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H835 Ufu (Parte3)
H835 Ufu (Parte3)
01 - (UFU MG)
Objeto de estudo da nova historiografia, a “(...) história da vida cotidiana e privada é a
história de pequenos prazeres, dos detalhes quase invisíveis, dos dramas do banal, do
insignificante, das coisas deixadas ‘de lado’.”
DEL PRIORI, Mary. História do cotidiano e da
vida privada. In: CARDOSO, Ciro Flamarion;
VAINFAS, Ronaldo (Org.). Domínios da his-
tória: ensaios de teoria e metodologia.
Rio de Janeiro: Campus, 1997.
Com base nessa informação, é INCORRETO afirmar que compuseram o novo grupo de
indivíduos estudados
02 - (UFU MG)
Observe a imagem.
Pintura medieval de 1411.<http://
brasilescola.uol.com.br/oque- e/his-
toria/o-que-foi-a-peste-negra.htm
Essa pintura retrata um dos fatores que contribuíram para a derrocada do sistema feudal
na Europa Medieval.
Sobre o contexto abordado, é correto afirmar que a rápida disseminação da peste negra
decorreu em grande parte em função
03 - (UFU MG)
O tempo era uma dimensão menos percebida pela maioria dos medievais do que o
espaço. De forma geral, as pessoas nem sequer conheciam a própria idade, por ignorar o
ano exato de nascimento e o ano em curso. Apenas os teólogos teorizavam o tempo,
vendo-o como uma mudança, uma marcha inexorável que atingiria um fim não por seu
próprio mudar constante, e sim pelo desígnio divino. Representantes terrenos dessa
Divindade, e intérpretes de sua palavra, apenas os eclesiásticos tentavam compreender,
mensurar e controlar o tempo. Eles foram os únicos no Ocidente, até o século XIII, a ter
consciência de que medir o tempo é dominá-lo, e dominar o tempo é dominar o mundo.
Medir e ordenar o tempo é transformar um fenômeno natural em produto cultural.
FRANCO JÚNIOR, Hilário. O ano mil. São Paulo: Companhia das Letras, 1999, pp.31-
32 (adaptado).
A partir das considerações do historiador Hilário Franco Júnior, faça o que se pede.
04 - (UFU MG)
A partir do século XI, observa-se em várias localidades da Europa Ocidental uma
intensificação das atividades comerciais. Dentre os fatores que explicariam esse
“renascimento comercial”, analise as informações abaixo.
I. Uma forte diminuição demográfica, causada pela chamada peste negra e pelas
chamadas invasões bárbaras.
II. O aumento do número de cidades e da intensificação da divisão social do
trabalho que ajudou no desenvolvimento do artesanato.
III. O aumento da atividade bancária como atividade cada vez mais significativa
para expansão do comércio.
a) II e III.
b) I e II.
c) I e III.
d) I, II e III.
05 - (UFU MG)
Os especialistas em demografia histórica são mais ou menos concordes em estimar que
a população global do reino da França no mínimo duplicou entre os anos mil e 1328,
passando de cerca de 6 milhões de habitantes para 13,5 milhões, e de 16 a 17 milhões,
considerando as regiões que desde então se tornaram francesas.
LE GOFF, Jacques. O apogeu da cidade medieval. Trad. Antônio Danesi,
São Paulo: Martins Fontes, 1992, p. 4. (Adaptado).
De acordo com a citação, pode-se afirmar que o principal fator que permitiu o
crescimento da população europeia foi
06 - (UFU MG)
Mas o objetivo da produção, mesmo com meios modestos, não era um fim abstrato
como hoje, mas prazer e ócio. Esse conceito antigo e medieval de ócio não deve ser
confundido com o conceito moderno de tempo livre. Isso porque o ócio não era uma
parcela da vida separada do processo de atividade remunerada, antes estava presente,
por assim dizer, nos poros e nos nichos da própria atividade produtiva.
KURZ, Robert. A expropriação do tempo. Folha de São Paulo, 3 jan.1999. p. 5
(Adaptado).
A noção de tempo livre assumiu uma qualidade positiva distinta daquela de ócio, em
função de estar articulada a um conjunto de transformações socioeconômicas,
localizadas a partir de fins da Idade Média, e que se caracterizava
07 - (UFU MG)
Tem-se muitas vezes a impressão de que o clero detém o monopólio da cultura na Idade
Média. O ensino, o pensamento, as ciências, as artes seriam feitas por ele, para ele ou
pelo menos sob sua inspiração e controle. Trata-se de uma imagem falsa e que exige
profunda correção. A partir da revolução comercial e do desenvolvimento urbano,
grupos sociais antigos ou novos descobrem outras preocupações, têm sede de outros
conhecimentos práticos ou teóricos diferentes dos religiosos, criam instrumentos de
saber e meios de expressão próprios.
LE GOFF, Jacques. Mercadores e banqueiros na Idade Média. Lisboa: Gradiva, s.d, p.
77. (Adaptado).
A historiografia costuma associar as transformações econômicas ocorridas na crise do
feudalismo na Europa Ocidental ao surgimento do mundo moderno. A citação do
historiador medievalista Jacques Le Goff reforça essa ligação, uma vez que a revolução
comercial
08 - (UFU MG)
No mundo dos séculos XII e XIII, o setor de produção é essencialmente agrícola e
inscreve-se no contexto do modo de produção feudal. Esse modo de produção baseia-se
na exploração da terra por camponeses submetidos a um senhor. O senhor vive da renda
feudal que os camponeses lhe entregam, seja em produtos, seja em dinheiro. Com o
dinheiro dos censos dos camponeses e a venda dos produtos da terra, o senhor adquire
os bens de que tem necessidade e que aumentam durante o período em função do custo
crescente do equipamento militar e da totalidade das despesas necessarias a “vida
nobre”. O camponês, por sua vez, para pagar a parte monetária de censos ao seu senhor
e obter o mínimo de bens de que precisa e que ele não produz, compra e vende, também
ele, no mercado.
LE GOFF, Jacques. O apogeu da cidade medieval.
São Paulo: Martins Fontes, 1992, p.55, (adaptado)
09 - (UFU MG)
“Para a camada superior da humanidade, o tempo é um inimigo, e [...] a sua principal
atividade é matá-lo; ao passo que, para os outros, tempo e dinheiro são quase
sinônimos”.
Henry Fielding. An enquiry into the causes of late increase of robbers, 1751, citado por:
THOMPSON, Edward P. Costumes em Comum: estudos sobre a cultura popular
tradicional.
Trad. de Rosaura Eichemberg. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p.267.
10 - (UFU MG)
A tranquilidade dos súditos só se encontra na obediência. [...] Sempre é menos ruim
para o público suportar do que controlar incluso o mau governo dos reis, do qual Deus é
único juiz. Aquilo que os reis parecem fazer contra a lei comum funda-se, geralmente,
na razão de Estado, que é a primeira das leis, por consentimento de todo mundo, mas
que é, no entanto, a mais desconhecida e a mais obscura para todos aqueles que não
governam.
LUÍS XIV, Rei da França. Memorias. (Versão espanhola de
Aurelio Garzón del Camino). México: Fondo de Cultura Económica, 1989. p. 28-37
(Adaptado).
11 - (UFU MG)
Se essa passagem de século tem hoje um sentido para nós, um sentido que talvez não
tinha nos séculos anteriores, é porque vemos que aí é que surgem as primícias da
globalização. E essa globalização é mais que um processo de expansão de origem
ibérica. Em 1500, ainda estamos bem longe de uma economia mundial. No limiar do
século XVI, a globalização corresponde ao fato de setores do mundo que se ignoravam
ou não se frequentavam diretamente serem postos em contato uns com os outros.
GRUZINSKI, Serge. A passagem do século: 1480-1520 –
as origens da globalização. São Paulo: Companhia das Letras, 1999, p. 96-98.
(Adaptado).
Na busca das raízes do conceito de globalização, os historiadores têm voltado suas
atenções às grandes navegações, porque este momento histórico
12 - (UFU MG)
Leia o texto a seguir.
O príncipe não precisa ser piedoso, fiel, humano, íntegro e religioso, bastando que
aparente possuir tais qualidades. [...] Um príncipe não pode observar todas as coisas a
que são obrigados os homens considerados bons, sendo frequentemente forçado, para
manter o governo, a agir contra a caridade, a fé, a humanidade, a religião [...]. O
príncipe não deve se desviar do bem, se possível, mas deve estar pronto a fazer o mal, se
necessário.
MAQUIAVEL, N. O príncipe. São Paulo: Nova Cultural, 1986.
13 - (UFU MG)
“Quase toda a soma de nosso conhecimento, que de fato se deva julgar como verdadeiro
e sólido conhecimento, consta de duas partes: o conhecimento de Deus e o
conhecimento de nós mesmos. Como, porém, se entrelaçam com muitos elos, não é
fácil, entretanto, discernir qual deles precede ao outro, e ao outro origina. [...] Por outro
lado, é notório que o homem jamais chegue ao puro conhecimento de si mesmo até que
haja antes contemplado a face de Deus, e da visão dele desça a examinar-se a si próprio
[...].
CALVINO, João. As Institutas ou Tratado da Religião Cristã.
São Paulo: Cultura Cristã. p. 47-48. (Adaptado)
a) suas raízes podem ser encontradas já em fins da Idade Média nas obras e nos
pensamentos de homens, como John Wycliff e Jan Huss, que já, nos séculos XIV e XV,
criticavam a venda de indulgências e a hierarquia eclesiástica.
b) se desenvolveu uma forte crítica ao pensamento racional e ao individualismo
moderno, devido à importância atribuída à Bíblia e a seus códigos morais rígidos.
c) a partir da reforma luterana, desenvolveram-se, por toda a Europa, igrejas
protestantes e/ou reformadas, centralizadas, cujas autoridade e limites se sobrepunham
às fronteiras dos Estados Nacionais do período.
d) a salvação era obtida por meio da graça de Deus, mas também pela participação
na eucaristia, momento em que o pão e o vinho se transformavam no corpo de Cristo
(transubstanciação), segundo João Calvino.
14 - (UFU MG)
Se alguém disser que a todo pecador penitente, que recebeu a graça da justificação, é de
tal modo perdoada a ofensa e desfeita e abolida a obrigação à pena eterna, que não lhe
fica obrigação alguma de pena temporal a pagar, seja neste mundo ou no outro,
purgatório, antes que lhe possam ser abertas as portas para o reino dos céus – seja
excomungado.
Concílio de Trento. Sessão VI. Cânon XXX. Salvação. 13 de janeiro de 1547.
15 - (UFU MG)
Observe a imagem.
http://www.allposters.co.uk/- sp/Vi-
truvian-Man- Posters_i2549011_.htm
GABARITO:
1) Gab: B
2) Gab: D
3) Gab:
a) Transforma-se o “tempo natural” (das rotações que a Terra faz em torno do Sol,
das estações do ano, do processo de envelhecimento da matéria) em “produto cultural”
quando se estabelecem diferentes percepções sobre ele, contabilizando-o,
fragmentando-o em unidades, teorizando sobre sua existência, estipulando marcos e
eventos de ruptura ou continuidade sobre ele. O tempo se transforma em “produto
cultural” quando se padroniza, a partir dele, ritmos de vida, trabalho, comportamentos,
modos de viver e de ver mundo, de se relacionar com o sagrado e com a natureza, que
serão compartilhados socialmente, ou seja, por um grupo de pessoas.
b) Dominar o tempo é dominar o mundo, porque significa controlar os momentos
de produção, de trabalho e ócio, de pagamentos de tributos, de oferta de esmolas e
doações, portanto dominar a geração de riquezas materiais. Medir e ordenar o tempo
significa formular calendários, padronizando atividades e comportamentos, controlar os
períodos de festa, ou seja, a socialização dos indivíduos, controlar as fases de jejum
alimentar e sexual, portanto a vida biológica da população. Significa ainda controlar os
momentos de atividade profana e de dedicação ao sagrado, portanto a vida espiritual das
pessoas. O calendário cristão, com seus marcos fundadores (nascimento de cristo, por
exemplo), seus dias sagrados de descanso e de homenagem ao sagrado, suas datas que
celebravam os santos, pretendiam criar uma unidade para o Ocidente medieval europeu.
4) Gab: A
5) Gab: C
6) Gab: D
7) Gab: D
8) Gab: D
9) Gab: C
10) Gab: B
11) Gab: D
12) Gab: A
13) Gab: A
14) Gab: B
15) Gab: A