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Monografia de Manuel Nazare
Monografia de Manuel Nazare
Chimoio
2016
UNIVERSIDADE ZAMBEZE
Chimoio
2016
DECLARAÇÃO
Eu, Manuel Mário Nazaré, declaro que esta Monografia é resultado do meu próprio trabalho e
está a ser submetida para a obtenção do grau de licenciatura na Universidade Zambeze, Chimoio.
Ela não foi submetida antes para obtenção de nenhum grau ou para avaliação em nenhuma outra
Universidade.
______________________________________________________________
(Manuel Mário Nazaré)
______________________________de_______________________2016
I
DEDICATÓRIA
II
AGRADECIMENTO
Ao Centro de Saúde 7 de Abril, por ter concedido o material; aos funcionários desta
unidade sanitária, pelo apoio e paciência ao longo da realização do trabalho.
Aos meus pais, Arsénio de Sousa, Maria de Assunção e Solange Palmira, pelo eterno
amor, confiança e incentivo nesta difícil etapa em minha vida.
Aos docentes do curso de Engenharia Ambiental e dos Recursos Naturais, que durante
estes cinco anos transmitiram conhecimentos que serão levados em minha carreira
profissional.
Aos colegas da faculdade, em especial ao Vicente Ferro, Panatof Bio, Farzana Amade,
Fijamo Munhoto e Emanuel Chissuro pelo apoio, companheirismo e amizade nestes
cinco anos de formação.
A minha namorada, Camila Mandevo, pelo amor, carinho e compreensão nos momentos
de dificuldade e apreensão.
Aos meus amigos de coração, Idélcia Mapure, Ferdino e Renato Ugembe, pelo
companheirismo e amizade.
III
SUMÁRIO
DECLARAÇÃO .............................................................................................................................. I
DEDICATÓRIA ............................................................................................................................ II
RESUMO .....................................................................................................................................VII
1.2. Justificativa...................................................................................................................................... 2
2.7.Demanda da água........................................................................................................................... 22
4.2.3.Filtros ....................................................................................................................................... 48
4.4.Dimensionamento do reservatório............................................................................................... 51
APÊNDICES ................................................................................................................................. 67
APÊNDICE I................................................................................................................................. 67
APÊNDICE II ............................................................................................................................... 68
Anexo I .......................................................................................................................................... 70
VII
ABSTRACT
Rainwater use o for various uses, to include the new trend of sustainable growth.
The work aimed at designing a rainwater utilization system at the 7 de Abril Health
Center. The objectives were to determine the demand for water cleaning, catchment area
and the volume of the reservoir; scale conductors; analyze the economic viability and lay
the system. We used the statistical method, the results, it was found that water demand is
20,425 liters per month, the catchment area is 528 m2, the vertical driver had a diameter
of 60mm, and the horizontal driver a diameter of 150mm applying the Rippl method the
reservoir volume was 81.5 m3, aimed at reducing the cost was adopted 40 m3, which also
satisfies the demand, the system costs were 247 582.78 meticais, and resulted in a
monthly savings of 94.03 meticais. The payback period of the investment was 517
months, corresponding to 43 years. With the system, 7% of monthly expenses were
reduced.
Keywords: Design, Rain Water Reservoirs
VIII
LISTA DE FIGURAS
IX
LISTA DE GRÁFICOS
X
LISTA DE TABELAS
Tabela 2: Demanda interna e externa de água não potável em uma residência ..................... 24
Tabela 10: Consumo de água para limpeza no centro de saúde 7 de Abril ........................... 43
Tabela 11: Consumo mensal para limpeza no centro de saúde 7 de Abril ............................ 44
Tabela 14: Custo para suprimento da demanda mensal de água para limpeza ...................... 57
XI
SIGLAS E ABREVIATURAS
XII
PAV: Programa de atendimento a vacinação
Pmm: Precipitação média mensal, em milímetros
PNCTL: Programa Nacional de controlo de tuberculose e lepra
Pr: Falha
PVC: Poli Cloreto de Vinila
Q: Caudal do projecto
Qm: Volume mensal produzido pela chuva
RH: Raio hidráulico
S: Área da secção molhada
S (t): Volume de água no reservatório no tempo t
t: Intervalo de tempo medido desde o início a considerar
T: Período de retorno
US$: Dólar Norte Americano
V: Volume do reservatório
Vadop: Volume de água do reservatório
Vap: Volume aproveitável de água de chuva anual
Vt: Volume de água que está no tanque no fim do mês t
%: Percentagem
XIII
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização
O aproveitamento de água de chuva é uma técnica muito antiga e que foi sendo
abandonada ao longo do tempo, à medida que os sistemas de água canalizada foram se
1
expandindo. Actualmente vem-se resgatando esta prática. Porém com a utilização de
novas tecnologias que tornam viável a implantação do sistema.
1.2. Justificativa
2
os gestores do centro de saúde 7 de Abril a optimizarem as suas actividades, através da
economia nos gastos com o pagamento de energia eléctrica. O valor economizado pode
ser investido em outras áreas.
A pesquisa é de relevante importância no campo das ciências, uma vez que servirá
de base para novos estudos no ramo de gestão de recursos hídricos, principalmente nos
estudos de aproveitamento de água da chuva. Acredita-se que novos investigadores terão
auxílio na presente pesquisa para desenvolver novas técnicas de aproveitamento deste
recurso, a vários níveis.
1.3. Problematização
3
1.4. Hipótese
1.5. Objectivos
Esquematizar o sistema.
4
CAPÍTULO II - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Para THOMAS (2003), isso implica que em termos globais, a quantidade de água
disponível seja superior ao total consumido pela população. Isso porque a distribuição
deste recurso é desigual nas diversas regiões do planeta e em geral não é directamente
proporcional às necessidades. Muitos países têm dificuldade de garantir ao cidadão
acesso à água com qualidade adequada e quantidade suficiente devido questões
económicas, organizacionais, climáticas e, principalmente, a falta de sustentabilidade
hídrica. Contudo perante o actual cenário, cresce a necessidade de se encontrar
5
alternativas de preservar a água potável. Essas alternativas para a prevenção da
quantidade e qualidade da água passam, necessariamente, por uma revisão do uso da água
nas residências, tendo como meta a redução do consumo de água potável e consequente
conservação dos recursos hídricos.
6
Figura 1: Cisterna do século X (Chultuns)
Fonte: GNADLINGER, 2000.
Algumas das razões porque as tecnologias de aproveitamento de água de chuva
foram deixadas de lado ao longo do tempo ou completamente esquecidas, foi
consequência da colonização, práticas de agricultura de zonas climáticas moderadas
foram implantadas em zonas climáticas mais secas (GNADLINGER, 2000).
Segundo FEWKES (1999), a utilização da água da chuva além de ter uma longa
história difundida mundialmente, nos dias actuais, é aplicada em muitas sociedades
modernas, como uma valiosa fonte de água para irrigação, para beber e mais
recentemente para suprir as demandas de vasos sanitários e de lavagem de roupas.
No Reino Unido, o uso da água da chuva também é incentivado, visto que 30% do
consumo de água potável das residências é gasto na descarga sanitária além das
residências, outros segmentos da sociedade também começam a olhar com interesse para
8
o aproveitamento da água da chuva. As indústrias buscam a água da chuva visando tanto
o retorno da economia de água potável quanto o retorno publicitário, se intitulando como
indústrias e estabelecimentos ecologicamente correctos e conscientes (FEWKES, 1999).
Nos países da África a água de chuva tem sido utilizada já a muitas décadas,
embora de forma pouco eficiente e arcaica. Inicialmente a captação da água de chuva era
feita com pequenos recipientes deixados directamente ao céu aberto, com o andar do
tempo foram aperfeiçoando as técnicas, passando a efectuar a captação junto a árvores e
finalmente nas extremidades das residências. Nos últimos tempos, com a urbanização de
muitas cidades Africanas, a captação passou a ser feita nas extremidades das residências
cobertas de materiais impermeáveis.
Existem diversas técnicas de aproveitamento de água que podem ser aplicadas tanto
em áreas rurais, para agricultura ou abastecimento doméstico, quanto em áreas urbanas.
Os princípios, métodos de construção, uso e manutenção são conhecidos e podem ser
adequados às diferentes necessidades e disponibilidade financeira (PALMIER, 2001).
Nas grandes drenagens a área de captação é o próprio solo, que tem função de reter
um volume considerável de água quando o fluxo é muito intenso, porém necessita de uma
área muito extensa que poderia ser utilizada para outros fins. Já nos sistemas individuais
a área de captação é a área do próprio telhado, NOSÉ (2008) citando GONDIM (2001).
Esses sistemas captam a água da chuva que cai sobre superfícies, direccionando-as
a reservatórios de armazenamento para posterior utilização. Na figura 3 está representado
um esquema ilustrativo sobre os elementos que fazem parte do sistema de aproveitamento
de água da chuva, com uso de cisterna e caixa de água elevada.
11
Figura 3: Esquema de um sistema de aproveitamento de água de chuva
Fonte: OLIVEIRA et al., 2007.
12
da água da chuva de telhado implementado nas zonas rurais, onde não envolve
bombagens de elevação nem sistemas de distribuição.
2.5.2.Calhas e condutores
A água captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo, seja o beiral ou o
encontro com outros planos inclinados (encontro de águas) ou ralos, nestes devem ser
instaladas as calhas que conduzem a água para as tubulações colectoras. A área de
captação quando plana deve ser capaz de conduzir as águas para um ponto em comum,
14
normalmente um ralo, esse direcionamento é feito a partir do caimento. Para evitar que os
detritos sólidos presentes nos telhados, como folhas e objectos, entrem nas tubulações e
consequentemente nos reservatórios, é colocada a primeira protecção do sistema na
conexão entre a calha e a tubulação (SILVA, 2014).
E necessário que se faça uma limpeza periódica destes elementos do sistema porque
influenciará directamente na eficiência do mesmo. Essa manutenção permitirá que se
evitem entupimentos e os riscos de contaminação serão reduzidos.
15
rígido, fibra de vidro, concreto ou alvenaria; Para os condutores verticais, devem ter
tubos e conexões de ferro fundido, fibrocimento, PVC rígido, aço galvanizado, cobre,
chapas de aço galvanizado, chapas de cobre, aço inoxidável, alumínio ou fibra de vidro; e
Para os condutores horizontais, devem ser empregados tubos e conexões de ferro fundido,
fibrocimento, PVC rígido, aço galvanizado, vidrada, concreto, cobre, canais de concreto
ou alvenaria.
De modo a evitar que ocorra transborde de água é necessário que seja feito o
correcto dimensionamento das calhas e a especificação de um número adequado de
colectores verticais, para que o sistema opere com a eficiência esperada e não traga
problemas tanto a estrutura quanto aqueles que dependerão desse sistema.
16
Desta forma, o tonel é munido de um pequeno orifício que descarrega lentamente a
água, sendo que só ao fim de alguns minutos após a chuva terminar é que este fica vazio.
2.5.4.1.Reservatórios de betão
Este trabalho teve como objectivo reunir um conjunto de soluções para satisfazer as
necessidades das comunidades rurais do semi-árido Brasileiro. O mesmo sérvio de base
para realização de vários estudos.
a) O volume não aproveitável da água de chuva, pode ser lançado na rede de galerias de
águas pluviais, na via pública ou ser infiltrado total ou parcialmente, desde que não
haja perigo de contaminação do lençol freático.
b) A descarga de fundo pode ser feita por gravidade ou por bombeamento.
c) A água reservada deve ser protegida contra a incidência directa da luz solar e calor,
bem como de animais que possam entrar no reservatório através da tubulação de
recalque.
d) Em alguns casos a água de chuva não deve ser considerada a única fonte de
abastecimento, pois devido a sazonalidade e irregularidade da mesma, deve ser
previsto um dispositivo de entrada de água potável para garantir o abastecimento dos
pontos de utilização para fins não potáveis. Assim sendo o reservatório quando
alimentado com água de outra fonte de suprimento de água.
19
2.6.Métodos de dimensionamento de reservatórios
Cabe ao projectista escolher qualquer uma das fórmulas sugeridas pela norma NBR
15527:2007, porem o volume dos reservatórios deve ser dimensionado com base em
critérios técnicos, económicos e ambientais, levando em conta as boas práticas da
engenharia.
2.6.1.Método de Rippl
Onde:
20
Q (t): volume de chuva no tempo t, (m3);
Deve-se admitir que o reservatório está cheio no início da contagem do tempo “t” e
que os dados históricos são representativos para as condições futuras.
2.6.2.Método da simulação
Onde:
Onde:
O cálculo do volume do reservatório é realizado por tentativas, até que sejam obtidos
valores optimizados de confiança e volume do reservatório.
Onde:
Onde,
Pr = Nr / N Equação (8)
Onde:
Pr: a falha;
2.7.Demanda da água
22
como escolas, universidades, hospitais, terminais de passageiros de aeroportos, entre
outros, o uso da água é muito semelhante ao das edificações comerciais, porém o uso dos
ambientes sanitários é bem mais significativo, variando de 35% a 50% do consumo total
(ANA, 2005).
Esta estimativa foi feita com base em residências das zonas urbanas dos países
desenvolvidos, o que de certa forma pode não ser compatível a realidade dos países do
terceiro mundo. Portanto cabe ao projectista adoptar métodos que tendem a semelhar-se a
realidade em que será implantado o sistema de aproveitamento de água de chuva.
Para se ter uma real noção da demanda que pretende atender com o sistema é
necessário multiplicar o volume de água utilizado por cada unidade da actividade, a
frequência da actividade, o número de dias que a actividade decore e o número de
habitantes que praticam a actividade. Portanto essa não é única forma de estimar a
demanda de água necessária, para as actividades que não requerem de água potável.
23
Tabela 2: Demanda interna e externa de água não potável em uma residência
Demanda Interna Unidade Faixa
Vaso Sanitário - volume L/descarga 6 a 15
Vaso sanitário – frequência Descarga/hab/dia 3a6
Na utilização da água de chuva para suprir as demandas por água nas actividades
humanas, origina diversos benefícios, sendo o que se faz mais notável é o económico,
que se justifica pela consequente redução do consumo de água tarifada.
O uso da água de chuva pela população pode garantir que mais famílias tenham
acesso a água no exercício das suas actividades rotineiras, ate as famílias que não tem
condições de ter a água fornecida pelo FIPAG.
Alguns dos benefícios do uso da água de chuva na protecção dos mananciais são:
25
CAPÍTULO III - METODOLOGIA
Neste capítulo abordou-se, como foi possível chegar aos resultados finais deste
trabalho. Para isto foram elaborados diversos subtítulos que permitem compreender
melhor o método e técnicas de pesquisa aplicados.
No que diz respeito aos recursos humanos, o centro de saúde conta com 75
funcionários de ambos os sexos, distribuídos em diversas especialidades que parte de
auxiliares de serviço ate técnicos de medicina, contando ainda com pessoal de corpo
técnico administrativo (CTA).
3.3.Técnicas de pesquisa
3.4.Métodos de pesquisa
Observação;
Bibliográfico e documental; e
Estatístico
O método usado para estimar a demanda de água para limpeza foi o estatístico,
com base em dados recolhidos com a técnica de questionário, realizado para os
funcionários do centro de saúde 7 de Abril. No apêndice II, encontra-se a estrutura do
mesmo. Este método de estimativa da demanda de água foi proposto por TOMAZ (2011).
De acordo com TOMAZ (2011), a taxas de consumo de água mais usada na prática
em pesquisa de engenharia está apresentada na tabela 3. Essas taxas, são úteis para a
estimativa do volume de água demandado em diversas actividades.
29
Tabela 3: Taxa de consumo de água
Descargas em bacias sanitárias 9L/ m2dia
Rega de jardim comum 2L/ m2dia
Rega de jardim tipo campo de golfe 4L/ m2dia
Limpeza de pátios comuns 2L/m2dia
Fonte: TOMAZ, 2011
Por fim multiplicou-se a frequência de limpeza de cada compartimento pela sua área e a
taxa de consumo. A equação da demanda real da água de limpeza em litros ficou:
Onde:
Fr: Frequência
3.5.2.Condutores da água
Após a água cair no telhado, escoa pelo mesmo e é captada pela caleira ou calha
que se encontra no beiral, entretanto é conduzida por um tubo de queda e posteriores
canalizações até ao reservatório.
De acordo com a norma, para fazer o dimensionamento dos condutores de água foi
necessário determinar o caudal do projecto.
Para o cálculo do caudal de projecto foi utilizada a equação 10, que relaciona a área
de contribuição e a intensidade pluviométrica.
𝑖∗𝐴
𝑄= Equação (10)
60
Onde:
A: área de contribuição (m2); e
30
i: Intensidade pluviométrica
As fórmulas para o cálculo da área de contribuição em coberturas com diferentes
formas, desde a superfície plana inclinada até a laje cercada por paredes, estão
apresentadas na figura 10.
Onde:
Onde:
(minutos ou horas);
Segundo a NBR 10844 (ABNT, 1989) o período de retorno deve ser fixado
segundo as características da área a ser drenada, obedecendo ao estabelecido a seguir:
Tr = 25 anos, para coberturas e áreas onde extravasamento não possa ser tolerado.
Onde:
Q: Caudal do projecto, em l/min
S: Área da secção molhada, em m²
n: Coeficiente de rugosidade (ver Tabela 5)
RH: P/S, Raio hidráulico, em m
32
P: Perímetro molhado, em m
i: Declividade da calha, em m/m
K: 60000 (coeficiente para transformar a vazão em m³/s para l/min).
33
Tabela 5: Dimensionamento de condutores horizontais
Diâmetro do Tubo (mm) Capacidade dos condutores horizontais e secção circular
(formato) com caudal (L/min)
Tipo de material (PVC, fibrocimento, aço, metais não ferrosos)
Inclinação Inclinação Inclinação Inclinação
0.5% 1% 2% 4%
(0.5cm/m) (1cm/m) (2cm/m) (4cm/m)
50 32 45 64 90
75 95 133 188 267
100 204 287 405 576
125 370 521 735 1.040
150 602 847 1.190 1.690
200 1.300 1.820 2.570 3.650
Fonte: SEMPRESUSTENTAVEL, 2013.
34
As curvas do condutor de água vertical são de 90º de raio longo e em alguns pontos
são de curvas de 45º, para facilitar o escoamento e reduzir as perdas de carga, todos os
condutores foram instalados no lado exterior do edifício do centro de saúde 7 de Abril.
3.5.2.3. Filtros
Quando surgem as primeiras chuvas, a água recolhida pelo sistema não é própria
para armazenar e, posteriormente, ser utilizada, uma vez que os telhados se encontram
sujos devido à época de estiagem.
Pó, material orgânico caído de árvores ou até mesmo transportado por animais,
assim como excrementos de pássaros, são materiais que se depositam nas coberturas e
que, com a ocorrência das primeiras chuvadas, se dissolvem na água sendo necessária a
sua rejeição, evitando assim a contaminação da água armazenada ou daquela que se possa
armazenar no futuro.
Para saber quantos metros de tubos usar no desvio deve se conhecer a área de
captação, para cada metro quadrado de captação é preciso desviar 1 litro de água.
35
Portanto de acordo com GAVAZZA (2015), o laboratório de engenharia
ambiental da Universidade Federal de Pernambuco, facilitou o dimensionamento, porque
foram definidos dois tamanhos padrões de desvio, o que ajudou na mensuração do
comprimento e volume do desvio do sistema do centro de saúde 7 de Abril:
Para casas com área de captação de ate 75 m2, são necessários 8 m de tubos com
diâmetro de 100 mm; e
Para casas com área de captação de 100 m2 são necessários 12m de tubos com
diâmetro de 100mm.
Assim sendo, este tipo de reservatório pode até ser deslocado ao longo do seu
período de vida, caso se pretenda, não implicando, desta forma, a sua destruição.
A escolha deste método foi, baseada na facilidade de obtenção dos valores mais
próximos a realidade, porque contrariamente a alguns métodos, este apresenta como
dados de entrada a demanda pretendida atender com o sistema.
Onde:
37
Elaborou-se uma tabela para facilitar o dimensionamento, em que a mesma foi
desenvolvida com base na equação 15, Os dados de entrada e de saída dessa tabela são
detalhados a seguir:
3.5.4.1.Dados de precipitação
Para se ter a noção do volume de chuva que pode estar disponível a captação, foi
necessário a utilização da equação proposta DE LIMA, et al. (2011).
𝐶∗𝐴∗𝑃
𝑉𝑝 = Equação (16)
1000
Onde:
P: Precipitação (mm);
3.5.5.Análise económica
39
Actualmente, no centro de saúde 7 de Abril a água potável é fornecida através de
um furo, onde a água é elevada a um tanque suspenso de 10 mil litros, através de uma
bomba submersível que funciona na base de corrente eléctrica.
GE = P x 11 x 30 x Pr Equação (17)
Onde:
40
Tabela 8: Custos de operação da bomba submersível
Tempo de Preço de unidade de Custo mensal de
Tipo de bomba utilização (H) KWh (MZM) operação (MZM)
2 3,73 246,18
4 3,73 492,36
Bomba submersível 6 3,73 738,54
Marca TAIFU
Modelo3STM3-20 8 3,73 984,72
10 3,73 1.230,09
12 3,73 1.477,08
Fonte: Autor, 2016
3.5.5.1.Período de retorno
No estudo não foi analisado os custos com mão-de-obra para este trabalho. Para a
determinação do período de retorno foi utilizada a função “NPER” do Microsoft Excel,
onde foi inserida a taxa de juros que foi estabelecida como sendo um valor igual ao da
poupança, 0,5% ao mês, o valor da economia total mensal e o valor total gasto com o
sistema de aproveitamento e colecta de água de chuva.
42
CAPÍTULO IV - RESULTADOS E DISCUSSÃO
43
Tabela 11: Consumo mensal para limpeza no centro de saúde 7 de Abril
Estimativa de consumo de água para limpeza no centro de saúde 7 de Abril
Compartimentos Frequência de Área Consumo Consumo
limpeza (m2) (L/m2dia) mensal (L)
1 Gabinete PNCTL 5 Por semana 16 2 640
1 Gabinete PAV 5 Por semana 18 2 720
1 Gabinete ATS 5 Por semana 16 2 640
1 Gabinete Nutrição 5 Por semana 16 2 640
2 Vestuário 5 Por semana 18 2 720
4 Salas de consulta 6 Por semana 20 2 960
1 Pediatria 5 Por semana 5 2 200
1 Recepção 5 Por semana 10 2 400
1 Farmácia 5 Por semana 5 2 200
1 Laboratório 5 Por semana 5 2 200
1 Sala de tratamento 6 Por semana 10 2 480
1 Sala do director 5 Por semana 5 2 200
1 Estomatologia 5 Por semana 5 2 200
1 Sala de esterilização 5 Por semana 5 2 200
4 Casa de banho 5 Por semana 48 2 1920
4 Corredores 5 Por semana 140 2 5600
1 Armazém 2 Por semana 16.24 2 259
1 Cozinha 6 Por semana 33 2 1584
1 Lavandaria 5 Por semana 24.9 2 996
1 Sala de parto 5 Por semana 34.8 2 1392
1 Sala pós-parto 5 Por semana 36.5 2 1460
Vidros 5 Por semana 40.7 1 814
Total de consumo mensal -------------- ------ --------- 20425
(L)
Fonte: Autor, 2016
Armazém Sala de
1% esterilização
1%
Corredores
29%
Notou-se que a maior percentagem é usada na limpeza dos corredores com 29%,
isso devido a maior área que eles ocupam e a frequência de limpeza, a segunda maior
percentagem com 10% é usada para limpeza das casas de banho. As casas de banho por
serem locais mais críticos no que se refere a riscos de contaminação, necessitam de maior
dedicação na limpeza, no caso do centro de saúde 7 de Abril, a área total das casas de
banho é inferior a dos corredores o que torna as casas de banho como segundo
compartimento com maior consumo de água na limpeza.
4.2.Condutores de água
a= 2 x.7,5m
h= 2,5 m
b= 2 x 40 = 80m
2,5
𝐴 = 15 + ∗ 80 = 115m2
2
Para o cálculo da intensidade pluviométrica (I), utilizou-se a equação 12, com d=5
minutos e Tr= 25 anos, conforme as orientações apresentadas na norma NBR 10844
(ABNT,1989).
115 ∗ 209,22
𝑄= = 401,1𝑙/𝑚𝑖𝑛
60
Este resultado indica o luxo de água que ira fluir no sistema. Para permitir a
determinação das dimensões da calha, utilizou-se a fórmula de Manning, equação 13.
Adoptou-se uma calha com largura (a) de 20,0cm, altura (b) de 15,0 cm, inclinação (i) de
0,5%, e de material PVC. O comprimento da calha será de 156m, dos quais 76m nas
extremidades do edifício de menores dimensões de cobertura e os restantes 80m no
segundo edifício.
As dimensões para a calha foram arbitradas para que a altura da lâmina de água
atingisse dois terços da altura da calha, como margem de segurança.
46
4.2.1.Condutor horizontal
Este valor, significa que a água ao passar pela calha será livremente transportada
pelos condutores horizontais ate aos condutores verticais, sem riscos de transborde nem
ruptura do material devido a pressão da água.
4.2.2.Condutor vertical
Para que a água ao sair dos condutores horizontais flua livremente em queda livre
ate ao reservatório, é necessário que a tubulação tenha o diâmetro de 60mm. Tubo com
esse diâmetro atende com folga a descida da água evitando ruptura do material devido a
pressão da água.
47
4.2.3.Filtros
Cada rede metálica tem comprimento 40m e largura de 0.15m, o que corresponde a
6 m2 de área. Porque a rede metálicas estará instaladas sobre as calhas junto a cobertura,
implica a existência de 4 redes. Uma em cada extremidade dos dois edifícios, para evitar
a entrada de materiais grosseiros como ramos de árvores e folhas.
A escolha deste tipo de filtro foi devido o objectivo de uso da água captada. Por
tratar-se de água para limpeza dos compartimentos, não há grandes exigências sobre a
qualidade da água. Basta apenas estar livre de materiais grosseiros, que podem em alguns
casos degradar-se e condicionar a existência de microrganismos ou ainda servir de habitat
para microrganismos.
Outra vantagem deste sistema é por ser simples, de fácil acesso e instalação, e a
limpeza pode ser feita manualmente por qualquer funcionário, a manutenção também é
simples. A função do filtro é de melhorar a qualidade da água á armazenar.
Obteve-se 528 litros de água desviada, o que corresponde a 1 litro por metro
quadrado de área de cobertura.
Por tratar-se de dois edifícios (bloco 1 e bloco 2) com dimensões quase iguais
variando apenas em 1.5 metros. Calculou-se a área de cobertura do primeiro edifício e do
segundo, e fez-se a adição das duas áreas.
49
Na figura abaixo estão as dimensões dos dois edifícios.
38 m Calha de PVC
BLOCO 1
6m
I= 0.5%
BLOCO 2
7.5m
I= 0.5%
40m
Na figura estão as dimensões dos dois edifícios que servem de área de captação do
sistema. A área é fundamental para dimensionar outros elementos do sistema.
50
4.4.Dimensionamento do reservatório
4.4.1.Dados de precipitação
250 239.76
Precipitação (mm)
200
162.45
150
118.65
100 85.69
69.97
59.06
50 38.96
10.83 14.45 10.9 16.42
5.13
0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGS SET OUT NOV DEZ
meses do ano
Observa-se no gráfico que os meses entre Abril á Outubro são os meses que
apresentam os menores índices pluviométricos, e o mês de Janeiro é o que apresenta
maior índice pluviométrico e o mês de Agosto, o menor. Estas médias são usadas como
dado de entrada para o cálculo da produção volumétrica de chuva no sistema de
aproveitamento de água de chuva do centro de saúde 7 de Abril.
51
4.4.2.Produção mensal de Chuva
4.4.3.Metodo de Rippl
Depois da inserção dos dados mencionados, na coluna 7 (C7) é onde se teve valores
para a determinação do volume do reservatório, o maior valor deve ser adoptado como o
volume do reservatório do sistema. Conforme os resultados da tabela 13.
52
Tabela 13: Dimensionamento do reservatório pelo método de Rippl
C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7
Meses Chuva Demanda Área de Produção Demanda – Somatório
média constante captação mensal de Produção dos valores
mensal mensal chuva positivos da
coluna 6
Na coluna 4 (C4), temos a área de 528m², referente aos dois edifícios do centro de
saúde já existentes, conforme figura 13.
100
80
volume (m3)
Demanda constante
60 mensal (m3)
Produção mensal de
40 chuva (m3)
20
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Gráfico 3: Balanço hídrico do sistema dimensionado pelo método de Rippl, para a demanda calculada do
centro de saúde
A água reservada será protegida contra a incidência directa da luz solar, bem como
de animais que possam entrar no reservatório através da tubulação de recalque para evitar
contaminação.
100
80 Volume do
reservatorio
60 (m3)
40 Produção
mensal de
20 chuva (m3)
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
4.5.Análise económica
A tabela 14, ilustra o custo para atender a demanda mensal de água para limpeza
com o sistema de abastecimento actual.
Tabela 14: Custo para suprimento da demanda mensal de água para limpeza
Tempo de operação Volume de água Consumo de corrente Custo de operação
da bomba (h) produzido (L) eléctrica (KWh) (MZM)
23 20425 25.03 94,03
Fonte: Autor, 2016
1.353,99 meticais por mês são gastos quando a electrobomba produz 300 000 litros,
incluindo a água para limpeza.
Portanto com o sistema economizou-se 20425 litros de água por mês, que
corresponde a 94,03 meticais a menos na conta de energia.
Este valor é resultado da subtracção do custo por operação mensal da bomba para
atender os 300 000 litros, com o custo de operação quando a bomba funciona para
atender as necessidades mensais excluindo a quantidade de água usada para limpeza.
57
4.5.1.Período de retorno
58
O período de retorno de ponto de vista económico, tende a parecer muito longo.
Este tempo para o retorno do investimento é devido o inferior valor de amortização
mensal. A amortização é apenas o valor economizado com o sistema. Com o sistema
economiza-se 1.128,36 meticais por cada cano. Há quem pode achar que esse valor seja
pouco, mais na verdade os benefícios ambientais que são ganhos com a implantação de
um sistema de aproveitamento de chuva são inúmeros.
De ponto de vista ambientalista, o sistema é super viável, uma vez que serão
poupados 20 425 litros de água por mês no aquífero. Os projectos com causas ambientais
geralmente, tem períodos de retorno longo. Com o sistema implementado, não corremos
o risco de possíveis problemas de abastecimento de água para limpeza, caso a quantidade
ou qualidade de água do aquífero baixe. Este risco também é evitado quando a
electrobomba avaria.
A parte económica é para despertar a atenção dos gestores das organizações, que é
possível implementar projectos ambientalistas sem implicar prejuízos económicos.
4.6.Esquema do sistema
O esquema do sistema de aproveitamento de água de chuva do centro de saúde 7 de
Abril, está representado nas figuras abaixo.
Na figura 15, esta ilustrada a vista do sistema pela lateral, é possível ver a calha,
condutores, conduta de descarte da primeira chuva, desta posição é possível observar
apenas um reservatório.
60
CAPÍTULO V - CONCLUSÃO E SUGESTÕES
5.1. Conclusão
A área total do telhado de captação de água de chuva é de 528 m2, esse valor é
resultante do somatório das áreas dos dois edifícios existentes no centro de saúde.
62
5.2. Sugestões
63
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
11. HEYWORTH, J.S.; Maynard, E.J.; Cunliffe, D. Who consumes what: potable
water consumption in South Australia. Australia, 1998.
17. OLIVEIRA, L. H.; ILHA, M. S. O.; GONÇALVES, O. M.; YWASHIMA, L.; REIS,
R. P. A. Levantamento do Estado da Arte: Água. Projecto Tecnologia para Construção
Habitacional Mais Sustentável. São Paulo, 2007.
24. THOMAS, T. Domestic roof water harvesting in the tropics. Mexico, 2003
25. TOMAZ, P. Água de Chuva. 4. Ed. Navegar Editora: São Paulo, 2011.
26. TOMAZ, P. Aproveitamento de água de chuva para áreas urbanas e fins não
potáveis. São Paulo: Navegar Editora, 2003.
27. TOMAZ, P. Previsão de consumo de água. São Paulo: Navegar Editora, 2000.
65
28. UNIVERSIDADE ZAMBEZE. Normas para apresentação de trabalho
Científicos, Beira, Moçambique, 2012.
66
APÊNDICES
APÊNDICE I
Prezado(a) Senhor(a)
Conto com a sua colaboração para a efectiva realização desta pesquisa respondendo a
este questionário. Nesse sentido, quero expressar aqui, que eu me responsabilizo em lhe
informar sobre os resultados da pesquisa. Reforço ainda que a identidade do participante
da pesquisa será preservada e as informações obtidas terão destinação unicamente
científica.
Portanto, solicito o seu aceite em participar dessa actividade, bem com a sua
concordância na divulgação dos resultados e das conclusões da pesquisa.
Atenciosamente,
67
APÊNDICE II
69
Anexo I
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
1990 358.4 167.2 69.3 57.6 25.2 7 13.3 27.8 30.2 13.6 58.9 107.1
1991 19.7 130 151.1 23.7 6.2 1.8 0.8 11.5 13.6 9.9 161.7 70.5
1992 97.1 9.9 54.2 32.2 4.2 25.6 6.5 13 0.6 1.7 74 243.5
1993 290.5 271.2 48 54.3 2 7.1 38.8 17.7 30.5 9.4 99.5 195.5
1994 201.7 77.8 74.9 31.5 16.9 4.1 0.1 1.4 31.3 118 8 246.1
1995 195.2 55.6 75.5 31.3 33.7 2.2 28.6 23.5 ----- 26 31.9 280.9
1996 437.9 214.8 53.6 83.2 70.1 24.3 22 13 4.7 6.5 134.8 92.4
1997 547.4 388.6 161.3 120.9 0.5 0.1 25.1 0.1 114.8 93.4 106.4 165.4
1998 255.1 115.1 127.4 18.8 0.3 12.5 27.4 9.3 24 120.5 108.2 237.1
1999 331 346.1 174.1 74.2 12.1 4.4 25.3 48.9 7.1 14 113.4 39.3
2000 276.6 247.4 194.8 63.4 16.1 47.5 22.8 19.9 10.4 50 112 221.3
2001 185.9 380.5 379.3 58.6 16 21.5 33.4 5.2 3.1 47.8 117.6 27.1
2002 160.1 66.9 61.2 81.3 9.2 21.9 4.9 25 24.4 81.9 97.8 53.5
2003 72.7 89.7 229.2 21.7 39.5 35 4.5 2.1 26.4 49.9 58.6 42.8
2004 347.9 171.7 173.6 63.2 4 4 12.5 7.5 1.5 67.2 23.8 93.2
2005 218.5 194.5 35.5 61.1 32.4 13.1 3.5 0 0.2 19 80.5 378.2
2006 180.8 29.3 199.4 28.1 9.2 0.2 10.1 13.3 0 13.6 24.1 38.5
2007 276.4 12.2 13.6 23 0.3 6.6 1 11.5 12.7 18.1 119.8 456.6
2008 314.7 68.2 58.8 5.6 5 0.6 2.4 12.6 7.4 9.7 46 409.7
2009 234.4 137.4 125.1 52.9 3 33.3 39.5 4.6 11.8 38.8 51.4 108.2
2010 52.4 377.7 129.4 91.9 19.3 3.8 19 0 16.8 1.5 78.6 239.8
2011 304.7 48.3 56.2 164 1.1 1.1 7.1 0.5 18.3 86.9 66 246
2012 83 130.2 258.4 22.5 14.4 1.9 0 0.7 10.3 61.9 ------ 78.7
2013 447.2 96.1 95.2 67.1 36.9 0 21.3 12 3.9 44.8 35.2 284.4
2014 209.3 207.6 39.6 173.2 14.4 ----- 5.8 2.3 5.8 8.6 11.2 472.2
2015 135.4 189.9 46.2 30.4 1.4 2.2 ----- 0 17.2 0.4
70
1