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§ ONOALCIDES OFLWEILER QUIMICA 1 ANALITICA QUANTITFITIVAL | quimica analitica quantitativa vou. | OTTO ALCIDES OHLWEILER Professor Titular do Instituto de Quimica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul 2! edigéo Livros Técnicos e Cientificos Editora S. A. Rio de Sanciro — RS/1976 COPYRIGHT © 1974, 1976 by OTTO ALCIDES OHLWEILER, Rio de Janeiro — RJ/Brasil DIREITOS RESERVADOS, 1974, 1976 por LIVROS TECNICOS E CIENTIFICOS EDITORA $.A., Rio de Janeiro — RJ/Brasil IMPRESSO NO BRASIL / PRINTED IN BRAZIL CAPA/AG Comunicacéo Visual Ltda. Desenhos: Maria Regina Ohlweiler 1! edigGo — 1974 2? edig&io — 1976 (Preparsda pelo Contre de Catslognsio-nn-foate do SINDICATO NACIONAL DOS BDITORES DE LIVROS. RI gong OBE, O19 Ait, a ica gnailticn quantitation [por] Otto, Aleides Seah ie te Tancit teas eset 78. + 24,50, Bibliogra, 1. Quimica analition quantitative. 1. Titale eDD - 515 D 76-0170 3 A 1. edigao foi coeditada com 0 Instituto Nacional do Livro/MEC, dentro do Programa do Livro-Texto para o Ensino Superior, patrocinada pelo Ministério do Planejamento e Coordenacéo Geral. LIVROS TECNICOS E CIENTIFICOS EDITORA S.A. Av. Venezuela, 163 — ZC-05 — C.P. 823 Rio de Janeiro —~ RJ. prefacio da 2" edicao A primeira edigéo de Quimica Analitica Quantitativa, lancada a publico na segunda metade de 1974, encontrou a melhor acolhida, prin- cipalmente nos meios universitarios do Pais, para os quais a obra fora particularmente dirigida. E, assim, em fins de 1975, ela se encontrava praticamente esgotada. Esforgando-nos para corresponder ao interesse despertado pela obra, haviamos, em tempo, preparado os originais para uma outra edi- ¢Go, cuidadosamente revista e atualizada, que o Editor, deixando de lado a facilidade de uma simples reimpressdo, aceitou para a publicagéo desta segunda edicé&o, que o Autor e seu Editor apresentam como contri- buicgdo para maior e melhor difusdo do livro técnico e cientifico nacional. Otto Alcides Ohlweiler Abril de 1976 Porto Alegre prefacio da 1° edicao A elaboracGo de um livro-texto, em qualquer caso, enfrenta sempre um mesmo conjunto de problemas gerais, quais sejam: a exata delimitagdo do contetdo ¢ do nivel da matéria, a acertada esco- tha dos temas a abordar e 0 tratamento destes em extensdo correspon- dente 4 sua importdncia relativa. A elaboracdo de um livro-texto de Quimica Analitica Quantitativa envolve, ainda mais, problemas especificos. A andlise quantitativa desenvolveu um grande numero de métodos e técnicas baseados nos mais variades principios. E uma ciéncia aplicada, mas a sua pratica somente & capaz de se transformar em um instrumento apropriado na medida em que se fundamenta em um sélido conhecimento teédrico daqueles principios. Os métedos classicos da andlise quantitativa con- servam e, segusamente continuardo conservando, uma grande impor- t€ncia prdtica, Por outro lado, os modernos métodos instrumentais, com suas caracteristicas especiais de sensibilidade, seletividade, rapidez na execucGo e possibilidade de conducdo automatica, expandiram-se lar- gamente nos Ultimos tempos, transformando-se o seu uso em prdticas analiticas correntes. Em resumo, 0 campo da teoria e das aplicagdes da andlise quantitativa se ampliou enormemente. Um livro-texto de Quimica Analitica Quantitativa é necessaria- mente limitado ¢ muitos assunios relativamente importantes devem ser excluidos. O autor achoy mais acertado néo se fixar estritamente nos limites de um livro-texto introdutério. Preferiu apresentar um fivro-texto com uma considerdvel ampliacdo da matéria abrangida e, ao mesmo tempo, um nivel algo mais elevado no tratamento dos assuntos, de modo a obra resultante poder servir tanto aos cursos iniciais como aos mais avangados. Com este objetivo em mira, © autor tratou de selecionar a matéria de maneira a familiarizar o aluno com as teorias furdamentais da vin PREFACIO DA 1 EDIGAO anélise quantitative, o caréter dos problemas que a prética da andlise apresenta e as possibilidades que os diferentes métodos, desde os clas- sicos dos instrumentais, oferecem para a solugdo de tais problemas. A organizacdo geral da matéria obedece, em suas linhus mestras, a seguinte distribuicdo: a) Um primeiro conjunto de capitulos refere-se a uma série de problemas gerais da andlise quantitativa, compreendendo a revisdio de conceitos fundamentais ¢ 0 tratamento de aspectos praticos do tra- balho de laboratério, tais como o uso da-balanga analitica, aparelhos e operacées unitdrias, amosfragem, decomposic¢do da amostra, processos de separacgde e avaliagGo dos resultados. b) Os capitulos subseqijentes descrevem os métodos gravimétri- cos, volumétricos e gasométricos, seus fundamentos e aplicagées tipicas. ¢) Depois seguem-se diversos capitulos dedicades cos métodos insirumentais mais imporiantes. d} Também foi incluide um capitulo final que apresenta alguns exemplos tipicos de andlise de materiais complexos. Agradeco ao Conselho Nacional de Pesquisas, que, tendo-me con- cedido em 1968 uma bolsa de Pesquisador-Conferencista, assegurou-me as condicdes, naquela época, para uma dedicacdo exclusiva ds ativida- des universitarias. Também agradeco ao Instituto Nacional do Livro, que, tendo publicado em 1957 meu primeiro livro diddtico no campo da Andlise Quantitativa, tornou vidvel agora a publicagde desta obra em regime de coedigdo. Otto Alcides Ohlweiler Janeiro de 1974, Porto Alegre, RS. INDICE CAPITULO 1 INTRODUCAQ, 1 Importéncia la andlise quantitativa, 1 Métodos da anélise quantitative, 2 Marcha geral da anélise quantitativa, 5 Escolha do método analitico, 7 Expresso dos resultados analiticos, 10 Algarismos significativos, 13 Unidades de peso e concentragdo, 15 Noeua oro 1, 1 1 1 1 1 1 CAPITULO 2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS, 18 2.4, Constantes de equilibrio, 18 2.2, Velocidade de reagdo, 21 2.3, Agua como solvente jonizante, 22 2.4, Yeorias das sotugées idnicas, 25 2.5, Coeficiente médio de atividade, 31 CAPITULO 3 EQUILIBRIOS ACIDO-BASICOS 3.1, Dissoclagio da égua, 37 3.2. Teoria proténica dos dcidos ¢ bases, 39 3.3. Equillbrios dcido-bdsicos em solventes ndo-aquosos, 41 3.4, Constentes de ionizagdo de dcidos e bases fracos, 44 3.5. Escala de pH, 50 INDICE xt 3.6, pH de soluges de dcidos ¢ bases, 5) Efeito das atividades sobre os potenciais eletrédicos: equago de 3.7. pHi de soluges de sais de Scidos fracos e bases fracas, 57 Nernst, 119 3.8. pH de solugGes de sais de cidos polipréticos, 61 6.5. — Constantes de equilibrio a partir dos potenciais eletrddicos padrées, 125 3.9. pH de solucées de sais dcidos, 62 6.6. Potenciais formais, 126 3.10. phi de solugées de um écido fraco e seus sais ¢ de uma bate fraca e 6.7. Mecanismo das reages de oxidagdo-redugaa, 127 seus sais, 64 a 6.8. Comportamento da dqua face aos agentes oxidantes e redutores, 130 3.11, Efeito da forga iénica nos equillbrios Scido-basicas, 46 3.12. Sclugdes tampées, 67 : 3.13. Misturas tampées envolvendo dcidos polipréticos, 70 314. Distribuigde das espécies dcido-bésicas em fungéo do pH, 71 CAPITULO 7 | SOLUCOES COLOIDAIS, 133 CAPITULO 4 ' 7.1. Adsorgio, 133 7.2. Caracter(sticas gerais dos coldides, 137 EQUILIBRIOS DE SOLUBILIDADE, 75 7.3. Carga e solvatacao das particulas coloidais, 138 | 7.4, Estabilidade dos coidides fiéfobos, 141 4.1. Prodyto de selubilidede, 75 7 renee Z 5. i 4.2. Produto dle solubilidade e solubilidade, 78 Estabilidade dos colides lidfilos, 143 4.3. Efeito de fon comum, 81 4.4, Efeito de eletrélitos inertes sobre a salubilidade, 4 4.5. Efeito da formacéo de complexos sobre a solubilidade, 86 CAPITULO 8 4.6. Efeito do pH sobre a solubilidade, 89 4.7. Solubilidade ¢ tamanho das particulas, 92 EQUIPAMENTOS COMUNS E REAGENTES, 145 4.8, Fatores adicionais que afetam a sofubilidade, 93 . . on . to meutidge cs colen basen vies nex orodutox de solubilidede, 95 8.1. Materiais usados na construgdo de utensilios de laboratério, 145 2. " 8.2. Equipamento para aquecimento, 152 £.3. Meios de filtragéo, 154 8.4. Dessecadores ¢ dessecantes, 158 CAPITULO 5 &.5. — Reagentes, 160 8.6. Agua purificeda para uso no laboratério, 163 EQUILIBRIOS DE COMPLEXOS, 99 5.1, Reagdes de complexagio, 99 : 5.2, Equilfbrios de complexos, 102 CAPITULO 9 5.3. Complexos polinucleares, 104 * 5.4, Constantes condicionais, 105 BALANCA ANALITICA B SEU USO. Massa e peso, 167 CAPITULO 6 Principio da pesagem com a balanca de bragos iguais, 168 Descrigéo da balanca analitica comum, 169 Requisitos para uma boa balange analitica, 177 Pesos analiticos, 175 Determinacao do ponte zero, 176 Determinac&o da sensibilidade, 178 Regras para o uso da balanga analitica comum, 179 EQUILIBRIOS DE OXIDACAO-REDUCAO, 11) ale Natureza das reacdes de oxidagSo-redugao, 117 6.2. Células eletroquimicas, 133 3 Medida clos petenciais dos eléirodos, 116 weve oNoOWR who x INDICE 9.9. Métodos de pesagem, 181 9.10. Eras nas pesagens, 185 9.11, Calibragdo de pesos, 191 9.12. Outros tipos de balangas analiticas, 198 9.13, Balanga de um prato, 201 CAPITULO 10 MEDIDA DE VOLUMES LIQUIDOS, 204 10.1, Consideragdes gerals, 204 10.2, Bales volumétricos, 205 10.3. Pipetas, 208 10.4. Buretas, 211 10.5." Limpeza dos aparelhos volumétricos, 214 10.6. Prinefpio usedo ne graduacSo dos aparelhos de vidro, 217 10.7. Calibragdo de aparelhos volumétricos, 219 CAPITULO 11 AMOSTRAGEM E PREPARACAO DA AMOSTRA PARA A ANALISE, 223 Ut. Considerages gerais, 223 11.2. Coleta da amostra brute, 224 11.3. Redugdo da amostra bruta § amostra de laboratério, 232 Vid, Tretamento de amostra de labaratério, 237 11.5. Agua nos materiais sdlidos e suas implicagdes analiticas, 239 11.6, — Sistemas de peneiras, 243 1.7. Pesagem da amostra, 244 CAPITULO 12 PREPARACAQ DA SOLUCAO PARA A ANALISE, 249 12.1. Introdugéo, 249 12.2, Ateque por via imida, 250 12.3. Decomposigao mediante fuséo, 254 12.4, Destruiggo de matéria organica, 259 12.5. Evaporagdo, 262 12,6. Remogo de sais amoniacais, 263 12.7. Perdas por volatilizego na preparacio das solugées para a anélise, 264 inpice xu CAPITULO 13 PROCESSOS DE SEPARAGAO, 267 13.1. Interferentes na andlise quantitativa, 267 13.2. Processos de precipitagio com écidos fortes, 268 13.3. — Precipitagio de hidréxidos mediante ajustamento do pH, 271 13.4 Separagdes em solucgdes fortemente alcalinas, 275 13.5, Separagdes baseacas na precipitagao de sulfetos, 277 13.6. Separag5o de tragos por precipitagSo, 281 13.7. Extragdo com solventas, 282 13.8. Proceso de extragio em contracorrente, 289 13.9. Cromatografia, 293 13,10, Resinas trocadoras de fons, 298 13,11. SeparecSes par destilagéo, 306 13.12. Microdifusio, 307 CAPITULO 14 REAGENTES ORGANICOS, 310 14.1. Introdug8o, 310 14.2, — Reagentes organicos formadores de quelatos, 310 14.3. Reagentes organicos formadores de outros tipos de compostos, 324 CAPITULO 15 ERROS E TRATAMENTO DOS DADOS ANALITICOS, 327 15, Introdugdo, 327 15. Erros determinados, 330 15. Erros indeterminados, 333 1 2 3 4. Erro em um resultado derivado, 339 15.5. Verificagio da exatidio de um processo ov resultado analitico, 341 6. Maneiras de reduzir os erros, 343 7. Andlise estatistica de dados, 346 8. Limites fiduciais, 350 15.9. Caracterizago da exaticléo e preciso de um metodo, 353 15.10, Bstudo da exatid&o de um método por comparagiio, 354 15.11, Comparaggo de duas médias, 355 15.12. Comparagdo da preciséo de dois métodos, 356 15.13, Bstat{stica simpliticada para N < 10, 356 15.14, RejeigSo de resultados, 358 15.15. Estudo de dados analiticos pelo método dos minimos quadracos, 360 a Introducao Capitulo 1 1.1. trrportancia da Analise Quantitativa A completa deserigda quimiea de qualquer material envolve dois aspectos, qne sip, de um. lado, a earacterizagio das espécies componcntes ¢, de outro Lad a determinacio das quantidades retativas de cada um dos componentes. A qui- mica analitica tem por objetivo exatamente o estudo qualitative e quantitativo de toda a sorte de matexiais. A quintica amalitica divide-se em duas paries dis- tintas: a andlise qualitativa e a andlise quantitativa. A andlise qualitativa com- preende os ensaios que permitem ao quimico identificar clementos presentes ¢, eventualmente, também, o estado de combinagdo destes. A andlise quantitativa, por sua ver, compreende os métodos ¢ téenieas usados para determinar as quan- tidades relativas dos componontes, A andlise quantitativa cumpriu um importante papel no desenvolvimento da cidnciaquimiea ¢ da quimiea tecnolégica, Poi a anélise qnaptitativa que garan- tiv a base experimental para a consolidagda da eencepeio atémica da matéria como uma teoria cientifica, O estabelecimenta dos pesos atimicos dos elementos foi oxtra notAsel contribuicio da andlise quantitativa. Ao exaustivo trabalho de muitos anos des analistas se deve, hoje, 0 conhecimento da. eomposicio dos mais variados matoriais de origem natural. A andlise quantitativa é que per- mite, com sens vatiados métodos e téenicas, avaliar a extensio das transfor- magées quimicas sofridas pelos sistemas materiais, por évolugio espontines ou sob 0 influxe de agentes externos. Desta mancira, a andlise quantitativa assumiv o papel de instramento indispens4vel para o avango do conbecimento nos varios campos da guimieca e outras ciéncias naturais. O importante papel que a andlise quantitative desempenha junto & indtis- tria moderna dificihnente pode ser superestimado. Neste caso, a utilidade da analise quautitativa abrange o exame das maiérias-primas, 0 controle dos mate- viais nas varias fases da produgaio ¢ a avaliagio da qualidade dos produtos parcial ou totalmente acabados. Nos laboratérios dos grandes estabelecimentos industriais, h4 ainda um permanente trabalho de investigacio, qae envelve a aplieagéo da andlise quantitativa em estudes sobre a utilizacio de matérias- -primas de outra arigem e de novos processos teenolégicos, a methoria dos padrées de qualidade dos produtos, a adogio de novos métodos analiticos de vontrole ete. INTRODUCAO CaP. 1 1.2, Métodos da Andlise Quantitativa G objetivo de oma qualquer anétise quautifativa 6 a determinacto do peso {ou da concentyaeto) de um ow mais dos eomponentes da amostra a analese © meio inais direto para isso 6 0 gue consist ein isolar o componente e ameay este. Acontece, parm, que wm semelhanto processo dipeto 6 raramente poset vel. Na maioria das vezes, a quanttidade do componente 6 aealinda indinetanente O voso do componente, P, € achado através da medida de algmna propricdace cula iagnitude, Y, pode scr relucionads com 9 peso (ou soncentinedo) da esnécic interessada. A volueiio pode ser expresea por mer P = F(X, outras varidveis) (lay Para que se possa r P medindo X, & preci avaliar P medinde X, é precisi e pos iso manter consta domais vaviéveis de que P aspende. nies sodas os A anilise quantitativa conta, presontomente, com uma geande vaviedate de métodes. A relagio abaixo abrange is i m pio abaixo abrange alguns dos mais important analise quantitativa: Ponantes mElodos da 2) Gravimetria, O componenie interess: i a rave ada & 2 espésie quimica bem defimiday que € ata No glavinerss bop espéeie qt a, que é entdo pesada, Na gravimetria por preci- » gia aii, ° componente ¢ scparada por sneip da adi¢io de um reagente Precipitante adequado cm exeesso, Na eletrogravi i beeeipitents equa gravimetria, 0 componente & separado wma solugio badyio com ¢oncentragio expressa cm termos de peso par volume é me eee o volume da mesa equivalente a guantidade do componente pre- Sinte. Na titulometsia gravinéiniea, a eoncentraeio da solueio pedrdy € dada ‘eras de peso do reagente por peso da solucd i 0 eio ¢ medese o peso desta consunide. A versio mais correntemente usada & a titulomettia, volumétriea, também chamada simplesmente yolumetria, ‘ 6) Gosometria, Os métodos coivencionais da analise de misturas Basosas consisiem cm medir & variagio de volume a pressio © temperatura constantes {pasomettia volumétrica) ou de pressio a volume e temperatura constantes resect manométrica) ‘apés a absoredo seletiva de wp dos componentes on la combustaéo da mistura quando presente um componente eombustivel, d) Espéctroscopia de emissa i i Gi io. Mede a intensidade das radiagh . ¢ 7 ces que. os atomos om, estadta gasoso emitem, nas regiées altravioleta o visivel, quando tér- mica ou eletrieamente extitados. A espectroseopia de emissio compreende a espectrografia ¢ a fotometria do chama, ‘i ®. Espectvofotometria de absorgio atimica. Bascia-se na absoreda de ener ia radiante caracteristica, nas regides ultravioleta e vist 4 $ 2 2 ly ive), 5 © nfio-excitados, em estado gasoso, 7 Por Banos, neatros os fp Absorciomety Envolve a medida da absorgio de radiaeio ultravioleta © visivel por espécies iénieas ¢ moleculares em sohigio. Compreende a colori. metria visual, a folometria de filtro ¢ a espoctrofotometria. 1.2: METODOS DA ANALISE QUANTITATIVA 3 g) Fluorometria, Aplica-se ao caso das espéeies moleculares fluorescentes, isto € aquelas que so eapazes de absorver radiacéo ultzaviolete ou visivel e, cutie, emitir radiacSe de comprimento de onda maior do que o da radiagao originariamente absorvida. h) Turbidinetria ¢ nefelometria, Sio mélodos baseados nas propriedades Spticas das partiontas com dimensdes coloidais dispersas em um meio Iquido. A turbidimetria medo a radiagio transmitida, ao passe que a nefelometria mede « espalkamento da radiag&o (efeito Tyndall). i) Potenciometria. Mode o potencial de am elétrode em equilibxio corm a espécic iénica interessada, i) Condutomotria, A qnantidade medida € a condutineia de solages de eletrdiitas. 2) Coulomefria, Mede a quantidade de eletvicidade requerida para oxidar ou reduzir, em uma eélula elotrolitiea, a espécie interessada. m) Polurografia. Bascja-ze na medida da corrente de difusio associada a Zo de uma espécie cletroativa sobre um microelétrodo polarizdvel. Os métodos da andlise quantitativa podent ser classificades segunde a pro- pricdade observada pa medida final, conforme mostra a Tab. 1.1, que, além disso, amplia x relacio dos méiodos analiticos. Como se vé, sio grandemente Giversifieados os prinetpics em. gue se baseiam os métodes da analise quan- titativa. Os métedes da analise quantitativa se divider em dois grupos, estequio- wméiricos ¢ nio-estequiométricos.* Nos métodos estequiométricos, a substincia interessada € decomposta ou levada a reagir com outra substéncia, de acordo com uma equagio quimica ben definida. A medida da quantidade de produto resttante ou do reagente usado permite caleular a qnantidade da substancia ingeressada com 9 auxilio dag leis da estequiometria, Os métedos estequiomé- trios, também conhecidos como “classics” on “quimieos”, compreendem a gra- vimetvia, a volumetria ¢ a gasometria. Nestes métodos, a Eq. (1.1) assume uma. forma simples; ? é proporeional a X e as constantes de proporcionalidade sho achadas com o auxilio da tabela dos pesos atémicos e das leis da estequio- metria. Por exemplo, em um método gravimétrico, P & diretamente proporcional ao peso X, do precipitado isolado, e a consiante de proporcionalidade € um fator ecaleulado com o ausilis da tabela dos pesos atémieos, Noy métodos n4o-esieqnio- métrieos, uma certa propriedade fisiea mensurivel 6 tomada como medida da qnantidade (oa coneentracio) da substineia desejada; por isso, os referidos méiodos sio chamados, 4s vezes, métodos fisicos on fisico-quimicos, Hles se hasciam na medida de propriedades que nao podem scr diretamente relacionadas & quantidade da subsiancia procurada através das leis da estequiometria. ‘A Ba. (1.1) @, em geral, por demais eomplieada para permitir o efileulo direto ‘le P em termos de X. Os métodos nio-estequiométricos sio relativos e, como tal, requerem uma calibragéo prévia. Essencialmente, o processo de ealibracdo consiste emt medir XY paya wna ou mais amostras padrées (com P eovhecido), mantidas constantes todas as outras varidveis. A calibraedo estabelece empiri- camente, para um conjunto de condigdes dadas, a xelacio entre P e X; apés a ealibracdo, a medida de X° para qualquer amostra deseanhecida permite deter- minar 2. O progresso da qaimiea analitica, cujas -origens se confunde com as da prépria quimica, foi relativamente lento, nos primeiros tempos. Até aproxima- y Clnssifieaso geral Métodos, elésticos Métodos dptices ‘Métodos ebetroanaitticns Métodos diversos Subelassifieagio Gravimetria; titulometti 5; titulomet ‘vintdiricn aa ‘Titulometsin yolusaéttiea; ga- sometria, voiamdtrica Ehsometsia manoméixica spectroscopia de emissao Gain X, DY, visivel); jotome frie, dechama; fluoreseéncia) traio X, UY, vistvel) Bepveteoralametria fraio X, ‘GY, visivel, 1V), fotametria| de filtro; colorimenia; espec- trofotometris, de absargito| atémica ‘Turbidimetria; nefelometri Refratometris. wv Polarimetria Potenciometria Condutometria, Polatografia; amiperometria, Coulometria, ‘Método de condutividade tér-| mica Bspeciroscopia de massa Métodaz radjoquimicos INTRODUGAO + CAP. 1 _Tabela I... CLASSIFICAQAO DOS METODOS f § ANALITICOS CONT m Le A PROPRIEDADE FISICA UTILIZADA ONTORME Propritdade fisiea Massa Volume Pressio Timissio de radiagao Alsorgie de radiagko Eapaibamento de radiagao Reragto de radiagao Rotagdo de radiagio Potencis) slétrico ‘Condutaacia elétricn Garreate de difastio Quantidade de eletricidade Condutividade térmica Relago massa-cergs Desintegracko radioativa damente 1920 as anti i © ises quimicas cram realizadas quase i as andlis eva exch a sn te ale a ec td oa Nostra, Sunt om a gasonsein fieareth conhecidas eomo mévodes elds, . Entretante, de entdo, a imilise quantitative Zoi se onri 0 wa a nada de eos nove métodon Dagens nn anedida de proprie Codes ae as Sptieas, elétricas, térmicas ete.), Posto que tais suétodon favor Verne caerente’a desigeagio a ches dada ua tanto iepropniamente de mbve um tanto impropriamente de méto- dos instrumentais. tomna notavel progresso da andlise quantitativa nas iltimas décad: tommou-se posivel sora & adogio de numerosas novas téenicas instramentain ondent Ax exigenolas da teonologia e da investigacio cientifica no sentido de poder eoniar, para o esi ‘i : , tudo da composicao e d: materiais, com métodos analiticos de maior sensil transformacées dos sistemas dade, seletividade, previséo TSEC MARCHA” GERAL DA ANALISE QUANTITATIVA oc exatidao. Os laboratérios de.controle de qualidade na industria requerem inétodos sizuples, rapidas ¢ de ‘baixo custo. A anélise de materials com compo- Sigg ‘por vezes extremimesite complexa nao pode dspender de demoradas sepa- ragées preliminares como freqiientemente 0 exigem os métodos cldssicos. Cres: coram também as exigéncias quanto a wna maior precisio ¢ exatid&o em certas determinagdes analiticas, Outro problema & a aplicagio da andlise quantitativa a niveis de quantidades ¢ concentracdes extremamente diminutas. Finalmente, a maultiplicagao de nimero de andlises nos laboratérios de controle dos ésta~ belecimentos industrials impés o uso de aparelhos automaticos. ‘Dé fato, a principal linha de desenvolvimento da quimica dnalitica quam titativa é a expansio dos métodos jnstrnmentais. Os métodos classicos se earacte- risa pela simaplicidade funcioval da Bq. (1.1) gnando @ eles aplieada, mas os respeetivos processos analitices Bio, néo Taxa, imuito trabalhosos e demorados. Os métodos instrumentais, por sea turno, apresentam como possiveis vantagens 4 rapides, simplicidade, a sensibilidade ¢ a seletividade. Alguns dos métedos Instrumentals eo particularmente apropriades pare o determiniaedo de tragos Ge substincias. Outros se catactorizam por sta dievada seletividade, com o que Gimivam ow reduzem as separagSes preliminares simplificando @ abrevianda os protessos analiticos. ‘A endlise instrumental é de muita niilidade nos grandes jaboratérios de controle industrial an que o inlensivo irabalho era série reclama méiodos expeditos, que muitas veres devem dar os yesultados em tempo de cerem ainda utilizndos no processo do fabricagke em curso, Vom vistas 2 cbten- qo dem produto com determinadas caracteristicas, Somente a anétise imstru- mental fai capaz de permitir a pealizagio, anualmente, de mithdes de deter- minacdes nos laboratérios de cortos grandes ostabelecimentos industriais. 1:3, > Marcha Geral da Andlise Quantitative _Qualquer andtise quantitative culzmina com a medida de uma quantidade qualquer (peso, volume, radiagio emitida, ‘radiaggio ubsorvida, potencial de wo alétrodo, condutdncia de wma sobugio ete.), caja magnitude pode sex relacionada a-quantidade do componente presente ba amostra tomada para a andlise. Porém, a medida de algum parfimetro que possa ser yelacionado & quantidade da espé- cig interessada € geralmente apenas & Wiima de uma sése de operaghes ei que se desdobra a maréha da andlise. © processo analiticn 6 mais ou menos complexo, conforme a natureza da dmosira ¢ 08 objetivos da andlise, A anélise pode ser parcial oa completa. parcial quando apenas wm ou alguns dos ‘componentes devem ser detexmi- pados; por exemplo, a determinagio de cobre om um’ minério deste metal f completa quando a generalidade dos componentes 6 determinada individoal- mente; por exeraplo, todos os componentes de wpa socha. S¢ a andlise tem em vista a determinagio de uma Ymnica espécie om wm material de composigéo sim- ples ¢ solfivel —- por exemplo, 2 cierminagio de cloreto em uma amostra de fal-gema — 0 proceso analitico & relativamente facil. O problema pode-se eoaplicar. enormemente quando o material a ‘analisar & de composig&io complexa © dificil de desngregar ¢ dissolver, mormente se numeroses componentes devem ser determivados. _ Geralmente, 0 processo analitien compreende uma série de fases perfeita- raente definidas, que obedecem ao esquema a geguir. ‘ INTRODUCAO CAP. 1 a) Amostragen. A amostragem € 0 conjunto de operagdes com as quais se obtém do material em estudo uma porgde relativamente pequena, de tamanho apropriado para o trabalho no laborat6rio, mas que represente apropriadamente a composigao média do espécime de que foi cxtraida. Obviamente, os resultados de uma anélise quantitativa somente tam significagio na medida em que a amostra tomada para a andlise tiver preenchido a condigio de representatividade da composicio média de coujunto, A quantidade de material que é submetida A andlise é relativamente pequena, em. geral de 0,1 a alguns gramas. Quando se trata de um material homogéneo (por exemplo, uma solucio verdadeira ou uma mistura gasosa), 0 processo da amostragem é simples, pois, entao, qualquer fracéo reficte a composigho média do conjunto. Em contrapartida, quando se trata de um material heterogéneo, a coleta da amostra pode se tornar um pro- blema difieil e trabalhoso. Gonsideremos, por exemplo, um earregamento de AQ toncladas de um minério de cobre. O valor comercial do minério de- pende, fundamentalmente, do seu teor de cobre. O minério consiste de fragmen- tos com tamanho ¢ teor de cobre varidveis. A amostra a ser anaksada (cerca de Lg} devera ser xepresentativa de todo o carvegamento (aproximadamente 50006-000 g}. A pequena amostra para a anidlise é selecionada por coleta pla- nifieada de poreses (incrementos) subseqitentemente combinadas e reduzidas até um iamanho apropriada. 6b} Preparagio da amostra para o andlise, Freatientemente, a amostra que chega ao laboratério para ser analisada é um material sélido, que tem de ser submetido a wm processo de moagem, a fim de reduzir 9 tamanho das partieulas & permitir 4 obtendo de uma mistura mais homogénea. A redugio do tamanho das particulas é ainda particularmente importante no caso de materiais difieil- mente saliveis, pois 0 ataque da amostra com vistas & prenaraeao da solucio para a andlise & grandemente facilitado pela redugdo do tamanho das particutas. No caso de materiais sélidos, a preparacde da amostra para a andlise também comporta, muitas vezes, a remocso da umidade adsorvida. A quantidade velativa de Agua adsorvida depende da umidads ambiente. A fim de evitar que a varis- io da umidade ambiente possa afetar os resultados, 6 usual tomar para a andlise wma amostra seca, por exemplo, uma amostra preliminarmente desse- cada a 100°C. ‘c) Medida de wna quentidade dw amostra, Em geval, os resultados ca and- lise quantitativa sic expressos em termos relatives. Eles dio, entdo, as quanti- dades des componentes por unidade de peso au volwne da amostra, E, pois, necessrio tomar para a andlise uma quantidade conhecida, em peso on volume, da amostra. Q objetivo de todas as operagSes subseqiientes da andlise é a deter- minagio da quantidade do componente desojade presente na amosira tomada para a anilise: @) Preparagéa da solugéo pare a andlise, Win de vegra, os processos analf- ticos eavolvem, como passo preliminar importante, © ataque da amostra e a preparagio de wma solugo apropriada para a realizagio da andlise. O tipo de tratamento a usar depende da natureza do material ¢ do método eseolide para a deterntinagéio do componente interessado. Ocasionalmente, a solugio para a andlise € preparada por simples dissolugdo da amostra em Sgua. Hntretanto, a preparagio da solugio envolve quase sempre a desintegragio da amostra mac- diante atagae com Aeidos, misturas Acidas oxidantes ou mesmo fusdes com agen- 1.4. ESCOLHA DO METODO ANALITICO tes adequados. Os veagentes quimieos introduzidos ma preparacts de satuo nao podem, interferir nos passos seguintes da andlise ou, ee Year » deovem ser de facil remogio, Bm geral, & recomendével 0. nse ie rocesso ae imapli i ef des quantidades de sul a as. ‘Tam jmplique na introdugio de gram : ectranhas. Tan a amostra a temperatara: bém & recomendavel efetuar o ataque da amo : S Glevadas do que o necessario, a fim de diminuir o Perigo de perda do eompe: ° “ eneho nente desejado por efeito de volatilizagio. - ; ¢) Bliminagéo do substancias interforentes. Rerannts as nena, guineas i i ‘a yale . wopriedades fisicas usadas sto espectficas ps a pée 0 contro fag reagées quimicas usadas © as propriedades fisieas mei et , i vari cies, Esta falta mam ser compartilhadas por vasias espécies. Esta c eopeeiicidade, Ne r studo pode complicar grant op comportamento da mistura em ¢ ue © Proensso iti vers um. esquema que pert analitico. Este deve desenvolrer-se segundo ue ia rare i a x outras substéncias, oriun componente desejado da agio de queisquer « st mans da propria amostra ou introduzidas pe properasio da soluto be a ands oe " " ndas oe i ares de interferir na medida tinal, Ha | para | na pubstanicia interferente, a sua transformagio em. ane eptecie inderns bor x, reduedo ou complexagio, gu o seu isolamento Tsk casio ev aipadnneio das subst@neias interZeremtes é, fregiientemente, uma das ‘ i ios do pr nalities. rtes mais importantes do processo an sO , | m f) Medida finat. Todo proceso analitico é detineade e aesenvclvido, Se y na medic & ta quantidade (peso, volume, Gi modo a desembocay na medida de wma cer a shame, radiasi i ir de euj nitude @ avaliada a quantidade absorvida cte.), a partir de cuja maz avalinga aa a eo Om onente na amostra, Finalmente, o resultado da andase § Sonne aveopticdn e, va medida do possivel, com alguma indicagio referente 20 seu grau de incerteza. 1.4. Escotha do Métado Analitico A. eseolha do método pis apropriado para a realizacio ae ume anslise requer, antes de tudo, uma clara detinigdo do pxcbleme propost ots seal ’ eri fatores e condigdes, dentre ressal- do método depende de wma serie de f A is ress i anci sira dispontvel, a faix: ‘or sua importancia, a quantidade de amos : ct ddade relative em gne presumivelmente se sitma 0 componente a deter ga imi ‘imero de minar, a exatidao vequerida, & composigao quimica da amostra, o uime} mostras 0 analisar ¢ os recwrsos disponiveis. — 7 ° 2) Quantidode de amostra disponivel, A umostra aisponicel paras nities * mai vvponiorme o caso, A quantidade de material dispc pode ser maior ou menor, 60 me © 7 oe a leondeas : i fator muito importante para a escolha da Pa a asad di Alise quantitaliva sfio, as vezes, Glas- todos n sever usados, Os métodos da analise @ jo, as las Bieudos conforme o tamanho da amostra xequerida para a andbise oN an aio Tia elassificagio proposta pov Kirk, * Uma forma alternativa mais explicita para as amostras é a seguinte: para as macroamostras, a0 deci- ao centigrama; ier: S20 grama; para as semimicroamostras, 20 ce tigrama; be yas jmieroainostTas, 2 se , 1 O: jligrama; para as nitramicroamosttas, a0 decimomiligrama. ete. Os processos a nen ns andlise quantitativa trabalham, em ger a Tasca, a técnica e métodos analiticos que podem ser aplicadas cons amos Aectatae. Assiss, amostras de 10 mg so saficientes para a. determingst Vimtrogrétiea de watios elementos; se neeessério, podem ser ainda Bran 8 INTRODUGAO CAP. 1 CLASSIFICACAO DOS MBTODOS ANALITICOS SEGUNDO, ; Tabela 1. Q TAMANHO DA AMOSTRA Classe . ‘Tamanbo da amosira Redugio Macrométodos: . 100 mg . Semimicroméodos 10-20 mg 1/5-1/10 do macro Micrométodos img 1/100 de macro, Vliramicron;étodos 0,003 mg . | 4/1000 de macto’ ou “ 3/100 000 de micro.!' 4 Métodos ao submierograma . |” 0,000 001.0,000 01 mg 1/100-009 a 11.900 000 de miczo tte reduzidas, A cromatogratia em fase gasosa trabalha, normalmente, com .amas- tras de apenas alguns miligramas. 4). Quantidade relativa do componente desejado, Um dos mais importantes fatores na eseolha do método analitico € a quantidade relativa do componente a determinar no material em esivdo. Os compenentes podem ser classificadas em. constituintes inaiores, menores ou micro, conforme representen’ mais “de 1%, 0,01-1% on menos de 0,01% do peso da amostra, respectivamente. No caso dos componenies maiores, sio pericitamente aplicaveis og métedos ‘anali- tieos elassicos, isto é, os métodos gravimétricos ¢ yolumétricos. Estes métodos se prestam para a determinagio de componentes presentes em proporgies. de 0,01 a 100%; 34 entre 0,01 © 0,1%, 0 uso dos mesmos 6 limitado, Quando o componente se encontra presente na torma de tragos a aplicagio de um método gravimétrico ox volumétrico, em escala macroanalitica, exigiria uma amostra minito grande e 9 process analitico se torna impraticavel. Qnando a espécie a determinar se encontra na amostra na extensio de apenas algumas partes por milko ow mesmo menos, é necessirio apelar para métodes altamente sensivels, que, por isso mesmo, sie eapazes de operar com amostras de uma magnitude analiticamente razofvel. Bntre tais métodos contam-se a espectrografia, a foto- metria de chama, a espectrofotometria de absoreaio atémica, a. absorciometria, a fluorometria, a nefelometria, a turbidimetria, a polarogratia ete. c) Exatidao requerida, Uina importante eonsideragio na escolhe do método analitieo € a exatidio requerida. Os métodos da andlise quantitativa. se dife- reneiam grandemente quanto & exatidao, Em geral, os métodos grayimétricos ¢ volunétricos s¢ earacterizam por uma exatidin melhor-do que as de outros métodos analiticos. im condigdes favordveis, os métodos gravimétricos ¢ volu- métricos podem aleangar um nivel de exatidag correspondente a wm erro rela- tivo de 01%. Na verdade, semelbante nivel de exatidio somente pode ser esperado quando os referidos métodos sic aplicados & determinacio de espécies presentes na amostra em proporeao maior do que 10%; quando o componente se situa na faixa de 1 a 109%, o erro relativo 6, ordinariamente, ainda menor do que 1%; quando o teor do componente haixa para cerca de 01%, erro relative pode aleangar varios poreentos, A inadequagio dos métodos gravi- métrieas ¢ velumétriens & determinagio de tragos impSe, para. este fim, p ago de métodes apropriados. Os erros relativos na espectrografia, fotometria de chama, espectrofotometria de absorgio atémica, absorciometria, fuorometria, nefelometria, turbidimetria, polarografia ete., aleangam 1 a 5% ou mesmo. mais. Avs ESCOLHADO METODO ANALITICO 9 +. VA exatidée buscada ‘em ume andlise depende do fim que se tem em: mira. Um trabalho relacionado com a determinagia: do’ peso atémico de.um elemento requer, evidentemente, ovmfximo de exatidéo. Blevada exatidio.¢ também exigida, em trabalhos ‘relacionados com o estudo'de novos métodos analiticos, a, avaliagio da pureza:de padroes primarios, 0 estabelecimento ‘da composi¢io de “amostras padrées, o controle de espeeificagées rigorosas veferentes. i’ com- posi@io de materiais, ‘a obtencko de informagées para questties: avbitrais ete. Fntretanto, em muitos. trabalhos de ‘rotina’ admite-se uma major toleraneia a Kespeito da exatidao: : “As vezes, sio as exigéncias ‘relativamente’& exatidao que decidetn sobre a. esedlha do método. ‘Via ‘de regta, os métodds de maior exatidio envolvem-pro- cessos analiticas mais trabalhosos ¢ demorados. Pode, assim, redundar em perda de tempo ¢ custo acrescido infitil a determinagao de wn componente com uma exatidao superior & Tequerida. Por exemplo,’se a deverminagdo de: altiminio em wma amostra deve ser efetuada’ com eta relative nao superiot a algumas partes por mil, é muits provavel qué se tenha de langar mao de um métoda graviné- trieo, cua exeenedo nao serd; certamente, muito ripida. Entretanto, se o obje- tive visado com a AgterminagSo do alyminio ‘tolerar um erro relative de 50 partes por mil, é possivel ‘que um método- espectrofotométrica ou espectrogré- iio; mais rapido, possn ser aplicado. © critério da exatidiio pode inclusive afetar os detalhes de um piocesso analities. Por exemplo, 6 magnésio é determinado gravimetricamente mediante precipitagio como Fosfato de amdnio ¢ magnésio hexaidratado € conversio deste, por caleinagio, en difosfato de magnésio. Quando se quer conhecer com rigor © teor de fésforo em uma rocha fosfatada, o fésforo comeca sendo separado como dodecamolibdofosfate de triaménio, que 6, em seguida, dissolvido,em hidré- xido de aménio. Na golugdo resultante, precipita-se, ento, o fosfato dé aménio © magnésio, Como este precipita algo contaminado por substineias estranhas, 6 dissolvido ¢ reprecipitado; o fosfato de aménio e magnésio assim purificado 6, finalmente, convertido em difostato & pesado. O proceso analitico pode sér sim- plifieado quando se quer aguilatar 0 valor comercial de ama roche fosfatada, Neste caso, 0 fésforo é precipitado, diretamente e¢ wna sé vez, como fosfato duplo, O proceso é simplifieado em detrimento da exatidio porque a margem de erro admissivel é maior. Nas anélises de rotina, sempre que hé uma certs tolerancia em matéria de exatidio, a escolha deve recair sobre métodos simples e répidos. Mais precisa- monte, a cscolha da método deve representar um compromissy adequado entre exatidio, de um lado, e tempo ¢ trabalho, de outro. . d) Composigio quinica da amostra. Um conhecimento da coniposigaa qua- litativa da amostra €.quase sempre um pré-requisito para a andlise quantita- tiva. Na maioria das ves, a origem do material é suficiente pare dar uma jdéia da composi¢do da amostra; por exemplo, uma rocha ignea contém sempre silicio, aluminio, ferro, calcio, niagnésio, sédio e potdssio, bem como geralmente peqnenas quantidades de manganés, titinio e zirednio, Lm ontros casos, 6 ne- cessarip realizar uma anélise qnalitativa parcial ou completa. As vezes, basta a realizagio de ensaios isolados para caracterizar a presenga ou no de certas espécies oa grupos de espécies. A ‘espectrografia qualitativa representa, neste sentido, wn recurso valiozo. 10 WNTRODUGAO CAP. 1 © coubecimento da eomposigho quali glo qualitativa da amostra € necessiri ital 0 entrentar; na escotha do, metodo ¢ Dlanificagio da andlise, 0 problema. das substaneias interferentes, Por excmplo, a determinagéo de cobre em sais ¢ eertas ligas do metal é convenientemente cfetuada por eletrodeposieéo; o processo analitieo 6 répido ¢ dé dtimos resultados quanto & exatidio. Porém, para a determinagio de cobre em minérios do metal, entio € mais indicado ‘recorrer ao método iodométrico, que é menos sujeito a interferéncias da parte dos cle- mento que, comumente, aeompanham 9 cobre em seus minérios. Néo raramente, preciso ter mesmo um eonheeimento aproxinado das quantidades relativas de certos componentes. Assim, © eéleio & comumente determinade com base en sua, preeipitacio como oxalato de eéleio; 0 método & apliefivel & andlise de mate- riais contends quantidades moderadas de magnésio, mas deixa de sé-lo quando 9 magnésio predomina largamente sobre 0 edicie, a A anilises que cavolven a determinagdo de wm componente predominante erm um materia de eomposgfo relativanente simples geralmente no oferesom grandes fieddades. Ontxe pode ser a sittagio na andlise de matenais de jo extremamente complexa; cutéo, o processo analiti i : sigh ; 7 alitico muitas vexes s° complies com a neeessidade do eleting a soparaio dos inesferentes poteneiais a evar a cabo a medida final. A este xespeito 0 melhor mét i é, evidentemente, aquele que, en iguald as demas conliegee persia , ; , , em igualdade quanto as demais condiges, permite 2 ae e soem nag ao componente desejado tao diretamente quanto passive! Isso , naturalmente, de que, para o caso, se possa langar ma ead ” , de ane, , ax mao de reacd gutless graudemonto teletvas of de métodos de medida espesitics, Na ven lade, so poneas as rengies analitcas com elevada seletividade; podem ser mien eionadas, por exemplo, as reaces de precipitagio de niquel com dimentilglio- ima on de fosfato eomo dodecanoliidofosfato de triom6nia, Dentre es métodos ja andlise quantitativa, destacam-se por seu carter espeeifico a espectroscopia de emisséo ¢ a espectrofotometria de ebsoreso atomica. 0) Ntimero de emosiras @ anatisar. O nitmero de amostras a aualisar pode fer ha importmite considered pave & eselha do miedo. Quando sio muitos amostras, 6 plenamente justificdvel o uso de métodos que TOS s lOs que requerem rags prefyinares mais ou menos demoradas¢ trebalhosas com a calibragao de insirne s, a montagem de aparelhos e.a preparacdo di i 0, 0 custo dessas operagdes se distribui si “froade naner ae’ aniices, Se, jobre wn grande ntimero de andlises. entretanto, apenas tia algnmas amostras tém de scr analisadas, Sa wel seré egeother um processo analitica que, embi labor 7 s t , embora. mais lab permita reduzir ao minimo os preparativos preliminares. ones vl of) Becureas aipentvss As vee a sstolia do método pio € determinada : métodos analiticos aplicéveis ao caso, mas decidi ! _nétodos , ees ex funcio dos reensos, dimoniveis em reagents, equipamento ¢ essoal Na dade, nenluin labovatério, nos dias atuais, poderd dis ; labore’ 1 3 por de toda a extensa variedade de reevzsos instrumentais e tampouco estard capacitado a resolve qualquer possfvel problema analitico, amor 1.5. Expressdo dos Resultados Analiticos A expresso dos resultados na andli itati aualise quantitativa comporta disti pectos. Os resultados devem ser expressos em formas apropriadas do ponte de vista quimieo © numérico. pono 1.5. EXPRESSAO BOS RESULTADOS ANALITICOS u Expresedo quimica. A expresso quimies dos resultados de uma anélise depende da natureza do, material e, em certios casos, dos fins da andlise. Quase sempre desejavel xeferir o elemento determinado na forma quimica em que dle se encontra na amostra, Na anélise de metais ¢ ligas, em que 08 componentes se enemtram presentes 108 estados clementar ou reduzido, 6 usual reporté-los em termos dos simples elementos; por exemplo, carbone, silfeio, fés- Foro, enxofre, manganés, cvomo, vanédio ete., na anflise de agos. Os resultados da grélise de wm sal sio dados.om texmos dos respectivos fons; por exemple, Wat e Cl- na anilise de uma amostra de cloreto de sédio, Os resultados das anidlises de solugdes contendo eletrélitos sio expressos em termos dos respectives fons. Quando a composi¢io da amostra é desconhecida, os resultados sio dados, cammmonte, na forma dos clementos simples ou seus Oxidos Was andlises completas de materiais complexos contendo oxigénio, ¢ usual reportar os elementos na forma dos 6xidos correspondentes 20 seu estado de valéneia; por exemplo, na anélise de uma rocha, s6dio como Na.O, potdssio como 15,0, cdlcio como CaO, magnésio como MgO, aluminio come ‘AlsOs, ferro como Tes, tittinio como Ti02, silicio como SiOz, fasforo como P.O05, enxofre como SO; otc. Uma das vantagens em assim proceder & que 0 oxigenio, que nfo cos juma ser determinado diretamentc cm semolhantes casos, aparece desta. maneira nscociado com os demais componentes ace quais se ache corel ado. Outre € que o estado de yaléneia de cada elemento fica evidenciado na apresentagio dos reitados, A Agua essencial, scja como dgua de cristalizagao seja como gua de constituigde, é representada sepatadamente. Em uma andlise completa bem conduaida, a soma dos Oxidos dcidos e bisieos, quando dados em percentagem, deve ser muito aproximadamente igual a 100. Uma certa dificuldade ocorre quando hé elementos cidos n&o associados com oxigtnio (halogénios como ha- Ictes, enxofre como sulieto ote). Tntda, os clementos cm questo devem ser reportados na forma simples (Cl, Br, I, SY ete}; correspondentemente, & preciso ceperair dos elementos bésicos uma quantidade cquivalente de oxigenio. ‘As veres, nao @ a indlicacdo da forma como 9 elemento se encontra present mas alguw aspecto relacionado com os fing da andlise que prevalece na adogiia de fowna de expresso quimica para reporta? o resultado, Por exemplo, na andlise de um caledrio, destinado & fabricagio de eal, o teor de calcio é conve nicntemente dado em termos de 6xido de calcio. Nag anélises de certos minérios, 6 importante & o conhccimento do teor do elemento a ser extraido e, entio, 0 resultado € dado em termos do simples elemento; por exemplo, o teor de cobre cm um nrinério do metal, Em casos particulares, pode ser neeessirio ou convenicnte referix os com- ponentes, nao como eles se encontrar presentes no qnaterial, mas de wna mancixa convencional. Assim, a acidez total em wna amostra de wma gordura animal on 6leo vegetal, que corresponde a uma mistura nio bem defmida de cides orgiinicos, pode ser expressa em termos da quantidade equivalente de deido acé- tico ou de hidréxido de sédio. Bm geral, os resultados da andilise quantitatiee de maneira a‘indicar as quantidades relativas dos resultados sfio dados de acordo com a equacio Expresso numérica. sho numericamente expressos componentes determinados. Os geral

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