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Populações Desafiadoras:

Síndrome de Down
Grupo 6 - Alexandre, Débora, Guilherme, Herbert e Vitória
Disciplina: Aprendizagem no Ensino
Departamento de Processos Psicológicos Básicos (PPB)
Docente: Natália M. Aggio
Conceitos de Síndrome de Down

Em 1958, o geneticista Jérôme Lejeune verificou uma alteração genética


causada por um erro de distribuição cromossômica em que, ao invés de 46, as
células possuíam 47 cromossomos e este cromossomo extra se ligava ao par 21.
Assim, surgiu a denominação Trissomia do 21, e a anomalia foi batizada como
Síndrome de Down em homenagem ao seu descobridor.
Alterações provocadas pelo excesso de material genético no cromossomo 21
extra determinam as características típicas da síndrome de Down (SD) que são:
comprometimento intelectual, aprendizagem lenta, hipotonia (diminuição do tônus
muscular, responsável pela língua protusa), dificuldades motoras, atraso na
articulação da fala e, em 50% dos casos, cardiopatias, olhos oblíquos, rosto
arredondado, mãos menores com dedos mais curtos, prega palmar única e orelhas
pequenas.
Processo de Ensino-Aprendizagem
De acordo com Schwartzman (1999), as crianças com síndrome de Down, podem
apresentar maiores dificuldades em relação à aprendizagem, decorrentes das biológicas
lesões cerebrais e desajustes funcionais do sistema nervoso central, os quais resultam em
um maior tempo de maturação do organismo cognitivo, mas de nenhuma forma o impede.

Como resultado, a pessoa com Síndrome de Down possui certa dificuldade na


formação e na relação de conceitos, na maioria dos casos refletida na dificuldade de se
expressar pela linguagem, na autonomia, motricidade e integração social.

A escola, portanto, possui um papel muito além ao ensino, também deve exercer o da
empatia, da afetividade e da inclusão social, visto que conforme for a abrangência da sala de
aula, menor será o grau de dificuldade nos cenários externos. Os docentes devem
concentrar seus esforços para desenvolver as potencialidades e capacidades do aluno
portador de SD, levando em consideração a sua individualidade e singularidade.
A Importância da Família na Aprendizagem

Assim que a criança portadora da Síndrome de


Down nasce, a família exerce um papel de suma
importância para o seu crescimento e integração no
meio social (BOFF; CAREGNATO, 2008). Pois o
círculo parental é o primeiro e principal grupo que
proporciona através do carinho, da estimulação e do
respeito, o desenvolvimento das estruturas mentais
e físicas para a sua inserção, da melhor forma
possível, no ambiente escolar e econômico
(RODRIGUEZ, 2006).
Metodologias
Considera-se que as crianças com Síndrome de Down necessitam de
metodologias e estratégias que sejam capazes de lhes oportunizar o acesso ao
conhecimento no processo de ensino aprendizagem. Estes alunos precisam que o
universo escolar possua procedimentos adequados que os auxiliem a se
desenvolver no seu processo de ensino aprendizagem de forma satisfatória, fluída
e significativa. Para isso a escola precisa de uma equipe multiprofissional.

● Adaptação do conteúdo ao nível de conhecimento da criança;


● Suporte/apoio físico ou visual sempre que necessário;
● Fragmentar o conteúdo a ser ensinado e trabalhar um tópico de cada vez;
● Uso de linguagem simples e clara;
● Aprendizagem por repetição, pois a memorização do conteúdo depende de muita
prática.
Para que a educação inclusiva seja bem-sucedida, Beyer (2009)
explica que ela requer procedimentos específicos de natureza
pedagógica, sendo estes:

a) Adaptação curricular de pequeno e grande porte; deve-se pensar nas principais implicações para o
aluno com Síndrome de Down, ou, de maneira ampliada, para os alunos com deficiência mental;

b) Deve-se elaborar uma didática apropriada ao aluno com esta síndrome, isto é, uma aprendizagem
que vá do concreto ao abstrato (sem, entretanto, descuidar com as possibilidades cognitivas de uma
abstração crescente por parte deste aluno), que respeite o ritmo apropriado no ensino e a
necessidade eventualmente da repetição dos conteúdos trabalhados;

c) O currículo escolar deve contemplar temas que variem dos acadêmicos aos funcionais (tudo que é
pertinente para a vida diária e para a ampliação da esfera social da criança com a Síndrome de Down)
DÉA (2009, p.34) ressalta:

A criança com Down pode apresentar dificuldade de aprender quando


lhe for exigido grande tempo em estado de atenção. Além de
apresentar dificuldade de generalização, isto é, quando aprende em
um lugar ou em determinada situação, tem dificuldade de reproduzir o
conhecimento em outros lugares e situações. Outra dificuldade comum
nessas crianças é o raciocínio abstrato. Por exemplo, as regras sociais
são aprendidas abstratamente, não são claramente ensinadas, e a
criança com Síndrome de Down terá maior dificuldade de entendê-las.
Por isso, é necessário ter um diálogo com a criança com Down,
explicando sobre as regras e fazer combinados, deixando os limites
sociais esclarecidos. (DÉA et. al., 2009)
Educação Inclusiva
A educação inclusiva é uma
modalidade de ensino, que visa
promover o desenvolvimento global
a alunos portadores de deficiências
que necessitam de atendimento
especializado, respeitando as
diferenças individuais, de modo a
lhes assegurar o pleno exercício dos
direitos básicos de cidadão e efetiva
integração social. (MAZZOTO, 2003).
Educação Inclusiva no Brasil

O artigo 8º da Lei 7.853/89 específica que


recusar a inscrição de um aluno em
qualquer escola, seja pública ou privada,
por motivos relacionados a qualquer
deficiência, é crime. Além de receber uma
multa, os diretores ou responsáveis pela
escola que se negar a matricular pessoas
com deficiência podem ser punidos com
reclusão de um a quatro anos.
Inclusão de alunos
Os principais pontos que devem ser observados para a inclusão:
➔ Comportamento;
➔ Estrutura e Rotina;
➔ Apoio;
➔ Relação com profissionais de apoio e terapeutas;
➔ Currículo;
➔ Avaliação;
➔ Um perfil de aprendizagem específica;
➔ Fatores que inibem a aprendizagem;
➔ Aprendendo a ler e a escrever;
➔ Matemática;
Processo Avaliativo
● William Scheidegger Moreira, professor de ensino básico no Rio de Janeiro;
● Proposta de avaliação para alunos com Síndrome de Down.
● Trouxe críticas à forma convencional de avaliação.
● Por que diferenciar somente para o diferente?
● O que é bom para uma criança especial, pode ser também para as outras.

“Pode-se afirmar que um dos maiores problemas na avaliação escolar é se pensar que
este fato é um capítulo importante no processo de aprendizagem, quando na verdade a
avaliação é apenas um processo de decorrência no fator da aprendizagem.”

● Apenas os indivíduos com síndrome de Down necessitam de práticas inovadoras


para que seu potencial seja alcançado de forma suficientemente válida dentro de
suas possibilidades?
Considerações Finais
É de suma importância que a escola proporcione aos alunos com
Síndrome de Down um processo de ensino/aprendizagem utilizando
diversos recursos, como o material concreto, a tecnologia e adaptação
do currículo, além de manter uma relação escola-aluno-família. Pois é
possível observar a importância que se tem da influência da família e da
escola no processo desses alunos. Ademais, a escola deve reconhecer
de forma ativa a real importância desses processos para o bom
desenvolvimento da criança com Síndrome de Down, visando tudo o
que engloba o universo escolar, para uma educação eficaz.
Referências Bibliográficas
BEYER, Hugo Otto. "Aspectos orgânicos, sociais e pedagógicos da síndrome de
Down: focando o déficit ou o potencial." Construindo trilhas para a inclusão.
Petrópolis, RJ: Vozes (2009): 246-254.
BOFF, Josete; CAREGNATO, Rita Catalina Aquino. História oral de mulheres com
filhos portadores de Síndrome de Down. Florianópolis: 2008.
DÉA, V. H. S. D; BALDIN, A. D; DÉA, V. P. B. D. Síndrome de Down
informações,caminhos e histórias de amor.1. ed. São Paulo: Editora Phorte, 2009.
336 p.
MAZZOTO, Marcos José da Silveira. Educação especial no Brasil: história e
política. São Paulo: Cortez, 2003.
PEREIRA, Dalva Cristina Mendonça, et al. "Escola e Síndrome de Down: práticas
pedagógicas que promovem aprendizagem e inclusão." Trabalho de conclusão de
curso (2016).
Referências Bibliográficas
RODRIGUES, Gabriella Braga; FREITAS, Maria Cecilia Martínez Freitas.
"Metodologias e estratégias para o processo de ensino aprendizagem de alunos
com Síndrome de Down." REVISTA EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E INOVAÇÃO 4.1 (2019):
16-30.
RODRÍGUEZ, Emilio Ruiz. "La transición entre etapas educativas de los alumnos
con síndrome de Down." Revista síndrome de Down 23 (2006): 2-14.
SCHWARTZMAN, José Salomão et al. Síndrome de down. São Paulo: Mackenzie,
v. 13, p. 14, 1999.
MOREIRA, William Scheidegger. “Processos avaliativos e a síndrome de
Down: As adaptações curriculares como ponte para um aprendizado
significativo”. Realize, 2006.
Ministério da Saúde (2012) Diretrizes de Atenção a Pessoas com Síndrome de
Down. Brasil. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação
Fundamental.

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