
1824—Reune-se uma camara geral na
capital do Maranhão, para convocação da
Junta provisória governativa da provin-
cia, com 0 fim de se attenuar o rigor da
medida tomada pelo conselho militar,
h -M que ordenára a immediata sahida de
todos os europeus solteiros para o inte­
'.I I
rior da provinci.i (Vide abril 4).
A Junta declara perante a camara que,
attendendo á queixa popular por aquella
deliberação e vendo, pelo lu'ocedimento
V
dos europeus, que daria ella causa a
maiores males futuros, julgára conve­
niente fazer esta convocação para se
tomarem deliberações mais ajustadas.
I' ! ,: Sob proposta do governo, resolveu-se
então dar-se por sem effeito aquella me­
dida, procedendo-se sómente á expulsão
dos portuguezes ociosos residentes na
capital, os quaes fossem julgados taes
por uma commissão especial de cidadãos
I)i'obos, perante a qual deveriam quali­
ficar-se, dentro de 15 dias, todos os por-
tuguezez solteiros não proprietários; os
fâmulos de qualquer proprietário seriam
obrigados a apresentar fiança idônea
sobre a sua condueta civil e politica.
A commissão para a alludida qualifica­
ção seria nomeada pelo governo, perante
a camara geral.
Pássando-se á escolha dos membros da
commissão, a Junta indicou os seguintes
cidadãos, que foram approvados: conego
José Constantino Gomes de Castro, Lou-
renço de Castro Belfort, Manuel Gomes
da Silva Belfort, desembargador Joaquim
Antonio Vieira Belfort, coronel Antonio
de Salles Nunes Belfort, dr. José An­
tonio Soares de Souza, capitão Bernardo
Pereira de Berredo, Antonio José Guilhon,
Manuel Bernardes Lamagner, capitào-
mór Ricardo Henriques Leal, tenen­
te-coronel Raymundo Ferreira tia As­
sumpção Parga e capitão Clemente José
da Costa.
1864—-Fallece em Paris o conselheiro
Francisco de Paula Cândido, doutor em
medicina pela faculdade d'aquella cidade
e lente de physica da do Rio de Janeiro,
nascido em 18(^ na provincia de Minas
Geraes. Ura grande espirito e um grande
coração !
1866—Oceupam forças de sapadores
brazileiros a iliia da Redempção, fron­
teira ao forte de Itapirú, por determi­
nação do bravo general Osorio (Vide a
ephemeride dc 10).
Morre no dia 10, dc uma granada ini­
miga, um dos lieróes d'’cssa gloriosa
cruzada, quando dictava a parte oílicial
do combate do dia, o tenente-coronel
João Carlos de Wilagran Cabrita, a *
quem coube 0 quinhão principal na peleja
que deu em resultado a oceupação d’esse
forte, ponto estratégico de immense al­
cance para o proseguimento das opera­
ções do nosso exercito, em cujas baterias
se abrigavam as chatas paraguayas, que
lhe faziam grande damno. i
O coronel Cabrita, que combatia então
contra os paraguayos,tinha sido. enviado
em 1851 pelo governo brazileiro á rc-
 EPHEMERIDES NAGI0NAE3
publica do Paraguay, para servir aili de
iustructor da arma de artilliaria ; de
sorte que fôra instruir no manejo das
» armas áquelles mesmos que teriam mais
tarde de as voltar contra o paiz que
lhes promovera o ensinamento do seu
uso, e dar a morte ao militar que lhes
servira de mestre !
O coronel Cabrita nascera a 30 de de­
zembro de 1820 na cídide de Montevi­
deo, onde estava seu pae em serviço
militar do Brazil.
1867—Tratado de limites, commercio,
navegação e extradicção entre o Brazil
e a Bolivia.
1876—0 imperador e a imperatriz, que
a 24 de março tinham partido do Rio de
Janeiro para os Estados-Unidos, chegam
a 4 de abril á capital do Pará, e na pre­
sente data desembarcara. A ’ tarde em­
barcam de novo e segue o paquete que
os leva rumo de Nova-York, onde che-
gai’am no dia 15. A 16 partiram para
Philadelphia, ponto objectivo da sua
viagem.
1880—Terminação da secca do Ceará
de 1877 a 1880.
Por telegranmma dirigido na presente
data ao presidente do conselho de mi­
nistros (o sr. senador Josd Antonio Sa­
raiva), participa a presidência do Ceará
a cessação da íerrivel secca que assolava
aquella provincia très annos havia ;
começára então o desejado inverno.
Já anteriormente tinha cahido alguma
chuva em differentes pontos da provin­
cia, mas não só não fôra abundante,
como cessára logo depois. D’esta vez po-
i’ém apresentava-se com todos os signaes
de duradoura, como se verificou depois
(Vide março 14).
ABRIL—6
1625—A esquadra hispano-portugueza,
que viera libertar a Bahia do poder dos
hollandezes que ha quasi um anno a
occupavam, accrca-se da praça sob o
fogo vivissimo das baterias, escapando a
205 .]§
tres brulotes que da esquadra hollan-
deza lhe despediram; de uma bateria
que puderam os nossos estabelecer em
terra conseguiram metter a pique sete
navios inimigos, incluida a capitanea;
foram ao mesmo tempo apertando o
cerco dá praça, de modo que dentro de
poucos dias não mediava entre amigos
e inimigos mais que a distancia do fosso
que a uns e outros servia de resguardo.
Durante o cerco chegaram com soc-
corros para os nossos, dc Pernambuco,
no dia 7, o capitão Jeronymo de Albu­
querque Maranhão, filho do conqnistador
de egual nome, e do Rio de Janeiro, no
dia 15, 0 brioso joven Salvador Corrêa
dc Sá, neto do d'este nome. e a quem
seu pae, o governador do Rio de Janeiro
Martim de Sá, confiára o commando de
duzentos homens, conduzindo muitos
mantimentos, tudo em duas caravellas e
quatro canoas remadas por indios, ha­
vendo percorrido ao longo da costa
cerca dc quatrocentas léguas (Vide 28
de abril).
O moço Salvador tivera occasião de
medir-se com vantagem, na capitania do
Espirito Santo, com trezentos hollan­
dezes, que alli liaviam desembarcado de
oito navios com que no dia 10 de março
Adrian Patrid se tinha apresentado diante
da villa da Victoria [Hist, das lutas
’ com os hollandezes, pag. 34 a 35 da
edição de 1872).
1642—Por ter lançado o habito ás ur­
tigas e casado em Amsterdam com uma
hollandeza, é relaxado em estatua, na
cidade de Lisboa, o celebre padre Manuel
de Moraes.
Nascera na villa de S. Paplo em 1586
e ainda muito moço entrára para a
companhia de Jesus, onde, depois dos ne­
cessários estudos, tomára ordens sacras.
Estudára e viajára a Europa e lá es­
crevera uma Historia da America., de
que não trata Innocencio da Silva e da
qual se servira João Laet em seu Novo
Orbe, segundo refere o auctor do Sum-
 mario da bibliotheca lusitana ((orao III,
Lisboa, 1787). Passados tres annos voltou
a Portugal, suppondo talvez que a in­
quisição dormia ou esquecia, e alli foi
iramediatamente preso e relaxad'o, d'esta
vez em carne, á justiça secular no auto
da fe' de 15 de dezembro de 1G47 como
'profitente e obstinado. Diz-se que abju-
rára então os seus erros, mostrando-se
arrependi4o d’elles; o que lhe valeu o
não ser queimado vivo, padecendo un i­
camente a morte de g xrrote! Sempre
teve isso em seu fa v o r...
'i
/i. 1!:
m- 1700—Fallece na cidade do Rio de Ja­
neiro D. José de Barros Alarcão, 2° bispo
nomeado para esta diocese e primeiro
que exerceu o cargo (Vide março 28).
1714—D. Braz Balthazar da Silveira,
governador da capitania dc S. Paulo e
Minas, reune o povo na casa de sua
residência na villa do Ribeirão do Carmo,
para se accordar na divisão do território
de Minas em tres comarcas, de Villa
Rica, Villa Real e S. João d’Lll-Rei.
O assento que então se toma é assignado
por D. - Braz, pelo secretario Manuel de
AfTonseca, por frei Antonio Martins
Lessa, Raphael da Silva e Souza, Antonio
Mendes Teixeira, Manuel da Silva Mi­
randa,sargento-mdr Pedro Gomes Chaves
e capitão-mór Pedro Frazão de Brito.
1718—Descobrem as primeiras minas
de ouro de Cuyabá, nas margens do
Cuxipo-mirim, João Antonio Maciel,
Pascoal Moreira Cabral, Fernando Dias
Falcão e outros paulistas.
— D. João V compra por quarenta
mil cvuzados ou 16:000g000 da nossa
moeda, a capitania do Espirito Santo
a Cosme Rolim de Moura, primo e
cunhado de Manuel Garcia Pimentel,
que íallecera sem legitima successão,
tendo sido esta julgada naquelle Rolim
por sentença da Relação da Bahia,
Acaba assim em Rolim de Moura o
If-i direito de donataria á esta capitania,
que foi de dominio particular 193 annos
(Vide a
de 1534V
1796—Nasce em Pernambuco o general
José Ignacio de Abreu e Lima. Era filho
do dr. José Ignacio Ribeiro de Abreu e
Lima, mais conhecido pela designação
de P adre R oma ,
Tendo seu pae sido enviado em 1817
pelos revoltosos dc Pernambuco ás pro­
vindas das Alagoas e Bahia como seu
emissário, fora nesta preso, processado
summariamente, no espaço de tres dias,
por uma commissão militar, condem-
nado á morte eimmediatamentefuzilado
no CAMPO DA POLVORA, DO sabbado 29 de
março d’aquelle anno de 1817. Seu filho,
nesse tempo capitão de artilharia, que
estava então também encarcerado em uma
fortaleza da Bahia, teve permissão para'
abraçar seu pae antes da execução.
Vendo-se obrigado por esses aconteci­
mentos a deixar a terra em que haviam
sacrificado a vida do seu progenitor
como revolucionário, retirou-se o joven
Abreu e Lima para as republicas da Co­ k
lombia e Venezuela, e alli alistou-se na
phalange dos fautores da independencia
nacional, chegando a alcançar pelos ser­
viços que prestara a essa gloriosa causa
0 posto de brigadeiro.
Teve a honra de servir sob as ordens
do famoso Simão Bolivar.
De volta á patria, requereu Abreu e
Lima, e íoram-lhe concedidos, os direitos
de cidadão brazileiro, que perdera por
haver corhbatido em favor de nações
estrangeiras e aceitado d’cllas honras e
mercês; o acto da Regencia do Império
que 0 reintegrou nesses direitos tem a
data de 23 de outubro de 1832. Por por­
taria de 12 de novembro do’mesmo anno
foi-lhe permittido o uso dos titulos e
distincções que alcançára nas republicas
por cuja independencia arriscára a vida.
Voltando á terra natal consagrou-se ex­
clusivamente ao estudo da historia patria,
da qual nos deixou, além de outros
trabalhos, um compendio, justamente
 EPHEMERIDES NACIONAES 207

apreciado em uma época cm que an­ 1821—Proclama-se na cidade de S. Luiz,

davam bastante descurados entre nós capital da província do Maranhão, o novo
os estuuos liistoricos feitos por enge­ systema de governo constitucional esta­
nhos nacionaes, e a sua Synopsis ou belecido em Portugal.
Deducção ciironologica dos factos mais Governava a provinda o ra.irechal Ber­
R notáveis da historia do Brazil, impressa nardo da Silveira Pinto da Fonseca, que
I em Pernambuco em 1815 e de que se até então occultára ao povo aquelle acon­ ■Î '
f tem tantas vezes fallado nestas paginas. tecimento, assim como a adhesão que á
> '* d ■
Nestes últimos tempos 0 general Abreu nova ordem de cousas prestara a do
^ e Lima entrára cm polemica sobre Pará: tendo porém chegado a S. Luiz,
V, questões religiosas, sob o pseudonymo procedehte da Bahia por Pernambuco, a
il de—CnuiSTÃo velho — , com o mon- galera ’Gequiá, divulgou-se o facto e foi
^ senhor Joaquim. Pinto de Campos, opinião geral .,dos habit intes que qu into
' patenteando idéas livres nessa matéria, antes se adherisse á C 'nstituição. De ac-
/ sem todavia renegar das leis funcla- côrdo pois com o capitão-general, como
mentaes e immutaveis da religião que melhor se lerá na Historia da Indipm -
bebêra no berço. Aconteceu entretanto, dencia do Maranhão do sr. senador Vieira
por causa do azedume ti’azido por essa da Silva, apresenta-se logo cedo no quartel
controvérsia, que ao fallccer (a 8 de do campo de Ourique, o seu ajudante de
março de 18G9 na cidade do Recife), ordens o major de cavallaria Rodrigo
0 bispo d’essa diocese, que então era Pinto Pizarro, faz tocar a oííiciaes e, na
D. Francisco Cardoso Ayres, prohibiu casa da ordem, manifesta as suas opi­
formalmente que o se a cadaver fosse niões e desejos, lendo a proclamação se­
sepultado em sagrado. Entretanto, o guinte:
livre pensador pernambucano nos seus « Soldados do Maranhão.— O amor da
derradeiros momentos recommendára a patria, soldados, e a valentia não se ma­
seus amigos que o seu enterro posse nifesta só na guerra, derrotando bata­
PEITO SESI POSIPA ALGUMA B APENAS lhões inimigos ; também na paz ha heróes,
HOUVESSE UMA ENCOMSIENDAÇÃO REZADA também se colhem louros. Despedaçar os
AO SEU CADAVER, NA CAPELLA DO CEMI­ ferros do despotismo, dar liberdade á
TÉRIO, O que pareça denotar que não era patria agrilhoada, eis a façanha gloriosa
um impio. Foi conduzido ao cemiterio para que altamente vos convidam os
protestante de Santo Amaro, — «cujas vossos irmãos é camaradas do antigo e
portas não consta que se fechassem uma novo mundo.
unica vez diante dos restos mortaes de « As aguas do Amazonas, e as ondas do
uma creatura humana,» — diz a esse Reconcavo lavarão para sempre o ferrete
respeito o sr. dr. M. D. Moreira de da escravidão.
Azevedo nas suas Curiosidades. Já.com « O Pará, a Bahia e Pernambuco já vos
seu pae, o padre R oma, se dera egual mostraram o caminho da lionra, da vir­
facto, por ter sido elle fuzilado como tude e da gloria; sigamos-lhes o trilho do
rebelde; mais de-meio século depois, por heroismo.
motivo diverso, sofï’re a mesma recusa « Soldados: no campo de Ourique foi
0 cadaver do filho ! Por ter discutido as acclamado o primeiro dos nossos reis,
doutrinas da Egreja, sem entretanto seja acclamada n’outro campo de Ourique
negar as bases fundamentaes e incon­ a primeira constituição do Brazil.
cussas da mais pura das religiões, dorme Eia, soldados ! Tenha Portugal, tenha
em chão protestante um brazileiro 0 Brazil uma só bandeira, uma só divisa
illustre ! — Liberdade, amor e vivas ao nosso muito

^ 3 r ,1 ^ . 2T /

208 EPHEMERIDES NACIONAES
amado rei, o Sr. D. João VI e toda a sua
Real Dynastia.
« Viva a Patria !
o- Viva a Constituição !
cc Quartel do campo do Ourique do Ma­
ranhão, G de.abril de 1821.—Rodrigo
Pinto Pizarro, major de cavallaria.»
Estas palavras foram ouvidas com en-
thusiasmo, e formando-se successiva-
mente o regimento, tendo á sua frente
0 commandante, proclaraou-se a consti­
tuição.
Feito isto deliberou-se' mandar ao ca­
pitão-general uma representação, dan­
do-se-lhe conhecimento do partido que
a tropa acabava de tomar e do desejo
que nutria pela continuação do seu go­
verno,
Wi — Fallcce o franciscano frei Antonio
do Lado de Christo, que se chamára no
secuio Antonio Francisco Martins.
Nasceu na freguezia de Santa Rita da
cidade do Rio de Janeiro. Acolhido be­
I : II nignamente na ordem franciscana pelo
K.•■«'i provincial frei Joaquim de Jesus Maria
rí r f 'j ’i Brados, vestiu o habito a 13 de janeiro
de 1796, professando, depois do anno de
noviciado, a 11 de janeiro de 1797. De­
Vf-. ' sejoso de applicar-se ao estudo da philo-
il' sophia, procurou a cidade de S. Paulo,
:| l fi.'
onde teve por mestre a frei Francisco da
Candelaria: na mesma cidade recebeu
ordens sacras em fevereiro de 1801.
Recto cumpridor dos seus deveres de
religioso, eloquente na tribuna sagrada,
foi nomeado pregador e confessor a 7 de
abril do mesmo anno ; ledor do respec­
tivo collegio, nomeado pela sua ordem
em 1810, e a 21 de novembro de 1819
D. .João VI, levado da fama que cercava
yv
m
o seu nom.e, nomeou-o^rágador régio.
Compuzera este distincto ministro da
' .y.-a V'; egreja brazileira muitos sermões, em que,
l’ ;if;f
além do espirito evangélico que lhes
i 'f î v era principal sujeito, resumbrava um
elevado sentimento de amor da patria,
que lhes dava umà feição particular:
extraviaram-se todos elles.
æSiîi! Il'iv
Ik
1831—0 imperador D, Pedro I nomeia
tutor e curador de seus filhos ao conse­
lheiro José Bonifácio.
No decreto d’esta nomearão emprega o
imperador as expressões seguintes: —
«nomeio tutor de meus amados e presa-
dos filhos ao muito probo, honrado e
patriótico cidadão José Bonifacio dc
Andradae Silva, meu verdadeiro amigo.»
« Foi uma prova da ingratidão que
achou na hora da desgraça, que d’entre
todos aquelles que havia beneficiado e
enriquecido, se visse obrigado a apro-
Veitar-se do ancião que, em outro tempo,
haviatratadocom tanda crueldade.—John
A rmitage, Historia do Brazil traduzida
do inglez por um brazileiro. »
O imperador, depois de ter arranjado
os seus négocies domésticos, embarcou
em um escaler da nau ingleza Waespite,
com a imperatriz, a rainha D. Maria II
de Portugal, a marqueza de Loulé, irmã
do imperador, e o marquez do mesmo
titulo, e deixou para sempre as terras
do Brazil. Era commandante da nau
Talbot e nella estava arvorada a in.signia
do almirante Baker.
Devemos dizer que, tendo nesse dia
demittido o ministério, chamára D, Pedro
para novo gabinete seis titulares, que
já haviam sido ministros e não gozavam
de popularidade. A ’ vista d’esta nomea­
ção, reunem-se no campo de Sant’Anna í
0 povo e grande parte da tropa de linha
existente na cidade, e pedem a reinte­
gração do ministério demittido (Vide a
ephemeride do dia 7 ).
1836—0 major Manuel Marques de
Souza é derrotado pelos revoltosos na
cidade de Pelotas, no passo dos Negros
(S. Gonçalol ), e fica prisioneiro d’aquel-
les, commandados pelo coronel Antonio
de Souza Netto [Guerra civil do Rio
Grande do Sul ).
1838—Fallece em Nicteroy o conse­
lheiro José Bonifacio de Andrada e Silva y
(Vide a ephemeride de 13 de Junho de
1763).
' ' EPHEMERIDES NACI0NAE3
1850—São escolhidos senadores por
Pernambuco o visconde, depois conde da
Boa Vista e o sr. Manuel Ignacio Caval­
canti de Lacerda, actualmente barão
de Pirapama.
1879—Fallece em Mogy das Cruzes,
provincia de S. Paulo, onde exercia o
cargo de juiz municipal, o dr. Juvenal
de Mello Carramanhos.
Collaborára em diversos jornaes, espe­
cialmente no Bazar Volante, de que era
redactor o sr. dr. França Junior. Os seus
escriptos, que primavam pela graça e
espirito, eram assignados GaVeno. Suc-
cumbe a uma affecção cardiaca, deixando
a viuva e os filhos em completa po­
breza.
ABRIL—7
1623—Nasce na Bahia o famoso poeta
satyrico dr. Gregorio de Mattos Guerra.
Diz a seu respeito o auctor das Batas
Celebres :
« .. .que tão alta fama tinha de ganhar
no mundo litterario pelo genio satyrico
e mordaz com que o dotara a natureza,
e que afinal lhe valeu tanta perseguição
e até 0 desterro! Coimbra, onde adquiriu
instrucção, Bahia que lhe dera o berço,
Africa, a terra de seu exilio, Pernam­
buco, que lhe prestara abrigo, lhe for­
neceram assumptos a epigrammas, e
inspirações a satyras, e viram eom as­
sombro a mordacidade de sua critica e a
originalidade d’essas caricaturas saty-
ricas em que elle desfigurava as perso­
nagens de primeira categoria da socie­
dade, se bem que condemnassem com
indignação o escandalo da linguagem, a
insolência dé pensamento de muitas de
suas composições. Foi a sua vida longo
tecido de estravagantes anedoctas. Mor­
reu em 1696 balbuciando' versos cheios
de contricção christã, tão contrários
d’aquelles que lhe inspirára a sua musa,
travessa e folgazopa. Bem se IhejDoderia
dizer, com Lamartine: « Muse, con­
temple ta victime.y>
209
Era filho de Gregorio de Mattos, de
nobre familia da villa dos Arcos de Vai
de Vez em Portugal, e de Maria da
Guerra, senhora de engenho na Patatiba,
e tinha por irmão mais velho ao padre
Euzebio de Mattos, egualmente illustre
por suas letras.
Cursara durante sete annos a universi­
dade de Coimbra, em cuja faculdade de leis
se formara. D’alli escrevia para Lisboa o
desembargador Belchior da Cunha Bro­
chado a seu 1’espeito: « Anda aqui um
estudante brazileiro tão refinado na
satyra, que com suas imagens e seus
tropos irarece que baila Momo' ás can­
çonetas de Appolo.»
Depois de ter exercido por algum
tempo a advocacia em Lisboa, 'e de alli
servir o logar dc juiz do crime e dos
orphãos, a como se colhe, diz o conego
Januaiio, de uma douta sentença por
elle proferida em 2 de novembro de 1671-,
que traz Pegas no tomo 7 á ordenação
do liv. 1“, tit. 87. § 21°)3, merecendo a
attenção do i’ei D. Pedro II, então prín­
cipe regente: cahiu logo depois no des­
agrado da côrte, seguramente por causa
da sua veia satyrica; então decidiu-se a
I
V,
voltar para o Brazil, aproveitando as
boas graças do primeiro arcebispo da
Bahia, D. Gaspar Barata de Mendonça,
que então tomára'posse da sua diocese.
Este prelado fez-lhe mercô dos cargos
l
de vigário geral e thesoureiro-mór da
sé com murça de conego, apezar de ter
0 nosso poeta sómente ordens menores.^
Tinha a esse tempo, 17 annos de edat
Em sua companhia vieram o > * ^ b r e
poeta Thomaz Pinto Brandão/^To famoso
padre Antonio Vieira, que voltava da
côrte.<
O seu procedimento porém pouco re­
grado e maléfico e o fallecimento do
prelado seu protector, fizeram-n’o logo
perder os alludidos empregos. Casou-se
então com Maria de Povos, viuva muito
honesta e formosa, que lhe trouxe em
dote umas terras que possuia. O poeta
14
 ; v:
m
^'^V, í;,
210 EPHEMERIDES NACIONAES
’.h,> '.„'í;
vendeu-as e conta-se que posto o di­
nheiro da venda em um sacco, odespe-
jára em um canto da casa, de onde se ia
míf-; tf.
e:'3
tirando o necessário para as despozas,
de modo que em breve estava tão pobre
como antes. Por isso e pela sua desen­
voltura e mord icidade de ling^iagem,
que a ninguém pouprva. viu-se sua
mulher forçada a,_volcii- ])ara a casa de
um tio que a jji'tjlegia, e Gregorio de
Mattos, convidado depois para recebel-a.
Wr impo/, a estravagante condição de que
a aceitaria de novo, mas trazida por um
capitão da matto, como cscr i” a fugida,
condição que se execuiou, posto 'jue do
modo mais decoroso [ussivel. Gregorio
pagou ao capitão do matto e protestou
que todos os filhos que tivesse se haviam
de chamar Gonçalos, para que se dissesse
que a sua casa era de Gonçalo! Pela
perda dos clientes e de sua pequena
fortuna viu-se obrigtdo a viver como
- 'í-f‘
Diogenes e a vagar pelas casas dos se­
nhores do Reconcavo, aos quaes entre­
tanto nenhuma falta perdoava, apro­
rH
, Il - l'iãí
j í t'''
j .■- t veitando para suas composições o menor
vislumbre de ridículo que nellcs des­
! ■i^'' f " •
í'.': ' l'|'' ' cobria.
.V í''’ ",' Governava a capiwnia e o estido
,. 'iV' '/'.'.V
D. João de Lencastre, que o quiz a
principio levar por bem, mas teveaüiial
l .'n -f
dc 0 m.íiular par» Angola, com o fim,
diz-se, de o subtrahir á vingança de um
sobrinho do seu antecessor Camara Cou-
tiiiho, satyrísadü por Gregorio de Mattos.
i x! Partiu com elleito para o seu desterro e
il
I:
advogava em Loanda a m bons créditos,
quando alli teve ensejo de prestar ser­
viços ao govei’iiador d’aquelle z’eino Pedro
Jacques de Magalhães em um tumulto
militar contra o referido funccioçario:
foi-líic por isso pmanittiflo voltar ])ara o
Rrazil. Aportando a Pernambuco,, gover­
nado entãop m C letauo de.MclloeC (Stro,
obteve d’esse fidalgo não só dinheiro
como recommendai,'ao formal de cuidar
muito cm encurtar os bicos da penna,
si 0 queria ter por amigo. E assim
succccleu, adquirindo a estima e aíí'ei:ão
de alguns e preferindo permanecer na-
quella cipitania a voltar j) ira a sua
cidade natal e para o seio da sua faraiüa.
Alli 0 surprehenden a morte em bl08.
aos amios de edade. dando gi'andes
mostras de contricção e arrependimento
de todos Qs passos menos regulares da
sua vida. Assistiu liie nos don‘-a<ie;ros
momentos D. frei Francisco de Lhna,
bi.'po iraquelli diocese, o qual, eono
bom pr.stor, viera vel-o de uma legua ile
di.stancia. O se i cadaver foi sepultado
no Ilosuicio de Xossa ,S'nhora da Penha
dos t.'anuchiuhoi Fi’aueezes no mesmo
dia em que chegavam as noticias da
destruição do famoso mocambo dos Pal­
mares. Deixou do seu consorcio urn filho
unico, Gongilo de Matto.s, que não só
não herdára, segundo alguns, o estro de
seu pae, como não cuidára em perpo-
tuar-lhe o nome zelando a conservação
de seus escriptos. que fclizmeníe não
esião do todo perdidos.
Gregorio de Mottos, diz o visconde dc
Porto Seguro no seu Floritegio, era de
boa estatura e delgado de corpo ; de
testa espaços », cor clara, olhos grandes
e usava dc (culos. Ti‘ Java do capae
volta e puniia cabelleira dc bandas. Pas­
sou por grande conhecedor de musica c
ac unpanhava na viola os seus impro­
visos.
« De nonhurp auctor Izrazileiro pos­
suímos mais poesáas do que d’este ; o
enti’ota :to sorá talvez d’eile que maior
porção teremos que rejeit u-; aao tantas
por insulsas, corno quasi todas por me­
nos decorosas (Idoriiegio da poesia bra-
zileira).y>.
« A não publicação das suas poesi ;s,
diz Jo.sé Maria da Costa e Silv.n, n;io póde
deixar de reputar-se uma grande perda
para a nossalitteratura.» >
Graçaspore'm aosr. .Alfie lodo VallcGa-
Irr 1 vamos ter as obras do seu original
conterrâneo Gregorio de Mattos, para
mór lustre das lettras patrias.
 EPHEMERIDES NACI0NAE3 211
Alguns auctores, entre outros, Yar- glaterra o da França, que estavam pre­
nhagvn, Innoccncio da Silva, guiado por sentes, entrega ao major Miguel de Frias
aquellc. c o sr. J. dc Yasconcellos. guiado 0 decreto de sua abdicação, dizendo-lhe:
por ventura vior ambos, f-zem o inimi­ — ■Esta é a unica rçsposta digna de
tável satyrico bahicnse nascido dez an- mim. Abüiquei a corôa e saio do im­
nos mais tarde e a 20 de dezembro. pério; sejam felizes na sua patria. »
1629—E’ restitnido ao exercício do seu Esse decreto, datado do paço da Boa-
cargo 0 capitão niór da carãtania do Pará Yista, é concebido nos seguintes termos:
Manuel de Souza d Eça, depois de ter cc Usando do direito que a Constituição
soíTrido uma suspensão injusta de9mezes me concede, declaro que hei mui vo­
na cidade de S. Luic do Maranhão. luntariamente abdicado na pessoa de
1112—C irta régia reconhecendo os bons meu muito amado e presado filho o 3r.
serviços prestados pelos habitantes do D. Pedro de Alcantara, » 0
Rio de Janeiro por oceasião da segunda Nesse mesmo dia reuniram-se no paço
invasão dos francezes. do senado para tomar conJiecimento da
1714—Carta régia marcando o orde­ abdicação e nomeiar a regencia que de­
nado de quatro contos e oitocentos mil via governar o império, todos os sena­
i'éis para o governador geral do Estado dores e deputados, que se achavam na
do Brazil, que até então só ganhava um corte. Depois de fallarem alguns sena­
conto e duzentos. dores, foi introduzido na sala das sessões
O primeiro que recebeu este augmento 0 brigadeiro commandante das armas
foi 0 m.irquez deAngeja. Francisco de Lima e Silva, que entrega V'Fiîj
1766—Tomára posse do governo da ca­ ao presidente do senado o acto da abdi­
pitania de S. Paulo a 23 julho dc 1765 cação e se retira em seguida. Apresenta
D. Luiz Antorfio de Souza Botelho Mou- então o senador por Pernambuco José
rão, morgado de Matheus, que fôra Ignacio Borges uma indicação, que foi
nomeado a 4 de fevereiro do anno an­ approvada, acerca do modo de eleição da
terior capitão-general para essa capita­ regencia provisorin, a que se procede de­
nia, desmembrada da do Rio de Janeiro pois d'isso e para a qual são eleitos o mar­
a pedido do vice-rci conde da Cunha, e quez de Caravellas, obrigadeiro Francisco
cuja posse foi ratificada na presente de Lima e Silva e o senador Nicolau Pe­
data. perante a camara da cidade de reira de Campos Vergueiro, que prestam
S. Paulo. 0 juramento da lei nas mãos do senador
1808—Creação do Archivo Militar da bispo capellão-mor, presidenteacciamado
corte, para a reunião e conservação dos na oceasião pelo senado, em logar do
mappas e cartas geographicas do Brazil marquez de Caravellas, que até então o
e dos domínios ultramarinos. occupara. Foram os très membros da
1831— Abdicacão do 1° imperador naregencia depois d’isso proclamados taes
pessoa de seu filho o imperador actual, dentro e fóra da sessão, pelo presidente
então de pouco mais de .õannosde edade. do senado.
O major Miguel de Frias e Vasconcel- Tal foi 0 modo por que se passou um
los tinha-se apresentado no palacio de dos actos de mais movimento da nossa
S. Chistovão, cornmissionado pelo povo vida política depois de nos termos 'con­
e tropa, reunidos no campo da Accla- stituído nação independente.
mação, pedindo ao imperador a reinte­ 1835—Procede-se á eleição do regente
gração do ministério demittido. O impe­ do Império segundo o Acto Addicional
rador, depois dc ter trocado algumas e o primeiro cidadão em quem recae a
palavras com os representantes da In­ escolha é o padre Diogo Antonio Feijé,

212 EPHEiMERIDES NACIONAES
íill 5?
A regencia permanente, que só constava
cie um membro, por ter fullecido João
Braulio Moniz e se ter ausentado para
S' S. Paulo Jose' da Costa Oarvallio, acabou
0 seu mandato a 12 de outubro {Vide
Í;|
essa data), em que o assume o novo re­
gente.
1871—Inauguração da linha tolegra-
phica de Camaquan a S. Lourenço, Pdo
Grande do Sul, na extensão de 4,000
kilometros.
1879—Succumbe no Rio de Janeiro a
'a;,' uma cvstite purulenta o dr. Antonio
Cesar cfe Berredo, auctor da collecção de
poesias Lyra di^ instantes, do romance
f í â s i inédito Oi mocamheiros e de uma obra
incompleta sobre direito publico, além
de outras producçoes em prosa e em
í f.:'; verso, que não foram colligidas em tomo.
* a,?»?'' y ,
3 . Hji a
^ If . '■ It*!'.- ’
Era natural da provinda do Maranhão,
casado, abastado senhor de engenho e
*í ' I'’il'-,. muito considerado pelas suas qualidades
.' ^|r ■'
l ' Î ' r "■ e dotes intellcctuaes.
Tinha 57 aunos edade.
I • ’'fif•'r 11 ■:
ABRIL—8
1605—Nasce em Valladolid FelippelV
dc Hespanha (III de Portugal), que suc­
cédé a seu pai a 31 de março de 1621.
Enfraquecendo Portugal, para lhe tirar
os meios de se revoltar contra o seu
odioso dominio, deixou perderem-se as
colonias portuguezas e arruinar-se o seu
cornmercio ; substituiu os portuguezes
por hespanhóes em todos os cargos do
estado. Nem oceorreu ao condé-duque
de Olivares, seu primeiro ministro e
valido, que se enfraquecia a si proprio
e que a longanimidade de um povo tem
limites: 0 aeto de 1 de dezembro de 1640,
promovido pelo dr. João Pinto Ribeiro,
poz-lhe patente esta verdade.
1614—Parte de Lisboa em uma urca o
sargenío-mór Diogo de Campos Moreno.
Trazia 50 soldados e duas colubrinas
para o forte da Lagem, do Recife, e al­
gumas armas e munições para a guerra
da conquista do Maranhão c expulsão
1 '
dosfrancezes alii estabelecidos, de que
vinha encarregado pelo governo de
Madrid.
A 26 de maio é que chega ao porto
do Recife, onde já achou nomeado Jero-
nymo de Albuquerque para a juella missão
pelo governador geral do estado (Vide
maio 26).
1638— Larga do porto do Recife a
esquadra hollandeza de 30 vasos de
guerra, com 3,400 homens de tropa e
1,000 Índios, sob o commando de MauJ
ricio de Nassau, destinada á conquista
da Bahia (Vide a ephem. de 16).
1695—Levantara-se os moradores de
Sorocaba, tendo á sua frente o capitão-
mór Miguel Garcia Lumbria, dirigem-se
em tumulto ao mosteiro de S. Bento e
intimam aos religiosos que não saiam
da villa, por ficarem expostas as almas
a S3 perderem por falta de sacramentos:
retrucam os religiosos que tinham dc
obedecer á ordem do superior que os
mandava retirarem-se da v illa ; o povo
porém declara que se opporá á força
d’armas á sua partida e os frades sub-
mettem-se á intimação, dispersando-se
depois d’isto a multidão satisfeita e
em paz.
Referimos este e similhantes factos
que parecerão de somenos importância
histórica, porque elles podem auxiliar o
historiador na apreciação do modo de
sentir e obrar do tempo e a ajuizar da
energia e caracter do povo, apezar da
pressão com que o despotismo da epoca
0 governava ; nem sempre eram . car­
neiros que se tocam sem resistência
para o redil, ou para a tosquia, ou para
0 açougue.
Demais, um facto poderá parecer-nos
sem valor e a uma certa ordem de lei­
tores, e serem exactamente os d’essa
especie os que procurem leitores de outra
ordem de ideas. Desejáramos por isso
não omittir nenhum.
1711—A povoação do Carmo ou Villa
Real do Ribeirão do Carmo, é creada

EPIIEMERIDES NACIONAES
villa pelo governador da capitania de
Minas Geraes Antonio de Albuquerque
Coelho de com aquelle
ultimo nome.
Teve os foros de cidade 31 annos
depois: é hoje a se'de episcopal do Ma­
rianna.
1822—Proclamação do imperador D. Pe­
dro I aos habitantes de Minas Geraes.
E’ do teor seguinte:
«M in eiros!— As concussões politicas,
que ameaçavam esta provincia, fizeram
uma impressão tal em meu coração, que
ama verdadeiramente o Brazil, que me
obrigaram a vir entre vós fazer-vos co­
nhecer qual era a liberdade de que ereis
senhores, e quem eram aquelles que a
proclamavam a seu modo, para estor-
quirem de vós riquezas e vidas, não
lembrados que vós não sereis por muito
tempo soíTredores de semelhantes des­
potismes.
Raiou emflm a liberdade. Conservai-a.
Razões politicas me chamam á corte.
Eu vos agradeço o bom modo com que
me recebestes, e muito mais se fordes
seguindo o trilho que vos mostrei. Co­
nheceis os maus, fugi d’elles. Se entre
vbs alguns quizerem (o que eu não espero)
emprehender coisas novas, que sejam
contra o systeina da união brazileira,
reputai-os immédiat imente terriveis ini­
migos, amaldiçoai-os e aceusai-os pe­
rante a justiça, que será prompta a
descarregar golpe tremendo sobre mons­
tros,que horrorisam os mesmos monstros..
Vós sois constitucionaes e amigos do
Brazil. Eu não menos. Vós amais a li­
berdade. Eu adoro-a. Fazei por conservar
0 socego da vossa provincia, de que me
aparto saudoso.
Uni-vos commigo e d’esta união vireis
a conhecer os bens que resultam ao
Brazil e ouvireis a Europa dizer: « O
Brazil 0 que é grande e rico, e os bra-
zileiros são os que souberam conhecer
os seus verdadeiros direitos e inte­
resses.
r^í
213
Quem assim vos falia, deseja a vossa
%
fortuna e os que isto contradisserem,
amam só o vil interesse pessoal, sacri­
ficando-lhe 0 bem geral.
Se me acreditardes, sereis felizes.
Quando não, grandes males nos ameaçam.
Sirva-nos de exemplo a Bahia.—P kincipe
R egente .»
1823—Decreto concedendo o predica­
mento de cidade á villa de S. Christovão,
na provincia de Sergipe.
Esta provincia, que fora a principio
um simples districto da capitania da
Bahia, desenvolveu-se depois e foi em
julho de 1821 declar.ida capitania inde­
pendente, sob a denominação de Sei'gipe
d’El-rei. Passou á provincia do Império
por oceasião da independencia, tendo
por capital a vdla de S. Christovão. Esta
cidade decahiq depois, quando em 18,^
teve de ceder ao Aracaju os fóros e
primajíia de capital da provincia.
1831—Em virtude da abdicaçao do 1
imperador no dia 7 nomeia no mesmo
dia a asscmble'a geral legislativa a re­
gência provisória, que devia dirigir os
negocios públicos durante a menoridade
do 2“ imperadoV, e cuja composição já
demos.
O ex-imperador, que se acolhera á nau
ingleza V'arspite,como também dissemos,
dirige de bordo uina carta á assembléa
geral legislativa, pedindo a confirmação
do decreto pelo qual nomeára o con­
selheiro José Bonifacio tutor de seus
filhos.
Na presente data reuniram-se de novo
no senado os deputados e senadore's,
posto que em menor numero, e a reque­
rimento do senador Carneiro da Cunha
propõe o presidente que se nomeie uma
coinmissão para redigir uma proclama­
ção e para esse fim nomeia os senadores
Carneiro de Campos, Araujo Lima e Luiz
Cavalcanti, á que, a requerimento do
primeiro, decide a camara se ajuntem os
representantes Ferreira da Veiga, Castro
Alvares e Carneiro da Cunha.
 '■Lííi,''
iiij
■■3
2U EPIIEMERIDES NAC10NAE3
I' :"'i
I-,.)
Essa proclamação, assignad i pelo bispo
oapellão mór como presidente do senado
e por L. E. de Paula Cavalcanti de Al­
buquerque, como secretario, tinha por
fim tranquillisar 0 espirito publico sobre­
maneira abalado pelos recefites aconteci­
;; HU■ mentos. Foi publicada neste mesmo dia.
ç 1836 — O general Antonio de Souza
h-i■'■
Netto derrota o coronel Albano de Oli­
veira Bueno na cidade de Pelotas, que
cae em poder d s revoltosos comman-
d idos por aquelle general.
'!I-',
1837—Perda de Caçapava e de toda a
■i;' i! I' ■' ’ força de infantaria command.ada pelo
ir i' ' coronel João Clirysostomo da Silva, o
qual .SC rende ao coronel Bento Manuel
Ribeiro, que tinha abraçado de novo a
causa dos rebeldes. Este aco tecimento
trocou inteiramente a posição de umas
e outras das forças que se digladiavam
I- . na provincia, toniando tão prccaria a
'u i : .■ dos imperiaes quanto o era até alli a dos
rebeldes.
1847—O impera lor, que se achav.i em
Campos, vai á cidade de S. João d i
Barra, descendo om galeota pelo rio
Parahyba, que banha as duas c ij ides, e
d'alli regressa para Campos no dia 10.
fazendo a maior ])artc da viagem de
carro.
No dia 12 vai a S. Fidelis ; a 13 torna
a Campos, onde dá no di i 14 um baile.
A 16 deixa csla cidade e toma a direcção
da de Macahé, onde todavia sé chega na
tarde de 21, tendo pernoitado a 16 na
fazenda do Guriry, propriedade do dis-
tincto cidadão Joaquim Ribeiro de Castro
hoje fillecido. De 17 a 20 permanece o
imperador ern Q lissamã. visitando os
arredores c gos.mdo da fidalga hospita­
lidade do respeitável ancião, chefe da
familia Araruama.
1861—Fallcco em Campos dos Goyta-
dí
cazes 0 prestante cidadão commenda lor
Bento Benedicto de Almeida Baptista,
Sí /
que íóra membro da assembléa pro vincial
do Rio de Janeiro e da camara municipal
e era presidente da sociedade de Agricul.
tura de Campos.
ABRIL—9
1590—Reunem-se os camaristas da villa
de S. Paulo è pedem ao capitão-mór
Jeronymo Leitão, segunda vez consti­
tuído loco-tenento do donatario d i ca-
pitanii, Lopo de Souza, que os auxilie
na defeza da villa contra o ataque que
intentavam trazer-lhe os indios
e (upintnguins, como era sabido, e contra
os quaes já haviam mandado construir
um forte e tranqueiras no sitio denomi­
nado Etnboaçava. Em virtude d'esta re­
quisição, publica 0 capitão-mor um bando
no dia 13. mandando sobrestar nos pro­
cessos e devassas que estavam em anda­
mento e convidando os homisiados a qu0
se apresentassem para marchar cora
elle ao encontro dos atacantes.
1607—Passa-se escriptura publica do
doação do morro de Santo Antonio no
Rio de Janeiro aos I’cligiosos d’essa
ordem. O p dr.e custodio, frei Lcon'.rdo
de Jesus, achindo-se no convento de
Pernambc.co, mandára, a instancias do
goveraad.tr e camara do Rio de Janeiro,
que os ])adres frei Antonio dos Martyre.s
c frei Antonio das Chagas, em 22 dc
outubro do 1606, emquanto não vinha
elle propião, dAsem começo ao convento
que deviam fund ;r nessa cidade. Che­
gados os doi.s referidos religiosos, deu-
se-lhes morada no sitio denominado
Santa Lu^.ia, onde permaneceram até
chegar o i adre custodio, que foi a 20
de fevereiro do aniio seguintn trazendo
comsigo qu.itro frades, que se hospe­
daram na sinta casa dc Misericórdia
até 0 dia dc Nossa Senhora dos Prazeres,
em quí se p;issara;n para a ermida de
Santo Antonio, em casas de Fernando
Aíibnso, Não achando o padre custodio
conveniente aquelio sitio de Santa Luzia
para fundação do projccta<lo convento,
representou ao gov.-'rnador Martim de
Sá e ao senado da Camara, que, dc una-
 PIPIIEMBRIDES NAOIONAES 215

niuie conscnso, Ihos doa^’am o fttonteem do ruosteiro da Bahia c provincial eleito,

([uo BO estabGiccei'am c aiiid i hoje i‘0Side nascido na cidade do Rio de J meiro a
o que resta d'essa commnaidado I'eli- R) de março de 1619. Era tão versado
ginsa, da qual foi o ultimo lampèjo a em matérias thcologicas e em ‘ philo-
vigorosa i'ldividualisiado quo se oliaiuou sophia,argUmentador df; tantos recursos,
I-'liEl F r ANCISCU UK I\ÍOXTAIjVRRN’ E. que 0 chamavam O Subtü. Das obras
1 *^
0 mostoiro do H. iJenfo da mesma que CompU/.erá só se imprimiram très
ddado foif'iudado pel 'S p.idres frei Pedro scrmõès,dô que falia Inuocencio da Silva,
Ferraz e frei dofio 1'oi'caltio, qiid para c dóIXoU Inodiio lUn in-folio de consultas
esss (Ini tinl'.ain vindj da Bahia cm ou­ canônicas regulares e moraes.
tubro da 15S9. Um dos sGiis sermões que ciiegaram
lG22-^Alvará determinando que o go- a publicar se teni por assumpto a trasla-
vernador.ncab .doo seu t 'mpodegovcrno. dação df.s ossos de D. Josd de Barros
dê rfjxid<^ncia, ■isto e, que u ouvidor tire Alarcãt), primeiro blSpo do Rm de Ja­
devassa sobre o seu procédiinoiito quando neiro, para Lisboa (Vide março 28
ex'crda o cargo, para (juc as pessoas de UüO).
agg!’avad s o jiossam demandar. Por ]820—D. frei José da Santissima Trin­
pi-ovisao posterior, de l i d e março do dade. 6“ bispo de Marianna, é sagrado
ITiS. se comprJiendc que este proc.^sso no Rio de Janeiro (Vide a ephcntêridn
das res doncias oi'à um conoctivo eííicaz de 20 de março), segundo refere Mil-
contra a prepotência dos governadores e liet do Saint-Adolphe no seu Dice.
c.ipittiesuiióres, applicado também a em Geo'iraphico e Jiistorico, sob a rubrica
pregados dc inferior categoria. A resi^- MAUl ANN.
dencia devia tcrminar-so denti'o de 1822—Chega ás G horas da tarde á
trinta diis, advertindo-se que durante a cidade de Villa Rica, capital de Minas
devassa iião estaria ,'.rosente a auctori- Gei'aes, o principe regente D. Pedro,
dade. que d’cila era objecto : o processo, dcqiois primeiro imperador (Vide 25 de
quanto ao governador, só corneçiria março do mesmo anuo).
quando cs.e se tivesse rctirr.do })ara a E’ recebido pela população com grandes
côríc, deixando iirocurnior que ü ro- demonstrações de alegria e enthusiasticas
]ireseiitasse e deíendosso e daii-do (lança ovações. Ao povo e á trojia reunida
abonada qae por olle pagasse as con- dirige elle a seguinte falUi:
domnaçíies em que incorresse. « Briosos Mineiros! — Os ferros do des­
1055—Decreto real de D. João IV. potismo. começados a quebrar no dia 21
renovando a dccl iração de serem livres de agosto, no Porto, rebeníaram hoje
os indígenas do Brazil (Vide julho i30 nesta proviucia. Sois livres. Sois con-
de iGÜUi. stitucionaes. Uni vos com migo e mar­
1112—S. Paulo, que até então era viila, chareis constitucionalmente. Confio tudo
é acclam.ida cidade, sendo governador em vós; confiai todos em mim. Não vos
da capitania do m)smo nome Antonio deixeis dlludir P’Or eí^sas cabeças que so
de Allmqucrque Coelho de Carvalho, o buscam a ruina da vossa provincia e da
pinmeiro na ordem clironologica depois nação em geral.
que, i)or car.a rógia de 23 de novembro Viva EURei Constitucional !
w
de 17ÜÍ). se tormára independente aquella Viva a Religião !
capitania. Viva a Constituição!
n u -Pallece frei Jo.sé da Natividade, Vivam todos os que forem honrados!
monge bcnedictino, doutor em theologia Vivam os mineiros em geral! »
pela universidade do Coimbra, abbade 1825—Expede o ministro do Império,
 21G EPHEMERIDES NAOIONAES
conselheiro .Estevão Ribeiro üe Rezende,
aviso ao presidente da provincia de
S. PauiO para que designe o logar em
que sé deve erguer o projectado monu­
mento do Ipiranga, commemorativo da
independencia do Bra/.iL
O primeiro func^ãonario que tratou
d’este assumpto foi o presidente d’aquella
provincia, Lucas Antonio Monteiro de
Barros, dirigindo a 27 de novembro
de 1824 uma circular ás c imaras e outras
auctorida;des da provincia, convidando-as
a promoverem uma subscripção volun­
tária para aquelle fim, sendo nomeado
thesoureiro o capitao-mór Antouio da
ivM I’ silva Prado. A capital do Império asso­
ciou-se á idé u reunindo-se a 13 de jnnho
de 1825 a respectiva camara. que deli­
berou promover também umasubscripcão
e 0 communicou á camara de S. Paulo,
m A 3 de setembro foi esta ao-sitio do Ipi­
;V‘.t; ranga e escolheu o local que lhe pareceu
apropriado, do que se lavi-ou acta. O
presidente designou depois d’isto o dia
12 de outubro, anniversario natalicio do
primeiro imperador, para a solemnidade
do lançamento da pedra fundamental do
monumento, o que se levou a efiéito no
dia designado. Assim, a obra que teve
I f ■' f i 23rincipio de execução, chegando-se mes­
mo a preparar uma habitação provi­
sória par 1 os trabalhadores e deposito
de materiaes, não se i'^alisou até hoje
(18311.
Chegou a assembléa geral (de 1836 a
1841) a votar a quantia de 4:0003 e a
de b. Paulo (em IS IS e 1839) diversas
quotas para nquefie íl n. Eim 1853, sendo
presidente da provincia o sr. conselheiro
José Antonio Saraiva, nomeou (dle uma
cornmissão de nove membros, da qual eéa
presidente o coronel Raphael Tobias de
Aguiai, encarregada de levar avante a
intentada subscri|)ção para o monumento,
cornmissão que todavia nunca se reuniu.
Houve ainda outras tentativas egual-
mente infruetiferas : consignaremos a
oí^erta da quantia de 10:0003 que
depositaram no Banco Rural e Hypo-
thecario o marquez do Bomfim e o sr.
b.irão de Mesquita (1869), o que deu
causa á nomear a camara de S. Paulo uma
cornmissão, presidida pelo sr. visconde
de Bom Retiro, para cuidar na capi­
tal do Império de realizar o monumento,
e que, a 7 de julho de 1869, se installou
e declarou aceitar o encargo.
O presidente d’essacornmissão, quando,
em 1872, se achou em S. Paulo, foi ao
Ipiranga com o dr. Carlos Rath, e
retiraram a pedra fundamental; esta,
porém, foi a 10 de maio de 1875 mandada
restituir ao seu logar. Ainda em S, Paulo
foi organisada neste ultimo anno nova
cornmissão, para proceder de accòrdo
com a da corte : essa installou-se a 15
de agosto, presidida pelo dr. Ernesto
Marianno da Silva Ramos, tendo por
membros o que a provincia possue de
mais distincto nas lettras e na magis­
tratura. A 15 de setembro expediu essa
cornmissão uma circular, em que mos­
trava a necessidade de se levar a cabo a
empreza e nomeava diversas sub-com-
missOes. ^
ültimamente (1881), effectuou-se em
S. Paulo uma grande loteria, a maior que
se tem feito entre nós. para se obterem
os meios i)ecuniarios para aquelle fira;
mas parece-nos que, ape/.ar d’isso, aquella
idéa se não realizará ainda e queoliquido
da loieria se applicará a fim diverso.
1827—A divisão naval brazileira do Rio
da Prata trava uma acção com a divisão
argentina, .sobre a qual alcança uma victo­
ria, que decide o governo de Buenos-
Ayres a entrar em estipulações de paz
com 0 Brazil (Vide a epliemeriãe de 21
de maio).
1831—Acclamação do actual imperador.
Por esse motivo perdoa a Regencia a
todos os cidadãos brazileiros que, por
crimes politicos, se achem condemnados
ou pronunciados, e o crime de deserção
aos mi',it ires.
1838—Tratado de amizade e commercio

EPHEMERIDES NACIONAES
celebrado em Londres com a Sublime
Porta, sendo plenipotenciario por parte
do Brazil o sr. dr. Erancisco Ignacio de
Carvalho Moreira, posteriormente barão
do Penedo, e actual ministro do Brazil
na côrte de Inglaterra.
1880—Fallece no Rio do Janeiro, depois
de prolongados soffriinentos, D. Maria
Angelica Ribeiro, conceituada escriptora
dramatica,que deu provas do seu talento
para este genero de litteratura corn
Os cancros sociaes, Gabriella e A pinião
publica, dramas representados com suc-
cesso nos theatros da côrte.
A B R IL — 10
1535—A carta de doação de D. JoãoIII
da capitania de Pernambuco a Duarte
Coelho, que servira na índia com honra,
intelligencia e valor, já como diplomata,
já como general, foi passada em Evora
a 10 de março de 1531, com uma apos­
tilla acerca do capitulo 10, passada na
mesma cidade a 25 de setembro do dito
anno.
O forai foi passado, também em Evora,
a 21 d’este ultimo mez e mesmo anno.
José Bernardo Fernandes Gama pu­
blica ambos este^ documentos por extenso
no tomo I das suas Memórias históricas
ãa provincia de Per'nambuco,QXi?ah\áo5
en*i 1793, por certidão, dos proprios ori-
ginaes. existentes na Torre do Tombo
em Lisboa, a requerimento do fallecido
coronel Antonio Marques daCosta Soares.
De um forai da camara de Olinda
consta que Duarte Coelho tomára posse
da dita sua capitania a 9 de março de
1535. Esse 1'oral foi escripto em Olinda a
12 de março de 1537, para ser submettido
á régia approvação.
O sr. José de Vasconcellos nas suas
D a t a s C e l e b r e s refere a proposito do
registro d’essa carta de doação, o grande
risco que então corréra a nascente cidade
de Olinda, invadida pelos ferozes Cahetés,
a não ser o donatario general tão habil,
experimentado e valoroso como era e a
■
21':
não ter sob as ordens os oííiciaes ades­
trados que tinha.
F l u v i a n o (Sr. Joaquim Norberto de
Souza e Siiva), nas E p iie m e r i d e s que
publicou no XIV vol. da R e v is t a P o ­
p u l a r (1862), a dá passada a 10 de abril
de 1535.
Duarte Coelho foi um dos donatários
mais felizesdoBrazil, pois teve a fortuna
de presenciar a prosperidade da sua
capitania (Pernambuco),colhendo o fructo
dos seus trabalhos e fadigas.
Duarte Coelho falleceu em Olinda a 7
de agosto de 1551,deixando á sua mulher,
D. Brites de Albuquerque, o governo
da capitania, por estar ausente em Por­
tugal, onde estudava, seu filho e herdeiro
Duarte de Albuquerque Coelho.
A quasi unanimidade dos nossos es-
criptores accrescenta ao nome de Duarte
r.'':
Coelho o appellido Pereira. Leia-se o
que diz a esse respeito Fernandes Gama
nas suas alludidas Memórias históricas
(Vide nas adãendas de março a data
de 10).
1585 — Representam as camaras de
Santos e S. Vicente ao capitão-mór Je-
ronymo Leitão, loco tenente do donatario,
sobre a necessidade de se fazer guerra
aos carijós e tupininquins, «por quanto
a torra estava muito pobre, não tinha
escravaria e as camaras de sangue e as
mortes feitas pelos iiidios tinham cau­
sado muito prejuizo.»
Movido por esta representação e pela
que lhe faz, a 1 de setembro do mesmo
anno, a camara de S. Paulo, aquelle
capitão-mór vai d’esta vez á testa do
povo á guerra aos indios.
Funda-se neste anno o collogio da
companhia de Jesus na villa de Santos,
sendo visitador o padre Christovão de
Gouvea.
1603—Domingos Luiz, por antonomasia
 S'
218 EPHEMElllDES NACIONAES
1- 't?
J , î'jir
0 Carvoeiro, sogro de Amador Eueno
I f I f ' ■!'
da Ribeira, funda a capella de Nossa
iÆ ' !'>’ SenhoiM da Luz, no bairro do Guarepe,
^ih'\ 'i suburbio da villa de S. Paulo.
"} 1632—Vendo o Consellio Politico iiol-
landez que nenlium proveito tirava a
f % ‘ 'h
companhia d i i)odcrosa armada que se
jtS conservava no porío do RcciTe, deliberara
L ("i-rii • Í
ri ^ mandar dezenove das suas embarcações
UlS' ’ ■'I
h ‘I •' ás índias Occidentaés, e fazem-se cilas
de A-ela para o seu destino. Quatro dias
depois manda Mathias de Albuquerque
aviso d’essa expedição inimiga a todos
ip-!'
os portos das índias em que se pudesse
I! ii; >' i-y aferrar, levando o encarregado d’essa
miss.ão cartas para o governador de Car-
thagena, onde chegou a tempo.
D’c'ste n:odo nada conseguiram os
hollandezes.
r,‘| Ï\4C 1812—Installação da primeira Junta
governativa da provincia de Go3'az, eleita
1 0 conforme as ordens das cortes consti­
tuintes da nação portugueza reunidas,
em Lisboa.
!•■ I ■. 1830— Eallece no Rio de Janeiro o bispo
de Anemuria, D. frei An‘ onio ila Arrá­
bida, nascido em Lisboa a 9 de se­
tembro de 1771.
Acompanhando e.m 1808 a familia real
h: , Id ao Brazil, foi aqui o director dos prín­
cipes D. Pedro e 1). Miguel, lillios de
I). João VI, e aqui perm inecendo depois
da independência, foi, por influencia de
1). Pedro I, nomeado em 1S21: bispo
iiJil titulai' de Anemuria.
No.meado em 5 de fevereiro de 1833
reitor do collegio de Pedro II, recente-
msnte creado {Vide dezembro 2 de 1837),
1 Í ! l i p Í ''í i 'Í por iiouco tempo exerceu esse cargo, em
-if razão da sua avançada edade e gi-andes
achaques, obtendo exoneração d’elle em
junho do anno seguinte.
Depois d’isto,, no meio de provações
diverssis, combatido por contrariedades
( _
■multiplicadas, ainda viveu quasi onze
annos.
O Idspo de Anemuria foi o primeiro
Ík í bibliothecario que teve a Bibliotheca
‘í
Publica do Rio de Janeiro depois da
independência, nomeado a 23 de outubro
de 1822, cargo em que se manteve até 16
de agosto de 1831. Promoveu como bi
bliothecario a publicação da monumental
Flora de frci Velloso, que naquelle esta­
belecimento achãra em manuscripto, e
Cuja impressão {a do texto) foi feita
sob sua iinmcdiata flsealisação.
Ao Museu Nacional presenteou elle
com uma preciosa collecção de môdalhas
egj'pcias, gregas e romanas, que possuia,
e.m numero de mil.
Na epoch i effervescente da abdic ição.
frei .'\ntonio da Amíbida, amigo pessoal
do ex-imperador, escapou de succumbir
ao punhal do sicario, que o foi procurar,
na tarde de 15 de julho de 1831, na sua
cella. no convento de Sinto Aiitnnio, sua
constante reside icia desde ejue aportara
ao BiMzil: 0 bispo viu-se obrigjdo a
refugiar-se na casa de um respeitável
ancião, onde permaneceu très annos.
Falleceu na cr.sa n. 8 (numeração
antiga) do Caminho velho de Botafogo
;rua do Senador Vergueiro), onde o
acolhera o filho do amigo em cuja c isa
se homisiára em 1831. î^’.dii toi o seu
cadaver conduzido para o convento de
Santo Antonio.'
Veja-se a sua biographia publica la
no Fxho Arne. icano por José Dias da
Cruz Lima, i-eproduzida da Galleria dos
brazileiros illustres (tomo I), cscripta
lielo mesmo Cruz Lima, e a que vem no
snpplemcnto ao Anno Giog-'aphico úo sr.
dr. Macedo.
18G6 — Morre de uma granada inimiga
que arrebent-i na lancha em que ditava
a parte do combate d’esse dia. o deno-
dado coronel João Carlos de AVilhigran
Cabrita, commandante da guarnição que
occupava desde o dia 5 a ilha fronteira
ao lorte paraguajm de Itapirú. Morrem
egualmente pçla mesma causa o major
Sampaio e o alteres V'olf, secretario do
commandante, e fica ferido gravemente o
1° tenente Francisco Carneiro da Cunha.
 EPIIEMEIlíDES NACIONAES
Deixemos, pol'e'm, fallar üma testemu- j
nha ocular e presencial do factu o Rvm.
sr. conego clr. Costa Honorato, vigário da
fregnezia de Nossa Senhora da Gloria,
que era então o unico c ipellão do exer­
cito que se achava naquella ilha e o pri­
meiro que pozpe no territoido paraguayo.
« Na tarde de 5 de abril de 1S63 foi, por
ordem do general Osorio, occupada a üha
em frente ao fone Itapirú; passou-se
toda a noite fortificando-a. até as 9 horas
do dia 6 ; nessa hora, qu tndo já se dissi­
para a neblina dammhã, hasteou-se a
VI bandeira brazileira. Rompeu então o fogo
do forte inimigo sobre a ilha, que les-
pondia. defendida pela nossa esquadra.
Assim se passaram os dias até 9 de
abril.
« Na madrugada de 10 assaltam os pa-
r iguayos a ilha; re|!cllc brilhantemente
a nossa gente o ataque. DepO’S da vic­
toria (10 horas da mmhã) foi que o
coi-oncl Cabrita cahiu victima de uma
bomba ou granada inimiga, que rebentou
dentro da lancha em que elle e seus oíli-
ciaos organisavam a parte da bidlliaute
victoria alcan ada. D’ahi proveiu o nome
de Bedempção ou do Coronal Cahriví
dado a essa ilha, que até então não tinha
nome.
«Depois d’isto ordenou o general Osorio
que se preparasse o exercito para o de­
sembarque, mas ignoravamos todos o
dia c o logar. Durante a noite de 15, os
nossos batalhões embarcaram nos vasos
da esquadra e pela manhã de 10 desce­
ram 0 Paraná em demanda das Tres
Jioccas do rio Paraguay, onde desem­
barcamos nesse dia. Tivemos, porém, de
lutar ainda nos dias 17 e 18, primnro
que chegássemos ao forte de Itapirú, em
cujas ruinas acampamos na tardo de IS. »
Kis como se passaram cs factos, so-
gundo um testemunho maior de toda a
excepção, e sirva o que acima fica cx-
pOsto de recliílcação ao que possa ter
escapado de menos exacto na noss i cphc-
mcridc do dia 5.
ABKIL
1035—O general holhuide/. S'>gismundo,
que sitiava a fort dez a de Nazareth do
Cal;u (Pernambuco), manda por uma
forte columna de suas tropas desalojar
Mathias de Albuquerque de villa For
mosa. Avisado pelo rebate, corre este
general com a pouca gente que tinha a
lazer frente ao inim igo; depois porém
de muito pelejar vê-se obrigado a re­
tirar-se para óerinliacn. Os hollandezes
vão-lhe no encalço, e aproximam-se
tanto dos nossos, que estes se animam
de novo a combater, e fazem-n’o com tal
^igor que os inimigos por sua vez lhes
voltam as costas em completa debandad i.
abandonando até os postos que já nos
haviam tomado.
Nesta brilhante façanha succumbe
Estevão Velho, filho de D. Maria de
?ouza, aama d is mais nobres senhoras
d’aqu^lle tempo, casada com Gonçalo
Velho. Já tinha cila [lerdido nesta-'
guerraj/dous outios filhos e um genro
e ao saber da morte do terceiro, chamára
os dous que ainda lhe restavam, um
de 14 e outro de 12 annos apenas de
edade, cdissera-lhcs:
« Neste momento, meus filhos, chegou
a vosso pae e a mim a noticia de haver o
inimigo morto a Estevão, que já é o
terceiro íiiho quo nesta guerra iierco,
além de um genro; ma.s. hem longe de
V06 desviar dos mesmos perigos, quero
collocar-vos na carreira d’elles. Portanto
já e já tomac a espada, é ide dar a vida
com a mesma honra que vossos irmãos
por Deus. i elo rei e pela patria. »
Gil, que ora o mais velho, foi i nm"’-
di.itamente sentar praça na companhia
de Jilanuel de Souza, e o mais novo não
tardou a fazer o mesmo, procedendo
ambos com tanto valor que bem provava
serem filhos d’aqualla mãe, que mostrara,
vencemlo-se a si mesma, quanto era pa­
triótica e digna dos tempos do horoismo
 220 EPHEMERIDES NACIONAES

romano e dos nossos valentes antep:is- provincial que fòra da sua ordem, no­
sados.
•fi; „ meado e confirmado bispo em 1756, to-
U': 1661—Toma posse do governo int?rino mára o dr. arcypreste João Rodrigues
da capitania do Rio de Janeiro o m e st^ Covetta, como seu procurador, posse do
de campo do terço do presidio João Cor­ bispado, em que aportára D. frei Antonio a
rêa de Sá. A camara municipal havia as­ 8de setembrodo mesmo anno.NolO° anno
sumido 0 governo da capitania desde 8 do seu episcopado foi chamado ácôrte, para
de fevereiro, tendo deposto o governador onde partiu a 14 de fevereiro de 1767
Agostinho Barbalho Bezerra, acclamado (Vide essa dada) e desterrado j^ara Lei­
pelo povo e mandado conservar por ria, no convento da sua ordem.
Salvador Corróa de Sá e Benevides como Foi 0 11* arcebispo da Bahia, cargo
delegado seti. que todavia não poude vir exercer.
João Corrêa foi o 30° administrador 1807—Nasce D. Manuel Joaquim da
- -.ï. d’essa capitania, e o seu governo, que Silveira, l / bispo do Maranhão e 18° ,
aturou um anno e nove dias, terminou a arcebispo da Bahia (Vide a ephemekide
29 de abril de 1662. de 23 de junho de 1874).
11^13 — Tratado particular de Utrecht 1814—-Toma posse do governo da capi­
entre Portugal e a França, assegurando tania de Minas Geraes D. Manuel de Por­
os limites septentrionaes do Brazil. Pelo tugal e Castro, que íoi o décimo sexto
artigo ,8° d’este tratado desiste a França na serie dos governadores d’essa capita­
das suas preterições sobre as terras de­ nia e também o ultimo.
nominadas do Cabo do Nokte, situadas Vieram depois as juntas governativas
entre o rio Amazonas e o do Oyapock. A provisórias, segundo o decreto das cortes
Inglaterra flca por fiadora da sua inteira de Lisboa, e depois o governo imperial.
execução. 1822—Oíficio da Junta Provisória do
1718 — Os ciganos do reino são degra­ Governo da Bahia, dirigido ao minis­
dados para a Bahia, recebendo o gover­ tro Jose' Bonifacio de Andrada e Silva,
nador ordem de pôr todo o cuidado em declarando-se impossibilitada de cum­
que elles não ensinem a seus filhos a prir as ordens que llie liaviam sido trans-
sua lingua e giria, aflm de se conseguir mittidas por ordem do Principe Regente
a sua extineção. D. Pedro, com referencia ao governo de
1747 — Carta regia de D. João V Portugal.
creando a villa de Santa Cruz do Ara- E’ do teor seguinte :
catj- no logar chamado Porto dos Barcos, « Illm. e Exm. Sr.—A Junta Provi­
á margem direita do rio Jaguaribe, ca­ sória do Governo da Provincia da Bahia,
pitania do Ceará, para cuja edificação foi por seu officio enviado no bergantim
•ii: .f
depois indicado um plano pela carta Treze de Maio, teve já oceasião de aceu-
regia de 3 de junho d’este mesmo anno. sar a V . Ex. a recepção dos officios de
A nova villa foi inaugurada a 10 de n. 3 a n. 7, e agora aceusa ados de ns. 1
fevereiro do anno seguinte pelo ouvidor e 2, ficando certa de seu conteúdo.
Manuel Josê de Faria. « Ao officio de V. Ex. n. 4 I'espondeu
■1^57—Toma posse da administração da a mesma junta pelo de que remette
sua diocese D. frei Antonio de S. Jose, agora 2' via, também enviado no pre-
6° bispo do Maranhão. dicto bergantim ; e, passando a respon­
Da Ordem dos Eremitas calçados, na­ der sobre os demais, participa a V.Ex.,
tural de Vianna do Minho, arcebispado para subir á augusta presença de S. A.
de Braga, doutor em theologia pela uni­ Real, que, não podendo esta junta, como
f ,'ii
versidade de Coimbra, mestre jubilado e todos os bons cidadãos do provincia, dei-

■m il ■,

EPHEMERIDES NACIONAES
xar de congratular-se de queS. A. Real,
cedendo aos votos das províncias do Rio
de Janeiro, S. Paulo eMinasGeraes, haja
tomado a generosa resolução de apoiar
e levar ao conhecimento de S. M. el-rei
0 Sr. D. João VI e do soberano congres­
so as reclamações dos mesmos povos
sobre algumas modificações que se estão
organisando no mesmo soberano con­
gresso da nação, afim de se manter a
unidade d’este paiz e a sua categoria de
reino, já outorgada pela carta de lei de
16 de dezembro de 1815, conservadas as
bases dos portuguezes de ambos os lie-
,,mispherios nellas estatuídas, todavia,
á vista da immediata obediência em que
esta província se acha das soberanas
côrtes e de el-rei, em virtude da delibe­
ração de 18 de julho de 1821, transmit-
tida por portaria da secretaria de estado
dos negocios da marinha e ultramarinos
de 21 do dito mez e anno, e das circum-
stancias da mesma província, a junta
está impossibilitada de dar cumprimento
ao que se ordena nos referidos officios.
« Deus guarde a V. Ex. Palacio do
governo da Bahia, 11 de abril de 1822.
—Illm. e Exm. Sr. José Bonifacio de An-
drada e Silva, »
(Seguem se as assignaturas.)
1821—Fallece na cidade do Recife o
auctor do mccioMARio da língua por -
TUGÚEZA capitáo-mór xVntonio de Moraes
e Silva, nascido no Rio de Janeiro entre
os annos de 1756 e 1758. A 1' edição do
seu DicciONARio é de 1789. í^oi casado
com D. Narciza Pereira da Silva, senhora
portugueza.
Kra bacharel em leis pela universidade
de Coimbra. Seguindo a carreira da
magistratura fòra despachado para o
Bra/.il, onde serviu por algum tempo o
cargo de desembargador da Relação da
Bahia, de onde depois se retirou para
Pernambuco,
Alli adquiriu fortuna, tornou-se senhor
de engenho, teve a patente de capitão-
mér do Recife e coronel de milícias de
■*
Moribeca. Por oceasião da revolução
que convulsionou aquella província em
1817, recusou-se tomar parte nos acon­
tecimentos, conservando-se estranho a
elles, apezar de nomeado membro do
governo provisorio que dirigia o movi­
mento.
Da sua obra capital, o Diccionario da
hf
lingua portuguesa, impresso pela pri­
meira vez, como se diz, em 1789. em
Lisboa, 4° gr. em 2 tomos, corre im­
pressa a 7‘ edição, feita naquella ci­
dade em 1877.
Da traducção que publicára o lexico­
graphe brazileiro das afamadas Recrea­
ções do homem sensível, de Arnaud, foi
feita a 1‘ edição, em Lisboa, em 1788 a
1792, em 5 tomos, e ha 2'- feita na mesma
cidade em 1821.
1836—Cahe Porto-Alegre em poder dos
revoltosos (Guerra civil do Rio-Grande
do Sul).
1838—E’ assassinado Manuel Ribeiro da
Silva Lisboa, presidente do Rio-Grande
do Norte.
1840 — Francisco de Paula Cavalcanti
de Albuquerque, depois visconde de
Suassuna, toma assento no senado como
representante da província de Pernam­
buco. Fòra escolhido pelo regente Araujo
Lima a 29 de outubro do anno anterior.
Falleceu no Recife a 2S de janeiro de
1880 (Vide essa data). Era o decano dos
representantes da nação nacamara vita­
lícia.
1847—Abre-se a B ibliotheca F lumi­
nense, situada na rua do General Cama­
ra. Foi seu instituidor Bernardo Joaquim
de Oliveira e pertence hoje a uma asso­
ciação anonyma. Contém seguramente
quarenta mil volumes, cuja conservação
se deve principalmente aos incessantes
cuidados e intelligente direcção de seu
modesto e zeloso bibliothecario o sr.
Francisco Antonio Martins, a quem fol­
gamos de render aqui a devida justiça.
Edifica-se presentemente (1881) na rua
do Ouvidor uma casa apropriada para a
 EPHEMERIDES NACIONAES
sua collocnção permanente e que, pelo
estado adiantado das obras, não levará
muito tempo a ficar concluida.
f — A lei provincial n. 301, de 11 de
março de 1811, ci-cára o Lyceu de
Campos, applicando-lho as disposições
da lei n. 143, que regulara o de Angra
dos Reis.
Installa-se na presente data o de O.im-
pos no cousistorio da egreja do Terço,
onde todavia não funccionou por muito
tempo.
'■ W :
Em 1880 votui a assembléaprovincial,
por iniciativa dos srs. drs. Cândido de
Lacerda e Francisco Portolia, a creação
de um novo estabelecimento da mesma
natureza e nome, ide'a que ainda não teve
começo de execução.
1861—Fallece na cidade do R o de Ja­
neiro o conselheiro Joaquim Francisco
•* 'i : ';■(
/•? Vianna,senador pela provinciadoPiauhj',
escolhido por carta imperial de 10 de
abril de 1853 e que a 7 de maio do mesmo
anno tomára assento na respectiva ea­
rnara,
Occupára a pasta dos negocios da fa­
zenda no gabinete 20 de jm eiro del813,
organisado pelo conselheiro llonorio
Ilermeto Carneiro Leão, e que esteve á
frente da alta administração publica até
f ; V ’ik 2 de fevereiro do anno seguinte.
i;l
O conselheiro Joaquim Vianna nas­
cera na cidade de Campos dos Gojda-
cazes a 15 de janeiro de-1803.
Jazem os seus ossos no cemiterio de
S. João Baptista da Lagòa, em um tu-
mulo de mármore branco que tem o
n. 39. Ha na bella coliecç. lo de estampas
da Bibliotheca Nacional um retrato seu.
ABRIL 12 •
1583—Chega ao Recife o navio que
trazia os padres franciscanos que vinh ;m
fundar em Pernambuco e em outras ca­
pitanias conventos da sua ordem: con­
duzia-os 0 venerável frei Melcliior de
Santa Catharina. Trataram logo do es­
tabelecer em Olinda o seu, sob a invo­
cação de Nossa Senhora das Neves.
D’ esse e dos mais que se fundaram
formou-se uma custodia, sujeita á pro­
víncia franciscana de Portugal. A pro­
víncia da Immaculada Conceição do P,.io
de Janeiro consta de 13 conventos. O
convento de S into Antonio da corto foi
fundado em 1607 tVide a ephemer'de de
abril 9 d’esse anno). A ordem de S. Bento
só foi estabelecida em Olinda dez annos
depois da de S. Francisco, isto é, em 1-.95,
segundo o que se deprehende do que
diz a esse respeito o dr. Soares Mariz.
Cum[jre ler o que acerca da ordem
benedictina escreveu o sr. dr. Ramiz
Galvão na Revista do Instituto Historico
(Tomo XXXV, 2*' parte, 1872).
Frei Melchior, de quem aqui se trata,
foi um verdadeiro sacerdote da religião
de Christo, a que desde os 15 annos de
edade consagrou toda a sua vida, pre­
gando a moral não só com a palavra,
porém mais ainda com o exemplo. Mo­
desto e humilde, nunca o deslumbraram
as funeções que exercera. Retirando-se
para Portugal, depois de haver fundado
no Brazil cinco casas conventuaes e
convertido 18 aldeias de indios durante
nove annos que exerceu a prelazia da
sua ordem, falleceu já quasi decrepito,
mas com a intelligencia lúcida e clara,
no dia 13 de outubro de 1610. Jaz em
Santo Antonio, em Lisboa (Vide a ephe~
meriãe de 13 de março de 1584).
1636—Duarte de Albuquerque, dona-
t irio da capitania de Pernambuco, eleva
á categoria de villas as povoaçoes de
Porto Calvo, Lagunas do Sul e Rio
de S. Francisco, dando-lhes termo e
jurisdicção conforme os poderes e pri­
vilégios de que gosava. A’ primeira
denominou villa do Bom Successo, á se­
gunda villa da Magdalena e á terceira
conservou o nome que tinha.
A da Magdalena é a hoje cidade das
Alagoas, elevada á essa categoria por
carta de lei de 8 Ue março do 1823.

Milliet de Saint-Adolplie fal-a creada
vill i em 1624,
1G47—Carta patente do padre^raestre
Fr, João de Neapoli. ministro geral de
toda a ordem franciscana,passada no con-
vcnto*de Ara-Cooli em Roma, separando
a custoiiia do, Brazil da p'roviucia de
Portngal, a que desde o seu estabeleci­
mento se nchava sujeit i.
1G57 — Thomé Corrè i de Alvarenga
toma posse do governo interino da ca­
pitania do Rio de Janeiro, Foi o 2õ° go­
vernador d’ella e administrou-a até.17
d,e outubro de 1659 {] ids issu dçitn), em
que Salva lor Corrêa de Sá e Benevides
entrou como governador geral a admi­
nistrai a do novo.
lG'.í5_Manda o gove nador do P..rá
(Marçal Nunes da Costa’ ) cumprir a
provisão de 2 de setembro do anno an­
terior. determinando que se plantem nas
abas das povoações da capitania arvores
de canella e mud is de cravo, das que se
descobriram no Rio Tocantins.
1712—Cart i do Felix José Machado de
Mendonça Eça Castro e Vasconcellos,
governador e capitão-general de Por-
namlHico, ao cabido da sé de Olinda:
« Como por todos os caminhos desejo
evitar quaesquer alterações, que o De­
monic intente fulminar nos ânimos, e
corações destes traidores, que andam
ausentes, e tenho declarado poi’ crimi­
nosos de lesa Magesbicic, por um bando,
que consta a VV. SS., devo buscar todos
os meios d i justiça, e da caridade con­
ducentes a este ílm ; e como um dos
mais proporcionados sej i valer-^me da
íidelidade, zelo, virtude, que se acha
nesse lllm. Cabido, peço a VV, SS. d.i
niinlia parte, e em nome de El-Rei Nosso
Senhor lhe ordeno, que em Cabido pleno
façam presente a todos esses Capitulares,,
não consintam, que e u suas presenças
qualquer pessoa, que seja, ecclesiastioa,
ou secular, faile ou contradiga as dis­
posições pendentes, que por rniin, ou
pelos Ministros Régios se ordenam a
223
execução do sobredito fim; antes, com o
zelo que se deve achar em tão grandes
dignidades, e tão fieis vas.sallos de Sua
Magostmh', evitem e dissuadam qualquer
peiTurbação, que por algu.m caminho se
possa tulminar, trabalhando quanto lhes
for possível, para que introduzam nos
corações de todos a fidelidade e vene­
ração, que se deve ao muito alto, e
muito poderoso Sr. D. João V, nosso
Rei e Senhor natural, a conservação
deste seu estado, á paz, e união entre
todos estes seus vassal'os: e de todo
esse lllm. Cabido espero que assim o
façam, e peçam n Deus em suas oimções,
e s icrillcios: e de tudo o que obrarem
nesta materia darei conta, e parte mui
especial a Sua Magestade, que Deus
guarde, para lh’o agradecer, conforme o
procedimento que tiver em um parti­
cular, tanto do seu real serviço, e de
tanto agrado de amb.is as Magestades.
a Deus guarde a W . SS. muitos
annos. Recife, 12 dc Abril de 1712.—
Felix José Machado.
1S31—Carta do ex-imperador, dirigida
de bordo da nau ingleza a que se pas-
sára a seu filho, então menino de ô annos
de edade. Foi escripta toda de seu punho
e logo publicada por Kmile Seignot
Plancher (rua do Ouvidor n. 95) ; acom­
panha 0 opusculo H istoria da revo­
lução no Brazil 2)or um membro ãa
camara dos deputo,dos. Rio de Ja-
iteiro, 1831,
E’ do teor seguinte;
« Meu querido filho e meu Imperador;
Muito lhe agrrdeço a carta que me es­
creveu, eu mal a pude ler porque as
lagrimas erão tantas que me iinpedião
0 ver; agora que me acho, apezar de
tudo, hum pouco mais descançado, faço
esta para lhe agradecer a sua, e para
certificar-lho que, em quanto vida tiver,
as saudades jamais se extinguirão em
meu dilacerado coração.
« Deixar filhos, patria e amigos, não
pode haver maior sacrificio; mas levar a
 22i EPHEMERIDES NACIONAES
honra illibada, não pode haver maior
W W' gloria. Leinbre-se sempre de sen pae,
ame a sua e minha patria, siga os conse­
lhos que Ihe derem aquelles que cuidarem
na sua educação, e conte que o mundo
0 há de admirar, e que cu me hei de en­
cher de ufanía por ter hum íilho digno da
patria, Eu me retiro para a Europa: assim
é necessário para que o Brazil socegue, o
que Deus i)erinitta, e possa para o futuro
chegar áquelle gráu de prosperidade de
que lie capaz. Adeus, meu amado filho,
receba a benção de seu pae que se retira
saudoso e sem mais esperanças de o vêr.
— D. Pedro de Alcantara.—Bordo da
náu Wars-jpil^-, de abril de 1831.
Ao datal-a liavia o imperador escripto
1826, que defois emendou para 1831.
i: '■'•/
1832—E’ assassinado o coronel Joaquim
Felippe dos Reis, commandante militar
da barra do- Rio Negro, em virtude da
revolta do destacamento que guarnecia
aquelle ponto.
Esse movimento era consequência da
convulsão que communicára a todas as
villas elogares do interior da provincia,
onde chegava a sua influencia, o famoso
conego Baptista (João Baptista Gonçal­
ves Campos, arcypreste), homem audaz
e muito ensaiado nos manejos das fa c­
ções d'aquella 'grooincia.
1856—Começam os trabalhos da estrada
União e Industria, que vai de Petropolis
á Parahyba do Sul.
1873 — Inaugura-se a linha telegra-
iît'itl phica de Maceió ao Pilar, provincia das
Alagoas, com a extensão de 30,715 ki­
lometros.
— Idem no mesmo dia a do Recife a
JH Barreiros, provincia de Pernambuco, com
103,318 kilometros de extensão.
1879 — Inauguração da linha telegra-
phica de Joinville a Itajah}', na provin­
cia de Santa Catharina, na extensão de
120,000 kilometros.
ABRI L — 13
1712--Principia a gozar do foro de ci­
dade a villa de S. Paulo, sendo gover­
nador da capitania Antonio de Albu­
querque Coelho de Carvalho (Vide 11 de
julho de 1711).
1732 — Mr. Dunezac, caifitão de infan­
taria em Cayenna, entra ostensivamente
no rio Amazonas com duas canoas ar­
tilhadas ; desembarca nas margens do
rio Gurijuba, ao sul das très boccas do
verdadeiro Araguary, apodera-se de um
cacaual pertencente a Pedro Ferreira Oso­
rio e diz a este proprietário brazileiro que
a margem guyaneza do Amazonas, assim
como as ilhas de Caviana e Mexiana,
pertenciam á B>ança.
cc As queixas do governador do Pará
detiveram essas audaciosas vias de factor,
diz 0 douto auctor de L ’ Oyapoc et
VAmazone, 1° vol., §§ 663 e 664, ao
enumerar as tentativas feitas pela França
para alargar á nossa custa os seus do-
minios nesta parte da America.
1770—Succumbe a um ataque de apo­
plexia o governador e capitão-general
de Goyaz João Manuel de Mello. A ca-
mara, com a assistência dos homens bons
do povo, nomeia para lhe succéder no
cargo ao ouvidor da comarca Antonio
José Cabral de Almeida, ao sargento-mór
Antonio Thomaz da Costa e ao capitão
Damião José de Sá Pereira, por falta de
via de successão.
1804—D. frei José Maria de Araujo é
eleito bispo de Olinda pelo rei D. João VI
(Vide as eghemerides de 21 de dezembro
de 1807 e de 21 de setembro de 1808).
Está sepultado na, sé de Olinda.
1821 — O brigadeiro D. João Carlos
Gregorio Domingos Vicente Francisco
Saldanha de Oliveira e Souza Daun, que
foi depois marechal e duque de Saldanha
em Portugal, é nomeado, por carta regia
d’esta data, capitão general da capitania
do Rio Grande do Sul, onde foi o 14°,
comprehendidos os primitivos comman­
dantes militares e os simplesmente go­
vernadores. O brigadeiro Saldanha as­
sumiu 0 exercício do seu cargo em
'
EPHEMERIDES NACIONAES
Porto Alegre a 21 de agosto do mesmo
7 anno. Varnhagen^o faz de posse do
governo a 26 de março, mas o sr. A. A .
Pereira Coruja, juiz competentíssimo nas
cousas relativas á sua província, recti-
ficando a M em ória do tenente-coronel
José dos Santos Viegas sobre o governo
do Rio Grande do Sul, publicada nos
tomo XXIII (1860) da revista do Instituto
Historico, consigna a data que aqui
damos.
Saldanha, estabelecido o governo pro-
visorio em fevereiro de 1822, foi impos-
sado da sua presidência a 22 d’esse mez
e armo, e exerceu o cargo até 23 de
agosto, em que pela terceira v ez pediu
os seus passaportes. De facto, a 29 de
setembro do dito anno pai'tiu de Porto
Alegre para o Rio de Janeiro por terra,
acompanhado, por ordem da junta go-,
vernativa, pelo coronel graduado Manuel
Carneiro da Silva e Fontoura, ajudante
de ordens da mesma junta, como vemos
consignado no ín d ice chronologico dos
factos mais notáveis da historia da pro­
víncia, organisado pelo sr. barão Homem
de Melío quando a presidiu em 1867.
O duque de Saldanha falleceu a 21 de
novembro de 1876, em Londres, onde
desempenhava as funeções de embaixador
de Portugal.
1827 — Os argentinos, que depois da
batalha de Ituzaingo,/a 20 de fevereiro
d’este mesmo anno, haviam desoccupado
a província do Rio Grande do Sul, reti­
rando-se para Corrales, no Estado
Oriental, abrem a sua segunda com-
panha contra o Brazil, marchando para
Bagé.
1831—Pi’Oclamação da Regencia trina
aos brazileiros, annunciando-lhes a par­
tida do ex-imperador D, Pedro I. «Uma
embarcação de guerra, diz a referida
proclamação, o acompanha até largar as
aguas do Brazil.»
Com effeito, parte D. Pedro na fragata
ingleza V olage, com sua fllha D. Maria,
depois rainha de Portugal, e sua esposa
225
a imperatriz Amelia. A fragata franceza
La Seine acompanlia-a, posta á dispo­
sição da joven rainha de Portugal,
1840—Cândido José de Araujo Vianna,
depois marquez de Sapucahy, toma as­
sento no senado como representante da
província de Minas Geraes (Vide janeiro
23 de 1875).
1851 — Fallece na cidade do Rio de
Janeiro o general Bento Corrêa da Ca­
mara.
ARRIL—14
1636—Por ordem do conde de Bagnuolo
faz o capitão Francisco Rebello uma cor­
reria duas léguas distante do cabo de
Santo Agostinho, onde encontra no En­
genho Velho, de João Paes Barreto,
setenta hollandezes, dos quaes morrem
trinta e rendem-se os mais.
1638 — Apparece á vista da Bahia,
em frente a Itapoan, a armada hollandeza
que ia á conquista d’aquella cidade (Vide
a ephem eride de 16).
1645—Regimento em 58 artigos, dado
a André Vidal de Negreiro.s, governador
geral do estado do Maranhão e Grão Pará
(Obras de João Francisco Lisboa).
Negreiros começou o seu governo a
11 de maio de 1655 {y m e essarda^.
1649— Fallece D. Pedro da Silva e
Sampaio, 7° bispo do Brazil. Mariz e o
auctor das Datas celebres o dão falle-
cido no dia 15 (Vide essa data). O vis­
conde de Porto Seguro, no catalogo dos
bispos do Brazil, que vem no flm da sua
H istoria Geral, O dá fallecido na pre­
sente data.
Seus ossos, transferidos depois para
Portugal, perderam-se na altura dos
Açores com o galeão que os levava (Vide
a ephem eride de 15, para maiores de­
senvolvimentos).
1653— Fundação do convento do«
padres capuchos da ordem de Santo
Antonio na villa de Nossa Senhora da
Conceição de Angra dos Reis, capitania
do Rio d« Janeiro.
IB

226 EPHEMEIllDES NACIONÁES
V': a IHcnzeu a primeii'a pedi'a (diz no
livro do Tombo o chi'onista do mesmo
iV convento) o Snr. Manuel de Araujo,
vigario geral e prelado então desta
diocese, e mandando o Padre Üustodio
Frei Sebastião cantar huma devota
missa, e fazer hum autorisado sermão,
a lançou com muita solemnidade por
suas próprias mãos, o dito Snr. Admi­
nistrador, em 14 de Abril do outro anno,
que se contava da era de 1653.»
1678—Toma posse do governo da capi­
tania de Pernambuco o capitão-general
Ayres de Souza c Castro, que succede a
D. Pedro de Almeida. Foi o seu nono go­
vernador e exerceu o cargo por 3 annoS,
If: 9 mezes e 7 dias, terminando o seu tempo
a 21 de janeiro de 1682.
— Assume o governo da diocese de
Pernambuco D. Estevão Brioso de Fi­
gueiredo, seu primeiro lispo. Era natu­
IÍ': ral de Bvora. Fôra eleito por D. Pedro II
de Portugal a 15 de julho de 1677, e con­
firmado pelo pontifice Innocencio XI no
mesmo anno. O Hoteiro dos bispados o
faz chegado â sua dio^zese no dia 11 de
abril. Em fins de novembro de 1684 reti­
rou-se para o reino, por ter sido no­
meado bispo do Funclul, tendo regido
’ll' , a sede olindense por cinco annos esete
mezes.
1707—0 capitão-dTOOPy Pedro Thomaz
Mendes suicede a João de Velasco Mo­
lina no governo da capitania do Pará.
1728—Toma posse do governo da capi­
tania do Maranhão o capitão-general
Alexandre ^ ■ S g r i^ Freire, que é o 25"
da serie dos seus governadores e exerce
esse cargo até 16 de julho de 1732.
IT^Ç^Chega ás minas de Matto Grosso,
que era o seu objective, a escolta que
por ordem regia p »rtira do Pará u 14 de
julho do anno anterior e navegara pelo
Amazonas e pelo Madeira, seu afiluente.
A 17 de dezembro chegára ás Cachoei­
ras, tendo navegado pelo Aporé.
1768—Toma posse do governo da capi­
tania de Pernambuco o conde de Pavo-
■■
tíÂJi
m
lide, D. Jose' da Cunha Grã d’Atahvde e
Mello, que succe le ao conde de Villu-
Flor, mais tarde duque daTerceira (Vide
9 de Outubro de 1769).
1791—Tiradentcs, preso incommunica-
vel nos ser/rédos das prisões da Relação
do Rio de Janeiro, é interrogado pela 6"
vez (Vide a ephemeride de 21 de abril de
1792;.
1821—Movimento sedicioso na cidade
da Fortaleza, provincia do Ceará, gover­
nada pelo capitão de mar e guerra Fran­
cisco Alberto Rubim.
O batalhão de linha de guarnição da
cidade e o parque de artilharia, com
parte da população, amotinados, apresen­
tam-se em frente á residência do govei -
vernador ; sabendo este o que succedia,
sahe, acompanhado do seu ajudante de
ordens, a ver o que lhe queriam. Respon­
de-lhe 0 ajudante do batalhão que « visto
Sua Magestade ter jurado e approvado a
constituição pelo seu real decreto de 21
de fevereiro, como era publico pelas ga­
zetas da Bahia e Pernambuco, queriam
que se fizessem publicas deraonsti’aç(5es
de alegria, jurando-se a constituição que
se desse em Portugal e .se elegessem os
membros para o governo provisorio ;
queriam outrosim augmento de soldo,
soldo dobrado, como percebia a trop i de
linha na Bahia e em outros logares, e
que esse mesmo augmento de soldo se
désse ao major que interinaménte os
commandava, como gratificação do com­
mando interino, e ainda mais, que se
abonassem aos majores e ajudantes de
primeira linha cavalgaduras e soldos,
e esta era a razão do seu justo rompi­
mento. »
A isto responde o governador « que
sobre requisição de tão alto assumpto
havia muito que ponderar, que convo­
caria uma sessão extraordinária, a que
presidiria.»
Com effeíto, encarainhando-.se d’alli
para a casa da camara, chama os seus
membros á vereação o reune as aucto-
 EPIIEMERIDES NACI0NAE3 227

ridacies, clero, nobreza e povo, para se
resolver sobre a materia.
1823—B’ sorprehendido de madrugada o
primeiro regimento de artilharia, o qual,
com a mais tropa de guarnição da cidade
de Bele'm do Parq, se achava em armas
desde a vespera, por uma força de 100
sente data de volta para o Rio de Janeiro
(Vide fevereiro 26).
1861—E’ sagrado na cathedral de Ma­
rianna 0 1° bispo do Ceará, 0 sr, D. Luiz
Antonio dos Santos, oíliciando no a.cto
0 respectivo diocesano.
Antes d’este bispo fora escolhido o padre
João Quirino Gomes, natural da Bahia,

m
homens, sob o commando do alíeres An­
tonio de Loureiro Barreto, que o partido que não aceitou o cargo e é hoje fal-
da independencia alliciára para fazer lecido.
vingar a sua causa. O sr. D, Luiz nasceu em Angra dos
Os oííiciaes, ao verem entrar no quartel Reis; fez no seminário de Jacuecanga
os revoltosos, ficam sem acção e são d’aquella cidade os seus primeiros es­
presos sem a menor resistência. Tres tudos e concluiu-os pelo do curso theo-
foguetes do ar annunciam que estava logico no afamado collegio Caraças, em
Minas Geraes, para onde fora em 1837.
tomado o quartel com o p irque de ar­
Recebeu ordens no Rio de Janeiro das
tilharia,
mãos do bispo conde de Irajá. Voltou
1832—Commoção revolucionaria, de­ depois para Minas, onde exerceu o cargo
nominada ahrilada, na capital de Per­ de reitor do seminário episcopal de Ma­
nambuco, rianna, leccionando nelle varias ma­
Um batalhão de milícias toma as térias ao mesmo tempo e occupando o
armas sob o commando do tenente-co­ logar de conego da cathedral d’aquella
ronel Francisco José Martins e do major diocese. Em 1848 dirigiu-se para Roma
José Gabriel de Moraes Meyer, e apode­ e alli se formou em direito canonico em
ra-se do bairro do Recife. A guarnição 1851.
da fortaleza do Brum pronuncia-se por De volta á patria continuou nos cargos
esto movimento. O presidente da pro­ que desempenhava em Marianna, exer­
víncia, que reunira algumas milicias dos cendo até 1853 0 de reitor do seminário
outros bairros, impede, com o auxilio e até 1859 o de conego da cathedral. Foi
da marinha, que os amotinados passem escolhido bispo do Ceará no actual rei­
a ponte do Reeife e evita d’esse modo nado e sob 0 pontificado de Pio IX, a 31
que 0 movimento tome corpo, emquanto de janeiro de 1859, sendo confirmado a
faz abortar a revolução féra da cidade. 28 de setembro de 1860. Foi sagrado na
Depois de 10 horas d’este estado de 'sé de Mariauna na data presente, como
cousas a tropa sediciosa se dissolve e o ficou dito, pelo bispo D. Antonio Viçoso,
povo passa a ponte em tropel. Commet- conde da Conceição; tomou posse, por
tem-se então muitos assassinatos a san­ procurador (o conego Antonio Pinto de
gue frio, quando já não havia resistência Mendonça) a 16 de ju lh o; chegou á sua
nem possibilidade de a fazer. Algum diocese a 26 de set ‘mbro e a 29 do mes­
tempo depois rompeu no interior da pro­ mo mez e anno (1861) fez nella a sua en­
víncia a guerra que se denominou dos trada pontifica!, tendo havido por essa
cabanos, que só terminou em 1835. oceasião grandes demonstrações de rego­
184G—O imperador e a imperatriz, que zijo da parte da população da capital, por
estavam de visita em S. Paulo desde 18 ver pela primeira vez um príncipe da T>
de fevereiro, partem para Santos no dia egreja no meio de si. S. Ex. fez a visita
12 de abril, pousando no logar denomi­ pastoral do seu bispado, além do traba­
nado Ponto Alto, e embarcam na pre­ lho do púlpito e confessionário, a que se
 "A
ni i Í
• ,i*'
IJI': 228’ EPHEMERIDES NACIONAES
entregava com fervor verdadeiramente
paternal e evangelico ; inaugurou um se­
minário episcopal e fundou um collegio
de educandas no bairro do Outeiro da
Prainha, e tom cumprido outros dos de­
"f' veres do seu ministério. O alludido se­
minário foi aberto a 18 de outubro de
^k- ,.sK' 18G4 e nelle o proprio bispo leccionava
geographia, em quanto não foi essa ca­
deira provida de lente.
Tinha 4S annos de edade esse prelado
Í ■’■<i,' quando o autor do Roteiro dos ispados
Í-1 ■f'.
publicou a sua obra, isto é, em 1861.
O bispado do Ceará, desmembrado do
de Pernambuco, foi instituido por lei da
Assemblda geral de 10 de agosto cie 1853
\<i'•!*•
e confirmado no pontificado do papa
Pio IX, pela bulia — Pro animarum
IK
salute — de julho de 18^4.
■ l!^ ^ k i S() seis annos e meio depois é que foi
Wrl provida a nova sé com a nomeação do
mencionado bispo.
O sr. bispo do Ceará foi, por de­
creto de 15 de novembro de 1879, elevado
(•-|4‘^
‘!' u" ao primaciado do Brazil, como arcebispo
da Bahia, em substituição de D. Joaquim
y - Gonçalves de ^^rdrrn^, faliecido no dia
6 diquelle mez e anno {Vide setem­
bro ^ f J
1833—Eallece na capital do Impéno o
senador por Pernambuco Antonio Fran­
cisco de Paula e Ilollanda Cavalcanti de
Albuquerque, visconde de Albuquerque;
' V
escolhido pelo regente Araujo Lima a
■ti 7 de fevereiro de 1838, tomara assento
no senado a 28 de abril do referido anuo.
" SI
O visconde de Albuquerque nascera a
l» li -ik . 4
21 de agosto de l^Q^-
1869—Chega á cidade de Assumpção, o
sr. conde d’Eu, general chefe do exer­
cito brazileiro em operações contra a
republica do Paraguay".
1873—Fallece em Avintes, no reino de
Portugal, no antigo solar de seus paes,
o dr. Antonio Marques Rodrigues, nas­
cido em S. Luiz do Maranhão a 15 de
abril de 1826, de pacs portuguezes.
Acerca das seus escriptos in.scrides em
.'I'.fev'lijSSv 1
Í'' s
4 , Hw
publicações periódicas, dos que compu-
zera, dos que traduzira e dos que editára
para mais os divulgar, veja-se a sua
biographia traçada pela adextrada penna
do auctor do Pantheon Maranhense, vol.
IV, que tarabem dá o seu retrato.
ABRIL — 15
1600—Passam os officiaes, vereadores
e procurador da camara da villa de
S. Paulo carta de chãos de sesmaria
do terreno para edificação do moste ro
de S. Bento. No sitio em que se elevou
o mosteiro já havia uma ermida dedi­
cada á Nossa Senhora de Monserrat,
erecta em 1598 por devoção do gover­
nador geral do estado D. Francisco de
Souza e por frei Mauro Teixeira, man­
dado da Bahia pelo provincial para a
alludida fundação, que porém só foi
realisada em 1600 por fr. Matheus da
Ascenção, a quem a camara passa a
carta a que em começo nos referimos.
1641-P risão de D. Jorge Mascarenhas,
marquez de Montalvão, vice-rei do Brazil
e sua deposição. Para melhor compre-
hensão d’este ponto historico, vamos
x-esumir os acontecimentos que o mo­
tivaram .
Quando, em virtude da revolução do
anno anterior em Lisboa, fôra restituido
0 fhrono de I). Manuel a um dos seus
de-cendentes, depois de expellido o usur­
pador castelhano, o novo i’ei, D. João IV,
dirigira uma carta á camara da Bahia,
pedindo-lhe a sua acclamação, e uma
outra destituindo do governo do Estado
do Brazil ao marquez Je Montalvão,
dado 0 caso de não queimr este func-
cionario reconhecer a sua auctoridade.
O marquez, poi’ém, e a camara tinham
cumprido lealmente com o seu dever;
até ao proprio principe hollandez Mau-
ricio de Nassau, em Pernambuco, com-
municára Montalvão oííicialmente esse
SUCCCS.SO, bem como a Salvador Corrêa
de Sá, governador do Rio de Janeiro, e
ao propri© rei se dirigira em tempo,
I
 EPHEMERIDES NACIONAES
mandando á côrte para esse fim a seu
filho, D. Fernando de Mascarenhas. Fora
portador da carta regia distituindo-o do
governo do Estado o habil e esclarecido
jesuita Francisco de Vilhena, que so a
devia enti’egar si o mai’quez se tivesse
opposto á acclamação do novo rei, sendo
neste caso nomeados governadores o
bispo D. Pedro da Silva e Sampaio, o
mestre de campo Luiz Barbalho Bezerra
e 0 provedor-rndr Lourenço de Brito.
Entretanto, o padre Vilhena desembarca
longe do povoado e dirige-se occulta-
mente para o collegio da companhia,
para onde convoca os très nomeados
condicionalmente para substituírem ao
marquez vice-rei, e communica-lhes, por
leviandade ou traição, as cartas de que
era portador. Estes, seduzidos pela vai­
dade e desprezando a clausula estipulada
nas referidas cartas, assumem ineonti-
nenti o governo do Estado e ordenam
ao mesmo Vilhena que vá entregar a
Montalvão a que o destituia do cargo, e
a cuja leitura este immediataraente se
submette. Poucos momentos depois to­
mam os intrusos conta do palacio do
governador, enviam este para o collegio
dos jesuítas, onde llie põem guardas e o
tratam com o mais duro rigor, prendendo
também os seus affeiçoados e amigos.
E esse o facto que commemoramos hoje.
A 5 de Junho foi Montalvão remettido
preso e carregado de ferros para Lisboa,
indo sob a vigilância de seu inimigo pes­
soal Luiz Telles da Silva, que o vice-rei
prendera tempos antes por haver publi­
camente assassinado na praça do palacio
a urn seu ajudante. Ao chegar á corte,
onde 0 precedera seu filho D. Fernando,
foram reconhe cidas a sua innocencia e
lealdade, de que tinha o rei duvidado,
por haverem dois outros filhos seus abra­
çado 0 partido do rei de Hespanha, que
ate então oecupára o throno de Portugal.
A marquèza de Montalvão, que estava
em Lisboa, também tinha sido presa por
eguaes suspeitas.
16Í1—Fallece nacidade do Rio de Ja­
neiro 0 governador e capitão-general da
capitania d’esse nome o mestre de campo
Luiz Barbalho Bezerra, natui’al de Per­
nambuco, que prestára grandes serviços
ao Brazil no primeiro perioio da guerra
liollandeza.
Para a data do seu fallecimento apro­
veitamo-nos do que refere o Catalogo dos
governadores publicado na rev. do Insti­
tuto, tomo II, pag. 50, da 2' edição.
lGi;9—Fallece na cidade da Bahia
D. Pedro da Silva e Sampaio, 7° bispo do
Brazil.
Chegára á diocese a 19 de Maio de 1G34,
no reinado de Phelippe IV e pontificado
de Urbano VIII, depois de 10 annos de
vacancia da sdde, por causa da guerra
que traziamos com os hollandezes, ou,
mais provavelmente, pela mediocre soli­
citude que tinha o governo dos Phelippes
em Portugal para com esta sua colonia
da America.
A’ sua chegada foi o primeiro cuidado
do bispo reformar a cathedral, que ainda
era de taipa, e fel-o com o auxilio dos
particulares, na falta de recursos pecu­
niários por parte do erário publico.
Pelo seu genio irascível, excessiva into~
lerancia e maneiras desabridas alienou
de si a estima e bom conceito não só do
povo como do governo local e do da
corte. Quando, em consequência da revo­
lução de Lisbo-a de 1 de Dezembro de 1640,
a que já nos referimos, foi o duque de
Bragança acclamado rei, o bispo assumiu
0 governo geral do Est;ido do Brazil,
concorrendo para a violenta e injusta
deposição do marquez D. Jorge de Mas­
carenhas e para a sua remessa, preso,
vigiado e carregado de ferros, para Lis­
boa. O bispo illudiu assim as ordens do
rei, faltando á verdade dos factos por
ambição de, mando e completa ausência
de bôa fe', maculas tão avessas ao seu
santo ministério! O R oteiro nos bispados
publica um documento contemporâneo
de D. Pedro da Silva, que muito depõe
 230 EPIIEMP]RIDES NACIONAES

ooMtiM elle: e nma uErRRSENXAÇÃo diri­ nossos prelados. Fôra apresentado pelo
' ' I gida pela Camara da Bahia ao rei, quei­ mesmo príncipe e sob o pontificado do
t -il' ' ■ i
'V l l .- , xando-se do « seu excesso de intoler in- mesmo papa, acima referidos; porém
cia e genio arrebatado por occasião de não chegou a tomar posse do seu cargo,
uma procissão de Corpus Christi, etc. 53 por ter fallecido em Lisboa antes do anno
Quando morreu, recebeu a população de J676, á espera das bullas de sua con­
U-f,
essa noticia com a maior indifTerença. firmação.
Foi sepultado na capella mór da Sd. Ao Com este termina a serie dos bispos
serem depois trasladados os seus ossos do Brazil e começa no seu successor,
para Lisboa, naufragaram com 0 galeão B. Gaspar Barata de Mendonça, a dos
Santa Maria (ou Santa Margarida^ como arcebispos.
querem outrob), que os conduzia, na al­ 1710—João de Barros Guerra toma
tura das ilhas Açores. posse do governo da capitania do Pará
Uns 0 dão íallecido a 14; por isso flea e exerce esse cargo até 11 de junho de
mencionado 0 seu nome nas duas datas. 1716; foi 0 quadragésimo oitavo na
1672—Chega á Bahia D. Estevão dos ordem dos respectivos governadores.
Santos, bispo do Brazil, successor do 1794—Fallece no Pará 0 padre dr. José
precedente. E’ 0 9° na ordem chronolo- Monteiro de Noronha, auctor do pri­
gica das nomeações, mas o 8* que effe- meiro roteiro em que um 'garáense dá
ctivamente, embora por pouco tempo, noções geographicas, topographicas e es­
exerceu 0 cargo. Varnhagen dá erra­ tatísticas da sua província.
damente 0 anno de 1673 para este facto. Nascera na eidade de Belém em 1723 e
No reinado de I). .Toão IV fôra eleito fizera os seus primeiros estudos no colle-
B. Alvaro Soares de Castro, do conse­ gio de Santo Alexandre, dos padres da
lho geral da Inquisição e nhtural de companhia de Jesus, cursando os secun­
Portugal, mas não fora confirmado, por dários nas aulas que então havia na ci­
causa das consequências da revolução de dade natal. Casado, perdera em 1754 a
1640 ; isto e', pela nova ordem de cousas esposa: esse golpe doloroso lançara-o
que este facto motivara. Oceupava 0 nos braços da egreja, tomando logo or­
solio pontifício Urbano VIII. Apezar dens sacras. O diocesano, B, Frei Miguel
i d’isso, contam alguns chronistas a D. Al­ de Bulhões, creára em 1735 a vigararia
varo como 0 nosso 8" bispo. Falleceu geral do Rio Negro, instituição confir­
em Lisboa. mada por C. R. de 18 de junho de 1760,
D. Estevão dos Santos oceupou apenas e nomeára 0 padreNoronha pararegel-a:
por um mez e vinte e um dias a cadeira foi por esse tempo que teve elle ensejo
episcopal, pois logo falleceu a 6 de julho de traçar e compor 0 seu alludido ro ­
"il
. 'r.; ' '■;r
d’esse mesmo anno de 1672 [Vide essa teiro .
■data). Jaz na capella-mdr da Sé. Fôra Como orador sagrado, e 0 fôra elo­
eleito no reinado de B. Aífonso VI, sob quente, compuzera muitos sermões, dos
lif' a regencia de seu irmão e successor não quaes só se salvou da voragem do tempo
s<3 no throno como no tôro conjugal, 0 o que pregára na abertura do hospital
príncipe B. Pedro, sendosummopontiflee de caridade do Pará, fundado por B. frei
Clemente X, e -é 0 primeiro confirmado Caetano Brandão.
por esse papa depois da paz de Portugal 1823—Reune-se no palacio do governo
com Castella.
de Belém um grande conselho para deli­
B. frei Constantino de Sampaio, natu­ berar sobre a sorte dos presos no movi­
I’ i"'I ,, : ral de Portugal, succedeu ao precedente mento do dia antecedente. Houve quem
I f’ na sédeepiscopal do Brazil e foi 0 10” dos opinasse, diz um escriptor contempora-

i
! *<1'
 p: p h e m e r id e s n a c iü n a e s 2-M

nco. que fossem todos executados, iuas Goytacazcs estendiam até alli o seu do­
prevaleceu a opinião do governador das minie. Depois da expulsão dos padres
armas de que deviam antes ser proces­ da cornpanhúi, em 1759, foram aquellas
sados de conformidade com as leis. Nesse terras repartidas pelo governo por fami-
proposito abriu-se uma devassa geral lias brazileiras, que alli se foram esta­
contra elles. belecer. Já então havia a egreja consa­
1827—A vanguarda do exercito argen­ grada á Sant’A nna, edificada pelos
tino. commandado pelo general Manuel jesuitas.
Oribe, occupa a povoação, hoje cidade 18õ8 — Benze-se o cemitorjo mandado
de Bagé. na província do R’ o Grande do construir nas immediações do hospital
Sul. Uma p irtida de gente nossa car­ marítimo de Santa Izabel, no Rio do
rega outra inimiga, que é obrigada a Janeiro , destinado aos que fallecercm
debandar-se; este successo induz o ge­ naquelle hospital.
neral Oribe a evacuar a povoação. 187Ô — Inauguração da linha telegra-
1831 r— A noticia da abdicação do phica de Caravellas a S. José de Piru-
imperador D. Pedro I.d recebida em hype, provincia da Bahia, com 50,000
S, Paulo com grande manifestação de kilometros de extensão.
ligosijo, assim como a demissão do mi­
nistério ; celebra-se por esse motivo um AHRII.— 16
solemne Te-Deum na cathedral e o povo l(í38^Com vento e maré favoráveis
percorre as ruas precedido de gma banda entra pela Bahia a esquadra de Nassau,
do musica e erguendo viv 'S patrióticos; que ia á conquista d’aquella cidade, tendo
illumina-se a cidade }'or tres noites se­ partido do porto do Recife no dia 8,
guidas e os estudantes do curso juridico como ficou dito. A's 1 horas da tarde
dão um espectáculo gratuito ao povo. vai funde ir além ále Itipagipe, defronte
1837—Commandados pelo coronel Do­ das praias que demoram entre as erinidas
mingos Cresceneio de Carvalho, os rebel­ de S. Braz e da Escada, nas quaes co­
des do Rio Grande do Sul surpreliendem meça desde logo o desembarque das
e derrotam no capão do Leão as forçis tropas. Nessa mesma noite acampam
Icgaes sob as ordens do coronel João da nas serros visinhos e passam-n a em
Silva Tavares. armas (Vide a ephemeride de 10-
1813— Casa om Berlim, no palacio de — O capitão-mdr Francisco de
Leuchtenberg. D. Izabel de Bragança,
Seixas Pinto, nomeado governador da
duqueza de Goyaz, filha reconhecida do
capitania do Pará, toma posso do seu
imiterador D, Pedro I; casa com o conde
cargo, recebendo-o de Marçal Nunes da
Fischler de Freuberg. Cosia. Foi 0 trigésimo sexto na respec­
ISlii—Lei provincial elevando á cate­
tiva serie (Vide a Historia Gerau do
goria de cidade a villa de Macahd, creada
Brazip do V. de Porto Seguro, 1‘ edição),
villii por alvará de 29 de julho de 1813
e governou até 5 de junho de 1665.
e inst illada no anno seguinte, a 25 de
Francisco do Seixas foi coagido pelo
janeiro,
Macahé foi cm sua origem uma fazenda povo de sua capitania a assignai' um
dos jesuitas, que a fundaram no sécu­ termo, em que se obrigava a não estorvar
lo XVII, na margem do rio d’.iquelle a expulsão dos padres da companhia de
nome, conuptela úe Migiiihé, rio dos Jesus, guardados na embarcação desti­
bagres, segundo uns, ou ceu enxuio, se­ nada a levai-os para Portugal. «N ’estas
circumstancias requintam nas alegrias,
gundo a interpretação do sr. dr, Bap-
tista Caetano, Juiz na materi i. Os indios amoflnando o velho capitão-mór, que
 23ã EPHEMERIDES NACIONAES

havia incorrido no seu desagrado (Vide do Piauhy e Maranhão. Quando chegou

a ephem eride de 30 de abril).» este decreto ao Ceará, já Filgueiras tinha
1700—Reune-se o povo da 'villa de sido enviado pela junta do governo
S. Paulo na casa do conselho e requer temporário d’esta provincia, juntamente
aos officiaes da camara que sollicitem com Tristao de Alencar Araripe, em
•V'. : . } i
do capitão genei*al Arthur de Sá e soccorro dos independentes, e por isto
Menezes, governador da repartição do os destinos da expedição continuaram
sul, que faça presente a S. M. que sempre a cargo de ambos, como dele­
o território das minas de C a ta g u a zesM m gados do governo que os enviára, tendo
i •Íí . como os seus inattos e campos lavradios, a Luiz Pedro de Mello Cesar como secre­
de direito pertencem a elles paulistas! tario e os irmãos Manuel de Souza
' si'«*:;.' porque os descobriram e conquistaram Martins e Joaquim de Souza Martins
á custa de suas vidas e fazendas, sem
Hüv '•' como representantes do governo provi-
dispêndio algum da coroa, e que seria sorio do Piauhy.
\ií\ ■'
■ î 't e grande injustiça conceder-se aquellas
terras e minas aos moradores de fòra. 1826—Creação da ordem honorífica de
.!■'? r " ’ . P edro I , para commémorai* o reconhe­
Esta reclamação fundava-se no que
cimento da independeneia nacional. Os
dispõe a carta régia de 18 de março
estatutos que a regulam só puderam ser
de 1694 ácerca de favores e mercês con­
Í Y 'ï assignados a 19 de outubro de 1843 pelo
cedidos aos que descobrissem jazidas de
imperador actual.
ouro e prata,
1822 — Fallece em Coimbra, com 87 1833—Sabendo a Regencia do Império
annos de edade, D. Francisco de Lemos do estado de elTervencia da provincia do
de Faria Pereira Coutinho, bispo de Pará em fins do anno de 1832, julgára
Coimbra, conde de Ar^^nil, reformador dever mandar-lhe novas auctoridades e
e reitor d’aquella famosa universidade. com esse fim nomeára presidente ao
D. Francisco de Lemos nascera na desembargador José Marianni e comman­
casa de Marapicú, na freguezia de Santo dante das armas ao tenente coronel
Antonio de Jacotinga, termo da cidade do Ignacio Correa de \asconcellos. Chegados
Rio de Janeiro, diz o Diccionario biblio- porém estes ao seu destino, não consente
graphico portuguez, a 3 de abril de 173'). o partido dominante que tomem posse
Recebeu este illustre íiuminense o dos cai’gos, nem que desembarquem.
grau de doutor em direito canonico DVste acto de formal uesobediencia se­
naquella universidade a 24 de outubro guem-se outros excessos, chegando na
de 1754, e exerceu di-pois diiloreiites presente data a ensanguentar-se a capital
cargos importantes e de confiança no da provincia ea commetterem-se vio­
reino, inclusive o de que acima se faz lências, em que muitas vidas foram im-
menção. O seu elogio está consubs-ían- moladas á vindicta particular.
ciado nas seguintes concisas palavras de 1855-Morre na cidade do Rio de Ja­
V. ií, . ■/ José Monteiro da Rocha, que jn-'dimos neiro João Duarte Lisboa Serra, bacharel
' .Vl- '
de empréstimo a um escriptor corUem- íormau'0 pela universidade de Coimbra,
poi*aneo: « A opulenta região do Ih-azil natural do Maranhão, presidente do
8tí jacta menos do seu ouro e diamantes banco do Brazil e deputado á assembléa
do que de haver produzido vaião tão geral legislativa. Poeta distincte, deixou
singular.» pouco antes de fallecer uma ternissima
,r:
' !ííí'/ 1823 — Carta imperial nomeando oe bella ))oesia, que o Correio Meucantil
capitão-mór José Pereira Pilgueiras com- publicou por esse tempo.
mandante chefe das forças independentes | O dr. Lisboa Serra nascera a 31 de

n2
 EPIIEMERIDES NAOIONAES
maio do 1818 ás margens do celebrado
Itapicurú.
Aos 16 an nos de edade e prompto dos
estudos preparatórios, partira para Por-
tugale alii, na universidade de Coimbra,
frequentara primeiro o curso desciencias
mathematicas, depois o de sciencias phy-
sicas ou naturaes, recebendo em 1811 os
graus de bacharel formado nestas duas
faculdades. Alli, perlustrando os sitios
afamados e pittorescos do Minho e da
Beira nas ferias dos annos lectivos, re-
mordido da nostalgia da teri'a natal,
compuzera muitas poesias, das quaes
algumas correm impressas na Revista
Acadêmica, «jornal que fez época nos
annaes litterarios d’aquella colmeia de
engenhos privilegiados.»
1866 —0 nosso exercito atravessa o
Paraná, no logar denominado Passo da
Patria, tendo á sua íVente o denodado
general Osorio, e combate os paraguayos.
« A ‘s 9 horas da manhã, diz o sr. 1“ te­
nente de engenheiros Emilio Carlos Jour-
dan ( G u e u r a d o P a r a g u a y , Rio de Ja­
neiro, 1871), a expedição pisa terra pa-
raguaya, e Osorio, á frente de poucos
homens, quer ter a gloria de reconhecel-a
primeiro. Desembarca a nossa gente, e
.iá a fuzilaria de alguns batalhões do
faz correr em auxilio do au­
dacioso general o 2' coi'po de V o­
l u n t á r i o s DA P a t u i a . O s paraguayos
são repellidos com perda de pouco mais
de cem homens, e as duas divisões (que
tinham de eíTectuar o desembarque) biva-
cain debaixo de copiosa chuva na en­
costa de um bosque. Toda a noite se
passou em alertas e dispondo as tropas
para avançar no dia seguinte. »
« A passagem do Paraná, diz ainda o
mesmo illustrado engenheiro, e m presen­
ça de um inimigo representado por mais
de 25,00 ) homens, com 60 canliões, en-
trinclicirado em suas posições do P a s s o
DA P a t r i a , e no meio de matas e ba­
nhados, será sempre considerada como
233
um dos mais audaciosos feitos d’esta
guerra. . . »
— Começa em Porto Alegre a collo-
cação do fio telegraphico que tpm de
ligar a capital da provincia com a capi­
tal do Império e que só se conclue em
janeiro de 1867.
1869 — Assume o 's r. conde d’Eu o
commando das forças do Brazil em ope­
rações contra o dictador do Paraguay,
e dirige em Luque uma proclamação ao
exercito.
ABRIL ■ ■17
1638 — Toma posse do governo da ca­
pitania do Pará Feliciano de Souza e
Menezes, nomeado por provisão de Bento
Maciel Parente, governador e capitão-
^^^í4»ef>a^do estado do Maranhão. Succédé
a Ayres de Souza Ciiichorro, que pedira
excusa do cargo. Foi o 17‘ governador
d’essa capitania.
— A esquadra hollandeza, que no dia
8 partira do Recife á conquista da Bahia
e na vespera desembarcara no sitio de­
nominado Agua de Meninos, cerca de
uma légua distante da cidade, vem aos
primeiros albores do dia acampar em
uma eminenci I , junto ao engenho de
Diogo Muniz Telles. Occupam os nossos
aquclle engenlio ant's que o inimigo o
faça, e acampam ern outro monte do lado
da cidade, fronteiro e atiro de canhão do
que occupára o liollandez. Nesse dia
nem de uma parte nem da outra come­
çam as hostilidades (Vide a ephemcride
de 20).
1690— Luiz Cesar de Mehe/.es, nomeado
por carta patente de 2 de janeiro d’este
mesmo anno, to na posse do governo da
capitania do Rio de Janeiro, em substi­
tuição de D. Francisco Naper de Len-
caster.
Foi 0 quadragésimo segundo na ordem
clironologica respectiva e governou até
25 de Março de 169;>.
1691— Provisão concedendo aos secre-
soiavtdo governo, nomeados pelo rei,
 214 EPHEMEPJDES NACIONAES
assento em cadeir.i rasa quando fizessem
a leitura ou informações dos requeri­
mentos e escrevessem o expediente dos
negocios do governo, faculdade qne an­
tes não tinham.
lG9õ—Toma posse do governo da la/j//
•;*- ií^ capitai^ Sebastião de Cas Castro
Caldas, nomeado por carta patente de 4
de fevereiro do mesmo anno.
Foi 0 4.0° na ordem dos governadores
d’essa capitania e exerceu este cargo até
2 abril de 1G97, isto é, por dous an nos,
menos 15 dias. Abreu e Lima dá o dia
19 para o da sua posse.
Foi elle 0 primeiro governador da ca­
pitania do Rio de Janeiro que teve a
satisfação de remetter para Portugal
amostra do primeiro ouro descoberto
nos sertões de Minas-Geraes pelos explo­
r-
radores paulistas.
1758—Tinha o conde de Bobadella fun­
dado seis annos antes o convento de
Santa Thereza do Rio de Janeiro. A
irmã Jacintha de S. José, directora das
reclusas d’esse instituto, desejava que
as religiosas sob sua direcção pro és-
sassem a regra de Santa Thereza, que
ella já havia posto em pratica, e não a de
Santa Clai’a, como lhe ordenava o breve
apostolico de 5 de janeiro do 1750, por
cuja litteral execução se declarara o
bispo D. frei Antonio do Desterro, que
entendia que aquella regra tinha graves
inconvenientes pai-a ser observada escru-
])ulo.«amente no Brazil, á vista de certas
condições peculiares ao paiz; no passo
que Gomes Freire, decidido protector das
religiosas, se empenhava por que se rea­
íÍM-Ji‘ ,VI ' I lizassem os desejos da siiperi ira.
A discordância do opinião entre o pre­
lado e 0 governador p irece que acabou
i• ' .«f- Si- por degenerar cm urna luta caprichosa,
Aííí^/v'
I i^í^t^ííií-v com a qual não pouco sotfreram as reli­
giosas.
Estavam as cousas neste ponto quando
a irma Jacintha parte ocoulta e repeuti-
namentepira Portugal, em U de no­
vembro de 1758, 0 de lá volta na pi-esente
data, trazendo outro breve, no qual or­
denava 0 Santo Padre que as religiosas
que ella dirigia professassem a regra
que ella desejava. Apezar d’isso não
vingaram, como se verá, as esperanças
da irmã Jacintha.
E’ notável a c rta que a 22 de abril de
1753 dirigira o bispo ao governador:
a Esteja V. Ex. certo, diz elle, que o
mosteiro do Desterro ha de ier mosteiro
de religiosas carmelitas reformadas, e
que se ha de servir a Deus nelle, e que
Deus Ih 0 ha de pagar á V. Ex.: nisto
tenho eu fé; mas, se Jacintha de S. José
ha de ser freira nelle ou não, para
isso nem tenho fé nem tenho lu z; mas
é grande e infinita a misericórdia de
Deus e sua divina omnipotência. »
Assim de feito se cumpriu : o recolhi­
mento do Desterro tornou-se um con­
vento de carmelitas descalças, mas nem
o'^'ronde de Bobadella poude vel-o, nem a
irmã Jacintha logrou ser freira professa,
nem o bispo testemunhou aquelle facto,
porque morreram totlos antes que elle se
reallsasse: o conde a I de janeiro de 1763,
a irmã Jacintha a 2 de outubim de 1768
e D. frei Antonio do Desíerro a, ^ de
dezembro de 1773.
Sd no episcopado de D. Jo.sé Joaquim
Justiniano Mascarenhas Castello Branco é
que se mudaiaim, a 15 de junho do 1780,
do recolhimento da Ajuda para o seu
claustro no morro, que até então se de­
nominou do Desterro; mas recebendo o
habito do carmelitas.
O sr. dr. Moreira de Azevedo, que nos
serviu de guia, refere largamente todas
estas particularidades no seu Pequeno
Panorama, t >mo I.
1823—Primeira sessão preparatória da
Assembléa Constituinte, achando-se pre­
sentes 53 deput idos. A falia com que o
imperador D. Pedro I abriu a sessão, no
dia 3 de m lio, foi d'soutida com exalta-
meiR/'. Dividida a a-ss-^mbléu em duas
parcialidades, conseguiram os realistas
que os dois Andi’adas, José Bonifacio e
0 ^
 EPIIEMBRIDES NAOIONAES
Martim Francisco, fossem demittiiios do
ministério no dia 17 de julho. Desde então
a tribuna e a imprensa se tornaram a
arena, onde aciimonio.samente comba­
tiam ambos os partidos (Vide 12 de no­
vembro).
1832—0 partido restaurador , dirigido
pell sociedade Conservadora, e tendo
por orgão na imprensa o jorna! denomi­
nado Caramurú, hastêa a bandeira da
revolta e empunha as armas contra o
il governo legal na capital do Império.
Os revoltosos são, pela mor parte,
criados do paço imperial, diz um histo­
riador insuspeito (o sr. Joaquim Nor-
bprto nas suas R phemerides de Flu-
viano), guardas nacionaes do districto
do Plngenho-Velho e oHiciaes do exer­
cito. Deixemos pore’m fallar o mencio­
nado escriptor :
« Apresentam-se em campo com duas
peras dc pequeno calibre sob o com­
mando do barão de Bulow, aventureiro
estrangeiro, e marcham até ao Rocio
da cidadc-nova; pi’esentindo porém a
attitude liostil da guarda nacional, coad­
juvada pelos batalhões municipaes que
acodem ao rechmo da ordem publica,
retrocedem até Mattaporcos. onde, per­
seguidos, fazem frente e otferecem resis­
tência. São desbaratados completamcnte.
deixando grande numero de mortos e
prisioneiros no logar do combate. Iguaes
tentativas de sublevação apparecem em
outros pontos da cidade, mas são sutTo-
cidas pela energica actividade do go­
verno.
cc Na acção de Matta-porcos cobre-sa
de louros o batalhão da guarda nacional
da frcguezia do Sacramento, pelo seu
denodo e bravura; e o povo da capital
do Império recebe o entre as ovações da
victoria quando 0 vé voltar com as peças
tomadas aos inimigos da ordem publica.
Tem então ã sua frente o Dr. Saturnino
de Souza e Oliveira, mais corajoso do
que prudente na estratégia da guerra.»
Este ti iumplio assegurou o dominio do
partidoMoDERADO. Seguindo a exposição
que d’estes successes nos deixou Abreu
e Lima, acrescentaremos que o governo,
deslumbrado pelo seu alludido triumpho,
quiz tentar um golpe de estado para se
apoderar do mando supremo, á custa da
ordem publica e da Constituição, únicas
bases do seu poder até aquclle momento.
Assim, no dia 30 de julho aventurou-se
0 lance, resign indo a Regencia Perma­
nente a sua auctoridade ante as c ima-
r.is, tendo no mesmo d'a dado a sua
demissão o ministério. A camara po­
rém não aceitou a resignação e, por um
excesso de senso commum, alguns mem­
bros do mesmo partido, unindo-se a oppo-
sição, embaraçaram o plano: a demissão
não foi aceita, norneou-se um ministério
de transição e, passados quarenta dias,
0 partido voltou á sua influencia intei­
ramente curado no seu lonco orgulho.
Depois d’esta mallograda tentativa as
cousas tornaram aos seus eixos,pelo me­
nos apparentemente, ea capital gosou de
calma até ao flm do anno, embora agi­
tados ainda os espíritos em diversos sen­
tidos. mas sem pòrem por obra esforço
algum para pei’turbarem a marcha dos
públicos negocios.
I860—Elléctuada na vespera a passa­
gem do Paraná, na. manhã de 17 procu­
ram 3,000 paraguayos obrigar-nos á re­
tirada: perdem nesta acção 100 homens,
2 boceas de fogo e 2 estandartes : sao
1 ostns em debandada e o pavilhão auri-
venle íluctua sobro as ruina.s de Itapirú.
onde acampa a nos.sa gente.
A bandeira que i)rinieiro se hasteou
nesse forte foi a do O'” de infantaria,
que formava a v.ingiiarda e era com-
mariilado pelo tenente-coronel Antonio
da Silva Paranhos: hasteou-a o tenente-
coronel de engenheiros José Caídos de
Carvalho (Vide u ephemeride de 20).
A noss i perda no-i tiias 10 e 17 foi de
377 homens fora de combate, a saber:
61 mottos, entre os qiuies dois oíliciaes»
 lí, f

■ I
23G EPHEM1ÍRIDES NACIONAES
V''
283 feridos, dos quaes 15 offlciaes, e 5 Bahia ^e exerceu esse cargo até 23 de
extraviados. setembro dc 1801, em que, tendo sido
ABRIL— 18 nomeado vice-rei no Rio de Janeiro,
partiu para o seu novo destino.
1638—0 conde de Bagnuolo com toda A data que damos para a sua posse
a sua gente sai ao eiicoutro do inimigo do governo da Bahia foi verificada em
no iogar em quo este flcára na vespera; documentos ofiiciaes e inéditos, perten­
já porém alii não o encontra, por ter centes á secção de manuscriptos da Bi­
elle avançado para a cidade (Baliia) por bliotheca Nacional do Rio de Janeiro.
outro caminlio. Derarn-se neste dia dois
A 24 de outubro de 1801 tomou conta
factos de alta insubordinação (de D. Fer­
u r 't do seu novo cargo no Rio de Janeiro o
nando de Lodena e do tenente-general
nomeado vice-rei. A 24 de setembro (e
Aífonso Ximenes), mas que não ti­
não de outubro, como dá Porto Seguro)
veram más consequências (Vide a ephe-
merkle de20). começài'a o governo interino da Bahia,
/i
presidido pelo arcebispo D. fr. Antonio
. Ivi-1!'■1' 1647—Breve de Innoccncio X, confir­
V'; Corrêa.
1-^ *-i ' mando a provinda de S. Francisco do
Brazil em custodia, tornando-o indepen­ 1810—Officio do governador do Rio
ft-,
• Vj dente da de Portugal, de conformidade Grande do Sul, o capitão general D. Diogo
■W , -Í
com a patente do padre geral da mesma de Souza,informando (ao governo gerai?)
ordem, de 12 de abril do dito anno. que haviam chegado a Porto Alegre e
1662—P’rancisco Dias Velho parte de seguido 0 seu destino para a fronteira
S. Paulo com sua familia, dois sacer­ do Rio Pardo os engenheiros Jacintho
dotes da companhia de Jesus e cerca Desiderio Cony e João Vieira de Car­
de 500 Índios mansos, para ir fundar valho, incumbidos da exploração e le­
urna povoação no Po>-to dos Patos, hoje vantamento dos planos dos terrenos au­
cidade do Desterro, província de Santa rífero^ da capitania.
Catharina (Pedro P'àc\\XQ%, Kobiliarchia). 1827—0 grosso do exercito argentino,
1712—0 capitão-mòr da Parahyba re­ que vinha abrir a segunda campanha
mette ao capitão general de Pernambuco contra o Brazil, occupa a povoação île
amostra de ouro encontrado no Cariry, Bagé, onde a sua vanguarda já havia
.capitania do Ceará. Ordenou-su áquelle entrado e sahido dois dias antes, e ahi
governador que procedesse pessoalmente acampa, sustentando um animado ti­
ao exame das minas indicadas. roteio com alguns pequenos destaca­
1760—São expulsos da Bahia os regu­ mentos nossos.
lares da companhia de Jesus que naquella 1830—Fallece na casa n. 18 da rua do
cidade residia.m. Nuncio, na cidade do Rio de Janeiro, o
O vice-j'ei conde de Avintes (1° marquez padre José Mauricio Nunes Garcia, deno­
de Lavradio), que puzera em execução minado 0 Mozart brazileiro.
essa medida, íallece em menos de très Alem do latim, philosophia, theolpgia,
mezes (Vide julho 8). e da rhetorica, em que tivera por mestre
1788—Forna posse do governo da Bahia 0 dr. Manuel Ignacio da Silva Alvarenga,
D. Fernando .José de Portugal, e não no que 0 suspeitoso conde de Rezende encer-
1; ^ dia 12, como o dá o visconde de Porto rára por mais do doisannos nos calabou­
Seguro ainda na 2”^ edição da sua His­ ços da Ilha das Cobras e que se tornára
toria Geral do Brazil. D. Fernando de por isso celebre, tanto ou mais do que
Portugal.que morreu marquez de Aguiar, 0 seria pelos seus harmoniosos versos,
^oi 0 quinquagésimo capitão general da José Mauricio era um compo,sitor fecun-
 EPIIEMEIíIDES xNACIONAES
do e inspirado; suas musicas sacras são
verdadeiras obras primas.
Newkomm, ouvindo-o pela primeira
vez na corte do Rio de Janeiro improvi­
sar ao piano, abraçou-o, cheio de admi­
ração por encontrar no Brazil um mu­
sico tão inspirado e perfeito.
José Mauricio foi o primeiro organista
da capella imperial no Rio de Janeiro e
digno emulo do famoso Marcos Portugal,
que acompanhára a familia real portu-
gueza em 1808. D. João VI tinha-o em
muita estima. Em 1810, depois de uma
grandiosa festa, em que o musico flumi­
nense como que a si m.esmo se excedera,
el-rei sentiu-se tão enthusiasmado que,
tirando da farda do visconde de Villa'
Nova da Rainha, guarda joias da casa
real, o habito de Christo que este fldalgo
trazia na occasião, collocou-o com as
suas próprias mãos ao peito do distincto
artista! JoséMauricio deixou muitas com­
posições orjginaes, das quaes se per­
deram as melhores, e um Requiem, que
foi cantado no seu funeral.
O sr. dr, J. M. Macedo dá o failed-
mento d'este nosso laureado artista
como occorrido no anno de 1831 ; mas
os srs. Norberto e Porto Alegre, bem
como Innocencio da Silva, no seu Biccio-
nario Bibliographiço Vortufjuez, assi-
gnam o de 1830 para esse facto.
José Mauricio nascera a 22 de setembro
de 1767 na cidade do Rio de Janeiro.
O Mvseu Nacional, da corte, possue a
mascara das suas feições, moldada em
gesso por Manuel de Araujo Porto-
Alegre, depois barão de Santo Angelo,
assim como deve ter as de Dante Ali­
ghieri, Torquato Tasso, José Bonifacio,
Antonio Carlos e Januario Arvellos.
0 enterro do grande compositor flu­
minense e 0 sen funeral foram feitos pela
irmandade de Santa Cecilia. Os seus
ossos foram depositados na egreja de
S. Pedro e mais tarde transferidos para
a do Sacramento por provisão de mon­
senhor Narciso.
O Newkomm. de que aqui se falia,
fora 0 discipuio predilecto de Haydn, e
encarregado pelo mestre de completar
as obras que deixára esboçadas; viera
para o Rio de Janeiro como professor
de musica e mestre de contraponto na
colonia artistica trazida por Lebreton
para se crear a Academia das Bellas
Artes. Porto-Alegre, a quem devemos
estes preciosos pormenores, accrescenta
acerca do notabilissimo musico estran­
geiro o seguinte:
« Newkomm foi o compositor d’aquelle
concerto monstruoso, composto de tres
mil artistas, qiie se executou na inau
guração da estatua de Guttenberg.»
Foi em seus l)raços que expireu o
commendador de .\raujo, conde da Barca,
de quem o famoso musico allemão era
commensal e amigo. O conde fora um
Mecenas para os artistas.
184'1—Fallece o senador pela provincia
de Santa Catharina Lourenço Rodrigues
de Andrade, escolhido a 22 de janeiro
de 1820 ; a 5 de Maio tomara assento no
senado, segundo o
dos senadores, do senador Pompeu (Re­
vista do Instituto, tomo XXIX}.
1818—Fallece o conselheiro Saturnino
de Souza c Oliveira, senador pela pro­
vincia do Rio de Janeiro, escolhido a 1
de outubro de 1847, na vaga deixada pelo
fallecimento do marquez de Paranaguá.
Não chegou, porém, a tomar posse da
sua cadeira.
1850—Toma assento no senado o sr.
Manuel Ignacio Cavalcanti
ulteriormente barão de Pirapama, como
representante da provincia de Pernam­
buco, escolhido no dia G.
Presidiu ás sessões do senado até 1860.
Succedeu-lhe nesse cargo
do Abaeté, a quem succedeu o sr, visconde
de Jaguary, actual presidente.
1870—Desembarcam na cidade do Rio
de Janeiro os Voluntários da Bahia, Per­
nambuco e S. Paulo, de regresso da
 238 EPHEMH}RIDES NACIONAES
guei’ra do Paraguay, onde souberam
cumprir o seu dever.
ï A BRIL -
1648 — Primeira batallia dos montes
y>y Guararapes (Pernambuco), da qual da­
remos ao leitor uma succincta idéa,
colhida na Historia Gorai do Bra:sil do
:.•t . ' ^
visconde de Porto Seguro.
A’s 8 horas da manhã, era domingo
de Paschoela, as Torças hollandezas, que
no dia antecedente haviam sahido do
t.>y Recife para o sul, encontram, no ponto
que fica entre os montes Guararapes e
03 alagados do mar, a guarda avançada
das nossas forças; alli tinha ílxado o
.<I r II ^
general Francisco Barreto de Menezes o
seu acampamento. Os nossos foram re­
cuando á medida que o inimigo avan­
çava. Tinham as nossas forças por com­
mandante 0 bravo Antonio Dias Cardoso
e a gente contraria era commandada
pelo não menos intrépido general Segis-
mundo von Schkoppe. Barreto confiára
a ala direita do seu pequeno exercito de
2,100 homens a André Vidal de Negreiros,
tendo ás suas ordens o denodado Ca­
marão, e a esquerda a João Fernandes
Vieira, tendo Henrique Dias por segundo,
e reservára para si o centro, ficando
Cardoso por seu immediate. A pequena
•‘,1I cavallaria que havia fora confiada ao
capitão Antonio da Silva. Os holiandezes
eram em numero de 1,500: quasi o dobro
dos nossos.
O combate começou pelo centro. O ini­
migo cahiu sobre os nossos com vigor.
A nossa gente, porém, esperou-o sem dar
um tiro. até que estivesse mais proximo;
1 I ■
desfecha então sobre elle á queima roupa
com tal violência, que o inimigo, de
atordoado, não poude mais organísar-se
e começa a debandar-se na maior con­
fusão, accommettido ao mesmo tempo
pelos flancos por Vidal e Vieira. A acção
se decidiu em muito pouco tempo, sa-
hindo d’ella ferido o general hollandez e
523 dos seus, deixando mortos no campo
il; '■'
170, entre elles os melhores dos seus
ofiiciaes, em numero de 15. Da nossa
parte morreram 81 soldados e ficaram
feridos cerca de 100. A vida de Vieira
correu grande risco nesta batalha, mor­
rendo 0 cavallo que montava.
Esta acção foi de iinmenso alcance
para o dominio portuguez nessa parte
do Brazil. Perdida ella pelos nossos,
ter-se-hia consolidado em Pernambuco
a dominação hollandeza.
A data d’esta batalha acha-se alterada
para 20 e para 18 em documentos tanto
holiandezes como nossos, e na propria
inscripção lapidar da egreja commemo-
fativa, edificada no sitio era que ella
se travou, está a data de 18; mas o
incansável visconde de Porto Seguro
poude apurar a que, guiado por elle,
aqui damos (Veja-se a sua Historia das
lutas, li\*ro nono).
1768—0 2* m arquez'dc Lavradio e
1° conde de Avintes, D. Luiz de Almeida
Portugal Soares d’Eça Alarcão Mello
Silva Mascarenhas, 15° governador e
capitão-general da Bahia, toma posse
do governo d’essa capitania, e governa-a
até 11 de outubro de 1769, dia em que
é rendido pelo conde de Pavolide, para
ir oceupar o cargo de vice-rei do Estado
no Rio de Janeiro, em cuja serie geral
é 0 12°.
1820—E’ sagrado na capella real no
Rio de Janeiro o 6° bispo de Marianna,
D frei José da Santissinia Trindade,
da ordem dos menores reformados de
S. Francisco da Bahia. Tinha antes,
a 20 de março do mesmo anuo, mandado
tomar posse do seu cargo pelo dr. Marcos
Antonio Monteiro de Barros, seu pro­
curador AD HOC.
Fora apresentado a 13 de maio de 1818,
no reinado de D. João VI, e confirmado
a 27 de setembro de 1817 pelo summo
pontifice Pio VH. Fez a sua entrada so-
lemne na diocese a 8 de agosto de 1820.
Varnhagen diz que a sua posse fòra a 9
de a b ril; A. e Lima que a 25; o Ro-
 EPHEMEIUDES NAClüNAES 239

teiro dos bispados dá a data que repe­ Silveira evade se da fortaleza da Lage,
timos. Restabeleceu o seminário, que na b ihia do Rio de Janeiro, com quatro
se achava fechado, e falleceu a 23 de se­ presos mais, très dos quaes estavam
tembro de 1335 em Marianna, em cuja Sé cumprindo sentença (Vide a e^hemeride
se sepultou. de 11 de dezembro de 1850).
Foi no seu tempo que se etTectuou a 1879 Decreto referendado pelo sr. con­
nossa independencia. selheiro Carlos Lconcio de Carvalho,
D. frei José da Santissima Trindade como ministro dos negocios do Império,
assistiu á sagração do 1° imperador, a estabelecendo o ensino livre nos nossos
quem hospedou, juntamente com a im­ cursos superiores, posto logo em exe­
peratriz D. Amelia, em 1831, na sua cução nas disposições que não depen­
residência episcopal de Marianna. dessem do poder legislativo.
Depois d’este prelado e antes de Diogo AURII.—20
Antonio Feijó, que nãq aceitou a no­
meação, e de D. Antonin Viroso, lóra es­ 1022—Antonio Muniz Barreiros, no­
colhido bispo d’essa diocese o padre Carlos meado capitão-mór do Maranhão pelo
Pereira Freire de Moura. O general governador geral do Estado do Brazil,
Abreu e Lima diz a este respeito: «o qu.d toma posse do seu cargo (Vide setem­
não chegou a tomar i>osse, por morrer bro 30 de P'42).
em 1842, quasi ao mesmo tempo em que 1632—Domingos Fernandes Culabar, o
chegavam as bullas de suaconlirmação.» mamelvco, passa-se para as forças hol-
O padre Peixoto de Alencar no seu l.andezas.
Roteiro, referindo-se em nota á volun­ Começa desde a sua deserção a ser
tária recusa que ílzera da mitra o re­ desfavorável á nossa gente em Pernam­
gente Feijó, diz: « seus inimigos politicos buco a sorte da guerra, até que, por
quizeram attribuir este grande acto de traição mais do que pela força das armas,
abnegação á certeza,que julgavam h iver, é 0 famoso de.sertor feito prisioneiro
de não ser a nomeação confirmada pela pelo general Mathias de Albuquerque, no
Santa Sé, pela mesma causa porque não côreo de Porto Calvo, de 12 a 16 de julho
foi a do padre Moura.» de 1635, e no dia 22 d’esse mesmo mez,
O padre Moura era natural de Minas é enforcado, tendo-o na vespera prepa­
Novas e-falleceu na villa de S. José: foi rado para o derradeiro transe frei Ma­
enterr tdo na egreja do Carmo da cidade nuel do Salvador, isto é, frei Manuel
de S. João de Ell-Rei. Callado, autor da obra O raleroso Luci-
Todavia damol-o como preconisado a den'', e triumpho da liberdade, publicada
17 de dezembro de 1840 [Vide essa data), em Lisboa no anno de 1648.
até podermos mais tarde deslindar a Segundo o testemunho dos historia­
divergência. dores hollanüezes, repro'duzido pelo il-
1850— Lei provincial creando a villalustrado sr. José de Vasconcellos nas
de S. Fidelis, que se installou a 5 de suas Datas Celebres, Calabar era dotado
março de 1855. A lei n. 1533, de 3 de de tanta força muscular que agarrava
dezembro de 1870, deu-lhe os foros de um boi pelas pontas, deitava-o no chão
e comprimia-o, pondo-lhe o joelho em
cidade.
A cidade de S. Fidelis de Sygmaringa cima, de modo a não o deixar fazer o
é a cabeça da comarca do mesmo nome menor movimento.
(Vide a ephemeride de 23 de abril O cadaver do famoso mameluco, mu­
tilado depois da execução, foi recolhido
de 1809).
1851— 0 capitão Pedro Ivo Velloso da pelo general hollandez, que o mandou
 24U EPÍÍEMERIDES NACIONAES
enterrar, prestando-llie as honras milita-
i’es que lhe competiam, acção que por
certo muito depue em’favor do caracter
batavo e faz escurecer um pouco o bri­
lho da gloria do general portuguez.
Endeosada por alguns, condemnada
I •'£
por outros, attenuada por alguns outros,
a deserção de Calabar é talvez um facto
. . historico que carece de um estudo espe-
ciai. Considey4rrl^ o seu acto como um
passo que llie suggerira o desespero
produzido pelo despreso dos seus, que
apezar de nesta guerra se aproveitarem
de todos os elementos de força com que
pudessem debellar o flamengo que lhes
■'1!' tomara jiarte do território, parece que
todavia tratavam ao raameluco com so­
branceria, em razão da sua côr e da sua
origem. O visconde de Porto Seguro, na
sua Historia das lutas com os hollan-
ãezes, que ê a najTação mais completa
que temos d’cllas, para cuja confecção
teve á vista tudo o que, por partes, se
'■/ ,li havia anteriormente cscripto, tractando
de Calabar, attribue a sua deserção a
temor de castigo, em virtude de grandes
crimes cammettidos. E jirmando-se no
testemunho de frei Manuel Callado, que
o ouvira de confissão na hora da morte,
aííirma que o mameluco, tendo feito
grandes furtos, receiava ser 'perseguido
'pelo provedor André de Almeida. '
Em abono da verdade histórica, a não
ser a defecção de Calabar, os hollande-
zes, que já havia dous annos tinham che-
! gado e se achavam como què encurrala-
'í'.' / dos dentro do Recife e^ pequeno forte
de Orange na ilha de Itamaracá, quan­
do na liollanda já se começava a discu­
tir a idéa de abandonar a conquista do
Brazil, ter-se-iam segurainente retirado
do território, poupando mil vidas immo-
ladas inutilmente em centenas de com­
bates que se deram depois, prolongando,
com immensos sacrifícios de mais de um
genero, um dominio que teria por fim de
acabar. Si o poder liollandez tivesse po­
dido manter-se c a sua causa vingasse..,
ip '
I •■:
Calabar seria seguramente collocado por
elles no Pantheon dos herdes.
Decorre ainda do facto a questão: si
seria de vantagem para o Brazil a do­
minação hollandeza. Decidida pela aíiir-
mativa, 0 nome do mameluco figur .ria
certamente ao lado de tantos outros
martyres da liberdade da patria. O seu
acto,pois, não pode ser considerado me­
ritório ou censurável, sem que seja
posto em relação com a marcha ulterior
dos acontecimentos. E’ preciso collo-
cal-o sob mais de um ponto de vista
para julgal o.
1638—Apresenta-se Maurício de Nassau
(Conqiíista da Bahia pelos hollandezes)
diante da trincheira que ievantâra o
conde de Bagnuolo na ermida de Santo
An onio, além das portas do Carmo;
são logo saudados por alguns tiros
de bala. Apezar d’isso tratam de as-
sestar duas peças de campanha nas
alturas fronteiras. Ao cahir da tarde
envia Nassau um tambor com bandeira
parlamentaria á nossa gente; este emis­
sário, depois de se lhe vendarem os
olhos, é introduzido á presença de Ba­
gnuolo: trazia duas cartas do príncipe
Mauricio, uma para o governador Pedro
da Silva, outra para Bagnuolo. Resavam
ambas que trouxera de Pernambuco um
religioso descalço franciscano, que ne­
cessitava fallar com o custodio da sua
ordem ; como parecesse um pretexto
para fim diverso, responderam os dois
negando a entrada ao frade (Vide a
ephemeride de 21).
1701—A junta das missões de Pernam­
buco, subordinada á existente em Por­
tugal, manda levantar uma polé na Ri­
beira do Jaguaribe, para torturar os
tapuyas e payanis, por causa das hosti­
lidades exercidas por estes indios contra
os moradores d’aquelle districto.
1708—Carta regia declarando captivos
os indios aprisionados em guerra, po­
dendo ser vendidos em praça publica para
 EPHEMERIDES NACIONAES
indemnisagao das despezas que a fazenda
real fizesse com a gueiwa.
Começa neste anno a guerra civil tra­
vada em Minas Gtraes entre paulistas e
cmboabas, nome este com que se desig­
navam os portuguezes.
Atti ibuem alguns escriptores a origem
d'esta luta, que se tornou funesta aos
j)rimeiros descobridores das minas d’a-
quelle território, ao quererem forasteiros
portuguezes a fruição exclusiva das men­
cionadas minas, disputadas pelos pau­
listas, fundados, ao que parece, na carta
régia de 18 de março de 1091.
Opinam porém outros que a guerra se
originara de se haverem introduzido na-
quelles districtos dois frades portuguezes,
com 0 fim dc fazerem fortuna por meios
alheios ao seu ministério: o que não é
diílicil de se admittir á vista da provi­
dencia tomada pelo govermo da metró­
pole, fazendo expedir a carta régia dc
28 de março da anno seguinte, que en­
tende directa e exclusivamente com os
írades vindos ao Brazil sem licença.
1759—Carta regia dirigida ao papa Cle­
mente XIII por D. José I, acerca do
ultimo estado da sociedade denominada
de Jesus no reino de Portugal e seus
dominios e acerca das resoluções toma­
das pelo rei a seu respeito.
Começa :
«Muito Santo em Christo Padre e muito
Bemaventurado Senhor.—O vosso devoto
e obediente Filho I). Joseph,por graça de
Deus Rei de Portugal e dos Algarves.etc,
Muito Santo em Chrjisto Padre e muito
Bemaventurado Senhor. A Deducção e os
papeis nella enunciados, que devem
acompanhar esta carta, sendo postos na
presença de Vossa Santidade por Fran­
cisco de Almada de Mendonça, meu Mi­
nistro Plenipotenciário... »
Depois de se referir aos meios empre­
2ál
gados durante muito annos successivos
para fazer cessar as perniciosas e aggra­
vantes hostilidad.es com que o governo
dos religiosos da companhia de Jesus
fora enchendo os seus reinos e domi­
nios e os vassallos d’elles, dos mais
inauditos e mais intoleráveis escândalos,
sem que deixasse de procurar todos os
modos de conservar nos ditos reinos e
dominios uma religião que nelles foi
sempre tão protegida pelos seus pre­
decessores e pela sua real piedade: o
que só serviu de animar e endurecer
cada dia mais o orgulho des ditos re­
ligiosos ; depois de se referir ao atten-
tado de 3 de setembro do anno anterior
contra a sua pessoa, promovido pelas
doutrinas, conselhos e promessas dos
jesuitas, conclue por annunciar ao S. P.
que mandara sahir sem maior dilação os
ditos religiosos d'S seus dominios, e
rogar-lhe que não ponha embaraços a
essa resolução; acaba:
« Muito Santo em Christo Padre, e
muito Bemaventurado Senhor. Deos
Nosso Senhor conserve a Pessoa de Vossa
Santidade por largos annos em seu Santo
serviço. — Escripta em Belem, a 20 de
Abril de 1759.—Muito obediente Filho de
Vossa Santidade — El-Rei, com guarda.
—ï), Luiz da Cunha. »
1821—A’ assembléa eleitoral do Rio de
1
Janeiro, reunida no edifício da nova pra­
ça do commercio, communica oíTicial-
mente o ouvidor da comarca o decreto
de 7 de março, em que D. João VI an-
nunciava a sua volta para ^Portugal, dei­
xando o reino do Brazil a cargo do prin­
cipe D. Pedro, até que se estabelecesse
a constituição da monarchia portugueza.
Essa assembléa fora especialmente con­
vocada para se elegerem deputados ás
côrtes de Lisboa.
Depois de uma discussão tumultuaria,
que se prolongou até ás 3 horas da ma­
drugada do dia seguinte, em que se
exigiu a proclamação da constituição
hespanhola, para por ella se reger o
16
 EPHEMERIDES NACIONAES
Brazil, invadindo o recinto massas anar-
chisadas de povo miudo, que causavam
tumultos e confusões e tornavam impos­
sível a marcha regular dos trabalhos,
dirigindo-se muitos ao marechal Gaula,
jfri- commandante das armas, a pedir-lhe que
não deixasse sahir a esquadra, prompta
para a partida da família real, sem què
lí desembarcassem os dinheiros públicos
r ifS l-ï -'-
>■' pertencentes ao erário brazileiro; quando
'jÿîifii,: se apresenta diante da casa de reunião
■ il: da assemble'a eleitoral uma comiiànhia
da divisão portugueza, e, sem a mais
pequena aãvertencid prévia, dá uma des-
í í i í l '' cal'ga de mosquetaria sobre os eleitores
(t; K-í'-':''
e povo circumstante, e toma a casa á
!iç í w bayoneta caiada, do que resultaram
mortes e ferimentos graves.
D. Joã'í todavia, como se devia espe­
rar da sua indole timida e do seu natu-
rnl avesso aos meios extremos e violén-
tos, tinha nas circumstancias que pre­
cederam áquelle desenlace, mandado
B •Ml“ '' lavrar um decreto adoptando a consti­
P ’( - :à Í .''
F:* ■''y'! i‘ ' tuição hespanhola emquanto não vigo­
r rasse a que deviam formular as cortes
de Lisboa (O sr. conselheiro Pereira da
Silva 0 dá por extenso no tomo õ% docu­
mento n. 3, da sua Historia da funda­
ção do Império).
A consternação publica tinha en­
tretanto chegado ao maior auge: na
assembléa amotinada succediam-se os
't;. - discursos e alvitres mais extremados por
V:i . parte de pessoas estranhas á ass.embléa,
não faltando quem se lembrasse de
■.Vy!M-1^ obrigar o rei a permanecer para sempre
lilll'
r m ■’ç!
■ fílVíi ;;|
no Rio de Janeiro. Então D. Pedro, como
se deprehende da violência do seu ca­
racter e se devia esperar do fogo da
primeira rnocidade, aconselha a seu pae
mh : ■:
medidas de energia; permitte-lhe o rei
que proceda como entender mais justo.
■fc v.-i-in-'--' .
f v'i'i ■’ O principe ordena ao brigadeiro Gaula
js i ' f e i a ’.j. que dissolva, por bem ou por mal,
a assembléa.
'< f s a i f i : i Diz o sr. conselheiro Pereira da Silva
que ao acto de violência da força pu-
'M l I
I. 'im‘
blica precedera intimação de se levan­
tar a sessão', assentindo o presidente da
assembléa, retira-se com a maior parte
dos eleitores: o resto, que mais se com­
punha de espectadores do que de elei­
tores, e que, recusando obedecer á inti­
mação, fechára as portas do edifício e .
das janellas dirigira os mais virulentos
insultos aos soldados, fóra o que soffrera
as consequência do seu acto. A. e Lima
porém assegura que não houvera nen­
huma intimação prévia. Fechou-se depois
0 edifício e adiou-se a reunião dos elei­
tores. No dia 22 publicou-se um decreto
I '3
do rei annullando o do dia anterior e
conferindo a D. Pedro a dignidade e
íittribuições de regente e seu logar te­
nente no reino do Brazil.
1840—Fallece o barão de Itapoan, José
Joaquim Nabuco de Araujo, senador pela
província do Pará, escolhido a 22 de ja­
neiro de 1826 e que tomára assento no
senado a 4 de maio.
Nabuco (então desembargador) substi­
tuira no governo interino da capitania
de Pernambuco ao ouvidor Antonio Luiz
Pereira da Gunha^
1866— Passam os a r g e n tin o s e ^ '^ ^ o '
À %
do exercito alliado para o território do
Paraguay. Não tinham podido eífectuar
essa passagem no dia 16, por causa do
mau tempo. O dictador, que se achava
entrincheirado nesse ponto do seu ter­
ritório (Passo da Patria), com os seus
25,000 homens, incommodado pelo fogo
dos nossos navios e convencendo-se de
que não podia rechassar-nos da posição
que oceupavamos, levanta o seu acam­
pamento,contentando-se com incendial-o
e retira-se para além do Estero Bellaco '
(Guerra do Paragutiy). O quartel gene­
ral brazileiro estabelece-se no Passo da
Patria e em suas immediações acampa
todo 0 exercito alliado.
1867— As forças em operações ao sul
da província de Matto Grosso passam o
Rio Apa e apossam-se do forte paraguayo
de Villa Bella.

EPHEMERIDES NACIONAES
ABRIL —21
1500—A fròta de Pedro Alvares Cabral,
tendo-se afastado das costas d’Africa
para evitar as calmarias de Guiné, en­
contra inesperadamentè os primeiros
signáes de terra próxima, para as bándas
do sudueste. « Os quaes, diz Pero Vaz de
Caminha na, sua monumental carta a
cl-rei D, 'Manqel, são muita quantidade
de hervas compridas, a que os mareantes
chamam hotelho, e assim outras, a que
também phamam raho ãe csno.»
A carta, a que acabamos de nos referir
é u relação curiosa, minuciosa e interes­
santíssima, dos primeiros dias'do desco-
biúmènto da nossa patria. Diz d’ella o
douto e veriérando sr. Ferdinand Denis;
—« Gradas ao rarò talento de observação
de que era dotado Caminha, graças sobre­
tudo á facil ingenuidade do seu estylo,
teVe 0 Brazil um historiador no proprio
dia do seu descobrimento.
1563—Dirigem-se Anchieta e Nobrega,
em companhia do genovez José Adorno,
de S. Vicente para Bertioga, para irem
d’ali á aldeia de Yperoyg, como refens
do tratado de paz feito entre os portu-
guezes e tamoyos, dos quaes era Aymhere
um dos chefes: o principal do todos
;‘V ! tinha por nome Caocjuera. Yperoig
ílcava cntrô as povoações hoje de S. Se­
bastião e de Ubatuba,' cerca de 28
léguas ou 155,5 kilometros ao nordeste
de S. Vicente. Os dois enviados chegam
á aldeia a 5 de maio, e o primeiro lá
permanece, como penhor da sinceridade
da parte contraria, atÕ 14 de setembro
em que volta, firmada a paz, deixando
todos os Índios seus amigos, que o
vôm partir com pesar. Durante esse
tempo compoz José de Anchieta o seu
celebrado poema em versos latinos A’
Virgem (Yide ei ephem. de 23).
Neste mesmo anno manifesta-se uma
grande epidemia.de variola em S. Paulo,
causando muitos estragos nos indígenas
J.V
^ ^ ■
243
que estavam sendo cateciiisados pelos
jesuítas.
1638—A ’s,8 horas da noite acommettem
os hollandezes a trincheira de Santo An­
tonio que os nossos estavam acabando
de construir, em fronte â porta do
Carmo, e onde estava ainda tudo em
tanta desordem, quê, si tivessem trazido
maior força de gente, teriam segura­
mente penetrado na cidade pela men­
cionada porta, que não se poude fechar,
não só jielo seu mau estado, como por
ser ella a unica serventia por onde se
podia soccorrer a paragem atacada.
« Entretanto o haver sido o ataque in­
tentado com pouca força, permittiu que
0 repellissem as companhias emboscadas,
distinguindo-se então por seu vãlor o
capitão pernambucano Estevão deTavora,
que, ferido gravemente no peito, morreu
d’ahi ha 2JO,ucos dias, legando á patria
um nome heroico, com a notável cir-
cumstancia de lhe haver sido dado por
successor no mando da companhia que
lhe estava' confiada o parahybano André
Vidal, cujos gx’andes , serviços e dedi­
cação iremos commemorando [Historia­
das lutas., etc.). »
Depois d’este insuccesso começou o
Inimigo a retirar-se. "Todavia, de manha
tinha elle tomado quasi sem resistência
0 forte de Monserrat, á meia legua da
cidade, junto ao mar, commandado
por um capitão já muito velho e tão
fraco como a mesma pr^ça, mal guar­
necido de gente e tendo apenas seis
peças de ferro por defeza.
1660—0 capitão Balthazar Fernandes
faz doação da sua capella da Senhora
da Ponte, no logar chamado Sorocaba
(S. Paulo), aos padres de S. Bento, a
quem doou também outros bens, com a
condição de fazerem da capella um
niosteii’0.
Azevedo Marques transcreve nos seus
Apontamentos sobre a proeincia de
 !■ 1
k:i s.:í .

fÜ::
ífV s s 24 i EPHEMERIDES NACIONAES
í k :i
S. Paulo a escriptnra da mencionada , carecida a capitania depois da extincção
doação, extrahida do livro de notas da dos padres da companhia de Jesus, que
Parnahyba que serviu naquelle anno. a ensinavam no seu collegio ; para este
O capitão Balthazar Fernandes possuiu edificio passou a sua residência, e ainda
grandes riquezas, como se collige do hoje serve elle de palacio ao governo da
Spp-I
seu inventario; teve mais de 400 indios provincia. Como se v6, este governador
a seu serviço e extensas plantações exerceu o cargo por espaço de trinta e
de algodão e trigo. Falleceu nesse mesmo tres annos!
anno de 16G0. Succedeu-lhe um triumvirato organi-
i, ;k V ' V'
, ^ '' , No anuo seguinte fundaram o alludido sado segundo a lei de 12 de dezembro
, I 'í ' ‘‘ r
t.> 'f|'.;': mosteiro na villa de Sorocaba frei Thomd de 1770, e que foi rendido por Fernando
Baptista, presidente do mosteiro da Par­ Delgado Freire de Castilho.
nahyba, e frei Anselmo da Annunciação. 1792—Execução do Tiradentes na ci­
■'I i.‘1■í. 168S — Provisão determinando que, dade do Rio de Janeiro.
«achando-se desmantelada a maior parte Permitta-nos o leitor que comecemos
dos engenhos do estado do Maranhão, de mais longe o resumo historico dos
por falta de escravos e do commercio factos que deram como resultado final
dos assucares, tão vantajoso aos mora­ este lamentável e lugubrç aconteci­
dores como para carga dos navios, que mento.
era melhor a trouxessem de assucar do Governava a capitania de Minas Ge-
que pedra por lastro, o que procedia de raes o visconde de Barbacena, Luiz An­
se não guardarem os seus privilégios tonio Furtado de Mendonça, que era o
‘■■ífl; aos proprietários dos mesmos engenhos, seu duodecimo capitão general, quando
faz-lhes el-rei mercê aos lavradores em surgiu no espirito de alguns illustrados
geral, de não poderem, por tempo de compatinotas nossos a idéa de se eman­
seis annos, ser executados por dividas ciparem do dominio colonial e viverem
nos ditos engenhos, suas terras e es­ sobre si. Parecia-lhes appropriada a
cravos. e só sim nos rendimentos, salvo occasião para saccudir o jugo da metro-
provindo a divida dos escravos ainda pole, em cujo nome muitas prepotências
não pagos.3> c injustiças se commetteram, o momento
Este favor fora também concedido, e em que o governador puzesse em execu­
por mais de uma vez, ás capitanias do ção a cobrança não só do quinto do
Rio de Janeiro, Parahyba e Pernambuco. ouro tirado das minas, como a dos atra-
1729—Ordem re'gia de D. João Y man­ zados que se haviam accumulado, co­
dando crear a villa do Icó, na capitania brança que reduziria* á miséria a maior
do Ceará, com 4 léguas de terra (ou IG parte da população da vasta capitania,
quadras) para seu rendimento. cuja principal, sinão unica industria,
17G4—Toma posse do governo da capi­ era a mineração. A’ vista do desconten­
tania da Parahybi Jeronymo José dc tamento geral, que era profundo, julga­
Mello e Castro, que exerceu o cargo até ram azado o pretexto os patriotas, que
12 de maio de 1797, dia em que falleceu. iinham cm mente estabelecer na capitania
Foi 0 3° e ultimo subordinado ao go­ um governo independente, para pôrem
verno de Pernambuco: tinha o soldo de cm execução o seu plano. Consistia este
l:G00f). Além de serviços prestados á em proclamar-se o governo republicano
capitania quanto á milicia, obteve, pela nas capitanias de Minas, S. Paulo e Rio
carta régia de 17 de abril de 17GG, um de Janeiro, tendo por séde a cidade de
])rofes,sor que pedii’a ao monarcha para S. João d’El-Rei; fundar-se uma uni­
■
'
ensinar a lingua latina, do que estava versidade e escolas manufactureiras e

A ■■■■■li
 EPHEMERIDES NACIONAES
iudustriaes em Villa-Rica, hoje cidade
de Ouro Preto; deixar-se livre e isempta
de direitos a mineração do ouro, diaman­
tes e mais pedras preciosas, perdoando-se
as dividas que havia para com o Es­
tado. Coincidira a concepção d’estas ide'as
com a chegada á capitania de José Alves
Maciél, joven brazileiro, que tratara de
perto na Europa com alguns dos que
mais activa parte tinham tomado na re­
volução franceza e haviam favorecido a
emancipação da colonia ingleza dos Es­
tados Unidos, e que praticara com Tho-
Tnaz Jefferson, representante d’estes Es­
tados em França.
Maciel fizera entrar no plano da conspi-
. ração a seu cunhado Francisco de Paula
tj/ P’reire de Andrad^, que era comman­
dante do regimento de cavallaria da ca­
pital de Minas e dispunha, portanto, da
unica força regular existente na dita
capitania. Estas idéas tinham a adhesão
plena dos homens eminentes e mais es­
clarecidos de Minas Geraes, Claudio Ma­
nuel da Costa, Thomaz Antonio Gonzaga
(que todavia não era brazileiro de nasci­
mento), Ignacio José de Alvarenga Pei­
xoto, 0 dr. Domingos Vidal Barbosa, o
vigário Carlos Corrêa de Toledo e José
Joaquim da Silva Xavier, por alcunha o
Tira-dentes, nascido em 1748, em Pom­
bal, termo da então villa de S. João
d’El-Rei, a 1feres da cavallaria paga de
Minas, homem de um grande e generoso
coração, que se enthusiasmára aberta­
mente pelas novas idéas e que mais se
expoz pela sua realisação. Encarregou-
se elle de vir angariar adeptos e soccorros
na capital do Estado, isto é, na cidade do
Rio de Janeiro^. Denunciado, porém, o
trama por um dos conjurados, Joaquim
Silverio dos Reis, foi Xavier preso nesta
cidade, na rua dos Latoeiros, hoje de Gon­
çalves Dias, pelo então vice-rei conde de
Rezende, emquanto também o eram em
Minas os demais conspiradores, Claudio
Manuel, Gonzaga e um grande numero
de outros, a mór parte dos quaes vieram
acorrentados e a pé para o Rio de Ja­
neiro, onde foram lançados em lob.egas
masmorras e passaram por longos, en­
fadonhos e repetidos interrogatórios, em
que soffreram as maiores torturas mo­
raes e em que foram empregados todos
os meios judiciários para lhes arranca­
rem a confissão do seu delicto. O julga­
mento de todos elles levou mais do dois
annos, até que a 18 de abril de 179'i fo­
ram 11 d’elles condem nados á morte.
O governo de D. Maria I coramutouessa
sentença em degredo perpetuo para uns
e por dez annos para as possessões por-
tuguezas na Africa para outros (Vide
maio
Tiradentes, considerado cabeça d’essa
revolução, que passou para as paginas da
historia sob a designação áa—Inconfi­
dência,—io\ 0 unico exceptuado do regio
indulto.
Ao confirmarem e lerem-lhe a sentença
mostrou-se satisfeito e relativamente feliz,
por ver que não soffreriam, como elle, a
pena infamante da morte no patibulo, os
seus companheiros em aspirações poli-
ticas e sede prematura de liberdade.
Não foi 0 unico signal que deu de mag­
nanimidade e grandeza de coração. Para
nés, em que pese ao sr. commendador
Joaquim Norberto (Vcja-se a sua His­
toria da Conjuração Mineira), para nés
não soffre a menor contestação que, em
toda esta longa tragédia, foi Tiradentes
0 unico caracter que se não desmentiu e
0 unico que, pela sua constância e abne­
gação, merece o qualificativo de—heroe.
A 21 de abril de 1792 foi elle executado
no campo da Lampadosa, ou, como opina
0 sr. dr. Mello Moraes no seu Brazil
Ilistorico, na praça da egreja de S. Do­
mingos. O condemnado caminhou para
0 patibulo com a maior resignação, como
0 convencido apostoIo de uma grande
idéa.
A cidade em peso cobriu-se de galas,
o governo do Estado ostentou nesse dia
todo 0 apparato de força e brilhantismo
 ■TTFwy

246 EPHBMERIDES NACIONAES

de qae poude dispor, e lez cantar em se­ staram á constituição hespanliola, e que
guida um Te-Deum em acção de graças. fizeram subir á minha real presença, para
Referem alguns chronistas do tempo ficar valendo interinamente a dita consti­
que usavam ferraduras de prata os ca- tuição hespanhola, desde a data do pre­
vallo? dos officiaes da tropa que assis­ sente até á installação da constituição
tira á execução. em que trabalham as côrtes actuaes de
A cabeça do martyr foi levada para Lisboa, e que eu houve por bem Jurar com
Villa Rica. c alli ficou exposta em um toda a minha côrtc, povo e tropa, ha dia,
poste á irrisão publica e aos corvos cjue 26 de fevereiro do anno corrente : í-íou
passassem. No sitio^ da sua casa. que foi servido ordenar, que de hoje em diante
arrasada e salgada, ergueu-se urn pa­ se fique estricta e litteralmente obser­
y Í
drão, que sd foi demolido em 1821 por vando ne.ste reino do Brazil a mencio­
diligencias de Jorge Ottoni, pae do fal- nada constituição hespanhola, até o
lecido senador TlieophiloB. Ottoni e do momento em que se ache inteira e defini­
illustrado sr. senador conselheiro Chris- tivamente estabelecida a constituição,
tiniano Benedicto Ottoni. deliberada e decidida pelas côrtes de
•Em 1866 o sr. conselheiro Joaquim Lisboa,
i'r. •( ',v';-
Saldanha Marinho, então presidente da Palacio da Boa-Vista, aos 21 de Abril
p'rovinciade Minas, fez erguerá memória 'de 1821.—Com a rubrica de S. Magestade.»
do martyr, na praça da Independencia, 1847—0 imperador parte de Quissamã
em Ouro Preto, uma columna de can­ para Maçahé, de onde.vai no dia 23 á
taria, tendo na base apenas a seguinte villa da Barra de S. João, e alli pernoita
r 2K1 y -': d a ta -1 7 8 9 .- (Vide a ephem. de 21).
0 distincío pintor campista sr. Leo- 1861—E’ sagrado na cidade de Petro-
.f I,':
poldino Joaquim de Faria perpetuou-lhe poiis,pelointernuncio apostolico, o actual
■ | # 'r a abnegação e a lembrança dos seus bispo do Pará (Vide julho 14).
companheiros de aspiraçfjes e torturas 1880— Para aceudir ás despezas da
cm uma tela de regulares proporções, secea que ílagellou algumas províncias
que esteve até ha poucos dias exposta. do Norte, despendeu-se até esta data a
A idéa de se lhe erguer’ uma estatua quantia de 60.734:2.178582.
tem surgido por vezes no espirito pu­
blico ; parece, porém, que ainda não ARRIL—22
soou o seu momento historico. 1500—Na manhã d’estc diá. ora uma
1821—Dissolve-se pela força a assem- quarta-feira. Pedro Alvares Cabral, atra-
bléa eleitoral reunida na nova praça do hido pelos signaes que tinham appare-
Commercio do Rio de Janeiro (Vide a cido na vespera, continua na derrota que
ephem. de 20),, do que resultam tres então levava, e vô novos e mais seguros
Ifi' <'■■■■
mortes e muitos feridos. indícios de terra próxima, como fossem
y''
t ■ — Nesse -mesmo dia faz D. João VI as aves marinhas, «a que chamam fu va-
baixar um decreto, om que adbpta a buchos», diz Pero Vaz de Caminha.
Constituição hespanhola até que se con­ A’ tarde começa a enxergar o cimo de
clua a que fizerem us cortes constituin­ um alto monto, -a primeira terra que
tes de Lisboa. viu do continente amcricanó: era o ca-
E’ .do teor seguinte: l)eço da serra dos Aymorés, a que elle
«Havendo tomado em consideração o deu 0 nome de monte Vasclioal, em honra

Wf termo de juramento, a que os eleitores ao oitavario da Paschoa, que a egreja

parochiaes desta comarca, a instancias e celebrava e celebra nosso dia< pondo á
declaração unanimo do povo delia, pre- , toda a terra o nome do ilha ã% Vera

sí
 EPHEMERIDES NACIONAES

pois suppoz, então qne era uma j tania do Ceará Francisco Xavier de iMi-
ilha. Manda lançar a 'sonda e ach mi-se j randa Henriques, cujo nome o visconde
25 braças do fnndo e, já sol posto, ordena de Porto Seguro dá com a suppressão
que ancorem as nans a seis milhas do appçllido Xavier, Governou até 11 de
de distancia da costa, e assim passam janeiro de 1759, tendo sido o trigésimo
a noite. quarto da mencionada capitania.
cc Já a Amèric i. diz Robert Southey na 1808—Alvará creando a Meza do Des­
spa Ihstovicb cio Brazil, se nao podia embargo do paço e a da Consciência e
occultar por mais tempo ao mundo Ordens, devendo ter cada uma os seus
europeu, e si Colombo não houvesse ofilciaes privativos. A esse. tribunal su­
assegurado á intelligencia humana o perior ficavam competindo, além dos
triumpho do seu descobrimento, á acção ncgocios que já antes lhe competiam,
dos. elementos se teria assim devido os do conselho do Ultramar em Lisboa.
aquclle successo.»/^^;;^><*
' 1821—Decreto de D. João VI desfazendo
1G33—Tomam cís hollandezcs que ata­
0 que havia ordenado por outro do dia
cavam a Bahia o forte de S. Bartho-
anterior.
lonieu. Este forte tinha sido construído
pelo governador e capitão general Diogo E’ do teor seguinte:
Luiz de Oliveira, para guardar os navios K Svibindo hontem a minha real pre­
que iam alli querenar. Montava dez sença uma representação, dizendo-so ser
peças e guarneciam-n’o setenta soldados, do povo, por meio de uma deputação
commandados pelo capitão Luiz de formada dos, eleitores das parochias, a
Vedoy. Com a posse d’esta fortaleza qual me assegurava que o povo exigia,
cresceram ao inimigo as esperanças no para minha felicidade e delle, que eu
bom exito da sua empreza e diminuiu o determinasse que, de hontem em diante
animo álguns dos nossos para a defeza este meu reino do Brazil fossç regido
da cidade (Vide a ephemervle de 23). pela constituição hespanhola : Houve
1G86 — Substitue a Duarte Teixeira então por bom decretar, que essa con­
Chaves, no governo da capitania do Rio stituição regesse até á chegada da‘Consti­
de Janeiro, João Fwrtado de Mendonça, tuição, que sabia e socegadamente estão
nomeado seu governador e capitão-mór fazendo as cortes convocadas na minha
por carta patente de 25 de agosto muito nobre e leal cidade de Lisboa.
de IG85. Observando-se, porém, hoje, que esta
Quadragésimo na sdrie dos governa­ representação era mandada fazer por
dores d’esta capitania, foi rendido a 29 homens mal intencionados, e que quériam
do junho de 1GS9 por D, Francisco Naper a iinarchia, e vendo que o meu povo se
dcLencaster. conservava, como eu lhe agradeço, fiel ao
17i.j_Carta regia;de D. João V creando juramento, que ou com çlle de commum
0 bispado de S. Paulo, confirmado pela aceordo prestám\)s na praça do Pmeio
bulla de Benedicto XIV de G de dezembro no dia 2G de Fevereiro do presente anno:
do mesmo anno, que eonílrmava egual- Ilei por bem determinar, decretar e de­
mente o de Mari.mna. E’ nesta mesma clarar por nullo todo o acto feito hontem;
ultima data nomeado o primeiro bispo e que 0 governo que fica até á chegada
para nqucll i diocese na pessoa de D. Ber­ da constituição p udugueza, seja da lórma
nardo Rodrigues Nogueira. A bulla que que determina o outro decreto e in-
os erigiu tem a.data latina do—S do^ strucções. que mando publicar com a
idiS de dezembro ãe 1745. mesma data deste, e que meu filho o
1755—Toma posse do governo da capi principe real a ha de cumprir, o sustentar

1 '
 EPHEMERIDES NAOIONAES
até chegar a mencionada constituição
portugiieza.
Palacio da Boa Vista, aos 22 de Abril
de 1821.—Com a rubrica de Sua Ma-
gestade.»
— No mesmo dia expede D. João VI
outro decreto investindo o príncipe
D, Pedro no caracter de regente do
'■y : Brazil na sua ausência,
1851—Nas Exihemerides publicadas por
Fluviano no tomo XI\ da Revista. Popu­
lar diz se c|ue comprara o govoimo im­
; 'i t
perial, para encorporal-a á Bibliotheca
Publica da Côrte, na presente data e pela
quantia de 21;120g, a valiosa livraria do
argentino Pedro de Angelis, na qual se
comprehendem nao poucos manuscrip
il" tos: não Q de todo o ponto exacta esta
noticia: esta livraria foi comprada nos
últimos dias de dezembro de 1853,
segundo consta do livro de registro da
M, propria Bibliotheca Nacional (Vide a
Introducção ao seu catalogo de manu-
scriptos,começado a publicar-se em 1878).
1S(B Realisa-se em Petropolis a sa-
graçao do sr. D. Antonio de Macedo
Costa. 10” bispo de Belém do Pará, sendo
sagrante o internuncio apostolico. O
auctor do Roteiro dos Bispados diz erra-
darnente que essa ceremonia se effe-
ctuára na cidade do Rio de Janeiro, o
que não está dc accordo com os jornaes
do tempo (Vide a cphsrneride dc 1 de
agosto).
1875-Inaugurâção da linha telegra-
■J.'i phica de Moragogipe a Nazareth,° na
provincia da Bahia, com a extensão de
34.650 kilometros.
I ’ AmuL —23
1500 — E’ uma quinta-feira, — A frota
de Cabral veleja de manhã em direitura
para a terra. Das suas naves as de menos
calado vao na frente, por 17, 16, 15, 14,
13, 12, 10 e 9 braças, até meia legua da
■ praia, onde deitam ancora defronte da
loz de um rio. denominado lioje rio do
l<rade. São então, pouco mais ou menos.
dez horas da manhã. Avistam-se na
piaia seis ou sete homens. Os capitães
de todos os navios da esquadra dirigem-se
em escaleres á nau capitãnea, onde se
reunem em conselho. Resolve-se que vá
em um batei examinar o rio o capiíão-
mór Nicolau Coelho, que commandára
um dos gale(5es de Vasco da Gama, na
sua famosa viagem á índia. A ’ medida
que se adianta a pequena embarcação
exploradora, vai-se a praia cobrindo de
indigenas; estão completamente nús, or­
nados de arcos e de settas, e encami­
nham-se de animo desconfiado para o
batCi. O capitão diz-lhes por acenos que
larguem as armas, e elles assim o fazem.
Segue-se depois uma entrevista ami-
gavel, posto que muda; pois os portu-
guezes, que tinham verificado que o
arabico, ou alguma das linguas e dia­
lectes dos negros, eram os que se fallavam
em toda a parte a que haviam chegado
os seus descobrimentos, não esperavam
encontrar um idioma inteiramente des­
conhecido e inintelligivel, e suppuzeram
que 0 ruido que fazia o m ir rebentando
nos cachopos da praia era a causa de se
não entenderem de parte a parte,
O capitão dá-lhes um barrete vermelho,
a carapuça de linho que levava na ca­
beça e um sombreiro preto; elles dão-lhe
enfciíes de pennas c um i enfiada de
contas brincas, que pareciam pérolas
de inferior qualidade. Como era já tarde,
volta 0 capitão para bordo das naus,
levando os objectes dados pelos indí­
genas e que foram logo destinados a ser
remettidos para a corte a el-rei D. Manuel,
como as permutas da primeira nego­
ciação feita com os naturaes da terra
que vinham de descobrir.
A ’ noite 0 vento sudueste e a chuva«
jue cahiu durante toda ella, foram as
umeas cousas que incoinmodaram os
nau ta s.
lo63—Partem Nobrega e Anchieta da
Bertioga, em S. Vicente, para irem ter
 EPHEMERIDES NAOIONAES
com os tamoyos em I peroig {Vide a
ephomeride de 5 de maio).
1G36—0 conde de Bagnuolo havia man-
dado no dia 14 o capitão Rebellinho
(Francisco Rebello) a uma correría contra
os hollandczes. Na presente data uma
columna d’cstes, de 800 homens, sob o
commando de Jacob Stacliower, urn dos
membros do Conselho Politico, ataca a
pOYoação de S. Lourenço da Matta, onde
se achava então aquelle capitão, com
pouca segurança e de todo descuidado.
Ainda assim, pellejou-se hora e meia,
mas tiveram os nossos, que eram 450,
de ceder ao numero: tomam os inimigos
a povoação, degolam a l l dos nossos,
ferem a sete e libertam os 40 compa­
triotas que Rebello aprisionara dias
antes.
<í Voltou Rebello a Porto Calvo eom
perda, não só do que tinha feito, como
do que pudera fazer, si a sua prudência
lhe igualasse o valor.»
Emquaa.to isto se passava ao norte.
soíTida 0 inimigo uma derrota ao sul.
O general Sogismundo, que sahira de
Villa Formosa com 1,500 homens, ataca
as fortificações etn que estava Manuel
Dias de Andrada, na margem do rio Una,
e e repePido com perda e obrigado a
retroceder. Da nossa jtaidc morre o indio
Antonio Cardoso, capitão de uma com­
panhia dos seus.
Também neste mesmo dia p artira uma
força inimiga de 400 homens das forti­
ficações de Poripucira e encontrara-se
já noite, em caminlio, com uma nossa
de 200 liomens, sob o commando do sar-
gcnto-mór Martins Ferreira, que ia pelo
seu lado obse.“var o que se passava em
Peripueira. sahindo das Lagunas, .\ntes
que o inimigo se i‘ecobrasse da s>r;ii-eza
do encontro, cahem os nossos sobre elle
e fal-o retroceder com alguns mortos
e feridos.
1G38 — Envia o conde de Nassau um
ti'ombeta como parlamontario ao quartel
do conde de Bagnuolo [S'tio dos hollan-
249
dezes á Bahia), a quem manda dizer que
não remettia os 70 homens que aprisio­
nara no forte de S. Bartholomeu, por
julgar que os não quereria, dando com
isso a entender que nos faltavam manti­
mentos, e que si quizesse llie remettesse
os hollandezes que tivesse como prisio­
neiros, Bagnuolo envia-lhe 18 que havia,
mas mais bem vestidos do que tinham
vindo. Nassau, porém, não llie mandou
os 70 que oíTcrecera, sem que se Ih’os
pedisse.
1648— Remperação de Olinda.
Depois da derrota que solTreram n-^s
montes Guararapes, haviam os hollan­
dezes occupado a villa de Olinda, expel-
lindo d’ella uma pequena guarnição que
os nossos chefes alli conservavam. Resol­
vendo porém estes recobrar essa posi­
ção, incumbiram de uma tal empreza ao
capitão Braz de Barros, que para esse
fim sahiu no dia 22 do Arraial Novo do
Bom Jesus e foi pernoitar a meia legua
de distancia de Olinda. De madrugada
manda elle dons soldados, conhecedores
do logar, a explorar o que havia ; ao en­
trarem porém estes na rua de S. Pedro
dão de face com as sentinellas contrarias,
que disparam lo .o as armas e dão re-
ba e. Ouvindo-o do ponto cm que ficaram,
avança sem demora o capitão Braz de
Barros e chega a tempo de se abrigar
sob as rnuralhas da fortificação antes que
esta tivesse tempo de descarregar sobre
elle e a sua gente as peças que a guar­
neciam. Uma vez alli, as.saltou-a com
tanta coragem que a tomou. Os soldados
hollandezes. que n.i oceasião andavam
por lóra. fugiram ou se renderam, e
os nossos ficaram de novo senhores da
povoação.
1G83—Festeja a vül i de S. Paulo a
investidura da categoria de capital da
capitania.
1725-Carta régia ordenando a Rodrigo
Cesar de M e n e z e s , governador de á . Paulo,
que fizesse recollici* á povoado o capitão
Bartholomeu Bueno da Silva, que estava
 ■■i
' /.
250 EPHEMERIDBS NACIONAES
no sertão de Goyaz, visto serem já pas­
j' sados tres annos que elle andava por
r 'l . aquelle sertão sem h iver deparado com
as minas de ouro que buscava, tendo já
sofliido muito, elle e a sua comitiva,
parte da qual já o havia abandonado.
1743 — A ’ villa Real do Ribeirão do
Carmo confere a carta régia de D. João V
d’esta data o titulo e as prerogativas de
cidade, com o ■nome de cidade de .Ma­
rianna, em obse juio á rainha D. Ma­
rianna d’Austria, esposa d’aquelle mo-
narcha.
Nella está a sédc do bispado do mesmo
nome e d’ella tinham o titulo os bispos
da capitania c provincia de Minas Geraes
If até ser, em 1851, desmembrada do seu
território a diocese do Diamántina (Vide
março 12 de 18o.3 in fine e 0 de junho
de 1851).
A cidade de Marianna tivera o titulo
de villa Real do R,ibeirão do Carmo a 8
de abril de 1711.
1769—O coronel Manuel Jorge Gom'^s
de Sepulveda, com o nome supposto de
José M.ircellino de Figueiredo, toma
posse do governo do continente do Rio
Grande do Sul, por nomeação do vice-rei
conde de Azambuja. A posse cfTectuou-se
no arraial de Viamão. « Mudara-lhe o
govetno de nome, diz o visconde de
Porto Seguro, para lhe poupar a vida,
que devia perder por haver morto um
inglez. Depois vein a figurar cm Portu­
gal como general.
a O coronel Sepulveda, por uma ques­
tão de brio, matara em Portugal, em
desafio, a nm oííicial estrangeiro ao ser­
viço portuguez o refugiara-se na Iles-
paníia. O marquez de Pombal, sabedor
do facto, aproveitou os distiuctos me­
recimentos d’estc ofiicial, iuandando-o
servir no Brazil sob esse nome (B. de
P ^ P J ';- Homem de Mello, índice chronologico,
etc., do Rio Grande do Sul). »
® < V- l . Voltando a Portugal exçrceu o cargo
„ m "i de governador das armas do Traz-os-
I»
Montes e falleceu em 1810 ou 1811
titular.
Sepulveda governou segunda vez o
Rio Grande em 1773, por nomeação do
vice-rei marquez de Lavradio.
1809—Foi benzida, e nella se disse a
primeira missa, a egreja de S. Fidelis
de Sygmaringa (provincia do Rio de
Janeiro).
A 8 de Setembro de 1799 tinha-se lan­
çado a pedra fundamental para esta
egreja, uma das mais magestosas de toda
a provincia e cuja conformação se afasta
do plano commummente seguido entre
nos para este genero de edificações. Foi
construida pelos religiosos barbadinhos
frei Vittorio de Carabiasca e frei Angelo
Maria de Lucca, italianos, mandados pelo
vice-rei Luiz de Vasconcellos e Souza
para christianisarem os indios Coroados,
que tinham ido de Santo A.ntonio de
Guarultios, onde primeiro se haviam al-
deiado, para aquelle ponto do districto
então de CampOs dos Coytacazes, que
se chamava nesse tempo Gambôa e é
hoje a íloresceate cidade de S. Fidelis,
cabeça da comarca do mesmo nome. A
primeira criança, dizem-nos, que rece­
beu as aguas do baptismo na mencio­
nada egreja foi o sr. Fidelis Alves de
Barcellos, hoje importaqte e honrado fa­
zendeiro d’aquella localidade, o qual le­
vava á pia baptismal outro nome, mas a
cujos pacs os bons barbadinhos pediram
que se désse o nome do orago do novo
templo.
I as Memórias do tempo, consta que
os dous incançaveis missionários não só
deram o plano da egreja, em fórma de
cruz e no cstylo florentuio, tomando por
modelo a basilica de S. Pedro em Roma,
e dirigiram a sua edificação, soccorridos
com dinheiros públicos durante o vice-
reinado de Luiz de Vasoncellos, como
também trabalharam pelas suas próprias
mãos na ob a , auxiliadoíi pelos iadi-
genas.
Além d’estes dous fervorosos aposto'os
 EPHEMERIDES NACIONAES
da propagação da íó, devemos mencionar
0 nome de um terceiro, qué trabalhou
na mesma via comegual fervor religioso:
é 0 de frei Thorn !Z de Civittá Gastello,
fallecido a 16 de abril de 1828. Frei Vit­
torio fallecêra a 1 de setembro de 1813.
Frei Ângelo tinha fallecido a 26 de maio
de 1811. Dormem o derradeiro somno
esses obscuros e acíivos o’ a-eiros da civi-
lisação, allumiad i pela fc, no mesmo logar
onde a cTcerceram. O sr. cone go Guara-
cyaba passou, em 1878, os ossos d’estes
veneráveis varões para. um jazigo con­
di no que preparara no centro daegreja.
Pela rfesülução de 3 de fevereiro de
182d a até então aldôa de S. Fidelis foi
desmembrada do districto de Campos e
annexada ao de Can'agallo ; mas por um
(ie reto de novemuro do anno seguinte
tor ou a. ser encorporada ao prnueiro
districto, do qual depois tomb aii ulti-
mamento se desligou para se constituir
comarca sobre si.
Pela lei proyincial de 2 dí abril de
ISLO foi a suaegrvja elevada á.categoina
de par.chi i , can a denominação de
S. Fidelis de Sygmaringa.
Só tres annos depois foji que teve ella
pela primeira vez uma c.scola de instruc-
çao primaria i)ar,a o .-cxo masculino 1
Parece sestro nosso tr.izer sempre para
mode 0 a grande republica americana.
jS'ã.) podemos, porém, npste momento
deixar de observar que alli, logo que so
constru Vurqa egreja. abre-se^rlbe ao lado
uma escola, como .si se tivesse cornprc-
l!cn ddo naquellc povo, admiravelmente
1 ratico, qne uma cpusa deve co’upletar
a outra ; que a iastrucção é um dos pri­
meiros modos de adorar a Deus. Verda e
é que ao menos já não se lhe ergue
ao pé 0 indefQctivel peloaridio. como
dantes.
S. Fidelis foi creada villa pela lei pro­
vincial de 19 de abrii do 185) e installada
a o de março de 18.35. A lei do 3 de de
zembro de 1870 deu-lhe o predicamento
e foros do cid.ide (Vide, para mru.ores
251
esclarecimentos, a erudita iMemoria his­
tórica do templo de S. Fidelis do seu
actual vigário, o illustrado conego Joa­
quim Pereira Jorge Guaraciaba, publi­
cada em 1867.
1815— Falleco em Li.sboa, victmia de
uma melancolia invencivel.o naturalista
brazileiro dr. Alexandre Rodrigues Fer­
reira.
Fòra em 1773 ' ncarregado pelo ministro
IMartinho de Mello e C.istro de vir osmdar
as riquezas naturaes, ainda pouco ou
nada conhecidas, do nosso solo. De um
cscripto contemporâneo tomamos as se­
guintes indicações relativas a este nosso
tão activo quanta sabio e mal compen­
sado corapatriot.a :
a Demorou se cinco annos em Portugal
antes de partir para a sua commissão ;
mas nesse espaço de tempo fez o exame
do carvão de pedra de Buarços. reluziu
e descreveu os produetos nacion .es que
existiam no museu d'Ajuda, entrou em
muitas experiencias physiças c chimicas,
e publicou muitos escriptos interessante.s.
Em outubro de 1783 chegou ao Pará ;
deu começo aos seus trabalhos pela ilha w
de Joannes e lev. u as suas indagações a
todo 0 ser tão do Pará c Rio Negro (hoje
Amazonas), explorando os rios Branco,
Madeira, Guaporé, serra do Cuanurú o
Matto Grosso, ti-abulhos estes em que
gastpu nove annos.
Ligou-soem consorcio com D. Germana
Pereira de Queiroz, filha do capitão Luiz
Pereira d I Cunha, seu correspondente
na remessa djs produetos, que enviara á
côi te.
A historia do seu cas:imento é extraor­
dinária, posto que breve:—ponderando-
♦' •
lhe 0 capitão Luiz. que se achava no
dcsembolço de considerável despeza, com
a qual poderia dotar s a filha, pela re­
messa dos prodqcíoí que lhe enviái'a,
respondeu Alexandre: <í Isto não seroirá
de embaraço a seu ca'iamento; eu serei
quem receba,por mulher sua filha.
Empregou-se tanto em aperfeiçoar e
 252 EPHEMERIDES NACIONAES

apurar preciosos materiaes, que, antes aguada, indo para esse flm o piloto A f-
de concluir a organisa<;ão d’elles, Ibi fonso Lopes em uma das caravellas me­
attacado da melancolia, que o roubou á nores, pai a poder aproximar-se mais da
terra na presente data, em Lisboa. praia e examinal-a melhor. Encontram,
Indicaram as causas d’ess i m/lancolia dez léguas distante do ponto em que
como envolvidas no manto das genero­ tinham pernoitado, uma enseada, a bahia
sidades, attribuindo-a a desgostos, pro­ Cabvalia, quatro léguas ao norte de
venientes de illusões desvanecidas áeerca Porto-Segiiro, onde i)ela tarde entram as
dos homens e das cous is da corte. caravellas que iam mais perto de terra,
Mesmo attacado da fatal misanthropia, ancorando as naus de maior calado obra
lançou mão da j)enna para defendei- de uma légua afastadas dos recifes que
amigos, com os quaes se achava divor­ estão á enti-ada do porto, Para a do al­
ciado, mas que julgava injustamento ac- mirante havia AfTonso Lopes levado dois
cusados, e, até á hora de expirar, desem­ mancebos indígenas, que encontrara
penhou os seus deveres de empregado numa alm adia a pescarem.
publico. » Cabral recebe a seu borbo esses dois
11^21 Proclarnaçao de D. João VI aos Índios com todo o ceremonial. « O capitão,
fluminenses, referindo-se aos últimos diz Pero Vaz de Caminha, nosso guia
acontecimentos por causa da adopção fiel nestes interessantes promenores, o
deflnitiva da constituição hespanhola e capitão, quando elles vieram, estava
esciipta em um tom verdadeiramente assentado ern uma cadeira, tendo uma
paternal. alcatifa aos pés por estrado e bem ves­
1850 Fallece o barão de Inhomerim^ tido, com um collar do ouro mui grande
Vicente Navarro de Andrade, doutor ern ao pescoço, e Sancho de Thoar e Simão
medicina pela universidade de Coimbra de Miranda e Nicolau Coelho e Ayres
e por ella escolhido para viajar, depois de Corrêa e nós todos, que aqui na nau com
já ter uma extensa clinica em Portugal. elle iamos, assentados no chão por essa
I Passara á França, onde residiu 7 annos, alcatifa. Accenderam-se tochas e en­
em seguida aos Estados-Unidos e final- traram e não fizeram nenhuma menção
mente Rio de Janeiro, de onde ainda de cortezia. nem de faüar ao capitão,
tornou á França, desgostoso por lhe ter nem a ninguém : porem um d’elles poz
aqui morrido a e.sposa. os olhos no co'lar do caidtão e começou
Nascido na villa de Guimarães (Por­ de acenar com a mão para a terra e
tugal) a 20 de fevereiro 1776, fallece em depois para o collar, como que a dizer
Pariz de um ataque de gotta. que havia em terra ouro; e também viu
i‘ ,i
I860—Inauguração da estrada (',« ferro um castiçal de prata e assim mesmo
de Cantagallo, provinda do Rio de Ja­ acenava para a terra e então para o
neiro. castiçal, como que havia também prata.»
A im ii.— 2-i Mostraram-lhes depois um papagaio,
que o almirante trazia e que elles reco­
1500—Na manliã d’este dia, era uma nheceram logo, como cousa que lhes era
sexta-feira, aconselham os pilotos a familiar. Mostraram-lhes em seguida
Pedro Alvares Cabral que se levantem uma gallinha, a cuja vista deram signaes
ancoras e se façam de vela, e assim se de terror e não lhe quizeram a principio
etlectua. Navegam cerca de dez léguas pôr as mãos. Trouxeram-lhes pão, figos,
em ala pela cost i, na direcção do norte, confeitos, fartes, em que elles mal toca­
a ver si encontram algum porto ou ram, fazendo o mesmo ao vinho e á agua,
abrigo, onde se refaçam de lenha e que os portuguezes lhes oíTereceram, Por
 EPHEMERIDES NACIONAES
ilm, estiraram-se de costas na alcatifa,
mandando-lhes o almirante pór um tra­
vesseiro debaixo das cabeças e cobril-os
com um manto,—« e elles consentiram e
jouveram e dormiram >3, conclue Pero
Vaz de Caminha.
1589—José Adorno e sua mulher D. Ca-
tharina Monteiro fazem doação ao con­
vento do Carmo de Santos da capella de
Nossa Senhora da Graça, que haviam
fundado. José Adorno fundara também
a capella de Saíito Amaro de Guaybe,
de que não existem vestigios, e falleceu
com mais de 100 annos em Santos.
1746—Bulla do Santo Padre Benedicto
XIV. permittindo aos reis de Portugal e
a seus successores na monarchia a li­
berdade de poderem determinar, a seu
arbitrio, certos e novos limittes ás dio­
ceses e prelasias já erectas no Ultramar,
com especialidade na America.
1763—Tomada da villa do Rio Grande
do Sul pela vanguarda do exercito lies-
panhol ao mando de D. Pedro Ceballos.
1824—Eallece na casa da Cascatinha
da Tijuca (Rio de Janeiro) Augusto
Taunay, esculptor francez, que viera em
1816 para o Brazil na colonia franceza
que, soba direcção de Joaquim Le Bre­
ton e por influencia do conde da Barca,
mandâra D. João VI vir da Europa para
se fundar a escola de Bellas Artes (Vide
26 de fevereiro de 1816).
Nascera em 1769.
Obtivera em 1792 ern França o grande
prêmio de Roma. Entre os seus traba­
lhos mais salientes citam-se a estatua do
general Lassalle, que foi collocada em
Versailles, a Fama e O Couraceiro, que
estão no Arco de Triumpho do Carrousscl,
a famosa estatueta Napoleão na ilha
d’Elba e o busto de Camões, que pertence
ao imperador do Brazil e flgurou na
Exposiçdo Camoneana da Bibliotheca
Nacional em junho de 1880, pela com-
memoração do 3" centenário da morte
do grande epico portuguez.
1847—0 imperador, que pernoitara na
Barra de S. João, berço natal de Casi-
miro de Abreu, parte nesta data para
Cabo^Frio por Campos Novo". D’ahi vai
a cavallo, no dia seguinte, ver a ponta
do Cabo, distante da cidade très léguas.
No dia 26 vai á aldèa de S. Pedro e hos­
peda-se na fazenda de Faraty. perten­
cente ao capitão Francisco Antunes Ma­
rinho. D’essa fazenda partiu S, Mages-
tade no dia 27 para a villa do Rio Bo­
nito, de onde sahiu a 28 para Itaborahy,
onde pernoitou em casa do conselheiro
José Bernardino Baptista Pereira de Al­
meida. A 29 fez uma excursão a Porto
das Caixas, voltando á tarde para Itabo­
rahy, onde dormiu.
No dia 30 partiu d’ali para Nicteroy,
por S. Gonçalo, onde almoçou, e á tarde
regressou na galeota imperial para a
córte,tendo jantado em Nicteroy. Com­
pletava assim a visita que começara a
fazer á província do Rio de Janeiro a 20
de março.
1853—Fallece no mosteiro de S. Bento
do Rio de Janeiro o illustre'benedictino
frei Rodrigo de S. José Silva Pereira,
cujos harmoniosissimos versos, últimos
e brilhantes lampejos da poesia classica
no Brazil, pena é que não estejam col-
leccionados em volume.
Frei Rodrigo de S. José era filho legi­
timo do bacharel em direito Marcellino
da Silva Pereira e de D. Maria Clemen­
tina, naturaes ambos da Bahia, e nascera
a 9 de agosto de 1789, no arraial de
S. Pedro da Muritiba, município da
Cachoeira, d’aquella província, 5 annos,
dia por dia, depois do grande orador
frauciscano frei Francisco de Montal-
verne. Tinha seu pae exercido naquelU
localidade, além da advocacia, o logarde
intendente do ouro.
Noticiando o seu fallecimento, diz o
sr. conselheiro Francisco Octaviano, no
Correio Mercantil de 27 de abril de 1853:
—«A uma vasta intelligencia reunia o
illustre monge profundos conhecimentos
litterarios, que o habilitavam nas horas
 ••• ^4
1 > 1.' , ' . ■ ‘'''. -v,' ■ " ■ ' “S

254 EPHEMERIDES NACIONAES

do repouso a traduzir, como tantos ou­ gioso e uin inteiro observante, sem by-
ü v f f ’lí tros membros da mais instruída das or­ pocrisia, nem fanatismo, das severas re­
dens monásticas, em versos cadentes e gras da ,sua Ordem, em que exerceu còm
melodiosos as impressões de uma alma honra diversos cargos. Era umi tanto
pura e generosa. Xo venerando Bene­ ceremonioso para com as pessoas que
dictine perdeu'0 paiz uma de suas illus- não conhecia, mas para os amigos muito
r i',,ív f':.'-' trações, a mocidade um mestre sabio, lhano e cheio de bondade. Possuii em
vigilante e bondoso, e a sua Ordem, tão alto grau 0 dom de consolar os aftiictos;
pobre hoje de homens em.inentes, um fazia então jorrar das fontes límpidas e
membro que não terá, quanto a nós, inexgotaveis do seu coração bondoso
substituto. A ’ roda da tumba singela, uma torrente de palavras aífectuosas,
onde vai dormir o somno eterno, amor­ que se entornavam como um balsamo
f.i.'i talhado no burel da penitencia, o humilde suave sobre as chagas do infeliz.
filho de S. Bento, forahi derramar lagri­ Nunca d’aquella bocea se ouviu con­
5? mas sinceras e sentidas os seus amigos selho duro nem inexequível, ou reprehen-
BP ■' e discípulos.
sões que pudessem exacerbar o animo
Depois do solemne Rsquiescat in 'pace, dos tocados da desgraça, h’oi sempre
pronunciaram dois alum nos do collegio inimigo do luxo, porém, amicissimo do
de Pedro II, em nome de seus collegas, asseio e da- boa ordem em tudo. Eram
jiS fe ■'
'I M '. •■‘ ' um ultimo adeus a seu venerável mestre; todos os seus actos sempre pautados pela
0 dr. Paula ítXen-ezes, como orgão dos mais escruplosa circumspècção. Era um
professores d'esse mesmo collegio, pro­ ente inoíTensivo ; provocado, porém, não
nunciou também um breve discurso... se fazia esperar na réplica acerada com
e o sr. Porto Alegre, intimo amigo do que fulminava os seus niais fortes inimi­
fallecido, recitou, como orador do Insti­ gos, que os teve e bem poderosos, não
tuto, as breves palavras que abaixo só porque acudia de prompto, com ad­
transcrevemos. i mirável desforço, em defeza dos amigos,
Frei Rodrigo, depois de ter sido ab- como porque a sua qualidade de acér­
bade da sua. ordem, foi vice-reitor do rimo partidista da monarchia constitu­
collegio de Pedro II, no reitorado do dr. cional, governo que elle entendia ser o
Joaquim Caetano da Silva-, que sempre o mais proprio para a felicidade dos po­
tev^e em muita consideração e estima. vos, sempre o trouxe envolvido em dis­
De um elogio inédito que possuímos, cussões com os que professavam ideas
escripto por um nosso douto amigo, e dos republicanas. Senhor de muitos e va­
mais dedicados e particulares do illustre riados recursos para os- combates da in-
monge, pedimos venia para extractar o telligencia, quando nelles se empenhava,
quanto baste para, embora em pallido fazia-o com uma formalidade que encan­
resumo, accentuar a sua sympathica e tava, não só pelo vigor do seu raciocínio
vigorosa personalidade : como pela voz cheia, clara e sonora com
’ '.iii, ^ ■: <í O padre-mestre frei Rodrigo não gos­ qué muito bem se exprimia, e nunca o vi­
tava de falhir de si; era de uma tão mos vencido, ainda mesmo nos mais renhi­
excessiva modéstia, que prejudicava a dos debates comas maiores illustrações
sua fama; tudo sacrificava ao gosto de da sua época... Estava quasi cégo poucos
i>-I'n
l li^'t :! viver desconhecido e ignorado do mun­ tempos antes de morrer. Sentindo che­
•Kl-i-': '■' .' d o .. .. Abraçára a vida monastica por gar a sua hora, mandou chamar ao seu
obediência á vontade paterna; acostu­ velho e dedicado amigo o dr. Urzedo,
mou-se depois, porém, á ella por tal que foi quem o' assistiu no derradeiro
fôrma, que se fez um respeitável reli­ transe. Morreu repetindo muitas orações
 EPHEMERIDES NACIONAES
e psalmos penitenciaes. No dia 2i de
abril a musa do Sanctuario, que tantos
lhe inspirarára cânticos divinos, recli­
nada sobre o seu ataüde, beijava-lhe a
lyra harmoniosa, e depunha na sua
cabeça, que fora eni vida um vulcão de
arrojados pensamentos, uma coroa de
saudades, que rega ainda com as suas
lagrimas. »
As suas poesias, de cunho historico,
primam pela extrema correção da fdrma,
que podemos denominar horaciana. Ha
algumas demasiado livres e, entre ellas,
algumas satyricas e de fazerem cliorar
lagrimas de sangue áquelles a quem são
dirigidas. Julga-se perdida a quasi tota­
lidade d’ellas.
1865—Os paraguayos apoderam-se da
colonia de Coxim em Matto Grosso.
ABRIL—25
1500—De manhã, era um sabbado, or­
dena 0 capitão que as naus so façam de
vela e uemandem a entrada do porto;
ulli ancoram todas ellas em cinco ou seis
braças de fundo. « A ancoragem dentro
é tão grande, diz Pero \az de Caminha,
e tão fermosa, e tão segura, que podem
jazer dentro n’ella mais de duzentos
navios e náos. » E tanto que ancoraram
e pousaram, foram todos os capitães á
nau de Pedro Alvares Cabral, que manda
á terra Nicolau Coelho e Bartholomeu
Dias (0 descobridor do Cabo da Boa Es­
perança), levando comsigo os dois Índios,
aos quaes se deixaram o arco e settas
que traziam ; hayiam-n’os vestido com
camisas novas, pondo-se-lhes na cabeça
umas carapuças vermelhas e dando-se-
Ihes dois rosários de contas de osso,
alguns guizos e outros presentes análo­
gos: foi com elles um degradado, Affonso
Ribeiro, creado de D. João Telles, para
lhes aprender a lingua e saber dos seus
usos e modo de viver. Pero Vaz de Ca­
minha vai também com Nicolau Coelho.
Aceodem logo á praia cerca de duzentos
indígenas, inteiramente nús, com flechas
255
e arcos nas mãos. Os que iam no batei
com os navegantes portuguezes lhes
acenam que se affastem e deponham seus ■
arcos, e elles assim o fazem. Os dois,
logo que desembarcam, internara-se com
0 degradado que os acompanha, e atra­
vessam um ribeiro d’agua doce, que
LHES DAVA POLA BRAGA; Seguem-u’OS
muitos dos outros, e voltam depois já
sem as carapuças e nús os dois indios.
Começam então muitos a chegar em
bandos pelo mar até aos batéis; ajudam
aos portuguezes a fazer a aguada, pe­
dindo-lhes alguma cousa em paga e tro­
cando até os seus arcos e flechas por
sombreros e carapuças,ou outra qualquer
cousa que lhes queriam dar os portu­
guezes. Pero Vaz de Caminha pinta-no-los
exactamonte como deviam ser, e conclue:
cc Alli andavam entre elles très ou qua­
tro moças, e bem gentis, com cabellos
mui pretos, compridos pelas espaduas.
Por flin ninguém mais se entende pela
algazarra que fazem entre si. Pedem-lhes
os portuguezes por acenos que se retirem
e elles assim o fazem, passando para
além do rio. Algum tempo depois, indo
alguns dos portuguezes enclier uns bar­
ris d’agua, acenaram-lhes os indios que
se chegassem, e entregaram-lhes o de­
gradado que se havia mandado com ellés,
sem lhe terem tomado os pi'esentes que
elle levava para dar ao senlior da terra,
si 0 houvesse, ou ao seu maioral. »
Entro elles, como dissemos, ,viam-se
apenas très ou quatro mulheres, moças
ainda, uma das quaey tinha o corpo todo
pintado de azul escuro. Pero Vaz elogia-
lhes a belleza d’ um modo pouco dis­
creto.
A’ tarde sahe o almirante em seu ba­
tei, e os capitães das mais naus nos seus
escaleres, a percorrer a praia, sem com-
tudo desembarcarem em ponto algum
d’ella: apenas saltam em um ilhéo, a que
dão 0 nome de Coròa vermelha, o alli
se demoram cerca de hora e meia a
 256 EPHEMERIDES NACIONAES

pescar. Era já l^em noite quando volvem monge benedictino. natural de Pernam­
ás naus.
buco. é eleito bispo d’aquella diocese.
1562—Braz Cubas dá conta cm uma O R oteiko dos Bispados o dá como r a ­
carta da sua exploração aos sertões, com turai do Rio de Janeiro e nomeado em
laiiz Martins; tinham percorrido 300 1811, no reinado de D. Maria I, sendo
léguas á cata de ouro e por fim só acha­ regente o principe D. João. O general
ram indicios d’elle no sitio denominado Abreu e Lima o dá também como natural
Jaraguá, quando voltavam para a villa do Rio de Janeiro, mas eleito na data
de S. Paulo. de hoje.
176i — Fundação do convento de Só a 25 de março de 1815 foi confir­
S. Francisco da villa de Taubaté, por mado pelo papa Pio VIL Oceasionou esta
frei Jeronymo de S. Braz, a pedido da demora a detenção do pontifice em
camara. nobreza e povo. França por Napoleão 1.
1765—Antonio .Josó Victoriano Borges D. frei Antonio de S. José passou no
da Fonseca, trigésimo sexto governador anuo seguinte a reger a diocese pernam­
da capitania do Ceará, toma posse do bucana como vigário capitulai', a instan­
seu cargo e exerce-o até 10 (o visconde cia do nuncio apostolico. arcebispo de
de Porto Seguro diz i i) de maio de 1782. Nisihi ; d’ahi lhe proveio a denominação
1 <67— Nasce no Rio de Janeiro Luiz vulgar de mspo gauão. Voltou depois de
I'
Gonçalves dos Santos, presbytero secular, 4 annos ao Rio de Janeiro, onde foi s i-
professor jubilado da lingua latina, phi- giMoo a 28 de outubro de 1816 na capclla
losophia e rhetorica na mesma cidade. real (Vide 19 de julho de 1819).
Das obras que compuzera e traduzira E’ 0 14° na serie dos bispos de Per­
.,A . sobresahem Memórias x>ara a historia nambuco, segundo a relação que temos
do reino do lira :;il,.. escriptas no J(io por mais de accorde com os factos.
de Janeiro no anno de 1 8 2 1 ,G'.o 2 tomos 1817—Proclamação do chefe de esqua­
(Lisboa, 1825), e a traducção da O im ­ dra Rodrigo José Ferreira Lobo, com ­
pério do Brazil considerado nas suas mandante da esquadrilha que bloqueava
relações politicas e commerciaes por La o porto do Recife, dirigida aos habitan­
Beaumelle, em 1 vol. (Rio de Janeiro, tes d’aquella cidade : é datata de bordo
Typ. de Plancher, 1824). da fragata Thetis.
Publicou muitas brochuras acerca da 1819—Toma posse do governo da ca­
magna questão do celibato do clero, pitania de S. Paulo o .seu decimo nono e
apiesentada j)or Ferreira França á ca­ ultimo governador e capitão general
mara dos deputados em 1827 e patroci­ João Carlos Augusto de Oyenhausen,
nada por Diogo Feijü, que foi depois re­ que foi posteriormente marquez de Ara-
gente.
caty e senador do Império.
Quanto ás suas Memórias o visconde 1822— Regressa de Villa Rica o prin­
■'. yi de Porto Seguro aventou um juizo, que cipe D. Pedro, deixando serenados os
í'iÉ?l
■ I' :
Innocencio daSilva achou severo em de­ ânimos na provincia (Vide março 25).
masia,^ mas que, apezar do mérito que 1823— Apresenta-se em frente ao Morro
ellas têm, nos parece verdadeiro. (Bahia) a esquadra brazileira, composta
1808—Chega ao Rio de Janeiro o bispo de oito vellas, sob o commando de lord
fife! dessa diocese D. José Caetano da Silva Cochrane.
J*j: Coutinho, que não pudera acompanhar
Ç ■■ 1850—Fallece o senador pela Bahia
‘i j' 'T-i a íamilia real e ficára, já sagrado, em conselheiro José Carlos Pereira de Al­
Lisboa.
meida Torres, visconde de Macahé, es­
1810 ír e i Antonio de S. José Bastos, colhido a 14 de junho de 1843 e que

!'!■
i'p»:/,-.
, j r ■í'íc!
' 'it
. 1,1V
II
 EPHEMERí DES xNACIONAES
tomara assento ro senado no dia 20 do
mesmo rne/, e auno.
1852—Fallece no Rio de Janeiro Ma­
nuel Antonio Alvares de Azevedo, nas­
cido na cidade de S. Paulo a 12 de
setembro de 1831. Tomara em 1847 o
grau de bacharel em lettras no imperial
collegio de Pedro II e em 1848 partira
para S. Paulo, onde frequentou o re­
spectivo curso juridico até o 4“ anno. Só
lhe faltava um para completar o seu
tirocinio acadêmico, quando a mão inexo­
rável da morte o arrebatou á admiração
dos contemporâneos.
Era um poeta de primeira ordem, de
vasta erudição, adrairavel para a sua
cdade. As suas obras poéticas, que, reu-,
nidas em 3 volumes, têm tido successivas
edições, exerceram poderosa influencia
na litteratura patria e tornaram immor-
redouro o seu nome. Poeta da escola de
lord Byron, Alfred de Musset e Henrique
Heine, inoculou no espirito da mocidade
do seu tempo o desespero convencional
da poesia denominada bykonica, que deu
uma feição pouco ou nada natural ás
producções poetiças que appareceram
naquella epoca. A sua ode A P edro I vo,
em que o imaginoso poeta paulista se
afasta do typo que tomara por modelo e
ostenta toda a sua potente individuali­
dade, é uma das producções mais bellas
c animadas do *seu genero da lingua
pórtugueza.
1870—Festeja-se em S. Paulo (capital)
a chegada do batalhão 35• de voluntários,
que volta da guerra do Paraguay. Esses
festejos aturaram 8 dias.
1880—No s' u engenho Campinas, fre-
guezia de Iguape, provincia da Bahia,
fallece a baronezade Alagoinhas, D. Cora
Coutinho Sodré, mãe dos distinctos de­
putados á assemble'a geral, conselheiro
Francisco, Maria Sodré Pereira, que oc-
cupou a pasta dos negocios do Império
no gabinete 5 de janeiro, dr. .Jeronymo
Sodré Pereira e coronel José Lino Couíi-
nbo Sodré.
257
A baroneza de Alagoinhas era fllha do
eminente patriota conselheiro José Lino
Coutinho, que teve a honra de, em ver­
des annos, ser eleito deputado á Con­
stituinte de Lisboa, em 1 8 ^ e de ter, / /
de 1826 a 1832, desempenhado preponde­
rante papel no parlamento e no partido
liberal e, finalmeníe, na alta adminis­
tração publica como ministro do Impé­
rio no gabinete que tinha a Diogo Feijó
na pasta da justiça e a Vasconcellos na
da fazenda, « n’aquelles tempos difllceis,
em que esse gabinete solicitou sua exo­
neração da regencia ti ina e esta por sua
vez a sua, da camara dos deputados.
Este episodic é conhecido cm nossos an-
naes pelo—rjol%>e de Estado de 28 de ju ­
lho de 1832.
cr Para guiar na vida áquella sua illus­
tre filha, escreveu o conselheiro Lino
Coutinho as Cartas sobre a educação de
Cora, que são certamente um primor
para o aperfeiçoamento do espirito e do I
corpo.
cc O nome illustre que herdara realçava
a baroneza de Alagoinhas pelas mais su­
bidas virtudes, palas mais elevadas qua­
lidades moraes, que a tornavam geral­
mente estimada e respeitada na nossa
sociedade. Como mãe e como esposa era
um exemplo digno de imitação (l)iario
da Bahia). »
Foi sepultada no qonvento de S. Fran­
cisco de ParaguassiV, jazigo dos ante­
passados de seu marido, o sr. barão de
Alagoinhas.
Ha de sua mãe, D. Ildefonsa Laura
Cesar, publicado em lSi4 na Bahia (Typo-
graphia óe Epiphanie J. Pedroza), um
opusculo, hoje raro, de poesias (lyras,
cançonetas, glozas, epístolas), entre as
quaes algumas traduzidas do francez e
corretamente traduzidas.
ABRIL—26
1500—Domingo da Paschoela — Deter­
mina Pedro Alvares Cabral que se diga
missa no ilhéu em que tinham estado na
17
.'if?

258 EPHEMERIDES NACIONAES

ift
vespera, a que assistisfem elle e os seguir a deri-ota que traziam. De­
demais capitães, e assim se cumpre. pois de muitos alvitres íc.mbrados,
Aima-se para esse fim um e s p e k a v e l concoi‘dam todos ne se c em deixarem
(pavilhão) 0 dentro d’elie um altar bem
na lerra dois dos degradados que vinham

il : coRREGiDo (escreveCaminha).I. iz a missa, com destino para a índia, aíirn de apren­

a pirmeira j;ortanto que se celebra em derem a bngua dos naturaes delia, em
terras do Brazil, h ei Henrique de Coimbra, vez de mandare.m ao rei dous dos íikIí-
1 : 1 que depo;s foi bispo de Ceuta, coadju­ genas tomados a força, como se sugne-

im
vado jielos outros s: cerdotes que com
rira tambera no consellio. Tm min ido es'e.
clle iam nara a índia. Os naturaes do
dirigem-se em seus batéis pai'a a tci ra,
4 íí/;:' . paiz assistem com admii'ação misturada com 0 intento de folgarem nclia e exa­
de curmsidade, áquelle acío,que era para minarem 0 rio. Os Índios, logo que os
'
elles intcij-ameiite novo, eos porfuguezes avistam, depõem os seus arcos em signal
com a maior devoção e recolhimento.
14 Í iS de paz. mistuiam-se com cs poj'tuguezes
Cabra] colloca-se duranfe esta solemnidade
|;;a' e trocam rcciprccamente, por meio dos
do lado do Evangelho, (endo na mão o mais estranhos acenos, os objecios dos
estandai te da ordem de Christo, com que respectivos usos.
partira de Belem. Acatada a missa tira
Diogo Dias, almcxarife da armada,
frei Henrique os paramentos, sóbe a
homem [.racÀoso e de prazer, lèva com-
uma cadeira alta, á guisa de pulp to, e
sigo um tocador de gaita 0 pCem-‘^e todos
d’ella faz uma solernne predica, tomando
a bailar com os Índios, o que muito os
] or them a a historia do Evangelho do divei !c, acabanuo Diogo por d.ir ligeiras
<lia, a vinda dos j ortuguezés e o desco-
voltas pelo chão (ca«?ãa7/n ímv) e s;.ltos
biiiiunto daquella terra guiados pela
mortaes. de que se mostram os selvagens
CJ uz, sob cuja obediência navegavam. admirados. °
Os capitães e todos cs tripolantcs das
O cajutar-mór interna-se um pouco
naus assistem a Gstn proveitosa pref;ação mais pela teira com todos os outros
(diz 0 njinucioso Caminha) I"ííçados por
capitães e. já sol posto. rcco)hein-se ás
essa aver. Os indígenas, durante esses
naus. Os indios não consentem que fique
actos , formaram na terra fronteira
entre elles o degradado Afíbnso Ribeiro,
alegres dansados a seu modo, ao som
mandado para esse fim: volta este com
dos seus rudes instrumentos alguns os poi-tuguezes, não tendo querido os
I d'ellos vê™ e™ " Z
perto da i ha oeem-,<.fla _________
perto da illia occupada pelos navegantes __________ ^ . <^'-euai os mimos que
Cile lhes levára de ordem do almirante.
portuguezes.
lGo9 Toma posse do governo da ca-
Terminada a predica, o capitão-mói
pit iiiia do Pará o capitão-iniár IManuel
e todos os mais temam os seus bate'is e
Madeira, ciue foi o décimo nono na re-
passando de bandeira desfialdada, perto
s])cctiva ordem chronologica e exerceu
d’elles, ao longo da praia, se recolhem
essQ cargo até 11 de fevereiro de I6i0,
1 I aos seus navios.
em que o .senado da c;-miara entra a
niM, ■', ;
Depois de comerem, convoca o almi­
governar a capitania. Sete dias depois
rante pura a sua n.ni Iodos os capitães gbvernava-a Pedro Tçixeira.
da esquadra e (onsulta-os si não seria
1G(-J — Carta régia (de D. Pedro II)
■ N " conveniente enviar uma das embarcações
ordemando ao cabo da gente de S. Paulo
a Lisboa, afim de con}imunicar ao rei a
que desde 1G72 se achava nas cabeceiras

ièli :|i.
i1^*'
nova do descobrimento que haviam feito
e pedir-lho que mandasse examinar
melhor a tei-ra, viHo terem elles de
do rio de S. Fraiuisco e sertões do
Piauhy, e .se haviam internado até ás
maigens do locantins, no Maranhão,
(■

%
|t i|i(
F’t> í. I
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il'. ' ' ' ■ ■ '
EPHEMERIDE3 NAOIONAES
que, si fosse exacta a noticia que che­
gara ao reino de que naquellas paragens
haviam descoberto minas preciosas, man­
dassem immcdiatamente dous liomens
com participação d’isso. d’entre os mais
práticos, ao P.irá ou Maranhão, ou %>or
S. Paulo ou por on^o fosse mais con­
veniente, com tanto que cliegassem ao
reino com a maior brevidade, levando
amostras dos mineraes ou pedras que
tivessem descoberto, assim como a re­
lação distir.cta do sitio, altura e terreno
em que ell is se achavam.
Entendem alguns clironistas que o
cabo da gente que fora a esta expedição
era o paulista Paschoal Paes de Araujo,
mestre de campo, que pouco depois
falleceu naquelles sertões, levando com-
sigo 0 segredo do seu descobrimento,
de modo que, quando alli chegou o
padre ^ntonio Raposo Tavares, egual-
inentc paulista, que vinha de Lisboa
incumbido de se reunir a ejlc e proseguir
nos descobrimentos, já o não encontrou.
Querem pordm outros que o cabo da
bandeira paulista que a esse tempo se
achava nas margens do Tocantins era
Sebastião Paes de Barros e não Paschoal
Paes de Araujo.
1816—Em carta de officio d’esta data
participa o marquez de Alegrete, gover­
nador do Rio Grande do Sul, haver
fallecido de variola o tenente-coronel
Manuel dos Santos Pedroso, cujos dis-
tinctos serviços encarece o dito gover­
nador. Pedroso era umindio valente:cele-
brisara-se na conlquista das Missões em
1801 e na campanha de 1811 e 1812 (Vide
3 dc agosto de 1801).
1821 — Parte do Rio de Janeiro a
esquadra que conduzia para Lisboa
D. João VI com sua familia e comitiva,
depois de uma residência no Rio de
Janeiro de treze annos, um mez e oito
dias. O rei embarcara na tarde de 21 na
nau que tinha o seu nome.
Chegou a frota a Lisboa a 3 de julho
259
e desembarcaram no dia seguinte os
viajantes.
a Na mesma armada que transportava
S. M.. se retirou grande parte dos fidalgos
que 0 tinham acompanhado de Portugal,
e os seus adhérentes, formando todos
uma comitiva de mais de treg mil pes­
soas. Achavam-se n’este numero muitos
capitalistas, levando sommas immensas,
em especie, que se extrahiram do Banco
[Historia do Brazil de 1808 a 1831,
por J. Armitftge). »
—Movimento jiopular no Rio Grande
do Sul por oceasião de se jurar na ca­
pital da provincia a constituição portu-
gueza, em cumiirimenlo do decreto de 7
de março. Descreve-o em officio de 27 o
governo interino, que havia marcado o
dia 30 para aquella solemuidade. Parece
que 0 poYO, sequioso de liberdade, já
não tinha o necessário sangue frio para
esperar quatro dias por aquillo, que en­
tretanto não era muito, de que se vira
privado por très- séculos !
Eis como relata o acontecimento o al-
ludido officio :
K No dia 26 de abril de 1821, pelas duas
horas da manhã, o batalhão de arti­
lharia e infantaria da capital, armado e
municiado de polvora e bal-is, condu­
zindo duas bocas de fogo, marchou dos
seus quartéis, e se postou na praça da
lesidencia do governo, onde, ao signal
de um foguete do. ar, tocou a rebate, e
successivamente se lhe reuniram a tropa
do regimento de infantaria da primeira
linha da ilha de Santa Catharina, o pi­
quete de cavallarfa da guarda dos go­
vernadores e capitães-generaes, praças
avulsas da legião de S. Paulo e soldados
Guaranis, e imoclamaram a constituição
com grandes e tumultuosos alaridos.
« Differentes escoltas, compostas de
soldados do batalhão e do piquete, des­
tacaram-se immcdiatamente e foram ás
casas do ouvidor da comarca e membro
do governo interino, do juiz de fdra, do
conego vigário geral, do desembargador
 260 EPHEMERIDES NACIONAES
Luiz Correa Teixeira de Bragança, em­
pregado da junta da Fazenda Real, e os
conduziram debaixo de prisão para a
; I'V frente das tropas, cujo commandante
permittiu que se retirassem o ouvidor, o
vigário geral e o juiz de fdra, com con­
dição expressa de voltarem, o primeiro
reunido ao governo, o segundo ao clero
e 0 ultimo á camara.
« O governo, a camara e o clero, ce­
dendo ao motim da soldadesca. que exi­
gia ao demais a deposição de varias
autoridades e o soldo adiantado de um
anno, prestam o juramento á consti­
tuição, havendo então uma salva com
vinte e um tiros (ín d ice chronologico
dos factos mais notáveis da historia da
capitania do Rio Grande do Sul, pelo ba­
rão Homem de Mello). »
1821—0 governo dos Estados-Unidos
reconhece a independencia do Brazil.
Portugal sü a reconheceu mais tarde
(Vide a ephem. de 29 de agosto de 1825).
1833—Diversos presos politicos pelo
movimento revolucionário de S. Felix,
na provincia da Bahia, e que se acha­
vam na fortaleza do Mar, surprehendem
ás 1 horas da tarde a guarnição d’aquelia
praça e d’eila se assenhoream, apesar da
opposição que tentou otferecer com al­
guns soldados o seu commandante capi­
tão Carvalhal, que escapou de ser assas­
sinado, ficando ferido com uma punha­
lada num dos quadris, sendo assim vic-
tima d’aquelles mesmos a quem, por
compaixão, deixara sahir dos cárceres,
.W::- ■: II dando-lhes o interior da fortaleza por
i sK''"' ' menagem, afim de lhes minorar os sof-
M' frimentos da prisão.
Logo que dos navios surtos no porto
e de terra se viu o que alli se passava,
tocou-se a rebate e o governo tomou as
medidas necessárias para conter os re­
voltosos (Vide a ephemeride de 27).
1860—Fallcce em Lisboa, com 68 ' an-
.f§ù ''i nos de edade, o duque da Terceira, 7°
condo de Villa-Flor, que fôra governa­
dor da capitania do Pará e Rio Negro
(Vide outubro 19 de 1817) .
1863—Fallece em Lisboa o coinmen-
dador João Francisco Lisboa, o Timon
brazileiro (Vide março 22 de 1812).
1879—Toma assento na camara vita-
licia, como representante daprovinciade
Minas Geraes, o sr. conselheiro Affonso
Celso de Assis Fgueiredo, escolhido a 8
de fevereiro, depois ministro dos negó­
cios da fazenda em uma das modifica­
ções por que passou o gabinete 5 de ja­
neiro : a sua eleição so foi julgada e
approvada pelo senado no dia 25 do
mesmo mez de abril.
—O major João Antonio Capote, nas­
cido na cidade do Aracaty, no Ceará, a
11 de julho de 1828, de uma pobre mas
honrada familia, fallece na presente data,
pelas 6 1/2 horas da manhã, em casa do
sr. conselheiro Jaguaribe, victima de
antigos padecimentos pulmonares.
O major Capote era um d’esses cora­
ções generosos que fazem honra á huma­
nidade: fez na sua vida o bem que poude,
muitas vezes até com sacrifício.
Pai-a mais desenvolvidas informações
acerca d’este homem de bem, recorra-se á
Gazeta de Noticias de 27 de abril de
1879. Aqui apenas quizemos honrar-lhe
a memória consignando o seu nome.
1880 — Decreto emancipando a parte
da colonia Blumenau entre a sua séde e
0 districto de Aquidaban.
Fundada a 28 de agosto de 1852 pelo
seu actual director o dr. Hermann Blu­
menau, homem intelligente, activo e de
exemplar perseverança, «que ainda hoje
(1880;, velho e valetudinário, dirige com
tino e summa energia o importante es­
tabelecimento que viu nascer e desen­
volver-se a ponto de constituir o mais
importante municipio de Santa Catharina
e um dos mais promettedores de todo o
Império.
« A -13 de janeiro de 1862 passou a
colonia ao dominio do Estado, por
accòrdo do dr. Blumenau, e é hoje po-
voada por mais de 13,000 almas, na
maior parte allemães e italianos, occu-
pando uma área tíe 585.200.000 metros
quadrados, de que se acha agricultada
a quinta parte.
« Existem na colonia, além de algumas
casas de solida e até elegante con-
strucção, cerca de 2,400 de madeira ou
provisórias. Contam-se numerosos en­
genhos de assacar, farinha, milho, arroz
e de distillação. além de olarias, serrarias,
padarias, fabricas de cerveja e estabele­
cimentos commerciaes. A exportação an-
nnal orça por 500:000g e a importação
por 600:0008000.
«U m a das mais florescentes e antigas
do Brazi], a colonia Blumenau faz honra
aos nossos esforços a bern da colonisa-
ção, e pode ser apontada o. alguns incré­
dulos como patente prova de que de um
verdadeiro deserto, como outr’ora as
margens do Itajahy-uassú, a perseve­
rança possue 0 segredo de fazer surgir
um território cultivado e que com cer­
teza será no futuro uma parte interes-
santissima do Império (Jornal do Com-
mercio de 28 de abril de 1880).»
— Inaugura-se a linha telegraphica
de Santarém a Camamú, na provinda
da Balra.
AURIL— 27
1500 — (Segunda-feira) — Yão todos os
capitães á terra para fazer aguada e vão
ter com elles os indios, porém em menor
numero e quasi todos desarmados. Mis­
turam-se pouco a pouco com os portu-
guezes, folgando e dansando cada qual a
seu modo, e vinte a trinta dos portugue-
zes dirigem se com elles a um sitio em que
estão muitos indios com suas mulheres e
fiihos, e trazem de lá cocares de pennas,
arcos, etc., que permutam com os ob-
jpctos que lhes dão os exploradores.
Cabral ordena que Aífonso Ribeiro e
mais dois degi'adados, bem como o fol­
gazão Diogo Dias, de quem os indios
pareciam ir já gostando, os acompanhent
e durmam, entre elles. Os degradados
executam as ordens do almirante, e assim
observam, a boa légua e meia de caminho,
a aldeia dos indios e suas' usanças e
costumes, de que dá minuciosa relação
a el-rei D. Manuel ^ero Ya/, de Caminha
na sua carta-monumento. A’ noite porém
os indios os fazem voltar para as naus,
desejando mesmo muitos d’elles acompa-
nharem-n’osa ellas. Trazem os explorado­
res,em cambio de cascavéis e outras coisas
de somenos valor, papagaios vermelhos,
isto é, araras muito grandes e formosas,
papagaios verdes e alguns artefactos do
uso dos indios, fabricados de ve.riegadas
pennas, que o capitão-mór destina mandar,
com outras muitas coisas curiosas, ao
rei de Portugal, que tão longe estava de
esperar por ellas !
« N’esse dia derriba-se a arvore, cujo
tronco deve ser transformado em cruz,
primeiro marco que a civilisação européa
planta em nossas plagas», diz oSr. J. de
Yasconcellos.»
1521—Nascido na cidade do Porto em
1470, fallece na presente data o famoso
piloto portuguez, ao serviço da Iles-
panha, Fernando de >.!agalhães, que dois
annos antes descobrii’a, na extiema da
America, o estreito de Todos os S ntos,
a que ligou o seu appellido, p«r que é
conhecido hoje.
1719 — Carta régia ao provincial de
Santo Antonio do Brazil relativamente
ao tratamento, soccorros espirituaes e
instrucção aos escravos.
1755_Nasce na Bahia de Todos os
Santos o insigne naturalista dr. Ale­
xandre Rodrigues Ferreira,que consumiu
perto de dez annos de uma existência
laboriosissima.e toda consagrada á scien-
cia, cm explorações systematicas e con­
scienciosas da nossa rica e admiravel
natureza pelo Pará, Amazonas e Matto-
Grosso, explorações que elle consignou
em mais de duzentas memórias. Muito
deveriam as sciencias naturaes ás suas
sabias investigações si tivessem ellas sido

26; EPHEMERIDBS NACIONAES
publicadas cm tempo. Os manuscriplos
do dr. Alexiiridro Feri'oiia. relativos á
sua importante viagem riiiLosopmcA por
acjuellas inexploi'adas e portentosas re­
giões, tèm ainda assim muitissimo valor.
O dr. Ferreira trouxe como desenha­
dores a Joaquim Josd Codina e José
Joaquim Freire e como preiiarador bo­
tânico a Agostinho Joaquim do Cabo.
O gravador Manuel Marques de Aguilar.
• que ípra aperfeigoar-,se na sua ai-te á
tj'r Inglaterra, foi depois, pelos annos de
1791, encarregado de al)rir as estampas
concernentes áquellas viagens..
Ferreira falleceu em Lisbo i a 23 de
abril de 1815 (Vide âssa daía',juofunda-
mente desgostoso com o destino que
tinha tido o fructo de suas penosas j)ere'
gri nações.
O sr. Alfredo do X’alle Cabral, iiaciente
investigador das nossas cousas e oíTicial
da secção de manuscriptos da Bibliotheca
Nacional, com intelligente e louvável
i m interesse deu-nos uma noticia circum-
stinciada das obras, hoje esparsas, do
'nosso sabio compatriota, leu comp-,o-
vjnciano.
1809—0 ouvidor d i comai ca dvi Santa
. Çatharina é enviado á villa de Porto-Ale­
^ ^ gre para crear a camara da rçferida
villa e nome ir très vereadores, dons ;d-
motacés. etc. Por essa rccasião manda
F-! também o mesmo ouvidor erigirem villas
E* ' -rî
-v^••
' as povoações do Rio-Gra!)de dç S. Pedro,
t’ t''• • ■
i?r^' ■
do Rio Pardo e de Santo Antonio da
Patrulha.
''ë '.:'
Falleco no R:o de J.jneiro o notável
pintor fluminense Manuel da thmha.
Nascido escravo, distinguiu-se dejiois
i p i 'i como artista, deixando ^■al'io.s qnadios.
M iP J r apreciados pelos entendidos. K d’elle o
K ' á * ’ .t retrato do corpo inteiro de Comes Fi eire,
Í
j^iii/’;.,'); conde de Bobadolla. que existe na c.isa
da caniara do Rio de Janeii'o.
1811-Creação da Junta de fax nda da
cai)itania do Pjauhy.
1822—Assume o governo da capitani.i
do Piauhy ajunta provi.soi'i,i cie da pela
.í.
f.
c.rta de lei dc 1 de Outubro de 1821 e
composta dos seguintes-d adãos:—presi­
dente, M.itlii ts Teixeira de Castro; secre­
tario, Fi’ancisco■de Souza Menue-s; mem­
bros, José Antonio Ferreira, Miguel
Pereira de Araujo e Caetano Vaz Portella.
1831—Fallece na cidade de Porto-Alegre
0 coronel de milicías José Pedro Cesar,
auctor do mappa da provinda deS. Pedi'o
do Rio Grande do Sul , que se gravou
depois em Paris e acornpanbaos d ’' 7^a(?5
do vi,sconde de S, Leopoldo.
1833 — Os prisioneiros insurgidos do
forte do Mar, na Bahia, ilrmam com um
tiro de peça, ao amanhecer, uma ban­
deira desconhecida, que hasteam no
mastro da fortaleza: a bandeira alludida
compunha-se de tres listras verticaes,
bi‘anca a do meio e azul as das extremi­
dades; dão vivas k Federação hraz ileir a.
Começaram mais tarde a fazer fogo contra
os barcos, lanchas e canoas que vinham
do Reconcavo para a cidade e não acu­
diam aos chamados que elles lhes faziam.
A’s 10 horas da manbã reuno-se o con­
selho governativo para deliberar sobre
0 que cumpria fazer, c a uma hora da
tarde resolve queseja atacada a fortaleza,
deixando o plano e os meios j ara isto
precisos á deliberação do commandarite
das armas. Peças de arlilharia foram
collocadas em pontos que dominavam
a fortaleza, e ás 4 horas da tarde ro'.npreu
0 fogo contra ella. Os insurgidos, longe
de .se amedi ontarem, corresponderam
pela mesma fórma, e assim foram até
á noite. , ^
A população da eiJadej que desde o
dia anterior se achava , e:u sobresalto,
a.inda em maior desasocego teve de passár
est i noite, cujo silencio era interrompido
por destacados tiros dc' artilharia {Vide
d. ephcmeridè de 26). '
— Em virtude da sec:‘a que assolava
a província de Pernambuco c as limi-
trophes, os governadores do bispado,
então vago, dirigem aos diocesanos uma
.t

W 'V-: V ; V. . ■
EPHEMERIDES NAGIO NAES
exhort,açao, que foi impressa e profusa-
mente espalhada. i
Começa :
a Não havendo circumstancia alguma
em que se não deva implorar o auxilio
Eivino, afim de conseguirmos o remedio
d.is triljulaçoes que nos aflligem ; com
muito mais elílcaci.i convdm recorrer a
líeus nas calamidades publicas.»
E acaba:
« Esta será lida á estação da missa pa-
rochi il 0 l egistrada no livr ) competente.
Convento do Carmo do Recife, 27 de
Abril de 1S:?3'. —O P. Domingos Germano
Aífons) Regtieira.—Fr. Carlos de S. Josè.
— O P. Francisco José 2'avares da Gonna,
goverruuloi’es do bispado.»
1837—Tíiina assento no senado, como
repi’esentante da provinda da Bahia,
Cassiano Espiridião de Mello e Mattos,
escolhido a 25 de maio do anno anterior
jielo regente Feijó (Vide 5 de julho de
1857).
1812—Começa a cidade de S. Paulo
a illurninar-se com lampeões alimenta­
dos á azeite. Só em 1872 é que começou
a ser illuminada a gaz, fa/endo-se a expe-
riencia, coin feliz resultado, na noite de
8 de janeiro.
1857—Frederico de Almeida e Albu­
querque toma assento no senado como
representante da provinda da Parahyba
(Vide a ephemeride de 8 de setembro
de 1879).
loü7—Em virtude de uma resolução da
câmara dos representantes, o governo
dos l-.stados Unidos propuzei’a aos do
Brazil e republicas Argentina, do Uru­
guay c do ; araguay a sua intervenção
diplomática para se conseguir umiirom-
)ito e honroso termo á guerra Cm que
estavam empenhadas as primeiras coma
ultima, por meio de uma conferencia de
])lcnipotenci;irios om Washington : o do
Brazil responde na presente data ijue:
« agradecia, mas não podia ter a satis­
fação de aceitar o oílerecimento que tão
amigavelmente lhe era feito. »
. ?»' o
A B IÍIL
1500 — (Terça-feira). Yôm os portu-
guezes á terra refazer-se de lenha c
lavar a roupa. Estavam na praia cerca
de sessenta indios, desarmados; dentro
em pouco são duzentos, que ajudam os
portuguezes a carregar a lenha para
os bateis.
Nesse mesmo tempo trabalham dois
c irpinteiros em uma grande cruz do
madeiro que se havia derrubado na ves-
pera, cousa que muito entretinha os
naturaes do paiz, que se admiravam so­
bretudo da ferramenta de que se servem
os portuguezes e que lhes era inteira­
mente estranha, não usando elles de in­
strumento algum de ferro.
Insiste ainda o almirante em deixar
que durmam no meio d’elles aos dois
degradados e Diogo Dias,embora os índios
os recambiassem.
A’ noite volvem todos ás naus com a
le dia que tinham feito.
1..25—Depois de uma serie continuada
de encontros e combates, de que temos
dado conta, dispõem-se os hollande/es que
occupavam a cidade da Bahia a en-
tregal-a por capitulação. Para se tratar
do assumpto por nossa parte enviou
D. Fradique o governador Giovano
^ icenzo banfelice, que loi depois conde
de Bagriuo o, e o tenente de mestre de
campo Diogo Ruiz, ficando no nosso
ac inqiamemo os capitães hollandezes
Mansfeld e Quisl.
Coinrnandava a totalidade das fiirças
fiarnengas o coronel Joluui, Kijf, que
substituira ao governador Schötens. Fi­
caram de deliberar s ibre as condiçoes
da capitulição e de dar a solução no dia
seguinte {T'ide ess data).
](5(32—Annue o povo da capit mia da
Bahia em cuncorrer com a somma de
trezentos e . inte iinl cruzados para ajuda
do dote que devia ter a iníaiita de Por­
tugal P. Catliarina, que ia ciaar-secom
0 rei Caj’.os de Inglaterra.
 2Qi EPHEMERIDES NACIONAES

Accede” do ás insinuações regias e ao sessenta mil cruzades em beneficio das

parecer do governador do estado, o ge­ que mais necessitem de auxilio.
neral Francisco Barreto de Menezes, 1833—Com 0 raiar do dia l’ecomicça de
elegeu a camara, nobreza e povo da terr ', e agora por mais pontos, o bombar­
'iï Bahia seis dos mais consjdcuos cidadãos deio contra a fortaleza do mar, na Bahia,
par.i fazerem a coll.cta a que nos re!'e- tomando também [arte nelle a coiveta
rlmos e enviarem os 320,COO cruzados Regeneração e outros navios, que para
para ajuda do dote da princeza. esse fim se haviam a toda pressa apres-
1G79—O conde da Ilha do Principe, tado.
terceiro neto de Martim Affonso de Souza, Os presos insurgidos, senhores d’ella,
reivindica toda a antiga capitania de não esmorecem com isso e, como na ves-
S. Vicente e toma posse d’ella, por seu . pera, correspondem com um vivissimo
procurador o capitão-mõr Luiz Lopes de fogo contra a cidade. A’s onze horas corta
Carvalho, perante a camara de S. V i­ uma bala o mastro em que ^.lles tinham
cente, que fica sendo cabeça’ de toda a içado a sua bandeira tricolor; ao meio dia
capitania. içam no troço restante a bandeira na­
1711—Carta re'gia ordenando a prisão cional e na muralha uma branca : com
do paulista Bartholomeu Fernandes de isso cessa o fogo de parte a parte. Es­
Faria por ter ido á villa de Santos com peraram de terra que elles mandassem
gente armada e tirado violentamente alguém, mas esperaram debalde até á
do deposito de sal a quantidade que lhe noite (Vide a ephcm. de 29).
pareceu, pagando-a pelo preço legal, em 1836—Manuel dos Santos Martins Val-
razão do monopolio que então faziam lasques toma assento no senado como
d’este genero os contractadores que o representante da provincia da Bahia
forneciam. (Vide novembro 21 de 1862).
A alludida prisão só se effectuou dez 1838—Tomam assento no senado Fran­
annos depois. cisco de Souza Paraizo como represen­
1758— Chega á cidade do Rio de Ja­ tante da provincia da Bahia e Antonio
neiro, de volta da sua missão ao Uru­ Francisco de Paula e Hollanda Caval­
guay, Gomes Freire de Andrada, conde canti, depois visconde de Albuquerque,
de Bobadella, e continiia no seu governo como representante da de Pernambuco
d’esta capitania. A Historia Geral do (Vide as ephemerides de 12 de maio
B razil dá para este facto o anho de 1759; de 1843 e de 14 de abril de 1863).
o Catalogo, porém, dos Governoxlores do 1842 — Nasce o sr. D. Luiz Gastou
Rio de Janeiro, publicado no tomo II da d’Orléans, conde d’Eu, consorte da prin­
Rivista do Instituto, diz a tal respeito ceza imperial D. Izabel.
o seguinte: 1848—T >inam assvnto no senado, como
« Retirado da diligencia cm que se representantes ambos da provincia de
achava, chegou ' a esta cidade a 28 de Minas-Geraes, o sr. .\n'’onio Paulino
liiiii*V[-,j'''Y'-î abril de 1758. onde continuou a governar Limpo de Abreu, depois visconde <le
ate dezembro de 17C2. » Abaeté e presidente por muitos annos
18ü8—Toma posse do governo ecclesias- d’aquella casa do Parlamento, e José
tico da sua diocese o 8” ) ispo do Rio de Joaquim Fernandes Torres, escolhidos u
Janeiro D. José Caetano da Silva Coutinho 13 de nove.mbro do anho anterior.
(Vide 4 de novembro de 1805). O sr. de Abaeté é hoje (1881) o membro
1809 — São isentas de direitos as ma­ mais ántigo d’aquella cnrporacã.o^,<i'^^-^^_^
térias piimas empregadas nas fabricas 1868—Fallece o conselhèiro Clemente
íiacionaes, e é concedida uma loteria de Falcão de Souza, bacliarel em direito
 EPIIEMERIDES NACIONAES
civil, licenciado e doutor pela univer­
sidade de Paris, e lente da faculdade de
S, Paulô, onde exerceu o magistério .;té
17 de setembro de 1861, em que se jubilou
por moléstia.
Nascera em Per nambuco, na freguezia
do Bom Jardim, a 23 de novembro
de 1798 ; passou 38 annos da sua vida na
proviucia de S. Paulo.
1877—Desembarca na cidade do Pvio de
Janeir‘0, vindo do Rio Grande do Sul no
paquete nacional liio de Janeiro^ o gene­
ral Manuel Luiz Osorio, marquez do
Herval, que vem tomar assento no se­
nado como repi'esentante da sua pro-
vincia natal, o Rio Grande do Sul.
O denodado e illustre general é rece­
bido no meio das maiores demonstrações
de regozijo pela população da capital do
Império, que lhe pr’eparâra uma verda­
deira ovação, como manifestação do
grande apreço em que tinha os serviços
que o legendário cabo de guerra pre­
stara á patria na guerra do Paraguay.
As coroas do louro, poesias, discursos,
illuminações e outras demonstrações de
contentamento fleam reservadas para o
dia e noite seguintes. Quando o illustre
general entra para a carruagem que o
deve conduzir para a sua residência,
tiram os cavallos d’ella e pucliam-n’a á
mão até á praça da Constituição, onde
elle, fatigado por tantas emoções, pede
que odispensem das outras manifestações
que pudessem estar-liie reservadas, pois
precisava de repouso e não desejava
incommodar mais uma população inteira.
Os jornaes do dia seguinte, nomeada­
mente 0 Globo e a Gazeta de Xotieias,
vêm cheios das descripções da geral
ovação do que foi alvo o glorioso sol­
dado. em cujo semblante varonil, diz um
d'elles, se viam desenhados o seu caracter
franco e leal. ousado até á temeridade,
0 typo do \erdádeiro general, adorado
pelos seus soldados e temido pelo inimigo.
« Vinha radiante de contentamento a sua
bonita cabeça de velho heróe, encanecido
205
ao serviço da patria.» Todas as folhas
illustradas, que se publicam na còrte,
vieram cheias de desenhos allegoricos
ao glorioso rio-grandense, além de mui­
tos avulsos com o seu retrato, com es­
boços biographicos e com poesias, repas­
sadas de patriótica admiração pelos seus
heroicos feitos.
No ministério, que esteve depois á
testa da administração do Estado, con-
stituido a 5 de janeiro de 1878, occupou
0 general a pasta da guerra.
1878—Fallece o senador pela provincia
de S, Paulo, visconde de Caravellas,
conselheiro Carlos Carneiro de Campos,
escolhido a 21 de abril de 1857 (Vide as
ephemerides de 1 de novembro de 1805
e de 1 de maio de 1857).
ABRIL — 29
1500—E' uma quarta-feira. Neste dia
não vão os navegantes portnguezes á
terra, porque o capitão-mór gasta todo
0 tempo no navio dos mantimentos, a
despejal-o e a mandar para os demais da
frota 0 que podia cada um receber, afim
de ficar aquelle desembaraçado e poder
seguir de torna viagem para o reino
com a missão de levar a el-rei a nova do
feliz descobrimento. Só vai á terra o
capitão Sancho de Toar. Acodem ainda 'Â
á pi'aia cerca de 300 indios. Ainda d’esta
vez não consentiram que dormissem no
meio d’elles a Diogo Dias e os degradados
que 0 almirante deixara na vespera em
terra e que voltaram já noite para bordo,
levando corasigo diversas aves que lhes
elies deram de presente. Quando Sancho
de Toar voltou para as naus quizeram
muitos acompanlial-o; mas elle só levou
comsigo dons, que foram mui bem tra­
tados pelos seus hospedes, dando-se-lhes
de comer e preparando-se lhes camas
com Icnçoes. onde dormiram a noite.
1539—Nasce na cidade de Oiinda, em
Pcimambuco, Jorge de Albuquerque
Coelho, filho segundo de Duarte Coelho,
1° donatário d'aquella capitania, e de
 S' '
EPHEMERIDES NACIOXAES
sua mulher, D. B.ites de Albuquerqim.
Foi um pernambucano de grande valor
m
^1111
e nierecida nonieada, como se pdde vcr
jjelo que d’olle escreveram o sr. conse­
lheiro João Manuel Pereira da Silva nos
seus VAUÕES n,LUSTRES DO Brazil e o
sr. dr. Joaquim Manuel de Macedo no
sen A nno riograpiiico rrazil iro .
Jorge de Albuquerque achou-àe na ce­
lebre e desastrosa batalha da A lcaceu-
Q uibir, em Africa, ferila a 4 de agosto
de 1578 (Veja-se essa data). Com man­
dava nell.i uma columna de cavallaria,
■Hi'';.:" e no rnomento em que o joven rei D. Se­
bastião, tendo 0 cavallo atravessado por
uma bala inimiga, ia cahir em poder dos
infidis, Jorge de Albuquerque, grave­
mente ferido e coberto de sangue, dá o
seu cavallo ao rei e pouco depois cahe
prisioneiro dos sarracenos. e com elle
seu irmão Duarte. Escapou da morte,
ficando aleijado das pernas e obrigado a
andar de muletas. Captivo dos mouros
.;|;i f< por dous annos, íoi resgatado a peso de
■' ^
ouro, deixando sei»ultado na terra es­
trangeira seu pobi-e irmão, que í'..»ra
captivado como elle. Vivia ainda em
Lisboa em 1598; mas ignora-se a época
da sua morte (Vide a epiiemeride de 16
de maio de 1565).
Neste mesmo anno de 1-539 prin­
cipiou Pedro Gées da Silv ira a esta-
belecei--se na capit.inia da P araiiyba
DO Sul, que lhe doara D. João líl cm 28
de Janeiro de 1538; Eram trinta léguas
de costa, que iam ao norte a.é á foz do
rio Cabapuana (hoje Itabapoana), tendo
uma bahia, onde esti a ilha de D uarte
DE L emos. Na margem d'essa bahia exis­
tiram por muito tempo as ruinas de uma
povoação de casas fabricadas de pedi-as,
a de Santa Catiiarina das Mós, pro­
vavelmente.
1351—Carta de Pero de Gées para o
rei, escripta da Villa da Rainha.
O visconde de Porto Seguro extrahiu
cópia d'elhi da Torre do Tombo, e pu­
blicou-a na revista do Instituto Ilistorico,
tomo V pag. 443 (2* edição).
!557—Representa a c miara de S. V i­
cente ao governo da metropole, pedindo
que mandasse levantar dous engenhos
para nelles se moerem as cannas dos
visinhos.
1620 -Provisão de Felippe III de Hes-
paniia, ordenando que se desse ao con­
vento de Santo Antonio do Recife 1 pipa
de vinho, 2 arrobas de cera, 1 quarto de
azeite e outro de f irinha, pago tudo na
alfandega de Pernambuco. Esta graça
foi depois reduzida a dinheiro, recebendo
então os religiosos a quantia de 90g000.
1622—Passa Marti«! de Sá procuração
A ^■'ernão Vieira Tavares para que este
governe a capitania de S. Vicente durante
a sua ausência no Rio de Janeiro,
1625—Apresentam os hollandezes as
condições coin que entregavam a cidade
da Bahia (Vide as ephemcrides de 23
e de 30).
1662—Pedro de Mello, nomeado por
carta patente de 1 de junho de 1661
governador e capitão-general da capi­
tania do Rio de Janeiro, toma posse do
seu cargo, que exerce por quatro annos
e vinte dias, até 19 de maio de 1666, em
que 0 substitue D. Pedro de Mascarenhas
(Vide abril 11 de 1661).
Pedro de Mello foi o 31° governador
d’esta capitani i.
1677—Cliegam á cidade da Bahia de
S. Salvador quatro freir.is professas do
convento de Santa Clara d’Evora, em
Portugal, para tomarem conta do con­
vento da mesma ordem, que acabava de
ser edificado naquella capitania : assu­
miram logo a posse d’elle e deram começo
ao recebimento de noviç is. Dez annos
depois voltaram par.i o seu conven e
d’Evora, porque já então havia no da
Bahia dezéseis freiras professas do paiz.
1704 — I). Frei Fiaincisco de Lima,
4“ bispo de Pernambuco, fallece em
 EPHEMERIDES NACIONAES
Olinda em tão grande pobreza qne só llie
acham no espolio 40 réis em dinheiro !
Barbosa Machado faz mui particular
menção do seu grande talento oratorio,
do qual todavia a unica prova que nos
deixou foi 0 sermão pregado no funeral
do inquisidor geral D. Yerissiino de Len-
CHStre, e esse mesmo anonymo.
Foi este bispo o que assistira a Gre­
gorio de Mattos no seu ultimo valle.
A commissão de trabalhos históricos e
archeologicos do Instituto Arciieologico
Bernambucano achou em 1867 os restos
mortaes d’cste venerando prelado sotter-
rados sob as rui as do convento do
Carmo cm Olinda, onde fora sepultado.
Acliaram-se-lhe ainda o annel e a cruz
episcopal, raros fragmentos do caixão e
da sua pregar’a, e restos da tclla de
ouro dos paramentos.
Este prelado mostrara sempre muito
empenho e solicitude na catechese dos
indígenas. Fundara com esse fim trint t
missões e, para congregar os natnraes,
que andavam disi ersos pelos sertões,
percorrera mais de duzentas léguas,
soíVrendo nessas longas viagens toda a
sorte de iiicommodos c privações, como
a de dormir muitas noites no efião, na
cdade de 70 annos! A sua caridade não
coniprehendia só os indios: estendia“se a
todos os que precisavam de esmolas e
elle podia soccorrer, qu ndo tinha o
que dar.
17Õ5—Fallcce o coronel Lou.renço Mon­
teiro, membro do governo interino que
succedera na Baliia ao vice-rei conde de
Attouguia, que o deixár.i a 7 de agosto
de 17Õ4 (17de essa data).
1424— O capitão-mór Jo.sd Pereira Fil-
gueiras expõe, em ])lena sessão tia ca-
iiuua (la cidade dt Fortale a, cai>ital do
C ‘urá, us suas ('.ueixas contra o presi­
dente da provinda Pedro José da Costa
Barros, exigindo que eile seja deposto.
A oamara envia ao presidente uma de-
pifirição para alc mçar similhante fim,
e elle, cedendo ás instancias do commis-
sionado, resigna o poder jirotestando
contra a violencii que se lhe fazia. Foi
escolhido para o substituir Tristão de
Alencar Araripe. emquanto se convoca
uma junta, da qual deviam fazer parte
os conselheiros Tnandados eleger.
1827— Toma assento no senado, como
representante da iM'ovincii de Minas
Geraes, Manuel Ferreira da Camara Bit­
tencourt e Sá, escolhido pelo primeiro
imperador a 22 de janeiro do anno an­
terior (Vide 13 de dezembro de 1835).
1833 — « Eram já onze horas do di i,
e os presos insurgidos da fortaleza do
m ir, na provincia da Bahia, que no dia
anterior haviani içado uma bandeira
branca para cessar o combate entre elles
e ,qs forças do governo, não tinham man­
dado ninguém á terra, pelo que se deli-
Ijcrou a recomeçir de novo o bombar­
deamento, a que elles correspondem pela
mesma fórma do dia anterior. Mas não o
sustentaram [lor muito tempo, içando de
novo a bandeira parlamentar.
Aventurou-se então cm ir á fortaleza
0 tenen'e Franci;co Lopes Jequiriçá, a
quem os insurgentes se entregaram. Re­
uniu este oílicial os soldados do desta-
camentt-, tomou conta da praça e reco­
lheu Oi presos aos seus respectivos ca­
labouços.
Assim terminou esta lueta de quatro
dias, que teria sido provavelmente fu­
nesta, se os insurgidos lançassem fogo,
como alguns qu. riam lazer, ao' paiol
da i)olvora, onde' exi'^tiam 4,ÜÜ0 barris
dãdla.
1816 —Fallcce nesta data, segunclò In-
nocencio d i 8ilva. ó bai‘ão de iguarassú,
dr. Domingos Ribeiro dos Guimarães
Peixoto, qué o àuetor do ãnno Biojra-
phico dá corn , tendo, i'alleddo no> dia 24
(,Vide agosto lid o 1790).
Com eíTeito, no Mere ontil de 30 dá-se
noticia do íaliecimento do illu tre me­
dico, oceerrido na vespera. Foi sepultado
 EPÍÍEMERIDES NACIOXAES

no dia 30 na egreja da Ordem Terceira A proposito da ceremonia de beijar a

do Carmo. cruz, diz Roberto Southey na sua His­
toria no Dr .z i l :
ABRIL — 30
f*'-, »; KCabral julgára dever dar aos selvagens
'■A ;• 1500—(Quinta-feira).—Depois de terem um exemplo de respeito á cruz antes de
almoçado cedo, vão os’ portuguezes á a arvorar e deixar entre elles.»
terra para fazerem mais lenha e com­ Depois que os indios acudir.im em
?■
pletar a aguada, [a também o almirante maior numero, ajudam os portuguezes
a sahir, quando chega á sua nau Sancho a se jjroverem de lenha e agua, tão fa-
-f:|
J i.’’ ‘i:.
/ «..I, I ’.
de Toar com os seus dous hospedes indios. miliarisados já uns com os outros que
Cabral, que não tinha ainda almoçado pareciam amigos de muitos annos :
almoça com elles, que assentados em dansam aiegremente ao som de um tam-
cadeiras á moda dos seus hospedes, boril, tangido por um dos soldados da
comem com bastante appetite de tudo o armada, e estavam promptos todos a se
que se lhes piOe por diante; não bebem irem com elles para as naus; mas só
porém vinho. Acabado o almoço, met- vão dois, levados por Cabral, um por
tem-se todos em bateis e vão á terra. Simão de Miranda e outro por Ayres
Estavam nu praia apenas oito ou dez Gomes, os quaes são bem agasalhados,
■li ■ • indios j mas foram-se logo chegando tendo cama com colchões e lençoes e
outros muitos, de sorte que em pouco boa ração de carne.
'it
já alli estavam uns quatrocentos e cin- Antes de regressar á almiranta, entra
coenta.
Cabral com alguns companheiros um
Pedro Alvares Cabral, ao saltar em ' tanto pela terra, e vão ter a um grande
terra, vai direito á cruz que estava ribeiro, que parece ser o mesmo que
arrimada a uma arvore, ao pé do rio, vai desaguar na praia em que tinham
ajoelham-se elle e os que o acompanham, feito e ’estavam a fazer de novo aguada.
e beijam todos com reverencia o symbolo « Aly jouvemos hum pedaço, d=z o
da redempção do velho mundo e que ia pictorescoe minucioso historiador d’estes
também sel-o do novo. Acenam dep is primeiros dias da nossa patria,—bebendo,
aos dez ou doze indigenas. que estavam e folgindo aho longo dela (a praia) antre
então alli, que também a beijem, e elles ese arvoredo, que hee tanto, e tam tnho
assim 0 fazem, denotando com isso, no e tam basto, e de tantas pruinagens,
dizer de Caminha, q u e - ei-am gente boa, que lhe nom pode homeen dar comto.
de boa simplicidade, e que se imprimiría Haa antreles muytas palmas, de que
facilmente nelles qualquer cunho que se colhemos muytos, e boos palmitos, etc.»
lhes queira d a r... O Senhor deu-lhes, 1531—Depois de alguns contratempos
continua elle, bons corpos e bons rostos', de viagem Martim Allonso de Souza, que
como a bons homens. Não lavram, não sahira de novo da Bahia de Todos os
criam, nem ha com elles boi, vacca, nem Santos no dia 27, surge com a sua ar­
cabra, nem ovelha, nem gallinha, nem mada na bahia do Rio de Janeiro, onde
outra nenhuma alimária, que costumada salta em terra com a sua gente e ediíica
seja ao^viver dos homens: nem comem uma casa forte com cerca em roda; ahi -
sinão d’esseiuhame, de que ha ahi muito, repara as avarias que sotTrera e se refaz
e a semen e e fruetos que a terra e as de provisões. Manda quatro homens ao
arvores de si lançam: e com isso andam interior das terras, os quaes voltam dous
iiih Í taes, e tão rijos, e tão nedios, qu >ho mezi s depois, acompan nados do maioral
í H i ‘ non somonós tanto com quanto triqa e dos naturaes do paiz, a quem Martim
legumes comemos.^
Affonso enche de presentes, Depois dç
t;f

u\
 EPHEMERIDES NACIONAES
tres mezes completos de demora nesta
localidade, em que o capitão construiu
dous bergantins e se abasteceu do preciso
por um anno para os 400 homens que
trazia, levanta ferros e parte no dia 1
de agosto na derrota que seguia para
0 sul. A 12 (Vide essa data) cliega a
Canane'a.
1642—Erancisco de Souto Mayor, go­
vernador da capitania da Paraliyba (do
Norte), é de novo nomeado por D. João IV
para servir por tres .innos.
1662—Tendo Francisco de Seixas Pinto,
governador 'do Pará, obtido do povo,
por meios nmigaveis, que os jesuitas.
presos á bordo, como flcou dito na ephe-
meride de 16, desembarcassem e se
recolhessem a uma casa que elle lhes
destinára, em quanto n lo se faziam de
vela os navios que os deviam transportar
para 0 reino; os moradores da cidade
de Belém, desconfiando que se urdem
novos tramas para que elles permaneçam
ainda na capitania, obrigam-n’os a reem-
barcar tumultuariamcnte.
1710— Toma posse do governo da ca­
pitania do llio de Janeiro, como simples
governador, nomeado por carta patente
de 27 de novembro de 1709, Francisco de
Castro de Moraes, que foi o quinquagé­
simo terceiro dos governadores d ’esta
capitania. Quatro mezes depois da sua
posse deu-se a primeira invasão dos
't francezes na cidade do Rio de Janeiro,
'( capitaneados por Duclerc, oíliçial da
n marinha franceza, e de que trataremos
r: na epTiemeride de 5 de setembro, data
[. do seu desembarque na Guaratiba.
1717—D. João V confirma o posto de
ij tenente da fortaleza da barra do Recife
I' que 0 governador D, Lourenço de Almeida
([ havia conferido a Santo Antonio do
>0 convento da mesma cidade, o qual tinha
ir. até então a praça de soldado.
1765 —0 capitão-general e governador
de Pernambuco ordena ao capitão-mér
governador do Ceará, que era então o
tenente-coronel Antonio José Victorian©
269
Boi’ges da Fonseca, que faça recolher
á Villa de Montemór-novo os indios
Bayacús, dispersos pela ribeira do Chord,
ordenando que fosse preso quem oppu-
zesse estorvo a esta medida e o remet-
tessem para o Aracaty, afim de ser en­
viado d’ahi para Pernambuco.
Em consequência d’esta ordem, Borges
da Fonseca percorreu muitas vezes a
capitania, recolhendo os selvagens com
zelo infatigável e aldeiando-os. Mais de
4,000 homens deixaram as brenhas, em
que viviam. Para chegar a um resultado
completo, o capitão mór fazia ora resi­
dência em Arrondies, ora em Montemér
e ora cm Messojana.
1817—Parte do Recife o membro do
coverno renublicano Domingos José Mar-
tins, levando comsigo uma divisão para
auxiliar o exercito que estava na villa do
Cabo ás ordens do general Francisco de
Paula Cavalcanti. II ’ I
Parte egualmente da mesma cidade
para a villa de Iguarassú o capitão José
Mariano de Albuquerque, incumbido de
levantar forças contra Pau d’Alho, que
se tinha declarado em favor do governo
realista.
1823—Já mencionámos as graves dis­
sensões havidas em Pernambuco entre o
governo provisorio e o commandante
das armas Pedro da Silva Pedroso (Vide
as ephewerides de 22 e 23 de fevereiro).
Na presente data assume o dito com­
mando Joaquim José de Almeida, que
para esse fim fòra do Rio de Janeiro.
Este é também deposto e preso a 15 de
setembro e nesse mesmo dia são disti-
tuidos da presidência da junta gover­
nativa Afibnso de Albuquerque Mara­
nhão e de secretario o padre Marinho.
A tropa, que tinha ido de Pernambuco
para a Bahia no anno anterior, para au­
xiliar os patriotas na recuperação d’a-
quella cidade, regressa ao Recife a 12
de dezembro (1823) e no dia seguinte e
eleito Manuel de Carvalho Paes do An­
drade presidente temporário com um
 '5 ,!

21-0 EPHEMERIDES NACIONAES

(^nselho e o coronel Jose' de •Barros (ã ide H epliemerides ÚQ 21 de março de

de Lacei'di commandanto das 1863 e a de 18 de maio de 1862'.
armas.
1825—São fuzilados na cidade da For­
taleza, capi al üa província do Ceará, os 1503—AíTonso de Albuque.rque( deman­
reus politicos padre Gonçalo Ignacio de dando a índia, aporta em dias d’este mez
Albuquerque Vlovo^ o e coronel de ii i- a um ponto desconhecido do littoral do
licias João de Andrade Pessoa JTAnta, Brazil e ahi se refaz das avarias que
condemnados á pena ultima pela com- sotTrera na viagem.
mis.sao militar ein razão de terem to­ Neste anno (1503) Fernão de Noronha,
mado parte na revolução, a que adheri- mandado a exploi'ar a America, desco­
ram no anno anterior, da Confederação bre a ilha de S. João, <jUe hoje tem o
do Equador,proclamada em Pernambuco. seu nome. Diz-se que Amerigo Vespucci
Foram cinco os condemnados no Coará o acompanhara.
a pena capital pela aüudida commissão
militar: aos acima mencionados cumpre
aciescentar— Francisco Miguel Pereira 1619- Em dias d’este mez o capitão
Ibiapina, Luiz Ignacio de Azevedo e B’c- Jeronymo Bh’agosc de Albuquerque as­
liciano José da Silva Carapinima (Pe­ sume 0 governo da capitania do Pará.
lei ra da Silva, Historia da fundação do 1648—BYancisco Barreto de Menezes co­
Império, tomo 1% pag. 296). meça em dias de abril d’este anno o seu
governo da capitania de Pernambuco.
1838—0 brig.uleiro Bento Manuel Ri­
1739—Parte neste mez e anno para
beiro, chefe dos revoltosos do Rio Grande
Gpyaz 0 capitão general de S. Paulo
do Sul, bate no Rio Pardo o exercito
D. Luiz de Mascarenhas, com o seu se­
legal, commandado pelo marechal Sebas­
cretario Manuel Pedro de iMacedo e um
tião Barreto Pereira Pinto.
numeroso séquito, para ir erigir em villa
184o-—Instala-se no Riò de Janeiro o 0 arraial de Sant’Anna, ^on le chegou em
■.■l-V 'l' '
i I. Conservatorio Dramatico Brazileiro sob julho (Vide 25 de julho).
'■'it; ill a presidência do dr. Diogo Soares da 1757—José Henriques de Carvalho, ca-
Silva de Bivar. pitão-mér governador da capitania da
1854—Inauguração do trafego da Es­ Parahyba (do Norte) assume neste mez o
it ! trada de fnrro de iMauá, primeira que se excrcicio do seu cargo, que oceupa até
..I estabelece no Brazil. E’ por esse aus'- janeiro de 1761. Tinha o soldo de 400?,
picioso motivo nomeado barão de Mauá quando o seu antocessor tivera o de 1:600,8.
o sr. Irineu Evangelista de Souza, hoje Foi no seu .tempo de governo, em 1760,
vi.sconde do mesmo titulo, que a ideiou e que se deu a expulsão da capitania dos
levcvu a effeito. regulares da companhia de Jesus, em
1864 Ballece na residência episcopal virtude do alvará de 3 de setembro do
da Soledade, na capital de Pernambuco, anno anterior.
0 16° bispo d’aquella diocese I). João da 1822—Em dias d’este mez toma posse
Purificação JVÍarques Perdigão. do governo da capitania do Pará e Rio
i| lv Negro José Maria de Moura.
Este prelado nascera em Vianna do
1869—Inangura-se em dias d'este mez
Minho a 4 de outubro de 1/79 (Vide a
a linha telegraphica de Guaratuba a Pa­
ephcm. de 18 de outubro de 1829, 2°).
ranaguá. província do Paraná.
. 1868—Fallece em S. Paulo o 7° bispo 1876—Inaugura-se em dias d’esie mez
d’essadioct'scD. Sebastião Pinto do Re"o a linha telcgraphic.i de Santa Maria á

'li-

.1*,
Cachoeira, província do Rio Grande do
Sul, na extensão do k. 101.4:78.
— Idem a da Cruz Alta à Santa Maria
(na mesma província) com 128k. de ex­
tensão.
1878 —Idcm a de Itiúnas a S. Matlieus,
na província do Espirito Santo, com a
extensão de 38,610 k.
1879—Idem a do Piado a Alcobaça, na
provincia da Bahia.
ADDENDA
Abril — 1
1826—Osr. dr. J. M. de Ma cedo dá. no seu
Anno Biographico, como tendo começado
nesta data a publicação do Jurnai do
Commcrcio, e nós o repetimos, guiado
por tão auctorisado mestre. Verificando
todavia mais tarde o facto, reconliece-
mos que não era elle de todo o ponto
verdadeiro,
A Bibliotheca Nacional possuo o Spec-
tador Brasileiro, que foi por onde co­
meçou o Jornal do Commeroio', infeliz­
mente, para completa elucidação da
materia, só do n. CCXIX de 1 de Janeiro
de 1826, segunda-foir.i. ein diante. Si não
tínhamos podido por esse meio yeidflcar
quando se publicou o primeiro numero,
udemos assegurar-nos que não fóra a
de abril d’esse anno.
A indicação que tem o Spsciador Bra­
sileiro do logar de impressão, etc., é a
seguinte: « Rio de Janeiro. Na Impe­
rial Typographia de Plancher, impres­
sor-livreiro de Sua Magestade o Impe­
rador, rua do Ouvidor n. 95. »
Percorrendo os numeros que temos á
vista.verificámos quedo de 31 de março,
que é 0 CCLIII, passa a 3 de abril, que
é 0 CCLIV; no dia 1 d’es se mez e anno
não existe folha nenhuma do Spectador,
e muito menos do Jornal do Commercio,^
denominação que esta gazeta só teve do
1° de outubro de 1827 em diante, como
se vê do segundo, lypmerq^, a que já nos
referimos em outra parte d’este nosso
i.EiKO, Dinrio politico, literário, e com­
mercial. Contém uma declaração edito­
rial de que d'esse numero por diante
appa.recsrá todos os dias. E assim suc-
cedeu até 14 de setembro. De 15 de setem­
bro, porém, passou a publicar-se tres
vezes por semana, e do titulo mudou a
palavra Diário p ira Journal.
Por um annuncio de livros á venda,
inserto no Spectador db 22 de S'4embro,
se verifica que o Plancher. editor da
folha, era Vedro., e não Emilio. Pe Iro
Plancher se propunli i depois
Spectador de 22 de nove nbro) a publicar
um Alman ik dos Negociamtes. Nos úl­
timos números, em fim, a contar do de 4 de
dezembro, na indicação da typographia
e proprietário da folha, lê-se o qqe se
segue: . . . tgpographia de P. Plancher-
Seignot, impressor, etc.
A Bibliotheca Fluminense, a que
também recorremos, possne o Spectador
Brasileiro do n. XL, de 1 de outubro
de 1824, ao n. CXLIV, de 6 de dezembro
de 1826, e do Jornal do Commercio pro­
priamente dito, possue os volumes do
anno de 1828 (2° vol.), desde o n. 75,
de 2 de janeiro, em diante, mas não
tem 0 primeiro.
No nosso desejo do investigar a ver­
dade até os limites do possiveh dirigimo-
nos á illustrada redacção do proprio
Jornal, e tivemos alli entre as mãós o
1° volume d’este colosso da imprensa
sul americana. Pudemos assim ver bem
que 0 seu primeiro numero fora publi­
cado a 1 de outubro de 1827; pois no
livro que tínhamos á vista lia-se:
« 2' feira 1“ de Outnbro de 1827. 1“ n.
(vol. I). »
O sr. dr. Mello Moraes, na 3' serie do
seu Brasil IIistorico. do 9, fornece da-
 272 EPHEMERIDES NACÎONAËS
Ji'l ' do.s curiosos acerca dos primeiros dias
de existência e das phases por que de
principio j>assou o Jornal, dados que não
I « Havia muito despeito, muita des­
tivemos ensejo de aproveitar para esta
noticia.
Abril — 4
1832—Combate do Icó, na provincia
do Ceará, em que pereceram mais de
■I:' ; cem brazileiros, arrastados pelo fana­
tismo e pela ignorância á lucta civil.
•»•>'•I. '■ Nas communicações oííiciaes do major
im . Francisco Xavier Torres, commandante
^'f.;
geral das forças legaes, ao presidente da
provincia José Marianne de Albuquerque
Cavalcanti, nesta data e na de 7, tem-se
if-iv 0 historico de todo o oceorrido.
Pinto Madeira, que dispunha de très
mil homens, foi. depois de um combate
que aturou das 9 iioras da manhã até ás
2 da tarde, posto em debandada no
44. V.,
Icó, pela tropa de linba commandada
por Xavier Torres. Ficam no campo
•('../il, mais de cem mortos, cerca de duzentos
Í. t't ♦. 1
feridos e apenas quatro prisioneiros; do
lado legal morrem 22 homens na acção.
No dia 5 Madeira pernoita na Varzea
Alegre, distante da villa do Icó très lé­
é' -H guas, ainda com mais de 400 hómens,
^i<0 que foram perseguidos ate' ao Riacho
d’Areia, tomando-se-lhes vinte e tantas
rezes e cargas de farinha e arroz.
Tanto estes oilicios como a relação
nominal dos mortos e feridos das forças
■î do major .Xavier Torres, estão publi­
cados na Gazeta do Norte, orgão liberal,
da cidade da Fortaleza, de 5 de abril
de 1881.
7^. , Abril — S
1824— Procede-se na provincia do Ceará
ill'
Hl: rir ■
á eleição de conselheiros do governo.
para execução da lei de 20 de outubro
dc 1823.
Transcrevemos o artigo com que com-
:‘ S i ■
memorou este facto a Gazeta do Norte,
iii. '
bello jornal a que já nestas paginas nos
refeiirnos:
confiança com 0 imperador pelo acto da
dissolução da assembléa constituinte.
Tinlia-se dado mesmo um pronuncia­
mento em Quixeramobim, no sentido
republicano, entcndendO"‘se r.s camaras
mumeipaes do sul da provincia a res-
l^eito da mudança da fórma de g o ­
verno, que reputavam assumpto para
deliberar-se.
A camara do Crat^ consultou se devia
íazer-se a eleição, depois da violência
feita á constituinte que a decretara, e
mandou uma dejent ição á do Icó, pura
p''dir-lhe que a impedisse.
Não foi attendido este pedido, e, pro­
cedendo-se á eleição, o« emissários do
Crato protestaram.
Eram os symptomas da resistência que
conduziria ao patibulo. os tjrolegomenos
da republica do Equador. »
Abril — i o
1877-
u/~T om a assento no senado o sr.
conselheiro Manuel Francisco Corrêa,
como representante da provincia do Pa­
raná, escolhido a 14 de fevereiro do
mesmo anno.
Abril — 13
1877—Toma assento no senado, como
representante da provincia do Pará, o
sr. conselheiro Fausto Augusto de
Aguiar, escolhido a ^ - -de a g o s ^ do
mesmo anno.
Abril — i s
1788—D. Fernando José de Portugal,
marquez de Aguiar, nascèra em Portugal
a 4 de dezembro de 1752, e, além dos im­
portantes cargos que desempenhou no
Brazil, publicou no Rio de Janeiro, na
imprensa régia, em 1810, uma traducção
 EPHEMERIDES NACI0NAE3
em prosa do Ensaio sobre a critica de
Alexandre Pope. Essa traducção, enri­
quecida de nuineia sas annotações e com-
mentaiãos, ti’az o seu retrato. Fez
também, e foi posteriormente impressa
na mesma officina, uma traducção dos
Ensaios moraes do mesmo auctor in-
glez, com as notas de José Warton.
Âhril— 19
1879 — E' barbaramente assassinado,
proximo á pedreira situada entre a praia
da Saudade e o Hospício de Pedro íl, na
freguezia da Lagoa, o tenente de estado
maior bacharel Ignacio Lucas de Souza,
de 27 annos de edade, natural do Rio
Grande do Sul, que concluira uo anno
anterior o seu curso de engenharia na
Escola Militar da Praia Vermelha.
Até hoje (1881) não se poude descobrir
a causa d’esse crime e os que o com-
metterain.
Abril — 27
1750 — Tem o predicamento de paro-
chia a egreja de Nossa Senhora das Ne­
cessidades da ilha de Santa '.'atharina,
situada nologar denominado Praia Com­
prida. Teve esta povoação por largos
annos o nome de Santo Antonio. Como
freguezia foi seu primeiro vigario 0
padre Domingos Pereira Telles.
Abril — 30
1817 — Chega á villa, hoje cidade do
Crato, 0 padre José Martiniano de Alen­
car, então seminarista, como emissário
do governo republicano de Pernambuco,
que se iniciara a 6 de março (Vide essa
data). Part.ram Aleucare outro mancebo,
Miguel Joaciuim Oesar, para o centro do
Ceará, encarregados pelos chefes da re­
volução pernambucana d ■ propagar com
cautela as mesmas idéias pela provincia
natal. Alencar incumbira-se cspccial-
273
mente de procurar, pelas cabeceiras do
rio do Peixe, o Cariri, sua terra. No Crato
tinha elle o respectivo capitão-mór José
Pereira Filgueiras, seu padrinho, homen*
de poucas luzes, mas de uma força her
culea, de uma resolução a toda prova,
e que, por essas qualidades physicas,
gozava de grande popularidade entre os
habitantes dos Cariris Novos, Convinha
attrahil-o á causada republica: Filgueiras
prometteu afinal cooperar com a sua
neutralidade para a revolução (Veja-^e o
Esboço Ilistorico do Ceará'áo dr. Thé-
berge, parte 2 ').
Alencar, do batina e roquete, préga
no dia 3 de maio, depois da missa con­ -.1'
ventual, em favor da independencia e lê
as proclamações que trazia c um papel
escripto pelo magistrado José Luiz de
Mendonça, impresso nesse tempo, intitu­
lado, á franceza. Preciso dos successos, e
que, apezar dos seus intoleráveis vicios
de redacção, servia de manifesto á revo­
lução e causa impressão no auditorio,
arrancando-lhe bravos estrepitosos e ge-
raes,
No meio da grita de alegria arvora-se
a symbolica bandeira branca, e no dia 4
Alencar, seu irmão Tristão Gonçalves de I !l
Alencar Araripe, M da. Quintal. FYeitas
e outros muitos, a quem o novo Pedro :í •<
Eremita conseguira convencer, reunem-se
na casa da camara e alli proclamam a
republica.
i,b
MAIO—1
1.500 ( Sexta-feira)—Logo pela manhã
vão os portuguezes á terra levando a
sua bandeira, e desembai'cam na mar­
gem norte do rio, onde lhes parece seria
melhor local para plantar a cruz. Marca
0 proprio almirante o sitio em que devia
abrir-se a cova para esse fim, e em- 1]rí
quanto ficam abrindo-a, vai elle com os
sacerdotes, religiosos e mais gente da
sua comitiva ao ponto em que estava a
cruz c a trazem em procissão , entoando
hymnos mysticos apropriados ao acto.
18
lití ' ‘
if = ■

■'ISeri. ■' I

274 EP7IEMERIDES NACIONAES

Já alli se achavam cerca de oitenta ambos com a maior afabilidade, brin­

Índios, C|ue, quando vôm vir os portu- dando áquclle com uma camisa mourisca
guezes, vão collocar-se debaixo da cruz. e ao irmão com uma das outras.
para ajudarem a carrcgal-a. Passam o Com os dous degradados, que ficam
rio ao longo da praia e vão pol-a obra chorando no meio dos selvagens, ficam
de dous tiros de bésta ao sul do rio, no também dous grumetes que tinham du-
logar em que deve ella permanecer. Já rante a noite fugido das naus em um
então havia alli bem cento e cincoenta esquife.
ou mais Índios. Um do degradados aprendeu logo
Plantada a cruz, com as armas e di a lingua dos naturaes {os tupinin-
visas reaes portuguezas. que de antemão quins); serviu depois de interprete nos
lhe haviam pregado, arma-se ao pé primeiros portuguezes que alli aporta­
d'ella um altar, cm que canta missa o ram e voltou a Portugal mais tarde.

'll
7^ mesmo jíl^ e d io t h ^ frei Henrique, que já 1625—Os hollandezes. que se haviam
havia cíito a de 26 de abril, que fòra o apoderado da cidade da Bahia no dia 9
primeiro acto d'essa natureza que viram para 10 de maio do anno anterior, eva­

liiil os incultos e primitivos habitadores cuam-n’a, e as tropas portuguezas e hes-

il
d’estasregiões. Osindios assistem a ella, panholas occupam-n’a logo, fazendo tre­
em numero decincoenta asessenta, ajoe­ mular na torre da cathcdi'al a bandeira
lhando-se, levantando-se, pondo as mãos, real com as effigies da Conceição e Santa

Ip erguendo-as, com o maior recolhimento, Thereza.

exactamente como o viam fazer aos por- Os hollandezes embarcam em navios

■lirî
'I p i i ' ■ tuguezes. Terminada a missa, recebem para esse fim destinados pelo almirante
a communhão 0 almirante, todos os sa­ hespanhol D. Eradique de Toledo, com­
cerdotes, alguns dos capitães da armada mandante geral da armada que os obri­
e os dous degradados que tinham de gara a capitular e deixar a cidade. Antes
I.,V ■ ficar com os naturaes do paiz. porem de capitularem queimam os archi­
Depois, 0 celebrante despe as vestes ves da camara, da vedoria e dos cartó­
sacerdoíaes. conservando apenas a alva, rios públicos, que só a muito custo e
e sobe a uma cadeira, de onde préga depois de muitos annos se foram de novo
'i '.^si acerca do Evangelho e dos apostolos orgadisando com o auxilio das tradicçoes
S. Felippe e S, Thiago, que a egreja com­ oraes e de alguns estatutos, dos com
mémora neste dia; em seguida, assen­ que a principio se regia a republica.
» ta-se 0 pregador ao pé da cruz, toma 1638—Bombardeiam a cidade da Bahia
de umas cruzes de estanho que Nicolau as tropas hollandezas comraandadas por
A- Coelho trouxera de bordo, e lança uma, Maurício de I\assau. Apesar de aturar
atada a um fio, ao pescoço de cada indio, 0 fogo quasi todo o dia, apenas matam
fazendo-o primeiro beijal-a e levantar as seis homens.
i:|'‘ Í ^ mãos. Toda esta ceremonia se prolonga Para fazer face ao inimigo levantaram
até uma hora da tarde. Só uma mulher dous reduetos a mais de mil passos do
assiste a ella. Os portuguezes recolhem-se quartel de Santo Antonio, ponto ata­
1,7 I : ■' depois ás suas naus para jantar. O ca- cado ; foram encarregados da sua con-
pitão-mór leva comsigo um indio de cin­ strucção 0 mestre de campo Luiz Bar-
coenta annos de edade, que durante os balho e o capitão-mór D, Antonio Fe­
actos religiosos acima descriptos ajun­ lippe Camarão.
tava os outros Índios, mostrava-lhes a 1825 — O desembargador Manuel da
cruz e apontava depois para o céu; leva Cnnha de Azeredo Coutinho Souza Chi-
também a um irmão d’este e os trata a chorro, proclama o regimem absoluto
 em Taubate'; essa tentativa porém 1859—Toma assento na camara vita­
abortou. lícia o dr. Cândido Borges Monteiro, se­
1812— Decreto dissolvendo a camara nador pela província do Rio de Janeiro,
dos deputados, medida política empre­ escolhido a 21 de abril de 1857 (Vide a
gada pela primeira vez depois da Consti­ ephem. de 25 de agosto de 1872).
tuinte: convoca-se pelo mesmo decreto 1865 — Assigna-se em Buenos-Ayres
outra camara para 1 de novembro. um tratado offensivo e defensivo entre
1813— Casa-se no Rio de Janeiro a prin-
0 Brazil e as republicas Argentina e
ce/a D. Francisca, irmã do imperador, Oriental do Uruguaj', contra o governo
eom o príncipe de Joinville, filho de Luiz da do Paraguay, sendo plenipotenciário
Felippe, rei dos francezes. Esse acto do Brazil o sr. dr. Francisco Octaviano
realisa-se na capella do paço da Boa de Almeida Rosa, da republica Argen­
Vista (S. Christovão), tendo por teste­ tina D. Rufino de Elizalde e da do Uru­
munhas 0 visconde de Olinda e o barão guay D. Carlos de Castro.
de Monte Alegre. Foi celebrante o bispo 1867 — Decreto creando a medalha mi­
diocesano conde de Ira já e assiste á litar de B ravura , com o distico: Aos
cerimonia todo o ministério (Vide a 2* MAIS BRAVOS.
ephem. de 13 de maio de 1813). 1868 — Extenuado pelas moléstias e
1850—Fallece no Rio de Janeiro o no­ pelas fadigas e ferimentos da guerra, fal­
tável estadista Bernardo Pereira de Vas- lece no Rio de Janeiro o tenente-coronel
concellos, senador pela pi’ovincia de do 1° batalhão de infantaria Francisco
Minas Geraes. escolhido pelo regente Maria dos Guimarães Peixoto.
Araujo Lima a 29 de setembro de 1838 e Nascera a 12 de março de 1826 a bordo
que tomára assento na respectiva ca­ da nau Z>. Pedro I, em que iam para a
mara a 3 do mez seguinte (Vide a Bahia o 1° imperador e a imperatriz,
ephem. de 27 de agosto de 1795). a quem acompanhavam o pae e a mãe
Fòra ministro da fazenda no gabinete de Peixoto, o barão e baroneza de
16 de julho de 1831, 2° organisado depois Iguarassú. Baptisado a bordo, teve por
da abdicação do primeiro imperadoi’, padrinhos o imperador e a princeza
da justiça e interinamente do Império D. Maria da Gloria, depois rainha de
no de 19 de setembro de 1837, e de novo Portugal.
ministro dos negocios do Império no de Fez seus estudos de humanidades em
22 de julho de 1840, que só aturou 9 horas Franca, no real Collegio de S. Luiz.
e foi 0 ultimo da menoridade. Para não fallarmos sinão dos seus
1857— Toma assento no senado o dr.valiosos serviços como militar, e bravo
Carlos Carneiro de Campos, depois vis­ que era, nos últimos tempos da sua
conde de Caravellas, como representante vida, diremos que Guimarães Peixoto
da província de S, Paulo, escolhido a 21 atacou a 9 de dezembro de 1864, com o
de abril do mesmo anno (Vide a. ephem. contingente que commandava, a cidade
de 1 de novembro de 1805). dePaysandú, penetrando naquellapraça,
1858— Tomam assento no senado o sr.apezar de ferido, e nella permanecendo
conselheiro José Pedro Dias de Carvalho até á noite, em que teve ordem de se re­
e 0 conselheiro Francisco Diogo Pereira colher ao porto. Tendo soíTrido a am­
de Vnsconcellos como representantes putação do dedo médio da mão direita,
ambos da província de Minas-Geraes, isso não 0 impediu de continuar no com­
escolhidos a 4 de novembro de 1857 mando da sua íorça e de tomar parte no
(Vide, quanto ao 2% a ephem. de 3 de sitio posto áquella cidade, o qual durou
março de 1863). até que a 30 de dezembro chegou o ba-
 wI
tty
276 EPHBMERIDES NACIONAES
rão de S. Gabriel, entrando então Pei­
i f i | :/íí. xoto nos ataques de 31 de dezembro
I- 'i'-'
d’esse anno e de 1 e 2 de janeiro de 1865,
que deram em resultado a tomada da
praça. Assistiu á capitulação de Monte­
vidéu. Entrou no memorável combate >le
Riachuelo; na tomada da cidade de Cor-
iMl
fei’iji'i'
rientos, occupada pelos par.iguayos; no
combate das barrancas de Mercedes e
em varias utras acções, que os chro-
i nistas da guerra do Paraguay digna­
mente commemoraram, e onde estão
I registrados os seus gloriosos leitos em
Í- V-: mais de 3 annos de campanlia. Passara
por morto em 1866, tal era a gravidade
. : Ã1 !'í í- dos ferimentos que então recebera e das
moléstias que adquirira combatendo.
a A sua physionomia, diz um seu bio-
• ilh l. grapbo. íranca e rasgada, era a um
tempo insinuante e altiva, tendo o con­
'i '1 í dão de inspirar simultaneamente a sym-
pathia e o respeito.»
A patria perdeu nelle um bom e leal
soldado.
ItííV ' MAIO—2
1500 (sabbado'.— O capitão-mdr da ar­
mada portugueza, depois de ter despa­
chado um dos seus navios, ao mando do
capitão Gaspar de Lemos, para Lisboa,
l 'l ' mas velho i esfarrapado. O,jejum, e cili-
afim de levar ao rei D. Manuel a nova
do casual e feliz descobrimento, deixa
as costas brazileiras e prosegue na sua
interrompida derrota para a índia pelo
V* S
Cubo da Boa Esperança. Lemos leva
comsigo um dos selvagens, que provavel­
5 ./If)!':';; ' mente o acompanha por vontade.
I .:;Iv ;; A Nessa occa.<ião diz-se que apparecêra
aos navegantes urii cometa de immensa
cauda, que os capitães e pilotos da ar­
mada viram com terror, tomando-o por
pre.sagiode funesto acontecimento (Vide
a ephemeride de 12 de maio).
llVi’ 1575—Fallece na capitania do Espirito
1V Ííi-
Santo frei Pedro Palacios, fundador da
S KÍ' capella de Nossa Senhora da Penha, na
\'i toria (Vide a ephemeride de 18 de
I ' "i»/
Mí ' ‘A‘ ievereiro de 1609).
’<■ ;{
A 27 de julho de 1616 começou o pro­
cesso, que ainda não está terminado,
para a canonisação d’este piedoso varão
apostolico.
O padre .Jorge Cardoso, no seu Agio-
logio lusitano (Lisboa, 1666), tomo III,
dá a morte de frei Pedro como oceor-
rida na jiresente data. O artigo consa­
grado a este assumpto começa—d. Em o
Brazil, na Capitania do .'^piritu Sancto,
a prodigiosa morte de Fr. Pedro Pala­
cios, Frade leigo de penitente vida, &
sancta conuersação. que passou de Cas-
tella a Portugal em idade proueta. —
Pertencia á Custodia da Arrabida, em
que fôra incorporado á instancia da
rainha D. Caiharina, mediante os rogos
do dr, Paulo de Palacios, seu parente
mui chegado.
Frei Pedro passou ao Brazil com li­
cença dos seus prelados, depois de ter
servido no hospital real de Lisboa de
enfermeiro alguns annos, assistindo aos
doentes com grande amor e caridade.
K Sua viuenda, diz o auctor citado,
era na solitaria Ermida de N. Senhora ^
da Penha (hua das marauilhas do mj/(do,
si se ha de considerar o eminente sitio
em ciue está fundada). O habito que
uestia, não só era áspero, & grosseiro,
cio, competião nelle á porfla, sobre qual
se perpetuaria mais. »
Monsenhor Pizarro, á pag. 10 do tomo
2* das suas Memonas históricas, fal-o
fallecido em 1570, accrescentando: «con­
forme noticia do padre Anchieta». Cita,
porém, a era de 1575 no epitaphio da sua
sepultura.
A’cerca de frei Pedro Palacios e da
ermida que ediílcára lèa-se a Descripção
do convento da P en ha, desenvolvida
memória do coronel José Joaquim Ma­
chado de Oliveira publicada no tomo V,
n. 18, da llevista do Instituto Historico.
1707—Resolve-se cm camara a crea-
ção do collegio da companhia de Jesus
wa villa dc Paranaguá, sendo fundado-
 res 0 padre Antonio da Criiz, superioi,
e 0 padre Thomaz de Aquino, compa­
nheiro, para esse iinti enviados pelo pre-
posito geral o padre Angelo TainljOrini.
0 alvará regio, auctorisando a sua
fundação, só foi expedido a 25 de setem-
bio de 1738, e a inauguração do edifício
proprio, que nunca se concluiu, elíectuou-
sc a 21 de setembro de 1711.
Eni parte d’elle fuuccionu hoje (ISSl; a
alfandega de Paranaguá; a outia parte
cahiu em ruína,
1778 — D. frei Antonio de S. Jose',
bispo do Maranhão, é nomeado arce­
bispo da Baliia pela ramlia D. Maria I
(Vide as ephcme)-icles de 11 de abril de
1757 e de 11 de fevereiro de 1767).
1798—Institue-se o correio geral da
corte. Começou nessa data a funccionar
nas lojas da Camara dos Deputados,
onde está h< je(lSSl) estabelecida a Caixa
Eccnomica; passou depois para a casa
da rua Direita, hoje Primeiro de Março,
de onde fui tianslerido no dia 8 de
abril de 1878 para o novo edifício da
Praça do Commercio, na mesma rua,
onde de presente funcciona.
1808—Manifesto do jirincipe regente,
depois rei D. João YI, dirigido ás po­
tências europeas e ao mundo,expondo os
niotivos,queoobrigaram ase transportar
para o Brazil e a nelle fixar a se'de da
monorchia. Conclue declarando guerra a
Napuleão e aos francezes e permittindo
a todos cs seus súbditos de Portugal,
Brazile dominiosultramarinosrepeHil-(>s
por mar e por terra e fazer-lbes guerra.
1826—Decreto de D. Pedro 1 do Brazil
abdicando a ci rôa de Portugal em sua
filha D. Maria da Gloria. Já a 26 e 27
de abril passára o imperador dous ou­
tros, coíno rei de Portugal, confirmando
a regencia do" reino, creada por D.
João VI dias antes de morrer, e con­
cedendo uma amnistia geral para os
crimes politicos.
1831—A camara de Porto Alegre recebe
participação da abdicação do imperador
D. Pedro I e da nomeação da Regencia
provisoria.
1832—Toma assento no senado como
representante da província do Ceará o
padre José Martiniano de /Uencar. esco-
Ihido pela regencia permanente no dia
A'ide a ephemeriãe dc 15 de março ,
de I860).
1836—Fallece o senador pela provincia
de Goyaz marquez de Jacarépaguá, Fran­
cisco Olaria Gorcilho ^ clloso de Bar­
buda (P barão do Paty do Alferes e
1” visconde de Lorena), ISomcado a ,í 2
de janeiro de 1826, na organisação
inicial do senado, tomára assento na
respectiva (.‘amara a 4 de maio do men­
cionado anno.
1854— Entra ém Montevidéu a divisão
brazileira, c mmandada iielo general
Francisco Felix da Fonseca Pereira
Pinto, composta de cinco batalhões,
cinco regimentos e oito peças de arti­
lharia.
1855— Ilerculano Ferreira Pen na toma
assento no senado como representante
da provincia do Amazonas, escolhido a
19 de ahril de 1853 (Vide 27 de setembro
de 1867).
1866 — Batalha de Estero Bellaco
(Guerra do Faragiiay).
« M’este dia seis mil paraguayos, como
se sahissem por encanto do seio da terra,
sorprehendem os orientaes por volta do
meio dia, e lhes tomam os canlnões. Os
cavalleiros de Lopez tinham trazido na
garupa soldados de inlantaria, e (.sies.
huiçando-sc sobre as baterias, matando
e desbaratando os artilheiros, já iam
arrastando a toda a pressa os canhões,
quando o general Osorio acudiu com al-
gumaRropa; a confusão era horrível, a
derrota quasi completa. Osorio, porém',
rechassou o inimigo, retomou-lhe parte
dos canhões e obrigou-o a fugir cm de­
bandada para dentro da matta. »
Tal é a descripção que faz d esta acção
0 capitão Theodoro Fix, na sua H istoria
Guerra no P ara (.íuay. Entretanto
I'ir,
1': 278
EPHEMERIDES NACIONAES
î 'f e i ’ ncm sempre este historiador é imparcial
'r4
e nenhuma occasião perde de se nos
Í*. mostrar pouco aíTeiçoado.
1S68 Combate do Chaco, acima de
Humaytá (Guerra do Paraguay).
-im >^r 1870—Desembarca no Rio de Janeiro
f '" - uma divisão de voluntários da patria
feiMfV'!. que voltava do Paraguay coroada de
1'«,1ü',' louros, tendo á sua frente o dr. Francisco
V:'
t;t'
Pinheiro Guimarães, então coronel do
ejcercito, logo depois elevado a bri­
1;Í;' ■ gadeiro, um dos intrépidos batalha-
i, ■
Níh dores que foram com tanta abnegação
como heroísmo desaggravar os brios na-
cionaes (Vide 18 de abril).
O primeiro que de lá voltou com uma
iii hi: brigada foi 0 sr. brigadeiro FariaRocha;
entre ambos veio o coronelTiburciocom
um batalhão.
1876—Chegam da Europa no dia 1%
vindos no vapor H e n r i IV, os despojos
mortaes do dr. Aureliano Cândido Ta­
vares Bastos, notabilissimo publicista
biazileiro, natural da provincia das Ala­
goas, fallecido em Nice (França) a 3 de
dezembro de 1875. Têm elles no dia de
hoje um sahimento condigno com o in­
contestável mérito do morto.
Dos diários que deram noticia do impo­
nente ceremonial com que foram condu­
zidos ao cemiterio de 8. João Baptista
da Lagôa os preciosos restos mortaes do
chorado publicista nacional, merece par­
ticular menção o Glcbo de 2 e 3 de maio.
No do ])r.meiro d’esses dias commémora
o seu provecto redactor os serviços nre-
statíos pelo illustre morto á causa da
i/.i ■(
patira e da humanidade ; para elle remet-
temos o leitor.
Tavares Bastos nascera a 20 de abril
H
de 1839 e foi'mái'a-se cm sciencias so­
i f - ciaes e juridicas na faculdade d e / W y
A eja-se a noticia que lhe consagrou
Innocencio da Silva no Supplemento ao
seu Diccionario,
i877—Toma assento no senado o mar­
quez do Ilorval, como representante da
provincia do Rio Grande do Sul, esco-
Ihido a 11 de janeiro do mesmo anno
(Vide a ephernerid; de -1 de outubro de
1879).
MAIO — 3
1590 Testamento de João Ram alho,
feito em S. Paulo e no qual declara que
Unha noventa annos de assistência
nesta terra. Fòra Ramalho deixado por
André Gonçalves em S. Vicente a 22 ds
janeiro de 1502, como ficou dito nessa
data, vindo na primeira expedição man­
dada por D. Hanuel em 1501 para con­
tinuam descobrimento de Cabral?
\ eja-se 0 que disse a este respeito Aze­
vedo Marques nos seus A'gontamentos
na palavra João Pamalho.
1660—Nasce na cidade d,i Bahia Se­
bastião da Rocha Pitta, auctor da His-
iorií da America Portuguesa desde o
anno de 1500 do seu descobrimento
o.te 1 7 2 4 ] além de outras duas obras
de menos tomo e valor.
Rocha Pitta falleccu na terra do seu
nascimento a 2 de novembro de 1738,
oito annos depois da publicação da sua
Historia, da qual a Bibliotheca Nacional
do Rio de Janeiro possue um exemplar
da 1* edição (1730), hoje rara. Actual-
mente ha d ella mais duas edições, uma
feita em Portugal e outra feita na Bahia
pelo sr. barão llomern de Mello quando
presidiu áquella provincia.
1679—Assume o governo interino da
capitania do Rio Grande do Norte o
capitão Geraldo de Suni, nomeado por
patente de 3 de janeiro do governador
da Bahia Roque da Costa Barreto. Re­
tirou-se depois de licença para o reino,
deixando em seu logar. a Antonio da
Silva Barbos 1, nomeado pelo mesmo
governador geral. B.irbosa entrou no
exercício do cai'go em dias de setembro
de 1681 .
1710—D. Lourenço de Almada, 35“ go­
vernador geral do Estado e capitão
genei al da Bahia, toma posse do seu
cargo, que exerce até 11 de outubro do
 EPHEMERIDES NACIONAES

D. Maria II. Foram padrinhos seus avós

anno seguinte, em que, chamado a oc-
paternos D. João VI c D. Carlota .loa-
cupar a presidcncia da junta do Coin-
quina. OÍIiciou na ceremonia religiosa o
inercio em Lisboa, é rendido por Pedro
bispo diocesano D. José Caetano da bilva
de Yasconcellos e Souza.
Fora D. Loureiiço quern prendei'a a 'Coutinho.
A 3 de maio de 1826 D. iMaria, na
Sebastião de Castro Caldas, governador
edade de 7 annos, sobe ao throno de
do Pernambuco, que i'ugira d’aquella
Portugal por voluntária abdicação de
capitania em consequência do tumulto
seu pae D. Pedro IV. ex-imperador do
dos mascates.
Brazil, que ficou sendo seu tutor e re­
17qi_Toma posse do governo da sua
gente do reino em sua menoridade.
diocese o 5° bispo do Rio de Janeiio
Começou a governar em 1831, por morte
D. frei João da Cruz, que se charaára
no seculo D. Joao Salgado de Castilho. de D. Pedro.
1821—0 batalhão de infantaria e arti­
Nascôra em Lisboa a 28 de dezembro
lharia da eapital do Rio Grande do Sul,
de 1694 0 era irmão de D. frei Luiz de
que se sublevara no dia 26 de abril
Santa Thereza, 7“ bispo de Pernambuco.
(Vide essa data), segue embarcado de
D. frei João da Cruz vestira em 1713
Porto-Alegre para ser dividido em des­
0 habito dos Carmelitas Descalços, pro­
tacamentos polo Rio Grande e íronteira,
fessando este instituto no anno seguinte.
para não dar causa a novos levantes.
Sendo apresentado para a sede flumi­
Esta medida, posta em pratica pelo te­
nense a 11 de fevmreiro de 1739 pelo rei
nente-general Manuel Marques de bouza,
D. João V, e confirmado ' pelo S. Padre
presidente do governo interino, resta­
Clemente XII, recebeu a sagração na
belece a tranquillidade e confiança pu­
patriai'chal de Lisboa a 5 de fevereiro
de 1741 (Vide essa data), conjunctamente blica.
Os soldados sublevados eram chama­
•com 0 arcebispo de Braga 1). José de
dos chimangos, para se distinguirem dos
Bragança e o 8“ primaz da Bahia D. José
Botelho de Mattos. Tomando conta do Voluntários, que também tinham exer-
seu bispado na data de hoje, só a 9 do cicio de artilharia, sendo aliás de caval-
mesmo mez é que fez nelle a sua entrada la ri».
Ig23—Abertura solemne da assembléa
do ritual.
Resignando mais tarde o seu cargo constituinte pelo imperador D. Pedro I.
A 12 de novembro é dissolvida e são
110 Brazil, foi em janeiro de 1750 nomeado
bispo de Miranda em Portugal, e alli deportados no dia 20 os irmãos Andradas
íaPeceu de um ataque de apoplexia a (Vide 17 de abril).
29 de outubro de 1753. Polo que d’elle 1824_Proclamação do presidente da
dizem monsenhor Pizarro nas suas Me B.diia dr. Francisco Vicente Vianna, por
oceasiãode se jurar na capital da pro­
rnorias históricas e o auctor do Roteiro
dos hispadys, não gosou este prelado, vinda a constituição outorgada pelo
primeiro imperador e jurada na capital
tanto no Brazil como em Portugal, das
boas graças das suas ovelhas, dando do Império a 25 de março.
A proclamação é uma longa apologia
razões fundadas para isso.
— Chega á Bahia o seu 8° arcebispo do pacto fundamental que se ia então
D. José Botelho de Mattos (Vide a epho- adoptar na provinda.
1830 — Devia rebentar em Campinas
meride de 22 de novembro de 1767).
1819—Baptisa-se na cidade do PJo de neste dia uma insurreição, de que eram
cabeças dous pretos liberto-, que açu-
Janeiro a priuoeza do Grão Pará, depois
lavam a escravatura, especialmente das
rainha de Portugal, sob o nome de
J

2S0
EPHEMEIIIDES NACIONAES

fazendas do dr. José da Costa Carvalho

sobre medicina e acção dos remedios
e coronel Francisco Ignacio de Souza
f. indigenas. Era muito inclinado á con-
Qudroz. O juiz de paz supplente, que
strucção de obras, e applicava á agri­
então servia, capitão Francisco de Paula
cultura a pratica—esclarecida de conhe­
Camargo, poude descobrir a tempo o
cimentos não vulgares (Dr. Mattoso
trama e evitar os seus desastrosos eífei- Maia), »
tos. Era officio de 13 o vice-presidente
da provincia, que então exercia o cargo, Acerca dos importantes serviços por
S • elle prestados á localidade do seu nasci-
E. Manuel Joaquim Gonç Jves de Au­
tá ';» ! di ade (bispo diocesano), communicou o menio e residência, de que participaram
occorido ao ministério e as providencias o municipio e a cidade de Campos, e á
que tomara. humanidade, vejam-se no Almanach
Jflit
1861 - Fallece na su ■fazenda de Quis- Liemm ert para 1865 os extractos do
r'M
*' discurso necrologico que consagrara o
1.-' samã 0 primeiro visconde de A aru una
José Carneiro da Silva, cora qna.si 76 sr. dr. Luiz de Queiroz Mattoso Maia á
annos de uma vida cbei.i de .serviros á memória do illustre visconde, com quem
humanidade, á religião e á patri i, v.;- convivèra como medico algum tempo.
nerado por sua numerosa íamilia, da Entre os trabalhos devidos á sua
qual fora o p.itriarcha e a que inspirara penna, divulgados pela imprensa, so-
os mais puros principios e dera os mais biesahem a sua curio.sa e hoje rarissima
bellos exemplos de amor ao trabalho, de —Memória topographica e histórica sobre
união e de honradez. os Campos dos Coltacazes,—dedicada a
íilh o legitimo do capitão Manuel Car­ D. Joao \ í e publicada na Impressão
neiro da Silva e de D. Anna Franclsca Regia, em 18l9, e a-M em oria sobre a
cie Velasco, nasceu o visconde de Ara- abertura de um novo canal para faciL-
1'uama na freguezia de Nos.sa S nliora tar a communicação entre a Cidade de
do Desterro de Quissamã, termo de Ma- Campos, e a Vilia de S. João de Macahé—,
cahé, provincia do Rio de Janeiro, a publicada ein 1836 na Typographia de
21 de maio de HSS. Orphão de pae ainda J. Villeneuve & C.
no berço, deveu aos cuidados e desvelos De ambas possue a Bibliotheca Na­
de sua virtuosa mae os germes das cional do Rio de Janeiro um precioso ■
virtudes oivicas e privadas que o a<lor- exemplar.
.ií.'1'íír^ naiam, e ao douio vigário José Antoliio
U MAIO— 1
de Souza, q„e teve por mestre, o que
soube de instrucção jmimaria. fr.mcez 1617 — Curta régia declarando que o
latim e historia, que de tanto lhe valeu’ Estado do Ma.’'auhão e Pará será consi­
.M depois no decurso d,, vida. O mais que derado como parte do Brazil, pura o fim
le/e.ou de conhecimentos nos vários de para e!le se mandarem degradados.
ramos do humano s.iber doveu-o a es-
1Ò6!—Nasce ern Santos o padre Gaspar
tuuos de gabinete e á sua feliz inuéli-
Gonçalves de Araujo, notável paulista,
gencia, que de tudo se as.senhoreava e que f Ileceu no Rio de Janeiro a 25 de
sabia tirar partido. Bom litterat", l>om outubro (ie 17.51. Jaz na capella dos
ldiiloso)dio, modesto cultivador das nui Terceiros do Carmo. Foi bacharel em leis
sus. tmha pela historia particulai pela universidade de Coirnbrà, vig irio
uilecçao. ^
de .Santos e provisor do vigário geral do
(Ia naíu- bispado da Bahia.
leza, deieitava-se no estudo da astrono­
De suas virtudes e qualidades pessoaes
mia e da physica, e tinha ampla.s noções
fallou com louvor monsenhor Pizarro, no
 EPHEMEPJDES NACIONAES

6» vo!., fls. 105, das suas Memórias Felisberto Caldcir i Brant Pontes, esco-
hislO)icas. Diido a 22 de janeiro (Vide junho 13 de
Varnhagen fez o seu elogio no tomo Y, 1812).
— Tomam assento na mesma casa do
n. 19, da revista do Instituto.
parlamento o visconde, depois marquez
17(31—Decreto isentando o cafci de di­ de Caravellas, José Joaquim C.irneiro
reitos nas conquistas ultramarinas. Essa
de Campos, como representante di pro­
planta, introduzida no Pará e Maranhão, vincia da Bahia; como representante da
havia-se propagado notavelmente. mesma provincia o visconde, depois mar­
17SÍ—O governador do Rio Grande do quez de Nazareth; como representante
Sul, •''ebaitião Xavier da Veiga Cabral da mesma provincia o baião, depois vis­
da Gamara, manda á camara da ca >ital conde de Cayrú, José da Silva Lisboa;
uma instrucção ácerca da planta da e como representante da mesma provincia
urumbeba e cultivo da cochonilha, Francisco Cãrneiio de Campos.
1808—Alvará creando o logar de juiz — Tomam assento no senado como
conservador da nação ingleza. representantes da provincia do Ceará.
1S13—E’ distituido das suas funcçoes, e João Carlos Augusto de Oyenhausen
remettido preso para a cidade da Bahia, Grevenburg, visconde, depois marque/,
o ouvidor da capitania do Piauhy Luiz de Aracaty, cuja cadeira foi declarada
José de Oliv ira, depois barão de Monte vaga por ter elle sahido do Império sem
Santo,que fciileceu em ál de março de 1851 licença (Vido 19 de maio de 1831); da
presidente do senado. mesma provincia do Ceará, João Antonio
Rodrigues de Carvalho ; do Espirito-
1816— Nasce em Olinda o sr. conse­
lheiro Joaquim de Saldanha 5Iariidio, Santo, B’rancisco dos Santos Pinto; de
que. logo depois dc se formar em scicncias Goyaz. o barão do Paty do Alferes, de­
sociaes e jurídicas na Faculdade da sua pois visconde de Lorena e ulteriormente
marquez de Jacarépagua : de Matto-
cidade patal. ílx i reside.mia no Ceará,
Grosso, 0 visconde, depois marquez da
de onde é oriunda toda a. sua familia;
Praia Grande; de Minas-Geraes. o vis­
•por isso todos 0 tôm por natural d’aquella
conde, depois marquez de Baependy ; o
provincia.
visçpnde, depois ip;^rq.upz, do Fanado ;
De ha muitos annos por hn reside na Seoa.stíão Luiz Tinoco daSilva; o barão,
cidade do Rio de Janeiro. depois rn.irquez de "Valença; Jacintho
1817— K’ fuzilado na cidade do Recife,Furtado de. Mendonça, e João Evange­ ■.ov«
por ordem do governo republicano, u ii lista de B’aria Lobato ; do Pará, José
sarg' iito, commandante da guarda da Joaquim Nabucu de Araujo, depois barão
Barreta, por facilitar a sahida dos des- de Itapoã; de Pernambuco, o visconde,
conteires o corresponder-se com os do depois marquez de ínhambupe de Cima; I I
bloqueio do porto. José Carlos Mayriuk tia bilva Ferrão;
1881— A camaiaí, municipal de Qr.ixe- Bento Barroso Pereira ; Jose Ignacio
I‘
ramohim. na provincia do Co ira, rcjvita Borges c José Joaquim de Carvalho; do
0 projecto d e , constituição dado pelo Rio de .laneiro, o visconde, depots mar­
imperador, e que lhe f a-a enviado, ;)or quez de Maricá ; O visconde. de|>ois
liie parecer emanado de um poder in­ marquez de Santo .Amaro; e .losé Cae­
competente. tano Ferreira de Aguiar ; de S. Paulo,
1S26—Toma .'.ssento no senado, como o conde^/ depois marquez de S. João da
rciiresontante da provincia das Alagoas, P.ilma; JoSé Feliciano B’ernandes Pi­
o visconde, depois marquezdeBarbacena, nheiro, depois visconde de S. Leopoldo;
 4 282
e p h e m h r id e s
e de Sergipe, Josi Teixeira da Matta
, l h 'i Eacellar.
1835—Abre-se a primeira sessão da pri­
meira legislatura da assembléa pro­
vincial do Piauhy.
1S39—Toiiia assento no renado Gaetano
Mana Lopes Gama, depois visconde
de Maranguape. como representante da
'W m l piovincia do Kio de Janeiro, escolhido
i 'p f 3 > a PJ de abril pelo regente Araujo Lima
{Vide 21 de junho de 1864).
1844—Tomam assento no senado: Joa­
W '^ 7 quim Jose Rodi-igues Torres, depois vis­
■-f>i'>» 1,';;; conde de Itaborah}’, pela província do
Rm de Janeiro: José Cesario de Miranda
Ribeiro, depois visconde de Uberaba^
pela de S. Paulo ; e José da Costa Car­
(■f'^-‘-■*';j<- '.• valho, depois marquez de Monte Alegre,
pela de Sergipe. ° ’
•H ' ■
,U iwii ‘ #' “ Maio — 5
E ,i/ '
lob3—Ch.vg im a Iperoig, povoação dos
'* ' K/it tamoyos, Nobrega o Anchieta, segundo
i escreve em uma Je suas cartas {Ânnaes
1 ■
'
da BibliothcoÁ. 2^acional, vol. II. ]>ag. 81 j
0 pj opi .0 Anchieta, :> no dia seg’uinte,
que fu e de sã Juan ^xrne nortam la-
unam, vieram os indígenas tratar pazes
com elles.
1395-0 pirata ingiez James Lançaste:
que havia 34 dias se uposs;íra do Recile
(Vide 30 de novembro de 1591 c 31 do !
março .{je 1595), acossado pelas forras
í/^Mírganisadas era Olinda, retira se na pre­
sente data, levando.iniuimeros despojos
e tendo perdido em uma emboscada que o seu successor.
»1’ , I se lhe armou, perto de cem dos seus mer­
m ■ cenários e elitre elles ao seu vice-almi-
runte Larker.
te i
A armada de Lancaster, de onze na­
vios, chegou á Inglaterra em dias de
julho.
Iti-:
1631—Parte de Lisboa uma armada
co.nduzindo socccrros para o Brazil coutra
•. I os holl.indezes.
D’essa esquadra, composta de 20 navios
enü'0 grandes e pequenos, dos quaos
Cjuinzc liespanliées c cinco poituguezes, de 30 de abril.
n a c io n a e s
vinha como general-chefe D, Antonio
ds Oquendo, tendo por almirante D. Fran­
cisco de Vallecilla, Vinha nelia o conde
do Bagnuolo feito mestre de campo de
uin terço napolitano de 300 homens e
por governador de toda a mais gente
que vinha na armada. Também trazia
ella, como passageiro, Duarte de Albu-
q u e r q u e , d e Pernambuco,
irmão dô general 'Mathias de Albu-
querque.
1662 — Carta régia auctorisando os
paulistas aloaide-rndr Jacintho Moreira
Cabral, Martim Garcia Lumbriae Manuel
bernanJes de Abreu, a levantarem uma
oííicina de fabricar ferro em Arafoyab^i.
K
Â
Leste anno Bartholomeu Bueno da
iSilva, 0 Anhanguera, atravessa á frente
de numerosa bandeira o sul de Goyaz e
vai até ao Araguaya, em cujas margens
encontra o valente paulista Antonio
Pires de Campos, pae, que voltava de
descobri!• o Cuyabá. Das explorações de
ambos data o descobrimento dos sertões
de Cuyabá e Goyaz.
1749 — O capitão general Luiz José
Corrêa de Sà^overuador de Pernambuco,
ooraeça o exercicio do seu cargo, em
que se conserva até 12 de fevereiro
de 1755, segundo Abreu e Lima, ou 16
de levereiro de 1753, dia em que, como
se lô cm Varnhagen, assume o governo
1786—0 marechal dc c .mpo José Ray-
mundo Chicliorro da Gama Lobo toma
posse do governo interino da capitania
de S. Paulo, e foi o 13' governador nu
respectiva serie.
Esta data nos é ministrada pelo Al-
manach para a província de S. Paulo
cm 1873. Todavia Varnhagen indic i a
de abril, sem designar o dia. Abreu e
Lima apenas se refero ao anno e Azevedo
Marques deu nos seus Apontamentos a
 e p h e m b r id e s n a c io n a e s

lí^;jS_^Creaçào da Real Acidemia dos do mesmo anno de 1848, na vaga deixada

_i;uai‘das-niarirdia na corte do Rio de pelo fallecimcnto do visconde de S. Leo­
Janeiro, sendo destinadas as hospedari is poldo.
do mosteiro de S. Bento par.i a sua 1851—São apresentados bispos—An­
accommodação. tonio Joaquim de Mello para a diocese
Esta academia teve estatutos com data de S. Paulo, e Feliciano José Tíodrigues
ÍV de 9 de março de 1832, foi reunida á Prates para a do Rio Grande do Sul (Vide
academia militar por decreto de 19 de as ephemeríües de 18 de fevere.ro de 1861-
dezembro do mesmo anno, separada- de e de 3 de julho de 1853).
novo por decreto de 22 de outubro de 1833 1881—Fallece o tenente/w ou y^ refor-
e estabelecida a bordo de um navio de mado José Maria Pinto'P eixoto, que
guerra pela resolução de 31 de janeiro figurara nas lutas da independencia ein
Minas Geraes e fôra o pacificador de
i;e 1839.
—Dccreío dispondo que a legião Ouro Preto em 1833 (Vide 3 de abril).
de tropas ligeiras de S. Paulo marche 1833—Toma a.ssento no senado como
para o Rio Grande do Sul, com o íim de representante da provincia de Matto
prevenir qualquer desembarque que na- Gro.sso 0 conselheiro José Maria daSilva
quelle continente ou no Rio da Prata Paranhos. ulteriormente visconde do Rio
possam tentar os fi-ancc.es. Branco, escolhido a 28 de no.-embro do
182-1—Fallece em S. Paulo o -1“ bispo anno anterior (Vide março 13 dc 1819).
d’essa diocese D. Matheus de Abreu Pe- ISSO—Nascido a 14 de junho de 1801
reira {V. 19 de março de 1793'. em Copenhague, em cuja universidade
1323—Toma assento no senado Lou- tomou 0 grau de baciiarel em kttrais em
i’enço Rodrigues de Andrade como re­ ISIS e cm 1831 recebeu a de dopitor em
presentante da i>rovincia de aanta C i- philosophia pela de Kiel, no ducado de
tliarina, escolhido a 22 de janeiro de 1823. ifolstein, tendo para isso escripto um
18:11 _ Movimento militar em Per­ tratado sobre uma ave do Brazil, aqui
nambuco. fallece na Lagoa Santa na presente data
Saiundo as tropas dos seus quartéis 0 dr. Pedro Guilherme Lund.
do Recife para Olinda, d’alli voltam para Em 1 8 ^ viera o dr. Lund para este
deporem o coronel Lamenha do com- paiz e residira no Rio de Janeiro, em cujos
m .ndo das armas. Esta sediçao trouxe arredores fez explorações scieatilicas.
como consequeucia a que se dea depois Habitou depois o Itaipú, onde tez'grandes
a 11 de set mibro ( E/dc essa data)'. collecções liotanicas e ictbyologicas, e
1837—Pallece o dr. José .5oaquim de de 1834 em diante residira em Minas.
Carvalho (medico), senador pola pi'o- A 7 de abril {de 1831) visit .ram o im­
vincia de Pernambuco, escolhido a 22 perador e a imperatriz a casa em que
do janeiro d i 1823 e que a 4 de maio to- fallecera o sabio naturalista dinamarquez.
már.i posse da sua cadeira no senado. A Bibliotheca Nacional conta na sua ma­
181(3_q^oma assento no senado como gnifica secção de estampa um bello re­
rt'presentanto da provincia do Rio Grande trato do dr.
110 Norte Paulo José de Mello cie Azevedo MAIO — 6
Brito, cscolhi lo a lõ de setembro dó
anuo anterior (Vide setembro 25 de 1343). 1341—Passa João Maurício deNassiu
l^ipy _ Iilein com ) representante da o governo do Brazil liollandflz, isto é,
província de Paulo o sr. baivio de ilo torritori i que oceupavam no Brazil,
Üouz-i (.jueirjz, E i m u c í s c o Antonio de ao oupremo Conselho do Recife, com ­
tSouza Queiroz, escolhido a 13 do janeiro posto dos conselheiros politicos,,]Iamel,
 1<1
-7^

EPHEMERIDES NACIONAES

van Bollesti'ate e Pedro Bas,qiie pai’a esse Indo á Florença, em uma dc suas
/ . ✓ reuniram nas salas das sessões excunsões pela peninsula italiana, alli
/ governamental em fez imprimir o seguinte livro:
r presentes todos os altos funceionarios, Sonatas de craoo, compostas por Lu­
cominandantes militares e clérigos (Vide dovico Justino de IHstoga, Florença 1732,
a ephemei'ide de 11).
in 4*, com uma dedicatória ao infante
1652—Eleiçcão do pernambucano frei D. Antonio.
Paulo de Santa Catharina pai*a pro­
SloSummario da Bibliotheca TAisitina,
vincial da prnvincia reformada de Santo tomo II. vem lembrado o seu nome cora
Ant'nio, cujo instituto professára em
a seguinte obra, além da supramen­
Lisboa a 19 dc fevereiro de 1652. cionada:
'« v^: ■Î Este notavel religioso, que no seculo Git'0 do mundo, composto por Gi~
se chamara 1). Paulo de Moura e era meiti. Ms.
terceiro avò do grande estadista marquez 1736—Installa-se no Rio de Janeiro, no
de Pombal (Vide o Anno Biographico,
palacio dos governadores, hoje paço im­
vol. I), falleceu no convento da sua
perial, a A cademia dos F elizes. Com­
religião em Lisboa a 3 de fevereiro
punha-se de trinta socios e tinha por
de 1693. Compuzera
emblema Hercules afugemando com a
Sermão dan Chagas de Christo, pre­ sua clava o ocio, e a seguinte divisa: —
gado no mosteiro de Lorvão em 23 de
Ignavia fuganda et fugienda. Esta aca ­
outubro de 1661,- q u e corre impresso em
demia durou muito pouco tempo.
Coimbra no anno seguinte e no de 1671,
Foi um des seus mais notáveis mem­
de que Innoceneio da Silva não tratou é
bros o dr. Matheus Saraiva, physico-mõr
que vemos mencionado no tomo III da
do presidio do Rio de Janeiro, medico
Bibliotheca Lusitana.
do senado da camara e physico-mõr da
Jaboatão^, no %c\x Noeo Orbe S lafico capitinia. D’elie nos restam, no insti­
(Lisboa, 1761), dá o anno de 1617 como
tuto Historico e na secção dos manu-
o da eleição de frei Paulo para custodio
scriptos da Bibliotheca Nacional da cõrte.
da sua ordem no Brazil. Essa dat i vem
algumas memórias, «interessantes pelo
errada, por visivel inadvertência, no
issumpto, diz um juiz competente, mas
Anno Biographico.
de tal modo desconnexas e desordenadas
D. Paulo de Moura professára ao en­
que mais parecera os primeiros traços e
viuvar de sua mulher e prima D. Brites
simples boquejos de um tr.ibalho que
^ello, deixando do sou consorcio uma
tinha ainda de coordenar-se do que um
íi ha. de quem continúa a sua descen­ trabalho completo.»
dência.
Î'S!. 1801 — Prende o capitão general de
1681—Nasce em S. Sebastião^^raaílV
S. Paulo Antonio Manuel de Mello Castro
I). írei João de Seixas da Ponsrtpji
Fonseca, íllhé
Mendonça ao vereador João Gomes
de Francisco de Seixas da Fonseca e
Guimarães, por contrariar na camara ao
Mana da llocha Fiúza, A’ estiu o habito
dito governador e promover uma repre­
benedictino a 16 de julho de 1713.
sentação contra a providencia dadaácerca
Estindo em Roma. captáru a bene-
do contracto do sal. Sem forma alguma
volencia de Clemente XIII, que o íez
de processo foi Guimarães retido na
b:spo de Aredpoli no consistorio de 28
cadeia até 15 de dezembro, sendo então
de setembro de 1733. sendo como tal
solto por uma portaria do governador,
sagrado na egreja de Santo Antonio dos
em que declarava que o tinha por suf-
1 oitugue/.es peio cardeal Giovani An­
licientemente castigado.
tonio Guadagni, sobrinho do pontiíiçe.
Havendo fallecido a 12 de dezem-
A A
 EPHEMERIDES NACIONAES

bro (le 1815 o govern .dor da Paraliyba posteriormente visconde de Jequiti­

Antonio Gaetano Pereira, organisou se na nhonha ; e pela do Espirito-Santo o con­
provinci'i uin triumvirato pela lei de 12 selheiro dr. José Martins da Cruz Jobim,
de dezembro de 1770e com ofugisse urn do nome idos a 1 do mesmo mez e anno.
sens membros, proclamaram o systema 1852— Toma assento no senado Angelo
democrático, banindo o monarchico, qua­ Carlos Muniz, como representante da
tro outros que avocaram a si o governo ; provincia do Maranhao (Vide setembro 4
d’esses, tres foram executados em Per­ de 1863).
nambuco com dois oííiciaes militates, ISGl— Succumbe a um grave incom- ^
Esse triumvirato aturara até 12 de março modo de urinas, no paço de S. Christovão, i
de 1817: a revolução declarou-se no onde residia, o bispo titular de Chryso- j J
dia 13. Na presente data, dominado pela polis, D. frei Pedro de Santa M arianna/^
contra-revoluçao este estado de cousas, mestre de m thcmatica do actual impe­
elege-sc novo triumvirato, que governou rador.
a provincia até 11 de junho do mesmo D. frei Pedro nascera cm Pernambuco
anno de 1817. No dia seguinte assumiu a 30 de dezembro de 1782 ; entrara ; ara j
a publica administração Tliomaz de Souza a ordem carmelitana a 7 do fevereiro de
Mafra, que foi o ultimo governador que 1799; em 1805 p issúra-se a Lisboa, onde
teve a Parahyb t. recebeu ordens sacras por mãos de frei
182G—O primeiro imperador abre em Miguel, bispo Paulopotino; ap?rteiçoou-se
pessoa a primeira assembléa legislativa depois nos estudos de mathematiea, pai’a
do Brazil, convocada desde 1824. que tinha decidida vedação e em que se
1329—Pallece na cidade do Rio de tornou exímio, professando-a de 1812 a
Janeiro, de onde era natural, o illustre 1833 na cadeira do 2° anno da Escola
franciscano frei Francisco de S. Carlos, Militar da corte, hoje Escola Polytech-
um dos mais facundos oradores sagrados nica, então creada pelo conde de Li­
do seu tempo e da sua ordem: a sereia nhares’.
do púlpito appellidaram-n o os contem­ Nomeado bispo de Chrysópo.is cm 6
porâneos dos seus triumphos oratorios. de maio de 1841, foi como tal sagrado no
Era não vulgar poeta, do que deixou mesmo anno. Era csmoler-mór do Im­
padrão no poema sacro .A A ssumpção da pério e 0 papa Pio IX fizera-o conde Pa­
Y irgem, que é um dos monumentos da latino e assistente ao solio pontifício.
litteratura nacional. Jaz no convento de O seu cadave»’, competentemente em­
Santo Antonio, a que pertencia. Nascera bais imado, foi conduzido para a egreja*
a 13 de agosto de 1763: outros o dizem da Lapa do Desterro, da sua ordem, onde
jaz. O imperador, que excepcionalmente
nascido a 10.
1844_Toma assento no senado o con­ acompanhou o enterramento do seu
selheiro Manuel Antonio Galvão, como venerando mestre e amigo, como ultima
representante da provincia da Bahia, demonstração de estima pel i sua pessoa,
escolhido a 22 de fevereiro (Vide março e libertou o escravo que o servira na sua
derradeira enfermidade, vai todos os an-
21 de 1850).
1851—Tomam posse das suas cadeiras nos nesta data ouvir missa por sua alma
no senado; como representantes da pro­ no templo em que o veneraiido bispo
vincia da Bahia Francisco Gonçalves repousa.
4373_Inaugura-se a linha telegr.iphica
Martins, depois barão e mais tarde vis­
de Itapemirim, na provincia do Espirito-
conde de y, liOurenço, Manuel Vieira
Tosta, depois visconde de Muritiba, e Santo, a Itabapoan i, na do Rio de Ja­
Fvancisco Gè Acayaba de Montezuma, neiro, na extensão de 37,138 kilometros»
 286 7 ^
ÈPHEMERIDES NACÍONAES

MAIO — 7
Barbosa Pimentel e vereador mais velho
1614— Em consequência da morte do Pedro da Cosia.
governador Luiz Barballio Bezerra, toma A esta junta succedeu. em 17 de
posse do governo da capitania do Rio outubro do mesmo anuo de 1778 {Vide
! 'P '!
de Janeiro Francisco de Souto-Maior. essa data), Luiz da Cunha e Menezes,

lí que foi 0 décimo nono na ordem chro- que entrára em Villa Boa poucas horas
nologica exerceu o cargo por dez antes, sem que o esperassem. Cunha Me­
mezes e vinte dias, por ter ido para nezes foi depois capitão general da Bahia.
Angola a fundar um presidio em Qui- l'-_26 — Tomam assento no senado o
combo. depois que os hollandezes se I barao. depois visconde de Alcantara.

Ip apoderaram da cidade de Loanda. Lá •oao Ignacio da Cunha, como represen­

fallcceu em maio de 1646, tendo derro­ tante da província do Maranhão, e Luiz
tado muitas vezes a rainha Ginga, con­ José de Oliveira/posteriormonte b-irão ^ U
I .?: Sf; federada com os hollandezes. de Monte 8anto, como representante da ^ ^
ÍJlí; ;,í. do Piauhy, escolhidos ambos a 22 de
Succcdera-Ihe no governo do Rio de
janeiro (A^de fevereiro 14 de 1334 e março
Janeiro Duarte CorrAa Vasqueanes a27de 21 de 1851).
i fu '■) março de 1645 {Vide essa data).
—Do lado direito da egreja de S. Fran­
1 '2.7—Convoca o governador de S, Paulo cisco de Paula, na corte, no logar em que
fí* i Rodrigo Cesar de Menezes, em sua resi­ estiveram antigamente as catacumbas
dência, os oíílciaes da camara, o ouvidor da Ordem, projectou esta erguer um
e mais pessoas gradas da localidade, para ediílcio para collegio, onde fossem gra-
se tratar do melhor modo de se fazer a tuitamente educados os filhos dos irmãos
cobrança do quinto do ouro e de outras desfavorecidos da fortuna e tivessem ao
matérias relativas ao serviço publico. mesmo tempo abrigo, sustento e ves­
')'l ;^ Entre outras deliberações assentou-se '^m tuário. O irmão ex-secretario Antonio
que fic isse incumbido da cobrança Lou- José Ribeiro d i Cunha foi o que teve
,i'' renço Leme da Silva, paulista, p ir ser a idea da fundação de tão pio e util
potervado e ter a necessária intelligencia estabelecimento: apresentando-a em meza
e actividade.
em sessão da pre.sente data. foi ella logo
1778-Tcrmina o seu governo na ca­ unanimemente approvada e na sessão de
pitania de Goyaz José de Almeida Vas- meza conjuncta de 18 de março do anno
conccllos Soveiral de Carvalho, que foi seguinte. Não foi porém posta em exe­
depois barao de Mossàmedes e ulterior- cução, por se achar então a Ordem sobre­
'i h
monte visconde da Lapa, que começara carregada com a obra do hospital, que
a exercel-o a 25 de julho de 1772, se­ a meza de 181.3 deliberára fundar, sob
gundo Varnhagen, Outros dão
porém proposta do irmão secretario Antonio
o dia 26 para este facto, entre esf.es Alves da Silva Pinto, e cujas port is-só
|:f; í Abreu e Lima e o marechal Cunha Mattos puderam abrir-se a 21 de dezembro
{este ultimo na sua Chorographia histó­ de 1820; mas as obras só ficaram con­
rica da.promncia de Goyas). cluídas trinta e cinco annos depois de

tfii? encetadas e. por coincidência, era então

•'ll
Tendo de se retirar para Lisboa com
corrector da Ordem o dr. Antonio Alves
licença, passou o governo da capitania

I; a uma junta compost:q segundo o alvará

de 12 de dezembro de 1770, do ouvidor
Antomo .José Cabral de Almeida, tenente
da Silva Pinto, filho do auctor da pro­
posta para. a sua fundação.
A idéa do Collegio de S. Francisco de
P au’ a não morreu de todo. Logo que ;
coronel de cavallaria auxiliar João Pinto
ella se apresentou o bispo D. José Cae- \
 EPIIEMERIDES NACIONAES

tano (leu um conto do reis para a sna no senado a 22 do mesmo mez e anno.
rcaiisação e concorreu annualmente com Nascera a 27 de dezembro de 1812, em
para esse liiu GiuQuauto viveu. Ema S. Paulo de Loanda. quando sçu pae. o
subscripção aberta em lSi6 para o mesmo conselheiro Eusebio de Queiroz Coutinho
íim produziu lS:4i3S93'b com que se com­ da Silva, alli servia o logar de ouvidor
geral da comarca. Veio para o Puo de
praram apólices com nquellc dest no. A
meza administrativa do anno seguintO Janeiro aos 3 anuos de cdade.
Eusebio Camara foi o primeiro estu­
juntou-lhe mais 9 apólices e ha cerca de
dante que se habilitou p.ara se matricular
20 ar,nos havia já 10L apólices de conto
no curso juridico de Olinda, onde obteve
de réis, 4 de 6008 e 4 de 4008, pertencen­
prêmios em competência com homens já
tes ao patrimônio do collegio. Deve ter
feitos e, entre elles, o futuro bispo co. de
esta quanti i dupheado, pelo menos, e é
de esperar que mais cedo ou m lis tarde de Irajá, então já sacerdot'.
O leitor que deseje seguir os primeiros
se dô principio de'execuçao a uma idéa
passos da carreira publica do notabilís­
tãophilantropica.
simo estadista, não tem mais do que
1827—Toma assento no senado Pedro
abrir 0 1“ tomo da Galleria dos brasi­
José da Costa Barros como representante
leiros illusireSy onde terá ao mesmo
da provincia do Ceará, escolhido e 22 de
janeiro do anno anterior (\ ide a e'plis- tempo 0 seu retrato.
Estadista de verdadeiro quilate, poli­
meride de 20 de outubro de 1839).
tico de tempera forte e de crenças en­
1S30 — Por sentença d’esta data, pro-
raizadas, chefe incontestado do partido
ferida pelo dr.^«^^Martiniano da Rocha
ciue uma vez abraçara, orador e jiarla-
Bastos, ouvidor da villa do Crato, na
mentar como os melhores, o conselheiro
provincia do Ceará, sáo despronunciados *, II
Euzebio deixa na historia política nacio­
os membros do partido chamado da 6o-
nal um nome que nunca se apagará.
lumna, que haviam sido processados por
Os seus talentos como homem de estado
ordem do presidente da provincia, em
revehirara-se quando exerceu o cargo de
virtude de boatos att^n-ulores que sobre
chefe de policia da côrte, desenvolvendo
suas intenções se haviam espalhado.
1853 — Tomam posse das suas cadeiras um zelo, uma actividade, uma perspi­
cácia e energia que ficaram registrados
no senado como represent .ntes da pro­
vincia do Piauhy o conselheiro Joaquim ■ na memória publica.
Como ministro da justiça, em 1852,
Francisco Vianna, da de S. Paulo o dr.
teve no parlamento ensejo de reivindi­
José Antonio Pimenta Bueno, depois
car para o Brazil a espontaneidade dos
marquez de S. Vicente, e da do Mara­
actos que prepararam e consummaram a
nhão Jeron3’ mo José de \ iveiros.
cessação completa do trafico africano :
1856 Fallccc na cidade do Rio de Ja­
o discurso que então pronunciou é um
neiro 0 conselheiro José Cesario de Mi­
monumento de eloquência e de lógica,
randa Ribeiro, visconde de Uberaba,
que honra o orgulho nacional; é ao
senador pela provincia de S. Paulo, es­
mesmo passo o reflexo de um grande co­
colhido a 22 de fevereiro de 1844. A 4 de
ração e de um espirito privilegiado.
maio d’esse mesmo anno tomára assento
1878—Inauguração da linha telegra-
no senado.
phica de Cangussú a Pelotas, provincia
1868—Fallece na côrte o conselheiro
do Rio Grande do Sul, na extensão de
de estado Euzebio de Queiroz Coutinho
Mattoso da Gamara, senador pela pro­ 60.992 kilometros.
1880-0 duque de Caxias, Luiz Alves
vincia do Rio de Janeiro, escolhido a 17
de, Lima e Silva, fallece na sua fazenda
de maio de 1851 e que tomára assento
 28S EPIIJ:JMEPJDES NACIONAES

l}'- : de Santa Monica, provincia do Rio de gloria merecida, a modéstia das repu­
Janeiro. No dia S, depois do meio dia, 6
tações incontestáveis... Subiu a qu-m-o
Oseii ooi'])o condnzido á mão para a esta­ pódc aspirar um c dadào dent:o du.s ;n-
ção do Desengano, e trazido eni um
stituiçõe.-’, mas nao c|ue o o.igi.sse ou
Avagon-salão da estrada de ferro D. Pe­ solIicitas.se ao menos. Subiu, porque a
dro II para a cùrte. onde foi conduzido á
sua immensa gloria o impeilia para cim.i,
sua residência, á rua do Conde de Bom- porque, pai-a lhe negarem uma pos-ção,
iim n. 18. Vinha vestido com o grande seria preciso nad i menos do que s.ui)-
uniforme de mareclial de exercito, tendo pi.mir toda. a histoiia da monarchia
apenas sobre o peito as medalhas do mé­ brazileira, feita em gr.inde ])arte pela
rito militar e da guerra do Paragit ly.
sua lealdade beroica. Não conhecemos
Como 0 finado dispensara em testamento cm no.ssa historia mais nobre exemjdo
todas as honras a que, pela lei, lhe da­
dedesintere.sse {Gaveta de Noticia.s de 9)».
vam direito os altos cargos que desempe-
b.ste elogio, expressão genuina da
nliára, não se utilisaram do cocheque ser­ vmidade cjue se deve aos mortos, tem
vira para o enterro dos principes e que,
tanto mais valor quanto é tr,-içado por
com mais dous outros de es ado, a mor­
pera que não commun_-a nas ideas po­
domia da casa imi)erial juizera á disposi­
líticas de que foi estreiuio represen­
ção da famili i do grande cidadão, como tante 0 nobre duque.
derradeira liomenagem aos seus constan­
« Quem foi C ixias, ou antes, f|uem é.
tes e eminentes serviços ácausa publica.
pois homens taes nao perecem, não o
« Durante a sua longa vida teve urna
diremos nó-s todos o sabem. Embora
unica divisa — a legalidade, — e por
bafejado no berço peia aura dos serviços
ella bateu-se durante 21 annos, suílo-
dos seus maiores, lutou elle muito n i
cando todas as rebelliões. Poi ainda uor
vida, lutou e venceu, o pelo seu proprio
ella que, durante o ireriodo revolucioná­
esforço foi subindo sempre até onde é
rio da nossa historia, a sombra da sua.
dado subir em uma monarchia. Já o
espada estendeu-se das margens do Ita-
Estado não tinha mais honras para dar-
pirú ás lagoas d . Rio Grande do Sul.
lhe, nem elle maií^p-ira ambicionar ; mas
como a vangu irda victoriosa do throno.
ernquanto teve alento não desertou do
Não 0 moviam instinc:os sanguinários, serviço da patria. Já o tardo passo lhe
nem vdnganças mesqui.nhas. Sempre que
(le.scainbava para o tumulo quando, do
podia amnistiar deixava de combater, e
dev ci fazendo forças, açoitou o gov'erno
se ás v'ezes a sua espada feriu fundo no
que 0 Imperador na sua ausência lhe
seio das provincias, é que elle não achara
quiz deixar confiado.
outro meio para fazertriumphar a ordem.
Da sua honra immaculada, da sua leal­
General, esquecia as paixões de política
dade de soldado, nunca ninguém ousou
e confraternisava com os seus adversa-
duvidar; do seu valor pessoal, da sua
lios no campo-da batalha, sem lhes re­
capacidade como general, alguns. A
gatear- oceasião de galgarem posições
esses Caxias impoz silencio quando, já
honrosas. Amava a equidade e a justiça
no declínio da vala, alquebrado de
0 as destribuia as mãos clieias desde o
annos, de moléstias, das fadigas de
mais alto até ao inflmo grau da hierar-
chia militar. tantas cam]ianhas, á voz da patria.
correu aos campos do Paraguay. Alli,
O rigor da disciplina nao o impedii
ensinando ao exercito alliado, que esta­
de ser magnanimo. Algunms vezes pre­
cara diante de Hnmaytá, o modo de
feriu ser aceusado a proferir a menor
contornar e render a formidável .'orta-
censura... Tinha a longanimidade da
ieza, e conduzindo-o depois, por meio de
fr-i:;-
EPHEMERÍDES NAC1ÜNAES
mais de uni uiovimento, tãüluibil conio
ousado, ató doutro da capital inimiga,
mais uma vez provou que era general;
arrojando-se á frente dos seus por sobro
a ponte de Itororó, por debaixo das balas
da artilharia e espingardaria, mais uma
vez provou que era valente como os
que mais o são, quando ao general c
licito arriscar na propria pessoa a sorte
da batalha.
Muito se fallou da boa estrella de Ca­
xias; teve-a sem duvida, mas altas qua­
lidades ennobrecia o seu caracter,
grande foi o seu talento militar, havia
nelle como que o genio das batalhas.
Caxias pertence hoje á historia, onde
deixa o seu nome ligado a todos os
grandes successes da nossa ainda curta
vida de nação. A sua biographia nunca
será esciipta com tanta eloquência como
nas singelas paginas da sua tão longa
como honrosa fé de oííicio (Jornal cio
Commercio de 9).»
O seü cadaver, que recommendára em
testamento não fosse embalsamado, íoi
ás 9 1/2 da manhã do dia 9 trasladado,
com um nunca visto acompanhamento,
da sua residcncia pai’a o derradeiro ja­
zigo, no cemitério de S. Francisco uc
Paula, onde repousarão ao lado do da
duqueza, sua mulher (D. Anna do Lorcto
Carneiro Vianna de Lima), que desde 23
de março de 1874 o precedera no tumulo.
Seu ultimo desejo foi que seis soldados
0 conduzissem á sepultura, sem pompa
alguma, nem honras, apenas como mem­
bro da irmandade da Cruz dos Militares,
c assim se fez.
Como senador, fòra escolhido a 1 de
setembro de 1815 para representar no
parlamento a provincia do Rio Grande
do Sul, de que fòra o pacificador, e to-
mára assento no senado a l l de maio do
anno seguinte (Vide agosto 25 de 1803),
MAIO—8
1553— Parte de Lisbôa a terceira expe­ cioli, Abreu e Lima e o sr. J. de \as-
dição de missionários da Companhia de concellos dão errado, e o visconde de
289
Jesus, que vinhão pregar o Evangelho
aos selvagens do Brazil. Faziaparted’essa
expedição o celebre José de Anchieta, e
aleind’elle corapunha-se de Luiz da Gran,
Braz Lourenço, Ambrosio Pires, Gregorio
Serrão, João Gonçalves e Antonio Blasques
(castelhano). Miiha na armada que os
trazia D. Duarte da Costa, 2° governador
do Brazil.
Na primeira expedição d’esse genero,
que partira para 0 Brazil era 1549, tinha,
vindo 0 afamado jesuita Manuel da
Nobrega; a segunda viera em 1550. A em
que embarcára Anchieta chegou á Bahia
a 13 de Julho do mesmo anno de 1553.
Esse AuosTOLo DO Novo Mundo, designa­
ção que com toda a justiça lhe ficou
c:ibendo, tinha então 19 annos de edade
(Vide a cphem. de 9 de Junho de 1597).
1624—Avistam-se da Bahia as vellas
dos hollandezes que vinham á conquista
d’aquclla cidade. Desde logo manda o
governador, Diogo de Mendonça Furtado,
tocar a rebate e distribue a gente de que
dispunha como lhe pareceu conveniente
á defeza.
O bispo, D. Marcos Teixeira, apresen­
ta-se á tarde com uma companhia de
ccclesiasticos armados e, percorrendo as
estancias, a todos cxhortava para a resis­
tência (Vide as ephem. dc 10 de maio
de 1624 e de 1 de maio de 1625).
Com mandava a expedição invasora o
experimentado Jacob V illekcns, tendo
por immediato a Piet Heyn, devendo
encarregar-se das forças de desem-
baroue o coronel Joao \an Dort, como
teremos oceasião de referir mais desen-
volvidamente (Vide dezembro 21 de 1623).
■■ 1571 __ Succede a Alexandre de Souza
Freire no governo geral do Estado do
Brazil, e toma posse d’esse cargo na ci­
dade da Bahia, o seu vigésimo sexto go­
vernador 0 capitão-general Aüonso Fur­
tado de Castro do Rio de Mendonça,
visconde de Barbacena, cujo nome Ac-
10
 r??*

290 EPHEMERIDES NACIONAES

Porto Seguro e Azevedo Marques incom­ a sua entrada publica na diocese em uma
pleto. das outavas do Espirito Santo.
Este governador morreu a 26 de no­ Do genio impetuoso e an-ebatado. sus-
vembro de 1675, de desgosto, segundo citarain-sc entre o prelado e o ouvidor
diz Accioli em suas Memórias, por ter Matheus Dias da Costa séidas desaven­
mandado a Portugal seu filho .loão Fur­ ças, que deram em resultado deixar o
tado de Mendonça com a nova do des­ bispo a sua diocese, embarcando cm
cobrimento de minas de prata, diversas julho de 1700 jiai-a Lisboa, onde, mal
das que descobrira Roberio Dias, sem recebido do rei. forarn condemnadas á
maiores inIormaçGes da sua jazida, fal- revelia as suas controvérsias e abandono
lecendo nesse meio tempo o des obridor do bispado pelo Deseml>argo do P; ço.
d’ellas e não tendo sido oossivol. apesar Retirando sb o prelado pt.ira uma quinta,
de todas as diligencias que para esse fim nas visiiihanças de Setúbal, alli expirou
se fizeram, atinar mais com ellas, achan­ não se salie quando.
do-se apenas ametlij-stas roxas e topá­
Do genio do prelado e das questões
zios. em vez de prata. No livro de rc
em que se excedera, ha riuticia no pro-
gistro das cartas d’este e de outros go­
prio archivo episc.ipal e em Berredo
vernadores geraes do Estado do lirazil,
{Annacs do Estado do Maranhã , li­
que se conserva no Ribliothcca Publica vra 19.'.
da corte, verifica-se que o visconde de

;íí Barbacena fallecei'a de erysipela e re­ 1705— Nasce na cidade do Rio de .Ja­
tenção de urinas, pelo que fora sangrado neiro Antonio ,Josd da Silva, cognomi­
oito vezes (Yeja-sc o catai .ooo de mss. nado o .JuDEi;, uma das mais afamadas
NOS A nxaes da Bibliotheca Nacional, victimas do terrivcl e barbaro tribunal
publicados em 1878 c 1879, vol. V, co ­ do Santo Officio.
dice 54). Educado em I.isboa por seu jiac, que
Ilf 1691—D. frei Timothcodo Sacramento, era advogado, Antonio Josd recebeu aos
da ordem dos Eremitas do S. Paulo da 21 annos de cdade o grau de bacharel
Sena d’Ossa, nomeado primeiramente em direito canonico pela universidade
para o Ijispado de S. Thomc, foi depois de Coimbra. Poucos annos depois, em
transferido para o Maranhão, em 1691, 1726, começou a ser per.scguido pela In­
reinando D. Pedro II e cingindo a thiara quisição, que d’esta vez o soltou apoz
Innocencio XII. PMi o segundo bispo que dous mezes de tratos c martyrios. Com-
tçve a diocese. A piãncipio, por falleci- pnz então, nos lazeres do seu 1 djor de
mento de 1). Gregorio dos Anjos, fóra advogado, fabulas, poesias facetas e bur­
eleito frei Francisco de Lima, «religioso lescas. e comedias, que foram muito
carmelitano de tantas letras como vir­ applaudidas do publico, grangcandc-llie
tudes (diz 0 i>adre .Jcs ■ de Moraes na sua reputação de originalidade e a denomi­
Ilist. da (kmvpanlLia de Jesus na ex - nação de P lauto i’ORTi;(;ri;z.
lincla j)rovAncia do Maranhão)^y> mas, Morrera-lhe o pac, tinha-se o poeta
transferido j)ura Pernambuco, occujiou casado o vivia mais ou menos feliz,
o s'^u logfir 0 de S. Tliomé. Chegou este quando foi de novo, a 7 de outubro de
prelado á sua nova diocese na presente 17.'«7 {Vide essa dota), jireso e encarce­
I- data, e não em 1696, como se lè em Var- rado com sua joven esjiosa pela Inquisi­
iihagen. Comtudo, o auctor anterior- ção. D’esta vez de nada. valeram ao dra­
mente citado diz que frei Timotheo che­ maturgo nem a sua gloria e reputação
gara a S. Luiz nos penúltimos dias de litteraria, nem a estima popular de que
maio deste presente anuo (L/Jl) e fizera gosi\ a, nem a amizade de pessoas alto

,I|l
collocadas e iminentes na curte! Pois si
lhe não valera a innocencia!
Não descansou o famigerado tribunal
cmquanto o não queimou vivo, em um
AUTO DA FK , a 19 dc outubro de 17M9, e
juntamcntc com clle sua desventurada
mãe e I-eonor Maria de Carvalho, sua
mulhei
175S — Ordem re'gia , determinando
que as egrejas das aldeas, administradas
até então pelos padres jesuiías, se erijam
om verdadeiras parochias sob o titulo de
vigaiarias, e que o oiaiinario as faça
servir por clérigos seculares com as cora-
pententes côngruas.
D. José 1, considerando que o papa
Benedicto XIV, pela constituição de 20
dc dezembro de 1711, havia reprovado
todos os abusos commettidos contra a
libei’dade dos indigenas do Brazil, con-
demnando sob penas ecclesiasticas a es­
cravidão e usurpação dos bens dos ditos
indigenas; considerando mais que, pelas
cartas dc lei de 0 e 7 de junho de 1755,
havia estabelecido de um modo inviolá­
vel a liberdade das pessoas e a proprie­
dade dos bens, tanto moveis como de
raiz, e o exercício da agricultura e com-
mcTcio a favor dos do Paráe Maranhão,
dando-llies uma forma de governo pro­
pria para attrahil-os ao grêmio daEgreja
c civilisal-os ; considerando tudo assim,
achou que seria de maior utilidade tor­
nar geraes as duas sobreditas leis em
i)eneíieio de todo o estado do Brazil sem
restricção alguma, nem interpretação
ou modificação, qualquer que ella fosse,
pelo alvará ou ordem regia d’esta data.
1782—Expira no desterro, nas suas
terras de Pombal, o marquez de Pombal,
conde de Oeiras, Sebastião José de Car­
valho e Mello, grande ministro de
I). José T, sobre cujo animo tomara a
maior preponderância, de que se soube
valer para erguer bem alto o nome da
nação nas cortes européas, c fazer do
reinado d’aquelle monarcha um dos mais
gloriosos Portugal.
sombra também se projectou benefica
sobre o Brazil.
Pombal nascera cm Lisboa a 18 de
maio de 1699.
- 1821—Francisco Alberto Robim,capitão
general do Ceará, desejando moderar as
machinações dos espíritos ii'requietos da
província contra a publica, tranquillidade,
nomeia um conselho consultivo, para
syndical’ com todo o cuidado dos abuso^
introduzidos nos differentes ramos da
administração civil e militar e lembrar
os meios mais [U'oprios de os remediar,
afim também de que pudessem os futuros
representantes da provincia req'uerer
em cortes, com conhecimento de causa,
o que lhe fosse mais conveniente.
1826 — Toma assento no senado o
dr. Antonio Gonçalves Gomide como
senador pela provincia de Minas-Geraes,
escolhido a 22 dc janeiro (Vid,e fevereiro
26 de 1835).
1827—Toma assento no senado- Patricio
José dc Almeida e Silva como represen­
tante da provincia do Maranhão, esco­
lhido a 22 de janeiro de 1826 (Vide 21 de
dezembro de
1837— Entram para o senado José
Thoniaz Nabuco dc Araujo, escolhido
senador pola provincia do Kspii-ito Santo,
e Lucio Soares 'feixeira dc Gouvèa e o
brigadeiro Francisco de Lima e Silva,
escolhidos senadores pela do Rio de
Janeiro.
1855— Escolhido a 27 dc abril senador
pela provincia de Goyaz. toma assento
na camara vil alicia o sr. José ignacio
Silveira da Motta.
1856— O conselheiro de estado Fran­
cisco Cordeiro da Silva Torres e Alvim,
visconde dc Jerumiiim, marechal de
campo, lente jubilado da Academia Mi­
litar do Rio de Janeiro, onde leccionára
por mais de 28 annos, doutor em mathe-
matica pelo Collegio dos Nobres, em
Lisboa, presidente perpetuo da sociedade
Auxiliadora da Industria Nacional, em
cujo salão dc trabalho se collocou o seu
 EPHEMERIDES NACIONAES

retrato esculpido por Ilonorato M. de prensa qualificou com justiça Souza

Lima, fallcce no Rio de Janeiro, tendo, Franco uma vasta intelligencia, enri­
como se vô da enumeração dos seus car­ quecida por aturado estudo, o que lhe
gos, servido á patria que adoptára em de.-’a os foros de verdadeiro estadista e
muitos dos ramos da actividade humana legislador consummado.
Fora ministro da gueira no primeiro a Era um dos chefes mais conspícuos
reinado. Diz-se d’elJe que oito dias de­ do partido liberal, cujos princípios sus­
pois de nomeado pedira ao imperador tentou na imprensa e na tribuna e pro­
que o dispensasse do cargo, allegando curou rtalisar no governo [J. do Com.),-»
que um cordeiro não servia %>ara a Dera-se em sua carreira politica um
guerra . facto notável, que deve ser archivado:
Nascêra em Portugal, na quinta da houve uma epoca em que, na camara
Olaia, termo de Ourem, a 24: de fevereiro temperaria, Souza Franco era o unico
dc in 5 {\' ide essa data), e viera para o que nella representava o seu partido,
Bra^jl i)oucos mezes depois da famiiia tendo em frente de si os mais esforça­
real. dos adversários, poderosos além d’isso
Era coronel de engenlieiros eni 18?2, pelo numero; mesmo unico, subia quasi
ao tempo da independencia, a que adhc- diariamente á tribuna discutindo as mais
* liu, constituindo-se cidadão braziloiro. variadas questões sujeitas á delibera­
Manuel de Araujo Porto Alegre, na- ção da camara.
quelie estylo incisivo c terso, de que Dedicara-se especialmente ao estudo
.> tinha 0 segredo, escreveu uma biogra- da economia politica e das finanças, era
'VÍ ''i'f phia magistral do visconde de Jerumirim cujos assumptos a sua opinião era aceita
no tomo XIX. n. 21, da revista do In­ sem contestação.
stituto Ilistorico, que é de rigor ler-se. Tomára parte em numerosos e impor­
Toma assento no senado, como re- tantes trabalhos como presidente de pro­
piesentante da província da Bahia,o con­ vin cia, deputado, senador, conselheiro
selheiro Angelo Muniz da Silva Ferraz, de estado e ministro dos négociés es­
depois barão de üruguayana, escolhido trangeiros e dos da fazenda.
no dia 1 (Vide a ephemeride de IS de ja­ Apesar de recente, já ha quem dô o
neiro de 1867).
seu fallecimento como oceorrido no dia 9,
1865 - - Decreto concedendo a medalha 0 que não é exacto.
(oval) de Paysandú, a que também se 1880—Toma assento no senado o sr. con­
lefereo decreto de 28 de junho do mesmo selheiro Christiano Benedicto Ottoni,
anno.
como representante da provincia do Es­
1869 — Os paraguayos sao desalojados pirito Santo, escolhido a 6 de setembro
da posição que occupavam no Chaco. do anno anterior, na vaga deixada pelo
18/5 halltíce no Rio de Janeiro o con­ fallecimento do conselheiro Jobim.
selheiro de Estado Bernardo de Souza
Franco, visconde de Souza Franco, se­ JIAIO—9
nador pela província do Pará, escolhido 1502—Faz neste anno Christovão Co­
M ã ' a 6 de junho de m s e que tomára as­
IMtflil lombo a sua quarta e ultima viagem á
sento no senado no dia 12*. America. Sahe a 9 de maio de 1502 de
Souza Franco nascera na cidade de Cadiz, com quatro navios, aporta a Iles-
Belem a 2S de junho de 1805. panhola, hoje S. Domingos, chamada
Foi sepultado cm S. João Baptisía da Haiti pelos indigenas, e percorre toda
Lagoa. a costa do continente desde o cabo Gra
Preferindo o seu íaliecimento, a ini- ÇAS A Dküs até Porto Bello.
.1/ .
i' í f ■<r ^

Ik /
íl'-
 e p h e m e r id e s
1383-0 G° governador geral do Brazil
Manuel Telles Barreto, primeiro n o­
meado por Felippe II, assume a admi­
nistração do estado (\ arnbagen. Cata­
logo dos govsy^adoi'cs) e e'xerce o cargo
até 27 de março de 15S7, dia em que
iallecen, e lhe succédé uma junta presi­
dida pelo bispo B. Antfinio Earieiios
(Vide 13 de julho de 1583 e agosto 10 de
1587), em virtude da primeira via de
successão, que trouxera aquelle gover­
nador.
Durante o seu governo começaram as
depredações dos corsários inglezes nas
costas do Brazil : os armadores bretões
não perderam a opportunidade que para
isso lhes offereci.i o odio que mulua-
mente se consagravam Izabcl de Ingla­
terra e 0 rei de Hespanha. por motivo da
incorporação de Portugal a esta ultima
coroa.
Em 1583 a expedição de Eduardo Fen­
ton, destinada ás índias Orientaes, é a
primeira que apparece na America por-
tugueza ; surgindo com dous galeões ar­
mados no porto de Santos, viu-sc forçado
á retirada, sem atacar a povoação, des-
forrando-sc do insuccesso com 0 metter a
l^icjiie uma nau (a Santa Maria de Be­
gonia) do almirante hcspanliol Andrés
Ilygino, que pairava por e?se tempo com
uma armada nas aguas de S. Vicente.
D'este facto cccupa-se largamentc Sou­
they na sua Historia do (Vide
agosto 8 de 1587).
1624—A frota hollandeza que vinha á
conquista da Bahia e que na vespera se
apresentara á vista dos liabitantes, enfia
a barra na madrugada d ’este dia. pas­
sando longe do alcance dos canhões dos
fortes, fundeando logo 5 dos seus navios
defronte de Santo Antonio e indo os re­
stantes (eram ao todo 33), com a almi-
ranta, pôr-se em linha defronte da ci­
dade.
Eis, pouco mais ou menos, como são
referidos pelo visconde de Porto Seguro
os factos então oceorridos.
n a c io n a e s 293
A almiranta hollandeza despede um
batei com bandeira de paz, depois de ter
dado uma salva de polvora secea. A’
salva e ás indicações pacificas respondem
os fortes com alguns tiros de baila;
vendo isto. começam os atacantes a dis­
parar por bandas contra o forte do mar
e a cidade e os cpiinze ou dezeseis navios
q\ic estavam junto á praia, conseguindo
ap)Oderar-se d’aquelle forte com insigni­
ficante perda: nelle pernoitam e no, con­
vento de S. Bento, que também conse­
guiram occupai'. Atterrados os habitan­
tes com os progressos do inimigo, ao
estampido dos canhões e ao incêndio de
uns dos seus navios que arderam toda a
noite e á tomada de outros, começaram
nessa mesma noite a fugir, sem poder
contel-os o governador.
O proprio bispo, que tão valente se
mostrára na vespera, dirigiu-se ao colle-
gio dos Padres da Companhia e indu­
ziu-os a que fugissem com elle, levando
comsigo ciuanto de mais precioso pos­
suíam, arrebatando d est arte após si mui­
tas familias.
No caminho do Rio A ermelho encon­
traram os fugitivos milhares de pessoas,
incluindo muitas mulheres o crianças
(A'ide a epliemeriãe de 10). O governador
Diogo de Mendonça todavia, entrinchei-
rando-se no seu palacio, aguardou os
invasores.
— Toma posse do governo de Pernam­
buco 0 general Mathias de Albuquerque,
antecessor de D. Luiz de Roxas y Borja,
que por tão pouco tempo devia exercei-o
(Vide janeiro 6 de 1636).
104.S — Na Miscelânea liistorico-bio-
gvapiiica de Theod-oro José da Sil'. a \em
assignada esta data para o fallecimento
de I). Antonio Felippe Camarão, o il­
lustre indio do Rio Grande do Norte ;
0 visconde de Porto Seguro, tao bem
informado cm tudo quanto concerne á
vida do Brazil no passado, assegura na
sua Historia da'~ luetas com os hollanãe-
zes que o celebre indio, commendadoi
 professo na ordem de jChristo. D. Frei
Antonio Felippe Camarão, fallecíra era
íins de agosto, de doença, procedente em
parte do cansaço e da velhice, na edade
provável de 68 annos.
1679 — Encarregado do governo das
capitanias do sul, assume o oxcrcicio do
cargo, no Rio de Janeiro. D. Manuel
Lobo, que pouco se uemoi‘ou na sede do
seu governo, por partir para Santos cm
outubro e de lá. em dezemltro, para o
Rio da Prata, a fundar a colonia do Sa­
cramento, ficando cm sua ausência á
testa do gov^ no do Rio do Janeiro João
Í Í||
7
Tavares Rol^í^í^ raesti’e de campo ge­
neral na Bahia, de onde para esse llm
1 jÍl foi chamado.
17i:3—Ordem regia restabelecendo a
villa de Aquiraz, na capitania do Ceará,
como sede do termo, que havia dous
annos tinha sido mudado para a povoa­
ção da Fortaleza. D’esta ordem resul­
taram conllictos entre os moradores da
!,ll
i Í!í ■
r, •.
villa e 0 capitão-mór governador da
lortaleza.
1 ^11—O !5° bispo do Rio de Janeiro,
D. João da Cruz, faz a sua entrada pu­
blica na diocese (Vide <iephe'meridé ôa 3).
1 M8—Carta regia elevando o t<^'iTÍtorio
de Matto Grosso á categoria de capita­
M. A nia independente, desinnexada da de
S. Paulo, hoi seu ju'imeiro governador
0 seu fundador I). Aniouio Holim de
Moura, mais tarde conde de Azambuja e
2 vice-rei do estado bo Rio de Janeiro.
I'
1). Antonio Rolim de Moura chegou a.
Cuyabá em piáncipios de 1751 (Vide 17
de janeiro); deu á povoação de Pouso
Alegre o nome de ^'illa Bella a 19 de
Í Í ‘7 mai ço de 1 i52 e logo a elevou ,á catego-
lia dc capital. A sua administração
d ui ou í(uasi 11 annos, tendo j iosto em
bom andamento a ordem administrativa,
animado e feito CTim quc‘ se desenvol­
vesse a cultura da caiina de assucar,
attrahindo coloring e aiigmcnlando os
recursos da fazenda rc il.
Foi 0 ultimo governador d’essa capi-
m
iri!
tania Francisco de Paula Magessi Ta^^a-
res de Carvalho, depois barão de Villa
Bella, que tomára posse do c a r g o 1819, k
sendo nomeado por despacho de 7 de
julho de 1817. Substituiu-o em agosto de
1820 umá JUNTA constitucional pro -
ViSORIA.
—Carta I’cgia de D. .Toão V, dirigida
a Gomes Freire de Andrada, governador
e cajjitão general do Rio de Janeiro, em
que, tendo resolvirlo que^ se creem de
novo dous governos, um em Goyaz (nas
minas de Go3'az diz o documento) e
outro em Cuyabá. e tendo considerado
desnecc-SiSario que haja mais em S. Paulo
governador com patente de capitão ge­
neral, manda que D. Luiz Mascarenhas
se recolha para o reino do seu governo
de S. Paulo na primeira frota. Pela re­
solução de 7 dp mesmo mez e anno com-
mettia-se ao mesmo Gomes Freire a ad­
ministração interina dos dous novos g o ­
vernos, até se nomearem governadores
para elles, e se marcavam as divisões e
limites do território de cada um .—O
cumpra-se de Gomes Freire a esta ordem
regia é datado de Villa Rica cm 27 de
agosto do mesmo anno.
O ca])i/ão de auxiliares iMathias
Ribeiro da Costa sahe de Villa-Bella para
Cu3’abá, afim de ir fundar um presidio
no logai' denominado F kcuo dos Morhos.
T(‘ve de descer pelos rios Cuyabá e Porru-
dos até ir at(>ao Paraguay,atravessando
os jiantanaes e boceas vadeaveis dos rios
Taquai'3' e Imbotetiú. Fura enviado pelo
governador da capitania de Matto-Grosso,
Luiz de Albuquerque de-Mello e Cáceres,
(]ue intenta por esse meio ]iòr cobro ás
depredações dos genlios, que já liavlam
assassinado |.)ara mais de quatro mil
bra/.ileiros, causando ás fazendas um
prejuizo supeiáor a tres milhues.
Pelas instrucções que levava devia o
commandantc do jiresidio chamai' os
Giiaycurús, ou índios cavalukiros, á
civilisação, tratando-os o melhor pos-
 e p h e m e r id e s n a c io n a e s
>iwl e i)rocufando fazer com ciuc ^e-
iiliam a commorciar com os sertanejos.
1817—vianda o governo republicano
de 1'ei natnbuco fiizUar um liomem em­
pregado no serviço do mar, por co)iduzir
co.nmunicaçõ s com o bloqueio do porto.
Por esto c outros excessos do poder
contra os europeus, mereceu Mrnuel-lose
1’oreira ( aldas o epíteto de líob si>icrre.
]Sr)—Toma assento ua cainaravit dicia,
como se iiad or pola pro vi ncia da Par ah \1la,
Manuel de faia alho Paes de Andrade,
e.scolliido a 11 do Janeiro de 1831 (VidC
junho 18 de 1855).
ISõG—Toma poss^ da sua cadeira no
senado O sr. consilbeiio Joã.0 ^laurlcio
Wandcrley. depois baráo de Cotegipe,
escolhido senador jicla província da
Pallia ];or cai ta iin;erialdo 1 do mesmo
mez e armo.
1S05—O sr. conselheiro João lai tosa da
Guiilia Paranaguá, escolhido a 16 de ja­
neiro senador pela provim ia do Piauhy,
toma assento na ri'spectiva eamara.
]g71_'Poma assento no senado, como
r(')tresenlanle da pro\'ii;cia de. Pernam-
liuco. o sr. conselheiro Francisco do
Pego Pan os Barreto, escoll ido a 1 do
abril.
]pS0_lail.erro do diu|ue t!eCaxias(\ ide
a meriíh’ de 7).
MAIO— 10
pi—Pai te de Pisboa uma frota de
car.ivellas, destinada a vir com-
]dctai' 0 descidji imento da tona da Y kka
( 'urz fei.o poi' Cabral uci anuo anterior.
PM a i.rmioiia expedição mandada
];ara nse, lim pelo i ei P. Manuel.
Nell i foz :i sua luimcira viagem ao
Pi aril 0 cidebre navegante Amerign Ves­
pucci (\’ idc. as eplu'mcridcs de 21 do
agostt) 0 de 2 de setembro).
y
IG31~Ao 1'omper do dia os hollandezes
trazem duas j.eças ile^ campanha e as­
sestam idas contra as imi't-.s da cidade;
não foi iioróm pi'eciso empregal-a', jior-
que nesse entrementes apparecc um
vs.
295
portuguez sobre a muralha, com uma
bandeira branca, c afiança aos invasores
que a praça está deserta e que podiam
entrar sem receio.
O padre Antonio Vieira, testemunha
presencial d’estes acontecimentos e que,
por todos os m.otivos, deve merocer-nos
a maior confiança, escreve na sua Aimua
d(x J’ rOï'iiicia do Ihnoil. mandada ao
geral da comimnbia de Josus cm Roma,
c datada da Bahia a 30 de setembro m
de 1626:
«'Panto que o sol sabiu cm 1(^ de maio,
julgando os hcillandezcs da muita tjuie-
tação da cidade estar sem delensores,
(Icliberam-se a entrar, e entram, não
sem receio de algumas ciladas ; mas a
cidade, ou para melhor dizer o deserto,
lhes deu entrada franca c segura, indo
logo tomar posse das casas reaes, onde
estava 0 governador, desamparado de
todos, e acompanhado só de um íilbo e
très ou quatro homens.—Presos estes, e
postos a recado na almiranta, cobi am
todos os despojos, que tanto a mãos
lavadas lhes oliereciam liberalmente as
casas com as portas abertas,tudo roubam
a nada i>nrdoam ; empregam-se iio ouro.
prata c cousas de mais preço, e despe­
daçando o mais,, o deitam pelas ruas,
como a quem ciistára tao pouco.»
Quanto ao numero dos que, com o
governado', forr.m aprisionados iielos
vencedores, lia divi'rgencias entre os
vários escriiTorcs que do assumpto se
occiipar,.m. O padre Antonio Vieira^ ( '
lia mencionada AH'i'iifi-, rcfcrc , o se-
■ uinte; « 'l'udo isso levaiv.mos a liem.
comtaiKü quo escapasse das mãos dos
inimigos o padre provincial Domingos
Coelho (ou da Cuoha?), c o padre An­
tonio do Matt >s. que lhe 'lavia de suc­
céder com nove companheiros, que do
Rio de Janeiro traziam ...» For esta
conta, parece (pie seriam li. <P>e com o
governador c seu filho, perfazem 13.
O visconde de Porto Seguro, na sua
Historia das lulas, apenas falia no go-
l;
 riív* -í

290 e p iie m e r id e s n a c io n a e s

â:f vernador, em seu filho, no sargento-mdr

da cidade, no ouvidor geral e no capitão
até fallecer, em 1732, sendo sepultado
na egreja dos religiosos de Santo Antonio.
Lourenço de Brito. Xa Historia Geral Vahia Monteiro era appellidado pelos
*\‘iÁ% (vol. I, pag. 472 da 2* edição), o auctor
contemporâneos o onça; d’ahi procede o
M '^ :Í acrescenta a estes o provincial dos je- dictado : Cousas do tempo do Onea.
' Î ‘ wÍ suitas e mais quatro padres e quatro boi chamado para substituil-o o mestre
irmãos-, ao todo 13.
de campo Manuel de Freitas da Fonseca,
Na secção de estampas da Bibliotheca que todavia apresentam como tendo as­
Nacional, porém, depara-se com uma que sumido 0 governo a 20 de fevereiro
representa os prisioneiros em questão, de 1733, Deve-se porém concluir que já
a que allude o visconde de Porto Seguro 0 exercia antes e que essa data é apenas
no mesmo logar da citada obra, e por
a de algum acto publico seu, em que se
onde S3 evidencia que eram 14, a saber: prova que de facto o exercera.
■#i / Biogo de Mendonça Furtado, com 48
i"’ ] (53 Carta regia, pela qual, depois
J«.'* jjl !.-ír. annos de edade; seu filho Antonio de de relatar os serviços de Pedro Dias
Hív $. IMcndonça Fui'tado, com 17 annos ; o
’ ■■í^,'' :'!i- Paes Leme e alguns de seu pae, ainda
/’ >!.■' 1'■> provincial dos jesuitas Domingos da
não remunerados, lhes concede o rei a
Cunha, com 01 ; o ouvidor geral Pedro
pensão annual de cinco mil cruzados,
Casqueiro. com 50; o sargento-mér Fran­
por tres vidas, e contém alguns factos
cisco de Almeida; o negociante Pedro interessantes.
t da Cunha; o padre jesuita João de Oliva, Está publicada no vol. VI (1844) da
com 55 annos; o padi’e Manuel Ten- revista do Instituto Historico.
dreiro (?), o padre Antonio de Mattos e
ISOS Creaçao do logar de intendente
mais os quatro seguintes, que na allu-
geral da policia do Rio de Janeiro. O
dida estampa trazem o qualificativo de
piimeiro magistrado que o exerce foi o
ÿM 'Í Brocr-, padres jesuitas Gaspar Ferreira,
desembargadoa Paulo Fernandes Vianna.
. -11/ ■ Manuel Martins, Antonio Rodrigues,
— Alvará erigindo a RoLição do Rio
Agostinho Coelho c Agostinho Luiz.
de Janeiro em Casa da Supplicação do
Posto que estropiados e trocados alguns Brazil.
dos nomes nas explicaç(7es liollandezas
. Nasce na Conceição do Arroj'o,

m do desenho, vô-se clarairente que são 14,

Esta gravura foi aberta a buril cm'
provincia do Rio Grande doK jb
í«v .•*1 i\ r ____ - 1 T •
o general Manuel Luiz Osorio, marquez
Amsterdam, em 1G24, por Nicolau Janszen do Herval.
/

{hnnes) isscher, c os jirisioneii-os re­

A 1 de maio de 1823, antes dos 15 annos
tratados naquella cidade a 17 de outubro
de 1624. de edade, assentou praça na legião de
'. 'l í : . ' S. Paulo em Montevidéu; foi promovido
Estas indicações, que exprimom a ul­
.'iílííé ■ a alferes a 1 de dezembro de 1824, a
tima palavra a tal respeito, íbram-nos

fii '
tenente em 12 de outubro de 1827; no­
obsequiosamente ministradas pelo sr.
meado capitão a 20 de agosto de 1838,
dr. J. Z. de Menezes Brum, incansável ê
major a 27 de maio de 1842. tenente-
| f í“íí digno chefe da secção de estamjias da
Bibliotheca Nacional. coronel a 23 de junho de 1844, e a 3
de março de 1852 promovido a coronel
1'áálín 1725 Luiz Vahia Monteiro, mestre de
com a .seguinte declaração—por mere­
campo, nomeado por patente datada de
cimento mais uma vez comprovado no
Lisboa a 26 de Novembro do anno an­
cam].)o da batalha.—A 25 de junho de 18.59
terior, toma posse do governo da capi­
f-’i elevado ao posto de brigadeiro, a 8 de
tania do Rio de Janeiro, rendendo^ a
julho de 1 ’65 á marechal de campo e a
Ayres de Saldanha, e exerce esse car^o
1 de junho de 1867 a tenente-general.

'iPii:! ' '

n É íl-: ■

[■iujili }!" I
 EPHEMERIDES NACI0NAE3
A 11 do janeiro do 1877 foi escolhido
senador do Iir.perio pela sua provincia
nat il e tomou assento a 2 de inaio do
■.mesmo anno.
Para fecharmos com chave de ouro
este rapido apontamento da vida militar
do d nodado cabo de guerra, cujo nas­
cimento com mem oram os , reproduzi­
remos 0 final do sen perfil hiographico
traçado em 1SG7 pelo illustre sr. barão
ITomem de iNIello. Keferindo-se ao pb-
riodo mais critico da campanha do Pa­
raguay, «onde, diz o auctor, o vulto do
general Osorio assume proporções gran­
diosas, >3accrescenta:
« A cólera suprema da nação, no mo­
mento da sangrenta aíTrqnta recebida,
transfundiu-se cm seu animo viril, e elle
armou-se de todas as energias da alma
humana, que não conhecem obstáculos e
triumpham afinal com a fd de um poder
invencível.
« Osorio tem discernimento claro e
muita penetração para conhecer e em­
pregar os homens. Seu semblante illu-
mina-sc de ülcgria quando tem diante de
. si um homem de brio e expande-se com
suavidade oi vindo-o ou dando-lhe ordens.
cc A rectidão de animo de que d dotado
e 0 lU'ofnndo respdto que tem pelo di­
reito alheio, inspiram a confiança que
nelle depositam cs seus subordinados.
Possue o grande segredo do commando:
mandar com energia, temperada de bran­
dura. sem transpor a linha de uma ra­
zoável indulgência (67o&o de 10 de ja­
neiro de 1878). »
No esboço biographico quedados mem-
bi'os do ministério que inaugurou a si­
tuação liberal em 5 do Janeiro de 1S7S.
diz do ministi ü da guerra o Cruzeiro
.do dia 7 d’acuclle mez:
« Um dos primeiros generaes não só
do Brazil como da America do Sul. o
genera^ Osorio foi denominado pelo povo
—ü L egendário. A’ sua alta capacid.ide
como homem de guerra, o illustre ge­
neral reune o mais amplo conhecimento
29^
y
do pessoal do exercito e das suas neces­
sidades. Eleito senador pela sua provin­
cia, demonstrou no Senado que os ne­
gócios públicos, não só da sua especia­
:
lidade, como dos outros departamentos
ministeriaes, mereciam a sua attenção,
consagrando-lhcs as judiciosas observa­
ções da sua grande experiencia e notá­
vel critério. 33
1814—Licença concedida ao conde dos
Arcos, governador da Bahia, para edifi­
car naquella cidade uma praça de com-
mercio no terreno que sobra da bateina
de S. Fernando, sendo feitas as obras
por meio de uma subscripção do com-
mercio, que sobe aCOiOOOgOOO.
1819—Alvará concedendo á povoação 11
conhecida por S. Domingos da Praia
Grande, hoje cidade de Nicteroy e capi­
tal da provincia do Rio de .Janeiro, 0
predicamento de villa, sob a denomina­
ção de Villa Real da Praia Grande. Jose'
Clemente Pereira foi 0 seu primeiro juiz h t:
de Fóra. Tinha então 13.000 habitantes,
A nova villa compõe-se das freguezias
de S. João de Icarahy. S. Sebastião de
Taipú. S. Lourenço de Maruhy eS. Gon-
çalo de Guaxendiba. A Villa Real da
Praia Grande foi declarada capital da
provincia pela lei provincial n. 2 de 26 de
março de 1835. Recebeu 0 titulo de Im ­
perial pelo decreto geral de 22 de agosto
de 1841. Em 2 de abril de 1836 fora-lho
conferido 0 titulo de cidade, sob a deno­
minação de Nicteroy, que predominou.
1826— Toma assento no senado o padre
Marcos Antonio Monteiro de B3rros,como '.1
representante da provincia de Minas-Ge-
raes, escollrálo a 22 de janeiro (Vide a
epliemeride de 16 de dezembro de 1852).
1827- 0 tenente-coronel Bonifacio Isac
Calderon, que servia no exercito brazi-
leiro em campanha contra os argentinos,
derrota, atixiliado pelo valente guerri­ \ :i:i
lheiro José Theodoro, com uma parte do
39' regimento de 2' linha, uma força
considei'avel do inimigo em Serro Largo,
e, cercando 0 quartel em que, se entrin-
 cheirara o coronel Ijiiacio Oribe, obri- batalhão de que era cornmandante o conde
?a-o a render-se á disciição, depois de de Escaragnolle : essa brigad.i tinha
algumas lioras de fogo. por missão, como se sabe, submetter á
A nossa jjei'da foi de 1 alferes e 9 sol­ ordeir e á legalidade os revoltosos'd’a-
dados fura de combate, e a do inimigo quella jirovincia. Com ellã entrou Lucas
de 1 alferes c 40 soldados mortos, e 1 de Alvarenga em fo.so a 12 de setembro
coronel (1. Oídi.e), 1 major (Lavalleja), na povoação dos Atlbgados e nas acções
d eapitaes, 1 ajudante, 2 tenentes, 4 alfc- que se deram cntrc os revoltosos e as
res, d porta-estandartes e 99 soldados pri­ forças legaes, inelusive o ataque f<‘ito a
sioneiros. 16, á ponte da Poa-\'ista e bairro do
1862 — Illnmina-se a gaz, pela pri­ mesmo nome e a tomada, a 17, da jionte
meira vez, a cidade da llaliia. do Recife e bairro corrcspimdente e da
1875 — Torna-se a collocar na cam-cidade de Olinda.
pina do Ipiranga a ])cdra commemoi'a- Assistiu á execução dos condemnados
tiva <Ia in<lependencia nacional, que em pela comniissão militar de Pernambuco—
1S25 havia sido ali jiosta pelo cnt<ão pre­ íi‘ei Joaquim C,incca, Antonio i\lacario
sidente da ])i'Ovincia laicas Antonio Mon­ de Moraes, Lazaro de Souza PMntes, do
teiro de llarros, que foi ulteiãormente americar.'o James Rodgers, de Antonio
visconde de ( ongonhas do Campo o se­ do Monte Oiiyeira, de Nicoiau Martins
nador poi- S, Paulo. Pereira o Carne-viva, de Agoslinlio Be­
(Vide. quanto ao monumenlo, a ephe- zerra' Cavalcante e de Vrancisco Antonio
mcriãe áe 9 de abril de 1825). FiMgoso, os quaes,á excepção do Lazaro,
1878 — Inaugura-se no salão das ses­ encararam a morte com a coragem do
sões do Instii.uto llistorico o bust« do patriota que anmm o braço e expoz a
Jl*'l ' .1, mai-qucz de Sapucahy, seu bencmerito vida por uma ideia.
presidente.
A 20 de novembro embai’cou no Rio
Foi feito pelo gravador de medalhas de Janeiro para a campanha do Rio '
Joaquim Josfi da Silva Guimarães Junior, Grande do Sul, sob o commando geral do
artista que esculpii-a os bustos do vis­ brigadeiro Francisco de Pada Massena
. i’» ! ' ' I -i*.
conde de S. Leojuddo. de Gonçalves Dias Rosado, no batalhão do commando do
do di‘ . Joaquim Caetano Fernandes maior Pciito Josti Galamba. Jàntrou na
I’inheiro.
famosa l),itallia dc. Itiizaingo, de 20 de
iSd) Fallecc na. cidade de Campos, levereiro de 18?7, cm que. como nos. i
onde nascei-a a de dezembro de 1805, deixou consignado cm a])outaiiiciitos. o
o major Lucas Josd do Al\areng;i, que, general marquez de llirbacona. por ter
U ïÆ como cadete, tomara ji.irtc em alguns deixado som guarnição ;is carreias, l'a-
■!|’ i feitos militares mmsos que a historia cilitai'a ao immigo o apoderai" se de toda
registra.
a bagagem e polvora. vendo-se obi'igado
A sua hiographia desenvolvida não é á i-etirada com grande i^orda de vidas.
para aqui ; recordaremos todavia alguns h.izia parte das foi'ças exiiodicionarias
jiassos da sua vida, fjue estão ligados á naqueila camji-.nlm quando, a R) de ja-
nossa liistona militar, e os traços carac- nciro de 182.8, eliegou ao exercito o
qe-
tei isticos que a.vivam a memória de um nei-al Lecõi', que ia substituir ao mar­
homem do bem.
quez de Barbacena. Serviu ainda aié
f'ii..; Æ Xa brigada que do lüo de .Janeiro agosto d'esse anuo.
jiai-tira pãra Peinambuco a 2 de agosto
,*l Dessa opoca, e mais propiiameníe de
de 1824, sob o commando de Francisco 1834 om diante, começam os serviçus que
de Lima c yilva, ia o cadete Lucas no prestou, paríicularmentc como instiii-
 EPHEMERIDES NACIONAES
ptor. nil guarda nacional do n>unicipio
do sen n.iscinnento, para onde voltára,
coin haixa legai, a 30 de novembro
de 1S29. No tempo da guerra do Para­
guay vcio trazcr a Nictcroy uma das
levas de voluntários que se organisaram
em Campos; aeompanhando-a, prestava
o derradeiro serviço que a patria poilia
reclamar d’elle como militar.
Era um homem de bem o major Lucas
Josiri de Alvarenga ; dotado cm elevado
grau do espirito de I'ectidao e da mais
rude franqueza, commetteu sem duvida
algumas injustiças nos juizos que exter-
iMva acerc I dos homens e das cousas «Io
seu tempo, por vivacidade de tempera-
me ito, por erros de apreciação que de­
vemos levar á conta da sua pouca ou
quasi nulla ,instrucção. ,
Propenso a esraerilhar os segredos da
natureza e amigo de colleccionar factos
e datas, deixou por venUuai alguma
cousa aproveitável nestC'ultimo sentido,
que foi, por excesso de escrupulo, des-
truida pelo seu testamenteiro.
AiVhivo vivo dos acoufecimontos da
localidade em que nascera, si tivesse l e-
eeliido mais esmerada instrucção e vi­
vido em circulo mais anqilo, teria segu­
ramente o major Lucas datlo de s i...
um historiador, quem sabeV um chro-
nista por certo.
MAIO—11
IPj'jy-.Carta I'egia de D. Sebastião no­
meando prelado r.dministrador do Rio de
.Taneiro ao bacharel Partliolomeu Simões
Pereira, ])resbytero do hahito de S. Pedro.
l)iz Ahreu e Lima (|ue foi este prelado o
]irimeii'o <iue (;xerceu tal cargo : mas na
cphi meriile de lõ ile agosto do luG9 tra­
tamos do que, segundo outros auctores,
0 oxèrceu antes d elle. 1). B tidholomeu
Pereira falleceu em junho de 1597 na
capitania do Kspirito-Santo, para onde
se havia retirado em 1591.
lüOO—Eallecc o 3” bispo do Brazil,
290
D./Antonio Barreiros tVide 5 de agosto
de 1576). ;y ^ 4! ;
1624—Entra no’ po to da Bahia de
Todos os Santos o unico navio que fal­
tava da e<quadra hollandeza que to­
mara aqueliacidude:cra a nau lloUan ia-,
nella vinha o coronel van Dorth, no­
meado commandante das tropas de des-
emb rqiie e goveimador do território
que conquistassem. Logo que chega,
toma conta do governo que lhe estava
designado, e trata de pôr cm ordem as
fortificações da cidade e espalha procla­
mações olTerccendo a liberdade, o pleno
goso des bens c o livre exeroicio da re­
ligião .los que se submettessem aos Ls-
tados-ílcracs.
Estas promessas attiaihiram muitos ne­
gros, muitos Índios e cerca de 200 chris-
tãos novos. Os ricos, pordm, conserva-
ram-se occultos no interior do paiz,
cxhortados á resistência pelo bispo, que
se achava na aldeia do líspirito Santo,
hoje villa de Abi’antcs, residência dos
padres da Companhia de Jesus.
]G44 — O nrincipe .Toão Mauricio de
Nas.sau, que no dia 6 entregara o go­
verno da colonia hollandeza no Brazil
aos tros conselheiros secretos Henrique
Hamel, antigo negociante de Amster­
dam, A. van BollesLrate, outr’ora car­
pinteiro cm Midleburgo, e Kodd vau der
Burg, que pouco depois se ausentou,
ficando em seu logar Pedro S. Bas, an- ,
tigü oui'ives. que tantas extorsões prati­
cara no Maranh.ão,—parte na presente
data jror terra paiat a Pai'ahyba, para
d’ alli embarcar para Hollanda.
Acompanhado de um numerosissimo
cortejo,
C sahc
ü r u j j ' U ôci uu a ^
cavallo do sni». palacio
1 ’...... .. cm
^/linii'b.”'/^\ atravessando 0 Kecile, vai ate'
Oiiuda ei d’alli segue pelo longo da costa
ate Itamaracá e de lá ato á Paraît\ ba.
Como que queria, antes de deixar o ]taiz
que engrandecei’a c un a sua sabia admi­
nistração, ver a parte d’elle que não ti­
nha ainda visto. Por todus os logares
em que passou, vinhatn os moradores,
 300 EPIIEMEPJDES NAC10NAE3

ao seu encontro ao som do hyinno na- das Galvêas ao assumir o governo do

nacional hollandcz^recebendo por toda Estado foi proseguir na exploração de
i. a parte inequívocos t'stemunhos de re­ minas de ouro e pedras preciosas no rio
conhecimento e de pesar : esta viagem de S. Matheus, encarregando d ’essa dili­
foi para Nassau como que uma marcha gencia ao paulista José Pereira Dutra,
triumphal. que servia de superintendente de Minas-
1655 ! oma posse do seu c irgo na ci­ Novas. O systema seguido pelo conde
dade de S. Luiz do Maranhão André V i­ foi em tanto augmento que, só de 4 de
dal de Negreiros, governador e capitão- junho a 2/ de setembro de 1745, entra­
general d aqnelle Estado. Foi o decimo ram p ira a casa da moeda da Bahia
pela ordem chronologica e governou-o 2,754 e 1/2 libras de ouro em pó.
por um anno, quatro mezes e doze dias, 1782—Assume o governo da capitania
terminando este seu primeiro governo do Ceará o capitão-mór João Bajjtista
em 23 de setembro de 1656(Vide 11 de de Azeredo Coutinho de Montaiun-, que
setembro de 1655). succede no cargo a Antonio JoséVicto-
\ eja-se o que a seu respeito ficou con riano Borges da Fonseca, e a 9 de no­
signado na data de 24 de janeiro de 1667. vembro de 1789 fez d’elle entrega ao ul­
1 1 1 1689—Fallece na cidade de S. Luiz do timo governador subalterno a Pernam­

li Maranhão o 1“ bispo do Maranhão e buco Luiz da Motta Feo e Torres.

Grão-Parâ, D. Gregorio dos Anjos. Era 1817—Contra-revolução feita no Ceará
conego secular da Congregação de S.João pelo capitão-mór P’ilgueiras contra os
Evangelista, doutor em theologia, pre'- republicanos do Crato, e prisão dos prin-
gador famoso e nascera na freguezia de cipaes chefes do movimento popular.
‘l í " ^ Santa Maria Magdalena em Lisboa. Antes 1819—Decreto mandando augrnentar o
,1 de oceupar a sede episcopal de S. Luiz Jardim Botânico da lagoa de Rodrigo
fora bispo de Malaca, na índia Oriental, de Freitas, no Rio de Janeiro.
de^ onde o trasladara pnra o Brazil ò 1820—D. frei Joaquim de Nossa Se­
i'' piincipeD. Pedro, regente do reino por nhora de Nazareth, bispo titular de
seu irmão D. Aflonso VI, oceupando Leonthópoli e 12“ bispo ordinário do Ma­
0 solio pontifício Innocencio XI. Fez ranhão, toma posse da sua diocese (Vide
a sua entrada pontifical na sua nova a ephemeriãe de 1 de setembro de 1851).
diocese a 31 de julho de 1680. Diz o 1846—Toma assento no senado como
R oteiko dos B ispados que fallecera a 12 1’epresentante da província do Rio-
de março de 1680 e assim o general Grande do Sul o duque de Caxias, então
1'í Abreu eLim a. O sr. J. de Vasconcellos, conde d’aquelle titulo, nomeado senador
porém, e outros o fazem fallecido na a 1 de setembro de 1845 (Vide maio 7
data que d a m o s /^ J, de 1880).
^ Jaz na capella-mór da cathedral de 1853—Idem pela mesma província Pe­
l| ll^ S. Luiz do Maranhão. dro Rodrigues Fernandes Chaves, depois
173o—André de Mello e Castro, conde barão de Quaraim, escolhido a 19 de
das Galvèas, 40“ eapitão-genei-aI da Bahia abril (Vide junho 23 do 1866).
e 5 rice-rei do Brazil, que acabava de 1855—Idem pela provincia de Matto-
governar a capitania de Minas, chega á Grosso João Antonio de Miranda, esco­
Bahia e toma posse do seu novo cargo, lhido no dia 7 (Vide 1 de novembro de
e nelle se conserva até 16 de dezembro 1831).
de 1749, em que o rende em um e outro 1862—Descobre-se em Cingerona, na
cargo 0 10“ condo de Attouguia, Bagagem, provincia de Minas Geraes,
Lm dos primeiros cuidados do conde um diamante, do tamanho de um ovo de
 EPHEMERIDES NACIONAES
pata e que se suppue pesar mais de 30
oitavas. Os srs. Marciano Antonio de
Aguiar e iNIanuel Tliiago, seus donos em
partes eguaes, deram-lhe o nome de
Pedro II. Todavia, dão um outro como
seu possuidor e á pedra o nome de Es­
trella do Sul (Vide fevereiro 21 de 1853)
e até outra data para seu descobri­
mento.
1869—0 coronel oriental Coronado di­
rige-se para o ponto de Ibicuhy, pas­
sando pela capella do mesmo nome, e
alli aprisiona doze paraguayos, prati­
cando ao mesmo tempo actos de valor e
audacia que honram a gente oriental.
1817— Fallece na cidade do Rio de
Janeiro Antonio Augusto da Costa
Aguiar, natural da provinda de S. Paulo
e genro do conselheiro José Bonifacio, o
‘ t patriarcha.
Segundo nos diz o auctor da «Chronica
Fluminense» do jornal A P rovíncia de
S. P aulo , Costa Aguiar deixou alguns
escriptos de mais ou menos mérito, e,
entre elles, um intitulado «O Brazil e
os brazileiros,» que contém ideas sobre
emigração oppostas ás de Justiniano da
Rocha. De todos os seus trabalhos,
porém, 0 de maior vulto e de mais íb-
Icgo é a «Historia do marquez de Barba-
cena,» em 2 volumes e escripta toda ella
á vista de documentos authenticos, que
esclarecem pontos muito interessantes
da nossa historia e factos oceorridos
com o primeiro imperador.
« Já devia estar essa obra publicada,
conclue o referido chronista, e talvez os
íilhos do biographado Sr. de Barbacena
esperem alguma ordem superior, á vista
de certas referencias que se encontram
no tal livro.
« Costa Aguiar succumbio victiraa de
antigos padecimentos e apenas chegado
de S. Paulo, onde fora pedir saude e
allivio ao clima da terra natal, que nada
póde lhe dar, pois mortal era a enfer­
midade. »
1880—Toma assento no senado o sr.
conselheiro Lafayette Rodrigues Pereira,
escolhido senador pela pròvincia de Mi­
nas Geraes a 22 de novembro de 1879.
MAIO—12
1500—A armada dc Pedro Alvares Ca­
bral, que no dia 2 deixára ns aguas do
Brazil, soffreuma horrivel tormenta, que
a envolve toda, e perde quatro navios que
|l .
eram os commandados por Ayres da tl
Silva, Pedro de Atahyde, Simão de Pina 't.
e Bartholomeu Dias. Não escapou um so
homem da tripulação d’estes quatro va­
sos, realizando-sc assim o vaticinio dos
astrologos da esquadra ao verem no dia
2 0 cometa caudato de que fallámos.
Nãò S ü , porém, nas Décadas de João
de Barros (vol. I), como nas Noticias
para a historia .e geographia das nações
ultramarincís (vol 2°, n. III), na Nave­
gação de Pedro Alvares Cabral, escripta
por um piloto portuguez da sua armada,
se assegura que o apparecimento do co­
meta aos navegantes portuguezes, sa­
bidos do Brazil no dia 2, se déra a 12 e
que o viram oito ou dez noites a flo.
Referem os mesmos auctores que o
naufragio e destroço da armada fora no
dia 20.
1548—Carta de Luiz de Goes, irmão
de Pero de Goes c do notável guarda
mor da Torre do Tombo Damião de
Goes, escripta de Santos a D. João III,
pedindo-lhe soccorros contra os fran-
cezes c[ue infestavam a costa e estavam
de posse do Rio de Janeiro.
1565—Representam os camaristas da
villa de S. Paulo de Piratininga a Es-
tacio de Sá, pedindo-lhe, da parte de
Deus e d’El-Rei, que se não vá sem
deixar aquelles povos de maneira que
possam viver na terra, livres das depre­
dações e constantes vexames que lhes
causavam não só os tamoyos como os
tupinincjuins, tanto por mar como por
terra, em as fazendas e roças dos mora­
dores, levando-lhcs toda a escravaria e
até vindo buscar mulheres brancas (Ve-
 302 EPHEMERIDES NACIONAES
I' ^1
m m
ja-sc no.s Apontamentos de Azevedo Bela via de succcssno competia o

il Marques. Chronologia, pag-. 210), governo a .Aiathias de Albuquerque, (jue

1002 -D iogo EotcJlio, S» governador então governava a capitania de Por-
m 'f*. geral do Brazil, toma posse do sea cargo nambuGO, e que assumiu o governo
na Lahia e exerce-o até 1 de fevereiro geral, .segundo Abreu e Uma, a 22 de
de 1607.
setembro d esse anno de 1621. Exercera-o
P,.stas datas são-nos fornecidas por porém, até então c como interino, por
José de Mirallcs na sua Historia militar nomeaçao sua, Francisco NunesMariniio,
(inédita) e <; o unico do‘s escrij)tores que que já Jiavia govennado a Parahyba jjor
temos á mão que as d;i. Varnhagen na dois mezes. Marir4ho passou o governo
sua Historia geral apenas indica para D. Francisco do Moui-a Rolim, gover-
a posse d’este govcimador este nicz e nodor elToctivo jmr nomeação regia de
anno.
30 de novembro de \(SU (Miralles) ow.
Succede-llie 1). I)iogo de Menezes, on de 3 de dezembro [Varnho.gen) do anno
rernambuco eni fins de 1007 ( I’ar- seguinte (acrescenta en^adamente A. e
oihagcn) e na Baliia (un levereiro (sem I ima).
esj)eciíicar o dia) de 1608 (idem).
D. Prancisco do Mour.a era natural
if L D. Diogo de Menezes, que arj-il)ára á de Pernambuco c soljinulio do fimo.so
i ciiali;\ba, por ter abcido agua a nau
1). Christovao de M oura; militára cm
á itS , em que partira do reino, c d’alli viera Flandres c acabava
de go\-ernar cm
' por teéra á Bahia, onde chegou cm 1608 Cabo Verde.

■|:vi no dia 1, segundo um manuscript o que

Este foi pois o 14“ dos governadores
Mil alies declara merecer-lhe confiança, geraes elTcctivos do Brazil e a quem
e assumira o governo no dia seguinte: succedeu, em 1626, Diogo Luiz de Oli­
,M| I" exerceu-o até 21 de dezembro de 1612 veira, depois conde de Miranda.
11 (Miralles). \ainhagen dá o mesmo mez
■i;i D. Diogo de Menezes, de volta ao reiro
de dezembro, mas do 1613.
no fim do seu governo no Brazil, foi
Este foi 0 9° governador geral.
feito 1” conde da Ericcira, «titulo que
Succede-lhc Basj»ar de Souza, em ^611
encobria com mysterioso véo á poste­
{Mirallcs). Aarnhagen. Accioli, Abreu e
ridade 0 seu nome e serviços (Varnhagen,
Lima 0 lazem jiorém empossado do cargo Historia Geral, secç. XXV, pag. 326,
em dezembro de 1613. Foi o 10“ gover- í vol., F edição)».
(
nadoi geral do l^razil. O seu governo i62o—D. Pi’adique de 'Poledo, recu­
r !■■:; terminou a I de janeiro de 1617 ( xVf- perada a Bahia do jioder dos iiollandezcs,
I. rallcs), começando nesse dia o de
{lurificadas no dia .7 as egrejas profi-
1). Luiz de Souza, íilho de I). Francisco
nadas pelos invasores c entoado um
de Souza (7” governador geral). Var­
’íÉ íi Te-Deum em acção de graças pela assig-
nhagen apenas c nsigna o armo de 1616 nalada victoria, expede na presente
■M |i ■ ])ara a sua posse.
data um patacho, sob o commando do
s p ill 1>. Luiz de Souza, que foi o 11“ dos cajntão Martin Llano, lev'ando a seu
governadores ger.ics do Brazil, oceupou bordo D, Henrique de Ar.agão, que ia
o cargo até outubro de 1622 ( Varnhagen),
encarregado de apresentar ao rei aspar-
ou 12 de outubro de 1621 (Mirallcs), em ticipaç(3es da restauração da cidade.
que 0 rende o 12“, Diogo de Mendonça 1643—Toma i^cla terceira vez posse do
Purtado. Este exerce o cargo até 10 de governo da capitania do Rio de Janeiro,
maio de 1621 ( Vide essa data), em que ainda interinamente, Duarte Corrêa Vas-
q feito prisioneiro pelos hollandezes, que (lueannes (Vide a ephcmeride dc 23 de
il \
nesse anno se apossaram da Baliia. maio de 1650).
 % '

EPHEMERIDES NACIONA ES 303

17;^(5_Kmquanto Gomes Freire de An- 18J4 — Tristão de 7\lcncar Araripe,

drada esteve no Uio do Janeiro, governou presidente intruso do Ceará, expede or­
a capitania de Minas Geraes. interina- dem para se guarnecerem as costas
mente, íilartinho de Mendonça dc 1 ina d’aquella província, prevenindo a in­
c Proença. oin virtude de carta dirigida vasão ([ue se dizia preparada cm Por­
na presente data áqucile gov rnador, em tugal contra o Brazil.
cujas mãos jurou Martinlio dc Mendonça 1837—Fallece na cidade do Rio dc Ja­
a homenagem do estylo. neiro Evaristo PY'rreira da Veiga.
1750—0 governador e capitão-general Este livreiro ol:>scuro, iqnc se tormai
do Kio dc Janeiro, Gomes Freire de An- depois, pela força da vocação, da vontade
drada. ordena no desembargador ouviricr e dos acontecimentos, um gramle pa­
geral da ilha de Santa Calliarina e sens triota, chegando a exercer a maior pre­
districtos, Manuel José de Faria, o cum­ ponderância nos destinos da patria, nos
primento da provisão regia de 17 dc difllccis tempos- da sua n'organisaçào
julho do ]7i7, que até então se achava política, nascera no R’o dc Jat;eiio a O .k(
sem execução. 8 de ontnbro de 1799. 'l’inha, i)ortanto,
Na alludida jirovisão eiigia-se em apenas 38 annos quando morreu.
villa 0 ]U’csidio do Rio Gi'ando dc S. Pedro, 'ryj)0 do bom senso, do patriotismo
com dous juizes ordinários, tres verea­ desinteressado e dotado de verdadcii'as m

dores. um jirocurador do conselho, um virtudes civicas.—«encan ação de. uma 'f p 1

■' ,b i i
escrivão da camara c ãlmotaçaria e outro epoca notável da nossa vida política, diz
de orphãos, servindo de tabelliaes do o sr. barão de líomom de JJello. esse í | ''
publico judicial c notas, e ordenava que nome symbolisa a parte mais brilhante
assim 0 fosso cumprir o ouvidor gerai e mais nobre da historia da, democracia
da comarca de Paranaguá, a que então no Brazil.» Não se póde dizer mais de
um homem politico. 7n -ã
])crtencia aquelle districto.
17G3_ 0 governador h.espanholD. Pedro Evaristo foi por mais (Fuma vez esco­
Cevallos entra sem resistência na villa lhido pela província dc Minas Geraes
do Rio Grande, abandonada desde o mez pai-a a repr sentar na camara dos depu­
anterior. O respectivo governador, co­ tados, a começar da legi.slatura de 18.U',
ronel Ignacio Eloy de Madureira, rcti- —« que a nação mandava ao parlamento
rara-sc da villa, levando cornsigo todo o como a gua.rda avançada das su.-is liber­
archivo com as forças sob seu mando, c dades »,— na bella phrase ainda do si-.
- JK
íòra estabelecer a sede do governo em barão de Homem dc Mello. E elle, Eva­
Viamão. risto, quò fòra sempre o oráculo do po­
As famílias, tomadas dc pavor, aban­ dei'. 0 arbitro da situação, que tivera em
donaram tudo. embarcando pi'ccipita- suas mãos o destino do paiz, sobretudo
damente ern pequenos navios para o Rio no memorável momento da nossa liisto-
de Janeiro ou fugindo por ter a para ria politica denominado sele de abril, nao
Panta Catharina. quiz jamais gosar do lioder!
1798 — Csrta regia de I). Maria I, « Evaristo succumbin martyr dc suas
dirigida ao capitão-general do Pará convicç(7es e de seu patriotismo (llomcrn
I). Francisco de Souza Coutinho, áccrca dc Mello—7X7MíZos biographicos). »
da emancipação e civilisação dos indios. « Nãa menos inclinado ás lettras ame­
Vem, com a resposta do governador e nas, diz Innoccncio da Silva, no seu :i llíW,
mais documentos concernentes ao as­ grande Diccionario hibliographico, que ÉP
sumpto, no tomo XX (1857) da revista á.s discussões tempestuosas da politica
do Instituto Ilistorico. militante, foi um dos primeiros imitado-

f''

r f
 r 304 EPHEMERIDES NACIONAES
es da escola litteraina da restauração
em França, do que deu prova em algu­
t mas peças poéticas que imprimiu e nas
muitas que deixou inéditas (na maior
parte politicas) e que se conservam em
■■Í % um grosso volume, segundo as informa­
ções havidas de sou sobrinho o sr. dr.
Luiz Francisco da V eiga ... Foi soció do
!’ ,I■
Instituto Historio de França c da Arca­
' V, dia Romana, e membro beneracriío da
Sociedade Amante da Instrucção do Rio
JllW-: de Janeiro,
Îî;»:'. Da Auro') a Fluminense, jornal popular,
10 1- 1,'i. fundado no Rio de Janeiro em dezembro
de 1S27 e que se publicou até dezembro
de 183Õ, foi Evaristo o unico redactor dc
1828 em diante. « Folha de polemica,
escripta no sentido das ideas liberaes mo-
derada.s, era tal que ainda hoje póde ser
i^ U tomada como modelo pela subtileza da
■n V ’b dialectica, agudeza de pensamentos c ori­
ginalidade de concepções {Innocencio F.
cia Silva, obra citada.) »
Publicou mais:
Ode á Grécia, inserta na Miscellanea
Poética .
Seis Ixymnos'patrioiicos, e varias outras
poesias.
O bello semanario brazileiro, publicado
de 1837 a 1844 pelos srs. J. Vilieneuve
& C. sob 0 titulo Museo Universal, ar-
chivou em seu n. 35, de 3 de março de
1838, a derradeira composição ])oetica
de V-‘^^Y'\s>to—l)es'peclidas—, em que se lô
a significativa estancia seguinte:
«/ « Nem politicas tormentas.
(lá j ^^Gin a intriga e seus fu ro re ^
F'
^ Vieram aqui turbar-me/
V- ■ 1 Da paz Candida os favores.»
1 ’
ví;i. ' . 0 illustre patriota referia-se á então
,t| villa da Campanha, onde j)assára quatro
mezes.
Na carta que o sr. conselheiro P>an-
í My 1
l ^■ cisco Octaviano dirigiu ao sr. dr. Jniiz
h . da \eiga a jjroposito do seu livro—
' 0 T^rimeiro reinado estudado á lu z da
1 :
sciencia. diz de Evaristo aquelle sr.
consel beiro:
«Em nossas scenas politicas não ha
vulto mais digno de estima c syrnpathia
do que o de Evaristo. Apresenta-se sem­
pre com um patriotismo extreme de am­
bição pessoal: uão reclama os foros de
homem de estado, sendo aliás a cabeça
que dirige os esforços e combina os pla­
nos do partido nacional; naquellc tempo
não havia mesmo a fertilidade de gê­
nios, que hoje se multiijlicam, para es­
malte dos partidos, e que, por milagre
da Divina Pro\idencia, nascem estadis­
tas, precisando apenas de um decreto
imperial par.i occuparcm as eminências,
a que têm direito : Evaristo appareceu
e foi um dos primeiros, quando a nação,
ainda inexperiente, não referendava de­
cretações de talento c priraasia: teve de
conquistar essa primasia, mostrando ta­
lento real, amor á ])atria e devotação
pelos interesses nacionaes.
« Sua energia, efficaz para bons resul­
tados, nunca afTroníou a liberdade alheia,
nunca passou por cima dos principios de
justiça e equidade : repellia a habili­
dade sem -cscrupulos, contentava-se com
uma sagacidade henesta. Elle aconse­
lhou medidas de vigor; mas combateu
.sempre as vinganças e abusos do trium-
pho. Foi grande a sua coragem em ar­
rostar 0 despotismo, porém foi maior
aind I cm conservar-se acima dos pre­
conceitos e coleras do seu partido, pro­
curando acalmar, sem adulaçãc, as
paixões exaltadas do povo. jj
Remettemos o leitor para essa carta,
lavrada pela adestrada penna do emi­
nente i^ublicista e poeta, que soube,
quando redigia o Correio Mercantil,
elevar o jornalismo politico á maior al­
tura a que jamais chegou elle entre nos,
depois da agitada epoca em que dominou
Evaristo.
O illustre patriota fluminense foi se­
pultado em uma das catacumbas de
S. Francisco de Paula, de onde foram
 e p h e m e r id e s n a c io n a e s

f]epois transferidos os sens ossos em ultimo do anno de 1577, em que é sub­

uma urna de marmore para o ceimterio stituído por D. Lourenço da Veiga.
publico de S. Francisco Xavier no Caju. Luiz de Brito não succedeu em toda a
18i3—Fallece no Rio de Janeiro o se- auctoridade ao seu antecessor, porque,
•nador pela provincia da Bahia Francisco como tivesse prosperado a colonia sob
de Soiu'a Paraiso, escolhido a 13 de ja­ a administração de Men de Sá, foi divi­
neiro dc 1837 pelo regente Feijóe que to­ dido todo o Brazil em dois governos
mara assento a 28 de abril do anno se­ independentes, o da Bahia, cuja aucto­
guinte. CX seu diploma fóra approvado ridade se estendia por todo o norte, e o
pelo senado em seâsão de 26 de junho do Rio de Janeiro, cuja jurisdicção co­
de 1 8 3 7 . — meçava na capitania de Porto Seguro e
E’ sepultado y / egreja de S. Francisco comprehendia todo o território meri­
de Paillar*^.<»- dional das possessões portuguezas. O
1879— Inauguração da linha telegra dr. Antonio Salema, ouvidor de Pernam­
phica de S. Francisco de Paula (Cacim­ buco, foi 0 encarregado d’este segundo
bas) a Campos, na provincia do Rio de governo.
Janeiro, com k. 52,30 de extensão. 1589—Os monges bcnedictinos recebem
1880— Inaugura-se á tarde o novo ser­no PGo de Janeiro, com a obrigação do
viço de disti ibuição d’agua á capital do um legado perpetuo, o terreno em que
Império, com a assistência de SS. MM., edificaram o seu mosteiro e que lhes
do ministro da agricultura e outros, do doára Manuel de Brito por escriptura
emprezario das obras o sr. Antonio Ga- publica.
brielli e mais de cinco mil pessoas. O 1685—Toma posse do governo da ca­
n
grande reservatório, que é verdadeira­ pitania de Pernambuco João da Cunha
mente monumental, demora no alto do Souto Maior, que substituo a D. João da
tI
Pedregulho, fregue/.ia de S. Christovão, Silva de Souza.
onde vai ter a canalisação, por mais de Foi 0 décimo primeiro governador
oito léguas, dos rios do Ouro e de Santo d’essa capitania e exerceu o cargo tres
Antonio, executada pelo mencionado annos, um mez e dezeseis dias, termi­
emprezario e fisralisada pelo sr. tenente- nando em 29 de junho de 1688.
coronel de engenheiros Jeronymo Rodri O seu governo foi de tal modo arbi­
gues de Moraes Jardim, de conformidade trário e prepotente, que obrigou o go­
com 0 contracto de empreitada de 26 de vernador geral do Estado do Brazil a
fevereiro de 1876, em virtude da lei interpor a sua auctoridade e a ameaçal-o
n . 2,639 de 22 de setembro de 1875. de o demittir do governo, a não mudar
Infelizmente, dias depois (Vejam-se as elle de proceder.
folhas diarias de 26 e 27 de maio), o Foi no tempo da sua administração
grandioso reservatório apresentava fendas que grassou em Pernambuco uma mo- i'!
e ameaçava desmoronar-se. Fizeram-se- Icstia a que o povo deu o nome de Males,
lhe, porém, successivos reparos, que pro e na Bahia, onde também se propagou, o
mettem mantel-o e lhe permittem func- de Bicha e que não foi outra cousa, se­
cionar regularmente. guramente, sinão a fehre amarella, e
cuja origem se attribuiu a umas bar­
MAIO—13 ricas de carne puti’efacta, que tinham
1572—Luiz de Brito de Almeida, que ficado da tornaviagem de uma embar­
rende a Men do Sá no governo geral cação vinda da ilha de S. Thomé. O que
do Brazil, chega á Bahi i na presente é certo é que a primeira victima do con­
data (.7. de HJiralles) e governa ate' o tagio foi um tanoeiro do Recife, que ao
20
 306 Et^HEMERIDES NACIONAES

abrir uma d'essas barricas expirou im- a 16 de janeiro de 1691, quando cumpria
raediatamente, assim como algumas pes­ essa parte do seu munus episcopal.
Í ,
soas da sua familia. O mal estendeu-se » Jaz na capella-mór da egreja do antigo
com tal rapidez por toda a cidade e seus seminário de Belém, na 'Cachoeira.
suburbios, que em poucos dias pere­ 1767—Nasce em LislVa o rei B. João VI,
ceram d’elle mais de dnas mil pessoas. que tivera o titulo de principe do Brazil
A maior parte morria no meio de delirios, desde 11 de setembro de 1788, porfalle-
ancias e grande febre, lançando pela cimento de seu irmão mais velho I). José
bocca copiosas golfadas de sangue. Essa occorrido nesse
epidemia apenas affectou a população —D- José, filho primogênito ^da
branca, atacando de preferencia os in­ rainha D. Maria I, tem p 'titulo de prin­
divíduos mais robustos, especialmente cipe do Brazil,^
os dados á vida do mar e os habitantes 1797—Jeronymo José de Meîlo'e Castro,
do littoral.
governador da capitania da Parahyba,
fallece nesta data e assume interinamente
bispo da Bahia D, fr. Manuel da Resur- 0 governo respectivo um triumvirato
” ■I
reição, natural de Portugal, doutor em eleito pela lei de 12 de dezembro de 1770,
IT ’ 1. ambos os direitos e oppositor na uni­ 0 qual administra a capitania até 22 de
versidade de Coimbra. Fôra conego dou­ março de 1798; no dia seguinte começa
toral na Sé de Lamego e membro do
governal-a Fernando Delgado Freire
conselho da Inquisição.
de Castilho, que foi depois capitão-
Renunciando o século, professára na general de Goyaz.
. ti’ religião de S. Francisco da noVa Reco- 1802-Decreto de D. João VI restau­
leta de Varatojo, adoptando a vida de rando e ampliando a ordem de Santiago
I; 1 ' ' 1 missionário, E’ o 2° dos nossos arce­ da Espada, Na carta de lei, que acom­
bispos, si só contarmos os que eíiecti- panha 0 dito decreto, diz-se que fora
vamente exerceram o cargo.
esta ordem creada em 1459 pelo rei
\ ^ '' Foi elle quem, como arcebispo, recolheu D. Affonso V, 0 ^ fricano.
a 16 de abril de 1689 e publicou os suf- Para o historico da referida ordem
^ ------- ---- xuyj U ctS
offerece dados o Almanak Laemmert
índias, S. Francisco Xavier, para pa­ para 1819.
droeiro da cidade do Bahia, conforme o
Decreto creando na cidade do Rio
voto da respectiva camara, tomado em de Janeiro a Imprensa Regia: era o dia
10 de maio de 1688, por occasião da
anniversario do príncipe regente, depois
peste, que grassava na capitania, pro­ D. João VI.
vinda da de Pernambuco desde 1686. Quando o commendador de Araujo e
O Roteiro ãos Bispados reproduz as peças depois conde da Barca, se passou nesse
oíiiciaes relativas a esta eleição.
anno para o Brazil, trouxe a bordo da
Por morte do governador geral Mathias nau Medusa, em que viera de Lisboa
da Cunha, tomou o arcebisijo parte no uma typographia que mandara vir de
governo civil da capitania atd á posse Londres, e que muitos escriptores sup-
do novo governador, o almotacé Antonio põem ter sido a primeira que se esta­
Buiz Gonçalves da Camara Coutinho, belecera no Rio de Janeiro, Já porém
1. ‘ : 1 em 10 de outubro de 1690, e o exerceu na primeira metade do século XVIII
por quasi dous annos. Visitou depois havia nessa cidade uma ofiicina typo-
d’isso as comarcas meridionaes do arce­ graphica, graças ao louvável impulso
bispado, vindo a fallecer no sitio de que dera ás lettras na capitania o
Belém da então villa da Cachoeira (Bahia), conde de Bobadella, Gomes Freire de
 EPHBMERIDES NACIONAES
Andrada, durante cujo governo se haviam
fundado as duas academias particulares
dos F elizes e dos Selectos. Antonio Isi­
doro da Fonseca montára a referida
ofíicina, da qual sahiram as seguintes
obras: R elação ãa entrada que f e z . . .
D. F rei Antonio do Desterro M alheiro,
hispo do R io de J a n eiro.— applauso
d e ... D. Frei Antonio do Desterro (r o ­
m anos heroico in fo lio ). —Collecção de
onze epigrammas e um soneto (sobre
idêntico assum pto ao precâfZenfó),—obras
estas publicadas todas em 1747. Ha va­
liosos fundamentos para se crer que da
mesma oííicina sahiram clandestinamente
impressos o E xa m e de bom beiros— q o
— E xam e de artilheiros.,—compostos, am­
bos pelo general José Fernandes Pinto
Alpoim.
Essa oíTicina foi supprimida por ordem
expressa da métropole, que, naquelles
tempos, não podia ver com bons olhos
que Gomes Freire permittisse o diffun-
dir-se d’esse modo a civilisação pelas ter­
ras portuguezas da America, que deviam
nisso, como em tudo o mais, limitar-se
ao que lhe viesse, temperado, medido,
calculado, da mãe-patria.
Para administrar a Im prensa Regia em
1808 foram escolhidos o desembargador
José Bernardes de Castro, José da Silva
Lisboa (depois visconde de Cayrú), Ma­
rianne José Pereira da Fonseca (poste­
riormente marquez de Maricál, Silvestre
Pinheiro Ferreira, Manuel Ferreira de
Araújo Guimarães e o conego Francisco
Vieira Goulart.
— Crêa-se a Fabrica de polvora, que
se manda estabelecer na lagôa de Ro­
drigo de Freitas.
Tinha ella por íim conseguir com per­
feição e facilidade a porção d’aquelle
produeto. necessária não sd para o Es­
tado, como também para consumo dos
particulares, em todos os dominios do
continente do Brasil e ultramarinos.
A creação, inspecção e direcção scienti-
flea e technica da fabrica foi commettida
307
ao brigadeiro inspector de artilharia,
Carlos Antonio Napion, sabio e zeloso
piemontez que D. Rodrigo de Souza
Coutinho chamára para Portugal e que
veio morrer no Brazil.
A parte administrativa da fabrica foi
confiada ao dr. Mariano José Pereira da
Fonseca.
Está hoje este estabelecimento oollo-
cado na raiz da serra da Estrella.
—Entrada publica e solemne na cidade
do Rio de Jaheire do 8° bispo d’esta dia-
cese D. José Caetano da Silva Coutinho,
a que assiste a familia real (Vide 4 de
novembro de 1805).
1810— Alvará creando na cidade de
S. Paulo 0 logar de juiz de íóra. O
primeiro mauistrado que o exei*ceu foi
0 dr. Estevão Ribeiro de Rezende, que
foi depois senador, conselheiro de estado I* **I
e marquez de Valença.
1811— Fundada nesta data, segundo
Abreu eLima,a Bibliotheca Publica da Ba­
hia nos vastos salões do lado da cathe­
dral, n o p e l o conde dos Arcos,
governador e capitão general da capita­
nia, deu para ella os primeiros livi’os o ' fI
coronel Pedro Gomes Ferrão Gastello
Branco. Começada então com tres mil vo­
lumes, conta hoje(1881 )mais de vinte mil.
Fundara-se na sala do docel do palacio
do governador, de onde passou a func-
cionar nos salões do antigo collegio dos
jesuitas, hoje cathedral. O G uarany (jor­
nal illustrado publicado no Rio do Ja­
neiro pelo sr. Felix Ferreira) a dá como
fundada a 13 de agosto, e accrescenta que
em 1850 a restaurara o senador barão,
depois visconde de S. Lourenço, quando
presidente da provincia. O A lm anak da
Pronincia da Bahia para 1881, que nos
merece plena confiança, dá ainda o dia :! *1!
14 de agosto para a fun lação d’esta
bibliotheca, primeiro estabelecimento do
seu genero que se creou no Brazil.
No seu grande salão está o retrato de
Cayrú, como o determinár^ 0 deçreto
1
 EPÍIEMERIDES NACIONAES
presidencial da Bahia ('e 13 de março
de 1837.
1814 — D. frei Francisco de S. Damaso
de Abreu Vieira, que foi o 14" arcebispo
nomeado governador e v i­
gário capitular do arcebispado, pelo
bispo de S. Paulo D. jMatheus de Abreu
Pereira (Vide 19 de setembro}.
18.8—K’ eleito bispo de Marianna D. frei
José da Santissima Trindade, que foi o
6° prelado d’essa diocese. Consta pelo
Roteiro dos bispados que fóra religioso
franciscano da Bahia, natural de Por­
tugal. Foi confirmada a sua escolha a
27 de setembro de 1819, no pontificado
de Pio VII, e tomára posse do seu cargo,
por prpcurador, aos 20 de março de 1820.
Restabeleceu o seminário, que estava
fecli.ado, e falleceu a 28 de setembro de
1835.
Depois d’este prelado fôra elçito D.
Carlos Pereira Freire de Moura, que não
foi confirmado.
— E’ escolliido arcebispo da Bahia o
padre João Manzoni, natural de Portugal,
da Congregação do Oratorio.
Renunciou porém ao cargo, allegando
a sua avançada edade e áchaques habi-
tuaes. Foi o 15' na respectiva serie.
1820—Abre-se a Praça doCommercioda
cidade do Rio de Janeiro. Em princípios
de 1834 o governo concedeu-lhe o antigo
armazém do sello na alfandega e nomeou
uma commissão para promover a con-
strucçâo Oa obra, que se fez á custa de
uma subscripção e foi aberta solemne-
mente a 2 de Dezembro d ’esse mesmo
anno. Uma outra commissão organisou
o respectivo regulamento interno, que
foi approvado pelo aviso de 9 de Se­
tembro do dito anno.
1-22—E ratificado pelo senado da ca-
mara do Rio de Janeiro o titulo de Pro-
ectore Defensor perpetuo do Brazil com
que 0 povo e tropa d i U e 2* linha, que
c achavam reunidos no largo do Paço,
acabavam de acclarnar ao j)r ncipe re­
gente D. Pedro, depois primeiro impe-
r dor. D’essa ratificação da camara la­
vrou-se um termo, assignado pelo prin­
cipe e pelos vereadores José Clemente
Pereira, João Soares de Bulhões, Domin­
gos Vianna Gurgeldo Amaral e José An­
tonio dos Santos Xavier, authenticado
pelo secretario do senado da camara José
Martins Rrcha.
182.5—Aviso imperial deçlarando que
0 governo está na firme resoluç:m de
manter a observância da constituição e
reprova as tentativas que têm feito algu­
mas localidades da provincia de S. Paulo
para restabelecer o regime absoluto,
como pretendeu o juiz de féra de Tau-
baté Manuel da Cunha de Azeredo Cou-
tinho Souza Chichorro (Vide a epheme-
ride do dia 1°).
— Carta patente (a que se refere a
carta de lei de 15 de novembro do mes­
mo anno), pela qual D. João VI legitima
a independencia politica do Império do
Brazil, resalvando formalmente a suc-
cessão do imperador Pedro I á coròa de
Portugal. Passada em Lisboa, etc. {Col-
lecçãQ dos tratados^ conL'ençÕ>.s, eic., de
Borges de Castrp, tomo V, pag. 503).
1836—Restauração do Pará. Nomeado
presidente e commandante das armas da
provincia, o marechal de campo gra­
duado Ph’ancisco José de Souza Soares
do Andréa manda occupai- a cidade de
Belém pelo capitão de mar e guerra
Frederico Mariath e por uma columna de
infantar:a e artilharia commandada pelo
tenente-coronel Joaquim José Luiz de
Souza; e em seguida entra na cidade.
Esta estivera inteiramente abandonada
pela população e entregue á devastação
dos cabanos por espaço de nove mezes.
a Munido de poderes discricionários e
dotado de uma grande energia, o mare­
chal Andréa occupou-se desde logo da
pacificação da provincia e teve traças de
conseguir tudo sem ter de lançar mão de
recursos extremos ; os chefes da rebellião,
que se naviam liomisiado nos sertões do
interior da provincia foram presos e des-
 BPHEMERIDES NACIÜNAES 309

Suspeita-se que tanto este prelado,

terrados para diversos logares, havendo,
os quo escaparam da morte, volvido ao como 0 seu antecessor D. Manuel do
Rego Medeiros, foram envenenados. Já
seio de suas famílias por effeito de uma
amnistia promulgada pelo Imperadoi. » egual desconflança cercara a morte do
1840_Projecto apresentado no senado, 14“ bispo d'essa diocese, D. Frei José
Maria de Araujo (Vide 21 do Setem­
declarando maior o sr. D. Pedro II.
1843—São eleitos D. José Affonso de bro).
Moraes Torres, natural do Rio de Ja­ MAIO- 14
neiro, bispo do Pará, e D. Brei Carlos
1633—Carta regia agraciando Antonio
de S. José e Souza, natural de Pernam­
Felippe Camarão com brasão d’armas e
buco, bispo do Maranhao (\ide 15 de
quarenta mil réis de soldo e fazendo-o
maio e 2 de junho de 1814 e 3 de aoril
capitão-mor, não só dos pitiguares, de
de 1850).
— Parte para a Europa, a bordo da cuja nação . era, mas de todos os indios
corveta franceza Belle Poule, em compa­ do Brazil.
1 1653-Termo assignado pelos oííiciaes
J nhia de seu marido o priiicipe de Join­
4 da camara, homens bons do povo e os
ville, a princeza D. BYancisca. O Impe­
padres da companhia de lesus, pelo qual
rador vai a bordo despedir-se de sua
são restituidos os ditos padres aos seus
irmã e cunhado (Vide 27 de março e 1 de
collegios na capitania de S. Paulo.
maio).
] 782—Fallece na sua diocese o 5“ bispo
' 1842—Rompimento da rebelião em So­
do Pará. D. Irei João Evangelista Pe­
rocaba, que propriamente começara no
reira da Silva, franciscano, natural de
, dia 10. Raphael Tobias de Aguiar é ac-
: clamado presidente a 17 na cidade de Portugal.
Eleito no reinado de D. José, foi con­
Sorocaba e a 18 na villa de Itu.
Na presente data o barão de Monte firmado pelo papa Clemente XIV por
bulla de 17 de junho de 1771. Chegando
Alegre, presidente legal da pro vinda de
á sua dioce e a 17 de novembn' de 1772,
S. Paulo, communicao facto ao ministro
tomou posse d’ella. por seu procurador,
da guerra José Clemente Pereira e pede
oarcediagoManuel dasNeves, nesse mes­
com urgência a remessa de foi-ças.
mo dia, e fe/. a sua entrada do ritual a 28
Os chefes d’esse movimento procla­
do supradito mez e anno. F'alleceu -d 14
maram como cau.sa d’elle a lei de 3 de
cie maio de 1782 .recebendo apenas a
dezembro de 1841, que reformára o co-
extrema uncção, por tee (içado de re-
digo do pi’ocesso criminal, e a que creava
loente tolhido da falia, diz o conego dr.
um conselho de estado, leis a que o par­
Gaspar de Siqueira e Queiroz na sua
tido liberal oppuzera nas camaras a mais
Tabella histórica e chronologica dos
viva hostilidade e cuja adopção não pu­
dera impedir, por se achar em minoria. bispos da diocese Paraense.
Jaz ao lado da epistola no presbyterio d !
18G1—Toma assento no senado, como
da respectiva cathedral, que íicára
representante da provincia de. Minas, o
0 senador Firmino Rodingues Silva, es­ prompta no seu episcopado.
1824—Edital d.i junta provi oria ad­
colhido a 29 de abril (Vide julho 4 de
ministrativa da provincia do Maranhão
1879).
relativo ao juramento do projecto de
1870—Fallece em Roma o 18“ bispo
Constituição brazileira ordenado pelo
de Olinda D. Francisco Cardoso Ayres,
decreto de 11 de Março ci’este mesmo
cujos restos alli jazem na capella dos
anno. Transcreve a portaria de 3, assig-
padres da Caridade (Vide 15 de março
nada pelo ministro da justiça Clemente
de 1868).
 310
EPHEMERÎPES NACJONAES

Ferreira França, O edital traz as assig­

Andrade, 19“ primaz do Brazil (Vide a
na turas do presidente da junta, Miguel
ephemeride de 6 de novembro de 1879).
Ignacio dos Santos Freire Bruce, e de José
Joaquim Vieira Belfort, Sisnando José MAIO— 15
' l,i| de Magalhães e do secretario José Lopes
de Lemos. 1555—Desembarca em S. Vicente o
■ îif r i padre Luiz da Gran, aflm de ir reunir-se
1830—Fallece repentinamente no Jar­ aos seus companheiros José de Anchieta
dim Botânico da lagoa de Rodrigo de e Manuel de Paiva e proseguirem na sua
Freitas, onde estava de passeio, fulmi- missão de c a t e c h e s e ^ . , ^ , , ^ / if/ S
\
t
;* . ' ■
•' dado por um ataque de apoplexia, o 1594 Parte de Cancalle para o Mara- ^
!",J ' t i monsenhor José de Souza Azevedo Pi nhão Francisco Riffault, armador de
zarro e Araujo, bacharel em cânones Dieppe, trazendo tres navios e gente,
pela universidade de Coimbra, deputado para alli estabelecer uma colonia, ten-
da Meza da Consciência e deputado pre­ t.tiva que abortou (Vide 26 de julho de
Î.Î.; >'.:■> sidente da Assembléa legislativa do 1612).
Brazil em 1825. Nascera no Rio de
1S03—Francisco Nunes Marinho é no­
neiim a 12 de outubro de 1753; contava meado governadorda Parahyba.
pois 77 annos de edade, quando morreu. 1653—Fallece D. Theodosio, filho pri­
Publicou em 1820 a 1822 as suas Me­ mogênito de D. João IV, e o pi'imeiro
m ó r i a s HISTÓRICAS DA CAPITANIA DO RIO que teve o titulo de principe do Brazil,
DE M N E I R O E DAS PROVÍNCIAS ANNEXAS que fôra elevado por decreto de 27 dé
'I! : 'f. a’ JURISDICÇÃO DO VICE-REI DO ESTADO outubro de 1645 a principado.
DO BRAZIL, em 10 volumes, I'epletos de 1685—Gomes Freire de Andrada, avô
numerosas e importantes noticias, ba do conde de Bobadella, de egual nome,
seadas em documentos que cuidadosa­ nomeado governador e capitão-general
: I' mente excavara dos archives públicos e do Lstado do Maranhao, chega ao porto
que constituem hoje um rico manancial de S. Luiz, capital d’aquelle Estado, e
de informações históricas, indispensável guarda o seu desembarque para o dia
a quem cultiva taes estudos, si bem que seguinte, em consequência de se achar
bastante confusamente expostas e sem a cidade em poder dos revoltosos, ca­
methodo algum, nem systema. pitaneados por Beckman (Vide a ephe-
1845— Fallece na cidade do Rio de Ja- meride de 2 de novembro).
. neiro, o commandante interino das ar­ Gomes Freire ia render a Francisco de
mas Manuel Jorge Rodrigues, barão de Sá e Menezes e levava comsigo uma es­
Taquary. quadrilha para subjugar a revolta. Tendo
V:' os sediciosos abandonado a cidade á sua
1852 Installação do hospicio de alie­
chegada, toma elle com effeito posse do
nados da cidade de S. Paulo, creado pela
governo no dia 16 (Vide essa data).
lei provincial de 12 de Setembro de 1848,
artigo 5", e que tivera regulamento a 5 1119 Fallece no Rio de Janeiro o seu
de maio de 1852. quinquagésimo sexto governador Antonio
de Brito de Menezes. Fica de novo inte-
1873—Toma posse da sua cadeira no
linamente no governo o mestre de campo
senado o sr. dr. Joaquim Floriano de
Manuel de Almeida Gastello Branco, seu
Godoy ( medico ) como representante antecessor.
da provinda de S. Paulo, escolhido a
20 de abril do anno anterior. 1759—A missão Paupina (hoje Mece-
jana), na ] rovincia do Ceará, adminis­
1877-Faz a sua entrada solemne na
trada pelps jesuítas, é elevada á cate­
archidiocese, B. Joaquiiq Gonçalves d§
goria de villa por acto do capitão-gqne-

M
 EPHEMERIDES NACIONAES 311

ral governador de Pernambuco. Foi mado ao episcopado pelo actual impe­

inaugurada a 1 de janeiro do anno se­ rador a 13 de maio de 1843 ; conflrmou-o
go inte- 0 S. S. Padre Gregorio XVI por bulia
1793 _ Faliece Manuel da Silva Rosa, do 24 de janeiro de 1844. Sagrou-se
musico notável pelas suas composições a 21 de abril d’esse mesmo anno no
sacras, entre as quaes se considerava Mosteiro de S. Bento da côrte, para
obra prima a da Paixão de Jesus Christo. onde se recolhera logo que fora apresen­
Era natural do Rio de Janeiro, tado bispo.
1817 — Acção de Ipojuca. Chegou ao Pará a 29 de junho e fez a
As tropas patrióticas pernambucanas, sua entrada solemne na diocese a 7 de
com mandadas pelo general de divisão julho do referido anno. 1{' »'J
Francisco de Paula Cavalqanti de Albu­ Oito vezes percorreu o seu bispado em
querque, são derrotadas pelas forças visita pastoral, indo até aos confins da
realistas do commando do marechal de provincia do Amazonas, com todos os
campo Joaquim de Mello Leite Cogomi- incommodos e riscos de vida inherentes
nho de Lacerda, para esse íim enviado ás penosas viagens por tão extenso e
da Bahia pelo governador conde dos ainda tão pouco povoado território.
Arcos. Creou dous seminários episcopaes, um na
tc O fogo da artilharia republicana, que cidade da Barra, outro na villa de
rompe pelas très horas da tarde, é acti- Óbidos, destinado este a meninas des­
vissimo e só cessa com a noite, quando validas. Soffreu muito, no dizer de al­
os rebeldes conhecem que são tomados guns dos seus biographes, por causa do
pelos flancos e rectaguarda; protegidos seu zelo no desempenho dos deveres
pelas trevas, abandonam as suas peças e episcopaes ; esses incommodos moraes,
bagagens e deixam o campo do com­ reunidos a alguns de ordem physiea,
bate. Francisco de Paula retira-se para além de graves escrúpulos de consciência
0 Recife com um punhado de combaten­ que lhe assaltaram o espirito, o obriga­
tes, que consegue reunir (Hevista popu­ ram a resignar o bispado em 1857, dei­
lar. EPHEMERID ES). » xando-o a 19 de julho d’esse anno. A sua
1823 - 0 commandante das armas dopastoral de despedida ao clero Paráenso
Piauhy, major João Jose da Cunha Fidié, tem a data de 8 d’esse mez e anno.
que se oppunha á independencia do Bra- Aquella sede foi declarada vaga pelo
xil, marcha da villade Campo-maior para cabido a 11 de fevereiro de 1858.
a de Caxias, hoje cidade, na província do No Rio de Janeiro, para onde se reti­
Ma anhão, onde foi fortificar-se e esta­ rou, consagrou-se D. José Affonso ao
belecer a base das suas operações mili­ ensino da mocidade, leceionando latim,
tares, rhetorica e outras disciplinas no acre-
1828 — Abertura do curso jurídico de ditadissimo collegio S. Pedro de Alcan­
Olinda, presidida pelo dr. Lourenço José tara, dos irmãos padres Paivas, então
Ribeiro. estabelecido no palacio episcopal do Rio 1•
18J1 — Toma posse do governo da sua Comprido.
diocese, por procurador, o i)“ bispo do B’alleceu a 25 de novembro de 1865 em
Pará D. José Atfonso de Moraes Torres, Minas Geraes, onde fôra debalde procu­
clérigo secular, nascido a 23 de janeiro rar lenitivo e remedio a seus encommo-
de 1805 na cidade do Rio de Janeiro. dos moraes e physicos.
Era vigário collado da freguezia de D. José Affbnso concluira os seus es­
S, Francisco Xavier do Engenho Velho, tudos no famoso collegio Caraças em
da capital do Império, quando foi cha-. Minas e alli recebera ordens sacras do
 312 EPHEMERIDES NACIONAES

respectivo bispo, D. frei José da Santís­ francezes que por esse tempo infestavam
sima Trindade. os mares; depois de porfiado combate foi
tS* 4- Temos da sua penna dous trabalhos forçoso render-se. Os francezes tomaram-
I 'l conscienciosos e modestos, destinados n’o, fazendo prisioneiros a sua tripolação
Íífíív-Í todavia a um grandioso flm, o de instruir eos passageiros que conduzia, e levam-n’o
iii a mocidade estudiosa da sua diocese : de conserva.
umas Lições elementares de eloquência Sobrevindo, porém, um temporal, que
nacionaly modeladas pelas de Francisco os maltratou por muitos dias, e com que
Freire de Carvalho e impressas no Pará a que mais soffi’eu foi a náu portugueza,
em 1851, e um Compêndio de philosophia por ser mais velha e estar bastante ar­
f racional, publicado no anno seguinte na ruinada, os corsários, receiando perde-
mesma cidade, além do Itinerário da rem-n a, retiram de bordo os seus homens
sua viagem pastoral pela diocese, escri- e 0 que de precioso encontraram nella e
M. pto sob a férma de cartas, dirigidas a um a aoandonam com a gente portugueza
amigo na côrte, impresso também no ao furor inclemente das ondas. Tendo
y ti Pará nesse mesmo anno de 1852. jierdido os mastros e fazendo agua por
,‘ 1611 1847—São escolhidos senadores pela diversos ]iontos, a nau desmantelada
If V' \ \)‘, província de Pernambuco os srs. Ernesto vagou por muitos dias á mercê dos ventos
Ferreira França e Antonio Pinto Chi- e dos mares, parecendo a cada momento
'/ P- ^loiTo da Gama (Vide 16 de julho de que ia submergir-se de todo no pelago
^ /O ^ /cTiTsy. revolto e profundo, mesmo depois de se­
Em consequência d’esta escolha, o mi­ renada a tormenta ; para cumulo de
nistro da fazenda e interino da marinha males, a fome e a sêde obrigaram os
Hollanda Cavalcanti pede exoneração: miseros navegantes a devorar restos de
entra para o seu logar o senador Cae- pannos velhos e muitos d’elles morreram
f
I tano Maria Lopes Gama. a mingua.
1858—Toma assento no senado como O poeta pernambucano Bento Teixeira
representante da província das Alagoas Pinto, auctor da famosa Prosopopeia, a
o sr. conselheiro João Lins Vieira Can­ primeira obra em verso composta por
sanção de Sinimbú, escolhido a 21 de um natural do Brazil, e que vinha tam­
abril do anno anterior.
bém nesta viagem, refere que a constân­
1860—Inauguram-se em Santos os tra. cia e 0 animo de Jorge de Albuquerque
balhos da via ferrea d’uquella cidade á poupou mais lamentáveis desgraças, já
Jundiahy.
acalmando os que, desesperados, tenta­
Tomam assento no senado como vam matar-se, já concitando a marinha­
representante de Pernambuco, o sr. Al­ gem a cm pregar-se na manobra do navio,
i-i' varo B irbalho Uchoa Cava.canti, esco­ a que ninguém queria mais attender.
. 'f; lhido a 4 de abril, e como representante Depois de tantos revezes e tão cruéis
das Alagoas o sr. Jacintho Paes de .Men­ padecimentos, deram por fim á costa nos
g I !'•
donça, escolhido a 27 de abril, ambos do baixos de Cascaes, nas proximidades do
mesmo anno.
Tejo, parecendo todos os sobreviventes
MAIO— 16 mais cadaveres do que homens vivos
quando tocaram flnalmente em terra
1565—Parte de Pernambuco a nau San­ (Vide a ephem. de 29 de abril de 1539).
to Antonio, em que volt iva para Lisboa 1653- D . Affonso, filho do D. João IV
: ' J*' :.>■ Jorge de Albuquerque Coelho.
e de D. Luiza de G smão, tem o titulo
Tormentosa viagem teve esse navio. de príncipe do Brazil, titulo que desde o
:É!l Encontra em caminho um dos piratas príncipe D. Theodosio competia ao her

'I l
J l '. i
 EPHEMERIDES NACIONAES
deiro do throno. Teve-o D. Affonso VI
até siiceeder a seu pae a 6 de nove.ubro
de 1656.
A 23 de novembro de 1667 foi este rei
deposto e tomou as redeas do governo
seu irmão D. Pedro, que reinou como
jirincipe-regente e depois sob o nome
de 1). Pedro II.
16S5—Gomes Freire de Andrada toma
posse do seu cargo de governador e ca-
I itão general do estado do Maranhão e
Grão Pará, substituindo a Fracisco de
Sá3 Menezes, deposto pelos revoltosos.
Foi 18“ na ordem chronologica e go-
ve!’nou um anno, dez mezes e dez dias,
terminando o seu governo em 26 de
março de 1687.
Diz-se que Gomes Freire escrevera
uma Historia do Maranhão que não
chegou a publicar.
1703—Triplice tratado, pelo qual a IIol-
landa, Inglaterra e Austria rfarantem
a Portugal a posse perpetua e exclusiva
das terras situadas entre os rios Ama­
zonas e Oyapok, cujo dominio íicára por
decidir no que se celebrára em 1700 ta 4
de março ) entre a França e Portugal.
1793—Parte para Lisboa, com facul­
dade régia, 0 bispo de Pernambuco D*
frei Diogo de Jesus Jardim.
Chegando ao reino foi trasladado pira
0 bisp ulo d’Elvas, de cujo bispo já era
futuro successor. Fallcen cm Lisboa a 30
de maio de 1796.tendo sido um excellente
jirelado pelas suas virtudes christãs.
1813— Fallece na cidade do llio de Janei­
ro, na edade de 76 para 77 unn is, a infanta
D. Marianna, irmã da rainha D. Maria 1
(Vide 19).
1818—Decreto estabelecendo a colonia
suissa do Morro Queimado, hoje Nova
Friburgo (Vide janeiro 3 de 1820).
M A IO — 17,
1629—Parte de Amsterdam a primeira
divisão' da esquadra hollandeza desti­
nada á conquista do Pernambuco. A se­
gunda parte do Texel no dia 23 e a ter-
313
ceira larga de Goréa no dia 28 (Vide
setembro 14).
1661—Parte da capital do Pará p ira o
Maranhão o vereador municipal Manuel
Cordeiro Jardim, afim de representar ao
governador e capitão-general do Estado
D. Pedro de Mello, em nome do senado
da camara da primeira das referidas ci­
dades, ácerca do estado de excitamento
em que se achava a população pelo pro­
ceder irregular e acintoso dos jesuitas
em relação com os indios, de cujo serviço
faziam elles amplo n onopolio em seu
proveito pessoal e da sua ordem, dei­
xando na miséria e na penúria os outros
habitantes do município, por falta do
auxilio de seus braços para o tra­
balho.
Já em janeiro havia a municipalidade
dirigido ao famoso padre Antonio \ ieira,
superior e visitador das missões d'aquelle
Estado, um memorial no mesmo sentido.
O vereador Jardim vinha, pois, pedir ao tb
governador promptas e energicas provi­
dencias. tendentes a melhorar esse estado
de cousas. O governador, D. Pedro de
Mello á força de instancias apenas con­
seguiu do povo que os padres voltassem,
conservamio-se porém no seu collegio,
como em custodia, pois os havia o povo
arrancado d’elle, fazendo-os sahir da ci­
dade de Belém, caminho de Santo An­
tonio (Vide 17 de julho).
1G90—O sargento-mor de batalha An­
tonio do Albuquerque Coelho de Carvalho
(0 filho) toma posse do governo geral do
Estado do Maranhão em subsiituição a
Arthur de Sá e Menezes.
Foi 0 vigésimo na ordem dos gover­
nadores respectivos e exerceu esse cargo
por onze annos, um niez e dezeseis dias,
isto é, até 11 de julho de 1701, dia em
que partiu com licença para Lisboa, dei­
xando encarregado do governo ao t e - '
nente de mestre' de campo general Fer-
não Cariilho em virtude de uma carta
regia que a isso o anctorisava. Carrilho
 314 EPHEMERIDES NACIONABS
exerceu o cargo até 8 de julho de 1702
(Vide essa data).
1803—Movimento sedicioso em Villa
f.
Boa, capital de Goyaz, de que era gover­
nador D. João Manuel de Menezes; mo­
vimento a que dera causa o ter este
■',1 mandado prender o intendente dr. Ma­
nuel Pinto Coelho, a quem havia suspen­
dido do exercício de suas funcções, por
motivos de desobediencia. e ordenara
fosse internado na aldêa de Pedro III.
Estabece-se por esse motivo um desagra­
dável conílicto entre o governador e a
camara, que terminou tarde da noite pela
dispersão d’esta f com o partir ás 4 horas
da manhã de IS o intejidente Coelho
para Carretão. no meio de uma escolta
de dragões, conforme as ordens do ca-
1837—Toma assento na camara vita­
í ê / lícia, como senador pela província de
iii 7'
♦ Goyaz, José Rodrigues Jardim, escolhido
a 19 de janeiro pelo regente Feijó (Vide
outubro 27 de 1812).
ji*(' .11 .■
' l -I ;i. , f 1840—Combate de Calonga, no Mara-
nhao, em que sao derrotados os revolto-
sos commandados por João Gomes Bal-
daia, e este gravemente ferido e preso.
/ 18421—Rompe a rebellião da cidade de
,:í ^ ^
í Sorocaba, ^sendo acclamado presidente
I da provinda o coronel Raphael Tobias
j o/ de Aguiar pela camara e povo. O no-
I meado toma posse do cargo e dirige á
» população uma proclamação, em que ex­
põe os motivos porque o aceita.
1845 — Chega á capital do Império
D. Fructuoso Rivera, presidente da Re­
publica Oriental do Uruguay.
I 18p7 O conselheiro José Maria do Ama­
ral, ministro plenipotenciário do Brazil
na Republica do Paraguaj', retira-se
d’alli, sem que tivesse chegado a um
accordo com o presidente Lopes acerca
da sua missão.
1859—Toma assento na camara vitalí­
cia como representante da proyiucia de
Sergipe o sr, seqaclor Antopio Diniz de
, i';:
'■iè í 1, Y /J .
lií
ï'
Sequeira e Mello, esçolhido a 5 de março
do mesmo anno.
1871—0 sr. conselheiro Joaquim Jero-
nymo Fernandes da Cunha, escolhido a
4 de abril senador pela provineia da
Bahia, toma assento no senado.
1879— Fallece no Rio de Janeiro qcon­
selheiro Adolpho Manuel Victorio da
Costa, nascido na villa de Soure, em
Portugal, a 5 de junho de 1808. Havia
recebido na universidade de Coimbra o
grau de licenciado em philosopMa,
quando foi obrigado a .sahir parà a
França e alli recebeu da faculdade de
Paris o grau de doutor era medicina.
Retirou-se depois p um o Rio de Janeiro*,
onde fundou em 1840 o Collegia Victorv,
cuja diiecção conservou até á morte eé
hoje mantido por seu digno filho o sr.
dr. Lmygdio Adolpho Victorio da Costa.
1880— Partem o imperador e a impera­
triz para a província do Paraná, no
paquete nacional Rio Grande. Vão asr
sistir á inauguração (Vide 5 de junho)
da estrada de ferro de Paranaguá á
Coritiba, primeira via ferrea que vai
funccionar naquella província c a pri­
meira que será levada a efléito pela
Compagnie (françeza) des chemins de
fer hrésiliens.
A 7 de junho estavam SS. MM. de
volta á còrte, tendo visto o que de mais
notável encei'ra a província, que tem
em si todos os elementos para o mais
esplendido futuro.
maio — 18
1638—Vendo Nassau que não podia pro-
longarpor maistempo o cercoquepunha á
cidade (Bahia\ ataca as suas trincheiras
ao cahir a noite. Encontra porém vigo-
1 üsa resistência nas guardas avançadas
que estavam emboscadas e que lhe fazem
muitos prisioneiros. Como havia luar,
voltam os assaltantes á carga pelas oito
horas da noite, dirigindo principalmente
o ataque á triuçheira de Santo Antonio,
ondq esíjOiVa p , Fernaudp de Lodenha,
 EPHEMERIDES NACIONAES
levados pelo proprio Maurício de Nassau.
Trava-se nesse ponto uma luta encar­
niçada, em que tomam parte o conde de
Bagnuolo, o governador e Duarte de Al­
buquerque. Durava já o combate cerca
de duas horas sem vantagem para nen­
hum dos lados, quando acodem ao ponto
09 nossos dos outros postos, levados pelo
valente Luiz Barbalho, e cahem sobre o
flanco e rectaguarda do inimigo, o que
induz 0 conde de Nassau a tocar a reti­
rada, havendo perdido o engenheiro Ber-
chen. 0 capitão Ilouwjm e outros oito
oíliciaes distinctos, cahindo em poder dos
nossos 52 prisioneiros e elevando-se o
numero dos soldados hollandezes mor­
tos a 95 (Vide a ephem. de 19).
1719—Ayres de Saldanha e Albuquer­
que Coutinho Mattos e Noronha, 57° ca­
pitão general do Rip de Janeiro, toma
posse da administração da capitania, que
governou com geral applauso até 15 de
março de 1725, em que embarcou para
Lisboa com licença. Tinha ido a Santos
visitaras minas do sul. No tempo de seu
governo levantou-se a fonte chamada da
Carioca, começada em 1719 e terminada
em 1723, distribuindo-se por 16 bocens de
bronze a agua sufticiente para o abaste­
cimento da cidade. A instancias suas
ficaram no Rio de Janeiro os piimeiros
missionários capuchinhos italianos, que,
destinados á ilha de S. Thomé, arribaram
a este porto em 1720.
Seu successor, Luiz Vahia Monteiro,
assumiu o exercício do cargo a 19 de
maio de 1725.
1773—Nasce no Rio de Janeiro Marian-
no José Pereira da Fonseca, marquez de
Maricá, denominado o La üochiÍQUcault
brazileiro e tido como um dos mais con­
spícuos pensadores e homens d’Estado do
Brazil.
Mandado aos 11 annos de edade para
Portugal, alli estudou humanidades nu
Real Collegio de Mafra e formou-se em
inatherp^lip^ P pliüpsopl)i,a ,em 1793 na
universidade de Coimbra, regressando
logo depois para o Brazil.
Aqui tomou parte na Sociedade ou
Academia Scientifica, que se funclára sob
os auspícios do vice-rei marquez de La­
vradio e de que era a alma o poeta e
professor Manuel Ignacio da Silva Al­
varenga. Essa sociedade foi em 1794
dissolvida pelo successor de Luiz de
Vasconccllos, o sombrio conde de Re­
zende, que por toda a parte via conspi­
radores, estando ainda muito recentes
as recordações da tristemente celebre
conjuração mineira da Inconfidência,, e
foi'am encarcerados os membros prin-
cipaes da referida academia. Pereira da
Fonseca esteve como tal preso por mais
de dois annos e meio, sem maiores culpas
sinão as suspeitas do taciturno vice-rei.
Solto, voltou 0 dr. Marianno da Fonseca
á pi-ofissão de negociante, que havia
abraçado. Serviu depois d’isso diversos
cargos públicos, até que, elTectuada a
nossa separação da mãe patria, foi em
1823 chamado ao ministério da fazenda,
cargo que exerceu até 1825 corn «a me­
recida reputação de illibada probidade.»
Nomeado por esse tempo conselheiro
de Estado eflectivo, foi um dos collabora-
dores e signatários da constituição polí­
tica do Império.
Escolhido em 22 de janeiro de 1826
senador pela sua província natal, teve
0 titulo de visconde e mais tarde o de
marquez de Maricá, titulo que passará á
posteridade como o de um profundo pen­
sador e moralista, segundo o attesta a
preciosa collecção de Maximas, pensa­
mentos e reflexões, que nos legou e que
constituo 0 seu maior padrão de gloria ;
começái a elle a esçrevel-os aos sessentá
annos de edade, depois de longos annos
de madura meditação e de retrahimento
dos ruidos da vida publica, Como que a
morte sò esperava que completasse esse
repositorio das suas aturadas vigílias,
sabedoria e experiencia dos homens e
das, epusas, para lheçortar q íjo da eçis-
 31G EPHEMERIDES NACIONAES

tencia. 0 venerando philosophe e mora­ i ronel Raphael Tobias de Aguiar. Este

lista falleceu no Rio de Janeiro a 16 de movimento estende-se ás villas de Capi-
I '•
setembro de 1848 com mais de 75 annos vary. Porto Feliz, Pirapora, Itapetininga
de edade. e Campinas.
Diz a ssu respeito, no A7ino Biorjra-
1859—Publica-se 0 primeiro numero do
“pMco, O sr. dr. J. M. de IMacedo:
ÍÍ ^ Aucnivo M unicipal, jornal creado por
« Foi sabio escriptor que em seu ge-
Francisco de Paula Brito, que devia
nero não tem igual na lingua portugueza
saliir uma vez por semana e em que a
e disputa primazia aos mais illustfes de
camara municipal da côrte publicaria as
todos os tempos no mundo civilisado.»
suas actas. Teria nelle o município uma
O illustrauo conselheiro Jose' Feliciano
collecção completa e regular de sua le­
de Castilho, que o tratou de perto e foi
gislação propria e de todo o seu movi­
seu amigo, formava d’elle o mais lison
mento administrativo, que poderia até
geiro conceito (Veja-se o periodico íris,
ser de futuro um opimo auxiliar para a
tomo ir, pag. 494). Castilho fal-o toda­
historia. Poderiam archivar-se nelle
via fallecido no dia 6 de setembro.
muitos documentos aggrupados debaixo
Diz-se que e.screvera algumas odes
de certa ordem e apartados de toda outra
anaci’oonticas, que foram postas em mu­
materia extranha, com vantagem para o
sica pelo insigne José Mauricio.
municipio. Pouco tempo porém viveu :
— D. Pedro Ceballos salie de sorte que tem cabido a muitas outras
Montevidéo para atacar a colonia do
idéas uteis entre nés. Não poderia ser
Sacramento.
esta aproveitada ainda ?
1821 — Conselho de guerra na villa,
hoje cidade do Crato, província do Ceará, 18^1^Sagra-se em Petropolis o 7* bispo
presidido pelo capitão-mór José Pereira de S; Paulo D. Sebastião Pinto do Rego:
Filgueiras, chefe do governo temporário oílicia 0 arcebispo de Athenas, internun-
d’aquella provincia, afim de se tomarem cio apostolico, assistido dos monsenho­
medidas que contivessem ao comman­ res Narciso e Meirelles e conego Ge­
dante da tropa de linha, que estava raldo Leite Bastos: esteve presente o
na capital, Francisco Felix de Carvalho bispo de Goyaz, D. Domingos Quirino
Couto, e sua parcialidade, que conspira­ dos Santos (Vide março 21 de 1863).
vam contra o governo. 1880—Fallece na còrte o coronel gra­
Entre outras deliberações tomadas, duado do corpo do estado-maior de ar­
resolveu-se enviar para as prisões de tilharia Pedro Francisco Nolasco Pe­
Pernambuco a José Geraldo Bezerra de reira da Cunha, bachai-el em mathema-
r.' Menezes e outros, que naquella referida tica pela antiga Escola Militar do Rio
villa estavam presos como auctores de de Janeiro.
uma conspiração para deposição do Tinha a medalha da primeira divisão
governo. que assistiu á ba'talha de Monte Caseros
1836 Toma assento no senado, como e as de Paysandú e campanha geral do
representante da provincia da Parahyba, Paraguay, esta com passador de ouro;
o padre Antonio da Cunha Vasconcellos, tinha além d’isso o oílicialato da Rosa e
escolhido a 23 de dezembro de 1835 [)eló as condecorações de cavalleiro de S. Bento
regente Feijó (Vide maio 25 de 1868). de Aviz e (ie Christo.
1842 — Rompimento da rebellião de
Itú, em cuja cidade entraram 140 ho­ MAIO — 19
mens a cavallo sahidos de Sorocaba. E’ 1634—Chega á Bahia o 7° bispo do
alli também acclamado presidente o co- Brazil D. Pedro da Silva e Sampaio

'rff'
 Si!

EPHEMERIDES NACIONAES 317

{Vide as ephemerides de 14 e 15 de abril tania a revolta filiada á de Pernambuco

de 1619). e em que tomára parte o padre Josd
Entre este bispo e o seu antecessor Martiniano [Pereira) de Alencar, depois
D. frei Miguel Pereira esteve a sede em senador do Império, enviado pelos revol­
vacancia dez annos, por causa da guerra tosos de Pernambuco áquella capitania,
que traziamos com os hollandezes, ou, de onde era natural, com a missão de
mais seguramente, pela pouca attenção propagar nella a revolução; este movi­
que dava o governo dos Filippcs aos mento foi, porém, completamente aba­
negocios du colonia. fado pela vigilância e energia admini­
1638—Na vespera tinha o principe de strativa do dito governador Manuel
Nassau sido repellido no ataque que Ignacio de Sampaio e Pina.
levara ás trincheiras da cidade da Bahia. 1813—Funeral da infanta D. Marianna,
O dia de hoje é de tréguas e de luto fallecida no dia 16 (Vide essa data).
e destinado para o enterro dos mortos. 1817—Revolução de Pernambuco. Nesta
Lamentam os nossos especialmente o data Rodrigo José Ferreira Lobo, chefe
passamento do capitão Sebastião do da força naval mandada contra os revol­
Souto, em consequência de um tiro que tosos, depois de haver estendido o blo­
recebera no combate do dia anterior. queio desde o rio S. Francisco até o Rio
A sua perda foi-lhes muito scnsivel, Grande do Noi te, recusa aceitar as pro­
pelo valor e fidelidade com que servia posições de capitulação do governo revo­
(Vide a ephemeride de 25). lucionário e exige a entrega do Recife
1664—Provisão conferindo o titulo de sem condições.
administrador dos descobrimentos de es­ No dia seguinte arvora-se naquella
meraldas na provincia do Espirito Santo cidade a bandeira real, retirando-se o
a Agostinho Barhalho Bezerra. dictador Domingos Theotonio na ves­
Em 1731 acharam-se d’aquellas pedras pera com toda a guarnição. Ninguém
no sertão ao norte do Rio Doce, as quaes então cuidou mais sinão em se salvar
foram entregues ao governador, e em (Vide a ephemeriãe dc 14).
1778 acharam-n’as em Cuietô. As que se 1831—B’ exonerado do cargo de sena­
encontram na comarca do Serro, em dor pelo Ceará, para que fôra escolhido
Minas, são muito escuras e brandas. a 22 de janeiro de 1826 pelo primeiro
1666—D. Pedro de Mascarenhas. 32* imperador, o marquez de Aracaty, João
governador e capitão general do Rio de Carlos Augusto de Oyenhausen, que se
Janeiro, nomeado por provisão regia de retirára para Portugal.
7 de dezembro anterior, toma posse do 184.2—0 barão dc Caxias. nomeado
seu cargo e exerce-o ate'1670. isto ê, por commandante-chefe das forças legaes
cerca dé quatro annos. Ignora-se em em operações na provincia de S. Paulo,
que dia e mez terminou o seu governo. parte para Santos.
1812 — Manuel Ignacio de Sampaio e 1847—Desgostoso da politica, com o
Pina, 42° governador da capitania do coração physicamente abalado pelas pai­
Ceará, toma posse do seu cargo, segundo xões com que soe ella assenhorear-se da
o visconde de Porto Seguro. Succede a alma dos que se deixam embalar pelos
Luiz Barba Alardo de Menezes e governa seus cantos de sereia, retirara-se para a
atd 13 de julho de 1820, em que passou sua fazenda do Sumidouro, no muni­
a administração a Francisco Albei’to cípio de Santo Antonio de Sá, hoje Ma-
Robirn [Vide 21 de junho de 1808). cacú, e alli expira o conselheiro Joaquim
Foi durante o governo de Sampaio e Gonçalves Ledo, victima do uma lesão
Pina (1817) que se deu naquella capi- cardiaca.
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EPHEMERIDES NACIONAES
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Nascera no Rio de Janeiro a 11 de de­
zembro de 1781 e partira aos 14 annos
de edade para Portugal, onde seguira na
tuados no Brazil, recordados pelo cor-
lespondente do Jornal do Commercio
í íÍl em Paris, na carta publicada a 2 de maio
universidade de Coimbra o curso da
J : Ê ' ’.
•• ( faculdade de direito, que a morte de seu
de 1880, a proposito dos decretos da Re­
publica Franceza de 29 de março que
1 Ifí- pae 0 obrigou a interromper. Cultivara
supprimem a Companhia de Jesus no
todavia no silencio do gabinete a brilhante sôu território.
i'y intelligencia de que a natureza o dotara.
1864— Convenção celebrada em Paris
í■ Collaborador efficaz do conego Januá­
I i jA-f> i/ com 0 imperador dos francezes, o presi­
■ rio daCunha Barbosa rio famoso periodicò
I ilL , dente da Republica do Haiti e os reis
t' lleverbero, apaixonado propugnador dos
de Italia e de Portugal, para o estabele­
sentimentos dos patriotas, foi Gonçalves
cimento de uma linha telegraphica entre
Ledo iim dos corypheus da independencia
patriá. Eurojia e America, tocando no Brazil.
1871—Entra para o senado o dr. Cân­
1855-Por circular d’esta data prohibe
dido Mendes de Almeida, representante
0 governo a entrada de noviços para as
I ^ ’ da phovincia do Maranhão, escolhido a
ordens religiosas. Com este acto feCha-se 13 de maio.
1'^‘h • :■ a lista dos mais actos realisados no
O senador Cândido Mendes, nascido a
Brazil para a total extincção das com-
14 de outubro de 1818 na provincia que
iriuriidades raonasticas nesta parte da
America. representou na camara vitalícia, falleceu
i' •. no Rio de Janeiro a 1 de março do cor­
Já em 1787 a santa sé, pela bulla
rente anno de 1881, tendo deixado im­
Ingeniosa Beginarum lllustrium , soli­
pressos importantes e variados escriptos
citada pelo venerando bispo do Pará,
de mais de um genero, que lhe deram a
D. fiei Caetario Brandão, approvára a
reputação de infatigável trabalhador:
extincção da ordem de Nossa Senhora
era um investigador da historia patria
das Mercês, cujos bens subiam amais de
de invejável critério.
iriil contos de réis.
Por carta imperial de 4 de maio de MAIO—20
1824 extingue-se indirectamente a ordem
augustiniana da Bahia. 156Í A Camara da villa de S. Paulo
Pela lei de 7 de dezembro de 1830 foi representa ao governo da metropole pe­
supprimida a Congregação do Oraiono dindo armas para se defenderem dos
de S. Filippe Nery da Bahia e Per­ contínuos ataques dos iadigenas bravios
nambuco. e ontrosim que seju o producto dos dízi­
A resolução de 25 de agosto de 1831 mos gasto em fortificar a villa; pedem
supprimira a Ordem Carmelüana des- também que venham degradados para
óalça e a ordem franciscana de Capu­ povoar a terra, mas gue não sejam
ladrões.
chinhos italianos, de Pernambuco ámbas
sendo regente do Império o padre Dio"ó
Antonio Feijé. ® Neste anno o capitão-mdr Braz Cubas
9/ A. lei provincial d e ^ d e marçó de 1835 estabelece uma situação ou fazenda no
extm gu e/ord em carmelitana calçada de logar em que alguns annos depois come­
Sergipe. A de 2 de junho de 1840 extin­ çou a povoação de Mogy das Cruzes.
gue depois a mesma ordem na Bahia.
Fmalmente o acto que registramos na
I 16o4 O capitao Alvaro de Azevedo
presente data termina, como dissemos, a
Barreto, nomeado pelo governo de Per­
serie de todos os d’essa natureza effec-
nambuco era seguida á capitulação dos-
 ÉÍPHEMERIDES NACIONAES 319

hollandezes no Recife, toma posse do plena, absoluta confiança no despacho ou

commando d forte do Ceará, succedendo na sentença firmadores do seu direito
nelle ao commandante hollandez Garts- contra o mais rico /(ftdjhuais poderoso
raan, que se retira para a Martinica, que pretendesse sopTusmal-o. Infeliz-
onde falleceu logo depois, de doença. mente para a magistratura brazileira,
1683—Chega á cidade de S. Salvador José Bernardino abandonou-a em 1821.»
D. frei João da Madre de Deus, segundo Eleito nesse mesmo anno pela provin­
arcebispo da Bahia, que é o pi imeiro que cia do Espirito-Santo deputado ás cor­
vem exercer o cargo, e toma posse d’elle. tes Constituintes de Lisboa, como sub'
Era natural de Portugal e provincial da stituto do eflectivo, o dr. ^ a n u ol ~X r
ordem de S. Francisco em Lisboa. R ibeiro. Pereira-do •S am pai^não tomou
Segundo o mSs. dosr. dr. Mello Moraes, todavia assento naquella assembléa; mas
por vezes citado, este prelado assumiu o escreveu (e publicou em 1823), uma me­
exercido do seu cargo a 2 de setembro mória intitulada Esboço sobre os obstá­
de 1682. culos, que se tem opposto á prosperidade
Pela renuncia de D. Gaspar Barata, da zilta de Campos^ da qual vimos uin
1° arcebispo, foi eleito D. frei João, que bem conservado exemplar na Bibliotheca
apenas occupou a séde metropOlita por Nacional da côrte.
très annos è 24: dias, fallecendo a 13 de Foi deputado pela provincia do Espi­
junho do 1686. Jaz na capella-mdr da Sé, rito-Santo á 1" e 2*- legislaturas do Im­
tendo sido nrimeiramente sepultado na pério, em cujas actas o vemos com o
de Nossa Senhora das Maravilhas, por nome de José Bernardino Baptista Pe­
estar a capella-mór impedida na occa- reira (sem Almeida, e sem Sodrè, que lhe
sião do seu trespasso. ajunta o Anno biographico)-, foi ministro
1783—Nasce em Campos dos Goytacazes, dos negocios da fazenda em junho de
que então fazia parte da capitania, de­ 1828, e em 1829 dos da justiça, cargo
pois provincia do Espirito-Santo, José este que exerceu como talvez ninguém
Bernardino Baptista Pereira de Almeida, no Brazil o exerceu depois d’elle, usando
filho legitimo de Manuel Baptista Pe­ da maior energia na repressão dos cri­
reira e de D. Anna Joaquina de Almeida. mes, visitando as prisões, ouvindo a to­
Formou-se em leis na universidade de dos os detentos, restituindo a liberdade
Coimbra, onde pertenceu ao grupo dis­ aos illegal e arbitrariamente privados
tincte de moços intelligentes e appli- d’ella, pondo assim em pratica a mais
cados, que foram depois estadistas emi­ severa justiça, segundo os strictos pre­
nentes e homens notáveis do Brazil. ceitos da Constituição, indo mesmo em
Exerceu na patria depois, a comeÇar muitos actos da sua vida publica, de
de 1815, a magistratura, conquistando a encontro á vontade superior, a que to­
reputação de justiceiro no cumprimento dos os mais se curvavam, submissos,
dos seus deveres e patenteando não vulgar recusando-se mais tarde a voltar a ser-
illustração. eminentes cargos,
« De apparencias soberbas, diz d’elle o depois, no tempo da regencia.
sr. dr. J. M. de Macedo no seu A nno José Bernardino foi eleito deputado
luoGUAPHico, e de accesso altivo (aliás nas duas primeiras legislaturas da as­
aflfectuoso, ameníssimo e brincador em sembléa provincial do Rio de Janeiro,
suas relações amigas), o mais pobre, hu­ onde occupou sempre a cadeira da pre­
milde e desprotegido dos requerentes ao sidência.
apresentar-se contava com o sobr’olho Desilludido afinal da politica, abando­
carregado de José Bernardino ; mas tinha nou-a em 1836 e foi residir, procul a ne-
 r,.-r

320
EPHE^ilERIDES NACIONAES

gotiis, par,\ uma faJ^enda que possuía

capitao João de Bittencourt Corrôa Ma­
em Itaborahy, onde iniciou muitos me-
chado, vigário da vara Joaquim de San-
^ Ihorameníos nos trabalhos agrícolas,
t Anna Campos e major de milícias Fran­
sendo o primeiro que empregou nesta cisco Luiz do Livramento.
província machinas de vapor no fabrico
:1 " ^ 1825—Lord Cokrane, marquez do Ma-
do assucar.
ranhao, almirante da armada nacional,
Ainda quando se pôz em execução o
arvora 0 seu pavilhão a bordo da fragata
novo Codigo do Processo Criminal, foi o
Piranga e faz-se de vela para a Ingla­
conselheiro Jose' Bernardino eleito pela
terra. Nunca mais voltou ao Bi-az.ü, onde
I" ^ ‘f!
camara d aqiielle municipio juiz de or-
prestou relevantes serviços á indepen­
NjiV < Ir'. phaos, cargo em que ainda mais uma
dência, sendo para lastitnar que tão
vez deu provas do seu alto critério, pro­
ntesquinho se wostrasse ein, equestões p e ­
fundo saber e independeucia de caracter
cuniárias^ diz 0 auctor das epiiemerides
O conselheii‘0 Josd Bernardino, com-
publicadas no vol. XIV da Revista Po­
mendador das ordens de Christo e da
pular do Rio de Janeiro.
Rosa,^ dignatario d’esta ultima, falleceu
1833—Começa na provinciade S, Paulo
com 78 annos de edade, na fazenda da
a execução do novo codigo do processo
Boa-Vista. freguezia de S. Gonçalo, mu­
criminal.
nicipio de Nicteroy, a 29 de janeiro
de 1861. 1810—0 projecto declarando maior o
sr. d. Pedro II, apresentado sete dias
Havia publicado em 1823, ale'm do Es­
antes, é rejeitado no senado por uma
boço a que nos referimos, umas Be/le-
maioria de dons votos.
xões historica-politicas, e em 1821 uma
1812—Assigna-se em Vienna d’Austria
Dissertação analytica sobre legislação
0 contracto de casamento do actual im­
e pratica orphanologica, e em 1856 a
perador do Brazil com a princeza das
1857 sem o seu nome, uma Pratica ho-
Duas Sicilias D. Thereza Christina, hoje
mooipathica, em dois volumes, que tem
tido mais de uma edição. imperatriz. O imperador ratifica o con­
tracto a / de agosto e assiste por esse
1821— Procede-se na parochia da capital
motivo a um Te-Deum.
e S. Paulo á eleição de 31 compromis-
1859-Fallece na freguezia de Ponte
sarios para nomearem eleitores, e estes
Nova, municipio de Marianna, Minas-Ge-
os de comarca, que tinham de eleger
1’aes, 0 barao de Pontal Manuel Ignacio
deputados para as côrtes geraes e consti­
tuintes do Brazil. de Mello e Souza, senador por aquella
província, escolhido a 26 de setembro
1822— Termina o governo do tenente-
de 1836 pelo regente Feijé e que a 17 de
coronel Thomaz Joaquim Pereira Va­
outubro do mesmo anno tomára assento
lente. successor de João Vieira Tovar
na respectiva camara.
de Albuquerque, na ilha de Santa Catha-
rina, começado a 20 de julho de 1821. Na 1876—Inaugura-se a linha telegra-
phica de Linhares a Santa Cruz, na pro­
presente data, pondo o tenente-coronel
víncia do Espirito-Santo, com k. 67,000
\ alente em execução o decreto das côrtes
de extensão.
geraes extraordinárias e constituintes
IsSO Fallece no Rio de Janeiro a res­
de Portugal, elege-se a Junta do - o -
peitável matrona D, Anna Nerj', a rnãe
verno provisorio da província, que enlra
ãos brazUeiros, que fizera como enfer­
logo em exercício e se compõe d o -c a -
meira espontânea a campanha do Pa­
pitao mór de ordenanças Jacinto Jorge
raguay.
dos Anjos, presidente; major do estado-
O nome de D. Anna Justina Ferreira
maior José da Silva Mafra, secretario ;
Nery está burilado nas paginas heróicas

íí
 e p h e m e r id e s n a c io n a e s 321

na Toscana e na Sardenha; em 1837 foi

da historia brazilcira contemporânea,
mandado a Portugal como enviado ex­
pela aureola com quo o cercou, acompa­
traordinário e ministro plenipotenciário,
nhando os nossos soldados nos campos
cargo de que foi exonerado em abril de
inhospitos do Paraguay, suavisando-
1853. -Nessas diversas incumbências di­
Ihes com os seus carinhos e disvellos
plomáticas sempre se houve Drummond
de mãe as dOrcs das feridas, enxugando-
com a necessária intelligencia e discrição,
ihes os prantos da saudade,cerrando-lhes
e na còrte de Lisboa, sobretudo, era a
as palpebras quando morriam.
sua residência o refugio a que se acou*
Serviu-lhes de enfermeira dedicada nos
tavam os vencidos de um ou de outro dos
hospitaes de sangue, chegando a sua ca­
partidos politicos em que se dividia o
ridade a ponto de abrir na propria resi­
paiz. um terreno neutro em que se refu­
dência, em Corrientes, em Humaytá, em
giavam os foragidos, e a imagem viva
Assumpção, hospitaes onde recebia os
da patria para o artista e viajante bra-
que cabiam feridos das balas inimigas
zileiro que não dispunha de grandes
ou eram atacados da peste que sóe acom­
meios de fortuna.
panhar as grandes aggiomerações de
gente naquellas condições. Em 1862 íoi aposentado como enviado
Era natural da cidade da Cachoeira, extraordinário e recolheu-se ao Brazil.
na Bahia, viuva do capitão de fragata Na sua velhice cegou e, indo a Paris
Isidoro Antonio Nery, e contava 65 annos procurar remedio a esse mal ^Tivel,alli
de edade quando falleceu. falleceu a 15 de janeiro de 1 ^ . O seu
cadaver, transferido para a terra natal,
MAI O —21 como elle pedira em testamento, foi de­
1765_Ordem do capitão-mór, gover­ positado no cemiterio de S. Francisco de
nador do Ceará, tenente-coronel Antonio Paula, no Rio de Janeiro, a 30 de no­
Josd Victoriano Borges da Fonseca, para vembro d’aquelle anno. •
que, á vista da permissão concedida pelo Deixa duas íllhas, que foram genero­
g vernador de Pernambuco, os capitães- samente recolhidas e paternalmente am­
mores (ias villas continuassem a per­ paradas por seu amigo o sr. visconde de
ceber 80 is. mensaes por cada indio que Mauá ; uma d'ellas casou em junho de
dessem a soldado, cabendo aos directores 1817 com 0 barão da Estrella na Europa,
dos Índios G °/o do que elles cultivassem. sendo testemunha do acto o imperador
Mandou-se ainda observar esta pratica do Brazil, sr. D. Pedro II.
por ordens de 8 de uiaio de 1768 e 16 de O sr. dr. Mello Moraes, amigo de
do outubro de 1775. Drummond, publicou no Brazil Historico
779q—Nasce na cidade do Puo de Ja­ a sua biographia acompanhada de re­
neiro o conselheiro Antonio de Menezes trato .
Vasconceilos de Drummond. 1811—0 chefe de esquadra Paulo José
Tendo entrado em 1829 na carreira da Silva Gama, capitão-general do Ma­
diplomática, como encarregado de nego­ ranhão, assume o governo d’essa capi­
cies interino e consul geral do Brazil na 7^
tania e cxerce-o até M de agosto de 1-^1^
Prussia, Saxonia e outros Estados da { Vid^,essa data), E’ o 48° na respectiva
Allemanha, exerceu em 1831 o cargo de serie por ordem chronologica.
encarregado de negocios do Império na 1817—Suicida-se, cnforcando-se em um
Sardenha, e em 1833 nos Estados Ponti­
dos corredores da capella do engenho
fícios, Toscana, Parma e Nápoles ; no
Paulista, 0 padre João Ribeiro Pessoa
anno seguinte e' ele^1ldo á categoria de
jft Laoor-y; que tão importante parte
ministro residente naquelles Estados,
21
 I -, ( ■ 322 BPHEMERIDES NACIONABS

tivera na mallograda revolução de 6 de 1846 -Inaugura-se na cidade do Recife

março d’esse anno em Pernambuco. a caixa d’agua da Companhia do Bebe-
1821—0 governo interino do Rio- ribe. Era o primeiro manancial d’agua
Grande do Sul remette preso para o Rio que a população de Pernambuco via, ha

m '-r
de Janeiro o padre José Rodrigues Ma- 300 annos, aberto em seu seio.
Iheiros Trancoso Soutomaior, como o 1871—Por decreto d’esta data é esco­
principal motor do tumulto de 26 de lhido bispo de S. Paulo, o sr. D. Lino
abril {Vide essa data) e manda sobre esse Deodato Rodrigues de Carvalho, actual
r. j■ ' facto abrir devassa pelo juiz de féra de diocesano.
ll'.i '* .>.■
I V. Porto-Alegre. Nascido na cidade de S. Bernardo das
■ 1 ;’ ii 1822 —0 irmão Joaquim, que tão uteis Russas, na provincia do Ceará, a 23 de
instituições de caridade e para a edu­ setembro de 1826, dia do santo do seu
cação da infancia disseminou pelo Brazil, nome, foi chamado ao episcopado con-
parte para Lisboa aflm de entregar aos junctamente com D. frei Vital, 19*
U; V<■>
"ii: ^ V:? padres da Congregação da Missão o se­ diocesano de Olinda, Preconisado no
-V'
minário que fundara em Jacuecanga ; consistorio de 29 de junho de 1872 e
diz’igindo-se de lá para Roma, voltava sagrado na cathedral do Ceará pelo
I li'Î'Î
da cidade eterna para Portugal, quando bispo d’aquella diocese a 9 de março de
I'i'] ll ^ !1
falleceu em Marselha em 1829 (Vide 1873, tomára posse do seu cai*go a 6 de
■|r' março 20 de 1761). janeiro d’esse anno, por procurador.
1823—E’ preso no acampamento de Pi- Chegando a Santos a 22 de junho do re-
rajá 0 general do exercito pacificador fei-ido anno, fez a 29 a sua entrada so-
(Bahia) Pedro Labatut, com o seu se­ lemne na capital da diocese.
cretario José Maria Cambucy do Valle, E’ o 9° na serie dos prelados de S. Paulo.
pela brigada da esquerda, que tem E’ eleito bispo de Pernambuco
por chefe o coronel Felisberto Gomes D. frei Vital Maria Gonçalves de Oliveira.
Caldeira. 0 general havia mandado D. frei Vital (no século—Antonio Gon­
I ■■ naquelle dia prender o coronel, sciente çalves de Oliveira Junior) nasceu em Pe­
das intrigas que dividem o exercito que dras de Fogo, provincia de Pernambuco,
peleja pela independencia nacional. a 27 de novembro de 1844. Foram-lhe
Labatut seguiu para o Rio de Janeiro conferidas as ordens de prima tonsura
a defender-se das accusaçoes que lhe pelo então bispo, D. João da Purifica­
eram feitas e das quaes foi unanimementq ção Marques Perdigão, em 16 de dezem­
absolvido por um conselho de guerra a bro de 1860.
'It ' .1 9 de fevereiro de 1824.
i'']i Tendo concluido o primeiro anno do
ir - ', Passados annos veiu Labatut habitar curso de theologia moral no seminário
na Bahia e alli falleceu a 24 de setembro de Olinda, partiu em outubro de 1862
de 1849. Sepultado no mosteiro da Pie­ para a França, onde, completados seus
dade, a 4 de setembro de 1853 foram estudos theologicos e de philosophia no
seus restos mortaes transportados, como seminário de S. Sulpicio, vestiu em 15
pedira, para a matriz de Pirajá, e de agosto de 1863 o habito de S. Fran­
alli jazem encerrados em uma urna de cisco de Assis no convento dos capu­
mármore vinda expressamente da Eu­ chinhos de Versailles, professando solem-
ropa. Repousam a seu lado os do briga­ nemente quatro annos depois. No con­
deiro Luiz da França Pinto Garcez, co­ vento de Tolosa recebeu em 1866 e 1867
ronel Manoel Joaquim Pinto Pacca, José desde as ordens menores até as de pres-
Jacome de Menezes Doria e major Fran­ bytero das mãos do respectivo arcebispo,
cisco Lopes J eq u iriçá ^ D. Juliano Floriano Felix Desprez
 EPHEMERIDES NACI0NAE3
Regressando em outubro de 1868 para
0 Brazil, foi para a cidade de S. Paulo,
em cujo seminário leccionou a aula de
philosopliia, até ser chamado ao episco­
pado de Pernambuco. Preconisado no
consistorio de 22 de setembro do mesmo
anno (1871), sagrado na cathedral de
S. Paulo (Brazil) a 17 de março de 1872,
sendo bispo sagrante o actual diocesano
do Rio de Janeiro, D, Pedro Maria de
Lacerda, fez D. frei Vital a sua entrada
solemne na cidade de Olinda a 22 de maio
d’esse anno e tomou posse do seu cargo
no dia 24.
Da pastoral dirigida ao clero de sua
jurisdicção a 21 de novembro d’aquelle
mesmo anno acerca da maçonaria data
0 conflicto religioso que se levantou na
sua diocese e se propagou por todo o
Império, dando em resultado u condem-
nação do bispo (bem como a do diocesano
do Pará, por egual motivo) pelo Supremo
Tribunal de Justiça da corte a 21 de
fevereiro de 1874 e a sua detenção na
fortaleza de S. João, nabahia do Rio de
Janeiro, tendo sido a 12 de dezembro de
1873 pronunciado no art. 96 do codigo
criminal, e a 2 de janeiro de 1874 preso
e recolhido ao arsenal de marinha do
Recife, antes de vir para a corte. Em 17
de setembro de 1875 pelo ministério
presidido pelo duque de Caxias foi-lhe
perdoado, assim como ao bispo do Pará,
0 sr. d. Antonio de Macedo Costa (Vide
julho 14 de 1861), o resto do tempo que
lhe faltava para cumprir a sentença a
que fora condemnado, que era de quatro
annos.
D. frei Vital seguiu do Rio de Janeiro
para a sua diocese no dia 4 de novembro
de 1876 no paquete francez Paraná. A l­
gum tempo depois partiu para a Europa^
e os diários do norte do Império dos pri­
meiros mezesdo anno de 1878 deram-n*o
como gravemente enfermo em França de
phthisica da larynge e sem esperança de
cura. Divulgou-se também a noticia,
dada em primeiro logar pelo Jornal do
323
Recife, de que D. frei Vital havia renun­
ciado ao seu cai’go, o que não é exacto.
Obispo de Olinda arolheu-seem França
ao seminário de S. Sulpicio, onde fizera
os seus estudos theologicos e recebera o
habito (Vide novembro 4 de 1876).
1872—0 sr. conde de Baepend}', Braz
Carneiro Nogueira da Costa Gama, sena­
dor pela provincia do Rio de Janeiro, es­
colhido no dia 15, toma assento na res­
pectiva camara.
M A IO — 22
1532— Sahem do porto de S. Vicente
(S. Paulo), com destino a Portugal, as
naus de Martim AíTonso de Souza, sob o
commando de Pero Lopes, seu irmão.
Entram dons dias depois na Bahia do
Rio de Janeiro, á espera da nau Nossa
Senhora das Candeias, aprisionada em
2 de fevereiro do anno anterior aos
francezes, antes de chegar á Bahia.
Pero Lopes vai no galeão S. Vicente,
levar ao rei noticias do occorrido na
viagem que fizeram Martim Afibnso e
elle ao Brazil.
1644—Tendo seguido por terra, como
dissemos, do Recife para a Parah5’ba,
embarca Mauricio de Nassau com des­
tino állollanda; voltam com elle para a
Europa muitos negociantes importantes,
por considerarem perdida a colonia de­
pois da partida do principe; entre estes,
Gaspar Dias Ferreira, que depois da re­
volução de 1645, foi preso na Hollanda
e a 17 de agosto de 1649 conseguiu fugir
do cárcere, deixando uma carta (Epist.
in cárcere, unde erupü, scripta), que
por esse tempo se publicou. Vão tam­
bém onze Índios de diversas tribus, que
desejam ver a Hollanda.
Do governo que ficára em logar de
Nassau já demos a composição: tinha por
secretario a J. van Balbeeck.
1694.—D. João de Lencastre recebe na
Bahia o governo geral do estado das
mãos de Antonio Luiz Gonçalves da Ca­
mara Coutinho, que fôra nomeado vice-
m
 )/
m ,
'. V ,
324 EPHEMERIDES NACIONAES
;v ,
.rei para a India. Coutinho A^eiu depois
a fallecer {em 1702) na Bahia, ondc tocou
f
■I,if quando voltava d’aquelle seu governo,
It:
i - t
e foi sepultado na egreja do collegio dos
jesuitas. . ^
I). João de Lencastrc, que foi o 32° na
ordem chronologica dos governadores da
ÍS':•.''■
n .i 'v >
Bahia e capitães-generaes do Estado,
exerceu o cargo até 3 de julho (como
verificámos em documentos manuscriptos
da Bibliotheca Nacional) de 1702, dia efn
■life ■ que comera o governo de D. Rodrigo da
III
J-'i
V',! J
Í-' l-t
Ui.'
Costa, seu successor.
1702—Toma posse do seu arcebispado,
çegundo Varnhagen e o padre Peixoto
III ■
iv 'i;'':
de Alencar.no seu Ro'eiro dos IHspados
do Brazil, o õ° arcebispo daBahi i D. Se­
t'-i''‘ ji'i bastião Monteiro da Vide. Outros dos
nossos chronistas collocam este facto na
'fill data de 22 de março (Vide a epheme-
’.'ll '■ t ride de 7 de setembro de 1722).
■i :i i
1773 — Antonio Carlos Furtado de
Mendonça succede ao conde de Valjada-
res no governo da capitania de Minas-
Geraes, tomando posse do cargo na
■'h t '. egreja de Ouro Preto de Villa Rica, como
escreve o desembargador José João Tei­
xeira Coelho na sua Instrucção para o
i;,! V'.V‘ governo da capitania de Minas-Geraes,
1780. Incumbido do governo da ilha de
Santa Catharine, onde fez tão triste fi­
gura, deixou interinamente encarregado
do de Minas ao tenente-coronel Pedro
Antonio da Gama e Freitas, que o
exerce desde 13 de janeiro de 1775.
1792—Embarcam os réus da Inconfi­
11«
dência de Minas na nau Nossa Senhora
da Conceição de Portugal, surta no porto
do Rio de Janeiro.
ill:'! Nesse numero conta-se o poeta Ignacio
José de Alvarenga Peixoto, nascido na'
cidade do Rio de Janeiro em fins do
anno de 1748, e formado em direito ca­
nônico pela universidade de Coimbra.
Era coronel de milicias da Campanha do
Rio Verde (êm Minas), tendo renunciado
á magistratura, quando em 1789 foi en­
volvido na conjuração, para cujo estan­
darte diz-se que fôra elle quem forne­
cera 0 loxomo.—Libertas quoe sera ta-
men\ preso, conduzido em ferros para
os calabouços da ilha das Cobras no
Rio de Janeiro, alli permaneceu incom-
municavel, passando por interrogatórios
inquisitoriaes, até 18 de abril de 1792,
em que foi, como seus companheiros de
infortúnio e de sonhos de liberdade,
condeinnado á morte. Essa sentença po­
rém foi-lhes a todos, menos a Tira-den-
tes, commutada em degredo perpetuo
para a Africa. A Alvarenga Peixoto tocou
o presidio de Ambaca, onde, ralado de
saudades pela terra natal e pela familia,
que idolatrava, morreu no fim de alguns
mezes, isto é, a 1 de janeiro de 1793.
Diz-se que em uma só noite, a que se
seguiu á da sentença de morte, os ca-
bellos se lhe mudaram de còr e de cas­
tanhos que eram se tornaram completa­
mente brancos.
Thomaz Antonio Gonzaga partiu na
mesma expedição, com destino a Moçam­
bique, onde tinha de cumprir os dez
annos de degredo por que lhe fôra com­
mutada a primitiva pena de morte.
Cumpre advertir que Innocencio da
Silva dá Gonzaga como embarcado no
dia 23.
1809—Nasce no R’ 0 de Janeiro o con-
sellieiro Miguel Maria Lisboa, barão de
Japurá, ministro do Brazil na corte de
Lisboa, desde 1868.
Começára a sua carreira diplomática
em novembro de 1828, como addido á
legação brazileira em Londres ; promo­
vido a seu secretario em 1831, .serviu
alli de encarregado de negocios interino
cm 1835, cargo de que foi exonerado em
abril de 1836. Dous annos depois foi
nomeado encarregado dos negocios do
Brazil no Chile, em 12 de abril de 1842
removido para Venezuela e em agosto
de 1847 exonerado do cargo, sendo então
empregado em com missão na secretaria
de estado dos negocios estrangeiros, de
onde subiu cm 1851 para desempenhar
 EPHEMFJlíDES NACIONAES
0 cargo (le ministro residcnie na Lo-
li via.
Em março do anno seguinte íoi man­
dado em missão especial para \ene7Aiela,
Equador e Nova-Granada. Exonerado a
25 de agosío de 1854-, íoi posto em dis­
ponibilidade de novo na secretaria de
estado dos negocios estrangeiros.
Promovido em 1855 a enviado extraor­
dinário e ministro plenipotenc ario pa a
a republica do P eru . íoi em 1859, no
mesmo caracter, para os Estados-ünidos,
de onde foi removido em 18G5 para a
Eelgica e em 1868 para Portugal.
O vellio diplomata falleceu em Lisboa
a 8 de abril de 1881 e o seu cadaver foi
depositado no dia 11 no cemiterio occi­
dental. até ser transferido para o Rio de
Janeiro, como pedira em testamento.
Acerca da unica ©bra que publicai'a,
os seus Eoonances Jiistoi icos, boje rara,
veia-se o Dicciona> io bibliograpliico de
Innocencio da Silva, que oüerece curiosos
promenores.
1324—Jura-se na capital de Goyaz o
projecto de constituição do Império. O
acto cílcctua-se nos paços do conselho,
presentes a Junta do governo provisorio
e mais íunceionanos públicos; dirigem-se
depois á cathedi'al. e ao sabirern do
templo, 0 cor'po do governo cncaminba-se
para a praça e, em presença da tropa,
profere o seu presidente a seguinte allo-
cução:
« Camaradas! Acabamos de jurar a
constituição politica do Impeilo ; ella é
a base em que vai crigir-se a nação bra-
iíileira : ella vai íirrnar a nossa indepen­
dência e a nossa felicidade. Este passo
era necessário, para sermos pelas nações
cultas reconhecidos como nação livre e
independente.
O dia 25 de março foi o cm que o nosso
augusto monarcha a jurou na capital do
Império: hoje na de Goyaz juramos i‘es-
peitar e guardar a mesma constituição.
E vós, camaradas, jurais o mesmo?
« Yiva a nossa santa religião!
:V25
« Yiva 0 Sr. D. Pedro I, imperador
constitucional e defensor perpetuo do
Brazil!
« Yiva a constituição!
cc Yiva a independencial
« Goyaz, 22 de maio de 1824.—AZmro
Josc Xavier. y>
O projecto de constituição, oüérecido
pelo primeiro imperador, tem, como se
sabe, a data de 11 de dezembro de 1823.
1851_T om a assento no senado como
representante da provincia do Rio de Ja­
neiro 0 conselheiro ^e estado Euzebio
de Queiroz Coutinho ^íattoso daCamaia,
escolhido a 17 ("Side maio / de 1868).
M A I O — 23
1535_Vasco Fernaiídes Coutinho,/d o ­
natário da capitania do Espirito-Santo,
desembarca com sessenta pessoas pouco
mais ou menos, entre as quaes P . Jorge
de Menezes e Simao de Gastello Bianco,
fidalgos degradados, na margem direita
IV ■
de uma enseada comprehendida nas ter­
ras da sua donataria. Por ter chegado
esse ponto d’ella em um domingo do
Espirito-Santo. dá á primeira povoação
que ahi funda este nome, que passou " f -
depois a toda a capitania.
1(325—Surge á vista da, barra da Bahia
a frota hollandeza do almirante Bour
deiAvyn Hendiiksoon, composta de 34
navios, enviada pela companhia das
índias Oceidentaes para impedir a re­
stauração da cidade. Havia, poi em, já
tres semanas que esta capitulara, \eri-
ficou-se mais uma vez a conhecida ma­
xima da guerra, como pondera o visconde
de Porto Seguro, de que muitas vezes
algumas horas desaproveitadas podem
decidir do exito de uma empreza. Infor­
mado da rendição da cidade, ainda assim
llendriksoon entrou no porto; mas vendo
que se lhe não dava combate, fez-se na
volta da ilha de Itaparica e aproveitou a
noite para retirar-se.
Depois de ter cruzado tres dias cm
frente da barra, faz-se de vella, rumo
If

326 EPHEMERIDES NACIONAES

do norte, a esquadra inimiga no dia 26. queannes, tio de Salvador Corrêa de Sá,
'■I Chegando na altura do Cabo de Santo e que por tres diflferentes vezes gover-
IW H ii- t. Agostinho (levava então 28 vasos), man­ nái*a a capitania do Rio de Janeiro, Jaz
V,V.- *>, dou o almix'ante hollandez o navio Gou- na egreja do collegio dos jesuitas.
den Soune reconhecer &i poderiam ten­ 1682—Toma posse do governo geral do
% ? 'i ■ tar com successo um assalto sobre o Estado do Brazil, na cidade da Bahia.
f Recife ; verificada a difliculdade da em- Antonio de Souza ^ Menezes, conhe- du:
preza, seguiu a armada a sua derrota : cido na historia pelo appellidcr-/?)’aço de
'I a 20 de junho fundeia toda na espaçosa prata, porque, tendo pc-rdido um braço
I,’r I bahia da Ti^aição, para fazer aguada e em Pernambuco, na guerra com os hol-
refazer-se de mantimentos; d’alli, ao landezes, o substituira por outro d’esse
sentirem a aproximação de forças man­ metal. Ha uma sylva de Gregorio de
dadas de Pernambuco por Mathias de Mattos, em que o poeta allude a esta cir-
Albuquerque e da Parahyba pelo govei cumstancia.
nador Antonio de Albuquerque, para Bm um dos seus famosos sonetos, diz
desa'ojal-os, ílzeram-se de vella no dia elle ainda:
1° de agosto, deixando crivado de sepul­
» Sor Antonio de Souza dc Menezes,
turas o acampamento que tinham occu-
Oiieni sobe a alto logar que não merece,
pado; porque, quando alli chegaram era llomcni sobe, asno vai, burro parece;
tão grande o numero de doentes que Que 0 subir é desgraça muitas vezes. >
desembarcaram, ctue morriam aos quinze
Antonio de Souza e Menezes, que foi o
; Ï - r:' e vinte por dia.
28“ governador da Bahia, succédé ao
Os indics que os haviam auxiliado
mestre de campo general Roque da Costa
i ‘f : Rram acossados pelos nossos. Foi nessa
Barreto, e governou très annos e nove
I'i*'i 1 '<■ occasião que entrou em serviço André
I'iii!',' dias, até 4 de junho de 16S4, em que o
. ,)l I.: Vidal de Negreiros, que se tornou depois
i (. .■ rende o 2“ marquez das Minas, D. Anto­
tão famoso.
nio Luiz de ^ouza Tello de Menezes. Du­
1644— 1 arte do porto da Parahyba a
rante a sua administração édifieou-se a
i '.'it frota hollandeza em que voltava á patria
casa da polvora no campo do Desterro, e
0 piincipe IMauricio de Nassau, embar­
fizeram-se naquellacidade muitas outras
cado na vespei'a (Vide essa data). Con­ obras e fortificações.
stava a esquadra de 13 vasos de alto e
Fão foi, comtudo, dos mais felizes o
pequeno bordo com 4.400 homens de
seu governo, porque, deixando se domi­
equipagem e montando 327 peças. Le­
nar por Fratcisco Telles de Menezes,
vava um considerável carregamento de
que nenhum conceito merecia da popu­
assucar, fumo, pau-brazil, couros e ou­
lação por crimes de que fôra aceusado,
tros generös, tudo no \alor de dous mi
sulscreveu sem mais exame ás vingan­
Ihões e seiscentos mil florins, dos quaes
ças que este quiz exercer á sua sombra
!*P' : !t'< p r t e pertencente a particulares e parte
ecommetteu assim muitas arbitrarieda­
á Companhia das índias.
des e injustiças. A data da sua posse
Depois de uma prospera travessia,
■|íH' ■■ anda menos exacta cm Vanhagen e A .
M id chegou esta frota ao poito do Texel no
n:ez de julho. e Lima: a que damos vem consignada no
f ß d
registro das suas cartas de governo, na
fj
M
A 20 de setembro (Vide essa data)
apresentava Nassau aos Estados Geraes
secção de Mss. da Bibliotheca Nacional.
Manuel Muniz, capitão-mór do Rio-
um extenso relatorio acerca da situação Gtande do Norte, succédé a Antonio da
cm que deixara a colonia.
Silva Barbosa no governo da capitania.
1650 — Fallece Duarte Cori‘èa Vas-
O registro da nomeação de seu successor,
 327
EPHEMERIDES NACIONAES

á côrte: os dous membros recusados

Paschoal Gonçalves de Carvalho, tem a
pelos sediciosos deram-se por demittidos
data de 1 de agosto de 16*^5. e Martim Francisco foi obrigado a re­
1781—Por carta d’esta data manda o
tirar-se para o Rio de Janeiro por ordem
governador da capitania dePernamhuco
do governo provisorio. A ’ testa d’este
(José Cesar de Menezes?) que o capitao-
movimento apresentara-se o coronel
mór do Ceará, João Baptista de Azeredo
Francisco Ignacio de Souza Queiroz, que
Coutinho Montaury, faça vir á sua pre­
também foi deportado para o Rio de
sença 0 escrivão da fazenda (do Ceara)
Francisco Bento Maria Targini, lhe es­ Janeiro.
Ainda a 29 declarava o governo provi­
tranhe a falia de respeito e de subordi­ sorio que não podia restabelecer a ordem
nação com que se houvera para comeste emquanto estivesse na provincia o co­
e 0 prenda pelo tempo que julgar suffl-
ronel Martim Francisco. Também por
ciente para castigo das suas grandes I '
sua vez pouco tempo depois, por carta
culpas. regia de 25 de junho, era extincto aquelle
Este Targini foi mais tarde o conhecí-
dissimo visconde deS. Lourenço, thesou- governo.
1842—Chega a S. Paulo o brigadeiro
reiro geral do real erário. Exerceu
barão de Caxias, que sahira do Rio de
também no Ceará o logar de escrivão
Janeiro a 19, levando forças^ para de-
deputado, que corresponde hoje a in­
bellar a revolução que rebentára em So­
spector de thesi’uraria. Foi victima de
rocaba, para onde parte no dia seguinte
muitas accusações. que elle attribuia á
opposição que fizera ás despezas do go­ (Vide maio 28).
1858—Sucumbe a um attaque de apo­
vernador Bernardo Manuel e do natura­
plexia, na cidade de S. Paulo, o dr. Ga­
lista Feijó, seu amigo (VideJ. Brigido
briel José Rodrigues dos Santos, depu­
dos Santos, R e s u m o C h h o n o l o g i c o d a
tado á Assembléa geral legislativa por
H i s t o r i a d o C e a r a ’ ).
aquella provincia e lente da Faculdade
Targini,que morreu em França em 1827,
fez uma traducção em verso do Paraiso de Direito.
Nascido na referida cidade a 1 de abril
perdido de Milton, publicada em Paris,
de 1810, era aos 20 annos de edade ba­
e outra do Ensaio sobre o Homem de
charel em direito civil pela respectiva
Alexandre Pope, traduzida verso por
Faculdade, perante a qual defendeu
verso, publicada em Londres.
theses dous annos depois, recebendo o ca-
A Bibliotheca Nacional possue um
pello de doutor, e em 1854: foi nomeado
primoroso exemplar manuscripto desta
ultima obra em quatro bellos volumes. lente.
Um dos mais illuminados e convencidos
1822—José Clemente Pereira, como
membros do partido liberal do Império e
presidente e orgao do senado da camara
dos seus mais eloquentes orgãos na ca­
d.) Rio de Janeiro e levando ao principe
mara dos deputados e na imprensa, o
a representação da municipalidade nesse
dr. Rodrigues dos Santos acompanhou
sentido, pede a D. Pedro 1 a convocação
com fidelidade e coragem os seus corre­
de uma constituinte (Vide 3 de junho).
ligionários e soífreu com elles a sorte
— Sedição na capital de S. Paulo para
a deposição dos membros do governo dos vencidos.
No artigo, que a este illustre paulista
provisorio, coronel Martim Francisco ! K , - ty :
consagra o sr. dr. Macedo no seu Anno
Ribeiro de Andrada e brigadeiro Manuel
Biographico, lê-se a seguinte aprecia­
Rodrigues Jordão e conservação do pre­
ção dos seus dotes physicos e intelle-
sidente do mesmo governo João Carlos
ctuaes, em que estão compendiados os
de Oyenhausen, que tinha sido chamado
í F <
328 EPHEMERTDES NACIONAES
% t :■ traços mais salientes do seu bello retrato
moral ;
■í í » ^;
í® f. «Nada lhe faltava para ser orador de
primeira ordem.
Elle tinha figura elegante, rosto como
illuminado, belles olhos, presença sym-
pathica, voz sonora e vibradora de to­
dos as cordas dos sentimentos, palavra
facil, fluente e tão prompta que parecia
adiVinhar a idéa, arrebatamentos de elo­
quência qiie obrigavam a admiração dos
advei’sarios, logica-Hercules, a esma­
gar a argumentação que combatia, ima­
« i ginação vivissima, critério e frio bom
senso no meio dos vulcões das proprias
y ' 1- f
discussões mais tumultuosas.
‘ ilifí^ Foi um meteóro.
íf i Í‘KÁ
'f f r - i i
Apagou-se! »
Morreu pobre. Não tinha qvie ver: é a
fill sorte commum ás naturezas privili-
giadas, que, pelos interesses geraes, se
■ ÙÏ descuidam do proprio interesse.
I,á
Síf' iI'1*.}V
.(• Luiz Augusto Rebello da Silva, um
dos mais esclarecidos e vigorosos en­
genhos portuguezes do presente scculo,
ciijn p6nr)íi inspirâdíi o gelo cln. morto
paralysou por sua vez, deu-nos no VI
,'‘■1 vol. do Archivo Fütoresco (Lisboa, 1S63)
um importante estudo biographico-po-
Jitico do dr. Gabriel José Rodrigues dos
Santos, que recommcndamos ao leitor
como uma obra prima no seu gencj’o.
Nesse seu escripto dá o illustre biorra-
pho para o fallecimento do notabilíssimo
tribuno paulista a data de 23 de junho,
no que o acompanha Innocencio dà
Silva no seu Diccionario fíibliograp7iico
PortUfjuez. Axiúã.vãm nisso erradamente-
o Correio Paulistano de 24 e o Jornal ão
A'l!, ' ■' Commercio de 28 de Maio de 1858 dão
ambos 0 fallecimento do iliustre par­
lamentar paulista oceorrido na presente
data.
1865-Toma assento na camara viía-
icia 0 sr. senador Antonio Marceilino
Nunes Gonçalves, escolhido represen­
tante da provincia do Maranhão a 27 de
abril do mesmo anno.
1880—Inauguram-se solemnemente os
retratos do vice-rei conde da Cunha e do
bispo D. Antonio do Desterro no Impe­
rial Hospital dos Lazaros, na freguezia
de S. Christovão, cidade do Rio de Ja­
neiro. Descerram as cortinas que os
vellavam o sr. barão Homem de Mello,
ministro do Império, e o sr. Luiz Au­
gusto de Magalhães, escrivão do hospital.
O conde da Cunha fôra, como se sabe,
quem, observando a promiscuidade dos
atacados da elephantiase dos Gregos
com 0 resto da população da cidade e
commiserando-se do seu estado,destinara
aquelle hospital para seu refugio c tra­
tamento (Vide a ephemeride de 27 de
outubro de 1832).
O bispo fora também um protector
d’aquella instituição,
— Fallece no Rio dc Janeiro o mare­
chal de campo graduado Pedro Maria
Xavier de Castro, na edade de 71 annos
e mais de 35 de serviços ao paiz.
Tinha o curso completo de estado-
maior de primeira classe pelo regula­
mento de 1874.
Era um dos poucos que restavam da
gloriosa phalange dos veteranos da
nossi independencia.
M AIO —24
1^02 — A camara e povo de S. Paulo
elegem João Ramalho para capitão da
gente que tem dc ir á guerra contra os
Índios da Parahyba.
1619 — Carta régia nomeando Martim
Soares IMoreno capitão-mor do Ceará.
1698 — Carta régia creando uma ouvi­
doria gei-al nas capitanias de S. Vicente
e de S. Paulo.
174^^—Pragmatica cm 21 capítulos, nos
quaes se menciona o trajo permittido
ás diíTerentes classes sodaes, cores e
condições. Ninguém, por eícemplo, podia
trazer prata, bordados ou galões em
seus vestidos, sob certas e determinadas
penas.
O cap. 7“ piohibia aos negros
 EPHEMBRIDES NACIONAES
mulatos (filhos de negros, e mulatos de
mães pretas com brancos) de qualquer
sexo. ainda que se achem forros, o tra­
zerem vestidos de prata e ouro ou te­
cidos de lã, hoUanãas. esguiões, joias,
etc., sob pena de açoites e degredo para
a ilha de :s. Thome'.
No capitulo 9‘ vedava-se que nas al-
íandegas se recebessem de importação
objcctos de luxo, como carruagens,
mezas, bufetes, commodas, papelleiras,
cadeiras.tamboretes remalhados, treinos
e meias de seda,
No 12° comminava-se a pena de de­
gredo para Angola aos que trouxessem
roupa branca com franjas de ouro ou
galões.
No 13° não se permittia o uso de
carapuças de rebuços e ninguém poderia
andar embuçado de capote a ponto de se
lhe r.ão ver a cara, sob pena de perder o
capote e a carapuça.
No cap. 30 se declarava que não era
preciso corpo de delicto para a punição
dos transgressores, sendo bastante a
noticia da transgressão.
Lei singular, que registramos pela sua
mesma singularidade.
1809—Fallcce na cidade da Bahia o
conde da Ponte, governador e capitão
general d’essa capitania desde 14 de de­
zembro de 1805.
Em consequência da sua morte entram
a governar a dita capitania o arcebispo
I). frei .José de Santa Escolastica, o chan-
celler Antonio Luiz Pereira da Cunha,
posteriormente marquez de Inhambupe,
e o marechal de campo João Baptista
Vieira Godinho; estcgOAmrno interino foi
depois subslituido pelo conde dos Arcos.
1827—0 coronel Bento Gonçalves, com
220 homens, cae junto ao x><^sso de
S. Diogo sobre uma partida do exercito
argentino, que ficou completamente des­
troçada, perdendo todos os cavallos en-
silhados que montava e mais 500 que havia
tomado das estancias visinhas. O inimigo
deixou muitos mortos no logar da acção
329
e quasi todo o seu armamento, lançan­
do-se a nado, os que escaparam, no Rio
Jaguarão,
— Convenção preliminar entre o go­
verno imperial e o de Buenos-Ayres, em
que, pelo artigo 1°, renunciava este a
todas as suas pretençoes sobre o terri­
tório de Montevidéu. Para celebrar esta
convenção mandara o dito governo ao
Rio de Janeiro o proprio ministro Ma­
nuel José Garcia, que, em novembro de
1825, havia declarado a guerra ao Impé­
rio (Vide junho 18).
1840—E’ sagrado no Rio de Janeiro o
bispo eleito d’essa diocese D. Manuel do
Monte Rodrigues de Araujo, assistindo
á ceremonia o imperador e suas irmãs, o
regente Araujo Lima, o tutor do impe­
rador e das princezas e grande numero
de senadores e deputados. O bispo de
Cuyabá D. José Antonio dos Reis e o de
Anemuria presidiram o acto. O conego
Januario da Cunha Barbosa foi o orador.
O Roteiro dos 6ispados dá este facto como
oceorrido a 24 de junho, o que não é
exacto,comosepéde verificar dosjornaes t■
do tempo e nomeadamente do Diário do
Rio de 25 de maio de 18-40 (Vide a ephe-
mcridedQ 10 de fevereiro de 1839).
185G-Iniciam-se os trabalhos de con-
strucção da estradado ferro do Joazeiro,
na Bahia. A benção dos trabalhos foi
lançada pelo arcebispo D. Romualdo. de
saudosa memória, que pronuncia um dis­
curso apropriado ao acto (Vide 28 de
junho de 1860).
1862—Organisa-se um novo ministério
tendo 0 conselheiro Zacarias de Góes e
Vasconcellos por presidente do conselho,
“om a pasta dos negocios do Império; o
dr. Francisco José Furtado com a dos da
justiça; o senadoi’ Carlos Carneiro de
Campos com a dos estrangeiros; o sr.
senador José Pedro Dias de Carvalho
cora a dos da fazenda; o sr. dr. José Bo­
nifacio de Andrada e Silva (hoje senador)
com a dos da marinha; o barão (posterior­
mente conde) de Porto Alegre com a dos
 da guerra, e o conselheiro Antonio Coelho dignamente e obram prodígios de valor.
de Sá e Albuquerque com a dos da agri- 0 \ulto, porém, mais grandioso d’essa
culturn, commercio e obras publicas. memorável acção é o general Osorio,
Este gabinete apenas aturou très dias, que se acha em todos os pontos onde
pois a 28 do mesmo me/, pediu dispensa mais imminente era o perigo, animando
do encargo e foi chamado para organisar os combatentes e dirigindo a peleja.
outro, primeiro 0 sr. visconde de Abaeté, Esta batalha durou cinco horas.
então presidente do senado, e em segui­ O inimigo, acossado em todas as di­
da o marquez de Olinda (Vide a ephem. recções, é completamente desbaratado,
de 30).
deixando no campo mais de seis mil
1866 — Fere-se no Paraguay uma das m rtos, perdendo 4 canhões, 2 bandeiras,
mais renhidas e mortiferas 2)elejas, que 1 estandarte e 221 prisioneiros.
jamais se hão travado na America do D’entre cs nossos generaes foram fe­
1
Sul. Na historia da memorável guerra ridos Osorio e Sampaio. Este fallece nos
<11> ' '

1 ■,j!ï do Paraguay a data d’esta batalha é primeiros dias de Junho, das gloriosas
, A,
uma das mais gloriosas para o Brazil. feridas que recebera neste combate, e as
1
Tratavam os alliados de se postar d’aquelle conservaram-se vivas por muito
k *1 ' . ■.
convenientemente no seu novo acam­ tempo: só a morte as fechou de todo.
r
':lí
pamento de Tuyuty, quando o inimigo 1867—0 sr. conselheiro Francisco Octa-
I '. I r : ■ •
cabe de subito sobre elles das 11 horas viano de Almeida Rosa, escolhido a 21
’ .is / paia 0 meio dia, favorecidos por capões de Janeiro senador pela provincia do
M l
M . ■ de matto, que lhe encobriam a frente. Rio de Janeiro, toma assento na respe­
Os paraguayos eram comniandados pelos ctiva camara.
generaes Barrios, cunhado do dictador — Toma egualmente assento na ca­
Lopes, Resquin e Dias. O inimigo car- mara vitalícia 0 sr. visconde de Bom Re­
1 ega com t into imj.et» sobre as nossas tiro, conselheiro Luiz Pedreira do Couto
foiças, que uma das nossas divisões e a Ferraz, escolhido senador pela mesma
dos orientaes se viram obrigadas a re­ provincia também por carta imperial de
cuar. Nessa occasião a artilharia brazi- 21 de janeiro.
leira do commandante Mallet, hoje (1881) 1880 — Fallece no Rio de Janejro o
barão de Tapevy, desfecha uma tão ter­ desembargador Venancio José
;! t rível, carga de metralha sobre as colum- Lisboa, um dos mais antigos e
nas inimigas, que as põe em desordem respeitados membros da nossa alta ma­
e as obriga por sua vez a hesitarem ; gistratura.
as cargas das divisões dos generaes
Nascido em 1810, formara-se em direito
Sampaio e Argollo, cepois visconde de em Paris no anno 'de 1830, aos 20 annos
Itaparica, ajudam a repellir o inimigo; de edade.
a nossa pequena cavallaria dá as mais
Fôra presidente da provincia de S.
temerárias e brilhantes cargas que se Paulo em 1838, da do Maranhão em
viram nessa tão prolongada campanha. 1842, e eleito deputado á Assembléa
Em vão o inimigo emprega os mais des­ geral por esta provincia em 1843 e pela
esperados esforços para nos dominar,
do Rio de Janeiro na legislatura de 1850
batalhões inteiros seus tombam dizi­ a 1854.
mados pelo nutrido fogo da nossa arti­
lharia, e milhares de cadaveres alastram MAIO—25
o campo. Flores, Sampaio, Castro, Pau-
1633—Um troço de 200 hollandezes,
nero, Argollo, Netto e outros valentes
providos de mochilas para carregar as-
chefes do exercito alliado commandam
sucar, assaltam os engenhos de Guara-
0'-r
;
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ê'., :;'
âi
 EPHEMERIDES NACIONAES
rapes : A'oltavam já com as prezas feitas,
quando lhes sähe ao encontro o capitão
Domingos Dias á frente dos moradores do
logar, mata-lhes alguns e obriga grande
numero d’elles a largar o qne carre­
gavam .
1638—Manda Nassau á noite retirar
todas as suas tropas que sitiavam a
cidade da Fahia, sem que d’isso se aper­
cebessem cs nossos, que ainda na manhã
seguinte disparavam balas e bombas
para o campo inimigo, como si eile
ainda alli estivesse.
O cerco aturara 40 dias.
Depois de embarcadas as tropas hol-
landezas, conservaram-se ainda alli dous
dias, deixando as aguas da Bahia na
noite de 28. A 29 lendem os habitantes
graças a Deus pela victoria alcançada, e
destroem todas as fortificações levanta­
das pelo inimigo.
A noticia d’este revez de Nassau foi
mui bem recebida em Lisboa e Madrid
e a mãos largas foram recompensados
os que para eile haviam concorrido: ao
governador Pedro da Silva, o Duro, foi
conferido o ti ulo de conde de S. Lou-
renço (por carta passada em Madi’id a
2G de junho de 1640); o conde de Ba-
gnuolo teve o de principe em Nápoles;
a D. Antonio Phlippe Camarão concedeu-
se uma commenda lucrativa e a Luiz
Barbaiho outra.
1689— O cai itão-general Antonio Luiz
Gonçalves da Camara Coutinho toma
posse do governo da capitania de Per­
nambuco, roceberdo-o das mãos do bispo
diocesano D. Mathias de Figueiredo e
Mello, que a regia interinamente por
fallecimento do governador Fernão Ca­
bral Belmonte.
Camara Coutinho foi o décimo terceiro
na ordem chronologica dos governadores
de Pernambuco e occupou esse logar por
um anno e treze dias, acabando o se\i
governo em 5 de junho de 1690.
1740—O bispo do Rio de Janeiro D. frei
Antonio da Guadelupe, removido para a
n
33i
séde de Vizeu, em Portugal, embarca
para o reino.
Foi 0 fundador do seminário episcopal
de S. José e do Aljube (côrte), que se
converteu depois em cadeia publica eha
alguns annos em casa das sessões do
Jury, apezar da sua impropriedade para
esse fim.
1786—Fallece o rei D. Pedro III, prior
do Crato, tio e marido da rainha D. Ma­
ria I. n
1817—Frei Joaquim do Amor Divino /
Caneca é preso, por ter ido de capellão l .y
de uma tropa que sahira a 20 de abril
para o sul de Pernambuco.
A 24 de julho de 1820 ainda requeria
elle, da cadeia da Bahia, a sua soltura,
allegando o que padecera por cadeias,
posto em ferros, soffrendo nudez e fomes
e outros tratos, cjue se não crêm, diz
elle, entregue ao arbítrio de um monstro,
0 carcereiro da cidade. Tinha ainda pae, IS
com 67 annos de edade, tres irmãs sol­
teiras e duas sobrinhas rphãs, a quem
servia de arrimo antes de preso. I )
1838—Fallece o senador pela província
de Sergipe José Teixeira da Matt i Ba-
cellar, escolhido a 22 de janeiro de 1826,
na organização inicial do senado :
tomára assento a 4 de maio do mesmo
anno.
1853—Toma assento no senado como 1'^'
representante da província de Minas-
Geraes o sr. conselheiro José Ildefonso
de Souza Ramos, posteriormente barão
das Tres Barras, hoje visconde de Ja-
guai'y e presidente d’aquella casa do
parlamento. Fóra escolhido no dia 21,
quando occupava a pasla da justiça no
gabinete 11 de maio Me 1852), presidido
pelo conselheiro RodriguesTurres.depois
visconde de Itaborahy^'^^f^
1864 — Chega a Belém do 1'ará o
sr. dr. José Vieira Couto de Magalhães,
presidente da província de Minas Geraes
eque presidira anteriormente ade Goyaz.
Corajoso viajor, partira da capital d’esta
ultima província até enconirar o Ara-
 guaya e, em um bote, percorrera cerca
de 400 léguas de uma navegação por
assim dizer vertiginosa, toda acciden-
tada de saltos, cachoeiras, entaipavas,
rebojos, correntezas e travessões, até
surdir (é o termo) em Belém. Esta tra­
balhosa viagem excitou alli viva admi­
ração e deu como resultado pratico que,
em futuro mais ou menos proximo, é
possivcl que as provincias interiores e
oceidentaes do nosso vasto território
possam communicar-se entre si sem a
dependencia da longa navegação oceâ­
nica.
1865—Ataque e oceupação de Corrientes
pela esquadra e forcas brazileiras e
argentinas, sob o commando do general
Paunero. Corrientes tinha sido anterior­
mente tomada pelos imraguayos, em cujo
poder estava,
18C8— Fallece o padre Antonio da
Cunha Yasconcellos, senador pela pro­
vinda da Parahyba, escolhido a 23 de
dezembro de 1835 pelo primeiro regente
do Acto Addicional, Diogo Antonio Feijó,
e que tomára assento na respectiva
camara a 18 de maio do anno seguinte,
tendo portanto uma vida senatorial de
32 annos e 7 dias, a contar da posse.
Tinha 75 annos de edado.
Jaz no cemiterio de S, Francisco de
Paula.
1871—Parte o imperador para a Europa,
com S. M. a imperatriz, em viagem de
recreio. E’ a primeira vez que S. M.
sabe do Império. Voltaram a 30 de
março de 1872 (Vide essa data).
1875—P’allece na cidade do Rio de Ja­
neiro D. Violante At ibalipa Ximenes de
Bivar e Vellasco, tllha do cornselheiro
Diogo Soares da Silva e Bivar. nascida
na cidade da Bahia a 1 de dezembro de
181G. Era uma escriptora distincta.
Foi ella a primeira do seu sexo que no
Brazil redigiu um periodico, o Jornal
7;.- I
das Senhoras. Ainda ultimamente pu­
blicou , tanibem no Rio de Janeiro, a
»11 folha hebdomadaria O Domingo, cujo 1
numero sahiu em 23 de novembro
de 1873.
Além dos dous mencionados periódicos,
deixou-nos D. Violante algumas versõe.s
das linguas franceza, italiana e ingleza,
de que trata especificadamente Innocencio
F. da Silva no seu D i c c i o n a r i o b i u l i o -
GUAPHIC O.
M A IO — 26
1614—Chega ao porto do Recife a urca
em que vinha o sargento-mor Diogo de
Campos Moreno, nomeado para fazer a
conquista do Maranlião, então em poder
dos francezes. Estava, porém, já encar­
regado da referida conquista Jeronymo
de Albuquerque. O governador general
do Estado achou todavia meio.de conci­
liar as duas nomeações, e estabeleceu as
cousas de modo que um não ficasse sub­
ordinado ao outro, mas nada podendo
nenhum dos dous decidir sem o voto
d'elle governador.
A ’ sua chegada encontra Moreno um
caravellão da costa apenas com 300
alqueires de farinha, que ia levar de
soccorro á gente do forte da b a h i a d a s
TARTARUGAS, que havia tres mezes só
se alimentava de hervas dos campos,
solfrendo quasi absoluta precisão de
todas as cousas. Não ob.stante isso, essa
gente se havia defendido galhardamente
contra cerca de 300 tapuyas selvagens
que tinham numa madrugada atacado
o forte, e por tal modo os batera, que
os Índios foram obrigados a pedir-lhe
paz.
!611— Francisco Cordovil Camacho,
nomeado capitão-mor do Pará pelo go­
vernador do estado do Maranhão e Grão
Pará, toma posse do cargo e exerce-o
até 17 de setembro do 1642, dia em que
falleceu.
1737—O rei D. João V ordena ao go­
vernador de Pernambuco que mande
oceupar a ilha de Fernando de Noronha,
expvlsando d’alli os francezes e levau-
 EPHEMERIDES NACIONAES
tando as fortificações necessárias para a
sua defe.^a e conservação.
São postas para esse flm á disposição
do governador duas fragatas com a pre­
cisa artilharia e munições de guerra.
Evacuada a ilha dos intrusos, deve o go­
vernador auxiliar a agricultura da mes­
ma ilha, promovendo a plantação dos
generös necessários á subsistência e a
criação de animaes domésticos.
1804—Caetano Pinto de Miranda Mon­
tenegro, nomeado governador e capitão-
general de Pernambuco, assume o exer­
cido do cargo, recebendo as redeas da
administração das mãos do governo in­
terino que desde 29 de dezembro de 1798
{Vide essa data) a oceupava.
Governou a capitania até 6 de março
de 1817, dia em que irrompeu o movi­
mento sedicioso da provincia, ; foi então
preso e enviado para o Rio de Janeiro.
A ’ chegada da familia real a esta
cidade, Caetano Pinto de Miranda Mon­
tenegro viera cumprimental-a, havendo
por isso uma interrupção no seu governo
de 18 de março a 20 de setembro de 1808
(Vide essa data).
1812—Fallece no Rio de Janeiro o pre­
sidente da Meza do Desembargo do Paço
e da Consciência e Ordens, Henrique
José de Carvalho e Mello, marquez de
Pompal e conde de Oeiras, filho do
grande ministro de egual titulo. Se­
pultou-se na egreja de Santo Antonio
dos religiosos Franciscanos, no mesmo
jazigo em que, quatro annos antes, fôra
sepultada sua esposa.
1823—Proclamação do imperador D. Pe­
dro 1 dirigida aos habitantes da pro­
vincia do Rio Grande do Sul :
« Habitantes do Rio Grande de S. Pe­
dro.—Próximas a cahirem em total
ruina estão essas phalanges lusitanas,
que ainda enxovalham a malfadada ci­
dade da Bahia. Cercadas pelo bravo
exercito e esquadra brazileira, serão pre­
cipitadas no abysrao, que teceu o seu
orgulho, 0 que merecem os seus crimes!
O mundo conhecerá com mais um exem­
plo, que não se ataca impunemente a
independencia de uma nação briosa.
A altivez dos lusitanos tem sido tro­
cada pela raiva, pela desconfiança e
medo, de que estão possuidos.
« Habitantes do Rio-Grande ! Cedo
voltará aquella cidade ao grêmio brazi-
leiro, e eis o mais bello frueto dos es­
forços de todos os povos desde o Rio de
Janeiro até Parahyba do Norte, A vós
toca outra tarefa igualmente importante.
Não vedes que ainda os muros de Mon­
tevidéu acoitam monstros que, não ou­
sando medir suas forças com as do exer­
cito brazileiro, valem-se da intriga para
vos fazer a guerra? Esquece-vos acaso
a ingratidão com que vos pagam o bem^
que lhes fizestes em vossos lares e os
perigos de que foram livres na guerra
pelo valor dos vossos soldados ? !
« H.abitantes do Rio-Grande, reuni-vos,
empunhe-se a espada ; vá para longe ou
morra quem não quer ser brazileiro, e
súbdito do Imperador Pedro I. O íerro,
0 pó e a morte cubram os inimigos que
ainda pisam nosso bello território ; re-
mordam-se, vendo-nos independentes e
victoriosos. — IMPERADOR. »
1843 _ O brigadeiro Bento Manuel Ri­
beiro, com a columna do seu commando,
ataca junto a Ponche-A^erde os rebeldes
do Rio Grande do Sul e derrota-os. D’essa
data em diante nada mais ernprehendem
elles até á annistia geral (Vide 1 de março
de 1845), com que termina a revolução
rio grandense.
Na acção de Ponche-Verde, Bento Ma­
nuel apenas contava com 1.400 homens
em suas fileiras, e os rebeldes apresen­
taram 2,300 combatentes, entre os quaes
alguns orientaes commandados pelo cau­
dilho Santander.
1847— Expira em S. Paulo o bispo
d’essa diocese D. Manuel Joaquim Gon­
çalves de Andrade, natural da ilha da
Madeira, eleito no reinado de D. Pedro I
do Brazil a 12 de outubro de 1826, con-
 33t EPHEMERIDES NACIONAES
flrmado por bulla do papa Leão XII de
12 de julho de 1827.
•f' ,
Foi 0 6* bispo de S. Paulo, si contar­
mos como 4° a D. frei Miguel da Madre
de Deus, o qual, posto que confirmado e
sagrado, renunciara o cargo e fora de­
pois nomeado arcebispo de Braga, onde,
como tal, falleceu.
1854—Fallece na sua fazenda do Q u e i ­
m a d o , em Campos dos Goytacazcs, o 1°
barão de Santa Rita, capitão-mdr Manuel
Antonio Ribeiro de Castro.
Nascido a 8 de novembro de 1767 no
logar de Aldros, arcebispado de Braga,
em Portugal, matriculára-se negociante
em 1786 na R e a l J u n t a de Lisboa, e
naquella cidade permaneceu até 1789,
embarcando nesse anno para o Rio de
Janeiro. Era 1790 passou-se para Cam­
pos, onde se estabeleceu com loja de fazen­
das. De 1797 porém em diante dedicou-se
á lavoura, em que desenvolveu um ad­
mirável tino pratico e accumulou con­
siderável fortuna.
A o fallecer deixou uma descendencia
de 76 pessoas entre filhos e netos, que o
veneravam e que tiveram sempre nelle
0 exemplo do trabalho intelligente e
perseverante e o de muitas virtudes pri­
vadas. Era sogro do visconde de Ara-
ruama, de quem já tratámos nestas
a' paginas, e do barão de Muriahé, e pae
do aatual barão de Santa Rita.
Além de titular, foi o capitão-mdr
Manuel Antonio Ribeiro de Castro ca-
valleiro de Christo e official da ordem
da Rosa.
Falleceu de uma quéda da escada da
sua fazenda do Q u e i m a d o .
18o5—A ’ bordo do paquete francez
Peluse, que o transportava doente para
Europa, succumbe o conselheiro Cândido
Baptista de Oliveira, senador pela pro­
l; víncia do Ceará, escolhido a 23 de dezem­
ii!' >' ' i;;
r't bro de 1848 e que a 29 de dezembro do
anno seguinte tomára assento no senado
'ii ‘
(Vide fevereiro 15 de 1801). Foi sepultado
na Bahia.
18/8 Xascido no Rio de Janeiro a 10
de fevereiro de 1826, fallece na mesma
cidade na presente data o dr. Francisco
de Menezes Dias da Cruz.
Forraára-se na Escola de Medicina da
cidade natal em 1847. Lente substituto
nella desde 1854, por occasião da refor­
ma por que passaram os cursos medicos
do Império, até que, pela jubilação con­
cedida em 1864 ao sr. conselheiro Anto­
nio Felix Martins, hoje barão de S. Fe­
lix, foi nomeado lente cathedratico de"
pathologia geral, regeu essa cadeira até
morrer. Publicára em 1876 um compen­
dio d’aquella materia.
O suffragio popular deu-lhe um logar
na municipalidade da côrte em 1856 e
reelegeu-o em I860. Em 1866 foi eleito
deputado pelo municipio neutr á Assem-
bléa geral, na legislatura que foi depois
dissolvida.
O seu cadaver, levado no dia 27 para
o cemiterio de S. Francisco Xavier, teve
um brilhante acompanhamento, derra­
deira homenagem aos seus reaes mere­
cimentos.
M AIO — 27
1534 Carta de doação da capitania
de Porto Seguro, passada jior el-rei
D. João III a Pedro do Campo Tourinho.
1682—Francisco de Sá e Menezes, de­
cimo septimo governador e capitão-gene­
ral do Estado do Maranhão, toma posse
do seu cargo na sala do senado da ca-
mara da cidade de S. Luiz. Era doutor
em sciencías juridicas e substituia a
Ignacio Coelho da Silva. O seu governo
foi de très annos menos onze dias, ter­
minando em 16 de maio de 1685.
Desde 20 de outubro de 1682 residira
na cidade de Belém do Pará, tendo dei­
xado por capitão-mór do Maranhão ao
sargento-mdr do Estado Balthazar Fer­
nandes.
1758— Por decreto de 11 de junho
(Varnhagen) de 1757 tinha sido creada
uma capitania no Alto Amazonas, com
 EPHEMERIDES NACIONAES
seu governador privativo, subalterno ao
capitão-general do Pará, dando-se-lhe o
nome de capitania de S. José de Javary
ou do Rio Negro (este ultimo nome foi
0 que prevaleceu), e fòra nomeado para
governul-a o coronel Joaquim de Mello
Povoas, que toma posse do seu cargo na
presente data, segundo Varnhagen, ou
no dia 7, segundo Abreu e Lima. que dá
omez de julho para a creação da nova
capitania.
1811—Morre na ilha Terceira José
Vieira Couto, que percorrera como mi-
neralogista os mais longinquos sertões de
Minas, deixando de seus trabalhos e
excursões memórias curiosas, das quaes
algumas correm impressas, duas d’ellas
pelo Instituto Historico do Brazil, como
se verifica do Diccionario Bibliographico
de Innocencio da Silva (Vide a epheme-
ride de 8 de outubro de 1800, § 3°).
1823—A expedição que ia do Ceará,
sob 0 commando do capitão-mór José
Pereira Filgueiras, em soccorro dos in­
dependentes do Piauhy, deixa a villa do
Crato em marcha para o seu destino,
indo acampar em Varzea de Vacca.
1821 — Frei José Maria de Macerata,
3“ prelado de Cuyabá, chega á sua pre­
lazia.
Era religioso capuchinho, natural de
Italia, e fora nomeado pelo imperador
D. Pedro I, a pedido dos povos d’aquella
parte do Império, a 29 de agosto de 1823.
Chegando a Cuyabá na data qué fica
indicada, tomou conta do seu cargo
nesse mesmo dia. Não tendo, poi’ém,
solicitado ou podido obter o titulo de
bispo in pariibus, como era preciso,
assim permaneceu, até que depois, en­
tendendo 0 governo imperial que por
estrangeiro, não podia frei José exercer
aquelle ministério, deu por nullã a sua
nomeação.
Foi 0 ultimo prelado de Cuyabá, ele­
vado depois á categoria de bispado
(Vide 18 de outubro de 1829).
1813—E’ escolhido senador pela provin-
cia de Goyazo conselheiro de estado José
Antonio da Silva Maia, ministro dos ne­
gócios do Império (Vide a ephemeride
de 3 de outubro de 1853).
1851—0 primeiro deputado que repre­
senta a provincia do Paraná na Assem-
bléa geral legislativa (era a 9' legislatura)
é 0 bacharel Antonio Cândido Ferreira
de Abreu, que toma assento na camara
na presente data.
1858—Fallece pelas 9 1/2 horas da ma­
nhã na sua diocese o 1“ bispo do Rio
Grande do Sul D. Feliciano José Rodri­
gues Prates, nascido na freguezia de
Nossa Senhora dos Anjos da Aldeia, na
mesma provincia, a 13 de julho de 1781.
O Parthenon Litterario do Rio Grande
do Sul, que devia estar bem informado,
0 faz nascido a 17 de junho.
D. Feliciano Prates era alferes-capellão
reformado do exereito e exercia a vi-
gararia encommendada da parochia de
Santa Barbara da Encruzilhada, quando
foi, a 5 de maio de 1851, escolhido bispo
do Rio Grande, A bulia do S. S. Padre
Pio IX que 0 confirmou nesse cargo tem
a data de 2Gde setembro do anno se­
guinte. Sagrado no mosteiro de S. Bento
do Rio de Janeiro a 29 de maio de 1853
pelo bispo conde de Irajá D. Manuel do
Monte, chegou á sua diocese a 29 de
junho e tomou posse d’ella em pessoa a 3
de julho do mesmo anno, segundo o sr.
Coruja nas suas Lições de Historia do
Brazil e 0 Roteiro dos Bispados. O Par­
thenon Litterario citado dá para a sua
entrada na diocese a data de 20 de junho.
Tinha D. Feliciano, quando falleceu,
quasi 77 annos de edade e apenas I annos,
10 mezes e 21 dias de exercido do epis­
copado. Morreu pobre. Ounico dinheiro
que se lhe encontrou no espolio foram
tres onças de ouro. O seu cadaver, que
foi embalsamado, jaz na cathedral da
sua diocese, no pavimento abaixo do arco
cruzeiro, ao lado do Evangelho.
D. Feliciano Prates não dispunha de
grande erudição, mas fez-se notável pela
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iíl^^
336 EPHEMERIDES NACIONAES
' /'
sua caridade e rnais virtudes christãs.
Na falta de um cdificio apropriado,ha­
t. via fundado na propria residência epis­
‘l í copal um seminário, que era mantido
pelo seu bolsinho, auxiliado por uma pe­
quena contribuição dos cofres provin-
ciaes.
O bispado do Rio Grande do Sul, des­
membrado do do Rio de Janeiro, fora
instituido pelo decreto de 27 de agosto
de 18i7 e pela bulia do papa Pio IX de
17 de maio de 1848.
1864—Desembarcam na capital do Ma­
ranhão os restos mortaes do distincto
historiographo e publicista João Fran­
cisco Lisboa íVide março 22 de 1812).
Nascido na casa dos seus avós uterinos
em Pirapemas, que margeiao caudaloso
Itapecurú, Ireguezia de Nossa Senhora
das Dôres de Itapecuim-mirim, áãllecera
em Lisboa a 26 de abril de 1863. O seu
cadaver, collocado em um caixão de
chumbo hermeticamente soldado, foi de­
positado na egreja de S. Paulo e d’alli
transferido para o mausoléu do nego­
ciante Sebastião José de Abreu, no ce­
mitério dos Prazeres, üm anno depois,
transportado no brigue Angelica I para
0 Maranhão, por ordem de sua viuva, que
fora esperal-o, é depositado na capella-
mór do convento de Nossa Senhora do
Carmo, em uma sepultura rasa com
uma lapida singela, que contém apenas
0 seu noni^e as datas do seu nascimento
e morte
1869 — Expira no Rio de JaE^ro o
conselheiro dr. Claudio Luiz da Costa,
nascido na cidade do Desterro, capital da
provincia de Santa Catharina, a 26 de
setembro de 1798.
D’entre as mcumbencias de que fòra
I. M
'1^ e n c a r r e g a d o a de director do
Imperial Instituto dos meninos cegos,
para que fòra nomeado por decreto de
1-5 de outubro de 1856, logar que desem­
penhou com zelo constante e caridade ver­
dadeiramente paternal. A irmandade da
Casa da Santa Misericórdia da cidade de
I
Santos collocou no seu consistorio o re­
trato do conselheiro Claudio Luiz da
Costa, que muitos serviços prestara não
só á cidade corno ao paiz desde 1822.
Consulte-se o Esboço biogra'phico que
d’elle escreveu o conego dr. J. C. Fer­
nandes Pinheiro e que foi lido perante o
Instituto Historico: corre impresso em
avulso (Rio de Janeiro, 1871).
m a io — 28
1503—Toca em um ponto da costa do
Brazil, não se sabe qual, a esquadra de
Affonso de Albuquerque, que sahira de
Lisboa a 6 de abril em viagem para a
índia.
Neste anno Fernão de Noronha, man­
dado em exploração á America, descobre
a ilha que tem hoje o seu nome e que
primeiro se chamou de S. João. Diz-se
que Américo Vespucio o acompanhára.
A 16 de janeiro do anno seguinte faz
D. Manuel doação d’ella ao mencionado
Noronha, fidalgo da sua casa,e D. João III,
por carta passada a 3 de março de 1522,
confirma a doação, afim de que o dona­
tário lançasse gado na ilha e a rompesse
e aproveitasse, obrigando-se ao tributo
do quarto e dizimo. Nada, porém, fize­
ram 0 donatario e seus herdeiros para
a beneficiar, contentando-se com o goso
de se chamarem donos d’ella e tendo o
uidado de, em cada novo reinado, tira­
rem a confirmação da doação' obtida.
Mais de dous séculos depois (em 1737)
estava ainda a ilha despovoada.
1634—Duarte Gomes da Silveira, que
fòra mandado á frente de 450 homens,
dos quaes 300 indios, para atacar as al­
deias dos indios Janduis, no sertão do
Rio Grande do Norte, que a convite dos
hollandezes tinham descido a tallar os
campos d’aquella capitania, encontra-se
neste dia com uma partida dos raencio-

EPHEMERIDES NACIONAES
nados liollandezes, composta de solda­
dos saliidos do forte dos Reis Magos, e
trava combate com elles nas margens do
rio Potenguy, que acabava de atravessar.
Os inimigos retiram-se com alguma
perda e Duarte Silveira julgou prudente
não ir mais além, contentando-se com
permanecer alli, para embaraçar a junc-
ção dos iüdigenas com os hollandezcs.
1638 — A esquadra flamenga, com-
mandada pelo conde de Nassau, depois
da mallograda empreza de conquistar a
Bahia velleja ao caliir da noite para
Pernambuco, levando como despojos da
guerra 100 escravos (Vide maio 25).
1678—Faz a sua entrada pontiflcal na
respectiva diocese o 1° bispo de Per­
nambuco D. Estevão Brioso de Figuei­
redo (Vide a eiihemeride de 11 de abril
de 1678, 2 ';.
1688—Chega á sua diocese o 3° bispo
de Olinda D. Mathias de Figueiredo e
Mello (Vide julho IS de 1691).
1737—Antonio de Oliveira Bastos, ca­
pitão de infantaria, é mandado por com­
mandante da ilha de Santa Catharina
pelo governador da praça de Santos
João dos Santos Ala, trazendo comsigo
um destacamento militar, o primeiro que
houve naquella ilha, e alguns povoado-
res 1 ortuguezes.
Antes do governadores propriamente
ditos, teve a ilha très commandantes
militares, dos quaes é este o 3° na
ordem clironologica.
1808—Alvará determinando que todo o
tabaco que sahir da casa da arrecadação
da Bahia para consumo da capitania,
pague 100 réis por arroba, e bem assim
na alíandega o que vier por mar e no
registro de Itaguay o que vier por terra.
1821—Por portaria d’esta data o presi­
dente intruso do Ceará, Tristão Gonçal­
ves de Alencar Araripe. priva a todos os
europeus dos cargos civis que exerciam
na provincia.
No dia seguinte privou-os também
dos cargos militares.
Jl
337
1827—Fallece na villa do Rio Pardo,
no Rio Grande do Sul, o marechal Pa­
tricio José Corrêa da Camara,fvisconde
de Pelotas. i
Nascido em um navjo, em que seus
paes, sahidos da ilha Terceira, se diri­
giam para Lisboa, baptisou-se em Portu­
gal e alli recebeu cuidadosa educação e
alguns conhecimentos litterarios.
No Anno Biographico esboça-lhe o
sr. dr. Macedo a vida, entremeiada da
narração dos serviços que prestára em
Lisboa, fazendo sentinella ao real erário
por oceasião do terremoto de 1755; na
índia, com praça de subalterno, e nas
guarnições de Gôa, Diu e Damão; em
Moçambique e Loanda, e flnalmente no
Brazil, onde começou a brilhante serie
dos seus feitos militares nas campanhas i
do Sul de 1771 a 1801 e de 1812 a 1818.
Fallece cheio de honras que á custa do
seu sangue alcançára, « deixando o mais
bello exemplo de dedicação, pericia e
bravura militar, desinteresse e probi­
dade.. . e a lembrança de vinte campa­
nhas em sua vida de soldado. »
Era avô materno do actual sr. vis­
conde de Pelotas.
1812—Como dissemos, rompera em So­
rocaba e Itú uma revolta, queacclamára
presidente da provincia de S. Paulo ao
coronel Raphael Tobias de Aguiar (Vide
17 e 18 de maio). Para debellal-a fôra
enviado da capital do Império o briga­
deiro barão de Caxias, que chega a
S. Paulo no dia 23 e segue a 24 em di­
recção á Sorocaba, foco da rebellião.
Na presente data ha um tiroteio entre
as forças legaes e as dos insurgentes no
logar denominado Jaguaraé, duas léguas
distante da cidade de S. Paulo, retiran­
do-se os revoltosos sem aceitar combate
(Vide junho 7).
 ».1
338 FiPHEMERIDES NÀCIONAES
S. Vicente o ouvidor geral Pedro Borges
e 0 provedor-mdr Antonio Cardoso, em
;(;i; uma flotilha commandada por Pedro de
Góes, para regularisarem a administra­
ção da justiça e fazenda naquelle ponto
do territorio.
1630—Assume o governo da capitania
do Pará o provedor-mór da real fazenda
•:S-.i' •f Jacome Raymundo de Noronha, que
pouco tempo esteve á testa *do governo
W ' (Vide a ephemeride de 28 de novembro).
Diz a respeito d’este governador o auc-
JiJi'**»
tor das Eras do Pará:
« Decimo Capitão-Mór Jacome Rai­
HiH!;
:ii 1::.;, mundo de Noronha, Fidalgo da CazaReal,
A, •
. ‘ ‘.; r ' e Provedor-Mor da Fazenda, Confere-se-
Ihe a posse do cargo aos 29 de Maio de
1630 em virtude da nomeação, que delle
fez 0 Governador do Estado para substi­
"I?. ' ' tuir ao Capitão-Mor Luiz Aranha de Vas-
concellos. »
'I 1638—Rendem graças os habitantes da
// Bahia pela victoria alcançada
jfy n tt/ os hollandezes, que a atacaram
para conquistal-a, e destroem todas as
obras de fortificação, que haviam elles
feito para aquelle fim.
Despacharam-se logo para a Hespanha
tres caravellas com a nova do occorrido
(Vide a ephem. de 28).
|: ; l :■ 1774_Faz a sua entrada solemne na
1 i diocese do Rio de Janeiro o seu 7* b ispo
D. José Joaquim Justiníano Mascarenhas
Gastello Branco.
Nascido na cidade do Rio de Janeiro a
23 de agosto de 1731, baptisou-se na fre-
guezia da Candelaria a 6 de setembro
do mesmo anno.
^Ordenou-se presbytero em Lisboa em
'■J;U V
1754. tendo recebido antes da universi­
'! ; lícia, como representante da província
dade de Coimbra o grau de licenciado
em cânones.
I'A t . : A 15 de janeiro de 1773 fora nomeado
m coadjuctor e successor do bispo D. frei
Antonio do Desterro, cargo em que foi
confirmado pelo papa Clemente XIV por
bulia de 20 de dezembro d’aquelle anno,
sob 0 titulo de hispo de Tipassa. Quando
a 16 de abril de 1774 chegou ao Rio de
Janeiro, já havia fallecido o bispo pro­
prietário (a 5 de dezembro do anno ante
rior), e na presente data toma D. José
Joaquim Justiníano posse do bispado por
seu procurador e tio o conego doutoral
Paulo Mascarenhas Coutinho.
Depois de 30 annos e 9 mezes de epis­
copado, falleceu a 28 de janeiro de 1805>
contando 73 annos, 5 mezes e 4 dias de
edade. Jaz na capella da residência epis­
copal da Conceição, fronteiro ao seu an­
tecessor D. frei Francisco de S. Jeronymo;
que foi 0 que edificára aquella resi­
dência.
Na sua campa ha apenas o seguinte
letreiro : Santa Maria,, ora pro nobis,
O sr. dr. A. Ferreira Vianna, na sua
Relação nominal dos Bispos do Rio de
Janeiro desde 1681 a 1871, diz que
este prelado tomára posse do seu cargo
a i 5 de abril de 1774.
Teve por successor a D. José Caetano
da Silva Coutinho.
1775—D. Antonio de Noronha, 9* go­
vernador de Minas Geraes, assume o
exercício do seu cargo e occupa-o até
20 de fevereiro de 1780.
Rendeu-o D. Rodrigo José de Mene­
zes e Castro, que governou depois a
Bahia desde 6 de janeiro de 1784 até
12 de abril de 1788.
1812—Pomposo funeral do infante de
Hespanha D. Pedro Carlos de Bourbon e
Bragança, casado com a princeza D.
Maria Thereza, filha de D. João VI, que
fallecera no dia 26 com 25 annos de eda­
de, no Rio Je Janeiro.
1826—Toma assento na camara vita­
de S. Paulo, o bispo do Rio de Janeiro
D. José Caetano da hilva Coutinho, no­
meado a 22 de janeiro d’esse mesmo
anno (Vide 27 de janeiro de 1833).
1856 Toma posse da presidência da
provincia de S. Paulo o dr. Francisco
Diogo Pereira de Vasconcellos (Vide a
ephertm de de 1 de maio de 1858).
 EPHEMERIDES NACIONAES 339

MAIO — 30 de 18 de dezembro de 1739) o senado

da camai’a escrevera ao rei:
1556—Carta regia confirmando na pes­ ct Temos por noticia que se acha pro­
soa de D. Leonor do Campo Tourinho, vido Pedro de Albuquerque e Mello para
viuva de Gaspar Pesqueira, a doação da capitão-mór d’esta capitania... diremos
capitania de Porto Seguro, por suc­ a V. Magestade que os governadores
céder ella nos direitos a seu irmão estarem mais de ti’es annos, causa gran­
Pernão do Campo Tourinho, que os her- de descommodo ao povo ; porque se af-
dára de seu pae, o primeiro donatario feiçoam a algumas pessoas, e por razão
Pedro de Campo Tourinho (Vide maio d’estas fazem injustiças. »
27 de 1534). 1811—Nota confidencial de D. Rodrigo
1645—Recebe o Supremo Conselho hoi- de Souza Coutinho, conde de Linhares,
landez do Recife uma carta anonyma, ministro do principe regente D. João,
revellando-lhe a conspiração tramada por depois rei D. João VI, dirigida á Junta
João Fernandes Vieira, André Vidal de governativa de Buenos Ayres.
Negreiros o outros, contra o seu do- Depois de historiar os factos que mo­
minio. tivaram a expedição da nota, diz o mi­
Soube-se depois que havia sido escripta nistro :
por Sebastião de Carvalho, Fernão do K S. A . R . desejando fazer saber a
Valle e Antonio de Oliveira, o primeiro justiça e moderação por que elle obra,
dos quaes também entrado na conspira­ propõe de novo a sua mediação com
ção A denuncia assignada—A verdade— estas simples condições:—Que o territó­
Plus ultra , fôra entregue ao medico rio do Uraguay seja restabelecido á paz,
Abraham Mercado e acha-se traduzida ficando sujeito ao vice-rei Elio; que se ! li
na obra de Nieuhoíf: o sr. J, de Vascon- levante o bloqueio de Buenos-Ayres, ese
cellos transcreve-a nas suas Batas reconheça a liberdade do commercio ; que
celebres. 0 Paraguay fique sujeito ao governa­
Despertados por esta e anteriores de­ dor Velasco, e o resto do vice-reinado
nuncias, reuniram-se os do Conselho no á junta de Buenos-Ayres ; e finalmente,
dia 31 e deliberaram enviar por toda a que se nomeiem comraissarios com plenos
parte avisos de alerta, sem entretanto da­ poderes p ira tratar com Hespanha, a
rem inteiro credito á possibilidade de uma cuja approvação se deve sujeitar este
sublevação. Só mais tarde, quando sou­ ajuste; declarando S. A. Real ao mesmo
beram que já estavam em marcha tropas tempo que se a junta acceder a estes ter­
guiadas por Camarão e Henrique Dias, mos, as suas tropas não auxiliarão o
foi que viram que o caso era mais serio vice-rei Elio, e que tal auxilio somente ! i'
do que pensavam. 0 dará no caso de recusarem acceder a
elle. »
1751—Pedro de Albuquerque e Mello, 1815—Alvará creando a comarca de
nomeado capitão-mór do Rio-Grande do Olinda em Pernambuco. Foi o seu pri­
Norte por patente de 14 de novembro meiro ouvidor 0 dr. Antonio Carlos Ri­
anterior, assume o governo da capitania beiro de Andrada Machado e Silva, depois
e exerce-o até 4 de dezembro de 1757, senador por aquella provincia.
em que o rende João Coutinho de Bra­ 1834—Mortandade na cidade de Cuyabá
gança. e d’ali até aos pontos mais distantes da
Albuquerque succédera a Francisco provincia. Este estado de cousas pro­
í Xavier de Miranda Henriques, contra longou-se até 5 de julho : neste ultimo
l; cujo prolongado governo (Vide a ephem. dia 0 coronel João Popino Caldas con-

lii'
 ' h'
f. 3i0 BPHBMPmiDES NAC10NAE3
:|ri' seguiu dominar a anarchia, que já liavia,
entretanto, feito grande numero de vic-
r timas, d’entre as quaes muitas das
it!' mais importantes pessoas da provincia.
1843—Celebra-se em Nápoles, na ca­
•f ' l. < pelin Palatin a, o casamento do actual
imperador do Brazil com a princeza das
M ’ t Duns Sicilias, a sra. D. Thereza Gliris-
iM-' ■•! tina Maria de Bourbon, irmã do rei
D. Fernando (Vide a ephemeride de 4
de setembro).
— Toma assento no senado como re­
presentante da provincia de Gojuiz o con­
î; selheiro José Antonio da Silva Maia, es­
^'jri ■: colhido no dia 27 pelo actual imperador
Í if'
î ;'ü (Vide outubro 3 de 1853).
■ 1855—Fallece em Porto-Alegre o ma­
rechal de exercito reformado Bento Ma­
nuel Ribeiro, que tão activa parte to­
■:t mara na guerra com os gaiichos da
Cisplatinn de 1817 a 1825 e na revolução
•''i ' I do Pv,io Grande do Sul, de 1835 a 1843.
i «I" : . 1862—0 senador marquez de Olinda
organisa novo gabinete, ficando com a
presidência do conselho e a pasta do
Império ; o senador visconde de Maran-
guape encarega-se da dos negocios da
justiça, 0 senador marquez de Abrantes
da dos estrangeiros, o senador visconde
de Albuquerque da dos da fazenda, o sr.
conselheiro Joaquim Raymundo de La-
m:ire dí< dos da marinha, o conselheiro
Polydoro da Fonseca Quintanilha Jordão
(posteriormente visconde de Santa The­
reza dados da guerra e o sr. senador
João Lins Vieira Cansansão de Sinimbú
da dos da agiicultura (Vide -à,ephemeride
de 24).
1871—Assume a presidência da provin­
cia de S. Paulo o sr. conselheiro José
Fernandes da Costa Pereira Junior, que
a administrou até 18 dejunlio de 1872.
M A IO — 31
1780—0 coronel José Marcellino "de
Figueiredo (ou, por outra, Manuel Jorge
Gomes de Sepulveda), governador do Rio
^ Grande do Sul, entrega o governo da
capitania ao brigadeiro Sebastião Xavier
da Veiga Cabral da Camara, seu suc­
cessor; que esteve á testa da adminis­
tração, com alguns intervallos de ausên­
cia, até 5 de novembro de 1801, dia em
que falleceu.
Diz .Abreu e Lima que, « como com o
provimento do governo fosse também
Gamara incumbido de começar a dili­
gencia da demarcação dos limites na
qualidade deprimeirocommissario, tendo
por isso de ausentar-se da capital, ficou
encarregado doexpediente : 1% o coronel
Raphael Pinto Bandeira, por quasi tres
an nos. e depois, o coronel Joaquim Joáé
Ribeiro da Costa. »
1~9J—Faz a sua entrada pontificai na
respectiva diocese o bispo de S. Paulo
D. Matheus de Abreu Pereira (Vide maio
5 de 1824).
1803—Chega a Oeiras, então capital do
Piauhy, PedroyCezar de Menezes, n o v o j^
governador d’aquella capitania.
Entretanto, lemos em Varnhagen que
este governador assumira o exercido do
cargo a 4 de ju ho [Vide essa data) e o
oceupára até 1805.
ISÜS—Recebe o senado da camara de
Porto-Alegre 0 alvará do 1° de abril
d’esse anno, que permitte o estabeleci­
mento de fabricas de toda a qualidade
dc manufacturas na capitania.
1824—Representação que ao governador
das armas da provincia do Maranhão,
tehente-coronel José Felix Pereira de
Burgos (que foi depois barão de Itapicu-
ru-merim), dirigem os ofliciaes dos
corpos de primeira e segunda linha da
capital, em virtude de insinuações do
mesmo governador das armas, que es­
tava em opposição com a Junta provi­
sória ad.ministrativa da provincia. Ter­
minava requerendo « que seja demittido
0 governo civil e presos os seus mem­
bros que mais aceusa a opinião publica
de suspeitos, os quaes deverão ser re-
metriflos quanto antes para a corte do
Rio dc Janeiro.
 EPHEMERIDES NACIONAES 311

182G—Toma ass^mto no senado como veriam sobre o barão no íim do anuo !

representante da província de S. Paulo Não viajava sinão escoltado de uns qua­
0 barão, depois visconde de Congonhas renta papa-jautares e aduladores por
do Campo Lucas Antonio Monteiro de quem pagava as despezas. Por oceasião
Barros (Vide a epMritcride de 10 de ou­ da viagem do imperador D. Pedro I a
tubro de 1851). Minas, fez mimo a S. M. do uma baixella
1830-Reconhecimento da princeza im­ de ouro massiço. A paixão do gasto
perial D. Januaria como herdeira pre- não suífocou nelle a das honras. Pa-
sumptiva da coroa do Brazil, feito pe­ gou muito ouro para ser feito digni-
rante as duas camaras legislativas reu­ tario do Império. Tendo sido apresen­
nidas no paço do senado. Em \nrtude d i tado ao imperador, este principe per­
carta de lei de 30 de outubro do anno guntou-lhe o seu nom e:— João Baptista
anterior, que a declarara successora ao Ferreira de Souza Coutinho, respondeu
throno, presta a princeza o juramento 0 ricaço.—Maior é o nome que a pessoai
prescripto no art. 106 da Constituição replicou 0 imperador, pois o aspirante
do Império. ás grandezas era de estatura muito
1830—Ríimo de Catas Altas.—K his­ baixa. Para consolal-o d’este dito,
toria d’este homem é bastante singular. D. Pedro nomeou-o barão de Catas Al­
Da sua narração se tirará mais de uma tas. Era um sorvedouro de dinheiro este
lição i)roveitosa, não sendo a de menos Catas Altas. O dinheiro que obteve da
ensinamenio a de que, por maior que renda de Gongo foi bem depressa gasto.
seja uma fortuna, não resiste aos es Teve ainda a felicidade, si assim sepóde
banjamentos e á dissipação; para o per­ chamar á facilidade de fazer novas lou­
dulário não ha minas inexhauriveis. curas, de restabelecer a sua fortuna,
« Era sacristão na matriz da aldeia de comprando por uma bagatella (3 contos
Catas Altas. Tendo herdado uma parto da de reis )a rica mina de Macahubas, dLinde
mina ae Gongo e tendo usurpado o resto extrahiu muito ouro, antes de revendel-a,
da propriedade,ficára immensamenterico. por preço muito elevado, a uma com­
A prosperidade tornaia-o extravagante. panhia ingleza. .\s suas repetidas extra-
I' :
Julgando inexgo:avel a sua mina, pro- vagancias acabaram por arruinal-o com­
digalisava o oúro á medida que o extrahia pletamente. Morreu de paixão no mez
da teri-a. A sua mania era maravilhar o de Maio do presente anno ( 1839 ), pobre
mundo inteiro pelas suas riquezas. Nos c devorado, por assim dizer, por seus
seus banquetes, a sua felicidade consistia ' credores. 8eu filho unico habita uma her­
em quebrar tudo o que havia de iragil dade perto de Caeté, que lhe fornece
na me/.a, para teroecasião de ostentar apenas com que subsistir. A historia l|<
no dia seguinte nova baixella de por- do barão de Catas Altas é, pouco mais ou
cellana e cristaes. Este doudo mandou menos, a da mor parte dos proprietários
iim dia fazer alniond.cgas de urnaçspecie de minas da provincia de Minas-Geraes. »
nova: eram avelãs de ouro niassiço, que Esta noticia, que extrahimos da Re-
distri!)uia na sobremeza por seus nume vis a Nacional e Estrangeira, ]mhlica.da.
rosos convidados. No tempo da pros­ no Rio de Janeiro em 1839 e 1810, vem
peridade, ale'iu da casa de Gongo, como nota em um artigo de Viagem á
possuia bellas residências, que eu vi. mina de Gongo-Socco, dado pelo Journal
em Caete', Ouro-Preto, Sab.irá, Santa des Débats em 1839 e que se dizia es-
laizia, Brumado. Seus adminiitr dores ti­ cripto por um ministro europeu na cor­
nham ordem de conservar meza franca te do Império, que se assigna M. de L ...
Faça-se idea das contas que cho e que por aquelle tempo percorrêra di-
f!
 342 EPHEMERIDES NACIONAES

versas províncias do Brazil. Essa inicial direito proveniente do producto da mina,

denuncia seguramente o nome do du­ e 120 contos, 150,000 libras, como direito
que de Luxembourg, embaixador de de exportação.
Luiz XVIII na côrte do Brazil. Aprovei­
a Em 1826 Gongo-Socco era um mi­
tando-nos das indicações contidas no re­ serável arraial ; agora é uma linda aldeia
ferido artigo, reproduziremos ainda os européa, que conta mais de mil habi­
seguintes factos acôrca do singular barão
tantes adstrictosao serviço dacompanhia.
e das famosas minas, que o teriam feito
Duas igrejas, uma d’ellas catholica e a
um Monte-Cristo americano, si outro íòra
outra protestante, supprem aos misteres
0 meio em que viveu. Pode um dos nos­ espirituaes d’esta população... Todas as
;ï sos homens de lettras urdir com estes casas de Gongo são de pedra e a mor
dados um romance, que nada ficará a
parte délias rodeiadas de lindos jardii.s,
dever ao do famoso Alexandre D imas, O hospital é um edificio espaçoso e bem
com a vantagem, alémd’isso, deter um distribuído, que em caso de necessidade
fundo historico e não ser de pura ima­ poderia conter cem cam as... A cas i do
ginação.
director (casa grande) é com moda e es­
Gongo-Socco fica a 92 léguas do Rio paçosa ; podia estar mais bem situada ; a
de Janeiro e pertence a uma companhia hospitalidade que nella recebem os es­
ingleza de mineração. Na linguagem dos trangeiros é proverbial na província.
'f ilr indígenas Gongo-Socco quer litteral-
Um system a de ordem e de regularidade
mente dizer; caverna ãe ladrões.
constante pi’eside a todos os ramos da
O barão de Catas Altas desposára suc- administração, etc. »
H iii -'i cessivamente duas filhas do guarda-mdr
1848—O senador Francisco de Paula
Josd Alves da Cunha, primitivo pro­ Sousa e Mello é encarregado de organisar
prietário da mina d’aquelle nome, o qual novo ministério, o qual fica composto do
il i' era ao mesmo tempo seu cunhado, pois
seguinte pessoal, occupando elle a presi­
casára em segundas núpcias com uma
I '''; irmã do barão. Em 1818, por morte do
dência do conselho com a pasta da fa­
zenda:—Império, 0 sr. conselheiro José
sogro, 0 barão, que era administrador
Pedro Dias de Carvalho ; justiça. Antonio
IIV ou intendente da referida mina, consti­
tuiu-se unico dono d’ella, sem ter pre­
Manuel de Campos Mello; guerra, o ge­
'iU 'F ■ neral Joao Paulo dos Santos Barreto;
stado conta alguma aos coherdeiros. marinha, o sr. conselheiro Joaquim An-
No espaço de oito annos ajuntou som­
tao hernandes Leao e estrangeiros,
mas immensas, que se podem comjjutar Bernardo de Souza Franco.
em vários milhões de cruzados. Sd du­
1860—Em sessão da Sociedade Auxi-
rante dous annos extrahiu, termo médio,
liadora da Industria Nacional da côrte,
15 libras de ouro por dia. ou 670 lib. st!
os socios F. S. Cesar Burlamaqui, en-
Julgando-a depois exgotada, vendeu-a
tão presidente. Augusto Frederico Col­
pela somma de 90,000 libras sterlinas á lin, secretario, M. A . Galvão, J. B. Nas­
Í) companhia ingleza Imperial Brasilian
centes de Azambuja e dr. Francisco
1 M ining Âi^sociation, companhia que se
Portella, aprèsentam um projecto con­
formára em 1824. No espaço de doze
cernente a levantar-se na côrte uma
•H ' annos esta mina extraordinária rendeu estatua ao chancelier João Alberto de
mais de 30,000 libras de ouro, perto de
Castello Branco, introductor do cafezeiro
um milhão e duzentas mil libras ster­ no Rio de Janeiro, base da fortuna pu­
i ll'l '■
linas. O governo brazileiro teve por sua blica e particular actualmente no Brazil.
parte, d’este grande total, perto de 2,000
a Si os hollandezes e os francezes, di­
contos, ou 250.000 libras sterlinas, como
zem os auctores da alludida proposta,

i V
 e p h e m e r id e s n a c io n a e s

não poflem esquecer sem ingratidão os quando, arrastando-se a cambalear, ap-

nomes de Nicolau Wítsen, de Nicolau pareceu no theatro Santa Izabel no Re­
Laws, de Duclieux, de Dufougeret, Gre­ cife, em duas ou très noites, a victoriar
nier e outros ; si os arabes nunca bebem 0 general Osorio com versos de arroja­ i; ‘H
café sem desejar o paraizo a Gemalcan da inspiração, que lhe mereceram do .
de Dhabachin, osbrazileiros, sobretudo heroe a quem se dirigiam, e do publico
os fluminenses, não devem esquecer o que 0 applaudia frenetico, manifestações
nome do chancelier Joao Alberto de Gas­ que, como elle proprio dizia na oceasião,
tello Branco, que para elles foi um ver­ eravYi flores sobre uvn, cadaver, D ahi
dadeiro bemfeitor. A glorificação das voltou para o leito, de onde resvalou
boas acções, ainda que tardiamente pos- para a sepultura.
thuma, estimula as almas nobres e excita Taes são os termos por que nos an-T ;!l :

a imitação. O povo que glorifica, que nuncia o Diário de Pernambuco o pas­

premeia os seus homens uteis, que mos­ samento d’este desventurado poeta do
tra a sua gratidão pelos benefícios rece­ Norte, cuja existência era para nós
bidos, é um povo moralisado e digno de quasi desconhecida, graças á lamentave
viver na historia. » falta de permuta litteraria de umas para
! i
Infelizmente, a ide'a da proposta aven­ as outras das provindas do Império.
tada sob tão bellos auspicios e tão sabia­
mente fundamentada, não teve até hoje
principio de execução, e essa divida de 1717—Antonio Velho Coelho assume o
gratidão nacional está ainda por pagar. governo da capitania da Parahyba em f
1807—Chegam ao acampamento brazi- dias d’este mez e anno.
leiro em Tuyuty os dous balões que se 1714_Os oíliciaes da camara da Para­
esperavam para se observar as posi­
hyba tomam posse do governo da ca­
ções inimigas [Guerra do Paraguay).
pitania em dias d’este mez eanno.
1870—0 sr. conselheiro Domingos José
Nogueira Jaguaribe, escolhido senador 1782—Começam em dias d’este mez
' pelo Ceará por carta imperial de 27 de a governar interinamente a capitania
do Rio Grande do Norte João Bax'bosa
itbril, toma assento no senado.
1873—ï'allece o senador pela provincia de Gouvêa e o vereador mais velho, Ma­
de Minas-Geraes Gabriel Mendes dos nuel Gonçalves Branco.
Santos, escolhido a 7 de agosto de 1851 e 1845-Continúa neste mez a secea no
que' a 13 do mesmo mez e anno tomára Ceará e a levar por toda a pi’ovincia a
assento na respectiva camai’a. fome, a desolação, a miséria. Não ha
1878—Kallece em Pernambuco o dis­ pasto para o gado que sobrevive, não ha
tincte poeta alagoano Ignacio de Barros um grão de cereal !
Accioli de Vasconcellos, victima da eie- Já a 2 de abril se havia remettido da
phanti isis dos Gregos, que o -acommet corte farinha para o Rio Grande do Norte,
tera havia annos. que participa da mesma calamidade. »
Com a face desfigurada, sem dedos já 1876—Inaugura-se a linha telegraphica
nas mãos e pés, com as articulações quasi da Solidão a Benevente, na provincia do
som acção, lanceado de dores, o misero Espirito-Santo, em dias d’este mez.
poeta expandia o seu martyrio, não mal­ — Idem a de Coruripe ao Penedo, na
dizendo a desgraça que o pungia, mas pi'ovincia das Alagoas, com a extensão
entoando hymnos á liberdade, ao pro­ de kil. 55,980.
gresso, a tudo que é grande, civilisador,
i
humanitário... Foi assim que o viram
 344 EPHEMERIDBS NACIONAES

ADDENDA
funccionando o ouvidor da capitania
Maio — iP dr. Diogo Bernardes Pimenta.

—Entra para o senado o sr. se­ 1640 Tinha Jlauricio de Nassau expe­
nador pelo Maranhão L u iz Antonio dido para a Bahia o vice-almirante Lich-
■ii';. V Vieira da Silva, escolhido no dia 13. thardt com vinte navios, levando 2,500
homens de tropas ás ordens do coronel
Carlos Tourlon, com ordem expressa de
JUNHO — 1 levar tudo a ferro e fogo. O almirante
if-,'
hollandez apresentou-se na Bahia a 28
1534 Carta régia passada em Evora
de abril e « foram sern conto (diz o vis­
por D. João III, doando a Vasco Fer­
nandes Coutinho e a seus descendentes? conde de Porto Seguro) os destroços e
em recompensa dos seus serviços na mortes que causou na ilha de Itaparica
Asia, a capitania do Espirito-Santo, que 6 no reconcavo, dos quaes o proprio
comprehendia uma área decincoenta lé­ inimigo fez alarde: sd engenhos foram
guas de terra, a principiar, segundo a queimados vinte e sete. »
primeira divisão, na ponta do sul da Em carta da presente data dá o conde
barra do rio Mucury e a findar ao sul
da Torre, governador geral do estado,
do Rio Cabapuana ou Itabapuana, em
oanta Catharina de Mds, com a obriga­ conta d’esta invasão.
ção de a povoar. E’ a provincia do Es­ Quanto ao numero e nomes dos enge­
pirito-Santo hoje. nhos incendiados no reconcavo pelo ini­
1613—Sahe de Pernambuco, pela pri­ migo, ha na obra de Barl^eus Jlss B ra-
meira vez, Jeronymo de Albuquerque silics (Amsterdam, 1647), uma gravura,
com^ uma flotilha de quatro pequenos á agua forte, de Francisco Post, sem
navios e cem homens de tropa, para con­ data (mas de 1645), que alli oceorre sob
quistar o Maranhão do poder dos fran- 0 n. 31, representando todos os engenhos
cezes. Esta expedição íôra preparada
assim destruidos pelo fogo. Essa gravura
pelo governador do Estado do Brazil
t e m por titulo: s i n v s o j i n i u m s a n c t o e v m .
D. Diogo de Menezes, segundo ordens
de Madrid. Eis aqui os nomes dos alludidos enge-
nlios. segundo aquelle mappa, corrigido.s
A este proposito tem cabimento a jus­
tíssima ponder ição de R. Soutliey, já como devem ser:
referida por um escri; to nosso, qmíndo 1. P u n ta dos Baleos \
observa que—em toda a historia da Ame­ (Ponta das Baleas), l
rica portuoueza e hespanhola, nada sur- 2. Eng\ Sta. Cruz (perto { na ilha delta
de Vera Cruz). i pari ca;
prehende tanto como a manifesta insuíTi- 3. Eng. Di/sauedo {En-]
eiencia dos esforços invidados e dos genho do Azevedo), !
meios empregados para os fins a que se 4. Eng. Barros, \
Yisava e os resultados que se colhiam. 5. En ;. Coelho. ' J
1627-A povoação de Serinhaen, 16 lé­ 6. Eng. Cazada (íictnal j ás margens do
^ Engenho S. Paulo), ( rio Pitanga
guas ao sul da cidade do Recife, fundada /. Eng. Aos: S)-a. dos l e de seus af-
i'l’ por Duarte de Albuquerque Coelho, 4“ Candias, aliás das i íluentes'
donatario da capitania de Pernambuco, Candeias (actual En- j ’
genho Pitanga), '
d por elle mesmo elevada á categoria de
Mila com 0 nome de Villa Formosa, 8. Eng. dos Paredos (actual Mataripe'0-
f S*,. 9. Eng. Su Esteuão; ’

(1ífí1kíi1>•,
 EPHEMERIDES NACIONAES 315

10. En,g. Berboza (Bar- \ mada real, embaixador de Portugal a

hosa), diversas cortes de Europa e o primeiro
11. Eng, de Catarina,
12. E n g . da G r a c i a presidente da Commissão Municipal de
(actual Engenho das Lisboa depois da restauração de 24 de
Almas?). as margens e
nas p r o x i­ julho de 1833. Nascido a 5 de fevereiro
13. Eng. Pernamerim,
14. Eng, Britto (actual midades do de 1778, falleceu em Lisboa a 23 de julho
Engenho do Mon­ rio Param e- de 1839. Innocencio da Silva é quem nos
te?!, rim ;
fornece estas ultimas indicações no seu
15. Eng. dandrade (En­ Diccionario.
genho do Andrade,
a c t u a 1m e n t e Ma- / 1806 — A esquadrilha franceza do com­
druga), / mando do capitão L’Hermitte, que an­
16. Eng. Fontas (Engenho da ilha das dava cruzando e arribára a 28 de abril
Fontes); ao porto da Bahia, deixa-o na presente
17. Eng. iSilvero, á margem do rio Ma­ data, obrigada a isso pelo capitão general
ra pe' ; João de Saldanha da Gama, conde da
18. Eng. Cajehozu (actual Engenho Ca-
jahiba, na illia do mesmo nome, ou Ponte, governa ior da Bahia, á vista do ! 1.1
Cazuayba do mappa); comportamento pouco regular que ti­
19. Eng. Batatinga, vera aquelle commandante (Vide a ephe-
20. Eng. Taperande, meride de 14 de dezembro de 1805).
21. Eng. noua (novo), 1807— Come:,a a publicar-se em Lon­
22. Eng. Q,apanema, dres a revista litteraria e politica Correio
23. Eng. Melasse (do Me­ as mar ge ns
lado?), do rio.Par.i- Brasiliense, cujo redactor, o talentoso
24. Eng. I\. Sra. de Luz, guassú e de publicista Hyppolito José da Costa Pe­
25. Eng. N, Sra. dopay- seus aíüuen- reira Furtado de Mendomui. tinha em
nha de fransa (?), tes. mira principalmente tornar-se util á sua
26. En g . St. A n t o n y (I
(.Intonio). patria, transniittiudo-lhe na sua propria
27. Eng. St. lago, lingua os acontecimentos capitaes da Eu
28. Eng. Velho. ropa.
Devemos estas informações curiosas e Hyppolito nascera accidentalmente na
fidedignas á diligente benignidade do nova colonia do Sacramento [Rio da
S)’. dr. J. Z. de Menezes Drum, chefe Prata) a 13 de agosto de 1774; formara-
zeloso e incansável da importante secção se em direito c philosophia, e, depois de
de est impas da Bibliotheca Na ional. uma vida bastante accidentada e tor­
1753—Provisão do conselho ultrama­ mentosa, fallcoou c.ii Kensington, ar­
rino incorporando a capitania da Para- rabalde de Londres, a l l de setembro de
hj'ba do Sul á coroa, por compra que 1823. Bi’a irmão do senad r por Matto-
d’ella mandou fazer el-rei d . José I, per­ Grosso José Saturnino da Co.sta Pereira.
tencendo á ouvidoria do Espito-Santo O Correio Brasiliense Qowiém, nos seus
(Vide agosto 3 'ie 1832). 29 volumes, muitas e iirerossantes no­
1801—Antonio de Saldanha da Gama, ticias e memórias do tempo,aproveitáveis
44“ capitao-general do estado do Ma­ para a nossa historic.
ranhão, toma posse do seu cargo e 1817 — Magniíieo o luxuoso baile of-
exercc-o até 7 de janeiro de 1806, dia em íerecido á corte de Vienna d’Austria pelo
que 0 rende o capitao-general D. Fran­ marquez deMarialva, embaixador d’el-rci
cisco (ie Mello Manuel da Cam,ira. D. João VI junto áquelle governo, em
Antonio de Saldanha da Gama foi de­ applauso ao consorcio do princiiie D. Pe­
pois 1“ conde de .1’orto Santo, pardo dro com a archiduqueza austriaca Maria
reino em 1826, chefe de esquadra da ar­ Leopoldina, mãe do actual imperador do
 ■'i* ■(
346 EPHEMERIDES NACIONAES
II
I
Brazil. Despende-se nesta festa, a que as­
sistem duas mil pessoas, mais de um
i t milhão de florins, e para maior ostentação
faz 0 marquez de Marialva presente dos
ediflcios. que para ella mandara levantar,
e de .'eus adornos e baixella de ouro, aos
t-l pobres da cidade de Vienna, em cujo be­
neficio se dá depois outra funcção po­
pular, destribuindo-se por elles o ren­
|i>i
Hn 'i; T-.
dimento que produzira.
1822 — Decreto do Principe Regente
D. Pedro, depois primeiro imperador,
v'fl'U :j''<
IP
.i? K
convocando um conselho de Procuradores
Geraes das províncias do Brazil:
« Urgindo a salvação do Estado que se
;ll| installe quanto ante.s o Conselho de Pro­
curadores das Províncias do Brazil, que
,‘ I Ü mandei crear por meu real decreto de 16
l ÿ ' ■;■;!■: de fevereiro do anno que corre. Hei por
bem mandar convocar para o dia de
amanhã os já eleitos, e qi:e aqui residam,
“‘ lÎi
■yf ' f ■! '
i ai não obstante faltarem ainda os de outras
provincias. para a littéral execução do
citado decreto. José Bonifacio de An-
drada e Silva, do Mm Conselho de Es­
tado. e do Conselho de Sua Magestade
Fidelíssima o Sr. D. João VI. e Meu Mi­
nistro de Estado dos Negocios do Reino
■l'o.
do Brazil e Estrangeiros, o tenha assim
entendido, e o faça executar.
«P aço, 1 de Junho de 182?.— Com a
rubrica do PRINCIPE REGENTE. — Josc
Bonifacio de Andradae Silva. »
— A Junta Provisoria governativa de
Pernambuco reconhece a auctoridade do
principe D. Pedro, regente do Brazil.
1858 — Toma assento uo senado como
repres-^ntante da provinda da Bahia, o
conselheiro d’Estado José Thomaz Na-
buco de Araujo, nomeado em 26 de maio
1, do mesmo anno (Vide agosto 14 de 1813).
I860 — P^alleceno Rio de Janeiro Charles
Ribeyrolles. patriota ejornalista francez,
'é fï expatriado, como Victor Hugo, Ledru
'à i'i Roilin e Louis Blanc, por Napoleão III.
Ribeyrolles nascera em Martel, de­
partamento do Lot.
Jaz no cemiterio de Maruhy em Nic-
teroy.
No dia 13 de Junho do mesmo anno
collocou-se sobre o seu tumulo uma
lápida de marm ore branco com esta
i
,
simples inscripção — Charles Ribeyrolles i
— I* de Junho cle I860.—
Tinha vindo para o Rio de Janeiro,
onde redigiu o hello texto do Brasil Pit-
toresco, de que se publicaram tres vo­
lumes in folio, escriptos em francez e
portuguez. acompanhados de magnificos
desenhos do sr. Victor Frond, repre­
sentando muitas das melhores scenas da
nossa esplendida natureza.
As homenagens posthumas que se lhe
prestaram foram-n’o por diligencias do
sr. Quintino Bocayuva.
1 8 6 1 - Toma assento no senado, como
representante da província de Sergipe,
0 sr. barão de Maroim, João Gomes de
Mello, escolhido a 21 de maio.
1 8 ^ — Fallece em^^^^ t h a m p t c ^ na In-
glaterra, o dr. Joaquim Gomes oe Souza,
gcnio da mathematica no Brazil.
Nascera a 15 de Lvereiro de 1829 na
província do Maranhão. A 14 de ou­
tubro de 1848 sustentára these e recebera
0 grau de doutor em sciencias physicas
0 mathematicas na Acadetnia Militor áo
Rio de Janeiro, depois de ter feito exame
vago e successivo de todas as matérias
do respectivo curso. Não se contentando
porém com o que sabia e já lente sub­
stituto da menciona» a academia, fora em
1854 estudar ainda em França, na In­
glaterra e na Allemanha, arruinando de
vez a sua constituição, já de si debil,
com esse excesso de applicação.
Era sbbrinho do senador conselheiro ^
Joaquim Vieira da bilva e Souza.
« Emquanto residi i na Europa appli-
cou-se também ao estudo da medicina,
e todas as vezes que ia a Paris frequen-
tav I com assiduidade o grande hospital
Hotel Dieu e nelle seguia a clinica,' fa­
zendo-se especialista nas moléstias das
mulheres. Assim que se julgou suílicien-
 EPHEMERIDES NACIONAES 317

temente habilitado, submetteu-se a exa­ Seixas da Fonseca Borges, bispo titular

mes na faculdade de medicina de Paris, de Areópoli, que foi nesse anno a Campos
onde defendeu theses e foi graduado dos poytacazes. No anno anterior tinha-
doutor, facto este talvez ignorado de se dado 0 motim ou levante contra Mar-
muitos, por isso que nao exercia a arte, tim Corrêa, visconde de Asseca, motim
como também não fazia alardo dos de que resam as chronicas locaes e em
muitos titulos scientiflcos de universi­ que tomou tão activa parte a heroina
dades e dos das academias de Londres, campista Benta Pereira.
Berlim e Vienna d’Austria, das quaes — Entrega-se ao trafego a estação de
era socio {Pantheon Maranhense, vol. S. Pedro, no Muriahé. da estrada de fer­
II). » ro do Carangola, distante v3 kilometros
Em janeiro de 1881 foi o ministro ple­ da do Cachoeiro, ponto inicial da 2* sec-
nipotenciário do Brazil em Berlim aucto- ção. A 1' começa fronteiro á cidade de
risado para mandar concluir a impressão Campos.
das memórias do illustre mathematico No dia 4 de Agosto d’este mesmo anno
maranhense, incumbindo dos trabalhos inaugurou-se a estação do Belem, a 10
de revisão a pessoa que estivesse no caso kilometros da de S. Pedro ea 106 da ci­
de desempenhal os, de modo porém que dade. Mede a linha construida 128 k.,
a despeza feita e por fazer com essa pu­ contando com 23 do ramal de Itaba-
blicação não excedesse a quantia de puana( Santo Eduirdo), 74 na D secção
5;000g, máximo da de que dispõe o go­ e 32 na 2“ .
verno para esse fim, votada em 1880 No 2° k. d’esta secção está a mages-
pelo corpo legislativo por iniciativa do tosa ponte de encontros e pilires de al­
deputido geral, o sr. Joaquim Serra, venaria tie pedra e superstructura de
digno comprovinciano de Gomes de trelliças de ferro, que sobrepõe o rio
Muriahé, na fazenda do sr. Antonio
Souza.
1875— Inauguração da linha telegra- Francisco Torres Junior. Divide-se a
phica de Nazareth a Valença. na pro- ponte em 3 vãos, medindo o do centro
vincia da Bahia, com a extenção de 33m. e os lateraes 22 cada um.
A 2' seccão d’esta promissora estrada
46.802 kilometros.^
1880—Chega á cidade da Victoria, ca­ desenrola-se pela margem sempre. do
Muriahé e corta muitas fazendas impor­
pital da provincia do Espirito Santo, o
l)ispo do Rio de Janeiro, sr. d. Pedro tantes, tornando se a viagem nessa parte
Maria de Lacerda, em visita pastoral do seu percurso muito aprazível por
áquella parto da sua diocese. pittoresca..
Depois de 61 annos de intervallo, é esta Lançada no terreno dos factos consu­
a terceii-a vez que aquella provincia mados pela perseverante e intelligente
recebe a visita do seu pastor: a pri­ iniciativa do sr. dr. Francisco Portella,
meira foi-lhe feita em 1812 por 1). José querfoi 0 primeiro presidente da sua
Caetano da Silva Coutinho (Vide a e'phe- directoria, vai levando-a ao desejado
termo o tino administrativo do seu
meride de 9 de setembro d’csse anno) e
a segunda em 1819, pelo mesmo prelado, actual presid.mte, o laliorioso e probo
sr. Francisco Ferreira Saturnino Braga,
que percorreu então toda aquella pro­
eílicazmente auxiliado pelos seus dignos
vincia.
companheiros de directoria ( Vide no-
Em 1719, não podendo o bispo D. frei
Antonio do Desterro M dheiro visital-a vembro 19 do 1877j^_„^„,^,^—
*“TTõ''se^'cãíntuÍo cios Poet is repentistas
pessoalmente, mandara em commissão o i(~
( R e v . P o p u l a r , tomo XIV, 1362) o sr.
visitador geral do bispado D. João de
^ '
 'M I
ni

348
EPHEMERIDES NACIONAES

Joaquim Aorberto de Sousa e Silva, de­

pois de nos apresentar a largos traços celebres da Historia do Brazil assigna
t. para esta famosa bulia a data de 9 de
os delineamentos do perfil de Gregorio
junho de 1030. o que podemos aíilrmar
de Mattos, de Gonçalo de Matfcos^seu
filho, cujo nome mal resvala, fugidia que não é exacto (Vide o Catalogo dos
Mss. cta Bibliotheca Nacional).
sombra, pela litteratura pátria ; de Lou-
1040 - 0 povo e os camaristas da villa
renço Ribeiro, contemporâneo do inimi­
de S. Paulo reunem-se na casa do con­
tável satyrico liahiense ; de José Basilio
selho e accordam em irem todos ao col-
da Gama ; de Domingos Caldas Barbosa ;
legio dos padres da companhi i de Jesus
de D. Lucas José de Alvarenga, o ultimo
intimal-os na pessoa do padre Nicolau
governador de Macau,natural de Sabará •
do dr. Joaquim Ignacio de Seixas Bran­ Botelho, reitor, para que, no praso de 0
Pr fi •
’ dias, despejem a villa e se recolha.m ao
Ik dão, parente e comprovinciano d i afa­
mada Marilia de Dirceu ; do marech il collegio do Rio de Janeiro, « para se­
M gurança de suas vidas, honras e fazendas
Lmz Paulino de Oliveira Pinto da Franca
11 '1 ' ' 4 contra o levantamento do gentio, de que
que morreu portugue/.; de João Pedro
■ J i l i Maynard ; do marquez de Paranaguá • não ^ivem seguros, como a experiencia
tem mostrado. »
l!;| do visconde de Pedra Branca, a meiguice
feita homem : —fecha esta cadeia admi­ !■stá este assento assignado por Amador
Bueno, o velho, Amador Bueno, o moço,
1 N:I rável com a figura sympathica de Fran­
Fernando de Camargo, José Ortiz de Ca­
cisco Muniz Barreto, que era então o
margo e mais 56 nomes, cuja relação se
nosso primeiro improvisador. de quem

fi
pode ver na Chronologia que acompanha
conclue o auctor, « são numerosos os re­
pentes felizes e magistraes de tão fértil os Apontamentos sobre a província de
S. Paulo por Azevedo Marques.
poeta.» Entretanto, o sr. Norberío dá
como amostra do seu estro bocagiano 1/24— Carta régia ordenando que,
:'U \r:
quando sahir o bispo á rua. repiquem os
um soneto que se lhe attribue errada-
mente. sinos de todas as egrejas por onde passar,
ajoelhando-se todas as pessoas com quem
O Diccionario hibliogro.phicr) vortu
se encontrar, até queelle de todo pa.sse.
guez (tomo IX) reproduz uma autobio-
graphia do repentista bahiense, rica de m O —Obarão deIImnboldt.~Bvoenvon
■! . .sempre a legislação portugueza emba­
Informaçõ-s aproveitáveis, e a noticia
exacta das suas obras. raçar e contrariar a emigração de Por­
tugal para a colonia, como se vô de dif-
JUNIIO — 2 ferentes actos emanados da corte, entre
outro.s^ as cartas régias de 3 de setembro
1550 - 0 1- bispo do Brazil {bbpo do
«ri de i667, de 25 de abril de 1674, de l í de
Satvado7-),D. Pedro Fernandes Sardinha
JP: fevereiro e 21 de março de 1694, dos de­
parte da Bahia para Lisboa, com o de­
. cretos de 26 de novembro de 1709 e de
sígnio de ir pessoalmente qneixar-se ao
' I'i* . IJ de fevereiro de 1711 e das provisões
rei e submotter á sua decisão as dis­
de 28 de março e de 12 de agosto de 1709,
córdias do clero com o governador geral
de 24 de março de 1713 e de 24 de feve-^
D. Duarte da CoMa (Vide a cphemeride
de 16). leiio de 1744. A lei de 20 de março de
1720, por ser a mais ampla e explicita,
1037 — Bulla do pontífice P iulo III, de­
íoi substanciada por João PYancisco
clarando qae os indi-enas da America
Lisuoa no seu Jornal de Timon [Obras
sao entes racionaes e portanto podem
vol. TIL pp. 385).
pertencer ao grêmio da egreja catholica
O SI-, J. de VasconcelJos nas suas Datas Transcrevemo.'i hoje o officio dirigido
nesta data ao governador e capitão-ge-

M fir
'il l
 EPHEMERIDES NACIONAES
neral do Grão-Pará D, Francisco cle Souza
Coutinlio, acerca do barão de Humboldt,
cuja excursão por aquelle territorio se
tratou de prohibir:
a 0 Principe Regente Nosso Senhor
manda participar a V. S. que na Ga­
veta de Colonia do primeiro de Abril do
presente anno se publicou que um tal
barão de Humboldt, natural de Berlim,
havia viajado pelo interior da America,
tendo mandado algumas observações geo-
graphicas dos paizes, por onde tem de­
corrido, as quaes serviram para corrigir
alguns defeitos dos mappas e cartas geo-
graphicas e topographicas, tendo íeito
uma collecção de 1500 plantas novas,
determinando-se a dirigir sua viagem
pelas partes supeinores da capitania do
Maranhão, afim de examinar regiões de­
sertas, e desconhecidas até agora a todos
os naturalistas: e porque, em tão cri­
ticas circurastancias, e no estado actual
das cousas, se faz suspeita a viagem de
um tal estrangeiro, que debaixo de es­
peciosos pretextos, talvez jirocure, em
conjuncturas tão melindrosas c arris­
cadas, surjirehender e tentar com novas
ideas de falsos e capciosos principios os
ânimos dos povos, seus fíeis vassallos,
existentes nesses vastos dominios, alem
de que pelas leis existentes de S. A. R.
é proliibida a entrada nos seus domi­
nios a todo e qualquer estrangeiro não
auctorisado com especiaes ordens de
S. IMagestade: Ordena mui expressa-
mente 0 Mesmo Augusto Senhor que
V . S. faça examinar com a maior exac-
ção e escrupulo si com effeito o dito
barão de Humboldt, ou outro qualquer
viajante estrangeiro tem viajado, ou
naturalmente v ia ja pelos territórios
d’essa capitania, pois que seria summa-
mente prejudicial aos interesses poli­
ticos da coroa de Portugal si se verifi­
cassem similhantes factos; e confla
S. A. R. que V. S. pelo seu zelo e eífi-
caz disvello empregará em um negocio
dc tanta importância toda aquella des-
Sl'J
treza c sagacidade, que é de esperar das
luzes e circumspecção de Y. S. pelo bem
do seu real serviço; precavendo V. S.
sendo assim, e atalhando a continuação
de taes indagações, que pelas leis sao
vedadas não só a estrangeiros, mas até
áquelles portuguezes, que se íazem sus­
peitos quando não são auctorisados por
ordens regias, ou com as devidas licen­
ças dos governadores das respectivas ca­ I(
pitanias.
E confia fiaalmente 3. A. R. que \ . S.
procederá a esse respeito com a mais
cautelosa circumspecção, dando logo im-
mediatamente parte a 3. A. R. de tudo
que achar aos ditos respeitos, por csti
secretaria de estudo, ]iara que o mesmo
Augusto Senhor possa dar as ultimas
provitlencias, que exigem factos de tal
nature/.a.
Deus Guarde a V. S .—Palacio de Que­
luz, em 2 de Junho dc 1800.—D. Rodrigo
de Souza Coutinho. »
Em oílicio de 12 de outubro aceusa o
governador do Maranhão a recepção das
ordens a este respeito e diz que fica na
intelligencia de embaraçar por todos os
meios a viagem do barão berlinez e de o
remetter directamente para Lisboa, si
chegar a apprehendel-o/'/Yr»'-^^«'^^'^-'^^
1S22 — O decreto do Principe Regente
de 16 de Fevereiro, referendado por José
Bonifacio, tinha convocado uma Junta
de Procuradores das provincias. Chama­
dos a reunir-se por decreto do 1° de
Junho, haviam-se apresentado apenas
no dia 2 os dous do Rio de Janeiro,
Joaquim Gonçalves Ledo e José Mariano
■de Azeredo Coutinho e Lucas José Obes,
procurador da visplatina. Recebeu-os
D. Pedro na presença do ministério;
prestaram elles ojuramento segundo uma
formula d’antemão preparada e dirigiu-
lhes 0 príncipe uma falia, em que expu­
nha os motivos por que os convocara,
dos quaes era o principal o de não re­
tardar as providencias precisas á salva­
ção do paiz (Veja-se H istoria da
 . i'Ï' "I

350
e p h e m e r id e s n a c io n a e s

Wi I*,
^ dação do Imperio^ tomo VI, secção III,
documentos 7 e 8). Levantada-depois a
sessão, tornaram a reunir-se no dia se­
D. frei Carlos de S. José e Souza, na
egreja do convento do Carmo, em Per­
nambuco, pelo bispo d’aquella diocese
I'ir guinte, em que resolveram dirigir ao
D. João da Purificação Marques Per­
principe uma representação pedindo-lhe
digão, assistido do bispo resignatario
que convocasse uma assem bléa legisla­
(de Pernambuco) D. Thomaz de No­
tiva constituinte (Vide a ephem. de 3).
ronha e Brito e do provincial do men­
~ Bento Gunçalves, que
cionado convento frei João de Santa Isa­
la em perseguição do general argentino bel Pavão.
t Lavalle, derrota uma partida de inimi-
Este prelado apenas regeu a sua dio­
í gos, que encontra junto á Estancia do
cese 3 annos (Vide 3 de Abril de 18-50).
*, . Sego, fazendo-lhe IL prisioneiros e ma­
tando-lhe 8 homens. O Roteiro dos Bispados refere a seu
respeito as seguintes singulares coinci­
}■., [■ 1838 - Sentença dada pelo jury da ca­
dências:
pital da Bahia contra o dr. Francisco
« Na capella-mór da egreja do seu
Sabino Alvares da Rocha Vieira, pro-
convento do Carmo tomou o habito ;
1 motor da revolução do anno anterior que
nella professou a regra da ordem ; nella
tomou a denominação de sabinada (Vide
Novembro 7 de 1837): cantou a primeira missa ; nella se sa­
ë grou bispo ; nella conferiu a ordem de
« A ’ vista da decisão do jury, con-
presbytero a um carmelita muito seu
.n ' . demno o réo Francisco Sabino Alvares
afeiçoado, de nome frei João da Encar­
i da Rocha Vieira nas penas seguintes •
nação : nella se lhe fizeram as ultimas
. ' pelo crime do art. 201 em um anno de
exequias, e nella, flnalmente, se acha
i prisão e multa coiTespondente á metade
sepultado aoladodo Evangelho !E agora
f ■ “ O tempo; pelo crime do art. 202 em 7
accrescenta o fraco jiistoriador; foi°ella
< annos de prisão e multa correspondente
para elle a porta e o caminho do Céo.»
a metade do tempo; pelo crime do
art. 203 em 7 annos de prisão e multa 1853 Explosão do vapor mercante
lUo de Janeiro junto áilha Grande pela
correspondente á metade do tempo; pelo
uma hora da madrugada.
crirne do art. 204 em 3 annos e meio de
Havia este vapor sahido do Rio para
prisão e multa correspondente á metade
Santos no dia antecedente, quando se
do tempo ; pelo crime do art. 205 em 9
descobre á noite que ha incêndio á bordo
annos e 4 mezes de prisão e multa cor-
e que este lavra com tal intensidade,
, , respondente á metade do tempo; pelo
que serão baldados todos os esforços para
crime do art. 89 em 23 annos e 4 mezes
extinguil-o. Os passageiros e tripolanteã
de prisão; pelos crimes dos arts. 68, 85
ii; .i"' sabem então, transidos de horror, qué
e 87 em prisão perpetua com trabalho,
0 navio transporta por conta dogoverno
ennalmente pelos crimes dos arts. 113 e
cerca de 200 arrobas de polvora ! Com a
192, condemno o réo á morte. Guarde-se
coiagem e o sangue-frio do verdadeiro
na imposição d’estas penas o disposto no
» art. 61 do codigo penal e condemno homem do mar, o commandante Hyppo-
lito salva tantas vidas que lhe estavam
também o rdo por todos estes crimes na
confiadas, fazendo correr o navio a toda
indemnisação, que se liquidará em juizo
competente. força para a terra.
Apròa em um ilhote, seis milhas dis­
O escrivão faça as intimações da lei,
tante da terra, e alli desembarca sem
pagas as custas pelos bens do réo. Bahia
perda de tempo todas as pessoas que
O m e ir a .í vinham a bordo, que são conduzidas a
ill sagrado bispo do Maranhão
salvamento para a cidade de Angra dos
 ~ Z ^ .^ -,-f-
EPHEMERIDES NACIONAES
Reis. Meia hora depois ouve-se uma de­
tonação medonha e o navio vOa pelos
ares, deixando apenas ver por algum
tempo sobre o oceano o lugubre clarão
do incêndio que o consumia.
1368— Fallece na cidade da Bahia, de­
pois de prolongados soffrimentos. o in­
signe poeta repentista Francisco Muniz
Barreto, nascido na mesma cidade a 10
de Março de 1804.
Impriraiu-se no mesmo anno, naquella
cidade, um opusculo de V, 60 pp. m-4°,
contendo os discursos, poesias e noticias
necrologicas dos jornaes compostos por
occasião do seu passamento,-
JUNHO — 3
1654—B’ registrada nos archives do
senado da camara de Belem do Pará a
provisão e carta de lei de 17 de outubro
anterior (Vide essa data) auctorisando
e regulando o captiveiro dos indios. Esta
provisão fôra alcançada pelas diligencias
que empregára em Lisboa o procurador
d’aquella capitania capitão Manuel Gue­
des Aranha e os do Maranhão cjue o
acompanharam.
1677 — Toma posse do seu cargo, por
procurador, o 1° arcebispo do Brazil
D. Gaspar Barata de Mendonça, natural
de Portugal.
Começara como advogado, seguindo a
carreira da magistratura, que trocou
depois pelo estado ecclesiastico. Como
juiz dos casamentos em Lisbot, votára
pela nullidade do do rei D. Affonso VI
com a princeza D. Maria Francisca Isa­
bel de Saboya, que se casou depois, em
virtude d’isso, com seu cunhado o prin­
cipe D. Pedro, regente do reino e mais
tarde rei sob o nome de D, Pedro II.
D. Gaspar Barata era abbade de Ges-
tassó, do bispado do Porto, quando
aquelle principe o escolheu para arce­
bispo da Bahia, cargo que o nomeado
exerceu mesmo de Poiáugal, por dele­
gados seus, por causa de seu estado va­
letudinário.
Tendo renunciado á mitra 9 annos,
6 mezes e 8 dias depois da sua posse,
falleceu na villa de Setúbal a 11 de De­
zembro de 1686. Gozou da reputação de
sabio e virtuoso.
1682— Duarte Teixeira Chaves, 38“ go­
vernador da capitania do Rio de Janeiro,
assume o exercido do cargo em que
succede ao mestre de campo Pedro Go­
mes, por patente régia de 6 de setembro
do anno anterior. A sua jurisdicção es­
tendia-se ás capitanias e villas da re­
partição do sul. Em virtude da conven-
«ão de 7 de Maio de 1681, em que a Hes-
panha restituia a Portugal a colonia do
Sacramento, foi Duarte Teixeira Chaves
incumbido pelo principe regente de a
receber; para esse íim partiu do Rio de
Janeiro a 6 de janeiro de 1683, deixa ido
esse governo a cargo do senado da
camara. Concluída a sua missão no Rio
da Prata, voltou ao exercicio do seu
cargo a 13 de junho do mesmo anno e
nelle continuou afté abril de 1686, em
que, no dia 22, o rende João Furtado
de Mendonça.
1805 — O tenente do regimento de
Vieira Telles em Lisboa, D. Luiz Mau­
rício da Silveira, provido no governo da
capitania de Santa Catharina por pa­
tente régia de 20 de junho de 1804, toma
posse do seu cargo na presente data, e
exerce-o por mais de 12 annos, até 16
de agosto de 1817 (Varnhagen dá o dia
14), Falleceu depois no Rio de Janeiro
no posto de tenente-coronel do estado-
maior.
Succedera-lhe no mencionado governo
João Vieira Tovar de All)uquerque, co­
ronel decavallariados Voluntários Reaes.
1809 —Generalisa-se a todos o.s prédios
urbanos das cidades e villas do Brazil o
imposto da décima urbana, creado pelo
alvará de 7 de junho de 1808 para as
povoações á beira-mar. Exceptuavam-se
da décima os dorainlos portuguezes da
Asia, em attenção á sua decadência, e
os px’edios pertencentes ás santas casas
 »•'F.
I

352
- EPHEMERIDES NACIONAES

de Misericórdia, peia piedade do seu in­

stituto. de uma assembléa lu.'jo-brasiüens , que,
—Alvará com força de lei estabelecendo investida daquella porção de sobciania’
que essencialmente reside no povo deste
0 imposto da siza por compras e vendas
e arrematações de bens de raiz, e de grande e riquíssimo continente, constitua
as bases sobre que se devam erigira sua
meia siza por compras e vendas de es­
-jâ . '■■il ^ cravos ladinos, sendo aquella de 10 e hidependencia, que a natureza marcara,
esta de 5 %. e de que já estava de posse, easua união
7Xn
com todas as outras partes integrantes
—Alvará estabelecendo a taxa de 5 réis
por arratel de toda a carne de vacea da grande familia portuguezi, que cor­
dialmente deseja, e, reconhecendo eu a
que se vender no Brazil e dominios ul­
tramarinos. verdade e a força das razões que me fo-
! !'»: jv lam ponderadas, nem vendo outro modo
’ îrv'- Todos estes actos do principe-regente
depois D, João VI, são passados no Rio de assegurar^ a felicidade deste reino,
manter uma justa igu ilda;le de direitos
de Janeiro e referendados pelo então
conde de Aguiar. entre elle e o de Portugal, sem perturbar
a paz, que tanto convém a ambos, e tão
.,! Ir 11 1822—Decreto do D. P e d r o /
propria é de povos irmãos: Hei por bem,
convoc mdo nma assembléaconstituinte e
e com 0 parecer do meu conselho de Es­
legislativa para o então reino do Brazil.
tado, mandar convocar uma assembléa
Referendou-o como ministro do reino o
conselheiro José i onifacio de Andrada geral constituinte e legislativa, composta
',vf-
e Silva. Devia compor-se de cem depu­ de deputados das provincias do Brazil
tados. novamente eleitos na forma das instruc-
cões que em conselho se aceordarem e
x\a vespera installára elle o conselho
dos Procuradores das províncias. que serão publicadas com a maior brevi­
dade.
No dia 13 de Maio tinha ido a camara
municipal do Rio de Janeiro oíferecer a «José Bonifacio de Andrada e Silva, do
D. Pedro o titulo c encargo de Defensor meu conselho de Estado e do conselho
perpetuo do B razil para si e seus sue ,de S. M. F. el-rei o Sr. D. João VI, e
cessores, sendo proclamado tal com men ministro e secretario de Estado dos
grande regosijo publico. negociosdo reino do Brazil e estrangeiros.
Tendo sido em janeiro chamado o dr. 0 tenha as.sim entendido e o façaexecutar
José Bonifacio aos conselhos do principe com os despachos necessários.
como ministro dos negocios do reino e «Paço, 3 de .Junho de l'^22. —Com a
de estrangeiros, fòra o seu primeiro, rubrica de S. A . R. o PRÍNCIPE RE­
cuidado restabelecer a união das provin- GENTE.— Ronz/acm de Ãndrada e
cias. Para esse fim se convocára por Silva. 3J
decreto de IG de fevereiro o conselho dos
Foi a Assembléa Constituinte a mais
procuradores, a que nos referimos.
gnsta e solemne que a nossa patria
r.mhlJ’ convocação da as- tem visto. Diz a.seu respeito o sr. barão
scmbléageral constituinte:
Homem de Mello, juiz competeiitissimo,
« Ilavemlo-me representado os procu-
tiij na sua bella monographia A constituinte
adores geracs de algumas provindas do perante a historia :
Biazil, ja reunidos nesta corte, e diífe-
i W ■ « Havia então um grande movimento
il ■ nas idéas... Muitos dos deputados havião
it ô- da integridade da monarchia poiRugue^^r recebido a sua educação litteraria em 'W.
■' 'a I
ejusto decoro do Brazil, a convocação Portugal nos annos immediatamente an­
teriores á epocha de 1820, eahi se havião
inspirado nas iddas constitucionaes, que
então circulavão o mundo.
« Dos deputados á constituinte alguns nas, tomou assento pelo Rio de Janeiro).
havião-se já distinguido nas côrtes de
Lisboa em 18,22, como Antonio Carlos,
Araujo Lima, Moniz Tavares, Verguei­
ro, .Tose Ricardo, Fernandes Pinheiro, e
Alencar.
« Não é pois verdadeiro o juizo de Ar-
mitage, quando diz que, exceptuados os
tres Andradas^ que havido sido eleitos gre.
deputados^ havia entre todos mui poucos
indivíduos, si é que os havia, acima da
mediocridade.»
Passa depois o auctor em lúcida re­
vista os homens eminentes que se desta­
cavam do seio da constituinte : José
Joaquim Carneiro de Campos (marquez
de Caravellas depois), José Bonifacio,
Luiz José dc Carvalho e Mello (depois e senador.
visconde da Cachoeii'a), José da Silva
Lisboa (posteriormente visconde de Cay- Depois senador.
rú), Martim Francisco, e, em linha mais
afastada, mas ainda á lu z do quadro-. senador.
Pereira da Cunha (InAaw&upe), Maciel da
Costa {Queluz), marechal Arouche, No­
gueira da Cama ( Baependy) e José
Ricardo , sem contar os representantes
da geração nova.
A 19 de junho expedira José Bonifacio
instrucções marcando o numero de depu
tados que devia dar cada provincia, in­
cluída a Cisplatina (Vide aquella data).
No dia 3 de maio de 1823, já firmada a
independencia, foi a assembléa solem- pério e marquez de Olinda.
nemente aberta pelo imperador D. Pe­
dro I (Eram 53 os presentes).
Para essa assembléa tinham sido eleitos
deputados pelo:
Rio de Janeiro— Bispo capellão-mér pama (É o unico que ainda vive).
D. José Caetano daSilva Coutinho. De­
pois senador.
Barão de Santo Amaro José Egydio
Alvares de Almeida. Depois marquez de
Santo Amaro e senador.
Dr. Antonio Luiz Pereira da Cunha
Depois senador e marquez de Inham-
bupe.
Dr. Jacinto Furtado de Mendonça.
Depois senador [Eleito também por Mi­
Dr. Agostinho Corrêa da Silva Goulão.
Manuel Jacinto Nogueira da Gama.
Depois marquez de Baependy e senador.
Joaquim Gonçalves Ledo.
Manuel José de Souza França.
Rallia—Dr. José da Costa Carvalho.
Depois senador e marquez de Mont’Ale-
íi t
Dr. Miguel Calmou du Pin e Almeida.
Depois senador e marquez de Abrantes.
Dr. José da Silva Lisboa. Depois vis­
conde de Cayrú e senador.
Dr. Luiz José de Carvalho e Mello. De­
pois visconde de Cachoeira e senador.
Dr. Francisco Gé Acayaba de Monte­
zuma. Depois visconde de Jequitinhonha
Dr. Francisco Carneiro de Campos.
Dr. Manuel Antonio Gal vão. Depois llM
Dr. Cypriano José Barata de Almeida.
Dr. Antonio FeiTeira França.
Padre Francisco Agostinho Gomes.
Brigadeiro Felisberto Caldeira Brant
Pontes. Depois marquez de Barbacena e
senador.
Coronel Manuel Ferreira de Araujo
Guimarães.
Pernambuco — Dr. Pedro de Araujo
Lima. Depois senador, regente do Im­
Dr. Bernardo José da Gama. Depois
visconde de Goyana. t!.«
Dr. Manuel Ignacio Cavalcanti de La­
cerda. Depois senador e barão de Pix’a-
Dr. Antonio José Duarte de Araujo
Gondim. Depois senador.
Dr. Manuel Caetano de Almeida Albu­
querque. Depois senador.
Padre Francisco Muniz Tavares.
Padre Ignacio rfff'Amavarl Fontouiy^
Padre Venaucio Henriques de Rezende.
Padre Luiz Ignacio de Andrade Limra.
 354 EPHEM-ERIDES NACIONAES

^ João da^6reH^Ferreira. Dr. Martim Francisco Ribeiro de An­

' Francisco de Carvalho Paes de An-
di’ade.
Antonio Ribeiro de Campos.
Manuel Maria Carneiro da Cunha i
Minas-Geraes—Yi\', João Severiano Ma­ Andrada.
ciel da Costa* Depois senador e marquez
de Queluz.
Dr. Estevão Ribeiro de Rezende. De­
pois marquez de Valença e senador.
Dr. Lucas Antonio Monteiro deBarros.
Depois visconde de Congonhas do Campo
e senador.
Dr. José Teixeira da Fonseca Vascon-
cellos. Depois visconde de Caethé e se­ S. Paulo, tomou assento por S. Pedro).
nador.
Dr. Manuel Ferreira Camara de Bit­ beiro da Costa.
tencourt e Sá. Depois senador.
Dr, João Evangelista de Faria Lobato.
Depois senador.
Dr. Lucio Soares Teixeira de Gouvêa.
Dèpols senador.
Dr. José Antonio da Silva Maia. De-
pOis senador.
Î< Dr. Jacinto Furtado de Mendonça.
Dr. José de Oliveira Pinto Botelho
Moáqueira.
Dr. Antonio Teixeira da Costa.
Dr. Manuel José Velloso Soares.
l.»)
Dr, Theotonio Alvares de Oliveira Ma­ canti.
ciel.
Dr. José Alvares do Couto Saraiva.
Padre Belchior Pinheil’o de Oliveira.
Padre Manuel Rodrigues da Costa.
Padre Francisco Pereira de Santa Apo-
lonia.
Brigadeiro João Gomes da Silveira
Mendonça. Depois marquez de Sabará á
senador.
Jósé Joaquim da Rocha.
José de Rezends Costa.
Pauto—Dr. Nicolau Persira de Cam­
po» Tergusiro. Depois »enador.
Dr, Antonio Carlos Ribeiro de Andrada
Machado e Silva. Depois senador.
Dr. Joaé Feliciano Fernandes Pinheiro.
Dr, José Bonifacio de Andrada e Silva. Navarro de Abreu,
drada.
Dr. Antonio Rodrigues Velloso de Oli­
veira,
Dr. José Ricardo da Costa Aguiar de
Marechal José Arouche de Toledo Ren­
don.
Francisco de Paula Souza e Mello. De­
pois senador.
Diogo de Toledo Lara e Ordonhes.
S. Pedro—•T)r, José Feliciano Fernan­
des Pinheiro, Depois senador e visconde
de S. Leopoldo (Eleito tamhem por
Dr. Joaquim Bernardino de Sena Ri­
Antonio Martins Bastos.
Ceará—Dr. João Antonio Rodrigues de
Carvalho. Depois sen idor.
Padre José Martiniano d© Alencar. De­
pois senador.
Padre Manuel Pacheco Pimentel.
Padre José Joaquim Xavier Sobreira.
Padre Manuel Ribeiro Bessa de Hol-
landa Cavalcanti.
Padre Antonio Manuel de Souza.
Major Pedro José da Costa Barros.
Depois senador.
José Mariano de Albuquerque Caval­
Alagoas — Br. Caetano Maria Lõpes
Gama. Depois senador c visconde de
Maranguape,
Dr. Ignacio Accioly de Vasconcellos.
Dr. Miguel Joaquim de Cerqueira e
Silva.
Padre José Antonio Caldas.
José de Souza e Mello.
Parahgba—PAdre José Ferreira Nobre.
Padre Virginie Rodrigues Campello.
Joaquim Manuel Carneiro da Cunha.
Augusto Xavier de Carvalho.
José da Cruz Gouvêa.
Santa Catharind — BioQo Duarte da
Silva.
Tenente-coronel Antonio
 EPHEMERIDES NACIONAES
Goyax—Va.áYQ Silvestre Alves da Silva.
Major Joaquim Alves de Oliveira.
Espirito-Santo—T)v. Manuel Pinto Ri­
beiro Pereira de Sampaio.
Rio Grande do .Vons —Dr. Francisco
de Arruda Camara.
Não houve eleição nas provincias do
Maranhão. Pará, Sergipe, Piauhy e Cis-
platina. que deixaram de ser represen­
tadas na Constituinte. A de Sergipe,
depois desmembrada da Bahia, devia
dar dous deputados, segundo deliberação
da Assemblda de 4 de Agosto.
Não tendo comparecido, ou fazendo-o
mais tarde, alguns dos deputados eleitos,
estiveram com assento os respectivos
supplentes pelo:
Rio de Janeiro—Em substituição ao
dr. Agostinho Corrêa da Silva Goulão o
dr. Martim Francisco Ribeiro de An-
drada.
A Joaquim Gonçalves Ledo o dr. José
Joaquim arneiro de CampoSi Depois
senadoi’ e marquez de Caravellas.
Bahia—Em substituição ao padre Fran,
cisco Agostinho Gomes o dr. Luiz Pe­
dreira do Couto Ferraz.
Ao brigadeiro Felisberto Caldeira Brant
Pontes 0 dr. Antonio Calmon du Pin e
Almeida.
Pernambuco—Em substituição a João
da Silva Ferreira o dr. d. Nuno Eugenio
de Lossio e Seilbtz. Depois senador.
A Francisco de Carvalho Paes de An­
drade o padre Francisco Ferreira Bar­
reto.
Minas-Geraes—Em substituição ao dr
Lucas Antonio Monteiro de Barros o
padi e José Custodio Dias. Depois se­
nador.
Ao dr. João Evangelista de Faria Lo­
bato o padre José de Abreu e Silva*
Ao dr. Jacintho Furtado de Mendonça,
que tomou assento pelo Rio de Janeiro,
0 padre Antonio da Rocha Franco.
Ao dr. José de Oliveira Pinto Botelho
Mosqueira» que fallecêra, o dr. Candid
355
José de Araujo ^'ianna. Depois senador e
marquez de Sapucahy.
Ao padre Francisco Pereira de Santa
Apolonia, o dr. Antonio Gonçalves Go-
mide. Depois senador.
S. Paulo—Em substituição ao dr. Ni-
colau Pereira de Campos Vergueiro o
tenente-general Manuel Martins do Couto
Reis.
Ao dr. Martim Francisco Ribeiro de f *s
Andrada, que tomou assento pelo Rio de
Janeiro, o dr. Manuel Joaquim dc Or-
nellas.
A Diogo de Toledo Lara e Ordonhes o
dr. José Corrêa Pacheco e Silva.
S. Pedro—Em substituição ao dr. José
Feliciano Fernandes Pinheiro o marechal
Francisco das Chagas Santos.
Rio-Grande do Noide—Em substituição
ao dr. Francisco de Arruda Camara o
dr. Thomaz Xavier Garcia de Almeida.
A assembléa constituinte funccionou
de 3 de maio a 12 de novembro de 1823, t *
sendo neste dia, á uma hora da tarde,
dissolvida por decreto referendado por
José de Oliveira Barbosa e Clemente Fer­
reira França e apresentado á a^sem-
bléa pelo general José Manuel de Moraes.
1834— Vota-se na camara dos deputa­
dos 0 banimento do ex-imperador D. Pe­
dro I ; este projecto, apresentado á ca­
mara popular pelo deputado pela Bahia
dr. Antonio Ferreira França, cahiu etn
primeira discussão no senado no dia 18,
pela maioria de sete votos.
1861— Chegam á cidade deCoritiba 50
Índios da tribu coroados, aldeados em
Palma, com o seu cacique Viry, a pedir
trabalho, exigindo módica retribuição;
foram brindados pelo presidente d i pro­
vinda, de quem receberam as commodi-
dades dejhabitação e alimentação.
1869 — 0 sr. conselheiro José Antonio I <
Saraiva, escolhido senador pela provincia
da Bahia por carta imperial de 12 de
outubro de 1867, toma assento no senado.
1876 —Fallece em Paris o conselheiro
e Estado Francisco de Salles Toi^res Ho-
 4^9
■ f-
356 EPHEMERIDES NACIONAES
.; i
raem, visconde deinhomerim, doutor em
çV ;d f medicina pela Faculdade do Rio de Ja­
i í M neiro, bacharel em direito pela Universi­
dade de Paris e senador do Império pela
província do Rio Grande do Norte, esco­
lhido a 27 de abril de 1870, tendo tomado
Íü ' assento a 20 de junho do mesmo anno.
Nascera na cidade do Rio de Janeiro a
íg!Íí-!^;; 29 de janeiro de 1812. Foi director geral
i i ■*
das rendas publicas do Império e depois
presidente do Banco do Brazil. Exerceu
por duas vezes o cargo de ministro dos
negocios da fazenda e representou na
assembléa geral, em diversas legislatu­
1 ras, as províncias do Ceará, Minas-Ge-
0 raes e Rio de Janeiro, tendo também
feito parte da assembléa provincial d’esta
'-1r;i, iiv
fli ultima.
Como escriptor politico, orador parla­
mentar e financeiro gozou o visconde de
Inhomerim de merecido credito e renome.
O escripto politico que mais nomeada
lhe valeu foi o — Libello do Povo, por
M -■
Timandro, publicado pela primeira vez
■' í ;m-.'. em >^.
A’ relação das suas obras, dada por In-
nocencio Francisco da Silva (vols. III e IX
do seu Diccionario), cumpre accrescentar:
,:\i Pensamentos acerca da conciliação dos
,1 partidos, publicados em 1853 com as ini-
ciaes S.' T. H. e anteriormente insertos
no Correio Mercantil.
O cadaver do visconde de Inhomerim,
'Ur
transportado de Paris para o Rio de Ja­
neiro, aqui chegou em novembro do mes­
mo anno de 1876, e jaz no cemiterio de
l»1'f , '■ '
S. João Baptista da L agôa^*/^
'ív' ’. I
I ^ ■') JUNHO—4
V|; - ;
1557—Volta para a França, carregado
de pau-brazil, um dos navios da expe­
dição de Bois-le-Conte: nelle vão de pas­
sagem dez Índios de menor edade e o p.
Chartier, com a incumbência de consul­
1
tar a Calviuo sobre a doutrina da ceia,
para se decidir uma duvida suscitada a
esse respeito entre Villegaignon e João
de Cointa, doutor pela Sorbona.
1608—Lança-se a primeira pedra para
a fundação da casa conventual e egreja
dos padres Capuchos da província da
Conceição na cidade do Rio de Janeiro,
sob 0 titulo áe Santo Antonio. Assistem
á ceremonia o prelado diocesano dr. d.
Matheus da Costa Aborim, o governador
da capitania Aífonso de Albuquerque, o
seu antecessor Martim Corrêa de Sá, os
padres reitor do collegio dos Jesuítas
Pedro de Toledo e vigário da matriz de
S. Sebastião Martim Fernandes, alem de
muitas pessoas gradas da cidade (Vide
7 de fevereiro de 1615).
1641—Fallece em Belém do Pará o
capitão Pedro Teixeira, com sentimento
geral dos habitantes e dos que o conhe­
ciam pela fama das suas eminentes vir­
tudes. Digno emulo de AfTonso de Albu­
querque pelos grandes commettimentos
que emprehendèra e realisára, e de d.
João de Castro pela austeridade de ca­
racter, typo da coragem civica e da hon­
radez, como um e outro, Pedro Teixeira
nunca teve outra ambição que não fosse
0 engrandecimento da patria, e desde
que se lançaram os primeiros funda­
mentos da cidade de Belém foi sempre o
mais decidido propugnador dos seus
foros e isenções.
« Onde havia um negocio grave a de­
cidir 0 seu voto era sempre ouvido com
0 acatamento respeitoso que impõe ou
attrahe uma autoridade illustrada e uma
consciência sem mancha; e quando os
inimigos ameaçavam a capitania por
ambição ou por inveja, nunca a sua es­
pada se embainhou sinão depois de al­
cançar a victoria (Datas Celebres). »
/ Breve Apostolicum benedictionem, do . 0
^apa Urbano VIII, louvando os ser­
viços prestados á religião pelo eremita
de tí. Paulo frei Manuel do Salvador na
ffuerra hollandeza em Pernambuco.
1684—D. Antonio Luiz de Souza Telío
de Menezes, 2° marquez das Minas, toma
posse do governo geral do estado do
 EPHEMERIDES NACIONAES
Brazil na cidadôdeS. Salvador da Bahia
como seu 29° governador.
No tempo do seu governo grassou na.
cidade de S. Salvador uma grande epide­
mia, que fez muitas victimas. Este go­
vernador distinguiu-se então pela sua
nimia caridade e pelo zelo exemplar com
que procurava consolar os enfermos,
visitando-os e soccorrendo-os em suas
necessidades. Além d’isso, pelo seu tino
administrativo reparou muitas das injus­
tiças e arbitrariedades commettidas pelo
seu antecessor, o denominado Braço de
prata (Vide a epTiemeriãe de 23 de maio
de 1682).
1687—Ao marquez das Minas succede
no governo geral do estado do Brazil
Mathias da Cunha, que já havia gover­
nado a capitania do Rio de Janeiro e
depois a provincia de Entre-Douro e
Minho, em Portugal.
Não concluiu o tempo d’este seu go­
verno, atalhado pela morte a 24 de ou­
tubro de 1688. Na vespera, por faltar
a via de successão, convocara elle a
camara, nobreza e oííiciaes superiores,
para elegerem os que deviam substi-
tuil-o: por voto geral, depois de alguma
divergência que se conciliou, recahiu a
escolha pura a parte politica no arcebispo
D. frei Manuel da Resurreição, não ha­
via muito chegado á diocese, e para a da
justiça no chanceller da Relação Manuel
Carneiro de Sá, os quaes por carta régia
de 8 de março de 1690 tiveram as propinas
que lhes competiam pelo exercido dos
cargos.
Mathias da Cunha foi sepultado na
capella-mor do mosteiro de S. Bento.
Nos* últimos dias do seu governo ha-
viam-se amotinado os dous terços da
tropa existente na cidade, exigindo de
armas na mão o pagamento de nove
mezes de soldo que se lhes deviam: reu­
niram-se no campo do Desterro, cer­
caram a casa da polvora, ameaçando
entrarem na cidade e saquearem-n’a, es­
pecialmente a casa dos ofíleiaes da ca-
357
mara, a quem incumbia nesse tempo o
pagamento da tropa, tendo já dado
principio de execução á ameaça, ata­
cando os que vinham dos engenhos com
mantimentos para a cidade. Depois de
pagos não quizei’am depor as armas, sem v:i
promessa form.il de perdão, assignada
pelo governador, que ainda vivia, e
pelo arcebispo, que tinha de lhe suc­
céder. Alcançado 0 indulto, que Mathias
da Cunha ainda chegou a assignar, ex­
pirou este, «e os soldados marcharam pa-
cifleamente para os seus alojamentos,
assistindo depois ás honras fúnebres que
se lhe fizeram (Rev. do Instituto Hist,, »:
tomo II, pag. 65 da 2° edição)
A morte de Mathias da Cunha não
podia ter sobrevindo no mesmo anno da
sua posse, como o consignam Varnhagen
e outros, porque, sendo substituído pelo
arcebispo, não o podia ser sinão em
1688, visto que o prelado só chegou á
Bahia a 13 de maio d’esse anno.
1790 — Toma posse do governo do Es­
tado do Brazil D. José Luiz de Castro,
0 taciturno, suspeitoso e sombrio conde
de Rezende, como o denominam todos
os chronistas, e governa até 14 de ou­
tubro de 1810 [Vide essa data).
Foi 0 14° na serie geral dos vice-reis
do Brazil e o 5* dos que tiveram as­
sento no Rio de Janeiro.
« Este vice-rei, diz do conde de Resende
0 general Abreu e Lima na sua Synopsis,
foi um verdadeiro contraste do seu ante­ ! ’ \
cessor, Luiz de \ asconcellos. Natural­
mente melancólico e suspeitoso, fazia
II
verter sobre o povo todo o fel da sua
atrabilis. Quando terminou o seu go­
verno, que havia começado sob máos
auspícios, deixou o povo, sobre quem
pezára o seu péssimo e inconstante ca­
racter, repetidas vexações e arbitrarieda­
des sem desculpa na utilidade geral, como
que alliviado de unà medonho pezadelo. » I
Eis em poucas linhas a synthèse do seu
genio e do seu governo, no que sfo cor.»
 I
358
EPHEMERIDES NACIONAES

testes todos os nossos chronistas e his­ carne e mais generös, que fez sahir á
toriadores.
noite e conseguiu chegar em poucas ho­
Vainhagen dá o dia 9 para a posse ras á calheta do Cabo de Santo Agosti­
d este funccionario, mas Abreu e Lima nho, de onde foram os mantimentos
e o Calalogo dos capitães-môres, go­ transportados para a fortaleza.
vernadores, etc,, do Rio de Janeiro, co­
1638— Chega ao porto do Recife a es­
piado de um manuscripto existente na quadra hollandeza. de volta da sua d’esta
Bibliotheca Episcopal Fluminense (Rev. vez infructifera teniativa de conquistar
do Instituto, tomo II, 1840), dão a pre­ a Bihia.
sente data.
1610 —Toma posse do governo geral
Ao conde de Resende succedeu no cargo do Brazil, na cidade da Bahia, D. Jorge
p . Fernando José de Portugal, filho do de Mascarenhas, marquez de Montalvão,
3‘ marquez de Valença e que foi pos- como vice-rei do estado. Foi o 1.* que
tenormente marquez de Aguiar.
teve esse titulo e dignidade e era o 18.*
1850— Toma assento no senado, como dos governadores pela oi’dem chronolo-
representante da província de Pernam­ gica.
buco, o visconde, posteriorraente conde Governou exactamente um anno, até
da Boa-Vista,Francisco do Rego Barros, 5 de junho de 1641 (Vide essa data).
escolhido a 6 de abril (Vide outubro 4 Tendo achado, quando chegou á Bahia,
de 1870).
0 espirito dos h ibitantes abalado com as
1853 — 0 sr. dr. (hoje conselheiro) Jo- depredações feitas pelos hollandezes no
sino do Nascimento Silva toma posse da Reconcavo, tratou logo de prevenir no­
presidência de S. Paulo, cargo que exerceu
vos ataques, multiplicando as fortifica­
até 2o de junho de 1854.
ções nos pontos em que eram ellas pre­
! í. JU N H O — 5 cisas, reparando e melhorando as antigas
e promovendo outros meios de defeza,
163o—Partira das Alagoas, no dia 1‘ , com o que reergueu o animo abatido da
um grande barco conduzindo farinha população.
peixe salgado e outros generös para
— A.Junta intrusa do governo do
abastecimento do forte de Nazareth do estado na Bahia, presidida pelo bispo
‘ i'h Cabo, sitiado pelos hollandezes. Alagoas
D. Pedro da Silva e Sampaio, remette
estava ainda livre da acção do inimigo
para Lisboa ao marquez de Montalvão,
e 0 conde de Bagnuolo e o provedor da
governador legal, destituído do seu cargo
real fazenda André de Almeida e Fon­
e preso a 24 de abril (Vide essa data).
seca, que alli se achavam, tinham re­
1665 — Assume o governo da capitania
cebido ordem do general Mathias de
do Pará o capitão-mór Feliciano Corrêa.
Albuquerque para soccorrer o forte.
1690— D. Antonio Felix Machado da
Depois de uma excellente e desassom­
Silva e Castro, marquez de Monte-Belloi
brada viagem até á altura do seu destino,
14° governador e capitão-general de Per­
e este navio preza dos hollandezes, que
nambuco, substitue a Antonio Luiz Gon­
rondavam a costa para impedir que pas­
çalves da Camara Coutinho no governo
sassem soccorros á nossa gente. Não se
d’essa capitania e occupa o cargo por
descuidava comtudo o general de lhe
très annos e oito dias, isco é, até 13 de
enviar por terra e por mar mantimentos,
junho de 1693. em que é rendido por
apezar d’esta e de outras tentativas que
Caetano de Mello e Castro.
debalde fizera nesse sentido.
Entre o marquez de Monte-Bello e o
Na piesente dat i manda elle de novo
bispo diocesano, D. Mathias de Figuei­
uroa embarcação carregada de farinha,
redo e Mello, deram-se serias contesta-
 EPHEMERIDES NA.CIONAES 359

prelado, que era nimiamente caridoso, e

ções, conflictos de jurisdicção, que pas­
saram aos annaes da historia; começaram que pouco tempo depoisy^esoou do viv^r
com prenúncios de santidade (Vide a í-
por questões de cerimonial, como dire­
mos. Tinha o prelado ordenado numa ph6yyi. de 18 de Julho de 1694).
pastoral que os governadores civis não No tempo do governo do marquez de
se sentassem nas egrejas em cadeiras de Monte-Bello perdurava ainda a notável
braços com sitiai, quando estivesse ex­ epidemia, que affligiu a capitania por mui­
posto 0 SS. Sacramento. Desta decisão tos annos e na qual o bispo praticou pro­
a"gravou o governador para a coroa e dígios de amor do proximo.
a^^Relação da Bahia deu provimento ao 1728—Parte de Cuyabá, de volta para
S. Paulo, 0 governador Rodrigo César do
recurso; o prelado porém Uao cedera a
esta decisão, negando-se a dar execução Menezes, tendo na vespera convocado
ao pro vimento, sob o fundamento de que por uma portaria os juizes e vereadores
os juizes haviam procedido na causa com da comarca para lhes significar que no­
condemnavel condescendência. Este acto meara ao senado da camara de Cuyabá
do bispo trouxe-lhe alguns dissabores. para regente das minas da capitania,
Na sexta-feira santa de 1692, ia elle para como cabeça que era da republica. A esta
a sé de O inda, quando se lhe apresenta, portaria respondeu a camara com um
em pleno dia, o tabelliao Jorge da Costa attestado em favor do governador, que
Calheiro e intima-lhe um despacho, que pela redacção e estjdo parece da lavra do
0 prelado ouviu callado, proseguindo proprio governador ou do seu secretario.
Neste anno foi remettido de Cuyabá o
uepois no seu caminho.
Esperava o marquez que com essa producto do quinto do ouro pelo gover­
ameaça o bispo desistiría do seu intentoi nador Rodrigo Cesar de Menezes, para
mas vendo que ainda não cedia, lançou ser entregue ao provedor da fazenda
mão de outros meios. Estando um dia o real em S. Paulo, Sebastião Fernandes
bispo no collegio dos jesuitas no Recife, do Rego. Eram quatro caixões de cu-
entrou 0 governador pelo convento e man­ nhetes, contendo sete arrobas de ou ro;
dou dizer-lhe que vinha pedir-lhe satis­ vinham elles ao cuidado do padre An­
fação do seu procedimento. O ouvidor ge­ dré dos Santos Queiroz e faziam parte ■r
ral da capitania, dr. José de Sá, ao saber da monção mais de mil pessoas. Sendo
do que se passava, dirigiu-se logo ao col­ entregues devidamente sellados e fe­
legio e, para evitar um tão desagradavel chados ao provedor, este os remetteu
conflicto, pediu ao prelado que não appa com as devidas cautellas pelo Rio de Ja­
recesse. Este, porém, não aceita o con neiro para Lisboa, onde abertos, sup-
selho, deixa o cubiculo em que estava a põe-se que em presença do rei D. Joao
descançar a sesta, e apresentando-se co­ V, d l côrte e de alguns ministros es­
rajosa mente ao governador, diz-lhe;a Eu trangeiros, convidados de proposito para
sou legitimo portuguez e leal vassalo de esse acto, só se encontraram dentro dos
el-rei nosso senhor, e si o sr. governador caixotes barras de chumbo em vez das
me quer dar uma bofetada, tenho obr - de ouro que se esperavam! Por esse mo­
gação de lhe olferecer a outra face, por­ tivo foi preso 0 prove 'or da fazend i de
que assim me m.mda meu senhor Jesus- Cuyabá, Jacinto Barbosa Lopes, e re­
mettido para Lisboa, onde esteve muitos
Christo. 2
Este rasgo de humildade desarmou a annos, até que íoi reconhecido inno-
cólera da governador, que sem responder cente, recahindo os indicios do furto no
provedor de S. Paulo, que foi preso e
tornou para Olinda.
Opovo tomou nesta questão 0 partido do tevo confiscados os bens, Fôra encar'
 I
360 EPHEMERIDES NACIONAES
‘i; I'
Apv-' a . regado da respectiva devassa o juiz do
fisco do Rio de Janeiro Roberto Car Ri­
L'i H'ii i: Ufl Í- beiro de Bustamante.
« O povo de Cuyabá, que tinha sido
muito vexado pelos exactores dos direitos
Reaes, e cujos bens arrancados á força,
cora a mais odiosa violência, perfizeram
as referidas sete arrobas de ouro, viu
n’este acontecimento inesperado um mi­
'■iv^' ifa, '
lagre do ceo em castigo de tanta cruel­
Ji tl' . dade. Assim se acha consignado este
facto nos Registros oííiciaes do Senado
Í;'f <!..il,.'
. i da Camara da villa, hoje cidade de Cuya­
bá (A. e Lima, Synopsis) ».
1779 O brigadeiro Francisco de Bar-
ros Moraes Araujo Teixeira Homem, dé­
cimo terceiro governador da capitania
. Í ,;v de Santa Catharina, toma posse do seu
cargo (segundo Varnhagen) e exerceu-o
:£ até 7 de junho de 1786.
■Í Ò-')ji ; ^ A patente régia que o nomeara tem a
data de 5 de dezembro de 1778. Teixeira
Homem fôra também nomeado 1° com-
missario da demarcação de limites, de
. vi.
^ ‘- f : 'f i i ■£■ conformidade com o ti*atado de 24 de
r, ! IjJ;--;.' i
março^ d’esse mesmo anno, emprego
que não chegou a desempenhar pelas
suas moléstias e a avançada edade de
80 annos.
« Observador exacto da lei, distribuiu
justiça imparcial. Procurou os meios de
reparar as ruinas da provincia.. dcs-
velou-se por ser util á humanid ide (M. J.
de Almeida Coelho, Memória histórica
da provincia de Santa Catharina), »
1791 — Pallece na cidade do Desterro o
dr Lmz Carlos Muniz Barreto, primeiro
natural da illia de Santa Catharina que
se doutorou na universidade de Coimbra.
Nascido naquella cidade, então villa
de paes pouco abastados, mas distinctos;
mandaram-n’o elíes a Lisboa e de lá à
I ^i Coimbra, onde se graduou em direito,
Í boi por muitos annos lente de his-
s de onde veio despachado ouvidor da c o ­
marca do Santa Catharina, cargo que
exerceu desde 16 de agosto de 1787 até o
dia em que fallecen.
São provavelmente suas as tres obras,
de que, sob o seu nome, tracta innocencio
da Silva no seu Diccionario hihliogra-
phico.
1805—P o s s e , segundo Varnhagen e
Abreu e Lima, de D. Luiz Mauricio da
Silveira (e não da Silva, como dizem am
bos) do governo de Santa Catharina. Pre.
ferimos a data de 3, .dada por Manuel
Joaquim de Almeida Coelho na sua ci­
tada memória (Vide a ephemerideáQ 3),
1821—Decreto do príncipe D. Pedro, de­
pois primeiro imperador, nomeando o
seu primeiro ministério:
« Desejando em tudo satisfazer aos vas-
sallosde el-rei, meu Senhor e^ pai 0 cori"
correr para o bem geral, que"^ é ’ e tem
sido 0 meu particular desvelo, determino,
por justas e bem attendiveis razões que
me foram ponderadas pelo povo e tropa
desta cidade, que os ministros e secretá­
rios de Estado continuem a despachar
com a minha real pessoa, conforme man­
dam as instrucções de 22 de Abril, que
meu augusto Senhor e pai me deixou, e
crear uma junta provisória, composta de
9 deputados escolhidos de todas as clas­
ses, peranteaqual os sobreditos ministros
c secretários de Estado verifiquem a sua
responsabilidade, que lhes é imposta pelo
art. 31 das bases constitucionaes portu-
guezas. Esta junta será responsável ás
côrtes convocadas na muito nobre e leal
cidade de Lisboa pela sua conducta activa
e passiva.
« Determino, outrosim, que todas as
leis que pela necessidade publica eu fòr
obrigado a fazer, sejam remettidas em
projecto pelos ministros e secretários de
Estado á junta, para que, depois de por
ella serem examinadas, subam á minha
real pi*esença para eu as sanccionar.
« Os ministros e secretários de Estado
são os que constam da relação junta, as-
signada pelo conde da Louzã D. Diogoa
I)
Hl
 EPHEMERÎDES NACIÜNAES
ministro e secretario de Estado dos ne­
gócios da fazenda.
« Paço, çm 5 de Junho de 1821.—Com
a rubrica do Principe Regente.—Conde
daLouzã D. D iogo.—Carlos Frederico de
Caula.—Manoel Antonio Farinha.
1828—Bulia do papa Leão XII, expe­
dida por sollicitação do imperador D. Pe_
dro I, declarando que as dioceses do Ma­
ranhão e Pará, até então suíTraganeas do
patriarchado de Lisboa, flquem perten­
cendo á metropole da Bahia.
1843—Chegam ao Rio de Janeiro Limpo
de Abreu, Leite Bastos e Salles Torres-
Homem, presos em 19 de junho de 1842
e deportados ein consequência das oc-
cuiTencías d’aquella epoca.
1880—Entram para o senado, como re­
presentantes da provincia do Rio Grande
do Sul, os srs. conselheiros Gaspar da
Silveira Martins e tenente general José
Antonio Corrêa da Camara, visconde de
Pelotas, escolhidos ambos a 31 de março.
— Inauguiam-se os trabalhos da via
I ferrea de Paranaguá á Coritiba, provin­
■) cia do Paraná, com a presença de SS. MM.
) e do sr. conselheiro Buarque de Macedo
I ministro da agricultura (Vide a ephem.
I) de 17 de maio).
— Fallece no Rio de Janeiro o conse­
lheiro Antonio Pereira Pinto, nascido na
mesma cidade a 20 de março de 1819.
Recebera em 1841, com pouco mais de
21 atinos de edade, o grau de bacharel
Iil em sciencias sociaese juridicas pela aca­
ih demia de S. Paulo, e nesse mesmo anuo
b elegeu-o aquella provincia deputado á
-A . assembléa provincial. Exercera diversos
;o cargos de magistratura; presidira ás pro­
iv vindas do Espirito Santo e Santa Ca-
tharina e a primeira d’ellas mandou-o
>b deputado á Assembléa Geral em duas le­
^8 gislaturas, servindo de secretario d’essa
camara por quatro annos. Entre os car­
b’ gos que oceupára conta-se o de director
o! do Archivo Publico do Império. Erasocio
ft' eflectivo do Instituto Ilistorico do Brazil
361
e um dos fundadores do Instituto da
Ordem dos Advogados.
Como escriptor politico começara na
redacção do Publicola, joimalque se im­
primia em S. Paulo e sustentava a causa
da maioridade do actual imperador.
A’ enumeração feita por Innocencio da
Silva das obras, que de si deixa este mo­
desto e benemerito trabalhador, cumpre
acrescentar a dos Annaes parlamentares
do Imperio,que comprehendem os annos
de 1823, de 1826 a 1834 e de 1850 a 1856,
promptes os de 1840 a 1847. Esta im­
portante publicação dá a medida da sua
perseverança. Quem a completará ?
JUNHO — 6
1588 — Reunem-se a camara ,e povo da
villa de S. Paulo e assenta-se que era
bom que na dita villa houvesse igreja
matriz e vigário e que se fizesse entre as
casas de Diogo Teixeira e André Mendes,
aos quaes elegeram pai'a receber dona­
tivos para esse fim. Já no anno seguinte
estava a edificar-se a egreja, porquanto
u
a 1 de maio reuniam-se de novo acamara
e povo e dirigiam uma representação ao
governador geral do estado paia que
lhes mandasse vigário, ornamentos e si­
nos para a matriz^ que se achava em
construcção. : 1i
1630 — Domingos da Veiga Cabral, ca­
pitão-mor interino nomeado para o Rio-
Grande do Norte, toma posse do governo 1' I
da capitania.
Esta noticia nos vem das Batas Celebres
dosr. José de Vasconcellos: Varnhagen
diz apenas atai respeito: « Inteiáno, Do­
mingos da Veiga Cabral, em 163...» O
f'atalogo publicado na revista do Insti­
tuto Historico. tomo XVII, n. 13, começa
por Valentirn Tavares Cabral, nomeado
em 1663.
1654 — E’ nomeado capitão-mor do Rio-
Grande do Norte Antonio Fernandes
Furna.
D’estes e dos anteriores governadores
d'aquella parte do Brazil não consta a
 ■t< .

362 EPHEMERIDES NAC10NAE3

data da posse, por f ilta de archives nes- tência do absolutismo e do acanhamento

da epoca na capitania. Apenas sabe-se d IS ideias do tempo.
t das respectivas nomeações pelas chancel- A sua ultima sessão celebrou-se a 26
|arias dos reis que os nomearam, exis- de Abril de 1760; pouco pois viveu.
entes na Torre do Tombo. 1771—Passa a reger como arcebispo a
('y 1674 — Alvará de licença obtido por diocese que até então regôra como coad­
It V',
Antonio Luiz Gonçilves da Gamara Oou- jutor, 0 9' primaz do Brazil, D. frei Ma­
tinho (que foi depois "overnador de Per­ nuel de Santa Ignez (Vide a ephemeride
nambuco e em seguida da Bahia ) para de 22).
renunciar na pessoado coronel Francisco 1775—Lança-se a primeira pedra para
Gil de Ara tjo, residente n i Bahia, a pos­ 0 actual templo da Candelaria no Rio de
se da capitania do Espirito-Santo, de Janeiro, sobre as ruinas de uma hermida
que era d )natario, p Ia quantia de qua­ que já havia no logar. Era o 1“ anno do
renta mil cruzados ( Vide março 18 de pontificado de Pio VI, 2* do episcopado
1675 e dezembro 24 de 1685). de D. José Joaquim Justiniano Masca-
' 11' 1729 — .\.isce na villa do Ribeirão do renhas Castello Branco e 6“ do vice-rei-
1■ Carmo, hoje cidade episcopal de Mari- nado do marquez de Lavradio.
anaa, província de Minas Geraes. oillustre Concluída a obra na parte essencial
e infortunado poeca Claudio Manuel da para o cult') divino, foi sagrada a egreja
Costa ( Vide 4 de Julho de 1789 . a 8 de Setembro de 1811, trasladando-se
1’'59— Celebra a sua 1* sessão na ci­ as respectivas imagens para os seus 7 al­
dade de S. 'alvador da B ihia a Sociedade tares, em pomposa procissão, no dia 18 e
braxilica dos Acadêmicos Renascidos, dizendo-se a primeira missa solemne a 19,
m s cora assistência de el-rei D. João VI, en­
Compunha-se de 40 membros eflfectivos
tão regente.
ede76 supra-numerarios, cujos nomes
constam de dous catalogos alphabeticos Entretanto, só em março de 1878 foi
Juntos aos estatutos. Tomara por em- que ficaram concluidas as obras do tem­
preza uma phenix íltindo os olhos no plo propriamente dito, effectuando-se na
sol, c im a lettra— dultiplicabo dies —. presença do imferador e da imperatriz,
tendo representadas v irias a\ es da Eu. a 24 do dito mez, o benzimento da cruz
ropa e da America em seguimento da do I mternim que coroa o seu zimborio.
phenix, com as seguintes palavras de Na cirnalha d’este, coll )ccu-se uma cha­
Claudiano: pa de bronze com a seguinte inscripçáo:
«Com esti pedi'a se fechou o annel do
a Co7iveniunt aquUce, cunctccque exorb'’
zimborio da matriz de Nossa Senhora da
ooiucres' Candelaria, e.n 15 de Dezcmbio de 1877>».
Ut solis commüentur aoem. »
Todo 0 zimborio é canstruido de m r-
O sello de que usava em seus despachos, more lioz de Lisboa.' ligado por {leçasde
cartas e diplomas, representava a mes­ bronze. A c i m / - que o sobrei)oj.t excede
ma ove abrasando*se em cliarnrnas, com em 2,5m de altura o ponto culminante
este distico: Ut vivam—,e n a circumie- do Moiro do Gastello.
rencia, 0 titulo—dcacf. Bras. dos Renas­ Ficou d\:.stc moJo concluido externa-
cidos. mente o maior e mais importante templo
Propunha-se a « esc .ever a historia | da cidade do Rio de Janeiro. No que resta
H; \ u livcrsal da America portugueza». I por fazer internamente e péde ser ac.tba-
y i'
^ .'.I
I
Ape/.ar de jiost.i sob a direc;ão do so- do em um pr zo não muito longo, traba-
' h,.' berano e de ter tome.do por Mecca,is o ih i-se ainda emjuniio de 1881.
conde de Oeins, íoi victinja da prepo­ 1818—Decreto creando o Mu^cu Real,
I*?,!'
EPHEMERIDES NACIONAES
hoje Museu Nacional do Rio de Janeiro.
Assignou-oThomaz Antonio do Villa-Nova
Portugal, como ministro e secretario
d’estado dos negocios do Reino e presi­
dente do real erario. No raesmo decreto se
ordenava qne se comprassem para esse
flm as casas que possuia no campo de
Sant’Anna João Rodrigues Pereira d’Al-
meida, mais tarde barão de Ubá. Foi
chamado para director d’esse estabeleci­
mento 0 notável naturalista frei Josd da
Costa Azevedo, de quem tratamos na
ephemeride de 7 de Novembro de 1 22.
Para mais minuciosas informações so­
bre este importante estabelecimento, a
que deu nova vida o sr. conselheiro
Thomaz José Coelho d’Almeida, quando
ministro da Agricultura, instituindo os
cursos scientificos que alli funccionam,
veja-se a bella memória que sob o titulo
— Investigações liistoricas e sciontiílcas
sobre o Museu Imperial e Nacicmal do
Rio de Janeiro — publicou em 1S7Ü o seu
illustrado e digno director o sr. dr. La-
dislau Netto.
1826 - Toma assento no senado o barão,
depois visconde de Caethé, José Teixeira
da Fonseca Vasconcellos, como represen­
tante daprovincia deMinas-Geraes, esco­
lhido a 22 de janeiro do mesmo anno (Vide
a ephemeride, de 10 de fevereiro do 1838}.
— F'.llece no Rio de Janeiro o desem­
bargador do Paço Luiz José de Carvalho
e Mello, 1•visconde da Cachoeira, senador
elèito por très provincias e escolhido
pela da Bahia a 22 de janeiro d’esse
mesmo anno na piimitiva organização
do senado, onde todavia não chegou a
tomar assento. O Mappa necrologico dos
s?nadores, publicado na revista do Insti­
tuto Histórico (t. XXIX), e um trabalho
idêntico estampado no Almanak Laem-
mert para 1860 o fazem erradamente
^scolhido a 29 de abril : aquelle primeiro
ainda claudica dando-o vagamente falle-
cido ern dezembro.
Era 0 visconde da Cachoeira conse-
363
llieiro de estado e um dos collaboradores
da Constituição do Império.
Nascido na cidade da Bahia a 6 de
n aio de 1764, forn ara-se cm leis na
universidade de Coimbra. Fóra um dos
membros mais illustrados da Consti­
tuinte, onde representára a sua pro-
vincia natal, e occupára a presidência
d’aquella memorável assembléá no mez
de novembro. Referindo-se á não vulgar
iiluslração de Luiz José de Carvalho,
diz 0 sr. barão de Homem de Mello na
sua bella monographia—A Constituinte
perante a historia (2* edição) : « Seus
discursos na constituinte, como os do
visconde de Cayrú, aceusam uma erudição
muito variada. Como monumento do seü
grande saber, ahi estão os primeiros
estatutos organisados para os dous
cursos jurídicos do Império, um dos
trabalhos mais severos e mais substan-
ciaes que tenho visto (Collecção Nubuco,
tomo 6°, pag. 65 a 77 ). Tomou assento
a 21 de julho. »
Occupou por tres vezes a pasta dos
negocios esti angeiros : em 1823 no gabi­
nete l í de n vembro, em 1824 nO
de 14 de cutubro e em 1825 no de 9 de
novembro. Nessa qualidade foi um dos
que assigr.aram, pi r parte do Brazil,
0 tratado de reconliecimento da nossa
> " r ']
independencia pelo reino de Portugal,
por mediação da Inglaterra.
1854—Desmembrado de Marianna na
mesma data em que foi erigido o do
Ceará, por decreto d i Assembléa geral
de 10 de agosto de 1853, no actual
reinado e no pontificado de Pio IX, pela
bulla (Iravissimum sollicitudinis, da
presente daU, é irstituido o bispado
Diamantino. O primeiro bispo para elle
nomeado, o jiadre Marcos Cardoso de
Paiva, renuncii’U o cargo cinco anuos
depois, e em seu logar foi escolhido o
sr. D. João Antonio dos Santos, que
actualniente o rege.
1861- 0 15° bispo do Maranfião, D. Ma­
nuel Joaquim da isilveira, entrega ao
 Hf.

364 EPHEMERIDES NACIONAES

cabido 0 governo d’essa diocese, por ter capitania a 10 de setembro d'esse anno
hi '•'4, nesse dia recebido as bullas da sua ( Vide essa data ).
confirmação de arcebispo primaz do 1786— Toma posse do governo da capi­
Brazil ( Vide a ephemeride de 23 de tania de Santa Catharina o sargento-mór
junho de 1874). de artilharia José Pereira Pinto, seu dé­
JUNHO—7 cimo quarto governador.
Governou-a até 17 de janeiro de 1791,
1632— Lei declarando o s a i no J razil em que foi rendido pelo coronel Manuel
*i rr-i iV-.'* de contrabando real. Soares Coimbra.
I 'f e i i " ' 1713— 0 mestre de campo Francisco Pereira Pinto fez abrir a estrada nova
Xavier de Tavora, governador da capi­ chamada de cima da serra, desde La­
'.’iS'K' tania do Rio de Janeiro ( omittido por guna até Lages, franqueando d’este mo­
Varnhagen no seu Catalogo), assume o do 0 sertão, que se julgava até então in-
exercicio do cargo, rendendo a Antonio penetravel ; animou e promoveu a cultu-
■.';h
•>:■. .'i' de Albuquerque Coelho de Carvalho, que pa do café e do anil, e mandou conti­
'■ , 4. ’■
\ i
■
■■ ,•■

a ficâra governando depois da segunda nuar na plantação da urumbeba, que

j 4:. îV': ^nvasão franceza. serve para o sustento do insecto produc-
î 'f Foi Francisco de Tavora quem deu tor da cochonilha, plantação que os la­
:■Î.-ÎI ‘ i,:.,:
principio á construcção da fortaleza da vradores abandonaram depois pela fal­
■'•a Lage na bahia do Rio de Janeiro e mais ta de pagamento da parte do Thesouro
segurança á da ilha das Cobras. Por or­ aos fornecedores d’esse genei’o.
dem expressa que trouxera de Lisboa 1797— Nasce na Bahia Manuel Alves
^oi prender ao mestre de campo Fran­ Branco, 2° visconde de Caravellas. ba­
cisco de Castro de Moraes e a outros, charel em leis pela universidade de Coim­
cúmplices na entrega da praça do Rio de bra, deputado geral, ministro por cinco
/ Janeiro aos francezes de Duguay-Tr/in vezes, conselheiro d’Estado, e senador
1711, conservando-se om rigoroso Cã,T- pela sua provincia natal, escolhido pelo
cere até chegara alçada de sete ministros regente Feijó, e que tomára assento a 19
nomeada para os julgar. de junho de 1837.
Fez egualinenteaííermma entre o povo Falleceu em Nicteroy a 13 de julho
de quatrocentos mil cruzados para paga­ de 1855 ( Vide essa data).
mento dos seiscentos e dez mil que Estadista profundo, orador parlamen­
para resgate da dita cidade, se haviam tar de primeira ordem, não foi somenos
tirado dos cofres públicos e exigido dos cultor das musas, do que nos deixou
particulares, mandando-se, por ordem bellos testenumlios nas suas poesias que
légia, abater 210 mil cruzados perten­ ficam mencionadas em outra parte d’este
centes á Casa da Moeda. traballio,
Tendo-se desgostado com os vereadores 1807— Insurreição de pretos da nação
do senado da camara por encontros de Ussá na Bahia e que se desenvolveu em
auctoridade, pedira licença para se reco­ vários pontos do Reconcavo e immedia-
lher á córte e partira para Lisboa em ções da cidade. Foram muitos dos in­
1/16, deixando o governo, conforme a de­ surgentes punidos com a pena ultima.
terminação do soberano, não se diz po­ depois de summariamente julgados na
sitivamente quando, mas de fins de agos­ Relação da capital, segundo o ordenado
to a principios de setembro, ao mestre pela carta régia de 6 de outubro do mes­
de campo mais antigo, Manuel de Al­ mo anno. Foi isso no tempo do conde
meida Castello Branco, que não se sabe da Ponte.
quando o recebeu, mas já governava a Segunda vez se levantaram elles, no
 EPHEMEEIDES NACIONAES
tempo do mesmo governador, a 4 de ja­
neiro de 1809, praticando toda a casta
de attentados très léguas distante da
cidade. Retiraram-se depois para o Riacho
da Prata, nove léguas mais longe, e ahi
se fortificaram. Foram completamente
derrotados pela tropa de linha, restabc-
Iccendo-se logo a tranquillidade publica.
Essa insurreição apenas aturou 48 horas.
Ainda em 1813, a 28 de fevereiro, g o ­
vernando o conde dos Arcos, insurgi­
ram-se de novo os escravos da mesma
nação Ussá na Bahia, pertencentes á ar­
mação do visconde do Rio Vermelho, á
fazenda de João Vaz de Carvalho e outras
contiguas : apresentaram-se mais de 500,
armados, commettendo as maiores atro­
cidades pelo caminho que segue até o
rio de Joannes. Na passagem d’esse rio
foram batidos pelo major da legião da
Torre Manuel da Rocha Lima, que matou
e prendeu a muitos. Apezar de se dever
áquelle official em grande parte a sal­
vação publica, mandou o conde dos Arcos
reprehcndel-o por haver obrado sem or­
dem, empregando armas contra uns m i­
seráveis. Não obstante, foram os cabeças
do levante condemnados á morte e exe­
cutados a 18 de novembro do mesmo
anno na praça da Piedade.
1816— Escriptura lavrada no cartorio
do honrado tabellião de Campos dos Goy-
tacazes. Manuel Marques Simões, de 50
braças de terra em quadra á margem
da Lagoa de Cima, doadas por Manuel
José Martins Leão e sua mulher D. Anna
Pereira para patrimônio da egreja e fre-
guczia de Santa Rita (Vide monsenhor
Pizarro, Memórias, tomo III, pag. 102).
Em maio d4sse-aaesnaa_aana-êe
s t / / / estava concmida a capella-raór do men­
cionado templo.
1831—Fallece no Rio de Janeiro o te­
nente-coronel D. Lucas José de Alva­
renga, ultimo governador de Macau c
um dos poetas repentistas de que o paiz
se orgulha, Foi sepultado em uma das
catacumbas da egreja de S. Francisco
365
de Paula (Vide 0 Brasil Historico do sr.
dr. Mello Moraes, tomo II, pag. 177).
Além do volumezinho de Poesias, de
que falia Innocencio da Silva no seu
ZhccíowaWo, publicou mais D. Lucas um
outro intitulado : Statira, e Zoroastcs—
Novella, Rio de Janeiro, 1826, 1 vol. in 8°
de 1 íl. dc Dedicatória, XXVI prelimi­
nares e 58 pags., do qual a Bibliotheca
Nacional conta nmexemplar, tem os d’ellc
uma Memória sobre a expedição do
governo de Macáo em 1800, e 1810
em soccòrro ao Império da Ohina cono a
os insurgentes piratas chines:es, prin­
cipiada, e concluida em seis meses pelo M,S
Governador, e Capitão Geral daquella
cidade, Lucas José d'Alvoxenga. Authen-
ticada com documentos justificativos,
Foi impressa no Rio de Janeiro na Typo-
graphia Imperial e Nacional no principio
de 1828. Sétimo da Independencia e
do Império. E’ um vol, in 4“ de XIV,
66, 36 pp. O auctor ajuutou-lhe um
volume de Observações á Memória ehum
resumo da sua vida, impresso na mesma I>
typographia no anno de 1830, do mesmo
formato e que contém V, 111 pp. de
impressão.
Apezar do abstruso e incongruente do
seu estylo, ha porventura o que se re­
spigar nesta Memória. Nella refere-se o
'■L
auctor a um outro escripto seu publi­
cado cm Londres em 1817 e, ao que pai’ece,
sem 0 seu nome.
D. Lucas nasceu na villa de Sahara,
em Minas-Geraes, a 19 de fevereiro
de 1768, como elle prop rio declara
na 2'^ parte d’aquella sua Memória.
Aos 16 para 17 annos estava prompto
em grammatica portugueza, latina, fran- !;i I
ceza ; em lógica, metaphysica e ethica;
em rhetorica, poética e geographia, mais
do que era então exigido na universidade
de Coimbra. Tinha estudado também a
chronologia e a geographia. « A esse
tempo já eu fazia versos, diz elle; e toda
a minha inclinação era principalmentc
aos Improvisos, por isso, que bem poucos
 /
3é6
ËPHEMERIDËS ^ACÎONAÈS

se abalançavão á elles; e d ’entre esses

de Olinda, nascido no logar denominadc
mes nos, que os tentavão, nem hum só
Antas, na provincia de Pernambuco,
era feliz. » Naquella universidade se
if' a 22 de dezembro de 1793.
formou, não nos diz o auctor quando,
Doutor em cânones pela universidade
• Iri ; suppomos que na faculdade de direito.
de Coimbra, foi um dos deputados á
D. Lucas faz parte do grupo dos nossos
Constituinte portugueza pela provincia
poetas repentistas. de que trata o sr.
do seu nascimento e depois á Consti-
Joaquim Norberto na Revista P op u la r
vol, XIV. tuinle do Brazil. Foi pela primeira vez
im nis^i, occupando a pasta dos nego­
E derrotada uma column do
cies em 1823, mas só por
rebeldes da provincia de S. Paulo, em
tres dias, quando o primeiro imperador
îiül'.. nuniero de 300, perdendo 17 mortos
dissolveu a Constituinte brazileira. Em
I’Vy- '• e^ 15 prisioneiros, nas iinmedi ições d i
seguida j>artiu para a Europa e visitou
cidade de Campinas, no logar denomi­
a França e a Italia. Embora ausente,
nado Venda Grande : inclue-se no nu­
foi eleito pela sua provincia deputado á
mero dos prisioneiros o commandante
piimeira legislatura do Império e nelia
da força Antonio Joaquim ^ ianna. As
tomou assento em 1827, occupando a
forças legaes, que constavam de 1.50
cadeira [.'residencial. Senador por Per­
praças, tiveram dous mortos e um ca­
nambuco desde 1837, escolhido pelo re­
:T •:■M pitão e alguns soldados feridos,
gente Feijó a 5 de setembro, foi por
Na vespera tinham entrado na cída''ie
sua vez regente do Império, primeiro
de Campinas, provenientes de Jundiahy,
r . '. interino e depois effectivo, posto eminente
as forças legaes ao mando do coronel
que de.sempenhou por quasi tres annos.-
José Vicente de Amorim Bezerra ( Vide
maio 28 ). Tomando posse da sua cadeira no
senado a 6 de setembro de 1837, oc-
1865—A columna do exercito para
cupou-a por 32 annos, 9 mezes e 1 dia.
guayo, que havia invadido a provincia do
Pieenchia a vaga deixada pelo conse­
Rio Grande do t3ul, sob o commando do
lheiro Bento Barroso Pereira.
coronel Antonio de la Cruz Estigarribia,
Oito vezes ministro, conselheiro de
occupa a villa de Itaquy, ao passo que
y j Estado por mais de 27 annos, Araujo
apontava na riba opposta a vanguarda
Lima infiuiu consideravelmente nos des­
da columna commandada pelo sargento-
mdr Pedro Duarte. tinos da patria. symbolisando durante
a sua longa vida publica o respeito e a
Itaquy foi saqueada como o fôra
obediência ao p oder legal do governo,
S. Borja, no 1“ dia em proveito dos
como no-lo diz o sr. dr. J. M. de
oíRciaes, depois pela tropa, mas não
Macedo no respectivo artigo do seu
soffreu tanto como S. Boija, porque os
A nno biog raph ico.
habitantes tinham tido tempo para salvar
grande parte do que possuiam, JUNHO— 8
Foi assim que o saque de Itaquy não
1515—Braz Cubas, o f undador da villa,
foi tao rendoso como o de S. Bm-ja. Em
loje cidade, de Santos, berço dos Gus­
compensação, porém, foi extraordinário
mões, dos Andradas e de tantos dos
0 estrago que os paraguayos fizeram
nossos homens illustres, toma posse do
nas casas da villa, a grande parte das
quaes deitaram fogo. cargo de capitao-mór da capitania de
S. Vicente ( S . P aulo),, como logar-
1870—Fallece na cidade do Rio de
tenente do seu donatário Martim Affonso
Janeiro, victima de uma congestão cere­
de Souza, sendo investido no mencionado
bral, Pedro de Araújo Lima, marquez
posto por D. Anna Pimentel, mulher do
 EPHEMERIDES NACIOÍÍAES
donatario e sua procuradora na ausência
do marido.
Foi Braz Cubas quem fundou, no co­
meço do anno de 1543, o primeiro hos­
pital ou Casa de Misericórdia qiie teve
o Brazil.
Ignora-se em que epoca ao certo foi
que isso se deu, mas escripturas passadas
nesse tempo deixam conjecturar que
seria de 14 de agosto de 1-543 a 3 de
jrmeiro de 1547.
Na data de hoje dá elle ao poito de
Santos 0 foral de villa.
Santos foi elevada á categoria de
cidade por lei provincial de 2S de janeiro
de 1839.
1550—0 ouvidor geral de S. Vicente,
Pedro Borges, convoca o cipitão-mór,
camaristas e homens bons do povo para
que accordem no preço do resgate do
serviço dos escravos indios, com mais
equidade que anteriormente.
Começou neste anno o jesuita Leonardo
Nunes a prdgar o Evangelho aos Mi-
mianos, indígenas da ilha de Santa
Catharina, chamada então pelos naturaes
Jureré-mirim. Foi o primeiro padre que
nella aportou. Tinha elle vindo em no­
vembro do anno anterior, a mandado do
padre Manuel da Nobrega, para S. Paulo
(S . Vicente), com Affonso Braz e Diogo
Jacome, primeiros que pisaram terras
de Martim Affonso e alli deram começo
á catechese dos autocthones.
1569—Heliodoro Euban, mandado pelo
' governador Salvador Corrêa de Sá contra
;os francezeí em Cabo-Frio, alli íallêce
u numa sortida que fez contra elles na
’» presente data.
[ Era natural de Portugal, primo-irmão
de Estacio de Sá, o fundador do Rio de
Janeiro, e fôra um dos povoadores de
S. Vicente, onde residiu por muitos an-
í nos administrando a primeira fabrica de
assucar que alli houve. Em 1565 fôra
posto á testa do reforço de 300 indígenas
e mamelucos que foram mandados de
S. Vicente em auxilio de Estacio de Sá
no Rio de Janeiro, em luta com os
francezes e tamoyos, afinal derrotados
a 20 de janeiro de 1567.
1635—Rendição da fortaleza do Arraial
de Bom Jesus, depois '^e um apertado
cerco de tres mezes e tres dias, que se
pôde denominar memorável pelo valor
e constância com que o soffreram os si­
tiados. Occasião houve em que a falta
de mantimentos era tão gran le que não
escapou animal que não se aproveitasse
para alimento : não só os cavallos. cães
e gatos, mas até os couros e cs proprios
ratos se aproveitaram. As próprias mu­
nições escassearam e chegou a faltar a
polvora. Não era mais hum mamente
possível evitar-se a capitulação. Effec-
tuou-se esta, sahindo a guarnição com as
bagagens e todas as honras da guerra.
Eram 547 praças, além dos escravos e
paisanos, que foram entregues á dis­
crição do vencedor. Passou de 140 o
numero de feridos durante o sitio.
Ao coronel Arcizewski, o general ven­
cedor. decretou a ( ompanhia das índias
uma medalha de prata, « da qual ainda
se encontram exemplares na Hollanda
(Netscher citando Van Loon e citado
por Vainhagen na sua Historia das
lutas, etc.).
Seguiu-se, quasi um mez depois, a ren­
dição da fortaleza de Nazareth do Cabo,
a 2 de julho, e cujo sitio foi dirigido pelo
proprio Segismundo Schkoppe, primeiro
coronel e governador das armas hollan-
dezas no Brazil.
1644 — Antonio de Marins Loureiro,
prelado do Rio de Janeiro, nomeado a
8 de outubro do anno anterior (Fiáô essa
data, a 2 ' eph m. de 1 >de outubro de
16 ’0 in fine e a de 17 de outubro de 1659),
assume o exercício do cargo.
Fôra nelle p: ovido por D. Juao IV, por
conspirar o dr, Lourenço de Mendonça,
 368 EPHEMERIDES NACIONAES

seu antecessor, contra a pessoa do rei e

em junho de 1662, falleceu no Recife
o novo estado de cousas no reino.
(Henrique sendo abonados pela
Passando então a visitar os logares su­ fazenda real, por ordem do governador
jeitos á sua jurisdicção espiritual, nega­
Brito Freire, os modicos gastos feitos
ram-lhe em S. Paulo a devida obediência, com 0 seu funeral, que teve logar no
unindo-se os moradores e tramando con­
dia S do mesmo mez, e importaram,
tra a sua vida. Sabendo elle d’este in­
além da polvora para as descargas, em
tento, procurou refugio no convento
quarenta e oito mil setecentos e vinte
de Santo Antonio, onde foi cercado; reis. Foi, porém, sdmente depois de
poude pordm escapar-se, illudindo as
morto que os seus serviços receberam
seutinellas, e retirou-se para a cidade
no Brazil (não sabemos em que dataj
de S. Sebastião do Rio de Janeiro, séde
a mais gloriosa recompensa, ordenan-
da prelazia. Proseguiudo d’ahi em v i­
do-se que, para perpétua memória, se
sita pastoral á capitania do Espirito-
organisassem, em varias das capitanias
Santo, o odio, que por toda parte o per­
corpos de soldados e officiaes todos,
seguia, proporcionou-lhe veneno á co­ pretos, com o nome de « regimentos dos
mida, com 0 que perdeu logo o uso da Ilenriques »,
lazao. Nesse miserando estado embarcou
Demos o valente cabo dos pretos como
para Portugal, onde falleceu não se sabe
fallecido a 31 de agosto de 16G1; corri.
em que anno, sem ter nunca experimen­ gimos aqui esse erro. Da noticia que
tado 0 menor allivio em seus males.
naquella data consignamos, pedimos ao
Ficou regendo interinamente a prela­
leitor que apenas conserve o juizo que
zia 0 padre Manuel de Araujo, vigário
do douto historiador do Brazil tínhamos
geral.
aproveitado como o glorioso epitaphio
Ao infeliz Marins dedicou o magistral do heroico preto.
Pinheiro o seguinte distico:
O commendador Antonio Joaquim de
Mille inter cui“as, ac inter mille labores. Mello na sua Biographia dos poetas
Et mentem et vitam perdidit iste suam. pernambucanos, tomo II, pag. 181, diz
que Henrique Dias fallecera a 8 de junho
1651— « Parto do Pará para Lisboa o
de 1662 no Recife, sendo sepultado á
padi-e Antonio Vieira, a pretexto de ir custa do Estado no convento de Santo
buscar remedio a solfrimentos que ad-
Antonio, onde porém não resta noticia
quiiira ali; mas realmente despeitado,
nem signal d’essa sepultura. Consulte-se
não s6 por ver desfigurada na côrte a
também a tal respeito a sua bio.graphia
condueta dos seus missionários, como
escripta pelo conego dr. J. C. Fernandes
pelos males que acarretava a publicação Pinlieiro, publicada no tomo XXXI
da lei de 17 de outubro de 1653 á sua
parte I, da Revista do Instituto His­
evangelisação (Datas celebres da hist, tórico.
do B razil). »
1707 Entra no Pará o capitão general
1662 Depois de referiras régias recom­
hristovão da Costa Freire, governador
pensas que i-eceberam os que tomaram
do estado do Maranhão, e escreve ao com­
saliente parte nos combates que anni-
mandante da tropa de resgate de indios
quilaram o dominio hollandez no Brazil
Ignacio Corrêa de Oliveira, que então es­
e 0 fim ulterior que tiveram, tratando
tava no Sohmoes, ordenando-lhe que faça
do heroico chefe do terço dos homens
retirarem-se do território os missioná­
pretos, diz o visconde de Porto Seguro
rios estranhos; e este, dirigindo-se á
na sua Historia d'aquellas lutas :
piincipal povoaçao dos Cambebas, nella
D’ahi a pouco mais de quatro annos.
intima a ordem evacuatoria aos missio-*
 EPHEMERIDBS NACIONAES
nai'ios Pedro Bolarte, Antonio Escovo e
INLithias Lapço, todos regnlares da Com-
jianhia d \pro'incia de Quito, e ao padre
João i aptista Sano, que i'azia as vezes
de superior d.is missões deS. Paulo, S. Joa­
quim e Santa Maria Maior, na ausência
do jiadre S.imuel Fi'itz. Trata bem aos
indígenas c volta depois de se retirarem
os missionários castelhanos.
1711— Perdão real a favor desenvol­
vidos n i revolução de 1710, denomi­
nada Guerra cios mascates:
«b'elixJosd Machado de Mendonça.
«Eu El-rei vos envio muito saudar.
Havendo considerado os justas causas
que 0 Bispo teve para conceder aos mo­
radores dessas capitanias um perdão, em
meu Nome, do crime, que confessaram
ter commettido, de sublevação contra o
governador Sebastião de Castro e Caldas,
obrigados dos vexames em que os tinha
posto com 0 seu governo, de que se li­
vraram com sua retirada para a Bahia,
rogando ao Bispo, que, na fórma das
minhas ordens, entrasse a governal-os,
perdoando-lhes taes delictos; Houve por
bem de confirmar, como por este confir­
mo, 0 perdão, que em Meu Nome deu o
Bispo a esses povos, assim e da maneira
que elle lhes concedeu: do que vos aviso
para que assim o façaes publicar. Lisboa,
8 de Junho de 1711.— REI. 53 [Vide a
ephemerüle de 7 de novembro de 1710).
— O governador e capiião-general da
capitania de S. Paulo e Minas, Antonio
de Albuquerque Coellio de Carvalho, mu­
da 0 arraial de Ouro Preto para 0 sitio
em que presentemente existe a cidade do
mesmo nome, quatro léguas distante do
primeiro assento, e dá-lhe 0 nome de Vil-
la-liica,
1739— Por provisão d’estadata 0 4° bis­
po do Rio de Janeiro, D. fiei Antonio da
Ouadelupe, institue na sede da sua dio­
cese um collegio, «no qual houvessem de
ser recebidos e creados meninos orphãos
de paes pobres e desamparados de crea-
ção, etc.» e para 0 qual dera estatutos
369
em 20 de outubro d’esse mesmo anno.
Para que se forme ideia do são discer­
nimento e espirito generoso e civilisador
do virtuoso prelado, transcrevemos em
seguida uma parte do preambülo dos
mencionados estatutos;
cc Toda a felicidade das republicas, toda
a concordia dos povos, toda a reforma
da christandade,todo 0 lustre das igrejas,
e todi a observância das religiões, tudo
depende da b"ct criação dos filhos. Com
esta os tribunaes se animam, os cânones
se observam, as leis se vigor im e recti-
fleam, os viciosse desterram e as virtudes
se plantam; faltmdo porém esta, por de­
mais são as pragmaticas, inúteis são os
decretos, e frustrados todos os rigores
ou penas da justiça; porque se a natu­
reza foi na infancia pervertida, se foi com
0 leite, dos maus costumes relaxada, tão
inepta, tão diversa e tão contraria ficou !
aos séquitos das virtudes, que ou nunca
ou raras vezes chega a perder os hábitos
viciosos na mocidade contrahidos. »
Este estabelecimento de educação, que
teve e tão 0 titulo de Collegio dos or­
phãos de S. Pedro, passou depois a de­
nominar-se Seminário de S. Joaquim,
e ultimamente, até os nossos dias. teve
0 nome de Imperial Collegio de D. Pe­
dro I I ío externato).
O mesmo zeloso prelado havia creado,
por provisão de 3 de fevereiro do refe­
rido anno de 1739, 0 Seminário episcopal
de S. José, na mesma cidade do Rio de
Janeiro, e que começou a fundar com 0
pequeno p itrimonio da Ermida de N. í>e-
nhora do Desterro, cujos bens, julgados
devolutos á Corôa, lhe foram para esse
fim concedidos (Vide a ephem. de 3 de
fevereiro de 1739).
181 5 _ Ratifica, approva e confirma 0
principe real, na côrte do Rio de Janeiro.
0 tratado de abolição do trafico de negros
em todos os logares da costa d Africa ao
norte do Equador, tratado feito em Vienna
aos -22 de janeiro pelos plenipotenciarios
do principe regente conde de Palmella,
24 F- M
 \
PÍ:’M
íkí^
‘ 'ff--'.« . '•
EPÍIEMEHIDES NACIONAES

_., w- ;, !
Antonio de Saldanha da Gama e D. Joa­ que tivera á mão, fal-o nascido simples­
['. .'h' j.*i • ' . quim Lobo da Silveira, e por parte do rei
h' 5;
mente naquelle anuo.
'■ :|f ' rei da Grã-Bretanha o visconde de Castle- No seu Agíolof)io lusitano cháma-o
reagh.^Obrigam-se as duas altas partes 0 padre Jorge Cardoso—« Apostolo do
| i ': n ;:■■■#
1:í'' •• ' Contratantes a fixar por um outro tra­ Brazil, segundo Thaumaturgo da Igreja
tado 0 periodo em que deve o trafico ces­ militante, trombeta do Eu ingelho, pro-
sar universalmente. de modo que fique digio da Graça, portento da Natureza,
prohibido nos domínios de Portugal. luz da Gcntilidade, solda America, glo­
1869 — 0 Sr, Francisco de Paula da ria da Companhia & não menos de
Silveira Lobo, escolhido a 22 de julho do Tenarife (sua patria) ilha principal de
anno anterior senador pela província de Canarias,., »
Minas Geraes, toma assenió no sônado. Diz d’elle Augusto de Saint-Hilaire na
^ T om a assento no senado, como re­ sua Viagem ás províncias de S. Paulo
presentante da província do Rio de Ja­ e Santa Calharina\
neiro, 0 sr. visconde de Nicteroy, Fran­ « José de Anchieta, que mereceu ser
' Ví;
cisco de Paula de Negreiros Sayão Lobato, appellidado o apostolo do Brasil, foi a
escolhido a 8 de maio. um tempo poeta, guerreiro, naturalista;
1871 —^ (íon ^ no Rio de Janeiro o ge para se fazer util sabia tomar todas as
! '■>;‘í nei’al argentino Wenceslau Paunero. férmas: dava escolas ás criancinhas,
commandriva tropas, pensava doentes e
Junho—9 não se desdenhava ainda dos mais vul­
gares trabalhos. Péde ser contado por
1597—Fallece em odor de santidade o
um dos homens mais extraordinários do
famoso 0 douto jesuita José de Anchieta
seu tempo. »
na aldèa de Reritiba. perto de Bene-
Este admiravel evangelista prestou .■i
vente, capitania do Espirito-Santo, com
assignalados serviços á civilisação no
63 annos de edade e 41 de residência no
Brazil, chamando ao grêmio da Chris-
Brazil, pois chegara á Bahia de Todos os
tandade tribus inteiras de indigenas nô­
Santos em 13 de julho de 1553 ( ^ ide essa
madas e barbares, congraç mdo-os entre
data), em companhia de D. Duarte da
si, e isso com a mais desassombrada co ­
Costa, segundo governador geral do Bra­
ragem, com 0 mais ardente devotamento
zil (Vide maio 8 de 1553).
e desinteressada caridade, embrenhan-
Diz Carlos Sainte-Foy na sua Vie du do-se cem, duzentas e mais léguas pelo
VíénéraUe Joseph Anchieta, traduzida em mais cerrado dos bosques, a pé sempre,
M m - ■;, portuguez e publicada em 18,8 na cidade descalço, sem outro arrimo além oo seu
de S. Paulo, que nascera Anchieta em bordão, exposto ás injurias do tempo,
S. Christovam da Laguna, capital da ilha á rudeza dos enredados e ásperos ca­
de Tenerife, a 7 de abril de 1 5 3 4 e en- minhos, á tremenda voracidade das feras
trâra para o noviciado da Companhia e viboras e á voracidade ainda mais tre­
de Jesus no 1” de maio de 1551, com 18 menda do gentio! curtindo a fome, a
annos apenas de edade. Todos us outros sôde, o cansaço, e infatigável sempre I
auctores que consultámos, e não foram « Nomeado provincial do Brazil (em
poucos, dão este venerável propagan­ 1578), percorreu como tal todas as capi­
dista da fé nascido em 1533, sem espe­ tanias; fundou escolas em Pernambuco, '
cificarem 0 dia 0 omez do seu nascimento* Bahia. Espirito-íjanto (e S. Paulo) ; visi­
Ti -4
0 padre Simão de Vasconcellos mesmo, tou as tribus indias menos civilisadas,
que dispunha de apontamentos forneci­ os Tupinambás. os Aymorés, os Papa-
dos peloproprio Anchieta,além das obras nazes. Fez erguer a mór parta dos mo-

••: •
ii;- f■
Ê' T
 ÈPHEMERIbÉS NACIONAES 371 , I' ;

immentos religiosos que ainda existem tinha de religiosa como de liistorii 'i c ^
no Brazil, nomeadamente a egreja e an­ uma dupla significação.
tigo hospital de Misericórdia do Rio de O Álmaxakdo Império da Santa Cruz
Janeiro {em 1582) ; foi emflrn um dos para o anno de 1881, que vem ornado de
primeiros a lançar nestas regiões as se­ um bello retrato de Anchieta, dá a re­
mentes do Christianismo [Pedro La­ lação d’essa commemoração, preceden-
rousse. D i CCIONAKIO D >X I X SECULO). » do-a de uma Breve noticia da sua vida.
Finalmente, alquebrado pelas fadigas 1635— Chega ao acampamento de Villa
d’uma vida tão trabalhosa, retirou-se Formosa (Serinhaen) a noticia da perda
para Reritigbá, uma das reducçoes de do Real (arraial do Bom Jesus), o que
indigenas que fundara, e ali exhalou o impressionou em extremo a tropa e es­
derradeiro suspiro em um domingo 9 de pecialmente ao general Mathias de Albu­
junho de 1597. querque, por ter sido creação sua aquella
O seu corpo, conduzido em procissão praça, que a sustentára em pessoa por
por mais de cem indigenas para a então tanto tempo e com tal reputação que
villa da Victoria, na distancia de 18 lé­ ^merecoraelogios do proprio inimigo (Vide
guas, foi ali deposto na capella de S. a ephemeride de 8).
Thiago, de onde, em 1611, se transpor­ 1636— 0 conde de Bagnuolo, que sub­
taram os seus restes para o collegio dos stituira a D. Luiz de Rojas y Borja no
jesuitas da cidade da Bahia {Vide os commando das forças contra os hollan-
quatro pinmeiros fascículos dos A x n a e s dezes e se fixára em Porto Calvo, manda
DA B i b l i o t h e c a N a c i o n a l ) . 0 capitão-mér D. Antonio Camarão com
Em 1628 mandou o papa Urbano VIII tresentos indios, Henrique Dias. já no­
começar o processo para a sua beatifl- meado governador dos pretos, e os dous
cafão, que ficou depois suspenso até capitães de emboscada Antonio de Souza
hoje. e Antonio Nunes Bezerra, estes com I
Além do seu Poema em louvor da Vir­ trinta homens, a percorrer o campo até
gem, em 5766 bellissimos versos latinos, onde pudessem chegar, tallando as fa­
que ficou inédito, temos d’elle uma Arle zendas dos inimigos e causando nelles o
de grammatica usada na costa do Bra­ destroço possivel. Foi esta uma das mais
zil, impressa pela primeira vez em importantes correrias feitas nesse tempo,
Coimbra em 1595, reimpressa 280 annos em que a guerra se reduzia á assolação
depois pelo benemerito sr. Platzmann mutua sobre as propriedades e território I ' 11 H
em Leipzig. oceupado pelo adversário. Esta. que che­
Em 1880, estando o sr. bispo D. Pedro gou até á Goyana, m lis de 60 léguas
de Lacerda na cidade da Victoria, capi­ distante do ponto de partida, fez prodí­
tal da provinda do Espirito-Santo, em gios, voltando a Porto .Calvo tres mezes
visita pastoral a essa parte da sua dio­ e meio depois, com um grande numero
cese, promoveu S. Ex. a celebração de de moradores. « que preferiram os sof-
exequias solemnes, que se realisaram frimentos de acompanhal-os aos vexames
com toda a pompa na egreja de S. Thia­ e tyrannias do jugo de um conquistador
go, antigo collegio dos jesuitas, hnje ca­ cobiçoso, os quaes já haviam saboreado
pella nacional, pelo duocentesimo octo­ amargamente.jj Nesta excursão, d’entre
gésimo terceiro anniversario da morte os inimigos que Camarão exterminára,
do famoso thaumaturgo. Effectuada as­ conta-se Jeronymo de Paiva, que tendo
sim, no proprio logar para onde fora sido na índia Oriental expulso da compa­
transportado o seu cadaver ainda quen­ nhia de Jesus antes de ser sacerdote,
te, teve essa commemoração, que tanto passara-se pai’a os hollandezes e com
 372 EPHEMERIDES ÍÍ^CIONAÊS

Giles fora para Pernambuco, onde se aliada e o conde de Belmonte, é admit-

casara.
tido á presença do principe-regente pelo
1047—Morre em Lisboa, para onde fora marquez de Aguiar, reunida toda a
a clmmado d’el-rei emflns de 1035 (Vide
côrte. O cavall-iro de Saint-Mars. como
10 de dezembro), o gi-ande capitão Ma- secretario, e o conde de Clarac. Paul de
thias do Albuquerque, conde de Ale- Fronfrede, Julio de Coubertin e De Mon-
grette, qne se immortalisara como go­ tecof, fazem p irte da sua comitiva.
vernador do Pernambuco e general das
I’^IS O barão de Monte-Alegre, pi'e- /
suas tropas na invasão bollandeza.
sidente da provincia de s. Paulo, com - í
l‘ t
Consigna o sr. J. de Vasconceilos nas munica ao governo o apparecimento da
suas Daias Celebres csti como a da morte lebelliao nas villas do norte da pro- >
do farnoso general. Em nenhum outro vincia.
escriptor a vimos confirmada.
1870—Fallece o senador pela provincia
1609—0 capitão-mór Feliciano Corrêa das Alagoas Antonio Luiz Dantas de
assume o governo da capitania do Pará Barros Leite, escolhido a 31 de julho de
e exerceu-o por nove raezes e vinte e 1813 : a 8 de agosto do mesmo anno pre­
um dias, isto d, até 1 de aljril de 1070. stara juramento e tomái'a assento na re­
Pedro Cesarde Menezes, nomeado spectiva cam aia.
capitão-general para o Maranhão, toma r ma assento no senado, como re­
posse do governo d’aquelle estado na presentante da provincia do Amazonas,
cidade de S. Luiz, succedendo a Antonio 0 sr. Ambros o Leitão da Cunha, esco-
de Albuquerque Coelho de Carvalho, bid ) a 27 de abril do mesmo anno.
0 Velho.
1876—sente-se em Ouro-Preto e na
Foi 0 15” dos governadores e o 1‘ dos cidade Christim, em IMinas Geraes, das '
ctpitães-generaes do IMaranhão. ( ue go­ 4 jiara as 5 horas da madrugada, um
vernou por sèis annos, oito mezes e oito violento tre iior de terra, que se repete
h dias, até 17 de fevei’eiro de 1678. na noite seguinte.
170/—Toma posse do governo da ca­
pitania de Pernambuco Sebastião de JUNHO— 10
Castro Caldas e conserva-o até 7 de no­
lü03-Parte de Lisb a uma nova expe­
vembro de 1710, em que, recebendo um dição, composta de .seis ciravellas, sob o
tiro no movimento revoltoso do Recife commando de Gonç.alo Coelho na opi­
denominado guerra dos mascates^ se nião mais gcralmente aceita, mandada
retirou para a Bahia no dia 9. deixando por f). Manuel com o fim de. pela ex­
I'. .
assim violentamente o governo.
tremidade meridional áiíierra de Sania
Tinha de 1695 a 1697 governado a Cru::r, achar uma passagem para M lacca
capitania do Rio de Janeiro. [Malucas).
1715 - Por commissão do ouvidor geral Como na primeira, capitaneada por
Luiz Botelho de Queiroz, erige o mestre
André Gonçalves ( Vd e a enhemeride
de camj.o Antonio Pii-es d) Avila a villa
de 10 de maio de 1501), veio também
de Pitanguy, em S. P iulo.
nesta 0 famoso cosmographo fiorentino
1816—0 duque de Luxembourg Mont­
Américo Vespucio, que faz assim a sua
morency. par de França, embaixa ! o r de
segunda viagem a estas regiões.
Luiz XVIII, é recebido com toda a so­
Das particularidades por elle dadas
lem nidade na côrte do Rio de Janeiro
ácerca d’estaexpedição sabe-se que foram
pelo r e lD . João VJ. Conduzido ao paço
de Lisboa em direitura a Cabo Verde,
da c dade em coche da c a s a real, com
onde estiveram 13 dias: d’ahi dirigiu o
pomposa magnificência, pelo marqucz de
com mandante a expedição para Serra
 EPHEMERIDES NACIONAES
Leòa na A frici, contra o voto dos ou­
tros capitães; d’alli voltaram, obrigados
por uiu temporal, ao anterior ponto da
viagem. Depois de uma navegaí^ão de
tresentas léguas, avistam uo meio do
oceano uma ilha deserta, de duas léguas
de comprido e uma de largo, sobre cujos
arrccües bate uma das caravellas e se
despedaça, salvando-se. porém, a sua
cc[uipagem. Esta ilha é seguramente a
de Fernando de Noronha, a Cjue se deu
por esse tempo o nome de S. João.
Vespucio, mandado a exploral-a, acha
nella um ancoradouro excellente, e alli
se demora oito dias sem ter noticia (ios
outros navios. Ilavia l a iiha boa agua
de beber e passaros do mar e de terra
em tão grande quantidade e tão pouco
receiosos da presença de homens, que se
deixam agarrar á mão.
No nono dia. emíim, encontra um dos
navios c com elle segue para o sul : esteve
então na Bahia de Todos os Santos, desco­
berta na vi igem ant'U'ior, e ali se demo-
i'ou por algum tempo. Seguindo depois
viagem, f indou uma feitoria, onde
deixou parte da tripolaçao. Ainda hoje
ha duvidas acerca do ponto cm que sc
estabeleceu essa feitoria. Segundo \ar-
nhagen foi cm Cabo-Frio; segundo o
senador Cândido Mendes foi e.m Cara­
vellas. Em qualquer parte que fosse,
d’ahi voltou Vespucio para Europa, onde
já se uchava em setembro de 1501.
Quanto a Gonçalo Coelho, pros'i'guiu
também para o sul e chegou, conforme
suggeslões plausíveis, até a altura de
Cananéa, de onde voltou para o Rio de
Janeiro. No Rio de Janeiro permaneceu
elle bastante tempo, a ponto de darem
as cartas coevas a este logar o nome de
Coelho detcnlio. Pensa Varnhagen que
também ahi foi por elle fundada uma
feitoria; a que, segundo o memio auctor,
se chamou Carioca, isto é. ca a de
branco.
O lim d’esta viagem não era examinar
o paiz, que já fora antes explorado :
:’,78
era simplesmente aciiar ura caminho
para Malacca, quer dizer, encontrar a
passagem que. mais feliz, descobriu
anno.s depois, o grande navegador Fer­
nando de Magalhães. Entretanto, esta
passagem foi procurada ainda em 1505 Î'ïilb’
e 150 j pela exp.edição de D. Nuno Manuel,
si tem razão quem aíTirma que em tal
anno, e não em 1501. como quer ovi.sconde
de Porto Seguro, foi que ella se elTectuou.
Enviamos o leitor, quanto a estes pontos
obscuros da nossa historia, para a lumi­
nosa memória que a seu respeito, não
h l muito, publicou osr, João Capistrano
de Abreu e p ira os escri])tos do senador 1^1.
Cândido Mendes.
1560—Carta de Men de Sá, dirigida de
S. Vicente á rainha I). Catharina, regente
do reino, na qual lhe participa a assigna-
lada victoria que alcançára contra os
francezes e tamoyos no. Rio de Janeiro 1
(Vide as ef)hemerides de 15 e 16 de
março ).
1611—Fallece e(m S. Paulo o gover­
nador gci’ .d 1). Francisco de Souza, que
X
tinha ido para aquella villa em 1600
(Vide fevereiro 19), como admini.strador
geral das minas, com a rnereô de marquez
das Minas e trinti mil cruzados de
juro e herdade; foi substituído por seu
filho D. Luiz de Souza.
Quatro léguas adiante de Sorocaba, no
sitio denominado serra de Biraçoyaba, a*
levantara I). Francisco pelourinho, por
conta das jazidas de ouro, prata e ferro
que nella descobrira o paulista Aífonso
Sardinha, e puzera-lhes o nome de minas
de N. Senhora do Montserrat, ou de Ita-
peboçu (segundo A. Marques). Com a sua
ausência para o reino em 1602 cessára o
labor das me icionadas minas, até que
em m Ihor situação se fundou a villa
Sorocaba).
llouve naquella serra um grande en­
genho de fundir ferro, construído á
cust I de Sardinha, e que, tomando gran­
de incremento em 1609, sc extinguira
depois com 0 decurso dos annos.
 374 EPHEMERIDES
Nessa mesma serra extrahira boa prata
, jíi3 frei Pedro de Souza, religioso da San-
if|; % t tissima Trindade, mandado a examinar
Hi;,.»} as ditas minas pelo principe regente
D. Pedro em 1680.
■’f'/l..
I >-r ■
1612~Reclama de novo o povo de
S. Paulo perante o conselho contra os
padres jesuitas.
1627—Entra outra vez na Bahia de To­
dos os Santos, com quatro vasos de
guerra, o almirante hollandez Piet Heyn,
que a 1 de abril sahira d’aquelle porto
íli»í (Vide a ephem. de 3 de março), e toma
dous navios mercantes que estavam fun­
deados em Itapagipe, de onde passou em
lanchas armadas a capturar outros tres,
que se tinham refugiado no fundo do
Reconcavo.
De novo alli se demorou Piet Heyn,
senhor do porto, por mais de um mez,
atd 0 dia 14 de julho [Vide essa data),
em que partiu de vez para a Europa.
Foi nessa viagem que capturou a frota
•1 .T
,.Ç| ii '■; do Mexico, a mais importante preza que
;i .' i -1
se tem feito no mar.
1763— Aggravando-se os soíTrimentos
do governador do Rio Grande do Sul co­
ronel Ignacio Eloy de Madureira, orde­
1, •■
na-lhe 0 governo interino do Rio de Ja­
neiro que se recolha á Santa Catliarina
para curar-se, passando o governo da
capitania ao tenente coronel Luiz Ala-
nuel da Silva Paes, designado para exer-
cel-o interinamente.
Por fillecimento do coronel Madureira
<Vide fevereiro 24 de 1764) foi nomeado
governador effectivo o coronel José Cus­
todio de Sá e Faria ( Vide junho 16 de
1764).
183/—Toma assento no senado conio re­
presentante da provincia do Maranhão
Antonio Pedro da Costa Ferreira, depois
barão de Pindaré, nomeado senador por
carta imperial de 20 de dezembro de
1834.
O barão de Pindaré faüeceu no Rio de
aueiro a 18 de Julho de 1860, tendo nas­
«V
cido a 26 de dezembro de 1778 na então
Villa de Alcantara, no Maranha/^
Do artigo magistral, que ao seu passa-
mento consagrou o sr. conselhMro F.
Octaviano no Correio Mercantil de 19 de
Julho de 1860, reproduziremos os seguin­
tes magnificos trechos:
«E ’ raro o homem que, tendo atraves­
sado um periodo de cerca de quarenta
annos de vida publica, desça ao tumulo
com a mesma fé. com os mesmos princi-
pios, que abraçou no começo da sua .ar-
reira.. . .
«Ha um anno cortejavamos a Verguei­
ro: hoje cortejamos a Costa Ferreira.
Vivôrão sempre juntos, na luta, na vic­
toria e nos revezes: no dia em que mor­
reu 0 primeiro começou a agonia do
segundo.
«A nossa sociedade se vai transfor­
mando: a geração contemporânea de
nossos paes desappareceu quasi toda:
— acaso irão desapparecendo também as
grandes virtudes civicas, de que essa
geração nos deixou tantas e tão brilhan­
tes provas ? »
Costa Ferreira íormara-se em Coimbra
em direito canonico a 2 de junho de
1803.
0 seu hiograplio no Pantheon Mara­
nhense diz que, escolhido senador na
data que mencionamos, tomara assento
no senado a 10 de junliodo anno seguin­
te-. foi tres annos depois, como verifi­
cámos nos Annaes daquella casa do par­
lamento (A cíasde 1837, vo 1. I, pag 34).
1812—Rompe em Barbacena, p ’ovincia
de Minas-Geraes, uma rebellião e é o
veador José Feliciano Pinto Coelho
acclamado presidente da provincia, em
logar do presidente legal Bernardo Ja­
cinto d I ^'eiga.
Mais longa e m.iis disputada que ad e
S. Paulo do mesmo anno, filha dos
mesmos motivos, teria c.-eado profundas
raizes, a não serem, na opinião de \im his-
toriauor nosso, as acertadas e promptas
medidas tomadas pelo governo para
 EPHEMERIDES NACIONAES

mais de um kilometro da margem es

debelal-a. Ivlarch iram logo varios con­
querda do rio Uruguay, é neste dia
tingentes (le tropas jiara os l i m i t e s da
occupada pelas forças paraguayas ao
j ) i ' O Y Í n c i a , e o harão de Caxias, já des-
mando de Estigarribia ( Guer<'a do Para­
embarac^ado da r e b e l l i ã o paulista, f o i o
encarregado de a c c u m ú l a r em Minas guay ).
Estigarribia partira do acampamento
todas as Ibrças de que pudesse dispor.
de S, Carlos, tendo dividido o seu exer­
^'o dia 20 de jullio evacuaram os re­
beldes Barb 1C na e dirigiram-se para cito em duas columnas, e com a mais
forte, composta de 9,000 homem e 4 bocas
Ouro Preto, que era um dos pontos
de fogo, marchara para o passo de
onde liavia mais enthusiásmo pela revo­
S. Borja, não encontrando sinão a re­
lução. « Em um mez justo, de 20 de
sistência que lhe podiam oppor 130 ho­
junho a 20 de julho, cahiram em poder
do governo os dois centros da rebellião mens da cavallaria da guarda nacional
e 0 1° corpo de voluntários da patriar
de Minas e cie S. Paulo, sem um tiro de
que, bisonhos como estavam ainda, pio-
fuzil. «
Quando Caxias chegou de S. Paulo, varain comtudo ao invasor que eram
no dia 23, e partiu para Minas, afim de
sjldados, e brazileiros...
A 2‘ colurnna, commandada pelo sar-
i
tomar o commando das forças legaes
gento-mór Duarte, composta de 3,000
e dirigir ss operações contra os rebeldes,
homens, marchava parallelamente á pri­
tinham estes marchado de S. João d El-
rei para a villa de Queluz, que tomaram meira, de modo que pudessem auxi­
á viva força no dia 26 de juPno. A 2 de liar-se e proteger-se mutuamente.
Com essa expedição tinha por fim o
agosto estava o general em Barbacena e
tencionava ir a marchas lorçaoas inter­ dictador do- Paraguay levolucionar a
por-se entre os vencedores de Queluz e provincia do Rio Grande e, dirigmdo-se
a cidade de Ouro Preto, para onde se ;,o Estado Oriental, apoiar em seu pro­ ; ‘I
dirigiam depois d’aquelle triumpho. No veito o partido hlanco. Os acontecimentos
dia 6 consegue Caxias, por um movi­ provaram o quanto errados eram os seus
mento rápido e bem succedido e sem cálculos.
a Em seus ai redores [ãe S. Borja), diz i q‘
ser molestado, entrar em Ouro Preto
com os 700 homens de C|ue apenas dispu­ 0 sr. dr. Macedo nas suas Lições ãe co-
nha, tendo entretanto os rebeldes mais rographia, viveu por alguns annos, ha­
bitando uma rústica choupana, o botânico
de dois mil á meia légua apenas de
fraucez Bompland, companheiro dellump
distancia.
Vendo que não podiam occupar a ca­ boldt em sua viagem ás regiões equa-
pital, marcham estes sobre a cidade de toriaes da America. »
Sahara, que occuparam : ahi fazem Aimé Bonpland nasceu a 22 de agmslo
juncção corn vai'ias columnas da sua de 1773 e falleceu a 11 de maio de 1838. ^
parcialidade, que sobem então a mais de iS80— 3‘ centenário da morte do ini­
très mil homens, e se retiram para o mitável cantor das glorias portuguezas.
Arraial de Santa Luzia, onde se medem Luiz de Camões, que por si s6 poderia
os rebeldes com as-forças legaes no dia 20 resumir toda a litteratura patria. si um
cataclvsma universal submergisse tudo
de agosto ( Vids essa data).
Alli e nesse dia termina a revolução quanto antes d’clle e depois se escreveu
de Min s-Geraes, iniciada em Barba­ na nossa formosa lingua: é commenK)-
rado no Rio de Janeiro com as mais
cena .
ferventes manifestações de enthusiásmo
1S65—S, Borja, villa da provincia do
llio Gr.mde do Sul, situada a pouco que 0 nome cU' um homem podia inspirar
 376 EPHEMERIDES NACIONÀES

á admiração que o seu genio despertára

tião,filho posthumo do principe D. .João,
ese foi accumulando durante très séculos. ficando cotno regente do reino, durante
Longe iriamos si quizessemos archivar a sua menoridade, sua avó D. Catharina
fiv;
t, i*f.l’*
nestas paginas tu Io quanto se passou de Austria.
neste dia e transbordou para os très ou
■ ('I''.' 1633—0 tenente-coronel Segismundo
■quatro que se seguiram, como homena­
H r- gem ao epico portuguez que, pelas glo­ Schkoppe succédé no posto de coronel
.'s i ;- : rias que cantou e pela lingua, étarfibem e no commando das tropas do Brazil
nosso. Desde a collocação solemne da pe­ Hollandez no Recife ao coi onel Lourenço
Remoach, fallecido a 1 de maio,
dra fundamental para a bibliotheca que
o Gabinete Portuguez de Leitura vai es­ 1/02 Toma posse do governo da sua
tabelecer no Rio de Janeiro e de cuja diocese o 3° bispo do Rio do Janeiro
benemerita directori-i partira a idea D. frei Francisco de S. Jeronymo, apre­
feliz da commemoração do tricente­ sentado por D. Pedro II a 10 de dezom~
nário,-até á inesperada apothedse de­ bro de 1700 e confirmado pelo papa
nominada Exposição Camoneana, com Clemente XI a G de agosto do anno
que a Bibliotheca Nacional se associou á seguinte. Fora sagrado a 27 de dezembro
grandiosa festa, coroada pela deslum- do mesmo anuo (1701).
"I:
brante illuminaçãoyf^ praia e enseada E esta uma das versões encontradas
de B otafogo^/q^ realisarao ãe Re­ nos auctores acerca da data da posse
gatas Guanabarense, poderosaraente au­ deste prelado (\ide a ephemericle de
xiliado pela nossa explendida natureza, dezembro 10 de 1700). O Roteiro dos
tudo foi mais para se ver e sentir do Bispados, consignando o facto na pre­
que para se dizer. Em todos os moldes sente data, accrescenta : . . . d a da San­
em que pode fundir-se o talento do homem tíssima Trindade.
^ hodierno: no livro, no bronze, no ouro,
1/09—Antonio de Albuquerque Coelho
na tela, no verso, na prosa, na musica,
de Carvalho, .52'' governador do Rio de
no ruido popular, no congraçamento in- Janeiro e capitão-general da repartição
^ timo de nacionalidades diversas, embora do sul, por patente passada em i.isboa
irmãs na origem, nas crenças, na lingua: a 7 de março d’este anno, começa o seu
tudo se deu as mãos para honrar a suã governo (Claudio Manuel da Costa dd
memória e glorificar o seu nome pela outra data para esta patente).
sua obra.
Partiu immediatamente para Minas-
Fique ao menos assim, com esta sim­
Geraes. onde os ânimos andavam exacer­
ples referencia, commcmorada nestas ob­
bados pelas dissensões e rixas entre
scuras paginas o tributo de admiração
Sebastião Pereira de Aguilar, natural da
pago na America ao cantor immortal
cios L u z i a d a s . Bahia, ho:uem rico e poderoso no logar,
e 0 portuguez Manuel Nunes Vianna,
JUNHO— 11 remanescentes da famosa guerra de-
nomjnada dos emboabas, que dividia
1557-Succumbe nos paços da Ribeira,
aquelles povos desde o anuo anterior.
fulminado de uma apoplexia, o rei
Antonio de Albuquerque conseguiu
D. Joao Nr, a quem o Brazil deve a sua
acabai com aquellas desordens, sô com
!’i-m ; ■ colonisaçao, e Portugal, mais infeliz do
a sua politica sagaz e moderada, sem
que nds. o restabelecimento da inqui­
sição. ^ ari'iscar a su i auctoridade. Approvado
i f c 'i " ' o seu procedimento pelo rei, foram com-
Succede-Ihe no throno, na edado de
tudo exceptuados Vianna. chefe da re­
â íM tres annos apenas, seu neto D. Sebas-
volta, e Bento do^ Amaral Coutiniio,

■iWiítlí
, I
m
 BPHEMERTDES NACIONAES 311

) p^’imeiro dos quaes morreu na cadè i Sabendo d’esse movimento aceorreram

;a cidade da Baliia. os irlandezes a coadjuval-os. A prin­
O governo de Antonio de Albuquerque cipio isolado, tomou depois este tumulto
esta capitania terminou a 30 de abril 0 caracter de sedição : os soldados mer­
e 1710. dia em que começa o do mestre cenários estrangeiros deixaram os quar­
e campo Francisco de Castro de Moraes, téis e espalharam-se pelas ruas da
endo elle nomeado para reger a de cidade, roubando algumas casas e com-
. Paulo e Minas. ent<ão desmembrada mettendo outros attentados.
a do Rio de Janeiro. Cresceu no dia seguinte o numero dos
■ 1716—0 capitrio-mór Josd Velho de revoltosos; foi assassinado o major do
Azevedo, teiier.te-general de artilharia, liatalhão dos illemães eforam feridos mais
I ssume 0 governo da capitani i do Pará dons ofíiciaes : a cidade ficou por mais
exerce o cargo até 15 de agosto de 1728, de quarenta e oito hor is em estado de
m que o passa ao capitào-mór Antonio anarchia. até que o ministro da guerra
larreiros. Bento Barroso Pereira deu ordem ás
■ 1809—O intendente geral da policia tropas brazileiras que atacassem os sol­
! aulo Fernandes Vianna publica um dados estrangeiros, dos quaes mais de
lital prohibindo a continuação do uso cem cahiram mortos e muitos foram
I e rotulas na cidade que gosa dos féros feridos. Um soldado allcmão, conside­
,3 corte da monarchia, como contrario rado cabeça do motim, foi fuzilado por
í 0 seu aformoseamenío e falta de civi- sentença. Mil e quatrocentos irlandezes ih j,
' sação dos seus habitantes. Ordena-se voltaram para o seu paiz em conse­ IC-I
ois que desappareçam em 8 dias as quência d’estu revolta.
[ jtulas das sacadas de sobrados, e se 1839—Fallece o senador pela provincia
' ibstituam dentro de seis me/.es por de Minas-Geraes Sebastião Luiz Tinoco
j vades de ferro ou balaústres de madeira da Silva, escolhido a 22 de janeiro de 1826,
ue as imitem/-/*T^ na organisação do senado, e que a 4 de
í 1826—Tiroteio em frente de Buen s- maio tomara assento naquella camar.i.
I yres, no logar denominado Pozos, O .Uappa necrologico dòs se^mdores. pu­
I )tre píirte da esquadra brazileira, do blicado no vol. XXIX da Revista do
)mmando dos chefes James Norton e Instituto, 0 dá fallecido a l l de janeiro,
; oque de Senna Pereira, e parte d i es- quando do Jornal do Commercio de 11
' i(
j uadra argentina, commandada pelo de junho de 1839 se evidencia a data
I mirante Brown. que damos, como o verificou o laborioso
‘ Foi uma insignificante escaramuça, sr. João Peçanha ao escrever o seu
ae os argentinos consideraram como patriótico trabalho historico— Noticia
na grande bat ilha e esplendida vic- biographica dos ministros liacidos no
j ria. Não passou de uma tentativa de Brazil, que o Monitor Campista está
I :aque, em que fizeram tiros por ele- editando.
'I ição os nossos e n ula se levou a Sebastião Luiz Tinoco da Silva era
) feito : nenhuma avaria soílVeram os magistrado e foi o primeij'0 jnix de fóra
1 )ssos navios, nos quacs não houve um qu ‘ teve Campos dos Goytaca es, então .1^ '
‘ I ferido ou morto; na esquadra inimiga villa. Substituiu como ministro da jus­
)ei;as ficou um marinheiro ferido, tiça a Faetano Pinto de Miranda Mon­
i 1828—Moliin na cidade do Rio de tenegro no primeiro gabinete organi-
I .neiro promovido por um batalhão de sado pelo primeiro imperador ( 16 de
‘ opa allemã, em razão do castigo que janeiro de 1822), e para o qual entrou
' applicava a um dos seus camaradas. a 28 de outubro, occupando o logar
 378 EPHEMERIDES NACIONAES
apenas por dons dias. Fez ainda depois
parte do 10 de novembro do anno
segninte. occupando a pasta dos negocios
da fazenda, mas por tres dias sómente,
pois a 13 de novembro succeden-lhe
Marianno José Pereira da Fonseca, pos­
teriormente marquez de Maricá.
fe- .:r- •', ''>'-.'i'
Ainda no gabinete 17 de novembro
4 ■ do mesmo anno snbstiTnTu a Clemente
Ferreira França (marquez de Nazaretli)
na pasta da justiça, que d’esta vez
preencheu por rnais tempo, voltando
depois ao cargo no ministério 21 de
novembro de 1825; até que em 182G
entrou pai'a 0 senado.
% ,t v 18-12—0 general barão de Caxias, em
operações contra os revoltosos deS. Paulo,
| n ]4 ;4 ■ ^evanta 0 acampamento á m.trgem do
m , û '■ rio dos Pinheiros e marcha com as
forças d ) seu commando em direcção á
Sorocaba (\ide maio 17j. Dous dias
;• ' I '^ ■ ?' depois chega á fazenda de Carapicuybi
íí:'(|r' '■-■■■ e ahi acampa com as suas forças no
|>i.\
mesmo logar de que na ante-vespera
haviam os revoltosos levantado 0 seu
acampamento.
Xo dia 17 acampa eile no logar deno­
minado largem Grande, entre a villa
da Cutia e a cidade de S, Roque (Vide
a cphem. de 19).
S; J
1818—Fallece repentinamente 0 prin­
cipe imperial D. Atíonso, primogênito
do sr. D. Pedro II. Nascera a 23 de fe­
vereiro de 1815 no Rio de Janeiro.
No tomo IV. 2'^ serie (ou XI), de 1818
Hi. .:
-'ist''4! (volume supplementär), da Revistado
41 i ï, Instituto Historico, [>odem-se ler as peças
Oratórias referentes ao fallecimento do
H
S 1# ^V
'■ÍÍ
?■ ■ princi e, como presidente honoi’ario
d’aquella corporação.
I8ó3 Fallece no palacio episcopal da
Conceição 0 bispo do Rio de Janeiro
D. Manuel do Monte Rodrigues de
Araújo, conde ue Irajá (Vide 10 de
fevereiro de 1839).
1865—Combate naval do Riachuelo;
« feito glorioso da nossa armada, que
a nação póde registrar com orgulho e
gratidão, porque essa victoria foi al
porta dos nossos triumphos na guerràl
do Paraguay e talvez a suprema ga­
rantia de exito para essa luta gigante]
(Redacção do Gnoso).
Neste dia e nesse logar a esquadra^
brazileii’a. composta de 8 vapores de
guerra, a Amazonas, a Jequitinhonha, j
a Varnahyba, a Iguatemy, a Belmonte,^*
a Mearim, a Beberibe, e a Araguary,\
com 66 bocas de fogo e 1,000 homens
de guarnição, ataca e derrota a cs-j
quadra paraguaya, composta também*
de 8 vapores, além de 6 chatas ouí
baterias fluctuantes, e dispondo de 5F
peças de artilharia, de 1,400 homens'l
de guarnição, pi-otegida por uma ba­
teria de 32 canhões, collocada na bar­
ranca do rio, e por uma linha de 2,000i
infantes ao mando do coronel Bru- >•3
guez (Vide Guerra do Paraguay pelol
1“ tenente Emilio Carlos Jourd.in). Á
Nesse combate, que aturou 8 horas,|
deiam-se episo lios de tal modo estu"
pendos, que ensoberbeceriam a qual-'
cjuer potência maritima de primeira
ordem: a Amazonas, commandada pelo
velho e heroico cliefe de divisão Fran­
cisco Manuel Earroso, hoje barão do
Amazonas, mette ^a pique successiva-
mente très navios inimigos : a Jequi­
tinhonha, encalhada debaixo da ba­
teria paraguaya, continha, apezar d'isso,
a combater e repelle por muitas vezes
a atordagem de um inimigo tenaz e
encarniçado; a Parnahyba, abordida
por très navios e em cujo convez
cahem très heroes — Pedro AíTonso,
Greenhalgh e ãlarcilio Dias— nomes
hoje que a gimtidão nacional inscre­
veu nas paginas de bronze da his­
toria com lc(,tras de ouro e lu z...
18/2—Fallece no Rio de Janeiro
poeta iluminense Manuel Ramos da
Costa, nascido a 9 de setembro de 1842.
Possuímos um volume de composi­
ções suas em prosa e verso, editado
em 1873 ( fíio de Janeiro, Typograpliia
 EPHEMERÍDES NACIONAES

Cinco de M arço) pelo professor publico 1645—Sahem furtivamente do Recife,

José de Abreu Amnral, drimicias de um durante a noite, diversas partidas de
bello taleuto poético, que a morte tropa hollandeza e vão cercar as casas
ceifou em flor. dos principaes motores da conjuração
contra o dominio batavo em Pernam­
JUNHO —12
buco, João Fernandes Vieira, Antonio
]021—O valente almirante liollandez Cavalcanti, Francisco Berenger (sogro
Pietlíein. que no dia 10 voltara de nove, de Vieira), e outros, em diversos enge­
com 4 dos navios da sua esquacba, á nhos da fregueziada Várzea,e prendel-os,
Bahia {Vide 1 de março), d-pois de um para fazer abortar a referida conjuração,
encarniçado combate derrota uma força que, segundo a denuncia dada por Sebas­
nossa commandada pelo bravo capitão tião de Carvalho ao Supremo Conselho
Francisco Padilha, o mesmo que matára (Vide maio 30), devia rebentar no dia
d Í^í
Johan van Dortli, o qual defendeu com seguinte.
tanta coragem o seu posto, a boi-do de Acharam, porém, vasias de gente as
um dos vasos atacados, que o inimigo casas, perque os conjurados, que já sa­
teve de lhe dar abordagem, passando a biam da denuncia, as haviam abandonado
flo de espada Padilha e toda a equipagem. durante a noite, indo pernoitar nas
exceptuados apenas tres meninos gru- mattas (Vide a ephemeride de 13).
metes (Vide também julho 14). 1707 — Reune-se na cidade da Bahia o
1641— Tratado celebrado em Ilaya primeiro Syncdo diocesano que se eílectua
entre a Ilollanda e Portugal, de alliança no Brazil, convocado e presidido |eio 5°
oflensiva e defensiva contra a Ikspanha arcebispo D. Sebastião Monteiro da Vide,
e também de tréguas, que durariam dez Nelle foram propostas e acceit is as Con.
annos, para as colonias das índias Ocei- stiltiições primeiras do Arcebispado, que
dentaes c Orientaes e que começariam a são ainda ns que servem hoje para re­
ser contadas em cada logar desde que gular os negocios ecclesiasticos do Im­
alli fosse apresentada a sua ratificação. pério. Cumpre confessar que, apezar de
Constava de trinta e cinco artigos, em serem obra de um prelado de muitas luzes,
um dos cpuaes se admittiam i-eciproca- não estão ellas na altura dos progressos
mente cônsules nos pontos de uma o que a humanidade tsm feito, nem cor­
outra nação: em outro estipulou-sc a respondem ás actuaes necessidades sob o
liberdade religiosa; pelo vigésimo pri­ ponto de vista religioso. A ninguém é
meiro se reconheceu ao governo hollandez dado ir adiante do seu tempo.
0 dominio adquirido pela conquista; Foram estas C nslituições impressas
0 vigésimo segundo reconhecia também pela primeira vez em Lisboa em 1719,
aos súbditos hollandezes o direito ás acompanhadas de um Catalogo dos Bispos
propriedades e engenho í de que estavam que teve o Brasil até o anno de 1676,
de posse; pelo décimo sétimo estipu­ e um Regimcitto do Auditorio Eccle-
lava-se que nenlium súbdito portuguez siastico do Arcebispado da Bahia. Em
poderia fretar nem comprar navio, par i Coimbra fez-se ern 1720 nova edição
a navegação do Jh-azil, que não fosse d’ollas. A Bibliotheca Nacional possue
ludlande-. Outros artigos versavam sobre uma edição de 1765, de que não falia In-
a índia Oriental e uma frota de vinte nocencio da Silva, além da feita ern
navios com que devia desde logo a llol- tí. Paulo em 1853 pelo conego Ildelbnso
landa soccórrer Portugal. Xavier Ferreira.
Ncgociára este tratado, por parte de 1712 — Chega a Brest, de volta do
Portugal, Tristão de Mendonça Furtado. Brazil, a esquadra expedicipnaria de
 í'*. Í80 EPIIEMERIDES NACIONAES

Duguay-Tj'ouin (Vicie setembro 12 de voluntários mandada vir de Portugal por Ç

1711).
D. João VI (Vide março 30).
| i*- 1717— D. frei José Delgarte, 3“ bispo 1817—,São fuzilados na cidade da Bahia
do Maranhão, faz a sua entrada publica Domingos .José Martins, um dos cabeças
na cidade de S. Luiz, capital d’aquelle da re\olta de Pernambuco de 9 de março
estado e sede da diocese. Tomou posse d esse anno, o padre Miguel Joaquim de
do c.irg) a 22 de julho d’osse mesmo Almeida e Castro, secretario do governo
anno { Vú^e essa data), segundo o catalogo provisoiio, e José Luiz de Mendonça,
appeiiso á H i s t o r ia g k r a l no i r a z i i .. membro do referido governo. Já a 29 de
Demorando-se em S. Luiz o tempo ne­ março havia solírido egual j^ena o ])adre
cessário para apagar os vestígios dos I\oma e, em Pernambuco, outro.s nove
passa los distúrbios eecles asticos, mo­ implicados na mesma revoluçã ■tinham
tivados por D. frei Timolheo do Sa- subido ao dadafalso, sendo estes 9 depois
crame.To, seu antecessor no bispado, frei mutilados de cabeça e mãos, para serem
José Delgarte chegou a Belem do Pará a estas expostas nos logares públicos!
2i de dezembro, e foi alli recebido, oião Thomaz de S uza Mafra assume o
11 ' só com muita a'egrta.ú.\7. Abreu e Lima, governo da capitania da Parahyba e
mas com liberal ostentação. exerce-o até 24 de agosto de 1819. se­
Este prelado era natural da cidade de gundo o catalogo organisado pelo coro­
’U Coimbra, trinitario calçado da ordem da nel Frederico Carm-iro de Campos e pu­
SS. Trindade da redempção dos c.iptivos, blicado no tomo VIII da Revista do Insti­
mestre na saprada Theologia ; fòr.i reitor tuto Historico.
no collegio da sua ordem em Coimbra, 18.19 Deixa o porto de Pernambuco
vigário geral da sua religião e ora in- 0 brigue mercante Orestes, escoltado
signe pregador. pelas escunas de guerra Xictcroy, condu­
Nomeado no reinado de D João V, zindo para o Maranhão uma força expe­
sob o pontificado de Innoceiicio XIII, dicionária composta de 324 praças, sob o
ehegou á diocese maranhense no anno commando do major Jesé Thomaz Ilen-
de 1717. ques,que ia engrossar as fileiras dos que,
Foi no seu tempo, no anno de 1719, pela legalidade, batiam os revoltosos
■f I que se desmembrou o território do Pará d’aquella província.
para se fazer bispado á parte. 183o Toma assento no senado como
representante da provinci.i do Pará Ber­
13. frei José Delgarte falleceu a 14 de
nardo de Souza Franco, depois visconde
dezembro de 1721 e jaz na sac.-istia do
de Souza Franco, escolhido no dia 6
convento de N. S. das Mercês da re­
Vide 3. ephenieride de 8 de maio de 1875).
dempção dos captivos, na cajutal do Ma­
ranhão. JUNHO — 13
1808 Retira-se com licença para o 1033 — Por morte de Martim de Sá
Rio de Janeiro o governador e capitão toma posse do governo da capitania do
general de S. 1’aulo Antonio José da Rio de Janeiro Rodrigo de M randa Hen­
Prança e Ilorta, ficando interinamente ri qu es, provido nesse cargo pelo gover­
no governo da capitania o bispo D. Ma- nador geral do Estado do Brazil Diogo
tlieus de Abreu Pereira, o ouvidor Miguel Luiz de Oliveira, ernquanto não viesse
Antonio de Azevedo Veiga e o intendente ordem régia em contrario.
', í l'í
d c marinha Joaquim Manuel do Couto 1G45 — Rompe a revolução pernambu­
até 0 mez de outubro do mesmo anuo. cana, promovida jior João Fernandes
1810 Parte para o sul a divisão de Vieira, Francisco Berenguerde Andrada
 EPHEMERIDES NACIONA ES
outros, para a expulsão dos liollan-
sie/.es.
C 0 compromisso que para esse flm ha-
f'iam firmado em 23 de maio, tern as
jile/.oito assignaturas seguintes: João Fer­
n a n d es Vieira, Antonio Bezerra, Antonio
r,:avalcanty. Bernardino de Carvalho,
rH’rancisco Berenguer de Andrada, Anto-
o:»io d I Silva, Pantaleão Cirne da Silva,
iíLuiz d i Costa Sepulveda, Manuel Pereira
iCorte Real, Aiitonio Borges Uchoa, Amaro
cLopes Madeira, Bastião de Carvalho, Ma-
nauel Alves Deusdará, Antonio Carneiro
VFalcato, Antonio Carneiro de Mariz,
iFrancisco Bezerra Monteiro, Alvaro Tei-
•iixeira de Mesquita e o padre Diogo Ro-
rlrigues da Silva, todos moradores nota-
hzeis. Devia, segundo parecer deFernandes
dVieira. rebentar a revolução no dia de
S. João, 24 de junho; mas foi impos-
vsivel guardar nm segredo confiado a
■ii':antos e que já vimos como íora denun-
jGciado ao conselho holl mdez por Sebas-
Ètião Carvalho, um dos conjurados (Vide
s maio 30).
) Com as buscas dadas pelos hollardezes
fípara captural-os. reuniram-se na pre-
Tfsente dat t. dia de Santo Antonio. Vieira,
'fiCavalcanti e mais seis dos conjurados e
froutras pessoas, com seus criados e mni-
íitos esci’avos, passaram todos a arran-
!i char-se em um logar secreto da M ita,
ii onde se lhes aggregaram mais alguns
0 moradores, e deram assim abertamente
começo á rebellião.
1 1667 — Toma posse do governo da ca-
I pitania de Pernambuco Bernardo de Mi-
! randa Henriques, em substituição a An-
•idré Vidal de Negreiros, que governou
iopela segunda vez esta capitania a come-
irçar de 24 de Janeiro (Vide essa data).
— Alexand e de Souza Freire toma
posse, na Bahia, do governo geral do
I' Estado. Substitue ao conde de Óbidos,
. d. Vasco de Mascarenhas (2“ vice rei), e
' foi 0 25“ governador geral, acabando o
r seu tempo a 8 de Maio de 1671, em que o
u rende o visconde de Barbacena.
381
1682 — Faz a sua entrada do ritual na
diocese o 1” bispo do Rio de Janeiro,
d. .Tose' de Barros de Alarcão, que a ella
aportara no dia 1“ (Vide março 28 de
1700’.
1683— Duarte Teixeir.i Chaves, gover­
nador da capitania do Rio de Janeiro,
tendo concluido a sua commissão no Rio
da Prata, relativamente á colonia do Sa­
cramento (Vide 3 de junho de 1682),
reassume o exercicio do seu cai-go, que
ficára entregue interinamente ao senado
da cam ara, e occupa-o até 1686.
A 22 de Abril d’esse anim tomava
posse do governo João Furtado de Men­
donça, que fòra nomeado para rendel-o.
1686—Fallece na Bahia I). frei João da
Madre de Deus, 1“ arcebispo do Brazil
que effectiva,mente exerceu o cargo, posto
que 2° na ordem chronologica dos eleitos e
confirmados (Vide d^ephem. i. e 20 de maio
de 1683).
1693—Caetano de Mello e Castro, 15“
governador d ■capitania de Pernambuco,
toma poss'' do seu cargo, succedendo ao
marquez de Montebello, e cxerce-o até 5
de março de 1699.
Abreu e Lima (Synopsis) dá a posse
d’este governador a 13 de junho de 1696,
0 que não está de aceordo com o cata­
logo do visconde do Porto Seguro, nem
com as Memórias de Fernandes Gama,
nem com o que se verifica do registro
official das cart is dos governadores ge-
raesdo estadodoBrazil, do das de Anto­
nio Luiz Gonçalves da Camara Coutinho,
que a Bibliotheca Nacional possue sob
0 n. CLXXXI (16-47), mencionadas nos
seus A ‘Jt7'iaes.
Foi no seu tempo de governo que se
conseguiu extinguir a formidável repu­
blica dos Palmares.
Foi ainda por ess^ tempo que falleceu
0 famoso sat>rico bahiano Gregorio de
Mattos Guerra, no dia em que chegou ao
Recife a noticia da destruição d’aquelle
celel)re mocambo de negros fugidos.
1714— O 2“ conde de Villa-Verde e
 :«2
EPHEMBRIDES NACIONAES

1 marquez cle Angeja, D, Pedro Antonio Alli, e mais ta^de em Lisboa, para onde
(Je Noronha, 3° vice-rei do Estado do depois SC dirigiu, ereou elle iiara si uma
Il f :í. Brazil, toma posse do seu cargo na cidade das mais bem firmadas e vigorosas re­
da Bahia, e exerce-o ate 21 de Agosto putações pelos seus adiantadissimos co­
de 1718, ena que o substitue o 2° conde nhecimentos nas sciencias naturaes e na
;:>(■ cle Vimieiro, D. Sancho de Faro e Souza. litteratura, reunidos a um decidido bom
Na ordem chronologica dos governa­ gosto para a poesia, tendo ainda tempo
dores geracs do Estado do Brazil o mar­ e talento para escrever de tal modo
quez de Angeja foi o trigésimo septimo.
acerca de questõessociaes de ponderação, ■
0 visconde de Porto Seguro dá o mez que ao chegar á corte portugueza foi
de julho para a sua posse.
logo admittido na Academia das Sciencias
1^32 Bando mandado publicar nas mi­ da qual foi por sete annos secretario, e,
nas de Go3’8z por Bartholomeu Bueno da por proposta d’esta. mandado pelo go­
Siha. prohibindo de orde-m régia que se verno a viajar pela Europa, que per­
façam nellas plantações de cannas e en­ correu dez annos com o designio de se
genhos de assucar e aguardente, sob pena
aperfeiçoar em sciencias naturaes, espe­
de pagar a multa de 150 oitavas de ouro cialmente em metalurgia, sobre que
e 30 dias de cadeia.
deixou eruditas memórias, muito apre­
1763-Na8ce na então villa de Santos, ciadas no seu tempo.
piovincia de S. Paulo, o patriarcha da
Para darmos uma re.senha biographica
nossa iudependencia Jo.sé Bonifacio de
d’este nosso eminente concidadão, que
Andrada e Silva,
satisfaça aos leitores d’estas paginas, pe­
Como si não bastasse para a tornar
queno é 0 espaço de que devemos dispor.
celebre o ter sido bei-ço do jesuita André
Baste-nos apresentar os princip ies factos
de Almeida, do padre Gaspar Gonçalves da sua vida, de cuja melhor porção se
H i:: de Araujo, de frei Simão Alvares, de apossou a politica. >
frei Patricio de Santa Maria, do padro
Em setembro de 1819 voltou para o
Bartholomeu, o inventor do aerostato, Brazil, depois de uma ausência de 39 an­
de Alexandre de Gusmão (irmão dos tres nos, e aqui se conservou arredado dos
precedentes), do padre Ignacio Rodri­
négocies públicos até que os aconteci­
gues. do padre João Alvares do Santa
mentos de 1821 o incitaram a tomar
Maria (estes dous ainda da familia Gus­
parte activissima nelles. Declarada a
mão), de frei Gaspar da Madre de Deus
nossa independencia, de que foi elle o
do visconde d e s . Lepoldo ; Santos teve principal fautor, organisou o primeiro
ainda a fortuna de ver nascerem em seu ministério que houve no Brazil, Depu­
■!
% - fecundo seio os tres irmãos Andradas,
tado á Constituinte, em que exerceu de­
I'i ' que tanta prepoderancia tiveram nos
cidida preerainencia, não poude comtudo
destinos da sua e no.ssa patria.
manter-se por muito tempo no poder,
Aos M annos de edade foi José Boni­ nem sustentar a lutaaccendida pela acri- ^
facio para a cidade de S. Paulo, aflrn de monia dos partidos. Sendo demittido do
seguir alli não sõ os cursos de philoso-
.V,T'< ’ ‘ ministério e dispersada violent imente
phia e rhetorica como o estudo das lin- aquella assembléa, José Bonifacio e seus
guas vivas c de Ut^eratura, havendo já irmãos foram desterrados para a Europa.
íH a
f.i> r-, aprendido 0 latim ern Santos. Tinha pouco Procurou a França para asjdo, e nos ar­
mais de 18 annos quando partiu para
redores de Bordéus viveu sete annos,
Portugal. No flm do seis annos de fre­ até que em 1829 voltou á patria, tendo
îifM . m
quência da universidade de Coimbra publicado no exilio um volume de com­
ï :' C- bacharelou-se em philosophia e direito. posições poéticas sob o titulo de — P oe-

M.
\')■!;■
 IAS AVULSAS DE A m EKICO E l YSIO
'.y'.etis, 1825),—que por si sós fariam uma
rmomeada invejável (Vide fevereiro 27 de
De volta ao Brazil desenganado
lo inundo, retirou-se para a ilha de Pa-
■j luetá, onde o foi surpreliender a no-
tiineação do 1° imperador para tutor de
•Lieus filhos, 0 imperador actual e suas
0'rmãs, cargo de honrosa mas espinhosa
mconfiança que não poucos desgostos llie
luicarretou ainda.
(f Depois d’uma vida toda cheia de ser-
)í.viços á sciencia e á patria, sem outra re-
diíribuição mais do que a satisfação da
^própriaconsciência (Vide abril 1 de 1S20),
■o conselheiro José Bonifacio morreu em
Domingos (cidade de Nicteroy) a 6 de
•1 ibril de 1838, com perto de 75 annos de
J6idade. Seu cadaver, convenientemente
lombalsamado, foi depositado nas cata-
n fjumbas da ordem do Carmo na còrte, e
.!j|inais tarde transferido para a terra do
0íeu berço, como em testamento pedira
(HíVide a ephem. de 23 de julho de 1872).
Hoje a sua esta'tua, fundida em bronze,
it'orna a praça de S. Francisco, na capital
, lio Império, desde o dia 7 de setembro de
:riS72, justo tributo pago á memória de
o|tão grande cidadão.
'1 Para conhecimento dos escriptos que
deixou publicados lei tm-se o Diccionario
1 ide Iiinocencio da Silva, os Varões illus-
iòtres do sr. conselheiro Pereira da Silva,
1. 0 Anno biographico do sr. dr. Macedo,
.Detc. O sr. Latino Coelho, eminente pen-
ibsador portuguez, leu a 15 de maio de
rr 1877, em sessão magna da Academia das
orSciencias de Lisboa, o elogio historico
'. ide José Bonifacio, digno por mais de um
nJtitulo da valiosa homenagem que a douta
iJíiacademia, por um orgão tão auctorisado,
se julgou obrigada a render-lhe, em
lifirazão ae ter elle sido um dos seus secre-
'tl tarios perpetues.
it) Comquanto a nossa admiração por estas
tres grandiosas figuras do drama da nossa
emancipação, de José Bonifacio, Martim
Francisco e Antonio Carlos, orce quasi
pelo fanatismo, damos uma prova da im
parcialidade com que se deve escrever a
historia, transcrevendo o juizo que d'elles
forma John Armitage (Historia do Brazil
L’aduzida por Joaquim Teixeira de Ma­
cedo, brazileiro adoptive). Foram ho­
mens, e é quanto basta para que pre­
tendamos dar-lhes o dom da invulnera­
bilidade.
Diz Armitage:
« Comtudo, apezar de qüe a seus es­
forços devesse o Brazil a sua indepen­
dência e D. Pedro a coròa, cumpre con­
fessar que sua subsequente administração
não pode deixar de ser censurada. Pos-
suiào vistas extensas, e intenções pa­
trióticas ; porém dominados pelo mesmo
espirito de impaciência e de ambição,
que os levára a principies republicanos,
emquanto o seu paiz estivera sujeito ao
systema colonial, tornaram-se arbitrários
e intolerantes quando empolgarão o
poder. »
184:2 — Fallece o marquez de Barbacena
Felisberto Caldeira Brant Pontes.v pri­
mitivo senador pela provinda das Ala­
goas. escolhido a 22 de janeiro do 1826:
tomára assento na sua cadeira no se­
nado a 4 de maio: fôra apresentado por
tres provincias á escolha imperial.
Nascera a 19 de setembro de 1772 perto
da cidade de Marianna, em Minas Geraes,
descendendo pelo lado paterno de uma
familia de Utrecht, na Ilolianda, deque
viera um membro para o Brazil em 1700
Concluidos brilhanteraente os estudos
de hunqvnidades na provinoia natal, foi
como cadete para Lislioa, e alli estudou
na Academia de marinha, depois de ter
frequentado o Collegio dos Nobres. Es­
teve depois d’isso em Angola como aju­
dante de ordens do governador D. Miguel
de Idello, e alli prestou serviços assig-
nalados.
Para pleno conhecimento da sua vida
o leitor consultará com vantagem não só
0 Anno Biogi aphico, onde vem ella com-
pendiad*., moldada pela que sahirana6’a2*
 38i EPHEMERIDES NACIONAES

leriados brasileiros illust- es, como e 0 gosto da cxhibição pe.ssoaI em modo

toire (js'neralc des hommes vivants et grandioso. Dizia-se que o marquez de
des hommes morts dans le XIX. siècle Barbacena sempre que entrava no se­
I'. (Genebra, 18Ò0—70). nado, attrahia todos os olhos e produzia
O marquez de Batbacena foi o intro- impressão (An w Biogrnphico). »
ducto)’ da vaccina no Rio de Janeiro, e Tinha uma bell i physionomia. de ac-
-rir'/;,
do primeiro barco de vapor no Brazil. cordo com o seu gosto pela ostentação.
|ij: ft
Fora um dos d'putados á nossa Consti­ 1875 — Inauguração da estrada de ferro
tuinte, na qual tomou assento a 11 de Macahé e Cam2ios, província do Rio de
i f ft outubro (ie 1823, tendo sido até então Janeiro, a que assistem SS. MM. e o sr.
substituido pelo supplente Antonio Cal- conde d’Eu, que pela primeira vez visita
mon Du Pin e Almeida. a cidade de Campos. Essa via ferrea tem
No seu commando do exercito do Bra­ desde o ponto inicial da Imbetiba até
zil na guerra com a Cisplalina cm 1827, aquella cidade 9o e 1/2 kilometros de
de que já nos occupámos, a estrolla do extensão.
marquez de Birbacena como queempal- 1879 — Inaugura-se o trafego do Ra­
lideceu, mas a sua honra salvou-se in­ mal de Panto Eduardo (Itabapuana) da
tacta. A respeito d’esse période critico estrada de ferro do Car ingolla, no mu­
da sua .vida ])ublica as apreciações são nicípio do Campos dos Goytacazes.
divergentes : ainda não foi pronunci ida Do Jornal do Commercio do dia 20,
a ultima palavra sobre esse particular. extrai)imos os seguintes dados, relativos
Quanto á data da sua nomeação de se­ a esse tracto da via-ferrea, que dá sabida
nador. não pode haver a menor duvida aos produetos agrícolas de uma uber­
que foi ;i de jane ro de 1 8 2 6 ; por­ rima zona da província do Espirito Santo
que em documento oílicial. oílicialmente e constitue uma das mais importantes
publicado (Vide aquella data],'•’Qin men-, fontes de renda de toda a estrada do
cionado Barbacena, então visconde, d’en­ Carangola ;
tre os 50 senadores que iniciaram e « Desde *o fim do anuo proximo pas-,
constituiram aquelle ramo do poder le­ sado acham-se abertos ao trafego 74 kilo­
gislativo. metros desta ferro-via, entre a cidade de
O sr. dr. J. M. de Macedo fa'-o inad- Campos e a estação da Cachoeira do Mu-
vertidamente fali cido em 1841 ; o mesmo riahé (Vide 19 de novembro de 1877].
succédé na Galeria dos brasileiros illus­ A 13 do corrente foi aberto ao trafego
tres. Veriflca-se entretanto a data que 0 1’amal de Itabapoana. que entronca na
damos pelo Jornal do Commercio de 15 estação do Murundú, no kilometro 50, e
de junho de 1812. com 0 desenvolvimento de 23 kilometros
Chamado mais de uma ves á alta ad­ vai ter a 700 metros do Barranco do rio
ministração publica no primeiro reinado, Itabapoana.
occupou Barbacena a pasta da fazenda Até dezembro havia sido empregada
no gabinete 21 de novembro de 1825 e nas obras da ferro-via a importância de
no 4 de dezembro de 1829. 2,060:5503996 réis, cujos juros de 7 °j„,
« O marquez de Barbacena foi um dos em parte afiançados e em parte ga-
espiritos mais adiantados do seu tempo ranrantiiios pelo Estado, se elevão a

P e liberal como um lord do partido wight. 198:3823427, sendo de 166:1523022 a

Era enthusiasta das praticas governa- quota que a pi’ovincia do Rio de Janeiro
mentaes e dos costumes dos inglezes. No se comprometteu a pagar (Vide 1 de
senado bra/.ileiio teve fóros de orador junho de 1880). »
eloquente e substancioso... Tinha o dom Por todo 0 mez de julho de 1881, segu-
 •J/'

EPHEMERIDES NACIONAES 385

ramente no dia 9, deve-se entregar ao nopsis do general Abreu e Lima. Entre­

trafego mais uma estação d’essa estrada, tanto, na citada Historia Geral, entre o
a de S. Domingos, no kilometro 113. segundo governo de Fr mcisco Coelho de
1880— Na cidade da Bahia, no seu novo Carvalho (10 de março de 1631) e o de
prédio á rua 2 8 de Setembro, inaugura- Bento Maciel Parente (27 de janeiro de
se a Academia de Bellas-Artes d’aquella 1638), nenhuma menção se faz de Jacome
provincia, sendo collocado em uma das Raymundo.
sallas 0 retrato do dr. Antonio de Araujo Este ponto carèce por certo de mais
Aragão Bulcão, posteriormeute 3 ' barão detido exame.
de S. Francisco, presidente da provincia.
1642—Installação do Conselho Ultra-
JUXIIO— 1-1
No seu regimento encarrega-se aos vo-
1621—Fazem os cimaristas de S. V i­
gaes 0 muito cuidado que deviam ter em
cente uma exposição escripta ao conde
' rdenar e prover tudo o que conviesse
de Monsanto sobre o que se dera com o
a bem d’aquelles estados (ultramarinos)
seu loco-tenente o capitão-mdr Manuel
e 0 seu crescimento e bom governo, e a
Rodrigues de Moraes e pedem solução
promulgação do Santo Evangelho.
ás duvidas suscitadas acerca da legiti­
midade dos preteudentes ao governo da 1702 — Entrada solemne de D. frei
capitania. Francisco de S. Jeronymo, 2* bispo do
1636— Doação regia nomeando BentoRio de Janeiro, na sua diocese (Vide a
Maciel Parente senhor perpetuo e dona­ ephem. de dezembro 10 de 1700).
tário da nova capitania do Cabo do Norte. 1753—Carta de padrão dada por el-rei
que devia estender-se d’esse cabo ao rio d. José a Martim Corrêa de Sá e Bene-
de Vicente Pinzon,comprehen(lendo trinta vides, 4.° visconde de Asseca, em com­
e cinco a quarenta léguas de costa, in­ pensação da donataria de C a m p o s d o s
cluídas as ilhas adj iceutes, até dez léguas G o y t a c a z e s , cedida á corôa pelo dito
ao mar na demarcação fronteira. visconde. Por isso estabeleeia-lhe uma
1637— « Por morte de Francisco Coe­ pensão annual de quatro mil cruzados,
lho de Carvalho, 1° governador do es­ e não de tres. como diz Milliet de Saint
tado do M iranhão, tomou, bem ou mal, Adolphe no seu Diccionario Geographico
4 posse do governo desse estado Jacome do Brazil, e dava-lhe outrosim as honras
Raymundo de Noronha a 14 de junho de e regalias de grande do reino que com­
Qi 1637, em cujo tempo íoi creada pelo rei petem aos condes. E’. passada, quanto á if
a capitania br izileira do Cabo do Norte, sua substancia, nos seguintes termos:
06 com 0 intuito de cobrir o Amazonas con­ « por tev elle visconde uma. grande parte
tra os francezes da Cayenna (Dr. J. M. de da sua casa na mesma Capitania, a qual
;&{ Macedo, Lições de Historia do Brazil, fica muito exposta e diminuta perdendo
i¥ Vide a Hist. Geral do Brazil, vol. 2°, a jurisdicção, e tendo contra si a noto ria
pag. 456 da 1* edição). » desafeiçào d’aquelles moradores, e muito
Francisco Coelho fallecerana povoação mais por ser elle visconde descendente
de Ciimetá, no Pará, a 15 de setembro de Salvador Corrêa de Sá, que tinha tão
de 1636, depois de haver governado o justa acção a esta mercê, e que fez tão
estado do Maranhão por espaço de dez importantes serviços que ainda hoje me-
annos. Pela vaga deixada por sua morte recião a Real attenção de Sua Magestade
M que 0 provedor da fazenda real, Ja­ em beneficio d’elle visconde, que pela sua
come Raymundo de Noronha, se fez ac- qualidade e pessoa era notoriamente
clamar governador, como se lè na Sy~ digno da referida mercê que cir-
nestas
 m EPHEMERIDES NAClüNABã

cumstancias, e razões de especialidade e percorrera a França e Italia. Em 1831 I

não podia fazer exemplo. » tornou ao Brazil, e então encetou a sua a
Ficou por esseacto incorporado o ter­ grande viagem em companhia do allemão e
ritório de Campos dos Goytacazes á dr. E. Riedel, que estav i aqui ao ser­
ouvidoria da capitania do Espirito-Santo, viço do governo da Russia, atravessando
e d’elle tomou posse pela corôa o ouvi­ as provincias do Rio de Janeiro e S. Paulo; ;
dor Francisco de Salles Ribeiro em 30 entrando pela de Goyaz. seguiu para a i
de novembro do mesmo anno de 1753. cidade de Paracatú pelo rio do mesmo «
1760—Toma posse do governo da capi­ nome; atravessou ode S. Francisco em í
tania do Rio Grande do Norte o capitão direcção ao Curvello, onde se demorou»
mdr Joaquim Felix de Lima, cujo go­ occupando-se, com o seu compatriota, o
verno terminou por sua morte' óccorrida dr. Claussen, em explorações de fósseis
a 28 de setembro de 1774, succedendo- na lapa de Maquiné. No proseguimenío
Ihe interinamente José Baptista Freire, da viagem passou por Lagoa ban ta em
commandants das armas. direcção a Ouro-Pi“eto, de onde voltou
No tempo do governo de Joaquim Fe­ para aqueila lagõaem setembro de 1834:
lix foi publicado o bando de 14 de no­ d’ahi fez elle o centro das suas explo­
I. vembro de 1761, que proliibia, em vir­ rações archeologicas em mais dejn il la­
:S ;;y tude da carta regia de 14 de junho do pas, durante dez annos, ao sul de Cur­
mesmo anno, o despacho de mulas ou ma­ vello. Terminou esses estudos em 1 8 ^ fj' '
chos, ordenando que fossem mortos os tendo enviado par i a Dinamarca as coi-
que entrassem para o Estado depois da lecções de fosseis que successivamente ^
publicação da lei, e que ninguém mais preparára.
os pudesse ter. D’essa epoca em diante não lhe con­
A 30 de dezembro de 1762 extinguiu-se sentiu 0 seu estado de saude proseguir
0 imposto municipal sobre a casca de em investigações acuradas; principiou
mangue, de 4g rs. por barcaça da que porém a occupar-se em organisai’ collec-
fosse tirada do rio ede 2g rs. da de fóra ções botanicas e geológicas, o que fez até
d’elle. 1866. Desde então teve de abandonar os
1775—Martim Lopes Lobo de Saldanha seus estudos de sciencias naturaes e vi­
tpma posse do governo da capitania de veu isoladamente em sua casa.
.1 '/i
S. Paulo, O visconde de Porto Seguro Era muito esmoler e, apesar de pro­
dá-lhe 0 nome de Antonio. testante. contribuia sempre com a sua
Saldanha foi o 11' governador e ca­ bois I para as festividades do culto ca-
pitão general d’essa capitania, contando- tholico.
se com 0 governo do conde da Cunha d. Escreveu varias memórias de bastante
Antonio Alvares da Cunha, e occupou valor scientiflco, muito estimadas, e en­
esse cargo até 16 de março de 1782, em tre ellas a que temper titulo Uma visita
que lhe succede Francisco da Cunha e sobre 0 mundo zoologico do Brazil.
Menezes.
O seu nome reviveu nos jornaes do Rio
1801—Nasce era Copenhague o dr. Pe­ de Janeiro, a proposito da visita feita pe­
dro Guilherme Lund. de quem demos rá­ lo imperador a 7 de abril de 1881 á casa
pidas indicações biogi’aph.icas (Vide maio em que morou á Lagòa Santa o sabio
5^de 1880), que de certo não satisfazem professor dinamarquez. S. M. procurou
ao interesse que elle nos merece e o seu intencionalmente aquelles sitios para esse
Dome desperta. fim, na sua recente excursão pela provin­
algum
nepois de tempo de residência da de Minas, a que partii’a com a impera­
entre nós, voltara á Europa» em 1830, triz ã, 26 de mqrço do mesmo anno,

a il z r :
 EPHEMEKIDBS NACIONAES
0 predio em que elle viveu uraa longa
vida condemnada na Europa a ger arre­
batada fatalmerit'. pela phthisica pulmo­
nar, é uina casa pequena, regularmente
repartida, tendo no fundo um espaçoso
jardim. A sua livraria, que é bastante
çscolhida. compõe-se de obras scienti-
flcas de auctores conhecidos, escriptas
pela mdr parte em allemão c dinamar-
quez. O imperador examinou-a deiida-
mente.
Era 0 dr. Lund um d’esses homens
methodicos e de vida regular, aos quaes
0 povo denomina philosophas. Cont i-se
d’ellé que, quando o sr. duque de Saxe,
em viagem por Minas, o procurou para
visital-o, 0 sabio anachoreta, que tinha
0 tempo de antemão marcado, respon­
dera que. a /lora das recepções era. a das
h'6S da tarde.
AUi expirou o illustre paleonthologo
/ de maio do 1880, deixando os bens
que possuia a divensas pessoas que o
haviam servido e a livraria a seu filho
adoptivo, o sr. Nereu Cecilio dos Santos.
1837— Lei n. 46 da a sembléa provin­
cial de Pernambuco auctorisando a con­
tractai' com uma pessoa ou conpanhia
0 fornecimento de aglia potável á cida.
dedo Recife. O presidente, que então
era Francisco do Rego Barros, depois
barão e ulteriormente conde da Boa-Vis-
ta, celebrou em 11 de dezembro de 1838
o primeiro contracto, que depois foi re­
novado, com os cidadãos Bento José
Fernandes B irros, Manuel Coelho Cin­
tra e Francisco Sergio de i\Iattos. para
levar a effeito aquella ideia com um pri­
vilegio, que se elevou dep >is a 55 annos.
Em data de iO de maio de 1843 foram
apprnvados os seus estatutos e fleou or-
ganisada a companhia. Antes, a 7 de
setembro do 1S12, fôra lançada a pedra
fundamental da caixa d’agua do açude
da Prata, manancial que tinha de dar a
agua precisa, situado a 5.000 braças ao
N. O. do Recife.
Fizeram o plano para o encanamento
337
das aguas os coronéis de engenheiros
Conrado Jacob de Niemeyer e Pedro de
Alcantara Bellegarde e foi a sua execução
éonfiad I aos mesirès Augusto Kersteng
e André Wilmer.
Essa grande obra consumiu, pela na­
tureza do terreno que atravessa, muito
tempo: só em novembro de 1814 foi que
começou o assentamento dos canos
de ferro, sob a direcção do engenheiro
David W . Bowman, era continuação aos
primeiros quatro assentados um anuo
antes. Construia-se ao mesmo tempo o
reservatório ou a caixa d’agua na Boa-
Vista. á rua do Pires, sob a direcção
do referido Wilmer: tem a capacidade
de 90 mil barris, comportando cada bar­
ril dous palmos cúbicos d’agua,quantidade
sufüciente para abastecer por quatro dias
a cidade, que consome diariamente, se­
gundo dados cuidadosamente recolhidos,
22 mil barris.
Era essa naquelle tempo (ha qu irenta
e quatro annos ) a mais importante obra
de utilidade publica que existia no Bra­
zil.
Para os chafarizes ou fontes das pra­
ças principaes da cidade mandara-se
vir expressamente da Italia toda a can­
taria cora os competentes modelos.
O Aquedueto da Prata ou caixa d’agua
da Companhia do Beberibe foi inau­ I fl
gurado a 21 de maio de 1846.
1839 — Nasce em Campinas, cidade da
provincia de S. Paulo, o famoso com­
positor Antonio Carlos Gomes, auctor
das operas lyricas Noite no Casiello,
Guarani., Salvator Rosa, Fosca, Ma­
ria Tudor, do Hymno do centcnarioaive-
ricano, do Hymno do tricentenário de
t
Camões, etc.
E’ filho de Manuel José Gomes e de D.
Fabiana Jaguary Gomes, naturaes da rè i'
mesma cidade de Campinas.
Tendo ido aperfeiçoar-se na sua arte
na Italia, ali compoz a maior parte das
suas bellas partituras, que foram sem­
pre recebidas com o mais phrenetico en-

388 EPHEMERIDES NACIONAES
thusiasmo nos theatros d’aquella terra
Ml
classica das artes e berço da harmo­
nia Lá permaneceu o inspirado maestro
nacional até 1S80.
I
A 6 de abril d’esse anno chegou elle
á Bahia, tendo tocado antes em Per­
nambuco : em ambas essas localidades foj
t/l Íí-í 0 illustre compositor alvo de estrondosas
ovações, A 18 de Abril (1880) chega
elle á côrte. onde tem uma recepção
triumphal promovida pelo corpo acadê­
t i
mico. Depois de haver visitado a provin-
cia natal, tornou para a Palia, onde
vai retocar a sua Maria Tudor e comple­
tar a Palma, em que o laureado maestro
presentemente trabalha.
1843 — B’ sanccionado pelo imperador
o decreto que manda applicar o art.
170 do codigo do processo ao julgamento
dos crimes individuaes dos deputados e
senadores do Império.
1^57—Inaugura-se na sala de honra
do Hospicio de Pedro II a estatua do be-
, 'h' nemerito provedor da Santa Casa de Mi­
sericórdia do Rio de Janeiro, o conselheirc^
José Clemente Pereira.esculpida em már­
more branco por Fernando Petrich.
Assistem os inoperantes á cerimonia,
a irmandade da Misericórdia, o ministro
da justiça, conselheiros de estado, pessoas
de distioi.ão e a viuva de José Ciomente,
pr? ii' a condessa da Piedade, Depois do dis­
curso inaugural do provedoi-, (lesceri*a-se
a cortina que vellava a estatua, e o sr.
dr. Thomaz José Pinto de Serqueira re­
cita a biographia do illustre morto, cuja
memória o m irmore perpetúa, depois
de escripta nos sumptuosos munumentos
que, servindo á humanidade, ao seu pro-
prio nome levantara.
1866—Os paraguayos rompem tim forte
bomb .rdeio sobre o exercito alliado (bra
I ‘ -''i'!'“ zileiro, argentino e oriental) na van­
J Ó’;!'
guarda de Tuyuty {Guerra do Paraguay).
i ' I'.Vi'. M''■■■'
1875—Assenta-se a primeira pedra para
Í ’'5''" -f/ a estação principal da estrada de ferro
• i f i 'i ' de Carangolla na margem esquerda do
1 1 .^ 1
>^11« ,.1:i
^r,'3 Sir
^ / * cf~é
rio Parahyba, defronte da cidade de
Campos.
O imperador toma parte nesse acto,
que inicia os trabalhos de construcção
da via ferrea de maior futuro de tod a
provincia do Rio de Janeiro, além d’isso
afiançada pelo governo imperial (Vide
as ephemerídes de |^de junho de 167^,j
de 19 de novembro de 1877 e de 13 de ju ­
nho de 1879).
JUNHO —15
1616—No dia 13 tinham partido do Ar­
raial Novo do Bom Jesus, cm Pernam­
buco, João Fernandes Vieira e André
Vidal de Negreiros, levando comsigo
quinhentos homens e duas pequenas peças
de artilharia, com o fim de atacar e to­
mar a ilha de Itamaracá, unico ponto de
onde os hollandezes, cercados no Recife,
estavam tirando algum alimento.
Estes, receiando similhante tentativa,
tinham posto tres navios de sentinella
no meio do rio que banha a ilha pelo
lado do sul e nos pontos em que a maré
dá vau nas occasiões de aguas vivas.
Dirigiram-se os nossos até em frente
da fortaleza Orange, no logar chamado
Marcos, e, protegidos pelo m mgue, le­
vantaram uma bateria, em que colloca-
ram duas peças, arranjaram duas pe­
quenas embarcações e duas jangadas,
que tripularam as primeir is com doze
homens cada uraa,por não cabei’em mais,
e as segundas com dous, com ordem de
atacar o navio inimigo que est iva de
vigia naquella passagem. Dispostas as­
sim as cousas, esperaram pela noite de
15 para dar o ataque. Foram em con­
sequência chegando se para o vaso hol-
landez, cuja tripulação foi logo desper- i
tada pela sentinella,que bradou ás armas: ■|
prepara-se a gente hollandeza para re-
ceber os nossos, disparando antes sobre
as embarcações d’estes as peças do
navio.
Um dos tiros alcançou a canoa era que
ia 0 alferes AíTonso de Albuquerque, a
 BPHEMERIDES NÂCIONAES
qual foi ao fundo, salvando-se a gente
nas jangadas; a outra porém consegidu
atracar ao navio, subindo para elle cinco
soldados e o sargento Francisco Martim
Cachadas, que os comniandava. os quaes
se apoderaram do castello de pròa e nelle
se fi/.erauí fortes. So um dos assaltantes
foi ferido na cabeça e ca liu ao mar.
Os sete companheiros do outro bote
não tiveram tempo de subir, porque a
correnteza do rio levara a pequena em­
barcação para longe do navio.
« Vendo-se sós. continua o sr. José de
Vasconcellos .Datas Celebres), e ein tão
criticas circumstancias, aquelles cinco
homens tornaram-se cinco leões, e avan­
çando unidos contra a tripulação, que
amedrontada e não podendo ver o nu­
mero dos aggressores, havia fugido para
ré, mataram a sete, e afin il ficaram
senhores do navio, porque do resto da
gente, er m trinta homens, fugiram
oito a nado para a tei ra e quinze se
renderam.
« E’ um feito de armas verdadeiramente
notável. »
Durante esta luta, as duas peças col-
locadas pelos nossos no logar denomi­
nado Marcos faziam fogo sobre a forta­
leza, para embaraçar que d’ella mandassem
soccorro aos hollandezes, o que conse­
guiram, como deixámos dito (\ide a
epht'm. de 16).
1722—Carta do paulista Paschoal Mo-
r :ira Cabral ao soberano, participando-
lhe o descobrimento que zera das minas
de ouro de Citxipô, tendo vadeado os
sertões de Cuyabá, Paraguay, Minas-
Geraes e Maranhão, no que levara seis
annos, em continua guerra com o
gentio.
1808- ■Alvará com força de lei elevando
á primazia de capella real a egreja de
Nossa Senhora do Carmo da cidade do
Rio de Janeiro, e creando-a parochia do
paço real.
O c bido e cathedi'al da côrte tinham
até então funccionado na egreja do Ro-
sario, de onde na tarde d’esse mesmo dia
se transfere o cabido para a capella
real, depois de cantar vesperas solemnes
na antiga Sé. '
1822—Carta de D. Pedro, principe-re-
gente do Brazil, ao coronel Ignacio Luiz
Madeira de Mello, nomeado governador
das armas da Bahia pelo governo por-
tuguez, ordenando-lhe que se retire d alli,
á vista da opposição que lhe faziam os
liabitantes.
E’ do seguinte teor:
« Ignacio Luiz Madeira de Mello, go­
vernador das armas d i Babia.—Eu o
Principe Regente vos envio muito saudar.
Os desastrados acontec mentos, que co­ 111
briram de luto essa cidade nos infaustos
dias 10, -0 e 21 de fevereiro, maguaram
profundamente o meu coração. Verteu-
se sangue de meus filhos, que eu amo,
como os que me de i a natureza. E nao
I., ‘
podendo restabelecer-se a paz, o bem
e alegria dos habitantes dessa provincia,
nem a minha propr a alegria, emquanto
não se praticar na Bahia o mesmo que
felizmente se executou nesta corte e em I'
Pernambuco, sendo até necessário para
a tranquillidade de todas as provincias,
e para se apertarem de novo os lela-
xados vinculos de amizade entre os dous
reinos, que o Brazil fique só entregue ao
amor e fidelidade dos seus naturaes de­
fensores.
a Por tão poderosos motivos ordeno-
vos, como Principe Regente deste reino,
do qual jurei ser defensor perpetuo, e
depois de ouvir o meu conselho de Es­
tado, que logo que receberdes esta, em­
barqueis para Portugal com a tropa, que
tão impoliticamente dalli foi mandada,
D'
na certeza de que fico responsável a meu
augusto pai pela falta das suas reaes
ordens, as quaes elle certamente vos teria
dirigido se pudesse ver de tão longe, e
•no meio das escuras nuvens que rodeam
0 seu throno, a urgenci i e absoluta ne­ iiíí
cessidade desta providencia.
ü'i
« Espero que assim o executeis; © á
“ íff r
i' :-j' (
390 EPHEMERIDE3 NACIONAES
junta provisoria deste govei'no escrevo
também par.i que aprornpte embarcações
e tudo 0 que for necessário, para o vosso
'i r l immediato e commodo regresso ; quando
não ficáreis responsável a Deus, a el-rei,
m é a mim e ao antigo e novo mundo, pelos
deploráveis I’esultados e funestissimas
consequências da vossa desobediencia,
h : ■ « Escripta no palacio do Rio d ' Janeiro
em 15 de Junho de 1822,—P rincipe R e ­
gente . » ^
183Ô--Effectua-se na cidade de Porto
■IV: V- Ale_re uma reacção contra os rebeldes
queaoccupam . E’ preso o vice-presi­
dente dr. Marciano Pereira e volta a ca­
( y<!' '.., À , pital da provincia á obediência legal.
,v ' I "' 1869 Toma assento no senado o sr.
barão de Mamanguape, Flavio Clemen­
tine da Silva Freire, senador pel i pro­
vincia da Parahyba, escolhido a 25 de
maio.
O papa Pio IX recebe.em audi­
,Wr>Í?TÍ' : ‘ ência setenta peregrinos brazileiros, que
lhe levavam o seu contingente para o obu-
p*®í ; i:
iXé; lode S. Pedro. Foi orador o sr. D. Pedro
,, m A 4 '
de Lacerda, bispo do Rio de Janeiro.
JUNHO — 16
1556 — Nauíragio da nau em que ia da
Bahia para Lisboa o primeiro bispo do
Brazil, D. 1’ edro Fernandes Sardinha.
Esse lamentável successo deu-se na en­
seada chamada dos Francezes, entre o
rio de S. Francisco e Coruripe. O bispo,
o provedor mór da fazenda Antonio
Cardoso de Barros, que o accompanhava,
li'
com toda a tripulação, que se tinha
J i r '- ■ salvado na costa, homens, mulheres,
I I crianças e velhos, todos, em numero de
cem, foram devorados pelos indios' Ca­
botes, em cu.:o poder cahiram, escapando
i.-j
apenas u;n portuguez que s ibia a lingua
do gent o e dous indios da Bahia.
O auctoi' do R o t e i r o d o s B i s p a d o s , o
padre Carlos Augusto Peixoto de Alencar,
del este facto e a partida do prelado como
Sm
oceorridos em ju lh o.
A data que seguimos e', além deoucros,
íit
If-
Ei
auctorisada por Simão de Vasconcellos
na sua Chroui a da Companhia, 2* edição
(brazi eira), livro 1°. || 80.
Quanto ao logar do naufragio, diz o
dr. Joaquim Caetano d Silva, que lhe
dá, como outros, o nome de Baixos de
I). Rodrigo : « fica quasi defronte do rio
Cururipe, algumas léguas ao norte do
r;o de S. Francisco, na actual provincia
d is Alagoas. »
1560 — Men de Sá, governador geral
do Brazil, expede de S. Vicente, para
onde partira depois de vencidos os ta-
moyos e francezes de Viilegaignon, aviso
á rainlia D. Catharina, regente do reino,
participando-lhe esta sua assignalada
victoria.
Tendo-se demorado em S. Vicent ' dous
mezes e dezesete dias, parte d’alli Men
de Sá com toda a sua armada do dia 18
de junho para a Bahia, onde é recebido
com alvoroço de júbilo motivado pelo
triumpho alcançado.
ib45— Tinha rompido a revolução dos
patriotas pernambucanos contra o do-
minio hollandez no seu território no dia
13, como ficou dito.
A 16 os chefes da revolta fazem a pri­
meira resenha dos soldados com que po­
diam contar para a ernpreza, que bem
.sabi im que seria difficil e porfiada, e
apenas acham cento e trinta homens e
esses mesmos mal armados. Com esse
pequeno núcleo de exercito deixam o es-
condrijo em que se achavam e mareh irn
para Camaragibe. tres léguas distante
do Recife, e alli acampam. D’este logar
dão avisa ao.s mais conjurados .que igno­
ravam ainda o ponto da reunião, convo­
cam os moradores e organisam o peque­
no exercito em companhias. As hosti­
lidades só começam no dia 19 { Vide «ssa
data e a de 18 ).
1646— Ao amanhecer o dia a gente
hollandeza que guarnecia os dous outros
vasos ficou tão amedrontada, vendo to­
mado o primeiro [W úe í\ ephemeride de
15;, que trataram de abandonar os seus,
 EPHEMÉRIDES NACtONAES 391

queimando um d’elles, e refugiando-se munições (índice chronologico pelo sr.

na fortaleza. Alli encerrados nao ousa­ barão Homem de Mello).
ram sahir d'ell A nossa gente espalha-*e Em 1799 estes mesmos direitos foram
então pela ilha ( Itamaracá ), queima o arrematados pelo dito sargento-mór, por
que não poudc levar comsigo, deixando egual praso, pela quantia de 20:400g rs.
assolados os alojamentos e aldeias dos 1793 — Fallece em V illa R ica . num pa­
Índios e tudo o que podia ser de utilidade lacete que foi dos bispos, o 4” bispo de
para o inimigo. Marianna D. frei Domingos da Encar­
Depois do que torna para o Arraial, nação Pontevel, dominicano, natural de
de que havia sahido para esta expedição Portugal, que succeéôra a D. Bartholo­
aventurosa, carregada de muitos des­ meu Manuel Mendes ||s Reis ( Vide
dezembro 18 de 1773).
pojos.
Nomeado no reinado de D. Maria I,
Aprisionaram os nossos na dita ilha
confirmado no pontificado de Pio VI a 1
um chefe indio com quarenta companhei­
de março de 1778, foi sagrado a 18 de
ros, que foram remettidos a D. Antonio
abril do anno seguinte na egreja do
Filippe Camarão, com recommendação
convento franciscano da Convalescença,
de os tratar bem e de lhes dar alojamen­
perto de Lisboa, e tomou posse da sua
to ao abrigo das armas hollandezas.
diocese, por procurador, a 29 de agosto
1695— Remette o governador do Rio de d’esse mesmo anno de 1/ /9. A 25 de feve­
Janeiro, Sebastião de Castro Caldas, para reiro do seguinte anno fez a sua entrada
Portugal as primeiras amostras de ouro solemne na diocese.
descoberto nas minas do Calaguazes por Foi no seu tempo que se deu o successo
Carlos Pedroso da Silveira e Bartholomeu da Inconfidência.
Bueno de Siqueira ( Azevedo Marques, O seu cadaver sepultou-se a 18 de junho
Chronologia na presente data). de 1793 na Sé de Marianna, ao lado do
1764 — Toma posse do governo da ca­ Evangelho, dentro do coro.
pitania do Rio Grande do Sul o coronel Ha no respectivo paço episcopal/um
José Custodio de Sá e Faria, nomeado retrato seu, que dizem ser fiel, com o
pelo vice-rei conde da Cunha, em conse­ seguinte distico :
quência da morte do governador Ignacio Quid Prcesul noster? nil eu nisi pulvis
E oy de Madureira [Vide fevereiro 24). (in urnaj/
Governou até 23 de abril de 1769.
Cordibus jíst nostrisjmvis, et ipse manes.
Estas datas estão de accorde com as
notas de que o sr. A. Alvares Pereira O auctor das Epliemerides publicadas
Coruja fez acompanhar a memória sobre na Bevista Popular sob o pseudonyme
0 governo do Rio Grande do Sul, do co­ F l u v i a n o 0 dá eleito a 1 de outubro de
ronel José dos Santos Viegas, publicada 1778, 0 que não está de accorde com os
no tomo XXIII (I860) da Bevista trim, apontamentos que tinh tmos acerca d’este
do Instituto Historico. prelado e ficam acima expostos. O vis­
conde de Porto Seguro traz esta ultima
1787 — 0 sargento-mér Anacleto Elias
da Fonseca arremata no Rio de Janeiro data para a sua posse.
0 rendimento das passagens dos animaes i79q — Che<ra á cidade de B^'lém D. Ma­
pelos registros do Viamão e Santa Victo­ nuel de Almeida de Carvalho, 7* bispo
ria, no continente do Rio Grande do Sul, do Pará.
pelos ires annos de 1788 a 1790, por O general Abreu e Lima dá esse facto
13:6753 rs. ] ara a fazenda real, além de como succedido a 17 e a entrada solemne
1 '/ . ^ ® propina para d’este bispo a 18.
 392
EPHEMERIDES NACIONAES

deAlmeida falleceu naquella

1867, é um bello padrão do genero lyrico.
iV,de essa data), dcpois ,le haver gover- Do humorístico deixou inequivocas pro­
nado santamente a sua diocese por «4 vas nos espirituosos versos derramados
annos completos, e jaz na capella-mdr ás mãos cheias pela Chronica hebdoma-
da respectiva cathedral. daria que publicou no Mon'tor da Bahia,
lS23~-0 coroHel de artilharia Rav- de cuja redacção fazia parte. A chronica
mundo José da Cunha Mattos, nomeado intitulada Minha noiva é um mimo de
por decreto de 24 de fevereiro governa- v"Tve e gentileza e pode con-siderar-se
das armas da província de Govaz Como um modelo no geuero.
toma posse dj^eu cargo. ' ’ Morreu moço.
Poi promov“ o a brigadeiro em 9 de JUNHO—17
agosto do anno seguinte. A província
mandou-o cohio deputado seu á primeira 1581-Fallece na Bahia o 5" governador
assembléa legislativa ordinaría do Im­ geral do Brazil Lnurenço da Veiga, cujo
pério. governo começara janeiro de 1378, Á
O Instituto Historico, de que foi um dos rendendo a Luiz de Brito de Almeida, equé
fundadores, publicou nos tomos XXXVII renunciara depois o cargo no senado da
e seguinte da sua revista uma importan­ camara e no ouvidor Cosme Rangel de
tíssima memoria de sua lavra acerca Macedo, governo que este depois usurpou
da camara.
da rnencionada província, contendo mui­
tos dados aproveitáveis para a historia A administração de Lourenço da Veiga
e geographia d’aquella parte do Império. assignalou-se apenas pela mudança de
senado annulla a eleição dos dyn istia em Portugal com a usurpação
dos Filippes.
dous senadores por Pernambuco Fer-
reira França e Chichorro (Vide maio 15 O visconde de Porto Seguro dá Loii-
de 1847 e janeiro IG de 1818). renço da Veiga fallecido em junho
1864-Installação da nova cidade de de loSl, sem marc ir o dia. m is aceres-
S. Jose do Parahyba, na provincia de centa (na 2‘ edição da sua Historia
Paulo, elevada a essa categoria pela Geral) que Jo.sé de Miralles indica a
lei provincial de 22 de abril do mesmo presente data. O sr. .1. de Va-concellos
anno. da 0 dia 7 de junho de 1.583 para esta
Mais tarde, cm IS71, a lei provincial occurrencia e Abreu e Lima trata sémente
de 2 do abril mudon-lhe o nome para o da sua posse e resignação do cargo-
de S. José dos Campo.s. ambos, bem como Accioli, antepOem-°he
0 nome Diogo.
i 1880-Victima da hematuria, fallece
na cidade da Bahia o poeta da Zesòia, 1G14—Carta patente do governador
geral do estado D. Gaspar de -ouza,
Antonio Alv^s de Carvalhal, natural
dat ida da villa de Olinda, na capi:ania
d aquella cidade e bacharel em sciencias
sociaes e jurídicas pela Faculdade do de Pernambuco, confirmando a nomeação
Recife. de Jeronymo de Albuquerque para cajii-
tao-mér da conquista do Maranhão (Vide
Era um prosador elegante ,e poo a de
a ephemeride d e ^ d e jullio).
elevado merecimento; manejava a rima
1624-0 coronel hollandez Johan Van
com brilhantismo, naturalidade e «raça
Dorth, que só chegara á Bahia no dia 11
nos generös lyrico e humori,stico, os'dous
que mais cultivou. de maio (V id e essa data), desejando,
como governador que era do p ,iz que
O seu volume de poesias L e.sdia, pa-
vinhmi conquistar, explorar por ,si
gtnas do coração, impresso no Recife em
I mesmo os terrenos circumvisinhos da

’"'Y ' /
' ^
 cidade da Bahia, que os seus occupavam,
e observ.’ir as fortili' ações da nossa
gente, dirige-se ao logar chamado Água
dos Meninos, acompanhado de cincoenta
homens, e mal se havia afastado da
cidade, é envolvido cm uma emboscada
e atravessado por grande numero de
frechas, que lhe dispararam os indios,
cahindo do cavallo que montava, o qual,
ferido também e espantado, havia des­
embestado. Correndo im mediatamente
sobre elle, o capitão Francisco Padilha
abre-lhe o craneo com uma espadeirada,
depois de um rápido combate corpo a
0 corpo. Mandou-se ao bispo D. .Marcos
e a cabeça do chefe hollandez.
Era Van Dortli a pessoa de mais
■I reputação de valentia e prudência das
P
que haviam saindo de Ilollanda para
esta expedição. Militara trinta annos
■ip com grande nomeada, si bem que não ‘
■O com egual fortuna : sabia temperar a
energia da disciplina militar com a libe-
I rali ade em conceder prêmios aos que
preenchiam os seus deveres; amavarn-n o
como pae os proprios soldados,
Succedeu-lhe no mando o coronel
Albert >chott, que não tardou em ser
morto por uma bala. cm outra embos­
cada ( a 3 de setembro } armada pelo
' 1 mesmo Padilha.
]6j.5_Sabc João Fern-mdes Vieira que
liaviam D. Antonio Filippe Camarão e
Henrique Dias atravessado com os seus
1’espectivos terços o rio de S. Francisco,
para se reunirem a elle e seus compa­
nheiros, que tinham levantado o estan­
darte da revolta contra os domnadores
[) do pátrio território, e manda aviso
I) d’isto ao vigário da Varzea, padre Fran­
cisco da Costa PMlcão, um dos principaes
i‘)
n conjurados, recommcndando-llie que coin-
municasse a nova aos moradores, convi
ill
17 vid;indo-üs a se pronunciarem de u na
vez, para que elle soubesse a quem pro­
teger e a quem punir. Teve resposta
III unanime de que estavam todos dispostos
a sacriflcnr vida e bens pela libertação
do paiz.
16JG—Toma posse do governo do estado
do Maranhão e Pará o sargento-mór
Francisco (e não Feliciano, como diz
Abreu e Lim a) Coelho de Carvalho,
o sobrinho, denominado o Sardo.
PMi 0 7° governador d'esse estado e
administrou-o por dons annos e oito mezes
completos, isto e', até 17 de fevereiro
de 1649. dia em que. poju^ua morte, lhe
succedeu Imiz de Magalhães.
Francisco de Carvalho, logo que assu­
mira 0 exercicio do seu cargo, nomeára
por capitão mór do Pará ao capitão
Paulo Soares de Avellar. que tomou
posse do governo d’aquella capitania
a 28 de julho ( Vide essa data).
1671—Bulia de Clemente X confirmando
a Congregação do Oratorio, organisada
em Pernambuco pelo padre Joao Duarte
do Sacramento, governador que foi de­
V .“
pois do bispado e mais tarde bispo eleito
(Vide janeiro 10 de 1686).
1791_Xasce em S. .Josédo Norte, capi­
tania do Kio-Gran le do Sul. a poetisa
D. Delphina Benigna da Cunha, filha do
capitão-mor Joaquim Ferreira da Cunha
Sá e Menezes. Ficára cega nos vinte me­
zes de edade pur effeito da variola. « Fal-
leceu em iSõ7, depois de haver padecido
nos últimos annos uma longa serie de
desgostos, » diz *1111)00011010 d'i Silva, que
dá a relação das poesias que publicára.
Fornecem indicações a seu respeito o
conego Januario no seu Famas > brazi-
leiro.o J. M. Pereira de Vasconcvllos no Il 11
vol. 2° da sua Selccta hrasiliense e o
sr. J. Norberto na suas Brazüeiras ce­
lebres.
]^78õ—0 capitão José Caetano Alves e
Manuel de Souza Meirelles arrematam
no Rio de Janeiro o contracto do quinto
dos couros e do gado em pé do Rm Gran­ (i4
de do Sul. a contar de 1 de janeiro^de
1787 ao ultimo de dezembro de 1789.
pela quantia de l:;0ü0,000 rs.
Arremataram também, pelo mesmo
 394
EPcîEMERIDES NACIONAES

praso, O fornecimento de farinha de

1789. Como seu pae, foi elle encarcerado
gnerra e carne ás tropas d’aquelle con­
na ilha das Cobras, no Rio de Janeiro,e
tinente. senclo por alqueire de farinha
condemnado em 1792 á pena ultima e á
640 re'is posta nos quartéis do Rio Gran­
infamia posthuma. sentença commutada
de, Porto Alegre, Rio Pardo ; carne para
em dez annos de degredo para Cabo
O Rio Grande e sens destacamentos do
\erde, vendo-se assim separado de seu
norte e sul a 200 reis a arroba ; para
progenitor, degradado para Bissáo,
Porto Alegre e Rio Pardo a 120 réis por
arroba . Exerceu depois cargos e commissões
Arremataram ainda, por 24:P003 rs. de confiança no Brazil e em Portugal, e
polo mesmo pnaso (très annos), os* dizi- depois de novo na patria. Deputado por
mos reaes. Minas, sua província natal, á Consti­
. , M'\ ■ Toma posse do sen cargo o 7° tuinte portugueza em 1821, foi também
hispo do Pará D, Manuel de Almeid i de n’essa categoria mandado em 1823 para
Carvalho (Vide junho 16 de 1794 e 30 de a Constituinte brazileira.
junho de ;818). Ainda na legislatura ordinaria de 1826
M 1810—Fnnda-se a primeir i missão man­ a 1829 foi Resende Costa eleito por Minas
11 ■ dada crear nos Campos de Guarapuava, deputado á Assembléa geral.
sob 0 nome de povoação da Atai da. Eloquente exemplo, como pondera o
Foi seu primeiro missionário Francisco sr. dr. J. M. de Macedo, da inconstância
das Chagas Lima, presbytero secular. e dos grandes contrastes d i fortuna ! O
1829 — Primeii’0 capitulo geral cele­sarcsuio do destino collocara-o como
,1*. brado no mosteiro da Bahia pela ordem legislador no mesmo logar em que, como
henedictina, depois que fora separada conspirador, o havia annos antes con­
da obediência que a ligava á casa de demnado á morte e ao ostracismo!
Portugal. 1850 Toma assento no senado, como
Foi então eleito D. abbade geral da representante da provincia do Rio-Grande
01 dem 0 dr. frei José de Santa Esco­ do Norte, D. Manuel de Assis Mascare-
lástica. nhas, escolhido no dia 12 (Vide janeiro 30
1831—E’ nomeada pèla assembléa geral de 1867).
a Regencia permanente, composta do — Lei provincial elevando á categoria
,r.. ■ brigadeiro,Francisco de Lima e Silva, que de cidade a villa de S. João da Barra,
fizera parte da Regencia provisoria, no­ provincia do Rio de Janeiro (Vide a ephem.
meada logo depois de recebido o acto de de 18 de junho de 1676).
f ti;l
.•! abdicaçao do i)r;meiro imperador (7 de 1851-0 dr. Domingos Marinho de .Aze­
abril), e dos deputados José ia Costa Car­ vedo Americuno, lente da cadeira de obs­
valho, mais tarde marquez de Montale- tetrícia da Escola de M ec^ina do Rio de /
gre. e João Br.mlio Moniz.
Janeiro, fallece em Paraopeba, M inas-^
Como se sabe, a Regencia pro visoria Genes: succumbe á phthisica pulmonar.
compuzera-se do cidadão acima nomeado, Nascera naquella provincia a 12 de
do marquez de Caravellas e do senador fevereiro de 1813 e formara-se em medi­
Nicolau Pereira de Campos Vergueiro. cina na Escola do Rio de Janeiro em 1838.
ISdl-IAallece na cidade do Rio de Ja­
18/5—Instalia-se na cidade de S. Paulo
neiro, com 74 annos de edade. o conse­
0 Instituto dos .Advogados da provincia,
lheiro José de Resende Costa, envolvido
sendo eleito seu presidente o conselheiro
como seu pae, de egual nome, na ceie
dr. Joaquim Ignacio Ramalho, lente ca-
bre Inc.onfidencix de Minas Geraes em
thedratico da Faculdade de direito.

ill .'1 '

(jli'
 1380— E’ 0 imperador do Bi'azil esco­ bro de 1501), ponto convencionado para
se reunirem no caso de se desgarrarem.
lhido arbitro na questão pendente entre
Ali esperou Vçspucio por Gonçalo Coelho
a França e os Estados Unidos da Ame­
dous mezes e quatro dias. Desenganados,
rica do Norte. partem elle e o companheiro na esperança
Representará S. M. o sr. conselheiro
de 0 encontrarem ainda e com a ideia de
de estado José Caetano de Andrade Pinto
tomarem em outros portos carga com
('desembargad r
que se imlemnisassem de parte dos gas­
J U N H O — IS tos da viagem.
Seguiram para o sul, tocando em dif.
1504— Aportam á Lisboa os dons navios ferentes pontos até Cabo-Frio ou Cara-
que. da expedição de Gonçalo Coelho, ha­ vellas. onde fizeram um bom carrega­
viam flcado extraviados com Américo mento de p;'iU-brazil e de onde tornaram
Vespncio ( Vide a epheme> ide de 10 de ju­ para Portugal, deixando alr:, como já
nho de 1503)_. dissemos, uma pequena feitoria guarne-
Depois do mallogro da expedição con­ cid i por 24 liomens. Na presente data
fiada em rO l a D. Nuno Manuel, segun­ cheg iram ambos á Lisboa, como fica dito
do a opinião de D’Avezac, esposada pelo em começo.
visconde do Porto 'eguro. preparara-se Um mez depois, a 16 de julho, também
cm Portugal outra mais consid ravel, de alii entrava, v nda do Brazil, a nau de
seis navios, do-^ quaes .alguns provavel­ Iluy Mendes, que não era, ao que parece,
mente por conta de armadores particu­ dos companheiros de Gonçalo Coelho, por
lares, e f(3ra conferido o seu commando a que. si 0 fosse, não emittiria Vespucio
um nauta mais experimentado, Gonçalo e‘ssa circumstanci.!. na earta que, a 4 de
Cóelho, que jáno tempo de D. João II com- setembro, dirigiu ao seu compatriota So.
mandára um navio que fòra em 1-188 á derini.
Senegambia e d’ali levára um rei preto De Gonçalo Coelho, que Vespucio sup-
á Portugal. punha perdido, e que se recolhera ao Rio
Acompanha-o Vespucio como capitão de Janeiro, já aqui tratámos, A sua gen­
de um dos navios. te só voliou ao reino em 1506. «IVeste
Largaram do reino em meiados de 1503 modo ficaram ainda perdidos e mallogra-
c, depois d ' refresc rem na ilha de Sanc- dos para o Estado os gastos feitos com
tiago, principal das de Cabo-Verde, esta segunda expedição ; o que daria ao
acharam-se a 10 de agosto deante de ou­ governo poucos estimulo; [lara empe­
tra ilha, para elles desconhecida e que. nhar-se tão depressa em outras novas,
na opinião de Porto Seguro, era a en­ sem nenhuma esperança de resultados
contrada poucos dias antes por Fernando profícuos.»
de Noronha c tem ainda hoje o seu nome. 1,535— darta do doação feita por D.
Ali naufraga a nave capitanea e Gon­ João n r ao historiad r João de B.irros e
•J çalo ( oelho teve de se p issar com a sna a Fernando Alvares de Andrade e Ayres
companha ])ara outro navio. Desmem­ da Cunlia da capitania do '-iaranhão.
it brou-se por esse contratempo a esq adra, Cunha e João de Bari-os tinham tido fo-
separando-se o navio de Vespucio e um ou­ ral a 11 de 'março do mesmo anno.
1,1 tro dos outros tres, que provável mente Associados os tres. prevendo a diífi.-
■O continuaram sob aa ordens do chefe. O de culdade da empreza de se utilisarem da
7 Vespucio e o que se lhe aggregou tom i- mercê concedida,partiu Ayres da Cunha
ram o rumo da Baiiia, já descoberta na de Lisboa, como clief' da expedição, no
precedente expedição (Vide i de novem­ mesmo anno de 1535, com tao pouco boa
 39G
EPIÎEMERIDES NACIONAES
■j'Î■
Ventura que llie naufragou a armada, em
grandes azas extendidas, das armas do )t
que vinham 900 homens e 113 cavallos, conde de Nassau.
nos baixios que rodeiam a illia do Mara­
1G7G—A villa, hoje cidade, de S. João
« I'. nhão, voltando para Portugal a pouca
da Barra, situada, como a de S. Salvador
gente que poude escapar, insuííidente
de Campos dos Goytacazes e a de S. Fi-
W:\ : para começar a fundação da capitania.
deli.s. na margem direita e ainstral do rio
lo õ l—Provisão regia mandando con­ Parahyba, foi fundada na presente data
struir uma fortaleza na Bertioga(.Ç;Paw o) e er.i, do senhorio do visconde de Asseca
w -
e auctorisando para isto a despeza de (Vide mon.senhor Pizarro, Memonas).
tres mil cruzados.
« Esta villa, bem coino a de Campos,
1015-Um dos membros do Supremo diz Milliet de Saint-Adolphe no seu Dic-
Conselho lioll mdez do Recife, Paulo de cionario Georjcaphico, foram desannexa-
L.yng:e, parte d’aquella cidade para a
das da- provincia do Espirito Santo a que
Parahyba. nomeado seu governador, pertenciam havia um secuio, por lei de
com ordem de prender os moradores 31 de Agosto de 1832... Avalia-se actual-
suspeitos, incluidos na denuncia recebida
mente [1845) a sua população em mais
a 30 de maio (I ide essa data) de que
de 2,000 moradores, que se applicam ao
conspiravam contra o dominio holiandez. commercio, e principalmente á pesca, e
Chegando á cidade, aquartelou-se no alguns á construcção de navios cos­
convento de S. Francisco, obrigou os teiros. »
habitantes a renovarem o jur .mento de I A villa de -E João da B irra passou á
vassalagem e prendeu a quatro dos cidade pela lei pro incial de 17 de junho
principaes, a um dos quaes mandou en­ de 1850.
forcar; de um outro, que morrera na
pnsão, fez arrastar o corpo ítírm W d e nO l—D, Pedro II de Portugal conclue
um cavallo pelas ruas da cidade: os ou­ com Filippe V de Hespanha um tratado,
no qual, pelo artigo U, se estatue que
tros conseguiram a liberdade mediante
elevado resgate. Portugal iiossuiria in solidum, com in­
Estas pnsoes e aqnelle suppücio, em teiro dominio, a margem septentrional
vez de aterrarem os ânimos, como se do Rio da Prata, franqueando-se o com­
mercio entre o Rio de Janeiro e Buenos-
V 'f ii suppunhd, serviram de incentivo para um Ayres, restituida a colonia do Sacra­
decidido pronunciamento. Paulo de Lvn-
mento, com as terras adjacentes, á coroa
ge, vendo depois o eíleito negativo que
portugueza, como consta de uma cédula
as suas primeiras medidas haviam pro­
do rei catholico remettida em oííicio ao
duzido, teve depois de mudar de rumo
secretario de est.ido de Portugal, datado
empregando a amnistia e meios persua- de 9 de dezembro do mesmo anno.
.r sorios, mas debalde.
|:.V' E essa uma das peripécias por que
Chegou mesmo a inaugurar na praça passou aquella encaqtada colonia, que
pubhca da cidade o escudo d’armas con­ tanto que pensar e que lazer deu sempre
cedido a Parahyba pelo conde de N issan não sü a Portugal como á Hespanha.
seis annos antes, em 1G39.
17iü — Antonio de Albuquerque oelho
Barlæus dá o desenho do escudo em
de Carvalho ratifica na então villa de
questão. Representa elle {em camp ; ucum I
Paulo, a posse do cargo de gover­
1 í« i' nador e capitão general du nova ca­
pitania de S. Paulo e Minas, tomada a
pa„. 100 . O e.scudo tem por timbre uma
LS de janeiro em Santos.
coioa aberta de principe e aos lados duas
Foi portanto o primeiro na ordem
'1.'

íi? m-
 EPHEMERIDES NACIONAES 397

I clii'onologica e exerceu o encargo até 31 gal-os mesmo de noite na porta da igreja,

de modo q ie no dia S':‘guinte, vindo o
de agosto de 1713.
i Antonio d’Albuquerque íòra o Qviin- vigário com os seus clengos e sacristãs
.1 quagesinio segundo capitão general do de cruz alçada, par tomar posse da
1 Rio de Janeiro, de 1/09 a 30 de abiil de igreja, achou-se logrado, por não t r
1 ^1710, e 0 vmesimo do Maranhão (17 de porta para entrar, porque que tinha
a igreja estava tap ida com vergalhões
â' inaif) de 10|íü).
r 1718 —Bernardo Pereira de Berredo, de ferro, como ainda se conserva. 35
/ 23° üovernador e ca itão general do es- No presente anuo de 1881 deixou 0
hospicio de ser o que era e serve de re­
)j tado do Maranlião, toma posse do seu
sidência particular, apezar de conser­
0 cargo, tendo chegado á cidade de S. Luiz
no dia 14. e achando-se na de Belém do var a sua apparencia de hermida e de
nada se lhe haver alterado no interior.
f Grão-Pará o seu antecessor Christovão
1761—Carta régia ampliando a j uris-
,0 da Costa Freire, senhor de Panças, que
governara o mesmo estado por mais de dicção da junta de justiça cieada em
0
Pernambuco pela C R . de 2 *de outubro
11 onze annos.
1735— Ordem régia de D. João V di­ de 1758, composta do ouvidor da dita
capit mia e do da Parahyba, do juiz de
■i rigida ao capitão general Gomes Freire
fór I de Olinda e de mais um ouvidor que
í) de Andrada. governador da capitania do
i; Rio de Janeiro, mandando-lhe que fun­ já tenha servido e mais facilmente se
dasse um hospicio, sem capella nem possa chamar, presidido pelo governa­
egreja, para os religiosos leigos de dor, afim de sentenciar com pena de
S. Francisco, destinados pelos prelados morte os indios, bastardos, carijós, mu­
de Lisboa a adquerir esmolas em be­ latos e negros, que commettam crimes
neficio dos l.ogares S mios de Jerusalem, atrozes.
tanto na cipitm ia do Rio de Janeiro, 1311—Decreto ordenando a_ livre en-
como nas centraes que vão até Matto- trad I dos navios de todas as nações nos
portos dos dominios portuguezes, e per-
Grosso.
Esta noticia nos é fornecida, como mittindo a sahida, sem restricção, dos
nacionaes para qualquer parte do mundo. t' '
III muitissimas outras, pela Synopsis de
1321—Toma posse do governo da sua
17 Abreu e Lima, que a houve das Mmiorias
ol de monsenhor Pizarro. Ha todavia du­ diocese 0 8° bispo do Pará. D. omualdo
'i' vidas acerc l da sua veracidade: re- de Souza Coelho (Vide a ephem. de 7 de
I'll produzimol-a com essa reserva e ad­ fevereiro de 1 162) .
vertência. 1872—Decreto de D. edro I sobre a
A proposito do mencionado hospicio, liberdade de imprensa.
diz 0 sr. dr. Mello Moraes.no seu Brasil Com^çci.' Havendo-se ponderado na
Historico, 1° anno, 1864: minha Real Presença que mandando eu
ot A igreja dos B rbonos f> i f ita por convocar uma ssembléa geral consti­
Fr. Francisco Barba. Estando prompta, tuinte e legislativa para 0 Reino do
na vespera da sua abertura fez o fr de Brazil, cumpria-me necessariamente^ e
convite a todas as pessoas que lhe agra­ pela lei suprema da salvação publica
dou, e não fez menção do vigário de evitar que ou pela imprensa ou verbal-
S. José; e sendo 8 horas da noite, um mente, ou de outra qualquer maneira,
desembargador preveniu-o de que o vi­ propaguem os inimigos da ordem, da
gário no dia ’seguinte lhe vinha tomar tranquilidade e da união, doutrinas in­
a igreja ; porém o frade a esta mesma cendiar as e subversivas... »
hora mandou fazer uns sebastos e pre E' referendado pelo conselheiro José
 H/

HL-'
’'íí' 398
MlÆ.i EPHEMERIDES NAOIONAES

Bonifacio como ministro dos negocios Outro deci'oto, de 17 de julho, proro-

do reino do Brazil e de estrangeiros.
gou por mais um mez os effeitos do pre­
O sr. conselheiro J, l\ranuel Pereira da cedente.
Silva transcreve-o na integra na sua —Decreto desligand • provisoriamente
i^moria da fundação do Império, tomo da provincia de S. Paulo e encorporando
'I , documento n. 1 do livro XII. á do Rio de Janeiro os municípios do
l'^27—A • chegar a Buenos-Ayres, de Bananal, Areias, Queluz, Cunha, Silvei­
1’egresso do Pio de Janeiro, o ministro ras, Lorona e Guaratinguetá, por se
Manuel Jose Garcia, que celebrára com achar interceptadaiielosrevoltosos a cor­
0 governo brazileiro a Convenção preli­ respondência com a capital de S. Paulo.
minar de 24 de maio dhsse mesmo anno, 1855— Fallece no Rio de Janeiro o se­
e alli recebido com grosseiras invectivas nador Manuel de Carvalho Paes de An-
no meio de um tumulto popular, destra- drai^, que figurara na historia das com-
mente manejado pelos proprios agentes moçoes politicas do Império, como presi.
do governo argent no. Rivadavia, pre- dente da Confedera,ção do Equador, no
sulente da republica, negou a sua sanc- movimento revolucionário* de 1824 em
çao ao acto de Garcia sob pi-etexto de Pernambuco.
■'U • que havia elle exorbitado das insíruc- Paes de Andrade salvara a vida nessa >1!
Uííí?/,^f û : ' . : > . (•,
çoes que se lhe tinham dado, e dous dias emergencia refugiando-se a bordo da
depois resignou o cargo. corveta ingleza Tweed, para onde fôra
Assim, a guerra que o Tmperio trazia embarcado em uma jangada. Em conse­
daquelles lados continuou durante o quência d’essa revdlta, doze d )S principaes
resto do anno de 1827 actividade compromettidos nella perderam a vida
nem objecto, que era justamente o que nos patíbulos e, entre elles, Ractelif, de
desejava o governo de Buenos-Agres. O quem aqui se tratou na data de 17 de
general Abreu e Lima refere que ouvira março,
este desfecho da bocca do proprio Riva­ O íallecimento do senador Paes de An­
davia. drade e o do conselheiro Resende Costa,
1834-Cae no senado, pela maioria de oceorridos no mesmo mez, e quasi que
sete votos, o projecto de banimento do no mesmo dia, embora de annos diffe­
ex-imperador, votado na ca.mara dos de­ rentes, estabelecem uma notável coinci­
putados no dia 3, Em novembro chegava dência de fecundo ensinamento para os
ao Rio de Janeiro a noticia da sua morte governos: justiçados ou mortos no exí­
oecorrida em Lisboa a 24 de setembro,’ lio, a patria não se aproveitaria ainda
desapparecendo j^ara sempre com ella dos seus serviços, como se aproveitou.
0 phantasma da, restauração. Cuidado, senhores juizes, quando decre­
lí ' É '
tardes com um traço da vossa penna a
1842—Decreto suspendendo as garan­
pena de morte para os crimes politicos!
tias constitucionaes no municipio e pro­
Paes de Andrade, escolhido represen­
víncia do Rio de Janeiro por espaço de
tante da provincia da Parahyba a 11 de
um mez No dia 19, em virtude d’essa
janeiro de 18.14 pela Regencia permanen­
• . ■Î ‘ ' medida, foram presos os srs. desembar
te, tomára assento no senado a 9 de maio
gador Limpo de Abreu e outros e reco-
de 1835.
lludos a fortaleza de Villegaignon, e
seis d elles, deportados paru Portugal, 1863 Passagem de Mercedes'poi x es­
'U
IIS' .'I J
'í';
quadra brazileira {Guerra do Paraguay).
' '"'r embarcaram na fragata Paraguassú, que
Depois da famosa acção do Riachueio,
transportaram os paraguayos a artilha­
ria que tinham no logar do combate

•írf,..': '
 EPHEMBRIDES NACIONAES
para urn pouco mais abaixo, onde faz
barra o arroio Empedrado. Alii estabe­
leceram uma forte bateria de 68 sobre a
barranca, perto de ura banco de areia,
que obi'iga os navios que tiverem de
passar a encostarem-se áquelle lado es­
querdo, onde flca 0 canal. A’ vistad’este
movimento inimigo o chefe Barroso, o
venerando herde de Riachuelo, resolve
descer e forçar a passagem, e assim o
fez, com tant I coragem como fortuna,
ás 11 horas da manhã, apezar do nutri­
do e mortifero fogo da bateria secun­
dado pelo de. uma força de mil homens,
sem soífrer grande damno, respondendo
ao ataque de terra de modo a desmontar
algumas peças.do inimigo, e foi fundear
no Rincão de Zevallos^ 12 léguas abaixo
de Corrientes.
Tivemos a sensivel perda do capitão-
tenente-Bonifacio Joaquim de Sant’Anna,'
ferido de morte, no seu posto de honra,
no passadiço da corveta Beberibe do seu
commando. A’ascido no Rio de Janeiro
a õ de julho de 1822, mal contava 43
annos de edade.
No dia 13 havia a esquadra feito a
passagem de Cuevas.
JUNHO — 19
1580 — D. Antonio. Prior do Grato, é
il tumultuariamente accl imado rei de Por-
tugal pela plebe em Santarém, e dirige-se
;q para Lisboa.
A 17 de julho a regencia do reino de-
Ir clarava-o rebelde; batido o pretendente
j(j pelas tropas castelhanas do duque d’Alba,
iq procurava refugio expatriando-se. A
B Hespanha tomava posse de todo o reino.
1628 — D. frei Miguel Pereira, bispo
)() do Brazil, toma posse do seu cargo, por
iq procuração. Não veio porém exercel-o
oq pessoalmente, porque, demorando-se em
iJ Lisboa até 1630, ali falleceu a 16 de agosto
fb d’esse anno.
Natural de Portugal e prelado de Tho-
iíD mar^ fôra eleito bispo no reinado de Fi-
399
lippe IV, sob 0 pontificado de Urbano
VIII.
O Roteiro dos Bispados, c o Catalogo
dos bispos que teve o Brazil "té o armo
de 1676, de Prudencio do Amaral, estão
de accorde nestus datas. O auctor, po­
rém, das Datas Celebres e o general
Abreu e Lima assignam o .anno de 1629
para a posse d’este prelado.
Por não ter vindo occupar a séde, al­
guns chronistas não o contam como
bispo do Brazil.
1615 —Começam no districto de Ipo-
juca as hostilidades *contra os hollan-
dezes, á voz do capitão-mór Amador de
Araujo, auxiliado por alguns centenares
de moradores, que tiveram para os guiar
0 capitão Doming'os Fagundes Barbosa,
honrado e valente pardo, que já então
contava qua orze ann >s de campanha e
havia sido très vezes ferido.
1761— São elevadas á categoria de <0
villas as íreguezias da capitania do
Piauhy, e a .villa de ,\íocha, depois
Oeiras, tem as honras de cidade capi­
tal, honras que teve de ceder depois
a Therezina, fundada em 1852, na mar­ I <
gem do P irnahyba, pelo sr. conselheiro
senador José Antonio Saraiva, e por lei
provincial de 21 de julho d’esse anno ( V 1!
feita capital da pro viu ci a,
Oeiras é a patria do conselheiro Fran­
cisco José Furtado.
1777 _ Chega á Lisboa , levada . pela
corveta de aviso do commando do piloto
José Francisco Perné, a noticia da perda
; l!.l
da ilha de Santa Catharina, cahida em
poder' dos hespanhoes.
1822 — L’ eleito o conego pro visor e
vigário geral Antonio Vieira da Sole­
dade para o cargo de procurador da
província do Rio Gi'ande do Sul para o Bi
conselho geral de procuradores.
— Expedido a 3 de junho o decreto de
convocação de uma Assembléa Consti­
tuinte, organisa José Bonifacio Instruc-
ções, a que aquelle decreto se referia,
para a sua execução. No capitulo IV
 Mf

400

^.£yyr^l
dc 10), de profanar o sou templo, incen­
;i,i5 na segiiinte propoi’ção: diar algumas casas, commettendo assas­
sinatos, march I em direcção a í.aquy,
« r i Í. Cisplatina—2; Rio Grande do Sul—3-
assolando as estancias que atravessa de
Santa Catharina-1 ; s. P aulo-9; Matto
caminho e praticando toda a casca de
'if: Grosso- 1 ; G oy a z-2 ; Min s-G eraes-20-
R io de Jan eiro-8; Capitania (E-pirito-
excessos,proprios de gente semi-barbaia.
como era a de que se comjiunham as
S a n to )~ l; Rahia-13 ; AI igô i s - 5 ; Per-
hostes do celebrisado Est garribia.
iianibuco-13 ; P.irahyba—5; Rio Grande
Como o exercito ao m indo do general
íÇ .'; -■' 0 N orte- 1 ; Ceará—8; Piauliy—l- i\ia-
ra n h ã o-4 ; Pará—3. Robles, que o dictador despachára com a
■|:!'‘ '5^ ■ missão de revolucionar Entro-Rios, o
A de Sergipe, ulteiáormente desmem­
d’aquelle dirigia-se a revolucionar a
brada da Bahia, devia dar doas deputados
nossa provincia do Rio Grande do Sul.
líljíí; segundo deliberação daAssembléa de 4
de agosto. Fingindo-se propugnador da liberdade,
contava Lopes com auxiliares em todos '
^ ;i!'i ■ 1837-T o m a assento no senado como
i : ilf i representante da provincia da Baliia
aquelles h garts.
1880—Fallece na cidade no Rio de
xManue! Alves Branco, depois 2* visconde
|iC Janeiro o conselheiro Antonio Pereira
t'-'l. •i, m' cie Caravellas, nomeado a 13 do mesmo
Rebouças.
' jii ’ 'j' mez e anno (Vi le a eplumeriãe de 13 de
julho de 1855). Nascera na então villa de S. Bartho-
1842-P roclam ação do imperador aos lomeu de Maragogipe, provincia da
brazileiros. Bahia, a 10 de agosto de 1798. Cedo
manifestou o talento superior de que
,, provincia de S. Paulo
(Nide a ephem. de 2Ü). O barão de Ca­ eia dotado, tomando parte activa nos
notáveis acontecimentos politicos que se
'a:i' xias acampa com a força sob o seu com­
mando no logur chamado Pass i-Tres deram na sua provincia desde os occor-
aquém da cidade de Sorocaba. ridos pela acclamação da constituição em
lSo9— Inaugura-se no Instituto dos novembro de 1821, ácerca dos quaes
Menmos Cegos o busto do dr. José publicou em 1879 no Rio dc Janeiro um
Francisco Sigaud, um dos seus funda­ opuscuio sob 0 titulo Recordações pa-
dores mais ill listres. t>iotic.!s, que ha de ser com vantagem
O dr. Sigaul, nascido em Marselha a consultado quando se tiver de escrever
~ cie dezembro de 1796, formara-se em a historia d’aquelles movimentos desper­
tadores de uma nacionalidade pujante.
de Strasburgo
Havia anteriormente dado ao prelo as
d ^ í s i ? ’ '''era para o Brazil no anno
de 18.6 e aqui falleceu, no Rio de Ja­ seguintes obras :
neiro, a 10 de outubro de lS56. Fòra A consolidação das leis civis ( de que
também um dos fundadores, em 1830 ha 2‘ edição, augmentada, pelo sr. dr.
da sociedade de iiicuiuna,
medicina que
nno amda
o' i Augusto Teixeira de Freitas, em 1867)—•
peiclura sob o titulo de I m fe n a l Aca­ 1 volume ;
demia. de Medicina do Rio de laileiro A vida parlaw cntar— 2 volumes, e
■Seus restos mortaes jazem no cemil outras memórias e trabalhos sobre juris­
prudência.
L Jose
de L - VClemente
f ' ' ' ' “ ’ , ' ”Pereira.
'“ ™ “ '' “ " ‘ Oimento
Eia desde 1861 conselheiro e advogado
ao^“m ~ í? P^ragdayo, do conselho de estado e havia muitos
m ao mando de Estigarribia, depois do annos que cegárai
saquear a villa de S. B orja ( Vide a cpliem. |
’ 'is ' '#ii
.»■iTO O seu cadaver foi sepultado uo dia 20
§';il
f‘!

ií^iiè
 EPHEMERIDES NACIONAES 401

no cemitei'io de S. João Baptista da guido expurgar a cidade dos faccinoras

Lagoa. que a infestavam.
c< Começando— refere do conselheiro 1633 —Parte do porto do Recife uma
Rebouças um dos seus biograplios,—por frota hollandeza de onze navios, com
simples escrevente de cartorio, sem per­ setecentos homens, sob as ordens do co­
gaminhos de qualquer especie, chegou ronel Schkoppe 3 tenente-coronel Byma,
a ser, como disse um notável ministro com 0 designio de conquistar a ilha de
plenipotenciário inglez em communi- Itamaracá, para onde se dirigem.
cação official ao seu governo, um dos Governava a ilha Salvador Pinhei­
primeiros oradores parlamentares e um ro, que apenas tinha para sua defeza
dos primeiros advogados do Brazil. A esta 120 homens e a companhia do capitão
superioridade deveu o ser sempre con­ Antonio de Moraes, de 6() homens ( Vide
templado em commis'ioes import.intes a ephemeriãe de 22).
no parlamento, o ser nomeado seu advo­ 1 6 5 7 -0 mestre de campo Francisco
ga .0 na accusação contra o ministro de Barreto de Menezes, que tanto se distin­
estado José Clemente Pereira perante o guira como consumado general no segun­
senado; o ciue, junto ás sua> muitis e do periodo da guerra contra os hollan-
provadas habilitações, concorreu para dezes, em Pernambuco, e fora o 2” ( Vi­
que, por lei especial ( decreto de 4 de de a Historia Geral do visconde de Por­
setembro de 1847 ), fosse egualado aos to Seguro ) governador e capitão gene­
bacharéis e doutores formados em scien- ral da referida capitania depois da sua
cias juridicas e sociaes e poder advogar restauração, sendo neste posto rendido
em iodo o Império, cousa que nem antes por André Vidal de Negreiros, passou a
nem depois ninguém mais obteve, e o capitão general do estado do Brazil, de
ser nomeido advogado do conselho de cujo governo tomou posse na Bahia na
estado (Gaseta de Noticias de 25 de presente data, como se veriflea das suas
cartas a el-rei de Portugal, que a Biblio­
junho de 1880). »
Innocencio da Silva deixou-nos um theca Nacional do Rio de Janeiro possue
substancioso resumo da vida do conse­ por copia do livro de registro ( \ ide o
lheiro Rebouças no tomo VIII do seu Catalogo dos M ss., vol. 1° pag. 114), e
não a 18, como dizem Porto Seguro na
Biccionariú, á pp. 424 e 425.
citada Hist. Geral. Ignacio Accioli nas
jUNiio—20 Memo7'ias históricas e políticas da pro­
1620— Francisco Fajardo começa a go­ vinda da Bahia, o sr. J, de Vasconcellos
vernar a capitania do Rio de Janeiro, em nas Datas Celebres e Abreu e Lima na
Substituição de Martim Correa de Sá, qu* Synopsis. A 18 deixára o conde de At- I
a 11 de julho de 1623 passou de novo a touguia, D. Jeronymo de Athayde, o go­
verno d’estc estado; mas «o a 20 ^é quç
exercer esse carj^b.
Fajardo foi o 13* governador d’esta ca­ d’elle tomou officialmente posse Fran­
pitania e administrou-a por pouco mais cisco Barreto do Menezes.
Foi 0 seu 23° capitão general e exerceu
de ties annos —«com muita suavidade e
prudência; proveu alguns postos mi ita- esse cargo seis annos o quatro dias, p s-
sando-o a 24 de junho de 1663 ao conde
res, jielo recuo que tinha dos hollande-
zes, e, para socego dos povos, alguns lo- de Óbidos.
1699- O dr. Claudio Gurgel do Ama.
gares de justiça.—»
O seu governo contrasta assim com o ral faz doação do morro em que exist
h jc 0 tem[)lo de Nossa Senhora da Glo­
do seu antecessor, o despotico e estulto
ria, na cidade do Rio de Janeiro, com a
Ruy Vaz Pinto, até mesmo no ter conse­
2G
 1'!
.1^

402

ÈM
EPHEMERIDES NACIONAES

condição de se ediflcar nelle uma egreja Francisco Coelho de Carvilho, ataca os

iiii soba mesma invocação que tinha a ca- francezes que se haviam apossado da
peilinha d’esse nome, começada em 1 i71 ilha dos Tucujús com grande damno dos
pelo ermitão Antonio üe Caminhanaquel- interesses d'aquella capitania ( Veja-se
le morro.
no Globo de 30 de maio de 1876 o ai-tigo
O conselheiro José de Alencar aprovei­ Combates no Am azonas). Depois de
tou essa tradição e deu-nos o bello ro­ vencer a resistência do inimigo, posta-
mance O ermitão da Gloria nos seusylí- se junto ao forte Torrego, levanta trin­
farrahios, chronica dos tempos coloniaes. cheiras, sitia-o; mas, faltando-lhe muni­
Diz-nos alli esse nosso distincto poly- ções. retira-se Favella para Gurupá, a es­
grapho, cuja mõrte a litteratura nacio­ perares soccorros que pedira ao capitão-
nal tanto lamenta, que o templo que mór.
actualmente corôa aquella montanha
fora principiado a ediflcar-se em 1714. 1632— Manda o general Mathias de Al­
1714— Na capitania do Rio Grande do buquerque que 0 capitão Manuel Ribei­
Norte Domingos Amado succede no go­ ro Corrêa. 0 alferes Pedro Escosutiren,
■ Í, 'A , '•■■,

r'' :‘ l'
^::n l-r V verno a Salvador Alvares da Silva e é 0 gentil-homem de artilharia Francisco
rendido por Luiz Ferreira Freire Peres do Souto, o condestavel d’ella Jor-
julho de 1718. ge P^onseca Pimentel, os cabos de esqua­
No tempo de Domingos Amado sus dra Manuel Barrocas, Manuel Duarte e
pendeu-se, pela carta régia de 9 de m io outros,em numero de vinte, deitem fogo
d’aquelle mesmo anno de 1 7 1 4 , o bando a umacaravella que os iiollande/.es, que
>*■.'; que 0 governador de Pernambuco, Fel.x mantinham um incessante cruzeiro na
i;|i' José Machado, expedira ordenando que nossa costa, conservavam junto á barre­
todos os tapuyas do R i o Grande, de 7 ta dos Affogados. deb lixo da artilharia
annos para cima, lhe fossem I'emettidos dos fortes das Cinco Pontas e do T j ^ ^
serem vei^idos no Rio de Janeiro.
1 8 0 7 — N is c e ^ sr. D. Francisco Bal Partem elles de madrugtda para a
thazar da Silveira, membro do Supremo ilha do Nogueira, ao sul de Santo Anto­
Tribunal de Justiça. nio, embarcados em jangadas, e atacam
1842— Volta a cidade- de Sorocab i ao 0 navio uma hora antes do amanhecer.
regime leg d. Dos 7 hollandezes que o tripulavam cin­
;l'' O general barão de Caxias, que na co foram degollados, tendo-se dous es-
I, vespera acampara com as forças da seu c.pado, graças á escuridão, ganhando a
commando em Passa Tres, entra na ci­ nado a ilhí de Santo Antonio. Consegui­
dade. de onde na vespera se haviam re­ ram assim os nossos deitar *fogo á cara-
tirado dispersos os rebeldes. velli inimiga. Quasi ao mesmo tempo
1843 — Toma assento no senado, como surprehendia Waerdejiburgh, com mil
representante da provincia da Bahia, homens, a estancia de Nossa Senhora da
José Carlos Pereira de Almeida Torres, Victoria, a cargo do capitão Martim
depois visconde de Macahé, escolhido poi Soares, a qual foi soccorrida a tempo por
carta iinperi 1 do dia 14 (Vide abril 25 gente nossa dos postos visinhos e ) or
de 1850). Mathias de .Aibuquerqiie e seu irmão
Duarte, que acudiram do Arraial do Bom
JUNHO — 2 1
Jesus.
1629— O capitão Pedro da Costa Fa- 1638— Jorge Corrêa, que havia sido
vella, obedecendo ás ordens do governa­ capitão-mór da capit mia de S. Paulo,
dor do estado do Maranhão e Grão-Pará faz doação por escriptura de todos os
 EPHEMBRIDES NACIONAES
sens bens ao cillegio de S. Miguel des
padres jesuitas de Santos.
1661— Recebe o senado da camara
de Belem do Pará uma longa exposição
feita pelo padre Antonio Vieira, supe­
rior dos jesuitas, na quäl diz que, nave­
gando para o Maranhão, encontrára, ao
atravessar a bahia de Oumã, o almoxa­
rife Domingos Fialho, vindo d’aquella
capitanii, e d’elle recebera cartas do
governador geral do estado, cujo con­
teúdo o forçara a voltar, pois eram avi­
sos de que o povo da cidade de S. Luiz,
revoltado contra os padres da Compa­
nhia, osexpellira do seu collegio e con­
strangera o respectivo superior a abrir
mão do governo temporal das aldeias de
Índios, sem que a isso se pudesse 0|>por
o mesmo‘ governador.
Faz em seguida a descri pção de uma
situação esperançosa das missões, pon­
derando que tudo se perdei-á si egual
manifestaçãü se der no Paráe concluindo
por p'opor em termo < suasorios a con­
veniência de se não perm ittir que os ci­
dadãos de Bele n sigam o exemplo dos
de S . Luiz, 0 que seria facil de conse­
guir-se, visto como estav I este negocio
ainda em principio.
1673—Registro da patente de 5 de se­
tembro do anno anterior, que nomeava
Antonio Vaz Gondim capitão governa­
dor da capitania do Rio Grande do Norte.
Entre as acertadas providencias que o
Brazil mereceu do governo de D, Pe
■It dro II. deve-se mencionar a ordem que,
'I! ainda como principe regente, enviára
>U neste anno ao capitão-general Affonso
Furtado de Mendonça para mandar povoar
t) 0 território das Alagoas e fortificar o
'<1 porto de Maceyd, afim de prevenir o con­
It trabando do pau-brazil e precaver os
poucos nabitantes da <’osta do insulto dos
it traficantes estrangeiros.
1797—Antonio Manuel de Mello Castro
e Mendonça, por antonomasia Pilatos,
succede a Bernardo José de Lorena, que
foi depois conde de Sarzedas e governa­
dor da Índia, no governo da capitania
de S. Paulo, em que foi o 15°, e exerce
0 cargo até 10 de dezembro de 180 L E’
então rendido por Antonio José du Fran­
ça e Horta.
Azevedo Marques, e antes d’elle Abreu
e Lima, faz Castro e Mendonça empos.
sado a 28, e Varnhagen na presente data.
1808—Assume o governo da capitania
do Ceará independente L iz Barba
Alardo de Menezes, que governa até 19
de março (e não de maio, como vem no
catalogo do visconde de Porto Seguro
segundo refere o proprio Alardo na Me­
mória que d’elle publicou o Instituto His­
tórico no tomo XXXI, 1* parte, pp. 260,-
da sua revista, onde declara o auctor ter
nessa data entregado o governo ao seu
successor Manuel Ignacio de Sampaio,
que a governava quando elle escreveu a
alludida memória.
1817—Falleceno Rio de Janeiro o conde
d I Barca.
Dando ctmta d’esse acontecimento, diz
a Gazeta do IH) de Janeiro de quarta-
feira 25 d’este mez e anno :
cc O Excellentissimo Antonio de Araujo
de Azevedo, I conde da Barca, do Con­
selho d’Bstado, Ministro e Secretario
d’Bstado dos Negocios da Marinha e
Domínios Ultramarinos, Grão Cruz das
Ordens de Christo e da Torre e Espada,
da Ordem Hespanhola de Isabel Catho-
lica e da Franceza da Legião de Honra,
falleceu no dia 21 do corrente, de idade
65 annos, 1 mez e 7 dias, de uma febre
nervosa, que acabou sua existência já de^
muito tempo debilitada, sendo estimado
por El-Rei seu amo, respeitado dos es­
trangeiros, querido dos Portuguezes,
deixando eterna saudade no Reino do
Brazil. »
A’ iniciitiva e por sollicitições do
conde da Barca, que era um fervoroso
 404 EPHEMERIDES NACIONAES

cultor das boasiettras e amigo dos artis­ deb lide deslindar esse fionto obscuro da
tas, é que se deve a creação da Academia vida do notável estadista pernambucano,
'Hi» das Bellas-Artes do Rio de Janeiro. já desesperavamos de o conseguir qu mdo
Possuia uma escolhida livraria de mais deparámos com a obra Histoire générale
de seis mil volumes, que o governo com­ des hommes vivants et des hommes morts
prou ao cessionário dos seus herdeiros e dans le X IX siècle, em cujo tomo III
incorporou á Bibliotheca '-publica da (1860—67) se diz positivamente que o
Côrte ( Veja-se o substancial e desen­ visconde de Maranguape nascera em
i w <v >'
volvido escripto que a esse respeito pu­ Pernambuco a 5 de Agosto de 1795 e
} .'j'
VI, »■! ;■
t ^C' It V '
blicou o sr. dr. Menezes Brum no 3° fallecera no Rio de Janeiro na pi-esente
e 4° fasciculos dos Annaes da Bibliotheca data.
Nacional ão Rio de Janeiro ). Escolhido senador na data indicada,
1826—Tomam assento no senado como tomára assento na respectiva camara a
representantes da provincia das Alagôas 4 de maio do mesmo anno.
,ÉI D. Nuno Eugênio de Lossio Seilbtz
Formado em direito na universidade
{Vide janeiro 16 de 1843), e da provincia
de Coimbra, começou a sua carreira de
da Parahyba Estevão José Carneiro da
magistrado como juis: de fora do Pe­
Cunha (Vide outubro 12 de 1832), esco­
nedo, na provincia das Alagôas.
lhidos ambos pelo 1“ impei’ador a 22 de
m janeiro de 1826. . Quanto ás out' as indicações relativas á
i: 1843 —0 sr. João Lins Vieira Cansan­ sua pessoa, veja-se o citado Jornal do
ção de Sinimbú, hoje senador, é nomeado Recife. Daremos todavia as seguintes:
ministro residente do Br.izil em Mon­ O visconde de Maranguape (titulo que
tevideo . lhe foi conferido em 1854) occupou por
Nesse dia o sr. F. F. Pv,egis, encarre­ varias vezes o cargo de ministro de es­
gado de negocios do Impeino naquella tado nas pastas do Império, justiça e es­
IT-
republica, embarcara com o consul ge­ trangeiros : foi deputado á assembléa
ral e 0 archivo da legação para bordo geral em diversas legislaturas e o pri­
do brigue Imperial Pedro^ em conse­ meiro presidente da provincia de Goyaz,
quência de ter sido insultado por (Jaid- de cuja administração tomou posse a 8
baldi, commandante de esquadrilha de fevereiro de 1824: alli fundou o hos­
d’aquella republica. A 28 regressa o pital de caridade de S. Pedro de Alcan­
consul geral para o exercido das suas tara, na capital. A junta administrativa
íuncções. d’aquelle pio estabelecimento mandou
1864—Fallece no Rio de Janeiro de collocar em uma de suas s das o retrato
uma enceph.ilite o dr. Caetano Maria do seu fundador. Em 1814 foi Lopes
.1 ■ Lopes Gama, visconde de M iranguape, Gama o escolhido para ir acalmar a
natural de Pernambuco, conselheiro de provincia das Alag)as, e conseguiu-o
m estailo, senador pela provincia do Rio de sem derramar uma gotta de s mgue.
,,f.: ' :i
Janeiro desde 19 de abril de 1839, esco­ Em agosto de 1847 fôra Lopes Gama
lhido pelo regente Araujo Lima. nomeado director da academia j uri dica
Quanto á sua edade, diz Agrippa, no de Olinda, logar que vagára por falleci-
artigo que lhe consagrou na Galeria do raento do bispo resignatario D. Thomaz
Jornal do Recife (1859, 1” anno), que o de Noronha, oceorrido em julho.
p i- , seu illustre conterrâneo nascera pouco Era irmão do famoso rhetorico o padre
K C-! ' • mais 'U menos no aano de 1 7 9 7 . O il- Miguel do Sacramento Lopes Gama, mais
N Ü' lustrado escriptor fez o nobre visconde conhecido pela designação de arapu-
dous annos mais moço. Tendo procurado : ceiro, provinda de ura periodico de
 EPHEMERIDES NACIONAES i05

salvação, de quem não se considerava

critica moral, no estylo jocoserio, que
j’edigira em Pernambuco. bispo.
Na verdade, não era facil a sua missão
J U N H O — 22 numa sociedade composta de elementos
tão disparatados, em que preponderava
1551—0 1* bispo do Salvador D. Pedro
0 uso consuetudinario do indig*ma mer­ m,
Fernandes Sar.linha aporta ao Brazil.
gulhado na sua secular barbaria, mal
Pedro Fernandes Sardinha, clérigo se­
alumiado ainda dos raios vivificantes
cular do habito de S. Pedro, fizera seus
da civilisação européa e da religião do
estuiios em Paris e exercia o cargo de
Cliristo : no meio de uma população aban­
vig irio ger.il em Gòa, na Índia, (piando
donada ao acaso durante meio século,
foi nomeado dispo do SaZmdor, cuja ju-
entregues os proprios colonos a toda a
risdicção se (jstendia a todo o Brazil e
sorte de vicios, a que não achavam freio
ilhas adjacentes, comquanto os seus li­
na observ meia das leis,que s(5 em estado
mites fossem então de 50 léguas pelo
embryonario existiam. O clero que então
littoral e 20 pelo interior. Antes da crea-
havia na colonia participava da.influen­
ção do referido bispado em virtude da
cia do meio em que vivia. Não era pois
buli I de Julio III Super spécula milítantis
Ecclesiœ (Vi e 1 de março de 1555), per. í icil a missão do bispo.
Quanto á data da chegada do prelado á
tençia a Bahia, quanto ao espiritual, ao
Bahia, o visconde de Porto Seguro
bispado de Funchal : depois d’essa crea- fin
{Hist. Geral, secção XVI, tomo I, da 1*
ção ficou sendo suífraganeo do arcebis­
edição) diz aproximadamente Que já em
pado de Lisboa.
outubro de 1551 se achava elle na sua
Desde que chegou á sua diocese viveu
diocese. Nas suas eruditas Trotas para
0 bispo em desintelligencia,jCom o se­
a historia patria, 3° art., nota 1* á
gundo governador do estado D. Duarte '. t
Addenda (Revistado Inst. Hist. tomoXL,
da Cesta, por causa dos colonos e dos
parte 2‘ ), cita o senador Cândido Men­
jesuitas ; o prelado era em favor d’estes.
des de Almeida uma carta do padre No­
Para queixar-se pessoalmento e reclamar
brega, copiada para o nosso Instituto da
providencias da corte, partiu o bispo da
collecção de mss. de Evora, na qual diz i' -I*
Bahia a 2 de junho de 1556 {Vide essa
aquelle apostolo do Novo Mundo:
data), em tão má hora, que naufragou o
a Besporl'da bespora de S. João acho-
navio que o levava no dia 16, e o bispo
gou 0 bispo á esta Baya, com toda a nau
e toda a comitiva foram immol idos á
e gpute de saude, posto que prolixa via­
anthropophagia dos indios habitadores
gem,e q u ip irecia a t 'dos que não viria,
das paragens em que o lacto se deu
de que a cidade era mui ti'iste, etc. »
(Vide 16 de junho).
O jirelado partira de Belém (Portugal)
Apezar de defender a parcialidade dos
a 21 de março de 1551. A 27 houve vista
regulares da companhia de Jesus, parece
da Madeira. <Jhegou a Sanctiago de Cabo
que os proprios jesuitas o não tinham
Verde a 8 de abril e alli se demorou
em grande conta, como se evidencia da
quatro dias,deixando aquella ilha a 11 de
carta do padre Manuel da Nobrega de 5
abril á noite, como tudo se vô de uma
de julho de 1559 (impressa pela primeira
carta sua dirigida a D. João III e es-
vez nos Annaes do ''io de Janeiro de
ciiptanessa data (Mss. copiados da Torre
Balthazar da Silva Lisboa, tomo VI, de
do Tombo para o imperador).
pp. 63 a 101), na qual, posto que con­
Parece pois ficar f(3ra de duvida este
sidere 0 bispo homem virtuoso e zeloso
1) da 1’cforma dos costumes, accusa-o de ponto historico.
O bispo, que ao chegar pousára na
Vf, se dar pouco quanto ao gentio e â sua
 406 BPHEMERIDES NACIONABS

casa dos jesuitas até se lhe achar accom« Figueiredo e Vasconcellos, com as suas
modaçào apropriada, pregou na festa de companhias, que não montavam a cem
S. Pedro e S. Paulo (a 29 de junho), homens ambas.
W ■‘k 'ê com muita edificação, com o que, diz 1667— Antonio de Albuquerque Coelho
i l i 'l Nobrega, muito ganhou o coração de de Carvalho, o velho, nascido no Brazil,
suas ovelhas.
' |,i ! : commendador da ordem de Christo, do­
Parte do Recife Jeronymo de natário das villas de Cametá e Caima,
Albuquerque pela segunda vez, para a nomeado governador e capitão-general
conquista do Maranhão. Vai por terra do estado do Maranhão e Grão Pará, toma
i P' ’V ^' até 0 Rio Grande do Norte com o fim de posse do cargo na cidade de S. l.uiz,
'f e i ir levantando pelos logares por onde pas­ rendendo a Kuy Vaz de -equeira, e exer­

lii ■ i
sasse 0 maior numero possivel de indios, ce-o até 9 de junho de 1671.
que levaria comsigo, indo os navios es-
peral-o naquelle ponto.
Foi 0 14° na respectiva serie chro­
nologic!.
1633 Luiz do Rego Birros, capitão- 1771—Fallece o 9° arcebispo da Bahia
mdr nomeado por patente régia para o D. frei Manuel de Santa Ignez, natural
Pará. assume o governo d’essa capit mia, de Portugal, da ordem dos Carmelitas
rendendo a Antonio Cavalcanti de Albu­ descalços.
querque, que a governava por notne ição Era bispo de Angola quando foi cha­
!"!' i l l, Í '.i. do capitão-general do estado, que havia mado para a séde primacial do Brazil,
Suspenso o capitão-mér Luiz Aranha de que regeu primeiro como bispo coadju­
Vasconcellos, por causas que este dera tor desde julho de 1762 até 1771, anno
para isso.
:a i,i '^, em que falleceu.
Em j ineiro de 1634 governava de novo Foi sepultado na egreja do Convento
Cavalcanti a capitania. de S inta Thereza.
No ataque qiie os hollandezes ha­ Abreu e Lima o dá f illecido a 22 de
viam levado no dia 17 á ilha de Itaraa- ju lh o.
1 acá. Salvador Pinheiro, que a gover­ No mss. pertencente ao sr. dr. Mello
nava, vendo que nenhuma defeza era Moraes, a que por vezes nos temos-re­
possivel fazer, I’esolve render-se á segun­
ferido, lê-se a respeito d’este arcebispo
da intimação que para esse fim lhe faz o e do seu antecessor:
inimigo e capitula com cor^ições hon­
<c 1770— No dia 7 de Janeiro de 1760
1r; ; rosas, sahindo toda a guarnição com as
recebeo o Rvm. Cibido a carta Regia de
suas armas, de mechas acesas, levando 4 de Novembro de 1759, por mão do Dezera-
as imagens e alfaias da egreja e todos os
IJ barg idor Ouvidor Geral do, Civel n i qual
moradores que quizessem deixar a ilha.
participava S. Mag. estar aceita a demissão
Essa victoria foi festejada pelos hol­ do Exin. Sr. D. Jozé Botelho de Mattos
landezes com as maiores dembnsti ações Arcebispo da Bahia, e logo se deo a Sé
"P
l î iI
de regosijo.
por Vaga, retirando-se o dito Prelado
Entretanto, Mathias de Albuquerque, para o Sitio da Penha como já fica dito. »
que já estava a très léguas em caminho
Isto confirma o que dissemos a propo-
para soccorrer a ilha, teve de voltar para
sito da data da resignação que fizera este
0 Real, maguado pela perda soffrida. prelado do seu cargo (Vide a ephem. de
Para contrabalançar as vantagens que 22 de novembro de 1767).
1
I -i" d’ahi proviriam aos invasores, tratou de
pôr alguma gente na villa de Iguaraçú,
Giianto ao 9° arcebispo, dá-nos aquelle
i® para onde destacou os capitães D. Fer­
manuscripto as indicaçõe.s seguintes,
,ib i muito m lis explicitas do queasdosauc-
nando do la Riba Aguero e Antonio de tores que temos á vistu:

« Em 29 de Julho de 1762 em virtude
da Ordem, e Insinuação de S. Mag. de
20 de Abi’il de 1761 a qual foi entregue
ao Revmo. Cabido pelo Exmo., e Revmo.
Sr. Bispo de Angola D. Fr. Manoel de
S. Ignez. eleito Arcebispo da Bahia na
manhã do dia jmmediato ao da su i che­
gada, e no Convento dos Religiozos Car-
melit is Descalços, por rezolução Ca-
liitular, lhe entregarão dous Conegos o
Governo, e communicarão as Graças,
para começar a governar, como Vigário
Capitular, erríquanto se não expedisse as
Letras Apostolic IS.
« No 1° de Dezembro de 1770 o mesmo
Prelado tomou posse na Sé deste Arce
Bisp ido em vigor das ditas letras por
seo Procurador o Rdo. Doutor Vigário
Geral Gonçalo de Souza Falcão, e Faleceo
aos 22 de Junho de 1771, e foi sepultado
na Igreja de S. Thereza.
a Por falecimento do Marquez de L i-
vradio o velho, governou este Sr. (o ar­
cebispo) junto com o Chanceller Jozé de
Carvalho, e Andrade, e o Coronel Al vim
4 annos, 4 [Vide julho 6 de í 7 60)-
a Depois da retirada do conde de
Azambuja para o Rio de Janeiro. Go­
vernou só por ordem regia até á che­
gada do Marquez de Lavradio moço 5
mezes e 19 dias. »
1808 — Decreto permittindo que, para
augmento da agricultura e povoamento
do Brazil, e egualmente para segurança
da propriedade pessoal, continuem os go­
vernadores e capitães genèraes das ca­
pitanias a dar sesmarias, devendo os ses-
meiros pedir depois confirmação d’ellas á
Mezi do Desembargo do l’aço.
Na côrtc e provinda do Rio de Ja­
neiro as sesmarias eram concedidas pela
mesma Mez i e as cartas de concessão
confirmadas com a régia assig atura.
1810—Aviso do principe regente, de­
pois rei D. João VI, auctorisando o go­
vernador da capitania de á. Paulo a
fundar o Recolhimento de meninas solli-
citado pelas beneméritas instituidoras D,<
Manuela de Santa Clara e D. Rita do
Sacramento.
Sob 0 titulo Recolhimento de Santa
Clara (em Sorocaba) dá todavia Azevedo
Marques a data de 22 de julho para este
aviso (Vide Apor^tamentos históricos,
etc., da provincia de S. Paulo).
lg74_Visitava o imperador a Biblio­
theca Publica da Corte, quando recebe
os primeiros telegrammas passados de
Pernambuco pelo telegrapho transatlân­
tico, que assim, nesse momento, se inau­
gurava.
Data pois d’este dia a commnnicação
inst intanea do Brazil com a Europa.
Esses telegrammas conservam-se na
secção de manuscriptos da Bibliotheca,
para esse fim cedidos porS. M. a pedido
do digno bibliotiiecario actual o sr. dr.
Benjamim Franklin Ramiz Galvão.
Para a Europa o primeiro telegramma
expedido na mesma oceasião a D. Luiz I
er I assim concebido;
FALMOUTH. GIBRALTAR & MALTA
TELEGRAPH COMPANY, LIMITED
Vinte e dous de junho de mil oitocentos
e setenta e quatro
A sua. magesta le o rei def^ortugal.—
Temos a honra lie participar a vossa
magestade que se completou hoje a ul­
tima secção de uma serie de cabos sub­
marinos ligando o reino de vossa mages*
tade com as ilhas da Madeira, S. Vicente
e 0 império do Brazil.—(Assignado), Ro­
bert C. Harpil. capitão commandante ..:D ^ ‘i
t *ii
da expedição. J. C. Laios, engenheiro
em chefe. V ,j \
1880—Eallece na Bahia D. Rita Joa-
■iiihi :
quina do Bom Jesus Silveira, irmã i.o fl­
uido arcebispo cunde de S. Salvador,
venéranda smhora, cujo nome a grati­
I'
ilc,
dão nos impõe o dever de não deixar
passar se ,i commemoração.
1 If 1
J U N H O — 23
1646- Chega ao Recife, por dous pe­
quenos barcos, Isabel e Falcão, proce-
' if if
 § 408 EPHEMERIDES NACIONAES

dentes de Hollanda, a noticia d í se estar

'li ■■^ alli pi eparando um gi-ande soccorro para

pela população holiandeza com extrema

agarra'-a se á praia para contemplar os
portadores da sua vida e salvaç.io e não
os seus do Brazil. Esta noticia é recebida
po tnd >ciar gritos, chorava cie prazer.
Consideraram os sitiados de tal impor­
alegria, que se traduz por illuminaçoes tância este acontecimento que, para
feitas á noite em toda n cidade. lhe perpetuarem a memória, mandaram
Cercados como se achavam pelos nos­ cunhar duas medalhas de ouro, que
sos, começ iram a escasse.ir-lhes os re­deram uma a cada capitão, nas quaes se
cursos e estavam reduzidos á extrema lia a inscripção em hollandez: Door de
penúria. Valk en Elisahet is het Recif outzet.
Para remediar este estado de cousas O Falcão e o Isabel salvaram o Recife,
tinham os sitiados dado uma busca ge­ No acampamento dos nossos as fo­
ral e posto qu intas provisões encontra­ gueiras com que festejavam a vespera
ram e as que iam adquirindo em um de S. João, patrono do chefe ostensivo
acervo com mum, de onde se repartia cadada guerra, correspondiam á illuminação
»emana uma libra de pão, com egual- da cidade, nuncia de que a luta teria
dade, entre soldados e moridores. Cne- ainda de se prolongar por muito tempo,
gou-se mesmo a supprirair a estes a mi­ por mais tempo do que se poderia na
serável ração, para se poder dar dobrada oceasião suppor.
á guarnição que. acossada jíela fome, 1662—D. Affonso VI, tendo então de
começava a inclinar-se a propostas de edade 19 annos, recebe as redeas do
rendição. Levados pel i fome, consumi­ governo do reino das mãos de sua mãe
■ f ' ■'
ram quanto gato, cão, l'ato e cavallo a rainha viuva. I). Luiza de Gusmão,
havia na cidade. Mais que os senhores, regente durante seis annos.
soffreram osescrivos, que chegaram a A 2.3 de novembro de 1667 é recluso
tal extremo de falta de alimentação que num quarto do seu pr.iprio palacio»
pareciam esqueletos ambulantes o des­ avocando a si a regencia do reino seu
enterravam os ossos dos Cíivallos para irmão o infante D. Pedro, que é jurado
os roerem: muitos d’elles morreram de p incipe regente e herdeiro da coroa,
inanição. Para estes a' flcção de Dante,em cOrtes, a 27 de janeiro do anno
a fome de Ugolino, não seria uma ficção.seguinte.
Subiu a tal ponto o seu desespero A 12 de setembro de 16S3 expirava
que se resolveu em conselho tentar uma nos paços de Cintra o infeliz D. Affonso,
sortida e ou romper o cerco ou perecer na
assumindo deflnitivamente seu irmão
einpreza. Deviam ir na frente os solda­ D. Pedro o titulo de rei.
dos; a» mulheres, ascreançaseoslnvalidos 1718—Toma pos.<e do governo da ca­
no centro ; os membros do governo e os pitania de Pernambuco Manuel de Souza
mor.idores na rectagu uala. Esta asserção
Tavares, que f lleceu, .sem completar o
é authenticada pelo historiador Xieuhoíí.seu tempo, a 11 de janeiro de 1721,
que então eslava aqui e vivia na inti­ subsfituindo-o interinamente o mestre
midade dos oepositarios do poder hol- de campo (coronel) D. PY.incisco de
landez. „
Souz.1 até 11 de janeiro do anuo seguinte,
r '»! . bião havia emflm sinão ração para em que chegou o seu successor D. Ma­
dous dias, quando chegaram os dous na­ nuel Rolim de Moura.
'i vios, a que nos referimos em começb, com B’oi Manuel de Souza Tavares o 22* go-
» boa nova de um proximo e consi !ei'a- vern idor d’essa capitania.
vel soccorro. A população, que no dizer O visconde de Porto Seguro dá a sua
de Nieulioff, mal se podia, ter em pé, q^osse como succedida a 23 de julho na

J'
 EPHEMEKIDES NACIONAES
suii Historia Geral do Brasil. Abreu e
Lim I dá a que apresentamos.
181ü— LourenQO Caleppi, arcebispo de
Nisibi, núncio apostolico no Rio de
Janeiro, fora nomeado cardeal presbytero
por Pio VII. no palacio Quirinal, a 8 de
março de 1816 (Corrija-se. pois, o que a
esse respeite dizemos na etJie n. de 8 de
setembro de 1 8 0 8 ) . Impõe-lhe D. Jo lO VI,
III com toda a pompa do cerimonial catiio-
lico. 0 barrete cardinalicio no domingo
23 de junho, isto é , na presente data.
0 marquez Dr Francisco Nunes Sanches
■ 1 ‘ Pores Vergueiro (de origem poriugnez',
guarda nobre de Sua Santidade, fôra o
UI
•it' encarregado de trazer o barrete ao novo
■1/ cardeal e chegára ao Rio de Janeiro a 16
de junho.
E’ 0 primeiro acto d’esta natureza
iy\ praticado na Ameiica ; Vide as Memórias
0 do cnnego Luiz Gonçalves dos Santos,
nt tomo 11 .
J. 1817—Decreto nomeando o conde dos
Arcos, governador que fora da Bahia,
ministro dos negocios da marinha e
..I ultramar.
I Por decreto de 6 d ' outubro do mesmo
anno concedeu-se licença aos negociantes
l^edro Rodrigues Bandeira, Josd Ignacio
Accioli, .Antonio da Silva Paranhos e
Francisco Martins da Costa, como pro
curadores ad hoc dos habitantes da
Bahia, para, como tinham requerido,
instituirem um vinculo de cem contos
de reis em acções do banco d’aquella
ill cidade, em beneficio do dito conde e seus
-Mi descendentes, em lembrança da sua acer­
i); tada administraç. ,o como seu govei’-
nador.
Não nos oceorre que a no.ssa historia
registre outro egual facto.
■ 1 1821 — João Carlos Augusto de Oyen-
■n hausen Grevenburg, depois marquez de
'I Arucaty, ultimo capitão general e g o­
'1- vernador da capitania de S. Paulo \ó
i'i eleito pelo povo e tropi presidente do
'■TI governo provisorio d’aquella então pro­
'í' vinda e José Bonifacio vice-presidente.
409
Azevedo .Marques refere in extenso na
sua cita !a obra co.no se passou este acto
e transcreve a Exposição do estado da
opinião publica em S. Paulo antes da
installação do mencionad'õ governo e a
narração dos acontecimentos do d ia ‘23de
junho, escripta no dia seguinte por uma
testemunha ocular fidedigna.
O conselheiro José Bonifacio foi eleito
por acclamação.
Foram na mesma oceasião e succes-
sivamente eleitos os deputados do in­
terior e fazenda (o coronel .Martim Fran­
cisco Rilieii’o de *>ndradu), da guerra,
d l marinha, do écclosiastico, do com-
merciO, das armas, da agricultura, da
jnstrucção publica; depois do que se la­
vrou I a camara o respectivo acto de
vereança.
ISqg— Fallece no Rio de Janeiro, e
é no dia seguinte sepultado em uma
das catacumb is da egreja de S. Fran­
cisco de iaulv (Vide Brasil Jlistorico,
tomo II, pag. 202), o conselheiro José
Ricardo da Costa Aguiar de Andrada,
cavalleiro prof sm da ordem d oS m to
Sepu cliro, nascido a lõ de outubro de
1787 (Vide essa ata).
Os seus restos mortaes estão contidos
em uma urn.i de marmtire branco, de­
positada na capella do Jerusalem, no
Rio de Janeiro, de onde extrahimos as
datas do seu nascimento e obito.
1864 — Fallece na capital do Mar mhão ií' !
0 senador por aque la província conse­
lheiro Joaquim Vieira da Silva •' Souza,
escolhido a 27 de sete -.bro de 1859. tendo
tom.ido ssento no senado a 19 de maio
de 1860.
Nascera em janeiro de ROO no Mara­
nhão, tendo recebhlo as aguas do bap­
tismo no dia 12 na íreguczi i do Rosario.
Estudou direito civil na universidade
de Coimbra e ali recebeu o grau de ba­
charel em 21 de junho de 1822.
Era conselheiro honorário ministro
do Supremo Tribunal de Justiça, caval-
ieiro fidalgo, comm-ndador da ordem
 410 EPHEMERIDES NACIONAES

de Christo e membro ad honorem da ani'0 antes quando voltava ferido, co­

Imperial Academia de Medicina.
berto dos louros conquistados nos cam­
sen flllio 0 sr. senador Luiz Antonio pos de batalha no Paraguaj'.
"Vieira da Silva, nascido a 2 de outubro O marechal Argollo nascera na Bahia
de 1828.
a 8 de agosto de 1821 e flzera parte do
O dr. Jo iqinm Gomes de Souza, o ge­ exei’cito desde 2 de dezembro de 1837.
n ii da mathematica no Brasil, era seu
Prestara durante 33 annos assignalados
sobrinho,
sei viros ao paiz, pelejando nas revoltas
— Trasladação das expostas da Santa da B ih a, do Maranhão, do Pará, do
Casa de iMistricordia da cidade de Campos Pernambuco.
para o Asylo de N. Snr*. da Lapa, na
1874 —Fallccenac dadeda Bahia, pelas
mesma cidade.
11 horas da noite, D. Manuel Joaquim
’1 1865— Lança se ao mar, no estaleiro do da Silveira, seu 18° arcebispo e conde
Arsenal de Marinhado Rio de Janeiro, o de S. Salvador.
vapor de guerra couraçado Tamandaré,
Nascido na cida le do Rio de Janeiro,
piimeirod esse geaero construido no Bra­ na freguezia de Santa Rita. a 11 de abril
zil.
de 1807, de paes virtuosos e de honesta
1866- FaIIece em Pisa, na Italia, omediania, principiou no seminário de
barao de Quarahim. Pedro Rodrigues S. José, de que teria de scr mais tarde
Fernandes Chaves, senador pelaprovin-
reitor, o seu curso de humanidades e
cia do Rio Grande do Sul, escolhido a
nelle fez o drs estudos theologiccs. Or­
19 de abril de 1853 e que a l l de maio
denado presbytero a 2 de maio de 1830
do mesmo anno tomára assento no se­
nado. pelo bispo D. Jo^é Caetano da Silva Cou-
tinho, foi nomeado a 13 de novembro de
Os seus restos moi-taes foram recebidos 1837 lente de theologia moral e dogmá­
Itl!: ' no cemiterio de S. Francisco de Paula,
na corte, a 30 de outubro do mesmo anno
tica do referido seminário, cadeir i que
regeu até 31 de dezembro de 1851, fendo
de 1866, e alli jazem.
sido nomeado a 28 de julho do mesmo
1 18o9—Entra para o senado o sr. con­
í ' ■
an' 0 examinador synodal do bispado.
'd ' selheiro José Bento da Cunha e Figuei
Tinha já sido encarregado da melindrosa
i'' •it redo, representante da provincil de e importante direcção d’esse mesmo se­
Penmmbuco. escolhi.Io a 25 de m.iio.
li-' minário, onde se iitstruii'a nas lettras
18/0—Fallece n.i cidade da Baliia o sagr.idas e pr >fanas, onde en.sinara como
j * !
V' marechal de exei ci-o Alex mdre Gomes
'' ■ 't
mestre e onde teve a felicidade de o
1 ■
de Arg dlo Ferrão, hino- do barão da
contar por amigo, mais do que como su­
* Cajahyba (de egnal nome).
•i'L
perior, 0 humilde escriptor d’estas pagi­
Os sérios ferimentos que recebera em nas, que folga em render nellas um prei-
1^' . 1

dezembro do anno anterior no combate

to de veneração e saudade á sua memó­
deltororó aggr ivaram-sa com uma febre
ria. Soba sua zelosa e severa adminis­
superveniente depois do falle iment.o‘ de tração duplicou-se a renda do seminário,
seu pae. succedido i a mesma cid ,de a
reparou-se todo o edifício e construiu-se
10 de maio do referido anno de 1870.e tudo
um novo dormitorio, prolongando-se a
isso concorreu p a n o levar ao tumulo.
edifícação para o lado do morro do Gas­
O seu cadaver, depositado aa egivja dá
\0 ^ tello. pois nessa ej/oca aque le pio esta­
Piedade, foi no dia 25 rrasladado para o
belecimento. de que hoje nem mais se
seu jazigo no Campo Santo pelo povo
falia, gozava dos créditos de primeiro da
qr.e quiz prestar-lhe na morte a mesm 1
corte para a educação e instrucção da

álí homenagem com que o recebêra um

mocidade e regorgitava de educandos,
 EPHEMERIDES NACIONAES

provinclos de todas as províncias do Im­ seis vezes durante os nove annos do seu
pério, tornando-se pequeno para os aga- governo algumas localidades da diocese,
galhar a todos. ^“omprehendido 'O Piauhy, e nella pro­
Manuel Joaquim da Silveira já era moveu, especialmente na capital do bis"
conego, por nomeação Arm da a 2 de .lado, muitos melhoramentos materiaese
dezembro de 1839 pelo regente Pedro de moraes, estabelecendo em magnifico pé
Araujo Lima, depois marquez de Olind i, 0 seminário d’aquella cidade, ampliando-
qu indo.em 1813. foi escolliido para acom­ lhe as proporções, dot .ndo-o de novos
panhar. como eapellão da futura S'" im ­ cadeiias, cdificando em .'^umma os povos
peratriz do Brazil, a divisão naval que com 0 seu exemplo e felicitando-os com
a ia buscar a Napoles e que regressou 0 seu benefico influxo.
ao porto do Rio de Janeiro a 3 de no­ Ao fallecer o sabio primaz do Brazil,
vembro do mesmo anno. Na Minerva D. Romualdo, foi D. Manuel Joaquim da
Brasiliense publicou o conego Silveira Silveira, por eleição imperial de 5 de ja­
asimpressoe^ que Ihe deixára essa viagem neiro de 1861, trasladado para a séde .ir-
liistorica, que elle aproveitara p ira ver chiepiscopal, assim vaga, sendo preconi-
0 que havia digno de ver-se na patria gado em Roma, no consisto io celebrado
de Virgilio, cujos melhores versos quem aos 19 de março do n esmo anno: as
tiaça estas linhas o ouvio muitas vezes bullas de sua confirmação tôm a data de
repetir de mem 'ria. Em Roma teve elle 23 d’aquelle mez. Chegando á Bahia
occasião de se entreter com o cardeal a 27 de juniio, recebeu o pallio das mãos
Lambruschini, secretario d’ Estado de do actual diocesano do Pará, o sr. D. An­
Gregorio XVI. que occupava então a ca­ tonio de Mace.lo Costa, acs 29 do mesmo
deira de S. Pedro, e com o famoso car- mez, e tomou posse do seu novo cargo no
de 1 Mezzofiinti, que fallava oincoenta dia 1' de julho d >referido anno de 1861,
linguas e dialectos: ambos, assim como por seu procurador o deão Miguel An­
0 papa, tratararn-n’o com as maiores de­ tonio Ferreira.
monstrações de consideração e affecto. Em 1861 foi nomeado vice-capellão-
Voltou então ao seu arduo mister de mór. para que pudesse funccionar como
reitor do seminário e professor de thec- ministro no casamento das prineezas
logia. D, Izabel e D. Leopoldina, a 15 de ou-
Era monsenhor da imperial capelli nbro e a 15 de dezembro i ’esse anno,
quando, por fallecimento do I R bispo do p ira o que foi chamado á côrte.
Maranhão, 1). frei Carlos de S. José e O arcebispo conde de S. Salvador, si
Sou/.a, foi pelo actual imj erador. que o não egualou ao seu antecessor em sabe­
tinha em muita veneração, escolhido doria, não desmereceu d'elle e não lhe foi
para aquelle elevado posto na egreja gomenos em virtudes christãs. Havia so­
brazileira. Tem a data de 15 de maio de bretudo em D, Manuel Joaquim da Sil­
1851 0 decreto da sua nomeação, confir­ veira um espirito de rectidão a toda a
mada por bulla de 5 de seteml.ro do mes­ prova e o mais fino bom-senso.
mo anno do S. P. Pio IX. Em 23 de Fallccen aos 67 annos, dous mezes e
janeiro de 1352 foi sagrado na capella doze dias de edade, na data cuin que co­
imperial da côrte pelo conde de Irajá meçámos este "apido esboço da sua vida
bispo diocesano. Tomou posse do seu (.3 escasso tributo de veneração ás suas
bispado, por procurador, em 30 d’e se mez cinzas.
e anno e fez a sua entrada pontificai na
cidade de S. Luiz a 10 de abril ^sabbado
de alleluia) do dito anno de 1852. Visitou
 412 EPHEMERIDES NACIONAES

denando que continue no governo do conseguiu, por caminhos occultos, che<

Rio de Janeiro, Martim de Sá, que pela ao acampamento de Vieira, que <
segunda vez governava a capitania. ainda no engenho de Belchior Rodrign
Tomára então posse do cargo a 11 de Covas.
julho de 1623 e terminara o seu tempo 1663—0 conde de Óbidos, D. Vasco
très innos depois. Mascarenhas, 2* vice-rei do estado
Neste tercsii’0 governo veio a fallecer Brazil, recebe do famoso general Fra
(V de a ephemerid'; d agosto 10 de 1635), cisco Barreto de Menezes as redeas .
tendo desenvolvido grinde actividade o governo da Bahia, em cuja serie é o 24
mostrad ) pratica dos negocios politicos Governou a capitania e o estado p
e militares consoantes á sua epoca. quatro annos menos onze dias, até 13,
1645—Parte do Recife durante a noite junho de 1651, em que o rende Alexand.
o coronel hollandez Henrique Hous á de Souza Freire.
frente de umi partida de tropas regu­ No dia 1° de outubro do anno da si
lares e dirige-se para Ip'ojuca. com o flm posse dera o conde de Óbidos regimeiv
de suílbcar a rebellião, que contra o geral aos capitfes-móres dos district-
dominio hollandez se havia alli decla sujeitos á capitania de S. Vicente.
r ido no dia 19 ( Vide ess i data). Caminha 1677—Tendo-se espalhado a noticia c
com tanta cautella que chega sem ser que os padres da companhia de Jesi
presentido á matta do engenho Tab >- tinham provocado a expedição de urr
tinga, meia légua distante de Ipo- ordem do Rio de Janeiro para se ex.
juca, onde já estava de emboscada cutar a alforria do gentio do Brazr
o capitão Domingos Fagundes com o capitão-mór Braz Rodrigues de Arzã»
vinte praças da sua companhia. Este seguido do povo da villa de S. Pauh
I I só tarde se apercebeu da approxima- e contendo o, dirige-sc ao collegio d’a
ção do inimigo; sahiu então ao seu quelles padres e participa-lhes que
encontro : mas. depois de pequena esca­ povo que 0 seguia vinha de an mo feit
ramuça, retira-se para o acampamento para expulsal-os da capitania, a ser ve
do seu commandante Amador de Araujo. ridico 0 que se dizia. Tendo o reitor d
O coronel hollandez, vendo-se desco­ collegio e mais padres alli residente
1 berto, tratou de marchar apressada­ declarado que elles « em nenhum temp
mente para Ipojuca, esperando surpre- fa laram nem trataram da liberdade d-
hender a nossa g 'u tc. Antes de partir dito gentio e que. si em algum tempo
manda matar o capellão do engenho, fizessem, se sujeitavam ao que quizess
porque este tocára o sino da c pella para o povo, sem mais poder a le g a r», rell
a missa, o que o hollandez tomára por ra-se a multidão em paz.
toque de alarma. Em Ipojuca achou a 1739—D. frei Luiz de Santa Therez^
povo ção deserta. Sabendo porem que 7* bispo de Pernambuco, toma posse d<
Araujo marciiava a unir-se a João Fer­ governo da sua diocese ( segundo Var-
nandes \ ieira com a g c te que pudera niiagen ), tendo a ella chegado no dia *
ai 1anj ii, parte a tomar-lhe a passagem, Vide a ephemeride de 17 de novembrc
e tão depressa andou que poude alcan- de 1757).
çal-o no engenho P>-nderamq, onde o Não parece crivei que chegando a 4 de
bateu e venceu, nao só pela superioridade junho só assumiste o exercicio do cargc
numérica como pela das armas. a 2 9 de julho, como quer o auctor dc
Amador de Araujo e parte da sua R o t e ir o d o s B i s p a d o s . Abreu e Lima
gente não teve outro recurso sinão o da diz que chegara a 2 4 de junho q lo^o
fuga; entranhou-se pela matta, d’onde tomára posse do governo do bispado.

hir Í!' -
 EPHEMERIDES NACIONAES
8^2—Tinham-se levantado na Bahia
atestaçOe.s e rixas por causa da nò-
l ação do brigadeiro Ignacio Luiz Ma-
(■ra de \Jello para commandante das
; nas da provincia (Vide a ephem. de
; de fevereiro). Na presente data co­
rça na então villa da Cachoeira a reac-
<0 contra o triumpho pouco duradouro
parcialidade portugueza, e a25 ë ac-
•.mado regente do Br izil o principe
Pedro, que o foi successivamente era
Ias as villas e povoações do littoral e
; erior da provincia. A 21 de setembro
ganisou-se um governo provisorio, que
; compoz de deputados das diversas
Ias d l provincia e teve por presidente
capitão-mdr Francisco Elesbão Pires
CarvalhoynPoi esta especie de con-
: bo que deu impulso á revolução, reu-
ido tropas e provendo á sua subsis-
icia (Vido a ephemeride de 25).
1826— loma ssento no senado como
présentante da provincia d i Parah}'ba
visconde, depois marquez de Queluz,
nselheiro de estado João Severiano
iciel da Costa, escolhido a 22 de ja-
iro de 1826 (Vide 19 de novembro de
33).
1839 — Fallece em S. Joãod'Rl-Rei Bap-
;ta Cietano de Almeida, nascido em
.mandocaya, hoje cidade de Jaguary.
T Minas Geraes, a 3 de maio de 1797.
Foi sepultado no cemiterio de N. Se-
lora do Carmo da cidade em que mor-
u, em uma catacumba comprada por
na filha sua pelo praso de cem annos,
le tefiuinará em 1947.
Deputado á Assemblëa Geral pela sua
ovincia, quando voltava de represen-
r a nai.ão na capital do Império, era
im 0 sentimento do mais justificado
'gulho que ia na capital da provincia
!cupar 0 seu logar na respectiva as-
^mbléa.
E’ que nesses tempos, que entretanto
ão vão tão longe como a differenç.a dos
ostumes públicos parece indicar, ura
pputado geral era um representante ge-
nuino da vontade nacional c não se po­
deria, sem manifesta injustiça, applicar-
Ihes a energica e dura increpação do
conselheiro Zacharias : uma confraria
de pedintes 1
Quando a duas vezes deputado mineiro
voltava á provincia, iam esperal-o em
caminho os seus committentes, e tinha
em galardão do leal desempenho dos seus
deveres a alegria publica, o applausoí dos
seus concidadãos, sobredourando-lhe a
tranquiliidade da consciência,
B iptista Caetano de Almeida ffira um
dos instituidores da Misericórdia e o cre-
ador da bella Bibliotheca publica deS. João
d’El-Rei. Em ambas existe o seu re­
trato.
De apontamentos qile nos foram obse­
quiosamente fornecidos de boa fonte
colhemos sobre este excellente cidadão
0 seguinte :
Filho legitimo e primogênito do capi­
tão Manuel Furquim de Almeida, da
aiitiga familia dos Furquins de S. Paulo,
e de D. .^nna Bernardina de Mello, de
uma familia de Ouro Preto; teve mais
dez irmãos, além dos que morreram em
baixa edade.
Começou a sua vida como negoci mte
em S. João d’El rei, na casa de seu tio
paterno, o capitão Pedro de Alcantara
e Almeida, para cuja companhia fora
aos 13 para 14 annos de edade. M ds
tarde formou com um de seus primos,
Francisco de Paula de Almeida Maga­
lhães, uma sociedade meicantil, que
perdurou até 1828 e cujo principal movei
era salvar a antiga casa d’aquelle seu
tio e seus primos. Na gerencia d’essa
casa, que tinha relações coinmerciaes
com as provindas de Goyaz e Matto-
Grosso. além da de Minas quasi toda,
porque S. João d’El rei era a esse tempo
um grande emporio commercial, soube
Baptista Caetano, pela sua probid ide,
benevolencia, genio serviçal e caridoso,
maneiras affaveis e poUdas, angariar a
 414
'i«, ! EPHEMERIDES NACIONAES
Ô '.’I,
, U':- íj- estima geral e amigos dedicados, cujas se sentia e quanto a imprensa fióde au:
f Ijl ' rela(.'ões cultivou até á morte.
liar 0 desenvolvimento das boas i iéa?
Não poude seguir estudos regulares, allumiar o espiiúto publico, compra
porque em .s, João d’El-rei apenas havia em 1827, um prelo, montou uma typ ■f
então uma aula de grammatica latina graphia naqu?lla cidade e com e'
' : W' ^ lO
e nada mais ! Entretanto, pelo seu talento fundou e manteve por muitos annos
natural e avidez de conhecimentos, não
periodico—Astro de Minas, que tan
m : só aprendeu a lingua franceza, cou o setviu á causa liberal. Nessa typ
adquiriu pel i leitura e seu prot)rio es­ graphia publicou elle em folheto a cel
Ht. ' ' forço uma gr mde somma de conheci
bre Carta aos eleitores mineiros t
■ ft;' : mentos práticos das cousas e dos pú­
'! t|í. velho Vasconcellos, que era então se
blicos negocio.s, que ò erguer.im acima
amigo e correligionário. Pelo mesir.
da maior parte dos seus conterrâneos.
tempo fundou a Bibliotheca Publica,
Por fallecimento de seu pae, em 181S,
'.■J^^ , ‘; que nos referímos, á sua custa e'c
Baptisti Caetano, apezar de muito moço
t ■'ii r '[ amigos d alli e do Rio de Janeiro
e pimcipiante e de l'esidir longe da
inauguradi na presidência do juiz ('
Mv:- H:' . familia, começou a alliviar sua mãe do
fóra dentào, Aureliano de Souza e 01
grande peso dos fllíios, auxiliando-a em
veira Coutinho qus morreu senador
tudo e chamando a si dous dos irmãos,
ll^ il ' :: ''dp visconde de Sf*petiba, só por si a su-
aos quaes educou; casou e dotou très
M k , ■4 : irmãs, encarregando-se mais tarde da
educ tção co npleta dos trcs irmãos mais
teniou com fornecimentos de nove
livros e o ordenado de um biblioth,
L« cario e um continuo, até 1838. Por doem
tja l 'iAl'i f' moços, os srs. dr-. Francisco de Assis,
e cançado, entregou-a nesse anno ao gc
l é- ' l ! ■Caetano Furquim (de quem já aqui sè
verno firovincid. Em 1845 o president
P tratou ) e José Caetano de Almeida, for­
IS da provincia dr. Quintiliano José d
mados todos em sciencias sociaes e
Silva mandou collocar nella o seu re
jurídicas na faculdade de S. Paulo; d’elles trato, como em começo também j
cuidou com extremos de pae. A muitos referimos.
parentes pobres cisou, auxiliou sempre
Tomava tanto a peito o benemeriti
'' 4 a muitos outros, e a estranhos k estran­
cidadão a instrucção da terra natal, qut:
i geiros : havia nelle, no mais elevado
contractára em 1829- o antigo professor
IP ' f - - grau, a virtude da caridade e ptiilan-
trppia. de Historia e Antiguidades em Coimbra,
¥ ' ' - ■î,
Iv o emigrado portuguez Francisco Freire
■H '-tf '"- ■' . Pela justa influencia de que gosava e
de Carvalho, litterato de incontestável
y /■ ' sua cultura de espirito não podia deixar
merecimento, e para alli o levou, com c
i l '5 de tomar parte nos acontecimentos poli-
fim não só de leccionar a seus irmãos,
'd'; ' « ticos d l epoca. Patriota liso e puro,
II., ■ ' i como para abrir um curso publico de
Bapt:sta Caetano, acreditando na since­
bellas-lettras, o que de facto se eífectuou
Ht: ridade das cortes constituintes de Lis­
por espaç.) de tres annos e meio, de 1830
boa, acompanhou o governo provisorio
a 1833. A essa pro\ eitosa estada do sabio
da província. Logo. porém, que reco­
professor em S. João d’Bl rei se refere o
nheceu que e:ias legislavam contra o
auctor do Diccionario bibliographico
Brazil, e a patria curav i da propria
português (tomo IX ).
independencia, abraçou esta idéa gene­
Com esses tres elementos de progresso;
rosa, a que desde então se consagrou
de corpo e alma. a imprensa e o seu corolário, o periodico;
' t.’ 'r ' a biblioth'ca, e o cuiso publico—con­
Reconhecendo por experiencia pessoal tribuiu Baptista Caetano poderosamente

i 'i H'"' ‘ a falta de luzes que em S. João d’El-rei

I
para a diíusão das luzes e o desenvol“
‘ 'i

I :,•; ^ ^
' i<
ft 'fl’ '
m r}.
 EPHEMERIDES NACIONAES
viento cio gosto pela instriicçào, de
n Jo que osseus heneficos resultados não
sifizeram 'lemorar: a differença que
d le então ate' hoje se observa nos
h itantes da cidade de S. João d’El rei,
q nto á civilisação e notável cultui a
d espirito, é obra sua : fizera á prol
d povo um simples cidadão, o'que não
h'ia feito governo nenhum.
;inda não é tudo.
elo mesmo tempo sei'via Baptista
Ctuno como membro da meza admi-
n rativa da Misericórdia e os serviços
V 0'issimos que nessa qualidatie pre-
s 1 constam dos livros- da cas i e as
i linistrações posteriores os reconhe-
C'im em s us rclatorios, ornando com
0 !U retrato a g ileria dos que mais
beficiai'am o estabelecimento.
oi dadiva sua. feita á Gamara Muni-
c d, 0 terreno em que depois se edi-
flram a casa para as suas se'^soes,
auil)liotheca e a cadeia, que ora
e -tem.
)i‘a vereador pela antiga lei das
Ciaras municipaes e oomo t J ser
VI muitas vezes de ju iz pela lei, como
eiio se dizia.
a primeira eleição que em S. João
d '-rei se fez para juizes de paz, sahiu
Q. muito livre e espontaneamq^jte
e t o : a sua cultura intellectual e in-
fieza de caracter faziam em torno ilo
s( nome uma aureola de estima e res-
j) 0 e impuuliam-n’o á venèração pu-
b a. Os -eus serviços como c lefe do
p tido liberal estavam patentes e eram
p javeis.
rocedendo-se em 1829 á eleição para
d utados á Assembléa♦ Geral na legis-
O elle, levantando o chapé ■ de sol, unica
Ia ra de 18.‘->0 a F33, nao podia Baptista
Gtano deixar, de ser um dos escolhidos
■ foi om a maior espontaneidade de
vação que jamais houve no Império,
6 le, que teve então occasião de avaliar
aonsideração que merecia dos seus
cmidulãos, a quem tudo dava e nada
Pira, procurou sempre honrar o voto"
415
popular e desempe''har com zelo e patrio­
tismo o seu mandato. Foi reeleito para
a legislatura reformista de 1831 a 1837
e ainda reeleito para a de 1838 a 1841.
Nesta ultima, porém, já nãn poude servir
por doente, pois falleceu, com^ vimos,
em meiados de 1839. Na sessão de 183^
dera o seu diploma ao deputado sup-
plenfe José Alcibiades Carneiro, para
servir em seu logar, e‘ na de 1839 a
José Antonio Marinho, a quem recom-
mendou em particular o que pudesse
fazer em beneficio da Misericórdia e da
cidade de S. João d’El-rei, que elle amou
como -i nella tivesse n :scido.
Na camara dos d put.id s relacionou se
logo com os prlncípaes chefes do g ’-ande
partido liberal, Fe jó, Paula e Souza,
Vergueiro, Evaristo, Vasconcellos, José
Bento Leite Ferreira de Mello, Mello e
Souza, Costa C irvalho, Limpo de Abreu,
Odorico, Hotiorio Hermeto, Moura, que
0 estimavam e consideravam pelo seu
estreme patriotismo, fir eza de caracter,
bom senso pratico, pelos serviços que
prestára á causa liberal, pela sua mere­
cida influencia na provincia natal'.
Quasi todas essas amizades o acom­
panharam até aos umbraes do tumulo.
Para darmos uma idéa do seu senti­
mento de dignidade, transcreveremos
dos Apontamentos fidedignos que temos
á vista 0 seguinte:
« Estando no Rio de Janeiro em 1831,
por occasião fia celebre bacchanal das
garrafadas, e passando pela rua da
Quitanda, cas ello dos garrafistas, foi
insultado por estes com dicterios e chegou
a ser ameaçido por um d’elles, a quem
arma que trazia, disse com dignidade :
Veia 0 qus fa x; eu sou um represen­
tante da nação\ >3
Foi um dos 24 deputados que assigna-
ram a celebre representação ao impe­
rador, pedindo-lhe a demissão do minis­
tério e a reparação dos attentados dos
garrafislas.
 416 EPHEMERIDES NACIONAES
-% '
Depois da revolução de abril e procla­
mação do D. Pedro II, licou Baptista
sè* >r.- Caetano adstricto ao partido governa­
mental e moderado, do quai foi um firme
y.
h sustônt iculo. Tinha tal pati iotismo e
j- dedicação que quando lhe chegavam aos
íf ouvidos os distúrbios promovidos pelos
•lí'-
'iC exaltados, no Rio de Janeiro em abril
1' V
de 1832 e em Minas em 1833, apezar de
longe das scenas do tumulto, tinha exa-
ceibaçoes da moléstia pulmonar de que
estava soffrendo desde 1830.
Aão era orador ; mas trabalhou sempre
muito em com missões e nos clubs e co­
midos do partido.
Uma das grandes medidas por que
logo na 1* sessão pugnou na Assembléa
Ger.il. foi a abolição do iniquo imposto
do sal, ferro, aço, etc., que se cobrav i
á entrada da provincia de Minas, nos
chamados Portos seccos.
Tal foi 0 honesto patriota, cujo passa­
il:': mento commemoramos.
O assumpto levou-nos m is longe do
• que 0 permittem a estreiteza d’estas
paginas e o que temos feito em relação
com outros nomes que a veneranda
lição da historia recommeada á estima
da posterid ide. Est unos certo da appro.
■'p.‘ vação tacita do leitor. Não se devem
peider as oceasiões dos exemplos pro­
veitosos, e a vida d’este homem de bem
0 é de cei’to.
1842—Ataque entre as forças legaes e
as revoltosas d i provincia de S. Paulo
no termo da cidade de Areias, proximo
á fazenda do coronel João Moreira da
Silva, no logar denominado Salto. Eram
as forças leg.ies cornmandadas pelo majoi*
Pedro Paulo de Moraes Rego e as re
voltosas por Anacleto Eerreira Pinto
Ficaram vencedoras as da legalidade.
1 ^No di I 28 entra o barão-de Caxias na
ci.lade de S. P.iulo, de volta da pacid-
itfp
" îilUi V’.I'' ,
cação de Sorocaba (Vide a ephemerida
de 19).
®?;'' ir:f '
1835 — PMllece na cidade da Bahia»
onde nascôra a 31 de dezembro d& lc32,
o mallogrado poeta L:iiz Jo.se' Junque
Freire, auctor das 7/ís/u‘raçõi?. do Cia,
tro, pub içadas pel i primeira ve/, n :que
cidade nesse mesmo anno de !8õõ, poi
antes da sua morte.
Desilludido do mundo, fòra buscar st
silencio do claustro o consolo e ; aivc !
tura 0 esquecimento para,um amor n,
correspondido, contando apenas 19 ann
de edade. Professou na ordem beued:
tina da sua cidade natil aos 29 de ra ir,
de 1852, depois de um anno de noviciad
Illudira-se porém abraçando o e,stn
religioso, para o qual econheceu lo;
que não tinha a necessária vocação.
« A vida monastica. diz um sen amii,
e biographo (o sr. dr. Franklin D rif
a vida monastica recusava-lhe os len
tivos que parecèra prometter-lhe, e ne
a oração, nem as mortifie ições que »
impunha, attenuav.im o seu implacav
infortúnio. »
Depo s de très annos de permanenc;
no mosteiro, tempo que o joven inonp
aproveitou para ir acctimulaudo nove
e profundos conhecimentos em continua
vigilias, reconliecendo a improflcuidad
do seu sicrificio, impetrou e foi-lh
concedido breve de secular is ição a 3 d
novembro de 1854, não tendo elle aind.
sid^c^iniciado em ordens.
Mas a moléstia fatal, que desde c:
mais verdes annos lhe minava surda
obstinada a existencia, favorecid,i d’un
modo eílic iz pelos abalos moraes pci
que havia passado, apressar i a sua ex tJ
trema hora, tendo apenas tido teinp» T
de preparar a impressão do seu 1“ vo
lume. As inspirações do claustro; o 2*
Contradicções poéticas^ foi dado á es­
tampa depois da sua morte.
De muitas das suas outras composi­
ções, dous poemas de assumpto nacional w
O padre Roma. e Dertinca e o drama [)
Frei Ambrosia^ não se sabe o destino d
que tiveram, havendo-se salvado apenas f
um fragmento do 2°. Encontraram-se Cj
também entre 05 seus papéis capitulos ic
 EPíIBMERIDES NAGIONAES
um tiMtado de eloquência nacional e
1 com|)endio elementar de rhetO'ica.
I Ingenlio de subidos quilates, t dento
tural fecundado pela arte, viveu em
nos tão curtos quanto bastou para
ixar de si honrosa memória na pos-
"idado (Innocencio F. da bilva, Diccio-
>rio bi'iiiogmphico). »
Succumbiu a uma hypertrophia do
ração.
Junqueira Freire é uma das estrellas
mais vivo brilho da constellação poe-
m nacional. Pertence á phalange dos
1’gonautas que a fatalidade nos arre­
tou ao ]>artirem para a conquista do
.'•llocino.
ISOh — luaugura-so a escola agrícola
lião e Indus (ria em Juiz de Fora (Mi-
•s-Geraes).
1.S74 — Inauguração do Inuitu^o de
ducanãos Artífices Ú.Q^ . Paulo, creado
do presidente da província, o sr. dr.
ão Theodoro Xavier, cm virtude da
i n. 26 de 5 de julho de 1S69. Foi
jmeado seu director o sr. coronel Nuno
iiz IJellegardc.
— Inauguração solemiie do Ásylo de
João de Deus, na cidade da Bahia,
'stinado ao tratamento de alienados e
ictorisado pela lei provincial de 19 de
Iho de 18GS.
1S75 — Inauguração do Hospital de Mi-
ricordia da cidade de Pindamonhan-
aba (S. Paulo).
ji :n 110—25
1626 Frei Christovão de Lisboa, eleito
ira custodio do Maranhão, sabendo das
ecfssidades espirituaes do Ceará, para
li se deita acompanhado de alguns pa-
'es. Obrigado a*fazer a viagem por terra,
em caminho accommettido por um
indo do oitenta indios tapuyas, dos
uacs dilUcilmente se poude defender,
estroçando-os em combate formal com
'>pessoas de.guerra que levava. Todavia,
antinuaram os selvagens a encommo-
al-o com emboscadas, até que final­
417
íí'!J
mente, na presente data, poude alcança^
o presidio, onde Martim Soares Moreno,
capitão-mor do Ceará, o recebeu.
« Moreno pode-se dizer o fundador do
Coará, e será sempre a figura mais
egregia da sua historia antiga ( Resumo
chronolorjíco da Historia do Ceará
por João Brigido dos Santos, Forta­
leza, 1876). »
1631—Os hollandezes principiam a con-
strucção da fortaleza chamada hoje do
Buraco e que está situada no isthmo
que liga Olinda ao Recife. Deram-lhe os
seus fundadores o nome de Mme. Brum,
em honra da mulher do general Waer-
d?nburch que tinha aquelle nome, e a
nossa gente poz-lhe naquelle tempo o de ií| í'.
Perrerü.
Atacou os logo o capitão Luiz Bar-
balho, que commandava a trincheira ■!:^rt.
chamada Buraco de Santiago, que lhe
ficava fronteira, do outro lado do r io ;
mas não conseguiu que parasse o tra­
balho de construcção, pelo que não
tornou mais a encommodar o inimigo
na sua obra.
1035—üm proprio mandado das Ala­
goas pelo conde de Bagnuolo chega ao
acampamento de Villa Formosa ( Seri-
nhaen) com a noticia de terem alli apor­
tado duas caravellas procedentes de
Lisboa, com os capitães Paulo de Parada
0 Sebastião de Lucena, cartas do rei e
algumas munições.
1637—Parte do porto do Recife uma
frota hollandeza de 9 embarcações e 1,200
homens do desembarque, sob o com­
mando do coronel loão Koen {P ro ­
nuncie-se Kun, diz 0 visconde de Porto
Seguro em uma das notas da sua His­
toria das lutas], com o fim de se apo­
derar da fortaleza portugueza ou cas-
tello de S. Jorge da Mina, oa costa de
Guiné, de onde Mauricio de Nassau rece­
bera aviso de Nicolau van Ipern, com-
mandante da colonia hollandeza Nassau,
naquella costa, da facilidade com que
poderia fazer-se a dita conquista.
27
 EPHEMERIDES NACIONAES
A praça porém era fortíssima; collo-
cada em um poutal, entre o mar e úm
rio que se mette pela terra dentro, tinha
os fossos abertos em rocha; poderia ter
resistido yictoriosamente ao ataque. Mas
assim não succedeu. Logo que chega,
occupa Koen um cerro chamado de
Santiago, dispara alguns tiros e intima
ao governador que se renda. « O covarde,
diz o visconde de Porto Seguro, loro
ci.tato, não apresentou a menor resis­
tência, e logo capitulou ; esquecendo-se
do exemplo que lhe havia dado, no fim
do século anterior, o seu predecessor
D. Christovam de Mello, quando com só
oitenta praças havia resistido a qui­
nhentos hollandezes. »
A capitulação effectuou-se a 29 de
agosto d’este mesmo anno de 1637. tor-
naudo depois Koen para Pernambuco.
1722—Ordena o governador geral do
í I
Brazil Vasco Fernandes Cesar de Mene­
zes,' por acto da presente data, que se
pague mais Ig por negro importado,
sendo esse imposto applicado ás despezas
da conservação da feitoria que o governo
creára no porto de Ajudá, feitoria que
fôra confiada ao govern idor geral do
H í :r ÍV '-I
•' t i Brazil, afim de facilitar o trafico.
i''* : Por terem relação com o mesmo
assumjDto e poderem servii* á historia da
escravidão no Brazil, consulte o leitor
as leis coloniaes, que não tivemos occa-
‘ ' ní A. ,V^ sião de mencionar nas respectivas datas,
publicadas na Gazeta da Tarde (Rio de
Janeiro) de 7 de abril de 1881, menos as
do mez de março, que já demos ( Vide
março 3 de 1741, março 17 de 1693,
março 20 de 1688 e ma>ço 23 de 1680,'
ADDENDA todas ellas).
, 1723—Nasce na Bahia D. Thomaz da
Encarnação da Costa e Lima, 10° bispo
de Pernambuco.
Este ill listre prelado, cujo nome secular
era Antonio da Costa Lima, tomára na
universidade de Coimbra o grau de
mestre em artes, tendo frequentado as
Em 1747 recebera a murça de conego
1’egrante de S. Agostinho em Coimbra,
onde se doutorou depois em theologia,
•Até outubro de 1773, em que foi esco­
lhido bispo de Olinda, exercêra o cargo
de prefeito dos estudos no collegio de
humanidades do convento de Mafra.
A 29 de maio do anno de 1774 recebeu
a sagração das mãos do cardeal da Cunha,
arcebispo de Evora, e partiu para o seu
bispado, onde aportou a 30 de agosto.
Para completarmos o esboço que ora
fazemos da vida d’este piedoso e douto
prelado, referiremos o seguinte facto
característico dos seus sentimentos :
Na secca extraordinária que flagellou
a capitania de Pernambuco em 1782 e
particularmente a sua capital, o bispo,
que era eminentemente caridoso e es-
moler, soccorreu o melhor que poude o
povo na sua aíflcção. M lis cresceu nessa
emergencia a veneração que o seu reba­
nho lhe votava, quando em uma pro­
cissão que se fez jjara pedir chuva»
andando o prelado descalço pelas ruas
da cidade do Recife, prégando quatro
vezes ness i mesma noite—« acodio com
chuvas a Misericórdia Divina { conclue
0 pio auctor do Roteiro dos Bispados) ».
Foi D. Thomaz da Encarnação quem
poz a primeii'a pedra para a egreja de
S. Pedro no Recife.
Entre outras, escreveu em latim a in­
comparável e estimada obra Historia da
Egreja Lusitana, que corre impressa
em Coimbra no anno de 1759, em 4
tomos.
D. Thomaz da Encarnação regeu com
muita circumspecção e brandura a sua
diocese, até que falleceu em Olinda a 14
de janeiro de 1784, com pe.to de dez
annos de episcopado.
Jaz na capella do Santíssimo Sacra­
mento da cathedral de Olinda.
1822—A villa, hoje cidade, da Ca­
choeira, na província da Bahia, insur­
ge-se contra o governo de Portugal e
 EPHEMERIDES NACIONAES
D. Pedro de Alcantara, depois primeii’O
imperador (Vide a ephem. de 24).
— Carta régia extinguindo o governo
provisorio de S. Paulo e creando outro
composto de tres membros, o bispo
diocesano D. Matheus de Abreu Pereira,
o ouvidoi' geral da capitania José Corrêa
Pacheco e Silva e o marechal de campo
Cândido Xavier de Almeida e Souza.
Esta junta tomou pos>e do governo
a 10 de setembro d’e'^se anno e serviu
até 8 de janeiro de 1823. No dia 9 assu­
miu o governo, em vez da precedente
creada pelas côrtes de Lisboa, uma
terceira junta composta do marechal
Cândido Xavier de Almeida e Souza,
presidente, do dr. José Corrêa Pacheco
e Silva, secretario, e dos deputa los
dr. Manuel Joaquim d’Ornellas, coronel
Anastacio de Freitas Trancoso, coronel
Francisco Corrêa de Moraes (que não
aceitou a nomeação), capitão-mér João
Baptista da Silva Passos e vigário João
Gonçalves Lima.
1846—Fallecc o senador pela provinda
de Minas-Geraes desembargador João
Evangelista de Faria Lobato, escolhido
na organização do senado, a 22 de janeiro
de 1826, e que tomára assento naquella
camara u 4 de maio.
Nascera em 1763 na provinda de que
fòra representante.
José Marcellino Pereira deVasconcel-
los consagra-lhe na sua Setecta brasi-
liense {pag. 81 a 82) as seguintes linhas
biographicas, que reproduzimos integral­
mente:
«Graduado em direito pela universi­
dade de Coimbra, depois de estar em
Lisboa algum tempo, voltou á sua pro­
vinda, onde se entregou ao exercido da
advocacia.
Instado pelo visconde de Barbacena
para aceit ^r o cargo de thesoureiro
geral das tropas, serviu-o com inteireza,
resignando-o por occasião de casar-se
com a filha de José Fernandes Valla-
419
dares, proprietário e negociante da villa
de Pitangui.
Achando-se Valladares enfermo, e pos­
suindo valiosissimos diamantes'que com­
prara a garimpeiros, e que aliás eram
então propriedade exclusiva da nação,
Faria Lobato exhortou seu sogro a res-
tituil-os ao fisco, 0 que se verificou en­
trando para o erário um valor impor­ 'i, ■
tante, de que foi portador para o Rio *í t ? i í
de Janeiro um filho de Valladai*es.
Por occasião de chegar ao Rio de
Janeiro em 1808 o sr. D. João VI, foi
L bato condecorado com a ordem de
Christo e despachado juiz de fóra de
Paracatú. Por muitos annos, no exer­
cício de logares da magistratura, seu
nome foi bemdito e venerado, adminis­
trando recta justiça e promovendo pater­ ií
nal sollicitude em favor do povo.
Introduziu no Serro Frio a cultura do
inhame ( planta desconhecida na provincia
0 que lhe foi fornecida por seu amigo
0 visconde de Caethé), e occorreu com
remedio aos apuros do commex’cio.
Serviu na camara do Rio das Mortes
e foi um dos primeiros desembargadores
que teve a relação de Pernambuco.
Tomou activa parte na grande obra II,;,
da nossa independencia, participando
dos segredos do fundador do Império, o
indo a S. Paulo buscar o illustre An-
drada, de quem sempre foi o primeiro
1Tk
amigo (Vide a ephemeride de 16 de ja­
neiro de 1822). Nessa quadra gloriosa
apresentou qnatro filhos em edade de
pegarem em armas e cuja educação aliás
havia sido destinada para carreira diffé­
rente.
Durante o governo da regencia íoi um
dedicado campeão, que poz peito á gran­
de luta concra a anarchia, e assignalou
muitas vezes a sua opinião e o seu voto
declarado, como senador, de que deu tes­
temunho nas actas respectivas.
Sérias apprehensões pelo futuro da
patria e cogitações melancólicas sobre a
sorte de sua numerosa familia, da qual
 420 KPÍ-IEMERIDES NACIONAES
c Í’:-
,
-1'^. t-'.■-■ '
^ -I .
foi amantissimo e que via sem ter o
conveniente arranjo, apressaram o en-
1“ ', )î j ' i' iraquecimento de euas faculdades e re­
'6 i 'f duziram seu corpo ao estado de inteira
prostração atd o momento de ir gosar
em mollior vida do galardão que pertence
aos justos.»
Foi deputado á Constituinte brazileira
pela sua provincia natal, tomando assento
a 23 de setembro, tendo-o até então
Í ri ii .substituído 0 deputado supplente padre
José de Abreu e Silva.
1874— Revolta dos muckers no Rio
Grande do Sul.
João Jorge Maurer, intitulado propheta,
entrincbeira-se com os seus sequazes no
morro do Ferrabraz, em S. Leopoldo,
e alli'armados, em numero de 1.30, mos­
tram disposição de resistirem áauctori-'
dlxde. Já tinham antes commettido hor­
f iV rorosos crimes e perpetrado o morti­
cínio da familia Oassel, cujo chefe havia
•I, ',■: abandonado a seita dos muckers, a que
pertencem os revoltosos. A 19 de julho
I
íoi atacada a casa em que se haviam
entrincheirado.
A luta travada entre a força publica e
os adeptos de Maurer, depois de bas­
tantes mortos e feridos, só terminou no
dia 2 de agosto com a morte do propheta,
tendo p recido num combate dado a 19
'ii.'' ^'1 !' de jiiloo de sessenta a oitenta d’elles ;
(Ias tropas do governo uns trinta homens
ficaram fór i de combate, dos quaes 0
mortos, entre estes o coronel Genuinode
Sampam, seu commandante.
1^:; 1''75—E’ chamado aos conselhos di
corôa como ministro da agricultura o
sr. dr. Thomaz José Coellio de Almeid i,
no gabinete nesta data organisado pelo
duque de Caxias, ministro da guerra.
Este ministério, depois de passar por
algumas inodilicações do pessoal, foi
substituído pelo de 5 de janeiro de 1878,
de que íoi organisador o sr. conselheiro
Í;' H '■ Jüão Lins Vieira C insanção de .Siniinbii
: ^ I e que inicia a situ.ção liberal que per­
dura, tendo, porém, desde 28 de março
de 18S0 á testa, da administração pu­
blica 0 de que é presidente o sr. conse­
lheiro José Antonio Saraiva.
1879—Failece no Rio de Janeiro, de
um iiccesso pernicioso, o dr. José Tito
Nabuco de Araujo, advogado, membro
do Instituto Ilistorico, filho do senador
pelo Espirito Santo José Thomaz Na­
buco de Araujo e irmão , do senador
pela Bahia d’este mesmo ultimo nome,
que 0 precedera no tumulo.
Tinha 47 annos de edade.
JUNHO—2G
1598— Jorge Corrêa faz doação aos
benedictinos de duas léguas de terra
na Ilha Grande, provincia do Rio de
Janeiro.
1G37—O capitão Sebastião do Souto,
apen:is chegado da sua segunda excursão
ao rio S. Francisco, é de novo mandado
pelo conde de Bagnuolo com quarenta
soldados e vinte índios a tentar nova
em preza.
IVesta vez percorreu vinte léguas acima
do forte Mauricio, indo ter pelo interior
das terras ao engenho de Gabriel Soares,
très léguas distante da villa da Magda­
lena, onde fez sete prisioneiros hollan-
dezes, que conduziu para o acampamento.
Um d’elles era negociante e sobrinho de
Johan Gysselingh, membro do Conselho
Político, e um outro auditor da gente
de guerra que havia na villa e forte de
S. Francisco.
1G40—Pedro da Silva, por antonomasia
0 Duro, 16' governador do estado do
Brazil, de cujo cargo tomára posse em
fins de 1G35, é agraciado com o titulo de
conde de S. Lourenço (Vide maio 25
de 1G38\
1G80—O paulista Garcia Rodrigues Paes
Leme apresenta ao administrador geral
das minas, D. Rodrigo de Castello Branco,
as amostras de esmeraldas que haviam
sido descobertas por seu pae Fernando
Dias Paes, depois de ter batalhado sete
apnos nesta empreza. segundo refere

Claudio Manuel cla Costa no Fundamento
historico ao sen pocnia Villa Rica.
Outros, e entre esses Azevedo Marques,
dão este facto como occorrido no mesmo
dia e niez, mas do anuo de 1681 : acres­
centa este auctor que da apresentação
alludida se lavrou auto, escripto por
João de Moura e assignado por D. Ro­
drigo, Mathias Cardoso de Almeida,
0 dito Garcia e o escrivão. Isto consta
do Archivo da Camara de S. Paulo (Livro
de vereanças, tit. 1681 ).
O sr. José de Yasconcellos dá também
esta ultima data.
1822—Em virtude do decreto de 16 de
fevereiro d’este anno, são na presente
data eleitos procuradores geraes pela
província de S. Paulo o tenente-general
Manuel Martins do Couto Reis e o desem­
bargador Antonio Rodrigues Velloso de
Oliveira.
1S12—Prisão do illustre magistrado
dr. Antonio Thomaz de Godoy, uma das
victimas dfj revolução mineira, üccupava
elle então o cargo de presidente da
assembléa provincial, cargo para que
fóra unanimeniente eleito. A 10 de julho
do anno seguinte abriram-se-lhe as
portas da prisão, [»or elleito da amnistia
concedida aos envolvidos nos movimentos
de Minas e S. Paulo em 1842.
0 di‘ . Antonio Thomaz de Godoy nas­
cera no então arraial do Tejuco, hoje
cidade Diamantina, a 8 de dezembro
de 1812, e lalleceu a 2 de julho de 1858,
depois de uma brilhante carreira como
magistrado, desde que. em 1834. recebera
0 grau de bacharel om sciencias sociaes
e juridicas da faculdade de S. Paulo.
« Godoy fdi membro decidido e influente
do partido liberal, desde que teve uma
opinião a manifesiar; mas se era do seu
pai'tido como homem, como juiz era de
toda sociedade ; tinha nos olhos a venda
e na dextra a balança de Astréa (José
Marcellino Pereira de Vasconcellos, Se-
lecta B ranliense). »
1853—Fallece o /^ fh ^ J oão José Vieira
/
421
?
Ramalho, senador pela província de
S. Paulo. Fúra escolhido a 19 de abril
do mesmo anno e não chegou a assen­
tar-se na sua cadeira. Devia preencher
a vaga aberta por fallecimento do illustre
I
conselheiro Francisco de Paula Souza
e Mello, afinal preenchida pelo dr. José
Manuel da Fonseca em 1854.
1858—Decreto creando a colonia mi­
litar e um estabelecimento n ;val no
salto do Itapura, á margem direita do
rio Tietê, na sua confluência com o
Paraná, dist tnte da capital da provincia
(S. Paulo) 160 léguas ou SS8,8 kilo­
metros.
A ideia da sua creação partira do
sr. conselheiro José Antonio Saraiva,
então ministro da mari: In, e fôra seu
fundador o então 1° tenente da armada
Antonio M irianno de Azevedo. Tinh.i o
governo em vista com a sua creação,
assim como com a da colonia do Ava-
nhandava, fazer d’ella um núcleo para
0 estabelecimento de outras, que se auxi­
liassem reciprocamente, com o fim de
falicitar e manter regular communi-
cação interna com a provincia de Matto-
Grosso.
Azevedo Marques dá na sua Clírono-
logia a presente data para o decreto de
creação d’esta colonia, mas no corpo dos
seus Apontamentos da província de
S. Paulo d á ^ de 26 de julho { Vide
essa data).
Com eífeito foi passado em-26 de junho
o decreto, como verificámos na collecção ',5
das leis.
1865—Combate de Butuhy, em Missões,
no qual uma brigada brazileira destroça
a vanguarda do exercito invasor pai-a-
guayo, que perde mais de 33Ü homens,
entre mortos e feridos.
1876— Iniciam-se os trabalhos, con-
cluidos alguns mezes depois, da de­
struição da grande rocha existente á en­
trada do canal de Santos, sob a direcçã#
do sr. capitão de fragata Antonio Luiz
von Hoonholtz, barão de Teffé.
 'i '
EPHEMERIDES NACIONAES
JUNHO— 27
1633—Os hollandezes, que estavam na
ilha de Itamauacá, fazem uma sortida
para o continente sobre o engenho de
assucar do dr. Francisco Quaresma de
Abreu, que o havia abandonado. Sahem-
Ihes ao encontro os capitães D. Fernando
^ fill; de Ia Riba Aguero e Antonio de Figuei­
redo e Vasconcellos, que estavam na
villa de Iguarassú, e com a pouca gente
de que dispunham obrigam o inimigo a
P : - voltar, não sem deixar alguns mortos
e voltando uns poucos feridos; dos nossos
..,11 k
1 ||I
A. ''
morreram dous na refrega.
Sabendo do successo, Mathias de A l­
buquerque mandou reforçar a villa com
duas companhias mais de soccorro, que
não chegavam a 80 homens, tendo por
. '
capitães a Manuel Rebello ‘da França
;| íé f
e João Babilon de Souza.
No dia 10 de julho repete o inimigo a
sortida, vindo porém em maior numero,
Ííiíj í ' ' e de novo o faz tornar pelo mesmo ca­
minho a nossa gente, depois de um com­
.iiip 'i 'Í bate de tres horas.
1637—A esquadra hollandeza do almi­
rante Lichtardt, que andava de corso
nas costas do Brazil, toca no porto dos
, ^ Ilhéos, onde queima um navio que alli
\ M : estava fundeado e descarregado.
Tendo tentado o inimigo saquear a po­
K»';' I voação que flcava a uma legua do an­
coradouro, é repellido pelos habitantes e
o almirante recebe uma bala numa perna,
do que lhe resultou ficar coxo,
1643 —0 mestre de campo Luiz Bar-
balho Bezerra, natural do Brazil (se­
gundo Rocha Pitta), assigna como go-
veinador da capitania do Rio de Janeiro
•H uma carta de sesmaria de terras conce­
dida a Pasehoal Sardinha, no distincto
de Guapyassú.
Ignora-se a epoca certa da sua no­
meação e posse (Vide a ephem. de 5 de
julho), mas infere-se que já governava
na presente data ( Vide a ephemeride
de 15 de abril de 1644).
1645— Officio do Conselho Supremo
hollandez do Recife ao Conselho dos XIX,
communicando-lhe e aos Estados Geraes
a rebellião levantada por João Fer­
nandes Vieira e seus companheiros, as
medidas que se haviam tomado para
assegurar a tranquillidade publica e
tudo o que desde então se tinha passado.
Pedia-lhes ao mesmo tempo que lhe en­
viassem sem tardança reforço de tropas,
de munições e de viveres, sem o que
não respondia o Conselho pelas conse­
quências que pudessem dar-se.
1655—O povo e officiaes da camara de
S. Paulo, reunidos na casa do conselho,
resolvem depor o vigário Domingos
Gomes Albernaz, passando as funcções
parochiaes ao coadjuctor padre An.icleto
Lobo, que dias depois se demitte do
cargo, indo ter aos benedictinos o exer-
cicio d’aquellas funcções.
1/17—Antonio de Brito de Menezes,
nomeado por patente datada em Lisboa
a 29 de abril do anno anterior, gover­
nador da capitania do Rio de Janeiro,
assume o exercício do cargo, recebendo-o
de Manuel de Almeida Castello Branco,
que interinaraente o occupava e a quem
ainda voltou o governo por morte de
Antonio de Brito, succedida a 15 de maio
de 1719, segundo Abreu e Lima.
Brito foi sepultado na egreja dos ex-
tinctos jesuítas, como pedii'a. em testa­
mento.
1763—Por carta patente d’esta data o
conde da Cunha, D. Antonio Alvares da
Cunha, é nomeado 1° vice-rei e capitão
general de mar e terra do Estado do
Brazil no Rio de Janeiro, mudada assim
a séde do governo geral da Bahia, onde
até então funccionára.
El-rei D. José tomára essa medida por
ver que todas as capitanias da I’epar-
^ição do sul, como então se dizia, tinham
tido um grande desenvolvimento, e so­
bretudo por causa da guerra então pen­
dente no Rio da Prata, achando-se amea-
 EPHEMERIDES NACIONAES
ç.ado 0 territoi'io do Rio Grande do Sul
pela invasão do liespanhol Cevallos.
Cliegando ao R.io de Janeiro, tomou o
cotide da Cunh t posse do seu cargo, se­
gundo Abreu e Lima. Azevedo Marques
e 0 Catalogo da Bibliotheca Episcop d
Fluminense, a 10 de outubro de 1(|63
( Vide essa data).
1769—E’ elevada á categoria de villa,
por ordem do capitão general de S. P lulo
D. Luiz Antonio de Souza Botelho Mourão,
a povo cão deS. João Baptistade Atibaia,
fundada pelo paulista Jeronymo de Ca-
nvirgos na segunda metade do XVII
século.
A lei provincial de 22 de abril de 1864
ueclarou-a cidade.
]77(5_Creação da villa da Granja no
Ceará.
A missão de Ibiapaba, em consequência
da retirada dos jésuita.-', tinha cahido em
ir completo aliandono. O director imposto
i a' s Índios dizia nesse anno ao governador
'1 de Pernambuco que A^’iUa-Viçosa estava
;il, deshabitada, podendO-se alistar apenas
il ' 900 homens, as casas arrazadas, etc.
'j A Granja antes do alvará de suacreação
r;i! tinha a denominação de Curuayú.
1783—Toma posse do governo da capi­
Jii tania de Goyaz o chefe de esquadra
Tristão da Cunha Menezes, que o con­
serva atd 27 de fevereiro de 1800, sendo
I'i nessa data rendido por D. João Manuel
U de Menezes.
Fez-se no tempo de Tristão da Cunha
uo a conqíiüta dos indios Chavantes, con­
iij seguindo-se que 3,7)00 d’elles viessem
O' povoar a nova colonia do Carretão, de­
lin nominada Pçdro I I I . Promoveu a na­
jj8; vegação do Araguaya, começada em 1791
3■ por or.Iem régia, e cuja derroti para o
à' iVará comprehende 732 léguas. Desco-
>ti briu-sc também na sua administração
a riquíssima jazida aurifera de Arraias,
chamada Descoberto do ouro ^joáre, por
ser de má côr e denegrido o ouro que
Fundou vários registos
mudar para o arraial de Cavalcanti a cas
de fundição de S. Felix.
Foi 0 7° governador de Goyaz depois
de declarada capitania geral.
1835—C ibeça da comarca do Rio Grande
do Sul, a cidade do mesmo nome, prin­
cipal emporio do commercio exterior da
província, teve principio pela. antiga
povoação e fortaleza que no anno de 1737
estabelecéra ao sul da barra o brigadeiro
José da Silva Paes de volta da colonia
do Sacramento, onde fôra levar soccorros
ao respectivo governador Antonio Pedro
de Vasconcellos, que resistia a um sitio
posto pelos hespanhóes. Como, porém,
não offerecia o local ancoradouro seguro,
Gomes Freire de Andrada, quando go­
vernador do Rio de Janeiro e S. Paulo,
fel-a mudar para o ponto em que actual-
mente se acha. adoptando-se para a nova
povoação a planta traçada em virtude da
ordem de 17 de julho de 1745, mudando-se
0 orago. de Sant’Anna que era, para
S. Pedro e dando-se-lhe o predicamento
de' villa. A sua população, que constou
a principio de soldados, foi augmeiitada
em 1743 e 1747 com a vinda de casaes
açorianos.
A lei provincial da presente data deu-
lhe os fóros e titulo de cidade.
Foi tomada por D. Pedro Ceballos na
guerra que movia a Hespanha a Portugal
no sul da America. Quando a vanguarda
do exercito do arrogante conquistador
hespanhol chegou á povoação, em 24 de
abril de 1763, apenas nella achou uma
ou outra familia ; todas as mais se ha­
viam retirado para a margem septen­
trional, de onde ainda se passaram para
Santa Catharina e Rio de Janeiro e para
a freguezia de Viamao.
Ceballos chegou a 12 ce maio, e não ob“
stante ter recebido ordem de suspensão
de armas a 8 do dito mez, ainda mandou
com 0 maior rigor transportar em ferros
as famílias que achou na povoação para
légua e meia distante de Maldonado,
onde fundou com ellas a povoação de
 .'^1

i;:
42i fiPMEMEPJDES Nâ CIOXAES

S. Carlos. Conservou-a ainda eni seu
1/ >
poder, a despeito do tratado de Paris do
1“ de fevereiro de 1763, que mandava
restituir a Portugal as praças que ante­
riormente lhe pertenciam, e apezar de
tentativas á mão armada, feitas para lh’a
retirar das garras; mas sü a 1 de abril
de 1776 foi que conseguiu 0 general
Rohen, commandante das forças de terra
portuguezas, apoderar-se da villa e de
I • todos os fortes, desbaratando os hespa-
nbdes e pondo em fuga a sua esquadra.
Sd então foi que a villa do Rio Grande
passou de novo ao domiuio de Portugal.
sr. dr. D. Antonio Maria Corróa
de Sa e Benevides e preconisado bispo
de Marianna em consistorio d’esta data,
celebrado em Roma sob o pontificado do
papa Pio IX ( ^ ide a ephem. de 9 de
setembro ).
l# lf 1880-Inaugura-se a estação de Rar-
bacena, Minas-Geraes, na estradado ferro
de Pedro If,
para levarem soecorro .á forteleza dos
Afosados ou do Principe Guilherme.
Assim que alli chegou uma das lanch is
lançou-se e!le ao rio com trinta homens
e d’ella se apossou, matando os 8 hollan-
dezes que a guarneciam.
A segunda, que vinha muito atrás,
vendo o que se passava, torna aguas
abaixo e volta ao Recife, de onde par-
tiia. Pica assim limstrada a tentativa do
soccorrer por agua aquelle forte, vi­
giado de terra pela gente de Henrique
Dias.
1 <20 rinha-se evitado no anuo anterior
uma sublevação, iiMcliinada para a noite
de quinta-feira .santa pelos negros do
rio das Mortes, Furquim, Oinm ! ranco,
o. Baitholonieu, Ouí'o Pi'cto e outr s
partes da capitania de Minas. Em janeiro
de 1; í 0 perturbara o.socego dos povos
dea villa de Pitangiiy um certo Domingos
Rodrigues do Prado, taub iteano, asso­
ciado a outros paulistas, contra o pa­

'l l l 'i JU-XHO—28

1637—0 sargento-mdr Pedro Cori>èa da

Gama, nomeado mestre de campo general
gamento dos quintos, chegando ao ponto
de assassinarem 0 juiz ordinário d’aquella ■
villa, indo depois entrâiichoirar-se ás
margens do rio de S. João, a duas léguas
do exercito em oj)er.içG.'s contra os liol-
de distancia. BMrani rechassa los, corn
landezes,chega na^>resente data ao acam­ grande perda de morros e feridos, por
pamento de S. Ciiristov.lo, proveniente dragões e destacamentos de oavailaria
da Bahia.
paja e ordenanças, enviados pelo go\ ei-
f' llavi.i-lhe trazido a pufentü o general íui lor da capitania.
';5,
D. Luiz de Rojas y Borja, mas como
.V ¥, .. Ei'au! pi’cludios de um levante mais
estava Pedro Conva prisioneiro do ini- serio. No mesmo anno de 1120. alpams
, ■.I niigo em virtude da i^emlição da forta­
homens,'le.sgost.o.ro.s do estado de cou.sas
leza de Nossa Seniiora de Nazareth do
que .se observava iia capitania, Imviam
Cabo. não entrara logo no exercício do
resolvirlo m.itar o ouvidor geral de Ailla
cai'go, que ficou .sondo inteiunimeníe Rica, Maigiriüo \ le.iM : não o tendo
occupado por Manuel Rias de Andrada.
achado ern casa, os conjurados,armados
Solto, porem. i)dos iioll indezcs im capi­ e em numero de mais de dous mil, entram
tania dos lihéos. não so demorou em vir
na presente data em ^ i!la. Ric.a (lioic
occupar o seu posto,
Oirro Preto), coin o íim de imperiir o
^ 1616-Arnia o capitão Francisco Lopes
estabe ecimciito de I'asas de funclic.ãci.
Estrella, que comuiandava a ostancia da
Atacam e de-troem a residoncia do ou-'
I■ *ií BaiTeta, em Pernambuco, uma embos­
vidor e uiandain pcdii" ao governador,
cada a duas lanchas hollandezas, que
conde de Assumar, que se achava então
entrar a barra formada pela juneção
na vilia do RibciiAo do Carmo, hoje
dos dous pequenos rios Gequiá e Tegipiô,
cidade de -^Jarianna, dc.spaclio favorave

;
 EPHEMERIDES NACIÜxVAES
á sua pretenção e ao mesmo tempo perdão
por se apresentarem d’esse modo.
Kssa revolta, assim como as supra
mencion idas, tiveram origem—«no modo
de tributar o oui'O para a coiôa e pro­
videncias analogas e maior ou menor
^’esistencia que a ellas apresentavam os
povos »—diz 0 visconde de Porto Seguro
na sua Historia Geral do Brazil.
A de Villa Rica chegou a triumphar,
prosegue o mesmo douto iiistoriador na­
cional, submettendo-se a ella o gover­
nador conde de Assumar, que depois
procedeu com aleivosia. faltando ao pac­
tuado e c istigando os revoltosos. Como
uma satisfação tacita dada aos povos,
foi rendido por D. Lourenço de Almeida,
nomeado governador da capitania geral,
que então (12 de dezembro de 1720 ) se
creou em Minas.
D. Lourenço, auctoris ido pela còrte,
ajustou com os povos um novo meio de
cobrança, e em fms de 1725 se lhe agra­
decia a boa diligencia com que se hou­
vera, remetlcndo ao reino noventa e
cinco arrobas de ouro. Os povos c!;e-
garam a obrigar-sc a dar pelo quinto
cem arrobas por anno (Historia Geral).
A sublevação de Villa Rica, que se
estendeu a > Ribeirão do Carmo, como
vi / o s teve por ])rincipacs cabeças ao
marechal Paschoal da Silva Guimarães
e Bdlippe dos Santos.
A 2 de julho entrou o conde gover­
nador em composição corp os revoltosos,
do que se lavrou um termo, que se póde
ler nos A p o n t a m e n t o s de Azevedo Mar-
qui.'s (Chronoloqia, pag. 2,0. 2* co-
lumna); é uni documento curioso para
a histori i d'osse movimento e que serve
t '.iulicm para mo'^trar aos que governam
0 perigo que h ^eín apertar-se de mais a
gargalheira aos governados.
A narração d’aquelles snccessos foi
por este auctor rematuda comum topico
do sr. dr. Couto dc Magalhães, extraindo
do seu escripto Um episodio da Historia
Vatria.
425
Para que se forme uma idéa aproxi“
mada do fabuloso tributo que pagou em
ouro á metropole a capitania de Minas
Geraes, trascrévemos em seguida uma
nota do opusculo intitulado Algumas
Observaçoens Barométricas, e Geognos-
ticas t'\, feitas na capitania de Minas
Geraes, por G. B. de E. (Guilherme,
barão de Echwegue?) — publicado no
P atkioi'a denovembro edezembrodel814.
Diz ella :
« O quinto do ouro importou no anno
de 1753 em 118 arrobas, e desde o desco­
brimento de Minas atd o anno proximo
passado, importou em mais de 6,895
arrobas, ou quasi oitenta e cinco mi­
lhões de cruzados. Hoje está reduzida a
pouco mais de 20 arrobas por anno. »
1751—Faz a sua entrada pontificai em
S. Paulo o 2° bispo d’ aquella diocese
D. frei Antonio da Madre de Deus
Galrão (Vide a ephemeride de 19 de
março de 1761).
1789— E’ preso em Minas-Geraes o
dr. José Alves Maciel, uma das victimas
da mallograda tentativa de independencia
contra a metropole, que fulgura na
nos-a historia sob o nome de Inconfi­
dência ou Confuração de Tiradentes.
1831—Tratando do dr. Land, íallámos
na Lag m Santa ; tendo-nos demorado
um pouco com o person igem, bem é
que descrevamos o scenario em que ss
escoou 0 melhor d.i sua vida.
A Lagóa Santa recebeu e.sse nome,
segundo a lend.i que corre no logar,
por ter nelia apparecido uma cruz de 1 'J
prata e serem milagro.sas as suas aguas.
Dista de Ouro Preto 145 kilometros.
« Ila. diz 0 corre.spondeato do Cruzeiro,
encarregado de relatar a recente viagem
imperial a Minas, ha nesta lagoa uma
cousa not ivel. mas que tem logicamente
a sua explicação, e c o existir no lundo
d’ella uma casa que. com dia claro e agua
serena, se vé perfeit unente. Natural­
mente a agua irrompeu derepei te na-
quella varzea e a lagôa formou-se, e
 r>>,

jft-Jr !*■' f
ijfrt•<'. 426
EPHEMERIDES NACIONAES

como não ha correntes, a casa que se

submergira ainda ]á existe ( Cruzeiro Benze nesta occasião as locomotivas
(Je 'G de abril de 1881 ). » arcebispo D. Romualdo, acompanhado
A Lagôa, Santa está, segundo o sr. dr. de um numeroso clerp. Presidia então a
Emmanuel Liais, a 833'" acima do nivel província o conselheiro Francisco Gon-
do mar, e segundo o dr. Lund a 850. çalves Martins, ulteriormento visconde
cie 8. Lourenço.
'füy
'in* ^ rf ‘ A sua temperatura média annual. por
‘f t
f/ . f , L' / i 1879 —Fallece no Rio de Janeiro o conde
observações d’este ultimo, é de 20* cen­
tígrados. de Ipanema, José Antonio Moreira, an­
Refeie Milliet de Saint*Adolphe que as tigo e conceituado negociante d’esta
{■’ qualidades medicinaes das aguas d’esta praça, deixando uma fortuna superior a
sete mil ccrntos de reis.
lagôa, assignaladas em 1749 pelo dr.
ite Cialli, medico, natural de Roma, der m Nascêra na capital da provinci i de
S. Paulo a 23 de outubro de 1797.
occasião a fundar-se na sua visinhança
a povoação que tem o seu nome, pelo Oiiundo de uma familia paupérrima,
‘i'1: S; soube, pelo assiduo trabalho e severa
glande numero de doentes que a ellas
economia, accumulai' aquella colossal
ip '? '# acudii-am. <x Edificou-se uma egreja (diz
íortuna, morrendo titular e grande do
esse auctor) dedicada á Nossa Senhora Império.
da Saude, e como a população fosse em
augraento, um decreto de 2 8 de .junho JUNHO— 2 9
,| í| (
de 1831 adotou d’uma escola de pri­
' " i 1630 Luiz Aranha de V'asconcellos.
meiras lettras. »
governador da capitania do Pará, é remet-
O dr. Cialli analy-ou-lhe as aguas e tido preso para o Maranhão, por haver
achou que continham aço e vitriolo desobedecido á lei que vedava o escravi-
( carbureto e sulfato de ferro ? ), e com samento dos indigenas.
/■: ;
ellas fez um grande numero de curas de
Desde 29 de maio governava em seu
affecções cutaneas. surdez, ohstrucções logar a capitania Jacome Raymundo dç
visceraes, dysenteria.'escorbuto, etc. Noronha.
1833—O p uire Venancio Henriques de 1638- 0 principe Maurício de Nassau
Rezende propOena camarados deputados participa ,ios Estados Gera es e á Assem,
o banimento do ex-imperador I). Pedro I bléa dos XJX a abortada expedição hol-
(Vide as ephem. de 3 e de 18 de junho landez I contra a Bahia.
\ de 1834', em consequência d i mensagem
Posto que tratassem os Senhores Es­
do governo á camar.i, denunciando vas­
tados Geraes muito bem ao principe na
tos planos de uma supposta restau­
resposta que lhe deram, não deixou
ração .
todavia este insuccesso de ser o primeiro
183y~Durante a noite as forças dos da
gei men da desintelligencia que mais I,
republica de Piratinim (Rio Grande d.>
t irde se pronunciou entre o principe e
Sul) abandonam a fortificação de Itapoan, aquelles listados.
em que se tinham entrincheiiMdo, e
1639— E’ elevada á categoria de villa,
marcham para Viamão.
com 0 titulo de Gurupá, a àldôa da
^I869-Inaugura-se o trafego da R sec- missão dos capuchinhos da Piedade, de­
iV ' çao da estrada de íerro do Joazeiro, cjue
nominada até então Mariocay, na mar- •
vai da calçada do Bomfim, na cidade da
gem au trai do Amazonas, 14 léguas
B a h i a o engenho de Aratú, 3 para 4
acima do canal Tajuparü e 12 abaixo da
léguas do ponto iniciil.
confiuencia do rio Xingú. Era povoada
Os seus primeiros tt abalhos começaram por Índios Tupinambás.
a 24 de maio de 185G ( Vide essa data).
1688 hernão Cabral Belmonte toma '
 EPHEMERIDES NACIONAES
>sse do governo da capitania de Per-
imbuco, em substituição ao capitão
ineral João da Cunha Soto Maior (em
ijo tempo de governo grassou naquella
>pitania assoladora epidemia, a que 0
)vo deu a denominação dc males).
Belmonte foi 0 duodecimo governador
Í Pernambuco pela ordem clironologica;
las apenas occupou esse cargo dous
ezes e dez dias, fallecendo a 9 de setem-
ro d’este mesmo anno do 1688.
I Em consequência d’esse acontecimento
iteve a capitania quatro dias sem chefe,
\é que tomou conta do governo i iterino
ella 0 bispo diocesano D. Mathias de
igueiredo e Mello.
16S9—Succede a João Furtado de Men-
uiça no governo da capitania do Rio
e Janeiro D. Francisco Naper de Len-
ister, segundo Varnliagen. Outros.
, ore'm, 0 f 'zem de posse do cargo a 24 e
a qualidade de governador interino,
Tiquanto não se apresentava 0 ellect|vo,
uiz Cesar de Menezes, que assumiu a
Iministração da capitania a 17 de abril
3 1690.
Lencastcr foi 0 41° governador do Rio
3 Janeiro.
1711_Despacho dado por D. Manuel
Ivares da Costa, bispo de Pernambuco,
overnador interino da capitania, na
etiçãü qiie na vespera lhe ílzera 0 pro-
edor do senado da camara de Olinda,
stevão Soares de Aragão, relativamente
rebellião dos habitantes do Recife
Guerra dos mascates ).
E’ concebido nos seguintes termos :
« Visto os moradores do Recife persis-
1 irem na sua rebellião e contumácia,
estarem despbedientes, e levantados
om as fortalezas de Su i IMagestade,
com as peças abocad is para os natu-
■aes da terra, atirando-lhes por todas as
>artes com balas, e sendo notificados os
■-abos, e capitães sublevados para desis-
irem da dita violência, e virem a con-
elho de guerra, á minha presença, com
)ena de privação de seus postos, a cousa
42:
nenhuma obedeceram, como consta da
certidão do secretario do governo, e res­
postas dadas nas portarias, e 0 ser cons­
tante estarem comprados cs ditos cabos.
Portanto, attendendo ao meu estado epis­
copal, remetto este requeri nento, com
os mais documentos juntos, ao Dr. Luiz
de Válensuela Ortiz, e ao mestre de
campo Christo vão de Mendonça Arraes,
e aos ofiici les do senado da camara,
riH
para que neste particul ir determinem 0
que Ibes parecer mais acertado para o
serviço de Deus, e de Sua Magestade,
e bem de seus vassallos, para 0 que
demitto, e largo nas suas mãos 0 poder
temporal, que neste particular tenho,
com tinto que não hajaeíTusão de sangue,
e assim 0 protesto uma e mil vezes, \ ' '4
como já protestado tenho, e que para
esta restauração, e negocio, e tudo 0
mais que d’elles se póde seguir, não con­
corro directa nem indirectamente, porque
só quero a paz, e socego nos vassallos
de Sua Magestade, que Deus guarde,
e poderá outrosim, 0 dito Dr. Ouvidor 1 1
geral proceder contra os ditos capitães e
cabos, comprados e desobedie^ntes, na
fói ma do direito, com as penas commi-
nadas nas notificações que se lhes fi­
zeram .
a. Olinda, 29de junho de 1711.—Munuel,
bispo e governador. »
Do despacho do bisi>o se deprehende o
teor da petição inicial, que não repro­
duzimos por muito extensa.
1799—D. Joaquim Ferreira de Carva­
lho, clérigo secular do habito de S. Pe­
dro, natural de Coimbra, oppositor
de theologia da respectiva universidade,
abiiade de S. Romão do Coronado, no
bispado do Porto, eleito bispo do Ma­
ranhão pela r unha D. Maria I a 13 de
m lio de 1791, confirmado por Pio M em
junho do anno seguinte, sagrado a 13 de
setembro d’esse mesmo anno (1795), to­
mara posse do bispado a 17 de fevereiro
de 1796 (Varnhagey diz que do anno
de 1795) por seu procurador, 0 arcypreste
 4?«
EPHEMBRIDES NACIONAES

José Maciel Ai-anha, e chegára á diocese

quim Rodrigues, José Lontra, Chagas,
a 8 de junho de 1799, dando entrada pu­
o paisano José Furquim. Os dous pr
blica no dia 59. como se le no epitaphio
da sua sepultura. meiros e o iiltuno foram executad(
a 1/ de setembro do mesmo anno
Eallecendo a 26 de abril de ISOl, foi
bordo do jicqueno navio de nome lioa F»
sep Itado na capelia-mdr da catheiral,
propriedade de um negociante de Santoi^
no presbyterio, junto á séde episcop il.
hoje fallecido Servira-lhes de carr tsc
Na .serie dos bi.spos do Maranlião foi
elle 0 lü*. um carniceiro, cujo nome a historia nãt
julgou digno de perpetuar-se.
1817—Chega á cidade do Recife o go­
Os outros dous condemnados tiveran
vernador e capitão genei'al da capitania
egual sorte em S. Paulo, mais tarde.
de Pernambuco Luiz do Rego Barreto,
O governador da praça foi substituidc
commandante e chefe da expedição mi
pelo cor nel Francisco Antonio Nogueira
litar incumbida d i pacificação d’aquella da Gama.
parte do reino.
1823— Conselho militar formado na
Por suaordern foranWogo sequestrados
então villa de Caxias (Maranhão), pelos
os bens^das possoas>ftiwf«í.04íi«ui4a<í^na officiaes do exercito, com que o majc.r
revolução de 6 de março d’esse anno,
João José da Cunha Fidié, commandante
e creou-se uma commissão militar per­
das armas do Piauhy, combatia a inde­
manente para julgar os presos.
pendência do BraziL Tendo Fidié resi­
« Nove individuos, distinctes por vir­
gnado dous dias antes todos os seus-
tudes e outras qualidades pessoaes, foram
podere.s, por ver que a mór parte da sua
enforcados em virtude de sentença desse
gente nao e.stava disposta mais a seguil-o,
tremendo tribunal de sangue, di.-; Abreu
reunir mi-se então os ofiiciaes para tratar
e Lima na sua Si/nopsis ou Deducção
da convenção pela qual deviam deporás
chronologica. » (Virie 12 de junho).
aimas, boram p :ra esse fim convocados
I821-.>'ublevação da tropa dc liniia na-
pelo commandante geral Luiz Manuel
então villa de ïSantos, suplantadcâ por de Mesquita,
tropas vindas da capital, commandadas
18-2.5-Recusam os habitantes da villa
pelo coronel Lazaro Jo.sé Gonçalves, do
do Jardim, no Ceará, fazer a eleição de
fiue resultou serem depois levarias á
: I sen .dores, deputados e conselheiros do
forca cinco praças de caçadores, juR>- Mas
cabeças da revolta. governo provincial, conforme a ordem
do governo central, e dirigem um x peti­
Teve esta por ciusas, não só o a.raso
ção ao imperador ( D. Pedro I ), pedindo
do pagamento de soldo á tropa, como a
que proclame no paiz o governo absoluto.
deseguaídade d’este com o de Portugal,
1831—Fallece o desembargador Luiz
que o íinna maior e pago em dia: esse
Pedreira do Couto Ferraz, opna-mento da
augmento de soldo já era, além d’isso,
magistratur.i nacional, pae do sr. vis­
observado em outras provincias do Brazil.
conde de Bom Retiro. Pedreira substi­
Este facto desagradável deu-se por
tuira na Constituinte brazileira ao depu­
falta de energia da parte do governador
tado effectivo da Bahia, padre Francisco
da praça, o tenente-coronel Bento A l­ Agostinho Gomes.
berto da Gama e Sá, que não soubera
1862— Inaugura-se na cida M de S. Sal­
atalhar o mal, visto com ojá de ha temiios
vador da Baliia o Asylo de Nossa Senhora
que cornam entre os soldados murmú­
da Misericórdia, outr’ora Collegio de
rios de descontentamento e vagos indicios
de sedição. Nossa Se7ihor i dos A^ijos.
1863— Installação do Asijlo dos eccp 7stos
Passai'am por cabeças do motim Joa­
da cidade da Bahia no prédio ao Campo
 EPHEMERIDES NACIONAES 4-^9

, Polvora, comprado pela Casa de Mi- de superior quilate, e pelo seu aeryso-
:'icordi I á Confraria de S. Vicente de lado patriotismo.
ulo. 0 novo asylo foi aberto a 21 de <£ Na Europ.i, como diplomata, honrou
vereiro de 1874 no edifício alii expres- 8 representou com dignidade a nação
..nente construido para esse flm e nelle brazileira, tornando-se saliente nas ques­
istem (em 1881) 268 expostos, dos tões diplomáticas ou nas exposições uni-
■lies 203 do sexo feminino, que recebem versaes que alli se derão.
mais desvellado tratamento. a 0 failed men to de um br-.zileiro de
tal ordem merece as condolências da
A aula externa que o Asylo mantem
frequentada por 180 meninos pobres patria. »
Na mesma folha, em 16 e 20 de dezem­
I visinhança. tií.
bro de 1878, publicou o sr. João Capis­
1878— Fallece em Vienna d’Austria trano de Abreu uma tão brilhante
rancisco Adolplio de Varnhagcn, vis- quanto severa apreciação do caracter e
>nde de Porto Seguro, nascido em S. João dos reaes serviços pnstados em parti­
í Ipanema (Sorocaba), na provincia cular á hi-ítoria patria pelo incansável
; S. Paulo, a 17 de fevereiro de 1816. visconde, apreciação que desejáramos
X rcia no Império Austro-Hungaro o transportar da primeira á ultima linha
,rgo de enviado extraordinário do para aqui. E’ um estudo synthetico e
ra/ü, enceri'ando com a morte a sua profundo do grande historiador, no qual
■nga e brilhante carreira diplomática, estão encadeiados de tal modo os periodos
*

Amerada em 1859 nas republicas do que mutilado perdería enorme parte do

hile, Peru e Kquador. Na primeira seu valor: não é um escriptode encomio
’elliis casára ( a 28 de abril de 1864 ) a todo 0 transe; é uma analyse completa
i I
om a sra. !). C irmen Ovalle, hoje vis- das suas obras, do modo porque se des­
ondessa viuva de Porto Seguro, empenhou nellas, da sua maneira do
Por oceasião de nos chegar a noticia encarar as grandes (juestões de que se
0 falleciraento do illustre historiador occupou, do que fez, do que podia ter
Jornal do Commercio. a Gazeta de No- feito, dos seus erros de apreciação, do
idas e outros jornaes da corte, de 3 de seu lado bom, que era immenso, do seu
ulho, occup.iram-sc largamente do morto lado fraco, que não encobriu. O kítor
fizeram a apologia dos seus altos me- interessado tornará a ler aquelle sisudo
’ociraentos e justificados direitos á gra- estudo com renovado prazer : é um re­
idão nacional. trato moral, em que o photogr aph o
a Seria longo enumerar, disse entre reproduziu com a maxima fidelidade
Ultras cousas o primeiro, as obras im- todas as linhas da physionomia do pho-
portantissimas com que o preclaro pau- tographado, sem lhe deturpar, nem
dsla illustrou a litteratura do Brazil, arnesquinhar o que tinha ella de bello,
’ I

trangeando o nome immonedouro que sem lhe disfarçãr tão pouco os senões.
j ha de p«rpej;iiar nos fasLos dos que O barão, ulteriormente visconde de
miiis batalharão pelos progressos da Porto Seguro, titulo que lhe mereceram
patria, pela compillução das chronicas os seus constantes serviços ás lettras
brazileiras e pelo adiantamento intel­ patrias, era filho do restaurador da
lectual dos seus concidadãos. fabrica de ferro de S. João de Ipanema,
a Historiador, chorographo, geographo, o tenente-coronel Fi'ederico Luiz Gui­
poeta, dramaturgo, bioprapho e mathe- lherme Varnhagen, allemão, que viera
matico, foi sempre o conselheiro Var- no principio do século para o Brizil e
phagen considerado pelos seus estudos íalleceu em 1842, cm Portugal, para onde
 430
EPHEMERIDES NACIONAES
se retirara em 1823, tendo alii side admi­
nistrador geral das m.ittas do reino.
Francisco Adolpho acompanhou a familia
na sua mudança para Portugal e logo
começou a frequentar o Co legio Militar,
cujo curso concluiu, passando então para
a antiga Academia de Marinha, que fre­
quentou até 1833.
Por oceasião da entrada do exercito
ibertador em Lisboa, alistou-se nas
fileiras dos bravos que pugnavam por
consolidar no paiz a liberdade e teve de
D. Pedro IV o posto de 2“ tenente de
artilharia. Terminada (em 1834) a luta,
deixou Varnh gen o bulicio das armas
por proseguir nos seus auspiciosos estu­
dos e matriculou-se na Real Academia
de fortificação, cujo curso levou ao fim.
Ro meiod’esses trabalhos obrigativos.de-
dicava-se a estudos de outra ordem, por
ventura mais ao sabor da sua indole e
gosto natural, estudos que se poderiam
denomina- então de devoção e se apodera­
ram depois do seu orgmismo, ou antes do
seu cerebro inteiro. Assim, já ein 1838
era elle recebido no seio da A ademia
das Sciencias de Lisboa, mediante um
trabalho acerca do Brazil ( Reflexões
criticas sobre um escripto do século XVI),
impresso na Collecção de noticias d’a-
quella corporação.
Tendo-se educado em Portugal e mili­
tado como portuguez, foi, a seu pedido,
declarado em 1841 cidadão brazileiro e
nomeado no s-guinte addido á legação
do Império em Madrid, onde começou o
seu tirocínio diplomático ao par e passo
com as investigações pacientes e persis­
tentes dos documentos que pudessem
interessar á npssa historia em particular
e em geral ao descobrimento da A m erica:
basta ceifa colheu elle de informações
valiosas sob esse ponto de vista nos
fartos archives da Hespanha, que esme­
rilhou um por um.
Já fallámos da sua estada no Chile
Peru c Equador. D’alli passou em 1868 ,
e em mais elevada categoria para
Vienna d’Austria.
Foi, em um longo período de qu isi qua­
renta annos. um trabalhador infatigável
tendo dado a lume não menos de trinta
obras diversas, nas quaes preponderam
os estudos históricos, e cuja enumeração
tr.iz Innocencio da Silva,que publicou do
seu douto consocio uma extensa biogra-
phia no 2° vol. do Archito Pittoresco de
Lisboa, também o dr. José Carlos Ro­
drigues deu-nos a sua biographia no Novo
Munlo (de 23 de abril de 1873), que re­
digia em Nova Y o r k : em ambos vem o
seu retrato.
0 seu m ás impetuoso adversário,
João Francisco Lisboa, appellidou-o
«0 pae da nossi historia.» denominação
que a posteridade perfilhará.
A publicação de tantos escriptos con­
stituo uin serviço de tal valia, que lhe
devem ser gratos os que cultivam as
lettras no Braál e em Portugal.
Deixa dous filhos do seu consorcio, um
nascido em março de 1865 e outro em
dezembro de 1867.
Como que adivinhando que a sua hora
estava a bater e querendo ainda uma
vez aspirar os ares quentes da patria,
0 visconde de Porto Seguro veio ao
Bi azil no anno em que f illeceu e tive­
mos então a ventura de ver um homem
que nos habituaramos a respeitar pela
sua perseverança e repetidos serviços á
patria em mais de uma província dos
conhecimentos humanos.
Posto que por vezes violento na lin­
guagem, desegual no estylo empregado
em seus escriptos, apaixonado no modo
de julgar as cousas e os homens, im-
buido no seu entranhado amor ás velhas
fdrmas de governo, a cujo interesse como
que intentava subordinar os aconteci­
mentos; é incontestável que com os seus
numerosos trabalhos, publicados em di­
versas linguas e em diversas partes do
mundo, o visconde de Porto Seguro
Oirestou á historia patria assignaldeao
 EPHEMERIDES NACIONAES
real serviço, ellucidando muitos dos
pontos duvidosos d’ella, desenti anhando
do pó dos ai’chivos europeus muitos co.
dices e documentos preciosos ,e trazendo
á luz publica muitos factos pouco conhe­
cidos Ou mal averiguados, que, a não ser
elle, teriam de perm.meeer desaprovei­
tados.
líonra c paz á sua memória !
JUNHO — 30
1(547— Dá a camara de S. Paulo a pa­
tente de capitão a Antonio Pereira de
Azevedo, por ter este ido de Santos ate
á Bahia commandando cem homens, para
ajudar a repellir os hollandezes.
1688 — Pierre Eleonor de La Ville, mar-
quezdeFerrolles e governador daCayenna
Franceza, penetrando por Mayacaré e
savanas paludosas,’ entra no território
da Cayenna Brazileira, e apresentando se
diante do nosso forte de Araguary, in­
tima ao .'^eu commandante que al.andone
a posição, visto que, dizia elle, toda t
margem septentrional do Amazonas per­
tencia de direito a S. M. Christianissima.
A resposta do commandante do forte
foi a seguinte : « Que em vista da doa­
ção feita a Bento Maciel Parente, os li­
mites das possessões portuguezas eram
no rio do cabo de Orange, chamado pe­
los portuguezes rio de Vioente Pinçon e
pelos francezes Oyapock. »
Eerroles conte tou-se co n ameaçar o
commandante do fo te. promet'endo-lhe
voltar para^expellil-o á viva força, si
elle não tomasse a deliberação de vo­
luntariamente regressar á margem di­
reita do Amazonas, e feito isto reti­
rou-se.
Impedidos pelo tratado de Nimêgue
de se engrandecerem á custa dos hol-
iandezes n i America, não podendo es-
tender-se para o Orenoco, tentavam os
francezes invadir a região amazônica,
á custa dos portuguezes,
1722 — Parte de S. Paulo Bartholomeu
Bueno da Silva, chamado Anhanguera
431
como seu pae. ao descobrimento das mi­
nas de Goyaz, que já havia penetrado
dez annos an es. aos 14 annos de edade;
leva consigo seu irmão ^imão Bueno, seu
genro .loao Leite da Silva Ortiz, seu
cunhado Manuel Pires Calhamares, seu
sobrinho Antonio Ferraz de Araujo, Ur­
bano do Couto e outros, com os reli­
giosos benedictinos frei Jorge e frei
Cosnie e mais duzentas pessoas (Alen-
castre. Annaes da província de Goyaz,
27, II, 33).
1778—Os hespanhoes do Rio da Prata,
que se tinham apossado á força de ar­
mas da ilha de Santa (^atharina, eva-
cuam-n’a neste dia em virtude do art.
13 do tratado de amizade, garantia e
commercio, celebrado entre as coroas
d ' Portugal e Hespanha, assignado em
narçc d’este mesmo anno.
Irrité^ a. 11 dê inarço
' A \A ^
'4 de agosto^oma posse da ilha pela
coroa de Portugal o coronel Francisco
Antonio da Veiga Cabral da Camara,
para esse fim designado pelo vice-rei
marquez de Lavradio. e começou a ad-
ministral-a como governador d’ella.
1818 Expira na cidade de Belém D.
Manuel de Almeida de Carvalho, 7° bispo
do Pará, tendo recebido todos os sacra­
mentos e apresentando não equivocos
signaes de predestinado. Tinha 70 annos
de edade.
cc Pouco antes de expirar, diz o douto
arcebispo D. Romualdo, citado por Flu-
viano nas suas E p h e m e r i d e s , ainda se
lhe ouviu proferir com a alegria do
justo estas tocantes palavras : — Vamos
para o céo! »
D. Manuel de Almeida de Carvalho
era presbytero secular e doutor em câ­
nones. Nascera em Portugal. Eleito a
5 de maio de 1790, chegou á sua diocese
a 16 ou 17 de junho de 1794 e tomou
em um d’esses dois dias posse d’ella por
seu procurador o arcediago Joaquim José
de Faria. Fôra confirmada a sua eleição
a 2(5 de junho de 1790 no pontificado de
Pio VI e reinado de D. Maria I, e re-
 "T, I
W í ‘i

432
EMtíi^IIàRJDES NAC10NAB3
ir- .
- ’'*'í
cebeu a sagração a 15 de agosto cio
mesmo anno. A a.ssembléa constituinte, que então
* Í^í íjl
funccionavi, mandou-lho uma denu-
« hxistem desse digno prelado mviitos
u m . tação, de que fú relator Antonio Ca:Íos,'
escriptos que revelam o seu saber e a
Hs H'
.fi*? k!? ■■ e exigiu que lhe fosse apresentado dia­
austeridade dos seus costumes. Soílreu
riamente um boletim acerca da sua en­
'■ '% !: longas e grandes perseguições e enfer-
midades.^ Esteve por algum tempo em
fermidade.
i*'■
h J» ■ temporalida ies e retirou-se então para 18.1— Convocada na presente d ita a
í"'^: Assembléa geral legislativa, p ira se
a fazenda dos carmelitas em Pernam­
buco. proceder á eleição do tutor dos filhos
de I) Pedro I, vis:o ter ella entendido
« Kai’as vezes entrou de manhã, na

« líí fií/-
sua cathedral que não pre'gasse, e sempre
com uma eloquência e uneção verdadei
ramente evangélicas. Todos os que o
que lhe competia, pela Jettra da consti- «
tuiçao, asu a nomeação; obtiveram em
segundo e.scrutinio sessenta e dous votos
0 conselheiro José Bonifacio, trinta e
* í 'N . perseguiram tivera.m flm desastroso, com
■!' l 4 dous 0 senador Nicolau Vergueiro e
excepçao dos que se arrependeram, se­
l: >; ?l ,| vinte c um 0 marquez de Caravellas.
gundo nos diz um dos seus biographos.
Kecahe assim a escolha da Assem-
Era muito apaixonado da musica; quando
t '" I» ‘i í '
blea no mesmo cidadão .que merecera a
as suas enfermidades se iggravavam,
confiança do ex-imperador.
m.indava ir ao seu aposento os semi-
■|h=' . nanstas que sabiam musica para lhe A Assembléa não confirmára a escolha
feita pelo príncipe, e José Bonifacio, no­
'1 ■, i cantarem duetos da musica sagrada da
cathedral {Tahella Iliuorica echronolo- bremente oífendido por esse motivo, la­

í!,í:'í (jica dos bispos da diocese paraense, vrara em 17 de junho o •sèguinte pro-
pelo conego dr. Gaspar de Sequeira e
[■I *'l i.: Queiroz). » « José Bonifacio de Andrada e Silva
' ■fl! I' ,' cre do seu dever e honra declarar á
Jaz no presbyterio da sei de Belém,
m i*-"5 ao 1 ido do Evangelho. face do Brazil e do mundo inteiro que,
Nas suas exequias, celebradas a 30 inliibido pela força de uma decisão da
de julho de 1818, orou ü. Komualdo En­ maiona da camara dos srs. deputados,
torno de Seixas, que foi depois arce- que denega ao sr. D. Pedro de Alcan­
! . :» hispo da Bahia, e era então conego tara o direito de nomear tutor a seus
(Wde JO de junho, em que se notarão los, ecisào esta que o abaixo assi-
algumas divergências de datas, que não .nado julga injusta e illegal, apezar
pudemos rectifícar). da fonte de onde emanou (pois que o
'} •
1819 — A G a v e t a d o R io d e J a n e ir o jus o_ nao provém dos homens, mas sim
a esta data faz menção de uma ossada da lei moral gravada por Deus no co-
mamoths, qu isi completa, desenter­ raçao e entendimento humano), que não
rada em Pernambuco. péde. sem^ faltar, como disse, ao seu
Já 0 padre Ayres do Casal na sua Co- dever e á sua honra, cumprir com a
rooraphia brasilica referira que havia palavra dada^ ao ex-imperador de cui-
apparecido outra no rio das Contas. ar na tutoria dos desgraçados orphãos
que lhe tinha commettido.
- O imperador D. Pedro I, quando
a taide la da chacara do xAlacaco para « O abaixo assignado, pelos motivos
b. Christovao, dá uma queda do cavallo acima expendidos, julga não estar mais
'•T' J obrigado a satisfazer a promessa feita
it/ que montava, ficando gravemente oflen-
dido sem poder levantar-se; esteve por ogo que não valha a nomeação pa­
i«iO de cama muitos dias. terna, que tinha aceitado por sensi­
bilidade e em agradecimento á honrosa
 EPHEMERIDES NACIONAES
confiança que nelle puzera o ex-impe-
raclor. »
1S48 — Fallece na cidade de Porto Ale­
gre
it; o 0 conselheiro Antonio Manuel Cor-
-é rèa da Camarti, incumbido da organi-
sação da estatistica da provincia do
Rio Grande do Sul e primeiro consul
gI do Brazil na republica do Paraguay.
187.Í — Inauguração da linha telegra-
■,Si phica (le Araruama á Ponta Negra, pro-
h ■vincia do Rio. de Janeiro, com a exten­
são de 49.0C0 kilometros.
1551 — Provisão régia, passada em dias
d’csie mez e anno, fazendo mercê a Braz
Cubas do emprego de provedor da fa­
zenda re.il em S. Vicente.
15G0 — Por ordem do governador ge­
ral Men de Sá e sollicitações dos re­
gulares da comi>anhia de Jesus, extin­
gue-se cm dias d’este mez e procede se
á demolição da villa de Santo André,
creando-se a de S. Paulo de Piratininga,
que já tinha tido forai a 5 de setembro
de 1558.
1G75 — Antonio Vaz Gondim assume o
governo da capitania do Rio Grande
do Norte, em dias d’este mez, e exerce
0 cargo até ser, em maio de 1677, ren­
dido por Francisco Pereira Guimarães.
1692 — Em dias d’este mez e anno Ma­
nuel Nunes Leitão, por nomeação régia
capitão-mór da Parahyba, toma posse
do governo d’essa capitania, rendendo
a Amaro Velho Cerqueira. que a gover.
nava desde setembro de 1687.
Leitão, que foi o 21° governador d’esta
capitania, administrou-a até setembro
de 1697.
A este succedeu nessa data Manuel
■Of; Soares Albergaria, que é substituido em
• I '
U julho de 1700 por PVancisco de Abreu
Pereira.
A este succedeu no cargo, em novem­
bro de 1703, ï ’ernando de Barros Vas-
concellos, que o exerceu até julho de
1708, em que começa o governo de João
da Maia da Gama, que foi o 2f^° ca-
pitão-mér da capitania dos de nomea­
ção régia expressa. Snccedeu-lhe em
maio de 1717 Antonio Velho Coelho.
1734 — Na serie dos governadores da
capitania da Pardiyba, por patente
régia, oceupa o 33° logar o capitão-
mér Pedro Monteiro de Macedo, suc­
cessor de Francisco Pedro de Mendonça
Gurjão. O seu governo prolongqu-se
de junho de 1734 a maio de 1744, mez
e anuo em que falleceu e assumiu o
senado da camara o governo interino
da capitania. Este ultimo governo foi logo
em agosto substituido por João Lobo de
Lacerda, que viera nomeado interina­
mente pelo governador geral do estado
na Bahia. Um anno depois, talvez com
differença para mais ou para menos de 'A
dias apenas, é Lacerda rendido por An­
tonio Borges da Fonseca, que, achan­
do-se na guarnição de Pernambuco
quando foi nomeado governador da Pa­
rahyba, teve ordem de prestar o ju ­ II
ramento de preito e menagem nas mãos
do capitão-general d’aquella capitania,
sem embargo de não lhe ser subordi*
nado.
Borges da Fonseca exerceu o cargo
até novembro de 1753, sendo então ren­
dido por Luiz Antonio de Lemos de
Brito, que governou até abril de 1757.
Em sua administração recebeu este
ordem régia para que, terminada ella,
ficasse o governo da capitania sujeito
ao de Pernambuco.
A Lemos de Brito succede José Hen­
riques de Carvalho (Vide na ephemeride
de 30 de abril o anno de 1757).
E’ este governador rendido em janeiro
de 1761 por B’rancisco Xavier de Mi­
randa Henriques, que administrou a
capitania até 21 de abril de 1764 { Vide
essa data).
1804— Neste mez e anno Antonio José
da França e Horta, governador da ca­
pitania de S. Paulo, convoca para a
sua residência os principaes habitantes
28
 434 BPHEMERIDES NACIONAES
I lia capitania e expende-Ihcs a exigencia
que Ihe viera da metropole, por carta
régia de G de abril, de certa quantia
■ fV ' de dinheiro para acudir ás necessidades
,!
publicas. Em virtude d’essa reunião,
I»
I ii' fez-se uma derrama geral que produziu
uma somma considerável.
18G6 Em dias d’este mcz e anno
inaugura-se a linha telegraphica de Ita-
guahy á Mangaratiba, na provincia do
llio de Janeiro, com 35.000 Ivilometi’os
do extensão.
1877— Também em dias d’este mez e
.1'i :
anno se inaugura a linha telegraphica
< )■
de Itapitanguy a Morretes, na provincia
Í do Paraná, com a extensão de k. 132.300.
ADDENDA E RECTIFICAÇOe S
:■ i' Janeiro—3
1021 — Por suggestõcs do celebre Gui­
lherme Usselincx. chefe do partido da
guerra na llollanda, organisa-se a Com­
panhia de commercio das índias Occi-
')' ;
dentae3, que obtem nesta data patente
dos Estados Gei'aes concedendo-lhe por
▼inte e quatro annos o monopolio do
commercio da America e Africa, com o
direito de nomear governadores, con­
cluir pactos com os moradoz’es e levan­
tar fortiflcações.
Gseu principal, quasi unico, ponto ob­
jective era o Brazil, para onde, logo que
flcou organisada, se enviou uma expe­
dição. confiada a Jacob Willekens, tendo
por immediate a Piet Heyn e da qual já
aqui se tratou.
Janeiro— i 5
1810— O sr. Lery Santos diz no seu
Tantheon Fluminense que Bartholomeu
Antonio Cordovil nascera no Rio de Ja
neiro em 1746. O auctor do Anno hio-
graphico também o dá como fluminense,
e assim o sr. conselheiro Pereira dá
Silva. Seguiram todos a lição do conego
Januario no seu Parnaso.
[■ Fevereiro—14‘
1834 —Tratando do visconde de Al­
cantara, dissemos nesta data que fòra'
este magistrado o que se atrevera a
declarar a D. João VI o nome da man-
dataria do assassínio perpetrado na pes­
soa da condessa de S. Jose'. O sr. dr. A.
J. de Mello Moraes porém affirma-nos
que 0 desembargador que teve a co­
lagem de fazer os autos conclusos sem
sacrificar a verdade fOra o juiz do crime
José Al ba no Fragoso.
Restabelecendo a veracidade do facto
e dando o seu a seu dono, d’aqui agra­
decemos ao incansavol clironista a sua
obsequiosa informação e remettemos o
leitoi curioso para o segundo fascículo
da sua Chronica geral e Minuciosa, cio
Império do Brasil, em que S. S. pre­
sentemente trabalha.
Os escândalos amorosos que deram
em resultado aquelle crime devem vir
alli narrados com a maior minuciosi- .
dade e com todos os característicos da-
verdade.
Fevereiro—2 4
1874— Morre o dr. Pedro de Calazins.
natural da provincia de Sergipe, for­
mado em sciencias sociaes e jurídicas
na‘ hacuidade do Recife, auctor das obras
seguintes:
U ltim a s pa g in a s (Nictheroy, 1858!,
Poesias, com o retrato do auctor gravado
por Sisson ;
A DEMAGOGIA ENTKE NÓS. Ideias poU-
ticas de um conservador (Rio de Janeiro
1801); ‘
Op h e n is ia . Qwacfros (Bruxellas, 1864);
)'
WiESBADE. Aquarella (Leipzig, 1804);
U ma scena de nossos dia s (Leinzig,
1864);
Ca m e r in o , Episedio da Guerra do Pa­
raguay (Bahia, 1875).
Sentimos não podei* acrescentar ou­
tros dados bio-bibliographicos acerca
deste talentoso contemporâneo, que tan-
 EPHEMERIDES NACIONAES

tos titulos tem para figurar no pan­ até se lançar no oceano, na Bahia de
theon da litteratura nacional. Todos os Santos.
Abril—6
Março—6 1796 — Acerca dos funeraes do gene­
ral Abreu e Lima merecemos do illus-
1877 — O sr. conselheiro Diogo Velhotrado sr. dr. Franklin Tavora a no­
Cavalcanti cie Albuquerque, seOador pela ticia da seguinte particularidade, de que
província do Rio Grande do Norte, es­ não tinhamos conhecimento e que nos
colhido por carta imperial de 4 de ja­ apressamos a communicar ao leitor:
neiro de 1877, toma assento no senado Os srs. dr. João Franklin da Silveira
na presente data.
Tavor.i, dr. Ernesto de Aquino Fonseca,
Março—20 juiz de orphãos do Recife, e dr, Eduardo
de Barros Falcão de Lacerda, secretario
1869— Ao quo nesta data dissemos do
da policia, convidaram pelos jornae.s a
almirante João Pascoe Greenfell accres-
centaremos: população a fazer no sétimo dia da
morte do illustre historiador pernam­
Ferido gravemente no combate de 30 bucano uma visita ao cemiterio inglez,
de julho de 1826, em que ficára derro­ em que elle jazia. Numeroso concurso
tado nas aguas do Prata o almirante ar* de pessoas gradas e do povo foi com
gentino Brown, o então cajAtão de fragata effeito prestar-lhe esta publica e so-
Greenfell foi operatic em Montevideo lemno homenagem;
pelo habil cirurgião brazileiro José Pedro O sr. dr, Franklin Tavora pronun­
de Oliveira a 19 de agosto pela articu­ ciou nessa oceasião um discurso que
lação da espadua, perante muitos fa­ mereceu ser mencionado pelo pi-esidente'
cultativos dos existeníes naquella ci­ da provinciu, o sr. conde de Baependy
dade, entre elles todos os inglezes que (então barão), na sua communicação
alli residiam. official ao governo acerca d’aquelle acon­
Março—24 tecimento, publicada no expediente da
provincia, no Diário de Pernambuco.
I860 — A lei provincial n. 958, da pt^-
Também pronunciou um discurso o
sente data, decret i qiu^ o presidente da 0 sr. dr. Antonio do Menezes Vascon-
provincia da Bahia mande collocar no
cellos de Drummond, lente da Facul­
salão da Bibliotlieoa Publica o retrato
dade de Direito, discurso que foi tirado
do finado D. Romualdo, marquez de Santa em avulso.
Cruz, metropolita e primaz do Brazil
(Vide 0 Almanak da Bahia para 1881). Abril—26
1835—A proposito do bispo de Ooyaz
D. Domingos Quirino de Souza, de quem
A hril—4
tinhamos esca-^sas noticias (Vide a ephem.
1845 — A proposito do diamante achado de setembro 12 de 1863), recebemos uma
no Paraguassú Diamantino, de que na carta do sr. dr. Armindo Guaraná, es-
presente data fallámos, foi-nos commu- cripta do Aracajii, que oíTerece indica­
MU nicada uma carta do sr. Alvaro Corrêa» ções aproveitáveis, que agradecemos e
9! que rectiflea um erro geographico que de que nos vamos utilisar aqui.
então commettemos. O bispo D. Domingos Quirino não é
O Paraguassú de que alli se trata nasce natural da Bahia, como dis emos. Nas­
nas serras diamantinas do Sincoi*á, pro- cera na fieguezia de Nossa Senhora de
vinda da Bahit, cujo território rega Guadelupe da Estancia, em Sergipe.
 MK'
„ jp,

436 EPHEMERIDES ‘ NACIONAES

13' ‘ !«'

Como Sei'"ipe pertenceu até 1820 á capi­

' ' ■ k ' :“i mante, entre outros pelo conego Lino doi
h ;, i-r tania da Bahia, sendo creada provincia
ï ‘ <. ■:. Monte Carmello Luna na sua Galeria rfosí
separada d’aquella por decreto de 8 de
hispos brasileiros, publicada no Diário]
julho do mencionado anno, d’ahi veio o de Pernambuco, trabalho que não nosj
engano de naturalidade apontado, foi ])ossivel consultar. '
O nosso obsequioso informante procu­
rou debalde um documento authentico
que puzesse fóra de duvida o logar e a Maio—iO m
data exacta do nascimento do infeliz
1728 — Levante de soldados da guar-j
prelado, mas de passagem pela cidade da
nição da Bahia denominados do Terçi^
Estancia, em" Sergipe, teve occasião dé
velho, commfandado pelo mestre dei
obter informações aproximadas da ver-
campo Joao de Araujo de Azevedo.|f
I • ' I, dade-.da vjuva do coronel Antonio Luiz
Aquartelaram-se na fortaleza do Curapòl
de Azevedo, padrinho de chrisma do
da Polvora, onde foram chamados áí
bispo, e em resultado das suas pesquisas
ordem pelo governador conde de Sabn-j
sabemos que:
gosa, não sem terem antes feito al-Í
D. Quirino nascera em outubro de gumas mortes. Sete d’elles foram en-Í
1815. em dia de Nossa Senhora do Rosa- forcados, entre os quaes o denominadoj
rio, que cahiu nesse anno no dia 2. Era Barriga de areia, cabeça da sedição.
filho legitimo de João Quirino de Souza
e \ictoria Gonralves.Stella. Foram seus
padrinhos de baptismo o portuguez Ma­ Maio—21
nuel Gomes dos Santos p R^ta de tal. 1811 — Esta epherneride deve ser intei-J
Ordenou-se em 1839; entretanto, no ar­ 1'amentc refundida, do seguinte raodo:'^
chive archiépiscopal nada se encontrou
O bispo diocesano D, Luiz de Brito Ho-Ü
a esse respeito, sinão qne D. Domingos
mera assume o governo interino do Ma-'
Quirino recebera o subdiaconato no dia
ranhão e conserva-o até 21 de agosto doj (i:b
26 de abvil de 1835 na capella do palacio
mesmo anno (1811), em que o passa ao\,
do arcebispado.
*Í I chefe de esquadra Paulo José da Silva
Acerca da naturalidade do bispo de Gaíua, capitão general effectivo [Vide
Goyazéella attestada, diz o nosso infor- agosto 28).

FIM DO PRIMEIRO VOLUME


.TUI.IIO— 1
1582—SuppOem todos os nossos cliro-
nistas que foi n’este anno quo teve prin­
cipio a Ccisa do Alisericordia da cidade do
Rio dc Janeiro; porque, tendo u’elle che­
gado a este porto uma armada de Cas-
tella, composta de dezeseis naus, em que
^'ild^am tres mil homens sob o commando
do general Diogo Flores Valdez, essa
gente, com os temporaes soíTridos na
longa travessia, chegou quasi toda doente
e necessitada de agasalho e tratamento.
Achava-se pelo mesmo tempo n’essa ci­
dade 0 venerável Jose' de Anchieta, de
visita ao collegio da sua oi'dem, fundado
cm J5G7; movido da sua extremada cari'
dade, condoeu-sc muito aquelle santo
varão do estado lastimoso em que via
toda aquella gente, e tomou a peito a sua
cura 0 agasalho, dando traça para que
se preparasse uma casa em que fossem os
doentes assistidos e curados, para cujo
íim destinou logo alguns religiosos, con­
correndo também ellc, ale'm da sua pro-
NACIONAES 'm i'-
pria pessoa, com as medicinas, medico c
cirurgião. Assim principiou talvez o hos­
pital do Rio de Janeiro.
Quanto aos mais dados que subsistem
acerca da sua fundação, reduzem-se a
uma provisão do prelado, administrador
ecclesiastico d’aquclla diocese, Bartholo-
meu Simões Pereira, passada na presente
data a favor do provedor c irmãos da re­
ferida Santa Casa, para que os vigários
das parochias se não intromettessem nas
suas eleições (Ande a e))hemeride de 8 de
Outubro de 1605).
1715—Toma posse do governo da capi­
tania de Pernambuco D. Lourenço de
Almeida, c conserva-o até o dia 23 de Ju­
nho (de Julho, diz o visconde de Porto
Seguro na sua Historia Geral) de 1718.
Succede-lhe no cargo Manuel de Souza
Tavares.
1820—Por ausência do conde de Villa
Flor, governador e capitão-general do
Pará e Rio Negro, que jjarte com licença
para o Rio dc Janeiro n’esta data, ficam
 í r
’■'r- ‘ I

2
e p h e m e r id e s n a c io n a e s
r.
■ :ía
'.v interiuamente á testa do governo da dita
capitania o arcediago Antonio da Cunha Como ficou dito na data de hontem,
Ï,
as forças portuguezas, commandadaspelo
iI » 'A'-i 0 coronel do estado-maior Joaquim p"e-
general Ignacio Luiz Madeira de Mello,
f. ippe dos Reis e o ouvidor da comarca
tinham abandonado o recinto da praça
0 1 ara desembargador Antonio Maria
Carneiro de Sá. No 1» de Janeiro do anno que occupavam, desenganadas de pode­
seguinte foi substituido este triumvirato rem conservar a cidade, cuja população
inteira lhes era hostil.
por uma junta provisória (Vide a ephe-
f^•.’i
.m me7-idede 19 de Outub^-o de 1817). Todos ns an nos commemoram os bahia- rj I
f p '* > iios este grandioso dia com pomposas
1823—As tropas portuguezas.ao mando
•?á > I do biãgadeiro Madeira, evacuam clandes- festas e demonstrações de patriótico re-
- '' ' tinamente e á noite a cidade da Balda, gosijo, cm que toma parte a população
onde toda a população lhes era infensa* em peso.
J ÿ * '. '
W . 'í embarcando em navios mercantes e de 1824-Manuel de Carvalho Paes de An­
guerra toda a guarnição da praça: drade chama ás armas as províncias do
mmtas familias e pessoas emigram n’essa Norte, e convida-as a se confederarem
t' '. oceasião para Portugal (Vide a Eplmne- cm um estado independente sob a deno­
i , , í 'h r 7'ide do dia 2).
'li'. •; ... minação de Co7i/'ederação do Equador.
f'"ll 1/ 1839 Raymundo Gomes saqueia a ci­ Esta rebelliao originara-se do desgosto
dade de Caxias, no Maranhão (Vide as causado pela dissolução da Assembléa
ifíl. ephemerides de 13 e 14 de dezembro Constüui7xte; o enthusiasmo popular po­
de 18 38 Gicerra dos balaios). rém não corre.spondera á expectativa dos
1850—Publica-se na secretaria da jus­ patriotas republicanos ; todavia, a pro­
tiça 0 Codigo Commercial, que deve vi­ clamação da nova republica apressa a
gorar no Império do 1“ de janeiro de 1851 promulgação e juramento do pacto con­
em diante. stitucional, que deve manter a integri.
1865- Toma assento no .senado, como dade do Brazil (Vide a Ephemeride
representante da província do Rio de de 24). •
Janeiro,o Sr. Antonio Pinto Chichorro da 1825—Concede-se ao exercito pacifica,
Gama, escolhido a 14 de junho do mesmo dor da Bahia, que cooperára para a in­
anno (Vide 15 de inaio de 1847). dependência nacional n’aquella parte do
1866— Realisa-sc na cathedral doParáa Império, uma medalha de distineção. E’
sagração do bispo de Goyaz, D. Joaquim de ouro para os oííiciaes generaes, de
Gonçalves de Azevedo, com a assistência prata para os demais oííiciaes, desde al- ■
dos diocesanos do Ceará, Pernambuco e feres até ccroncl, e de cobre para as
Pará (Vide a ephemeride do 14 de ma^xo praças de pret.
de 1876). , )
í ' J ■^^~7 baliece o senador pela (irovincia
JU LIIO 2 de Minas Geraes marquez de Sabará (João '
^ 1769 Creação do primeiro hospital mi­ Gomes da Silveira Mendonça), nomea- V,
litai do Ceará, por acto do governador do pelo primeiro Imperador a 22 de ja- 'í
de Pernambuco, que era por esse tempo neiio de 1826, na instituição do seoa-
do. •>'
0 conde de Pavolide, D, José da Cunha
I . |'W '
Grã de AthaydeeMello, e que em outubro 1875—Toma assento na camara vitalL
‘ .?('>'« í f ■
d esse mesmo anno passou a governador cia 0 Sr. Dr. Luiz Carlos da Fonseca,
geral do Estado. como representante da provincia de Mi­
1823—Entrada do exercito pacificador nas Geraes, escolhido a 18 de junho do
,.i í-
na cidade da Bahia. mesmo aim o.
>; ' 'v; 'f'
7 :

■i
 JULHO— 3
1G29—Toma posse da prelatura do Rio
de Janeiro frei Máximo Pereira, cujo
nome vem com menos exactidão na llis-
toria Geral do Bra:^il do visconde de
Porto Seguro.
Frei Maximo foi o 6° ecclesiastico que
oceupou tal cargo n’esta capitania. Dos
cinco anteriores sacerdotes que exerce­
ram igual ou quasi igual juiisdicçao
n’ella, apenas possuimos os seguintes
escassos dados :
O primeiro que preencheu este cargo
foi Matheus Nunes, presbytero do habito
de S. Pedro, nomeado por provisão de
20 de fevereiro de I5ü9, sob a denornina-
^:ão de ouvidor ecclesiastico, e que d’elle
tomou posse, segundo o Sr. Dr. A. Fer­
reira Yianna [Prelados do Rio de Janeiro
desde i õ 6 9 até 1681), a 15 de agosto
de 1569. Retirou-se depois para o Espi.
rito-Santo, onde falleceu em 1597 [Dr.
Ferreira Vianna) .
Depois de creada pelo papa Grego­
rio XIII, a 19 de julho de 1576 [Veja-se
essa data), a prelatura do Rio de Janei­
ro, desligada da diocese da Bahia, a que
até então estivera sujeita, foi escolhido
prelado o Dr. Bartholorncu Simões Pe­
reira, de quem se tratará a 19 de julho
e que tomára posse d’esse cargo a 11 de
maio de 1577.
Seguiu-se-lhe o Dr. João da Costa, pres-
bytei’0, oapellão d’cl-rei, que tomou posse
em outubro de 1587. Retirou-se depois
paraS. Paulo. Esse foi portanto o 3°. O
visconde de Porto-Seguro dá o millenio
de 1597 como o da sua posse.
O 4° sacerdote nomeado jjara este cargo
foi 0 Dr. Bartholomeu Lagarto, que não
acccitou a nomeação, sendo por isso
omittido 0 seu nome por alguns chro-
nistas.
O 5° foi 0 Dr. Matheus da Costa Abo-
rim (e não Alhoim, como o cliama o Sr.
Dr. F. ^'ianna), que tomou posse do cargo
a 2 de outubro de 1697 c falleceu a 8
de fevereiro de 1629, com presumpções
de ter sido envenenado.
Este prelado começou a sua adminis­
tração por muitas obras de caridade e
fundações pias ; mas, apez ir d’isso e das
virtudes de que deu provas, não escapou
á animadversão publica, talvez motivada
pelas monitorias e excommunhoes que
lançou era negocios eiveis, ou por se ter
ingerido na questão da liberdade dos in­
dígenas e levantar hand.eira contra elles.
Frei Maximo Pereira, foi o 6“, como
íica dito.
O douto sr. José de Vasconcellos refere
nas suas Datas celebres a data que hoje
commemoramos, como apenas a da pro­
visão que nomeou frei Maximo para este
cargo,provisão passada em nome do bispo
da Bahia D. Manoel Pereira.
Ila uma tal divergência de datas acerca
d’estes primeiros administradores espiri-
tuaes da capitania do Rio de Janeiro,
que torna diíllcil chegar-se a dados posi­
tivos.
1638—0 intrépido capitão Pedro Tei­
xeira, que subia cm viagem de explora­
ção pelo Amazonas (Vid. a Ephem. de 23
de outubro de 1637), chega ás margens
do rio que sai da provincia dos Encabel-
lados, todo povoado de indios rebeldes.
Pareceu-lhe accommodado o sitio para
assegurar a retirada: deixa postada n’elle
a maior parte do pessoal da sua expedi­
ção e prosegue na sua derrota (Vid. a
Epliem. de agosto 15).
1702—D. Rodrigo da Costa succede a
D. João de Lencastro no governo geral do
Estado do Brazil e toma posse do cargo
na presente data, e não a 3 de Junho,como
dizem Acciolli nas suas Memórias e o
infatigável visconde de Porto Seguro na
sua Historia Geral [Catalogo dos gover'
nadores).
D. Rodrigo da Costa foi o 33“ na respe­
ctiva serio e governou até 8 de setembro
de 1705.
1788— Bernardo José de Lorena, 11°
 EPIIEMERIDES NACIONAES
governador da capitania de S. Paulo,
i:, toma posse do seu cargo e exerce-o até
• 21 de junho de 1797. N’este mesmo ulti­
I», mo anno passou a governar a capitania
de Minas-Geraes. Voltando depois para
Lisboa teve o titulo de conde de Sarzedas
V? e 0 governo da Índia, segundo refere
Abreu e Lima [Synox>sis).
Azevedo Marques, no seu importante
trabalho Apontamentos históricos, geo-
graphicos,etc., da província de S. Paulo
-lit' (vol. II), 0 faz impossado no dia i õ de
julho.
1812—Sai para Lisboa a fragata Pa-
raguassú, levando a seu bordo os depor­
tados politicos: Limpo de Abreu, Geraldo
Leite Bastos, Dr. França Leite, Dr. Joa­
quim Cândido Soares de Meirelles, José
Francisco Guimarães e Dr. Francisco de
Salles Torres-Homem (Vide a Epheme
ride de 5 de junho de 1813).
1846-Com eça a funccionar a ponte
volante [harca-pendulo] que tinha de pòr
em communicação as duas margens do
Parahyba na cidade de Campos (Pão de
Janeiro) e de propriedade de Julio Lam.
bert. Hoje em dia possue a localidade uma
bella ponte flxa de ferro.
1853—Toma pessoalmente posse do seu
bispado D. Feliciano José Pv,odrigues de
Araujo Prates, primeiro bispo do Rio
Grande do Sul, natural d’aquella mesma
província (Vide a Ephemcride de 27 de
maio de 1858).
1871—Fallece o senador pela província
de Santa Catharina José da Silva Mafra,
escolhido a 3 de outubro de 1841.
•H•’
JULHO 4
L 1
1789—Claudio Manuel da Costa, o pri­
meiro poeta de Minas-Geraes do tempo
colonial, *apparece pela manhã morto na
sua prisão em Villa-Rica, ijendente de
uma liga ou cadarçi;^ atado a umaespecic
de armario que havia no calabouço. Clau­
dio tinha solírido na vespera um
longo interrogatório pela sua coinparte-
cipação na famosa conjuração mineira
denominada a Inconfidência.
Innocencio da Silva, no supplemento ao
seu Diccionario Bihliographico, o dá fal-
Iccido no dia 3.
Nascido na então villa do Ribeirão do
Carmo, hoje cidade episcopal tie Ma­
riana, a 6 de junho de 1729, de uma illus­
tre familia paulista do numero das que
tinham ido explorar a capitania das
Minas, passou ao Rio de Janeiro, onde
estudou philosophia e obteve a patente
de mestre em artes no collegio dos pa­
dres da Companhia de Jesus ; partindo
depois, aos 17 annos de idade, para Por­
tugal, alli se formou em direito canonico
na Universidade de Coimbra. Na métro­
pole compoz durante os seus estudos e
depois d’elles, c publicou varias poe.sias
muito apreciadas no seu tempo, das quaes
algumas são ainda hoje, e sel-o-hão sem­
pre, beliissimos modelos no seu genero.
Após doze annos de permanência na
Europa e em seguida a uma excursão
pela Italia, em cuja lingua nos deixou
harmoniosissimas cançonetas no gosto das
de Petra; ca e Metastasio, regressou (em
1765) ao Brazil c estabeleceu-se como
advogado em Villa Rica, hoje Ouro Pre­
to, onde gozou de alto conceito, não só
pela proficiência com que se houve no
desempcnlio da sua profissão, mas tam­
bém como poeta e um dos espiritos mais
cultos da localidade.
« Claudio Manuel, diz o conego Januá­
rio no seu Parnaso, foi ura philologo
de vastíssima erudicç.ão, tanto na littera-
tura antiga, como na moderna. »
Compoz alguns trabalhos de economia aif
politica, que não foram dados ao prelo, ■ole
mas andaram dc mão cm mão cm nume­
rosas copias,bem como o seu poema Villa
Rica, que só em 1839 viu a luz da publi­
cidade, graças ás diligencias e patriotismo
do seu conterrâneo o sr. senador José
Pedro Dias de Carvalho.
De 1780 a 1788 exerceu Claudio Manuel
0 cargo de segundo secretario do governo

EPIIEMERIDES NACIONAES
da capitania, cargo que resignou quando
entrou a govcrnal-a o visconde de Barba-
cena, em cujo tempo se deu a intentada
conjuração da inconíídencia, na qual in­
contestavelmente tomou activa parte o
nosso poeta com seu amigo ccollega Gon­
zaga, Alvarenga Peixoto, o legendário
Tiradentes e outros. Pretendiam, como se
sabe, tornar a capitania independente da
métropole e estabelecer n’ella e nas de
S. Paulo e Rio de Janeiro uma republica.
Descoberto o plano do levante, que tinha
por pretexto o vexame que a população
da capitania de Minas soffria pelo pesado
tributo que pagavam esses povos como
taxa pela sua unica industria, a minera­
ção do ouro ; foi Claudio preso com os
mais conjurados e lançado em uma es­
cura masmorra, onde, na idade de pouco
mais de 60 annos, foi achado morto,
como fica dito, pairando até hoje duvidas
sinistras sobre a verdadeira causa da sua
violenta morte, propendendo muitos es-
criptorcs abalisados para a opinião que
a attribue a um assassinato, c havendo
igualmente fundamento para se suppor
que fóra um suicidio (Vide a esse res­
peito 0 nosso Estudo sobre Claudio Ma­
nuel, nos fasciculus 2° e dos Annaes
da lUbliotheca Nacional do Rio de Ja­
neiro, cm que tentámos por nossa vez,
mas cm vão, deslindar esta intrincada
pendência histórica).
Dizem entretanto os redactores do 1°
anno do Almanak da Provinda de Minas
Geraes, citado cm nota pelo Sr. Joaquim
Norberto na sua Historia da conjuração
mineira (pag. 372):
« lia n’esta capital muitas pessoas que
ouviram aos coevos do Claudio (|ue elle
foi sulfocado por dous soldados de ordem
superior, c que depois se fez espalhar o
boato de ter-se suicidado, abrindo uma
veia com o garfo da flvella dos calções e
escripto com o sangue um distico na
parede. »
Vé-se por este trecho que já começára
a fecunda imaginação popular a orlar de
U.tl
seus arabescos d’ouro este facto historico,
até convertel-o em lenda.
1790—Fallecc na cidade da Bahia o 3*
conde de Avintes, 43° governador geral
do Estado do Brazil (Vide a Ephemeride
do dia 6).
1803—Toma posse do governo da capi­
tania do Piauhy Pedro Cesar de Menezes,
'4
que a governa até 1805.
Em julho d’este ultimo anno entra a
governal-a interinamente Luiz Antonio
Sarmento da Maia.
181S_D, José de Castello Branco, conde
da Bhgueira, toma posse do governo da
capitania do Rio-Grande do Sul e exerce-o
até ao anno de 1821. Em 28 de Março
d’este anno passa a exercel-o o duque de
Saldanha, como em tempo ficou consig­
nado.
« O conde da F’igueira, diz o auctor da
Synopsis ou Deducção chronologica,
commandou em pessoa muitas vezes o
nosso exercito e obteve algumas victo­
rias assignaladas, entre ellas a de Ta-
c[uarembó em Janeiro de 1820. Celebrou ' I
II
no anno anterior a Convenção sobre limi­
tes entre o Rio-Grande e Monte vidéo, e
foi incansável na manutenção da disci­
plina militar, com que soube sustentar a
honra das nossas armas. »
1821—Adhesão da população, tropa e
>
senado da camara da então villa de Cam­
pos dos Goytacazes á constituição por-
tugueza, jurada por D. João VI. Promo­
vem esta manifestação, que terminou no
dia 8 por um solemnc Te-Beum, os majo­ I ■I
res Antonio Aureliano Rolão, comman­
dante do regimento de caçadores n. 4,
Pedro Augusto Nolasco Pereira da
M
Cunha, commandante da cavallaria, e
Miguel Joaquim Prestes, commandante
do regimento n. 12.
1821 — Desembarca em Lisboa o rei
D. João VI de volta da sua residência
no Brazil (Vide a Ephemeride de 26 de
abril d’este mesmo anno de 1821).
1828—Toma assento no senado Manuel
Caetano de Almeida e Albuquerque, se-
 6 EPHEMERIDES NACIONAES

nador escolhido pela provincia de Per­ Firmino chegou ao Rio de Janeiro a 30

i i':f '‘ i ' nambuco (A ide a Ephemeride de 11 de
de agosto de 1879 no paquete francez
I .i]" ' outubro de 1811).
Ville do Santos, e foi no mesmo dia leva- r/t
LS16—Fallece no mosteiro de S. Bento do para o cemiterio de S- Francisco de ít |

IP Í da cidade do Rio de J sneiro b^rancisco

Alvares Machado e Vasconcellos, nnia das
nossas maiores glorias parlamentares,
Paula, onde jaz.
RodriguesSilva compuzera,tanto quan-
do cursava a academia juridica de S.
'
uj^i
|
nascido ra cidade de S. Paulo a 21 de Paulo, onde se forraára, como depois, aíç
novembro de 1791 e cujo nome com ila. muitas poesias, que andam esparsas por oá
grante injustiça anda tão esquecido hoje. folhas litterarias e politieas, mas cuja iffii
’ 4f ' ^lS75~IiuyiguraÇcão da linha telegra-
IV, ■ ■ maioi parte escapou a luz da publicidade
phica de A alença a Camamú (provincia De todas as que vingaram a luz publica ã :iji
da Bahia), com a extensão de 69.192 k.
mais celebradaéa que se intitula—Xenia . .\s
1879—Fallece em Pariz o senador por á morte de Francisco Bernardino Ri-
Minas Geraes Firmino Rodrigues Silva,
beiro, cscripía em 1837 e que foi inserida .dá
escolhido a 29 de abril de 1861.
pela primeira vez no Pcumaso brasileiro, (
Nascôra ern Niteroy pelos annos
publicado em 1843 e 1818 pelo Sr. conse-
de 1816, Ale'm de senador, era desembar­
lheiro João Manuel Pereira da Silva. j
gador aposentado da Relação do Rio de
j
Janeiro, com as honras de ministro do
JÜLITO— 5 \
Supremo Tribunal de Justiça. Distingui­
ra-se em logares da magistratura, entre Diz 0 visconde de Porto Seguro,
1Ô1.3— ol
os quaes o de chefe de policia da pro­
na sua Historia Geral (1 * edição', que uqf
'-|1' vincia do Alinas Geraes, de juiz dos feitos antes desta data tomara o mestre de
c adjunto do Tribunal do Commercio da campo Luiz Barbalho Bezerra posse do
corte.
governo da capitania do Rio de Janeiro, .n*
«O illusire parlamentar foi um acérrimo Foi 0 décimo oitavo que exerceu essa cai
defensor das suas ideas politieas no joz’- jurisdicção, governando porém apenas
nalismo fluminense. nove mezes e alguns dias. pois falleceu
«Como redactor do Jlrazil c do Correio a 15 de abril do anno seguinte.
Mercantil e collaborador da Chronica e O general Abreu e Lima diz ácerca da rdf
de diversos jornaes partidários d’esta data da sua posse: ^
còrte, Firmino Rodrigues Silva deixa « Succedeu a Salvador Corrêa de Sá e ej
nome que será lembrado na nossa im­ Benevides... e tomou posse em dias má
prensa.
omtes de 27 do junho d’este anno (1643).»
« Littorato. poeta e cultor fecundo das O Sr. José ’e A’ asconcellos fal-o deíl- -m
I > nossas lettras, não ficarão por certo es- nitivamente empossado a 2 7 de junho, .os
queúdos os suas trabalhos, que serão A eja-se ainda o que diz a esse piropiosito ofj
compendiados com as suas justas e rectas o Catalogo dos capitães mores e gover- --i"
sentenças do julgador dos direitos de seus nadores da capitania do Rio de Janeiro, .oi
concidadãos. O senador Firmino Rodri­ publicado em continuação no tomo II ilR,
gues Silva baixou ao tumulo paupérrimo; das Revistas do Instituto (1840).
porém deixando aos seus compatriotas I~70—Ordem do governador de Per- f-'is
0 exemplo do civismo, dos esforços de nambuco iriandando erigir a villa de
quem s(3 por si salie elevar se, e do amor Sobral no logar denominado Caiçara. íi*!
,i.'lt ; da patria que idolatrava {Jornal do (Ceará).
Commercio de 12 de julho). » 1821—Entrada solemne de D. Romualdò
I. -i:> O cadaver embalsamado do senador de Souza Coelho, 8° bispo de Belém do

lip

■
Í| v
.3
?ará, na capital da sua diocese {Vide a
^phemci'ide de 7 de fevereiro de 17G2).
182S—D, Maria II, proclamada rainha
le Portugal, embarca para a Europa,
icompanliada do marquez de Barbacena
!omo seu aio e tutor. I)irigi'’am-se para a
nglaterra, onde a joven rainha foi rece­
nda com todas as honras que llie eram
Icvidas. Como todavia esse acolhimento
ioenhum resultado dera cm favor das suas 0 seu 43
!pretenções á corôa de Portugal, cm 1829 tado do Brazil D. Antonio de Almeida
?oltou cila para o Brazil, onde chegou a Soares e Portugal, 3° conde de A vintes e
lü de outubro, em companhia daprinceza 1" marquez de Lavradio, que tomara
la BavieraD. Amelia,sua futura madrasta posse do governo a 9 de janeiro d’esse
Vide 13 deahrüdo 1831). mesmo anno.
1857— Fallccc Cassiano Speridião de Como não houvesse via de successão,
dello Mattos, senador pela provincia da reuniram-se a camara, o Cabido e a Re­
daliia. escolhido a 25 de maio de 1836. lação e nomearam na presente data gover­
1874— Inaugura-se a linha telegraphica nador interino do Estado ao chanceller
le Benevente a Itapemeiim, provincia Thomaz Rubim de Barros Barreto. Esta
lo Espirito-Santo, na‘extensão de 36,710 escolha, porém, não teve o placet regio e
ulometros. aquelle governador foi substitudo pelo
1875— Tnaugura-se a linha telegraphicachanceller José de Carvalho de Andrade
la villa da Serra á cidade da Victoria, com 0 coronel Gonçalo Xavier de Barros e
provincia do Espirito Santo, na extensão Alvim, que tomaram posse do governo no
île 26,700 kilometros. dia 21 de junho de 1761 e a que se reuniu
1878—Fallecc em Paris, no convento 0 bispo coadjutor da Bahia D. frei Manuel
los Capuchinhos, o bispo dc Olinda D. de Santa Ignez a 29 de julho do anno se­
rei Vital (Vido nsephem. de 21 de maio guinte (1762). Este governo esteve á testa
le 1871 e de 4 de novembro de 1876). da administração geral do Estado até 25
de março de 1766.
JULHO—6 O conde de Avintes, D. Antonio de
1672—Fallcce na cidade da Bahia o 9° Almeida, foi o ultimo vice-rei que teve
)ispo do Brazil I). Estevão dos Santo s.na- assento na cidade da Bahia, e nos seis
.lirai do Portugal. Eleito no reinado dc mezes incompletos do seu governo fez
0. AíTonso VI, sob a regencia de seu prender os padres da Companhia de
rmão 0 principe D. Pedro c no pontificado Jesus (no dia 18 de Abril de 1760) e en"
le Clemente X. chegou ao seu bispado a vicu-os para Lisboa.
.5 dc abril de 1672, governando-o apenas 1802—D. João de Amorim Pereira, que
un mcz e vinte um dias. já de 1796 a 1799 governara a capitania
Foi concgo regente dc S. A^icente de do Piauhy, é novamente nomeado seu
^óra e era irmão do desembargador do governador. O visconde de Porto Seguro
Paço João Carneiro dc Moraes. diz que tornara elle posse do seu cargo
Jaz na capella-mor da Sé da Bahia. a 19 de Fevereiro de 1803.
Eis aqui o letreiro da sua campa, co- A capitania do Piauhy foi creada inde­
dado ipsis verbis pelo Sr. .Alfredo do AC pendente do governo do Maranhão por
3abral com o zelo que tanto o distingue: carta régia de 29 de Julho de 1750 ; mas
a Sepvltura de D. Estevam dos Santos só por carta régia de 10 de Outubro de
 'í •

â EPIIEMERIDES NACIONAES

1811 é que íicou de todo independente.

degas do Rio Grande do Sul e Santa Ca-
1828—A nossa esquadra no Rio da
tharina, encarregado de creal-as, e alli
Prata (Campanha da Cisplatina) qu^
desemi)enhou outras commissões de im­
quasi nada fizera conti’a o inimigo, tinha
portância, dcsenvolvenda n’cllas a intei­
'(i em compensação feito innumeras prezas reza de caracter, a dedicação e o zelo
nos navios mercantes de todas as nações,
HI pela causa publica, que constituem a es­
que AÚolaram o bloqueio. Em consequência
sência dasuasympathica individualidade,
d’esse facto, apresenta-se n’esta data na
e iniciou-se com proveito na diíílcil scien-
bahia do Rio de Janeiro o contra-almi-
cia da administração.
lante francez Roussin com uma nau e
duas fragatas, exigindo a immediata re­ Proclamada em 1821 a constituição no
stituição das embarcações de sua na­ Brazil, escolheram-no a sua provincia
''i\ i I
cionalidade, aprezadas no Rio da Prata, natal e a do Rio Grande do Sul deputado
ás cortes constituintes da nação portu-
e umaindemnisaçãopor perdas e damnos:
guoza, a cujo mandato obedeceu partindo
isto causou grande agitação em toda a
cidade (diz Abreu e Lima, de quem trasla­ para Lisboa, de onde voltou, proclamada
■I ■ damos este facto). Estavam ambas as a nossa independencia, como deputado
camaras do parlamento dis^jostas a não por S. Paulo á constituinte brazileira, cm
que tomou assento em 1823 e de cujos va­
accederem a esta imposição, feita assim
liosos trabalhos lhe coube uma larga
de morrões aceso%; mas o imperador
parte.
B. Pedro I assentou de seu motu-proprio
terminar a questão, mandando restituir Dissolvida aassembléa constituinte, foi
todos os navios francezes e estipulando nomeado (novembro de 1823) presidente
que a indemnisação reclamada se ulti­ da provincia do Rio Grande do Sul, cargo •
maria antes de findo o anno de 1829. que exerceu por espaço de dous annos
1845— Toma assento no senado Anto­ com rectidao e esclarecido patriotismo
nio Cai los de Andrada Machado como Foi 0 primeiro presidente que tevê
representante da provincia de Pernam­ aquella provincia. A primeira typogra-
buco, escolhido a 29 de maio do mesmo phia que ella possuiu, a colonia de S. Leo­
anno (Vide a ephemeride de 5 de dezem­ poldo e a casa de caridade da capital
bro de 1845). foram creações da sua administração.
1847—Pallece na cidade de Porto-Ale- Ministro dos negocios do império desde
gre 0 illustre José Feliciano Fernandes 1825, referendou em 1827 o decreto que
Pinheiro, visconde de S. Leopoldo, nas­ fundava os nossos cursos juridicos; reor-
cido em Santos a 9 de maio de 1774. ganisou a Academia das Bellas Artes,pro­
I
Destinado por seus paes á carreira moveu o desenvolvimento da instrucção
ecclesiastica, partiu aos 18 annos de ida­ publica, melhorou a Escola medico-ci-
de para Portugal com o fim de comple­ rurgica do Rio de Janeiro, etc.
tar os seus estudos na Universidade de Escolhido a 22 de janeiro de 1826 se­
Coimbra, e alli recebeu em 1798 o grau nador pela provincia do seu nascimento,
de bacharel na faculdade de cânones. foi nomeado conselheiro de estado e vis- '
0 pouco espaço de que dispomos não conde de S. Leopoldo, do nome da colo­
nos permitte que acompanhemos o sabio nia que fundára.
.1' ' ' paulista na sua brilhante carreira : con­
Em 1838 estabeleceu o Instituto Ilisto-
■ V signaremos apenas aqui as datas e factos rico e Geographico do Brazil, tendo por
ir ■ mais importantes da sua vida.
jDoderosos auxiliares, além da boa vontade
X\ V Em dezembro de 1801 voltou Fernandes e animação do imperador, o marechal
Pinheiro ao Brazil como juiz das alfan- Raymundo José da Cunha Mattos, o co-
neffo Januario da Cunha Barbosa e José no cemiterio do Campo Santo, na manhã
Joaquim Machado de Oliveira. Em justis- do dia 7 dc julho de 1871. Era filho do
siina homenagem aos seus'incontestáveis Dr. Antonio José Alves, que fallecera
merecimentos foi eleito primeira presi­ lente de clinica externa na Faculdade de
dente perpetuo d’aquella sabia corpora- /Medicina d’aquella cidade.
Tinha o arrojado poeta pouco mais dc
« ü nome do distincto litterato está 2-1 annos quando íalleceu. Era muito cedo
inscripto na primeira pagina do muior para morrer...
monumento litterario do Brazil », diz o 1879—Fallece na sua fazenda do Pi­
Sr. barão do Homem de Mello na Bio- nheiro 0 opulento capitalista commenda-
gmphia que escreveu do seu digno con­ dor José de Souza Breves. Entre as mui­
terrâneo e_ consocio. tas verbias do seu testamento nota-se a
Orna o salão das sessões do Instituto, seguinte :
como honrosa memória aos seus grandes a Cem apólices de 1:000$ cada uma
serviços c reconhecido dovotamento á para seus rendimentos servirem para
patria e ás lettras nacionaes, o sou busto formar-se. de cinco em cinco annos, tres
cm mármore, feito pelo Sr. Joaquim José prêmios destinados abs melhores livros
da Silva/Guimarães. que forem escriptos no Brazil para o en.
O visconde de S. Leopoldo compoz e sino primário e educação religiosa catho-
publicou diversos trabalhos históricos e lica, apostólica romana, e social do povo. »
litterarios (alguns traduzidos do iuglez e Este testamento foi feito em 15 de ja­
do allemão),d’entre os quaes sobresaem os neiro de 1877.
seus—Annaes da capitania de S. Pedro, Cremos que não deixará em tempo com­
—cujo 1° volume viu a luz da imprensa petent e dc ter plena execução uma tão
em 1819, c a sua Memória histórica so­ generosa disposição do testador.
bre os limites naturaes, xxicteados e ne­
cessários do império do Brasil. JULUO—7
1871—Fallecc na cidade da Bahia, ás
3 1/2 horas da tarde, Antonio de Castro 159S_Francisco de Mendonça Vascon-
Alves, 0 inspirado poeta das Esjnornas ccllos, governador da capitania do Rio de
Fluctuantes, publicadas em 1870 naquella Janeiro, entra no exercicio do seu cargo
cidade, da Cachoeira de Paulo AfU'onso, (Vide a Ephem. de 17 do setembro dc
publicada também alli em 1876, do poema 1599).
dos Escravos, etc., que tornaram im­ 175(j._03° governador e capitão general
mortal 0 seu nome, collocando-o na pri­ de Goyaz, João Manuel de Mello, toma
meira plana dos que no Brazil seguiram posse do seu cargo.
os arrojos de imaginarão do portentoso Por causa das perturbações da ordem
poeta da França, Victor Hugo, e pcrlus- publica, oceorri:!as no arraial de S. Felix,
traram as mais elevadas regiões da poesia, teve este governador ordem régia para
desprendida do sentimentalismo medita­ mandar levantar forca e crear junta de
tivo c pui’0 da escola de Lamartine, liber­ justiça, em que se julgassem summaria-
tada da cxaggcração dc desregramento mente os criminosos, sem appellação nem
moral e da convencional mysarithropia aggravo.
(los adeptos de Byron.
Eascido a 1-1 de março dc 1817, na fa­
zenda denominada Cubaceiras, perto do
CurralinliO, na comarca da Cachoeira,
da mesma provincia da Bahia, sepultou-se
 10 EPIIEMERIDES NACrONAES

Joao Alberto de Miranda Ribeiro, pro­ nia de Matto-Grosso. Ao chegar, porém,

vido n’esse cargo pelo conde de Rezende, ao Rio de Janeiro foi-lhe commettida a
vice-rei do Estado do Brazil, e exerce-o direcção da importante casa de educação
até 0 dia 18 de janeiro de 1800, em que de Caraças, em Minas-Gcraes, que o seu
fallecen.
Instituidor, o irmão Lourenço, destinara
18(30—-Fallece na cidade do Rio de Ja­ em testamento aos missionários. Regeu
neiro 0 Dr. Antonio da Costa, am dos depois 0 seminário de Jacuecanga, em
mais (listinctos e liabeis cirurgiões d’csta Angra dos Reis, que deixou quando foi
capital. Tinha 47 an nos de idade. 0 sea
nomeado visitador da Congregação men­
cadaver, embalsamado pelo Sr. Dr, Fran­
cionada, logar que exerceu com muito
cisco Ferreira de Abrea, lioje barão de
zelo e frucío. Depois foi eleito bispo.
0 lieresopolis, foi lev'ado no dia segainte
para o comiterio de S. Francisco de Paula, O conde da Conceição foi um modelo de
prelados pela sua mansidão e humildade
onde repousa (Vide a Addenda do julho).
1808—Fallece o senador pola provinda evangélicas, mantendo invariavelmente a
de Pernambuco Francisco de Paula de pratica das mais raras virtudes e sendo
Almeida e Albuquerque, escolhido a 29 de um verdadeiro pae dos pobres e afllictos,
setembro do 1838. que se não chegavam para elle som acha­
1875—Fallece na sua diocese o 7° bispo rem conforto contra as tribulações da
do Marianna D. Antonio Ferreira Viçoso, vida e sem que levassem n ’alma o balsa-
mo santo da consolação, que só a religião
conde da Conceição, nascido em Peniche,
Portugal, a 13 de maio de 1787. vasada por lábios taes póde e sabe mini.s-
trar.«0 seu p ilado era uma modesta casa
Apresentado a 7 do janeiro de 18-13, foi
confirmado pelo papa Gregorio XVI a 2-1 e n’ella o mais modesto aposento era a
sua ante-sala!»
de janeiro do anno seguinte. Sagrado
a 5 de maio d’esso mesmo anuo no mos­ Morreu chorado e abençoado pelo seu
teiro de S. Bento do Rio de Janeii'o, pelo rebanho este virtuosissirno pastor d'al-
mas.
bispo diocesano D. lUanuel do Monte,
conde de Irajá. com a assistência do bispo Veja-se a sua biographia. escripta
titular de Chrysopolis D. frei Pedro de pelo vigário Silverio Gomes Pimenta.
Santa Marianna c do bi.spodo Pará D. José O conde da Conceição governara a
• I Aífonso de Moraes Torres, tomou posse igreja de Marianna exaetamente o mes­
do seu cargo, pelo seu procurador o the- mo espaço de tempo por que governou a
soureiro-nnír João Paulo Barbosa, a 28 igreja universal o pajia Pio IX, também
de abril de 1815. Fez a sua entrada pu­ nascido a 13 de maio ( mas de 1792 ). O
blica na diocese a 16 de junho d’este pontífice fallcceu, como se sabe, a 7 de
mesmo anuo. fevereiro de 1878.
Antes de D. Antonio Viçoso fòra, cm 1877—Inauguração oflicial da estrada
lSo5, escolhido pela regência trina o jm- de ferro do Norte de S. Paulo, que poz
dre Diogo Antonio Feijé, que depois foi cm communicação diaria a capital da
ta m b p rn
também regentefr/in f
do 1Imjierio. para
______
a» mitra provinda d’aquclle nome com a capital
de Marianna, cargo que Feijó não acei­ do Império, atravessando no seu percurso
tou (Vide a Kphemeride de 9 de novem­ sete cidades c villas, e dando sabida aos
bro de 184S\. productos de dezesete municipios.
D. Antonio Viço.so vicr'a de Portugal
Ao Sr. conselheiro Dr. Francisco Ig­
como missionário da Congregação de nacio Marcondes Homem de Mello, então
S. \ icente de Paula a instancias do rei
presidenle da companhia S. Paulo e Rio
D. João VI, pai’a abrir missões na capita­
de Janeiro, foi dado na oceasião e na ci-
f | .V '
! ■li f-

'dl
 EPIIEMERIDES NACIONAES
(lade dc S. Paulo, em plena solemnidade,
a que presidiam o Sr. conde d’Eu e o Sr,
conselheiro Thomaz José Coelho de Al­
meida, ministro da agricultura, o titulo
de barão dc Homem de Mello.
S, Ex., depois de ter presidido a pro-
vincia da Bahia em 187S, é actualmentc
(1880) ministro dos nogocios do Império-
JUMIO 8
1675—Já n’este anno diz Abreu e Lima
quo liavia em Pernambuco uma casa de
expostos, porque el-rei (D. Pedro II), to­
mando em consideração o facto de mor­
rerem muitos d ’eP.es por falta de alimen­
tos, mandou, por dy/50 da presente data,
que SC lançasse nos contractos, que se
faziam annualmente, a contribuição de
49)^700 para estes expostos, devendo td
applicação principiar de dcze.mbro de 1G7G
por diante.
1702 — D. Manuel Rolim de INfonra,
21° governador do Estado do Maranhão,
toma posse d’este cargo na cidade de
S. Luiz, recebendo-o de Fornão Carrilho,
governador interino.
182G—Nasce na cidade do Rio de Ja­
neiro Laurindo José da Silva Rebello, 0
Hocuf/e brasileiro, cujas composições,
pela m(3r parte satyricas e livres, se dis­
persaram, salvando se todavia quanto
d’ellas basta para dar uma cabal idea
do seu prodigioso estro poético, que mais
brilhava no improviso.
Argumentador invencível em assum­
ptos de pliilosopliia racional c de theolo-
gia, 0 seu enunciado era tão facil c pom­
poso, as suas ra/ões tão lógicas e bem
deduzidas, que não liavia modo dc resis-
tir-sc-lhe; era uma catadupa de palavras
prenhes de grandes iiensamentos e de
idéas luminosas; uma torrente caudal
que levava de vencida todos os diques
que tentavam oppor-so-lhe. Quem tracux
estas linhas ouviu mais de uma voz essa
cascata de eloquência despenhar-se es-
trugidora; foi isso na Faculdade de Me­
11
dicina do Rio de Janeiro, cujas aulas
Laurindo e nds cursavamos ao mesmo
tempo, posto que em annos diversos.
Havia comtudo uma particularidade que
poderia prejudicar a eloquência magis­
tral do poeta philosopho, s> porventura
'a novidade e nobreza da idéa e 0 bri­
lhantismo e naturalidade da expressão
deixassem logar para outro sentimento
senão 0 do enthusiasmo e embeveci-
mento: eram a sua desmedida gesticula­
ção e as contorsões e tregeitos que Lau­
rindo fazia com os musculos da face.
r 'r
com os olhos, com todo 0 corpo, a re­
torcer de mil modos 0 seu longo bigode!
Quem uma voz 0 viu nos seus admiráveis
raptos de eloquência não nos desmentirá
de certo, porque ha dc ter guardado
d’essa singular circumstancia indelevcl
lembrança.
Laurindo fez com precoce desenvolvi­
mento os seus estudos preliminares na
1f
cidade do Rio de Janeiro.
Depois dc diversas tentativas mallo
gradas para seguir ora 0 estado ecclo.
siastico, ora a carreira militar, formou-se
cm medicina, recebendo 0 grau acadê­
mico na Escola do Rio de Janeiro a 9 dc
dezembro de 1856, tendo estudado dois
dos annos do curso na da Balda, onde 0
portentoso poeta era festejado como 0
seu grande talento 0 exigia e onde achou
0 mais cordial acolhimento essa aguia
foragida. Laurindo conservou até ao tu­
mulo as mais saudosas recordações da
sua c.stada na Bahia e 0 mais profundo
sentimento de gratidão pelos bahienses. í I
Medico militar por quasi oito annos,
indo duas vezes servir como tal no Rio
Grande do. Sul, não pôde comtudo 0
Dr. Laurindo Rebello evitaras privações
e a miséria; nunca, porém, os maiores
rigores do fado adverso lhe abateram 0
indomado e nativo oi’gullio: nunca mal-
barateou a sua dignidade de homem, que
elle poz sempre acima de todas as van.
tngens sociacs. Podia dizer-se d’elle, em
boa parte, 0 que se dizia de Diogenes:
i! 't
 EPIIEMEIRIDES NAC10XAE5
Tiio.-se-lhe o orgulho através cios bu^'acos
dct sua capa.
A 2 de janeiro de I860 casou-se Lau-
rindo com a sra. D. Adelaide Luiza Cor­
deiro, que ainda vive, lutando com a má
sorte c|ue j)arece íei“-lhe ficado como a
unica herança de seu desventurado es­
poso 1
Depois do uma ^■ida posta ao serviço
da humanidade como professor e como
medico, tendo corrido sempre empós da
louvável ambição de nunca ser pesado á
sociedade, Laurindo falleceu no Hio de
Janeiro a 28 de seteml)ro de 1861 ; e foi
no dia seguinte sepultado no cemiterio
de S. João Baptista da Lagóa, de onde
foram os seus ossos removidos a 11 de ou­
tubro de 1877, por sua viuva, para o de
S. Francisco Xavier.
Sob 0 titulo de T rovas dr Laurindo
Josií DA S ilva R abello , natural do R io
DE Janeiro , publicou o poeta em 1855
jiarte de suas poesias, que já haviam
sido anteriormente estampadas na Bahia.
Em 1867 seu amigo o bacharel Eduardo
de Sá Pereira de Castro publicou-as em
dobrado numero, precedidas de uma no­
ticia da vida e obr^ts do poeta. Em 1876
fez 0 sr.commendador Joaquim Norberto
lima nova edição delias, e no seguinte
anno o sr. Dias da Silva Junior deu-nos
mais uma edição, que é, portanto, a 5‘ das
estimadas composições do bardo flumi­
nense, augmentada de 13 poesias C[ue não
haviam entrado nas edições precedentes
e antecedida de \xmPerfd biographico do
auctor.
As suas jioesias intituladas — O gcnio
e a morte, a minha resolução, Epicedio á
moi'te do dr. José de Assis Alves Branco
Muniz Barreto, Adeus ao mundo, A’ Ba­
hia— são de um elevado sentimento poé­
tico, soberbas no pensamento, irrepre-
liensiveis na fórma : bastavam ellas para
0 sagrarem poeta.
lla em mãos de apaixonados d’esse ge-
nero de poesia uma grande cópia, rnaioi.
do que se suppõe, de decimas, glosas e
sonetos seus, satyricos e liberrimos. a(5
Consta-nos que também das Ij'ricas e phi- ■n|
losophicas ha em revistas do tempo, e \
'i
talvez inéditas, um bom numero dellas, •-.6
que fóra para desejar não permanecessem
em indefinido silencio.
1865—Crea-se a medalha militar do
■b
Forte de Coimbra {Campanha cio Para-
Quay), isto é, concedida a todas as pra­ -y>‘
ças de linha c da guarda nacional, que '.m
compuzeram a guarnição d’aquelle forte,
ao tempo da invasão paraguaj’a {Vide a
Ivpherm. de 2 8 de d.ezemhro de 1864). . (■
1870—Tomam assento no senado o Sr, . i.
conselheiro Joaquim Antão Fernandes .9
Leão, como representante da província
de Minas-Geraes, escolhido a 27 de maio .1
do me.smo anno; e o Sr. Joaquim Del- •h
fino Ribeiro da Luz, como representante í
da mesma província e escolhido no mesmo
dia. )
1878—Chega á sua diocese o actual 1j8
bispo de S. Luiz do Maranhão, o Sr. D. .0
Antonio Cândido de Alvarenga, no pa­ fi
quete nacional Espirito-Santo (Vide a
Ephemericle de 28 de dezembro de 1876).
JULHO—9
1671:—Lança-se a primeira pedra para
a edificação do convento de Nossa Senhora a
da Ajuda, no Rio de Janeiro {Batas Ce­ -■í
lebres).
-O governador da capitania do 0
Rio de Janeiro, Mathias da Cunha, é con­ -1
vidado para carregar e lançar a pedra
fundamental do convento de Nossa Se­ -í
nhora da Ajuda [Synopsis e Monsenhor ■<
Pií^arroJ.
Não pudemos verificar qual d’estas duas a
datas 6 a exacta ; parece-nos ciiie uma Ê
d’ellas se refere ao convento e a outra ao e
recolhimento d’aquelle nome,
1756—Provisão instituindo a ordem ter­
ceira de S. Francisco de Paula da cidade
do Rio de Janeiro, pertencente á ordem
dos frades minimos.
1847—Fallece cm Pernambuco D. frei
 Thomaz de Noronha e Brito, da ordem do Pdo de Janeiro. Tinha, pois, mais de 71
o; dos pregadores dominicanos, hispo resi- annos quando falleceu.
n gnatario de Olinda, natural de Portugal, Veja-se o artigo que lhe é relativo no
Fôra inquisidor do Santo Ofíicio e era Anno Biographico do Sr. Dr. J. M. de Ma­
-i' bispo de Cocliim, na índia, quando eleito cedo e onde se faz plena justiça aos seus
deputado ás cortes de Portugal, tocou em pouco vulgares merecimentos.
sua viagem para o i‘eino no porto do Pvio
o! de Janeiro, jái proclamada a nossa sepa­ ju u io —10
f>’ ração da métropole. Aqui adlieriu elle a
3Í este novo estado de cousas e jurou a carta 1616—Tentativa de assassinato contra
K constitucional outorgada por D. Pedro I; João Fernandes Vieira,contada por Abreu
i; cidadão brazileiro, portanto, foi nomeado e Lima do modo seguinte:
cv vigário capitular de Pernambuco, re­ K Os inimigos de Vieira, ciosos de sua
■.T, gendo n’esse caracter a diocese então vaga,
C fama, tramam uma conspiração contra
.í desde os fins de 1825, em que chegou a os seus dias. Os assassinos, emboscados
ella, até os do 1828, em que o confirmou perto do eampo, fazem fogo quando elle
X bispo 0 papa Leão XII, governando-a passava a cavallo , ferem-no e fogem.
,í d’ahi em diante como proprietário. B’acil era conhecer os traidores, e elle
Diz-se d’elle que mostrára sempre, na mesmo sabia d’onde lhe vinha o golpe ;
administração da sua diocese, muito zelo mas antes quiz dissimular que castigar,
tV e interesse pelas cousas da religião, sem como se fosse só contra elle a traição,
'f que, entretanto, se lhe possa pôr a pécha que também se dirigia contra a patria
■ii de fanatico ; pronunciando-se pelo con­ (Obra citada). »
■I- trario conti’a tudo o que lhe cheirava á 1780—Nasce no Rio de Janeiro o conego
"i hypocrisia, repellindo de si, da sua inti­ Januario da Cunha Barbosa (Vide a
.T midade e jjrivança, os hypocritas e velha­ cphemeride do 22 de fevereiro de 1816).
cos, que tentavam dominal-o eexplorirl-o. 1836—BMllece o senador pela provincia
i'r Foi generoso e caritativo. do Puo-Grande do Norte, A ffonso de Albu­
No fim de 1829 retirou-sc para Portu­ querque Maranhão, nomeado a 22 de ja­
gal, de onde voltou em principies de 1839 neiro de 1826.
a Pernambuco , sendo-lhe então dado o 1838— Data da carta, na qual o ex-re­
cargo de director da Faculdade de Direito gente Diogo Antonio Feijó explica a sua
de Olinda, que exerceu até á morte, oc- recusa do bispado de 3,Iarianna (Vide as
corrida na présenta data. Já do ha muito ephcmeridcs de 11 de outubro de 1835 c
de 9 de novembro de 1813).
era regida a diocese pelo seu successor
1839— Eugenio de Monglavo, secretario
I). João da Purificação Marques Perdigão,
perpetuo do Instituto de França, saúda
16° bispo de Olinda. como tal a fundação do Instituto Histó­
1871—Falleco na cidade dè Niteroy o rico do Brazil.
conseilleii‘0 Dr.Thomaz Gomes dos[Santos, a Vô-se, diz elle, que o Brazil começa a
formado em medicina pela Faculdade de sentir toda a sua importância e deseja
Montpellier, oinlo mereceu ser appellidado tomar parte no grande movimento que
a estrelia do Brazil. Era lente jubilado impelle a humanidade a um brilhante fu­
do hygi ne e historia da medicina na do turo, querendo occupar o logar que lhe
Rio de Janeiro, director da Academia das convém em meio das grandes nações. E
Bellas-Artes da mesma cidade e director certamente competia ao unico paiz da
da instrucção publica da provincia. America,que possuo uma litteratura na­
Nascôra a 17 de abril de 1803 na cidade cional,principiar a exploração de outras
 EPIIEMERIDËS NACIONAËS
^ H '■
k"'.
pai'tes do immetiso carnpo que se tem pa­
^ ' i '• I
tenteado áintelJigencialmmana. Começar
pela geograjîliia e historia é começar bem,
é lançar uma vista d’olhos ao passado,
H: Í ■ hotéis, a policia, auctorisada pelo aviso
para obter escl irecimentos que sirvam de
illuminai' todos os momentos do tempo
hi: presente, e unir o estudo das cousas po­
sitivas ao estudo das que lhe dão vida. »
1'^ugenio de Monglave é o traductor
)■ « ...
fiancez da Mcirilicí de Díeceu,(lQ d^iiomaz
Antonio Gonzaga.
^;!i^ 1865—Parte o impei-ador para o sul,
S.' ' tendo sabido que fora a provincia de
I , ’ . S. Pedro do Ilio Grande invadida por
foiças paraguayas (\ide a eithaneride
de 11 de setembro do mesmo anno).
i> , ' ' ' I '
1877—Deve ter-se inaugurado em Val-
I"'; ■ ' .
P paraizo a estatua de Christo vão Colombo,
mandada fazer na Europa pela munici­
M palidade d’aquella cidade para ser levan­
tada em uma de suas praças n’este dia,
que se diz anniversario do seu nasci­
mento.
,.|l
eja-se a esse respeito a Gazeta de
Noticias, do Rio de Janeiro, de 9 de julho
/‘ ■I
d’esse anno de 1877.
A propositü da visita feita pelo
bispo da Guyana Franceza (Cayena) ao
territorio neutro, ou antes brazileiro, da
povoação do Amapá, fundada pelo Brazil
V acaba de inaugurar, e cuja primeira pe­
(Vide a ephemeride de 11 de abril de
1/13', consulte-se a Gazeta de Noticias
de 10 de julho de 1877, que cita o Jornal
do Recife acerca da controvertida e se­
cular questão de limites d’esse ponto do
nosso territorio corn a França.
t. I canti do Albuquerque, hoje senador, que
f; ' • 1879—Inauguração solemne do Asylo
r: da Mendicidade do Rio de Janeiro, elïec-
i,|‘: .
t ! ;;i tuada corn a assistência do imjierador,
do presidente do conscllio(Sr. conselliciro
t
Sinimbii),do ministro da justiça (Sr. con­
selheiro Lafayette), de estrangeiros (Sr.
conselheiro Moreira de Burros), do chefe
de policia (Tito de IMattos) e de outras
muitas pessoas gradas. Foi na mesma
occasião benzido o edifício pelo vigário
geral monsenhor Felix Maria de F “citas
e Albuquerque.
Para recolher á noite os infelizes que UJ
viviam de esmolas e que dormiam pelos ‘O
adros das igrejas ou nos saguões dos
'o|
rã
do ministério da justiça de 11 de agosto
de 1854, aproveitara um telheiro exis­
tente á praia de Santa Luzia, e que fôra ;;-ã
primitivamente ura dos compartimentos ^O^K
do antigo matadouro publico.
Em virtude de requisição do desem­ '-f(
bargador Alexandre Joaquim de Siqueira,
então chefe de policia, a camara munici­
- Jí
pal, em 11 de janeiro de 1855, cedera o t)
1 eferido telheiro á policia, que alli man­ .-li
dou fazer os necessários reparos,.e ficou r<
elie desde então servindo de albergaria. •j
Por occasião da epidemia de cholera-
morbus, era 1855, principiaram os mendi­ -il
gos alli alojados a se alimentar por conta
da policia, medida essa que, em 6 de
setembro d’esse mesmo anno, mereceu a
approvação do governo, o qual deliberou
i;C
que os mendigos ficassem reclusos no oc
asylo. Esse acanhado casebre chegou
assim a conter cerca de 400 asylados, de
1
■,í
ambos os sexos, a quem a policia alimen­ -4
tava c vestia.
As cousas permaneceram n’esse pe', até -í
que se levasse a eífeito a obra que se ■A
it
dra foi lançada pela princeza I). Izabel,
condessa d Eu, então regente do impé­
rio na ausência do Imperador, a 6 de
agosto de 1876, sendo ministro do impé­
rio 0 Sr. conselheiro Diogo Velho Caval­ -í
eti
obteve do poder competente o credito de
100:0008 pai'a principio das obras. Para h’
a sua conclusão mandou dar o ministro O'
da justiça, Sr. conselheiro Lafayette Ro­
drigues Pereira, pela verba —Obras—di­
versas quantias. Todo o edificio, inclu­
Á -i
sive os objectos que n ’elle se acham,
custou a quantia de 151:2178878. Resta
construi]'em-se ainda os tres raios pos­
teriores do edificio, para ficar completo. '
Este está situado na rua do Viscondede
Itauna, cm frente ao canal do Mangue*
 EPHEMERIDES NACIONAES
0 director actual da casa de corrccção,
0 Sr. Belarmino Braziliense Pessoa de
IMello, foi encarregado de iniciar os tra­
balhos do asylo, sendo aceitos e ai^rover
tados os serviços gratuitos do architecto
Heitor Rademaker Grünewald, relativos
á parte technica do projecto de ediflca-
ção, que oííerecèra ao governo.
Os alicerces do asylo são de 30 palmos
sobre arôa. O edifício tem bella appa-
rencia e é dividido ein duas secções
igiiaes, uma para homens, outra para
mulheres.
No mesmo dia da sua inauguração
foram u’ellc recolhidos 211 mendigos,
que se achavam na antiga albergaria.
JULHO — 11
1623—Marfim Corrêa de Sá é, pela se­
gunda vez, provido no cargo de governa­
dor da capitania do Rio de Janeiro. Foi
então 0 11° pela oi-dem chronologica.
Tinha sido o sepiimo capitão-mór e go­
vernador, de IGOl a 1603 fVide a Epheme*
ride do dia 14).
1630—Combate nos campos das Salinas
(hoje Santo Amaro). Eis como refere o
auctor das Batas celebres este episodio
das nossas luetas com os hollandezes:
« Necessitando os hollandezes de ma­
deira para a construcçào do forte Buyne
(de madame B ruyne), atravessam na
manhã d'este dia o rio Beberibe, em frente
mesmo do forte que estavam acabando,
afim decortal-a. líavia então n’estelogar
uma casa pertencente a Francisco do
Rego, junto das Salinas, d’onde se avistou
0 inimigo e se deu alarma. Apenas pu-
zeram o pé em terra travou-se a escara­
muça, que depois se tornou um poríiado
combate e durou mais de tres horas. »
1701—Pai'te para Lisboa, com licença
d’aquella corte, Antonio de Albuquerque
Coelho de Carvalho, governador do es­
tado do Maranhão. Fica encarregado do
governo, na sua ausência, o tenente mes-
ti’o de campo general Fernando Car­
rilho.
1711—Carta regia elevando á catego­
ria de cidade a villa de S. Paulo (Vide
Azevedo Marques, Apontamentos histó­
ricos da provincia do S. Paulo, recente-
mente editados pelo Instituto Historico].
1756—Installa-se na igreja do Santa
Cruz dos Militares, emquanto não tem
igreja propria, a ordem terceira de
S. Francisco de Paula da cidade do Rio
de Janeiro, instituida pelo bispo dio­
cesano D. frei Antonio do Desterro Ma-
Iheiro, que reserva para si e os seus suc-
cessores o cargo de commissario da or'
dem. Ahi toma elle o lubito e o dá aos
primeiros irmãos.-
178S—Toma posse do governo da ca­
pitania de Minas-Geraes o visconde de
Baibacena, Luiz Antonio Furtado de
Mendonça, em cujo tempo de governo se
deu a mallograda conspiração do Tira-
dentes.
Foi 0 duodecimo governador d’essa
capitania depois de separada da de
S. Paulo.
Ao visconde de Barbacena succedeu em
julho de 1797 Bernardo José de Lorena,
que exerceu o cargo até o anno de 1801,
cm que, voltando a Lisboa, teve o titulo
de conde de Sarzedas e o governo da
Índia, como já foi dito.
A este succedeu n'aquille anno de
1801 Pedro Maria Xavier de Athayde e
Mello, posteriormente barão e mais tarde
visconde de Condeixa, rendido cm 1809
por D. Francisco de Assis Mascarenhas,
que morreu marquez de S. João da Pal­
ma (Vide a epliem. de 11 de abril do
1814).
1861—Fallece o senador pola provincia
do Ceará Antonio José Machado, esco­
lhido a 21 de maio d’esse anno.
1866—A vanguarda argentina (alliados
do Brazil na campanha do Paraguay)
é, no dia 10 e na presente data, atacada
em Yatahy-Corà por forças paraguayas,
que são repellidas com a perda de 100
homens, dos quaes 110 mortos. Os argen'
tinos tiveram íOra de combate 128 praças.

15PHEMERIDES NACIONAES
JULIIO—12
IGll—Presta juramento perante o se­
nado da camara da villa de S. Paulo e
• 'Ir: toma posse ( Datas celeljres ) do governo
das tres capitanias do Espirito Santo. Rio
de Janeiro e S. Vicente, I). Luiz dc Souza,
i'11'
com os adjuntos Nuno Pereira Freire e
Martim Corróa de Sá, que substituem ao
r 2' governador geral D. Francisco dc Souza,
pae d’aquelle D. Luiz, que havia fallecido
a 10 de junho d’essc mesmo anno dc ICll.
1765—Francisco de Souza c Menezes
succede a D. Francisco Antonio Cardoso
de Menezes e Souza no governo da ilha
1r , l- de Santa Catharina e governa-a até 5 de
setembro de 1775, dia em que é rendido
por Pedro Antonio da Gama Freitas.
lS02--Fallece na cidade dc S. Salvador
0 12° arcebispo da Bahia D. frei Antonio
Corrêa, natural de Portugal, da ordem
de S. Agostinho, oppositor nas cadeiras
de theologia na Universidade de Coim­
bra.
Eleito a 16 de agosto de 1779, sagrado
a 9 de abril de 1780 na igreja do con­
vento da sua ordem, chegou á Bahia a 21
de dezembro do anuo seguinte.
Por ausência do governador geral do
Estado do Brazil, D. Aííbnso Miguel dc
Portugal, marquez dc Valença, cm 17S3,
e i^ela de D, Fernando José de Portugal,
que foi depois marquez de Aguiar, em
1801, exerceu o cargo de governador geral
do Estado.
Jaz na igreja da Sé metropolitana, «ha­
vendo escolhido o seu jazigo na Cathedral
junto ao Altar do Sr. S. Christo, aonde
está collocado o S'"°. Coração dc Jesus,
de quem era muito devoto», accrcscenta
um curioso manuscripto que possue o
Sr. Dr. IMello Moraes.
Como a data do fallecimento d’este pre­
lado vem com menos exacção mencionada
cm mais dc uma das obras que se oceu-
pamd’estas cousas, para aqui trasladamos
0 seu epitaphio, littcralmente copiado da
'^4
respectiva campa pelo Sr. Alfredo do
Valle Cabral :
Aqui jaz
0 j‘j x“'°. e Rev’" “. Snr. D. Frei Antonio
Correa Arcebispo Metropolitano
da Bahia
da Ordem dos Eremitas Calcados
de Santo Agostinho, que faleceo
em 12 de Jullio dc 1802.» j )
(T ide a cphemeriãe dc 16 de agosto Oífi
de 1779). I \
1837— Francisco dc Brito Guerra (sa­
cerdote) toma assento no senado como
representante da provincia do Rio Grande
do Norte (Vide a e-phem, de 26 defete-
reirv de 1845). f
1812—Combate em Silveiras (S. Paulo), M/
dado pelo cominandante das forças Ic- >i }
gaes, coronel Mauuel Antonio da Silva. ;ví
contra os rebeldes commandados por jq;
Anaclcto Ferreira Pinto.
1880—Sente-se pela primeira vez na
Vigia (provincia do Pará), um pequeno n
tremor de terra, que, felizmente, nenhum ' i
damno causou.
1877“ — Inaugura-se a linha telegra-
phica de Pojuca a Santo Amaro, provin- i.v
ciada Bahia,com aextensão de k. 49.651. 'J
JULHO—13
1553—Chega á Bahia dc Todos os San- i í.£
tos D. Duarte da Costa, 2" governador aii.
geral do Brazil; vem substituir a Thomé
de Souza, o fundador da primeira capital
da America Portugueza, que pedira para ’íí í
ser rendido por haver terminado o seu '.Ui
quatriennio.
Acompanham o novo governador deze-
seis jesuitas, entre os quaes José de An-
chieta, destinado pelas suas virtudes e oo
sabedoria a se tornar de tal modo famoso, bííO
que mereceu a denominação de Apostolo liov
do Novo Mundo.
Tinham sahido de Lisboa a 8 dc maio. oin.
A administração de Duarte da Costa
durou perto dc cinco annos, terminando Êx*.
M V, • , -

EPHEMERIDES NACIONAES

m maio de 1558 com a posse de Mem de Abreu e Lima relata este facto do modo
!á, seu successor no cargo. seguinte:
1583—Seg.undo a Historia Militar de « Reunidos na cidade de S. Paulo os
ose de Miralles (inedito da Bibliotheca procuradores de todas as villas e camaras
v'acional), toma n’esta data posse do seu da capitania, resolveram expulsar d’ella
•argo 0 6“ governador geral do estado do os jesuitas, por aceordo tomado aos 13 de
Brazil, Manuel Telles Barreto. Varnhacren, julho d’este anno (1610), em consequência
jorem, o faz empossado a 9 de maio do que foram expulsos os religiosos de
Vide essa data). Abreu e I,ima, Accioli todos os seus collegios d’aquella capi­
‘ J. do Vasconcellos dão ainda outra : a tania. »
lo 11 de junho. 1613—Toma posse, na cidade de Belém,
1621—E’ nomeado capitão-mór do Rio do governo do estado do Maranhão e
Irande do Norte Francisco Gomes de Grao-Pará, o governador e capitão-ge
Víello, natural do Brazil. listava já de neral Pedro de Albuquerque, natural de
losse d» governo a 5 de agosto de 1625, Pernambuco, fidalgo da casa real, caval-
liz 0 visconde de Porto-Seguro. leiro da ordem de Christo e terceiro go­
1610—Expulsão dos jesuitas da capi' vernador d’aquelle estado.
ania de S. Paulo. Ilavia naufragado na barra do Pará,
O povo d’essa capitania ainotina-se, perecendo quasi toda a gente com que
evantando-se contra aquelles padres» vinha, parte d’ella nas ondas e parte nas
ipodcra-se do S 'u collegio, e expelle-os mãos dos Aruans, tribu de indLos ferozes
•iolentamente, privando-os de todas as que AÚvia na ilha de Joannes ou Marajó.
-uas propriedades, sob o pretexto de se Vinha de Lisboa trazendo comsigo cento
ípporem elles a que os indigenas aldeiados e cíncoenta soldados, com abundante
Assem empregados pelo povo em traba- abastecimento e petrechos de guerra, al­
hos de escravos. As lavas d’esta ex- gumas mulheres, quatorze jesuitas e tres
dosão da cólera popular chegaram até religiosos aa ordem do Carmo, com des­
Bantos, onde se consummaram os ex- tino ao Maranhão.
remos d’esi5a resolução, sem exemplo até Enfraquecido pelas suas enfermidades
iiitão nos annaes brazileiros, forman- e feridas recebidas na guerra com os
lo-se um governo de 18 membros, o qua^ hollandezes, morreu Albuquerque a 6 de
nandou fechar-lhes os caminhos, negou fevereiro do anno seguinte,nomeando para
Dbcdiencia ao governador Salvador Corrêa succedcr-lhe no cargo a Feliciano Corrêa,
le Sá c Benevides, amigo dos padres, e e como adjunto a Francisco Coelho de
;omou a resolução de representar a el-rei Carvalho (Sobrinho), denominado — o
por seus })rocuradores. Na referida re- Sardos
oresentarão davam os revoltosos os mo- 1811—Toma posse do governo da capi­
ivrts que houvera para este seu, pro- tania do Piauhy uma junta composta do
íeder, accre'^ccntando o pedido de que^ ouvidor Luiz José de Oliveira, posterior­
para governar a capitania,' mandassem mente barão de Monte Santo, do coronel
tidaloos do sangue christão desinteres- Luiz Carlos de Abreu Bacellar c do ve­
'iado c suggerindo a nomeação de pro­ reador Severino Coelho Rodrigues
vedor da marinha para Amador Bueno,
natural d'estas 'partes, homem rico e po­
deroso, hem entendido, e capaz de todos
os cargos. El-rei, poréft», não quiz atten-
ílcl-os Vide 'zavelo '!a"qMPs. A ponta
Mli.NTOS .llSTOU.CO . ,J
 18 EPHEMERIDES NACIONAES
S. Paio e Pina, no governo da capitania
do Ceará, Francisco Alberto Rubim, 43°
governador que foi d’aquella capitania.
1847—Nasce no Rio de Janeiro a prin-
ceza D. Leopoldina, filha do Imperador,
0 Sr. D. Pedro II ( Vide a ephemeride de 7
de fevereiro de 1871).
1855—Fallece na cidade de Niteroy,
na casa de campo em que residia, Ma­
nuel Alves Branco, primeiro visconde de
Caravellas^senador do império pela pro­
víncia da Bahia, escolhido a 13 de junho
de 1837, conselheiro de Estado, sabio pa­
triota, que fora por cinco vezes ministro.
Morreu em extrema pobreza.
Alves Branco nascera na cidade da
Bahia a 7 de junho de 1797 e formára-sc
em leis em 1823 na universidade de Coim­
bra, havendo também frequentado o
curso de sciencias naturaes e mathema-
ticas na dita universidade.
Voltando á patria no anno seguinte,
logo depois da retirada das tropas do
general Madeira, foi nomeado juiz do
crime e exerceu essee outros logares da
magistratura até 1830, em que foi x)ela
primeira vez eleito deputado.
Da Selecta Braziliense transcrevere­
mos os seguintes dados biographicos de
um tão notável cidadão, que devem
também ter entrada na historia patria:
c< Foi encarregado pela camara de re-
•digir 0 primeiro codigo do processo por
jurados que teve o império e que passou
em 1831; n’esse mesmo anno apresentou
diversos projectos sobre o systema elei­
toral e sobre o poder judiciário, sendo
elle 0 primeiro que se lembrou das in­
compatibilidades dos juizes para as func-
ções legislativas,
a Em 1832 foi chamado ao Thesouro no
logar de contador geral, fazendo logo
diversos regulamentos e as primeiras
instrucções para a escripturação por-par­
tidas dobradas.
a Chamado para o ministério da justiça
e de estrangeiros, assignou com Mr. Fox
a convenção abolicionista do trafico, que w.
a assembléa não approvou.
« Senador em 1837, ainda esteve na :
pasta do império, recusando, porém, ficai il
com a regencia, não obstante as instan- '.i{
cias do regentp Feijo, Ministro da fazenda :•
por nomeação do regente Araujo Lima, ■
deixou a pasta em maio de 1840 por des- b
intelligencias com membros influentes da' «
maioria, voltando em 2 de fevereiro de (
1844 á mesma pasta, onde melhorou (
muitos regulamentos da arrecadar,ã'o das
rendas.
« Pertencia á familia dos poetas, poc- j
tas sonorosos e grandiloquos, « ISasci i
pobre, dizia elle, e pobre m orrerei; mas i
nasci na mediania social, e fu i elevado .ç
ao fastigio das posições pela magnani- e
midade de um principe, que nõ.o per- ^
gunta pelos avós dos servidores do <
Estado. y>
D’entre as composições métricas da ^
sua lavra, que foram publicadas, sobre ; I
sahem a Ode á Primavera, inserta na -
Minerva Braziliense (1843) e a Ode á >'
proclamação da Constituição Portu. «
gueza. que vem igualmente na Minerva, a
1879—Fallece no Geará, eui Jaguaribe- r
Merim, 0 Dr. Antonio Manuel de Medei- k
ros, medico illustre, irmão do fallecido ' 5
bispo de Olinda d’aquelleappellido (Vide
aephemeride de 16 de setembro de 1866). c
O Dr. Medeiros succumbiu victima de > .
uma febre typhica, na idade de 52 annos. on
Tendo-se desenvolvido a variola no Crato b.a
e logares visinhos, e reclamando tal es- o
tado de cousas a presença de um facul" n ó
tatiVo, 0 presidente da província (Dr.
José Júlio) 0 designára para prestar esse^^
serviço ; o digno pratico partiu imme- *ri>
diatamente, ç alli chegado prestou as- m
signalados serviços, confirmando cadSflJô-'
vez mais a reputação que de ha muito : n
havia grangeado de medico intelligente t i-;
e pratico, humanitário e desinteressado.
Sentindo-se depois gravemente doente,"
partiu em busca da capital, mas aggra-
varam-se por tal forma os seus soífri-
■1
J
 EPHEMERIDES NACIONAES 19

1(1 mentos, que pereceu na localidade acima tanto sido nomeado ■para esse cargo a
i) referida. 29 de outubro de 1803 (Vide esta data).
, Para mais amplas informações a seu O Dr. Luiz de Castro falleceu na sua
0 respeito veja-se no Cearense de 20 de prelazia a 1 de agosto de 1822, havendo
!;i julho a noticiado seu fallecimento. em 21 de abril do anno anterior sido de­
signado para a mitra, então vaga, de
JULHO 14 Bragança, em Portugal, — que elle não
1608—Affonso de Albuquerque recebe, pòde portanto occupar, por fallecer antes.
lit não se sabe em que dia e mez, o governo 1811— Fallece no convento de Santo
da capitania do Rio de Janeiro, das mãos Antonio do Rio de Janeiro frei José Ma-
de Martim Corrêa de Sá, que o exercia rianno da Conceição Velloso, franciscano,
desde o anno de 1602. auctor da famosa F lora F luminense,
Não consta dos livros da camara da que concluira em 1790.
cidade o termo da sua posse, nem vem Frei Velloso nascera em Minas Geraes,
n’elles registrada a sua patente, mas o na freguezia de Santo Antonio, villa de
Catalogo Beneclictino faz menção do seu S. José, no anno de 1742.
III nome, e na data de hoje assignou elle a
Na obra monumental a que nos referi­
rii primeira carta de sesmaria de terras, con­ mos, collaboraram — Francisco Manuel
>) cedida a Francisco de Caldas. A IS de da Silva Mello, José Corrêa Rangel, José
iij junho de 1614 ainda exercia o cargo. Aniceto Rangel, João Francisco Xavier,
Joaquim de Souza Marrecos, Firmino
1627—Pieter Pieterszoon Ilein, almi­
José do Amaral, José Gonçalves e o ha.
rante hollandez, que, com uma armada de
bilissimo pintor Antonio Alvares, que
16 vasos viera pela terceira vez sobre a
desenhou depois a bandeira republicana
Bahia com a idéa de apoderar-se d’ella
da revolução de Pernambuco de 6 de
( Vide a ephemeride de 1 de março ),
março de 1817.
IT depois dos factos que ficam menciona,
Velloso tinha ido para Pokugal, se­
0 dos e'm outras datas d’estas Ephemerides
gundo suppõe Innocencio da Silva [Dice,
,li e da façanlia relatada na de 13 de junho,
bibliogr.), em companhia do vice-rei Luiz
• i ‘ Pieter Ilein, vendo que nada mais tinha
de Vasconcellos, quando este estadista se
que fazer, deu de vela para a Europa.
recolhia do seu governo no Brazil, e
' y Teve a felicidade de encontrar no tra-
occupou em Lisboa o emprego de director
y jecto uma frota do Mexico, qué capturou
da Typographia Chalcographica, Typo-
\\ toda, e com que, por ser a maior que se
plastica e Litteraria do Arco do Cego,
ill tinha feito no mar até então, indemnisa-
creada em 1800 pelo então ministro de
i da ficou dos prejuízos anteriormente sof-
Estado D. Rodrigo de Souza Coutinho,
bi' fridos a Companhia das índias Oceiden-
depois conde de Linhares.
taes\ pôde esta até emprestar dinheiro
ao governo da Hollanda, e sentiu-se mais Quando a familia real portugueza vein
do que nunca disposta a z'enovar os seus para o Brazil, frei Velloso acempanhou-a,
planos de conquista na America. e aqui permaneceu até morrer.
1747— D. frei Francisco de Santiago, Todos os impressos e manuscriptos do
bispo do Maranhão, toma posse do seu espolio foram, pelo provincial do
governo da sua diocese (Vide a ephe­ convento em que fallecêra, offerecidos ao
meride de 18 de dezembro de 1752'. principe-regente D. João VI para a sua
1805—E’ sagrado em Lisboa como bispo bibliotheca, e fazem hoje parte da Bi­
in partibus de Ptolomaida o Dr. Luiz de bliotheca Nacional do Rio de Janeiro.
Castro. Periera, prelado de Cuyabá, a que Por essa oceasião veio tamoem a sua im­
chegara em agosto de 1808, tendo entre­ portantíssima Flora, ainda então inéditaj
 20 EPHEMERIDES NACIONAES
pois SÓ desde 1825 foi qne se publicou,
menos uma parte do texto, que o Museu
Nacional tenciona publicar agora.
1819—Toma posse do governo da capi­
tania do Piauhy, independente da do
Maranhão, Elias José Ribeiro dé Carva­
lho, que succede a Balthazar de Souza
Botelho de Vasconcellos.
1831—Depois da abdicação do primeiro
imperador fóra no mesmo dia (7 de abril)
nomeada uma regencia provisória pelos
deputados e senadores, que a esse tempo
se achavam na corte. A 17 de junho a as-
sembléa geral nomeára a Regencia Pei-
manente, composta do biãgadeiro Fran*
cisco de Lima e Silva, que já fizera parte
da primeira, de José da Costa Carvalho
(posteriormente marquez de Monte-Ale-
gre), então deputado, e do deputado João
Braulio Muniz.
A exaltação dos partidos trazia entre­
tanto sobresaltada a capital do império.
Esse estado de cousas teve o seu des­
fecho a 14 e 15 de julho com o motim
produzido pelas tropas, dominadas pela
energia do padre Diogo Antonio Peijó,
já então ministro da justiça. Os corpos
amotinados foram dissolvidos, e enviados
os outros para a Bahia e Pernambuco.
Aplacada essa efíérvescencia militar,
suppunha-se dominado o movimento re.
voltoso, mas a 7 de outubro [vide essa
data) dá-se a revolta da ilha das Cobras,
que a regencia teve de reprimir por sua
vez.
1861—Aporta á sua diocese o actual
bispo de Belem do Pará, Sr. D. Antonio
de Macedo Costa, que é o 10° na respec­
tiva serie.
O Sr. D. Antonio nasceu no termo
da cidade de Maragogipe, provincia
da Bahia, a 7 de agosto de 1830, e no se­
iI
minário episcopal da cidade de S. Salva­
dor começou os seus estudos, que con­
cluiu no de S. Sulpicio em França. A 2
de junho de 1855 recebeu tousura na
igreja metropolitana de Pariz, pelo bispo
Tripolense Leão Francisco Siboüi’, coad­
jutor do arcebispo de Pariz: das mãos
d’este recebeu as ordens menores a 17
de maio do anno seguinte, na igreja pa,-
rochial de S. Sulpicio, e n’ella, a 19 de
dezembro de 1857, flnalmente, as de pres-
bytero, conferidas pelo arcebispo Morlot.
D’ahi partiu para Roma, onde obteve
0 grau de doutor em direito canonico pela
Academia de S. Apolinario a 28 de ju*
nho de 1859 e onde assistiu ao 18° cen’
tenario do martyrio de S. Pedro em 1867.
Em 1869 voltou, já como bispo, á ci"
dade eterna e no concilio ecumenico alli
efectuado no Vaticano pronunciou na
lingua latina um importante e extenso
discurso acerca do cicro no Brasil, que
mereceu applausos geraes.
De volta ao Brazil, foi eleito bispo do
Pará a 23 de março de 1860 e confirmado
pelo papa Pio IX a 17 de dezembro do
mesmo anno.
Sagrado na cidade de Petropolis a 21
de abril de 1861, sendo celebrante o in­
ter nuncio apostolico arcebispo de Athenas
monsenhor Marianne Falcinelli Anto-
niacci, tomou posse do seu bispado, por
procurador, a 22 de maio, e, chegando á
sua diocese na pi'esente data, fez n’ella a
entrada pontificai a 1 de agosto.
Na porfiada controvérsia episcopo-ma-
çonica, que tanto agitou os espiritos no
Brazil e amotinou as consciências pelos an-
I
nos de 1873 a 1875, conílicto suscitado pelo
impetuoso bispo de Olinda D. frei Vitaly
n’elle o Sr. bispo do Pará, não menos
fogoso, tomou activissima parte. Não é
para aqui, nem para já, nem para o hu­
milde auctor d’estas linhas, um juizo
definitivo ácerca dé taes successes. Baste-
nos consignar apenas que o Sr. D. Anto­
nio de Macedo Costa foi, como o seu
heroico companheiro de luta, condemnado
pelo Supremo Tribunal de Justiça e de­
tento, o bispo do Pará, na fortaleza da
Ilha das Cobras, na bahia do Rio de Ja­
neiro, como incurso nas penas do art.
96 do codigo criminal. O ministério a
que presidia o duque de Caxias perdoou-
 EPIIEMERIDES NACIONAES
llie, em setembro de 1875, o resto do
tempo de i annos de prisão a que fora
condemnado.
A’ qual dos contendores couberam afi­
nal os louros da pugna ? Não nos é facil
dizel-o: decidam-no os competentes e
desapaixonados.
Depois d’estes estrondosos factos, falle-
ceu 0 papa Pio IX, a cnja sombra pel-
lejavam os dous paladinos das immuni-
dades da igreja, dos quaes urn, o cava­
lheiresco prelado de Olinda, descanç i no
tumulo desde julho de 1S7S; a lucta
parece arrefecida e as paixões antago­
nistas como que emmudeceram ; armisti-
cio, paz definitiva? que sei eu? Talvez
nos dous arraiaes oppostos se agucem
as armas, se exercitem no manejo d’ellas
para futuras escaramuças ou batalhas
campaes; paz armada emíim ! Mas já
agora, creio que as cousas ficarão, pelo
menos na apparencia, no static quo ante
helium ...
JULHO—15
1570—Na frota em que vinha D. Luiz
Fernandes de Vasconcellos (Luiz de Vas-
concellos e Menezes o chama José de
Miralles na sua Historia militar), como
governador geral do estado do Brazil,
para render a Mem de Sá, que, já desde
1560, por velho e cansado de servir e do
ser mal attendido, instava porque lhe
dessem successor; n’essa frota mandava
el-rei D. João III um reforço de missio­
nários jesuitas á sua colonia da A ne-
rica; pois que, empregados na propaga­
ção da fé, tanto n’esta parte do mundo
como na índia, tinham elles já prestado
relevantes serviços á coròa de Portugal.
Nomeado a 6 de fevereiro, partiu o
mallogrado governador com umafrotade
seis navios e uma caravella, e nella em­
barcaram também mais de sessenta padr es
da companhia de Jesus (setenta, diz José
da Costa Coimbra, tractando d’este sue-
cesso), que traziam por superior ao padre
Ignacio de Azevedo, visitador que fòra
da sua ordem no Brazil, e que voltava
nomeado provincial por S. Francisco Xa­
vier, então geral da companhia. Na respe­
ctiva serie foi Azevedo o terceiro. Esta
expedição era a mais considerável do seu
gencro que vinha para o Brazil.
Combatida por mares e ventos con­
trários, dividiu-se na viagem, vendo-se
forçada a demandar a ilha da Madeira,
á espera de melhor monção. O navio de­
nominado Santiago, em que vinha o
padre Azevedo com outros 39 missioná­
rios, foi á ilha da Palma, e nas suas
aguas aprisionaram e trucidaram nos, a
todos, os piratas calvinistas Jacques de
Soria e João Capdeville, que por aquelles
tempos infestav un com cinco galeões
estes mares, Dos missionários apenas,
escapou o irmão João Sanches, por ser
cozinheiro : d’elle é que se soube d’este
morticinio.
O governador seguiu da Madeira para
a Bahia; mas a força das correntes levou
os outros navios da expedição a rumos
diversos, e só dois chegaram ao seu des­
tino. Vasconcellos havia fallecido na
viagem das enfermidades que n’ellae nos
combates cornos corsários contrahira,
1611—Bulia de Paulo V, passada a
instancias de Felippe III, creando a pre­
lazia de Pernambuco, sujeito até então,
no espiritual, ao bispo geral do Brazil
( Vide a ephemeride de 16 de novembro
de 1676). A sua jurisdicção estender-se-ia
ás capitanias de Itamaracá,Parahyba,Rio
Grande do Norte,Ceará e Maranhão.
1620—Toma posse d^ capitania do Es-
pirito-Santo o seu donatario Francisco
de Aguiar Coutinho, descendente de.
Vasco Fernandos Coutinho, seu primeiro
donatario.
1613—Toma posse da supra-mencionada .
capitania Ambrosio de Aguiar Coutinho, , 1
successor de Francisco de Aguiar.
1675—Breve do papa Iimocencio X divi­ í 1 :
1
dindo em duas a província religiosa de K l
Santo Antonio do Biazil da ordem dos Kl
padres Observantes reformados, ficando iíu
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22 EPHEMERIDES NACIONAES
a primeira com o antigo nome, tendo por
cabeça o convento da Baliia, e tom.ando
a segunda a denominação de Nossa Se'
nhora da Conceição do Rio de Janeiro,
por ter n’esta cidade a sua casa capitular.
1702—Toma posse do governo da capi­
tania do Rio de Janeiro D. Alvaro da Sil­
veira 0 Albuquerque.
Foi 0 49° na ordem chronologica e go­
vernou esta capitania até os últimos dias
de julho de 1705.
i fit’ I 1774 —Gonçalo Pereira Botelho de
Castro é exonerado do governo da capi­
tania do Piauhy.
1826—Por bulia d’csta data, expedida
:' I pelo papa Leão XII, teve a prelazia de
Matto-Grosso o pi’edicamento de bispado
(Vide a ephcmericle de 23 de janeiro
de 1782).
1833— O padre Diogç Antonio Feijó
toma assento no senado como represen­
tante da provinda do Rio de Janeiro.
1854—Inaugura-se na capital da nova
provinda do Paraná a sua primeira as-
sembléa legislativa.
1863—Fallece no Rio do Janeiro o co.
nego Geraldo Leite Bastes, official maior
da secretaria do senado.
O conego Leite Bastos é o auctor ano-
li ■' nj'mo da Necrologia do senador Biogo
r 1 Antonio Feijó, de quem fora intimo
amigo. Essa necrologia foi publicada*em
1861 pelo sr. dr. Mello Moraes.
■i: ■' 1866—Fallece na cidade do Rio de Ja­
neiro 0 senador do império conselheiro
,de Estado Paulino»JoséfSoarés de Souza,
visconde de Uruguay, publicista correcto
ü proficiente. Nascera em Pariz a 4 de
outubro de 1807.
Homem d’estado da primeira plana,
parlamentar experimentado, gozando de
I: legitima influencia no seu partido e em
todo 0 paiz pela sua firmeza de princípios
e não vulgar illustração, representou o
visconde de Uruguay em sua vida de ho­
mem politico um importante papel e exer­
ceu decidida preponderância na adminis.
'k Â
t->J
tração publica e nos destinos da patria'
Temos d’elle as seguintes obras:
— Ensaios sobre o direito administra­
tivo, 2 vols, em 4° publicados em 1862.
— Estudos práticos, sobre a adminis­
tração das provincias do Brazil—2 vols,
em 4°, publicados em 1865.
O visconde de Uruguay representava
no senado a provincia do Rio de Janeiro
e fòra escolhido a 31 de março de 1849.
1872—Fallece no Pão de Janeiro o con­
selheiro Joaquim Octavio Nebias.
Eis 0 que a seu respeito sc lê no Alma­
nach da Provincia de S. Paulo para
1873:
Cf Nascido em Santos a 29 de junho de
1811, sendo fllho de João Octavio Nebias
e de D. Emerenciana Maria da Purilica-
ção Nebias :
Recebeu o grau de bacharel em scien-
cias sociaes e jurídicas em S. Paulo, e,
adoptando a carreira da magistratura,
honrou-a muito por uma honestidade e
justiça nunca desmentidas.
Deputado á assembléa geral em muitos
quatriennios, illustrado, eloquente, e
firme nos principios politicos que pro­
fessava, prestou importantes serviços ao
paiz.
Foi ministro de estado nimiamente
notável por, seu civismo e proverbial
abnegação. »
1874—Toma assento no senado, como
representante da provincia de Minas-
Geraes, o Sr. Antonio Cândido da Cruz
Machado, escolhido a de maio do mesmo
anno.
JüLlIO—16
1586—Diogo Alvares, o Caramurú, e
Catharina Alvares, sua mulher, fazem
doação aos monges de S. Bento daca-
pella-e do terreno em que elles fundaram
0 seu mosteiro na cidade da Bahia, como
se lê ainda hoje na pedra tumular dos
doadores, marido e mulher, na capella'
mór da igreja d’aquelle mosteiro, com a
data todavia errada para 1582 .No livro
do tombo do mosteiro está ella emen­ povoação no logar indicado; mas. quando
dada para a que aqui damos. ainda ia em meio a missa, os holiandezes
N'este anno de 1586 foi o reconcavo da invadem com os selvagens o templo e
Bahia assolado pelo pirata inglez Roberto passam a fio de espada todos os que n’elle 1H
-
AVitlirington com dois navios armados se achavam , incluido o celebrante , que
por conta do conde de Cumberland. ei’a um padre respeitável e nonagenário,
A elle se reuniram outros dois navios escapando apenas d'esta inesperada car­
corsários, de um dos quaes era Raleigh nificina tres homens e algumas mulheres.
0 armador. 1658— O capitão general D. Pedro de
1596 — Fallece em Evora o padre Mello toma posse do governo do estado
Marçal Beliarte, natural de Lisboa, na do Maranhão o Grão-Pará. Foi o 12° na
idade de 56 an nos. Fòra reitor em très respectiva serie.
collegios da companhia de Jesus na pro- 1686— Eleição da primeira abbadeça
vincia eborense, de Braga, Bragança e natural da Bahia que teve o convento de
Porto; fôra provincial no Brazil, de onde, freiras professas da invocação de Santa
passados annos, quando voltava para o Clara do Desterro d’aquella cidade: foi a
1'eino, foi feito prisioneiro por piratas respeitável madre Martha do Christo.
hereges ; libertado do seu poder, pouco 1700—Posse da primeira camara da ca­
tempo sobreviveu. pitania do Ceará, a de S. José de Riba­
1635— A nossa gente continua a aper­mar, eleita a 25 de janeiro d’este anno e
tar 0 sitio que fazia aos ' holiandezes cujo termo abrangia a eapitania toda.
em Porto Calvo, auxiliados agora por 1732—O chefe de esquadra Joséda Serra
Calabar, já feito por elles sargento-mór; toma posse do cargo de governador e ca­
faz-se ao pé das casas fortes, que elles pitão general do estado do Maranhão na
oceupavam, uma esplanada com dous cidade de S. Luiz, e exercc-o até 20 de
cestões e n’ella manda Mathias de Albu­ março de 1736, dia em que falleceu.
querque assestar uma peça Como já Foi 0 28° dos governadores do referido
havia falta de balas, fazem os nossos do estado.
ferro que alli acharam, algumas palan- 1756—Nasce na cidade da Bahia Joséda
quetas, que empregaram com successo. Silva Lisboa, visconde de Cayrú, um dos
1615 — Carnificina de Cunhaú (Rio- espiritos mais cultos e um dos mais pro­
Grande do Norte). fundos pensadores do seu tempo.
Chegára na vespera a esse povoado o Filho deJlIenrique da Silva Lisboa, na­
lïollandez Ja»ob Lestry, commandante tural da cidade do seu appellido e archi-
dos Índios alliados dos holiandezes, tra­ tecto de profissão, e de D. Helena Nunes
zendo grande numero d’elles e alguns de Jesus, natural Bahia, José da Silva
compatriotas seus. Lisboa manifestou *edo os raros dotes
A’ sua vinda toda a população se amo­ intellectuacs com que o prendara a na­
tina ; elle, porém, tranquillisa-a, ade­ tureza e que seus paes souberam aprovei­
gando fins pacificos, c afíixa na porta da tar, encaminhando-os com acerto. Aos
igreja um edital, que é também lido em oito annos de idade encetou elle o estudo
forma de bando, convidando os morado­ da grammatica latina, cursando em se
res a reunirem-se no dia seguinte, que guida as aulas de philosophia do cpn
era domingo, na dita igreja, afim de ou­ vento dos frades carmelistas da sua ci
virem propostas que muito Ihès convi­ dade natal e aprendendo ao mesmo tempo
nham. musica e piano. Terminados estes estu­
Em virtude d’este convite, reunem-se dos preliminares, partiu para Lisboa e
na presente data todos os habitantes da alli aprendeu rhetorica com o afamado
 24
EPHEMERIDES NACIONAES

professor Pedro José da Fonseca, se­

gentes, que mereceu muitas reimpressões
guindo em 1774 para Coimbra, onde se
em Lisboa e ainda uma em Londres.
matriculou nos cursos juridico e philoso-
phico d’aquella Universidade, e n’essas Em 1804 deu elle á luz publica, na pri­
doutrinas recebeu cinco annos depois o meira d estas cidades, os seus—Principtios
grau de bacbarel formado. Um anno an­ de economia jpoZií/ca.—obra que obteve
tes de completo o seu tirocinio universi­ igualmente geral aceitação.
tário havia elle obtido em concurso pu­ Foi por instantes suggestões de José
blico, perante o reitor reformador da da Silva Lisboa, nascidas das suas adian­
■ Universidade, D. Francisco de Lemos, tadas ideas econômicas, que se lavrou a
bispo de Coimbra, o logar de lente sub­ Carta regia de 28 de janeiro de 1808, a
stituto, no Collegio das Artes, d_as linguas qual, franqueando a todas as nações ami~
grega e hebraica, em que se flzera pro­ gas e alhadas de Portugal os portos do
i * «,» ficiente. Brazil, foi o primeiro passo dado para a
ni Regressando á patria, mereceu da Real nossa independencia politica. Esta me­
Mesa Censória ser nomeado professor de dida não podia deixar de ser impugnada
i *iJ ^ 'i, philosophia racional e moral da cidade e combatida totis viribus por aquelles a
i
da Bahia, disciplina que ensinou por es­ cujos immediatos interesses vinha ella
paço de vinte annos,professando por cinco ferir de golpe; mas Silva Lisboa deíen-
a língua grega, cadeira creada por in- deu-a em phrases cheias de fogo e de
fluencia_isua. verdade, pulverisando com os recursos
Não podemos acompanhar tão conspí­ da sua vastíssima erudição os argumen­
cuo varão em todos os passos da sua la­ tos dos seus adversários e os preconceitos
boriosa vida; baste-nos esboçal-a a lar­ enraizados do maior numero, disparados
gos traços, apenas como um justo tributo contra ella, dando á luz as suas—Oôscr.
1^
de admiração por tão preclaro engenho, vações sobre o commercio franco no
de quem dizia em 1833 o illustre publi­ B razil.
cista portuguez Silvestre Pinheiro Fer- Eis aqui a lista dos seus escriptos,
reiia, que o tratara de perto quando con­ apresentada por seu filho, o barão de
viveu entre nós—« qoo era o homem mais Cayrú, na biographia do illustre publi­
\i versado nas theorias da economia polí­ cista inserida pelo Instituto Ilistorico no
tica. » vol. I da sua Revista, além dos tres já
Preenchido o seu tempo do professo­ enumerados no correr d’esta noticia.
rado, voltou em 1797 a Lisboa, onde ob­ Em 1810—Discurso sobre a franqueza
teve a sua jubilação, e foi por D. João VI do commercio de Buenos-Aj’ i'cs, traduzido
nomeado deputado e secretario da Mesa do he.spanhol (Rio de Janeiro).
da Inspecção daBah:#, logar que lhe deu JãiíZ.—Observações sobre a franqueza
I ,:
oceasião de prestar relevantes serviços á da industria e estabelecimento de fabri­
f ■. agricultura e commercio d’aquella caj)i- cas no Brazil (publicada na Bahia).
tania. Já então trabalhava elle na sua b8U—Observações sobre a pro.speridade
primeira obra — Princípios de dirdüo do Estado pelos liberacs principies da
mercantil , que jíublicou em Lisboa em nova legislação do Brazil (Bahia).
1801 em oito tratados elementares ; esta Ibid.—Ensaio sobre o estabelecimento
obra foi citadâ pelos mais hábeis advoga, de Bancos, etc. (R o de Janeiro).
dos, e, sendo a primeira que apparecia em Ibid.—Memória contra o monopolio da
nossa lingua sobre tal assumpto, denun­ Companhia dos Vinhos do Alto Douro.
ciava no seu auctor tão amplos conheci- ! (Rio).
mentos de direito civil, marítimo e das I
1812,—Extractos das obras de Edmundo

•1vii
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•>V- . •>

EPIIEMERIDES NACI0NAE3

Burke, traduzidos do inglez {Ibi), cm dois fendeu e abraçou com calor, foi eleito de­
tomos. putado pela Bahia á assembléa consti­
1815.—lilemoriiis da vida politica de tuinte, onde se poz á frente dos que
lord Wellington (Ibi). combatiam o ministério de José Bonifacio.
ISIS.—i\iemoria dos benefícios politicos Na organisação do senado escolheu-o o
do governo d’El-R.ei D. João YI {Ibi]. primeiro imperador para representante
1819-20.—Estudos do bem commum e da provincia em que nascera.
economia politica (Ibi), cm dois tomos. O viscônde de C^yrú foi membro de
' 1821.—Selecta de pensamentos do padre muitas associações scientificas e littcra-
Vieira (Ibi). rias nacionacs e estrangeiras, que deram
Ibid.—Conciliador do rcino-unido (Jor­ 0 devido apreCo e consideração á sua
nal Politico, Ibi). vasta erudição e superior talento.
1822. —R,eclamações do Brazil (Ibi). « Apezar de ser dotado de uma consti­
/ã tó.—Causa do Brazil (Ibi). tuição robusta, coratudo, continuado es­
Ibid.—Imperio do Brazil (Ibi). tudo e trab ilho principiaram a debilitar
Ibid.—Rotch'o brasilico, ou collecção as suas foi ças, e depois de uma prolon­
dos principios e documentos de direito gada moléstia de tres mezes, falleceu aos i ■ t
politico (Ibi). 20 de Agosto de 1835. deixando a seus
1823. —Atalaia (Ibi\ filhos 0 exemplo de um homem justo e
1825.—Constituição moral ou deveres do religioso, e aos seus concidadãos o de um
cidadão (Ibi). magistrado probo e patriota genuino
1827. —Escola brasileira ou insírucção(Barão de Catjrú, Bento da Silva Lis.
util a todas as classes (Ibi), em dois boa). »
tomos. Por decreto da Regencia, em nome do
lãid.—Leituras de economia politica actual Imperador, de 9 de Maio de 1838,
(Ibi). conccdcu-se uma pensão ás tres filhas do
1828. —Causa da religião c disciplinavisconde de Ca3’ rú, D. Joanna, D. Lufro-
ecclesiastica do celibato clerical (Ibi) sinae D. Izabcl, em remuneração dos seus
1829. —Historia dos principaes succes­valiosos serviços, « prestados pelo longo
ses politicos do imperio do Brazil (Ibi)., espaço de cincoenta e sete annos (palavras
em 4 tomos do decreto), não s(3 na simples carreira
1831. — Cartilha da Escola brasileira de empregado publico, bem como na ma-
(Ibi, reimpressa no Pará em 1840). ■gistratura em alguns tribunaes, e no dg
1832. _M anual de politica ortliodoxamuitos outros cargos e empregos, em
(Ibi). todos os quaes fez conhecer e admirar a
■ — Principios da arte de reinar. sua vastidão de conliccimentos, que tor­
(Ibi). naram distinctive até respeitável o seu
Além destas obras de mais longo fo-
lego, publicou 8ilva Lisboa vários arti­
gos avulsos em periódicos, e deixou ou­
nome entre as* nações estrangeiras. » Este
decreto, tão honroso quanto justo e bem
merecido, éassignado pelo regente Pedro
ê
de Araujo Lima, depois marquez de
tros escriptos de menor tomo, sem con­
Olinda, e por Bernardo Pereira <le Vas-
tar os Seus luminosos discursos como
conccllos, então ministro da justiça e in­
deputado e senador.
terinamente do Im.perio,
NoTdode Janeiro, estabelecida a còrte
da foragida nionarchia, exerceu tambein Por decreto presidencial de 13 de março
Lisboa commissões importantes e ensinou do 1837, sanccionando uma resolução da
como professor a economia politica. Pro­ assembléa provincial da Bahia n’esse sen"
clamada a nossa independencia, que de- tido, fora mandado collocar o retrato do

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26
EPHEMERIDES NACIONAES
'V!'/;' , . i -
benemerito publicista no salão de lionra
''i :* •• .1 ■ I de Martim AíTonso {Vide ãesemhro
da Bibliotheca publica d’aquella cidade, de 15 i9 ).
até que se íizesse o seu busto de metal ou
de bronze, para o mesmo fim. A data da posse d'este governador foi
O visconde de Cayrü é uma gloria na­ por nós extrahida do Livro de registro
cional. da sua correspondência official. O vis­
1761—Toma pela primeira vez posse conde de Porto Seguro dá este facto
desgoverno do estado do Maranhão o ca- como oceorrido a 15 de maio na 1" e
])itao-general Joaquim de Mello e Povoas, 2‘ edições da sua Historia Geral, e
que foi então o 35' na respectiva serie Abreu e Lima a, 15 de junho. Fica, por­
{Vide a Ephnmeride de 29), tanto, averiguado qnc nenhuma d’ellas d
J • exacta.
176S—Toma posse do governo da ca­
pitania de Minas-Geraes D. José Luiz de ^181:7—0 senado dá por nullas as elei­
Menezes Abranclies Gastello Branco ções de Antonio Pinto Chichorro da Gama
conde de Valladares. Não tinha ainda! e Ernesto Ferreira França, escolhido^
25 annos de idade. senadores por Pernambuco, e manda
Obteve das camaras a continuação por proceder a outras. Sendo ambos de novo
mais dez annos do subsidio voluntaião, incluidos na lista sextv.pla e escolhidos
executou as ordens re'gias que havia pela coroa, são ainda recusados pelo
contra os frades, que viviam dispersos e senado [Vide 1 de julho de 186.5).
turbulentos pela capitania, atropellan- 1857— O senado constitue-se tribunal
do-os e obrigando-os a desertarem-na, de justiça e inicia o julgamei^io do ex.
e promoveu a catechese >dos indigenas deputado brigadeiro Manuel Joaquim
';v ;'; /
mandando levantar igrejas e provendo-as Pinto Pacca. implicado no processo Villa-
de sacerdotes idonoos. Nova do Minho ( Vide a epheme^üde
de 17).
« Retirando-se para Lisboa, foi sub
stituil-o no governo o coronel Antonio 1866 Ataque do entrincheiramento de
Carlos Furtado do Mendonça, irmão do Rojas pelo exercito alliado, com graves
visconde de Barbacena, por nomeação do perdas da nossa parte {Campanha do
vice-rei marquez de Lavradio,e que tomou Paraguay).
posse a 22 de maio de 1773. Por ausência 1868—Grande reconhecimento ás for­
de Antonio Carlos, em janeiro de 1775, tificações de Humayta, em que tivemos
entrou ainda como interino o coronel 1,031 homens fóra de cotrihtitQ{Campanha
1 edio Antonio da Gama Freitas, que do Paraguay).
governou poucos mezes, porque n'este 1879— Fallece na cidade de Sobral o
mesmo anno chegou o novo capitão ge­ senador pelo Ceará Francisco de Paula
neral, e tomou posse [Al’fl'eut e IAma,)y> Pessoa, escolhido a 23 de dezembro de
119’0 Toma conta do governo da capi­ 1848, mas que só tomára assento no anno
tania do Pará e Rio Negro o capitão de seguinte a 29 de dezembro.
fi agata D. brancisco de Souza Coutinho, O senador Paula Pessoa nascêra na
que succede a Martinho de Souza e Albu­ então villa da Granja (Ceará) a 2t de
querque. março de 1795.
No tempo do seu governo, entre os Até 1864 occupára a sua cadeira no
annos de 1790 a 1803, recebeu o Pará
senado ; deixou-a então, por se aggra- '
canna de assucar para plantar, vinda de
varem os soffrimentos que padecia, e
Cayehna: foi esse o primeiro logar do retirou-se para a provincia natal, isto
Brazil que a teve. Todavia ha quem a
é, para a cidade em que morreu e onde
dê como vinda para o Brazil cm tempo
fixára residência desde 1819.

l ’-' wjj(
 EPTÍEMERTDES NACIONAES 27

•lUI-HO— 17 rompe em tumultuosa manifestação con

tra elles, e prende a todos aíim de os re-
1002—0 auctor das Datas celebres da metter para Lisboa. Era então visitador
Historia do Brazil dá o dia de hoje como da Com]ianhia n’aquella capitania o ce­
0 da posse de Martim Corrêa de Sá do lebre padre Anfonio Vieira fVide a ephe- n.-'
cargo de governador da capitania do meride de 17 de maio de 1661).
Rio de Janeiro, quando pela primeira O governador do Maranhão, D. Pedro
vez 0 desempenhou. O visconde de Por­ de Mello, que já conseguira do povo
to-Seguro, porém, e o Catalogo dos capi- que os padres voltassem para a cidade,
tães-móres governadores, etc., do Rio ãc não pôde d’osta vez convencel-o da
Janeiro, publicado na Revista do Insti. violência que punha por obra. e foi
tuto Historico (Tomo I, anno de 1839;,. assim rnéro espectador d ’esta insubor­
não marcam época certa para este facto. dinação popular. O povo prende o padre
O primeiro consigna apenas o seguinte: Vieira e remette-o para o Maranhão.
« Martim de Sá, nomeado desde 1001, Finalmente, todos os jesuitas, com o
1003 [posse], » seu visitador, foram mettidos á bordo
.I
O catalogo alludido diz : de um patacbo e mandados d’ahi para
« Governou esta capitania duas vezes, Lisboa, onde chegaram sem contratempo.
e d’este seu primeiro governo não ha 1710—0 governador Antonio de Albu­
cGrtGZâ cio dÍ2L cm cjug sg 6nc<xirGgou querque Coelho de Carvalho convoca

í d’elle ; porém, sabemos que já governava uma reunião do senado da camara de

em 1603, porque assim o mostra um dos S. Paulo para se estabelecer o modo de
antigos livros de assentos de baptisados cobrança do quinto do ouro e organi-
. í
I J ^t
1! i' . I
na igreja de S. Sebastião d esta cidade, sação da tropa da capitania. Quanto á
onde foi j)adrinho, sendo governador no primeira questão, resolve-se que se co­
dito anno. » brasse 0 quinto por batêas.
E depois de outras illações, baseadas 1842—Lança 0imperador a pedra funda­

I
:i
em documentos, accrescentai aassim como mental da nova matriz de Nossa Senhora
se verifica que já não governava no dia da Gloria, no largo do Machado, hoje
4 de junho de 1608...» praça do Duque de Caxias.
Martim de Sá foi d'essa vez o sétimo go. Ilcgía a diocese o venerando conde de
vernador da capitania do Rio de Janeiro; Irajá, que assiste á cerimônia e benze a
succedera a Francisco de Mendonça e pedra (Vide a ephemeride de 28 de se­
Vasconcellos, e é rendido em 1608 por tembro do 1872).
Aííbnso de Albuquerque (Vide a epheme- 18.57 — Conclue-se no senado o julga­
ride ÚQ TI de julho desse anno;. mento do brigadeiro Pinto Pacca,iniciado
1649_Ignacio do Rego Barros. ex-pro­ no dia anterior (Vide essa data). Acham-
vedor-mor da fazenda do estado do se reunidos, como então, 41 senadores e
Maranhão e Grao Para e cavalleiro pro­ 0 tribunal encerra-se em sessão secrít,a.
fesso da ordem de S. Bento de Aviz, Dez minutos depois torna-se publica a
toma posse do governo da capitania do sessão, e apresenta o respectivo presi­
Pará, na cidade de Belém. dente, 0 procurador da coròa conselheiro
Foi 0 vigésimo oitavo governador
O Francisco Gomes de Campos, o seu rela­
d’aquelle estado e preencheu o cargo até tório, indicando as provas e fundamentos
19 de junho de 1650. da aceusação e da defeza, e põe em vo­
1(381_0 povo da cidade de Belém do tação os respectivos quesitos, que são
Grão Pará, que já andava despeitado vpcnnnrlifios negativamente. Pronuncia
 ■‘ 7 V

28
EPHE:\ÍERIDEè NACIONAES

sado e adia a redacçcão da sentença, que

tem de ser assignada por todos os mem- carregados de facliina secea e alcatrão
. bros presentes do senado, como juizes na que alli acharam, e apesar da resistên­
causa. cia do inimigo conseguem realisar o seu
intento, perecendo no incêndio muitos
Jum o—IS dos hollandezes e salvando-se o resto
1012—João Rcbello dc Lima 6 nomeado para a casa immediata.
governador da capitania da Parahyba (do 164o—Decreto do supremo conselho hol-
Norte). E’ o quinto dos seus capitães- landez do Recife, oíTerecendo perdão geral
nióres, nomeados por ordem régia ex­ aos que seguiam a João Fernandes Vieira
pressa, e succédé a Francisco Coelho de contra elles, si depuzessem as armas e
Carvalho, fliho do capitão-mór Feliciano renovassem o seu juramento de fideli­
Coelho. O auctor das Datas celebres o faz dade ás Provindas Unidas (Hollanda) ;
empossado do cargo na presente data. exceptuavam-se os chefes da insurreição
1621—Fallece na cidade de Relém o pci nambuenna. Os que não aceitassem
M capitão-mór do Pará Jeronymo Fragoso estas condições soíTreriam todo o rigor
de Albuquerque, fidalgo da casa real, e, da execução militar. Esse edital era as-
segundo Abreu e Lima e o Sr. J. de Vas- signado por João van Boolestrate, Hen­
coiicellos, toma conta do governo interino rique Hamel e Pedro Bas. Foi traduzido
da capitania Bento Maciel Parente, que, em portuguez e espalhado por todos os
segundo ainda aquelles anctores, foi districtos visinhos e até mesmo no campo
depois effectivamente provido no cargo dos insurgentes.
pelo governador-geral do estado I). Luiz Ninguém, todavia, se quiz aproveitar
de Souza. Varnhagen, porém, na R edição d’este indulto.
>ii da sua Historia Geral, dá entre um e 1676— Carta dos oíTiciaes do senado da
. I
* i 4
outro, como governando a capitania a camara de S. Paulo dirigida ao governo
Mathias de. Albuquerque em setembro da metropole, queixando-se de que sõ que­
de 1619, a Custodio Valente no mesmo riam os padres da companhia de Jesus
anno (sem designação do mez e dia) e a para si a administração e o frueto do tra -.
Pedro Teixeira em maio de 1620. Vê-se balho dos indigenas, de modo que sé, em
que seguira n’este ponto a Baena no seu ires aldêas tinham mais de 700 d’elles
Comxienãio das eras do Pará. Na 2'^ edi como seus fâmulos.
çào supprime esses nomes da sua lista de 1694— Fallece na cidade de Olinda o 3'
governadores da dita capitania, que o bispo de Pernambuco D. Mathias de Fi-
não eram também da do Maranhão, e não gueii edo e Mello. Jaz na sé da sua cidade
trata absolutamente de nenhum d’elles. episcopal.
Jeronymo Fragoso começara o .seu go­
Este prelado era de uma caridade ver­
verno (segundo Baena) no fim de abril
de 1619. dadeiramente heróica; mostrou em toda
a sua vida o maior desinteresse e o mais
Iôu5 Manda Mathias de Albuquerque
caridoso amor do proximo. Levou este
incendiar uma das casas fortes oceupadas
sentimento evangélico a tal auge, que_
pelos hollandezes em Porto Calvo (Vide
a parecia faltar á caridade para comsigo
a ephemeride de 16).
mesmo,a ponto de ser tão po'bre de roupa,
Logo pela manha o proprio general e
C|ue sé fDOssuia quatro camisas dc panno
seu irmão Duai’te de Albuquerque, dona­
de linho ao tempo da sua morte.—Diz-se
tário da capitania de Pernambuco, foram
que 0 seu corpo está incorrupto, c a
os piimeiros a conduzir a lenha neces­
crença popular classifica-o como santo—
sária para isso; ás 11 horas da noite co­
Roteiro dos Bispados (Vide a epheme­
meçaram os nossos a executar a ordem ride de 12 de março de 1686).

s' •>
 EPHEMERIDES NACIONAES

1697—Morre no collcgio da sua Ordcm, gurar que. si se perdesse tudo quanto

na cidade da Bahia, o famoso jesuita An­ ha escripto na nossa lingua e se salvas­
tonio Vieira, com cerca de noventa annos sem os Lusíadas o as obras de Vieira, o
de idade. Nascera em Lisboa, na rua dos portuguez, quer no estxjlo do prosa, quer
Conegos, a 6 de fevereiro de 1608 e viera no poético, ainda viverá na sua perfeita
para a Bahia, não contando ainda 8 an­ indole nativa, na sua riquíssima cópia
nos, em companhia de seus paes Chris­ e louçania. . .
to vam Vieira Ravasco, fidalgo da casa « Nenhum povo, continha ellc, possuio
real e D. Maria de Azevedo. Alli edu­ jámais nas obras de um só homem tão
cou-se e tomou a roupeta da sociedade de rico e tão escolhido thesouro da lingua
Jesus a 6 de maio de 1625,,tendo procurado propria, como nós possuimos na d’este
a companhia, da qual devia depois ser notável jesuita.?) E’ o maior elogio que
um dos luzeiros, na noite de 5 de maio de se possa tecer a um escriptor por mais
1623, fugindo da casa paterna. competente juiz: Vieira merece-o.
Foi mandado ao Maranhão em 1658 co­ 1833— Toma assento no senado, como
mo visitador da sua ordem. Nas vezes que representante da provincia da Bahia, o
esteve naquelle estado prestou grandes barão, depois viscondede Pedra Branca,
serviços á religião. nomeado cinco annos antes, a 22 de ja­
Por deplorável equivoco alguns têm neiro de 1826 (Vide a de 20de
dado Vieira como tendo sido provincial e março de 1855).
1’eitor da companhia. Nós cahimos no 1811 — Sagração e coroação do Sr.
mesmo erro, que emendamos agora. O D. Pedro 11, actual imperador do Brazil,
9” reitor e 10“ provincial da companhia declarado maior a 23 de julho do anno
no Brazil foi’a o douto jesuita Fernam antecedente e acclamado imperador
Cardim, de quem diz o padre André de (Vide a cphemeride de 2 de dezembro
Barros ha sua Vida do apostolo padre de 1825).
Antonio Viexjra (Lisboa, 1716): « appel- 1847 — Fallccc em Pedras Brancas,
lido, que em Portugal, e no Brazil nos provincia do Rio Grande do Sul, o co"
serve de dispertador de virtudes herói­ ronel Bento Gonçalves da Silva, um dos
cas . » militares mais celebres das campinas
O nome de Vieira é popular em Portugal rio-grandensHS dos que hão militado
e no Brazil, não só pelos seus numerosos contra o império sob a bandeira da
escriptos, em que joga admiravelmente e republica.
de um modo peregrino com a nossa lingua, I860—Fallece no Rio de Janeiro o ba­
como pelos serviços que prestou durante rão de Pindard, senador pela provincia
longos annos na catechese e civilisação do Maranhão (Vide a ephemeride de
dos indigenas, dos quaes foi, no seu sé­ 10 de junho de 1837).
culo, o mais valioso patrono e infatigável 1871 — Abre-se ao trafego a estação de
apostolo. Como escriptor e orador sa­ Queluz, primeira da estrada de ferro
grado é considerado um dos mais puros D. Pedro II na provincia de S. Paulo.
e portentosos da lingua portugucza, a
1875 — Fallece na cidade do Rio de Ja­
qual muito lhe deve em conceito e ele­
gância, si bem que nem sempre extremes neiro, na idade de 70 annos, o conde de
Porto Alegre, Manuel Marques de Souza,
de certa aíTectação destoante da seriedade
natural da provincia do Rio Grande
e grandeza do assumpto.
Fazendo a apologia do Chrysostomo (k) Sul.
portuguez, o bispo de Vizeu (citado por O seu cadaver,convenientemente embal-
Innocencio da Silva) não duvida asse­ s amado pelo Sr. Dr. F. F. da Costa Ferraz,
 foi transportado, cora todas as honras
militares que lhe eram devidas, para a
cidade de Porto-Alegre, onde jaz. Era
então deputado á assembléa geral pelo
1 districto da sua provinda.
Já antes da nossa independencia a sua
espada se illustrára, ao lado da de seu
pae, na campaniia da Cisplatina, de 1818
a 1820, Distinguiu-se , depois no sitio de
Montevidéu durante a guerra da Indepen­
dência^, de 1822 a 1823, na do Rio da Prata,
de 1825 a 1828; na guerra civil que assolou
a provinda do seu nascimento nos annos
de 1835 a 1815, figurou Marques de Souza
como director da reacção legal em Porto
A lcgié; e quando tivemos de empunhar
as armas para castigar a pertinaz ousadia
do celebre dictador D. João Manuel de
Rosas, coube-lhe a honra de comman­
l■ it i'l:t -
dai- a heroica divisão do exercito brazi-
•1 -í idro, que burilou na historia patria a
}CÍ'. I mara de Porto-Alegre, em 1876, collocar
pagina gloriosa de Monte Caseros, fa.
mosa batalha ferida a 8 de fevereiro de
1852,
' I J
Quando, mais tarde, um outro déspota,
não menos oppressor da liberdade dos
povos e ambicioso de mando, Francisco
Solano Lopes, provocou de um modo in-
solito a guerra contra a republica do Pa­
raguay, e vimos 0 sdlo da patria calcado
pelas plantas das hostes do audaz inva­
s o r,.. tocou ao general Porto Alegre a
honrosaincumbenciade commandar como
chefe as forças, diante das quaes teve de
estacar o exercito inimigo, para se ren.
der em Uruguayana. Já por esse tempo
estava elle reformado: mas ao ouvir o
jeclamo da patria offendida, o velho sol­
I dado acode como voluntário ao campo da
■r. I
honra, renunciando aos seus vencimentos.
‘fii ' « Quando, invertidos os papéis, diz o
presidente da cam ara dos deputados
annunciando-lhes a mbrte do benemerito
cabo de guerra ; quando invertidos os
papéis, 0 exercito brazileiro teve de pe­
:l W i
f Ti ,í' ..' : r 2. netrar no território inimigo para não
M;: "■'! mais retroceder senão depois de completo
I|a|! triumpho, o intrépido soldado, comman-
.V <i'f Í! il2
dando o 2° corpo, partilhou a sorte
arriscada de seus camaradas, e não se
póde rele ; brar Curuzú e Tuyuty sem
curvar a fronte á memória do conde de
Porto-Alegre. Em Tuyuty, a 3 de novem­
bro de 1867, salvou elle a base de opera­
ções do exercito nacional. »
Porto-Alegre oceupou também o ele­
vado cargo de ministro da guerra, e mais
de uma vez foi mandado á representação
nacional peia sua provinda (Paraphrase
da noticia necrologica dada pelo Alma-
nak Laemmert para 1876, ácerea do
conde de Porto-Alegre'.
A camara municipal da capital da
previncia do Rio Grande do Sul trata
de lhe erguer um monumento condigno,
que deverá ser collocado na praça da
Independencia d’aquella cidade, e, antes
que se realise essa idéa, mandou a ca­
na casa em que elle nasceu um escudo
de mármore, lavrado pelo Sr. Alfredo
Pitrez, com uma corôa de conde e o
seguinte lemma :
« AQUI NASCEU O BENEMERITO CONDE DE
PORTO-ALEGRE »
1876—Inauguram-se a estação e linha
telegraphicás de S. José de Porto-Alegre
do Mucury a Itaúnas, provincia do Es-
pirito-Santo ambas, na extensão de kilo­
metros 37,590.
— Idem a de Villa Viçosa, na provin.
cia da Bahia, á S. José de Porto-Alegre
de Mucury ( Espirito-Santo), com a exten­
são de kilometros 28,590.
JULHO— 19
1576—Por breve d’esta data, do papa
Gregorio XIII, foi o padre Dr. Bartho-
^omeu Simões Pereira incumbido, como
prelado, da jurisdicção ecclesiastica da
capitania do Rio de Janeiro, desannexada
do bispado da Bahia. Os odios, porém, e
desattenções do povo, que não soffria a
reprehensão dos seus vidos, nem se sujei­
tava á obediência da igreja, reunidos a

EPHEMERIDES NACIONAES
demasias de auctoridade que este pre­
lado puzera por obra, foram causa de se
retirar para acapit mia do Espirito-Santo,
pertencente á sua jurisdicção, onde falle-
ceu com signaes de envenenamento.
IßlP—Carta régia nomeando ò padre
Antonio Teixeira Cabral prelado da igreja
matriz de Pernambuco.
O padre Peixoto de Alencar dá, no seu
Roteiro dos Bispados, esta carta como
passada no anno de IGlü.
1617—Ruy Vaz Pinto toma posse da
administração da capitania do Rio de Ja­
neiro como seu '12° governador. O vis­
conde de Porto Seguro dá esse facto como
oceorrido no anno de 1611, e Abreu e
Lima refere-o ao mez de junho, á az Pinto
administrou esta capitania até 20de junho
de 1620, em que lhe succedeu Francisco
Fajardo.
Foi Ruy Vaz Pinto, no dizer dos chro-
nistas, 0 ílagello dos povos seus gover­
nados, aos quaes opprimiu brutalmente,
chegando até aobrigal-os, sob penas pecu­
niárias, a guardarem a sua porta, ar­
mados de arcabuzes e tendo á noite fa­
chos accesos. Oppoz-se obstinadamente ás
resoluções do senado da camara,e travou
com esta sérios conílictos, pondo os seus
ofiiciaes (vereadores) por vassallos rebel­
des e levantados contra o real serviço.
Foi eile quem introduziu os escravos
africanos no Rio de Janeiro, protegendo
com escandalo manifesto um monopolio
n’esse sentido em favor de Duarte \ az,
seu parente. «Essa providencia, diz um
chronista citado pelo auctor das Datas^
Celebres, produz terriveis effeitos não so
no monopolio que se consentiu' áquelle
particular, como também na copiosa en­
trada dos negros da costa d’Africa. de que
progressivamente resulta-m as mais tiis-
tes consequências que era possivel, e o
mais é, sem remedio até hoje.»
1635 — O incêndio mandado pòr na
noite antecedente por Mathias de Albu­
querque á casa forte occupada pelos hol-
landezes em Porto Calvo iy \ò.to,epheme-
I'i:'
31
ride de 18) causara-lhes tanta impressão,
que apenas amanheceu o dia 19 mandaram
um tambor (parlamentar) ao nosso gene­
ral, para dizer-lhe que estavam promp­
tes a capitular. As condições apresen­
tadas e aceitas, eram que sahiriam sem
bandeiras, mas com as armas (os oíliciaes) '■I^
e com 0 que pudessem (os soldados) car­
regar nas moxilas. que seriam levados á
Bahia para d’alli serem transportados á
Hespanha, c de lá á sua patria.
Levaram até ao meio dia primeiro que : ' r'>
cln^gassem a esse accòrdo, porque o hol-
landéz insistia era não entregar Do­
mingos Calabar, e o general Mathias de
Albuquerque assegurava que p>referia
arriscar a sua propria pessoa do que dar
mão a esse transfuga. \endo-se o hol-
landez em tal collisão,não quiz perder-se
por Calabar e nem este o desejava, como
dizem os chronistas, a não serem frei
Maimel do Salvador (no seu Valoroso
Lucideno, citado pelo visconde de Porto
Seguro) e este (na sua Historia das lutas
com os hollanãezes).
Calabar foi, pois. assim entregue ao
gume da espada da lei, sendo elle pro-
prio quem, reconhecendo-se perdido,con-
correra com o seu voto pai'a que se ajus­
tassem as partes contractantes, e que
quanto a elle «ficaria á mereô de el-iei».
Aceordados nas condições da capitu­
lação, sahiram da fortifleação o seu com­
mandante (sargento-mór Alexandre Pi­
card), vinte e cinco oíliciaes e oílicipes
inferiores, tresentos e sessenta e sete
soldados armados, vinte e sete feridos e
enfermos e oito mulheres.
Os sitiantes não passavam de cento e
quarenta, fora os indios.
«Quando 0 commandante hollandez viu
tão pouca gente, perguntou onde estava
a tropa, ao que se respondeu (por prévia
advertência do general) que estava atraz
do outeiro de Amador Alvares (J. de \ as-
concellos).»
Foi na verdade grande temeridade o
esperarem llü homens, em uma rua des

e p h e m e r id e s
coberta, a 360 bem armados. O general,
porem, tomára a precaução de ordenar
que, antes de chegarem ao mencionado
outeiro, fossem elles (os soldados) despo­
jados das suas armas e conduzidos para
as Lagunas (Alagoas),e escreveu ao conde
de Bagnuolo, referindo-lhe o successo c
dizendo-lhe que os enviasse para alicvhia,
como ficára assentado.
No dia seguinte (20 de julho - escreveu
também ,a Segismundo van Schkoppe,
propondo-lhe a troca dos prisioneiros
!í: .. feitos na vespera com os nossos que se
haviam entregado nos fortes de Nazareth
e Real ; mas o general liollandez recusou
esta proposta (Vide a eph,cme)'ide úc 22;.
1722^Chega á cidade dc S. Luiz o ca­
pitão general João da -Maia da Gama, vi»
gesimo quarto governador do estado do
Maranhão, e assume o exercicio do cargo,
em substituição de Bernardo Pereira de
Berredo, auctor, como se sabe, dos An-
naes históricos d'aquelle estado,’publica-
dos em Lisboa nO' anno de 1749 c de que
se fez 2“^edição, no Maranhão, em 1850
—1851.
' ( 1819--Fdllece na cidade do Rio de Ja­
neiro, onde SC demorava depois da sua
sagração por negocios particidares, o
M D. frei Antonio de S. José Bastos o
14° bispo de Pernambuco,D. frei Antonio
de S. José Bastos, monge bcnedictino,
natural do Rio de Janeiro.
Fôra eleito a 25 de abril de 1810 no
reinado de D. Maria I,o confirmado cinco
annos depois, em 1815, pelo papa Pio VII,
demora esta devida ao aprisionamento d’a-
quelle pontífice cm França por Napoleãol,
Como bispo eleito e vigário capitular re-
gôra a diocese pernambucana por 4 annos.
Indo depois d esse tempo ao Rio dc Janeiro
para se sagrar, não tornou mais ao seu
bispado. E’ bastante singular este ponto
da sua vida,para que o não repitamos ao
leitor. Diz-.se que D. João VI lhe oíTe-
recera, e a outros bispos que tinham en­
li i tão do ser também sagrados, a capclla do
seu palacio para essa cerimonia, a que
assjstiria a familia real com toda a còrte.
lí* í !
il!
‘'fí
n a c io n a e s
Os outros bi-spos aceitaram lo/^o o hon_
roso e re'gio oíierecimento; frei'Antonio
BaSüOs, ])crcm, i'ecei.indo-sc, por sor po
bi-e, das pesadas espórtulas que, como
era de uso, teria de dar á numerosa cria­
dagem do paço, excusou-sc. El-rei. exce.s-
sivamente beato como era. recebeu dc
mau humor as suas desculpas: o bisoo,
percebendo o erro cm que cahira, quiz
emendal-o e sagrou-se com os mais pre­
lados na capella real; mas já era tarde.
O rei depois, sempre que o misero bispo
se dava por prompto e ia receber as suas
ordens para voltar a reger a diocese, di­
zia-lhe : AMo e ctindci tcnipol — res­
posta que se repetia por quatro longos
annos. até que, desgostoso e amargu­
rado, falleceu na presente data.
g. « Este facto, pondera o auctor do Ro­
teiro dos bispodos, que nol-o ministrou,
mostra bem quão pueris são ás vezes os
caprichos dos reis! »
Pai’a lhe succeder no bispado foi esco-
lliido 0 padre frei Gregorio José Viegas,
bibliothecario régio e confessor das in.
fantas (Vide a cphemeridc dc 4 de abril
de 1820).
Para o visconde de Porto Seguro é
13° bispo dc Pernambuco; no Roteiro
dos bispa^ãos vem elle indicado cm 15° lo-
gar e para Abreu e Lima é o 14°. Deve
com cíleito prevalecer esta ultima nume­
ração; porquanto, descontando o 13° da
seguinte lista, teve a, diocese de Olinda
até esta data os 14 bispos seguintes:
!• °—D. Estevam Brioso de Figueiredo ;
2.° D. João Duarte do Sacramento;—
3.° D. Math as de Figueiredo e Mello ;
—4.° D. frei Francisco de L im a;—5 .°
D.Manuel-Alvares da Costa;—0.° D. frei
José Fialho ;—7 .° I). frei Luiz de Santa
T h e re z a ;-8.°D . Francisco Xavier Ara­
nha (bispo dc Terminópoli in partibus
infidelium)';—9.° D. Franci.sco dc As­
sumpção e Brito ;—10°. I). Thomaz da
Encarnação Cçsta e Lim i 11°. D. frei
Diogo de Jesus Jardim (natural do Sa­
bará) ;—12°. D. José Joaquim da Cunha
de Azeredo Coutinlio (natural de Campos
dos Goytacazes);—D. frei José de Santa
Escolastisca (natural do Porto) não assu­
miu 0 episcopado : — 13°. D. frei José
Maria de Araujo ;—D. frei Antonio de
S. José Bastos, que se segue, deve, por­
tanto, á rigor occupar o 14° logar na res­
pectiva série.
JULHO -
1620—Manuel de Souza d’Eça, provedor
da fazenda real, chega á cidade de Belém
do Pará em companhia dos religiosos da
provincia de Santo Antonio, frei Chris-
tovão de S. José, frei Sebastião do Ro­
sario, frei Felippe de S. Boaventura e
frei Antonio da Marciana que fundaram,
a tres quartos de mgua d’aquella cidade,
o hospicio de Una, para os religiosos da
sua ordem e ao mesmo tempo para in-
struirem os indígenas na nossa religião.
1640—Representação do povo do Rio
de Janeiro ao papa Urbano VIII, pedin­
do-lhe que revogasse a sua bulla de ex­
comunhão contra os que empregassem
os Índios aldeados com o escravos.
Diremos resumidamente o que dera
causa ao acto do papa e ao dos povos.
O jesuita hespanhol Dias Tanho, que
acompanhara o famoso padre Roiz de
Montoya do Rio da Prata a Madrid, fora
mandado a Roma para representar a Vi.
telleschi, geral da ordem, um quadro ou
relatorio das missões do Paraguay, con­
tendo apontamentos relativos á caçada
que se fazia de indígenas para os escra-
visar.
Soube o papa d’estas cousas por Vitel-
leschi e decidiu fulminar de excomunhão
a todos os que procediam contra os ín­
dios, escravisando-os.
Voltando á llespanha achou Tanho a
Montoya em Madrid, preparado a tornar
á America com mais trinta missionários,
e v-no com elles.
O seu navio tocou no Rio de Janeiro,
forçado por máu tempo. Aqui, consul­
tando 0 visitador do Brazil e a outros
padres da sua ordem, leu Tanho a bulia,
que trazia, na egreja dos jesuítas. Os
que se viram contrariados por este acto
incitaram o povo a forçar as portas do
collegio para exterminar os jesuítas. Sal­
vador Corrêa, governador da capitania,
accorreu em auxilio dos padres e òonse-
guiu que os amotinados se reunissem
no dia seguinte na egreja dos carmeli­
tas, para se discutir o caso ; tomou-se
então a deliberação acima exposta, de
representar ao papa.
1645 — Volta da Bahia para Pernam"
buco a deputação enviada segunda vez
(no dia 7) pelo conselho supremo hol-
landez do Recife, para representar ao go­
vernador geral do Brazil, Antonio Telles
da Silva, sobre o procedimento dos re­
voltosos de Pernambuco, isto é, para in.
terpellarem aquelle governador ácerca
da insurreição encabeçada por .João Fer­
nandes Vieira, e da qual o suppunham
cúmplice.
Entre outras exigências, reclamavam
que 0 governador chamasse Camarão o
Henrique Dias a S. Salvador e que, si estes
desobedecessem ao chamado, fossem de­
clarados inimigos cio rei cie Portugal.
Eram dous os emissários. Telles agasa­
lhou-os cavalheiramente e deu-lhes taes
explicações que acabou por vencer o ani­
mo de um d’elles, o major Iloogstraetcn,
governador hollandez da fortaleza de Na­
zareth, que chegou a entabolar negocia­
ções secretas e a fixar as condições sob
as quaes entregaria, como fez mais tarde,
a fortaleza, cujo commando tinha.
A este commandante hollandez do forte
de Nazareth chama Theodosio Estraten
frei Raphael de Jesus no seu Castrioto
Lusitano (edição de 1844 pag. 214).
Convém 1er o que diz a este respeito
Netscher ( Les Hollandais au Brésil,
Pg. 147).
1646—Os hollandezes do forte Orange,
da ilha de Itamaracà, atravessam o rio e
3
 U
EPHEMERIDES NACJûNAES

atacam, á noite, a estancia que a nossa

theca Lusitara, que muito abona a me­
gente havia levantado em junho, no lo- mória de Ravasco:
gar denominado Os Marcos, defronte
d’aquelle forte, na terra firme. Não con­ jc Finalmente, em 1651, quando parecia
nao ter obrigação de empunhar as armas,
seguiram, porém, surprender-lhe a guar­
por estar reformado, embarcou-se animo-
nição : esta, avisada pelas sentinellas,
dispoz-se logo para a defensa, recebendo samente em uma canòa, não obstante
os assaltantes com duas cargas de mos- furiosa tempestade, e soccorreu ao mestre
de campo Nicolau Aranha, para que
quetaria, p que os obrigou a voltarem
para o seu forte, quatro naus hollandezas não infestassem
os engenhos de Paraguassú.
1651—Ealleçe no Rio de Janeiro o seu
; í'I ' vigésimo terceiro governador Salvador « Retribuiu aggraves com benefícios,
de Brito Pereira, que administrava essa sem que nunca em seu semblante se
capitania desde 25 de janeiro de 1649. A descobrisse o menor signal do indignação.
camara nomeia para o substituir interi­ Naturalmente generoso, despendeu o que
namente a Antonio Galvão, que entra possuía mais em remedio da pobreza
em exercicio a 19 de agostofi’esse mesmo do que em ostentação da vaidade. »
anno, segundo se depreliende da data de 1698 João de \elasco e Molina assume
posse d este ultimo, que nos fornece o 0 governo da capitania do Grão-Pará,
visconde de Porto Seguro na sua Ilisío- süccedendo a Hylario de Souza de Aze­
ria Geral do B razil. vedo.
1697—Fallece na Bahia, aos 80 annos Molina foi o quadragésimo sexto capi-
do idade, Bernardo Vieira Ravasco» tâo-mér governador d’esta capitania e
irmão mais moço do celebre jcsuita An­ exerceu este cargo por oito annos, oito
tonio Vieira, a quem apenas sobrevivera mezes e vinte e quatro dias, sendo substi-
dois dias ! Era natural da Bahia. P’oi tuido a 14 de abril de 1707 por Pedro
cidadão distincto: serviu no exercito Thomaz Mendes.
contra a invasão hollandeza, exerceu de­ Quando viera tomar posse do governo,
pois 0 emprego de secretario de Estado Molina naufragou na barra do Pará, es­
na capital da colonia, nomeado por capando com vida, bem como muitas ou­
D. João IV a 7 de março de 1650 e lo­ tras pessoas que vinliam no mesmo navio,
grou algumas honras da munificencia mas perecendo 27 d’entre ellas. Chegando
re'gia. E’ auctor de muitas poesias, em á presença do governador geral do Es­
que não poz o seu nome, applaudidas dos tado, na ultima pobreza, tendo perdido
contemporâneos, as quaes ficaram pela quanto comsigo trazia, este o acolheu com
maior parte por publicar e em que pre­ toda a generosidade e mandou dar-lhe
domina 0 gongorismo, como e' de razão, posse do seu cargo.
pois era o gosto do poetar do seu tempo. 1790—Incêndio do archivo da camara
Deixou também por se imprimir uma da cidade do Rio de Janeiro, salvando-se
-^Descripção topographíca, ecolesiastica, apenas alguns livros que se achavam, uns
civil e natural do Estado do Brazil---, a em casa do respectivo escrivão e outros
que 0 douto abbade Diogo Barbosa Ma­ na do juiz de fóra, o Dr. Balthazar da
chado tece elogios, e da qual teve em Silva Lisboa.
suas mãos uma parte em manuscrijjto Felizmente, um dos vereadores dado
da propria lettra do auctor. ao estudo das nossas cousas havia fe to
Da Selecta hraziliense de J. M. P, de antes d’esse fatal acontecimento muitos
Yasconcéllos transcrevemos o seguinte extractos curiosos dos seus livros, que
trecho biographico, trasladado úíikBibiio- foram depuis de graude proveito a mon-
 senhor Pizarro para as suas Memórias
historicçts do Rio de Janeiro.
1821—E’ rendido no governo da capita­
nia de Santa Chatarina o coronel gover­
nador João Vieira Tovar de Albuquerque
pelo tenente-coronel Joaquim Pereira
Valente, depois marechal de campo e
conde do Rio Pardo.
Tovar assumira o governo d’essa ilha a
11 de agosto de 1817.
O tenente-coronel Valente foi excessivo
nos actos do seu governo, do que lhe
resultou o odio dos povos seus gover­
nados ; mas por pouco tempo exerceu
f o cargo, em razão da mudança go.
vernativa e politica que n’esse mesmo
anno se operou em todas as capitanias do
JULUO—21
Brazil com a sua emancipação da métro­
pole. 151.3— Estabelecem os camaristas de
1838—Sedição em Villa Franca do Im­ S.Vicente (S. Paulo) duas posturas: uma
perador (S. Paulo), capitaneada por An­ prohibindo aos bi'ancos a compra de es­
selmo Ferreira de Barcellos: os sedicio- cravos indigenas por maior preço que o
promovem assuada, insultam al taxado, que era de IS; outra prohibindo
mas auctoridades e assassinam o fiscal que um christão fallasse mal de outro ou
da cam ara. de suas mercadorias, diante do gentio^
1816— Installação da villa da Estrelladeclarando que, para prova do facto, bas­
(provinda do Rio de Janeiro) e da respe­ tava 0 testemunho de qualquer christão
ctiva camara municipal. que ouvisse a delação {Memórias de frei
1817— Decreto creando o logar deGaspar da Madre de Deus, citadas nos
presidente do conselho de ministros e no­ Apontamentos de Manuel Euphrasio de
meando para elle o ministro da fazenda Azevedo Marques, Chronologia).
Manuel Alves Branco (Vide agosto 16 de 1561—Fallece em Lisboa Martim Affon-
1852). so de Souza, primeiro donatario e fun­
1869—Uma fracção do nosso exercito, dador da capitania de S. Vicente, hojo
depois de transpor o Paraná e de mar­ S. Paulo, para onde veio em 1532, com
chas penosissimas por terrenos alagadi­ uma armada, de que era commandante,
ços, alguns quasi intransitáveis, teve seu irmão Pero Lopes de Souza (Vide a
n’este dia um encontro com o inimigo, Ephemeride de 22 de janeiro d’esse anno
que quizera embargar-lhe o passo (Cam- de 1532).
'panlxa ão Paraguay). Coube a capitania a seu filho e her­
« Foi mais uma victoria que alcançá­ deiro Pedro Lopes de Souza, que foi por­
mos, diz 0 Sr. 1° tenente Emilio Carlos tanto 0 seu segundo donatario.
Jourdan, no texto com que acompanha o Azevedo Marques, fundado em frei
seu magnifico Athxs historico da guerra Gaspare na ôw^/mp/uadeMartim Aífonso,
do Paraguay ; foi mais uma victoria que publicada na Revista do Instituto, diz
alcançámos... sobre uma çolumna para. C[ue Martim Affonso fallecera em 1571;
guaya de cerca de 1,800 homens, ao todavia, na data de 1565 o faz fallecido
mando do tenente-coronel Vernal, O ini- ít de julho d’esse anno.
 36
EPIIExMERIDES NACIONAES

1G40 Os oíFiciaes da camara (vereado­

1800—Nasce na villa da Estrella, pro­
res) da^ villa de S. Paulo resolvem, sobre
vinda do Rio de Janeiro, Aureliano de
requerimento do procurador do conselho,
Souza e Oliveira Coutinho, visconde de
exigir do padre-vigario Manuel Nunes Sepetiba.
que apresente cs poderes pelos quaes está
Era senador do império pela provinda
pondo e dispondo dos bens dos padres da
das Alagoas quando falleceu na cidade
companhia; perguntar-lhe porque andava
de Nictheroy a 25 de seteml)ro de 1855.
dizendo que o povo estava excommungado
I’ Oimara-sc na faculdade do direito civil
por causa da expulsão dos jesuitas, e re
da Universidade de Coimbra.
clamar que não continue a celebrar missas
boi elle quem, como ministro dos ne­
a portas fechadas «sob pena de o desqui­
I. gócios estrangeiros, dirigiu os actos di­
tarem da igreja e da vigararia da vara,
plomáticos relativos ao casamento do
v^sto que, si era procurador dos padres’
actual Imperador, e, como presidente da
não podia ser juiz ecclesiastico (Azevedo
Marques, Apontamejuos). pro\incia do Rio de .Janeiro, desenvolveu
e deu principio de execução á fundação
1676—Partem de S. Paulo, então villa, da colonia allemã da Serra da Estrella,
Fernão Dias Paes Leme com seu filho que é hoje a cidade de Petropolis (Vide
Garcia Rodrigues Paes, que alguns dizem
a ephemeride de25 do setembro de 1855).
erradamente seu irmão, ao descobrimento 1821— 0 general Luiz do Rego Barreto,
de ouro, esmeraldas e outras pedras pre­
govei nador de Pernambuco, é grave­
ciosas.
mente ferido com um tiro de pistola, de
Sü cinco an nos depois ê que as desco­
que lhe resultaram onze ferimentos.
brem no sertão de Minas Geraes (no Serro

M
Luiz do Rego, colli gado secretamente
do Frio,', fallecendo o chefe d’esta ban­
com os seus camaradas, sem consultar a
deira perto do Rio das ãíortes, qiiaado
nenhum dos fdhos de Pernambuco nem
voltava para S, Paulo.
cspeiai ordens do Rio de -Janeiro, so por
Garcia foi nomeado capitão inór das
convite da Regencia de lásboa, procla-
I entradas e descobrimentos das esmeral­
mára e fizera jurar a 11 de julho d’este
das, e foi a Portugal levar asamostraj,
anno de 182J as bases da futura Consti­
das que acl\ára com seu pae. Garcia, cujo
tuição e mandara proceder á eleição dos
genio emprehendedor, que herdára de seu
sete deputados que lhe havia designado
progenitor, concorreu para dar aos pau­
a referida regencia, pondo-se portanto á
listas a aureola cavalheiresca das empre-
frente do movimento constitucional
zas arriscadas c de longo curso, falleceu
Crôm, porém, outros que o odio particu­
a 7 de março de 1738.
lar se aproveitara da exaltação politica
1716 — O governador da capitania de do momento e da eííérvesccncia popular
S. Paulo e Minas, D. Braz Balthazar da para exercer premeditada vindicta ásua
Silveira, convoca os moradores do Villa sombra. Diz-se que o bacamarte do assas­
Rica para se combinarem na forma do pa­ sino não fora n’este acto guiado pela
gamento,do quinto do ouro, e exjiór o que laixão piarlidaria.
lhe Ibra ordenado pela carta régia de 20 1822— No dia 16 havia entrado na ca,
.'rii ; de outubro anterior. Ficou assentado que
fj i )ibal de 8. Paulo o marechal José Arouche
■1 se pagaria o quinto na razão de 30 arro­ de Toledo Itendon, commandante das
bas por anno.
armas. E’ apupado em sua passagem
1 <50—Data da carta regia que ordena a pelas ruas por uma parte do povo e da
prisão e o banimento dos jesuitas do tropa. Pará apoiar a sua posse-chega no
Brazil (Vide a fp/temertóc de 3 de se­ dia seguinte ás immediaçcães da capita^
tembro do mesmo anno), uma força militar, vinda de Santos, com- .ü$

ívM?fr

1
S im
%
 EPIIEMERIDES NACIONAES
mandada pelo mai'echal Cândido Xavier
de Almeida e Souza. Essa força, pore'm,
não entrou na cidade, porque parte do
povo correu ao quartel e a tropa de
S. Paulo pegou em armas, para impe­
dir-lhe a entrada. A’ vista d’est i attitude
0 marecliai Arouclic desiste de tomar
posse do seu cargo.
Na presente data, finalmente, o mare­
chal Cândido Xavier entra só na capital,
deixando a força que coramandava no
Ponto Alto.
Todo este movimento se prende á se­
dição começada a 23 de maio e denomi­
nada Bernarda de Francisco Ignacio,
por ser promovida pelo coronel Francisco
Ignacio de Souza Queiroz, que foi depois
deportado para o Rio de Janeiro. Esta
sedição tivera por causa a deposição dos
membros do governo provisorio da capi­
tania, coronel Martim Francisco Ribeiro
de Andrada c brigadeiro Manuel Rodri­
gues Jordão, eleitos a 23 de junho de 1821
to
( Vide esta data ).
1859_0 governo imperial concede li­
cença para aceitar a nomeação de cama.
rista honorário de Sua Santidade Pio IX
ao Sr. padre Dr. Anacleto Jose' Ribeiro
Coutinho, vigário geral do bispado de
S. Paulo, actualmente lente jubilado da
Faculdade de Direito e digno filho da ci­
dade de Campos dos Goytacazes.
Como não possuimos data alguma fixa
e determinada acerca d’este distincte con­
terrâneo nosso, que foi dos primeiros que
aproveitaram no Império o ensino do di.
reito logo que foram creados os respecti­
vos cursos, lançamos mao da circumstan-
cia supra mencionada para consignai»
n’estas paginas o seu nome.
O Sr. Dr. Anacleto foi nomeado lente
substituto a 20 de junho de 1831, passou
a cathedratico a 2 de outubro do mesmo
anno e foi jubilado por decreto do 1’ de
janeiro de 1859,
37
JULHO—22
1572—Nomeia Duarte de Albuquerque
Coelho a sua mãe D. Brites de Albuquer­
que para governar, como procuradora, a
capitania dc Pernambuco durante a sua
ausência c até que chegue de Lisboa seu
irmão Jorge de Albuquerque, donatario
da dita capitania.
1608—N’esta data estava ainda no go­
verno da capitania da Parahyba do Norte
André do Albuquerque, nomeado em 21
de agosto de 1603 para servir por seis an-
nos este cargo.
1621—Carta régia creando nas terras
do Brazil oíficiaes do tribunal da Inqui.
sição.
1(327—Cyprian0 Pitta Portocarrero é
nomeado capitão-mór do Rio Grande do
Norte.
O auctor das Batas Celebres fal-o em­
possado do cargo na presente data.
1631—0 Dr. Lourenço dc Mendonça é
nomeado, pelo rei Felippe IV, prelado da
diocese do Rio de Janeiro, como successor
de Matheus da Costa Aborim.
1633—Uma partida de 400 hollandezes,
guiados por Calabar, assola os districtos
de Goyanna (Pernambuco), queimando
quatro engenhos, saqueando e levando o
que puderam achar e fazendo prisionei­
ros os moradores desprevenidos, que não
conseguiram escapai’-se. Quando os nos ^
sos, que estavam na villa de Iguarassfi,
souberam do oceorrido, marcharam em o I
seu auxilio, m.asnão chegaram a tempo,
por haver dez léguas de distancia de um
a outro ponto, nem tão pouco o soccorro
vindo da Parahylw, onde também che­
gara a noticia do inesperado ataque de
Goyanna, poude scr aproveitado, pelo
mesmo motivo da distancia.
Vendo o general Mathias dc Albu­
querque 0 pouco que podia fazer a gente IPi
que estava em Iguarassu, fel-a voltar
para o Real, onde mais se precisava
d’eUa, §
 EPIIEMERIDES NACIONAES

16J5 Supplicio do Domingos Fernan­

des Calabar. commandados pelo valoroso almirante
deCastella D, Carlos de Ibarra, marquez
Debalde Mathias de Albuquerque insis de Tarracena,
tira com elle para que revelasse o nome
JTodavia Jol não realisou o seu intento
das pessoas com quern se communicara
quando estava com os inimigos; negou-se não obstante ter atacado ardidarneníe a
nobre e corajosamente a fazer denuncias frota castelhana em todo o correr da via­
gem (Netscher, pag. 99).
(Vide a Ephemeride de 20 de abril).
1717 D. frei José Delgarte,
-----------o 3‘
bispo
Não se coaduna muito o modo por que
hrei Raphael de Jesus descreve a prom- do Maranhao, assume o exercicio do seu
cargo (Vido a ephem. de U de dezem­
ptidão com que o cabo hollandez entre­ bro de 1724).
gou, em Porto Calvo, Calabar á vindicta
de Mathias de Albuquerque, com a có­ 1729-0 governador de Minas Geraes
lera do que se encheu outro general hol­ D. Lourenço de Almeida remette umas
I/' .1
landez ao encontrar tres dias depois o pedras brancas para Lisboa, dizendo que
lhe pareciam diamantes. Já a esse tempo
corpo do mamoJuco esquartejado e ex-.
I )
M' se sabia no reino da existência d’essas
posto á acQão do tempo e á voracidade
das aves de rapina. pedras preciosas n’aquella capitmia pe­
las remessas que d’ellas se flzeram em

I'l « Nao fez o Flamengo, diz elle, grande

diligencia por defender o traidoi’, ao qual
duas frotas, e pela noticia que já corria
julgou a justiça que m.orresse enforcado do seu descobrimento, devido sem du­
e que sua cabeça e seus quartos fossem vida a Bernardo da Fonseca Lobo, que
.1. ■ I primeiro as achára no Serro do Frio.
postos nos logares mais públicos. Execu­
A lavia diamantina, que a principio
tada a sentença....... com os despojos de
fora livre e depois se regulamentára
menos embaraço marchou (Mathias de
e de 1735 em diante se monopolisára em
Albuquerque) par.i a Lagóa,{Alar/ôas).
«Tres dias depois de partido Mathias beneficio da coròa, aturou noventa aiinos.
acabando de facto em 1822. Desde o anno
de Albuquerque chegou Sigismundo ao
l orto do Calvo; entrou na povoação que de 1772 até ao de 1794 foram extrahidas
adiou herma o só assistido dos quartos do quarenta eoito mil quinhentas e quarenta
Calabar, cuja vista o alterou de sorte, que e sete oitavas de diamantes, e quatro­
cégo da colciu mandou deitar bando, que centas e quarenta e nove mil oitocentas
todos os moradores fQsscm passados á e cincoenta e uma de ouro. Sem embar­
espada, sem excepção de pessoa, nem de go d essa boa colheita, no fim dc 1794
Idade: para cuja execução fez de seus sol­ achou-se a administração com um passi­
dados muitas iiartidas, que saissem a vo de oitocentos mil cruzados, por falta
cumpiir 0 decreto (\'ide a Ephemeride de regular assistência do erário para ag
dc 20) , » suas despezas (Vide a ephem. de 28 de
junho de 1720).
O auctor da Historia das luetas com os
1823 Morre em Ubatuba, em viagem
hollandezes é, n’este particular, summa-
rissimo. de Santos para o Rio de Janeiro, o Dr.
brancisco de Mello Franco. Accommet-
1638 Por ordem de Mauricio de Nas­
tido de uma febre consUmptiva, tinha
sau parte do porto do Recife uma esqua­
(: ido pedir á provincia de S. Paulo mino­
dra hollandezade desasete navios, sob as
ra ti vo a seus males; não tendo, porém,
ordens doahuirante Jol (tinha uma perna
pela natureza du moléstia, experimen­
do nau), destinada «.Vao, ciicunu'0
encontro dos ga-
tado allivio com á mudança, voltava em
leões do Mexico que voltavam pcll'U cí
•llespanha carregados de ouro e prata, uma canoa de voga para o Rio dc Janeiro
quando na altura de Ubatuba pediu que

... ■n
1'**
H . 'f
 EPHEMEHIDES NAOIONAÈS 39

aportassem, e ahi, deba.ixo de uma palho­ e inimigos, a Ihê ser pl'ohibida a entrada
ça, exhalou o derradeiro suspiro. no paço, e vendo perdida toda a sua for­
Nascera o Dr. Mello Franco em Para- tuna, depositada em mãos de um nego­
catú, na provincia de Minas-Gôraes, a 17 ciante que fizera bancarrota fraudulenta,
de setembro de 1757. vindo por isso, e talvez por mudança de
Reeebeu o grau de bacharel em medi­ clima e do hábitos dé vidâ, a contrahlr a
cina na Universidade de Coimbra. Esteve moléstia a qué succumbiu.
antes d’isso encerrado por quatro annos Além do seu alludido poema, temos do
nos cárceres da Inquisição por suspeito Dr. Mello Franco as seguintes obras:
de he>'eje, naturalista, dogmatista, e alll « Tratado de educação physica dos me­
compoz e guardou de memória alguma® ninos, para Uso da nação portugueza.
elegias, que intitulou noites sem somnò, « Elementos de hygiene », qué teve tres
que se conservam inéditas. Diz a esse ediçOoS até 1823.
prcposito José Marcellino Pereira de Yas- « Ensaio sobre as febres, com obser­
concellos, na sua SelGCta BrasiliensG, que vações analyticas ácerca da topographia
fòra encerrada com elle uma senhora, e clima do Rio de Janeiro.
para servir depois de testemunha da sua « Discurso recitado cm sessão publica
irregularidade. Fila supportou todos os da Acad. R. das ScienciâS, sendo vicé-
tormentos por que passou, com uma cora­ secretario. »
gem pouco vulgare, em recorhpensad’esse 1867—Marcha de flanco operada pelo
procedimento verdadeiramente heroico> exercito alliado, de Tuyuty para Tuyú-
Mello Franco tomou-a por esposa depOis Cué (Campanha do Faraguag), plane­
que se viu solto. jada pelo marquez de Caxias, general
B’ auctor (dizem que conjunctamente chefe das nossas forças em campanha.
com José Banifacio, seu contemporâneo de Tinha esta operação por fim ameaçar a
academia) do poema heroi-comico O Heim esquerda do inimigo, approximarmo-nos
da Estupidez, que de tanta fama gosou de Humaytá, interceptando-lhe os re­
no seu tempo e foi um verdadeiro acon­ cursos que lhe pudessem vir do interior,
tecimento litterario na velha UniveisP e obrigal-o a uma batalha campal.
dade e cm todo o reino de Portugal, che­ Foi preciso fazer-se um rodeio de 10
gando a obrigar a rainha D. Maria I a léguas, procurando-se um prtsso no Es‘
substituir 0 principal Mendonça, então tero Rojas em Tio-Domingo, pára dirigir-
reitor da Universidade, satyrisado no se a Tuyú-Cué o S. Solano e d’ahi operar
ft poema anonymo, e a fazer n’ella muitas sobre Humaytá.
reformas. tt A vanguarda, diz ô Sr. B. C. Jourdan,
Em Lisboa exerceu Mello Franco por commaodada pelo general Osorio, marcha
bastantes annos a sua proflssão com parallelamente a uma divisão argentina,
summo credito e proveito, até que, em ao mando de Gelly y Obes, e precede o
1817, 0 encarregou D. João VI de, como corpo principal ao mando do general
medico, acompanhar ao Rio de Janeiro a Argollo, e á testa do qual veiu o marqiiez;
archiduqueza D. Maria Leopoldina, que 20,000 homens das tres armas compoem
depois foi a primeira imperatriz dò Brazil, 0 exercito brazileiro que parte de Tuyuty
e vinha desposar o então principe real
no dia 21.
D. Pedro. Vendeu quanto adquirira, e
1876 — Inaugura-se a linha telegra-
vein assim para o Brazil, onde, entretanto,
phica da Fazenda de Santa Cruz a Ita-
a sorte lhe foi adversa, chegando, em
guahy (Rio de Janeiro), na extensão de
virtude dos suCCessos politicos da época,
habilmente aproveitados pelos seus emulos
 40
Illf EPHEMERIDES NACIONAES

JULHO— 23
1/6o—Assume em Santos o governo da

!f'‘i m 6 Mendo cle Sá ou Mem d eá á Barre­

to, 3 governador geral do estado do Bra-
capitania de S. Paulo o seu décimo capitão
general (contando-se o conde da Cunha
apezar de interino) D. Luiz Antonio dé
If zil, nomeado por patente d’esta data para
substituir a D. Duarte da Costa, cujo go-
Souza Botelho Mourão, morgado de
Matheus, que ratifica a sua posse na
verno, diz José de Miralles, finalisou a
cidade de S. Paulo em 7 de abril do
t julho d’esse anno (Vide a epAemeride anno seguinte (Vide m a data).
oe 13 de julho), assume o exercício do seu
Ti ' Mourão foi rendido por Martim Lope.
cargo no dia 4, segundo o affirma posi-
tivamente o auctor citado. Varnhagen, de°^l77.õ'^^ ji^nho
porém, da apenas o mez de maio para esse
1828—Toma assento no senado, como
facto, sem designar dia. Abreii e Lima e
representante da província de Minas
0 Sr. José de Vasconcellos apenas indi­
cam 0 anno. eraes, Nicolau Pereira de Campos Ver­
gueiro, escolhido a 10 de maio do mes­
Governou Mem de Sá a capitaeia e o mo anno.
rstado por 14 annos, até 157», e faileceu
í^ascera a 20 de dezembro
segundo Mirallee, a » d e marjo d’esse a ' - de ln 8 no logar de Valporto, proximo
no, naBahia,ramose u m inscrimao da
de Bragança, em Portugal; formára-se
sua seimltura na igreja do collegio de
Jesus, n ’aquella cidade. Universidade de Coimbra
era 1804 e no anuo seguinte viera para
1635-Arrasadasas fortificações de Porto 0 Brazil, onde tão conspieuo papel tinha
depois de representar na vida política
n aquelles hons tempos e por m uitos annos
do nascente império, inclusive o de re­
se usou ainda, partiu Mathias de Albu­
gente em nome do Imperador e de mi­
querque para as Alagoas (então Lagunas) nistro por mais de uma vez.
levando as peças e munições de guerra
Foi uma das suas mais puras glorias
que encontrara, por deliberação de um 0 ter iniciado na província de S. Paulo
conselho de oííiciaes, que convocara para
que escolhera para residência, o tra­
decidir sobre o que deviam fazer.
balho livre, cultivando as suas fazendas
Por nao disporem de um porto de mar
por colonos europeus, com os quaes
porque o hollandez tinha n elle os seus
estabeleceu o systema de parceria, des­
navios e fortificára a Barra-Grande, com-
V, envolvendo iramenso tino administra­
bmou-se em partirem d’alli para as Ala-
tivo ao fazer de suas fazendas hellos '
modelos d’esse genero de trabalho.
1687-Gomes Freire que, como gover- O senador Vergueiro falleceu no Rio
nador e_ capitão-general do estado do de^ Janeiro a 17 de setembro de 1859
de d e S r ® ^-esidira na cida- (\ide essa data) corn perto de SI annos
pLa L i s C / anno, parte de idade.
paia Lisboa, no meio do sentimento geral Ví
dos habitantes, reconhecidos pelo modo Ha d elle uma «Memória histórica sobre
justiceiro e digno com que os governára. afutidação da fabrica de ferro de S. João
Grata a sua memória pelos bons serviços de Ypanema, na província de S. Paulo»
que prestara ao Estado e pelo seu cara­ mpressa em Lisboa em 1822, reimpressa
depois na mesma cidade, em 1858, pelo
cter conciliador e tracto ameno,mandou a
municipalidade de Belém vir de Lisboa o Dr. Frederico Augusto Pereira de Moraes
ro m o de Gomes Freite, e c o H o c o t „a que lheajuntou documentosimijortantes^ '4
sala das suas sessões, 1839-Occupam os rebeldes do Rio
Grande do Sul a villa da Laguna, na pro.
 EPIIEMERIDES NACIONAES
vincia de Santa CatUarina. 0 chefe dos
revoltosos, David Canavarro, aproveitou
a situação favoravel que esse porto de
mar lhe oflerecia para armar algumas
das embarcações que n’elle encontrou, e
poz quatro a corso pela costa, dando
caça, como fizeram, a navios mercantes
que encontraram (Vide a ephemericle de
15 de novembro).
1840—Proclamação da maioridade do
actual Imperador, que prestára n’esse
mesmo dia, perante a assembléa geral
reunida no paço do senado, o juramento
jjrescripto no art. 103 do pacto funda­
mental do império.
1870—Fallece no Rio de Janeiro o con­
selheiro Francisco Jesé Furtado, senador
pela provincia do Maranhão, escolhido
a 30 de julho de 1864.
Distincto orador parlamentar e um dos
chefes do partido liberal do Império, «o
conselheiro Furtado, diz o Sr. Dr. J, M. do
Macedo no seu Anno Biographico, mor­
reu quando a sua grande influencia poli-
tica radiava com os esplendores do sol
ao meio dia.»
Nascera o conselheiro Furtado em
Oeiras, antiga capital do Piauhy, a 13
de agosto de 1818.
Começando o seu curso acadêmico na
Faculdade de Olinda. ^concluiu-o na de
S. Paulo, onde recebeu o grau de bacha­
rel em direito em 1838 (Veja-se a sua
biographia no Pantheon Maranhense do
Sr. Dr. A. Ilenriques Leal e no citado
Anno IHographico).
Direi todavia que occupou os cargos
de ministro da justiça, presidente do con­
selho de ministros Jno gabinete de 31 de
agosto de 1864), presidente da camara
dos deputados, presidente da provincia
do Amazonas.
« O finado juntava duas virtudes que
quasi sempre andam separadas : a fir­
meza e a moderação... Almas da tOm-
pera d’aquella não se deixam attrahir
por vaidosos ouropéis. O unico brasão
que lhe competia elle o deixava brilhante;
41
— 0 de servidor da patria (Diário do Rio
de Janciro)y>.
1872—Colloca-se sobre a sepultura de
Josd Bonifacio de Andrada e 8ilva, no
convento do Carmo, em Santos, a pedra
tumular oíferecida para esse fim pelo
artista Antonio Carlos Gomes (Vide a
ephemeride de 13 de junho de 1763).
J U L H O - 24
1613—Gaspar de Souza, 10° governa­
dor geral do estado do Brazil,toma posse,
por procuração passada ao desemijarga.
dor Manuel Jacob Bravo, do governo das
capitanias do Espirito-Santo, Rio de Ja­
neiro e S. Vicente, que tinham sido reu­
nidas de novo á jurisdicção do governa­
dor geral, de que estavam separadas e
independentes.
O visconde de Porto Seguro o dá em­
possado do governo geral em dezembro
d’esse anno, e ao seu successor, D. Luiz
de Souza, em 1616.
1611—Chega ao Recife a noticia de
que estava em Lisboa Martini Soares
Moreno, de quem havia mais de um anno
não se sabia onde parava. Dizia elle que
havia descoberto a colonia dos francezes
no Maranhão, que tinham muitos indios
por alliados, etc., e que, quando quiz vol­
tar, não 0 jiLidera' conseguir; que se vira
obrigado a fazer proa para a Europa^
por ter a sua embarcação perdido um
mastro.
1645—Edital de João Fernandes Vieira
convocando o povo a pegar em armas
para expellir os hollandezes do paiz.
Começa-.— João Fernandes Vieira, pri­
meiro acclamador da liberdade, e gover­
nador das armas na restauração e resti­
tuição de Pernambuco a seu legitimo
senhor, qíq.—A caba-—Q falsas promessas
do fementido hollandez. Dado n esta cam­
panha de Pernambuco, em 24 de julho
de 1645, etc.
15S7—Nova tentativa de expulsão dos
padres da companhia do Jesus da capita­
nia do S, Paulo, Lavrou-se em camara
 A 7^ r|c^’

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ii-''’' BPHEMERIDES NACIONARS
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termo de accommodação na presente data.

I entre o d’essa commissão e o da sua
N’este anno faz Antonio Rodrigues de
morte, foi^ perdido quasi todo para elle e
•■■<t Arzao. natural de Taubaté, nova entra­
para a sciencia, que com tanta distincção
da no sertão de Cahete, e descobre as mi-
cultivára, porque solTreu durante esse
nas do Rio Doce, onde fallece, deixando
lapso de tempo diversos insultos apoplé­
0 itinerário das suas excursões a seu
ticos, que lhe foram gradativamente
cunjiado Bartholomeu Bueno de Siqueira.
abalando a memória, atacando-lhe a in-
^ coronel Josd Marcellino de Fi­
telligencia e fazendo-o, por assim dizer,
gueiredo, que depois se chamou Manuel
sobreviver a si mesmo.
Jorge Gomes de Sepulveda (Vide a ephe-
^ A 11 de Novembro de 1874 falleceu no
mcride de 23 de abril de 1769), governa-
Campo-Grande, logar do seu nascimento
tlor da capitania do Rio-Grande do Sul,
depois de longos soffrimentos, que sup-
muda a sede da freguezia de Viamão para
portou com a resignação d’um christão
0 Porto dos Casaes, depois Porto-Ale­
e a coragem de um verdadeiro sabio.
gre, onde estabelece a capital da capitania
1805 Amaro Joaquim Raposo de Al­
com todas as repartições publicas e tri-
bunaes. buquerque, 42» governador da capitania
da Parahyba do Norte, toma posse do
Esta freguezia teve o titulo de villa em seu cargo.
180o, e em 1813 a prerogativa de cabeça
A 30 de Agosto de 1809 substitue-o
de comarca de S. Pedro do Rio-Grande Antonio Caetano Pereira.
do Sul e. Santa Catharina. Finalmente,
1824—Renovam-se em Pernambuco, pe­
em 1822 teve os foros de cidade, de que
los escriptos de Cypriano José Barata de
gosa hoje (Vide a ephem. gde 11 de no-
vombro). Almeida, as ideas não de todo extinctas
da revolução de 1817. Sectário d’ellas,pro-
1/97—Nasce na freguezia de Campo-
clama Manuel de Carvalho Paes de An­
Grande, municipio do Rio de Janeiro, o
drade a Confederação do Equador, con­
conselheiro Francisco Freire Allemão.
citando as demais provindas do Norte a
Era cirurgião formado pela antiga se colligarem e constituircm republica
escola medico-cirurgica do Rio de Ja­ sob essa forma e denominação. No Ceará
'< I neiro, eem 1831 recebeu o grau de doutor adherem ao convite Tristão Gonçalves
cm medicina pela Faculdade de Pariz. de Alencar Araripe e José Pereira Fil-
Quando em 1833 se organisou a actual gueiras.
Escola de Medicina do Rio de Janeiro, o
Mandado do Rio de Janeiro o brio-a-
Br. breire Allemão alcançou por con­
deiro Francisco de Lima e Silva oom a
curso a cadeira de botanica e zoologia,
incumbência de debellar a revolta, de­
que professou até 1853, anno cm que se
IK sembarca nas Alagôas e toma depois por
jubilou. Nomeado medico da imperial ca-
sorpreza o Recife a 12 de Setembro, e,
mara em 1811, foi incumbido, n’essa qua­
batendo os insurgentes na Boa-Vista'
lidade, de acompanliai- da Europa a prin-
ajudado pela esquadra do almirante Co­
ceza naj)olitana, que vinlia para ser a
chrane, refugia-se Paes de Andrade a
3‘ imperatriz do Brazil. Foi em 1859 o pre.
bordo da corveta ingleza T weed ; os re­
sidente da commissão scientiflca enviada stantes revoltosos abandonam Olinda e
provindas do norte do Império, a qual
Recife, que são dellnitivamente occupados
se dispersou etn 1861, deixando de suas
pelas forças legaes a 17 de Setembro.
explorações numerosos c de certo impor­
Restabelece-se a ordem, sendo condem na­
I'f.Vi tantes manuscriptos, cuja publicação
dos á morte, em Pernambuco e Ceará, e
apenas encetara, e que ficaram pela ma­
executados doze dos insurgentes, entre
xima parte inéditos. 0 tempo que medeia I
estes 0 celebre RactcliR, homem do (uxíes
 EPHEMERIDES NACIONAES
e sentimentos,corao diz o Sr.Dr. Perdigão
Malheiros no seu Indice chronologico
dos factos mais notáveis da Historia do
Brazil.
Referindo-se a estes tristíssimos factos,
diz 0 Sr. Dr. Luiz Francisco da Veiga na
sua Synopsis chronologica das revolu­
ções, motins, etc., havidos no Brasil de
1544 a JS48, que desejáramos repro'
duzir por inteiro:
« As causas principaes da revolução
forão : a dissolução da assemble'a con­
stituinte, com prisão e deportação de
alguns membros, e a nomeação de Fran­
cisco Paes Barreto para presidente de
Pernambuco... A revolução, começada
em 21 de fevereiro, inaugurada solemne-
mente em 2 de julho, foi vencida em 28 de
novembro do mesmo anno (182-1) pela
capitulação do ju is ( nome de uma fa­
zenda dos Benedictinos de Olinda).
« Então principiarão as ^execuções
sanguinarias: frei Joaquim do xVmor
Divino Caneca, redactor do Tiphis Per­
nambucano e autor do varias obras, entre
as quaes mencionaremos o folheto inti­
tulado—O qioe se deve entender por
patria do cAZadão—foi fuzilado... Qua­
torze forão, pois, as infelizes victimas
d’essa memorável revolução! O sangue
brazileiro, derramado com profusão em
diversos encontros das forças republi­
canas com as tropas imperiaes, foi
julgado expiação insuííiciente para o
grande crime da revolução vencida'....
Não ha aguas no mundo que possão
purificar e lavar os responsáveis por
esses homicídios jurídicos... »
1840—Formação do"primeiro ministé­
rio organisado pelo Imperador actual ;
compunha-se de: Antonio Carlos Ribeiro
de Andrada Machado e Silva, deputado
por S. Paulo, com a pasta dos negoçios
do Império ; o Sr. Antonin Paulino
Limpo de Abreu, deputado por Minas-
Geraes (hoje visconde de Abaeté e sena­
dor), com a da justiça; Martim Francisco
Ribeiro de Andrada, deputado por S. Pau­
43
lo, com a da fazenda; Aureliano de Sou­
za e Oliveira Coutinlio, deputado pelo Rio
de Janeiro (posteriormente senador e
visconde de Sepetiba), cora a de estran­
geiros ; Antonio Francisco de Paula Ilol-
landa Cavalcanti, senador por Pernam­
buco (depois visconde de Albuquerque),
com a da marinha; e Francisco de Paula
Cavalcanti de Albuquerque, senador por
Pernambuco (depois visconde de Suassu­
na), com a da guerra.
1863—Falleco em Bèldm do Pará o Dr.
Raymundo Teixeira Mendes, irmão do
conselheiro FurtadOi
A província deve-lhe a canalisação do
rio Anil. 0 plano do dique, a criação da
companhia de vapores.
1879_Na cidade do Natal, capital da
província do Rio Grande do Norte, sente-
se pelas 5 1/2 horas da tarde, não só no
povoado como nas suas circumvisinhan-
ças, um tremor de terra que, felizniente,
durou poucos instantes.
JULHO—2o
157.1_0arta re'gia em que o rei D. Se­
bastião confirma, na pessoa de Pedro Lo­
pes de Souza, filho de Martim AíTonso
de Souza, a donataria de S. Vicente,
concedida a seu pae (Vide a ephemeride
de 8 de agosto de 1587).
l(533_Fazem os hollandezes, em nume­
ro de 500, uma sortida do forte dos Affo.
.gados (Pernambuco) e cahem sobre o en­
genho de Luiz Rauiires, onde então es­
tavam os capitães Antonio André, Este­
vão de Tavora c Manuel Antonio Corrôa,
Mathias de Albuquerque postara gente
sua por todos os caminhos por onde o
inimigo podia passar e em todos os lo-
gares onde poderia elle ir ter, para que
0 podessem avisar no Heal de alguma
accommettida intentada contra os nosso.s.
O fim dos hollandezes d’esta vez era fpfí i
anenas reconhecer o terreno, visto terem
os directores delegados da Hollanda i’e"
solvido precipitar os successos e acabar
^quanto antes a guerra que coinnosco
pr

EPHEMERIDES NACIONAES 45

vernack)r no dia 26 e accrescenta que elle do opusculo politico Um presidente e (■í

apromptára uma expedição que devia uma assembléa, do volume Entre o ceio 'hl
pela primeira vez navegar o rio Tocan­ e a terra, publicado sob o pscudonymo
tins até 0 Pará, o que se eírectuou a 7 de Flavio Reymar, e de muitos artigos em
setembro do anno seguinte. prosa e co.mposicões poéticas de mérito
No seu tempo descobriram-se as minas real, que inserira em publicações perió­
do Bomíim, de cujas lavras se apurou dicas da sua cidade natal, do l^ecifc, do
muito ouro. Rio Grande do Norte, etc.
Nascera em S. Luiz do Maranhão a Síf-iii
1796 — E’ eleito bispo de Marianna yl
P. Frei Cypriano de S. José, natural de 25 de março do 1835.
Portugal; é o quinto bispo d’aquella 1879—Fallece no Rio de Janeiro o vis­
diocese. conde do Rio Grande, José de Araujo
Nomeado pela rainha D. Maria I e con­ Ribeiro, senador pela provincia do Rio
firmado a 14 de julho de 1797, no ponti­ Grande do Sul.
ficado de Pio VI, sagrado a 31 de dezem­ Nascera na cidade de Porto Alegre a
bro d esse anno (vide essa data) na igreja 20 de julho de 1800. Formado em direito
deS . Pedro d’Alcantara, ein Lisboa, a civil pela Universidade de Coimbra, en­
cuja ordem pertencia, pelo nuncio apos- cetara aos 26 annos de idade a carreira
tolico n’aquclla cidade, o cardeal Pacca. diplomática, sendo nomeado a 24 de
arcebispo de Damieta, tomou posse da julho de 1826 secretario da legação do
sua diocese, por procurador, a 20 de Brazil em Nápoles, de onde foi removido a
agosto de 1798 c fez a sua entrada do 18 de janeiro de 182S,na mesma categoria
ritual a 30 de outubro de 1799. Falleceu para a legação em França. Depois de ha.
no seu bispado a 14 de agosto de 1817 o ver servido como encarregado de negó­
W
i
jaz no còro da Sé, do lado da epistola. cios nosEstados-Unidos,como enviado ex­
1842—Do norte da provincia deS. P.iulo, traordinário na Grã-Bretanha (em 1833),
onde se achava, parte o general barão de no mesmo caracter em Portugal (1834)
Caxias, nomeado a 23 ajudante de campo para comprimentar a rainha D. ]\laria II
do imperador, para Minas Geraes como pela sua exaltação ao throno, passou na Lí«*'
commandantc-chefc das forças em ope­ mesma qualidade á França; d’ahi foi de
rações n’aquclla provincia. novo enviado em missão especial á Grã-
1855—Sente-se no arraial de S. João Bretanha; voltando outra vez á França,
Baptista do Morro Grande, na provincia foi aposentado como ministro plenipoten.
de Minas Geraes, logo ao romper do dia, ciario cm 19 de janeiro de 1854.
um tremor de terra que desperta c assusta Na carreira administrativa serviu os
aos respectivos habitantes pela sua ter. cargos de presidente de Minas Geraes de
rivel novidade. Em algumas casas os 4 de julho a 4 de novembro de 1833 e da
trastes estremecem e se deslocam. do Rio Grande do Sul de 15 de janeiro de
1864—Abertura da Escola Normal da 1836 a 4 de janeiro do anno seguinte, em
cidade do Recife. plena revolução. Rcciisando-sc a assem-
bléa provincial facciosa empossal-o do
1867—Inauguração da primeira praça
governo, foi tomal-o no Rio Grande, de
do mercado, construída na capital da pro­
onde governou os poucos logares fieis á
vincia de S. Paulo.
1870—Fallece na capital do Maranlião, causa da monarchia. Exerceu estes altos
victima da variola. Gentil Homem de cargos, em épocas calamitosas, com tal
' Almeida Braga, bacharel cm sciencias moderação e imparcialidade,que o recom-
sociaes c jurídicas pela Faculdade do mcndaram á gratidão e respeito até dos
Recife, auctor do poema Clara Verbena, seus adversados politicos.

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46
'î e p h e m e r id e s NACIONAES
''■' i.' .

De yolfa á eórte, occiipou Araujo Ri­

ros bretões. Trataram logo estes de fun­
beiro o seu lugar de deputado pela sua
dar um forte n’uma collina que dominava
proviucia, tomando activa parte nas dis­
a barra, ao qual deram o nome de S. Luiz
cussões parlamentares. D'ahi seguiu para
em honra de Luiz XIII, rei de PTança,
a Prança como ministro plenipotenciário
e dão á bahia o de Santa Maria, não sõ
e como enviado especial assistiu na In­
em louvor á Virgem, como em homena­
glaterra # elevação da rainha Victoria ao
throno. gem a rainha Maria de Medieis : lançam
Em 1848 tornou ao Brazil, por não de­ assim os fundamentos da capital da pro­
víncia do Maranhão.
sejar permanecer na França depois da
quéda da familia de OrMans, a que era . N esta expedição vinha o capuchinho
muito afeiçoado. Claudio de Abbeville, auctor d'uma His­
toria da inissão dosp. p. capuchinhos á
Augmentada em 1846 a representação
nacional, coube mais uma cadeira no se ilha do Maranhão e terras circumvizi-
nado ao Rio Grande do Sul, que, embora ( Pariz, 1614), que o Sr. Dr. Cezar
se achasse o conselheiro Araujo Ribeiro Augusto Marques passou para a nossa
na Europa, collocou o seu nome na lista lingua. D Abbeville falleceu em Pariz
em 1632.
tríplice e foi elle o escolhido para a occu-
par (a 14 de agosto de 1848), tomando as­ Já em 1594 um armador de Dieppe, por
sento a 28 de dezembro de 1849. nome Jacques ou Francisco Riffault, que
Ja adiantado em annos, imprimiu (em havia andado a corso pelas costas, do
1815) uma notável e volumosa obra de Brazil, tinha começado um pequeno esta­
philosophia, intitulada a creaç.ão ou a belecimento n estas paragens, graças ás
natureza interpretada pelo senso com- relações que entabolara com os indígenas
mum, E’ um trabalho profundamente que as habitavam e cujo chefe, chamado'
meditado e que merece a leitura dos que Omjrapive, promettera ajudal-o no in­
se derem a estudos d’esse genero. tento. Riffault, tornando á França, asso­
I' i
ciou-se com outros armadores e voltou
ju u io —26 no referido anuo de 1594 ao Maranhão,
onde. fòra bem recebido pelos insulares.
1612—Parto em 19 de março d’este anno Apezar, porém, d’esse favoravel acolhi­
uma expedição franceza de Cancalle, na mento, introduziu-se dentro em pouco a
Bretanha, e entra no porto de Pereá, a discórdia na pequena colonia e Riffault
doze léguas do Maranhão, junto da ilha voltou no anno seguinte para a Europa,
então chamada Upaonmery e depois deixando parte da sua comitiva sob as
Sant’Anna, nome que lhe deii Emilio Ra- ordens do cavalheiro Carlos de Vaux. No
ifliK ; silly, que a ella aportou no dia da festa seguinte anno,de 1595, voltou elle ao Ma­

P
ISîii.::
d aquella invocação. A pequena esquadra ranhão com Daniel de la Touche, Sr. de
expedicionária dirige-se do ponto em que La Ravardière, huguenote e habil mari­
primeiro fundeara para o Maranhão, nheiro, que já tinha também vindo di­
onde lança ancora na presente data. Des­ versas vezes ao Brazil. Depois de seis
embarcados os chefes e quatro missiona, mezes de demora no Maranhão, regres,
rios que os acompanhavam, plantam uma saram para a P’rança. onde não acharam
cruz em um terreno elevado, benzem mais vivo o rei Henrique IV, que os ani-
a ilha e consagram-na á Santa Virgem. mára no emprehendimento. Por isso fi­

mg\ 'ill
Vinte e oito tribus ou aldeias de índios cou 0 seu projecto paralysado até a época
Tupinambás oceupavam a esse tempo a que nos referimos no começo d’esta no­
aqueile logar e nenhum embaraço oppu- ticia.
zeram ao desembarque dos aventurei­ 1616—Carta régia mandando descontar
m
 EPHEMERIDES NACIONAES 4/
A

ao bispo do Brazil metade da quantia que conde dos Arcos, ambos realmente dignos
se lhe dava annualmente para esmolas d’ella.
e entregal-a, para o mesmo ílm,ao admi_ 1739.—Chega á sua diocese o 2° bispo
nistrador da jurisdicção ecclesiastica de do Pará, D. frei Guilherme de S. José,
Pernambuco. religioso de Thomar.
1635—Tres dias depois da partida de Sagrado a 14 de dezembro de 1738, na
Mathias de xVlbuquerque com a sua gente, patriarchal de Lisboa, pelo mesmo D. Tho.
entra o general hollandez Segismundo em maz de Almeida, patriarcha de Portugal,
Porto Calvo á frente do seu exercito, que que sagrara o bispo anterior, chegou
vinha em soccorro d’aquella praça. Ao D. frei Guilherme á sua diocese na pre­
deparar com a cabeça de Domingos Ca­ sente data, como flea dito, é tomou posse
labar espetada n’um poste e os seus mem­ do seu governo a 10 de agosto do mesmo
bros dependurados cm estacas, fica o anno. Renunciou depois, em agosto de
general dolorosamente impressionado e 1748, ao bispado e retirou-se para o reino»
manda immediatamente recolher em um onde veiu a fallecer a 15 de dezembro
caixão os restos mutilados do seu infeliz de 1751, de uma apoplexia.
auxiliar e o faz sepultar na igreja da po­ P’ oiD.frei Guilherme quem, como bispo,
voação, prestando-lhe antes as honras lançou a primeira pedra da nova cathe­
fúnebres que lhe competiam. dral do Pará a 3 de maio de 1748 (Abreu
e Lima, Dr. Gaspar de Siqueira Queiroz).
1733— Gomes Freire de Andrada, de­ 1778 — Toma o capello de doutor em
pois conde de Bobadella, assume o exer­ philosophia na Universidade de Coimbra
cício do governo da crpitania do Rio de 0 padre Joaquim Velloso de Miranda, no­
Janeiro, com a patente de governador o tável botânico brazileiro, que commum-
capitão-general, llegeu-a com as inter- mente se confunde com o mais conhecido
mittencias que exigiam d’clle iguacs ser­ natui’alista nacional frei José Marianno I I
viços, que teve de prestar em Minas e
da Conceição Velloso.
S. Paulo, que estavam também debaixo da De um avulso escripto pelo visconde de
sua jurisdicção, até o 1° de janeiro de 1763 Porto Seguro, cujo inesperado falleci-
[Vide essa data), dia cm que falleccu. O mento as lettras pairias lamentam desde
seu governO' aturou, portanto, 29 annos, 29 de junho ultimo áQ\S~i9 [Vide essa data)
5 mezes e 4 dias, e foi, com ser o mais avulso escripto em Vienna em abril do an_
dilatado que houve no Brazil, um dos no anterior e logo publicado n’aquclla còr^
mais felizes e fecundos para este Estado. te, consta o que de averiguado ou mais
Yeja-se o juizo que d’elle e dos serviços provável poude aquelle incansávelesmeri-
que prestou faz na sua Synopsis o gene­ Ihador das nossas cousasapurar ácerca do
ral Abreu e Lima. referido botânico.
Em galardão d’osses serviços mandou O Dr. Joaquim Velloso de Miranda nas­
D. José I collocar o seu retrato na sala cera no arraial do Infoccionado, bispado
principal do senado da camara do llio de Marianna, na primeira metade do sé­
de Janeiro, onde deve existir ainda, res­ culo passado, pois que em 1772, quando
taurado e reinaugurado por M. de A. gC fez a reforma da Universidade de
Porto-Alegre, barão de Santo Angelo e Coimbra, já tinha ordens e frequência de
posteriormente consul do Brazil em Lis­ tres annos do curso de direito canonico.
boa (hoje fallecido). Por occasiào d’quella reforma foi adrait-
Os únicos que, depois do illustre Gomes tido a seguir o curso juridico (1772) e
Freire,mereceram igual distincção, foram logo a 10 de outubro se matriculou como
o sabio visconde de Cayrú o o benomorito obrigado no 1" anno de matheinatica,»
 ■ ri
Éri'i 13
e p iie m e r id e s
em que fez exame em julho cle 1873, ob­
i f :i tendo a nota de nemine discrepante. Em
21 de maio do anno seguinte, matriculou-
secomo ordinário no 2° anno de philuso-
pliia, e assim successivamente até 1776,
em que tomou, a 18 de junho, o grau de
bacharel n’essa faculdade e o de licen­
ciado em artes em 21 de julho de 1778,
recebendo a borla de doutor na data sob
que inscrevemos esta noticia. Em 22 de
KI,.' I' maio de 1780 foi o Dr. Velloso aceito socio
correspondente da Academia Real das
i ’ ir
sciencias de Lisboa, e o seu nome vem
ainda mencionado na relação dos seus
membros no almanack de 1811 (Resumo
da memória do V. de Porto Seguro).
Consta-nos porém, por outra fonte que
nos foi obsequiosamente indicada, que
fallecera em 1817 em Minas Geraes, fican­
do por este lado invalidadas as conjec­
turas feitas pelo douto visconde no seu
leferido cscripto a cercada época prova-
■\cl da morte do botânico mineiro.
Das indicações alli dadas pelo visconde
de Porto Seguro se verifica que Velloso
'k ii
de Miranda fora umconsummado natura­
lista e deixara muitos e importantes tra-
ballios acerca, da botanica brazileira.
1858—Decreto creando a colonia militar
do Itapura, na provinda de S. Paulo.
O capitão Joaquim Ribeiro da Silva Pei­
xoto, ajudante do director d’aquella co-
onia, affirma que essa creação é do mez
de junho.
O referido decreto tem o n. 2,200.
JULíio—27
1616 Principia-se o processo de cano­
nização, ainda hoje por terminar, de frei
1 edro Palacios, fundador do convento de
Nossa Senhora da Penha na provincia do
I I Espirito-Santo (\ide as Ephemeridcs de
18 de fevereiro de 1609 e de 2 de maio
de 1575).
1621—Depois da oceupação da cidade
da Bahia pelos hollandezes (Vide a Ephc-
meride de 8 de maio do mesmo anno), o
alhfiiaute Jacob ^Villekens, considerando
'ë
n a c io n a e s
segura aquella praça, deixa n’esta data
0 2^01 to da Bahia, levando coinsigo onze
navios, e faz-se no rumo das Antilhas.
Outro tanto pratica, no correr do se­
guinte mez de agosto, o vice-almirante
1 ieter Heyn, tomando com quatro navios
0 rumo de Angola.
1615 Partem do Rio Real, cm Sergijie,
que era então a fronteira dos dominios
hollandez e (^ortuguez no Brazil, os ca2ii-
tães Nicolau Aranha e Francisco de
Mattos, mandados em soccorro.dos mo­
radores do rio de S. Francisco, 2^or ordem
secreta do governador geral do Estado
Antonio Telles da Silva e trazendo com-
sigo as suas companhias, que andavam
por cento c oitenta homens, as duas.
Entra na bahia de Taquarembó a es­
quadrilha de Jeronymo Serrão de Paiva,
comjjosta de oito navios, conduzindo oito­
centos homens sob as ordens dos mestres
de campo André \ idal de Negreiros e
Martim Soares Moreno, com o fim appa­
rente de chamarem á obediência do g o ­
verno Iiollandez os revoltosos de Pernam­
buco, mas na realidade 2>ara os ajudarem
a sacudir o jugo do dominio bátavo.
Esta esquadrilha partira da Bahia,
encorporada á frota que ia para Lisboa
comboiada pelo almirante Salvador Cor­
rêa de Sá e Benevides, o qual devia
passar jielo Recife para dar conta ao su-
l)remo conselho hollandez da chegada
d esta gente, como era necessário ao
comportamento dissimulado que tinha
n este negocio o governador Antonio
Telles da Silva. Salvador Corrêa, logo
que viu ancorados todos os navios de Je­
ronymo de Paiva, seguiu com os outros
para o seu destino.
A 13 de junho d’esse mesmo anno de
1615 (\ ide essa data) tinha rompido a re­
volução pernambucana que expulsou do
paiz os hollandezes. Eram 15 os que para
esse fim se haviam reunido no engenho
de Luiz Braz Bezerra, na freguezia de
S. Lourenço da Matta, e tinham escolhido
e proclamado para chefes a João Feruaiv*
 EPIIEMERIDES
dos Vieira e a Antonio Cavalcanti, dous
dos conjurados, a cuja disposição se en­
tregaram.
Renhida devia sor a luta e diíTicil o
emprehendimento, como se tem visto por
muitas d estas paginas, em que havemos
narrado estes acontecimentos de um modo
imperfeito e interromipido. pela propria
natureza do presente trabalho. Si nos so­
brar tc.mpo escrevel-os-emos cm resumot
para os que não tiverem á mão as Memó­
rias diarias do conde de Pernambuco.
Duarte de Albuquerque (embora só de
nove annos) ou a Historia completa das
lutas dos hollandczQs do visconde de
Porto Seguro.
^~32 O capitão-mór Antonio Duarte
Bai'ros recebe das mãos do seu anteces­
sor, Antonio IMarreiros, as redeas do
governo da capitania do Pará.
Foi 0 quinquagésimo primeiro e o ulti­
mo da serie dos capitães-mores d’essa
capitania, segundo a relação dada pelo
visconde de Porto Seguro no fim da sua
Historia Geral (1* edição). Seguiram-se
a Duarte Barros os capitães-generaes do
Maranlião, que o eram igualmente da ca­
pitania reunida do Pará c Rio Negro.
1323—-Entra no Maranhão o almirante
Cockrane. Logo que elle cliogou vai a
bordo a Junta provisória para fazer-lhe
entrega da praça e protestar a sua adhe-
são á causa da independencia.
A 20 de setembro, preenchida a sua
missão, volta para o Rio de Janeiro,
onde chega a 9 de novembro do mesmo
anno. O imperador havia-lhe conferido
pelos seus serviços o titulo de marquez
do Maranlião.
1836—b’allece o senador pela provin­
d a do Rio de Janeiro, padre José Cae­
tano Ferreira de Aguiar, nomeado a 22
de janeiro de 1826 pelo 1 ° imperador na
organisação do senado.
1842 — Decreto transferindo para o
1 ° de janeiro seguinte a reunião da as-
sembléa geral, Abriu-sc com eífeito ifesse
dia.
1637—Carta régia concedendo aos ca­
pitães Francisco Rebello, Sebastião do
Souto e Henrique Dias (do terço dos ho­
mens pretos). 0 habito das ordens mili­
tares que escolhessem, com promessa de
commeuda ; quarenta cruzados de soldo
por mcz, além do fòro de fidalgo, pelos
serviços relevantes que prestaram, bra­
vura e denodo que mostraram na segunda
batalha de Porto-Calvo, a 18 de fevereiro
d'esse mesmo anno de 1637.
1645— Partem do Rio Real (Sergipe),
fronteira por esse tempo do dominio hoL
landez c do portuguez, os capitães Nico-
lau Aranha e Francisco de Mattos, que,
por ordem secreta do governador geral
do Estado do Brazil, vinham cm soccorro
dos moradores do rio de S. Francisco,
trazendo comsigo cada um a sua compa"
nhia,que andavam ambas por 1801iomens*
Para mais largos desenvolvimentos do
que decorre d'este facto, leiam-se as Datas
celebres da Historia do Brazil do Sr. José
de Vasconcellos.
1646— Toma conta do governo da capi­
tania do Pará Paulo Soares de Avellar.
nomeado seu capitão-mór pelo governa­
dor e capitão general do Estado do Ma­
ranhão c Grão Pará, Francisco Coelho de
Carvalho, o sardo.
Avellar foi rendido no ílm d'este mesmo
anno por Sebastião de Lucena de Azevedo,
nomeado para aquelle cargo por patente
régia.
1751—Luiz de Vasconcellos Lobo toma
posse do governo do Estado do Maranhão.
Foi 0 trigésimo na ordem chronologica
e exerceu este cargo como simples go­
vernador, até ser substituído, a 24 de
setembro d’este mesmo anno, pelo capitão
general Francisco Xavier de Mendonça
Furtado, irmão do marquez <ie Pombal.
1767—Parte do porto de Araritaguaba
a primeira expedição para a fundação do
presidio das margens do rio Iguatemy,
sob o commando do capitão-mór João
k
 EPHEMERIDES NACIONAES

Martins de Barros, natural de Itú, e com­ general assumira o governo d’ellana data
posta de 330 pessoas e 26 canoas grandes. que mencionamos, como que fallecera em t
A esta expedição seguiram-se diversas Villa-Bella a 8 de novembro de 1805.
outras, também numerosas, até o anno 1840—Toma assento no senado como
de 1773. representante da provincia do Ceará Mi­
Iguatemy era um posto militar e po­ guel Calmon Dupin e Almeida, depois
voação mandados fundar pelo capitão- visconde e mais tarde marquez de Abran-
general de S. Paulo D. Luiz Antonio de tes (Vide a ephemeride de 13 de setem­
Souza Botelho Mourão, á margem es­ bro de 1865).
querda do rio d’aquelle nome, em cum­ 1855—A população da capital do Ma­
primento das instrucções expedidas pelo ranhão celebra o anniversario da adhesão
governo da métropole a 26 de janeiro de d’aquella provincia á independencia do
1765 e ordem posterior do vice-rei conde Império, assistindo ao lançamento da
da Cunha. O estabelecimento de um pre­ primeira pedra para o edifício da praça
sidio n’aquelle logar tinha provavelmente do mèrcado, cuja construcção estava a
por flm embaraçar que os hespanhóes in­ cargo da Companhia Maranhense. >
vadissem 0 território do Brazil por esse 1878—Raymundo Antonio da Rocha ■í
e outros pontos, acima ou abaixo .do n
Lima, um dos mais fulgurantes talentos
dito rio, ou do Ivahy^ que por essa do Ceará, fallece na idade de 23 annos, r
occasião se mandou também guarnecer. victima do beri-beri.
João Martins de Barros foi o seu crea- Para bem dizer quem elle fòra e quanto
dor (Vide Azevedo Marques, Aponta­ as lettras patrias perderam com a morte
mentos hisioricos. etc. da provinda de d’esse bello talento, para quem o hori­
S. Paulo) . zonte do saber não tinha limites nem a
Milliet de Saint Adolphe (no seu Bic- alma humana segredos que não podesse
f, t
ciqnario gcOgraphico do Império do devassar, deveriamos transplantar para
Brazil) diz a esse respeito : estas p iginas o que a seu respeito disse,
« Na margem septentrional do Iga- como introducção ao seu livro posthumo,
timi é que, em 1767, se assentou o arrayal um outro talento de primor, nascido á
dos Prazeres, destruído dés annos depois beira das mesmas torrentes, á sombra dos
pelos Hespanhóes.» mesmos palmares, embalado no berço
1801—• O capitão general Manuel Car­ pelas mesmas auras, João Capistrano de
los de Abreu e Menezes, 1° governador Abreu.
da capitania de Matto-Grosso,torna posse, Da Critica e litteratura, vol. de XIV
em Villa-Bella, do seu cargo. Succédé á —182 pags. in-4% publicado no Maranhão
Mil junta interina, que governára por onze em 1878, que é o unico documento pal­
mezes e quatorze dias aquella capitania pável da sua passagem na terra, o que ha
na ausência de Caetano Pinto de Miranda de transmittir ás gerações futuras o que
y I) Montenegro, que foi dejíois marquez da foi aquella alma de eleição, aquelle espi­
Praia-Grande, e exercc-o até o dia em que rito alevantado e culto... darei os titulos
falleceu. dos assumptos de que tratou;
O visconde de Porto-Seguro o dá na « A mulher ; A legenda de um pariá
posse do cargo em 1805, sem determinar {estudos sobre o drama d ’esse nome do
mez nem dia. Sr. Dr. Filgueiras Sobrinho, o poeta
No Catalogo chronologico dos gover­ das Auí-orase Crepúsculos) ; Théophile
nadores d’essa capitania, publicado no Gautier [estudos acerca do seu O rei Can-
tomo XX (1857) da Revista do Instituto daule. e Fortunio, traduzidos pelo Sr.
Historico, diz-se não sd que esse capitão Dr. Salvador de Mendonça) ; ü caracter
 EPHEMERIDES NACIONAES
(de Samuel Smiles, traducção de G. F.
Valdez); Senhora [apreciação do romance
d’esse titulo de José de Alencar); Escola
Popular [noticia do curso de historia
universal aberto sob esse nome pelo Sr.
Dr. Thomaz Pompeu Filho); Psj'che
[apreciação do hello romance do Sr. Dr.
João Adolpho Ribeiro da Silva, assim ti­
tulado ) ; A nova poesia portugueza
[considerações sobre a poesia modeima de
Portugal, representada especialmente
pela Morte de D. João, de Guerra Jun-
queiro) ; O estylo [considerações sobre o
modus scribendi do mesmo poeta); Anto­
nio Mendes (paíaurai' de condolência pelo
fallecimento do Dr. Antonio Mendes da
Cruz Guimarães, que conheci de perto na
Faculdade de Medicina da còrte, pois fre.
quentámos as mesmas aulas e nos for­
mámos no mesmo anno); Evolução ; Bu-
reaucracia ; A victoria dos republicanos
francezes ; Discurso pronunciado perante
0 Gabinete Cearense de leitura na ses­
são solemnc do 2° anniversario, a 2 de
dezembro de 1877, com que fecha este in­
teressantíssimo livro, oimlento de ideas
novas e generosas, repassadas de enthu*
siasmo pelo progresso da humanidade, e
que denunciam nomallogradoauctoruma
invejável copia de conhecimentos tanto
proprios como bebidos nas mais puras
fontes do saber estranho.
cc As obras de Rocha Lima, escreveu a
Cultivada penna que as prefaciou, só de
modo incompleto dizem o que era o seu
auctor. A sua illustração excepcional, a
sua phantasia encarnadora, seu estylo
scintillante, seu espirito luminoso não
puderam assumir fórm.a definitiva. »
Sabemos de boa fonte que sc está im­
primindo n’esta còrte um outro volume
de escriptos de Rocha Lima. Assim, em_^
quanto os seus despojos mortaes repou­
sam no cemitorio de Maranguape, a sua
alma brilhará eternamente em suas obras,
que receoerão ,a consagração da poste­
ridade.
51
JULHO—29
1501—Acerca da data e do logar cm
que 0 rei D. Manuel escreveu aos reig
de Castella, participando-lhes o descobri­
mento do Brazil, ha duvidas. Alguns
escriptores, ou antes quasi todos, a fazem
escripta de Santarém^ na presente data.
Foi ella publicada pela primeira vez,
em hespanhol, na obra de Navarrete—
Colleccion de los viajes y descuhrimientos
que hicieron ptor mar los espanoles
(edição de 1825 a 1837).
Diz Navarrete que existia ella no ar­
chive da antiga Deputação de Aragão,
destruído na guerra da independencia :
a que elle publica era uma cópia
tirada por D. Joaquim Traggia. Dá-sc-lhe
a data de 29 de julho. A esse respeito, 1 ,í
porém, veja-se a Memória do Sr. Dr. C.
A. Moncorvo de Figueiredo (Rio de
Janeiro, 1874) relativamente a—Os seis
primeiros documentos da Historia do
Bra:^il.
Ficou provado que ella fôra escripta
no dia 9, em Cintra [Sintra) pelas inves­
tigações do visconde de Porto Seguro, a
quem somos devedores de tantos labo
riosos e valiosos descobrimentos que
vieram elucidar muitos pontos obscuros
da historia patria.
D. Manuel estava com a sua còrte em
Cintra, quando o feliz capitão se reco*
lheu da Asia.
A referida carta começa—« Muy altos
y muy excelentes y muy poderosos Prin.
cipes senores padrey madre»—A parte
relativa ao Brazil, e que mais nos impor­
ta agora, é a seguinte:
« O dito meu capitão (Pedro Alvares
Cabral) com treze naus partiu de Lisboa
a 9 de março do anno passado. Nas outa-
vas da Paschoa seguinte chegou a uma
terra, que novamente descobriu, á qual
poz 0 nome de Santa Cruz, na qual achou
as gentes núas como na primeira inno-
cencia, mansas e pacificas; a qual pa­
rece que Nosso Ççjihor milagrosamente
X '
■ ri
52 EPIIEMERIDES NACIONAES
quiz que se achasse, porque ù mui con­
veniente e neccssaria para a navegação
da índia, porque alli reparou seus navios
e tomou agua ; e pelo grande caminho
que tinha de andar não se deteve para se
informar das cousas da dita terra; ape­
nas me enviou d’alli um navio para me
notificar de como a achou, e fez o seu
caminho por via do Cabo da Boa Espe­
rança. .. »
1611—Jeronymo de Albuquerque, que
tinha de ir conquistar o Maranhão do
poder dos francezes de La Ravardière,
avisa ao governador geral do estado do
Brazil que já se achava no presidio do
Rio Grande do Norte com tresentos indios
i 'l i l flecheiros e alguma gente branca, prepa­
rados para aquella expedição (Vide a
ephemeride de 26 de outubro).
1635—Partido do Porto Calvo no dia 26,
como deixámos dito n’essa data, o exer­
cito de Mathias de Albuquerque chega ás
Lagunas (Alagoas), onde se achava acam­
pado o conde de Bagnuolo. Os capitães
I :
Paulo de Parada e Sebastião de Lucenc,
que haviam trazido cartas e despachos de
Lisboa para o general, foram esperal-o
seis léguas distante das Lagunas, na
margem do rio Santo Antonio Grande.
Logo que chegou, conferenciou Mathias
de Albuquerque com o conde; combina­
ram acerca do cumprimento das ordens
recentemente recebidas da côrte c toma"
ram as medidas que o proseguimento das
operações de guerra rcclamaA’a.
1758—Creação da capitania do Piauhy,
independente da do Maranhão quanto ao
administrativo. « Por carta régia de 20
If
de julho de 1750 (diz a Historia geral
do Brazil ) foi creada a capitania do
Piauhy, independente da do Maranhão. »
Abreu e Lima, entretanto, aJflirma que
esta capitania fora considerada desde
1718 como formando um governo dis­
tincte, mas sü começara a ter governa­
dores com patente re'gia no presente anno
de 1758.
1775—Toma possède governo das capi-
tanias do Maranhão e Piauhy Joaquim
de Mello e Póvoas (Vide 16 de julho de
1761). que foi d’esta vez o 38° governa­
dor e capitão-general do Maranhão.
Esta capitania, sujeita ao Pará desde
1751, fòra em 1772 declarada independente
d’aquella.
1833—Installacão da camara municipal
da nova villa de Iguassit, provinda do
Rio de Janeiro.
Em 1699 José Dias de Araujo edificára
em suas próprias terras uma pequena
capella e dedicára-a a Nossa Senhora da
Piedade. Um filho seu mandou depois
construir em logar d’esta capellinha uma
igreja maior, que fez as vezes de paro-
chia desde o anno de 1710. Em 1755 teve
a referida igreja as honras de parochia,
conferidas por alvará de 24 de janeiro.
Por se achar então ella muito arruinada,
tratou-se de se edificar outra muito
maior e dc pedra, cuja construcção, por
vezes interrompida, se prolongou de 1760
a 1793.
Elevada á categoria de villa em 1833,
como deixámos dito, foi a povoação de
Iguassú despojada d’esse titulo por lei da
assombléâ provincial de 13 de abril de
1835. que ordenou fosse o seu districto
dividido em duas partes, sendo uma d'ellas
annexada ao districto de Vassouras e a
oi.tra ao de Magé. repartindo-se pelos
archivos de ambos os livros e papeis da
camara supprimida. Representaram os
habitantes ao governo contra essa an-
nexação, sendo por isso encorparado ao
de Nicthcroy, de que ficava distante 12
léguas por agua e muito mais por terra,
pelas tortuosidades da estrada, que acom­
panha a margem septentrional da bahia^
Em 1836, finalmentc, desfez a assembléa
0 que fizera no anno antecedente e re­
stituiu a Iguassú as prerogativas de villa
dc que havia gosado pelo decurso de
dois annos.
Para mais informações a .seu respeito,
veja-se o Diccionario Gcographico de
 EPIIEMERIDES NACIONAEã 53

Milliet de Saint-Adolphe, onde estas fo- concebera nos últimos tempos da sua
1'am collúdas. vida a idéa de' que esta ficaria conside­
18í.(3—Nasce na cidade do Rio de Ja­ ravelmente reduzida por causa de multi­
neiro a princeza D. Izabel, condessa d’Eu, plicadas emprezas em que se embarcara»
filha do Imperador, o Sr. 1), Pedro II. e seguramente aíTectado também de prin­
I860—Acto solemnc, realisado no paço cipies de um amollecimento do cerebro. o
do senado, do juramento da princeza im­ sizudo, activo e honesto barao da Lagoa
perial a Sra. D. Izabel como herdeira pre- Dourada, o modelo do bom senso pratic^
sumptiva da coroa, segundo o disposto e do discernimento ingenito, resolveu
no art. lOG da Constituição do Império. acabar seus dias atirando-se do meio da
Ale'm das duas camaras reunidas, assis­ ponte de ferro que sobre-põe o rio Pa-
tiram ao acto 0 ministério e o corpo di­ rahyba, e era uma das emprezas em que
plomático. empregara capitaes seus, intento que
1869—Inaugura-se a linha tcleg'-aphica eíTectuou na manhã d’este dia. Foi im-
de Macahé á Barra de S. João, provincia mediatamente retirado d'agua e soccor-
do Rio de Janeiro, com 37 kilometros de rido, mas tornaram-se improficuos todos
os meios que se empregaram para o n
extensão.
1875— Illumina-se a gaz, pela primeirachamar á vida, tendo sido a morta antes
vez, a cidade de Campinas (S. Paulo). resultado da grande commoção produ­
1876— Suicidio do barão da Lagoa Dou­zida pela quéda, em razao da considerá­
vel altura a que ficava então a ponte por I
rada.
O commendador José Martins Pinheiro, causa do abaixamento das aguas do rio,
nomeado barão da Lagòa Dourada em do que da asphyxia por submersão.
Este lamentável acontecimento conster­
1861, em remuneração de serviços rele.
vantes prestados ao Estado por oceasião nou profundamente toda a população da •n
da guerra que sustentámos com o dieta- cidade de Campos, que se habituara a I '
dor do Paraguay, nascera no Rio de Ja­ admirar o barão da Lagoa Dourada como
neiro a 12 de novembro do primeiro anno um tvpo de virtudes civicas e domesticas
do século. Em 1821 estabeleccra-se em e a força de vontade personificada. Pó-
Campos dos Goytacazes, e ahi contrahira de-sc dizer d'elle, que o unico acto digno
em 1823 matrimonio com D. Maria Grc- de censura c desarrasoado, que praticou
goria de Miranda, irmã do barão da ern sua vida, foi a sua morte.
Abbadia c oiúunda de uma das mais dis- .JULIIO- -30
tinctas familias d’ aquella localidade. José
^Martins Pinheiro exercera diversos car­ 1(309—a Lei declarando livres de capti-
gos de eleição popular e de confiança do veiro os indigenas do Brazil (Azevedo
governo com proverbial isempção de Marques, apontamentos, ciironolooia).»
Todavia, tenho nas notas tomadas para
animo, severa imparcialidade e um tino
a confecção do presente trabalho, uma
admiravel, que o fazia vêr sempre o lado
cai'ta d e je i de Felippe 111, relativa a
pratico e justo das cousas. Na cidade do
Rio de Janeiro pertencôra á guarda de este assumpto, datada de iO de setembro
de 1610 (Vide a ephemeride correspon.
honra do primeiro Imperador, e em
Campos, d’entre os cargos a que nos re­ dente).
ferimos, oceupára o de presidente da ca Cumpre, portanto, verificar de quando
mara municipal, em que prestou reaes verdadeiramente é a lei em questão.
serviços ao municipio. Era commendador 1014—Provisão do governador geral do
da ordem de Christo. estado do Brazil, Gaspar de Souza , en­
Tendo accumuladq avultada fortuna. carregado de promover a conquista do
 51 EPIIEMERIDES NACIONAES
Maranhão do poder dos francezes, orde­
nando ao sargento-mór Diogo de Campos
Moreno, que trouxera do Portugal pro­
visão régia para fazer a alludida con­
quista, que siga para essa jornada como
collateral de Jeron}’mo de Albuquerque»
a quem já havia o dito governador no­
meado para com mandar as forças expe­
dicionárias antes da chegada de Moreno.
Carta régia dirigida ao governador
H '- geral do Brazil, extranhando-lhe a de.
mora havida na execução da sentença de
morte impost.i pela respectiva Relação a
dois inglezes e dois francezes que, em
contravenção á lei expressa, tinljam ido
á capitania do Rio de Janeiro, « Como»
11 porém, se lhe tinlia dado conta do caso,
!\r I
havia el-rei por bem commutar a pena
ultima em degredo perpetuo para gales.-»
n74—-Marçal Nunes da Costa, que go­
vernara como capitão-mdr o Pará de 1658
a 1662, é pela segunda vez nomeado i^ara
o mesmo cargo e toma na data de hoje
posse d’elle.
Foi d’esta vez o seu quadragésimo ter’
! 1J
ceiro governador e o primeiro que teve
regimento declarando a sua jurisdicção
O seu novo governo durou um anno me­
nos cinco dias, terminando a 25 de julho
de 1775.
— No correr deste anno de 1774 foi a
igreja de S. Salvador de Campos dos Goy-
tacazes (provincia do Rio de Janeiro) ele­
vada á categoria de freguezia.
1778 — Os hespanhdes, que se haviam
apossado da ilha de Santa Catharina tVide
a èphemeride de 27 de fevereiro de 1777)
evacuam-n’a em virtude do tratado de
amizade e commercio entre as coroas de
Hespanha e de Portugal, assigryido no
Pardo a 11 de março d’este anno, e que
ratificou 0 Preliminar de Hanto Ilde-
fonso de 1 de outubro do anno anterior,
0 qual, pelo artigo 13, mandava restituir
a Portugal aquella ilha. Este tratado
(de Santo Ildefonso), marcando as fron­
teiras da immensa extensão da America
portugueza, abandonava irrevogavel-
[ mente á Hespanha a cobiçada colonia
do Sacramento, pomo da discórdia a,cen-
dida entre as duas coroas, discórdia a
que a morte d’el-Rei D. José, acaescida
a 24 de fevereiro de 1777, veio começar a
pôr termo.
Em consequência do tratado definitivo
feito entre ambas estas potências, desig­
nou 0 marquez do Lavradio, vice-rei do
estado do Brazil, ao coronel Francisco
Antonio da Veiga Cabral da Camara
para receber a referida ilha em nome da
rainha D. Maria I. Desoccupado, pois, o
tei 1itorio de Santa Catharina pelos hespa-
nhoes na presente data, tomou posse
d’elle o mencionado coronel a 4 de agosto
immediato e continuou a adminisíral-o,
como seu duodecimo governador, até 5 de
junho de 1779, em que foi rendido pelo
brigadeiro Francisco de Barros Moraes
Araujo Teixeira Homem.
Este ultimo governador reparou, pelo
zelo e prudência que empregou durante
a sua administração, muitos dos males
causados pela guerra, fazendo ílorescer
a agricultura e prosperar o '^•ommercio
da capitania. Foi quem fundou o hospital
de caridade junto á capella do Menino
Deus na cidade do Desterro, e deu muitas
esmolas, accrescenta o general Abreu o
Lima, sem fazer d’isso ostentação.
.TULIIO— 31
1556—Fallece em Roma o patriarcha
Santo Ignacio de Loyola com 65 annos de
idade e 16 depois de haver fundado a
companhia de Jesus, já ao tempo da sua
morte propagada por quasi todo o orhe,
até nas proprias virgens plagas da Ame­
rica ; com vários collegios religiosos cm
13 promncias, das quaes uma no Brazil,
som contar a de Roma. '
1625—D. Fradique de Toledo Osorio,
marquez de Villa-Nueva de Valdueza.que
viera por commandante general das es­
quadras hespanholac portugueza em soe-
corro da Bahia, captiva dos hollandezes
(Vido 0. ephemeridc de 27 de março), con
 EPHEMERIDES NACIONAES 55

siderando conclaida a sua missão n’aquella tractadores: multa de cem mil réis, de­
cidade,reune um conselho dos oíFiciaes por- gredo para Angola, por quatro annos,
tuguezes e hespanhoes e das pessoas que para peòes, très annos de degredo
deviam ficar encarregadas do governo e cincoenta léguas para fóra sendo nobre.
justiças da terra, e expõe-lhes a resolução 1783— Deixa o governo da capitania da
de voltar para a Ilespanha com toda a Bahia e embarca para Lisboa o seu qua­
sua armada; que, porém, si alguma dragésimo oitavo governador e capitão-
cousa restava por fazer, pedia-lhes que general D. Affonso Miguel de Portugal e
lh’o lembrassem como interessados que Castro, 4° marquez de Valença, deixando
eram n’isso. Responderam-lhe que nada no governo interino da capitania o arce.
tinham que lembrar e que apenas lhes bispo D. frei Antonio Corrêa, o chancelier
cumpria darem-lhe os agradecimentos José Ignacio de Brito Bocarro Castanheda
que as suas providencias tinham mere­ e 0 coronel José Clarque Lobo.
cido. 1795_Fallece em Lisboa José Basilio
a Realmente tudo havia elle providen­ da Gama, nascido na villa de S. José do
ciado, sendo uma das melhores medidas Rio das Mortes, capitania de Minas-Ge-
deixar a praça bem fortificada, com todas raes, em 1740.
as muralhas e fortes reparados e arti­ Os seus talentos valeram-lhe a protec­
lhados convenientemente, e n’ella uma ção do marquez de Pombal e ao mesmo
guarnição de 1,000 soldados todos portu- tempo a perseguição da Companhia do
guezes, tirados 900 dos soccorros de Por­ J sus. Era noviço d’esse instituto quando
tugal, sendo 100 dos que já tinham vindo sobre ella cahiu o golpe de estado fulmi­
adiante. Esta gente foi dividida em dez nado pelo poderoso ministro de D. José I.
companhias ã cargo de Pedro Corrêa da Foi um poeta inspirado e nimiamente
Gama, sargento-mór do Estado do Brazil nacional, como o attesta o seu formosís­
e governador do terço da Bahia, soldado simo poema O Uraguay. cheio de ima­
de experiencia e de esforço, sendo esco­ gens verdadeiramente americanas e que
lhidos para capitães os de maior no­ mereceu os maiores elogios de um juiz
meada, e pessoas da terra que se haviam de incontestável competência, o illustre
assignalado na lueta, ficando todos de­ visconde de Almeida Garrett.
baixo das ordens do governador, D. Fran­ Um frade, que o assistira nos derra"
cisco de Moura Rolim {Datas celebres deiros momentos, diz-se que queimara
da historia do Brazil). muitas tragédias e alguns poemas, do
auctor, que encontrára em um armario,
1Q80 — Chega á cidade de S. Luiz D.
tendo escapado d’este auto de fé acceso
Gregorio dos Anjos, 1° bispo da diocese
pelo fanatismo, as peças já impressas e as
do Maranhão e Grão-Pará, que é rece­
com que este algoz das lettras nao depa­
bido com as maiores demonstrações de
rara, por não estarem no mesmo arma-
júbilo por parto de todos os habitantes
(Vide a ephenierideÚ.Q 11 de maio de 1C89).
j^831—Uma associação particular funda
1750—Fallece em Lisboa comôOannos de
a Caixa Economica do Rio de Janeiro.
idade, o rei D. João V, deixando o thro-
Não liouve para isso acto algum legisla­
no a seu filho D. José, que foi acclamado
tivo, nem teve o governo a menor inge­
naquella cidade a 7 de setembro do
rência na sua administração. (Vide a
mesmo anno.
ephemeride de 4 de novembro de 1861).
17tj9 _Alvará estabelecendo o mono
1861—Sente-se, por uma hora da ma­
polio das cartas de jogar e impondo
drugada, nas costas do sul do Rio de Ja­
penas gravissimas aos que introduzissem
neiro, um tremor de terra, que ae pro-
ou usassem outras que não as dos con-
 ^7^'r î'i
i j f "t:! ) i
56
Kv>'vV'< ’] EPHEMERIDES NACI0NAE3
lo n g o u V a província de S. Paulo, e foi
•|S i: ;i' '
î'i?:'.' também observado em algumas povoa-
çues da de Minas Geraes: sentiram-o em
Mambucaba, Rio Claro, Ilha Grande, Pa-
raty, banta Izabel do Rio Preto, Santos
Jei'umerim, Jacarehy, Boracéa, S. Sebas­
tião, Guaratingueíá, Lorena. Pindamo-
niiangaba, Itajubá, Silveix-as, Bananal
Areias e Pouso Alto.
Acredita-se na existência de um vulccão
na Itapecerica da Gambôa da Japuhvba
em Angra dos Reis.
1867-üma força inimiga e derrotada
em Tuyu-Cuepelo general Osorio, deixan­
do no campo da acção 100 cadaveres
[Campanha do Varagumj).
18.74 _ Inaugura-se a linha tclegra-
P íca eS . Miguel a Coruripe, ambas na
província das Alagoas, na extensão de
Jv. 4o.y8o.
ISüG Em dias d’este mez inauguram-
se a linha telegraphica de Angra dos
!■' i I
‘■Î '0 ' Reis a Paraty, na provincia do Rio de Ja­
neiro, com a extensão de 72,049 k . , - a de
fr ' Mangaratiba a Angra dos Reis, com
32 kilometros ; - e a da còrte [Centro.l).
I8 .8-Tam bem em dias d ’este me^
faz-se a inauguração da linha tele^ra'
ÍUL.' phica do Natal (Rio Grande do Norte)
aMamanguape (Parahyba) na extensão sigo cerca de duzentos e cincoenta ho­
de lU kilometros. A do Assú a Na.
tal tem de extensão 205 kilometros.
JULHO 2
1635 - - Rendição da fortaleza íIp X-.
zareth do Cabo {Guerra liollandeza).
•lULIIO 5
,i' r
1862 —Inaugura-se solemnemente na
sala das sessões da Imperial Academia
de Medicina da côrte o retrato do Dr.
Antonio da Costa, presidente que fora
(la^ associação e benemerito da sciencia
(\ Ide a Ephemeride de 7, anno de I860).
JULHO 7
1863 — Fallece o almirante Frederico
»Mariath, membro da armada nacional e
cujo nome anda ligado a muitos dos fei­
tos marítimos da nossa historia.
JULIIO 9
1 5 0 1 .-Data averiguada da carta es-
cripta j.elo rei D. Manuel ao rei c rainha
de Castella. dando-lhes parte do desco­
brimento do Brazil (Vide a ephemeride
de 29 do mesmo mez e anno).
JULHO 10
1862 — Fallece na côrte o Dr. Justi-
niano Jose' da Rocha, lente da Escola
Militar, redactor do Brazil, folha que
exerceu, como refere Innoccneio da Silva,
notável influencia na politica interna
do paiz.
Nascera na cidade do Rio de Janeiro a
8 de novembro de 1812 e recebera o grau
de bacharel em sciencias sociaes e jurí­
dicas na academia de S. Paulo em 1833
tendo começado a sua educação litteral
ria no collegio Henrique IV, cm França.
Encetara a sua carreira no jornalismo
politico e litterario em 1836.
JULHO—11
1635 Chegada de Domingos Fernan­
des Calabar á povoação de Porto Calvo,
oceupada pelos hollandozes; levava com-
mens para reforçar a guarnição d’aouelle
ponto. Tinham-lhe conferido graduação
de sargento-mor (\ide a ephcrtx. de
22' .
JULHO—13
1631 Chega ao porto da Balua a esqua­
dra portugueza-hespanhola, que vinha
em soccorro do Brazil, ao mando do ge­
neral D. Antonio de Oquendo e tendo por
almirante a D. Francisco de Vallecilla
(Vido a ephemeride do 5 de maio do
mesmo anuo).
JULHO—14
1864—Fallece no Mearim (Maranhão)
0 Dr. Trajano Galvão de Carvalho, ini-
ciador entre nós da poesia ])opular agri-
cola.
 EPHEMERIDES NACIONAES
Nascera n’aquella mesma localidade a
19 de janeiro de 1830.
Em março de 1838 partiu para Portu­
gal, em companhia de sua mãe e de seu
padrasto, e de tal modo souhe aproveitar
0 ensino que em Lisboa se lhe propor­
cionou, posto que já um tanto tarde, que
aos 14 annos do idade possuia a fundo
todos os preparatories exigidos nas nossas
faculdades de direito. Formou-se em
Olinda.
« Escreveu pouco, c d'cssc encontra-se
quasi tudo na collecção que tem por ti­
tulo—As tras lyra<!, volume publicado
cm 1863 por B. (Bellarmino) de Mattos...
Além d’essas, ha uma ou outra cm jornaes
acadêmicos de Olinda ou de S. Paulo, e
poucas inéditas >>—possuidas pelo 8r. Dr.
Antonio Henriques Leal, seu douto bio-
grapho no monumento erguido ás glo­
rias litterarias da provincia natal, o Pan'
theon Maranhense.
JULHO 21
1852—Fallece em S. Luiz /do Mara­
nhão o naturalista Antonio Corrêa de
Lacerda, bacharel em medicina pela Uni­
versidade de Coimbra, nascido na villa
da Ponto (Portugal) em 1777. Innocencio
da Silva, no seu grande Diccionario., o
dá faüecido a 21 de junho.
Corrêa de Lacerda é, como se sabe, o
auctor de muitas memórias, que até
agora têm permanecido inéditas, acerca
das propriedades das plantas mediei,
naes e outras, das provincias do Pará e
Maranhão, onde residiu muitos annos.
A Bibliotlieca Nacional da côi te possue
os autographos seguintes das suas obras,
acerca de cuja nãc efíectuada impressão
lôii-se 0 qu.c refere Innocencio da Silva :
« Observações sobre propriedades the-
rapeuticas das plantas que descreve, e
experiencias de chimica vegetal. Mara­
nhão. 1819-1852 :
« Observações diarias therrnometricas,
hygrometricas e barométricas, tomadas
na cidade de Belejn do Grão-Pará, desde
0(
1 de janeiro de 1829 até 17 de majo de
1835 e de 1850 a 1852;
A ultima observação foi tomada a 14 de
julho, 7 dias antes do fallecimento do
auctor;
« Observações Medico-Phylosophicas,
feitas no Pará e Maranhão, 1822—1851,
très volumes;
« Flora Paraense-Maranhensis [em la­
tim], 1821—1852, em onze volumes, dos
quaes o 11° com o seguinte titulo es­
pecial :
« Phytographia Paraense Maranhensis,
Sive Descriptio Plantarum in Pará et Ma­
ranhão lectis, Ab C. de Lacei’da, Anno
1849—1850;
« Explicarão das estampas da Flora
Paraense-Maranhensis, 1852 ;
a Nova Genera Plantarum, et alia non
bene descripta, dous volumes [sem data)-,
cc Chemiülogia Vegetal, 2 vols., 1845
—48 (maio), 1848—1819;
« Zoologia paraense, 1823—1852, oito
tomos em 9 volumes;
« Observações medico-philosophicas
(moléstias da pelle), 1827—1851;
« Tratados acerci da historia natural
do Pará desde 1822 até 1830, comprehen-
dendo:
« Notes de botanique. Plantes usuelles,
plantes médicinales et leur .applicati n ; Íi
« Peixes;
« Zoologia.
« Opusculos de materia medica, cm
portuguez, latira, francez c inglez [sem
data). » ,
AGOSTO— 1
]G21-O conselho de estado portuguez,
residente em Madrid junto ao rei Fe-
lippe IV, communica a este nipnarclia a
perda da Bahia, cuja noticia lhe tinha £1 ,
chegado por participação dos governa­
dores do reino de Portugal, I). Diogo de
Castro e D. Diogo da Silva. Lamentando
0 acontecimento, que expunlia a co-
^ohia portugueza da America a uma
invasão total, insta o dito conselho para
B fl!
Ht.-;
0j 5S EPIIBMERIDES NACIONAE»
■J
■■'I •• 1
:ü,1,
'•,1 que O rei envie quanto antes uma forte
■fei: ,ri!
expedi(j‘âo em soccorro do paiz assim
'W ' ameaçado pelos hollandezes que, a não
satisfeitos com haverem recentemente
;
sacudido o jugo hespanhol na Europa e
usurpado na Asia grandes possessões
suas, dirigiam já sua desmedida ambi­
ção para a Americi Portugueza. »
— O capitão Mapuel Gonçalves desaloja
os hollandezes do forte deltapagipe, na
Bahia, matando alguns e trazendo vivo
0 commandante ao acampamento do
bispo D. Marcos,
1G16—Chega ao Recife a frota hollan.
deza, que vinha em soccorro d’essa praça
sitiada pela nossa gente,
\ inha n’ella como general o mesmo
Segismundo van Schkoppe, que já alli
tinha estado, j)ois fizera parte da armada
conquistadora dezeseis annos antes, em
1630, e entrára na campanha da con­
quista até 1637, anno em que tornou
lï. r. para a Hollanda. Veio tarnbem n’ella o
coronel Henderson,que igualmente já alli
estivera muitos annos e commandára as
tropas que conquistaram o Maranhão.
^ ieram mais cinco novos membros para
0 conselho supremo do Recife, os quaes,
logo que chegaram, tomaram conta do
governo, e très dos substituídos por estes
ficaram ainda alli alguns me^es, não .só
para não escaparem á punição que por­
.I ventura merecessem, si fossem julgados
culpados nos actos que praticaram du­
rante 0 seu tempo de governo, como para
darem aos novos conselheiros os esclare­
cimentos de que estes carecessem.
1/1’ ’ I Aquelles très conselheiros tinham sido
injustamente accusa(’.)s na Hollanda.
n.! 1731-Partc da villa de Cuyabá uma
exped çao contra os indios Guctycurús e
PoAjacjoás, que infestavam o rio Para­
,1 i guay com as suas pirogas ou canoas, e
» '
roubavam as fazendas dos paulistas.
t ■> Compõe-se a frota expediccionaria de
28 canoas de guerra, 80 de bagagem e 3
lu'
balsas ou casas portáteis, armadas so­
i f 'j l bre canoas, onde celebram os capeilães
da tropa. Oitocentos e quarenta e dous
homens, entre brancos, pardos e negros,
sob 0 commando do tenente-coronel Ma­
nuel Rodrigues de Carvalho, compõem
aguarnição d’esta formidável flotilha,que
se encontraemumadas ilhas do Paraguay
com as pirogas dos gentios ,e os des_
barata.
Quanto melhor não fòra que aquelles
capellães armados em guerra se convertes­
sem em missionários de paz ? De que mi­
lagres não é capaz a palavra da religião,
passando por lábios eloquentes e bem in­
tencionados !
1767.—Sente-se pelas 8 horas da noite
um grande abalo o tremor de terra na
então villa da Victoria, capitania do E.s-
pirito Santo, segundo se lô nas memórias
(citadas pelo auctor da Selecta Erasi-
Liense) de Luciano Gama Pereira, que
alli falleceu em 1851 com mais de 100
annos de idade. Por oceasião d’esse ter­
remoto fizeram-se preces e penitencias e
mandou-se vir a imagem da Senhora Mãe
dos Homens, instituindo-se-lhe uma ir­
mandade na capella da Misericórdia.
1769—Pelas 9 1/2 horas da noite .sen­
te-se na cidade da Bahia um pec[ueno
tremor de terra, que felizmente nenhum
damno produz.
Já igual facto se dera a 4 de janeiro
de 1721.
1~1*1 — João Queima de Albuquej'quc e
Paulo Joaquim José Ferreira, outr’ora
Emavedi Xané, capitães da poderosa
nação Guaycitrú, hospedados no palacio
do governo em Villa-Bella com dezasete
dos seus, protestam nas mãos do gover­
nador e capitão general João de Albu­
querque de Mello Pereira e Cáceres man­
ter com os portuguezes a mais intima
paz e amizade, guardal-as inviolável,
mente e tributar á rainha a maior fideli­
dade e obediência como vassalos seus,
que ficavam sendo.
Termina este acto por um banquete
que dá 0 governador a todas as pessoas
que se acham presentes, enfre as quaes
 EPIIEMERIDES NACIONAES 59

merece particular menção o celebre na­ foco insalubre e nauseabundo, que, com
turalista I)r. Alexandre Rodrigues Fer­ 0 nome de matadouro, infeccionava a
reira, praia de Santa Luzia, onde está o monu­
Os chefes guaijcurús retiram-se satis­ mental hospital da Santa Casa da Miseri­
feitos, levando muitos brindes que lhes córdia, que nada de certo lucrava com
faz o governador. siinilhante visinhança.
1822—Tinha o principe regente D. Pe­ Prepara-se actualmentc, em terras da
dro aceitado o titulo, que lhe oíTerecera imperial fazenda de Santa Cruz, algumas
o senado da camara do Rio de Janeiro, léguas distante da còrte, um novo mata­
de Defensor Perpetuo do Brazil e pro­ douro, que tem em tempo de substituir o
mulgara 0 decreto convocando uma as- actual e cuja construcção, que está mui-
semble'a constituinte para o novo reino, tissimo adiantada, tem sido feita de
quando chega a noticia de que se aceordo com os melhoramentos usados
dispunham as côrtes portuguezas a em estabelecimentos d’esse genero (Vide
mandar forças que nos obrigassem a de­ a ephemeride de 19 de março de 1876).
sistir do intento de nos separarmos da 1861—Entrada solemnc do décimo e
metropole. actual bispo do Pará, o Sr. I). Antonio do
Publica então D. Pedro, na presente Macedo Costa, na capital da sua diocese
data, um manifesto aos poms ão Brazil, (Vide ^.ephemeride de lid e julho de 1861).
pedindo-lhes que se unissem para levar 1865— Parte para o Rio Grande do Sul
a effeito a grande obra da sua indepen­ 0 Sr. conde d’Eu, recentemente chegado
da Europa, para ir reunir-sc ao impera­
dência.
O Sr. conselheiro João Manuel Pereira dor e ao Sr. duque de Saxe, que haviam
da Silva, na sua Historia da fundação partido da còrte para a mesma provincia
do império brazileiro (tomo \T, pag. a 10 de Julho {Vide essa data). O Impe­
268), dá a integra d’esse documento, que rador chega a Santa Catharina no dia
12 (Julho) ; alli se demora até M, sem des­
começa, :
embarcar; chega ao Rio Grande no dia
« Brazileiros! — Está acabado o tempo
16 e a Porto Alegre no dia 19. A 18 de
de enganar os homens. Os governos que
Setembro assiste S. Magestade á capitu­
ainda querem fundar o seu poder sobre
lação de üruguayana (Vide a ephemeride
a pretendida ignorância dos povos... »
de 11 de Setembro).
E acaba: ccDae-me o exemplo das vossas
— Fallece na còrte o coronel Ignacio
virtudes c da vossa união. Serei digno de
Accioli de Cerqueira e Silva, brazileiro
vós. Palacio do Rio do Janeiro... Prin, adoptive, chronista do império, auctor
cipe llegente. » de diversas obras de historia e littera-
1826—Toma assento na camara vitalícia
tura e nomeadainente das Mernoriás
Antonio Vieira da Soledade 'ecclesiastico),
Îv
K Históricas e Politicas da Provincia da
como senador pela provincia do Rio
Bahia (Bahia, 1835 a 1852).
Grande do Sul (Vide a ephemeride de 16
Nascera em Coimbra em 1808.
de dezembro de 1836).
1839—Abre-se a praça do commercio de AGOSTO—2
Pernambuco no edifício em que funccio
1Q15— João Fernandes Vieira, o famoso
nou a antiga meza das diversas rendas.
governador das armas na ernpreza da
Foi seu primeiro presidente o commen-
liberdade dos moradores, de Pernambuco
dador José Ramos de Oliveira.
1853—Funcciona pela primeira vez o e das mais capitanias, sujeitas ás armas
novo matadouro de S. Christovão na capi­ hollandezas, sabendo que perto do monte
das Tabocas, onde o exercito pernambu-
tal do império, dcs.issombrada assim do
 GO
e p h e m e r id e s n a c io n a e s

cano acabava de acampar na vesnera,

Tirada a principio em pequeno for­
morava um padre portuguez renegado, mato, é hoje uma das très únicas folhas
por nome Manuel de Moraes, que defendia
diarias d’esta capital, que disputa pri-
e pregava as doutrinas de Luthero, or­
rn.izia com as das mais adiantadas capi­
dena que 0 tragam á sua presença.
tães do mundo civilisado.
Este padre, apenas chega, lança-sc aos
Tendo sabido insinuar-se e manter-se
pe's de Vieira debulhado em pranto e lhe
no conceito publico pela prioridade, mui­
supplica a sua commiscração, dizendo que
tas vezes, e interesse que tem sempre to­
os seus erros eram filhos da corrupção do
mado nas questões sociaes levantadas no
coração e hão do entendimento,que estava •lornalismo, a sua tiragem , que era pri­
airependido delles e lhe pedia amparo e
mitivamente de seis mil exemplares,
protecção para que fosse com elle cle­
sobe hoje a vinte e quatro mil, sobrepu­
mente 0 tribunal que tinha de julgal-o. jando assim 0 Jornal do Commercio :
_0 arrependimento d’ este homem efa thermometro sem duvida seguro para
sincero, e a sua conversão foi recebida
se aferir a importância de publicações
por todo 0 exercito como um penhor certo d’esse gencro.
!' I da victoria que em breve alcançariam os Emfim, é a Gazeta de Noticias uma
nossoj5 sobre o inimigo [Datas celebres). das que preenchem com mais hombri­
Chega á cidade do Rio de Janeiro dade a sua missão não só civilisadora
R. brei Antonio da Guadalupe, seu 4° como propugnadora da justiça e da leal
ÍI
bispo, e toma posse do governo da dio­ execução das leis.
cese, por seu procurador,o deão da cathe­ 1879 - Fallece na corte, com 43 annos
dral Gaspar Gonçalves de Araujo íVide a de idade, o Dr. Francisco de Paula Pessoa,
Ephcmeride de 4 do corrente) ,
filho do senador de igual nome e depu­
' J J ^1771-- Alvará ordenando que a extrac- tado á assembléa geral pela sua província
ção dos diamantes se faça por conta da natal (Ceará).
fazenda real, acabando com o systema da Formara-se em medicina na faculdade
arrecadação dos districtos diamantinos. do Rio de Janeiro em 1861.
Nasce no Rio de Janeiro a prin-
ceza D. Francisca, lioje princeza de Join­ AGOSTO 3
ville, irma do actual imperador (Vido as
1560—0 governador geral Mem de Sá,
ephemerides de 1 c de 13 de maio de 1843}.
aceitando a renuncia feita á coroa real da
Concessão do tratamento de se­
capitania do Esjiirito-Santo por Vasco
nhoria aos commandantes das armas das
Í :' Fernandes Coutinho, seu primeiro dona-
pro vindas, que o não tenham por outro
titulo. ^'ario, nomeia por capitão-mór da refe­
ii ' ' rida capitania a Belchior de Azeredo Cou­
ISGG Trasladação dos ossos encontra­
tinho, cavalleiro da casa real, por ser
dos na sepultura presumida de João Fer­
assim elegido pelo poro e mais vozes.
nandes ^ ieira.da igreja da Misericórdia,
Vasco Fernandes Coutinho, depois de
em Olinda, para a do Paraiso da cidade
ter nos seus derradeiros dias vivido da
do Recife, afim de proceder-se nelles ao
caridade dos seus jurisdiccionados, os co­
exame medico deliberado pelo Instituto
lonos. morre na propria capitania que
Archeologieo e tieographico Pernam-
fundára, em tal estado de indigência, que
bucano.
i !■ um lençol, dado de esmola, foi a morta-
1875 (Segunda-feira). Começa a pu­
llia que teve o seu cadaver! (Vide as
blicar-se na cidade do Rio de Janeiro a
Ephemerides de 23 de maio de 1535 e de
hazeta de Noticias, á rua do Ouvidor 1 de junho de 1534.)
n. 70,
1645.— Batalha do monte das Tabocas
 EPHEMERIDES NACIONAES' 01

em Pernambuco, na qual são destroçadas mendas: chegaram a formar assim sete

as forças hollandezas, sob as ordens do importantes centros de povoação ou
coronel Henrique Hons. aldèas, que um século depois, em 1731, já
Este feito d’armas. um dos mais notá­ subiam a 30, com 100,000 habitantes,
veis do segundo periodo da memorável dando um rendimento annual de cem mil
lucta que os pernambucanos tiveram de pesos fortes ; o governo adoptado, como
sustentar contra os invasores do seu ter­ é bem de vêr, era o theocratico ; não
ritório (Datas celebi’es do Sr. José de \ as- havia n’aquelle statum in static codigo
concellos), durou seis longas horas; ape- civil nem penal: a vontade dos missio­
zar de rude o encontro das duas forças nários era aunica lei vigente e,em abono
inimigas, a perda dos nossos foi apenas da verdade histórica, si algumas vezes
de 37 feridos e 28 mortos. Como a noite eram injustos, eram sempre rigorosos ;
cabia tempestuosa, os vencidos aprovei­ não raro era o proprio delinquente quem
taram-se d’essa circumstancia para se re­ se vinha aceusar.
tirar. Fizeram-n’o com tão boa von­ a As pequenas faltas eram castigadas
tade que só pararam para tomar alento com orações, jejuns e cárcere ; os cri­
,I
quando chegaram a S. Lourenço da Mat- mes com açoutes até seguir-sc a morte,
ta, cinco léguas arredado do logar da se acaso era mui grave.»
Foi um dos seus administradores o fa­
acção !
O visconde de Porto Segnvo (TL das lu- moso padre Montoya, queadextrou os .in­
ctas com os hollande^cs),no intuito de as- dígenas no manejo das armas e até creou,
signalar a verdadeira posição actual do lo­ em cada aldéa, duas companhias dc ca-
cal em que se deu esta acção, visitou vallaria, com regulamento militar.
aquelles logares e assegura que fòra na Ficou, pois, por esse audacioso feito de
pequena serra de Camucim, não longe um punhado de homens, annexada aos
da antiga igreja de Santo Antão, actual dominios portuguezes, essa porção de ter­
cidade da Victoria; do cimo da qual se ritório uruguayo, que faz hoje parte do
descobrem todos aquelles contornos ate da provincia do Rio Grande do Sul, sob o
aVarsea do Recife, na distancia de titulo de Comarca das Missões, dividida
em 1850 em duas, a dc S. Borja e a dc
mais de seis léguas.
1769—Toma posse do governo da capi­ Alegrete. Diz, todavia, o senador Pompeu
no seu compêndio elementar de geogra-
tania do Piauhyoseu segundo governa­
dor Gonçalo Pereira Botelho de Castro, phia (I860, 5‘ edição), que esta conquista
successor de João Pereira Caldas. se deve a José Borges Couto.
1801—Vinte ousados aventureiros rio- Veja-se a Noticia descriptiva do Rio
grandenses, capitaneados por Manuel dos Grande do Sul, por Nicoláu Dreys, ou,
Santos Pedroso, conquistam em 25 dias com mais desenvolvimento historico, o
(de 3 a 23 de agosto) os sete povos das üiccionario de Domingos de Araujo e
Missões, e engrossando suas fileiras com Silva e os Annaes d’essa provincia pelo
outros aventureiros, que depois dos pri­ visconde de S. Leopoldo. Vê-se por estes
dons últimos trabMhos que José Borges
meiros successos se lhes foram reunir.
do Couto, desertor do regimento de Dra­
N’esse ponto do Uruguay, cujo nome
gões, soldado destimido, concorrera
se tornou celebre, haviam desde 1631 es­
tabelecido os jesuitas um núcleo bastan­ igualmente para ess.i conquista.
A narração d’este successo é dada pelo
te vasto de ‘população indigena, consti­
douto visconde, com pormenores,n’aquel-
tuída por Guaranys, Tapes e Charruas,
que chamaram á civilisação e reuniram les seus Annaes.
1818—Por decreto desta data foi cou- %
çrn casas a que denominavam cncovn-
H 1
 e p h e m e r id e s n a c io n a e s

cedido ao marechal de campo Felisberto

digo de processo civil e criminal, que foi
Caldeira Brant, que foi depois visconde
approvado pela camara dos deputados,
de Barbacena, ao commendador Pedro
que 0 mandou imprimir.
Rodrigues Bandeira eaocajiitão-mór Ma­
Em março de 1831 occupou a pasta dos
nuel Bento de Souza Guimarães o privi­
negocios do império, cahindo em breve
legio exclusivo por 14 annos, para que
com elle todo o ministério sob a pressão
S(5 elles pudessem ter barcos de vapor nos
dos successos que deram em resultado,
nos e costas da provincia da Bahia, do-
em abril, a abdicação do 1” imperador.’
baixo da expressa condição de realisarem
Nomeado a 17 de maio do mesmo anno,
a introducção do primeiro barco no anno
de 1819. pela regencia, para presidente da provin­
cia do Pará, foi deposto pelo povo em
Já por esse tempo, entretanto, havia
revolta (Vide a Ephem eride de 7).
nos Estados-Unidos 35 navios movidos a
Esta mesma provincia elegeu-o depois
vapor, do porte de 40 a 443 toneladas,
(em 1834) deputado. Eai 1846 tomou ainda
cuja somma total montava a 7,259 tone­
assento na assernbléa geral como depu­
ladas e estavam ainda fabricando-se mui­
tado supplente por Pernambuco.
tos outros (Vide a E phem eride de 16 de
janeiro de 1822). Depois, flnahnente, de haver servido
de 1846 a 1849 o cargo de inspector da
1832—Lei tornando a passar para a
caixa da amortisação. foi nomeado dire­
província do Rio de Janeiro a comarca
ctor da faculdade de direito de Olinda
de Campos dos Goytacazes (Vide a Ephe­
cargo que não poude exercer por se aggra-
m eride de 1 de julho de 1753).
varem os incommodos physicos que pa
1851-J o sé Manuel da Fonseca toma decia. "
posse da sua cadeira no senado como re­
4867-Combate de S. Solano {Cam pa­
presentante da provincia de S. Paulo es­ nha do E ararjuay),
colhido a 28 de junho (1854), para préen-
'' N este dia tinha sido o general Castro
clier a vaga deixada pelo fallecimentode
encarregado pelo marquez de Caxias de
monsenhor Joao José Vieira R..malho,
fazer um reconhecimento no arroio
occorrido a 26 de junho de 1853, sem ha­
H ondo com 2,600 brazileiros e 400 orien-
ver tomado posse (Vide a E phem eride taes.
de 10 de março de 1871).
Na altura de P a ré-C u é encontra uma
--^PMllece em Pernamubco o visconde
força inimiga de 600 homens, dos quaes
de (Toyana, Bernardo José da Gama, nas
mata 150 e aprisiona 30, e toma 600 rezes
cido na mesma provincia, no Recife, a e 260 cavallos.
20 de agosto de 1782.
Havendo completado os seus estudos agosto 4
em Coimbra, aos25 annos de idade, tornou
ao Brazil em um dos vasos da esquadra 15/8 Batalha de Alcaccrquibir, na
c;!' qual succumbe o cavalheiroso rei D. Se­
que conduzia ao mesmo destino a familia
real portiigueza. bastião com a ílôr da nobreza do seu
reino. Também contribue o Brazil para
Il ' Serviu desde então, com créditos de re-
ella com o seu contingente do imposto de
ctidão e probidade, diversos cargos públi­
sangue, e muitos brazileiros, como Jorge
cos, desde o de Juiz de Fora no Maranhão,
fl'
Í' 0 de ouvidor era Sabará e depois em Per­
nambuco, até ao de deputado por essa
provincia ao Congresso Brazileiro de
de Albuquerque e seu irmão Duarte, dos
quaes já aqui tratámos, ou lá fleam ca­
ptives dos mouros, ou pagam com a vida
a temerariacoragem do joven rei. 0 reino,
chanceller e regedor das justiças, orga-
no meio da consternação e do lucto geral,
msando n’esse tempo um projecto de co-
passa a ser governado pelo cardeal in-
 EPHEMERIDES NACIONAES
fante D. Henrique, já tão entrado em
annos, que mais parece um cadaver que
surge do sepulchro do que um rei que
vem sentar-se no throno de uma das mais
gloriosas monarcliias do velho mundo,
como criteriosamente pondera o auctor
das Datas celebres da Historia do Brasil.
1633—Uma numerosa columna de sol­
dados c marinheiros hollandezes, sob o
commando do coronel Van Schkoppe,
sahe pela manhã do seu forte dos Afo­
gados e toma a direcção do arraial do
Bom Jesus, occupado pelos nossos, á
margem do Capiberibe. Mathias de Al­
buquerque, avisado a tempo d’esse mo­
vimento do inimigo pelas sentinellas e
esculcas, que sempre tinha pelos cami­
nhos por onde podiam vir os hollandezes,
como já dissemos, ordena logo que
saiam ao seu encontro diversos capitães,
cujos nomes v6m mencionados nas Me­
mórias Diarias do conde de Pernam­
buco (Madrid, 16õi), levando comsigo
alguma gente.
Atravessado o rio acima do vau de
Ambro'sio Machado (hoje passagem de
Sant’Anna), cahem os nossos sobre a
vanguarda hollandeza com tal resolução
que, em menos de uma hora de escara­
muça, a obrigam a retroceder e a met-
ter-se na primeira casa vasia que encon­
traram no caminho. Ahi se flzeram elles
fortes. Quizeram os nossos fazer saltar a
casa com alguns barris de polvora que
levavam, o que vendo distinctamente os
hollandezes, começaram a dar signaes
das janellas com algumas bandeiras,como
qu^ resolvidos a render-se e ao mesmo
tempo trataram de entabolar negociação
com a nossa gente, marcando as condi­
ções sob que se entregariam: tudo isso,
porém, unicamente com o flm de dar
tempo a chegar a sua segunda columna
em seu auxilio. Effectivamente assim
succedeu, deixando os nossos escapar a
victoria já ganha, e vendo-se obrigados
a i'etirar-se diante da força bruta do nu­
mero.
63
N’esta acção perderam elles 100 homens
e os nossos 7, sendo um d’elles o jesuita
siciliano Antonio de Belavia, quando es­
tava a confessar um dos moribundos.
Escapou o franciscano frei Matheus
de S. Francisco, capellão-mór do terço
de Portugal, que do espada em punho
disputou a vida abrindo caminho por
meio dos inimigos, que le pudiera embi-
diar qualquir soldado, como diz o au­
ctor das Memórias Diarias.
Esta acção vem memorada nas nossas
chronicas sob o nome de Capibaribe.
1740—Fallece em Lisboa o 4° bispo do
Rio de Janeiro, D. frei Antonio da Gua-
delupe, nascido na villa de Amarante,
em Portugal, a 27 de setembro de 1672 e
bacharel formado em cânones na Univer­
sidade de Coimbra.
Succedeu a 1). frei Francisco dc S. Je*
ronymo.
Nomeado pelo rei D. João V a 22, oiu
tros dizem que a 25 de janeiro de 1722,
coníirmadò a 21 dc fevereiro de 1725 por
bulla do pontifice Benedicto XIII, sa­
grado em Lisboa a 13 de maio do mesmo
anno,B. frei Antonio da Guadelupe toma
posse do seu cargo, por procurador, a
2 de agosto, fazendo a sua entrada pon­
tificai na diocese no mesmo dia.
Foi este prelado quem lançou a pedra
fundamental da igreja da S. Pedro do
Rio de Janeiro, fundou a obra do Aljubc
e 0 seminário episcopal de S. José, e le­
vantou a proveitosa fabrica de um col-
legio para meninos orphãos, além da pra­
tica de outros muitos actos louváveis do
seu santo ministério.
D. frei Antonio de, Guadalupe foi, diz
Abreu e Lima, incançavel na instrucção
do clero e na escolha de sujeitos hábeis
para os beneficios ecclesiasticos e ao
mesmo tempo caritativo e generoso com
os orphãos, viuvas e pessoas necessita­
das do bispado. Com igual generosidade
olhou para os templos, como se viu nos
valiosos donativos que fez á sua cathe
 i ‘1

61
tfi :■' :• K EPIIEMIÍRIDES XACIONAES

V' ) í (Irai. Idêntico elogio lhe faz o anctor

F'l!> '■> • do RoLeij'0 dos Bispados. « Clicgoii á Bahia cm dia de -^seenção
I Íí‘< . Trasladado 16 annos depois para o Iji"? ^<lo I57C como pnra c x n g o r as lag,-i,„'aa
pado de Vizeu (a 12 do feveireiro de 1739)’ flaciiielle saudoso dia. quando na igreja
partiu para Portugal a 25 de Maio do succedeu a primeira vaganto.»
anno seguinte; chegando a Lisboa a 26 de O visconde de Porto r^eguroo dá como
l’íl-7 .; , • agosto d’esse anno, alii falleceu, sem to­ empossado no dia 15 dejagosto (Vido essa
data).
mar posse da sua nova mitra, a 30 de
agosto d’esse mesmo anno, outros dizem D, frei Antonio Barreiros era natural
que do anno de 17-11. dc Portugal; fóra eleito no reinado de
Jaz em uma sepultura rasa do cemi­ 1). Sebastião, sob o pontificado de Grc'^o-
rio XIII. °
tério dos religiosos de S. Francisco, como
p .r ,1 I
pedira em testamento, feito ainda no Rio Falleceu a 11 de maio de 1600, segundo
de Janeiro, reza um manuscripto antigo que possue
f'-
1 /íS — Francisco Antonio da VeaVa o Sr. Dr. Mello Moraes. Fez testamento,
Cabral da Camara, 12» governador da i i L ern que deixou por testamenteiros ao
de Santa Catharina, toma posse do seu deao Pedro de Campos, ao chantre Jorge
cargo e excrcc-o até 5 de junho de 1779. dc Pina e ao licenciado Manuel Rodri­
IS ll-A bcrtu ra solemne da Bibliotheca gues, cura da Seh Estas indiciçOes nin-
Publica da Bahia, fundada polo «-over- guem as dá, anão ser o referido manu­
uador conde dos Arcos sob o plano tra­ scripto ; cspecialmente a data precisa da
çado por Pedro Gomes Ferrão Castello- S':a morte não encontrámos nos auctores
Branco, O conde forneceu para ella alguns
que consultámos. 4
livros seus, oíTcreceu para as dcsirezas Consta que fora' zeloso cumpri ior dos
dosou estabelecimento uma boa quantia deveres do episcopado, e não menos nos
de dinheiro e obrigou-se a dar cada anno ncgocios da administração civil do Estado
um sulisidio para o mesmo destino (Vide quando substituiu como membro do mo­
a Ephemeridedc 13 de maio d’esse mesmo verão interino o governador Manuel
# : ' anno). Telles Barreto, ao fallecer este em março
de 1587. ^
V..Í I ; . 1S51—Toma assento no, senado o barão
de Antonina, João da Silva Machado, como lo91 _ Fundação da primitiva villa
representante da província do Paraná Magdalena, nas visinlianç.as das Ala"òas
(Vide a Ephemeridc de 19 de março dc Foi creada villa em 162-1 . Em 1633os°hol-
1875). landezes saquearam-na e deitaram-lhe
fogo,
AGOSTO— 5 Augmentou-se depois, e, por carta im­
perial de 8 de março de 1823, foi-lhe con­
lo76 — Chega á cidade do Salvador
ferido 0 titulo de cidade das Alagoas.
Baliia) D, frei Antonio Barreiros, prior
1621—E’ auctorisado o governlidor do
da ordem dc Aviz, 3* bispo do Brazil o
Rio de Janeiro, capitão-mór Martim de
assume no dia 15 (ao queparece) o <>-0-
Sá, a tomar da real fazenda o necessário
verno da diocese.
para as fortificações da capitania, amea­
Prudencio do Amaral, no seu
Catalogo
çada^ dc inva.são pelos hollandezes.
UOS mSPOS QUE TEVE 0 BRAZIL ATÉ 0 ANNO
16o9—Carta do senado da camara do
DE 1676, que acompanha as Constituições
Rio de Janeiro ao Dr. Manuel de Sousa
PlilMEIPvAS 1)0 ARCEBISPADO DA B a IIIA
Almada, administrador da respectiva ju-
(lú.sboa, officina de Miguel Rodrigue.^
lisdicção ecclcsiastica, participando-lhe
anno de 170.3}. diz ácerca da chegada
d este prelado ; que^ haviam sido consultados os doutores
Í !Í a respeito da mudança do padroeiro da
 EPHEMERIDBS NACIONAES G5

cidade para a igreja de S. Jose', que rebral, em Soultzmatt (Alto Rheno), onde
esperava não osexcommungaria, como os se achava, Junius Villeneuve, proprietá­
ameaçara fazer, mas que ainda aguar­ rio do Jornal do Commercio. Seus res­
daria a camara pela resolução de S. M, tos mortaes descansam ao lado dos de
el-rei a tal respeito. seu filho primogênito, o bravo Edmundo
— O padre Antonio Vieira vai do Ma­ Villeneuve, natural d’esta còrte, que tão
ranhão, onde já se achava de regresso da gloriosamente tombou morto na tomada
sua viagem a Lisboa (para onde partira de Sebastopol, em que foi do numero dos
do Pará a 8 de junlio de 1651), á Ilha primeiros na investida.
Grande de Joannes ou Marajó, acompa­ 1868—Rende-se ás nossas forças, com
nhado de seis mosqueteiros, dos princi- as honras da guerra, a guarnição, da for­
paes das aldeias mais vizinhas da cidade taleza de Ilumaytá, refugiada na lagoa
de Belém do Pará e de um official, no do Junco, depois de nove dias c nove noites
proposito de assentar pazes com as tribus de fogo, tendo resistido a todos os hor­
anthropophagas doa NEENGAiinsAs, o que rores de um sitio c por ultimo aos da
conseguiu no fim de 1 1 .dias, celebrando- fome.
se depois 0 TRATADO com grandes festas. « O material encontrado em Ilumaytá,
1858 — A Bibliotheca Nacional e publica diz 0 Sr. engenheiro Emilio C. Jourdan
da còrte começa a funccionar no edificio na sua obra Guerra do P araguay , con­
que para esse fim comprara o governo sistia em 177 canhões, 3 estativas de ca­
á rua do Passeio n. 48, onde hoje está, libre 6, immensa quantidade de polvora,
mudada uo correr do mez de julho por armamento, munições, 90 carros, bandei­
frei Camillo de Monserrat, então biblio-* ras, etc., c lançando-se um olhar retros­
thecario, do escuro e inapropriado cor­ pectivo, via se que 0 presidente Lopes I .
redor que occupava desde a sua fundação tinha perdido até então cerca de 80 mil
ao lado da igreja do^Carmo. homens, em combates, prisioneiros e mo­
Conta actualmente este importante re- léstias. 271 bocas de fogo, 8 navios, 18 ba­
positorio do saber humano para mais de terias fluctuantes, 7 estativas de foguetes,
120,000 volumes impressos, em sua maxi­ 51 ban leiras e enorme quantidade de pe­
ma parte de obras antigas, e n’esse parti­ trechos bellicos.»
cular sem duvida o mais idco da America
AGOSTO—6
do Sul; com.um gabinete de trinta mil
estampas, em cujo numero o amador de­ 1601—Conclusão da paz entre Portugal
parará com verdadeiras preciosidades ; e a Hollanda.
contendo além d’isso uma secção de Portugal annue em pagar a esta po­
manuscriptos que montam ao numero tência doze milhões de cruzados em di­
de seis mil, d’entre os quaes, si o curioso nheiro, assucar, tabaco e sal, como
não tiver para admirar numerosos codices melhor lhe convier, em seis prazos, assim
vetustos como os da idade média, co­ como em lhe entregar toda a artilharia
bertos de deslumbrantes arabescos e por­ tomada no Brazil com a marca das Pro­
tentosas illuminuras que a arte moderna vindas Unidas ou da companhia das
tem tratado de reproduzir por não poder índias Ürientaes. A ilollanda renuncia de
excedel-os, achará o sério amador de todo hostilisar o Brazil.
nossas cousas muito documento, original Este tratado, que firmou a casa de
ou cópia, que interesse á historia patria Bragança na inteira posse da sua colonia
e porventura á d’esta parte da America. na America, foi conclnido ao correr do
1863--..^uccumbe aos59 annos de idade, anno de 1660 pela indysLria e prudente
victima do um ataque dc apoplexia ce­ reserva do conde de Miranda, que, tendo
O
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f-l| :|
■i
,í
ílív^v;,
C6 EPHEMERIDE3 NACIONAES
^1
sido para esse fim enviado como embai­
xador ás Províncias Unidas a 21 de ou­
lii''- tubro do anno antecedente (1G59), sahiu
1 ‘ é' « da Ilaya a 24 de agosto de '1660 com
i elle concluído e assígnado. Depois da
í
' morte de D. João IV,' occorrida a 6 de
}
1 novembro de 1656, ponderam Abreu Lima
e o Sr. J. de Vasconcefios, e na regencia
da rainha viuva, a paz tornára-se uma
necessidade para todas as classes do
reino, porque a monarchia estava esgo­
tada, posto que triumphante.
1822—Manifesto de D, Pedro de Alcan­
tara ás nações e governos amigos e al-
liados, expondo-lhes a serie de factos e
motivos que o levaram á annuir á von­
tade do povo do Brazil, que proclama a
•r sua independencia.
Este manifesto, cuja integra se póde
vêr na já citada obra do Sr. conselheii’o
Pereira da Silva (fundação do império
í l|l , ;:4 f Il ! ; i.if v / V;.
k
miAziLEiRO, tomo VI, documentos do
lioro duodecimo), começa :
« Desejando eu, e os povos, que me
reconhecem como seu Principe Regente,
V 'i conservar as relaçoens políticas, e com-
merciaes com os Governos, e Naçoens
Amigas deste Reyno...
E acaha :
K na dura necessidade de obrar contra
os desejos de seu generoso coração. Pa-
lacio do Rio de Janeiro... P ríncipe R e ­
gente . 3)
Tanto este manifesto como o anterior
P . .* (do 1 ° de agosto) foram redigidos por
um dos redactores do lieoerbero Consti­
¥ ^ - tucional Fluminense,Í 0díC\\xím Gonçalves
Ledo c< reputado como o escriptor mais
■ l í M , í : i< elegante e aprimorado, » segundo refere
o Sr. conselheiro Pereira da Silva na sua
alludida obra.
1862—Fallece no Rio de Janeiro o sena­
dor pela província do Ceará, Miguel Fer­
nandes Vieira. Escolhido a 9 de abril do
mesmo anno, tomára posse da sua cadeira
a 31 de maio, occupando-a, portanto, tó
por 3 mezes c 27^dias.
1870 — Decreto concedendo uma me­
/ ;■;■ 'A>] ^vV
dalha ('em forma de cruz) ao exercito e
armada e aos empregados civis em ope­
rações na guerra do Paraguay.
E’ feita com o bronze dos canhões to­
mados ao inimigo. ^
1879— Inaugura-se no edifício da Typo-
graphia Nacional a Exposição Industrial
Porlufjueza promovida pela companhia
Fomentadora da IndMStria e AgriciC-
tura de Portugal e suas colonias, pro­
nunciando n’essa oceasião o discurso do
estylo 0 Sr. Luciano Cordeiro, directxir
geral d i exposição.
Assistiram ao acto o Imperador e o
ministério, além das pessoas gradas para
esse fim convidadas.
Oconjuncto da exposição leva a consi-
deral-a como imi suíliciente attestado
para honrosamente se aíTirmar o pro­
gresso das industrias d’aquelle paiz,
avaliando-se por ella, com justiça, de
quanto seria ca az si á iniciativa par­
ticular se houvesse juntado o impulso
official.
AGOSTO—7
%
1554—Fallece em Olinda o 1° donatário
da capitania de Pernambuco Duarte
Coelho, a cujo nome ajuntam alguns
escriptores o appellido Pereira ( Vide as
Memórias de Pernambuco de Fernandes
Gama).
Eni uma carta, que Duarte Coelho es­
creveu da sua capitania ao rei D. JoãoIII
em 20 de dezembro de 1546, lè-se, o se­
guinte topico relativo ás remessas que
então se faziam de degradados de toda a
especie para a colonia :
« Certifico a V. A ., e lh’o juro pela
hora da morte, que nenhum frueto nem
bem fazem na terra, mas muito mal.
Creia V . Alteza que são peiores cá na
terra que peste ; pelo que peço a V. A.
que pelo amor de Deus tal peçonha me
cá não mande.»
Fora esta carta escripta (Vide Datas
Celebres) quando os degradados eram
para aqui enviados em maior numero,
 especialmente para Pernambuco, «por sei
conhecido o rigor com que os costumava
levar o seu velho clonatario, que se viu
por flm obrigado a representar contra
uma tal medida, antes abuso.»
IGSO—D. Jose' Garro, governador hes
panhol de Buenos-Ayres, ataca a colonia
do Sacramento n’este dia ( e não a 2,
como referem Abreu e Lima e o Sr, j; de
^asconcellosj, segundo documentos con­
temporâneos do alludido ataque, exis­
tentes na Bibliotheca nacional Rio de
Janeiro, na opulenta collecção de D. Pe­
dro de Angelis.
Com a idea de limitar pelo estuário do
lio oa Prata a fronteira das suas posses­
sões na America, encarregara a corte de
Portugal ao governador do Rio de Ja­
neiro D. Manuel Lobo de occupar a
margem septentrionaM’aquelle rio, fun­
dando alguma colonia nas ilhas de S. (ia-
briel ou na paragem qge mais apropriada
para esse fim lhe parecesse.
Arranjou-se com a maior promptidão a
recommendada expedição colonisadora.
que em fins de 1679 penetrou n’aquelle
rio. « E subindo por elle, diz o visconde
de Porto Seguro na sua. Historia Geral
do Brazil (Vol. 2% secção XXXVII), até
perto da ilha de S. Gabriel, e sobre o
continente se assentou a que foi chamada
nova Colonia do Sacramento, que veio a
ser 0 pomo de discórdia, que deu origem
a tantas guerras, a tantos cuidados, a
tantas intrigas, a tantas negociações
feitas e desfeitas e a tantos gastos. »
Sete mezes havia que se entregava
D. Manuel Lobo áquella construcção,
quando ao amanhecer de 7 de agosto
(data também dada com exacção pelo
visconde de Porto Seguro) d’este anno de
1680, como ficou dito, D. José Garro a
accommette com 4,500 homens de tropa
regular, milicianos e indios.
Depois de uma obstinada resistência,
foi a fortaleza tomada e arrazada, esca­
pando da sua guarnição com vida apenas
dez pessoas, entre as quaes o proiirio
D. Manuel Lobo, que^, gravemente ferido,
foi levado para Buenos-Ayres, onde fal­
eceu, mais de desgosto pelo desastre
soffrido, do que de moléstia ( Vide a
Ephemeride de 29 de outubro de 1762).
1716— Toma posse do governo da ca­
pitania do Ceará Francisco da Costa, que
occupa 0 31° lugar na ordem chronologica
dos seus governadores. Succédé a José
de Teive Barreto e Menezes,
Pallecendo Francisco da Costa a 3 de
setembro de 1748, substitue-oa 10 de ou­
tubro d ’esse anno Pedro de Moraes Maga­
lhães, como governador interino.
1754--O10° condede Attouguia, D. Luiz
Pedro Peregrino, 6° vice-rei do estado do
Brazil, deixa o governo que exercia.
Abreu e Lima e Accioli dão este facto
como occorrido em 1755. Verifica-se que
não é isso exacto pelo codice da Biblio­
theca Nacional que contém o registro
integral das cartas de officio d’aquelle
conde.
Foram seus successores no governo,
emquanto não chegava o conde dos Arcos,
0 arcebispo D, José Botelho de Mattos, o
chancelier da relação Manuel Antonio da
Cunha e o coronel do 2°.regimento Lou-
renço Monteiro, continuando os dous -,
primeiros no exercido do cargo depois
do fallecimento do terceiro, acontecido a
'i Î,
29 de abril de 1/55, como se vê da carta
á fl. 109 do mencionado codice (Vide a
Ephemeride de 16 de dezembro de 1749).
1831 Prisão e depoi'taçâo do visconde
de Goyana, Be)*nardo José da Gama, pre­
sidente da província do Fará ( Vide a
Ephemeride de 3 de agosto de 1854).
Quando em 22 de maio d’este anno de
1831 chegou âquella província a noticia
da abdicação do imperador D. Pedro I,
não era lisongeiro o seu estado. O presi­ I JJ
dente, que era então o barão de Itapicurú-
Merim, reuniu logo o conselho e dirigiu
uma proclamação aos habitantes recom-
mendando-lhes a paz. Os partidos diversos
a que esta crise embaraçava e contra­
riava, puzeram-se em campo. O partido
m
 68 EPIIEMERIDES NACIONAES

denominado liberal a primeira requisição Lopes de Souza» filho de Martim Affonso,

que fez foi a deposição do brigadeiro na donataria da capitania de S. Vicente,
Francisco José de Souza Soares de com 0 mesmo foral concedido a seu avô.
Andre'a, commandante das armas, que
foi todavia, por influencia do partido NAste mesmo anno apparecem no porto
opposto, conservado, bem como o presi­ de Santos dois galeõeg armados em
dente da provincia, até que chegassem guerra, ao mando do inglez Edward I
novas auctoridades, nomeadas pela re­ Fulton, que se viram forçados a reti­
gência do império. rar-se pela chegada do almirante hespa-
« Com eíTeito, diz Abreu e Lima, no nhol André Hygino com suas náus, que
dia 10 de julho alli aportárão o visconde a esse tempo pairavam nas aguas da
de Goyana como presidente, e o coronel capitania de S. Vicente.
José Maria da Silva Bitancourt como
commandante das armas. Ambos to­ 1618— Alvará concedendo aos mineiros
marão posse e começarão suas respec­
tivas funcçoes por vias oppostas, tanto
que no dia 7 de agosto, 21 dias depois,
da capitania de S. Vicente o privilegio de
não serem presos.
1633—Os hollandezes, que na vespera
I
■(• foi 0 visconde deposto por uma scdição tinham vindo com embarcações artilha­
militar, em que teve grande parte o das atacar a nossa gente no Real, são
commandante das armas Bitancourt. presentidos do madrugada pelas nossas
1 t. O ex-presidente partiu para o Rio de sentinellas; dão estas rebate, acodem os
Janeiro ; e mais cinco ou seis individuos,
que mais perto se achavam e depois o
entre elles o celebre conego Baptista, general Mathias de Albuquerque com
forão confinados para diversos presidios mais gente, e tomam a embarcação prin­
•I da mesma provincia. A Presidência foi cipal ao inimigo. Quando os hollandezes
então entregue ao conselheiro mais an­ viram perdido o seu navio, desampararam
tigo, e assim permaneceu até 22 de fe­ os outros menores que o acompanhavam,
vereiro de 1832, em que chegou outro deitando-se ao rio e deixando todas as
Presidente. embarcações em poder dos nossos, com
1851— E' escolhido senador pela pro­ tudo 0 que nelles vinha.
vincia de Minas Geraes o desembargador 1709— Faz em Lisboa a primeira ex-
Gabriel Mendes dos Santos, para a vaga periencia do seu engenhoso invento para
deixada pelo fallecimento do conselheiro andar pelo ar o famoso padre Bartho-
Bernardo Pereira de Vasconcellos. lomeu Lourenço de Gusmão, irmão do
Foi 0 19° senador nomeado pelo Im­ celebre secretario particular e ministro
perador actual. de D. João V, Alexandre de Gusmão.
Tomou assento no dia 13 ( Vide a Bartholomeu Lourenço, denominado
Ephemeride de 31 de maio de 1873). pelos seus contemporâneos o voador, 4°
1' 1867—Decreto concedendo uma .medallia filho de Francisco Lourenço, que foi ci-
' t ás forças expedicionárias em operaç(5es rurgião-mér dopresidio de Santos,ede sua
ao sul da provincia de Matto-Grosso e mulher Maria Alvares, nasceu n’aquella,
ás que marcharam da capital da mesma já então villa,em 1685. Era também irmão
provincia aflm de operarem contra Co­ de frei Simão Alvares, prégador de me­
rumbá ( Campanha do Varaguay). recimento, nascido em 1682; de frei Pa­

fii AGOSTO—8
tricio de Santa Maria, franciscano, nas­
cido em 1690, que estudara na Italia,
1587— Por carta regia d’esta data suc­ formando-se em Pisa, viajara a Asia,
rfwtí^í' cédé Lopo de Souza a seu pai Pedro estivera em Jerusalém e publicára em
 EPIIEMERIDES NACIONAES

latim (cm 1742)arelação dassuasviagens, na do visconde de S. Leopoldo, na do

além de algumas obras de controvérsia COnego Francisco Fj'eire de Carvalho Fi­
religiosa ; teve ainda mais por irmãos ao gueiredo e na Xota Supplementär que
Innocencio F. da Silva ajuntou ao capi­
padre Ignacio Rodrigues, jesuita, nascido
tulo das Maravilhas do genio do homem,
em 1701, e ao padre João Alvares de
de Amédée de Bast, traduzidas pelo Sr.
Santa Maria, carmelita, nascido em 1703.
.Matheus de Magalhães, em que se trata
Distinguira-se este como pregador, phi- da invenção dos aerostatos. N ’esse dia,
losoplio e theologo. acompanhara Bar- pois, perante um luzido concurso de fi­
tliolomeu H Hespanha e, regressando dalgos c pessoas da córte, no pateo da
depois a Lisboa, alli fallecera. Que ir­ Casa da Índia, em Lisboa, subiu o enge­
mandade esplendida 1 Era uma familia nhoso i^adre na sua portentosa passarola
privilegiada de principes pela intelli- á altura da Sala das Embaixadas, não
dando de si a experiencia todo o frueto
géncia !
que d’ella se esperava irelas imperfeições
Bartholomeu Lourenço nascera pelos inherentes aos primeiros experimentos e
annos de 1Ü85, conforme a opinião mais ensaios, e não tendo tido mais depois, não
segura e acceitavel; era presbytero se­ se sabe bem porque,o sabio padre oceasião
cular, e não jesuita, como o suppuzeram de aperfeiçoar aquelle seu invento.
alguns escriptores, licenciado emcanoncs Victima dos apòdos de muitos dos
pela Universidade de Coimbra, fidalgo seus contemporâneos, da inveja de alguns
capellão da casa real, e desempenliára e receioso talvez de caliir como feiticeiro
em 1721 missões diplomáticas na corte nas formidáveis garras da Inquisição,
de Roma ; fora membro da Academia das quaes de certo o não subtrahiria nem
Real de Historia Portugueza, etc. Era 0 valimento de que gosava seu proprio
versado, além da propria, na lingua la­ irmão Alexandre; oqiie é fóra de duvida
é que, não obstante se occupar ainda com
tina ; fallava correntemente a franceza e
outras tentativas, reputadas então mara­
italiana, e traduzia u grega e a hebraica:
possuia farto cabedal em muitos ramos vilhosas, do puro dominio todavia das
do saber humano, mas consagrava par­ sciencias physicas e mathem.aticas, no
ticular predilecção ás sciencias physicas íim de 15 annos, isto é, a 2ü de setembro
emathematicas. Deixou alguns escriptos, de 1721, sahiu Bartholomeu occultamente
entre elles très sermões, de extrema ra­ de Lisboa em companhia de seu irmão
ridade hoje. O que porém maior celebri­ mais novo João Alvares, o carmelita, que
dade lhe grangeou foi a machina ciuc com eile convivia, fugindo para Toledo
engenhara e que era. como diz oproprio em Hespanha, pnde succumbiu a 19 de
inventor na petição de privilegio que di­ novembro do referido anno de 1721 a um
rigira ao rei, um instrumento para accesso de febre maligna, no hospital de
andar pelo ar ,ãa mesma sorte que pela iMisericordia d’aquella cidade, a que se
terra ôu pelo mar, com muito mais bre­ acolhera. Alli foi o seu cadaver sepultado
vidade,fazendo-se muitas vezes duzentas na matriz de S. Romão.
ou mais léguas de caminho por dia, A sua certidão de obito legalisada foi
etc. Esse . requerimento teve favoravel enviada ao Instituto Historico (Vide a
despacho em 19 de abril de 1709. Na pre­ respectiva Revista, tomo XIX, n. 21,
sente data põe o inventor por obra o seu pag. 71 do supplemento).
maravilhoso machinismo, cujadescripção «. Houve infallivclmcnte, como muito
se acha em todas as memórias relativas bem pondera Innocencio da iSilva, causa
a este notável paulista, especificadamente occulta, e para nés maravilhosa, que
 obstou a que nos quinze annos que de-
cori’eratn de 1/09 a 1724 o P. Gusmão
deixasse de em]jreliender uovos ensaios
para realisar a sua tentativa. »
Só oitenta e cinco annos depois, a 24
de agosto de 1794, assistiu Lisboa ao pri­
meiro espectáculo de uma ascenção aeros-
tatica, a realisada pelo italiano Lunardi ;
esó quasi setenta e quatro annos depois
do tcntame do nosso compatriota eífec-
tuaram os irmãos Montgolfiers em An-
nonay, na brança, a primeira ascenção
dos seus aerostatos (a 5 de junho de 1783).
1808 Na povoação do Assú, hoje ci­
dade, provincia do Rio Grande do Norte,
' I ouve-se pelas 8 horas da manhã um
grande estrondo vago, á maneira de um
trovão subterrâneo, que se dirigia de
leste a oeste, e em seguida sente-se
II tremer a ierra por algum tempo, aba­
lando de tal modo as pessoas que mal
podiam suster-se em pe', causando choque
nos vidros e louças, que perdiam o equi­
líbrio. Esse terremoto foi sentido em todo
; “ I 0 sertão do Assú, desde a costa até vinte
léguas para o interior e ao longo da
costa até o sertão do Piauhy, onde se
attrihuiu 0 terremoto a castigo %jor ha­
verem alli umas mulheres torrado uma
criança pagã, pondo-a dentro de um
tacho sobre br&zas, \ara fazerem feiti­
çaria com as suas cinzas I
Este facto é referido pelo juiz de di­
reito João Valentino Dantas Pinagé, ci­
tado na Selccta Braziliense, pag. 268.
1823 Portaria do ministro do império
José Joaquim Carneiro de Campos, diri­
gida aò governo provisorio de Pernam­
buco, enviando-lhe uma proclamação não
datada do imperador D. Pedro I, para
ser espalhada pela provincia.
O cumpra-se do governo de Pernam­
I freguezia do Pico, bispado de Angra
buco posto n’esta portaria tem a data de
i •'
5 de dezembro e está assignado—Pro-
Vresidente Barreto -Cavalcanti—Mello.
1843 Toma assento no senado Antonio
Luiz Dantas de Barros Leite, como re­
presentante da provincia das Alagoas
(Vide a ephem. de 9 de junho de 1870).
1860—Fallece em Nictheroy o desem­
bargador aposentado João Cândido de
Deus e Silva, que prestára Ijons serviços
na epoca da independencia.
Era doutor em direito e fòra por um
anno lente da faculdade jurídica de
S. Paulo, pois nomeado a 30 de outubro
de 1830, demittira-se no anuo seguinte.
Nascera no Pará.
Innocencio da Silva dá no seu Diccio-
nario bibliographico a enumeração das
traducções que fizera,entre as quaes toda­
via não vejo figurar o compendio de phi-
losophia de Geruzez.
AGOSTO—9
1633 Mathias de Albuquerque, depois
de dar graças a Deus, com as demons­
trações possíveis, pela victoria alcançada
na vespera sobre o inimigo, manda des­
mantelar as fortificações que este fizera
e participa o successo para a côrte. Em
novembro responde-lhe não só o rei
louvando 0, pelo feito, como o conde
duque de Olivares, seu primeiro ministro
(Vide as Memorias.diarias ''o marquez
de Basto, conde de Pernambuco).
1784— Nasce na cid ide do Rio de Ja­
neiro frei Francisco de Montalverne, o
ultimo dos oradores sagrados do Brazil
e um dos prodígios de eloquência que
D. João VI veio encontrar na colonia e
lhe faziam dizer muitas vezes que lhe
não consentiam lembrar os que deixára
na métropole. Montalverne merecia, como
S. João Chrysostomo e Vieira, o epitheto
de bocca de jouro.
Francisco José de Carvalho, tal era
0 seu nome de.familia, teve por paes a
João Antonio da Silveira, natural da
(Portugal), e D. Anna Francisca da Con­
ceição, natural da freguezia da Guia, do
Rio de Janeiro
Sentindo-se com disposição para a vida
monastica, acolheu-se ao convento de
 EPHEMERIDES
Scantc Antonio da ordem franciscana da
saa cidade natal a 28 de junho de 1801 e
n’elle 'proferiu votos a 3 de outubro do
anno seguinte. Só, pore'm, em 1801 foi
que 0 bispo de S, Paulo, D. Matheus
de Abreu Pereira, o investiu das ordens
sacras, quando o nosso franciscano fôra
á mencionada capitania beber conheci"
mentos dos lábios dos sábios theologos
da sua ordem, domiciliados n ^ la : os
de philosophia e rhetorica, além dos de
theologia, recebeu-os elle com uma ap­
tidão admiravel, tornando-se em breve
superior a seus mestres.
Foi por isso ascendendo rapidamente em
honras na sua ordem. Em S. Paulo e na
cidade do seu nascimento uma mocidade
avida de saber e enthusiasta do mestre
circumdou-o e espalhou por toda a parte
a fama da sua sabedoria e os prodigios
da sua eloquência sem .rival.
Fm 1810 foi nomeado pre'gador da
ordem, substituto de philosophia e oppo-
sitor da cadeira de theologia ; em 1813
era nomeado lente de philosophia do
collegio de S. Paulo : provas cabaes do
seu mérito, pois pai’a ser aos 25 annos
de idade pregador regio e lente, em uma
epoca em que a ordem franciscana en­
cerrava em seu seio tantas capacidades,
era preciso que o proprio merecimento
se impuzesse. Emflm, em 1816 foi Mon-
talverne esci Ihido lento de prima d’a-
quelle collegio e nomeado por D. João VI
pregador da sua capella.
¥ Como orador sagrado Montalverne sup-
plantou a lembrança dos seus predeces­
sores no púlpito e fez escurecer a fama
dos pre'gadores seus contemporâneos ; a
pompa e poesia do seu estylo, a riqueza
e novidade da sua imaginação produziam
milagres ! Na cadeira do magistério
'também não encontrou rival condigno
no seu tempo.. Na serie não interrompida
de vinte annos de tiiumphos soube fazer
immortal o seu nome. Tendo exercido
no correr d’elles muitos cargos impor­
tantes na sua ordem, inclusive o de lente
NACIONAES
de philosophia do Seminário de S. José
que desempenhou até 1836, viu esca-
par-se-lhe avista, arrebatada pela amau-
rose. Recolheu-se então ao silencio do
seu cubiculo no convento de Santo An­
tonio da Còrte.
a Eu, diz 0 proprio Montalverne, era
como 0 cego Ossian sentado sobre as
cinzas do rei de Morven ; para qualquer
lado que estendia os braços tocava os
ossos dos meus companheiros d’armas.
O silencio dos tumulos me cercava, a
deserção avultava progressivamente e,
para cumulo de desventura, as trevas
mais espessas me envolvião este bello
céu, onde tinhão fulgurado tantos soes
e tão radiantes estrellas. »
Dezoito annos viveu elle no isolamento
do claustro, como si.‘tivesse sobrevivido
a si mesmo. D’ahi o arrancou um convite
do actual imperador para que o glorioso
emulo de S. Carlos, S unpaio e Januario
pregasse na festa de S. Pedro de Alcan­
tara, em 19 de outubro de 1851. Montal­
verne accedeu ao convite e deixou-se
ouvir na capella imperial n’aquella fes­
tividade, produzindo no extraordinário
concurso do que o templo poude conter
de selecto nã sociedade da capital do
império uma commoção dc admiração
impossível de descrever-se. Foi o seu
canto de cysne ! Era uma verdadeira
resurreição. Os que. como nós, tiveram
a rara ventura de ouvir aquelle athleta
da oratoria sagrada, como que evocado
do tumulo, puderam fazer idea do»noder
da eloquência nos séculos de predomínio
da religião, que tanto tem hoje perdido
da sua antiga preponderância.,
Montalverne subiu ainda ao púlpito a
15 de agosto de 1855, na festa da Gloria;
maso tumulto da multidão, agglomerada
no acanhado tetnplo, não permittiu que a
sua voz, já enfraquecida pelo supremo
e: forço que fizera, retumbãsse magestosa
c m o outr’ora.
D’all ivültOLi de novo para o seu silen­
cioso recolhimento, até que a morte veiu
^ : 'f'
t ' i' I h 1
h»i EPHEMERIDES NAC10XAE3
liif cerrar-lhe os olhos a 2 do' dezembro de
■Í 185S, pelas 11 horas da noitc, em S. Do­
mingos de Nictheroy, na casa de nm
amigo, com quern lora passar alguns
dias.
Felizmente para a posteridade, Montal-
Verne não morreu de todo: auxiliados
por um amigo dedicado, o Revm. Sr. João
Dinizda Silva, publicaram osSrs. E .& ll.
Laemmert cm 1853 as suas Ob)"cis ovci-
torias em 4 volumes, apezar de se não po­
der só por ellas aquilatar no seu justo va­
lor a suamásculae poderosa oloquencia:
faltam-llies o movimento, o gesto, oaccio-
nado, que no facundo e austero orador
completavam de um modo admiravel o
seu pensainen^'o, e como que iam muitas
I 'W u . I vezes antes da idea, fazendo-a conhecida
do auditorio primeiro que lhe jorrasse
dos lábios a palavra que a devia èxprimir
Maior que o seu incontestável mereci­
I » mento sü 0 seu orgulho ! Fallando elle
proprio da lueta que teve de sustentar
com os seus formidáveis competidores,
diz 0 orgulhoso franciscano :
^ O paiz tem altamente declarado
que eu fui uma d’essas glorias de que
elle ainda bojo se ufana. Lançado na
grande carreira da eloquência em 1816.
como prégador regio, oito annos depois
que n’ella entrárão S. Carlos c S. Paio,
monsenher Netto e o conego Januario
da Cunha Barbosa, tive de luetar com
esses gigantes da oratoria, que tantos
loiros tinhão ganhado e que forcejavão
\' por levar de vencida todos os seus dignos
rivaes.
« O paiz sabe quaes forão meus suc­
cesses n’esse combate desigual; elle
apreciou meus esforços e designou o
logar a que eu tinha direito entre os
meus contemporâneos. »
O cadaver do grande franciècano, depois
I« I V^' r£'■
de embalsamado pelo celebre Dr. José
Antonio 1'eixoto, abrindo-se d’esse modo»
em sua honra, excepção nos estylos da
ordem seraphica, foi conduzido a 4 de
B Ih j dezembro em uma galeota do arsenal de
iP if-'.
marinha e depositado no convento <!e
Santo Antonio da Còrte, onde se Ikè deu
condigno jazigo na capella do claustro,
junto áquella em que estão encerrados
os dos dous filhos do Imperador.
« A cella de Montalverne, diz seu amigo,
já hoje também sombra apenas, mas
similhante á de Homero, nos arraiaes
dos vivos, cc a sua cella, diz o visconde dc
Castilho na biographia que nos deixou
do oi’ador franciscano, ficou religiosa-
mente fechada e assim permanecerá.
Junto da vasia cadeira de Anchieta a ca­
deira vasia de Montalverne. »
—Nasce na provincia da B diia o
illustrc benedictino frei Rodrigo de-S. José
Silva Pereira, de quem aqui se trata
na data de 24 de Abril do 1853.
Som querermos e sem o premeditar­
mos, aproximámos o nascimento do ul­
timo franciscano do do ultimo benedi­
ctino no Brazil. Não é esta todavia a
unica coincidência de datas c de factos
que apresentam estas paginas.
AGOSTO—10
1587— Aásurac o governo geral do es­
tado do Brazil a junta presidida pelo
bispo I). Antonio Barreiros, por falleci-
mento do governador ãlanuel Telles
Barreto. Era companheiro do prelado o
provedor da real fazenda Christovão de
BajTOs. Esta junta administrou o estado
[J. de Miralles) até 24 de outubro de 1591.
Devia succeder a Barreto o donatario dos
Ilhéos, Francisco Giraldes, para esse íim
nomeado.Tentou este duas vezes a viagem
para vir desempenhar o régio mandato,
mas teve de renunciar a elle pôr não
poder de ambas as vezes completar a
travessia (Vide a Ephemeride dc 4 de
outubro de 1591,'.'
1630— Atacam 1,500 hollandezes a trin­
cheira que 0 capitão Luiz Barhalho estava
coustruindo no lugar chamado Buraco
de Santiago, na margem direita do Bi-
beribe.

EPTIEMERIDES NACIONAES
Acudiu Mathias de Albuquerque do
forte do Arraial com a gente que pòde
trazer ; mas quando chegaram já os hol-
landezes estavam de qiosse da trincheira
e d’ella faziam fogo pai'a os nossos em
campo aberto. São, porém, atacados pela
nossa gente com tamanha galhardia e
fortuna, que foram os hollandezes obri­
gados não só deixar a posição conquistada
como a repassarem o rio, em que alguns
perecem afogados.
1Ô32—Morre Martim de Sá, capitão-mór
govebnador da capitania do Rio de Ja­
neiro, que tantos serviços prestou ao
paiz em que nascera, sobretudo cm relação
com a catechese dos itulios.
Em 13 de junho de 1033 succede-lhe no
cargo Rodrigo de Miranda Henriques,
provido pelo governador geral do estado
Diogo Luiz (te Oliveira.
1823— Nasce em Caxias, cidade da pro-
vincia do Maranhão. Antonio Gonçalves
Dias, 0 primeiro poeta lyrico do Brazil.
Gonçalves Dias veiu a morrer na madru­
gada de 2 para 3 do novembro do 1801
no naufragio que sotiVeu o navio de vela
francez Ville de V>nílo:]ne,em que vinha o
que partira do Havre para o Maranhão a 10
de setembro. Este navio bateu no baixo dos
Atins ou Coroa dos ovos, costa da villa
de Guimarães, proximo ao pliarol de Ita-
culum i; a gente de bordo n’essa emer­
gen cia tratou de salvar-se, esquecendo
no seu beliche o misero poeta, que nem
fallar já podia e cujos dias estuvarn con­
tados ! O seu corpo, que se afundou com
0 navio, não poude ser encontrado, apezar
das diligencias' que para esse íim se fl-
zeram. Tinha o poeta pouco mais de 11
annos de idade.
Antonio Gonçalves Dias era filho na­
tural do negociante portuguez João Ma­
nuel Gonçalves Dias e deVicencia Mendes
Pereira, mulher de còr acobreada, que
ainda vivia em 1875.
Completára em Coimbra, no collegio
das Artes, o seu curso de humanidades,
que começára no Maranhão, e matricu-
il M
73
lára se na faculdade de direito da luza
Athenas no anuo lectivo de 18-10 xa 1811.
Alli obteve em 1811 o grau de bachareb
tendo-se n’esses entrenientes applicado ■'L ' ■*
ao estudo das litteraturas portugueza. '*0
franceza, ingleza, hespanhola, italiana e
latina nos propriosoriginaes, aprendendo
quasi sem mestre o inglez c o italiano.
Estudara depois também a lingua e litte-
ratura allemã. 'I
Em 1813 voltou para a sua provincia
.1 ;
e foi exercer a advocacia na cidade natal.
Ahi, porém, pouco se demorou, partindo
para o Pv.io de Janeiro em meiados de
1816. Apenas chegado á capital do im­
pério deu á imi>rensa os seus Primeiros
Cantos, que o collocaram logo na primeira
plana dos poetas lyricos da lingua por­
tugueza, não fazendo os dois volumes que
deu ao prelo depois (os Segundos Cantos
em 1818 e os Últimos Cantos em 1831)
mais do que confirmar o elevado con­
I I
ceito em que foi logo tido, provocando a
admiração e o louvor da imprensa con­
temporânea não só no Brazil como em 'J
Portugal, onde o grande historiador
Alexandre Herculano o sagrou poeta
desde o apparecimento do seu primeiro
volume. Em 1817 publicou um drama em
prosa, Leonor de Mendonça. Depois, em
1857, imprimiu em Leipzig, na casa F.
A. Brockaus, segunda edição dos seus
très volumes de Cantos em um só tomo.
Em 1860 deu a mesma oílicina terceira
edição d’elles, com o retrato e facsim ile
da assignatura do poeta. Em 1865 ainda
0 mesmo editor da Allemanha publicou
I
em 2 vols, quarta edição da mesma obra.Os
Tinnbiras, poe.ma americano que ficou
no 1° canto, sahiu á lume na mesma im­
prensa em 1857. Alem d’estas obras, ha
muitas memórias e opusculos seus, disse­
minados por varias revistas e publi 'ações
do império, nomeadamente o Guanabara 01
e a Re:ista trirnensal do Instituto His­
tórico, de que era membro e em cUja sala
de honra se vê o seu busto em mármore.
De volta em 1832 de uma importante
I',
 74 EPHEMERIDES NACIONAES

!.fti'.-K' Î commissão ao norte do imperio, de nador Luiz Antonio Vieira da Silva e

i' que 0 incumbira o governo, fôra no­ Dr. Cesar Augusto Marques representa­
me ido oílicial da secretaria de estado vam 0 Instituto Historico. Esteve pre­
ti i M , '. dos negocios estrangeiros e casára-se com sente ao acto 0 poeta maranhense Dr.
p it-; ; Í a Sra. D. Olympia, filha do Dr. Claudio Gentil Homem de Almeida Braga, já tam­
' ■' ' Luiz da Costa. Desse consorcio houve bém hoje inscripto no rol dos mortos
. uma unica filha, que morreu criança. illustres.
Em 1854 nartiu o poeta para a Europa, A columna, que levanta aos ares a es­
encarregado de nova e importante incum­ tatua do noS'0 primeiro lyrico, repousa
bência em relação com o ensino publico e sobre uma base quadrangular, em cujas'
a historia patria.
faces se vôm os bustos de João Francisco
Em outra commissão, que desempe­ Lisboa, 0 Timon maranhense, de Manuel
nhou de 1860 a 1861 no Ceará, Maranhão e Odorico Mendes, o Virgilio brazileiro,
Amazonas, perturbou se-lhe profunda- deFj’ancisco Sotero dos Reis, o gramma-
. mente a saude, obrigando-o a voltar ao tico e philologo distincte, e do Dr, Joa­
Rio de Janeiro, de onde partiu de novo, quim Gomes de Souza, o portentoso gê­
Gin 1802, para a Europa, com o fim de
nio da mathematioa no Brazil, — nomes
vôr si alli obtinha melhoras ao seu es­
que tanto lustre dão ás paginas da his­
tado. Foi n’essa occasião qué se espalhou
toria, da litteratura, das sciencias no
a falsa noticia da sua morte, o que Maranhão.
proporcionou ao poeta o singular ensejo
A ’cerca do mérito litterano do illustre
de ser testemunha da sua 'própria apo-
|;’! ^ ’| I • cantor nacional, disse ainda ém vidã do
I! ' Í: Infelizmente, antes de dois annos poeta um juiz abalisado, o Sr. Dr. An­
realisou-se o fatal acontecimento, que
tonio Joaquim de Macedo Soares : « Ao
pôz de pesado luto as letras jiatrias.
Sr. Gonçalves Dias compete o primeiro
Por iniciativa e diligencias do seu de­ lugar entre os primeiros poetas da gera­
dicado amigo 0 Sr. Dr. Antonio Ilenriques ção nova : a elle a honra de ter trazido
Leal, que lhe levantou o monumento lit- do seio da floresta a planta da jmesia na­
terario das suas obras posthumas, er­ cional e completado a nossa emancipação
gueu-se á commemoração do seu nome do jugo da Arca,dia : a elle, a gloria da
um monumento de pedra na capital da éra nova, aberta aos destinos da arte bra­
provincia, que lhe foi berço. A 10 de sileira. E n’esse primado péde descançar
agosto de 1872, anniver.sario do nasci­ trànquillo : para os equritos predestina­
mento do eximio poeta, collocou-se a dos não se mede a distancia do Capitolio
primeira pedra d’essa memória na praça á 1’ocha Tarpeia. »
denominada Largo de Nossa Senhora 1864—0 governo do Brazil notifica ao
dos Remedios, da cidade de S. Luiz do do Lruguay que as forças brazileiras
Maranhão, sendo então presidente da vão entrar no seu território.
provincia o Sr. Dr. José Bento da Cunha
5*ï|< 1i''::.^: P'igueiredo Junior e bispo diocesano AGOSTO— 11
B•}■ :i.-’ •:
| ; j j i.i.'-'.î' i,.'" D. frei Luiz da Conceição Saraiva, hoje 1645—0 exercito pernambucano deixa
fallecido. O monumento foi solemnemento* O acampamento do monte das Tabocas,
inaugurado a 7 de setembro de 1873, ás onde se conservara desde a grande ba­
u horas da tarde. Assistiram á ceremonia talha do dia 3, occupado em enterrar os
0 presidente da provincia, que então era
mortos, curar os feridos, aproveitar as
:(jn' 0 Sr. Dr. Silvino Elvidio Carneiro da
armas deixadas i;elo inimigo e em exer­
Cunha, e o arcediago governador do bis­ citar a gente quasi toda bisonha de que
pado por parte do bispo ; os Srs. so- se compunha.

ifei'- '
ïS:-r
I -
P m- ■
‘fil
V-jA
t, EPHEMERIDES NACIONAES
f'
1738—Carta regia desannexando da ca.
pitania de S. Paulo todo o territorio de
Santa Catharina e Rio Grande do Sul, e
encorporcindo-o na do Rio de Janeiro.
0 alvará de 18 « de dezembro de 1711 versa
sobre o mesmo assumpto. São ambos do
governo de El-Rei D. João V. Comtudo,
0 municipio de Lages ficou ainda sujeito
á capitania de S. Paulo e só vein a per*
tencer ao de Santa Catharina por alvará
de 9 de setembro de 1820 {Memória his­
tórica do major Manuel Joaquim de Al­
meida Coelho).
1815—Permitte-se aos habitantes do
Brazil a faculdade de usarem do oíTicio
de ourives de ouro e prata e trabalharem
nos referidos metaes, julgando-se levanta­
da a pi’ohibi^ão estabelecida a esse respei­
to na carta regia de 30 de agosto de 1766.
1827—Carta de lei creàndo os dous cur­
sos de direito de S. Paulo e de Olinda.
Para contentar o espirito provinciano
deixa o governo de para logo crear uma
Universidade, falta que ainda hoje se
sente.
Foi 0 visconde de S. Leopoldo quem,
como ministro do império, referendou o
decreto de creação dos supra menciona­
dos cursos e quem mais pugnou pela
realisação d’essa idéa.
Esses dous cursos tiveram estatutos
130r decreto de 7 de novembro de 1831 e
resolução de 19 de agosto de 1837.
O de S. Paulo foi inaugurado no 1° de
março de 1828 pelo lente da 1“ cadeira do
& 1° anno Dr. José Maria .de Avollar Bro-
/ tcro (Vide Azevedo Marques, A ponta ­
mentos HiSTORicos, etc., art. Faculdade
de Direito
Foi seu primeiro director o tenente-ge­
neral Dr. José Arouche de Toledo Rendon.
O de Olinda, actualmente no Recife, fo
aberto a 15 de maio de 1828 pelo Dr. Lou„
renço José Ribeiro.
No de S. Paulo foi o conselheiro Pru-
dencio Giraldes Tavares da Veiga Cabral,
natural da cidade de Cuyabá e formado
1329 0 ensino do direito civil pátrio, que
professou até 1852 (Vide a cphemeride de
9 de janeiro de 1862).
1876—Inauguração da linha telegra-
phica paulista de Campinas ao Rio'Cla'ro.
AGOSTO— 12
1531—Mar ti m AíTonso de Souza, que
no dia 1° deixára o porto do Rio de Ja­
neiro para continuar a derrota que le­
vava no rumo do sul, fundeia a sua
armada entre a ilha de Cananéa (ilha do
Abrigo) e a terra firme, e manda o piloto
Pedro Annes com um dos bergantins,
para haver fallas dos indios. Este piloto
só volta a 17, trazendo comsigo um ba­
charel portuguez, que havia trinta an-
nos alli estava degradado, e também um
tal Francisco Chaves e cinco ou seis cas­
telhanos.
Suppõem alguns dos nossos historiado­
res que 0 alludido bacharel era João
Ramalho, outros que era Gonralo da
Costa, que Cabot trouxe comsigo, ou o
que chamavam mestre Cosme, ou, como
julga Charlevoix, citado pelo visconde
de Porto-Seguro (Leia-se a nota 10 ao
1° vol. da sua Historia Geral), seria
Duarte Peres, companheiro deMosqueira.
Azevedo Marques, nos seus A pontamen­
tos lIiSTORicos, guiando-se pelo Diário
de Pero Lopes de Souza, diz que Pedro
Annes « voltára no dia seguinte tra­
zendo íí.Fraticisco de Chaves, o bacharel
e mais cinco ou seis castelhanos. » O
bacharel era, portanto, no dizer de Pero
Lopes, pessoa distincta de Francisco de
Chaves. Aquelle celebrisado personagem-
residia na terra havia trinta annos. Se­
gundo opina 0 Sr. senador Cândido
Mendes, com tão aceitáveis fundamen­
tos, nas suas eruditas Notas para a his­
toria patria, publicadas na Revista do
Instituto (tomo XL, parte 2*, 1877), o
Ramalho.
 ■ Itf.'
E’ K EPIIBMERIDES NACIONAES
na mencionada ilha 4í dias, seguiu a sua
IJi:;!«;''! ' '' deri-ota para o sul (Vide a ephem. de 27
r’i de setembro).
H vi 171.Õ-0 5“ bispo de Olinda. D. Manuej
•Í Alvares da Costa, natural de Lisboa, prin­
cipiou a administrar a sua diocese a 5 ou
6 de fev'ereiro de.1710. Chamado depois á
corte de Lisboa, entrega o governo do
bispado a frúi Manuel de Santa Catha-
rina, carmelita observante. e embarca
na presente data. Promovido ao bispado
de Angola e confirmado a 21 de janeiro
de 1721, lá falleceu.
Quando a 7 de novembro de YllO{Vide
essa data) o governador de Pernambuco
Sebastião de Castro Caldas levou um tiro
na famosa questão denominada Guerra
dos mascates e fugiu para a Bahia, o
bispo D. Manuel Alvares, que estava de
visita pastoral na Parahyba do Norte,
veiu tomar posse do governo civil da ca­
pitania, 0 que fez a 15 do mesmo mez e
anno, e exerceu-o até passal-o, em 10 de
outubro do anno seguinte, ao novo goyer.
nador Felix José Machado de Mendonça
Eça Castro e Vasconcellos.
181G—Decreto creando a Academia das
Bellas-Artes do Rio de Janeiro, por in­
fluencia e solicitações do commendador
A. Antonio de Araujo de Azevedo, conde
'Í1;' i da Barca.
Fdi solemnemente instituida a 5 de no­
,I vembro de 1826 e definitivamente organi-
sada pelo decreto de 31 de dezembro de
}• 1831.
1819—Os inglezes residentes na cidade
do Rio de Janeiro, em virtude da permis­
são outorgada, no tratado de commercio
de 19 de Fevereiro de 1840, lançam na rua
J" !' dos Barbonos, hoje denominada de Eva-
risto da Veiga, no pateo da casa que foi
do bispo D. José Joaquim Justiniano, a
pedra fundamental do seu templo, obser­
vando n’esse acto o ceremonial do rito
anglicano. O auto respectivo é encerrado
em uma garrafa, bem como gazetas in-
'H
glezas e moedas do tempo.
Diz 0 padre Luiz Gonçalves, nas suas
, -íS I ^ ’ '
Memórias, que esse templo é dedicado a
S. Jorge c a S. João Baptista, em obsé­
quio ao então príncipe regente da Grã-
Bretanha e ao rei D. João VI, que consen­
tiu na sua fundação.
E.ste templo inglez tem no frontispício
a era MDCCCXX.
1832—Fallece na córte o senadorpela pro­
víncia do Rio de Janeiro JoséEgydio Alva­
res de Almeida, marquez de Santo Amaro,
nomeado a 19 de abril de 1826 pelo 1° im­
perador. Tomara assento a 4 de maio do
mesmo anno. O Mappa necrologico dos
senadores publicado no tomo XXIX, parte
segunda, da Revista do Instituto, o dá er­
radamente fallecido em dezembro de 1833,
1834—Adopta-se a lei das Reformas
constitucionaes, chamada Acto addicio-
nal, pela qual se extinguiram os conse­
lhos geraes de província, creando-se em
seu logar as assembléas provinciaes, com
muito mais amplas - attribuições, bem
como se extinguiu o conselho de Estado.
Esta lei foi solcmnerflente promulgada
no dia 21.
1854 - Fallece na cidade de Goyaz o 1°
bispo d’essa diocese D. Francisco Ferreira
de Azevedo, que reunia a um nobre ca.
racter verdadeira caridade e um profundo
saber.
Alguns 0 fazem fallecido em outubro
(Vide a Ephemeride de 29 de agosto de
1819). ^ ‘
1865—Colloca-se na casa em que morou
e falleceu João Fernandes Vieira, em
Olinda, uma lápida commemorativa, man­
dada gravar e collocar pelo Instituto Ar-
cheologico e Geographico Pernambucano,
que assiste ao acto representado por uma
commissão especial (Vide a Ephemeriãe
de 2 de-agosto de 1866).
1869 — Assalto e tomada de Pirybebuy
[Campanha do Paraguay).
A villa d’esse nome, elevada pelo dicta-
dor Lopes á categoria de capital da Re­
publica, estava bem fortificada: tinha 19
bocas de fogo assestadas nas trincheiras
que a circulavam e estas, bem como todo
 EPHEMERIDES NACIONAES

0 povoado, eram dominados pelas collinas poeta e pregador franoiscano frei Fran­
visinlias. cisco de S. Carlos. Alguns o fazem
ü príncipe conde d’Eu, commandante nascido no dia 10 (Vide a ephemeride de
do exercito alliado desde 16 de abril d esse 6 de maio de 1829'.
anno de 1869, dispostas convenientemente 1811—Nasce na cidade do Rio dc Ja­
as tropas, decide tomar de assalto a nova neiro, então còrte da monarchia portu-
capital paraguaya. gueza, 0 Sr. Dr. Domingos José Gonçalves
Na manhã d’este dia a nossa infantaria de Magalhães, hoje visconde de Ara­
arroja-se ao ponto objcctivo, respondendo guaya e ministro do Brazil em Roma,
com a fuzilaria dos seus atiradores á junto á Santa Sé.
metralha dos artilheiros inimigos. Chefe da nova escola poética no Brazil,
« A posição, diz uma testemunha ocular como Almeida Garrett o fóra em Portu­
(o Sr. engenlieiro E. C. Jourdan), é ata gal, 0 Sr. Magalhães tem-nos dado os
cada por tres lados : ao norte a brigada Suspiros poéticos e saudades, as tragédias
Wanderley e o batalhão de engenheiros Antonio José, Othelo, Olgiato, o poema
I/
a le'ste os argentinos ; ao sul o 1° e 2 heroico Confederação dos Tamoyos, os ■| I
üi I
corpos; em menos dc vinte minutos volumes de poesias intituladas—í/rania
acha-se a nossa gente na contra-escarpa ('Vienna, 1862J. Mxjsterios, cântico ftme-
da trincheira. Os engenheiros entulhão hre (Paris, 1858) e as obras de philosophia
o fosso. A bandeira do 23° de voluntários Factos do espirito humano, A alma e o
é a primeira que ti’emiila, fincada no pa­ cerebro, além de outros escriptosde menos
rapeito inimigo. Os nossos soldados pene- folego, insertós na Minerva Brasiliense,
trão por todos os lados. A villa é nossa 1 na Nictheroy, revista Brasiliense, publi­
« Os paraguayos perderão 19 bocas de cada em Paris em 1836, de collaboração
fogo, 12 bandeiras e 1.800 homens, sendo com Salles Torres-IIomem, Azeredo Cou-
683 mortos e 1,117 prisioneiros, ale'm de tinho e o Sr. conselheiro Pereira da Silva,
muito armamento e outros despojos. » e na Revista trimensal do Instituto His~
Infelizmente tivemos que lamentar a torico.
perda do bravo brigadeiro .Toão Manuel O Sr. Baptista Luiz Gamier publicou
Mcnna Barreto e do distincto capitão em S volumes de 8° grande as suas obras
Athayde Seixas. Ficamos com 326 praças completas, constantes das que deixamos
fóra de combate, das quaes 272 feridos apontadas e das seguintes: Poesias avul­
e 54 mortos, e os argentinos com com sas, Os Mysteriös, O louco do cemiterio,
1879—São escolhidos senadores pela A morte de Socrates (traduzido dc La­
província de S. Paulo os Srs. conselheiros martine) e Opusculos históricos e litte-
Jose' Bonifacio de Andrada e Silva, que rarios.
toma aásento no dia 19 de agost A estas obras cumpre acrescentar Co­
1879, e José da Silva Carrão, que toma mentários e Pensamentos, volume recen-
assento a 16 de julho do anno de 1889. temente publicado (1880) em Roma e
dedicado a seu filho o Dr. Matheus de
AGOSTO— 13 Araguaya.
1317 _ Embarca em Liorne na nau
1038_Regimento novo dado ao prove- V ]
portugueza B. João IV, com direcção ao
dor-mór do Brazil. Consta de 28 artigos,
Brasil, a archiduqueza d'Austria D. Maria
regulando o pagamento dos soldOs da
Leopoldimi Josepha Carolina, primeira
gente de guerra e outras despezas mili­
consorte do principe regente D. Pedro e
tares, e estabelecendo regras para a res­
mãe do actual imperador do Brasil. I.
pectiva contabilidade c fiscalisaçao.
Vepi conio embaixador cxtruoidinario
n S i—Nasce no Rio de Janeiro o illustrç ÍG'
 b p h e m e r id e s iv a c io n a e s

da Austria o conde de Eltzi, que embarca

. com toda a sua comitiva na famosa nau ou de.Santo Antonio, a 500 passos de um s
outro que alli tinham quasi acabado.
S. Seò stião, oxxiv'ova, Serpente, tão ceie-
brisada nos versos de José Basilio da E 0 forte das Cinco Pontas. Foram os
Gama. Como damas da corte imperial nossos reconhecer de perto 0 Jrabalho
austriaca acompanham a archiduqueza com oOO homens, dos quaes 300 indios.
Houve por isso uma escaramuça que
as condessas delluenburg, de Barentliein
e de Londron, e o marquez de Castello- aturou duas horas, ficando elles por fim
melhor eos condes de Louzã e de Pan iflel com a sua fortificação, matando-nos 14
por parte de Portugal. homenseferindo-nos8,com eguaes perdas
A 5 dc novembro chegam ao Rio de do seu lado ( Memórias Biarias do mar­
Janeiro.
1820--Sahe do porto do Rio de Janeiro
para a Inglaterra a náu ingleza Vengeur,
quez de Basto, conde e senhor de Per­
nambuco, traduzidas pelo'Sr.. Dr. Mello
Moraes e o coronel Accioli).
I
levando a seu bordo Lord Beresford. que posse do governo do es-
pela ^segunda vez visitava 9 Brazil. tado do Maranhão 0 capitão-mér Fran­
D. João VI deu-lhe 0 posto de general e cisco Pedro de Mendonça Gurjào, que foi
0 commando do exercito do Reino-Unido 0 seu 29” governador e siiccedia a João
O illustre lord leva do Rio de Janeiro de Abreu Castello Branco. Gurjão exerceu
para Portugal uma considerável somma 0 seu cargo até 28 de julho de 1751.
de dinheiro para pagamento das tropas 1761— O senado da camara da cidade
portuguezas. da Bahia dirige ao rei D. José I a se­
guinte representação :
1822- Inaugura-se a Relação de Per­
nambuco, creada j^elo alvará com força « Senhor ! Por noticia, que temos, nos
de lei de 6 de fevereiro do anno ante­ consta que Vossa Alteza foi servido
rior. E‘ seu primeiro chanceller 0 des­ mandar passar üm decreto, para que
embargador Lucas Antonio Monteiro de nenhum filho do Brazil occupe, da data
Barros. d’elle em diante, 0 cargo de Desembar­
1831 Toma assento no senado 0 padre gador d’este Estado, quando os que de
José Bento Leite Ferreira de Mello como piesente 0 são nao devem nada a nenhum
Í ■ representante da provincia de Minas- dos mais ; parece. Senhor, que he uma
Geraes, escolhido no dia,8 pela Regencia offensa que V. Alteza faz aos filhos d’este
permanente (Vide a ephem. de 8 de feve­ Estado, e principalmente aos da Bahia, a
reiro de 1811). quem V. Alteza por seus serviços con.
1854 Toma assento na mesma casa cedeu 0 privilegio.de infanções e outras
». do parlamento Gabriel Mendes dos Santos, muitas mercês, de que estão de posse ;
como senador pela mesma provincia de fjois. Senhor, se elles são capazes do
Minas (Vide a ephem. de 31 de maio de posto e dos da guerra em que V. Alteza
1813), os tem provido, e todos servido a V. Al­
Fóra escolhido por carta imperial de teza com as vidas e fazendas, que razão
7 de agosto de 1851. haverá que os prive de servirem a V. A.
na patria, quando os d’essa còrte o exer­
cem na sua ?Seja V. A . servido mandar
■I ' AGOSTO—14
repa,rar um damno tão affrontoso para
os filhos do Brazil, e conceder lhes 0
1630 Amanhecem os hollandezes dando exereicio, pois sem elle não haverá filho
principio a um forte pentágono ( de cinco d’elle que continue os estudos ; por
baluartes ) junto ás cacimbas de Am-
Ir* que se por elles não hão de ser pre­
brosio Machado, na ilha de Antonio Vaz miados e ter a esperança de servir
 EPHEMERIDES NACI0NAE3
V. Alteza na patria, como o fazem os
das outras, cessará o estudo, quando
po'* muit'is vezes temos pedido a V. A.
que conceda aos filhos d’este estado os
privilégios, que tem, e gozam os da ci­
dade de Bvora, e que possam os reli­
giosos da Companhia de Jesus, que os
ensinam, dar-lhes o mesmo grau, .que
I
?
n’aquella cidade se dá aos d’ella, pois os
senhores Reis de Portugal oscrearam para
augmento dos seus vassalos. Da gran­
deza de V. A. esperamos nos conceda
umae outra mercê, pois todas se dirigem
ao servi(,‘o de V. A., que Deus guarde,
para augmento de seus vassalos.»
Esta energica e patriótica, posto que
respeitosa representação, fora assignada
cm camara pelo juiz Manuel da Rosa,
pelos vereadores ïhom é Pereira Falcão
e Francisco Subtil de Siqueira e procu­
rador João de Mattos Aranha.
1790—Nasce em Pernambuco
* o Dr. Do-
mingos Ribeiro dos Guimarães Peixoto,
barão de Iguaraçú.
Falleceu no Rio de Janeiro a 24 de
abril de 1846.
Foi 0 parteiro que assistiu ao nasci­
mento do actual Imperador, tendo igual­
mente assistido ao das princezas D. Ja-
nuaria e D. Francisca. Na organisaçao
das escolas de medicina do império foi o
Dr. Peixoto provido na cadeira de
physiologia na do Rio de Janeiro, da
qual foi tarnbem director. Formado desde
1812 pela nossa antiga escola medico-ci­
rúrgica, já cirurgião militar e medico da
real camara, fidalgo cavalleiro, conse­
lheiro ecommendador da ordem de Ohristo,
foi 0 Dr. Peixoto em 1827 para a França
formar-se em medicina, e com efieito de
lá voltou cm 1831 medico pela universi­
dade de Pariz, onde foi ápreciado i>elos
mais abalisados c celebres mestres da
sciencia d’aquella Universidade.
Innocencio da Silva, que faz menção de
très obras d’este distincte professor, uma
das quaes em francez, o dá como fallecido
a 29 de abril de 1846.
í i
1813—Nasce na cidade da Bahia Josd
Thomaz Nabuco de Araujo, que morreu
no-Rio de Janeiro a 19 de março de 1878
{Vide essa data) senador do império pela
sua provinda, conselheiro de estado effec- I ú
tivo e com a bem merecida reputação de
primeiro jurisconsulto do Brazil.
1817— Fallece o 5" bispo de Marianna
D. frei Oypriano de S. José, arrabido
(religioso de S. Pedro de Alcantai-a). Jaz
na cathedral de sua diocese. Vide a h '%
lí : - N
Ephemeride de 25 de julho de 1796).
—Assume o governo da capitania de
Santa Catharina o coronel João Aleira
Tovar de .Albuquerque, a quem se refere
0 juizo que na Ephemeride de 20 de
julho de 1821 {vide essa data) applicámos
inadvortidamente ao conde do Rio Pardo,
seu successor (Aide a Ephemeride de 20
de maio de 1822).
1822— O principe regente D. Pedro
parte para S. Paulo. Foi ao voltar d’essa
viagem que, recebendo em caminho cartas
de seu pae el-rei D. João AI, se decidiu
D. Pedro a declarar do modo o mais
explicito a nossa independencia. Deu-se
este facto nas margens do A’ piranga,
insignificante riacho das visinhanÇas da
cidade de Paulo e cujo nome por esse
facto adquiriu assim a celebridade (Aide
a Ephemeride de 7 de setembro de 1822'!
1S55_ Fallece na cidade de S. Luiz do
Maranhão d. D'r. Eduardo Olympio Ma­
chado, presidente d’aquella provincia.
Nascera na villa de Inhambupe. pro.
vinda da Bahia, a 31 de março de 1817.
No seu sahimento mais de cinco mil
pessoas lhe acompanham o feretro até
á capella de Nossa Senhora da Boa
Morte na Cathedral. O bispo diocesano
oílicia na cerimonia religiosa.
1379_ Fallece na Bahia, na idade de
47 annos, pois nascera na mesma cidade
a 19 de maio de 1832, o distincto poeta
lyrico Antonio Augusto de Mendonça.
Sepultou-se no dia seguinte no cemiterio
da Quinta dos Lazaros.
Rival- de Gonçalves Dias na pureza dc
 I. :
80
EPIIEMERIDES NACIOx
3. t linguagem, na espontaneidade de inspi-
1 ação e na melodia do verso, a sua ex­
cessiva modéstia tornou quasi desconhe­
cido 0 seu nome. Aquelle, vivendo n’ um
circulo mais amplo de relações sociaes,
soube tornar o seu nome popular no
Brazil e em Portugal, onde teve por pa­
drinho no baptismo das letras ao grande
historiador poríuguez ; Mendonça, menos
apparatoso, de indole menos communi-
cativa, mais timorato, retrahiu-se do
grande clarao da publicidade enão viu a
fama de seu nortie estender-se ale’m das
! t <•
montanhas históricas da terra natal:
não teve assim a consagração que a pu­
blicidade confere aos que pelo talento
a merecem.
Mal se conhecem fora da Bahia o vo­
lume de poesias iierfeitamente lyricas
que alli publicou em 186i e o seu poemeto
A messalina, publicado ern I860 também
na Bahi:j. e cm que, si não ostenta os
arrojos de concepção e o opulento con­
traste de imagens do seu conterrâneo
Castro Alves, mostra de certo a graciosa
suavidade de uma Meditação lamarti-
neana.
AGOSTO—15
«
' J ■ 1526— Diogo Garcia, piloto portuguez
ao serviço de llcspaniia, jiartc do cabo
hinisterra, commandando uma expedição
prepai'ada a expensas do conde Fernando
de Andrade, de Christovam de Faro e
outros, com o flm de reconhecer o Rio
I da Prata, então chamado rio de Solis.
Garcia aportou ás costas do Brazil pelos
fins d este anno, na altura dos Abrolhos,
e, descendo, enti'ou no porto de S. Vi­
cente, onde encontrou um bacharel por­
1.
tuguez (João Ramalho), que o provê de
refrescos e lhe dá um 'parente p.-ira lhe
servir de lingua no rio Solis.
D ahi foi ter Garcia á ilha dos Patos
(Santa Catharina), onde os natui’aes lhe
ministraram também algum maptimento
e SQ lhe queixaram de Sebastûîo Caboto
ft• ’ '
XAES
haver-lhes arrebatado os filhos em paga
do bom agasalho que d’elles’ recebèra.
1569— Segundo a relação no'minal dos
prelados do Rio de Janeiro desde 1560 até
confeccionada pelo Sr. I)r. Fer­
reira Vianna, foi 0 padre Matheus Nunes
0 1° prelado que teve esta diocese, da
qual tomou posse a 15 de agosto de 1569.
Retirou-se depois para o Espirito Santo,
onde falloceu em 1597 ( Vide a Epheme-
riãe ÚQ lid e maio de 1577). Ila eviden­
temente aqui confusão de datas ou de
nomes, c[ue nos nao ê possivel elucidar
neste momento ( Vide ainda a Epheme-
ridede 3 de julho de 1629).
1576- Toma posse do governo da sua
diocese o 3° bispo do Brazil D. frei An­
tonio Barreiros, segundo o catalogo sum-
mario que o visconde de Porto Seguro
addiccionou á sua Historia Geral (Vide a
Ephemeride do dia 5).
1611 Reunena-se os camaristas An*
tonio Raposo 0 Antonio Rodrigues, o juiz
ortiinario xManuel PYancisco Pinto, o pro­
curador do conselho Jorge de Barros Fa­
jardo e os homens bons do povo na villa
de S. Paulo, para reclamarem do governo
da metropole providencias contra o pre-
dominio dos padres da Companhia de
Jesus sobre os indígenas, e pedirem cpie
fosse concedido aos moradores o pode-
derem alugar os serviços dos mesmos
indígenas, cpie os padres monopolisavam
(Azevedo Marques, Apontavnentos).
1635- O coronel hollandez Christovam
Artichofsky [Arguichofle, escreve Duarte
Coelho nas suas Memórias Piarias, ôJAr-
tischau Arcisewski, o visconde de Porto-
Seguro na sua Historia das lutas com os
hollandez.es, e Archetofls, o auctor do
Casirioto lus-itano] • este coronel hollan
dez, pois, oceupa nesta data a Peripueira,
na visinhança da j^ovoação-de Santo An­
tonio Grande, com dois mil soldados, e
trata de fortillear-se nesse ponto, que
oistava oito léguas das Lagunas do Sul
e du.is do Poço, lugar de que os nossos
haviam feito o sou posto avançado, con»
 EPHEMERIDES NACIONAES 81

stituido por um destacamento que era imentel no governo da capitania de

rendido todas as semanas. S. Paulo.
Em uma eminencia que deitava para Este governador, que foi o 6° na res­
a praia, junto á ermida de S. Gonçalo, pectiva serie, falleceu a 29 de agosto de
pertencente aos religiosos do Carmo, le­ 1737 em Tocantins (no arraial das Jm -
vantou 0 hollandez um reducto e outro hiras) quando, em cumprimento da carta
na praia, á niargcm esquerda do rio Ca régia de 11 de fevereiro de 1736, ia erigir
maragibe, para estorvara communicação a villa Boa de Goyaz.
da nossa gente com os moradores do Seus ossos foram transportados para
campo, que não tinham podido retirar-se. Portugal a 26 de agosto de 1739.
Este coronel servia á llollanda, mas 1764— Expira no convento de S. João
era polaco de nação. do Ermo, bispado do Porto, para onde o
163S—Chega a Payamino, no território mandara confinado uma ordem regia, o
do Perú, o capitão Pedro Teixeira, que illustre D. frei João de S. José Queiroz,
ia, como ficou já dito, em viagem de ex­ 4° bispo do Pará. e é alli .sepultado a 16
ploração até Quito, por ordem do gover­ (Vide a Exihemeride de 31).
nador geral do estado do Brazil (Vide Tomára esse prelado posse do governo
a Ex')hemericle de 3 de julho). do seu bispado na cidade de Belém a 31
de agosto de 1761 (Abreu e Lima), no
1617— Larga de Setúbal, em Portugal,
reinado de D. José 1 e poAtifleado de Cle­
a armada que enviava o governo da
mente XIll. A 24 de novembro de 1763
corte em soccorro da Bahia: compu-
recolheu-se ao reino em um navio de
nha-se de doze g.ileões e commandava-a
guerra, obedecendo á ordem que o cha­
Salvador Corrêa de Sá e Benevides.
mava á corte. Fica regendo a diocese,
Vinha n'ella o conde de Villa Pouca na sua auzencia (Visconde de Vorto Se­
de Aguiar, Antonio Telles de Me­ guro), 0 Dr. Geraldo José de Abranches.
nezes, governador e capitão general do As datas da posse dnste bispo e do seu
estado do Brazil, nomeado para substituir substituto vêm inexactas no catalogo
a Antonio Telles da Silva, que se man- final, a cada passo por nés citado, do
dára retirar, para se dar assim uma visconde de Porto Seguro (1* edição).
satisfação ao governo dos Estados Geraes
1803 —0 governador, e capitão genéral
da llollanda.
de Matto Grosso, Caetano Pinto de Mi­
\ iri— Antonio da Silva Caldeira Pi­ randa Montenegro, entrega o governo
mentel, 5* governador da capitania de d’essa capitania a uma junta composta
S. Paulo, toma posse do seu governo pe­ do ouvidor Manuel Joaquim Ribeiro, do
rante 0 senado da oamaraque a adminis­ coronel Antonio Felippe da Cunha Ponte
trava interinamente por ausência de Ro c do vereador mais velho José da Costa
drigo Cezar de Menezes, a esse tempo Lima. tendo-a governado pelo tempo dc
em Cuyabá. 6 annos, 10 mezes e 8 dias.
Caldeira Pimentel governou aquella 1867—A esquadra brazileira força a
capitania por 5 annos exactos, isto d, até passagem de Curupaity (Campanha do
15 de agosto de 1732. Paraguay).
1728—0 capitão-mór Antonio Marreiros A 1* divisão da esquadra, tendo á suá
succede ao tenente general José Velho de frente o couraçado Brazil com a insignia
Azevedo no governo da capitania do do almirante Joaquim José Ignacio,
Pará, depois visconde de Inliaúma, começa a
1732— Antonio Luiz de Tavora, 4° pass igem das baterias ás 7 horas da
conde de Sarzedas, succede a Caldeira manhã c termiiia-a ás 8 e 4.5 minutos,
6
I il 82 EPHEMERIDE3 NACIONAES

tendo aflfrontado o fogo. infernal de 32 zea do Px,ocife e prender as mulheres dos

canhões de grosso calibre, que guarne­ moradores notáveis do logar e que se
ciam as barrancas, Pro(ege-a a 2* di- achavam no exercito pernambucano.
, visão, convenientemente postad i, Na 1* Blaer prendeu a D. Isabel de Góes, mu­
além das avarias scff'-idas pelo Taman- lher de Antçnio Bezerra, a D. Luiza de
daré e Colombo, tivemos apenas 2 mortos Oliveira, mulher de .Am,iro Lopes, e a
e 12 feridos, sendo um d’estes o capitão I). .\nna Bezerra, mulher de Francisco
de fragata Elisiario Jose' Barbosa, que Berenguer d,è Andrade, sogra de João
soflreu a amputarão de um braço. Fernandes Meira, não encontrando a
187(5—Inaugura-se em Campinas a casa mulher d’este, D, Maria Cesar, fim prin­
de Misericórdia e benzem-se a igreja de­ cipal da diligencia, porque, m lis caute­
dicada a Nossa Senhora da Boa Morte e losa, havia fugido para o interior de
0 hospital. uma maíti, onde vivia occulta acompa­
A O O S T O — IG
nhada de uma escrava fiel, que lhe pro­
curava 0 alimento.
1G37— Chega á Bahia Luiz Barbalho Assim que Blaer se retirou coin as suas
Bezerra com quatro caravcllase duzentos prisioneiras, partiram João Alvares da
e cincoenta homens, procedentes de Guarda e o licenciado Matheus de Souza
Lisboa, de onde vinham em auxilio do Uchóa, capellão de João Fernandes
exercito de Pernambuco. Barbalho, que Vieira, e que residiam na Varzea, a levar
ficara prisioneiro na rendição da forta­ a este a noticia do oceorrido, chegando
leza de Nazareth do Cabo e fora solto á noite ao acamp miento de Tegipio,
na Europa, voltava feito mestre de onde estavam A'ieira e Andre' Vidal de
campo d’esse terço. Negreiros com as forças c[ue comman-
Trazia como capitães a Guilherme Bar- dav .m.
balhp, seu filho, a Pedro Cavalcanti de Vieira, assiin que soube do succedido
Albuquerque, Antonio Bezerra, Gaspar mandou logo tocar a levant ir acampa­
de Souza e Carvalho eTristão da França, mento é momentos depois se poz ein mar­
e por alferes a Antonio Teixeira. cha o exercito em direcção ao engenho
Logo que desembarca. Barbalho parti­ de D. Anna Paes, indo elle na vanguarda
cipa ao conde de Bagnuolo a sua chegada, e na retaguarda André Vidal.
enviando-lhe as cartas e ordens que Esta marcha, apezar de curta, de cerca
trazia do rei e pedindo-llie que escrevesse de duas léguas, foi penosissima pelo mau
ao conde de N issau para que se servisse estado do caminho epelachuva que cahia
enviar-lhe sua mullier e dez filhos que [Datas Celebres da Historia do Brasil).
estavam em Pernambuco : o mesmo 1710— Das fortalezas que guarnecem a
fazem os capitães Antonio de Freitas e barra do Rio de Janeiro chega á cidade
Silva e Gaspar de Souza Uchóa. B ignuolo a noticia do apparecimento de cinco velas
escreveu lo"o a Nassau e este respon­ de alto bordo. E’ a esquadra de Duclerc,
deu-lhe enviando aquellas famili ts d’ahi que atacou dejiois, em Setembro, esta
a alguns dias n’ um navio que as levou á cidade. Toca-se immediatamente a rebate
Bahia.

'
M
i '’"•ï
ás 8 para 9 horas da noite. E’ um sab-
IG-iõ—O coronel hollandez Henrique bado (Vide as Ephemerides de 17 de
lions, que estava aind i acampado com agosto e de 5 de setembro).
as suas tropas no engenho de D. Anna 1779— D. frei Antonio Corrêa é eleito
f:Mr < Paes (hoje Casa Forte), manda o sar- arcebispo da Bahia.
f p.(i' ■
'
gento-mór João Blaar com algumas com­ E’ o duodecimo primaz do Brazil na
panhias revistar todas as casas da Var- ordem chronologica.

lu-im
 EPHEMERIDES NACIONAES

Diias vezes exerceu interinamente o inti uamentâ lig.nia á nossa, exi.stencia

cai'go de governador civil e geral do politiza, que, paraadaimios em resumido
cstido (Vide as Éphemerides de 12 de e.sboço, fòra preciso 'passar em revista,
jullio de 1S02 e de 1-1- de fevereiro de ainda que sumraariamente, os differentes
17(57!. períodos da nossa independência e evo.
1818—Nasce o Sr. barão de C ibo Frio. lução constituciom.].—Tal e'. pouco mais
director da secretaria de estado dos ne­ ou menos, o modo porque se exprime o
gócios estrangeiros. auctor da biographia do conselheiro
O Sr. barão de Cabo-Frio, Joaquim Paula e «Souz i. publicada no vol, 11 da
Tliomaz do Amaral, principiou a su.n car­ Galeria dos Brasileiros Illustres, edi.
reira publica cm 1810 como commiss irio tada pelo Sr. Sisson em 1861.
arbitro da commissão mixta brasileira e Muitas das datas que llie são relativas
ingleza de Serra Leõa. andam menos exactas em mais de uma
das fontes que consultámos pai’.a por
Em 1812 foi empregado na jegacão im­
nossa vez a esboçarmos. O barão dg
perial de Londres“, sendo em 1847 no­
Sant’Angelo, por exempln, no magnífico
meado addido de l* classe, servindo de
discurso com que no Institu'^o líisrorico
encarregado de necocios. Foi em 1851
lhe burilou a vida, pois a sua penna
promovido a secret rio de legação e nesse
era na verdade um buril, o fez nascido
caracter removido em P51 para i^ariz.
a Í3 de junho, e o Sr. Dr. J. .M. de Ma­
Desde 1855 atd 1859 exe"ceu difterentes
cedo. no artigo que lhe consagro i no
miss(7es nos estados do Rio da Prata.
seu Anno lUographico, o dá como nas­
Em 1861 foi nomeado ministro resi­ cido a 3 de janeiro. Azevedo Marques,
- ii. *
dente para a Belgic >, de onde vein em nos seus interessantes apontamentos
1865 occnpar o elevado cargo, em que iiisTOKicos, também se equivóca quando
hoje se ar-h t, de director geral da secre­ diz que este seu notável comprovinciano
taria de estado dos negocios estrangei­ morrera a 16 de abril. O auctor da bio-
ros. gî'aphia publicada na Galeria dos Bra-
Em 1867 esteve ainda este illnstrebra ssileiros Illustres, que é prov avelmente
sileiro .em missão especial no Rio da filho do briographado, assim como Porto
Prata. Alegre no respectivo discurso necro-
1821— Toma posse do governo da pro­'ogico, que leu em 1852 perante o Insti­
víncia do Piauliy o conselho administra­ tuto llistorico, 0 declaram falleci^o em
tivo composto do presidente, brigadeiro 1852 (Revista trim. fase. n. 8 do vol.
Manuel de Souza M irtins, vice-presidente XV. 1852), No Mappa necrologicg dos
padre Marcos de Araujo Costa, membros, senadores dado no tomo XXT.V (1866) das
Ignacio Francisco de Araújo Costa, ca- revistas do Instituto vem Paula e Souza
pitão-mór João Nepomuceno Castello- fallecido em 1851, deixando-se em branco
Br tnco, sargento-moc José Ignacio Ma­ 0 mez e o dia.
deira deJesuse tenente coronel Rayinundo Com eífeito, o illustra estulista jiau..
$ de Souza Martins.
'I lista falleceu a 10 de agi.sto de 1851^
I 1851— Bãillece no Rio de Janeiro o se­ como verificámos nos periodieos do tempo
nador pela província de S. Paulo, conse­ (J. do Commercio e Correio Mercantil)
lheiro Francisco de Paula c Souza Mello, e foi sepultado no cemiterio de Catumby.
escolhido pela regencia permanente a 27 Paula e Souza nascera em Itú a 15 de
de Julho de 18 53 e que tomara assento no julho de 1791 ; fizera n’aqiiella cidade
senado a 17 de agosto do mesmo anuo. os seus primeiros estudos e completá­
A vida d’este emigente cidadão está tão ramos depois na de S. Paulo, mais com-
 7.'‘
. -. 'J i í
^i í
Si
Pí |
EPHEMERIDES NACIONAES
1
f 'r ; 'i sijjo mesmo do que com os professores
que n’esse te upo poderia encontrar alli.
Referindo-se a essa particularidade da
h i t r : ', sua vida, diz M. de A. Porto-Alegre no
r a i '■ I alludido discurso necrologico : « Do seu
gabinete fez (Vaula e Souza) essa admi­
rável universidade, onde colheu ' tantos
e tão variados conhecimentos; nos mo‘
nologos da solidão adquirio essa força
m - ?■
de ])ensar qua tanto o distinguio, e essa
I pratica constante da virtude, para nos
deivar o edifleativo exemplo de sua mo­
déstia, em uma época que pede o salario
antes do trabalho e o triumpho primeiro
que a victoria.D
Senador desde 1833, foi nomeado mi­
nistro dos negocios do império a 20 de
julho de 1817, com Alves Branco ; dei"
xou-o porém a 28 de agosto do mesmo
anno. Encarregado da pasta da fazenda
a 31 de maio de 1848 e presidente do
2° conselho de ministros que teve o
Brazil A ide a E'phemericle de 20 de julho
,IÍ' :
• ^: I;'
de 1847), foi Paula e Souza quem con­
feccionou 0 1'egulamento que devia reger
1
0 dito consellio. Alludindo á sua estada
^ # !v n’esse ministério, disse então um dos
seus mais violentos adversários politicos
e ao mesmo tempo uma das mais hábeis
pennas nacionaes, o redactor do Brazil:
—Jamais o remoi’so lhe segredou um facto
á consciência— «E o Brazil tinha razão
ajunta o auctor do esboço biographico
publicado por Sisson, — porque mais de­
pressa largaria elle qualquer posição do
que tal facto se desse.»
A 29 de setembro do mesmo anno de
1848 resignou o poder, não só porque se
aggravaram as moléstias que havia lon­
gos ann(-s padecia, como por não poder
:Í!Í.;:í pôr em pratica, com a liberdade e pleni­
tude de acção que exigiam a veracidade
Wlí . V ■ do S5'stema representativo e o esplendor
íjl >' . v..;. ■■■
>í(.. ' do throno, diz o seu biographo, as ideas
e princípios que haviam tido tempo de
l i ^'■■ amadurecer na sua immensa inlelli-
gencia..
Mais idealista do que [»ratico, encon­
■
trou Paula e Souza no proseguimento da
sua vida publica os obstáculos naturaes
que deviam fazer soffrer a sua natureza
de philosopho e de homem virtuoso,
porque, pondera com profundo acerto o
douto barão de Santo Angelo, « elle tinha
uma transparência d’alma que não é pro­
pria para a direcção de um mundo, onde
pleiteam a verdade com o interesse e a
moral com o egoismo,
cc Idealista, como todo o solitário que
vive na contemplação do grande movi'
mento, havia talhado um mundo que se
não compadecia com os homens da sua
época ; honrado e virtuoso, desdenhava
a prevenção como um abysmo de injus­
tiças, sem se lembr.ir que ella é o grande
escudo protector do homem de estado na
pratica dos negocios : para adupla missão
demoralisar e engrandecer-se, de edificar
e conservar, é necessaião que o estadista
marche com um olho no Evangelho e com
0 outro no Principe de Machiavello, por­
que as nações, quando dao férias ao Anjo
da Guarda, c velão com o raáu espirito,
precisão da applicação das theorias do
secretario Florentino, que as havia be­
bido no estudo da antiguidade e na sua
propria experiencia.»
1852—Reabertura do theatro S. Pedro
de Alcantara do Rio de Janeiro, reparado
do incêndio que soíRera, pela segunda
vez, a 9 de agosto de 1851 (Vide a Ephe~
meride de 25 de março de 1821).
N'esta noite o grande actor nacional
João Caetano dos Santos recebe uma
coròa de ouro esmaltada de verde e cra-
vejada de pedras preciosas, otlerta de
amadores da scena, ■-um alfinete de bri­
lhantes, dadiva do actual imperador.
O Sr. Dr. Moreira de Azevedo, no seu
Pequeno Panorama,dk este facto como
realisado a 18 de agosto.
Na noite de 2ô para 27 de janeiro de
185G incendeia-se pela terceira vez o
malfadado theatro! O povo attribuiu
estes successivos incêndios ao terem sido
empregadas na sua primitiva construcção
pedras destinadas á edificação da igreja' nascido no Porto a 17 de fevereiro de
cathedral, a que se dera principio no 1820, e que 11 annos conviveu entre nós.
largo de S. Francisco de Paula, de onde A seu respeito escreveu uma extensa no­
foram para aquelle fim arrancadas. ticia Innocencio Francisco da Silva no IX
Pela terceira vez porem resurgiu elle vol. (supplemento) do seu Piccionario hi-
das próprias cinzas, graças ao genio hliographico.
empreliendedor de Joao Caetano, que nao Jaz no cemiterio de S. João Baptista
desmaiava diante da fatalidade e não se da Lagôa.
temia das contrariedades que lhe oppunha AGOSTO— 17
0 mau fado. A’ 3 de j ineiro de 1357 abriu
de novo o theatro S. Pedro de Alcantara 1(515—Chega pela ante-manhã ás mar­
as suas portas ao publico, tendo d’esta gens do Capiberibe,’ ao logar chamado
vez. como das outras, passado por novas hoje Cordeiro, o exercito Pernambucano
transformações e modificações, que o que ia em soccorro das matronas presas
tornaram mais apropriado ao seu fim- pelos holl indezes np engenlio de D. Anua
apezar de se não poder ainda dizer d’elle Paes Vide a epliem. de 16'. Como o rio
que seja um modelo das construcções do estava muito cheio c caudaloso e não
seu genero, tanto interior como exterior­ havia canôa ou .jangada em que se
mente. pudesse passal-o, João Fernandes
Em 1878 soffrcu ainda aquelle temolo Vieira dá o exemplo de o atravessar
da arte dramatica um longo concerto^ a cavallo com agua até o arção da sella,
que muito deve ter-lhe melhorado as exemplo logo seguido pelos soldados que,
condições internas, reclamadas para o pondo á cabeça as armas e as munições
cabal desempenho do seu civilisador in­ para não se molharem, entram no rio
tuito. segurando-se uns aos outros 'para me­
18G0—Succumbe a um ataque apople- lhor resistirem á correnteza e assim ga­ I I
ctico 0 commend.tdor Manuel Moreira de nham todos0 ladooppòsto. Assim sorpren-
C istro, director e redactor principal do dem 0inimigo, encarregando se Camarão
Jornal do Commcrcio do Rio de Janeiro. com os seus indios de tomar os caminhos
O seu cadaver, que foi embalsamado, jaz jaor onde poderia ir elle para o Recife.
Começado o ataque por parte dos nossos,
no cemiterio de Catiimby.
1806— Fallece o conselheiro Manuel e vendo o hollandez que levavam os per­
Felizardo dc Souza e Mello, senador pela nambucanos a melhor mandam pôr as
provinda do Rio de Janeiro, escolhido a janellas as très mulheres que haviam
12 de dezembro de 18t8 : tomara assento aprisionado. Depois de acções de parte
no dia 29. a parte, de que não nos occuparemos para
1809—Batalha de Barreiro {Campanha não alongar esta noticia, capitulam os
do Paraguay). hollandezes com os seus chefes, o coronel
No fim de mais de cinco horas de en­ Henrique IIous, o sargento-mór João i 1
carniçado combate, 2,0Ü0 cadáveres ini. Blaer, e Listry. gorernador dos indios,
migos jaziam por terra, 2,300 paraguayos seus auxiliares, que obtiveram sahir com
eram nossos prisioneiros, e tinhamos-lhes as suas armas e insignias militares.
tomado 23 canhões, muitas bandeiras e N’esta j ornada, que é denominada da
42 carretas de munições. Pela nossa parte Casa Forte, perderam os hollandezes pou-
tivemos apenas 62 mortos e 431 praças CO S mortos, mas íicai^am prisioneiros 322,
além de grande copia de armamento,
fora de combate.
—Fallece no Rio de Janeiro o pneta e fo­ viveres em abundancia c crescido nu­
lhetinista Faustino Xavier de ^'Novaes, mero de bons cavallos. Os miseiosin-

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EPHfiMERIDES NACTONAES
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w . f e t '• * dios, sens adherentes, qne o?-eavam per
para Pernambuco, com o fim de concluir
jU'lÎl;' - 1'' 200. foram todos passados a ílo de espada.
4iH y ^ '' /. na faculdade do Recife o seu curso aca­
;i’ tE'g
■ Os oíliciaes prisioneiros foram mandados
dêmico ; frequentou-a por um anno. Ao
J f.t todos para a Bahia.
voltar nas ferias á província natal pa.s-
1 /IO—Vèm-se ao amanhecer o.s navios
sou pelo cruel dissaboF de ver mortos
fttn ' da e.squadra franccza de Duclerc err/ban-
I f 'ã-fa, sua mulher e o unico filhinho que d’esse
deirados á in^leza. Das 3 para as -1 horas
consorcio ]}>e proviera. Essa dór cru­
reíresca o vento e a armada aproa á
ciante inspirou-lhe o seu magnifico Canto
barra do Rio de Janeiro, ^’ào tendo obe­
do CalmHo, qne pode ser considerado
decido aos tiros de polvora secea qne liic
obra-prima no genero elegi.rco. D’alii por

h'l-,. I I din'^e a fortaJez.a rie S nta Crnz, faz lhe

esta fogo de bala, assinveomo a de S, João
A esquadra aprisiona nmasnmaca.amaina
0 dá fondo longe do alcance da nossa
artilliaria (Vide a ephcmcvido de 5 de
setembro).
1,770-Toma posse do governo da capi­
tania de Go5oiz, poi» nomearão do vice-
rei marquez de Lavra:'io, o brigadeiro
Antonio Carlos Furtado de Mendonça, em
substituição do capitoo-general João ãfa
nnel de Mello, que.fallecera repentina-
inente cm abril, ou antes, em substitui­
ção da junta governativa provisoiãa que.
polo fallecimento d’aquelle governad-m.’
a camara nomeara com a assãstenci i dos
homens bons do poVo, nomeação qne não
fòra porém confirmada pelo vice-rei mar­
quez de I^avradio.
1833 — Francisco de Paula Souza e
Mello toma assento no senado como re­
presentante da província de S. Paulo
( ' ide a ephemeride de IG de agosto de
1851).
^ I S i l — Xasce na fregue/.ia de Nossa
Senhora da Piedade, hoje villa do Rio
Claro, província do Rio de toneiro, o tão
^ ; 'f
infeliz quanto inspii-ado poeta Luiz Nico-
Ijr ■'': ■ láu Fagundes Varella. qne fallecen de
<!' ',^-1' 1' , uma congestão cerebral a 18 de fevereiro
de 1875 n.i cidade do Rio de Janeiro.
ill:] I :/' , I'U‘a íilho do Sr. Dr. Emiliano Fagundes
ill- l'-.',. \ arella e de D. lOmilia de Andi-ade.
Matricniara-.se em 1862 na academia
jundica de S. Paulo, no intento de se-
afit; v;i-i K- -
'l.r
1 /
gnii-a ])ro:ls.s.ão paterna; mas cursou-a
apenas dous annos, casando-se alli muito
criança e transferindo-ia em se"'uida
Ui-
^•r
(5‘ ill
duinte 0 tédio da vida apoderou-se da
sua Jiella alma e o poeta não fez mais
do qiie correr do desatino em desatino»
ato extinguir-se-lhc, a existência. Casa-
ra-sc entretanto segunda vez, deixando
d’esse matrimonio duas filhas em tenra
id ide: nunca, porem, poude mais cscpie-
ccr a incurav '1 magu i das primeiras do-
loiosas ])Gi'd is-que sotirera. Referindo-se
ao .seu passamento, rliz, melhor do que
poderiamos faiícl-o, o Globo de 20 de fe­
vereiro de 1875 :
a A morte poz ante-hontem termo a
uma carreira curta e vertiginosa, mas
cheia de esplendores e de admiraA'eis
scentellias, como a de um cometa estra­
nho que houvesse atravessido o espaço
deixando esparsos no horizonte os raios
da sua luz. Varella, o joven Byron bra-
ziloiro, o pi eta inspira/lo e {.irimoro.so’
genio desordenado, mas verdadeiramente
magos oso, succumbiu ante-hontem, ás 7
horas (la tarde, á gravo enfermidade que
0 atacou e de que demos noticia, jj
Varell.1 publicou os seguintes volumes
de poesias :
Noctuinias— da America (S. Pau­
lo, ISGl)—Cantos ão ermo c da cidade
(C a ris...)— Anchieta ou o Etangelho
nas selvas, poema, cuja impre.ssão S(í se
ultimou depois da sua morte—Cantos
meridionaes e Cantos e Plumtasias—,
além de muitas composições avulsas,
disseminadas pelos periódicos contempo­
râneos, e muilissiiuas ouïras, que se
consei-vam inéditas por maos de amigos
e que dariam por si siís um bom volume.
Entre o.% seus manuscriptos, assegura o

a:;::.
' ,i.ï ■ ■V:-í
The An (fio Brasil an Times ào Rio de bra, 0 Sr. A. R. Saraiva, u quem devemos
J.meiro que se eocontr iram <:lois dramas 0 conhecimento d’estas ])articul iridades,
intitulados— de Piratininga do genro do poeta, o Sr. Dr. Cros, medico
e Ponto Negi'0—qne vão provavelmente, em Paris, e do cavalheiro Aguiar de An­
como as producçües de muitos dos talen­ drade, então secí etário da missão brazi­
tos que a fatalidade nos arrebatou, dor­ leira em Londres. Odorico Mendes suc-
mir o somno do esquecimento no limbo cumbira a um accesso violento de asthma
a que os tem condem nado a nossa cul­ complicada de lesão cardiaca.
posa indiffercnça. Nascera na capital da província do
P’elizmpate para as lettras patrias, a Maranlíão, terra f cunda em talentos de
Bevista Brasileira acaba de publicar no primor, a 21 de janeiro de 1799. Descendia
seu fasciculo de 15 de julho (ISSO um pelos lados paterno e materno do heroico
poemeto inédito de Varella intitulado— restaurador do Maranhão, o capitão-mór
Diário de Lasaro, de que fez ao mes no Antonio Teixeira de iMello (\ide a Ephe-
tempo uma edição especial oura ser o(Te- meride de 28 de fevereiro de 1611), na­
recida á viuva do p ^eta. Si a Revista tural da mesma ilha feliz em que nascera
Brazileira já não tivesse conquistado 0 restaurador de Pernambuco : e descen­
pelo sou proprio mérito um log ir de dia ainda pela parte materna do desditoso
honra nas nossas estantes e a gratidão Beckman. Para a sua biographia veja-se
dos que prezam as lettras nacionaes a Selecta Brasiliense, além do Pantheon
tel-o-liia merecido dando-nos em suas pa' Maranhense, que péde todavia dis ensar
gin as este formoso poema do primoroso tudo o mais que se desejasse consultar i i’
poeta fluminense. piira isso.
1841—Chegam á côrte e são recolhidos Poucas composições lyricas, aféra as
á fortaleza de Santa Cruz José Marianno magniílcas versões das obras poéticas de
de Mattos e Joaquim Pedro Ferreira- Virgilio e dos dons poemas gregos, da
oííiciaes superiores do exercito dos revol­ Mérope e do Tonicredo; de Voltaire, nos
tosos rio-grandenses, aprisionados em 30 deixou Odorico Mendes, que podia entre­
de junho pelo tenente coronel Francisco tanto competir.pela naturalidade e suavi­
Pedro de Abreu em Piratinim. dade do metro e pureza da expressão,
ISIG—-Regulamento creando o Instituto com os de melhor nota na nossa lingua.
V ccinico da corte. O seu Ihjmno á tarde é uma joia do
_ Fallece com pouco mais de mais fino quilate, engastada polo seu ta­
60 annos de idade o desembargador da lento poético no florão da litteratura na­
relação da Bahia, sua patria, Cândido cional. Ao ler-se aquelle seu melancólico
Ladisláu Japiassúde Figueiredo e Mello. Hymno, áquelle
1861—Manuel Odorico Mendes, o ver­ —Transmonta o s o l; o rio se espreguiça ;
náculo traduetor da Eneida e Georgicas E a cinzenta alcatifa desdobrando
de Virgilio e dos poemas de Homero, Pelas a/.ues diaphanas campinas,
fallece eni um vagão do caminho de ferro, Na carroça de chumbo assoma a Tarde,
em que vinha, com sua irmã D. Melitina,
de iSorwood, perto do palacio de crystal, fica-nos n’alma o doce embevecimento do
em Londres, onde tinham j mtado em pór do sol em céu americano, na quadra
casa de sir Alexandre Reid. seu amigo e feliz da vida em que a alma sabe sentir e
antigo conhecido do Brazih Foi sepultado 0 coração pulsar de enthusi ismo por
no cemiterio catholico de Kensal Green tudo quanto ha beilo, e entretanto ficticio
no dia 20, em presença de sua irmã. de e passageiro,por tudo quanto ha mentido,
seu amigo e antigo condiscipulo de Ooim" e todavia adoravel, no mundo...
 8S EPIIEMERIDES NAC10NAE3

1865—Batalha de Jatahy (Campanha do Recife a esquadra hollandeza comman-

do Paraguay).
dada pelo general Adriaan Janszoon
O general Venancio Flores, ]>residente Pater. Oquendo tinha chegado á Bahia
da Republica do Uruguay, fora o incum­
•0 a 13 de julho. Mathias de Albuquerque,
bido d’esta entrepreza, e após renhido
sabendo do intento do almirante hollan-
combate, deixa mortos 1,200 dos inimi­
dez, despachou logo em um barco a Anto­
gos, toma-lhes 4 bandeiras e faz 1,700
nio de Castro, que partiu do rio Formoso
prisioneiros, entre os quaes o proprio
com carta para D. Antonio de Oquendo,
commandante Pedro Duarte,
avisando-o da resolução do inimigo.
Os alliados tiveram fóra de combate
As duas esquadras só se avistaram a
340 homens, dos quaes 188 orientaes, 99
12 de setembro ( Vide essa data).
argentinos e 53 brazileiros. Fòra ferido
iiri ' ^~21 D. Lourenço de Almeida toma
0 coronel Fidelis.Paes da Silva, comman­
posse do governo da capitania de Minas
dante do batalhao n. 10 de voluntários
Geraes na sua capital, que tem por sóde
(garibaldinos).
a fregiieziade Nossa Senhora do Pilar do
Diz ácerca d’esta acção o capitão Theo- Villa Rica ( Ouro Preto ).
e t doro Fix na sua Historia da guerra do
O Visconde de Porto Seguro dá na sua
Paraguay :
Historia Geral ( 1° edição ) como ten-
« Mil e duzentos prisioneiros, toda a
do-seeffectuadoesta posse a 28 de agosto
artilharia, bandeiras e bagagens, qua­
Claudio Manuel da Costa, no Funda­
renta batelões que se achavão na Res-
mento historico do seu poema Villa Rica
I tauracion, forão tomados pelos alliados.
(pag. XVI), diz poróm o seguinte:
Duarte, vendo a sua columna completa­
« Tomou D. Lourenço de Almeida posse
mente destruid I ou dispersada, suici­
na igreja matriz de Nossa Senhora do
dou-se de desespero. As perdas do ven­
Pilar de Ouro-Preto com assistência da
cedor forão relativamente pequenas. »
cam ara em 18 de agosto de 1721. »
O suicidio do coronel Duarte é pura in­
Abreu e Lima na sua Synopsis diz que
venção do auctor, pois que ainda vive.
esse governador tomára posse do seu
1867—Fallece o sen idor pela provincia
cargo no dia 8 de agosto, recebendo-o
de Minas-Geraes Manuel Ignacio de An­
das mãos de D. Pedro de Almeida, conde
drade Souto-Maior Pinto Coelho, marquez de Assumar.
.t de Itanhaem, escolhido a 2 de dezembro
D. Lourenço de Almeida foi o primeiro
de 1844 [Revista do Instituto t. XXIX) e
governador positivo e privativo de Minas,
que tomara assento no senado a 28 do
depois que, por alvará de 12 de dezem­
mesmo mez e anno.
41' bro de 1720, se separára esta capitania da
1875—Desembarcam em Santos, vindos
de S. Paulo, ficando sómente sujeita aos
da còrte, Ss. MM. o imperador e a im­ vice-reis do Estado.
peratriz, que pela segunda vez visitam a
provincia de S. Paulo. N’esse dia, pelas Milliet de Saint-Adolphe.historiando no
6 horas da tarde, chegam á capital. seu Diccionario Geographico do Brazil
l!' 'r ü I
Havia 29 annos, 5 mezes e 20 dias que a fundação de Ouro-Preto ou Villa-Rica,
a tinham visitado pela primeira vez diz também que o 1“ governador da nova
(Vide 18 de fevereiro de 1846). capitania tomára posse a 28 de agosto.
E’ obvia a razão por que preferimos a
AGOSTO—18
data fornecida por Claudio Manuel, que
1631—Com 0 flm de atacar a esquadra teve á sua disposição, como secretario

il-
il '
portugureza-hespanhola de D. Antonio de do governo da capitania, os documentos
Oquendo, que viera em soccorro de Per­ oíliciaes para consultar.
nambuco, Bahia e Parahyba, sai do po rto Demais, na Instrucção para o governo
d'essa capitania, publicada no tomo
XV (n. 7) das revistas do Instituto, vcrn
mencionada na presents data a posse
d’esse governador.
1S2S—José .Saturnino da Costa Pereira
toma posse da su i cadeira no senado
como representante da província de Matto
Grosso escolhido pelo primeiro imperador
a 29 de novembro do anno antecedtntc.
E’ a cad ira ciue occupa aclualmente no
senado o Sr. Visconde do Rio Branco. José
Saturnino preencheu a vaga deixada pelo
visconde, depois marquezdaPr daGi-tinde,
que fora anteriormente escolhido, mas
que quasi não chegara a sentar-se nclla
(Vide as Ephcm. de 22 de novembro de
1773 e de 9 de janeiro de 1852).
1831—Creação da guarda nacional em
todo 0 Império e extineção dos corpos de
milícias e ordenanças.
1838—Creaçãq do Instituto Tlistorico,
Geographico e Ethnographico do Brazil.
O marechal Raymurdo José da Cunha
Mattos e o conego Januario da Cunha
flarbosa propõem na Sociedade Auxilia­
dora da Industria Nacional do Rio de
Janeiro a fundação d’aquella corporação.
A proposta, depois de largamerite dis­
cutida, é ^ceita, e na respectiva acta são
louvados proponentes da idea, de cuja
realisação grandes vantagens se espe­
ravam eit| prol das letras patrias e da
gloria de us membros. Na verdade, é o
Instituto tlistorico a unica de nossas as­
sociações fcientifico-litterarias que tem
conseguida, atravez das vicissitudes do
tempo e do cansaço inherente á natureza
humana, chegar até aos nossos dias.
prestapdo verdadeiro serviço á nos.sa liis-
toria í fazendo honra ao nome bra/deiro.
A rcvsta ti-imensal, que desde 1839 tem
esta sfbia corporação publicado com mais
ou mqios regularidade, e que forma hoje
uma Ijella biblio.heca de mais de 40 vo­
lumes constitue incontestavelmente um
farto nanancial de consulta e um copioso
reposijorio de noticie.s, memórias, dados
biograbhicos, etc., de um grande valor
A 21 de outubro do mesmo anno (do­
mingo) foi esta associação solemnemcnte
inaugurada no salão em que costumava
a Sociedade Auxiliadora da Industria Na­
cional celebrar as suas sessões, contan­
do-se 27 membi'os instituidores. N’essa
sessão foram eleitos seu iirimeiro i>resi-
dente obenemerito viscondede S.Leopoldo
1° secretario o conego Januario da Cunlia
Barbosa e 2° secretario o Dr. Emilio Joa“
cpiim da 8ilva Maia. O marechal Cunha
Mattos foi eleito, como era de justiçi, seu
vice presidente.
1852— Decreto classificando a Bahia
como província de 1' ordem.
AGOSTO — 19
2027— Os campos dos Goytacazes são
concedidos aos capitães Gonçalo Corrêa
de S:i, Manoel Corrêa e Miguel ayres Mal­
donado e a Antonio Pinto. João de Cas­
tilhos e Miguel Riscado, residentes no
Rio de Janeiro, pelo governador p capitão,
mór d’essa capitania Martim de Sá, em
paga de serviços que fizeram á coroa no
decurso de trinta annos. nas guerras ha­
vidas nas capitani is de S. Vicente e Rio
de Janeiro e em Caho-Frio. Foram clles
os primeiros sismeiros d’esses campos,
então incultos e despovoados, c tornaram-
se conhecidos pehx designação de hereos.
A concessão era-lhes feita sob a condição
de pagai'em foro aos donatários João
Gomes Leitão e Gil Góes da Silveira e o
dizimo ú Ordem de Christo, quando levan­
tassem engenhos dc assucar.
cc A cidade dc Campos dos Goytacazes,
na província do Rio de Janeiro, teve prin­
cipio cm uma capella dedicada a S. Salva­
dor, mandada construir n'este an.no por
Salvador Corrêa de Sá e Benevides. pos­
suidor d'aquell s terras, e onde diziam
missa os benedictinos (J. de Vasconcellos,
Datas Celebres). »
Essa capella foi elevada á categoria
de freguezia no correr do anno de 1671.
Balthazar da Silva Lisboa diz nas suas
 i í ' ': m EPIIEMERIDES NACÍONAES
'■■'I > '■■ I Ã>.

Memórias rpie a fundação do templo de faz doação a Duarte de Lemos da ilha

S. Salvador se fizera eiu 1052. que se chamou por algum tempo de ^anto
f V ' í:,-::; ■'
Foi por esto ultimo anno que os mo­ Antonio e teve depois o nome do seu
radores dos Campos dos '.’ Oytacazes for­ novo senhorio. E’ a maior da Uahia do
maram entre si uma repuUica, isto é. Esjiirito Santo, medindo duas léguas de
— « um governo a que deram o nome de cumprimento do norte a sul. A confir­
republica [nallh., vol. 1. pag. nSõ) » — mação regia dVss i doação ó datada de
oom 0 fim de reprimirem os crimes e de Alrneirim a 8 de janeiro de 1519.*
se governarem com alguma apparenda 1616 Ambi’osio Machado é nomeado
de legalidade, visto residirem as justiças ca[iitão-mor do Puo Grande 'do Norte,
de el-rei j;or esse tempo em Cano Frio o» rmccede a Estevão Soai'es no g'overno
portanto, muito longe pVide a Epherne- d’essa capitania e e' rendido em 1623 por
ride de 2 de setembro de 16731. Bernardo da M tta. nomeado a 3 de
— 'fiambem a cidade de Guaratinguetá. março d'esse anno.
na provincia de S. Paulo, teve começo
O Catalogo dos capitães-mores e g o ­
n’es;e anno de 1627, tendo pur fundador,
vernadores d ’essa capitania publicado no
segundo alguns chronista-, ao capitào-
tomo XVJf, n. 13, das revistas do Insti­
mór Dionysio da C'.'sta, como represen"
tuto, só menciona os nomes e dados his­
tanto do donatario da capita.eia de S. Vi­
tóricos 1‘ol.itivos a V.dentim Tavares
cente. O auctor do Dlrclonarlo Geogra-
Cabral (1663) e se is successores.
'phico do Império do Erazil diz todavia
16-].3 Conduzida por Calab.ir, parte
que a fundação d’essa antiga villa jiau-
do Recife uma expedição de quinze
lista. ribeirinha do P .rahyba, começara
navios e diversas bai’cacas e lanchas, e
em 1651. Guaratinguetá foi erigida em
vai fundear na barra da poveação das
villa a 13 de fevereiro de 1657 e por lei
Lagunas (Alagoas), onde desembarca a
provincial de 23 de janeiro de 1811 teve
gente que levava ; em seguida assaltam
0 titulo do cidade.
primeiro a povoação do sul. que tinha
1651 — Antonio Galvão, nomeado pelo
mais de cem casas, a que lançaram fogo.
senado da camara governador interino da assim como á igreja matriz. O mesmo
I."' capitmia do Rio de Janeiro, toma jtosse
tentaram depois fazer á povoação do
do cargo na presente data na cid ale de
norte, sete léguas distante da piãmeira ;
S. Sebastião.
ahi porem encontram os assalt: ntes tenaz
Foi 0 21° n I ordem clironologica c ad­
resistência, promovida pelo capitão do
ministrou a capitania por seis mezes e
milicias do lugar, Antonio Lojes Filguei-
7Í1CÍO, acab indí) em 3 de abril do anno ras. que perdeu a vida na accão.
seguinte de 1652. cm que tomou posse do
Depois d’isso volta Calabar para o Re-
governo D. Luiz de Almeida.
ciiG com a sua expedição e as dep.redaçcães
18í5—Inaugura-se [Ja linha telegraphica
que haviam feito.
de Camamú a Riu dc Contas, na ])t‘ovincia 1631-— Chegam de Lisboa duas cai'a-
da Rahia, com 17,617 k. de extensão. vellas de soccorro, entrando uma no rio
ll . I I 'I l. • 1879 lom a assento no senado, como Cunhaú e a outra na Parahyba ; 'tinham
representante da ju-ovincia de S. Paulo, sob 0 coiAmando de Balthazar daRocha
lí -í ^ , ': '., 0 Sr. conse heiro Josd Bonifacio de An. Pitta, com 30 homens cada um t, figurna
y'': ír: drada e Silva, escolhido no dia 12. polvora c roupa de munição. Traziam a-
, AGOSTO—20 [latente do governador e capitão feneraj
do reino dc Angola jiara Luiz d; Vas-
1510— Vasco Fernandes Coutinlio, do­ coucellos 0 Cunha, com ordem de partir
natario da capitania do Espirito Santo, logo, 0 que elle fez por meiados to mez

' . l’'. ■ ■i.

\
 EPHBMERTDES NACIONAES

s?guintG, indo poi' terra para a Balii i cujo primeiro acto foi declarar invali­
iilim de lá embarcar para sru destino, dados e para sempre nullos tolos os
por não haver embarcação na costa de pactos de incorpor.ição d'aquelle terri­
Pernambuco. Acompanhou-o com iicenç i tório ao Brazil e Portugal, jiroclaman-
seu sobrinlio o capitão Rirtholomeu de do~o estado livre e independente.
Yasconcellos. íicando a companhia d'eslc 1835— Fallece o sabio publicista vis­
provida cm Antonio de Gouvèa. ajudante conde de Cuyrú, nascido na Bihia a 16
da tropa de I). Fretlerico da Camara. (le julho de 1756 (Vide essa data).
1772— Depreto separando a capitania
1812— O barão, posterior mente duque
do Pará do estado do Mai-anlião, ücando
de Caxias, vence, legua e meia distante
a d o Piauhy annexa a esto esUvdo.
do arraial dc Santa Luzia do Sabará, os
A igreja do Pará separou-se da do
rebcllados da provincia dc ãlinas. O com­
Maranhão em 1780 com a crcaçào do
bate, empenhado desde as 8 1/2 horas da
respectivo bispado. ;dl
manhã, só se dicidiu (luasi á noitò pela
17S9— Luiz de Vasconcellas e Souza.
inespor.ida cooperação da columna com-
13" vice-rei do Brazil, transmitte a Mar-
maiidad i peloSr. coronel José Joaqui ii dc
tinho de Mello e Castr) Tminiorro) copia
Lima e Silva, hoje visconde de 7'ocantins,
da rei ção (lo estado dos negocios da
irmão do general Caxias. Essa victoria
coloni 1. redigida segundo a ordem regia
deu'ganho dc causa á legalidade contra
de 11 de abril d’este anuo, para ser pre­
a revolução, c em consequência d’ella
sente ao seu successor.
vieram presos para o Rio de Janeiro
1798— Toma posse (ia sua diocese, por
alguns dos prineipaes chefes dos revol­ II
procurador, o 5° bispo de Marianna-
tosos, como Theophilo Bencdicto Ottoni.
D. frei Cypriano de S. José ( \ ide a
os Srs. conselheiros Limpo de Abreu e
Ephcmeridò de 25 de julho de 1796).
José Pedro Di is de Cat" alho. o conego
180S—Ordena-se C [ lie e u todas as igrejas
José Antonio Marinho e outros.
das Ordens, que d’aqui em 'diante se pro­
verem, imponha a mez i da conscienci i 1870— Tem tambem esta data o de­
e ordens uma'modica pensão, arbitrada creto concedeudo uma cruz (med. lha) ao
proporcionalmente á lotação d’ellas, que exercito e armada c empregados civis
flca applic ida jiara a fabrica da capella que serviram na guerra do Paraguay
real. igrej i princip.il c cabeça de^ todas (Vide a Ephemcyiãa de 6).
as Ordens. 1873— Fallece no Rio dc Janeiro, de
]ç>25—Tinham-se a 10 de maio do anno liemorrhagia cerebral, o conselheiro Je-
anterior assignado as bases da incorpo­ ronymo Martiniano Figueira de Mello,
ração de .Montevidéu ao Império do ministro aposentado do supremo tribunal
Brizil. Desde então não cessou Buenos- de justiçi, senador jiela provincia do
Ayres de conspirar contra essa união ; Ce irá, escolliido a 27 de abril de 18<0.
ateou-se logo em toda a campanha cis- Nascer.» na cidade de Soltral. n’aquella
platina o incêndio das gucrriliias, ini­ provincia, a 19 de abril de 1809. Foi um
dos primeiros formados na facitkl.ide ju-
ciadas em abril d’esse mesmo anuo por
ridirade Olinda, ern que teve por gon-
D. João Antonio Livalleja com 32 com-
tempor ineos a Eu/.ebio de Queiroz. Na-
panh nros, aos quaes' se reuniu pouco
buco dc Araujo e outros homens poli­
depois Fructuoso Pv''vera com alguma-
tropas. A 11 de junho haviam elles es­ ticos notáveis do paiz.
tabelecido um governo provisorio na Em 1833 era Figueira de Mello pro­
villi de L i Florida c na presente data motor publico da còrte, onde foi quem,
reuniram alli uma assembléa Legislativa (iomo tal, p(7z em execução o codigo do
 !)2
EPIÎEMERIDES NAC10>:AES
])rocesso criminal, sancciomido em 29 cle
novembro do anno anterior.
Em seguida desi)achado juiz de direito
da comarca da I'^ortaleza, na sua pro­
víncia, e mais tai'de secretario da pr -
V- sidencia de Pernarnl)aco durante a admi­
i/ i nistração do a esse tempo barão d,i
Boa ^■ista, foi por essa oceasião incum­
bido de um valioso trabalho estatístico
d’aquella província.
Presidiu em ISld á do Maranhão e,
depois de haver exercido o cargo de juiz
j( i t dos feitos d l fazenda de Pernambuco, foi
ii: .r
JeronymoMiirtini ino despachado chefe de
l)olicia d’essa província durante a. agi­
tada época da revolução de 1818. Em
1851 foi nom.eado desembargador da Re­
lação da dita província.
Desempenhou em 1855 o importante
cargo de chefe de pohcia do município
neutro, e voltando para a sua 2ícovincia,
obteve ser removido para a Relação da
corte, da qual foi nomeado pi-esidente e
onde permaneceu até ser elevado ao su­
premo tribunal de justiça.
' 1*.
DeputadoJ á assem bléa geral em diffe­
rentes legislatui’as, não só pela sua [mo-
vincia como peia de Pernambuco, distin.
guiu-se em diversas questões que.se deba­
teram nopaidamento.
Senador pela província natal, tomou
notável parte nas discussões relativas á
questão religiosa, levantadas no senado
Eoium magisirado integerrimo e como
tal respeitado pelos seus concidadãos.
Deixa trabalhos inéditos, que j^oderão
ajiroveitar á historia nacional contem­
porânea: dos que deu á luz da imjjrensa,
i" 0 de mais vulto e mais importante n’esse
sentido é a sua Chrouica da rébellião
praieira em 18 48 e 1849, publicada cm
1850 no Rio de Janeiro.
AGOSTO—21
1G03— André de Albuquerque é no­
meado por seis an nos capitão-mor da
Parahyba (do Norte), toma posse do cargo
em 1607 e governa até 1612.
hí;i
raw.
S.ffi'f’ i l '
Foi 0 .3° na ordem chronologici. tendo
sido 0 1" de nomeação regia Feliciano
Coelho de Carvalho, que tomára posse
do governo d’essa caiútania em 1595 c a
governara por nove annos. Depois d'este
serviu Francisco de Souza Pereii'a que
foi portanto o 2°, e fora nomeado a 3 de
março de 1600.
1609— Lourenço Peixoto Cirne é no­
meado capitão-mór do Rio Grande do
Norte. Succédé a João Pmdrigues Colaço.
1625— Dão fundo no Lamarão a caju-
tanea hespnnhola em que vinha D. Fra-
dique de Toledo e outros vasos da sua
esquadra, separados dos restantes pelo
máu tempo que encontraram da Bahia
para Pernambuco, gastando n’esse tra-
jecto dezesete dias de péssima viagem.
Só no dia 25 é que suspende ferro toda
a armada em direcção á llespanha, para
onde voltava [Vide essa data).
1656— Mathias de Albuquerque Mara­
nhão toma posse, como capitão-mór, do
governo da Parahyba, e occiqia o 12°
lugar na respectiva serie.
1718—D. Sancho de Faro e Souza, 2°
conde de Vimieiro, chega á Bahia e toma
posse do geral do estado do
Brazil. Foi o seu 38 governador e capi-
tão general.
Succédé a D. Pedro Antonio de No­
ronha, conde de Yill i Verde e marquez
de Angeja, que fora antes governador
da índia.
D. Sancho de Faro pouco tempo exerceu
0 governo, por fallecer no anno seguinte,
a 13 de outubro, depois de curta enfer­
midade : está sepultado na capella-mój.
da igreja da Piedade na Bahia.
Substitue-o um triumvivato composto
do aicebispo D, Sebastião Monteiro da
Vide, do mestre de campo mais antigo
(do terço velho) João de Araujo e Aze­
vedo c do ouvidor geral do crime Caetano
de Brito de Figueiredo, por ausência do
chanccller Luiz de Mello da .. ilva, a quem
competia o lugar (Vide a Ephemeride
de 14 de outubro de 1719).
 EPIIEMERIDES NACIONAES 93

ISOG—Assume o exercic’ o do ca-go de cando aquelles na prisão até apparecerem

vice-rei do Brazil no Rio de Jancii’O o os designados.
S° conde dos Arcos,' D. Marcos de Noro­ « Esta pena, accrescenta Azevedo ^lar-
nha e Britd, que o exerce até 7 de março ques nos seus Apontamentos históricos,
de 1808, vespera da chegada de D. João VI, eíTectivamente se verificou sobre alguns
principe regente. Foi o 10“ e o ultimo paulistas, como se vê do livro G2 de re­
dos vice-reis. gistro de oííicios, capa de pergaminho,
Succédé a D. Fernando José' de Por cxi'stente na Secretaria do Governo de
tugal, que falleceu a 21 de janeiro de 1817 S. Paulo. »
marquez de Aguiar {Vide essa data). 1786—Toma posse do governo da sua I? 'I
1S34_ Promulgação solemne da re­ diocese o 11° bisjio de Pernambuco,
forma da Constituição do Imperio, co­ I). frei Diogo de Jesus Jardim, natural
nhecida pelo titulo de Acto Addicional, de Sab irá, em Minas Geraes.
e pela quai foram creadas as assembléas Foi apresentado a 11 de maio de 1781
provinci^aes. JÍ sancçào d’esta lei tera a e depois de confirmado, de receber a sa­
data de 13 do mesmo mez o anno. gração e de ter tomado posse do seu
1811— O presidente da pi-ovincia da cargo, chegou á diocese no 1" de de­
Parahyba do Norte, Pedro Rodrigues zembro do dito anno de 1786. Adminis­
Fernandes Chaves, depois barão de Qua- trou-a até voltar para Li-boa a 16 do
raim e senatlor do imperio escapa a uma maio de 1793 com faculdade regia. Tres
emboscada, na qual lhe dispararam très dias depois da sua chegada áquelia cOrte
1
tiros, ficando comtudo levemente ferido. foi eleito successor d i mitra de Eivas, e
i860—A columna de cavallaria argen­ alli veiu fallecor a 30 de maio de 1796.
tina, commandada pelo general llornos^ Este prelado foi bemfazejo, caritati\o
derrota uma força paraguaya em Jagua- c generoso t deu avultadas esmolas aos
í'ete'-Corá. matando-lhe 83 liomens, aprisio- expostos e lazaros e fez doações á Sé, á
nando-lhe 382 e tomando-lhe uma ban­ igreja de S. Pedro cm Olinda e ao Reco-
deira ( Carriioanha do Paraguay). Ihiinento de freiras. Tendo havido (A. Q
1878— Fallece em Minas Geraes o se. Lima e lioteiro dos Bispados) na capi­
nador por aquella província Manuel 3’ei- tania uma grande secea no anno de 1 /92
e pedindü-se-lhe licença para uma pro­
xeira de -ouza, barao de Camargos,
escolhido a 25 de Abril de 1860 e que cissão de penitencia, negou-a o prelado,
dizendo que a verdadeira penitencia con­
tomara assento no senado a 28 de maio
sistia na emenda da vida e reforma
do mesmo anno.
Fora (leputado á asscmblea geral em dos costumes, ordenando ao mesmo tempo
que nas missas se dissesse a oração ad
très legislaturas.
petendam pluviam o se fizessem preces
AGOSTO- .00 publicas.
1IT
3805— Reprehensão regia ao ex-gover­
17(37— Ordem do capitão-g.meral de
nador da capitania do Piauhy D. Joao
S. Paulo. D. Luiz Antonio de Souza
de Amorim Pereira, por ter procedido
Botelho IMourào, aos capitaes-mores de
contra o governador interino tenente-co­
todas as povoações da capitania, desig­
ronel Francisco Diogo de Moraes (Do lv,e-
nando 0 numero de homens que deveriam
gisto do expediente que baixou da real
ser avisados para marcharem na segunda
assignatura pola Secretaria de Estado.
expedição do Iguatemy, e impondo pena
de prisão aos paes, mulheres e filhos dos iJ / 6 - 5 . )
1817— Creação da alfandega da villa
designados, si no dia aprazado não com­
da Parnahyba, na capitania do Piauhy.
parecessem os que deviam marchar, íi
 A’I y< I, ■V Í-./ (/
■J'l'“)- • t-'
■'. • ■ ■■(■'

Hk ' m 'Ji ÉPHEMÜRIDES NACIONAES

]83i? Decreto da Regencia do Impe; o

mdr Diogo de Campos Moreno, e devia
concedendo amnistia para todos os crimes
politicos. receber no Rio Grande do Noj-te a sen
companheiro dc expedição Jeronj'mo de
Ji-sta medida, ditada especialmentc pela
Albuquerque, capitao-mdr da ’empreza.
face que tinh un tomado as rev'.dtas, não
la ella munida de cjuanto parecia po'
sü do xMaranhão, iniciada pela sedição
der-se pi’ecisar, Faziam, alem d’isso,parte
de Kaymiindo Gomes em dezembro do
do seu pessoal frei Cosine de Damião,
anno anterior, como do Rio Grande do
que havia sido guardião "do co.n"ento da
Sul, capitaneada por David Canavarro,
Parahyba, e frei Manuel da Piedade, na­
dominadas ambas, esta pelo mareclial
tural (Je Pernambuco, de'famil a nobre,
Andi-ca, barão de Caeapava, e aquella
theologn e gr mde sabedor da lingua
pelo coronel Luiz Alves de Lima,posterior­
tupy. Foram tambem embarcados n’ella
mente duque de Caxias; estamedidi, como voluntários, ale'in de outros, o en­
diziamos, foi de um immenso alcance po.
genheiro do Estado do Brazil Praneisco
litico, porque era a unica que podcida
de Frias, que com grande louvpr tinha
suspender a lucta Iratricida, sem o lugu­
acabado a fortaleza da Lagem (barra) do
bre apparato das execuções legaes, que
Pv-p-cife, e 0 capitão Gregorio Fragoso de
não conseguem senão mediocremente e Albuquerque.
hU pela força o que suavemente obtem a cle­
Compunham o pessoal da expedição
mência, que procura esquecer as offensas,
quatro companhi .s de 6Ü sold idos cada
a Com esta medida, dextramente mane­ um i C\ ide a ephemeride de 25).
jada pelo coronel Luiz Alves de Lima,
16,>6 Confirma o governo dos Estados
- ;i conseguiu elle pm- ter.-rio áquella lucta no
Geracs da llollanda a nomeação de João
principio do anno de 1811. DesCarte con­
Mauricio, cohde de Nassau-Siegen para
cluiu a sublevação do Maranhão (que
governador-geral do Brazil hollandez,
durou mais de dois annos) pela api-esen-
feita no dia 4 pela Com|)anIiia das Indias
tação de alguns chefes e prisão de outros, Occidentaes.
•; -I rpie forão íifialmente confinados para
— Primeiro combate entre as forças do
diversas provincias por ordem do go­
commando do D. Antonio Fehppe'Cama­
verno {Abreu e Lima). » °
rão e as do general hollandez Christo-
1S2G—Toma assento no senado Affonso vam Artichofsky.
de Albuquerque Maranhão como repre­
sentante da província do Rio Grande do Tendo os hollandezes sabido no Recife
da chegada a Goyana do valente cabo
Nort'\ nomeado pelo 1° imperador a 19
de abril do mesmo anno (Vide a epheme- dos Índios e da tomada do reducto e morte
’ •; 1' rule de 10 de julho de 1836 , segundo o do seu commandante (Vide a ephcm. de
9 de junho), o Conselho Político apres.
Mappa necrolopico publicado no tomo
.Í ’•?' XXIX (1866) das revistas do Instituto, sou-se em mandar-llie ao encontro o seu
melhoz' general com mil homens de tropa.
ou a 2t de janeiro, como ficou dito na
alludida epthemerida e vem na relação Camarao, que dü-so leve aviso, foi espe-
dada pelo Almanak Laemmert para o ral-os cm caminho e oífere-eu-Ihes tal
anno de 1880. 1‘esistencia que, tendo-se combatido até
ao cahir da noite, por nenhum dos lados
ÁÜOSTO- se decidiu a victoiãa.
IT' 1747 — Cai'ta régia confirmando na
1611— Faz-se de vela do porto do Re­ pessoa dc Martim Cori‘éa de Sá, visconde
cife a esquadrilha da conquisfa do Ma- de Asscca, a doação da capitania da Pa­
ranhao, occupado pejos francezes de La rahyba do Sul (Campos dos Goytacazes), ,
Rayai dière : coniipandava'a o sargentC" feita a seu pae. Em virtude d’essa con-

, k / ■' ■,’ A ^
L' «'..A
firmação, foi no anno seguinte tomar
posse d’aquella capitania o tenente co­
ronel Martim Corrêa de Sá, procurador
do donatario.
O povo, porém, de S. Salvador de
Campos dos Goytacazes, cabeça da
donataria, iridtado já contra a fami-
li I do visconde por causa de vexames
que soífrera desde o tempo do primeiro
donatario, oppoz-se á posse do procu­
rador, e cercando cm tropel o pa .odo
senad) da camara, prendeu o juiz ordi­
nário e os vereadores e os obrigou a em.
b ircar para <i Bahia ; atacou também a
casa do capitão-mor (Antonio T-ixeira
Nunes), prendeu-o, depois de muitas
mortes, e procedeu á eleição de novos
oíliciaes da camara (vereadores). Isso foi,
como se disse, no anno de 17iS, e n’esse
mo:im tomaram activa parte tinto ho­
mens como mulheres, ao dizer dos chro-
nistas.
cc Na acção do levanto deo grande
brado huma mulher por nome Benta Pe­
reira, que pelejava contra o parado do
Donatario, a qualmontadi a Cavallo com
pistolas nos coldres, e huma espada na
mão fazia desapparecer tudo diante de
si,com huma rezoluçao mais que varonil;
e desde então ficou tão c lebre o seu
nome, que inda hoje hé mui nomeado
[Memória tojiographica e histórica sobre
os Campos dos Goylaca:es por José Car­
neiro da Silva^ depois' visconde de Ara-
ruarna).:»
Referindo-se a essa Iradicção, diz Char
les Poibejmolles no seu Brazil Pittoresco:
a Gosto muito d’esta Clorinda Cam­
pista. Recorda as nossas gaiUez 'S do
tempo de Cesar e as nossas cioandeirt s
da republica. E’ necessário, porém, não
abusar da mulher-heroe. A familia tem
seus deveres, as suas alegrias, os seus
berços, que valem bem a gloria :— e
depois, quem nos faria-os dores ^
« Quando as massas não são guiadas
por uma gr mde idea, as victorias da
praça publica duram pouco : a de Campos
prisões, confiscações e condemn ições.
Tendo-se, entretanto, acoutado os cabeças
da revolt i, a justiça só teve que se haver
com pequenas correcções. Ficou, porem,
um I guarnição militar em Campos e a
auctoridade do visconde de Asscca foi
reconhecida, «
Assim foi com efléito. Em dias de ju­
nho (171S) chegaram á.villa de S. Salva­
dor, por Macahé, tres companhias de fu­
zileiros e granadeiros, mandadas pelo
conde de Bobadella, e d’esta arte se do­
minou a sedição ou levante.
K Depois de tomar posse o procurador'
do donatario, ficár^io alli só 80 liomens
de tropa para conter em socego aquelle
povo inquieto [Abreit e Lima].y>
po voação Porto .-^xlegre.
logar da residência do capitão-generai
governador d i capitania dcS . Pedro do
Rio Grande do Sul, é creada villa cm
consideração ao augmento da sua popu­
lação e á extensão do seu território,
riqueza e commercio. O povo já lhe d iva
an ecipadamente aquelle predicamento.
E’ a pidmeira que o principe regente
D. João VI institue depois da sua che-
gaid.i ao Brazil.
Para perpetuar a memória do gover­
nador José Marcellino do Figueiredo
(Vide a ephcmeride do de abril de 17(5íl)
que fora quem lhe mudár.i o antigo nome
de Porto dos Casaes para o que tem hoje^
recebeu esta povoação o nome de Villa
de S. -lose de-Porto Alegre,
1811— Resolução regia creando a Re­
lação do Maranhão.
1863— Fallece de repente no theatrp
S. João, onde assistia a um espectáculo
como administrador do theatro publico,
na cidade da Bahia, .\grario de Souza
Menezes, natural d’aquell i cidade, ba­
charel cm direito pela faculdade do Re­
cife, e não doutor cm medicina, como es-
 ’ dl.'

•' É í M I'

ftlí iI
T | i;'í 1 1
96 EP1ÎEMERIDES NACIONAES

creve o sr. dr. J. M. de Macedo no supple-

ou como melhor nome tenha, das regiões
'»ncnto (vol, I) ao seu Anixo Bíoqrapliico
I ll’ ' ;
iir ÿ - ■
Nascera Agrário de Menezes a 25 de fe­
vereiro de 1831,
intertropicaes, é citada nos tr.itados de
medicina franceza e fleou consagrada e
acceita na sciencia.
Innocencio da Silva del no seu Diccio- Dos seus escrijMos, tanto proíissionacs
nario bibliograpliico (Snpplemento) uma
como parlamentai’es, tratou devidamente
'5 excellente noticia não só dos traços prin-
0 benemerito Innocencio d i,Silva, no seu
cipaesda siiá vida. mas também das suas
monumental Diccionario.
notáveis e não j)Ouco numerosas obras,
como dramaturgo e jornalista politico. AGOSTO— 21;
Alóm d’ossas compóz o Dr. Agrário, e
1501- A expedição, que a 10 de maio
se publicaram postliumas, os Miseráveis,
pai tira (le Lisboa, sob o commando de
drama de costumes em 5 actos ;que nada
Conçalo Coelho, para continuar o des­
tem de commum com o romance ile V.
cobrimento da terra da Ve. a Cruz feito
líiigo de idêntico titulo), e Bartholomeu
j)Or Pedro Alvares Cabral, e fora a
de Gusmão, drama historico em 3 actos.
primeira que com esse determinado fim
Conservam-se inéditas O retraio do rei,
mandara a estas costas el-rei D. Manuel,
comedia em o actos. O dia da 1>idepe>i-
depois de escapa dos azares da navegação
dençia, drama em 6 .actos. Oprincipe d,o
e de f irmidavel tempestade, fundeia a 16
Brazil, comedia em 3 actos, Os contri­
de agosto á pouca distancia de um cabo
buintes :comedia). O voto livre, q Uma festa
ejue denominaram de S. Roque, por ser
do Bomfim (farças), composições que fo­
d esse nome o santo que a egreja com­
ram levadas á scena com favoravel aco-
mémora n’este dia, costume seguido pe­
Ibimento publico.
los antigos descobiddores e navegantes
D cilas trata detidamente e com a re poi'tuguozes.
I ' conhecida jiroflciencia o Sr. Alfredo do
Preparava se a expedição na presente
Valle Cabral no artigo bibliographico
data para levantar ancora e seguir o
que consagra á memória d’aquelle seu
rumo do sul, que levava, quando uin
illustre comprovinciano no Globo (Rio
grande numero deindigenas sé apresenta
de Janeiro) de 30 de outubro de 1876.
na pi aia. Manda Gonçalo Coelho um dos
lS/8— Fallcce no Rio de Janeiro o con­ seus homens mais robustos á terra a ter
selheiro José Martins da Cruz .Jobim, com elles e indagar do destino dc dois
senador pela provincia do Espirito Santo, outros C[ue desde o dia 17 se csj)eravam
escolhido a 1 de uiaio de 1851 e que to­ debalde. Grande porção de mullieres o
rnara assento no dia 6. Nascera na cidade cerca e examina com curiosidade ; n’isto
do Rio Pardo, provincia do Rio Grande uma, que vem ^lor detraz sem ser presen-
do Sul. a 26 de fevei-eiro de 1802. tida, descarrega-lhe uma tremenda cace­
M - '-: : Jí' Era bacharel em sciencias pliysicas e tada, que 0 prostra por terra: no mesmo
á í l ' ’ ':, :• doutor em medicina pela faculdade de instante as demais o agarram pelos pés c
I ' »1; I ■/. ''
W V; ,! í ■ Pariz, ondese doutorara cm 1828, c fora braços e levam-no ao som de immensa vo-
lente de medicina legal na do Rio, de Ja­ zeria para um pequeno monte vizinho. O
||Í-I ■ I ? neiro por espaço de 22 annos, de 1833 a
li; ■■‘i; 1855, director da mesma' faculdade desde
1811, medico da imperial ca.mara desde
pobre marinheiro, reduzido a postas, era
em breve assado á vista dos da armada.
Ao mesmo tempo intentam os indios ata­
1831, etc.
car os dos navios, e tel os-iam segura­
Gozài'a 0 dr. .Jobim do uma certa re­

|'l
!S f;i''| fi' mente to;uado, a não dispararem elles
putação ouro.péa, e a design ição áahyp- quatro tiros de canhão com metralha,
^oemia, por elle dada á chlovo-anemia^ que os íizeram dispersai".
(I?! ' á
fel *
 EPHEMERIDES NACIONAES
0 conimandante ordena immediata-
mcnteque a armada se faça de vela e deixe
a costa inhosiDitaleira, obstanclo assim á
pretenção de vingança que dos selvagens
estavam dispostos a tomar quarenta ho­
mens da sua equipagem (V. as E phe.me-
RiDES de 28 de agosto de 1501 c de 7 de
setembro de 1502j.
1551—Partem da villa de S. Vicente os
jesuitas Pedro Corrêa e João de Souza
^padres) e o leigo Fabiano, para a missão
de catechese dos indígenas das tribus
Tupis e Carijós em Canane'a, e são alli
assassinados por aquelles indigenas, de
combinação com um castelhano que vo­
tara odio aos padres, que entretanto o
salvaram das garras dos indios.
Pedro Corrêa, natural de Portugal, no­
bre de geração (no dizer de Simão de Vas-
concellos. Chronica), passando-se para o
Çrazil, tornara-se um dos mais poderosos
e ricos liabitadores de S. Vicente e dos
mais famosos conquistadores, diremos
antes caçadores de indios. Mudara depois
de vida. por influencia do padre Leonardo
Nunes,e tomára a roupeta da companhia
de Jesus, fazendo então cm prol dos in­
dígenas, que antes pei’seguira, todo o bem
que poude, atrave's dos maiores perigos
e sacrifícios. José de Anchieta em mais
de uma das suas cartas falia de Pedro
Corrêa com muitos elogios.
1636 — Segundo combate entre as
forças de D. Antonio Felippe Camarão
e as do general hollandez Artichofsky.
Depois de quatro horas de rude pelejar­
de uma parte e da outra, mostrando-se
os índios de Camarão tão dextros no ma­
nejo das armas de fogo como os euro­
peus, mandou Artichofsky cessar o com­
bate, e retirou-sc para a povoação de
S. Lourenço da Matta, caminho do Pwccife,
por ver que não levava vantagem sobre
os nossos, e Camarão tornou para o
redueto de Goyana, por clle tomado aos
hollandezes a 9 de junho.
1737— Henrique I aüz Freire de An-
diada, irmão do conde dc Bobadella, toma
Ü7
posée do governo da capitania de Per­
nambuco.
Foi 0 25“ na ordem chronologica e
xerceu o „a rgo até 25 de janeiro de
17-16, em qué é rendido por D. Marcos de
Noronha, 6“ conde dos Arcos.
No tempo do seu governo fizex’am-se
as pontes do Recife, da Boa Vista c dos
Afogados e pela primeira vez foram leva­
dos á forca alguns criminosos de morte.
Rehavida a ilha do Fernando de Noronha
do poder dos francezes, mandou este go­
vernador presidial-a com tropa, e em 1711
fizeram-se fortificações nella, afim de
impedir o contrabando com os estran­
geiros.
Pela carta regia de 21 de setembro
de 1700 pertence esta ilha á jurisdicção
de Pernambuco, e para ella iam, como
ainda hoje, os criminosos sentenciados a
degredo.
1789—Incendeia-se o recolhimento do
Nossa Senhora do Parto no Rio dc Ja­
neiro.
Fundado pelo bispo D. frei Antonio do
Desterro (em 1712 foi collocada a sua
pedra fundamental) para mulheres não
virgens, que quizessem mudar de vida e
costumes, abandonando o mundo, arrui­
nara-se em breves annos por causa da sua
má construcção. Em 1787 reparou-o do
todo 0 benemerito vice-rei Luiz de Vas-
concellos e Souza. Ainda se trabalhava
no seu interior quando se deu o incêndio,
que devoraria igualmente o templo que
lhe fica contiguo, a não o atalharem as
pi’omptas providencias dadas pelo vice-rei.
No curto espaço de 3 mezes e 11 dias
estava todo o edifício reparado, e a S de
dezembro d’estc mesmo anno voltavam
as recolhidas ao seu asylo. Na sacristia
da sua igreja viam-se ainda ha poucos
annos dous quadros de José Leandro, re­
presentando um d’elles o incêndio com
todos os seus horrores e outro o edificio
já reparado. Esses quadros, que foram
retocados, acham-se hoje (1880) em um
salão por traz do còro, onde não estão
7

98
EPHEMERIDES NACION^ES
ilil■ s| ri '
sujeitos? á humidade, como na sacnsíia.
Do primeiro d elles deu uma interessante
^Sl, 5 ; t
e fiel reducção o Ostensor Brasileiro.
Jornal Literário e Piotoral (Rio de Ja­
neiro, tom. I, 1845—1846).
Extincto o recolhimento em 1812. ser­
viu 0 edificio de enfermaria á ordem ter­
ceira do Carmo ; serve ultimamente de
secretaria geral da instrucção publica do
municipio neutro e em algpmas de suas
salas do pavimento terreo funcciona o
Instituto vaccinico.
1819 O capitao general Eernardo da
Silveira Pinto da Fonseca, quadragésimo
,■í
nono e ultimo governador da capitania
do Maranhão, toma posse do seu cargo.
Succede n elle a Paulo José da Silva Giama
0 excrce-o até 6 de abril de 1821. em que,
o substitue uma junta provisória, que é
também substituida por outra presidida
pelo bispo diocesano D. frei Joaquim de
Nossa Senhora de Nazareth.
1863—Fallece ás 6 horas e 20 minutos
)■í
da manhã, na rua denominada hcjc do
Senador Verr/ueiro, o grande actor na­
cional João Caetano dos Santos. O seu
I ; cadaver,graciosamente embalsamado pelo
Sr. Dr. Costa Ferraz, foi- á noite transfe­
rido para a rua do Lavradio, casa então
n. 36, e d’ahi levado no dia seguinte para
o cemiterio de S. F'rancisco de Paula,
onde jaz.
Contava o Talma brazileiro pouco mais
de 55 annos de idade, pois nascera (no Pio
de Janeiro) a 27 de janeiro de 1808. O Sr*
Dr, Moreira de Azevedo, na biographia
do artista, que publicou na revista do
Instituto Historico (tomo XXXIIf, 1870),
Uil
declara-o nascido nesse dia. No perfil
biographico do grande actor nacional,
publicado com o seu retrato pelo Sr. Felix
Ferreira no Guarany (Rio de Janeiro,
- ;'■! íií 1871), também vem consignada essa data.
, I 'ii,;, í O Sr. Dr. J. M. de Macedo, porém, no seu
Anno biographico, diz positivamente,
não sabemos com que fundamento, que
Jpâo Caetano dos Santos nascera a 2 4
de cthrilt
! ■. •
Î’
As datas que aqui damos, tanto do nas­
cimento como do obito do eminente ar­
tista, foram por nós authenticadas na
sua propria campa em Catumby.
Referindo-se ao seu fallecimento, diz o
Correio Mercantil áo dia 25:
« Na historia do theatro brazileiro fi­
gurará no primeiro lugar o nome do
actor Juão Caetano. A natureza o dotára
com mão pródiga ; dera-lhe tudo quanto
pode ambicionar um artista dramatico.
Foi talvez um mal tanta riqueza; o ar­
tista confiou demasiado em seus dotes e
não quiz ou, quem sabe ? não poude es­
tudar quanto devera.
« Sc algum dia entre nós as questões
de arte merecerem attenção. a figura de
João Caetano dos Santos dará assumpto
para larga e interessante analyse. »
AGOSTO—25
1614—A expedição de Diogo de Campos
Moreno, que ia á conquista do Maranhão,
chega ao porto dos Búzios, de onde o
capitão-mór Diogo Moreno expede o ca-
ravelão do almoxarife para que fosse ao
Rio Grande do Norte dar aviso da sua
ida a Jeronymo de Albuquerque (Vide a
Ephemeride de 26).
1625—Todos os navios da esquadra de
D. Fradique de Toledo, que no dia 21
chegaram a Pernambuco, suspendem an­
cora do Lamarão com destino á Hes-
panha (Vide a ephem. de 31 de julho).
O regresso d’essa armada para a Europa
foi tormentosissimo. Terriveis e repeti­
das tempestades dispersar un-na toda.
Tres embarcações hespanholas e nove
portuguezas foram a pique, salvando-se
apenas do seu pessoal um frade trinita-
rio. que foi apanhado depois de ter boia­
do dous dias agarrado a uma prancha.
A almiranta foi ter á ilha de S. Jorge
em tal estado,que se afundou apenas aban­
donada pela tripolação. Duas outras fo­
ram capturadas por uma esquadra hol-
landeza. O galeão em que ia D. João de
Orellana teve uma sorte singular. Depois
 EPIIEMERIDES NACI0NAE3

(le haver dado combate, ajudado por ou­ terrupção das relações da corte portu-
tro, a uíiia nau hollandeza que vinha da gueza com a Santa Sé, interrupção qne
Costa d’Africa e de a ter capturado, cahi- durava havia dez annos, e que. portanto,
ram os vencedores com tanta gana sobre se reate communicação com a côrte de
os despojos dos vencidos, que elles tive­ . Roma para todos os negocios da compe­
ram modo de atacar fogo ao navio e este, tência da dita Meza, salvas as leis, os
que estava atracado, ardeu todo e com louváveis costumes e\os privilégios dos
elle 0 seu vencedor ! Da armada portu- reinos ; ordena se outrosim que se abra o
gueza, composta de 2G navios quando despacho da Nunciatura, ficando sus­
sahirado Tejo, só voltou um, o do seu ge­ pensos os decretos de 4 de Agosto de
neral D. Manuel de Menezes, que n'elle ia. 1760, pelos quaes se havia interrompido
16õi—São de novo reunidas em um só toda a communicação com a mencionda
governo as capitanias do Maranlião e corte.
Pará e é nomeado para as governar, com 1791—Nasce na cidade do Rio de Ja­
a patente de governador e capitão ge. neiro 0 Dr. Joaquim José da Silva, um
neral, André Vidal de Negreiros, um dos dos mais consumados práticos do Brazil
lieróes na guerra brazilica contra o do- e lente de pathologia interna da Facul­
minio hollandez. A cidade de S. Luiz do dade de Medicina da Côrte (Vide a iíp/íem,
Maranhão ficou sendo cabeça de governo de 30 de setembro de 1857).
dos dois Estados até 1753, ejm que foi 1803—Nasce na cidade do Rio de Ja­
transferida para o Pará. neiro 0 duque de Caxias. Luiz Alves de
1710—Francisco Duarte de VasconcelJos Lima e Silva, senador pela provincia do
toma posse do governo da capitania do Rio Grande do Sul,
Ceará. E’ o 21“ na ordem dos seus gover­ Assentou praça a 22 de novembro de
nadores e exerce este cargo até 8 de Ou­ 1808, tendo 5 annos de idade; a 12 de ou"
tubro de 1713, em que o rende o capítão- tubro de 1818 era alferes ; tenente a 2 de I J
mór Placido de Azevedo Falcão. janeiro de 1821, com antiguidade de 4 de
1733—0 conde de Sarzedas, capitão" novembro de 1820 ; foi promovido a capi­
general de S. Paulo, remette para o reino tão a 22 de janeiro de 1824, a major a 2
o producto do quinto do ouro das minas de dezembro de 1828, com antignidade de
de Goyaz e Cuyabá, pertencente ao anno 12 de outubro do mesmo anno ; elevado
anterior, importando em 1,908 marcog ao posto de tenente-coronel a 12 de se­
em barra e 2:452g600 em moeda, exce­ tembro de 1837, ao de coronel a 2 de de_
dendo tudo ao peso de très arrobas. N’esta zembro de 1839, ao de brigadeiro a 18 de
conta entrou uma folheta de 90 marcos julho de 1841. Era marechal de campo
(45 libras) achada nas minas de Goyaz^ graduado a 30 de julho de 1842, e mare­
no sitio chamado Maranhão. chal effeciivo a 23 de março de 1815.
N’este anno o sorocabano Gabriel An­ Passou a tenente-general a 3 de março
tunes Maciel parte para Cuyabá, á frente de 1852, a marechal de exercito graduado
de uma forte expedição, contra os indi- a 2 de dezembro de 1862 e á eííectividade
genas Payaguás e derrota-os. d’este posto a 13 de outubro de I860.
Ainda ifòste anno alguns paulistas Foi successivamente barão, conde, mar-
estabelecem-se na margem septentrional quez e duque de Caxias, sendo-lhe confe­
do rio Jacuhy e fundam as povoações da rido este ultimo'titulo, unico no Império,
Cachoeira do Rio-Pardo. pelos relevantes serviços que prestára em
1770 — Pqr decretct d’el-rei D. José, um dos mais erpbaraçosos períodos da
expedido n’esta data á Meza do Desem­ guerra do Paraguay, e o primeiro pela
bargo do Paço, ordena-se que cesso a in­ activa parte que tomára, em 1839, na
f >

100 EPHEMERIDES NACIONAES

T O fif
b Í.Ç! 5: l)acificação da proviiicia do Maranhão, e Castro, depois conde de Cavalleiros,
• V T ' t revolucionada desde dezembro do anno para oceorrer ás despezas com o novo

MUI .'Í. ■ Í U;
anterior pela sedição de Raymundo lazareto que aquelle governador também
Gomes. creára, obrigando ao pagamento de 20
Foi por mais de uma vez ministro da réis por alqueire de farinha de mandioca,
f e i . : :;■ corôa. Durante a viagem que o imperador milho, arroz ou feijão, que se recolhesse
fez pela segunda vez á Europa, ficára o ao dito celleiro, «fonte de males para os
Í '" duque de Caxias presidindo o ministerig cultivadores de taes generös».
que, com a princeza-regente, se conser­ 1822—Entrada solemne do principe re-
vou á testa da administração publica, e
■gente, depois imperador D. Pedro I, na
que foi substituido pelo organisado a
capital da provincia de S. Paulo. Cessam
5 de janeiro de 1878, sob a presidência
n’esse dia as funeções do Governo pro-
do Sr. senador conselheiro João Lins
visorio eleito pelo povo e tropa a 23 de
Vieira Cansanção de Sinimbu.
junho do anno anterior (Viã(f essa data).
O duque de Caxias em todo o decurso da
1826—Decreto imperial concedendo á
sua longa carreira, como militar, prestou
cidade da Bahia o titulo de Leal e vale-
o seu braço e o seu concurso para manter
rosa, emmemorix dos brilhantes feitos
a integridade do império de que seu pae
que a tem-illustrado.
fòra regente; onde quer que a monar-
chia correu o risco de se perder, expoz 1831—A assembléa geral legislativa
a sua vida, pondo na balança dos acon­ prohibe que voltem á provincia de Per­
1'!; If j ■ tecimentos 0 seu valor civico, a sua de­ nambuco os frades carmelitas descalços,
ii i ' S i i dicação pessoal, a sua espada (Vide a denominados Therezios, expulsos como
Ephemeriãe de 7 de maio de 1880). suspeitos de infensos á independencia
j|l(T
Todos os impoi’tantes actos da sua vida nacional, e converte o seu convento e
estão largamente narrados, com irre* igreja em casa pia para recolhimento
t,.' I ■ e educação de orphãos, destinando as
cusavel fidelidade histórica, pelo Sr, mon­
rendas dos bens dos' ex-congregados de
senhor Joaquim Pinto de Campos, na
S. Felippe Nery á sua manutenção.
biographia que escreveu d’este grande
cidadão. 1872—Fallece na còrte o conselheii'o
1813 — Creação do- juizo de fora, doCândido Borges Monteiro, visconde de
civcl, crime e orphãos cm Villa-Bella, Itaúna, senador pela provincia do Rio
cabeça da comarca da capitania de Matto- de Janeiro, escolhido a 2à de abril de
Grosso. 1857, e que tomara assento no senado a
E’ também graduado o logar de ouvidor 1 de maio de 1859.
da mesma comarca com o predicamento Era doutor em medicina e lente jubi­
de primeiro banco, com beca e posse na lado da cadeira de operações, anatomia
cidade da Bahia, podendo ser para elle topographica e apparelhos na faculdade
« • > 1' I ■/ > ' . • nomeados bacharéis que sd tenham servido medica da corte, depois de mais de 25
primeiras, entrancias, com o ordenado de annos de exercicio do magistério.
.. I ires mil crusados, ale'm dos emolumentos Nascera em 1812, a 12 de outubro, na
já estabelecidos. cidade do Rio de Janeii-o.
i >11 . 1817—Approvação re'gia da creação do Acompanhou o imperador não só como
r. ii' '■ celleiro publico na cidade da Bahia, co­ amigo, mas como medico, na sua pri­
nhecido pelo nome de Tulhas. meira viagem ú Europa, de onde tinha
Monopolio, unico em seu genero exis­ voltado pouco antes. Em abril de 1872
tente no Brazil, fôra fundado pelo ca­ encarregara-se da pasta dos negocios da
pitão-general D, Rodrigo José de Menezes agricultura, commercio o obras publicas,

,C K
 EPHEMEPJDES NACIONAES
cargo que exercia quando adoeceu da
moléstia de que vein a fallecer.
1S78—Victima de apoplexia cerebral,
succumbe na capital de Minas Geraes
o bacharel em direito João Salome
Queiroga, pouco ^antes nomeado desem­
bargador para a Relação do Recife.
Nunca publicára colleccionadas as mui­
tas poesias que compuzera e de que tra­
taram com elogio diíTerentes periódicos
do Império, como a Actualidacle áíi. còrte,
0 Rccreador, Diário e Liberal (de Ouro
Preto), 0 Jequitinhonha (da Diamantina)
e 0 Sr. Dr. J. M. Vaz Pinto Coelho, no
seu recente escripto áccrca da poesia po-
]Hilar brazileira, até que se i’esolveu por
suggestões de amidos a dal-as em volume.
Temos, pois, deSaloméQueirogao volume
que intitulou Canhenho de poesias brazi-
leiras, publicado em 1870 na typographia
universal de Laem'mert, com o retrato
do auctor, e Arremedos—Lendas e can­
tigas popiclares, publicado em 1873 pela
typographia Perseverança, Rio de Ja­
neiro.
São versos desprctenciosos, escriptos
sob a inspiração do momento e de cunho
inteiramente nacional.
AGOSTO— 26
1591—Emquanto procuravam os por-
tuguezes os vcstigios das famosas minas
de prata de Roberio Dias, que nunca até
hoje se descobriram, um pirata inglez,
Thomaz Cavendish, sahia do Tamisa para
vir exercer depredações nas costas do
Brazil, cuja natural riqueza tinlia aos
olhos de muitos paizes da Europa tomado
proporções fabulosas.
Este famoso aventureiro esbanjara o
património da sua casa e lembrara-se de
0 refazer no Brazil. Para esse fim sae na
presente data ao mar com tres embar­
cações de alto bordo o duas galeras,
tudo muito bem tripulado. Chegando n al­
tura da capitania de S. Vicente destaca
dois dos seus navios para se apoderarem
101
da villa de Santos e fazerem provimento
(Vide a Ephemeride Ac. 25 de dezembro).
Já n’uma primeira viagem que fizera
Cavendish á roda do mundo, commettôra
com a sua gente taes atrocidades, que ma­
cularam por muito tempo o caracter do ■1 g■,;Ih
povo inglez no conceito das demais na­
ções do globo.
16Pl_jeronymo de Albuquerque, chefe
da expedição contra os francezes que
oceupavam o Maranhão, vem por terra
esperar Diogo de Campos Moreno, seu
companheiro de empreza, no porto dos
Búzios. E ahi, de accòrdo com Moreno,
manda que as caraveilas e caravellões
entrem no porto do Rio Grande do Norte
na maré da tarde, e os navios redondos
no outro dia, o que tudo se fez.
1G42—Antonio Telles da Silva toma
posse do governo do Estado do Brazil
na cidade de S. Salvador da Bahia.
Foi 0 seu decimo nono governador e
capitão-general e exerceu esse cargo poi
quatro annos, tres mezes e vinte e sete
dias, passando-0 em 22 de dezembro de
1617 ao seu successor, o conde de \illa
Pouca de Aguiar, Antonio Telles de Me-
I16Z6S •
P748—Pela bulia d’esta data Quod ex-
pensis omnium, passada a instancias d®
rei D. João V, concede o papa Bene-
dicto XIV aos sacerdotes portuguezes,
tanto regulares como seculares, a facul­
dade de dizerem tres missas no dia de
finados, em vez de uma, como diziam
até então.
1802_A grande distancia que mediava
entre a villa de S. Salvador, hoje cidade
de Campos dos Goytacazes, e a freguezia
de Nossa Senhora do Desterro de Quis-
samã, a de Nossa Senhora das Neves,
ambas hoje do districto de Macahé (pro­
vinda do Rio de Janeiro), e a de Sa,nta
Rita, de Campos, fez com que o bispo
diocesano D. José Joaquim Justiniano
Mascarenhas Castello-Branco erigisse a
de Quissamã em cabeça de comarca ecck-
siastica, tendo debaixo da suajurisdidçao
 : í' I r.

i>■ ■ ff •, r
102 EPHEMERIDES NAOIONAIi:S
' T 'í / 1?,
■^,.<S . ■

a das Neves. Foi seu primeiro parocho o

li 11 - posse do seu cargo c exerce-o até ser
padre José Antonio de Souza, que tomou
1endido por .João \ela.sco de Molina'em
na presente data posse do seu cargo. Em 20 de julho de 1698.
1812 passou essa freguezia íC pertencer a Foi 0 seu -15° governador.
S. João de'Macalie, então novaraente
creada e logo erigida em cabeça de co­ Nasce n este anno em Santos, não nos
marca.
consta em que mez e dia, frei Patricio
i1 -Aproveitamos o ensejo pai-a aqui con­ de Santa Maria, franciseano, irmão de
i ' ' '. í f;» signarmos que a vaccina foi pela primeira Bartholomeu Lourenço e de Alexandre
r’:‘ vez propagada em Campos no anno de de Gusmão. Estudou na Italia, formah-
1805, pelos esforços e diligencias do.co- do-se em Pisa: viajára a Asia, estivera
ronel Joaquim Vicente dos Reis.
em Jerusalém e escreveu as seguintes
1813 Por ausência do Marquez de Ale. obias (em latim), citadas no Summario
V, ;■ grete, governador e capitão-general da
I , ■) da Bibliotheca Lusitana (tomo I II );—
capitania de S. Paulo, que se retirara «Mel de petra S. S. Sepujcliri D. nostri,
para o Rio de Janeiro com licença regia, etc., Lisboa, 1742.—Elenchus Cteremoni ir.
fica encarregado interina mente da ad­ Terrae Sanctee, Lisboa, 1754.»
ministração civil da capitania um trium-
virato. composto do bispo diocesano
D. Matheus de Abreu Pereira, do ouvidor 1735— Fallece na sua diocese, aos 65
annos do idade e 10 de episcopado, o 6’
da comarca D. Nuno Eugenio de Lossio
arcebispo da Bahia, primaz do Brazil,
' i I ! Seilbtz e do intendente de marinha de
D. Luiz Alvares de Figueiredo, natural
Santos Miguel de Oliveira Pinto.
de Portugal. A data da sua morte foi ve­
O marquez de Alegrete não voltou a
rificada pelo auctor do Roteiro dos Bis­
S. Paulo, por ser transferido para o Rio
pados no respectivo assentamento e por
Grande do Sul em 18M (Vide a Ephe-
nós em manuscriptos existentes na Bi-
meride de 1 de novembro de 1811),
bliotheca Nacional. Entretanto, o letreiro
1819—Creação do logar de juiz de féra
da sua campa o dá fallecido a 28, como
de Oeiras, então capital do Piauhy, e do
teve oceasião de observar o Sr. A. do
juizo de féra do civel, crime e orphãos
\alie Cabral. Abreu e Lima, Accioli c o
das villas da provincia do Rio Grande do
conego lldefonso o dão fallecido a 19.
Sul, Rio Pardo e S. José da Cachoeira,
D. Luiz Alvares era bispo coadjuetor
em attenção ao progressivo augmento da
sua população e riqueza. do arcebispado de Braga e bispo titular
de Uranópolis, quando foi eleito em 1725
1875^Inauguração da estrada de ferro
metropolita do Brazil, Chegou á Bahia
de Campinas a Mogy-mirim (S. Pauío).
n’esse mesmo anno e tomou posse do seu
No dia 25 tinham o imperador e/a im­
peratriz visitado a primeira d’ess^s cida. cargo a 17 de setembro, segundo o vis­
4; ,
conde de Porto Seguro.
des, na excursão que faziam, á provincia
desde 0 dia 17. Jaz na capella de S. José da Sé cathe­
:»- : : ■-í. : No dia 20 visitaram SS. MM. a cidadg dral, como pedira em testamento.
» / Í > ‘/' í ; 'f

de Sorpoaba; a 21 vão á fabric/i de ferro Foi em virtude de representação d’oste

É ií.' , r.
de S. João de Ypanema; e a 23 ás cida. prelado que se expedira pelo Concelho ul­
? i'.l 'W-ií ■ • v' ■ I
des de Jundiahy e dc Itú. tramarino a provisão de 19 de setembro
de 1732, que pro."ogou por mais dez annos
--/ri r X

M; AGOSTO—27 a prestação annual de urn conto de réis

para as obras da cathedral da Bahia, e
l i ' 4 1090— Hilário de Souza de .\zevedo, duzentos mil réis para a respectiva fa­
capitão-mór da capitania do Pará, toma brica.

i l V " -;-
 EPHEMERIDES NAOIONAES 103

1795— Nasce na cidade de Ouro Preto mémbrado do do Rio de Janeiro. Por

Bernardo Pereira de Vasconcellos, a bulla do pontifice Pio IX Ad oves p is-
quem o partido liberal no Brazil deveu cendas, de 17 de mãio do annO seguinte,
as mais importantes instituições poli- e beneplácito inperial de 7 de dezembro
ticas : 0 codigo criminal, o do processo, do mesmo anno, foi essa creação confir­
as reformas do acto addicional. mada. D. Feliciano José Rodrigues de
Este grande poliiico, estadista consum- Araújo Prates, natural do novo bispado,
mado, notável flnanceiro e parLimentar, é eleito seu primeiro bispo ( Vide 27 de
falleceu no Rio de Janeiro, no tempo da maio de 1858).
primeira invasão da feltre amarelld a 1 1849— Fallece no Rio Grande do Sul o
de maio de ISõO. marechal do exercito barão deS. Gabriel,
Tomara o gráu de bacharel em direito João de Deus Menna Barreto, uma das
•na Universidade de Coimbra em 1818. glorias militares d’aquella heróica pro­
Foi deputado á assembléa geral legisla, víncia.
tiva nas très primeiras legislaturas, con­ A G O S T O — 28
selheiro de estado e ministro, e era se*
nador por i\linas Geraes desde 1838. 1501— Navegando ao rumo do sul, e
Atacado de paralysia nos últimos annos sempre á \asta da terra, as cãravellas da
de sua vida, nunca poude esse mal phy. expedição começada a 24 de agosto chegam
sico quebrar-lhe a natural actividade nem n’este dia a um cabo. a que por isso de­
arrefecer-lhe a solicipde com que se em­ nominam de Santo Agostinho. Ahi fun­
penhava nos públicos négocies deiam os navios e se demoram cinco
« Sua vida abraça um dos mais largos dias, attrahidos os navegantes pela affa-
periodos da historia contemporânea bra- bilidade que encontram nos indigenas,
zileira. Sua superior intelligencia e tres dos quaes espontaneamente os acom­
I '
grande capacidade de homem de estado, panharam (Vide as Ephemerides de 2 dé
0 qualificam um dos vultos mais proemi­ setembro do mesmo anno e de 1 de
nentes ,do nosso systema representativo janeiro e 7 de setembro de 15Ò2).
{Barão de Homem de Mello, Esboços Bio- 1700— D. João Franco de Oliveira, na­
graphicos, 2‘ parte).» tural de Portugal, 4“ arcebispo da Bahia,
1812— Fallece na fazenda da Tapera, embarca para Lisboa, de onde tem de ir
em viagem da villa da Parnahyba para ^ tomar conta da séde episcopal de Mi­
cidade de Oeiras, Amaro Joaquim Raposo randa, para a qual fôra transferido,
de Albuquerque, governador nomeado da dando n’isso prova do seu desapego ás
capitania do Piauhy. Foi sepultado na vaidades mundanas, deixando de ser me­
igreja matriz da villa de Valença. tropolitano eprim az,para ir ser simples
Este governador fora o primeiro pro­ bispo suffraganeo.
vido parao Piauhy, depois da independên­ D. João Franco tinha sidO por quatro
cia d’esta capitania do governo do Ma­ annos bispo de Angola, quando foi eleito
ranhão. A sua carta de nomeação é de arcebispo e confirmado no cargo pelo
outubro de 1811. Não chegou porém a papa Innocencio XII. Chegára á Bahia a
exercer o seu cargo, por fallecer, como 5 de dezembro de 1097 (como dizem o
auctor das Datas Celebres, o visconde de
flea dito.
1831— E’ eleito bispo de Cuyabá D. José Porto Seguro e Abreu e Lima), oü em
Antonio dos Reis (Vide 27 de novembro 1692 (como o indica o auctor do Roteiro
dos Bispados), e toma posse do seu cargo.
de 1833).
1847_ Lei da assembléa geral creando O conego Dr. Ildefonso Xavier Ferreira,
na suá edição das Constituições prirheirás
0 bispado do Rio Grande do Sul, des-
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EPHEMERIDES NAClüNAES
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fi;!}.;!; i: do ArceUspado da Bahia, e o mss. do
Sr. Dr. Mello Moraes, o dão também Rio de Janeiro para ella, por terra, foi na

Îlr como tendo chegado á diocese no dia 5 ulla de Paracatú. provincia de Minas
de dezembro de 1692. O alludido mss. Geraes, accommettido de uma violenta

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«ï < accrescenta : indigestão, que o levou á sepultura no
^ « ... e desembarcou em S. Antonio da dia 8 de Outubro de 1808. O marechal
Barra, onde esteve o espaço de 3 dias Cunha Mattos na sua citada Corogra-
if. --bi: f
nos quaes mandou tomar posse do Arce- phia de Goyaz o dá fallecido em dezem-
bispado pelo R. Deão André de N., e aos ro. Por sua morte ficou vaga a orelazia
I / *:
8 do mesmo mez fez a sua entrada pu­ em 1826 ^ categoria de'bispado
blica, e alguns mezes depois, na Capi­
tania da Fréta lhe chegou o Palio (que 1805--Nasce na capital da capitania de
lh’o Lançou por ser fallecido o Deão que Goyaz D Manuel de Assis Mascarenhas,
vinha nomeado para Iho Lançar) o Tho- fllhodeD. Francisco de Assis Mascare-^
zoureiro mér da Sé João Pastos da Silva n las.que foi depois marquez de S. João da
aos 29 de junho do 1693, dia dos SS. Apos- lalma e exercia por esse tempo o
tolos S. Pedro, eS. Paulo, na Capella-mor cargo de governador e capitão general
daquella capitania.
da Sé, prezente um grande concurso de
povo. Nobreza, Religiosos, etc., que D. Manuel formara-se cm direito na
autorizarão o Acto, e fizerão o dia mais Cnivcrsidade de Coimbra, onde recebeu
Solem ne. 55 o grau de doutor. Começara a sua car­

ilJ^ ! Exerceu pois por pouco tempo a sua reira publica pela diplomacia, exercendo
missão pastoral no Brazil ; mas ainda 0 lugar de addido de primeira clas.se na
assim visitou algumas das suas fregue- mis.sao brazileira em Berlim e em se­
zias ( iS do rio de S. Francisco) c admi­ guida 0 de secretario de legação em
ti|if,:| Vienna d’Austria.
I -fl nistrou 0 chrisma a quarenta mil pessoas.
Os padres do Concilio de Trento paten­ Deputado á assembled geral em mais
ÜÍ;' de uma legislatura e senador do Império
tearam-lhe por carta o seu reconhecimento
pelo zelo apostolico com que se houvera- desde 1850 pela provincia do Rio Grande
Falleceu em Condeixa, lugar do seu do Norte, de que fòra duas vezes presi-
nascimento, em agosto de 1715. dente, falleceu na cidade do Rio de Ja-
1 8 0 3 -E’ sagrado em Lisboa, como neiro em 30 de janeiro de 1867.
bispo in partibus de Titépoli. o padre Do artigo que lhe consagra o Sr. Dr.
Vicente Alexandre de Tovar, 3° prelado Macedo no seu A xxo B io g r a p iiic o toma­
de Goyaz, provido n’essa prelazia por remos 0 seguinte periodo, que faz resal-
consulta da Meza da consciência e ordens tar perfeitamente os traços caracteHsticos
e Resolução de 11 de setembro do anno da sua individualidade politica como re­
anterior. presentante da nação :
\V ' '
Era natural de Portugal e formado em « Na camara como no senado foi orador
cânones. muito frequente na tribuna ; tinlia pa­
O general Abreu e Lima na sua Sg- lavra facil, memória assombrosa, promp-
tidao_ no improviso, enthusiasmo pelos
nopsis e Fluviano nas suas Ephcmerides
princípios que sustentava, e era terrivcl
publicadas na Popular o di/eni
natural da B diia. no sarcasmo, excedendo-sc ás vezes no
ataque violento ao adversário. A inde­
deixado ficar em Lisboa até
1807. for por ordem regia obrigado a pendência, a franqueza, a dedicação e a
partir para a sua prelazia, onde comtudo audacia o caracterisárão como orador
parlamcníar.55
nao tinha de chegar; porque, indo do
181 i Z 0 chefe de esquadra Paulo José

" I I

I
 EPIIEMERIDES
da Silva Gama, 48“ governador da ca­
pitania do Maranhão, toma posse do seu
cargo. Succede ao governo interino do
bispo diocesano D. Luiz de Brito Homem,
que a governava desde 21 de maio do
mesmo anno de 1811.
Paulo José da Silva Gama teve cm 1821
0 titulo de barão de Bagé.
1817—Tratado com a Bh'ança, no qual
se estipula a devolução da colonia de
Cayenna a S. M. Christianissima e se
marcam os limites d’aquella possessão
^-anceza com o Brazil, em execução do
art. 107 da Acta do Congresso de
Vienna, firmada a 9de junho de iSlõ.Esta
ultima parte dos compromissos tão solem-
nemente contrahidos, é uma questão ainda
pendente, cuja solução ficou adiada para
as kalencas gregas.
Em janeiro de 1809 tinha sido esta co­
lonia tomada por 900 homens ao mando
do brigadeiro Manuel Marques d’Elvas
Portugal, com duas embarcações de
guerra. dia 12 o governador francez
de Cayenna, Victor llugues, assigna uma
capitulação, e as nossas tropas occupam
no dia 14 a praça, da qual sahe a guar­
nição franceza. composta de 600 homens,
com todas us honras da guerra e sob a
condição de ser transportada para a
França em navios portuguezes.
1820— Como 0 padre João Manzoni,
nomeado arcebispo da Bahia em 1818
(Vide a Ephemeride de 13 de maio), re­
nunciou 0 cargo, foi no mesmo anno
apresentado para a Sé, assim vaga, frei
Vicente da Soledade, benedictino, lente
da Universidade de Coimbra, natural de
Portugal.
Confirmado pelo papa Pio VII e pro­
clamado arcebispo em consistorio secreto
da presente data, tomou D. frei Vicente
posse do seu cargo por procurador, mas
nunca veio á sua diocese: deixara-se
ficar em Lisboa como membro das cortes,
e alli falleceu. A diocese foi por todo esse
tempo administrada pelo respectivo vi­
gário capitular.
NACIONAES 105
Foi D. frei Vicente o 16” arcebispo
contando-se como tal o precedente, em.
bora Manzoni renunciasse depois a mitra.
1828—Convenção entre o Brãzil e a
Banda Oriental, pela qual terminou a
campanha da Cisplatina.
Depois da violenta reclamação do al­
mirante Roussin (Vide a ephem. de 6 de
julho), rcceiando-se D. Pedro I de outras
diíliculdades, firmou com os commissarios
de Buenos-Ayres. debaixó da mediação
da Inglaterra, a alludida convenção, exijas
bases eram : que a Banda Oriental ficaria 1^
por cinco annos independente e depois
adoptariao governo que lheapprouvesse.
Este convênio foi depois ratificado por
ambas as partes contratantes.
1S40 — Por decreto d’esta data fixa-se
em 800:0003 annuaes a dotação do Impe­
rador oSr. D. Pedro II, c a da Imperatriz,
logo que se verifique o casamento, será
de 96:0003, sendo a pensão ou arrhas, no
caso de viuvez, de 50:0003000. Estas deli­
berações são tomadas em virtude do que
prescreve o art. 107 da constituição.
Já pelo decreto de 19 de junho de
1839 se havia estabelecido uma presta­
ção annual de 50:0003 á duqueza de Bra­
gança, Imperatriz viuva, que a recebeu
até fallecer.
Para o dote das princezas as Sras.
D. Januaria c D. Francisca se marcara
a quantia de 750:0008 para cada uma.
1817 — O senador Francisco de Paula
e Souza pede exoneração do cargo de mi­
nistro do império e flc.i encarregado da
mesma pasta o senador Manuel Alves
Branco, depois 1” visconde de Cara-
vellas.
1865 — Falleccna còrte o visconde de
Cabo-Frio, Luiz da Cunha Moreira, almi­
rante reformado e conselheiro de guerra*
Fora ministro da maidnha na época da
independencia. Tinha a grande medalha
da conquista de Cayena.
Nascera na cidade da Bahia a 1 de
outubro de 1777.
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EPHÉMÈËIDES NACIONAES
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lii: fendo ido para Lisboa aòs 7 annos de

idade, lá estiídoii desde as primeiras
acampado em S. Fernando. O dictador,
?«í.n : í que acabava de mandar fuzilar e passar a
lettras até muitos dos preparatórios
%-f;v I j flo de espada centenares de victimas, re-
exigidos para os cursos superiores, e em
tii a-se precipitadamente para Assumpção,
íi.' outubro de 1795 matriculou-se no colle-
ordenando que degolassem ou acabasseni
gio dos Nobres. Terminado o respectivo á ponta de lança os infelizes que, Veaci-
curso embarcou como homem de mar e dos pelo cansaço, não o pudessem acom­
commandou dep is differentes vasos, panhar .na precipitada fuga. Quando o
desde brigues até corvetas e fragatas. marquez de Caxias entrou com o seu es­
Foi ajudante de ordens do major ge­ tado maior e muitos officiaes no acampa­

I neral que conduziu para o Brazil a fa.

milia real portuguèza.
mento de S. Fernando, verificou por seus
proprios olhos que o que se dizia das
Cominandando um vaso de guerra, se­ atrocidades do tyranno não era o parttf
guiu do Pará com a expedição que ia á de uma imaginação em delirio; 358 cadá­
conquista de Oayena; commandou n’essa veres jaziam ainda alli, uns insepultos,
jornada a força de mar que desembarcou outros mal enterrados e aqui e acolá os
em Proaqui, que foi conquistado: foi fe­ do iniseras mulheres que tinham sido
rido n essa oceasião na cabeça por um suppliciadas por ordem sua !
golpe de espada.
Assistiu, poi’ém, a todos os desembar. AGOSTO—2-9
qúes ate' á tomada da praça franceza, em
que também se achou. Seguiu depois para 1633— Parto de Lisboa uma ílotilhá
a hianç^a no navio do seu commando commandada pelô capitão-mór Francisco
como parlamenta^ e, concluida essa com- de Vasconcellos e. Cunha, destinada a
missão, veio para o Rio de Janeiro. soccorrer Pernambuco. Compunha-se de
D aqui partiu para Buenos-Ayres em doUs galeões, a capitanea e almiranta, de
ll,y, r. I
•'^4; missão secreta do ministério dos negocios 20 e 16 peças de ferro, e de cinco cara-
estrangeiros. vellas. Trazia 600 homens de tropa, mu­
1.ii;- í i . nições e fazendas.
Foi do numero dos que tomaram Mal­
1643—Ordena o Supremo Conselho hol-
M! » donado em novembro do 1816. Assistiu ao
landez o cárrazamento da cidade Mau
bloqueio de Pernambuóo em 1817.
ricéa ou Mauricia, bairro hoje dc Santo'
O cargo de ministro da marinha a que
Antonio e S. .losé (do Recife).
alludimos, exerceu-o desde 1822 ate' fins
Sahiu para isso um bando a toque de
do anuo seguinte, retirando-se da alta
caixa e em que se o.'^denava aos habi­
administração publica por não q-uerer
tantes que demolissem as suas casas no
assignar o decreto de dissolução da con­
stituinte. praso de dez dias, no fim dos quaes po-
deiia qualquer appropriai'-se do material
Serviu depois ainda diversos cargos,
das que estivessem ainda de pé.
inclusive o de commandante-director dà
Arrasaram-se também todas as obras
academia dos guardas-marinlias.
exteriores do rico palacio denominado
1868—Assalto do Passo Real do Tcbi-
íriburgo, quo para sua residência edifi­
qxidvy ’(Campanha do Paraguay).
|l> , ' I í-i, cara na ilha de Antonio Vaz o principe
O barão do Triumpho á frente das bri-
'f, Mauricio e cuja perspectiva e planta po­
gadas dos coronéis Fernando xMachado e
dem ainda vôr-se na obra de Barleus IR í -
Paranhos, toma de assalto um redueto
toria do Brasil hollandes, desenhadas
inimigo defendido por 400 homens e 3 boc-
cas de fogo. e gravadas por Francisco Post. Destrui­
íí; ram-se igualmente os jardins d’esse pala­
O exercito de Lopes achava-se então
cio, feitos com principesca inagoiflcencin.
 1677— Por aviso do jesuita Fruncisca Joaquim Freire e Joaquim José Godina e
Yclloso cvita-se a revolta preparada contrc 0 preparador botânico Afíostinho Joa­
0 governador do estado do Maranhão o quim do Cabo.
Grão-Pará, Pedro Cesar dc Menezes. Esta expedição, posto que nomeada
1721—0 1° bispo do Pará, D. frei Bar- desde 1778, só poude salij/r de Lisboa a
tliolomeu do Pilar, chega á cidade de 1 dc setembro de 1783.
Beíém, capital da sua diocese ( Vide a Para mais desenvol\4mentos acerca
Ephenicride dè 21 de setembro}., d’esta materia lêa-se o/ importante tra­
1737— Morre em Tocantins, em viagem balho que a respeito do notabilissimo na­
para Goyaz, onde ia erigir a villa d’esse turalista e de sua viagem publicou no
nome, o 1° conde de barzcdas, D. An­ 1° vol. dos Ánnaes da Bibliotheca Na_
tonio Luiz de Tavopa, governador da ca- cional 0 Sr. Alfredo dio \alle Cabral.
fntania de S. Paulo ( Vi4e a Bpliemeride 1819— Toma posse 'da sua diocese, por
de 15 de agosto, 1732j. Devia succeder-lhe procurador, o 1° bisplo de Goj’az D. bran,
n’aquelle cargo e succedc-lhc Gomes cisco P’erreira de Azevedo^ natural de
Freire de Abeirada, governador ecapitão Portugal (Abreu e Lima e o Almanah de
general do Rio dc Janeiro e Minas Geraes Laemmert para 1855 o dizem natural de
segundo à auctorisação da carta regia de Cuyabá), que já h^via sido eleito bispo
29 ide 'outubro de 1733. titular de Meliaphv em 17 de dezembro
1743— Por ausência do governador ou de 1814, titulo qiie não podendo reali-
corhmándante de Santa Catharina, o bri­ sar-se, fora miujlado para o de Casto- t V
gadeiro José da Silva Paes, incumbido ria. Era prégador da capella real quando
pelo capitão general do Rio de Janeiro foi apresentado para o bispado de Goyaz.
das fortiflcaçüès da Colonia do Sacra- Havia sido anteriormentejparocho da fre- ,
mento,fica interinamente á testa d’aquelle guezia de Santo Antonio de Casserubú,
:ié
governo e commando o capitão de infan­ villa de Macacú (província do Rio dc Ja­
taria Patricio Manuel de Figueiredo neiro).
desde a presente data até 20 de maio do Fora a 18 tie outubro dc 1818 eleito
anno seguinte. prelado d’essa diocese e só chegou á cila
' 1,1 -^9
1779—D. frei Domingos da Encarnação a 21 de outubro de 1824, segundo refere
Pontevel, 4“ bispo de Marianna, toma 0 marechal Raymundo José da Cuulia
poss ‘ da sua diocese por seu procurador, ãlattos na sua Chorographia histórica
0 conego doutorai Ignacio Corrêa de Sá. da província de Goyaz, impressa no tomo
D. frei Domingos era da ordem dos XXXVIlí (1875), parte primeira, da re­
í A
frades prégadores dominicanos e fora vista trimensal do Instituto llistorico do
por, 15 annos lente de philosoj>liia e theo- Brazil. Todavia o auctor o faz «natural
logia e director da orde'm terceira da sua da villa de Macacú ou Santo Antonio de
religião (Vide a Ephemeride de 16 de Sá, freguezia de Santo Antonio de Cas-
junho de 1793). sarebihn Parece que, conforme alli se de­
1733_ Ordena a r.dnha D. Maria I que clara, teve 0 prelado depois nomeação de

I
•i'
sc mandem viajantes aos sertões do bispo c como tal vera mencionado em
Brazil para colligircin noticias c objectos primeiro lugar no Roteiro dos Bispados,
dos variosu-araos da natureza. Odistincto Antes, de chegar á sua diocese ficou
e consciencioso naturalist i bahiense Dr. comidetamentc ce^o; «mas assim mesmo
Alexandre Rodrigues Ferreira (Vide a regeu por si o bispado até morrer, diz o
Ephemeride de 27 de abril de 1X56) faz padre Peixoto dc Alencar no seu citado
parte d’esta expedição scientiiica, tendo Roteiro, cumprindo com muita solici­
por auxiliares os dous desenhadoros José tude os deveres pastoracs: pregava
 108
e p h e m e r id e s n a c io n a e s

com muita dedicação, pontificava, e

qual tomou parte o Imperador, e que con­
fazia tudo o mais, menos a visita
stam de um carrinho e uma pá de ma­
da diocese, que nunca poude fazer por si
deira lavrada e cheia de lavores de prata,
!’í )í' mas fel-o per visitadores idoneos, que
foram guardados no museu do Instituto
m deputava. Era orador distincto, fecundo
Ilistorico no Rio de Janeiro,
e eloquente, e i.'o trato familiar de muita
1853—Lei creando a provincia do Pa­
aífabilidade, mausidão e caridade, quali-
raná (^Jde a ephemeride de 19 de de­
' dades es.sas que scmipre mostrou em todos
zembro),, constituida pela comarca de
os seus actos. Vivendo muitos annos no
Coritiba, da provincia dc S. Paulo. Tem
I»)■'>• bispado, não o viu. nunca : porque Deus. 0 n. 704 a lei da sua creação.
Í ‘!l por seus altos desi,gnios, tirou-llie a vista
1871—Inaugura-se a linha telegraphica
quando elle se acliava proximo a se~
guir. 5) de üruguayana a Alegrete, ambas na pro­
vincia do Rio Grande do Sul, com a ex-^
Falleceu a 12 de agosto de 1851 (O Ro­ tensão de k. 128,000.
teiro 0 dá como fallecido em otUubro),
quasi nonagenário, chorado pelo seu re­ AGOSTO—30
banho, que 0 venera>v-a. Ao sentir que
morria pediu que Ih© dessem por epita- 1605—0 Anno Biographico dá como
phio a seguinte palavra, que resume to­ nascido n’esta data o douto franciscano
das as suas virtudes e a sua humildade frei Vicente do Salvador, natural da ci­
de coração: dade da Bahia, data fornecida ao auctor
ff pelos apontamentos biographicos manus-
PECCAVII
criptos de Balthazar da Silva Lisboa «que
i. 1825 Tratado de reconliecimento do aliás, accrescenta o Sr. Dr. J. M. de Ma­
Império do Brazil pelo rei de Portugal, cedo, nem sempre são seguros em datas.»
ajustado por mediação da Inglaterra, en Com effeito assim é, quanto a esta, pois
tre o Imperador D. Pedro I e seu pae, o que do alludido franciseano bahiense ha
rei D. João VI, a obra intitulada Chronica da Custodia
Assignaram-no no Rio de Janeiro por do Brazil escrita-em 1618, Mss.,
parte do Brazil o conselheiro -Luiz José vem mencionada com individuação na
de. Carvalho e Mello, depois visconde da Bibliotheca Luzitana por Barbosa Ma­
Cachoeira, então ministro dos ne^-ocios chado. Não é muito possivel que o auctor
estrangeiros, o barão de Santo Amaro, a escrevesse aos 13 annos de idade.
depois marquez do mesmo titulo, o Fran Diz Jaboatão no seu Orbe Seraphico que
cisco de Villela Barbosa, depois marquez frei \icente do Salvador fora eleito cus­
de Paranaguá, e por parte de Portugal o todio da provincia de Santo Antonio a
cavalheiro Carlos Stuart, conselheiro pri­ 15 de fevereiro de'1614.
vado de S. M. Britanica, que chegára 1677—Tratando de D. Pedro II de Por­
ao Rio de Janeiro a 18 de julho, tugal, diz D. Antonio Caetano de Souza
cc Era uma carta de alforria, diz Abreu na mo.llistoria Genealógica da Casa Real
e Lima, comprada por dois milhões de Portugueza (Tomo IV. pag. 678).
ibras sterlinas.
« . . . de Pernambuco, foy o primeiro
1852 Effectua-se pela primeira vez Bispo D. Estevão Brioso de Figueiredo
entre nós a cerimonia do começo de tra­ que era \igario Geral do Arcebispado de
balhos de caminho de ferro no primeiro Lisboa. O mesmo Papa Innocencio XI.
que se construe no Brazil, entre a Serra erigio em Bispado o Maranhão, por Bulia
da Estrella ò o porto de Mauá, na balíia p issada a 30 de agostq de 1677, de que foy
do Rio de Janeiro. Os instrumentos sym- seu primeiro Bispo Dom Fr. Antonio de
bolicos que .serviram na cerimonia, na Santa Maria, titular de Neocesaréa, Deão

jj» 1ÄI

I
1

EPIIEMERIDES NACIONAES 109

da Capella Real, que havia sido Religioso e Lima (Vide a Ephemeride de 8 de se­
da Ordem Seraphica d i ProVincia de San­ tembro).
to Antonio dos Capachos, que não foy ao 1^02—Lopo Joaquim de Almeida Hen­
Bispado,e depois promovido ao de Miran­ riques toma posse da administração da
da: e pela largueza do Estado do Mara­ capitania do Rio Grande do Norte, succe.
nhão se erigio depois o Bispado do Grão- dendo ao governo interino de Antonio de
Pará, como diremos no Capitulo X deste Barros Passos e adjuntos, que a adminis-
ti.
Livro.» vam desde 1800.
1715—Manuel da Fonseca Jayme, 23° 1809—Toma posse do governo da capi­
governador da capitania do Ceará, toma tania da Parahyba do Norte o seu qua­
posse do sou cargo e exerce-o até 1718, dragésimo terceiro governador Antonio
em que, a 1 de novembro, lhe succede Caetano Pereira.
n’elle Salvador Alves da Silva. Segue-se-lhe no governo o triumvirato
1755—D. Alvaro Xavier Botelho, conde estabelecido pela lei de 12 de setembro
de S. Miguel, toma posse do governo da de 1770, e que tomou posse da adminis­
capitania de Goyaz. Succede a D. Marcos tração a 12 do dezembro de 1815.
de Noronha, conde dos Arcos, que fôra No Catalogo dos governadores e presi­
0 seu primeiro governador e flxára os dentes da Parahyba, organisado pelo
limites da nova capitania, e a quem se coronel Frederico Carneiro de Campos c
deve, em execução de ordem regia, a publicado no tomo VHl das revistas do
abolição da capitaçãoe do censo e o esta­ Instituto, vem Antonio Pereira como o
belecimento de duas casas de fundição, 22° governador d’aquella capitania, por­
uma em Villa-Boa, outra em S. Felix, que 0 auctor do referido catalogo começa
para as quaes deu regimento. D. Marcos por Antonio da Silva Barbosa, que pelo
percorreu toda a capitania efoi no tempo catalogo do visconde de Porto Seguro
do seu governo que se descobriram as foi 0 43°, sem contar os quatro que a I >
minas do Coral, tão rendosas, que na ex­ governaram de 1584 a 1591.
tensão de menos de um oitavo de legua Antonio Caetano Pereira falleceu a 12
deram 150 arrobas de ouro e cujas da­ de dezembro de 1815 (Vide a ephem. do
tas renderam cerca de cincoenta mil oi­ dia 29).
tavas., 1823 — Publica-se o tratado de reco­
1766—Carta régia mandando fechar as nhecimento da independencia do Brazil.
lojas de ourives, sequestrar-lhes os ins­ 1828 — E’ exonerado do cargo de sena­
trumentos, recrutar os ofíiciaes solteiros, dor do Irqperio pela provinda Cispla-
prohibir o oílicio na cidade do Rio de tina 0 padre D. Antonio Lananaga, no­
Janeiro e castigar os contraventores com meado a 22 de janeiro de 1826.
a pena dos moedeiros falsos. 1849 — Failece no Rio de Janeiro ,o
cc Semelhante carta regia, diz o barão conde do Rio-Pardo, Thomaz Joaquim
de Santo Angelo, foi lançada em favor Pereira Valente, marechal, 20" e ultimo
de alguns ourives de Portugal, a quem governador do Santa Catharina (^ ide a
os nossos tiravão o ganho, o que é claro Ephemeride de 20 de maio de 1822), e é
á vista da perfeição das obras de prata sepultado no dia seguinte no convento
e ouro d’aquelles tempos, e das lampadas de Santo Antonio.
e mais objectos que se vêm em S. Bento, O seu nome vem com a suppressão do
Carmo e Santa Rita, modeladas e inven­ nome Thomaz em muitos auctores e na
tadas por Valentim. » nossa ephemeride de 20 do julho de 1821.
1774 -Chega a Pernambuco o seu 10° O marechal Valente nascera em 1790
bispo D. Thomaz da Encarnação da Costa na cidade do Porto.
 ilrli UQ
ÈPHEMERIDBS NACIONAES
1859—E’ encarregado da pasta dos ne-
gocios do Imperio o Sr. deputado pelo
circulo de Campos, província do Rio de
Janeiro, Dr. Jouo de Almeida Pereira,
i i 'U M
l -r no ministério presidido pelo senador An­
■it':: gelo Muniz da Silva Ferraz, posterior-
mente barão do Uruguayana, organisado
no dia 9, e no qual geria a pasta dos
negocios da justiça o Sr. conselheiro João
Lustos-i da Cunha Paranaguá, então de­
putado, a dos de estrangeiros o Sr. sena­
dor conselheiro J. L. Vieira Cansanção
de Sinimbú, a dos da guerra o deputado
Sebastiao do Rego Barros, a dos da mari­
nha o deputado Françisco Xavier Paes
Barreto c a dos da fazenda o organisa-
dor do gabinete.
agosto 31
lG61—Morre na cidade do Recife o
mestre de campo Henrique Dias, com.
mandante dos homens pretos, que tão
I'll 'll
j 'i i‘‘ celebre se fizera na guerra sustentada
li ■
pelos pernambucanos contra a invasão
^ hollandeza.
« Henrique Dias era bravo, fogoso c
ás vezes desabrido ; mais valente para
•‘a - obrar, que apto para conceber. Natural-
v)-. . '
mente loquaz, desconhecia o valor do
segredo e discrição nas emprezas ; mas
era dotado de coração benevolo e uma
aliiiabemfazeja.iVarnliagen, Ilist, Ger.]y>
Toma posse do governo da capi­
tania de S. Paulo o Minas Geraes, pe
lante acamara de S. Paulo, o seu 2
governador e capitão general D. Rraz
Balthazar da Silveira.
^Succede a Antonio de Albuquerque
lii!!'':; 'i 4 Coelho de Carvalho, que tão bons servi­
ços prestára áquellas capitanias. D. Braz
ff
fundou na de Minas as villas da Rainha,
do Principe e de Pitanguy, e expelliu
iii^'‘ ' d ella os frades e clérigos desempregados,
que traziam com suas intrigas divididos
os povos,
f c ii Í
11 if; O seu governo atnroii até U de setem­
bro de 1717, em que o passou ao seu suc­
cessor, 0 conde de Assumar, O visconde
de Porto Seguro porém dá o dia i de
setembro como o da posse d’egte ultimo
governador, e Azevedo Marques', nos seus
Apontamentos, dá o seu governo termi­
nado no dia 3, e posto que na Chronolo-
f)ia indique o qniio de 1712 como 6 da
sua posse, quando trata dos governado­
res c capitãas-generaes o faz empossado
em 1713.
1740 — Fallecc em Lisboa, cinco dias
depois de chegado do Brazil, o 4’ bispo
do Rio de Janeiro, D. frei Antqnio de
Guadelupe, que demos na Ephemeride
de 4 de agosto como fallecido n essa data,
com a singular inadvertência de termi.
narmos aquelja noticia fazendo-o falle­
cido no dia 30. Achámos baralhadas
todas estas datas nos auctores que con­
sultáramos para resumir' a vida d’este
escellente prelado.
Monsenhor Pizarro diz nas suas Me­
mórias históricas que D. frei Antonio
assumira o exercicio da administração
da sua diocese no dia 2 de agosto de 1725,
mas que sd fizera entrada publica no
dia 4.
Este auctor o dá fallecido na presente
data. das moléstias com que partira d o '
Brazil e se aggravaram na viagem, que foi
demorada (Vide a cphcm. do dia 4), mas
do anno de 1741. Cremos porém que o
auctor se equivoca quanto ao anno. Com
eíTeito, na transcripção que á pag. 162
do vol. IV da sua citada obra faz do epi-
tapliio aberto na sepultura d’aquelle pre­
lado, verifica-se que fallecôra no anno de
l74ü e a. 31 de agosto.
Também o Almanac líistorico da Ci­
dade de S. Sebastião, de Antonio Duarte
Nunes, reproduzido no vol. XXI (1858)
das revistas do Instituto líistorico, con­
signa esta data para a sua morte,
Fica, portanto, invalidado o que a esse
respeito dig«emos na mencionada ephe­
meride.
A 23 de dezembro do mesmo anuo
de 1740, acrescenta ainda monsenhor Pi-
 Pizarro, chegou ao Rio de Janeiro a no
ticia do fallecimento do dito prelado
Barbosa Machado menciona na
Bibí. lusitana os tres tomos de sermões
que de D. frei Antonio de Guadelupe se
publicaram em Lisboa em 17i9 e 1753. e
um quarto volume que ficou inédito.
1753—Alvará incorporando á coroa a
capitania de S. Paulo, com indemnisação
ao donatário. A carta régia de 28 de
janeiro de 1754 versa sobre o mesmo as­
sumpto.
1761—Chega á sua diocese o 4" bispo
de Belem do Pará. D. frei João deS. José
e Queiroz, e n’esse mesmo dia toma posse
do governo d’ ella (Vide a Ephemertde
do 15 de agosto de 1764).
O visconde de Porto Seguro dá nas
duas edições da sua Historia Geral a se_
guinte indicação acerca d’este prelado;
« 4. D. Fr. João de S.' José e Queiroz.
31 de agosto de 1774 (flösse?), fica regen­
do a diocese na ausência d’este bispo o
Dr. Geraldo José de Abranches, 1761.»
lla visivel equivoco n’estas duas datas.
»
í Vamos elucidal-as.
D. frei João de S. José e Queiroz era
natural de Portugal; nascera em Matto-
sinhos a 12 de agosto de 1711 e teve no
século 0 nome de João de Queiroz da Sil­
veira .
Monge benedictino, fora apresentado
bispo a 10 de outubro de 1759. recebendo
a nominata no dia 14. A 4 de maio do
anno seguinte foi sagrado na cidade do
Porto, sendo sagiunte o bispo de Mauri-
castro, conego na sé portuense. Tomou
posse do seu cargo a 31 de agosto d’esse
mesmo anno, como refere o Sr. Camillo
Gastello Branco nas Memórias que d'este
infeliz prelado publicou em 1868, e que
temos á vista, ou como já consignámos
na ephemeridc de 15 de agosto, guiado
por Abreu e Lima.
Infamado por inimigos que o seu zelo
religioso contr^ si levantara na diocese,
é chamado á côrte na data que já indi­
cámos, e mandado para o convento de
S. João de Pendurada (ou do Ermo)^
entre Pouro e Minho, em fins de janeiro
do 1761.
A 15 de agosto do mesmo anno alli
expirou sob o peso das graves imputações
que 0 desprestigiavam no conceito pu­
blico e no da côrte. sem que o governo
do marquez de Pombal lhe tivesse con­
cedido 0 defender-se d’ellas !
1774—José Cesar de Menezes, trigésimo
segundo governador e capitão general de
Pernambuco, toma posse do seu cargo.
Succede lhe n’elle, em 13 de dezembro
de 1787 (Abreu e Lima diz que em janeiro
de 1788), I). Thomaz José de IMello (Far-
nhagen—llist. Ger.).
Houve no seu tempo do governo uma
notável epidemia de bexigas, de que
morreu muita gente.
1832 — As villas de S, Salvador de
Campos dos Goytacazes e S. João da
Barra, hoje cidades, passam de novo, por
lei d’esta data, a incorporar-se á pro-
vincia do Rio de Janeiro, desannexadasda
do Espirito-Santo, ,a que desde 1753 per­
tenciam.
1852—Dá o imperador um esplendido
sarau no paço imperial da cidade do Rio
de Janeiro aos representantes da nação.
1864—Para substituir o gabinete 15 de
Janeiro organisa outro o conselheiro se­
nador Francisco José Furtado, ficando
com a presidência do conselho e a pasta
dajustii.a; o Sr. conselheiro José Liberato
Barroso, deputado, com a do império ; o
senador Carlos Carneiro de Campos com a
da fazenda e interinamente a de estran­
geiros; 0 Sr. brigadeiro Henrique de
Beaurepaire Rohan C(>m a da guerra; o Sr.
conselheiro Francisco Xavier Pinto Lima,
deputado, com a da marinha; Sr. o conse­
lheiro Jesuino Marcondes de Oliveira e Sá,
deputado, com a d i agricultura.
Piste gabinete completou-s'e no dia 4
de outubro, encarregando-se da pasta
dos negocios estrangeiros o Sr. senador
José Pedro Dias de Carvalho.
 112
e p h e m e r id e s
phica de Mossord ao Assii, provincia do
Rio Grande do Norte, com 70.062 kilo,
metros de extensão.
1864 — Em dias de agosto d’esse anno
inauguram-se a linha telegraphica da
praça e as urbanas da capital do imperio
(9 linhas) com 24.000 kilometros de ex­
tensão.
1866 ■ Em dias do mez de agosto
d’esse anno inaugura-se a de Paraty (Rio
de Janeiro) a Ubatuba (S. Paulo), na ex­
I
tensão de 51.000 kilometros.
Idem a da Ponta Negra a ãíaricá,
ambas da provincia do Rio de Janeiro»
com 16.000 kilometros de extensão.
.. ( 1868 — Idem a do Rio Bonito á Venda
das Pedras, do Rio de Janeiro ambas, na
extensão de 27.000.
SETEMBRO—1
1634—Partem do porto do Recife, com
destino á Ilollanda, quatro navios d ’est^
;i< , . naçao fartamente carregados de assucar
e páu Brazil. N’essas embarcações vão de
passagem os dous directores delegados
hollandezes van Ceulen e Gj’sselingh,
que tanta actividade tinham desenvolvido
nas operações militares dos seus.
I ’i 1645— Chega a Tibiry, tres léguas
ao sul da cidade da Parahyba, o soc-
coiTo mandado por João Fernandes
Vieira e André Yidal de Negreiros, com
I
I ' I 0 fim de se promover n’aquelle districto
j ,J a restauração da capitania do poder dos
hollandezes.
I 4
Compunha-se a expedição dos capitães
Antonio Rodrigues Vidal, sobrinho de
André Vidal e natural da mesma Para­
hyba, Simão Soares, Cosme da Rocha* e
.. . , M. outros oíliciaes subalternos destinados a
'"I iil:' commandarem as companhias que se oi\
'^|■í:: f ganisassem. Vinham tambe.n o capitão
Biogo Pinheiro Camarão, do corpo de
,|| Índios de D. Felip],)e Camarão, para com-
« Í *■: I;: mandar os da sua raça que se alistas­
sem, e 0 preto Henrique de Mendonça,
il-
n a c io n a e s
capitão nomeado para o commando de
pretos como elle, que tomassem parte
no exercito que se ia ,crear.
Este corpo expedicionário partira da
Varzea em fins de agosto, levando tam­
bém patentes de governadores da Para-
hyba a Lopo Curado Garro, Jeronymo
de Cadena e Francisco Gomes Muniz,
aos quaes mandaram logo os chefes da
expedição participação da su i chegada e
convocar para aquelle sitio. Não se de-
rnoraram elles em acceder ao convite,
trazendo comsigo pessoas de importância,
CO n quem contavam.
Discutiram entre si o assumpto e deci­
diram proclamar a restauração em toda
a capitania no mesmo dia e hora, e para
que não se divulgasse o aceordo em pre.
juiso da idéa, assentaram em fazel-o no
dia seguinte.
1700—Assenta praça de soldado em
Lisboa, sob o nome de Balthazar do
Couto Cardoso, a fluminense D. Maria
Ursula de Abreu Lencastre, filha de João
de Abreu Oliveira, na idade de 18 annos.
Fugira pala isso da casa paterna.
E como soldado partiu esta nossa
heroina para a índia. Alli tomou parte
em muitos combates, fez prodigies de
valor e procedeu sempre de um modo
irreprehensivel.
Refere-se que no assalto á fortaleza de
Amboina foi ella, o soldado Cardoso, um
dos primeiros e mostrara intrepidez
varonil na tomada das ilhas de Corjuem
e Panelem. Depois de 13 annos de servi­
ços d’essa natureza, teve baixa a 12 de
maio de 1714 e esposou o valente official
da índia, Aífonso Teixeira Arraes do
Mello, que fòra governador do forte de
S. João Baptista na ilha deGõa.
D. João V" fez-lhe mercê, por despacho
de 8 de março de 1718, do paço de Pan-
guim por tempo de seis annos e de um
xaraflm por dia, pago ria alfandega de
Gòa, com a faculdade de o testar em seus
descendentes, ou em favor de quem qui-
zesse.
 EPHEMERIDES NACIONAE»
1732—Das mãos de D. Lourenço de Al­
meida recebe o conde das Galvêas, André
de Mello e Castro, o governo da capitania
de Minas Geraes, tomando posse do cargo
na igreja matriz de Nossa Senhora da
Conceição de Antonio Dias.
O visconde de Porto Seguro dá esta
ceremonia como eflfectuada no dia 10.
Seguimos a Claudio Manuel da Costa no
seu poema VUla-Rica.
O conde das Galvéas governou esta
capitania até 26 de março de 1735, em
que lhe succédé Gomes Freire de An-
drada, conde de Boba delia.
1752—0 governador Gomes Freire e o
marquez de Vai de Lyrios, principaes
commissaries das cortes de Portugal e
de Hespanha para a demarcação dos li­
mites do sul, têm a sua primeira entre­
vista em Castilhos Grandes.
1782— Chega á villa de Cuyabá a com-
niissão scientiflca, astronômica e geo-
graphica, encarregada das demarcações
da capitania.
Faziam parte d’ella os mathematicos
Drs. Antonio Pires da bilva Pontes e
Francisco José de Lacerda, os engenhei­
ros Ricardo Franco de Almeida Serra e
Joaquim José Ferreira, e dous desenha-
nhadores.
O naturalista Dr. Alexandre Rodrigues
Ferreira não fazia parte d’esta commis-
são, como alguns suppõem. A sua era
inteiramente pessoal e diversa, tendo
por flm 0 estudo da nossa ílora e dos
mais productos da nossa natureza. (Vide
a Ephem. ÚQ 21 de outubro de 1783 ).
1808—E’ abolido o uso de correr o
ouro em pô como moeda nas capitanias
centraesde Minas, Goyaz e Matto Grosso,
e permitte-se que em seu logar circulem
moedas de ouro, prata e cobre.e que todo
0 producto das mesmas capitanias seja
trocado por moeda corrente ou bilhetes
de determinados valores nas casas de per­
mutas que para esse flm se haviam de
estabelecer.
1851—Fallece- na sua antiga diocese o
113
12" bispo de S. Luiz do Maranhão D. frei
Joaquim de Nossa Senhora de Nazareth,
Era natural do logar d’esse nome.
termo da villa de Pederneira, comarca
de Leiria na provincia da Extremadura
(em Portugal); religioso da Ordem dos
Menores reformados da provincia reli­
giosa da Arrâbida, onde ensinou philo-
sophia. Nascera a 12 de maio de 1775.
Fòra primeiramente prelado ordinário
de Moçambique (em 1811).depois sagrado
bispo titular de Leonthopoli (em 1816);
de onde o transladou para o Maranhão
0 rei D. João VI, sob o pontiflcado de
Pio VII, a 13 de maio 1819. A 11 de maio
de ;820 assumia o excercicio d’este seu
cargo, tendo aportado á diocese no dia 3.
Não querendo, porém, depois adherirá
independencia do Brazil, nem prestar ju­
ramento de fldelidade ao fundador do
império, ausentou-se para Lisboa a 7 de
novembro de 1823, sendo então alli no­
meado por D. João VI bispo de Coimbra,
conde de Arganil, senhor de Coja, alcaide
mòr de Avô e par do reino. Legitimista,
não quiz,depois da morte d’aquelle rei e da
deposição de D. Miguel de Bragança,jurar
obediência ao governo de D. Maria II e
sahiu de Portugal, partindo para a Ingla­
terra quasi fugitivo. De lá voltou para o
Maranhão, onde chegou a 3 de maio de
1840, 20 annos, dia por dia, depois que o
deixara, e ahi foi acolhido com toda a
cordialidade, em seu proprio palacio, pelo
bispo D. Marcos Antonio de Souza, seu
successor no cargo. Dias depois foi resi­
dir no convento de Santo Antonio dos
Franciscanos, onde passou o resto da
vida.
Publicou logo depois da sua chegada
uma traducção da Biblia, que faz honra
á sua illustração, no dizer do auctor do
Roteiro dos Bispados.
D. frei Joaquim jaz no presbyterio da
cathedral do Maranhão.
Veio morrer no bispado que deixara,
tendo n’esse sentido sorte igual á do
bispo de Olinda, D. Thomaz de Noronha
8
 Jl IW
r ill
r tii" #
i> u i f-
114 EPHEMERIDES NACIONAES
e Brito (Vide a ephemeride de julho 9 de
V : ■ V :
1847).
1 'ij- ‘ / I
',1
’ i r. . 0 Almanack Laemmert o dá fallecido
em outubro, mas recorrendo ao jornacs do
r' tempo, veriflcámos que fallccêra na pre­
sente data (V. o C. Mercantil de 7 de
outubro de 1851, e ainda mais explicita­
mente 0 Jornal do Commercio do mesmo
dia, correspondência do Maranhão.
1859—Fallece de uma erysipella fleg-
monosa o illustre lente substituto da
faculdade de direito de 8. Paulo, Dr. João
Dabney de Avellar Brotero, nascido no
Rio de Janeiro a 24 de dezembro de 1826.
1866—0 vice-almirante visconde de Ta-
raandaré, tendo a insignia a bordo do
Magé, segue rio Paraguay acima até a
r:
ilha dos Palmares com os encouraçados
Lima Barros. Brazil, Bahia, Barroso,
liio de Janeiro e Tamandaré, os navios
de madeira Parnahyba. Beberibe, Ypi~
ranga,Belmonte. Âraguay e Greenhalgh,
as bombardeiras Pedro Affonso e Fórte
de Coimbra e tres baterias íluctuantes,
e entre a ilha e o chaco manda o almi­
rante ancorar a esquadrilha de madeira
e avançar os couraçados, bombardeiras
14 e b tterias, com o flm de bombardear
Curuzú '{Campanha do Paraguay).
•I 1877 — Inauguração da linha telegra-
.1 phica de. Maroim a Aracajú, provinda
de Sergipe, na extensão de 32,592 k.
1878 — Fallece no Rio de Janeiro o
conselheiro Duarte dá Ponte Ribeiro,
I'!
barão da Ponte Pãbeiro, enviado ex­
traordinário e ministro plenipotenciário
' 'll
<I’ il aposentado. Tinha 84 an nos de idade;
;'i
nascôra a 2 de março de 1791 em Por­
; ííiíi'- tugal.
Prestou relevantes serviços á sua pa-
.1■ ' i't '
f, i 'i: ■ tria adoptiva, no decurso da sua prolon­
gada existência, em diversas commissões
K;' '■ que recebera do governo, não só como
alto empregado da secretaria dos negó­
cios estrangeiros, nias também como ple­
nipotenciário junto ás republicas do Pa­
cifico. distinguindo-se sempre pelos seus
* ■ ■
'
il p : ■
'
- ^ fv
i f r f e ,
conscienciosos estudos ácerca dos limites
do Brazil.
Deixa algumas memórias importantes
n’essa especie.das quaes algumas se guar.
dam na secção de mss, da Bibliotheca
publica, e ultimamente, em 1876, impri­
mira no Rio de Janeiro (Typogr. Laem­
mert) um Catalogo dos mappas, geogra-
phicos do Império possuidos pela se­
cretaria de estrangeiros, dando expansão
á sua predilecção por esse genero de es­
tudos. Tinha já publicado uma relação
das muitas e interessantes memórias que
escrevera sobre limites do Brazil e no
mesmo anno de 1876, na Typographia Na­
cional, \xmdi. Exposição dos trabalhos his­
tóricos, geographicos e hydrographicos
que serviram de base á caiita geral do
IMPÉRIO, que foi’a apresentada na expo­
sição nacional de 1875.
/
SETEMBRO—2
1501—Ascaravellas P da expedição ex­
ploradora da nossa costa deixam o porto
do cabo de Santo Agostinho e proseguem
a sua derrota para o sul (Vide agosto 28‘
setembro 7 e outubro 4 .
1645—Conforme se tinha ajustado na ves-
pera em Tibiry. solta-se em diversos pon­
tos da Parahyba o grito de restauração
da capitania do poder dos hollandezes ea
consequente expulsão d’estes. Tomavam
parte activa n’este movimento todos os
parahybanos de importância, que se fa­
ziam acompanhar dos seus fâmulos e es­
cravos, armados como melhor puderam
{N'v\q 'à,ephemeride de 3'.
1673—Como ficavam as justiças d’el-rei,;
no bom dizer d’esses tempos, en Cabo-
B'rio,e portanto longe, os moradores de
Campos dos Goytacazes fizeram entre si
uma republica em 1652 , no mesmo anno
da fundação da igreja de S. Salvador,com
0 fim de reprimirem os crimes e se go­
vernarem com. alguma apparencia de
legalidade, como já tivempi occasião de
dizer. Esta republica aturou onze an nos.
O povo via-se opprimido o vexado pelos
'Si
: ■
 EPHBMERIDES NACIONAES
procuradores e prepostos dos senhores
das fazendas de criação de gado, que resi­
diam na cidade do Rio de Janeiro ; in­
tervêm os da republica, e os capitães
João Gonçalves Romeiro e João Pacheco,
os alferes Domingos Lopes Barreto e
Pedro Serpes de Mendonça, e Manuel
Corrêa da Fonseca, Gaspar Rodrigues de
Magalhães e mais homens bons do povo
aceordam em levantar em nome do rei,
que era então D. Pedro II, a povoação
cm villa com a mesma invocação do
orago da igreja, e assim o executam, fa­
zendo logo a eleição dos juizes e dos ofli-
ciaes que deviam formar a camara muni-
ciapal, 0 senado da camara, como então
se dizia, e levantando o indefectível pe"
lourinho, dão parte da sua resolução e
nomeações ao ouvidor e corregedor da
comarca do Rio de Janeiro, o Dr. André
da Costa Moreira, em 2 de setembro de
1673. E’, portanto, esta a primeira data
positiva e mempravel para Campos.
Por esse tempo já havia -10 annos que
fallecera Gil de Góes e fòra por isso a
sua donataria encorporada á coròa. O
conde Francisco de Attouguia e seu ir­
mão Affonso Furtado de Mendonça pre­
tenderam fundar n’ella uma villa ; mas
não. puderam realisar o seu intento, por
lhes faltarem os aprestos necessários.
Foi então que o visconde de Asseca^
Martim Corrêa de Sá e Benevides, por
si ecom o procurador de seu irmão João
Corrêa de Sá, general do Estreito na ín­
dia, requereu ao rei a posse das terras
que demoravam entre a capitania do Es­
pirito Santo e Cabo Frio, obrigando-se a
fundar n’ellas duas villas, uma perto do
mar para segurança' da navegação mari-
tima c outra no interior das terras para
rebater as invasões sempre temerosas
dos Índios e as desordens em que viviam
os povos, por falta de justiças que os
contivessem. Foi-lhe a pretenção deferida
sob as mesmas condições e nos mesmos
termos com que haviam sido dadas aquel*
113
:k
las térras a Gil de Góes. O que succedeu
a 15 de setembro de 1671.
Estava, porém, o visconde um ou dous
mezes depois a tomar as suas medidas e
a preparar-se para mandar povoar a sua
donataria, quando morreu. Passou a
doação a seu filho Salvador Corrêa de
Sá e Benevides, então menor e sob a tu-
tella de seu avô, o general do mesmo
nome, que o requereu por seu neto. Essa
I■
transferencia de direito deu-se a 23 de no­
vembro d’esse anno de 1674. N’esse mesmo
anno deixaram os monges benedictinos
de parochiar a villa„ e foi nomeado seu.
primeiro vigário o padre Manuel de
Bastos.
Só quasi dois annos depois, em 1676, é
que tomam posse da sua donataria o vis­
conde de Asseca, Salvador e seu tio o g e ­
neral João Corrêa de Sá.
1744— Baptisa-se na igreja parochial
de S. Pedro de Mirag lia, no Porto, o
afamado e desditoso poeta Thomaz An­
tonio Gonzaga, por muito tempo consi­
derado natural dò Brazil.
Posto que seu pae, o licenciado João
Bernardo Gonzaga, tivesse nascido no
Rio de .Janeiro e sua mãe, D. Thomazi«.
Izabel Gonzaga, fosse também brazileira,
comtudo, nasceu Thomaz Gonzaga na ci­
dade do Porto em dias de agosto de 1744,
pois seu pae, depois de ter exercido no
Brazil diversos cargos de magistratura,
fora por esse tempo despachado ouvidor
para aquella cidade.
Gonzaga matriculou-se na faculdade de
direito da Universidade de Coimbra no
1° de outubro de 1763, contando 19
annos de idade. Depois de haver
exercido em Portugal a magistra­
tura como juiz de fóra, foi em 1782 no­
meado ouvidor da comarca de Villa Rica,
na capitania de Minas, para onde partiu
em um dos annos seguintes e onde, tendo
cumprido o seu tempo, fora despachado
desembargador da relação da Bahia, por
decreto de 19 de agosto de 1786, cujo re-
 116 EPHEMER IDES NACIONAES
gistro original teve presente o visconde
'i I
de Porto Seguro.
Quiz, porém, a fatalidade que, contra­
tado a desposar-se com D, Maria Joaqui-
na Dorothéa de Seixas Brandão (Vide a
ephemeride áQ 9 de fevereiro de 1853), que
elle immortalisou em suaslyras, que hão
de affrontar o tempo e as injustiças, não
tivesse partido para o seu novo destino,
quando arrebentou a celebre conjuração
da inconfidência, em que se achou envol­
vido 0 poeta com outros não menos pres­
tigiosos homens de lettras da capitania.
Preso na manhã de 23 de maio de 1789,
é conduzido ao Rio de Janeiro e ahi en­
cerrado na fortaleza da ilha das Cobras,
e processado. Embora negasse sempre
toda e qualquer compartecipação no in­
tentado levante, foi, depois, de longos e
enfadonhos interrogatórios, condemnado
em 18 de abril de 1792 a degredo perpe­
tuo para as pedras de Angoche,na Africa,
pena commutada em 10 annos de desterro
em Moçambique, para onde partiu com
outros companheiros de infortúnio a 23
de maio d’esso ultimo anno.
Acommettido, pouco depois de chegado,
de uma violentissima febre cerebral, de
que escapou graças aos cuidados de
D. Juliana Mascarenhas, filha do dono
da casa em que se hospedara, e com a
qual veiu a casar se no anuo seguinte,
alli aiTíistou 0 resto dos seus dias amar­
gurado e atacado quasi sempre de ac­
cesses de profunda melancolia,-que to­
mavam por vezes o caracter de verda­
deira loucura, até que falleceu em 1807
ou 1809. A sua vida na Africa foi uma
lenta e dolorosa agonia.'
Tal acabou aquelle, cujas lju’as sono­
rosas são as composições poéticas em
lingua portugueza que, depois do im­
mortal poema dos Luziadas, tém tido
maior numero de edições n’este século,
e que terão apreciadores emquanto se
fallar no mundo a nossa lingua e exis­
tirem debaixo do sol corações sensiveis
ç almas apaixonadas, que as entendam.
As Lyras de Dirceu foram impressas
nela primeira vez, em vida, portanto, do
poeta, em 1792 (Typ. Nunesiana, Lisboa)
e em 1800, e foi’am depois successivamente
reimpressas, ora uma das suas partes,
ora duas, ora as tres, em Lisboa (na Typ.
Nunesiana) em 1802, no Rio de Janeiro
(Imprensa Regia) em 1810, em Lisboa
(Typ. Lacerdina) em 1811, 1819 e 1820,
na mesma cidade (Typ. de J. F. M. de
Campos) em 1824, id. (Typ. Lacerdina) em
1804, id. (Imprensa Regia) em 1812, id.
(Typ. Rollandiana) em 1827, id. (Typ. dc
João Nunes Esteves) em 1828, na Bahia
(Typ. do Diário) em 1835, em Lisboa (Typ.
Rollandiana) em 1840, em Pernambuco
(Typ. de Santos &C.) em 1842, no Rio de
Janeiro (Typ. de J. J. Barroso & C.) no
mesmo anno de 1842, id. (T}q). de E. &
II. Laemmert) em 1845, na Bahia (Typ.
de Carlos Pogetti) no anno de 1850, no
Rio de Janeiro (Typ. Commercial de
Soares & C.) em 1855, ibi. na mesma casa
(sem data), ibi. B. L. Garnier (Paris, S.
Raçon & C.) em 18ô2.
Cumpre advertir que a presente relação
d da Bibliotheca Nacional do Rio de Ja­
neiro, que possue todas essas edições das
Lyras de Gonzaga, exceptuando se a pri
meira e a da Viuva Serva (Bahia 1813).
Ainda foram eilas reimpressas por João
Nunes Esteves em 1824, 1825 e 1833 (Se­
gundo Innocencio da Silva) e na Imprensa
Regia fLisboa) em 1827.
Foram traduzidas para 0 francez por
Eugenio de Monglave e P. Chalas; para
0 italiano por Giovenale Vegezzi Rus-
calla, e jiara o hespanhol por D. Enrique
Vedia, Diz o Sr. conselheiro Pereira da
Silva que ha ainda uma traducção para
a lingua allemã por Iffland. O Sr. Dr.
Antonio de Castro Lopes traduziu-as (to­
das ou em parte) para o latim.
As afamadas Cartas Chilenas, satyra
ao capitão general de Minas D. Luiz da
Cunha Menezes [Fanfarrão Minesio, tal
é 0 nome que lhe dá o poema), que tem sido
attribuidas a Claudio Manuel da Costa
v<—.
 EPHEMERIDES NACIONAES m

poi’ uns, a Alvarenga Peixoto por outros i Compêndio de geographia geral e es­
e pelo Sr. conselheiro Pereira da Silva ao^ pecial do Brazil, que tem tido numerosas
dous de liga e combinação com Thomaz QÚ\qõos’, —Biccionario topog'>^aphico e es­
Gonzaga, são pelo primeiro bibliothecario tatístico da provincia do Ceará;— Prin­
da Bibliotheca Nacional do Rio de Janeiro cípios elementares de chronologia
{D, frei Antonio da Arrabida, bispo de Memoria estatística da provincia do
Anemuria) lançadas em conta de Gon­ Ceará,—e n’estes últimos tempos uma—
zaga, como se vê do pequeno Catalogo Memoria sobre o clima e seceas da mesma
alfabético dos Manuscriptos da men­ provincia, recebida com elogios pela
cionada Bibliotheca, no qual se lè : imprensa.
cc Cartas Chilianas {sic), Traduzidas em — Fallece na cidade do Rio de Janeiro,
verso por Thomaz Antonio Gonzaga.» na casa da rua da Conceição n. 34, o Dr.
ISGG—-Proseguindo-se na acção iniciada Constantino José Gomes de Souza, me­
na vespera pelo sr. vice almirante Ta- dico e homem de lettras. natural de Ser­
i (t
mandaré, salta o barão de Porto-Alegre gipe. Sueeumbiu ás 9 1/2 horas da noite
com as forças do seu commando meia a uma congestão pulmonar, na idade de
légua abaixo de Curuzú {Campanha do 47 annos. Sepultou-se no cemiterio de
Paraguay). S. João Baptista, na manhã do dia 4.
O encouraçado Rio de Janeiro é des­ « Gomes de Souza, diz o Diário Po­
truído por um torpedo. Seu commandante, pular de 5, cultivou quasi todos os ge­ -•''j
0 brioso Silvado, que se illustrara na nerös litterarios. Depois da poesia, o
companha da Criméa, na esquada fran- drama; depois do drama, o romance.
ceza, e com elle mais ' très oíliciaes e João Caetano poz-lhe em scena A filha
cincoenta- marinheiros, morrem envoi" do Salineiro, O engeitado e O espectro
vidos neste desastre. da floresta. A filha sem mãi veio conflr-
1877_Fallece na cidade da Fortaleza, mar-lhe, eomo romancista, a reputação
capital da provinda do Ceará, Thomaz adquirida como dramaturgo, e a Illus-
Pompeu de Souza Brazil, senador por tração Brazileira está publicando o seu
aquella provinda,escolhido a 9 de janeiro ultimo romance, ^ cego, O finado deixou
de 1864; Rmara assento no senado a 1 de alguns manuscriptos inéditos, entre elles
dous dramas, O libertino e Os ladrões
fevereiro d’aquelle anno.
titulares, que fazemos votos não fiquem
Nascera o senador Pompeu a 6 de junho
condemnados ao esquecimento. »
de 1818 na vüla de Santa Quiteria, co­
Em 1851 tinha eile publicado um vo­
marca de Sobral, na mencionada pro­
lume de poesias sob o titulo Hijmnos da
vinda. Era presbytero secular e recebera
minKalma. Foi a sua estréa.
0 "i'áu de bacharel em sciencias sociaes e
Morreu em extrema indigencia.
juridicas na academia de Olinda. Exer­
— Inaugura-se a linha telegraphica de
cera na sua provincia não só a advocacia,
Mamanguape á cidade da Parahyba
como os importantes cargos de vigário
(provincia d’esse nome), com a extensão
geral, professor de geographia e historia
de 47,000 kilometros.
no respectivo Lyceu provincial e director
da instrucção publica. Foi sempre mem­ SETEMBRO—3
bro proeminente do pai'tido liberal da sua
provincia, e alli, com outros co-religiona- 1024— Um avultado numero de hollan-
rios, fundara o jornal Cearense, que sub­ dezes, que da cidade da Bahia se dirigiam
siste ainda. Entre outras composições da para o campo, são atacados pelos capitães
sua lavra, deixa publicadas as se-guintes Francisco Padilha, Antonio de Moraes^
obras: Francisco Brandão e Antonio Machado,
 '/ H'
'■jf
118
BPHEMERIDES NACIONAES
á frente da pouca gente de que se com­
punham as respectivas companhias.
N’esse encontro perdem os hollandezes
quarenta e cinco homens e, deixando no
campo muitos feridos, voltam em deban­
dada para a cidade, que occupavam desde
maio. como se sabe.
O bispo-soldado D. Marcos Teixeira,
chefe dos naturaes contra os invasores,
fica tao satisfeito com o successo, que
a?’ma cavalleiros áquelles capitães, em
virtude da preeminencia de que gosava
como capitão-mór, e premia igualmente
aos soldados.
No mesmo dia o capitão Alonso Rodri­
gues Adorno ataca uma esquadrilha ini-
miga, que ia buscar gado a um engenho
da ilha de Itaparica, e toma-lhe algumas
lanchas carregadas de munições de bocca
e de guerra, matando-lhe treze hom'bns
'a e capturando dous. O capitão Pedro de
Campos consegue t imbem âpoderar-se de
outra lancha cóm duas roqueiras, que
os hollandezes deixaram na fuga.
1626 — O capitão general Francisco
Coelho de Carvalho, nomeado a 25 de
março de 1624 governador do novo estado
■f do Maranhão, toma posse do seu cargo
na cidade de S. Luiz, capital do referido
estado.
1641—Parte do Recife, em viagem de
-exploração pelo interior do paiz, uma
caravana composta de 113 pessoas, sob
a dii-ecçào do governador hollandez da
Parahyba, Eliasllerckmans, amigointirao
do principe Mauricio de Nassau, e um dos
homens de sciencia que o haviam acom­
panhado ao Brazil. A expedição tinha
por fim o descobrimento de minas de
ouro, que se dizia existirem no sertão.
Obtendo apontamento? e informações que
lhe ministrara um velho portuguez, o
llÎ- alcaide Manuel Rodrigues, que já em 1625
havia emprehendido igual viagem, partiu
0 sabio mineralista bátavo e, depois de
.ter vagado de um para outro lado por
espaço de dois mezes, solTrendo durante
esse tempo incommodos de todo o genero
r i:lh
e correndo grandes perigos, recusaram
os seus companheiros ir mais longe e
forçaram n’o-a tornar para o Recife sem
nada ter conseguido.
Existe nos archivos da llollanda um
minucioso relatorio d’essa infructuosa
tentativa, dirigido por Herckmans ao
principe Mauricio.
1645— Reunem-se os insurgentes da
Parahyba em Tibiry, onde estavam acam­
pados desde o dia 2 os oíTiciaes enviados
por João Fei nandes Vieira e Andre' Vidal,
haltava Lopes Curado Garro, porque, no­
meado governador da cidade da Para-
hyba, lá ficára foi’tificando-a e guarne­
cendo-a para repellir alguma investida
dos hollandezes.
Organisado o exercito libertador, de­
cretaram os governadores dos districtos
uma contribuição geral para os gastos
da guerr.i, e em nome de Vieira, gover­
nador da liberdade,a,fííx3ira,m-se editaes
na cidade e seus'contornos, em que «se
concedia a todo e qualquer estrangeiro,
que quizesse ficar no paiz, a posse e
livi'e uso de suas fazendas, da mesma
maneira por que até então as gosavam,e
aos que quizessem assentar praça no exez’-
cito se lhes faria bom o soldo dos postos
que deixassem. » Esta promessa deu ap
gum resultado, pois muitos vieram alis­
tar-se.
Como, porém, Tibiry era um campo
aberto o improprio para acompanhamen­
to, resolveram deixal-o e escolheram o en­
genho Santo André, de Jorge Homem, e
ahi se fortificaram em regra.
1667— 0 capitão-mór Manuel Guedes
Aranha toma posse do governo da capi"
tania do Pará. Succede a Antonio Pinto
da Gaya,
Foi 0 39° e governou seis mezes e vinte
e oito dias, até 1 de abril de 1668, em que
começa o governo de Paulo Martins
Garro, seu successor.
1759—Os regulares da companhia deno­
minada de Jesus, havidos como rebel­
des, traidores, aggressores e adversos •t
ú pessoa e governo do rei D. José T,são,
por alvará (Festa data. declarados pro-
scriptos, exterminados,'desnaturalisados
e expulsos de Portugal e seus dominios.
Em virtude da carta régia de 21 de
julho d’esse mesmo anno, o conde de Bo-
hadclla mandara prender osjesuitas resi­
dentes na cidade do Rio de Jan iro e nas
outras capitanias do sul, no mez de no­
vembro, obrigando-os a sahir de todos
os lugares em que se achassem. Outro
tanto se fez. com igual sigillo e pontua­
lidade,no anno immediato nas capitanias
do norte.
Por outro alvará, de 25 de fevereiro
de 1761, foram confiscados os seus bens
não consagrados ao culto divino ou não
sujeitos a encargos pios, e reverteram
para a corôa.
Os jesuitas a esse tempo existentes no
collegio do PJo de Janeiro embarcaram
a 16 de marejo de 1760 a bordo da nau
Nossa Senhora ãd Livramento eS . José.
Eram 119. dos quaes 2 domiciliados em
Campos dos Goytacazes. Foram transpor­
tados para Lisboa na data mencionada,
na supra dita nau, de que era comman-
dante Gaspar Pinheiro da Gamara Maciel.
Das Alagoas foram elles expulsos tam­
bém em 1760, por força do citado alvará,
sendo governador da capitania Francisco
Pedro de Mendonça Gurjão. Do Maranhão
foram expellidos e embarcaram em março
de 1681. Da Bahia sahiram 117. Do Es­
pirito Santo foram embarcados em um
brigue que entrara a 1 de dezembro de
1759 na barra da capital. N’elle ia um
desembargador adhoc e uma companhia
de granadeiros, que cercaram e guardaram
0 collegio dos padres,e publicou-se, antes
do seu embarque, um bando ao som de
tambores. A 10 de março de 1760 sahi-
ram do Piauhy. com destino á Bahia. Em
S. Paulo tinham nos já compellido a dei­
xar a villa e a capitania, por aceordo ou
assento de 13 dejulho de 1610, celebrado
em S. Vicente por procuradores para
esse fim deputados por todas as camaras
da capitania.
Do*Pará liaviam sido remettidos pre­
sos,antes e depois, 115, e entre elles o fa­
moso padre João Daniel, auctor da notá­
vel obra 2'hesouro descoberto do máximo
rio Amaxonas. e o padre José de Moraes,
auctor de uma historia da companhia de
Jesus, no Maranhão e Pará, que depois i.
se publicou. De Pernambuco foram depor­
tados 119.
Referindo-se a este notável aconteci­
mento. diz Azevedo Marques nos seus
Apontamentos Históricos, acerca da pro- r .'
vincia de S. Paulo: «São inegáveis os
grandes serviços* prestados á catechese e
civilisação dos indios e dos colonos do
Brazil na segunda metade do século XVI
pelos primeiros jesuitas que vieram á ca­
pitania de S. Vicente. Porém de então
em diante a ambição os cegou atai ponto
que o proprio governo que os protegia
viu-se obrigado a extinguil-os.»
« Esta violenta e inesperada medida,
diz Abreu e Lima, causou sem embargo
poucos pezares no Brazil. onde o sys- b !
tema de civilisação ndoptado pelos jesui­
tas não tinha achado entre os colonos, a
cuja avareza se oppunha, senão re­
pugnância invencivel, e uma perpetua
lueta de interesses.»
O visconde de Porto Seguro, historiando
o facto, conclue:
« Quanto á companhia de Jesus, res­
peitável por tantos titulos, que deu ao
mundo tantos talentos insignes e á igreja
vários santos, instituição, que longe de
ter infancia, começou logo varonilmente,
justo é eonfessar que prestou ^o Brazil
grandes serviços ; bem que, por outro
lado, parcialismo ou demencia fora ne­
gar, quando os factos o evideceam, que,
ás vezes pela ambição e orgulho de seus
membros, provocou no paiz não poucos
distúrbios. »
1829—0 Imperador D. Pedro I encerra a
sessão da assembléa geral legislativa,
cujos debates a tornaram tão arida e
FF j "
 120
EPHEMERIDES NACIONAES
esteril, com a seguinte falla. notavel pelo
seu intencional laconismo : « Augustos
e digníssimos senhores representantes da
^nação Está fechada a sessão.— O Im
perador constitucionol e defensor per'
petuo do Brazil. »
A camara dos deputados não tinha
ainda concluído a discussão do projecto
de lei do orçamento !
1843—Chega ao Rio de Janeiro a.esqua-
dra napolitana e brazileira que trazia a
actual Imperatriz do Brazil, a Sra. D The-
reza Christina Maria de Bourbon. O Im­
perador foi á noite a bordo fazer-lhe a sua
visita de comprimento (Vide a Ephem.
de 4). Como official de guarnição de um
dos vasos napolitanos vinha o príncipe
' t,;
Luiz d’Aquila, irmão de S. M. a Impera­
triz, e que se casou depois com a prin-
ceza D. Januaria.
1856—Pallece no Rio de Janeiro o con­
selheiro de estado Honorio Ilermeto Car­
neiro Leão, marquez de Paraná, senador
por Minas Geraes desde 2 de janeiro
de 1843. Fòra escolhido a 27 de maio do
anno anterior.
xNascido na villa de Jacuhy, provinda
de Minas, a II de janeiro de 1801, for­
mara-se em direito civil na Universidade
de Coimbra, em 1825.
Veja-se para a sua biographia, além
da que foi publicada na Galeria dos hra-
ztleiros illustres, o Annohiographico do
Sr. Dr. Macedo. No capitulo consagrado
a este notabilíssimo homem de estado,
que foi em muitos pontos da sua vida
publica comparado ao marquez de Pom
bal, diz d’elle o Sr. Dr. Macedo com
summa justiça e imparcialidade de apre­
ciação :
« O marquez ,de Paraná foi estadista
gigantescamente moldado para as grandes
crises do Estado, e para as epochas dos
mais difficeis e disputados empenhos pú­
blicos. 5J
1863—Fallece no Rio de Janeiro o vis­
conde de S. Salvador de Campos, José
Alexandre Carneiro Leão, vinte annos.
' ,1
. i
dia por dia, depois da sua chegada a
essa cidade acompanhando a actual Im­
peratriz, que elle fora receber como em­
baixador extraordinário e buscar a Ná­
poles.
'
Carneiro Leão nascera no Rio de Janeiro
a 28 de março de 1793.
Sua mãe, D. Anna Francisca Maciel da
Costa, foi a primeira baroneza do titulo
de que era elle visconde (Vide a Ephem.
de 17 de dezembro de 1812).
1866-Decide-se em favor das armas •
brazileiras o bombardeio que o sr. vis­
conde de Tamandaré e o barão de Porto
Alegre levaram ao forte de Curuzú Cam­
panha do Paraguay) nos dias 1 e 2.
Ao romper o dia manda' este general
formar em massa a artilharia, á reta­
guarda e esquerda da bateria inimiga,
que corresponde vivamente ao ataque,
mas que aflnal cahe em poder dos nossos,
graças ao denodo verdadeiramente estu­
pendo com que o investe a nossa infan­
taria, command idas pelo Velho general
Gonçalves Fontes e o brigadeiro Alexan­
dre Albino de Carvalho. O inimigo atter-
rado diante de tanta audacia, dá-nos o
despojo de 13 bocas de fogo, 2 bandeiras,
muito armamento e munições, 30 prisio­
neiros; 852 cadaveres ficariam no sitio da
acção.
As glorias d esta admiravel jornada
pertencem exclusivamente ao Brazil :
n’ella não tomaram parte os soldados da
tríplice alliança.
SETEMBRO—4
1639— Carta patente do governador do
Estado do Brazil D. Fernando de Mas-
carenhas, conde da Torre, conferindo ao
bravo Henrique Dias o posto de cabo e
governador dos homens pardos e crioulos
do exercito do Brazil, com o soldo mensql
de quarenta cruzados, em virtude da
ordem do conselho da fazenda de 2 de
agosto de 1638. Esta patente acha-se re-
gísti ada a folhas 9 do livro 54 das ordens
I
 régias da secretaria do governo da Bahia
(J. do Vasconcellos, Datas celebres''.
Diz Abreu e Lima que Henrique Dias
ei*a natural de Pernambuco. E’ da mesma
opinião 0 conego Dr.Fernandes Pinheiro
na serie de esboços biographicos que>
sob 0 titulo Brazileiros Celebres, publi-
cára na Revista Popular (tomo 13, anno
de 1862).
- 1649— Para acalmar o desassocego pu­
I
■I
blico suscitado pela cares tia a que tinham
chegado no Rio de Janeiro os generös de
primeira necessidade, por causa da ava­
reza e arbitrio dos monopolistas e atra-
vessadores, a camara íixa n’esta data o
preço de taes generös, estabelecendo que
a pipa de vinho de sessenta canadas só
valesse 403, o bacalliau 50 rs. a libra, etc.
1717— D. Pedro de Almeida Portugal
conde de Assumar, 3° governador e ca_
pitão general da capitania de S. Paulo
e Minas Geraes, toma jjosse do seu cargo
e exerce-o até 5 de setembro de 1721.
■i Fundou as villas de S. João d’El-Rei e
Á
de S. José do Rio das Mortes. Foi durante
0 seu governo, em 1720, que se des­
membrou a capitania de Minas da de
S. Paulo e houve o levante do morro de
Ouro Preto contra as casas de fundição
(Vide a Ephemeriãe de 28 de junho de
1720).
1843— A 5 de março sahira do porto
do Rio de Janeiro uma divisão naval en­
carregada de ir a Nápoles conduzir a
futura imperatriz do Brazil. Comman-
dava-a o chefe de esquadra Theodore de
Beaupaire e levava como embaixador ex­
traordinário do Brazil o commendador
José Alexandre Carneiro Leão, depois
visconde de S. Salvador de Campos.
No dia 30 de maio celebrou-se cm Ná­
poles, na capella P.datina, o casamento
■B. do Imperador, por seu procurador o
i-'
conde de Syracusa, com a princeza
D. Thereza Christina Maria, irmã do
rei D, Fernando das Duas Sicihas.
No dia 1° de julho recebeu oiTicialmente
no palacio Chiaramonti, em Nápoles, a
pessoa de S. M. a lmperatriz o embai”
xador brazileiro. Feila a entrega com a
cerimônia e usos do estylo, embarcou a
princeza em um escaler brazileiro, que a
levou para bordo da fragata Constituição,
um dos tres vasos da nossa divisão naval.
A’s 2 horas da m.nihã seguinte partiram
a nossa e a divisão napolitana para o
Rio de Janeiro, onde chegaram a 3 de
setembro.
O desembarque só se eíTectuou na pre­
sente data,
A Imperatriz desembarcou no caes do
Vallongo c d’ahi se dirigiu para a ca­
pella imperial, onde se lançou aos con­
juges a benção nupcial. D’ahi foram
ambos para a quinta de S, Christovão,
em que os esperava um esplendido ban­
quete.
1863— Fallece no Pará o senador pela
provincia do Maranhão Angelo Carlos
Moniz, escolhido a 29 de novembro de
1851, segundo o Mappef necrologico dos
senadores publicado no tomo XXIX das
revistas do Instituto Ilistorico, e tomara
assento a 6 de maio de 1852. I '
Fallece com 65 annos de idade.
SETEMBRO—5
1669-Provisão régia nomeando João
da Silva de Souza para governar ,a capi­
tania do Rio de Janeiro. No anno se­
guinte exercia elle esse cargo. Ha nos
archivos públicos registros de actos seus,
que provam ter administrado esta capi­
tania pelo menos até o anno de 1674. Foi
depois encarregado do governo de An­
gola, de que tomou posse a 11 de se­
tembro de 1680. Succede-lhe em 1675
(segundo o visconde de Porto Seguro) no
do Rio de Janeiro Mathias da Cunha, no­
meado por patente de 30 de outubro de r r
1674 (Vide 24 de outubro de 1688),
No principio d’este anno de 1669 par­
tira de Lisboa no galeão Sacramento íoho
Corrôa da .-^ilva, que vinlia substituir a
Alexandre de Souza P’reire no governo
,1 ■'
 t. ■■ i'
122 EPHEMERIDES NAC10NAE3
geral do estado do Brazil. Mas, jjor incu
ria dos pilotos, naufragou no parcel de
Santo Antonio, tendo avistado a B diia
perto da noite. Deu logo o galeão varies
tiros em signal de naufragio, repetiu-os
a fortaleza de Santo Antonio, e logo sa-
hiram da ribeira os auxilios necessários;
quando pore'm estes, já ao romper do dia.
' i ' ■■ chegaram ao Rio Vermelho, acharam a^
: i'jf' praias alasti’ad is de cadaveres, pois só
li ■ da guarnição vinham a bordo oitocentos
11 ■(l homens. O corpo do infeliz governador,
encontrado pelo mestre de campo Anto­
nio Guedes de Brito, que tinha ido por
terra acudir aos naufragos, foi levado
para a cidade da Bahia e sepultado na
igreja do convento de S. Francisco.
1710—0 capitão Carlos Duclerc. official
da marinha franceza, preparara uma ex­
pedição de seis navios armados, com mil
homens de desembarque, e partira de
Brest para o Rio ^e Janeiro. E’ a armada
do que falíamos nas datas de 16 e 17 de
agosto.
I
, 1
I TJt '
'
'I1
O governador da capitania do Rio de
Janeiro, que a esse tempo era Francisco
de Castro de Moraes, avisado pelos mo­
radores de Cabo Frio da aproximação da
frota invasora, prepara-se para a defeza.
Duclerc porém prosegue para sul, depois
de ter querido, como vimos, investir para
a barra do Rio de Janeiro, cujas forta­
lezas lhe fizeram fogo, e desembarca na'
presente data no porto da Guaratiba. 0
governador entretanto, em vez de skhir-
if Ihe ao encontro e disputar-lhe o passo,
deixu-se flear na mais completa inacção:
0 invasor penetra na cidade, sem que
tljl" lhe fosse preciso disparar um tiro ! .Ani­
I. mado pela felicidade d’este primeiro
pass'0, dirige-se Duclerc para o palacio
;'r -■> do governo, e tel-o-liia occupado, si Gre­
gorio de Castro de Moraes, irmão do
governador e dotado da valentia que a
natureza negára áquelle, lhe não tivesse
embargado o intento, defendendo o pala­
cio governamental durante tres horas,
até cahir mortalmente ferido, Esta he­
roica resistência despertou os brios de
hrancisco de Castro de Moraes, que acu­
diu com as suas tropas quando já os
assaltantes tinham perdido 400 homens:
á vista d’esta resolução e d’este reforço
Duclerc se resolve a suspender o com­
bate e vai imprudentemente encerrar-se
em um trapiche da cidade, ao qual o go­
vernador, depois de ter debalde intimado
a Duclerc que se rendesse, manda pòr
fogo. O edifício continha uma boa porção
de polvora. Esta circumstancia poz os
francezes na dura alternativa de salta­
rem pelos ares ou de se renderem á dis­
crição : escolheram a menos dura; cle-
puzeram as armas, como prisioneiros de
guerra, com o seu chefe, no dia 11 de
sétembro. Poucos dias depois, Duclerc,
a quem se tinha dado por menagem a
cidade, foi encontrado morto na ca<;a
que lhe servia de prisão; acto de cobar­
dia inútil, cujo auctor nunca se chegou
a descobrir, e que mareou a gloria do
feito, que dera em resultado a sua ren-^
dição ás nossas armas.
1721—Rodrigo Cesar de Mc^^ezes, 4” go­
vernador e capitão-general da capitania
de S. Paulo, toma posse do referido cargo
em substituição do conde de Assumar,
que acabara o seu tempo.
1775—0 coronel Pedro Antonio da Gama
Freitas toma posse do governo da ilha de
Santa Catharina e n’elle se conserva âté
7 de março de 1877, em que os hespanhoes,
commandados por D. Pedro de Cevallos,
invadiram aquella ilha e se apossaram
d’ella.
1842—Chega ao Rio de Janeiro o prin-
cipe Adalberto da Prussia e aqui se de"
mora até o dia 30, em que embarca para
0 Pará.
1850—E’ elevada á categoria de pro­
víncia com a denominação de província
do Amazonas, a comarca d’este nome,
que fazia parte da província do Pará, e
dá-se-lhe provisoriamente por capital a
cidade da Barra do Rio Negro, hoje Ma-
náos, seu antigo nome, que lhe provém da não compOrtaA^a mais do que quatro
nação indiana mais considerável d’entre em fileira e depois de uma escaramuça
as que habitam as terras banhadas pelo singular, por causa da disposição do
rio gigante. sitio, 0 inimigo retira-sc com tanta
Foi seu primeiro presidente o depulado pressa como desordem , deixando 47
João Baptista de Figueiredo Tenreiro mortos e muitos feridos (Vide a Eplie-
Aranha, nomeado a lo de junho do anno m -ride de 8).
seguinte’ (Vide a Ephcmeride de 19 de 1639—Nasce no Rio de Janeiro Martim
janeiro de 1861). Corrêa de Sá, 1° visconde de Asseca,
A 1 de janeiro de 1832 é a nova pro­ titulo que lhe foi dado pelo rei D. Af-
víncia installada por aquelle fiinccio- íonso VI e de que o agraciado tirou carta
nario. a 15 de janeiro de 1666.
-T- Decreto legislativo auctorisando o Era filho de Salvador Corrêa de Sá e
governo a marcar o numero e localidade Benevides, alcaide-mor do Rio de Janei­
dos cemitérios que convenha estabelecer ro, governador de Angola, que restau­
na cidade do Rio de Janeiro, cessando-se, rou do poder do hollandez, por duas
estabelecidos elles, o enterramento nas vezes governador da supracitada capita­
igrejas. nia é, fallecendo a 1 de janeiro do 1688
Em março d’esse anno toraára o go­ (Vide essa data), jaz na sacristia dp mos­
verno da Bahia todas as medidas tenden­ teiro dos Carmelitas descalços de Nossa
tes a pôr de uma vez termo á inhuma- Senhora dos Remedies, eiu Lisboa.
ção dentro dos templos. O Campo Santo Martim Corrêa morreu em Setúbal em
e 0 cemiterio da terceira ordem de 1671, antes de seu pae, como se vê, dei­
S. Francisco de Paula [Quinta dos La- xando do seu consorcio com D. Angela
zaros), benzido a 19, foram os sitios de Mello dous filhos. Salvador Corrêa de
j; v i
para esse fim escolhidos. Sá, que foi o 2° visconde de Asseca,
alcaide-mór também do Rio de Janeiro e
SETEMBRO 6
morreu moço, sem casar, Diogo Corrêa,
1633—Os hollandezes que occupavam 3° visconde, e duas filhas, uma das
0 Recife, continuando em suas sortidas, quaes, D. Tliereza, foi priora do convento
sahem »pela madrugada , capitaneados de Santo Alberto, das Carmelitas descal­
pelo coronel Byma e se dirigem á villa de ças, em Lisboa.
Iguarassú, então abandonada dos nossos. 1681—Por carta patente d’esta data
Mathias de Albuquerque manda-lhes no confere o principe regente, depois D. Pe­
encalço os capitães Antpnio André e Es­ dro II. 0 governo do Rio de Janeiro ao
tevão Alvares com 50 homens, e Antonio mestre de campo Duarte Teixeira Chaves,
Felippe Camarão com 180 indios, « dos com jurisdicção sobre todas as capita­
quaes alguns já usavam de mosquetes nias do sul, sendo ao mesmo tempo encar­
como escreve Duarte Coelho em suas regado de receber e reparar a praça da
Memórias diarias. colonia do Sacramento, que a Ilespanha
Seguiram-nos depois o capitão Luiz mandára restituir a Portugal em virtude
Barbalho com algumas companhias do da Convenção de 7 de maio do anno an­
terço de Portugal e o capitão hespanhol terior.
D. Fernando de la Riba Aguero com as Duarte Teixeira Chaves tomou posse
suas. Estes porém não tomaram parte do seu cargo a 3 de junho de 1682
na acção, porque o inimigo, apezar de e foi 0trigésimo oitavo governador d’essa
levar duas horas de avanço, foi alcan­ capitania, logar que exei-ceu até 6 de
çado pelos primeiros em um caminho que aneiro de 1683, em que partiu para a sua

\r
 124 EPHEMERIDES NACIONAES

cQmmissâo no Rio da Prata, deixando o Geraes, formara-sc em S. Paulo em 1856

governo entregue interinamente ao se­
e representára o 4° districto da província
nado da camara. Só a 13 de junho d’esse
natal na sessão da assemblóa geral que
anno foi que ■\’î)ltou, tendo recebido e re­ foi dissolvida.
parado aquella colonia, e continuou no
governo da capitania até 22 de abril de SETEMBRO—7
1G8G, ein que foi rendido.
1502— As cai’avellas da primeira expe­
1822—Em virtude de accôrdo tomado
dição mandada em 1501 por D. Manuel
n’esta data na então villa da Cachoeira,
para explorar a costa da terra de V^era
é substituida a Junta j)yoxiisovia que go­
Cruz, recentemente achada por Cabral,
vernava a Bahia desde 10 de fevereiro do
e quç partiram de Lisboa a 10 de maio,
anno anterior (V. a ephemeride corres­
chegam de torna viagem áquelle porto,
pondente a este facto) por um governo
sahindo da costa d’Africa ( Vide a Ep)ie^
il provisorio constituido pelos seguintes
meriãe de 15 de fevereiro).
membros:
Demol-a até aqui como tendo por chefe
Capitão-mor Francisco Elesbãb Pires de
a Gonçalo Coelho, seguindo o Sr. J, de
I !
Carvalho e Albuquerque, presidente ; ba­
Vasconcellos e o general Abreu e Lima,
charel Francisco Gomes Brandão Mon­
que conclue por estas formaes palavras:
tezuma (posteriormente visconde de Je­
« 0 que s^ accommoda, em boa parte,
quitinhonha). que foi eleito secretario ;
com Góes, Gabriel Soares e Osorio.» Sabe-
desembargador corregedor da comarca
se, porém, por investigações ulteriores do
Antonio José Duarte de Araujo Gondim
visconde de Porto Seguro, do Sr. senador
(posteriormente senador por Pernam­
Cândido Mendes, que não fôra Gonçalo
buco); capitão-mór Manuel da Silva e
Coelho o commandante d’ella, nem tão
Sousa Coimbra; capitão Manuel Gonçalves
pouco 0 famoso Américo Vespucio, como
Maia Bittencourt: padre Manuel Dendê
quer Southey na sua Historia do Brazil
Bus ; Miguel Calmon du Pin e Almeida
(traducçtío do Sr. Dr. Luiz de Castro). O
(depois marquez deAbrantes); Manuel da
navegador fiorentino viera com effeito não
Silva Carahy: Theodoro Dias de Castro ;
só n’essa como na seguinte expedição (de
Simão Gomes Ferreira Velloso : Manuel
meiados de 1503), mas na qualidade de
Il ; dos Santos Silva e Francisco Ayres de
piloto e cosmographo, para esse íím cha­
Almeida Freitas.
mado por el-rei D. Manuel de Sevilha,
A esse governo succedeu ajunta creada onde se achava. Humboldt é de parecer
r por carta imperial de 5 de dezembro do que Gonçalo Coelho viera commandando
mesmo anno de 1822 (V. essa data). a segunda expedição, e do mesmo
1837—Toma assento no senado, como modo pensam os supra-mencionados in­
representante da província de Pernam­ vestigadores d’esses pontos obscuros da
buco, Pedro de Araujo Lima, depois nossa historia.
i;r
li:* marquez de Olinda, escolhido no dia 5 1722— Fallece na suadioce.se o 5’ ar­
fl’ ' r v I , pelo regente Feijó (Vide a ephem. de 7 cebispo d I Bahia D. Sebastião Mofíteiro
de junho de 1870). da \ide, conforme se vè do seu assenta­
1871-Fallece na côrte o bacharel F la' mento de obito no livro competente, fl.
vio Farnese, um dos redactores e funda­ 239. Tinha de idade 79 annos e 5 mezes,
dor da Actualidade, que tantos serviços tendo regido a diocese 20 annos, 5 mezes
I'! I ^ . prestou á idéa democrática, e depois um e 7 dias, e pessoalmente 20 annos, 3 mezes
dos creadores da Republica e dos seus e 19 dias. Fez testamento, em que instituiu
* i ?i.
redactores nos primeiros tempos. sua alma por herdeira. Foi sepultado na
Natural do Serro, província de Minas capella-mór da Sé metropolitana.
I ■'■f
H

.iïiv
í!
 EPHEMERIDES NACIüNAES

D. Sebastião Monteiro da Vide era na­ vulgar. Devemos observar que este papa
tural da villa de Mdnforte no Alemtejo foi eleito a 23 de novembro de 1700.
em Portugal. Fôra a principio jesuita, O visconde de Porto Seguro faz o arce­
seguiu depois a carreira militar na bispo empossado do cargo a 22 de maio
guerra da restauração, em que chegou de 1683. O Roteiro, Accioli nas suas Me­
ao posto de capitão. Deixou também essa mórias, Abreu e Lima e o Sr. conego
carreira e passou a frequentar a Univer­ •Ildefonso o fazem chegado á diocese no 1;
sidade de Coimbra, na qu il se formou anno de 1702, os dous primeiros em março
em cânones, adoptando deflnitivamente o e os dous últimos em maio, como o vis­
estado sacerdotal; serviu então o cargo conde de Porto Seguro. Innocencio F.
de vigário geral do arcebispado de Lisboa da Silva, no seu Diccionario, dá o dia 22
até ser nomeado para o da Bahia, onde de março de 1701 como o da sua posse,
chegou a 22 de março de 1702, tomando e 0 dia 12 de julho de 1707 como o da
pessoalmente posse da sua dignidade a celebração do synodo que elle ordenára.
22 de maio do mesmo anno. Quanto ao do seu fallecimento dá In­
nocencio a data que indicámos, isto é,
Em pastoral datada de 21 de junho de
a presente, no que estão de accorde Porto
1707 ijublicou as Constituições do arce­
Seguro, 0 Roteiro e o mss. que temos á
bispado, depois de aceitas e approvadas
vista. Este cita o seu epitaphio, cujo ul­
pelo sjmodo diocesano, celebrado na ci­
timo dize.r — Obdormivit in Domino 7
dade da Bahia a 12 d’aquelle mez e anno,
Sept. Anni M. D. CCXXII— confirma o
dia do Espirito Santo. Foi o primeiro que
facto, e 0 Roteiro, á pag. 54, transcreve
se reuniu no Brazil, k. elle assistiram,
integralmente o seu assentamento de
no primeiro dia, o bispo de Angola
obito do livro e fl, que já consignámos.
D. Luiz Simões Brandão, e o governador
1773— Sahe de Goyaz uma expedição,
e capitão general do estado Luiz Cezar
que pela primeira vez sóbe o rio To­
de Menezes.
cantins com destino ao Pará, organisada
Abreu e Lima o dá como fallecido a 7 por diligencias do governador e capitão
de outubro, e assim o auctor das Ephe- general de Goyaz José de Almeida \as-
merides publicadas na Revista Popular. concellos de Several e Carvalho.
Accioli e Ildefonso dão também esta data 1822— Data da independencia politica
como a do seu fallecimento.
do Brazil.
Attendendo-se a representações suas a Este acontecimento importantíssimo
el-rei D. João V, crcaram-se no arcebis­ realisa-se mais pela força das circumstan-
pado vinte igrejas parochiaes; mandou-se cias e marcha natural e providencial dos
edificar a de S. Pedro Novo e a casa de acontecimentos, do que pela força das
residência dos arcebispos. armas c pela lu-ta de interesses oppostbs»
Substituiu no governo civil da capi­ 0 que todavia hão deixou de todo de se
tania ao vice-rei D. Sancho de Faro, dar, mas de um modo tibio e sem a
conde de Vimieiro, fallecido a 13 de ou­ energia desesperadora do que tentasse
tubro de 1719. conservar no captiveiro o escravo, para
Segundo urrí curioso manuscripto que quem soára a hora solem ne da libertação,
nos confiou o Sr. Dr. Mello Moraes e já ou do que se esforçasse por manter na
aqui citado, D. Sebastião Monteiro da sujeição da tutella official o filho que che-
Vide foi confirmado por bulia de Cle­ gára á idade da emancipação longamente
mente XI, do sexto Iduo de agosto de desejada.
1701, primeiro anno do seu pontifi­ Esta pagina gloriosa, com que se inau­
cado, o que corresponde a 7 de agosto em gura a nossa historia como povo inde^
 ■ A ;■ ' í j i - i ; : -

126
EPHEMERIDES NACIONAES

pendente, não destruiu felizmente os E’ o primeiro gabinete em que toma parte

míí laços de parentesco que nos uniam á este distincte est idista.
^ rnãi-patria j liasteando o pendãp das 1871 — Effectua-se no paço da camara
nossas liberdades, temos mantido sempre municipal da cidade de Campos dos Goy-
a mais fraternal amizade com o povo de tacazes a sua Exposição Municipal, pri­
m ■ que nos desligámos.
meira d’esse caracter devida á iniciativa
1839—Primeira representação do 01' particular, qúe se réalisa no Brazil.
fjiato, ti'agedia em 5 actos, em verso, do
Foram iniciadores d’essa idéa, e os que
t>i, D]'. Domingos José G-onçalves de Ma
maior somma de esforços empregaram
galhães, hoje visconde de Ai’aguaya, pop
para a pôr em pratica, o consummado
occasião da reabertura do theatro de artista Francisco de Paula Bellido, presi­
S. Pedro de Alcantara, no Rio de Ja­ dente da sociedade União Artística Bene­
■’í'
',■‘1 ■ ' 'i’ il neiro.
, , i-j. ficente, e 0 Sr. Dr. Francisco Portella,
1842— Lança o imper-ador a pedra fun­
benemerito presidente da Sociedade Bra­
damental do collegio Anjo Custodio, des­ sileira de Beneficencia em Campos, a
tinado á educação de duzentas filhas qual também a este illustre cidadão deve
orphãs de servidores honrados do estado;
na maxima parte a creação e incremento
a ceremonia se efifectua junto á Imperial da sua Bibliotheca.
Quinta da Boa Vista, ■em presença da
còi tc, do corpo diplomático, do principe 1872—Inaugura-se com toda a solemni-
da Prussia Adalberto, que aqui estava dade, na cidade do Rio de Janeiro, a
de passagem. Idéa generosa que teve estatua do patriarcha da independencia
assim um principio de execução, mas não José Bonifacio de Andrada e Silva, feita
chegou a vingar. pelo estatuário francez Luiz Rochet, que
também fizera a do fundador do Imperio,
Começam as obras do ediflcio mo­
Ao discurso do orador do Instituto Ilis*
numental, que 0 espirito humanitário de
torico, de onde partira a iniciativa para
José Clemente Pereira ergue na capital do
a execução da idéa, responde o Impe­
Brazil para refugio e tratamento dos alie'
nados. rador :
« As nações engrandecem-se com as
O magestoso Tlospjcio de Pedro Se.
homenagens prestada ^ a seus varões il­
ffundo, que tanta honra faz á primeira
lustres. José Bonifacio de Andrada e
cidade da America do Sul,só fica conclui,
Silva é digno da veneração que lhe tri.
do dez annos depois e é inaugurado no dia
3 de dezembro de 1852. butam os brazileiros, e eu lhe consagro
como grato pupillo. »
18o3r-Ministerio organisado pelo mar- Ergue-se o monumento na praça de S.
quez, então visconde, de Paraná, que fica Francisco de Paula, e cornpôe-se de uma
, coiíi a presidência do conselho e a pasta estatua pedestre, de bronze, representan­
da fazenda. O Sr. Antonio Paulino Limpo do 0 grande patriota trajado á corte,
f l’ ■ '■
de Abreu, hoje visconde de Abaeté, tem tendo na mão esquerda o manifesto de 6
' r ' l i ’ i:!':: a pasta dos negocios estrangeiros; o Sr. de agosto de 1822 em que proclamara aos
Luiz Pedreira do Couto Ferraz (hoje vis­ povos a nossa emancipação politica, e na
V ; ’: í í 1 ‘ . .v . conde do Bom Retiro), a dos do imperio; direita a penna com que'o escrevera;
■í - , ■'• ■■:■ 0 conselheiro José Thomaz Nabuco de apoia essa mão em livros amontoados
Araujo ados da justiça; Pedro d’Alcantara n\ima cadeira d’estylo grego. Ornum-lhe
Bellegarde a dos da guerra e interinamente 0 pedestal quatro figuras allegoricas,
da marinha, que é a 15 de dezembro preen­ symbülisando a Justiça, a Poesia, aScien-
chida pelo Sr. Dr. José Maria da Silva cia e a Integridade, vasadas também em
Paranhos, hoje visconde do Rio Branco. bronze massiçOi A inscripção consta do
Ir»y
;
 sea nome e data da proclamação da nossa bem Mathias de Albuquerque d’este mo­
independencia. A base em que assenta o vimento do inimigo, manda-lhe ao encon--
inonumenio é de mannore rosa do Monte tro 200 homens sob o commando dos
Jura, e os degraus da escada octogonal capitães Francisco de Almeida ãíascare-
que 0 circumda são de granito do Rio de nhas, Francisco Duarte, Antonio de Fi­
Janeiro. gueiredo e Vasconcellos, Manuel Rebello
— Illumina-se pela primeira vez a ci­ da Franca e João de Campos Gamboa e
dade de Campos dos Goytacazes á gaz 0 capitão Henrique Dias com 35 dos seus
corrente. pretos.
1876 — Inauguração da linha telegra- Essa gente passou por caminho diverso
phica da cidade da Parahyba, provincia do seguido na vespera pelos nossos, de
d'esse nome, a Goyana, provinci i de sorte que aquella não poude auxiliar
Pernambuco, na extensão de k. 71.101. esta, mas mesmo assim, com essa des­
1877—Inauguração otílcial da villa de igualdade tamanha de numero, suppriu-a
Catagnazes, provincia de Minas Geraes, de tal modo o valor, que, cahindo sobre
e ao mesmo tempo da estrada de ferro da 0 inimigo duas léguas antes de chegar á
Leopoldina, que conta 20 léguas de exten­ villa de Iguarassú, em uma hora o punha
são do Porto Novo do Cunha, na via em debandada, «mas pouco a pouco, diz
ferrea de Pedro II, áquella villa. Duarte Coelho nas ^\xa%Memorias Piarias,
No principio d’estc século, explorando porque muitas vezes volvia o rosto, como
alguns aventureiros a região sudoeste de si elles fossem os duzentos e nos o^
Minas, acharam um rio, do qual extrahi- mil. » Neste encontro ficaram mortos
ram o peso de meia %>ataca de ouro ; por 13Ü do inimigo e 7 dos nossos e Ilenriciue
causa dhsso deram-lhe essa denomina­ Dias sahiu ferido com dois mosquetaços.
ção, ■que se estendeu á pequena po­ Outra sortida fazem os hollandezes
voação estabelecida em suas margens. Ao n’esse mesáio dia, sahindo dos Afogados
povoado da Meia Pataca, até ha bem em numero de 300 e tomando pela praia
pouco tempo quasi ignorado, é que se poz até á passagem do rio das Jangadas, duas
0 nome de Cataguazes, e que, com ser a léguas distante do cabo de Santo Agos­
mais nova das cidades d’aquella vasta e tinho, onde estava de guarda o capitão
rica provincia. é a primeira a I’eceber esse João Paes de Mello com 50 homens, «que
grande e i^oderoso vehiculo de civilisação mui bem a defendeu, fazendo retirar-se
e engrandecimento. Graças a elle, em não 0.inimigo com alguma perda.»
remoto futuro será a nova villa uma das « E quem vir que com tão pouca gente,
mais prosperas cidades da provincia. como a que sempre tivemos, pelejavamos
Estes primeiros passos, que ella acaba com um inimigo dos mais formidáveis da
de dar na senda do progresso, deve-os Europa, não só muitos annos, muitos me-
aos perseverantes esforços e iniciativa do zes e muitos dias, como até no mesmo
Sr. coronel Jose Vieira de Rezende Silva, a dia 0 faziamos em duas partes, não tendo
quem é devida já, nu maior parte, a sua em nenhuma igualdade para fazel-o. lhe
actual prosperidade. parecerá com razao que seria gr.mde des­
cuido não transmittir á posteridade o
SETEMBRO— 8 valor, constância e circurastancias que
1633—Sabendo os hollandezes no Re­ presidirão a esta guerra, e sem embargo
cife do apuro em que estava em Iguarassú disto houve homens taes que ainda em
0 seu coronel Byma, parte o coronel Se- acções tão honrosas achárão que calum-
gismundo van Schkoppe á frente de mil niar [Memórias Piarias). »
soldados para acudir-lhe. Sabendo tara^ 1645—Rendição da fortaleza de Naza-

H>x
k'.
128
EPHEMERIDES NACIONAES

reth do Cabo de Santo Agostinho. Com

^ador de Campos dos Goytacazes, provin­
. mandava-a o major hollandez Hoogstra-
da do Rio de Janeiro. D. José Joaquim
ten, que assim se entrega aos inimigos da
; ; I da Cunha de Azeredo Coutinho. bispo
sua patria e da sua causa ! Iloogstraten
d’Elvas e o 12° de Pernambuco,- honra
fora duas vezes enviado pelo supremo
do epispopado colonial do Brazil.-
conselho do Recife, com outros, em mis­
Era 0 primogênito dos filhos de Sebas­
são ao governador geral do Estado na
tião da Cunha Coutinho Rangel e de D.
Bahia, e alii ajustara secretamente a en­
Isabel Sebastiana Rosa de Moraes, ori­
trega da fortaleza que os seus lhe haviam
undos ambos de distinctas e abastadas
confiado, recebendo em paga da traição
famílias d’esta província. D. JoséJoaquim
18,000 florins e o commando de um regi'
recebeu as aguas do baptismo na capella
■lii mento. Para colorir o seu acto dava p"or
de Santa Rita do engenho Santa Cruz,
'I. causa 0 ser catholico, embora hollandez,
pettencente a seu avô materno. Domin­
e abominar })or isso os seus compatrio­
gos Alves Fessanha, capitão-mór c go­
tas, que tinha por hereges.
vernador dá comarca dos Campos dos
Is a occasiao de cumprir a promessa Goytacazes.
allegou perante os seus oííiciaesque não
Concluídos os seus estudos prelimina­
havia mais viveres, nem munições para
res na cidade do Rio de Janeiro e tendo
se sustentar o assedio que os nossos
percorrido, em viagem de instrucção e
faziam de ha alguns dias á fortaleza, e
tecreio, as principaes localidades da sua
outras razões na apparencia plausiveis.
capitania natal e da de Minas Geraes,
Sü tres dos seus oíliciaes se oppuzeram á
passou-se para Portugal, onde se matri­
rendição, mas esses e os poucos soldados
1 culou em 1775, com mais de 30 annos de
que não a aceitaram foram mandados
idade, na faculdade de direito canonico
para Bahia como prisioneiros. « Entre
da Universidade, então "reformada, de
estes últimos, diz Netscher; contava-se
Coimbra, em que recebeu q grau de ba­
Isaac Zweers, que se tornou mais tarde
charel e depois o de licenciado, tendo
tão celebre como vice-almirante na IIol-
abraçado o estado ecclesiastico e renun­
V landa. » Depois de um longo e duro capti- ciado os direitos de primogenitura em
veiro foi Zwers trocado por prisioneiros favor de seu irmão segundo.
nossos.
Apresentado arcediago da Sé do Rio de
Iloogstraten foi com eíTeito nomeado Janeiro em 1781; nomeado deputado do
commandante da gente com quem se Santo Officio da Inquisição de Lisboa em
I bandeára. Si recebeu ou não os trinta 785 ; eleito a 21 de novembro de 1791
ãinheiros, a historia o não diz.
lara a séde episcopal de Pernambuco,
O auctor da Historia cUs lutas com os
vaga pela transferencia de D. frei Diogo
liollandezes (nova edição, 1871), dá a
de Jesus Jardim para a d’Elvas ; sagrado
rendição d’este forte oceorrida no dia 3, a 25 de janeiro de 1795 na basilica do
«justamente quando se cumpria um mez
convento novo de Jesus pelo bispo titular
depois da victoria das Tabocas.» •'
do Algarve, inquisidor geral, com a as­
1<05 O alferes-mór do reino Luiz sistência dos bispos de Angola e de
Cezar de Menezes toma posse do governo
S. Thomé, concorrendo ao acto a Acade­
geral do estado do Brazil na cidade da mia Real das Sciencias de Lisboa, da
Bahia.
qual D. José Joaquim era membro ; di
I . •Foi 0 31’ na respectiva serie e gover­ rector geral dos estudos e governador
nou até 3 de maio de 1710, em que o civil interino da capitania de Pernambuco
rende D. Lourenço de Almada. por ausência do capitão general D. Tho-
1713—Nasce na então villa de S. Sal- maz José de Mello, chamado ácôrte em
MMu 1 ^ <
MiS:
 EPHEMERIDES NACIONAES
1T98, D. José JoiKiuim chegara á sua di-
cese a 25 de dezembro d’esse ultimo
anno e fizera n’ella a sua entrada so-
lemne no dia 29. No 1” de janeiro de
1790 ratificou a posse que d’ella tomara
por procurador c em data de 0 de agosto
do mesmo anno fôra auctorisado para
eleger examinadores regulares e secula­
res par.i os concursos.
Fundou 0 seminário episcopal de Olin­
da, 0 mais completo collegio de educação
secundaria, diz Abreu e Lima, que houve
até então no Brazil, obtendo para esse
fim a igreja e collegio que tinham sido
dos jesuitas n’aquella cidade. O principe
regente fei-o director do referido collegio,
para o qual deu o prelado os estatutos.
Deu também estatutos para o 'íecolhi
mento de Nossa Senhora da Graça, fun­
dado na Boa-Vista pelos irmãos Araujo
Gondim. Obteve o augmente de congrua
para o corpo capitular da respectiva Sé.
Como membro do governo civil fez orga­
nisai- 0 regimento de artilharia do Per­
nambuco, c tanto n’essa qualidade, como
na de bispo, prestou D. José Joaquim
outros muitos serviços importantes a
esta capitania, que se acham consignados
na Defesa de seus actos, que o eminente
prelado publicou em Lisboa em 1808.,
cc Todavia, pondera o general Abreu e
- Lima na sua Synopsis, não faltaram pes­
soas que quizessem obscurecer o seu
credito depois do facto da trasladação do
Santissirno Sacramento da igreja matriz
para a que tinha sido dos jesuitas; acon-
mensos dissabores, »
E’ que 0 jirelado, como se lô no Diccio-
nario de Inuocencio P. da Silva — « se­
vero por indole, e em extremo zeloso de
conservar intactas as prerogativas e im-
munidades que julgava pertencerem-lhe,
teve de sustentar por vezes no exercido
do seu ministério as coníra/.iicções e des­
gostos, que bem se manifestam por al­
guns dos escriptos que nos d e i x o u p o ­
rém não que d’ahi lhe proviesse a menor
129
3’
quebra na estima e amizade do soberano,
cujas boas graças o acompanharam até
0 fim da vida. y> ;
Transferido em 1802 (por carta regia
de 19 de março) para a séde episcopal de
Bragança e Miranda, como coadjutor e
futuro successor do bispo D. Antonio
Luiz da Veiga Cabral, que a occupava,
sahiu de Pernambuco a 5 de julho do
mesmo anno; não se tendo porém effe-
ctuado a transferencia, por ter recla­
mado contra esse acto aquelle bispo,
recolheu-se D. José Joaquim ao convento
de S. Vicente de Fora. Mais tarde qua­
tro annos, em 1806, foi o bispo d’Elvas,
D. José da Cunha Torres, promovido ao
arcebispado de Braga, e o nosso illustrc
conterrâneo occupou então a séde vaga «
d’Elvas. em Janeiro d’esse anno,
Em 15 de novembro de 1817 foi ainda
traslad ido para a diocese de Beja, que
renunciou,
Foi então provido no importantissimo
cargo de inquisidor geral do Santo Oííicio,
sendo elle o ultimo q e desempenhou taes
funeções, por ter sido abolido logo depois
aquelle tribunal em Portugal. Em 1818 era
também nomeado presidente da Junta do
exame do estado actual e melhoramento
temporal das Ordens religiosas do líeino.
Quando rebentou a revolução de 24 de
agosto de 1820, foi D. fosé Joaquim
eleito deputado pela provincia do Rio de
Janeiro ás Cortes constituintes da na­
ção portugueza; mal porém tomou as­
sento n’ellas em 10 de setembro de 1821,
do mesmo mczeanno, contando portpntp
78 annos completos de edade.
« Este grande bispo e distincto brasi.
leiro, diz o conego Januario da Cunha
Barbosa, jaz na casa do capitulo dos
padres de S. Domingos (Lisboa). »
O bispo D. José Joaquim da Cunha de
Azeredo Coutinho era um espirito de
muito variada cultura e um dos filhos
da terra americana mais doutos do seu
tempo. Ells e o \isconde de Cayrú foram
f B/
EPftEMERIDES NACIONAES
I p;
Í'/ / os primeiros naturaes do Brazil que es­
‘ V ■! creveram acerca de economi a politica,
sciencia em que eram profundamenie
versados Cayrú, ainda mais que 0 bispo,
e de que nos legaram numerosas obras,
que attestam a extensão dos seus co­
nhecimentos.
líS -íif Lea-se 0 que deixaram dito d’este pi’e-
■; ’!■
ir lado 0 padre Carlos Augusto Peixoto de
Alencar no seu Rotei>'0 dos Bispados e o
visconde de Porto Seguro na sua monu­
mental historia Geral do Brasil e os
' j '. f. Tit. I e VII das rev. do Instituto Hist.
cc Sobre a sua cabeça brilhar im succes-
sivamente as mitras dos bispados de Per
nambuco, Miranda e Bragança e Eivas,
e 0 baculo que empunhava guiou sempre
o seu rebanho com honra e dignidade
ao verdadeiro aprisco. Deixou-nos impor-
tantissimas memórias politicas, scientifi-
cas e litterarias, onde figur i a sua vasta
erudicçao sobre todos os ramos dos co‘
nhecimentos humanos e algumas d ellas
i( mereceram as honras da traducção nas
linguas mais cultas da Europ i (Fcu-
v i A N O , Ephemerides publicadas na Re­
/:*?
k ■ ••' I'f'
r ‘ ;.\
■f vista Popular^ tomo XV, 1862). »
1763_Assume 0 governo da capitania
de Pernambuco 0 conde de Villa-Flor, que
é 0 29“ na serie dos seus governadores.
WÍ/' ■
1770—Descobrimento dos campos de
Guarapuava pelo tenente Cândido Xavier
de Almeida e Souza, natural de S. Paulo,
depois tenente general. Estendem-se estes
campos desde Itatú até ás cabeceiras do
Uruguay, e desde a serra dos Agudos
I :',i:S,
até 0 rio Paraná.
fi, 1774_ [ ) . Thomaz da Encarnação da
t'iillilf ” Costa e Lima, 10“ bispo de Olinda,
faz a sua entrada pontificai na sua
diocese.
Nascera na Bahia a 25 de junho
m il m
p i l l . de 1723. (Vide essa data'.
Manuel da Cunha Menezes, 47“ capi­
tão general da Bahia, recebe as re leas
da administração das mãos do governo
h iilf
ii
vil
interino presidido pelo arcebispo D. Joa­
quim Borges de Figueirôa.
1796—Nasce em Pernambuco 0 poeta
José da Natividade Saldanha, auctor de
um volume de poesias offerecidas aos
o.mantes do Brasil, impresso pela pri­
meira vez em Coimbra em 1822, e que
tomáfa activa parte na revolução de
Pernambuco em 1823 p ira 0 est d^eleci-
mento d i Confederação do Equador.
1808—Chega á corte do Rio de Janeiro
na fragata ingleza Stork, e desembarca
no caes da cidade, no escaler real, 0
nuncio apostolico monsenhor Lourenço.
conde de Caleppi. arcebispo dc Nisib^
preconisado depois cardeal em consis­
tório de 8 de m irço (Não j)ud,emos ve­
rificar de que anno), e que morreu no
Rio de Janeiro a 10 de janeiro de 1817 1
(Vide essa data'.
O principe regente já 0 conhecia de i-
■3.
Lisboa.
E’ hospedado com toda a magnificên­
cia no mosteiro de S. Bento.
1836—Fallece na côrte 0 marquez de
C.aravellas, José Joaquim Carneiro de
Campos, conselheiro de estado, senador
pela provincia da Bahia e um dos red !Cto-
res da Constituição do Império. Nascera
na Bahia a 4 de março de 1768 (Vide ■I
essa data).
Fòra escolhido senador a 22 de janeiro
de 1826, segundo a relação dada pelo
Almanak Laemmert para 1880, ou a 19
de abril, segundo 0 Mappa necroloqico
publicado na revista do Instituto.
1856—Fallece na córte 0 marquez de
Valença, Estevão Ribeiro de Resende
senador por Minas-Geraes, escolhido nas
condições de d ita do precedente,
1879—Succumbe na corte a antigos pa­
deci mentoè do coração 0 senador pela
Par.ihyba Frederico de Almeida e Albu­
querque, natural d’aquella provinda, e f
escolhido por carta imperial de 8 de
maio de 1856.
Tendo frequentado 0 curso juridicoda
Universidade de Coimbra até ao 3“ anno,
interrompeu-o e voltou á patria, onde se,
dedicou á industria agricola. Exercera

e p h e m e r id e s n a c io n a e s
na provincia natal diversos cargos pú­
blicos e de eleição popular, tendo sido
prefeito de policia (lei provincial que foi
revogad^a) na tempestuosa administração
do barão de Qiiaraim, presidente da
' assembléa provincial, deputado á assem-
ea geral e aíinal senador, occupando
por longo tempo o logar de 2» secretario
do senado.
Alem ue baver administrado por diver­
sas vezes a provincia da Parahyba como
seu 1 “ vice-presidente, presidiu ás do
l iauhy. Pernambuco, Parahyba e Mara-
nhao, cargos que desempenhou com mo
dqi’ação e cordura.
« Se não era desses talentos brilhantes
que rastream luz nas lutas ijoliticas, diz
o Cruzeiro de 10 de setembro, era carac­
ter acrysolado de profunda honestidade
individual e politica, dando na integri­
dade (te sua vida traslado honroso, digno
de imitação e apreço. »
SETEMBUO—9
1C32—Toma posse da prelazia do Rio de
Janeiro o Dr. Lourenço de Mendonça, que
succede a Matheus da Costa Aborim.
Não foi este prelado mais feliz qire os
seus antecessores, porquanto, além de
perseguido e injuriado, tentaram contra
a sua vida, sendo porflm preso pelo povo
e remettido para Lisboa ao Tribunal do
Santo Onicio. Provada, porém,.a sua in-
nocencia, absolveu-o aquelle tribunal e
declarou-o livre de culpa. Km compen­
sação dos desgostos que soíTrera, mandou
el-rei consultal-o para o cargo de prior
de Aviz, como o declara a provisão de
de setembro de 1639. que confirmou enl
Pedrer Homem Albernaz a nomeaçao de
administrador interino da prelazia.
O Dr. Lourenço de Mendonça fôra no­
meado por FelipDC IV em 22 ímIu,^ a..
, ouugara ua corte ao Espirito Santo
em principios do anno seguinte, e d’alii
se passara para o Rio de Janeiro, e to
mara posse do seu cargo na presente
data, como iica dito.
‘á
131
!
h, 1
Monsenhor Pizarro relata nas suas Me­
mórias as perseguições de que féra alvo
este prelado, e acaba por nos dizer que
Ll-Rei, em paga do que elle soíTrera. o
accrescentara em honras e rendas e re­
querendo á Sé Apostólica, por carta de 7
de outubro de 1639, a erecção da admi-
mstraçao ecclesiastic i'do Rio de Janeira
em bis])ado, o nomeara bispo da nova
diocese. Foi como tal sagrado, mas não
veiLi oceupar a séde, por ter em 1610 to­
mado 0 partido do rei hespanhol na revo­
lução que devolveu a coroa de Portugal
aos reis da sua raça na pessoa do duque
ae Bragança, e ficou em Castella como
bispo^de aiinel do arcebispo de Toledo.
164o—Ataque e quasi total destruição
da esquadrilha do capitâo-mór de mar
Jeronymo .-errão de Paiva pela hollan-
deza ás ordens do almirante Lichtliardt.
Compunha-se esta de tres embarcações
grandes e cinco hiates ; e aquella de sete
barcos maiores, tres c iravellas e quatro
sumacas, e depois de terem desembar­
cado os terços de André Vidal de Ne-
greii os c Martim Soares Moreno, man­
dados pelo governador geral do Estado
Antonio Telles, com o fim simulado de
obrigar os sublevados de Pernambuco e
os seus auxiliares a deporem as armas,
fundeára Serrão de Paiva a s\fn frota na
bahia de Tamandaré.
O visconde de Porto Seguro refere com
bastante particularisação este combate
na sua Historia das luetas com os hol-
landezes. Baste-nos recordar n’estas pa­
ginas que não fo"i facil ao hollandez a
victoria e que da nossa esquadrilha sé se
salvou um navio, que ponde fazer-se ao
mar e foi para a Bahia. A capitanea de
Paiva foi abordada por tres lados ao
mesmo tempo, e elle defendeu-se com
inimigo senlior 'da coberta da embar-
cação, á porta da s.ua camara, de espada
em punho, derribbu a muitos, sem que o
pudessem fazer prisioneiro, senão quando
cahiu exhausto dí forças pela fadiga e
 132 EPHEMERIDES XACIONAES
pelo sangue que lhe jorrava de feridas
sem numero.
A nossa perda u’esta acção foi de 700
homens. A victoria foi completa para os
hollandezes. Serrão de Paiva, depois de
® 4''i'-’
* ..-I i
‘ 'J■
curado no Pv,ecife, foi enviado para a
}•' !'r ‘ f Ilollanda.
A achada de documentos reservados e
■ m
importantes na cam ara de Serrão de
Paiva e que elle não tivera tempo de des­
truir, revelaram aos lioll.mdezes o plano
concertado entre o governador geral, o
proprio rei de Portugal e os sublevados
contra o dominio hollandez no Pi.ccife
para a restauração de Pernambuco do
poder d’elles.
1688—Fallece em Pernambuco o seu
duodecimo capitão general e governador
Fernão Cabral Belmonte, que não havia
ainda completado tres mezes de governo,
', I 14 pois apenas o havia assumido a 29 de
IjííA 1 |;.l junho d’este mesmo anno.
Em virtude d’esseacontecimento esteve
a capitania quatro dias sem chefe, até
V ' 1 , ■
li que tomou interinamente conta da admi­
r‘ ’ nistração 0 bispo diocesano D. Mathias de
Figueiredo e Mello, que a regeu por oito
•1 mezes e 16 dias, isto e', até 23 de maio
í' ! i ^ ' ' de 1689.
1760—O coronel Ignacio Eloy do .Madu-
ii-
.,1 ; reira é nomeado governador da nova ca-
i:>itama deS. Pedro do Pdo Grande do Sul
i-:' ; ,í (Vide a Addenda-do mez de setembro ■.
'•1
íF- ' ' t 1780—João Ptodrigues Bezerra marcha
de Oeiras para S. Gonçalo e S. João de
Sande (Piauhy), afim de submetter os
[I; ,j,
Índios (juezuer^ que se haviam suble­
vado.
1812—Obispo do PJo de Janeiro D. José
Caetano da Silva Coutinho, em visita
pastoral pela sua dioce.se, tendo desem­
barcado em Macahé a 20 de agosto, chega
i •.'* ^ ! na presente data á então villa de S. Sal­
vador de Campos dos Goytacazcs, onde
é recebido com toda a pompa.c solemni-
dade e ahi se demora até o dia 26. em
si|'mí f ' ’ '
11
que parte pai'a a então tainbem villa de
S. João da Barra ; -de lá se dirige até ao
lívi:
Rio Doce, na.provincia do Espirito-Santo.
de onde volta a S. Salvador a 13 de
no embro, e continuando quatro dias
depois a sua viagem de regresso para o
Rio de Janeiro, por S. Fidelis, S. José dc
Leonissa, Cantagallo o Macacú, chega
ao Rio de Janeiro a 3 de dezembro.
Quando o prelado veiu dc Macahé para
Campos, percorreu a freguezia de Nossa
Senhora das Neves, a dc Quissaman, a de
S. Gonçalo, atravessando a Lagoa Feia
em uma lancha, e flnalmente a freguezia
deS. Sebastião.
1820—A villa de Lages é desannexada
da capitania de S. Paulo e incorporada na
de Santa Catharina.
1833—Fusão dos dois ramos do corpo
legislativo no paço do senado, para a
discussão da emenda não approvada pela
camara dos deputados á lei das forças de
terra.
.1 emenda foi regeitada.
•1870 — Inauguração da linha telegra-
phica do Triumpho a Porto-Alegre, pro­
vinda do Rio Grande do Sul, com 70,000
kilometros dc extensão.
1877—Celebra-se com a maior pompa no
mosteiro de S. Bento, no Rio de. Janeiro,
a ceremonia da sagração do Sr. D. Anto­
nio Maria Corrè >de ..ai e Benevides, apre­
sentado bispo de Marianna a 24 de maio
de 1876 c preconisado cm Roma, a 27 de
junho de 1877, pelo SS. Padre Pio IX ’
Foi ministro sagrante o intcrnuncio apos
tolico monsenhor Cesar Ronceíti, arcei
bispo titular de Seleucia, assistido pelos
monsenhores Felix Mai'ia de Freitas e
'Albuquerque, vigário capitular da dio­
cese Ü.iminensc, e Bernardo Lyra da
Silva, ministrando no altar ao inter-
nuncio os Srs. conegos Eduardo Freire e
Pires de Amorim,
Serviram de padrinhos ao sagrando os
Sr.s. Drs. Benjamim Franklin Ramiz
e Galvão J. Aldrete de M. Queiroz Carreira.
Acharam-se presentes ao acto o Sr. con­
de d’Eu, muitos copeaos da imperial ca-
pella, os reitores dos seminários maior e
 EPHEMEPJDES NACIOXAES 1
i»>>

menor, e suas respectivas coinnumida- gaignon, vinha .João de Lery, que foi
I des, representantes de todas as ordens depois ministro da sua religião e
religiosas e muitos professores ealumnos nos deixou uma curiosa, si bem que
do collegio de Pedro II, além da commu- abstrusa, narraçao d ella na obra que pu­
nidade bi nodictina, presidida pelo respe­ blicou sob o titulo Hisioria, de ximct
ctivo abbade.
viagem á terra do Bra:il^ a qual teve
O novo prelado foi obsequiado por di­ numerosas edições e ainda ultimamente
versos amigos com muitos presentes de uma, dada i-elo Sr. l^aulo GalT irel, a-uetor
valor,
da Ilistoire du Hrésil Fj-ançais.
S. Ex, Revma. fOra vice-reitor do col­
1610— Carta de lei pela qual manda
legio de Pedro II (Yide a Ephemeride D. Felippe III considerar livres os in-
de 16 do Novembro).
digenas do Brazil (Vide julho 30 de 1609
e abril 9 de 1655).
SETKMUUO—10 1633—Sabe-se no Real, por um expresso
enviado pelo governador da Parahyba,
155G— A convite de, Villegaignon. que, que havia alli chegado de Portugal o
'desde o anno anterior estava no Brazil, capitão Francisco Souto Maior com dois
0 velho Eelippe de Corguilleray. Senhor navios, em que trazi i 70 soldados de
du Pont, que vivia perto de Genebra e soccori-o para os nossos, e vinha com a
fora visinho do almirante Gaspar de Col- mei’cè de governador da dita capitania
ligny em França,annue em conduzir para da Parahyba, não obstante não querer o
aqui os que quizessem associar-se á em- rei^que imr então ocargo deixasse Antonio
preza da propagação da religião calvi- de Albuquerque, que a exercia. Souto
nista nas virgens plagas do Novo Mundo,e Maior pelejara, antes de entrar a barra^
acompanhado de quatorze corajosos pro­ com tres navios hollandezes, tendo elle
testantes, que em Genebr,i accederam em um sü, 0 em que vinha, pois o outro não
virpre'gar a nova doutrina aos selvagens tr.izia artilharia.
✓
e auxdiar ^'illegaignon na empreza de A gente que vein, teve por capitão a
povoar e civilisai- estas remotas regiões, Gregorio Guedes Souto Maior, irmão do
parte d’aquclla cida'de na presente data commandante, que assim o pedira 'a
na direcção de ChatiI!ón-sur-Boing, onde Mathias de Albuquerque.
residia Collig-ny, que os recebeu muito 1654—Na Vespera haviam os vereado­
bem e os animou no diílicil empreheadi- res, 0 clero, a nobreza e o povo da ci­
mento, promettendo-lhes auxili d- s pelo dade de Belém, reunidos na casa da Mi­
lado da marinha, pondo para esse íim sericórdia. eleito a Ayres de Souza Chi-
em contribuição a pi-ivança que tinha chorro governador interino da capitania
com o rei de França Henriqbe II. D’ahi do Pará, vago por fallecimento de Pedro
dirigem-se a Pariz, onde se demoram um Corrêa. O omeado, que toma na presente
mezj e onie se lhes assooáanr outras data posso do cargo, exerce assim
pessoas que abraçaram a iiléa, entre pela terceira vez o governo da capitania.
ellas alguns fidalgos. Passam d’alli a Foi então o 32° dos seus administradores
Ruão e depois a Honfleur, onde também e regeu-a até S de dezembro do anno
estacionam um mez em pre[)araiivos seguinte.
U.
para a expedição e de onde deviam partir 1716—D. Francisco Xavier de Tavora,
para ella (Vido a Èphemeride de 19 de que governava a capitania do Rio de Ja­
novembro). neiro desde 1713 (Vide 7 de junho), ha­
N’essa expedição, que era capitaneada vendo obtido licença para tornar ao
por Bois-le-Comte, sobrinho de Ville- reino, deixa nesta data o governo a cargo
 iníerinamente do mestre de campo Ma­ de Sarnache, em Portugal, para onde
nuel de Almeida Castello Branco, que o fora mandado muito moço. Recebera o
occupa até 27 de junho do anno seguinte. grau de bacharel em direito pela Univer­
1808— Como resultado immediate do sidade de Coimbra em 1827 e tinha-se ha­
estabelecimento da Tmprensa Eegia no bilitado para a competente formatura
Rio de Janeiro (Decreto de 13 de Maio quando, perseguido pelo governo de
d’este anno), começou-se a publicar duas D. Miguel, em razão da sua manifesta
vezes por semana a Gazeta do Rio de adhesão á causa de D. 51 ,ri i II, foi obri­
Janeiro, «modelada pelo teor d i raclii- gado a deixar Portugal. Viajou então
tica e magrissima Gazeta de Lisbôa, pela Ilespanha, França e Inglaterra,
contendo os actos, decisões e ordens do voltando em 1830 para a s\xa provincia
governo, a commemoração dos anniver- natal.
' sarios natalicios da familia real e das A respeito das demais indicações con
festas na corte, odes e p megyricos ás cernentes á sua vida publica como ma.
pessoas reaes, 'e por descargo de con­ gistrado, administrador, parlamentar c
sciência dos redactores a noticia dos homem de partido, o leitor consultará
principaes acontecimentos da guerra pe- com vantagem o —Anno JHographico—
ninsu'ar, que lá iam resoar aôs ouvidos' do Sr., Dr. 5Iaccdo n i data supra.
da côrte, longe dos perigos e das cala­ 1877— Morre na casa de saude dos Drs.
midades de Portugal {José SilveHre R i­ Marinho & Werncck, na cidade do Rio
beiro),y> de Janeiro, victima da extrema penúria
Tal foi com effeito o primeiro periodico em que por largo tempo jazera, D. Luiza
que se publicou no Rio de Janeiro : o sen Joaquina das Neves, mãe do popular e
1 ’ numero sahiu a lume na presente data melodioso poeta Casimiro de Abreu.
(era um sabbado) e foi seu primeiro Fica por essa causa frustrado o gene­
redactor frei Tiburcio José da Rocha roso appello que em seu beneficio tinham
(Vide a Ephemeride de 5 de Janeiro de feito á população d i capital do Império
1811. os benemeritos redactores do Diário
1827— Abertura do Lyceu de Pernam­ Popular.
buco. E’ seu primeiro director o padre A misora senhora foi sepultada no ce­
lí ' Laurentino Antonio Moreira de Car­ mitério de S. João Baptista.
valho. I
S E T E M B R O —11 /
1817— Fallece na côrte o Dr. Francisco
de Paula Menezes, nascido em Nictheroy 1589—A ilha das Cobras, na bahia do
']■
a 22 de agosto de 1811, doutor em me­ Rio de Janeiro, que pertencia a um oleiro
dicina e professor de rhetorica e littera- por nome João Guteres, é arr ematada em
tura nacional no collegio Pedro II. praça punlica dos ausentes por 153300
1872— Fallece na cidade da Bahia o pelo mosteiro de S. Bento.
senador por aquella provincia Francisco Levanta-se então a fortaleza que n’ella
Gonçalves Martins, visconde de S. Lou- se vô hoje, segundo o risco do engcnlseiro
í;' renço. Fora escolhido a 1 de maio de 1851 José da Silva Paes, ficando o mosteiru
I’-V^'IIj': *•: 'V. c tomára posse da sua cadeira no senado com a posse e dominio.de todas as terras
no dia 6. , que se acham fora das muralhas e for­
•kl fvt'.
Nascera o visconde de S. Lourenço no tificações (Vide a ephem. de 15).
'í^ Rio Fundo, tei-mo da cidade de Santo 1615—Combate do engenho Inhobim.na
(*•i:'f
í’<
Amaro, da dita provincia,, a 12 de março Parahyba,entre as tropas hollandezas di­
de 1807. rigidas por Paulo de Linge e os insur­
Estudara humanidades no seminário gentes d’aquelle di.stricto, commandados
 EPHEMERIDES NACIONAES
por Francisco Gomes Muniz
ephemeride de 3).
Os liollandezes sahiram de manhã da
fortaleza do Cabedello em numero de
seiscentos com tresentos indios auxilia­
res. cm quanto um grande numero de lan­
chas artilhadas subiam vagarosamente
0 rio. Os nossos, que estavam, como
vimos, no engenho Santo André, suppu-
zeram que o ataque era dirigido á cidade
e partiram n’aquella direcção com o go­
vernador Jeronymo Cadena, deixando no
engenho Francisco Muniz com muito
pouca gente. O inimigo, poi'ém. logo que
percebeu o movimento dos nossos, mar­
cha contra o acampamento, deixando a
direcção simulada que levava,
Muniz, apezar de reconhecer que vinha
sobre elle todo o poder hollandez, sahe-
Ihe ao encontro e travam combate nas
campinas do engenho Inhobim. Ei‘a ex­
traordinária a desigualdade de numero e
a das armas dos combatentes ; não seria
duvidoso 0 resultado da lueta, a não so­
brevir, logo depois da primeira descarga
dos liollandezes, superiores em armas de
fogo, um grande aguaceiro que lhes tirou
essa vantagem ; investem então os nossos
á espada com tanto valor e impeto que
puzeram em debandada o inimigo, ma­
tando setenta e sete d’elles.
Esta victoria animou os nossos a cha­
mar para a cidade as mulheres, filhos e
escravos, que tinham escondidos pelas
mattas, e a tel os no acampamento.
1655—Renova André Vidal de Negreiros,
j)erante a camara de Belem, o seu jura­
mento de posse como governador e capi
tão-general do estado do Maranhão e
Grão Pará. com as mesmas formalidades
com que já o havia feito a 11 de maio
na capital do Maranhão.
Este governador propugnou pela mu­
dança da cidade de Belem para a ilha de
Joannes, no sitio onde se achava então
a aldeia d’esse nome, e procurou fazer
pazes com os natiiraes d’aquella ilha,
mandando para alli com esse intuito os
missionários jesuitas João de Souto Maior
eJoão do Valle, apoiados por um corpo de
tropas sob o commando do sargento-mór
Agostinho Corrêa. A’ expepção do prin­
cipal d’elles, aceitaram todos os indios
a paz e alliança propostas, sem que fosse
preciso usar de violência para com elles.
ITTS—B’allece o principe D. José, filho
primogênito da rainha D. Maria I. Tor­
na-se por isso 0 principe D. João her­
deiro presumptivo da coròa de Portugal
com 0 titulo de principe do Brazil.
1817—Ajusta-se em Londres o artigo
separado da Convenção de 28 de julho
d’este anno, addicional ao Tratado de Ul!
22 de janeiro de 1815, enti'e os reis de
Poi'tugal e da Grã-Bretanha, que tinha
por fim impedir o commercio illicito de
escravos por parte dos naturaes de uma
e outra nação.
1837—0 coronel Bento Gonçalves da
Silva, um dos caudilhos da revolução do
Rio Grande do Sul, que, vencido no com­
bate do Fanfa em outubro de 1836, fora
mandado para uma fortaleza na Bahia,
consegue evadir-se da sua prisão na pre-'
sente data. e volta para o Rio Grande,
onde reassume as suas funeçõesde presi­
dente da republica, dando com a sua pre­
sença novo impulso á rebellião.
1846—Fallece na cidade do Rio de Ja­
neiro Francisco Villeía Barbosa, marquez
de Paranaguá, senador por essa provín­
cia, escolhido a 19 de abril de 1826 e
que tomara assento no senado a 4 de
maio do mesmo anno.
Foi sepultado no dia 12 de setembro
na igreja de S. Francisco de Paula, de
onde os seus restos mortaes passaram para
0 respectivo cemiterio, e alli repousam
presentemente n’uma das urnas de már­
more que gharnecem a avenida de cy.
prestes que dá accesso para a parte alta
d’aquelle cemiterio.
Nasc ra Villela Barbosa na mesma ci­
dade do Rio de Janeiro a 20 de novembro
de 1769. Orphão de pae e mãe em tenra
idade, foi aos 18 annos para Portugal
 136 EPHEMERIDES , NACIONAES
com 0 intento de alli estudar direito civil,
que depois deixou pela mathematica. e
n’essa ^ciência se formou em ITÜô. Exer­
ceu 0 magistério em Lisboa como lente
ip;; i
substituto na Academia Real de Marinha,
da qual foi depois lente proprietário, ju­
bilando-se n’ella em 182.?.
iH;’.i l « • Em 1821 fòra eleito pela sua provinda
' f ': '/ deputado ás cortes constituintes da nação
. - '1*1 portugueza,em que tomou assento,e exer­
!'''*■■ ;
yi'
n í ; ■:•
V ' \ ’
i
ceu esse mand ito até se encerrarem os
trabalhos d’aquelle congresso.
Regressando para o Brazil em 1823,
aqui tomou parte na eíaboraçao do Pacto
Z À . fundamental do Império e occupou por
uma vez (em 1823) a pasta dos negocios
Estrangeiros e Império no primeiro rei­
nado, e por quatro vezes a dos da Ma­
rinha, sendo a ultima já depois da maio­
ridade do imperador actual.
O marquez de Paranaguá havia sido
um dos tres negociadores brazileiros do
tratado celebrado com Portugal em 1825
para o reconhecimento da independencia
)'
(ül do Brazil.
Distinguiu-se nas sciencias exactas e
primou na poesia lyrica, deixando-nos
n’esse genero de litteratura composições
fáceis e breves, mas elegantes e de muita
amenidade e harmonia: entre ellas so-.
bresahe a cantata—A Primavera.
1865 K Depois de uma penosa viagem
de mais de -lüO léguas a matacavallo,
viagem que excitou o enthusiasmo das
populações, D. Pedro II achou se no meio
do seu exercito, em frente de Uruguajm“
n a ... Até então Estigarribia havia rejei"
tado todas as propostas de negociações,
mm
esperando ser soccorrido por Lopez ; mas
fizera poucas sortidas. O Imperador opi­
nou por uma nova proposta de capitula­
ção) mas sem condições : esta pimposta
foi effectivamente feita no dia 17 de se­
tembro. Estigarribia, quasi a morrer de
fome, sem munições, e perdida toda a
esperança de soccorro, viu-se forçado a
W ‘i aceital-a. No dia 18 de setembro 5.103
officiaes e soldados paraguayos se entre­
M
garam como prisioneiros de guerra, e
desfilaram, sem armas nem honras, pelo
meio do exercito alliado... O infeliz Esti­
garribia foi publicamente declarado trai­
dor por Lopez (Tlieodoro Fix, Historia
da guerra do Paraguay). »
« A l l de setembro, S. M. o Imperador
e os dous principes (seus genros) chegam
ao acampamento, e, compartilhando dos
perigos c privações do exercito, mais
animam com sua augusta presença as
nossas tropas. O general Mitre acha-se
também á testa dos Argentinos.
« A 18 de setembro, emíim, o chefe pa-
raguayo rende-se com toda a foi’ça, sem
dar um tiro. no momento em que nosso
bello exercito de 22,000 homens {dos
quaes 16.000 brazileiros) ia d ir o as­
salto á praça (Emilio Carlos Joui-dan,
Guerra do Paraguay). »
O Imperador partiu do Rio de Janeiro
(\ide 10 de julho' com um de seus genros,
logo que teve noticia de haverem os pa-
raguayos invadido a provincia do Rio-
Grande do Sul.
SETEMBRO— 12
1631—Combate naval entre o almiraate
hespanhol Oquendo e o hollandez Pater.
O primeiror chegára á Bahia a 13 de julho
( Vide õ de maio) c a 18 de agosto dei-
xára 0 almirante Adrian Janssen Pater as
aguas do Recife, para sahir-lhe ao en­
contro. D. Antonio de Oquendo partira
da Bahia no dia 3 com uma esquadra
composta de 20 navios de guerra, hem
que algunsn'essa oceasião maispareciam
d<?p«^,accrescenta Duarte Coelho nas suas
Memórias Diarias, e de 12 caravellas de
soccorro, comboiando 24 embarcações
mercantes carregadas de assucar, ao todo
Íx6 vasos. Pater dispunha de 16 navios,
a cujo bordo havia nove companhias do
tropas de cem homens cada uma, sob o
commando do major EngelbrechtSchutte.
Ao avistarem as respectivas esquadras
cada um dos dois chefes julgava segura
s, vitocria.
 EPHEMERIDES NACIONAES 187 I' ■:<'

Comcçára a acção is 8 horas da manliã, meiro a S. Salvador da Bahia onde nest^

e eram já quatro da tarde quando n i data se eífectua a cerimonia do levanta­
capitanea inimiga se manifestou um in­ mento da homenagem que prestavam ao'
cêndio que ia communicando-se á hes- governador geral do estado os demais
panliola, a ella atracada, do que conse­ governadores e a que não ficava ello
guiu esta escapar. A perda total de um e miais sujeito, hm virtude do caracter do
outro lado loi de mais de mil homens. cargo de que o investira a irdnha re­
Morre no combate D. Francisco de Yal- gente.
lecilla. almirante hespanhol, e do v,alente 1683— Expira nos paços de Cintra o
Pater refere-se c^ue ao ver devorada pelo infeliz rei D. Alfonso VI. Seu irmão, o
incêndio a sua capitanea, não quiz sal­ principe D. Pedro, de ha muito regente
var-se. podendo í'a/,el-o e «que, preferindo do reino, assume o tiíulo de rei de Por­
a morte nas aguas, elemento das suas tugal e dos Algarve.?, sob o nome de
glorias, á das chammas, envolveu-se no D. Pedro II.
estandarte da hollanda e deit-m-se ao 1711— Entra a bania do Rio de Janeiro
mar e mori-eu afogado { Historia das a expedição franceza de Duguay-Trouin.
luetas hollanãe:;as ).» Antonio Thysio, A nova do insuccesso da expedição do
porém, auctor contemporâneo da acção, anno anterior, capitaneada por Duclero
citado pe.lo visconde de Porto . Seguro, e c do aleivoso assassinato d’este official,
que então escrevera uma historia das engrossada pela distancia e pelo patrio­
batalhas navaes mais celebres dos seus tismo sublevado, fizera os francezes es­
compatriotas, apenas diz, tr itando d’esta, tremecerem de horror e indignação, e
que « abandonado Pater periidamente Duguaj'-Trouin, um dos maiores homens
pelos seus, succumbiu em meio das ondas de mar que a França possuia n’aquelle
de cansaço.5> tempo, jurou vingar osseus compatriotas
De parte a parte os estragos foram e reparar a derrota que haviam soífrido.
consideráveis, mas o almirante hespanhol Animado pelo rei Luiz XIV e auxiliado
teve a vantagem de consei*var o soccorro pelo qommcrcio de Saint Maio, cornseguiu
que levava. Com anoitofizerim-.se os hol- armar dezeseis navios de alto bordo, dis­
landezes ao rumo do norte, com os navios pondo de 4.500 homens de desembarque,
C[ue lhes restavam e uma preza que ha­ e com esta poderosa expedição se dirigiu
viam feiti), e ílcai-am no lugar do combate para 0 Brazil. O que aqui se passou ú
os hespanhOese portuguezes ( Vide a Ephe- sua chegada oífeiule o nosso patriotismo,
rneride de 15). por sua vez revoltado ; mas a verdade
1652— -Restabelece-se miUliploma d’estahistórica nos obriga a rçferii-o. Sirva-nos
data a Relação da Bahia, quefòra creada de guia na summaria narrativa o insus ■
pela resolução de 7 de março de 1601) e peito historiador inglez Roberto Southey
em cujo e<t ibelecimento se sobreestára (Tomo Iffi
por acto de 5 de abril de 1626. E’ a pri­ Penetram asc inhoneiras francezascom
meira creada no Brazil. perda de 300 liomens a nossa bahia n’esta
1653— O rei D. João IV, providenciandodata. c na manliã seguinte apossam-se da
sobre a conservação das liberdades dos ilha dasCohras. .illi nlanta logo baterias o
indigenas, especialmente dos do Píirá e almirante francoz.c, tendo-se apoderado
Maranhão, ordena que sejam governa los de algumas embarcações mercantes que
como os demais vassalos da coroa. se achavam mais jiroximas do lugar em
1659—\iiido de Lisboa nomeado gover­ que resolvera desembarcar, salta em terra
nador geral da Repartição do Sul. Sal­ a 14 de setenforo Vide a Ephemeridc
vador Corrêa de Sá e Benevides A’^ai pri­ d’esse d ia ).
 - i‘
135 EPHEMERIDES NACIONAES
1801— Dccreto do principe regente no­
meando Ped'-o Maria Xavier de Athayde
e Mello governador e capitão general da
capitania de Minas Gçraes. Atiiayde en­
trou a exercer o seu cargo em 1804. Este
governador teve depois o titulo de barão
r|: e Dosteriormentc o de visconde de Oou-
deixa.
É - i í '*
1821— Morre subitamente em Lisboa o
bispo d’Elvas D. José Jo.iquim da Cunha
de Azerédo Coutinho (Vide a Ephemevide
do dia 8).
1824— O brigadeiro Francisco de Lima
'V - e Silva, mandado do Rio de Janeiro a
,'l l. Pernambuco com o fim de sulibcar a re-
bellião denominada da Confederação do
■I: Equador,,entra na cidade do Recife.
No dia'seguinte as tropas imperiaes e
as forças revolucionarias batem se na Boa
Vista, s^m outro resultado mais do que
grande mortandadode uma e outra parte
N’essa conjunctura, Manuel de Cai valho
Paes de Andrade, indo encontrar-se com
as tropas que se retiravam da Barra
Grande,quartel general das forças legaes,
foi interceptado pela vanguarda do bri­
gadeiro Lima e Silva e, não podendo
tornar ao Recife, refugia-se a bordo da
cor veta ingleza Tweed.
No dia 17 tomam as tropas imperiaes a
cidade de Olinda (Vide a EpJiemeride de
24 de julho).
1847— Resohtção da assembléa geral
Icgislitiva auctorisando o governo a
, mandar levantar a planta de um palacio
r ' ■
»■I para residência da família imperiaFc de
outro para o senado. Esta resolução
I W ''- nunca teve principio de execução.
Í' Li 18õl—Decreto cre mdo o imperial insti­
f I tuto dos meninos cegos, expedido em
I' ' '■*; : .'H
virtude da lei de 10 do mesmo mez e
anno (Vide a ephcmeride de setembro
16 de 18.51).
1863— Fallece na cai)ital da provincia
de Gõyaz o 2“ bi.spo d’aquella diocese
D. Domingos Quirino de Souza. Suc-
"r'l! li ‘ cumbiu pelas 7 horas da manhã-a uma
gastrite aguda, de que resultára uma
grave hydropesia, - « deixando na maior
indigência uma familia composta de mãe
e tres irmãs loucas furiosas, de irmão e
sete senhoras sem profissão alguma ou
meios que lhes po.ssam garantir uma sub­
sistência ainda a mais módica ( Roteiro
dos Bispados ).»
O sentimento geral prpduzido pela sua
morte ainda mais se aggravoupelo estado
de insensibilidade de sua mãe. que pela
sua loucura mostrava não se ter compe­
netrado da dolorosa perda que acabava -
de sofTrer. Consta que estas senhoras
tinham vindo sãs de Sergipe, onde mo­
ravam anteriormente, e enlouqueceram
por causa do penoso da viagem, primeiro
a mãe do firelado, depois duas de suas
irmãs e a terceira, que chegára no goso
da razão, perdeu-a com a morte do bispo.
Constou depois que a mãe ao voltar para
Sergipe, fallecera em caminho.
Para elogio do bispo basta saber-se
que supportava com a mais evangélica
resignação os desatinos d’ess is infelizes,
que nenhum momento tinham de socego,
nem de dia, nem de noite. « Com tudo,
accrescenta o correspondente do Consti­
tucional. de onde colhera estas informa­
ções 0 auctor do Roteiro dos Bispados ;
comtudo, apezar de nunca se lhe ouvir
queixa alguma a esse respeito, sentia-se
bem quanto elle sofiri.i; seu ar era de
uma tristeza que gelava, e suas pala­
vras eram raras. Este sentimento contido
parece ter-lhe cavado a existência, ou
pelo menos abreviado os seus dias de
vida. Ainda nos últimos momentos o
destino de sua mãi e irmãs o preoceu-
pava. Na noite de 11 para 12 o presi­
dente da provincia {O Sr. Br. Couto de
Magalhães) indo visital-o, pergimtou-
Ihe, ao voltar elle de um delíquio, se
soíTria muito; respondeu : — «Sim ; isso,
porém, ha de acaV)ar ; mas esta familia 1
«
0 que .será d’ella? coitada ! » — Ao que
0 presidente lhe respondeu:3jQue, quando
ella tivesse a desgraça de perdel-o, não
ficaria abandonada ; que o governo im-
 EPHEMERIDES NACIONAES

l^erial, a cujo conhecimento levaria as manso e resignado. «Déus se compadeceu

circumstancias em quo se acliava, liavia d’elle, diz aquella correspondência, encur­
cei’tamente cle amparal-a, e que, por­ tando-lhe com a vidaja eStação das dores»
tanto sua escellencia a esse respeito po­ Succedeu-llie no cargo D. Joaquim Gon­
dia Hear descançado. » Ao onvir isto, çalves de Azevedo, depois arcebispo da
pareceu quo se Ihe liavia tirado do peito Bahia, que foi substituido em 1876 pelo
urn grande peso: começou a conversar Sr. D. Augusto Julio de Almeid i. 4° e
sobre assumptos de religião e tlieologia actual bispo de Goyaz, escolhido a 28 de
com calm i tal, que as pessoas que alli dezembro.
se achavam retiraram-se animadas e com 1866—Entrevista dos generaes Venan-
algumas esperanças; mas infeli/.mente cio Flores eBartholomeu Mitre com Fi-an-
foram ellasiilusorias. »
cisco Solano Lopes [Campanha do Para-
Dos prelados e bispos nomeados para guay).
esta infeliz diocese so dons chegaram a Tinha-se dado a tomada de Curuzii pelas
ella: D. Francisco 1’erreira de Azevedo, foi’ças bi’azileiras', commandadas as de
que ficou cego ao entrar no bispado terra pelo cernde de Porto .Alegre e as ma-
(Vide a Ephern. de 29 de agosto de 1819), rit mas pelo Sr. visconde de Tamandare
e D. Domingos Quirino de Souza, que [Vide 2 c 2, de setsmbro), quando a 11
vê toda a sua familia enlouquecer e 12 chega ao logar da acção o exercito
morre, depois de um breve eiiiscopado argentino, sob as ordens do presidente da
de sete mezes. republica argentina general M itre,'eo
O seu enterro, feito a expenses do go_ dictador do Paraguay manda a 11 umpar-
verno, pois não havia outros meios, etfe- Limentario ao acampamento alliado, soli­
ctuou-se ás 9 horas da manhã do dia 13, citando uma conferencia em .Jatahyty-
fp.’-- com a pompa e solemnidade possíveis Corá.
n’aquellas paragens. A’s 9 horas da manhã verifica-se ella,
D. Domingos Quirino era natural da comparecendo ao ponto indicado qs ge­
provinda da Bahia e residia na de Ser­ neraes acima referidos. Flores retira-se
gipe, quando foi apresentado bispo de pouco depois, tendo repellido energica­
Goy iz. Foi preconisado em consistorio se­ mente uma allusãoque se fizera, offen­
creto de 18 de março de 1861, com o ar- sive, à dignidade da rcpidúica oriental e
cehispo monsenhor silveira, e sagrado de injuriosa para o Brazil, ficando a sós o
1861 a 1'‘62, no reinado do actual impei'a- gmcral Mitre e o dictador. Esta entre­
dor,occupando o solio pontifício o S. '.P a ­ vista aturou 5 horas. Mitre declara de­
dre Pio IX. Nada pudemos apurar quanto pois aos seus collegas de comm mdo das
á sua chegadatá diocese e á posse d’ella. forças alhadas que Lopes desejava ter­
Aceitando o báculo pastoral de Goyaz, minar por meios pacificosa guerra, dando
aceitou 0 martyrio; elevado pela noto­ todas as satisfações aos governos da al-
riedade das suas virtudes ás emirtencias liança, m is que por modo nenhum aban­
do episcopado, chegou ao sou destino pela donaria 0 poder. ^
via dolorosa, pelo caminho das amar­ Diz 0 Sr. engenheiro Jourdan na sua
guras. Tal é 0 que nos relata o Consti­ obra Guerra do Paraguay, que. analy-
tucional da Corte, referindo-se a uma sado mais tarde o facto, pareceu exube-
correspondência publicati,a no Merconitil rantemenie provado que a conferencia de
de 27 de outubro de 1863 e reproduzida no Jat ihyty-Corá não fora mais que um
Roteiro dòs Bi pados, onde a colhemos, ardil, a favor do qual quiz Lopes ganhar
ácercado passamento d'este virtuoso apos­ tempo para fortificar Ourupaity.
tolo de Christo, e como o divino mestre 1876—Inaugura-se a linlia tclegraphica
 140 EPHEMEPJDES XAC10^E\.ES
de Goj'ana ao Recife, província 'de Per­
nambuco, na extensão de 60,S3õ kilo­
metros.
1877-T-Inaugnração do engenho central
do Quissamã. primeira rcalisação no-Ira-
pcrio da idéa que tem de salvar o fuínro
da lavoura da can na de assucar, con­
dem nada a'perecer por carência do bi-aco
servil.
A fabrica foi montada em terras da pa-
rochia de Quissamã. munidipio de Macahe',
província do Rio de .laneiro, :pela com-
pjanhi.i franceza Fives Lille, que a con-
II tr ictára em março de 1876. O edifício,
cuja primeira pedra foi collocada em
março de 1877, occupa uma superfície de
quatro mil metros quadrados. Os respe­
ctivos machinismos são movidos por força
life® ;r de 600 cavallos, e as moendas moem em
r 24 horas quinhentos mil kilogrammas de
m l ^ • canna, cujo sueco deve produzir em assu­
car no primeiro jacco 7 do peso da
matéria prima. Para a conducção das
cannas até ao tópico ha um caminho de
trinta e cinco Jdlometros de extensão,
com tres locomotivas a vapor e quarenta
wa'goes. As machinas e apparelhos que
compõem a fabrica pesam cinco mil to-
nelladas e occupam 120 trabalhadores,
cujos chefes são francezes contractados
iíí';" pela companhia Fives Lille e já experi.
mentados em fabricas igu ics do Egypto
i . e das colonias francezas c holl indezâs.
Além do assucar em pó ou em pedra, é
possível extrahil-o refinado e apresental-o
segundo as necessidades do mercado. Pro­
ximo do edifício principd foram con_
struidos pela mesma companhia armazéns
Ipfl? ■:' f ; . para deposito'de assucar e aguardente,
.■ -i
as officinas, o gazomerro, a casa do di­
rector (que ficára sendo o habil enge­
nheiro francez Miguel Mano) e as viveu •
das dos operários.
A associação fundadora e mantenedora
do Engenho central de Qiíissamã tem
por directores o 'òr. barã,o deAraruama
(presidente), os Srs. tenente-coronel Jo.sé
Caetano Carneiro da Silva, barão de Villa
•H '.
»i t ;
I
PVanca e Dr. Euzebio de Queiroz Hattoso
Ribeiro.
O engenho foi montado sem onus algum
para os cofres públicos, pois os respeitá­
veis cidadãos supra nomeados, e os que
se lhes associaram, desistiram volunta­
riamente da fiança de juros poj* parte' do
governo pa^'a o capital de 70ü contos, com
que se constituiu aquelle primeiro enge­
nho central fundado no Brazil,e que tanta
honra faz â illustre familia Araruama,por
cuja intelligente iniciativa se cífectuou.
Por tão justo motivo foram por decreto
de 19 elevados á categoria de vi.sconde
oSr. barão de Araruama e o Sr. barão
de Villa-P'ranca ás honra, de grandeza: o
Sr. coronel Manuel Carneiro da Silva é
distinguido com o titulo de barão de Uru-
rahy, titulo que já andou em sua fami­
lia ; 0 Sr. tenente-coronel José Caetano
Carneiro da Silva com a commenua da or­
dem da Rosa e o Sr. Dr. Euzebio de Quei­
roz ãlattoso Ribeiro com o offícialato da
mesma ordem.
SETEWURO—13
^õ77—D. Jeronyma de Albuquerque,
André de Albuquerque e D. Izabei de
Lima, successores de Pedro Lopes do
Souza na donataria da capitania de S. ^'i-
cente, nomeiam a Lourenço da Veiga
seu capitão-:nór loco tenente. i
1598—Fallece com aidadede71 annosno
palacio do Escurial, que fundára e onde
jaz em soberbo mausoléu, o rei Felippe II
de Ilespanha e I de Portugal, depois de
um 1'einado de 18 annos. 7 mezes e 13
dias nesta nação e -10 annos menos 8 dias
em toda a monarchia. Denominado pelos
fi-ancezes o ãemonio do meio dia, diz
d’elle Larousse no seu grande Dicciona-
rio que «nada de humano batera n’aquelle
coração de bronze.»
Succede-lhe seu filho de igual nome
nascido em Madrid a 14 de abril de 1578.
1629— Por provisão do bispo do Brazil
D. frei Miguel Pereira é nomeado o
 EPIIEMERIDES NACIONAES 111

Dr. frei Maximo Pereira para administrar governadoí’ de Pernambuco fixa, em uma
a prel izia do Rio de J meiro na v iga ordem d’estad.ita, o vencimento dos res­
deixada pelo. falleciineiito do prelado pectivos mestres em um alqueire de fa.
’Matheus da Costa Aborim. rinha annualmento por cada rapaz ou
R515—Intima o capitão Nicolau Aranha rapariga que frequentasse a escola, cn-
ao commandante hollandez da fortaleza tendendo-sc que cada chefe de famiiia não
'Princi'pe Mauricio, na villa, hoje cidade seria obrigado a concorrer com a contri­
do Penedo (Alagoas), á margem do rio buição de mais do dois alqueires de fa­
de S. Francisco, para que se renda. rinha, no caso de mandar mais de duas
O capitão Aranlia, que cominandava o pessoas p ;ra a escola.
assedio que faziam os nossos áquelle Não havia outra moeda, a não ser a
forte, manda n’esta data um parlamen­ farinha, para as transacçües da terra ; o
taria, precedido de um tambor, fazer ao dinheiro era rarissimo. Assim se deter­
hollandez a intimação supra mencionada, minou que, faltando ella, se etfectuasse o
a que este, apezar de reconhecer a supe­ pagam^mto em outros gêneros alimen-
rioridade dos nossos e o desanimo dos ticios, nunca em dinheiro.
seusj que eram diariamente accossados No Maranhão serviam de moeda os
com perda pelos sitiantes desde que co­ tecidos de algodão do paiz (da terra), c
mer,ára 0 sitio, deu uma resposta eva­ em outras partes eram outros produetos
siva e equivoca, pedindo-lhe tres dias de (J. Brigido dos Santos—Resumo chrono-
tréguas para deliberar com seus oíliciaes logíco da historia do Ceará).
acerca do caso Vide a Ephemeride de 19). 1773—.Arvora-se a bandeira portugueza
1685—Portaria de -João da Cunha Souto no presidio de-Nova Coimbra, levantado
Maior, go ernador da capitania de Per­ por ordem do governador do Matto
nambuco, mandando abrir assento de G osso,' 0 capitão general Luiz de Albu­
praça a Santo Antonio, para ir á guerra querque de Mello Pei*cira e Cáceres. no
dos Palmares c proteger as armas do rei lugar denominado Fecho dos Morros, onze
na conquista do fanigerado quilombo. léguas abaixo da foz dq rio Mondego,
Expede igualmente ordem para que, em com 0 fim de assegurar os terrenos dia­
virtude d’ossa nomeação, se pagasse, ao mantinos tjn Alto Paraguay c impedir a
syndico do convento de Olinda soldo e navegação dos hespanhoes, O sitio do
fardamento para o santo, emquanto hou Fecho dos Morres tinha sido occupado
vesse gente de guerra na capitania, desde maio pelo capitão Mathias Ribeiro
1688— Toma posse do governo civil in­ da Costa com alguns soldados dragiães,
terino da- capitania de Pcrnam]3uco o ordem do capitão
respectivo bispo D. Mathias de Figueiredo tania e a requerimento do povo de Cujmbá.
e Mello, e exerce esse cargo até 25 de 1801— E’ b irbaramente assassinado em
maio do anno seguinte, em que o rende Oeiras 0 advogado .Antoniõ Pereira Nunes,
Antonio Luiz Gonçalves da Camara Cou- secretario interino do governador do
tinho. Piau Pedro Cezar de Menezes. Esta
O bispo substituia a Fernão Cabral morte é attribuida ao ouvidor José Pedro
Belmonte, fallecido a 9 de setembro (Vide Fialho de Mendonça, mancommunado
essa data). com 0 coronel Luiz Carlos Pereira de
1716— O capitão-mór João Vcllasco de Abreu Bacellar, vulgarmente conhecido
íkíolina toma posso do governo da capi­ por liUiz Carlos da Serra Negra, com
tania do Espirito Santo. Antonio do Rego Castcllo Branco c
17èS— Providenciando sobre a creação outros.
de escolas para as aldeias (do Ceará), o 1830— Fallece no convento de Santo
 142
EPHEMERIDES NAC10NAE3

Antonio no Rio de Janeiro o illustre

^Era um homem de constituição atlile-
pregador franciscano frei P>ancisco de
tica, coiho bem se reconhece pelos re­
Santa Thereza de Jesus Sampaio, nascido tratos que d’elle existem; dc trato urbano
em agosto de 1778 na mesma cidade. To-
e maneiras alTaveis, mas de uma timidez
mára o habito a 14 de outubro de 1793. extrema.
" i - Em S.Paulo, no convento da sua ordem ,
Diz 0 Sr. Dr. Moreira de Azevedo, na
applicara-se ao estudo da philosophia e

'm 1802 0 diploma de lente de theologia e

biographia cpie escreveu d’este eximio
voltando ao Ri > d ^Janeiro, recebera em piégador, que o seu craneo está em
poder do Sr. Dr, José Mauricio Nunes
mestre de eloquencía sagrada : já então Garcia, que o tom na devida veneração,
tinha as ordens de presbytero.
Na sua obra Lições de anihropologia
Por .seus sentimentos religiosos, modo
descreve o provecto professor de anato"
D: de proceder exemplar e profundo saber,
mia,nosso sabio mestre,todos os ossos que
fora sempre considerado pela sua commu-
'I ■( constituiam o craneo do illustre frjncis-
i iWr-
';;
nidade e ireUa exercera cargos de con­ cano.
fiança a contento geral. Em agosto de
No convento de Santo Antqnio do Rio
ISOS flzera-o I). João \ I prégador da real de Janeiro existe um retrato seu, obra
capella e examinador da Meza da çon-
do artista italiano Tirone, que fora inau­
sciencia e ordens. P^ora também o seu me
gurado a 13 de Junho de 1860, dia da
rito aquilat ido por corporações litterarias festa do respectivo ora^o,
estrangeiras: a real academia das bellas
1831 Sedição militar e popular na ca­
letras de Munich enviara lhe o diploma pital da provincia do Maranhão, a esse
de socio. Em 1813 fora'Sampaio nomeado tempo presidida por Cândido José de
censor episcopal e a 19 de novembro de Araujo á'ianna, posteriormente marquez
1824 deputado da Junta da Bulia da Cru­ de Sapucahy (Vide a Ephemeride dc 19
zada.
de Novembro).
Eoi no seu tempo considerado o pri­ 1870-Inaugura-se a linha telegraphica
meiro orador sagrado.
do Rio Pardo ao Triumpiio, provincia
Tomára parte activa nas questões po- do Rio Grande do Sul, na extensão de
liticas da época, isto é, antes.e depois da k. 86,400.
’ il' '
declaração da independência, em que
figurou mais talvez do que convinha ao !l ,
SE TEM U tlO — 14
estado que abraçara, li’ora por algurh
tempo 0 orador da loja Commercio e 1613—E’ nomeado capitão-mor do Rio
Artes do Rio de Janeiro, tehdo entrado Grande do Norte Estevão Soares, que é
para a maçonaria quando essa associação 0 3' na ordem chronologica. Succede no
se tornára abertamente politica, falsean­ cargo a Lourenço Peixoto Cirne.
|*i- i ' do 0 ciracter puramente humanitário que 1629—Com 0 lim de esperarem pelos
cónstitue a sua essencia e a tem feito mais navios que deviam sahir da Hol-
atravessar os séculos. landa. fundei im no porto da ilha de S. Vi­
‘ Iv Redigira em 1822 a folha politica O Re- cente todos os vasos das tres primeiras

" i -'>P' i t
{julaãor e de 1824 a 1823 o Diário Flu­ divisões da esquadra liollande/.a, que vi­
minense. Abandonou logo depois a seen a nha á conquista de Pernambuco (Vide .
politica, em que seguramente só colliera a Ephemeride de 21 de dezembro).
i'l r|
amargos os fruetos do desengano e da 1643—André Vidal, Fernandes Vieira e
cviàíjV! I, ': 'Si
ingratidão, e refugiara-se no seu con­ os outros chefes dos insurgentes contra
|(ipi; 'kjill
vento, de ondep lucas vezes depois sahiu 0 dominio liollandez, amanhecem com o
e onde o foi colher a morte. seu exercito na povoação de IguarassiF
 EPPIEMERIDES NACIONAES
em viag'm para a illia de Ttamaracá, qiie
tinham deliberado atacar. Ao lado norte
da ilha haviam os hollandezes postado
um vaso de guerra para impedir qual­
quer desembarque n’aquclle ponto. Era
um embaraço que convinha remover
em primeiro logar. Para esse fim des­
tacam os chefes pernambucanos cem ho­
mens, em diversas embarcações, sob o
commando do capitão .-imão Mendes.
Partiram esses valentes para a sua pe­
rigosa missão, mas encontraram tão forte
opposição que tiveram de recitar; inves­
tem pore'm de novo c d’esta feita com feliz
resultado. Em menos de meia liora de
um combate desesperado conseguem ex­
terminar quasi toda atripol ção do navio
inimigo, da qual só escapam dezeseis,
que íicam prisioneiros.
Depois d’eàta façanha, começa o exer­
cito a fazer a sua passagem (Vide a Ephe-
meride de 15).
1711—Desembarca na praia do Valongo.
com 3,300 homens das suas tropas, o almi­
rante francez DuguayTrouin (Vide a
Ephem. de 12) e apodera-se do morro de
S. Diogo, de onde, assim como das bate­
rias que levantara na ilha das Cobras
começa a despejar sobre a cidade as me­
tralhas da sua artilharia, emquanto o go­
vernador, Francisco de Castro de Moraes
renova a imbecil pusilanimidade que mos­
trara no anno anterior com Duclerc. dis­
pondo entretanto de forças duas vezes su­
perior ás do inimigo! «Vendo, diz o histo­
riador inglcz Roberto Southey,sem fazer
a menor tentativa de opposição, como os
francezes saqueavam as casas e rouba­
vam 0 gado a tiro de mosquete da cida­
de. >> Os invasores não se arriscavam a
penetrar nas ruas da cidade, e o gover­
nador, que nenluun plano de defeza pre-
parára, tudo confiava df).acaso., Assim se
passaram seis dias, até que Francisco de
Moraes se retirou em debandada na noite
de 21 para o Engenho Novo e d’alli ]iara
Oi
Iguassú, com a maior parte das tropas
regulares que havia. Presentindo osfrau-
cezes 0 abandono da cidade, penetra
ra.n nella no dia 22 e se entregaram a
um rigoroso saque, na !a poupando do
que puderam encontrar de valor. Vendo
entretanto Dugua3--Trouiu que não po-
deria manter-se indefmidamente na posi­
ção vantajosa mas precaria que alcan­
çara. tratou de aproveitar-se do terror
que inspirára, intim ando ao governador
que se I'endesse á discrição c impoz lhe
a contribuição que lhe pai-eceu não só
pro ria para punir a deshumanidade
exercida anteriormente pelos habitantes
do Rio de Janeiro contra Duclerc c seus
companheiros, como para cubrir o custo
da su i propria expedição.
« Depois de algum debate sobre o preço,
assignou o governador a alfrontosa con­
dição de pagar a Duguay-Trouin 600 mil
cruzados em moeda, cem caixas de assu"
car e duzentos bois, como contribuição
de guerra; o que se roalisou dentro do
prazo de 15 dias. Tal foi o resultado da
famosa 'empreza d'estc celebre aventu­
reiro: em dez dias triumphou de todos
os obstáculos, viu-se senhor da cidade
mais importante do Brazil, e de todos os
Fortes que a defendiam (Abreu e Lima,
Syrippsis) .»
A 10 de outubro finalmente assignou-.se
0 convênio e no seguinte dia chegava An­
tonio de Albuquerque Coelho de Carvalho,
governador da capitania de Minas,que ac-
cudia em auxilio dos moradores da cidade
do Rio de Janeiro, achando portanto já
consummada a ignominia. Si mais cedo
tivesse podido chegar, outra face muito
diversa teriam de certo tomado os acon­
tecimentos: nada mais porém poude elle
fazer. A i de novembro concluiu-se o
ultiYno pagamento e no mesmo dia re-
embarcaram os francezes, tendo já posto
antes á bordo todos os despojos que pude­
ram transportar. Respeitaram todavia
os objcctos empregados no culto divino:
Duguaj'-Trouin chegou a arcabusar 13
soldados seus, em cuio poder se achára
alguma prata de egreja e, ao retirai'-se,
 í
r t - 'p Ml EPHEMEPJDE3 NA.OIONAES

confiou a dos jcsuitas, para !^er entregue
ao bispo.
Avalia-sc erp mais de seis mil contos
a perda dos particulares.
« Outro, que não fosse o inerte o cobarde
b rancisco de Castro de Moraes, caro tcria
feito pagar ao invasor o seu temerário
arrojo. »
MIV:' Ii
ítl': íl'l Quando se soube em Lisboa d’este la­
mentável succcsso, ma?i(loii-se logo suc­
durante a noite de 14 de setembro. Toda
a mais iropa segue a siia a-.lha: amoti­
na-se e assenhorea-se da cidad > no di:t
seguinte, arrombando portas a golne de
machados, abrindo e saqueando as lojas
e armazéns, commettcndo em hm toda a
especie de attent ulos. No dia 16, porém,
já fatigados eexhaustos, carregados dos
despojos do saque e ebiãos, foiaim facil­

f i rt cessor ao governador; foram os culpados

mente vencidos pelas milícias e cidadãos'
armados, que os acommetteram pqla Boa
1
(■ ■ /'

r- I-*
■ir ■
;v postos 0111 estreito cárcere e, depois de
longa devassa, foi Francisco de Moraes
Vista e Recife, morrendo no conílicto
"')■ -''i mais de 3Ô0 d’elles e sendo presos mais de
condemnado a degredo e á prisão per­ 800, quC' foram mandados para a ilha de
petua e u uma das fortalezas da Indii. Fernando de Noronha.
Assim terminou esta triste occurrencia,
Esta sedição teve o nome de bctem-
que tão feia nodoajjerrama sobre a me­ hrisada.
mória dos que n ella tomaram a principal
1833—Chega á sua diocese o 16" bispo
' I' partc-
de Olinda. D, João da Purificação Mar­
1763-Fernando da Costa Ataliyde e ques Perdigão, que ate' entãi) a regei'a
Teive assume o governo d i capitania do
como Augario capitular e bispo eleito
Maranhão, como capitão-general e suc­
;Mde a,2' Ephcmeride de 18 de outubro
cessor de Joaquim de Mello e Povoas. de 1829).
Teive foi rendido a 21 de novembro de
1850—Decreto creando a Junta central
1772 por João Pereira Caldas com igual
^^^^y^icee publica na capital do Império.
patente.
18/6 Fallece em Lisboa, na idade de
1792—0 capitão general Fernando An­
40 annos, o poeta Luiz Antonio de Alva­
tonio de Noronha, quadragésimo segundo
renga Silva Peixoto, natural do Rio de
I governador da capitania do Marai^hão,
Janeiro. Servia como membro do corpo
tom.i posse do seu cargo.
diplomático do Brazil na corte de Portu­
1827—Luiz Joaquim Duque Estrada to-'
gal, depois de ter como tal servido nas
ma assento no senado como represen­
republicas do Prata com o maior tino e
tante da provincia daBihia. Fóra esco­
pi oliciencia. Temos d’elle apenas algumas
li - ' I' <' lhido a .3 de maio pelo primeiro imperador,
bellas poesias esparsas pelas revistas e
segundo o 7?ir(ppa publicado na revista
diários do tempo , c o volume Aponta­
do Instituto (\ide a ephetn. de 28 de no
vembro de 1831). mentos pxra a Historia: O Visconde do
Rio Branco, publicado em 1871 no Rio de
■ * lS30--Chegaá cidade do Rio de Janeiro Janeiro.
'S líf l';i| a noticia da revolução de Pariz, que des-
thronisou o rei Carlos X. - O seu cadaver embalsamado 6 transfe­
'^ni jÇ.
rido da Euüopa e sepultado em um dos
0 partido liberal da capital do império,
'• "lí'iiííií
. ií’
çCmiterios da cidade do Rio de Janeiro a
cm opposição aos actos de D. Pedro I, 4 do fevereiro de 1878. ^
exulta com o triumpho obtido pelas iddas
libeiaes em iirança e cnthusiasma-sc com SETEMBRO—15
,lil '!*:í a esperança de igual victoAa. 1589— Dão alguns chronistas como
1831-Sedição da tropa estacionada na efiécíuada na presente data a compra da
cidade do Recife. 0 batalhão n. M dá o ilha das Cobras, que referimos na Ephe-
exemplo da indisciplina e corre ás armas meride de.11, como a achámos era outros.

ij Ij ii.f
 EPIIEMERIDES NACIONAES 145

1631— Concluem-se os reparos dos es- Maranhao e que tinha alli chegado no
tiagos causados na esquadra de Oquendo dia 1“, vindo da cidade de S. Luiz. Foi
pelo combate do dia 12 com o almirante sepultado na capella mór da matriz d’a-
I ater, e indispensáveis jjara poder ella quella villa.
seguir viagem para as colonias hespa- 1612— Fallecc o vigésimo segundo go­
nholas. O navio portugucz A w m 5en/tora vernador da capitania do Grão Pará,
cios Prazeres Mctior foi obrigado a ar- Francisco Cordovil Camacho, que tomara
libar á Bahia, por causa do estado em posse do dito governo a 26 de maio do
que ílcára. Para substituir a muita gente anno anterior.
que perdera toma o almirante liespanhol Foi substituido interinamente no cargo
300 homens do j^Gqaeno soccorro desti­ pelo senado da camara, ao qual elle ha-
nado a Pernambuco. Segue depois d’isto bilitára com a precisa nomeação dois dias
a esquadra hispano-portugueza o rumo antes.
do norte (Vide a Eghcmeride de 17). 1615— Ataque infruetifero á ilha de
1632— A gente hollandeza que occu-Itamaracá, oceupada pelos hollandezes,
pava 0 Recife ia frequentemente á Olinda levado por Fernandes Vieira e André
colher fruatas (laranjas, limões, limas e \idal, que haviam chegado na vespera
outras), que havia alli cm abundância, pela manhã á povoação de Iguarassú.
O general Mathias de Albuquerque, que Tornava-se indispensável esta operação,
disso sabia, mandava-os sempre emba­ porque, sendo Itamaracá, como então
raçar no abastecimento,quando passavam era, o celeiro, por assim dizer, do Recife
0 isthmo. Eis como o auctor das Me­ e de onde o inimigo recebia as poucas
mórias Piarias se refere a ura d’esses provisões com que se sustentava, desa-
factos : lojal-os d’ella era cerrar o assedio da
a A 12 de setembro volveu o inimigo praça do Recife e, terrivel recurso de
á mesma villa, por ter mais fructa, e guerra, augmentar a fome que n’ella se
nós ás trincheiras, para dar lhe a dos sentia : serviria também para cubrir as
nossos mosquetes, e a muitos que a pro- communicações com a Parahyba suble­
várão devia parecer mais verde, porque vada.
também d’csta vez perderão gente.»
Elíéctuada a passagem da ilha na foz
Para tirar de uma vez esse recurso ao
do rioCatuama, no dia anterior, pelo exer,^
inimigo, Mathias de Albuquerque vai na
cito dos insurgentes, que se compunha de
presente data áquella villa, com a gente
oitocentos homens, distribuiu-se este em
que poude levar, e os escravos dos mo­
quatro divisões, uma sob o commando
radores visinhos, com marracos e ma­
do transfuga hollandez Iloogstraten,
chados, e derruba todas as arvores fru-
outra commandada por Antonio Dias
ctiferas « com grande sentimento do
Cardoso e a terceira e quarta por João
inimigo, que, apezar de tanto custo.
Fernandes Vieira e André Vidal de Ne-
ajireciava muito aquelle regalo (l/gmoí-fas gi'eiros.
Piarias)^^.
Tinham de percorrer tres léguas de
Ainda a 4 de agosto haviam elles per­
caminho do ponto de passagem ao em
dido 21 homens em uma excursão d’esse
que ficava a cidadellainimiga, que haviam
genero que fizeram á villa incendiada os nossos deliberado atacar ao raiar do
(Olinda).
dia seguinte ; guiados, porém, por uma w
1636— Morre na povoação de Cametá, mulher hollandeza, que as nossas pri­
capitania do Pará. o' capitão general meiras avançadas haviam aprisionado,
Francisco Coellio de Carvalho, que go­ deram taes voltas, que já era dia claro e
vernara, por dez annos a capitania do nada se descubria. Cardoso, que descon-
10
 14tí EPHEMERIDES NACIONAES
fiára de tantos rodeios e segiura outra
vereda, confiado no seu proprio conhe­
cimento e da sua gente, achou-se ao
amanhecer deante das fortificações do
inimigo, sem ter sido visto por este, mas
Sem saber o rumo levado pelos seus com­
panheiros.
:'r ' Mesmo assim, seguro do valor dos que
1.5 i si', commandava, estende uma linha de ati­
radores em frente das trincheiras ini­
iPl ‘ 1iiK' f
migas e dispõe-se a investil-as, quando
é visto por duas indias que sahiam a
buscar agua e voltam em gritos para
dentro da praça,onde dão rebate. Cardoso,
1V
vendo-se descoberto, faz avançar a sua
divisão atraz das mulheres e penetra com
ellas na cidadella,onde então se empenha
o combate. As descargas doscombatentes
dão aviso do ataque ao commandante
hollandez do forte Orange, mas também
fazem Vidal e Vieira accelerar a marcha
Hr«’'!'' 'il I ^
PS í . M dos seus corpos, que entram por outro
lado da praça e se apoderam dos arma­
zéns de munições e mantimentos do ini­
migo, que, tendo acudido ao ponto ata­
r l*' ' ' cado por Cardoso, deixára esses depositos
s 4 '- ! ' ' mal guarnecidos.
Trava-se então nas ruas da povoação
uma mortifera peleja entre a nossa gente
e não só a hollandeza que já ahi estava,
. como a que acudira do forte de Orange:
indecisa ate a chegada da força de Iloogs-
traten, que desejoso de dar arrhas da
:!■ ■ l'í sua dedicação á nossa causa, vem contra­
riado por chegar tão tarde e cahe tão en-
furec.do sobre os contrários que os obriga
á retirada. Cainioso pratica sempre acções
de inexcedivel coragem, avançando a
-»>ií ; '»'í
'* '/ <
. ,* • peito descoberto contra a artilharia do
'' '! 'V forte, onde o inimigo se havia concen­
trado ; mas vô-se obrigado a retroceder
por falta de apoio, pois os das outras
“ f ë i k '- divisões, e com elles os de Hoogstraten,
se haviam entregado exclusivamente ao
saque da cidade, O capitão Ruyter, com­
mandante do forte hollandez, vendo recuar
0 denodado Cardoso, sahe de novo ás
i'uas e facilmente acutila os invasores»
que encontra dispersos e carregados do
que haviam pilhado. Ainda n''esse passo
valeu de muito a coragem dc Cardoso,
que faz frente a uma parte dos hollan-
dezes e dá ensejo de se refazerem algumas
companhias e effectuar-se a retirada sem
maior damno.
Custou este mallogrado ataque setenta
mortos e outros tantos feridos á nossa
gente (alguns dizem que tresentos), sendo
dos primeiros trinta c quatro soldados
do torço de Hoogstraten.
N''esta acçjío foi Camarão ferido pela
primeira vez, posto que não gravemente,
e André Vidal escapou da morte, espe-
daçando-lhe uma bala os fechos da pií-
tola.
Regressa já noite a nossa gente para
Iguarassú, onde se demora alguns dias
a reorganisar-se e a cuidar dos feridos,
depois do que marcha para o seu acam­
pamento da Varzea.
1G71—-O principe D. Pedro, então re­
gente do reino, concede ao visconde dc
Asseca, Martim Corrêa de Sá eBcnevides,
vinte léguas de terra na antiga capitania
de S. Thomé, que, por morte do primeiro
donatario, Pedro Góes da Silveira, e do
seu herdeiro, havia sido encorporada á
coròa.
l739_Morre dc febi’es intermittentes
junto á passagem de Santo Antonio, na
margem do Parnahyba, D, Francisco
dTlça e Castro, quando ia tomar posse do
governo da capitania do Piauhy. Seu
corpo é levado para Aldeias Altas (Ca­
xias), onde recebe sepultura.
1802—Luiz da Motta Feo e Torres, qua­
dragésimo primeiro governador da capi­
tania da Parahyba, toma posse do seu
cargo.
1817—1). José Verdun, principal cabe­
cilha argentino, que havia escapado na
derrota de Catalan, conseguindo então
evadir-se a todo o galope do seu cavallo,
é n’esta data feito prisioneiro na povoação
de Belém, com 300 dos seus guerrilueiros»
pelo capitão Bento Manuel Ribeiro, de-
 ¥ í]

ËPHEMERIDES xNACIONABS

pois marechal de campo, que apenas tem a Este, porém, respondeu como os
147
!iÍ
"i" -'1

sob as suas ordens quarenta lanceiros e heroes portuguezes do século XVI cos­
cincoenta milicienos do Rio Pardo. Bento tumavam responder na Asia, e poude
Manuel era paulista, nascido em Soro­ salvar a gloria e a honra da bandeira
caba, e oriundo da familia Almeida Pae.?. luzitana, vendo, depois de nove dias de
1821— Começa a publicar-se na cidade cerco e de bellicosas diligencias frustradas,
:lsif
do Rio de Janeiro o Reverbero Constitu­ retirar-se com perda e abatimento o chefe
cional Fluminense, folha politica redi­ hespanhol inimigo ( Dr. J. M. de Macedo,
gida pelo conego Januario da Cunha Bar­ Chorographia).y>
bosa e Joaquim Gonçalves Ledo, As duas peças oíllciaes respectivas, a
■I
cc Este periódico semanal, diz o Dr. Si- intimação e a resposta, podem-se ver na
gaud, encaminhou os brazileiros á inde­ Viage Vintoresco de Bartholomé Bossi,
pendência, fortificou-lhes a opinião con­ pag. 38 e 39.
tra os disfarçados accommettimentos das Quasi idêntico facto se deu depois com
côrtes de Lisboa, acendeu-lhes o enthu- 0 mesmo Forte de Coimbra, como tere­
siasmo d’aquella época, dispondo os âni­ mos ensejo de referir na Ephem, de 28
mos para a emancipação do Brazil.» de dezembro de 1864,
1822— Já ao anoitecer chega de S. Paulo 1817 A comarca das Alagoas é desan-
0 principe D. Pedro e apresenta-se no nexada da capitania de Pernambuco, de
íheatro, levando no braço um distinctivo que fazia parte, e fica constituindo um
com a legenda Inãependencia ou morte. governo separado, a que se outhorga a
Os applausos e o contentamento do faculdade de conceder sesmarias. " î ’i
povo a esta vista chegam ao maior auge. E’ seu primeiro governador o capitão
1831 — A cidade do Recife amanhece general Sebastião Francisco de Mello .# I
sob a pressão dos desatinos da solda­ Povoas.
desca desenfreada e insubordinada, que
1848 Fallece no Rio de Janeiro o 1 ! ■
se revoltára desde o dia anterior (Vide
marquez de Maricá, Marianno José Pe­
a F/phemericle de 14).
reira da Fonseca, escolhido a 22 de janeiro I •• .‘ I
1866 — Fallece o vigário do Icó, Car­
de 1826 senador pela provinda do Rio de
los Augusto Peixoto de Alencar, auctor
Janeiro e que tomára assento n’aquella
do Roteiro dos Bispados do Brazil, obra
casa do parlamento a 4 de maio do mesmo
tão frequentemente posta em contribui­ anno (Vide a Ephem. de 18 de maio de
ção n’estas paginas.
1773). O marquez de Maricá foi sepul­
Sentimos não poder dar ao leitor ou­
tado em uma das catacumbas da igreja
tras indicações biographicas da sua de S. Francisco de Paula.
pessoa.
1854— Inaugura-se na cidade do Rio de
«
SETEMBRO — 16 Janeiro o Instituto dos meninos cegos do ,-r'
Brazil.
1801—Ü. Lazaroda Ribeira, sahindo de SS. MM. e um luzido concurso de peS"
Assumpção no Paraguay, ataea o Forte soas gradas assistem a esta tocante ceri­
de Coimbra, mandado construir pelo go­ monia, O Dr. José Francisco Sigaud,
vernador de Matto Grosso Luiz de Albu­ director do Instituto, lê o discurso de
querque de Mello Pereira e Cáceres. inauguração, depois de uma curta allo- íb
Fazendo alarde da sua superioridade bel- cução allusiva ao acto, pronunciada pelo
II
-u
lica, intima no dia seguinte a rendição Sr. conselheiro Pedreira, hoje visconde
do forte ao seu commandante, o coronel do Bom Retiro, ao que se segue um to­
engenheiro Ricardo Franco de Almeida cante hymno cantado pelos primeiros
f^erra. meninos cegos que este asylo recolhe.

■ I
■íi li /
 148 EPHEMERIDES NACI0NAE3

0 edifício provisoriamente escolhido matérias ensinadas no Seminário epis­

para tão pia e humauitaria instituição copal respectivo, convite a que o novo
era situado no morro da Saude, e reunia levita não accedeu, regressando para o
as condições requeridas para tal fim. Ceará, A 28 de agosto d’esse mesmo anuo
Construe-se actualmente (1880) ha praia cantou elle a sua primeira missa na cn_
da Saudade, pouco além do sitio era que pella do Senhor do Bomfim,na sua cidade
está 0 Ilospicio de Pedro II, um edificio, natal. Tendo depois servido por algum
que ficará verdadeiramente monumental tempo como capellão o corpo ecclesias-
quando completo, para abrigar e supprir tico do exercito, passou-se em princípios
com a luz do espirito a esses miseros de 1854, com sua mãe e mais familia, para
entes, condemnados desde o berço a uma a cidade da Fortaleza, capital da sua
noite eterna, e tanto mais dignos de provincia, onde continuou a leccionar
compaixão e de amparo quanto em nada humanidades e foi um dos creadores do
concorreram para a desgraça que os collegio dos orphãos, alli mantido pela
punge, provincia, e de qUe foi o professor de
1866— Fallece em Maceió na idade de doutrina christã.
36 annos, tendo apenas regido oito mezes Por esse tempo percorreu a provincia c
a sua diocese, D. Manuel do Rego de Me­ d’ella traçou uma carta geographica. De­
deiros, 18° bispo de Olinda. senhava bem e sabia bem musica.
Obsequiado com Apontamentos hiogra- O seu ministério cxerceu-o elle sempre
phicos d’este illustre infeliz prelado, es- gratuitamente, e raras vezes aceitou
criptos por seu irmão o Dr. Antonio Ma­ oífertas pecuniárias. Era tão austero cum"
nuel de Medeirrs, abalisado e humanitário pridor dos seus devtjres sacerdotaes, que
medico em Maceió, também hoje fallecido, até cm casa andava dc batina. Era grave,
d’elles nos utilisaremos larga manu mas de caracter expansivo e alegre ; emi­
n’estas paginas. nentemente esmoler, tudo o que obtinha
D. Manuel do Rego de Medeiros nasceu pelo seu trabalho repartia-o com os
na cidade do Aracaty, província do Ceará, pobres. Tinha, como .Jesus Christo, par­
f4 ^ a 21 de setembro de 1830. Era filho legi­ ticular predilecção pelas crianças.

■If?
I I'A ‘ i Depois dc lipver servido de secretario
timo do fallecido negociante portugue ,
brazileiro adoptive, do mesmo nome e de ao actual bispo do Pará. seguiu para a
sua mulher, já também fallecida, D. Ma­ França, e alli esteve por algum tempo
rianna do Rego da Luz, natural do Ceará. estudando no seminário de S. Sulpicio
t‘ i Depois de estudar as primeiras letras em Paris. Percorreu depois toda a Eu­
c 0 latim na sua cidade natal, continuou ropa, a Asia e parte da Africa. Voltando
no Recife o curso de preparatórios geraes de uma peregrinação a Jerusalém, fixou
e 0 exigido para o sacerdócio, leccionando residência cm Roma, onde recebeu em
ao mesmo tempo os preparatórios que já tempo competente da academia da Sa­
sabia. A docilidade de seu genio. a sua piência 0 gráu de doutor em ambos os
appli mção aos estudos, a sua não vulgar direitos. Jornaes francezes, que sentimos
intelligencia, fizeram n’o sempre acatado não possuir, publicaram as suas impr s-
pelos condiscipulos e considerado pelos soes de viagem aos lugares santos c
mestres. muitas cartas suas foram estampadas em
Recebendo em junho de 1853 ordens periódicos religiosos do Recife e repro­
sacras das mãos do bispo diocesano de duzidas em muitos outros.
Olinda, D. João da Purificação Marques cc Eram lidas com interesse, diz seu
Perdigão, foi por elle instado para que irmão c biographo, e mui procuradas ;
alli ficasse como lente dc algumas das porque elle era minucioso e ameno em
 EPIIEMEllIÜES NACIONAES
suas descripções. Como fallava muitas
línguas e era aíTavel e bondoso por na­
tureza, obteve a estima e correspondência
de quasi todo o episcopado de França e
da Ttalia. O fallecido papa Pio IX, assim
como todo 0 Sacro Collegio, o tinha em
grande consideração, que era comparti­
lhada por quantos brazileiros residiam
então na cidade eterna. íj
Dispunha-se, depois de doutorado, a ir
missionar no Japão, quando o surpre-
hendeu o decreto de 5 de abril de 18G5,
que 0 apresentava á Santa Sé para a vaga
deixada pelo bispo de Olinda, que o
ordenara sacerdote.
Não quiz aceitar a honra e o encargo;
mas Pio IX 0 obrigou a isso. A 12 de
novembro foi sagrado n’aquella cidade,
recebendo n’e.sse dia um jantar que lhe
offereceu o cardeal Carolli, e a que assis­
tiram todos os cardeaes existentes então
em Roma, o corpo diplomático brazileiro
e estrangeiro e seu dedicado irmão o
I)r, Antonio Manuel de Medeiros; e o
collegio Pio Americano deu-lhe por essa
oceasião um livro ricamente enquader-
nado, preciosíssimo pela materia que
continha: eram discursos e poesias, com­
postos em difiercntes linguas por estu­
dantes e pessoas de alta importância, que
haviam assistido á festa de homens de
lettras denominada Academia. O papa
poz-lhe ao pescoço uma cruz episcopal de
brilhantes e rubis, prova de alto apreço
nunca concedida antes a nenhum outro
bispo; essa cruz tinham-n’a trazido por
muitos annos Pio IX c o seu antecessor.
Por disposição testamentaria de I). Ma­
nuel de Medeiros voltou ella por sua
morte para Roma.
A 12 de dezembro d’esse mesmo anno
de 1865 deixou ó prelado as terras do velho
mundo, e a 12 de janeirojdo anno seguinte
pisava as da sua diocese, onde foi perfei­
tamente recebido. Pouco depois foi ao
Pará ofíiciar na sagração do bispo eleito
de Goyaz, D. Joaquim Gonçalves de
Azevedo, mais tarde metropolita do
Brazil. Aportou então, de volta, ao Coará
para- beijar a mão á sua velha mãe, e
como que para se despedir d’ella, já im-
pellido pela fatalidade para o silencio do
tu mulo.
De regresso ao Pará dirigiu-se para a
corte a agradecer ao imperador a sua no­
meação ; d aqui voltou em setembro para
a sua diocese e, chegando a Maceió, adoe­
ceu e a 16 d’esse mesmo mez de setembro
de 1866 exhalava o derradeiro alento, na
flor da idade e dispondo de tão aprovei­
táveis elementos para ser um dos pri­
meiros bispos do Brazil. « Sua morte, diz
ik
oseu alludidobiographo,foi um mysterio;
e este foi denunciado no senado pelo illus­
« 'líiil
tre senador Cândido Mendes de Almeida.
Durante o seu cuido governo encetou a
reforma do clero e seminário, o que não
agradou a muita gente. »
Foi fugaz a sua p assagem na terrà
mas a sua lembrança perdurará viva na
t 1 !
memória dos homens puros de coração e
consciência e nas paginas eternas da lí(
historia. '
Succede-lhe na séde, e assim no destino
adverso, D. Francisco Cardoso Ayres, que
também por pouco tempo se assenta
n’ella (Vide a Ephemcride de 14 de Maio
de 1870).
Vem depois D. frei Vital, que játambem
hoje é apenas um nome illustre nos annaes
do passado !
Parece que a fatalidade pésa sobre a
diocese de Olinda!
SETEMBRO—17
1590—- N’esta data estava já de posse
do governo da capitania do Rio de Ja­
neiro Francisco de Mendonça e Vascon-
cellos, nomeado em 12 de março do anno
anterior (Vide a Epliem. de 7 de julho
de 1598).
Vasconcellos substituía a Salvador
Corrêa de Sá, que administrara constan-
temente esta capitania por csp.iço de 20
annos. tendo pela segunda vez tomado
posse do seu governo em 1578 e exercido o

150
e p h e m e r id e s
cargo inte ode 1598. Não subsistem todavia
outras memórias do governo de Vascon-
cellos, senão alguns titulos de sesmarias
concedidas por elle desde Setembro d’este
1 1 anno de 1599 até Janeiro de 1602,
Í 1614— Fazem-se de véla para a bahia
de Parámerim os navios da esquadrilha
da conquista do IMaranhão ; iam esperar
n’aquelle ponto Jeronymo de Albuquerque,
chefe da expedição, que vinha por torra
<iUi
com os seus auxiliares indigenas (Vide
as F.pheinerides de agosto 23, 25 e 26).
Ro Rio Grande do Norte haviam os
I' navios expedicionários tentado seguir
viapm no dia 3, mas, tendo encalhado a
capitanea em um banco de areia, só o pu­
deram fazer no dia 5.
Nesse dia, 7, entrou a esquadiãlhanaba-
hia de Iguajae, onde desembarcou Jerony-
rao de Albuquerque, por muito enjoado,
com os seus indios, que seguem com elle
23or terra jjara o Ceará. As embarcações,
com os soldados,continuam a viagem, sob
0 commando de Diogo de Campos Moreno,
para o Mucuripe, onde fundeiam.
1 No dia 8 levantam ancora e seguem
até tres léguas distante da povoação do
Ceará, no sitio e.n que estava a casa e
H<I
1r forte de Nos-;a Senhora do Amparo. D’ahi
expede Moreno um caravellão com farinha
para Jeracoacoara a dar aviso da expe­
dição. Havia quatorze mezes que a estava
esperando o capitão do presidio do Ceará,
Manuel de Brito Fx’eire, que se lhe reune
com dezeseis soldados, a flôrda sua gente,
deixando o commando do presidio a um
sargento, com algumas praças da expe­
dição, que não quizeram proseguir n’ella.
ii Emquanto alli se demoram, chega o
chefe Camarão, vindo a pé do Rio Grande
do Norte com alguns indios ; m is vem tão
estropiado da viagem, que alli fica com
seu parente Jacauná, ]>ara se reftizer,
obtendo se d’este ultimo vinte indios fle­
Ivl' cheiros com mandados por um filho seu
de dezoito an nos de idade, deixando Je­
ronymo de Albuquerque um filho de
'ryyt
n a c io n a e s
2 annos de idade, como refem, e algumas
e.scravas indigenas.
Em Parámerim tratòu o sargento-mór
Diogo Moreno de exercitar a sua gente
emquanto não chegava o capitão-mór Je-
ronymo de Albuquerque com os indios
que vinham, como se disse, por terra ; e
que só chegaram no dia 24.
No dia 28 os dois mis.sionarios francis-
canos, que faziam parte da expedição
(Vide agesto 23),dizem missas no acampa­
mento de Parámerim, a que assistem os
soldados e indios e foram as primeiras
que se disseram n’aquellas paragens (Vide
a Ephemeride de 1 de outubro).
1618— Toma posse do governo da ca­
pitania da Parahyba (do Norte) AíFonso
da Franca, que foi o seu oitavo capitão-
mór, chronologicamente considerado, e
ainda em 1626 a governava.
Abreu e Lima não trata d’elle.
1631 — A’ tarde avista a esquadra
hispano-portugueza a hollandeza com
que combatera no dia 12. O conde de
Bagnuolo approxima-se na caravella em
que ia. do galleão de D. Antonio de
•V
Oquendo, e combina com este em alfas-
tar-se de noite da esquadra j^ara lan­
çar em algum dos portos da costa de
Pernambuco a gente que trazia de soc-
corro para aquella capitania, visto ser
provável que no dia seguinte se tivesse
de pelejar com a armada inimiga.
Bagnuolo aíl'astou-se pois na mesma
noite com as doze caravellas em que
vinha o alludido soccorro, seguindo o
grosso da esquadra o seu rumo, sem que
todavia no dia seguinte avistasse mais o
inimigo nem se pelejasse.
Na tarde do dia 20 é que onze d’aquellas
caravellas dão fundo junto ao rio grande
de Santo Antonio, tendo ido fundear a
outra no rio' Formoso, 21 léguas ao norte
(Vide a Ephemeride de 21).
1645—Capitulação da fortaleza de Porto
Calvo, occupada pelos hollandezes, sob
0 commando de Klaas Florins.
Estava esta fortaleza cercada havia
 EPHEMERIDES NACIONAES
muitos dias pela pequena força que pu­
dera congz’egar Christovão Lins de Vas-
concellos, senhor do engenho Buenos
Ayres, por uma parte, e Vasco Marinho
Falcão, seu tio por aílinidado, por outra
parte. Puderam, entretanto, illudir a
perspicácia liollandeza e apparentar uiu
exercito que não tinham, c com isso e a
coragem que desenvolveram em mais de
um encontro parcial com o inimigo,
quem também já por fim faltavam vive­
res para se manter e se vira forçado a
pedil-os aos nossos, emquanto não se
ajustavam os termos da capitulação, con­
seguiram Yasconcellos e Falcão o seu in­
tento. Yciu 0 capitão Lourenço Carneiro
de Araujo, expressamente enviado por
Fernandes Yieira e Vidal de Megreiros»
tratar as condições da entrega da praça
com 0 seu commandante. Assentou-se que
0 capitão Klaas sahiria com a sua guar,
nição cie morrão acceso^ bala na bocea-
banãeiras despregaclas, caixa batendo e
com bagagem, até um sitio convencio"
nado, onde toda a força seria desarmada,
á excepção dos oíliciaes de linha. Obri­
garam-se os insurgentes a dar transporte
para a Bahia a todos os rendidos que para
alli quizessem ir, e convieram ein outras
condições mais, de ordem secundaria.
Assignada a capitulação por ambas as
partes, faz-se a entrega da praça, dei­
xando 0 inimigo como despojos 4 peças
de calibre 24, duas de 16 e duas de 8.
O sitio aturara 42 dias.
A fortaleza foi logo depois arrazada
por inútil.
1818—Cartas de lei (très) erigindo em
cidade a Villa Real de Cuyabá e a Villa
Bella da capitania do Matto Grosso, fi­
cando a pri'meira com a denominação de
cidade de Cuyabá, a segunda de cidade
de Matto Gçosso; e a villa Boa, da capi­
tania de Goyaz,que recebe a denominação
de cidade de Goyaz.
1821—As tropas imperiaes, commaiida-
das pelo general Francisco de Lima e
Silva, occupam o bairro de S. Pedro Gon-
çalves, na cidade de Olinda, em virtude
da retirada dos revoltosos (Vid. aEphem-,
de 12).
1859—Succumbe a uma pneumonia,
na idade quasi de 81 annos, o conselheiro
Nicolau Pereira de Campos Vergueiro,
senador pela provincia de Minas Geraes
(Vid. a Ephem. de 23 de julho de 1828).
SliTEM 15u o -
1610— Alvará facultando ao governo
geral do estado passar alvarás em nome
d’el-rei, em determinados casos dos con­
cedidos ao Desembargo do Paço e com as
mesmas clausulas.
1737— O capitão general João de Abreu
Castello Brcinco. vigésimo oitavo gover­
nador do estado do Maranhão, entra no
exercicio do seu cargo na cidade de Belém,
por ordem expressa que trazia da còrte
para residir no Pará.
Succede ao capitão-mór Antonio Duarte
de Barros, que governou aquelle estado
desde 21 de março do anno anterior.
1828— Crèa-se na capital do Império o
Supremo Tribunal de Justiça, em virtude
do art. 163 da Constituição.
1835— Toma assento na camara vita-
licia 0 padre José Custodio Dias. senador
pela provinci I de Minas Geraes, escolhido
a 7 de agosto pela regeneia permanente
(Vide a Ephem, de janeiro 7 de 1838),
1837—0 senador Pedro de Araujo Lima,
depois mai'quez de Olinda, é nomeado
ministro do império pelo regente Diogo
Antonio Feijó (Vide a Ephem. de 19),
— Kallece na côrte o desembargador
Antonio Luiz Pereira da Cunha, marquez
de Inhambupe de Cima.
Ir
Nascera na cidade da Bahia a 6 de abril
de 1760; recebeu o grau de bacharel em
direito civil na universidade de Coimbra,
Foi um dos signatários e collaboradores
da Constituição do Império e ministro
dos negocios estrangeiros em 1825. Na
primeira eleição senatorial que se effe-
ctuou no Brazil cscolheu-o o primeiro
imperador para representante de Per-
'. rí
 '-f'-c-fi'r.'
F »i ' 152
EPHEMERIDES NACIONAES
nambuco. \ oltou mais de uma vez como
ministro aos conselbos da coroa c fazia
parte do gabinete que deu causa á abdi­
cação de D. Pedro I em 7 de abril de
J831. Era de alguns annos presidente do
senado, quando falleccu. Sepultado em
uma das catacumbas da igreja de S. Fran­
cisco de Paula, foram depois seus ossos
transferidos para o cemiterio de S. João
'i h Baptista da Lagóa.
S!||
I860 Fallece em S. Paulo o senador
por Sergipe José da Costa Carvíilho, mar­
quez de Monte-Alegre, escolliido a 30 de
">■ ■-I abril de 1839 pelo regente Araujo lãma,
e que tomára posse da sua cadeira no
senado a d de maio do dito anno.
O marquez de Monte-Alegre nascera
na provinda da Bahia, na freguezia de
Isossa Senhora da Penha, a 7 de fevereiro
de 1796. Recebendo o grau de bacharel
em leis em 1819 na universidade de
'•Í 'il Coimbra, então ainda a cilma jyarens de
todos quantos no Brazil avultaram na
politica, nas letras, nas .sciencias, voltou
á patria e foi despachado juiz de fóra e
ouvidor da cidade de S. Paulo, logàres
que serviu em 1821 e 1822. N’aquella
piovincia fixou residência e constituiu
I. familia. Começou, como a maxima parte
dos nossos homens públicos, com raris~
simas excepções, a sua carreira politica
pelas armas incruentas e sempre ponde­
rosas da Imprensa, redigindo em S. Paulo,
em í82/, o Phcirol Paulistano, orgão das
p 29 de setembro, ficando com a pasta dos
ideas liberaes e em que teve por collabo-
lador eílicaz ao illustrado paulista An­
tonio Marianno de Azevedo Marques, o
mestrinho.
Costa Carvalho representou a sua pro­
vinda natal na Constituinte brazileira e
■foi eleito deputado pela província de
S. Paulo áassembléa geral na 1 ‘ , 2“ e 4‘
: lit s Marques nos seus Apontamenios acerca
|.i:, v ' i - : legislaturas, sendo muitas vezes esco­
' r,. ; i ' lhido para presidir aos trabalhos da ca-
m&w-
Sï'
Ir
mara, assim como presidira também
depois aos do senado.
Em 1831, por occasião da abdicação do
primeiro imperador, foi um dos membros
tí lá•.
4 '' ! ,
■5->
da regencia permanente, escolhidos a 17
de junho pela assembléa geràl, posto
eminente em que se manteve até 1835,
tendo-se entretanto em julho de 1833 re­
tirado paras. Paulo. Renunciou então em
beneílcio do estado á pensão de 4:0003 a
que tinha direito. Em 1835 e 1836 exerceu
0 cargo de director do curso jurídico pau­
listano.
Em 1842, prevendo-se o movimento re­
volucionário que logo arrebentou em
S. Paulo, pela eíTervescencia dos ânimos
ajjue as paixões politicas tinham levado
nao sé essa província como a de Minas
Geraes, incumbiu o governo ao senador
Costa Carvalho, então barão de Monto
Alegre, de presidir á primeira d’ellas,
aproveitando-se da justa influencia de
que alli gosava, e fazendo justiça ao pres­
tigio do seu nome, ao seu caracter, geuio
conciliador e coração cheio de bondade :
com eííeito, com esses seus predicados
moraes conseguiu Costa Carvalho quebrar
0 Ímpeto da revolta, pesando no animo
de grande numero dos maisexaltados que
n ella tomavam parte. As forças com que
0 n’aq lelle tempo barão de Caxias bateu
os revoltosos em Venda Grande e Soro­
caba, fizeram o resto. N’esse mesmo anno
foi nomeado conselheiro de estado ex­
traordinário, passando em 1853 á elïecti-
vidade do cargo.
Foi em 1848 o organisador do gabinete
negocios do império, gabinete que adiou
e depois dissolveu a camara electiva, do­
minou a retolta praieira de Pernambuco
e terminou com gloria para as nossas
armas a campanha contra o dictador
D. Juan Manuel de Rosas.
« Na vida domestica, diz o Sr. Azevedo
da província de S, Paulo, José da Costa
Carvalho não desmentiu, antes realçou,
as nobres qualidades do seu grande co­
ração.»
Morreu sem descendoncia.
1865 — Capitulação de Tjruguayana
 {^Campanha do Varaguay), a que assiste abundantíssima de gado. que deixou de
0 Imperador (Vide a Ephem. de II), servir de recurso ao inimigo e vein assim
Cerca de 6,000 prisioneiros, 7 bandeiras, a sel-o para os nossos. '
5 canhões e todo o armamento inimioo Já dissemos que a fortaleza foi logo
foram os trophe'us d'esta assignalada e in­ depois arrasada: fora construidaem 1637
cruenta victoria, que deu um profundo pelo conde IMauricio, de quem recebera
golpe no poderio do dictador Lopes. 0 nome.
1658— Toma posse do govenio da ca­
SETEMUno — 19
pitania do Pará co.mo seu capitão mor o
1631— E’ nomeado pela primeira vez capitão de mar e guerra Marçal Nunes
: ■M
governaiior da capitania da Parahyba da Costa, que exerce pela primeira vez
Francisco de Souto Maior, que o foi de esto cargo até 16 de abril de 1662, em que
_ novo por I). João IV, pa"a servir por très 0 rende Francisco de Seixas Pinto (Vido
I annos, em 30 de abril de 16-12, a Ephem. de 30 de julho de 1774, aliás
Foi em 1661 governador da capitania 1671, erro de data que deixámos escapar
^ do Rio de Janeiro, e na serie de seus go- e corrigimos agora aqui).
I vern.idores occupa o 19“ lugar, 1710— Fallece em Goyaz, cm extrema
f 1615— Capitulação da fortaleza liollan- pobreza, o seu descobridor capitão-mér ' :i
' deza Pidncipe Maurício (Vide a Ephem. Bartholomeu Bueno da Silva, natural da
de 13). Parnahyba. Este notável sertanista par­
Assignados os poucos artigos da capi­ tir.i de S. Paulo, em 16S2, com numerosa I
tulação, deixaram a praça os duzentos e bandeira, e penetrara nos sertões de
sessenta e seis homens, entre hollandezes Goyaz, onde descobrira minas de ouro.
e francezes, que compunham a sua guar Em paga d’esse serviço e de outros que
nição, além de cinco indios, vinte e quatro fizera á coroa n’esse sentido, seu filho,
mulheres, dezoito crianças e outros tantos neto e bisneto tiveram, por cartas regias
i
escravos : os officiaes sahiram com as de 18 .de maio de 1718 e 18 de julho de
suas espadas e insignias e os soldados 1782, 0 privilegio do rendimento da pas_
com as armas, em forma militar. sagem dos rios Atihaia, Grande, das
Chegados ao sitio convencionado foram Velhas, Corumbá e outros, concessão
desarmados estes últimos. Dentro das mais apparente que real, pois para logo
muralhas da fortaleza llcai'am sepultados se suscitaram questões o duvidas que a
setenta e sete dos seus, mortos durante sophismaram e reduziram os concessio­
0 assedio pelos tiros dos sitiantes. nários também á pobreza.
Pouco depois de eííectuada a rendição 1743—Chega á cidade de Belém no Pará
appareceram no rio, á vista da villa (do 0 celebre mathemacico, litterato e via­
Penedo), uma grande embarcação hol« jante franccz (,'arlos Maria de La Conda-
landeza, seguida de très lanchões, que mine que, descendo do Peru, concluía a
vinham em soccorro da praça sitiada.
A tomada d’esta fort ileza foi de grande
sua exéursão scientiflc i ao Equador. O
governador do Pará, João do Abreu Cas-
d
utilidade para os levantados de Pernam­ tello Branco, hospeda-o segundo as de­
buco e de perniciosa consequência parã terminações da corte de Lisboa, cm vir­
a causa contraria ; porque era a chave tude de sollicitaçoes da legarão franceza
H'i
da fronteira sul e a porta principal que n’esse sentido.
lhes abria, aos primeiros, commoda com- 1807— Cart i regia declarando que é de
municação com a Bahia, sede do governo 15,000 cruzados ( seis contos de réis ) o •• :*í
geral do estado. Além d’isso, a margem vencimento do capitão general da capi­ /»
meridional do lio ( de S. Francisco ) era tania do Rio Grande do Sul.
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35< EPHEMERIDES NACIONAES

1811— Clicga á Bahia D. frei Francisco 1842 Aureliano de Souza e Oliveira

?!' cie S. Dam ISO de Abreu Vieira e toma Coutinho é escolhido senador pela pro­
110 dia seguinte, na igreja do Collegio, víncia das Aligòas (Vide julho 21 de
posse do governo da diocese. 1800).
Era natural de Portugal, da ordem de 1854— Edificada em terrenos foreiros á
S. Francisco o oppositor na Universidade casa imperial e pertencentes á'fazenda
de Coimbra.
denominada Corrego seceo, deve a cidade
Por fallecimento do arcebispo da Bahia de Petropolis a sua existência á iniciativa
1). frei José de Santa Escolástica, foi do imperador actual.
nomeado, a 13 de maio d’este anno, go­ Tendo oDr. João Caldas Vianna, quando
vernador e vigário capitular do arcebis­
presidente da provinda do Rio de Janeiro,
'to m i pado pelo bispo de S, Paulo D. Matheus mandado contracíar, em 1844, com a
de Abreu Pereira, que era o suífraganeo casa de Carlo.s Debreu, negociantes de
mais antigo, por nao ter o respectivo
Dunkerq’ue,600casaes de colonos allemãesl
cabido Jeito no prazo canonico a dita a 9 de junho do anno seguinte chegaram
nomeaçao. D. frei Francisco era então
2,303 d’elles por for'ça d’esse contracto.
bispo de Malaca.
Vendo-se o presidente embaraçado para
Lii j' Ignora-se si foi depois provido no cargo accomrnodal-os, Sua Magestade mandou
de arcebispo, ou se regeu sempre a dio" por seu mordomo, o conselheiro Paulo
cese como gOA'ernador e vigário capitular;
Bai'bosa da Silva, offerecer-lhe aquellas
em todo o caso o seu nome c incluido por terras. Já a esse tempo estava na presi­
todos os chronistas na serie dos nossos dência da província o visconde de Se-
metropolitas.
l)etiba, que com effeito para alli os enviou,
Foi elle quem fundou o seminário da dando-lhes por director o major de en­
■Ui':r" Bahia na magestosa casa, para esse fim
genheiros Julio Fi-ederico Koeller (Vide a

liílM:;;' : deixada em testamento pelo conego José Ephem. de novembro 21 de 1847).

Telles de Menezes, thesoureiro mór da
Sé.
Um anno depois de estabelecida a co-
lonia, a 20 de maio de 1846, por lei pro­
Falleceu a 18 de novembro de 1816 e vincial d’essa data, deu-se-lhe o titulo de
jaz na igreja cathedral. villa sob a invocação de S. Pedro de Al­
1837— 0 regente do Império, Diogo cantara. Monsenhor Bedini, internuncio
Antonio Feijó, contrariado pela oppo- apostolico, foi 0 sacerdote que, a 30 de
sição, conhecendo que não pode fazer ao junho d’esse anno, n’ella celebrou a pri­
J■ !■■. paiz 0 bem que lhe deseja, e cheio de no­ meira missa no Campo d.a confluência,
I;lí*!’ ' 'ï ' breza e abnegação, resigna o mando onde ainda se vó a cruz que recorda esse
supremo do Estado, c[ue lhe confiára a acto, A 19 de julho do mesmo anno
soberania nacional. Fica encarregado da tambein os colonos protestantes celebra­
l|í;^ regencia do império, na forma do Acto ram a sua primeira ceremonia religiosa,
Addiccinal, o ministro do império se­ em que ofíiciou o pastor Lalleman.
nador Pedro de Araujo Lima, que orga­ A familia imperial foi pela pri.meira
nisa 0 novo ministério com os membros vez de visita a Petropolis a 8 de outubro
f'-
iú. mais influentes da cainara dos deput idos dé 1847.
fiertencontes ao partido opposicionista Por lei provincial da presente data
íè 1
(Revista Popular, F luviaxo ). deu se á villa o predicamento de cidade,
1ii'iS*’ '■ — Sepult i-se em S. Francisco de Paula mas sü em 1859, a 17 de junho, é que se
0 marquez de Inhambupe, senador pela empossiram os respectivos vereadores.
Parahyba, fallecido na vespera (Vide A colonia foi cxtincta por acto de 5 de
essa data). janeiro de 1860, do presidente da pro-
vinciaDr. Ignacio Francisco Silveira da
Moita, liojc barão de Villa Franca.

1619—Em setembro do anno anterior

mna sedição popular, em que tomára
parte a tropa, havia deposto e prendido
0 primeiro capitão mór do Piirá, o funda­
dor da cidade de Belém Francisco Cal­
deira Gastello-Branco, porque, havendo
Antonio Cabral, sobrinho do capitão mor,
assassinado á traição ao capitão Alv iro
Netto, bemquisto do povo e admirado
pela sua provada valentia, recusara-se
Castello Branco luinir esse crime.
Na presente data uma nova sedição se
levanta naquella capitania e entrega o
governo ao capitão de infantaria Cus­
todio ^áalente. tendo por adjunto a frei
Antonio de Marciana. Esse procedimento
do povo mereceu a desapprovação do
capitão Pedro Teixeira, que mais tarde
se celebrisou com a exploração do Ama­
zonas e que já n’esse tempo gosava do
favor publico pela sua circumspecçào e
outros dotes moraes. A pedido dos seus
am.igos ecom visivel repugnância aceitou
Pedro Teixeira chamar a si o governo
da capitania em Maio do 1620. Por fim,
vemos Bento Maciel Parente na lista dos
seus governadores (Vide a Eplicmeride
de 18 de julho de 1621), em seguida a
Pedro Teixeira, e governando-a até ren-
del-o o capitão-mór Manuel de Souza
d’Eça.
N’esses primeiros tempos de organisa-
ção administrativa do ])ai'/, a relação dos
seus governadores nas suas differentes
circumscripções não passa de uma carta
de nomes, bem diílicil dese pôr em ordem,
de modo que para alguma cousa preste á
historia.
1611 — Apresenta iffauricio de Nassau
um extenso e minucioso relatorio acerca
da situação da colonia hollandeza do
Brazil aos Estados Geraos da llollanda.
Esse documento, sem duvida impor­
tante, conserva-se nos archivos hollan-
Montenegro viera ao ilio de Janei­
ro comprimentar ao príncipe
D. João VI, saliindo de Pernambuco a
18 de março de 1808. O governo da capi­
tania fleára interinamente confiado n’esse
espaço de tempo a uma junta constituida
pelo bispo diocesano I). frei José Maria
de Araujo, pelo brigadeiro D. Jorge Eu­
genio de Lossio Seilbtz e pelo desembar­
gador ouvidor geral Clem.ente Ferreira
França, que foi depois marquez de Na­
zareth e senador do Império.
1820 — Extineção do tribunal denomi­
nado Junta da Bulla da Cruzada.
1827 — E’ exonerado, a seu pedido, do
cargo de senador pela província do
Ceará o padre Domingos da Motta Tei­
xeira, escolhido a 22 de janeiro de 1826.
Foi em 1829 eleito e nomeado em seu
logar 0 conde, depois m irquez de Lages.
1835— Revolução da província do Rio
Grande do Sul, que so devia terminar
quasi dez annos depois (Vide as Epheme-
rides de 1 de março de 1815 e de 25 de
setembro de 1835).
1853 — Entra no porto do Rio de Ja-
 ■1
M i r
f '14 ' ",
150 EPHEMERIDES NACIONAES
i *, nciro 0 vapor ã helic.e Brazileira , da
,ii' ■; companhia de Liverpool, que inaugura
com uma brilhanle viagem de 26 dias a
segunda linha de vapores transatldan-
ticos.
SETEMBRO—21
.1 (
1631—Ao amanhecer manda o conde de
Bagnuolo levantar ferro e, cpsteando a
terra, entra na Barra-Grande com dez das
suas caravellas. Duarte de Albuquerque,
donatario de Pernambuco, acompanha
va-o. A' Mathias de Albuquerque, seu
B-« irmão, mandou-se logo aviso da sua che­
gada. Desembarcou-se emtanto a gente
e trem beilico de que constava o soccorro
que traziam para Pernambuco, no que
foram efficazmente auxiliados pelos mo­
radores do logar, em homenagem ao
donatario da capitania, que viam pela
primeira vez.
A ’ outra caravella, commandada pelo
capitão Antonio de Figueiredo e AMscon-
cellos, com duzentos homens, destinados
especialmente á Parahyba, havendo-se
amarado mais, deu caça um dos muitos
navios que os hollandezes tinham sempre
pola costa; mas poude escapar-lhe e foi
ter ao Rio Grande do Norte.
1710—O governador do Minas Germs
Antonio de 'Albuquerque Coelho de Car­
valho recebe n’aquella capitania a noti­
cia da invasão da cidade do Rio de Ja­
I'I
neiro pelos francezes de Duclerc, que
haviam passado pela barra d’esta a 11 de
agosto e se dirigiram para a Ilha Grande.
Dispõe-se aquelle governador a vir em
soccorro da capital do Brazil (A^ide
a ephem. de .5).
1^24—Faz a sua entrada solemne na
cidade de Belem o D bispo do Pará,
D. frei Bartholoraeu do Pilar.
Nascera na villa de Amelias, na ilha de
S. Jorge (Portugal), e íbra baptisado na
matriz d’essa villa a 21 de setembro de
1667. Vestirá o habito dos Carmelitanos
da antiga e regular observância, no con­
vento da villa do Fayal em 31 de outubro
i
í
de 1686, contando 19 annos de idade, e
professara aquelle instituto a 1 de no­
vembro do anno seguinte. Formára-se
depois em theologia na universidade de
Coimbra, em que se matriculara a 21 de
outubro de 1691. Fóra em seguida man­
dado para Pernambuco pelo padre Bar-
tholomeu do Quintal,fundador da Congre­
gação do Oratorio. Depois de alli ter pro"
fessado oito annos philosophia e quatro
theologia, voltára para a sua ordem, em
Lisboa, onde recebera o grau de doutor
em theologia a 16 de março de 1702 das
mãos do Cardeal Conti, então nuncio
apostolico n’aquella corte e que subiu,
em 1721. ao summo pontificado sob o
nome de Innocencio XIII. D. frei Bartho-
lomeu do Pilar fòra depois d’isto nomea­
do Qualificador do Santo OÍIicio por pro­
visão de 4 de dezembro de 170-1 e oceupou
o cargo de commissario d’esse mesmo
tribunal no estado de Pernambuco.
Apresentado bispo do Pará por D. João A^
a 9 de novembro de 1717 e confirmado
n’essa dignidade pelo papa Clemente XI,
fòra sagrado na patriarchal de Lisboa
pelo cardeal D. Thomaz de Almeida, pri­
meiro patriarcha portuguez, em 22 de
dezembro de 1720. E nquanto se não con-
cluia a erecção do seu bispado, que só
foi créado por bulia de 4 de março de 1719,
e não foi para elle oceupar a respectiva
.se'de, residiu no convento da sua ordem.
Tomara posse do cargo, por procura­
dor, a 13 de julho de 1720 e a 5 de junho
de 1724 embarcou para o Pará. onde,
segundo o padre Peixoto de Alencar e o
gene;;al Abreu e Lima, aportou a 29 do
agosto. O 1° diz que tomára posse do
bispado na presente data e o 2° que já o
havia feito a 13 de jullio de 1721, por
seu procurad :r. O visconde de Porto
Seguro dá para a sua posse a data da
sua chegada, 29 de agosto de 1724.
No Pará falleceu elle a 9 de abril de
1733. depois de um laborioso episcopado
de doze annos e contando de idade 66
annos, 6 mezos e 18 dias.
 EPflEjMEPJDES NACIONAES
a Sua morte, diz o autor da sua bio-
grapliia publicada no fascículo XVIII
dos Retratos, e Elogios de Varões, e
Donas ãe Portugal (Lisboa, 1817), foi
olhada como uma calamidade publica, e
com todas aquellas demonstrações de
universal sentimento, bem devidas á me­
mória de um Bispo de grandes virtudes,
e letras, e mui acreditado desinteresse,
digno dos primeiros séculos da Igreja.
Foi sepultado no presbyterio da sua Ca­
thedral da parte do Blvangelho. »
1779—D. Jacintho Carlos da Silveira,
natural de Evora, clérigo secular, liceii-
ciado em cânones pela universidade de
Coimbra, e V bispo de S. Luiz do Mai’a.
nhão, nomeado em março de 1778, toma
na presente data posse do seu cargo por
procurador, o chantre João Duarte da
Costa, Renunciou a mitra em 1780 e nun­
ca veio ao bispado.
Exerceu depois os logares de provisor
e vigário geral do arcebispado de Evora,
onde falleceu.-
Em setembi’0 d’aquelle anno de 1780
foi apresentado em seu lugar, para o
bispado maranhense, 0 carmelita descalço
da Reforma de Santa Thereza, D. frei Jose'
do Menino Deus, natural da villa da Ja­
cobina, na Bahia, mestre em theoJígia,
pregador régio e examinador synodal do
patriarchado de Lisboa. Foi o 8° na res.
pcctiva serie. Também este prelado, que
tomara posse da mitra, pelo mesmo pro­
curador do anterior, em abril de 1781
(ou, segundo Varnhagen, em 1783), não
vein occupal-a; foi depois transferido
para a de Viseu, e lá vein a fallecer.
1808—B’allece em Olinda e sepulta-se na
respectiva Sé o 11° bispo d’essa diocese
D. frei JoséMariade Araujo, tendo apenas
nove mezes e oito dias de exercicio das
suas funeções,.
D. frei José Maria nascera em JMsboa.
Pertencia á ordem de S. Jeronymo quando
foi escolhido, a 13 de abril de 1801, para
a séde episcopal olindense pelo rei
D. João VI. Confirmado pelo papa Pio V ll
157
em 1806, foi sagrado a 8 de Março do anno
seguinte. Chegando á sua diocese a 13 de
dezembro do mesmo anno :1807), tomou
posse d’ella no dia 21, i^or procurador.
Logo em março de 1808 fez parte do
governo civil da capitania, por ausência
do governador Caetano Pinto de Miranda
Montenegro, que fora ao Riode Janeiro
beijar a mão do príncipe regente, segundo
0 estylo d’aquelle tempo.
Acerca da morte d’estc prelado diz o
auctor do Roteiro dos Bispados do Bras il
que ha a seguinte tradição, bem fundada
para muitos « Correu, diz elle, que fora
mandado envenenar pelo Deão da Sé de
Olinda, Dr. Bernardo Luiz Ferreira Por­ Ví
tugal, 0 primeiro vulto do clero pernam­
bucano n’aquelle tempo, j^or siua muita
illustração e fortuna e também, segundo
algumas opiniões, por seus máos ins-
tinctos e sentimento de vingança, que
nunca dispensou, sempre que as circum-
stancias lhe oíTereciam opportunidade
para tomal-a com segurança. »
Referem mais, e o auctor citado nol-o
dá como incontestável, que recahira sobre
0 medico que assistira ao prelado enfermo
a suspeita geral de ter sido o instrumento
do deão e ficou na animadversão publica
como que fulminoAo de excommunhão,
cortando todos as relações que cora ello
tinham: ninguém mais quiz os serviços
da sua profissão.
cc Concorriam n’este prelado, diz o re­
ri
ferido auctor, algumas qualidades que
lhe attrahiam irresistivelmente sinceras
alTeições e ve?,pc.iio: juventude, sopedoria,
formosura e maneiras mui insinuantes
e sympathicas. E i)ara que se tornasse
mais acerba a dòr do rebanho, que o cho­
rava, deu-se a i)ungcnte circumstancia 1
de que no mesmo dia do seu fallecimento
I, ■ ii i
fundeava no porto do Recife o navio que
conduzia a seu bordo a mãi e irmãs do H4
prelado, que elle havia mandado buscar
de Lisboa,
1835 — Fallece no Rio de .Janeiro João
Braulio Moniz, membro da regencia per-
W :J à
 ■Í .
158 ÈPHEMERIDES NACIONAES
M W '
I'
11
manente, e é sepultado na igreja dos ter­
ceiros do Carmo.
1861 — Inaugura-se na ilha das Cobras
0 Bique imperial.
Essa importante obra, cuja planta e
orçamento foram traçados pelo enge­
f e . ' í ’ V> nheiro Francisco Cordeiro da Silva Tor­
■/ ' : ■,
' ^. I . il Í res e Al vim,mais tai‘de marechal de campo
e visconde de Jerumerim, foi encetada em
■1824, sendo ministro da marinha Fran­
cisco A illela Barboza, depois marquez de
Paranaguá. Após 11 annos, gastos em
escavar a rocha, pararam os trabalhos em
1835 e ficaram suspensos por 9 annos,isto
e', até 1846.
Recomeçaram então e n’elles se prose-
guiu até 1854: foram assim, tão lenta­
mente feitos pela parcimônia caracteris-
tica dos orçamentns das nossas obras pu­
blicas e pelo nosso tradicional horror ao
emprego de machinas que economisem
I braços e tempo. Em 1854 houve nova sus­
■:4 1.1 pensão das obras até princípios de 1857.
IV.*
if. : ' A 25 de abril d’esse anno o Sr. conse-
llieiro Paranhos (hoje visconde do Rio
'r , . | :,
Branco), então ministro da marinha,
■v|: contractou com o engenheiro Henrique
Law a continuação e conclusão da obra
por 75,000 libras esterlinas ou cerca de
7.50 contos da nossa moeda, pagaveis em
10 prestaçÕDS,
Law aproveitou a escavação já feita»
ampliando-a na jíroporção necessária
para poder caber no dique a maior em-
barcaçao que se conhecia n’aquclle tempo,
a nau ingleza Wellington. O praso mar­
cado para terminação da obra foi de
ji'l-' ■'• i quatro annos.
Por essa mesma epoca o conselheiro
•If ,.'f,, .1 ' ■
<i , Joaquim José Ignacio (mais tarde vis­
conde de Inhaúma) contractou com o
P ii-
iMife mesmo engenheiro Law a construcç.ão
de um outro dique, de pouco menores
proporções, cujas obras já estavam em
1592 Os oííiciaes da camara c povo
andamento e que, como o outro, corre na da villa de S. Paulo reunem-se para pro­
direcção de 82" SE magnético.
testar contra a ordem do governador
1 ara mais largas informações a res­ geral do Estado, que mandava entregar
peito d esta.s obras e das phases por que as aldeias de indios aos regulares da
'’ H i
passaram, recorra-se ao Biario cio Rio de
Janeiro da presente data e Correio Mer­
cantil do dia 22.
1876—Fallece em S. Paulo, na cidade
de Campinas, Joaquim Corrêa de Mello,
distincto botânico nacional, posto
que nascido portuguez: aqui, porém,
cresceu e se fez homem, e se formou em
Pharmacia (em 1836, na faculdade de
medicina do Rio de Janeiro) e, portanto,
nos ficou pertencendo,
Biz 0 Sr, Dr. Joaquim dos Remedios
Monteiro, no Esboço hiògraphico que do
illustre naturalista traçou na Revista
Brazileira de maio de 1880:
« O seu nome é um desses que se de­
vem recommendar á memória do paiz.
Não é um nome a que dessem lustre as
larguezas de um imperador, nem os fa­
vores de um ministro d’Estado, nem uma
reputação levantada do pó pelo vento
lisongeiro e movei das affeições popula­
res. Não foi um tribuno nem um publi­
cista que servisse ás multidões, para que
ellas lhe pagassem n’um accessode capri­
chosa munificência o diploma com que
fosse repousar no Pantheon dos nomens
illustres, Mas foi um homem a quem
aprouve á Divina Providencia dar occa-
sião de contribuir para que na Europa
não^ se julgasse o Brazil desherdado de
sábios em sciencias naturaes. »
No Journcd o f Linnean Society de
Londres foram publicados muitos artigos
seus, e ultimamente colligira numerosas
notas acerca das Bignoniaceas, que
foram confiadas ao Dr. Bureau.
Promovia-se em Campinas uma sub-
scripção para se levantar em uma das
suas praças um monumento commemo-
rativo do illustre botânico paulista,
SETEMBRO—22
 companhia de Jesus, e resolvem não en- d’ella formado um governo de IS membros
tregar-lh’as , consentido apenas que que negara obediência ao governador do
aquelles padres doutrinem os indígenas. Rio de Janeiro e S. Paulo, salvador
162-1—Toma pos5e, na cidade da Bahia, Corrôa de Sá e Benevides. O povo pau­
do governo geral do Estado do Brazil lista havia representado ao rei hespanhol,
Mathias de Albuquerque, como imme- expondo os motivos do seu descontenta'
diato a Diogo de Mendonça Furtado, íeito mento c pedindo-lhe que para governar
prisioneiro pelos hollandezes a 9 de maio aquella capitania fossem mandados fi­
d’esse anno. dalgos do sangue chrisião desinteres'
Exerce porém efTectivamente o cargo, sado, e que se nomeasse para provedor
como capitão-mór seu immediate e por da marinha a Amador Bueno da Ribeira,
nomeação sua, Francisco Nunes Marinho, natural d’estas parles, homem rico, e
que fora já por dois mezes governador poderoso, bem entendido, e capaz de
da Parahyba. Marinho não exerceu o todos os cargos.
verno geral très mezes, pois teve de pas­ Com a mudança dynasíica que se ope-
sa l-o em 3 de dezembro [Vide essa data) rára no reino, era azada a oceasião para
a D. Francisco de Moura Rohm, eíTecti- cessarem os tumultos e desordens em
vamente nomeado pelo rei caintão-rnór que andava a capitania, tumultos que
do Reconcavo. tiveram por principal motivo o antago­
1631— Entram no porto do Recife os nismo estabelecido entre os naturaes do
navios da esquadra hollandeza, que vol­ paiz e os jesuitas, por causa do capti-
tavam do combate do dia 12. veiro dos indios. Este antagonismo ma­
Eram 11, dos quaes oito cm perfeito nifestara-se também com estrepito na
estado por não haverem entrado na acção, cidade do Rio de Janeiro ; mas poude alli
e os outros, embora maltratados, suscep­ ser applacado pelo governador Salvador
tíveis de concerto. Traziam 210 prisio­ Corrêa. Julgaram porém melhor os pau­
neiros, entre elles Cosme do Couto Bar­ listas, com 0 genio de independencia e a
bosa, e como preza o galeão -S. Boaven- sobranceria que constituem ainda hoje
tura, com 22 grandes peças de bronz', os traços caracteristicos da sua indole,
carregado de assucar, fumo e madeiras ter um rei seu e da sua propria capitania.
de qualidade, o que de algum modo com­ Amador Bueno da Pdbeira, descendente
pensava a perda dos dois navios que de uma nobre familia de Sevilha e que
tivera a esquadra. gosava da maior consideração eda estima
Marthen Thyszoon foi nomeado para publica pela sua honradez, fortuna e
substituir 0 general Adrian Pater no genio prestadio, foi o escolhido pelo povo
conselho politico. para empunhar o sceptro da realeza :
1613— Em carta regia d’esta data agra­nem de outro modo começaram todas as
dece el-rei D. João IV aos paulistas a realezas do mundo. Procurou porém
sua acclamaç.ão e a Amador Bueno a sua Amador Bueno despersuadir os seus con­
fidelidade. cidadãos d’esse intento, mas debalde,'pois
Quando Portugal, sacudindo o jugo do queriam j)or força fazel-o rei !
governo dos Felippes, proclamou um « Em tão apertado lance, diz o conego
principe nacional para dirigir os seus Dr. Fernandes Pinheiro nos seus Epi­
destinos, essa escolha da nação foi abra­ sódios de historia patria, toma Bueno
çada por todo 0 Brazil, á excepção de uma energicae singular resolução: bran­
S. Paulo, Perdurava ainda alli a revolta dindo uma espada, sahe pela porta do
que expulsara os jusuitas dos seus col- quintal, gritando Viva 0 Sr. D. João
legios e da capitania, tendo-se ao tempo IV, nosso rei, pelo qual darei a vid a!—
 ao qiie respondia a multidão VivaBrito, depois conde dos Arcos, cjue suc­
Amador Bueno, nosso i-ei !— Era scm cédé n este cargo ao illustre 1). Francisco
duvida Lim bem curioso espectáculo o de de Souza Coutinho,
um rei fugindo á coroa c perseguido p ?lo 1828 — Extincção do Desembargo do
povo, que queria forçal-o a reinar.» Paço, da Meza da Consciência e Ordens,
Evadindo-se ao tumulto e a essa perse­ e dej)utros tribunacs do governo colonial.
guição do nova especie, unica nos nossos I8o3 — Parte da cidade da Barra, pro­
fastos, aliás tão cheios de factos singu- vincia do Amazonas, para Nauta, no
lai’es. Amador Bueno refugia-se no mos­ I erú, 0 vapor Marajó. São assim as
,1^ teiro de S. Bento da então villa de S. Paulo,
aguas do grande rio sulcadas pela pri­
e alli, a seu chamado, acodem as pessoas meira vez por um barco de vapor.
mais conceituadas da localidade, que aíi- O May-ajó chegou ao seu destino a 14
nal conseguem convencer ao povo dc
de outubro, tendo percorrido de Belem a
que devia^ reconhecer por soberano a
Nauta, em u5 dias, 1,200 léguas, por ca­
B. João 1\. Nomeia então o senado da ca-
minhos desconhecidos e vencendo innu-
mara a Luiz da Costa Cabral e Balthazar
meras difliculdades, causando admiração
de Borba Gato para irem emdeputação a
e até assombro aos habitantes d’essas
Lisboa prestar ao rei o preito c home­ remotas parageps : as mulheres de mui­
nagem do estylo.
tas povoações ribeirinhas, tomando os
^Assim terminou esse episodio origina- filhos e conchegando-os ao seio, com a
lissimo da nossa historia colonial, sem
I, K expressão de pavor de que falia Camões,
que se derramasse uma gotta de sangue; embrenhavam-se pelas mattas, suppondo
ficou Amador Bueno sendo um symbolo terem as.sistido a um facto sobrenatural.
i'l' .
do desinteresse pessoal e da fidelidade. 1866.—Ataque das fortificações de Cu-
Leiam-se, para maior elucidação d’este rupaity pelas forças alliadas {Campanha
I I facto, as Memórias de frei Gaspar da do Paraguay).
Madre de Deus.
N essa batalha, que mais j)arece um
O Sr. Azevedo Marques, nos seus A'fion- formidável duello de morte, que aturou
tamentos sobre a provincia de S. Paulo, dez horas,travado sob u.m sol abrazador,
dá para a mencionada carta regia a data esquadrões da nossa cavallaria carre- <
de 24. Cumpre acrescentar que os depu­ garain a pé, de lanças e carabinas, sobre
tados enviados á còrte pelo povo foram os canhões de grosso calibre, ivum solo ■
portadores d’ella. juncado de cadaveres ! «Viu-se (diz o
ballece no collegio da companhia Sr. tenente E. Carlos Jourdan) uma ba­
de Jesus em S. Paulo, e alli jaz, o cele­ teria de campanha vir assestar-se na pri­
bre jesuita Belchior de Pontes, nascido meira linha de defeza e lutar contra as
iPaquella capitania em 16i3. do inimigo! Viu-se pontoneiros.no mais
Consumira mais de 30 annos da sua renhido combate, fazerem passagem no
viua no exercicio das mais severas vir­ primeiro fosso, para facilitarem o ataque
tudes, percorrendo não so as aldeias, e a retirada ! Porto Alegre dá o exemplo
como os mais remotos sertões no improbo do mais atrevido valor! Albino ( Ale­
mister de catechista, com taf pureza de xandre Albino de Carvalho) a cavallo,
costumes, fervor religioso e desprendi­ entre as duas trincheiras, c muitos outros,
mento dos bens terrenos, que lhe vale­ desafiam a morte !»
ram a reputação de santo. No fim d’esse tempo e d’essas acções
1803 lorna posse do governo do estado de um heroismo inexcedivel, o general
do Grão Pará e Püo Negro o seu 5° ca­ Porto Alegre vê se obrigado a retirar-se,
pitão general D. Marcos de Noronha e vencido pelo impossivel, e recolhe-se com
as suas tropas, em toda a ordem, ao seu clarear 0 dia, reconheceram a pouca força
acampamento entrincheirado. e capacidade do reducto.
«Já 40 bravos da columna da esquerda Fragoso defende-se heroicamente até
tinham conseguido penetrar no forte, que recebe um tiro (um mosquetaço, diz
mas, victimas illustres do seu patriótico Duarte Coelho), tendo já fora de combate
arrojo, succumbiram na luta que trava­ 5 mortos e 3 feridos ; dos demais, oito
ram braço a braço contra compactas lançam-se ao i’io e desampai’am o seu va­
massas inimigas (Relatorio do ministério lente chefe, com quem apenas ficam seis.
da guerra, 1867).» Continua ainda o denodado capitão a
Foi enorme a nossa perda n'csse ne. peleja, até que vô morrer mais dois
fasto dia, mas salvando-se, como se fez dos seus c recebe elle outro tiro c dous
a honra da bandeira, não se havia per" golpes de chuço, que o derribam semi­
dido tudo. morto.
1871—Em consistorio d’esta data, é pre- Só então consegue entrar o inimigo no
conisado em Roma bispo de Olinda reducto e degola os quatro restantes sol­
1). frei Vital Maria Gonçalves de Oli­
dados; reconhecendo porém n’esse acto o
veira (Vide a 2' Èphemeride de 21 de capitão que jazia por terra e dava ainda
maio de 1871).
signaes de vida, levaram-no para o Re­
1877—Por carta cscriptadeRoma n’esta cife, « onde 0 curaram com grandíssima
data soube-se que tinham sido confirma­ assistência e esmero (diz o citado au-
dos pelo papa Pio IX os bispos apresenta­ ctor).»
dos para Cuyabá monsenhor Carlos Luiz
1646— Proclamação de João Fernandes
d’Amour, e para o Maranhão monsenhor 1:
Vieira, chefe dos insurgentes de Pernam­
Antonio Cândido de Alvarenga, nomeados
buco, em resposta á que haviam feito no
a 28 de dezembro de 1876 (Vide essa / .
dia 5 os novos membros do supremo con­
data).
selho hollandez no Recife.
SETEMBRO—23 Concebida em termos ameaçadores,
depois de tratar os invasores como turcos
1534—Foral passado a Pedro de Campos e barbaros, declara que nenhum medo
Tourinlio, confirmando-lhe a doação da tem d’elles, tanto mais quanto a provi­
capitania de Porto Seguro (Vide a Ephem^ dencia divina era pela causa que elle e
de 27 do maio). os seus defendiam, como bem se paten­
1634— Ao amanhecer atacam cem hol-teava das continuadas victorias, até então
landezes um pequeno reducto que os alcançadas. Esta proclamação, diz o vis­
nossos tinham no porto de Cunhaú, onde conde de Porto Seguro (ífisí. das lutas
fazia 0 seu quartel o capitão Alvaro Fra­ doshollandezes) teve maisexito, segundo
goso, com uma guarnição de 14 homens assevera um escriptor contemporâneo
e 4 peças de ferro ; com oito soldados {Moreau pag. 135), do que a flamenga.
que trazia corasigo e aquelles 14, teve 1650— Parte da cidade de S. Luiz, onde
Fragoso de fazer frente a um numero se achava como governador e capitão
tão desproporcionado de assaltantes, além general do estado do Maranhao e Grão
dos Índios com que vinham. Ao estam­ Pará, 0 general André Vidal de Negreiros
pido da artilharia, que estes ouviam pela e segue por terra para a capitania de
primeira vez, dispei’saram-se os indios ; Pernambuco, que vai governar com a
mas os hollandezes, que a principio tam­ mesma patente. Fica iníerinamente no
bém recuaram, levando já muitos mortos governo d’aquelle estado o sargento-mór
e feridos, tornara á carga quando, ao Agostinho Corrêa. André Vidal só chegou
11
 ■>)
V?., f ! »Í it:
1Ü2 EPIIEMERIDES NAGlÜxVAES
> 21 Í. ;. i,'l
'!|Jt •.•'^
ao termo da sua viagem no ilm de seis
Inezes!
"■^r i : ' " 1775— Baudo do capitão general de
S. Paulo Martim Lopes Lobo de Saldanha
proliibindo, sob pcna de prisão e multa,
o uso quo faziam as mulheres paulistas
de mantilhas de baeta, com que seen vol­
viam de modo a occultar quasi de todo o
t rosto. Não conseguiu.pore'm, aquelle go­
vernador extirpar esse habito, pois se
. '' ' i ' deprehende que ainda subsistia elle em
Eli
1810 pelo aviso regio de 30 de agosto
d’csse anno, que approva o procedimento
do governador Antonio José da França e
Horta prohibindo o mesmo costume, e
manda applicar o producto d.is multas
impostas ao hospital dos lazaros.
1850— O general Guido, enviado ex­
traordinário e ministro plenipotenciário
da republica argentina na còrte do Rio
I ! de Janeiro, pede os seus passaportes.
No dia 4 0 governo imperial, respon­
dendo a uma nota d’esse ministro, negára
á legação argentina o direito de discutir
E I os assumptos relativos ao Estado Oriental,
quando já havia dado por assentado que
D. Manuel Oribe era alliado da repu­
blica e não seu general.
A 30 remstte-lhe o governo os passa'
portes pedidos.
SETK.MlUiO —21
1531— Foral em que o rei D. João III
.1 confirma a doação que fizera a 10 de abiãl
da capitania de Pernambuco a Duarte
‘Coelho.
Seu filho Duarte Coelho de Albuquerque
íoi 0 2° donatario ; Jorge de Albuquerque
Coelho, nascido em Olinda a 23 de abril
de 1539, sobrinho de Jeronymo de Albu­
querque e filho também do 1° e de D.
Brites de Albuquerque, foi o 3° donatario
d’essa capitania. Este achou-se com D. Se­
bastião na famosa jornada de Alcacer-
quibir e ficára prisioneiro dos mouros.
Seu filho Duarte Coelho, marquez de
Basto, conde e senhor de Pernambuco,
l l ’i
14^' 'Î.
auctor das Memórias Diarias durante
nove annos das lutas com os hollandezes,
é 0 seu 4° donatario.
1553—Desembarca em S. Vicente o ve­
nerável Joseph de Anchieta, thaumaturge
do Brazil.
Santos, pela sua superioridade topo-
graphica e por outras condições vanta­
josas, fez com que S. Vicente se conser­
vasse até hoje insignificante aldeia ou
suburbio seu. Fundada em 1532 por
Martim Aiïbnso de Souza, S. Vicente era
uma ilha, denominada até então Enguá-
guassú ; tornou-se depois continentaD
pela gradual elevação da terra, que os
geologos tém assignalado. Além d’isso,
imperando D. Pedro I, ligou-se esta ilha
ao continente por uma estrada feita de
pilares de cerca de uma légua de extensão.
Tinha a ilha perto de seis léguas de cir-
cumferencia quando se fundaram as villas
de S. Vicente e de Santos.
a Se ainda existe, diz o Sr. Dr. J. M.
de Macedo, é pelo escrupulo generoso e
pela nobre glorificação da historia (A^opões
dô Chorographia do Brazil)-».
1642— Carta do principe Maurício da
Nassau aos Estado? Geraes da Ilollanda,
communicando-lhes a ordem que recebera
dos directores da companhia das índias
Oceidentaes para diminuir de novo as
forças existentes na colonia e regressar
elle á métropole. Esta carta, que se con­
serva nos archivos da Ilollanda, no maço
intitulado índias Occ. 1641—1642, é por
mais de um motivo curiosa e interes­
sante.
1658— Fallece em Madrid Duarte de
Albuquerque Coelho, marquez de Basto e
senhor de Pernambuco, de quem acima
tratámos, que escrevera as memórias da
guerra em que, com seu irmão Matnias
de Albuquerque, tomára parte por nove
annos, publicadas pela primeira vez na
capital da Ilespanha em 1654, sob o ti­
tulo Memórias Diarias de la guerra dei
Brazil desde 1630, além de outras obras
 e p h e m e r id e s n a c io n a e s

de que falla Barbosa Machado e que fica­ gança, que tao importante papel repre­
ram inéditas. sentara na independencia do Brazil como
Nascera em Lisboa a 22 de dezembro de principe regente e como fundador do
1591.
império sob o nome de I). Pedro I.
1670— Carta regia estranhando ás ca- Nascera n’aquella cidade a 12 de outu­
maras da villa de S. Paulo e das mais bro de 1798.
capitanias a darem execução ás oi’dens Quem houver de traçar com isempção
regias e ás dos donatários sem o cum- de animo a sua biographia, achará sem
'pra-se do governador geral do estado. duvida na vida d’este principe elementos
1741— Estando o tempo claro sente-secom que satisfazer o interesse do leitor
no Cuyabá, por volta do meio-dia, um sem 0 fatigar ; porque, pelo cavalheiresco
grande estrondo subterrâneo e estremece do seu genio, sua natureza indomável,
a terra em toda a extensão da capitania altivez de caracter e iníiuencia que ti­
de Matto Grosso, dando varies balanços vera na libertação de um povo do jugo
compassados. tradicional, imposto pela sua raça... a
Já havia começado a espantosa secea sua vida, cheia de contrastes e episó­
que assolou aquella região até 1749. Ar­ dios, presta-se a constituir um livro bem
deram todos os mattos, diz Ayres do curioso e digno de ler-se.
Casal [Chorogr. &mxri7.),enaatmosphera Diz do 1° imperador uma testemunha
sd se viam nuvens de fumo ; todos os vi­ contemporânea e insuspeita :
ventes padeceram fome e outras calami­ « Apezar de todos os erros do ex-im­
dades, de que morreu grande parte. perador e dos seus ministros, o Brazil,
Referindo-se a esse facto, o engenheiro durante os dez annos dasua administração,
Luiz d’Alincourt, na sua memória 22^5 fez certamente mais progressos em intel-
tado dos trabalhos statisticos d’aquella ligencia do que nos très séculos decor­
provincia, que está sendo publicada nos ridos desde sua descoberta até a procla­
Aunaes da Bibliotheca Nacional, aceres- mação da Constituição Portugueza em
centa que se sentiu igualmente em toda 1820 (J. Armitage, Historia do Brazil,
a capitania o terremoto que em outubro etc., traduzida do inglez por um brazi-
de 1746 arrasou a cidade de Lima, no leiro, 1837).5J
Peril, crescendo de tal modo o mar que 1842— Decreto, referendado por José
a cubriu e lhe deixou immensas ruinas. Clemente Pereira, ministro da guerra,
1751— O capitão general Francisco ordenando que em todo o império as for­
Xavier de Mendonça Furtado, 32° go­ talezas e vasos de guerra nacionaes salvem
vernador do estado do Maranhão, toma ao romper do dia e ao pôr do sol com
posse do seu cargo na cidade de Belém, 21 tiros, e de dez em dez minutos durante
onde por ordem regia devia residir. o dia, o anniversario do falleciraento do
Era irmão do marquez de Pombal e é primeiro imperador.
rendido por Gonçalo Pereira Lobato e — O barão de Caxias, posteriormente
Souza a 29 de novembro de 1753. duque do mesmo titulo, é nomeado com­
1816— O major Manuel Marques demandante chefe do exercito pacificador
Souza, sob as ordens do general Curado, do Rio Grande do Sul.
chefe das tropas brazileiras [Campanha
da Cisplatina)^ derrota no passo de Cha-
SETËMBRO— 25
falote a um troço de 300 homens da co-
lumna de Fruetuoso Rivera. 1536- Carta de sesmaria das terras de
1834— Falleceem Lisboa, não contando Gerybatiba, hoje Jurubatuba, fronteiras
ainda 36 annos do idade, o duque de Bra­ a Engáguassú, capitania de S. Vicente,
 H

164 EPHEx\IERIDES NACIONAES

passada por D. Anna Pimentel, como do antigo Gastello da cidade do Rio do

procuradora de seu marido Martim Janeiro, no morro de S. Januariõ, a que
Aífonso de Souza, ausente, a favor do vulgar e exclusivamente se dá em nossos
fidalgo cavalleiro Braz Cubas, dias o nome de morro do Gastello.
N’esse mesmo anno começa Braz Cubas 1748— D. Antonio Rolim de Moura Ta­
a fundação da villa, hoje cidade de Santos, vares, depois conde de Azambuja, que
que tomou esse nome do hospital que alli foi 0 primeiro governador da capitania
fundara depois aquelle benemerito ca- de Matto Grosso e seu fundador, é n’esta
valleiro, que assim o appellidára á imi­ data nomeado governador e capitão ge­

fi: I tação de outro de Lisboa com o mesmo neral da mencionada capitania. Tomou
nome. conta da sua administração a 17 de março
1587— Begimento para a primeira Re- de 1751 e exerceu esse cargo por qua­
T ': V laçao da Bahia que não foi avante senão torze annos. Foi depois o undecimo vice*
em 1652 (Vide a Ephem. de 12) : não rei do Estado do Brazil.
differe muito este regimento do que foi H78— Nomeação de Luiz de Vascon-
então executado. cellos e Souza para vice-rei e capitão
1635— Parte das Alagoas para o Ma­ general de mar e terra do estado no Rio
itP ' . I ranhão, em um barco, Antonio de Albu­ de Janeiro.
querque, ex-governador da Parahyba, Foi o 13“ vice-rei e governou até 9 de
afim de seguir d’alli para as Antilhas e julho de 1790, em que o substituiu D. José
de lá para a Hespanha. Luiz de Castro, conde de Rezende.
1664— O capitão portuguez Pedro da 1822— Creação da guarda civica.
'■ if Costa Favella, que no dia 6 sahira de 1835— Manifesto do coronel Bento Gon­
Belém do Pará, commandando a expe­ çalves da Silva (RcüoZwpão do Rio Grande
dição que ia ao rio Urubú com o fim de do Sul),
vingar a morte perpetrada pelos indí­ Era então presidente d’essa provincia o
genas habitadores das margens d’aquel- depois senador, hoje fallecido, Antonio
le rio, no anno anterior, na pessoa do Rodrigues Fernandes Braga, que se viu
sargento-mér Antonio Arnaud Yiliela obrigado a retirar-se de Porto Alegre
chega na presente data á aldeia de Ta­ para a cidade do Rio Grande e d’ahi para
pajós, hoje cidade de Santarém. Ahi, 0 Rio de Janeiro, levando comsigo os
depois de chamar a si muitos, indigenas cofres públicos e o que poude salvar da
domesticados das aldeias d’aquelles con­ capital, deixando os revoltosos senhores
lÉ r: tornos e de refrescar agente, deu de novo de todos os pontos principaes da pro­
ifíá!' Í á vela para o seu destino. vincia.
hi Ò Compunha-se esta expedição de trinta 1848—Fallece na cidade do Rio de Ja*
i f e '- i e quatro canoas tripuladas por quinhentos neiro, e é sepultado no dia seguinte na
Índios e levava quatro comiianhias de egreja dos terceiros do Carmo, o sena-
■; ::■■
tropas regulares. por pelo Rio Grande do Norte Paulo
1704 — João da Motta (ou da Matta^ José de Mello de Azevedo e Brito, esco­
y jh { como 0 chama Théberge), 19“ governador lhido a 15 de setembro de 1845. A 5 de
da capitania do Ceará, toma posse do maio do anno seguinte tomára elle posse
seu cargo. Em 1705 succede-lhe nelle Ga~ da sua cadeira no senado.
briel da Silva Lago, que o exerce até Nascera na Bahia em 1779, segundo
25 de agosto de 1710 {Vide essa data). uma nota de Ladisláu dos Santos Titara,
1711— Carta regia approvando a des- citado por Innocencio da Silva {Dicciona-
peza feita com a famosíssima cisterna, rio, tomo VI), e formara-se em leis na
que se vê ainda hoje (?) no pateo da praça universidade de Coimbra.
 EPHEMERIDES xNACIONAES 165

Foi poeta distincto e atd mereceu como da excursão que flzera ao districto de
tal os elogios de Felinto Elysio, que não Goyana e chega na presente data á villa
era facil em prodigalisal-os; mas pouco do Bom Successo (Porto Calvo), trazendo
deixou publicado, como se pode ver no comsigo mais de dous mil e quinhentos
citado Diccionario de Innocencio da moradores, que preferiram acompanhal-o
Silva. através dos sertões do que flcarem ex­
O sr. dr. Macedo dá errada a data do postos á sanha do inimigo. Vinham
seu fallecimento no Anno Biogrq- ainda em caminho muitos outros que não
p}dco. Recorra-se ao Jornal do Commer- puderam partir na mesma occasião. O
cio de 26 de setembro de 1848. conde de Bagnuolo, logo que d’isto soube
1855— Fallece em Nictlieroy o visconde mandou-lhes gente em soccorro, salvando
de Sepetiba, conselheiro Aureliano de por esse modo a muitos de morrerem de
Souza e Oliveira Coutinho (Vide a Ephem. fome. Assim mesmo pereceram em via­
de 21 de julho de 1800). gem nada menos de quatrocentos, pela
Fôra escolhido senador pela provinda maior parte mulheres e crianças, que
das Alagoas a 19 de setembro de 1842 e nús e descalços, não puderam resistir á
tomara assento no senado a 2 de janeiro aspereza dos caminhos e serrado das I' ' í! 'W
do anno seguinte. mattas.
1878— Fallece em Porto Alegre a dis- Tal foi a segunda emigração dos per­
tincta poetisa rio-grandense D. Amalia nambucanos, motivada pelas aggressoes
Figueirôa, que publicára em 1872 n’a- de um inimigo a que se não dava quartel
quella cidade um volume de poesias sob e que era também implacável na desfor­
0 titulo Crepúsculos. ra, sobretudo antes de ser conflada a di­
recção suprema dos interesses hoilande-
SETEMBRO—26 zes no Brazil ao conde Maurício de Nas­
1633—Ruy Calaza Borges, natural da sau, que sabia alliar o tino administrativo
ilha da Madeira, sargento-mor que fôra e a humanidade para com os vencidos ás
de milicias, achando-se fôra do Real e na suas qualidades de general: ter-se-hia de
parochia de Ipojuca, onde era casado, e certo mantido a conquista e dominio hol-
desejando servir de novo na guerra con­ landez si elle tivesse disposto de todos
tra a invasão flamenga, vinha olfere- os elementos necessários para isso e si a
cer-se para esse flm com mais cinco ca­ intriga e a inveja lhe não tivessem posto
maradas, quando ê surprendido por tropeços á acção.
uma partida de trezentos hollandezes, 1652—Carta regia concedendo aos pa­
que haviam sahido de madrugada do seu dres da companhia de Jesus licença para
forte dos Afogados a fazer correrias em terem uma aldeia na capitania do Mara­
Guararapes. Anoitecendo em caminho, nhão .
recolhera-se Calaza á uma casa deshabi- í m
tada,das muitas que por alli havia n’essas N’esse mesmo anno teve começo a fun­
condições, onde são mortos os seis, ven­ dação da povoação, logo depois villa, de
dendo cara a vida todos elles. Jacarehy, em S. Paulo, no terreno dado
Esse successo fez com que o general em feudo a D. Diogo de Faro e Souza.
Mathias de Albuquerque mandasse guar­ Fundaram-na Antonio AíTonso e seus fi­
necer aquelle ponto pelo capitão Domin­ lhos Francisco, Bartholomeu, Estevão,
gos Corrêa, com 40 soldados, e Antonio e Antonio Affonso, vindos para esse flm
Cardoso com 50 dos seus indios. de S. Paulo com suas familias e aggre-
1636—0 capitão-mór D. Antonio Fe- gados.
lippe Camarão volta com toda a sua tropa Jacarehy foi elevada á villa em 1653 e
 7^

166 e p h e m e r id e s n a c io n a e s

á cidade por lei provincial de 3 de abril Foram-lhe preparados e fizcram-Se

de 1819.
para o seu regresso grandes festejos e
ovações, que aturaram très dias.
1692 Das juntas das Missões, creadas
em diversas capitanias por carta regia
SETEMBRO—27
de 7 de março de 1681, com subordinação
á Junta idêntica de Lisboa, afim de pro­ 1530— Subindo o rio Jurusá, denomi­
moverem a propagação da fé catholica. nado depois Santa Cruz e actualmente
sd na presente data começa a funccionar Iguaraçú, foi Duarte Coelho bater os Ín­
a de Pernambuco, dios Potiguares, alliados dos francezes,
Dos assentos existentes se reconhece aos quaes derrotou depois de renhido
que esta, pelo menos, tinha jurisdicção combate.
não só ecclesiastica, como civil e cri­ Como vinham todos os annos armadores
minal. francezes de Marselha commercial* com os
E^51—Pallece no Rio de Janeiro M. J, naturaes em pau-brazil, D, João III, que­
Pires Camargo, que fòra o encarregado rendo pôr cobro a esse contrabando,
no tempo da fundação do Império de incumbira Duarte Coelho de cruzar n’a-
apresentar á imperatriz D. Leopoldina quellas paragens. N’esta acção destruiu
as felicitações das senhoras brazileiras elle 0 estabelecimento francez que já alli
por ocasião da acclamação da indepen­ havia, e fundou outro mais adiante, no
dência nacional e de offerecer-lhe em anno seguinte, e poz incessante guerra
nome d’ellas as suas joias, caso fossem aos invasores e aos índios seus auxi­
I ' necessárias, para sustentação d’essa pa­ liares.
triótica idea. Em paga d’esses serviços fez-lhe o rei
1861—Chega ao Ceará o primeiro e doação, como se disse em tempo [EpJiem.
actual bispo d’essa diocese o Sr. D. Luiz do dia 24, anno de 1534), de 50 léguas de
I I Antonio dos Santos, prelado assistente ao costa nas paragens em que elle se assi-
solio pontifício ( Vide a Ephemeride de gnalára, e onde veiu a fundar depois,
11 de abril de 1861). como fica dito, a povoação de Iguaraçu. 'li
1877—A's 8 horas da manhã desembar­ 1531— Martim AíTonso de Souza deixa
cam no arsenal de marinha da còrte, de com a sua esquadra a ilha de Cananéa
bordo do paquete francez Orcncque, o (Vide 12 de agosto) e segue em demanda
Imperador e a Imperatriz, de volta da do Rio da Prata ( Vide notembro 2).
sua digressão de saude e recréio pela 1608—E’ nomeado governador da Pa-
p luiropa. Completava-se a essa hora o rahyba Francisco Coelho de Carvalho,
praso de 18 mezes que Sua Magestade filho de Feliciano Coelho, e parte com
pedira ás camaras para essa viagem, as necessárias instrucções em maio do
pois 0 Imperador embarcára para fazel-a anno seguinte.
a 26 de março de 1876. Foi 0 quarto governador d’essa capi­
Mais uma vez cumpriu elle o preceito, tania, e governou-a até ser substituído
que parece ter-se a si mesmo imposto, por João Rebello de Lima.
de que a pontualidade é a urbanidade 1644—0 senado da camara do Rio de
dos reis. No seu vertiginoso passeio pelos Janeiro é auctorisado por alvará d’esta
Estados-Unidos e Europa, realisou Sua data a nomear governador interino para
Magestade oprogramma que d’antemao a capitania na falta do proprietário.
traçara e a que teria necessariamente de 1664—Carta regia (de D. Affonso VI),
faltar, a não ser a sua prodigiosa acti- dirigida aos paulistas, convidando-os a
vidade. pre.starem auxilio a Agostinho Barbalho

, f1 ’ '
Bezerra, governador da capitania do Rio
de Janeiro e S. Paulo, incumbido da
exploração de minas, e promettendo re­ 1532—Carta de D. João III a Martim
compensas aos que nesse mister se dis­ Affonso de Sousa, na qual o rei lhe fazia
tinguissem. saber a resolução que tomára de dividir
0 Brazil em capitanias, de 50 léguas cada
Tem a mesma data a carta regia espe­
uma, desde Pernambuco até o Rio da
cial dirigida a Fernão Bias Paes, para
Prata, e que lhe doava 100 léguas de costa
0 descobrimento de esmeraldas. No cori’er
nos melhores sitios do território em que
d’esse anno passou esse famigerado ser-
elle Martim AíTonso se achava, isto é,
tanista alem do Serro do Frio e descobriu
S. Vicente, e 50 a seu irmão Pero Lopes,
ouro e pedras preciosas, e entre essas, es­
e lhe declarava mais que se podia tornar
meraldas.
ao reino, si lhe parecesse não ser preciso
170-1—Carta regia ao governador da ter cá mais demora.
praça de Santos para que prohiba que No fim d’este anno chega de Lisboa a
vá qualquer pessoa ás minas sem licença, S. Vicente o capitão João de Souza com
sob pena de rigorosa prisão a todo o que duas caravellas : foi o portador da supra­
0 fizer e de degredo para Angola, si fòr citada carta.
soldado. 1771. — Joaquim Felix de Lima, go­
1S55—O imperador sabe do paço de vernador da capitania do Rio Grande do
S. Christovão, acompanhado do marquez Norte, toma posse do seu cargo.
de Paraná, do Sr. conselheiro Pedreira Foi 0 15° dos seus capitães-móres su­
( hoje visconde do Bom Retiro ) e dos jeitos a Pernambuco.
seus scmanarios, e percorre durante mais 1779 — Toma posse do governo da
de oito horas as enfermarias publicas da capitania do Ceará Bernardo Manuel de
cidade do Rio de Janeiro, onde eram re­ Vasconcellos, que foi o 1 ° depois que a
cebidos os atacados de cholera-morhus, capitania se tornou, por carta regia de
demorando-se n’ellas, examinando-as 17 de janeiro do mesmo anno, indepen­
quarto por quarto, leito por leito,’ con­ dente de Pernambuco.
Este governador falleceu na cidade da
versando com os doentes, animando-os
Fortaleza a 8 de novembro de 1802, diz
e distribuindo-lhes esmolas.
0 Sr. J. Brigido dos Santos no seu Re-
1866— Por fallecimento do bispo D.sumo chron. da hist, do Ceará (Vide
Manuel do Rogo de Medeiros, occorrido a Ephem. de 13 de novembro de 1803).
em Maceió no dia 16 ( Vide essa data ), 1821—Nomeação de um governo pro-
o cabido de Olinda elege vigário capi­ visorio na provinda de Minas-Geraes,
tular, para reger a diocese vaga, ao deão composto de dez membros.
0 dr. Joaquim Francisco de Faria, o 1835—Fallece na episcopal cidade de
mesmo a quem fora entregue o governo Marianna o seu 6° bispo D. frei José da
do bispado por occasião da morte do Santissima Trindade (Vide a Ephem. de
19 de abril de 1820), depois de mais de
bispo anterior, D. João da Purificação
quinze annos de .exercício do seu minis­
Marques Perdigão. tério. Jaz na Sé do seu bispado.
1867— Fallece o senador pela provin­ Foi apresentado para a séde vaga o
da do Amazonas Herculano Ferreira padre Carlos Pereira Freire de Moura,
Penna, escolhido por carta imperial de que, preconisado, falleceu antes de sa­
19 de abril de 1853 e que só tomára as­ grar-se.
sento no senado a 2 de maio de 1855, Foi depois escolhido, em 1835 ainda, o
 168 EPIIEMERIDES NACIONAES

padre Diogo Antonio Feijd, que renun­ medida decisiva nesse sentido: haja vista
ciou ao cargo em 1838, não aceitando a 0 hill Aberdeen.
nomeação.
José Clemente Pereira, o pacifico e la­
Depois então é que foi apresentado o
borioso heroe da caridade no Brazil, foi o
conde da Conceição D. Antonio Ferreira
ri I primeiro que propoz, em sessão da cama-
Viçoso (Vide a Ephemeride de 7 de
ra dos deputados de 18 de maio de 1826,
julho de 1875).
a suppressão do traflco de escravos em
1855—0 corpo consular estrangeiro re­
um projecto de lei concebido nos seguin­
sidente na cõrte do Rio de Janeiro di­
tes termos : « 0 commercio de escravos
rige ao governo imperial um voto de
acabará em todo o Império do Brazil
agradecimento pelas promptas e sabias
no ultimo de dezembro de 1840. -a Esse
providencias que este tomára, tendentes
projecto só foi convertido cm lei do Es­
a atalhar os progressos e minorar os
tado em 7 de novembro de 1831; mas,
males da cholera-morbus, sem distinc-
apezar das recommendações e ordens do
ção de condições sociaes ou nacionali­
governo, sempre foi ella illudida na pra­
dades, e sõ movido pelo impulso da ca­ tica, até que, para fazer efficaz a sua
ridade e da proverbial hospitalidade execução, o notável e prestigioso esta­
brazileira.
dista Euzebio de Queiroz Coutinho Mat-
1871—Lei denominada do ventre livre^ toso da Camara elaborou um novo pro­
declarando livre todo o que d’ora avante jecto, em que se consignavam medidas
nascesse no Brazil.
e providencias mais decisivas e precisas
Façamos um rápido esboço da escra­
para a effectiva extincção do traflco. Na
vidão entre nós até promulgar-se essa realidade, convertido na lei que tem a
('i' .
memorável lei, que tanto devia elevar
data de 4 de setembro de 1850, suspendeu
no juizo das demais nações do mundo
( esse deshumano commercio, punindo com
o conceito que até então formavam da penas severas os que se entregassem a
nação brazileira.
elle. Entrou desde então o Brazil em
0 governador Ruy Vaz Pinto, que en­ uma phase nova, assignalada por em-
trou para a administração da capitania do prezas mercantis, melhoramentos mate-
Rio de Janeiro a 19 de julho de 1611, foi riaes e verdadeiro progresso, que tem
o primeiro que permittiu o traílco de continuado depois.
africanos na cidade do Rio de Janeiro,
Como complemento a essa medida uti­
protegendo abertamente um monopolio
litária, ao mesmo tempo que humanita-
nesse sentido em favor de Duarte Vaz,
seu parente. ria e reclamada em altos brados pela
adiantada civilisação do nosso século
Por carta regia de 16 de novembro de
apresentou o ministério—7 de março dè
1697 vemos que o rei D.Pedro II declarara
1870-presidido pelo Sr. conselheiro J.
tomar á sua conta o introduzir escravos
na capitania do Pará. M. da Silva Paranhos, visconde do Rio
Branco, um projecto em que se tratava
De então para cá entrou a escravi­ da reforma do elemento servil, da liber­
dão nas nossas leis e nellas permaneceu, tação immediata do ventre da mulher es­
sinão como facto legal, como uma ex- crava, da formação de pecúlio para a
cepção necessária, posto que odiosa, e sua liberdade, do direito á remissão e da
como uma tolerância consuetudinaria, sua emancipação gradual por meio de
apezar da pressão que para a sua cessa­ fundos públicos consignados para tal fim
ção tentou a philantropia ingleza por no orçamento, além do producto de lo­
mais de uma vez exercer sobre o nosso terias com esse destino e de dadivas par­
governo, aflm de que tomasse este uma ticulares.
r w » . l;: .í I

EPIIEMERIDES NAClOxNAES
Esse projecto foi lido na camara dos
deputados pelo ministro da agricultura,
o Sr. Dr. Theodoro Machado Freire Pe­
reira da Silva, em 12 de maio de 1871, e
entregue no dia 15 a uma commissão en­
carregada de sobre elle dar parecer:
esse parecer, obra prima no seu genero,
foi apresentado em 30 de junho á ca­
mara. Depois de longa e porfiada dis­
cussão, que começara a 10 de julho, foi o
projecto approvado em Z" discussão no
dia 28 de agosto, tendo 61 votos a favor
e 35 contra. Passou no dia 29 para o se­
nado, onde, depois de discutido em 17
sessões, tendo entrado na ovãem do dia
a 4 de setembro, foi submettido á vota­
ção a 27 d’esse mez e obteve 32 votos a
favor, tendo 4 contra.
Foi esse projecto logo convertido em
lei e sanccionado pela Princeza D. Izabel,
regente em nome de seu pae o Imperador
D. Pedro II, que se achava então pela
primeira vez na Europa. O decreto de
sancção d’essa lei io\ publicado no dia 28
de setembro de 1871 sob o n. 2040. O de­
creto n.5135, de 13 de novembro de 1872,
approvou o regulamento geral para a
sua execução.
Deve ficar aqui consignado que já em
15 de julho de 1837 apresentara o deputa­
do geral Antonio Ferreira França um
projecto de lei declarando livres os que
nascessem de ventre escravo no Brazil.
Não vingou então esta proposta, como
não vingara a de Josõ Clemente. E’ que
a idea, embora altamente humanitariae
justa, não tinha ainda amadurecido de
todo na consciência publica.
Esta lei monumental ficará de certo
como um dos marcos milliarios da nossa
civilisação e um dos padrões de gloria do
actual reinado.
1872 — Concluida a igreja matriz
Nossa Senhora da Gloria (da praça Buque
de Caxias), cuja pedra fundamental fôra
lançada a 17 de julho de 1812 (Vide essa
data), é benta com todas as formalida­
des do ritual romano pelo Sr. D. Pedro
,ít
1G9
'03
Maria de Lacerda,actual diocesano, e en­
tregue ao culto. No dia seguinte (29)
sagra aquelle prelado em particular o
altar da padroeira e as reliquias dos
martyres Irineu, Innocencio, Jocundino,
1| -
Ilonorata, Illuminata, Jocundae Honesta,
reliquias que são em seguida solemne-
mente encerradas no referido altar.
O templo, construido no estylo da
Magdalena, de Pariz, é um dos mais "i:
bellos d’esta capital não so exterior,
como interiormente. *
1873—Inauguração da linha telegra-
phica de S. Paulo (capital) á cidade de
Santos, com k. 78,000 de extensão.
1877—Inaugura-se na corte a exposição
da grandiosa tela do illustre pintor na­
cional 0 dr. Pedro Américo de Figuei­
redo e Mello—A batalha de Avahy—, que
tão admirada foi ' na Italia pelos juizes
mais .competentes.
E’ 0 3° quadro, na grandeza das pro­
porções, que presentemente existo no
mundo.
SETEMBRO—29
1677—A igreja do Maranhão é decla­
rada bispado pela bulla d’esta data Super
universas orbis ecclesias, de Innocen­
cio XI, comprehendendo as igrejas do
Pará e Piauhy.
Foi a principio uma prelazia, annexa
á de Pernambuco por bulla de 15 de julho
de 1614, no pontificado de Pio V e reinado
de Felippe III.
1754—Chega a Pernambuco D. Fran­
cisco Xaxier Aranha, nomeado bispo
coadjuctor e futuro successor na se'de
episcopal de Olinda, cargo em que fòra
confirmado a 13 de fevereiro do anno an­
terior.
Começou logo a administrar o bispado,
depor se haver retirado para Lisboa o bispo
proprietário, D. frei Luiz de Santa The-
reza.
D. Francisco Xavier Aranha, que oc­
cupa 0 8“ logar na serie dos que se as-
s entaram na sede pernambucana, fôra
 170 EPHEMERIDES NACIONAES
antoriormente nomeado bispo de Termi-
no-jDoli in'partibus infidelium no tq.\vi2íúo
de I). José I e confirmado pelo papa Be-
nedicto XIV. Em 3 de dezembro de 175Í,
segundo o Roteiro don Bispados, e de
1759 segundo Abreu e Lima, deixou de
servir como coadjuctore passou a exercer
.11 o cargo como effectivo, por já haver fal-
lecido 0 bispo D. Luiz de Santa Thereza.
Concluiu em 1764 o palacio episcopal
da Soledade, começado pelo seu anteces­
sor; fez muitas obras na cathedral e em
outras igrejas ; fundou o Aljube e um
oratorio defronte d’elle para os presos
ouvirem missa, e visitou uma parte do
bispado, indo até á Parahyba. Distribuiu
sempre com muita liberalidade esmolas
aos pobres, fazendo-se bemquisto do seu
rebanho,
Falleceu a 5 de outubro de 1771 e foi
sepultado na Sé de Olinda.
i; w 1816—El’ sagrado no Rio de Janeiro, de
onde era natural, o prelado de Goyaz
D. Antonio Rodrigues de Aguiar, bispo
titular de A.S'oto, e segue em igual dia do
' Il
anno de ISIS (A. e Lima) para a sua
I I prelazia,
Falleceu em viagem, no rio Iguassú,
a 2 de outubro d’esse anno (Vide tom.
XXXVIII das revistas do Inst. Ilist.).
1821—Decretos das cortes de Lisboa
extinguindo os tribunaes creados no
Brazil pelo rei D. João VI e chamando
ao reino de Portugal o príncipe regente
f' do Brazil D. Pedro. « Estes decretos, diz
um escriptor contemporâneo, exacerbam
0 animo dos brazileiros. tornam a inde­
pendência nacional mais ardentemente
anhelada o acabam por fazer que se
decidam por cila os ânimos menos reso­
lutos. »
1848—Sobe ao poder o partido saqua-
rema ou conservador. Organisa o novo
ministério o senador visconde, depois
marquez de Olinda, que occupa a presi­
dência do conselho com a pasta dos ne­
gocies estrangeiros e interinamente ada
fazenda ; fica o senador visconde, depois
marquez de Montalegre (José da Costa
Carvalho).com apasta do império; Euze-
bio (Jc Queiroz Coutinho Mattoso da
Camara com a da justiça, Manuel Feli­
zardo de Souza e Mello como interino
occupa a da marinha e a da guerra. Este
ministério substituía o de 31 de maio do
mesmo anno, organisado por Francisco
de Paula Souza e Mello e por elle presi­
dido, e foi a 8 de outubro do anno se­
guinte substituído pelo nessa ultima data
organisado pelo visconde de Montalegre-
1873—Inaugura-se a linhatelegraphica
de Oaçapava á Cachoeira, província do Rio
Grande do Sul, na extensão de 74,200 k.
e a de S, Gabriel á precedente na de 84,955
kilometros.
SETEMBRO—30
1592—AíTonso Sardinha, de quem trata
detidamente o Sr. M. E. de Azevedo Mar­
ques, obra citada, é na presente data
eleito pelos oíliciaes da camara e homens
bons do povo de S. Paulo para capitão
da guerra que se ia fazer aos indios do
sertão, com attribuiçiães de com elles
celebrar pazes.
1622—Fundação da irmandade militar
do Santo Christo do Forte, no Pará, para
commemorar o prodigioso milagre ob­
servado pela guarnição do forte da ci­
dade de Belém : consistia o milagre no
continuo suor que manava de uma ima­
gem do Bom Jesus dos Milagres, que se
adorava n’uma capellinha n’aquella ci­
dade.
1642—Antonio Moniz Barreiros, com
cincoenta companheiros esforçados e de­
cididos. dá principio á restauração do
Maranhão occupado pelos hollandezes,
atacando os cinco engenhos do Itapicurú,
onde os invasores conservavam trezentos
homens de guarnição.
1683—Arrasam os oíliciaes da camara
de S. Paulo uma casa edificada nos su­
búrbios da villa pelo vigário Domingos
Gomes Albernaz, por ser aquelle terreno
 EPIIEMERIDES NACIONAES
de rocio, isto é, de servidão publica, que
só á camara competia dar. '
O acto e' feito com as formalidades le-
gaes, na presença do respectivo escrivão
e do tabellião publico e precedendo
a competente intimação.
1810—O 8“ conde dos Arcos, D. Mar­
cos de Noronha e Brito, toma posse do
governo da capitania da Bahia como seu
quinquagésimo terceiro governador e ca­
pitão general. Tinha sido o 16° e ultimo
vice-rei do estado do Brazil e o que n’essa
qualidade recebera em 1808 a familia real
no Rio de Janeiro, quando essa se passou
para 0 Brazil.
O conde dos Arcos governou a Bahia
até 26 de Janeiro de 1818, dia em que foi
rendido pelo conde de Palma, D. Fran­
cisco de Assis Mascarenhas.
1857—Fallece ás 9 e 1/2 da manhã, e
sepulta-se na tarde do dia seguinte no
cemiterio de S. João Baptista da Lagoa,
na corte, o dr. Joaquim José da Silya. 0
dr. Silva nascera na mesma cidade do Rio
de Janeiro a 25 de agosto de 1791: tinha,
portanto, pouco mais dq 66 annos quando
falleceu.
Era professor da cadeira de pathologia
interna n'aquella faculdade de medicina
e 0 decano da sua corporação docente.
Era 0 dr. Silva um observador notável;
a elle muito devem a humanidade e a
materia medica nacional, tão mal co­
nhecida e estudada ainda, enriquecida
pelo illustre pratico com numerosos des­
cobrimentos e a que votava apaixonado
Culto. Exerceu o magistério durante 26
annos e 21 dias. Fôra nomeado pri­
meiramente lente substituto da cadeira
de hygiene a 9 de Agosto de 1831. Em 1
de Março de 1833 passou para a de pa-
thologiíi interna, em que morreu. Oc-
cupou também o logar de vice-director
da Faculdade.
« Como todos os innovadores, diz o
Correio Mercantil do 1° de Outubro
de 1857, soffreu guerra dos contempo­
râneos, mas 0 futuro demonstrará que
171
seus trabalhos não foram inúteis e que se
ás vezes o espirito de systema, os pre­
conceitos de doutrina, o fizeram errar,
muitas mais a sua intelligencia ati­
lada, a sua constante observação o le­
varam á verdade com certeza. Perde-se
no Dr. Silva um homem de merecimento
e de caracter independente, que fez da
profissão da medicina um sacerdócio e
que acompanhou com todos os seus es­
forços 0 progresso do paiz a que se glo­
riava de pertencer.
« Tres filhos, que abraçaram como elle
a nobre carreira da medicina, conti­
nuarão sem duvida a gloria do nome pa­
terno. »
Esta esperança do illustrado redactor
do C. Mercantil, sabe toda a população
da côrte que não foi frustrada.
No seu numero do día 2 de outubro re­
lata ainda aquella folha algumas particu­
laridades acerca do sabio professor, e as­
sim no do dia 3, que passaremos em re­
sumo para estas paginas em homenagem
ao douto mestre, cujas profundas liç(7es
recebiamos quando a morte as inter­
rompeu. Commissionado pelo 4’ anno da
Academia, pagámos então, junto da
cova que o ia receber, o justo tributo,
que elle nos merecia a todos, de gratidão
e saudade, em sentidas palavras que o
C. Mercantil de 7 de outubro reproduziu.
O seu corpo, depois de encommendado
na igreja da Lapa, em cujas immediações
residira, foi acompanhado ao cemiterio
por um numeroso concurso de pessoas
de todas as classes sociaes, observando-
se entre ellas quasi todos os medicos
importantes da cidade e professores e
alumnos de todos os annos da Escola de
Medicina. « Alguns d’esses alumnos re­
citaram discursos tocantes sobre a perda
lamentável que acabavam de soffrer a
humanidade e a sciencia. »
Para conhecimento das suas idéas po-
liticas e da parte que tomára nos succes­
ses de 1831, leia-se o C. Mercantil de 3
de outubro de 1857.
Kf «li»
V ies!!'
■‘ i;; ■!' 172 EPHEMERIDES NACIONAES
l|líí a Silva, diz-se alli, foi deputado pro­
vincial do Rio de Janeiro nas primeiras
legislaturas: nunca pediu um voto ; e
pdde medir-se a decadência da sinceri­
Í V j í -É ' ; '1' I dade eleitoral pela diminuição que foi
k ::;; tendo a votação dada ao illustrado flu­
minense, afinal excluido. Era sua opinião
que os deput idos provinciaes não deviam
ser pagos, e tanto ])astou para que não
recebesse o subsidio: medida da sua pro­
bidade politica. »
Pertencera n’esse tempo a um club
politico de ideas radicaes, disfarçado
em loja maçoníca: falia desenvolvida-
mente d’isso o artigo a que nos referimos.
Dos seus tres filhos medicos, illus-
trados continuadores das ideas thera-
peuticas do nosso mestre, dous são
actualmente professores da Escola de me­
dicina da côrte.
1865—Inaugura-se a linha telegraphica
k de Cabo-Frio a Araruama, província do
Rio de Janeiro, com a extensão de
46,000 kilometros.
No anno de 1860, em dias d’este mez,
sentiu-se em Cuyabá um tremor de terra^
que se estendeu á distancia de 7 léguas,
\ 'i mas que nenhum damno produziu.
c3Lc3L i r c5L^
SETEMBRO—5
1698—Excommungado pelo bispo do
Maranhão e Grão-Pará D. Frei Timotheo
do Sacramento, por conflicto de auctori-
dade que tinha havido entre ambos, fal-
lece n’esta data, na cidade de Bele'm, o
ouvidor geral d’aquelle estado Matheus
■l
Dias da Costa.
Depois de desvanecidas algumas du­
vidas que se suscitaram, sepulta-se o
cadaver do ouvidor na igreja do Carmo
i
com grandes pompas funebres e no meio
l) do sentimento geral, pela estima de que
gozava 0 finado.
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SETEMBRO—7
1633—Parte de Lisboa a esquadra
hispano-portugueza que vinha em soc_
corro de Pernambuco e mais capitanias
sujeitas aos hollandezes. Compunha-se
de 30 navios, commandados os hespa-
nhóes por D. Lopo de llozes e Cordova,
tendo por almirante a D. José de Me­
nezes, e os portuguezes sob o comman­
do de D. Rodrigo Lobo, tendo por al­
mirante a João de Sequeira Varejão.
Vinha n’essa esquadra D. Luiz de Roxas
e Borja como successor de Mathias de
Albuquerque, e Pedro da Silva, que tinha
de render no governo geral do estado a
Diogo Luiz de Oliveira.
SETEMBRO—9
1760-0 coronel Ignacio Eloy de Ma-
dureira,que demos como nomeado n’essa
data governador da capitania do Rio-
Grande do Sul, foi nomeado a 29 de
agosto. A carta patente de sua nomea­
ção existe no archive publico do Império,
onde a viu recentemente o Sr. A . A.
Pereira Coruja, que me fez essa adver­
tência. Além d’isso, o coronel Madureira
foi simples governador e não capitão-ge­
neral, como dissemos, pois esse titulo a
capitania só o teve de 1807 em diante.
OUTUBRO—1
1614—A expedição da conquista do Ma­
ranhão chega á bahia das Tartarugas
(Vide setembro 17), onde desembarca
Jeronymo de Albuquerque a sua gente,
accommodando os soldados na fortaleza
do logar e os indios em j^alhoças que se
prepararam á beira-mar.
O forte das Tartarugas, assim denomi­
nado por causa da sua fórma, e igual­
mente chamado do Amparo, fôra pouco
antes construído por Martim Soares Mo­
reno, que ainda o commandava em 1731
[MiUiet ãe Saint-Adolphe), e era o unico
estabelecimento portuguez que n’essa
época existia no Ceará,
 EPHEMERIDES NACIONAES
1619—Provisão de Felippe III, no­
meando governador da capitania do Rio
de Janeiro a Francisco Fajardo, o qual
presta o preito de homenagem do estylo
nas mãos do vice-rei do reino marquez
de Alemquer.
1612—Os insurgentes do Maranhão, dos
quaes era a alma Antonio Moniz Bar­
reiros, contra o dominio hollandez n’essa
parte do nosso território, atacam e tomam
do seguinte modo o forte Calvario, situa­
do na margem do rio Itapicurú. '
Na noite antecedente tinham elles to­
mado de surpreza cinco engenhos de
assucar, occupados pelo inimigo. Ao raiar
do dia 1 ° de outubro dirigem-se para o
forte acima nomeado, que era guarne­
cido por setenta homens e dispunha de
oito peças de artilharia.
Ao chegarem áquelle ponto tiveram a
felicidade de agarrar um soldado que
havia passado a noite fdra, c este, a troco
da vida, llies serviu de guia; a conselho
d’este postam-se os assaltantes a cincoenta
passos do forte, por traz de uma grande
jgedra, que ficou chamando-se desde então
Penedo da Paciência, porque á sua
sombra passaram os nossos muitas horas
até offerecer-se ensejo de atacar o forte.
No fim d’ellas abrem-se as portas ao
toque da alvorada e sai uma pequena
partida de hollandezes a ver, como de
costume, si havia alguma novidade pela
circumvisinhança. De tantas vezes que
tinham elles feito esta ronda, aliás utilis-
sima, degenerára ella em simples forma­
lidade, de sorte que n’esse dia, ao passa­
rem pelo penedo, nenhum dos batedores
para elle olhou, e assim volta a ronda
para o forte com tão pouca desconfiança
da emboscada, que os nossos a seguem
sem ser presentidos e com ella penetram
na fortaleza; tinham já os nossos cahido
sobre os hollandezes, quando as senti-
nellas dão por elles. O commandante quiz
ainda tentar a resistência, mas o rcpen-
íjino e ousado do ataque tolheu o senti-
173
mento e valor aos soldados, dos quaes
nenhum escapou.
1645—Os moradores do Rio Grande,
que reunidos se haviam entrincheirado
nas immediações do rio Potengy, rendem-
se á força hollandeza e indigena comman-
dada por Jacob Listrjq que depois da
carneficina de Cunhaú avançaram para
aquelle porto, matando os que encontra­
vam em caminho c incendiando os en­
genhos e casas.
Tinham aquellcs moradores feito, para
se defenderem, uma trincheira de ma­
deira e n’ella se recolheram com suas
mulheres, filhos, escravos e moveis ; Lis-
try, que os não pudera vencer pela força,
venceu-os pela fome, depois de um cerco
de quasi tres mezes: aceitaram então as
duras condições do vencedor, pagarem-
lhe uma avultada somma para a obten­
ção de salvos-condicctos, dando em refens
da quantia cinco das principaes pessoas
d’entre as comprehehdidas no côreo, até
que a somma estipulada fosse paga (Vide
a Ephemeride de 3).
1663—D. Vasco de Mascarenhas, conde
de Óbidos, que a 24 de Junho tomára
posse do governo geral do estado do Bra­
zil, em substituição do general Francisco
Barreto deiMenezes, e fòra o 2° vice-rei do
estado e o vigésimo quarto dos governa­
dores da Bahia, dá na data de hoje regi­
mento geral aos capitães-mores dos dis-
trictos sujeitos á capitania de S. Vicente*
1847—E’ escolhido senador pela pro'
vincia do Rio de Janeiro o conselheiro
Saturnino de Souza e Oliveira (Vide a
Ephemeride de 18 de abril de 1848).
1851—Fallece em Macahé, na idade de
70 annos, o barão de Ururahy, João Car­
neiro da Silva, irmão do 1° visconde de
Araruama e tio do actual barão d’aquelle i
titulo.
ví
* -j*j'
1868—A esquadra brazileira em ope­
rações contra o governo do Paraguay
fórça a passagem de Angostura, e o exer­
V
cito faz um reconhecimento das posições a Í Í‘
paraguayas de Piquisiry. VV' i'
K-'' .il
■ h" 'V.,; :i
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'v í > 4
■' 1
 174 EPHEMERIDES NACIONAES

0 que constituía a defeza do inimigo venenado. Exerceu a prelatura 21 annos

era uma extensa linha de trincheiras, e 4 mezes.
tendo na sua frente o arroio Pequicery, 1624—0 donatario da Ilha Grande, ca-
cori’endo entre tremedaes e banhados. pitão-mór João de Moura Fogaça, chega
Apoiava-se a direita d’essa linha nas ba_ com alguns ilheos ás praias d ’aquella
terias de Angostura e a esquerda em ilha e inicia a fundação de Angra dos
lagoas invadeaveis. Reis, cujojnome lhe proveio de ter a ella
it.
Eraquanto o general Ozorio. então vis­ aportado o almirante Martim Affonso de
iji'r conde do Ilerval, á testa do 3“ corpo do Souza em dia de Reis de 1532.
exercito, effectuava esse reconhecimento, 1667—Provisão regia elevando á cate­
apezar do nutrido canhoneio das baterias goria de villa a povoação de Paraty.
i
# 'I r paraguayas, o barão da Passagem, Del­ Pertencente á capitania de S. Paulo até
fim Carlos de Carvalho, forçava as ba­ 1726, foi por alvará de 18 de janeiro
!‘-.r i. terias de Angostura. d’esse anno annexada á do Rio de Ja­
Tomou-se o reducto inimigo, que era neiro.
I sem duvida importante como ponto es­ Em 1813, por decreto de 17 de dezem­
tratégico. bro, foi essa villa erecta em condado em
Tivemos apenas cerca de 80 homens favor de I). Miguel Antonio de Noronha
fora de combate n’esse dia e a perda Abranches Castello-Franco, da casa de
sensível do distincto 1 “ tenente de enge­ Valladares.
nheiros Joaquim Gamboa. Por lei provincial de 10 de março de
1876 Inauguração da linha telegra- 1844 foi elevada á categoria de cidade e
phica de Porto Calvo ao Passo de Cama- esta installada a 21 de abril.
1’agibe, na província das Alagoas, na 1817—Os lazaros do Rio de Janeiro são
extensão de k. 24.500. removidos do seu hospital de S. Christo-
t I
vão para a ilha das Enxadas. O hospital
OUTUBRO—2 é convertido cm quartel para alojamento
de um dos batalhões mandados vir de
1607—Toma posse da prelazia do Rio Portugal (Videaep^em . de 27).
: ■ de Janeiro o presbytero dr. Matheus da 1836—Combate do Fanfa. Prisão de
Costa Aborim, nomeado por provisão de Bento Gonçalves da Silva (Guerra civil
Felippe III de 20 de julho do anno ante­ do Rio Grande do Sul).
rior. Succede ao dr. João da Costa, que 1859—Partem Suas Magestades no pa­
fora deposto pela Relação da Bahia e se quete nacional Apa para os portos do
retirái‘a para S. Paulo. Tinha sido nomea­ Norte, a visitar algumas das províncias
do para substituil-o o dr. Bartholomeu septentrionaes do Império (Vide a ephem.
Lagarto, que, segundo uns, falleceu antes de 6).
de tomar conta do cargo, e, segundo
outros, desistiu d’elle. OUTUBRO—3
O dr. Matheus Aborim falleceu a 8 de
fevereiro de 1629 (Vide essa data) e foi 1642—Alvará de D. João IV mandando
sepultado na capella do Santíssimo Sa­ restituir ao respectivo collegio da villa
cramento da igreja de S. Sebastião do de S. Paulo os religiosos da companhia
morro do Castello no Rio de Janeiro,_ de Jesus, que tinham sido expulsos pelo
« na mesma sepultura era que jazia seu p o v o ; este oppõe-se a esta ordem e a 'Ji ’
grande e verdadeiro amigo, o reverendo restituição não se verifica.
vigário, que foi da mesma igreja, Martim 1645—Os moradores do Rio Grande do
Fernandes». Suppõe-se que morrera en­ Norte, que se haviam entrincheirado nas
 aproximações do rio Potengy, rendem-se
aos hollandezes no dia 1, como já disse­
mos.
Tendo sido dizimados em julho pelos
selvagens encabeçados pelo liollandez
Jacob Listry, fazem uma trincheira de
madeira em forma circular nas margens
do Potengj-, quatro léguas distante da
capital; n’ella se recolhem com suas fa-
milias, escravos e moveis, e alli se man­
têm por quasi tresmezes. No fim d’esse
tempo, exhaustos de todos os viveres e
munições e sitiados por Listry, rendem-
se-lhe, como dissemos. Imposta a condi­
ção de pagarem uma somma avultada,
concordam em ficarem cinco dos princi-
paes prisioneiros comorefens, em quanto
os out”os, munidos de salvos conductos,
têm de ir ás suas casas buscar o dinheiro
para o ajustado resgate.
Na presente data, porém, partem em
um barco hollandez rio acima, fiados.mo
ajuste, e na distancia de tres léguas são
desembarcados e assassinados pelos sel­
vagens, que parece os estavam esperando
n’aquelle ponto. Depois d’este barbaro
feito, os mesmos indios, ajudados por
soldados hollandezes, voltam para onde
tinham ficado os cinco refens e matam-
nos do mesmo modo.
Frei Raphael de Jesus faz, no seu Cas-
trioto Lusitano, uma descripção horro­
rosa d’esta barbara scena. adubada de
milagres ao sabor do modo de escrever do
seu tempo, e lança-a em conta dos hol­
landezes (Vide 1 dc Novembro).
1816 — Combate de S. Borja entre o
tenente-coronel José de Abreu, depois
barão do Serro Largo, e o caudilho ar­
gentino André Artigas.
• Artigas sitiava aquella povoação, havia
mais de vinte dias, com mil e quatrocen­
tos homens, quando chega inopinada­
mente 0 general riograndense diante de
S. Borja com seiscentos e cincoenta ho­
mens das tres armas e duas peças de ar­
tilharia. Artigas sae-lhe ao encontro com
oitocentos homens, mas José de Abreu,
carregando sobre elles com a sua caval-
laria, ao mesmo tempo que os metralha
com a sua artilharia, destroça-os com­
pletamente, tomando-lhes uma peça e
uma carreta de munições.
« A força que sitia S. Borja, diz Flu-
viano nas suas Ephemericles, e que é
em numero igual á nossa, não sahe em
fj''-
soccorro dos seus; retira-se, deixando i" ''Vi'
outra peça de artilharia. 0 inimigo se­
gue duas direcções : uns buscam abrigo
no banhado que fica acima de S. Borja
e outros marcham para o Passo do Uru­
guay. José de Abreu os segue n’esta ul­
tima direcção e, cahindo sobre elles no
momento em que passam o rio, leva ás
suas fileiras o destroço, a confusão e a
morte. Nem a canhoneira que ahi têm,
nem a artilharia que possuem na mar­
gem opposta, podem defender a passa­
gem ao inimigo.
■ec A nossa artilharia mette a pique uma
canòa carregada de gente e armamento,
e responde com vantagem ao fogo da
canhoneira inimiga (Vide a Ephem. do
dia 4). »
1832—Por carta de lei d’esta data
determina-se que as Academias Medico-
Cirurgicas do Rio de Janeiro e Bahia
tenham d’ahi em diante a denominação
de Escolas ou Faculdades de Medicina e
Cirurgia, dando-lhes ao mesmo tempo
nova organisação.
1838—Entram para o senado como
representantes—da provinda de Minas
Geraes, Antonio Augusto Monteiro de
Barros e Bernardo Pei'eira de Vascon-
cellos, e da de Pernambuco, Francisco de
Paula de Almeida e Albuquerque.
1851 — Fallece na cidade do Rio de
Janeiro José Eloy Ottoni, nascido a 1 de
dezembro de 1764 na villa do Principe»
hoje cidade do Serro, da província de
Minas-Geraes. Era filho de Manuel Vieira
Ottoni, que fòra fundidor na intendência
do ouro da referida villa, e oriundo de
uma familia genoveza.
Depois de uma vida bastante acciden-
 w l-
n j 4 i j.
li"*'- >'it 'I '
'I'’ e p iie m b p j d e s n a c io n a e s

1i -'tti-LI
tacia por contrariedades de mais de um

y^f!
N’esse dia uma coluinna inimiga de
genero, tendo feito mais de uma viagem 2,000 homens de cavallaria marcha de
á Lisboa, onde, pelo valimento da famosa Humaytá em direcção a S. Solano. Ata­
imetisa portugueza, a marqueza de Alor- cada, porém, em caminho e cortada, de­
na, obtivera o cargo de secretario do em­ banda, depois de um renhido combate,
VÍ baixador de Portugal em Madrid, o conde em que deixam cerca de 500 mortos,
da Ega, genro d’aquella senhora, tendo 190 prisioneiros e 8 estandartes, perdendo
exercido antes na villa do Bom-Successo, nós apenas 4 officiaes e 18 soldados, além
hoje cidade de Minas-Novas, a cadeira de 28 officiaes e 109 praças feridas.
rdgia de grammatica latina, voltou, em Commandava as nossas forças o barão
consequência da invasão franceza na pe­ do Triumpho, Andrade Neves, e as for­
ninsula ibérica, ao Brazil, onde, depois ças paraguayas o general Caballero.
ainda de outra viagem á Europa, tendo Esta jornada é denominada pelos pa-
sido nomeado official da secretaria da raguayos Combate de Islaowisleta Tayi.
Il 'I i;:: ; marinha, correram 'para elle dias mai^ 1875—Inaugura-se a linha telegraphica
serenos, vindo a fallecer com c^uasi 87 do Rio dê Contas aos llheos, na provin-
annos de idade.
cia da Bahia, com a extensão de 63.800
Aldm de poesias eróticas c religiosas, kilometros.
Ml I publicadas em avulso, temos de José Ot-
toni duas obras de vulto : a Paraphrase OUTUBRO—4
a: dos 'provérbios de Salomão em verso por-
tuguez, impressa em 1815 na typographia
1501—As naus da expedição explora­
dora da costa da terra da Vera Cruz, que
de Manuel Antonio da Silva Serva, na
temos acompanhado desde o dia 10 de
Bahia, e Job, tra,duzido em verso, publi­
maio e que a 2 de setembro [Vide essa
H ' l r : cada depois da sua morte pelo conego
data) tinham levantado ferro do cabo de
Br, Joaquim Caetano Fernandes Pi­
Santo Agostinho, passam na presente
nheiro (Rio de Janeiro, 1852), precedida
data em frente de um rio a que deram o
de uma 'noticia sobre a vida epoesias do
nome de S. Francisco.
traduetor por seu sobrinho Theophilo
1591—D. Francisco de Souza, da casa
Benedicto Ottoni, depois senador por Mi-
dos condes do Prado e filho de D. Pedro
nas-Geraes.
de Souza, terceiro senhor de Beringel,
Pouco antes de morrer fizera um auto vindo com patente de governador e ca­
de fe com muitas das suas composições pitão general render o governo interino
poéticas, inspiradas pela musa profana, presidido pelo bispo D. Antonio Barrei­
da qual assim se divorciava. ros, que durava havia quatro annos,
Segundo Francisco Pinheiro Guimarães, toma posse do seu cargo na Bahia. O seu
o tiaductor de Byron e do Hernanü governo terminou em 12 de maio de 1602

|p'l: nunca houve poeta mais terno e que sou­ e foi elle o 7° governador geral do Estado
besse convencer com mais philosophia c do Brazil, nomeado em logar de Fran­
meiguice que os sexos nasceram para se cisco Giraldes, que duas vezes tentara
completarem amando-se. fazer a viagem do reino jiara a colonia
1853 Fallece o senador pela província e teve de renunciar ao cargo.
de Goyaz, José Antonio da Silva Maia, José de Miralles e Rocha Pitta dão o
y :f' ‘' ! membro do conselho de Estado. Esco­ seu governo terminado em 1598, mas nos
lhido a 2/ de maio de 1813, tomára posse seguimos a Varnhagen, Abreu e Lima,
fill :■ da sua cadeira de senador no dia 30. Accioli e José de Vasconcellos. Parece-
1867 Combate do Potrero Ovelha nos que nos primeiros ha equivoco, con­
{Campanha do Paraguay), siderando como governador geral elfe-
 EPHEMERIDES NACIONAES 177

ctivo a Alvaro da Ciinha, que apenas pitão-general do Estado do Brazil, to­

substituiu a I). Fi-ancisco de Souza quando mara posse d’esse cargo a 7 de INÍarço
este foi ao descobrimento das minas de d’esse anno de 1650, e governou tres
prata de Roberio Dias. annos, nove mezes e 27 dias, isto é, até
D. Francisco de Souza vinha animado 4 de Janeiro de 1654.
das mais brilhantes esperanças, como Viera na primeira armada que man­
nunca as tiveram os seus antecessores* dara ao Brazil a Companhia Geral do
Roberio Dias, opulento colono da Bahia Commercio e cujo commando geral fora
e descendente do famoso Caramurú,
confiado ao almirante Pedro Jacques de
tinha ido a Madrid, còrte então da mo-
Magalhães.
narchia, offerecer a Felippe II o desco­
brimento de certas minas <le prata, de O governo recommendara ao conde de
onde se dizia cjue tirára o riquissimo e Castello-Melhor toda a vigilância na se­
gurança da capitania, por se suspeitar
completo serviço d’esse metal que se via
na sua igreja e na sua rneza, e que elle de novas invasões da Bahia por parte da
Ilollanda.
assegurara ao rei serem mais abundantes
naquclla substancia que as de Biscaya 1807—Xasce cm Pariz o conselheiro
cm ferro. Exigia, porem, em recompensa Paulino José Soares de Souza, visconde
0 titulo de Marquez das Minas. dò Uruguay (Vide a Ephem. de 15 de
Como parecesse ao rei excessiva a exi­ Julho de 1866).
gência e mal cabida a honra, oífereceu 1816—0 tenente-coronel José de Abreu
ao governador o titulo que ao colono persegue as forças ajdiguenhas, que se
yi
recusara, si por suas diligencias conse­ haviam refugiado no banhado, acima de
guisse descobrir a fonte de tamanha ri­ S. Borja. Torna-se arriscada a empreza»
queza. Roberio Dias, a quem apenas se pelas diííiculdades que apresenta o ter­
julgou suíliciente conceder o titulo de reno c pelo avanço que o inimigo tem
Governador das minas, voltou á Bahia ganho: mas o corajoso rio-grandensc
descoroçoado e oífendido pela régia ne­ consegue atacal-o (Vide a Ephem. do
gativa, com 0 disignio formal de fazer dia 5).
desapparecerem todos os vestígios que pu­ 1822—D. Pedro I, então principe re­
dessem denunciar o seu descobrimento. gente, é proclamado grão-mestre da ma­
Assim com cíTeito succedeu, pois mor­ çonaria no Brazil, sob o nome de Guati-
rendo pouco depois, levou para a sepul- mozin, em sessão d’esta data.
tura^o seu segredo. 1831—Lei que extingue o Conselho da
Nao tendo, portanto, sido possivel a fazenda ecrèa o Thesouro publico.
D. Francisco de Souza acertar com as
1870—Fallece o senador pela provinda
alludidas minas, não se verificou n’elle o
de Pernambuco conde da Boa Vista
promettido titulo, que s(5 mais tarde, em
(Francisco do Rego Barros), escolhido
1670, foi dado a seu neto do mesmo nome,
a 6 de abril de 1850 e que tomára assento
3° conde do Prado, por el-rei D, .Affon-
so VI. ^ no senado a 4 de junho.
16õ0.—Carta régia auctorisando o conde 1870—Fallece na cidade do Rio de
de Castello-Mellior a cdificar a Fortaleza Janeiro, na casa n. 117 da rua de Ria-
do Mar na Bahia, para segurança e de- chuelo, o legendário general Osorio^
feza d’aquclla praça. niarquez do Herval, ministro da guerra
D. Joao Rodrigues de Vasconcellos e e senador pela provinda do Rio Grande
Souza, conde de Castcllo-Melhor, que do Sul, escolhido a 11 de janeiro de 1877
foi 0 vigésimo primeiro governador c ca­ (Vide a Ephemeride de 2 dc maio).
12

r*
 EPIIEMERIDES NACIONAES
0 seu funeral reulisa-se no dia 6 com
uma pompa verdadeiramente régia e o
seu falleeimento causa uma duradoura
l
j.-ilj,!
e indescriptivel sensação de pezar na po­
pulação em peso.
O cadaver do grande general, compe­
tentemente embalsamado pelo Sr. I)r. F.
r. F. da Costa Ferraz, foi depositado n’ess®
>'"■ i’I'i dia na capeila do Arsenal de Guerra da
Còrte, onde fica litteralmentc coberto de
coroas sem conta e de um custoso valor»
não só intrinseco como artistico. D’ahi
foi transportado a 16 de novembro para
0 Asylo dos Inválidos da Patria, na ilha
do Bom Jesus, assistindo o Imperador a
essa ultima ceremonia.
Trata-se de erguer um monumento que
perpetue no bronze a imagem do soldado
valente, que nunca voltou o rpsto ao
inimigo e que andou sempre pelo cami­
nho da victoria.
OUTURRO—5
jin ( ' I
1557—Fallece na povoação do Pereira
' 'tf.i'l l I r ' 1'
ou Aldêa Velha, na cidade da Bahia,
Diogo Alvares, o Caramurü. E’ sepul"
tado no mosteiro de Jesus, como n’esse
tempo se chamava o collegio e igreja dos
padres da companhia. Deixa por testa­
menteiros, segundo o testemunho de
Jaboatão, a seu genro João de Figueiredo
Mascarenhas, casado com sua filha Apo-
f' lonia Alvares, e ao cura João Lourenço.
A povoação do Pereira, segundo o
♦íí! mesmo Jaboatão, era Villa Velha, pri­
meira que fundou o seu primeiro dona­
Ill ■il tário, Francisco Pereira Coutinho, no sitio
I■
iH^ da Victoria, contíguo á Nossa Senhora
da Graça, onde tinha Caramurü a sua
residência.
Acerca da viagem que se diz fizera
Caramuim e sua mulher á França, o Sr.
Dr. Mello Moraes conta-a com minuciosi-
dade no seu Brazil Historico [2.^ serie,
I860), negando apenas que fosse isso no
tempo de Catharina de Médicis. O Sr. Dr.
J. M. de Macedo porém contesta esse
facto de um modo absoluto nas suas
Noções de o.oro{)raphia do Brasil (pag.
140). « Diogo Alvares, diz elle, nunca se
ausentou da Bahia até 5 de outubro de
1557, em que morreu ; e por certo vivia
feliz ou contente nella, pois que a náo
Bretoa (portugueza), navios francezes,
hespanhoes, eem 1528 a esquadrillia com-
I
mandada por Christovão Jacques apor­
taram á Bahia, e elle não se aproveitou
de um só de tantos ensejos para voltar á
Europa. Em 1531 coube a Caramurü a
li
dita de receber a Martim Affonso de
Souza, que lhe 'deixou dous homens ^
diver&as sementes de plantas uteis. »
Para melhor elucidação d’esta contro­
vérsia histórica veja-se no tomo X (1848)
da revista do Instituto Historico o im­
portante escripto de F. A. de Varnhagen,
depois visconde de Porto Seguro, inti­
tulado : O Caramurü perante a historia,
que nada deixa a desejar e prova exhube-
rantemente que tai viagem não se dera.
1615—Chega ao Maranhão Alexandre
de Moura, governador de Pernambuco,
commandando uma expedição encarre­
gada expressamente de expellir d’aquelle
territovio os francezes que o occupavam
dirigidos por La Ravardière ( Vide no­
vembro 2 ).
1733—Pela picada que de Goyaz ia ter
aos denominados curraes do rio S. Fran­
cisco, por onde entrava grande commer-
cio de gado e fazendas, escoava-se tam­
bém 0 ouro em pó, quasi que a unica
moeda então existente para toda a espe-
cie de transacções... Na presente data
publica-se um bando, a toque de caixa,
ordenando que sejam confiscados todos
os bens dos que comprassem generös en­
trados por essa via de communicação •s,
[Alencastrc, A nnaes ua P rovíncia de f. • *
Goyaz , revista do Inst. t. XXVII, parte
4
segunda).
1762— D. Pedro Cevallos, governador
de Buenos-Ayres, sitia a praça da Colo-
nia do Sacramento e começa a batèl-a
com artilharia de grosso calibre (Vide a
Ephemeride de 29).
 EPHEMERIDES NACÍONAES 179

1771— Fallecc e sepulta-sc na Se de gadeiro Madeira, e desde logo começou

Olinda o 8° bispo d’essa diocese D. Fran­ a sua deslumbrante carreira politica, que
cisco Xa\ier Aranha í\ide a Épheme- tão alto 0 elevou no conceito dos seus
ride de 29 de setembro de 1751). concidadãos e ao fastigio das honras
1816—0 coronel Jose' de Abreu colhe concedidas pela monarchia, cre.indo ao
no banhado acima de S. Borja os louros mesmo tempo para si um nome que ex­ í
da victoria, derrotando as forças de Ar- travasou da patria e echoou grandioso
tigas. 0 inimigo perde quarenta homens na Europa c no mundo.
e seiscentos e vinte cavai los. e deixa Para a enumeração dos cargos impor-
limpo 0 território das Missões. antes que exerceu, desde o de deputado
1829—Funda-se a Imperial sociedade até aos dos conselhos da corôa e de sena­
Amante da Instrucção do Rio de Janeiro dor do Império, o para a designação das 1 k.
1862-Inaugura-se em Aracaju o Lyceu instituições politicas, administrativas,
Seroypano. econômicas e de caridade que, comohabi[
1865—Fallece no Rio de Janeiro o con­ econsumado estadista, creou,remetteinos
selheiro Miguel Calmou Du Pin e Almeida, 0 leitor para o mencionado Elogio his­
marquez de Abi-antes, senador pela pro­ torico.
vinda do Ceará, escolhido a 20 de julho O marquez de Abrantes tomou assento
de 1840 pelo regente Araujo Lima. no senado a 28 de julho de 1840, cinco
O Almanak Laemmert para 1866 o dá dias depois da acclamação da maioridade
erradamente fallecido a 13 de setembro. do actual Imperador.
O marquez, antes viscondede Abrantes* Fazendo parte, desde 30 de mam de
nasceu na então villa de Santo Amaro, 1862, do gabinete organisado pelo mar­
provinda da Bahia, a 22 de dezembro de quez de Olinda, foi o ministro que resol­
1/96, como se lô na sua campa no cemi­ veu as impertinentes questões levantadas
tério de S, Francisco de Paula em Ca- pela imprudente altivez do embaixador
tumb3^ O alludido Almanak clnnocQncio inglez Christie’ (Vide a ephemeridj de 29
da Silva dão simplesmente esse anno para de dezembro de 1862),
0 seu nascimento ; mas o Di-. Villa Nova P(5dc-se vèr a relação dos seus escriptos
Machado, no Eloçjio historico do marquez, de mais tomo no Diccionario bibliogra-
publicado em 1865, o diz nascido em 1795 ; phico de F. Innocencio da Silva.
uma nota posta á margem em um exem­ 1877— Fallece no Rio de Janeiro o Dr.
plar d’essa biographia pelo desembarga­ Francisco Pinheiro Guimarães, medico
dor Antonio Calmon, irmão do marquez pela faculdade da mesma cidade, lente da
e também hoje fallecido, indica a data 26 cadeira de hj-^giene d’ella e brigadeiro
de outubro de 1794 para o seu nasci­ honorário do exercito, por serviços rele-
mento, e finalmente a Galeria dos brasi­ vantissimos feitos na campanha do
leiros illustres diz apenas que fóra Paraguaj'.
baptisado em 1796. « Soldado e patriota, medico e profes­
Calmon foi aos 19 annos de idade para sor, politico e litterato, o Dr. Pinheiro
Portugal, a proseguir nos seus estudos Guimarães ei’a em todas as suas manifes­
na afamada Universidade de Coimbra, tações um tv’ po de cavallieiro distincte e
que tantos brilhantes talentos nos devol­ estimável (Jornal da Tarde de 5 de ou­
veu iniciados nos vários segredos do tubro de 1877). »
saber humano. Alli tomou elle em 1821 Succumbiu á molestiadeBrigth, adqui­
0 grau de bacharel em direito civil. De rida na campanha, de onde o valente
volta á patria, chegou á Bahia quando voluntário da patria voltara com as dra-
estava ella occupada pelas tropas do bri­ gonas de general, e foi sepultado no cç-
I
180 ]-:PHEMER1DE3 n a c io x a e s
initerio dc S. João Biptista da Lagoa na
"iardo do dia em quo fallecera. Deixou a
cinco iillios apenas os louros da sua gloria.
Pinlieiro (Inimarãcs nascera na cidade
. ,. I do Rio dc Janeiro a 21 de dezembro
de 1S32, segundo informação que gracio­
samente me ministrou um irmão seu.
IJentre as suas publicações cm avulso,
que lhe grangearam a bem meiccida re­
putarão litteraria de que gozou, sobresa-
hem os dramas— iristoria dc uuia moça
rica c A 'punição— publicados, o 1 ° cn
1861, e 0 2° cm 1861, ambos no Rio de
Janeiro, e ahi representados com muito
applauso. Publicou também, em 1356, no
.JornaÀ do Commcrcio, um romance inti­
tulado 0 comwendador e em 1358 uma
l)rochura politica À revolução Oriental,
em resposta a uma outra do publicista
platino Heitor Varella, acerca dos negó­
I I
cios do Bio da Prata.
Era um talento de múltipla face, cuja
biographia está ainda por se escrever.
OUTURRO—6
•(
1531 — Foraes passados por cl-rei
D. João III a Martira Affonso de Souza,
c a seu irmão Pedro Lopes de Souza,
confirmando lhes as doações que lhes
havia anteriormente feito da capitania
de S. Vicente ao 1°, e da de Santo Amaro
ao 2°. de Martim Affonso comprehendia
i ;i
'' cem léguas de costa nas hoje provincias
de S. Paulo e Rio de Janeiro (até
Cabo-Frio), e oitenta a Pero Lopes; estas
eram repartidas do modo seguinte: 40
entre a ilha de Cananêa e as terras de
SanPAnna Liguna); 10 entre os rios de
Curiipacé e de S. Vicente, e 30 que come­
‘ rM
ft ' çariam no rio de Santa Cruz, que circunda
a ilha de Itamaracá (chamada hoje Igua-
rassú), e acabariam na bahia da Traição
(na Parahyba do Norte). Apezar de serem
estas terras separadas umas das outras,
i.
deu-se a todas ellas o nome de Capitania
de Santo A'cnaro,
1026—Manuel de Souza d’Eça, capitão
mõr do Pará, toma posse do seu cargo na
cidade' dc Belem, em substituição de Bento
Maciel Parente, que seguira preso para o
Maranhão por ter escravisado os indios
X'ossc mesmo anno de 1626 toma couta
do governo geral do Estado D. Diogo
Luiz de Oliveii’a, conde de. Miranda,
lõ" governador da capitania da Bahia,
general e homem dc estado recommen-
davcl e que tendo militado em Flandres
com grandes créditos e occupado por
longos annos divci’sos postos, sempre os
desempenhara com inteira disciplina,
valor c muita expcricncia das cousas dc
governo.
Mandando-o a governar a colonia, en­
tendia Felippe IV que bastava isso para
conservarem respeitosa distancia os hol"
landczes, que, perdida a esperíinça de
fundarem estabelecimentos permanentes
no Brazil, infestavam-lhe as costas com
pequenas frotas e arruinavam o commer-
cio portuguez e hespanhol. A lentidão
das medidas tomadas pela còrte de M a­
drid, quando as tomava, ainda mais
alentava as correrias dos piratas da Hol-
landa.
Mal porém chegara o novo governador,
quando o almirante bátavo Adrião Pa-
trid apparece á vista da Bahia e arre­
bata do porto 12 navios carregados de
mercadorias, o que derrama o terror por
todo 0 Reconcavo. N’esta arriscada em-
preza perde Patrid a nau em que vinha
e 300 dos seus expedicionários, salvan­
do-se elle em uma chalupa para um outro
dos seus navios.
Diogo Luiz de Oliveira governou o
Estado até fins de 1035, em que o rende
Pedro da Silva, o duro, que teve depois
0 titulo de conde deS. Lourenço. Durante
a sua administração estabeleceu Oliveira
uma fundição de artilharia e creou a
guarda dos governadores, composta de
20 praças e um capitão, pagos pela real
fazenda.
 EPHEMERIDES NACIONAES
1633—Parte do forte dos Afogados um
troço de 200 hollandezes a percorrer o
districto dos Guararapes. Já alii encon­
tram os capitães Corrêa c Cardoso, que
Ihes fazem frente com a pouca gente de
que dispunham, de tal modo que, no fim
de duas horas de peleja, matam 36 hol­
landezes e fazem 7 prisioneiros, enviando
ao Real 4 feridos que não puderam reti­
rar-se, dous dos quaos succumbiram dous
dias depois.
1646—Resolução do senado da camara
do Maranhão ordenando que, visto as
casas da cidade pela sua maior parte se­
rem de palha de pindoba, ninguém traga
ou dê fogo' sinão em panellas, para se
evitarem os incêndios, sob pena de I3
pagos na cadèa.
1798 — O capitão-general D. Diogo de
Souza, 43° governador do estado do Ma­
ranhão, vindo de Moçambique, toma posse
do cargo sem apresentação de carta pa­
tente, mas só por aviso que existia em
camara, esuccede a Fernando Antonio de
Noronha. E’ rendido a 31 de maio de 1801
por D. Antonio de Saldanha da Gama, ca­
pitão de fragata, nomeado em logar de
Ayres Pinto de Souza, que pedira excusa
por doente.
1812 — i'rancisco Alberto Rubim toma
posse do governo da capitania do Espi­
rito Santo e é 0 primeiro que exerce este
cargo depois que esta capitania se tor­
nou independente da da Bahia.
1822 — Sete deputados brazileiros ás
cortes de Lisboa sabem de Portugal a
bordo do paquete inglez Malbourough,
que se achava ancorado no Tejo, e se di­
rigem furtivamente para a Inglaterra.
Eram Antonio Carlos, Costa Aguiar, Ba­
rata, Bueno, Gomes, Feijo e Lino Cou-
tinho (Vide a da fundação do Im ­
pério vol. VI).
1837—Nasce no Pará 0 poeta Bruno
Henriques de Almeida Seabra, auctor do
volume de poesias intitulado— e em 1676 é que se erigiu este bispado (Vide
fruetos, do romance Paulo e de outras
composições em prosa e em verso, cuja
enumeração se pode ler no 8° volume
(Supplemento) do Biccionario de Inno-
cencio da Silva.
Bruno Seabra, que tivemos a fortuna
de conhecer no Rio de Janeiro, e que era
um bello caracter, além de verdadeiro
poeta, falleceu na Bahia a 30 de março
de 1876.
1845-0 Imperador D. Pedro IT parte
' :ll
da cidade do Rio de Janeiro a visitar
as províncias meridionaes do Império.
Acompanha-o S. M. a Imperatriz.
A 15 de abril do anno seguinte chegam
ao Rio de Janeiro de volta d'essa excur­
são, tendo percorrido as provincias de
Santa Catharina, Rio Grande do Sul c
S. Paulo.
1859—SS. MM. 0 Imperador e a Im­
peratriz, sahidos da córte no dia 2, che­
gam n’esta data á Bahia, onde se demo­
ram 5 dias, pai-tindo depois para 0 rio
S. Francisco. A 26 estavam de volta
áquella cidade. A 3 de novembro deixa-
ram-n’a de novo, para visitarern as cida­
des e villas do Reconcavo (Vide a EpTxem.
de 22 de novembro).
1879—Funeral do general Manuel Luiz
Osorio, marquez do Ilerval ( Vide a
Ephem. de 4).
OUTUHKO—7
1534.—Foral passado por D. João III a
Vasco Fernandes Coutinho, confirmando-
lhe a doação da capitania do Espiiúto-
Santo,com cincoenta léguas do costa,feita
a 1 de junho d’esse mesmo anno.
1039—A corte de Madrid pede á Santa
Sé a erecção da prelazia do Rio de Ja­
neiro em bispado, para prover n’elle ao
prelado Lourenço de Mendonça, em re­
paração das injustiças e aggravos que
solfreru. Foi com effeito ^fendonça no­
meado e sagrado, mas não veiu, como já
dissemos, occupar a séde ; entretanto, .só
a Ephemeride de 9 de setembro de 1632).
 1S2 e p h e m e r id e s
1G15—Manifesto feito e assignado polos
moradores de Pernambuco, em que decla­
ram as razões que os levararna se suble­
varem contra os hollandezes, violando
assim os preceitos da corte de Portugal.
Este manifesto era dirigido a D. João IV
e n’elle se declarava que a tyrannia dos
liiw. hollandezes é que obrigava os signatá­
rios a assim procederem, tomando ns
armas em defeza da sua liberdade e honra
do reino e proclamando a João Fernan­
des Vieira por seu governador. Aüega-
vam mais que — a confiados na sua real
clemencia e magnanimidade, esperavam
que Sua Magestade lhes forneceria os
.soccorros precisos para levarem a cabo
t■ tão gloriosa empreza, util á sua corôa e
tão necessária para o livre exercicio da
religião. »
Concluiam-n’o por estes termos:
« Com toda a submissão prostrados
aos pôs de Vossa Magestade tornamos a
pedir soccorro e remedio com tal brevi­
I.! I
dade que nos nao obrigue á desespera­
ção,pelo quetoca aoculto divino, ea bus­
car em Principe Catholico o quede Vossa
Magestade esperamos, »
— Alvará concedendo perdão a
todos os indivíduos que em S. Paulo.
S. Vicente, Santos, Mogj»^ das Cruzes,
Parnahyba e Rio de Janeiro tomaram
parte na expulsão dos jesuitis, com a
condição de só ter eíTeito este indulto
> I depois de admittidos outra vez estes
f' padres em S. Paulo.
1Ö49—Uma columna de tropas hollan-
dezas sahe do Recife e vai atacar a
( '' V estancia do Aguiar, defendida pelo ca­
pitão Manuel de Aguiar. Este, á frente
da sua gente, recebe com galliar-
dia os assaltantes, que recuam sem nada
haverem conseguido.
1691—André Cuzaco' ou Cossaco toma
posse do governo interino da capitania
'í
do Rio de Janeiro, mandado por I). ,íoão
WM * de Lenc.istre, govern ador geral do Es­
tado, para substituir a Antonio Paes de
Sande, gravemente enfermo.
I/':
n a c io x a e s
CuzacD, que crairlandez de nascimento
c mestre de campo do terço velho na
Bahia, foi o governador do Rio de Ja­
neiro e exerceu esse cargo por seis mezes
e dez dias, sendo rendido a 17 deabril de
1695 por Sebastião de Castro Caldas.
Fallece na Baliia, segundo a Sxj-
nopsis de Abreu e Lima, o arcebispo
D. Sebastião Monteiro da Vide, o c{ue não
deve ser exacto, pois do livro de assen­
tamento do arcebispado consta que fal-
lecora a / de setembro ( Ffdc essa data).
U 31—Sublevação do corpo de artilharia
de marinha na ilha das Cobras, estenden­
do-se a revolta ás demais fortalez.is da
bahia (Rio de Janeir ).
ISCO—E’ sagrado na capella Six tina,
em Roma, pelo papa Pio IX, o Sr. D. Se­
bastião Dias L:irangeira,2° e actual bispo
do Rio Grande do Sul.
O Sr. I). Sebastião nasceu na Bahia, na
parochia de Nossa Senhora dos Morri-
nhos, hoje da Mãe dos Homens, comarca
do Caetete, a 20 de janeiro de 1820. T o­
davia, no Cruzeiro dacòrte de 5 de feve­
reiro de 1S7S diz-se que este prelado fazia
n’esse dia õG an nos de idade.
Formou-se em dii’cito canonico na Aca­
demia Romana. Era parocho collado do
Morro do Fogo. arcebispado e província
da Baliia, quando foi eleito bispo do Rio-
■i
Gr inde a 28 de março de I860 pelo im­
perador I). PeJro II. Confirmatlo pelo
papa, hoje fallecido. Pio IX a 28 de se­
tembro do mesmo anno e sagrado na data
já mencionada, tomou posse do seu cargo
por procurador, o vigário capitular Ju­
liano de Faria Lobato, a 6 de fevereiro
do anno seguinte. A 29 de julho d’esse
anno chegou á sua diocese. Pi,ocebeti.
quando se sagrou, muitas demonstrações
de honroso apreço da parte do Summo
Pontifice, que, quando o bispo se despe­
dia para o Brazil, lhe disse: Tome por
modelo de suas acções ao arcebispo da
Bahia.—S. S. referia-se ao douto mar-
quez de Santa Cruz, D. Romualdo, que
ainda então era vivo.
 Antes do Sr, D. Sebastião fora eleito
em agosto de 1858, para aquelle bispado
0 vigário de Catas Altas de Matto Dentro
(Minas), padre, Francisco Xavier Augusto
da Franç i, que não aceitou o encargo
por causa da sua avançada idade de
80 annos,
OUTUBRO— 8
1515—Larga de Lepe, perto de Cadix,
0 navegador castelhano João Dias de
Solis, que vinha pela segunda ve/, de
ordem de Ilespanha, explorar a costa
sul do Brazil. Percorre toda elle, en­
trando em muitos dos seus portos, desde
0 cabo de S. Roque onde tocou, até ao
Rio da Prata, que ainda se chamava Pa-
ranaguassú e d’elle tomou o nome por
algum tempo, Entrára também na bahia
do Rio de Janeiro.
Este notável e infeliz explorador subiu
até ao Paraguay, e chegando aos 34 graus
e 41 minutos, desembarca, a(ïasta-se um
pouco da margem do rio e é assassinado
ás flechadas com outros da sua tripo-
lação pelos indigen ts d’essas paragens^
« Este fln tu vo Juan Diaz de Solis, mas
famoso Piloto, que Capitan—
Historia de Yndias, tomo I . »
« Isto aconteceu, diz Navarrete {Col-
leccion de Los viajes, etc., tomo III),
dentro do rio, junto á ilha que chamaram
de íMartim Garcia, situada na costa do
sul.»
Drpois d’este desgraçado successo, ’os
dois navios que elle commandava voltam
á Hespanha mui maltratados (Navarrete).
ao mando de Francisco de Torres, piloto
do rei e cunhado de Solis, tocando no
cabo de Santo Agostinho, de onde levam
um carregamento de pau brazil.
1G05—A irmandade eo hospital daSanta
Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro
pode dizer-se que já existiam no anno
de 1515 ; porquanto, por alvará da pre­
sente data, cujo original se conserva no
archivo d’aquella Santa Casa e pelo qual
lhe foram concedidos os mesmos priyi-
legios da de Lisboa, consta que n’essa
época já ellas funccionavam havia mais de
sessenta annos (Vide a Ephemeriãe de
1 de julho de 1582).
1624—Fallece no arraial das tropas por-
tuguezas na Bahia o 5° bispo do Brazil
D. Marcos Teixeira, e jaz na capella da
Conceição de Itapagipe.
Era natural de Portugal e tomára
posse do seu cargo a 8 de dezembro
de 1622, reinado de Felippe IV, sendo
nomeado nos pontificados de Paulo V e
de Gregorio XV, visto como morrera um
e fòra eleito outro no mesmo mez. Obri­
gado a sahir de Lisboa em virtude da
carta regia de 19 de março de 1622,
dirigida á Meza da consciência e ordens
para fazel-a cumprir, chegou ao Brazil
ao tempo da invasão hollandeza. Aqui
exerceu na Bahia o governo civil e
militar tres mezes, por ter cahido pri­
sioneiro dos hollandezes o governador
geral Diogo de Mendonça Furtado, que
foi remettido com seu filho para a
Ilollanda, N’esta emergencia o bispo
D. Marcos se houve com uma valentia
e tino tanto mais para se admirar em um
sacerdote, que entretanto 7nais ‘p arecia
nascido para as ai'mas ão que para
a igreja.
Diz d’elle 0 padre Antonio Vieira-
« Passados alguns dias o Sr. bispo... de­
terminou trocar o bacnlo com a lança.
0 roquete com a saia de malha; e de
prelado de ecclesiasticos fazer se capitão
de soldados.»
Foi D, Marcos sepultado no logár
supra indicado, pelas circumstaneias da
guerra, onde nenhum letreiro indica a
sua jazida (Roteiro dos bispados).
1643 — Provisão d’el-rei D. João IV
nomeando ao dr. Antonio de Marins
Loureiro prelado administrador da igreja
do Rio de Janeiro, cm substituição de
Lourenço de ^íendonça, declarado in-
fenso ao rei e ao reino por ter abraçado
a causa dos Felippcs.
 1S4
EPHEMRRIDES NAC10NAE3
R/'
Marins tomou posse da prelazia a 28
dc junho do anno seguinte, tendo para
esse fim partido de Lisboa a 12 de abril,
leve também de fugir para o Espirito
i l?- '
Santo. Foi o 11“ sacerdote cpie occupou
f'
esse cargo (Vide o tomo XXI da revista
do Instituto).
Succede-lhe interinamente, e.m 1G41, o
padre iManuel de Araujo—que foi o 12
Em 1G53 exerce interinamente este
cargo, A'ictima também das perseguições
•;> ' i que haviam cahido sobre os seus ante­
cessores, 0 padre José de Castro—que foi
0 13” .
'r
D. Manuel de Souza e Almeida toma
posse da administraç|[o ecclcsiastica 11u-
minense em 1659. Desistiu depois do
cargo e retirou-se para a Europa. Foi o
14 prelado do Rio de Janeiro.
Odr. Francisco da Silveira Dias, nascido
no Rio de Janeiro, foi o 15” e tomou posse
da prelatura a 5 de maio de 1669.
Em dezembro de 1681 succede-lhe n’ella
0 padre Sebastião Barreto de Brito, no­
meado pelo bispo eleito {D. José de
liarros Alarcão .?). Foi este prelado quem
começou a edificação da Sé, e, sendo
vigário da Candelaria, foi nomeado deão
(Vide dr. Ferreira Vianna, Prelados do
Rio de Janeiro desde 1569 até 1681).
'i r I 0 grande diamante da coròa de Portugal,
Depois d’este prelado creou-se o bispado
em 16 de Novembro de 1676 [Vide essa
h' data).
1678—Carta patente dò príncipe re­
gente D. Pedro II, nomeando a D. Manuel
Lobo governador da capitania do Rio de
Janeiro. Foi este governador encarre­
gado da administração de todas as ca­
pitanias do Sul e da fundação da colonia
[1151,//:^ ' do Sacramento (Vide a Ephemeride de 7
\} I^( >i*f de agosto).
tTji •■! ^"11^ Braz Balthazar da Silveira
i ' w i . i , . i
2“ governador da capitania de S. Paulo
■1
i-'1 : !t e^ Minas, installa a villa de S. João
dngnes Arzao. seu cunhado Bartholomeu
Bueno da Silveira e outros.
A lei provincial mineird de 1 de marco
de 1838 deu-lhe u titulo de cidade.
- - Placido de Azevedo Falcão substitue
a PVederico Duarte de VasconcMlos no
governo da capitania do Ceará e exerce
o cargo até occupal-o Manuel da Fonseca
Jayme em 30 de Agosto de 1715, como
nessa data Lcou dito, guiando-nos pelo
senador Pompeu no seu Ensaio Estatis-
tico e por Varnhagen.
1758 — Decreto concedçndo a Gomes
Freire de Andrada o titlilo de conde de
Bobadella (\ide a Ephemeride do 1 de
janeiro de 1763).
1800—Auto celebrado no quartel do
porto do Souza, entre Antonio Pires da
Silva Pontes Leme, como governador da
capitania do Espirito Santo, e o capitão
general da de Minas Geraes Bernardo
José de Lorena- (mais tarde conde de
Sarzedas e governador da índia), para a
fixação de limites das duas capitanias.
Deu-se por esta oceasião principio á
navegação do rio Doce, estabelecendo-se
um registro e destacamento no dito
porto do Souza.
N’este mesmo anno de 1800 foi achado
que pésa 7 oitavas, junto ao arroyo do
Abaeté (Minas-Geraes) por um certo
Antonio Gomes, que teve por isso o em­
prego de thesoureiro da casa de fundição
de Sabará, segundo se lè na Memória
sobre as minas da capitania de Minas-
Geraes. pelo Dr. José Vieira Couto, citada
por Abreu e Lima e publicada no Rio
de Janeiro na Typographia Universal de
Lacmmert em 1812.
Diz, todavia, Milliet de Saint-Adolplie
que este diamante fora achado por très
malfeitores condemnados a dcsteiTO per­
petuo. O parocho do logar, a quem os

m'
1;? '> d El-Rei, elevada a essa categoria no
anno anterior.
Como povoação teve começo em 1684
degradados o mostraram, levou-o, cm
pessoa ao goveimador de Minas, que pela
época devia ser Bernardo José de Lorena,
'iili'.,- pelos exploradores paulistas Antonio Ro e intercedeu poraquelles infelizes. O go-
'W iû

: '

a ; -í'
 vernador eiiviou a pedra para Lisboa e
o principe rsgente, depois D. João VI,
perdoou aos condemnados.
Este diamante é conhecido pela desi­
gnação de liegenta.
1S08—Falleceem Paracatú, em sua via­
gem para Goyaz, o prelado d’acpiella ca­
pitania D. Vicente Alcxandi'e de Tovur,
bispo titular de TitopoH i\Epheme-
riãe de 28 de agosto de 1803).
1833—Fixação do padrão monetário do
ImjDerio e estabelecimento de um ban­
co de deposito porleid’esta data da As-
sembléa Geral, que, em virtude do § XVI^
do art. 15 da Constituição, auctorisára o
governo, por decreto do 1° de junho, a
mandai’ abrir arestampadas notas do novo
padrao. A lei de 3 de outubro do mesmo
anno mandara proceder-sc ao troco da
moeda de cobre. A ordem de 18 do mesmo
mez e anno designou os valores das moe­
das de ouro e prata.
Em 4 de íevereiro de 18.31 passa-se uma
provisão com instrucções para o troco da
moeda de cobre por cédulas e a 12 do
mesmo mez e anno ordem para a aceita­
ção das cédulas, dadas em troco da moe­
da de cobi'c, nas estações publicas.
1842—Segundo o relatorio do ministro
da fazenda, apresentado n’esta data á
Asscmble'a Geral, o Estado dispendera só
com as ti-es rebeliões—de Panellas, Bahia
e Rio Grande—a enorme somma de ses­
senta e um milhões de cruzados !
OUTUBRO-ü
1636—0 ex-capitão-inór da capitania
do Grão Pará e provcdor-mór da fazenda
I
real, Jacome Raymundo de Noronha,
apodera-se illegalmente do governo do
estado do Maranhão- e Pará, acto para
o qual lhe serve de principal instru­
mento 0 senado da camara da cidade de
S. Luiz, sem poder legal, enti-etanío,
para taes nomeações. Succede assim Ja­
come ao governador Fi-ancisco Coelho
do Carvalho, fallccido a 15 de setembro
d’esse mesmo anuo, depois de ter gover­
nado aquelle estado por dez annos (Vide
a Ephemeride de 15 de scteml)ro).
1769—Succede ao conde de Pavolide no
governo da capitania de Pernambuco
Manuel da Cunha IMenezcs, i>osterior-
mente conde do Lumiar.
O conde de Pavolide, 1). José da Cunha
Grã de .Athayde e Mello, que governava
a capitania de Pernambuco desde 14 de
abril de 1768, vai administrar a da Bahia
com a mesma patente de governador e
capitão general.
O visconde de Porto Seguro dá o dia
3 de outubro como o da posse de Manuel
da Cunha Menezes. Este governador é
rendido a 31 de agosto de 1774 por José
Cezar do IMenezes, c foi o 31° na res­
pectiva serie em Pernambuco.
1809—Toma posse do governo da ca­
pitania do Rio Grande do Sul D. Diogo
de Souza, que foi depois, em 1815,conde do
Rio Pardo (segundo A, e Lima e Var-
nhagen). Succede ao chefe de esquadra
Paulo José da Silva Gama, mais tarde
barão de Bagé, que a administrou por
6 annos. 8 mezes e 9 dias e governou
em 1811 a do Maranhão (Vide as Ephe-
merides de 28 de agosto de 1811 e de 13
de novembro de 1814).
1817—Creação dos juizes de fóra do
civel e do crime e orphãos na villa de
Taubate (S. Paulo), com jurisdicção nus
de Pindamonhangaba e S. Luiz de Pira-
tininga ; na villa de Guaratinguetú, corn
jurisdicção nas villas de Lorena e de
Cunlia, e na villa de S. Sebastião, com
jurisdicção nas villas Bella da Princeza
e de Ubatuba.
1821—Convenção de Beberibe, que res­
tabelece a ordern em Pernambuco.
1853—Naufragio do vapor Vernamhii-
cana. occorrido a oito leguas da Laguna,
provincia de Santa Catharina, e em qi;e
pereccm 42 pessoas.
Simão, preto, carvociro do navio, salva
com a força muscular de sens braços
13 pe.ssoas. 0 governo concedeu-llie uma
medalha de distineção por este acto de
 6 iíi f 1S6 EPIIEMERIDES NACIONAES
I Æ îîi ?ij
lieroicidade e humanidade, cuja narração
■îy’.lt' ' I cominoveu o espirito publico.
1S6S—Fita concluido o assentamento
do fio telegraphico entre a capital da
>■'.'
provincia do Rio Grande do Sul e a do
Império»
OUTUBUO— 10
1553-^Morre o donatario fundador de
Porto Seguro, Pedro de Campos Touri-
nho, a quem D. João III fizer i doação, por
caída de 27 de maio de 1531. de cincoenta
léguas de costa, doação confirmada por
foral de 23 de setembro do mesmo anno.
Seu filho Fernão de Campos Toiuinho
desbaratou dentro em pouco o que o pae
grangeára e por sua morte passou a ca­
pitania a uma irmã sua, que a \endeu
em 1556 por cem míL reis de renda ou
juros a 1). João de Lencastre, duque de
Aveiro.
tir-:'
iLMi . i’vB''
1690—Toma posse do governo geral do
Estado do Rrazil. na Bahia, o almotacé
do reino Antonio Luiz Gonçalves da Ca­
f ' ■' I ^;:s; mara Coutinho, reccbcndo-o das mãos
dos governadores interinos, que o haviam
conservado desde 24 de outubro de 1687»
' r- ^ dia do fallecimento de Math'as da Cunha
i i I (Vide essa ultima data'.
Camara Coutiulio foi o trigésimo pri­
meiro dos governadores e capitães gene-
raes da Baliia e governou-a por tres annos,
sete mezes c doze dias, até 22 de maio
de 1694, em que foi rendido por D. João
de Lencastre. por tei’ sido nomeado vicc-
rei da índia. O seu primeiro cuidado ao
empunhar as redeas da administração da
capitania foi tomar medidas para evitar
a carestia de farinlia que se sentia n’ella e
ílagellava tambern as povoações do norte,
fazendo correr um bando em 10 de no­
vembro, no qual ordenava que todos os
j i ; : ’I X
habitantes, dez leguas,-cm redor da ci­
dade, fossem obrigados a jilantar qui­
p 4 * 'i ' nhentas covas de mandioca, sob pena de
pagarem cem mil réis applicados ás for ti.
íicações da mesma cidade.
- :;
Be volta do seu governo da índia tocou
na Bahia c ahi falleccu em 1702, sendo
sepultado na igreja do Gollegio dos Je-
suitas.
1711—O bispo de Pernambuco D. Ma­
nuel Alvares da Costa entrega o governo
civil da capitania ao novo governador
Felix José Machado de Mendonça Castro
e Vasconoellos, que vinha render a Se­
bastião de Castro Caldes, a quem o bispo
substituira por via de successão (Vide
15 de novembro de 1710'.
1763—Muda-se o assento do governo
colonial do Brazil da Bah-a para o Rio de
Janeiro. D. Antonio Alvares da Cunha,
conde da Cunha, primeiro vice-rei no­
meado para esse governo em 27 de junho,
assume na presente data o cxercicio do
seu cargo n i nova capital.
O conde da Cunha, que foi o sexagé­
simo segundo dos governadores do Rio de
Janeiro e o 1° na série dos seus vice-reis,
administrou o estado até ser rendido em
17 de novembro de 1767 pelo conde de
Azambuj.i. Recebera a admini-tração da
capitania do governo intei’ino consti-
tuido pelo bispo diocesano D. frei An­
tonio do Desterro Maiheiro, brigadeiro
José Fernandes Pinto Alpoim e chan­
celier João Albei'to de Castello Branco,
que 0 excrcião desde 1 de janeiro do
mesmo anno de 1763, dia do fallecimento
de Gomes Freire, conde de Bobadella
(Vide a ephem. de 19),
1783—Luiz da Cunha e Menezes suc­
cédé na administração da capitania de
Minas-Geraes ao conde de Cavalleiros, D.
Rodrigo José,de Menezes, e governa até
ll de julho de 1738, em que foi rendido
pelo visconde de Barbacena, Luiz Antonio %
Furtado de Mendonça.
Luiz da Cunha e Menezes é o gover­
nador satyrisado sob o nome de^'an/ai--
rão Minezio nas famosas Cartas chile­
nas, attribuidas a Gonzaga,a Alvarenga
Peixoto e a Claudio Manuel da Costa e
que no antigo catalogo dos manuscHptos
da Bibliotheca Nacional se diz positiva-
 mente que são do primeiro (Vide a
ephcm. de 2 de setembro de 1744, in fino).
Cunha Menezes íóra antes governador
da capitania de Goyaz.
lííOS—Fallece o brigadeiro do corpo de
engenheiros, commissario da demarcação
de limites meridionaes do Brazil, J;7'an-
cisco João Roscio, que governara inte­
rinamente, por 15 Inezes, a capitania do
Rio Grande do Sul, desde novembro de
1801 até flm de janeiro de 1803 (Vide a
ephemeride de 30 de janeiro d’esse anno'.
1811—Carta régia desligando comple-
tameiíte a capitania do Piauhy do governo
da do Maranhão. Esta capitania fora
creada por carta régia de 29 de jullio de
1750 (Vide a ephcmeride de 20 de se­
tembro de 1759).
1817—Chegam á noite a Porto-Alegre
e são apresentados em palacio ao capitão
general Luiz Telles daSilva, marquez de
Alegrete, governador da capitania do Rio
Grande do Sul, o general D. José Verdun
e mais prisioneiros argentinos da acção
da povoação de Belém de 15 de setembro
(Vide essa data).
cí O marquez de Alegrete recebe-os com
o grito de «Viva S. M. Fidelissima e
raorrão os insurgentes!» —a que o povo
responde com enthusiasmo. Permitte de­
pois a entrada de todo o séquito e jiovo,
e alli, em presença de todos lança, em
rosto ao temerário caudillio as suas in­
cursões sobre as fronteiras do Rio-Pardo
os roubos, as mortes e incêndios que sé
viram nas margens do Qu u-iiim o Uru­
guay e a total destruição da nascente
povoação de Alegrete r e termina dizendo
que muito convem que a sua cabe.a seja
enviada ao districto de Entre-Rios, para
servir de escarmento a tantas maldades.
\erdun, porém, appella para a humani­
dade do rei ; a esta voz levanta-se o go­
vernador, precipita-se sobre elle e tira-lhe
os ferros que lhe algemão os pulsos ao
som dos vivas poimlares, que se repetem
ainda por muito tempo depois (Fluviano,
Ephemerides),»
1827—Creação da Sociedade Auxilia­
dora da Industria Nacional, que ainda
perdura (Corte).
Abreu e Lima assigna para este facto a
data de 19 de outubro. A que damos,
porém, colhemol-a do distico que se lé
na propria taboleta posta por esta bene­
mérita associação na frente da casa em
que celebra as suas sessões.
1841—Evacuam a cajiital das Alagoas
os promotores da i revolução iniciada
n’aquella parte do império nos jirimeiros
dias do presente mez c que obrigara
Bernardo de Souza Franco, presidente d i
provincia, a refugiar-se no dia 5 abordo
do hiate Caçador (ã'ide a Ephemeride
de 11).
1851—Fallece o senador pela provincia
de S. Paulo Lucas Antonio Monteiro de
Barros, visconde de Congonhas do Campo,
nomeado a 22 de janeiro e não a 19 de
abril de 182(1 como menciona a relação pu­
blicada no t. XXIX, pirte II. da Revista
do Instituto Ilistoricõ) e que tomára as­
sento a 31 de maio.
1856—Fallece na cidade do Rio de Ja­
neiro 0 Dr. José Francisco Sig lud. me­
dico francez que adoptárx o Brazil ].or
patria. Nascera em Marselha a 2 de de­
zembro de 1796. Jaz no cemiterio de
S. Francisco Xavier (Cajú).
O Dr. Sigand fora o primeiro director
do Instituto dos mminos cegos, em cuja
fundação tomara mui activa p irte, e én
auctor da estimada obra. hoje rara. T)u
climnt et des maladies du Bresil, jm-
blicada em 1813. e do Annuario politico,
historico e estatístico d) Brasil pai'a 184(5
e 1847.
Foi também um dos fund uloros da So.
ciede medica do Rio de Janeiro, deno­
minada iictualmente Im periil academia
de medicina.
1866 — E’ nomeado gcncral-chcfe do
nusso exercito em operações no Paraguay
0 marquez de Caxias, promovido a ma­
rechal de exercito eíTectivo.
« Em uma avanç ria idade, e coberto
 r ; '^Û
do um passado glorioso, tal era o chefe
que resumia a unidade de commandos,
e sua nomeação foi acolhida por todos
como uma garantia de prompto e feliz
termino da guerra. y> (E. C. Jourdan,
Guerra do Paraguay)
1868—Passam para o Chaco dois bata­
lhões nossos, com o flm de encetarem
a abertura de uma picada até Villela
(CamiwAiha do Paraguay).
1871—Inauguração da linha telegra-
phica de Petropolis á estação central
(corte), com 49,300 kilometros de ex­
Sb . ) tensão.
OUTUBRO — 11
1492(‘ )—Descobrimento da America por
Christovão Colombo, que à .3 de agosto
partira do pequeno porto de Paios, na
Hespanha, para este immenso e aventu­
roso emprehendimento.
A ilha chamada pelos naturaes Giia-
nahani e por Colombo S. Salvador, foi
a primeira terra americana que elle des­
í!
)! >
cobriu. Diz 0 douto visconde de Porto
I'
Seguro, na sua 4'^ edição do Diário da
nacegação de Pedido Lopes de Sousa,
que a verdadeira GuanaJiani de Chris­
. u 1:.
tovão Colombo é a modesto. Mo.yagua-
na.
O conde Roselly de Lorgnes, na sua
Vie de Christophe Colomb, assegura que
o famoso navegante i}ascêra em Genova
pelos an nos de 1435. D’Avezac, porém, no
seu erudito e importante Canevas chro­
nologique da vida de Colombo (Paris,
1873), adduz argumentos ponderosos e
conclue por demonstrar que o grande
almirante não podia ter nascido senão no
anno de 1416. Na Gaseta de Xoticias (Rio
de Janeiro) de 9 de Julho de 1877 diz-sc
(') Por excepção é aqui incluida esta
data, peta sua importância histórica em
relação ao nosso continente, pois só tra­
tamos dos factos oceorridos do desco­
brimento do Brazil era diante.
que nascera a 10 de Julho (Vide essa data)-
sem designação do anno.
h. 20 de Maio de 1506, dia da As-
cenção, por volta do meio-dia. em um
quarto de estalagem Valladolid.
vice-rei das índias, grande almirante do
oceano, D. Christovão Colombo, esten­
dido em seu leito de dores, assistido por
alguns religiosos franciscano^. cercado
de seus dous filhos e de sete officiaes da sua
casa, rendia a alma a Deus (Roselly de
Lorgues, Christophe Colomb).^ « Em um
abandono que será o eterno opprobrio dos
seus ingratos contemporâneos diz por sua
vez D’Avezac, (obra citada). »
Os seus restos mortaes, que em 1536
haviam sido transportados para S. Do­
mingos, foram tranferidos em 1795 para
a Havana, onde actualmente repousam
(Vide o Vulgarisador n. 10, de 15 de
outubro de 1877).
1727—0 governador da capitania de
S. Paulo Rodrigo Cezar de Menezes,
achando-se nas minas de Cuyabá, sus­
pende 0 ouvidor Antonio Alves Lanhes
Peixoto, por se oppòr este a que fossem
sentenciados á pena ultima alguns escra­
vos e Índios, allegando carência de juris-
dicção para isso (Azevedo- Marques,
Apontamentos). Entretanto, já a 15 de
agosto havia tomado posse do governo
da capitania em S. Paulo o capitão-gene­
ral Antonio da Silva Caldeira Pimentel.
1769—Toma conta do governo da Bahia
oseu quadragésimo sexto capitão general
José da Cunha Grã Athayde e Mello,
conde de Pavolide, que o conservou até o
dia 3 de abril de 1774, em que partiu
para Lisboa, deixando o governo entre­
gue por ordem da côrte ao arcebispo
D, Joaquim Borges de Figueiròa, ao
chancelier Miguel Serrão Diniz c ao coro.
nel d o 2 “ regimento Manuel Xavier Ala,
No tempo do governo do conde de Pa­
volide houve um motim escandaloso
entre os frades de S. Francisco, dos
quaes era provincial frei Manuel da
Epiphania. Pai-a socegal-os foi preciso
 EPIIEMERIDES NACI0NAE3
prender dous d’eiitre elles c confinal-os
para os conventos de S. Bento e de Santa
Thereza.
183Õ—O padre Diogo Antonio Feijó é
eleito bispo de Marianna, nomeação que
não provocara e a que voluntariamente
renunciou em 1838, não tendo solicitado
do papa a competente confirmação. Fòra
eleito um dia antes de tomar posse da
í;
•i regência do império. Acerca d’essa no­
meação 0 Almanak Brcu^ileiro do sr.
dr. Antonio Manuel dos Reis, para o
anuo de 1878, traz na pag, 321 uma de­
claração d'aquelle eminente homem de
Estado, datada de S. Paulo a 10 de julho
de 1838, em que se lô o seguinte topico :
« . . . eu nunca aceitei a nomeação de
Bispo de Marianna, nem a carta de apre­
sentação, que então se me quiz entre­
gar. Deus queira que, se algum escandalo
hei dado por causa de taes discursos e
escriptos [Refere-se ás suas ideas sobre o
celibato do clero), cesse elle com esta
minha iqgenua declaração. »
O sr. dr. Reisn.ida nos diz quanto ao
modo por que obteve esta carta, si era
inédita, ou de onde a transcreveu, si já
anteriormente publicada (Vide a Ephem.
de 9 de novembro de 1813;.
1844—Revolução da provinda das Ala­
goas. O presidente Bernardo de Souza
Franco regressa á capital.
Haviam entrado no dia 5 na capital da
provinda, onde rebentara dias antes um
movimento revolucionário, cerca de 700
homens, que se apoderaram de todo o
armamento que alli existia. O presidente
vê-se obrigado a embarcar no hiate de
guerra Caçador, como já dissemos.
Na presente data, havendo os sedicio­
sos evacuado na vespera a cidade, de­
sembarca 0 presidente e toma posse
d’clla. Chega tropa da Bahia o Pernam­
buco para auxiliar a auctoridade legal.
A 21 lia segundo ataque contra a ci­
dade e 0 presidente teve de novo de
refugiar-se a bordo do referido hiate.
Os revoltosos são entretanto rcpellidos,
depois de seis horas de fogo, pelas forças
do governo.
Chega íinalmcntc a 21, do Rio de Ja­
neiro, 0 brigadeiro Scára com mais de
400 praças de tropa de linha e desem­
barca no dia 25. Prompto a marchar
para o interior, á testa de 700 homens,
teve de revogar essa ordem, porque o
pai-tido de hjra se achava pela terceira
vez cm marcha sobre a cidade.
Esta revolução foi dominada a 4 de no­
vembro [Vido essa data).
1854—Escolhe-se logar em uma das
ilhas de Maricá, Rio de Janeiro, para o
estabelecimento de um lazareto.
1876—Fallece na capital da sua diocese
0 segundo bispo de Cuyabá, D. .José An­
tonio dos Reis, nascido em S. Paulo a 10
de junho de 1708 e na respectiva facul­
dade formado em direito civil em 1832.
Fôra deputado á assembléa geral pela
sua provincia natal na legislatura de
1838 a 1841 e por vezes vice-presidente
da camara electiva.
Fora eleito bispo pela Regencia trina
a 27 de agosto de 1831, quando ainda
cursava a academia de S. Paulo, que foi
um dos primeiros a procurar logo que se
crearam no império as faculdades de di­
reito. Confirmado pelo pontifice Grego­
rio XVI a 2 de julho de 1832, foi sagrado AM
em S. Paulo pelo bispo d’aquella diocese,
D. Manuel Joaquim Gonçalves de An­
drade, a 8 de dezembro daquelle anno; to­
mou posse do seu cargo, por procurador,
a 2 de junho de 1833 e chegou á diocese
a 27 de novembro do mesmo anno.
a Em seu bello caracter, diz o auctor
dos Apontamentos acerca da pro\dncia
de S. Paulo, predominavam notavel­
mente a mansidão e a bondade. Durante
a cruel epidemia de variola, que se ma­
nifestou em Cuyabá pelos annos de 1865
e assolou aquella provincia, o digno pre­
lado não se aífastou do foco pestilento, e,
com sua palavra consoladora e bolsa ca­
ridosa, correu era soccorro dos seus dio
cesanos. »
 EPIIEMEIUDES NAClüNAES
« Emquanto outros bispos se colloca-
vam em antagonismo coin suas ovelhas,
por causada malfadada questão religiosa,
s que desde 1872 se tem agitado no Brazil,
o bis]to D. José Antonio dos Reis con­
servou-se sempre na verdadeira posição
de successor dos ajiostolos, pai do povo
e seu protector constante [Obra citada). »
i I
Depois de um tranquillo e edificante
episcopado de 43annos, 10 mezes e 3 dias,
0 mais longo que tem havido no Brazil,
l' i • ; V : t ’
expirou rodeado do amor e veneração do
seu rebanho, que o pranteou como a um
-' ' i1; .
, 1 verdadeiro pae. O palacio episcopal não
-I ' v ? Oi ■ > • 'i ' à podia conter a onda de povo que se ag-
1 f glomerava para vel-o ao partir para a
j
derradeira viagem. No di i 12 o seu ca­
1
daver. que não poude ser embalsamado,
‘ foi levado com um acompanhamento de
m mais de cinco mil jiessoas e sepultado na
) cathedral, « P^oi n’esse momento que
' i ! vozes se ergueram unisonas exprimindo
1 'íi o pensamento, que será guardado como
i: < : . í í
ii relíquia do illustre morto : — Assim
!;r se póde morrer ! ( Situação, jornal de
Cuyabá). 5)
ouTuuno—12
lãSO—Carta de se smaria passada por
Jeronymo Leitão, loco-tenente do dona­
tário da capitania de S. Vicente, Martim
Aífonso de Souza, concedendo aos indios
Guayanazes seis léguas de terra em qua.
dro n I paragem cliamada Carapicuim,
onde elles haviam fundado a aldeia de
Nossa Senhora dos Pinheiros, e outras
tantas em Uraray., onde haviam igual­
mente fundado outra aldeia sob a invoca­
ção de S. Miguel.
Estes indios eram oriundos de Pirati-
ninga e alli tinham fundado a podido dos
padres jesuitas a villa de S. Paulo ; mas
vendo que iam concorrendo para ella os
portuguezes em grande numero, e oceu-
pando as suas terras, resolveram abando-
nal-a, e foram situar-se nas duas aldeias
acima mencionadas,
« Hoje, acrescenta 0 judicioso auctor
das Datas celebres, de onde é extrahida
litteralmente esta noticia ; hoje já nada
possuem os miseiaveis indios descenden­
tes dos naturaes da terra ; porque injus-
taniente os desapossaram da maior parte
de suas datas, não obstante serem conce­
didas as sesmarias posteriores dos euro­
peus com a expressa condição de não pre­
judicarem aos indios, e nem serem d’elles
as terras, que se davam. »
1021— Diogo de Mendonça Furtado
toma posse do governo gerul do estado
na Bahia, rendendo a D. Luiz de Souza, e
cxerce-o até ser feito prisioneiro dos hol-
landezes. quando, no dia 9 de maio de
102-1, estes invadiram a cidade de S. Sal­
vador, sendo depois remettido preso com
um filho para a Ilollanda. Mathias de
Albuquerque, como seu immediato, ficou
á testa do governo de Pernambuco e na
Bahia lhe succederam como capitães
mores do lleconcavo: 1 °, o ouvidor geral
Antão de Mesquita de Oliveira ; 2°, o
bispo D. Marcos ; 3°, Francisco Nunes
Marinho.
1753— Nasce no Rio de Janeiro José de
Souza de Azevedo Pizarro e Araujo, que
mais tarde se distinguiu como historia­
dor da cidade que lhe deu o bei’ço. (Vide
a Ephemeride de 11 de maio de 1830).
1765 — Assento tomado em junta na
cidade do Rio de Janeiro, estabelecendo
as divisas entre as capitanias de Minas
Geraes e de S. Paulo. Está assighado
pelo vice-rei conde da Cunha, chancelier
da Relação João Alberto de Gastello
Branco, provedor da real fazenda Fran­
cisco Gordovil de Siqueira e Mello, desem­
bargador procurador da coroa Migucj
Ribeiro da Cruz, guarda-m()r das minas
Pedro Dias Paes Leme, capitão-mér re­
gente das minas do Rio Verde Bento Pe­
reira de Sá, padre Antonio Gonçalves de
Carv^alho, coronel Bartholomeu Bueno
da Silva, o secretario de estado Fran­
cisco de Almeida Figueiredo e o,desem­
bargador Domingos Nunes Vieira, que
fòra procurador da coroa o fazenda.
 Está este assento exarado no livro de
termos de demarcação de limites das ca­
pitanias, qne existe no Archivo Publico
do Rio de Janeiro.
1708 — Nasce em Lisboa I). Pedro Ii
Imperador do Brazil.
Na idade de 0 anoos acompanhou sua
familia. a familia real portugueza, na
sua transplantação para as terras colo-
niaes desta parte da America, que a
presença e demora da corte deviam pre­
parar mais depressa para gosar da liber­
dade e viver por si mesma, sem a tu-
tella secular da metropole, a esse tempo
invadida por tropas do primeiro capitão
do século.
Desde 8 de março de 1808. em que o
Rio de Janeiro se tornou de facto capi­
tal e se'de da monarchia, até 7 de abril
de 1831, em que D. Pedro, havia 9 annos
Imperador do Brazil, abdicou a coroa,
viveu este principe entre nós,
Não entraremos no historico de todas
as phases da sua vida ; porque isso nos
obrigaria a grandes desenvolvimentos,
em desaccordo com a indole do presente
escripto. O leitor terá um flel resumo da
sua vida, tão accidentada, varonil e cheia,
e dos grandes acontecimentos que sobre-
doiram as primeiras paginas da nossa
existência como nação independente, no
artigo que lhe consagra o Sr. Dr. J. M.
de Macedo no seu Anno biograxihico,
vol. 3.% sob a presente data.
1). Pedro I, depois de ter legado a seu
filho a coròa do império que creára e de
ter posto na cabeça de sua filha D. Ma­
ria II a de Portugal, que lhe tocára por
herançi, falleceu a 21 de setembro de
1834 pelas 2 1/2 horas da tardenopaço de
Queluz, cm Lisboa, sem ter completado
3G annos de idade, tendo todavia desem­
penhado 0 papel importantíssimo que lhe
assignára a providencia nos destinos de
dous povos, havendo assim preenchido a
sua missão providencial na historia.
1808—-Creação do Banco Nacional, or­
denada por carta regia d’esta data,
referendada
Portugal.
O seu fundo era de, pelo menos, tres
milhões de cruzados ou 1,200 acções de
um conto de re'is: o prazo da sua dura­
ção era de 20 annos. Por sua intervenção
faziarn-se as vendas dos generös priva­
tivos dos contractos e administrações da
real fazenda, como diamantes, pau-
brazil, marfim e urzella, vencendo sobre
0 seu produeto liquido a commissão de
dois por cento.
Logo que o banco começasse as suas
operações ficaria extincto o cofre do (I
deposito existente na cidade do Rio de
Janeiro a cargo da camar.i municipal.
N’elle se deveria fazer o deposito judicial
e extra-judicial de prata, ouro, joias e
dinheiro. « Si este banco, diz o visconde
de Cayrú ;citado por Fluviano nas suas
Ephcmenidesj, for bem administrado
como em Inglaterra, equivalerá a ric is
minas e será o Potosi de innumoras ri­
quezas.»
« A formula condicional da phrase do
illustre economista brazileiro resolveu-se
infelizmente pela negativa. » acrescenta
este illustrado escriptor (Vide a Ephe-
meride de outubro 20 de 1812),
1813—Abre-se na cidade do Rio de Ja­
neiro 0 actual theatre S. Pedro de Alcan­
tara, a este tempo denominalo Real
theatro da S. João, e dá se n’elle a pri­
meira representação para festejar o anni-
versario do principe D. Pedro, dcjjois
1° im])erador (Vide a Ephemeridc de 2ã
de março de 1824).
18->2—Depois de ter, nas margens do
Ypiranga, insignificante riacho da pro-
vincia de S. Paulo, proclamado a 7 dc
setembro a nossa independência, o prin­
cipe D. Pedro volta ao Rio de Janeiro a
15 d’esse mez da sua viagem áquella
provinciae é na presente data, a’lniver-
sario do seu nascimento, acclamado Im­
perador Constitucional do Brazil em pre­
sença de um immense concurso de povo,
da tropa, da còrtc e das auctoridades
 192 EPIIEMERIDES \ACIONAES
publicas reunidas no carnpo de Santa
Anna, hoje praça da Acclamação (Vide a
E'phcmcride de 1 de dezembro'.
—M’essc dia, que era, como jáse disse,
o anniversario do 1 ° imperador, de quern
José da Silva Lisboa, visconde de Cayri'i,
cj'a particular amigo, assigna esse notá­
vel publicista nacional a dedicatória da
sua obra—Causa do Brazil no juizo dos
;
W f
governos e estadistas da Europa—, pu­
0 1
blicada no mesmo anno na Imprensa
Nacional.
1S25—Combate de Sarandy [Campa­
nha da Cisplatina).
Bento Manuel Ribeiro, tendo apenas
sob suas ordens mil homens mal monta-
!. it
<lo.s. ousa atacar as forças de D. João
Antbnio Lavalleja, que sobem ao dobro
das suas. Envolvido polo numero. Bento
Manuel vô-se obrigado a debandar, dei­
xando 0 campo da acção e 200 prisionei­
ros em poder do inimigo.
Depois de 11: annos de assignaladas
f victorias, foi esta a primeira derrota
que soíTremos n’esta campanl^a, o que
sobre modo ensubcrbeceu o governo de
Buenos-Ayres.
-^Numerosa nomeação de titulares,
concedida por D. Pedro I por oceasião
do seu anniversario.
1S26 — E’ eleito bispo da diocese de
S. Paulo D. Manuel Joaquim Gonçalves
de Andrade (Vide a Eph.emeride de 2G
de maio de 1S17).
1832—Fallece o senador pela província
da Paraliyba Estevão José Carneiro da
Cunha, escolhido pelo primeiro impera­
dor a 22 de janeiro de 182G e não a 29
de abril, como dá o mappa publicado pela
revista do Instituto Ilistorico. e que to­
mara assento no .senado a 21 de junho do
dito anno.
1835—A assembléa ger.il legislativa^
tendo examinado e apurado a votação
constante das respectivas actas, proclama
regente unico do Império, pelo Acto Ad-
dicional, ao cidadão padre Diogo Antonio
Feij(), que presta juramento o assume a
administração política do Brazil em nome
do Imperador menor.
« A sua regcncia, que era como a au­
rora esperançosa da democracia, acha-so
logo travada de mil obstáculos'e even­
tualidades, que desconcertam todos os
cálculos do politico e neutralisam suas
boas intenções [Barão Homem dc Mello,
citado por Flueiano). 5>
Uma das mais graves d'essas eventua­
lidades foi a guerra civil do Rio Grande
do Sul, começada a 20 de setembro nas
im mediações de Porto-Aleg'-e.
1863—Fallece em Pari.z, na idade de 70
annos, o ex-ministro plenipotenciário Luiz
Moutinho de Lima Alvares e Silva.
18G1:—Penetram no território do Estado
Oiãental do Uruguay as primeiras tropas
brazileiras [Campanha do Vrurjuay).
L87-Í—Abre-se ao trafego até ás Lavri-
nhas a 2“^ secção da estrada de ferro
1). Pedro II, na provincia do S. Paulo.
O UTUBRO — 13
1591—Reunem-se de novo os ofíiciaes
da c,miara da villa de S. Paulo para
requererem ao capitão-mór Jeronymo
Leitão, loco-tenente do donatario, que
fizesse guerra aos indios, protestando
accusal-o perante o governador geral se
não a fizesse logo, visto como muito
estava a capitania soífrendo com as con­
tinuas invasões e depredações dos ca­
rijós, iupinás e tupininqiiins. Já antes,
em abril e julho do anno anterior, tinham
os camaristas e povo feito iguaes queixas
e requisições.
1G33—Sesmaria de terras em Maricá
dadas aos monges de S. Bento do Ri°
de Janeiro pelo governador da capitania
Rodrigo de Miranda Henriques, que. por
fallecimento de Martim de Sá. fòra pro­
vido intcrinamerite n’esse cargo pelo
governador geral do estado Diogo Luiz
de Oliveira,
1711—Deixa as aguas da bahia do Rio
de Janeiro a esquadra de Duguay-Trouia
 BPHEMERIDES NACIONAES
c parte para a França, orgulhosa pelo
íeito que a inércia e cobarclia do gover­
nador Francisco de Castro de Moraes
lhe permittiram praticasse (Vide as
Ephemerides de 12 e 14 de setembro).
1^19 — Depois de breve enfermidade
fallece na Bahia o 38° governador geral
do estado D. Sancho de Faro c Souza,
2° conde de Vimieiro, que tornara posse
do governo em. 21 de agosto do anno
anterior, succedendo ao marquez de An-
geja, que governava desde 13 de junho
de 1714.
O conde de Vimieiro foi sepultado na
capella-mor da igreja da Pied ide.
1751—Regimento dado á Relação do Rio
de Janeiro.
Carta de ordem encommendando
para Lisboa toda a obra de mármore
precisa para a igreja da Cruz dos Mili­
tares do Rio de Janeiro, segundo os
riscos do brigadeiro José Custodio de Sá
e Faria, o que denota que foi este briga­
deiro, e não o famoso mestre A'alentim,
0 aiictor dos desenhos e plano da dita
igreja.
« Hoje, diz 0 barão de Santo Angelo,
já não ha aqui engenheiros que desenhem
uma igreja como a da Cruz, o que bem
prova a nova igreja da freguezia da
Gloria, e suas tristes vicissitudes, assim
como a de Nictheroy.»
1817—0 povo de S, Luiz, o mais rico
dos sete povos das Missões do Paraguay
(piovincia do Rio Grande do Sul), é
elevado á categoria de vjHa sob o titulo
de villa de S. Iaüz da Leal Bragança,
desmembrada da villa do Rio Pardo.
OUTUBRO 14
1711—Pedro de Vasconcellos e Souza,
3° conde de Castello Melhor, toma posse
na Bahia do governo geral do estado do
Brazil, como successor de D. Lourenço
d’Almada.
Foi 0 trigésimo sexto na ordem chro-
nologica e conserva o cargo até 13 de
junho de 1714, em que o rende o marquez
de Angej i, D. Pedro Antonio de Noronha,
como já tivemos oceasião de dizer.
D. Lourenço ia presidir á Junta do
commercio em Lisboa.
Durante o governo de Pedro de Vas­
concellos houve um levante na cidade
da Bahia por causa do auginento do
preço do sal.
N’este mesmo anno de 1711 o gover­
nador de Minas-Geraes, Antonio de Al­
buquerque Coelho de Carvalho, antes de
partir da capitania em auxilio da cidade
do Rio de Janeiro atacada pelos fran-
cezes, fez mudar o arraial de Ouro Preto
para o sitio onde existe hoje a cidade
d’esse nome, quatro léguas distante do
primeiro assento, e dá-lhe o titulo de
Villa Rica a 8 de junho, segundo Abreu
e Lima, ou a 18, segundo Milliet de Saint
Adolphe.
1719—Assumem o governo geral do
estado o arcebispo D. Sebastião Monteiro
da Vide, o mestre de campo mais antigo
João do Araujo Azevedo e o ouvidor
geral do crime Caetano de Brito de Fi­ í, •:i
gueiredo, que substituem por via de
successão o conde de Vimieiro, fullecido
na vespera.
Este governo interino durou até 23 de
novembro de 1720 ( Vide esta data), em
que toma conta da administração o
4° vice-rei D. Vasco Fernandes Cesar de
Menezes, depois conde de Sabugosa. L*Í
1744 — Provisão regi.i marcando tres
léguas de comprimento e uma de largura
para cada sesmaria de terra que se con­
ceder na capitania do Piauhy.
1775—Bando mandado apregoar pelo ».
capitão general de S. ' Paulo Martim
Lopes I.obo de Saldanha, prohibindo sob
pena de rigorosa multa o uso de fornece­
rem velas de c6ra a todos os que acom­
panhavam os enterros, permittindo sé-
mente que as dessem aos ccclesiasticos
‘>
1O
 lÜi EPIffiMKHIDES NAOIONAES
que o/Iiciassem (Secretaria do governo
do S. Paulo, livi'o de registro de bandos,
citado pelo Sr. Azevedo Marques).
1801—D. Fernando José de Portugal,
posteriormente conde e marquez de
Aguiar e ministro do reino, G* vice-rei do
:H . ’ . I estado no Rio de Janeiro, succede ao conde
de Rezende neste ultimo cargo.
Fora o quinquagésimo capitão general
da Bahia (Vide a epherneride de 18 de
abril de 1788).
Exacto no cumprimento dos deveres
dos cargos que desempenhou, soube
grangear a estima dos seus subordin idos
por suas maneiras aflaveis e outras boas
qualidades de que era dotado, ao envez
do seu antecessor, que mereceu a exe­
cração publica (Vide a Ephemerid.o de
24. de janeiro de 1817, quanto ao marquez
de Aguiar).
1844—Fallece no Rio de Janeiro o se­
nador pela provinda de Pernambuco
Manuel Caetano de Almeida e Albu
querque, escolhido por carta imperial de
28 de junho de 1828 e tomára posse da
ir sua cadeira no senado a 4 de julho.
Foi sepultado no dia seguinte ao do
fallecimento no mosteiro de S. Bento.
1851—A republica do Paraguay a Ihere
á alliança americana celebrad i entre o
império, a republica Oriental do Uruguay
e os estados de Corrientes e Entre Rios.
OUTt/BRO— 13
' I '
^' ;I ' 1566—Tornam os francezes. ajudados
i;
■
^ Í ' ! M
Ij» r.*. 1 *,■ ' j ' pelos Tamoyos, a acommetter as forças
"■ "^:l ■ ’ J'
da vanguarda de Estado de Sá, e são
de novo repellidos.
■M':" ' i/ii',: .:• Estes ataques, que 'ram quasi sempre
morti eros, reproduziram se por todo este
r SJÍ' Í,’ ii' !■ anno, podendo apenas os p' rtuguezes,
durante esse tempo, manter-se nas suas
f ;■: ■'!' fortificações, ainda que cmn grande per.
da e escarmento dos contrários, que sof-
f ' p ■■■' freram muitas derrotas não só em terra
W tfr '' como no mar.
liaiv • O logar do acampamento de Estado
de Sá ficava, como se sabe, entre o Pão
de Assucar e a fortaleza de S. João e se
denomina a Villa velha.
Auvertido na Bahia o governador geral
Mem (le sá pelo padre José de Anchieta
da embaraçosa posição de seu sobrinlio,
o capitão-mór do Rio de Janeiro Estacio
de Sá, e da necessidade de prompto soc-
corro, preparou uma expedição com que
partiu em novembro da Bahia, composta
de suííiciente numero de embarcações
com muitas provisões de bocea e muita
gente voluntária. Passando pelo Espirito
Santo trouxe d’alli 200 inrlios atii-adores
do flechas, commandados pelo celebre
Ararigboia, que depois de convertido re­
cebeu 0 nome de Martim AíTcnso de
Souza.
Em remuneração de seus serviços teve
Ararigboia a ' mercê de cavalleiro da
ordem dc Christo e o posto de capitão-mór
da aldeia (S. Lourenço)que fundara com
Índios da sua tribu em Nictheroy.
Acabou porém desastrad imente, afo­
gado perto da ilha de Mocanguê.
A 18 de janeiro do armo seguinte chega
á barra da bahia (do Rio de Janeito) a
frota do governador geral e no di i 20 ata­
ca este as fortificações do inimigo (Vide
a Epherneride de 20 de j meiro de 1567).
1610— Fallece ein Portugal o terceiro
donatário da capitania de S. Vicente
Lopo deSouza.e succede-lhe na doação sua
irmã D. Marianna de Souza da Guerra,
condessa de Vin.ieiro, a qual, por escrip-
tura de transacção e amigavel compo­
sição com Lopo de Souza, filho natural
(faquelle, comprou o direito que este
podia ter ás cem léguas da donataria. A
escriptura foi lavrada em Lisboa a 7 de
março do anno seguinte, e a cessão foi
confirmada por carta regia de 22 de ou­
tubro de 1621.
1697—Parte para Santos o governador
do Rio de Janeiro Arthur de sá e Me­
nezes, com o fim dc ir pessoalrneute exa­
minar as minas de S. Paulo, segundo as
ordens que trouxera da curte de Lisboa,
 e p h e m e k id e s n a c io n a e s
195

I'ica substituindo-o no governo da capi­

tania 0 mestre de campo Martini Corrêa
Vasques, designado para esse fim pola
C. R. de 21 dc dezembro do anno an­
terior.
Arthur de Sá e Menezes foi o primeiro
delegado do governo da metropole que
teve a patente de capitão general, porque
os seus antecessores tinham adminis-
trado^ esta capitania com patentes de
capitães-mores governadores.
E' transferido pai‘a o bispado de
Marianna D. frei Manuel da Cruz, 1» bispo
que foru do Maranlião (Vide as Ephc-
merides de 3 de Janeiro de 1761 e de 15
de dezembro de 1715).
Nasce em Santos o conselheiro
Jose Ricardo da Costa Aguiar de.Indrada
tcaubriand e Lamartine, aprendendo
antes as linguas orientaes, que chegou a
fallar familiarmente [Selecta Brasiliense.
Rio de Janeiro, 1868). »
Depois da sua peregrinação scientifica
pelo velho mundo, voltara á patria para
collegir os seus apontamentos, quando a
morte o colheu. Os seus restos mortaes
repousam na capella de Jerusale'm, sita
na rua dos Barbonos, hoje denominada
de Evaristoda Veiga, no Rio de Janeiro,
onde os acolheram os religiosos do Santo
•Sepulchre, para quem. diz José Marcelli-
n o -« fo i um dever doloroso, quasi uma
missão providencial, por se acharem no
Império a tempo desandarem pela ultima
vez 0 peregrino que os fora visitar tão
1- . _ . _____ v n i /I

digno sobrinho de Jose' Bonifacio. Falle- longe. Elles foram. como os Gregos
ceu este illustre varão na cidade do Rio acompanhando o corpo de Byron ou como
de Janeiro em 1816 (Vide a Ephem. de os Polacos espargindo a terra da Polonia
p de junho d’esse anno), na idade de sobie os 1 estos de Delavigne, murmurar
5S annos, quando tratava de rev'er e pòr su.is saudades de gratidão sobre o coiqio
em ordem os seus manuscriptos, as pre­ do viajante da Terra Santa».
ciosas notas de viagem e os trabalhos Lm cpie maos param os curiosos ma­
linguísticos, inclusive uma gramatica nuscriptos deste nosso douto compa­
turca c arabe,qm compuzera. triota l Qual é 0 egoísta ou a alma tão
Formara-se em direito na universidade desprendida das cousis terrenas e, o qug I-,
de Coimbra a 9 de Julho de 1810, tendo mais é, da patria, que não dá aceordo de
militado com distineção no corpo de vo­ si, divulgando-os ?
luntários acadêmicos d’aquella cidade. 1851—0 chefe de divisão Pedro Ferrei­
Serviu o cargo de juiz de fóra na ca­ ra de Oliveira é nomeado commandant^
pital do Fará, o de ouvidor geral de Ma­ chefe da divisão naval brazileira no Rio
rajó e 0 de desembargador na Bahia. Es­ da Prata.
creveu uns Annaes da provinda do Fará. 1861—Effectua-se na capella imperial
dizem José Marccllino Pereira de Vas- do Rio de Janeiro o casamento da Sra.
concellos na sua Selecta Brasiliense e o D. Izabel, princeza imperial, com o Sr.
Almanack da prodncia de B. FaiUo conde d’Eu, Gaston d’Orleans, filho do
para 1873. duque dc Nemours e da fallecida duqueza
cc Deputado as Cortes constituintes de Victoria Augusta Saxe Coburgo
Lisboa em 1821, mostrou denodado ci­ Gotha.
vismo deixando de assignar a consti­ 1873—Decreto approvando o regula­
tuição poitugiieza. Deputado em 1826, e mento para o Instituto dos surdos-mu­
ministro do Supremo Tribunal de Justiça dos, estabelecido na capit 1 do Império.
em 1828. Conhecia as linguas e diálectos' 1875 Nasce na cidade de I’ciropolis
europeus; percorreu quasi toda a Eu­ D. Pedro de Alcantai’a, princijie do Grão“
ropa, e em 1842 visitou os Santos Lu­ 'Mrá. fillio da princeza imperial D. Izabel
gares com a uneção religiosa de Cha- I e do Sr. conde d’Eu,
U Hf ' ■
I, frifi.i
I í-í ' ,i '
106 fiPIIEMERlDBS NACIONAES
F i '- U 'r , '
lifcííí'
HU,.',;?. OUTUBRO — 16
il" I' 1609—Alvará de Felippe III prohibindo
a creação de novos conventos no Brazil,
por ser necessário cuidar de desenvolver
!5 ' f ' em beneficio do sustento do presidio e
e augraentar a sua população {Collecção
,, I
de leis do reino, anno de 1609\ Essa
prohibição foi renovada pela carta regia
((18 de dezembro de 1633, que todavia,
assim como o alvará, não prevaleceu.
1630—A estancia do Rio Doce, com-
mandada pelo capitão Simão de Figuei­
V!
redos é atacada de sorpreza por qua­
trocentos soldados hollandezes de infan­
taria, que haviam salãdo pela madrugada
da villa de Olinda, precedidos de quatorze
batedores a cavallo. Figueiredo porém,
que estav i alerta, offerece tal resistência
que o inimigo se retira, tendo perdido
muita gente e sendo acossado pelos
nossos até perto da villa.
— O clero da cidade do Rio de Janeiro
elege vigário geral provisor a Pedro
Homem Albernaz para substituir o dr.
frei Maximo Pereira, que administrava
V' a prelazia e que se retira para o reino.
t I
Pedro Albernaz entrára no exercicio do
seu cargo de provisor a 23 de janeiro do
mesmo anno de 1630.
Mais tarde esta prelatura foi por Fe­
lippe IV provida no dr. Lourenço de
Mendonça, e, quando se viu forçado pelos
i-
maus tratos de que foi victima a re-
tir ir-se para Portugal, nomeou este pre­
lado a Pedro Homem de Albernaz para
reger a prel izia, nomeação que foi con­
firm ida por provisão regia de 2 de se­
tembro de 1639.
«A este prelado, diz monsenhor Pizarro
nas suas Memórias históricas, se imputou
grande parte na desordem dos jesuitas
com a camara d’esta cidade, excommun-
gando a todos que tivessem concorrido
para a expulsão d’elles, e entrando no co­
nhecimento da liberdade dos indios, etc.»
Mais tarde desonerou-se Albernaz do
seu cargo e professou na companhia de
Jesus, entregando o governo prelaticio
ad interim ao padre licenciado José
Coelho, tomando o nomeado parte, como
tal, no assento da camoma a 6 de julho
de 1643, em que se tratou do modo e
ordem de se pagar o dinheiro da vintena
fortificações da cidade.
Finalmente, em logar de Lourenço de
Mendonça, foi provido effectivamcntc
n’este cargo o padre bacharel Antonio
de Marins Loureiro, nomeado a 8 de
outubro de 1613, e que d’elle tomou posse
a 8 de junho do anno seguinte.
1615—Combate das Salinas em Santo
Amaro {Guerra hollandeza).
E’ narrado pelo Sr. José de Vascon-
cellos do modo seguinte nas suas Datas
celebres-.
« Tendo no dia anterior fugido do
Recife dois pretos que se foram apre­
sentar aos chefes dos independentes no
quartel da Varzea, disseram que os liol-
landezes sahiam quando viesse a noite
com tropa e gastadores, para irem ás
Salinas prover-se de lenha e ao mesmo
tempo levantar alli uma fortificação para
melhor guardar aquelle logar, de que
agora estavam precisando.
« Tomada a denuncia na devida consi­
deração, mandaram os nossos chefes
chamar os capitães Antonio Gonçalves
Tição, Borges Uchoa, Domingos Fa­
gundes, Fi’ancisco Ramos, João Soares
de Albuquerque, João Barbosa, Paulo
Velloso e Paulo da Cunha, e, communi-
cando-lhes o plano do inimigo, lhes en­
carregaram a empi’eza de o fruátrar.
« Executando estes capitães a ordem
que receberam, marcharam sem perda
de tempo para o logar indicado, e, si­
tuando durante a noite duas emboscadas
em logar apropriado, esperaram o dia e
com elle a chegada do inimigo.
« Amanheceu este, com effeito, formado
já no largo da casa d ' Francisco do Rego*
edificio que hoje não se sabe onde ficava,
tendo perto dc si avultado numero de
negros.
 EPIIEMERIDES NACIONAES

a Seis batedores seus, apenas o dia no dia 23 de junho do mesmo anno

clareou mais, partiram a cavallo para (Vide a Ephemeride de7 de abril de 1766).
o lado da carreira dos Masombos ; Arrom­ 1799—Toma posse do governo interino
bados), afim de explorar o campo. da capitania do Piauhy o coronel Fran­
« Não perderam os nossos a occasião: cisco Diogo de Moraes, e exerce-o até
deram sobre os seis cavalleiros, porém 19 de fevereiro de 1303, em que foi preso,
S ( 5 dois cahiram mortos, podendo escapar diz 0 visconde de Porto Seguro, por se
os outros quatro, que foram participar haver recusado a dar posse ao seu suc­
0 succedido. cessor D. João de Amorim Pereira, cujo
governo data d’esse dia. Já em 1796 havia
«Informado da posição de nossa gente,
D. João de Amorim governado a capita­
dividiu 0 commandante liollandez a sua
força em duas hostes, e mandou atacar nia.
1829—Chega ao Rio de Janeiro a joven
os nossos por dois pontos difTerentes ;
rainha de Portugal D. Maria II, em com­
mas avançando sem cautella cahiu nas
panhia de sua futura madrasta a princeza
emboscadas, que lhes fizeram conside­
da Baviera D. Amelia de Leuchtenberg,
rável dam no.
desposada de D. Pedro I, cujas núpcias se
« Entretanto travou-se um ren' ido
celebraram no dia seguinte cora toda a
combate, que durou algumas horas, ter­
pompa e esplendor.
minando a ferro frio, e ganhando os
1874—Chega á cidade de S. Paulo o
nossos uma disputada Victoria.
Sr. conde d’Eu e visita diversos estabe­
« Vinte e très mortos deixou no campo lecimentos públicos em companhia das
0 inimigo, e trinta e dois escravos pri­ principaes auctovidades da provincia.
sioneiros, assim como muitas armas, A 18 vi'^itou Sua Alteza a cidade do
munições e instruníentos de trabalho.» Itü, a 19 Sorocaba, a 20 Ypanema, a
1743—Parte da cidade de S. Salvador 23 Jundiahy e Campinas, a 23 Mogy-
da Bahia uma expedição militar, tirada mirim. A 30 assistiu na capital ao baile
de todos os corpos da guarnição, enviada que lhe oíTereceram no palacete do Sr*
pelo vice-rei André de Mello e Castro, barão de Souza Queiroz diversas pessoas
conde das Galvèas, para a praça da gradas de ambos os partidos politicos da
Colonia do Sacramento. I I
provincia.
1763—D. Antonio Alvares da Cunha,
conde da Cunha, toma posse do governo OUTUBUO — 17
interino da capitania de S. Paulo e Minas
Geraes, unida á do Rio de Janeiro. Re­ 1(353—Provisão especificando os casos
conhecendo porém, por experiencia pro­ que tprnam legitimo o captiveiro dos
pria, o estado de miséria a que estava indigcnas.
reduzida uma capitania tão rica, como 1659-0 capitão mér do Rio de Janeiro
fóra em outros tempos a de S. Paulo, e governador da repartição do Sul, Sal­
por falta de um governo proprio e mais vador Corrêa de Sá e Bcnevides, succede
immediato.representou para a corte n’este, a Thomé Corrêa de Alvarenga.
sentido. Attendendo ás suas tão justas Foi d’esta vez o vigésimo sétimo e
ponderações mandou el-rei D. José 1. por governou um anno pouco mais ou menos*
aviso de 4 do fevereiro de 1765, repor partindo em dias de outubro de 1660
na antiga categoria aquella capitania, para S. Vicente a inspeccionar as minas
nomeando para regel-a ao morgado de que estavam a seu cargo, deixando no­
Matheiis, D. Luiz Antonio de Souza Bo­ vamente no governo da capitania ao
telho Mourão, 0 qual chegou a Santos mesmo Thomé Corrêa de Alvarenga, que
 19S EPHE.VIERTDES NACÍONAES
loi poucos dias depois deposto polo povo^
que se amotinou e lhe negou obediência,
escolhendo, de connivencia com o senado
da camara, a Agostinho Rarbalho Be­
zerra, a quem o povo obiãgou pela força
kH'M e sob pena de morte a exercer o cargo,
hll :i' ! :■ -
No correr deste anno de 1659 toma
posse da prelatura do Rio de Janeiro o
dr. Manuel de Souza o Almada, por fal-
H' iI 4
lecimento de Antonio do Marins Lou­
reiro.
Perseguido, como todos os seus ante­
cessores, voltou para Portugal em 1669,
nomeando para occupai- o seu log ir ao
dr. Francisco da Silveira Dias.
—Toma posse do governo da ca­
pitania de Goyaz o capitão general Luiz
da Cunha do Menezes, que a governa até
27 de junho de 1783, sendo então rendido
por Tristao da Cunha Menezes.
Durante a administração de Luiz da
V] Ounha fundaram-se n’aqueîla capitania
varias aldeias com os indios Cayapós,
Javaés e Carajos, até então inimigos.
'A .i Creou este governador companhias de
milícias de homens pardos e pretos, de­
nominados Henrirjue-i, em memória do
heroico Henrique Dias, na capital, em
Crixaz, 1 ilar e Frahiras; fez muitas obras
V public ts e cuidou com desvelo do asseio
e melhoramento da capital da capitania.
1801—Dá-se 0 primeiro combate contra
j Ir ’' . v os hespanhdes, na guerra publicada este
anuo. légua e meia do Passo da perdi:;
no Rio Grande do Sul, e é ganha pelos
ii'ii nossos. Deve-se esse triumjdio principal­
mente ao commandante das forças bra-
zileii as, 0 capitao de milicias Antonio
Rodrigues Barbosa, e ao alferes de ca-
Í ' ;: «' ! : ,
vallaria llyppolito do Couto Brandão.
6'ji'-4,il ^ estas palavras de tão competente juiz?
1S09 — D. José Thomaz de Menezes,
li> r - quadragésimo sexto governador e capitão
yfi'd i;í-
general do IMaranlião, toma posse do
T|i :■ ', '
seu cargo. Succédé a D. Francisco de
lí;.
il' ' Mello Manuel da Camara. Substitue-o
como governador interino o bisno dioco-
jíu-U.'
sano D. Luiz de Brito Homem, de 21 de
maio a 2S de agosto de 1811 [Vide essa
data).
1829—Celebra-se no Rio de Janeiro o
casamento do 1" Imperador com D. Ame­
lia de Leuchtenberg, e para perpetuar
esse acontecimento é creada a ordem
honorifica da Rosa.
1836—Toma assento no senado, como
representante da província de Minas-
Geraes, M muel Ignacio de Mello e Souza,
depois barão de Piintal, escolhido pelo
regente Feijó (Vide a ephent. de 20 de
maio de 18.59).
1869—Fallece no Rio de Janeiro o se­
nador Theophilo Benedicto Ottoni, um
dos cidadãos que gosou de mais popula­
ridade n’este paiz.
O illustre tri!)uno nascera na cidade
do Serro, provincia de Minas Geraes, a
27 de novembro de 1807. Fôra escolhido
senador pela sua provincia a 9 de janeiro
de 1861 e tomára assento no dia 18.
O sr. dr. J. M. de IMacedo dá no seu
Anno IHor/raphico uma importante e
minuciosa noticia da sua vida. qué sen­
timos, pela natureza d'estas paginíis, não
poder reproduzir integralmente aqui.
O Globo de 17 de outubro de 1877, com-
memorando o oitavo anniversario do
passamento do notável patriota mineiro,
escreve:
« memória do illustre democrata
ainda é justamente venerada pelos seus
compatriotas, que n’elle viram sempre
um ardente propugnador das liberdades
publicas e um esforçado lidador, que sé
descançou das lides politic.is quando
desceu ao tumulo. O esquecimento da
historia não envolveu o seu nome.»
, O que poderiamos nós accrescentar a
OUTUBRO- 18
1511 — O celebre aventureiro Alvaro
Nunes Cabeça de Vaca parte de Santa
Catharina, em viagem por terra, para
Assumpção no Paraguay.
 EPHEMERIDES NACIONAES
Tendo sabido de Ilespanlia no« fins do
anno anterior, pai’a fazer explorações
por ordem do imperador Carlos V, che­
gara as costas do Brazil em principies
d este. e tomára posse do paiz para a
corõa de t’astella desde 25 graus de lati­
tude sul para baixo. Depois de alguns
mezes de demora, que empregara cm
ol)ter noticias acerca do Rio da Prata e
informações para a viagem que projectára
empreliender por terra, afim de conhecer
0 paiz, mandou q m seguissem os seus
navios para aquelle rio, e tomando com-
sigo duzentos be'stciros e arcabuzeiros e
fazendo-se acompanh ir pelo numero de
Índios precisos e guias conhecedores do
terreno, partiu para o sui destino, e alU
chegou com efifeito, depois de haver ven­
cido innumeras diíTiculdades [Datas ce­
lebres),
1570 — Morre no collegio da Compa­
nhia de .lesus no Rio de Janeiro, o fa­
moso jesuita Manuel da Nobrega, tendo
completado exactamente n’esse dia, se­
gundo 0 fidedigno testemunho de Simão
de i\"asconcellos, chronista da Ordem «
53 an nos de idade e 28 de religioso.
Viera para o Brazil com o piãmeiro g o ­
vernador geral Thomé de Souza, em 1519,
na pi'imeira leva de missionários man­
dados a estas plagas para catechisar e
conduzir á civilisação os seus naturaes.
Nobrega foi o jirimeiro provincial que
teve a companhia no Nqvo Mundo.
mesma expedição vieram os padres Leo­
nardo Nunes, João de Aspilcueta (Na­
varro) e Antonio Pires e os leigos Diogo
Jacome e Vicente Rodrigues.
Nobrega, Anchiet i e Manuel de Paiva
são os tres grandes heroes da catechese
no Brazil e em particular na capitania de
S. Paulo.
Bacharel em direito canonico pola uni­
versidade de Coimbra, tendo frequentado
antes a de Salamanca, entrara Nobrega
para o instituto de Loyola aos 25 annos
exactos de idade. Desejoso de prestar
serviços á religião e á sua ordem partiu
1ÍH)
para o Brazil a 1 de fevereiro de 1549 e
a[)ortou á Bahia a 29 de março, como elle
mesmo refere em uma das suas cartas.
Desde esse dia até ao momento de expirar
foi a sua vida uma cadeiacontinua de dedi­
cação á causa que abraçara, amostrando
perigos de todo o genero, a natural bru­
teza do indigena.a voracidade das fer is,o
longo e áspero dos caminhos, o imper>e-
travel das mattas seculares, a corrente le"
merosados rios, a fnme, a sêde, o frio ás­ Tí
pero,ocalor desacostumado,os naufrágios, >tl
tudo 0 que a imaginação pode ideiar de
soífrimento e de quasi sobrelr mano, para
cumprir a sua grandiosa missão, Chris­
tian izar os indigena.s e cham d-os á civi­
lisação e ao congraçamento com os euro­
peus. P’ora-nos mister, p ira renovar a
narração de todos oe passos cia sua vida,
maior espaço do que o de que dispomos.
O leitor interessado e curioso a achará
limpamente traç ida pelo coronel Ignacio ‘f . n
Accioli no tomo septimo da revista tri- 1 ^ s,
mensal do Instituto llistorico, si não pre­
ferir lèl-a iutretecida, emaranhada nas
rebuscadas maravilhas e sobrenaturali-
dades do pio chronista da companhia de
Jesus, Simão de VasconcelloS, que teve
para escrevel-a apontamentos fornecidos
pelo venerável José*de Anchieta.
1623—Oi dem regia determinando que
todos os que forem ao sertão buscar
Índios paguem o quinto, pondo nas
aldeias de S. M. a quinta parte d’elles
[Collecção de leis ão Reino,Vinno de 1623).
1629— 0 capitão-mér do Pará, Luiz
Aranha de Vasconccllos, nomeado por
patente regia para substituir a Manuel
de Souza d’Eç.a, toma posse do .seu cargo.
Foi 0 nono na ordem chronologica e
administrou esta capitania até 29 de
maio do anno seguinte, em que entra a
governal-a Jacome Raymundo de No­
ronha.
1630— Nomeação de Pedro Homem de
Albernaz para prelado do Rio de Janeiro,
feiia pelo clero d’essa cidade (Datas Ce­
lebres),
■ú
 n

200 EPHEMERIDES NACIONAES

Ila uma deplorável confusão de datas Ficou desde então o bispado, pela sua de­
nos auctoi’es que temos á mão a respeito sistência, sendo regido por vigário capi­
dos primeiros administradores ecclesias- tular, 0 conego Antonio Tavares Corrêa

tiph
■
‘
ticos do Rio de Janeiro, que não terá da Silva, nomeado a 24 de novembro de
escapado ao leitor e que não ousamos 1831 pelo arcebispo da Bahia.

M
deslindar (Vide a ephemeride de 16). —É apresentado bispo de Olinda D. João
1645—Chega á Parahyba a noticia da da Purificação Marques Perdigão, natu­
horrível carnificina das margens do Po- ral da cidade de Vianna do Minho, em
tengy, levada pelas viuvas e filhas dos Portugal. Fora conego regrante de Santo
alli massacrados por Jacob Listry e seus Agostinho e era monsenhor da capella
M U ';. ti Índios no dia 1°, imperial do Rio de Janeiro, quando foi
O governador hollandez mandara reunir chamado ao episcopado por carta impe­
essas infelizes, embarcou-as em iim navio rial de D. Pedro 1, da presente data. Foi
e mandou-as lançar nas praias d’aquella o ultimo dos nomeados pelo R impe­
capitania. Os parahybanos recebem-n’as rador.
com a maior cordialidade e preparam-se Servira o logar de thesoursiro mór da
para vingal-as e salvar alguns riogran- Sé do Rio de Janeiro desde 1806 e fòra
denses que andassem dispersos pelos nomeado monsenhor em 1809. Gozava
mattos. Sahem para esse fim os capitães da reputação de bom organista e rubri-
João Barbosa Pinto e Diogo Pinheiro Ca­ cista e de saber bem látim.
marão com as suas companhias, augmen- Confirmou-o bispo da sede pernambu­
;'i i I. tadas com os parahybanos que quizeram cana, em cuja série é o 16“, o papa
' -i'
tomar parte na empreza. Leão XII a 28 de fevereiro de 1831.
Chegaram a Cunhaú em princípios de D. João da Purificação regeu antes o
novembro e alli fizeram quartel, despe­ bispado no caracter de vigário capitu­
f'K ' ' >
dindo partidas para destruir tudo quanto lar, por nomeação do arcebispo da Bahia,
pertencesse aos hollandezes e aos indios em virtude das dissenções havidas entre
seus auxiliares, o que ellas cumpriram á os capitulares da Sé de Olinda, que não
risca, levando a morte e a destruição a fizeram a eleição do vigário no pr tzo de
todos os pontos a que chegaram. oito dias, como dispõe o Concilio Triden-
1818 — E’ nomeado bispo de Goyaz o tino. N’cssa qualidade chegou a Pernam­
bispo titular de Castoria, D. Francisco buco a 4 de agosto de 1830, voliando ao
/! Ferreira de Azevedo, segundo um ma- Rio de Janeiro em fevereiro de 1833,
nuscripto que me confiou o sr. dr. Mello aqui foi sagrado a 26 de maio d’esse
Moraes (Vide a ephem. de 29 de agosto mesmo anno, sendo ministro da justiça o
de 1819). desembargador II. II. Carneiro Leão,
1825— A Grã-Bretanha reconhece a in­posteriormente marquez de Paraná. De­
dependência do Brazil. pois de sagrado tornou para a sua dio­
1829—E’ pelo 1° imperador nomeado cese, onde chegou a 14 de setembro, e
bispo de Cuyabá o padre Plácido Mendes tomou pessoalmente posse do seu cargo
dos Santos Carneiro, conego da imperial a 29 de outubro.
capella, natural de Portugal. Foi o Alli falleceu no paço episcopal da So­
primeiro bispo d’essa diocese. A 30 de ledade a 30 de abril de 1864, na edade de
outubro, pord ii, do anno seguinte pediu 85 annos, um mez e 26 dias, depois de
dispensa de solicitar as bullas de confir­ uin episcopado de 31 annos, sem contar
mação, por não se julgar com forças para os que serviu como vigário capitular.
desempenhar os onerosos deveres do car­ Sendo o seu cadaver, embalsamado,
go, em razão da sua avançada edade. exposto por 5 dias á visita dos fieis, foi
transferido iJi’ocessionalmente para Olin­
da na tarde de 5 de maio e alli sepultado
no dia seguinte na respectiva Se'.
Foi este prelado um dos que assisti­
ram. em 1811, á coroação do actual Im­
perador.
Leia-se o que acerca do seu governo,
dos derradeiros dias da sua vida e das
honras que se lhe prestaram no seu en­
terramento, diz 0 auctor do Roteiro cios
Bispados. Ver-se-ha que si o seu episco­
pado não SC caracterizara por actos de
sabedoria, distinguira-se pelos de extre­
ma piedade e bondade de coração ; ver-se-
ha ainda que morreu na mais profunda
miséria, pobrissimo e quasi ao abandono,
0 bispo de uma diocese tão vasta e rica
como era e e' a de Olinda.
1850—Representa o grande actor na­
cional João Caetano dos Santos o drama
a Gargalhada, de Jacques Arago, na pre­
sença do seu auctor, que era cego e es­
tava na curte de passagem para a França.
O Imperador, que assistia ao espectáculo,
manda chumar*ao seu camarote os dous
artistas, actor e auctor, para lhes signi­
ficar a sua satisfação.
O publico orterece a João Caetano uma
coroa de flores, este colloca-a na cabeça
de Arago ; mas o dramaturgo, tirando
d’ella apenas uma folha para si,restitue-a
ao artista, que tão magistralmeate sou­
bera interpretar e pôr em acção o seu
pensamento.
185á — Trocam se as ratificações do
tratado de commercio e navegação entre
0 Brazil c o Peru.
1879—Fallece na cidade do Rio de Ja­
neiro, e sepulta-se na tardedo mesmo dia
no cemiterio de S. João Baptista, o barão
de Villa-Bella, Domingos de Souza Leão,
bacharel em dij-eito, deputado á Assem-
bléa geral legislativa pela provinda de
Pernambuco, de onde era natural, e
ex-ministro dos negocios estrangeiros do
gabinete cinco de janeiro, \)VQÚáiáo e or-
ganisado pelo Sr. conselheiro Sinimbú.
1739—Sobe á fogueira, tirado dos cár­
ceres da Inquisição de Lisboa, Antonio
José da Silva, o Plauto brazileiro, auctor
das Operas cômicas, impi’essas ainda em
sua vida dcstacadamente, e do Theatro
comico, impresso depois.
Nascido no Rio de Janeiro a 8 de maio
de 1705, fòra para Lisboa em 1712 ou
princípios de 1713 em companhia de seus
paes, 0 advogado João Mendes da Silva
e Lourença Coutinho. Escapara já uma
vez de tão angustioso destino, graças á
penitencia que se lhe impoz no atUo da fc
celebrado em Lisboa a 13 de outubro
de 1726; c ihiu porém de novo, onze
annos depois, nas garras do terrivel
Tribunal, que o fez queimar vivo (atro­
cidade inacreditável, a não ser o irre­
cusável testemunho da historia), em nome
de um deus de paz e mansidão, que não
ousava atirar a primeira pedra á mulher
adultera e que oíferecia a outra face á
bofetada de seus inimigos !
Entregue aos tratos sem nome da polé,
foi votado cm seguida aos horrores da
morte pelo fogo, tendo apenas 31 annos
de idade e havendo já conquistado, como
advogado e auctor comico, a amizade e
consideração dos homens de lettras de
seu tempo c a estima dos grandes da
corte, impotentes todavia para o arran­
carem á morte cruel a que o submettera
a barbara intolerância religiosa da des­
graçada época em que a sua má estrella
0 fizera nascer e florescer! ííl
a Poeta popular, diz um conceituado
escriptor nosso, livre, sem se dar das
regras dramaticas, escrevia as suas
operas como Shakspeare, Calderon e Lope
da Vega, segundo as suas inspirações,
com essa admiravel originalidade que em
vão se procura nos auctores da nossa
lingua, cheias de ditos sat3udcos, de sal
attico, de graça cômica, de espirito epi-
grammatico, mais adequadas a promover
0 riso do que a moraiisar o espectador.»
 EPHEMERIDES NACIONAES
Na lamentavel catastrophe em que
figurou O nosso desgraç.tclo compatriota
foram também envolvidas e arrastadas
sua velha mãe e sua mnllier Leorior
Maria de Cirvalho, que o poeta despo­
M ' sara em 1731.
™ .à -
« O processo original do infeliz judeu,
diz In' ocencio da Silva, existe hoje no
# ïP Archive Nacional da Torre do Tombo,
para onde passou incluido nos demais
papeis dos cartorios das Inquisições que
alli se recolheram no anno^Ie 1S21» (Vide
a Ephemeri.de de 8 de maio de 1705),
1748—Toma posse do governo da ca-
pitinia do Ceará, segundo o visconde de
m r i : : Porto Seguro e o senador Pompeu, o seu
32° governador Pi.dro de Moraes Ma­
galhães. por fallecimento do governador
Francisco da Costi, oceorrido a 3 de
setembro do mesmo anno.
1703—0 conde da Cunha, D. Antonio
Alvares da Cunha, 10° vice rei do Brazil,
toma posse do seu cargo n'esta data,
segundo o visconde de Porto Seguro.
Entretanto Abreu e Lima e o Sr. Azevedo
Mai'ques d.io para a sua posse a data
de 10, que reproduzimos.
O conde da Cunha governou o estado
(no Rio de Janeiro) até 17 de novembro
l Î '': ' (. de 1767, em que o rende o conde de
Azambuja, Antonio Rolim de Moura Ta­
vares.
Durante a sua administração reparou
Il . I', este magistrado todas as fortalezas que
se achavam desmanteladas, levantou a
» , i -' I
da Praia \ermelha, mandou construir
na ilha das Cobras dois grandes ar­
mazéns para deposito de polvora e uma
Ilf's: armaria na fortaleza da Conceição; nas
abas do morro de S. Bento assentou o
arsenal de marinha, onde' se fabricou a
nau S, Scbcistiõo, e na ponta da Miseri­
córdia edificou uma grande casa para o
trem de artilharia, que hoje serve de
ns arsenal de guerra, e íinalrnente creou o
hospital dos Laz iros em S. Christovão,
na casa que n’ aquelle bairro possuiram
os jesuitas (Vide a Ephemeride de 27 do
outubro de 1832).
1816—O brigadeiro João de Deus Menna
Barreto derrota Artigas nas visinh mças
de Ynhanduhy e Paipaes.
131 í O conde de Villa Flor. Antonio
José de Souza Manuel e Menezes Severim
de Noronha, depois duque da Terceira,
7° governador e capitão general do Pará
e Rio Negro, toma posse do seu cargo
e exerce-0 até o 1° de julho de 1820. em
que partiu com licença para o Rio de
Janeiro, deixando o governo da capi­
tania entregue interina uente, na fôrma
do alvará de successão de 12 do dezembro
de 1770, a um triumvirato composto do
arcediago antonio da Cunha, do desem­
bargador ouvidor da comarca do Pará
Antonio Mari i Carneiro de Sá e do co­
ronel do estado-maior Joaquim Felippe
dos Reis, que governaram até o 1° de
janeiro de 1821, em que foram substi­
tuídos por uma Junta constitucional go­
vernativa.
Nascido a 18 de março de 1792, o duque
da Terceira falleceu em Lisboa em abril
de 1860, tendo tomado activissima parte
na fundação da d3'nastia reinante em
Portugal, nas luetas entre D. Miguel e
D, Pedro, de quem foi o mais valente
e decidido auxiliar.
1822—A Junta de justiça criminal do
Pará absolve a cinco cidadãos que o go­
vernador das arrnas.José Maria de Moura
aceusára de fautores da independencia
do Brazil.
1854—Volta frei Francisco de Mon­
tai verne ao púlpito (\ide a Ephemeride
de 9 de agosto de 1784, .
1876—Inauguração da linha telegra-
phica de S. Matheus a Linhares, na pro­
víncia do Espiinto Santo, na extensão
de 85.000 kilometros.
1879—Inaugura-se a do Timbó a Ala-
goinhas, na provincia da Bahia.
* OUTUBRO — 20
1680—João Tavares Roldon, que sub-
stituira a D. Manuel Lobo no governo da
capitania do Rio de Janeiro, pede excusa
do cargo e na presente data é acceita a
sua renuncia, E’ nomeado pa-a o sub­
stituir interinamente o mestre de campo
Pedro Gomes. O governo d’este ultimo
começou a 28 de janeiro do anno seguinte
e terminou a 3 de junho de 1682.
1698—Carta regia approvandoacreação
dos primeiros terços de ordenanças que
fizera Arthur de Sá e Menezes, gover­
nador do Rio de Janeiî'O, Minas e S. Paulo
quando se achou n’esta ultima capitania
no presente anno de 1698.
N'este mesmo anno houve em S. Paulo
novas perturbações do socego publico
produzid IS pela recrudecencia da antiga
pendencia e rivalidade existente entre
as familias Pires e Camargos, de que
resultou a morte de Pedro Ortiz de Ca­
margo por Gaspar de Godoy Collaço.
Essa rivalidade entre as duas impor­
tantes familias, especie de Moniechi
eã i Capuletti, da capitania de S. Paulo,
datava dos annos de 1653. Tivera por
causa, segundo puderam apurar os mais
curiosos investigadores das nossas chro-
nicas, 0 zelo que uma tinha dainíluencia
e predominio da outra nos cargos da
republica. A^eja-se o que a esse respeito
refere o Sr, A/.evedo Marques nos seus
Apontamentos históricos, etc. da pro-
vincia de S. Paulo, vol. II, sob a rubrica
Pires e Camargos (Vide a Ephemeride
de 23 de novembro de 1655).
1798—E’, pela sua crescente prosperi­
dade e augmente de população, elevado
á Categoria de villa, com o titulo de Pa-
racatú do Principe, o arraial que se
formara nas minas de ouro de Paracatú,
descobert is em 1711 pelo guarda-mór
Josd Rodrigues Frdes, A lei provincial
de 9 de março de 1840 deu-lhe os foros
de cidade.
1810—O coronel Francisco da Costa
Rebelle substitue interinamente no go­
verno da capitania do Piaubji^ a Carlos
Cesar Rurlamaque,
e preso.
1812—Alvará permittindo que a fazenda
real entre como accionist i'do Banco do
Brazil com cem contos de réis annuaes.
pelo espaço de dez annos consecutivos,
sem que perceba por isso lucro algum,
ficando este em proveito dos accionistas
particulares pelas entradas dos cinco
primeiros annos. Esta medida é tomada
com 0 intuito de promover o concurso
de novos a^cionistas. por se não terem
ainda colhido as vantagens que promettia
a fundação d ’esse estabelecimento.
1823—Lei ordenando que se conservem
no Império, como nacionaes, as tres or­
dens portuguezas—de Christo, dè S. Bento
de Aviz e Sanctiago da Espada, Não
estando porém ellas de aceordo com as
circLimstancias oceorridas nesta parte da
antiga monarchia, o imperador (d. Pe­
dro II) decretou, em data de 9 de setem­
bro de 1843, queessastres ordens ficassem
como meramente[civicas e politicas (Vide
a ephem. de 13 de maio de 1808).
1839—Fallece o senador pela provincia
do Ceará Pedro José da Costa Barros,
escolhido pelo 1 ’ imperador ;i 22 dç ja­
neiro de 1826, na primitiva organisjção
do senado.
Costa Barros tomou assento n’aquella
casa a 7 de maio do anno seguinte,
segundo o Mappa necrologico dos sena­
dores puhlicâdo no tomo XXIX da Re-
\ista do Instituto Historico.
1851—0 conselheiro ílonorio Ilermeto
Carneiro Leão. posteriormente marquez
de P.iraná, é encarregado de uma missão
diplomática ao Rio da Prata.
1859—Chega o Imperador á Cachoeira
de Paulo Atfonso, maravilhoso salto do
rio de S. Francisco, na provincia das
Alagoas.
O 8r. conselheiro Manuel Pinto de
Souza Dantas, quando presidente d’a-
cpiella pi’Ovincia. mandou erigir um mo-
U

líí> lí ' 201 F.PIIEMEPJDES NACIONAES

í 'í I
il'-rS' r
■i’ il branco, para commemorar a visita im­ Perdeu o inimigo mais do 70 homens,
perial ácpielle pittoresco sitio.
que ficaram mortos, além de 18. que ca-
;l hiram prisioneiros. Ficou também em
O U T U H R O — 21 poder dos nossos o cavalln de Byma,
.VTl*i ^ I que o deixára para melhor se escapar, e
1C33—Parte o tenente coronel hollandez tudo quanto levavam do saque que fize­
Pyma á fren e cle 170 homens, do forte ram nas casas em que haviam entrado.
' I .* dos Affogados, para o districto de Santo Ba nossa parte morreram 8 homens c
Amaro de Jaboatão, onde ficava o en­ ficaram feridos onze.
genho de Maria Barroso, no caminho da 1725 — Bartholomeu Bueno da Silva
parochia e povoaçcão de Muribeca. O seu andou tres annos e dois mezes sem poder
fim era nao só saquear este engenho, acertar com a paragem que buscava,
como fazer o mesmo a outras muita,s isto é, onde estivera o ousado sertanista
casas que por alli havia e cujos mora­ seu pae, o famigerado A nhanguera...
dores se julgavam seguros, por ser o e sem embargo de se ver desfalcado no
logar muito coberto de bosques. pessoal da sua bandeira, por haver mor­
Mathias de Albuquerque, que tinlia rido ou desertado a maior parte da gente
pelo caminho c mais postos, por onde que 0 acompanhava, não afrouxou na
podia o inimigo levar as suas sortidas, diligencia, e constando ao governador
sempre alguma gente de emboscada e de S. Paulo, Rodrigo Cesar de Menezes,
vigia, foi logo avisado d ’esta. Apezar de a falta de recursos em que se via, pro­
I ' gravemente enfermo de febres intermit­ curou soccorrel-o, não só para dar-lho
tentes, que soífreu dezoito mezes, o ge­ calor á dita diligencia, mas ainda sal­
neral tratou logo de dar as providencias var-lhe a vida e a seus companheiros.
que 0 caso exigia e mandou incontinenti PJstava o governador n’estes aprestos
sahir o capitão Luiz Barbalho cora 15G quando, na presente data, chega Bueno
■J homens, para que se ajuntassem aos a S. Paulo, muito satisfeito por haver
que tinham dado o aviso. Enviou por conseguido o que com tanto trabalho
outra parte o sargento-mór Pedro Cor­ procurára.
rêa da Gama com 200 soldados, ]iara « Diz a tradição que encontrara ainda
cortar a retaguarda ao inimigo, quando vestigios da passagem de seu pae e que
tentasse recolher-se. entre os indios goyaz havia vivas recor­
Permittiu a boa sorte do capitão Bar­ dações do tcrrivel Anhanguera ( Alen-
balho que désse logo com a retaguarda cdi^trc,Annacs da provincia de Goyaz).
dos hnllandezes, que voltavam,e foi sobre \olta portanto Bueno da sua arriscada
elles carregando e matando-lhes gente. excursão ao sertão de Goyaz, tendo depa­

i
A vanguarda inimiga, em que ia Byma, rado com as minas que seu pae 40 annos
encontrou Corrêa da Gama, que tinha antes descobrira.
i I
I f 'l ' marchado com tal celeridade que só com 1739—Permitte o governo da corte que
cem dos duzentos homens que levava e o governador do Rio de Janeiro mande
que encontrou na cancella de uns can- edificar um 'pequeno e humilde hospicio
naviaes o inimigo, contra o qual invistiu com sua cctpellinha, mas sem fórma de
,1i com tal valor que obrigou o coronel convento, para os padres capuchinhos,
hollandez a retirar-se, com os que pu­ guardando na edificação do dito hospicio
deram acornpanhal-o, para uma casa a pobreza e humildade que professam
desamparada,que ficava próxima do forte aquelles religiosos. Marca se para sitio
dos Affogados, para onde, ao cahir de da referida edific ição o que fica vizinho
todo a noite, se recolheram. ao hospicio de Jerusalem, desde o quin-
tal do capitão João Antunes até á ultima
columna de pedra que está no caminho
que vai para o Desterro, tomando-se por
avaliação tres casas terreas que occupam
uma extensão de morro baldio. Provi'
dencia se que no caso de qualquer in­
conveniente se busque outro sitio, onde
sejam accommodados á custa da real
fazenda.
17y3—Chega a Belém do Pará a com-
missão scientifica, de que era a alma o
insigne naturalista bahiense Dr. Alexan­
dre Rodrigues Ferreira, nomeado desde
1778, mas que sé pudera partir de Lisboa
no dia 1 de Setembro d’este anno de 1783,
na charrua Aguia e Coração de Jesus.
Vieram na mesma frota Martinho de
Souza e Albuquerque, governador e ca­
pitão general do estado do Pará, que
sé no dia 25 toma posse do seu cargo,
{segundo um oílicio original seu de 27,
existente no Archive Publico), e o bispo
do mesmo estado, D. Frei Caetano Bran­
dão, que foi depois ai’cebispo de Braga.
Trazia Ferreira comsigo, para os tra­
balhos da expedição, os dous desenha­
dores José Joaquim Freire e Joaquim
José Codina, e o jardineiro ou preparador
botânico Agostinho Joaquim do Cabo.
O infatigavei naturalista logo que che­
gou deu começo aos seus trabalhos pela
ilha de Joannes ou Marajé (Vide a Ephe-
rneride de 27 de abril de 175G e de 1 de
setembro de 1782),
1789—Fallece na cidade de S. Paulo
0 3“ bispo d’essa diocese D. frei Manuel
da Resurreição, depois de 15 annos e 7
mezes de episcopado (Vide a Ephemeride
de 19 de março).
1838—Installação solemne do Instituto
llistorico, Geographico e Ethnographico
do Brazil (Vide a Ephemeride de 18 de
agosto).
1867—Combate de Tatayiba ( Campanha
do Paraguay).
N'este dia a cavallaria paraguaya, sob
o commando do general Caballero, é en­
volvida e derrotada pela nossa n’aquclle
vessem
ctoria.
Pela madrugada tinha-se destacado
uma partida de 50 orientaes e alguns prá­
ticos do exercito argentino, com manda­
dos pelo major Hyppolito Coronado, que
penetrou 15 léguas polo interior do paiz
e surprehendeu aspovoações paraguayas
de Guajucuô e Tacuaras, aprisionando o
juiz de paz e o commandante militar
com as respectivas guarnições, interce­
ptando vários correios do inimigo, fa­
zendo mais de 30 prisioneiros e tomando
cento e tantos cavallos e cerca de 50
rezes.
OUTUBRO— 22
1679—Roque da Costa Barreto, gover­
nador do estado do Brazil, lança a pri­
meira pedra da casa claustral annexa ao
convento de Santa Clara do Desterro, na
cidade da Bahia, accrescimo reclamado
pela pequenez do recolhimento que. então
existia e do grande numero de preten­
dentes á vida claustral.
« A colonia que precisava de colonisa-
ção, pondera o Sr. José de Vasconcellos
(Datas celebres), distrahia assim os seus
réditos cm taes fundações e enclausu­
rava as virgens, que podiam ser boas e
excellentes mães de familia ! »
1689—Nasce o rei D. João V, filho de
D. Pedro, segundo do nome,e de D.Maria
Francisca Izabel de Saboj-a (Vide a
ephemeride de 31 de julho de 1750).
1709—Compra a coròa, pela quantia de
quarenta mil cruzados, ao seu ultimo
donatario D. Luiz Alvaro de Castro e
Souza, marquez de Cascaes, a capitania
de Santo Amaro.
D’esta compra lavrou-sc termo ua
 EPHEMERIDES NACIONAES
cidade de S. Paulo a 25 de fevereiro de
1711. 0 donatario pretendia vendel-a por
acjúella quantia ao c ipitão-mór (paulista)
Jose' de Góes Moraes, quando a coroa a
comprou.
Esta capitania dividia-se em tres por­
ções. comprehendendo uma do rio de
í>'. Vicente até á barra do rio Juqucr\/-
querê^ anterior jiente denominado Curu-
pace] a outra, da barra de Paranaguá
até ás immeJiações da Laguna.e a ultima
de 30 léguas, terminando em Itarnaracá
(Pernambuco).
.As duas primeiras porções eoncoiTeram
para se foi‘mar a hoje provincia do Pa­
raná (Vide dezembro 19 de 1853).
1731—João de Teive Barreto começa a
governar a capitania do Rio Grande do
Roite sujeita a Pernambuco, e exerce o
seu cargo até 18 de dezembro de 1739, em
qu eé rendido por francisco Xavier de
Miranda Henriques.
il69—Creação da villa de S. José de
MOq} ‘ iiierim, por ordem do capitão-ge­
neral de S. Paulo Luiz Antonio de Souza
Botelho Mourão, que deu commi.ssão
para a installar ao ouvidor geral.
Por lei pro\ inciai de 3 de abril de 1849
foi elevada á categoria de cidade.
bundai“am a sua povoação primitiva
os exploradores dos sertões do norte e
oéste de S. Paulo, quando partiam da
capitil em busca de terrenos auriforos
nos districtos de Minas, Goyaz c Matto-
Grosso, pelos annos de 1650 a 1722, en­
levados da belleza da sua posição topo-
graphica, sua amenidade e salubiãdade
de clima, fertilidade de suas mattas e
extensão e excellencia dos seus campos.
Alli se estabeleceram logo muitos d’elles
com plantações e criação de animaes.
Foi a-segunda, porque antes havia sido
li; fundado o arrayal de Mogy-guaçú, cei’ca
de uma legua além delia, á margem
direita do caudaloso rio do mesmo nome.
É
1833—Reforma da Academia Militar do
Rio de J tneiro, creada por carta régia de
4 de dezembro de 1810 (Vide essa data)*
1814 A priuceza D. Januaria e seu
consorte o conde d’Aquila embarcam
para a Europa na fragata franceza Rema
Blanche, do commando de Alix Nicolas
Aimé, contra-almirante Du PetitThouars
(\ide a ephemeride de 21).
1'üí'ó—Manifesto do governo brazileiro
protestando contra o hill Aberdeen, pro­
mulgado pelo parlamento de Inglaterra,
que sujeitava os navios e súbditos brazi-
leiros, suspeitos de se empregarem no
trafico de africanos, a julgamento pelos
tribunaes inglezes e á punição pelas leis
d’aquelle paiz como piratas.
3 em esse bill a data de 8 de agosto
de 1845.
0UTU15R0 23
1660 — Regimento dado ao ouvidor da
capital do Pará, Antonio Coelho Gasco,
que foi 0 primeiro jurista despachado
par.i tal cargo iraquella cidade.
1688 Por faltar a via de successão e
reconhecendo que morria, o governador
geral, Mathias da Cunha, convoca não
só a camara e nobreza, como os oíficiaes
superiores da cidade da Bahia para ele­
gerem as pessoas que deviam reger inte­
rinamente 0 Estado em seu logar. Por
voto geral são escolhidos para o go­
verno, na parte politica, o arcebispo
I). frei Manuel da Resurreição, e na da
justiça 0 chancellor da relação Manuel
Carneiro de 8á.
O visconde de Porto Seguro e Fluviano
dão este facto como oceorrido em 1687,
sem pòrem reparo em que a eleição de
um dos governadores recaliiu na pessoa
do arcebispo, pi'esente ao acto, e que este
prelado só chegára á Bahia a 13 de maio
de 16.88 (Vide essa data), ■
No mesmo dia da eleição dos novos go­
vernadores amotinaram-se os soldados
dos dous terços do presidio e exigiram á
mão armada o pagamento de nove mezes
de soldo que se lhes devi .m. A camara
conseguiu que desistissem do intento que
tinham de saquear as casas da cidade

t f í é ''i V ‘-P'"; vi ^ ■ i ? ' ' ; . - ' V - ' -'^
EP ííEMERIDES NACIÜNAES
e pai’ticularmente as dos vereadores, ao
que já tinha-n dado principio de execu­
ção, reunindo a muito custo a quantia
necess'.ria e euviando-lli’a ao campo ein
que se achavam. Não obstante isso, não
depuzeram as arma's e i^quanto não se
lhes deu por escripto o perdão da sua
sublevação, passado pelos novos gover­
nadores. referendado por Mathias da Cu­
nha. que mal o poude assignar. Recolhe­
ram se então aos seus quartéis e concor­
reram ás ceremonias fúnebres prestadas
no enterramento do dito governador no
dia seguinte.
Mathias da Cunha, depois de ter go­
vernado a capitania do Rio de Janeiro»
passára ao governo das armas d’ Entre
Douro e Minho, cargo que desempenhava
quando foi levado ao de governador
geral do Brazil, que começou a exercer
a 4 de junho de 1G87,
1846—F’allece o conselheiro Manuel
do Nascimento Castro e >ilva, senador
pela provinda do Ceará, escolhido a 17
de novembro de 1841, segundo a relação
dada pelo Almanack Laemmert para
1880. O mappa necrolor/ico dos senadores• >
publicado na revista do Insti uto Ilisto-
rico, tomo XXIX, parte segunda, o diz
escolhido a 17 de abril e que tomára as­
sento a 20 de maio.
1861—Diversos estudantes do curso
juridico de Olinda, em consequência do
assassinato de um collega, amotinam-se
e cercam a residência de um dos lentes,
que desconfiam ser o mandatario do as­
sassinato.
Í869—Fallece em Afibaia, segundo re­
fere um jornal de S. Paulo, citado pelo
auctor da Selecta Brasiliense, 0 capitão-
mór Lucas de Siqueira Franco, 4° neto
de Amador Bueno da Ribeir i e chefe de
numerosa familia, pois deixa nada menos
de 200 descendentes. Tinha 90 annos de
Muitas familias illustrel d’aquella pro-
vincia e de algumas outras têm por pro­
genitor iquelle rei. que recusa, segundo
a tradícção, uma coroa.
r-
. ' ■' t . ' • ^ ■ ■' ■ '''■
207 li !i a
O senhor da casa de Marapicú, desem­
1 3 «
bargador João Pereira Ramos de Aze­
redo CoLitinho, era também 4° neto de
Amador Bueno, segundo refere frei Gas­ .H
par da Madre de Deus nas suas Memó­
rias da capitania de S. Vicente.
OUTUURO — 24
1676—N’e.sta data, 0 juiz ordinaiio Jose'
de B ireellos e o procurador Miguel de
Azedias em nome da camara do Rio de
Janeiro,representam ao governador geral
Aflonso Furtado de Castro do Rio de
Mendonça, visconde de Barbacena, contra
a creação da villa de .8. Salvador dos
Campos dos Goytacazes e a .nomeação
que 0 dito governador havia feito para
ella, allegando que tinham já os mora-
doi'es d’aquelles campos, por ordem do
Dr. João Velho de Azevedo, ouvidor geral
em correição, erigido uma villa com os
oííiciaes, juizes e vere Mores, e í|ue estes
se tornaram a supprimir sem passar a
segundos oííiciaes, por ordem do mesmo
ouvidor, em virtude de representação
que teve d’esse governo, por ser a dita
villa mais para prejuizo da cidade do
Rio de Janeiro, a que abastecia de gado,
do que para utilidade tanto commura
como do principe. Continuou pois a lo­
calidade a viver governada apenas por
um capitão, que servia de ouvidor para
as execuções da justiça, emquanto não
se crearam em Cabo Frio os oííiciaes e
ouvidor, que em sua jurisdicção compre-
hendiam também os Campos de Goj’-
tacazes.
1688 — Fallece na cidade da Bahia
Mathias da Cunha, d i epidemia deno­
minada bicha, que não era senão a
febre amarella, e que atacava de prefe­
rencia os recentcmenté chegados de fora
do paiz.
Tomam conta do governo interino do
estado 0 arcebispo e 0 chanceller, eleitos
na vespera.
1821—Reunido no paço do conselho, o
i;
20 S EPHEMEPJDES NACIONAES
C - -iil I
corpo eleitoral da capital dó Piaiihy
installa a junta do governo consitu-
cional, composta dos seguintes mem­
bros : — presidente, o ouvidor geral
e corregedor Francisco Zuzarto Mendes
iy I •'' I Barreto; vice-presidente, o brigadeiro
Manuel de Souza Martins, que foi depois
visconde da Parnaliyba: representantes
militares, o mesmo brigadeiro Manuel
de Souza Martins c o capitão Agostinho
Pires; da agricultur i, José Antonio Fer­
reira e Miguel Pei'eira dc Araujo; do
clero, 0 vigário geral Mathias Pereira
de Castro; da magistratura, o Dr. juiz
de fóra Bernardino José de Mello; do
commercio, o capitão Caetano Vaz Por-
tella.
t> I Esta junta toma posse no dia 2G.
1828—Publica-se no Rio dc 'aneirO a
paz conciuida com as pi'ovincias do Rio
da Prata e reconhece o Brazil a inde­
pendência d ' Montevidéu.
i; K
1838—Fallece no Rio de Janeiro o bri­
f. gadeiro Manuel Ferreira de Araujo Gui­
marães, tendo passado em março pelo
desgosto de ver seu íiliio, o major Inno.
cencio Eustaquio, metido em conselho
de guerra por ter tomado parte na re­
volta de 7 dc novembro de 1837, deno­
minada a Sabinaãa.
Araujo Guimarães nascera na Bahia a
5 dc março de 1777.
Estudara em làsboa os preparatórios
para o curso superior da universidade
de Coimbra, que, por falta de meios,
não poude frequentar. Poude comtudo
matricular-se na real academia de mari­
nha, cujo curso concluiu, sendo em 1801
nomeado lente substituto d’aquella aca­
demia.
Voltando á Bahia, em companhia do
conde da Ponte, nomeado capitão ge­
neral, passou-se çm 1808 para o Rio de
Janeiro, onde conseguiu a protecção do
conde de Linhares, ministro da guerra,
que o nomeou capitão de engenheiros e
lhe deu outros encargos.
Redigiu desde 1813 até 1821 a Gciseta
do Rio dc Janeiro e ivesse anno e no
seguinte o Patriota. Em 1821, já promo­
vido a coronel graduado, redigiu o Es­
pelho, periodico destinado a advogar a
causa da independencia nacional. Tornou
em 182G a redigir a Go.zeta do Rio, e
n’essa tarefa se manteve até abril de 1830.
Foi também lente da academia de ma­
rinha do Rio de Janeiro, deputado pela
sua provincia á assembléa constituinte
em 1823, deputado das juntas da aca­
demia militar e da typographia nacional.
Innocencio F. da Silva dá no seu
Diccionario a relação das obras d’este
notável bahiense.
1811—Salic do Rio de Janeiro a fragata
franceza Reine Blanche, em que partem
para a Europa a princeza D. Januaria,
condessa d’Aquilla, e seu esposo.
Acompanha-a a corveta nacional Sete
de o.bril, que regressa quatro dias depois-,
1855—São nomeados conselheiros de
estado extraordinários: o tenente general
João Paulo dos Santos Barreto, o desem­
bargador Euzebio dc Queiroz e o chefe
dc esquadra Miguel de Souza Mello e
Al vim.
1857—0 Imperial Collegio de Pedro II,
instituído por decreto de 2 de dezembro
de 1837 e inaugurado solemnemente em
0 de maio de 1838. foi por decreto
d’esta data dividido em dois estabeleci­
mentos, um internato e um externato.
Foi seu primeiro reitor, em 1838, o
bispo de Anemuria.
A data para a sua inauguração nos é
ministrada por Abreu e Lima.
1875—Fallece cm Pernambuco o con­
selheiro monsenhor Francisco Moniz
Tavares, que é sepultado no dia 28.
A este respeito diz o Diário de P er­
nambuco de 29:
« Na igreja do convento de Nossa Se­
nhora do Carmo.onde foi depositado o ca­
daver (do monsenhor'', logo que falleceu
e, depois de embalsam ido, foi exposto em
cam ira ardente desde o dia 21 até hon-
tem, começou o ceremonial fimebrc, que
z
 EPHEMERIDES NACIONAES 209

foi sumptuoso, cérca das 10 horas da

em breve reduziram a esquadra a doze
manha e terminou pelo sahimento ás 3 da
tarde.» vasos sómente e aquella força a 2,700
soldados.
Falleceu de hydropericardite, na idade
Apezar d’uma tal reducção,passaram-se
dc S3 annos, diz aquelle diário.
muitos dias sem que a expedição ficasse
No Jornal ão Commercio e Gazeta ãc
cm estado de seguir viagem. O principe,
TsoUcAas do tempo apenas encontramos
impacientado por similhante demora, de­
sobre o dia do seu fallecimento o se­
liberou partir com os quatro navios
guinte tclegramraa datado de 21: —Fal­ que estavam preparados, devendo os ou­ i ,1
leceu 0 conselheiro monsenhor Francisco
tros seguir logo que ficassem promptos.
Moniz Tavares.
A 23 de janeiro do anno seguinte de
Innocencio da Silva em mais de um
163/ [Vide essa data) é. que dous d'esses
tomo (no III e IX) do seu Biccionario re­
navios chegam ao porto do Recife com
fere os pnncipaes acontecimentos da vida
Mauricio deNassau, Os dous outros che­
deste distincte pernambuca.no.
garam successivamente nos dias imme-
Escreveu e publicou a Historia ãa re- diatos.
'oolução de Vernamhuco em 7, revo­ 1689 — Achava-se o bispo do Rio de
lução era que tomara parte e que lhe va­
Janeiro, D, Josó de Barros de Alarcão, na
leu depois très longos annos de prisão
entãò villa de Campos dos Goytacazes,
na Bahia, atd ser, com outros, amnistiado
em 1820. de visita pastoral a essa parte da sua
vasta diocese, como consta de dous accór- %
1877—Falleccem Porto Alegre, pela ma­ dãos de vereança da camara d’aquella
drugada, 0 marechal de campo Victorino
villa lavrados na presente data, em que
José Carneiro Monteiro, barão deS. Borja,
se declara que « apareceo perante o ditto
condecorado com as medalhas do exercito
Senhor o senado da camara desta Villa,
do Estado oriental e da de Mérito e
incorporado com todo o Povo Homens
Campanha geral do Paraguay, na qual
e mulheres, que ao prezente se achavão
prestou relevantes serviços de guerra.
na mesma Villa, e em vozes altas e de
OUTUI3RO—25 clamores lhe requererão ao ditto Senhor
lhe acudissem com o remedio espiritual,
1(330 — Parte do Texel, na Ilollanda,
de que ^ necessitavão, dando-lhes outro
uma. esquadriliia de Cjuatro navios com
destino ao Brazil. Sacerdote, que lhes administrasse os Sa­
cramentos pelos grandes inconvenientes e
Nella vinha o iirincipe João Mauricio,
avexaçoens ejue padesião sendo por Par-
conde de Nassau Siegen, novo governa­
rocho 0 Padre Francisco Gomes Sar­
dor geral nomeado pela Com]ianhia das
dinha, »
Ind'ias Oceidentaes. O‘conde trazia com-
A visita do bispo, a queixa clamorosa
sigo muitos homens instruidos em di-
do povo contra o vigário e a ulterior
^ersas sciencias: entre outros a Pedro e
suspensão d’este das ordens e beneficio,
hrancisco Post, architecto o primeiro c
vc*m relatadas na Memória do visconde
pintor de mérito o segundo, filhos do
de Araruaraa com a indicação apenas
pintor sobre vidro João Post, de Harlem,
do anno.
e por secretario ao celebre naturalista
1753—D. José de Mello Manuel, gover­
Pizo, d^ cidade de Leyde.
nador nomeado para Santa Catharina,
Para que fizesse no Brazil uma en­ toma posse do seu cargo e conserva-o até
trada condigna do seu titulo e missão, 7 de março de 1762, dia em que foi sub­
tinham promettido dar-lhe urna frdta de stituído por D. Francisco Antonio Cardoso
32 navios e forças consideráveis ; mas de Menezes e Souza e fôi preso para res-
14
 ' ‘: .* ". V' '
íilí;:

'H'r í
L';, j1,■/ i 210 EPHEMERIDES NACIONAES
1 :
,5
.
'A
ponder por desacatos contra o capitão vernador, como de outro do seu anteces­
general do Rio de Janeiro Gomes Freire sor. que 0 Archivo possue ' no original.
;h :i de Andrada. de quem era subalterno. Quanto ao segundo nome — Innocen-
v•-'*'»* João Antonio de Souza Falcão, nomeado cio —, que alguns, como o visconde de
antes de Menezes, em 1760, não chegara a Porto Seguro, lhe ajuntam ao nome, ha
tomar posse do cargo por morrer em também duvidas.
caminho. « Houve um governador de Angola,
K Quasi no fim do seu governo (de diz S. Ex., chamado I). Francisco Inno-
D. Jose' de Mello Manuel), cessou a sua cencio de Souza Coutinho, como consta
correspondência com a côrte (de Lisboa) de oílicios originaes escriptos de S. Paulo
por effeito de uma Provisão que sujeitou de Assumpção em 1769. Seria esse Fran­
d’ahi em diante este Governo aos Gover­ cisco Innocencio que mudára o nome
nadores, ou Vice-Reis do Estado: os quaes indo p ira o Pará? Não ; porque a assig-
avaros de muitas regalias, forão pelo natura d’este é muito differente da de
Î ïi'
' ííi? l. decurso do tempo cassando as poucas Francisco de Souza Coutinho. »
d’estes, e reduzindo a termos mui suc- 1803— E’ apresentado arcebispo da
cintos, de modo que, o Governador de Bahia, onde occupa o 13° logãr na, res­
Santa Catharina, veio a ser mais um pectiva serie, D. frei José de Santa Es­
■t-r Ajudante d’ordens, que chefe de uma colástica, monge benedictino. lente oppo-
Provincia (Almeida Coelho. Memória His­ sitor na universidade de Coimbra, natu­
tórica da Provincia de Santa Catha­ ral do Porto.
rina). » \ Tinha em 1802 (a 25 de fevereiro) sido
■ 'I I n 1783—Mãrtinho de Souza e Albuquer­ eleito bispo de Pernambuco, a para suc­
que, governador do Pará, onde ‘aportara céder, diz 0 Roteiro dos Bispados, ao
è4 (P ''| . a 21, toma posse do seu cargo na pre­ respeitável e sabio bispo D. José Joa­
hí'r Ir sente data, segundo um oííicio original quim da Cunha de Azeredo Coutinho,
Seu existente no Archi\;o Publico e da­ que havia sido chamado á corte para
tado de 27, confirmada essa data por coadjuvar o bispo de Bragança D Anto­
oíficio, também original, de José de Ná­ nio Luiz da Veiga. » Não chegou, porém,
*M-í poles Tello de Menezes, seu anteeessor, a vir a Pernambuco ; passou a servir no
em que, referindo-se a sua posse, diz : bispado d’Elvas, até que foi elevado ao
« no dia de hoje (s ibbado) 25, etc. » cargo de metropolita do Brazil.
Albuquerque exerce o cargo até 16 de Foi como tal preconisado em Roma, a
f''
julho de 1790 (e não 15 de maio, como 28 de Março de 1801 ( Vide essa data );
indica o visconde de Porto Seguro), em sagrado em Lisboa a 17 de junho do anno
que 0 rende D. Francisco de Souza Cou- seguinte e a 12 do mesmo mez havia to­
tinho. Essas datas constam de documen­ mado posse, por procurador, do seu novo
tos existentes na Bibliotheca Nacional. cargo, que exerceu, não se diz desde
Todavia Baena, tanto nas suas Eras do quando, até fallecer em 1814.
Pará, como no seu Ensaio Corographico, 1821—Joaquim Rebello da Fonseca
dá o governo de Albuquerque como ter­ Rosado, que fôra o 45.° governador da
minado a i 5 de junho d’aquelle anno. capitania da Parahyba e a administrára
! I*'! O Sr. Dr. Portella, digno director do desde 25 de .agosto de 1819, continua
Archivo Publico, fez-nos a honra de nos no mesmo governo com uma junta pro­
communicar que o, 16 de junho é que com visória composta de mais seis membros.
■1 ',: effeito D. Francisco de Souza Coutinho Essa junta dirige o governo da capi"
tomára posse do cargo, como se verifica tania até 2 de fevereiro de 1823. D’esta
não Sü de um olírcio original do dito go- data era diante governa uma outra junta

■h <j
 EPHEMERIDES NACIONAES
cle 5 membros, prekidida pelo tenente co­
ronel João de Araujo da Cruz, até 8 de
abril de 1824. Do dia 9 começa a serie
do . presidentes da provincia.
1824—Apenas vencida a revolução de
Pernambuco {Confederação do Equador)
rebenta na Bahia um motim militar,
que custou a vida ao governador das ar
masd’esfa provincia Felisberto Gomes Cal
deira, que caliiu traspassado nesta data
por quatorze bailas. Quatro dos accusados
d’este attentado perderam a vida em vir­
tude de sentença do conselho de guerra
que os ju lgou ; outros expatriaram-se
voluntariamente.
1831—Decreto da Regencia trina, sendo
ministro do Império o conselheiro José
Lino Coutinho, creando tres escolas de
primeiras lettras na provincia. do Espi­
rito Santo, sendo uma de ensino mutuo
na villa de S. Salvador de Campos, com
0 ordenado annual de quatrocentos mil
réis : outra na villa de S. João da Barra
pelo methodo antigo, si não puder ser
pelo d Lencastre, com o ordenado de
duzentos e cincoenta mil réis; e outra
na Aldeia da Pedra, com o ordenado de
duzentos mil réis.
1843 —Combate de Cangussú, em que
é batido pelas forças legaes o coronel dos
rebeldes Bento Gonçalves {Revolução do
Rio Grande do Sul).
OUTUBRO—2G
1528—Antonio Ribeiro rende a Chris-
tovão Jacques no commando da expedição
encarregada por D. Juão III desde 1526
de guardar a costa do Brazil, principal­
mente contra os francezes.
cc Quanto a Ribeiro, diz o visconde de
Porto Seguro, nenhuma noticia encon­
tramos dos seus feitos em nossos mares.»
1614—Dão fundo junto á ilha da Gua-
xanduba os oito navios commandados por
Jeronymo dte Albuquerque, com que este
chefe ia desalojar os francezes dos pon­
tos que oceupavam no Maranhão (Vide as
ephemerides de 29 de julho e de 23 e 25 de
Agosto),
211
m
i l FIti
1633— As victorias alcançadas pelos
nossos contra os hollandezes, no correr
d fste anno, haviam-nos de tal modo en­
fraquecido, que Mathias de Albuquerque
só podia contar com 1,200 homens de tro­
pas regulares. De 600 homens, que vi­
nham de Portugal em uma ílotilha de sete
velas, sob o c immando de Francisco de
Vasconcellos da Cunha, e que na pre­
sente data apparece na costa da Para-
' f c "
hyba, em frente da barra do rio Maman-
guape, chegaram cento e oitenta, porque
esta ílotilha foi destruída pelos hollan­
dezes na bahia da Traição (Vide a Ephe-
meride seguinte).
1821—.Posse da Junta Constitucional do
Piauhy, d i qual era presidente Francisco
Zuzarte Mendes Barreto (Vide a Ephe^
meride de 24).
1821— Luiz do Rego Barreto çmbarca
para Portugal, depois de um odioso go­
verno em Pernambuco. Acompanha-o
parte da tropa que se lhe tinha conser­
vado flel.
Nesse mesmo dia havia sido eleita a
primeira Junta provisoria do governo
da provincia, composta de sete membros
e presidida por Gervasio Pires Ferreira
(Vide a ephemeride de 27). Luiz do Rego,
deixára ordem ao marechal Luiz Antonio
de Salazar Moscoso, commandante do
forte do Brum, para assistir â posse da
Junta.
OUTUBRO — 27 '
1618—0 governador geral do estado
D. Luiz de Souza fixa para este anno as
despezas do Bi’azil, incluídos os estabele­
cimentos civis, judiciaes e ecclesiasticos,
em 58 contos de l'éis. A maior patente
militar n’esse tempo era de 1628S00.
D. Luiz de Souza, que succédera a Gas­
par de Souza no governo geral do esta­
do e tomara posse no dia 1° de janeiro do
1617, conserva-o até 1622.
1633 — Ao amaniiecer, achando-se a
fi’ota de Francisco de Vasconcellos da
Cunha, que viera em soccorro de Per­
nambuco, entre as babias da Traição g
 212 EPHEMERIDES NACIONAES
Formosa, avista très naus hollandezas
que fizeram logo pròa para cila. Vendo
^ t, j
isto, deliberou Vasconcellos ir ao seu
encontro com os dois navios capitanea
e almiranta, cmquanto duas das cara-
veilas mais veleiras puxavam a alcançar
0 Kio Grande, e as très outras tratavam
de ganhar um porto cada uma onde pu­
desse. Assim que estiveram perto come­
çaram 0 com,bate, que entretanto os
hollandezes jirocuravam evitar, conten­
tando-se sómente com jogar d.e largo
sobre os nossos navios toda a sua arti­
lharia, superior em numero e qualidade.
16-15—Decreto de el-rei D. João IV
elevando o estado do Brazil á categoria
de principado na pessoa de seu filho o
principe D. Theodosio. ficando desde
então até a separação do Brazil o her­
deiro presumptive da coròa de Portugal
I ‘ co,m 0 titulo de principe cio Bcacil.
: ' I' 1733—.Vs numerosas picadas já então
t abertas para Goyaz, do Maranhão e
I.
Piauhy, da Baliia e de Minas Geraes,
eram piortas francas para a prevaricação
I I
dos direitos reaes c o contrabando. D’ahi
uma serie de medidas para cohibil-os:
agora, a carta regia de 10 de janeiro
de 1730, deter.minando que houvesse um
I' I
só caminho para Goyaz; mais logo pro-
I' 1 hibe-se a navegação do Tocantins ; cm
outra oceasião órdena-sc ao governador
do Maranhão que tivesse todo o cuidado
- 1
em não adiantar as povoações para as
partes das minas c que não consentisse
j que de algum modo se abrissem ca­
minhos para cilas, pela alta conveniência
CGonffmica que devia resultar da execução
da lei da presente data, que providen­
ciava a esse respeito (Vido Alencastre,
Annaes cia provinda cie Goyaz).
1735—Provisão regia mandando erigir
0 seminário de S. José, a instancias do
bispo do Rio de Janeiro D. frei Antonio
da Guadelupe, cm benelicio da mocidade
c do Estado, e com isempção da j uris-
t: dicção parochial. Foi este pio e douto
prelado quem lançou os fundamentos
para este edifício, que no anno de 1739
poude principiar a ter exercido.
1799—Fallece Manuel da Gama Lobo
de Almada, governador desde 1788 da
capitania de S. José do Rio Negro. Pre­
enche intorinamente a vaga José Antonio
Salgado.
A’ em após este, como governador da
capitania,José Joaquim Victorio da Costa,
a quem se segue, em 1818, Manuel Joa-
c|uim do Paço,
1821—Eleita no dia 26, a junta provi­
sória do governo de Pernambuco toma
posse na presente data na câmara de
Olinda.
Compunha-se de sete membros e era
presidida por Gervasio Pires Ferreira.
O general Luiz do Rego Barreto, go­
vernador de Pernambuco,deixando ordem
ao marechal Moscoso, commandante da
fortaleza do Brum, para assistir á posse
da referida junta, embarcara para Lisboa
a 26, com parte da tropa que lhe tinha
sido liel, abandonando para sempre o
Brazil.
1831— Carta dc lei da Regcncia trina
revogando as cartas regias de 5 de no-
ve.mbro, 13 de maio e 12 de dezembro
de 1808. pel is quaes se declarou guerra
aos Índios bugres de S. Paulo e Minas
Geraes e se determinára que os indígenas
prisioneiros fossem obrigados a servir
por 15 annos aos milicianos ou moradores
individuos que os apprehendessem. Nesta
lei estatuia-se que fossem os inuios des­
onerados da servidão em que estivessem,
considerados órphãos o soccorridos pelo
Thezo ro do preciso.
1832— Vendo o vice-rei conde da Cunha
que os enfermos do mal de S. Lazãro
vagavam pelas ruas da cidade do Rio de
Janeiro ou viviam de mistura com, suas
famílias, e temendo o perigo que d’essa
promiscuidade podia provir á saude pu­
blica, pediu a el-rei que concedesse a
casa. que possuíam em S. Christíovão os
expulsos jesuítas, para n’olia estabelecer
u.m hospital cspecialmento consagrado
Ma
 EPHEMERIDES NACÍ0NAE3
aos que sofTressem (raquelle lual. Con­
cedida a casa pela resolução regia de 31
de janeiro de 1765, principiou o conde a
montar aquelle pliilaníropico estabeleci­
mento, dando-lhe estatutos em data de 17
de fevereiro de 1766. Criados os subsidios
indispensáveis para a sua manutenção,
foi a administração do novo lazareto
confiada á irmandade do Santissiino Sa­
cramento da Candelaria.
Em 1817 foi este estabelecimento apro­
veitado pelo governo para alojar um
dos batalhões que de Portugal se man­
daram vir e os lazaros removidos para
a ilha das Enxadas por aviso de 2 de
outubro, tomando-se a sua casa para
quartel. Foram ainda transferidos, pela
.resolução tomada em sessão de 23 de ja­
neiro de 1823, para o convento da ilha
do Bom Jesus, pertencente aos religiosos
de Santo Antonio, Finalmente, na sessão
da presente data faz-se menção do uma
resolução da assembléa geral legislativa
do mesmo anno (de 1832), que manda
restituir aos lazaros o edifício de 8, Chris-
fovão, fazendo-se n’elle, á custa do go­
verno, os precisos reparos. Em virtude
d’essa resolução foram os m.orpheticos
recolhidos ao seu antigo e primitivo
hospital em 28 de fevereiro dc 1833, e alli
são ainda hoje admittidos e tratados os
atacados d’esse mal.
A 23 de maio de 1880 inauguraram-sc
naquelle estabelecimento os retratos do
vice-rei conde da Cuniiae do Bispo D. An­
tonio do Desterro, como seus bemfeitores.
1842—Fallece o senador pela provincia
de Goyaz José Rodrigues Jardim, esco­
lhido a 16 de janeiro de 1837 pelo regente
Feijd. A 17 de maio do mesmo anno to~
mára elle po.sse da sua cadeira no senado.
1878—Inauguração do engenho central
de Porto Feliz, na provincia de S, Paulo.
OUTUBRO — 28
1633—Entram na bahia da Traição cinco
naus holiandczas e descarregando a sua
pesada artilharia sobre a já meio inutili-
sada capitanea de Francisco do Vascon
213
cellos, que na vespera alli enírára, me­
tem-na a pique, fazendo-se de seguida na
volta do mar.
Do mais que então aconteceu n’esta
cmergencia dá minuciosa relação o Sr. J.
de Vasconcelios nas sua.s /Jcícw celebres
da historia do Brasil. A perda d’cste
soccorro fòra muito sentida no Arraial
do Bo',n Jesus, pelas suas circumstaneias
e não m.enos pelo que n’esta expedição
vinha para o hospital, pois trazia cinco
religiosos de S. João dè Deus, sob a pre­
sidência de um d’elles, que era sacerdote
e se chamava frei João de las Casas, os
quaes em breve regressaram, tendo mor­
rido um.
1637—Parte da villa, hoje cidade de
Cametá o famoso explorador portuguez
Pedro Teixeira, que por ordem do gover­
no da capitania ia fazer a grande viagem
a Quito pelo Amazonas, que subiu aié
onde 'se lhe juntam as aguas do Napo,
que mais acima toma o nome de Coca.
Também por esse rio navegou o intré­
pido explorador até perto de Quito, a
cuja cidade chegou finalmente por terra.
A sua expedição compunha-se de 47
canoas, tripuladas por duas mil pessoas,
entre as quaes 70 soldados portuguezes
e 1,200 Índios, sendo o mais rapazes, e
mulheres. Commandava a sua vaug'uarda
0 coronel Bento Rodrigues de Oliveira,
natural do Brazil.
A viagem de ida e volta aturou 26
mezes, pois só hv 12 de dezembro de 1639
[Vide essa data) é que estavam de re­
gresso a Belém do Pará.
A 25 de julho [Vide essa data) tinham
chegado Pedro Teixeira e seus auxi­
liares á capital do Pará, para começarem
a sua aventurosa empreza, que tem prin'
cipio de execução na presente data.
— Funda'çãO de Ubatuba, hoje cidade,
na provincia de S. Paulo, por Jordão Ho­
mem da Costa, natural da ilha Terceira,
cavalheiro fidalgo da casa real, e em
nome da donataria da capitania de S. A i-
oonto, a condessa de \imieiro, tendo logo
 ’.HI.*
i-
214 EPHEMERIDES NACIONAES
I-; ^
, 'i . p 0 titulo de villa e sendo parochia desde
^■y. ^'ik ’1 a sua fundação.
'
0 Sr. Azevedo Marques, nos seus
Apontamentos, que é força citar sempre
4
que se trata da capitania e provinçia de
S. Priulo, diz que Jordão se estabelecera
i, iï*i ' em Ubatuba pelos annos de 1600, se­
gundo affirma o genealogista Pedro
Taques.
Cumpre todavia advertir que Milliet
de Saint Adolphe diz a-.esse respeito o
seguinte:
« Foi fundada em 1637 por Salvador
Corrêa de Sá e Benevides, governador do
Rio de Janeiro, n’uma visita que foi
fazer ás minas de que era administradoi’,
e está sita na margem septentrional, e
perto da bahia de seu nome.»
.; t. Com eíT ito, os primeiros que obtiveram
sesmarias n’este logar, diz Azevedo Mar­
ques, foram o capitão Gonçalo Corrêa de
Sá e seu irmão Martim de Sá e os filhos
d’este, Salvador e Arthur de Sá, ale'm de
outros, pelos annos de 1610 e 1611.
Salvador Corrêa, governador da capi­
tania do Rio de Janeiro e S. Paulo, foi
quem como tal passou a provisão que a
creava villa. Só a 13 de março de 1855,
por lei provincial paulista, e' que foi
Ubatuba elevada á categoria de cidade.
1640-Atacam os hollandezes a villa da
Victoria, hoje cidade, capital da pro­
vinda do Espirito-Santo, e são repellidos.
Tinha n elles vindo do Recife em uma
expedição composta de onze navios, com-
mandados pelo coronel João Koen e o con­
selheiro politico Nieulant, para se apos­
sarem d’aquella capitania. Chegando á
barra, deixaram fóra os navios de maior
calado, subindo apenas um patacho, uma
polaca e nove lanchoes carregados de
tropa, seiscentos e tantos homens, que
foram saltar no sitio chamado então
Popto de Roças Velhas e hoje Porto dos
Padres, de onde se dividiram ç atacaram
a villa por differentes pontos.
ü capitão-mor e governador, que então
‘ i # V i ' ;■ era João Dias Guedes, reuniu logo as
t I-
''.n i .iv -^ i.H I ,.
É '
poucas forças de que dispunha, que con­
sistiam em trinta espingardis, duas peças
de artilharia, duas companhias de indios
com arcos e flechas e gente do povo ar­
mada de chuços e piques, e dispoz tudo
com tanto acerto, que, com tão dimi­
nutos recursos, logrou repellir os inva­
sores. Mais de trezentos d'elles pereceram,
deixando muitas armas em poder dos
nossos.
N’esta singular jornada sobresahiram
0 capitão Domingos Cardoso e o parti­
cular Antonio do Couto e Almeida ; este
pela sua bravura íbi depois nomeado
capitão-mór.
1670—Succede a Bernardo de Miranda
Ilenriques no governo d.i capitania de
Pernambuco, Fernando de Souza Cou-
tinho com a mesma patente de gover­
nador e capitão general.
Foi 0 oitavo na ordem chronologica,
contando-se çom o 2° governo de André
Vidal, e governou tres annos, tres mezes
e nove dias, até 6 de fevereiro de 1674.
A elle foi dado o regimento de 19 de
agosto de 1670 em 29 capitulos.
Rende-o D. Pedro de Almeida.
1678—Morre em Setúbal Martim Corrêa
de Sá, primeiro visconde da Ponte de
Asseca.
A ’s summarissimas indicações biogra-
phicas que já demos d’este nosso distincto
compatriota, nascido a 6 de setembro
de 1639 {Vide essa data), accrescenta-
remos o seguinte: '
Coma subidade D.AffonsoVI ao throno
portuguez, dedicou-se Martim Corrêa ás
armas e assignalou-se nas batalhas de
Ameixial, Montes Claros e no cerco de
Badajoz, no qual, sendo mestre de campo
do terço de Moura, ficou mal ferido. A
queda do seu real protector, que, como
se sabe, foi, com razão e razão de Estado,
ou sem ella, substituido no thalamo e no
throno por seu j)roprio irmão, trouxe-lhe
desgostos que lhe abreviaram os dias
(Vide 0 tomo III da revista trim, do
Instituto).
 EPHEMERIDE3 NACIONAES
1739 — A pretexto de levantar um
Recolhimento para as arrependidas do
meretriciado e donzellas pobres, obteve o
jesuíta Gabriel Malagrida da confraria
que regia a irmandade de Nossa Senliora
da Soledade, na Bahia, uma porção de
terreno contiguo á ermida d’esse nome,
® n’elle começou a fundar na presente
data um Recolhimento da regra de Santa
Angela de Breschia, sob'a protecção do
arcebispo D. frei José Fialho, e logo de­
pois passou a desapossar aquella con­
fraria da administração da ermida, sendo
baldadas todas as reclamações feitas con­
tra similhante violência. Havendo poríim
a dita confi aria desistido das suas pre-
tenções, passou esteRecolhi.mento á classe
de Casa de Professas no dia 28 de outu­
bro de 1752, debaixo da mesma regra e
com 0 distinctivo do S. S. Coração de
Jesus. Regia então a diocese o arcebispo
D, José Botelho de Mattos.
a N’elle, diz o general Abreu e Lima,
se educam algumas filhas de pessoas
abastadas e se trabalha delicadamente
em flores e em muitas outras obras de
lavor. »
O auctor citado refere-se ao convento
da Soledade, occupado pelas religiosas
Ursulinas e que fora ediíicado no mesmo
logar, em que existia a antiga ermida
d’aquelle nome.
1811—Pelas 8 horas da noite, pouco
mais ou menos, ouviram-se na cidade do
Recife uns grandes estrondos prolonga­
dos, similhantes a trovões fortes, posto
que longínquos, com o intervallo de
cinco jninutos de um a outro, sendo o
segundo mais forte que os outros. Em
uma das casas do pateo da igreja da Se­
nhora do Livramento foi tão,pronunciado
0 tremor, que os objectos que estavam
em cima das mezas quasi quecahiram ao
chão, accrescendo que uma armação de
chafariz, construído no centro do pateo
por occasião da festa da padroeira feita
n’este mesmo dia, e o frontespício do tem ■
2ir>
pio, que estava convenientemente illumi-
nado, abateram-se, e apagaram-se as
luzes.
Em muitos outros pontos da provincia
consta que se ouviram iguaes estrondos
e semanas antes apparecera um cometa
caudato para o lado do sul, que só cessou
de ser visto depois do alludido abalo da
terra.
1822— Pede exoneração o ministério
José Bonifacio. No dia 30, porém, é rein­
tegrado no poder, a pedido dos procura­
dores geraes das províncias dirigido ao
Imperador.
OUTUBRO—29
1570—Miguel de Moura faz doação aos
padres da companhia de Jesus da sesma-
i íi
ria de terras que obtivera de Mem de Sá
no logar denominado Caceburú ou Ma-
cacú, capitania do Rio de Janeiro.
*
A actual cidade de Valença, na Bahia,
teve começo este anno em uma aldeia de
Índios Tupininquins, baptisados pelos
jesuítas, que desde logo deram á mesma
aldeia o titulo de villa, cousa que não po­
diam fazer.
1700—Carta régia approvandoa divisão
da comarca geral de S. Paulo em duas,
ficando pertencendo á primeira a cidade^
de S. Paulo e as villas dé Santos, S. Vi-
cente,,Itanhaen, Cananéa, Iguape, Para­
naguá, S. Francisco e Castro e á segunda,
chamada do norte ou de Taubaté, a villa
d’este nome e as de Guarating-uetá, Ja-
carehy, Itú e Sorocaba.
1714 _ Fallece D. Pedro, principe do •
Brazil, ílUio de D. João V e irmão de
D. José, que lhe .succede no titulo e de­
pois foi rei, por fallecimento d^ seu pae
(Vide a Ephemeride de 31 de julho de
1750).
1762—D. Pedro Cevallos Cortez e Cal­
deron, governador de Buenos-Ayres, que,
ao chegar á America a noticia do rompi­
mento entre a Hespanha e Portugal, mar-
 216 t-x ,1r
M EPHEMERIDES NACIONAES

chára contra a praça da colonia portu-

1803-E’ eleito prelado de Cuyabá o
giieza do Sacramento, poz-llie sitio regu­
padre Luiz de Castro Pereira, coiiego da
lara 5 de outubro do presente anno e, ba-
Congregação deS. João Evangelista, doir
tendo-a com a sua grossa artilharia, con­
tor em theologia, n itural de Portugal.
segue abrir-lhe brecha e fazer capitular
Foi apresentado pelo jirincipe regente,
a sua guarnição nesta data. depois rei D, João VI.
« O governador da Colonia, entregando
Teve licença para impetrar da Santa
a praça a Cevallos, embarcou para o Rio
Sé a mercê de bispo in partibus infide-
de Janeiro com a guarnição, onde cliegou
lium, que lhe foi concedida, sob o titulo
nos primeiros dias de dezembro. A nova
de bispo de Ptolomaida, a 29 de outubro cíe
d’este desastre custou a vida ao conde de 1804pelo summo pontifice Pio VII, ecomo
Bobadella, que morreu de pezar, mas o tal sagrado a 14 de julho do anuo se­
governador da dita praça, Vicente da guinte.
Silva, acabou os seus dias preso no Li­
moeiro; 0 coronel Thomaz Luiz Osorio foi Tomára posse da prelazia por seu pro­
curador, 0 padre Agostinho Goulart Pe­
enforcado, e os outros oííiciaes, cúmpli­
ces da entrega, acabaram uns em Angola, reira, a 8 de dezembro de 1807, tendo-se
outros em Castro Marim [Synopsis], » conservado em Lisboa c m vistas de me­
lhorar de diocese, até que foi comijellido
1783—D. frei Caetano Brandão, 6° bispo
a partir para o seu destino, onde chegou-
do Parci, toma posse do governo da dio­
a 17 de agosto de 1808.
cese pelo seu procurador, o arcypreste
José Monteiro de Noronha. Falleceu na sua prelasia em uma quin.
ta-feira 1 de agosto do 1822, pelas 11
Religioso franciscano. natural do bis­
horas da noite. Tinha a 21 de abril do
pado do Porto, eleito no reinado de D. Ma­
anno anterior sido designado para occu­
ria I, fòra confirmado pelo papa Pio VI
pai’ a mitra, então vaga, de Bragança.
em 16 de dezembro de 1782. Chegou ao
Foi 0 segundo prelado de Cuyabá.
seu bispado a 21 de outubro (to anno se-
camara municijial e moradores
gu in t^ ilirfe essa data), em companhia
'■,1. ' da cidade de Oeiras, capital então da ca­
do novo governador do estado, Martinho
pitania do Piauhy, representam ao prin.
de Souza e Albuquerque, e do grande
cipe regente sobre a inconveniência da
naturalista Alexandre Ferreira.
IIIV'‘ !■!’-( mudança da séde do governo para a villa
Só a 1 de novembro foi que fez a sua da Parnahyba, intentada pelo governa­
entrada solemne na cathedral. dor Balthazar de Souza Botelho de Vas-
B. frei Caetano Brandão foi o fundador concellos.
!;i f I .
‘.i' 4 Í do hospital de Caridade de Belém,do Pará, 1842—Parte para o Rio Grande do Sul
aberto a 24 de julho de 1787, e para o quaj 0 barão de Cíxias, nomeado presidente
andara em pessoa, com o clero, pedindo d’aquella provinciae commandante chefe
esmola de porta em porta. do exercito do Sul. '
Foi chamado depois á corte de Lisboa 1856 — Fallece na cidade da Bahia o
e nomeado, a 28de abril de 1789, arcebispo chefe de esquadra graduado José Joa­
de Braga, sendo declarada vaga a sede quim Raposo, immediato da eharrua
paráense a 14 de Junho de 1790. data da Laoconia, em que foram conduzidos jiara
sua confirmação n’aquella nova digni­ a Euroiaa os deportados politicos José
dade. Falleceu em Braga á 15 de dezem­
Bonifacio, Antonio Carlos, Martirn Fran­
bro de 1805, depois de prolongada mo­ cisco, Montezuma (depois visconde de Je­
léstia, que supportou com evangélica re­ quitinhonha) e José Joaquim da Rocha*
signação. Tinha de idade 65 an nos, 3 e que durante a noite mudava o rumo á
mezes e 4 dias.
charrua, burlando as intenções do bar-
 EPHEMERIDES NACIONAES 217

baro com mandante,que procurava appro- trouxera de Santos, erigiu uma igreja que
ximar-so de Portugal, para entregar os consagrou a Nossa Senhora do Desterro,
benemeritos patriotas brazileiros nos sens provavelmente em 1051, diz Milliet de
inimigos do reino. Saint Adolphc, segundo se infere de
18~2—Inauguração da estação telegra- uma grande cruz C]ue se achou no anno
phica de Jaguarào, provincia do Rio vigésimo primeiro do século seguinte
Grande do Sul. com essa ?,ata. diz ainda aquelle auctor.
OUTUBUO—30 , Fallecendo o donatário n’ uma dasrefregas
que tivera com piratas hollandezes que
1028—Uma fiotilha hollandeza, com­
atacaram a ilha, ficou abandonada esta
posta de cinco navios grandes e sete
0 cahiu de todo em ruina o estabeleci­
hiates, commandada pelo almirante Dirck
mento que fundara.
Symonsz, tendo por contra-almirante a
D. João A', durante o seu reinado,
Cornclio Corneliszoon Jol, cognominado
mandou por diversas vezes para esta ilha
0 ^erna cio, pau, captura nas aguas de
colonos tirados dos Açores, e creou n’ella
Pernambuco cinco navios nossos cari-e-
uma villa com o mesmo nome de Des­
gados de assucar, especiarias e outros
valores. terro, que era ainda a da invocação da
nova igreja, que, por alvará de 5 de
A Bibliotheca Nacional possue a nar­
março de 1732, foi elevada á categoria
ração succinta d’esse facto em uma cópia
de parochia.
manuscrita de um pamplileto rarissimo,
O primeiro governador de Santa Ca-
impresso em Amsterdam, em 1629, que
tharina por nomeação regia foi o bri­
acompanhava um desenho do combate.
gadeiro José da Silva P.ies, em 1739 (Vide
O Sr. José de Vasconcellos menciona-o
a Epliemeriãe de 7 de março).
nas suas Datas celebres sem indicar o dia
El-rei D. João VI, quando se preparava
preciso cm que este facto se dera.
para voltar para Portugal, concedeu á
1610—Os hollandezes. que no dia 28 villa do'’ Destcri'o o titulo de cidade, cpie
haviam atacado a villa da Victoria, foi depois confirmado por carta imperial
sendo d’ella repellidos com vantagem de 20 de março de 1823.
para os nossos, atacam agora a villa do
Espirito Santo, da qual se apoderam,
lOJrl—P;irte do porto do Recife a ex-
apezar da resistência feita pelos capitães
.pedição hollandeza que ia á conquista
Adão Velho e Gasi)ar Saraiva, os qures. á
do Maranhão. Compunha-sp de quatorze
frente das ordenanças, lhes mat íin vinte
cmliftroaçGes, oito grande.s e seis pe­
c seis homens. Sendo, porem, a nossa
quenas. commandadas pelo almirante
gente muito pouca para Rizer frente aos
Lichtardt, e as tropas de desembarque
invasores, retira-se para o interior (Vide
que le,vava estavam sob as ordéns do
a Ephemeridc ÚQ. 2 de noVembro'.
coronel Koen (A’ ido a Ephcniericle de 25
de novembro).
No correr d’este anno de 1010 Fran­ 1079—D. Manuel Lobo, goveniador das
cisco Bias. Velho Monteiro estabelece-se capitanias do Sul. paide de S. Paulo,
na ilha de Santa Catliarina. a esse tempo onde se achava, para o Rio da Prata,
chamada dos Patos, e funda a cidade do auxiliado com dinheiro, grande cópia de
BesteiTo, capital hoje da provincia. Qua­ mantimentos* e 200 homens, pela mor
tro annos depois foi-lhe aquella ilha parte paulistas. A 25 de fevereiro do
doada por cl-rei D. João IA'. anno seguinte participa elle á camara
Monteiro, com o auxilio de seus filhos de S. Paulo a sua chegada sem contra­
e de 500 indios domesticados que comsigo tempo á colonia do Sacramento,
 i
t
,' I
218 EPHEMERIDES NACIONAES

1739—Embarca para o reino o 7° arce­ nádor da capitania de S. Paulo. Rodidgo

bispo da Bahia D. frei José Fialho, remo­ Cezar de Menezes, ordenando-lhe que
vido para o bispado de Guai’da,em Por­ passe ás minas de Cuyabá para regula-
tugal (Vide as Ephemerides de 18 de risar a sua administração, o que só se
março de 1741 e de 25 de novembro ^’erifica um anno depois.
dê 1722). ^ 1766-0 conde de Azambuja, D. Antonio
1799 — D. fi-ei Cypriano de S. José, Rolim de Moura Tavares, que, acabando
5“ bispo de Marianna, faz a enti‘ada do de crear e administi'ar a capitania de
ritual na sua dioci^se (Vide a Ephemeride Math'-Grosso, tomára a 25 de m irço
de 25 de julho de 1793). d’este anno posse do governo da Bahia,
1801—A fortaleza do Seri’o Largo en­ deixa na presente data regendo interi­
W '
trega-se por capitulação, depois de um namente aquella capitania ao arcebispo
pequeno fogo, ao coronel Manuel Mar­ D. frei Manuel de Santa Ignez e pàrte
ques de Souza. pai’a o Rio de Janeiro, onde vem succeder
1835 — Lei em que se declara que ao conde da Cunha no vice-reinado do
D. Maria II, rainha de Portugal, perdeu Brazil, com assento n’esta capitania.
0 direito á coroa do Brazil, e em que ao No catalogo dos governadores, dado
mesmo passo se reconhece a princeza pelo visconde de Porto Seguro, no final
D. Januaria como herdeira presumptiva da sua monumental Historia Geral do
do throno. Brazil, ha a respeito d’este vice-rei inad­
1870— Fallece o senador pela provincia vertências de data, de certo typogra-
I » do Maranhão João Pedro Dias' Vieira, phicas, que cumpre emendar-se.
1784—Toma posse do governo da sua

.i li l:
que fora escolhido a 29 de abril de 1861
(segundo a relação publicada no A lma- diocese o 9° bispo de S. Luiz do Maranhão
•'jkíííibííí a ! f.'' nak Laemmert para 1830) ou a 21 (se­ D. frei Antonio de Padua, a cujo nome
gundo 0 mappa que vem no tomo XXIX alguns escriptores accrescentam o appel-
da revista trimeiisal do Instituto), e lido Bellas, logar dos suburbios de Lis­
tomára assento no senado a 13 de maio. boa, de onde era o 'prelado natural.
1871— Inauguração da linha telegra- Pertencia á ordem dos menores refor­
phica de Curitiba a Guaratuba, na pro­ mados da Arrabida e era mestre jubilado
I . ,1
vincia do Paraná, com 53,335 kilometros na sagrada theologia, quando a rainha
de extensão. D. i\laria I o chamou ao episcopado.
<1. Confirmou eáta escolha o papa Pio VI
OUTUBRO 31
em julho de 1783. Chegára á sua diocese
: c
_1571—Christovão de Barros é n’e^ta 11 dias antes de tomar posse d’ella.
data nomeado governador e capitão da « Foi um prelado zeloso e amante da
cidade do Rio de J íneiro, mas só começou instrucção do seu clero, tanto que, não
a exej cer o seu cargo em principios do havendo ainda seminário, nem aulas
anno seguinte. Em 1574 foi rendido pelo avulsas, elle mesmo ensinou philosophia
desembargador Antonio Salema, que se e theologia aos ordenandos {Roteiro dos
achava com alçada em Pernambuco. Bispados). 35
Ha comtudo divergências a este res­ Renovaram-se em seu tempo as desa­
peito; poi'quanto, por sesmaria de terras venças que haviam perturbado o epis­
assignada por (Jhristovão de Barros em copado dos seus antecessores D. Gregorio
23. de março de 1576, se vè<que ainda dos Anjos e D. fi-ei Thimoteo uo sacra­
2’esse ' armo governava elle esta ca­ mento, por causa de recursos á .junta
pitania. , da coroa, o que o desgostou profunda­
1725—Carta regia dirigida ao gover- mente. Em consequência d’ellas partiu

lí'
 O bispo paiM Lisboa a 22 de abril de 17 ’9,
e renunciou depois á mitra.
Falleceu em Setúbal.
1811—O julg 'do de Aldeias Altas, na
capitania do Maranhão, é elevado á ca­
tegoria de villa com o nome de Caxias.
Fôra a principio um aggregado de
aldôas de indios Tyinbiras e Gamellas'
que se acolheram ás montanhas e flo­
restas á medida que os portuguezes
foram penetrando no coração d’csta
capitania. No começo do século XVIII
estabeleceram-se os portuguezes nas al-
dêas abandonaaas e ediflcaram uma igreja
a Noss I Senhora da Conceição, tomando
o povoado 0 nome de Aldêas Altas.
I
Qloria-se de ser o berço natal de Gon­
çalves Dias.
N’este anno de 1811 sahiram da capital
do Brazil, por ordem do governo, explo­
radores da navegação do Guaporé, Ma-
moré, '*!\Iadeira, Arinos, Tapajoz e Xingú^
confluentes todos do Amazonas.
Z'
\
1829—Suspendem-se as garantias con-
stitucionaes no Ceará, por causa dós que
tentavam estabelecer n’aquella provincia
0 góverno absoluto.
1853—E’ julgado pelo jurj^da CQrte, com
grande espeetativa publica, o réu Miguel
Joaquim da Cunha, assassino abjecto do
menor Ricardo José da Silva, irmão do
poeta La rindo, crime perpetrado em
uma grut t do morro de Santa Thereza,
a 7 de março, com revoltantes circum-
stanc as. O réo foi condemnado a g.dés
perpetuas.
, 1864—Inaugura-se a illuminação a gaz
na capital do Pará.
1866—Em dias de outubro d’esse anno
inaugura-se a linha telegr iphica de Uba-
luba a S. Sebastião, na provincia de
S. Paulo, com 73,400 kilometros dei ex­
tensão.
1501—A primeira expedição mandada
porel-rei D. Manuel a explorar acosta do
Brazil. depois da noticiado seu descobri­
mento. chega áBahia de Todos os Santos.
Segundo as conjecturas mais plau-
siveis, como pondera o visconde de Porto
■Seguro na sua Historia Geral., foi con-
fladoo commando da flotilha de très ca-
rayellas, encarregadad’est i missão, a um
dos favoritos do rei, D. Nuno Manuel,
irmão do seu camareiro-mór D. João
Manuel, e ambos filhos de D.João, bispo
de Guarda, e de Justa Rodrigues, ama
que fora do rei.
Como não era D- Nuno Manuel um/
nauta consummado, teve sempre d irante
a viagem voto preponderante na sua
direcção o piloto ílorentino Amerigo
Vespucci, que acompanhára pouco antes
a Hojeda e em 1497 a 1498 estivera em
outra exploração desde a costa de Hon­
duras, por todo 0 golfo mexicano, até
a Florida.
Esta esquadrilha, depois de tocar em
Bezenégue (hoje Goréa) na Africa, avistou
terra americana a 16 de agosto (Vide a
Ephemeride de 24 d’esse niez) nas pro­
ximidades do cabo que ficou até hoje
denominando-se de S. Roque, por ser
esse 0 nome do santo d’aquelle dia.
D’ahi seguiram para o sul, designando
0 chefe da expedição, com o calendário
á vista, as paragens em que ia successi-
vamente aport mdo.
Assim, estiveram: '
A 28 de agosto [Vide essa data) no
cabo de Santo Agostinho ;
A 29 de setembro no rio de S. Miguel ;
A 30 d’esse mez no rio de S. Jero-
nymo ;
A 4 de outubro no rio de S. Fran­
cisco ;
A 21 do dito mez no rio das Virgens:
A 1 de nove-mbro na bahia de Todos
os Santos, como flca dito em começo ;
A 13 de dezembro no rio de Santa
Luzia ;

220
EPHEJilERIDES NACIONAES
A 21 do mesmo me;^ no cabo de
S. Thorne;
A 25 na bahia do Salvadot ^
A 1 de janeiro do anno seguinte na
do Rio de Janeiro ;
A G d’esse mez em Angra dos Reis ;
A 20 na ilha de S, Sebastião j
E a 22 no porto de S, Vicente.
^Esta expedição, que foi até ao Rio da
Prata, so a 7 de setembro de 1502 [Vide
essa data) é que estava de volta em
Eisboa. reduzida a duas caravejjas, por
ter queimado uma d’ellas em Serra Leoa,
por imprestável, Vespucci, que tomára
a si a plena direcção da viagem, por
ter de todo esmorecido o seu chefe
ostensivo.
Na Bahia de Todos os Santos se de­
moram \ espucei e seu companheiro dois
mezes e quatro dias, a ver si appareciam
as outras tres embarcações que faziam
parte da expedição, e das quaes nunca
mais houve noticia.
1519 Ihomé de Souza, primeiro go­
vernador geral do Brazil, que chegára
á Bahia de Todos os Santos em 29 de
março do presente anno e começái'a logo
a edificação da cidade de S. Salvador,
metropole por dois séculos da colonia
portugueza na America, toma posse
solemne, n esta data, do seu cargo, i’e-
gistrando a sua patente e prestando ju­
ramento na camara da cidade, já então
l'i I edificada, em presença da nobreza, clero
I ' e povo. A contar do dia da sua cliegada
até 13 de julho de L553, em que passou
0 governo a D. Duarte da Costa, seu suc­
iW'' M : cessor, exei’ce-0 por quatro an nos, quatro
mezes e quatro dias (\ ide as R/phenie-
rides de 1 de fevereiro e 29 de mai’ço).
IGlo Entra na bahia de 6. IMarcos, no
jMciianhão, a armada de Alexandre de
Moura, que vinha a cxpellir os francezes,
d’aqufli i capitania.
Logo que desembarcam as tropas,
seguem, sob o commando de Jeronvmo
de Albuquerque, contra a fortaleza de
S, Luiz, principal baluarte dos fran­
•Ty"
cezes no Maranhão,c a atacam com vigor.
Entre os combatentes achava-se Antonio
Felippe Camarão, que tão celebro se fez
depois na luta com os hollandezes (Vide
a Ephemeride de 2).
1G18—Fallece na cidade da Baliia o
-1° bispo do Brazil, D, Constantino Bar­
radas.
Lente de theologia na Eniversidade de
Coimbra, collegial-de S. Pedro, e natural
de Portugal, tomára posse do seu cargo
no anno de 1600, segundo o Roteiro dos
Bispados, regendo a monarchia Fe­
lippe III e oceupando o solio pontifício.
Clemente VIII, que o confirmára. Cumpre
advertir que o seu antecessor fallecera a
II de maio d’aquelle anno de 1600.
O visconde de Porto Seguro dá o anuo
de 1603 como o da sua posse, e Mariz o
de 1621 como o do seu fallecimento.
As suas acções como bispo, dizem os
auctores que temos á mão, ficaram em
silencio, sabendo-se apenas que promul-
gaira uma constituição particular para o
'Overno da sua igreja, dando alguns
capitulos no anno de 1605; que, a reque­
rimento seu, foi que se expediu a provisão
de 1608, que mandava accresccntar as
côngruas ao corpo capitular e aos pa-
rochos de 14 igrejíis então existentes; e,
finalmente, que se crearam no seu tempo
de episcopado as freguezias de Boipeba,
Cayrú e Sergipe d’El-Rei.
Jaz na capella-mór do convento de
S. p’rancisco, na Bahia.
1645—Chega ao acampamento do exer­
cito dos independentes em Pernambuco
a noticia do horroroso morticínio pra­
ticado pelos Índios selvagens nos mora­
dores do Rio Grande, nas margens do
Potengy. no dia 3 de outubro do mesmo
anuo (Vide essa data).
D’este triste acontecimento reproduz
0 V aleroso L ucidexo a breve, verda­
deira eauthentica relação, que o capitão
Lopo Curado Garro, um dos governa­
dores da Parali5'ba, enviára a João Fer­
nandes Vieira e André Vidal de Negrei-
ros. chefes do exercito da independên­
cia, relação que foi trasladada pelo Sr.
José de Yasconcellcs nas suas Baias
Celebres, e que nos abstemos de repro­
duzir pela sua extensão,
1173 — Masco em Santos, então villa,
Antonio Carlos Ribeiro de Andrada Ma­
chado e Silva, que tinlia de ser um dos
maisaMcntes campeões da independên­
cia nacional e um dos ornamentos da
tribuna parlamentar do Brazil (Vide a
Ex^hemeride ÚQ õ de Dezembro do 1815).
1803—Nasce na Bahia o dr. Caídos Car­
neiro de Campos, 3° visconde de Cara-
vellas, que veiu a fallecer no Rio de Ja­
neiro, onde residia, a 28 de Abril de 1878,
sendo no dia seguinte sepultado no ce­
mitério de S. João Baptista da Lagôa.
Era fiiho do conselheiro Manuel Car­
neiro de Campos e sobrinho do marquez
de Caravellas, senador, regente do Im­
pério e um dos fautores da Constituição
brazileira. Descendia, pelo lado materno
de Clemente Ferreira França,, marquez
de Nazaretli, tamb':’m collaborador na
factura da mencionada Constituição. Era
irnião do Frederico Carneiro de Campos,
0 presidente de Matto-Gross‘\. prime ra
victima do dictador do Paraguay (Vide a
ephcmeriãe do 3 de novembro de 1868).
Carlos Cirneiro de Campos, depois de
ter servido como cadete do exercito no
batalhão de Pedro I até o reconhecimento
da nossa indcp'^ndencia, formára-se, aos
2- annos de idade, em direito na Univer­
sidade do P;\riz, onde ouvira' as lições do
illustre economista João Baptista Say e
as de direito natural e das gentes, pro­
fessadas cm sua propria casa pelo não
menos illustre Carlos Comte.
Regressando á patria, depois de ter
visitado a Inglaterra, a Suissa e outros
pontos da Europa, fora nomeado lente de
economia política da faculdade juridica
de S, Paulo, que se acabava de crear,
e onde professou 30 annos. Foi deputado
geral em diversas legislaturas pela pro­
víncia do S. Paulo, e, escolhido senador
por aquella provincia a 21 de abril de
1857, tomou assento n’aquella casa do
parlamento no dia 1 ” de maio.
Ministro d’Estado por mais de uma vez,
e uma délias no ministério presidido pelo
conselliciro Furtado, por oceasião da
guerra com as republicas do Uruguay e
Paraguay, occupára por ultimo a pasta
dos negocios estrangeiros no gabinete
pelo Sr. visconde do Rio
Branco em 7 de março de 1873, o qual
esteve á testa dos negocios públicos até
25 de junho de 1875.
Morreu pobre quem tinha exercido
cargos tão importantes e tivera sem du­
vida tantas oceasiões de fazer fortuna.
Essa pobreza é um alto abono do seu
immaculado caracter coíno estadista.
1811—Luiz" Telles da Silva.
de Alegrete, governador
general da capitania de S. Paulo, toma
posse do seu cargo, e governa até 20 de
agosto de 1813 ( Vide essa data), deixando
incumbido da administração da capita­
nia a uma junta presidida pelo bispo dio­
cesano D. Matheus de Abreu Pereira, a
que succcdeu depois o conde de IVilma,
D. Francisco de Assis Mascarenhas,
1811—Fallece no Rio de Janeiro Ma­
nuel Ignacio da Silva Alvarenga, nasci­
do em 17-19 em Villa Rica, hoje Ouro
Preto, capital da provincia de Minas
Geracs.
Recebendo o grau de bacharel em direito
canonico na Universidade de Coimbra
pelos annos de 1776, regressára ao Brazil
no seguinte, e ficára residindo e advo­
gando na cidade do Rio de Janeiro, exer­
cendo ao mesmo tempo, a partir de 1782,
a cadeira de professor regio de rlietorica
c poética, que o governador Luiz de
Vasconcellos creára na sua pessoa. No
governo do desconfiado conde de Rezen-

«
i
222 ÉPHEiMERIDES NACIONAES
annos e meio ! Foi aflnal dedarado inno­
-(i cente e perdoado, mas a sociedade, a que
era. restituido, sd recebia eotào em .>ilya
Alvarenga a sombra do que fora !
’?l Devemos ao sr. commendador Joaquim
Norberto de Souza e Silva, zeloso cultor
das lettras pa trias, uma bella ediçào das
B.P?
Ç/v'as completas de Silva Alvarenga, pre­
cedida de uma minuciosa noticia biogra*-
phica do poeta, edição publicada pelo
Sr. B. D, Garnier em 1864, em Pariz, sa­
nando-se d’este modo 'a falta que a tal
'tó respeito nos lançára em rosto Innocencio
da .^ilva no seu Diccionario hibliogra-
phico.
1
« Amigo do paiz que o viu nascer, diz
o seu illustrado editor e biograplio,
mestre dedicado d i juventude, idolatra
occulto da liberdade, foi Silva Alvarenga
um dos nossos primeiros poetas pelo
. ,1
colorido nacional que imprimiu em seus
M ' 'f ' cantos e que fez o enlevo de seus con-
| i| i I' ',■’ ' temporaneos. Cabe-lhe pelo menos o jne-
P P l (iM. rito de ter sido um dos iniciadores da
* i ; ( f,Í4* nossa illustiMçãoe um dos prophetas da
independencia da patria, que elle saudou
nos primeiros raios da grande aurora,
Pelas pesquizas do laborioso sr. dr.
Moreira de Azevedo sabe-se que o pneta
fora sepultado na igreja de S. Pedro ;
Î) F ,, I
mas ignora-se em qual das suas sepul­
I I turas. Já o mesmo acontecera com o
'! 1 padre Antonio Pereira de Souza Caldas,
: .l'i U
sr, " . ■ v . » cujos restps raortaes não foi possivel ao
sr. Joaquim Norberto descobrir onde
param, apezar das suas louváveis diligen­
cias para isso.
(l|’ .p(j' 1818 — Pel is 9 horas da manhã corre
pela primeira vez o ferro fundido na
|.i.|’ I if i *
' ‘'Tl' r I
lr,?V , ,
fabrica de João de Ypanema, reorga-
nisada na provincia de S. Paulo pelo
tenente-coronel V'arnhagen, pae do bene-
merito visconde de Porto Seguro.
'Éir Os primeiros objectos que se alli fun­
diram foram très enor lies cruzes do peso
de oito quintaes, uma das quaes foi as en-
tada 110 v so da montanha de Biraçoiava
{Araçoiaba), em eommeníoração d’esse
íí^' «■N ', 4 ? ^ - , ' -'S.
“M-
auspicioso acontecimento industrial. ?i o
tempo, auxili ido pelo ikisso consuetudi-
nario descuido, ainda nao as consumiu,
bem oodfa ser uma d’ellas agora collocada
no logar em que, em seu testamento, pede
para si uma simples memória d’esse ge-
nero o incansável esmerilliador das nossas
lendas e tradições, o douto visconde de
Porto Seguro. Quanto ao industrioso
director, cunhou-se ein 1858 um i medalha
de bronze com o seu busto ; ella e a Me­
mória do senador Vergueiro são os elo­
quentes testemunhos, dos serviços pre­
stados por aquelle infatigável trabji-
Ih dór.
1855 — FalPce o barão de S. João da
Barra, Josd Alves Rangel, na sua fazenda
do Caetá, districto d’aquelle nome, pro­
vincia do Rio de Janeiro, Nascera era
S. João da Barra a 24 de abril de 1779.
Era filho de Domingos Alves de Bar-
cellos e de D. Isabel da Silva Rangel.
Em 1807 era alferes do regimento de
infantaria n.^12, e por accesso passára a
capitão. Em 1823 assentara praça na
guarda de honra de D. Pt dro I, sendo re-
formad >em 5 de janeiro de 1828 no posto
de major da referida guarda. Exercêra
diíferentes cargos de eleição popular e
de confiança do governo, tendo sido
muitas vezes juiz de paz e vereador no
logar do seu nascimento, onde fòra
sempre eleitor desde a independencia
e substituto do juiz municipal e do dele­
gado de policia. .
Tetfdo accumulado com assiduo traba­
lho uma grande fortuna, exercôra em sua
vida muita preponderância nas 4uestões
politicas do .seu districto.
Foi sepultado na capella-môr da igreja
de Nossa Senhor i da Boa Morte da cidade
de S. João da Barra.
Ale'm de titular, era cavalleiro da
ordem de Christo, oííicial da da Rosa e
grande, do Império.
1861—Fallece o desemb irgador João
Antonio de Miranda, senador pela pro­
vincia de M^tto-Grosso, escolhido a 7 de
 EPHEMERIDES NACIONAES
maio de 1855 ; tomára posse da sua ca­
deira no senado no dia 11.
1861—Fallece na cidade do Rio de Ja­
neiro 0 marechal João Paulo dos Santos
Barreto, nascido na mesma cidade a 28
de abril de 1788.
Fôra, no dizer de um conceituado es-
criptor nosso, um dos primeiros d’entre os
seus contemporâneos na applicação, no
trabalho e na vastidão e brilhantismo da
intelligencia. Tendo occupado por pouco
tempo a pasta dos negocios da guerra
em 1835, fora em 1840 nomeado comman­
dante do e'îtercito encarregado de conter
a revolta do Rio-Grande do Sul, da qual,
si não foi 0 pacificador, concorreu para
esse fim com o seu valor.
Exerceu o cargo de ministro da guerra
no gabi ete de 22 de maio de 1846. em
que prestou á organ saçoo do exercito
serviços relevantes. Ainda em 1848 occu-
pou igual cargo p r quatro mezes.
Ei’a doutor em sciencias mathematicas
e p ysicas. conselheiro d’estado e de
guerra, fidalgo cavall iro, -marechal do
exercito, grã-cruz da ordem de Aviz,
ofíi'ial da do Cruzeiro e lente jubilado
d 1 Academi i militar. Em 1845 fora eleito
deputado à assembléa geral pela sua
provincia.
Foi no dia seguinte ao do fallccimento
sepultado no cemiterio de S. João Bap­
tist I da Lagôa.
1870—Inaugura-se a linha telegra-
phica (Ia .Cachoeira ao Rio Pardo (pro­
vincia do Rio Grande do Sul), na ex­
tensão de 53.800 kilomet os.
1873—Inaugura-se a do Pilar a S. Mi­
guel, na provincia das Alagôas, com
25.330 ki.ometros de extensão.
KOVEMBRO—2
1531—A armada de Martim AfTonso,
que deixára a 27 de setembro o porto
de Canane'a, soílVe na presente data um
temporal desfeito quando ia tanto avante
como 0 cabo de Santa Maria, desarvo-
rando e desgarrando-se as embarcações
e indo um bergantim dar á costa perto
(.a ilha de Santa Catliarina. A cajntanea
naufraga nas costas do Rio Grande do
Sul. perdendo-se todo o seu mantimento
e sete homens, salvando-sp, porém, a nado
0 capitão e o resto da tripolacião.
Veiu ahi soccorre!-o ' Pero Lopes de
Souza e deliberou-se em conselho que
Martim Affonso não fosse, mas mandasse
pelo Rio da Prata acima a examinal-o
e collocar padrões, missão deque ficou
seu irmão incumbido. Depois separa­
ram-se e 0 capitão-m(5r foi esperar o ir­
mão na pequena ilha das Pa’ mas, ao
norte do Cabo de Santa Maria.
/
1615—L i Ravardière, vendo chegar o
reforço de Alexandre de Moura e reco­
nhecendo qiie não podia resistir á nossa
gente, rende-se á discrição. ' Lavira-se
d’esse acto o seguinte termo :
« Aos dous dias do mez de novembro
de 1615 na illia de S. Luiz, aonde ha-
bitayam os Francezes, e no lugar do
quartel de S. Francisco, que chamão o
forte do Sardinha, appareceo perante
mim Daniel de La Touche, senhor de
La Ravardière, e por elle foi dito em^
presença dos religiosoe e padres de S.
Francisco, que cá estavão, e dos que em
minha companhia vierão de Nossa Senhora
do Carmo, e dos da Compania de Jesus,
estando também presente o Almirante da
armada, e muitas pessoas nobres, que elle
estava prestes para entregar o forte, que
possuia em nome (leS, M, Christianissi-
ma, ao General da Armada e conquista
do Maranhão, Alexandre de Moura, e do
como assim o houverão por bem fizerão
este auto, em que assignarão os ditos
senhores. R eu Francisco de Faria Mes­
quita o fiz por mandado do dito. senhor
General.— (Assignados) Alexandre de
Moura, Daniel de La Touche.y>
1640—0's hüllandezes, quetinliam dois
dias agites conseguido apoderar-se da
villa do Espii ito Santo, são obrigados a
evacual-a, batidos' pela gente que o go­
vernador da capitania João Dias Guedes
 221 e p h e m e r id e s n a c io n a e s

enviara de soccorro quando soube da in- mandando para alli a Hilário de Souza
A’asäo. Deixam em poder dos nossos trinta de Azevedo, );emquisto de todòs. Beck­
e dois prisioneiros.
man, porém, alma da revolução, não quiz
16S5—Manuel Beckman, chefe da re­
admittir condição alguma, convicto como
volta do Maranhão, e Jorge de Sampaio,
estava de que, uma vez submettido, vol­
seu companheiro, são decapitados na taria a reacçao e com ella o nionopolio
praia da Trindade, na cidade de S. Luiz,
e os Jesuítas. Os outros revoltosos, entre­
por sentença da Alçada, que tomou co­
tanto, como de ordinário acontece nas
nhecimento d’aquella revolta.
revoluções, foram jiouco a pouco es-
Aa noite de 21 para 25 de fevereiro do
frianuo de enthusiasmo e dando entrada
anno anterior o povo da capiíal do Ma­
a queixas c descontentamentos, que trou­
ranhão, tendo á sua frente ãíanuel Beck­
xeram ascisao e dispersão dos conju-
man, natural de Lisboa e fazendeiro no r.ídos. A tropa foi a piimeira a aban-
Mearim, amotinara-se e prendera ao ca-
donal-os, e o povo, a pretexto de não
23Ítao-mor isaltliazar Fernandes, denozera
querer metter-se eni trabalhos, deixou-se
as auetoridades c apoderara-se da cida­
vencer. Quando, a 15 de ãíaio de 1685,
de. Logo depois prenderam os mesmos
chegou ao Maranhão Gomes Freire de
sediciosos os jesuítas nos seus proprios
Andrada, nomeado capitão-general para
collegios epassaram a nomear uma jitjita
aquelle estado, com o lim de applacar a
governativa,donoininada dos tres estados, sedição, submetteram-se todos a elle sem
encarregada do governo da capitania até
a minima condição, sem especie alguma
virem novas ordens da córte de Lisboa.
de capitulação ou amnistia, com que ao
Tros dias depois fizera, a Junta revolucio­
menos salvassem as vidak.
naria embarcar os jesuítas em dous na­
vios e os remettera para Portugal. Dera « Gomes Freire, militar antigo e probo,
Iif'' levado pelo zelo de dcsaffrontar a aucto-
motivo a estes actos de violência popu­
j i i ' i.t ' < w lar a croação do nionopolio denominado ridade real desacatada, annullou desde
estanque c.m favor de uma companhia, logo todos os actos do governo provi-
|l' sorio; restituiu os deinittidos aos seus
que devia ter durante vinte annos o gozo
privativo de todos os generös de expor­ postos, restabeleceu os jesuítas e de-
. ?| 1/
tação e importação do estado, compro- clapou em pé a companliia de nionopolio.

■
,
i ; ■ mettendo-sea introduzir quinhentos afri­ Panto bastou para Beckman reconhecer
canos por anno, para substituir o braço que sorte o esperava, e desde logo se
Í!
f: 1
indigena nos trabalhos da lavoura, po-
dendo-os vender a lOOg por cabeça,quan-
tia. fabulosa para aquelles tempos; A
escondeu. Porém as devassas come­
çaram, e elle não tardou .a ser declarado
cabeça de motim e sentenciado á morte.
abolição do referido nionopolio c a ex­ Foram otlerecidas recompensas a quem
pulsão dos padres da companliia de Jesus 0 entregasse, e como infelizmente n’este
mereciam as sympatiiias populares. valle de lagrimas abundam tanto os
malvados cingratos, apparcceu logo para
JÍ' ' Chegadas estas noticias ao Pará, a cuja
essa boa obra.um Lazaro de Mello, que
camara os revoltosos do Maranhão ha-
com aleivosa traiçao pagou, delatando a
j viam convidado para comparticipar da
Beckman, os benefícios que delle rece­
revolta, declarou o governador do estado»
bera (V . de Porto Seguro, Historia
Francisco de Sa e Menezes, que alli re­ Geral), »
sidia, que se obrigava a fazer a corte
Assim foi 0 desditoso Beckman entre­
annuir n’estes dois pontos á supplica dos
gue á justiça e,com elle^um dos sous
povos. Intentou além d'isso submetter
cúmplices, Jorge de Sampaio, c assim
de novo o Maranhuo á sua obediência,
terminou, pola odiosa intervenção do

ít...
 EPHEMERIDES NACIONAES
algoz, a revolução mais notável das que
ate'então se tinham suscitado no Brazil.
üm descendem e de Gumes Freire, e do
mesmo nome, foi injustamente fuzilado
na esplanada da torre de S. Julião, em
Lisboa, como inconfidente, século e meio
depois de Beckman, isto e', a 18 de ou­
tubro de 1817 !
Lazaro de Mello viveu corrid de
vergonha e foi depois accidentalmente
garroteado em um engenho de sua pro­
priedade/
1738 Fallece na Bahia Sebastião da
Rocha Phta. nascido n’aquclla cidade a
3 de maio de 1660, auctor da Historia da
America Voringueza desde o anno de
1500 do seu descobrimento até o de
1724, impressa pela primeira vez em
Lisboa em li30. D’essa obra, que se tor-
nára extremamente r ira, mandou o Sr.
barão Homem de Mello, quando presi­
dente da provincia da Bahia, tirar em
1879 nova edição. Fazia-se pouco depois,
em 1880, em Lisboa nova impressão
d’ella, que a alguns respeitos sobreleva
á nossa. A ambos os promotores d’essa
idea devemos agradecer tão bom serviço
prestado á historia patria.
1822 Adhere á independencia nacional
a cidade da Parnahyba, da provincia do
Piauhy.
1849 Fallece no Rio de Janeiro e se­
pulta-se em um dos jazigos de S. Fran­
cisco de Paula, o vice-almirante refor­
mado da armada nacional Theodoro de
Beaurepaire, que fora o commandante da
expedição naval que trouxe de Nápoles
a actual imperatriz.
1858 — Inaugura-se no cemiterio de
S, Francisco Xavier o monumento man­
dado erigir á memória de Jose Clemente
Pereira pela Santa Casa de Misericórdia
do Rio de Janeiro.
NOVEMBRO — 3
1615- A côrte de Madrid, no intuito de
expellir immedi ita 'ente os francezes do
Maranhão, havia ordenado um novo ar-
225
mamento, cuja direcção e mando con-
Hára a Alex uidre de Moura, governador
de Pernambuco.
A 31 de outubro d’este anno Jeronymo
de Aluuquerque move as suas tropas
contra a fortaleza de S. Luiz; a 1 de
novembro entra n’aquella bahia a ar­
mada auxiliar de Alexandre de Moura,
G no dia 2 assigna La Ravardière uma
capitulação em que se obrigava a en-
tiegar aos nossos a ilha e o forte e a
retirar-se corn os seus compatriotas (Vide
as Ephemerides de 1 e 2).
Em virtude d’ess i capitulação, deixam
os francezes o referido forte, de q e toma
posse Diogo de Campos Moreno. La Ra­
vardière embarca em seguida para a
Luropa, acompanhado de 400 dos seus,
flcando apenas alguns que, por terem
casado com indias, preferiram ficar.
Desembaraçado assim o Maranhão dos
seus invasores, os missionários portu-
giiezes frei Cosme de S. Damiao e frei
Manuel da Piedade, que tinham ido com
Jeronj^mo de Albuquerque, apossaram se
do convento dos Capuchinhos francezes,
onde desde logo entraram no exercicio
da sua missão (Vide a Epheme^dde
de julho de 1612).
1690—Ordenou ao senado da camara
da villa da Praia (S. Joao da Barra) o
padre jesuita Francisco Coelho, cerno
superior da aldeia de Reritigbà (hoje
Benevente), gue d’ora em diante cres­
cesse 0 dinheiro, a saber: très vinténs
valeriam quatro, quatro valeriam um
tostão, um tostão Valeria seis vinténs
e estes meia pataca; esta Valeria dois
tostões e uma pataca teiia o valor de
um cruzado ; e que isso executassem sob
pena de castigo, porque elle jesuita tinha
))or noticia que el-rei nosso senhor assim
0 queria.
Lei singular, que registramos pela sua
mesma singularidade. '
1703—Francisco de ■astro de Moraes, • 'if i' S f \ >
17* governador da capitania de Pernam. ,nv-
1^
. 'l í l
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H 'H I '
C ■• : H -■ I 226 EPHEMERIDES NACIONAES
\ '■■ : r ■ •'

buco, toma i^osse do seu cargo (Vide a moravel jornada, é afinal derrotado
Ephemericle de 15 de novembro'. pela nossa cavallaria, abandonando o

i Mîl ‘
3
1709—Cartas re'gias creando a capitania campo na maior desordem e deixando-o
de s. Paulo c Minas corn governo sepa­ juncado de cadaveres.
rado e independente do Rio de Janeiro e — Fallece em S. Paulo amarqueza de
dando-lhe por governador a Antonio de Santos, D. Demithiides de Castro Canto e
Albuquerque Coelho de Carvalho (Aze­ Mello, filha do visconde e viscondessa de
vedo Marques, Apontamentos). O vis­ Castro, nascida naquella cidade a 27 de
conde de Porto Seguro dá para este facto dezembro de 1797.
a data de 23 de novembro (Vide a cphe- Pela sua extraordinária belleza, mais
mcride de 9;. do que pelo cultivo do espirito, exerceu a
A 18 de junho do anno seguinte ra­ marqueza de Santos, como se saoe, a mais
tifica esse governador cm S. Paulo a poderosa influencia no animo e no co­
posse que a 18 de Janeiro tomára em ração do 1 * imperador, que a tinha visto
Santos do seu cargo. pe!a primeira vez em S. Paulo, separada
Ate' essa data fôra a capitania gover­ de seu primeiro marido, quando D. Pedro,
nada por c ipitães-móres, locotenentes então ainda príncipe regente, visitára
dos donat trios. A guerra occorrida de em agosto de 1822 aquella província.
1708 a 1709 entre paulistas e emboahas Chamada para o Rio de Janeiro, admit-
motivara a pi’omulgaçSo da alludida tida na córte como dama de honor da
carta re'gia, que deu á capitania exis­ 1 * imperatriz e feita successivamente
tência independente. viscondessa e marqueza de Santos, não
1821— Francisco Xavier Torres. Adrianodisfarçou nunca o imperador as suas
José Leal. Antonio José Moreira, José relações com a formosa paulista. Viveu
Antonio Machado. Marianne Gomes da ella na capital do império reconhecida­
Silva, Marcos Antonio Bricio, Lourenço mente, abertamente como sua amante e
da Costa Dourado, Henrique José Leal com principesco tratamento.
constituem um governo provisorio no D’ella nasceram tres filhas: Izabel
Ceará. Maria, duqueza de Goyaz, que se casou
1822— 0 brigadeiro Pedro Labatut or­ 1843 com o conde Feichler de Fi’eiberg,
em
ganisa um pequeno exercito, com o qual fidalgo da Baviera;
se destina a bater o general Madeira, Maria Izabel, duqueza do Ceará, que
na Bahia, falleceu em outubro de 1828 com pouco
i'i I. 1864—Succumbe no naufragio soíTrido mais de 1 anno de idade;
pelo navio que o transportava da França Maria Izabel, nascida em S. Paulo a
para o Maranhão o dr. Antonio Gonçal­ 28 de fevereiro l e 1830 e casada a 2 de
ves Dias, primeiro lyrico nacional (Vide setembro de 1848 com o sr. conde de
a Ephemeride de 10 de agosto de 1823). Iguassú.
Assim, dando este successo ao grande Casando-se 2' vez o imperador, re­
poeta um tumulo tão vasto como o seu tirou-se a marqueza de Santos para
talento, priva a torra natal do piedoso S. Paulo, de onde nunca mais voltou á
consolo de lhe guardar os ossos ! capital do império, sinão annos depois
1867—Os paraguayos sorprehendem o da abd c ição. No seu retiro, onde con-
2“ corpo do nosso exercito cm Tuyuty e trahira segundas núpcias (com o coronel
são repellidos [Campanha do Paraguay). Raphael Tobias de Aguiar) e segunda
■O inimigo, que já tinha tomado os vez enviuvára, foi até á morte o exemplo
il ■' reduetos oceupados pelos argentinos e da caridade. Não houve miséria domes­
alçaiiçára vantagens parclaes n''esta me- tica de que tivesse noticia que não pro-
m ■■

■. n
 i

e p h e m e b id e s n a c io n a e s 097I

curasse consolar e remediarj não houve

attenção a cultura do café, do annil, da
calamidade publica a que não levasse 0
cochonilha, do canhamo e de outros ge­
seu contingente de allivio.
nerös de commercio e industria, que
1868-Fallece emHumaytá,onde estava
promettiam ser de interesse immediate
detido como prisioneiro de guerra pelo
e futuio para 0 paiz. Cuidou igualmente
dictador do Paraguay, desde 1861, 0 coro­
das fortificações da bahia do Rio de
nel do corpo de engenheiros Frederico
Janeiro e a fortaleza do Pico, a cavalleiro
Carneiro de ('ampos, primeira victima da
da de Santa Cruz, é obra sua. Não se
ferocidade de Lopes, aprisionado por sua descurou ao mesmo passo de proteger as
ordem quando, antes de declaradas hos­
lettras e de promover 0 asseio e salubri­
tilidades entre o Paraguay e o Brazil,
dade da capital; foi eile quem mandou
se dirigia para a provincia de Matto-
abrir a rua que tem ainda hoje 0 seu
Grosso como seu presidente. nome titular.
O marquez de Caxias, em oílicio de 11
de janeiro de 1869, communica 0 falleci- ISo seu tempo fundou-se a Academia
mento d’este funccionario ao ministro scientifica do Rio de Janeiro^ que elle
da guerra (Vide a Ephemeride de 12 de animou e protegeu, e estabeleceram-se um
novembro de 1864). horto botânico e uma fabidca de cordas
de guaxima.
novembro —4
1805—E’ eleito bispo do Rio de Janeiro
1649—Parte do Tejo a primeira frota [ D. José Caetano da Silva Coutinho, na­
da Companhia Geral do Commercio do tural da villa das Caldas da Rainha em
Brazil, organisada no principio do pre­ Portugal, bacharel em cânones.
sente anno em Portugal com 0 flm de Já era arcebispo de Cranganor, na Índia
proteger com 0 seu capital e credito a poi tugueza, quando foi chamado por
1
navegação entre a metropole e a sua Do João VI a oceupar a séde episcopal
colonia na America.
fluminense. Em 1806 confirma a sua
Esta frota vem commandada por Pedro eleição 0 papa Pio VII. A 15 de março é
Jacques de Magalhães e traz a seu bordo sagrado em Lisboa, e aportando ao Rio
0 conde de Castello-melhor, novo gover­ de Janeiro a 26 de abril de 1808. toma
nador geral nomeado para 0 estado do posse do bispado, por procurador, a 28
Brazil, em substituição de Antonio Telles do mesmo mez, e entra em seguida no
de Menezes, conde de Villa Pouca d’Aguiar exercicio do cargo.
(Vide a Ephemeride de 7 de março Nomeado capellão-mór a 3 de junho
de 1650).
de 1808, eleito deputado á Constituinte e
1769—0 marquez de Lavradio, D. Luiz senador pela provincia de S. Paulo,
de Almeida Portugal Soares Bça de escolhido a 22 de janeiro de 1826, fal-
Alarcão Mello Silva e Mascarenhas, leceu no Rio de Janeiro a 21 de Janeiro
3° vice-rei e capitão general de mar e de 1833. O cabido tomou por esse facto
terra nomeado para 0 Rio de Janeiro, conta do bispado, nomeando vigário ca­
toma posse do seu cargo, e exerce-o pitular a monsenhor Vidigal.
até 5 de abril de 1779, em que é rendido Foi 0 8° bispo d’essa diocese pela ordem
por D. Luiz de Vasconcellos e Souza. chronologica. Havia no seminário epis­
O marquez de Lavradio foi, pela in- copal de S. José, na corte, um bom retrato
telligencia e zelo com que procurem me­ seu.
lhorar todos cs ramos da publ ca admi­ 1825—0 ministro das relações exteriore^
nistração, uin dos melliores governadores das províncias Unidas do Rio da Prata
que teve 0 Brazil. Mereceu-lhe particular declara ao governo do Brazil 0 reconhe-
 m m m
|W; EPHEMERIDES NACIONAES
fI',' tr 'A:v'l-
cimento da Cisplatina como encorporada
á Republica das ditas Provindas Unidas
do Rio da Prata,
184i—Os sediciosos das Alagoas, per­
seguidos pelo general Seára, tomam po­
sição junto á villa da Atalaia, seis léguas
a oeste da cidade das Alagoas, e travam
um combate que aturou quatro horas,
Í € retirando-se depois na dii^ecçáo da villa
da Imperatriz.
1861—Começam a funccionar no pavi­
V •' .' mento terreo da camara dos deputados
,i. i: , '4 a Caixa Economica e monte de soccorro
IÍ: ; ■
It do Rio de Janeiro iVide as Epiiemerides
iTL? .,(■ de 31 de julho de 1831 e de 12 de janeiro
de 1861).
1876—Parte do Rio de Janeiro no pa­
. !'■ quete francez Paraná o bispo de Olinda
D. frei Vital Maria Gonçalves de Oliveira,
que volta para a sua diocese.
A 25 de Abril de 1877 foi para a Eu­
ropa e alli falleccu no dia 5 de julho de
1878 cm Pariz, no convento dos Ca­
puchinhos, viciima de uma antiga mo­
If léstia da larynge (Vide a 2‘ Ephemcriãe
de 21 de Maio de 1871).
it!,)', . y .■'Iv; ' O seminário da provinda de S. Paulo
'I , O seu cadaver foi dado á terra no dia
(1 ;' cm que se achava regendo uma cadéira
ifr de theologia quando fui chamado ao epis­
j*n ■' copado, é 0 collegio de 8. José da cidade
i r i ''" ■ ' de Itú. Apezar de não ter então a idade
I"' ) canónica (impedimento que foi esponta­
I"' neamente dispensado pelo papa P jo I\).
r , i' !Í':
?', i; ' -n • foi precunisado e confirmado no consis-
torio de 23 de ilczembro do mesmo anno
da sua apresentação, 1871. Foi sagrado
no domingo 17 de maio do anno seguinte,
na cathedral da diocese de S. Paulo, pelo
actual bispo do Rio de Janeiro, Sr.
|fi;t
I t .É
D. Pedro de Lacerda. A 3 de abril d’esse
mesmo anno o conego João Clirysostomo
de Paiva, vigário capitular (hoje falle-
cido), tomou posse da diocese como pro­
curador do joven prelado, e ficou incum­
bido de regel-a até a sua chegada.
H}-; i A 20 de maio chegou eile a Pernam­
buco, onde foi recebido com um solemne
T e-Deum na igreja do Espirito-Sa.nto
J
•> í’ú'1
ítV^ »
I fíâ!-.t--
Dois dias depois fez a sua entrada so­
lemne na diocese,em companhia do actual
bispo do Pará, Sr. D. Antonio de Macedo
Costa. A 25 de abril de 1877 partiu, como
dissemos, para a França, para nunca
mais voltar.
Foi 0 1° bispo de Olinda que, como
tal. fóra a Pmma ad limina apostoloriam.
Voltara a 6 de outubro de 1876 d’essa
viagem.
Era filho de Antonio Gonçalves de
Oliveira e de D. Antonia Albina de Al­
buquerque.
Morreu bispo de Olinda; porque, apezar
de ter instado com a Santa Sé pela resi­
gnação do seu cargo, não accedeu esta
ás suas solicitações n’este sentido.
1879—Fallece na cidade de Campos dos
Goytacazes o dr. João Baptista de La­
cerda, que alli exercera por 36 annos a
sua ardua profissão de medico dc modo
a honral-a e ennobrecel-a.
O , eminente professor campista, cuja
vida fora uma longa serie de sacrifícios
pela f.imilia e pela humanidade soífre-
dora, completava n’esse dia 60 annos
de idade.
seguinte no cemiterio do Carmo, acom­
panhado pela população inteira, que lhe
pagava assim o tributo de saudade e
reconhecimento, a que elle fizera jus pela
sua constante sollidtude e inteireza de
caracter.
NOVEMBRO—5
1669—E’ nomeado governador do Rio
de Jaiuiro João da Silva e Souza,que toma
posse do seu cargo por todo o correr do
anno .seguinte.
A data supracitada da nomeação d’este
governador nos é fornecida pelo Sr. Jose
de Vasconcellos ; no Catalogo porém dos
capitães mores, capitães generaes, etc.,
d’essa capitania,publicado no l ° e 2° to­
mos da Revista ão Instituto Historico,
diz-se que João de Souza fõra nomeado
pnr provisão de 5 de ícícm&ro d’este anno
de 1669.
 Governou até o de 1675 e foi o trigési­
mo terceiro na ordem chronologica.
1801—Fallece no Páo Grande do Sul o
tenente-general Sebastião Xfivier da
Veiga Cabral da Camara, governador
d ’aquella capitania d’esde 31 de maio
de 1780 (Vide essa data), por nomeação
do vice-rei do Estado Luiz de Vascon-
cellos e Souza. Ficou por isso gover­
nando int Tinamente a referida capita­
nia 0 brigadeiro de engenheiros Fran­
cisco João Roscio, até entregar a admi­
nistração ao barão de Bagé em 30 de
janeiro de 1803 ( Vide a ephemeride de
10 de outubro de 1805 ).
1808—Creação do hospital real militar
do Rio de Janeiro.
1815—Nasce na cidade de Valença, pro-
vincia da Bahia, o conselheiro Zacharias
de Gées e Vasconcellos (Vide a Eplieme-
riãe de 28 de de/.embro de 1877).
1817—Chega ao Rio de Janeiro a archi-
duqueza D. Leopoldma. primeira esposa
de D. Pedro I e mãe do actual Impe­
rador.
1820 — Instituição da Academia das
Bellas Artes do Rio de Janeiro (Vide a
Ephem. de 12 de agosto de 1810).
N O VEM BRO —0
1056—Morre em Lisboa o rei D. João IV,
depois de ter governado a monarchia
poríugueza por quasi 16 annos, desde a
memorável revolução de 1 de dezembro
de 1640.
Seu filho Affonso VI succede-lhe no
throno na idade de 13 annos apenas. Por
'essa causa fica sujeito á tutoria de sua
mãe a rainha D. Luiza de Gusmão, a
quem o rei seu marido havia deixado
por governadora do reino e tmora do
rei menor. Seis annos depois, a 23 de
junho de 1662, contando 19 de idade,
empunha B. Affonso as redeas do go­
verno.
Este infeliz rei foi deposto a 23 de
novembro de 1667 por seu irmão o prin-
governador
do estado do Maranhão, toma posse do
seu cargo.
1796_Assume o exercicio do governo
da capitania de Matto Grosso Caetano
Pinto de Miranda Montenegro, que foi o
sexto a administral-a depois de declarada
capitania independente.
Nomeado por carta régia de 18 de se­
tembro do anno anterior, começou a sua
administração na data indicada e conser­
vou-se n’ella por seis annos, nove mezes e
nove dias. passando-a ao governo interino
que deixou em seu logar (Vide a eplieme-
ride de 15 de agosto de 1803).
1817—Recebem as bênçãos nupciaes, na
capella real do Rio de .Janeiro, o |rincipe
D. Pedro, depois 1° imperador, e a archi-
duqueza D. Leopoldina d Austria.
1853 — Giró. presidente da Republica
Oriental do Uruguay, asyla-sc na lega-
ção brazileira em Montevidéo.
1879—O arcebispo da Bahia Joa­
quim Gonçalves de Azevedo fallece em
Itiparica.
Nascera aos 19 de fevereiro de 1814 na
então villa (hoje cidade) de Turyassú, na
provincia do Pará, depois en^orporada
á do Maranhão; era filho legitimo de
José Gonçalves de Azevedo e de D. Anna
Thereza de Jesus Azevedo.
Depois de haver feito os seus primeiros
estudos em um collegio do Maranhão,
passara a cursar as aulas do seminário
do Pará. onde por sua applicação. in-
tolligenci i e lhaneza de trato. gra"geara
a estima dos seus superiores e de todos
quantos com elle praticaram. O venc-
i 'l l
230 EPHEMERIDES NACIONAES
rando bispo de Belém do Pará D. Ro-
mu.ildo Coelho, inspirando-se no proce­
dimento exemplar e habilitações do joven
I I
Azevedo, conílou-lhe a regencia da ca­
deira de Jatinidade d’ quelle seminário.
A 19 de abril de 1837 recebeu ordem
de presbytero e a 16 de jiinho celebrou
a sua piimeira missa.
Em 1839 foi apresentado em uma ca­
deira da cathedral paraense, que occu.
' .1 pou, bem como a de lente do seminário,
até depois do passamento do eximio pre.
lado do Pará, que teve o singular con­
dão de presidir-e encaminhar nos primei­
ros passos da carreii’a sacerdotal a dois
primazes da igreja brazileira o ar­
cebispo D. Romualdo, seu illustre so­
brinho, e D. Joaquim Gonçalves de
Azevedo.
Quando, em 1818, se fundou o seminá­
rio de Manáus, na hoje provincia do
I >
Amazonas, foi Azevedo o escolhido pai-a
0 importante cargo de reitor do novo
estabelecimento, cuja administração as­
‘ iI sumiu em dezembro d’aquelle anno. No
Amazonas occupou elle, além d’isso, di­
versos cargos civis, como o de director
geral dos indiuenas, director g^i^al da
; .) instrucção publica e 2° vice-presidente
da provincia.
Por fallecimento do conego Raymundo
de Mattos foi nomeado vigário gei'al e
reitor do seminário episcopal. Em 1863
foi aposentado na dignidade de arce­
diago. Picai’a nesse mesmo anno, por
,r morte de D. Domingos Quirino de Souza,
A'aga a séde episcopal de Goyaz (Vide a
i
‘ 11' Ephemeride de 12 de setembro d’esse
■ í;' anno) ; para preenchel-a foi nomeado o
• ( (.
conego Azevedo por decreto imperial de
1, . 10 de dezembro do anno seguinte (1864)
e nessa dignidade conflrmou-o o p ipa
Pio IX^no consistorio de 2o de setembro
1 *' '
de^ I860. A 1 de julho do seguinte anno
I' ' I
foi sag ado na cathedral do Pará, im­
I -b > ‘V
pondo-lhe a mitra o actual diocesano
1 !i Sr. D. Antonio de Macedo Costa.
Em abril de 1867 partiu para a sua
Si!' t
| :4 'i
’ 'tí -
diocese, onde logo se applicou ao bem-
estar de suas ovelhas, emprehendendo,
para de mais perto as conhecer, uma
longa viagem pelo interior da provincia.
Dotou-a com um seminário, e n’elle,
por falta de sacerdotes que professassem
0 curso de theologia, exerceu o proprio
prelado as penosas funcções de lente,
dando assim o mais edificante exemplo
de amor ao trabalho e a mais inequívoca
prova do quanto lhe interessava e me­
recia 0 cultivo moral dos seus dioce­
sanos.
K Alli, n’aquella pacifica provincia, ao
lado do seu rebanho, que extremecia de
ineífaveis júbilos pela feliz acquisição
que fizera de um tão virtuoso pastor, foi
elle escolhido por S. M. o Imperador para
vir sentar-se no mais alto logar da igreja
brazileira, sendo nomeado arcebispo e
primaz d’esta archidiocese aos 14 de
março de 1876 e preconisado no consis­
torio de 19 de dezembro do mesmo anno
« Das mãos do Exm. Sr. bispo do Rio
de Janeiro recebeu o pallio, na igreia do
Castello, no dia 29 de abril de 1877, e
cheg ndo a esta cidade em 14 de maio
do mesmo anno, assumiu no mesmo dia
a administr ção da respectiva archi­
diocese (Diário de Noticias d i Bahia). »
A 7 de maio tomára posse d’ella por
procurador.
NOVEMBRO— 7
1619—Regimento em 19 artigos, dado
ao ouvidor geral do Maranhão, cuja ju-
risdicção chegava até a mandar execu­
tar, sem appellação nem aggravo, a pena
de morte imposta aos sentenciados pelos
crimes de traição, sodomia, furto, roubo
de navio, quebrantamento de segurança
dada por el-rei, salvo si os réus fossem
capitães ou pessoas de qualidade.
N ’este anno deu Martim de Sá, gover­
nador do Rio de Janeiro, começo á fun­
dação da villa de Mangaratiba com a
 EPHEiíERIDES NACIONAES
creação de uma aldèa de indios tupis,
para os quaes fez aquelle governado:-
edificar umacapella consagrada aS.Braz.
1710 — Guerra dos mascates em Per­
nambuco.
Sebastião de Castro Caldas, então go­
vernador da capitania, pretendeu fazer
entrar na governança da camara de
Olinda os mascates portugnezes do Reci­
fe; não podendo conseguil-o pelos meios
intentados, obteve do rei, com falsas in­
formações. a faculdade de erigir em villa
a povoação do Recife, para executar
aquelle seu intento. Occasionou este passo
desgostos, que se foram augmentando de
dia para dia, e o governador fel-os che­
gar ao cumulo recorrendo á força arma­
da: n’este ponto empregam os pernam­
bucanos 0 desforço que a paixão lhes
suggeria. Na presente data, passando
C:istro Caldas pel i rua da Agua Verde
no Recife, recebe em uma perna um tiro,
que lhe produziu quatro ferimentos le­
ves. Receiando perder a vida, fugiu no
dia 9 para a Bahia, onde o govei-nador
geral D. Lourenço d‘Almada o reteve
preso nafortale.za de Santo Antonio ale'm
do Carmo, até remettel-o para a corte o
conde de Castello-melhor em 1711.
Diuòu ainda por alguns mezes este e.s
lado de cousas já sob o governo inte­
rino do bispo diocesano, D. Manuel AL
vares da Costa, ate' que, com a substi­
tuição do governador e a publicação do
perdão regio, foram depostas as arm ise
a paz se rest ibeleceu. Os cabeças da re­
volta foram, quando menos o esperavam,
embarcados p:ira Lisboa e encerrados no
Limoeiro, onde em pouco tempo acaba­
ram os seus dias, sobrevivendo apenas
um de nome Leonardo Bezerra, que, de­
pois de 13 an nos de reclusão, obteve
voltar para o Brazil, mas não para Per­
nambuco, logar do seu nascimento : foi-
lhe pei-mittido ir para a Bahia, onde pas­
sou 0 resto da vida.
1743—Fallece na sua diocese D. Ber­
231
‘ ^
nardo Rodrigues Nogueira, 1’ bispo de
S, Paulo (Vide a ephem. de 8 de de­
zembro de 1746).
1822—Fallece no Rio de Janeiro o bo­
tânico frei José da Costa Azevedo, pri­
meiro director do Museu Nacional e lente
de mineralogia da Academia Militar da
corte.
Nascera na mesma cidade a 16 de Se­
tembro de 1763.
Repousam seus ossos em uma urna,
depositada na igreja de S. Pedro, man­
dada fazer por seu amigo e parente o
commendador José Victorino Coimbra.
O conego Dr. Fernandes Pinheiro pu­
blicou um aproveitável esboço biogra-
phico d’este nosso douto naturalista no
tomo VII da Revista Popular, de julho
a setembro de 1860, para o qual remet-
temos 0 leitor. O sr. dr. Macedo também
faz cummemoração do seu nome no Anno
liiographico.
— Perto de tres mil portuguezes, cer­
cados na cidade da Bahia pelo briga­
deiro Madeira, fazem á meia noite uma
vigorosa sortida. O combate aturou até
ás 8 horas da noite do dia seguinte,
sendo tão renhMa a resistência dos im-
periaes que os contrários tiveram de
voltar para a cidade e os brazileiros to­
maram de novo as suas linhas do cerco
r .4 fc-fl
sem terem perdido terreno algum.
1831 — Carta de lei abolindo o traflco
de africanos.
1837 — « Rebenta na Bahia uma revo­
lução, que, acobertada a piincipio com
0 nome de S. M. I., depois deu bem a
conhecer quaes eram seus fins últimos;
a qual viria a ser terrivel. se não fosse
■>'
logo reprimida. Seu chefe era um indi- .
viduode nome Sabino (Perdigão Malheiro,
índice Chronologico.) »
Esta revolta, conhecida pela denomi­
nação de sabinada, teve por promotor
princip.il ao dr. Francisco S tbino Alves
da Rocha Vieira, h.ibilissimo medico e
homem de grandes recursos intellectuaes.
r 232
e p h e m e r id e s
; 1
A mencionada revolta, que chegou a
tomar um caracter assustador, obriga
em 1838 o presidente da Bahia, Antonio
I / Pereira Barreto Pedroso, a sahir para o
Recôncavo, onde se lhe reunem a tropa
lil'o r '* de linha, a guarda nacional e innumeras
familias.
O general João ^hrysostomo Callado
bate os revoltosos mesmo dentro da ci­
dade e derrot:i-os completamente, fazendo
avançar a tropa sobre a cidade quando
esta começava já a ser incendiada. Isto
succedeu a 16, 17 e 18 de março.
Sabino foi preso e confinado para
Matto Grosso.
A Bibliotheca Nacional possue o volu­
moso processo que se instaurou aos im­
plicados n’esta revolta.
1848—Começa a revolução ultra-liberal
de Pernambuco, denominada a retoUa
praieira ~ (YidQ os Estudos Mstoruos
do sr. dr. Luiz Francisco da Veig i .
Em 25 de novembro do mesmo anno
os deputados liberaes da provincia des'
embargador Joaquim Nunes Machado
Antunio Aífonso Ferreira, dr. Jeronym
Villela de Castro Tavares, dr. Felipne
Lopes Netto, José Francisco de Arruda
Camara, Antonio da Costa Reg Monteiro,
dr. Joaquim Francisco de Faria e Felix
Peixoto de Brito e Mello procuram jus-
tifical-a em um Manifesto. Apezar da
sua vehemencia de linguagem e do seu
espirito recriminatorio, é uma peça que
se deve ^ r, bem como a Proclamação,
' h que publicaram depois, e em que decla­
ram adherir ao movimento revolucio­
nário.
ir
Em 2 de fevereiro do anno seguinte
da-se no Recife um grande combate, em
que perdem a vida muitas centenas de
revoltosos e o seu corypheu, o desem­
bargador Nunes Machado. Em todos <s
outros encontros havidos depois trium-
iili;;v pham igualmente as forças legal’ s, até (
coineço de abril, em que se submettem
os derradeiros bandos e a ordem se res­
tabelece até hoje.
n a c io n a e s
novembro — 8
1M9—D. Marcos de Noronha, conde
dos Arcos, P governador e capitão ge­
neral nomeado para a nova capitania
geral de Goyaz, creada pelo alvará de 8
de novembro de 1744, toma posse do seu
cargo e exerce-o até 30 de agosto de 1755
[Vide essa data), cm que é rendido pelo
conde de S. Miguel, D. Alvaro Xavier
Botelho.
1802-Fallecc na cidade da Fortaleza
0 chefe de esquadra Bern.irdo Manuel de
Vasconcellos, primeiro govern .dor e ins-
tallador da capitania do Ceará depois da
sua independencia da de Pernambuco, e
que tomára posse d’esse governo a 28
de setembro de 1799. A 13 de novembro
succede no cargo João Carlos Augusto
de Oeynhausen Grevenburg, afilhado da
rainha D. Maria, que foi depois marquez
de Aracaty e senador do império. Vinha
do Pará. onde era governador, e recebe
0 governo do Ceará da junta provisória,
composta do ouvidor Gregorio José da
Silva Coutinho, de José Henriques Pe­
reira, que era então o fíicial da tropa
regular de patente mais elevada da ca­
pitania, e do vereador mais velho da
capital Antonio Martins Ribeiro, junta
que esteve á testa da administração por
quasi um anno, como se vé.
Foi Bernardo de V’asconcellos o ins-
taur.idor de todas as repartições da nova
capitania; creou a secretaria, a casa de
arrecadação, a alfandega tantó da capital
como do Aracaty, e no seu governo
construirain-se diversos edifícios pú­
blicos necessários á nova ordem de
cousas. Deu-se então começo ao prédio
que serve hoje de thesouraria de fazenda,
cuja primeira parte se concluiu a 5 de
junho de 1802, mas como ficasse pequeno
e insufficiente para o seu fim, accres-
centoii-se-lhe depois outro lanço, que,
começado em fevereiro de 1814, sé ficou
concluido a 3 de novembro de 1817.
Edificou-se também uma alfandega e um
rapiche para embarque e desembarque.
 EPHEMERIDES NACIONAES 233

ficando porém inutilisado em pouco tempo — Idem da do Penedo, nas Alagoas, a

esto. por ca sa das areias que se accu-
mularam diante d’elle. « Em 60 annos
que decorreram depois da sua edificação
0 m ir recuou de m lis de duzentas braças
(Théberge, Ensaio historico sobre a pro-
vincia do Ceará).
Este governador foi um dos a quem
se dirigiu a carta regia cm que era
exigiua com empenho a prisão de « urn
súbdito prussiano, o barão de Humb ddt,
como homem perigoso, que percorria o
interior da America e do Maranhão,
sob 0 especioso pretexto de fazer obser­
vações geographicas. topographicas e
scientiíicas, para no fundo surprehender
e tentar, por meio de novas ideas c
capciosos principies, os ânimos dos pov(>s cenários que commandava. S.ibido pelo
Maroim, em Sergi e, com 78.668 kilo­
metros de extensão. •É
. NOVEMBRO—9
1638—Eni consequenciadofallecimento,
em Belém do Pará. do capitão-mor d’essa
capitmia Feliciano de Souza e Menezes,
oceorrido na vespera. toma do novo posse
d'esse cargo o capitão Ayres de Souza
Chichorro, que tinha sido antecessor do
Feliciano no dito governo, e foi d’esta vez
0 docimo oitavo na ordem chronologica.
1645—Combate de Giquiá. .Tá vimos
como se incorporára ás forças dos inde­ m
pendentes de Pernambuco o m ijor hol-
landez Hoogstraten com os soldados mer­
V;

seus fieis vassallos (palavras da carta supremo conselho do Recife que, com
regia), declarando estas viagens scienti- os elementos de que dispunha, não nos
ficas pelo territoido de ;->ua Magestade podia levar a melhor, appellou para
summamente prejudiciaes aos interesses 0 suborno. Tratou de peitar com pro­ I j

da coroa ! messas de perdão, augmento de postos e

« O governador, accresccntn Théberge, outras vantagens a gente d’aquelle coi'po,
oíTerecia um prêmio de 200g fortes a quem composto de 280 estrangeiros de diversas
lhe trouxesse esse grande perverso ! nacionalida es, cuja fidelid idc conhecia
1805—Fallece em Villa Bella o capitão por experiencia propria que era nulla, e
general de Matto-Grosso Manuel Carlos promulgou para esse fim um decreto im­
de Abreu e Menezes (Vide a Ephemeride presso que, espalhado com profusão por
de 28 de julho de 1804). divers^«s partes,-chegára ás mãos dos sol­
1818 — Toma posse da colonia de dados de Hoogstraten e produziu o de­
Caj'enna, em nome do governo da França, sejado etíeito.
o conde Carra de S dnt-Cyr, comman- Um d’elles. de nome B'lavre. achou meio
dante e administrador civil da Guaj'ana de ir assegurar aos hollandezes que. dada
ír.mceza, em virtuda do Tratado assi- oceasião opportune),se passaria cnm mui­
gnado em Pariz a 28 de agosto do anno tos dos seus para o campo inimigo. A’
anterior {Vide essa data). vista do que, dispozeste que fossem duas
1822—Victoria alcançada nos campos companhias sob as ordens dos capitães
de Pirajá, na Bahia, pelo exercito pa­ Rembach e La Montague, commandadas
cificador (Vide as Ephemerides de 1 e 2 pelo major Garisman, postar-se á entra­
de julho). da da noite do lado dos AíTogados. junto
1874—Inauguração da linha telegra- ao engenho Giquiá, pertencente a João
phica (ramal) da cidade da Bahia a Fernandes Pessoa, mas que estava então
Pojuca, na mesma província, com a ex­ abandonado. Foram porém presentidos
tensão de 85.0U0 kilometiv.s. pelos nossos, que deram logo rebate: ira
— Idem da de Ar cajú á Estancia, na vou-se entã uma renhiua peleja, em que
província de bergipe, na extensão de toma parte gente que acudira do nosso
60.952 kilometros. acampamento, situado a mais de meia
 Villi'! 2.31 EPHEMERIDES NACIONAES
legua, ao ouvir o estrondo damosqueta-
ria. N’essa força de soccono vêm tam­
bém os mercenários, que todavia não po­
dem pOr por obra o seu intento, porque
0 .sargento-mór Dias Cardoso, que com­
mand,iva toda a força, talvez por já des-
confi ir d’elles, manobra de tal modo que
,.i", não lhes dá occasião de executarem o
seu proposito.
1 São rechassados os hollandezes para
dentro da sua fortaleza Principe Gui­
lherme, nos Aílbgados, depois de uiria
dura refrega, que nos custou sete mortos
e trinta e cinc ' feridos, abortando assim
0 plano que haviam concertado.
1709—Data, segundo o general Abreu
e Lima (Synopsis) da C. R. que separou
a capitania de S. Paulo e Minas dado
Rio de .Janeiro, a que até então estivera
annexada. Segundo o mencionado auctor.
a Antonio de Albuquerque Coelho de
Carvalho foi commettido o governo d’ella
por outra carta regia de 23 do mesmo
mez e anuo, e na qual se llie deixava a
escolha do logar em que devia residir.
O visconde de Porto Seguro diz, tratando
■-I de S. Paulo no seu catalogo provisorio
dos governadores do Brazil:
I -) ’ « P’eita capitania independente por
carta regia de 23 de novembro de 1709. »
:! I Parece depreliender-se que existem
düus documentos relativos a esses dous
i'l 'i factos. O mesmo se conclue do que se
i: ' lê nos Aponto,mentos históricos do sr.
l‘ Azevedo Marques (Chronologia). Este
.1 J autor entretanto assigna para ambos a
data de 3 de novembro, que reproduzi­
mos, não só pelo muito conceito que o
seu trabalho nos merece, como porque
elle, n’este ponto, se baseia no Archioo
da camara de S. Paulo, livro de registro
iv n de alvarás e cartas regias.
Acontece, porém, que recebemos uma
attenciosa carta do sr. dr. Francisco de
m Salles de Macedo, zeloso e digno empre­
gado do Archivo I’ublico do Império, em
It ‘ a,
que, depois do historiar o que allega
Abreu e Lima, nos diz :
i(V'^.Kr, ''
« Entretanto, na collecção de C. R.
existente n’este Archivo, encontramos
uma. em original, com a data de 9 de
novembro de 1709, nomeando Antonio de
Albuquerque governador de S. Paulo e
Minas, a qual, depois de tratar de que.s-
toes politicas e administrativas, termina
da seguinte maneira :
« E para evitar alteração sobre os go­
vernos me pareceu declarar-vos que não
haveis de ter n’esse de S. Paulo, em que
vos tenho por esto. nomeado, outra sub­
ordinação m,ais que ao Governador e
Capitão Geral da Bahia, assim como o
tem os Governadores do Rio de Janeiro
e Pernambuco. »
« Será esta, continúa o Sr. Macedo, a
carta regia unica em relação a este
assumpto, estando n’ella incluida não só
a nomeação do governador, como a or­
dem da desannexação ? Ou haverá outra
com a data de 3 ou 23 de novembro, de­
terminando a separação da capitania?
« O que, porém, se torna evidente é
que Antonio do Albuquerque foi nomeado
governador de S. Paulo e Minas por C.
R. de 9 de novembro e não de 23, como
aíFirm I A. e Lima. »
Resolve felizmente a duvida apresen­
tada a Instrucção para o governo da ca­
pitania de Minas Geraes, escripta em
1780 por José João Teixeira Coelho,desem­
bargador da relação do Porto,e publicada
em 1852 no tomo XV da revista do Institu­
to, onde oceupa todo o fasciculo n. 7. Diz-
se alli á pag. 323:
« Os grandes talentos de Antonio de
Albuquerque eram constantes á Sua Ma-
gestade ; e por isso o mesmo Senhor o no-
meor., ou passou d’aquelle governo (do
Rio de Janeiro) para gov rnador e ca­
pitão-general d’esta nova capitania (de
Paulo e Minas, juntas ainda), por
 EPHEMERIDES NACIONAES
douto inform into não só o ensejo que
nos proporcionou para isso, chain mdo a
nossa aitenção para o equivoco que re-
produziramos, como outras observações
sensatas que da mesma fonte temos re­
cebido. Em nome da verdade histórica,
embora n’estas suas minuiJencias de so-
menos valor p u-a muitos, lh’o agrade­
cemos e a todos os homens de consciência
0 pedimos com empenho.
1717—Eleição do 1° bispo do Pará,
D. frei Bartholomeu do Pilar (Vine a
EphemeHde áe 21 de Setembro de 1724).
1789—Toma posse do governo da capi­
tania do Ce irá o cadete Luiz da Motta
Feo e Torres, nomeado por carta regia
de 12 de janeiro seu capitão-mór e gover­
nador. Foi o trigésimo oitavo e o ultimo
que exerceu esse cargo durante a sujeição
da capitania á de Pernambuco.
« Esse homem, diz o Sr. João Brigido
dos Santos, fez-se celebre 23Cla sua avareza
e espirito tacanho. »
1800—Fallece em Lisboa, no {jalacio do
conde de Pombeiro, o notável repentista
fluminense p idre Domingos Caldas Bar­
bosa, sendo sepult ido na igreja parochial
dos Anjos, em cujo livro está lavrado o
seu assento de obito.
Caldas nascera no Rio de Janeiro, não
se sabe em que anno, de pae portuguez e
mãe africana, e depois de ter servido
como militar na Colonia do Sacramento,
occupada em 1762 pelos hespanhóes. foi
a esse tempo i^ara Portugal, onde viveu
o resto da vida em c isa do regedor das
justiças José de Vasconcellos e Souza,
depois conde de Pombeiro, e irmão do de
Castello Melhor, vice-rei do Brazil.
« Essa protecção do regedor d.-is Jus­
tiças, diz o Visconde de Porto Seguro
{Revista do Instituto, tomo XIV), nãose
limitou a dar-lhe cama e ineza, primeii-o
no palacio de seu irmão o marquez de
Castello Melhor, e depois de casar-se,
nos seus aposentos da Bemposta. senão
que 0 fez ordenar, arranjou-llie um bene­
ficio e 0 logar de capellão da Casa da
Supplicação. Além disso introduziu-o
em toda a boa sociedade da corte, cuja
estima o protegido depois soube ca­
ptar. .. » .i
Da Viola de Leveno : collecção das suo,s
cantigas, impressa pela primeira vez em
Lisboa em 1806, a Bibliotheca Nacional
possue um bomexemplar da edição d'eL'23»
que Innocencio diz ser de 1826, e que. na
opinião d’este notabilissimo bibliophile_
«são peç is improvisadas, entre as quaes
ha algumas de distincte merecimento,
e que denunciam o grande t .dento do .'reu
auctor como poeta repentista. »
portuguez» ratifica a
Convenção Addicional de 28 de julho
d esse anno, tr .tada entre S. M. Fidelis-
sima e S. M. Britanica. para o fim de
impedir 0 cominei’cio illicite de escravos
por parte dos respecti.'os súbditos.
1823 Lord Cochrane, em recompensa
de ter pacificado o Maranhão, é nomeado
marquez daquelle titulo (Vide a Epheme-
ride de 20 de maio de 1825).
1834 - 0 sr. dr. Mello oraes no seu
Brazil Historien, tomo II, pag. 177, dá
como sepultado n’esta data nas catacum­
bas de S. Francisco de Paula o notável
pintor fluminense José Leandro, a quem
dá 0 titulo de capitão e cuja palheta, diz
S. S., ainda hoje se admira. O sr. dr.
J. M, de Macedo, no artigo que lhe con­
sagra nu seu Anno Biographico, dil-o
fallecido no dia 8 e enterrado a 9 em S
Francisco de Paula.para onde fôra levado
0 seu cadaver em pobre rede. U sr. dr.
Moreira de Azevedo, nos seus Ensaios
biographicos, o dá como fallecido em
Campos, sem determinar todavia a épo­
ca. o sr. Lei\y Santos reprouuz no seu
Pantheon Fluminense algumas das
referioas particularidades. Entretanto
nenhuma d’essas assergões nos parece
exacta. José Leandro falleceu em Angra
dos Reis a 8 de fevereiro de 1846 [Vide
essa data). Só si se trata aqui do filho
que deixou de igual nume, a quem se re­
fere o sr. dr. Macedo.

11 '
; ■
V)\ .■•■r,,
■'■ I;
236 EPHEMERIDES NACIONAES
1812—Assume o barão de Caxias a pre­
sidência do Rio Grande do 8ul e ocom-
m.mdo d'l exercito pacificador d’aquella
província.
1S43—Morre na cidade de S. Paulo o
padi'e Diogo Antonio Feijó, ex-regente
do império na menoridade do sr. D. Pe­
dro II.
Na.scido naquella cidade em agosto de
1784, alli fallcceu. depois de prolongados
desgostos (diz Innocencio F. da Silva,
que dá o dia 9 como o do seu falleci-
mento), sendo o seu cadaver embalsa­
mado e fazendo-se-lhe sumptuosas exé­
quias, tanto nas cidades e villas de
S. Paulo, como nas de muitas províncias
do Império.
Deputado pela provinda natal ás cortes
constituintes portuguezas de 1821, onde
tomou assento na sessão de 11 de feve­
reiro de 1822, e, acclamada a nossa inde­
I • pendência, deputado á assembléa geral
de 182.5 a 1833, na primeira de cujas
sessões (em 1827) propoz a aboli ão do
celil)ato do clero ; mi listro da justiça em
4 de julho de 1831, nomeado pela Regên­
cia permanente, até 2G de julho do anno
seguinte; senador pela província do Rio
de Janeiro, escolhido pela regência per­
manente no 1“ de julho de 18-33 ; regente
nnico em virtude do Acto Addicciona
desde 9 do outubro de 1835 até 19 de se­
tembro de 1837, lugar supremo de que
t' , voluntariamente se demittiu ; bisp'> eleito
de M irianna (Vide a Ephem, de 11 de ou­
tubro de 183-5;, cargo que não quiz acei­
.11.: tar, foi 0 adre Diogo Antonio Feijó um
-
1 dos homens politicos mais notáveis do
ir ,r '■!' Brazil n’esses tempos de paixões eíTerves-
centes e ruidosas. Tendo oceupado posi­
ções tão culminantes, quasi magestaticas,
morreu pobre. O decreto imperial de
U .
15 de junho de 1841 concedera-lhe a
pensão annual de quatro contos de réis;
mas por pouco tempo se gosou d’ella.
De um esboço necrologico do regente
Feijó publi ado pela Gazela cie Campi­
nas, e que nada menos ó que o que acerca
5 5*': P! .Ví,..
fS'-r’ -' ■ -i
do rigido paulista escrevera o auctor do
Ayino Biographico, transcrevemos o topi-
co final, que synthetisa cabalmente a
feição moral d'este illustre homem de
Estado:
« O padre Diogo Antonio Feijó foi pro-
totypo de virtudes em sua vida jiarticu-
lar , no governo incorreu em erros po­
liticos devidos- a seu caracter indomá­
vel, rigidíssimo, incapaz de concessões
aos adversários; m.-is de 1831 a 1832 foi
0 ministro que salvou a ordem e a mo-
narchia, e em todos os tempos o exem­
plar da firmeza, do desinteresse pessoal,
da honra e do patriotismo mais aciTSO-
lado. Homens como o padre Feijó são
raros.
Nas Condições com que acceitou em
1831 a pasta da justiça,,e que servem de
epigraphe ao brilhante estudo biogra­
phico que do padre Feijó publicou em
1862 0 illustrado sr. barão Homem
de Mello, o proprio biographado se pinta
de um modo completo:
« Como 0 governo livre, dizia, è aquelle
em que as leis imperam, eu as fare
executar mui restricta e religiosamente
sejam quaes forem os clamores que pos­
sam resultar de sua pontual execução ;
não só porque esse é o dever do execu­
tor. como por esperar que depois de
qlgum tempo, cessado o clamor dos quei­
xo os, a nação abençoe os que coopera­
ram para a sua prosperidade. »
E a historia diz-nos na sua imparcia­
lidade como elle cumpriu á risca o que
promettera.
Devemos consignar aqui que tanto o
sr. barão Homem de Mello, como o auctor
do artigo biographico do Diário de Cam­
pinas, isto é, 0 sr. dr. Macedo, dão
Feijó como tendo fallecido no dia 10, e o
primeiro dos citados escriptores o di de
um modo perempetorio e que parece não
offerecer a menor duvida. A relação dos
senadores publicada na Revista do Ins i-
tuto diz por sua vez que fallecera no
dia 11. Entretanto, na sua Necrologia,
 EPHEMERIDES NACIONAES
escripto anonymo do oonego Geraldo
Leite Bastos, e publicado pelo sr. dr.
Mello Moraes em 1861, di/-se que Feijó
« depois de passar agonisante algumas
semanas, dera a alma ao Creador a U de
novembro pelas 10 horas da noite, dei­
xando eora a sua morte um vasio bem
diflieil de eiielier.. . . Embalsainado o seu
eadaver, foi a 14 conduzido para a igreja
dos terceiros de Nossa 8etihora do Carmo,
sendo 0 seu enterro o mais pomposo, que
até então se tinha visto na capital de
S. Paulo. »
O auctor fòra amigo intimo do grande
patriota, o deposHario de particulares
segredos seus e possuia outrosim docu­
mentos comprobatorios do que escrevia
e que lhe auxiliavam a memória. Deve­
mos portanto prestar inteira fé ao que
nos diz.
Alguns annos depois o eadaver do pa­
dre'Feijó, no mesmo caixão de chumbo
em queestavaencerrado, e o seu coração,
na mesma redoma de vidro que de prin-
cipiu 0guardava, foram trasladados para
tim jazigo perpetuo na egreja da Ordem
Terceira de S. Francisco, em S. Pauio.
onde ambos se acham em perfeito estado
de conserva ao.
1875—BMllece na còrte o dr. Joaquim
Pinto Brazil, chefe d secção da secreta­
ria da Agricultura, que fôra por muitoS
annos professor de philosophia na mesma
cidade. Era um profundo conhecedor da
nossa lingua.
10
NOVEMBRO
1555 — Chega Nicolau Durand de Vil-
legaignon e a expedição que capitaneava
á bahia Guanahára (Rio de Janeiro)’
como se lè na 2’- carta de Nicolau Barré,
um dos da expedição, reproduzida pelo
Sr. Paulo Oaffarel na sua Histoire du
Brésil français (Pariz, 1878i.
Villegaignon largàra do Havre de
Grace, em França, a 12 de julho d’esse
anno, segundo o auctor da citada carta
(Vide a Ephcmeride dc 10 março de 1557).
1638—0 conde de Chinchon, vice-rei do
Perú, ordena ao presidente da provincia
de Quito, D. Alonso Salazar, que faça vol­
tar irnmediatamente para o Pará, pelo
mesmo caminho.por onde tinha vindo, o
capitão Pedro Teixeira, que havia subido
0 rio Amazonas atéalli, fazendo-o. porém,
acompanhar dos padres Christovão dc
Acuna, reitor do collegio dos je uitas de
Cuença, efrei André de Artieda, professor
de 1'hetorica do mesmo collegio, afim
de cscí everem um relatorio da viagem,
para ser apresentado ao rei de Hespa-
nha. A 16 de fevereiro do anno seguinte
{Veja-se essa da.ta) partem dies de torna
viagem para Belém, onue chegam a 12
de dezembro (Vide a Ephcmeride d’esse
dia).
1731 — Carta régia creando a Relação
do Rio de Janeiro, a cujo districto fica­
vam pertencendo as capitanias do Sul do
Brazil. I
1822—O bispo capellão-mór, D. José
Caetano da Silva Coutinho, benze na ca-
pella imperial no Rio de Janeiro as ban­
deiras dos differentes corpos.
1827—.Assigna-se o Tratado de com-
mercio e navegação entre o Império do
Brazil e a Gra-Bretanha.
18:í0—Fallece no Rio de ’ aneiro o dis-
tincto pintor fluminense Francisco Pe­
dro do Amaral, de quem escreve o barão
de Sant’Angelo; « Era homem pardo, de
estatura média e de uma physionomia
regular e intelligente. Morreu solteiro
e foi 0 exemplo dos filhos e irmãos, pois
cuidou sempre de sua mãe e do uma
irmã que tinha em sua companhia. Ho­
mem perseverante no estudo, teve a co-
r igem de copiar todos os arabescos de
Raphael, todas as composições de Per­
der, para abandonay pela escola clás­
sica a borrominica, em que fora educado
por Manoel da Costa. Foi um dos disci-
pulos mais estimados de Mr. Debret e
muito querido de seus collegas 8implicio
Rodrigues de Sá e José Rodrigues Mo­
reira. Fez muitos paineiSj dos quaes vi-
''/J
 23S
EPHExMERIDES n a c io n a e s

mos duas cdpias, mas nao sabemos dos

senador pelo Maranhão Joaquim Franco
oiigin Ies ; nem onde estão outros, cumo
de Sá, nascido em Alcantara no dia de
sejão scenographias, interiores de edifí­ Natal de 1807.
cios ornados, e muitas paisagens e scenas
contemporâneas, das quaes ainda temos Começára os seus estudos de jurispru­
uma grande impressão, principalmenre dência em Coimbra e concluira-os em
de um painel que representava uma fo­ Olinda, onde recebeu o grau de bacharel
gueira de t?, João {Revista do Instituto, em 1832. Foi, portanto, do numero dos
tomo XIX, pag. 378). » da primeira turma dos graduados n’aquel-
la faculdade.
Francisco Pedro foi dourador, estuca­
dor, arcliitecto. scenographo, decorador, Nomeado senador por carta imperial
paysagista e, no dizer do eminente homem de 31 de março de 1819, tomou assento no
. de lettras e ao mesmo tempo artista, que senado a 31 de dezembro do mesmo
citamos, foi também um homem de muito anno.
, engenho, e um cidadão digno de toda a
NOVíiMBRO—11
estima e consideração e de ser recom-
mendado á posteridade. 1721—Assume o governo da capitania
O prinieiro trabalho seu, que excitou a do Ceará Francisco Manuel Francez, como
a miraçao geral, foi uma miscellanea, 0 chama Thebergc,que exerce o seu cargo
offerecida ao ministro Thnmaz Antonio, até ser rendido em 1728 por João Ba-
e que se conserva no Museu xN.icional p ista Furt :do. Francez recebera o go­
I. ' segundo refere J. M. P. de Vasconcellos verno das mãos de Salvador Alves da
Selecta Brasiliense. Além de ter Silva, que o exercia desde 1 de novembro
I’I' trabalhado com o scenogi-apho portuguez de 1718.
iíanuel da Costa, praticou também com
^1801— O considerável incremento, que
0 pintor e ai-chitecto italiano Argencio.
tinham tomado a população de Campos
Quando chegou ao Rio de Janeiro a pri­
de Goytacazes e a sua edificação, induziu
meira imprensa lithographica com um
os seus habitantes a requererem ao go­
suisso por nome Steinmann, veiu também
verno real acreação de um Ingar de ju is
uma pequena prensa para o primeiro im­
perador. de fora para o seu districto. Deferido
favoravelmente o requerimento pelo de­
Francisco Pedro foi o ajudante do prin­ creto de 5 de março de ISOO, creando o
cipe e n’esse mister o responsável por mencionado logar, foi para elle nomeado
duas caricaturas que se estamparam em por decreto da presente data, Sebastião
S. Christovão. facto que íéz então bas Luiz Tinoco da Silva, que foi portanto o
tante ruido na corte. Fez a decoração primeiro juiz de fóra que teve essa loca­
das duas grandes .salas, que serviram lidade, 0 qual tomou posse do seu car^o
de bibliotheca publica na igreja do Carmo, a 11 de abril de 1803. °
e pintou a fresco todo o palacete da mar-
Dois annos depois, por carta regia de
queza de Santos, trabalhos que desem­
31 de maio de 1805, determinou-se que
penhou com a mestria de um verdadeiro
0 Juiz de fóra de S. Salvador exerci­
artista e poeta. De^nada d'isso existem
tasse também a sua jurisdicção na villa
mais nem vestigios* hoje !
de S. João da Barra, que faz parte da
Vasconcellos termina a noticia que nos
mesma comarca de Campos. Dividiu-se
li- ministra ácerca d’este notável pintor por
I »1« 4 também em dois o officio de tabellião do
uma anccdota que dá uma perfeita me­
publico, judicial e notas da v 11a de
lî ■ '
’ j Bt "li ’■
dida do seu talento.
S. Salvadore e.'^tatuiu-se que escrevessem
1851— Fallece no Rio de Janeiro o
tanto nas causas eiveis, como nas crime
 EPHEMERIDES NACIONAES 23Ü

por distribuição, o quo teve execução em A narração d’esta horrivel catastrophe

1806, sen o juiz de íóra José de Azevedo foi fielmente traçada pelo 2° tenente José
Cabral. Marques Guimarães em uma carta
1823 — A povoação de Porto Alegre, escripta no dia 20 em Gibraltar, dirigida
bella e importante cidade do Rio-Grande a seu pae, e que o Correio Mercantil de
do Sul, situada á margem esquerda do 20 de Dezembro reproduziu.
magestoso rio Guahyba, data do anno de Aquelle oííicial chegeira ao Rio de Ja­
1742, em que alli se estabeleceram alguns neiro a 19, no paquete francez, Extreina-
casaes de açorianos, vindos para povoar dure, com os companheiros que puderam
a capitania, tomando então por isso a salvar-se, tendo ficado no hospital, cm
povoação 0 nome de Porto dos Casaes. Gibraltar, 15 marinheiros.
Foi elevada á categoria de cidade por D’entre os ofíleiaes que pereceram con­
carta imperial da presente data. tam-se 0 dr. Thomaz Henrique Tanner,
E’ a quarta cidade do Brazil em gran-' formado em 1859 na escola de medicinado
deza e desenvolvimento, c. como capital Rio de JaiK-iro. e o dr. José Cândido Mai>-
da provinda, é a residência das auctori- tins, natural de Campos, também medico.
dades superiores e para ella convergem Essas duas vidas, a não fallarmos das
as estradas de diversos municípios, que outras, eram por mais de um titulo pre­
a abastecem abundantemente. ciosas.
1847—Chega ao Rio de Janeiro o general 1867— Fallece no Rio de Janeiro o
oriental D. Fruetuoso Rivera. conselheiro dr. Man'’el Feliciano Pereira
1855— Ascenção aerostatica effectuada de Carvalho, que a 6 de agosto chegara
na cid ide do Rio de Janeiro por Eduardo quasi morto de volta da campanha do f'
Heill. E’ 0 primeiro espect culo d'essa Paraguay, para onde partira em agosto
natureza a que assiste, clieia de curiosi­ de 186.5, sahindo no dia 6 do Estado
dade. a população da corte. Oriental. Quer n’aqiielle Estado, quer na
O céu estava sereno e a tarde calma e Confederação Argentina e no Par.iguay,
convidativa. O aereonauta sobe aos ares prestára o eximio ciruigião fluminense*
em um grande balão e vai cahir no mar, com razão considerado o Velpeau brazi-
perto d I praia do Sacco do Alferes, den­ leiro, os mais v.iliosos serviços á causa
tro da bahia. onde é soccorrido por bo­ da humanidade edapatria, já montando :!
tes d'aquella localidade. infatigável ambulancias, hospitaes de
1860— Naufraga a corveta D. I cabei. sangue e enfermarias, já adestrando os
da armada imperial, algumas milhas ao seus subordinados no serviço especial de
sul do cabo Espartel, por um violento taes estabelecimentos, já preparando elle
temporal que se levantára des e a ves- mesmo os apparelhos apropriados ás di­
pei a no Mediterrâneo. A corveta sahira versas conjuncturase operações cirúrgi­
de Marselha e dirigia-se para Lisboa na cas.que soem da--se nos campos de bata­
viagem de instrucção que a levára áquel- lha, já praticando essas operações e diri­
las paragens. gindo-as segundo as lições da sua longa e
Nesse 1 imentavel successo, que causou vasta experiencia, aproveitando-se dos
preceitos modernos aconselhados pela
a maior consternação no Império, perece­
sciencia nas ultimas campanhas da Eu­
ram 0 commandante do navio,o capitão-
tenente Bento José de Carvalho, irmão ropa.
do conselheiro Joaquim José Ignacio (que «Como cirurgião militar foi um verda­
foi depois visconde de Inhaúma), 22 ofíi- deiro soldado», diz o sr. Eduardo de Sá
ciaes de marinha e 101 pessoas da equi na noticia biographica, que lhe consagra
pagem. no Os heroes brazileiros na campanha
 I '
240 EPHBMERIDES NAC10NAE3
do Sul em 1865. ondc se pode ver o sen
retrato, quo é da maior fiiJclidade.
N 0 dr. Manuel Feliciano nascera no Rio
de Janeiro a 8 de junho de 180G, e fora
lente d’esde abril de 1833 da cadeira de
medicina operatória, anatomia topogra-
pltica e apparclhos na Escola de Medicina
da corte, cadeira de qiie foi transferido
por decreto de 30 de outubro de 1837 para
a de clinica cirúrgica, onde serviu até
partir para a e mpanha do Paraguay,
interrompendo apenas o seu longo tiro­
cínio de professor,para ir de 1S42 a 1845
desempenhar no Rio Grande do Sul, asso­
lado pela guerra civil, os serviços de sua
profissão como coronel, inspector ger .1
dos hopitaes militares da provinda.
1874—Fa.lece na idade de mais de 77
annos, na freguezia do Campo Grande
(Rio de Janeiro), outro professor eme-
rito da Faculdade de Medicina da corte,
0 botânico nacional conselheiro PYancisco
PYeire Allemão, depois de longos soíTri-
mentos, que supportou sem murmurar.
Nascera n’aquella fre.uezia a 21 de ju­
lho de 1797 {Veja essa data).
IG’eire Allemão era, na opinião de um
dos seus illustres discípulos e juiz com­
petente. superior a Leandro do Sacra­
mento e a Arruda Cam,ira ; fleava acima
de José Marianno da Conceição Velloso e
deixava longe a Ildefonso Gomes. Cnn-
tem ponneode Custodio Alves Serrão,
excedeu-o como botânico, «não diremos
pela inteliigencia, mas por aq ^elle es­
forço supremo na creação de generös e
especies novas e nos labores da imprensa.
Preire Allemão subiu todos os degraus
do throno dessa sciencia, para contem-
l»lar enthusiastico o quadro maravilhoso
da natureza vegetal, e para penetrar
n’este oceano de couliecimentos utei^ e
com elles illustrar o mundo, •ra com a
palavra sonora e eloquente, reflexo da
sua proficiência, ora com aquelle estylo
conciso 6 encant idor, cahiflo por vezes
da sua invejável penna (Globo de dezem­
bro de 1874).»
,1*1
NOVEMIUIO— 12
1823— Dissolve o imperador D. Fe-
dro 1 a Assembléa Constituinte.
Reunida no Rio de Janeiro a 17 de abril
coiii 53 deputados, encetara a assembléa
os seus trabalhos, depois de algumas
sessões prep iratorias, a 3 de maio. O im­
perador abri ."a a sessão com um discurso
acerca do estado do paiz, que motivou
grande exaltamento ao discutir-se a res­
posta á falia do throno. ■Di\idida a
assembléa em duas parcialidades, conse
guiram os realistas que os dois irmãos
Andradas fossem demittidos do ministe-
ri , e desde então a discussão entre os
dois partidos tornou-se apaixonada e v-o-
lenta. tanto na tribuna como na imprensa.
O imperador, vendo-se em progivssivos
embaraços, faz baixar o seguinte decreto
de dissolução da assembléa :
« Havendo eu convocado, como tinha
direito de convocar, a Assembléa Geral
constituinte e legislativa por decreto de 3
de junho do anno proximo passado, afim
de salvar o Brizil dos perigos que lhe
estavam imminentes, e havendo esta
assembléa perjurado ao tão solemne ju­
ramento que prestou á nação, de defender
a integridade do Império, sua indepen­
dência e minha dyn.istia : Hei por bem,
como imperador c defensor perpetuo do
Brazil, dissolver a mesma assembléa e
convocar já outra, na forma das instruc-
ções feitas para a convocação d’esta que
agora acaba, a qual deverá trabalhar
sobre o projecto de constituição, que eu
lhe hei de em breve apresentar, que será
duplicadamente mais liberal do que a
que a extincta assembléa acabou de fazer.
Os meus ministros e secretários de estado
de tonas as difíérentes repartiçoe.s o
tenham assim entendido e o fação execu­
tar a bem da salvação do Estado. »
Este decreto foi no dia seguinte expli­
cado por ura outro, era que o imperador
distinguia os dignos represent ntes do
generoso pouo brazileiro da conhecida
facção que dominam aquelle congresso,
e declarava qne só incluía na increpaçâo
de perjuros os facciosos qiie anhelavam
vinganças ainda á custa dos horrores da
anarciiia.
No dia 20 [Vide essa data) são depor­
tados os tres irnicãos Andradas, Jose'
Bonifacio, Martini Francisco e Antonio
Cai’los, com os deputados Montezuma,
padre Belchior Pinheiro, José Joaquim da
Rocha, que embarcaram para a Europ i
na charrua Laoconia,
Por decreto datado de 20 nomeia o im­
perador uma commissão especial, com­
posta de dez membros, incumbida de or­
ganizar a promettida constituição, mais
liberal cqite a ap. esentada pela extincta
assembléa, e que merecesse a imperial
approvação. ílssa commissão encetou logo
os seus trabalhos sob a presidência do
proprio B. Pedro I, que lhe subministrou
as bases.
O projecto d ’este novo pacto funda­
mental, assim outorgado pelo imperador,
foi publicado nos primeiros dias do anno
seguinte e jurado na. capital do Império
a 25 de março do mesmo anno (Vide a
ephemeride de 2ô).
— E’ sepultado no convento de
Santo'Antonio, na corte, na capella de
Nossa Senhora da Conceição, na sepul­
tura n 9. 0 Revd. Luiz Raphael Soyé,
secretario da academia das Bellas-Artes,
que se achara morto na sua cama na ma­
nhã d’este dia, já putrefacto, indicando
ter fallecido dias antes e, ao que diz In-
nocencio da Silva, de fome !
O benemerito bibliophilo, que dá uma
extensa e curiosa noticia da sua vida e
obras e se refere á sua desgraçada morte,
não menciona a data em que esse facto
se deu.
1848—Tomam os rebeldes a villa de Na­
zareth, em Pernambuco.
1854—Installa-se no Rio de Janeiro a
sociedade Columbiana, que tinha por flm
levantar uma estatua nessa cidade ao
immortal Christo vão Colombo. Essaidéa,
aliás generosa e reparadora da injustiça
com que, além de outras, se negou a este
continente o nome do seu descobridor,
não teve depois seguimento de execução.
1864 Aprisionamento do paquete mer­
cante brazileiro Marquez de Olinda,
effectuado nas aguas do rio Paraguay.
Seguia elle de Assumpção para Matto
Grosso, levando a seu bordo o coronel
Frederico Carneiro de Campos, que ia
por presidented’aquella provincia,quando
0 vapor de guerra paraguayo Tacuarg
0 fez parar com um tiro de polvora secea.
Em seguida vem a bordo um official d’a­
quella nação trazendo um officio do com­
mandante do vapor, em que ordenava
peremptoriamente ao do |aquete que
torn isse para Assumpção, e atravessou-
se-lhe pela j)róa o Tacuary com a guar­
nição a postos ! Depois de tentativas in-
fruetiferas para a revogação de tal ordem
teve 0 Marquez de Olinda de regressar
á capital do Paraguay, onde foi logo
cercado por mais dois vapores de guerra
e differentes lanchas artilhadas, ficando
desde logo incommunicavel com a terra.
Assim deu causa o dictador do Para­
guay a medonha hecatombe a que arras­
tou a patria, atrazando-a pelo menos de
um século na senda do progresso; a,5sim
declarou elle guerra ao Brazil sob o pre­
texto de que oocupára este a villa do
Mello, capital do departamento oriental
do Serro Largo (a 16 de outubro do
mesmo anno de 18o4) e nao ter merecido
attençao alguma do governo imperial
um protesto que llie enviára com data
de 30 de agosto. Lopes, que ardia em
desejos de achar um pretexto qualquer
para se porem lucti comnosco, ti\'era-o
na entrada dos brazileiros no Uruguay
e no sitio de Paysandú. Em fins de de­
zembro invade elle a provinda de Matto-
Grosso, que descançava na confiança da
paz, com forças que de longo tempo pre"
parára e partiram de Assumpção a 15 de
dezembro, emquanto que apenas só na
presente datanotifleára ao nosso ministro
Cesar Battvan Vianna de Lima a sut\

242 EPHEMERIDES NACIONAES
declaração de guerra ao Brazil! 0 diido-
mat:i brazileiro pede a l i o s seus passa­
portes e, a tantos vexames se viu exposto
que só a muito custo e mesmo com risco
de vida poude chegar a Buenos-Ayres !
1874—Inaugura-se a linha telegraphica
-»Jif* /Á'
de Alagoinhas a Pojuca. na Bahia, com
a extensão de 30.625 kilometros.
:í| í;*í í ^^ NOVEMBRO— 13
1015—Tendo ido Constantino de Me-
nelau, como governador que era do Rio
de .Janeiro, expellir de Cabo-Frio os hol-
landezes, que alli traficavam com os
naturaes do logar, funda n’esse anno uma
povoação só com gente portugueza, e por
^Ivará da presente data dá lhe o tit'.fio
de cidade. Não se conhece com certeza a
epoca da installação da respectiva camara
municipal; é todavia certo que já func-
cionava em 1662.
Das duas freguezias de que se compõe
0 seu município, a de Nossa Senhora da
Assumpção {da cidade) foi creada por
alvará de 1678 c a d i Aldèa de S. Pedro
por alvará de 22 de novembro de 1795.
1720-BulIa de Clemente XI {Albani)
creando, a instâncias de D. João V, o
bispado do Pará, separado da igreja do
Maranhão, a que pertencia.
'', I 1762—João Pereira Caldas, governador
do Piauhy, confere áquclli capitania o
nome de S. José do Piauhy, cm conside­
'.I
ração ao rei D. José I. e á cidade dg
Moclia, primif.iva capital da capitania, o
nome de Oeiras, em attenção ao marquez
de Pombal, conde d’aquelle titulo.
1708—Aporta ao Rio de Janeii‘0 o ce­
lebre capitão Cook, que fazia a sua pri­
>•1» ,■Í < t ', Í •
meira viagem de descobrimentos.
1776—Faz-se de vela do porto de Cadix
t o ;" : ■'
;adl-
a poderosa esquadra hespanhola, que
conduz 1). Pedro de Ccvallos Cortez y
Calderon á conquista de Santa Catharina,
em desafronta aos revezes soííridos pelas
armas hespauliolas na capitania do Rio
Crandedo Sirl,
,-V'
Compue-se de tres divisões, com seis
naus de linha, seis fragatas, sete cor­
vetas e embarcações ligeiras e noventa
e seis transportes, grandes e pequenos,
ao todo cento e quinze velas, guarne­
cidas por mais do dez mil homens de
desembarque e dois mil soldados de ma­
rinha, sob 0 commando do almirante
marquez de Casa Tilly.
Chegando no anno seguinte á ilha de
Santa Catharina, onde commandava o
general Antonio Carlos Furtado de INlen-
donça. foi tal o terror pânico que causou,
que os cabos de guerra portuguezes se
renderam á discrição ao inimigo, apezar
de estar a ilha bem provida de gente e
munições o em circumstancias de i-esistir
por muito tempo (Vide a Ephemeriãe
de 24 de fevereiro do 1777).
1779—Toma posse do governo da Baliia
0 marquez de Valença, I). Affonso Miguel
de Portugal e Castro, que foi o quadra­
gésimo oitavo na ordem chronologica, e
governou até.31 de julho de 1783, em
que ficam administrando a capitania^
por cortes que para isso se fizeram, o
arcebispo I). frei Antonio Corrêa, o chan-
celler José Ignacio de Brito Bocarix) Cas-
tanheda e o coronel do 2“ regimedto José
Clarque Lobo. O governo d’este trium­
virate aturou até 6 de janeiro de 1784,
sendo então rendido por D. Rodrigo José
de Menezes e Castro.
l ‘^03—Toma posse da admini.straç.ão ci­
vil do Ceará João Cirlos Augusto de
Oeynhausen, que foi o quadragésimo a
governar essa capitania, e recebe o man­
do da junta que ficara em logar de Ber­
nardo jManuel de Vasconcelles. fallecido
a 8 de novembro de 1802, como dissemos.
Oyenliausen. foi rendido por Luiz Barba
Alardo de Menezes a 21 de junho de 1806,
passando a capitão general de Matto-
Grosso.
1814—0 marquez de Alegrete, Luiz
Telles da Silva, tendo governado como
capitão general a capitania de S. Paulo,
.t'P'a
 EPHEMERIDES NACIONAES
toma na presente data posse do governo
da do Rio Grande do Sul com a mesma
patente.
Conservou-se nesse governo ate' 4 de
julho de 1818, em que o substitue o conde
da Figueira, D. José de Castello Branco.
Durante a administração do marquez
de Alegrete esteve a capitania em quasi
continua guerra com os insurgentes da
Banda Oriental, e ás suas prudentes dis­
posições devem as nossas armas não
poucos triumphos parciaes.
1823—Decreto separando em duas as
repartições dos négocies do Imper o e
de estrangeiros, que até então estavam
comprehendidas numa pasta só.
1878—Inaugura-se alinha telegraphica
de Bant’Anua do Livramento ao Rosario,
na província do Rio Grande do Sul, coin
a extenção de 96.000 kilometros.
novembro—14 ■
1015— Depois da mallograda deserção
dos mercenários estrangeiros que serviam
á causa dos independentes de Pernam­
buco na lueta com os hollandezes (Vide
na EphemeHde de 9 o combate de Gi-
quiá), deu-se na presente data a deserção
a capitao Claes com mais sessenta e
cinco companheiros.
Claes, que de pobre pescador (Historio,
das luetas com os hollandezes^ livro 9°)
alcançára, não só entre os seus o mando
de uma companhia, como entre os nossos
a confirmação do posto e até um de con­
fiança na linha de sitio, sentiu •em si,
como se devia esperar, mais fortes os
impulsos do patriotismo do que os da
gratidão.
Achando-se por esse tempo no posto
das Salinas, declarou aos seus soldados
o projecto que fizera e, acquiescendo
elles, passou o rio e dirigiu-se com esses
ao Brum, onde fez igual declaração,
accrescentando a ameaça de deixar allj
mortos os que não quizessem seguil-o.
^ essa conformidade enviou dois dos seus
praça, para prevenir os defensores, e
seguiu com os mais.
Deu esse facto oceasião a reconhecer
André Vidal de Negreirosque não devia
contar com as tropas que haviam ser­
vido ao inimigo. Assim mandou-as elle
todas para a Bahia, acompanhando-as o
mestre de campo Martim Soares Moreno,
cuja idade e achaques nao lhe consentiam
supportasse por mais tempo as fadigas
de tão ardua campanha.
1754-Convenção celebrada entre o ge­
neral Gomes Freire de Andrada o os
caciques das sete missões do Uruguay, que
diiigidos pelos jesuitas, oppunham resis­
tência ás ordens do governo, que contra
elles mandára marchar as tropas exis­
tentes no Rio Grande do Sul.
1822 — 0 ex-governador do Piauhy,
major João José da Cunha Fidié, parte
de Oeiras para a cidade da Parnahyba,
afim de dominar o movimento revolu­
cionário manifestado n’aquella localidade
em favor da independencia nacional (Vide
21 de dezembro de 1821 e 13 de março
de 1823).
1823—O sr. barão Homem de Mello
no índice chronologico dos factos mai^
notáveis da historia da capitania do
Rio Grande do Sul, que publicou no
tomo XLII, parte II, da Revista do Insti­
tuto, diz que Porto Alegre fôra elevado á
cathegoiáa de cidade na presente data.
Guiado pelo Diccionario Historico d’a-
quella província, composto pelo dr. Do­
mingos de Araujo e Silva, dissemos que
o fôra no dia 11. Verificámos porém no
È
proprio decreto (Collecção de leis) que o
fôra a 14 de novembro mas de 1822.
1853—Concede-se ao sr. Joaquim Fran­
cisco Alves Branco Muniz Barreto pri­
vilegio exclusivo por noventa annos para
a construcção da estrada de ferro da
cidade da Bahia ao Joazeiro.
1848 — Combate do Mussiipinho em
Pernambuco,
 è
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2 4 1 ËPHEMER1DES NACIONAES
NOVEMBRO — 15
1710 — D. Manuel Alvares da Costa,
bispo de O inda, assume o governo tem­
poral da capitania, em substituição do res ­
pectivo governador Sebastião de Castro
Caldas, que, tendo levado um tiro no
dia 7 {Veja essa data), por causa da sua
parcialidade em favor dos mascates do
Recife, fugira para a Bahia e de lá fòra
mandado preso para Lisboa. O bispo
achava-se a esse tempo de visita pas­
toral na Parahyba do Norte, de onde
fora chamado para esse flm, não só por
eleição popular, como pela via de suc-
cessão, e governou a capitania ató 10 de
outubro do anno seguinte, em que foi
rendiílo pelo novo governador (Vide as
Ephemerides de 10 de outubro de 1711
e de 12 de agosto de 1715).
Quanto á data da sua nomeação, preco-
nisação e sagração como bispo, nada
consta de exacto. Acerca do dia da sua
posse tarabem não ha accordo nos escrip-
tores que d’essascousas seoccupam: o pa­
m dre Peixoto de Alencar e Francisco Soares
Mariz 0 dizem empossado a 5 de fevei-eiro
do 1710, Porto Seguro e Abreu e Lima
no dia 6, Saint-Adolphe dá essa data
como a da sua successão e o Sr. conego
M. da Costa Honorato refere a sua con­
firmação ao anno de 1709.
1825— Carta de lei pela qual o rei
D. João VI declara aos brazileiros que
cede a seu filho I). Pedro os seus di­
reitos sobre o Brazil, reservando so­
mente para si 0 titulo de imperador e
manda publicar e cumprir-se a ratificação
do tratado de amizade e alliança de 29
de agosto do mesmo anno entre Portugal
e Brazil.
1827—E’ creada por lei d’csta data a
;' I Caixa da Amortisação na capital do
Império.
O seu regulamento com força de lei só
foi expedido por decreto de 8 de outubro
de 1828. Foi reorganisado por decreto
de 5 de novembro de 1873,
Celebra a sua junta administrativa
uma sessão ordinaria no dia 28 de
cada mez.
— Deci'eto imperial referendado pelo
visconde de S. Leopoldo, como ministro
do Império, s tnccionando a resolução da
assembléa geral que isenta de portes do
correio as folhas periódicas e jornaes
públicos que forem dirigidos ás biblio­
thecas publicas, e determinando que
os livros para as mesmas bibliothe­
cas sejam tarabem isentos de direitos
das alfandegas e poríos secos, ficando
para esse fim revogadas todas as leis, al­
varás, decretos e loais resoluções em eon-
trario >Legislação brazileira, tomo V).
1829—Sepulta-se no convento de Santo
Antonio do Rio de Janeiro, na sepultura
n. 32, o architecte Augusto Grandjean de
Montigny, um dos artistas francezes da
colonia que viera para o Brazil em 1816
(Vide a Ephemeride de 26 de feve'eiro
d’esse anno) com Le Breton, Debret e os
irmãos Nicolau e Augusto Taunay.
1831—Tumulto em Pernambuco, tendo
por ponto de reunião a fortaleza das
Cinco Pontas. Foi logo abafado, res-
tabelecendo-se a ordem e tranquillidade
751
publica em poucas horas. Era presidente
da provincia Francisco de Carvalho Paes
de Andrade.
1839—Restauração da Laguna (Vide a
Ephemeride de 23 de julho).
Já os revoltosos ameaçavam a propria
ilha de Santa Catharina, quando a ella
chegaram como presidente e comman-
dante das armas o marechal Andréa e o
capitão* de mar e guerra Frederico
Mariath.
Mariath, aproveitando um vento de
feição, força na presente data a barra
da Laguna, apezar da resistência que
lhe oppõem varias embarcações armadas
e um forte que dominava a entrada,
do porto,
David Canavarro já havia deixado a
villa, atravessando a seu salvo o rio,
sem que o inquietasse uma forte co-
 EPHEMERIDES NACIONAES 245

lumna do governo que se achava a são militar, que tnha de julgar os accusa
poucas Rguas d’alli. Esse triumpho dos do assassínio do governador das
trouxe como consequência a restauração armas Felisberto Gomes Caldeira e os
d 3 toda a província. cabeças da sedição de 25 de Outubro
1842—Conclue-se a obra do novo reco" d’este mesmo anno [Veja essa data).
Ihimento das orpliãs da SanTa Casa de 1841 — Fallece o senador por Minas Ge-
ÍMisericordia do Rio de Janeiro. raes Antonio Augusto Monteiro deBarros,
1819—Fallece em sua fazenda do Bom escolhido a 29 de Setembro de 1838 pelo
Jardim o marquez de Quexeramobim. regente Araujo Lima e empossado a 3 de
1853—Fallece em Lisboa a rainha de Outubro do dito anno, 0 mappa necro-
Portugal D. i\íaria II, nascida no Rio de logico publicado na revista do Instituto
Janeiro a 4 de abril de 1819. Ilistorico 0 dá fallecido a 4 de Janeiro
NOVEMBRO 16 de 1842, 0 que não é exacto.
1850—Fallece na cidade do Rio de Ja­
1676—Bulia do papa Innocencio XI neiro 0 abastado capitalista Thomé Ri.
(Odescalchi)—Romani Pontificis Fasto- beiro de Faria, barão de Guarapemirim,
ralis solicHuclo—QlevàïiCLO o bispado da deixando avultadcs legados aos quatro
Bahia á categoria de arcebispado metro­ estabelecimentos pios da Santa Casa e a
politano do Brazil e as prelazias do Rio muitas ordens e irmandades da mesma
de Janeiro e Pernambuco a bispados suf- ciiiade.
fraganeos do referido arcebispado, e fun* O seu busto está collocado no salão de
dando também a sé do Maranhão como honra do Ilospicio de Pedro II, como
suflfraganea do bispado de Lisboa. Rei­ perpetua lembrança dos beneficios que
nava então em Portugal o principe D. Pe­ fizera á hum midade.
dro, segundo do nome. 1853—Assigna-se em Londres o con­
Os territórios da capitania de S. Vi­ tracto para a factura da estrada de ferro
cente e do bispado de Marianna ficaram D. Pedro II que tem de pôr em mais ra-
pertencendo ao bispado do Rio de Ja­ pida communicação as provincias do Rio
neiro até 1746, e o do Rio Grande do Sul de Janeiro, de S. Paulo e de Minas
até 1847, ou mais propriamente 1848, Geraes.
pois si a lei da assembléa geral que o 1861— Inauguração da exposição agrí­
i<b
desligava em bispado á parte é d’aquelle cola e industrial de Pernambuco, a que
anno, a bulla que o creava é de 17 de concorreram as provincias das Alagoas,
maio deste ultimo, Parahyba, Rio Grande do Norte e Ceará.
1822— 0 general Pedro Labatut, com­ 1862— Abre-se, em presença do impe­
mandante das forças brazileiras na Bahia, rador e de membros do Instituto Histó­
intima do seu quartel general do Enge­ rico, 0 jazigo de Estacio de Sá, na igreja
nho-Novo, ao general portuguez Luiz de S. Sebastião do morro do Castello, no
Ignacio Madeira e Mello, commandante Rio de Janeiro (Vide a ephemeride de 20
da força sitiada, que se retire para Por­ de janeiro de 1567).
tugal . 1871—Exposição de fiores rea’isada no
1823— Manifesto de D. ÍPedro I, ex­Passeio Publico do Rio de Janeiro. E’ a
pondo aos brazileiros as causas que o primeira d’esse genero que se faz entre
levaram a dissolver a Assembléa Con­ nés.
stituinte e a convocar outra. 1874—Inaugur 1-S3 a linha telegraphica
1824— Decreto suspendendo as forma,de Arroio Grande a Jaguarão. jarovincia
lidades ordinárias dos processos crimes de S. Pedro do Rio Grande do Sul, na
e creando na cidade da Bahia a comrnis- extensão de 42 kilometros.
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EPHEMERIDES NAOIONAES
1877—Chega á cidade de Ouro Preto
o bispo actual de Marianna, sr. D. An­
tonio Maria Corrêa de Sá e Benevides,
que no dia seguinte chega á de Marianna,
®áde do seu bispado, no meio do regosijo
publico.
S. Ex.Rev, nasceu na cidade do Campos
dos Goytacazes, provincia do Rio de Ja­
neiro, a 23 de fevereiro de 1837.
NOVEMBRO— 17
1636—Trava-se um combate por mais
de duas horas entre as forças dos ca­
pitães Francisco Rebello e Sebastião do
Souto e a tropa hollandeza, qne \inha
no encalço dos nossos para vingar a
morte de Ippo Eyssens, governador hol-
landez das praças de Itamaracá, Para-
hyba e Rio Grande, occorrida a 16 de
outubro. Deu-se este combate no en­
genho de João Rebello de Lima, na Pa-
rahyba do Norte. Sendo mais crescido o
numero dos inimigos, tiveram os nossos
de bater em retirada e tomaram para a
villa do Bom âuccesso, em Porto Calvo,
quartel general da nossa gente, onde
chegaram passando por grande incom-
modo, por causa da conducção dos
feridos.
1650 Funda-se no Pará, na visinhança
do convento dos Mercenários, sobre o
lado oriental da rua de Santo Antonio
dos Capuchos, uma igreja da Miseri­
córdia e junto d’ella a respectiva 8anta
Casa (Baena, Eras do Pará), das quaes
nem sequer existem mais as ruinas.
I . 1652—Supprimido por el-rei D. João IV
0 estado do Maranhão, dividiu-se elle em
duas capitanias, a do Maranhão pro­
priamente dito, e a do Grão Pará, com
jurisdicção independente uma da outra,
sendo nomeado governador e capitão
general do Maranhão Balthazar de Souza
Pereira, que toma posse do seu cargo na
presente data, recebendo o governo das
mãos de Luiz de Magalhães.
Foi onoüo na ordem chronologica, e
governou atd 11 de maio de 1655, em
que lhe succede o grande general André
Vidal de Negreiros, reunindo-se então de
novo em um só governo as duas capi­
tanias.
1725-Chega á sua diocese e começa a
exercer as suas funcçoes pastoraes o 6°
bispo de Pernambuco, D. frei José Fialho
(Vide a ephemeride de 25 de novembro
de 1722).
1757—Fallece era Lisboa o 7° bispo de
Pernambuco, D, frei Luiz de Santa
Thereza, carmelita descalço, natural de
Lisboa, doutor em leis pela universidade
de Coimbra e corregedor que fora da
mesma cidade.
Fura confirmado bispo de Olinda a 5 de
setembro de 1738, sendo pontilice Ma­
ximo Clemente XII [Corsini) e reinando
D. João V . Chegara á sua diocese a 4 de
junho do anno seguinte (Padre Peixoto
de Alencar) e tomara posse da sua mitra
a 29 de julho (ou a 24 de junho, como o
escrevem o visconde de Porto Seguro e
Abreu e Lima).
Entregava-se muito ao púlpito : pregou
em quasi todas as igrejas da sua diocese^
que jiercorreu em visita pastoral e a
missionar, indo para o sul até Porto
alvo, e para o norte ate á cidade do Rio-
Grande, entregando-se dias e noites ao
Conflssionario. Concorreu com auxilios
pecuniários para a fundação do hospital
de Olinda e para os recolhimentos d’essa
cidade, de Iguaraçú, Aífogados e Para-
liyba, e deu principio ao da Soledade.
Apezar de cumpridor dos deveres do
seu ministério, foi mandado recolher á
corte por desavenças que tivera com o
juiz de fóra de Olinda Francisco Teixeira
da Matta c embarcou para o reino a 18
de junho de 1754 (Mariz diz que a 14 de
setembro de 1753), deixando o governo
da diocese ao deão dr. Antonio Pereira
de Castro, depois de a ter regido pelo
espaço de 13 annos.
1767—D. Antonio Rolim de Moura Ta­
vares, conde de Azainbuja, 2° vice-rei e
capitão general de mar e terra com resi-

EPHEMERIDES NACIONAES
clencia no Rio de Janeiro, rencle ao coiicle
da Cunha e tom a posse do seu cargo na
presente data,
Foi 0 03° do - governadores da capitania
do Rio de Janeiro e o 11° dos vice-reis
do Brazil. A sua a,dnhni.stra;ão terminou
a 4 de novembro de 1769, em que foi sub-
stituido pelo 2° marquez de I;avradio,
conde de Avintes, anteriormente capitão
general da Bahia.
1827—Tratado de commercio e nave­
gação entre o Brazil e os senados das
cidades livres Hanscaticas de liUbeck,
Bremen e Hamburgo.
1830—Primeira fusão das câmaras le­
gislativas do Império, conforme a dou­
trina do art. 61 da Constituição.
1851—Chega a Montevide'u o genera^
conde de Caxias.
NOVEMBRO—18
u marquez de Aracat}% 8.° governador da
16-15—Resolvem os Estados Geraes da
Ilollanda mandar a Pernambuco -um soc-
corroque íirmasse aquella sua conquista,
ameaçada pela sublevação de Vidal e
Vieira : constava el!e da subvenção de
700,000 florins á Companhia das Índias
Occidentacs e de um. reforço de tropas, que
deviam ser comrnandadas pelos curoneis
Segismundo Sclikoppe e Henderson, que
já havia servido no Brazil,
Viria esse 1'eforço acompaniiado de um
novo governo, oi ganizado por um regi­
mento approvado por aquelles Estados a
6 de novembro. O alto conselho ou junta
do governo compor-se-hia de cinco mem­
bros: 0 respeitável Walter van Schonen-
borch, que fazia parte dos Estados Ge*
raes e que seria o seu presidente, Michiel
van Goch, magistrado, e Simon van
Beaumont, advogado fiscal de Dordrecht,
recommcndaveis os tres pela sua probi­
dade, saber e virtudes. Como seus adjun­
tos viriam os negociantes de Amster­
dam Hendvik llaecx e Abiaiham Trowel
(que morreu poucos dias depois de che­
gar ao Recife) e como secretario Her-
MM
247
mite, advogado de Delft e filho de um
notável piloto do mesmo nome.
Só largaram dos portos da Ilollanda os
navios com esse soccorro durante o mez
de abril do anno seguinte e, por contra­
tempos sotíridos pela mór parte d’elles
na viagem, só a 1 de agosto é que se apre­
sentaram diante do Recife. So de tropas
de terra vinham mais de dois mil ho­
mens, Chegava esse reforço exactamente
no momenta mais critico para a guarni­
ção hollandeza do Recife ; salva trinta e i Í'ft
tantos dias antes pela chegada dos bar­
cos Falcão e Izahel, não poderia susten­
t!
tar por mais tempo o sitio em que a ti­
nham os nossos e já havia resolvido
suspender a distribuição da ração de
uma libra de pão por semana, a que es­
tava reduzida.
1807—João Carlos Augusto de Oyen-
hausen Grevenburg, depois visconde e
capitania de ãlatto-Grosso, toma posse
do seu cargo em Villa Bella e exerce-o
por 11 annos, 1 mez e 19 dias.
1816—Fallece nu B diia o 14.° metro-
polita do Brazil, D. frei Francisco de
S. Damaso d’Abreu Vieira (Vide a Ephe-
meride de 19 de Setembro de 1814).
1823—Capitulação da praça de Monte- ,ÍÍr;
vidéo, cílectuada, depois de um longo
assedio, entre os generaes D. Alvaro da
Costa de Souza de Macedo e Carlos Fre­
derico Lecor (que foi posteriormente vis­
conde da Laguna).
D. Alvaro embarca depois com a sua
divisão para Lisboa, sendo d’este modo
Montevidéo incorporado ao Brazil, inde­
pendente de Portugal. D’essa época ficou
irrevogavidmente sanccionada pela força
e pelo direito a independencia do Brazil:
foi essa a ultima resistência a vencer-se.
1837—Fallece o insigne medico flumi­
nense João Alvares Carneiro, nascido a
18 de outubro de 1776.
Filho de paes muito pobres, que o dei­
xaram, morrendo, orphão e abandonado,
foi recolhido por uma senhora caridosa
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K rii' •
' üi: ^ 248 EPHEMERIDES NACIONAES
li’i ■’
que proveu á sua educação e o encami­
nhou na carreira em que teria em tempo
de se tornar tão not ivel.
Depois de formado na escola inedico-
h? i cirurgica que então liavia no Brazil, a do
Rio de Janeiro, fói-a nomeado cirurgião
do banco do hospital da Misericórdia ;
desejando, porém, alargar os seus conhe­
!(| cimentos. embarcou para Portugal, onde
sd chegou depois de ter sido o seu navio
aprisionado por um navio de guerra
francez e este por sua vez. d’ahi a dous
dias, por um corsário argelino, que depois
o lançou e a seus companheiros nas praias
de Mattosinhos. Em Lisboa demorou-se
m i:
Carneiro mais de um anno, estudando
com avidez a sua arte, até obter alli o
diploma de cirurgião. Voltou para o
Brazil em navio mercante, que tinha de
tocar na Asia, que elle visitou, obser­
vando e estudando não sd d’essa vez,
•^omo m is tarde, em viagem do Rio de
Janeiro para aquellas regiões, tornando
ainda a Lisboa, de onde veio então para
a sua terra natal.
No Rio de Janeiro retomou o seu logar
no hospital e entregou-se exclusiva­
mente ao exercimo da sua profissão, que
desempenhou com a mais esclarecida
profísciencia e nunca desmentida cari­
dade, 0 que formou em torno do seu
nome uma aureola de gloria que se per­
petuará pelo futuro.
João Alvares Carneiro foi um dos crea-
dores da Sociedade de Medicina, hoje
.1 .■; Imperial Academia de Medicina do Rio
de Janeiro, em cuja sala de sessões foi
collocado 0 seu busto. Foi por algum
tempo presidente d’ess i sociedade.
Os seus ossos jazem no mosteiro de
S. Bento, em um tumulo mandado pre­
parar por sua viuva.
1855—Manifesta-se o primeiro caso de
cholera-morbus em Piassabussú. nas Ala­
goas. e d’alli estendeu-se por toda a pro-
.fl; ■ vincia, onda ceifou cerca de vinte mil
n|;ÿi' pefigoas.
•Ml '■ '
\ >
1866—Fallece repentinamente em Itú,
S. Paulo, 0 conselheiro dr. Antonio
Francisco de Paula e .'^ouza, ministro que
fora da agricultu'’a, commercio e obr is
publicas no gabinete de 12 de maio de
1865.
Era formado em medicina pela facul­
dade de Lovaina.
Para mais informações a seu respeito
vejam-se os Apontamentos históricos
sobre a provinciade S. Paulo do sr. Manuel
Eufrasio de Azevedo Marques, recente­
mente publicados pelo Instituto Histó­
rico.
NOVEMBRO—19
1556—Parte de Honfleur a expedição
capitaneada por Bois-le-Comte, sobrinho
-de Villegaignon, destinada a vir auxi-
lial-o n’esta parte da America. Já desde
novembro do anno anterior aqui se achava
aquelle famoso aventureiro na ilha da
bahia d© Rio de Janeiro que ainda guarda
0 seu nome.
N’esta expedição auxiliar vinha o cal_
vinista João de Lery com mais 13 da sua
religião, em tres navios denominados
Grande Roberge, Petite Roberge e Rosée,
armados de 18 peças de bronze e esquipa­
dos á custa da corôa de Franç i.
Da propria narrativa d’esta expedição,
escripta por Lery sob o titulo Historia
de uma viagem á terra do Brazil, tam­
bém chamada America, eãição de Gene­
bra de 1600, extractámos a presente data.
O Sr. J. de Vasconcellos dá, pois, coui
ligeiro engano de dois dias a partida da
frota calvinista de Honfleur.
No primeiro dos mencionados navios
vinham 26 pessoas, enti'e marinheiros,
soldados, padres e artifices : no seg :ndo,
em que vinha por vice-almirante Bois-le-
Comte, embarcaram cerca de 80 pessoas,
e no terceiro, perto de 90, entre as quaes
6 rapazes destinados a aprender a lingua
dos naturaes do paiz, e õ raparigas com
uma raullier para as dirigir.
 « Foram estas, diz o historiador da
expedição, as primeiras mulheres fran-
cezas levadas á terra do Brazil, cujos
naturaes, que nunca tinham visto mu­
lheres vestitlas. ficaram em extremo em­
basbacados com a sua chegada. »
Posto que largasse de Ilonfleur a 19,
só no dia 20 ó que começou a navegação
d’esta pequena írota, por ter ancorado
n’aquelle dia a uma legua do Havre de
Grace, na enseada de Caux (Yide setem­
bro 10).
Neste mesmo anno de 1556 os mestiços
de S. Paulo, descendentes de portuguezes
e de indigenas, a que davam o nome de
tnameÍMco5,auxiliadospor algumas tribus
visinhas, atacaram o collegio dos jesui-
tas em Vivatininga. B'oram, porém, re-
pe lidos pelos novos conversos catechu-
menos. armados e dirigidos pelo padre
José de Anchieta.
O bispo do Brazil D. Pedro Sardinha
procedeu contra os atacantes, o que deu
causa a renovarem-se as d esavenças que
já trazia com o governador geral D. Duarte
da Costa, que, ao que parece, era a favor
d’aquelles, sendo o prelado pelos jesuitas.
Estas de.^venças provocaram a i artida
do bispo para o reino n’este mesmo anno
e o seu subsequente naufragio (Vide
unho 16)).
Foi ainda n’este anno que se deu a pri­
meira epidemia de que ha noticia no
Brazil. Accornmetteu os tamoyos no PJo
de Janeiro. Lescarbot diz que houve
que n persuadisse a essa gente que era
Villegaignon quem a fazia morrei'.
- 1611—Combate entre Jeron)'mo de AF
buquerc|ue e Diogo de Campos dc uma
parte e Daniel de La Ravardière de outra.
Trazia este sete navios e quarenta e seis
canoas, tripolados por 100 soldados e
1,000 Índios tupinambás, e os nossos dis-
punham apenas de cento e quarenta
brancos e oitenta indios e uma pequena
reserva. Curto, mas sanguinolento, foi o
combate, no fim do qual é completamente
derrotado o inimigo, temlo cabido mor­
tos 0 seu commandante, Pisieu, e cento
e cincoenta dos seus, além de nove que
ficaram prisioneiros: alguns estavam ar­
mados de espingardas de dois canos,
cnlão invenção recente. Entre os nossos
houve onze mortos e dezoito feridos.
€
1724—Morre no hospital de Misericór­
dia de Toledo, na Hesp tnha, o famoso
paulista Bartholomeu de Gusmão, o voa­
dor (Vide a ephemeride de 8 de agosto
de 1709).
1816—Combate de índia Morta.
Uma cokunna de dons mil gaúchos,
commandados por Frnctuoso Rivera, foi
posta em desbarato e completa fuga pelo
marech d de campo Sebastião Pinto de
J
Araujo Corrêa.
A acção durou quatro horas e meia. O
inimigo quiz ainda fazer alto uma legua
distante do campo do combate, mas foi
d’alli desaloj ado com très descargas de
mosquetari I e não foi seguido até mais
longe pelo cansaço da nossa tropa, cujas
cavalgaduras estavam por demais fati­
gadas.
Distinguir,im-s3 n’esta acção por actos
de bravura e tliscip.ina os tenentes-coro-
neis Antonio José Claudine e João Vieira
de Tovar e os majores Manuel Marques
de Souza, commandante dos esquadrões
de S. Paulo e de milícias do Rio Grande
do Sul, e Jeronymo Pereira de Vascon-
cellos. E-íte, ape/ar de ir muito doente
em uma c irreta. pedira com instancia ao
general para entrar na acção, na qual se
portou com distineção (Veja-se o índice
^»
cliroyiologico sobre o RioGr.mde do Sul
publicado pelo sr. barão Homem de
Mello, no tomo XLH. parte II, da Revista
do Instituto .
|)
1817—O conde de Palma, depois mar-
quezMe S. .Toão da Palma, decimo oitavo
governador da capitania de S. Paulo, no-
 Ã ltl' '
250 EPHEMERIDES NACIONAES
tip ií:
mk' ' meado para rendei'ao conde dos Arcos na
da Bahia, deixa na presente data aquell'
ni: '■
i . i , lí.íí ' .1 governo confiado ao triumvirato presi­
lÈÍ ■■i dido pelo bispo D. Matheus de Abreu Pc-
1 .•‘■I1 rèira, de cujas mãos o havia recebido a
8 de dezembro de ISM.
'I : 1818—Decreto creando uma cadeira de
primeiras lettras na villa de Itaperairim
(Espirito Santo).
1831—Revolta no Maranlião contra o
presidente da província Cândido José de
Araujo Vianna, mais tarde marquez de
Sapucahy. Começada a 13 de setembro
do mesmo anno, terminou em ab.nl do
anno seguinte.
No interioi da provincia, para onde
tinham fugido os chefes do motim, um
ourives do Ceará, por nome Antonio
João Damasceno, consegue reunir uma
porção de malfeitores e com elles percorre
alguns logai-es mais notáveis, commet-
tendo latrocínios e mortes, que pa­
gou com a vida todos estes crimes,
quando, á testa de 400 de seus asseclas,
tentava invadir a villa do Brejo.
Para a pacificarão da provincia muito
concorreu o tenente-coronel Ignacio Cor­
rêa de Vasconceilos, então commandante
das armas.
1833—Fallece o senador pela provin­
cia da Parahyba Marquez de Queluz, João
Severiano Maciel da Costa, escolhido pelo
primeiro imperador a 22 de janeiro de
1826, na organisação do senado. Toinúra
assento a 21 de junho do mesmo anno,
segundo o mappa necrologico publicado
na revista do Instituto, tomo XXIX, que
todavia dá errada a data da sua escolha,
por nos verificada no Diário Flum i­
nense^ folha ülíicial do tempo, em que
vem 0 decreto de nomeação dos pinmei-
ros senadores que houve no Império.
1870—Fallece na cidade do Rio de Ja­
neiro frei Camillo de Monserrat (no sé­
culo Camillo Clêaui, monge benedictino,
bibliothecario da Bibliotheca Nacion:d.
Foi 0 5" director, pela ordem chrono-
logica, que teve este estabelecimento nos
il'
P ■'7' I'
j 48 annos de sua existência, de 1822,Mata
da cm mcinação politica do Brazil, até
esse anno de 1870 íVidea ephemeriãc de
22 de dezembro de 1871).
1877—Abre-se ao trafego provisorio o
1° tiMcto da D secção da estrada de ferro
do C.irangola,na extensão de 17 kilome­
tros, entre a estação principal, fronteira
á cidade de Campos, e a do Travessão
(Vide as ephcmericles de 14 de junho de
1875 e de 1 de junho de 18-^0).
A 1' secção d’esta estrada termina nas
Cachocii'as do Muriahé, no kilometro 74.
NOVEMDRO— 20
1530—Carta patente do rei D. João III,
datada de Villa de Castro Verde, no­
meando Martim Affonso de Souza capi-
t?io-mór da armada que* I’esolvera man­
dar ao Brazil, encarregada de guarda;’
as suas costas, em razão das tentativas
dos francezes para se estabelecerem em
Pernambuco e da noticia das explora­
ções de Sebastião Caboto e Diogo Garcia
no Rio da Prata (Vide a ephemeride de
3 de dezembro).
Na mesma data concede el-rei ao dito
Martim Affonso auctorisaoão para em
seu nome passar cartas de sesmarias de
terras ás pessoas que o acompanharem,
assim como para crear tabeiliães e mais
oílicios de justiça.
Regressando ao reino em 1533, não se
esqueceu du sua capitania, para onde en­
viou quanto lhe pareceu poder aprovei-
tar-lhe. Foi nomeado capitão-mór do mar
da índia, onde prestou relevantes servi­
ços á coroa, serviços que são referidos
por Diogo do Couto e João de Barros.
Passou esse governo ao famoso D. João
de Castro, seu successor, a Ide setembro
de 1515.
De volta a Portugal falleceu a 21 de
julho de 1564, em Lisboa, deixando de
si a hom ada fama que a historia registra.
1535—Foral passado a Antonio Car­
doso de Barros de uma capit .nia doada
pelo rei D. João III, da qual entretanto
 EPHEMERIDBS NACIONAES
não existe carta de doação e nem consta
em que parte do Brazil era situada.
Antonio Cardoso e' o mesmo que acom­
panhou a Thomé de Souza como prove­
dor da fazenda em 1519. e que, voltando
depois para o reino na mesma nau em
que ia o bispo D. Pedro Sardiniia, foi
com este devorado pelos cahetés em
junho de 1556 (Vide a ephemeride de 16
d’esse mez e anno).
1556 — Larga da enseada de Oaux,
perto do Havre de Grace, a expedição de
que era chefe Bois-le-Comte (Vide a ephe~
meride de 19) e que chega ao Brazil a
7 de março do anno seguinte (Vide essa
data).
1575—Provisão do rei D. Sebastião diri­
gida aos governadores do estado e mais
partes do Brazil e aos seus ouvidores
geraes, acerca da pratica geralmente
seguida de não se pagar logo o salario e
jornal por inteiro aos indigenas que se
empregavam por mais de um mez em
serviços e lavouras fora do seu termo e
do limite das suas povoações, dando isso
em resultado « muitos prejuizos de suas
consciências e fazendas, porque sendo
sua ausência maior se descasão de suas
mulheres e se embaração com outras-,
perdem a christandade e fazenda e des-
povoão suas aldèas e povoaçoens. »
1709—Carta rdgia ao governador de Per­
nambuco, permittindo que se erigisse em
villa a povoação do Recife e ordenando
que elle e o ouvidor geral dessem por
fermo o território que entendessem ne­
cessário para districto da nova villa, e
que 0 juiz de fora fizesse a sua audiência
uma semana em Olinda e outra no Recife.
1725—Bstabelece-se em Minas Geraes
uma casa de fundição e de moeda.
1789—Nomeado por C. R. de 17 de ou­
tubro do anuo anterior, toma posse do
governo da capitania de M itto-Grosso
independente o capitão-general João de
Albuquerque de Mello Pereira e Cacores,
que falleceu na dita capitania a 28 de
fevereiro de 1796, sendo sepultado na
251
igreja matriz, que eile estava edificando
na capital com toda a sumptuosidade e
não chegara a concluir.
Em consequência do seu fallecimento
ficou 0 govenio da capitania a cargo do
ouvidor geral Antonio da Silva do Am i-
ral. do tenente-coronel de engenheiros
Ricardo Franco de .-Umeida Serra e do
primeiro vereador Marcellino Ribeiro.
O visconde de Porto Seguro dá a este
governador o nome de Joaquim de Al­
buquerque e não menciona no seu catalogo
0 governo provisorio que succedeu a
João de Albuquerque.
1823—São deportados pelo primeiro
bnperador os tres irmãos Andradas, pre­
sos no dia 12 (Vide essa data), em seguida
á dissolução da constituinte, com os de­
putados Montezuma, Vei'gueiro, José Joa­
quim da Rocha, Belchior Pinheiro de
Oliveira, Fi'ancisco Muniz Tavares, Hen­
rique de Rezende, Joaquim Manuel Car­
neiro da Cunha, José Martiniano d0
Alencar, Luiz Ignacio de Andrade,Isidoro
de Almeida Fortuna, José da Cruz Gou-
vèa e Augusto Xavier de Carvalho (Con­
selheiro Pereira da Silva, Historia da
fundação do Império, torn. 7”).
1830—E’ ti’airoeiramente ferido com
um tiro de pistola, n i cidade de S. Paulo, ’^ú
0 illustre democrata italiano dr. João
Baptista Jdbero Badaró, medico pelas í\
f ■(
universid ides de Pavia e Tuidn, I'edactor
do Observador Constitucional e pi'opug-
nador da caus i da liberdade no Br-azil
Como 0 seria o mais amante dos seus
proprios filhos. Mortalmente feiddo, res­
pondia aos amigos e collegas de imprensa
que 0 cercavam e tent ivam diminuir
a gravidade do seu estado: Não me il-
ludenv, eu sei que vou morrer-, não im ­
porta ! MoUKli UM UBER.aL, MAS NÃO
MOKRE A LIBERDADE .
Vinte e qua ro horas depois do atten-
íado, pelas 10 hor is da noite de 21, na
idade de 32 annos. expirou no meio da
consternação geral que este successo
causára.
Iff:
■.í' ÍT'^
, 'l".
►' 1f•
■%
 252 EPIÍEMERIDES NACIONAES
« 0 Sr, Dr. JoSo Baptista Badard não
era sdmente urn entlursiasla pel s idéas
livres,que co neçavam então a conquistar
a America ; era além düsto um homem
bom, illusLrado, cheio de virtude e, so­
bretudo, levita do templo da caridade ;
compreliendia como poucos os sagrados
deveres do medico ! (Dr. Joaquim An­
tonio Pinto Junior, Revista do Instituto
tomo XXXIX, trim. IV ).
No periodico que redigia, em estylo
t'l mordaz, ás vezes desabi'ido (diz o sr.
Azevedo Marques nos seus Apontamen­
to^ acerca de S. Paulo', proíligara as
I
idéas então dominantes e o procedimento
de muitos funccionarios pulrlicos que,
educados nas praticas do ab^mlutismo,
não se adaptavam de boau;ente ao regi­
men constitucional. Como quasi todos os
■I
que têm atacado de frente velhos abusos
e enraizados preconceitos, cahiu o dr.
Biidaró victima da sua missão, engros­
sando 0 martyrologio dos que se sacri­
ficam por um I idéa a que consagraram
0 braço e a intelligencia.
As notáveis palavras que pronunciara
quando o feriram foram mandadas gra­
var por amigos e correligionários no seu
tumulo.
1811—Toma assento no senado, como
representante da província do Ceará, o
consellieiro Manuel do Nascimento Cas­
tro e Silva (Vide outubro 23 de 1816).
1856—Chega ao Rio de Janeiro no pa­
quete a vapor sardo Cicjíouíí monsenhor
Massoni, internuncio apostolico na corte
do Brazil.
1876—Fallece em Londres o duque de
Saldanha, que fôra governador o ca pi Lão
general do Rio Grande do Sul em 1821
(Vide a Ephemeride úq 26 dc março d’esse
anno).
NOVE.MBRO—21
1(19—Provisão regia creando a prove­
doria da fazenda real no Rio Grande do
Sul e nome indo para esse cargo o ba­
charel Manuel da Costa Moraes Barba-
<
Rica, por tempo de très annos (Barão
Homem de "^loWo.Indice chronol.ofjico do
Rio Grande do Sul..
1772— O coronel João Pereira Caldas
toma I osse do governo do Maranuão e
Grao Pará. recebendo-o do seu antecessor
Fernando da Costa de Athayde e Teive.
Caldas foi o trigésimo sétimo na res­
pectiva serie e teve por successor, em 29
de julho de 1775, a Joaquim de Mello
Povoas, como governador e capitão ge­
neral das caiitanias do Maranhão e
Piauiiy. creada esta de novo e separadas
ambis dl do Pará por très annos.
Pereira Caldas governou também a ca­
pitania do Rio Negro, em que foi ren­
dido, a 4 de março de 1780, por José de
NapolesTello de Menezes, e nomeado não
sd capitão general de Matto Grosso, como
plenipotenciário e commandante chefe
da expedição encarregada das demarca­
ções de limites das possessões portu-
guezas e hespanholas ao norte e oeste do
Brazil.
1791— Pela transferencia do bispo de
Pernambuco D. frei Diogo de Jesus
Jardim para o bispado d’Elvas, é no­
meado piira aquella diocese o padre José
Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho
(Vide a ephemeride ào 8 de setembro de
1713).
1821—Morre envenenado em Montevi­
deo 0 brigadeiro Manuel Marques de
Sousa, tendo apenas 41 annos de edade.
Nascera noRio Grande do Sul em 1780.
Fizera a campanha de 1801, tomando
parte na expugnação da fortaleza do
Serro Largo : servira nas campan ;as de
1811 e 1812, e nas de 1816 a 1820 conquis-
tára os postos de tenente corunel e co­
ronel. tomando por surpreza em agosto
de 1816 0 forte de santa Thereza, derro­
tando a 24 de setembro d’esse anno em
Ciiafalote a vanguarda de Fiaictuoso Ri­
vera e ,cm Caneiones (1818) o coronel
Manuel Ariigas.
1838—Fallece o senador pela provincia
do Rio de Janeiro Lucio Soares Teixeira
pe Gouvêa. escolhido pelo regente Feijó risto Nunes Pires o que a gratidão do
a 16 de março de 1837 e empossado a 8 discipulo traça á memoria do mestre.
de maio do mesmo anno, segundo o O sr. dr. J. M. de .Macedo também
mappa necrologico dos senadores dado lhe consigna algumas paginas no seu
pel:i revista do Instituto. Anno Biographico.
lS-15~C)iegam á cidade de Porto Ale­ ínnocencio da Silva menciona o seu
gre 0 Imperador e a Imperatriz, que são nome com aproveitável individuação tan­
1’eccbidos com grandes festas e regosijo to no corpo como no supplemento do seu
popular. opulento Diccionario Bibliographico.
Acompanham Suas Magestades n’csta 1862— Fallcce na Bahia, na idade de
excursão á provinda o ministro do Im­ 70 annos. o senador por aquella provincia
pério José Carlos Pereira de Almeida Manuel dos Santos Martins A'allasques,
Torres, posteriormente visconde de Ma- escolhido pelo regente Feijó a 18 de
cahé, e o bispo diocesano D. Manuel do agosto de 1835, e que a de abril do
Monte Rodrigues de Araujo, pois o Rio annoseguinte tomára assento no senado.
Grande fazia ainda parte do bispado do Era membro do supremo tribunal de
Rio de Janeiro. justiça.
1817— Expira á noite, em Pêtropolis, o
NOVEMBRO -
major Julio Ph’ederico Koeller, fundador
allemão d’aquella pittoresca cidade. 1610—Alvará declarando que os desem­
Succumbe em consequência de um tiro bargadores do Brazil não podiam casar-se
de espingarda que recebera de manhã, n’aquelle Estado.
casualmente, de um dos amigos com 161-1 — Suspensão de armas entre os
quem andára atirando ao alvo era sua francezes de La Ravardière e os portu-
chacara. Teve ainda tempo de fazer as guezes de Jeronymo de Albuquerque no
suas disposições, e deixa ao seu involun­ Maranhão.Trocam-se entre os dois chefes,
tário assassino por testamenteiro. desde o dia 19, cartas mais ou menos
1818— Os rebeldes de Pernambuco ata­azedas e arrogantes, que não reprodu­
cam Beberibe. zimos para não alongar o presente tra­
1859—Fallece no Pdo de Janeiro, depois balho.
de longa enfermidade, o dr. i\milio Joa- 1611 — Chega á bahia de Araçagy,
cpiim da Silva Maia, lente de sciencias quatro léguas a leste da cidade de S. Luiz,
naturaes do collegio Pedro II e director a expedição Imllandeza que partira do
do Museu Nacional. Recife em 30 de outubi-o á conquista do
Fóra um dos fundadores do Instituto Maranhão.
Historico e Ethnographico do Brazil e Manda o governador Bento Maciel Pa­
reorganisador da antiga sociedade me­ rente reconhecel-a pelo capitão Francisco
dica do Rio de Janeiro, hoje Imperial Coelho de Carvalho (Vide a ephemeride
Academia de Medicina. de 25).
Nascera na cidade da Bahia a 8 de 1651—0 senado da camara da Bahia,
junho de 1808 e se formara em medicina reunido em sessão extraordinária, faz
na Faculdade de Pariz, tendo antes ob­ voto perpetuo a Santo Antonio de Argoiin
tido pela Universidade de Coimbra o de solemnisar todos os annos o dia anni-
gráu de bacharel em philosophia na­ versario da restauração de Pernambuco
tural. e mais partes oceupadas pelos hollan-
■Para mais ampla noticia da vida d'este dezes com procissão e festa de igreja
prestante cidadão, leia^se nos Esboços no convento de S. Francisco? onde está
Jiistorícos e biographicos do sr. dr. Eva- collocada a imagem d’aquelle santo, e
 [•it 25i EPtlEMERIDES NACIONAES
outrosim de substituir essa imagem por
outra igual, feita toda de prata, ácusta
If’? do cofre municipal, além de dez mil réis
V:;; por anno ao capellão, que em todas as
Í i; i i '
quartas-feiras disser missa ao mesmo
santo.
ifc 'S : Em cumprimento d’csse voto começou
a festividade no presente anno e sub­
sistiu por muitos, sendo feita na men­
cionada igreja com a assistência da
r^ ’ ' cam ara e cabido.
17G7—Fallece em Itapagipe o 8° arce-
bispn da Bahia D. José Botelho de Mattos.
Fòra sagrado pelo carderl patriarclia
de Lisboa D. Thomaz de Almeida, na
basílica patriarchal d’aquella cidade, a 5
de fevereiro de 1741, conjunctamentc com
0 arcebispo de Braga D. .José de Bra"
gança e D. frei João da Cruz, bispo do
E-io de Janeiro. Chegara á Bahia a 3 de
maio do mesmo anno de 1711,
Foi no seu tempo de episcopado que
se deu a extincção da companhia de
Jesus.
:si
U» Exerceu as funcçues de governador
civil da capitania em substituição do
conde de Attouguia, que se retirara para
Lisboa a / de agosto de 1755. Entregou
depois 0 governo da diocese ao corpo
capitular em 7 de janeiro de 17G0 e re­
tirou-se para a freguezia de Nossa Se­
nhora da Penha de Fr inça de Itapagipe.
onde falleceu na residência que para si alli
edificára e que ainda existe. Jaz na ca-
li' I :.
pella d’aquella invocação, que elevara á
categoria de parochia e reformara á sua
custa. Morreu em cheiro de santidade.
A ’cerca do anno do ‘fallccimento d’este
prelado ha divergências profundas nos
escriptores de que temos noticia, O Ro­
teiro dos bispados, Accioli, Abreu e Lima,
0 conego Ildefonso o dão fallecido em 17G1,
Entretanto, o primeiro accrescenta,depois
de se referir á causa provável que o
levára a resignar o arcebispado: « Eis o
seu assento de obito:—Aos vinte e dois
dias do m*ez de novçmbro de mil sete­
centos e setenta e sete, etc.» E ajunta
ainda cm nota: « Accioli e o conego
Dr. Ildefonso dão a morte do arcebispo
no anno de 1761, de onde se v l que ha
do assento de obito uma differença, para
menos, de 16 annos! Parece que o en­
gano aqui está no registro archiepis-
copal.»
O manuscripto anonymo do sr. dr.
Mello Moraes, a que temos mais de uma
vez recorrido, diz a tal respeito: «pai’a
onde se retirou (por demissão que fez do
arcebispado) em novembro de 1759, e
lá falleceu aos 22 de novembro de 1767,
e sepultado na mesma Igreja da Senhora
da Penha.»
D’ahi concluímos que houve com effeito
lapso de pena no assentamento de obito,
dizendo-se setenta e sete por sessenta
e sete. Esta data, pois, é a que nos
parece exacta.
No alludido mss. diz-se que o arce­
bispo fizera renuncia do seu cargo cm
novembro de 1759, quando todos os mais
apenas escrevem que entregára ao cabido
0 governo da diocese. Naturalmente a
renuncia foi feita n’aquella época e ficou ■
0 prelado á espera que fosse ella acceita
nu còrte até 7 de janeiro de 1760. em
que lhe chegara a decisão do governo.
Está isso de aceordo com as notas que
tenuís relativas ao seu successor D. frei
Manuel de Santa Ignez (Vide a ephe-
meride de 22 de junho de 1771).
Deixam-se ver bem claramente aqui os
embaraços em que muitas vezes nos
vemos para dar a este trabalho o cunho
da exactidão.
— Ordem régia mandando concluir a
bateria cm roda da ilha fortificada de
Villegaignon.
1773—Nasce na colonia do Sacramento,
gUtão pertencente á possessão portugueza
do Brazil, José Saturnino da Costa Pe­
reira, irmão do celebre redactor do
Correio Brasiliense Hyppolyto José da
Costa Pereira Fartado de Mendonça.
José Saturnino formâra-se em mathe-
matica na universidade de Coimbra e
 entrára depois para o corpo enge-
IIheir os.
Leccioiiou na academia militar, creada
110 Rio de Janeiro por carta dc lei de 4
de dezembro de ISli-, e para essa escola
escreveu compêndios, cujos titulos vèrn
mencionados no D ic c io x a r io niBUOGPwV-
riiico PORTUGUEz de Innocencio da Silva
e no ANNO nioGRAPHico do sr. dr. Ma­
cedo.
Proclamada a indepenclencia nacional,
foi escolhido .senador pela provincia de
Matto Grosso em 1827 (Vide as epheme-
rides de 9 de janeiro de 1852 e de 18
de agosto de 1828).
No ministério de IG de maio de 1837
occupou por cjuatro mezes a pasta dos
negocios da guerra, no ultimo anno da
do padre Diogo Feijó, dei­
xando-a a 18 de setembro do mesmo
anno.
Quanto ao romance scicntiíico 0 Collegio
incendiado ou recreação moral e scien-
tifica, de que falia dubitativament e e com
reservas o sr. dr, J. M. de Macedo, na
presente data, no seu Anno Biograplúco
(Vol. Ill, pag. 448), sabemos que foi com
efieito impresso, si não nos falha a me­
mória, na typograpliia de Emilio Ogier;
pelo menos, podemos atrirmar que tive­
mos em mãos e lemos na nossa infancia
o 1° volume dessa obra, que tinha mes­
mo uma estampa. Não nos lembramos
si trazia nome de auctor, mas rpier pa­
recer-nos que não. A intentada obra em
14 volumes, cuja impressão constava ao
sr. dr. João Joaquim Pizarro, esclare_
cido lente da academia de medicina do
Rio dc Janeiro e esposo de uma digna
neta de José Saturnino, teve pelo menos
principio de execução. Podemos dar
d’isso testemunho. Apraz-nos igualinente
conjectural’ que, com o desappareci-
mento de uma tal obra, perdeu o Brazil
um thesouro dc bastante valor.
Com que interes.se o lemos n'aquelle
tem po! Cora que prazer o leriamos
agora !
Ao entrarem estas linhas para a con­
fecção d’este nosso livro, soubemos do
digno sr. F. A. Martins, conservador
da Btbliolheca Fluminense, que existe
alli um exemplar da obra de José Sa­
turnino, era 6 vols, de 8“, impressos na
typographia de R. Ogier em 1834 e 133G,
com estampas.
1822—OÍIicio do general Labatut ao con­
selho interino do governo da Bahia na
Cachoeira, participando-lhe que na vés­
pera mandara fuzilar 51 pretos, aprisio­
nados nas immediaçOes do Pirajá com
armas, e surrar 20 pretas que os acom­
panhavam. Esses pretos tinham sido
armados pelo general Madeira e man­
dados contra elle Labatut.
— Declaração íeita em Falmouth (In­ I
glaterra) pelos cinco deput dos brazi-
leiros que haviam abandonado as côrtcs
constituintes portuguezas e fugido clan-
de.stinamente no paquete inglez Malho- j ij
rough, dando a razão d’este preedimento^
1859—0 imperador e a imperatriz, cm
viagem pelo norte do Império, chegam a
Pernambuco partindo da Bahia (Vide a
epliemeride de 6 de outubro).
1879—D. Militina Jan.sen Müller, irmã
do poeta e philologo maranhense Manuel
Odorico Mendes, fallece no Rio de Janeiro.
K Desde 1833, diz o Diário Officml do
dia 24. que viera para sua companhia (do
irmão), seguindo-o depois nas suas ex­
cursões e desvelando-se por elle com
extrema dedicação. Era sen hora de grande
espirito e de esclarecida intelligencia. »
NOVRMRRO— 23
1531—Pero Lopes de Souza, conforme
0 que se assentara em conselho, parte a
explorar o Rio da Prata em um bergan­
tim com 30 homens bem armados. Che­
gou até ao Esteiro dos Carandins.
« No principio d’essc anno Diogo de Or-
das partiu de Sevilha e chegando á costa
do Brazil, entrou no rio Amazonas, ainda I .*■»li
 [i| :
256 EPHEMERÍDES NACIONAES
'c i' então chamado Maranlião, quenãopoude
navegar em razão da correnteza, e depois
de perder nm dos seus navios, resolveu
procurar fortuna em outi-a parte [Datas
celebres da II 1st. do Brazil).
1614—Constantino de Menelau succede
a Affonso de Albuquerque no governo da
capitania do Rio de Janeiro,
1639—Succumbe a um accesso de febre
f /
perniciosa, na idade de 21 annos, abordo
do navio de guerra hol'andez Alkmeier
em frente do território da Bahia, o
p)’incipe João Ernesto, irmão mais moço
do conde Mauricio de Nassau e general
das forças maritimas da ilollanda no
Brazil. O seu cadaver foi conduzido para
0 Recife e sepultado com grande pomna
na primitiva igreja do Corpo Santo, que
então servia de templo protestante.
1655—Provisão concedendo á camara
de S, Paulo o privilegio de sahirem sem­
pre os seus vereadores das familias Pires
e Camargos.
Singular privilegio !
O sr. Azevedo Marques menciona nos
seus Apontamentos, n’este mez e anno,
mas em data de 21, \\vc\Slconcordata, feita
na villa de S. Paulo e approvada pelo
governador conde de Athouguia, para
que nas eleições da camara respectiva
entrem sempre d’ahi em diante pessoas
das familias dos Pires e dos Camargo^
Si I
em numero igual, havendo um neutral.
Essa concordata foi igualmente appro­
vada por tres cartas regias (de 1674,
1688 e 1722), a ultima das quaes concedia
i> perdão gerai aos que tomaram parte na
revolta que a rivalidade das duas fami­
lias motivara (Vide a ephemeride de 2*^
de outubro de 169S).
1674—Tinha obtido o visconde de As.
seca, Martim Corrêa de 8á e Benevides,
confirmação da doação feita a. seu pae,
de 20 léguas de terra nos campos dos
Goytacazes, sob a denominação de capi­
tania da Parahyba do Sul, quando pouco
tempo depois morreu. Passou a doação
n’esta data a seu filho Salvador, então
menor (WáQ ephemerides úe 2 de se­
tembro de 1673 e 15 de setembro de 1674.)
1709—Carta regia nomeando Antonio
de Albuquerque Coelho de Carvalho go­
vernador da capitania de S. Paulo inde­
pendente do Rio de Janeiro,
1720—Vasco Fernand s Cesar de Mene­
zes, depois conde de Sabugosa. toma
posse do governo geral do estado na
Bahia, em substituição do que interina­
mente 0 regia por fallecimento do conde
de A'iinieiro.
Vasco Fernandes era filho de Luiz Ce-
zar de Menezes e soljrinho de I). João de
Lencastro, governadores geraes que fo­
ram do estado. O seu governo, começado
na presente data, terminou em 6 de maio
(segundo Accioli, e a 11, segundo A. e
Lima e Varnhagen) de 1735, em que é
rendido por André de Mello e Castro,
conde das Galvêas, 5° vice-rei, que aca­
bava de governar a capitania de Minas*
Pelos annos de 1723, assoladas as ca,
pitanias do Ceará, Rio Grande do Norte*
Pernambuco e Rio de Janeiro pela fomcl
cm consequência da extraordinária secea
que as flagelava desde 1721, Vasco Fer­
nandes Cezar de Aíenezes não só as soc-
cerreu com abundancia de mantimentos,
como, medÁante o desenvolvimento das
maiores providencias (Accioni), fez com
que na Bahia superabundassem todos
os viveres necessários.
Em 1722 havia aportado áquella ci‘
dade o patriarcha scismatico de Alexan­
dria, Carlos Antônio Mezzabarba, reco­
nhecido pelos Abexins (A breu e L isia)
como seu pastor soberano, o qual vol­
tava da China, a cujo imperador fòra
enviado pelo papa Clemente XI a fim de
tratar com elle acerca das duvidas que
apresentava para abraçar a religião ca-
tholica. O governador tratou-o c á sua
familia com a possível magnificência e
brindou-o regiamente.
 EPIIEMERIDES NACI0NAE3

Foi no seu tempo de governo (a 4 de

Janeiro de 1724, d.s 7 para as 8 horas da çoar ao seu alto destino, dispõe de vastas
anha) que solfrea pela primeira vez a salas para o ensino do desenho de figuras,
Ralua um terremoto, que durou obra de de ornatos, de architecdira civil e naval,
‘Jous minutos, e se sentiu igualmente em de machinas, calligraphia, mathematica.
Itaparica. geographia e outras disciplinas indispen­
sáveis a um perfeito operário, e acha-se
l e H l ' r r "i “ <'"’ *“ is‘ '-açao 0 estabe- preparado para dar a instrucção a mais de
eoimeu 0 da roda dos expostos „ „ casa
m l individuos. O seu pfofessorado com-
lie Misencordia, para a qual ordenou a
poe-se de mais de quarenta patrióticos
provisão de 2 de Junho de 1731 coneor-
cidadãos, que sem estipendio algum se ■|
piestam a ensinar as artes e sciencias
om 4005. Cieou no palacio de sua rcsi-
apphcadas. O lyceu possue igualmente
deneia, em 1721, a Acaa,mia IWa.iUca
um gabinete de physica e um laboratorio
Me- de chimica, dispostos a auxiliar de um
Brito e'Lima.'' modo pratico as sciencias que a insti­
tuição propaga com louvável zelo e infa­
Foi 0 trigésimo nono na série dos
tigável esforço ha 24 annos. ' I
governadores da Bahia, e comprovou,
Com a effectuada mudança e os melho­
du Accioli. no espaço de 14 annos de
ramentos que se estão fazendo no edifício,
ac^mistração o acerto da nomeação que
tomou uma nova phase, mais auspiciosa,
d eUe se flzera ; tinha todas as qualidades
0 Lyceu de Artes e Officios no seu meri­
sciencia do governo,
tório empenho pela educação popular.
^'’atado com a Grã-Bretanha
1804 — Pelas 11 1/2 horas da manhã
para a abohçao do trafico de africànos
{CoUücçaa das leis, tomo xii). sente-se na capital do Maranhão um
tremor de terra, mas tão rápido que
<^feação do novo Conselho d’Es-
apenas produz o desmoronamento de um
tado, para substituir o que fora supnri-
ou ojitro muro antigo e já arruinado.
nudo pelo art. 32 da lei n. 16 de 12 de
1878 Inaugura-se na comarca do
agosto de 1834 ou Acto Addicional.
S. João d;i Barra a Usma Bar cellos,
ISeiG-Funda-se na cidade do Rio de
com assistência de SS. MM. o Impera­
Janeiro, por iniciativa e esforços do sr.
dor e Imperatriz, do ministro da agri­
Francisco Joaquim Bitíencourt da Silva
cultura o sr. conselheiro Cansanção d®
professor de architectura da Escola Po­
^inimbú o do da marinha, o sr. conse­
ly technica. 0 Lyceu de Artes e Officios.
lheiro Andrade Pinto.
Inaugurado no-consi.storio da matriz dó
E 0 segundo estabelecimento d’este ge-
bacramento, como complemento á Socie­
uero que se funda na provincia do Rio
dade Propapdora das Bellas Artes pas- „‘ i
dc Janeiro, sendo instituidor d’este o
sou-se depois para a igreja abandonada
SI. dr. Domingos Alves de Barcellos Cor­
de S. Joaquim, onde funccionou por 19
deiro, que por esse motivo recebe, por
annos. Mudou-se, com toda a solemni-
decreto de 19 de julho de 1879, o titulo
dade. a 3 de setembro de 1878. para o
de barão de Barcellos.
proprio nacional da rua da Guarda Velha
n. 3, onde esteve por muitos annos a novembro—24
secretaria do império, depois de . prepa­
1549—R. Southey, no t. I da sua ITisto-
rado do essencial para o seu louvável
intuito. ria do Brazil, pag. 249 em diante, refere
' * -----------w x ./, * V - i V I

com bastantes pormenores as aventuras

Iisse edifício, que o benemerito profes­
extraordinárias de Ilans Stade em S. Vi­
sor e director do lyccu continua a alTei-
cente 0 suas vizinhanças, quando pela
17
^'íi
1
 258 EPtlEMERIDES NACIONAES
segunda vez se embarcou para estas pa­
ragens. Achava-se elleemSeviiha na occa-
sião em que o hespanhol Juan de Senabria
preparava a sua expedição ao Paraguay.
Stade foi um dos que se aventurou na
empreza, condu^da pelo filho de Senabria.
Da primeira vez tinha elle estado em
Pernambuco (Vide a ephem. de 28 de
janeiro de 1518), de onde fôra de soccorro
á nascente villa de Iguaraçú, atacada
pelos cahetés.
D’esta vez o navio em que vinha apar­
tou-se do resto da frota e perdeu o rumo
por ignorância do piloto; afinal, após
uma desastrada viagem de seis mezes, le­
vantou-se um temporal quando já tinham
descoberto terra pelos 28'* delat. S., sem
saberem entretanto onde estavam, e teve
0 navio de sossobrar na data que regis­
tramos: d’ahi começa a serie dos suas
maravilhosas aventuras, que não pode­
mos passar para este trabalho sem dar-
lhe proporções que estão fóra do nosso
plano, nem resuffiir sem fazel*as perder
todo 0 seu interesse.
H ms Stade era natural de llombcrg,
no territorio de Hesse, para onde conse­
guiu voltar, e publicou em Marburg, em
allemão, a narração do que soíirera e do
que observára entre os selvagens. Che-
gára ao extremo de o despirem, leva­
rem-no por mar a Ubatuba, então sim­
ples aldêa de indios, onde, depois de lhe
rasparem com um pedaço do vidro as so­
brancelhas e lhe cortarem a barba, lhe
fizeram a terrivel ceremonia do porace\
Viveu assim, entre a ameaça de ser de­
vorado a cada momento e outros tor­
mentos atrozes, oito mezes, até quepoude
escap ir-se de seus bar baros senhores.
A respeito do livro em que elle narra
a historia do seu infortúnio diz Southey: *
a Livro de grande valor é este; nem
as noticias posteriores acerca das tribus
brazileiras ampliam, antes apenas repe­
tem as informações que elle contém. »
Cumpria-nos apresentar também em
Bcena a figura épica c grandiosamento
terrivel do grande Cunhambebe, de quem
(no livro VIII, íl. 661, dos Retratos
e vidas dos homens illustres) nos deixou
Thevet ex icta pintura e até q retrato e
de quem diz o visconde de Porto Seguro:
« A expressão do seu rosto podemos
dizer que ' respirava uma melancolia
feroz.»
O venerável Anchieta, na carta qug
vem publicada no vol. II dos Annaes da
Bibliotheca Nacional (á pag. 96), des­
creve esse formidável régulo indio —
como um dos homens mais estimados
dos seus e de boa condição, o mais de­
senganado de todos, chamado Cunham-
beba, etc. Na narrativa de Ilans Stade oc"
capa elle assignalado logar. Baste-nos,
portanto, consignar nestas paginas o seu
nome. até que a poesia nacional se apo­
dere d’elle e o torne protogonista de um
poema, em que faria, ao que nos parece,
um bello cont;*aste a par de Nobrega e
Anchieta e ílans Stade.
16:34—Incendeiam os hollandozes a ci­
dade de Olinda, da qual apenas esCapoii
uma pequena cas-i terrea, sendo entre­
gues ás chammas todas as mais, por não
as terem resgatado os proprietários pelas
sommas em que foram arbitradas. Foram
03 hollandezes levados a esse extremo
pela necessidade que tinham de concen­
trar todas as suas forças no Recife.
1653—Chega pela primeira vez a Belém
do Pará o padre Antonio Vieira. Ta inves­
tido da auctoridade de superior das mis­
sões, e apresenta ao senado da camara
a carta régia de 21 de outubro do anno
anterior, que lhe dava a faculdade de
evangelisar, construir igrejas e fundar
missões pelos sertões e nas localidades
que lhe parecessem convenientes, levar
indios comsigo, desentranhando-os das
suas florestas, ou deixal-os nas suas
aldeias.
Os habitantes de Belém, desapprovando
as faculdades concedidas ao famoso je -
suita, foram em massa intimar ao pro­
curador da municipalidade que fizesse
 e p h e m e r id e s n a c io n a e s 259

expellir da capitania os padres da Com

ra, très bergantins e outros très barcos
panhia de Jesus, por inúteis e prejudi
menores, com uns mil soldados de tropa.
ciaes ao bem geral. A camara, em vista
O governador da capitania. Bento Ma­
da attitude popular, prometteu que man­
ciel Parente, manda salvar como si fos­
daria chamar o padre Antonio Vieira e sem navios amigos ; vendo, porém, que
combinaria com eile o melhor modo de
elles não amainam, nem respondem, an­
se attendee a esta representação. Nunca, tes fazem pròa para o rio Bacanga, que
poiém, se fez cousa alguma n’esse sen­
embocam,manda então disparar-lhes toda
tido, apezar de se ter renovado o pedido a artilharia do forte de S. Luiz, carre­
da população.
gada de bala, que nenhum damno lhes
1 (62 Nasce no Rio de Janeiro o padre cauza. lazem também estes por sua vez
Antonio Pereira de Souza Caldas (Vide
uma desca? ga contra 0 forte, com o mes­
a ephemeride de 2 de março de 1811). mo resultado, e vão dar fundo em frente
1826—Embarca o imperador D. Pedro 1 á eimida de Nossa Senhora do Desterro.
para o theatro da guerra no sul do Im­ Sem perda de tempo desembarcam os
pei io, com 0 flm de anim.ar pela sua hollandezes e tomam posição conveniente,
presença as operações de mar e terra, sem encontrarem o menor estorvo op-
demoradas pela lentidão dos generaes que posto por Bento Maciel.
se achavam á testa d’ellas. ’
Sua Magestade parte á bordo da náu « Os habitantes, entorpecidos pelo vii
Pedro I, seguida de uma corveta, uma ocio em que os tinha a frouxidão do seu
escuna e alguns transportes. governador, só tratavam de fugir para o
1851—Assigna-se em Buenos Ajmes um matto com suas familias, como unico re­
convênio de alli inça entre o Brazil e a fugio para salvar-se e salval-as, e tão
republica Oriental, os estados de Entre açodados faziam isto, que tudo abando­
•Rios e Corrientes. navam, deixando até o necessário á pro­
1859—Chegam a provincia da Parahyba pria subsistência (José de Vasconcellos,
0 Imperador e a Imperatriz, que a 22 Datas celebres da H. do Brasil). »
tinham chegado a Pernambuco na sua Por sua parte Bento Maciel correu a
excursão pelohiorte do Império. homisiar-se no forte, acompanhado de
1876—0 cadaver embalsamado do vis­ cento e cincoenta soldados que, como bem
conde de Inhornerim, vindo de Pariz, diz Berredo, na maxima parte não mere­
sahe ás 4 1/2 horas da tarde da capella ciam esse nome. Os hollandezes aprovei­
do arsenal de marinha na côrte para o taram-se do pannico que a sua presença
cemiterio de S. João Baptista, onde ^ produzira e puzeram-se em marcha con­
depositado em uma craneira, tendo na tra 0 forte.
tampa uma inscripção conimemorativa Depois de trocas de explicações, pro­
apropriada (Vide a ephemeride de 3 de testos e concordatas entre o governador
Junho). eas forças hollandezas, combinou aquelle
novembko—25
em que estas íicassem na cidade, sendo-
lhes fornecidos os mantimentos necessa-
16-11—A frota liollandeza, que a 30 de rios, que
outubro partira do Recife á conquista do terra.
Maranhão e a 22 de novembro chegára
a bahia do Araçagy, quatro léguas a e'ste
da cidade de S. Luiz, entra na presente
(jata pela bahia de S. Marcos. Comptu
nha-se de quatorze embarcações de guer-
 2G0 KPHEMERIDES NACIONAES
pela digniiLide do cargo ^que Ihe fora
confiado.
1* '
Os hollandezes. quo ja estavam todos
em terra, desfilaram para dentro da ci­
dade, praticando por onde penetravam
toda a casta de extorsão e insultos para
com os moradores que n’ella tinham per­
manecido.
Em quanto se passavam estas cousas,
os ofiiciaes que estavam na fortaleza per­
suadiam 0 governador a que se defen­
desse,porque 0 inimigo não se demoraria
em atacal-o. O mais empenhado n’isto era
o capitão Francisco Coelho de Carvalho,
que foi depois governador do mesmo es­
tado do Tilaranhão.
Bento Maciel, porém, oppoz-se a tudo,
e até reprovou o procedimento de um
i •
artilheiro, Mathias João, que, sem auto.
risação. havia postado em logar conve­
niente algumas peças queestavixm fórado
forte, cobrindo-as com ramos de arvore,
para que não as visse o inimigo, e car-
regando-(is todas de metralha, para ati­
rar contra elles, quando avançassem.
Não tardaram com eífeito em se apre­
sentar diante da fortaleza, e Bento Ma­
ciel, pom a maior covardia que imagi­
nar-se pode, mandou abrir-lhes as portas
e entregou-lhes as chaves d’clla. Não
gastaram muito tempo em entrar, fa­
zendo acto continuo arriar o pavilhão
portuguez e içar o da sua nação, ao
mesmo tempo que prendiam toda a guar­
nição, inclusive o proprio governador,
que teve logo o prêmio do seu inqualifi­
cável procedimento.
Assim occupar im os hollandezes a
capital do Maranhão. Só a 28 de fevereiro
de 1611: {V^ja essa data) é que a coragem
e patriotismo de Antonio Teixeira de
Mello salvam a honra maranhense, expel-
lindo os invasores do seu território.
1722 — E’ apresentado por el-rei D.
,loão V para bispo de Olinda D. frei José
Fialho, natural de Braga, monge de Cis-
tér na congregação de Santa Maria de
Alcobaça, graduado doutor em theologia
I
na Universidade de Coimbra em dezem­
bro de 1710.
Foi a sua escolha confirmada pelo papa
Benedicto XIII a 20 de fevereiro de 172.7^
segundo se lê na respectiva bulla, tran-
scripta no Elogio do bispo, publicado na
Historia Sebastica de frei l\Ianuel dos
Santos :
«Datum Romm, etc., anno Incarna-
tionis Domini 1725, nono Calendas Martil^
Pontificatus nostri primo. »
. Foi sagrado na capella real, em Lisboa,
pelo patriarcha a 13 de maio d’esse mesmo
anno, com a assistência do rei. Tomára
posse da sua diocese, por procurador, a
20 de junho do ditò anno e, partindo de
Lisboa a 16 de setembro na náu dc
guerra Nossa Senhora de Nazareth, de
que era capitão Pedro de Oliveira Muge,
chegou ao Recife a li denovemhro, prin­
cipiando 0 exercicio das suas funeções a
21, dia em que fez a entrada publica na
séde da sua diocese (Olinda).
Percorreu todo o seu bispado indo para
0 norte até ao Rio Grande, onde refoi -
niou as aldeias e proveu-as de bons ope­
rários evangélicos: n’essa visita soffreu
toda a casta de privações e os maiores
incommodes.
Desenvolvendo-se cm 1/32 uma grande
epidemia em Pernambuco, o prelado mos­
trou-se zeloso c caritatlvo como devia
ser, pregando, visitando os enfermos e
soccorrendo-os com tanta liberalidade
que elle e a sua propria famili i vieram
a padecer grandes faltas ; dando até
ordem ás boticas para aviarem por sua
conta as receitas passadas para os po-
bi'es pelos medicos e cirurgiões.
« N’essa triste quadra, e mesmo antes
e depois d’clla, diz o auctor do Roteiro
dos Bispados, era muito prompto em
acudir ás confissões de artigo de morte,
levando muitas vezes elle mesmo o ^ ia-
tico e, quando o enfermo era pobre, dei­
xava-lhe :sempre uma esmola, o que deu
logar a que por vezes o chamassem sem
haver necessidade d’isso. »
 EPHEMERIDES NACIOXAES ÜGI

Em julho de 172G amotinaram-sc por Sarmento, e de redacção da revista o

falta de pagamento de seus soidos os dr. José Marcellino da Rocha Cabral c
1^1 A
doLis terços da guarnição da cidade : foi Antonio José de Paiva Guedes. í f Ji
0 bispo quem os accommoaou. Constituida assim, e em boa hora, a ivl
Depois de ter por treze annos regido o associação, cujos voos não podem ser mais ,I
seu bispado, onde occupou o G° logarna largos porque lhe faltam as azas mate-
respectiva serie, foi transferi.lo para o riaes.e a que,mesmo sem grandes recursos
arcebispado da Bahia a 2G de JulJio de pecuniários, tanto tinha de dever a his­
1738, segun io o conego dr. Ildefonso toria patria, leu o conego secretario o dis­
Xavier Ferreira e o general Abreu e curso inaugural, que, com os estatutos,
Lima, ea Gde dezembro, segundo Mariz vem publicado no tomo I (1839,, 1“ tri­
( Vide a epfíemeride de 30 de outubro de mestre da respectiva revista tVide as
1739 ). ephenierides de 18 de agosto e de 21 de
1808 — Decreto do principe regente outubro),
1). João VI permittindo que se concedam
datas de terras por sesmarias aos estran- NOVEMnuo — 2G
gqiros residentes no Brazil, pela mesma 1G33—Carta de Felippe IV ao general i- r.
forma por que se concediam aos vas Mathias de Albuquerque, em re’sposta á
sallos da coròa. que este lhe escrevera em 10 de agosto íü >
1838 — São apresentados os estatutos dando-lhe parte da victoria alcançada
fundamentaes do Instituto Historico sobre os hollandezes no dia 9 no rio Ca-
Geographico do Brazil. Depois de algu­ peberibe. Com esta carta I'ecebeu Mathias
mas reflexões, são appiovados. de Albuquerque outra do conde-duque
Procede-se em seguida á eleição dos de Olivares, primeiro ministro e valido
que devem constituiv o conselho da asso­ do rei, na qual também o louvava pelo
ciação e são escolhidos: presidente, o successo obtido, promettendo que nao se
viscondeMe S. Leopoldo; vice-presidente esqueceria d’elle e ajuntando-lhe no íim,
e director da secção de geographia, o ma­ de seu proprio punho, as seguintes
rechal Raymundo José da Cunha Mattos; linhas:
vice-presidente e director da secção de a Dou a V, S. os emboras e graças do
historia, o conselheiro Cândido José de successo: e lhe asseguro que hão de ser
Araujo Vianna, depois marquez de Sapu- muitos e grandes os soccorros que cm
cahy; 1° secretario perpetuo, o conego breve tempo chegarão a V. S.—D. Gaspar
Januario da Cunha Barbosa, a quem se
de Gusman.»
commetteram a redacção da Revista, o
Não obstante tão solemnes e formaes
cargo de archivista e bibliothecario e a
promessas, os soccorros não foram nada
direcção da com missão de estatutos ; fo ­
grandes e chegaram tão tarde que ne­
ram eleitos orador, o major Pedro de
nhum serviço prestaram.
Alcantara Bellegarde, depois mareclial
e thezouréiro director da com missão de 1616—Funda-se a fortaleza da Lage, na
fundos, José Lino de Moura. baliia do Rio de Janeiro, sendo gover­
Elegeram-se também as seguintes com- nador da capitania Duarte Corrêa Vas-
missões: para a de historia, os drs. Anto­ queanes.
nio Alves da Silva Pinto e Emilio Joaquim 1G75 — Fallece na cidade da Bahia
da Silva Maia; de geograplü:^, José Sil­ Aflbnso Furtado de Castro do Rio de
vestre Rebello e o coronel Conrado Jacob Mendonça, visconde de Barbacena, 2G°
de Niemeyer; de fundos, Tliomé Maria da governadorí geral do Brazil (Vide a
Fonseca e Alexandre Maria de Moraes ephemeride de S de maio de 1G71).
 EPHEMERÍDES NACIONAES
Poi’ não haver via de successão, elegeu
antes, de accordo com o senado da ca-
mara, os que deviam succeder-lhe no
car-IO: foram para esse flm escolhidos o
chancelier da Relação Agostinho de Aze­
vedo Monteiro, o mestre de campo Alvaro
mi
Azevedo e o juiz ordinário Antonio
Guedes de Brito. Por fallecimento do
chancelier, occorrido logo depois, foi
eleito em seu logar o desembargador
mais antigo, Christovão de Burgos e
Contreiras. A este governo interino sue*
cedeu a 15 de março de 1678 Roque da
Costa Barreto.
1807—Por decreto d’esta data annuncia
0 rei D. João VI a resolução de mudar
temporariamente a sua còrte para o
Brazil, e nomeia uma regencia para go­
vernar 0 reino em seu nome (Vide a
ephemeride de 29).
Não podendo conservar-se neutral na
grande lueta que se travara no principio
íSí 11 do século entre a Inglaterra e a França,
e receiando seguramente ver-se despo­
jado de sua coroa na Europa pelo mo­
derno conquistador que presidia então
aos destinos da França e que, como
Brenno. fazia pender a concha da balança
do mundo europeu com o peso da sua
espada,, sd lhe restava a alternativa de
trocar uma situação precaria na Europa
fk ' ^ por um império vasto e intacto na
America.
íf!' i
A essa resolução extrema, que tão pro­
veitosa devia ser-nos, é que corresponde
0 decreto cuja data commémorâmes.
1809 — Fernando Delgado Freire de
Castilho, que já havia (em 1798) admi­
■“ ''í nistrado a capitania da Par ihyba, toma
posse do governo da de Goyaz, cargo
que exerceu até 4 do agosto de 1820, em
p i j i que se retirou para a còrte com licença
régia. Provido em um logar de conse­
lheiro da fazenda em Lisboa, foi transfe­
rido para o tribunal do Brazil. Aqui
possuido de uma invencivel hypocondria’
suicidou-se no dia 17 de fevereiro de 1821
I■
{Veja essa data).
1822— Proclamação da Junta do go­
verno proviscrio de Goyaz, annunciando
aos seus habitantes a proclamação da
independencia do Brazil e a coroação do
1 ' imperador.
1823— O 1“ imperador nomeia uma
commissão de dez membros, incumbida
de Oi'ganiiar o pacto fundamental do
Império .Vide a Ephemeride de 12).
Eis aqui os nomes dos organisadores
da Constituição:— João >Severiano Ma­
ciel da Costa (depois marquez de Queluz),
Luiz José de Carvalho e Mello (visconde
da Cachoeira), Clemente Ferreira França
(marquez de Nazareth), Mariano José Pe­
reira da Fonseca (marquez de Maricá),
João Gomes da Silveira Me idonça (vis­
conde do Fanado e posteriormente mar­
quez de Sabará), Francisco de Villela
Barbosa (marquez de Pai-anaguá), o barão
depois marquez de Santo Amaro (José
Egydio Alvares de Almeida), Antonio
Luiz Pereira da Cunha (marquez de
Inhambupe), Manuel Jacintho Nogueira
da Gam i (marquez de Baependy) e José
Joaquim Carneiro de Campos (marquez
de Caravel Ias).
Todos elles foram depois successiva-
mente feitos senadores do Império na
primeira opportunidade.
1828—Chega á sua diocese o arcebispo
da Bahia I). Romualdo Antonio de Sei­
xas, depois conde de Santa Cruz (Vide a
ephemerid.è de 7 do fevereiro de 1787).
1834—E’ julgado com criminosa cele­
ridade 0 brigadeiro Joaquim Pinto Ma­
deira ; no dia seguinte entra para o
oratorio e a 28 á fuzilado !
No Correio Ofticial n. 41 de 25 de fe­
vereiro de 1835, vem um artigo ácerca
d’esse assassinato juridico realisado no
Ceará, na então villa do Crato, e do qual
se verifleam as datifs que consignamos
(Vide a Ephemeride de 28).
1874—Fallece na Ordem Terceira da
Penitencia da cidade do Rio de Janeiro,
reduzido á extrema indigencia, o advo­
gado provisionado José Marcellino Pé-
 reira do\asconcellos. Havia3mezes que
se recolhera áquelle hospital.
Nascera a 1 de outubro de 1821 na ci­
dade da Victoria, capital da província do
Espirito-Santo.
Ao que d’elle e de suas obras diz Inno-
cencio F. da Silva no seu IHccionario
cumpre acrescentar:
Foi deputado á Assembléa Geral na 12*
legislatura, de 1863 a 1866, pela sua pro­
vinda natal. Dj seu Roteiro dos Dele.
gados e Subdelegados lia 4' edição,
dada em 1876. Publicou em 1868, na ty-
pograpliia dos Srs. E. & II. Laemmert,
dois volumes cm 8” intitulados—
brasilieiíse, ou noticias, etc,, em relaçãQ
a,os homens, à historia e cousas do
Brasil.
Era um homem de rnerito e feito pelo
seu proprio esforço: teria sido uma das
primeiras cabeças pensantes do Império,
si a tempo houvesse encontrado mestres
idoneos qiie tivessem guiado a sua não
vulgar intelligencia nos meandros das
scienoias e das lettras. Deu provas d’isso
nas obras que nos legou pela imprensa.
A data do seu nascimento vem como
a damos no Diccionario de Innocencio
da Silva e na hiographia que de Josd
Marceilino publicou o Espirito-Santense,
da cidade da Victoria,e foi depois tir.ida
cm avulso no Rio de Janeiro em 1875.
NOVEMBRO 27
1586 — Pela bulla que começa — Piis
ftãelium. votis — o papa Xisto V créa no
Brazil a nova Custodia dos padres Obser­
vantes reformados de S. Francisco na
capitania de Pernambuco.
Em vir-tude d’essa creação convidou a
cauiara da cidade de S. Salvador da Ba­
hia ao custodio e commissario geraj
frei Melchior de Sant.i Catharina para
ir alli fundar outra casa. O bispo do
Brazil D. frei Antonio Barreiros, que
então andava de visita pastoral em Per”
nambuco, voltou no seguinte anno de
1587 com 0 referido frei Melchior e mais
mesmo anno ao convento d’aquella crdem
na cidade da Bania.
Na sua igreja collocou-se a imagem de
Santo Antonio de Arguim, vinda entre
os despojos tirados pelos calvinistas da
fortaleza d’esse nome na costa d’Africa,
imagem essa a que o senado da camara
da Bahia fazia de 1651 em diante festa
todos os annos com procissão solemne
(Vide a ephemeride de 12 de abril de '*■-,
♦ 11^:
15 5' .
1655—O senado da camara de S. Luiz
do Maranhão assenta em vereança d’esta
data nomear duas parteiras das melho­
res para assistirem ás muliieres, notiíi'
cando-se a todas as mais para não par-
tejarem sem serem examinadas, visto ! u
haver muitas que usavam do oílicio sem
0 saberem, c por isso matavam e ernhru-
xavam as crianças.
1683—Provisão prohibindo que os go­ 1 111
vernadores consintam que se-lhes tirem
os retratos para serem collocados nas ca-
maras ou em quaesquer outros logares
públicos, pelas ruins consequências que
d’a.H resultam. Si alguns merecerem
essa distineção pelas suas virtudes e ser­
viços, as camaras que o representem
primeiro a el-rei. í
1697—Carta régia ordenando a Arthur
de Sá e Menezes, capitão-general do Rio
de Janeiro, que vá á capitania de Minas ■ iI li'"
Í >*Ê - ’ I^
Geraes, para mandar abrir uma estrada
que communique enL’e si essas duas ca­ r fe lí;-;;
pitanias. fiV I .
1727—Ordem do capitão general de Per'
nambuco Duarte Sudré Pereira Tibau,
dirigida ao coronel João de Barros Braga,
residente no Ceará, para levantar ban­
deira com que sahisse a extei*minar os
índios daquella capitania. O governo dava
p titulo de capitão-mór das entradas aon
que se propunham a fazer guerra aos
selvagens, e concedia lhes as terras de
que os desapossassem.
1833— Chega á sua diocese o 2° bispo
de Cuyabá, D, José Antonio dos Reis.
 2Gi EPHEMEPJDES NACIONAES

Era clérigo secular e natural de ?. Paulo.

os successos que tiveram esse triste des­
A data do seu nascimento que demos fecho:
na ephemeride de, 11 de outubro de 1876 « Quasi todas as provinoias do Norte
foi-nos ministrada pelo sr. Joaquim Fer. tinham recebii.lo grande abalo com a no­
reira Moutinho na sua Noticia sobre a ticia da abdicação; a do Ceará, que em
m provinda de Matto Grosso (S. Paulo, 1824 fôra victima, como Pernambuco, de
1869, pag, 51, nota 2). uma commissão militar, foi uma das mais
f 1814—Nasce em Pedras de Fogo, pro­ exaltadas contra os realistas d’aquella
vinda de Pernambuco, D. frei Vital, época, entre os quaes sobresahia o co­
bispo de Olinda (Vide a ephemeride de ronel de milicias Joaquim Pinto Madeira;
4 de novembro de 1876). portanto foi perseguido, e quasi forçado
y a abandonar a provincia. ou a resistir:
1l[' NOVEMBRO—28 preferiu o segundo partido, e foi esta a
causa da sua perda. Com eíTeito, no dia
1624 — Alvará regio, passado por
14 de dezembro de 1831 rompeu Pinto
D. João V e u Lisboa, peimiittindo aos
Madeira na villa do Jardim, tomando por
religiosos franciscanos o poderem erigir
pretexto a abdicação forçada do ex-
conventos nas partes do Brazil onde o
imperador, e no dia 27 do mesmo mez
requeressem os povos, consentindo n’isso
teve 0 primeiro encontro de armas no
as camaras e sob a condição de darem
engenho Burity com as tropas do go­
conta ao governador do estado.
verno.
1630—Antonio Cavalcanti de Albuquer­
« Era muito cedo para uma reacção tão
■;í » que, que succedc a Jacome Raymundo de
violenta, e em menos de dez mezes viu-se

fii , í Noronha no governo da capitania do

Grão Pará e Rio Negro, toma posse do
seu cargo, para que fôra nomeado pelo
quasi só, abandonado e perseguido, tendo
que entregar-se no dia 13 de outubro de
1832 (no ponto do Correntinho) ao genei'al
g 3 rnador do estado do Maranhão e
Labatut debaixo da palavra, que este lhe
Pará Francisco Coelho de Carvalho Ca­
dera, de envial-o paraacórte, onde pre­
valcanti occupa 0 decimo primeiro logar
tendia justificar-se. Porém depois de
na ordem chronologica dos capitães-
haver vagado de j^risão em piàsão. de
mdres d’essa capitania, em cujo governo
presiganga em presiganga, desde Per­
foi rendido em 1633 por Luiz do Rego
nambuco até Maranhão, voltou ao Ceai'á>
Barros. ,
onde foi julgado por seus propinos ini­
1748—Entrada solemne do 1* bispo de migos, e assassinado juridicamente na
Marianna, D. frei Manuel da Cruz, na villa do Crato a 28 de novembro de 1834
sua nova diocese, para a qual fòra tras­ sendo presidente d’aquella provincia o
ladado da do Maranhão (Vide as ephe- padre José Martiniano de Alencar, sena­
merides de 3 de janeiro de 1764, de 15 dor do império.»
de outubro de 1718 e de 15 de dezembro Estava com eíTeito Alencar na pi’esi-
de 1715). dencia da provincia,como vice-presidente
1772—Toma posse do governo do seu mas nenhuma parte tomou n’esse facto.
bispado o 5.° bispo do Pará, D. frei João Para sua melhor averiguação lêa-se a
Evangelista Pereira da Silva (Vide a correspondência a que nos referimos na
J' 3 ephemeride de 14 de maio de 1782). ephemeride de 26 e que veiu no Correio
1834—Assassinato juridico do coronel Official de fevereiro de 1835.
de milicias Joaquim Pinto Madeira na 1834— Fallece o senador pela Bahia
villa do Crato (Ceará). Luiz Joaquim Duque-Estrada Furtado de
Eis de que modo refere Abreu e Lima Mendonça, escolhido a 11 de muio de
 EPHEMERIDES NACIOxXAES 2()5

1827, segundo o Almanack Laemmert lidade cortou-lhe o precioso fio da exis­

para 1880, ou a 3 de niaio, como vem no
tência, aos vinte e nove annos apenas de
moppa neo-olopico da revista do Insti­
idade, dando-lhe por tumulo o oceano,
tuto. Tomára assento no senado a 11 de
O triste acontecimento, que o dever de
setembro.
histoiiador nos traz a commemorar, está
ISGl— Naufragio do vapor Hermes, em
ainda bastante vivo na memória da po­
viagem do Rio de Janeiro para Campos, pulação, a que levou o luto e a amargura.
por S. João da Barra, com escala por E ’ uma pagina tarjada de negro e das
Macalie'.
mais sombiáas d’enti'e as que compõem
Deu-se este med nlio e iamentavel si­ este nosso imperfeito trabalho,
nistro, que encheu de consternação toda 187-1—Inaugura-se a linha telegraphica
a população da cidade de Campos e cobriu da Estancia {em Sergipe) a Alagoinhas
de lucto muitas das suas familias, na (na Bahia), com a extensão de 155.G13
madrugada de 27 para 28, tendo o navio kilometros.
batido nos recifes de meia milha de ex­
tensão. denominados lages da Tahnd, N o v E M i m o — 29
situados na direcção noroeste a sueste de ! 1^
Macahé, recifes em que anteriormente e 1614—La Ravardière com toda a sua
no mesmo anno batera a sumaca Hara' armada deixa a bahia de Guaxinduba (na
vilha. ilha do Maranhão), em virtude de um
N’esse desastroso naufranio, além da armisticio assignado na vespera, com as
perda de tantas e tão esperançosas intel- solemnidades possíveis, entre aquelle
ligencias da familia campista, que não chefe da expedição franceza e Jeronymo
podemos recordar sem saudade, morre de Albuquerque (Vide a ephemeríde
de 3).
também o dr. Manuel Antonio de Al­
meida, vigoroso talento, que já começára IGIG—Morre de repente na villa, hoje
a dar os mais saborosos fimctos, aug- cidade do Penedo, no rio deS. PYancisco
mentando o pecúlio litterario da patri i. por ter bebido um 'copo de agua fria
Formado em 1857 na Faculdade de me. estando suadissimo, o almirante hol-
dicina do Rio de Janeiro, em cuja cidade landez Lichthardt. cujo corpo foi trans­
nascera a 17 de novembro de 1832, tomava portado para o Recife e sepultado coin
parte na z’edacçao do Correio Mercantil, igrande pompa na primitiva igreja d^^
em que fizera as suhs primôiras armas S. frei Pedro Gonçalves [Corpo Santo).
com a serie de artigos de critica litte- « A companhia das índias Oceidentaes
raria, denominados Revista hihliogra- perdeu n’elle um dos seus mais zelosos
phica, tendo já imprimido na mesma servidores, e a patria um dos seus mais
folha o seu festejado romance, de cos­ bravos marinheiros.»
tumes do tempo colonial. Memórias de 1707—Manda-se dar 400 réis diários a
um sargento de milicias, tirado depois frei Jüão da Assumpção, franciscano,
(1851el855)em dous volumes, que tiveram vindo expressamente da Asia para a
até hoje successivas ediçõp. Estava o Bahia, afim de cuidar da cultura da
dr. Manuel de Almeida encarregado pelo canella e pimenta da índia entre nós.
governo de escrever a Historia finan- 1753—0 governador do estado do Ma­
,ceira do Drazil desde os tempos colo- ranhão. Gonçalo Pereira Lobato e Souza,
niaes, quando, incumbido pela redacção toma posse do seu cargo e exerce-o até
do Correio Mercantil de descreVer a festa 2 de março de 1759, em que é rendido
de inauguração do canal de Campos a pelo capitão general Manuel Bernardo
Macahé, que então se effectuava, a fata- de Mello e Castro.
 2G6 EPHEMERIDES NACIONAES
Lob-ito foi 0 trigésimo terceiro gover­
nador d'aquelle estado.
18ü7—Tendo nomeado a regencia que
■ devia go.'ernar o reino na sua ausência
e feiio embarcar os arcliivos. o thesonro,
toda a real bibliotheca da Ajuda e os
effeilo?, mais jpreciosos da coroa, embarca
0 rei D. João VI com sua familia na
presente data, para se transportar ao
lírazil (Vide a e))hcmeride de 26). Pas­
i/i' sando a armada real atravez da esquadra
ingleza esta sauda-a com 21 tiros e
ganham ambas o alto mar.
A frota portugueza era commandada
pelo vice-almirante Manuel da Cunha
Souto Maior, que tinha por ajudante
general o chefe de divisão Joaquim José
IMonteiro Soares. O rei chegou á Bahia
a 22 de janeii‘0 de ISü? e d’ahi partiu
para o Rio de Janeiro a 2b de fevereiro,
chegando a 7 de março, mas só desem­
barcou no dia seguinte ( Vide essas datas).
I’.i A 20 de abril do 1821 [Viae também
esta data) volta a familia real e seu chefe
para Portugal. Era então commandante
da esquadra o conde de Vianna, e da náu
1>. João VI, em que ia o rei. o capitão
de mar e guerra Joaquim Epiphaiiio da
Cunha.
Referindo a partida do rei para o
Br.uil, accre.scenta um conceituado cs"
cript >r contemporâneo:
« Este dia é de agonia para o reino
portuguez. -.Os seus habitantes vôm a
còrte ausentar-se, e o exercito francez.
invadindo as gargantas de suas cidades,
senhorear-se de Lisboa, a antiga rainha
do oceano Atlântico (Fluviano )
" - 1,1 1817—Fallece no Rio de Janeiro, na
idade de 71 annos, 5 mezes e 2 dias c é
^seiuiltado no convento de Santo Antonio
com todas as honras devidas ao seu
elevado cargo. João Paulo Bezerra, que
succédera a .23 de junho d'esse mesmo
anno ao conde da Barca na pasta dos
négociés da fazenda c interinamente nas
dos estrangeiros e da guerra.
1832*~E’ sanccionado o codigo do pro­
r ‘t
cesso criminal do Brazil de 1‘ entrancia,
com a Disposição protisoria acerca da
administração da justiça civil.
O promotor publico da còrte que pri­
meiro 0 poz em execução foi o conse­
lheiro Jeronymo Martiniano Figueira
de Mello, que falleceu a 20 de agosto
(3e 1878 no Rio de Janeiro senador pelo
Ceará [Vide esta ultima data).
1812—Fallece na sua diocese o 13.'’ bispo
do Maranhão D. Marcos Antonio de
Souza, nascido na Bahia a 10 cíe feve­
reiro de 1771, como se'lè na sua propria
ca npa no presbyterio da cathedral de
S. Luiz. Fòra vigaião da Victoria na
sua provincia natal, deputado ás cortes
de Lisboa em 1820 e ás do Rio de Janeiro
até 1828.
Sagrara-se a 23 de outubro de 1827.
Escolhera-o D. Pedro I a 12 de outubro
de 1S2Ô e confirmara a escolha-o papa
Leão XII a 25 de junho do anno seguinte.
Toinára posse do bispado, por procu­
rador, 0 conego José Constantino Gomes
de Castro, a 19 de março de 1828 e che-
gaiV á diocese a 11 de março de 18.30.
1865—Decreto concedendo a medalha
do Riachuelo.
« Ha também uma medalha commemo-
rativa da rendição da divisão do exercito
do Paraguay que occupava a villa de
Uruf/uapana.
NOVEMBRO—30
1559—Cliega á Bahia de S. Salvador o
capitão mór Bartholomeu de Vasconcel-
los, vindo de Lisboa encarregado da ex­
pulsão dos francezes da b ihia do Rio de
Janeiro. Vinha com duas náus auxiliar
Mem de sá n’essa em preza.
Com ofíéito, reunidas os forças mari-
timas de um e outro, sahiram de S. Sal­
vador a IG de janeiro-do anno seguinte
e a 21 de fevereiro investiram para a
barra do Rio de Janeiro, onde não con­
seguiram ehtrar. Sabendo-se porém que
dentro u’ess i bahia estava uma náu
franceza, Mem de Sá manda tomal-a pela
 EPHEMERIDES NACIONAES 2CÜ

gíilé Ezaxira ide a ephemeride de 15

toriado hraaiY do Roberto Soutliey(vol.2°
de março de 1560).
d.i tradueçao brazileira) e pelo sr. José
1591—Parte do porto de Dartmoutli de Vasconcellos.
na Inglaterra, o corsário James Lancas­
« Finalmente a frota ia s .hir, quando
ter comm<yidando a expedição que uma Lancast'1* descobriu os portuguezes em
companhia de Londres arrnára para as­
grande numero, protegidos por uma ba-
solar as costas do Brazil, seuunda que teria bem colloc'ada, que podia impedir
tivei’a por ohjectivo o mesmo ílm. O mau ou pelo monos demorar a sua sabida.’
exito da primeira, capitaneada por Tho’
Trezentos homens, entre ingle :es e fran-
maz Cavendish, não desanimara os in-
cezes (de uma armada de cors irios d’est i
glezes de fazerem uma nova tentativa- ultima nação, commandados por João
O cav.illieiio Lancaster toma pois o ã enner, que se associara a Lancaster)^
commando d’esta, composta de tres na­ tiveram ordem de rechassar as tropas de
vios, tripulados apenas por 275 homens, Pernambuco e dostruii- aquella ob ra ;
entre marinheiros e so dados, sendo dois poiem estas, ab m lonaudo a bateria.
d’estes fi-ancezes. naturaes de Dieppe- attrahiram e envolveram os jiiratas de
cpue já haviam estado no Brazil e sabiam tal modo, que poucos escaparam ao seu
a lingua dos indigenas. Lancaster fôra furor. JoH) ilarker, segundo de Lancas­ t "
educado entre os portuguezes. vivera ter, e dous ca[)itães francezes ílcaram
com cllcs como mercador, tendo mesmo mortos. Lsta dei-rota apressou 'a sabida
servido como soldado; não se pejou to- de Lancaster, que levantou ancora nVssa
d ivia de aceitar uma tal incumbência, mesma noite (5 de Maio), e foi levar á
commettendo essa traição de tomar Inglatej'ra o frueto^do seu temerário e
armas contra iim povo que o recebera feliz arrojo. O bom successo d’eata ardua
no seu seio. Pernambuco foi o loga>‘ empreza teria feito nascer outras do
que resolvera invostii-: no ultimo de mesmo genero, se Raleigh nãa tivesse
março de 1595 surgiu defronte de Olinda, cílerecido á preoccupadaimaginação dos
e apezar de ter o goveniador d,i ca­ aventureiros iug^lezes a fabula do paiz
pitania fortifícado o Rveifo, não poude El Dorado, aíTastando-os assim das cos­
j’osistir ao Ímpeto com que Lancaster tas (Io Brazil (Abreu e Lima, obra c i­
lhe accommette as obras dedefeza e as tada). »
leva de assalto, apoderando-se da po­ « A fabula do El Dorado, diz R. Sou •
voação com' todos os seus armazéns, they, que á ílespanha custou mais san
onde se h ivia i-ecolhido um i-iquissimo gue c dinheiro do que todas as suas 1- ( «
carregamento de mercadorias da índia, conquistas no noví,) mun io. serviu agora
vindas em um galeão que naufragára para desviar do Brazil estes inimigos. ,»
pouco antes nas costas de Pcr.nam- 1635 — Na ponta de Jaraguá. uma
buco. O Recife compunha-se,a esse tempo' légua ao noi-tc da barra das Lagunas
de umas cem casas apenas. « Obtido (Alagoas), desembarca o soccorro vindo
: quelle primeiro triumpho, trat-m o pi­ p ira 0 Brazil n is armadas hespanhola
rata de embarcar o,s i-icos despojos de e portugue/.a. compostas de 30 navios
que estava de posse, c nisso levou mui­ com 1,700 homens, portuguezes, hespa-
' íMI
tos dias. sempre acossado polos portu- 11h cs e italianos, e do'ze peças de arti­
gue es, cujas proposições, feitas por di­ lharia. entre grandes e jiequenas, e
versas vezes, nunca quiz ouvir. » algum material de guerra, 'fraziam en­
Vinte e tantos dias aturou esta ari- - tretanto, pouco mantimento, que apenas lií
jada entrepreza do llibusteiro inglez, nar­ chegaria para dous mezes.
rada com bastante minuciosidade na//w - Vinham sob as ordens do general hes-

ii ?!
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 vlü
2G8 EPIIKMERIDE3 NACIONAES
panliol D. 'Luiz de Roxas e Borja. no­
meado para succeder a i\Iathias de Albu­
querque, e traziam também Pedro da
Silva, 0 Duro, depois conde do S, Lou-
renço, que tinha de render a Diogo Luiz
de Oliveira no governo geral do estado
na Bahia.
Era D. Luiz de Roxas poitador do
titulo de Dom e do habito para Antonio
Felippe Camarão: « honras bem mere­
cidas por sua fidelidade, áqual de futuro
se fizeram ainda maiores mercês acres­
centa o marquez de Basto nas suas M e­
mórias Diarias). »
1708—Assume o governo da capitania
do Rio Grande do Norte André Nogueira
da Costa, que rende a Sebastião Nunes
Collares e governa até 30 do novembro
•'1 de 1711.
1711—Salvador Alvares da Silva rende
ao precedente no governo da capitania
do Rio Grande do Norte e exerce o cargo
até 20 de junho de 1711, em que o occupa
0 seu successor Domingos Amado.
( I 1753—O ouvidor Francisco de Salles
R,ibeiro toma posse, jior parte da coroa^
da capit mia da Parahyba do Sul. por
compra feita ao seu donatario Martim
Corrêa de Sá e Benevides, 4° visconde
de Asseca.
1822—Chega ás Alagoas a noticia da
acclamação de D. Pedro, primeiro impe­
■ rador, effectuada no Rio de Janeiro a 12
de outubro.
h ’ Vw'
•" ' 1830—Enceri‘a-so a Asscmbléa Geral
legislativa, notável pela fusão das duas
cameras, facto que se realisa pela pri­
meira vez no Brazil.
1852—Concluido o Hospicio de Pedro II,
para alienados, é bemzido na presífnte
data (Vide a ephemeride de 5 de dezem­
bro).
1859—Chegam Suas Magestades o Im­
perador e a Imperatriz a Maceió, capital
da província das Alagoas, na excursão
|i|[.LÍ que faziam pelo norte do Imp^^rio (Vide
as ephemerides de 2 e G de outubro e de
22 c 24 de novembro).
1867—Em carta d’esta data, escripta
no Rio de Janeiro, dirigida ao dr. sr.
Luiz Francisco da Veiga e publicada
sem indicação de anno nem de logar, o
visconde de Porto Seguro insiste em que
sejam de Claudio Manuel da Costa as
famosas Carias chilenas e adduz argu­
mentos que parecem valiosos (ViJe a
ephemeride de 2 de setembro de 1714 in
fine).
DEZEMBRO—1
1640—Revolução de Lisboa, pela qual
sacodem os portuguezcs o jugo hespa-
nhol que sobre elles pesava havia 60 an-
nos, e acciamam o duque de Bragança
D. João, que reinou depois sob o nome de
D. João IV. Foi alma d'esta revolução,
cujos motivos naturaes e immediatos
nasciam da propria e vergonhosa op-
pressão tão longo tempo soffrida, o dr-
João Pinto Ribeiro. P^egou-a o sangue
de Miguel de Vasconceltos, creatura do
conde duque de Olivaes e que, como dele­
gado de Heq^anha, se tornára odioso
aos seus compatriotas. Foi lançado das
janellas do paço sobre o ’ terreiro, onde
serviu de desafogo do odio popular, e
onde depois de crivado de feridas e in­
jurias, mandou D, Gastão Coutinho alugar
uns homens do serviço da Ribeira para
0 levarem no esquife da Misericórdia.
Alli, no titulo das despezas d’esse me;i
lançadas no livro competente, está á fl. 14,
a seguinte verba:— De %i,ma mortalha
para Miguel de Vasconcellos^600 réis.
Proclamada a restauração, foi ella suc-
cessivamente e sem a menor reluctancia
abraçada por todo o reino e suas pos-
sões no Ultramar.
1737—Gomes Freire de Andrada, já go­
vernador das capitanias do Rio de Ja­
neiro e Minas Geraes, fóra auctorisado
desde 1773. por alvará de 29 de outubro,
para substituir a Antonio Luiz de Ta-
vora, conde de Sarzedas, no governo da
de 3. Paulo, no caso de algum incidente
impi'evisto. Acontecendo falleccr a 29 de

Ei^HEMERlDËS NACÎONAËS
agosto (1 este anno de 1737 aquelle gover­
nador. toma Gomes Freire posse do cargo
na presente data perante a camara de
S. Paulo, e conscrva-o ate' 12 de feve­
reiro de 1739, cm que o entrega a D. Luiz
de Mascarcnlms, depois conde de Alva,
1746—Aporta o 6. “ bispo do Rio de Ja­
neiro D. frei Antonio do Deste: ro Ma-
Iheiro á sun diocese ( Vide Ephemcride
do 11).
17,S6—Cliega á sua diocese o bispo de
Olinda D. frei Diogo de Jesus Jardim
(Vide a ephemeride de 22 dc agosto).
1822—Coroação do l.° imperador.
Por decreto d’este dia c para comnie-
morar esse facto é creada e instituída a
imperial Ordem do Cruzeiro, primeira
condecoração americana creada no Brazil.
0 decreto respectivo e' pa.ssado pelo mi­
nistério de 16 de janeiro d’esse anno,
orgar.isado por Jose' Bonifacio, e que é
tambem o primeiro ministério que teve
0 Brazil depois de independente.
1861—Fallece na cidade do Rio Janeiro
0 poeta e romancista Antonio Gonçalves
Teixeira e Souza.
Nascera na cidade de C^^bo Frio a 2S
de março de 1812.
Diz a respeito do sen merito como es-
criptor, considerando-o sob a sua dupla
face, 0 douto Innocencio daSilva, no seu
Diccionario bibliofp-aphico:
cc Foi Teixeira e Souza urn poeta ly-
rico de muita inspiração, e romancista
fecundo e imaginoso.Falleciam-lIie,pore:m,
os dotes da cultura e o merito do estylo,
e essas faltas tornavam-se mais sensiveis
pela precipitação com que publicava ag
suas obras.»
Para mais desenvolvido juizo podem-se
consultar o Curso de litteratura do dr.
Fernandes Pinheiro. Le Bresü litleraire
do dr. Ferdinand W olf e os Traços bio-
graphicos de Teixeir.i c Sousa publicados
pelo sv. Felix Ferreira.
1683- Em dias de novembro d’este anno
rotira-se pai'a Lisboa o 1° bispo de Olinda
■ f
: i I 'J ,i
2(3y
D. Estevão Brioso de Figueiredo, transfe­
rido para o bispado do Funchal, depois
de cinco annos e sete mezes de episcopado
no Br.izil. Era clérigo secular e natural
de Evora. F'ora nomeado para Pernam­
buco a 1.7 de julhode 1677 pelo príncipe
regente D. Pedro II e confirmado por
Innocencio AT no mesmo anuo.
1865—Em dias d’este mez e anno inau­
gura-se a linha telegraphica do Pharol a
Cabo-Frio, província do Rio de Janeiro>
com 19,000 kilometros de extensão.
1866 — Em dias d’este mez e anno
inauguram-se a linha telegraphica de
Iguape (S. Paulo) a Itapitanguy ^Paraná)
com 57,500 kilometros de extensão—e a
de S. Sebastião a Santos, província de
S. Paulo, com a extensão de 103,920 ki­
lometros.
ADDENDA
Novembro— 7
1837— Aproveitando-nos da rectifica-
ção que nos ministrou o sr. conselheiro
Antonio Simões da Silva acerca do que
dissemos da revolta da Bahia conhecida
com o nome de Sabinada,, diremos que
era então presidente da província o des­
embargador Francisco de Souza Paraiso,
que por essa oceasião se ausentou da ci­
dade com 0 commandante das armas, o
chefe de policia e outras auetoridades
civis.O commcndador Paim, que estava
em Santo Amaro, tomou conta da admi­ 'i
nistração publica como presidente inte­
rino ate' que. já travada pouco depois a
luta em Pirajá, assumiu o excrcicio
d’esse cargo o presidente nomeado An­
tonio Pereira Barreto Pedroso.
Para domar a revolta, que tomára
grandes proporções, além do batalhão de
policia (permanentes), composto dc 600
praças, e o esquadrão de cavallaria, a cuja
frente marchou para Pirajá o sr. con­
selheiro Simões, concorreram algumas
forças da tropa de lialia c guarda na-
 . 270 EPHEMERIDES NACIONAES
cional, os batalhões de Pernambuco e da
Caclioeira, indios da Pedra Branca e
paysanos que para esse flm tomaram
armas.
A proposito do dr. Sabino, promotor
da revolta a que deu o nome, veja-se na
ephe‘>n ride de 2 de junho de 1838 a sen­
tença que contra elle lavrára o dr. Victor
.1 de Oliveira, em virtude da decisão do
jury que o julgára, sentença singular,
como a qualifica o Begeneraãor da
Bahia, que a transcreve.
NOVEMI3RO—20
!!f
rvri :i 1826—Desembarca na cidade do Des“
11
I -'1-'''l ifeíí., terro, em Santa Catharina, o imperador
I' 1' I D. Pedro I na viagem que então fazia á
provincia do Rio-Grande do Sul (Vide a
ephemeride de 24). A 31 de dezembro
volta S. M. para o Rio de Janeiro. /
DEZEMBRO—2
1631—Parte do Recife uma expedição
hollandeza com o fim de se apossar da
Parahyba. de cuja situação tinha o Con-
selho Politico tido noticia por um de­
sertor.
Um dos motivos'do incêndio de Olinda
(24 de novembro) tiniia/sido o concentra'
rem as suas forças e atacarem um ponto
nosso fortificado, o que em todo o caso
seria uma diversão á nossa gente, de
quem receiavam a cada momento um
ataque, e o escolhido fói’a a Parahj'ba,
para onde partiram 1,600 soldados em
quinze navios bem municionados, sob o
cominando do coronel Stein Callenfels.
Governava aquella capitmia o capitão-
mór Antonio de Albuquerque Maranhão,
i;| i" filho de Jeronymo de Albuquerque, o
conquistador do Maranhão, e . a cidade,
cujo nome oílicial era Fillipe'a, em honra
a Fillippe II, que lhe dera o predicamento
de cidade, continha então cerca de 500
habitantes. A entrada da barra era de­
fendida pelo forte do C ibedello.comman-
dado pelo velho militar João de Mattos
Cardoso, tendo sob suas ordens 60 ho­
mens de guarnição e 160 que de Pernam­
buco trouxera Mathias de Albuquerque
Maranhão (Vide a ephem, de 5).
1645 — João Tavares, natural de Per­
nambuco, e um outro tentam durante a
noite incendiar os navios hollandezes
surtos no porto do Recife, e a não ser a
vigilância e acertadas providencias do
almirante Lichtardt, surtiria o desejado
resultado a ousada tentativa dos dous
corajosos pernambucanos, que haviam
lariçado fogo por meio de me has in-
flammaveis a duas das maiores embarca­
ções hollandezas. Ainda assim ardeu
totalmente uma d’ellas e ficou outra
muito damnificada.
Pelos fins d’esse anno houve na Para­
hyba (do Norte), uma epidemia mortife.
ra, desconhecida para os cirurgiões da
e'poca e que fez considerável numero de
victimas no campo dos insurgentes (isto
é, dos que se haviam levantado contra o
dominio hollandez). Começava por uma
^ pronunciada dyspnea, a que se seguia a
dor de lado característica das pleurezias
Mat va em poucas horas e atacava in-
distinctarnente a todos, qualquer que
fosse a sua classe e raça. O meio que
mais curas deu foram sangrias copiosas.
1808—Carta régia ao governador da
capitania do Espirito Santo, ordenando
que promova á navegação do Rio Doce,
procurando pela persuasão ou pela força
sujeitar os ãoíoctiífoa que assolam aquella
região e fazendo abrir estradas pelos
sertões, para communicação com a capi­
tania de Minas Geraes.
1811—Alvará creando a comarca de
Itu, comprehendidas as villas do sul e a
de S Carlos (Campinas), Mogymirim e
Porto Feliz.
1817— Fallece no convento de Santò
Antonio do Rio dc Janeiro o franciScano
frei Antonio de Santa Ursula Rodovalho,
no século Antonio de Mello F'reitas, nas.
cido na então villa de Taubaté, capitania
 EPUEMERIDES NACIONA ES 271

(le S. Paulo, nao o dizem quando nem 1853—Fallece no Rio de Janeiro o ma­
Innocencio da Silva no seu Diccio7iario> rechal Francisco de Lima e S lva, regente
nem o sr. dr. José TitoNabuco deiVranjo que fora do Império de 1831 a 1835 e
na biograpliia que leu no Instituto ^ sen idor pela provincia do Rio de Janeiro,
saliiu á lume no tomo XL, 1° trimestre escolhido pelo regente Feijó a IG de março
da sua revista. O sr. Azevedo Marques de 1837, e tomára assento a 8 de maio.
porém, nos seus citados Apn^ttmneyu s Nascera na cidade do Rio de Janeiro a
o diz nascido a 1 de novembro-de 1702. 5 de julho de 1785.
Frei Rodovaliio mereceu a lama de Deu-se com o regente Lima e Silva e
orador sagrado eloquente, philosopho seu filho 0 duque de Caxias um facto que V íb i
profundo e eseriptor consummado, títu­ nunca mais se repetiu no Brazil: o pae
los que alcançou pelo seu proprio me­ e 0 filho foram ambos, durante oito
recimento e constante devotamento ao annos, conjunctaineate senadores do Im­
trabalho. pério.
I). João VI, que já o havia feito pre­ 1858—Fallece no Rio de Janeiro frei
gador regio, nomeou-o a 25 de abril de‘ Fi-ancisco de Montalverne (Vide a ephe-
1810 bispo de Angola, nomeação que o ineride de 9 de agosto de 1781).
erudito e modesto francisc.ino resignou — Lança-se a pedra fundamental da
em 1812. Casa da Moeda do Rio de Janeiro, na
1822— Coroação do primeiro impera­ praça da Acclamação.
dor, acclamado no dia 12 de outubro; 18G1—Inaugura-sc na cidade do Rio de
I
fica pór esse acto definitivamente fir­ Janeiro a primeira Exposição Nacional
mada a independencia nacional. que se effectiia no Brazil, ordenada pelo
1825—Nasce no Rio de Janeiro o actual decreto de 17 de julho d’osse anno.
hnperádor do Brazil, o sr. D. Pedro II. A commissão que a dirigiu e levou a
Subiu ao throno a 7 de abril de 1831 eíTeito tinha por presidente o marque^
pela abdicação de seu pae, o fundador de Abrantes e fora nomeada pelo decreto
do Império, e foi declarado maior, para acima mencionado. A exposição re.ili-
entr.ir no esercicio idas suas funeçoes, sou-se no edificio da Escola Polytechnica,
a 23 de julho de 1810 pela assembléa ge­ então Escola Central.
ral legislativa. Sagrou-se e coroou-se a Foi e.-sa a primeira ceremonia publica
18 de julho de 1811. Casou por pi'ocura- a que assistem as princezas sra. I), Iza-
ção CO n a Sra. D. Thercz i Christina bel e D. Leopoldiaa.
Maria, princeza das Duas Sicilias, a 30 de A exposição encerrou-se a 16 de janeiro
maio de 1813, e .a 4 de setembro do do anno seguinte.
mesmo annq recebeu as bênçãos nup- — Abei-tura solemne da linh i terminal
pciaes. do canal de Campos a Macahé. província
1837—Creação do imperial collegio de do Rio de Janeiro. Preside á festa o ve­
Pedro II. nerando visconde de Araruama, o mais
1852—Ouve se na cidade do Aracaty, de enthusiasta e tenaz propugnador d’essa
1 para as 2 horas da tarde, um grande obra, que daria como via de coinmuni-
estrondo, acompanh ido de um brando cação mais vantajosos resultados do que
tremor de terra, que se augmentou para os que deu na realidade, si o mau fado
os lados de S. Bernardo, fazendo fender que 1 ersegue. a mor parte dás nossas
0 solo em alguns logarcs. obras publicas não a tivesse para logo
A noticia d’este acontecimento é dada condqmnadoainutilisar-sepor si mesma.
K! pelo presidente então do Ceará, Dr. Vil- 1863—Fallece o conselheiro'José Paulo
lela Tavares. de Figueiróa Nabuco de Araujo,ministro
 21i e p iíé m e r id e s x a c io x a e s
I’.o supremo tribunal de justiça desde
1832.
1869 — InauguiM-se a linba telegra-
phioa de Macahé a Quissama, com
19.000 kilometros de extensão, e a sua
prolongação a Campos dos Goytacazes,
com 96.000 kilometros. Fica assim aquella
importante cidade da provincia do Rio
de Janeiro ligada á Còrte por esse meio
de communicação instantanea.
— Funda-se o Instituto archeologico
alagoano. Nq mesmo dia, crea o pre­
sidente da provincia sr. dr. José Bento
f]a Cunha e Figueiredo Junior a Caixa de
beneficencia dos orphãos desvallidas da
provincia.
1870—Inaugura-se a linha telegraphica
de IMorretes, na provincia do Paraná, a
Joinville, na de Santa Catharina, com
101.000 kilometros de extensão,
1873—Inaugura-se a linlia telegraphica
de S, Lourenço a Cangussú (Rio Grande
do Sul), na extensão de llõ kilometros.
— Inaugura-se a de Barreiros (Per­
nambuco) a Porto-Calvo (Alagoas), na
extensão de kilometros 36.225.
1875—Fallece em Pernambuco o vis­
conde de Camaragibe, Pedro Francisco
de Paula Cavalcanti de Albuquerque,
nascido n’aquella provincia a 19 de abril
de 1806.
Aprendidos os estudos de humanida­
des na sua provincia natal, partira Ca­
valcanti para Coimbra em 1821 e alli
cursara dons annos a respectiva univer­
sidade, passando-se depois para a de
Goeitingue na Allemanha, onde se formou
em direito em 1827.
De volta em 1830 ao Brazil, foi nomea­
do lente da academia juridica de S.
Paulo, logar que desempenhou na de
Olinda, para a qual fóra removido. N’esta
exerceu o magistério superior, ate' jubi­
lar-se, sem perceber vencimento algum.
Por oceasião da reforma de 1854, que
transferiu para o Recife a séde d’aquella
Faculdade, foi o dr. Cavalcanti nomeado
seu director ; preencheu esse cargo ate'
0 mez anterior ao do seu fallecimento.
Em seis legislaturas representou a sua
provincia na camara temporária, ein
cuja presidência se achava, cm 1869,
quando foi escolhido a 25 de maio se­
nador pela referida provincia. em que
era elle o chefe incontestado da sua par­
cialidade politica, 0 partido conservador.
Jaz no cemiterio publico da Boa-Vista,
no Recife,
1879—Inauguração da estação telegra­
phica do Rio Formoso, entre Barreiros
e 0 Recife, em Pernambuco.
DEZEMBRO — 3
1530 — Parte de Lisboa a armada des­
tinada a guardar as costas do Brazil e
da qual era capitão-mór I\Iartim Affonso
de Souza (Vide a epliemeride de 20 de
novembro).
Dertermina-se D. Joãc^ III a mandal-a
á terra da Vera Cruz pela noticia das
exploraç(5es de Sebastião Caboto e Diogo
Garcia no Rio da Prata, e das tentativas
dos francezes para se estabelecerem em
Pernambuco e na Bahia: esse receio
fèl-o i’esolver-se a colonisal-a, tomando
inteira posse d’ella e fazendo respeitar o
seu pendão por estes mares.
1615—Pepois da expulsão dos francezes
de La Ravardière, que oceupavam o Ma­
ranhão, Alex'andre de Moura, em virtude
dos podííres que trouxera da còrte de
Madrid, nomeara Francisco Caldeira Cas-
tello Branco capitão-mor de uma expe­
dição encarregada de explorar, conquis­
tar e povoar o Amazonas e de res­
tabelecer alli os direitos da corôa de
Portugal. Cíildeira dera principio á sua
incumbência com duzentos homens e tres
pequenos navios.
Na presente data chega elle á .mar“
gem oriental do rio Mojú com a sua ex­
pedição e lança os fundamentos da cidade
de Santa Maria de Belém do Grão Pará,
capital (la capitania d ’este nome. As
obras começaram pela construcção de
 EPHEMERIDES NACI0NAE5
um forte de madeira á mais de seis lé­
guas da íoz d’aquelle rio, que Caldeira
tomára pelo Amazonas.
Diveisas naç^’oes gentílicas, e particu-
laimente os tupinambás e maucs, oppu-
zeram-se ao estabelecimento d’essa co-
lonia, instigados pelos liollandezes e por
alguns francezes e inglezes que tinham
penetrado no Amazonas. Caldeira, porém,
soube graugear-lhes a amizade, a ponto
d elles pro,.)rios 0 coadjuvarem na con­
strução da fortaleza.
Como tialiam os liollandezes fundado
ao norte do grande rio algumas feitorias,
onde faziam proveitoso commercio com os
natui-aes, .mandou Caldeira o alferes Pe­
di o Teixe ra para destruil-as, indo por
terra até o Maranhão. Este levoir ao
cabo a sua difíicil empreza. subjugando
os indígenas de Caeté e tomando posse
d aquelle districto, que foi depois uma das
dependences mais importantes ^lo Pará.
Quando chegou a S. Luiz, foi Teixeii’a
recebido com tanto pasmo quanta ale­
gria. \oltou depois por mar, tomando e
incendiando um navio hollandez, cuja
artilharia salvou e trouxe para Belém.
1G2-1 — D. Francisco de Moura Rohm.
décimo-quarto governador geral do Bra­
zil, natural de Pernambuco, oriundo das
principaes famílias nòbres d’aquella ca­
pitania e senhor da ilha Graciosa, por
serviços ]irestados em Flandres e na Ín­
dia, toma posse do seu cargo n’esta data,
recebendo-o de Francisco Nunes Mari­
nho, mandado pouco mais de dois niezes
antes por Mathias de Albuquerque, para
substituir 0 bispo D. Marcos e com pio-
deres para estender o seu mando a Ser­
gipe, Ilhéus e Porto Seguro.
D. Francisco de Moura trazia o titulo
de capitão mór d >Reconcavo e era por­
tador de promessas de um conside­
rável soccorro, fornecido não só por
Portugal, como pelos demais est.dos su­
bordinados ao mesmo sceptro, incluindo
0 reino do Nápoles.
1731 — Provisão régia ordenando uo
governador e capitão-general de S. Paulo
que convoque uma junta e a encarregue
de estudar e propor a fórma que se deve
observar na conservação, augmento e
estabilidade d is minas de Goyaz. Essa
junta reuniu-se com effeito a 25 de abril
do anno seguinte no palacio e em pre-
scnça do capitão-general conde de Sarze-
das, e compoz-se de um numeroso pessoal it
de que dá relação o sr. Azevedo Marques
nos seus citados Apontamentos, e deli­
berou, entre outras medidas de secun­
daria importância, o seguinte :
1. ° Que só houvesse .iberto para as
minas o caminho de 6. Paulo ;
2. “ Que se prohibisse o curso da moeda
cunhada;
3. ° Que se transferisse para o arrayal
da Meia-Ponte a casa de fundição de
S. Paulo;
‘ 4.° Que se fundassem duas villas, uma
d aquelle arraial e outra de Sant'Anna ;
5 .“ Que se creassera capãtanias e go­
vernos separados em Goyaz e Matto-
Grosso.
1769 — Bando mandado publicar em
toda a capitania de S. Paulo pelo go­
vernador D. Luiz Antonio de Sousa Bo-
tellio, ordenando a prisão, com castigo de
açoutes por tres dias nos pelourinhos, a
todos os soldados que a 17 de dezembro
do anuo antenor se tinham amotinado
no presidio de Iguaiemy e desertado,
em numero de 33, fugindo em canoas
d’aquelle presidio.
1831 Oificio do padre Diogo Antonio
beijó, ministro dos negocios da justiça,
dirigido ao nuncio apostolico no Rio de
Janeiro, auctorisando-o a exercer para
com as ordens religiosas a jurisdicção es­
piritual e canônica necessária para refor­
mar os estatutos e regulamentos de al­
gumas d’ellas, que não estejam em har­
monia com as circumstancias dos tempos
modernos, destruindo os abusos n’ellas
introduzidos.
1852—Inaugura-se oííicialmente o Hos­
pício de Pedro II, destinado a alienados e
18
 274 EPII'EMKRIDES NACIONAES

começado a coastpuir-se a 7 de Setembro tania do Rio-Grande do Norte João Cou-

de 1S42 iVide a ephemerid'e de 5). tinho de Bragança.
I
1860—Fallece em Pariz o dr. Caetano
Lopes de Moura, auctor das Harmonias Neste anno de 1757 e no seguinte, as
da Natureza, truductor do Diccionario capitanias do Rio de Janeiro e Minas-
Geor/raphico do Jmperio djO Brazil de Geraes sdffrem diversas incursões dos
Milliet de Saint-Adolphe, de muitas das selvagens Goytacazes e Botocudos. O
novellas de AValtcr Sco t e de varias, zêlo porém, e cictividade do padre Angelo
outras obras orthodoxas e de educação. Pessanha conseguem atalhar a guerra
Nascera na Baliia emi 1780. barbara em que andavam aquelles indios
Depois de ter servido no exercito por- c os portuguezes. concluindo um tratado
tia;guez COmo cirurgião durante a guerra de alliança entre os Goytacazes e os por-
peninsular, fora residir em Pariz e ali se tuguezes de Minas. Esse tratado foi de
doutorara em medicina. Pela pressa com tal modo respeitado por aquelles selva­
que traballiava para acudir ás necessi­ gens que, quando em 1767 os Botocudos
dades da vida, nem sempre- poude dar a accommeteram de todos os lados o ter­
ultima de mão a seusescriptos.atéque llie ritório de Minas Geraes; no tempo do
foi era auxiho o imperador D; Pedro II. governo de Luiz Diogo Lobo da Silva,
concedendo-lhe uma pensão d'o imperhJ aqueile illusíre padre campista chamou
bolsinho nos seus derradeiros e mais os Goytacazes em auxilio dos Mineiros e
pesados an,nos de existência. elles, não sómente correram em defeza
dos seus alliados. como cahiram sobre os
DEZEMBRO—4 Botocudos, fizeram nelles grande destroço
(■ i e obrigáram os a retirar-se para além do
1551—Parte de Lisboa, com os sacer­ Rio Doce.
dotes que deviam, fundar a primeira cas
thedral do Brazil, D. Pedro Fernande- 1810—Carta regia do príncipe regente
Sardinha, seu primeiro bispo (Vide a D. João VI, creando no Rio de Janeiro
ephemeride de 22 de junho de 1552). uma Academia militar' para o ensino
1559—Chega á.Bihia D. Pedro Leitão, das seiencias maíliematica-s, physica, chi-
2° bispo dp Brazil, confirmado n’essa mica., metallurgia, historia natural; e
dignidade por Paulo IV, papa (Vide das sciencias militares, fortificação, ar­
a ephemeride de 9). tilharia e tactica.
1735—Escriptura de venda passada pelo Essa academia deve a sua existência
tenente João Gonçalves da Silva ao syn- ao estadista D. Rodrigo de Souza Couti-
dico 0 coronel João da Costa Monteiro, nho, depois conde de Linhares, que foi
de um terreno na Boa-Vísta, em Per­ 0 proprio.que traçou o plano para ella.
nambuco, pola quantia de l:OO0g, para Foi ampliada depois, por decreto do-
so construir nelle o hospicio intitulado mesmo rei de 2 de dezembro de 1818,
de Jerusalem, dos esmoleres dos Santos mas só teve estatutos pelo decreto de 23
Logares, sob a invocação de S. João de.fevereiro de 1835, alterado pelo de 14
Baptista. Edificado n’esse mesmo anno, de janeiro' de 1839 e i-esoluções de 22 de
permaneceram no dito hosidcio os padres j melro e 22 de fevereiro do mesmo anno.
d’essa ordem até que, dispensados os Em 1842 soffreu reforma e foram appro-
seus serviços, o governo chumou-o a si vados os novos estatutos pelo decreto
e converteu-o em quartel, como existe de 9 de março.
hoje. — Começa a íunccionar a fabrica de
1757.—Tom a posse do go verno da capi- ferro de S. João de Ipanema, constitui-
 EPHEMERIDES NAC10NAE3 275

da em uma empreza de 60 acções de DEZEMBRO 5

SOOg cada uma, das quaes 47 foram to­
madas por particulares, e 13 pelo priucipe 1652 — Recebe do senado da camara
regente D. João. que lhe mandou também do Pará a competente investidura o seu
entregar 85 escravos, dos que haviam primeiro capitão-mór governador ( de­
sido da extincta Companhia de Jesus. pois de seocirado do Est ido do Maranhão)
Nessa occasião creou-se igualmente uma Ignacio do Rego Barros (Baexa , Eras
companhia de operários estrangeiros do Pará].
sob a direcção do sueco Iledeberg. Este governador falleceu a 24 de mai-ço
{Vide a ephemeriãe de 27 de fevereiro de 1654, e a 30 do mesmo mez e anno f I'
de 1814). succedeu-lhe no cargo o capitão-mór
1816—Carta régia approvando o auto Pedro Corrêa, que não chegou a com­
de fixação de limites entre a capitania pletar 6 mezes de governo.
do Espirito Santo e a de Minas Geraes» 1697 — D. João Franco de Oliveira,
lavrado a 8 de outubro de 1800. 4.” arcebispo do Brazil, chega á cidade
de S. Salvador da Bahia e começa a
1833 Fallece na Bahia uma das netas
exercer o seu cargo (Vide a ephemeride
de Paraguassú e Diogo Alvares, segundo
de 28 de agosto).
a hnha de successão de que tracta Accioli
Foi neste mesmo anno de 1697 que se
nas suas Memórias Históricas epoliticas
conseguiu a destruição do famoso mo­
da prorincia da Bahia, 1835, v(»l. I.
pag. 53. cambo de negros fugidos, denominado
Republica dos Palmares, fundada na
1824—Jura-se na capital do Ceará o serra da Barriga, capitania das Alagoas.
projecto de constituição offerecidd pelo Rocha Pitta e Brito Freire referem
primeiro imperador. que este formidável valhacouto de escra­
1839— A com missão respectiva da As-vos, que aturou por mais de meio século,
semble'a provincial das Alagoas, com­ chegou a contar de vinte a trinta mil ha­
posta dos deputados dr. Francisco l^ereira bitantes. Caetano de Mello e Castro, go­
Freire, dr. Antonio Luiz Dantas de Bar- vernador de Pernambuco, de accoi’do
ros Leite, dr. Ignacio Vieira de Barros com D. João de Lencastro, goveimador
Cajueiro, dr. Matheus Casado de Ar.iujo geral .do Estado, fez marchar para
Lima Arnaud [vencido] e Francisco Elias aquelle ponto uma columnade infantaria
Pereira, apresenta o projecto erigindo de sete mil homens, que foram victorio-
em cidade e capital da provincia a villa samente repellidos pelos negros ; che­
de Maceió. O decreto convertido em lei gando pore'm a artilharia e á custa de
foi publicado no dia 9 . um rigoroso assedio, renderam-se os si­
tiados á fome e aos primeiros tiros de
1840— Fallece o senador pelo Ceará João
canhão. «Quasi todos os homens prefe­
Antonio Rodrigues de Carvalho, esco­
riram a morte á escravidão , os meninos
lhido a 22 de janeiro de 1826 pelo 1 “ im­
e mulheres foram vendidos; extingui­
perador. Tomou assento no senado a 4
ram-se ate' as próprias ruinas da povoa­
de maio do mesmo anno.
ção, e só resta hoje dos Palmares a me­
1879—Faliece na cidade de Campos o mória dos seus celebres habitantes.» [Sy­
visconde de Itabapoana, Luiz Antonio nopsis e Batas celebres).
de Siqueira, na idade de 83 annos.
Era um dos mais importantes fazen­ 1773—Fallece no Rio de Janeiro o 6. “
deiros d’aquelle municipio e membro bispo d’essa diocese D. frei Antonio do .’I I
proeminente do partido conservador. Desterro Malheiro.(Vide a ephem.ÚQll],
 216 ÉPHEMERIDES NACIONAES
0 9.“ bispo de Pernambuco D. Francisco
de Assumpção e Brito toma posse do
governo da sua diocese.
Era natural do bispado de Marianna,
capitania de Minas-Gera's, e eremita de
banio Agostinho.
Eleito no reinado de D. José e confir­
mado poi‘ bulia de Clemente XIV de 15
de março de 1772, nunca veio ao seu
bispado, do qual tomou posse por pro­
w }n curadores, que governaram até á che­
gada do seu successor, por ter elle sido
elevado á dignidade de arcebispo de Gòa,
na Índia, tomando o pallio a 30 de cíje-
zembro ce 1771. Também se suppoe que
não foi ao seu arcebispado e falleceu em
Lisboa.
1822— -iuccede ao governo provisorio,
organisa Io na Cachoeira a G de setembro
( Vide eòSa data ) para administrar a
Bahia, a junta creada por carta imperial
da presente data. Compoz-se do seguinte
pessoal: Francisco Elesbão Pires de Car­
valho e Albuquerque foi depois barão,
de Jaguaripe) presidente : o sr. dr. Joa­
quim José Pinheiro de Vasconcellos (que
é hoje visconde de Monserrat,', secretario;
vogaes Joaquim Ignacio de Siqueira Bul-
cão (depois l.° barão de S. Francisco':
José Joaquim Muniz B irreto de Aragão
,'posteriormente barão de Itapororocas) ;
Antonio Augusto da Silva (depois desem­
bargador da Relação da Bahia); Manuel
Gonçalves Maia Bittencourt e coronel
Felisberto Gomes Caldeira.
IM I* 1833—E’ assaltada pel i gentalha a
casa da Sociedade Militar no Rio de
Janeiro. São invadMas algumas typo-
graphias, arrojados os prelos á rua, e
quebradas as vidraças de varias casas
de pessoas importantes da cidade, com-
J' mettendo-se além d'isso mortes e feri­
mentos em pessoas innocentes, que
foram encontradas pelas ruas (Vide a
ephemeride de 15).
1815—Fallece na cidade do PJo de
Janeiro, Antonio Carlos Ribeiro de Au-
drada Machado e Silva, e é sepultado
no mosteiro de S. Bento.
Nasccr.i a 1 de novembro de 1773, na
cidade então villa, de Santos.
« Este varão preclaro reuniu a virtu­
des eminentes uma illustração colossal,
_e distinguiu-se especialmente pela elo­
quência parlamentar de que era dotado
em subido grau. Prestou á patria servi­
ços grandiosos como cidadão. Formado
em direito pela universidade de Coimbra,
deputado ás cortes constituintes portu-
guczas em 1821, e depois da independên­
cia, ministro de estado, senador do im­
pério, do conselho de Sua Magestade,
condecorado com diversas ordens mili­
tares, membro honorário do Instituto
Ilistorico do Brazib etc.. Traduziu diver­
sas obras, do inglez para a lingua portu-
gueza. »
Na*trindade admiravel denominada os
Irmãos Andradas, já M. de A. Porto
Alegre o disse na linguagem varonil com
que elle sabe externar o seu pensamento
nas cousas da patria, José Bonifacio
representava a sciencia, Martim Fran­
cisco a administração e Antonio Carlos
a elociuencia, e as qualidades pessoaes
de cada um d’elles completavam as dos
ouTos dous, sendo todavia cada um
d'elles uma potência e um collosso por
si mesmo.
« Patriotismo ardente, provado nas
lutas do despotismo ; caracter romano,
temperado nas provações do infortúnio ;
coragem civica levada até o heroísmo ;
consciência nobre e orgulhosa do seu
merecimento; alma vulcanica, exaltada
pela perspectiva da gloria; tudo con­
correu para tornar Antonio Carlos o
homem do povo, o tribuno gigante
de nossas liberdades. Sua imaginação
rica e fecunda, sua variada e brilhante
erudição, a energica vivacidade da sua
expressão, seu mesmo busto magestosa-
mente talhado — illuminado pelo raio de
um pensamento viril,—tudo assegurou á
sua palavra essa pranipotencia gran-
 EPHEMERIDES NACIONAES :i I

diosa, que força as convicções e arrastra purificados e capazes de se aperfeiçoarem

os espiritos. Os talentos da eloquencia nas sciencias e no magistério... Este
brilhavam-lhe na fronte sulcada pelo facto é tão sublime, eleva tão alto o
infortúnio, e cada debate era um trophée, caracter brazileiro, que occujíará sem
cada discurso um louro que ajuntava á duvida a musa dos futuros engenhos
sua corôa de orador. Sua palavra aucto- e os pincéis dos nossos vindouros ar­
risada dominava as discussões e inter­ tistas [Revista do Instituto, tomo IV da
vinha para decidir o pleito, como o raio 2* serie). »
rebenta entre trevas para desfazer a Refere-se Porto Alegre á prisão de An­
tempestade e serenar 0 horizonte. Quando tonio Carlos nos cárceres da Bahia, onde
oceupava a tribuna, suas palavras, in­ jazeu por quatro an nos, pela sua com-
cendiadas pelo enthusiasmo, rebentavam partecipação (não todavia sulíicicnte-
em borbotões e vasavam-se nos moldes mente comprovada) no movimento revo­
de uma eloquencia animada no fogo lucionário de 1817 em Pernambuco e do-
sagrado do patriotismo. Dir-se-liia que quaes sahiu eleito pela sua província nas
ellas levavam comsigo a scentelha, que tal á constituinte portugueza, onde foi
lhe ardia no cerebro (Barão de Homem de uma audacia, de uma independencia
de Mello, Esboços hiographicos). » de caracter e de uma eloquencia verda­
Tal foi a mascala personalidade que a deiramente heróicas e excepcionaes, que
patria perdeu na presente data e cujo farão honra em todo o tempo ao orgu­
nome glorioso e imraaculado refulge na lho nacional.
nossa historia politica como um symbolo Veja-se a biographia qued’estegi'ande
augusto, digno da admiração e do res­ patriota publicou o Annuario do fira-
peito da mais remota posteridade. zil para 18i3, redigido pelo dr. Sigaud.
Para dar os últimos traços e os mais Senador pela província de Pernambuco
accentuados ainda, si é possivel, á ve­ a 29 de maio do mesmo anno de 1815.
neranda physionomia d’este eminente tomára assento a 6 de julho: pouco tempo,
concidadão, que tão alto soube levantar apenas cinco mezes, como se vé, exerceu
o nome brazileiro, passamos a nossa esse cargo,
modesta penna ao barão de S. Angelo: 1852—E’ solemnisada com pomposa
<í Novo Sócrates, ungiu seus lábios festa a abertura do Hospício de Pedro II
com os dictâmes sagrados da sciencia, e .aos infelizes a que era destinado. A sua
entre a morte e a liberdade, entre o pa- H pedra fôra lançada a 7 de setembro
H
i
tibulo e a esperança, senhoreando todos de 1812 [Vide essa data)'.
os azares, jamais vergou seu animo ante Benzido a 30 de, novembro, já conclui-
os horrores de um futuro ameaçador. do, fòra inaugurado oílicialmente a 3 do
Alli. no logar do crime, n’aquelles muros corrente.
ennegrecidos pelo iialito das blasphemias A solemnidade da sua abertura aos
dos condemnados, por mãos conspur­ alienados vem descripta no Almanak
cadas de sangue, pelo roçar de corpos Laemmcrt para 1853, supplem ;nto, de
impuros: alli, plácido, resignado, abriu pp. 03 a 07.
de seu cerebro os cofres do seu engenho, 1807—0 exercito brazileiro atravessa o
pousou em sei>s lábios o cyrio de sua rio Paraguay e desemb irca em Santo
palavra luminosa, e instruiu seus so- Antonio [Campanha do Paraguay).
cios de desgraça no estudo das línguas,
da historia e das sciencias sociaes e phi- DEZEMBRO—5
Insophicas. Homens até alli votados á 1591—D. Luiza Grinalda, governadora
servidão sahiram do cárcere instruidos, da capitania do Espirito-Santo, e seu

íilíi
278 EPHEMERIDES^NACIONAES
adjunto o capitão Miguel de Azevedo,
e os oiiiciaes d.i villa da Victoria, assi-
gnam carta de doação que da igreja de
N. S. da Peiiha faz am á orilem e cus­
todia dos fr (des menores capuchos da
provincia de Portugal, da ordem de S.
Francisco.
i ^ 17iõ—Bulia — Candor luois eternce —
de Benedicto XIV, creando os,bispados
de Marianna e de S. Paulo, e instituindo
n as prelazias de Goyaz e de Cuyabá, a
instancias de el-rei D. João V.
A primitiva jurisdição da diocese de
S. Paulo abrangia os territórios da colp-
nia do Sacramento, Rio-Gi-ande do Sul e
Santa Catharina, que foram depois des-
annexados por cai‘ta regia de 2J de No­
vembro de 1749. Actualmente ("1830)
além dos teriútorios das provindas de
I I
S. Paulo e Paraná, comprehende também
a parte meridional da de Minas-Geraes.
A diocese de Marianna desmembrou-se
em 1853, por decreto da assembléa ge­
ral de 10 de Agosto, do território do bis­
pado diamantino, confirmado pela bulia
do Santo Padre Pio IX de 6 de junho
de 1854, e que começa— Graoissinium
sollicüudinis.
1773—Fallece na sua diocese o bispo do
Rio de Janeiro, D. Frei Antonio do Des­
terro Malheiro, com 79 annos, 5 mezos e
i:?
2i dias de edade e 29 de episcopado,
além dos seis em que occupára a séde
de Angola.
Tendo 1). Frei João da Cruz desistido
do bispado, foi escolhido para o seu logar
0 bispo de Angola. (S. Paulo de Loanda)
I). Frei Antonio do Desterro.
í;/ ^
Nascêra este prelado em Vianna de
ft Lima (1’ ortugal) a 13 de junho de 1694.
Antonio Rei não era o seu nome de farni-
lia. Deixando seus paes e dezesete irmãos
que tinha,abraçara aos 15 annos de eda le
' ' '^3 0 estado religioso, entrando para a ordem
i de S. Bento, cuja regra professou a 25 de
■S:
janeiro de 1711. Era o 17.° bispo de
Loanda, quando vein ser o 0.° do Rio de
: --
■f:
Janeiro. P'òra confirmado neste ultimo
cargo por Bulia do papa Benedicto XIV,
passada aos 18 dias das k dendas de ja­
neiro de 1743 (c não 1745, como inadver­
tidamente o dá 0 Roteiro dos Bispados),
data latina, que Ab^eu e Lima converte
em 15 de- dezembro de 1745, e o sr. se­
nador Cândido Mendes de Almeida, no
seu Direito Civil (pag. 560 da 2* parte)
®m 18 d’aquelle mez e anno, e que nos
Parece dever entender-se por—J-i de de­
zembro de 1745.
Tomou posse da mitra fluminense, por
procurador, a 11 de dezembro de 1746 (e
não de 1741, como o dá no seu catalogo
0 visconde de Porto Seguro), tendo apor­
tado á diocese a 1 do mesmo mez e anno,
segundo o auctor do Roteiro dos Bis­
pados. No opusculo porém de Luiz An­
tonio Rosado da Cunha acêrca da en­
trada do bispo na cidade do Rio de Ja­
neiro, opusculo que a Bibliotheci Na­
cional possue nacollecção Barbosa Macha­
do, diz-se que esta solemnidade se efife-
ctuára no 1° dia do anno de 1747'. Fica
assim restabelecida e verificada esta data,
quí anda menos conforme á verdade em
muitos dos escriptores que têm tratado
d’essas cousas.
O seu cadaver, que fôra embalsamado,
jaz no claustro ilo mosteiro de S. Bento,
como em testamento pedira> e na por-
taiãa do collegio da Estrella, e.n Lisboa,
ha um retrato seu de corpo inteiro,
tirado em 1775 (naturalmente por copia
de algum outro.) No epitaphio da sua
campa declara-se que fallecêra Nonis
Decembrí.
Deixou á mitra a sua quinta do Rio
Comprido:
a O bom uso da dignidade episcopal,
diz monsenhor Pizarro nas suas M emó­
rias^ grangeá"a a favor d’este jirelado os
elogios, enti‘e outros, de mestre dos bis­
pos do seu século. ;Tomo V, pag. 20.) »
Teve este bispo os dous seguintes
coadjutores, nomeados para o auxiliarem
 EPHEMERIDES NACIONAES 270

na gestão da diocese, mas nenhum dos extrahir grande porção de ouro. Foi as­
quaes veiu a isso. sim que tiveram começo e se desenvol­
1 . “—D. Vicente da Gama Leal, bispo veram os arraiaes que constituem hoje
titular de Hetalonia, que pi’eferiii iicar as povoações de Marianna, Ouro-Preto,
no reino empregado como deão na ca- Cahetç, Pitanguy, S, José e outras era
pell i ducal de Villa Viqosa. Minas Geraes.
2 . “—D. José Joaquim Justiniano Mas-
cárenhas Gastello Branco, nomeado bispo 1761—0 reverendo Antonio Teixeira de
titular de Tipaza, o qual, quando che­ Lima, achando-se como visitador na en­
gou ao Rio de Janeiro, a 15 de abril de tão villa do Penedo, julga legal o patri­
177J, já achou morto o diocesano e fo i o mônio iiistituido pelo capitão José Goii-
seu successor. çalo Garcia Reis para a fundação da c i- t ''À.
183S—Fallece o senador, por Pernam­ pella de Nossa Senhora da Corrente d'a-
buco Jo.ié Ignacio Borges, escolhido pelo quella villa.
1 “ imperador na organisação do senado, 1821— E’ preso na cidade do Rio de
isto é, a 22 de janeiro de 1325. A -1 de Janeiro e recolhido á fortaleza de Santa
maio tomára posse da sua cadeira. Cruz 0 padie, depois conego, Januario da
1361—Ataque á praça oriental de Pay- Cunha Barbosa,de volta de Minas Geraes |Vj I
sandú, levado pelas forças navaes bra/.i- onde 0 lev,um (diz FGtüiano) a necessi­ j' 1
leiras unidas ás do general D. Venancio dade de fazer acclamar o imperador D.
Flores. Relro I naquella [irovincia.
1363—Combate do Itororo, dirigido polo 1822— Carta do imperador I). Pedro 1 ,
marqufcz, posteriormen,le duque .de Ca­ referendada por José Bonifacio de An-
xias [Campanha do Paraguay). drada c Silva, dirigida ao presidente e
Horrivel foi u mortandade em nossas deputado do governo provisorio das Ala­
fileiras : o tenente coronel Gabriel de goas, ordenando que os eleitores paro-
Souza Guedes, o major Felix, o tenente- ciiiaes, congregados nas cabeças do dis-
coronel Az ivedo, José Lopes de Barros, tericto, sgundo o decreto de 3 de junho
commandante do 1.3.°, Eduardo Emihano e instrucções a elle annexas, passem a
da B’onseca, major commandante do 46.°, nomear um governo provisorio, composto
de uma familia de leões, morrem á fre .te de um presidente, um secretario e cinco
das forças que levam á victoria com o membros, ao qual ficará perte icendo a
maior denodo. Tivemol a, mas, á custa auctoridade ejurisdicção civil,economica
do precioso sangue de tantos bravos. A administrativa e judicial da provincia,
nossa perda excedeu á do inimigo. que’ exerceria como delegação do poder
executivo, segundo as leis vigentes.
DEZEMBRO—7 18.10—Decreto imperi d mandando cre-
1697—Carta regia ordenando que se ar na cid.ide de S. Luiz, capital do Ma­
não concedam sesmarias de m ds de ranhão, um jardim botânico.
tres léguas de fundo com uma de testada, Esse decreto nunca foi executado.
porque ó s imente o que uma pessoa póde 1311 — Chega a Maceió o novo presi­
cultivar, pois o mais é impedir que ou­ dente da provincia, Caetano Maria Lopes
tros povoem. Gama, que toma posse a 9.
Alienas empossado, entregam os sedi-
ti r
Continua neste anno Bartholomeu Bue­ ciosòs as armas e o presidente, que os
no de iequèira as explorações começadas havia amnistiado,recebe dos cliefes d’elles
por seu cunhado Antonio Rodrigues de uma representação, protestando-lhe obe­
Arzão nos sertões de C leté^ conseguindo diência e acatamento. Fica assim resta-
 ^(
i
1
f» ‘u;
280
* ;!i EPHEMERTDES NACIONAES
1
belecicia a tranqiiillidade na província
It dezembro — 8
:• ;' -e<.' das Alagoas. (Vide a eiihemeride d e 8).
1848-Fallece em Lisboa, no Hotel de 1622—D. Marcos Teixeira, 5. ” bispo do
France, estabelecido no cáes do Sudre, Brazil, toma posse do seu cargo. (Vide
Luiz Carlos Martins Penna, o creador da ephemeride de 8 de outubro de 1624).
comedia nacional, nascido na cidade do
16oo—Presta a homenagem do estylo e
Rio de Janeiro a 5 de novembro de 1815.
toma posse do governo do P irá o seu
Para mais minuciosas e aproveitáveis primeiro capitão-mér o sargento-mór
informações ácerca da vida d’este formoso Luiz Pimenta de Moraes, nomeado pelo
talento nacional e das suas composições
capitão-general governador do Estado
heatraes, consulte-se a opulenta memó­ (Eras do Pará).
ria que a seu respeito publicou o Sr. Dr.
1746 - Faz a sua entrada solemne na
Luiz P>ancisco da Veiga no vol. XL da
respectiva diocese o 1." bispo de S. Paulo
Revista trimensal do Instituto Historico,
IV trimestre. D. Bernardo Rodrigues Nogueira.
^ 1866 — Decreto imperial abrindo o rio Nomeado a 6 de dezembro do anno an-
I" <: S. Francisco á navegação dos navios erior, quando exercia o logar de vigá­
mercantes de todas as nações. Presidia rio gei-al do arcebispado de Br iga, fOra
então a província José Martins Pereira confirmado por bulia de 23 d’aquelle mez
de Alencastre, 34” na ordem chronologica e anno do papa Benedicto XIV; sagrára-o
dos seus presidentes eflfectivos. a 13 de março do seguinte, em Lisboa,
najgreja patriarchal o cardeal patriarcha
1868—Chegada da princeza imperial e
(1.* que houve em Portugal), sendo-lhe
consorte á cidade de Guaratinguetá.
padrinhos D. José, arcebispo de Lacede-
Um anno depois, dia por dia. chega a
monia. e D. João da Cruz. bispo do Rio
capital da provincia (S. Paulo) o prin-
de Janeiro. A 9 de maio embarcara para
cipe D, Felippe, filho da princeza D. Ja
nuaria. condessa d’Aquilla. a America e a 12 de julho aportara ao
Rio de Janeiro, hospedando-.se no col-
1870—Fallece no Rio de Janeiro o Dr.
legio da Companhia de Jesus, de onde
Urbano Sabino Pessoa de Mello, nascido
mandou tomar posse do bispado pelo
em Pernambuco em 1811 e auctorda me
vigário da vara o Dr. Manuel José Vaz,
moiia historia-politica Apreciação da
0 que este fez a 7 do agosto. Aproveitara
revolta praieira em Pernambuco, pu­
o tempo que aqui se demorou para tomar
blicada no Rio de Janeiro em 1819.
providencias relativas ao b(>m anda­
Em 1836, na primeira legislatura da
mento dos negocios ecclesiasticos atti-
assembléa provincial de Pernambuco,
nentes ao bispado, para o qual partiu
revelou-se logo um orador de mereci­ em outubro.
mento.
A 23 d’esse mez chegou a Santos e
Foi deputado pela sua provincia á As­
recolheu-se ao collegio da Companhia.
sembléa geral na legislatura de 1838 a
D’ahi se dirigiu para S. Paulo, onde en.
1841. na de 1843 a 1844, que se encerrou
trou na data indicada no principio da
por dissolução, na de 1815 a 1818. termi­
presente noticia.
nando esta ultima sessão pdo adiamento
das camaras. Foi muito solicito no cumprimento dos
seus deveres pastoraes e com muito ze'o
Com 0 deputado Nunes Machado to­
procedeu sempre para com o seu reba­
mou parte activissima na revolução de
nho ; por pouco tempo, porém, se assen­
que foi 0 historiador, si bem que apai­
tou na séde que fundára, pois falleceu
xonado, esclarecido.
da vida presente a 7 de nove.mbro de
1748, com 54 annos, 8 mezes e 4 dias de
 '■'H

EPHEMERIDES NACIONAES 5>Sl

6dfld6 6 ap6nas um snno, 11 mez6s 6 de 1809, era fllho do medico de egual

23 dias de governo do sen bispado. Jaz nome. formado em Paris : seu pae man­
na capella-iiiór da igreja do coliegio dos dou-o frequentar aquella faculdade, onde
extinctos jesuitas, junto aos degraus do com eífeito se doutorou.
presbyterio.
Em 1830 voltou á patria e aqui foi no­
A dioce e de S. Paulo,que comprehende meado professor da cadeira de partos
actuilmente (1880) a provincia d’csse por decreto de 22 de abril de 1833, logar
Home, a do Paraná e a parte meridional
que desempenhou com notável profícien-
jfe : da de Minas-Geraes, foi creada no rei­
cia, adquirindo como lente uma brilhante
nado de D. João V, sob o pontificado de
deputação, só egual á que conquistou
Benedicto X l\, pela bulla Candor lucis
do exercício civil da sua arte: deixou
dos oito dos Idos de dezembro de 1745 discípulos como o sr. dr. Luiz da Cu­
(dia 6?)
nha Feijó, hoje vi.scnnde de Santa Izabel.
1800—Toma posse do governo de Santa seu successor na cadeira e Mme. Duro-
Catharina o coi’onel Joaquim Xavier Cu­ chcr. No concurso para a cathedra que
rado, succedendo ao triumvii’ato presi­ occupou na faculdade teve por compe­
dido pelo coronel José da Gama Lobo tidor 0 sr. dr. José Mauricio Nunes Gar­
Coelho d’Eça, e conserva-o até 5 de junho cia, e é quanto basta para se lhe medir
de 1805, em que o rende D. Luiz Maurício 0 saber.
da Silveira.
1871.—Em virtude de deliberação to­
A ’quelle governador muito deve a ci­ mada nesta data foi que a Ordem Car-
dade do Desterro, então villa, pelo zelo , %
melitana fluminense passou, em abril de
com quô se empenhou por aformoseal-a,
1878, carta de liberdade a 60 escravos
construindo muitos edifícios, animando
do extincto arrendamento das fazen das
a agricultura e captmdo pelos seus actos
do Aryró e Jacuecanga, do convento de
e delicadeza de tracto a benevolencia pu­ Angra dos Reis.
blica: ao terminar o seu governo deixou
na ilha e em toda a capitania a m lis
DEZEMBRO— 9
viva lembrança de suas virtudes publicas
e privadas. Começára entretanto o seu 1559—Faz a sua entrada solemne na
governo por actos de despotismo. diocese da Bahia, que então abrangia
Toma posse do governo da capi­ todo 0 Brazil, o bispo D. Pedro Leitão,
tania de S. Paulo D. Francisco de Assis segundo que exerce essa dignidade e que
IMascarenhas,conde de Palma, 18.“ govei- chegára no dia 4. Kòra eleito no reinado
"ador, que occupa esse cargo até 19 de de D. Sebastião e pontificado de Paulo IV.
Novembro de 1817. Foi este bispo quem conferiu ordens
1841—E’ barbaramente assassinado em sacras ao afamado José de Anchieta, na
sua propria casa no Ceará o major João cidade da Bahia. Este venerável jesuita
Facundo de Castro e Menezes, vice-pre­ fôra seu conhecido e amigo na universi­
sidente da provincia. dade de Coimbra e havia (diz Simão de
1842 ballcce o senador pela provincia \ asconcellos) sete annos que chegára ao
da Bahia Francisco Carneiro de Cimpos. Brazil.
escolhido a 22 de janeiro de 1826, to­ Foi um dos nossos bons prelados: do­
mando assento no senado a 4 de junho. tado de grande zelo pastoral e ajudado
18 íO—Fallece o Dr. Francisco Julio pelo governador Mem de Sá, mostrou-se
Xavier, lente de obstetrícia na Faculdade iccansavel em promover a catechese dos
do Rio de Janeiro. indígenas, organisando, só em 1561, onze
Nascido nesta cidade a 16 do fevereiro aid«i»s na ilha de Itaparica, onde admi-
 282 EPHEMERIDES NACIONAES
nigtrou o Sacramento do baptismo a mais
f ' I de GOO neophitos, jáaldeiados.
Accompanhou aquelle governador na
c .•* sua expedição ao Rio de Janeiro em no­
vembro de 1566, em auxilio de Estacio
de Sá contra os francezes. Ignora-se o
tempo certo da sua morte, mas o vis­
conde de Porto-Seguro diz que fora em
1575. Teve por jazigo a capella de Nossa
Senhora do Amparo n i Sé, que n’aquelle
tempo era do SS. Sacramento, d’onds
alguns annos depois forão sens ossos
transportados para Lisboa (Veja-se nas
Comlituições do Arcebispado da Bahia o
« Catalogo dos bi pos que teve o Brazil
ate 0 anno de 1676 », de Prudencio do
Amaral).
1706—Fallece o rei D. Pedro II, pae de
D. João V . Tinha 59 annos de edade.
Apezar da origem violenta do sen go­
verno, foi um dos iniperantes de que se
orgulha a monarchia portugue/.a.
1793—Começam as fcscas reass que se
fizeram em S. Paulo pelo nascimento da
princeza da Beira e se prolongaram até 5
de março do anno seguinte, constando
de solemnidade religiosa por espaço de
tres dias, procissão, espectáculo drama-
tico, cavalhadas, touros, fogos de artifi­
cio, dansas de mascaras pelas ru is e por
todas as classes do povo, promovidos
pelo capitão-general Bernardo José de
Lorena.
Em agosto de 1795 também se fizeram
festas publicas na mesma cidade pelo
nascimento do príncipe da Beira B. An­
tonio, as quaes aturaram até o mez de
outubro, constando dos mesmos actos e
de formatura ou mosti a de tropa.
1817—Ratiíica-se no Rio de Janeiro o
ai-tigo separado da Convenção Addicional
de 28 de julho do mesmo anno. Esse ar­
tigo fora ajustado cm Londres a 11 de
setembro.
1821—João José da Cunha Fidié é no­
meado governador das armas do Piauhy.
1839 — A capital da jirovincia das Ala­
goas passa, por lei provincial, da cidade
d’aquelle nome pira a de Maceié. O pre.
sidente da pro\incia dr. Agostinho da
Silva Neves sancciona na presente data
e manda publicar essa'lei, cu'.o j rcjecto
fora apresentado á assernbléa no dia 4.
Quando .'^e fez a transferencia da the-
souraria provincial da primeira d’estas
cidades para a actual capitai houve uma
quasi sedição.
Tivera Maceió o titulo de villa por al­
vará de 5 de dezembro de 1815. Cidade
marítima, assentada e.m uma emiuencia,
rodeiada por toda a parte de arvoredo,
0 que lhe dá um aspecto encantador,
tem de certo muitas vantagens sobre a
antiga capital, cuja população ia sensi­
velmente minguando dizimada pelos
miasmas que nella se respira, emanados
das 1 igoas e paúes que lhe deram o nome
e acircumdam.
1841 — Pacificação da província das
Alagoas, promovida pelo seu presidente
0 senador Caetano Maria Lòpes Gama,
depois visconde de Maranguape, a quem
entregara a administração o dr. Ber­
nardo de Souza Franco, que a presidira,
por cinco mezes e oito dias.
1852.—Fallece na cidade do Recife o
conego Miguel do Sacramento Lopes
Gama, presbytero egresso da ordem be-
nedictioa, professor de rlietorica do Se­
minário episcopal de Olinda e de Elo­
quência pacional e litteratura no Lyceu
do Recife.
Nascéra em Pernambuco a 29 de se­
tembro de 1791 e era irmão do senador
visconde de Maranguape.
1873.—Fallece na cidade do Rio de Ja­
neiro e sepulta-se no cemiterio de São
Francisco Xavier, Francisco de Paula
Bellido, dentista domiciliado em Campos
dos Goytacazes, nascido em Lisboa a 17
de junho de 1826.
Paula Bellido era um incansável tra-
balliador : inteliigcncia singularmente
apta e preparada j>ara o oxercicio de
todas as faculdades humanas, promptu
em tudo conceber e realisar tudo, mere-
 ceu da imprensa da localidade o epitheto
de — encyclopedia viv a —, porque não
havia r^mo nenhum das artes em que
elle não primasse. Era um artista labo­
rioso. amante do pro-:resso, emprehen-
dedor e de ideas grandes e generosas,
do que deu muitas vezes as melhores
provas. Si a cidade de Campos, onde
havia muitos annos residia, teve (a 7 de
setembro de 1S71) a sua exposii;ão muni­
cipal, a primeira nesse caracter que se
realisou no Brazil, foi elle o mais activo
coopei-ador e iniciador d’essa festa do tra­
balho e da industria. Tendo mais tarde
ideiado o executado um machinismo in-
genhosissimo, a que denominou—regu­
lador authoynaiico—^xvA, medir exacta-
mente o peso e consumo das aguas, fora
aos Estados-Unidos tirar patente e obter
ju'ivilegio para o seu invento.
Com essa viagem' aggravou-se o seu
estado de saude, obrigando-o a voltar
com urgência para o Brazil, fallecendo
no llio de Janeiro de angina pectoris.
Como succédé sempre a todo o filho do
trabalho, a todo o artista de alma bem
formada e desinteressado, morreu pobre»
deixando apenas á sua viuva e filhos um
passado glorioso e honrado. O seu nome
devia figurar nestas ephemerides^ porque
nós 0 considei-amos mais como brazileiro
e campista, do que como portuguez :
prestando homenagem ao seu genio ren­
demos ao mesmo tempo o devido culto á
arte em to I is as suas manifestações, da
qual foi elle uma valente personificação:
0 talento e o merecimento não têm patria;
são cosmopolit is .
DEZEMBHO—lü
1613—Regimento sobre a fazenda dos
defun'tos e ausentes das partes ultrama-
lúnas, ein 21 ai-tigos (Obras de João Fran­
cisco Lisboa, tomo III).
109S—Cana l'égia cstianhando ao su-
jierior das missões da Companhia de
Jesus, ao provincial do Carmo e aos
commissarios das Mercês e dos Capu-
chos, 0 satyrisarem dos ministros da co-
ròa e dos particulares, seus desaíTectos,
satisfazendo suas paixões, tanto nos púl­
pitos da cidade, como nas aldeias e mis­
sões, ameaçando-os com o castigo, si não
se coliibircm.
1700—Reinando em Portugal D. Pe­
dro II e oceupando Clemente XI o solio
pontificio, é nomeado bispo do Rio de
Janeiro, e foi o 3.° nessa dignidade,
D. frei P'raucisco de S. Jcronymo, doutor
em theologia, geral da congregação dos
conegos regulares de S. João Evange­
lista. pregador consumado, distincto por
suas letras, e que havia publicado em
4 volum es uma recopilação resumida de
philosophia e theologia —, mostrando
nos seus trabalhos litterarios e nos ser­
mões que pregara na capclla I'eal em
Lisboa, e em outras igrejas, notável ori­
ginalidade, pureza de linguagem, clareza
e elevação de pens mento. Havia regido
por 4 annos a cadeira de theologia em
Evora, depois de ter oceup ido no seu
collegio a de artes. Fora ainda reitor do
mencionado collegio e provincial da sua
congregação em difierentes epochas.
Havia i‘0c usado em 1683 a mitra de
Macau.
Era natural de Lisboa. Foi confirmada
a sua nomeação para a diocese flumi­
nense a 6 de agosto de 1701, sagrado a
21 de dezembro do mesmo anno, e to­
mou posse do seu cargo a l l de março
de 1702, segundo monsenhor Piz irro. O
visconde de Porto-Seguro dá porém para
esse ultimo lauto a data de 11 de junho^
0 sr. dr. PMrreira Vianna a de 8 d’esse
mez e o Roteiro dos Bispados a de 11.
PMi no seu tempo de episcopado que
succedeu a mallograda invasão de Du-
Clerc no Rio de Janeiro, como já refe­
rimos.
Morreu depois das 10 horas da noite
de 7 de março de 1721 {Vide essa dafa),
1802—Antonio José da P^rança e Horta,
16.“ governador e capitão-general da ca­
pitania de S. Paulo» nomeado por de-
H' P
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m EPHEMEltlDES NACIONAES
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tii ereto de 17 de dezembro de 1801, íorna siderado nella em todo o tempo como um
posse de seu cargo. dos seus medicos mais proficientes, si
Tendo vindo ao Rio de Janeiro, em 12 bem que de uma therapeutica quasi sem­
de junho de 1808, comprinient.ar el-rei pre muito ârrojada.
D. João \ 1 pela sua chegada á America,
ílcaram intejúnamente á testa do go­ DEZEMBUO — 11
verno da capifania o bispo diocesano 16o4 — Carta regia agradecendo aos
D. Maíheus, o ouvidor geral Miguel An­ paulistas 0 haverem reademittido os pa­
tonio de Azevedo Veiga e o intendente dres da Companhia de Jesus e reconhe­
da marinha de Santos, Joaquim Manuel cendo os esforpos que muitos d’elles
do Couto, a começ ir de 12 de junho de haviam feito para esse fim.
1808 ate' outubro.
Depois d’essa interrupção. França e Nesse anno começou a edificação de
Horta governou ate' o l.° de novembro Sorocaba o capitão Balthazar Fernandes
de 1811, em que foi rendido pelo marquez e seus genros os castelhanos André de
de Alegrete. Zunega, Bartholomeu de Zunega e Con­
1813—Fallece na sua diocese o i l * bispo treras. Balthazar Fernandes era filho de
do Maranhão D, Luiz de Brito Homem Manuel Fernandes Ramo.s, irmão de Do­
(Vide a ephemeride de 17). mingos Fernandes, fundador de Itú e de
—Primeira eleição a que se pro­ André Fernandes, fundador da Parna-
cede no Pará para membros do congresso hyba (Azevedo Marques, Apontamentos
nacional, São eleitos o agricultor José ácerca.de S. Paulo).
Cavalcanti de Albuquerque, o bacharel 1681—Apresenta perante- a camara da
em direito Francisco de Souza Moreira, villa de S. Puulo, Garcia Rodrigues as
■' . I
0 negociante João Lopes da Cunha e o esmeraldas descobertas por seu pae Fernão
bispo D. Romualdo de Souza Coelho, que Dias Paes: eram o resto das que havia
a sorte designou em competência de enti-egue ao administrador D. Rodrigo
votos co.m o dr. João Cândido de Deus e de Castello Branco para as remetter a
Silva.
Sua Alteza no reino: trazia elle para
1825—Declaração de guerra do Brazil serem vistas, contadas e pesadas, porque
ás províncias Unidas do Rio da Prata. tencionava levar-lh’as pessoalmente, para
1864—E’ escolhido bispo da diocese de que ficasse patente o de.sinteresse com
Goyaz o conego da cathedral do Pará que servia. Eram 47 esmeraldas, entre
Joaquim Gonçalves de Azevedo, que foi grandes e pequenas, algumas délias tran­
depois 0 19.°nrcebispo e primaz do Brazil sparentes, pesando todas um arratel e
(\ide a ephemeride de 6 de novembro de cinco oitavas; estavam contidas em um
1879). saquinho. Em outro saquitel estavam
1879—Fallece na cidade de Camjios dos agulhas finas, pesando um arratel e
Goytacazes o dr. Miguel Antonio Here­ 26 oitavas e em mais outro algumas
dia de Sá, naedade de 57 anros, victima pedras miúdas imperfeitas e 9 grandes,
de uma pneumonia complicada de febre também imperfeitas que deram o peso
paludosa. de très arrateis e um quarto, e ainda
Era natural da cidade do Rio de Ja­ outro de pedras miúdas com dois arrateis
H neiro e um dos mais intelligentes, activos e 8 oitavas e uma sexta.vada comprida
e caridosos dinicos da cidade de Campos com o peso de 6 oitavas: estavam todas
e .seu districto. O seu cadaver foi sepul­ em saccos de tafetá encarnado, mettiJas
tado no dia seguinte na cova n. 37 do em dois saccos de chamalote também
cemiterio publico d’essa cidade, Foi con- encarnado.
 ItíSG — Morre em Setúbal D. Gaspar
Barata de Mendonça, primeiro arcebispo
que teve a Bahia (\ide a cphemeride
de 3 de junho, anno de 1G77).
1735—A principio teve a ilha de Santa
Cathaiina com mandantes que gover­
navam. O 1° d’elles foi Sebastião Ro­
drigues Bragança, cabo militar da praça
de Santos, mestre de campo ad honorem
(com soldo de soldado), nomeado pelo
capitão general de S. Paulo, e que foi
depois capitão-mór. O segundo foi Fran­
cisco Dias de Mello, sargento da mesma
praça de Santos,mestre de campo honorá­
rio (também com o soldo de soldado), no­
meado pelo conde de Sarzedas, governa­
dor de S. Paulo, na presente data. Com­
mando u a ilha ate ser transferido no
mesmo posto j)ara a Laguna.
A este succedeu no posto o capitão
Antonio de Oliveira Bastos (Vide a
ephemeride de 28 de m.iio de 1737).
1766—Nas informações prestadas nesta
data ao governo da rnetropole pelo ca­
pitão general de S. Paulo D. Luiz An­
tonio de Souza Botelho Mourão, lè-se o
seguinte juizo ácerca dos seus jbrisdic-
cionados: « São os paulistas, segundo
minli.v propria experiencia, grandes ser­
vidores de Sua Magestade. No seu rea
nome fazem tudo quanto se lhes ordena,
expõem aos perigos a propria vida,
gastam sem ditiiculdade tudo quanto
têm e vão até ao íim do mundo, sendo
necessário. O seu cor.ição é alto. grande
e ahimoso, o seu juizo grosseiro e mal
limado, mas de um metal muito fino’
são I’obustos, fortes e sadios, e capazes
de solírer os mais intoleráveis trabalhos.
Tomam com gosto o estado militar,
offerecem-se para acommetter os perigos
e facilmente se armam e fardam á sua
propria custa.»
1826—Fallece na cidade do Rio de Ja­
neiro a primeira imperatriz do Brazil
D. Maria Leopoldina Josepha Carolina,
mãe do actnal imperador, nascida em
Vienna d’Aqstn^, a 22 de janeiro de 1797*
O imperador D. Pedro I achava-se na
capital do Rio Gi’ande do Sul, para onde
partira a 21 de novembro (Vide essa
data). Confei-indo o mando das tropas ao
marquez de Barbacena, volta para o Rio
de Janeiro ao saber do fallecimento da
imperatriz : só porém a 15 de janeiro
de 1827 foi que chegou á corte.
1834—Ordem do governo do Ceará para
se recolher to lo o cobre existente em
circulação na provinda, a fim de se inu-
tilisar o de peso inferior contando-o, e
cunhar-se o de peso legal, reduzindo o
seu valor á metade, indemnisando-se
porém aos portadores com moeda papel. - '
1839— O presidente da provinda dr.
Agostinho da Silva Neves expede ordens 1^!.
para ser realisr da a mudança da capital
da cidade das Alagoas para a de Maceid,
determinada pela resolução de 9 do cor­
rente mez e anno.
1810—Rompimento de hostilidades no
Rio Grande do Sul (Guerra civil).
1850—O supremo conselho militar con­
firma a sentença do conselho de guerra
no processo de Pedro Ivo Velloso da
Silveira como criminoso de deserção e
rebeldia, e reforma a pena de morte a I
que fora condemnado na de dez annos
de piásão em um.a fortaleza do Império
(Vide 19 de abril de 1851).
De um msc. da Bib iotlieca Nacional
intitulado «Relação dos réus presos exis­
tentes na cadea da Relação da Bahia»
extraliimos o seguinte:
« Pedro Ivo José Velloso da Silveira,
Capitão miliciano. Preso a 23 de maio
de 1817. Certidão ff. 28 do Appenso F.
E’ aceusado de ser capitão terrivel da
maior guerrillia. De trazer distintivos
particulares da rebeilião. De prender
realistas. De ir no exercito contra Pau
do Alho. De sèr muito iníluido. De ser
declamador. ,
Todas estas imputações convence o
Reo com certeza de sua coacção como
fica demonstrado oa Defeza geral e cora
 286 EPHEMERIDES NACIONAES

as razoes expendidas na sua Allegação de Cima, com território desmembrado da

n. 77.» de Santa Rita, municipio de Campos dos
1867—Em virtude de ordem do the- Goytacazes, é creada pelo decreto pro­
souro nacional de 27 de novembro ex- vincial n. 1,391 da presente data. tendo
tinguc-se na presente data a raeza de por matriz o templo 'edificado pelo com-
rendas geraes de Maceió, ficando os mendador João Vicente de Almeida.
antigos empregados addidos á alfandega.
1868 — Batalha de Avahy (Campan/i<z DKZEMBRO—12
do Varaguay). 1639 — Chegam a Belém do Pará, de
Nesta jornada fica gravemente ferido volta da sua grande viagem de explo­
no queixo o general Osorio por uma bala ração do rio Amazonas, o intrépido ca­
de fuzil. Mais de 3,000 cadaveres alas­ pitão Pedro Teixeira e os seus compa­
travam 0 campo ; 1,200 prisioneiros, 17 nheiros: tinham ido, como dissemos, até
bocas de fogo, 5 bandeiras e considerável Quito, no Peru.
armamento foram os trophéus d’esta As pessoas de mais consideração ua
victoria, que foi completa, das nossas cidade vão á sua casa felicitai-o pelo
armas. feliz successo da sua em preza. Depois
A posição inimiga que se conseguia de curta demora seguiu Teixeira para
tomar era defendida por cinco a seis S. Luiz, onde apresentou ao governador
/I, I' mil homens commandados pelo general do Estado do Maranhão a relação da sua
Caballero. Mais de SOO ficaram pri­ viagem e do desempenho da sua incum­
sioneiros nossos entre os quaes dois bência.
coronéis, um tenente-coronel, dois ma­ Os dois jesuítas e os frades merce­
jores, muitos officiaes subalternos e mais nários, que com elle vieram de Quito,
de 600 feridos, que foram recolhidos aos ficam no Pará á espera de mqnção para
nossos hospitaes. Os mortos foram pelos a Europa (Aide as ephemerides de 16 de
nossos dados á sepultura. De todos os fevereiro de 1639 e de 10 de novembro
inimigos que tomaram parte nesta me­ de 1638).
morável acção apenas escaparam 200, 1720—Miras-Geraes é declarada capi­
segundo asseveraram todos os iDrisio- tania independente da de S. Paulo por
neiros. alvará d’esta data, segundo o visconde
Os alliados acamparam em Villeta. Os de Porto Seguro, e de 2 de dezembro,
argentinos não pelejaram, mas no mesmo segundo o general Abreu e Lima.
dia da batalha o regimento S. Martin E’ seu 1.“ governador D. Lourenço de
penetrou pelo lado de Palmas na trin­ Almeida, irmão do l.° patriarcha de
cheira inimiga. Lisboa D. Thomaz de Almeida, filhos
A inaudita occupação da posição para- ambos do 2." conde de Avintes D.Antonio
guaya, que se tornou desde então base de Almeida (V. agosto 18 de 1721).
das nossas operações, a juncção franca 1815—Triumvirate governa,!or da Pa-
com a esquadra, foram os primeiros be­ rahyba do Norte, pela lei de 12 de se­
nefícios d’este brilhante triumpho. tembro de 1770.
O coronel José Antonio Corrêa da Ca­ 1821—Junta de sete membros gover­
mara, hoje visconde de Pelotas e ministro nadora do Rio Grande do Norte {Revista
da guerra, commandava uma divisão de do Instituto, tomo XVII, n. 133).
cavallaria, que, com tres batalhões do 1822 — A camara da villa de S. João
3.“ corpo, sob as ordens do invicto Osorio, da Parnahyba (Piauhy), vendo-se aban­
rechassam o inimigo e passam a ponte. donada pelos chefes e mais companheiros
— A freguezia de S. Benedicto daLagôa do movimento revolucionário que havia
 EPHEMERIDES NACIONAES
proclamado alll a inde[>enclencia do im­
pério, e tinha fugido para a villa da
Granja, no Ceará, apenas se espalhara a
noticia de que estava a chegar o brigue
de guerra portuguez Infame D. Miguel,
mandado pela junta governativa do Ma­
ranhão para suíTocar o movimento, of­
ficia ás oito horas da noite ao com­
mandante d’este navio, já'agora fundeado
na barra do rio Iguarassú, pedindo-lhe
que desembarcasse com a «ua gente e
fosse pór a villa em estado de defeza
contra os insurgentes, qne tratavam na
Granja de concitar os povos e de reunil-os
para marchar sobre ella.
1823—Tratado de amizade, navegação
e commercio do Brazil com os Estados-
ünidos.
1S42—Participa o barão de Caxias que
fòra preso o chefe dos rebeldes de S.
Paulo, Ptaphael Tobias de Aguiar, na
estrada de Palmeira, perto do Passo
Fundo, quando intentava reunir-se: aos
rebeldes do Rio Grande do Sul.
lS±õ—O presidente da província das-
Alagoas dr. Antonio Manuel de Campos
Mello, sancciona e manda publiCcxr a lei
provincial que auctorisa a concessão do
privilegio exclusivo por 30 a 50' annosa
uma ou mais pessoas nacionaes ou es-
trang('ira?, que etïectuem o encanameniO'
do riacho Bebedouro on .Tacaraeica, para
abastecer d’agua potável a cidade de
Maceió e a povoação de Jaraguá.
Dezoito annos e très mezes depois:, a
12' de março de 1864^, foi que contraccou
essa empreza o dr. João Marceliino de
Souza Gonzaga, então presidente da
provincia, com o engenheiro civil Joa­
quim Pires-- Carneiro Monteiro pela
quantia de 250:000g, pagos pelo cofre
provincial.
Chegou ella a realizar-se.?
1877—Pallece na cidade do Rio dc Ja­
neiro 0 conselheiro Josá Martiniano' de
Alencar, na casa da rua Guanabara
(Larangeitas), para onde tinha ido por
mudar de ares. Sepultou-se no- dia se-
281
guinte ro cemiterio de S. Francisco
Xavier da Ponta do Cajú.
José de Alencar nascera no Ceará a 1
de maio de 1820.
Bacharolando-se em direito na Facul­
dade de Olinda em 1851, passou-se paj'a
0 Rio de .Janeiro, onde .se escoou o melhor
d I sua vida publica como advogado dis-
tincto. jornalista e publicista egual aos m
de melhor nota pelo amor ao trabalho e
pelo talento, romancista e dramaturgo
como poucos entre nós. dando-nos. no
que nos legou neste difFicil ramo de
litteratu'*a, as provas mais exuberantes
da sua esplendida aptidão para elle. e
talvez 0 que de mais preço possuimos
no genero, pondo ao par e de lado o
Calabar e os Miseráveis de Agrário de
Souza Menezes. Jurisconsulto consum-
mado, lente de direito mercantil no /« _
stittuc Commercial da corte, deputado á
Assembléa geral em varias legislaturas,
consultor do ministerió da justiça e mais
tarde (1868, gabinete 16 de julho) mi­
nistro da mesma repartição, José de
Alencar descia da tribuna parlam.entar,
de que era um dos ornamentos, era para
nos dar essas creações magistraes d'e- 11 ii
sua imaginação fecunda que fizeram seu
nome popular no Brazil e conhecido nãO'
só no resto da America latina, como na
velha Europa. O opusculo de- revista
hebdomadaria A o correr da penna, as
Cartas sobre a Confederação dos Ta-
moyos. Cinco minutos, A viuvinha, d
Guarany, As minas de prata, Iracema,
ií
Ubirajara. O gaúcho, ü tranco do ipê.
Til, Sonhos de ouro, A pata ãa gazdla^
Diva, Luciola, Senhora, O garatuja, O
ermitão da Gloria, A aima do Lasaro,
A guerra dos mascates, A encar>iação, e
os dramas G demonio familiar. Verso e
reverso. Aa’ a:s.as dO' um . anjo, Mãi. O
Jesuita, além dos seus profundos: estudos
acerca de- admrnístração‘ e de polemica
politica, constituem os fiorões da corôa
de gloria que Ilie ha de ornair o busto
no; nosso Pantheon litterario, em que
í:'-".
iV ii?; 288 EPHEMERIDES NACIONAES
elle conquistou um dos primeiros logares
pela sua privilegiada intelligencia.
li. Dando o seu retrato, que é muito fiel,
0 Contemporâneo de 30 de novembro do
mesmo anuo de 1877, conclue por estes
termos as linhas que lhe consagra:
« A José de Alencar, que também um
abalisado jurisconsulto e valente tribuno
politico, bastam as glorias litterarias
para que o seu nome brilhe perdurável,
em lettras de ouro, no grande livro da
patria.»
Estas palavras, que eram na oceasião
um preito de homenagem a que tinha
incontestável dii’eito o grande esci iptor
nacional, foram uma fatidica antecipação
do juizo da posteridade.
No dia em que a fatalidade nos arre.
batou José de Alencar, as lettras patrias
cobriram-se de pesado luto.
Além do Ubirajára e de Iracema, que
são dous bellos poemas em prosa ao
gosto da Atala de Chateaubriand, dei­
xou-nos Alencar mais de um specimen
delicado do que seria a sua musa se elle
a tivesse cultivado de mais perto.
Volvendo os olhos em torno de nés,
ainda não lobrigamos o seu substituto
na arena dos combatentes da idéa, con­
siderada sob o ponto de vista das diili-
ceis manifestações do engenho humano,
que se chamam o drama e o romance.
— Por fatal coincidência fallcce tam­
bém no mesmo dia, em Campos, d’ond®
era natural, o dr. José Pinto Ribeiro do
Sampaio, illustrado medico, poeta de pro*
digiosa imaginação e orador de eloquên­
cia arrebatadora.
Nascera em novembro de 1821.
Formára-se na Eschola de Medicina da
corte no a.nno de 1846.
O dr. Sampaio publicou em tempo de
i! estudante um livro de bellas poesias, que
intitulou Delírios poéticos.
Deixou vários escriptos inéditos, quer
em prosa, quer em verso, que serão pro­
vavelmente publicados.
Ipfelizmente, porém, em um momento
de profundo desgosto pelos incommodos
physicos e moraes que o acabrunhavam^
entregou ás chammas a melhor de suas
concepções — o seu poema denominado
Riachuelo, no qual celebrava a gloria
dos nossos bravos na sangrenta guerra
do Paraguay.
DEZEMBRO — 13
1519—Fernando de Magalhães e Rny
Faleiro, pilotos portuguezes em serviço
da Hespanha, então regida por Carlos V>
destinados a fazerem o jirimeiro gyro do
globo, entram com a sua ílotilha de 5
navios na bahia do Rio de Janeiro, a que
dão 0 nome de bahia de Santa Luzia^
por ser esse o dia d’essa solemnidade’
ignorando que já um outro navegador
n’ella tinha entrado e lhe dera o nome
que prevaleceu até hoje (Vide a ephe-
meride de 1 de janeiro de 1502).
No dia 27 seguiram para o sul, depois
de uma demora de 14 dias.
Na relação que d’esta viagem deixou o
cavalleiro Pigafetta lê-se o seguinte to-
pico, que nao prima de certo pelo lado
da veracidade:
« Fizemos aqui uma abundante pro*
visão de gallinhas, batatas e pinhas,
cannas de assucar e carne de anta, mui
similhante a de vacea. Por um anzol ou
faca davam-nos cinco ou seis gallinhas,
por um pente dois gansos, e por um
espelho ou tezoura compravamos pes­
cado suííiciente para dez homens co­
merem ; um cesto de batatas custava-nos
um cascavel ou uma cinta. Estas batatas
são umas raizes mui parecidas ao nabo
e com 0 sabor de castanhas. Eu vendi
um rei de cartas de jogar por seis gal­
linhas, e os que m’o compraram cuidaram
fazer um excellente negocio.»
Não sendo gallinhas, gansos’e caun.is
de assucar oriundos do Brazil, como os
podiam elles ter encontrado em 1519 no
Rio de Janeiro? Sd em 1532, quando
povoou a sua capitania de S. Vicente»
foi que Martim Aflbnso de Souza mandgu
 EPHEiMERIDES NACIONAES

vir da ilha Terceira a canna de assucar,

de outubro de 1827. a capitão-tenente em
sementes de varias plantas e casaes de
22 de outubro de 1836, a capitão de fra­
gente e de animaes, como acertadamente
gata a 2 de dezembro de 1839, a capitão
pondéra o sr. José de Vaseoncellos.
de mãr e guerra graduado em março
1521—Faliece el-rei D. Manuel, o veji-
de 1847, á effectividade do mesmo posto
turoso, ein cujo reinado fora descoberto
em 14 de março de 1849; cm 3 de março
0 Brazil, tendo fixado o império das
de 1852 a chefe de divisão, a 2 de de­
Quinas nas quatro partes do mundo.
zembro de 1854 a chefe de esquadra, a
Succede-lhe seu filho D. João III, com
2 de dezembro de 1856 a vice-almirante^
vinte annos incompletos de edade, pois
e a 21 de dezembro de 1867 a almirante,
nascera (em Lisboa) a G de junho de 1502,
posto supremo que lhe valeram os ser­
Durante o reinado d’este ultimo prin­
viços prestados á patria na rude cam­
cipe ifoi que se estabeleceu em Portugal panha do Paraguay.
0 tribunal da Inquisição.
1820 Artigas prosegue nas suas cor­
1772—Luiz de Albuquerque de Mello rerias c depredações contra as famílias
Pereira e (iácei’es, 4.° governador da
biazileiras estabelecidas nas fronteiras do
cajiitania de Matto-Grosso, toma posse Uruguay.
do seu cargo em Villa Bella e occupa-o
O brigadeiro José de Abreu (foi depois
até 20 de novembro de 1789, isto é, por
baião de ,Serro Largo) sahe a fazer-lhe
IG annos, 11 mezes e 7 dias, sendo então
frente com quatrocentos e quatro ho­
rendido por seu irmão João de Albu­
mens, quando o inimigo dispunha de
querque de Mello Pereira e Cáceres.
uma força de 2.500 gaúchos. Abreu pro­
1787—Toma posse, na Sé de Olinda, do
curava proteger assim a letirada dos
governo da capitania de Pernambuco o
estancieiros brazileiros e suas lãmilias ;
capitão general D. Thomaz José de Mello,
mas é batido e cede ao numero dos ini-
e exercC'O até 29 de dezembro do anno
migos, perdendo cem homens, dos quaes
seguinte, em que embarca por ordem
dez mortos, e retira-se para áquem do
legia para Lisboa; ficam no governo
1 asso do Rosario, onde se reune com o
interino da capitania o bispo diocesano general Bento Corrêa da Camara.
D. José Joaquim da Cunha de Azeredo
1825—0 Brazil e o governo de Monte-
Coutinho, 0 ouvidor geral da comarca
vidéu declaram guerra á Republica Ar. f' V.
Antonio Luiz Pereira da Cunlia (que foi gentina.
posteriormente marquez deinhambupe) e
1835—Enceta os seus trabalhos a So­
0 intendente da marinha chefe de divisão
ciedade de colonisaçào do Rio de Janeiro.
Pedro Sheverin, D. Thomaz trouxera ifi-í
— Fallece na Bahia na edude de 73 an-
por secretario D. Antonio Pio de Lorena
nos 0 dr. Manuel Ferreira da Camara Bit­
e Castro.
tencourt e Sá, senador pela província
1807 — Nasce na província do Rio
de Minas-Geraes, distincto sabio e mi-
Grande do Sul o sr. almirante visconde neralista.
de Tamandaré, Joaquim Marques Lisboa,
cuja vida, como uma das mais legàtimas
glorias da nossa marinha de guerra, péde
Nascido na comarca do Serro do Frio,
capitania de Minas, em 1762, cedo se
dedicara ao estudo das scienciasnaturaes,
i
ser resumida nas seguintes datas:
formando-se nas faculdades de leis e
Assentou praça como voluntário a 4
dc philosophia na Universidade de Coim­
de março de 1823; foi promovido a
bra no mesmo anno em que se formou \r-.
2°. tenente graduado em 2 de de/embro
José Bo ifacio (1788), de quem foi amigo
de 1825, a 2". tenente em 22 de janeiro 1
e com quem viajou depois pela Europa,
do anno immediato, a 1°. tenente era 12
demorándo-se dois annos em Paris, onde
19
 , If

290 EPHEMEllIDES NACIONAES

estudou chimica com o celebre professor ■ de tres mil escravos de differentes fa­
Fourci’oy. Em Freyberg, na Allemanha, zendas.
frequentou o curso de mineralogia do Raymundo Gomes era homem de côr
famoso Werner. Percorreu successiva- e de baixa extracção : exercia o em­
mente a Bohemi.i, a Hungria, a Suecia, prego de vaqueiro na villa de Itapicurú.
a Noruega, a Escossia, a Irlanda, a Leiam-se as Notas diarias que acerca
Inglaterra, onde fallava as respectivas d’esta revolução publicou o Sr. J. M.

lí "
t i‘1
linguas. Pereira de Alencastre, no tomo XXXV,
Fora deputado á Constituinte brazileira trimestre IV, da Revista do Instituto,
em 1823, senador do Império em 1826 1872.
(nomeado a 22 do janeiro), intendente 1857 — Fallece no Pao de Janeiro, e se­
geral das minas de ouro e diamantes do pulta-se a 14 no cemiterio de S. João
Brazil, socio da Academia R. das Scien- Baitista da Lagoa, Jeronymo José de
cias de Lisboa, das de Stockolmo e de Viveiros, senador pela província do Ma­
Edimburgo e membro de varias nutras ranhão, escolhido a 14 de julho de 1832
associações agrícolas e industriaes na- e que tomára assento no senado a 7 dc
cionaes. Publicou duas memórias scien- maio do anno seguinte,
tiflcas, de que falia Innocencio da S’lva 1864 — Decreto do governo de Monte­
h ' no seu Diccionario^ e deixou importantes video dando por nullos e mandando quei­
manuscriptos. mar os tratados existentes entre o Impé­
Lôa-se, para maior conhecimento da rio e aquella republica, o que se realisou
vida de tão illustre brazileiro, a bio- eífectivamente e com o mais ridículo ap-
graphia que d’elle se imprimiu no torno IV parato na praça denominada Indepen­
.I i
da Revista do Instüuio, escripta pelo dência, em Montevide'o, com a assistência
dr. J. F. Sigaud. do chefe do Estado, ministros, tropa e
membros da commissão extraordinária
1838— Raymundo Gomes Vieira Jutahy
administrativa, no dia 18 do corrente,
parte da villa de Itapicurú-mirira com
« Dá-nos esse acto a medida dos des­
18 satellites, chega á villi' da. Manga
varios a que a paixão póde levar os ho­
do Iguará, sólta os presos da cadeia,
mens, e ao-mesmo temijo da civilisação
I■ I entre esses a um seu irmão, e d’ahi se
e tendências do governo blanco. »
dirige para a Chapadinha e depois para
1868 —Fallcce em Munich, na edade d®
Miritiba,
74 annos, o conselheiro dr. von Martins,
Data d’este dia (V. a ephemeride de 14) cuja viagem ao Brazil produziu a cele­
e d’este facto a revolução que o vulgo bre Flora BraziUense, uma das obras
denominou Balaiada ou dos balaios, do que fazem immortal o nome do sabio
appellido de um dos seus mais assigna- naturalista, que percorrera varias pro­
,I .1
lados chefes, Manuel Francisco dos Anjos víncias do Brazil de 1816 a 1820 e nos
Ferreira Balaio, revolução que tão con­ consagrava viva sympathia.
siderável incremento tomou no anno 1876 — E’ nomeado presidente da pro­
seguinte (1839) e que tantos horrores es­ víncia de Santa Catharina o sr. dr. José
palhou pelas províncias do Maranhão, Bento de Araujo.
Piauhy e Ceará.
Além dos bandos de Raymundo Gomes DEZEMBRO — 14
e de outros faccinoras do mesmo jaez,
tomára activa parte na revolta o preto ^1606—Marcos André, proprietário da
Cosme, que se èvadira da prisão em que ilha d’esse nome cm Pernambuco, faz
SC achava e sublevara o armára a mais doação de um terreno dc cincoenta e seis
 EPHEMERIDES NACIONAES 291 '■If'

braças de testada com a largura de praia 1805—^foma posse do governo gera][

a praia, aos padres capuchos de S. Fran­ do estado na cidade da Bahia o seu
cisco, para nelle fundarem o seu con­ 52.” governador e capitão general João
vento de Santo Antonio do Recife, capital de Saldanha da Gama de Mello e Torres,
de Pernambuco. 6.“ conde da Ponte. Governou até 24 de
maio de 1809, dia em que falleccu. Foi
Neste anno de 1606 Diogo de Quadros, este governador quem recebeu e hospedou
l^rovedor das minas da eapitania de S. Vi­ na Bahia ao principe regente em janeirp
cente, e seu cunhado Francisco Lopes de 1808 na sua chegad i áquella cidade
Pinto, levantaram uma fundição de ferro com parte da familia real.
sob a invocação de Nossa Senhora da Em abril de 1806 aportára á Bahia a
Assumpção, no logar denominado Ibi- esquadra franceza copiposta de seis náus
rapoeira, do outro lado do rio Jerybatyba, e uma fragata, commandada pelo almi­
onde ' se descobriram minas d’aquelle rante Villaumòs e a cujo bordo vinha o
metal e que apenas distavam quatro principe Jeronymo Bonaparte como com­
r\
léguas da villa de S. Paulo. Este logar mandante da náu Le Veteran. Esta es­
está hoje comprehendido, diz o auctor quadra sahira de Brest a 18 de dezembro
das Datas celebres, na freguezia de do anno anterior com o intento de apo­
Santo Amaro e flea meia légua á N E derar-se do Cabo da Boa Esperança,
da villa, pouco além do rio Jaraúbatuba onde já não poude entrar, por estar
ou dos Pinheiros. , aquella praça occupada pelas forças da
D sr. major Azevedo Marques não men­ esquadra ingleza, que também aportára
ciona este facto nos seus Apontamentos^ á Bahia. Obrigada a retroceder, arribára
ou polo menos ri'âo o refere nesta data. a este porto para se refazer de vivereg
1628—Alvará concedendo aos gover­ e cuidar do tratamento de perto de 500
nadores do Brazil 20 homens para o seu doentes que trazia. O conde de Puiite
ãf
serviço, pagos pela real fazenda, vencendo prestou-lhe toda a hospitalidade e aga­
20 réis cada um e cem réis o capitão- salho e facilitou-lhe não só os meios de
1663 — Termina o governo de Diogocurar os seus enfermos, como os recursos
Coelho de Albuquerque, capitão-mdr do que 0 commercio da localidade podia
Ceará, nomeado em 1615, e assume este \prestar-lhe em dinheiro. Quinze dias dc->
cargo 0 capitão-mér João de Mello de pois fez-se a esquadra de vella. Sete dias
Gusmão, nomeado por patente regia. depois entrou ainda na Bahia outra di­
D -ste governador encontram-se nos Ar- visão franceza, que andava cruzando,
chivos da provincia do Ceará actos até commandada por L'Uermitlie^ que não
. 12 de dezembro de 1666. O seu nome vem procedeu com o cavalheirismo da pri­
mencionado no catalogo do visconde de meira e a que o conde da Ponte intimou
Porto Seguro, depois da successão de que deixasse quanto antes o porto c
muitos outros, mas sem data. que com effeito apenas nelle se,demorou
• 1724 — Fallece D. frei José Delgarte quatro dias.
•3.“ bispo do MaraiThão (Vide a epheme- O conde da Ponte foi sepultado na
riãe de 12 de junho de 1717). igreja do Ilospicio da Pieclade na Bahia.
1751 — Depois de se ter demorado seis 1823—A ‘junta de governo provisorio,
mczés cm Cnyabá, organisando aquella eleita em Porto Calvo e que havia che­
parte da capitania, parte para Matto- gado á cidade capital das Alagoas no dia
Grosso D. Antonio Rolim de Moura, seu 1. “ do corrente, assume na presente data
governador, e alli chega na presente data a administração da provincia.
(V. 19 de março de 1752), 1831—Levantamento de Pinto Madeira;
I •^
 292 EPHEMERJDES NACIONAES
no Ceará, sob o pretexto de ter side
. D. Pedro forçado a abdicar.
i
1338—A esta data refere o sr. dr. Ma­
galhães, visconde do Araguaya, a rcvolti
do Maranhão da villa da Manga, de qiie
tratámos na ephemericle do dia 13, e
que S(5 terminou no começo do anno de
1841 pela amnistia de todos os implica­
dos nella (Vide a Mcmoria publicada no
3." trimestre da Revista do Instituto
de 1848 por aquelle visconde).
ff!
Ill 1840.—Rompe na villa do Sobral, hoje
cidade, da provinda do Ceará, a sedição
militar promovida por Torres e Jaca­
randá contra o presidente, padre Jose'
Martiniano de Alencar, atacando á noite
á viva força a casa de sua residência;
são porém repellidos, ficando dos ata­
cantes dous mortos e cinco feridos.
Achou-se na bagagem de Torres o
plano da revolução que devia estender-se
por toda a provinda, mas que abortou
pclb mau successo do Sobral.
tl'- 18Ü3—Pede exoneração o gabinete pre­
sidido pelo marquez de Olinda. E’ cha­
mado 0 conselheiro Zacharias de Góesie
^'asconcellos, deputado, para organisar
outro, que fica no dia 16 composto' de:
Zacarias, presidente do conselho com
a pasta da justiça; dr. José Bonifacio
de Andrada e Silva, deputado, com ado
império; deputado Francisco Xavier Paes
Barreto com a de estrangeiros; conse­
lheiro José Pedro Dias de Carvalho, se­
nador, com a da fazenda; João Pedro
Dias Vieira, senador, com a da ma­
rinha; 0 brigadeiro José Marianno de
Mattos com a da guerra, e o dejiutado
'll, I Domiciano Leite Ribeiro (actualmente
visconde de Araxá) com a da agricul­
tura.
1864—Declara o Paraguay guerra ao
Brazil.
Começa então a campanha, que s(5
devia termjnar pela morte do dictador
P'rancisco Solano Lopes ás margens do
Aquidaban a 1 de março de 1876 (Vide
^ssa data).
1870—Fallece na fazenda do Queimado,
em Campos dos Goytacazes, a viscon lessa
viyva de Araruama, D. Francisca Anto­
nia de Castro Carneiro, na edade de 73
í annos. Foi o seu cadaver logo conduzido
para Quissaman. para ser enterrada nO
mesmo jazigo onde repouza seu illustre
marido. 0 visconde do mesmo titulo.
A vistortdessa de Araruama nascera
em S. Salvador de Campos a 24 de março
de 1799 e deixã ao morrer uma prole de
96 pessoas, que a idolatravam. Nos, que
tivemos ocea ião de apreciar de perto as
suas raras virtudes, não podemos deixar
de pagar ao seu nome o tributo da nossa
veneração.
D E Z E M im o R
1745—E’ transferido da séde do Ma­
ranhão paiM a de Marianna, em que é o
primeiro na ordem chronologica. D. frei
Manuel da Cruz, ú^, ordem de S, Ber­
nardo; reinava em Portugal D. João V,
e oceupava a cadeira de S. Pedro Bene-
dicto XIV. Chegou á diocese a 15 de
outubro de 1748, indo por terra do seu
antigo bispado para o novo no meio dos
maiores incommodos de viagem. Fundou
0 seminário episcopal, para o qual ar­
ranjou bom patrimônio, e foi solicito no
cumprimento dos deveres' do seu cãrgo
(Vide a cphemeride de 3 de janeiro).
1815—Carta regia (decreto) dando ao
Brazil a denominação e categoria d®
reino unido ao de Portugal e mudando
0 nome de capitanias para o de pro­
vindas.
1833—E’ cercado o paço da Boa Vista
eni S. Christovão e preso por ordem do
governo o conselheiro José Bonifacio,
que é mandado para a ilha de Paquetá,
suspenso das suas fuiicções de tutor do
imperador e de suas irmãs.
Depois d’este violento acto de prepo­
tência popular, conduzem o imperador
e as princezas para o paço da cidade
(Vide a i-phcmeride de 5).
 1831—Tmportantissimo oílicio diri,:;:;ido Yictorino Maciel, jniz de direito interino
pelo presidente do Ceará, o padre Josd da villa do Crato.-
Martiniano de Alencar, ao juiz de direito 1819—Sua Magestade o imperador co-
interino da villa, hoje cidade do Crato, nieça a presidir em pessoa ás sessões do
^obre 0 assassinato jurídico alli prati­ Instituto ' HistoHco e Geographico do
cado na pessoa do coronel de milícias Drazil, 0 que tem continuado desde então
Joaquim Pinto Madeira. a fazer.
Lôm-se nelle os seguintes topicos, que 18G1—Fallece no Rio de Janeiro Fran­
bsstam para caracterisar o espirito de cisco de Paula Brito, conhecido impres­
rectidão que o ditou: sor-livreiro e homem de lottras, natural
« Assás desagradavel foi a esta presj- da mesma cidade.
dencia, e creio que o será a todo o « Dotado de intelligencia, e bom sizo.
brazileiro sensivel e amigo da ordem e caracter franco e affnvel, e de umaacti-
da legalidade em seu paiz, a leitura do vidade pasrnosa. soube grangear amigos,
oílicio de A'm. de 27 do proximo passado tornando-se geralmente estimado, e pres_
niez, em que, relatando o julgamento do tando protecção e amparo aos artistas
desvalidos e a todos que d'’elle solici­
réu .Joaquim Pinto Madeira, diz que elle
tavam auxilio ou conselho. Posto que
fòra entregue ao 2.° conselho dos jurados
desprovido de estudos regulares, suppria
no dia 25 e, sentenciado á pena ultim >,
essa falta com a leitura de bons livros e
subira no dia 27 para o oratorio, afim de
com a conversação e trato de homens
expiar no dia immediate seus horrorosos
instruídos, hahilitando-se para escrever
crimes
com muita facilidade, tanto em prosa
« Por mais coberto de crimes que fosse como em verso (Innocencio F. da Silva).»
esse réu, elle era um cidadão brazileiro. Nascera a 2 de dezembro de 1809.
com quem sc devia guardar todos os' re­ 1864—Casamento da princeza D, Leo-
cursos que a Constituição e as leis pres­ poldina com o sr. duque de Saxe.
crevem, e demais elle era homem e como
tal não se lhe devia negar a defeza que a
humanidade, anaturezaea razão sempre DEZEMBRO —
afiançam em um paiz livre aos homens
1635—Chamado por el-rei e substituido
ainda os mais desgraçados. por D. Luiz de Roxas y Borja, retira-se
« E como se atreve Vm. a affirmar para o reino o general Mathias de Al­
em seu dito oílicio que se não negou buquerque, depois de haver militado
ao réu requisito algum da lei, quando com constância e firmeza no Brazil,
^onfessa que elle ia morrer 48 horas d-esta vez lurante seis annos, contra os
depois deseu julgamento? Cumpre, pois. liollandezes (Vide as Memórias diarias
que se faça eífectiva a i-esponsabilidade de seu irmão‘o marquez de Basto, cond®
de quem tão ás claras aberra dos seus de Pernambuco).
deveres: pelo conseguinte ordeno aVm. A sua partida provoca um sentimento
que quanto antes responda a esta presi­ geral de pezar, o que lhe serve de com­
dência com os motivos que teve para pensação a alguns desgostos que soffrera.
mandar executar o réu Pinto Madeira Servii'a á causa de Portugal na colonia
sem esperar pelos recursos que a lei e a com muita honradez e prudência e grande
Constituição lhe garantiam... desinteresse, pois nunca exigira os hono­
« Deus guarde a Vm. Palacio do go­ rários a que tinha direito, ficando antes
verno do Ceará, 15 de dezembro de 1834. a dever-lhe a fazenda real para mais de
—José Martiniano de Alencar,—Sr. José trinta mil cruzados de soldos : gastara
 294 EPHEMERIDES NACIONAES
tanto clos seus proprios bens no publico
serviço, que flcára empenhado. Com os
I t minguados recursos de que pudera dispor
fizera perder aos hollandezes mais de
dezeseis mil homens, seTn poupar aos
maiores riscos a sua propria pessoa. Foi
exemplar a prudência com quegovernára,
tão longe da corte, um paiz em estado
excepcional, mantendo a disciplina e o
espirito das tropas, ás quaes tudo faltava,
e a melhor união entre nacionalidades
ciosas e' diversas, como portuguezes,
hespanhóes, italianos, indios e negros,
sem que no seu tempo de commando
houvesse apparecido entre elles o menor
descontentamento que a historia archi­
vasse.
I' r Chamado ao reino, foi alli accusado
perante a Meza da consciência c ordens
que lhe mandou tirar devassa pela perda
de Pernambuco e por todo o seu proce­
dimento como governador ; essa accu-
sação pore'm não foi por diante, graças
aos grandes acontecimentos sobrevindos
na peninsula em 1640. Nessa occasião
abraçou elle com ardor a revolução que
devolveu a casa de Bragança a corôa
de Portugal. Succedeu ao conde de Óbidos
no commando de uma divisão do exercito
portuguez, assignalou-se na luta com
os hespanhoes, tomando-lhes muitas pra­
ças fortes, e deu-llíes batalha (em 1644)
em Campo-Mavor, primeira victoria de­
cisiva alcançada sobre os cotPrarios,
então commandados por Torrecusa.
D. João deu-lhe em recompensa o titulo
de conde de Alegrete e fel-o grande do
reino. •.
Em 1645 Mathias de Albuquerque abriu
a campanha com a tomada de Telena,
porém contrariado em suas operações
por ofíiciaes ciosos dos seus successes,
partiu para a corte com o fim de se
queixar ao rei: foi recebido íriamente,
retirou-se logo e morreu de pezar pouco
depois, em 1646 ou 1647.
Como 0 leitor teria de certo curiosi­
dade em saber do destino final d'este
h
personagem, ahi lhe darríos o que pu­
demos colher a seu respeito em grande
j^rte na Ilist. ãas lutas com os hoUan-
dezes e na Biographic univcrselle edi­
tada por Michaud Frères (Paris, 1811) e
na publicada por Firmin Didot Fréres
(Paris, MDCCCLII).
1749—0 conde de Attouguia, D. Luiz
Pedro Peregrino de Carvalho IMenezes
de Atayde, 6.° vice-rei do estado do
Brazil e 41.° governador da Bahia,,succede
ao conde das Galvèas na presente data.
Segundo Accioli e Abreu e Lima; o
catalogo, porém, do visconde de Porto
Seguro 0 dá como empossado a 16 de
novembro.
Depois de ter administrado com lou-
■vavel acerto a capitania e o estado,instou
pela sua exoneração e retirou-se para
Lisboa, onde, envolvido na conspiração
contra a vida de el-rei D. José, foi deca­
pitado. Por sua ausência da capitania
assumiram em 7 de agosto de 1754 o
governo interino d’clla o arcebispo D. José
Botelho de Mattos, o Chancellerprovedor-
mor da fazenda Manuel Antonio da Cunha
Souto Mayor e o coronel do 2.° regi­
mento Lourenço Monleiro, designados
na via de successão que se achava sob a
guarda dos jesuitas. Fallecçndo a 29 de
abril de 1755 o ultimo dos membros
d’esta junta, continuaram nella os dois
outros até 23 de dezembro do mosmo
anno,em que assumiu o goveimo D. Marcos
de Noronha, 6.° conde dos Arcos, vindo
por terra de Goyaz para esse fim.
As datas que aqui damos vém consi­
gnadas em manuscriptos oííiciaes da
Bibliotheca Nacional.
1755—Carta regia á camará de S. Paulo
participando-lhe o grande terremoto de
Lisboa oceorrido a 1 de novembro e
pedindo que se faça uma subscripção em
toda a capitania para a reconstrucção
dos edifícios públicos.
Em virtude d’essa carta reuniu-se a
camara a 31 de julho do anno seguinte
e resolveu crear um imposto annual por
 EPIIEMERIDES NACIONAES
I -‘J
-J ííl
tmnpo de 'dez annos, que produziu an- tentamento correu aos paços da munici­
iiu#.lmcnte a quantia de treze contos de palidade. onde se apresentaram os mem­
réis c reoahia sobre todos os generös bros da junta do governo provisorio e
entrados nos municipios da capitania. todos os cidadãos de importância das di­
1809—Abertura da Bibliotlieca da ma- versas classes sociaes. Terminado o acto
rinlia no Rio de Janeiro. Fora creada tomou a junta e o povo o laço bicolor
pelo deci'cto do 1 . ” de abril de 1802, das cores nacionaes, e seguiram-se as
passado em Queluz (Portugal). festas officiaes do costume e as que o
- Esta bibliotlieca contava em 1877. se­ pevo sabe idear em suas manifestações
gundo a Gazeta cie Noticias de 6 de julho, de patriotismo.
20,976 volumes. 1823—0 "senado da camara do Rio de
Tem tido modernamente os bibliothe- Janeiro approva a nova constituição or­
carios seguintes: ganizada pelo conselho de Estado ou com.
1— O capitão-tenente Henrique Ilof-missão ad hoc nomeada por D. Pedro !•
fsmith, de 21 de novembro de 1846 a 1830—E’ sanccionado o codigo criminal
julho de 1850; para o Império do Brazil.
2— O primeiro tenente Sabino Eloy 1836—Fallece o senador pelo Rio Gran­
Pessoa desde 10 de julho de 1850 até 1 de do Sul padre Antonio Vieira da Sole­
de junho de 1868; dade, escolhido a 24 de julho de 1826. A
3— 0 Dr. Arthur Horta O’Leary (inte­1 de agosto do mesmo anno toinái-a as­
rino) de junho a setedibro de 1868; sento no senado (Vide a addenda).
4— Oprimeiro tenente honorário Dr. Joa­ 1852—Fallece o padre Marcos Antonio
quim Velloso Tavares (intezúuo) desde Monteiro de Barros, senador pela pro­
12 de outu’oro de 1869 ate 20 de fevereiro víncia de Minas Geraes, cscolliido a 22 ■W i
de 1872; de janeiro de 1826 e emjiossado da sua
5— 0 capitão-tenente Antonio Mariannocadeira naquella casa do parlamento a ■pI
de Azevedo de 1 de março de 1872 a 10 de maio do dito armo.
março de 1876 ; 1876— Inaugura-se na ilha e forta­
6— 0 primeiro tenente Antonio Rodrigo leza de Villegaignbn, por iniciativa do
Dclamare (interino) desde 29 de março chefe de esquadra barão de Iguatemy
de 1876 até outubro de 1878; (sr. Francisco Girdeiro da Silva Torres
7— 0 capitão-tenente Luiz Philippe dee Alvim\ um monumento consagrado á
Saldanha da Gama, que tomou posse do memória dos ex-ministros da marinha
cargo a 10 de outubro de 1878, e a quem genei'al Salvador José Maciel e visconde
se deve o bom Catalogo methodico dos de .\lbuquerque, creadores—o pinmeiro 'í ■
livros actualmente possuidos pelo estabe­ do corpo de imperiaes marinheiros (por t
lecimento e publicado em 1879: por eile decrefo de 15 de outubi’o de 1836) e o se­
se vevillca que tem 6239 obras, incluidos gundo, da primeira companhia de Apren-
alguns manuscriptos. dizes marinheiros (por decreto de 27 de
1816—José Ignacio Borges, governador agosto de 1840).
do Rio Grande do Norte, entra no exer­
cício do seu cargo. DEZEMimO—17
1822—Juramento da independencia do
Brazil lía capital de Goyaz e acclamação 1518 — Regimento dado a Thomé de
de 1). Pedro ,í como seu imperador e de­ Souza, primeiro governador geral do
fensor perpetuo. Brazil. Consia de 21 capitulos, além de
Pela manhã amanheceu a cidade toda mais 7 com numei’ação nova.
adornada do galas e o povo ébrio decon- — Na mesma data dá-se ao provedoi'
(i
 EPHEMERIDES NACIONAES

mdr da fazenda Antonio Cardoso de

sem que a, medicina lhe pudesse resti­
Barros outro reginaento em 30 artigos.
tuir a razão, ficando inúteis os esforços
P(5de-se vdr a substancia rie ambos
do celebre alienista de então, o Dr. Willis
esses documentos no tomo III das Obras
inglez, que foi chamado expressamente à
de João Francisco Lisboa (S. Luiz do Ma­ Portugal.
ranhão, 1865).
Em^l792. 0 principe D. João (depois
Deram-se ainda na mesma data regi­
D. João VI), por motu proprio, assumiu
mentos aos provedores parciaes das ca­
de facto a regencia do reino, sem incom-
pitanias, contendo 54 capitules, e cujas
modar os povos com a convocação de
substancias se podem ver nas citadas
cortes, e desde 1799 que era rei de facto.
obras de J. F. Lisboa.
A rainha morreu no Brazil em 20 de
1'734—Nasce em Lisboa a princeza D. março de 1816.
Maria P'rancisca, que depois foi rainha
Entre outros, falleceram durante o
de Portugal, succedendo a seu pae, D.
seu 1'einado os seguintes escriptores: An­
Josd I. em 24 de fevereiro de 1777.
■f tonio Diniz da Cruz e SihLa e José Anas­
Em junho de 1760 casou com seu tio
tácio da Cunha, em 1789: Francisco Dias
paterno o infante D. Pedro, nascido a 5
de julho de 1717. Gomes, em 1195; o padre Antonio Pe­
reira de Figueiredo, em 1^797o padre
Um dos primeiros actos da rainha, loo-o
Theodoro de Almeida, em 1804; Manuel
que subiu ao throno. foi concluir pazes
Maria Barbo‘=a du Bocage, em 1805;
com a Ilespanha, assignando-se um tra­
Nicolau Tolentino de Almeida, em 1811 ;
tado ern que Portugal trocou algumas
frei Manuel do Cenáculo Villasboas. em’
possessões na Africa por outras na
America. 1814: Jeronymo Soares Barbosa e Thomaz
Antonio dos Santos Silva, em 1816.
A influencia clerical e da nobreza
1787—Fernando Pereira Leite de P^oyos,
( I sinao inclinação propria, levou a rainha
por antonomasia o carallo velho, q'ua-
a desfazer quanto'o marquez de Pombal
drage.simo primeiro governador dacapi.
tinha feito, conseguindo que os juizes
tania do Maranhão, toma posse do seu
que haviam condemnado os conspirado­
cargo e exerce-o até 14 de setembro de
res contra a vida de I). José, fossem os
1792, em que assume o govern o o capitão-
propnos que rehabilitassem a memória
general Fernando Antonio de Noronha
dos condemnados á morte, e julgassem
[Revista do Instituto, torno XVI, n. 11,
innocentes os que viviam ainda nos Gonçalves Dias). '
cárceres.
1801 D. Luiz de Brito Ilomem, bispo
O marquez de Pombal, por seu turno,
de Angola, é transferido para a diocese
foi tarnbem condemnado, mas poupou-se-
lhe o castigo... do Maranhão, em que foi o 11.°
N iscera a 8 de agosto de 1748 no logar
A attenção da rainha levava-a princi­
do Fundão, bispado da Guarda em Por­
palmente para a religião. Mandou edifi­
tugal e era clérigo secular, bacharel em
car 0 cof^ento do Coração de Jesus (Es­
cânones pela universidade de Coimbra,
trella), cuja égreja foi sagrada em 15 de
prior da collegiada e freguezia de S. Bar-
novembro de 1789, e fez grandes doações
ao clero. tholomeu d’esta cidade e adjunto da meza
episcopal quando, a 1 de maio de 1791,
Durante o seu governo a marinha de
iW
j foi eleito para o bispado Angolense e
guerra teve grande incremento, mos­
como tal sagrado no anuo seguinte, a 29
trando-se a bandeira portugueza nos ma­
de abt il. Foi mudado pai'a o Maranhão
ces de todo 0 mundo.
no governo regencial de D. João VI e
Enfermou gravemente nos fins de 1791,
pontificado de Pio VII. Em janeiro de
f
 EPHEMERIDES KACI0NAE3
1804 chegou á sua nova diocese, da qual
assumiu o governo espiritual a 22 de
fevereiro do mesmo anno.
Falleceu a 10 de dezembro de 1813 e
•X jaz na capella mor da cathedra], no pres-
bjderio, junto á sede episcopal.
Fòra nomeado seu successor D. frei
Joaquim de Xossa Senhora de Xazareth
( Vide a ephem. de 1 de setembro de 1851).
— Decreto nomeando o conde de S.
Paio, Manuel Antonio de S. Paio, goN'er-
nador e^capitão general da capitania do
Pará e Rio Negro.
, — Decreto nomeando Antonio Josd da
França e Horta governador e capitão ge­
neral da capitania de S. Paulo.
1801—Manuel Vieira de Albuquerque
e Tovai* toma posse do governo da ca­
pitania do Espirito Santo, subordinado
ao da Bahia. Só em 1810 é que. por de­
creto de 13 do setembro, ficou aqueüa
capitania, quanto ao militar, indepen-
uente da da Bahia. Tovar succedcra ao
dr. Antonio Pires da Silva Pontes Leme.
1812—Por decreto d’esta data confere-
se a D. Anna Francisca Maciel da Costa,
por sua vida, em attenção á franqueza
com que ella e seu falleeido marido o
coronel Braz Carneiro Leão concorreram
para as urgeiicias do Estado com seus
cabedaes, o titulo de haroneza de Cam­
pos (dos Goytacazes), que. elevado a vis­
conde, foi depois dado a seu filho Jose'
Alexand)‘e Carneiro Leão.
1822—0 major João José ‘ da Cunlia
Fidié, commandante das armas do Piau-
hy, que havia partido da cidade de Oey-
ras, então capital da provincia, á frente
de forças sufllcientes pai‘a sufibear o
movimento revolucionário que na villa
de S. Joao da Parnahj-ba havia procla­
mado a independencia do Império.acam­
pa a um quarto de legua d’esta villa,
que já encontra tranquilla pela fuga. dos
independentes para a Granja, no Ceará,
e oílicia ao senado da camara sobre o
assurnpto que alli o conduzia (Vide as
2S)':
ephem. de 0 de dezembro de 1821 c de 14
de novembro dé 1822).
1840—E’ prcconisado bispo de Man'an­
na pelo papa Gregorio X\T o padre Car­
los Pereira Freire de Moura. Diz-se to­
davia que 0 papa o não confirmara (Vide
a ej)hem. do 18 de abril de 1820).
O padre Moura falleceu em Minas , I - ■;
em 1842.
CL:.'.;
1851—Combate de Tonelero.
DEZEMBRO—18
1661—A camara da cidade do Rio de Pr
Janeiro, na ausência do governador Sal.
vador Corrôa de Sá, que se achava em
S. Paulo, não querendo obedecer ao pro­
posto que elle deixára em seu logar,
prende-o, nomeia outro governador, e
escreve á camara de S. Paulo convi­
dando-a a imital-a e ajudal-a, fazendo o
mesmo ao governador que lá se achava.
Os paulistas porém, fieis ao governo esta­
belecido, ofi'erccerám-se a Salvador Corrêa
para o acompanharem ao Rio de Janeiro 1!
e fazerem respeitar a sua auctoridade
(Aide a data de 11 de abril de 1661).
1683—Carta regia prohibindo a funda­
ção de conventos no Brazil, sem licença
regia.
1739—Francisco Xavier de Miranda
Henriques, governador da capitania do
Rio Grande do Norte sujeita á de Per­
nambuco, toma posse do governo e
exerce-o até ser substituido em 30 de maio
de 1751 por Pedro de Albuquerque e íi‘ E
Mello.
1752—Fallcce o 5 .“ bispo do Alaranhão,
D. frei Francisco de S. Thiago, na em­
bocadura do Igaraçú, denominado Caja-
pió, sendo transportado o seu cadavei"-
para a cidade de S. Luiz e sepultado no
dia 20 na capella-mór da cathedral, no
presbyterio, junto á sede episcopal.
Pertencia á ordem dos I’eligiosos me­
nores de S. Francisco da provincia de
Portugal e nascera no arcebispado de
Braga. Era lente jubilado de theologia.
 m
29S EPHEMERIDES NAGIOXAES
if'-
V‘jri;K- '■
examinador synodal das tros ordens mi­
litares: deputado da Bulla da (Jruzada
e -visitador apostolico da Custodia de
S. João^Evaag-elista das ilhas dós Açòre'^,
IP:;
1 desmembrada da dos Alparves, (luanílo
foi a])resentado e_conflrmado bispo do
Maranhão em 1743, reinando D. João V
e sob 0 pontificado de Benedicto XIV.
Clicgára á sua diocese a 2 de julho de
1717.
'Ï ï i î . O general Abreu e Lima não menciona
0 nome d’este prelado, e o visconde de
Porto Seguro indiOa a data de i4 de
julho- d’este ultimo anno como a da sua
l)Osse, que. entretanto, não vem mencio­
nada no Roteiro ãos Bispados.
fô''
1773—Toma posse do governo ixastoral
da sua diocese D. Barthoiomeu Manuil
Xlendes dos lieis, 3° bispo de Marianna
(Vide a ephemsrideúe, 8 de março de 1772).
Este prelado falleceu cm Lisboa, sem
m :.' ter vindo ao seu bispado, a 7 de março
de 17'J9, com 7^ annos, 6 mezes c 22 dias
de edíide. como se verifiCa da Gazeta de
Lisboa, de 12 d’aquolle mez o anno.
il
''lï^
Clérigo secular do habito de S. Pedro,
natural de Portugal, fora nomeado por
D. José I e confír.mado por bulla de Cle­
mente XIV de 8 de março de 1772, dei.
xou-se ficar no reino. Obrigado pore'm,
seis annos depois de sagrado, a vir re'
gcl-o, desistiu do encargo.
O seu successor. D. frei Domingos da
Encarnação Pontevel, falleceu a 10 de
t
junjio de 1793 (Vide essa dada), c não de
1797, como diz o Roceiro dos Bispados.
Tinha 71 annos de edade.
1S24 — Installa-se na cidade do Recife
acommiSsão militar que tinha de julgar
os implicados na revolução (jue Manuel
de Carvalho Paes de Audr.ule dirigira e
j)roclainára em meiados d’este mesmo
anno, a ephemera Republica do Equador
(Vide as rphem'. de 2 e 24 de julho e de
12 de setembro).
Eis a portaria que a mandou iustallar:
« Auctorisarulo ine S. M. o Imperador
para nomear os vogaes e juiz relator,
;>
que devem compor a commissão militar,
em conformidade das cartas imperiaes
de 20 e 27 de julho do corrente anno,
tendo o , mesmo augusto senhor ouyjdo
par.j. este fim o seu conselho de estado ;
em observância das mesmas ordens, no­
meio 0 sr. Salvador José Maciel, coronel
eflcctivo do corpo de engenhe ros, vogal ;
0 sr. condC' de Escragnoile, coronel gra­
duado e commandante do 4.'’ batalhão de
caifadores da córte, vogal e serviní do
inten-ogante ; o sr. Miinuel Antonio
Leitão Bandeira, coronel graduado ..e
commandatite do 3,° batalhão da corte,
vogal; 0 sr. Francisco Vicente de Souto-
Maior, tenente-coronel commandante do
2.° bataliião do caçadores da côrte, vogal;
0 sr. desembargador Thomaz Xavier
Garcia para juiz relator.
« Pefiacio do governo de Pernambuco,
cm 18 de dezembro de 1824.—Fraúçisco
de Lima e Silça. ?> (Vide a ephemeriUe
de 20). •
IgÔ^- Falleçe no Rio de Janeiro o in­
signe pianista e com[)Ositor americano
Gottschalk. '
DEZEMBUO—19 '
163]—Capitulação d i fortaleza do Ca-
bedello na Parahyba. occupada logo pe­
los hollandezes.
Fatigado 0 puniiado de valcníes que a
defendiam do rigorc^o sitio qual he havia
posto 0 ininúgo, cominandado pelo gene­
ral Segismundo, touvio já visto c.diircm
nioitos82 dos seps, com 103 feridos, es-
tandq a doits dias sem ter nem quem ma­
nobrasse a artilharia, poV ter sido ferido
no queixo, como o seu predecessor, o
novo commandante Ehuncisco Peres do
Souto, bahh s de mantimentos c muni­
ções, sem esperança de prornpto soccor-
ro, sem parapeitos o forte e com toda a
sua artilharia quasi desmontada, não ti­
veram outro alvitre a escolher sinão
cntrcg'al-a ao inimigo, não sem ter, mes­
mo assim, feito todas as tentativas para
 EPIIEL'ERIDES NAC1ÜXAES 29t>

mplhorar as condições que este llie im- 1853—Tnaugiira-se ollicialmento a pro­

l)unlia pelo direito do mais forte. víncia do Paraná, novamente creada,
A guarnição pois rendeu/se com as tendo por capital a cidade (ie Curjtiba.
lionras da guerra que poude alcançar, Foi seu primeiro presidente e (undador o
sahindo com as bagagens, bandeiras des­ conselheiro Zacarias de. G(5es e Vascon- ' ■'I' ■.15
pregadas, morrões accesos, bala em cellos.
bocca e toque de caixa. O território da nova provinciapertencia Wr:- ■*■!;,
Quando D. Fernando de la R.iba á antiga capitania hereditaria dè Santo 1’ í ã ■' ' i ;

Aguero. mandado pelo conde de Ba- Amaro, que se estendia ate' ás immedia.
gnnolo com 2.j0 homens para distrair o ções da Laguna ou terras de Santa Anna.
■É l' .
inimigo, chegou ás cercanias do forte, Pero Lopes de Souza, seu donatario e ■ ■k'
já achou arvorad a a bandeira holiandeza irmão de álartim Aífonso de Souza, nunca
nas suas derrocadas muralhas. No dia pòde visital-a depois da merecida doação
seguinte o seu governador Antonio dc que d’ella tivera cm 1534, pois morreu
Albuquerque, chamado.á cidade da Para- no anno de 1539.
hyba para conferenciar com Bagnuolo, Depois da proclamação da nôssa inde-
vinha retomar o seu postq, quando soube pondenci 1, o povo requereu c a As<em-
na eimiida de Nossa Senhora da Guia da bléa geral, por lei de 29 dc agosto d’este
rendição do forte. anuo de 1853, co:;ceclou-lhe os\fóros dc
O fortim de Santo Antonio, situado prcvincia com o nome, que hoje tem, de
na margem fronteira, comniandado pelo Paraná.
capitão laiiz de Magalhães, apenas r.'- A lei n. 1 de 2(1 de julho de 1851 fixou
sistiu quatro dias mais : capitulou com a cidade' de Curitiba para capital da
as mesmas clausulas que o do Cabedello. província. Curitiba já gosava dos fóros
Rendidos assim os fortes, conheceu de cidade, concedidoe p-:la lei provincial
não sü Antonio de Albuquei’que, como os de S. Pa,ulo n. 5 de 5 de fevereiro
moradores da capital, que esta não pode­ de 1842.
ria apresentar defensa alguma, e andou
aquelle procuitando, mas emvão, uma DEZEMBRO— 20
paragem apro]U'iada onde estabelecesse
e fixa.sse um arrayal, do qual pudesse 1678—Ba;ulo mandado pubLcar na villf^
incommodar o invasor. Reconhecendo dc S. Paulo e em todas as mais da ca­
então que já de nada podia servir na pitania. dando perdão aos ci iminosris que
Parahyb i, foi apre.sentar-se a'Matiiias de andavam foragidos, excejitu os de lesa
Albuquerque, còm Bagnuolo e Martini magesladc divina 'o humana, para que
Soares Moreno, quo estava de guarnição se api'csentassem aüm de fazerem parte
110 Cunhaú. da força com que D. Rodrigo de Gastello
0 hollandez tomou plena' posse da Branco, administrador igerivl das minas,
capital da Parahyba .no dia 21, c inten­ tinha do ' entrar peio sertão no desem­
tou mudar-lhe o nome de Ftiippda para penho da sua commissãQ. o descobri­
0 de Frederica (Frederikstad), em honra mento de jazidas de nietaes e pedras
do stathouder da Ilollanda Frederic* preciosas.
lien ri : mas tal nome •ficou, do mesmo
modo cjue o primeiro, só no papel.
1686—Ladça-se a pedra fundamental
do coiivemo do S. Francisco, da cidade
L .1
Submettida a Parahyba, resolveram d.i Bahia. 0 acto realisa-se cOin toda a
os hollaiulezes oceupar todo o território soleuinidade, tomando a p irte principa
intermédio ate' o Recife, tarefa (ie que nelle o governador e capitão genera
incumbiram o coronel Arcizewski. marqiuv. da.s Minas. Era provincial da

I
 300 e p h e m e r id e s n a c io n a e s

oi’dem frei Domingos do Loreto e guardião que têm de ser processados, determinou
Í rei Tiiomaz da Apresentação. 0 presidente d’ella que viessem a per­
I t i l —BwWÿ. Immensa Pastonim Prín­ guntas, as quaes foram feit is pelo of­
f’ M cipes, expedida pelo papa Bénédicte XIV, ficial interrogante o coronel conde de
condemnando as atrocidades commet- Escragnolle ; sendo o primeiro d’elles o
tidas pelos regulares da Companhia de ^éu frei Joaquim do Amor Divino Caneca,
Jesus nos dominios ultramarinos por- o qual foi interrogado da maneira que
tuguezes. :
segue: do que fiz este termo, eu Tho-
1810—Fallece no Pará o seu O.- go­ maz Xavier Garcia de Almeida, juiz
vernador Jose Narciso de Magalhães de relator o escrevi.
Menezes, cujo governo começára a 10
de março íle 1806. Interrogato)'io do réo Fr. Joaquim do
Fôra este governador quem organisára Amor Bicino Caneca
na cidade de Belém a expedição de Foi perguntado como era o seu nome,
900 homens, que no di i 11 de janeiro naturalidade, estado e idade.
de 1809 se apoderou da colonia franceza Respondeu, que se chamava Frei Joa­
de Cayenna, por capitulação do seu com- quim do Amor Divino Caneca, natui-al
mandante, o general Victor ílugues d’esta cidade do Recife, estado de reli­
rVide a ephemeride de 28 de agosto gioso carmelita turonense, idade de 45
1 ' de 1817, 2 .“ I), I annos e 5 mezes.
Succede-lhe interinamente no cargo o « Foi perguntado, se sabia ou suspei­
bispo diocesano D. Manuel de Almeida tava a causa de sua prisão.
de Carvalho, tendo por adjunto? o brir « Respondeu, que fôra preso por se
g'adeiro Manuel Marques d’Klvas Por­ achar na divisão das tropas, que d’aquj
tugal e 0 desembargador ouvidor da marcharam para o interior da provincia.
comarca Joaquim Clemente da Silva na oceasião em que entrara o exercito
Pombo. imperial.
O conde de \ illa-Flór, que falleceu « Foi perguntado, se nunca propa­
duque da Terceira, s<3 assumiu o govern^ gara, ou publicara idéas, ou escriptos
etlectivo d esta capitania a 19 de outubro subversivos da boa ordem.
de L817 (Veja essa data).
a Respondeu, que fôra redactor do
1821 Installada no dia 18 (Vide essa periodico intitulado Typhis, em o qual
data) na cidade do Recife a junta ou se contem as idéas que elle propagara,
commissão militar, que tinha de julgar as quaes eram as mesmas que havia lido
os òompromettidos n i revolta denomi­
em outros periódicos mesmo na çórte;
nada da Confederação do 'Equador, ce­ e que não havendo nunca sido chamado
lebra-se a súa primeii'a sessão, sendo a jurados, se regulava pela lei que então
inteiiogado o afamado frei Caneca, uma existia sobre os abusos da liberdade de
das mais illustres vicíimas d'esse movi­ imprensa, dirigindo-se sempre ao minis­
mento. Aqui damos a acta que lhe diz tério, todas as vezes que atacava os des­
respeito, não só como um documento mandos públicos.
historico, mas como um specimen dos « Foi perguntado, se nos ditos seus
actos d’essa natureza:
escriptos não havia disseminado idéas
« Aos 20 dias do mez de dezembro tendentes a promover a desunião das
de 1821, primeii-a sessão d’esla commissão províncias, e atacar a integridade do
militar, achando-se reunidos todos os império, quando taes princípios se não
membros d’ella, e havendo-se já em sessão achavam estampados em algum periodico
preparatória mandado avisar os réus da córte.
 EPÎIEMERIDES NACIONAES
« Respondeu, que lhe parecia, qitg
nenhumas ideas d’es'ta nature.ca elle tinha
manifestado em seus esm-iptos; e se
alguma proposição existir d’onde isso
se possa colligir, só a elle mesmo com­
pete interpi-etal-a.
(c Foi-lhe perguntado, se não havia
concorrido directa ou indirectamente
para a eleição e conservação na presi­
dência da provincia de Manoel de Car­
valho Paes de Andrade, contra as ex­
pressas ordens de S. M. Imperial.
« Respondeu, que não interviera para
a sua eleição, por quanto fora esta feita
pelos eleitores de parochia; e quanto á
sua eonservação, sendo chamado para
um conselho, como membro do corpo
litterario, ahi emittira o seu voto, o
qua! coí-rc impresso, e a elle se reporta,
conforme nelle se contém.
a Foi perguntado, se não havia coope­
rado de alguma sorte para o plano da
confederação do Equador proclamada por
Manoel de Carvalho, e que ia arrancar
pelos fundamentos a integridade do im­
pério brazilciro.
« Respondeu, que nunca tivera idéa,
neiii nunca ouvira fallar de semelhante
confederação, senão quando chegara ao
sertão, onde vio algumas proclamações
do Filgueiras a este respeito: e tão só­
mente fallou em seu periodico da união
de algumas provindas do norte para o
flm de se opporem á invasão da expe­
dição portugueza, que S. M. imperial
havia annunciado na oceasião demandar
retirar o bloqueio, recornmendando-nos
que nos defendessemos delia.
« Foi instado, se dizendo elle que não
havia nada cooperado para o plano da
confederação do Equadoi’ como é cjue
havia publicado em os numeros... do seu
Typhis, algumas bases que parecia,« ter
applicaçao áquella fórma de governo
republicano.
« Respondeu, que sim, publicara essas
bases, mas que além de ser um papel,
que lhe foi dado pelo mesmo Manoel dc
301
'ill
Carvalho para o publicar, não o fez com
alguma intenção determinada, mas sim
como maximas geraes para qualc[uer
governo, que se quizesse constituir.
a Foi perguntado, se havia contribuido
para se não acceitar o projecto de cons­
tituição ofierecido por Sua Magestade
Imperial aos povos desta provincia.
« Respondeu, que sendo chamado pela
camara para dar o seu parecer sobre
esta matéria, o seu voto fora que-se não
acceitasse tal projecto; referindo-se cm
tudo o mais ao dito seu voto, que consta '•'V
dos livros da camara, ou que corre im­
presso.
« Foi perguntado, se trabalhou de al­ 'é í
guma sorte para que sc atacasse e fizesse
resistência ao exercito cooperador da
boa ordem.
« Reápondcu, que quando ainda esta­
vam em Barra Grande as tropas do mor-
gado, sendo chamado a conselho para
deliberar, se devia ou não atacar aquel-
^as tropas, dera elle réo o seu voto para
que se atacasse, e isto pela razão de ter
oíficiado 0 major Pitanga, dizendo que 3
0 morgado fizera*uma proclamação, em
que dava vivas á união da familia por­
tugueza.
« Foi perguntado se havia dado algum
passo para que se fizesse resistência ás
tropas de S. M. Imperial, com a chegada
das quaes havia cessado o pretexto de
se atacar a divisão da Barra Grande.
« Respondeu, que nenhum facto pra­
ticou d’onde se podesse isto deduzir.
« Foi perguntado, si elle não tinha-se
encorporado com a força rebelde, que
se oppoz á entrada do exercito coope­
rador ; e se não a havia acompanhado
até 0 ponto de ser subjugado pela tropa
expedicionária com mandada pelo major
Lamenha, e pelo qual fòra remettido
preso.
cc Respondeu que sim, havia acompa­
nhado a dita tropa ; mas que os motivos,
que tivera para isto. os queria dar por
escripto, pois que faziam objccto da sua
 EPHEMEPJDES NACIONAÉá

clefeza, qiie apresentaria em vinte e nezEMBRO —21

quatro horas.
« Foi perguntado, se não tinha elle 1023—Parte do Texel a primeira expe­
praticado algum facto, pelo qual se possa dição organisada pelos hòliandezes desde
colligir alguma intenção de sua parte de 3 de junho de 1621, para a conquista do
se oppôr á entrada da expedição da coi’te, Brazil, por conta da Companhia das
como é quo andava, e de então para cá, índias occidentaes e para esse flm pre­
sem habito, e ve.stido de jaqué de guer­ parada pelos principaes negociantes de
rilha. Amsterdam. Outras duas partes da mesma
K Respondeu, que não andou com armada largaram poucos dias depois dos
jaqué de, guerrilha, mas sim com jaqueta portos de Meusa e de Goréa, no mesmo
' de chita, que trazia por baixo do habito; paiz (Hollanda'.
P4í': 0 qual havia tirado na marcha do Cabo Esta esquadra compunha-se de 23 na­
para o Recife, e se perdera, por ir na vios grandes e 3 pequenos hiates, com
garupa de um cavallo, que desapparecen. cerca do 500 bocas de fogo, guarnecidos
« Foifiualmente perguntado, se tinha por 1,600 marinheiros e tendo a seu
•'!tl alguma cousa ma;is que allegar e dizer em bordo 1,700 homens de desembarque.
sua defeza. ^ Commandava esta considerável força
« Respondeu, que nada mais tinha que naval o almirante Jacob Willeckens, na­
dizer, visto que ,lhe era pérmittido dar a tural de Amsterdam, tendo como vice-
sua defeza por escripto; mas que, como almirante a Pieter Pieterszoon Heyn.
se achava succumbido pela natureza do O coronel Johan van Dorth, senhor de
tribunal, e também pela qualidade dos Horst e Pesth, commandava as tropas
juizes, que eram militares, talvez sem os de desembarque c fora nomeado gover­
■pi necessários conhecimentos das leis jurí­ nador do paiz que se ia conquistar.
dicas, re'queria que lhe fosse facultado Antes de. partirem tinham os judeus
'•Í consultar com um letrado no formalisar aqui estabelecidos ministrado aos almi­
de sua mesma defeza, que o coadjuvasse rantes hollandeze^ as mais exactas in­
nelia: e assim deu a commissão por formações sobre a situação do Brazil:
acabadas as perguntas, as quaes sendo em sua totalidade desejavam os infõr-
lidas ao réo, achou estarem conforme mantes que passassp o jaaiz ao dominio
ao qnc tinha respondidd; pelo que assi_ da Hollanda, por causa da tolerância
gnou com o coronel interrogante: e eu religiosa que os governos hespanhol e
Thomaz Xavier Garcia de Almeida, juiz portuguez não admittiam. ,,
relator o escrevi,—Gonrfé de Escragnolle, Apezar do segredo que se guardou
coronel interrogante — F r. Jdaquim do ácerca do destino da expedição, soube-se
Amor Divino Cq,neca. d’elle em Bruxellas e em Lisboa. Da
1825— Chegam ao Rio de Janeiro os primeira d’estas cidades, onde reinava a
allemães contractados para o serviço mi­ infanta Izabel, transmittiu logo ella esta
litar. , importante noticia | para a corte de
1828—Tratado de amizade, navegação Madrid, onde ponco abalo causou. Gaspar
G commercio entre o Brazil e os Raizes de Gusmão, conde-duque de Olivares,
Baixos (llollanda'. favorito e primeiro ministro dojoven rei
1871—‘Creação da Bibliotheca ]\Iunicipal de Hcspanha Felippe IV, desprezou o
de Campos, ordenada pela lei provincial aviso, quer por não o acreditar verda­
n. 1650 da presente data; para a süa deiro, quer plorquc o enfraquecimento de
execução expediu-se o regulamento de Portugal, que elle tratava como província
1 .“ de-março de 1873. conquistada, entrasse já nas suas vistas?
 EPHEMERIDE3 NAOIONAES
não pensando de certo nas consequências
que traria ás possessões hespanholas a
perd.i da colonia portugueza. FAnquanto
assim vacillava ou se mostrava incrédulo
0 ministro hespanliol, partira a esquadra
hollandeza ao seu aventuroso destino.
1629—Chegam á illia de S. Vicente
mais alguns navios da esquadra hollan­
deza que vin|ja á conquista de Pernam­
buco {Vide maio 17). Acham-se então
reunidos 52 vasos, entre grandes e pe­
quenos, e mais 13 pinaças.
' O sr, José de Yasconcelld’s nas suas
Datas cclébrcs dá os nomes, capacidade,
armamento e tripolação de cada um.
-Havia ainda mais dois navios que
capturaram cm caminlio. No dia 26
fazem-se de vella para o seu destino-
ficando na ilha o hiate SaZm, para esperar
os retardados e indicar-lhes o rumo que
a esquadra tomara.
No começo d’esl^e mesmo anno entrou
na bahia de Todos os Santos uma ar­
mada da mesma nação composta de 9
grandes navios e 3 hiates. commandada
pelo almirante Adrian Janszon Pater, a
qual, não achando no porto navio algum
que aprisionar, sahiu logo sem hostilisar
a cidade, seguindo o rumo das índias
Occident les.
1771—Carta regia modificando as dis­
posições ordenadas por outra de 19 de
junho de 1761, ciue mandava extinguir
em Goyaz a raça muar sob o pretexto
(}e favorecer aos criadores e ao com-
mcrcio.
Os clamores que produziu n’aquella
capitania tão absurda disposição, deu
causa ~a esta nova ordem, que é assim
concebida:
« João Manuel de Mello, governador e
capitão general da caiutania de Goyaz.
Amigo. — Eu, el-rei, vos envio muito
saudar.—Tendo mostrado a experiencia
a muita utilidade que se segue ao com-
mercio do serviço das bestas muares,
3U3
principalmente nas comarcas de Minas,
onde de annos a esta parte se tôm intro­
duzido pai'a os transportes e c nducções I
i ?Vvl
dos mercadores, com preferencia, os
cavailares: havendo d’estas nos- sertões I l
da Bahia, Pernambuco e Piauhy tão
grande copia que antes da introducção
das muares so com a sahida é que mu­
daram para as Minas,,«e enriqueceram
os moradores dos referidos sertões ; ao
mesmo tempo que nas minas, notoria­
mente mais uteis. para o dito serviço,
'M'V' f
di
não tem liavido o,té o 'presente a ahun-
dancia qvc se necessita:—sou servido
mandar promover n’essa capitania a
criação das bestas muares, em utilidade
dos meus fieis vassallos e ehi beneficio
do commercio, que nellas lucra a facili­
dê ■((d?(jj
V' 1
dade e commodidade das conducções,
« E para acautelar que, entregados
inteiramente esses moradores á criação
d’estas bestas, desamparem de sorto a
criação fios cavailares, que venham estos
a f iltarem para os viandãntes e para a
remonta das tropas: Ilei por bem que
. os criadores sejam obrigados a terem ao
meacs a sexta parte de éguas coqi seus
cavallos, pena de lhe serem tomadas
todas as bestíis muares que tiverem de
criação, e de pagarem em dobro o sen
valor, tudo para quem os denunciarem,
ou assim o não observarem. U que intei­ ' 7^
I1f *;. Is
ramente fareis executar.
« Escripta no palacio de Nossa Senhora
da Ajuda, a 22 de dezembro de 1771.
■I
—REI.»
1807—Aporta á sua diocese no dia 13
e assume na presente data o exercido
' do seu cargo o 13.° liispo de Pernam.buco
D. frei José Maria de Araujo, natural do
Lisboa, da crdem de S. Jeronyrno (Vide a
ephemeride de 21 de setembro do 1808).
Para succeder-lhe no cárgo foi eleito
a 25 de abril de 1810 (Vide essa data)
I). frei Antonio de S. José Basios, bene-
dictino, confirmado por bulla de 5 de
março dc 1815 do pontiíice Pio VII.
1825—0 governo do Brazil declara cm
 EPIIEx^íERIDES NACIONAES
estado de bloqueio a cidade de Buenos.
Ayrcs e suas dependencias.
’ ,1 Recusando D. Pedro I j’csiituira Banda
Orienta] comò parte integrante das pro­
víncias Unidas do Rio da Pi-ata, resol­
vera 0 governo argentino proteger o
movimento revolucionário dos emigra­
dos orientaes que, em numero de 33. des­
embarcaram na Banda Oriental a 25 de
abril, achando-se dentro de pouco tempo
armados mais de dois mil, que obtiveram
em Sarandy considerável vantagem sobre
BeOiO iVianuel Ribeii'o, que apenas tinha
ás suas ordens mil homens mal montados.
Essa victoria decidiu o governo de Bue-
nos-Ayres a notificar ao de S. Christovão
que 0 Congresso reconhecia a Banda
Oriental de facto incorporada á repu­
blica das Províncias Unidas. Tomada
a nota argentina como declaração de
guerra, o governo imperial publicou a
10 de dezembro iim manifesto, expondo
as razões que tinha pai’a também abrir
hostilidades contra Buenos-Ayres. Esta­
beleceu em seguida o bloqueio dos por­
tos argentinos e dos que na margem
oriental oecupassem as tropas buenay-
lenses. o commandante da esquadra
imperial Rodrigo José Ferreira foi o en­
carregado d’essa missão.
^1835—Inauguração solemne da Impe­
rial Academia de Medicina no paço da
cidade do Rio de Janeiro, sob a presi­
dência do entao ministro do império o
sr. Antonio Paulino Limpo de Abreu,
hoje visconde de Abaete, em presença
do impei ador, que entao tinha dez annos
de edade, da corte e de um grande con­
curso de pessoas gradas.
Esta academia começára por uma sim­
ples reunião de medicos e cirurgiões,
effectuada no dia 28 de maio de 1829,
sob 0 titulo de Sociedade de ílledicina do
Rio de Janeiro^ titulo que llie confirmou
0 decreto de 13 de janeiro de 1830 : foi
installada com essa denominação a 21
de abril do mesmo anno. Mais tarde.
por decreto de 18 de maio de 1835. deu-
se-lhe o nome e categoria que hoje tem.
^^•^'—F^llece 0 senador pela província
do Maranhão Patricio José de Almeida
e Silva, escolhido pelo primeiro impera­
dor a 22 de janeiro de lS2ò c que a 8 de
maio do anno seguinte tomára posse da
sua cadeira no senado.
18Ò8 Ataque de Lomas Valentinas
[Campanha do Paraguay).
Os resultados deste importante feito
darmos, dirigido pcssoalmcnte pelo ge­
neral em chefe marquez de Caxias, e em
que tomaram parto os generaes José
Luiz iNlenna Barreto e barão do Trium-
pho, foram a juneção do grosso do nosso
exercicio com a força que fleára em
1 almas e o isolamento da guarnição de
Angustura do resto do exercito para-
guayo.
1878 Inaugura-se a linha telographica
de S. .José de Peruhype (Bahia), a Mu-
ciiry (Espirito-Santo), com a extensão de
26,900 kilometros.
1879—PMIlece no Rio de Janeiro d®
uma encephalite o dr. José Bento da
Rosa, lente jubilado da cadeira de pa-
thülogia externa da PLaculdade de Me­
dicina da mesma cidade. Contava 71
annos de edade.
dezembro — 22
1617—Assume o governo geral do es­
tado 0 conde de Villa Pouca de Aguiar,
Antonio Telles de Menezes, que viera
commandando uma esquadrado 12 galeões
que a córte de Lisboa mandara ao Brazil,
recciando se pela segurança da Bahia,
cubiçada pelos liollandezes.
Foi 0 vigésimo dos governadores d’essa
capitania pela ordem chronologica e
occupou 0 Cargo pelo tempo de dois
annos e treze dias, até 4 do janeiro
de 1650, em que o substituo o conde de
Castello-Melhor.
Quando Telles de Menezes, terminado
0 seu tempo de governo, voltou para o
1
liPHEiMERIDES NAOIONAES
reino, apanhou o. navio em que ia vio­
lentíssimo terp ora l, sossoljrando nas
costas de Buat cos c perecendo o gover­
nador nas ondas. Outros navios da mesma
fiota soffrei'am também as consequências
d’este temporal.
1618—p undação da villa de Alcantara
na capitania do Maraniião, tres legiias
ao nordeste da cidade de S. Luiz, en" um
teu eno elevado chamado pelos indigenes
Ta]nii-Tapera. Foi seu fundador o dr. An­
tonio Coelho de Carvalflio. a quem el-rei
doára cincoenta e seis léguas de costa
entre a hahia de Cuman e o rio Pindaré.
1652 Tumulto popular na capital do
Pará. por ter querido o governador ca-
pitão-mór Ignacio do Rego Barreto de­
clarar hvres tolos os indios, até então
possuídos como escravos. O governador
intentara pôr em execução um dos capí­
tulos do regimento que lhe fora dado
quando viera provido no cargo.
Para apaziguar o motim ordena o
capitào-mór a suspensão da m dida até
lesoluçao da corte, mas determina que,
emquanto não se decide a duvid i, todos
os indígenas se conservariam por admi-
ni.vtiuçao sob o titulo de libertos, e que
d alii em diante seria rigorosamente per­
seguido todo aquelle que intentasse novos
restates ou compras d’elles.
Esta delibe ação acalmou o tumulto.
1731 — Lei declarando que todos os
diamantes e pedras preciosas que foi-em
achados nas minas do Brazil, de 20 qui­
lates para cima. pertenceriam á coroa e
seriam remettid )s logo para Lisboa,
dando-se 4003 a quem os achasse e al-
foiIia, sendo escravo, sob penado con­
fisco e perda das ]iedras achadas para a
fazenda real.
iNeste anno de 1 /34 o paulista Domingos
Rodrigues do Prado descobre e funda o
arraial de Crixás, nas minas de Goyaz.
Neste mesmo anno sahem de Coyabá
os irmãos sorocabanos Fernando Paes de
305
Barros e Arthur Paes e descobrem as
ricas minas que demoram junto ao rio
Guatera, um dos aftiuentes do Guaporé,
oiiundo das fraldas do S, Francisco
Xavier, onde levantaram um templo sob
essa invocação. Teve assim começo a
povoação de Matto-Grossa.
1795 Alvará elevando á categoria de
parochi.i a igreja de Nossa Senhora da
Assump';ão d l villa de Benevente, na
capitania do Espirito-San to.
O aldeiamento de indios de Rerityba,
criado de L565 a 1567 por José de An­
chieta, é a origem de Benevente, que foi
elevado ao predicamento de villa por al-
vai á de 1 de janeiro de 1759.
180S — O .príncipe regente, depois
D. João \ I, concede aos conegos da ca-
pella real do Rio de Janeiro o tratamento
■m
de senhoria.
1814-Fallece na cidade da Bahia o
conego José Telles de .Menezes, deixando
em testamento a casa nobre de sua resi­
dência para que nell i se estabelecesse o
seminário, que intentava fundar naquelia
cidade o arcebispo D. frei Francisco de
S.Damaso, Feitos os arranjos necessários
deu-lhe o arcebispo estatutos e uma quota
para a sua manutenção. Os mancebos í;|
pobres, que teriam de aproveitar-se de
tão util estabelecimento, deviam ser sus­
tentados pelo cofre das ouras pias do
arcebispado.
/1824—Segunda sessão da commissão f - 'i ■
militar installada na cidade do Recife
para julgar os réus •da revolução que
proclamara a ephemera Republica do
Equador (Vide as epiiemerides de 18
e de 20;.
Foi consagrada esta sessão ao depoi­
' ‘ ’.'ti
mento das seguintes testemunhas: Isi­
doro Martins Soriano, natural de Por­
tugal, deputado da junta de fazenda;
José Maria de Albuquerque Mello, na­
tural de Portugal, escrivão da cam ira
da cidade do Recife ; José Joaquim de
Carvalho, natural do Rio cíe Janeiro,
physico raér da provinda e primeiro
20
 EPHEMERIDES NACIONAES
medico do hospital militar; Caetano Fran­
cisco Luinachi de Mello, natural da ci­
dade do Recife, escrivão proprietário da
meza grande da alfandega; João Baptista
Pereira Lobo, natural da cidade do Re­
cife, feitor da alCandega de algodão; An­
tonio Borges Leal, natural da illia Ter­
ceira, coronel graduado e ajudante do
ordens da província; Manuel Jose. Martins,
natural do Recife, tenente-coronel etfe-
ctivo e ajudante do governo da pro­
víncia, e Manuel Correa Maciel, natural
da cidade do Recife, oflicial-maior da
junta da fazenda.
Os depoimentos de todas estas teste­
munhas foram vagos, sem força alguma
jurídica ealguns até favoráveis aos réus.
Entretanto a iniqiia commissão militar,*
melhor Se dissera commissão de assassi­
nos, condcmnou á morte o illustre patriota
frei Joaquim do Amor Divino Rehello
Caneca e o valente capitão do hatallião
de Ilonriques, o preto Agostinho Bezerra
Cavalcante, e como para maior escarneo
mandou escrever no começo da acta
d’esta sessão o seguinte: « e querendo
a commissão obter uma melhor base
d'este conhecimento criminal, para com
mais segurança pronnnciar sobre elle o
seu ju izo final, deliberou que se inque-
risse um summario de testemunhas
idôneas, e coems ao tempo dos factoÿ
ar guidas.■>i
1861—Encerra-se solemnomente a ex­
posição industrial e agrícola da provincia
do Rio-Crande do Sul, distribuindo-se
nessa occasião os prêmios conferidos.
1861—Fallece na*cOrte o dr. Antonio
Ferreira Pinto, lente cathedra tico da
Faculdade de Medicina da mesma ci­
dade.
Foi sepultado no cemiterio de S. João
Baptista da Lagòa.
1868—Os generaes chefes dos exercitos
da triplice-alliança dirigem se oíficial-
mente ao dictador Lopes, intimando-o a
render-se para evitar o derramamento de
mais sangue [Campanha do Faraguag).
Depois da brilhante victoria das forças
alhadas em Lomas Valentinas, que, en­
tretanto, não decidiiix da acção, cercado
0 proprio dictador no reducto em que se
intrincheirára e onde, passada toda a
noite em armas, apezar da chuva que
cahia, é força confessar que não se pode
dizer o que será mais digno de admira­
ção : si a tenacidade do ataque, si a per­
tinácia da defeza... parecia curial que o
dictador aceitasse a proposta feita; mas
a sua cegueira continuou a dominal-o
para só terminar o lugubre drama do
aniquilamento de um povo no lodaçal do
Aquidaban.
Lopes regeita formalrnente a intima­
ção.
1871—Toma posse do cargo de biblio-
thecario da Bibliotheca Nacional do Rio
de Janeiro o sr. dr. Benjamim Franklin
Ramiz Galvão, nomeado por decreto de
11 d’este mez e anno.
Succede a frei Camillo de Monserrat e
é 0 6.° director d’esse importante estabe­
lecimento.
1ST9—Assigna-se em La Paz, capital
da Bolivia, um aceordo entre o Brazil e
aquelle estado para a reciproca exe­
cução de cartas rogatórias.
Assignam-o por parte do Império o
sr, dr. Leonel Martiniano de Alencar,
ministro residente, e da republica D. Sc-
rapio Rejms Ortiz, ministro das relações
exteriores e presidente do conselho de
ministros da Bolivia.
Foi esse aceordo promulgado no Im.
perio por decreto de 15 de outubro de
1880, assignado pelo sr. conselheiro Pe­
dro Luiz Pereira de Souza, ministro dos
negocios estrangeiros no gabinete Sa­
raiva.
DEZEMBRO—23
1581—0 padre Manuel de Paiva, su­
perior dos jesuitas mandados para Pira-
tininga a fundar a casa collegial de
S. Paulo, que se inaugurara a 25 de
janeiro de 1551, dando assim origem á
f. ■
EPIIEMERIDES NACI0NAE3
povoaçao, hoje cidade e capital da pro­
vinda do mesrao nomc, fallece na pre-
sente data na capitania do Espirito-
Santo. Durante mais de 30 annos dedi-
cava-se este notável propagandista á
conversão dos indigenas de todas as
cajntanias do Brazil, competindo nesse
arduo mister com Manuel da Nobrega e
José de Anchieta.
D’elle diz Simão de Vasconcelios na
Vida d’este venerável apostolo, enume­
rando os fundadores do collegio de Pi-
ratininga:
« O ultimo e duodecimo foi o padre
Manuel de Paiva, de quem dá teste­
munho seu mestre, que acabou alli de
estudar latim e ficou nelle consummado,
sendo juntamente superior dos mais, e
dando exemplo a todos na cultura da
salvação dos indios. De tão raro fervor
nas pregações que succedeu prégar
muitas horas uma paixão toda de joelhos,
sem que a força de espirito lhe desse
logar a sentir o trabalho do corpo. Que
por tirar de oceasião de peceados aos
homens, soífreu por muitas vezes af­
frontas e injurias grandes com animo e
valor apostolico.
« Que com graves perigos nas guerras
dos nossos contra Tamoyos, onde di­
versas vezes se achou, andava intrépido
entro nuvens de flechas, com uma cruz
na mão, com espanto dos que pelejavam,
ainda inimigos, sem damno algum. De
tão extremada obediência, que consentiu
andar em pregão nas praças da Bahia,
por mandado de seu superior Manuel da
Nobi’ega, j^ara ser vendido e com o
preço soccorrer a necessidade dos reli­
giosos. Que loi mandado lançar a rodar
por um monte ingreme abaixo, e o fez
com uma promptidão até parar á voz
do mesmo superior, sem oííensa alguma.
E estés erão os discípulos da eschola
dõ Joseph de Anchieta, dos quaes quiz
dar esta breve noticia, por que se veja
quão bem empregados forão os suores
nesta primeira parte de seus trabalhos.»
307
A casa de resídencia e coBegio dos
campos de Piratininga, fundado nos
primeiros dias de janeiro de 1554 pelo
padre Paiva e seus 12 companheiros,
teve os seguintes instituidores, segundo
0 mesmo chronista da Companhia:
1, Manuel de Paiva, superior ; 2, José
do Anchieta, logo depois nomeado re­
gente do collegio; 3, Gregorio Serrão;
4, Alfonso Braz; 5, Diogo Jacome; 6. i : ;
Leonardo Nunes; 7, Gaspar Lourenço; 8, í
Vicente Rodrigues; 9, Braz Lourenço;
10, Pedro Corrêa ; 11, JManuel de Chaves ;
12, João Gonçalves, leigo; 13, Antonio
Blasques, também leigo (Vide 25 de
janeiro de 1554).
1632—Vendo a companhia das índias
Oceidentaes que se prolongava a guerra
de conquista no Brazil além do que
esperava, não sé com muitas despezas,
mas sem proveito nenhum, resolvêra
mandar á colonia, theatro da lucta, dois
de seus membros—Mathias van Ceulen
e Johan Gysselingh—com o titulo de
directores delegados, que deveriam en­
carregar-se da alta administração dos
negocios governamentaes da colonia, com
plenos poderes para decidirem da ces­
sação ou da renovação das hostilidades.
Partiram esses dois emissários em ou
tubro e foi Mathias van Ceulen o pri­
meiro a chegar. O segundo sé chegou ao
Recife no dia 28.
1665—Carta régia de D. Aífonso VI
fazendo doaçao da Ilha Grande de 4M
Joannes ou Marajé ao secretario de es­ ' ,v) '•a> ■ ■
tado Antonio de Souza de Atacedo, com
jurisdicção no civel e crime até á pena
de morte inclusive, com datas de todos
os ofíicios e poder dar terras, fundar
villas e fazer alcaides-mores e outras
prerogativas de juro e herdade féra da i-
lei mental e bem assim a faculdade de
a vincular em morgadio com as condições 1;
que lhe aprouvessem <
1667—E’ condemnado como falso pro-
pheta, peia Inquisição de Coimbra, era
M
3US EPilEMEHIDES i^AClOXAES
CLija cida.le estava preso (Jesde novembio.
o f.imuso padre Antonio Vieira.
I'i02—Assume o goverao da capitania
do Ceará o capitão-mor Jorge de Barros
Leite, nomeado por patente régia de 29
de dezembro de 1699. E’ o primeiro que
toma posse do governo no Ceará, por .'«e
acliar install ulo o senado da camara;
todos os outros o faziam em Pernam-
bubo {Jo 0 Brigido dos Santos. R esumo
CÍIRONOLOGICO DA HISTORIA DO Cea Ra ’).
Foi 0 18.“ eoccupou o cargo até 25 ilc
setembro de 1704, em que entra a exer­
cei-o João da Motta, seu successor.
Bulla, do papa Benedicto XIV
concedendo o titulo de fidelissimo ao
rei D. João V e seus descendentes.
1755—0 6.” conde dos Arcos, D. Marcos
de Noronha, 7.“ vice-rei do estado do
Brazil e 42.“ govern idor geral da Bahia,
toma posse do seu cargo. Havia ante
riormente administrado as capitanias de
Pernambuco e de Goy iz. Governou o
estado ate 9 de janeiro de 1760, em que
o substitue 0 conde de Avi tes, 1.“ mar-
quez de Lavradio. O conde dos Arcos
regressou p ira Lisboa na náu de guerra
Nossa Senhora da Ajuda, que a 24 de
abril d’ sse mesmo anno de 1760 trans­
portava os jesuitas expulsos da Bahia.
boi no seu tem|io de governo que se
estabeleceu a contribuição denominada
donativo pira auxiliar a reediflcação
de L sboa, destruida pelo terremoto oc-
corrido em 1755. A cam.ira da Bahia,
em sessão de 7 de abr.l de 1756, deter
minou contribuir com a quantia de ti es
m.lhões de cruz idos, p.igos pela.capi
tania no espaço de 30 annos, á razão de
40 contos por .inno, para cuja ari'eca-
dação se creou uma junta especial, pre­
sidida pelo vice-rei (Vide a ephemeride
de 16j.
1819—Por ter sido nomeado gover­
nador do Ceará Fr.mcisco Alberto Ru­
bi n , governador do Espirito-Santo,
assume o governo d’esta ultima capitania
BaRhazar de bouza Botelho de Vascon-
cellos.
1826—B’ nomeado commandante das
armas da provincia do Piauhy o briga­
deiro conde de Beaurepaire,
DEZEMBRO—24
1553— Desembarcam em S. Vicente,
vindos d t Bahia, o superior padre Manuel
de Paiva. José de Anchieta, Leonardo
Nunes e mais jesuítas, destinados á ca-
t'^chese dos indigenas d’essa capitania
(^ ide a ephemeride de 23, anno de 1584).
1634 — O exercito hollandez entra na
cidade da Parahyba, que encontra aban­
donada.
O seu governador Antonio de Albu­
querque. vendo tomados o forte do
Cabedello e o fortim de Santo A tonió,
e occupad i a cidade pelo inimigo, re­
solvera fortiíicar-se em um sitio apro­
priado. de, onde pudesse hostilis d-o,
dirigindo-se com a pouca gente que tinha
para o, engenho de Duarte Gomes da
■ilveirac m aquelle intento. Por ordem
sua ajuntavam-sd alli todos os indios da
Parahyba e do Rio Grande, Cnm o padre
Manuel dc Moraes e o capitão Maram
oares com a sua gente. Já vimos que,
veiiílcando que nada mais podia fazer
pela causa que sustentava, Antonio de
•Ubuquerque decidira partir para Per­
nambuco e apresent ir-se ao general
Mathias de Albuquerque, o que eíTectuou
no dia 31 com o resto do seu exercito g
algumas pessoas que não quizeram su­
jeitar-se ao dominio holl mdez. Tendo
perdido todas as po.^içoes que oocupar i,
encontrando má vontade da parte dos
moradores para ajudal-o na guerra de
recursos, era esse o único alvitre que
tinha a seguir. Ainda assim, fez uma
ultima tentativa de resistência no en­
genho de Antonio de Valladares, que
ficava dez léguas pelo interior das terras»
e onde havia uma posição boa para se
fortificar. Os moradores porém não se
quizeram também prestar a esse tra-
 EPIIEMERTDES NAC10KAË3
ba1ho. e Albuquerque teve ainda de dar
de mãü a esse recurso.
1636—Francisco de Azevedo, 15°. go­
vernador do Pará, toma po^se do seu
cargo e occupa-o até 17 de março do
anno s-^gninte, em que começa o go­
verno de Ayres de Souza Chicborro.
1660—Creação do pnpel sellado. I)is-
poz-se que bouvesse c natro classes de
sello: 1*.. de240 rs.;2*’,, de '’ O rs.- 3'^., de
40 rs.; e 4'.. de 10 rs., meia'folha.
16S5—Morre na Bahia o don 'tario da
capitania do Espirito Santo Francisco
Gil de Araújo, que a comprara em 1674
por alvará de licença de 6 de junho
{Vide essa data).
1717—rhega á cidade de Be’e'm o
3°. bispo do Maranhão c Pará D. frei
José 1) Igarte (Vide a ephcmerlde de 12
de junho).
17S1—D. frei A ’ tonio Corrêa, 12°. ar­
cebispo e primaz do Brazil, chega á
Bahia (Vide a epUemeride de 12 de julho
de 1802 e i de 16 de agosto de 1779).
1821—Representação da junta gover-
nativii de S. Paulo pedindo ao prim-ipe
i-eg-nte D. Pedro que suspenda a sua
retirada para Portugal. Resolve-se na
mesma occasião que sejam portadores
d’esta representação o conselheiro José
Bonifacio, o coronel Antonio Leite Pe­
reira d x Gama Lobo e o vig irio Ale­
xandre Gomes de .Azevedo. Pai'a i-edigil-a
reuniram-se os membros do governo em
cas id'aquelle conselheiro, pelas 11 horas
da noite.
1832—.Ataque e tomada do .Ari-aial de
Jacuipe. ponto principal dos revoltosos
de Pernambuco, pelas forç. is dagoverno
sob as ordens do brigadeiro .íoaquim
José da Silva Santiago, commandante
das armas da provincia. Eis os pri!ici])aes
treclios do oflicio em que ello deu conta
ao presidente do resultado d’esta ope-
i’ação:
« Illm, e Exm. Sr. — Não se podendo
realisar o tratado de paz com os jacui-
pense.s, ipor não terem annuido á minha
proposição e proclamações de A". Ex.
espalh id s anteriormente , determinei
immediatamcnte atacal-os ao amanhecer
de hoje p ú* très differentes caminhos,
incumbindo a diiecção das tropas ao
coronel .AFixo José de Oliveira, tenente
coronel José Joaquim Coelho e mixjor
.João Bloem.
cc Pelas sete horas da manhã já o
bravo corone’ .Aleixo, com 130 pr :ças. se
achava no engenho Prainha. lutando
com o inimigo entrincheirado pelos ca­
minhos: e demorando-se as forçm do
tenente-coronel Coelho e Binem, pelo
desencontro, que d’elles teve o conductor
da ordem para o ataque, viu-se obri­
gado 0 mesmo coronel .AFjxo a arros­
tar (S perigos, ronxpendo as trincheir s,
apoderando-se da povoação ou arr ial
de Jacuipe pelas 9 horas do dia, tendo
soífiido hora e meia de um vivo fogo, e
a perda de quatro mortos e onze feridos:
segui esta forca até. a entrada 'o Ariaial.
onde me demorei tão somente o tempo
b istante p ira dar algumas ordens c
voltei ao meu quartel em Limeiras. Ao
meio dia teve logar a entrada .lli das
forçis commandadas pelo tenente-co­
ronel José Joaquim e Bloem; e achando se
por esse moiivo engrossed is, ordenei,
que os mesmos com o batalhao 5L e
mais 100 homens de orden mças, alli
Hcassem para sustentarem tão impor­
tante po ito até á i hogad I do capitão
Manuel Duarte Ferreira Ferro, da pro­
vincia das Alagoas, a quem ofíiciei neste
sentido, não obstante esse oílicial ainda
se achar em observação na villa de
Porto Calvo, allegando não estar munido
de ordens do governo d’aquella provincia
para mover a tropa á sua disposição.»
1868—0 marechal Lopes, que na ves-
pera recusara accéder á intimaçao que
collectivamente lhe haviam feito
neraes alliados marquez de Caxias. Obes,
e Cistro, de depor as armas, manda na
pi’esente data sabir 400 a 600 homens
de c.avallaria pela estrada de Ità, coin o
 e p h e m e r id e s n a c io n a e s

fim snm duvida de communicar-se com o

A’ sua boa indole e energia deveu Martim
ministro Caminos, que devia achar-se
Afifonso de Souza grande parte do pro­
com 3,000 liomens e 12 bocas de fogo
no valle de Pirayú. gresso da capitania em seus primeiros
h annos.
0 coronel Vasco Alves transtorna-lhe
Em carta de 16 de abril de 1563 re­
porém aquelle movimento, fazendo-lhe
fere-se Anchieta á sua morte e enterro
cerca de 200 mortos e de 300 prisioneiros
e aos beneflcios que lhe deviam a com­
e obrigando o resto a refugiar-se de
panhia e a povoação.
novo em Lomas Valentinas {CampanJia
do Paraguay). lo91—Fundeia Thomaz Cavendish fora
da barra de Santos e manda á terra em
1869—Pallece o senador por Minas-
uma chalupa 25 homens, que pela ma­
Geraes José Joaquim Fernandes Torres
drugada atacam a villa, invadindo o
quo Ibra escolhido a 13 de novembro
templo, onde muitos dos moradores as­
de 1817 e a 28 de abril do anno seguinte
tomára assento no senado. sistiam a missa. Cavendisli trazia por
\ice-almirante a Cook e foi este quem
dezembro—25 commandou a expedição e o ataque.
Segundo o testemunho de Ivnivet, que
1562-Morre, em consequência das fe­
fazia parte d’ella c escreveu a relação
ridas recebidas na defeza de S. Paulo,
da sua viagem que corre impressa, Ca­
Martim Affonso de Mello (Tebrjriçá), o
vendish desembarcou em pessoa no dia
mam-poderoso chefe da-tribu dos Guaya-
26 com 200 homens, lançou fogo á villã
nazes^ tão amigo dos jesuitas, que o
e abjou-se no convento dos jesuitas com
haviam baptizado, como fiel alliado dos
muitos dos seus. Dois mezes ficou elle
portuguezes, e cuja morte foi uma grande
em Santos. Além de dinheiro e diversos
perda para afiascente colonia deS. Paulo,
generös, obtiveram dos indios grande
i -1 liotegera a João Ramalho, naufrago
porção de ouro. D'alli foram por terra á
poituguez, a quem dera em casamento
villa de S. Vicente, queimando cinco
nma de suas filhas.
engenhos que havia no caminho.
Têm-se algumas vezes confundido este
Depois d esta façanha partiu o ousado
com outro indiano, que tomára no ba­
pirata com a sua quadrilha para o
ptismo os nomes de Martim AíTonso ãe
estreito de Magalhães, sobrevindo-lhe
Souza, chamado anteriormente Ara-
16 dias depois uma formidável tempes­
ryghoia,, chefe dos tumiminós. que viera
tade que lhe causou grandes avarias na
com 200 Índios flecheiros da ca'pitania
esquadrilha e perdas de vida na tri-
do Espirito-Santo auxiliar a Mem de Sá polação.
na conquista do Rio de Janeiro (Vide
Cerca de 2 mezes depois voltou a
outubro 15 de 1566).
Santos, onde desembarcaram 20 dos seus
Tehyriçá foi sepultado no collegio de
S. Paulo. em um bote feito de caixas de assucar
e aduelas de pipas, e assenhorearam-se
Alguns escriptores o dizem fallccido
de um engenho: ahi acharam, um barco
de camaras de sangue.
giande, que encheram de viveres e en­
Era irmão de Araray, chefe dos Tupis
viaram aos navios da esquadrilha. Ao
Carijds, que, confederados com uma
3 . dia de saque, cahiram sobre os assal­
parte dos Guayanazes, accommetteram
tantes os portuguezes habitantes do
a nascente villa de S. Paulo a 10 de ¥:■
logar, que haviam a principio fugido
junho de 1562 e foram repellidos pela
para o interior, e mataram-os a todos 20.
bravura e esforços dos jesuitas dirigidos
Depois d’esta catastrophe dirigiu-se Ca­
por Anchieta, combinado com Tehyriçá.
vendish para a capitania do Espirito

EPIIEMERIDES NACTONA ES
Santo, onde tnmbem não foi bem succe-
diüo.
D’essa capitania aportou á ilha de
S. Sebastião, onde deixou alguns homens
da sua companhia por enfermos, entre
os quaes Antonio Knivet, fallecendo
quasi todos: alguns dos que escaparam
foram depois aprisionados pelos mora­
dores do Rio de Janeiro. Antes do vir a
S. Sebastião tocára Cavendish em Cabo
Frio, e alli aprisionára um navio por-
tuguez que saliia para o Rio da Prata.
Chegou depois á Ilha Grande, a cuja
nascente povoação deitou fogo e saqueou,
tazendo-se de vela no dia seguinte (Vide
a ephemeriãe de 2d de agosto).
De volta para a Europa succumbiu
Th. Cavendish na viagem, mais de pesar
do raallogro de todas as suas en re-
pre/.as, do que de moléstia.
1597—Jeronymo de Albuquerque, com-
mandante da expedição mandada ao Rio
Grande do Norte com o flrn de impedir
aos francezes. a exportação do pau brazil
e de domar os Potyguay-es, que eml)ar-
raçavam o progresso da colonia da Para-
hyba e desíruiam todas as plantações
dos seus moradores; lança os funda­
mentos da villa do Natal, hoje capital
da província do Rio Grande do Norte,
alliado aos indios de quem era chefe o
celebre Sorobccbc. Foi dado aquelle nome
á povoação, por coincidir a inauguração
da sua matriz com a festividade do nas­
cimento do Redemptor no anno de 1599.
IQIS—E’ erigida em villa a povoação
dc Paranaguá, fundada por Ileleodoro
llbano Pereira. Neste mesmo dia faz-se
a eleição dos primeiros juizes ordinários
e oíliciaes da camara. como consta do
'provirixento do dr. Raphael Peres Par-
dinho, começando a funccionar a camara
no anno seguinte.
Esta,antiga villa e cabeça da quinta
comarca da provincia de S. Paulo, onde
os exploradores paulistas acharam ouro
em 1578, era uma boa parte da herança
do capitão-mdr Marlim AlTonso de Souza,
i'.-n;
f.. .Milï
311
que foi confirmada em seus herdeiros
por carta regia de 1G17, Passaram-se
porém trinta annos primeiro que Gabriel
de Lara, representante do marquez de
Cascaes, fos.se alli residir, como o fez,
levando comsigo algumas familias por.
tuguezas. No anno de 1653 Francispo
Luiz Carneiro, conde da Ilha do Prin­
cipe, metteû-se de posse das terras de
Cananéa e Paranaguá; mas très annos
dei)0is, tendo sido o marquez de Cascaes
reconhecido como o verdadeiro dono e
senhor d’ellas, tomou-as ao conde e
reintegrou em suas funeções e fazendas
a Gabriel dc Lara, revestindo-o da pa­
t.
tente de capitão-mdr da capitania de
Paranaguá, e desannexando-a da fre-
guezia da villa do Desterro, a que ate'
Cntão pertencera. .
Foi elevada a categoria de cidade
pela lei provincial de S. Paulo de 5 de
fevereiro de 1812, e desligada dVssa ■ íP *
]U‘ovincia pela lei geral de 29 de agosto
de 1853. que creou a provincia do Paraná.
1653—Em conselho de oíliciaes, reunido
no acampamento do exercito pernainbu-
cano, que combatia o governo hollandez,
fica assentado que o almirante portu-
guez Pedro Jacques de Magalhães, que
chegara a 20 em soccorro da capitania,
bloqueasse com a sua esquadra o porto
do Recife, einquanto o exercito atacava
as fortificações exteriores da praça.
1(555 _ y;a celebre lueta das fa:r,ilias
Vires e Camargos, de que rezam as chro-
nicas paulistan: s, tornou-se notável um
paulista já de si merecedor de mensão,
Francisco Nunes de Siqueira, que se
dera ao estudo da lingua latina e das
lettras forenses, pelo que gosou. de bons.
créditos entre os doutos do seu tempo ;
soube por isso administrar justiça na sua
jiatria emquanto serviu de juiz ordinário.
Na devassa que das mortes e insultos
resultantes da ultima revolta das duas
familias rivaes tirára o ouvidor-geral
João Velho de Azevedo no anno de 1653.
f.jra Francisco Nunes eleito para ir á
 m
e p h e m e r id e s n a c io n a e s

Bahia, séde do governo geral do estado,

como agente e procurador dos Pifes, dos Santos Freire Bruce, fazendo-o substi­
tuir por Matuu 1 Telles da ^ilva Lobo.
quaes era alliado, e de tal soi-te se liouve
na incumbência que á su:. inteligência 1831-Pãllece em Santos, na edade de
e zele se deve h expedição do alvará do •5 annos, o illustre paulista tenent -o-e-
govern idor geral, datado de 2i de no­ neral Cândido Xavier de Almeida° e
vembro de 1655, que concedeu ás duas ‘ ouza, descobridor dos camoos de Gua­
rapuava no Paraná (V. a ‘ ephem. de
famílias contrarias o pleno perdão da-
o oe setembro de 1770 ).
culpas em que haviam incorrido em vi:s
tude d .s mencionadas devassas e pelas Depois d’aquelle descobrimento eíTe-
quaes estavam alguns incursos em pena ctuara elle o do rio quando explo­
Capital, rava as vastas regiões que se interpunham
« Por estes e outros servi-os tributou- entre as possessões brazileiras e as hes-
lhe 0 povo, quando se recolheu a 25 de panhol IS ás margens dos rios Baranã e
dezembro de 1655, uma obsequiosa lem- Paragu ly. Esfe descobrimento poz fermo
^rança. fazendo-o retratar do mesmo as duvidas existentes naquelk época e
que difficultivam a demar-ação de li­
modo que fez sua entrada, que foi a ca-
mites entre os dous estados.
vallo, vestido de arm is brancas, em
^eUa jeronim a. com lança ao hombrn e Cândido Xavier foi commandante mili­
tar das villas de S. Sebastião e Ub ituba.
igodesa Fernanclina- porque sahindo
da^Bahia por terra chegou a S. P.ulo ^-s eve destacado a serviço em Matto-
~o e dezembro, vencendo em 30 dias Grosso e disfinguiu-se relie por tal modo,
a jornada que até então sé se fazia em qaelhe foi confiada em 180La defeza do
ousou ties mezes. —Ao redemptor da orte de Coimbra, atacado por forças
patria - foi a epigraphe que puzeram consideráveis do Paraguay, e para essa
nesse retrato, que Pedro Taques Ts'e incumbência nomeara-o o capitão general
(•'f com preterição de patentes supeiáores á
vera ter visto em 1769 em cas . dos filhos
d elle que era por esse tempo anenas
4 do alferes Sebastião do Prado Cortez
tendo sido antes e por muitos annos
conservado na casa da camara. Falleceu 1868-Tenaz bombardeamento operado
Francisco Nunes de biqueira a 8 de se­ sobre 0 acamp .mento paraguayo do
tembro de 16S1 'M. E. de Azevedo Mar­ Iiaibate, começado ás 7 horas da manhã
e terminado ás 6 da tarde sem resultado
ques, Apontamentos hhtoricos da vro
vincia de S. Paulo). vantajoso para os attacantes [Campanha
do Paraguay):
a ^ ^ sua diocese o 12\ bispo
de Ohnda D. José Joaquim da Cunha de Tomaram parte neste bombardeio não
sü a nossa artilharia como a argentina,
de 8 de setembi-o de 1743). assestadas, por ordem do marquez dè
Caxias, na cochilla que ficava fronteira á
J822—Chegaa Urubiiretama a primeira posição inimiga.
partid, das f„,,a s do cearâ, ix p ^ d ,!
elo governo em soccorro dos p ,i,dotas dezembuo — 26
ila Painabyba. província do Piauliy, que
para escaparem ás tropas do com n iL - 1629—A esquadra da companhia hol-
dante das arma< major João José da Cu- landeza d ,s índias Oceidentaes, destinada
n la idie, que sahira de Oeiras para alli a conquista de Pernambuco e que vem
se haviam refugiado na Granja. sob 0 cominando do general Hmirique
Lonck, reunida em S. Vicente no dia 21,
no Mara­
nhão o presidente Miguel Ignacio dos diiiye-se para o Brazil na presente data.
 Neste mesmo anno os capitães Pedro
da Costa Favella e Pedro Teixeira des­
alojam os hollandezes e otitros estran­
geiros, que, amparados pela guarnição
do forte de Torrigo. da parte norte do
rio Amazonas, commérciavani com os
Índios, e arrasam o forte.
Fund im neste anno os franciscanos o
seu convento da villa de S. Francisco,
província da Bahia.
161-5—Alvará concedendo os foros de
villa á paroclii I de S. Francisco das
Chagas de Tauhaté, na capitania de
S. Paulo. A 1 de janeiro do anno seguinte
o senadu da camara da nova villa é
inst illado pelo capitão-mór Antonio Bar­
bosa de Aguiar.
A povoação primitiva de Tauhaté de­
ve-se ao capitão Jacques Felix, que para
alli se passou com esse intuito em 1636
com sua familia e grande numero de
ind'os domesticados.
Foi elevada á cidade por lei provincial
de 5 dc fevereiro de 1342. .Está a po­
voação as«entada a uma legua da mar­
gem direita do ião Parahyba, na estrada
geral pai-a o Rio de Janeiro, entre a
villa de Caçap iva ao sul o a cidade de
Pindamonhangaba ao norte.
1819—Segundo o Semnnario. revista
redigida por José Marcellino Pereira de
Vasconcellos em LS5S na cidade da Vi­
ctoria, é nesta data que toma posse do
governo da capitania do Espirito Santo
o capitão-mór Balthazar de Souza Bo­
telho de Vasconcellos. por ter sido no­
meado governador do Ceará Francisco
Alberto Rubim, que até então exercia
aquelle cargo (Vide a epliemeriie de 23).
1864—Fallece subitamente no Rio de
Janeiro o conselheiro Bento da Silva
Lisboa, filho do eminente publicista na­
cional visconde do mesmo titulo.
Nascera na Bahia a 4 de fevereiro
de 1793.
Morreu pobríssimo.
O barão de C.xyrú exereôra o cargo de
mini.stro dos negocios estrangeiros em
1832 e 1816.
A Bibliotheca Nacional do Rio de Ja­
neiro possue o seu retrato, o de seu pae
e o de seu tio o conselheiro Bikhazar
da Silva. Lisboa, tirados a crayoyi pelo
major Lecor, filho
da Laguna. Cada um d’elles é um pri­
mor no genero e fazem todos tres a maior
honra ao desenhista, hoje fallecido.
1872—Toma assento no senado como
representante d.i província de Santa
Catlnrina, escolhido por carta imperiil
do dia 11, 0 sr. Jesuino Lamego Costa,
barão da Laguna.
DEZEMBRO-
1519—Deixaln a bahia do Rio de -Ja­
neiro Fernando de Magalhães e Ruy
Faleiro, depois de uma demora de qua­
torze dias (Vide a ephemer'de da 13L
1531—Poro Lopes de Souza chega á ilha
das Palmas, de volta da sua expedição ao
Rio da Prata.
Ao tornar para a Europa em 1539 Pero
Lopes pereceu em um naufragio na pas­
sagem da ilha de Madagascar, n i costa
oriental da Africa. Deixou um impor­
tante Diário da navegação que fizera
nos annos de 1530 a 1532, com seu irmão
Martim Aífonso de Souza, Diário de que
0 visconde de Porto Seguro nos deu a
1.'‘ edição em 1839 e no qual se esclarecem
muitos pontos da his;oria do Brazil na-
quelles tempos e antes. Tornou o mesmo
visconde a publical-o na Revista do Ins­
tituto riistorico de 1861, tomo XXIV.
1692—Carta regia provendo Antonio
Paes de Saude no governo da capitania
do Rio de Janeiro.
1701—E’ s igrado na egreja da Congre­
gação dos conegos regulares de S. João
Evangelista o 3 .“ bispo do Rio de Ja­
neiro, D. frei Francisco de S. Jeronymo
(Vide a eyhemericle de 10).
1703—Tratado de comraercio, chamado
 IN I its

3li
EPIIEMBRIDES NACIONAES

(le r^Iethwen, entre 1). Pedro IT de Por­ regimento argentino San Martin toma
!>7 tugal e a rainlia Anna de Inglaterra. ao inimigo tres canhões na extrema
1S14—Toma assento na camara vita­ direita de Pequeciry, onde se apresentam
lícia 0 senador José da Silva Mafra, vários prisioneiros no.ssos e dos alliados
representante da provinda de Santa Ca- que, aproveitando-se da confusão e der'
tharina, escolhido -a 3 de outubro (Vide rota do inimigo, tinham conseguido es.
julho 3 de 1871).
capar do seu poder. Entre eíles con.
18GS Assalto e tomada do redueto de tavam-se o major Cunha Mattos e o
Itá-Ivaté, eni Lovnc.s Valentinas [Cam­ capitão Francisco Gomes Pessoa.
panha ão Vararjua]j), cujo ataque come­ O exercito do dictador, que em prin­
çara no dia 21 [Vide essa data). cipies do mez se compunha de mais de
O dictador paraguayo, depois de ter 18,000 homens, com 100 f>eças de fogo,
perdido todas as posições que havia aclia-se completamente derrotado e dis­
opposto á invasão dos exercites da tri perso 0 pouco que d’elle restava.
plice alliança (Brazil e Republicas Ar. « Oito mil cadaveres de inimigos, diz
gentina e Oriental), refugiou-se n’um 0 sr. L ' tenente Jourdan, juncavam os
ultimo intrincheiran'!‘-''nto construido na campos de combate; tínhamos feito cerca
paragem denominada Itá-Ivate', com um de 2,000 prisioneiros, tomado 7G bocas
mui reduzido iiumero de forças. de fogo, bandeiras, etc., c a guarnição
Na presente data, ao toque da alvo­ de Angustura,composta tie 2,000 pessoas,
rada, marcha o miarquez de Caxias á das quaes 1,200 combatentes, com lõ
frente de G.OdO homens de infantaria, peças, completamonte sit ada, é intimada
para flanq\iear o inimigo e atacal-o pela a 29 a render-se (Vide a ephemeride
retaguarda, emquanto sc simulava outro de 30).3J
ataque pela frente. Foram j)ostos em
1873—.Ibre-se ao serviço a linha tele-
jogo 21 canhões, que dispararam cerca de graphica submarina entre o Rio de Ja­

II* 100 tiros cada um: a nossa artilharia neiro, Bahia, Penrimbuco e Pará (Vide
avança e carrega impetuosamente e pe­ 22 (1 junho de 1871).
netra com a maior rajhdez no imducto,
pulando a trincheira e pela retaguarda
não fortificada. O inimigo aterrado e DEZEMBRO — 28
disperso, depois de curia mas tenaz re- 1763 — Entra a governar a capitania
.sisíencia, corre para uma matta próxima. de Minas-Geraes, depois do bispo D. .An­
. 1" Lopes, vendo-se então perdido, foge com tonio do Desterro, o general Luiz Diogo
\ t . cerca de 100 homens de cavallaria na Lobo da Silva, que é rendido a 16 de
direcção de Cerj-o Leon, abandon indo-nos julho de 1768 pelo conde de Valladares,
todas as peças de artilharia, o seu par­ D. José Luiz de Menezes Abranchos Cas-
que, coches, carretas e até a sua equi­ tellü Branco e Noronha.
pagem e menagem dá familia, escapando l/9õ — O Jornal do Commercio de 15
também os generaes Resquin e Caballero, de setembro de 18(8 publicou o seguinte.
que levavam Mmc. Lynch, amante do « Documento interessante.-No archivõ
dictador, e que se refugiaram nos bos­ da camara municipal ^da cidade do Natal,
ques. Lopes, encolitrando-se em Itá com capital do Rio Grande do Norte, existe o
a íorça commandada ]>or Caminos, fal-a seguinte documento sobre as seceas que
retroceder para Ceri’o Leon, onde ten­ no século jiassado attingirão aquella
ciona oj-ganisar novo exercito c reunir região. Ti’anscrev. mol-o de um receive
novos meios de gueria. trabalho naquella provincia publicad)
A’ tarde ainda o coronel Alvarez do pelo sr, Manuel Ferreira Nobre, que as-
segura haver fielmente copiado o mesmo
documento.
« No anuo de 1723 lionve uma tão ri­
gorosa sccca em que perecerão muitas
creaturas humanas á fome e á necessi­
dade, e outras escaparão sustentando se
em couros e bichos immundos.
« Presenciei igual secea nos annos de
1791, 1792 e 1793, em que alguns dos
habitantes destes recôncavos e sertões
fallecerão á fome c á necessidade, e ou­
tros dos mesmos sertões regrcssiirão para
estes agrestes, em cujas jornadas íamb' m
fallecerão alguns.
a Ficarão dissolados' os gados de toda
a especie, e os preços dos mantimentos
crescerão a preços nunca escogitados.
especialmente de primeiro alimento.
a São estas as noticias mais memorá­
veis que pude adquerir. Cidade do Natal,
28 de dezembro de 1716. Eu, Ignacio
Nunes Corrêa Barros, escrivão da ca­
mará, 0 escrevi. — O veVead ir I)omi,igos
José Rodrigues Pinheiro. — Os oíli-
ciaes da camara, Victor Antonio de Mo­
raes Castro. — José Rodrigues Pinheiro.
— José Aurélio de Moura e Mello. —
Roberto de Sá Bezerra. »
Quer-nos todavia parecer que é mais
hon-orosa e lamentável a secea que se
declarou desde 1877, e até proxima­
mente dizimou não só a referida pro­
víncia do Rio Grande do Norte e as da
Parahybae Piauhy, como, especialmente,
a do Ceará, em que a calamidade tomou
proporções nunca até então vistas.
1812—Nasce em Minas-Geraes o emi­
nente parlameníar, estadista, litterato e
magistrado Francisco Diogo Pereira de
Vasconcellos (Vide maio 1 de 1858 e 3 de
março de 1863).
* 1814 — Toma assento no senado, como
representante da provinda de Minas-Ge-
raes, o marquez de Itanhaen Manuel
Ignacio de Andrade Souto M.iior Pinto
Coelho, escolhido no dia 2. (V. agosto 17
de 1867).
1849 — Toma assento na camara vita-
iicia 0 visconde do Rio Grande, .José de
tVraujo Ribeiro, senador pela provincia
do Rio Grande do Sul (V. julho 25 de
1879).
1864—Assalto do Forte de Coimbra,
cm Matto Grosso, pelos paraguayos, que
invadiram essa provincia e a do Rio-
Grande do Sul .sem prévia declaração de
guerra. O commandante do forte, o
tenente coronel Ilermenegildo Porto Car-
rero, resistiu por dous dias ao ataque
em regra, que lhe levou o general Bar-
rios, cunhado do dictador do Paraguay,
com suas hostes semi-ljarbaras (seis mil
homens), preparadas para a invasão,
assestando contra elle canhões e baterias.
O forte tinha apenas 115 soldados de
guarnição, 17 galés e alguns indios:
havia tanta falta de munições de guerra
e pessoal idoneo. que se viu Porto Carrero
obrigado a empregar 70 mulheres de sol­
dados em fazer cartuchos. Resistiu glo­
riosamente ainda assim a 48 hora^ de
um nutrido combate e repelliu o assalto
do inimigo, realisando por fim. na noite
de 28, uma admirável retirada da guar­
nição,que emljarca no vapor Anhambahy
(Vide a cphemeride de 29ã
Com este golpe de mão armada iniciou
Lopes a campanha que devia acabar com
0 seu poderio c com a sua vida (Vide a
ephemeriãe de 16 de setembro de 1801).
1876- Decreto apresentando i)is])0 para
a diocese do Maranlião ao revm. sr. co-
nego Antonio Cândido de Alvarenga, que
é 0 17.° na respectiva serie.
S. Ex. foi confirmado no cargo pelo
Papa Pio IX em consistorio de 22 de se­
tembro de 1877, tomou posse da sua dio­
cese a 13 de março de 1878, jaor seu pro­
curador 0 conego arcediago dr. Manuel
Tavares da Silva, e chegou á sua capital
no dia 8 de julho, sendo recebido com
grande solemnidade e regosijo publico.
A Assembléa provincial nomeou uma
coinmissão para comprimental-o e sus­
pendeu a sessão d’esse dia cm honra sua.
D. Antonio Cândido fòra sagrado na
 316 EPHEMERIDES NACIONAES

bella e espaçosa cathedral tie S. Paulo a onde teve por collegas os srs. barão de
31 de Mai'co d’este mesmo anno. Cotegipe, conselheiroBenevemito Taques.
O novo bispo era vi;:ario de Mogy das dr. Tiberio Moncorvo, barão do Penedo
Cruzes e fl/era a campanha do Paraguay e outros, que tèm avultado no paiz por
como capellao do exercito. sua infiuencia politica e illustração.
— E’ nomeado bispo de Goyaz o sr Em 1840 fora nomeado lente d i facul­
padre Julio Augusto do Almeida por de dade de O.inda e nella exei'ceu o magis­
creto d'esta data, pela transferencia do tério. Qot-sbilisando-o pelos seus superio­
precedentemente eleito, o sr. d. An onio res talentos e cabnl proficiência. Elle e
Mari I Corrêa de Sa e Benevides, para o os srs. conselheiros Paula Biptista e
bispado de Marianna — na vaga deixada Autrin arrebatavam os applausos da
pelo falleciraento do conde da Co cei- mocidade acadêmica do seu tempo.
ção — epc l a recusa do revd. con fo ra encarregado da presidência do
joão Ilygino de Bittencourt, nomeado Piauhy, no ministério do visconde de
pordecre‘0 de 14 de marco de 1876 para Macahé. Em 1848 era presidente de Ser­
es*^e ultimo car<io. gipe quando foi eleito por essa provincia
Decreto a resentando o revdm. mon p ira u legislatura de 1850, concorrendo
senhor Carlos Luiz d’Amour para a nes.sa occasião com o dr. Siqueira de
se'de vag i deCuyabá, escolha confirmada Queiroz; a camara deu porém preferen­
polo papa Pio ÍX a 22 de setembro de cia ao dr. /adiarias.
1877. S. Ex. foi sagrado com toda a so­ Quando o senador Rodrigues Torres,
lem nidade no dia 28 de abril de 1878 na depois visconde de Itaborahy, reoreani-
cidade da B ihia, sendo ministro s igrante sou o gabinete Monte-Alegre, convidou
o arcebispo D. Joaquim Gonçalves de 0. senador' Gonçalves Martins, depois
Andrade e assistentes o deão Joacpum ^isconde de S. Lourenço, e este exigiu a
Emjalio Ribeii'o e o chantre Manuel Jorge entrada do dr. /.acharias de Goes, abrin­
Franco, e tomou posse do sua diocese do-lhe assim a scena a que o chamavam
por seu procurador, o conego Manuel a sua erudição, vastos talentos e aptidão
Pereira Mendes, a 12 de maio do mesmo para a Carreira da alta politica. Foi então
anno. Chegou a sua dioce.se a 2 de maio ministro da marinha. Deixou porém esta
do seguinte. pasta quando subiu ao poder o m irquez
1877—Fallece na cidade do Rio de Ja­ de Paraná, a quem combateu algumas
neiro, na sua casa da rua dos Felizes, no vezes vehementemente. Deixando de ser
mori'o de Santa Thereza, o conselheiro I eeleito deputado pela su i provincia
/acharias de Góes e Vasconcellos. sen i- natal.de licou-se ao exercicio da sua pro­
i
dor do Imperio pela provincia da Bahia, fissão. na qual se tornou um dos luzeiros.
escolhido a 2 de fevereiro de 1864 e que Presidente do Paraná em 1853, foi quem
toma.-’a assento na sessão de 16. organisou esta nova provincia, que o
Foi sepultado no <Iia 29 no cemiterio mandou depo s. em 1860, á Assembléa
de S. Francisco de Paula, em Catumby. geral como represeiDantc sou.
Nascera na cidade i c Valença, provin­ Quando o sr. conselheiro José Antonio
cia da Bahia, a 5 de novembro de 1815. Saraiva, seu illustre comprovinciano,
I'lducado com paternal sollicitude por creou o partido dos conservadores mode­
seu irmão mais velho o comselheijo João rados. 0 conselheiro /a ch iriap foi um dos
Antonio de V >sconcellos, posteriormente seus mais poderosos auxiliares, separan-
ministro do Supremo Tribunal de Jus­ do-se dos antigos conservadores. Coope­
tiça, e.'>'tudou em Olinda e formou-se em rou efficazmente para a organisação da
1837 em direito civil nessa faculdade. Liffn, Foi presidente da camara tempo- 1\
rariíi, e nesse caracter chamado em 1861
a constituir o ministério—denominado
dos í es dias. por ter só durado de 27 a
80 de maio. A este ephemero gabinete
succedeu o do marquez de Olinda.
Em 30 de janeiro de 1864 foi de novo
incumbido de organis tr o ministério»
durante cuja gerencia se resolveu a mis­
são S ii-aiva ao Rio da Prata e se mani­
festaram os prelúdios da guerra do Para­
guay. Um I divergência a proposito do
projecto de dotação da princeza imperia
e da subvenção á companhii de nave­
gação dos Estadcs-Unidos, fel o deixar o
poder, succedendo lhe a 31 de agosto o
senador B'rancisco José B'urtado.
Também este gabinete por pouco tem­
po esteve á frente dos públicos negocips:
em maio de 18l5 o marquez de Olinda o
substituiu ; egualmente os dirigiu este
por breve praso, succedendo-lhe o con­
selheiro Zachai'ias em 3 de agosto de 1866
como presidente do conselho de minis­
tros: a 15 de julho de 1868 deixou q
poder, por haver suscitado a questão da
prerog diva da corôa na escolha de sena­
dor a proposito do pelo Rio Grande do
Nor:e, que recahira na pessoa do visconde
de Inhornerim, Bd'anei-'ce de Salles Torres
Homem.
Desde então manteve se na estacada
como um dos mais esforçados lidadores
da opposiçào liberal. Hominum est nm-
tare consilium.
Nomeou o conselheiro de estado o mi-
nistei io de 29 de setembro presidido
pelo marquez de S. Vicente, mas nao
acceitou a nomeação.
Em 1864 fora eleito e escolhido sena­
dor pela provincia da Bahia, na vaga
abei'ta pelo fallecimento. do senador Val-
lasques.
F’oi deputado provincial naquella pro­
vincia. geral pelas de Sergipe, Bahia e
Par.iná ; serviu nas pastas da marinha,
da justiça, do império e da» ía enda,
sempre com hombridade digna de nota.
« Seu nomo acha-se ligado indissolu-
velmeníeaum acontecimento importante
da nossa historia, a guerr.i do Paraguay,
e os serviços que pi-estou nessa época
de sacrifícios e de difiiculdades de toda
a especie, como ministro da fazenda, hão
de ser sempre lembrados [J. do Com-
mercio de 30 de dezembro de 1877)».
Como orador parlament ir era o conse­
lheiro Zacharias de Góes e Vascuncellos
notável pela lógica dos seus argumentos,
pelos epigrammas acerados e finos eom
que esmagava o adversário, a quem
sempre vencia por meio do ridiculo. De
palavra fluente, correcta e elegante, reu­
nia a esses dotes naturaes um conheci­
mento profundo da legislação patria e de
todas as formulas de direito. O orgulho
que nem sempre conseguia ou tentava
vencer, dava a medida da consciência que
tinha de seu proprio saber e mereci­
mento.
DEZEMliKC -
1530—A armada de Martim Aífonso de
Souza entra no porto da Ribeira Gi-ande,
na ilha de S. Thiago. umu das de Cabo
Verde, onde se demora cinco dias (Vide
a ephemeride de 3).
1798—Junta governativa de Pernam­
buco, composta do bispo D. José Joaquim
da Cunha de Azer edo Coutinho, do intend
dente da'marinha chefe de divisão Pedro
de Sheverin e do ouvidor geral da co­
marca Antonio Luiz Pereira da Cunha,
como já em outro logar ficou dito, para
substituir ao governador D. Thomaz J(só
de Mello, que exercia o cargo desde 13
de dezembro de 1787.
Attribuiu se a este governador genio
violento e despotico ; todavia a capital
de Pernambuco deveu-lhe muitos dos
melhoramentos de (,ue ainda hoje gosa.
Foi elle quem mandou construir a Casa
dos expostos e creou o Hospital dos La-
z.aros, fez o atterro dos AlTogados, por
onde até então não se podia passar nas
mare's cheias sem perigo; aboliu o an­
tigo uso das peneiras ou urupemas das
 j*.,

;íis EPHEMERIDES NACIONAES

janellas e portas das casas, mandando com formas

mais livres de governo e
usar em seu togar de rotulas de madeira;
mais de harmonia com a dignidade
regulou as calçiidas das ruas e por sua propria,
direcção se fizeram alguns arcos de pedra Deixemos fallar a esse projiosito um
na ponte do Recife. A Ribeira do peix® escriptor contemporâneo, que nos parece
e. a jjraça da Pole s.ão obras suas. historiador insuspeito:
Também a caj)ella de S. Josd de Riba-mar « Vendo Madeira que se lhe ia pòr
deve-lhe a existência; dotou-a elle de um sitio regular, fez atacar na madru­
alfaias e paramentos á custa do seu
> » gada do dia 8 de novembro as posições
bolsinho.
'i . de I irajá; porém os brazileiros, tendo-se
No tempo do seu governo passou a feito fortes no Cabrito, não sõ recha­
capitania de Pernambuco pela maior das çaram como bateram completamente as
seceas de que ha noticia e que aturou tiopas portuguezas, que se retirai’am
tres annos, occasíonando a morte de em completa debandada, distinguindo-se
milhares de .pessoas, especialmente no nesta acção as tropas de Pernambuco
sertão, pela falta de mantimentos, que
commandadas pelo major Joaquim José
foi preciso ir buscar a outras capitanias,
da Silva Santiago. Além de alguns pe­
cm particular de farinha de mandioca, quenos combates parciaes. so houve de
com que então se proA'eu por muitos
notável o ataque geral que o brigadeiro
mezes.
Labatut fez poi’ toda a linha inimiga no
1822—Com bate na Bahia entre as tropas dia 29 de dezembro, cm que os portu-
brazileiras e portuguezas.
guezes juraram a Constituição: tendo
O brigadeiro Pedro Labatut, que viera a brigada de Pirajá passado a linha dos
por terra das Alagoas para a Bahia,
portuguezes e tendo se internado até
trazendo a brigada de Pernambuco e
aiém da Soledade, mandou o general
deixando de passagem a província de
tocar a retirada, temendo não fosse
u Sergipe sujeita á auctoridade de D. Pe­

ii dro, principe regente, que clle repre­

sentava, chegára á feira de Sant’Anna a
28 de outubro,estabelecendo o seu quartel
in volta, visto que as outras brigadas
não tinham ordem de entrar na praça,
Eis ahi ao que se reduziram as operações
do exercito patriota da Bahia até fins
general no Engenho Novo, e a 3 de
do anno de 1822 (Abreu e Lima, Ny-
novembro tinha organisado o seu pe­ nopsis) .33 ' '
queno exercito e collocara-o nos pontos
', I 1849—Entram pai^a o senado o dr. Cân­
convenientes. Antes da sua chegada já
dido Baptista de Oliveira e PTancisco de
havia algumas forças avulsas em Pirajá,
Paula Pessoa, como representantes da
nos pontos denominados do Coqueiro e do
proAuncia do Ceará, e os conselheiros
Cabrito, que elle reforçou com as suas

If’l tropas, como posições imiiortantes para

hostilisar a praça, onde o brigadeiro
Manuel Felizardo de Souza Mello e Pau-
lino José Soares de Souza, depois vis­
conde do Uruguajq como representantes
Madeira dispunha entretanto de tropas dado Rio de Janeiro.
mais regulares, principalmente depois
1860—Fallece na residência archiepis-
do valioso contingente que lhe trouxera copal da Penha, na cidade da Bahia, ás
de Lisboa o chefe de divisão João Felix
11 horas da manhã, o sabio e A^enerando
1 ereira de Camjjos. HaAÚa porem em
arcebispo primaz da egi-eja brazileira
favor de Labatut a disposição favorave^ D. Romualdo Antonio de Seixas, marquez
dos habitantes da Bahia e 6 diflicil, de Santa Cruz (Vide a ephemeride de 7
senão impossível, resistir a um povo que de fevereiro de 1787).
aspira á liberdade, ou jielo menos conta
1862—Começa a transpirar no publico
 do Rio de Janeiro a noticia da troca de
notas outre o governo imperial e alega-,
^■ao britannica, dirigida pelo ,sr. Christie,
que exigia indcmnisaçào pelo naufragio
da barca ingleza Prince o f Walles,
corrido cm junlio de 1861 na costa do
Albai’dâo, provincia do Rio Grande do
Sul, e satisfação por insultos que diziam
soflVido alguns otTiciaes da fragata
Fort em um passeio que fizeram á Tijuca
(na còrtc), onde desacataram uma sen-
tinella de um posto de guarda que allj
existia, Eis ahi os capitules da accu.
sação da diplomacia ingleza.
Para não voltarmos a este ingrato
assumpto, accrescentaremos desde já:
No dia 30 afixou o ministro da Grã-
Bretanha ás portas do consulado da sua
nação uma dec'araçào, amoaçando-nos
de mandar o almirante ^\'arren proceder
a represálias em propriedade brazileira
pelo saque que solfrèra a barca ingleza
ern seguida ao naufragio.
Começou d’esse modo o desagradavel
conflicto diplomático, em cujas peripé­
cias e solução tomou activa parte toda a
população da corte. A maior effervescen-
cia da exaltação popular só cessou a 6 de
janeiro do anno seguinte com a noticia
de que tinham tido solução pacifica as
questões suscitadas pela bellicosa lega-
ção britannica. Tivemos todavia de pagar
em Londres, embora sob protesto, a
somma que o .governo inglcz exigisse
como indemnisação pelo naufragio da
barca Prince of '[/Vales.
Era 0 direito da força, contra o qual
de ha muito se sabe que nãa prevalece a
força do direito. Todavia, si bern nos
recordamos, a questão foi submettida ao
arbitramento do rei dos Belgas Leo­
poldo I, que a decidiu em nosso faver.
lS6i —Penetram no forte de Coimbra,
em Matto-Grosso, os paraguayos com_
mandados pelo general Barrios, que che-
gára no din 26 para tomal-o de assalto,
desembarcando seis mil homens e collo-
cando-os em posições convenientes, pon-
do-se em egual attitude os
guerra em que vieram.
Negando-se o commandante brazileiro
do forte a entregal-o, o chefe paraguayo
rompeu o fogo, prolongando-se o bom­
bardeio ató ao dia seguinte.
A 23 {Vide essa dat i) accommetteu o
inimigo 0 forte, mas foi rechaçado com
a perda de 200 dos assaltantes.
Ao meio-dia do 29 dá-se o segundo
assalto, e o chefe paraguayo penetra
afinal no seu recinto, onde só encontra
dois homens feridos...
Os sitiados haviam evacuado a fortaleza
durante a noite.
D Ç Z E M B K O — 30
1743—Demarcação da comarca do Es­
pirito Santo pelo seu ouvidor Pascoaj
Ferreira de Veras, em presença de au-
ctoridades e moradores. Foram-lhe an-
nexadas as villas de S. João da Barra
e S. Salvador de Campos dos Goytacazes.
1782—Nasce em Pernambucp D. frei
Pedro de Santa Marianna, bispo titular
de Chrysopolis (Vide a ephemeride de
maio 6 de 1861).
1801—Chega á cidade da Bahia o navio
Bom Despacho, trazendo a seu bordo os
escravos que levara para lãsboa o que
alli vaccinados e durante a viagem,
trazem ao Brazil a vaccina. Esta idea
deve a sua realisação a vários nego­
ciantes da Bahia e, sobretudo, ao mar­
quez de Barbacena.
Descoberta a vaccina, como se sabe,
por Eduardo Jenner, medico em Berkley,
publicou elle em 1798 uma memória
sobre as causas e elleitos das pustulas
que se declaravam nas tetas das vaceas.
Só porém em 1804 foi que a pratica da
inoculação do puz vaccinico como pre­
servativo da variola se introduziu em
Portugal, de onde passou para o Brazil
sem effeito algum, ou porque a lympha
vaccinica perdesse na viagem as suas
propriedades, ou por outro qualquer mo­
tivo» Em consequência d’isso lembra •
 m-

;j2o EPHEMEIUDES NACIONAES

ram-se os negociantes da Rahia de do anno seguinte a Ouro-Preto, publica

mandiii’ a Lisljoa sets escravos de menor
alli uma proclam ação que produz máu
edade, para que trouxessem em si a
vaccina. effeito, e o imperador volta desgostoso
para o paço deS. Christovão, onde chega
I « Com eifeito, diz o anctor da Deducção a 11 de març > (1831).
chvQnologica. o cirurgião-mór da ar­
Pesteja o partido do governo, e rom
mada Iheadoro P^eneira de Aguiar,
I *' elle um grande numero de cidadãos por“
vaccinando em Lisboa urn d’aquelles
tuguezes, a chegud i do imperador,
pretos pouco antes da saliida do navio
dando-se por esse motivo conflictos san­
Horn Despacho^ que os transportava,
guinolentos em algumas noites, que fi­
ensinou ao respectivo cirurgião Manuel
caram chamando se das gay'rafadas. e
Moreira da Rosa o methodo successivo
notavelmente nus de 13 e 14 de março.
da operação durante a viagem; e che­
Dei am estes factos causa a se reunirem
gando aquelle navio á Bahia no dia 30
~3 deputados na casa do padre José
de dezembro do mesmo anno de 1801,
Custodio Dias, também deputado, e alli
foi logo a direcção da vaccina incumbida
redigem uma representação dirig da ao
ao dr. José Avelino Barbosa, que muito
im: erador, exigindo uma reparação, diz
assiduo íoi na sua propagação. O prin-
aquelle documento, da afíVonta que a
ci[)e . regente mandou que o gover-
nacionalidade havia solTrido nos men­
nadoi Prancisco da Cunha testemu­
cionados dias 13 e 14.
nhasse áquelles negociantes o seu real
Só a 1 / é que faz D. Pedro a sua en­
agrado pela feliz lembrança que ti­
veram .» trada ostensiva na capital do Império.
Tres dias depois, a 20 de março, mo-
1809—Fallece no Rio de Janeiro o
dilica elle o ministério, mas não con­
conde de Anadia, João Rodrigues de Sá
segue com isso satisfazer o partido li­
de Menezes, ministro da marinha e do-
beral, que já tramava a revolução. O im­
minios ultramarinos do governo de
perador demitte por fim o ministério e
D. Joao \1 no Brazil. P''oi o primeiro
4 -- ! a 6 de abril constitue um novo gabinete
dos fidalgos poi'tuguezes que accompa-
com seis titulares, que já haviam sido
nharam a real familia, que aqui falleceu.
ministros e não gosavam de popula­
Sepultou-se na egrej.i do convento de ridade.
Santo Antonio com todas as honras que
Nesse mesmo dia reúnem-se (Vcju-se
eram devidas ao seu alto cargo na côrte,
essa data) o povo e grande parte da
sahindo o prestito da casa de sua resi­
tropa de linha no campo de Sant'Annv
dência á rua dos Barbonos, hoje de
e pedem a reintegração do ministério
Evaristo da Veiga, em treme ao chafariz
das Marrecas. dissolvido. O imperador cede a esta
pressão e abdica a coroa em seu filho,
A esse ministro deve o Brazil a trans­
0 imperador actual, então com pouco
missão da vaccina, que para aqui man­
mais de 5 annos de edade, e nomeia com
dara por aviso do l.° de outubro de 1820,
a mesma data o conselheiro dr. José
1830—Com 0 fim de reprimir as ideas
Bonifácio de Andrada e Silva tutor de
de federação das provincias, pregadas
seus filhos D. Pedro, D. Januaria,
pelos periódicos liberaes de Minas, onde
D. Francisca e D. Paula, que falleceu
lavrava grande descontentamento no depois, a 16 de janeiro de 1833.
povo acerca da murcha dos negocios
1843—Toma posse du presidenda da
públicos, parte o imperador D. Be.lro I
provincia do Piauhy o sr. dr, José llde-
paru aquella provincia, levando comsigo
fonso de Souza Ram s, hoje visconde
a imperatriz. Chegando a 22 de fevereiro de Jaguary e presidente do senado.
 e p h e m e r id e s
186S-Capitulação de Angustura (Cam-
panha do I'araguay].
Occupain o ponto, que peLi força das
armas o inimigo nos cedia, uma força
alliada, composta de um batalhão ar­
gentino e um outro oriental, um nosso,
o 1“. de infantaria, o 1“. de artilharia a
c ivallo e um corpo de cavallaria, todos
ao mando do corônel Emilio Wallet,
hoje titular.
O curso do Paraguay acha-se desde
então todo em nosso poder (Vide a
ephemevide de 31).
1869— Fallece no Rio de .Taneiro
dr. Roberto Jorge Haddock Lobo, me­
dico, presidente <la carnara municipal
desta cidade por muitos annos e que,
como tal, gozou de grande iníluciicia c
nomeada.
1S79—Fallece em Lisboa, onde exercia
0 cargo de consul geral do Brazil, o
barao de Santo Angelo, Manuel de Araujo
Porto-Alegre, um dos representantes da
geração que assistiu á implantação do
regimen constitucional entre nds a
quem mais deve a patria em serviços
feitos ás lettras e ás artes.
Elle que, incansável, tantas biogra-
phias traçara de conterrâneos que se
sobrelevaram do plano commum, devia
ser retribuido na mesma moeda com a
narração do muito que propugnou desde
a mais tenra mocidade pelo engrandeci­
mento pátrio. Aqui porém apenas lhe
pagaremos um escasso tributo de com-
memoração historiando os passos prin-
cipaes da sua vida; soccorremo-nos
para isso do que a seu respeito nos
refere o sr. dr. Moreira de Azevedo no
seu Pequeno Panorama, volume III, e
que sentimos não poder transcrever por
inteiro.
Manuel de Araujo Porto Alegre nasceu
na cidade do Rio Pardo, província do Rio
Grande do Sul, a 29 de novembro de
1806. Perdeu seu pae aos 5 annos de
edade: sua mãe contrahiu segundas
núpcias: íoi seu padrasto, o negociante
n a c io n a e s 321
Antonio José Teixeira de Macedo, quem
mandou educal-o. Já de ciãança denun­
ciava a natural jDropensão para a arte
de Raphael c Miguel Angelo: era o mais
adiantado da aula de primeiras lettras em
Porto Alegre, quando gazeou pela pri­
meira e unica vez para ir ver pintar-se
a illuminação que a carnara mandára
fazer para festejar o nascimento do ])rin-
ci|)c da Beira, Aprendeu depois latim,
philosophia, geometria, algebra c a lin­
gua franceza. Aos 16 annos intentou
seguir uma profissão e escolheu a de re­
« lojoeiro. Já nesse mister ajudava ao
mestre, quando ap[)areceu na cidade um
joven írancoz que pintava, com quem
Porto Alegre travou amizade e come­
çou a desenliar, aprendendo em pouco o
manejo das tintas a oleo. Os seus pri­
meiros ensaios foram alguns painéis e
scenarios para um theatro particular,
onde também representava.
Desejando aperfeiçoar-se na arte, veio
para o Rio de Janeiro em outubro de
R'26 e aqui chegou a 16 de janeiro do
anno seguinte. líospedou-se em casa de
monsenhor Antonio Vieira da Soledade,
que representava a sua provincia na
carnara vitalícia, e a 26 d’aquelle mez e
anno entrou para a aula de João Baptista
Debret, professor de pintura na aca­
demia de Bellas Artes. A Bibliotheca
Nacional possue eshocetos dePorto-Alegre
d’esse tempo. Na L* exposição que se fez
na Academia alcançou elle très prêmios
em pintura, architectura e esculptura.
Como um auxiliar que sabia sçr in­
dispensável complemento á sua arte,
aprendeu anatomia e physiologia, tendo
por mestre ao dr. Claudio Luiz da Costa ;
dòis annos dissecou elle cadaveres no
hospital da Misericórdia; assistiu tam­
bém ás lições de anatomia do dr. Mar­
ques e do conselheiro Peixoto, barão de
Iguarassú. Conseguira chamar sobre si a
attenção do 1° .imperador, que tencionava
mandal-o por conta do seu bolsinho para
a Italia aperfeiçoar-se na arte e robus-
 322 EPHEMERIDES NACIONAES
tecer o natural talento com o estudo das
obras dos mestres: pore'ra a abdicação do
imperador embargou a realisaçâo d’essa
risonha perspectiva.
Tentou fazer a viagem á propria custa,
n»as faltaram-llie na c ccasião os recursos
de que entretanto dispunha. O senador
Soledade veio-lhe porém em auxilio, dan­
do-lhe em Fi’ança a mensalidade de 20$
fortes, e por influencia de José Bonifacio
concedeu-lhe o almirante Grivel passa­
gem gratuita no navio de guerra francez
Durance, do seu commando: Evaristo
Ferieira da Veiga agenciara-lhe 400g em
uma subscripção: com esses minguados
elementos partiu Porto-Alagre para a
França em companhia de Debret a 25
de julho de 1831. Em Paris procurou a
escola do barão Gros. No anno seguinte
entrou o nosso artista no concurso de
bellas artes e obteve o n. 32, mas no
immediato alcançou a 3*. medalha. Assis­
tindo uma vez ás lições de anatomia de
Emery, aconteceu que o professor decla­
rasse não poder pj-oseguir na lição por
não ter vindo o preparador-, o nosso
artista offereceu-se para fazer a prepa­
ração em seu logar e desempenhou-se da
casual incumbência tão cabal e satisfa-
ctoriamente, que obteve os maiores elo­
gios tanto do professor como dos con-
discipulos.
Em Paris soííreu todavia muitas pri­
vações.
Em setembro de 1834 partiu para a
Italia. 0 sonho dourado de todo o artista
verdadeiramente ta l: acompanhava-o seu
amigo Domingos José Gonçalves de Ma­
galhães, hoje visconde de Araguaya e
representante do Brazil na cidade eter.ia.
Alli coube a Porto Alegre um brilhante
papel como artista.
Visitou depois Londres, a llollanda, a
Bélgica.
Por occasião da guerra civil da sua
província e temendo-se por sua mãe, deu
de mão ao projecto que lizera de visitar
a Greda e o Egypto, e veiu para o Rio
de Janeiro, onde chegou em maio de 1837
e mandou buscar sua mãe.
Acomp‘anhal-0 ainda na carreira que
0 talento lhe abriu na patria levar-nos-ia
muito longe. O leitor e o seu futuro bio-
grapho terão no trabalho, que citamos,
do sr. dr. Moreira de Azevedo, dados com
que se satisfaçam um e outro,
Foi aqui lente da academia das Bellas
Artes ; reformou coni o dr. Magalhães o
theatro nacional; foi encarregado por
José Clemente Pereira de pintar para o
refeitório das recolhidas da Misericórdia
um painel representando a Ceia : não
sabemos si subsiste esse quadro; pro­
clamada a maioiddade do actual impe­
rador, encarregou-se de dar o figurino
para as vestes imperiaes c o desenho da
varanda que devia servir para a accla-
mação : em 28 de julho de LS40 foi no­
meado pintor da casa imperial, caval-
leiro da ordem de Christo antes e da Rosa
no di.i da sigração: deu-lhe então o im­
perador uma boceta de ouro e o governo
quatro contos. Encarregado successiva-
mente de decorar a salla do tlirono, de
preparar o paço para o casamento do im­
perador e das festas para o baptisamento
dos príncipes, desempenhou-se como per­
feito artista d’essas commisssões; deu o
plano para a parte do Banco doBiazil,
em que este estabelecimento funcciona
até agora.
Ha d'el e um risco para a Escola de
Medicina, que nunca se póz em execução
com alTronta da magestade a que a
sciencia de Ilypocrates tem todo o direito.
Ainda, como vereador supplente á ca-
mara da corte, prestou valiosos serviços
ao municipio : ne>se cargo, além de
outras ideas, partiu (rdle a de aformo-
sear-se o campo da Acclamação, conver­
tendo-o ern um jardim mosaico,e íoi um
dos que mais se esforçaram pela mudança
do matadouro da praia de Santa Luzia
para o caminho de ri. Christovão : propoz
a creação de escolas industriacs para o.s
operários e outi'as medidas de reconhe-
 EPIIEMERIDES NAGIONAES
ciJo proveito piililico. Foi membro octivo
da commissão da e$tui:ado fundador do
Império. A 11 de maio dc 1854 tomou
posse dadÍ! ec<;ão da Academia das Bellas
Artes, cargo cm qne .‘^e mostrou habil
administrador e artista, mas queoccupou
apenas a!e 1857.
Porto-Alegre não só repre: entou um
pr.pel conspícuo no mundo artisiico, mas
também íigui-a com honra na file ra dos
poetas e litteratos nacionacs. para cujo
mealheiro trouxe vários poemetos de
cunho brazilico, diversas comedias e
dr.imas, muitos artigos em revistas do
tempo. 0 seu magestoso poema Colombo
em 20 cantos, e, como orador do Insti-
tituto lli.storico. honrou a memória dos
consocios falleoidos com biographias,
que por si ses chegavam para um bello
livro, escriptas com uma elegancia ori­
ginal, com uma animação de estylo e
correcção de phrase taes, que lhes dão
uma feição especial eattrahente, que não
se encontra em outros escriptores do
mesmo genero: parecem antes buriladas
em aço do que lançadas sobre o papel.
Foi memhi‘0 de muitas associações lit-
terarias nacionaes e estrangeiras. Antes
de exercer o cargo de confiança em que
morreu fora consul geral do Brazil na
S.txonia.
Os seus ossos não devem pc rmanecer
indefinidamente nafria terra estrangeira;
devem repousar no seio da patria, d’esta
grandiosa terra americana que elle glo­
rificou em seus cantos e a que votava um
culto de entiiusiasmo digno d’ella e d’elle*
A mãe patria os reclama.
DKZEMBKO — 31
1(301—Fundam os padres daCompanlfia
de Jesus um collegio em Cananea.
i ’oi a ilha de Cananda o primeiro ponto
da capitania de .8. Vicente em que tocou
a esquadi'a de Marti'.ii Aff'onso de Sousa
(Vide agosto 12 de 1G31) em sua derrota
para o Rio da Prata. Alli co locou ella
m
dous marcos de pedra com as quinas
portnguezas, marcos que foram em fins
do século XVIIl reconhecidos pelo co­
ronel Atfonso Botelho de Sampaio e
Sousa 0 em 1841 pelo visconde do Porto
Seguro.
Fundara a povoação o capitão-mór
governador Roque da Costa Barreto a
13 de julho de 1*300.
Houve nell i e nas suas immediaçoes
a 25 de março de 1795 um transborda-
mento do mar tal, q e lhes causou muitos
estragos.
1(313—Em dias de dezembro d’este anno
assume o governo da capitania da Bahia
Gaspar de Sousa, seu décimo governador,
que ê rendido em 1616 por D. Luiz
de Sousa.
1635—D. Luiz de Roxas y Borja, com­
mandante daexpedição hespanhola man- .
dada em soccorro de Pernambuco oceu-
pado pelos hollandezes, substitue a
Mathias de Albuquerque, em dias de
dezembro d’este anno, no governo d’a-
quella capitania. Foi o 13“. na ordem
chronologica e fallecendo a 18 de janeiro
de 1636, é rendido pelo conde de Bag-
nuolo.
1611—Faz-se de vela do porto do Ma­
ranhão, de volta para Pernambuco, a
esquadra holhindeza que fòra á conquista
d’aquella capitania, onde deixa uma
guarnição de seiscentos homens, levando
comsigo 0 governador Bento Maciel Pa­
rente, que foi encerrado pelo conde de
Nassau ua fortaleza do Rio Grande (Vide
a ephemeride de 25 de novembro).
1705—Sebastião Nunes Collares,capitão
governador do Rio Grande do Norte,
toma posse do seu cargo em dias de
dezembro deste anuo e exerce-o até 30
de novembro de 1711, em que é rendido
por André Nogueira da Costa.
lAL
 t,r.
32i EPHEMERIDES NAC10NAE3
1753—Morre em Lisboa o celebre Ale­
xandre de Gusmão, ministro e secretario
particular do rei D. João V. Nascera em
Santos no anno de 1695. Era o nono filho
de P'rancisco Lourenço, cirurgiâo-mór
do presidio da mesma villa, e de D, Maria
Alvares, sua mulher. Fòra seu padrinho
0 famoso jesuita Alexandre de Gusmão,
que vivôra no Brazil a maior parte da
sua longa vida, e em obséquio ao qual
tomaram o menino Alexandre e alguns
de seus irmãos o seu appellido, deixando
0 de Rodrigues, que era o de seu pae.
Foi cavalheiro professo da ordem de
Christo, fidalgo da casa real, doutor em
direito civil pela universidade de Paris
e incorporado na de Coimbra, enviado
extraordinário á corte de Roma, onde
foi nomeado pelo papa Benedicto NIII
principe romano, dignidade que não
aceitou por não perder a propria na­
cionalidade. Aldm de escrivão da pu ri­
dade, isto é, secretario privado do rei,
era membro da Academia real da his­
toria portugueza e conselheiro do con
y
selho Ultramarino, cargos estes todos a
que 0 elevaram o seu talento fora do
commum e seus muitos dotes pessoaes,
que deviam ser realmente grandes p^ra
contrabalançarem a circumstancia de
ter nascido olém do Atlântico. Escreveu
numerosas memórias politicas e litte-
rarias, cheias de erudição e notáveis
pela amenidade do estylo, pureza da
h' linguagem, nobreza das ide'as e pene­
tração do espirito. Nas horas de lazer
dos seus altos encargos punha em con­
tribuição 0 dom poético que recebera
da natureza e compuzera bellas poesias
ungidas de simplicidade e harmonia: do
conjunctode tantas aptidõesintellectuaes
proveiu-lhe a colossal reputação que
cercou, sempre o seu nome e abriu as
portas de muitas academias nacionaes e
estrangeiras a este illustre portuguez-
hrazileiro. como o denomina Innocencio
F. da Silva. Diplomata, deveu-lhe Por­
tugal importantes serviços c por in-
fluencia sua é que se crearam os bis­
pados de S. Paulo. Minas e Pará.
Morto 0 seu regio protector e amigo,
decahiu da graça do governo do seu
successor, D. José I ; não sobreviveu
porém muitos annos a esse golpe e á
perda fatal dos filhos e dos poucos bens,
que lhe devorára um incêndio.
O seu cadaver foi sepultado no convento
de Nossa Senhora dos Remedios dos
Carmelitas Descalços, em Lisboa, ao lado
do de Salvador Corrêa de Sá.
Vejam-se para a sua biographia o
artigo que lhe é relativo no Diceionario
bio-hibliographicoportuguez, a Memória
do visconde de S. Leopoldo, a Biblio­
theca Luzitana de Barbosa Machado, o
seu Elogio por Miguel Martins de Araujo
(Lisboa, 1744'', o Plutarco brazileiro,
do sr. conselheiro Pereira da Silva, o
Ensaio biographico-critico de José Maria
da Costa e Silva, e o Anno Biographico
do sr. dr. Joaquim Manuel de Macedo.
O auctor da Selecta brasiliense e In­
nocencio da Silva dão o anno de 1695
como 0 do seu nascimento, e Azevedo
Marques o dá como fallecido a 31 de ou­
tubro, lapso de penna que vem corrigido
na sua Chronologia.
1797—E’ sagrado em Lisboa, na egreja
de S. Pedro de Alcantara, ])elo nuncio
apostolico arcebispo titular de Damieta,
0 5°. bispo de Marianna D. frei Cypriano
de S. José, religioso de S. Pedj-o de Al­
cantara, natural de Portugal.
Nomeado pela rainha D. Maria I a 25
de julho de [Veja-se essa data), fez
a sua entrada na diocese a 30 de outubro
de 1799.
1‘'31—E’ definitivamenie organisada a
Academia das Bellas Artes do Rio de
Janeiro.
1812—José Clemente Pereira é esco- '
Ihido senador pela j'rovincia do Pará
Vide fevereiro 17 de 1787).
1818—Oito deputados áAssembléa geral
jela provincia de Pernambuco, perten­
centes ao partido liberal, publicam uma
 EPHEMERIDES NACIONAES 325

proclamação, declarando adherir á revo­ 13 provindas do Brazil que atd ao pre­

lução denominada Pm ieira. sente gosam d’este grande melhoramento.
1849—Toma posse da sua cadeira no
senado Joaquim Franco de Sá, eleito
pela provinda do Maranhão e escolhido ADDENDA E RECTIFICAÇüES
a 31 de março d’esse anno (Vide a ephe~ J ulho—4
meride de 10 de novembro de 1851).
1818— O conde da Figueira, de quem
1868—Guardada a posição de Angus- nessa data se trata, exerceu o cargo de
tura por uma força alliada (Vide a governador da capitania do Rio Grande
ephem. de 30), o marquez de Caxias do Sul até 2 2 de setembro de 1820, dia
marcha á testa do exercito victorioso em que se retirou de licença para a côríe.
para Assumpção, onde faz a sua entrada D. João Carlos de Saldanha, seu succes­
a 5 de janeiro de 1869. A villa de Luque, sor, que foi depois duque de Saldanha,
segunda capital da republica, é nesse começou a exercel-o a 22 de fevereiro
dia tambern occupada pela nossa caval­ de 1822, depois do governo interino dei­
garia [Guerra do Paraguay). xado pelo conde, ,e como presidente da
Na presente data uma força brazileira, junta acclamada pelo povo e tropa,
ao mando do sr. coronel Hermes da Fon­
JULHO—15
seca, embarca em Villeta e precede na
occupação de Assumpção ao grosso do 1822— A camara de Porto Alegre ti’ans-
exercito, alli entrando no dia 1 de janeiro. mitte á junta governativa da provincia
Quando Caxias chegou á cidade inimiga a representação do povo, pedindo a re­
já havia cinco dias que tremulavam nos tirada do general Saldanha. Este parte
seus principaes edifícios as bandeiras para a corte, por terra, a 29 de setembro.
alliadas.
JULHO—18
1866—Em dias d’este mez e anno inau­ 1875— Referindo-nos á famosa b.stu-
gura-se a linha telegraphica da cidade iha de Monte Caseiros, a proposito do
do Desterro ao Estreito, provincia de conde de Porto-Alegre, que neila tomára , I■
Santa Catliarina, com 117.242 k. de ex­ tão brilhante parte, dissemos, á pag. 36
tensão. que ella se ferira a 8de fevereiro, quando
T868—Inaugura-se em dias d’este mez e foi no dia 3 que elle a entalhou com a sua
do presente anno a linha telegraphica espada nos nossos fastos militares.
da Barra do Rio Grande (de S. Pedro do
JULHO—21
Sul) á cidade do Rio Grande, na distancia
de 20 kilometros. 1852— Falleceu nesse dia e anno, mas
era junho, o naturalista Antouio Corrêa
1878—Em dias do presente mez etfe- de Lacerda, como se lè no Diccionario de
ctua-se a inauguração da linha telegra­ Innocencio da Silva, e como dissemos na
phica de Maricá á Venda das Pedras propria noticia que a elle se refere na
provincia do Rio de Janeiro, com 26.000 addenda de julho.
kilometros de extensão.
Temos assim dado, graças á obsequio- AGOSTO—24
sidade do sr. dr. Baptista Caetano, sub- 1501— Inadvertidamente damos ainda
director dos telegraphos do Império, a Gonçalo Coelho como o chefe da pri­
inauguração official de todas as estações meira expedição mandada ao Brazil logo
e linhas telegraphicas estabelecidas nas depois deuscobrimento.
 I'lPHEMERIDES NACIONAES

Veja-se o qiie a esse respeito dizemos Em Outubro de 1877 contava 5.690 socios,
na epti'?r)ierid(i de 1 de janeiro de 1502. dos quacs 26 tinham nella 100 reis e sd
havia um com 70 a 75 contos e era esse o
AGOSTO—27
maior accionista.
1819— O marcch.il João de Deus Mcnna
Barreto falleccu visconde de S. Gabriel, OUTUBRO—10
na eidade do Rio Pardo, e aos 80 annos 1803 — 0 brigadeiro Roscio, 2° com-
de edade. missario da demarcação dos limites me-
SETEMBKO—5 ridionaes do Brazil, falleccu em Porto
Alegre, então villa, circumstancias que
^"<10— O nome do capitão Duclerc, que foram por nds involuntariamente omit-
nessa data invade a cidade do Rio de tidas.
Janeiro, vem escripto de dois modos
diversos pelos nossos chronistas. Mon­ OUTUBRO—12
senhor Pizarro, porém, que cita a sua 1506 (?) —Chega de volta á Lisboa um
ceitidão de obito. cliama-o, não Carlos, dos navios da armada expedicionária de
como nds, mas João Fiancisco. Duclerc, D. Nuno Manuel.
que foi assassinado a 18 de março Essa data foi também omittida. Re­
de 1711, sepultou-se na capella de S. para-se a falta.
Pedro da igreja da Candelaria, onde
talvez se possa verificar tanto o seu OUTUBRO —22
nome como o dia do seu fallecimento. 1689—Tratando da mãe do rei D. JoãoV,
SETfi.MnuO —8
demol-o como filho da primeira mulher de
D. Pedro II, quando aquelle principe nas­
1615— Deve passar para o dia 3 a dataceu do matrimonio d’este monarcha com a
da rendição da fortaleza de Nazareth do princeza Sophia de Neuburg, sua segunda
Cabo, segundo opina o visconde de Porto mulher.
Seguro, que citámos no fim d’essa nossa
I .li noticia, na sua importante monographia OUTUBRO —27
ácerca das nossas luetas cora os hollan- 1831 — Formatura dos primeiros ba­
dezes. charéis da Faculdade de S. Paulo. Tam­
bém omittiu-se essa noticia, que entre­
SETEMBRO — 21
tanto vem nos Apontamentos de Azevedo
1876—Veja-se nas rectificações a de 20 Marques ácerca d’aquella província.
de dezembro de 1877.
NOVEMBRO 22
SETEMBRO — 24
1773— Sé muito tarde nos foi com-
1834— Ommittimos a seguinte noticia, municado o n. da Nova Aurora, sema­
,1 qUe nos foi obsequiosamente ministrada nário que se publica em Quissaman, pro­
pelo respectivo thesoureiro, o sr. tenente víncia do Rio de Janeiro, de 29 de Janeiro
coronel José Joaquim de Moraes: de 1881, em que, na secção noticiosa, sob
A caixa economica da cidade de Cam­ o titulo—Descoberta de uma obra impor­
pos, que a 31 de Dezemln-o de 1880 apre­ tante, um illustrado cultor das nossas let-
senta tres mil e seiscentos contos, em tras nos communica, escondendo modes­
apólices da divida publica e em dinheiro tamente 0 seu nome, particularidades
em caixa, foi fundada na presente data acerca da obra que na presente data ãt-
com 58 accionistas, com o capital de tres tribuimos ao senador José Saturnino da
contos e quati-ccentos mil e tantos reis. Costa Pereira: da sua communicação se
 EPHEMERIDES NACIONAES
verifica què chegou cila a puhlicar-se
ate' ao 7”. volume. Transcreveremos o que
mais d(! perto se prende ao iif sso as­
sumpto.
« Encontramos 7 volumes ád. Recreação
moral e scientiflca.
« Os seis primeiros volumes são os que
fainbem se intitulam O Collegia incen­
diado. Eis 0 que se encontra na primei­
ra pagina do 1 tomo :
RECUiÇAÇÃO
MORAL E SCIENTIFICA
OU
BII5LIOTHECA DA JUVENTUDE
DEDICADA
a’ S. M. 0 SENHOR D. PEDRO II
IMPERADOR DO BRASIL
COMPILADA DOS MELHORES AUTHORES E
ESCRIPTA POR UMA SOCIEDADE DE
LITTERATOS
TOMO I
RIO DE JANEIRO
TYP, E LIVRARIA DE R, OGIER
EDITOR - PROPRIETÁRIO
RUA DO OUVIDOR N. 188
1834
« 0 2° tomo foi impresso ainda nesse
anno de 1834, e o 3° em 1835, o 4°, 5* e 6*
em 1836, em 8°.
« Tem diversas estampas, sendo a pri­
meira um retrato do imperador.
« 0 7* tomo appareceu em 1839, da of-
flcina de R . Ogier & C., editores-pro­
prietários, rua do Rosario n. 84 e do
Hospicio n . 51, com o titulo modificado
para o de Recreação moral e scientifica
6u Revista das obras mais modernas
sobre a historia, romances e as scien-
cias em geral.
« Este conte'm tres contos—1° A In­
diana em Londres ou o perigo na ami­
zade, conto moral; 2° Torrente vinga­
dora; 3° A noiva Rajepotna (historia
indiana;. Nos seis primeiros volumes, soh
uma fórma e estylo muito agradaveis,
327
sao explicados principios g e r a e s da
sciencia. »
Um aperto de mão ao nosso amavcl in-
tormante.
novembro — 26
1874 — Recebemos da cidade da 'Victo­
ria uma obsequiosa carta do sr. capitão
Basilio Carvalho Daemon, redactor do
Espirito-Santcnse, reclamando contra a
expressão — reduzido á extrema indi­
gência, — que empregámos quando, na
presente data, nos referimos ao falleci-
mento do advogado Josd Marcellino Pe­
reira de Vasconcellos. Agradecemos no
nosso informante os dados que nos for­
nece ácerca do seu douto comprovin-
ciano, e aqui os aproveitamos.
Jose' Marcelüno gozava da aurea me-
diocritas de lloracio; deixou casas,
escravos, apólices, uma boa livraria, a
très filhas que tinha do seu primeiro
matrimonio e a um filho do segundo,
aquellas bem casadas e este estudante de
preparatoiúos.
Excêntrico, e desgostoso por ver que
lhe minava surda, mas implacavelmente,
a existência uma carie que padecia nos
ossos tanto das pernas como do craneo,
tendo já feito diversas viagens a Minas
e á côrte, resolvera um dia, sem que
ninguém da familia o suspeitasse, partir
ki
de novo para esta ultima cidade, acom­
panhado apenas por uma pessoa de sua
confiança, indo em uma cadeira de bra­
ços para bordo do vapor que para a côrte
0 trouxe. Julga-se que não quizera c[ue .1^1
a familia, que o idolatrava e o acompa­
nhou até ao embarque, assistisse ao do­
loroso espectáculo da sua morte.
Não morreu, pois, em abandono; reco*
llieu-se á ordern a que pertencia, por
\’P)M•
sua livre vontade, e os seus não pude*
ram ir de encontro aos derradeiros dese» 'ï
jos do seu chefe.
Rectificando este ponto do nosso tra­
balho, sentimos satisfeita a consciência.
 ’k^í x fm

f
328 EPHEMER IDES NACIONAES

Dezembro —2 DEZEMBRO — i ■

1825—A' noticia que corresponde á data 1848—Em um dos quartos do hospital

do nascimento do actual imperador, acres- da Ordem 3‘ . do Bom-Jesus, no Rio de
centaremos a seguinte ephemeride, pu­ Janeiro, existe um caixão de madeira,
blicada em um periodico de Montevidéo. contendo outro de chumbo, em que está
Não contava ainda seis annos de cdade encerrado o cadaver embalsamado de
quando se deu a sua exaltação ao throno Luiz Carlos Martins Penna. o auctor do
pela abdicação de seu pae, que lhe no­ Noviço, do Juiz de paz da roça, do
meou por tutor 0 antigo chefe do partido Judas em sahbado da Alleluia, etc.,
democrático José Bonifacio de Andrada formoso talento dramatico nacional, que
e Silva, desterrado em França desde 1823. se flnára na presente data em terra es­
Este, que se achava em Bordéos, accei- trangeira. Pelo menos alli o viu o sr.
tou tão espinhoso encargo; mas, posto dr. Moreira de Azevedo quando escre­
que tal escolha fosse uma garantia para a veu o vol. II do seu Pequeno Panorama
liberdade, o velho ministro da revolução (1861. l ' . edição). Não tivemos oceasião
tornou-se bem depressa suspeito ao partido de verificar si ainda lá está.
popular; foi em 1833 demittido das suas Neste seu trabalho, aquelle paciente
funeções e arrancado pelas forças publicas collector de dados da historia patria,
do palacio imperial, passando D. Pedro II repartidos pelos seus principaes monu­
para a tutella directa do conselho da Re­ mentos e instituições uteis, diz acerca
gência. de Martins Penna e de suas obras, em
Este conselho abdicou a sua soberania que tão bem comprehendeu o dramaturgo
a 23 de Julho de 1840. O imperador, cuja 0 ridendo castigai mores do mestre Ho-
maioridade foi proclamada antes de tem­ racio, alguma cousa digna de meditação
po, cingiu solemnemente a coroa a 18 de e de leitura.
•í
Julho do anno seguinte. Conflictos pro­ DEZEMBRO— 13
vocados pela Gamara arrebentaram então
em muitas provincias do Império, pro­ 1868—Na pequena noticia que consa­
longando-se a luta na de Minas Geraes grámos á memoria do dr. von Martins,
até 1812, em que uma victoria decisiva, dissemos que este sabio viajante e na­
alcançada pelo general Caxias em Santa turalista fallecera nessa data. Entretanto
Luzia, salvou a monarchia brazileira, re­ Innocencio F. da Silva, no supplemento
duzindo á impotência os partidários de (vol. IX) ao seu monumental Bicciona-
uma republica federativa. rio hibliographico, o dá fallecido no
Desde então goA^erna D. Pedro II os seus dia 15. D’elle resumiremos as outras in­
estados, sem violar a Constituição que dicações que lhe dizem respeito.
jurou, fazendo louváveis esforços para Carlos Frederico Philippe de Martins
desenvolver a prosperidade do Brazil. nasceu a 17 de abril de 1794 em Erlan­
gen, cidade da Ba viera. Doutorou-se em
Depois de visitar a Exposição de Phi­
medicina na universidade da sua patria
ladelphia, viajou pelo velho mundo, sendo
e aos Aunte annos publicou as primicias
recebido por todos os paizes que percor­
dos seus trabalhos em botanica. Fez
reu com inequívocas provas de respeito.
parte da commissão scientifica que os
Suas impressões de viagem, corrigidas governos da Austria e Baviera enviaram
por elle mesmo, não tardarão em A'ir em 1817 ao Brazil. Aqui permaneceu eile
dar-nos uma prova mais da sua illustra- tres annos, percorrendo diversas provin­
ção.
cias d’^esta parte da monarchia portu-
gueza, empregando-se não só nas explo­
rações botanicas de que vinha especial-
mente incumbido, como no estudo do que
concernia á geographia, estatística e
ethnographia do paiz, mais feliz nesse
ponto do que o barão de Humboldt, a
quem foi vedada a entrada no nosso ter­ 1836—Acerca de monsenhor Antonio
ritório. Vieira da Soledade, senador pelo Rio
Das suas numerosas obras, algumas Grande do Sul, fallecido nesta data no
especialmente relativas ao Brazil, men­ Rio de Janeiro e sepultado na igreja de
cionaremos a seguinte: S. Pedro, segundo se lè no Jornal do
Glossaria l i n g u a r u m brasiliensium Commercio de 19 d’esse mez e annOj^
(Erlangen, 1863.', composta no intuito de temos as seguintes indicações biogra-
facilitar a diftusão da lingua geral bra- phicas, que obsequiosamente nos prestou
zileira entre os indios, como sendo, a seu 0 sr. Antonio Alvares Pereira Coruja,
ver, este o meio mais poderoso e capaz de a quem d’aqui as agradecemos.
promover a civilisação das hordas selva­ Era monsenhor Soledade natural de
gens que divagam ainda pelo interior Eivas, em Portugal. Fòra franciscano
do paiz. no Rio de Janeiro, em cujo convento foi
Lamentamos não podermos passar para lente de Escriptura. Pregador régio e
aqui o bellissimo estudo que, sob o ti­ mais tarde conego da antiga Capella
tulo V ie et tra vau x de M artins, Spring, Real, íoi nomeado em 1814 vigário geral
professor na Universidade de Liège, pu­ do Rio Grande do Sul e vigário da fre-
blicou na R evue scientifiqu e da França guezia de N. S. da Madre de Deus, hoje
e do estrangeiro (12‘ serie, 1871, 1“ se­ cathedral de Porto Alegre. Na epocha da
mestre). Spring foi seu discipulo e viveu nossa independencia foi procurador geral
na intimidade do professor. da provincia, eleito a 19 de Junho de
Para dar a ultima de mão a este incom­ 1822, e depois deputado seu e vice-presi­
pleto esboço, diremos com este seu illustre dente e aflnal senador.
biographe: Innocencio da Silva dá monsenhor So­
a A sua aima era tão rica como o seu ledade nascido em Lisboa e tendo fal­
espirito. Os que oJconheceram convirão lecido em 1833.
comigo que senão podia encontrar mais ó sr. Coruja tem ideia de que fora en­
frescura e abundancia de sentimentos, terrado no convento de Santo Antonio.
nem mais calor e bondade. Amigo flel, Succedera-lhe na egreja rio-grandense
gostava de obsequiar a todos, e sa)jia
como vigário encommendado, e também
descobrir, até nos corações apparente- como vigário geral, o honestíssimo co­
mente mais obliterados, o raio de amor nego Thomé Luiz de Sousa, o qual loi
que os torna accessiveis. parocho por 22 annos quasi exactos, pois
a A melhor porção de nós, dizia muitas falleceu, com 88 annos de edade, quasi
vezes, éa que vive no coração dos outros. em egual dia em 1858 (a 14 de Dezembro),
Essa porção d’elle é immense e vivirá sendo tão sentido o seu passamento que
perpetuamente em nós. » 0 clero, as irmandades e um grande con­
Innocencio da Silva dá Martius como curso de povo o carregaram á mao até
tendo fallecido no dia 15. Spring diz en­ aocemiterio, que fica fóra de muros, pro­
tretanto que esse acontecimento oceorrera curando todos disputarem entre si a pre­
no dia 13, comò por nossa vez consigná- ferencia nestas derradeiras honras.
 <1

330
lEPHEMERIDES NACIONAES

DE2EMBH0 — 18
paulista Joaquim Corrêa de Mello fal-
1S2S- Começa o exercito brazileiro a lecera nesse dia do anno de 1876, e, om-
evacuar a praça de Montevidéo, em vir­ mittindo inadvertidamente a data do
tude do artigo 13 da Convenção Prelimi­ seu nascimento, flzemol-o nascido além-
nar de Paz entre o governo das repu­ mar,
blicas das P r o v in d a s Unidas do R io da nós.
e apenas crescido e educadoentre
P ra ia e o imperador do Brazil ( Vide a
ep h em . de agosto 28). Vimos ultimamente na Bibliotheca Na­
cional um bello exemplar do retrato do

i Nesse mesmo dia, mez e anno a as-

semble'a geral constituinte do Estado
Oriental do Uruguay decreta o primeiro
distincto naturalista, gravado em S.
Paulo, em que se declara não só que
Corrêa de Mello nascera naquella cidade
I' .■ pavilhão nacional, que é o que hasteiam
íioje. a 10 de abril de 1816 (o que está de ac-
dezembuo — 20
cordo com o esboço biographico do sr.
dr. J. dos Remedios Monteiro, quç en­
1877- Na ephem eride de 21 de setem­
tão citámos), como que fallecera em
bro dissemos que o notável botânico Campinas a 20 de dezembro de 1877,

. .M

\é
FIM DO SEGUNDO VOLUME

I .

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i.j' <1. ,

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f, • * ’ •s ft ^
Jk\1?■
 PAG. COL. LINHA

! 33 I 32 ro])resenlar
: 35 1 6 Joaquim
35 I 11 Valente To>
42 I 22 em 1822 em JL
42 I 23 •de 11 de 11,
44 II 17 de 23 de 28
49 II 2 1037 1638
49 II 12 d’csse mesmo anno
54 I ^irppr'iraa-se
20 1774 1674
54 I 30 de 1775 de 1675
57 I 12 e d’esse c d’esse pouco
62 I 22 de jullio de junho
81 II 39 10 mezes 10 dias
I 9 mezes e 9 dias
86 5 1740 _ 1710
86 I 41 do Rio de Janeiro
I 1 de Nictheroy
90 Memórias Annàes
98 I 4 Piotoral Piotoral
109 II 35 Lananaga
120 II 27 Larranaga
dá-nos deixa-nos
120 II 30 íleariam
123 II 23 llcaram
1674 1678
128 I 10 recebendo
130 I 13 devendo receber
Tit.... das Tomo... da
130 I 44 Manuel da Cunha
136 II 41 36 vasos — Manuel da Cunha
o6 vasos
143 I 35 superior
167 II 33 suj)oriores
de 13 de 8 e de 13
180 I 7 me nos
194 II 3 denomina
195 I 12 denominava
E’ translerido j)ara Chega ao .seu novo
224 I 6 decapitados
262 II 33 justiçados
conde marquez
268 II 23 (llivaes Olivares
272 I 15 dos orpliãos das orph.ãs
276 I 1 O 9.“ bispo — O 9.‘ bispo
277 II 26 a 29 o.scolhido a 29
280 I 31 historia-
288 I 7 liisíorico-
tam bem um 1am bem é um
308 II 25 ajuntavam-se
. . 316 I 17 Decreto ajuntaram-.se
— Dcci-eto

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INWGE ALPMBETICO
DAS
Abaeté —Diama níc achado no arroio-
Out. S dc 1800 (3° $;i.
AbdicaÇiío dc D. Pedro da coróa dc Por-
tugal~Fev. 27 dc 182(5 {2 ' i5)—Maio
2 de 1825. ^ Fcv. IS de 1772.
Abdicação da, eoroa do Brazil—Ab. 7 8
e 15 de 1831.
Abolição dc privilégios na capitaria dc
Minas Gcraes—Ja'n. 2i dc 1775.
Abordagem dc encouraçados lirazilci'ros.
guerra. do Paraguay—Março2 dc 188S.
Abrilada cm Pernambuco—.\b. It dc 1832.
Absolvição de cinco cidadãos do Pará laíi-
tores da independência—Out. 19 de
1822.
.Academia dc Bellas-Artes da Bahia_-
Junho 13 do 18S0.
Academia, dc Bellas-.Vrtc.s do Rio de Ja-
neiro—biov. 5 dc 1826—Dez. 31 do 1831.
Academia Brasilicados Esquecidos—f''ev
4 do 1725.
Academia dos Felizes—Maio 6 dc 1736.
Academia imperial dc Medicina do Rio
de Janeiro—Dez. 21 de 1835.
Academia juridica de Oliuda—3Iaio 15 de
1828.
Academia juridica. de S. Paulo—Marco
1 de 1828. V. Formatir’a. ^ c /_do 1842.
Academia mcdico-cirurgica do R. de Ja-
nciro—Abril 1 dc 1813—Out. 3 do 1832.
Academia militar do R. de Janeiro—Out.
22 de LSSo-r-Mareo 9 de 1812.
m i
Academia Real dos Ouardas-marinha —
Mail) 5 do 1808.
Academia dos Renascidos—Junho 6 de
1/59, ' >
Academia scicntifica do R, do Janeiro—
Academia dos Selectos (R. de Jan.)—Jan
30 dc 1752.
Academias juridicas do Impsrio (Creacao
das)—Ag. 11 de 1827. i - ■s
.•Accionista do Banco do Brazil (A I'azenda
real)—Out. 20 dc 1812.
■- i l :
Acclamação do im))orador I). Pedro 1—'
Out. 12 do 1822.
%
Acclamação do in)pcrador D. Pedro I
(Cliega ás Alagoas a noticiada)—Nov.
1
i
oO de 1822.
Acclamaçao do imperador D. Pedro I ei«
Goyaz—Dez. 1(5 de 1822.
Acclamação do imperador I). Pedro IT—.
Ab. 9 de 1831.
Accorclo entre os Pires e Camai-gos dc
8. Paulo—Fev. 5 dc 1654.
Accordo entj-e o Brazil e a Bolivia para
JPY
a execução do cartas rogatorias—Dez.
22 de 18/9.
Acto _addicioual ou lei das reformas con--
stitucionaes-Ag. 12 c 21 do 1834.
.Adalbei-to da, Prussia. (F’rincii)e)—Set. 5
Adhesao do Piauhy á iiidcpendeucia na­
cional—Jan. 24 de 1823.
-'Adhesao da cidadc da Parahyba á inde­ >■ 1
pendência—Nov. 2 de lS 2l
i

Adhesao da população de Campos á con-
stitiiiçâo portugueza—Julho 4 del821.
Administração dos indigenas—Jan. 26 de
1696.
Administradores da Imprensa Regia—
Maio 13 de 1808 (2*. 4° §).
Dr. Adolpho Manuel Victorio da Costa,
instituidor do collcoio Victorio—Maio
17 de 1879.
Adopção do systema constitucional no
Brazil—Março 13 del821.
Adrian Frank nas luctas com os liollan-
dczes—Março 14 de 1630.
Adrian Janszon Pater, genei'al hollandcz
) 'J —Dez. 21 de 1629 (artigo separado)—
Jan. 9—Set. 12 e 18 de 1631.
Adrian Patrid. almirante hollandez—
Abril 6 de 1625—Out. 6 de 1626- (3° ^).
Aerostato de Bartliolomeu de Gusmão—
Ag. 8 de 1709.
Affogádos. V. Forte dos.
'I I ' D. Affonso. fllho de D. João IV. 2° prín­
cipe do Brazil—Maio 16 de 1653.
D. Alfonso VI, rei de Portugal—Nov. 6 de
1656—Junho 23 de 1662— Set. 12 de 1683.
D. Aifonso. lilho do imperador D. Pedro
II—Junho 11 de 1848.
Aifonso de Albuquerque (0 grande) —
Ab. 30 (artigo cm separado)—Maio 28
de 1503. ^
Affonso de Albuquerque. 8° gov. do Rio
de Janeiro- Julho 14 de 1608.
Afibnso de Albuquerque Maranhão, pre­
sidente da Junta gov. de Pernambuco
— Ab. 30 de 1823.
Affonso de Albuquerque Maranhão, se­
nador pelo Pv. Grande do Norte—Ag.
22 de 1826.
Affonso Botelho de Sampaio e Souza, co­
ronel. V. Padrões e .Fortaleza da barra
de Paranaguá.
Alfonso Braz.'jesuita — Ab. 2 do 1551 (2“)
— Junho 8 (art. separado).
Alfonso Celso de Assis Figueiredo, se­
nador jior Minas-Geracs — Ab. 26 de
ISIO.
Alfonso da Franea, 8° ca|).-mór da Para-
hyba— Set. 17 de 1618.
Affonso Furtado de Castro do Rio de
Mendonça, visconde de Barbacena. 26“
gov. da Bahia — Nov. 26 do 1675—Out.
k:
24 de 1676.
: t« D, Alfonso Miguel de Portugal e Castro,
juarquez de Valença, 48" gov. do Bahia
—Nov. 13 de 1779 — Jullio 31 do 1783.
Aifonso Sardinha,, paulista, nomeado
cap.-mõr de guerra aos iridios do ser­
tão— Set. 30 de 1592.
AÍIbnso Sardinha descobre as minas de
Araçoyaha — Fev. 11 de 1601 — Junho
10 de 1611.
I ■i-
2
Affonso Ximenes de Almiron, general
hespaiihol. na guerra hollandeza—
Fev. 18 de 1637 — Março 17 de 1637
(2‘ )—Ab. 18 de 1638.
Agassiz, professor, em viagem pelo Ama­
zonas— Fev. 4 de 1866.
S. Agostinho (Cabo de) — Nov. 1 de
1501.
Agostinho de Azevedo Monteiro, membro
do gov. int. do, estado — Nov. 26 de
1675 (2“ ^).
Agostinho Barbaihò Bezerra, gov. do R.
de Janeiro por acclamação— Out. 17
de 1659 — Dez. 18 de 1661.
Agostinho Barballio Bezerra adminis­
trador dos descobrimentos de esme­
raldas do Esp. Santo — Maio 19 de
1664 — Set. 27 de 1664.
Agostinho Bezerra Cavalcante, capitão
de ITenriqucs, envolvido na revolução
de Pernambuco — Dez. 22 de 1824
Agostinho Cesar de Andrade, capitão-
mdr do R. G. do Norte — Fev. 28 de
1692.
Agostinho Corrêa . gov. int. do iMaranhão
e Pará— Set. 23 de 1656.
Agostinho Corrêa da Silva Goulão, depu­
tado á constituinte — Junho 3 de 1822.
Agostinho Goulart Pereira (Padre . pro­
curador do 2“ prelado de Cuvabá —
Out. 29 de 1803.
Agostinho Joaquim do Cabo. V. E.xpe-
dição scientifica, etc.
Agostinho Pires, capitão. V. Piauhy,
Junta do gov. constitucional.
Dr. Agostinho da Silva Neves, presidente
das Alagôas — Dez. 9 e 11 de 1839.
Agostinho Tellesdos Santos Capello, de.s-
embargador— Fev. 11 do 1751.
Dr. Agraj-io do Souza Menezes, d rama,-
tui'go e jornalista bahiano — Ag
de 1863.
Agua (Distribuição d’ ) á cidade do Rio
de Janeiro — Maio 12 de 1880.
Agua (Distribuição d’ ) á cidade do Re­
cife,;—Junho 14 de 1837.
Agua (Distribuição d’ ) á M aceió-D ez.
12 de 1845.
Aguapehy (Combate de), guerra do sul—
_Jau. ,Í9 de 1817.
Ajuda (Recolhimcnlo da) ~r Julho 9 de
.1674 e 1678.
Alagnas—Povoação das — Junho 21 de
1673 (art. separado). V. Magdalena e
Lagunas.
Alagoas—governo separado— ,Set. 16 de
1817.
Alagoas—Carta de D. Pedro ao governo
das—para a nomeação de um governo
constitucional—Dez". 7 de 1822.
 — 3 ~

nas—a favor da in-

dependeneia-Dez. 17 de 1822. V. João Alexandre de Moura, chefe da expedição
Jose da Cimha Fidié. ao Maranhão—Nov. 1 e 3
A lagoas-V illa cias - elevada ú cid a d e- 1615-Janeiro 0 <le 1616 ®
iMarço 8 de 1823. V. Magdalena. Alexandre Picard, commandante hol-
landez de 1 orto Calvo—Julho 19 de
14 de^lS^S.^""' ’ das-
A lagoy-M aceió, capital das-Dez. 4, 9 e Dr. Alexandre Rodrigues Ferreira natu­
ralista bahiano — Ab 27 de 17=;«
Alaa’oas — Hevolução fias Out. 10 — Set 1 de 1782 (3» ~ a Í 2 9 --Í u f ^
Dez. 7 de 1844. , , 5 l ‘,8 3 -A g . 1 e l i de f f o f
^^lexandie de Souza Freire, 25° gov ge-
1667 (2-d !^'^'^ I^áhia-Junho 13 de
■ T s “ No\‘ “ 30 de‘ T â r ‘ ’ “ ' “ Alexandre de Souza Freire, gov. do es-
Alagoas—Sur pressão da mcza de rendas tado do Maranhão— Ab. 14 de 1728
da capital das—Dez. 11 de 1867. Alexandre Thomaz. ajudante de ord™l
Albano de OliveiraBueno na guerra civil M a tlo td fS ' P --m b u ? o -
cio lí. Grande do Sul—Ab. 8 de 183d
Alberto Schott, coronel hollandez - Alímniega no Espirito Santo-Jan. 10 de
Junho 17 de 1624 (3“ g).
Albuquerque (Forte), accommettido pelos
paraguayos-Fev. 29 de 1865. ^
^ cacer-quibir. V. Batalha de.
' “ 'll'd e® h Í7 “ “ P ^ 'a l ly b a - A g .
Aifitfo de)—Dez. 22 de 1645.
Aldeia \elha na Bahia—Out. 5 de 1557 - " ' T Æ “ “ i8ahia.V. Asylo de S.João
(Julgado de). V. Caxias
(Cidade do). f ■Alienados em S. P au lo-M aio 14 de 18ã2
Alderiksen, vice-almirante liollandez. V.
1 arahyba: Batalha naval. ■■ “ r P e l r " “ L °
Alei.xo Maria Caetano, membro do gov. Alistamento de branco,s e pardos nos
1800*^^ ®^uta Catharina-Jan. 19 de . i â n / L - Y í i r " ° o râ e n a ta íi^
S. Alexandre (Collegio jesuiía de) no Alistamento dos habitantes do Rio de Ja
Para—Jan. 26 de 1653. . Tieiro para a in fantaria- Março Í l t
Alexandre Albino de Carvalho, brio-a-
Alix Nicolas Aimé, commandante da fra-
Í T È de ilS I)''“ “ “ gata Rem e B lan ch e-O n t. 22 de 1844.
Alexandre Eloy Portelli, commissario da J^'^ueiro-Maio 25 de
Jl^^^ui’caçao de limites—Março 11 de
Alkmar. V. Altenar.
Alexandre Gomes de Azevedo (Padre) V
Representação da Junta de S. P;údõ mJ “ d ilg l"'"* ° ' ° ' ' " ' “
ao principe regente.
Alexandre Gomes de Argollo Ferrão " " ' ' r S a t - ü Û t . ^ f d e Wm “ ‘ '° ‘ ‘ ‘ °
general, visconde de ítaparica. ra '^.“ l r h i “ doh634.“ ''“ “ É eberib e-
[u Paraguay— Maio 24 de
1 -"'larço 22 de Alvará acerca do casamento deindigenas
1868—Junho 23 de 1870. com portuguezes-A b. 4 de 1755
Alexandre de Gusmão (Padre), provincial Ah ara auctorisando o senado do Rio de s
dos .lesiiitas—Março / de 1685.
Alexandre de Gusmão, secretario par-
ticular de p. João V—Dez. 31 de 1753. ^^'ho4euTSra^n° gO''ernadores 2o
Alexandre liUiz da Silva Menezes, gov V de Í S I l^ serviço — Dez. 14
da praça doR . Grande do S u l-j| n .4
de 1/66. *
Alexandre Maria de, ^ ílo m ^ ^ rm e n to , ‘^ |iShta?."v.‘'cons^elhm
p ïa viï*^ ^ CfmAíw&oras. V. essa
N oT sdo -
desembarga-
^'So-out fríeil?''-
u
Alvará desligando as comarcas do Pará
c Rio Negro da Casa da Supplicaçào
lí' ■
|0r f‘ ih :
de Lisboa — Mai^-o 13 de 1810.
Alvará folmhiando a mac^'onaria — Março
30 de 1818.
li;:^ Alvará indultando aos que tomaram parte
na expulsão dos jesuitas— Out. 7 de
1647.
Alvará mandando fechar todas as fa­
/. ^,.1 bricas, teares, manufacturas, etc. do
Brazil — Jan. 5 de 1785.
Alvará mandando tirar rcsiãenr.ia aos
governadores — Ab. 9 de 1622.
Alvará ordenando que os governadores
não mandem para o reino presos do
Brazil sem permissão régia— Jau. 18
de 1624.
Alvará permittindo aos brazileiros toda
a qualidade de industria— Ál). 1 de
1808.
Alvará permittindo o estabelecimento de
fabricas de (jualquer manufactura no
Rio Grande do Sul — Maio 31 de 1808.
Alvará permittindo que os governadores
passem alvarás cm nome de el-rei —
Set. 18 de 1610.
Alvará permittindo que a fazenda real
( I seja accionista do Banco do Brazil—
Out. 20 de 1812.
Alvará (de I). João V) permittindo aos
franciscanos erguerem conventos —
‘I ,
Nbv. 28 de 1624.
Alvará proliibindo a creação de novos
conventos — Out. 16 de 1609.
Alvará restituindo ao seu collegio de
B. Paulo os jesuitas — Out. 3 de 1642.
Alvaro Azevedo, membro do governo in­
terino do estado—Nov. 26 dc 1675
§)•
Alvaro dc AzeVedo Barreto, gov. do
Ceará depois da capitulação dos hol-
landezcs—Maio 20 de 1654.
Alvaro Barbalbo Uchôa Cavalcanti, se­
nador por Pernambuco—Maio 15 de
1871.
I). Alvaro da Costa. V. Doação.
D. Alvaro da Costado Souza dc Macedo„
general portuguez cm Montevidéo —
N'ov. 18 dc 1823.
Alvaro Fragoso, capitão, na guerra liol-
landcza—Set. 23 dc 1631.
Alvaro José Xavier, presidente da junta
provisória dcGoyaz—Maio 22 dc 1821.
Alvaro Luiz do ^Valle, loco-tenente do
conde de Monsanto—Fev. 6 de 1624.
Alvaro Nunes Cabeça de Vacea—Out.
18 de 1541.
D. Alvaro da Silveira e Albuquerque,
49“ gov. do R. de Janeiro~Ab. 5 —
Jtílli^ de i m .
D. Alvaro Soares dc Castro, bispo eleito
do Brazil—Ab. 15 dc 1672 (2“ §).
D. Alvaro Xavier Botelho, conde dc5S.
Miguel. 2 gov. de Goyaz—A g. 30 de
1755.
Amador de Araujo, cap. mdr, na guerra
hollandeza—Junho 19 c 24 de 1645.
Amador Bueno da Ribeira acclamado
rci da capitania dc S. Paulo—Ab. 1
dc 1641—Set. 22 dc 1643.
Amador Bueno da A'ciga. cap. mdr cm
S. Paulo—Ab. 1 de 1709.
D. Amalia Figucirôa. poetisa rio-gran-
dense—Set. 25 dc 1878.
S. Amaro, perto do Recife, atacado pe­
los hollandezcs—Jan. 28 de 1634.
S. Amaro—Capitania dc—Out. 6 dc 1634
Out. 22 de 1709.
Amaro Joaquim Rajtoso dc Albuquerque.
42“ gov. da Parahvba—Julho 21 de
1805.
Amai‘0 Velho Cerqueira. cap. mdr da
Parahyba—Vol. I. p. 433. col. 1% 1692.
Amazonas (Exploração do)—Out. 28 de
1637-Ab. 14 de 1749.
Amazonas — Invasores do—V. Dunczac,
Ferrollcs.
Amazonas—provincia—Set. 5 dc 1850.
Amazonas—1" barco avapor que sulcao —
Set. 22 dc 1853.
Ambrosio de Aguiar Coutinho. dona-
tario da caj)itania do Esp. Santo—
Julho 15 dc 1643.
Ambrozio Leitão da Cunha, senador pelo
Amazonas—Junho 9 de 1870 (2*).
Ambrozio Machado, cap. mdr do Rio
Grande do Norte—A g. 20 dc 1616.
D. Amelia, princeza brazilcira. Vide
D. Maria Amelia.
D. Amelia de Lcuchtenbcrg. 2“ impe-
j'atriz do Brazil—Out. 16 e 17 de 1829.
D, Amelia, duqueza viuva de Bragança—
Ag. 28 dcl840(2“ §)—Jan. 26 cie 1873.
A,nerico Elysio (Jose Bonifacio de An-
drada e Silva)—Fev. 27 de 1825.
Américo Vcspucio, piloto tlorcntino—
Nov. 1 dc 1501— Ab. 30 dc 1503 (art.
separado. 2’ v^)—Junho 10 de 1503—
Junho 18 de 1504—Fev. 25 dc 1512.
Amnistia aos das Alagoas implicados na
revol. da Confederação do Equador—
Março 7 dc 1825. .
Amnistia da regência aos implicados nas
revoltas do Maiçmhão c R . Grande do
Sul—Ag. 22 dc 1839.
Amnistia aos implicados na revolução dc
S. Paulo c Minas—Março 14 dc 1844.
Anacleto Elias da Fonseca. V Passagem
do Viamão.
Anacleto Ferreira Pinto na rebellião de
S. Panlo-'dimho 24-»JullT,rt 12 do 18-4Ã.

Dr. AnacK^to José Ribôiro Coutinho
lente da Academia de S. Paulo—
Julho 21 de 1859.
Anadia, villa das A la d a s—Marco 23 de
1702.
Anehiela. V. .Tosé de.
André (Santoj—Demolição da villa, de—
Junho 30 de 1500 (art. separado).
André de Alljuquerque, donatario de
S. V ice n te -Set. 13 de 1 5 ".
André de Albuquerque, 3" ^ov. da Pa-
rahyba do Aorte—Aq-. 21 de 1003—
Julho 22 de 1008.
André de Almeida (Padre), notável je-
suita paulista—Jan. 22 de, 1019.
André de Almeida e I-Mn.soca, provedor
da fazenda em Pernambuco—Junho
4 de 1035.
Dl*. André da Costa Moreira, corregedor
da comarca do R. de Janeiro—Set.
2 de 1073 (2"
André Cuzaco. 41“ gov. do R. do .Janeiro
—Out. 7 de 1094.
André Gonçalves. ex})lorador da costa do
Bi\yãl—Jan. 22—Fev. 15 de 1502.
André Hygino. almirante hespanhol—
Maio 9 de 1583 (3“ § — Ag’. S (artigo
separado).
André Marim. commandante do forte do
Arraial—Março 21 de 1035.
André de Mello e Castro, conde das Gal-
veas. gov. de Minas Geraes—Set. 1
de 17.
André de Mello e Castro, 40“ cap. general
da Bahia e 5“vice-rei d o Brazil—Nov.
23 de 1720—Maio 11 de 1735—Oul. 10
de 1743—Dez. 10 de 1749.
André Nogueira da Costa. gov. do R.
Grande do Norte—Nov. 30 de 17uS.
André Pereira Temudo. capitao de linha
na guerra iiollandeza — Fev. 10 de
1030(2“ §).
André dos Santos Queiroz (Padre).V. Ouro
convertido ern chumbo.
André Thevet—Jan. 31 de 1550.
André Vidal de Negreiros, mesti'C de
Campo na guerra dos hollandezes—
Maio 23 de Í025 (3“ í^y-Ab.21 d- 1038
—Julho 97 de 1045 (2‘ )—Set. l,3 e 15
de 1045—Jan. 13 de 1040—Jan. 2 de
1047—.4b. Iw de 1048—Jan, 2o, 27 e
28 de 1054.
André Vidal d<; Negra icos leva a Lisboa
a noticia dad<'rróta dos; hollandezes—
Março 19 d.e 10.5-1.
André Vidal de Negreiros, gov. du estado
do Maranhão ePará -.4.0.14 de 1045 —
-Ag. 25 de 1054—Maio il de 1055.
André Vidal de Negreiros.duas vezes cap.
general de Pernambuco—Set. 23 ue
1050-—Marco 21 de 1057—Jáii .'#4 de 1067.
á
André Vidal de Negreiros (FalicrCimento
de)—F ev.^ de 1081.
Angelo Carlos Muniz, senador pelo .Ma ­
ranhão—Maio 0 de 1852—Set. 4 de
1803.
Fr. Angelo Maria de Lucca. Vide S. Fi­
delis de Sygmaringa.
.-Vngelo Muniz da Silva Ferraz, barão de
rruguayana-, senador pela prov. da
Baliia—Maio 8 de 1850 (2“).
Ângelo Muniz da Silva Ferraz, ministro
da fazenda—Ag. 30 de 1859.
.\ngelo Pessanlia (Padre). V, Incursões
de botocAfdos, ctc.
Angostura (Passagem dc). guerra ‘ •1
Paraguay—OutT 1 de 180.8.'
Angostui-a (Capitulação de) —Dez. 30 de
1808.
Anil (Cultura do)—Nov. 1 de 1709—Junho
7 de 1780.
Angra dos Reis (Ilha de)—Nov. 1 do 1501.
Angra dos Reis—Carta dc .sesmaida do—
.fan. 24 dc 15.59.
Angra dos Reis—Fundação da povoação
de—Out. 2 do 1024.
Angra dos Reis—Cionvento da Conceição
dc—Ab. 14 de 1053.
Aoilianç/nera (O), V. Bartholomen Bueuo
da SiJva.
D. .Anna Carneiro . V. Luiz de Figueiredo
e sua mulher.
1). .Anna Francisca Maciel da Costa, baro-
neza de S. Salvador de Carnpu.s—Dez.
17 de 1812—Set. 3 de 1803 (3“ §).
D, Anna Jusíina Ferreira Nery.^i mãe
dos brazileiros na guerra do Paraguay
—Maio 20 de 18802
D. Anna Nery. Vide D, Anna Justiim
Ferreira Nèry.'
D. .Anna Pimentel, mullior e procuradora
de Martim Atlbnso de Sousa—Set. 25
de 1530—Fev. 11 de 1544,
Anni versa rio da adhesão do Maranhão á
indepeiulencia—Julho 28 de 1855.
Anniversario do fallecirnento de D, Pe­
dro I—Set. 24 de 1842.
Anselmo Ferreira de Barcellos. V. Sedi­
ção em Villa Franca do Imperador.
.Antão de (Mesquita de Oliveira, cap.-niór
do Reconcavu—Out. 12 de 1024.
Antero José Ferreira de Brito, pre.sidmiie
do R. Grande ilw Sul—Mtu;çu 23 de
1837.
Autonio (Sautii)-. V. Santo .Antonio,
1). Aíjtonio. uriof d o Crato—. l u n h o 1 9
de 158u. ‘ u. j
.^níonio Allbnso, íanda.dor de Jacarehy—
Set. 20 de 1052 (artigo separado).
Antonio Aftbnso Ferreira, V. Revolta
^r ai eira.
 — 6
Antonio AíTonso \idal, sarcnentò-mdr_
Março IG de 1681.
Antonio de Albuquerque, gov. da Para-
hyba—Dez. 19 de 1634 (4° e 6“ §8)—
Dez. 24 de 1634—Set. 25 de 1635.^'
Antonio de Albuquerque Coelho de Car­
If-;' valho, 0 velho, 14° gov. do Pará—
Junho 22 de 1667.
Antonio de Albuquerque Coelho de Car­
valho, o filho, cap, mdr do Pará—
Julho 24 de 1685,
Antonio de Albuquerque Coelho de Car­
valho, 20° gov. do estado do Mara­
nhão—Maio 17 de 1690—Julho 11 de
1701.
|!(t Antonio de Albuquerque Coelho de Car­
valho, 52° gov. do R. de .Janeiro—
Junho 11 de 1709.
Antonio de Albuquerque Coelho de Car-
valho, 1° gov. de S. Paulo e Minas—
Nov. 3 de 1703—Nov. 23 de 1709—
Jan. 18—Junho 18—Julho 17—Set. 21
de 1710—Ab. 8 de 1711—Set, 14 de
1711 (3° § )-A b . 9 de 1712.
Antonio de Albuquerque Maranhão, gov.
da Parahyba—Dez. 2 de 1631 (3° 8).
D. Antonio de Almeida Soares e PÓr-
tugal, 3° conde de Avintes, 1° mar-
quez de Lavradio. 8° vice-rei do Bra-
zil--Julho 4 de 1760.
Antonio Alvares (aliás Alves), pintor da
Uli ' bandeira rcj)ublica.na de Pernam­
buco—Julho 14 de 1811 (3° 8)—Marco
6 de 1817 (10° §). ^ . • D l. Antonio Calmon du Pin e Almeida,
D. Antonio Alvares da Cunha, conde da
Cunhai. 1 ° vice-rei no R. de Janeiro—
Junho 27 de 1763-Out, 19 de 1763—
ÍJarço 22 de 1766 e 1767-Maio 23 de
looO.
D. Antonio Alvares da Cunhá, gov. int.
de S. Paulo. Minas e R. deJanèiro—
Out . 16 de 1763.
Antonio Alves de Carvalhal. ooeta ba-
hiano—Junho 16 de 1880. ‘
Antonio Alves Lanhes Peixoto, ouvidor
^ de Cuyabá-Out. 11 de 1727.
Dr. Antonio Alves da Silva Pinto, mem­
i bro fundador do Instituto Histonco—
Nov. 25 de 1838.
Araujo Aragão Bulcão.
3 barão de S. Francisco, presidente
da Bahia—Junho 13 de 188(í.
Antonio de Araujo de Azevedo, conde
da Bai*ca—Junho 21 dç 1817.
Antonio Arnaud Villela. sargento-mór
assassinado no rio Una—Jan. 12 —
. bet. 25 de 1664.
D. frei Antonio da Arrabida. bispo de
’~ f ~ Anemuria — Ab. 10 de 1850.
Antonio Augusto da Costa A g u ia r -
Maio 11 de 1877.
—
Antonio Augusto de Mendonça, poeta
bahiano — Ag. 14 de 1879.
Antonio. Augusto Monteiro de Barros.
senador por Minas-Geraes — Out 3 dè
18.38 — Nov. 16 de 1841.
Antonio Augusto da Silva, depois desem­
bargador. V. Gov. provisorio da Bahia.
Antonio Barbosa de Aguiar na erecção
da villa de Taubaté — Dez. 26 de
1645.
D. ír. Antonio Barreiros. 3° bispo do
^®1586 (2° §)-xMaio
11 de 1600.
D. fr. Antonio Barreiros, membro do
gov. geral int. do estado — A g. 10
de 1587. "
Antonio de Barros Passos e adjuntos,
governadores ints. do R. Grande do
Norte — A g. 30 de 1802.
Antonio de Barros Rego e Catanho. .o-ov.
do R. Grande do Nprte— Fev. l‘5 de
1663.
Antonio de Bellavia. jesuita siciliano —
A g. 4 de 1633 (3° §).
Antonio Borges da F on seca.-Y ol. I. p.
4..33, col. 2': 1734 — Março 30 de 1849.
Antonio de Brito de Menezes. .56° p-ov do
R . de .Janeiro— Junho 27 de 1717 —
Maio 15 de 1719.
Antonio Caetano Pereira. 43° o-qv da
■ - A g. .30 de Í809 Maio 6
' de 181/.
deputado supplente á constituinte —
Junho 3 de 1822.
D. Antonio Cândido de Alvarenga, 17°
bispo do Maranhão — Set. 22 de' 1877
— Julho 8 de 1878.
Antonio Cândido da Cruz Machado, se­
nador por Minas-Geraes— Julho 15
de 1874.
Antonio Cândido Ferreira de Abreu. 1 °
deputado pela província do
— Maio 27 de 1854.
Antonio Cardoso de Ba.rros. provedor-
mór da fazenda — Nov. 20 de 15.35 —
^ Maio 29 de 1549 — Junho 16 de 1556.
./^ntonio Cardoso de Ba.rros—Regimento
dado a — Dez. 17 de 1548 (2*)?
Antonio Carlos Furtado de Mendonça,
gov. da cap. de Govaz — Agosto 17 dê
1/70.
Antonio Carlos Furta.do de Mendonça,
gov. de Minas Geraes — Maio 22 dê
1 / /3. \J
Antonio Carlos Fartado de Mendonça,
gov. militar de .Santa Catharina —
Nov. 1.3 de 1776 (3° § )- F e v . 24. 25 e
2 / — Março 21 de 1777.
Antonio Carlos Gomes, compo-sitor na­
cional— Junho 14 de 1839.
 Antonio Carlos de Mariz c Bnrros. vulto
heroieo na guerra do Paraeuav—
Março 28 de 1866. ' '
Antonio Carlos Ribeiro de Andrada. Ma­
chado. 1 “ ouvidor de Olinda— Maio
30 de 1815.
Antonio Carlos Ribeiro de Andrada Ma­
chado. membro do croverno provisorio
de Pernambuco— Março 6 de 1817.
Antonio Carlos Ribeiro de Andrada ]\ía-
chado. deputado ás cortes de.Lisboa —
Out. 6 de 1822— Nov. 22 de 1822(2“).
Antonio Carlos Ribeiro de Andrada Ma­
chado, deputado á constituinte do Bra­
zil - Junho 3 de 1822 — Junho 30 de
1823.
Antonio Carlos Ribeiro de Andrada i\ía-
chado, ministro do Imiicrio—Julho
24 de 1840.
Antonio Carlos Ribeiro de Andrada Mo-
cha do.^enador por ('ernambuco—Nov.
1 de 1773 — Julho 6 — Dez. ,5 de 1845.
V. Deportados jjoliticos e Manifesto
dos_ deputados ás cortes de Lisboa.
Antonio de Carvalho e Almeida, cap.
mór do R. Grande do Norte — Fev, 28
de 1692 (4° §).
Antonio de Castro Alves, poeta, baliiano
— Julho 6 de 1871.
Antonio Cavalcanti na guerra hollandeza
— Junho 12 e 13 de 1645.
Antonio Cavalcanti de Albuquerque, cap.
mór do P a rá -N o v . 28 de 16.3Ü—Jan,
6 de 1634.
Dr. Antonio Cesar de Berredo, poeta ma­
ranhense— Ab. 7 de 1879.
Dr, Antonio Coelho de Carvalho, funda­
dor da villa de Alcantara — Dez. 22
de 1648. V. Cuman.
Antonio Coelho Gasco. 1° ouvidor do
Pará — Out. 23 de 166Ü.
Antonio Coelho de Sá e Albuquerque,
ministro da agricultura — Maio 24 de
1862.
Antonio Coelho de Sá e Albuquerque, se­
nador por Pernambuco— Fev. 22 de
1868.
D. ír. Antonio Corrêa, 12° arcebispo da
Bahia — Dez. 24 de 1781.
D. fr. Antonio Corrêa, membro do goy.
int. do esta d o-N ov . 13 de 1719 —
Julho 31 de 1783— Ab. 18 de 178s.
Dr. Antonio Corrêa de Lacerda, natura-
Jul/o (aliás Jw/Pío) 21 — Vol. ' II. p.
ÖZO. CO i. Z-, JU jPO Zl.
Antonio da Cesta Rego Monteiro. \
volta praieira..
I Autonio (lo Couto e Almeida. V. Victoria
(cídadí" da; atacada pelos hollandezes.
Antonio de la Cruz Estigarrihia. Es-
' tigarribia.
Antonio oa Cunha, arcedia.o’O. iuembro
do gov. do Pará o R. Negro— Julho
1 de 1820,
Antonio da Cunha de Andrada. comman-
danteda nau Chaf/ns~ían. lid e 1610.
Antonio da Cunha Souto Maior, desem­
bargador - Março 22 de 1714.
Antonio da Cunha Vasconcellos (Padre),
senador pela Parahyba— Maio 18 dè
1836.
D. fi\ Antonio do Desterro Malheiro. 6°
16sro do R. de Janeiro — Dez. 1 de
17-^— Julho 11 de 1756— Dez. 5 e 6
(le 1773—Maio 23 de 1880.
D. fr. Antonio do Desterro Malheiro, gov.
int. de Minas-Geraes — Março 26 de
1735 — Out. 10 de 1763 (2° ^).
Antonio Dias Cardoso, sargento-mór. na
ga.erra hollandeza-Set. 26—Out, 6
de 1633—Set. 15—Nov. 9 de 1645—
-áb. 19 de 1648—Fev. 21 de 1649—
Jan. 5 de 1651.
Antonio Diniz de Sequeira e Mello, se­
nador por Sergipe—Maio 17 de 1859.
Antonio Duarte Barros. 51° cap. mór do
lAíaranhão e Pará—Julho 27 de 1732—
Março 21 de 1736.
Antonio Elias de Moraes na revolução de
Pernambuco—Fev. 21 de 1824.
D. Antonio Felix Machado da Silva e
Castro, marquez de Monte-Bello. 14"
gov. de Pernambuco — Junho 5 de
1690.
-Vntonio Ferna des Furna, capitão go-
vernador do R. Grande do" Norte-
Junho 6 de 1654—Fev. 12 de 1663.
1)1 . .‘intoiiio Ferreira França, deputado
á constituinte—Junho 3 de 1822:
Dr . .Vntonio Ferreira França, deputado
á assembléa geral—Junlio 3 de 1834.
Antonio Ferreira França, deputado
á assembléa geral. V. Elemento ser­
vil.
■. Autonio Ferreira Pinto, lente da
Faculdade . de Medicina do Rio de
Janeiro—Dez. 22 de 1861.
Antomo Ferreira Vigoso. conde d.a
Cnucqição. 7° bispo de Marianna —
Set. 28 de 1835 (P Sn|—Julho 7 del.S75.
capitão, na guerra com os íiollaiidezes
—Set. 21 de 1631 (2° S).
— Set. i‘) de 1633 - Nov. SO de !6:15
(3° §) — Jan. 18 — Junho 9—A g. 23 de
 ■,► . ’"«Ji
lC3o (2 ')_A 2 ’ . 24-S ct. 20 df' 1030—
>luio20 de 103S (-r §)—JunJio 17—SeT.
Io de 1Ô45—Ab. ly—Maio 9 de 104«.
-Automo Filippe da Cunha Ponie. mem­
bro do güv. int. da Bahia—Ag. lõ de
1803.
Antonio Francisco Dutra e Mello, poeta
lluminense-Fev. 22 de 1840 {2^.
Antonio Francisco iMartins, V. fr. An­
tonio do Lado de Christo.
Antonio Francisco de Paula e Hollanda
Cavalcanti de Albuquerque, visconde
de Aibuqiiei’quc. senador jior Per-
uambuco—Ab. 28 de 1838—Al). 14
de 180.3.
Antonio Francisco de Paula o -11. Ca­
valcanti do Albuquerque, ministro da
marinha—Julho ,24 de 1840—l)e2. ÍO
de 1870.
Í!|- Antonio Francisco de Paula o II, Ca­
valcanti de Albuquerque, ministro da
fazenda—Maio 3u de 1802.
Dr. Antonio Francisco de Paula e Souza,
ex-ministro da Agricultura—Nov. 18
de 1800.
Antonio Gabrielli. emprezario da di.stri-
ouição d’agua ao li. de Janeiro—i\Iaio
12 de 1880.
Antonio Galvão, 24“ g o v . do R. de ,1a-
neiro—.hilho20—A g. 19 de 1051.
Antonio Gomes. \ . Abacté—Diamante
achado no arroio—.
Antonio Gomes Cândido, deputado mi­
!'l neiro—Março i8 de 1850 (2“).
Antonio Gomes Pacheco (>hadre). V. Festa
litteraria em Pernambuco.
Dr. Antonio Gonçalves Dias, 1* poeta
lyrico nacional — Xov. 3 de 1864.
Antonio Gonçalves Gomide. deputado
supplente á constituinte — Junho 3 de
1822.
Antonio Gonçalves Gomide. senador por
Minas-Geraes — Maio .8 de 1826.
Antonio Gonçalves Teixeira e Souza, poe­
ta e romancista Iluminense — Dez 1
de 1861.
D. fr. Antonio da Guadelupe. 4“ bispo
do K. de Janeiro — Fev.* 21 — Atf. 2
de 1725— Out.,21 de 1735 — Fev
Junhp 8 de 1739—Fev. 12— Maio
—Ag. 31 de 174u.
Antonio Guedes de Brito, membro do gov.
int. do estado- X o v . ,26 de fC75
(2“ |).
Antonio Isidoro da Fonseca, typographo
no Rio de .laneiro. \' A<.-uüemia \los
Sdectos e Typoyraphlo.-. 1“ estabele­
cida no Rio de Janeiro,
Atitonio João Damasceno, cabeça de mo­
tim no Maranhão — X"ov. 19 de 1831.
CL
', ' . \ %>F1
8 —
, Antonio João P.ibeir.i. cora mau dante do
forte de Albuquerque— Fov, 29 de
! 1865.
j Antonio Joaquim Fanco de Sá, ooeta ma­
ranhense—,Tan. 29 de 1856.
D. Antonio .Joaquim de Mello, 7“ bispo
de S. Paulo — Maio 5 de 1851.
Antonio Joaquim Rosado, coronel do re­
gimento provisofio — Março 9 de 1822.
Antonio Joaquim Vianna. coinmandante
t^l^^rí^b^ldes emS. Paulo— Junho 7 de
Antonio Kiiivet. V, Thornaz Cavendish.
Antonio José, tragédia nacional — Março
13 do. 1838. ^
D, fr. Antonio de S. .lose, 6“ hispo do
Maranhão — Xlaio 2 de 1778.
D. Ir. Antonio de.S. José, 11“ arcebispo
da Bahia — Fev. 14 de 1767. .
D. fr, Antonio dc S, José Bastos. 14“
bispo de Olinda — Dez. 21 de 1807 —
Ab. 25 de 1810.
Antonio José Cabral de Almeida, mem­
bro do gov. int. dc Goyaz — Ab. 13
de 1770 — Maio 7 dc 1778 (2“ §).
Antonio José Claudino. V. Índia Morta,
Dr. Antonio José Duarte de Araújo Gon-
dim, deputado á constituinte — Junlio
3 de 1822.
Dr, Antonio José Duarte de Araujo Gon-
dim, membro do gov. provisorio da Ba­
hia— Set. 6 de 1822,
Dr. Antonio José Duarte de Araujo Gon-
dim, senador poi- IFrnarnbueo — Ja­
neiro 31 de 1826.
Antonio José da França e Horta, gov. de
S. Paulo — Set. 23 de 1775 — Dez. 17 de
1«01 (3“i — Dez. 10 de 1802— Vol I. p.
4.33. col. 2“. 1804 Junho 12 de 1808.
Antonio José Henrique.s. \ Revolução
de Pernambuco de 1817,
Antonio José Machado, senador pelo
Ceará — Julho 11 de 1801.
Antonio José de Moraes Durão, rneinbro
do gov. do Piauhy — Jan. 2 de 1775.
.intoniu Jose yioreix‘a. V, Ceará: gov,
provisorio. '
Antonio José de Paiva Guedes, soclo
fundador do Jnst. Historico—Nov. 25
de 1838.
A ntonit >,Fosé da Si va. oju d ev—Maio 8 de
1705—Out. de i/3 ( —Out. 19 de, 1739.
Antonio Jo.sé da Silva Arcos, proprietá­
rio de um periódico ern Campos dos
tvoytacazes—Jau. 1 de 1831.
Antonio José de Souza Manuel e Mene­
zes Severim de X\ironha, 7“ conde de
Villa-Flor, depois duque da Terceira,
7“ gov. do Pará e Rio Negro—Jullio
1 de 1820—Ab. 26 de 1860.
 — 9
Antonio Jixé \ ictoriano Border, da Fon- D. Antopio do Macedo Costa. 1(P bispo
seca, 36» gov. do Ceará—Ab. -35 e30 do Pará—Abril 21 de 1861.
—Maio 21 de 1763. D. irei Antonio daMadrede Deus Galrão.
Antonio Ladislnu Montf^iro Baena. aucior 2» bispo de 8 . Paulo—Junho 28 de
do Comjjcndio das eras do Pará — 1151.
Março 29 de 1S50. Antonio Manuel de Campos Mello, pre­
Pr. Antonio do Lado de Christo, francls- sidente das AltigOas—Dez. 12 de 1845.
cano iliiminen.se—Ab. 6 de 1821 (2‘ i. Antonio Manuel de Campos Mello, mi­
B. Antonio Larraãaga. senador nela pro­ nistro da justiça—Maio 31 de 1848.
víncia €isplatina—Jan. 22 de 18-^6 — Antonio Manuel Corrêa da Cantara, 1 »
A g. 30 de 1828. consul do Brazil no Paragtiav—Junho
Antonio Leite Pereira da Garna Lobo, 30 de 1848. ' *
‘■'^'1’onel. V. Beprosentação da junta Dr, Antonio Manuel de Medeiros, medico
de S. Paulo ao príncipe regente. do Ceará—.Julho 13 de 1879.
Antonio de Lima, commandante do forte Antonio Manuel de Mello, conselheiro,
de S. Jorge—Março 2 de 1630. na guerra do Paraguay—Março 8 de
Antonio Lopes Filgueiras. capitão, na 1866.
guerra liollandeza—Ag. 20 de 1633. Antonio Manuel de Mello Castro c Men­
Antonio de Loureiro Barreto. Y. Pará- donça. por antonomasia Pilaios, 15“
Sedição. gov. de S, Paulo—Junho 21 de 1797—
Antonio Luiz Dantas de Barros Leite, Maio 6 de 1801.
deputado provincial das Alagôas — Antonio Manuel do Souza (Padre), depu­
Dez. 4 de 1839. tado á constituinte—Junho 3 de 1822.
Antonio Luiz Dantas de Barros Leite, Antonio Ma ol de Souza (Padre), secre­
senador pelas A la goas-A g. 8 de 1843. tario do gov. temporário do Ceará—
Antonio Luiz Gonçalves da CamaraCou- Jau. 3 de 1823.
tinho, donatário da capitania do Esp. Antonio Marcellino Nunes Gonçalves,
Santo—.Junho 6 de 1674. senador pelo Maranhão—.Maio 23 de
Antonio Luiz Gonçalves da Camara Cou- 1865.
tinho. gov. de. Pernambuco—Maio 25 Fr. Antonio de Marciana. V. Custodio
de 1689—IMaio 22 de 1694—Set. 13 de Valente.
1688. * D. fr. Antonio de Santa Maria, bispo
Antonio Luiz Gonçalves da Camara Cou- titular ÚQ Ncocesaréa, 1° bispo ordi­
tinho, 31“ gov. geral do estado do Bra­ nário eleito para o Maranhão—A<>. 3ü
zil—Out. 16 de 1690. de 1677. ”
Antonio Luiz vou Hoonholtz. barão de Antonio Maria Carneiro de Sá, ouvidor,
Telle—Junho 26 de 1876. membro do goveimo do Pará e Rio
Dr. .ytíonio Luiz Pereira da Cimha. de­ Negro—Julho 1 de 182ü.
pois visconde e marquez de Inhani- D. Antonio Maria Corrêa de Sá e Bene-
pube de Cima. membro da Junta go­ vídes. 8“ bispo de Marianna—Junho 27
vernativa de Pernambuco—Dez. 13"de do 1877.
1787—Dez. 29 de 1796. Antonio Maria de Moura (Padre), bispo
‘. Antonio Luiz Pereira da Cunha, eleito do R. de,Janeiro—Março 22 de
membro do gov. int. da Baliia—Maio 1833 (2“)^
14 de 1809. Antomo Marianne de Azeveoo.<íAlireetor ^
. Antonio Luiz Pereira da Cunha, de­ da Bibl.'da Marinha—Dez. 16 de 18Ü9.
putado áconstituinte—Junho 3 de 1822. Dr. Antonio de Marins Loureiro, 11“ pre­
Dr. Antonio Luiz Pereira da Cunha, col- lado do R. de .Janeiro—Out. 16 de
laborador na constituição do Impé­ 1630 (2‘ , 5“ 5^)—Junho 8 de 1644—Out-
rio—Kov. 26 de 1823. 17 de 1659 (artigo separado).
’ . Antonio Luiz Pereira da Cunha, se­ Dr. Antonio Marques Rodrigues, mara­
nador por Pernambuco—Jan. 22 do nhense illustre—Ab. 14 de 1873.
1326—Maio 4 de 1826 Í3*)— et. 19 d<(i Antonio MaiToiros, oap, mOr do Pará—
1837 (2»). Ag, 15 de 1728.
Antonio Luiz de ouza Tello de Me­ .'Vntonio .Martins Bastos, dejiutado
nezes. 2“ marquez das Minas, 29“ gov. constituinte—Junho 3 de 1822.
geral do Brazil—Junho 4 de 1684 — Antonio Martin.s Ribeiro. Junta pro­
Dez. 20 de 1686. visória do Ceará.
Antomo Luiz de Tavora, 4’ conde de Sar- Antonio de Menezes Vasconcellos de
zedas, 6“ gov. de 8. Paulo—Ag. 23 de Drummond, diplomata brazileiro —
-Dez J3 de 17.34—Ag. 29 de 173 Maio 21 de 1794,
 Antonio Muniz Barreiros, cap. mór do
Maranhão—Ab. 20 de 1022—Out. 1 de
1042—Jan. 3 c 10 de 1643—Fev. 28de
1044 (2° §).
Anton;o dc Moraes e Silva, membro do
ítov.provisorio de Pernambuco—Março
0 de 1817.
Anioniode Moraes e Silva, lexicoíírapho
nacional—Ab. 11 de 1824.
Fr. Antonio de Nascentes, denominado
o tiffre—Março 13 de 1730.
Antonio Navarro de Abreu, tenente-co­
ronel. deputado á constituinte—Junho
3 de 1822.
B. Antonio de Noronha, 9” gov. de Mi-
na.s-üeraes—Maio 29 de 1775.
Antonio Nunes Bezerra, capitão dc em­
boscada, na guerra hollândeza— Ju­
nho 9 de 1636.
Antonio de Oliveira, almoxarife da fa­
zenda real em S. Vicente — .Jan. 18
de L537.
Antonio de Oliveira Bastos, gov. militar
da ilha de Santa Catharma — Março
26 de 1726 — Dez. 11 de 1735 (2" S) —
Maio 28 de 17.37.
D. Antonio de Oquendo. V. Oquendo.
D. fr. Antonio de Padua. 9“ bispo do
Maranhão — Out, 31 de 1784.
\ Antonio Paes de Sande. 43“ gov. do Rio
sr’ de Janeiro •Dez. 27 de 1692 — Março
25 de 1093.
Antonio Paulino Limpo de Abreu, depois
visconde de Abaeté. ministro do Im­
pério— Dez. 21 de 1835.
Antonio Paulino Limpo de Abreu, mi­
nistro da justiça— Julho 24 de 1840.
Antoni^ Paulino Limpo de Abreu na re-
bellião de Minas-Geraes — Ag;. 20 de
1842.
Antonio Paulino Limpo de Abreu, se­
nador por M inas-Geraes-.4.b. 28 de
1843.
.Antonio Pauiino I.impo de Abreu, mi­
nistro dos negociosestrangeiros — Set.
7 de 1853. V. Deportados |ioliticos.
Antonio Pedro de Carvalho. 1 ° tenente.
no combato do Juneal—Fev. 9 de 1827.
Antonio Pedro da Costa Ferreira, presi­
dente do Maranhão — .4.b. 2 de 1835.
Antonio Pedi o da Costa PVrreira. depois
barão de Pindaré, senador pelo Ma­
íi ranhão— Julho 18 de 1860.
S Anlonio Pedro de \ asconcellqs, briga­
deiro. gov. da Colonia do Sacramento
— Jan. 5 de 1736.
Dr ; ArRonio Peregrino Maciel Monteiro.
2“ barão de Itamaracá, ministro do
Brazil em Lisboa, poeta pernambucano
—Jan. 5 de 1868.
Antonio Pereira dc Azevedo, cr.nitão pela
camara de S. Paulo—Junho 30 dc 1617.
.Intonio Pereira Barreto Pedroso. pre.si-
dente da Bahia— Nov. 7 de l837 —
Addenda: yol. II, p. 269. nov. 7.
Antonio Pereii'a Nunes, advogado, assas­
sinado em Oeiras — Set. l3' de 1804.
Dr. Antonio Pereira Pinto, edictor dos
Annaea 'parla.mentarcs — ^\n\\\o 5 de
1880 (3“).
Antoirio Pei’eira Rebõuças, conselheiro—
Junho 19 de 1880.
P. Antonio Pereira de Souza Caldas,
poeta fluminense — Nov, 24 de 1762.
Antonio Pinto Chichorro da Gama. se­
nador pela provinda de bernambuco.
recusado pelo senado—Maio 15—Junho
16 de 1847.
Antonio Piiato Chichorro da Gama. I’ecu-
sado de novo—Jan. 16 de 1848.
Antonio Pinto ChichoiTo da Gama. sena­
dor pelo R. de Janeiro—Julho 1 de
1865.
Antonio Pinto da Gaya. capitão-mór do
P afá-Jan. 21 de 1666—Ab. 1 de 1670.
D. Antonio Pio de Lorena e Castro, se­
cretario do gov. de Pernambuco—
Dez. 13 de 1787.
Antonio Pires d’Avila, mestre de campo,
V. Pitanguy.
Antonio Pires (le Campos', serîanista
paulista—Maio 5 (artigo separado).
Antonio Pires da Silva Pontes Leme.
membro da commissão de limites—
Set. 1 de 1782.
Antonio Pires da Silva Pontes Leme.
gov. da capitania do Plsp. S a n to-
Março 29—Out. 8 de 1860.
P . Antonio Raposo Tavares, sertanejo
paulista-A b. 26 de 1674 (2° §)•
Antonio do Rego Castello Branco. V. As­
sassinato de Antonio Pereira Nimes.
Antonio Ribeiro, commandante da expe­
dição guarda-costa do Brazil—Out. 26
de 1528.
Antonio Ribeiro de Campo.s, deputado á
constituinte—Junho 3 de 1822.
P. Antonio da Rocha Franco, de])U-
tadü supplente á constituinte—Junho
3 de 1822.
Antonio Rodrigues, procurador do povo
do Maranhão—Jan. 15 de 1670.
D. Antonio Rodrigues de Aguiar, bispo
t!t. de Azoto, prelado de Govaz—
Jan. 13 de 1811.
Antoni,o Rodrigues de Arzão descobre
as minas do Rio Doce—Julho <24 de
1687 (2“
Antonio Rodrigues de Arzão inicia a
povoação de S. João d ’El-Rei—Uut. 8
de 1713. ‘
ao
íM.
 Antonio Rodrigues Barbosa. V. Passo Antonio de Souza Netto. coronel, na
da Perdiz.
guerra civil do R. G. do Sul—Ab 6
Antonio Rodrigues Fernandes Bra^ra e 8 de 1836.
presidente do R. Grande do Sul-S^’et' Antonio lavares Corria da Silva, vio'a-
de 1835.
rio capitular dc Cnyabá—Out. 18 de
Antonio Rodrigues Fernandes Brana i •
senador pelo R. Grande do S ul- Fev. Antonio Teixeira Barbosa, prior da or-
26 de 18/5.
Dr. Antonio Rodrigues Veiloso de Oli- Carmo, na Bahia—xMarço
20 de 1 /88.
veira. deputado á constituinte—Junho Antonio Teixeira Cabral, prelado de Per­
3 c 26 de 1822.
nambuco—Julho 19 de 1614—Fev 18
Antonio Rodrigues Vidal, sobrinho de de 1616.
Andre \idal, na guerra hollandeza— Dr. Antonio Teixeira da Costa, deputado
Set. 1 de 1645.
a constituinte-Junho 3 de 1822.
Antonio Rodrigo Delamare. director int. P. Antonio Teixeira de Lima, visitador
da Bibl. da Marinha—yjez. 16 de 1809. —Dez. 7 de 1764.
i). Antonio Rolim de Moura Tavares,
conde de. Azambuja. 1 ° cap. general Antonio Teixeira de Mello, cap. mór e ,
de Matto-Grosso—Maio 9 de 1748— libertador do Maranhão—Jan. 3. 16,
Jan. 17—Dez. 14 de 1751. 25 e 26 de 1643—Fev. 28 de 1644.
Antonio Teixeii'a Nunes. V. Motim em
D. Antonio Rolim de Moura Tavares 14° Campos.
n fe Bahia—Março 25 de Antonio Telles dc üíenezes. con le de
Villa Pouca de Aguiar. 20“ cap. Ge­
D. Antonio Rolim de Moura Tavares. neral do Brazil—Ag. 15—Dez. 22^'de 1
2° vice-rei do R. de Janeiro—Out. 3Í 1647—Nov. 4 de 1649—Março 7 de 1650.
de 1766—Nov. 17 de 1767. Antonio Telles da Silva reclama reforços
P. Antonio Roiz de Montoya, iesiiita_ de S. Paulo contra os hollandezcs—
Julho 20 de 1640—Ag. 3 cíc 1801' Março 11 de 1635. ^
(4° _§)• Antoiiio/tt-BiJWTellesya^ cap. general
Antonio de Saldanlia da Gama, depois da Bahia—Ag. 26 de 1642—Julho 20 ‘ 0 ' »0
conde de Porto Santo. gov. do Ma­ de 1645—Julho 27 dc 1645 (2“).
ranhão—Junlio 1 de 1804. Antonio Thoraaz da Costa, nicmhro do
Antonio de Saldanha da Gama. plenipo­ gov. int. de Goyaz—Ab. 13 de 1770.
tenciário poi-tuguez em Vienna. V. Cr. Antonio Thomaz de Godov na ro-
Trafico (Alioliçáo do). bellião de Minas—Junho 26 dè 1842.
Antonio Salema. 4° gov. doR . de Janeiro Antonio Tiburcio Ferreira de Souza,
—Out. 31 de L571—Maio 13 de 1572 ten. coronel, na guèrra do Faraguav
(2° §). —Fev. 27 de 1868. • * ; 1.'
D. Antonio de Salles dc Noronha, Fr. Antonio do Santa Ursula Rodovalho.
do Maranhão—Nov. 6 de 1779. “ fi‘aneiscano paulista—Dez. 2 de 1817.
Antonio da Silva do Amarai, membro do Anlonio VazGondim.gov. do R. Grande
gov. de Matto-Grosso—Fev. 28 de 1796. do Norte—Junlu) 21 de 1671—Vol 1.
Antonio da Silv'aBarbosa, gov. da Para- f>. 433. 1“ eol.. 1675.
hyba do Norte—Jan. 28 dè 1616 (2“ S)— Antonio Velho Coelho, gov. da Para-
Maio 3 de 1679. ^ hyba—Maio 31 de 1717. pag. 3 4 3 -
Antonio da Silva Caldeira Pimentel. 5° ^'oi. 1. pag. 433, col. 2“. 1692 (4° §)•
gov. de S. Paulo—Ag. 15 de 1727. P . Aníoiuo Vieira, jesuita—Nov. 24 de
Antonio da Silva Paranhos. ven. coronel 1653—Junho 8 de 1654—Ag. 5 de 1859
na guerra do Paraguay—Ab. 17 de í2*)—Junho 21—Julho 17 de 1661—Ju­
. 1866. • lho 18 de 1697.
Antonio de Souza, capitão de emboscada P. Antonio \ ieira aceusado como lalso
na guerra hollandeza—Junho 9 de 1636. propheta—Dez. 23 de 1667.
Antonio de Souza de Macedo, donataito Antonio Vieira da Soledade, conego. jiro-
da Ilha Grande de Joannes—Dez. 23 enrador (ía u. do R. Grande do Sul
1665. —Junho 19 dè 1822.
D. Antonio de Souza Manuel de Menezes, .4ntonio Vieira da Soledade (Couego'. se­
conde de Villa Flor, 29° gov.' de Per­ nador pela p. do R. Grande do Sul —
nambuco—Set. 8 de 1763! Ag. 1 de 1826—Addenda: V qJ .Z n.
Antonio de Souza de Menezes, o braco de 329. col. 2“. ^ ^
'prata, 28“ gov. geral do Brazil—Maio Aprendizes marinheiros — Dez. 16 de
23 de 1682.' • 1876.

Aqiieducto da Praia noPiecife. Y. Com­
panhia do Bebei’ibe.
Aqiiidaban. idacho do Paraguav—Marco
I de 1810.
Aquiraz;. villa do Ceará—Maio 0 de 1710.
Aracaty (Villa do Santa Cruz doj — Ab.
II de 1747.
Araçoiaba (Morro de)—Junho 10 de iCll
(§ 2“).-F e v . 25 de 1080.
Arayoiaba (Fabrica de férro cm)—Maio
l*lV| 5 de 1002.
Araguaya (Presidio de), ein Goyaz, ata­
4' cado j)clos indios (Vi(;/’e??fd’.s-^Fev. 11
de 1811.
U' Ararifjboyn. V. Martini Alfonso de
Souza.
Arbitro entre a França e os Eslados-
'íií Unidos. Vide D. Pedro II.
Arcebispado da Bahia—Nov. 10 de 1070—
V. Constituições primeiras.
• ' * Areeb'ispo de Cranganor. na Imlia. Vide
I). Jose Caetano da Silva Coutinho.
Arcebispo de Nisibi. Vide J). Lourenço
Caleppi.
Archivo da camara do P«,. de Janeiro
(Incêndio do)—Julho 20 de 1790.
Archivo Militar da Corte—Ab. 7 de 1808.
Archivo municipal—Maio 18 de 1859.
Archivo Publico do Imperio—Ab. 3 de
1800 (aliás março)—Março 24 de 1870.
h Assembléa Legislativa do Paraná ( l“)—
Arcize^vski (Ghristovão), coronel hollan-
ííf doz—Dez. 19 de 1034 in fine—Jan. 10
e 2t>—Fev. 8—Março 21 e 27—Junho
8—A g. 15 de 1635—Jan. 10 e 18—Ag.
24 de 1030.
Arco-iris limar—Jan. 27 de 1802.
Armada. V. Esquadra.
Armada de Pedro Alvares Cabral (Des­
troço da)—Maio 12 del.500.
Armas dos reinos unidos. V. Escudo.
Armisticio entre Portugal e llespanha—
Março 10 de 1737.
Arraial. V. Forte do.
Arrasamento da cidade Mmirieia. bairro
de Pernambuco—Ag. 29 de 1045.
Dr. Arthur Horta O’Leary, director int.
d.a Bibliotheca da Marinha—Dez. 10 de
1809.
Arthur de Sá e Meiiezos, 19" gov. do es­
tado do Maranhão eGrão-Pará—Marco
20 de 1087.
Arthur de Sá e Menezes. 40“ gov. do R.
dc Janeiro—Ab. 2—Out. 15—Nov. 27
de 1097—Out. 20 de 1098.
Artigas (José e André), caudilhos gau-
ebos orientaes—Out. 3 e R-t dc 1810—
Jan. 3. 4, 19 e 31 de 1817—Jan. 22—
Dez. 13 de 1820.
Artistas francezes no Pv, de Janeiro. V.
Colonia de.
le
Asoenções aeresíaticas de Gusmão, Lu-
nardi e Montgolfier—Ag. 8 de 1709.
Ascenções aerostaticas noR. de Janeiro—
Nov. 11 de 1855—Jan. 28 de 1809.
Assalto do forte de Coimbra em Matto
Grosso. V. Forte de Coimbra.
Assa^inato da condessa de S. José. Vide
Joaq Ignacio daCunlia.
Assassinato (Tentativa de) contra João
Fernandes Vieira—Julho 10 de 1040.
Assassinato dos jesuitas Pedro Corrêa e
Joao de Souza.—Ag. 24 de 1554.
Assassinato juridico do coronel Madeira—
Nov. 28—Dez. 15 dc 1834.
.Assassinato do major Joao Facundo no
Ceará-Dez. 8 de 1841.
Assassinato de Antonio Pereira Nunes
em Oeiras—Set. 13 de 1804. *
Asseca (Visconde de). V. Salvador Cor­
rêa e ^lailim Corrêade Sá e Renevides.
-Assembléa Constituinte—Pede a camara
do R. de Janeiro n convocação de
uma—Maio 23 de 1822.
Assembléa Constituinte — Instrucçõcs
para a convocação de uma—Junho 19
de 1822 (2“).
Assemblea Constituinte do Brazil—Junho
3 de 1822—Ab. 17—Maio 3 de 1823.
Assembléa Geral (Dissolução da)—Nov.
12 c 10 de 1823.
Julho 15 de'1854.
.Assemble Geral — Transferencia da
abertura da—Julho 27 de 1842.
-Assembléa Geral—Encerramento—Set. 3
de 1829—Nov 30 de 1830.
Assemblea Geral Legislativa—Maio 0 de
1820—Set. 3 de 1829.
-Assembléa Provincial do Piauhv—Maio
4 de 1835.
Assento da camara de S. Paulo para
expulsão dos jesuitas—Junho 1 de 104o.
.Assuada em S, Luiz do Maranhão—Ab.
4 e 5 de 1824.
Asylü dos expostos na Bahia—Junho 29
de 1803.
Asylo de S. João de Deus na Bahia—
Junho 24 de 1874 (2“).
.isylo da Mendicidadeno R. de Janeiro-
Julho lo de 1879. *
.Asylo de N. Senhora da Misericórdia na
Bahia—Junho 29 do lSo2.
Atalaia. V. Guarapuava (Missão de),
--itaque do eollegio dos jesuitas ern Pira-
tininga—Nov. 19 de 1550 (artigo em
sepai‘ado).
Ataque e tomada de .Jacuhvjie—Dez. 24
de 18.32.
Athayde Seixas, capitão, na guerra du
1T|^ -w . . . . . . . . . . . .
Paraguay A __ 'i C*\ J ■» lí.
Ag. 12 de 1809 (7" §),
 Atibaia, villa cic S. Paulo — Juiihu:i'/
1760.
Aiterro dos AiTogados (Combale do),
guerra hollandcza — Jan. Ode 1646.
Auctoridade do principe regente D. Pedro
reconhecida em Pernambuco — Junho
1 dc 1822 (2‘ ).
Auctoiãsaçao Ú camai’a d o R . dc Janeiro
para nomear governadores interinos
— Set. 27 de 1644.
Auctorisa(,'ão ao governador dc S. Paulo
para crear villas c freguezias — Jan.
26 de 1765.
Augmenío do valor do dinheiro na capi"
tania do Espirito-Santo — Nov. 3 dc
1600.
Augusto Henrique Victorio Grandjean
de . Montigny. architecto francez —
Fcv. 26 dc 1816— Nov. 15 de 1820.
Augusto Leverger,. barão dc Melgaco —
Xan. 14 dc 1880.
Augusto Taunay, csculptor franccz — Ab.
24 de 1824.
Augusto Xavier de Carvalho, deputado
á constituinte- Junho 3 dc 1822.
Aug .sto Xavier de Carvalho deportado
com os Andradas— Nov. 20 dc 1823.
Aula do fortifleação no Brazil colonial —
Jan. 11 de 1699.
Dr. Aureliano Cândido Tavares Bastos,
publicista nacional—Maio 2 dc 1876.
Aureliano José Lessa, poeta mineiro —
Fcv. 21 de 1861.
Aureliano de Souza e Oliveira Coutinho.
ministro dos ncgocios csB'angeiros—
Julho 24 de 1840.
Aureliano dc Souza e Oliveira Coutinho.
visconde dc Sepetiba, senador pelas
Alagoas—Julho 24 dc 1840—Set. 10dc
1842—Jan. 2 dc 1843—Set. 10 de 1854.
Aurora Fluminense. V. Evaristo Fer­
reira da Veiga.
Avahy (Batalha do), guerra do Paraguay
— Dez. l i d e 1868. ' Madeira da)—Julho 1 de 1823^
Avahy (Quadro da batalha dc) — Set. 28
de 1877.,
Ayres da CÚnha, um dos donatários do
Maranhão — Junho 18 de 1535.
Ay res Pinto de Souza, nomeado gov. do
Maranhão — Out. 6 dc 1798.
Ayres dc Saldanha e Albuquerque Cou­
tinho Mattos e Noronha, 57° gov. do
R. dc Janeiro — Maio 18 dc 1710 —
Março 15 dc 1725.
Ayres de Souza Castro, 8° «ov. dc Per­
nambuco— Ab. 14 de 16TO.
Ayres ac Souza Chichorro. cap. mdr do
Pará — Março 17 de 1 6 3 7 -Nov. 9 de
1638 — Fcv. 15 de 1618 — Set. 10 de
1654.
Bacharel (O) de Cananéa—Jan. 22 de 1502
—Ag. 12 de 1531.
Badaró. V. Dr. João Baptista Libero
Badard.
Bagagem (Diamante da)—Fev. 21 dcl853.
Bagc invadida pelos argentinos—Al). 13.
15 c 18 de 1827.
Bagnuolo. V. Conde de.
Bahia Cabralia—Ab. 24 dc 1500.
Bahia de Santa Luzia—Dez. 13 de 1510.
Bahia dc Todos os Santos, cidade do Sal­
vador—Nov, 1 dc 1501—Março 13 de
1531—Nov. 1 dc 1549.
Bahia (Donataria da)—Ab. 5 de 1534.
Bahia (Governo ncral do estado na)—l’ov.
1 de 1540.
Bahia conquistada pelos hollandezcs—
Maio 8—Julho 27—Ag. 1 de '1024—
Maio 1 c 12 de 1625.
Bahia (Relação da)—Ab. 5 dc 1626.
Bahia (Ataque dos liollandczcs á)—Junho
10 c 12 de 1627.
Bahia (Soccorro á cidade da) oceupada
pelos liollandezes—IMaio 5 de 1631.
Bahia (Sitio dos hollandezcs á)—5íaio 20
—Junho 5 dc 1638.
Bahia dc novo conquistada pelos hollan-
dezes— Maio 25 dc 1636—.4b. 20 e 22
—Maio 1 e 18—Junho 20 dc 1638—Ju­
nho 1 de 1640.
Bahia (Bispado da)—V. Bispado do Bra­
zil.
Bahia—.Ircebispado—Nov.. 16 dc 1676.
Bahia (Levante do terço velho n:\)—Vol.
I. p, 436, col. 2°. Maio 10.
Bahia (Proclamação da Junta do governo
da)—Março 31 dc 1822.
Bahia (Actos da Junta provisoVia da)—
.Abril 11 de 1822. V. Gov, Provi.sorio.
Bahia (Luta da independência na)—Nov.
7, 8, 16 e 22—Dez. 20 dc 1822.
Baliia (Retirada das tropas do general
Bahia (Entrada do e.xorcito paciücador
na cidade_da)—Julho 2 de 1823.
Bahia (Sedição militar na)—Ab. 4 dc 1831.
Bahia (Movimento revolucionário de S,
Felix na)—V. S. Felix.
Bahia (.Motim militar na)—V. Motim.
Bahia (A) é declarada provinda dc pri­
meira ordem—Ag. 18 dc 1852.
Bahia (.A) tem o titulo dc leal c valorosa—
Ag. 25 dc 1826.
Bahia (Distúrbio na cidade da)—Março
28 de 1858.
Bahia (Visita dc D. Pedro II á)—Out, 6
de 1859,
Bahia (Illumina-se a gaz a cidade da)—
Maio 10 dc 1862,
 14 —
Bahiii (Acadejnia de ßelJas-Arles da) — Bandu do mesmo gov. contra o uso de
Junho 13 de 1880.
se darem velas de cera aos que acom­
Bahia das Terlarn^as—Out. 1 de löM. panham enterros—Out. 14 de 1775.
Bahia da d’raieäo—x\laio ^3 de 1625 >5) Bandos da Junta jirovisoria do Mara-
—Out. 2'. de 1633. nhao—Al). 4 de 1824.
LaiJe da:lo j)elo iinpeeadoi'aos rcore.sen-
iantes da Naçeão—Ag. 31 de 1852. Banimento dos Jesuitas—Ab. 16 e 30 de
Ba’Je ein \ lenna d’Ausfria pelo consor­ loo2—Ab. 8 dc 1695-Jan. 19—Julho
cio de 1). Pedro 1—Junho 1 de 1817. 21—Set. 3—Ab. 20 de 1759.
Baixos de D. Rodrigo. Naufrai^io do Banimento- do rx-imperador — Junho 28
1 “ bispo. de 1833.
Baiaios. V. Guerra dos. Baptista Caetano de Almeida, beneme-
BaJheeck (J. van), secretario do Sup. rito mineiro—Junho 24 do 1839.
Conselho líollandez no Recife—Maio Dr. Baptista Caetano de Almeida No-
22 de 1644. gueira.^sub-director dos telegraphos—
Balthazar de Borba Gato. ^ . Amador ídarço 21 de 1879 (6
Bueno da Ribeira. Barão da Abbadia. V Gregorio Fran-
Ballliazar do Couto Cardoso, nome sut> cisco de Miranda.
{)0.sto de D. Maria Ursula de Abreu Darão de Alcantara. Y
Benca.stre. Y. este nome. João Ignacio da
Cunha.
Balthazar hernandes. Y. Sorocaba (Mos­ Laiáo do Santo Amaro. Y. José Rgvdio
teiro e Fundação de). Alvares de Almeida.
Balthazar Fernandes, cap. mór do ’\Ia- Barao ao Amazonas. Y. Francisco Ma­
i'i|. ranhão-Maio 27 dc 16S2 (2° S)—Kov im ei Barroso.
2 de 1685. .
Barao de Santo* Angelo. Y. Manuel dc
Balthazar da Itofelia Pitta na guerra liol- Araujo Porto-Alegre.
( landeza—Ag. 20 de 1634. Barao de Antonina. Y. João da Silva
Balthazar da Silva Lisboa, auctor dos Machaddo.
Annafis da p ou. do R . de Janeiro— Ba rão de Bagé.
Jan. 0 de 1761—Fev. 28 de 1828 (3° §). Y. Paulo José da Silva
Gama.
Balthazar daSilva Lisboa (Retrato dc)— Barao ue Barcellos. \. Dr. Domingos
Dez. 26 de 1861 (5" §). ^ Alves dé Barcellos Cordeiro.
Balthazar de Souza Botelho de Vascon- Barào de S. Borja. Y. Yictorino José
cellos. gov. do Piauhv—Jan. 10— Carneiro Monteiro.
Out. £0 de 1814—D ez."'26 de 1819. .Barão de Bullow—Ab. 17 de 1832.
Balthazar de' Souza Pereira, 9° gov. da Barão de Cabo Frio. Y. Joaquim Thomaz
capitania do Maranliao—Nov. 17 de do Amaral.
1652. Barão dc Caçapava. Y. Francisco José
Bananal (Fregnezia do) no bispado de de Souza Soares de Andréa.
S. Paulo—Jan. 26 de 1811. Barão de Carnargos. V. Manuel Teixeira
Banco do Brazil—Out. 12 e 20 dc 1808- de Souza.
Out. 20 de 1812. \ . Accionista. Barão de Campo Grande. V. Francisco
Banco do Brazil (Cai.xas tiliaes do)—Fev. Gomes de Campos.
16 dc 1816. Barão de Carapebús (1°). V . Joaquim
Mi' Banco do Brazil (Novo)—Ab. 2 dc 1854. Pinto Netto dos Reis.
Banco de deposito—Out. 8 dc 1833. Barão de Caruarú. V. Francisco Antonio
I' Bando do gov. de S. Paulo perdoando a Raposo.
' I «,• criminosos foragidos que se empre­ Barão de Catas 41tas (Historia do)—Maio
garem em mineração—Dez. 20 de 1678. 31 de 1839. '
Bando de Bartholomen Bueno da Silva, Barão de Cayrú. Y. U José da Silva,
jirohibindo a plantação decannas nas Lisboa. 2» Bento da Silva Lisboa. *
minas de Goyaz—Junho 13 de 1732. Barão de Condeixa. V. Pedro Maria Xa
Bando prohibindo a entrada c compra vier de Athayde c Mello.
de generös pelas picadas dc Govaz— Barao de Congonhas do Campo. Y, Lu­
Out. 5 de 1733.
cas Antonio Monteiro de Barros.
Bando prohibindo o despacho de mulas Barão de Cotegipe. Y. João Mauricio
no R. Grande do Norte—Junho 14 de \\ anderley.
1760 (2° §).
Bar^o de Eschwege. V Guilherme, ba­
Bando do gov. de S. Paulo contra o uso rao de.
de mantilhas de baeta—Set. 23 de Barão (R) de S. Francisco. Y. Joaquim
1/75.
Ignacio de Siqueira Bulcão.
 Barão de S. Gabriel. V. Jüão Propicio
Menna Barreto.
Barao de Gnarapemirim. V Tl)omé Ri-
beiro de Paria.
Barão Homem dc Mello. V. Dr. Fran-
c-isco Ignacio Marcondes Homem do
Mello.
Barão de Humboldt—Junho 2 de 1800—
Nov. 8 de 1802 (3° |).
Barão de Iguarassú. V. Dr. Dorainffos
Ribeiro dos Guimarães Peixoto.
Barao de Iguatemy.. Vide Francisco Cor­
deiro da Silva Torres e Alvim (2°).
Barão de Inhomerim. V. Dr. Vicente
Navarro de Andrade.
Barão de Itabapoana. V. Luiz Antoniò
de Siqueira.
Barão (2°) de Itamaracá. V. Dr Antonio
Peregrino Maciel Monteiro.
Barao de Itapicurú-merim. V. José Felix
Pèreira de Burgos.
Barao de Ilapoan. V. José Joaquim Na­
irnc o de Araujo.
Barao de Itapororocas. V, José Joaquim
Muniz Barreto dc Aragão.
Barao de Itauna. V. Dr. Cândido Borges
Monteiro.
Barão de Jaguararipe. V. PTancisco Eles-
bão Pires de Carvalho e Albuciuenjue.
Barão de Japurá. V. Miguel Maria Lis­
boa.
Barão de S. Joao da Barra. V. José Alves
Rangel.
Barão da Lagoa Dourada. V. José Mar­
tins Pinheiro.
Barão da Laguna íl"). V. Carlos Frede­
rico Lecór. (2°) V. Jesuiho Lamego
Costa.
Barao dc S. Lourenço. V. Francisco Gon­
çalves Martins.
Barão de Mamanguape. V. Flavio Cie-
Barão de Maroim. V. João Gomes de
Mello.
Barão de Mauá. V. Irineu Evangelista de
Souza.
Barao de Melgaço. V. Augusto Levergcr.
Barão de .Montserrat. V. Dr. Joaquim
José Pinheiro de Vasconccllos.
Banão de Monte Alegre. V. Dr. José da
Cosia Carvalho.
Barão de Monte Santo. V. Luiz José de
Oliveira.
Barão de Mossâmedes. \ Visconde da
Lapa.
Barão de Muritiba. V. Manuel Vieira
Tosta.
Barão da Pedra Branca
Borges de Barros.
Barão de Quaraim. V. Pedro Rodrigues
Fernandes Chaves.
Barão da Passagem. V. Delphim Carlos
de Carvalho.
Barão do Paty do Alíeres. V. Marquez
de Jacarépaguá.
Barão de Penedo. V. D r.___
cio de Carvalho Moreira.
Barão de Pindaré. V. Antonio Pedro da
Costa Ferreira.
Barão de Pirapama. V. Manuel Ignacio
Cavalcanti de Lacerda.
Barao de Pontal. \ . Manuel Ignacio de
Mello e Souza.
Barão de Ponte Ribeiro. V. Duarte da
Ponte Ribeiro.
Barão de Porto Seguro. V. Francisco
' Adolpho de VarnLagen.
Barão do Rio de Contas (1 °). V. Dr.
Francií^o Vicente Vianna.
Barão do Rio da Prata Rodrigo Pinto
Guedes.
Barão de Saican jor Guerra), na
guerra com os gauchos—Jan. 19 de
1817,
Barão do Santa Rita. V. Manuel Antonio
Ribeiro de Castro.
Barão do Serro Largo. V. José dc Abreu.
Barão de Souza Queiroz. V. Francisco
Aqtonio dc Souza Queiroz.
Barão de Tapevy. V. Emilio Luiz Mal­
let.
Barão de Taquary. V. Manuel Jorge Ro­
drigues. ^
Barão de Teffé. V. Antonio Luiz von
Hoonholtz.
Barão das TresBarras. V. Joséildefouso
de Souza Ramos.
Barão do Triumpho. V. José Joaquim de
Andrade Neves.
Barão de Ubá. V. João Rodrigues Pe­
reira de Almeida.
Barão de Uruguayana. V. Angelo Muniz
Barão de Ururahy. V. João Carneiro da
Silva e Manuel Carneiro da Silva.
Barão de Valença. V. Theophilo Ribeiro
de Rezende.
Barão de Villa-Bella. V. Francisco, de
Paula Magessi Tavares de Carvalho e
Domingos de Souza Leão.
Barão de Villa-Franca. V. Ignacio Fran­
cisco Silveira da Motta.
Barbacena (Rebellião de) — Junho 10 dc
1842.
Barbacena (Estação de)—Junho 27 de
1880,
Barca-pendulo de Campos dos Govtacazes
— Julho 3 de 1846.
Barco de vapor: l “ que liouve no Bra­
z il— Jan. 16 de 1822.
Barco de vapor (Privilegio para ter) —
 1 () —
Baroaeza do Alagoinlias — \ idc D. Cca a
Co utin ho vSodro,
liaroncza do S. Salvador dc Canii)os —
Vide D. Anna Fraiicisoa iMaoicl da
Costa.
Barra Grande, nas Alagoas íKortaleza
da) — Fcv. lí de 1630.
Barreiro (Batallia do). íriierra do Pa­
raguay— A g. 16 dc Í869.
Bartholomen Antonio f^ordovil, pooia
goyano (:>) - Jan. 15 do,1810- Vol I.
p. 434. col. 1% 1610.
BartJiolomcu Bueno dc Siqueira. .. sen
irnicio Pedro de Moraes, bandeirantes
ituanos — Julho 24 de 1687 (2'' ä^) —
Junho 16 do 1605 — Dez. 7 de 1607
(art. separado)-M arço 13 dc 1736.
Bartholomen Bueno da Silva, o aahan-
MaioD dc 1662 (art. sepa­
rado) — Out. 21 dc 1725.
Bai'tholomcu Bueno da Silva, filho do
precedente, descobridor de Govaz —
Junho 30 de J722—Ab. 2.3 — Out. 21
de 1725— 5)arço 14 de 1731 — Junho
13 dc 1732—Fcv. 11 dc 1736— Julho
25 dc 1730—Set. 10 de dc 1740.
Bartholomen Fernandes de Faria—Ab.
28 dc 1711.
Bartholomen I.agarto (Dr.). 4" prelado
do R. de Janeiro—Julho 3 dc l620
(6» %). • Bclem (.\ccao da povoacau de)—Set, 15
Bartholomen Lourenço de Gusmfío (Pa-
dr ), 0 voado)'— . 10 dc 1724.
Bartholomen Luande (aliás Corrêa da.
Silva). V. Theatro lyrico.
T). Bartholomen Manuel Elendes dos
Reis, 3“ bispo de Marianna—5larco 8
de 1772.
D. Bartholomen Dliíre, general argen­
tino, na guerra do Paraguav—Sei. 11
de 1865 (2“ §)—Set. 12 dc 1866.
I) fr. Bartholomen do Pilar, 1 ° bispo do
Pará—Nov. 0 dc 1717—A g. 20 dc
F
Barlholomeu Simões Pci’cii-a, 2’ prelado
do R. dc Janeiro—Julho 10 dc 1576-
Maio 11 dc 1577-Julho 1 do 1582—
Julho 3 dc 1620 (4° §)
Bartholomcu de Vascouccllos, auxiliar
dc Men de Sá na expulsão dos fran-
cczcs—Jan. 16—Fcv. 21 de 1560.
Batalha dc Alcacerquibir— Ab. 29 dc
1530 (2” §)—A g. 4 de 1578.
Batalha dc Avahy, quadro dc Pedro
Américo—Sei. 28 dc 1877.
Batalha do Barreiro, no Paraguay. V.
Barreiro.
Batalha de Bstero Bcllaco, no Para­
guay—Maio 2 de 1866.
^ ta lh a dc Guararapes. V. Guararapes.
Batalha dc Ituzaingo. V. Ituzaingo.
y V
Batalljii dcJatahx . guerra do Paraguav—
Ag. 17 de 1865'.
Batalha de 24 ue Maio—Maio 24 de IKG6.
Batalha do inonlc das Tahoc.as, guerra
hollandeza—Ag. 3 c 11 de 1645.
Batallia iiaval ciilro Sorrão <le Paiva c
Lieiilardt—Set. 0 de 1615.
Batalha, (ic Porto Calvo. V. Porto Calvo.
Baturité. V. Fsírada dc 1'crro de.
Bayaeüs (índios) rocolliidos a Muiitc-
mór-nuvo—Ab. 30 dc 1765.
Bcbei-ibe atacada pelos jj)-aicíros—'Sox.
21 dc 1848.
Belarmiiio Bi'asilicnse Pessoa dc 5Iello.
V. .Asylo da Mcudicidadc.
Belcliior de Azeredo Coutinho. capitão
do navio Jor;/v—\h. 3dc 1566.
Bch’hior dc Azeredo Coutinho eapitao-mdr
do Espirito Santo—Ag. 3 de 1560.
Belchior de Campos Carncilo (Padre). V.
Festa litteraria cm Pernambuco.
Belchior Pinheiro de Oliveira (Padre), de­
putado á constituinte—Junho 3 dc 1822.
Belchior hhnheiro dc Oliveira (Padre) de­
portado com os .\ndradas-Xov. 20
dc 1823.
Belchior dc Pontes (Padre), iesuita pau-
li.sta—Set. 22 dc 1710,
Belém do Pará (Fundação de)—I)ez. 3
dc 1615 (3“ §).
—Out. 10 dc 1817. ■'
Bcnodictinos, VideS. Bento c Mosteiro.
S. Bcncdicto da Lagoa de Cima (Fre-
guezia de)—Dez. 11 dc 1868 (2 0 .
Bencvcntc, na capitania do Esp. Santo—
Dez. 22 do 1705.
Dr.^ Benjamin Fi’anklin Ramiz Galvão.
6” bibliothccario da Bihl, Nacional da
cõrte—Dez. 22 de 1871 (aliás 1870).
Benta Pereira, lieroina campista. V. Mo­
tim em Campos dos Goytacazcs.
S. Bento (Mosteiro dc) no ÍL dc Janeiro.
V. Mosteiro.
S. Bento (Idem) na villa dc Sariios—Jan.
4 dc 1650.
S. Bento (Terras doadas era Maricá ao
mo.stciro de)—Out. 13 dc 1633.
Bento Alberto da Gama c Sá, V. Suhlc-
vação em Santos. ^
Bento Barroso Pereira, senador por Per­
nambuco—Jan. 22 dc 1826—Maio 4 dc
1826 (3*)—Fcv. 8 de 1837.
Bento Barroso Pereira, ministro da
guerra—Junho 11 de 1828.
Bento Bcncdicto dc Almeida Baptista,
campista distiucto—Ab. 0 dc 1861.
Bento Corròa da Camara, general, na
guerra com os gaúchos—Jan 22 dc
1820 (9” §)—Doz. 13 dc 1820—Ab. 13
de 1851.
 Bcnío (roíu^alves da Silva, coronel, na Bernardo do Miranda Henriques, gov.
micrra do R. da Prata e clo R. Grande de Pernambuco—Junho 13 cie 1667.
do Sul—Maio Junho 2 de 1S27— Bernardo claMotta. capitão do Rio Grande
Set. 25 de 1835—Out. 2 de 183G—Set. do Norte—Março 3 de 1623.
11 de 1837—Out. 25 de 18-13-Julíio S. Bernardo da Parnahyba (Creação da
18 de 1847. villa de)—Jan. 29 de 1820.
Bento José de Carvalho. Xaufracãoda Bernardo Pereira de Berredo. 23* gov.
eorveta B. Isabel. do estado do iMaranhão—Junho 18 dc
Bento dc Macedo de Faria, capitão-nuir 1718—Julho 19 de 1722.
do Ceará—Fev. 25 do 1680. Bernardo Pereira de Berredo manda ar­
Bento Jilaciel Parente, gov. do estado do cabuzar um soldado no Pará—Jan.
Maranhão—Julho 18 de 1621—Março 21 do 1723.
18 dc 1626—Jan. 27 de 1638—Nov.22—■ Bernardo Pereira dc Vasconcellos,'esta-
Dez. 31 de 1611—Fev 28 de 1644 (2° ^). dista, senador por Minas-Geraes—Ag.
Beato IMacicl Parente, donatario do Cabo 27 de 1795-Out. 3 cie 1838—Maio í cie
do Morto—Junho 11 dc 1636. 1850.
Bento Manuel Ribeiro, depois marechal, D. Bernardo Rodrigues Nogueira, 1° bispo
nas guerras do R. da Prata—Set. 15 de S. Paulo—Nov. 7 de 174«.
dc 1817—Out. 12 de 1825. Bernardo da Silveira Pinto da Fonseca,
Bento Manuel Ribeiro, coronel, na guerra general, na guerra dos gaúchos—Jan.
civil do Rio Grande do Sul—Marco 3 cie 1817. ^
23—Ab. 8 de 1837—Ah, 3(> de 18.38— Bernardo da Silveira Pinto da Fonseca,
Maio 26 de 1843—Maio 30 de 1855. ultimo gov. do Maranhão—Ag. 24 dc
Bento do Re^o Barbo.sa. cap. da nau 1819—Ah. 6 dc 1821. ■n
Nossa. Senhora da Dôa Viauem—Jan. Bernardo de Souz.a. Frrrnco. depois vis­
10 dc 1625. ^ conde de Souza Fi-anco. presidente
Bento Rodrigues de Oliveira, auxiliar de das Alagoas—Out. 10 de 1844. 7' •' ■* V
Pedro Tci.Kcira na exploração do Ama­ Bernardo dc Sc'uiza P’ranco. ministre) dc
zonas—Julho 25 do 1637. esti-angeii’os—Maio 31 cie 1848. f' I < 'i
Bento da Silva Lisboa, 2° l)arão dc Cavrú Bernardo cie Souza Fi*anco, senador pelo • <I
—Dez. 26 dc 1864. Pará—Junho 12 cie 1855.
Bento Teixeira Pinto, poela pcniainbu- Bernardo \ leira do iMello, capitão-mój-
cano—Maio Ri dc 1.5(i5 {L’ ^). do R. Grande cio Norte—Fev. 28 dc
Ecnziincnto de l)aiideiras—Nov. 10 dc 1692.
1822. Bernardo VieiraRavasco, irmão cio pacliu
Bernarda dc Francisco Ignacio (S.Paulo) Autonio Vieii-a—Julho J^de 1697.
—Julho 21 de 1822. Bertioga (Fortaleza na)—'Junho 18 de - .4’ÍÍ'í|
Dr. Bernardino José de Mello. V. Piauhy L551.
(Junta do gov. constitucional do). Bibliotheca Fluminense—Ab. 11 dc 1847.
Bernardo da Fonseca Lobo descobre Bibliotheca da Marinha no R. dc Janeiro
diamantes no Serro do Frio—Julho 22 —Ah. 1 de 1802—Dez. 16 cie 1809.
dc 1729. Bibliotheca Nacional e Pu))lica do R. dc
Bernardo Jacinto da Veiga. \". Hcbel- Janeiro—Ag. dc 18,58— Março
lião de Minas. de 1876.
Bernardo .Toac(uim do Oliveira, fundador Bibliotheca Nacional e Publica do R, dc
da Bibliotheca Fluminense—Ah. 11 Janeiro (Livraria encorporada á)—
dc 1847. Al). 22 de 1854.
Bernardo José da Gama, depois visconde Bibliotheca municipal dc Camoos- -Dez.
de Goyana, deputado á constituinte— 20 dc 1871.
Junho 3 de 1822. Bibliotheca publica da Bahia—Ag. 4 de
Bernardo José da Gama. j)residcntc do 1811.
Pará—A g .7 dc 1831—Ag.3 de 1851 (2"). Bil)liotheca da Sociedade Brazilcira dc'
Bernardo José dc Lorena, depois conde Beutífleeneja dc Campos—.Jan. 11 dc
do Sarzedas. gov. deS. Paulo—Jullio 1874.
.3 do 1788—Dez. 9 de 1793—Out. 8 do Bibliolhecarios da Bibl. Nacional cio R.
1806. dc Janeiro—Março 17 de 1853 (3“ ^).
Bernardo Lobo dc Souza, prosidcnle do Bibliothecarios da Bibl. da Marinha—
Pará—Jan. 7 de 1835. Dez. 16 de 1809.
Bernardo Manuel deVasconeellos.gov. Bicha (Epidemia da) em Pernambuco c
do Coará—Set. 28 de 17>9—Nov. '8 do Bahia—Maio 13 dc 1685 (4“ 1))—Out
1802. 21 de 1688. ^
 it

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1*

18
' Piill Aberdeeu—Out. 22 de 1845. Bois-le-Comte (Expedição de) — Set. 10
Biraçoyaba. V. Araçoyaba. —Nov. 20 de 1556 — Fev. 26 — Junho
Bispado do Brazil (Creacao do primeiro) 4 de L557.
—Março 1 de 1555. Bombardeio do acampamento paraguayo
Bispado do Ceará—Ab. 14 de 1861 (6° §). de Itaibaté— Dez. 25 de 1868.
Bispado de Cuyabá — Jan. 23 de 1782 Bom Successo (Villa do). V. Porto Calvo.
:111- —Julho 15 de 1826. Bonifacio Isaac Calderon na guerra do
'•tiî Bispado Diamantino—Junho 6 de 1854— S ul--M aio 10 de 1827.
_ Março 12 de 1863 (2° §). Bonifa^cio Joaquim de Sant’Anna, ca-
Bispado de Goyaz—Jan. 23 de 1782 (2''). pitão-teneníe. na guerra do Paraguay
Bispado do Maranhão—Ap. 30— Set. 29 — Junho 18 de 1865 (3° §).
1 de 1677—Junho 5 de 1828.
Bispado de Marianna—Dez. 6 de 1745. Bonpland (Aimé), naturalista francez do­
Bispado do Pará—Nov'. 13 dc 1720—Junho miciliado entre nós — Junho 10 dc
5 de 1828. ‘ 1865 (5° §).
Bispado de S. P au lo-A b. 22-D ez. 6 de Boolestratc (João), general hollandez —
1745. Julho 18 de 1645.
t •1 Bom Jesus dos Milagres no Pará — Set.
Bispado do R. Grande do Sul—Aff. 27 de 30 de 1622.
1847.
Bispado do Pv,. de Janeiro—Out. 7,de 1639. S- (Combate de)—Out. 3, 4 e 5 de
r.i ,■ 1
Bispo titular de Anen^uria—Vide D. fr. S. Borja occupada pelos paraguayos—
I'l Antonio da Arráhida. Junho 11 de 1865.
Bispo^ titular de Arcópoli. Vide D. fr. Braço de Praia (O). Vide Antonio dc
.Joao de Seixas da Fonseca. Souza de Menezes.
Bispo titular do Azoío. Vide D. Antonio I). Braz Balthazar da Silveira,'2“ gov.
Rodrigues do Aguiar. de S. Paulo e Minas— Ag. 31—Out.
Bispo titular de CasLoria. Vide D. Fran­ 8 de 1/13 — Ab. 0 de 1714 — Março 13
cisco Ferreira de Azevedo. de 1715— Julho 21 de 1716.
Bispo titular de Chryso'polis. Vide D. fr. Braz de Barros, capitão, recupera Olinda
L Pedro de Santa Marianna e Souza. do poder dos hollandezes— Ab. 23 de
Bispo titular de LconthópoH. Vide 1648.
D. frei Joaquim de Nossa Senhora de Braz Ca.-neiro Nogueira da Costa Gama,
Nazareth. conde de Baepcndv, senador pelo R.
Bispo titular daMeliapor. Vide D. Fran­ de Janeiro—Maio 21 de 1872.
cisco Ferreira dc Azevedo. Braz Cubas—Doação de terras a—Set. 25
Bispo titular de Neocesarea. A^idc D. fr. de L536.
Antonio de Santa Maria. Braz Cubas, provedor da fazenda em S, Vi­
Bispo titular úf^Ptolomaicla. Vide D. Luiz cente—Junho 30 dc 1551 (art. sepa­

Jh’i
de Castro Pereira. rado).
Bispo titular de Terminópoli. Vide Braz Cubas, fundador da R casa de Misc-
D. Francisco Xavier Aranha. rjcordia do Brazil—Junho 8 de L545—
Bispo titular de Tipassa. Vide I). José Ab. 2 de 1551—Maio 20 de 1.561 (art
Joaquim Justiniaiio Mascaronhas Cas- separado)—Ab. 25 de 1562.
telio Branco. Braz Rodrigues dc Arzão, cap. mór—
f '| t | Bispo titular de Titópoli. A'ide Vicente Março 16 de 1681—Junho 24 de 1677.
• Alexandre de Tovar. Brazil—Descobrimento do—Ab. 21 a 30
I-ÍI v'f' I'l: —Maio 1, 2 e3 de 1500. V. Carta dc
Bispo titular de Vvanópoli. Vide D. Luiz
Alvares dc Figueiredo. D. Manuel.
Bi.spo titular de A ochyi. V.'José Nicolau Brazil (Independência do). V. Indepen­
de Azevedo Coutinho Gentil. dência.
Bisjios primitivos rio Brazil — Mareo 1 Brazil Império — Set. 7 e 15—Out 12
dc L555 (3» §). ^ dc 1822.
Blaar. Vide Joào Blaar. Brazil (Principado do)—Out. 27 de 1645.
Bloqueio de Montevideo— Jan. 10 de 1817 Bi'azil (O) reparte-se em donatarias—Ju­
5‘KÏ:hK — Fev. 2 de 1865. nho 1—Out. 6 e 7—Maio 27 de 1534—
Ab. 10 dc 1535.
ti^' Í Bloqueio do porto dc Buenos-Ayres—Dez. Breton (Joaqui.m Le), director da colonia
21 dc 1825 — Março 12 dc 1826.
• de artistas francezes—Fev, 26 de 1816
Bloqueio do Recife — Ab. 2 de 1817. Bnnck, coronel hollandez. na batalha
Blumenau (Colonia) — Ab. 26 de 1880. dos Guararapes—Fev. 19 de 1649.
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D. Brites de Albuquerque, viuva do 1”
^lor^atcyio de Pernambuco—Ah. 10 de Caceburu,(Sesmaria de terras doadas aos
lo3o (8° §)_Juiiio 22 de 1572. jesuítas em)—Out. 29 de 1570. ..
Brown (Jorge Cruillierme), almirante ar- Cacheu (Companhia de)— Março 19 de
1695. •
'^—Março M — Junho Cachoeira na Bahia — Reacção contra o V'
de 1827—Jan. 15 general Madeira— Junho 24 e- 25—
e 2/ de 1828.
Set. 6 de 1822. i,
Bruno Henriques de Almeida vSeabra,
poeta paraense—Out. 6 de 1837 Cachoeira (Estação da) na estrada de ferro
Bruno beabra. V. Bruno Henriques de de S. Paulo — Julho 20 de 1875,
Almeida Seabra. Cachoeira (Juiz de fõra dc S . y ^ d a ) - ^ ^ ^ ^ ^ ^
Ag. 26 de 1819.
Buenos-Ayres (Bloqueio de). V. Blo­
queio de. Cachoeira dc Paulo Afíbnso — Out. 20
de 1859.
Bulia de Paulo III declarando os indi-
racionaes—Junho 2 de Pardo — Ag. 25 de 1733
1637. Jd Í5).
Bulia de Benedicto XIV condemnando as Cadetes e soldados ])ai‘ticulares (Decreto
atrocidades commettidas iielos iesui- creando)— Fev. 4 de 1820.
tas—Dez. 20 de 17-11. ' Brandão, 6“ bispo do
Bulia de Benedicto XIV concedendo fa- Para — Out. 29 de 1783.
. vqres aos reis de Portugal sobre li­ Caetano de Brito de Figueiredo, membro
mites de dioceses—Ab. 24 de 1746. de f7T8 estado — Ag. 21
Bulia de Benedicto XIV concedendo a
íaculdade de dizerem tres missas em Dr. Caetano Furquim de Almeida —xAíarço
dia de llnados aos sacerdotes portu 21 de 18/9. ^
giiezes—Ag. 26 de 1748. Dr. Caetano Lopes de Moura — Dez. 3 de
Bulia da Cruzada (Extinceão da Junta I860.
da)—Set. 20 dc 1820. Dr. Caetano Maria Lopes Gama, depois
Bulia de Leão XII sobre as dioceses do visconde <Ie Maranguape, deputado á
Maranhão e Pará—Junho 5 de 1828 constituinte— Junho 3 de 1822.
Butuhy em Missões (Combate de)—Junho Ur. Caetano Mana Lopes Gama, sena-
2b dc 1865. i <]e Janeiro — Maio 4 de
Bjma, tenente coronel hollandez—Junho y, í ,
20—Set. 5—Out. 21 dc 1633. r. Caetano jVtpria Lopes Gama, presi-
dente do Maranhão— Dez. 7 de 1844.
Ur. Caetano Maria Lopes Gama, ministro
€ / •! 1847— Maio 30
de 1862.
Caãrapaguassú, acima de Assumpção — Caetano do Mello e Castro. 15“ gov. do
Março 27 de 1731. lernambuco — Junlio 13 de 1693 —
xMarço 13 de 1696. V. Palmares.
Caballada (Acção de), guerra do Rio da Caetano Pinto de Miranda Montenegro,
Prata— Jan. 11 de 1828. depois marquez da Praia Grande, 6“
Cabanos (Guerra dos)— Ab. 14 de 1832 gov. de Matto Grosso— Nov. 6 de
no /?m — Maio 13 de 1836. 1796.
Cabello de velha, chefe dos lupinambàs Caetano Pinto dc Miranda Montenegro,
—Jan. 7 de 1619.
Cabo Branco (Batalha naval do) — Jan. / Pernambuco—Maio 26 ,
de 1804-—Set. 20 do 1808 — M»i'ço 6 c
13 de 1610. 2.) dc 1817.
Cabo Frio oceupado pelos francezes — Caetano Pinto de Miranda Montenegro,
Junho 8 de 1569. senador por Matto-Grosso — Jan. 22
Cabo Frio (Fundação da cidade de) — —iMaio 4 de 1826 (3“) - Jan. II de 1827.
Nov. 13 de 1615. C.aetano da Silva Sanches, pov. do R.
Cabo Frio (\isita do imperador á cidade Grande- do Norte—Março 15 de 1800—
de)— Ab. 24 de 18-17. Março 27 de 1797.
Cabo do Norte (Capitania do) — Junho 14 Caetano Vaz Portella. V. Membros da
dè 1636 c 16-37. V. Bento Maciel Pa­ Junta provisoria e Idauhy (Junta do
rente. gov. constitucional do).
Cabo do Norte (Terras do)— Ab. 11 de
1713. Café—Cultura do—Junho 7 dc 1713 (7“
—Nov. 4 de 1769 (2“ §).
Caçapava cahe em poder dos rebeldes—, Café—Isenção de direitos sobre o Maio
Ab. 8 de 1837. 4 de 1761.
 if
Caliy (Retirada do), guerra civil do R.
f! i; Grande do Sul—Jan. 31 de 1830.
Caiçára. V. Sobral.
Caixa da Amorlisação—Nov. 15 dc 1827.
Caixa dc beneficcncia das orpliãs desva­
lidas das Alagôas—Dez. 2 dc 1869 (2").
Caixa cconomica do R. dc Janeiro—Ju­
lho .31 dc 1831.
Caixa economica dc Campos—^'ol. II.
p. 326: Set. 24.
Caixas iiliaes ao Banco do Brazil—P"cv.
16 dc 1816.
Calabar (Domingos P>riiandcs)—Ab. 20
dc 1632 (Deserção)-P’ev. 7—Marco 21
—Julho 22 dc 1633—AcZrfcurfffdc Julho,
]). 56. Julho 10—Ag.20 de 1633—Março
13—Julho 16,19, 22 e 26 dc 1635.
Calera de Santa Lucia (Acção da), guerra
dos gaúchos—Jan. 3 de 1817.
Calunga (Combate do) no Maranhão-
Maio 17 do 1840.
Carnacuan tAcção dc), guerra no R.
Grande do Sul—Jan. 3 dc 1774.
Gamara (A) de Belém c a de S. Luiz
unem-sc para interesses communs—
Jan. 12 de 1660. V. Memorial.
Camara dos deputados—Dissolução da —
Maio 1 dc 1842.
Camaragibe (Passo de), linha telcgra-
phica- Junho 2 dc 1876.
Cambaceguá (Tomada da trincheira dc).
guerra do Paraguay—Jan. 4 dc 1870.
Cambucy do Vallc. Y. José Maria Cain-
bucyflü Yallc.
Fr. Camillo de jMontscrrat. 5° director
da. Bibliotheca Nacional—Nov. 19 dc
1870.
Campanha. V. Guerra.
(ii; Campinas (Insurreição cm)—Maio 3 dc
1830.
It ' Campinas—Illumina-se a gaz—Julho 29
de 1875.
Campista (O), pcriodico—Jan. 1 dc 1831.'
Campo das Salmas (Combate do)—Julho
lí dc 1630.
Campos dos Goytacazcs concedidos aos
heréos—Ag. Í9de 1627.
Campos dos Goytacazcs, republica—Ag.
19 de 1627—Set. 2 de 1673.
Campos dos Goytacazes, freguezia—Jullio
30 dc 1674 ('2'').
Campos (Donataria dc)— Nov. 23 de 1674
— Março 23 dc 1727 — Junho 14—Nov.
30 de 1753. V. Carta de padrão.
Campos—Representação contra a creeção
em villa—Out. 24 de 1676.
Campos (Queixas do senado e povo con­
tra 0 vigário dc) — Out. 25.de 1689.
Campos (Annexação dc) ao Espirito-Santo
— Dez, 30 dc 1743 — Junho 14 de
17.53,
Campos—Motim cm—contra, o visconde
dc Asseca — Ag. 23 de 1747.
Campos cncorporada á corôa — Junho
1 dc 1753.
Campos (Estabelecimento do correio em)
—Jan. 1 dc 1799.
Campos (Juiz dc fdra para)— Nov. 11 dc
dc 1801.
Campos (Visitas pastoraes n) — Set. 9 dc
1812 — Junho 1 de 1880 (3° §).
Campos (Baronato d c)— Dez. 17 dc 1812.
Campos (Escola, dc ensino mutuo em). —
Out. 25 de 1831.
Campos é de novo annexada ao R. de
Janeiro — Ag. 31 de 1832.
CaiU])os tem a categoria de cidade —
' Março 28 de 1835.
Campos’ (Lyccu Piovincial de) — Ab. 11
de 1847 (2'").
Campos (Visita o imperador a cidade de)
— 5íarço 24 c 25 de 1847.
Campos (Expostas da S. C. dc Miscri-
coj’dia dc)— Junho 23 dc 1864 (2“).
Campos (Bibliotheca municinal de) —
Dez. 20 de 1871.
Campos (Exposição municipal dc) — Set.
7 dc 1871. ^
Campos (Illumina~sc a gaz a cidade dc)
iSct. 7 de 1872.
Campos Estrada do Carangola cm —
Veja Carangola.
Campos (Canal de — írMacahé). V. Canal
de.
Campos (Vaccina em). V. A’accina.
Campos c IMaeahé. V. Estrada dc ferro
de.
Canal dc Campos a Macahé — Dez. 2 de
1861 (2^).
Canal de Santos íDcsobstrucção do) —
Junho 26 de 1876.
Cananéa (Bacharel de) — Jan. 22 dc 1502.
Cananéa (Collegio dos jesuitas em)— Dez*
31 dc 1601.
Cananéa (Transbordamento du mar em)
— Março 25 dc 1795.
Canavieiras a Porto Seguro, linha tclc-
gra phic a — Ja n . 9 dc ' 1876.
CaudclariaMio R. de Janeiro (Egreia da)
— Junho 6 de 1775.
Cândido Baptista de Oliveira, senador
polo R. Grande do Sul — Dez.. 29 de
lS49 — Maio 26 de 1865.
Dr. Cândido Borges Monteiro, vi.sconde
de Itauna, senador pelo R . dc Janeiro
— Maio 1 de 1859.
(ãindido José de Ai'aujo Vianna, depois fi
marquez de Sapucaiiv. deputado sup-
plcntc á constituinte—.Rinho 3 de 1822.
Cândido José de Aratijo Vianna, presi­
dente da prov. do Maranhão—Set. 13
de 1831.
 Cândido Josó de Araújo Viaima, .somidor
por xMinas Geracs—Ab. 13 de 1810.
Cândido José'de Araujo Vianna, presi­
dente do instituto ilistorico—Maio 10
de 1878.
CanVJido Ladislau Japiassú de P^igueiredo
e Mello, desembargador—Ao-. 17 de
ISGl.
Cândido Mendes de Almoicla, senador
pelo Maj-anhão—xMaio li) de 1871.
Cândido Xavier de Almeida e Souza,
marechal, membro do gov. pi'ovisorio
de S. Paulo—Junho 25 de 1822 (2'')—
Julho 21 de 1822—Dez. 25 de 1831.
Canella o cravo da índia (Plantação no
Pará d.e)—Ab. 12 de 1685.
Canella e pimenta da índia na Balüa—
Nov. 29 de 1707.
Cangiissú (Combate do), guerra do Rio
Grande do Sul—Out. 25 de 1843.
Canhemboras: pena de ferroem brasa
contra os—Março 3 de 1741 {Addenda
de Março).
Canna de assucar — Julho 16 de 1790
(2“ ^).
Cantagallo. V. Estrada de ferro de.
Capella real do R. de Janeiro—Junho 15
de 1808.
Capibaribe (Accão de)—Ag. 4—Xov. 26
de 1633.
Capitãos-mórcs dos sert<5cs tio B razil-
Jan. 20 de 1699.
Capital da pi‘()\ incia das AlagOas—Dez.
9 e 11 de 1839. ’
Capitania de S. Thomé, V. Parahyba do
Sul (Capitania).
Capitania doada a Antonio Cardoso de
Barros—Xov. 20 de 1535.
Capitanias (As) tèm o nome de provin­
das—Dez. 15 de 1815.
Capitulação de La Ravardière—Xov. 2
de 1615.
Capitulação dos hollandezes (jue occuiia-
vam a Bahia—Al). 28 de 1625.
Capitulação do forte de S. Jorge no
Recife—Março 1 e 3 de 1630.
Capitulação dos iiollaudezes em Porto
Calvo—Julho 19 de 1635—Set. 17 de
1645.
Capitulação do forte Principe Mauricio
—Set._19 de 1645.
Capitulação do forte de Cabedello na
Parahyba—Dez. 19 de 1634.
Capitulação ílnal dos hollandezes em
Pernambuco—Jan. 26 de 1654.
Capitulação de Montevideo—Xov. 18 de
1823. _
Capitulaçao do Juiz /m P>»;aamibuc‘>>^-
Julho 24 de 1824 (4“ §).
Capitulação do gov. francez de Cayenna.
V. Cayenna,
CajiiiuJação de Uriiguayana—Set
1865.
Cai)itulação de Angostura (Guerra
Paraguay)—Dez. "30 de 1868.
Capitular da Sé do Rio de Janeiro
(Corpo)—Jan. 19 de 1685.
Capitulo geral (1°) benedictino celebrado
na Bahia—Junho 17 de 1829.
Captiveiro dos indios. V. índios.
Capuchinhos francezes no Maranhão—
Xov. 3 de 1615 (4° ^).
Capuchos da. Conceição do R. de Janeiro
—Ecv. 7 e 8 do 1615.
Capuchos (Convento dos)—em Angra dos
Reis—Ab. 14 de 1653.
Caramurú. V. Diogo Alvares.
Carangola (Estrada de ferro de)—Junho
1 de 1880 (2A.
Carestia dos generös de primeira neces-
sidade no R. de Janeiro—Set . 4 de
1649.
Caridade (Xau). V. Lançarote da França.
Carijos e tupiiiinquins (Guerra aos)—
Ab. 10 de 1585.
Cai-ioca (Chafariz da)—Março 15 de 1725
(2° §).
Carlos Alvear. V. Ituzaingo.
Carlos Antonio Mezzabarba. ]»atriarcha
de Alexandria—Xov. 23 de 1720 (4“ s^).
Carlos Antonio Xapion. creador da Fa­
brica da polvora —Maio 13 de 1808 (3“).
Carlos Augu.sto Peixoto de Alencar
(Padre), auctor do Roteiro dos bisqM-
dos—Set. 15 de 1866.
Carlos Carneiro do Campos, visconde
(3“) de Caravellas, ministro de estran­
geiros—Maio 24 de 1862.
Carlos Carneiro de Campos, ministro
da fazenda—Ag. 31 de 1864.
Carlos Carneiro de Campos, senador por
S. Paulo—Ab. 28 de 1878.
Carlos Cesar Burlamaque, gov. da cap,
do Piauliy—Jan. 21 de 1806—Março
8 de 1811—Uut. 20 de 1810.
Carlos Cesar Burlamaque, gov. de Sergipe
—Fev, 20 de 1821.
Carlos Corrêa de Toledo, vigário. V. In­
confidência.
Carlos Frederico Ilarlt. professor ame­
ricano—Março 18 de 1878.
Carlos Frederico Lecór, visconde da
Laguna—Março 30 de 1816—Jan. 4, 17
e 20 de 1817.
Dr . Carlos Frederico Philippe von Mar-,
tins, naturalista bávaro—Dez. 13 de
1868—Ractiiicações: vol. II, p. 328,
dez. 13.
Carlos Gomes. V./Carlo\yntoniq^iomes.
D. fr. Carlos de S. Jose e 'Souza, 14“
bispo do Maranhão—Maio 13 de 1843—
Ab. 3 de 1850.
 22
Dr. Carlos Leoncio (Je Carvalho. V. En­ Carta uc lei auctorisando e regulando p
sino livre.
captiveiro dos indigenas--Out. 17 de
D. Carlos Luiz d’Amour. bispo de Cuva- 1653-Junho 3 de 16.54.
bá—Dez. 28 de 1870 (.3')—Set. 22Me Carta de lei da Regencia revogando
J8(/. '
í i cartas régias sobre guerra aos índios
-! ir^ Carlos Pedroso da vSilveira. V. Minas de —Out. 27 de 1831.
Catagnazes. Carta de lei pela qual cede D. João \T a
Carlos Pereira Freire de Moura (Padre), seu fllho os seus direitos sobre o
bispo apresentado de Marianna—Ab. Brazil—Nov. 15 de 1825.
19 de 1820 (5“ e 7“ §§)-Set. 28 de 183.5
(2“ §)—Dez. 17 de T840. Carta régia estatuindo que os governa­
Carlos Stuart no Tratado de reconheci­ dores do Brazil não podem suspender
mento do Império—Ag. 29 de 1825. aos ouvidores.—Jan. 22 de 1623.
Carlos Tourlon, coronel hollandez—Fev. Carta régia prohibindo que os magi.stra-
26—Junho 1 de 1040. dos casem no Brazil sem licencia de
D. Carlota Joaquina. rainha de Portu­ el-rei—Março 27 de 1734.
gal—Jan. 7 de 1830. Carta régia relativa ás crueldades exer­
Carmelitas do Pará (Convento de)—Jau cidas pelos scnhoz'es sobre os escravos
6 de 1626. — Março 23 de 1680 [Addenda de
Março).
Carne de vacca (Taxa sobre a)—Junlio
3 de 1809 (3“). Carta régia relativa ao mesmo assumpto
Carron du AuJlards (Dr. Carlos — Março 20 de 1688 [Addenda de
Março).
oculista 1'rancez—Fev. 3 de i 860.
Carta de Duarte dá Costa ao rei—A o' 7 Carta régia: ordena que os magistrados
de L554. levem suas mulheres para o Brazil—
Fev. .3 de 1615.
Carta de Felix José Machado, gov de Carta régia prohibindo aos governadores
Pernamlnico—Ah. 12 de 1712. geraés irem ás capitanias sem licença
Carta de Filippe IV e de seu ministro a —Março 19 de 1614.
Mathias de Albuquerqin^—Nov, 20 de Carta, régia extranhando faltas aos eom-
1633.
missarios das Mercês. Capuchos. etc.
Carta de D. João III a Martim Aífonso do Pará-Jan. 17 de 1699.
sobre a divisão do Brazil em capita- Carta régia ordenando a prisão dos re­
' nias—Set. 28 de 1532. ,
ligiosos que vierem ao Brazil sem li­
Carta de Luiz de Goes a D. Joãb JII— cença—Março 28 de 1709.
Maio 12 de 1548.
Carta do I). Manuel aos reis de Ilespa- Carta regia reconhecendo os serviços dos
'. V'' nha acerca do descobrimento do Bra­ moraálorès do R. de Janeiro na2‘‘ inva­
zil—Arfrfmrf«. vol. I. p. .56: Julho 9. são dos francezes—Ab. 7 de 1712.
Carta de Men de Sá á rainha D. Catha- Carla régia dividindo os portos de mar
rina—Junho 10 de 1560. do Ceará em capitanias—Fev. 7 de
• Carta do principe de Nassau aos Estados 1691.
Geraes—Set. 24 de 1642. Carta régiii sobre não deixarem morrer
Carta do ])rincipe D. Pedro ao go\'-. pro- os escravos-.sem os últimos sacramen­
visorio de S. Paulo—Fev. 16 de 1822. tos—Março 17 de 1693 (Addenda de
Maçço).
Carta do principe D. Pedro ao brigadeiro
Madeira na Bahia—Junho 15 de 1822^ Carta régia (deD, Pedro II) sobre o des­
Carla do j)rincipeD, Podro ao*’g ov. pro- cobrimento de minas nos rios 3'ocan-
visorio das Alagoas—Dez. 7 (h; 1822. * tins, de S. Francisco, etc.—Ab 26
de 1674.
Carta do D. Pedro 1 a seu Jilhó o actual
imperador—Ab. 12 de 1831. Carta regia: aucíorisa os ouvidores a
Carta do padrao da(la ao 4° visconde de tirarem devassa, em casos de mniãe —
Asscca pela donataria de Campos_- Fev. 12 de 1630 (2“).
. 23 de 1747—Jiuiho 14 de 1753. Carta régia dando terras aos paulistas
Carta paíente do D. Joao \ 1 legitimando paciíicadoras dos Marco
a independência do Brazil—Maio 13 23 de 1702.
de 1825 (2“). Carta regia mandando degradados jtara
Carta de Pero de Goes a el-rei—-Ab 29 0 Maranuao e Pará—Maio 4 de 1617.
de 1554.
(.arta régia: ordena que se recambie
Carta anonyma ao conscllio hollandez do todo 0 clérigo que líão for das con­
Recife—.Maio .30 de 1645. quistas—Fev, 4 de 1694.

Carla régia mandando passar do bispo
de Pernambuco para o administrador
ecclesiastico metade da quantia des­
tinada para esmolas—Julho 26 de 161G.
Carta régia ás camaras de S. Paulo so­
bre cumprirem ordens régias sem o
cumpra-se do gov. geral do estado—
■ Set. 24 de 1670.
Carta régia franqueando os portos do
Brazil ás nações amigas—Jan. 28 de
1808.
Cárta régia abolindo a escravidão dos
^ indigenas—Ab. 1 de 1080.
Carta régia declarando captivos os indios
tomados em guerra—Ab. 20 dc 1708.
Carta régia ordenando que repiquem os
sinos quando os bispos sahirem á rua
—Junho 2 de 1724. "
Carta régia creando a capitania de S.
Paulo e Minas com gov. independente
—Nov. .3 de 1709.
Carta régia marcando as dimensões das
sesmarias—Dez. 7 de 1697.
Carta régia extranhando aos superiores
das missões o satjudsarem dos gover­
nadores—Dez. 10 de 1698.
Carta régia louvando Antonio de Albu­
querque Coelho de Carvalho por con­
ciliar os paulistas com os forasteiros
—Fev. 25 de 1711.
Carta régia de I). José sobre a Compa­
nhia de Jesus—Ab. 20 de 17.59.
Carta régia prohibindo a fundação de
novos conventos no Brazil—Dez. 18 de
1863.—V. Conventos (Novos).
Carta regia mandando restituir aos in­
dios as suas terras—Março 3 de 1712.
Carta regia estabelecendo o real Erário
do R. de Janeiro—Março 18 de Í767.
Carta regia creando uma ouvidoria ge­
ral em S. Paulo—Zdaio 24 de 1698.
Carta regia banindo os jesuitas—Julho
21 de 17.59.
Carta regia creando olliciaes da Inqui­
sição no Brazil—Julho 22 de 1621.
Carta regia marcando oordeíiado do gov.
geral do Estado—Ab. 7 de 1714.
Carta regia sobre tratamento e instruc-
ção, Á.. dos escravos— Ab.27 de 1719.
1748 (2“J
Carta regia prohibindo as lojas de ou
rives no Brazil—Ag. 30 de 1766.
Carta régia revogando a precedente—Ag.
11 de 1615.
Carta I’cgia creando a Relação do R. de
Janeiro—Nov. 10 de 173R
Carta regia dando ao Brazil a categoria
de reino unido e ás capitanias o nome
de provincias—Dez. 15 de 1815.
23 í'
Carta regia revogando outra que man-
dava extinguir em Goyaz a raça
mu ar—Dez. 21 de 1774,
Cartas Chilenas—Out. 10 de 1783 (2“ S)—
Nov. 30 do 1867.
Cartas de jogar (Monopolio regio das)—
Julho 31 de 1769.
Cartas de D. Pedro a seu pae D. João VI—
Fev. 14 de 1822—Março 14 de 1822(2*).
Cartas régias, decretos e provisões em­
baraçando a emigração de Portugal
para a colonia—Junho 2 de 1800.
Cartas rogatórias entre o Brazil e a Bo-
li via. V. Aceordo.
Cartas sobre a educação de Cora. Y. Ba-
roneza de Alagoinlias.
Casa arrasada pelo povo de S. Paulo
para rocio—Set. 30 de 1683.
^41
Casa do cunho da moeda. V. Cunho. ’■
1
Casa Forte (Acção da), guerra hollan-
deza—Ag. 17 de 1645.
i v
Casa de fundição em Minas Geraes—Fev. l l
9 de 1719—Nov. 20 de 1725. ■
•'"'l
>J
Casa (Santa) de Misericórdia de Cam­
pinas—Ag. 15 de 1876.
W l
Casa (Santa) de Misericórdia do Pará— t I
Nov. 17 de 1650.
Casa (Santa) de Misericórdia do R. de
Janeiro (Antiga)—Julho 1 de 1582—
Março 30 de 1849 (2*, 7° §). rcb*- . tf
Casa (Santa) de Misericordia’de Santos— í- -
Ab. 2, de 155!.
Casa da Moeda na Bahia—IMarço 8 e 25
de 1694.
Casa da jMoeda do R. de Janeiro—Dez.
2 do 1858 (2“).
Casa da Supplicacão do Brazil—Maio 10
de 1808 (2“).
Casamento do imperador D. Pedro I—
Junho 1 e Nov. 6 de 1817.
Casamento (2*) do imperador D. Pedro I—
Out. 17 de 1829.
Casamento do imperador D. Pedro II—
Maio 20 de 1842—Mai-ço 5 e 30 de
J843—Maio 30 de 1843,
Casamento de indigenas com filhos tio
reino
Casimiro José Mar-ques de Abi-eu, poeta
fluminense— Jan. 4 de 1837.
Cassiano Esperidião de Mello e Mattos.
senador pela Bahia — Ab. 27 de 1837.
Castigo aos soldados amotinados no Pre­
sidio de Iguatemy — Dez. 3 de 17o9.
Castilhos Grandes (Demarcação de li-

Catalan (Aeçao de) na Banda Oriental —
Jan. 4 de 1817.
Catharina (Santa)—0 territorio da illia de
encnrporado aoR . de Janeiro — A«’
10 de 1/38.
Catharina (Occupação da ilha dc Santa)
— Tey. 24, 25 e 27— Março 21— Junlio
19 de 1 n /—Junho 3C—Julho 30 dc 1778.
Catharina Alvares, mulher de Caramurú.
V. Paraguassú.
Catumby (Cemiterio dc). V, Cemilerio do.
Causa do Brazil no juizo dos governos
da Europa— Out. 12 de 1822 (2“).
CúxKillo (0) Velho. V. Fernando Pereira
Leite de Foyo.s.
Caxias (Cidade^ de), bei-ço natal de Gon­
çalves Dias— Out. 31 de 1811.
Caxias (Barão de) na guerra civil do R.
f' Grande do Sul — A g. 22 del839 (2“ ^)
— Set. 24 de 1842(2“) — Out 29—
I I't Nov. 9 d_e 1842-M a r ç o 1 de iW /.
Caxias (Barao de) coinmandante das ar­
mas da côrtc— Março 21de 1812.
Caxias (Barao de) na rèbcllião de Minas
— Junho 10—Julho 25 de 1842.
Caxias (Barão de) ha rebellião doS. Paulo
— Junho 19 de 1842 (2“j — Junho 24
—Dez. 12 de 1812.
Caxias (Condo de) cm Montevideo — Nov
17 de 1851.
Caxias (Coiide de) regressa de Montevi-
(ieo com o exercito — Ab. 4 de 1832.
Caxias (Marquez de) na guerra do Pa­
raguay — Out. 10 de 180(3—Julho -^2 de
^ - 1 ' -5- e 31
de 18Ò8.
Caxiait (Marquez de) era Assumpção (O
do P a r a g u a y )J a n . 5 de 1809.
Caxias (Coiiue de) volta do Par.ao'u-iv_
Fev. 15 de 1809 (2“). ‘‘
Caxias nomeado duque — Março 23 de
1809. \ . Luiz Alves de Lima e SiR a.
Caybaté (Batalha de) no R. Grande do
Sul—Fev. 10 de 1754.
Cayena (Capitulação de)—.Tan. 12 e 14 de
1809-Ag. 28 de 1817 (2“ §)-N ov. 8 de
lolc.
Ceará (0) é reunido ao gov. de Pernam­
buco—Fev. 25 de 1080.
Ceará (1“ comarca doi. Vide S. José de
Ribamar.
Ceará (Dividem-se ein capitanias os portos
de mar do)—Fev. 7 de 1791.
k> :I Ceará (Minas de ouro do Carií-v no)—
Ab. 18 de 1712.
Ceará (Creaeão da villa do Icó no)— Ih
21 de 1729. ,
Cf-arji (Junta governativa do)—Nov. 8 de
1749.
Ceará (^ encimentõs dos mestres-escola
fiu)—Set. 13 de 1708.
24
Ceará (Creação de escolas no)—Sct 13
de 1768.
Ceará (Hospital militar do)—Julho 2 dc
1709.
Ceará (Secca no)—Dez. 28 dc 1795 (7» &).
Ceará—Ordem aogov. do—acerca dos con-
fl^imntes do Amazonas — Março 12 de
Ceará jContra revolução no)—Maio 11 de
1817.
Ceará (Revolução no)—Ab. 14 de 1821.
Ceani (Governo provisorio do)—Xov. 3 dê
1821.
Ceará (Deputados ás curtes de Lisboa pelo) ‘
—Fev. 17 de 1822. ^
Ceará (Junta governativa do)-^Fev. 17—
i)íarço 30 de 1822.
Ceará (Gov. tem])Orai io do)—Março 4 de
1822. '
Ceará (Actos do governador das armas
do). A'. José_Pe'reira Phlgueiras.
Ceara (Conselheiros do governo no)—Ab.
8 de 1824 {Addenãn de Alnál).
Ceará (Quixeramobim no). V. Constitui­
ção.
Ceará (Execuções no)—Ah. .30 de 1825.
Ceará (Aquiraz jio). Goveiaio abso­
luto.
Coara (Commissao militar para julgar os
revoltosos de 1824 no)—M arço'l 7 de
1820. ^
Ceará (Suspensão das garantias consti-
tucionaes no)—Olil. 31 de 1829, .
Ceará (Combate do Tcd no). V. icó.
Ceara (Sedição militar no). V. Sedição
militar e Sobral.
Ceara (Moeda de cobre substituída no)—
Dez. 11 de 1834.
Ceará (Partido da Columna no)—Maio 7
de 1836. ^
' Ceará (Nova secca no)—Maio 31 de 1845
(pg. 343)—Ab. 5 de 1880.
Ceará (Bispado do)—Ab. l4 de 1861 (6° §).
Ceara (Esiraela de íerro de Batuiiíé no)
—Março 14 de 1880.
Celibato do clero—.Tan. 19 do 1834.
Ceileiro publico na Bahia. V., Tulhas.
Cemitorio de S. Francisco de l ‘aula— - .
M arço^ de 1849 (2“). J o /
Cemitericr do Hospital marítimo de Santa /
Isabel— Ab. 15 de 1858.
Cemitérios — Marca-se o numero de— do
R. de .faneiro — Set. 5 de 1850 (2*).
Cemitérios na Bahia — Set 5 de 1850
(2 -,2 “ §).
Cerros de S. Juan (Combate naval dos),
guerra do R. da Prata — Jan. 18 de /
1827. /
César Sauvan A ianiui de Lima. ministro
do Brazil no Paraguav— Nov. 12 de '
1864 (2“ §). • !
 Chaco (Comlmíe do), guerra do Paraguay.
V. Combate. ‘
Chafalote (Acção do Passo de) — Set. 24
do 181G.
Charles Rybeirolles. patriota e jorna-
iista Irancez— Junlio 1 de 1860.
Chartier. V. Boi.s-le-Contc.
^^ada da iamilia real á Bahia — Jan.
22 de 1808.
Cliegada da I'amilia real ao Rio de Ja­
neiro— Março 7 del808.
Chimangos e voluntarioit no R. Gi’ande
do Sul — Maio 3 de 1821.
Cholera-morbus— 0 imperador visita os
atacados d e— Set. 27 de 1855.
Cholera morbus — Providencias toma­
das contra a— Set. 28 de 1855.
Cholera-morbus nas Alagoas— Nov. 18
do 1855.
Clu'istiano Benedicto Ottoni, presidente
da. estrada do I'ci-ro Pedro II— Marco
20 do 1858. ^ Dr . Claudio Luiz da Costa, director do
Christiano Benedicto Ottoni, senador pela
isso" ^
Christie, ministro da Inglaterra no R.
de Janeiro. V. Questão ingleza.
S. Christovão, eni Sergipe, cidade— Ab.
8 de 1823.
Christovão oil Christol'le .A.rcizev,-ski.
VN Arcizowski.
Christovão de Barros, gov. do R, de Ja­
neiro— Out. 31 de 1571.
('hrislovão de Barros, membro do governo
int. do estado — Ag. 10 de 1587.
Cliristovao de Burgos de Contreiras.
membro do gov. int. do estado—Nov.
26 de 1655 (2“ §)
Christovão Colombo, desc'obi idor da
Ajnerica—Out. 11 de 1492—Maio 9 de
1502—Nov. 12 de 1854—Julho 10 de
18 ÍI.
Christovão da Costa Freire, senhor de
Pancas, 22“ gov. do Maranhão—Jan.
12—Junho 8 de 1707.
Christovão de Gouvea (Padre), visitador
da Companhia de Jesus em S. Paulo—
Ab, 10 de 1585 (2').
Christovão Jacques. V. Antonio Ribeiro,
Christovão Lins de Vasconcellos nas
lutas com os hollandezes—Set. 17 de
1645.
Christovão de Lisboa (Fr.), custodio do
Maranlião—Junlio 25 de 1626.
Chronologia em geral—Vol. 1. pp. 1 a 2.
Dr, Cialli, medico romano. V. Lagua
Santa.
Cierva. na guerra do Pat’aguay. V. Es-
tabeleciinento.
Ciganos—Ab. 11 de 1718. , catlo pelos mamelucos — Nov, 19 de
Cisplatina. V . Guerra da.
Cisplatina
Unidas
_ 1825. •
Cisterna do morro do Castello no R.
Janeiro—Set. 25 de 1711.
Ciudad Real. AN Guahyra.
Cities Florins, tenente coronel hollandez -
Nov. 14 de 1641- Set. 17 do 1645-
Fev, 1 de 1654.
Clara (Santa), convento de freiras na
Bahia—Out. 22 de 1679—Julho 16 de
1686.
D. Clara Camarão, heroina brazileira—
Fev. 18 de 1637.
Claudio de Abbeville—Julho 26 de 1612
(2; §).
Dr . Claudio Gurgel do Amaral. Glo­
ria do Outeiro.
D. Claudio José Gonçalves Ponce de Leão.
4“ bispo de Govaz—Março 14 de lS7ii
(á" §). . . ■
Instituto dos Meninos Cegos—Maio
27 de 1869.
Claudio Manuel da Costa, poeta mineiro,
involvido na Inconfídeticia—Junho (J
do 1729.
Dr. Clemente Falcão de Souza, lente da
Academia de S. Paulo—Ab. 28 de
1868.
Clemente Ferreira França, depois vis­ ■!í. A
conde e marquez de Nazareth, mem­
bro do gov. int. do Pernambuco—
Set. 20 de 1808.
Clemente Ferreira França referenda o
decreto de dissolução da constituinte—
Vol. I, p. ,355, col. 2*.
Clemente Ferreira França, collaborador
na constituição do Império—Nov, 26
de 1823.
Clemente Ferreira França senador pela
Bahia—Março 11 de 1827.
Cobrança do quinto do ouro. V. Quinto
do ouro.
Cobre (Moeda)no Ceará—Dez. lid o 1834.
Cochonillui (Cultura da)—Maio 4 de 1782, 1 t
Cockrane. V, Lord Cockrane.
Codigo Commercial do Império—Jullio
1 de 1850.
Codigo do processo criminal do Brazil—
Dez. 16 de 1830—Nov. 29 de 1832.
Codigo (Novo) do processo posto em
execução em S. Paulo—Maio 20 de
1833.
Coligny (Forte de). V. Villegaignon e
Bois-le-Conte.
Collegio (O) incendiado. José Satur­
nino da Costa Pereira.
Collegio dos jesiiitas em Piratiniaga ata-
1556 (art. separado). ii
 Colle^io dos jesuítas (Superiores do)—Dez.
23 de 1584.
Collegio dos jesuítas em Santos— Ab. 10
de 1585 (2“).
Coílegio dos jesuítas em Cananéa — Dez.
31 de 1601.
Coílegio dos jesuítas de S. Aíiguel — Ju­
nho 21 de 1638.
Coílegio dos jesuítas em Paranaguá —
Maio 2 de 1707.
Coílegio de S. .Joaquim— Junho 8 de
1739.
Coílegio dos Orphãos de S. Pedro. Y.
Coílegio de S. Joaquim.
Coílegio (Imperial) de Pedro II— Dez.
2 de 18.37 — Março 25 de 1838 — Out.
24 de 1857.
Coílegio do Anjo Custodio— Set. 7 de
1842.
Colonia de artistas francezes no R. de
.Janeiro— Fev. 26 de 1816.
Colonia Blumenau — Ab. 26 de 1880.
Colonia militar do Itapura. V. Itapura.
Colonia do Sacramento — Ag. 7 de 1680.
Colonia do Sacramento (Expedição mi­
litar da Bahia para a) — Out. 16 de
1743.
Colonia do Sacramento (Fundação da) —
.Jan. 1 de 1680.
Colonia do Sacramento (Sitio e bombar­
deio da praça da)— Jan. 5 e 6 de 1736
— Março 16 de 17.37.
Colonia do Sacramento atacada por Ce-
ballos — O ut.'5 de 1762 — Maio 18 de
1777.
Colonização. V. Sociedade de.
Colonos açorianos para 0 Pará!—Jan. 7
de 1676.
Columna (Partido da). V. Partido e Ceará.
Comarca das Missões — Agosto 3 de 1801
õ“ e 6°§§).
Combate dê S. Borja. Vide S. Borja.
Combate do Chaco, guerra do Paraguay
— Maio 2 de 1868 — Maio 8 de 1869. '
Combate do Fanfa. V. Fanfa.
Combate de üequiá. V. üequiá.
Combate com os hollandezes no R. Gran­
de do Norte — Nov. 17 de 1636.
Combate do I c ó - A b . 4de 1832 — A íG
dencla de abril.
Combate do Mussupinho em Pernambuco
— Nov. 14 de 1848.
Combate naval entre Oquendo e Pater
‘(guerra hollandeza) — Set. 12 e 22 de
1631.
Combate naval entre a corveta bra,zileira
Maria Izahel e o brigue argentino
Niger — Jan. 14 de 1828.
Combate entre os 'payaguás e Eartholo-
meu Bueno—Março 13 de 1736.
Combate de Pirajá. V. Pirajá.
Combale de S. Solano—Ag. 3 de 1867.
Combate de Tonelero—Dez. 17 de 1851.
Combates no Amazonas—Junho 21 de
1629.
Cometas—Fev. 28 de 1843—Fev. 26 de
1860.
Comitiva do embaixador de França' no
Pv.. de Janeiro—Junho 9 de 1816.
Cora mandantes da frota que trouxe D.
João VI. V. Frota real, etc.
Commendador de Araujo. V. Antonio de
Araujo de Azevedo.
Commissão astronômica de limites—Set.
1 de 1782.
Commissão especial no Maranhão—Ab.
5 de 1824.
Commissão militar em Pernambuco—
Dez. 22 de 1824.
Commissão militar no Ceará—Ab. .30 de
1825.
Commissão militar na Bahia—Nov. 16
de 1824.
Commissão organisadora do pacto fun­
damental do Império. V. Constituição.
Communidadcs monásticas (Extincção
gradual das)—Maio 19 de 1855.
Companhia do Beberibe—Junho 14 de
1837—Maio 21 de 1846.
Companhia de Commercio. das índias
Occidentaes—Vol. 1% pag. 434, Ad­
denda. 1621.
Companhia Geral do Commercio do Bra­
zil—Fev. 6—Março 12—Nov. 4 de 1649.
Companliia do Commercio do Grão Pará
e Maranhão— Fev. 25 de 1778.
Companhia de Jesus (Juizo acerca fla)—
Set. 3 de 1759 (7“ c 9“ |§).
Companhia de Liverpool de vapores en­
tre 0 Brazil e a Europa.—Set. 20 de
1853.
Condamine (Carlos Maria de La), viajante
francez—Set. 19 de 1743.
Conde de Alegrete. Htulo dado a Mathias
de Albuquerque — Dez. 16 de 1635 4
(3^- §).
Conde d’Alva. Vide D. Luiz de Masca-
renhas.
Conde de Anadia. Y. João R ^rigu es de
Sá e Dienezes.
Conde d’Aquila. irmão da imperatriz—
Set. 3 de 1843—Out. 22 e 24 de 1844.
Conde dos Arcos. Yide D. Marcos de
Noronha e Brito.
Conde de Arganil. Yide D. Francisco
de Lemos de Faria Pereira Coutinho.
Conde de Assuinar, Yide D. Pedro de
Almeida Portugal.
Conde de Attouguía. Yide D. Jeinnynv,
de Athayde.
Conde de Ávintes (3°). Yide D. Antonio
de ALneida Soares e Portugal.

Conde de Avintes (4“). Vide D. Luiz de
Almeida Portugal Soares d’Eca AJai>-
eao Mello Silva Mascarenlias.
Conde de Azambuja. Vide D. Antonio
Ivolim de Moura Tavares.
Conde de Baepondy. V. Braz Caimeiro
iNogueira da Costa Gama.
Conde de Bagnuolo, general, na luta com
ps hollandezes—Ab. 28 de 1025—iMaio
o—Set. 1 / de 1631—Março 18 de 1632—
Dez. 31 de 1635—
1036-Fev. 18-Março 17
1637-Ab. 1 8 -M a io l8 -
Maio 2j (4» §) de 1638.
Conde da Barca. V. Antonio de Araújo
de Azevedo.
Conde de Beaurepaire. commandantc das
armas do Piauliy—Dez. 23 de 1826.
Conde da Boa-Vista.» V. Francisco do
Pego Barros.
Conde de Bobadella. Gomes Freire
de Andrada.
Conde de Carra Saint-Cyr. gov. Irancez
de Cayena—Nov. 8 de lè l8.
Conde de Casícilo-Melhor. V. João Peo-
drigues de Vasconcellos e' Pedro de
Vasconcellos e Souza.
Conde de Cavalleiros. Vide D. Grego­
rio Ferreira d’Eça e Menezes.
Cçnde de Cavalleiros. Vide D. Podrigo
José de Menezes.
Conde da Conceição. Vide D. Antonio
Ferreira Viçoso.
Conde da Cunha. Vide D. Antonio Al­
vares da Cunha.
Conde de Escragnolle. coronel interro-
gante da com missão militar de Per­
nambuco—Dez. 20 de 1824.
Conde d’Plu. Luiz Gastou d’Orleans—Ab.
28 de 1842—Out. 15 de 1864 e 1874.
Conde d’Eu. commandante do e.xercito
brazileiro ' no Par-agiiay—Ag. 1 de
1865—Marco 22—Abi 14 e 16—Ac. 12
de 1869. '
.Conde da P’ i'gueira. I’ ide I). José de
Castello Branco.
Conde F’ischler de F'reuberg. Vide D.
Isabel de Bragança.
Conde das Galvèas. Vide I). Francisco
de Almeida de Mello e Castro e André
de Mello e Castro.
Conde da Ilha do Príncipe. V. Phcineisco
Luiz Carneiro.
Conde de Ipanema. V. José Antonio
Morei i‘a.
Conde d^f Irajá.VidoD. Manuel do Monte
Podngues’ de Araujo.
•ide dè S. João das Duas Barras. V.
Joaquim Xavier Curado.
Conde de Lages. V. João Vieira de Car­
valho.
27
Conde de Linhares. Vido D. Podrigo de
Souza Coutinho.
Conde de S. l.onrenço. V. Pedro da Silva.
0 duro.
Conde de S. Miguel. Vide D. Alvaro Xa
xier Botelho.
Conde de Miranda. Vide D. Diogo Luiz de
Oliveira.
Conde de Monsanto, bisneto de Pero Lo­
pes de Souza, donatario da cap. de
S. Vicente—Jan. 11—Junho 14 de
1621.
Conde de Óbidos. Vide D. Vasco de Mas-
carenhas.
Conde de Oeiras. V. Sebastião José de <1
Carvalho e Mello.
Conde de S. Paio. V. Manuel Antonio de
S. Paio.
Conde de Palma. Vide D. Francisco de
Assis Mascarenlias.
Conde de Paraty. ^'i(le D. Miguel Antonio
de Noronha AbranchesCastello-Bran ‘0.
Conde de Povolide. Videl). José da Cunha
Grã. de Athayde e Mello.
Conde c senhor dc Pernambuco. V. Duarte
do Albuquerque Coellio. ,
Condo da Ponte. V. João de Saldanha
da Gama de Mello Torres.
■it. I
Conde de Porto Alegre. Manuel Mar­
ques de Souza.
Conde de Porto Santo. V. Antonio de
Saldanha da Gama.
Conde de Rezende. Vide D. José Luiz de
Castro.
Conde do Pio Pardo. Vide Thomaz Joa­
quim Pereira Valente.
Conde de Salmgosa. AL ,A'asco Fernan­
des Cesar de Menezes.
Conde de S. Salvador. Videl). Manuel
Joaquim da Silveira.
Conde de Sarzedas. V. Antonio Luiz do
Tavora.
Conde de S. Sdnum. V. Paulo Fernandes
Carneira \ ianna.
Conde de Valhulares. Vide D. José Luiz
deMenezes Abra ncl) es Castello Branco.
Conde lie Manna, commahdanto da es­
quadra em que voltou a 1'arailia real
para o reino~Xov. 29 de 1807 (3“ S)-
Conde de Vianna na gueri'a do P. da.
Prata—Jan. 17 de 1817.
Conde de \ illa-Flor. gov. do Pará e Pio
Negro—Julho 1 de 18c'0.
Comle de \'illa-FIor. V idel). Antonio de
Souza. Manuel de Menezes e Antonio
José de Souza Manuel e Menezes Se-
verim de Noronlia.
Conde de Villa Pouca de Aguiar. V. An­
tonio Tcllos de Menezes.
Conde de Villa A’erde. Videl).Pedro An­
tonio de Noronlia.
yM

\I Condo do Vimiciio. Vide D. Sanelio de Conselho ultramarino—Junho 14 de 1642.
Faro e Souza.
Condessa de S. José. V . Assassinato da. Conservatorio Dramatico brazileiro—Nov.
Condessa da Piedade. Vide I). Engracia
Maria da Costa Ribeiro Pereira.
Condessa de Vimieiro. Vide D. ^larianna Conspiração contra o dominio hollandez
dc Souza Guerra.
■: (
Condição dos portuguczes que vierem
residir no Brazil—.Ian. 14 de 1823
Conego Baptista. V. João Baplista Gon­
çalves Campos.
Conegos {(Js) da capella real tern o tra­
tamento de aenhovia—Dez.22 de 1808.
Confederação do Equador. V. Revolu­ Constantino de Menelau. 11“ gov. do R.
ção da.
Congi*egação do Oratorio cm Pernam­
buco—Junho 17 de 1671.
Congresso nacional no Pará—Dez. 10 do
1S21.
Congresso de Vienna (Acta do) sobre li­
ii mites do Brazil com a Franca—Ag. 28
de 1817.
|l|r
Conjuração dc Minas. V. Inconiidencia.
Conquista da Bahia polos hollandezes.
V. Bahia c Esquadra hollandeza para a.
Conquista de Santa Catharina pelos hes-
panhoes—Nov. 13 de 1776.
Conquista do Maranhão. Maranhão.
Conquista de Pernambuco pelos liollan-
dezes. V. Pernambuco.
Conquista dos Sctc Povos das Missões—
A g. 3 de 1801.
Conrado Jacob de Xiemever, coronel de
engenheiros— Nov. 2;V de 1838. V. Constituição (A) de D. Pedro I é rejei­
Companhia do Bebcribe.
Conselheiros do governo no Ceará— Ab.
8 de 1824 {Addenda de Abril).
Conselheiros secretos hollandeze.s—Maio
11 de 1644.
Conselho administrativo do Piauhy. V.
Piauhy.
Conselho de estado (Novo)—Nov. 23 de
1841.
Conselho de fazenda (Extipcção do)—
Out. 4 de 1831
Conselho de guerra na villa do Crato—
Maio IS de 1823.
Conselho hollandez no Brazil ■Nov. 18
de 1645 (2° §).
Conselho militar em Caxias—Junho 29 de
1823.
Consellio militar no Maranhão—Ab. 5 de
1824.
Conselho politico hollandez—Ab. 10 de
1632—Maio 6 de 1644—Junho 27 de Convenção entre Gomes Freire e os ca ­
1645—Ag. 1 de 1646 (2° §).
Conselho de procuradores" geraes das
províncias — Fev. 16 de 1822 (2^—
Junho 1 e 2 de 1822.
Conselho supremo militar de Justiça—
Ab. 1 de 1808 (2‘ ).
2cS
Conservador (Partido). V. Saquarema.
30 dc 1843.
no Recife — Maio 30 — Julho 27 de
1645 (2^^).
D. Constantino Barradas, 4“ bispo do Bra­
zil—Nov. 1 de 1618.
Constantino .José Gomes de Souza (Dr.),
])oeta e di'amaturgo sergipano—Set.
2 de 1877 (2“).
de Janeiro—Nov. 23 de 1614—Nov. 13
de 1615.
D. Fr. Constantino de Sampaio. 10“ e
ultimo bispo do Brazil—Ab. 15 de
1672 (4“ §).
Constituição hespanhola (Proclamação
da)—Ab. 20 de 1821 (2“ §)—Ab. 21 de
1821 (2“)—Ab. 22 e 23 cíe 1821.
Constituição portugueza no R. Gi-andc
do Sul (Juramento da)—Ab. 26 de
1821 (2“).
Constituição brazileira — Membros da
commissao organisadora da—Nov. 26
de 1823. .
Constituição IA) dc 1). Pedro 1 é approvada
pela camara do R. de Janeiro—Dez.
16 de 1822.
Constituição (Juramento da) no R. de
Janeiro—Março 25 de 1824.
tada pela camara de Quixeramobim—
Maio 4 de 1824.
Constituição—Juramento do projecto de—
no Maranhão—Maio 14 de 1824.
Constituição—Juramento do projecto de—
em Goyaz—Maio 22 ‘de 1824'.
Constituição—Juramento do projeem de—
no Ceará—Dez. 4 de 1824.
Constituições primeiras do Arcebispado
da Bahia—Junho 12 de 1707.
Constituinte. V. Assembléa.
Constituinte — Instrucções para a— . V.
Convocação.
Contracto dos diamantes (Assistência ao)
—Ab. 3 de 1743.
Contracto do quinto dos couros no R.
Grande do Sul—Junho 17 de 1786.
Controvérsia cpiscopo-maçónica—Julho
, 14 de 1861 (7“ §).
ciques das Missões do Uruguav—Nov.
14 de 1754.
Convenção do Beberibe—Out. 9 de 1817.
Convenção addicional entre Portugal
Inglaterra para impedir o commercio
de escravos—Nov. 9 de 1817,
 •\'V'
— 21)
Convenção dc limiles enlrc o cabildo do
. Montevideo e o conde da Figueira,
gov. do R, Grande do Sul—Jan .'30
de 1819.
Convenção preliminar entre os gover­
nos do Brazil c de Buenos Ayres para
a cessão de Montevidéo—Maio 24 do
1827 (2“).
Convenção entre o Brazil e a Banda
Oriental do Uruguay—Ag. 28 de 1828.
Convenção consular entre o Brazil e
Portugal—Março 9 de 18(30.
Convênio de alliança entre o Brazil, o
estado Oriental e os dc Entre Rios e
Corrientes—Nov. 24 de 1851.
Convênio do conselheiro Paranlios com
0 presidente Villalba—Fcv. 20 de
1865.
Convento de N. Senhora da Ajuda no R.
dc Janeiro-Jullto 9 de 1674 e 1678.
Convento de Santo Antonio no R. de Ja­
neiro— Ab. 12 de 1585 — Dez. 11 de
160t>— Ab. 9 de 1607 — Junho 4 dc
1608 — Fev. 7 dc 1615.
Convento do Santo Antonio no Recife —
—Ab. 29 de 1620.
Convento do Carmo de Santos (Doação ao)
- A b . 24 de 1589.
Convento de Santa Clara na Bahia — Ab.
29 de 1677.
Convento dc S. Francisco na Bahia —
Dez. 26 dc 1629 (art. separado)—Dez.
20 de 1686.
Convento dc S, Franci.sco na cidade do
S. Paulo — Jan. 25 dc 1640.
Convento de S. Francisco cm Taubaté—
Ab. 25 de 1764.
Convento da Lapa na Bahia — Março 5
de 1754.
Convento de"N. Senhora das Neves cm
Olinda — Ab. 12 de 1585.
Convento em Paraguassú na Bahia — P’ev.
24 dc 1649.
Convento da Soledade occupado pelas
Ursulinas na Bahia — Out. 28 dc 1739
(2» §).
Convento de Santa Thereza no R. de Ja­
neiro — Ab. 17 de 1756.
Conventos (Novos) — Alvará prohiblndo
crearem-se no Brazil — Out. 16 de
1()09-Dez. 18 de 1633.
Conventos (Novos)—Alvará permittindo
aos franciscanos o erguerem— Nov.
28 dc 1624.
Convoca D. Pedro 1 todos os brazileiros—
Jan. 8 dc 1823.
Convocação de uma constituinte (In-
strucções para a) — Junho 19 de 1822
{^“).
Coock (O capitão) aporta ao R. de Ja­
neiro— NoV. 13 de 1768.
/ I 'm
—
D. Cora Coutinho Sodré. baroneza dc
Alagoinhas— Ab. 25 de 1880.
Coral— Minas dc oiu“o do Ag. 30 dc
1 /oo.
Coralcs (Combate naval de), guerra da
Cisplatina — Fcv. 9 de 1826.
Coritiba (Comarca dc) — Fev. 19 dc 1811.
Coritiba. capital da provincia dc Paraná—
Dez. 19 de 1853.
Cornelio Jol. V. Jol.
Cornelissen Loos. almirante hollandcz —
Jan. 12 e 13 de 1640.
Coroação e acclamação dc D. João VI — 1
Fev^ 6 de 1818.
Coroaçao c acclamação de D. Pedro I,
imperador do Brazil— Dez. 1 dc 1822.
Coroação c sagração de D. Pedro II,
imperador do Brazil—Julho 18 de 1841.
Coroados. V. índios coroados.
Coronel Coronado, oriental, na guerra do
Paraguay — Maio 11 do 1869".
Corpo capitular da se do R. dc Janeiro. I ■-
V. Capitular.
Corpos do linha: decreto marcando a im-
meraçao que devem ter os — Fev. 22
de 1839.
Corrego seceo. V. Petrppolis.
Correio para u Brazil colonial— Jan. 26
de 1663.
Correio geral da eòrtc — Maio 2 de 1798.
Correio para Campos c Espirito-Santo —
,Tan. 1 de 1769.
Correio Brasiliense, publicado cm Lon­
dres— Junho 1 dc 1807.
Correio Constitucional (Campista — .Jan.
1 e 12 de 1831.
Corrientes (Ataque de) na guerra doPa-
raguay — Maio 25 de 1865.
Corumbá assolado pelos paraguayos—
Março 3 de 1865.
Cosme, negro rebelde do Maranhão—
Dez. 13 dc 1838 (3“ §). V. Guerra dos
Balaios.
Cosmo do Couto Barbosa, capitão, pri­
sioneiro dos hollandezes—Set. 22 dc
1631—Jan. 8 dc 1632.
Fr. Cosmo de S. Damião. V. Capuchi­
nhos no Maranhão.
Cosme Rangel de Macedo, gov. intruso
do R. de Janeiro—.Jan. f de 1578.
Cosme Rohm de Moura vende a capi­
tania do Esp. Santo—Aln 6 de 1718
(2‘ ).
Costa, capitão de mar e guerra, na guerra
do Paraguay—Marçu 2 dc 1868.
Coxim, em Matto-Grosso, tomada pelos
paraguayos—Ab. 24 de 1865.
Cravo da índia c canella (Plantação no
Pará de)—Ab. 12 de 1685.
Crimes individtiaes dos deputados e se­
nadores—Junho 14 de 1843.
 — 30 —

Crixás (Arraial de) em Cuyabá^Dez. 22 Daniel de La Touche, senhor de La Ra-

fie 1734 (artigo separado). yardière. Ravardière.
Cruz—Ergue-se no Brazil a I ' —Maio 1 Da-Wd Canavarro. chefe da rebellicão do
de 1500.
Cruz dos Militares no Rio de Janeiro R. Grande do Sul—Junho 23—Nov 15
de 1839-Fev. 28 de 1845.
(Irmandade e egreja da)—Out. 13 de
1765—Jan. 20 de 1780. Dcbr^ (3oão Baptisía), pintor historico
Cruzeiro (O), folha diaria do R. de Ja­ —Fev. 2b de 1816.
neiro—Jan. 1 de 1878. Décima urbana—Junho 3 de 1809.
Cuevas (Passagem de), guerra do Para­ Declaração de guerra. V. Guerra.
guay—Junho 18 de 1865 (4° §). Decreto ordenando que os condem nados
Cuman (Donataria de)—Dez. 22 de 1648. a oegredo vão j)ara o Maranhão e
Cunhambebe, régulo indio—Nov. 24 dc Para—Lev., o dc 1667.
1549 (6° §). Decreto prohibindo que emigrem para o
íl«* Cunhaú (Ataque dc), guerra hollandeza Brazil os que não forem empregados
—Set. 23 de 1634. pubhcos—Jan. 25 de 1709.
Canhaú (Carnificina de)— Julho 16 de Decreto acerca de titulos e postos mili­
1645. tares—Ab. 5 de 1762.
Cunho dc moeda no R. de Janeiro—Jan. Decreto de D. João \T expondo a inten-
23 de 1697. çao de residir temporariamente no
Cunho (Mudança da casa do)—Jan. 31 de Brazil—Nov. 26 de 18o7.
1702. Decreto franqueando os portos do Brazil
Currales (Combate de), guerra do Para a^ todos^^os navios do mundo—Junho
guay—Jan. 31 de 1866.
I' < . Curso dc cirurgia c medicina no R. de Decreto do gov. provisorio de Pernam­
Janeiro—Ab. 1 de 1813. buco abolindo os tributos—Marco 9
I .! Cursos de direito c de medicina. V. Aca­ de 1817. ^
demia.
Curuayú. V. Granja. Decreto isentando os indigenas dePernam-
Curupaity (Foidificação de), guerra do buco. Ceará e Parahyba de pagarem
Paraguay—Set. 22 dc 1866—Ag. 15 Decreto 0 subsidio militar—Fev. 25 de 1819.
de 1867. de D. João VI declarando que
Curuzú (Bombardeio dc), guerra do Pa­ volta para o reino—Março 27 de 1821.
;f ' raguay—Set. 1, 2 e 3 de 1866. Decreto de D. João VI adoptando a con­
Custodia dos franciscanos do Brazil— stituição hespanhola—Ab. 21 de 1821
(2 ").
Ab. 12 e 18 de 1647.
Custodia dos padres Observantes do S. Decreto de D. João VI desfazèndo o da
Francisco—Nov. 27 de 1586. vespera—Ab. 22 de 1821.
Fr. Custodio Alves Serrão, naturalista Decreto de D.,Joao \ I nomeando regente
maranhe.nse—Março 10 de 1873 (2^. ao^lPidncipc D. Pedro—Ab. 22 de
Custodio Valente, cap. mdr do Pará—
Set. 20 de 1619 (2“ %). Decreto das cortçs de Lisboa extinguindo
Cuyabá (Cidade de)—Set. 17 de 1818. os Tribunaes do Brazil—Set. 29 de
Cuyabá. V. Matto-Grosso. V. Bispado. 1821.
, '/■ I). fr. Cypriano de S. José. 5° bispo dc Decreto prohibindo que se cumpram
Marianna—Dez. 31 de 1797—Ag<20 de no Brazil leis emanadas das côrtes de
1798—Out. 30 de 1799—Ag. 14f?el817. Lisboa—Fev. 20 de 1822.
Cypriano José Bai^ata dc Almeida, de­ Decreto sobre liberdade de imprensa—
putado á constituinte— Junho 3 dc Junho 18 de 1822.
1822—Julho 24 de 1824. Jecreto elevando todas as villas capita cs
Cypriano José Barata de Almeida, de- dc provincia á categoria de cidades—
I)Utado ás côrtcs dc Lisboa—Out. 6 Fev. 21 de 1823.
l i ! ÍM —Nov. 22 dc 1822 (2‘ ). Decreto dividindo em duas a pasta dos
Cypriano Pitta Portocarreiro, cap. mór ncgocios do Império e de estrangeiros
do R. Grande do Norte—Julho 22 de - N o v . 13 de 1823.
1627. Decreto suspendendo a commissão mili­
tar do Ceará—Março 17 de 1826.
í» Decreto suspendendo as garantias no
Damião José dc Sá Pereira, membro do municipio da côrte—Junho 17 de 1842.
gov, interino de Goyaz—Ab. 13 de Defecção dc Bento Manuel Ribeiro (Guerta
1770. civil do R. Grande do Sul)—Março 23
de 1837. ^
 Defensor perpetuo (Io Brazil.
lector.
Defensora da constituição e das leis em
S. Paulo (vSociedade)—j\íarço 29 de
1831.
Degradados (Navios conduzindo)—Jan.
28 d e'1548.
Degradados*para o Maranhão e Pará—
Maio 4 de 1617.
Delpjrim Carlos de Carvalho, depois ba­
rão da Passagem, na guerra do Pa­
raguay—Pev. 19 e 24—Out. 1 de 1868.
D. Delpliina Benigna da. Cunha, poetisa
no-grandense—Junho 17 de 1791.
Demarcação de limites. V. Limites.
D. Demithildes de Castro Canto e Mello,
marqueza de Santos—Nov. 3 de 1867
Deportados politicos—Nov. 20 de 1823—
•Junho 18—Julho 3 de 1842—Out. 29
de 1856.
Deputação hollandeza enviada á Bahia—
Julho 20 de 1645.
Deputados á assembléa constituinte—
Junho 3 do 1822.
Deputados braziléiros ás côrtes de Lis­
boa (7)—Out. 6 de 1822.
Descourtilz. V. João Theodoro.
Descobrimento da America—Out. 11 de
1492.
Descobrimento do Brazil. V. Brazil.
Descobrimento do R. de Janeiro—Jan.
1 de 1502.
Desembargadores (Os) não podem casar
no Brazil—Nov. 22 de 1610.
Desembargadores da relação de S. Paulo
(Primeiros)-Fev. 3 de 1874.
Depembargo do l-’aço. V. Meza do.
Desembarque da familia real no R. de
Jar'eiro. V. Familia. Real.
Desembarque da rainha D. Maria 1—
Março 10 de 1808.
Despeza com a secea das provincias do
Norte—Ab. 21 de 1880.
Despezas do Brazil—Out. 28 de 1618.
Desterro, capital da prov. de Santa Ca-
tharina—Ab. 18 de 1662—Out. .30 de
1640 (art. sep.)—Março 26 de 1726—
Março 20 de 1823.
Diamante da Bagagem. V. Bagagem.
Diamante da cor()a de Portugal. V.
Abaeté.
Diamante achado no Paraguassú Dia­
mantino—Ab. 4 de,1845—Vol. I, p. 435,
Ab. 4.
Diamante achado em Cangerona—Maio Diogo Coelho de Albuquerque, cap. mór
11 de 1862.
Diamante achado em Minas—Julho 22 de Diogo Corròía de Sá e Benevides. V.
1729. V. Abaeté.
Diamantes — Contracto dos—Ab. 3 de Diogo Duarte da Silva, deputado á con
1743.
Diamantes—Extracção dos—A g .2 de 1771.
Diamantes (Lei declarando da corôa todos
os) achados no Brazil—Dez. 22 de
1 /34.
Diamantino. V. Bispado.
Diário na navegação de Pero Lopes de
Sousa—Dez. 27 de 1531.
Dias J anuo (Padre), jesuita hesi)anhol—
Julho 20 de 1640.
Dinheiro no I‘,sp. Santo (Crescimento
de 1690.
Diniz lldario Nogueira, primeiro vigário
collado do Bananal de S. Paulo-
, Jan. 26 .de 1811.
Dioceses. V. Bispados.
Diogo Alvares, o cnramwmí— Marco 13
de L531— Março 29 de L549 (4°\) _
Out. 5 de 1557—Julho 16 de 1586.
Dio^o Alvares— Pretendida viagem de—
á França — Out. 5 de L557 (3° iS) —Jan
. 26 de 1583.
Diogo Alvares — Morte da mulher de —
Jan. 26 de 1583.
Diogo Alvares (üma neta de) —Dez. 4 de
1833.
Diogo Antonio Feijó (Padre), deputado
ás côrtcs do Lisboa— Out. 6—Nov.
22 de 1822 (2").
Diogo Antonio Feijó. bispo eleito de Ma-
nanna — Ab. 19 de 1820(6° §) — Set.
28 de 1837 (3° §) — Out. 11 de 1835—
Julho 10 de 1838.
Diogo Antonio B'eijó, ministro da iustica
— Dez. 3 de 1831.
Diogo Antonio F’eijd, senador pe/fcSrPaulo oLc
-J u lh o 15 de 1833. //
Diogo Antonio Feijó. regente do Império
— A b .7 — Out. 12 de 1835— Set. 19
de 1837— Nov. 9 de 1843.
Diogo Antonio Feijó declarado rebelde
com outros senadores— Out. 6 — Nov.
22 de 1822(2*).
Diogo Bernardes Pimenta, ouvidor da
capitania de Pernambuco — Junho 1
de 1627..
Diogo Botelho, 8° gov. geral do estado
Maio 12 de 1602.
Diogo de Brito Lacerda. V. Mosteiro dc
S. Bento.
Dio"'0 de Campos Moreno na expulsão
dos francezes do Maranhão— Ab. 8—
Maio 26—Junlio 30 — Ag 23 e 25 —
Set. 17—Nov. 19 dc 1614 — Jan. 4 —
Nov. 3 dc 1615.
do Ceará — Dez. 14 de 1663.
Camiios dos Doytacazes (Donataria).
stituinte—Junh(5 3 de 182Í
 •»
Diogo Flores Valdez, general licspanhol
_ —Julho 1 de 1582.
Diogo Garcia, piloto portugue'z. em Santa
Catharma— iVíarço 7 de 1739 (2° $).
G10Ç0 Garcia no Rio da Prata— Ag. 13
de lo2b - J a n . 1 e 31 de 1531. '
iJiogo Gomes Carneiro, secretario do
marquez do Aguiar — Fev. 26 de
16/6,
Diogo Jacome, jesuita — Junho 8 (art
separado).
D. fr, Ihogo de Jesus Jardim, 1 1 ° bispo
de Pernambuco— Dez. 1 de 1786—
Nov. 21 dc 1701 — Maio 16 de 1793.
Diogo Lcite explora o rio Maranhão —
Fev. 17 de 1531. i Divisão naval encarregada, de ir buscar
Diogo Luiz de Oliveira, conde de Mi-
randa, gov geral do Brazil — Maio 12
dc I6O4. (10° §)—Out. 6 de 1626 (art.
separado)— Ag. 6 del661.
•Diogo dc i\iendonca Furtado, gov o-eral
do estado — Maio 12 de 1602 17
— Maio 8. 9 c 10 dc 1624 — Set. 22
Out. 12 dc 1624.
I D. Diogo de Menezes, depois conde da
Lriceira, 9° gov. geral do Brazil—
Maio 2 dc 1602 (3° c 11° ^§)-Jan. 2 -
ie v . 1 dc 1608.
Diogo de Ordas entra no Amazonas—
Aov. 23 (artigo separado).
Diogo Osorio Cardoso. 3° commandantc
Drandc do Sul—Marco
1.) do 1738.
Diogo Pinheiro Camarão, caiiitão, na
guerra hollandeza—Set. 1 dc 1645
(2° ^).
Diogo dc Quadros, provedor das minas
(le S. ^ icente—Dez. 14 dc 1606 (artigo
separado).
Diogo da Silveira, inquisidor geral—
i^Iarço 23 dc 1536.
Diogo Soares da Silva dcBivar, A'. Con-
.servatorio Dramatico.
I). Diogo dc Souza, gov. do estado do
Maranhao—0 ut. 6 de 1798.
, 1-- D. Diogo de Souza, cap. general do Rio
Grande do Sul — Fev. 25 de 1807 —
Out. 9 de 1809—Ab. 18 de 1810.
Diogo de Toledo Lara e Ordoiihes, depu-
_ lado à constituinte—Junho 3 de 1822.
Diogo \clho Cavalcanti de Albuquerque
senador pelo R. Grande do Norte—
\ol. 1°, p. 435, col. 1 \ 1877.
Dionysio da Costa. 1'undador de Gnara-
tinguetá—Ag. 19 de 1627 (2“).
P. Dionysio de Mello Cabral, vigário de
Paranaguá—Ab. 5 de 1655.
‘Dionysio Oriost. V. Cemitério do Ca-
luinbv.
r*,-; r'Vi
Dique imperial da ilha das C obras-
Set. 21 de 1861.
Dirck Symonsz. almirante hollandez—
Out. 30 de 1628.
Dispençlio feito ]iclo estado com as re-
bclliõcs de Panellas, Bahia e Rio
Grande—Oiiti. 8 de 1812.
Dissolui^’üo da assembléa constituinte—
Nov. 12 de 1823.
Dissolimão da cainara dos deputados (1°)
—Maio 1 dc 1842.
Divisão auxiliadora na Bahia—Marco ’ 7
de_1822. ^
Divisão do Brazil em capitanias—Set. 2S
ue lo32.
a imperatriz a Napolcs-Marco 5-
_ Sc4. 3 de 1843.
Divisão de voluntários rcaes. V. Volun­
tários reacs.
Divisas. V. Limites.
Dizimo das fazendas possuidas pelos
frades—Jan. 24 dc 1687.
Doaçao da comarca dc Paragiiassü a D
Álvaro da Costa— ,Tan. 17 de 1,55:
Doaçao ao collcgio de vS. Miguel (de ic-
siutas)—Junho 21 dc 1638?
Doaçao 11a Illia Grande aos icsuita.‘i_
Junho 26 de 1598. ^
Doaç-ão dos Campos dos Govtacaze.s ao
visconde de Asseca—Ag. 23 de 1747.
Dom (Regulamento acerca do tratamento
d c)— Jan. 3, de 1611.
Domiciano Leite Ribeiro, depois visconde
(R Araxíi, ministro da agricultura —
Dez. 14 de 186^
Dr. Domingos Alves de Barcellos Cor­ A
deiro, barão de Barcellos — Nov 23
dc 1878.
Domingos Amado. «ov. do R. Grande do
Norte — Junho 20 dc 1714.
Domingos Barreira dc Macedo, niemliro
do gov. do Piauhv— Jan. 2 de 1775.
Domingos Borges deBarros, barão c vis­
conde dc Pedra Branca, senador pela
Bahia — Julho 18 de 1833.
Domingí^ Caldas Barbosa, poeta repen-
tista fluminense— Nov. 9 de 1800
Domingos Cardoso. V. Victoria (villa)
atacada pelos hollandczcs.
Domingos Crcscencio de Carvalho, co­
ronel, na guerra civil do R. Grande
do bul— Ab. 15 dc 18.37.
D. i r. Domingos da Encarnação Pontevel
Marianna— Ag. 29 dc
1//9.
Domingos Fernandes Calabar. V. Calabar.
Domingos Gomes Albernaz, vigário <le
S. Paulo — Junho 27 de 16.55 — Ab ’
2 dc 10.>6— 80I. 30 dcl683.

Dr. Domiiin^os José Gonçalves de INíao-a-
iliaes, depois visconde de Ara<nun-a.
poeta íliiminense — A g. 13 de 1811 —
S g í . / (l6 18*>9.
Domingos José Martins, membrb do o-ov
revolucionário dc Pernambuco—Mar­
ço 6—A b .30— Junho 12 de 1817.
Domingos José Nogueira Jaguaribe. se-
nador pelo Ceará— Maio 31 de 1870.
Fr. Domingos do Loreto, provincial de
b. Francisco na Bahia. — Dez. 20 dc
1086.
Domingos Luiz. o carvoeiro — Ab. 10 dc
1603.
Dr. Domiimos Âlarinho de Azevedo Ame-
1‘icano, lente da Kscola de medicina
do R. de Janeiro— Junho 17 de 1851.
Domino'os de Moraes Navarro, gov. do
R. Gpandedo Norte— Jan. 18 de 1728.
Domingos da Motta Teixeira (Padre), se­
nador escolhido pelo Ceará — Jan. 22
de 1826— Set. 20 de 1827— Ab. 1 de
1817 in fine.
Dom^ingos Pereira Teiles, vigário de
N. S. das Necessidades, cm Santa Ca-
tharina— Ab. 27 de 1750 (Addenda
de abril).
D. Domingos Quirino de Souza, 2“ bispo
,.de Goyaz — Set. 12 de 1863 — Vol. 1,
p. 435, col. 2B Ab. 26.
Dr. Domingos Ribeiro dos Guimarães
Peixoto, barão de Iguarassú — Ab. 29
de 1846.
Domingos Rodrigues do Prado, paulista—
Junho 28 de' 1720—Dez. 22 de 1734
(art. separado).
Domingos Simões Jordão. 28° gov. do
Ceará—Março 10 de 1735.
Domingos de Souza Leão, barão de Villa
Bella—Out. 18 de 1879.
Domingos Theotonio Jorge, cap. de ar­
tilharia. na re’S'olucäo de Pernam­
buco—Março 6- Maio 19 de 1817.
Domingos da Veiga Cabral, cap. mór
.. int. do R. Grande do Norte—Junho
• 6 de 1630.
Domingos Vidal Barbosa. V. Inconfi­
dência.
Dommio hollandez no Brazil (Termina­
ção do)—Jan. 27 de 1654.
Donatarios de Pernambuco—Set. 24 de
1534 e 1658.
Donativo da Bahia para a reediíicação
de Lisboa—Dez. 23 de 1755 (2° 5).'V .
Lisboa. ^ cez—Out. 22 de 1844.
Dorth_(Johan van). V. Van Dortli.
Dotaçao do imperador e de outros mem­
bros da familia imjierial—Ag. 28 de
1840.
Dote da infante D. Catliarina—A b . 28 dc
1662.
3 ■> Ml
■4 ífl.-,
"I 'Í1
‘' '^iW
Dourados. A . Invasao paraguaya.
Duarte (le Albuquerque Coelho, marquez
de Basto, conde e senlior de Pernam-
buco, 4° (j^onatario da capitania—Set.
10 Oe 1535
(8 55)—Julho 22 de 1572—Ag. 4 de 1578
Junho 1 de 1627—Maio 5—Set. 21
18 de 1635—Maio 18 de
1638—Set. 24 de 16Õ8.
Duaite Coelho, 1° donatario de Pernam­
bu co-S et. 27 de 1530—Set. !24 de
1534—Ab. 10 de 1535—Ag. 7 de 1554.
Duarte Coelho de Albuquerc|ue. 2° do-
n^tario^ de Pernambuco—Set. 24 de
•( I'i
Duarte Corrêa de Mello, general, com-
mandantc da linha exterior de Mon- c :; ': '■%
tevidéo—Jan. 30 de 1827.
Duarte Coi’rea Vasqueannes. gov. do R
de Janeiro—Março 19 de 1642—Março
2/ de 164.5—Nov. 26 de 1646—Jan. 16
dc 1648.
Duarte Correa 5 asqueannes, 3' vez <^ov.
da capitania—Maio 12 de 1648. ^
h'
D. Duarte da Costa. 2° gov. "oral do
Brazil-Julho 13 de 1553. ^
Duaite Gomes da Silveira, da Parahvba,
ataca os hollandezes ás martens do ■.f. - i V.Íb
Potenguy—Maio 28 de 1634.
Duarte Gomes da Silveira jura obedien-
cia aos hollandezes-Jail. 9 de 1635.
Diuyte dc Lemos, donatario da ilha de
Santo Amaro, na cap. do Esp. Santo
—Ag. 20 dc 1540—Jan. 8 de L549.
Duarte Peres, companheiro de Mosoucira
—Ag. 12 de 1531.
Duarte da Ponte Ribciro. barão da Ponte
Ribeiro—Set. 1 de 1878.
Duarte Sudré Pereira Tibau, 24° "ov de
Pernambuco—Jan. 11 de 1722—Nov.
6 e 27 de 1727.
Duarte "leixeira Chaves, gov. da Repar­
tição do Sul—Set. 6 de 1681-Jan. 6
—Junho 13 de 1683.
D u cle rc-1° invasão Iranceza no R. de
Janeiro—Ag. 16 de 1710-Março 18 de
IM l—\ol. II, p. 326, Set. 5.
Dugiiay-Trouin—2° expedição contra 0
de 1711—Junho 12 de
1 /12 .
Dunezac, capitão de infantaria em Cayen-
na, invasor do Amazonas—Ab. L3 de
1/32. ^
Du Petit Thouars, contra-almirante fran-
Duque de Aveiro. Vide D. Joao'de Len-
castre.
Duqjie de Bragança. VideD. Pedro I im­
perador.
Duque de Caxias. V, Luiz Alves de Lima
e Silva.
 — 34
í
Duque de Luxembourg-Montmorancy,em­
baixador de França no R. de Jaiieiro
—Junho 9 de 1816. V. Barão <le Cas­
lí tas Altas (3°
Duque de Saldanha. Vide D. João Carlos
Gregorio Domingos Vicente Francisco
de Saldanha Oliveira e Souza Daun.
Duque de Saxe, D. Luiz Augusto, almi­
rante da armada imperial—Ag. 1 de
1865.
Duque da Terceira. V. Antonio José de
Souza Manuel e Menezes Severim de
Noronha.
Duqueza de Bragança. Vide D. Amelia de
Leuchtenberg.
Duqueza deGoyaz. VideD. Isabel de Bra­
gança.
Duvidas dos camaristas de S. Vicente
sobre a legitimidade dos pretendentes
á donataria—Junho 14 de 1621.
Edade de ouro do Brazil, V. Idade de
ouro.
Edital de João Fernandes Vieira (Guerra
hollandeza)—Julho 24 de 1645.
Eduardo Fenton (Expedição de)—Maio 9
de 1583 (3° §).
Eduardo lleill. V. Aseenção aerostatica.
Eduardo von Laemmert. livreiro e im­
pressor do R. de Janeiro—Jan. 11 de
1880.
Dr. Eduardo Olympic Ma,chado, presi­
■4 dente do Maranhão—Ag. 14 de 1855.
Eleição dos conselheiros do governo no
Ceará—Ab. 8 de 1824—Addenda de
abril.
Eleição em S. Paulo de deputados ás
cortes constituintes do Brazil—Maio
20 de 1821.
Eleições das camaras: que não se entro-
mettam os governadores nellas.—Jan.
29 de 1643.
Elemento servil (Reforma do)—Set. 28 de
1871.
Elias Herckmans, gov. hollandez da
Parahyba—Set. 3 de 1641,
t í.'l
Elias Josè Ribeiro de Carvalho, gov. do
Piauhy—Julho 14 de 1819.
Elisa Lynch. V. Lynch.
Embarque das tropas portuguezas de
Pernambuco—Jan. 30 de 1822.
Elisiario José Barbosa, cap. de fragata,
na guerra do Paraguay—Ag. 15 de
18677
Emhoahas e Paulistas (Guerra dos)—Ab.
20 deJ708 (artigo separado).
Emigraçao de j ernambucanos na guerra
hollandeza—Set. 26 de 1636.
Dr. Emilio Joaquim da Silva Maia—Ag.
18 de 1838 §)—Nov. 25 de 1838—
Nov. 21 de 1859.
Emilio Luiz Mallet, depois barão de
Tapevy, na guerra do Paraguay —
Maio 24 de 1866—Dez. .30 de 1868,
Emilio Rasilly. chefe de uma expedição
ao Maranhão—Março 19—Julho 26 de
1612.
Emilio Seignot Idancher, creador do
Jornal do Commcrcio—Ab. Id e 1826.
Dr. Emmanuel Liais, director dos Obser­
vatórios de Pernambuco e R. de Ja-
ueiro—Fev. 26 de 1860.
Dr. Emygdio Adoli)lio Victorio da Costa,
director do Collegio PTcíorm—Maio
17 de 1879.
Encanamento do riacho Bebedouro em
Maceyo—Pe;;. 12 de 1845.
Engaguássú, Vide S. Vicente.
Engelbrecht Schutte, major hollandez—
Set. 12 de 1631.
Engenlio central deBarcellos. V. Usina.
Engenho Central de Porto-Feliz—Out. 27
de 1878.
Engenho Central de Quissamã—Set. 12
de 1877.
Engenho a vapor: 1 “ que houve no Bra­
zil—Jan. 16 de 1822.
Engenhos_ de assucar no Maranhão—
Provisão concedendo favores aos—
Ab. 21 de 1688.
D. Engracia Maria da Costa Ribeiro Pe­
reira, condéssa da Piedade—Março
13 de 1854,
Ensino livre nos cursos superiores do
Im])erio—A b. 19 de 1879.
Enterramentos nas egreja.s—Jan. 11 de
1801.
Entrada solemne das forças pernambu­
canas na cidade do Recife—Jan. 28
1654.
Entrada (Decreto permittindo a) de nV-
vios de todas as nações nos portos
portuguezes—Junho 18 de 1814.
Entrega da fortaleza de Nazareth do
Cabo—Set. 8 de 1645.
Entrevista dos generaes alliados com o
dictador do i ’araguay—Set. 12 de
1866.
Entrudo no Rio de Janeiro—Fev. 28 de
1854.
Epidemia: R queíiouve no Brazil—Nov.
19 de 1556(2“ art. em separado).
Epidemia na Parahyba do Norte—Dez.
2 (art. em separado).
Epidemia. V. Bixa. Males, Variola.
 — 35

Episodios e factos das lutas com os liol-

Escravos. V. Cacheu.
landezes-Dcz. 21 de 1623-Maio 9 -
Junho 1/—Julho 27—A e. 21 (2')—Sot Escravos—Carta régia sobre tratamento
3-O u t 12 de 1624- A i3 õ e ^ l a i o i ®tc.,dos—Ab. 27 de 1719.
21 de 1625—Junho 10 e 12 de -Lscra\ os—Siza por compra e venda de—
Junho 3 de 1809 (2“).
9r^i~T/-9o ^^28—Maio 17—Dez-. Escravos. V. Trafico de negros.
26 de 16^9—Lev. 21—Març® 3 e 14—
Julho 11—Ag. 10 e 14—Out. 16 de 1630 Escravos: Que se pague mais Ig por cada
9—Junlio25-A g, 18— escravo importado-Junho 25 de 1722.
Set. 12-N oy. 24-Dez. 2de 1631-Junho Escravos—Legislação colonial sobre—Ju­
21 Set. lo de 1632—Marco 18 24 27 nho 2o de 1722.
T e 29-Junho 20 ’ e 2 7 - Escravos—Introducção de—no R. de Ja-
neiro—Junho 19 de 1617 (3° S).
in 9? ^ 20-S et. 6, Escravos da Ordem Carmelitàna liber-
in 1 « 28-N ov. tados-Dez. 8 de 1871.
fo i®9Í®?'^TcQn- 20-Set. 1 e 23~Dez. Escriptores fallecidos no reinado de
19 e 24 de 1034—Jau. 29—Março 11 e
D. Mana I — Dez. 17 de 1734 (IP S).
9q“ Í^^^>o° 10, 19. 22. 23, 26 e
T 11 103o—A<r?c7i?W(2a de Julho, i). 56, •’ -'■ ''O
<^0 de 1635—
Escudo das armas dos reinos unidos de
^A® 23 de 1636
2 5 - N ov . 17 de Ís^ d elsíô ® A lgarves-M arço
® 2 7 -A g . 16 de 1637-
A-oi 22-M a)o 1 e 18-Jimlio 29 de Educandos artifices. V. Instituto de.
1638-Junho 1-O u t. 28 de 1640-Out. Esmeraldas na capitania do Espirito-
30—Dez. 31 de 1641—Maio 6 de 1644_ Santo — Maio 19 de 1664 (2° 8'.
Maio 30—Junho 9. 12, 13, 16, 17 18 ^^^de^l676^ eni Minas Geraes— Juiho 21
19 e 24—Julho 16, 18, 20. 24 e 29—
A g. 2,3. 11. 17 e 29—Set. 1. 2 8 9 Esmeraldas em S. Paulo — Set. 26 de 1664
11, 14, 15, 17 e J9—Out. 1. 16 e 18— Junho 26 de 1680 — Dez. 11 de 1681
Nov. 1 9 , 14 e 18-Dez. 2 de 1645- Esmolas — Jullio 26 de 1616.
Esmoler-mór do Império. Vide D. frei
7? 28-Julho 10 e 20 de 1 edro de Santa Marianna.
1646-Ag 15 de 1647-Ab. 23 de 1648
—Out. / de 1649-Março 6 de 1651— Espirito Santo — donataría — Junho 1—
Dez. 2ode 1653. Outubro 7 de 1534-M a io 23 de 1535
Episodios da guerra do Paraguay. V — Março 18 de 1675.
Guerra do Paraguay (Episodios). Esmrito-Santo (Villa do) atacada pelos
Erario do R. de Janeiro. V. Real Erario. J'^^^Jandezes-Out. 3 0 - Nov. 2 de
Ernesto Ferreira trança (Dr), senador
por Pernambuco, recusado pelo se­ Espirito-Santo (Renuncia da capitania
d o)— Junho 6 de 1074.
nado—Maio 15—Junho 16 de 1847_
Jan. 16 de 1848. Espirito Santo (Compra da capitania do)
Escola agricola em Juiz de Fdra—Junho -;-A b. 6 de 1718 (2").
24 de 1869. Espirito Santo (Demarcação da comarca
do) — Dez. 30 de 1743.
Escola Normal do Recife—Jullio 25 de
1864. Espirito Santo (Governadores da canita-
Escolas de primeiras lettras no Esn nia do) — Março 29 de 1800.
Santo—Out. 25 de 1831. ’ Espirito Santo (Visitas pastoraes ao) —
Escravidão dos indigeuas (Caída de lei Set. 9 de 1812 — Junho 1. de 1880.
regularisando a)—Junho 3 de 1654. Espirito Santo (Escolas primarias no) —
Escravidão dos indigerias (Carta re^ia Out. 2o de 1831. ^
abolindo a)—Ab. 1 de 1680. “ Esquadra liollandezapara a conquista do
Escravos no Brazil í que os senhores Brazil — Dez. 1 de 1623,
dem o^sabbado aos—Jan. 31 de 1701. Esquadra hollandeza para a conquista
Escravos no Brazil carta regia acerca da Bahia— Jan. 28-M a i o 8 e 9 de
das crueldades exercidas pelos senho­ 1624 — Ab. 5 — Maio 23 de 1625 —
res de Março 20 de 1688 (Addenda Março 1 — Junho 10 de 1627 — Ab 14
de março). — Junho 5 de 1638. M. tj
Escravos. V. Canhemhoras. Esquadra hispano-portugueza em soc-
Escravos: Que nao os deixem morrer sem corro da Bahia — Jan. 14 — P’ev 4_
os últimos sacramentos—Março 17 de Março 30-J u lh o 31 de 1625-M aio
1693 (Addenda de março). 13~deÍ631^^
 — ;J6 —
Esquadra de D. Fradique do volta para
a Ilespanha—Ag. 25 de 1()25.
Esquadra liollandeza. de Pater na Bahia
—Dez. 21 de 1629 (artigo sojiarado).
Esquadra hollaiuleza para a eonquista de
Pernamhuco — Maio 17—Dez. 26 de
1629—Fev. 9, 13, 14 e 13 de 1630.
Esquadra hollandeza (A) ataca Olinda—
Fev. 16 de 1630.
Esqiiadra hollandeza (A ataca o Recife—
Fev. 17 de-1630.
Esquadra portugueza cm soccorro do
Brazil—Nov. 30 <le 1635.
Esquadra hollandeza conlra os galeões
do Mexico—.lulho 22 de 1638.
Esquadra hispano-portugueza contra os
hollandezes em Pernambuco — Ad­
denda de Set., p. 172: Set. 7—tan. 10
de 1639—.Tan. 11 de 1640.
Esquadra hollandeza para couibater a
portugueza—Fev. 1 de 1640.
Esquadra hollandeza para a conquista
do Maranhão—Dez. 31 de 1641.
Esquadra hollandeza para a conquista
do Chile—Jau. 15 de 1643.
Esquadra hollandeza em soccorro dos
seus na Bahia—Ag. 1 de 1646,
Esquadra ])ortugi1eza em soccorro da
Bahia—Ag. 13 de 1647.
Esquadra de I). Pedro Cevallos para a
conquista de Santa Catharina—Nov.
13 dc 1776.
Esquadra franceza na Bahia—Março 23
de 1806 (2“)—Junho 1 de 1806.
Esquadra que devia levar D. Pedro para
Portugal—Março 9 e 24 de 1822.
Esquadra brazileira no R, da Prata—
Março 12 de 1826.
Estabelecimento Ataque e tomada do),
guerra do Paraguay—Fev. 19dc 1868,
Estacio de Sá, 1° gov. do R. de Janeiro
—Março 6 de 1565— lan. 20 dc 1560 e
1567—Out, 15 de L560,
Estacio de Sá (Exhumação dos ossos dc)
—Nov. 16 de 1862.
Estatua ao introductor do cafezeiro no
R. de Janeiro—Maio 31 de 1800.
Estatua de José Clemente Pereira—Junho
■ 14 de 1857,
Estatua equestre de D. Pedro I—Março
30 de 1862.
Estatua: recusa D. Pedro II a proposta
de se lhe erguer uma estatua—Marco
19 de 1870. '
Estatua ao jiatriarcha José Bonifacio—
Set. 7 de 1872.
Estella Sezefreda dos Santos, actriz na­
cional—Março 23 de 1874,
Estoro Bcllaco (Batalha do)—Maio 2 de
I 860 .
D. Estevão Brioso de Figueiredo, 1“ bis­
po de Olinda—Ag. 30 de 1677—Maio
28 de 1678—Nov."3 0 de 1()83 (Vol. II,
]). 269. col. 1').
Estevão José Carneiro da Cunha, sena­
dor pelaParahyba—Junho 21 de 1826.
Estevão Ribeiro de Rezende (Dr.),l° juiz
de fóra de S. Paulo—Maio 13 de 1810.
Estevão Ribeiro de Rezende (Dr.), depu­
tado á constituinte—Junho 3 (le 1822.
Estevão Ribeiro dc Rezende (Dr.). mar-
quez de Valonça. senador por Minas-
Oeraes—Set. 8 de 1856.
Estevão Sanches dc Pontes, sarg. mór—
Março 16 de 1681.
D. Estevão dos Santos, 9“. bispo do Bra­
zil—Ab, 15—Julho 6 de 1672.
EstevãO’ Soares, cap. mór do R. Grande
do Norte—Set. 14 de 1613.
Estevão Soares de Aragão. provedor da
camara dc Olinda—Junho 29 de 1711.
Plstevão de Tavora, capitão, na guerra
hollandeza—Março 24 de 1633.
Plstevão Velho, filho de I). Maria dc
'Souza, na guerra com os hollandezes
—Ab. 11 deM635 (2“ Sj'.
Estigarribia (Antonio dela Cruz',coronel
paraguayo—Junho 19—Set. 11 de 1865.
Estrada de ferro de Baturité, no Ceará—
Março 14 de 1880.
E. strada de ferro de Campinas a Mogy-
mirim—Ag. 26 de 1875.
Estrada de ferro de Cantagallo—A b. 23
dc 1860. ' /
Estrada dc ferro do Carangola. V. Caran-
gola.
Estrada de ferro do Joazeiro. na Bahia
—Nov. 14 de 1853—Junho 28 de 1860.
Estrada de ferro do Limoeiro—Março 25
dc 1879.
Estrada de ferro de Macahé a Campos—
Junho 13 de 1875.
Estrada de ferro dc Mauá, P que se
construiu no Brazil—A g. 29 de 1852
—Ab. 30 de 1854.
Estrada de ferro dc Paranaguá a Cori-
tiba—Junho 5 de 1880.
Estrada de ferro de S. Paulo ao R. de
.Janeiro—Out. 12 de 1874—Julho 7 de
1877.
Estrada de ferro de Pedro II—Nov. 16
de 1853—Março 29 de 1858—Out. 12
de 1874.
Estrada de ferro de Santos a Jundiahy—
Maio 15 de 1860.
Estrada de Minas ao R, de Janeiro— Nov.
27 de 1697.
Estrada de Santos ao Cubatão—P^ev. 17
de 1827.
E.strada União c Industria—A b. 12 dc
1856.
 Estrangeiros—Sesmarias de torríis con­ Expedição hollandeza contra o Mara­
cedidas a—Nov. 25 de 1808. nhão—Out. .30 de 1641.
Estrella do Sul (diamante)—Fev. 21 de Expedição contra os indios do Para­
1853. guay e Matto-Grosso—Ag. 1 de 17.34.
Estrellas cadentes observadas na Bahia Expedição militar da Bahia para a Co-
—Março 13 de 18-15. lonia_do Sacramento—Out. 16 de 1743,
Eugenio de Monglave. secretario do In­ Expedição de Cevallos.contrao R. Grande
stituto de França—Julho 10 de 1839. do Sul—Março 19 de 1763.
Eusebio Dias Lassos. V. Iin2)ostor das Expedição para a recuperação do Rio
Alagoas. Grande do Sul—Ab. 2 de 1776 (2° 5^).
Eusebio de Mattos, poeta bahiano—Março Expedição scientitica ao Brazil—Ag. 29—
14 de 1644. Out. 21 de 1783.
Eusebio de Queiro:; Coutinho Mattoso da Expedição a Nápoles. V. Casamento do
Gamara, conselheiro de estado, sena. imperador D. Pedro II.
dor ])elo R. de Janeiro—Set. 29 de E.xpedição contra o Brazil. V. Bois-le-
\ .
1848—Maio 22 de 1854. V. Elemento Conte. Emilio Rasijly. RilTault. La
seryiU ^^ ^ ^ Ravardière. Duclerc. Duguay-Trouin.
Eusebio de Queiroz Goutinho dá Silva, Cavendish. Fenton.
desembargador-jii^it.-^Ir-do E.xpediçoes exploradoras ao Brazil —
Evaristo Ferreira da Veiga—MaioM2 de Maio 10—Ag. 24 e 28—Set. 2—Out. 4
1837. _ ! de 1501—Vol. II. j). 325, 2^ col., Ag. 1
Excommunhao contra os que seduzissem 24—Junho 10 do 1503—Junho 18 de
os Índios—Março 27 de 1715. 1.504.
Escursao do Dr. Couto de Magalh.ães de Exploração do interior do Brazil por
Goyaz ao Pará—Maio 25 de 1864> hollaiulezes—Set. 3 de 1641. 1
E.xecução do conde de Athougia. duque Exploração de minas—Set. 26 de 1664—
de Aveiro, etc., conspiradores contraa Dez. 7 de 1697 (art. separadov
vida do rei 1). José—Jan. 13 tie 1759. Explorações do Amazonas—Out. 28 de
E.xecução de Tiradentes—Ab. 21 de 1792. 1637-Ab. 14 de ^
E.xecuções na Bahia—Junho 12 de 1817. Explorações do Guaporé, IMamoré. etc— ^ it I
Execuções na cidade da Fortaleza—Ab. Out. 31 de 1811 (art. se[)arado).
30 de 1825. Explorações do Madeira. V. Madeira.
Exectições em Pernambuco—Março 6 de Exjdosão do vapor mercante Rio de Ja­
1817 in fine—Maio 10 de 1879 '4° §). neiro—Junho 2 de 18.53.
Exhortação dos governadores do bispado Exposição horticolaem Petropolis—Fev.
de Pernambuco—Ab. 27 de 1833 (2“). 2 de 1875.
Exodo de pernambucanos. Y. Em mi­ Exj)Osição industrial portugueza no R. de.
gração. 1 Janeiro—Ag. 6 de 1879.
E.x])edição que descobriu o Brazil—Março Exposição municipal de Campos—Set, 7
9 de 1500. de 1871.
Ex])cdição: R mandada ao Brazil—Maio Exposição agricola e industrial de Péi*-
10 de 1.501—Vol. II. p. .325. Ag. 24. V. nambuco—Nov. 16 de 1861.
André Gonçalves e D. Nuno Manuel. Exj)osição de llores no R. de Janeiro—
Expedição de Eduardo Fenton ao Bra­ Nov. 16del8<l.
zil—Maio 9 de 1583 (3“ Exposição nacional (R) no R. de Ja­
Expedição de James Lancaster. V. esse neiro—Dez. 2 de 1861.
nome. Exj)osição industrial e agricola do R.
E.xpedição hollaíideza contra a Bahia— Grande do Sid—Dez. 22 de 1861.
Ab. 8 de 1614—Março 21 de 16.37. Expostas da S. C. de Misericórdia de
Exitedição contra os 1'rancezes no Mara- Campos—Junho 23 de 1864 (2*).
nhão—-\1). 8 de 1614. V. La Ravar- Exj)ostos—Asylo dos—na Bahia—Junho
dière. Jeronyino de Albuquerque. Dio- 29 de 1863.
go de Cam!)os Moreno. Expostos—Casa de—em Pernambuco—
Exjtedição hollandeza em soccorro de Julho 8 de 1675.
Pernambuco—Jan. 9 de 1631. Expulsão dos jesuitas de S. Paulo—
Expedição contra os inglezes no Ama­ Junho 10 de 1612—Junho 2—Julho
zonas—Jan. 28 de 1631. 13 de 1640—Março 8 de 1685.
Expedição hollandeza ás índias Oceiden- Expulsão dosTlierezios de Pernambuco—
taes—Ab. 10 de 1632. Ag. 25 de 1831.
Expedição hollandeza contra a Bahia— Extineção das ordens religiosas no Bra­
Junho 29 de 1638. zil—Maio 19 do 1855.
 — 38 —
Fabrica de ferro em Araçovaba—Maio
5 de 1662. V. Ipanema.
Fabrica de galões no R. de Janeiro—
Jan. 2 de 1666.
Fabrica de polvora—Maio 13 de 1808(3").
Fabricas de toda a manufactura no Rio
Grande do Sul—Maio 31 de 1808.
Fabricas e manufacturas no Brazil (Al­
r f, vará mandando fechar as)—Jan. 5 de
1785.
Fabricas e manufacturas no Brazil (Al­
vará permittindo o estabelecimento
de)—Abril 1 de 1808. ‘ '
Fabricas e manufacturas no Brazil (Isen­
ção de direitos para as matérias primas
das)—Ab. 28 de 1809.
Faculdades de Medicina e de Direito.
V. Academias.
O lalcão e Isabel. V. Soccorros aos hol-
landezes.
Familia real (A) embarca para o Brazil
—Nov. 29 de 1807.
Familia real (A) chega ao Brazil (Bahia)
—Jan. 22 de 1808.
Familia real (A) deixa o porto da Bahia
—Fev. 26 de 1808.
Familia real (A) chega ao R. de Janeiro
—Março 7, 8 e 10 de 1808.
Fanfa (Combate do)—Out. 2 de 1836.
Fanfarrão Minezio. V. Luiz da Cunha
Menezes.
Faustino Xavier de Novaes, poeta por-
tuguez—Ag. 16 de 1869 (2").
Fausto Augusto de Aguiar, senador pelo
1877 (Addenda de
abril'.
Febre amarella (?). V. Bicha.
Fecho dos Morros — Maio 9 de 1775. V
Nova Coimbra.
Feliciano Coelho de Carvalho, gov da
Parahyba— Ab. 2 de 1592.
Feliciano Coelho de Carvalho, gov. do
es^do do Maranhão —F'ev. 17 de 1649.
Feliciano Corrêa, cap. mor do Pará —
Junho 5 de 1665— Junho 9 de 1669
D. Feliciano José Rodrigues Prates, 1 °
bispo do R. Grande do Sul—Maio 5 de
1851 — Março 4 de 1855.
Feliciano José da silva Carapinima exe-
cutado no Ceará — A b. 30 de 1825.
Feliciano de Souza e Menezes, cap. mór
do Pará— Ab. 17— Nov. 9 de 1638.
hehciano Pinto de Almeida e Castro.
V. Ceará: governo temporário.
Felisberto Caldeira •Brant Pontes, mar-
quez de Barbacena. introductor dos
h barcos de vapor e da vaccina no Bra­
zil — Dez. 30 de 1804^ A g . 3 de 18Í8
— Jan. 16, de 1822.
Felisberto Caldeira Brant Pontes, depu
tado á constituinte — Junho 3 de 1822*
Felisberto Caldeira Brant Pontes, se­
nador pelas Alagoas — Maio 4 de 1826.
reJisberto Gomes Caldeira, commandante
das armas na Bahia — Maio 21 de
1823 — Out. 25 — Nov. 16 de 1824.
S. Pelix, na Bahia—Movimento revolu­
cionário—Ab. 26 de 1833—V. Forte
do Mar (Insurreição do).
Felix Antonio Clemente Malcher, presi­
dente intruso do Pará—Fev. 26 de
1835.
Felix José Machado de Mendonça Eça
Castro e Vasconcellos, 19° gov. de
Pernambuco— Junho 8—Out. 10 de
1711—Ag. 12 de 1715 (2° §i. V. Carta
de.
Felix Peixoto de Brito e Mello. V. Re­
volta 'praieira.
Felix Xavier da Cunha, poeta rio-gran-
dense do Sul—Itev. 21 de 1865.
Fenton (Edward , corsário inglez—A ".
8 (artigo separado).
Fernando Alvares de Andrade, um dos
donatários do Maranhão—Junho 18
de 1535.
Fernando Antonio de Noronha, cap. ge­
neral do Maranhão—Set. 14 de 1792.
Fernando de Barros Vasconcellos cap.",
. mór da Parahvba—Vol. I, pag. 433’,
col. 1°. 1692 (4° §).
Francisco da Costa. 31° gov. do Ceará—
Out. 19 de 1748.
Fernando da Costa Atahyde e Teive
cap. general do Maranhão—Set. 14
de 1763.
Fernando Delgado Freire de Castilho,
40° gov. da Parahvba—Maio 13 de
1797—Março 23 de 1798.
Fernando Delgado Freire de Castilho,
10° gov. de Goyaz—Nov. 26 de 1809. )'i :
Fernando Delgado Freire de Castilho,
cons°. do tribunal de fazenda—Fev.
17 de 1821.
Fernando Dias F’alcao. V. Minas deouro
de Cuyabá.
Fernando Dias Paes. V. Esmeraldas em
S. Paulo.
D. Fernando José de Portugal, depois
conde e marquez, de Aguiar, 50° gov.
da Bahia—Ab. 18 de 1788. V. ‘à, Ad­
denda .
D. Fernando José de Portugal. 6° vice-
rei no R. de Janeiro—Out. 14del801.
D. Fernando Jose de Portugal, ministro
de estado—Março 11 de 1808.
Fernando Machado, cdronel, na guerra
do Paraguay—Ag. 28 de 1868.
lié'
 — 39
Fernando de Magalhães, navegador por-
üiguéz ao serviço da Ilespar.ha—Dez.
21 de 1519—Ab. 27 de 1521.
D. Fernando Martins Mascarenhas de
Lencastre, 16° cap. general de Per­
nambuco—Março. 5 de 1699.
D. Fernando de Mascarenhas. conde da
Torre, 17° gov. g. do Brazil—Jan. lü
e 20 de 1639—Jan. 12. 13e 17 de 1610.
D. Fernando de Mascarenhas. filho do
inarquez de Montalvão—Ab. 15 de
1641.
Fernando de Noronha, descobridor da
ilha do mesmo noihe—Jan. 24—Maio
28 de 1504 (art. separado)—Ab. 30
(art. separado).
Fernando de Noronha (Ilha de) occnpada
pelos hollandezes—Jan. 14 de 1630—
Maio 26—Ag. 24 de 1737 (3° e 4° SS).
V ideS . Joao.
Fernando Paes de Barros e seu irmão
Arthur, sertanejos sorocabanos—Mar­
ço 19 de 1752—Dez. 22 de 1734(2° art.
separado).
Fernando Pereira Leite de F'oyos. deno­
minado 0 cavallo velho. gov. do Ma­
ranhão—Dez. 17 de 1787.
Fernando de Souza Coutinlio.8° cap. ge­
neral de Pernambuco — Out. 28 de
1670 -Jan. 17 de 1674.
i’ ernao Cabral Belmonte. 12° gov. de
Pernambuco—Junho 29—Set. 9 (alias
8) de 1688.
Fernão do CampoTourinlio, 2° donatario
de Porto-Seguro—Out. 10 de 1553—
Maio 30 de 1556.
Fernão Cardim. douto jesuita, reitor do
collegio da Bahia—Jan. 27 de 1625—
Julho 18 de 1697 (3° §).
Fernão Carrilho, gov. interino do estado
do Maranhão—Maio 17 de 1690 (2° §)—
Julho 11 de 1701.
Fernão de Noronha. V. Fernando de
Noronha.
Fernão Vieira Tavares, gov. de S. Vi­
cente por procuração—Ab. 29 de 1622.
F'esta littcraria em Pernambuco—Março
19 de 1775.
Festas em S. Paulo pelo nascimento da
princeza e do principe da Beira—Dez.
9 de 1793.
Fico: resposta de D. Pedro ao senado
camara do R. Janeiro
1822.
Fidelis 'gmaringa. cidade
p. do R. de . aneiro -Ab. 19 de 1850
Fidelíssimo. V. Titulo.
Filippe II de Castella e I de Portugal
èet. 13 de 1598
—
Filippe III de Castella e II de Portugal—
Set. 13 de 1598 (2° Si—Março 31 de
1621. >1 '. '4
Filippe IV de Castella c III de Portugal
—Ab. 8 de 1605.
D. Filippe, fdho da princeza D. Januaria
—Dez. 7 de 1868 (2° Sj).
Filippe Bandeira de Mello na guerra com
os hollandezes—Jan. 23 de 1648.
Filippe J. F. Leal, encarregado de ne­
gócios do Brazil no Paraguay—Março
25 de 1855.
Filippe Lopes Netto. V. Revolta praieira.
Filippe de Mattos Cotrim. auxiliar de
Pedro Teixeira na exploração do
Amazonas—Julho 25 de 1637.
Filippe dos Santos. V. Villa Rica iRe­
volução de).
Filippinas (Ordenações do reino)— Jan.
11 de 1603.
Finta na capitania de S. Paulo para as
necessidades publicas — I, p. 433, col.
2°, 1804.
Fio telegraphico. V. Linha.
Firmino Rodrigues Silva, senador pela
p. de Minas — Maio 13 de 1861.
Flavio Clementine da Silva Freire, barão
de Mamanguape. senador pela Para-
hyba— Junho 15 de 1869.
Flavio Farnese, redactor dn Actnalidade
— Set. 6 de 1871.
Flavio Reimar. V. Gentil Homem de
Almeida Braga.
Flora Fluminense (Collaboradores da)—
Julho 14 de 1811 (3° ^).
Fltírida — Assembléa legislativa na villa
de la — Ag. 20 de 1825.
Formatura dos primeiros bacharéis da
academia de S. Paulo — Vol. II, p.
326: Out. 27. 'O
Fortaleza da barra do Paranaguá — Mar­
ço 25 de 1799.
Fortaleza na Bortioga— Junho 18 de
1551.
Fortaleza do Buraco em Pernambuco —
Junho 25 de 1631.
Fortaleza do Cabedello (Capitulação da)
—Dez. 19 do 1634.
Fortaleza de Santa Cruz no R. de Janeiro
— Nov. 6 de 1696.
Fortaleza da Lage no Rio de Janeiro —
Nov. 26 de 1646.
Fortaleza do Mar na Bahia— Out. 4 de
1650. V. Forte do Mar.
Fortaleza de Nazareth do Cabo. V. Ren-
c;
Fortaleza do principe Maurício. V. Ca-
pitulaçao da.
Forte dos Affogados em Pernfmbuco —
Marco 18 de 1633—Jan. 22 Ce 1616 —
 40

Forte (le Albuquerqne. V. Albuquer-

que. Francisco de Abreu Pereira, cap. mór
Forte do Arraial— Mar(^o 4 de 1630 —
Março 21 — Junho 9 de 1635.
Forte de S.. Banholomeu na Bahia — Francisco Adolpho de Varnhagen, barão
Ab. .22 de 16.38. e visconde de PcA-to Seguro, histo-
Forte real do Bom-Jesus. V. Forte do ruumr nacional— Junho 29 de 1878.
Arraial. 1 . r 13UC1SC0 Agostinho Gomes, deputado
F’orte do Brum ein Pernambuco—Jan. a constituinte — Junho 3 de 1822.
, 20 de 1654. r rancisco de Aguiar Coutinho. donatario
Forte do Buraco em Pernambuco — Jan (.a capitania do Espirito-Sanío—Julho
20 de 1654. lo de 1620. ;
Forte do Calvario no Maranhão (Atacaie Francisco Alberto Rubim. gov. do Ceará
ao) — Out. 1 de 1642. — Maio i9 (le 1812 — Julho 13 de 1820
Forte das Cinco Pontas (Pernambuco) — Ab. 14— Maio 9 de 1821.
•A".
— A ". 14 de 16,30
1630— Jan. 20 de 1654, Francisco Alberto Rubim, gov. do Es-
Forte (Je Coimbra— Set )iinto-Santo — Out. 6 de "1812.
16 de 1801 — D. Francisco de Almeida de Mello e
Dez. 28 (le 1864.
Forte de Itapagipe na Bahia — Air. 1 de Castr(), conde das Galvêas, ministro de
1624 (2 0 . -i ue D. Joao VI-.:,larço 9 de 1819.
Forte deltapirii—Ab. 6 e 10 de 1866. hraneisco Alvares Machado e Vascon-
rorte dé S. Jorge. V. Capitulação do. cellos. parlamentar paulista — Julho
14 de 1846.
Picão—Março 3 de Fiíuicisco Antonio Cardoso de Menezes e
1630. V. Insurreição do.
Forte de Nazareth do Cabo—?iIarço 11 Souza, 9“ gov. da ilha de Santa
—Ab. 11 — Junho 5 e 8 de 1635. Catharina—Março 7 do 1762.
Forte de Orange—JuJho 20 de 1646. Fi ancisco An lonio Ma rtins. bililiothecario
h orte das Salinas (Rendição dcd —Jan da Bibl. Flum inense-Ab. 11 de 1847.
16 de 1634. hranciscci Antonio Nogueira da Gama.
Forte da villa de Santos—Março 31 de ^ \. Sublevação era Santos,
1560 (2*). rrancisco Antonio Raposo, barão de Ca-
Forte de Villa Bella (Paraguav)—Ab. 20 ruaru—Março 23 de 1880.
de 1867. " ^rancisco Antonio de Souza Queiroz,
Fortificação dos portos do Império, por barao de Souza Queiroz, senador pela
causa da questão Christie—Jan. IS —Jan. 16—Maio 5
de 1863. de 1848. / /
Fortificações, do R. de Janeiro por tenior h rimcisco Antonio da Veiga Cabral da
dos holiandezes—A g. 5 de 1624. Gamara, 12° gov. da ilha de Santa
Kortim de Santo Antonio na 'Paraiivba Catharina—Junho 30 (2° 6)—
— Dez. 19 de 1634 (5“ §). —A g. 4 de 1778. * ^ /
Forum ou casa da camarà de Juiz de Dr. Francisco de Arruda Camara, depii-
h (ira — Março 20 de 1878. tado a con.stituinte—Junho 3 de 1822.
I). Fradique de Tolledo üsorio. marquez D. hrmicisco de Assis Mascarenhas,
de Valdueza. almirante hespanhol_ conde de Palma e depois marquez de
S. João da Palma, gov. de Minas
— Fev. 4 — Março 30 — Ab.20 Gerae.s—Julho 11 de 1788 (4° §).
— Maio 1 e 12 — Julho / 31 — Ao- 21 e D.
25 de 1625. ^ ® Francisco de Assis Mascarenhas, gov.
Francezes lOs) no Maranhão. V. Ravar- D. de Goyaz—Fev. 26 de 1804.
dière. rrancisco de Assis Mascarenhas. 18°
D. Francisca, princeza brazileira— Ao- gov. de S. P aulo-D cz. 8 de 1814—
Nov. 19 de 1817.
2 de 1824 — Maio 13 de 1843 (2M. ‘
D. Francisca Antonia de Castro Carneiro D. h rancisco de Assis Mascarenhas. cap
viscondessa de Araruaimi. — Dez 14 general da Bahia—Jan. 26 de 1818.
de 1870. ^ D. ri-ancisco de Assis Mascarenhas, se-
S. Francisco (Rio de) — Nov. 1 de 1501 nador pela prov. de ' 8. Paulb—Jan.
Franciisco (Villa de), hoje cidade^ áò 4 dé 1826 (3“)—Março 6 de
de 1636— Março 27 D. Francisco de Assurnnção e Bi’ito. 9°
de 16,37.
S. (Navegação do rio de)—Dez. bisjio de Olinda—Março 15 de 1772.
hrancisco Ayres de Almeida Freitas, '
-membro do gov. pu-ovisorio da Bahia
S. Francisco (Convento de). V. Convento. | —Set. 6 de 1822. ‘
 41

Francisco de Azevedo, gov, do Pará— Francisco das Chagas Santos, commis-

Dez. 2-1 de 1G36.
sario da demarcação de limites—Marco
D. Francisco Balthazar da Silveira, des- 11 de 1784. ^
' emhai'gador—Junho 20 de 1807. írancisco das Cliagas Santos, na guerra
Francisco Barreto de Menezes, mestre de com os gauchos — Jan, 19/ e "31 de
campo, na guerj-a hollandeza—Fev. 181 /.
12 de 1617—Jan. 23—Ab. 19 de 1648— Francisco das Chagas Sántos. marechal,
\ol. 1, p. 270. 2“ coL. 1618—Fev. 19 deputado sup]»lente á constituinte—
de 1619—Jan. 27 e 28 de 1654. Junlio 3 de 1822.
Francisco Barreto de Menezes, gov. dc P. Francisco Coelho, superior da al­
Pernambuco—Ab. 30 de 1()48. deia de Reritiba— Nov. 3 de 1690.
Francisco Barreto de Menezes, 23° gov
geral do Brazil—Jimho 20 de 1657— Francisco Coelho de Can'alho, 1° gov.
Ab. 28 de 1662. (io estado do Maranhão— Set. de
Francisco do Barros Moraes Araujo Tei­ 1626 — Março 10 de 1631 — Set. 15 de
xeira Homem, 13° gov. da capitania 1636 — Junho 14 de 1637 (2° §).
de Santa Catharina— iullio 30 de 1778 Francisco Coelho de Carvalho, o sardo,
(3» |)_jnnho 5 de 1779. 7° gov. do Maranhão — Junho 17 de
Francisco Bento Maria. Targini, escrivão 1646.
da lazonda do Ceará, depois visconde Francisco Coelho de Carvalho. 4°
de S. Lourenço—Maio 23 de 1781. Parahyba — Set. 27 de 1608.
Francisco Berenger de Andrada. sogro Francisco Caldeira Castello Branco, chefe
de Andre Vidal, na guerra holfan- de expedição ao Pará, fundador da
deza— unho 12 e 13 de 1645. cidade de Belem — Dez. 3 de 1615—
Francisco de Bittencouid e Sá mandado- Set. 20 de 1619.
coritraos hollandezes—Jan. 12 dc 1633. Francisco Cordeiro da Silva Torres e
PTancisco de Brito Freire. 1° capitão ge­ Alvim, visconde de Jerumerim—Maio
neral de Pernambuco—Jan. 26 (101661. 8 de 1856—Set. 21 de 1861.
Francisco de Brito Guerra (P.), senador Francisco CoiMeiro da Silva Torres e
pelo R . Grande do Norte—Julho 12- Alvim. barao de Iguatemy—Dez. 10
(ie 1837. de 1876.
D. Francisco Cardoso Ayres. 18° bispo Francisco Cordovil Camacho, cap. mdr
de Olinda—Maio 13 de'l870. do Pará—Maio 26 de 16-41—Set. 15 de
Fr. Francisco de S. Carlos, poeta e 1642.
oradol’ franciscano—Ag. 13 de 1763. Francisco da Costa. 31° gov. do Ceará—
Francisco Carlos de Araujo Brusque, Ag. 7 de 1746.
ministro da marinlia— Marco 28 de P. Francisco da Gosta Falcão, na guerra
1864 (2° §) — Marco 31 de 1864. com os hollandezes — Junho
Francisco Carneiro de Camjms deputado 1645.
á constituinte — Junho 3 de 1822. Francisco da Costa Rebello. gov 'ov. int,
Francisco Carneiro de Campos senador Piauhv—Jan. 21 de 1806 Out. 20
pela B a h ia -J a n . 22 — Maio 4 de 1810—Março 8 de 1811.
1826 (2°) — Dez. 8 de 1842. Francisco da Cunha Menezes. gov
Francisco Carneiro da Cunha. 1° tenente S. Paulo—Março 16 de 1782.
na guerra do Paraguay — Ab. 10 de Francisco da Cunha Menezes
1866. Bahia—Ab. 5 de 1802—Dez. 30 de 1804
Francisco de Cai-valho Paes de Andrade, (3° §).
deputado á constituinte — Junho 3 de D. fr. Francisco de S. Damaso de Abreu
1822. Vieira, vigário capitular da Bahia—
Francisco de Carvallio Paes de Andrade. Maio 13 dé 1814.
' presidente de Pernambuco — Nov. 15 D. fr. Francisco de S. Damaso de Abreu
de 1831. Vieira, 14° arcebispo—Dez. 22 de 1814
Francisco de Castro de Moraes, gov. de — N o t . 18 de 1816.
Pernambuco — Nov. .3 de 170.‘iT. Francisco Dias Deiró, procurador do povo
Francisco de Castro de Moraes, gov. int. do Maranhão—Jan. 15 de 1670.
do R. de Janeiro—.-U>. 2 de 1697 (2° §) Francisco Dias de Mello, commanda.nte
—Ab. 30 — Set. 5 dc 1710— Set, 14 (Í(? da illia de Santá Catharina—Dez. 11
1711— Junho 7 de 1713(2“ §). de 1735.
P. Francisco das CliagasLinia. 1° mis­ Francisco Dias Velho Monteiro, fundador
sionário dos Campos de Guarapuava da cidade (io Desterro—Out. 30,de 1640
■ —Junho 17 de 1810. (artigo separado)—Ab. 18 de 1662.

Piauhy-
1805.
Francisco Diogo Pereira tie Vasconcel-
los. senador por Minas-Geraes—Dez.
28 de 1812—Maio 29 de 18.56.
Francisco Dnarte de Vasconcellos, gov.
do Ceará—Ag. 25 de 1710.
D. Francisco d’Eça e Castro, gov. no­
meado para o Piauliy—Set. 15 de
1789.
Francisco Elesbao Pires de Carvalho e
Albuquerque, presidente do gov. pro-
visorio da Bahia—Junho 21—Set. 0
—Dez. 5 (le 1822.
Francisco Elias Pereira, deputado pro-
4 de 1839.
Francisco Fajardo, 13° gov. do R. de
Janeiro-
1620.
Francisco Felix de Carvalho Couto—
Maio 18 de 1823.
Francisco ' Felix da Fonseca Pereira
Pinto, general, entra em Moníevidéo
—Maio 2 de 1854.
Francisco Fernandes Vieira, membro do
gov. temporário do Ceará—Jan. 23
de 1823.
Francisco Ferreira de Azevedo, bispo
titular de Gastaria, 1 ° bispo ordiná­
rio de Goyaz—Out. 18 de 1818—Ag.
12 de 185Í.
Francisco Ferreira Parreto, depu­
tado supplente á constituinte—Junho
3 de 1822.
Francisco de Figueirôa, mestre de cam­
po, na guerra hollandeza—Fev. 1 de
16.54.
Dr. Francisco Freire Allemão, botânico
tlnminense, lente da Escola de Medi­
cina—Julho 24 de 1797—Nov. 11 de
1874.
Francisco Freire de Carvalho, professor
de historia em Coimbra—Junho 24 de
1833 (14° §).
Francisco de Frias ou de Faria, enge­
nheiro—Ag. 23 de 1614 (2° §)—Marejo
3 de 1630 (3° e 4° §§).
Francisco Gô Acayaba de Montezuma,
deputado á constituinte—Junho 3 de
1822.
Francisco Gô Acayaba de Montezuma,
secret, do gov. provisorio da Bahia—
Set. 6 de 1822.
Francisco Gê Acayaba de Montezuma,
deportado com os Andradas—Nov. 20
de 1823.
Francisco Gô Acayaba de Montezuma,
visconde de Jeq-iitinhonha, senador
pela Bahia—Maio 6 de 1851—Fev. 15 de
1870.
Francisco Gil de Araujo, donatario da
cap. do Espirito Santo—Março 18 de
167.5— Març(ij 1 de 1679—Dez. 24 de
1685.
Francisco Giraldes. donatario dos llheos,
gov. geral nomeado—Ag. 10 de 1587.
Francisco Gomes Brandão Montezuma.
V. Francisco Gô Acayaba de Monte­
zuma.
Francisco Gomes de Campos, barão de
Campo Grande—Fev. 19 de 1788.
Francisco Gomes de Campos, procuracor
da coroa—Julho 17 de 1857.
Francisco Gomes de Mello, cap. m(5r do
Rio Grande do Norte—Julho 13 de
1624.
Francisco Gomes Muniz na guerra hol-
landcza—Set. 11 de 1645.
Francisco Gomes Pessoa, capitão, na
guerra do Paraguay—Dez. 27 de 1868.
Francisco Gomes Sardinha, primeiro pa­
rodio de Campos e S. João da Barra
—Março 20 de 1674 (4° —Out. 25
de 1689.
Francisco Gonçalves Ferreira Magalhaes
(Padre). V. Ceará: Junta governativa.
Francisco Gonçalves Martins, barão e
depois visconde de S.Lourenço, sena­
dor pela Bahia—Maio 6 de 1851—Set.
10 de 872.
Dr. Francisco Ignacio de Carvalho Mo­
reira, barão de Penedo—Ab. 9 de 1858.
Dr. Francisco Ignacio Marcondes Ilomem
de iMello, depois barão Homem de
Mello, jiresidente da est. íer. de S.
Paulo—Julho 7 de 1877 (2° §).
Francisco Ignacio de Souza Queiroz. V.
Sedição em S. Paulo e Bernarda de
Francisco Ignacio.
D. PYancisco Innocencio de Souza Cou-
tinhü—Out. 25 de 1783 (4° e5° §§).
D. fr. Francisco de S. Jeronymo. 3°
bispo do R. de Janeiro—Dez. 27 de
1701—Junho 11 e 14 de 1712.
Francisco João Roscio. coronel, commis-
sario da demarcação de limites—
Março 11 de 1784.
Francisco João Roscio, gov. do R.
Grande do Sul—Jan. 8—Nov. 5 de
1801—Out. 10 de 180,5—Vol. II, p. 326,
col. 2°, Out. 10.
F'rancisco Joaquim Bittencourt da Silva,
fundador e director do Lyceu de Ar­
tes e OllLcios—Nov. 23 de 1856—Jan,
9 de 1857.
Dr. Francisco José Alypio, redactor do
Campista—Jan. 1 de 1831.
P’rancisco José Furtado, ministro da
justiça—Maio 24 de 1862—A g. 31 de
1864.
Francisco José Furtado, senador pelo
Maranhão—Julho 23 de 1870
Dr. Francisco José de Lacerda e Al­
meida, membro da commissão de li­
mites—Jan. 8 de 1780—Set. 1 de 1782.
Francisco José Martins. V. AbrilaclaQm
Pernambuco,
Francisco José Raymundo da Gama Lobo.
V. José Raymundo, etc.
Francisco Jose de Souza Soares de An­
dréa. depois barão de Cagapava, com­
mandante das armas do Pará—A ". 7
de 1831 (2“ §)—Maio 13 de 1836—A s.
22 de 1839 2“ §).
Dr. Francisco Julio Xavier, lente da Fa­
culdade de medicina do R. de Janeiro
—Dez. 8 de 1850.
D. Francisco de Lemos de Faria Pereira
Coutinho, bispo de Coimbra, conde
de Arganil, reformador da universi­
dade—Ab. 16 de 1822.
D. fr. Francisco de Lima, 4° bispo de
Olinda—Fev. 22 de 1696.
Francisco de Lima e Silva, biásadeiro—
Julho 24 de 1824.
Francisco de Lima e Silva, brigadeiro,
na revolução do Equador—Set. 17 de
1824.
Francisco de Lima e Silva, membro da
regencia provisoria—Ab. 7 de 1831
I).
Francisco de Lima e Silva, membro da
regencia permanente— Junho 17 de
1831.
Francisco de Lima e Silva, senador i)elo
R. de Janeiro—Maio 8 de 1837—Dez.
2 de 1853.
Francisco Lopes Estrella, capitão, na
guerra hollandeza—Junho 28 de 1646.
Francisco Lopes Jequiriçá, major, na
insurreição dos presos do forte do
Mar—Maio 21 de 1823 3° S)—Ab. 29
de 1833.
Francisco Lopes Pinto, um dos fundado­
res da fundição de ferro de liiracoiaba
ou S. João de Ipanema e da de Ibira-
poeira—Dez. 14 de 1606 (artigo sepa­
rado)—Fev. 26 de 1629.
Francisco Luiz Carneiro, conde da Ilha
do Principe, donatario da capitania
de S. Vicente—Dez. 25 de 1648—Ab.
28 de 1679.
Francisco Manuel Barroso, no Rio da
Prata— Fev. 9 de 1827.
Francisco Manuel Barroso, depois bai’âo
do Amazonas, na guerra do Para­
guay—Junlio 11 e 18 do 1865.
Francisco Manuel Francez, gov. do Coará
—Nov. 11 de 1721.
Francisco Manuel da Silva, musico ílu-
minense—Fev. 21 de 1795.
Francisco Maria Gordilho Velloso de
Barbuda, barão do Paty do Alferes.
visconde do Lorona. marquez de Jaca-
répaguá, senador i>or Govaz—Jan. 22
(Goyaz)—Maio 4 de 1826 ‘ (3')—Maio 2
de 1836.
Francisco Maria dos Guimarães Peixo-
coronel guerra do Para­
guay—Maio 1 de 1868.
Francisco de Mattos, capitão, na guerra
com os hollandezes — Julho 27
1645.
Francisco Maximiano de Souza, com­
mandante da esquadra que vinha
buscar D. Pedro—Março 9 de 1822.
Dr. Francisco de Mello Franco, medico
mineiro — Julho 22 de 1823.
D. Francisco de Mello Manuel da Camara,
45“ gov. do Maranhão— Junho 1 de
1804 — Jan. 6 de 1803.
Francisco de Mendonça e Vasconcellos,
gov. do R. de Janeiro — Março 12 de
1598.
. Francisco de )Menezcs Dias da Cruz,
lente da Faculdade Medica do R.
Janeiro — iUaio 26 de 1878.
Francisco IMiguel Pei'eira Ibiapina. justi­
çado no Céará — Ab. 30 de 1825.
Fr. Francisco do Monlalverne— Out. 19
de 1854— Dez. 2 'de 1858.
D. Francisco de Moura Rolim. 14“ gov.
geral do Brazil— Maio 12 de 1602
(8“ e 9“ §§) — Dez. 3 de 1 6 2 4 -Março
30 — Julho 31 de 1025 (2“ §).
Francisco Muniz Barreto, poeta repen-
tista bahiano — Junho 2 de 1868 (e
pg. 347, 2“ col., e 348, 1“ col., do
1 “ vol. .
Francisco Muniz Tavares (Padre), depu­
tado á constituinte — .lunho 3 de 1822
— Out. 24 de 1875.
Francisco Muniz Tavares (Padre), depor­
tado com os Andradas— Nov. 20 de
1823.
D. Francisco Naper de Lencaster, 41“
gov. Janeiro
Francisco Nunes Marinho, commandante
das tropas na Bahia—Maio 12 de 1602
(8\§).
Francisco Nunes Marinhe, gov. da Pa-
rahyba—Maio 15 de 1603.
Francisco Nunes Marinho, cap. mór do
Reconcavo—Set. 22 de 1624 (2“ §)—
Out. 12 de 1624.
Francisco Nunes de Siqueira, na dis­
córdia dos Pires e Camargos em
S. Paulo—Dez. 25 de 1655.
Francisco Octaviano de Almeida Rosa.
senador pelo Rio de Janeiro—Maio 24
de 1867.
 44 ~
Francisco Padilha, capitão, na guerra Francisco de Paula Souza e Mello orga-
liollandeza — Junlio 17—Set.'"3 de nisa gabinete—Maio 31 de 1848.
1G24—Junlio 12 de 1G27. Francisco Pedro de Abreu, coronel rio-
Francisco I’aes Barreto, depois marquez grandense—Ag. 17 de 1844.
do Recife—Fev. 21—Julho 24 de 1824 Francisco Pedro do Amara], pintor íhi-
(R §). minensc—Nov. 10 de 1830.
rrancisco de Paula (Ordem terceira de S.) Francisco Pedro de Mendonça Gurjão.
do R. de Janeiro—Jullio 9 e 11 dé 175G. gov.da Parahyba—Março 31 de 1729
Francisco de Paula de Almeida e Albu­ (pag. 192).
querque, senador por Pernambuco— r rancisco Pedro de Mendonça Gurjão,
Out. 3 do 1838—Jullio 7 de 18G8. gov. do Maranhão—Ag. 14 de 1747.
Fi'ancisco (!c Paula Bellido. artista no­ Francisco Pedro Vinagre, presidente in­
tável,- iniciadoi’ da Kxjiosição muni­ truso do Pará—Fev. 26 de 1835.
cipal de Campos—Set. 7 de 1871— Francisco Pedroso Xavier, sertanejo par-
Dez. 9 de 1873. nahybano—Fev. 14 de 1675.
Francisco de Paula Brito, impressor S. Francisco da Penitencia do R. de
livreiro lluminense—Dez. 15 de 1861. Janeiro. V. Ordem terceira de.
Dr. Francisco de Paula Candido. lente Padre Francisco Pereira de Santa Apo-
da Faculdade de medicina do R. de lonia, deputado á constituinte—Junho
Janeiro—Ab. 5 de. 18G4. 3 de 1822.
Francisco de Paula Cavalcanti de Albu­ Francisco Pereira Barreto Pedroso. pre­
querque, depois visconde de Suassuna, sidente da Bahia—Março 16 de 1838.
general de divisão na revolução de PYancisco Pereira Coutinho. donatario
Pernambuco—Maio 15 de 1817.' da Bahia—Ab. 5 de 1534—Out. 5 de
Francisco de Paula Calvacanti de Albu­ 1557 (2“ ij).
querque. senador por Pernambuco— Francisco Pereira Guimarães, gov. do
Ab. 11 de 1840. R. Grande do Norte—Vol. I, pg. 433,
Francisco de Paula Calvacanti de Albu­ R col., 1675.
querque, ministro da guerra—Julho Francisco Peges do Souto, commandante
24 de 1840. do forte do Cabedello. na guerra hol-
Francisco de Paula Fi'eire de Andrada, landcza-Dez. 19 de 1634.
V. Inconfidência.
Dr. Francisco Pinheiro Guimarães, bri'
Francisco
^ de
— -Paula
--— — Ma gqssi l avares de ííadeiro, na guerra do Paraguay—
Carvalho, depois barão de Villa-Bella, Maio 2 de 1870—Out, 5 de 1877.
ultimo gov. de Matto-Grosso— Maio Francisco Pinheiro Landim (Padre), V.
9 del748 3“ §i. Ceará: governo temporário.
I
Dr. Francisco de Paula Menezes, pro­ Francisco Pinto, jesuita, no Ceará—Jan.
fessor do Collegio Pedro 11—Sei. 10 11 de 1608.
de 1847, Dr. Francisco Portella, promotor da Ex­
rrancisco de Paula de N&greiros Sayão posição municipal de Campos—Set.
Lobato, visconde de Nicíeroy, senailor 7 .de 1871.
])elo R. de Janeiro—.funho 8 de 18G9 Dr.^ Francisco Portella. presidente da
( 2 ‘ ).
S. Bi'asileii'a de beneficeneia de Cam-
Francisco de Paula Pessoa, senador pelo pos— Jan. 11 de 1874.
Ceará—Dez. 29 de 1849— iirlho IG de Francisco Post, pintor hollandez—Fev.
1879. 18 de 1637—Jan. 17 de 1640—Junho 1
Dr. Francisco de Paula Pessoa, deputado de 1640 (3» §).
jielo Ceará—Ag. 2 de 1879.
Francisco Rebello. mestre de campo, na
Francisco de Paula da Silveira Lobo, guerra hollandeza—Março 24 de 1633
senailor por Minas Geraes—Junho 8 —Jan. 29 de 1635—Fev. 14 _A b. 14
de 1869. e 23—Nov. 17 de 1636—Julho 28 de
Francisco de Paula Souza e Mello, depu­ 1637 (aliás 1638).
tado à constituinte—Junho 3 de 1822. Francisco do Rego Barros. visconde e
Francisco de Paula Souza e Mello, sena- depois comle da Boa Vista, senador
doi; por S. Paulo—Ag. 17 de 1833. ))or Pernambuco—Ab. ■()—Junho 4 de
rrancisco de Paula Souza e Mello decla­ 1850.
rado rebelde com outros senadores— Francisco do Rego Barros Barreto, se­
Jan. 28 de 1843. nador por Pernambuco—Maio 9 de
Francisco de Paula Souza e Mello mi­ 1871.
nistro do Império—^Ag. 28 de 1847. Francisco RilTault. V. RiíTault.
 Francisco de Sá o Menezes, 17’ gov. do
estado do Maranhão—Maio 27'de 1G82
—Nov. 2 de 1685 (3°. ^).
. Francisco Sabino Alvares da Roclia
Vieira, clieíe da sahinada na Bahia—
iNlarço 16 de 1838.
Dr. Fj-ancisco Sabino Alvares da Rocha
Vieira (Sentença contra o)—Junho 2
de 1838.
Francisco de. Salles Ribeiro, ouvidor—
Nov. 30 de 1753.
Dr. Francisco de SallesTorres-Homem.
V. Deportados politicos.
Dr. Francisco de Salles Torres-llomem.
depois visconde de Inhomcrim, se­
nador pelo R. Grande do N orte-
Junho 3—Nov. 24 de 1876.
D. fr. Francisco de Santiago. 5° bispo
do Maranhão—Julho 14 de 1747.
Frei Francisco dos Santos, prelado fun­
dador do convento de S. Francisco
em S. 1’aulo—Jan. 25 de 1640.
Padre Francisco dos Santos Pinto, se­
nador ]iela provincia do Espirito-
Santo—Jan. 22 (Esp. Nanto) — Maio 4
i de 1826(3’ )— Ab. 3 de 1836.
í Francis,co de Sei.xas Pijito. 36’ cap. mor
I
'í
do Pará—Ab. 16 e 30 de 1662.
Dr. Francisco da Silveira Dias. prelado
do Rio de Janeiro—Mai ço 5 de 1668
m fine—Março 7 de 1671.
Francisco Solano Lopes (Atrocidades de)
- A g . 28 de 1868 (3’ §).
Francisco Solano Lopes, didador do Pa­
raguay—Março 1 de 1870.
Francisco Sotero dos Reis, grammatico
maranhense—Jan. 16 de 1871.
D. Francisco de Souza, 7° gov. geral
do Brazil—Out. 4 de 1591—Fev. 11 de
1601—Jan, 2 de 1608—Junho 10 de
1611.
D. Francisco de Souza Coutinho. gov.
do Pará—Julho 16 de 1790—Junho 2
de 1800.
Francisco de Souza Mendes. V. Membros
da Junta proviSoria do Piauhy.
Francisco de Souza e Menezes, gov. da
Ilha de Santa Catharina—Julho 12 de
1765.
Dr. Francisco de Souza Moreira. V. Pará
—Congresso nacional.
Francisco de Souza Paraiso, presidente
da Bahia—Addenda-, vol. 11, p. 269.
nov. 7. ' _
Francisco de Souza Paraiso. senador
pe^a Bahia—Ab. 28 de 1838.
Francisco de Souza Pereira, capitão-mor
nomeado para a Parahyba—Março 3
de 1600—Ag. 21, de 1603.
Francisco de Souto Mayor, capitão, na
guerra hollaudeza—Set, 10 de 1633.
Francisco do Souto Mayor,
rahvba do Norte—Set. 19'
Al).\30 de 1()42.
Francisco de .'outo Mayor. 19° gov.
R. de Janeiro—Maio’7 de 1644.
Francisco Telles de Mcuezes, favorito do
c:ov. fferal do estadò—Maio 23 dc
1682 (4° ^).
Fr. Francisco de Santa Thereza de Jesus
Sampaio, pregador franciscano—Set.
13 de 1830.
Francisco de Torres, piloto do rei e
cunhado de Solis—Out. 8 de 1515
(5“ í^).
D. Francisco de Vallecilla, almirante
hespanhol. na guerra com os hollan-
dezes—Maio 5 de 1631—Addenda de
Julho, p. 56, Julho 13,
Francisco de Vasconcellos. capitão-mdr*
na guerra com os hollandezes—Jan.
18 cie 1634.
B^rancisco dc Vasconcellos c Cunha em
soccorro de Pernambuco (Guerra hol-
landeza)—Ag. 29—Out. 26, 27 e 28 de
1633. -•
Padre Francisco Velloso. iesuita—Ag. 29
de 1677.
Dr. Francisco Vicente Vianna. presid-ente
da junta da Bahia—B'ev. 2 dc 1822.
Dr. Francisco Vicente Vianna, 1° barão
de Rio de Contas. 1° presidente da
provincia da Bahia—Jan. 19—Maio 3
de 1824.
B’rancisco ViciraGoulart (Conego). admi­
nistrador da Imprensa Regia—Maio
13 de 1808 (2’ , 4°).
Francisco de Vilhena. jesuita—Ab. 15
de 1641._
Bh'ancisco Villela Barbosa, depois mar-
(juez dc Paranaguá, signatário do
tratado de reconhecimento do lmi)erio
—Ag. 29 (le 1825.
BTancisco Villela Barbosa, collaborador
da constituição do Imicerio-Nov. 26
de 1823.
Francisco Villela Barbosa, senador pdo
R. de Janeiro—Set. 11 de 1846—Set.
21 de 1861.
D. B'rancisco Xavier Aranha. 8° bispo de
Pernambuco—B''ev. 13 dc 1753—Out.
5 dc 1771.
Francisco Xavier de Barros. comman­
dante no Presidio dc Araguava—Fev.
11 de 1811.
B'rancisco Xavier dc-Mendonça BVirtado,
gov. do estado do Maranhão—Set.
24 de 1751.
Bh’ancisco Xavier de Miranda Henriques,
gov. da Parahvba—1, p. 433, col. 2%
1734 (5° §).
 46
Francisco Xavier de Miranda Henriques,
ffov. do R. G. do Norte—Dez. 18 de
1739—Maio 30 de 1751 (2° §).
Francisco Xavier de Miranda Henriques,
34“ ,gov. do Ceará—Ab. 22 de 1755.
rrancisco Xavier Paes Barreto, ministro
da marinha—Aí?. 30 de 1859.
Francisco Xavier Paes Barreto, ministro
de estrangeiros—Dez. 14 de 1863.
Francisco Xavier Paes Barreto, senador
por Pernambuco—Março 28 de 1864.
Francisco Xavier Pinto Lima, ministro
da marinha—Ag. 31 de 1864.
Frei Francisco Xavier de Santa Rita
Bastos, íranciscano—Março 12 de 1686
^ (3\§).
Francisco Xavier dc Tavora, gov. do R.
de Janeiro—Junlio 7 de 1713,
Frei Francisco Xavier dc Santa Thereza,
'ilii íranciscano illustre—Março 12 de 1686.
Francisco Xavier Torres. V. Ceará: junta
governativa. V. Icó (Combate do). V.
I ■' ' ' Ceará: governo provisorio.
! H'** Francisco Ximenes de Aragão, 29 gov.
do Ceará—Março 11 de 17.35 (2° §).
Francisco Zuzarte Mendes Barreto. V.
Piauhy, Junta do gov. constitucional.
Frederico dc Almeida e Albuquerque,
senador pela provinda da Parahyba—
Ab. 27 de 1857.
Frederico Carneiro de Campos, coronel
de engenheiros—Nov. 1 de 1805 (2“ S)
-^Nov. 12 de 1864—Novembro 3 de
1868.
Frederico Luiz Guilherme Varnhagen,
tenente-coronel, restaurador da fa­
brica de ferro de Yifanema—FeV. 27
de 1814—Nov. 1 de 1818.
Frederico Mariath, capitão de fragata,
na guerra do Rio da Prata—Março
12 de 1826—Jan. 18 de 1121—Addenda
de Julho, ]). 56, Julho 7.
Frederico Mariath, no Pará—Maio 13 de
1836.
Frederico Mariath, no R. Grande do Sul
—Nov. 15 de 1839.
Frota hollandeza V. Esquadra.
Frota Real que veio com D. João VI para
o Brazil—Março 7 de 1808.
D. Fructuoso Rivera, caudilho oriental
—Jan. 3 de 1817.
D. Fructuoso Rivera, presidente da rep.
I*f do Uruguay—Set. 24—Nov. 19 de 1816
—Ag. 20 de 1825—Maio 17 de 184.5—
Nov. II de 1847. ‘
Fundição de ferro de Ibirapoeira (S. Vi­
cente)—Dez. 14 de 1608 (art. separado).
V. Casa de.
Fusão das duas camaras do Parlamento
—Nov. 17 e 30 de 1830—Set. 9 de 1853.
<3r
Gabinete 2 2 de iV/am—Março 7 de 1848,
Gabinete Olinda e Zacarias—Xi&i. 14 de
1863.
Gabinete 2 8 de M arco—Março 28 de
1880. .
S. Gabriel (Entrada do exercito argen­
tino em)—Fev. 26 de 1826. í.
Gabriel Antunes Maciel, descobridor do
Paraguay diamantino—Março 27 de
1731—Ag. 25 de 1733 (2“ §).
Dr. Gabriel José Rodrigues dos Santos
lente da Faculdade de 8. Paulo—Maio
23 de 1858.
Gabriel de Lara, cap.-mór de Paranaguá
—Dez. 25 de 1648 (2“ §).
Gabriel Malagrida. V. Recolhimento do
SS. Coração de Jesus.
Gabriel Mendes dos Santos, senador por
Minas-Geraes—Ag. 7 e 13 de 1851.
Gabriel da Silva Lago, 20“ gov. do Ceará
—Set. 25 de 1704.
Gabriel de Souza Filgueiras, gov. int.
da capitania do R. Negro—Nov. 12
de 1806.
Garantias constitucionaes (Suspensão das)
—Junho 18 de 1842.
Garcia Rodrigues Paes Leme, sertanejo
paulista—Julho 21 de 1676—Junho 26
de 1680—Dez. 11 de 1681.
Garibaldi (José)—Junho 21 de 1843 (2“ §).
Garrafadas (Noites das)—Dez. 30 de 1830
(2° §).
Gartsman, commandante hollandez do
Ceará—Nov. 9 de 1645—Maio 20 de
1654.
D. Gaspar Barata de Mendonça, 1“ ar­
cebispo da Bahia—Dez. 11 de 1686.
Gaspar Barbosa, capitão, no combate
com os francezes de Villegaignon —
Jan, 20 de 156T, in fine,
Gaspar Dias Adorno, capitão, mandado
contra os selvagens na Bahia—Jan. 4
de 1654.
Gaspar Dias Ferreira, negociante do Re­
cife-M aio 22 de 1644.
Gaspar Gonçalves de Araujo (Padre),
paulista—Maio 4 de 1661.
Gaspar de Gusman, conde-duque de Oli­
vares, ministro de Philippe IV—Dez.
21 de 1623 (5“ §). ^
Gaspar de Gusman—Carta de—a Mathias
de Albuquerque—Nov. 26 de 1633.
Fr. Gaspar da Madre de Deus, illustre
benedietino paulista—Jan. 28 de 1800.
Gaspar Pesqueira, donatario de Porto
Seguro—Maip 30 de 1556.
Gaspar da Silveira Martins, senador pelo
R. Grande do Sul—Março 31—Junho
5 de 1880.
 Gaspar de Souza. 10° gov. geral do
B ra z il-Maio 12 de 1602 (6 —Julho
24—Dez. 31 de 1613 (artigo separado)
—Julho 30 de 1611—Jau. 1 de 1617.
Gazeta do Rio de Janeiro—Set. 10 de
1808.
Gazeta de Noticias, folha diaria do Rio
de Janeiro—Ac-. 2 de 1875.
Gelly y übes. general argentino.
guerra do Paraguay -J u lh o 22
1867 (3° §),
General Gamara. V. José Antonio Corrêa
(Ia Gamara.
General Osorio. V. Manuel Luiz Osorio.
Genipapo (Acção de), no Piauhy-M arço
13 de 1823.
Gentil llomem de Almeida Braga, poeta
marahense—Julho 25 de 1876.
Gequiá (Combate de), guerra hollandeza
—Nov. 9 de 1645.
Geraldo Leite Bastos (Conego)—Julho 15
de 1863. V. Deportados politicos.
Geraldo de Suni. gov. intçrino do Rio
Grande do Norte—Maio 3 de 1679.
Gervasio Pires Ferreira, membro do go­
verno provisorio de Pernambuco—
Março 6 de 1817.
Gervasio Pires Ferreira, presidente da
junta governativa de'Pernambuco —
Out. 27 e 28 de 1821.
Giovano Vicenzo Sanfelice. conde de
Bagnuolo—Ab. 28 de 1625. V. este
titulo.
Giberton. V. Miguel Giberton,
Gideon Morrtz, oííicial hollandez no
Ceará—Fev. 28 de 1644 (8° §).
Giro, presidente da rep. do Uruguay—
Nov. 6 de 1853.
Gloria do Outeiro (Igreja de Nossa Se­
nhora da)—Junho 20 de 1699.
Gloria—Matriz de Nossa Senhora da—
Julho 17 de 1842.
Gomes Freire de Andrada, 18° gov. do
estado do Maranhão—Maio 15—Nov.
2 de 1685—Julho 23 de 1687.
Gomes Freire de Andrada (Retrato de)
—Julho 23 de 1687.
Gomes Freire de Andrada, conde de Bo
badella. gov. de Minas Geraes—Março
26 de 1735.
Gomes Freire Me Andrada, gov. da Re-
]>artição do Sul—Jujho 26 de 1733—
Dez. 1 de 1737-M aio 9 de 1748 (2‘ )—
Ab. 28—Out. 8 de 1758—Jan. 1 de
1763.
Gomes P’reire de Andi-ada (Retrato de) —
Ab. 27 de 1809 (2°).
Gonçalo Coelho, chefe de e.vpedição ao
IJrazil—Set. 7 de 1502-Junho 10 de
1503—Junho 18 de 1504.
Gonçalo Corrêa de Sá. V . Ubatuba,
de 1774.
Gonçalo Pereira Lobato
do Maranhão—Set. 24
29 de 1753.
Gonçalo Xavier de Barros e Al vim,
membro do gov. int. do estado—
Julho 6 de 1760 (2° §).
Gongo Socco (Minas de). V. Barão de
Catas Altas.
Gottschalck (Luiz Maureau),
compositor americano — Dez. 18 de
1869.
Governadores da Parahvba do Norte—
Fev. 12 de 1655.
Governadores do bispado de Pernam­
buco—Ab. 27 de 1833 (2°).
Governadores int. de Govaz.—Maio 7
de 1778 (2°§).
Governo absoluto pedido pelos habitan­
tes da villa do Jardim—Junho 29 de
1825.
Governo absoluto no Ceará—Out. 31 de
1829.
Governo geral no Brazil (Creaçao de um)
—Jan. 7 de 1519.
Governo hollandez no Brazil. V. Con­
selho.
Governo provisorio de S. Paulo—Junho
23 de 1821—Junho 25 de 1822 (2 °.)-
A g. 25 de 1822—Jan. 10 de 1823.
Governo provisorio do Ceará. V. Ceará.
Governo constitucional no Maranhão—
Ab. 6 de 1821.
Governo ]>rovisorio da Bahia—Junho 24
—Set. 6 —Dez. 5 de 1822.
Governo provisorio de Pernarnbuco- -Ag.
8 de 1823.
Governo do Rio Grande do Norte—Dez.
12 de 1815. V. Junta.
Governo democrático na Parahyba do
Norte—Maio 6 de 1817.
Governo provisorio de Minas—Set. 28
de 1821.
Governo republicano do R. G. do Sul—
Jan. 24 de 1839.
Goyanna—Expedição hollandeza á—Julho
22 de 1633—Jan. 10 e 14 de 1635.
Goyaz—Prohibição de se comprarem ge­
nerös entrados pelas picadas de—
Out. 5 e 27 de 1733.
Goj^az — Governo independente- do de
S. Paulo—Maio 9 de 1748 (2').
Govaz—Governo interino de-M aio 7 de
1778 (2° §).
 — 18
Goyaz—Movimento sedicioso na eanitaJ
de—Maio 17 de 1803. ^ 1759.
Goyaz—Villa Boa d e—Fev. 11 de 173G—
Set. 17 de 1818.
Goyaz—Junta administrativa de—Ab. 1 e
10 de 1822.
Goyaz—Aeelamação de D. Pedro 1 em—
Dez. 16 de 1822.
Goyaz—Juramento do projecto de con­
stituição em—Maio 22 de 1824.
Goyaz—Bispado de. Y. Bispado.
Goyaz—Minas (ie. Y. Minas.
Grandjcan de Montieny (Augusto Hen­
rique Yictoiio), V. Colonia de artis­
tas Irancezes.
Granja (A illa da) no Ceará—Junho 27
de 1770.
Grão-Pará. Y. Pará.
I). Gregorio dos Anjos, 1° bispo do Ma-
. ranhão—Março 12 de 1086-Maio 11
de 1689.
Gregorio de Castro de Dloraes na invasão
do R. de Janeiro por Duclerc—Set. 5
de 1710.
D. Greçorio Ferreiça d’Eca e Menezes,
conde de Cavalleiros—Jan. 30 de 1808.
Gregono Fragoso de .Albuquerque, ca­
pitão. na conquista do xMaranhão—
Ag. 23 de 1614.
Gregorio 'Francisco de Miranda, barão da
Abbadia—Fev. 26 de 1850.
Gregorio José da Silva Cominho. Y. Jun­
ta provisória'do Ceará.
Fr. Gregorio José Yiegas. bis]io eleito de
Pcrnamliuco, bililiotliecario re<>io—
Ab. 4 de 1825 (2'). ^
Gregorio de Mattos Guerra, famoso satv-
nco bahiano—Ab. 7 de 1623.
Greguez (índios)-são guerreados pelo
gov. do Piaiiliy—Ab. 1 de 1764.
Guabyra (Cidade real de)^Março 23 de
1 '111 1773.
Guarapary, villa do Espirito S a n to-
Março 1 de 1679.
Guarapuava — Campos de —Set. 8 de
1770.
Guarapuava—Presidio de—Ab. 1 de 1809.
Guarapuava—IMissão dos carniios de—
Junho 17 de 1810.
Guararapes (1 " batalha dos)—Ab. 19 de
1648.
Guararapes (2”^ batalha dos)—Fev. 19 c
20 de 1649.
Guaratingiietá, cidade da p. de S. Paulo
—Ag. 19 de 1627 (2“).
Guaratinguetá. Visita da princeza im­
perial á cidade de—Dez. 7 de 1868.
Guarda civica (Creação da)—Set. 25 de
1822. ^ Julho ()—Ag. 28-O ut. 24 de 1828—
Guarda nacional (Creação da)—Ag. 18 de
i631.
—
Guarulhos (Aldeia de indios)—,Jan. 3 de
Guatera. rio de Maltd Grosso—Dez. 22
de_1734_(art. sepaiado. 2“).
Guatimozim, nome maçonico de D. Pe­
dro 1—Out. 4 de 1822.
Guayanazes—Sesmarias de terras aos—
Out. 12 de 1580.
Guaycurús. Y. Ti^atado de paz rnm os.
Guerra (Declaração de) do lirãzilás í-ro-
vincias Uiudas do Prata—Dez. iO de
1825.
Guerra (Declaração de) das IMovincias
Unidas do Prata ao Brazil—Jan. 2 de
1826.
Guerra (Declaração de) do Brazil á re­
publica Argentina—Dez. 13 cie 1825.
Guerra (Declaração de) da republica do
Paraguay ao Brazil—Dez. 14 de 1864.
Guerra aos índios. Y. índios.
Guerra dos halaios no, Maranhão—Dez.
13 e 14 de 1838—Juftho 4 de 1839.
Guerra da Cis])latina-tSet. 24—Out 3 e
19 de 1816—Set. 15—Out 10 de 1817—
Dez. 13 de 1820.
Guerra civil do R. Grande do Sul—Set.
20 c25 de 1835—Ab. 6 e 11—Junho 15
—Out. 2 de 1836—Set. 11 de 1837—
Jan. 31—Junho28—Julho 23—Ag. 22—
Nov. 15 de 1839—Dez. 11 de 184Ò—Out.
29 de 1842—Out. 25 de 1843—Fev. 28
—Março 1 de 1845.
Guerra dos emboabas e paulista.s—Ab.
20 do 1708 (art. separado).
Guerra dos hollandezes. \ . Episodios e
factos das lutas c*om os hollandezes.
V. Reforços V. Soccori-o.
Guerra dos mascates no Recife—Nov.
7 de 1710—Junho 8 e 29 de 1711—A^
12 de 1715 (2» §).
Guerra do Paragúav—Nov. 14
e 28 de 1 8 6 4 -A b 2 4 -M a io 25-Junho
1 9 -A g . 17 e 21—Set. 11 de
I860—Março 2 e 31—Ab. 5, 10 e 16—
Maio 2 e 24—Junho 14—Julho 11 e 16
—Set. 1. 2, 3. 12 e 22 de 1866—Ab. 20
-ÍMaio 2x Jullio 22 e 31—Ag. 3 e 13
^i^t. ,3 e 21—Nov. 3—Dez. 5 de 1867
—Féy. 24—Março 2 e 24—Maio 2 -J u -
e 28—Out. 1—Dez. 6.
11, 21 22, 24. 25. 27 e 30 de 1868—Maio
8 e 11—Julho 20—Ag. 12 e 16 de 1869
Março 1 de 1870 (Terminação).
Guerra do Rio c^a Praia—Out. 1 2 -D ez.
—Março 12 e 14—Junho
11 de 1826-Maio 10 e 24—.Ig. 9, 13.
lo 0 18 de 1827—Jan. 27-F ev. 1—
\oL II, p. 330; Dez. 18.
Guerra do Uruguay, Y. Uruguay (Cam­
panha do). '' '
 "•i-íí

— 49

^ Thomaz), ministro Henrique Luiz Freire de Andrade, 25“

~3 de 1850. gov. de Pernambuco—Ag. 24 de 17.37.
de 1813 Ssc-lnvege—Ab. 1 Henric(Ue Luiz de Niemeyer Belle^arde
engenheiros — Jan. "’21 dé
oo^í^’° Alves, poeta ba- looy.
biano—Jan. 28 de 1877,
Ouilherme Kopk. V. Rio das Velhas. Henriques (Companhia dos) em Govaz—
Out. 17 de 1778 (2“ §).
® S- '^osé, 2“ bispo
do Para—Julho 26 de 1739. Herculano Ferreira Penna. senador pela
Gurupa, villa á margem do Am azonas- província do Amazonas—Maio ^ de
Junho 29 de 1639. 1855—Set. 27 de 1867. p '
Guj'ana 1'raneeza tomada iielos portu- Ilereos. V. Campos dos Govtacazes con­ te)
guezes—Jan. 12. de 1809. cedidos aos.
Gysselingh (Johan), director deleíjado Dr Hermann Blumenau. V. Colonia
hollandez no Brazil—Dez. 23 de 1632 Íjlu n iG iiH ^ n ,
—Set. 1 de 1634. Ilermenegildo Portocarreiro, comman-
dante do forte de Coimbra—Dez. 28
“^7- de 1864.
JCT2L
Hermitte (L’). capitão. V. Esquadra
Hans Stade. historiador alleraão •Jan. Iranceza na Bahia.
/ de 1319—Nov. 2-4 de 1549. Hilário Maximiano Antunes Gurião (o-e-
Hartt, prolessor. \ . Caídos Frederico. P araguay-Jan.
Hedeberg, sueco. V. Ipanema (Fabrica 1/ de 1869. ■
de íerro de). Hilário de Souza de Azevedo, 45“ cap
HdeodoroEuban—Junho 8 de 1569—Dez. mcír do Pará—Nov. 2 de 1685 (3“ S)—
2o de 1648. Ag. 27 de 1690. ^
Henderson, coronel hollandez, invasor Homens notáveis do reinado de D Se­
do Maranhao—Jan. 16 de 1643—Nov bastião—Jan. 20 de 1554.
18 de 1645—Ag. 1 de 1646. Homens notáveis do reinado do cardeal-
Hendrick Brouwer, almirante hollandez rei—Jan. 31 de 1580. Mr f
na ex[)edi(;ao contra o Chile—Jan. 15 Homens notáveis do reinado de D. Maria I
de 1640. —Dez. 17 de 1734.
ítí» í
Hendidck Haec.x, secretario do governb Honorio Hermeto Carneiro Leão, vis­
hollandez no B r a z il-Jan. 26 do 1654. conde e marquez de Paraná, senador
Ilendricksoon (Bouderwyn). almirante por Minas-Geraes—Jan. 2 de 1843—
hollandez-Maio 23 de 1625. Set. 3 de 1856.
D. Henrique, cardeal, rei cie Portuccal— Honorio Hermeto Carneiro Leão or^a-
Jan. 31 de 1580. nisa gabinete—Jan. 20 de 1843—Sbt.
Hcnric^ue de Beaurepaire llohan, minis­ / de 1853.
tro da guerra—Ag. '31 de 1864. Honorio Hermeto Carneiro Leão enviado
Henric{ue Dias, cabo dos homens pretos ao R. da Prata—Out. 20 de 1851.
na guerra com os hollaudezes—Mareo Hoogstraoten (Theodosio). major hollan­
24—Set. 8 de 1633—Junho 9 de 1636— dez—Julho 20 de 1645 (2“ §)—Set. 8
Julho 28 de 1637 (aliás 1638)—Set. 4 e 15—Nov. 9 de 1645.
de 1639—Junho 17 de 1645—Jan. 22 de Hospício dos Capuchos—Out. 21 de 1739, 'h i
1646—Jan. 5 e 6—Ab. 19 de 1648— Hospício de Una no Pará—Julho 20 de ■m a
Junho 8 de 1662—Ag. 31 de 1661 (aliás 1620.
Junho 8 de 1662), Hospício de Jerusalem no R. de Janeiro
Henrique Hoílsmith. director da Bibl. da —Junho 18 de 1735.
Marinha—Dez. 16 de 1809. Hospício de Jerusalem em Pernambuco—
Henrique Hous, coronel hojlandez—Ju­ Dez. 4 de 1735.
nho 24—Ag. 3 e 16 do 1645. Hospício de Alienados Pedro II—Set. 7
Henrique José de Carvalho e Mello, mar- de 1842 (2“)—Nov. 30 -Dez. 3 de 1852.
quez (2°) de Pombal—Maio 26 de 1812. Hospício de Alienados de S. Paulo—
Henrique Jose Leal, V. Ceará: gov. pro- Maio 14 de 1852.
visorio. Hospital dos lazaros no Rio de Janeiro
Henrique Law, engenheiro. V. Dique —Out. 27 de 1832—Maio 23 de 1880.
imperial. Hospital militar do Ceará—Julho 2 de
Henrique Loncq, almirante hollandez— 1769.
Dez. 26 de 1629—Março 2 e 26 de Hospital de Misericórdia de Pindamo-
1630. nhangaba—Junho 24 de 1875.
4
 — 50 —
Hospital real militar do R. de Janeiro—
Nov. 5 de 1808.
Humaj’ta—Passagem da esquadra bra-
if zileira pelas baterias de—Fev. 1Ü de
1868.
Ilumaytá—Reconhecimento ás fortifica­
ções de—Julho 16 de 1868,
Ilumaytá—Rendição da guarnição de—
Ag. õ de 1868.
Hygiene publica no R. de Janeiro—Junta
central de—Set. 14 de 1850.
Hypolito Coronado, major argentino, na
' guerra do Paraguay—Out. 21 de 1867.
Hypolito do Couto Brandão. V. Passo
" da Perdiz.
Hypolito José da Costa Pereira Furtado
de Mendonça, redactor do Correio
Brasiliense, Junho 1 de 1807 (2° §).
. I Ibirapoeira (Fundição de ferro de)—Dez.
14 de 1608 (artigo separado).
Icó (Creacão da villa de) no Ceará -A b .
21 de 1729.
Icó (Combate d o)— Ab, 4 de 1832 (Ad­
denda de Abril).
Idade de Ouro (A) do B razil, gazeta da
Bahia—Março 27 de 1822.
Ignacio Accioli de Cerqueira e Silva,
chronista do Império—Ag. 1 de 1865
(2V.
Dr. Ignacio Accioli de Vasconcellos, de­
putado á constituinte -Junho de 3 de
1822.
Padre Ignacio do Amaral Fontoura, de­
putado á constituinte—Junho 3 de
1822.
Padre Ignacio do Amaral Fontoura d e ­
portado com os Andradas—Nov. 20
de 1823.
k Padre Ignacio de Azevedo, 3* provincial
da companhia de Jesus—Julho 15 de
1570 (2* e 3“ §§).
Ignacio de Barros Accioli de Vascon­
cellos, poeta alagoano—Maio 31 de
1878.
Ignacio Coelho da Silva, 16° gov. do
estado do Maranhão—Fev. 17 de 1678.
Ignacio Corrêa de Oliveira, comman-
dante da tropa de resgate de indios
no Pará—Junho 8 de 1707.
Ignacio Corrêa de Sá, conego doutorai
da Sé de Marianna—Ag. 29 de 1779.
Ignacio Corrêa de Vasconcellos, no mo­
tim do Maranhão—Nov. 19 de 1831.
Ignacio , Corrêa de Vasconcellos, com-
mandante das armas do Pará—Ab. 16
dè 1833.
ii*
Ignacio Eloy de Madureira, gov. do Rio
Grande do Sul—Set. 9 de 1760—Junho
16 de 1764—Maio 12—Junho 10 de 1763.
Ignacio Francisco de Araujo Costa. V.
Conselho administrativo do Piauhy,
Dr. Ignacio Francisco Silveira da Motta,
barão de Villa Franca, presidente da
prov. do R. de Janeiro—Set. 19 de
1854 (m fine) — Set. 12 de 1877 (3° e
5° §§).
Ignacio João Monjardim, coronel de mi-
licias no Espirito Santo—Jan. 27 de
1789.
Ignacio José de Alvarenga Peixoto—
Maio 22 de 1792, V. Inconfidência.
S. Ignacio de Loyola—Julho 31 de 1556,
Ignacio Lucas de Souza, tenente—Ab. 19
de 1879 (Addenda de Abril).
Ignacio Luiz Madeira de Mello, gov. das
armas na Bahia—Fev. 17—Junho 24:—
Nov. 16—Dez. 29 de 1822.
Ignacio Luiz Madeira de Mello — Carta
de D. Pedro 1 ao brigadeiro—Junho
15 de 1822. '
Ignacio Luiz Madeira de Mello—Officio
de—a D. João VI—Nov. 7 de 1822 (2‘ )
—Fev. 23 de 1823 (2°)— Junho 1 de D
1823.
D. Ignacio Quintana, coronel hespanhol
—Fev. 27 de 1801.
Ignacio do Rego Barros, 28° cap. mór do
Pará—Julho 17 de 1649—Dez. 5 e22de
1652—Março 24 de 1654.
Ignacio Vieira de Barros Cajueiro, de­
putado provincial das Alagoas— Dez.
4 de 1839.
Iguarassú—Combate aos potyguares de-^
Set. 27 de 1530.
Iguarassú (Instalação da camara de) —
Julho 29 de 1833.
Iguarassú—Combate de—Março 30 de
1849.
Iguassú (Installação da camara munici­
pal de) — Julho 29 de 1833.
Iguatemy (Presidio de) — Julho 28 de
'lí!
1767.
Iguatemy—2° expedição ao—A g. 22 de
1767.
Iguatemy—Motim no presidio de-+Dez. 3
de 1769.
D. Ildefonsa Laura Cesar. V. Baroneza
de Alagoinhas.
Ilha de Santa Catharina, governo subal­
terno—Março 26 de 1726—Fev. 16
de 1824.
Ilha de Santa Catharina—Governadores
da—Dez. 11 de 1735.
Ilha de Santa Catharina, capitania—
Março 7 de 1739.
 lllia (Ic Santa Calliarina loinada i)olos
liesp^uihóes—Fev. 24 e 27—Maivo n
do 1/77. ^•
llliji (las Cobras (Compra da)—Set. 11 de
locy.
Illui das Cobras (Sedição militar da)—
Ab. 3 de 1832.
llha de Duarte Lemos no Espirito-Santo
—Ag. 20 de 1540.
llha de Fernando de Noronha. V. Fer­
nando do Eoronha.
llha Grande—Doac^ao na—i'eita aos Je­
suítas—Junho 2ü de 1508.
Ilha Grande de Joannas on Marajd (Doa­
ção da). ^ . Antonio de Souza de Ma­
cedo.
llha da^Redémjição. guerra do Paraguay
—Ab. 5 e 10 de 18GÔ.
llha de Tucujús occupada i)or francezes
—Junho 21 de 1029.
llha de 1 ucujús no Amazonas, occupa-
da i)or inglezes—Jan. 28 de 1631.
■llha da Vera-Cruz—Ab. 22 de 1500.
Il ia de \ illcgaignon—Março 16 de 1560.
llha de Villegaignon—Fortificação da—
Nov. 22 de 1767 (2').
Ilhade Villegaignon—Monumento na—
Dez. 16 de 1876.
Ilhéos (Capitania dos)—Ab. 1 de 1535.
llluminação (a gaz) da cidade da Bahia
—Maio 10 de 1862.
Illuminação (a gaz) da cidade de Campi­
nas—Julho 29 de 1875.
Illuminaçao (a gaz) da cidade de cam­
pos—Set. 7 de 1872 (2‘ ).
Illuminação (a gaz) da capital do Pará
—Out. 31 de 1864.
Illuminação (a azeite) da cidade de
S. Paulo—Ab. 27 de 1842.
Illuminação (a gaz) da cidade do R. de
Janeiro—Março 25 de 1854.
Illustrissima, tratamento dado á camara
do Rio de Janeii-o—Jan. 9 de 1823.
Imperiaes marinheiros (Corpo de)—Dez.
16 de 1876.
Imj)Osto emS. Paulo para a reedificação
de Lisboa—Dez. 16 de 1755. V. Dona­
tivo.
Impostor das Alagoas, intitulado prin-
eipe—Ab. 2 de 1735.
Imprensa Regia—Maio. 13 de 1808 (2*).
Incêndio de Ulinda pelos hollandezes—
Nov. 24 de 1631.
Incêndio dos engenhos da Bahia pelos
hollandezes—Junho 1 de 1640,
Incêndio do convento do Carmo na Bahia
—Março 20 de 1788.
Incêndio do Recolhimento do Parto no
R. de Janeiro—Ag. 24 de 1789.
Ineendio da casa da camara do R. de
Janeiro—Julho 20 de 1790.
tara no
1852.
tie Minas Geraes—Ab. 21
Inconfidência-Embarcam para o de-
gre(lo os réus da—Maio 22 de 1792.
Incursões (le botocudos e goytacases pe'las
capitanias d(i Minas e R. de Janeiro
—Dez 4 (artigo sej/arado).
Independencia do Brazil—Set. 7 de 1822.
Indepemlencia do Brazil—Reconhecem
os Lstados-LHides a—Ab. 26 de 1824.
Independencia do Brazil—Legitima D
João \1 a-—Maio 13 de 1825 (2*).
Indiipendencia do Brazil — Reconhece
Portugal a—Ag. 29 de 1825.
Indepemlencia do Brazil—Reconhece a
Inglatemr a—Out. 15 de 1825.
IndejiendeiuMa ou morte—divisa—Set.
l O ClC 1 o ä ,c ,
India Morta (Combate de)—Nov. 19 de
lölb.
Indio lebaixado por se casar com uma
preta—Ab. 4 de 1755 (2° S).
Indios—Edital em seu favor em S. Paulo
—Jan.^ 10 de 1685.
Indios Excomunhão contra os oue se-
duzissem os—xMarç.o 27 de 1715.
Indios—Carta regia abolindo a escra­
vidão dos—Ab. 1 de 1680.
Indios-—Carta regia acerca da emanci-
® civilisação dos—Maio 12 de
1 /98.
Indios—-Bulla declarando entes racionaes
OS— Junho 2 de 1637.
Indios (Resgate de)—Junho 8 de 1550—
Jan. 20 de 1556.
Indios Lei declarando-os livres, excepto
os^tomados em guerra—Março 20 de
lo/O.
Indios Casamento de naturaes do reino
com—Ab. 4 de 1755.
Indios—Decreto sobre a liberdade dos—
Ab. 9 de 1655.
índios considerados prisioneiros, mas
não captivos-Jan. 28 de 1691.
índios; declarados captivos os tomados
em guerra — Ab. 20 de 1708.
índios Restitue-se-lhes as terras usur­
padas-Março 3 de 1712.
índios Bayacús recolhidos a Montemór-
novo—Ab. 30 de 1765.
índios—Carta de lei regulando o capti-
veiro dos—Junho 3 de 1654.
índios derrotados em Santa Tecla—Fev.
10 de 1756.
índios dados a soldados no Ceará—Maio
21 de 1765.
 I.; ;»
Inílios coroados vão 1cr á ciiladc de
Coritiba—Junho 3 de 1831.
índios—Lei relativa a—Junho 18 do 17òl.
Índios íannilos dos jesuítas—Jiüho 18 de
167o. ..
índios justi»/ados no Pará—Mareo 18
de lo26. n
índios—Bulla cxcomuní^ando os que os
enilnoivassem como eseravo.s—Julho
20 de 1()10.
índios—Gon;])i’a d’elles ein S. PaidojPos-
li luras da earaara)—Julho 21 de 1543.
índios—Lei sobre a liberdade dos-- Set.
10 de IGIO.
índios Guaveurús — Expedieão contra
os- A g . 1 de 1734.
índios—Que sejam governados como os
demais vassalos da coroa—Set. 12 de
1653.
índios—Guerra aos-em S. Paulo—Out.
13 de 1501.
índios — Quinto ])ago por — trazidos do
sertão—Out. 18 de 1623.
índios—Carta regia sol)re .salavio por
inteiro dos—Mov. 20 de 1575.
índios—Guerra aos—no Ceará—Nov. 27
de 1727.
índios—Incursões de—pelas capitanias de
Minas e R. de Janeiro—Dez. 4 (ai'-
tigo separado.)
Indiòs—Tumulto no Pará ])0r declarar o
cap. mór livres os—Dez. 22 de 1652.
Infantaria de milícias (Regimento _de)
na cap. do Espirito Santo—Jan. 27 de
1789.
Inhobim (Combate do engenho), guerra
hollandeza—het. 11 de 1645.
Inquisição em Portugal—Março 23 de
1536.
Inquisição no Brazil (Olficiaes da)—Ju­
lho 22 de 1621.
Instituto dos advogados de S. Paulo—
Junho 17 de 1875
i« Instituto Archeologico Alagoano—Dez.
2 de 1869 (2').
Instituto Commercial do R . de Janeiro—
Fev. 9 de 1861.
1., I Instituto de educandos artifices em S.
Paulo—Junho 24 de 1874.
Instituto Ilistorico e Geographico do
Brazil—Nov. 25 de 1838—Julho 10 de
1839—Dez. 15 de 1849.
Instituto Ilistorico Rio Grandense—Fev.
24 de 1860.
Instituto dos Meninos Cegos do R. de
Janeiro—Set. 12 de 1854.
Instituto vaccinico' da côrte—A g. 17 de
1846.
Instituto dos Surdos Mudos (Regula­
mento para o )—Out. 15 de 1873.
Instrucções para a convocação de uma
constituinte—Junho 19 de 1822 (2*).
Insurreição de pretos da nação Ussã na
Bahia—Junho 7 de 1807.
Insurreição <ie escravos em Camjíinas—
Jilaio 3 do 1830.
Insurreição de i)rcsos politicos no forte
do Mar—Ab. 26 e 28 dc 1833.
lalcndcnte geral da policia do Rio de
Janeiro. V. Paulo Fernandes Yianna.
Intimação ao dictador L()])es para que se
renda—Dez. 22 de 1868.
Invasão do Rio de Janeiro }>elos fran-
cezes. Y. Duclerc. Duguay-Trouin.
Bois le Conte. Yillegaignon”.
Invasão (Segunda) do R. de Janeiro—
Ab. 7 de 1712.
Invasão paraguaya em Matto-Grosso—
Março 3 dé 1865.
Inanema—Fabrica de ferro de S. / de— /
Dez. 4 de 1810 (2")i-N o v . 1 deMglS.'^ /
Iperoig. Y. Yperoyg.
Ipiranga, monumento commemoraíivo da
independencia—Ab. 9 de 1825—Maio
10 de 1875.
Ipojuca na guerra hollandeza—Junho 24
de 1645.
Ipojuca (Acção de) em Pernambuco—
Maio 15 de 1817.
Ipojuca (Religiosos dc S. Francisco de)
—Jan. 18 dc 1637.
Ippo Eyssens, gov. hollandez de Itama-
racá. etc.—Nov. 17 de 1636.
Irineu Evangelista de Souza, barão, de­
pois visconde de Mauá—Ab. 30 de
1854.
Irmã Jacinta, directora das reclusas de
Santa Thereza—Ab. 17 de 1756.
Irmãs de caridade na Bahia— Distúrbio
contra as—Março 28 de 1858.
D. Isabel, princeza imperial, herdeira
presumptiva da corôa—Julho 29 de
1860.
D. Isabel, princeza imperial, condessa
d’Eu—Julho 29 de 1846—Out. 15 de
1864.
D. Isabel Maria de Bragança, duqueza
de Goyaz. íilha reconhecida de D.
Pedro I—Ab. 15 de 1843—Nov. 3 de
1867 (2“).
D. Isabel de Lima. donataria da capi­
tania de S. Vicente—Set. 13 de 1577.
Isenção de portes do correio para os
jornaes e livros destinados ás biblio­
thecas publicas—Nov. 15 de 1827 (2*).
Ita-Ivaté (Tomada do redueto de), na
guerra do Paraguay—Dez. 27 de 1868.
Itaibaté. V. Bombardeio do acampa­
mento de.
Itabapoana a S, Francisco de Paula,
linha telcgraphica—Jan. 14 de, 1873.
 Itamaracá—.Itaqiie de—peloí hollanùe-
zes—Junho 20 de 1033.
Itamaracá (Comliate naval de), na guerra
liollandeza—Jan. 12 do 1040.
Itamaracá—Ataque de—occujiada pelos
hüllandczes—.8eí, 14 e 15 de 1045.
Itamaracá—Sortida contra os hollandozes
em—Junho 10 de 1040.
Itanhacn. villa do liítoral de S. Paulo—
Jan, 13 de 1501.
Itaparica (Ataque de) - Jan. 7 de 18
Itapenierim (Ciîdoii-as do irimeiras let-
m) — No
tras em) Nov. 19 de Í81S.
81S
Itapura. colonia militai •Junho 23 dc
1858.
Itaquy occupada y'or i'orcas paraqiiavas
—Juulio 10 e 19 de 18(55.
Itororó (Combate de), ffucrra do Para­
guay—Dez. _ Jacques de Soria e João Candevillc. pira­
Iti'i. cidade dc S. [*aulo. tom o titulo de
fidelissima—Fev. 5 de 1842 (2").
Itii—Convento do Carmo ein—Fev. 11 de
1719.
Itii—Rcbellião de—Maio 18 dc 1842.
ltd (Comarca do)—Dcz. 2 dc 1811.
Ituzaingo (Batalha de)—Fev. 20 de 1827
—Maio 10 de 1879 (5° ^).
«ji3
Jacarehy cm S. Paulo (Fundação de)—
Set. 20 de .1052 (art. separado).
Jacinta de S. .lose. V. Irmã Jacinta.
Jacinto Parliosa Lopes, proveiior da fa­
zenda em Cuyaba. V. Ouro conver­
tido em clmm'ho.
I). Jacinto Cailos da Silveira. 7“ bispo
do Maranhão—Sot. 21 de 1779.
Jacinto Desiiierio Conv. engenliciro—Ab.
18 dc 1810.
Dr. Jacinto Furtado de Mendonça, depu­
tado á constituintí'—Junho 8 do 1822.
Dr. Jacinto Furtado de Mendonça, sena­
dor por Minas-Geraes—Jan. 22—M:do
4 de 1820 dP)—Jan. 20 de 1884.
Jacinto Moreira Cabral. V. Araçoyaba.
Jacinto Paes de Mendonça, senador por
Alagoas—Maio 15 de 1871.
Jacinto Roque de Senna Pereira, capitão
de fragata, na guerra do Rio da Prata
—Março 12 dè 1820—Jan. 18—Fev. 9
dc 1827.
Jacob Evers, capitão hollandoz. no Ma­
ranhão—.lan. 20 de. 1013.
Jacob Huyghens, vice-almirante holian-
dez—Jan. 13 de 1040.
Jacob Listry. V. Cuniiaii (Carnificina
de). V. Potengy.
Jacob Martini, rninisiro protestante—
Março 20 de 1030.
Jacob Stachower, V. Stachower.
Jacob áVillckens. V, At’ ilJekcns.
Jacome Bezerra, major, na guei ra hol-
landeza—Março 0 do 1(551.'
Jacome Raymundo de Noronha. Y. E.v:-
pediçào contra os inglczes no Ama­
zonas
Jacome Raymundo de Noronha. 1C‘
do Pará—Maio 29
Jacome Raymundo de Noroniia.
Iruso d‘o Maranhão—Out. 9 de 1030
(aliás 1020)—Junho 14 de 1037.
-Jacques, navio francez, mandado pop
Villegaignon—Jan. 3 de 15.58.
Jacques Arago. dramaturgo írancoz—
üut. 18 de 1850.
Jacques Félix, ca]>itão, fundador de Tau-
liaté—Dez. de 1045
Jacques Rifiãult. V. Riliault.
tas calvinistas—Julho 15 de 1570 (3° §).
Jacuhy. V. Cachoeira do Rio Pardo.
Jacuhype, V. Ataque e tomada de.
Jaguarão (Ataque de)—Jan. 27 de 1805
(2D.
Jaguarao (Estação telegraphica de)—Out,
29 de 1872.
Jaguareté-Corá. guerra do Paraguay—
Ag. 21 de 1805.
James Lancaster, flibusteiro inglez —
Maio 5 de 1595.
James Norton na guerra do R. da Prata
—Março 12—Junho 11 de 1820.
D. Januaria. princeza brazileira—Março
11 de 1822—Maio 31 de 1830 -Out. 22
de 1844.
Januario da Ciinlia Barbo.sa (Conego)—
Julho 10 de 1780—Dez, 7 de 1821—.1:^.
18 de 1838.
Jaraguá—Minas de ouro de—Ab. 25 de
1502.
Jardim, villa do Ceará, j;ede o governo
absoluto—Junho 29 de 1825.
Jardim Botânico da lagua de Rodrigo de
Freitas—Maio 11 de 1819.
Jardim Botânico no Maranhão—Dez. 7
de 1830.
Jatahy (Batalha de)—Ag. 17 de 1805.
Jatabyt^-Corá. V. Entrevista dos gene-
raes alliados, etc.
Jayme Northon. V. James Norton.
D. Jeronyma de Albuquerque, donatária
de S. Vicente—Set, 13 de 1577.
S. Jeronymo (Rio’ dc)—Nov. 1 de 1501.
Jeronymõ de Albuquerque, fundador tia
cidade do Natal—Dez. 25 de L597.
Jeronymo de Albuquerque na expulsão
dos francezes do Maranhão—Fev. 11
de 1011—Junho 1 de 1013— Maio 20—
Junho 17 e 22—Ag. 20—Out. e 2o
Nov. 19, 22 e 29 de 1014-
Nov. 1 e 3 de 1015.
 — 54
D. Jeronvmo de Atliavde. conde de At-
toufTuia, 22° gov. da Bahia—Jan. 4 de
1G.54.
Jeronymo Bonaparte (0 principe) aporta
á Bahia—Dez. 14 de 1805 (2° 8).
Jeronymo de Camargos. V. Atibaia.
Jeronvmo Pragoso de Albuquerque, cap.
mor do I’ara—VoJ. I. pag. 270, col.
2*. 1619- Julho 18 de 16^.
Jeronymo Francisco Coelho, ministro da
guerra—Jan. 16 de 1860 (1‘ ).
% ■: Jeronymo José de Mello e Castro. 39°
gov. da I arahyba—Ab. 21 de 1764—
Maio 13 de 1797.
Jeronymo José Teixeira Junior, senador
pe|o R. de Janeiro— Março 10 de
1873,
Jeronymo José de Viveiros, senador pelo
Maranhão—Maio 7 de 1853—Dez. 13
de 1857.
Jeronymo Leitão, loco-tenente do dona­
tário de S. Paulo—Out. 12 de 1580—
Ab. 10 de 158.5—Ab. 8 de 1590—Out.
13 de 1591.
Jeronymo Martiniano Figueira de Mello.
Pi’omotor publico da côrte—Nov. 29
Jeronymo Martiniano Figueira de Mello,
senador pelo Ceará—A g. 20 de 1878.
Jeronymo^^de Mendonça Furtado, Uxum-
herga, 5° cap. general de Pernambuco
—Março 5 de 1664.
Jeronymo de Paiva, ex-jesuita. na guerra
hollandeza—Junho 9 de 16.36,
Jeronymo Pereira de Vasconcellos. V.
índia Morta.
Jeronymo Serrão de Paiva, almirante, na
guerra hollandeza—Julho 27 de 1645
(2°)—Set. 9 de 1645.
Jeronymo ViJlela de Castro Tavares. V.
Revolta praieira.
Jesuino Lamego Costa. 2° barão da La­
guna. senador pela i>rov. de Santa
Catharina—Dez. 26 de 1872.
Jesuino Marcondes de Oliveira e Sá. mi­
nistro da agricultura—Ag. 31 de 1864.
Jesuitas Chegada ao Brazil dos primei­
ros—Março 29 de 1549 (2° §).
Jesuitas—3* leva de—Maio 8 de 1553,
Jesuítas (Primeiros) chegados á cajiitania
(le S. Raulo—Jan. 25 de 1554.
Jesuitas vindos como niissionaiios ao Era-
zil—Julho 15 de 1.570.
:I Jesuitas (Doação de terras aos)—Out. 29
de 1570,
Jesuitas—Queixas da camara de S. Pau­
lo contra os—Set. 20 de 1592—Ao-:
15 de 1611—Julho 18 de 1676.
Jesuitas—Lxpulsão dos—de S. Paulo—
Junho 10 de 1612—Junho 2—Julho 13
de 1640—Julho 24 de 1687.
Jesuitas: sao restituidos aos seus col-
legiosem .s. Paulo—Out. 3 de 1642—
Maio 14 de 1653-Dez. 11 de 16.54.
Jesuitas—Perdão aos que tomaram parte
na expulsão dos—Out. 7 de 1647.
Jesuitas: licença para terem uma aldeia
no Maranhão—Set. 26 de 1652.
Jesuitas—Queixas da camara do Pará
contra os—Julho 17 de 1661.
Jesuitas—Expulsão dos—do Pará—Julho
1/ de 1661—Ab. 16 de 1662 (2° 8)—Ab.
30 de 1662.
Jesuitas—Motim em S. Paulo por causa
dos—Junho 24 de 1677.
Jesuitas—Expulsão dos—do Maranhão—
Junho 21 de 1661—Nov. 2 de 1685.
Jesuitas-Oppõem-se os moradores de
S. Paulo á sahida dos—Ab. 8 de 1695.
Jesuitas—Bulia coiidemnaiulo as atroci­
dades commettidas pelos—Dez. 20 de
1741.
Jesuitas domiciliados em Campos—Set.
3 de 1759(4° ^).
Jesuitas do Piauíiy (Expulsão dos)—Mar-
çç 10 de 1760.
Jesuitas da Bahia (Expulsão dos)—Ab.
18 de 1760.
Jesuitas (Confisco dos bens dos)—b’ev. 25
de 1761.
Jesuitas. V. Banimento.
D. .João m . rci de Portugal—Junho 11
de 1.557.
D. João IV rei de Portugal-N ov. 6 de
16.56.
D João V. rei de Portugal—Out. 22 de
1689.
D. João V tem o titulo de íidelissimo—
Dez. 23 de 1748.
D. João (O principe) assume a regencia
do reino—Fev. 10 de 1792.
D. .loão (O principe regentei embarca
para o Brazil—Nov. 29 de 1807.
D, João VI annuncia o intento de voltar
para o i-eino—Março 27—Ab. 20 de
1821.
D. João VI, rei de Portugal. Brazil e Al-
garves—Maio 13 de 1767-J^iMarço 10
de 1826.
D. João VI volta ]>ara Portugal—Ab. 26
—Julho 4 de 1821.
D. Joao Ví. imperador titular do Brazil
—Nov. 15 de 1825.
D. João M —Maniíesto de—V. Manifesto.
Decretos.
S. João (lllia de), depois denominada de
PVrnando de Noronha—Junho 10 de
L503 (3° í^).
João de Abreu Castello Branco, gov. do
estado do Maranhão—Set. 18 dc 1737
—Set. 19 de 1743.

55
João Alberto do Gastello Branco, eban-
celler, introduetor do cafezeiro no R.
de Janeiro—Maio 31 de 18(30.
João Alberto de Gastello Branco, mem­
bro do gov. int. da Repartição do
Sul—Out. 10 de 17G3 (2° §).
João Alberto do Miranda liibciro. gov.
da ilha de Santa Catharina—Jan. 17
de 1791—Jullio 7 de 1793.
João de Albuquerque de Mello Pereira e
Gáceres, 5° cap. general de Matto
Grosso—Nov. 20 de 1789-^Ag. 1 de
1791—Fev. 28 e 29 de 1796.
João Alfredo Gorrêa de Oliveira, sena­
dor por Pernambuco—Fev. 28 de 187T.
D. João de Almeida do Mello e Gastro,
conde das Galvêas. ministro da ma­
rinha de D. João VI—Jan. 18 de 1814.
Dr. João de Almeida Pereira, deputado,
ministro dos neg. do Império—Ag.
30 de 1859.
Dr. João Alvares Garneiro, insigne me­
dico fluminense—Nov. 18 de 1837.
João Alves Ferreira, commandante da
praça de Iguatem y—Março 23 de 1773.
D. João de Amoriin Pereira, gov. do
Piauh}~Out. 16 de 1799—Julho 6 de
J802—Fev. 19 de 1803—Ag. 22 de 1805.
Joao de Andrade Pessôad’Anta. coronel,
fuzilado no Geará—Ab. 30 de 1825.
João Antonio Gapote, major, philanthro-
po—Ab. 26 de 1879 (2*).
D. João Antonio Lavalleja, guerrilheiro
argentino—Ag. 20—Out. 12 de 1825.
João Antonio Maciel descobre com ou­
tros as minas de ouro de Guvabá—
^Ab. 6del718.
Joao Antonio de Miranda, senador pela
p. deMatto-Grosso—Maio 11 de 1855.
Dr. João Antonio Rodrigues de Carva­
lho deputado á constituinte—Junho
3 de 1822.
Dr. João Antonio Rodrigues de Carva­
lho, 1° presidente ne Santa Catha­
rina—Fev. 16 de 1824 tn fine.
Dr. João Antonio Rodrigues de Carva­
lho. senador pela p. do Ceará—Jan.
22 de 1826 {Cem'á)—U-A\o 4 de 1826
(3“)—Dez. 4 de 1840.
D. João Antonio dos Santos, P bispo da
Diamantina—Março 12 de 1863.
João Antonio de Souza Falcão, gov.
nomeado para a ilha de Santa Catha­
rina—Out. 25 de 1753 (2" §).
João de Araujo de Azevedo, membro do
gov. geral int. do estado—Ag. 21 de
1718 (4Ȥ).
João de Araújo da Cruz. pres. da Junta
gov. da Parahvba—Out. 25 de 1821
(2* §).
m
Fr. João d’Assumpção, encarregado da
cultura da canella e jumenta da índia
na Bahia—Nov. 29 ac 1707.
João Baptista Alves Porto. V. Convenção
entre o cabildo de Montevidéo, etc.
João Baptista de Azevedo Coutinho Mon-
taury, 37° gov. do Ceará—Maio 23 de
1781-M a io 11 de 1782.
João Baptista Debret. V. Debret.
João Baptista Ferreira de Souza Coutinho.
V. Barão de Cattas Altas.
João Baptista de Figueiredo Tenreiro
Aranha, 1° presidente da pro\dncia do
Amazonas—Set. 5 de 1850 (2° §)—
Jan. 19 de 1861.
João Baptista Furtado, gov. do Ceará—
Nov. 10 de 1721.
João Baptista Gonçalves Campos, arcy-
preste no Pará—Ab. 12 de 1832.
Fr. João Baptista de Jesus, fundador do
convento do Carmo em Itú—Fev. 11
de 1719.
Dr. João Baptista de Lacerda, distincto
medico de Campos—Nov. 4 de 1879.
Dr. João Baptista Libero Badaró, demo­
crata italiano assassinado em S. Paulo
—Nov. 20 de 1830.
João Baptista Vieira Godinho, tenente-
general, membro do gov. int. da
Bahia—Fev. 13 de 1811.
João Barbosa de Gouvèa, membro do tI
gov. do Rio Grande do Norte.—Maio
31 de 1782 (pag. 343).
S. João da Barra—freguezia—Março 20
de 1674.
S. João da Barra—cidade—Março 20 de
1674 (6° %) — Junho 17 de 1850 (2°),
S. João da Barra é de novo encorpo-
rada ao Rio de Janeiro—Ag. 31 de
1832.
S. João da Barra—Escola primaria em—
Out. 25 de 1831.
João de Barros, donatario do Maranhão
—Junho 18 de 1535.
João de Barros Braga, cap, mór do Rio
Grande do Norte—Nov. 27 de 1727—
Março 19 de 1731.
João de Barros Guerra. 48°
Pará—Ab. 15 dè 1710.
João Blaar. sargento-mór
Ag. 16 de 1645.
João Braulio Muniz, membro daRegencia
permanente—Junho 17 de 1831.
João de Brito Corrêa, 6° gov. da Para-
hyba—Jan. 28 de 1616.
João' Caetano dos Santos, grande actor
nacional—Out. 18 de 1850—Ag. 16 de
24 de 1863.
Dr. João Caldas Vianna. pres. da prov
do Rio de Janeiro—Fev. 20 de 1843-
Sct. 19 de 1854.

'•-f Dr. Joao Candido dc Dsns e Silva df
scmbargador-Dez. 10 de 1821-Àg. 8
de 1860.
João Capdeville. V. Jacques de Soria.
Joao Carlos Augusto de Ovenhausen
Grevenburg, depois visconde e mar-
! !i quez de Aracaty. governador do Ceará
_~N ov 8 de 1802-Nov. 13 de 1803.
Joao Carlos Augusto de Ovenhausen
Grevenburg, 8» gev. de Matto-Grosso
Nov. 18 de 1807.
João Carlos Augusto de Oyenhausen
Grevenburg, ultimo governador de
_^S. Paulo- Ab. 25 de 1819.
Joao Carlos Augusto de Ovenhausen
;*i) Grevenburg, pres. do governo pro-
_visorio de S. Paulo—Junho 23 de 1821
Joao Carlos Augusto de Oyenhausen
Grevenburg, senador pelo Ceará—
r»' -ff® • (Ceará)-Maio 4 de
182_6(2“)-M aio 19 de 1831.
, I D. João Carlôs Gregorio Domingos Vi­
cente Francisco de Saldanha Oliveira
■e Souza Daun, depois duque de Sal­
danha, 14“ gov. do Rio Grande do Sul
n 1821- N ov. 20 de 1876.
G. Joao (.arios Gregorio Domin^-os Vi­
cente Francisco de Saldanha Oliveira
e Souza Daun, presidente da iunta
gov. do Rio Grande do Sul—Fev. 2'^
de l822~Addenda, vol. II, p ,325~
^col. 2*, Julho 4 e 15. ^ ’
João Carlos de Wilagran Cabrita, coro-
^10 dTl8?6^^^^ >"araguay—Ab. 5
João Carneiro da Silva. 1“ barão de
U ru rah y-Out. 1 de 1851.
Fr. João de Ias Casas, religioso de
S. João de Deus—Out. 28 de 1633
Joao Chrysostofflo Cailado, marechal—
J. J Nov. 7^de 1837—Ab. 1 de 1857.
Padre Joao Chrysostomo de Paiva pro-
curador do bispado de Olinda-Nov
jl de 18/6 (3° §).
Joao Chrysostomo da Silva, coronel, com-
^majidante de Caçapava—Ab. 8 He 1837.
■' *■ Joao Cqrrea de Sá, 30“ gov. do Rio de
^Janeiro—Ab. 11 de 1661.
João Corrêa de Sá. general do Estreito.
2°de^l763 Í’ ‘^í"ahyba do Sul—Set.'
João Corrêa da Silva, nomeado o-ov
geral do estado—Set. 5 de 1669la i-
_tigo separado).
k :> João da Costa, 3“ prelado (io Rio de Ja-
_neiro-Julho 3 de 1629 (5“ S).
Joao da Costa Monteiro, coronel. V. IIos-
f Jerusalem em Pernambuco.
Joao Coutinho de Bragança, cap. mdr
do Rio Grande do Norte—Maio 30 de
J/ol—Dez. 4 de 1757.
56
D. fr. .João da Cruz, .5“ bispo do Rio de
^Janeiro—Fev. .5—Maio í> de 1741.
Joao da Cunha Souto Maior. 11“ «tov de
J'^l^am buco-M aio 13-Set. ""is' de
Dr. João Dabnej»^ de Avellar Erotero,
lente da Academia de S. Paulo—Set.
_1 de 18o9.
João de Deus Men na Barreto, depois
marechal, na guerra dos gaúchos—
^Out. 19 de 1816.
Joao^ de Deus Menna Barreto, vicc-pre-
sidente da junta gov; do R. Grande
_do Sul—hev. 22 de 1822.
Jteão de Deus Menna Barreto, visconde
de S. Gabriel—A g. 27 de 1849 (Vol.
_iJ, Ag. 2/. Rectificações).
Joao Dias Guedes, cap. mor, no ataque
oo pelos hollandezes—Out.
^28 de 1640.
João Dias de Solis, piloto castelhano—
^Out. 8 de 1515—Março 7 de 1739 (2“ S).
Joao Duarte Lisboa Serra, poeta mara­
nhense—Ali. 16 de 1855.
D. Joao Duarte do Sacramento, bispo
eleito de Pernambuco—Junlio 17 de
16M—Jan. 10 de 1686.
S. João d’El-Rei. cidade de Minas Geraes
_-O ut. 8 de 1713.
João Eniesto (1'rincipe), irmão de Mau-
ncio de Nassau—Nov. 23 de 1639.
Dr. João Evangelista de Faria Lobato,
^'Gputado á constituinte—Junho 3 de
Io22.
Dr. João Evangelista de PMria Lobato,
senador por Minas Geraes—Jan. 22
de 1826 Maio4 de 1826 (3“)—Junho 25
de 1846.
D. fr. João Evangelista Pereira da Silva,
o“ bispo-.do Pará—Nov. 28 de 1772.
João Facundo de Castro Menezes (Major)
assassinado no Ceará—Dez. 8 de 1841.
D. Joao Fajardo de Guevara. 2“ com-
I
mandaníe da armada hespanhola—
Jan. 14 de 1625.
João Felix Pereira de Campos na luta
da inílependcncia na Bahia—Dez. 29
de 1822.
Joao Fernandes Vieira, mestre de campo
nas lutas com os hollandezes—Jiiníio
16. 17 e 19—Julho 24—Ag. 2 e 17—
Set. 1 e 3 de 1645—Jan. 13—Juljio 10
—Set. 23 de 1646—Ah. 19 de 1648—
Jan. 10 de 1681—Ag 12 de 1865—Ag.
2 de 1866.
João Fernandes Vieira. 13“ gov. da Pa-
rahyba—Set. 15 de ' 1645—Fev. 12 de
1655.
João Francisco Alves Branco Muniz Bar­
reto. V. Joazeiro (Estrada de ferro).
Joao Francisco Duclerc. V. Duclerc.
 João, Francisco Lisboa, o Timon hrazi- João Leite Pereira dc Castello Branco,
20 de 1863-Maio 27 de membro do gov. int. do Piauhy—Ju­
io u 4 .
lho 13 de 1811.
1). João Franco de Oliveira. 4“ arcebispo D. Joao de Lencastre. duque de Aveiro,
da Bahia—Dez. ,õ de 1652.
João F’urtado de Mendonça. 40" g-ov. do compra a capitania de Porto Seguro
—Out. 10 de 1553.
JDo de Janeiro—Ab. 22 de 1683. D. Joao de Lencastre, .32° gov. da Bahia
Joao Gomes Baldaia. V. Calom;a (Com­ Maio 22 de 1694. V. Palmares.
bate de). ' '
João Gomes Caminha, membro do i>-ov. João de Lery.- hisíoria,dor da expedição
jnterino do i iauhy—Julho 13 de Í81l'. de_Bois-le-Gonte—Set. 10—Nov. 19 de
Joao Gomes Guimarães, vereador de 1.5,56.
Paulo—Maio 6 de 1801. Joao Lins Vieira Cansanção de Sinimbú,
Joao Gomes de Mello, barão de Maroim. ministro do Brazil em Montevidéo—
senauor por Sergipe—Junho 1 de Junho 21 de 1843.
IcUi . João Lins Vieira Cansanção de Sinimbú.
João Gomes da Silveira Mendonça, depois senador pelas Alagoas—Maio 15 de
visconde do Fanado e marquez de 1858.
Sahara, deputado á constituinte— João Lins Vieira Cansanção de Sinimbú,
_Junho 3 de 1822. ministro dos neg. estrangeiros—A ".
, João Gomes da Silveira Mendonça, col- 30 (le 1859. » o
laborador na constituição do ImpérioJoão Lins Vieira Can.sanção de Sinimbú,
Nov. 26 de 1823. ministro da agricultura—Maio 30 de
João Gomes da Silveira Mendonça, se­ ,1862->
nador por Minas Geraes—Jau. 22— João de Lisboa, piloto, visita a costa
Maio 4 dc 1826 (3“)-Ju lh o 2 de. 1827. meridional do Bi-azii — Jan. 24 de
Joao Gonçalves da Silva. V. Hospicio de L506.
^Jerusalem em Pernambuco. João Lobo de Lacerda, cap. mdr da Pa-
João Guilherme Ractclif (Sujiplicio de) rahyba—Vol. I. p. 433. col. 2* : 1734.
—Julho 24 de 1824 (2° iS)- João Lopes da Cpnlia. V. Pará; Con­
j l e 1825. gresso nacional.
Joao Henrique Bohen. reconquistador João Lustosa da Cunha Paranaguá mi­
do R. G. do Sul—Ab. 2 de 1776. nistro da Justiça—Ag. .30 de Í8õ9.
João Ilyk, major hollandez—P'ev. 8 dc João Lustosa da Cunha Paranaguá, se-
1635. iiador i)elo Piauhy—Maio 9 de 1865.
P. João Ilygino de Bittencourt, bispo D. fr. João da Madre" de Deus. 2° arce­
eleito dc Marianna, que recusa—Dez bispo da Bah.ia—Junlio 13 de 1686.
de 1876 (2*). João da Maia da Gama, cap. mor da
João Ignacio da Cunha, barão, depois Parahvba—Vol. I, p. 433.
visconde de Alcantara, senador pelo 1692 (4° §).
Maranlião—Jan. 22—Maio 7 de 1826 João da Maia da Gama. 24° .
71/ Fev. 14 de 1834 e Addenda—Vol. I.
, p. 434, c o l .y , 1834.
João Jorge Maurer. V. Revolta dos mu­
Maranhão—Julho 19 de 1122.
João Aíanuel de Mello, 3° gov. de Govaz
—Juliio 7 de 17,59—AÍ). L3—A g.‘ 17
ckers no R. Grande do Sn
João José da Cunha Fidie (Major), o-ov. João Manuel Menna Barreto, brigadeiro,
das armas no Piauiiv—Dez.'Jde'l8M na guerra do Paraguay—Ag. 12 de
*—Dez. 21 de 1821 (aliás 1822)—Nov 14 1869 (7° i^). o j »
l«22-M aio 15-Junho D. Joao Manuel de Menezes. 8° cap.
29 de 1823. general de Govaz—Fev. 25 de 1800—
Dr. João José Martins Leão. medico Maio 17 de 18Ó3.
campista—Jan. 20 de 1877. Padre João Maiizoni. 15° arcebispo da
Joao José de GJiveii'a Junqueira, senador Bahia—Maio 13 de 1818 (2°)— Ag. 28
pela Baiiia—Mai‘co 17 de 1873. de 1820.
I). Ir. Jo;to <í(í S. José e Queiroz, 4° bistio Dr. João Marcellino de Souza Gonzaga,
do i^ara—Ag. 31 de 1761. presidente das Alagôas—Dez. 12'de
P. Joao Jose Vieira RamaJho. senador 1815.
jie la p .d e S. Paulo—Junlio 26 do 1853. João Martins de Barros. V. Iguatemy.
João vanKoen, coronel hollandez—Junho Dr. .leão Martins de Souza Coutinho
25 de 1637—Out. 28 de 1640— Out. 30 visita 0 Amazonas—Fev. 4 de 1866.
de 1641—Fev. 28 de 1644 (2“ §). João da Malta. V. João da Motta.
 ' I,
— 58 —
João (le Mattos Cardoso, rommandante
1 do forte de Cabedello—Dcz. 2 de 1631.
João Maiiricio dc Nassau { l'rinci])c),
o-ov. liollandez de Pernambuco—Ag.
23—Out. 25 de 1636—Jan. 23—Marco
5. 21 e 27 de 1637—Ab. 8—IMaio 1. 18
e 28—Junho 29—JuJho 22 de 1638-
Set. 2-1 de 1642—Maio 6 e 23—Set. 20
de 1644.
João Maurício Wanderley, depois barão
de Cotegipe. senador pela Baliia—
Maio 9 çle 1856.
João de Mello Quimão (ou Gusmão?),
gov. da capitania do Ceará—Dez, 14
cie 1663—Fev. 25 de 1680.
João Metrowicli, companheiro de Ract-
clif na rebellião de Pernambuco—
Março 17 de 1825.
João de Miranda Ribeiro, fundador do
convento da Lapa na Bahia—Março
5 de 1754.
João da Motta ou da Matta, 19° gov. do
I: Ceará—Set. 25 de 1704.
João de Moura Fogaça, loco-tencnie da
condessa de Vimieiro—Fev. 6 dc 1624.
João de Moura Fogaça, donatário da Ilha
Grande—Out. 2 de 1624.
Fr. João de Neapoli. geral da ordem
franciscana em Roma— Ab. 12 de
1647.
João Nepomuccno Castello Branco. Y.
Conselho administrativo do Piauhy.
I). João de Orellana. V. Esquadra de
I). Fradique.
S. João da Palma, villa de Matto Grosso
—Fev. 25 de 1814.
João Pascoe Grcenfell, depois almirante,
no, Rio da Prata—Mqrço 12 de 1826—
T. ]>. 435. Março 20.
João Pascoe Greenfeli. consul do Brazil
em Liverpool—Março 20 de 1869.
João Paulo Bezerra, ministro de 1). João
IV no Biazil—Nov. -29 de 1817.
João Paulo dos Santos Barreto, general,
ministro da guerra—Maio 31 de 1848
—Out. 24 de 1855-Nov. 1 de 1864.
João Pedro Cáceres. commandante do
forte de Guru pá—Jau. 9 de 1640.
João Pedro da Camara. 2° gov. da ca­
pitania de Matto-Grosso—Jan. 1 de
1765.
João Pedro Dias Vieira, ministro da ma­
rinha—Dez. 14 de 1863.
João Pedro Dias Vieira, ministro de, es-
ti angeiro.s—Março 28 de '1864 (2° §).
João Pedro Dras Vieira, senador pêlo
Maranhão—Out, 30 de 1870.
João Pedroso de Moraes, o terror dos
Índios—Fev. 14 de 1675.
João Pereira Caldas, gov. do Piauhy—
Set. 20 de 1759—Nov. 13 de 1762.
João Pereira Caldas, cap. general do
Maranhão—Nov. 21 de 1772.
João Pereira Ramos de Azeredo Coutinho,
senhor de Marapicú—Out. 23 de 1869
(3° §).
João Pinto Barbosa Pimentel, membro
do gov. int. de Goyaz — Maio 7 de
1778 (2° §).
Dr. João Pinto Ribeiro. V. Restauraçao
_de Portugal.
Joao Pires hVrreira na revolução de Per­
nambuco—Fev, 21 de 1824.
João Popino Caldas, coronel. V. Revolta
de Cuyabá.
Fr. João Porcalho. fundador do mosteiro
de S. Bento no Rio de Janeiro—Ab,
9 de 1607 (2° 5).
João Propicio Menna Barreto, barão de
S. Gabriel—Fev. 9 de 1867—Jan. 27
cie 1875.
D. João da Purificação Marques Perdigão,
18° bisj)0 de Pernambuco— Março 4
de 1779—Set. 14 de 1833—Ab. 30 de
1864.
João Queima de Albuquer^que, chefe dos
guavcurús—Ag. 1 cie 1791.
João Ramalho, degradado portuguez—
A g. 15 de 1526—Ag. 12 de 1531—
.'an. 22 e 25 cie 1.532—Jan. 22 de 1556
—Maio 4—Dez. 25 de 1562—Fev. 15
ae 1564.
João Ramalho (Testamento de) Maio 3
de 1.590,
João Rebello de Lima. cap. mor da Pa-
raiiyba—Julho 18 de 1612.
João cio Rego Castello Branco move
guerra aos indios Greguez-^h?o. Ide
176-í.
João do Rego Cas ello Branco, membro
do gov. "do Piauhy—Jan. 2 de 1775.
P. João Ribeiro Pessoa dc Lacerda,
membro do .governo provisorio de
I'ernambuco—Março 6—Maio 21 de
-317.
Jo/,) Rodrigues Bezerra submette os ín­
dios quequer—Set. 9 de 1780,
João Rodrigues Pereira de Almeida. V .
Museu Nacional.
João Rodrigues de Sá e Menezes, conde
de Ana dia. ministro de D. Joao VI -
Mai-ço 11 de 1808—Dez. 30 de 1809.
João Rodrigues de Vasconcellos e Sousa,
conde de Castello Melhor, 21° gov.
da Bahia—Nov. 4 de 1649—Jan. 4—
üut. 4 de 1650.
JoSo de Saldanha da Gama de Mello
Torres Guedes de Brito, conde da
Ponte, 52° can. general da Bahia—
Dez. 14 de 180.5—xMarç.o 23 de 1806
(2°)—Junho 1 de 1806—Maio 24 de
1809.
 Joao Salomé de Queiroi^a.
neiro—A g. 25 de 1878.
D. t r . João .de Seixas da Fonseca, bispo
de A?vo/)o^i—Junlio 1 de 1880 (3° isV—
Maio 6 de 1681, ^
João Severiano Maciel da Costa, gov.
poi-tiiguez de Cayenjv—Jan. 12 de Í809.
João Severiano Maciel da Costa, deputado
áeonstituinte—Junho 3 de 1822.
João Severiano Maciel da Costa, colla- Lages, senador pelo Ceará—Ab. 1 de
borador na constituição do Imperio— J829 e de 1847.
^Nov. 26 de 1823. João \ ieira de Tovar. V. India Morta.
Joao Severiano Maciel da Costa, viscon­ João Vieira Tovar de All>uquerque. 19"
de. depois inarquez de Quelui:. senador gov. da Ilha do Santa Catharina —
pela Parahyba - Junlio 21 de 1826— _Ag. 11 de 1817 (2‘ )—,lulho20 de 1821.
----- Kov- 19 de 1833. João Wandenkolk. 1" tenente, na guerra
JOi'io da Silva Ferreira, deputado á do Paraguay—Março 2 de 1868.
constituinte-Junho 3 de 1822. Joaquim Alves de Uliveira. major, de-
João da Silva Machado, barão de Anto­ juilado á constituinte—Junho 3 de
nina, senador pelo Paraná—Ag. 4.de 1822.
1854—Março 19 de 1875. . Joaquim do Amor Divino Rebello
João da Silva e Sousa, gov. R. de Caneca, viotima da revolução de
Janeiro—Set. 5—Nov. 5 de 1669. Pernambuco—Maio 25 de 1817--Julho
Joao da Silva Tavares, corunel. na guerra 21 de 1821 (5" í^i—Jau. 13 de 1825.
_do R, Grande do Sul—Ab. 15 de 18.37. . Joa(iuim do lUnor Diviiio ReI)ello
João de Sousa, jesnita assassinado ern Caneca julgado pela commissão mi­
Cananéa—Ag. 21 de 1554. litar—Dez. 20 e 22 de 1824.
D. João de Souza. 10" gov. de Per­ Joaquim Antão Fernandes Leão, minis­
nambuco—Jan. 21 de 1682. tro da marinha—Maio 31 de 1848
João de Souza Falcão, gov. nomeado Joaquim Antao Fernandes Leão. senador
j)ara Santa Catharina—Março 7 de por Minas Geraes—Julho 8 de 1870.
1762 in fine. Joaquim Antonio da Silva Callado.
João de Souto Maior, jesuita, fundador flautista nacional—Março 20 de 1880
do collegio S a n t o Alexandre no {Addenda de março, p. 193).
Pará — Jan. 26 de 1653 — Set. 11 de Dr. Joaquim Barbosa Lima. iniciador
1655 (2° §). do forum de Juiz de Fdra- -Março 20
João Tavares na guerra hollandeza— de 1878.
Dez. 2 de 1645. Dr. Joaquim Bernardino de Sena Ri-
João Tavares de Almeida, gov. da capi­ beiro da Costa deputado á consti-
tania do Coará—Mai'co 24 de 1667. tuinte—Junho 3 de 1822.
João Tavares Roldon. 36" gov. do R. de I). Joaquim Borges de Figueirôa,
Janeiro—Maio 9 de 1679—Out. 20 de bispo de Marianna—Jan. 3—Fe\ 8
1680. de 1772.
João de Teive Barreto e Menezes. 30" D. Joaquim Borges de PMgueirôa. 10"
gov. do Ceará-Março 19 de 1731— arcebispo da Bahia—Ab.' 3 de 1772.
Fev. 2 de 1743. D. Joaquim Borges de FigueirOa. gov.
João de Teive Barreto c Menezes, gov. int. da capitania—Out. 11 de 1769—
do R. Grande do Norte—Out. 22 de Ab. 3 de 1771.
1734. Dr. Joaquim Caetano Fernandes Pi­
Dr. João Theodoro Descourtilz. natura­ nheiro, illustre^cscriptor o professor
lista franccz—Fev. 13 do 1855. lluminense—Jan. 15 de 1876.
João Theodoro Xavier, pres. da prov. Dr. Joaquim Caetano da Silva, notável
de S. Paulo—Junho 24 de 1871. homem de lettras—Fev. 27 de 1873.
João do Valle, missionário jesuita no Dl'. Joaquim Cândido Soares de Meirel-
_Pará—Set. 11 de 1655 (2" §). les. V. Deportados politicos.
Joao van Dorth. V. Van Dorth. Joaquim Corrêa de Mello, botânico jiru-
João de Vcllasco e Molina. 46° cap. mór lista—Set. 21 de 1876—Vcl. II p.33u:
_do Pará—Julho 20 de 1698. Dez. 20.
João de Vcllasco e Molina, gov. da ca­ JoaiiU'm DolpHno Ribeiro da Luz. sn a -
pitania do Esp, Santo—Set. 13 de dor por Minas-Geraes—Julho 8 de
1716. 1870.
 eo
Joaquim Folix da Fonsoca Manso, ('om- Joaquim JoséCodina, V. Expedição scien-
missario da domarcação do limites — íiíica. ^
I'.iai-eo 11 de 17ol. Jo'Ujumi José Fei'reira,engenheiro,mem-
Joaquim Felix de Lima. s:ov. ilo R. Grande bro da commissão de lim ite s-Set. 1
do Norte—Junlio 11 de 17uO-Set. de 1732.
de 1774. Joaquiiu .José Ignacio, ministro da ma-
D. Joaquim Ferreira de Carvalho. 10° rmua. V. Dique imperial.
bisiTo do .Aiaranliao—Fev. 17 de 1795— Joatjuiín José Ignacio, visconde de
Junho 29 tie 1799. Inhaiiraa, almii'ante. na guerra do
Joaquini Filinto de Almeida e Castro, Paraguay—Ag. 15 de 1867-r-Março 8
membro do gov. temporário do Ceará de 1869.
—Jan. 2.'1 de 182o. Joaquim José Luiz de Souza, ten. coronel
Joaquim Filippe dos Reis, membro do na guerra dos Cabanos—Maio 13 de
governct do Pará e Rio Negro—Julho 1836. ■
1 de 1820. Joaquim_José Monteiro Soares, chefe de
Joaquim Filippe dos Reis, commandante divisão da armada que trouxe a í'a-
militar do Rio Negro—Ab. 12 de 1832. milia real—Nov. 29 de 1807.
Di‘. Joaquim Phoriano de Godoy. senador Dr. Joaquim José Pinheiro de Yascon-
por S. Paulo—Maio 14 de 1873. cellos, depois barão e visconde de
Dr. Joaquim Francisco de Faria, gov. Monserraí. V . Governo provisorio da
do bispado de Olinda—Set. 27 de Í8ü6. Bahia.
^ . Revolta jproÁeira. Joaquim José Ribeiro da Costa, encar­
f
Joaquim PYancisco do Livramento, o Ir­ regado do governo do R. Grande do
mão Joaquim— 21 de 1822. Sul—Maio 31 de 1780 (2° §).
yi>ri JoaquiiT^ P’ranco de Sá. senador pelo Ma- Joaquim José Rodrigues Torres, visconde
ranhao—Nov. 10 de 18.51. de Itaborahy, senador pela provincia
! s
tf Joaquim Francisco Vianna, senador oelo do R. de Janeiro—i^Iaio 4 de 1844—
( - Piauhy—Maio 7 de 1853—Ab. 11 de Jan. 8 de 1872.
ii 1 1'lb'
''
1864. Dr. Joaquim José da Silva, professor da
Joaquim Gambôa, tenente, na guerra do Escola de Medicina do R. de Janeiro
—Ag. 25 de 1791.
M Paraguay—Out. 1 de 1868 (o° §).
Joaquim Garcia Pires de Almeida, es- Joaquim José da Silva Guimarães Junior
í lli 1 . 'fr crijitor dramatieo—Março 28 de 1873. gravador de medalhas—Maio 10 de
1878.
■1' AiS Dr Joaquim Gomes de Souza, genio da
mathematica no Brazil—Junho 1 de Joaquim José da Silva Sanctiago na luta
1863. da independência na Bahia—Dez. 29
D. Joaquim Gonçah^es de Azevedo, 3° de 1822 (4° §).
bispo de Govaz—Dez. 10 de 1864— Joaquim .José da Silva Sanctiago, com-
Julho 1 de 1866. niandante das armas do Pará—PYv.
D. Joaquim Gonçalves de Azevedo. 19° 22 de 1823—Jan. 7 de 1835.

'IÍ f:
111 1 'V
arcebispo da Bahia—Julho 1 de 1866
—Maio 14 de 1877.
Joaquim
ataque
de 1832.
José da Silva Sanctiago no
ao arraial de Jacuii)e—Dez. 24
Joaquim Gonçalves Ledo, eorypheu da Joaciuim José da Silva Xaxier, o tira-ãen-
independência patria. procurador da íes—Ab. 14 de 1791 —Ab. 21 de 1792.
província do R. de Janeiro—Junho 2 Joaquim Le Breton. Ah Breton.
de 1822.
Joaquim Gonçalves Ledo, deputado á Joaquim Manuel Carneiro da Cunha, de­
putado á constituinte—Junlio 3 de
constituinte-Junho 3 de 1822—Maio 1822.
19 de 1847.
Dr. Joaquim Ignacio Ramalho. lente da Joaquim Manuel Carneiro da Cunha, de­
Faculdade de direito de S. Paulo— portado co.m os Andradas—Nov. 20
Junho 17 de 1875. de 1823.
Joaquim Manuel do Couto, m. do gov.
Joaquim Ignacio de Siqueira Bulcão, 1° int. de S. Paulo—Dez. 10 de 1802-
barao deS. Francisco (Brazil). 5'. Go­ Junho 12 de 1808.
verno provisorio da Bahia. Joaquim Manuel de Oliveira Figueiredo,
Joaquim Jeronymo Fernandes da Cunha, 2° tenente, na guerra do Rio da Prata
senador pela Bahia—Maio 17 de 1871. —Jan. 18 de 1827.
Joaquim José de Almeida, commandante Joaquim Marcellino de Brito, presidente
das armas de Pernambuco—Ab, 30 do Sup. Tribunal de Justiça—Jan. 27
de 1823. de 1879.
IJt
dl! V
'i.
|i|r
 Joaquim Marques lasboa, visconde de
Tamandaré, almirante, na guerra do
araguay—Dez. 13 dc 18Ü7—8et. 1.
~ c 3 de 1836.
Joaquim de Mello Leite Cogominlio de
Lacerda, marechal, na revolução de
Pernambuco—Maio 15 de 1817.
Joaquim de Mello Povoas, gov. da ca­
pitania do Rio Negro—Maio 26 de
1758—Março 12 de 1806.
Joaquim de Mello Povoas, 35“ cap. ge­
neral do' Maranhão—Julho 16 de 1761
—Julho 29 de 1775.
D. Ir. Joaquim de Nossa. Senhora de
Nazareth, membro da Junta governa­
tiva do Maranhão—Ag. 2i de 1819 in
pne.
D. ír. Joaquim de Nossa Senhora de
Nazareth, bispo de Leonthópoli. 12“
bispo do Maranhão—Maio 11 de 1820.
Joaquim Nunes Machado. V. Revolta
liraieira:
Joaquim de Oliveira brigadeiro,
na acção de Catahm—Jan. 4 de 1817.
Joaquim Pedro oílicial dos re­
beldes do Rio Granflc—Ag. 17 de 1844.
Joaquim Pereira Jorge Guaraciaba, co-
nego. vigário de S. Fidelis—Ab. 23
de 1809 (4“ e 9“ |§).
Joaquim Pereira de Macedo, vice-presi­
dente da junta gov. do Pará—Jan. 1
de 1821.
Dr. Joaquim Pinto Brazil, professor de
philosophia—Nov. 9 de 1875.
Joaquim Pinto Madeira, coronel de mi-
licias no Ceará—Dez. 14 de 1831—Ab.
4 dc 1832 (Addenda de abril, p. 272)
—Nov. 26 de 1834.
Joaquim Pinto Madeira—Assassinato ju-
ridico do coronel—Nov. 26 e 28 de
1834.
Dr. Joaquim Pinto Netto dos Reis, 1“ ba­
rão de Carapebús—Março 12 de 1867.
Joaquim Pires Carneiro Monteiro, cnge-
nheii’0. V. Alagoas: encanamento
■d’agua potável.
Joaquim Raymundo de Lamare, comman-
dante dã nau Pedro J—Março 21 de
1823.
Joaquim Raymunclo de Lamare. almi­
rante, ministro da marinha—Maio 30
de 1862.
Joaquim Rebello da Fonseca Rosado,
45“ gov. da Parahyba—Out. 25 de
1821.
Joaquim Saldanha Marinho (Conselheiro',
presidente de Minas-Geraes—Ab. 21
de 1792 (10“ §)—Maio 4 de 1816.
Joaquim Silverio dos Reis, denunciante
. da conjuração de Minas. V. Incon­
fidência.
Joaquim deSouza Martins, commandante
das armas do Piauhv—Março 13—Ab.
16 de 1823.
Joaquim Theophilo da Trindade, poeta
mineiro—Fev. 19 de 1879.
Joaquim Thoinaz do Amaral, barão de
Cabo-Frio—Ag. 16 de 1818.
Joaquim Tinoco Valente, gov. int. da
cap. do R. Negro—Março 12 de 1806.
Dr. Joaquim A'elloso dc Miranda, botâ­
nico mineiro—Julho 26 dc 1778.
Dr. Joaquim Velloso Tavares, director
int. da Bibl. da Marinha—Dez. 16 de
1809.
Joaquim Vicente dos Reis (Coronel), in-
ícoducíor da vaccina em Campos—Ag.
26 de 1802 (2“ §).
Joaquim Vieira da Silva e Souza, se­
nador pelo Maranhão—Junho 23 de
.1864.
Joaquim Xaxier Curado, depois conde
de S. João das Duas Bai'ras. gov. de
Santa Catíiarina—Dez. 8 de 1800—
Março 30 de 1816.
Joazeiro (Estrada de ferro do)—Nov. 14
de 18.53—Março 24 dc 1860.
Johan Kijf, general hollandez—Ab. 28
de 1625.
Johan van Dorth. V. VaiiDorth.
Johan Gysselingh. V. Gysselingli.
Joinville (Principe de)-^Març.o'27-Maio
13 de 1843.
Jol (Cornclio CornePssen), o perna dc
páu, almirante hollandez—Out. 30
de 1628—Julho 22 de 1638—Fev. 26 de
1640.
Jordão Homem da Costa, fundador de
Ubatuba—Out. 28 de 1637 (2“).
Jorge de Albuquerque. 3“ donatario de
Pernambuco—Set. 24 de 1534 (2° ^)
—Ab. 29 de 1539—Julho 22 de L572-^
Jan. 6 de 1573—Ag. 4 de 1578. -fbr.f
Jorge dc Avilez, general portuguez—Jan.
11 de 1822.
Jorge de Avilez Juzarte de Souza Ta­ ‘lí.
vares. V. Jorge de Avilez.
Jorge de Barros Leite, 18“ cap. mór do
Ceará—Dez. 23 de 1702.
Jorge Corrêa. V. Collegio de S. Miguel.
V. Ilha Grande.
D. Jorge Eugenio de Lossio c Seilbtz,
membro do gov. int. de Pernambuco
—Set. 20 de"l808.
Jorge de Figueiredo Corrêa, donatario dos
llhéos—Ab. 1 de 1535.
Jorge Guilherme Brown, almirante ar­
gentino. V. Brown.
D. Jorge de Mascarenhas. marquez de
Montalvão, 1“ vice-rei do Brazil—
Junho 5 dc 1640—Ab. 15 de 1641.
 — 62
I). Jor<^o, (le Menezes e Simão do Gastello
liranco, iidal<ios def^radados para o
Lsp. Santo—Maio 2 5 de 15d5.
S. .lor^e da Mina ein Gniné. ataeada
))olos hollandezes—Junlio 25 dc 1037.
iadj-e Jorge Moreira, vigário dc S. Paulo
—Fev. 18 de 1591.
Jorge Ottoni—Al). 21 de 1792 (10° §).
Joi-gc de Sampaio, enmplice de Manuel
IJeekinan—Nov. 2 do 1085.
w .: Jornal do Conimei eio do Rio de Janeiro
—Al). 1 do 1820.
Jornalismo Campista—Jan. 12 de 1831.
D. José J. rei de Portugal—Julho 31 de
1750—Fev. 24 dc 1777 (2°).
IJ. Jose, j)rincipe titular do Brazil—
-M a io 13 de 1777—Set. 11 dc 1778.
José de Ahreu, barão de Serro Largo,
general, nas guerras do Sul—Out. 3
de 1810-Jan. 3 e 4 dc 1817—Jan. 22
—Dcz. 13 de 1820—Fev. 20 de 1827.
P. José de Abreu e Silva, deputado
suftplente á constituinte-Junho 3 de
1822.
José Adorno, genovez, quo ac-ompanhou
Anchieta — Ah. 21 de 1 5 0 3 -Ab. 24
h) de 1589.
D. Jo/e Alfonso de Moraes Torres, 9°
l)isj)0 do Pará—Maio 13 de 1843.
José Agrella Jardim. V. Ceará: Junta
governativa.
IV ,, Jo.se Albano Fragoso, juiz do crime—!,
p. 434, col. 2“, 1834.
José Alexandre Carneiro Leão, visconde
de S. Salvador de Campos—Março 5
\li c 30—Set. 4 de 1843—Set. 3 de 18G3.
José de Almeida Vasconcellos Several
de Carvalho, depois barão de Mos-
sâmedes e visconde da Lapa, 5°' gov.
de Goyaz—Julho 25 de 1772—Set. 7
de 1773—Maio 7 de 1778.
Dr. José Alvares do Couto Saraiva, de­
putado á constituinte— Junho 3 de
1822.
Dr. José Alves Maciel — Junho 28 de
1789. V. Inconfidência.
i;
José Alves Rangel, 1° barão de S. João
da Barra—Nov. 1 de 1855.
P. José de Anchieta, thaumaturgo do
Brazil—Set. 24 de 1553—Jan. 25 de
1554—Dez. 9 de 1559—Aby21 de 1563—
.11 Julho 1 de 1582—Dez. dc 1584-
l> i; Junho 9 dc 1597.
P. José Antojiio Caldas, deputado á
constituinte—Junho 3 de 1822.
José Antonio da Camara—Março 30 de
1818 m fine.
José Antonio Corrêa da Camara,general,
depois visconde de Pelotas, na guerra
do Paraguay—Dez. 11 de 1868 (6° §)—
Março 1 de 1870.
—
José Antonio Corr(;a da Camara, visconde
(le 1 elotas, senador j)elo R. Grande
do Sul-Marro 31—Junho 5 de 1880.
José Antonio Ferreira. V. Membros da
da junta provisória..Juntadogov.con­
stitucional (Piauhy).
José Antonio Freire de Andrada, gov.
mt. da cap. de Minas-Geraes—Fev.
1/ de 1752
José Antonio Freii-e de Andrada, gov. do
R. de Janeiro—Março 22 de 1753.
José Antonio Machado. V. Ceará- o-ov
provisorio. ®
Jose Antonio Marinho (Monsenhor) pa-
20 de 1842-Março
13 de18o3. ^
José Antonio Moreira, conde de Ipanema
—Junho 28 de 1879.
José Antonio Pimenta Bueno, depois
mar(]uez de S. Vicente, senador pela
prov. de S. Paulo—Maio 7 de 18d3—
Pev. 19 de 1878.
D. José Antonio dos Reis. 1° bisno de
C uyabá-A g. 27 de 1831-üut. 11 de
lo /ü.
José Antonio Salgado, gov. int. da cap.
cio R. Negro—Março 12 de 1806.
Jose Antonio Saraiva, fundador da ci­
dade Therezina—Junho 19 de 1861.
José Antonio Saraiva, senador pela Ba­
hia—Junho 3 de 1869.
José Antonio Saraiva, presidente do con-
s e lh o -Março 28 de 1880.
Dr. José Antonio da Silva Maia, depu­
tado á constituinte—Junho 3 de 1822.
Dr. José Antonio da Silva Maia, senador
por Goyaz—Maio 27 e 30 de 1843.
1 . José Antonio de Souza, 1“ parrocho de
Quissamã—Ag. 26 de 1802.
José de Araujo Ribeiro, visconde do Rio
Grande, senador pelo R. Grande do
Sul—Dez. 28 de 1849.
José Arouche de Toledo Rendon, ma­
rechal, deputado á constituinte—Ju­
nho 3 de 1822.
José Arouche de Toledo Rendon, com-
mandante das armas em S. Paulo—
Julho 21 de 1822.
José Arouche de Toledo Rendon, 1» di­
rector da Acad, de S. Paulo—Ag. 11
de 1827 (6° §).
Dr. José de Assis Alves Branco Moniz
Barreto, 4* bibliothecario da Bibl.
Nacicinal-Março 17 de 1853.
Dr. José Avelino Barbosa. V. Vaccina.
José de Azevedo Cabral, juiz de fdra de
Campos dos Goytacazes—Nov. 11 de
1801.
 D. José de Barros Alarcao, 2° bispo do
R. de Janeiro—Junho 13 de 1(382—
Março 8 de 1685—Out. 25 de 1689—
Ab. 6 de 1700.
José de Barros Falcão de Lacerda, com-
mandante das annas de Pernambuco
—Ab. 30 de 1823.’
José de Barros Lima, capitão de arti­
lharia em Pernambuco—i\larço 6 de
1817.
José Basilio da Gama, poeta mineiro—
Julho 31 de 1795.
Dr. José Bento de Araujo, presidente da
prov. de Santa Catharina—Dez. 13 de
1876.
José Bento da Cunha e Figueiredo, se*
nador por Pernambuco—Junho 23 de
1869.
Dr. José Bento da Cunha e Figueiredo
Junior, presidente das Alagoas—Dez.
2 de 1869 (2*).
p . José Bento Leite Ferreira d Mello,
senador por Minas-Geraès—Ag. 13 de
1834.
Dr. José Bento da Rosa, lente da Escola
de Medicina do Rio do Janeiro—Dez.
21 de 1879.
José Bernardes de Castro, administrador
da Imprensa régia—Maio 13 de 1808
(2\ 4“ §).
Jose Bernardino Baptista Pereira de Al­
meida (Conselheiro)—Jau. 29 de 1861.
José Bonifacio de Andrada e Silva, o pa
triarcha, membro da junta gov. de
S. Paulo—Dez. 14 do 1821.
José Bonifacio de Andi’ada (o patriarcha).
deputado á constituinte—Junho 3 de
1822.
José Bonifacio de Andrada (o patriarcha),
ministro de D. Pedro I—Junho 13 de
1763—Jan. 16 de 1822 (2")—Fev. 16—
Out. 28 de 1822—Fev. 27—Ab. 4 de 1825
—Ab. 6 de 1838—Julho 23 de 1872.
José Bonifacio de Andrada, tutor dos
filhos do primeiro imperador—Dez.
30 de 1830 (6° §) — Ab. 6 —Junho 30
de 1831-Dez. 15 de 1833 (Prisão).
Dr. José Bonifacio de Andrada e Silva,
ministro da marinha—Maio 24 de 1862.
Dr. José Bonifacio de Andrada e Silv^
4 ^ ministro do Império—Dez. 14 de 180)6;
Dr. José Bonifácio de Andrada e Silva,
senador por S, Paulo— Ag. 12 — Ag.
19 de 1879.
José Borges de Barros^JesuitaJ^iiano—
Março 10 de
José Borges do I&QvM—Kg. 3 de 1801
(G° §)• ' '
D Jose Botelho de Mattos, 8“ arcebispo
da Bahia—Fev. 5 de 1741—Junho 22
de 1771 (6° §).
D. José Botelho de Mattos, arcebispo,
membro do gov. geral do estado—
Ag. 7 de 17.54—Nov. 22 de 17(57.
José Caetano Alves. V. Contracto do
quinto dos couros;
José Caetano de Andrade Pinto. V. Questão
entre a França e os Estados-Unidos.
IJ.J
José Caetano Ferreira de Aguiar, sena­
dor pelo Rio de Janeiro—Jan. 22 de
1826—Maio 4 de 1826 (3'')—Julho 27
de 183/
D . José Caetano da Silva Couti' ho. 8°
bispo do Rio de Janeiro—.11). 25 e 28—
Maio 13 de 1808 (4“) — Nov. 10 de
1822.
D. José Caetano da Silva Coutinho, de--
putado á constituinte — Junho 3 de
1822.
D. José Caetano da Silva Coutinho. se­
nador jiela prov. de S. Paulo—Maio
29—Junho 22 de 1826.
S José dos Campos. Vide S. José do
Parahyba.
José Carlos de Carvalho, tenente-coronel,
na guerra do Paraguay—Ab. 17 de
1866.
José Carlos Mayrink da Silva h'errão,
senador pela p. de Pernambuco—
Jan. 22—Maio 4 de 1826 (3")—Jan. 15
de 1846.
José Carlos Pereira de Almeida^TmTcs,
visconde de Macahé—Março 7 de
1848.
José Carlos Pereira de Almeida Torres,
senador pela Bahia—Junho 20 de
1843.
José Carlos Pereira de Almeida Torres,
ministro do Império — Nov. 21 de
1845.
José Carneiro da Silva, visconde de Ara-
■ ruama—Maio 3 de 1864.
José de Carvalho de Andrade, chanceller,
membro do gov. geral int. do estado—
Julho 6 de 1760 (2° §).
D. José de Castello Branco, conde da
Figueira, gov. do R. Grande do Sul—
Julho 4 Addenda: wo\. II, p,
325: Julho 4.
José de Castro e Silva. V. Ceará: Junta
governativa,
Jose Cavalcanti de Albuquerque. V.
Pará: Congresso nacional,
José Cesar de Menezes, 32° gov. de Per­
nambuco—Ag. 31 de 1774—Março 19
de 1775.
JoséCesario de Miranda Ribeiro, senador
por S. Paulo—Maio 4 de 1844—Maio
7 de 1856.
José Clarque Lobo, m.embro do gov. int.
da Bahia—Julho 31 de 1783.
 6-1

Jose CJemenie Pereira. 1» -juiz (]e fora

do Aicieroy—iiaio iO d e‘l819. Jose Egydio Alvares de Almeida, b.arão,
viscon.ie. depois marpuez do Santo
Jose Ciemenic Pereii'a,])rcsidente da ca- Amaro, deputado á constituinte—Ju­
mara do Pv. do Janeiro—Aiaio 23 do nho 3 de 1822.
18'íá. EJementoservil.
José CJemente Pereira, ministro da «’uer- José Egydio Alvares de .Almeida, colla-
ra—Set. de 1S42. borador na constiturção—Nov. 26 de
José Clemente Pereira, senado’’ nela p
do Pará—Dcz. 31 de 1842-Jai'i. 24 de José Egydio Alvares de Almeid.a, signa-
18i3—ivíarço 10 de 1854—Xov. 2 »de tario do acto de reconhecinmnto
loo8 • Impei-io Ag. 29 de 1825
José Egydio Alvares de .Alnneii.m. sena-
JoséClemente ■ ’ creira (Estatua a)—Jaiilio
14 de 1857. Y. Hospicio de Pedro II. doi pelo R. de Janeiro—Jan. 22—
I adre José Coelho, gov. int. da i)relazia Maio‘ 4 de 1826 (3
do R. de Janeiro—Out. Id de 1Ü30 José Eloy Ottoni. poeta mineiro—Out. 3
■ -I“)- de 1851.
José Constantino Gomes de Castro (Co- José Eloy Pessoa, brigadeiro—Marco 2
nego)—Ab. 5 do 1824 (3° §). de 1841.
D. jr. José de Santa Escolastica. 13° ar-
D r -José Corrêa Pacheco e Silva, doj)U-
tado supplento á constituinte—Junho cebis))o da Bahia—Out. 25 de 1803—
3 de 1822. Jan. 3 de 1814.
Dr. José Correa Pachcc e Silva, mem­ D. ir. José de Santa Esr^olastica. mem­
bro do gov. provisorio—Junho 25 de bro (io gov. int. do Estado—Maio 24
1822 (2“). de 1809.
f r. José da Costa Azevedo, botânico fiu- D. ír. José de Santa Escolastica. abbade
. minense-Nov. 7 de 1822. geral de S. Bento na Bahia—Junho 17
Dr. José da Costa Carvalho, deputado á de 1829.
constituinte—Junlio 3 de’l822. José heliciano de Castilho Barreto c No­
Dr. José da Costa Carvalho, membro da ronha Conselheiro)—Fev. 11 de 1878.
Regenria permanente—Junho 17 de José Feliciano Fernandes Pinheiro.depois
1831. visconde de S. Leoj)oldo. deputado á
Dr. José da Costa Carvalho, presidente constituinte—Junho 3 de 1822.
da prov. do S, P a u lo -Maio 13—Junho José Feliciano Fernandes Pinheiro, vis­
0 de 1842. conde de S. Leopoldo, senador por S.
Dr. José da Costa Carvalho, barão e Paulo—Jan. 22—Maio 4 de 1826 (3A—
marquez de Monte-Alegre, senador Julho 6 de 1847.
por Sergipe-Maio 4 de 1844—Set. 29 José Feliciano Fernandes Pinheiro, 1°
de 1848—Set. i8 de 1860. presidente do Inst. Historico-
Jose da Costa Lima, membro do gov. de 1838.
int. da Baliia—Ag. 15 de 1803. José Feliciano Pinto Coelho. Y.
José da Cruz Gouvêa, deputado á consti­ lião de Minas.
tuinte—Junho 3 de 1822. José Felix Pereira de Burgos, depois ba-
José da Cruz Gouvêa, deportado com os rao de Itapicurú-merim, gov. das ar­
Andradas—Nov. 20 de 1823. mas do Maranhão—Maio 31 de 1824—
D. José da Cunha Grã dc Athayde e Ag. 7 de 1831 (2° §),
Mello, conde de Povolide, gov. de José Fernandes da Costa Pereira (Dr.)
Pernambuco—Ab. 14 de 1768—Julho presidente da p. de S. Paulo—Maio 30
2 de 1769. de 1871.
D. José da Cunha Grã de Athavde e José Fernandes da Costa Pereira (Dr.),
Mello. 46° gov. da Bahia—Out.' l l de ministro da Agricultura—Jan. 28 de
1769—Ab. 3 de 1774. 1873.
P. José Custodio Dias, deputado sup- José Fernandès Portugal, hydrographo,
plente á constituinte—Junho 3 de membro do gov. provisorio de Per­
1822. nambuco—Março 6 de 1817.
P. José Custodio Dias, senador por Mi- P. José Ferreira Nobre, deputado á
nas-Geraes- Set. 18 de 1835. constiflünte—Junho 3 de 1822.
José Custodio de Sá e F'aria, gov. do R. D. frei José Fialho, 6° bispo de Olinda—
Grande do Sul—Junho 16 de 1764— Fev. 21 de 1725 in fine—Nov. 17 de
Out. 13 de 1765. 1725.
D. fr._ José Deigarte, 3° bispo do Mara- D. írei José Fialho, 7° arcebispo da Ba­
nhao-D ez, 24 de 1717.
hia—Nov. 25 dc 1722—Fev. 2 dc 1739.
 — 65
José Francisco de Arruda Camara. V.
Revolta praieira.
José Francisco Guimarães. V. Depor­
tados politicos.
José Francisco de Paula Cavalcanti de
Albuquerque, gov. do R. Grande do
Norte—Março 23 de 1806.
José Francisco Perné, piloto—Junho 19
de 1777.
Dr. Jo.sé Francisco Sigaud. fundador do
Instituto dos meninos cegos—Set. 16
de 1854—üut. 10 de 1856—Junho 19 de
1859.
Dr. José Gomes da Fonseca Parahyba,
redactor do Campista e do Goytacaz—
Jan. 1 de 1831.
José Gabriel de Moraes Meyer. V. Ahri-
Zacfa em Pernambuco.
José da Gama Lobo Coelho d’Eça, mem­
bro do governo int. de Santa Catha-
rina—Jan. 19 de 1800.
D. José Garro, gov. de Buenos-Ayres—
A g. 7 do 1680.
José Geraldo Bezerra de Menezes—Maio
18 de 1823.
José Gonçalo Garcia Reis instituo patri­
mônio para a capella de N. Senhora
da Corrente na villa do Penedo—Dez.
7 de 1764.
José Henriques de Carvalho, gov. da
Parahyba — 1, p. 433. cal. 2% 1734
§)•
Dr. José Henriques de Paiva. V. Aca­
demia seientiflea.
José Ilenriqaes Pereira. V. Junta gover­
nativa do Ceará.
José Ignacio de Abreu e Lima (General),
historiador nacional—Março 8 de 1869
(2*). V. nos Addenda do 1° vol. o
de Ab. 6 de 1796—I, pag. 435, Ab. 6.
José Ignacio Borges, gov. da cap. do R.
G. do Norte—Março 23 de 1806(3° §)
—Jan. 22 de 1812—Dez. 16 de 1816—
Dez. 16 de 1838.
José Ignacio Borges, senador por Per­
nambuco—Jan. 22— Maio 4 de 1826
(3°).
José Ignacio de Brito Bocarro Castanhe-
da.mcmbro do gov. int. da Bahia—Ju­
lho 31 de 1783.
José Ignacio Madeira de Jesus, V. Con­
selho administrativo do Piauhy.
José Ignacio Ribeiro de Abreu e Lima,
0 padre Março 26 de 1817.
José Ignacio Silveira da Motta, senador
por Goyaz—Maio 8 de 1855.
José Ildeíonso de Souza Ramos, depois
barão das Tres Barras e visconde do
Jaguary, presidente da provincia do
Piauhy—Dez. 30 de 1843,
José Ildefonso de Souza Ramos, senador
por Minas-Geraes—Maio 25 de 1853,
JoséJacome de Menezes Doria—Maio 21
del823(3°§). ^
José Joaquim de Andrade Neves, barão
do Triumpho, na guerra do Paraguay
—Out. 3 de 1867—Fev, 19—Ag. 28—
Dez. 21 de 1868—Jan. 6 de 1869.
José Joaquim Cândido de Macedo Junior,
mallogrado poeta rio - grandense —
Março 5 de 1860.
Dr, José Joaquim Carneiro de Campos,
ministro do Império—Ag. 8 de 1823.
Dr. José Joaquim Carneiro de Campos,
collaborador na constituição do Impé­
rio—Nov. 26 de 1823.
Dr, José Joaquim Carneiro de Campos,
marquez de Caravellas, senador pela
Bahia—Maio 4 de 1826 (2*)—Set. 8 de
1836.
Dr, José Joaquim Carneiro de Campos,
membro daregencia provisória—Abril
7 de 1831 (5* %).
Dr. José Joaquim Carneiro de Campos,
membro üa regencia permanente—
Junho 17 de 1831 (2* §).
Dr. José Joaquim de Carvalho, senador
por Pernambuco—Jan, 22 de 1826—
Maio 4 de 1826 (3°) — Maio 5 de 1837.
D. José Joaquim da Cunha de Azeredo
Coutinho, bispo de Pernambuco e
d’Elvas—Nov, 21 de 1791—Dez. 25 de
1798- wSet. 12/dc 1821.
D, José Joaquim da Cunha de Azeredo /
Coutinho, gov. interino da capitania ..
—Dez. 13 de de 1787- Dez. 29de 1798.
José .Joaquim Fernandes Torres, senador
pela provincia de Minas Geraes—Ab.
28 de 1848-Dez. 24 de 1869.
José Joaquim Freire. V. Expedição scien-
íiíica,
D. José Joaquim Justiniano Mascarenhas
Castello-Branco, 7° bispo do Rio de
Janeiro—Dez. 6 de 1773 (10* § )— Maio
29 de 1774—Ag, 26 de 1802.
José Joaquim Muniz Barreto de Aragãe,
depois barão de Itapororocas. V. Go­
verno provisorio da Bahia,
José Joaquim Nabuco de Araújo, barão
de Itapoan, senador pelo Pará—Jan.
22 de 1826—Maio 4 de 1826 (3°) — Ab.
20 de 1840.
José Joaquim Raposo. V. Laocoonia.
José Joaquim da Rocha, deputado á con­
stituinte—Junho 3 de 1822,
José Joaquim da Rocha deportado com
os Andradas—Nov. 20 de 1823.
José Joaquim Victorio da Costa, gov. da
cai)itania do Rio Negro—Out. 27 de
1799- Março 12 de 1806,
; f.i

Padre Jo«e Jeaquim Xavier Sobreira,
deputado á constituinte—Junho 3 de
18í?2.
Padre José Joaquim Xavier Sobreira,
membro do governo temporário do
Ceara—Jan. 23 de 1823.
José Leandro de Carvallio, notável pintor
flüminense-Nov. 9 de 1834—Fev. 8
de 1846.
José Leandro de Carvalho—Quadros de—
A g. 24 de 1789.
José Liberato Barroso, ministro dos ne­
gócios do Império—A g. 31 de 1864.
Jose Líno Coutinho. deputado ás côrtes
de Lisboa—Out. 6 de 1822—Nov. 22 de
1822 (2‘ ).
José Lino Coutinho, ministro da Regencia
6i1 —Out. 25 de 1831.
José Lino de Moura, thesoureiro fun­
dador do Inst. Ilistorico—Nov. 25 de
1838.
José Lopes de Lemos, secretaiio da junta
provisória do Maranhão--Maio 14 de
1824.
D. José Luiz de Castro, conde de Rezende
5° vice-rei no R. de Janeiro—Set. 25
de 1778—Junho 4 de 1790.
Dr. José Luiz de Mendonça, membi’o do
gov. revolucionário de Pernambuco
—Março 6 e 10—Junho 12 de 1817.
D. José Luiz de Menezes Abranches Cas-
tello Branco, conde de Valladares,
gov. de Minas Geracs—Julho 16 de
1768.
José Luiz Menna Barreto, general, na
guerra do Paraguay—Dez. 21 de 1868.
Jose Manuel da Fonseca, senador per
. S. Paulo—Ag. 3 c^e 1854.
José Manuel de Moraes, general, apre­
senta á Constituinte o d^ecreto da sua
dissolução—Vol. I, eol. 2‘ , p. 355.
José Marcellino de Figueiredo, nomesup-
pOsto de Manuel Jorge Gomes de Se­
pulveda. V, este nome.
Jose Marcellino Pereira de Vasconcellos,
advogado provisionado—Nov. 26 de
1874—Rectiíicações, vol. II, pag. 326,
col. 2“: Nov. 26.
Dr. José Marcellino da Rocha Cabral,
sodo fundador do Inst. Ilistorico—
Nov. 25 de 1838,
José Maria do Amaral, ministro do Bra­
zil na rep. do Paraguay—Maio 17 de
1857.
D. fr. José Maria de Arauio, 14° bisno
de Ü linda-A b. 13 de 1804. ^ P . José Martiniano de Alencar no le-
D. ír. José Maria de Araujo, membro do
governo int. de Pernambuco—Set. 20
de 1808.
66 —
Dr. José Maria de Avellar Brotaro inau
gura 0 curso da Acad. de S. Paulo—
Ag. 11 de 1827 (5° §).
José Maria Cambucy do Valle, secret. ^
do general Labatut—Maio 21 de 1823^ ^ ílil
Fr. José Maria de Macerata. 3° prelado
de Cuyabá—Maio 27 de 1824.
José Maria de Moura, gov. das armas do
Pará e Rio Negro—1322 (1° vol., pag.
270)—Out. 19 de 1822.
José Maria Pinto Peixoto, marechal—
Ab. 3 de 1832 (alias 1833) in fine—
Maio 5 de 1861.
José Maria da Silva Bittencourt, com-
mandante das armas do Pará—Ag. 7
de 1831 (3° §).
Jesé Maria da Silva Paranhos, visconde
do Rio Branco, senador por Matto-
Grosso—Maio 5 de 1863. V. Elemento
servil.
José Maria da Silva Paranhos, ministro
da marinha^^Set. 7 de 1853—Set. 21
de 1861.,.,
Jose Marianni, presidente do Pará-?A.b.
16 de 18.33,
José Marianno de Albuquerque na re­
volução de Pernambuco—Ab. 30 de
1817 (2° §).
José Mpianno de Albuquerque Caval­
canti, deputado á constituinte—Junho
3 de 1822. V. Icó (Combate do).
José Marianno de Azevedo Coutinho, pro­
curador geral da provincia do R. de
Janeiro—Junho 2 de 1822.
Fr. José Marianno da Conceição Velloso,
franciscano, naturalista-Julho 14 de
1811.
José Marianno de Mattos, official dos re­
beldes do R. Grande—Ag. 17 de 1844.
José Marianno de Mattos, ministro da
guerra—Dez. 14 de 1863.
Jose Marques Guimarães (2° tenente). V.
Naufragio da corveta I). Isabel.
P. José Martiniano de Alencar na re­
volução de Pernambuco e Ceará—Maio
19 de 1812 (2° §)—Ab. 30 de 1817 (Ad­
denda de abril).
P. José Martiniano de Alencar, deputado
á constituinte—Junho 3 de 1822.
P. José Martiniano de Alencar, depor­
tado com os Andradas—Nov. 20 de
1823.
P. José Martiniano de Alencar, senador
pelo Ceará-Maio 2 de 1832—Março
16 de 1860.
''‘^tttfmiento de Pinto Madeira e na
sedição de Torres e Jacarandá—Dez.
15 de 1834—Dez. 14 de 1840.
 Dr. .José Martiniano de Alencar (Conse­
lheiro), romancista e dramaturgo na­
cional----- Dez. 12 de 1877.
José Martiniano da Rocha Bastos, ou­
vidor da villa do Crato—Maio 7 de
1836.
Dr. José Martins da Cruz Jobim. senador
pelo Espirito-Santo—Maio 6 de 1851—
A g. 23 de 1878.
José Martins Pereira de Alencastre, pre­
sidente das Alagoas—Dez. 7 de 1866.
José Martins Pinheiro, barão'da Lagôa
Dourada—Julho 29 de 1876.
José Martins Rocha, secretario da ca-
mara do Rio de Janeiro—Maio 13 de
1822.
P . José Mauricio Nunes Garcia, insigne
compositor fluminense—Ab. 18 de
1830.
D. José de Mello Manuel, gov. da ilha
de Santa Catharina—Out. 25 de 1753.
D. José de Menezes, almirante da es­
quadra em soccorro de Pernambuco
—Addenda de setembro, p. 172, col. 2=',
set. 7.
P . José Monteiro de Noronha, auctor do
Roteiro Paraense—Ab. 15 de 1794.
José de Nápoles Tello de Menezes, cap.
general do Pará -M arço 4 de 1780.
Jose Narciso de Brum, 1“ tenente, na
guerra do Rio da Prata—Jan. 18 de
1827.
José Narciso de Magalhães de Menezes,
gov. do Pará—Março 10 de 1806—
Dez. 20 de 1810.
Fr. José da Natividade, abbade do mos­
teiro da Bahia—Ab. 9 de 1714.
José da Natividade Saldanha, poeta per­
nambucano—Set. 8 de 1796.
José Nicolau de Azevedo Coutinho Gen­
til, 1“ prelado de Cuyabá. 2° prelado
de Goyaz, bispo dc Zoara—i-àw. 23 de
1782—Março 7 de 1788.
José de Oliveira Barbosa, ministro, refe-
^ renda o decreto, da dissolução da
^ constituinte—Pag. 355, 2* col., l.v o l.
Drí; José de Oliveira Dinto Botelho Mos-
queira, deputado á constituinte—Ju­
nho 3 de 1822.
José Ortiz do Camargos. V. Pires eCa-
margos.
S. José do Parahyba, cidade de S. Paulo
—Junho 16 de 1864.
José Paulo de Figueirôa Nabuco de
Araujo, ministro do Supremo Tribu­
nal de Justiça—Dez. 2 de 1863.
José Pedro César, coronel de milicias—
Ab. 27 de 1831.
José Pedro Dias dc Carvalho na rebel-
liao de Minas—Ag. 20 de 1842.
’- f -
José Pedro de Dias Carvalho, ministro
do Império—Maio 31 de 1848.
José Pedro Dias de Carvalho, senador
por Minas—Maio 1 de 1858.
José Pedro Dias de Carvalho, ministro
da fazenda—Maio 24 de 1862—Dez. 14
de 1863.
José Pedro Dias de Carvalho, ministro
dos neg. estrangeiros—Ag. 31 de
1864.
José Peixoto de Souza. V. Rio das Ve-
llias.
José Pereira da Cunha, membro do go­
verno int. de Santa Catliarina—Jan.
19 de 1800.
José Pereira Dutra, superintendente de
minas—Maio 11 de 1735 (2° §).
José Pereira Filgueiras na revolução de
Pernambuco e Ceará—Ab. 30 de 1817
{Addenda de abril)—Julho 24 de 1824.
José Pereira Filgueiras. gov. das armas
do Ceará—Março 30 de 1822—iMaio 18
e 27 de 1823—Ab. 29 de 1824.
José Pereira Filgueiras, presidente do
gov, temporário do Ceará—Jan. 23—
Maio 18 e 27 de 1823—Ab. 29 de 1824.
José Pereira Filgueiras, commandarlte
das forças independentes do Piauhy e
Maranhão—A b . 16 de 1823.
José Pereira da Fonseca, cap. mór do
R. Grande do Norte—Março 8 de 1722
(2“ §).
José Pereira Pinto, 14° gov. da ilha de » :
.
Santa Catharina—Junho 7 de 1786 —
Jan. 17 de 1791.
D. José Pereira da Silva Barros, 20°
bispo de Olinda—Março 14 de 1876
(3° §).
Dr. José Pinto Ribeiro de Sampaio, me­
dico e poeta campista — Dez. 12 de
1877 (2°).
José Ramos de Oliveira, 1° presidente
da Praça do Commercio de Pernam­
buco—Ag. 1 de 1839,
José Rayraundo CIflchorro da Gama
Lobo, 13° gov, de S. Paulo—Março
16 de 1782—Maio 5 de 1786,
José Raymlindo dos Passos Porlem
Barbosa. V. Ceará — Junta governa-
tiva.
Josó- de Resende Costa, deputado á
constituinte—Junho 3 de 1822—Junho
17 de 1841.
S. José de Riba-mar no Ceará—Julho 16
de 1700.
José Ricardo da Costa Aguiar de An-
drada, deputado á constituinte—Out.
15 de 1787—Junho 3 de 1822—Junho
23 de 1846.
 — 68
ï| ' José Rieardo da Costa Aguiar An- José de Souza Azevedo Pizarro e Araujo
drada, deputado ás cortes Lis- (Monsenhor), auctor das Mem. hist,
boa—Out. 0 de 1822—Nov. ’^2 1822 do Rio de Janeiro—Out. 12 de 1753.
(2^). José de Souza Breves, capitalista—Julho
José Ricardo da Costa Aguiar de An­ 6 de 1879.
il rada (Viagem de—á China)—Jan. 10
dc 1817. José de Souza e Mello, deputado á con-
S. José do Rio Negro. V. Rio Negro. sütuinte-Junho-3 de 1822,
Fr. José de Santa Rita Durão, ejjico bra- Dr, José Tei.xeira da Fon.seca Vasconcel-
zileiro—Jan. 21 de 1781. los, deputado á constituinte—Junho
3 dc 1822.
José Rodrigues Froes. descobridor das
minas de Paracatii—Out. 20 dc 1798. Dr. José Teixeira da Fonseca Vasconcel-
José Rodrigues Jardim, senador por ^los, visconde de Caethé, senador por
Goyaz—Maio 17 de 1837. Minas-Geraes—Jan. 22—Junho 6 de
Padre José Rodrigues Malheiros Tran­ 1826.
coso Soutomaior, j)romotor de tumulto José Teixeira da Matta Bacellar. senador
no Rio Grande do Sul—Maio 21 de por Sergipe—Jan. 22—Maio 4 de 1826
1821. (3*)—Maio 25 de 1838.
José de Sá Bittencourt ò Accioli. natura­ José Telles de Menezes (Conego), doador
lista mineiro—Fev. 28 de 1828. da casa para seminário da Bahia—
Dr. José de Saldanha, commissario da Dez. 22 dc 1814.
di-marcação de limites—Marco 11 de José Telles da Silva, cap. general do Ma-
1781. ranhão-Fev. 13 del784.
D. l'r. José da Santissima Trindade, 0 José Theodoro, guerrilheiro, na guerra
bisj)o de Marianna—Maio 13 de 1818 com os argentinos—Maio 10 de 1827.
—Ao. 9 de 1820. José Thomaz Henriques íiMajor). na re-
José Saturnino da Costa Pereira, sena- voltív do Maranhão—Junho 12 de 1839.
nador por Matto-Grosso— Nov. 22 de I). José Tliomaz de Menezes, cap. gene­
177.3—Rectificaçoes : vol. II, p. 32G ral do Maranhão—Out. 17 de 1809—
/Nov. 22—Ag. 18 de 1828. Março 8 de 1811.
José da Serra, gov. do estado do Maha
' nlíão—Julho 16 de 1732—Março 21 de José Thomaz Nabuco de Araújo, sena­
17% , dor pelo Espirito Santo—Maio 8 dc
i^Dr. da Silva Carrão, senador por 1837—Março 18 de 1850.
S. Paulo—A g. 12 de 1879. José Thomaz Nabuco de Araujo, minis­
José da Silva Lisboa, depois barão e vis tro da justiça—Set. 7 de 1853.
»1,11.', José Thomaz Nabuco de Araujo, sena­
conde de Cayrú, publicista, admi
nistrador da Imprensa Regia—YxdAo dor pela Bahia—Ag. 14 de 1813—Ju­
13 dc 1808 (2*, 4“ §). nho 1 de 1858.
José da Silva Lisboa, deputado á consti­ Dr. José Tito Nabuco de Araujo—Junho
'I tuinte—Junho 3 de 1822, 25 de 1879.
José da Silva Lisboa, senador pela Bahia D. José Varella y Ulloa, commissario
—Jan. 28 de 1808—Out. 12 de 1822 hespanhol da demarcação de limites
(2'')—Maio 4 de 1826 (2*)—Ag. 20 de —Março 11 de 1784.
183,5. José "Velho de Azevedo, cap. mór do
José da-Silva Mafra, secretario da Junta Pará,—Junho 11 de 1716.
provisória de Santa Catharina— Maio D. José Verdun, cabecilla argentino—
20 de 1822. Set. 15—Out. 10 de 1817.
José da Silva Mafra, senador pela pro­ José Vicente de Amorim Bezerra, com-
vinda de Santa Catharina—Dez. 27 mandante de forças legaes na rebel-
de 1844. liao (le S. Paulo—Junho 7 de 1842.
José da Silva Paes, brigadeiro, dc José Vicíorino Maciel, juiz de direito do
Santa Catharina—Março 7 de 1739- Crato, V, Assassinato jurídico de
Março 18 de 1746. Pinto Madeira,
José da Silva Paes. V. Ilha das Cobras. Dr. José Vieira Couto, minéralogista —
Jesé da Silva Paes, commandante militar Out. 8 de 1800 (3“ §j—Maio 27 de 1811
do Rio Grande do Sul—Fev. 19 de —Fev. 28 de 1828 (3° §).
17.37. Dr. José Vieira Couto de Magalhães
José Silvestre Rebello, membro fundador (Excursão do)—Maio 25 de 1854.
do Instituto Ilistoricü—Nov. 25 de José Vieira de Resende e Silva, coronel.
1838. V, Cataguazes (3° §).

»i ;
 Dr. Josino tlo Nascimento Silva, presi­
dente da prov. de S. Paulo—Junho
4 de 1853.
D. Juan Manuel de Rosas, dictador—
Março 4 de 1852. V. Monte Caseros.
Juiz conservador da nacao ingleza—Maio
4 de 1808.
Juiz de Fora (Forum da cidade de)—Marco
' 20 de 1878.
Juiz de fora de Camuos dos Govtacazes—
Nov. 11 de 1801!
Juiz de fóra do Nicteroy (1°)—Maio 10
de 1819.
Juiz de fóra de Oeiras—Ag. 26 de 1819.
Juiz de fóradeS. Paulo—Maio 13 de 1810.
Juiz de fóra de Villa Bella—Ag. 25 de
1813.
Juizes de fóra em villas de S. P a u lo -
Out. 9 de 1817.
Juizo do governador de S. Paulo acerca
dos paulistas—Dcz. 11 de 1766.
P. Julio Augusto de Almeida, bispo
eleito de Goyaz—Set. 12 de 1863 in
/me—Março 14—Dez, 28 de 1876 (2^).
Julio Frederico Keller, fundador alle-
mão da colonia de Petropolis—Nov.
21 de 1847—Set. 19 de 1854.
Juncal (Combate naval do), guerra da
Cisplatina—B'ev. 8e 9 de 1827.
Junius Constancio Villeneuve, proprie­
tário do Jornal do Commercio—Ab.
1 de 1826—Ag. 5 de 1863.
Junius Villeneuve & C. Vide Jornal do
Commercio.
Junqueira Freire. V. Luiz José,
Junta central de hygiene publica no R.
de Janeiro— 'Ct.' 14 dc 1850.
Junta de procuradores geracs reclamada
pela camarae povo de S. Paulo—Jan.
26 de 1822.
Junta (Reunião da) dos procuradores gc-
raes das jirovindas — Junho 2 de
1822. V. Conselho.
Junta de fazenda do Piauhy—Ab. 27 de
1811. .\
Junta da Bulla da Cruzada (Extineção da)
-^Set. 20 do 1820.
Junta de Justiça criminal do Pará—Out.
19 de 1822.
Junta de Justiça de Pernambuco (De­
creto ampliando a)—Junho 18 de 1761.
Junta governativa da Bahia—Ab. 11—
Dez. 5 de 1822.
Junta gov. do Buenos-Ayres—Maio 30
de 1811. ^ Lagôa de Cima. Vide S. Benedicto da.
Junta gov. de Santa Catharina—Maio 20
de 1822.
Junta gov. de Goyaz—Ab. 4 e 10—Nov.
26 de 1822.
Junta gov. de Pernambuco—Dez. 29 de
1798—Out. 27 de 1821—Junho 1 de
1822 (2M.
Junta gov. do Piauhy—Julho 13 de 1811.
Junta gov. constitucional do Piauhv—-
Out. 26 de 1821.
Junta gov. do R. Grande do Sul—Fev. 22
de 1822.
Junta das Missões de Pernambuco—Set.
26 de 1692—Ab. 20 de 1701.
Junta provisória das Alagoas—Dez. 14
dc 1823.
Junta prov. do Ceará—Nov. 8 de 1749.
Junta prov. do Maranhão—Ab. 4 e 5 de
1824.
Junta prov. do governo civil de Matto-
Grosso—Ag. 15 de 1803.
Junta prov, da Parahyba—Out. 25—Dez.
12 de 1821.
Junta prov. do governo da capitania dc
S. Paulo—Ag. 26 dc 1813.
Junta prov. do ídauhy—Ab. 27 de 1822.
Junta gòv, do R. Grande do Norte.
Vide R. Grande do Norte.
Juntas governativas do Pará—Jan. 1 de
1821.
Dr. .Justiniano José da Rocha, jornalista
fluminense—Addenda de Julho, p. 56:
J u lh o^
D. Justo José de Urquisa. V. Monte-
Caseros.
Juvenal Galleno. V.Dr. Juvenal de Mello
Carramanhos.
Dr, Juvenal de Mello Carramanhos, es-
criptor paulista—Ab. 6 de 1879.
I
Keller. V. Julio Frederico.
Koen. V. João van.
Klaas Florins. V. Claes.
Labatut. V. Pedro Labatut.
La Condamine. V. Condamine,
Dr. Ladislau Netto, director do Museu
Nacional—Junho 6 de 1818 in fine.
Lafayette Rodrigues Pereira, senador
por Minas-Geíaes—Maio 11 de 1880.
Lages, villa de Santa Catliarina—Març.o
7 de 1762—Set. 9 de 1820.
Lages, pertencente á capitania de S. Paulo
—Àg. 11 de 1738.
Lagòa de Rodrigo de Freitas. V. Jardim
'botânico.
Lagoa Santa em Minas-Gerae.s— Junhq
28 de 1831.
 — 70
Laguna, villa de Santa Catharina—Marco
7 de 17G2.
Laguna occupada pelos rebeldes—Julho
23 de 1839.
Laguna—Restauração da — Nov. 15 de
1839.
W: Lagunas do Sul—Ab. 12 de 1636.
La Martinière. explorador do Rio das
Velhas—Março 23 de 1854.
Lancaster. V. James.
Laocoonia, charrua que transportou de­
portados politicos para Europa—Out.
29 de 1856.
Larangeiras a Aracujú (Estação telegra-
phica de)—Jan. 6 de 1880.
Lancerote de BYança. capitão da nau
Caridade—Jan. 9 de 1625.
La Torre. Verdun e Mondragon, cau­
dilhos orientaes—Jan. 4 de 1817—Jan.
22 de 1820.
Laurelles (Assalto e tomada de). guerra
do Paraguay—Fev. 27 de 1868.
Padre Laurentino Antonio Moreira de
Carvalho, director do Lvceu de Per­
nam buco-Set. 10 de 1827.
Laurinao José da Silva Rebello (Dr.), poeta
fluminense—Julho 8 de 1826.
Lavalleja. Vide D. João Antonio.
Lavra diamantina — Julho 22 de 1729
(2» §).
Lazareto no Rio d-e Janeiro—Out. 11 de
1854.
Lazaro de Mello, denunciante de Beck­
man—Nov. 2 de 1685 (4° §).
D. Lazaro da Ribeira. V.' Forte de
Coimbra.
Lazaros (Os) do Rio de Janeiro—Out. 2
de 1817—Out. 27 de 1832.
Leal—Titulo de—dado á camara do Rio
de Janeiro—Março 27 de 1645.
Lcao coroado (0). V. José de Barros
Lima.
Lebreton. V. Breton.
Legião de tropas ligeiras de S. Paulo—
Maio 5 de 1809.
Lei declarando de propriedade da coroa
os diamantes e pedras preciosas acha­
dos nas minas do Brazil—Dez. 22 de
1734.
Lei prohibindo o commercin ás pessoas
constituídas em auctoridade—Jan. 13
de 1724.
Lei marcando o trajo de cada classe
social. V. Pragmatica.
IJit Lei do ventre livre. V. Elemento servil.
Lei de 28 de Setembro. V. Elemento
servil.
Leonardo Bezerra. V. Guerra dos mas­
cates.
Leonardo Nunes, padre jesuita, um dos
^ fundadores do collegio de S. Vicente
—Junho 8 de L550 (artigo separado)—
Jan. 25 de 1554.
Leonel de Abreu Lima, 27“ gov. do
CeaDÍ—Fev. 13 de 1731.
Dr. Leonel Martiniano de Alencar, mi­
nistro dò Brazil na Bolivia—Dez. 22
de 1879.
D. Leonor de Campo Tourinho, donataria
de Porto Seguro—Maio 30 de 1556.
D. Leopoldina, 1“ imperatriz do Brazil.
Vide D. Maria Leopoldina.
D. Leopoldina. princeza brazileira—Julho
13 de 1847—Dez. 15 de 1864—Fev. 7
de 1871.
Levantamento de Pinto Madeira no Cea­
rá V. .Joaquim Pinto Madeira.
Levante em Campos. V. Motim.
Levei (João Baptista). V. Colonia de ar­
tistas francezes.
L’llerraitte. V. llermitte.
Biberdade de imprensa—Decreto de
D. Pedro I sobre a—Junho 18 de 1822.
Liberdade de imprensa em S. Paulo —
(Abuso de)—Jan. 8 de 1826.
Liberdade dos indios—Março 20 de 1570
—Jan. 6 de 1573—Julho 30 deC 609-
, Set. 10 de 1610—Set. 12 de 1653—Ab.
9 de 1655—Jan. 17 e 28 de 1691—Out.
27 de 1831.
Lichtardt, almirante hollandez—Março
13 de 1635—Junho 27 de 1637—Fev.
26—Junho 1 de 1640—Out. 30 de 1641
—Set. 9-D ez. 2 de 1645-Nov. 29 de
1646.
Limites entre o Esp. Santo e Minas—
j Out. 8 de 1800—Dez. 4 de 1816.
Limites entre Minas e S. Paulo—Out. 12
de 1765.
Limites entre o Uruguay e o Brazil—
Março 28 de 18.59.
Limites meridionaes (Demarcação de)—
Set. 1 de 1752—Março 11 de 1784.
Limoeiro. Vide Estrada de ferro do.
Linha telegraphica entre o Brazil e a
Europa-M aio 19 de 1864.
Linha telegr. de Cannavieiras a Porto
Seguro. V. Cannavieiras.
Linha telegr. de I^arangeiras a Aracajú.
V. Larangeii'as.
Linha telegraphica de Alagoinhas a Po-
juca—Nov. 12 de 1874.
Linha telegr. de Alcobaça a Caravellas
—Março 31 de 1878 (3“).
Linha telegr. de Alegrete ao Rosario—
Ab. 2 de 1874.
Linha telegr. de Santo Amai’o á Ca­
choeira—Ab. 1 de 1875 (2“ ^).
Liifha telegr. de Angra dos Reis a Pa-
ratv-Jullio 31 de 1866.
Linha telegr. cie Sant’Anna do Livra­
mento ao Rosario—Nov. 13 (le 1878.
Linha telegr de Antonina a Coritiba
de 1871
Linha telegr. de Aracajú Estancia—
Nov. 8 de 1874 (2*).
Linha telegr. do Aracaty a Mossorò—
Fev. 17 de 1878.
Linha telegr. de Araruama á Ponta Ne­
gra—Junho 30 de 1872.
Linha telegr. de Arroio Grande á Ja-
guarão—Nov. 16 de 1874.
Linha telegr. do Assú a Natal—Julho 31
de 1878 m pne.
Linha4elegr. da Bahia (ramal) a Poj uca
_ —Nov. '8 de 1874.
Linha telegr. da Barra de S, João á
S. Vicente—Mar^o 31 de 1869.
Linha telagr. de Barreiros a Porto Calvo
—Dez. 2 de 1873 (2
Linha telegr. de Belmonte a Itapemerim
—Julho 5 de 1874.
Linha telegr. de Belmonte a Porto Se­
guro—Fev. 29 de 1880.
Linha telegr. de Cabo-Frio a Araruama
—Set. 30 de 1865.
Linha telegr. de Caçapava á Cachoeira
—Set. 29 de 1873.
Linha telegr. da Cachoeira (Bahia) a Ma-
ragogipe—Ab. 1 de 1875.
Linha telegr. da Cachoeira (R. Grande
do Sul) ao Rio Pardo—Nov. 1 de 1870.
Linha telegr. de Camamú a Rio de Con­
tas—Ag. 19 de 1875.
Linha telegr.de Camaquan a S. Lourenço
—Ab. 7 de 1871.
Linha telegr. de Camaragibe. V. Cama-
ragibe.
Linha telegr. de Campinas ao Rio Claro
- A g . 11 de 1876.
Linha telegr. de Campos a S. João da
Barra—Ab. 2 de 1870.
Linha toleg de Cangussú a Pelotas—
Maio 7 de 1878.
Linha telegr. de Caravellas a S. José de
Piruhype—Ab. 15 de 1876.
Linha telegr. da Conceição do Arroio a
Porto-Alegre—Fev. 29 de 1868.
Linha telegr. de Coritiba a Guaratuba
—Out. .30 de 1871.
Linha telegr. da côrte (central)—Julho
31 de 1866, no fim.
Linha telegr. de Coruripe ao Penedo—
Maio 31 de 1876 (2‘ . p. 313),
Linha telegr. da Cruz Alta a Santa Ma­
ria—1876 (Vol. 1. p. 271).
Linha telegr. de Santa Cruz (fortaleza)
a Nicteroy—Jan. 31 de 1864.
Linha telegr. de Santa Ci^uz á Villa da
Serra—Março 24 de 1876 (2*).
Linha telegr. do Desterro (cidade) ao
Estreito—Dez. 31 de 1866 (art. sepa­
rado).
Linha telegr. do Desterro a Itajaliy—Jan.
31 de 1867,
Linha telegr. da Estancia a Alagoinhae
—Nov. 28 de 1874.
Linha telegr. do Plstreito, em Santa Ca-
tharina—Jan. 31 de 1877,
Linha telegr. do Farol a Cabo-Frio—
Nov. de 1865 (Vol. II, p. 269, col,
2 “ ).
Linha telegr, da Fazenda de Santa-Cruz
a Itaguahy—Julho 22 de 1876.
Linha telegr, da Fortaleza (Ceará) a Ara­
caty—Fev. 17 de 1878.
Linha telegr, de S, Francisco a Itaiahy
—Fev. 29 de 1867.
Linha tejegr, de S. Francisco de Paula
á cidade de Campos-Maio 12 de 1879.
Linha telegr. de Goyana ao Recife—Set.
12 de 18^76.
Linha telegr- de Guaratuba a Paranaguá
—1869 (Vol. I. p. 270).
Linha telegr. de Iguape a Itapitanga—
—Nov. de 1866 (Vol, II, p, 269j col.
2“ ) .
Linha telegr. de Ilhéos a Cannavieiras—
Março 28 de 1376,
Linha telegr, de Itaguahy a Mangara-
tiba—Vol, I, P- 434, col. 1*, 1866.
Linha telegr. de Itaj)einerim a Itaba-
l>oana—Maio 6 de 1873.
Linha telegr. de Itapitanguy a Morretes
—I, p. 434, 1“ col., 1877,
Linha telegr. de Itaúnas a S. Matheqs—
1878 (Vol. I, p, 271).
Linha telegr. de Jaguarão. V- Jaguarão
(Estação de).
Linha telegr. de Joinville a Itajahy—
12 de 1879.
 — 12
Linha telegr. de Santa Maria à Cachoeira Linha telegr. do Rio de Contas aos llhéos

llí (R. Grande do Sul)—1876 (Vol. I

p. 270, col, 2*).
Linha telegr. de Maricá á Venda das
—Out. 3 de 1875.
’ Linha telegr. do Rio Formoso em Per­
nambuco—Dez. 2 de 1879.
Pedras Dez. 31 de 1878 (art. sepa­ Linha telegr. do R. Grande do Sul á ca­
rado). ^
pital do Império—Out. 9 de 1868.
Linha telegr. de Maroim a Aracaiú— Linha telegr. da barra do R. Grande do
Set. 1 de 1877.
Sul á cidade do Rio-Grande—Dez.
Linha telegr. de S. Matheus a Linhares 31 do 1868 (art. separado).
, —Out. 19 de 1876. Linha telegr. (submarina) do R. de Ja-
Linha telegr. de S. Miguel a Corurine_ neiro ao Pará—Dez. 27 de 1873.
Julho 31 de 1874. Linha telegr. do Rio Pardo ao Triumpho
Linha telegr. de Morretes a Joinville— —Set. 13 de 1870.
Dez. 2 de 1870.
Linha telegr. do Rosario a S. Gabriel—
Linha telegr. de Mossord ao Assú—A " Março 31 de 1878.
31 de 1879.
Linha telegr. de Santarém a Camamú—
Linha telegr. de Mucury a Itaúnas—Ju- . A b. 26 de 1880 i2*).
Iho 18 de 1876.
Linha telegr. de Santos a Iguape—Ab.
Linha telegr. do Natal a Mamanguape— 2 de 1871 (2^).
Julho 31 de 1878.
lí 'i Linha telegr. de Nazareth a Valenca— Linha telegr. de S. Sebastião a Santos—
Junho 1 de 1875. Nov. de 1866 (Vol., II. p. 269. col. 2‘ ).
Linha telegr. de Nicteroy à central_ Linlia telegr. da villa da Serra á cidade
Jan.31 de 1866. da Victoria—Julho 5 de 1875.
Linha telegr. da Parahyba (cidade da) Linha telegr. da Solidão a Benevente—
_ a Goyana-Set. 7 de 1876. Maio 31 de 1876 (pag. 343).
Linha telegr. de Paranaguá a Morretes Linha telegr. do Timbo a Alagoinlias—
—Fev. 29 de 1867 (2‘‘). . Out. 19 de, 1879.
Linha telegr. de Paraty a Ubatuba—A g. Linha telegr. de Torres á Conceição do
31 de 1866 (art. separado). Arroio—.Tan. 31 de 1868 (2").
Linha telegr. de S. Paulo a Santos— Linha telegr. do Triumpho a Porto Ale-
. Set. 28 de 1873. _ gre—Set. 9 de 1870.
Linha telegr. do Penedo a Maroim—Nov Linha telegr. de Ubatuba a S. Sebastião
, 8 de 1874 (3“). —Out. 31 de 1868 (art. separado).
Linha telegr. de Petropolis á Côrte—Out Linha telegr. de Uruguayana a Alegrete
10 de 1874. -Ag. 29 de 1874.
Linha telegr. do Piado a Alcobaca—1879 Linlia telegr. de Valença a Camamú—
■I (Vol. I, p. 271). _ Julho 4 de 1875.
Linha telegr. do Pilar aS. Miguel—Nov Linha telegr. da Venda das Pedras ao
1 de 1873. Porto das Caixas—Março 3 do 1878 i2*).
Linha telegr. de Pojuca a Santo Amaro Linha telegr. de S. Vicente ao Rio Bo­
_ —Julho 12 de 1877. nito—Fev. 29 de 1869.
Linha telegr. da Ponta Negra a Maricá Linha telegr. da Victoria á Salidão-Fev.
(2** ^rt. separado). . 26 de 1874.
Linha telegr. de Porto Alegre a Cama- Linha telegr. de Villa Viçosa ao Mucury
cuam—Jan. 31 de 1868. —Julho 18 de 1876 (2").

lí
Linha telegr. de-Porto Alegre ao R. de Linha de vapores transatlânticos-Set.
_ Janeiro—A b. 16 de 1866 (2'). •20 de 1853.
Linha telegr. do Porto das Caixas a Nic- Linho e trigo. São isentos de dizimo os
teroy—Fev. 5 de 1872. que os cultivarem no Esiiirito Santo
Linha telegr. de Porto Calvo ao Passo —Jan.. 17 de 1814.
de Cam aragibe-Out. 1 de 1876. D. Lino lieodato Rodrigues do Carvalho,
Linha telegr. de Porto Seguro ao Prado 9“ bispo de S. Paulo—Março 9 do 1873.
. —Fev. 2 de 1876.
Lisboa: Contribue a capitania deS.Pau­
Linha telegr. da praça e urbanas da ca­ lo jiara a reedificação de—Dez. 16 de
pital do Império—Ag. 31 de 1864 (art. 1755. V. Donativo.
separado).
Lomaruguá (Combate de), guerra do Pa­
Linha telegr, do Recife a Barreiros—Ab. raguay—Jan. 11 de 1870.
12de 1873 (2‘ ).
Lomas Valentinas (Ataque de), guerra
Linha telegr. do Rio Bonito á Venda das do Paraguay—Dez. 21 e 27 de 1868.
Pedras—Ag, 31 de 1868 (art. separado). Loncq. V. Henrique Loncq.
 Lopo Curado Garro na guerra hollan-
deza—Set. 1 ed—Nov. Tde 1645.
D. Lopo de Hozes e Cováowo,—Addenda
de Setembro, p. 172. eol. 2\ Set. 7.
Lopo Joaquim de Almeida Henriques,
gov. do R. Grande do Norte—Ag. 30
de 1802. *=
Lopo de Souza. 8* donatario de S. Vi­
cente—Ag. 8 de 1587—Out. 15 de 1610.
Lord Beresford—Ag. 13 de 1820.
Lord Cockrane. almirante, ilepois mar-
quez do Maranlião—Março 21—Ab. 25
—Julhb 27—Nov. 9 de Í823—Dez. 25
de 1824—Julho 27 de 1825.
Lord Cockrane: Reclamam os seus her­
deiros pelos seus serviços—Marco 21
de 1823 (6-
S. Lourenco, aldeia em Nicteroy—Marco
16 de 1568.
D. Lourenç.o de Almada. 35“ gov. geral
do estado—Maio 3 de 1710.
D. Lourenço de Almeida, gov. deMinas-
Geraes—Junho 28 de 1720 (4° e 5“ Sí5)
-D e z . 12 de 1720 (2“ § -J u lh o 22 de
1729—Set. 1 de 1732.
D. Lourenço de Almeida, 21“ gov. de
Pernambuco—Julho 1 de 1715.
Lourenço de Brito Corrêa, procurador
da fazenda—Ab. 15 de 1641.
Lourenço de Brito Corrêa, nomeado gov.
do Rio de Janeiro—Março 27 de, 16,57.
Lourenço Caleppi, arcebispo de Nisibi,
1“ nuncio apostolico no Rio de Janeiro
—Set. 8 de 1808—Junho 23 de 1816.
Lourenç.o Carneiro de Araujo, capitao,
na rendição do forte de Porto Calvo
—Set. 17 de 1645.
Lourenço da Costa Dourado. V. Ceará:
governo provisorio.
Dr. Lourenço José Ribeiro. 1“ director
do Curso juridico de Olinda—Maio 15
de 1828.
Lourenço Leme da Silva cobrador do
íiiziinrí rln
dizimo do ourO ^ Paulo—Maio
7 de 1723.
S. Lourenço da Malta, atacada
liollandezes—Ab. 23 de 1636.
Dr. Lourenço de Mendonça, prelado do
Pwio de Janeiro—Julho 22 de 1631—
Set. 9 de 1632—Out. 7 de 1639.
Lourenço Monteiro, coronel, membro do
governo geral do estado—Dez. 16 de
17-19—Ag. 7 de 1754—Ab. 29 de 1755.
Lourenç.o l^eixoto Cirne., cap. mdr do
Rio Grande do Norte—Ag. 21 de 1609.
Lourenç.o Rembach. coronel hollandez—•
Março 8. 18 e 2-í—Junho 11 de 16.33.
Lourenç.o Rodrigues de Andrade, sena­
dor pela provincia de Santa Catlia-
rina—Jan. 22—Maio 5 de 1826—Ab.
18 de 1844.
Lourenço da Veiga, loco-tenente do do­
natario de S. Vicente—Jan. 30 de
1578.
Lourenço da Veiga, 5 )v. geral
Brazil—Jan. 1 de 1; -Junho 17
• 1581.
Louvados para taxarem o preço do as-
sucar em Pernambuco—Jan. 17 de
1697.
Dr. Lucas Antonio Monteiro de Barros,
deputado á con.stituinte—Junho 3 de
1822.
Dr. Lucas Antonio Monteiro de Barros.
barao e dei)ois visconde de Congonhas
do Campo, senador por S. Paulo—
Jan. 22—Maio 31 de 1826.
Dr. Lucas Antonio Monteiro de Barros,
1“ presidente de S. Paulo—Fev. 17 de
1827—Maio 10 de 1875.
D. Lucas José de Alvarenga, poeta re-
pentista—Junho 2 de 1822—Junho 7
de 18.31.
Lucas José de Alvarenga (Major)—Maio
10 de 1879.
D. Lucas José Obes, i)rocurador geral da
prov. Cisplatina—Junho 2 de 1822,
Lucas de Sequeira Franco, 4“ neto de
Amador Bueno—Out. 23 de 1869.
Dr. Lucio Soares Teixeira de Gouvêa,
deputado á constituinte—Junho 3 de
1822.
. Lucio Soares Teixeira de Gouvêa»
senador pelo Rio de Janeiro—Maio 8
de 1837—Nov. 21 de 1838.
D. Luiz, conde d’Aquila. V. Conde
d’Aquila.
Luiz de Albuquerque de Mello Pereira
e Cáceres. 4“ gov. de Matto-Grosso—
Dez. 13 de 1772—Sei. 13 de 1775.
Luiz de Almeida. 25“ gov. do R, de
Janeiro—Ab. 3 de 16,52.
Luiz d’Almeida Portugal Soares
d’Eça Alarcão xMello Silva Masca-
renhas, 4“ conde de Avintes. 2“ mar-
—Ab. 19 de 1768.
Luiz de Almeida Portugal Soares
d’Eça Alarcão Mello Silva Masca-
ronhas, 3“ vice-rei no Rio de Janeiro
—Nov. 4 e 17 de 1769,
Luiz Alvares de Figueiredo, 6“ arce­
bispo da Bahia—Ag. 27 de 1735.
Luiz Alvaro de Castro e Souza, mar-
quez de Cascaes. ultimo donatario de
Santo Amaro—Dez. 25 de 1648 (2“ íí)
—Out. 22 de 1709.
Luiz Alves de Limae Silva, depois barão,
conde, marquez e duque de Caxias.
V. Caxias, sob cada um d’esses tí­
tulos.

Luiz Alves tie Lima e Silva, presidente e
ill f jtaciflcador do Maranhão-r-Ae:. 22 de
. f, 1839—Fev. 4 de 1840.
Luiz Alves de Lima e Silva, paeillcador
de S, Paulo—Maio 19 e 23 de 1842.
Luiz Alves de Lima e Silva, senador
pelo R, Grande do Sul—Maio 11 de
1846.
Luiz Alves de Lima e Silva, duque de
Caxias: datas extremas—A ". 25 de
1803—Maio 9 de 1880.
Luiz Antonio de Alvarenga Silva Peixoto,
pocta iluminense—Set. 14 de 1876.
Luiz Antonio Barbosa, senador pelo R.
de Janeiro—Março 15 de 1860 (2“).
I -i ■ Luiz Antonio Furtado de Mendonça, vis­
conde de Barbacena. gov. de Minas-
Geraes—Out. 10 de 1783—Julho 11 de
1788-Ab. 21 de 1792 (3° §).
Luiz Antonio de Lemos de'Brito, gov.
da Parahyba—Vol. 1, p. 433, col. 2\
1734 (2» §). i ,
Luiz Antonio de Salazar Moscoso. com-
mandante do forte do Brum—Out. 27
del821.
D. Luiz Antonio dos Santos, 1° bispo do
Ceará—Jan. 31 de 1859-S e t. 26 do
1861.
D. Luiz Antonio dos Santos. 20” arce­
bispo da Bahia—Ab. 14 de 1861 in
fine.
Luiz Antonio Sarmento da Maia, gov.
int. do Piauhy—Julho 4 de 1803—Jan.
21 de 1806.
Luiz Antonio de Siqueira, barão e vis­
conde de Itabapoana—Dez. 4 de 1879.
D. Luiz Antonio de Sousa Botelho Mou-
[ I rão. cap. general de S. Paulo—Out,
16 de 1763—Fev. 4—Julho 23 de 1765
—Dez. 11 de 1766—Julho 28—Ag. 22
de 1767—Março 25—Out. 22—Dez. 3
de 1769.
Luiz Antonio Vieira da Silva senador
pelo Maranhão—Vol. I, p. 344. A d­
denda de maio.
If
Luiz Aranha de Vasconcellos. 9” cap.
mór do Pará—Out. 18 de 1629—Junho
29 de 1630.
Luiz Barba Alardo de Menezes, gov- do
Ceará independente—Junho 21 de 1808.
Luiz Barbai ho Bezerra, ca pitão, na
guerra liollandeza—Junho 25 de 1631
(2“ §)—Jan. 11 de 1632—Out. 21 de
1633—Jan. 10—Março 11 de 1635—Maio
18 e 25 de 1638—Ab. 15 de 1641.
Luiz Barbalho Bezerrix. 18” gov. do R. de
Janeiro—Ag. 10 de 1630—Ag. 16 de
1637—Junho 27—Julho 5 de 1643.
Luiz Borges Salgado. V. Academia
scientiílca.
74
Luiz Botelho de Queiroz, ouvidor geral
de S. Paulo. V. Fitanguy.
Luiz do Brito de Almeida. 4” gov.
do Brazil—Maio 13 de Í572,'’ ' ’ ^
D. Luiz de Brito Homem, 11“ bispo do
iMaranhão—Fev. 22 de 1804—Dez. 10
de 1813.
D. Luiz de Brito Homem, gov. int. da
capitania—Out. 17 de 1809-=-V ol. II.
pag. 4.36. Maio 21 de (1811).
Luiz de Camões—Commemoração do 3*
centenário da sua morte—Junlio 10 de
1880.
Luiz Carlos de Abreu Bacellar, membro
do gov, int. do Piauhy—Julho 13 de
1811.
Dr. Luiz Carlos da Fonseca, senador por
Minas-Geraes—Julho 2 de 1875.
Luiz Carlos Martins Penna, creador da
comedia nacional—Dez. 7 de 1848—
Vol. II. p. 328 : Dez. 7.
Dr. Luiz Caídos Muniz Barreto, ouvidor
da comarca de Santa Catharina—
Junho 5 de 1791.
Dr. Luiz de Castro Pereira, bispo de
Ptolomaida, 2” prelado de Cuyabá—
Julho 14 de 1805. ^
Luiz Cesar de Menezes, 42“ gov. do Rio
de Janeiro—Ab. 17 de 1690—Set. 7
de 1722 (3“ §).
Luiz Cesar de Menezes, 34“, gov. geral
do estado—Set. 8 de 1705.
D- fc. Luiz da Conceição Saraiva'. 16“
b i^ o do Maranhão—Jan. 14 de 1861.
luiiz Corrêa Teixeira de Bragança, em­
pregado de fazenda no Rio Grande
do Sul—Ab. 26 de 1821 (2“).
Luiz Corrêa Teixeira de Bragança, se­
nador pela provincia do Rio Grande
do Sul-Jan.22 {S. Pc<írí))e26 de 1826.
Luiz da Costa Cabral. V, Amador Bueno
da Ribeira.
Luiz da Cunha Menezes, gov. de Goyaz
—Out. 17 de 1778— Maio 7 de 1778
(3° §).
Luiz da Cunha Menezes, gov. de Minas-*
Geraes—Out. 10 de 1783.
Luiz da Cunha Moreira, visconde de
Cabo Frio—Ag, 28 de 1865.
Luiz Diogo Lobo da Silva. 28“ capitão
general de Pernambuco—Fev. 16 de
17.56.
Luiz Diogo Lobo da Silva. 5” gov. da
ca]), de Minas—Dez. 28 de 1763—Dez.
4 (artigo separado).
Luiz Fernandes de Vasconcellos, gov,
geral nomeado para o Brazil—Julho
15 de 1570.
Luiz Ferreira Freire, cap. mór do Rio
Grande do Norte—Junho 20 de 1714—
Março 8 de 1722.
Padre Luiz de Figueiredo, nos sertões
110 Ceará-Jan. 11 de 1608.
Luiz de Figueiredo e sua mulher, fun­
dadores da ordem 3* de S. Francisco
do Rio de Janeiro—Março 20 de 1619.
Luiz Filippe de Saldanha da (lama. ca-
pitao-tenente, director da Bibliotheca
da Marinha—Dez, 16 de 1809 (7° in­
dicado),
Luiz da França Pinto Garcez, brigadeiro
—Maio 21 de 1823 (3“ §).
D. Luiz Gaston d’Orléans. Y. Conde
d’Eu.
Luiz de Góes, irmão de Damião de Góes
—Maio 12 de 1548.
Luiz Gongalves dos Santos (Conego)—
Ab. 25 de 1767.
Padre_Luiz da Gran. jesuita—Maio 15 de
1555.
Padre Luiz Ignacio de Andrade Lima.
deputado á constituinte—Junho 3 de
1822.
Padre Luiz Ignacio de Andrade Uma,
deportado com os And radas—Nov.
20 de 1823.
Luiz Ignacio de Azevedo, executado
Ceará—Ab. .30 de 1825.
Luiz Joaquim Duque-Estrada, senador
pela Bahia—Set. 14 de 1827. •
Luiz José de Carvalho e Mello, depois
visconde da Cachoeira, deputado á
constituinte—Junho 3 de 1822.
Luiz José da Carvalho e Mello, collabo-
rador na constituição—Nov, 26 de
1823.
Luiz José de Carvalho e Mello, ministro
dos negocios éstrangeiros —Ag. 29 de
1825.
Luiz José de Carvalho e Mello, senador
pela Bahia—Jan. 22—Junho 6 de
1826 (2“).
Luiz José Corrêa de Sá. 27°p'ov. de Per­
nambuco—Maio 5 de 1749^.
Luiz José Junqueira F'reire, poeta ba-
hiano—Junho 24 de 18.55.
Luiz José de Oliveira, depois barão de
Monte Santo, membro do gov. int. do
Piauhy—Julno 13 de 1811.
Luiz José de Oliveira, ouvidor do Piauhv
—Maio 4 de 1813.
Luiz José de Oliveira, senador pelo
Piauhy- Jan. 22—Maio 7 de 1826—
Março 21 de 1851.
S. Luiz da Leal Bragança—Out. 13 de
1817.
Luiz Lopes de Carvalho, procurador do
donatario de S. Vicente—Abril 28 de
1679.
Luiz de Magalhães. 3° gov. do estado
do Maranhão c Pará—Fev. 17 de
1649.
Luiz Manuel dc Mesquita,
militar em Caxias.
Luiz Manuel de Moura Cabral, presi­
dente da 1“ junta provisória da llahia
—Fev. 10 de 1821.
Luiz Manuel da Silva Paes, gov. int. do
R. Grande do Sul—Junho 10 de 1763.
D. Luiz de Mascarenhas. depois conde
d’Alva. 8° gov. de S. Paulo—Fev. 12
de 1739—Maio 9 de 1748 (2').
Luiz de Mascarenhas erige a capital
de Goyaz—Fev. 11 de 1736—1739 (Vol.
1, p. 270).
Luiz Mauricio da Silveira. 18’ gov. da
ilha de Santa Catharina—Dez. 8 de
1800 in fine—Junho 5 de 1805.
Luiz de Mello da Silva, chanceller- Ag.
21 de 1718 (4“ "
Luiz da Motta Feó e Torres. 38° e ul­
timo gov. do Ceará—Nov. 9 de 1789.
Luiz da Moita Feo e Torres, gov. da Pa-
rahvba—Set, 15 de 1802.
Luiz DÍoutinho de Lima Alvares e Silva,
jdomata—Out. 12 de 1863.
Luiz Nicolau 4'agundes Varella, poeta
fluminense—Fev. 18 de 1875.
Dr. Luiz Pedreira do Couto Ferraz, des­
embargador, deputado supp. á con­
stituinte—Junho 3 de 1822—Junho 29
de 1831.
Luiz Pedreira do Couto Ferraz, barão e
depois visconde de Bom Retiro, mi­
nistro dos negocios do Império—Set.
7 de 1853.
Luiz Pedreira do Couto Ferraz, senadm*
pelo R, de Janeiro—Set. 16 de l8iW
—Maio 24 de 1867 (2°). ^
Luiz Pedro de Mello Cesar, secretario do
temporaiáo do Ceará—Ab. 16 de
1823.
Luiz Pedro Peregrino de Carvalho Me­
nezes e Athayde. conde de Attouguia.
6‘ vice-rei do Brazil—Dez. 16 de 1749
—Ag. 7 de 1754—Jan. 13 dc 1759.
Luiz pimenta de Moraes, cap. mór do
l^ai‘á—Dez. 8 de 1655.
Luiz Pinto de Souza Coutinho. dei>ois vis­
conde de Balsemão. 3° gov. de Matto
Grosso—Ján. 3 de 1769.
P. Luiz Raphael Soyé. secretario da Aca-
deniia das Bellãs-Aihcs—Nov. 12 de
1831.
Luiz do Rego Barreto, ultimo gov. de
Pernambuco—Março 6—Ab. 2 m fine
—Junho 29 de 1817- -Julho21—Out. 26
d e 1821,
Luiz do Rego Berros, caju mór do l’ ará
Junho 22 de 1633—Jan. 21 de 1636.
Luiz Rochet. estatuario francez—Março
30 de 1862(2° $).
 ■■' ■>’■:. 'v ',' „vj.'
I' J-:

— 76 —

I). Luiz <Ie Roxas yRorja. "cneral liespa-

nlioJ, na guerra hollandoza—Addenda
de Set., p. 172, col, 2\ Set. 7(2” §)—
^ov. 30 de 1635—Jan. 6.7, 11, 12, 15, Macahé, cidade da prov. do R. de Ja­
neiro—Ab. 15 de 1846.
16, 17 e 18 de 1636.
D. Luiz de Roxas v Borja. 13“ gov, de Macahé e Campos. V. Canal e Estrada
de íerro de.
iernambuco—Dez. 31 de 1635 (art. Fr. Maceu de S. Francisco, fundador do
separado'.
Souza, 11“ gov. geral do convento da villa de S. Sebastião (,S.
Paulo)—Jan. 4 de 1650.
Brazil—Maio 12 de 1602 (6“ e 7“ ÍSÍÍ)—
Jullio 12 de 1611—Julho 24 de 1613— Maceyó—Dez. 9 de 1839. V. Alagoas.
Jau. 1 de 1617—Out. 27 de 1618. Maçoiiaria : alvará fulminando a—e ou­
Luiz Tellcs da Silva, marquez de Ale­ tras sociedades secretas—Março 30 de
1818.
grete, gov. de S. Paulo—Dez. 10 de
1802 (3“ §)—Nov. 1 de 1811. Madeira^(Explorações pelo rio)—Ab. 14
Luiz Telles da Silva. eov. do R. Grande de 1749y-Out. 31 de 181d (art. sepa­
rado). ' / V
do Sul—Nov. 13 de 1814—Mareo 29 Magdalena, villa, hoje cidade das Ala-
de 1817 (2“)—Out. 10 de 1817.
D. fr. Luiz de Santa Tliereza. 7“ bispo gOas (FundaçãOi)—Ag. 5 de 1591—Ab.
12 de 1636.
de Olinda—Junho 24 de 1739.
Magistrailos do Brazil: que não casem
Luiz Vahia Monteiro, 58“ gov. d o R . de
sem licença de el-rei—^3íarço 27 de
Janeiro—xMaio 18 de 1719—Mareo 15 1734.
de 172.5 (3“ §;—Maio 10 de 1725.
11 Luiz de \asconcellos e Cunha, gov. de Maia (Capitão de mar e guerra)—jan. 14
Angola—Ag. 20 de 1634. de 1825.
fi Luiz de Vasconcellos Lobo, gov. do es­ Maioridade de D. Pedro II—Maio 13 e 20
tado do Maranhão—Julho 28 de 1751. —Julho 23 de 1840.
Luiz de Vasconcellos e Souza, 4“ vice- Males—epidemia—na Bahia e em Per-
rei no R. de Janeiro-N ov. 4 de 1769 namljuco—Maio 13 de 1685 (4“ S5).
f T
—Set. 25 de 1778—Ab. 5 de 1779—Ag. Mamoths—Ossada de—achada em Per­
Í 20 de 1789. nambuco—Junho 30 de 1819.
D. Luiza Grinalda, governadora da ca­ Mangaratiba .Fundação da villa de)—
lííí ! ' pitania do Espirito Santo—Dez. 6 de Nov. 7 de 1619 (art. separado).
* I ■'i 1591. Maiigenol. V. Jornal do Corimercio.
Manifesto dos moradores de Pernambuco
D. Luiza Joaquina das Neves, mao de contra o dominio hollandez—Out. 7
Casimiro de Abreu—Set. 10 de 1877. de 1645.
Lunardi. V. Ascenção aerostatica. Manifesto da Hespanha declarando guerra
I)r. Lund. V. Dr. Pedro Guilherme. a Portugal—Fev. 27 de 1801.
1 Luteis com os hollaiulozes. V. Episodios Manifesto do principe regente (D. João
e factos, etc.
M) sobre os motivos da sua mudança
Luz—Capella de N.' Senliora da—Ab. 10 para o Brazil—Maio 2 de 1808.
de 1603. Manifesto do principe regente (D. Pe­
Luzia (Rio de Santa)—Nov. 1 de 1501. dro I) aos povos do Brazil—A g. 1 de
Luzia—(Acção de Santa)—V.Rebellião de 1822.
Minas. Manifesto do principe regente D. Pedro
Luzia (Partido do Santa)—Fev. 2 de ás nações amigas acerca da indepen­
IÍ 1844. dência do Brazil—A g. 6 de 1822.
Lyceu de Artes e ÒÍIicios no R. de Ja­ Manifesto dos deputados ás cortes de
neiro—Nov. 23 de 1856-Jan. 9 de Lisboa—Out. 6—Nov. 22 de 1822 ,2“).
1857. Maniíesto de D. Pedro I dando as razões
))or que dissolvera a constituinte—
Lyceu de Pernambuco—Set. 10 de 1827. Nov. 16 de 1823.
Lyceu provincial de Camiios—Ab. 11 de Manifesto do coronel Bento Gonçalves—
1847 (2“). Set. 25 de 1835.
Lyceu sergyparío-Out. 5 de 1862. Manifesto do governo imperial contra o
Lyceu na capital da prov. dolísp. Santo bill Aberdeen—Owt. 22 de 1845.
—Jan. 14 de 1873 (2*). D. Manuel, rei de Portugal—Dez. 13 de
Lynch (Mme íllisa), amante do dictador 1521.
do Paraguay—Dez. 27 de 1868—Março D. Manuel de Almeida de Carvalho. 7“
1 de 1870.
bispo do Pará—Junho 16 e 17 de 1794

^31
 D. Manuel de Almeida de Carvalho, Manuel Bento de Sousa Guimarães.
membro do governo int. da capitania Barcos a vapor (Privilegio).
—Março 10 de 1806 {2' §)—Dez. 20 de iManuel Bernardo dc Mello e Castro, 34°
IbiU. cap. general do Maranhão—Março 2
Manuel de Almeida Castello Branco, de 1759.
gov. do Rio de Janeiro—Set. 10 de Manuel Botelho de Oliveira, poeta ba-
1716. hiense—Jan. 5 de 1711.
D. Manuel Alvares da Costa. 5° bispo Manuel de Brito. V. Mosteiro e S. Bento.
<ie Pernambuco—Fev, 6 de 1710—Out. Manuel de Brito Freire, capitão do pre­
10 de 1711. Guerra dos Mascates. sidio do Ceará—Set. 17 de 1614 (4° §).
D. Manuel Alvares da Costa, gov. civil Dr. Manuel Buarque de Macedo, mi­
da capitania—Nov. 15 de 1710. nistro da agricultura—Junho 5 de
Manuel Alves Branco. 2° visconde de 1880 (2°).
Caravellas, senador pela Bahia—Junho Dr. Manuel Caetano de Almeida e Albu­
/ de 1797—Junho 19 de 1837—Julho querque. senador por Pernambuco—
1/ de 1847. Julho 4 de 1828—Out. 14 de 1844.
Manuel Alves Branco, ministro do Im­ Dr. Manuel Caetano de Almeida e Albu­
p ério-A g . 28 de 1847. querque, deputado á constituinte—
Dr. Manuel Antonio de Almeida, victima Junho 3 de 1822,
do nauíragio do \a.nor Hermes—Nov. Manuel de Cami)os Bicudo, bandeirante
28 de 1861 (3“ §). paulista—Mai-ço 27 de 1731.
Manuel Antonio Alvares de Azevedo, Manuel Carlos de Abreu e Menezes. 7°
poeta paulista—Ah. 25 de 1852. gov. deMatto-Grosso—Nov. 8del805.
Manuel Antonio da Cunha, chanceler, Manuel Carneiro de Sá, chanceller, mem­
membro do gov. geral do estado— bro do gov. int, do estado—Junho 4
A g. 7 de 1754. de 1687 (2° §)—Out. 23 de 1688.
Manuel Antonio Galvão, deputado á con­ Manuel Carneiro da Silva, 2° barão de
stituinte—Junho 3 de 1822. Ururahy—Set. 12 de 1877 (5° §).
Manuel Antonio Galvão, senador pela Manuel Carneiro da Silva e Fontoura,
Bahia—Maio 6 de 1844. ajudante tie ordens da Junta governa­
Manuel Antonio de S. Paio. conde de tiva do Rio Grantlc do Sul—Ab. 13
S. Paio, gov. do Pará c Rio Negro de 1821 (2° §).
—Dez. 17 de 1801 (2*). Manuel dc Carvalho Paes de Andrade,
Manuel Antonio Ribeiro de Castro. 1” presidente de Pernambuco na revo­
barao de Santa Rita—Maio 26 de 1854. lução do Equador—Ab. .30 de 1823—
Manuel Antonio da Silva, coi'onel, na Fev. 21—Março 20—Julho 2 e 24—
rebellião de S. Paulo—Julho 12 de Set. 12 de 1824.
1842. Manuel de Carvalho Paes de Andrade, se­
nador j)da prov, da Parahyba-iMaio
Manuel Antonio Vital de Oliveira na 9 de 1835.
revolução xyraieiro.—Fev. 2 de 1849, Fr. Manuel de Santa Catharina, gov. do
in fine.
bispado de Olinda—Ag. 12 de 1715.
Manuel Antonio Vital de Oliveira na Manuel Cordeiro Jardim,"' vereador do
guerra do Paraguay—Fev. 2 de 1867. Parà—Maio 17 dc 1661.
Padre Manuel de Araujo, prelado do R. Manuel da Costa Moraes Barba-Rica,
de Janeiro—Out. 8 de 1643 (3° —Ab. ju'ovedor da fazenda no Rio Grande
14 de 1653 (2” §). do Sul—Nov. 21 de 1749.
Manuel de Araujo Porto-Alegre, barão D, fr. Manuel da Cruz, 1° bispo dc Ma­
de Santo Angelo, polvgrapho nacional rianna—Nov. 28 de 1748.
—Dez. ,30 de 1879. Manuel da Cunha, pintor íluminense—
Manuel de Arruda Camara, botânico na­ Ab. 27 de 1809 (2‘ ).
cional—Fev. 28 de 1828 (3° §). Manuel da Cunha de Azeredo Coutinho
D. Manuel de Assis Mascareiihas. se­ Souza Chichorro, juiz de fora de
nador pelo R. Grande do Norte—Ag. Taubaté—Maio 13 de 1825.
28 de 1805—Junho 17 de 1850. Manuel da Cunha Menezes. 31° gov. dc
P. Manuel de Bastos, vigário de S. Sal­ Pernambuco—Out. 9 de 1769.
vador de Campos—Set. 2 de 1763 (5° § Manuel da Cunha Menezes. 47° gov. da
m fino) . Bahia—Set. 8 de 1774 (2°).
Manuel Beckman, chefe da revolta do Manuel da Cunha Souto Maior, almirante
Maranhão—Fev. 25 dc 1684—Nov. 2 da armada que trouxe a familia I’eal—
de 1685. Nov. 29 de 1807.

I I; !
 78
Padre Manuel Dendê Bus, membro do
aov. provisorio da Bahia—Set. 6 de
1822.
Manuel Dias de Andrada, tenente-gene­
ral. na guerra hollandeza— Jan. 18
e 19 de 1636—Ab. 23 de 1636 (3“ §).
Manuel Escudeiro Ferreira de Souza/3°
gov. da ilha de Santa Catharina—
Fev. 2 de 1749.
Dr. Manuel Feliciano de Carvallu), dis­
tincte cirurgião bi-azileiro, professor
da Plscola de Medicina da côrte—Nov.
11 de 1867,
Manuel P^elisardo de Souza e Mello, se­
nador pelo K, de Janeiro—Set. 29 de
1848—Dez. 29 de 1849—A g. 16 de
1366.
'4 •y. Manuel P'ernandes de Abreu. V . Ara-
üí . çoiaba (P'abrica de ferro).
y. f Manuel Ferreira de Araujo Guimarães,
o/ administrador da Imprensa Régia—
^ I Maio 13 de 1808 (2‘ . 4“).
I Manuel F’erreira de Araujo Guimarães,
coronel, deputado á constituinte—Ju-
^ o nho 3 de 1822—Out. 24 de 1838,
«C - Manuel Fernandes da Silveira, cap. mór
do líspirito Santo—Março 29 de 1800.
Dr. Manuel Ferreira da Gamara Bitten­
court e Sá, deputado á constituinte—
.3unho 3 de 1822.
Dr. Manuel Ferreira da Gamara Bitten­
court e Sá, senador por Minas-Geraes
—Ab. 29 de 1827.
Manuel da P'onseca Brandão, desembar­
gador—P’ev. 11 de 1751.
Manuel da P’onseea Jayme, gov. do Geará
—Ag. 30 de 1715.
Manuel PYancisco dos Anjos Ferreira,
vulgo bcclaio—T>ez. 13 de 1838. V.
Guerra dos balaios.
Manuel P'rancisco Gorrêa. senador pelo
Paraná—Ab. 10 de 1877 (Addenda de
abril),
Manuel de Ph’eitas da Fonseca, gov.int.
do R. de Janeiro—Maio 10 de 1725
(3“ §)—Fev. 20 de 1733.
Manuel da Gama Lobo de Almada, gov.
da capitania do R. Negro—Out. 27 de
1799—Março 12 de 1806,
Manuel Garcia Pimentel, donatario do
Espirito Santo—Ab, 6 de 1718 (2*).
Manuel Gonçalves, capitão, na guerra
hollandeza—Ag. 1 de 1624 (2“).
Manuel Gonçalves Branco, membro do
gov. da cap. do R. Grande do Norte
-^Maio 31 de 1782 (pag. 343).
Manuel Gonçalves IVIaia Bittencourt,
membro do gov. provisorio da Bahia
—Set. 6 de 1822.
Manuel Guedes Aranha, procurador da
capitania do Pará—Junho 3 de 1654.
Manuel Guedes Aranha, cap. mór do
Pará—Set. 3 de 1667.
Manuel Ignacio de Andrade Souto Maior
Pinto Goelho, marquez de Itanhaen.
senador por Minas-Geraes—Dez. 28
de 1844.
Dr. Manuel Ignacio Gavalcanti de La­
cerda, deputado á constituinte—Junho
3 de 1822.
Dr. Manuel Ignacio Gavalcanti de La­
cerda, barão de Pirapama. senador
por Pernambuco—Ab. 6 e 18de 1850.
Manuel Ignacio da Gunha Menezes, vis­
conde de Rio Vermelho, senador pela
p. da Bahia—Jan. 15 de 1850.
Manuel Ignacio de Mello e Souza, barão
do Pontal, senador por Minhas Geraes
—Out. 17 de 1836.
Manuel Ignacio de Sampaio e Pina, 42°
gov. do Geará—Maio 19 de 1812,
Manuel Ignacio da Silva Alvarenga.
])oeta mineiro—Nov. 1 de 1814.
Manuel Ignacio de Souza e Mello, presi­
dente de Minas—Março 22 de 1833—
Ab. 3 de 1832 (aliás 1833).
D. frei Manuel de Santa Ignez, bispo
coadjutor da Bahia,gov, int, da capi­
tania—Julho 6 de 1760 (2° §)—Março
25 de 1763.
D. frei Manuel de Santa Ignez, 9° arce­
bispo da Bahia—Junho 6 de 1771.
Manuel Jacinto Nogueira da Gama, de­
pois marquez de Baependy, deputado
á constituinte—Junho 3 de 1822.
Manuel Jacinto Nogueira da Gama, col-
laborador da constituição—Nov. 26
de 1823.
Manuel Jacinto Nogueira da Gama, mar­
quez de Baependy, senador por Minas-
Geraes—Jan. 22—Maio 4 de 1826—
P"ev. 15 de 1847.
Manuel Jacob Bravo, procurador de Gas­
par de Souza—Julho 24 de 1613.
Manuel Joaquim Barbosa de Gastro, bri­
gadeiro de artilharia em Pernambuco
—Março 6 de 1817.
D, Manuel Joaquim Gonçalves de An­
drade, 5° bispo de S. Paulo—Out. 12
de 1826.
Dr. Manuel Joaquim d’Ornellas, depu­
tado supplente á constituinte-^unho
3 de 1822.
Dr. Manuel Joaquim d’Ornellas, membro
do gov. provisorio de S. Paulo—Junho
25 de 1822 (2*).
Manuel Joaquim do Paço, gov. da cap.
do Rio Negro—Out. 27 de 1799—Março
12 de 1806.
Manuel Joaquim Pinto Pacca. coronel—
Maio 21 de 1823 (3° §)-Julho 16 de
1857.
 Manuel Joaquim Ribeiro, membro do
gov. dnt. (Ia B ah ia-A g. 15 de 1803.
u. ManuelJoaquimda Silveira. 15“ bispo
do Mapnhão—Ab. 11 de 1807—Junho
o de 18bl.
D. Manuel Joaquim da Silveira, 18* ar­
cebispo da Bahia e conde de S. Sal­
vador-Junho 23 de 1874.
Manuel Jorge Gomes de Sepulveda, gov
do R. Grande do Sul—Abril 23 de
1769—Julho 24 de 1773—Ab. 1
31 de 1780—Ag. 23 de 1808.'
Manuel Jorge Rodrigues, depois barão de
raquary, coronel, na guerra com os
gauchos—Jan. 20 de 1817—Marco 14
182^F ev. 26 de 1835—Maio 14 de
IC'x«) •
Manuel José Corrêa de Araujo, membro
do gov. provi?orio de Pernambuco—
Março 6 de 1817.
Manuel José de Faria, ouvidor do Ceará
—Ab. 11 de 1747.
Manuel José de Faria, ouvidor geral da
ilha de Santa Catharina—Maio
1750.
Manuel José Garcia, ministro aroentino
—Maio 24 de 1827 (2“).
Manuel José Martins Leão. V. Santa
Rita em Campos.
Manuel José Pereira Caldas, o Robes­
pierre da revolução de Pernambuco
—Maio 9 de 1817.
Manuel José Pereira Cardinal, procu­
rador da camara de Porto Aleo-re—
Ab. 1 de 1780. ”
Manuel José de Souza Franca, deputado
á constituinte—Junho 3 (le 1822,
Dr. Manuel José Velloso Soares, depu­
tado á constituinte—Junho 3 de 1822.
D Manuel Lobo, 35“ gov. do R o de
Janeiro—OuJ.. 8 de 1678—Maio 9 de
1679—Jan. 1 de 1680.
D. Manuel Lobo e a Colonia do Sacra­
mento—Out. 30 de 1679—Ag. 7 da
1680.
Manuel Luiz Osorio, depois barão, vis­
conde e marquez do Herval, na guerra
do Paraguay—Março 1 e 24 de 1865—
Ab. 16, 17 e 20—Maio 2 e 24 de 1866
—Julho 22 e 31 de 1867—Out. 1—Dez.
11 de 1868.
Manuel Luiz Osorio marquez do Ilerval,
senador pelo Rio Grande do Sul —
Maio 10 de 1808 (3*)— Out. 4 de 1879.
Manuel Luiz Osorio é recebido em tri-
umpho no Rio de Janeiro—.é.b. 28 de
1877.
Manuel Madeira, 19“ cap. mòr do Pará
—Ab. 26 de 1639.
Manuel Maria Carneiro da Cunlia, depu­
tado á constituinto—Junho 3 de 1822.
V iwiiivy < Uü lO lU .
Mariuel Marques de Sousa, avo
do conde de Porto Alegre—Fev, 27
de 1801 (4“ §)-O ut. 30 de 1801.
Manuel Marques de Souza, brigadeiro,
pae do conde de Porto Alegre—Set.
Ar 19de 1816—NoV. 21 de 1824.
Manuel Marques de Sousa, depois barão
c conde de Porto Alegro, na guerra
civil do R. Grande do Sul—Ab. 6 de
1836.
Manuel Marques de Sousa, ministro dos
négocies da guerra—Maio 24 de 1862.
Manuel Marques de f-ousa, conde de
Porto Alegre, na guerra do Paraguay
—Set. 2, 3 e 22 de 1866—Julho 18 de
18/5.
Manuel Martins do Couto Reis, tenente
general, procurador geral da i/rovin-
cia de S. Paulo—Junlio 26 de 1822.
Manuel Martins do Couto Reis (Tenente
general), deputado supp. á constituinte
—Junho 3 de 1822.
Manuel Masearenhas Homem, capitão
do Rio Grande do Norte—Fev. 12 de
1663.
D. Manuel de Menezes. V. Esquadra de
D. Bh-adique. '
D. Manuel de Menezes, commandante da
i^u Mariim de Freitas—Jan. 30 de
D. Manuel do Monte Rodrigues de Araujo,
conde de Irajá, 9“ bispo do R. de Ja­
neiro-Março 17 de 1796—Mar.-o 29 de
1858—Junho 11 do 1863.
D. Manuel do Monte Rodrigues de Araujo,
bispo, visita o R . Grande do Sul—Nov.
21 de 1845.
P. Manuel de Moraes, lutherano—Dez.
24 de 1634—Ab. 6 de 1642—Ag. 2 de
•
T?i"V
1645.
Manuel Moreira de Castro, director do
Jornal do Commercio—Ag. 16 (le 1860.
Manuel Moreira da Rosa, cirurgião. Vide
Vaccina.
Manuel Muniz, gov. do R. Grande do
■ Norte—Maio 23 de 1682 (2‘ ).
Manuel do Nascimento Castro e Silva,
senador j)elo Ceará—Nov, 20 de 1841.
P. Manuel Nobrega. 1“ provincial
dos jesuitas no Brazil—Fev. 1—Mar­
ço 2 de 1549—Maio 8 de 155.3—Ab. 21
de 1563—Out. 18 de 1570.
P. Manuel Nunes, vigario de S. P a u lo -
Jan. 25—Julho 21 (le 164!).
Manuel Nunes Leitão, cap. m(5r da Pa-
rahyba-—Vol. I,
 . I' lil

— 80
Manuel Odqrico Mcncles, o Virgílio bra- D. Manuel Rolim de Moura. 21° gov. do
zileiro—Jan. 2i de 1799. Maranhãd—Julho 8 do 1702.
Manuel Orihe, general argentino, occu­ ■D. Manuel Rolim de liíoura, 23° gov.
pa a povoação de Ba^e—-Ab. 1") de de Pernambuco—Junho 23 do 1718—
1827—Set. 23 de 1850. Jan. 11 de 1722.
Manuel Pacheco de Aguiar, comman­ Fr. 5Ianuel do Salvador na guerra com
dante do forte do Mar—Marco 2 de os hollandezes—Junho 4 dé 1641 (2°).
1630. Manuel dos Santos Martins Valiasqucs,
P. Manuel Pacbeco Pimentel, deputado senador pela Bahia—Ab. 28 de 1836—
á constituinte—Junho 3 de 1822. Nov. 21 de 1862.
P. Manuel de Paiva, jesuita, 1' superior Manuel dos Santos Pedroso, ten. coronel,
do collegio de S. Paulo—Dez. 24 de indio rio-grandense—Ag, 3 de 1801—
1553—Dez. 23 de 1584. Ab. 26 de 1816.
Manuel Pedro de Freitas Guimar<ães, Manuel dos Santos Silva, membro do
brigadeiro, commandante das armas provisorio da Bahia—Set. 6 de
da Bahia—Fev. 2 e 17 de 1822. 1822.
111 D. fr. Manuel Pereira. bis]>o resignata- Manuel da Silva Carahy, membro do
rio do Itio de Janeiro—Jan. 6 de 1685 gov. provisorio da Bahia—Set. 6 de
—Março 28 de 1700 (2' §). 1822.
Fr. Manuel da Piedade. V. Capuchinhos Manuel da Silva Pmsa, rausico flumi­
no Maranhão. nense—Maio 15 de 1793.
Manuel Pinto da Fonseca. V. Cimiterio Manuel da Silva e Sousa Coimbra, mem­
de Calumby. bro do gov. provisorio da Bahia—
Dr. Manuel Pinto Ribeiro Pereira de Set. 6 de 1822,
Sampaio, deputado á constituinte— Manuel Soares Albergaria, cap, mór da
Junho 3 de 1822. P a ra h v b a -V o l. I, p. 433. col. 1%
Manuel Pinto de Souza Dantas, senador 1692 (3° §).
pela Bahia—Fev. 3 de 1879. Manuel Soares Coimbra (Coronel), gov.
D. Manuel de Portugal e Castro, 16* gov. de Santa Catharina—Jan. 17 de 1791.
de Minas-Geraes^ Ab. 11 de 1814. Dr, Manuel de Souza e Almada, prelado
Manuel Ramos da Costa, poeta ílumi- do R. de Janeiro—Ag. 5—Out. 17 de
nense—Junho 11 d 1872. 1659 (artigo separado)—Março 5 de
I). Manuel do Rego de Medeiros, 18’ 1668.
/ •» . ' bispo de Olinda—Set. 16 de 1866. Manuel de Souza d’Eça. cap. mór do
D. frei Manuel da Resurreição, 3° arce­ Pará — Julho 20 de 1620 — Out. 6 de
bispo do Brazil—Jan. 16 de 1691. 1626—Ab. 7—Out. 18 de 1629.
D. frei Manuel da Resurreição. gov. int. Manuel de Souza Martins, visconde da
do estado—Junho 4 de 1687 (2’ §) — Parnahyba—Out. 24 de 1821—Ab. 16
Out. 23 de 1688. de 1823—Ag. 16 de 1824—Fev. 20 de
1856.
D. frei Manuel da Resurreição, 3° bispo
de S. 1’aulo—Out. 21 de 1789. Manuel de Souza Meirelles. V. Contracto
P. Manuel Ribeiro Bessa de Hollanda do quinto dos couros.
Cavalcanti, deputado á constituinte Manuel de Souza Tavares, 22° gov. de
—Junho 3 de 1822. Pernambuco—Junho 23 de 1718—Jan.
Manuel Ribeiro da Silva Lisboa, presi­ 11 de 1721.
dente do R. Grande do Norte—Ab. 11 Manuel Teixeira de Souza, barao de
1838. Oamargos, senador por Minas-Geraes
—Ag. 21 de 1878.
Manuel da Rocha Lima. V. Insurreição Manuel Telles Barreto, 6° gov. geral do
de negros na Bahia. Brazil—Maio 9—Julho 13 de 158^—
Manuel Rodrigues de Carvalho, comm. Março 27 de 1587.
da expedição contra os indios em Manuel Telles da Silva Lobo, presidente
Matto-Grosso—Ag. 1 de 17.34. do Maranhão—Dez. 25 de 1824.
P. Manuel Rodrigues da Costa, depu­ Manuel Viegas. na guerra hollandeza—
tado á constituinte—Junho 3 de 1822. Jan. 5 de 1637.
Manuel Rodrigues Jordão, brigadeiro, Manuel Vieira da Silva Tovar e Albu­
membro do governo provisorio de querque, gov, do Espirito Santo—
S. Paulo—Maio 23 de 1822 (2‘ ). Março 29 de 1800—Dez. 17 de 1804,
Manuel Rodrigues de Moraes, loco-te- Manuel Vieira Tosta, Ijarão e depois vis­
tenente do conde de Monsanto, em conde de Muritiba, senador pela Bahia
S. Paulo—Jan. 11—Junho 14 de 1621. —Maio 6 de 1851.
Manuel Xavier Alla, coronel, membro
do governo int. da Bahia—Out. 11 de
1769—Ab. 3 de 1771.
Manuela de Santa Clara e D. Rita
do Sacramento. V. Recolhimento de
meninas em S. Paulo.
Mantilhas de baeta—Uso de—. V. Bando
contia 0 uso de.
Marajó. V . Ilha Grande de Joannes.
Maranhão.—V, João de Barros.
Maranhão : conquista pelos franceííes—
Julho 20 de 1612—Junho 1 de 1613—
Junho 22—Ag. 2 3 - Out. 1—Nov. 19,
22 e_29 de lòl4—Nov. 2 e 3 de 1615.
Maranhão : conc[uista pelos hollandezes
—Out. 30—Nov. 22 de 1641—Out. 1
de 16J12—Fev. 28 de 1644,
Maranhão : ordem da camara para evi­
tar incêndios—Out. 6 de 1646.
Maranhão—capitania—Nov. 17 de 1652.
Maranhao dividido em duas capitanias—
Fev. 25 de 1652.
Maranlião—Estado—Ag. 25 de 1654.
Maranhão: prelazia annexa á de Per­
nambuco—Set. 29 de 1677 (2° §).
Maranhao—Bispado—Ag. 30—Set. 29 de
1677.
Maranhão—Favores aos senhores do en­
genhos do—Ab. 21 de 1688.
Maranhão-Relação d o—Ag. 23 de 1811.
Maranhão—Proclamação do governo con­
stitucional no—Ab. 6 dc 1821.
Maranhão—Junta provisória governativa
do—Março 29 dc 1824.
Maranhão—Bandos da Junta provisória
do—Ab. 5 dc 1824.
Maranhão—Jardim botânico no—Dez. 7
de 1830.
Maranhão—Sedição militar no—Set. 13
de 1831.
Maranhão—Motim no—Nov. 19 de 1831.
MaranhSo—Falta dc moeda subsidiaria
no—Ab. 2 de 1835.
Maranhão— Revolução do — Nov. 2 de
1685 (Revolta de Beckman).
Maranhão: revolta dos balaios—Dez. 13
c 14 de 1838— Junho 12—Julho 1—
Ag. 22 de 1839.
Maranhão: anniversario da adhesão da
província á independência—Julho 28
dc 1855.
Marcos de Araujo Costa. V. Conselho
administrativo do Piauhy.
P. Marçal Belliarte, 6“ provincial dos
jesuítas no Brazil—Julho 16 de 1596.
Marçal Nunes da Costa, cap. mór do
Pará—Set. 19 de 1658—Julho 30 de
1674—Julho 25 de 1685.
Marcellino Ribeiro, membro do gov. de
Matto-Grosso—Fev. 28 de 179o,
Dr, Marciano
(Reacção).
Marcilio Dias. Pedro AíTonso
halgh. V. Riachuelo.
Marcos plantados por Martim AíTonso
em Cananéa. V. Padrões.
Marcos André. V. Convento de S. An­
tonio do Recife.
Marcos Antonio Briccio. V. Ceará gov.
provisorio.
Dr. Marcos Antonio Monteiro de Barros,
procurador do 6° bispo dc Marianna
—Ab. 19 de 1820.
Dr. Marcos Antonio Monteiro de Barros,
senador por Minas Geraes—Maio 10
de 1826—Dez. 16 de 1852.
D. Marcos Antonio de Souza, 13° bispo
do Maranhão—Nov. 29 de 1842.
P, Marcos Cardoso de Paiva, bispo eleito
da Diamantina—Março 12 de 1803
(3'§).
D. Marcos de Noronha, 6° conde dos
Arcos, 42° gov. de Pernambuco—Jan.
25 de 1746.
D. Marcos de Noronha, gov. de Govjtz
—Nov. 8 de 1749.
D. Marcos de Noronha, 7° vice-rei do
Brazil—Dez. 23 de 1755.
D. Marcos de Noronha e Brito. 8° conde
dos Arcos, gov. do Pará—Set. 22 de
1803.
D. Marcos dc Noronha e Brito. 16° e ul­
timo vice-rei doBrazil—Ag. 21 de 1806.
D. Marcos de Noronha, e Brito, 53° gov.
da Bahia— Set. 39 dc 1810—Jan. 5 —
Fev. 5 de 1811.
D. Marcos deN oronha e Brito, ministro
d’estado no Rio de Janeiro—Junho 23
de 1817.
D. Marcos Teixeira, 5° bispo do Brazil
—Dez. 8 de 1622—Maio 8—Set. 3 de
1624 (3° §)—Out. 12 de 1 6 ^
D, Maria I. rainha de Portugal—Março
10 de 1808—Março 20 de 1816.
D. Maria da Gloria, princeza do Grão-
Pará, depois rainha de Portugal—
Maio 3 de 1819.
D. Maria II, rainha de Portugal—Ab. 4
de 1819—Julho 5 de 1828—Out. 16 de
1829—Out. 30 de 1835—Nov. 15 de
1853.
D, Maria Amelia, princeza brazileira—
Fev. 4 de 1853.
D. Maria Angelica Ribeiro, escriptora
dramatica—Ab. 9 de 1880.
D. Maria Francisca e D. Isabel Maria,
filhas de' D. João VI—Jan. 17 de 1808.
D. Maria Francisca Benedicta, princeza
viuva do Brazil—Jan. 17 de 1808.
D. Maria Isabel, duqueza do Ceará, filha
de D. Pedro I—Nov. 3 de 1867 (2°).
 D. Marift Isabc], conclcssa de Iduassú— Marquez de Barbacena. V, Felisberto
Nov. 3 do 1867 (2*). Caldeira Brant Pontes.
D Maria Joaqiiina Dorotlioa do Soixas Mai'quez de Basto. V. liuarte dc Albu-
(Marilia de Dirceu) — FQ\\ 9 do 1853. quercjuc Coelho.
I) Maria Leo;)o]dina JoscpJia Carolina, Marquez de Caravehas. V. José Joaquim
1* imperatriz do Brazil — A<i. 13— Carneiro do Caiiq/os.
Nov. 5 de 1817—Dez. 11 do 1826. Marquez de Casa 'Pillv, almirante de
Maria Ma^^dalena (Santa)—Estrada de llespanha—Nov. p f de 1776 (2* Ç).
ferro—Jan. 12 de 1876. Marquez de Cascaes. Vide D. Luiz Al­
D. Maria de Souza, na guerra corn os varo de Castro e Souza.
hollandezes—Ah. 11 de'lG35. Marquez de Forrolles. V. Pierre Eleonor
D. Maria Theroza, llllia de D. João VI— de la Ville.
Maio 29 de 1812. Marquez do llcrval. V. Manuel Luiz
D. Maria Ursula de Abreu Lencastro. Osorio,
heroina lluminense—Set. 1 de 1700. Marquez do Inhambupc de Cima. V.
Marianna (Cidade de) — Fev. 7 de 1711— Antonio Luiz Pereira da Cunha.
^ '. 'I Ab. 23 de 17d5. V. Ribeirão do Carmo. Marquez de Itanhaen. V. Manuel Ignacio
Marianna—Bispado de—Dez. 0 de 1745. de Andrade Souto Maior Pinto Coelho.
B. Marianna, irmã da rainha D. Maria Marquez de Jacarepagua. \ . Fi'ancisco
I—Jan. 17 de 1808—Maio 16 de 1813. Maria (iofdilho Velloso de Barbuda.
1). Maria de Souza Guerra, condessa de Marquez de Lavradio (1°). Vide I). An­
Vimieiro, 4* donatária da cap. do S. tonio de Almeida Soares e Portno-al
Vicente—Out. 15 de 1610—Jan. 11 de Marquez d.e Lavradio (2°). Vide D. Luiz
1621—Out. 28 de 1637 (2‘ ). de Almeida J’ortugai Soares-d’Eça
D. Marianna Victoria, viuva de D. José Alarcão Mello Silva Mascarenhas,
I—Jan. 15 de 1781. Marquez de S. João da Palma. Vide D.
Marianno Falcinelli Antoniacci, nuncio Fi'ancisco de Assis .Mascarenhas.
no Rio de Janeiro—Jan. 14 de 1861./ Marquez do Maranhão. V. Lord Co-
i 1 Marianno Gomes da Silva, V. Ceará : ckrane.
junta governativa e gov. provisorio. Marquez de Lages. V. Joao Vieira de
Marianno José Pereira da Fonseca, depois Carvalho.
visconde e marquez de Maricá, ad­ Marquez de Marial va, embaixador de D.
ministrador da Imprensa Regia — Joao \1 na Austria—Junho 1 de 1817.
Maio 13 de 1808 (2% § 4”). Marquez de luaricâ. V, Marianno José
Marianno José Pereira da Fonseca, ad­ Pereira da Fonseca.
ministrador da Fabrica de polvora — Marquez das Alinas. Vide D. Antonio
Maio 13 de 1808 (3‘ ). Luiz dc Souza Tollo de Menezes.
Marianno José Pereira da Fonseca, col- Marquez de Montai vão. Vide D. Jor^^e
' '/ dc Mascarenhas.
laborador da constituição—Nov. 26 de
1823. Marquez de Monte-Alegre. V. José da
Costa Carvalho.
Marianno José Pereira da Fonseca, se­
nador pelo Rio de Janeiro—Jan. 22— Marquez de Monte-Bellb. Vide D. An-
Maio 4 de 1826 ( 3 * ) - Sot. 16 do 1848. tonio Felix l\lachado da Silva c Castro.
Maricá—Terras dadas a S. Bento cm— Marquez de Nazareth. V. Clemente
ferreira França.
Out. 13 de 1633.
Mariocay. V. Gurupá. Marquez de Olinda. V. Pedro de Araujo
Li.ma.
Marquez de Abrantes. V. Miguel Calmon
Du Pin e Almeida. Marquee de Olinda, paquete aprisio­
Marquez do Aguiar. Vide D. Fernando nado pelos paraguayos—Nov. 12 de
1864.
José de Portugal.
Marquez de Paraná. V. llonorio llcr-
Marquez de Alegrete. V. Luiz Tellcs da meto Carneiro Leão.
Silva. iAíarquez de Paranaguá. V. Francisco
Marquez de Santo Amaro. V. José Kgy- ViJlela Barbosa.
dio Alvares de Almeida. Marquez de Pombal. V. Sebastião José
Marquez do Angeja. Vide 1), Pedro An­ de Carvalho e Mello c Henrique José
tonio de Noronha. dc Carvalho e Mello,
Marquez de Aracaty. V. João Carlos Marquez da Praia-Grande. , ,
Augusto de Oyenhausen Grevenburg. Vide Caetano
Pinto de Miranda Montenegro.
Marquez de Baependy, V. Manuel Ja­ Marquez de Quexeramobim-Nov.
cinto Nogueira da Gama, 15 de
1849.

Marquez do Recife. V. P’rancisco Paes
Barreto.
Marquez de Sabara, antes visconde do
Fanado. A*. João Gomes da Silveira
Mendonça.
Marquez do Sapueaiiy. Ab Candido José
de Araujo_ A’ianna.
Marquez de \ aldelirios na demarcação de
limites—Set. 1 de 1752.
Marquez de A’ aldueza. Aude D. Fradioue
de Toledo Osorio.
Marquez de A’ alença. Vide D. Aflbnso
Mif^uel de Portugal e Castro.
Marquez de Auilença. A' . Estevão Ribeiro
de Rezende.
Marquez de S. ATcente. \ José Antonio
Pimenta Bueno.
Marqueza de Santos. Aide D. Demitliil-
(les de Castro Canto e Mello.
Marten Tliyszon, almirante liollandez—
Jan. 9—Set. 22 de 1631 (3” §)-Jan.
24 de 1632. ^ Alaio 24 de 1618—Junho 25 de 1626
Martha de Christo,abbadessa na Bahia—
Julho 16 de 1686.
Mai tini Ailonso de Aiello (TehyTiçó.),
chefe dos guavanazes—Dez. ' 25 de
1562.
Martim AíTonso de Souza (Expedição de)
—Dez. 29 de 1530—Jan. 3—Fev. 18-
Março 17—Ab. 30 de 1531—Maio 22
de 1532.
Martim AlTonso de Souza, cap. mdr da
armada guarda-costado Brazil—Nov.
20—Dez. 3 de 1530—Jan. 31—Fev. 1,
2 e 17—Alarço 27—Ag. 12 de 1531—
Jan. 25 de 1532—Julho 21 de 1564.
Martim Affonso de Sousa (Doação a)—
. Out. 6 de 1534.
Martim Alfonso de Souza, o Ararigboia
—Out. 15 do 1556 (4° a 6“ S^§)—AÍarço
16 de 1568.
Martim Corrêa Lumbria—Alaio 5 de 1662.
Alartim Corrêa de Sá, gov. do Rio de
Janeiro—Julho 17 de 1602—Julho 12 dc
1611—Jan. 26 de 1618—Nov. 7 de 1619
(artigo separado)—Jiilho 11 de 1623—
Ag.
A O'
5/ ]de
O 1
1624 — Junho 24
OÍ
de 1626.
Alartim Corrêa de Sá. loco-tonente dos
donatarios de S. Ahcente—Fev. 2 dc
1618.
Martim Corrêa de Sá, gov. do R. de
Janeiro—Jullio 14 do 1608.
Alartim Corrêa <le Sá e Benevidcs, dona-
tario de Campos dos Goytacazes—Set.
2 dc 1673—Set. 15—Nov. 23 de 1674.
Alartim Corrêa dc Sá e Benevides. 1“
visconde de Asseca—Nov. 23 de 1674
—Out. 28 de 1678.
Alartim Corrêa deSá e Benevides. 4° vis-
conde de Asseca—Ag. 23 de 1747-
Junho 14—Nov. 30 dc 1753.
83
Alartim Correa' A'asques, gov. int. do
Rio dc Janeiro—Ab. 2—Out. 15 de
169/.
Dr. Alartim Francisco Ribeiro d(* An*
drada, membro do governo provisorio
de S. Paulo—Alaio 22 de 1822.
Dr . Alartim Francisco Ribeiro de An-
drada. deputado á constituinte—Junho
3 de 1822.
Dr . Alartim Francisco Ribeiro de An-
drada, ministro da fazenda—Julho 24
de 1840.
Dr . Alartim Francisco Ribeiro de An-
‘ ^ d a (Resumo biogr.) —P^ev. 23 de
Alartim Lopes Lobo de Saldanha, 11°
gov. de S. Paulo—Jan. 14—Set. 23—
(íut. 14 de 1775.
Alartim Soares Aloreno. cap. mór do
Ceará-Julho 21— Out. 1 dc 1614 (2° S)
—Julho 27 (2')—Nov. 14 de 1645.
Martim Soares Aloreno, mestre dc campo
na guerra hollandeza—Alarço 24 de
1633—Jan. 25—Dez. 24 de 1634—Jan.
10 de 1635—Jan. 17 de 1636—Jan. 12
de 1637—Jan. 13 de 1646.
Alartinhq dc Aíendonça Pina e Proença,
go\’. int. de Alinas Geraes—Alarço 26
de 17.35—Alaio 12 de 1736.
Alartinho de Souza e Albuquerque, gov.
<2° § ) — Out. 2 d de
1 /oo.
Martinière. V. La Aíartinière.
:.,1
Carlos Frederico
Pihppe von Aíartius.
Alascates.' AL Guerra dos.
Aíassqni (Aíonsenhor), internuncio apos-
tohco—Nov. 20 de 1856.
Alatadouro de S. Christovão no Rio de
Janeiro-Ag. 1 de 1853.
Alatadouro (Novo)—Alarço 19 de 1876.
Matenas primas empregadas nas fabri­
cas nacionaes—Ab. 28 de 1809.
S. Aíatheus (Barra de)—'linha telegra •
phica—Jan. 16del878.
D Aíatheus de Abreu Pereira, 4° bispo
de S. Paulo—Alaio 31 de 1797.
D. Aíatheus de Abreu Pereira, gov. int.
da capitania-Dez. 10 de 1802 (2° ^)—
Junho 12 dc 1808—Ag. 26 de 1813—
Nov. 19 de 1817.
I). Matheus de Abreu Pereira, membro
do gov. provisorio da provincia—Ju­
nho 25 de 1822 (2°).
Dr. Aíatheus Casado de Araujo Lima Ar-
naud, deputado pronncial das Ala­
goas-Dez. 4 de 1839.
Di . Matheus da Costa Aborim, 5° pre­
lado do Rio de Janeiro—Fev. 8—Julho
li
3 de 1629 (§ 7°).
^ í.
i .i
Ví
 — 84 —
Matlicus Dias da Costa, ouvidor do Ma­
ranhão-Maio 8 de 1691 (2° §)—Ad­
denda de Setembro, p. 172. Set. 5.
f r. Matheus de S. Francisco na guerra
hollandeza—Ag. 4 de 1633 (I" §).
P. Matheus Nunes, 1“ prelado do'll, de
Janeiro—Ag. L5 de 1569.
Dr. Matheus Saraiva. V. Academia dos
Felizes.
Mathias de Albuquerque, general, de­
pois conde de Alegrete, gov. de Per­
nambuco—Maio 12 de 1602 (8° í^)—
Out. 12 de 1621—Maio 9 de 1624 (2“)—
Dez. 31 de 1633.
Mathias de Albuquerque, gov. geral do
estado—Set. 22 de 1624.
Mathias de Albuquerque na guerra hol­
landeza—Jan. 9 de 1625—Jan. 14—
Ag. 10—Março 4 de 1630—Ag. 18 de
1631 — Junho 21—Set. 15 de 1632—
Março 24—Julho 22 e 25—Ag. 4, 8 e
9—Nov. 26 de 1633—Fev. 4 de 1634—
Ab. 1 1 - Julho 16, 19. 22, 23 e 29 de
1635—Junho 9 de 1647.
Mathias de Albuquerque Maranhão, gov.
da Parahvba—Fev. 24 de 1630—Ag.
21 de.1656.
Dr. Mathias Ayres Ramos da Silva d’Eca,
notavel paulista—Março 27 de 1705.
Mathias Cardoso de Almeida—Março 16
de 1681.
Mathias van Ceulen, director delegado
da Companhia das índias no Brazil—
Dez. 23 de 1632—Set. 1 de 1634.
Mathias Coelho de Sousa. gov. int. do
R, de Janeiro—Marco 22 de 1753. .
Mathias da Cunha, 30' gov. geral do
\n Brazil—Julho 9 de 1678—Junho 4 de
1687—Out. 23 e 24 de 1688.
D. Mathias de Figueiredo e Mello. 3“
bispo de Olinda—Maio 28—Set. ,9 e
13 de 1688—Junho 5 de 1690 (2° Sij)—
Julho 18 de 1694.
|i P. Mathias PereirayrrCmrh^ V. Piauhy
(Junta do governo constitucional do).
Mathias Ribeiro da Costa 1'unda o pre­
sidio do Fecho dos Morros—Maio 9—
Set. 13 de 1775.
Mathias Teixeira de Castro. Y. Membro
da Junta provisória do Piauhy.
Matronas pernambucanas presas jielos
hollandezes—Ag. 17 de 1645.
Matta-porcos (Acção_de)—Ab, 17 de 1832.
Matta Redonda (Áeçao da), na luta com
os hollandezes—Jan. 18 e 19 de 1636.
Matto Grosso— Começo da povoação de
—Dez. 22 de 1734 (art. separado, 2°).
Matto Grosso, capitania indeiicndcnte—
Maio 9 de 1748 (2“ ).
Matto Grosso—Cidade de—Set. 17 de
1818.
Matto Grosso—Bispado de—Julho 15 de
1826.
Matto Grosso -R evolta de Cuvabá em
—Maio 30 de 1834.
Matto Grosso invadido pelos paraguayos
—Fev. 29 de 1865.
Mauá. Y. Estrada de ferro de.
Manricia—Arrasamento da cidade—Ag.
29 de 1645.
Mauricio de Nassau. Y. João Mauricio de.
Fr. Maximo Pereira. 6° prelado do R.
de Janeiro-Julho 3—Set. 13 de 1629.
Mecejana, no Ceará, elevada á villa—
Maio 15 de 1759.
Medalha commcmorativa hollandeza—
Jan. 17—Fev. 1 de_ 1640.
Medalha de distineção ao exercito que
servira em Montevidéo—Jan. 31 de
1823.
Medalha ao exercito pacificador da Baliia
—Julho 2 de 1825.
Medalha jiara serviços á humanidade—
Março 14 de 1855.
Medalha militar do Forte de Coimbra—
Julho 8 de 1865.
Medalha (oval) de Pavsandú—Maio 8 de
1865.
Medalha do Riachuelo—Nov. 29 de 1865.
Medalha militar de bravura—Maio 1 de
1867.
Medalha ás forças expedicionárias em
Matto-Grosso—Ag. 7 de 1867.
Medalha commemorativa do forçamento
de Ilumayíá—Março 14 de 1868.
Medalha « Ã ’ bravura militar»—Marco
28 de 1868.
Medalha ao exercito e armada em ope­
rações no Paraguay—A g. 20 de 1870.
Mediação^ dos Estadõs-Unidos para a
cessaçao da guerra do Paraguay—Ab.
27 de 1867.
Medidas para a conservação das minas
de Goyaz—Dez. 3 de 1734.
Meia Pataca. Y. Cataguazes.
Fr. Melchior de Santa Catliarina, 1° cus­
todio franciscano do Brazil—Março
13 de 1584—Ab. 12 de 1587.
Membros da junta administrativa inte­
rina de Goyaz—Ab. 1 de 1822.
Membros da 1" junta provisória da Ba­
hia—Fev. 10 de 1821.
Membros da junta provisória de Santa
Catharina—Maio 20 de 1822.
Membros da junta provisória do Mara­
nhão—Maio^l4 de 1824.
Membros da junta provisória do Piauhv
—Ab. 27 de 1822.
Memorial da camara de Belém do Pará
ao p. Antonio Yieira—Jan. 15 dc 1661
—Jan. 15 de 1670.
 Men de Sá, 3° gov. geral do Brazil—
Julho 23 de 1556—Jan. 10 o 16—Fcv.
21—Mari^,o 1 6 3 1 —Junho 10 c 16 de
1,560—Out. 15 de 1566—Jan . 18 c 20
de 1567—jíarço 2—.Maio 13 de 1572.
Mendicidade (Asylo da) no R. de Ja­
neiro-Julho 10 de 1879.
Mereede.s (Passagem de), guerra do Pa­
raguay—Junho 18 de 1865.
Methwen (Tratado de). V. Tratado de.
Meza do desembargo do Paço e da Con­
sciência e ordens—Ab. 22 de 1808—
Set. 22 de 1828.
Meza de rendas geraes de Maceió— Dez.
11 de 1867. ^
S. Miguel (Rio de) — Nov. 1 de 1501.
S. Miguel (BTindação da aldeia de)—Out.
12 de 1580.
S. Miguel (Aldeia de) atacada pelos hol-
landezes—Jan. 29 de 1635.
Miguel Antonio de Azevedo Veiga, mem­
bro do gov. int. de S. Paulo—Dez. 10
de 1802—Junho 12 de 1808.
Dr. Miguel Antonio Heredia de Sá, il-
lustre clinico de Campos—Dez: 10 de
1879.
Miguel Antonio de Noronha Abran-
ches Castello-Branco, conde de Paraty
—Out. 2 de 1667.
Miguel Antonio da Rocha Lima. V.
Ceará: governo temporário.
D. fr. Miguel de Bulhões e Souza, 3°
bispo do Pará—Fev. 9 de 1749.
Dr. Miguel Calmon du Pin e Almeida,
depois visconde e marquez de Abran-
tes, deputado á constituinte—Junho
3 do 1822.
. Miguel Calmon du Pin e Almeida,
membro do gov. provisorio da Bahia
—Set. 6 de 1822.
, Miguel Cahnon du Pin e Almeida,
senador pele Ceará—Julho 28 de 1640
—Out. 5 de 1865.
Dr. Miguel Calmon du Pin e Almeida,
ministro dos ncgocios estrangeiros—
Maio 30 de 1862.
Miguel Fernandes Vieira, senador pelo
Ceará—Ag. 6 de 1862.
Miguel de Frias e Vasconcellos (Major)—
Ab. 7 de 1831.
Miguel Garcia Lumbria—Ab. 8 de 1695.
Miguel Giberton, commandante de Porto
Calvo—Março 5 de 1637.
Miguel Ignacio dos Santos Freire Bruee.
presid^ente do álaranhào—iMaio 14—
Dez. 25 de 1824—Jan. 1 de 1825.
P. Miguel Joaquim de Almeida e Cas­
tro. 0 MUjudinho, secret, do gov. pro­
visorio do Pernambuco—iMarco 6—
Junho 12 de 1817.
Dr. Miguel Joaquim de Cerqueira e Sil­
va. deputado á constituinte—Jtinho 3
_de 1822.
Miguel Joaquim Cesar na revolução de
Pernambuco e Ceará—Ab. 30 do 1817
{Addenda de abril).
Miguel Joaquim da Cunha, assassino
abjecto—Out. 31 de 1853.
D. l’r. Miguel da Madre de Deus. bispo
eleito de S. 1 auío—Março 19 de 1774
in fine.
Miguel Maria Lisboa, barão de Japurá,
diplomata brazileiro—Maio 22 de 1809.
Miguel de Moura. V. Cacebuni.
Oliveira Pinto, membro do
gov. int. de S. Paulo—Ag. 26 de 1813.
D. fr. Miguel Pereira, 6° bispo do Bra­
zil—Junho 19 de 1628.
Miguel Pereira de Araujo. V. Membros
da Junta provisória e Junta do gov.
constitucional (Piauhjd-
Miguel do SacrameiRo Lopes Gama,
.0 carapuceiro—Dez, 9 de 1852—Ju­
nho 21 de 1864 in fine. ?
Miguel de Salcedo, gov. de Buenos-
Avres—Jan. 5 de 1736—Marco 16 de
1737.
Miguel Serrão Diniz, chanceller. mem-*
bro do gov. int. da Bahia—Out. 11
de 1769—Ab. 3 de 1774.
Miguel de Souza Mello e Alvim, conse­
lheiro de estado—Out. 24 de 1855.
Migicelinho [O). Vide P. Miguel Joaquim
de Almeida e Castro.
D. Militina Jansen Muller, irmã de Odo-
rico Mendes—Nov. 22 de 1879.
âíinas de ouro de Jaraguá—Ab. 25 de
1562.
Minas—Recompensas aos que se empre­
guem em exploração de—Set. 27 de
1664. V. Minêraçao.
Minas de ouro do Rio Doce—Julho 24
de 1687 (2°
Minas dè ouro do Cataguazes—Junho 16
do 1695. .
Minas—Prohibição de irem sem licença
ás—Set. 27 de 1704.
Minas de ouro do Carirv no Ceará—Ab.
18 de 1712.
Minas de ouro'de Cuxipó—Junho 15 de
1722.
Minas de ouro de Goyaz e Cuyabá—Ab.
6 de 1718—Junho 30 do 1722—Jan. 10
de 1730—Acr. 25 de 1733—Dez. 3 de
1734.
 l7^ V'
^ Minas (Je ouro. V. Bomlim. Coral. Pa-
racatú.
Minas dc prata. V. Roberio Dias.
Mina.s de esmeraldas. V. Esmeraldas
\ Minas de diamantes. V. Diamantes.
Minas de ferro na capitania de Minas-
Geraes—Ab. 1 de 181,3 (2“).
Minas Geraes e S. Paulo—fjoverno inde-
pendente—Nov. 3 de 1703.
Minas Geraes—Divisão do território—
Ab. 6 de 1714.
Minas Geraes—capitania independente—
.Dez. 12 de 1720.
Minas Geraes — Revolução da inconfi­
dência—Ah. 21 de 1792.
Minas Geraes—Governo provisorio—Set.
28 de 1821.
Minas Geraes-Revolução de Ouro Preto_
Março 22 de 1833 — Ab. 3 de 1832
(aliás 1833).
Minas Gerae.s—Rebellião da provincia de
—Junho 10 de 1842.
Mineiros deS. Vicente—Privile<íio aos—
. Ag. 8_ de 1018.
Mineração—Honras promettidas aos que
se empregarem em trabalhos de—
Jan. 2/ de 1696.
Ministério (P ) de D. João VI no Brazil—
Março 11 de 1808.
Ministério (1°) nomeado por D. Pedro 1—
Junho ò de 1821.
Ministério José Bonifacio— Out. 28 de
1822.
Ministério liberal de D. Pedro 1—Marco
20 de 1831. ^ tratados que tinha com o Brazil—
ir ' Ministério (P) nomeado por D. Pedro II—
itK' í Julho 24 de 1840.
Ministério (6“) do segundo reinado—
Março 7 de 1848.
t‘X Miranda assolada pelos parao'uavos_
Março 3 de 1865. "" “
Misericórdia. V. Casa de.
Missa—primeira dita no Brazil—Ab %
de 1500.
Missa—2* que se disse no Brazil-M aio
1 de 1.500 2* §).
Missa—primeira dita na capitania de
Paulo—Jan. 25 de 1554.
Missão Paupina. no Ceará. V. Mecejana.
Missas—Faculdade de dizerem tres_
concedida aos padres portuguezes—
_A g. 26 de 1748.
Missas—Primeiras ditas em Parámerim—
Set. 17 de 1614 (7° §).
Mi.ssionarios estrangeii'os no Pará—Ju­
nho 8 de 1707.
Missões de Pernambuco (Junta das)—
Set. 26 de 1692—Ab. 20 de 1701.
Missões do Uruguay (Sete Povos das)—
Nov. 14 dc 1754-^Ag. 3 de 1801.
Mocha. V. Oeiras.
86
Moeda (Reducção da) em S. Paulo—Fev
17 de 1694.
Moeda subsidiaria (Falta dc) no Mara­
nhão—Al). 2 dc 1835.
Moeda subsidiaria de bronze-F ev. 15
de 1869.
Moeda provincial : prohibe-se a sua e.x-
portação—Jan. .30 de 1726.
Moeda. V. Casa da moeda.
Mogy das Cruze.s—Maio 20 (art. sepa­
rado). *
Mogy-merim (S. José de)—Out. 22 de
1769.
Moiiopolio do serviço dos indigenas pe­
los jesuitas—Ag. 15 de 1611.
Monsenhor Pizarro. \ . .José de Souza
Azevedo Pizarro e Araujo.
Monte Caseros (Batalha de)—Fev. 3 de
1852—Vol. II. p. 32.5. col. 2*. Julho 18.
Monte Pascoal. da serra dos Avmorés—
Ab. 22 dc 1500.
^lonte de Soccorro do R. de Janeiro—
Nov. 4 de 1861.
M ontepio/dc economia dos servidores
do Estado—Jan. 10 de 1835.
Montevidéo—Encorporação de— Ag. 20
de 1825. ^
Montevidéo ; Reconhece o Brazil a inde­
pendência de—Out. 24 de 1828.
Montevidéo : Insultos ao ministro do
Brazil em—Junho 21 de 1843 (2° §).
Montevidéo: A divisão brazileira entra
em—Maio 2 de 1854.
Montevidéo (O governo de) queima os
Dez. 1.3 de 1864.
Montevidéo (Bloqueio e rendição da pra­
ça de)—Fev. 2^ 20 e 22de 1865.
Montgolfiers (Irmãos). V. Ascenção acro-
statica.
Monumento da ilha de Yillegaignon—
Dez. 16 de 1876.
Monum.ento á memória de José Clemente
Pereira—Nov. 2 de 1858.
Moribeca occuj)ada pelos hollandezes—
Fev. 15 de 1635.
Morre um liberal, mas não morre a
liberdade. V. Dr. João Baptista Libero
Badaró.
Morro do Castello (Desaba parte do)—
Fev. 10 de 1811.
Morro Queimado. V. Nova Fribui'go.
Morticinio de Potengv. V. Potengy
(Carnificina de).
Mosteiro deS . Bento no R. de Janeiro—
Ab. 12 de 1585—j\Iaio 13 de 1589—
Março 25 de 1590—Ab. 9 de 1607 (2° §■.
Mosteiro de S. Bento na Bahia—Julho
16 de 1586.
Mosteiro de S. Bento em S- Paulo—Ab.
15 de 1600.
 Motim no Rio do Janeiro eontra o prc-
I'Osio de Salvador Corrêa—Dez. 18 de
16G1.
Motim na villa de S. Paulo—Jan. 10 dc
1G83.
Motirn cm S. Paulo por causa da reduc-
cao do valor da moeda—Fev, 17 de
1G94.
Motim em Campos conira o visconde de
Asseca—Ag." ^3 de 1747.
Motim ]iopular no R. Grande do Sul—
A b. 2G de 1821 (2“).
Motim militar na Bahia—Out. 25 de
1824.
Motirn no R. de Janeiro da tropa allcmã
—Junho 11 de 1828.
Motim no R. de Janeiro—Julho 14 de
1831.
Motirn de estudantes em S. Paulo—Out.
23 dc 18Ü1.
Motirn no presidio dc Iguatemy. V. Igua-
temy.
Motirn no Pará. V. Pará.
Movimento sedicioso em Goyaz—5Iaio 17
de 1803.
Movimento militar em Pernambuco—
Maio 5 de 1831.
Mudança da sédc do vice-rcinado do
Brazil para o R. de Janeiro—Junho
27 de 1763.
Mudança da gapital do Piauhv—Out. 29
de 1814. ' 1659(2“).
Muckers. V. Revolta dos.
Mulheres. Ordem régia prohibindo f|ue
passem mulheres do Brazil para Por­
tugal—Março 10 de 1732.
Municípios de S. Paulo encorporados
temporariamente á provincia do R.
dc Janeiro—Junho 18 de 1812 (2').
Museu nacional no R. de Janeiro—Junho
6 de 1818.
Mussupinho. V. Combate do.
Mussui-epe (Engenho). V. E])isodios das
lutas com os hollandezes.
Náu Nossa Senhora do Carmo c Santo
\zz Elias—i\Iarço>^de 1714.
Náu Nossa Senhora do Livramcnio e
S. José,—Set. 3 de 1759 (1° §).
Naufi’agio da armada de Martim AlTonso
—Nov. 2 de 1531.
Naufragio de llans Stade-Nov. 21 de
' 1549.
Naufragio do 1° bispo do Brazil—Junho
IG de 155G.
Naulragio de Jorge de Albuquerque
Coelho—Maio IG de
Fernandes de Vasconcellos-
de 1570.
de Pedro dc Albuquerque—
Julho 13 de 1G43.
Naufragio do conilo de Villa Pouca de
Aguiar—Dez. 22 de 1647 (3° §).
NaufVagio de João Corrêa da Silva, gov.
geral do estado—Set. 5 de 1669 (art.
separado).
Naufragio de João Vellasco de Molina—
Julho 20 de 1G98 (3° §).
Naufragio do vapor Pernambucana—
Out. 9 de 1853.
Naufragio da corveta J). Isabel no Me­
diterrâneo—Nov. 11 de I860.
Naufragio do vapor Hermes—Nov. 28
de 1861.
Naufragio e morte do poeta Gonçalves
Dias—Nov. 3 de 1864.
Navegação do Rio Doce—Dez. 2 de 1808.
Navegação do rio S'. Francisco—Dez. 7
de 1866.
Navegação entre o Amazonas e Liverpool
—Jan. 25 de 1875.
Nazaretli (Villa de) tomada pelos praiei­
ros—Nov. 12 de 1848.
Necrotério, deposito dc cadaveres no R.
de Janeiro—Jan. 5 de 1873.
Neenoahibas (Pazes com os)—Ag. 5 de
Negocios do Império e estrangeiros—Di
vide-se em duas a pasta dos—Nov. 13
dc 1823.
Nereu Cecilio dos Santos. V. Dr. Pedro
Gnillierme Lund.
Neta dc Caramurú—Dez. 4 de 1833.
Nicolau Aranha (Capitão) na guerra hol-
landeza—Julho 27—Set. 13 de 1645.
P. Nicolau Botelho, reitor do collegio
dos jesuitas em S. Paulo—Junho 2
de 1640.
Nicolau Durand dc Villegaignon. V.
Villcgaignon.
Nicolau van Inern, commandante da co-
lonia hollândeza Nassau—Junho 25
de 1637.
Nicolau Janszen Visscher, pintor hollan-
dez—Maio 10 de 1624 (6° §).
Nicolau Nenguirú. V. Caybaté.^
Nicolau Pereira de CanRios Vergueiro/
(leinitado á constituinte—Junho 3 dc
1822.
Nicoláu Pereira de Campos Vergueiro
(leportado com os Andradas—Nov.
20 de 1823. _ . / /
Nicoláu Pereira de Campos Vergueiro/ ^ /
senador por êíinas Geraes e juembro /
da Regencia provisoida-r-Ab, 7 (le
1831 (5“ §)-Scl,. 17 dc 18-50,
. '■
— 88
ísicoláu Pcreira.de Campos Vergueiro
declarado rebelde com outros sena­
dores—Jan, 28 de 1843.
Nieoláu Rodrigues dos Santos França c
Leite. V. Legradados politicos.
iMcteroy, antes \illa Real da Praia
Grande—Maio 10 de 1819,
Nossa Senhora da Corrente da villa do
T : Penedo—Dez. 7 de 1764.
Nossa Soihovíi da JSoa Viagem^ náu do
commando de Dento do Rego Bar­
bosa—Jan. 10 de 1625.
^ '
i ''
Nossa Senhora das Necessidades em
Santa Catliarina — Ab. 27 de 1750
{.Addenda de abrilj,
Nossa Senhora dos Prazeres (Fortaleza
» ( em
de) Paranaguá—Março 25 de 1769.
Notihcaçao de guerra do gov. do Brazil
ao do Uruguay—A g. 10 de 1864.
Nova Coimbra (Presidio de)—Set. 13 de
1775.
Nova Friburgo (Coloniasuissa'de)—Maio
16 de 1818.
Nuno da Cunha de Andrade Varona,
gov. int. da capitania do R. Ne>^ro—
Março 12 de 1806.
D Nuno Eugenio de Lossio e Seilbtz,
membro do gov. int. de S. Paulo—
A g. 26 de 1813.
D, Nuno Eugênio de Lossio e Seilbtz
deputado supplente á constituinte—
Junho 3 de 1822.
D. Nuno Eugenio de Lossio e Seilbtz
senador pélas Alagoas—Junho 21 de
1826—Jan. 16 de 1843.
D. Nuno Manuel, chefe de expedição ao
1 de 1501—Junho 18 dc
la04—\ ol II, p. 326, col. 2U- out. 12.
Nuno de Mello e Albuquerque, capitão
na guerra hollandeza — Março 4 dé
1630.
Nuno Pereira Freire, gov. adjunto de
b. Paulo, Esp, Santo e Rio de Ja­
neiro—Julho 12 de 1611.
O Ordem terceira de S. Francisco do Re­
Obelisco no Pará—Março 4 de 1780.
Observantes reformados. V. Santo An-
tonio (Província religiosa de).
Oeiras, antiga capital do Piauhy—Junho
19 de 1761—Nov. 13 de 1762,
Oeiras—Juiz de fdra dc—Ag. 26 de 1819.
Oíhciaes de 1“ e 2“ linhas do Pará (Di-
missão dos)—Fev. 7 de 1824,
Oilicio do p. Feijó ao nuncio apostolico
sobre reforma das ordens religiosas
-D e z . 3 de 1831.
Oilicio (lo p. Alencar sobre a execução
de Pinto Madeira—Dez. 15 de 1834,
—
Olíicio do ministro do reino prevenindo
hostilidades dos castelhanos—Março
22 de 1767.
Oilicio acerca do barão de Humboldt—
Junho 2 de 1800.
Olgiato, tragédia do Dr. Domingos de
Magalhães—Set. 7 de 1839.
Olinda (Recuperação de), guerra hollan­
deza—Ab. 23 de 1648,
Olinda—Comarca de—Maio 30 de 1815.
Olinda incendiada pelos hollandezes.
V. Incêndio.
Onça (OJ. V. Luiz Vahia Monteiro.
Oquendo (D. Antonio de), general hes-
panhol—Maio 5 dc 1631—Addenda
de Julho, p. 56: Julho 13- -Ag. 18-
Set. 12 de 1631.
Ordem benedictina em Pernambuco—Ab.
12 de 1585.
Ordem benedictina no Rio dé Janeiro, &.
V. Mosteiro e S. Bento.
Ordem Carmelitana (A) liberta 60 escra­
vos—Dez. 8 de 18/1,
Ordem de S. Bento de Aviz—Out. 20
de 1823.
Ordem de Christo—Out. 20 de 1823.
Ordem imperial do Cruzeiro—Dez. 1 de
1822.
Ordem honorifica de Pedro I—Ab, 16
de 1826.
Ordem imperial da Rosa—Out. 17 de
1829.
Ordem de Sanctiago da Espada—iMaio 13
dc 1808—Out. 20 de 1823.
Ordem régia mudando o termo de Aqui-
raz para a PMrtaleza—Maio 9 de
1713.
Ordem régia dando preferencia aos pau­
listas sobre os reinóes para os cargos
públicos—Março 27 de 1715 (2”^).
Ordem régia acerca das aldeias admi­
nistradas pelos jesuítas—Maio 8 de
1758.
Ordem régia acerca das egrejas dc todas
as ordens—Ag. 20 de 1808.
cife-M arço 13 de 1696.
Ordem terceira de S. Francisco dc Paula
no Pv. de Janeiro—Julho 9 e 11 de
1756.
Ordem terceira de S, P'rancisco da Pe­
nitencia do R. de Janeiro—Março 20
de 1619.
Ordens honorificas portuguezas naciona-
lisadas no Brazil—Out. 20 de 1823.
Ordens religiosas (Reforma das)—Dez. 3
de 1831.
Ordenações do Reino. V. Phlippinas.
Ordenado do gov. geral do esíado—Ab.
7 de 1714.
Orestes, bngne mercante, conduziiirlo
loi\‘as legaes para o Maranhão—Ju­
nho 12 de 1839.
Ürganizaçao do senado do Brazil—Jan.
22 dc 1826.
Oribe (Ignacio)—Maio 10 de 1S27.
Oril)e (Manuel). V. Manuel Oribe.
Ouro (Amostra de) descuberto em Minas-
Gcraes—Ab. 17 de 1695 (3“ §).
Ouro das minas de Cataguazcs—Junho
16 de 1695.
Ouro (Amostras de) do Cariry, no Ceará
—Ab. 18 de 1712.
Ouro—Tributo ])ago em—pela capitania
de Minas—Junho 28 de 1720 (5% 9°
e 10“ §i^).
Ouro convertido em cliumbo—Junho 5
de 1728(2“ §).
Ouro cunhado na Bahia—Maio 11 de 17.35
(2“ §).
Ouro em pó como moeda—Set. 1 de
1808.
Ouro-Preto—Out. 14 de 1711 (a,rt. sepa­
rado)—Junho 8 de 17^.
Outeiro da Cruz (Combate do) no Mara­
nhão—Jan. 2(i de 1643.
Ouvidor ecclcsiastico do R. de Janeiro.
V. Matiieus Nunes.
Ouvidor de Olinda ( ! “)—Maio 30 de)1815.
Ouvidoria geral em S. Vicente e S. Paulo
—Maio 24 do 1698.
Oyapock—Junho 30 de 1688.
Pacificação da provincia dc S. Paulo—
Junho 19 de 1842 (2“).
Pacificação da j)rovincia das AlagOas—
Bez. 9 de 1844.
Pacificação do II. Grande do Sul—Março
. 1 de 1845.
Padrao monetário do Imperio (Fixação
do)—Out. 8 de 1833.
Padroeiro do R. de Janeiro (Mudança
do)—Ag. 5 de 1659.
Padrões postos por Martim AfTonso na
barra de Cananea—Dck. 31 de 1601
(2“ §)—Jan. 16 de 1767.
Palacios para a i'amilia imperial e para
0 sonado—Set. 12 del854.
Palmares (Rej)ublica on mocambo dos)—
Dez. 5 dcl697 (2“ e 3“ §^)-Março 23
de 1702.
Pão (Reducção do peso do) no R. Grande
do Sul—Março 16 dc 1768.
Papel-moeda para o dote da infanta
D. Catliarina—Jan. 15 de 1617.
Papel scllado (Creação do)—Dez. 24 de
1660.
Papel sellado (Abolição do)—Jan. 24 de
1804.
Pará — Motim popular no—Set. 20 dc
1619.
Pará—Casa d-e Misericórdia no—Nov. 17
de 1650.
Pará—Tumulto popular na capital do—
Dez. 22 de 1652.
Pará reunido dc novo ao Maranhão—
Ag. 25 de Í654.
Pará: motim ])or demissões dadas pela
camara-^Fcv. 23 de 1662.
Pará—Revolta no—Ag. 29 de 1677.
Pará—Bis])ado—Marco 4 de 1719—Nov.
13 de 1720.
Pará, capitania separada do Maranlião—
Ag. 20 de 1772.
Pará desligado da Casa da Supplicação
de Lisbóa—Março 13 de 1810.
Pará—Congresso nacional no—Dez. 10
de 1821.
Pará—Motim militar no—Ab. 14 e 15 de
1823.
Pctrá—Demissão dos oíliciaes de linha
do—Fev. 7 de 1824.
Pará—Revolta no—Ab. 16 dc 1833.
Pará—Motim no—Jan. 7—í^ v. 26 de
1835.
Pará—Pv,estauração do—Maio 13 de 1836.
Pará—Illumina-se a gaz a capital do—
Out. 31 de 1864.
Paracatú do Principe, cidade de Minas-
Gei'aes—Out, 20 de 1798.
Paraguassú, mulher dc Diogo Alvares—
Jan. 26 de 1583—Julho 16 de 1586.
Paraguassú (Convento dc)—Fev. 24 de
1649.
Paraguassú Diamantino. V. Diamante
achado no.
Paraguassú (Fragata) com deportados
politicos—Julho 3 de 1842..
Paraguay (O) adhere á alliança do Bra­
zil com outros estados platinos—Out.
14 de 1851.
Parahyba (do Norte) atacada pelos hol-
landezes—Des. 2 de 1631.
Parahyba (do Norte) occupada pelos hol-
landezes—Dez-. 24 de 1634.
Parahvba (Batalha naval da)—Jan. 14
de 1640.
Parahyba—Escudo d’armas da—Junho
18 de 1645 (4“ §).
Parahyba—Capitães mores da—Vol. I,
p. 433 : 1692 e 1734.
Parahyba—Governo pelos oíliciaes da
Camara—Maio 31 de 1744, p. 343.
Parahyba—Triumvirate governador da
—Dez. 12 de 1815. V. Junta.
Parahyba—Governo democrático na—
Maio 6 de 1817.
 90 —
Parahyba—Viagem do imperador á—
^ov. 24 dc 1859.
la ia lijh a do Sul (donataria o, capitania)
—Jan. 28 de 153(5—Ab. 29 de 1539 (ar-
2 de 1G73 (4» S)
Pino - • de 1C74—Air. 23 de 1747.
' g^f?^''~Paea(;‘ao do provinda d o —A í?.
• p. 29-D ez. 19 de 1853.
arana 1“ assembléa legislativa do—
Jullio 15 de 1854.
4 arajiagná—Erecção da villa de—Dez.
2o de 1648.
ar-anaguá—Coilcgio de jesuitas em—
Maio 2 de 1707.
1 aranagná—Fortaleza da barra de—
Março 25 de 1769.
^ (Comarca de)—Fcv. 19 de
io ll,
Paranaguá—Estrada de ferro de—á Co-
ntiba—Junho 5 de 1880.
•; ;í ^ em condado—Out. 2 de
160/ (3; §).
1 araty (villa) encorporada á capitania do
Kio (ie .Janeiro--Jan. 16 de 1726.
4^are-Cue, no Paraguay. VideS. Solano.
Alfandoga na villa da—A ".
22 de 1817. “
I arnaliyba (A) adhere á independência—
hoy. 2 -D ez. 17 e 25 de 1822.
1 arteiras no Maranhão— Nov. 27 de
16d5.
Partido liberal no R. de Janeiro—Set. l í
de 1830.
Partido moderado—Ab. 17 de 1832
Partido restaurador. V. Revolta do R.
de Janeiro.
^^'de^*i836 Ceará—Maio 7
Paschoal Ferreira de Veras, ouvidor do
Espirito-Santo—Dez. 30 de 1743.
1 aschoal Gonçalves d e Carvalho, gov. do
ÍcQ° 2sorte-Maio 23 de
168o (2“).
Paschoal Moreira Cabral. V. Araçoiaba
e Minas de Cuyabá.
1 aschoal Moreira Cabral (Carta de) ao
soberano—Junho 15 de 1722.
Pa.schoal Paes de Araiijo. sertaiieio pau­
lista—Ab. 26 de 1614 (2° §).
i^tí
Paschoal da Silva Guimarães. V. Villa
Rica (Revolução de).
Passagem de Cuevas—Junlio 18 dc 1865
(4° §).
1 assagem de Ilumaytá—Fcv. 19 de
1868.
Passagem de Mercedes. V. Mercedes.
Passagem do Paraná, V. Passo da Pa-
tria.
Passagem do Viamão (Rendimento da)
—Junho 16 de 1787.
Passo da Patria. guerra do Paraguay-
Março 27—Ab. 16. 17 e 20 de 1866.
1 asso da^Idrdiz (Combate do)—Out. 17
Pa^SiRons^ villa do Marãnhão—Jan.
Pater. \ , Adrian Janszoon Pater.
Patnarcha de Alexandria. V. Carlos An­
tonio Mezzabarba.
Patricio José de Almeida c Silva, se­
nador pelo Maranhão—Jan. 22 de 1826
—Maio 8 de 1827.
Patricio José Corrêa da Camara, 1° vis­
conde dc Pelotas—Fev. 27 de 1801—
Maio 28 de 1827.
Pat'ricio Manuel de Figueiredo, gov. int.
da ilha de Santa Catharina-^Ao-. 29
de 1743.
Patricio Manuel de Figueiredo, gov. int.
do R. de Janeiro—Março 22 do 17.53!
Fr. Patricio de Santa Maria, francis-
cano, da familia Gusmão—Ag. 27 de
1690 (art. .s.eparado).
Patrid. V. Adrian Patrid.
Patrullia (Santo Antonio da)—Ab. 27 de
1809.
D. Paula (Princeza), filha de D. Pedro I
—Jan. 16 de 1833.
Paulino José Soares de Souza, conse­
lheiro de estado,visconde deUruguav.
senador pelo R. de Janeiro—Out. 4 de
1807—Dez. 29 de 1849.
Paulistas preferidos aos reincies nos car­
gos públicos—Março 27 de 1715 (2*).
Paulistas—Juízo do governador de S.
Paulo acerca dos—Dez. 11 de 1766.
Paulistas nomeados para postos milita­
res—Jan. 14 de 1775.
S. Paulo de Piratininga—Junho 30 de
1560 (art. separado).
S. Paulo—Plgreja matriz na villa de—
Junho 6 de 1588.
S. Paulo—Mosteiro de S. Bento cm—Ab.
15 de 1600.
S. Paulo—Mosteiro de Sorocaba em—
Ab. 21 de 166a.
S. Paulo—Villa de—capital da capitania
—Ab. 23 de 1683.
S. Paulo dividido em duas comarcas—
Out. 28 de 1700.
'S. Paulo e Minas, governo independente
—Nov. 3 de 1703.
S. Paulo—Villa dc—declarada cidade—
Julho 11 de 1711—Ab. 9 e 13 de 1712.
S. Paulo — Privilégios á camara de—
Março 27 de 1715 (2“).
S. Paulo—Bispado—Ab. 22—Dez. 6 de
1745—Dez. 8 de 1746 (5° §).
S. Paulo encorporado á coroa—A g. 31
de 1753.
 91
S. Paulo—ContribiÜQão para a reedifi-
cação de Lisboa—Dcz. 16 dc 1755.
S . Paulo—Convento de Taubaté em—Ab.
25 de 1764.
vS. Paulo, capitania independente—Jan.
6 dc 1765.
S. Paulo—Legião de tropas ligeiras de
—Maio 5 de 1809.
S. Paulo— Eleitores jjara deputados á
constituinte brazileira — Maio 20 de
1821.
S. I'aulo : Governo provisorio—Junho 25
dc 1822 (2").
S. Paulo: Sedi^ao para a deposição do
governo provisorio—Maio 23 de 1822
(2=')—Julho 21 de 1822.
S. V^.\úo—Bernarda de Francisco Igna
cio—Julho 21 de 1822.
S. Paulo— Festejos pela abdicação em
—Ab. 15 de 1831.
S Paulo—L' assembléa provincial dc —
Fev. 2 de 1835.
Paulo—Rebcllião de 1842 em—. V. Re-
bellião.
Paulo— llospicio de alienados em—
Maio 14 de 1852.
Paulo — Voluntários de—Ab. 25 de
1870.
S. Paulo—Dissensões e guerra dos mo
radores com os jesuitas. V. Jesuitas.
S. Paulo—O povo e a camaga de—. V. Do­
mingos Gomes de Albernaz e Manuel
Nuiíes.
S. Paulo—Festejos pelo nascimento dos
principes da B eira.. V. Festas.
S. Paulo—Viagem imperial a—. V. Via-
gem.
Paulo Affonso (Cachoeira de). V. Ca-
choejj
Paulo^CaFneircSEernaiuleaA^lanna. conde
dc S. Simão—I'l'ev. Í4 de 1865.
Fr. Paulo dc Santa Catharina—Fev. 3
de 1693.
Paiilo Fernandes Vianna, intendente g e ­
ral da policia—Maio 10 de 1808—
Junho 11 de 1809.
Paulo Joaciuim José Ferreira (EmavecU
Xane). chefe dos guaycurús—Ag. 1
de 1791..
Paulo José dc Mello de Azevedo e Brito,
vice-presidente da 1“ junta i)rovisoria
da Baliia—Fev. 10 do 1821.
Paulo José de Mello dc Azevedo c Brito,
senador pelo Rio Grande do N orte-
Maio 5 de 1846.
Paulo José da Silva Gama, depois barão
de Bagé, com mandante militar do Rio
Grande do Sul—Jan. 30—Março 2—
Out.9 de 1809.
Paulo José da Silva Gama, gov do Mara-
nhão—Ag. 28 dc 1811- -Ag. 24 de 1819
1-
Paulo dc Lynge, membro do conselho
hollandez do Recife—Junho 18—Set.
11 de 1645.
Paulo Martins Garro, 40° gov. do Pará
—Ab. 1 de 1668.
D. Paulo de Moura. V. Frei Paulo de
Santa Catharina.
Paulo de Parada e Sebastião de Lucena
na guerra com os hollandezcs—Junho
25—Julho 29 de 1635.
Paulo Soares de Avellar, caj). mór do
Pará—Julho 28 de 1646/
Payaguás. V. Combate entre os.
Paysandú (Ataque e tomada da cidade
"de)—Dez. 6 de 1864—Jan. 2 dc 1865.
Paz entre Portugal e Ilollanda (Conclu­
são de)—Ag. 6 de 1661.
D. Pedro, }>rincipe regente, depois rei
dc Portueal—Jan. 27d c 1668—Set. 12
de 1683—Dez. 9 de 1706.
D. Pedro, principe titular do Brazil,
filho de D. João V-^Out. 29 de 1714.
D. Pedro, depois 1° imperador, nomeado
regente do reino do Brazil—Ab. 22 de
1821 (2
D. Pedro acclamado regente na Cachoeira
—Junho 25 de 1822.
D. Pedro regressa dc S. Paulo—Set. 15
de 1822.
D. Pedro, crão-mestre da maçonaria—
Out. 4 de'" 1822.
D. Pedro, imperador—Out. 12 de 1798 é
1822.
D. Pedro 1 dá uma queda do cavallo—Ju­
nho 30 de 1823.
D. Pedro I—Viagem do imperador—ao
R. Grande do Sul—Nov. 24 de 1826—
Jan. 15 de 1827.
D. Pedro I (Casamento de).V. Casamento.
D. Pedro I—Banimento de—Junho 3 de
1834.
D. Pedro, duque de Bragança—Set. 24
dc 1834 e de 1842.
I). Pedro I—Morte d e-.V id e D. Pedro,
duque de Bragança.
D. Pedro I—Estatua equestre ao impe-
rador—Março 30 de 1862.
D. Pedro II. imperador—Dez. 2 de 1825
—Julho 18 dc 1841—Março 30 dc 1843
—Vol. II. p. 328: Dez. 2.
D. Pcdi‘0 II preside ás sessões do In-
stituto Ilistorico—Dez. 15 de 1849.
D. Pedro II visita os atacados de cho-
lera-morbus—Set. 27 de 1855.
D. Pedro II árbitro entre os Estados-
Unidos e a França—Junho 17 de
1862.
D. Pedro JJ—Diamante intitulado—Maio /. t ! .•!
li t.>-e 1880.
D. Pedro III, rei dc Portugal—Maio 25
de 1786.
1!
 — 92 —

D. Pedro AlTonso, 2“ fíllio de D. Pe­ Pedro Bayão de Abreu, auxiliar de Pedro

dro II—Jan. 10 de 1850. Teixeira, na expedição ao Amazonas
Pedro de Albuquorque. íjov. do estado —Julho 25 de 1637.
do .daranlifio—JuJiio Id de lol3. Pedro Borges, ouvidor geral de S. 5'icen-
Pedro de Albuquerque, commaudanle te—Maio 29 de 1549—Junho 8 de 1550.
do íoríe do P»,io Formoso—Fev. ü e 7 Pr. Pedro de Calazans, poeta sergvpano
de 1633—Fev. 6 de 1614. - V o l . I. p. 434, col. 2% 1874.
Pedro de Albuquerque e Mello, can. Pedro do Ca,mpo Tourinho, donatario de
mdr do R. Grande do Norte—Maio Porto Seguro—Set. 23 de 1534—Out.
30 de 1751. 10 de 1553.
IX Pedro de Alcantara, princit'e do P. Pedro Carlos de Bourbon e Bragança,
Grão Pará—Gut. 15 de 1875. infante de Hospanha — Maio 29 de
l)r. Pedro de Alcantara Bellegarde (Con­ 1812.
selheiro)—.Junho 14 de 1837 (2° S)— Pedro Cesar de Menezes, 15° gov. do
■ Nov. 25 de 1838—Fev. 12 de 1864. Maranhão—Junho 9 de 1671—A.e. 29
Dr. Pedro de Alcantara Bellegarde, mi­ de 1677. ^
nistro da guerra e int. da marinha— Pedro Cesar de Menezes, gov. da capi­
Set. 7 de 18.53. tania do Piauhy—Maio 31 de 1803—
I). Pedro de Almeida. 8° capitão general Set. 13 de 1804.
de Pernambuco—Fev. 6 de 1674. P. Pedro Cevallos Cortez x Calderon,
Pedro de Almeida Cabral em soccorro gov. de Buenos-Ayres—Oíit. 5 de 1762
do Recite—Fev. 5 de 1634. —Março 19—Maio'12 de 1763—Nov.
I). Pedro de Almeida Portugal, conde 13 de 1776—Junho 27 de 1835 (3° e
de Assumar, 3“ gov. de S. Paulo e 4« §§)—Fev. 2.4 e 27—Maio 18 de 1777.
Minas—Set. 4 de 1717—Março 3 de Pedro Coelho de Souza, explorador do
1718. Maranhão—Jan. 11 de 1608.
Pedro Alvares Cabral, descobridor do Pedro Corrêa, jesuita. assassinado pelos
Brazil—Marco 9 e 14—Ab. 21 a 30— Índios—Ag. 24 de 1554.
Maio 1, 2 e 12 de 1500. Pedro Corrêa, cap. m(5rdo Pará—Março
30 de 1654.
Pr. Pedro Américo de Figueiredo e Pedro Corrêa da Gama, mestre de cam­
Mello, pintor nacional — Set. 28 de po, na guerra hollandeza—Julho 31 de
1877.
D. Pedro de Angelis — Livraria de — en- 1625 (2° §)—Out. 21 de 1633—Junho 28
de 1637.
corporada á Bibliotheca Nacional — Pedro da Costa, membro do gov. int. de
Ab. 22 de 18.54.
Gozaz—Maio 7 de 1778 (2° §).
Pedro Antonio Cardoso, coronel. V . En­ Pedro da Costa Favella na ilha de Tu-
genho a vapor.
Pedro Antonio da Gama Freitas (Coro­ cujús—Junho 21—Pez. 26 de 1629
(art. separado).
nel). gov. da ilha de Santa Catharina— Pedro da Costa Favella (íomj)anheiro de
Julho 12 (le 1765—Set. 5 de 1775.
Pedro Antonio da Gama Freitas (Coro­ Pedro Teixeira na expedição ao Ama­
zonas—Julho 25 de 1637.
ill nel), gov. int. da capitania de Minas Pedro da Costa FavellasUa expedição ao
Geracs—Maio 22 de 1773—Jan. 13 de rio Urubú—Set. 25 de 1664.
1775.
Pedro Pias Paes Leme—Maio 10 de 1753.
P. Pedro Antonio de Noronha, conde Pedro Puarte, sargento-rnór paraguayo
de Villa Verde, marquez de Angeja.
—Junho 7 e 10—A g. 17 de 1865.
3° vice-rei do Brazil—Out. 14 de P. Pedro Fernandes Sardinha, 1° bisj)o
lllllív 1711—Ab. 7—Junho 13 de 1714—Ag.
21 de 1718. do Brazil—Pez. 4 de 1551—Junho 2
Pr . Pedro de Arauj» Lima, depois vis­ de 1556. V. Naufragio.
Fr. Pedro Ferraz, fundador do mosteiro
conde e marquez de Olinda, deputado de S. Bento do R. de Janeiro—Ab. 9
á constituinte—Junho 3 de 1822. de 1607 (2° §).
Pi . Pedro de Araujo Lima, senador ]mr
Pedro Ferreira de Oliveira, chefe da es­
Pernambuco—Set. 6 e 18 de 18.37— quadrilha do Brazil no Paraguay—
— Set. 29 de 1848—Maio 30 de 1862. y - Out. 15 de 1854—Março 25U855.
Pr. Pedro de Araujo Lima. regente do Pedro Francisco Nolascio Pereira da
Império—Set. 19 de 1837. V. Gabinete. Cuaha, coronel—Síaio 18 de 1880.
Pedro de Azambuja Ribeiro, gov.' int. Pr. Pedro Francisco de Paula Cavalcanti
(ia ilha de Santa Catharina—Marco de Albuquerque^ senador por Per­
18 de 1746. nambuco—Pes.
Pedro Goes. V. Pero Goes.
Pedro Gomes, gov. do Rio de Janeiro—
Jan. 28 do 1681.
Pedro Gomes Ferrão Gastello- Branco.
V. Bibliotlieca pnblica da Bahia.
Dr. Pedro Guilherme Lund, naturalista
diiiamarquoz—Junho 14 de 1801. V.
Lagoa Santa.
Pedro llomcm de Albernaz, provisor da
]>relazia do R. de Janeiro—Jan. 23—
Out. 16 de 1630 (2“)—Out. 18 de 1630.
Pedro Homem de Albernaz, vigário
geral em S. Paulo—Jan. 15 de 1647.
Pedro Ivo Vclloso da Silveira. ])atriota
pernambucano—Fev. 2 de 1849—Ab.
19 de 1851.
Pedro Jacques de Magalhães, almirante
—Nov. 4 de 1649—Out. 4 de 1650—
Dez. 25de 1653—Jan. 5 e 19 de 1654.
Pedro José da Costa Barros, deputado
á constituinte—Junho 3 de 1822.
Pedro José da Costa Barros, presidente
da provincia do Ceará—Ab. 29 de 1824.
Pedro José da Costa Barros, senador
pelo Ceará—IMaio 7 de 1827—Out. 20
de 1839.
Pedro Labatut (Brigadeiro) na guerra da
independencia na Bahia—Nov. 3 e 16
—Dez. 29 de 1822—Fev. 15—Maio 21
de 1823.
Pedro Labatut (O brigadeiro) manda fu­
zilar 51 pretos—Nov. 22 de 1822.
Pedro Leão Velloso, senador pola Bahia
—Fev. 1 de 1879.
D. Pedro Leitão, 2° bispo do Brazil—
Dez. 4 de 1559.
Pedro Lelou ou Lclni, capitão do Ceará
—Fev. 25 de 1680.
Pedro Lopes. V. Pero Lopes.
Dr. Pedro Luiz Pereira de Souza, mi­
nistro dos negocios estrangeiros—
Dez. 22 de 1879.
D. Pedro Maria de Lacerda, 10“ bispo
do Rio de Janeiro—Fev. 1 de 1868
—Marco 8 de 1869 (3“).
Pedro Maria de Lacerd^i, 10“ bispo
do Rio de Janeiro, visita a provincia
do Espirito-Santo—Junho 1 de 1880.
Pedro Maria Xavier de Athayde c Mello,
depois barão c vis,conde de Condeixa,
14“ gov. de Minas Geraes—Julho 11 de
1788 (4“ §)—ÍSet. 12 de 1801.
Pedro Maria Xavier de Castro, veterano
da independencia—Maio 23 de 1880 (2“).
). fr. Pedro de Santa Marianna e Souza,
bisno titular do Chrysopolis-Dez, 30
, 1 . ‘'T - roo oo
t t ___ ITH . i .. yy -- i o f tt - r
meo
de Santos—Março 1 de 1544.
D. Pedro de Mascarenhas, 32“ gov. do
Rio de Janeiro—Maio 19 de 1666.
Pedi’0 de Mello.
neiro—Ab. 29 de 1662.
Pedro Monteiro de Macedo, gov. da Pa-
rahvba—Marco 31 de l'/29 (p. 192)—
Vol'; 1, p. 433, col. 2\ 1734.
Pedro de xMoraes Magalhaes, gov. int.
do Ceará—Ag. 7 de 1746 (2“ §)—Out.
19 de 1748.
Fr. Pedro Palacios, fundador da ermida
da Penha no Esp. Santo—Julho 27 de
1616.
Pedro Paulo de Moraes Rego. major, na
rebellião de S. Paulo—Junho 24 de
1842.
Pedro Rodrigues Bandeira. V. Barcos a
vapor (Privilegio).
Pedro* Rodrigues Fernandes Chaves, de­
pois barão de Quarahim, presidente
daParahyba do Norte—Ag. 21 de 1841.
Pedro Rodrigues Fernandes Chaves, ba­
rão de Quarahim, senador pelo Rio
Gi-ande do Sul—Maio 11 de 1853.
Pedro Sheverim, chefe de divisão, mem­
bro do governo int. de bernambuco
—Dez. 13 de 1787—Dez. 29 de 1798.
Pedro da Silva, o Duro, depois conde
de S. Lourenço. gov. geral do Brazil
—Out. 6 de 1626 (artigo separado)—
Addenda de Setembro, p. 172, Set. 7
(2“ §)—Nov. 30 dc 1635—Junho 26 de
164(j.'
Pedro da Silva Pedroso. intruso gov, das
armas de Pernambuco— Fev. 22, 23
e 25 de 1823.
D. Pedro da Silva e Sampaio, 7° bimio
do Brazil—Maio 19 dc 1634—Ab. lo —
Junho 5 de 1641.
Fr , Pedro do Souza. V. Araçoyaba.
P. Pedro de Sousa Tenorio. V. Revolu­
ção de Pernambuco de 1817.
Pedro Taques dc Almeida, paulista no­
tável—Março 8 de 1685.
Pedro Teixeira (Capitão), explorador do
Amazonas—Dez. 3 de 1615 (4° §)—
Set. 20 de 1619—Out. 28 dc 163/-Ju-
Iho 25 de 1637—Julho 3—Nov. 10 dc
1638—Junho 4 de 1641.
Pedro Teixeira (O capitão) desaloja os
hollandezes do Amazonas—Dez. 26 de
1629 (art. separado).
Pedro Teixeira, 21“ cap. mdr do Pará—
Fev. 28 de 1640.
Pedro Teixeira Franco, capitão, na guer-
L .- - ) o ffc\
c \ yy

íííi
Pedro de Vasconcellos e Souza. 3» conde
ÍJ de Castello Melhor, 38° gov. n^eral do
í esíado-Out. 14 de 1711.
Pelotas cae em poder dos rebeldesT-Ab.
O (16 looU.
I lomas—Jan. 7 de 1794.
1 eiia de morte a estrangeiros que tinham
li lo l i (2 ).
Janeiro—Julho 30 de
(Cidade de)—Março 27 de 1G37
•ijíl
vide S. Francisco (Villa de).
1 enha—Doaçao íeita aos capuchos da
çgreja de Nossa Senhora da—Dez. 6
de lo91.
Pequisiry—Posições paraguayas de- Out.
‘ I A C lC l o U o .
Perdão p r a l offerecido pelos hollahdezes
—Julho 18 de 1645.
Perdão geral aos involvidos na guerra
dos mascates-Junho 8 de 1711
Pere^grinos brazileiros em Roma—Junho
lo de 18//.
Periodico: jirimeiro que houve em Cam­
pos dos Goytacazes—Jan. 1 de 1831
1 eripueira, guerra hollandeza—Ag. 15 de
lò3o—Ab. 23 de 1036 (4° 8).
Pernambuco—Donatários de—Set. 24 de
lo34. '
Pernambuco—capitania—Ab. 10 de 1535.
Pernambuco—prelazia—Julho 15 de 1614.
I ernambuco conquistado pelos hollan-
dezes—Maio 17 de 1629.
de-Julho 19 de
1819 (o° e 6° S^!^).
■‘t . ' Pernambuco—Commissão militar cm—
Dez. 22 de 1824.
Pernambuco—Movimento militar em-
Maio 5 de 1831. <
Pernambuco—Mõrt7ac7cí em—Ab 14 de
1822.
Pernambuco—Revoltas de.— V. Revoltas.
Permarnbuco Juntas governativas de—
V. Juntas.
Pernambuco—Revolução de— .V . Revo­
lução e Tumultos.
Pero de Goes, commandante de uma ílo-
tilha—Maio 29 de 1549.
(Carta de) — Ab. 29 de
loo4.
Pero de Goes da Silveira, donatario da
Parajiyba do Sul—Jãn. 28—Fev. 29
de 1536 Ab. 29 de 1539 (artigo sepa­
rado). ® ^
Pero Lopes de Souza: Viagem ao Brazil
2 - N ov . 2 e 2 3 -D e z . 27
de 1531—Maio 22 de 1532.
Pero Lopes de Souza—Doação feita a—
Out. 6 de 1534—Jan. 21 de 1535.
Pero Lopes de Souza, 2° donatario da
capitania de S. Paulo—Julho 21 de
1564 (2° §)—Julho 25 de 1574.
Pescaria. V. Tainhas, etc.
04 —
letit Thoua^rs. V. Du Petit Thouars.
Petropohs—Inindaçao da cidade de—Set.
19 de 1854.
lhaimacopéa geral para o reino e co-
Phco-ol Paulistano, 1° periodico publi-
Fev. 7 de 1827.
Dimensões das sesmarias no—
Out. 14 de 1744.
^ independente—Julho
1775—Julho
6 de 1802 (2° §)—Out. 9 de 1811.
Piauhy—-Invocação de S. José dada'ao—
Nov. 13 de 1762.
Piauhy—índios exterminados pelo go-
vernador d o -A b . 1 de 1764.
fazenda do—Ab. 27 de
Piauhy—Junta do governo do-Ju lh o 13
de 1811.
capital do—Out.
29 do 1814.
1 iauhy—Junta do governo constitucional
do—Out, 26 de 1821.
1 iauhj': Adhesão da provincia á inde-
pendencia—Jan. 24 de 1823.
1 iauhy-—Conselho administrativo do—
. Ag. 16 de 1824.
Piauhy—Successes politicos do—. V. João
Jose da Cunha Fidié.
Picard ^Jansueld, major hollandez—Fev.
8 de 163o.
Pierre Eleonor de la VTlle, marquez de
rerr/)llcs, governador íTancez de
Cayenna-Junho30de 1688.
Piet Pieterszoon Heyn, vice-almirante
hollande_z-Dez. 21 do 1623-Maio 8 -
Julho 2/ de 1624—Junho 10 e 12—
Julho 14 de 1627.
Pilatos [O). V. Antonio Manuel do Mello
Castro e i\íendonça.
Pindamonhan^aba. V. Hospital de Mi­
sericórdia de.
Pinheiros—-Aldeia de N. Senhora dos
—Out. 12 de 1580.
Pio IX. papa—Março 12 de 1863 {nota).
.^1
1 n-aja (Combate de)—Nov. 8 de 1822.
I ires Camargo GM. J .)-S et. 26 de 1854.
Pires e Camargos (As familias)—Fev. 5
1655-Out. 20 de
1698 (2° §).
Pirybebuy (Assalto de), guerra do Para-
guay--Ag. 12 de 1869.
'itangmy villa em S. Paulo—Junho 9
de 1/15. '
I . 1 lacido Mendes dos Santos Carneiro,
1 Cuvabá-Out. 18
de 1829.
Polé para torturar os tapw/as c paya-
m s—Ab. 20 de 1701.
 Polydoro da Fonseca Quintanilha Jordão
(General), depois visconde de Santa
Tliereza. ministro da guerra—Maio
30 de 1^2.
Polydoro da Fonseca Quintanilha Jor­
dão. visconde de Sánta Thereza (Fal
lecimento de)—Jan. 13 de 1879.
Ponche Verde (Acção de)—Maio
1843. _
Ponche Verde (Guerra civil do R. Gran­
de do Sul)—Fcv. 28 do 1840.
Porte Felice, súbdito francez confinado
no Maranhão—Março 18 de 1690.
Porto Alegre (Villa, depois cidade de)
y —Julho 24 de 1773—Ag. 23 del808-7
Ab.27 de 1809—Nov. l i e 14 de 18:^
P orto-A legre-Vereadores da villa de—
Ab. 1 de 1764.
Porto Alegre tem noticia da abdicação—
Maio 2 de 1831.
Porto Alegre na revolução do R. Gran/
dcdoSul—Ab. 11—Junho 15 de 183/.
Porto Calvo—Sitio de—Julho 16 eí^9
de 1635—Set. 17 de 1645.
Porto Calvo—Capitulação de—Julho 19
c 26 de 1635—Set. 17 de 1645.
Porto Calvo declarada villa—Ab. 12 de
1636.
Porto Calvo (Batalha de), guerra hollan-
deza—Fev. 17 c 18—Mafço 5 de 1637.
Porto dosCasaes. V. Porto Alegre.
Porto Seguro, capitania—Maio 27 de
1534—Maio 30 de 1556.
Portuguezes solteiros expulsos do Ma-
ranhao—Março 29—Ab. 5 de 1824. V.
CondiçAo dos.
Posturas da camara do S. Paulo—Julho
21 de 1543.
Potengy (Batalha naval de)—Jan, 17 de
1640.
Potengy—Carnificina de—Out. 1 e 18—
Nov. 1 de 1645.
Potrero Ovelha (Combate do), guerra do
Paraguay—Out. 3 de 1867.
Praça do Commercio da Bahia—Maio 10
de 1814.
Praça do Commercio do Rio de Janeiro
—Maio 13 de 1820.
Praça do Commercio em Pernambuco—
Ag. 1 de 1839.
Praça do Commercio—Tumultos da—.
V. Tumultos.
Praça de mercado no Maranhão—Julho
28 de 1855.
Praça de mercado em S. Paulo—Julho
25 de 1867.
Pragmatica a róspeito dos trajos—Maio
24 de 1749. .
Preciso dos successos pelo Dr. José Luiz
de Mendonça (Revolução de Pernam­
buco)—Março lü de 1817.
Prelados do Rio de Janeiro—Julho 3 de
1629-O ut. 16 de 1630 (20—Out. 8 de
1643.
Prelazia de Cuyabá—Dez. 6 de 1745—
Jan. 23 de Í782.
Prelazia de Goyaz—Dez. 6 de 1745—Jan.
23 de 1782 (2").
Prelazia de Pernambuco—Julho 15 de
1614.
Prêmios litterarios instituídos por José
de Souza Breves—Julho 0 de 1879.
Piesidencia do conselho de ministros—
Julho 20 de 1847.
Pretendentes ao Amazonas. V. Marquez
de Ferrolles, Dunezac, etc.
Prezas do Rio da Prata—Julho a d e 1828.
Principe do Brazil (Intitulado)—Ab. 2
de 1735.
Principe de Joinville-Março 27—Maio
1 de 1843.
Prisão de Bernardo José de Lorena. pre­
sidente do Pará—Ag. 7 de 1831.
Prisão do conego Januario da Cunha
Barbosa -Dez. 7 de 1821.
Prisão de José Bonifacio, tutor do im-
perador—Dez. 15 de 1833.
Prisioneiros feitos pelos hollandezes na
Bahia—Maio 10 de 1624.
Prisões ordenadas pelo provisor do bis­
pado do Maranhão—Jan. 26 de 1696
.
Privilegio concedido aos mineiros de
S. V icen te-A g. 8 de 1618.
Privilegio as lamilias Pires e Camargos
—Nov. 23 do 1655.
Privilégios e honras aos cidadãos do R.
de Janeiro—Fev. 10 de 1642.
Processo ou devassa de residência dos
governadores—Ab. 9 de 1622.
Proclamação do chefe de esquadra Ro­
drigo Lobo—Ab. 25 de 1817.
Proclamação da constituição portugueza
na Bahm—Fev. 10 de 1821.
Proclamaçao de D. Joao VI acerca dos
acontecimentos do tempo—Ab. 23 de
1821.
Proclamação da Junta provisória da Ba­
hia—Março 31 de 1822.
Proclamação da Junta interjna de Goyaz
—Ab. 1—Nov. 26 de 1822.
Proclamação de D. Pedro, principe re­
gente, aos Mineiros—Ab. 8 e 9 de 1822,
Proclamação do intruso governador das
armas de Pernambuco—Fev. 25 del823.
Proclamação de D. Pedro I aos habi­
tantes do R. Grande do Sul—Maio 26
de 1823^
Proclamaçao de D. Pedro I enviada
Pernambuco—Ag. 8 de 1823.
Proclamação da constituição brazileira
na Bahia—Maio 3 de 1824.
 96 —
Proclamação da Regencia trina aos bra-
zilciros-A b . Id de 1831.
Proclamação do Senado por motivo da
abdicaçao—Ab. 8 de 1831.
Ijoc.am ação da Regencia aos habitantes Queluz, estaçao na estrada de ferro Pedro
Il-yJulho 18 de 1874.
Í®3:]''” ^ s -A b . 3 de 1832 (2'), aliás
Questão ingleza no Rio de Janeiro-Dez.
/Cv C I G i o o 2 .
Proclamação do presidente do Maranhão
—A b. 2 de 1835. Questão de Ijmiíes com a Franca—A^-.
•1'^ Proclamação de D. Pedro I aos brasi­ 29 de 181/— Julho 10 de 1877 (2D
leiros—Junho 19 de 1/Í2. ^ « os Estados-
Proclamação do presidente de S. Paulo Umdos—Junho 17 dc 1880.
convidando voluntários para a guerra Questão religiosa. V. Controvérsia epis-
com 0 Paraguay—Jan. 25 de 18Ü5. copo-maçonica.
1 roclamaçao do presidente da Bahia. Quinto pago por Índios trazidos do sertão
V. Sabinacla. —Uut. 18 de 1623.
Procuradores geraes das provincias (De­ Quinto do ouro (Cobrança do) em S. Paulo
creto convocando um conselho de)— Julho 1/ de 1710—Julho 21 de 1716
Junho 1 de 1822. —Maio / de 1723.
Proliibição aos governadores do Brazil Quinto do ouro (Pagamento do)~Março
de augmentarem o ordenado dos em- 28 íle ^ 1718-Junlío
ip^egados—Jan. 17 de 1G12.
Pjojebto de constituição. Y. Consti­ Quinto do ouro em Minas (Cobrança do)
tuição. -J u n h o 28 de 1720. ^ ’
Pronunciamento do Pará em favor da
revolução constitucional de Portugal ^ " A g . 25 úT llsiJ"'
—Jan. 1 de 1824. Quissamã cabeça dc comarca ecclesias-
Protector e defensor perpetuo do Brazil tica—Ag. 2o dc 1802.
—Maio 13 de 1822—Junho 3 de 1822 Central de—Set. 12
§!•
Província religiosa de Santo Antonio— Quixeramobim no Ceará (A camara de)
Junho 15 de 1G75. rejeita a constituição- Maio 4 de 1824.
Provincia religiosa da Conceição. V. Ca-
puchos.
r : Provincias (As capitanias têm o nome
de)—Dez. 15 de 1815.
Provisão acerca do ordenado por inteiro
dosjndios—Nov. 20 de 1575. Ractelif. \ , João Guilherme.
Provisão concedendo favores ao convento Dr. Rafael Peres Pardinho na inaugura-
de Santo Antonio do R ecife-A b . 29 de
1620. o Paranaguá—Dez. 25
de 1648.
Provisão dispondo que os governadores
do Brazil não podem commerciar, etc. Rafael Pinto Bandeira (Coronel).—Março
—Jan. 27 de 1671. 26 d e l / / ò . V. Tabatmguy (Combate
i>
Provisão concedendo favores aos en^'e- iíaiael Pinto ^.^^^^nan (Acclamação de),
Bandeira no governo do R .
nho_s do Maranhão—Ab. 21 de 1688.
Provisão prohibindo que os governado­ T> f í ? Sul—Maio 31 de 1780- (2” S).
res se deixem retratar—Nov. 27 de Aguiar—Dez. 12 de
1688. 1842—Nov. 3 de 1867 (2“, 7° S). V.
Sorocaba (Rebellião de) e Marqueza
Provisão concedendo assento em cadeiras de bantos. ^
rasas aos secretários do governo— Rasilly. V. Emilio Rasillv.
Ab. 17 de 1691.
Ravardière (La) no Maranhão—Julho 3
Provisorio (Theatro). V. Tlieatro lyrico.
Prudencio do Amaral, jesuita íluminense §)—Nov. 19. 22 e 29 de
—Março 25 de 1715. lòi4—Jan 4—Out. 5—Nov. 2 de 1615
—Jan. 9 de 1616.
Prudencio Giraldes Tavares da Veiga Raj mundo Antonio da Rocha Lima, io-
Cabral, lente da Faculdade juridica
de S. Paulo—Ag. 11 de 1827 (S» §)— escriptor cearense—Julho 28 de
lo^S.
Jan. 9 de 1862. ^
D Pi'udencio Morguiondo. V. Convenção Raymundo Gomes Vieira Jutaliy, rc-
Maranhão. V. Maranhão
entre o cabildo de Monlevidéo, etc. (Rebelliao do) e Guerra dos balaios.

■}

"K
 97 —
Raymnnclo José da Cunha Mattos, mare-
clial, fundador do Instituto Histo-
1823-Ag. 18 de
18.38—Março 2 de 1839.
Kaymundo de Souza Martins. V. Conse-
Iho administrativo do Piaiihy.
Dr. xvcijiuuiiuu
Kaymundo Teixeira
leixeira .ueiicles,
Mendes, mara-
nlipnse notável—Julho 24 de 1863.
Keal Erário do R. de Janeiro—Março 18
de 1767. ^
Rebellião noP ará-Jan. 7 de 1835.
Kobelliao de Minas-Geracs—Junho 10 de
lo 4 2 .
Rebelliílo de S. Paulo—Junho 9,11 o 24
^ 12—Dez. 12 de 1842.
Rcbelhão de Itú. V. Itú
Rebellião do R. Grande do Sul. V. Guerra
n ll- Oi’ande do Sul.
Rebellião de Sorocaba. V. Sorocaba.
erigido em villa—N ov. 20 de
1 /09.
Reclamação de Cataguazes pelo povo de
b. Paulo—Ab. 16 de 1700.
Recmlhimento de Santa Thereza em
S. Paulo—Fev. 25 de 1680.
Recolhimento da Ajuda. V. Convento da.
Recolhimento de meninas em S. Paulo—
Junho 22 de 1810.
Recolhimento do Parto do R. de Janeiro.
V. Incêndio do.
Recolhimento do SS. Coração de Jesus
na Bahia—Out. 28 de 1739.
Recolhimento das orphãs da Santa Casa
d oR . de Janeiro—Nov. 15 de 1842.
Recompensas dadas aos vencedores dos
hollanc’ «íes no Brazil—Fev. 3 de 1654.
Recopilador Campista, periodico—Jan. 1
de 1831.
Recuperação da Bahia do poder dos hol-
landezes—Maio 1 e 12 de 1625.
Recuperação de Olinda. V. Olinda.
Recuperação do R. Grande do Sul do
poder dos hespanhoes—Ab. 2 de 1776.
Reedificação de Lisboa. V. Lisboa e Do­
nativo para a reediílcaçao, &.
Reforços aos hollandezes no Brazil—Fev.
26 de 1640.
Reforma da Bibliotheca Nacional—Março
6 de 1876. ^ contra as incursões dos indios—Maio
Regencia provisória do Império—Ab. 7
de 1831 (5° §).
Regencia permanente—Junho 17 de, 1831.
Regente, diamante da coroa de Portugal.
V. Abaeté.
Regime absoluto em S. Paulo—Maio 13
de 1825.
Regimento dado a Thomé de Souza e ao
provedor da fazenda—Dez. 17 de
1548 (R e 2“).
Regimento sobre a fazenda dos defunctos
e ausentes-Dcz. 10de 1613.
Regimento para as minas da capitania
deS. Vicente—Jan. 30 de 1619.
Regimento em 19 artigos dado ao ouvi­
dor geral do Maranhão—Nov. 7 de
1619.
Regimento dado ao provedor mór do
Brazil—Ag. 13 de 1638.
Regimento dado a André Vidal de Ne­
greiros. gov. do estado do Maranhão
—Ab. 14 de 1645.
Regimento dado ao R ouvidor do Pará
—Out. 23 de 1660.
Regimento dado a Roque da Costa Bar­
reto—Jan. 23 de 1677.
Regresso de D. João VI para Portugal—
Warço 27—Ab. 20 e 26—Julho 4 de
lo21.
Regresso de voluntários da "uerra do
Paraguay. V. Voluntários,
Remo unido—Dez. 15 de 1815.
Relação da Bahia—Jan. 23 de 1588—Ab.
5 de 1626.
Relação do Rio de Janeiro—Nov. 10 de
1734—Out. 13 de 1751.
Relação do Maranhao—Ag. 23 de 1811.
Relação de Pernambuco—Fev. 6 de 1821
- A g . 13 de 1822.'
Relaçao de S. Paulo—Fev. 3 de 1874.
Relatorio do principe de Nassau aos
Lstados Geraes da Hollanda—Set. ‘><0
de 1644.
Religiosos de Santo Antonio no estado
do Maranhão (Provisão a favor dos)
-;-Jan. 28 de 1683. ’
Religiosos—Que sejam presos os que vie­
rem ao Brazil sem licença—Março 28
de 1709.
Rembach. V. Lourenço Rembach.
Rendição da fortaleza de Nazareth do
C-àho—Addenda de Julho, p. 56. Julho
2—Vol. II, p. 326, Set. 8.'
Reprehensão régia ao gov. do Piauhv—
Ag. 22 de 1805.
Representação dos moradores de Santo
Andre sobre o preço da farinha—Jan.
22 de 1556.
Representação da camara de S. Paulo
20 de 1561.
Representação dos camaristas de S. Paulo
a Estacio de Sá—Maio 12 de 1565.
Representação do povo do Maranhão á
respectiva câmara sobre a falta de
escravos indtos—Jan. 15 de 1670.
Representação da camara do Pará acerca
da miséria do Estado—Jan. 10 de
1697.
Representação do povo de S. Paulo pe­
dindo um governo independente—
Março 4 de 1698.
 — 98 ^
Representação da camara da Baliia a Revolta praieira em Pernambuco—Fev.
D. José I -A g . 14 de 1761. 2—Nov. 7, 12 e 21—Dez. .31 de 1848-
Representação da Junta de S. Paulo pe­ Fev. 2—Março 30 de 1849.
dindo ao principe regente que não se Revolta dos Muckers no R. Grande do
retire para Portugal—Dez. 24 de Sul—Junho 25 de 1874.
1821. Revoltosos de 1817 justiçados em Per­
Representação da camara de Porto-Alegre nambuco—Março 6 de 1817 (no fim)—
pedindo a retirada do general Sal­ Junho 29 de 1817.
danha—y o l. II, p. 325: julho 15. Revmlução no Maranhão. V. Manuel
Representação dos oíTiciaes de 1* e 2"^ Bfeckman. V. Maranhão.
linhas do Maranhão ao gov. das ar­ Revolução de Pernambuco contra o do-
mas contra a Junta provisória—Maio rainio hollandez—Junho 13, 16, 17, 19
.31 de 1824. 24—Julho 24—Set. 1 de 1645.
Representação da provincia de S. Paulo Revolução de 1817 em Pernambuco—Mar­
pedindo a suspensão da lei do codigo ço 3, 6 e 15—Ab. 2 e 25—Maio 4, 9,
do processo—Pev. 3 e 5 de 1842. lo e 19—Junho 12 e 29—Out. 9 de
Republica em Campos dos Govtacazes- 1817.
Ag. 19 de 1627—Set. 2 de Í673, Revolução de 1817 em Pernambuco—Che­
Reservatório d’agiia do Pedregulho- ga ao R. de Janeiro a noticia da—
Maio 12 de 1880. Março 25 de 1817.
Residência. V. Alvará de. Revolução da Parahyba e R. Grande do
Restauração de Portugal—Dez. 1 de 1640. Norte-Março 13 de 1817.
Restauração de Pernambuco do poder Revolução no Ceará. V. Ceará.
dos hollandezes. V. Revolução de Revolução da Confederação do Equador
Pernambuco contra, etc. —Fev. 21, 22 e 23-Julho 2 e 24—Set.
Restauração do Pará—Maio 13 de 1836. 17—Dez. 18 de 1824—Ab. 30 de 1825—
Retrato de Gomes Freire,goveimador do Março 17 de 18^.
estado do Ma.ranhão—Julho 23de 1687. Revolução militar eTn Ouro-Preto—Março
Retrato—Provisão prohibindo que os 22 de 1833. ^
governadores tirem o—Nov. 27 de Revolução do R. Grande do Sul. V. Guer­
1688. ra civil do.
Retrato do conde de Bobadella—Julho Revolução do Pará—Março 15 de 1836.
26 de 1733 (3° §)—Ab. 27 de 1809 (2‘ ). Revolução da Bahia. V. Sabinada.
Retrato do visconde de Cayrú—Maio 13 Revolução de Minas-Geraes. V. Inconfi­
de 1811 (3“ §)—Dez. 26 de 1864 (5” §). dência. V. Rebellião.
Retrato do_arcebispo D. Romualdo—VÕl. Revolução das Alagôas. V. Alagoas.
I, p. 435, col. 1*, Março 24.
Retratos do conde da Cunha e do bispo Riachuelo (Combate naval de)—Junho 11
D. Antoni© do Desterro—Maio 23 de de 1865.
1880. Ribeirão do Carmo, villa—Ab. 8 de 1711.
Reverbero Constitucional Fluminense— Ribeirão do Carmo, cidade — Ab. 23 de
Set. 15 de 1821. 1745.
Revolta dos terços de guarnição da Ba­ Ricardo Franco de Almeida Serra, depois
hia—Junho 4de 1687 (4° §). coronel de engenheiros, membro da
Revolta em Minas-Geraes—Junho 28 de commissão de limites—Set. 1 de 1782.
1720. Ricardo Franco de Almeida Serra, mem­
Revolta dos con>os de guarnição do R. bro do governo de xMatto Grosso—
de Janeiro—Fev. 26 de 1821. F'ev. 28 de 1796.
Revolta do Maranhão—Jan. 4 de 1825— Ricardo Franco de Almei/a Serra, com-
Junho 12—Julho 1 de 1839. n^ndante do forte de Coimbra—Set.
Revolta militar em Pernambuco—Maio >í7de 1801—Jan. 21 de 1809. //
5 de 1831. Ricardo José da Silva, irmão do poeta
Revolta do destacamento do Rio Negro Laurindo—Out. 31 de 1853.
—Ab. 12 de 1832. Fr. Ricardo do Pilar, pintor flamenero—
Revolta denominada Abrilada. V. Abri­ Fev. 12 de 1630. “
lada. Riífault (Jacques ou Francisco)—expe­
Revolta no R. de Janeiro—Ab. 17 de dição ao Maranhão—Maio 15 de 1594
1832. —Julho 26 de 1612 (3° §).
Revolta em S. Felix, na Bahia—Ab. 26 Rio Doce ( Registro na foz do )—Out. 8
de 1833. de 1800 (2“ §)—Jan. 10 de 1820.
Revolta de Cuyabá—Maio 30 de 1834. Rio Doce—Navegação do—Dez. 2 de 1808.

99 —
Rio Formoso (Assalto e tomada do re-
ducto do), guerra hollandeza—Fey. G
e 7 dc 1G33.
Rio Grande do Norte—capitania sujeita
a Pernambuco—Fev. 28 de 1692 (3“ S).
Rio Grande do Norte—Junta de sete mem­
bros—Dez. 12 de 1821.
Rio_ Grande do N orte-O povo dissolve a
junta do governo no—Fev. 6 de 1822.
Rio Grande do Norte—Assassinato do
presidente do—Ab. 11 de 1838.
Rio Grande do f3ul encorporado ao Rio
de Janeiro—Ag. 11 de 1738.
Rio Grande do snl—Provedoria da ía-
zenda no—Nov. 21 de 1749.
Rio Grande do Sul erigida em villa—
Maio 12 de 1750.
Rio Grande, do Sul tomada pelos liespa-
nhóes—Ab. 24—iMaio 12 de 1763.
Rio Grande do Sul recuperada dos lies-
panhóes—Ab. 2 de 1776.
Rio Grande do Sul—Homens notáveis do
—Capitania geral— Fev. 25 de 1807
(2 ‘ ).
Rio Grande do Sul—Minas de ouro, etc.
do—Março 2 de 1809.
Rio Grande do Sul—Villa, hoje cidade
_ do—Ab. 27 de 1809—Junho 27 de 1835.
Rio Grande do Sul—Movimento popular
pelo juramento da constituição por-
tugueza no—Ab. 26 de 1821 (2H—
—Maio 3 e 21 de 1821.
Rio Grande do Sul—Proclamação de D.
Pedro 1 aos Ifabitantes do—Maio 26
de 182.3.
Rio Grande do Sul— Rebellião do—.V.
Guerra civil do.
Rio Grande do Sul—Bispado—Ag. 27 de
_ 1847—Maio 27 de 1858 (6°' §).
Rio Grande do Sul—Visita do imperador
ao—. V. Viagem iiíiperial.
Rio de Janeiro—Bahia do — Nov. 1 de
1501.
Rio de Janeiro (Descobrimento da bahia
do)—Jan. 1 de 1502.
Rio de Janeiro—Bispado—Out. 7 de 1639.
Rio de Janeiro—Tumultos da Praça do
_ Commercio do—Ab. 20 de 1821.
Rio de Janeiro—Revolta restauradora no
—Ab. 17 de 1832.
Rio Negro,capitania—Maio 27 de 1758—
Março 12 de 1806.
Rio Negro—Vigararia geral do—Ab. 15
_ de 1794 (2“ §).
Rio Negro—Governadores da capitania
_ do—Março 12 de 1806.
Rio Negro—Revolta do destacamento do
—Ab. 12 de 18-32,
Rio Pardo—Erecção em villa—Ab. 27 de
1809.
í*i-
Rio Pardo—Juiz de fdra docivel, etc., de i I 41
. —Ag. 26 de 1819.
Rio Pardo (Combate do), guerra civil do
R. Grande—Jan. 29 dc 1839.
Rio das Velhas (E.xploração do). V. La
Martinière.
Rio "Verde (Tomada da trincheira do),
guerra do Paraguay—Janeiro 2 de
1870.
D. Rita Joaquina do Bom Jesus Silveira
—Junho 22 de 1880.
Rivalidade das familias Pires e Camar-
gos em S. Paulo—Fev. 5 de 1654—
Out. 20 de 1698 (2“ §). I 4
Rivalidade das familias Militão e Guer-
reiro na Bahia—Jan. 24 de 1841.
Rixas do povo de S. Paulo contra os je- v:
suitas—lan. 15 de 1647.
Roberio Dias, descobridor de minas de
prata—Out. 3 de 1591 (2° § e seguintes)
—Fev. 11 de 1601. ^ “ ’
Roberto Car Ribeiro de Bustamante, juiz f í
do íisco no Rio de Janeiro. V. Ouro
convertido em chumbo,
Dr. Roberto Jorge Haddock Lobo, presi­
dente da camãra municipal da côrte
—Dez. .30 de 1869.
Roberto Withrington. pirata inglez—Ju­
lho 16 de 1586 (2“ §)! ®
Robespierre (O). V. Manuel José Pereira
Caldas.
Rodrigo Bicudo Chassim, bandeirante
paulista—Março 30 de 1742.
D. Rodrigo de Castello Branco, adminis­
trador geral das minas—Dez. 20 de
1678—Junho 26 de 1680—Março 1 6 -
Dez. 11 de 1681.
Rodrigo Cesar de Menezes. 4“ gov. de
S, Paulo—Set. 5 de 1721—Maio 7 de
1723—Out. 21 e 31 de 1725—Ag. 15—
Out. 11 de 1727—Junho 5 de 1728.
D. Rodrigo da Costa, 33° gov. geral do
Brazil—Julho 3 de 1702.
Rodrigo José Ferreira Lobo em Pernam­
buco—Março 6—Ab. 2—Maio 19 de
1817.
Rodrigo José B’erreira Lobo, vice-almi-
rante, no Rio da Prata—Dez. 21 de
1825—Fev. 9—Março 12 de 1826.
D. Rodrigo José de Menezes. 49* cap.
general da Bahia—Maio 29 de 1775
(2° § ) - Março 20 de 1778—Nov. 13 de
n.
1779.
D. Rodrigo José de Menezes, depois conde
de Cavalleiros, 10° gov. da capitania
de Minas—Fev. 20 de 1780—Out. 10
de 1783—Ag. 25 de 1817. í
D. Rodrigo Lobo, na esquadra de soc-
corro a Pernambuco — Addenda de
Setembro, vol. II, p. 172, col. 2*, Set. 7.

101
Salvador José Madol, marechal, ministro
da marinha—Dez. 16 de 1876.
Salvador José Velho, descobridor das
minas de Coritiba—Fev. 25 de 1680.
Salvador Pinheiro, commandante de Ita-
maracá—Junho 20 de 1633.
D. Sancho de F’aro c . Souza, conde de
Vimieiro, 38° gov. geral do estado—
Ag. 21 de 1718—Out. 13 de 1719.
Santa Cruz (Linha telegraphica de)—Jan.
31 de 1864.
Santa Rita (Freguezia de) em Campos-
Junho 7 de 1816.
Santa Tecla-^Fev. 10 de 1756.
Santa Tecla (Forte de)—Março 26 de
1776.
Santander, caudilho oriental—Maio 26
de 1843.
Santo Antonio, provincia religiosa—Julho
15 de 1675.
Santo Antonio com praça de soldado—
Set. 13 de 1685.
Santo Antonio, tenente da fortaleza da
barra do Recife—Ab. 30 de 1717.
Santo Antonio (Convento de). V. Con­
vento.
Santo Antonio de Arguim—Nov. 27 de
1586 (3° §)—Nov. 22 de 1654.
Santos—B'oral de villa dado a—Junlio 8
de 1545.
Santos—Casa de Misericórdia de—Alp. 2
de 1551.
Santos—Forte da villa de—Março 31 de
1560 (2°).
Santos—Collegio dosjesuitas em—Ab. 10
de 1585 (2°).
Santos—Doação ao convento do Carmo
de—Ab. 24 de 1589.
Santos—Thomaz Cavendish ataca a po­
voação de—.V. Thomaz Cavendish.
Santos—Sublevação da tropa de linha
em—Junho 29 de 1821.
Saquarema (Partido)—Fev. 2 de 1844—
Set. 29 de 1848.
Saraiidy (Combate de)—Out. 12 de 1825.
Sarcento fuzilado no Recife—Maio 4 de
1817._
Satisfaçao dada polo governo do Pára-
guay ao do Brazil—Março 25 de 1855.
Satisfação á bandeira brazileira dada pelo
governo de Montevideo—Fev. 23 de
1865.
Saturnino de Souza e Oliveira, senador
pelo Rio de Janeiro—Out, 1 de 1847.
Schkoppe. V. Segismundo.
D. Sebastião, rei de Portugal—Jan. 20 do
1551—Jan. 20 de 1568—Ag. 4 de 1578.
S. Sebastião (Ilha de)—Nov. 1 de 1501.
S. Sebastião, villa de S. Paulo—Jan. 23
de 1806,
II
I'
»
Sebastião Barreto Pereira Pinto, mare-
chal, na guerra civil do Rio Grande
—Ab. 30 de 1838.
Sebastião Caboto, navegador castelhano, fi!
no Rio da Prata—Jan. 3 c 31 de 1531. 4
Sebastião Caboto na ilha de Santa Ca-
tharina—Março 7 de 1739 (2° §).
Sebastião^ de Carvalho denuncia a con­
spiração contra o dominio hollandez
no Recife—Maio 30—Junho 12 de 1645.
Sebastião de Castro Caldas, 45° gov. tio
Rio de Janeiro—Ab. 17—Junho 16 de
1695.
Sebastião de Castro Caldas, gov. de Per­
nambuco—Junho 9 de 1707—Nov. 7 de
1710—Ag. 12 de 1715 (2° §).
D. Sebastião Dias Larangeira, 2° bispo
do Rio Grande do Sul—Out. 7 de 1860.
Sebastião Fernandes do Rego, provedor
da fazenda pm S. Paulo. V. Ouro
convertido em chumbo,
VSebastião Francisco de Mello e Povoas,
gov. da cap, do Rio Grande do Norte
c depois das Alagoas—Jan. 22 de 1812
—Set. 16 de 1817.
Sebastiao José de Carvalho e Mello, conde
de üeiras, marquez de Pombal—Maio
8 de 1782.
Sebastião de Lucena de Azevedo, cap.
mór do Pará—Julho 28 de 1646.
Sebastião Luiz Tinoco da Silva, 1° juiz
de fora de Campos—Nov. 11 de 1801.
Sebastião Luiz Tinoco da Silva, senador
por Minas-Geraes—Jan. ‘22—Maio 4
de 1826 (3°)-Junho 11 de 1839.
D. Sebastião Monteiro da Vide, 5° arce­
bispo da Bahia—Maio 22 de 1702—
Out. 7 de 1722. V. Synodo diocesano.
D. Sebastião Monteiro da Vide, membro
do gov. geral int, do estado—Ag. 21
de 1718 (4° §).
Sebastião Nunes Coliares, cap, mdr do R.
Grande do Norte—Fev. 28 de 1692
(4° §)— Dez, 31 de 1705—Nov. 30 de
1708^
Sebastiao Paes de Barros, bandeirante
paulista—Ab. 26 de 1674(2° §).
Sebastião Pimentel, cap, mór do Rio-
Grande do Norte—Fev. 28 de 1692.
Sebastião Pinto de Araujo Corrêa. V.
India Morta, /
D. Sebastião Pinto do Reso./° bispo de
S. Paulo—Ab. 30 de 1868.
Sebastião do Rego Barros, ministro da
guerra—Ag, 30 de 1859.
Sebastião da Rocha Pitta, historiador
colonial—Maio 3 de 1660—Nov. 2 de
1738.
Sebastião Rodrigues Bragança, comman­
dante da ilha de Santa Catharina—
Dez. 11 de 1735.

Sebastião de Sá, 13° capitão-mdr do Cea­
ra—Fev. 25 de 1680.
Sebastião do Souto, capitão, na cru erra
hollandeza—Junho 26 de 1637-Maio
19 de 1638—Julho 28 de 1637 (alias
1638 .
Sebptião Xavier da Veiga Cabral da
Gamara, commissario da demarcação
de limites—Maio 31 de 1780 (2° §)—
Março 11 de 1784.
SeMstião Xavier da Veiga Cabral da
Gamara, gov. do R. Grande do Sul
—Maio 4 de 1782—Fev. 27—Nov 5
^ de 1801. ^ Tratamento.
Sêcca nas pi-ovincias do Norte—Nov. 23
de 1720 (3° § )-A b . 21 de 1880.
Sêcca era Matto-Grosso—Set. 24 de 1744
^ (2 ^).
Sêcca da provincia do R. Grande do
Norte (Documento interessante acerca
^ da)—Dez. 28 de 1795.
Sêcca em Pernambuco—Dez. 29 de 1798
(3° §)—Ab. 27 de 1833 (2°).
^ 1880^ pi’ovincia do Ceará—Ab. 5 de
Secretários do governo colonial (Favo­
res concedidos aos)—Ab. 17 de 1691.
Sedição em Goyaz por conflietode iuris-
dicção—Maio 17 de 1803.
t 'r Sedição militar no Ceará—Ab. 14 de
1821-Dez. 14 de 1840.
Sedição cm S. Paulo j>ara a deposição
governo provisorio—Maio 23 de
1822 (2^'.
"O P a rá -A b . 14 e 15 de
1823. V. Pará.
Sedição militar da Ilha das Cobras—Out
i de 1831—Ab. 3 de 1832.
Sedição militar na Bahia—Ab. 4 de
1831.
Sedição militar em Pernambuco—Maio 5
—Set. 15 de 1831. V. Aòrilada.
Sedição militar na capital do Mara'^hão
—Set. 13 de 1831.
Sedição militar em Ouro Preto—Março
1833—Ab. 3 de 1832 (aliás
I833j.
Sedição em \ illa Franca do Imiierador
—Julho 20 de 1838.
Segismundo van Schkoppo. general hol-
landez—Junho 11 e 20—A<r 4—Set 3
de 1633—Dez. 19 de 1634—Fev 8 e'l5
-M a rço 21 c 2 7 -A b . 11-J u lh o 22 e
26 de 163o-A b. 23 de 1636 (3° §)—
Nov. 18 de 1645-Ag. 1 d e l(i4 6 -A b .
19 de 1648—Jan. 26 e 28 de 1654
Seignot Plancher. V. Jornal do Com-
ntercio.
Seminário episcopal de S. José—Out. 27
de 1735—Junho 8 de 1739 (4° §).
102 —
Seminário episcopal da Bahia—Dez. 22
de 1814.
Seminário de Porto Alegre—i\Iarço 4 de
1855.
Senado (O) do R. de Janeiro aiictorisado
a nomear governador interino para a
capitania—Set. 27 de 1644.
Senado da cainara do R. de Janeiro (Re­
forma do)—Jan. 16 de 1830.
Senadores primitivos do Brázil—Jan. 22
de 1826.
Senhoria, tratamento dado á camara do
R. de Janeiro-Jan. 9 de 1823. V.
D. Serapio Reyes Ortiz, ministro das
relações exteriores da Bolivia—Dez.
22 de 1879,
Sergipe, capitania independente-Fev. 20
de 1821—Ab. 8 de 1823 (6° §).
Serinliaen ou Villa P’ormosa—Junho 1 de
1627.
Serro Largo (Capitulação da fortaleza do)
—Out. 30 de 1801,
Serviço dos governadores do Brazil—Dez.
14 de 1628.
Sesmarias — Estabelecem-se as dimen­
sões das—Dez. 7 de 1697. i
Sesmarias concedidas no Piaiiliy (Dimen­
são das)—Out. 14 de 1744.
Sesmarias: Podem os capitães gene-
raes continuar a dal as—Junho 22 cíe
1808.
Sesmarias concedidas aos estrangeiros—
Nov. 25 de 1808.
Sesmarias. E’ o governador do Esp. Santo
auctorisado a concedel-as—Jan. 17 de
1814.
Sete povos de Missões. V. Missões do
Uruguay.
Setembrisada. V. Sedição militar cm
Pernambuco.
Severiano Coelho Rodrigues, membro do
governo int. do Piauhy—Julho 13 de
1811.
Silveiras, em S. Paulo (Coml)ate d e ) -
Julho 12 de 1842.
P. Silvestre Alves da Silve, deputado á
Constituinte—Junho 3 de 1822.
Silvestre Pinheiro Ferreira, adminis­
trador da Imprensa Régia—Maio 13
_ de 1808 (2°. § 4°).
Simao (!a Cunha Gago. descobridor das
serras da Ayuruoca—Fev. 10 de 1721.
Simão de Figueiredo, capitão, na guerra
hollandeza—Out. 16 de 1630.
^iraão Gomes Ferreira Velloso, membro
do gov. pro visorio da Bahia—Set. 6
de 1822.
Simão de Vasconcellos, fidalgo degra­
dado para o Esp. Santo—?>íarço 23 de
1.5-35.
 103 —
Sinus omnium Sanctorum, "ravura de
Francisco Post—Junho 1 dc 1640.
Sitio dos hollanclezes ao Array al do Bom
Jesus—Junho 8 de 1635.
Sitio dos hollandezes áBaliia—Ah. 23—
Maio 18 e 29 de 1638.
Sitio do Recife occupado pelos hollan-
d ezes-Junho 23 de 1646.
Sitio de Porto-Calvo. V. Porto-Calvo.
Siza por compra e venda de bens de
raiz e de escravos—Junho 3 de 1809
(2*).
Sobral, villa do Ceará—Julho 5 de 1776.
Sobral—Sedição militar na villa de —
Dez. 14 de 1840.
Soccorro á Bahia occupada pelos hol­
landezes—Maio 5 de 1631.
Soccorro aos nossos de Pernambuco na
guerra hollandeza—Ag. 20 e 29 de
1633—Junho 25—Nov. 30 de 1635.
Soccorro contra os hollandezes na Para-
hyba—Set. 10 de 1633.
Soccorro do hollandez aos áeus em Per-
nambuco—Nov. 18 de 1645.
Soccorro da llollanda aos seus no Re­
cife—Junho 23 de 1648.
SoccoiTos ás provindas assoladas pela
sêcca—Ab. 21 de 1880.
Sociedade Amante da Instrucção no R.
de Janeiro—Out. 5 de 1829,
Sociedade Auxiliadora da Industria Na­
cional—Out. 10 de 1827.
Sociedade brazilica dos Académicos Re­
nascidos, V. Academia dos Renas­
cidos.
Sociedade Colombianna—Nov. 12 de 1854,
Sociedade de colonização do R. dc Ja­
neiro—Dez. 13 de 18.35,
Sociedade Conservadora — Ab. 17 de
1832.
Sociedade Militar do R. de Janeiro—Dez.
5 de 1833.
S. Solano (Combate- de)—Ag. 3 de 1867.
Soldado arcabuzado no Pará— ian. 21
de 4723. V. Bernardo Pereira de Ber-
redo.
Sophia de Neuburg. mãe de D. João V—
Vol. II. p. 326: Out. 22.
Sorocaba—Fundação de—Junho 10 de
1611—Dez. 11 de 1654 (artigo sepa-
rado).
Sorocaba—Mosteiro benedictino em -Ab.
21 de 1660,
Sorocaba—Rebellião dc—Maio 13, 17. 18
e 23 dc 1842.
Sorocaba—Estrada de ferro dc S. Paulo
a—Julho 20 de 1875 (2“
Sortida dos hollandezes contra Igiiarassú
—Set. 6 de 1633—Jari. 23 do 1634.
Sortida dos nossos contra Itamaracá—
Junho 16 dè 1646.
Sortidas dos hollandezes—Set. 3 de 1624
—Out. 16 de 1630—Jan. 11 de 1632—
Junho 27—Julho 2,5—Ag. 4 e 8—Set.
6 - Out. 6 e 21 de 1633—Junho 12 de
1645—Julho 20 de 1646—Out. 7 de
1649.
Sortidas dos nossos contra os hollan­
dezes—Junho 21—Set. 15 de 1632—
Junho 26 de 1637—Ag. 16—Dez. 2 de
1645.
Sj)ectadnr (O) brasileiro—Ab. 1 de 1826
—Addenda de abril, p 271 do vol. I.
Stachower (Jacob , conselheiro politico
hollandez—Jan. 10—Fcv. 8 de 1035—
Ab. 23 de 1636.
Steyn Callenfels, coronel hollandez—Mar­
ço 3 de 1630—Dez. 2 de 1631.
Sublevação de terços do presidio da Ba­
hia—Out. 23 de 1688 (.3° §).
Sublevação do terço velho' na Bahia—
I. p. Á36, col. 2% Maio 10.
Sublevação da tropa de linha em Santos
—Junho 29 de 1821.
Subsidio militar—Decreto isentando os
indigenas do Ceará, etc,, de pagarem
0—Fev. 25 de 1819.
Superiores do collegio dos jesuitas de
S. Paulo—Dez. 23 de 1584 (5° e 6° §^).
Supremo Conselho hollandez do Recife
(Carta do) á Asserabléa dos XIX—
Fev. 13 de 1645.
Su])remo Tribunal de Justiça—Set. 18
de 1828.
Synodo diocesano. 1° que se reune no
Brazil—Junho 12 de 1707.
Tabaco—Prohibe-se que os lavradores
levantem o preço do—Jan, 29 de 1698.
Tabaco estrangeiro prohibido no Brazil
—Março 20 rle 1736.
Taljaco de consumo (Taxa sobre o)—Maio
28 de 1808.
Tabatingahy (Combate de), perto do Rio
Pardo—Jan. 14 dc 1774.
Tabocas (Batalha do monte das)—Ag. 3
de 1645.
Tahinhas e gurijubas (^’ cscaria de)—
Março 12 dc 1619.
Tamandarê. encouraçado construído no
Brazil—Junho 23 de 1865.
Tamoyos (Os) atacam Estacio de Sá. V.
Estacio de Sá.
Tapecima (Combate de)—Fev. 4 de 1648.
Tapuyas (Venda de)—Junho 20 de 1714
§).
Taquarembó (Batalha de)—Jan. 22 de
1820. V. Conde da Figueira,
í :
— 104
Tatayiba (Cwíibate de), guerra do Para-
giiay—Out. 21 de 18(37. D. Thereza Christina Maria, 3' impera-
Tau bate, villa de S. Paulo—Dez. 26 de triz do Brazil—Março 14 de 1822—
1o4d . Março o e 30-Set. 3 de 1843.
Taubaté—Convento de S. PVancisco em ^ ^de^n^l’Piauhy—Junho 19
—Ab. 2o de 1761.
Taubaté Proclamação do regime ab­ Therezios,carmelitas descalços de Per-
soluto em—Maio 1 de 1825. nambuco—Ag. 25 de 183i:
Taunay (Nicolau Antonio e Augusto).V. Thesouro Publiço-Out. 4 de 1831.
Golonia de artistas 1'rancezes. lhomaz Antonio Gonzaga na conspira­
Tebiqiiary (Assalto do j)asso de), guerra ção do Tiradentes—Set. 2 de 1744—
do Paraguay—Ag. 28 de 1868. TI \ 22 de 1792.
Tebyr]^,a e Cayuby. chefes indios em 1 hornaz Antonio de Yillanova Portugal
b. V icen te-Jan. 25 de 1532. VI—Março 30 <lè
Tebyriça. V. Martim Alfonso de Mello 1818 in fine, V. Museu Nacional,
lelegrapho submarino do R. de Janeiro lhomaz de Araujo Pereira, 1 » presidente
ao Para—Jan. 1 de 1874. íle lfo6 Norte-Março 23
Telegrapho transatlântico (Inauo-uracão
do)-Junho 22 de 1874. '’^*‘ 26 S “ g '« z - A g .
Temjilojingilicano noR . de Janeiro—Ag.
Civittá Castello. V.
Tentativas da França para se apossar do rt mú de Sygmaringa.
Amazonas—Ab. 13 de 1732 ^ ^ Co.sta e Lima,
Terço, denominação mudada para reai- 10 bispo de Olinda—Ag. 30 de 1774
m en to-h .h. 5 de Í762. ^ -yJan. 14 de 1/84.
Dr. Ihom ^. Gomes dos Santos, profes­
de"^ sor da Escola de Medicina do R. de
Terminação do dominio hollandez no Janeiro—Julho 9 de 1874.
Brazil-Jan. 27-F ev. 1 de 1654. . D« Tliomaz Guido. V. Guido.
Terremoto. V. Tremor de terra Dr Thqmaz Henrique Tanner. V . Nau-
fragio da corveta D. Isabel,
'â“M ! lhomaz Joaquim Pereira Valente, de­
pois conde do Rio Pardo, 2“ gov, da
’ ’ ■Ouri2®de'^?lí'3.‘‘” de Santa Catharina—Julho 20 de
Theatre I jg c o do Rio de Janeiro—Março 1822-F cv. 16 de
1824—Ag. 30 de 1849.
Theatro S. Pedro d’Alcantara do Rio Dr. Ihiomaz José Coelho de Almeida •
de Janeiro—A g. 16 de 1852. Agricultura—Junho 25
de 1 8 / 0 .
Theodore de Beaurepaire, chefe de es-
D. Thomaz José de Mello, gov. de Per-
Prata-M arço 12 nambuco—Dez. 13 de 1787—Dez. 29
. a v M “ ''- - d e l7 9 8 (2 “ §),
Theodore Dias de Castro, membro do ' ^ ^ ^ 1 ^ 6 2 ^ coronel—Out. 29 de
g v . provisorio da Bahia-Set. 6 de
D. fr. Thomaz de Noronha e Brito bis-
Dr. fheodoro Machado Freire Pereira po de Olinda—Julho 9 de 1847,’
P. rhomaz Pompeu de Souza Brazil,
TTin Agricultura. senador pelo Ceará—Set. 2 de 1875.
V. Elemento servil.
lhomaz Rubim de Barros Barreto, o'ov.
í - principe titular do geral int. do estado-Julho 5def76o’.
Brazil—Out. 27 de 1645
Theophilo Benedicto üttoni na rebellião rhomaz de Souza Mafra, 44° gov da
Paraliyba—Maio 6 de 1817 m fine—
rn ^ 20 de 1842. Jmiho 12 de 1817 (2').
riieophilo B'enedicto Ottoni, senador por
Minas-Geracs-Out. 17 de I860, ^ Dr. Thomaz Xavier Garcia de Almeida,
Theoi)hilo Ribeiro de Resende, barão e deputado supplente á Constituinte-
Junho 3 de 1822.
marquez de Valença, senador por
Dr. lhomaz Xavier Garcia de Almeida,
Miius-Geraes—Jan. 22—Maio 4 de 1826
JUIZ relator da commissão militar de
Dr. Theotonio Alvares de Oliveira Ma- Pernambuco—Dez. 20 de 1824.
S. Thomé (Cabo de)—Nov. 1 de 1501.
? d ê 18â"^^‘^° Constituinte—Junlio br. rhomé Baptists., fundador do mos­
teiro de Sorocaba—Ab. 21 de 1660.
 — 105
Tliomé Corrêa de Alvareníja, 2Ò° orov.
do. Rio de Janeiro—Ab. 12 de IGoT.
Tliomé Corrêa de Alvarenga, governador
do Rio de Janeiro, deposto pelo povo
-O u t. 17 de 16.59 (2» § )-F e v . 8 de
1661.
P. Thomé de BVeitas da Fonseca, vigá­
rio da Candelaria, regedor do bispado
Março 28 de 1700 no fim.
Tliomé Justiniano Gonçalves, guarda-
marinlia, na guerra do R. da Prata
—Jan. 18 de 1827.
P. Thomé Luiz de Souza, vigário geral
do R. Grande do S u l-V ol. II. p. 329:
dez. 16 (Addenda).
Tliomé Maria da B''onseca, membro fun­
dador do Instituto Historico — Nov.
25 de 1838.
Thomé Ribeiro de Faria, barão de Gua-
rapemerim, capitalista— Nov. 16 de
1850.
Thomé de Sousa, 1° gov. geral do Bra­
zil—Jan. 7—Fev. 1—Março 29—Maio
29—Nov. 1 de 1549—Fev. 8 de 1552.
Thomé de Sousa (Regimento dado a)—
Dez. 17 de 1548.
Tibiry, na Parahyba (Guerra hollan-
deza)—Set. 1 e 3 de 1645.
Fr. Tiburcio José da Rocha, redactor da
Gazeta do Rio de Janeiro— 10
de 1808.
Timbó (Bombardeamento do), na guerra
do Paraguay—Julho 20 de 1869.
Timon (O)hrazileiro. V. João Francisco
Lisboa.
D. fr. Timotheo do Sacramento, 2“ bispo
do Maranhão — Maio 8 de 1691—Acf-
ãenda de Setembro, p. 172: set. 5.
Tiradentes (O). V. Joaquim José da
Silva Xavier.
Titulares (Nomeação de) — Out. 12 de
1825 (2‘ ).
Titulo de Fidelissimo dado a D. João V—
Dez, 23 de 1748.
Titulo de leal e valerosa dado á Bahia—
Ag. 25 de 1826.
Titulos militares antigos e seus equiva­
lentes modernos—Ab. 5 de 1762.
Tocantins — Expedição pelo rio — Set. 7
de 1502.
Tomada da Bahia ])elos aollandezes_Ao-
1 de 1624.
Tomada de Corricntes por forças bra-
zileiras. V. Corrientes.
Tonelero. V. Combate de.
Torre de Garcia d’Avila (Familia da)—
Jan. 26 de 1583.
Torres e Jacarandá no Ceará. V. Sobral
(Sedição militar na villa de).
—
Trafico de negros—Tratado prohibindo
0—Set. 11-Dez. 9 de 1817—Nov. 23
de 1826. V. Bill Aberdeen e Conven­
ção addicional.
Trafico de negros— Abolição do—Junho
8 de 1815—Nov. 7 de 1831.
Trafico de negros—Repressão do—Fev.
4 de 1851.
Dr. Trajano Galvão de Carvalho, poeta
maranhense—Acfcfmcfa de Julho, p. .56:
julho 14.
Transbordamenio do mar em Cananéa—
D_ez^. 31 de 1601 (4“ §)—Março 25 de
1795.
Tratado de Tordesillas (Bulia approvando
o)—Jan. 24 de 1506.
Tratado de Ilaya entre Portugal e IIol-
landa contra Hespanha—Junho 12 de
1641.
Tratado de pazes com os neengaldhas—
A g. 5 de 1659 (2*).
Tratado entre Portugal e ílollanda—Ag.
6 de 1661.
Tratado de paz entre Portugal e lies*
panlia—B'ev. 13 de 1668.
Tratado entre Portugal e Hespanha
acerca da Colonia do Sacramento—
Junho 18 de 1701.
Tratado (Triplice) da Hollanda, Ingla­
terra e Austria, garantindo a Portu­
gal a posse das terras entre o Ama­
zonas e 0 Oyapok—Maio 16 de 1703.
Tratado de Methwen entre Portugal e a
Grã-Bretanha—Dez. 27 de 1703.
Tratado particular de Utrecht entre Por­
tugal e a l^^ança—Ab. 11 de 1713.
Tratado de limites entre Hespanha e
Portugal—Jan. 13 de 1750.
Tratado preliminar de Santo Ildefonso e
do Pardo (restituindo a ilha de Santa
Catharina)—Março 11 de 1778.
Tratado de ]>az com os guaycurús—Ag.
1 de 1791.
Tratado para a abolição do trafico de
africanos—Junho 8 de 1815—Set. 1 1 -
Dez. 9 de 1817—Nov. 23 de 1826.
Tratado entre Portugal e a França para
a, devolução de Cayenna—Ag. 29 de
1S17.
Tratado de reconhecimento do Império
por Portugal—Ag. 29 de 1825—Ag.
30 de 1823 (aliás 1825)—Nov. 15 de
1825.
Tratado de commercio entre o Brazil e a
Grã-Bretanha—Nov, 10 de 1827.
Tratado de commercio entre o Brazil e
as cidades livres Hanseaticas- Nov.
17 de 1827.
Tratado de commercio e navegaçao do
'Brazil com os Estados-Unidos—Dez.
12 de 1828.
 106 —
Tratado de commeicio e navegação do Tribunal do commercio da Bahia—Jan.
Brazil com os Paizes Baixos—Dez. 20 13 de 1831.
de 1828. Tribunal do commercio doR. de Janeiro
Tratado de commercio entre o Brazil e o —Jan. 1 de 1831 (2‘ ).
Peru—Out. 18 de 1852. Tribunal do commercio do Recife—Jan.
Tratado de limites e navegação mediter­ 1 de 1831 (3‘ ).
rânea entre o Brazil e Venezuela— Tribunaes do Brazil. Decreto das côr-
Jan. 25 de 1853. tes de Lisboa extinguindo-os—Set. 29
Tratado de amizade e commercio entre o de 1821.
Brazil e a Sublime Porta—Ab. 9 de Tributos abolidos pelo governo de Per“-
1850. nambuco—Março 9 de 1817,
Tratado oíTensivo e defensivo entre o Trigo no Rio Grande do S'd—Março 16 de
Brazil e as republicas Argentina e do [ 1768.
Uruguay contra o governo do Para­ I Tristão da Cunha reconhece e costèa a
guay—Maio 1 de 1865. terra de Pernambuco—Jan. 24 de
Tr-atado de limites, commercio, etc., en­ 1506.
tre 0 Brazil e a Bolivia—Ab. 5 de Tristão da Cunha Menezes, 7° gov. de
1867. Goyaz—Junho 27 de 1783.
Tratado. V. Aecordo. Convenção. Con­ Tristão Gonçalves de Alencar Araripe
vênio. nos acontecimentos do Ceará—Ab, 30
Tratados com o Brazil oueimados pelo de 1817 [Addenda de abril)—Março
governo de Montevideo—Dez. 13 de 30 de 1822—Ab. 16 de 1823—Ab. 29—
1864. Maio 12 e 28—Julho 24 de 1824.
Tratamento de í/om—Jan. 3 de 1011. Tristão de Mendonça Furtado, negocia­
Tratamento de excellencia, etc. (De­ dor do tratado de Haya—Junho 12 de
creto de D. João V)—Jan. 29 de 1739. 1641 in fine.
Ti’atamento de illustf issima dado á ca- Triumviratü governador da Parahyba—
mara do R. Janeiro—Jan. 9 de 1823. Maio 13 de 1797—Maio 6 de 1817.
Tratamento de senhoria aos conegos da Tucums, V. Ilha de.
capella real—Dez. 22 de 1808. Tulhas, celleiro publico na Bahia—Ag.
Tratamento de senhoria aos comman- 25 de 1817. ^
dantes das armas—Ag. 2 de 1842. Tumulto no Pará—Dez. 22 de 1652—Jan.
Tremor de terra no Aracaty—Dez. 2 de 25 de 1824.
1852. Tumulto em Pernambuco na fortaleza
Tremor de terra no Assú (Rio Grande do das Cinco Pontas—Nov. 15 de 1831.
Norte)—A g. 8 de 1808. Tumultos na Praça do Commercio do
Tremor de terra na Bahia—Nov. 23 de Rio de Janeiro—Ab. 21 e 22 de 1821.
1720 (5» §)—Ag. 1 de 1769. Tumultos no Rio Grande do Sul—Maio
Tremor de terra em Cuyabá—Set. 24 de 3 e 21 de 1821.
—Set. 3 de 1865 (art. no íim)— Tupinaes e tupininguins ( Os indios)
Março 1 de 1879. ameaçam a villa de S. Paulo—Ab. 9
Tremor de terra no Maranhão (na capi­ de 1590.
: ! tal)—Nov. 23 de 1864. Tutor do imperador (Eleição do)—Junho
Tremor de terra no Morro Grande (Mi- 3() de 1831.
nas-Geraes)—Julho 25 de 18,55. Tuyú-Cué no Paraguay—Julho 31 de
Tremor de terra na cidade do N a ta l- 1867.
Julho 24 de 1879. Tuyuty (Batalha de). V. Batalha de 24
Tremor de íerr» em Ouro-Preto e na ci­ de Maio.
dade Christina—Junho 9 de 1876. Tuyuty (Bombardeio de)—Junho 14 de
Tremor de terra na cidade do Recife— 1866.
Out. 28 de 1811. Tuyuty (Balões em), guerra do Paraguay
Tremor de terra no R. Grande do Norte —Maio 31 de 1867.
—Jan, 10 de 1854. Tuyuty—Marclia de flanco de—Julho 22
Tremor de terra nas costas do R. de Ja­ de 1867.
neiro a S. Paulo e Minas—Julho 31 Tuyuty— Surpreza dos paragua3'OS aos
de 1861, nossos em—Nov. 3 de 1867.
Tremor de terra na Victoria, capital do Typographia—1“ estabelecida no Rio de
Esp, Santo—.Ig, 1 de 1767. Janeiro—Maio 13 de 1808 (2‘ , § 2°).
Tremor de terra na Vigia (Pará)—Julho Typographia na Bahia (Primeira)-^Fev.
12 de 1860. 5 de 1811.

VA
 — 107 —
X T
Ubatuba {Fundação de) — Out. 28 de
1G37 (2’').
Una (Ilospicio de)—Julho 20 de 1G20.
União e Industria. V. Estrada da— . V.
EseoJa agricola.
Dr. Urbano Sabino Pessoa de Mello, his­
toriador da revolta praetra—I)ez. 7
de 1870.
Uruguay (Campanha do) — Out. 12 de
1864.
Uruguayana. V. Capitulação de.
Urumbeba no Rio Grande do Sul (Cul­
tura da)—Maio 4 de 1782.
Usina Darcellos eni S. João da Barra—
Nov. 23 de 1878.
Usina deQuissaman. V. Engenho central.
Uxumberga (0). V. Jcronvmo de Meu-
donça Furtado.
Vaccina importada ao Brazil—Dez. 30 de
1804.
Vaccina em Campos —
(2“ §).
Valeuça na Bahia (Fundação da cidade
de)—Out. 29 de 1570 (art. separado).
Valença do R. de Janeiro—Estrada de
forro—Jan. 4 de 1869.
Valentim da Fonseca e Silva, entalhador
nacional—Out. 13 de 1765—Jan. 20
de 1780.
Valentim Tavares Cabral, gov. do R.
Grande do Norte—Fev. 12 de 1633.
Valerio Corrêa Botellio de Andrade,
gov. int. da capitania do Rio Ne­
gro—Março 12 de 1806.
Van Ceulen, director delegado hollan-
dez—Set. 1 de 1634.
Van Dorth (Johan), commanc’ ante da
expedição hollandeza contra a Bahia—
Dez. 21 de 1623—Maio 8—Juidio 17 de
1624.
Vapor IJarajó, 1° que sulca o Amazo­
nas—Set. 22 de 1853.
Variola (Epidemia de) em S. Paulo—Ab.
21 de 1563 (art. separado).
Variola enUPernambuco (Epidemia de)—
1774'(3° §).
Vasco Antonio da Fontotira Cliananeeo.
ten. coronel, na guerra do Paraguay—
Fev. 27 de 1868.
Vasco Antunes, coronel, na rxção
Caballada—Jan. 11 de 1828.
Vasco Fernandes Cesar de Menezes,
conde de Sabugosa. 4* vice-rei do
Brazil—Out. 14 de 1719 (2“ §)—Nov.
23 de 1720—Junho 25 de 1722—Fev. 4
de 1725 (2“ §). V. Academia brazi-
lica dos Esquecidos.
Vasco Fernandes Coutinho, 1* donatá­
rio dacapitauia do Esp. Santo—Out.
7 de 1534—Março 23 de 1535—Ag. 20
de 1540—Ab. 2 de 1551 (2*)—Ag. 3 de
1560.
Vasco Gallego de Carvalho, piloto, visita
0 sul da costa do Brazil—Jan. 24 de
1506.
Vasco Marinho Falcão na guerra hol­
landeza—Set. 17 de 1645.
D. Vasco de Mascarenhas. conde de
Óbidos. 2° vice-rei do Brazil—Junho 24
—Out. 1 de 1663.
D. Venancio Flores, general oriental, na
campanha do Uruguay—Dez. 6 de 1864.
D. Venancio Flores, na guerra do Pa­
raguay—Ag. 17 de 1865—Set. 12 de
de 1866.
P. Venancio Henriques de Resende, de­
putado ã Constituinte—Junho 3 de
1822—Junho 28 de 1833.
Venancio Henriques de Resende, de-
porlado com os Andradas—Nov. 20
Venancio José de Oliveira Lisbôa, desem­
bargador—Maio 24 de 1880.
Vencimento do capitão general do R.
Grande do Sul—Set. 19 de 1807.
Vencimentos dos mestres-escola no Cea­
rá—.-^et. 13 de 1768.
D. Ventura Caro, olhcial hespanhol. V.
Santa Catharina (Oceupação da ilha
de'.
Vereadores da camara do R. de Janeiro
em 1822—Maiol3.de 1822.
Vertiz'. general hespanhol, no R. Grande
do Sul—Jau. 5, 14 e 17 de 1774.
Viagem de Diogo Alvares à França—
Jan. 26 de 1583.
Viagem á China da nau americana Co
lumbus—Jan. 10 de 1847.
Viagem de D. Pedro I á Bahia—Fev.
27 de 1826.
Viagem d e i). Pedro I á prov. de Santa
Catharina—Addenda, vol. 11, p, 270:
nov. 29.
Viagem de D. Pedro I a Minas—Ab. 8,
. 1 :
— 108
-V v ' Via^em imperial (de D. Pedro II) ás Ala-
goas—Nov. ,‘30 de 18.59.
'Y' ■ Viagem imperial á Cachoeira dc Paulo-
Aifonso—Out. 20 de 1859.
4miperial a Campos—Março 25
Viagem imperial áprov. de Santa Catha-
nna—Pev. 1,3 e 18 de 1846.
Viagem imperial aos Estados-Unidos—
_ Março 26 del876.
"Viagem imperial á Europa—Maio 25 de
18/1—Set. 26 de 1877.
viagem imperial á Parahyba=Nov. 24
IK''
Ir de 1859.
jl ' Í Viagem imperial ao Paraná—Maio 17
In ' de 1880.
Viagem imperial a Pernambuco—Nov
22 de 1859.
Viagem imperial a S. Paulo—Fev. 18 e
14 de 1846—Ag. 17 e 26 de
18/5.
Viagem imperial ás provincias do Norte
—Out. 2 de 1859.
Viagem imperial ás provincias do Sul—
^ Out. 6 de 1845.
Viagem imperial aoR . Grande do Sul—
Nov. 21 de 1845—Julho 10—A«-. 1—
Set. 11 de 1865. ” de)—Março 19 de 1752.
Viagem imperial á provincia do R. de
Janeiro—Março 20, 22 e 24—A b. 8 e
24 de 1847.
Viagem imperial a Sergipe—Jan. 11 de
1860.
Viagem imperial á cidade da Victoria—
Jan. 26 de 1860.
Viagem imperial de volta á corte—Fev.
l i d e 1860.
Viamao, freguezia—Julho 24 de 1773.
S. Vicente (Porto de)—Nov. 1 de 1501.
S. Vicente, 1* colonia fundada no Brazil
— Ian. 22 de 1Õ.32.
S. Vicente, capitania e don atari a—Set.
28 de 1532—Out. 6 de 1534-Jan. 21
de 1535—Set. 24 de 1553.
S. Vicente—Collegia dos jesuitas em—
Jan. 25 de 1554.
S. Vicente—Pede á camara que se le­
vantem dous engenhos em—Ab. 29 de
1557.
D. Vicente Alexandre de Tovar, bispo t.
de Jitopoli, 3“ prelado de Govaz—
ti'.'- Out. 8 de 1808.
j'. D. fr. Vicente do Espirito Santo, 1° pre­
lado de Goyaz—Jan. 23 de 1782 (2“).
Dr. Vicente da Fonseca (Doação feita aoÍ
—Jan. 24 de 1559.
D. Vicente da Gama Leal, bispo coadiuc-
tor do Rio de Janeiro—Fev. 21 de 1755.
P. Vicente José Pereira. V. Ceará: go­
verno temporário.
r.'-'
—
Dr. Vicente Navarro de Andrade, barão
de Inhomerim—Ab. 23 de 1850.
Vicente Pinçon (Rio de). V. Oyapock.
P'r. Vicente do Salvador, franciscano
_ bahiense—Ag. 30 de 1605.
Vicente da Silva da Fonseca, gov. da Co­
lonia do Sacramento—Out. 29 de 1762
(2°.§).
Fr. Vicente da Soledade, arcebispo da
^ Bahia—Ag. 28 de 1820.
\ icente Yanez Pinzon, piloto castelhano,
descobre o cabo de Santo Agostinho
—Jan. 25 de 1500.
Victor Manuel, rei de Italia—Março 12 de
1863 (nota).
Victoria, no Esp. Santo, declarada ci­
dade—Ab. 2 de 1551 (2^)—Março 18
^ de 1823.
Victoria atacada pelos liollandezes—Out.
28 e 30 de 1640.
Victorino José Carneiro Monteiro, de­
pois barao de S. Borja, general, na
guerra do Paraguay—F'ev. 27 de 1868
—Out. 24 de 1877.
Fr. Victorio de Cambiasca. Vide S. Fi-
delis dé Sygmaringa.
Villa Bella em Matto-Grosso (PMndação
Villa Bella—Juizo de fdra de—Ag. 25 de
1813.
Villa Bella é elevada á categoria de ci-
dadc—Set. 17 de 1818.
Villa Bella (Tomam os brazileiros o forte
de)—Ab. 20 de 1867.
Villa Boa de Govaz—Julho 25 de 1739—
Set. 17 de 1818.
Villa da Estrella—Julho 20 de 1846.
Villa P'ormosa. V. Serinhaen.
Villa PYanca do Imperador (Sedição em)
—Julho 20 de 18q8.
Villa da Manga (Revoltada). V . Guerra
dos balaios.
Villa Nova. V .Victoria.
Villa Real da Praia Grande. V. Nicteroy.
Villa Rica. V. Ouro Preto.
Villa Rica ^Revolução de)—Junho 28 de
1720.
Villa Velha, no Espirito Santo—Ab. 2
de 15.51 12*).
Villas e freguezias em S. Paulo (Carta
régia auctorisando o governador a
crear)—Jan. 26 de 1765.
V ille^ignon (Nicolau Durand de)—Con­
spiração contra—Nov. 10 de 1555—
P'ev. 16 de 15.56—Março 16 de 1557.
Villegaignon (Morte de)—Jan. 9 de 1571.
Villegaignon (Ilhade).V. Ilha de.
Vinculo em favor do conde dos Arcos—
Junho 23 de 1817 (2° §).
Vintem (Motim popular denominado do)
—Jan. 1 de 1880.
 109
D. Violante Atabalipa Ximenes de Bivar
e Velasco, escriptora baliiana—Maio
25 de 1875.
Virfícns (Rio das)—Nov. 1 de 1501.
P . \irginio Rodrigues Campello, depu-
tado á Constituinte—Junho 3 de 1822.
Viry, cacique dos indios coroados—Ju­
nho 3 de 1861.
Visconde de Abaeté. V. Antonio Paulino
Limpo de Abreu.
Visconde de Abrantes. V, Miguel Cal­
mou du Pin e Aim ida.
Visconde dc Albuquerque. V. Antoniò
P>ancisco de Paula e Ilollanda Ca­
valcanti de Albuquerque.
Visconde de Alcantara. V. João Ignacio
da Cunha.
Visconde de Santo Amaro. V. JoséEgy-
dio Alvares de Almeida.
Visconde de Araguaya. V. Dr. Domingos
José Gonçajves de Magalhães.
\isconde de Araruama. V. José Carneiro
da Silva.
Visconde de Araxá. V. Domiciano Leite
Ribeiro.
Visconde de Asseca. V. Salvador e Mar-
tim Corrêa de Sá e Benevides.
Visconde de Barbacena. V’’. Luiz Antonio
Furtado de Mendonça.
Vhsconde de Barbacena. V. AíTqnso Fur­
tado de Castro do Rio de Mendonça.
Visconde de Barbacena. V. Felisberto
Caldeira Brant Pontes.
Visconde da Boa Vhsta. V. Francisco do
Rego Barros.
Visconde de Bom Retiro. V. Luiz Pe­
dreira do Couto B'erraz.
Visconde de Cabo-Frio. V. Luiz da Cunha
Moreira.
Visconde da Cachoeira. V. Luiz José dc
Carvalho e Mello.
Visconde de Caethé. V. José Teixeira da
_ Fonseca Vasconcellos.
Viscond<» de Camamú, presidente da Ba-
^ hia (Assassinato do)—B’ev. 28 de 1830.
Visconde^ de Camaragil)e. V. Pedro
Francisco de Paula Cavalcanti de Al­
buquerque.
Visconde de Caravellas. V. 1“ Manuel
Alves Branco. 2° Carlos Carneiro de
Campos.
Visconde de Cayrú. V. José da Silva
Lisboa.
Visconde de Condeixa. V. Pedro Maria
Xavier de Athayde e Mello.
Vhsconde de Congonhas do Campo. V.
Lucas Antonio Monteiro de Barros.
Visconde do Fanado. V. Marquez de
Sabará.
Visconde de Fonte Arcada. V. Pedro
Jacques de Magalhães. ' Corrêa da Camara.
—
Visconde dc Goyana. V’’ . Bernardo José
da Gama.
Visconde de InhambupedeCima. V. An­
tonio Luiz Pereira da Cunha.
Visconde de Inhaúma. V. Joaquim José
Ignacio.
Visconde de Itabapoana. V. Luiz Anto­
nio de Siqueira.
Visconde de Itaborahy. V. Joaquim José
Rodrigues Torres.
Visconde de Itaparica. V. Alexandre
Gomes de Argollo B'errâo.
Visconde de Itaúna. V. Dr. Cândido
Borges Monteiro,
Visconde de Jaguary. V. José Ildefonso
de Sousa Ramos.
Visconde de Jequitinhonha. V. Fran­
cisco Gê Acayaba de Montezuma.
Visconde de Jerumerim. V. Francisco
Cordeiro da Silva Torres e Alvim.
Visconde da Laguna. V. Carlos Frede­
rico Lecór.
VTsconde da Lapa. V. José de Almeida
Vasconcellos Soveiral de Carvalho.
Visconde de S. Leopoldo. V. José Feli­
ciano Fernandes Pinheiro.
VTsconde- de Lorena. V. Francisco Maria
Gordilho Velloso de Barbuda.
Visconde de S. Lourenço. V. Francisco
Bento Maria Targini.
Visconde de S. Lourenço. V. Francisco
Gonçalves Martins.
Visconde de Macahé. V. José Carlos Pe­
reira de Almeida Torres.
Visconde de Maranguape. V. Caetano
Maria Lopes Gama.
Visconde de Maricá. V. Marianne José
Pereira da B'onseca.
Visconde de Mauá. V. Irineu Evangelista
de Souza.
Visconde de Monserrat. VL Dr. Joaquim
José Pinheiro de Vasconcellos.
Visconde de Muritiba. V. Manuel Vieira
Tosta.
Visconde de Nazareth. V. Clemente Fer­
reira França.
Visconde de Nicteroy. V. i ’ rancisco de
Paula de Negreiros Sayão Lobato.
Visconde de Olinda. V. Pedro de Araujo
Lima.
Visconde de Paraná. V. Honorio Her-
meto Carneiro Leão.
Visconde da Parnahyba. V. Manuel de
Souza Martins.
Visconde de Pedra Branca. V. Domingos
Borges de Barros.
Visconde de Pelotas (D).V. Patricio José
Corrêa da Camara.
Visconde de Pelotas (2°). V. José Antonio
 no
Visconde de Porto Seguro. V. Francisco Voto da- camara da Bahia a Santo An­
Adolpho de Varnhagea. tonio de A rgoim -N ov. 22 de 1654.
Visconde de Queluz. V. João Severiano Vulcão (?) na Itapecerica. em Angra dos
,h Maciel da Costa. Reis—Julho 31 de 1861 (2° §).
Visconde do Rio Branco. V. José Maria
da Silva Paranhos.

ií' Visconde do Rio Grande. V. José de

Araujo Ribeiro.
Visconde de Rio Vermelho. V. Manuel
Ignacio da Cunha Menezes. Weerdenburgh (Theodore), coronel hol-
Visconde de S. Salvador de Campos. V. landez—Fev. 13, 15, 16 e 17-M arço 2
José Alexandre Caineiro Leão. de 1630 — Jqnho 21 de 1632 (2° 8)—
^ Março 8 de 1633. ^
Visconde de Souza Franco. V. Bernardo
de Souza Franco. Wenceslau Paunero, general argentino,
Visconde de Suassuna. V. Francisco de na guerra do Paraguay—Maio 25 de
Paula Cavalcanti de Albuquerque. 186o—Janeiro 31 de 1866—Junho 8 de
1871.
Visconde de Tamandaré. V. Joaquim
^ Marques Lisbôa. ■Willekens (Jacob), almirante hollandez
Visconde de Santa Thereza. V. Polydoro —Dez. 21 de 1623—Maio 8 e 9—Julho
27 de 1624.
da Fonseca Quintanilha Jordão.
Visconde de Uberaba. V. José Cesario
de Miranda Ribeiro.
Visconde de Uruguay. V. Paulino José
Soares de Souza.
Viscondessa de Araruama. Vide D. Fran-
^ cisca Antonia de Castro Carneiro. Yatahy-Corá (Ataque de)—Julho 11 de
1866.
Viscondessa, depois marqueza de Santos. Yperoyg, aldeia dos tamoyos—Ab. 21 de
Vide D. Demithildes de Castro Canto 1563.
e Mello. Ypiranga. V. Ipiranga.
D. fr. Vital Maria Gonçalves de Oliveira, Ypanema. V. Ipanema.
19° bispo de Olinda—Nov. 27 de 1844 '1 i
—Set. 22 de 1871—Julho 5 de 1878.
Voluntários da Patria paulistas—Março
31 de 1866—Ab. 18 e 25 de 1870.
V oluntarios da Patria (Os) regressam ao
Rio de Janeiro—Fev. 23—Ab. 18— Zacharias de Goes e Vasconcellos (Conse­
Maio 2 de 1870. lheiro), senador pela Bahia—Nov. 5
Voluntários da Patria cearenses—Março de 1815—Fev. 16 de 1864.
31 de 1870. ^ Zacharias de Goes e Vasconcellos, fun­
Voluntários da Patria da Bahia—Ab. 18 dador e 1° presidente da provincia do
de 1870. Paraná—Dez. 19 de 1853. •!
Voluntários da Patria de Pernambuco— Zacharias de Goes e Vasconcellos presi­
Ab. 18 de 1870. dente do conselho—Maio 24 de 1862—
Voluntários reaes—Junho 12 de 1816, Dez. 14 de 1863.

FIM
 e r r a t a g e r a l

DO T O M O I

PAO. COL. LINHA ERROS EMENDAS

6 século XIX seculo XVI

46 17.9 1559
46 (lias 8 dias
25 Aguapehy Arapehy
^ 4o ....................................... .. Passa para o dia 7
43 1d19 1549
46 1851 1831
25 24 21
32 5 15
36 I-II 4o e seguintes .............................................. Supprima-se
43 Potenguy Potengy
............................................. A data em 1801 passa para
a Unha 36
22 Ijruguy Uruguay
6 da Bahia de Pernambuco
21 19 29
10 essas datas esta data
6 (----- ) (alias 13)
46 Sousa Senna
45 salda sahira
24 c a 29 Acrescente-se : de dezembro
de 1849
109 Supprima-se
109 13 de maio
117 Passa para o dia 16
124 ao '
129 de 4
130 Acrescente-se: da
136 chegou a
137 Acrescente-se : ,
Abreu e Lima,
137 4
137 5 de maio de 1668
143 9
148 1689
148 Vinham
159 Supprima-se
 Il
PAG. COL. LINIIA ERROS EMENDAS
162 I
i-i 171 I Ernesto
SuppHma-se
Gabriel
172 II 0 sr.
172 II Supprima-se
hoje depois
174 I {.Vide essa dato.)
176 I Sup)prirna-se
1535 Passa para maio S3
180 II Luande
181 II Corrêa da Silva
(Vide a ephem. &) Siipjirima-se
197 I a. . . de março
202 I a 3 de março
2P2 II Passa pata março 3
Í82.—........................ 1820—
203 I de Minas Geraes
204 I da Bahia
deveer levado sem deve ser levado em
208 I régador
225 II prégador
(Vide essa data) Supprima-se
226 I capitao general
226 I capitão mdr
da Serra de Sousa
232 II effervencia
233 II efifervescencia
general mór
234 I capitania Acrescente-se: do Rio de Ja­
240 I neiro
Considerando Consideramos
245 II 23 22
248 I
266 II Passa para o dia 21
270 I Passa para o dia 23
Leite Falcão
271 I de abril
271 II 1 de abril
do 9 n”. 9
272 II 3 de agosto
281 11 31 de janeiro
visconde, visconde do Fanado,
281 II do Fanado;
281 II de Sabará;
conde, conde de Palma,
284 I Mauricéa
284 II Mauricia
boquejos bosquejos
285 I ultimo
285 II penúltimo
Marianna, Acrescente-se: e Sousa.
291 II 1878 1847
295 I

í
1.01 1501
299 II Mauricéa
310 II Mauricia
Andrade Azevedo
312 I 1865 1847
316 II 1861 1862
319 II dr. Manuel Pinto, &. dr. João Fortunato Ramos
.321 II dos Santos
21 1865 1874
321 II 38 a 43 V. a rectificaçao no vol. II,
347 II p. 43 6.
47 e seguintes Este periodo passa todo para
î 356 11 Apostolicum
0 final da ephem. de 2 de
junho de 18 68.
Apostolicam
358 I 0 Catalogo a continuação do Catalogo
359 II cessou de viver morreu
366 I Supprima-se
367 II ! . . de outubro
367 16 de outubro
II 16.0 1630
370 I rei Supprima-se
379 I drimicias primicias
388 II 4 de Junho de 1875 r . de Junho de 1880 (2*)
 I’ ACt . col . LINHA ERKO.S

391 11 31 nil est. .. in urna nil e s . ,. in urna ;

391 II 32 est nostris. vivís. ast nostris vivis,
392 II 41 19 de julho .30 de julho
397 I 7 1600 1690
397 II 16 2 20
402 II 25-26 Taliroda Taborda
410 I 34 exercito Acrescente-se visconde
Itaparica,
413 II a duas vezes 0 duas vezes
423 I / 1663 1763
428 I 17 compromeltidas envolvidas
431 II 19 a 20 em Prado no Pardo

D O T O M O II
( a i .iím da já iín d ic a d a )

PAG. COL. LINHA EUKOS EM ENDAS

3 11 27 de 23 de .28
5 II 3 1790 1760
5 II .18 a 19 consignado Acrescente-se: (Vide-abril 13)
18 I 10 jirimeiro 2°.
19 I 27 13 de junho 12 de junho
21 r 16 sei eu ? sabemos nés tí ^
21 I 21 creio oremos
26 I 11 de 29 de 29 de julho de 1775
30 I 23 8 3
49 11 13 a 25 Supprima-se
50 II 8 a9 13 de setembro 5 de outubro
50 II 40 darei daremos
51 I 17 conheci conhecemos
5.3 II 37 tenho temos
61 II 31 c 42 Couto Canto
64 II 32 1624 1647
68 II 7 Fulton Fenton
70 II 15 vejo vemos •,
76 I 12 Angola Angra
78 I 35 1854 185t
79 I 25 a 24 a 29
79 I . 1 47 o dá o dá também
84 II V. 27 Florcntino íiorentino
87 I 26 Ferreira Soares
96 II 11 a 12 sob 0 commando de Qonçalo
Coelho Supprima-se
96 11 29 Gonçalo Coelho 0 commandante
102 I 32 S. José S. João
103 II 6 a 7 de Araujo Supprima-se
109 II 30 dia 29 dia 27
109 II 32 1823 1825
110 I 19 a 24 1661 Passa para o dia 8 de junho
de 1662.
113 II 32 a 33 depois que o deixara depois que nellc aportára
como bispo,
122 II .35 1877 1777
130 II 15 {New pudemos. &.) de 1816
 ÍV

PAÜ. Uo/ i.JNWA liUiins

J ' i! KMteSÜAM
130 II 28 a 29 ( Viào csaa data)

la ’
■
EV 1 i
h 130
130
132
132
II
II
I
I
32
33
17 a 29
ou a 19
segundo o
1688
quezuer
Supprima-se
e nSo a 19
como se lô no
Passa para o dia 8 .
135 II quequer
11' 34 19 de abril 22 de janeiro
|tl 139 11 Augusto Julio
En : ■ 163 I Julio Augusto
HE < a darcm 0 darem
164 II 19 a 9 de jullio
168 I 4 de junho
■ 1611 1617
169 II Pio V
172 Paulo V
me Icz nos fez
174 de 27
181 de outubro 27 de 1832
31 de maio 1 de junho
184 a 28
185 a8
'If: 1636 1626
185 44 e seguintes
n 189 Supprima-se
segundo pnmeiro
200 me
208 nos
no Rio de Janeiro na Bahia
208 nesse
208 naquelle
a Gazeta do Rio 0 P ia v io do Gooerno
208 da marinha
222 militar
1858 1857
226 (Vide a ephom. &)
237 Supprima-se
de 10 de março de 16 de março
242 1806
243 1808
21 ..^de 1821 12... de 1822
2M dia 7 de novembro
245 dia 17 de outubro
37 Luix Ignacio Ignacio Luiz
251 Isidoro
252 Ignacio
252 41 Passa para o dia 21,
(Vide a ephem., '&.) Supprima-se
252 Manuel
255 Supprima-se
cinco sete
268 38 J)OSSÕCS
268 possessões
1773 1737
269 de 11).
270 de 5 de dezembro de 1773)
271 (Vide a ephem, de 5) Supprima-se
271 Supprima-se
Í822............................. Supprima-se
275 (Vide a ephem. &.)
280 Supprima-se
de 8 de 9
281 5 de junho
281 3 de junho
4 de junho 4 de maio
284 17
284 17 de dez. de 1801
começou começam
285
294 contando-o cortando-o
1647 Acrescente-se: (Vide a ephem.
297 de 9 de junho),
ile 18 de 19
298 1834
304 1869
Ferreira Ferreira Lobo
306 1871
307 1870
preço seu preço
313 Lisboa.
319 Lisboa, barão de Cayrú,
323 Marianna, Marianna e Sousa,
em (lias a 10
325
douscobrimento. do scu descobrimento.
 X ,v.'; ii.'. >■■

-V
■íi.K - ,. *■
V
DO IN D IC E
l*AO, cor>. Í.INHA ERROS EMBNii AS
Vide Carlos Antonio Á.. Vide Antonio Carlos &.
Caxias (Marquez de) Caxias (Conde de)
na navegação da navegação
justificados justiçados
de S. de de S. João de
Ferreira Soares
1835 1836
1942 1842

»A ERRATA GERAL

II I , Pag. I, linha 2‘, onde se íê 1559, deve lèr*se 1759

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