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A REVOLUÇÃO

INDUSTRIAL
A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A Revolução Industrial foi o período de grande
desenvolvimento tecnológico que teve início na Inglaterra a
partir da segunda metade do século XVIII e que se espalhou
pelo mundo causando grandes transformações. A
Revolução Industrial garantiu o surgimento da indústria
e consolidou o processo de formação do capitalismo.
O nascimento da indústria causou grandes transformações
na economia mundial, assim como no estilo de vida da
humanidade, uma vez que acelerou a produção de
mercadorias e a exploração dos recursos da natureza. Além
disso, a Revolução Industrial foi responsável por
grandes transformações no processo produtivo e nas
relações de trabalho.
A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A Revolução Industrial foi iniciada de maneira pioneira na
Inglaterra, a partir da segunda metade do século XVIII, e atribui-
se esse pioneirismo à Inglaterra pelo fato de que foi lá que
surgiu a primeira máquina a vapor,
vapor em 1698, construída por
Thomas Newcomen e aperfeiçoada por James Watt, em 1765.
Posteriormente, no começo do século XIX, o desenvolvimento
tecnológico foi utilizado na criação da locomotiva e das
estradas de ferro que, a partir da década de 1830, foram
construídas por toda a Inglaterra. A construção das estradas de
ferro contribuiu para ampliar o crescimento industrial, uma vez
que diminuiu as distâncias ao tornar as viagens mais curtas e
ampliou a capacidade de locomoção de mercadorias.
A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A Revolução Industrial também gerou grandes transformações
no modo de produção de mercadorias. Antes do surgimento da
indústria, a produção acontecia pelo modo de produção
manufatureiro,
manufatureiro isto é, um modo de produção manual que
utilizava a capacidade artesanal daquele que produzia. Assim, a
manufatura foi substituída pela maquinofatura.
maquinofatura
Com a maquinofatura não era mais necessária a utilização de
vários trabalhadores especializados para produzir uma
mercadoria, pois uma pessoa manuseando as máquinas
conseguiria fazer todo o processo sozinha. Com isso, o salário
do trabalhador despencou, uma vez que não eram mais
necessários funcionários com habilidades manuais.
A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A redução salarial foi evidenciada pelos estudos de Eric Hobsbawm que
demonstra como o salário do trabalhador inglês caiu com o surgimento da
indústria. O exemplo levantado foi em Bolton, cidade no oeste da Inglaterra. Lá,
em 1795, um artesão ganhava 33 shillings, mas em 1815, o valor pago havia
caído para 14 shillings e, entre 1829 e 1834, esse salário havia despencado para
quase 6 shillings. A queda brusca no salário ocorreu em toda a Inglaterra.
Além do baixo salário, os trabalhadores eram obrigados a lidar com uma carga de
trabalho extenuante. Nas indústrias inglesas do período da Revolução Industrial,
a jornada diária de trabalho costumava ser de até 16 horas com apenas 30
minutos de pausa para o almoço. Os trabalhadores que não aguentassem a
jornada eram sumariamente substituídos por outros.
Não havia nenhum tipo de segurança para os trabalhadores e constantemente
acidentes aconteciam. O acidente mais comum era quando os trabalhadores
tinham seus dedos presos na máquina e muitos os perdiam. Os trabalhadores
que se afastavam por problemas de saúde poderiam ser demitidos e não
recebiam seu salário. Só eram pagos os funcionários que trabalhavam
efetivamente.
A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
As transformações no cotidiano dos trabalhadores
Os camponeses seguiam o ritmo da natureza quando moravam nos
feudos: agora era usado o relógio para marcar o tempo, o chamado
tempo da fábrica.
Péssimas condições de moradia nas cidades: as fábricas eram
úmidas e as casas sem esgoto, sem água encanada e sem conforto.
Turnos de 16 a 18h.
Sem direitos trabalhistas.
O PIONEIRISMO INGLÊS

Um dos mais influentes países do século XVIII;

Reservas de carvão mineral em seu subsolo;

Grandes reservas de minério de ferro, a principal matéria prima
utilizada neste período.

Mão de obra disponível em abundância, pois havia uma massa
de trabalhadores procurando emprego nas cidades inglesas do
século XVIII.

A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as
fábricas, comprar matéria prima e máquinas e contratar
empregados.

O mercado consumidor inglês também pode ser destacado
como importante fator que contribuiu para o pioneirismo inglês.
CONSEQUÊNCIAS

Métodos de produção mais
eficientes → maior quantidade
de produtos, mais baratos,
estimulando o consumo;

Poluição ambiental;

Aumento da poluição sonora;

Êxodo rural e o crescimento
desordenado das cidades;

Precariedade de infraestrutura
urbana;

Problemas de saúde geral da
população;

Surgem novas classes
profissionais → designer;

Especialização da mão de obra;

Sociedades
operárias/sindicatos.
CONSEQUÊNCIAS
➢ O liberalismo alcança as
reformas urbanas;
➢ Os terrenos públicos são
cedidos à classe mais
favorecida;
➢ Especulação imobiliária;
➢ Moradia: o ideal de construir o
maior número possível de
unidades com o menor custo
possível leva ao surgimento de
moradias insalubres classe
voltadas à classe operária;
➢ Surgem bairros operários
afastados do centro, dando
origem à segregação por
bairros.
CONSEQUÊNCIAS
➢ Casas ricas: residências
individuais em terrenos com
grandes áreas verdes.
➢ Casas mais pobres: situadas em
terrenos próximos às indústrias e
ferrovias, caracterizam-se por
serem edifícios com muitos
andares e colados uns aos outros.
Muitas vezes um mesmo edifício é
ocupado por dezenas de famílias.
➢ As ruas eram estreitas demais,
principalmente no centro, e
insuficientes para a circulação das
pessoas, dos veículos puxados por
animais, para o escoamento do
esgoto, criação de porcos, e ainda
local de brincadeiras das crianças.
CONSEQUÊNCIAS
➢ Os pátios, quando havia, eram
reduzidos e estavam cercados por
construções de todos os lados.
➢ As casas eram muito pequenas. A falta
de espaço ao redor delas se constituía
em séria dificuldade para a
eliminação do lixo, para a
ventilação, insolação, para a
realização de alguns trabalhos
domésticos.
➢ A maioria destas casas localizava-se
próximo das indústrias e estradas de
ferro, fontes de fumaça, barulho e
poluição dos rios.
➢ Nova tipologia residencial: moradias
foram construídas fundo contra fundo.
Desse modo, alguns quartos não
recebiam luz direta nem ventilação.
CONSEQUÊNCIAS

No primeiro momento, não se tomava providência alguma quanto à
proteção policial ou contra incêndios, inspeção de água e alimentos,
cuidados hospitalares e educação.

A fábrica estava situada nos melhores espaços: perto de uma via aquática
para abastecer as caldeiras da máquina, resfriar as superfícies quentes,
preparar as soluções necessárias e tintas químicas, além de servir como
lugar de despejo de todas as formas de detritos.
➢ Os lugares destinados à moradia eram, muitas vezes, situados dentro dos
espaços que sobravam entre fábricas, galpões e pátios ferroviários.

➢ Nas cidades industriais que cresceram com base em fundações antigas, os


trabalhadores foram inicialmente acomodados pela transformação das velhas
casas familiares em alojamentos de aluguel.
➢ Cada família ocupava um quarto.
CONSEQUÊNCIAS

Naquele novo esquema, a
própria cidade consistia de
fragmentos dispersos de terra,
com formas estranhas, com
ruas e avenidas incoerentes,
deixadas por acaso entre as
fábricas, as ferrovias, os pátios
de embarque e os montes de
restos e dejetos.

Não havia regulamentação
ou planejamento municipal.

A ferrovia acabava definindo o
caráter urbano e projetava os
limites da cidade.
Bibliografia
BENEVOLO, Leonardo. Historia da Cidade.
4a ed. São Paulo: Perspectiva, 2011.
HOBSBAWM, Eric J. A Era das Revoluções
1789-1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.
PEREIRA, José R. A. Introdução à História
da Arquitetura: das origens ao século XXI.
Porto Alegre: Bookman, 2010.

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