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Universidade São Tomás de Moçambique

Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais

Curso: Economia

Turma: 3L6LECON1

CRESCIMENTO ECONÓMICO E DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

Discente:
 Hérmen Salomão – 201741003

Docente:
 Édson Garrine

Maputo, Janeiro de 2021


Índice
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................ 1

1.1. Objectivos ..................................................................................................................... 2

1.1.1. Objectivo geral ...................................................................................................... 2

1.1.2. Objectivo específico ............................................................................................... 2

2. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 2

2.1. Conceitualização ........................................................................................................... 2

2.1.1. Crescimento Económico ........................................................................................ 2

2.1.2. Desenvolvimento Económico ................................................................................. 2

2.1.3. Capital humano ...................................................................................................... 2

2.1.4. Capital físico.......................................................................................................... 3

2.2. Desenvolvimento e Cressimento Económico .................................................................. 3

2.3. Modelos AK .................................................................................................................. 4

2.3.1. Crescimento baseado no “Aprender Fazendo” ........................................................ 4

2.3.2. Crescimento baseado no capital humano ................................................................ 5

3. CONCLUSÃO .......................................................................................................... 7

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 8


1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho de pesquisa enquadra-se na cadeira de Macroeconomia II onde


fará-se uma breve análise sobre o Crescimento Económico e Desenvolvimento Económico.

De referir que embora esses conceitos pareçam a primeira impressão iguais, reside
uma diferença entre eles, ora, quando se fala de Crescimento Económico, este trata de
variáveis em termos quantitativos, como o PIB, o PNB e etc. Ao passo que quando se fala
de Desenvolvimento Económico, este trata de variáveis qualitativas como a saúde, a
educação, saneamento e etc.

O desenvolvimento económico de um país é o processo de acumulação de capital e


incorporação de progresso técnico ao trabalho e ao capital que leva ao aumento da
produtividade, dos salários, e do padrão médio de vida da população. (Perreira, 2008).

Do lado da oferta, o crescimento económico depende da educação, do


desenvolvimento tecnológico e da acumulação de capital em máquinas e processos mais
produtivos. (Perreira, 2008).

O desenvolvimento económico visa atender directamente um objetivo político


fundamental das sociedades modernas – o bem estar – e, apenas indirectamente os quatro
outros grandes objetivos que essas sociedades buscam – a segurança, a liberdade, a justiça
social e a proteção do ambiente. (Perreira, p. 2, 2008).

O objetivo central do Governo é a redução substancial dos níveis de pobreza absoluta


através de medidas para melhorar as capacidades e as oportunidades para todos, e em
particular para os pobres. (PARPA I)

Com a presente pesquisa iremos expor os modelos do crescimento económico,


instrumentos teóricos que não só devem explicar as experiências de crescimento a nível
mundial, mas também servir de base da qual se pode extrair orientações de política
económica, principalmente para os países menos desenvolvidos elevarem os níveis de renda
per capita e combaterem a pobreza. (Gode, p. 17, 2010).

Nesta presente pesquisa apresentamos a “nova” teoria do crescimento económico, a


teoria do crescimento endógeno, cujo propósito é tornar endógena a variação da
produtividade total de fatores.

1
Na verdade, esta é uma área de pesquisa ainda em progresso e não existe um modelo
unificado para explicar o crescimento endógeno. A nossa exposição irá apresentar um grupo
de modelo: (i) os modelos AK, que eliminam a implicação da convergência, introduzindo
externalidades geradas pela experiência no trabalho e do investimento no capital humano.
(Gode, p. 19, 2010).
1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
▪ Analisar o Crescimento Económico e Desenvolvimento Económico de forma
concisa.
1.1.2. Objectivo específico
▪ Avaliar o modelo da teoria do Crescimento Económico endógeno;
▪ Falar do desenvolvimento económico de forma concisa.
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Conceitualização
2.1.1. Crescimento Económico

Crescimento Económico é aquele que assenta em modificações quantitativas do


sistema produtivo num processo irreversível de longa duração, que contam em si mesmo
novos processos de desenvolvimento económico, ou seja, modificações qualitativas e
inovadoras. É um fenómeno económico quantitativo e, portanto, mensurável, caracterizado
pelo aumento da riqueza produzida num espaço económico, num dado período, por uma
transformação das estruturas da sociedade e consequentemente do rendimento nacional mas,
em sistema capitalista, sem a preocupação da melhoria das condições de vida da sociedade.
(Gomes, 2011, p. 59).

2.1.2. Desenvolvimento Económico

Desenvolvimento Económico é o fenómeno que traduz o progresso de carácter


qualitativo, quantitativo e estrutural dum determinado espaço económico. Os processos de
transformação, evolução e multiplicação de diferentes fatores socioeconómicos, políticos e
culturais, permitem a continuidade do crescimento e correspondem a uma fase inicial da
inovação, que se observa ao longo de um período muito extenso. (Gomes, 2011, p. 109).

2.1.3. Capital humano

2
Capital humano é o valor ganho de renda potencial incorporado nos indivíduos e inclui
a habilidade inerente à pessoa, o talento, a educação e as habilidades adquiridas. (Gomes,
2011)

2.1.4. Capital físico

Capital físico é o maquinário e equipamentos sofisticados, que são abundantes em


países ricos e escassos em países pobres. A razão da variação do produto nacional e a
variação da capacidade produtiva resulta na relação produto-capital que envolve o capital
físico no processo de desenvolvimento económico. (Gomes, 2011, p. 45).

2.2. Desenvolvimento e Cressimento Económico


Dado o facto de que o desenvolvimento económico implica mudanças estruturais,
culturais e institucionais, existe uma longa tradição que rejeita a identificação de
desenvolvimento económico com crescimento da renda per capita ou simplesmente
crescimento económico. (Perreira, 2008).
Se definirmos crescimento económico como simples aumento da renda per capita, os
dois termos não se confundem porque há casos em que a produção média por habitante
aumenta mas mesmo no longo prazo não aumento generalizado dos salários e dos padrões
de consumo da sociedade. (Perreira, 2008).
Schumpeter (1911) foi o primeiro economista a assinalar esse fato, quando afirmou
que o desenvolvimento económico implica transformações estruturais do sistema
econômico que o simples crescimento da renda per capita não assegura. (Perreira, 2008).
Schumpeter usou essa distinção para salientar a ausência de lucro econômico no fluxo
circular onde no máximo ocorreria 3 crescimento, e para mostrar a importância da inovação
– ou seja, de investimento com incorporação do progresso técnico – no verdadeiro processo
de desenvolvimento económico. (Perreira, 2008).
Embora fosse essa uma forma inteligente e sutil que o grande economista usou para
se desvincular parcialmente do pensamento neoclássico, ela é meramente teórica não
fazendo sentido do ponto de vista histórico. (Perreira, 2008).
É verdade que podem existir circunstâncias nas quais o crescimento da renda per
capita não envolve essas transformações e não configuram, portanto, desenvolvimento
económico. (Perreira, 2008).
É bem conhecido o caso de países cuja renda per capita cresce devido à exploração de
um recurso natural de que esse país é muito bem dotado, mas não há transformações
estruturais na economia: a produção desse bem ocorre em regime de enclave, geralmente

3
acompanhado por doença holandesa, ficando os frutos do progresso técnico limitados
exclusivamente àquele sector da economia. (Perreira, 2008).
2.3. Modelos AK
2.3.1. Crescimento baseado no “Aprender Fazendo”

Para eliminar a tendência dos rendimentos marginais decrescentes, característica do modelo


neoclássico, em 1986, Paul Romer assumiu que a criação do conhecimento é produto
colateral (secundário) do investimento. Esta abordagem deve-se ao contributo de Kenneth
Arrow que, em 1962, citou a regularidade empírica segundo a qual o tempo (t) que se leva
a construir um quadro (“frame”) de um avião é inversamente relacionado com o número (n)
de aviões do mesmo modelo que já tenham construído, uma relação que toma a seguinte
forma:

1
𝑡= 3
√𝑛

Assim, uma firma que aumenta o stock do seu capital físico aprende simultaneamente
a produzir mais eficientemente. Este efeito na produtividade é chamado “aprender fazendo”
ou learning by doing.

Suponhamos que a função de produção é do tipo Cobb-Douglas:

𝑌 = 𝐾 ∝ (𝐴𝐿)1−∝ , onde 0 <∝< 1

Dividindo ambos os lados por L, podemos representar esta função de produção na


forma de rácios por trabalhador:

Equação 1: 𝑦 = 𝐴1−∝ 𝑘 ∝

A produtividade do trabalho resulta do facto de o “aprender fazendo” funcionar através


do investimento. Quando as firmas aumentam o seu stock de capital, paralelamente, o seu
stock do conhecimento (A) aumenta. Em outras palavras, dado que a eficiência no uso dos
insumos reflete a experiência acumulada com os investimentos realizados no passado e o
volume desses investimentos está refletido no stock do capital, definimos:

𝐴 = 𝐵𝑘, 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝐵 > 0

Substituindo esta expressão na Equação 1, temos:

Equação 2: 𝑦 = 𝑘 ∝ (𝐵𝑘)1−∝ = 𝐵1−∝ 𝑘

Deste modo, eliminamos os rendimentos decrescentes do capital.

4
Para derivarmos o equilíbrio deste modelo, precisamos de assumir que o investimento
resulta da poupança que é uma proporção fixa (s) do rendimento:

𝑖 = 𝑠𝑦 = 𝑠𝐵1−∝ 𝑘

de que resulta a seguinte dinâmica do stock de capital por trabalhador:

𝑘 = 𝑠𝐵1−∝ 𝑘 − (𝑛 + 𝛿)𝑘

Dividindo ambos os lados desta equação diferencial por k, temos a taxa de crescimento
do stock de capital:

𝑘
= 𝑠𝐵1−∝ − (𝑛 + 𝛿)
𝑘

Deste modo, neste modelo de crescimento não há lugar à convergência. O stock do


capital cresce a uma taxa constante.

2.3.2. Crescimento baseado no capital humano

Segundo Gode (2010, p.32) o capital humano joga um papel importante nos modelos
de crescimento económico.

É insumo chave no sector da pesquisa, que gera novos produtos ou ideias que
impulsionam o crescimento económico. Países com maiores stocks iniciais de capital
humano experimentam taxas aceleradas de introdução de novos bens e, portanto, tendem a
crescer rapidamente.

Numa perspectiva de economia internacional, a difusão de novas ideias entre países é


um fator importante para a promoção do crescimento económico. Um maior stock de capital
humano facilita a absorção, pelos países, de novos produtos ou ideias inventados noutros
países. Assim, um país seguidor com capital humano cresce rapidamente recuperando a
distância que o separa do líder tecnológico.

Robert Lucas, Jr., introduziu o capital humano no modelo de crescimento econômico


assumindo que a população desta divide o fundo de tempo, na proporção 0 < u < 1 para a
acumulação do capital humano (H) e a restante, 1−u, para a produção. Pode-se imaginar o
capital humano como sendo o número de trabalhadores (L) multiplicado pelas habilidades
(h) do trabalhador típico:

𝐻 = ℎ. 𝐿

5
A produção do bem final obedece a seguinte tecnologia 𝑌 = 𝐴𝐾 ∝ [(1 − 𝑢)𝐻]1−∝
que, pondo o K em evidência, pode ser apresentada do seguinte modo:

𝐻
Equação 3: 𝑌 = 𝐴𝐾[(1 − 𝑢) 𝐾 ]1−∝

Os stocks do capital físico (K) e do capital humano evolvem de acordo com as


seguintes equações diferenciais, respectivamente:

Equação 4.1: 𝐾̇=sY-𝛿𝑘 𝐾


Equação 4.2: 𝐻̇ =𝐵(1 − 𝑢)𝐻 − 𝛿𝑘 𝐻

onde s é a taxa de poupança e δK e δH são as taxas de depreciação do capital físico e do


capital humano, respectivamente.

As firmas operam num mercado competitivo, de maneiras que os factores de produção


são remunerados de acordo com os respectivos custos de oportunidade:

𝜕𝑌 𝐻
Equação 5.1: = 𝛼𝐴[(1 − 𝑢)( )]1−𝛼 = 𝑟𝐾
𝜕𝐾 𝐾

𝜕𝑌 𝐻
Equação 5.2: (1 − 𝛼 )(1 − 𝑢)𝐴[𝑢( )]−𝛼 = 𝑟𝐻
𝜕𝐻 𝐾

Em equilíbrio, as taxas líquidas de retorno do capital físico e do capital humano, têm


de ser iguais à taxa de juro do mercado, 𝑟𝐾 − 𝛿𝐾 = 𝑟𝐻 − 𝛿𝐻 o que aplicado as condições
marginais Equação 5.1 e Equação 5.2, implica:

𝐻 𝐻
𝑢𝐴[(1 − 𝑢)( )]−𝛼 [𝛼 ( ) − (1 − 𝛼 )] = 𝛿𝐾 − 𝛿𝐻
𝐾 𝐾

Sendo o lado direito desta igualdade uma constante, a mesma apenas se pode verificar se o
𝐻
rácio H/K também for constante, = 𝛽 , o que substituido na função de produção na
𝐾

Equação 3 mostra que o produto evolui linearmente com o stock do capital:

𝑌 = [(1 − 𝑢)𝛽]1−𝛼 AK

Assim, uma economia caracterizada por esta tecnologia pode evitar rendimentos
decrescentes através de uma política que assegure que o capital físico e o capital humano
𝐻
cresçam à mesma taxa, de modo a manter 𝐾 = 𝛽. Este é, portanto, um resultado análogo ao

que encontramos no modelo da H arrod-Domar.

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3. CONCLUSÃO

Se o modelo que vimos expondo na presente pesquisa constituem uma teoria do


crescimento económico, então permanece, entre a teoria e a prática da política económica,
uma agrande oportunidade de arbitragem a ser explorada em prol do bem-estar de
Moçambique, em geral, e da população residente nos países em vias de desenvolvimento
também.

A teoria do crescimento endógeno prevê que o investimento na educação favorece o


crescimento económico.

Um maior stock do capital humano facilita a produção de novas ideias e o progresso


tecnológico ou — para uma economia que não está na fronteira tecnológica — uma absorção
e adaptação relativamente rápida de novas ideias. Além disso, as taxa de retorno do capital
humano podem ser crescentes devido a benefícios de externalidades; isto é, quando um
trabalhador com maior instrução torna o grupo inteiro de trabalhadores mais produtivo.

O benefício económico da educação é dado não só pelo aumento da produtividade da


força de trabalho, mas também pelos benefícios sociais derivados das mudanças
comportamentais nas famílias.

A evidência mostra que mulheres com mais instrução têm prestam maior atenção ao
planeamento familiar; são mais eficientes no uso dos serviços de saúde, não só para si mas
também para as respectivas famílias; mandam seus filhos a escola e estão mais preparados
para tirar maiores benefícios dos investimentos na educação.

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
▪ Bresser-Pereira, Luiz Carlos (1986) Lucro, Acumulação e Crise. São Paulo: Editora
Brasiliense, 1986.
▪ GODE, Constantino J. Crescimento Económico. Apontamentos para estudo, Plural
Editores. 2010
▪ GOMES, Carlos. Dicionário de Economia. 2011
▪ Wikipedia.com/desenvolvimentoeconomico

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